hemorragia cerebra lobal r clÍnica, etiologia evoluÇÃ, o · 2010. 11. 9. · os casos de hl...
TRANSCRIPT
HEMORRAGIA CEREBRAL LOBAR CLÍNICA, ETIOLOGIA, EVOLUÇÃO
REVISÃO D E 5 8 CASO S
MARIO E.T. DOURADO *, MARCOS L.. FREITAS *, J .L. MARTI-VILALTA **
RESUMO — Os autores revisam 58 casos de hemorragia localizada nos lobos cerebrais, observados entre 264 pacientes com hemorragia intracerebral em período de 6 anos. Os fatores etiológicos foram hipertensão em 29 pacientes, outras etiologias em 9; em 20 pacientes não se determinou ia causa. Dentre os sintomas mais importantes observaram-se cefaléia em 56% e convulsão em 12% dos casos. Coma foi infrequente. Os sinais clínicos dependiam da localização do hematoma. O lobo parietal foi o mais afetado. A mortal idade foi de 8,6%. A evolução correlacionava-se ao tamanho do hematoma e ao nível de consciência à internação.
PALAVRAS-CHAVE: hemoragia lobar cerebral, clínica, etiologia, evolução.
Lobar cerebral hemorrhage): clinics, etiology and follow-up (a 58-cases revision)
SUMMARY — Fifty eight pat ients with spontaneous lobar hemorrhage of a 264 patients series with intracerebral hemorrhage seen dur ing a six years period are reviewed. Twenty nine had arter ial hypertension, 9 had other etiologies, and in the remaining 20 cases no apparent etiology was detected. Headache w a s a prominent symptom and occurred in 56%. Seizures occurred in 12%. Coma was infrequent. Clinical findings on admission depended on the location of the hematoma. Lobar hemorrhage occurred most commonly in the parietal region. Mortality ra te was 8.6%. Size of hematoma (larger than 4 cm) on CT and altered consciousness on admission correlated with poor outcome.
KEY WORDS: lobar cerebral hemorrhage, clinics, etiology, follow-up.
A introduçã o d a tomografi a computadorizad a cerebra l (TC ) proporciono u nova er a par a o diagnóstic o precoc e d a hemorragi a intracerebra l (HIC) , carac -terizando co m exatidã o se u tamanho , localização , volum e e extensã o par a o sis -tema ventricula r 13,30. Topograficamente , a hemorragi a qu e afet a o s lobo s cere -brais, hemorragi a loba r ( H L ) , constitu i um a da s causa s mai s frequente s d e HIC 1 2 » 1 ^ . Existem , entretanto , controvérsia s descrita s n a literatur a quant o à apresentação clínica , prognóstic o e tratament o d a HLÍS.I». A hipertensã o arteria l sistêmica (HAS ) é meno s frequentement e associad a co m H L qu e co m outra s formas d e hemorragia s 24. Po r outr o lado , malformaçõe s vasculare s (MAV) , tumores, discrasia s sanguíneas , vasculites , drogas , angiopati a amilóide a cerebra l (AAC) sã o comument e observada s n a H L 15,17,24,30,31.
No present e estud o sã o analisado s o s resultado s encontrado s co m respeit o à clínica , prognóstico , etiologi a e tratament o d e 5 8 paciente s co m HL .
Estudo realizado no Serviço de Neurologia do Hospital de la Santa Creu i Sant Pau, Universität Autônoma de Barcelona (UAB): * Médico Residente (formado pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte U F R N ) ; ** Professor de Neurologia da UAB e Chefe de Clinica do Serviço de Neurologia. Aceite: 06-setembro-1992.
Dr. Mario B.T. Dourado - Servicio de Neurologia, Hospital de la Santa Creu i Sant Pau -Av. Maria Claret 167 - 08025 Barcelona - Espanha.
MATERIAL E MÉTODOS
Entre 1985 e 1990 foram estudados 58 pacientes com H L no Serviço de Neurologia da Hospital de la Santa Creu i Sant Pau. As histórias clínicas) foram revisadas retrospectivamente. A H L era diagnosticada quando se visualizava sangue nos lobos cerebrais pela TC. Os casos de H L devido a t rauma cerebral, tumor cerebral primário ou metastático, sintomáticos) antes do início da hemorragia, foram excluídos do estudo, bem como os casos com infarto hemorrágico, história típica de ro tura de aneurisma, diagnóstico prévio de MAV e hemorragia secundária ao uso de anticoagulantes.
O diagnóstico de HAS era considerado quando havia história prévia ou se a pressão arterial sistólica era maior que 140 mm Hg, a diastólica maior que 90 mm Hg, ou ambas. 0 alcoolismo era valorizado quando o paciente consumia mais que 80 g de álcool por dia. A evolução clínica era graduada segundo a capacidade de execução (inexistente, leve, moderado ou intenso envolvimento 3) e valorizando a recuperação dos sinais neurológicos focais. Pa ra a análise estatística, o nível de consciência no ato da internação era estabelecido em duas categorias (normal e al terado), como também a evolução era classificada em boa (inexistente ou leve envolvimento) e m á (moderado ou intenso envolvimento).
A TC foi realizada em todos os pacientes (Siemens DR2, com matr ix 256X256). O máximo diâmetro da hemorragia era medido ppr secção axial do TC. O tamanho era classificado em pequeno (menor que 2 cm), médio (entre 2 e 4 cm) e grande (maior que 4 cm).
A análise estatíst ica foi realizada utilizando-se o tes te de Fisher. Os valores de p menores que 0,06 foram considerados estatisticamente significativos.
RESULTADOS
No período desta revisão, 1395 pacientes foram admitidos em nosso departamento com doença cerebrovascular, dos quais 264 (19%) apresentavam HIC. Utilizando os critérios de seleção descritos, 58 (4,1%) pacientes t inham HL, representando 22% de todas as HIC.
Oa antecedentes reconhecidos foram: HAfít em 30 pacientes (51,7%); tabagismo em 29 (50%); alcoolismo em 13 (22,4%); diabetes melli tus em 7 (12%); hipercolesterolemia em 7 (12%); doença pulmonar crônica em 6 (10,3%) e HIC em 2 (3,4%).
A média de idade de nossosi pacientes era 66 anos, pertencendo metade deles ao sexo masculino. A média de idade por etiologia era : HAS 70 anos (44 a 85), MAV 37 (23 a 70), tumor 61 (59 a 63), AAC 65 e discrasia sanguínea 45. En t re os pacientes nos quais a etiologia não foi determinada, a média de idade era 68 anos (33 a 86).
O início foi súbito em 47 pacientes (81%) e insidioso em 11 (18,9%). Cefaléia estava presente em 33 pacientes (56,8%) e vômitos em 7 (12%). Não havia diferença estatisticamente significativa ent re a ocorrência de cefaléia e o tamanho da HL. Observou-se convulsão em 7 pacientes (12%), sendo parcial em 5 e generalizada em 2; dentre os 7, a s H L localizavam-se no lobo parietal em 3, no lobo frontal em 2 e no occipital em 1; seus tamanhos variavam entre 1 e 4 cm.
No momento da admissão, 45 pacientes estavam alertas, 10 sonolentos, 2 torporosos e 1 em coma. Hemi paresia estava presente em 38 pacientes (65,5»%), hemianopsia em 30 (51,7%), déficit sensitivo em 18 (31%), afasia de Wernicke em 11 (18,9%) e afasia global em 9 (15,5%). A hemorragia t inha predileção pelo lobo parietal (Tabela 1) e afetava o hemisfério esquerdo em 32 pacientes.
Tabela 1. Hemorragia lobar : dis- Tabela 2. Hemorragia lobar: características tribuição topográfica. da TC.
Havia, à internação, hiperglieemia em 17 pacientes, porém apenas 3 eram diabéticos. Não se observou relação estatística entre hiperglicemia e grau de evolução. Sorologia para lues foi realizada em 26 pacientes, com resul tados negativos em todos os casos. As característ icas da TC são apresentadas na Tabela 2 e nas F iguras 1, 2 e 3. Ressonância nuclear magnética foi feita em 10 pacientes e, em 2 casos, mostrou MAV não visualizada por TC. A angiognafia cerebral era realizada quando havia suspeita de tumor ou MAV.
Seis pacientes morre ram: 4 t inham alteração do nível de consciência ao ingresso (p<0,05) e nenhum apresentava hematoma menor que 2 cm.
Tabela 3. Hemorragia lobar (HL»), evolução.
A evolução é apresentada na Tabela 3. Dezesseis pacientes se recuperaram totalmente de seu déficit, 21 parcialmente e 7 não se recuperaram. Estes 7 apresentavam relação com pior nível de consciência ao ingresso e hematoma maior que 4 cm (p<0,06) . Três pacientes apresentaram outro episódio de sangramento: 1 devido a ro tura de MAV, sangrando na mesma localização; os outros 2 pacientes sangraram em múlt iplas localizações.
Em 63 pacientes foi estabelecido t ra tamento médico. Corticositeróides foram administrados somente quando havia al teração do nível de consciência. Cinco pacientes foram operados : em 1 se ressecou u m meningioma; em 2, a s MAV; os 2 outros casos foram operados devido a deterioração de suta condição neurológica depois da admissão.
Os fatores etiológicos foram determinados em 38 pacientes (65,5%) e foram desconhecidos em 20 (34,5%). A H L foi a t r ibuída a HAS em 29 pacientes, a MAV em 5, a neoplasia em 2 (1 meningioma e 1 glioma), a AAC em l e a discrasia sanguínea em 1 (Tabela 4).
Tabela 4. Hemorragia lobar ( H L ) : comparação entre hematomas de etiologia hipertensiva e não determinada.
COMENTÁRIOS
A frequência d e HIC não traumátic a afetand o o s lobo s cerebrai s vari a entr e 9 a 45 % 12,13,18,30. N o present e estudo , a frequênci a fo i d e 22% . Par a algun s autores2.2 1, a maiori a da s HI C s e localiz a n o putamen , seguid o do s lobo s cere -brais e tálamo ; entretanto , outro s considera m o s lobo s cerebrai s com o a topo -grafia mai s frequente 1 2-1 3.
HL sã o observada s habitualment e e m paciente s idosos , excet o quand o devi -das a rotur a d e MAV 3 1. Achad o semelhant e fo i observad o e m noss o estudo . A maiori a do s nosso s paciente s apresentav a iníci o súbito , característic o da s HIC4. A metade dele s er a fumant e e 22 % alcoólatras; ambos , tabagism o e alco -olismo, sã o fatore s d e risc o reconhecido s par a a s doença s cerebrovasculare s Os fumantes apresenta m risco 2 a 3 vezes maio r d e sofre r hemorragi a o u infart o cerebral qu e o s nã o fumante s 7.
Existem controvérsia s sobr e a s diferença s clínica s entr e H L e outro s tipo s de HIC . Algun s autore s observa m maio r percentage m d e cefaléia , convulsã o e afasia, be m com o meno r ocorrênci a d e coma , e m H L e m relaçã o a outra s locali -zações 10,17,24,25,31,32. E m u m estudo , soment e a afasi a er a significativament e mai s frequente no s HL 1 8 . Cefaléi a e vômit o sã o mai s comun s e m paciente s co m HI C que e m doenç a vascula r isquémica 14»21. Roppe r e Davis 2 4 estabelecera m relaçã o entre a localizaçã o da s cefaléia s e a topografi a d o HL . E m noss o estud o nã o observamos consistent e relaçã o entr e característica s d a cefaléi a e localizaçã o d o HL; achad o simila r fo i verificad o po r Gorelic k e col. 1 4. A convulsã o fo i sintom a inicial e m 17 % dos paciente s co m HI C estudado s po r Berge r e col. 5. A presença de convulsã o entr e o s paciente s co m H L vari a d e 0 a 28 % 17,24,25,31. A s convul -sões sã o mai s frequente s e m paciente s co m hematoma s pequeno s e localizado s em lobo s parieta l e temporal 101'32. E m noss a revisão , 12 % do s paciente s apre -sentaram convulsã o n o início , send o a hemorragia predominant e n o lob o parietal . Nenhum desse s paciente s tinh a hemorragia s maiore s qu e 4 cm. Nã o observamo s diferenças significativa s entr e a s característica s clínica s do s H L hipertenso s e dos se m etiologi a determinad a (Tabel a 4) , com o demonstrav a outr o estud o 31.
Os déficit s focai s do s paciente s co m H L reflete m a áre a cerebra l envol -vida1 1 . O s sinai s mai s comun s qu e observamo s fora m hemiparesia , défici t cam -pimétrico e sensitivo . Muito s hematoma s afetava m mai s d e u m lob o (3 0 do s 5 8 casos), provocand o consequent e associaçã o d e vária s síndrome s clínica s e m u m mesmo paciente . Identificamo s correlaçã o entr e alteraçã o do níve l d e cons -ciência e hematoma s qu e afetava m mai s d e u m lobo . A baix a frequênci a d e coma é atribuíd a a localizaçã o periféric a do s HL 2 4 .
Ainda qu e haj a discrepânci a entr e o s autores , a s H L parece m te r melho r prognóstico qu e a s outra s forma s d e HI C i 3 , i7,22,25. Considera-s e qu e a presenç a de alteraçã o d o níve l d e consciência , hematoma s grande s e invasã o ventricula r são fatore s qu e piora m o prognóstic o na s HIC 2 2 . 2 8 . E m noss a casuística , a alteração d a consciênci a a o ingress o e o tamanh o d o hematom a fora m o s fatore s que s e correlacionava m a o pio r prognóstico .
Os fatore s etiológico s sã o identificado s na s H L entr e 1 9 a 36 % do s caso s estudados 17,24,25,31. E m estud o qu e analisav a HI C entr e paciente s co m 1 5 a 4 5 anos d e idade , a etiologi a fo i estabelecid a e m 61,6 % do s casos , sobretud o naque -les e m qu e a hemorragi a afetav a o s lobo s cerebrai s 2&. A HA S é u m do s prin -cipais fatore s d e risc o d a HIC 6»7. O s microaneurisma s arteriolares , secundário s a HAS , estão també m presente s no s vaso s subcorticai s e a rotur a deste s é caus a de H L e m 2 9 a 48 % 13,17,18,24,26.
A AA C constitu i 5 a 10 % das causa s d e HI C 9 > 2 9 . O s vaso s corticais , subs -tância branc a e leptomeninge s sã o sempr e afetado s e , po r isso , a s hemorragia s ocorrem preferentement e nessa s localizações 15. O diagnóstic o definitiv o d a AA C se basei a n a presenç a d e depósit o d e amilóid e n a pared e da s pequena s e média s artérias cerebrais . Est a enfermidad e pod e se r suspeitad a e m paciente s idoso s que apresenta m hemorragia s múltipla s o u recorrentes , localizada s no s lobo s cere -brais associada s a demênci a 9,15,291 o prognóstic o é mai s reservad o 2 9. E m noss o estudo, diagnosticamo s u m cas o d e AA C por anatomopatologia . Tratava-s e d e u m homem se m hipertensã o arterial , co m históri a d e múltiplas hemorragia s cerebrai s (duas e m regiã o têmporo-occipita l direita ; duas , têmporc-occipita l esquerda ; uma , frontal) (Hg . 4) .
A etiologia da s H L é desconhecid a e m 2 7 a 38 % dos caso s 17,30. Rotur a d e malformações vasculare s críptica s 17,25,31 e AA C são , provavelmente , a s principai s responsáveis nest e grup o d e causa s nã o identificadas . Segund o CaplanS , existe m outros fatores implicado s n a patogeni a d a HIC : aument o agud o d o flux o cerebra l (aumento súbit o d a pressã o arteria l induzid a po r frio , po r droga s simpaticomi -méticas, pel a estimulaçã o d o nerv o trigêmeo , po r suspensã o brusc a d e anti-hiper -tensivos), reperfusã o apó s correçã o d e estenos e carotíde a sever a e reperfusã o d e tecidos isquémicos .
O tratament o d a H L é controvertido 19. A administraçã o sistemátic a d e corticóides, par a control e d a hipertensã o intracraniana , nã o é recomendada . E m estudo randomizad o dupl o ceg o nã o houv e diferenç a n o índic e d e mortalidad e após 21 dias entre o tratament o co m corticóide s o u placebo 23. McKissoc k e col. 20, em estud o ante s do advent o d a TC , concluíra m qu e o tratament o cirúrgic o nã o oferecia vantagen s e m comparaçã o co m o tratamento conservador . Outro s auto -res opinava m d a mesm a form a iß»24. Todavia , o tratament o cirúrgic o tem sid o indicado par a paciente s co m H L d e médi o o u grand e tamanho , e m qu e s e dete -riora o níve l d e consciênci a depoi s d a internação 1 7»2 7»3 1'3 3. O tratament o cirúr -gico també m é considerad o quand o a causa , tumora l o u MAV , é identificada , para preveni r recidiv a d o sangramento 33. Todo s o s nosso s paciente s co m H L pequenos fora m submetido s a tratamento medicamentos o e tivera m bo a evolução .
Em conclusão , e m noss o estud o a faix a etári a d e predileçã o da s H L er a a 6* década , excet o par a paciente s co m MAV . Entr e o s dado s clínicos , a cefaléi a e a convulsão sã o frequentes , send o rar a a ocorrênci a d e coma . O nível d e cons -ciência e o tamanho dos hematomas fora m o s parâmetro s para determinar o prog-nóstico. Cremo s se r necessári o investiga r o pacient e par a identifica r um a caus a tratável d o hematoma . A etiologi a pod e se r suspeitad a baseando-s e n a combi -nação d a faix a etária , antecedente s d e hemorragi a cerebra l n a mesm a localizaçã o ou múltipla s hemorragia s e aspect o d o hematom a n a neuroimagem . Considera -mos qu e a alteraçã o d o níve l d e consciência , depoi s d a internação , constitu i indicação d e tratament o cirúrgico .
Agradecimentos — Ao Dr. E. Guardia (Neurorradiologia), ao Dr. B. Zurita (Neurocirurgia) e ao Dr. G. Mendonza (Neurologia).
REFERÊNCIAS
1. Abbott RD, Yin Y, Reed DM, Yano K. Risk of s troke in male cigarette smokers. N Engl J Med 1986, 315:717-720.
2. Adams HP, Marsh EE. Intraparenchymal hemorrhage. Current Opinion Neurol Neu-¬ rosurg 1989, 2:52-60.
3. Advisory council for the national inst i tute of neurological and communicative disorders and stroke. A classification and outline of cerebrovtascular diseases I I . Stroke 1975, 6: 564-616.
4. Arboix A, Marti-Vilalta J L . Ri tmo nictemeral y patologia vascular cerebral : estudio clínico prospectivo de 206 pacientes. Med Clin (Barc) 1988, 30:358-361.
5. Berger AR, Lipton RB, Lesser ML, Lantos G, Portenoy RK. Early seizures following intracerebral hemorrhage: implications for therapy. Neurology 1988, 38:1363-1365.
6. Brott T, Thalinger K, Her tzberg V. Hypertension as a r isk factor for spontaneous intracerebral hemorrhage. Stroke 1986, 17:1078-1083.
7. Calandre L, Arnal C, Ortega J F , Bermejo F , Felgeroso B, del Ser T, Vallejo A. Risk factors for spontaneous cerebral hematomas: case control study. Stroke 1986, 17:1126-1128.
8. Caplan L. Int racerebral hemorrhage revisited. Neurology 1988, 38:624-627. 9. Cosgrove GR, Leblanc R, Meagher-Villemure K, Ethier R. Cerebral amyloid angiopathy.
Neurology 1985, 35:625-631. 10. Faught E, Pe te r s D, Bartolucci A, Moore L, Miller PC. Seizures after primary intra
cerebral hemorrhage. Neurology 1989, 39:1089-1093. 11. Foulkes MA, Wolf PA, Mohr J P , Hier DB. The stroke data bank: design, methods,
and baseline characteristic. Stroke 1988, 19:547-554. 12. Garcia-Ruiz P J , Martinez NEG, Sola AG. Hemorragia intracerebral espontanea: epi
demiologia, evolución y pronóstico en una série de 73 casos. Rev Clin Esp 1988, 182: 24-29.
13. Gärde A, Böhmer G, Seiden B, Neiman J . 100 cases of spontaneous intracerebral hematoma: diagnosis, t rea tment and prognosis. Eur Neurol 1983, 22:161-172.
14. Gorelick PB, Hier DB, Caplan LR, Langenberg P . Headache in acute cerebrovascular disease. Neurology 1966, 36:1445-1450.
35 Ishii N, Nisshihara Y, Horic A. Amyloid angiopathy and lobar cerebral hemorrhage. J Neurol Neurosurg Psychia t ry 1984, 47:1203-1210.
16. Juvela S, Heikanen O, Poranen A, Altonen S, K u r r n e t T, K a s t e M, Troupp H. The t reatment of spontaneous intracerebral hemorrhage: a prospective randomized tr ial of surgical and conservative t reatment . J Neurosurg 1989, 70:755-758.
17. Kase CS, Williams J P , Wya t t DA, Mohr J P . Lobar intracerebral hematomas: clinical and CT analysis of 22 cases. Neurology 1982, 32:1146-1150.
18. Lipton RB, Berger AR, Lesser ML, Lantos G, Por tenoy RK. Lobar VS thalamic and basal ganglion hemorrhage: clinical and radiographic features. J Neurol 1987, 234:86-90.
19 Masdeu JC, Rubino FA. Management of lobar intracerebral hemorrhage: medical or surgical. Neurology 1984, 34:381-383.
20 McKissock W, Richardson A, Taylor J . P r imary intracerebral hemorrhage: a controlled tr ial of surgical and conservative t rea tment en 180 unselected cases. Lancet 1961, 2:221-226.
21. Mohr J P , Caplan LR, Melski J W , Goldstein R J , Duncan GW, Pess in S, Bleich HL. The Harvard cooperative stroke reg is t ry : a prospective regis t ry. Neurology 1978, 28:754-762.
22. Portenoy RK, Linpton RB, Berger AR, Lesser ML, Lantos G. Intracerebral hemorrhage: a model for the prediction of outcome. J Neurol Neurosurg Psychia t ry 1987, 50:976-979.
23. Poungvarin N, Bhoopat W, Viriyavejakul A. Effects of dexamethasone in pr imary su-¬ pratentorial intracerebral hemorrhage. N Engl J Med 1987, 316:1229-1233.
24. Ropper AH, Davis KR. Lobar cerebral hemorrhages : acute clinical syndromes in 26 cases. Ann Neurol 1980, 8:141-147.
25 Tanaka Y, Furuse M, Iwasa H, Masuzawa T, Saito K, Sato F , Mizuno Y. Lobar intracerebral hemorrhage: etiology and a long-term follow-up s tudy of 32 patients. Stroke 1986, 17:51-57.
26 Toffol CJ, Biller J , Adams H P . Non t raumatic intracerebral hemorrhage in young adults. Arch Neurol 1987, 44:483-485.
27. Tsementzis SA. Surgical management of intracerebral hematomas. Neurosurgery 1985, 16:562-572.
28. Tuhrim S, Dambrosia JM, Price TR, Mohr J P , Wolf PA, Heyman A, Kase CS. Prediction of intracranial hemorrhage survival. Ann Neurol 1988, 24:258-263.
29. Vinters HV. Cerebral amyloid angiopathy: a critical review. Stroke 1987, 18:311-324. 30. Weisberg LA. Computerized tomographic in intracerebral hemorrhage. Arch Neurol
1979, 36:422-426, 31. Weisberg LA. Subcortical lobar intracerebral hemorrhage clinical-computed tomogra
phic correlations.. J Neurol Neurosurg Psychia t ry 1985, 48:1078-1084. 32. Weisberg LA, Shamsnia M, Elliot D. Seizures caused by nontraumatic parenchymal
brain hemorrhages. Neurology 1991, 41:1197-1199. 33. Weisberg LA, Stazio A, Shamsnia M, Elliot D. Non t raumat ic parenchymal brain he
morrhages. Medicine 1990, 69:277-295.