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ISBN 978-85-89943-23-9

ENSINO COLABORATIVO: UM DESENHO CONTEMPORÃNEO PARA A ATUAÇÃO DOCENTE

Hellen Oliveira Louback (FAETEC)

Cristina Angélica Aquino de Carvalho Mascaro (UERJ/FAETEC)

Vanessa Cabral da Silva Pinheiro (FAETEC)

[email protected]

RESUMO

O presente artigo se refere a uma pesquisa, que tem como locus uma escola de Ensino Fundamental do Estado do Rio de Janeiro, com objetivo de favorecer o processo de ensino e aprendizagem dos alunos público alvo da Educação Especial. Trata-se de uma investigação relacionada à implementação do Ensino Colaborativo, como suporte para a inclusão escolar. Os dados demonstraram os benefícios que o Ensino Colaborativo tem proporcionado à toda comunidade escolar através da verificação de evolução na aprendizagem dos alunos, assim como em sua socialização, autonomia e independência na escola, e do crescente engajamento da comunidade escolar em todo processo inclusivo. Deste modo, a proposta do Ensino Colaborativo apresenta-se como uma alternativa para determinados alunos, no sentido de favorecer sua inclusão escolar com ganhos acadêmicos e sociais, além de ser um disseminador da cultura inclusiva entre docentes e demais atores da escola.

Palavras-chave: Ensino Colaborativo; Atendimento Educacional Especializado; Inclusão.

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INTRODUÇÃO Conforme preconizam os documentos oficiais referentes à política de educação

inclusiva, as escolas necessitam de se readaptar para que ofereçam escolaridade aos alunos

que apresentam necessidades educacionais especiais. De acordo com as proposições da

Política de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva (BRASIL, 2008a) para

implementação da escola inclusiva, todos os alunos com deficiência devem estar matriculados

em turmas comuns, recebendo uma complementação pedagógica por meio do atendimento de

um professor especialista, em uma sala de recursos, no turno inverso à sua escolarização. Mas

entendemos que, além desse suporte, são necessárias outras ações efetivas com esse alunado

para que a inclusão de fato aconteça.

O presente artigo se refere à reestruturação de uma escola de Ensino Fundamental do

Estado do Rio de Janeiro com objetivo de favorecer o processo de ensino e aprendizagem dos

alunos público-alvo da Educação Especial. As ações institucionais para alcançar este objetivo

estão sendo implementadas pelo viés da pesquisa com abordagem qualitativa, que segundo

Chizzotti (2006) se apresenta como vantajosa por permitir a adoção de “multimétodos de

investigação para um estudo de um fenômeno situado no local que ele ocorre, e, enfim,

procurando tanto encontrar o sentido desse fenômeno, quanto interpretar os significados que

as pessoas dão a ele” (p.28).

O processo de inclusão é parte inerente da natureza humana, pois uma vez constituídos

grupos, surgem conflitos entre os indivíduos e a tendência são os “próximos/iguais” se

integrarem. No paradigma da inclusão escolar a proposta é que todos os alunos, independente

de suas “condições e/ou diferenças”, devam aprender juntos, pois a escola deve ser a mesma

para todos.

De acordo com Beyer (2010), dentro do princípio inclusivo necessitamos reinventar

essa escola que não seja excludente e não reproduza processos de exclusão social. O autor

alerta que há um discurso diluído e confuso sobre inclusão escolar ao se tratar da questão de

atender a todos os alunos nas suas diferenciadas características, denunciando posturas

ingênuas e reducionistas, ao se afirmar que uma escola para todos não deve fazer distinção

ente alunos.

Apresentamos então uma proposta de ação no cotidiano escolar relacionada à garantia

do direito de efetiva escolarização, com aprendizagem acadêmica e inserção social de

estudantes com deficiência ou outra condição atípica que necessitem de diferenciação no

ensino, como pontua a Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência (ONU,

2006) que foi ratificada por meio de Decretos 186 (BRASIL, 2008b) e 6949 (BRASIL, 2009),

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com status de Emenda Constitucional que, ao tratar do direito à educação de pessoas com

deficiência, determina em seu artigo 24:

Para realização deste direito, os Estados Partes assegurarão que: [...] d. As pessoas com deficiência recebam o apoio necessário, no âmbito do sistema educacional geral, com vistas a facilitar sua efetiva educação; e. Medidas de apoio individualizadas e efetivas sejam adotadas em ambientes que maximizem o desenvolvimento acadêmico e social, de acordo com a inclusão plena (BRASIL, 2009).

Também consideramos na implementação de uma política pública de educação

inclusiva, o Decreto nº 7.611, publicado em 2011, que dispõe sobre o apoio da União aos

sistemas de ensino para ampliar o AEE onde o art.2º preconiza que

A Educação Especial deve garantir os serviços de apoio especializados voltados a eliminar as barreiras que possam obstruir o processo de escolarização de estudantes com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação (BRASIL, 2011).

Destacamos ainda a Lei nº 13.146 (BRASIL, 2015) – Lei Brasileira de Inclusão

(Estatuto da Pessoa com Deficiência), que dentre outras providências, assegura:

Art. 27. A educação como direito da pessoa com deficiência, em um sistema educacional inclusivo em todos os níveis e aprendizado ao longo de toda a vida, de forma a alcançar o máximo desenvolvimento possível de seus talentos e habilidades físicas, sensoriais, intelectuais e sociais, segundo suas características, interesses e necessidades de aprendizagem.

Com base no exposto, discorremos sobre o desenvolvimento de uma rede de apoio

para favorecer a inclusão escolar de alunos com deficiência ou outra condição atípica, que

ocasione uma atenção especial na construção de conhecimentos acadêmicos. As ações

ocorrem na Fundação de Apoio à Escola Técnica – FAETEC que é responsável pela

Educação Profissional em todos os níveis e modalidades, no Estado do Rio de Janeiro que

possui na sua administração setorial, um setor responsável pela Educação Especial e Inclusão

na rede, denominado Divisão de Diversidade e Inclusão Educacional – DIVIN. Neste setor

atuam professores especialistas no sentido de dar apoio aos docentes e aos alunos em todas as

questões sobre a temática.

Com o intuito de estar em consonância com a política educacional brasileira que

preconiza que todos os alunos têm o direito de aprender juntos na mesma escola, a Divisão de

Inclusão em parceria com a escola de Ensino Fundamental da FAETEC, iniciou em 2013 um

projeto de ampliação do Atendimento Educacional Especializado - AEE para melhor atender

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aos alunos oriundos da escola especial da rede no sentido de fortalecer práticas inclusivas no

seu cotidiano.

O Núcleo de Estudos e Assessoria Pedagógica à Inclusão – NEAPI, setor integrante da

DIVIN, em parceria com a escola de ensino fundamental e a escola especial da rede, iniciaram

a implantação do Ensino Colaborativo, através da Bidocência e da Mediação Escolar, como

um projeto de responsabilidade profissional e acadêmica de pensar a inclusão escolar, não

apenas como um processo de inserção, mas como uma garantia de aprendizagem dos alunos

com deficiência em situações de práticas escolares.

Para tornar esse objetivo possível, foi proposta a ação de um novo agente no âmbito da

escola comum, o professor de Educação Especial, mas como uma função diferenciada dos que

já atuavam na escola atendendo os alunos na Sala de Recursos no contra turno escolar, esse

professor atuaria nas salas de aulas comum em parceria com o docente do ensino comum. Foi

a proposta do projeto do Ensino Colaborativo que pode ser corroborado com uma proposta no

cotidiano escola visto que a Lei 13.146 (BRASIL, 2015), a conhecida Lei Brasileira de

Inclusão, em seu artigo 28 preconiza:

V- adoção de medidas individualizadas e coletivas em ambientes que maximizem o desenvolvimento acadêmico e social dos estudantes com deficiência, favorecendo o acesso, a permanência, a participação e a aprendizagem em instituições de ensino; VII- planejamento de estudo de caso, de elaboração de plano de atendimento educacional especializado, de organização de recursos e serviços de acessibilidade e de disponibilização e usabilidade pedagógica de recursos de tecnologia assistiva; IX- formação e disponibilização de professores para o atendimento educacional especializado, de tradutores e intérpretes da Libras, de guias intérpretes e de profissionais de apoio; (BRASIL, 2015).

O ensino colaborativo é uma estratégia didática inclusiva em que o professor do

ensino comum e o professor especialista em Educação Especial planejam de forma

colaborativa, procedimentos de ensino para ajudar no atendimento a estudantes com

deficiência, em classes comuns, mediante um ajuste por parte dos professores. Nesse modelo,

dois ou mais professores possuindo habilidades de trabalho distintas, juntam-se de forma

coativa e coordenada, ou seja, em um trabalho sistematizado, com funções previamente

definidas para ensinar grupos heterogêneos, tanto em questões acadêmicas quanto em

questões comportamentais em cenários inclusivos (UNESP, 2008).

Dentre as formas de atuação na perspectiva do ensino colaborativo, caracterizamos a

proposta da bidocência que consiste em uma parceria entre os professores do ensino comum

e os professores de Educação Especial que dividem a responsabilidade de planejar, instruir e

avaliar os procedimentos de ensino a um grupo heterogêneo de estudantes. Ambos possuem a

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responsabilidade pelo processo ensino aprendizagem de todos os alunos, ao planejarem o

ensino de um conteúdo determinado, precisam pensar na estratégia eficaz que atenderá as

especificidades da turma.

Dentre o desenho que o ensino colaborativo pode propor também há a proposta da

mediação que é um atendimento educacional especializado composto por um professor com

formação em Educação Especial exercendo a função de mediador, sendo um intermediário

entre o aluno e as situações vivenciadas onde, este, depare-se com dificuldade de

interpretação e ação, atuando como canal nas questões sociais, comportamentais, de

comunicação e linguagem, nas atividades pedagógicas da escola e nas questões acadêmicas

(MOUSINHO ET AL, 2010). A função do mediador é dar suporte pedagógico às atividades

do cotidiano escolar, mas sem com isso substituir o papel do professor regente. Portanto, é

caracterizado como suporte pedagógico e não efetivo exercício da docência.

CAMINHO METODOLÓGICO DA IMPLANTAÇÃO DO ENSINO

COLABORATIVO NA ESCOLA

A implantação no desenho do ensino colaborativo aconteceu pelo viés de uma

pesquisa qualitativa, entre as metodologias que podem ser caracterizadas como qualitativas,

destacamos a pesquisa-ação, a qual é definida por Thiollent (2011) como:

[...] um tipo de pesquisa social com base empírica que é concebida e realizada em estreita associação com uma ação ou com a resolução de um problema coletivo e no qual os pesquisadores e os participantes representativos da situação ou do problema estão envolvidos de modo cooperativo ou participativo (p.20).

O pressuposto da pesquisa-ação, segundo Pimenta (2006), é que os participantes

tenham objetivos e metas comuns, com foco em um problema no qual atuam desempenhando

diferentes papéis. Sendo assim, nossas ações foram respaldadas nos princípios desta

metodologia, onde diretores, equipe pedagógica, professores e especialista em Educação

Especial compartilharam um objetivo único, a saber: tornar a escola acessível para receber os

alunos com deficiência intelectual da escola especial nas turmas de Ensino Fundamental.

Sendo assim a pesquisa iniciou em 2013 tendo como cenário a escola de Ensino

Fundamental, os participantes focais desse primeiro ano foram cinco alunos com deficiência

intelectual oriundos da escola especial, sendo quatro matriculados no primeiro ano e um no

sexto ano.

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O critério para a escolha das duas modalidades de Ensino Colaborativo foi associada à

demanda do segmento escolar ao qual os alunos estariam inseridos. A rotina do primeiro

segmento permitia um acompanhamento contínuo do docente, especialista em parceria com o

docente da turma, favorecendo o trabalho no viés da bidocência. Já a mediação enquadrava-se

melhor à rotina do segundo segmento que é mais complexa por envolver o trabalho

pedagógico com diferentes docentes na mesma turma.

O DESENVOLVIMENTO DO ESTUDO

O acompanhamento do projeto se deu por reuniões sistemáticas com os participantes

envolvidos. Questões positivas e negativas na implementação da proposta eram pensadas em

grupo e decididas no coletivo. Na bidocência, além da saída de dois alunos transferidos para

outra rede regular de ensino, foi evidenciada grande dificuldade na divisão dos papeis entre os

docentes envolvidos, sendo necessário o diálogo sobre a gestão compartilhada de uma turma.

No caso da mediação, a falta de acesso do especialista ao planejamento do professor regente,

dificultava a elaboração das adequações pedagógicas.

Em 2014, ingressaram na escola mais dois alunos no sexto ano e um aluno no primeiro

ano, todos oriundos da Escola Especial, totalizando seis alunos contemplados pelo projeto. No

decorrer desses dois anos, além do acompanhamento por meio de relatórios e diários de

campo, fez-se necessário também a realização de reuniões quinzenais com as professoras

especialistas a fim de refletir, discutir e propor novas estratégias de atuação, assim como

realizar centros de estudos com assuntos pertinentes à prática pedagógica, tais como:

avaliação, políticas públicas e deficiência intelectual.

Outra ação implementada foi a realização de encontros mensais com os pais dos

alunos envolvidos no projeto, com discussão e reflexão de textos, vídeos e dinâmicas sobre

inclusão a fim de estimular a parceria entre família e escola. Diferentemente dos anos

anteriores, em 2015 foram matriculados três alunos, um com atraso no desenvolvimento no

quinto ano, um com deficiência intelectual no sexto ano e um com deficiência visual também

no sexto ano, que anteriormente realizava o AEE na Sala de Recursos no contraturno.

Nas reuniões de equipe para discussão do trabalho desenvolvido, verificou-se a

necessidade de formular estratégias e ferramentas que viabilizassem uma avaliação mais

concreta dos benefícios dos projetos apresentados, assim como ações para aperfeiçoar a

implementação do projeto.

Visando atingir esses objetivos, foi apresentado às professoras participantes do

projeto, o Plano Educacional Individualizado - PEI, que possibilita a sistematização da

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avaliação das habilidades do aluno, norteia a escolha dos objetivos a serem trabalhados e

fundamenta os recursos, métodos, estratégias e avaliação utilizados. Dessa forma, permite

elencar as possibilidades e as necessidades dos alunos de maneira mais fidedigna,

contribuindo para o desenvolvimento escolar do aluno.

Atualmente, com o objetivo de proporcionar maior autonomia ao projeto, este passou a

integrar as atividades regulares da escola, sendo acompanhado e assessorado pela equipe

técnico pedagógica da escola e Diretoria pertinente ao segmento educacional, com consultoria

da Divisão de Diversidade e Inclusão Educacional. O quadro 1 representa o cenário atual de

alunos atendidos pelo ensino colaborativo na unidade escolar:

Quadro 1: Quantitativo de alunos por ano de escolaridade

ANO QUANTITATIVO Modalidade do E. C. 3º ano 1 Bidocência 4º ano 2 Bidocência 6º ano 1 Mediação 7º ano 4 Mediação 8º ano 1 Mediação

Fonte: dados da pesquisa

Considerando a implementação do PEI no ano anterior, percebeu-se a necessidade de

realizar formações especificas sobre o tema para a aplicação prática do instrumento no sentido

de favorecer o processo de ensino e aprendizagem dos alunos, assim como a avaliação dos

mesmos.

CONSIDERAÇÕES

Diante do exposto, fica evidente que a plena Inclusão Escolar é um direito garantido

por lei, devendo ser respeitado. As discussões em reuniões e as análises dos instrumentos de

registros utilizados no projeto até 2015 demonstraram os benefícios que os projetos de Ensino

Colaborativo têm proporcionado a toda comunidade escolar através da verificação de

evolução na aprendizagem dos alunos, assim como em sua socialização, autonomia e

independência na escola e do crescente engajamento da comunidade escolar em todo processo

inclusivo. Além disso, destacam-se a confiança e a parceria conquistadas com as famílias dos

alunos que foram essenciais ao fortalecimento e crescimento do projeto.

Apesar dos documentos legais orientarem que o AEE seja realizado prioritariamente

nas Salas de Recursos Multifuncionais, os três anos de pesquisa demonstraram que um

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modelo único de AEE nem sempre atende às especificidades do público alvo da Educação

Especial.

Devemos entender que a Educação Especial, nos dias atuais, é uma modalidade que perpassa todos os níveis de ensino e tem como uma de suas atribuições dar suporte para efetivação dos pressupostos da Educação Inclusiva. Mas cabe ressaltar que não é possível implantar a inclusão escolar em nossas escolas apenas com base em direitos legais. Para Pletsch (2010), essa é uma questão na qual há que se considerar as múltiplas dimensões vivenciadas por alunos com deficiência ou outras necessidades educacionais especiais. Existe, portanto, necessidade de o campo investigativo da Educação Especial avaliar a forma relacional em que a legislação é aplicada no cotidiano escolar. Tais ações poderiam dar subsídios para efetivação da Educação Inclusiva (MASCARO, 2016 p. 30)

Sendo assim, a proposta do ensino colaborativo apresenta-se como uma alternativa

para determinados alunos no sentido de favorecer sua inclusão escolar com ganhos

acadêmicos e sociais, além de ser um disseminador da cultura inclusiva entre docentes e

demais atores da escola.

REFERÊNCIAS BEYER, H. O. Inclusão e Avaliação na Escola: de alunos com necessidades educacionais especiais. 3ª ed. Porto Alegre: Mediação, 2010. BRASIL. Lei Nº 13.146, de 6 de julho de 2015. Disponível em: http://www.senadorpaim.com.br/uploads/downloads/arquivos/daed457c4a7524302b56e700fa609419.pdf. Acessado em: 26/01/16 ______. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Especial. Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva. Inclusão: Revista da Educação Especial, Brasília, v. 4, n. 1, jan./jun. 2008a. ______. Decreto Legislativo nº 186, de 9 julho de 2008b. Aprova o texto da Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência e de seu Protocolo Facultativo, assinados em Nova Iorque, em 30 de março de 2007. Diário Oficial da União, Brasília, 10 jul. 2008c. Seção 1, Edição 131, p. 1. Disponível em: http://www2.senado.gov.br/bdsf/item/id/99423 . Acessado em: 26/01/16. ______.Decreto nº 6.949 de 26 de agosto de 2009. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2009/ decreto/d6949.htm. Acesso em: 26/02/2016 ______. Decreto nº 7.611, de 17 de novembro de 2011. Dispõe sobre a educação especial, o atendimento educacional especializado e dá outras providências. Casa Civil; Subchefia para Assuntos Jurídicos, Brasília, DF, nov., 2011a. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Decreto/D7611.htm. Acessado em: 26/01/16. CHIZZOTTI, A. Pesquisa qualitativa em ciências humanas e sociais. Rio de Janeiro: Vozes, 2006.

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MOUSINHO, R. et al . Mediação escolar e inclusão: revisão, dicas e reflexões. Rev. psicopedag., São Paulo , v. 27, n. 82, p. 92-108, 2010 . Disponível em <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S01034862010000100010&lng=pt&nrm=iso>. Acessado em 11 fev. 2016. MASCARO, C. A. A. C. Inclusão e Profissionalização do aluno com deficiência intelectual. Curitiba: APPRIS, 2016. PIMENTA, S. G.. Pesquisa-ação crítico colaborativa: Construindo seu significado a partir de experiências na formação e atuação docente. In: PIMENTA, S. G., GHEDIN, E.; FRANCO, M.A.S.. Pesquisa em educação: Alternativas com objetos complexos. São Paulo: Edições Loyola, 2006. THIOLLENT, M. Metodologia da Pesquisa-Ação. 18. ed. São Paulo: Cortez, 2011. UNESP. Práticas em Educação Especial e Inclusiva – Práticas educativas: Ensino Colaborativo. Bauru: MEC/FC/SEE, 2008.