helenismo e do império romano

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    A FILOSOFIA DO HELENISMO E DO IMPRIO ROMANO

    ) Helenismo. Na poca helenstica, consuma-se um processo histricoespiritual, cujo resultado ainda importante para a nossa modernaconcepo da Filosofa: a evoluo da Filosofa no sentido de uma cinciaespecial No perodo pr-socr!tico, o flso"o era tudo: cientista, mdico,tcnico, poltico e s!#io $ $cademia e o %erpato a#ran&em, comoor&ani'a(es cientfcas, a totalidade do sa#er )as j! no anti&o %erpatovemos *ue as cincias particulares a#sorviam a atividade total de todo umhomem, e lhe davam a sua fsionomia espiritual, em#ora ele aindafloso"asse no sentido da anti&a sa#edoria No perodo helenstico ascincias particulares se desmem#ram em disciplinas independentesNascem centros prprios de investi&ao, onde essas cincias socultivadas ex professo: $le+andria, $ntio*uia, %r&amo, odes )as aFilosofa se pronuncia apenas so#re as &randes *uest(es *ue %lato e$ristteles tinham indicado como propriamente flosfcas: a l&ica, a ticae a meta"sica +atamente por isso essas *uest(es so apro"undadas e setrans"ormam em mundividncias .cupa-se a Filosofa com o homem comotal e, nesses tempos to incertos, revoltos pelas &uerras de $le+andre e dos/iadocos, #usca ela a salvao e a "elicidade no homem interior, o *ue j!no podem proporcionar as rela(es e+ternas, a sonharem sempre novas&rande'as, para criarem, apenas, em lu&ar delas, runas so#re runas %orisso prepondera nessa poca o papel da tica la deve, ao mesmo tempo,e+ercer a "uno outrora desempenhada pelo mito reli&ioso ste se dissipacada ve' mais, sendo su#stitudo pelo pensamento racional . estoicismo eo empirismo despertam novas preocupa(es ps*uicas e atuam so#recrculos mais vastos, muito mais do *ue o puderam a $cademia e o

    %erpato $s 0mundividncias0, uma ve' constitudas, "uncionam comocentros de cristali'ao, "ormando1se nos tempos do helenismo marcantescentros escol!sticos, tpicos desta poca: o %rtico e o 2ardim de picuro3 aolado das j! e+istentes escolas da $cademia e do %erpato

    ) poca imperial romana. 4om o sur&imento dos imperadoresromanos o curso dos tempos se torna ainda mais tormentoso e os homensinteriormente ainda mais in*uietos e an&ustiados che&amos ento a umponto, verdadeira e secularmente crtico, de pro"unda decadncia, *uando,su#itamente, aparece a f&ura de 4risto, anunciando-se como a lu' domundo, a ressurreio e a vida . 4ristianismo, ainda jovem, entra em cenae aos poucos arranca, 5 Filosofa, a direo do homem No imprio romanoainda so#revivem as anti&as escolas flosfcas3 mas j! se es&otam e caemem runa umas depois das outras $*ui e acol!, heroicos es"oros sedesenvolvem, a fm de ainda despertar, para nova vida, o esprito da culturaanti&a, antes de tudo no neoplatonismo )as a evoluo no j! possvelser contida 6uando 2ustiniano, em 789 d4, mandou "echar a $cademia, oltimo reduto da Filosofa anti&a, e proi#iu se continuasse a ensinar Filosofaem $tenas, "oi isso, e+teriormente, um ato de violncia, na realidade,porm, apenas a documentao de uma situao pree+istente

    )as como o caminho do 4ristianismo no era o de um con*uistador, mas,justamente, o da #usca da verdade, no e+tirpou ele, mas a#sorveu a

    Filosofa &re&a ;uas eternas verdades e valores ele os retomou . *ue, emconse*uncia da trans"ormao das circunst

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    mo o podia atuar diretamente e su#sistir, acolheu-se 5 proteo dosprimeiros espritos cristos, e por eles so#reviveu na alma do 4ristianismo,na sua cincia e cultura ra a vida de uma super-"ormao, mas vida nova

    1 O PRTICO

    O HOMEM DO REALISMOOs flsoos do Pr!"o

    = ainda $tenas onde se desenvolve este novo re#ento do pensamentoflosfco3 e de novo o lu&ar de reunio *ue d! o nome a toda a escola: ovistoso prtico decorado por %oli&noto ( >?@A@BCD 4lassifcaremosem os do anti&o, do mdio e do novo %rtico, os seus flso"os

    D .antigo prtico. Fundador da escola, cerca de E a4, Geno de4tio, em 4hipre Fora discpulo do cnico 4rates, do me&!rico stilpon e doacadmico Hencrates )as o cinismo "oi o *ue so#retudo nele inIuiu, e isto

    ser! tpico para todo o %rtico em &eral astreamos a inIuncia cnica nasua meta"sica e na sua tica Geno era muito estimado por causa do seucar!ter %rivou-se voluntariamente da vida em 8J8 a4 ;eu sucessor "oi4leantes de $ssos, homem i&ualmente de rara so#riedade, "ora devontade, ri&e'a de costumes e reli&iosidade /ele possumos o primeiro doshinos a 2piter, to caracterstico do %rtico, e de pro"undo sentimentoreli&ioso )orreu em 8EE a4, em virtude de um prolon&ado jejum /entre osseus inmeros discpulas se conta $rato de ;olos, na 4iclia = tam#m oautor de um hino a Geus, *ue ; %aulo cita com as palavras se&uintes K$t,LM,8D: 0 assim *ue, como disse um dos vossos poetas, ns somos daestirpe dos deuses0O . mais cle#re dos homens do anti&o %rtico 4risipo

    de ;olos K" ca 8 a4D 4onsiderado o se&undo "undador do %rtico, "oipro"essor de muito sucesso e escreveu muito

    ) Prtico mdio. . %rtico mdio coincide com o 2. e o LP sc a4;eus dois representantes so %ancio e %osidQnio %ancio KLL a4D diri&ea escola em $tenas desde L89 Riveu lon&o tempo em oma, "re*Sentandoa o crculo de ;cipio, o $"ricano )enor, e de seu ami&o Tlio e do ;umo;acerdote )cio ;cevola /esde ento a Filosofa, em oma, t! entre ase+i&ncias da #oa educaro . %rtico levou a Filosofa a sentir-se em omacomo na p!tria ra a "orma da Filosofa como 6ue talhada para otemperamento romano 4cero pQde lar&amente utili'ar os escritos de

    %ancio so#re a atividade e o cio, a tran*Silidade da-alma e a %rovidncia3mas, so#retudo, o seu tratado so#re os deveres Kno De ociis). %osidQnio de$pamia K" 7L a4D viveu era odes, onde 4cero o ouviu e %ompeu ovisitou = depois de /emcrtto e $ristteles, o ltimo pol&ra"o da UrciaUrande "oi a sua inIuncia so#re os seus contempor

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    as NaturalesQuaestiones (Questes naturais)! os tratados so#rea "le#$neia! os %enef&cios e a 'ra! #em como os 8 livros de p&stolasorais! onde apresenta uma ima&em pessimista dos costumes e vcios doseu tempo $lm dele, ptcteto, escravo, natural de Vier!pole, *ue viveuem oma como li#erta K" LE pUD e escreveu o cle#re 0Tivrinho de )oral0

    Kredi&ido pelo seu discpulo Fl!vio $rrianoD , )arco $urlio, o 0Filso"o notrono imperial0 K" X9. p4D, de *uem temos as i&ualmente cle#res0eIe+(es0, a"orismos e apontamentos de di!rio, em parte escritos emcampanha, *ue tanto honram os seus elevados e no#res sentimentos, comoso tpicos do %rtico em &eral

    $!%l!o&r'f' ( Fo(s

    *oannes a+ ,rni#! -toicoru# ete## frag#enta (/01 ss.). N.3esta! ' fra##enti 4egli -toici antic5i (%ari! /02). ,rati 65ae no#ena.4ition criti7ue! aec tra4uction! intro4uction et notes! par *. artin (6aris!/081). -eneca na %i+l. 9eu+neriana. 4a "ollection 4es niersit;s 4e 3rance

    (6aris! /02/ s) e na.

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    contm so representa(es, e somente representa(es Nem o intelectopossui *ual*uer contedo imaterial 4erto, ele trans"orma asrepresenta(es, ela#ora-as e as a&rupa3 mas o *ue ele possui, unicamente,so representa(es sensveis

    )A teoria da imagem. $ "uno da representao, e portanto, doconhecimento em &eral, consiste em ela#orar unia ima&em %ressup(e-seuma clara dualidade entre sujeito e o#jeto, e pro"essa-se a opinio de *ue oo#jeto do conhecimento se dei+a copiar na sua realidade corprea, de modoa cunhar-se na alma como uma impresso: 0$ representao o *ue,provindo tio o#jeto e a le correspondente, se imprime na alma, e, por isso,seria impossvel proceder de al&o *ue no e+istisse0 K$rnim, L,LD = istono somente um realismo in&nuo, mas mostra, ao mesmo tempo, comonesta teoria o processo do conhecimento s leva em conta o conhecimentodos corpos do mundo e+terno, "ato *ue esclarece #astante ouniversal materialismoestico ;eria di&no de e+ame o *uanto, nase*Sncia dos tempos, e+erceu a sua inIuncia a teoria aristotlica doconhecimento, *ue tam#m uma teoria-ima&em, mas repousandototalmente em outras #ases . eidos *ue o XYZ aristotlico apreende no o correlato sensvel de um "enQmeno, por sua ve' sensvel, mas a prpria"orma estrutural insensvel do ser meta"sico desse o#jeto

    o "ato de ser le, como "orma estrutural, anterior ao o#jeto nserto notempo e no espao, e ter, por isso, prioridade, $ris t[teles o e+plica di'endo*ue o \?]^, en*uanto criador, tem um aspecto apriorstico3 o *ue tpico detodo conhecimento de essncia, na &noseolo&ia aristotlica Rimos nisso um

    res*ucio de platonismo e idealismo . ter esta concepo, mais tarde,fcado muitas ve'es "ora de considerao, e+plica-se por ter sido a doutrinaaristotlica e+posta a in Iuncias esticas /emais disso, as rela(es entreo %erpat_ e o %rtico j! no eram poucase! na se*Sncia dos tempos os%adres e a Xdade-)dia tanto so"reram a inIuncia da l&ica estica comoda aristotlica 0$rist[teles0, porm, a*ui muitas ve'es o %erpat_ e este,por sua ve' e "re*Sente mente, fcou a#a"ado por inIuncias esticas

    #) O critrio da verdade. ;endo o conhecimento uma ima&em-cpia,se&ue-se naturalmente a tentativa, de esta#elecer um critrio de verdade4ertamente, podemos nos en&anar nas nossas percep(es sensveis 6uenos &arante seja a ima&em-cpia a reproduo da ima&em primitivaY = oserem as representa(es ade*uadas, como di'iam os esticos .#servamostal critrio de verdade na catalepsia, i, na*uela *ualidade das nossasrepresenta(es, a *ue no possvel nos opormos, e *ue, por assim di'er,nos 0arrasta0 $s percep(es catalpticas sodotadas de evidnciaestica. ste conceito tem a sua ori&em na doutrina estica doconhecimento, #em como na epicurista, ao passo *ue claramenteine+istente em $ristteles .s primeiros so puros sensualistas 9 realistasin&nuos3 o ltimo, no . estico considera a evidncia corno e+istente,dado *ue as se&uintes condi(es se reali'em: /evemos estar certos danormalidade dos nossos r&os dos sentidos3 a dist

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    repetidas, prprias e alheias, che&aram ao mesmo resultado /adas &atascircunst

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    idade de sete anos, *uando o esprito do homem j! est! "ormado no sisso . logos individual completo reveste-se ento tam#m dascaractersticas "undamentais do logos universal da inteli&ncia csmica e,como esta constitui a matria "ormativaO do mundo, tam#m onosso logos capa' de conhecer o mundo Neste terreno est! o ar&umento

    to alta mente apreciado por 4gcero, do consesus on#iun! sendo tam#m"risantemente concorde a concepo do direito canQnico, pela *ual ohomem, aos M anos de vida, che&a ao uso da ra'o

    ) O raciocnio. . mrito ad*uirido pelos esticos com a sua doutrina doraciocnio ainda hoje plenamente se reconhece, no o#stante o ju'one&ativo de %rantl ;e&undo os es*uemas de Weo"rasto e udemo, elescompletaram as "ormas aristotlicas do silo&ismo pelas "ormas hipotticas edisjuntivas 4om isso no somente deram uma descrio mais completa das"ormas do esprito, mas, por tr!s destas, novas introdu(es ocultam-se,como reali'ao deles: o "undamento de uma l&ica elementar depredicao, de maneira "ormalstica %ela classifcao dos possveisenunciados condicionais, do ponto de vista da verdade e da "alsidade,deram eles as "rmulas *ue, se as preenchermos com contedos vari!veis,permitem, imediatamente, caracteri'ar uma predicao como verdadeira ou"alsa Tem#ram-nos a moderna lo&stica, onde coe+iste um e+tremo"ormalismo l&ico com uma epistemolo&ia positivo-sensualista $ l&icaestica tri#ut!ria da dos me&!ricos, de modo *ue hoje se "ala da l&icame&!rico-estica %ode-se tam#m prender 5s o#ras posterioresdo Crganon aristotlico, onde j! se ensaia a a+iomati'ao da silo&stica/e outro lado a l&ica estica "oi, "re*Sentemente, 0desaris-toteli'ada0, nosentido de uma interpretao de $ristteles so# o ponto de vista e+clusivo

    da l&ica tradicional%eirce e Tuasieic' "oram os primeiros a desco#rir o car!ter especfco dal&ica estica

    $!%l!o&r'f'

    >. -c5olJ! @esc5ic5te 4er istria 4a ]D 3 onde a vida ainda no desapareceu, como nos corpos mortos, mas

    http://www.consciencia.org/tag/eudemohttp://www.consciencia.org/tag/eudemo
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    ainda se mani"esta a sua tenso Kk?\?^D $idia de "ora si&nifca, tam#m,uma interpretao hilo'oistica do ser ;erve-lhe de "undamento uma simpleso#servao do "enQmeno vital, onde sempre coe+iste a respirao com ocalor e a tenso )as, com o contedo de "ora, no sentido de vida, oestoicismo no introdu' nenhuma cesura essencial no ser, como o "a'

    $ristteles No h! camadas Qnticas, estan*ues umas ao lado das outras,mas a "ora se estende a tudo e s &radualmente os reinos do ser sediversifcam entre si Na nature'a or&

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    palavra, alterando-lhe o sentido $s autnticas idias pairam como um fmulterior, na evoluo, *ue se apressa ao encontro delas $ matria anelapela "orma, di' $ristteles $s rationesse#inales! ao contr!rio, postam-seno comeo da evoluo No constituem nenhum kB?^3 ideal, mas socausas "sicas de nature'a material, dentro da universal srie de causas

    Wam#m uma disposio em sentido #iol&ico uma causa "sica3 e adisposio #iol&ica parece ter sido, para o estoicismo, ori&in5riamente, aima&em conceptual do B??^ >kA?^ Xmportante , contudo, ae+plicao de $cio e ;e+to mprico, de *ue todas as causas dos esticosso de nature'a material corprea (,rni# XX, LL9, L-87D particularmentenot!veis so as palavras de 4ritolau de *ue a @\C no tem diretivanem "inalidade K\?^ A@ kB]kCk?^D (,rni#! XX, 8J7,7D $s disposi(esnaturais dos esticos so, pois, al&o di"erentes das disposi(es naturais de$ristteles ste conce#e a nature'a ideal, como um kB?^ ideal3 5*ueles, adisposio #iol&ica uma causalidade "sica . ter-se considerado, maistarde, como uma determinada disposio natural o princpio tico de

    $ristteles, no sentido de disposio #iol&ica, no somente umamoderni'ao K 2ae&erD, mas ainda uma inIuncia do %rtico e da suaconcepo das rationes se#inales.

    ) #eogonia e $osmogonia. se a "ora primitiva desi&nada comoGeus, e se chama divina, isto se deve entender con"orme o conjunto dadoutrina /eus, ra'o, "ado e nature'a tudo o mesmo, in"orme se di'e+pressamente (,rni#! LL,8ME,873 LM9,E73 L8,88D se, de acordo com adoutrina dos ciclos csmicos, se afrma *ue 0Geus cresce at reassumir omsi todas as coisas0 (,rni#! LL,L7,D, estas palavras, *ue soam como se"ossem umateo&onia, so, na realidade, uma 4osmo&onia .s esticos no

    so testas, mas pantestas ;e o mundo "undamenta-se a si mesmo, se le aut!r*uico0, eu to ocupa le o lu&ar de /eus, ou melhor, /eus leprprio

    ") R(l!&!os!d'd( (s!"'

    No o#stante esta trans"ormao do "ano em pro"ano, a reli&iosidadeYestica nm sentimento puro, c!lido e pro"undo, como podemos concluir,indu#itavelmente, dos hinos a Geus *ue nos "oram conservados d Nordendenominou de do+olo&ia anti&a o hino de louvor ao /eus-tudo, *ue comeacom as solenes palavras: 0= justo *ue ao cosmos, e ao *ue, com outronome, chamamos 4u, cuja rotao conserva o Wodo na sua e+istncia viva,

    ns o tenhamos como /eus, eterno, santo, imenso, jamais nascido, jamaismortoq0 .s v!rios termos pessoais empre&ados neste hino, para desi&nara divindade, e *ue derivam principalmente da mitolo&ia de Vomero, so,contudo, puras met!"oras, nem podem, por isso, nos iludir so#re osentimento reli&ioso do estoicismo, comosentimento da nature'a3 pois o seu /eus sempre o Wodo )esmo aspalavras *ue ; %aulo citou (,tas! LM, 8D tm um sentido ori&in5riamentepantesta ,

    d) A("(d((s -!sr!"os d(ss's !d4!'s

    %ela "sica estica perce#emos, claramente, *ue esta escola j! tinha, atr!s

    de si, uma lon&a tradio flosfca, *ue ela valori'ava ece#eu inIu+oY dasmais variadas procedncias $s #ases materialistas so do cinismo /e

    http://www.consciencia.org/tag/teogoniahttp://www.consciencia.org/tag/teogonia
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    Ver!cltto provm a doutrina da ra'o universal e da lei csmica, #em comoa do "o&o primitivo $inda de Ver!clito e, para alm dele dos pita&ricos, tirada a idia do processo csmico cclico ;uas rationes se#inales seradicam no mundo platQnico das Xdias, como no das "ormas aristotlicas)as, com tena' conse*Sncia, trans"ormaram o sentido dos anti&os

    voc!#ulos, adaptando-os ao seu sistema 4ensuravam a Geno o ter "undadouma escola sem necessidade, pois se limitou a repetir a doutrina dosanti&os 6uem atender somente 5 terminolo&ia estica, poder! realmentepensar assim )as *uem atender ao pensamento ver!, tam#m a*ui, comopodem duas pessoas empre&ar as mesmas palavras, sem di'erem sempre omesmo

    $!%l/o&r'f'

    *. oreau. inos a Meus! 4o "leanto. >er#es V8(/01). >. -i#on un4 . -i#on! Die alte -toa un4 i5r Natur+egriO _ ,

    ,ntiga stoa c o seu "onceito4e NatureJa (/08R).

    C* !"'

    ;o os esticos conhecidos, so#retudo, pela sua tica specialmente porisso a sua Filosofa assumiu uma import

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    racional o *ue no homem deve dominar /a, e+atamente, o seu nome de0alma reitora0 K>\]k@A?\D

    ) &nstinto e a'eto. $ parte central da antropolo&ia estica a doutrinados instintos (i#petus). . instinto K?CD, em si, pertence 5 alma sensvel

    ) A(os !(r!or(s* )as inIuem nele o corpo, a sensi#ilidade e ara'o juntamente /o corpo, mediante as sensa(es, o homem rece#erepresenta(es *ue, espont?^D oupai+o %ropriamente "alando, claro *ue s o instinto desre&rado uma"eto . desre&ramento do instinto provm de a ra'o dei+ar deacompan#!-lo e domin!-lo m si mesma, tam#m ela tem parte no instinto,mas os esticos lhe "a'em, muitas ve'es, a parte to &rande *ue che&am aconsiderar os a"etos como ju'os Geno ensinava serem os a"etossu#se*Sentes aos ju'os, mas 4risipo os identifca- )as se a ra'o &overnao instinto de modo *ue os movimentos da nossa alma, *ue entram em jo&o

    com o instinto, soordenados, tornando-se assim o homem uma ima&em domacro-cosmo, i, um microcosmo, to penetrado da ra'o *uanto a*uele,ento temos a 0vontade0, instinto sempre de acordo com a ra'o,concepo *ue atravessar! toda a Xdade-)dia tam#m ant distin&ue,neste sentido, entre uma #ai+a "aculdade de desejar, *ue simples ser-a"etado, e uma superior, *ue a ra'o pr!tica autodeterminante )asmuitas e muitas ve'es a ra'o "alha, fcando ento o instinto entre&ue a siprprio nto presenciamos o oposto da ra'o a iluso, *ue sempreuma "alsa representao e inverdade /or, temor, concupiscneia e pra'erso "ormas diversas da iluso, 0contors(es da ra'o0 %r!tico como era, viale *ue e+atamente a imediata e irreIetida impresso *ue condu' a tais

    ju'os, e, da, o desi&nar a pai+o como uma 0imediata iluso0 $ dor, pe+, uma iluso imediata so#re a presena de um mal3 o pra'er, a imediatailuso so#re a presena de um #em seria nossa tare"a dissipar aestreite'a do momento para preparar a vitria 5 verdade o#jetiva . nossoC?\@?\ , pois, sempre livre, pode concordar ou no /e dois modospode a ra'o reali'ar essa tare"a %rimeiro, &anhar tempo, dei+ando aimediata iluso calar-se, privando-a, assim, da sua "ora 0. melhor remdiocontra a ira o tempo0 K;neca, De ira LL,89D assim che&amos a dissiparas "alsas representa(es e restaurar a verdadeira situao ;o ju'osa"etivos, como diramos hoje 0$ni*uila a ima&inao0, adverte )arco$urlio KRXX, 89D $ssim resta#elecemos a pa' do corao . estico deopinio *ue, relativamente aos males e so"rimentos "sicos do mundo, s asnossos preconceitos e "antasias so os *ue nos rou#am a pa' da alma 0Noso as coisas em si mesmas *ue trans-viarn o homem, mas as nossasopini(es so#re as coisas No a morte *ue terrvel pois para ;cratesela nFo parecia tal mas a nossa representao da morte0Kpicteto, nc5. 7D %or isso o s!#io sereno, pois domina nele a ra'o, *uetorna o homem independente, livre, realista e verdadeiro . valor para avida, de tais concep(es, evidente 4onstituem uma Filosofa perene m onosso costume de advertir o homem, vtima dos a"etos, a 0ser racional0,so#revive ainda uma pea da psicolo&ia anti&a e, especialmente, estica

    ) A(os o%r(s* $o lado dos a"etos como pai+(es, esto os a"etosno#res: ao lado da concupiscncia, a vontade reta, *ue pode ser

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    #enevolncia ou a*uiescncia3 ao lado do temor a circunspeco *ue sedivide em reverncia e casti-dade3 ao lado do pra'er a ale&ria pura, nascidada conscincia da vida virtuosa %or esta classifcao, v-se, em particular,*uo "ortemente a psicolo&ia estica diri&ida por interesses ticos laaparece a*ui, "ormalmente, como uma doutrina da virtude . mesmo se d!

    com spinosa, *ue considera os a"etos inteiramente no sentido dos esticos,e procura purifc!-los ao modo deles e, semelhantemente, coloca os a"etosno#res, a *ue chama 0a"etos ativos0, ao lado dos in"eriores

    ) &mortalidade da alma. $ Filosofa pr-soer!tica, de cuja concepodo homem se aproveitam os esticos, reIetiu ordinariamente, nesteconte+to, tam#m so#re a *uesto da imortalidade da alma $o menos aparte racional da alma lhes aparecia como al&o de eterno e divino )as, emconse*Sncia do seu materialismo, os esticos devem trilhar outroscaminhosMeno admite comosendo mortal a parte mais &rosseira damatria da alma3 a ra'o, ao contr!rio, como a parte mais elevada, seriaimortal . mesmo pensam 4leantes e 4risipo3 ao passo *ue %ancioconsidera toda a alma como mortal, sem distin(es %ara picteto e )arco$urlio, no h!, em todo caso, nenhuma imortalidade individual /e outrolado, %osidQnio e isto tpico para este sincretis#o parcial, j! e+istenteno %rtico aceita a prova platQnica da imortalidade, sendo esta, para;neca, um do&ma "undamental, a respeito do *ue usa de e+press(es *ue*uase soam como crists $ alma, aps haver-se purifcado e li#ertado detodas as taras e dores da vida mortal, em sua curta permanncia so#re ns,alteia-se ao mais alto do universo e paira entre os espritos #em-aventurados, sendo acolhida por uma sociedade santa (,4 areia#! 87D;eus pensamentos so#re a imortalidade da alma "oram "re*Sentemente

    citados pelos %adres da X&reja ;o#re estes princpios &erais antropol&icos,levanta-se o edi"cio da tica propriamente estica

    () 7+(s8(s dos .r!"/.!os 4!"os

    ) rmulas do 9:;?@:?B?=* ste pro#lema era conhecido e procuravam resolv-lo coma doutrina dos #ens "undamentais da nature'a K>yk Ak w@@\D Foram,de novo, derivados dos conceitos de z@A@y@^, a *ue Geno deu a sua "ormaacentuada-mente tpica, e *ue se conservaram durante toda a vi&ncia doestoicismo . *ue se l em Weo"rasto dei+a-nos vislum#r!-lo mas no lhereprodu', e+atamente, o essencial, *ue o seu colorido naturalista .

    motivo "undamental desta idia a tendncia de "a'er derivar as normasticas de um instinto primitivo da nature'a humana, a sa#er, a reverso aoprprio eu, inerente 5 percepo sensvel Nesta auto-percep

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    desenvolve no sentido da auto-relaoO, sentimos ns o eu como 0al&opertencente a ns mesmos0 /a*ui se estende a z@A@y@^ aos *ue nos soche&ados, 5 comunidade poltica e, fnalmente, a toda a humanidade%rincipalmente a tudo o *ue de"ende e conserva o eu na sua e+tenso 5comunidade, o *ue #usca o til e a"asta o nocivo $ ?@A@y@^ , pois,

    apropriao m oposio a este "undamento da tica e do seu valor, oestoicismo limita o kB?^ s ao B??^, de modo *ue, a esta lu', ainda nofca preenchido o desejado *uadro ideal )as uma coisa contudo clara: anature'a humana, de *ue "ala o estoicismo, j! no a*uele ?@A@?\ a *ue sere"eria a tica platQnica3 nem a nature'a aristotlica, i&ualmente ideali'ada,mas, como resulta claro da ?@A@y@^, *ue se revela de modo instintivo naauto-percepo sensvel, a nature'a humana naturalisticamenteconce#ida No tempo do estoicismo posterior, o autor do coment!rioao 9eeteto pe em realce *ue a ?@A@y@^, "re*Sentemente aludida, apenas al&o de 0"sico0, e no um princpio transcendente K7,L3 7,EJD

    Wam#m a idia do C?\ indica uma "undamentao naturalista da

    nature'a do homem3 pois, em si, h! tam#m um 0conveniente0 aos animaise 5s plantas (Diog.

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    desejar0 (Diss. XR, 7D )arco $ur=lio: 0Wudo me convm, se a ti convm, 4osmos3 nada advm a mimnem demasiado tarde nem demasiadocedo0 KXR, 8ED

    ) 1ireito natural e 2umanidade. |m dos mais no#res "rutos da ticaestica o conceito de direito natural e o ideal de humanidade com lecone+o. direito positivo, esta#elecido pelos stados e &overnos, no nico nem onipotente

    ) L(! d!5!'* $ntes, a sua validade repousa, em ltima an!lise, numdireito no-escrito, eterno, e *ue desempenha o papel de norma &eral atodo direito positivo o direito natural3 e este no seno a lei csmicauniversal, idntica com a ra'o universal sta persuaso um dosinalien!veis do&mas do estoicismo 4gcero e Filodemo e+primem, demaneira semelhante}, o *ue j! Geno! "undador da escola, tinha esta#elecidocom o se&uinte princpio: 0$ lei natural uma lei divina, e tem, como tal, opoder de re&ular o *ue justo e injusto0 K,rni# X, 8,E7D 4risipo: 0 a

    mesma realidade a *ue damos o nome de Geus, nature'a comum a todos,sorte, necessidade3 e isto tam#m a justia e o direito, a unidade e a pa'0K,rni#! XX, EL7, D %or tr!s disso est! Vrr!clito, com as suas palavras:0Wodas as leis humanas se nutrem da leiO divina, nica0 (3rag. LLD tam#m %l$t~o, com o seu mundo das Xdias3 e ainda preciso incluir, nasrie, $ristteles +pressamente, distin&ue $rist[teles direito positivo enatural, e cita, para lhes si&nifcar a sua "ora e vi&ncia eternas, o verso de$nt&one: 0No vale isto para hoje ou s para amanh, mas vive sempre,sem nin&um lhesa#er a procedncia0 KLEME # L8D /onde a opinio dosesticos, de *ue o direito natural por si mesmo se mani"esta: dado com ara'o como tal 6uem a possu tem, ao mesmo tempo, uma cincia ou

    conscincia do justo e do injusto 06uem participa por nature'a da ra'o,tam#m participa da ra'o reta3 e, portanto, tam#m da leiq3 e se da lei,tam#m do direito0 K,rni#, XXX, M,8MD

    ) L(! r'"!o'l* . direito natural assenta-se, essencialmente, noconceitode ra'o universal A?@\?^ B??^D 4omotodos dela participamos,resulta o sermos todos i&uais, termos cs mesmos direitos e, portanto,devermos viver de acordo com esses princpios 0Wodos somos irmosh! di'picteto, 0e temos, i&ualmente, /eus como %ai0 (Diss.L,LED $, p!triadoestico o mundo universo ;ente-se cosmopolita %or isso o %rticoimp(e aos seus aderentes o dever do amor universal dos homens, da

    #enefcncia, da clemncia e da #randura m ;neca, essas prescri(esj!constituem o ttulo dos seus escritos3 e )arco $urlio nos e+orta apensarmos e a&irmos sempre e sempre como homens Wam#m a propsitodos outros povos, dos escravos, da mulher e das crianas sem proteo, toduramente lesados pelo direito romano, se e+alta a doutrina da i&ualdade

    jurdica

    ##) O (so!"!s,o ( o D!r(!o Ro,'o* /esde *ue o estoicismo seaclimatou no Xmprio omano, lentamente se alteram as concep(es

    jurdicas 2uristas romanos como 4aio, |lpiano e )arciano aceitaramprincpios do direito natural nas suas e+posi(es jurdicas, e os

    consideraram como a norma ideal para a interpretao do direito positivo%rincipalmente, constitui o direito natural a #ase do direitointernacional ,ento, uma srie de imperadores inIuenciados pelo estoicismo dedu'em

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    muitas conse*Sncias concretas do pensamento jurdico estico n*uantoa mulher, no direito romano primitivo, no tinha, em &eral, capacidade

    jurdica, $u&usto concede-lhe a tutela, aomenos5s vivas com v!riosflhos .s escravos eram, a princpio, apenas 0instrumentos03 Neroesta#eleceu leis policiais *ue os prote&iam contra a desumanidade dos

    senhores $driano estatui penas para o senhor *uematar um escravo$ntonino %io outor&a-lhes o direito de se re"u&iarem nos altares dos deuses)arco $urlio pro#e o espet!culo de &ladiadores No sc XXX depois de4risto, j! podem os escravos do stado dispor, por testamento, da metadedos seus #ens No sc XR depois de 4risto che&a-se a ponto de permitir aoescravo demandar contra o senhor . pensamento de um direito universal,inerente 5 nature'a humana em si mesma, eno#receu lar&amente a vida%or isso, podemos chamar humanista ao direito natural estico4onse*Sentemente, tam#m se incluem nas prescri(es da nature'a asrela(es do homem com a divindade %ois o mesmo logos universal *ue osirmana

    ) Eso!"!s,o ( Cr!s!'!s,o* . animal, no participando do B??^,no pode ser sujeito de direito $m#as as concep(es so#revivem nas"rmulas das e+posi(es ticas eclesi!sticas3 assim, pe+, o et5os do dever,do -direito e da humanidade um plano onde o estoicismo se encontra como 4ristianismo, a ponto de os %adres da X&reja concordarem, lar&amente,com as ensinamentos esticos, valori'ando-os e citando-os . parentescoespiritual nestes ideais se mani"estava to amplo, *ue pQde dar ori&em 5lenda de uma correspondncia entre ; %aulo e ;neca, no *ue se acreditoupela Xdade-)dia adentro

    :) 3udemonia. 4om a vida natural re&ulada pela lei e pela ra'o, o

    homem encontra a "elicidade Wam#m a moral estica veste a roupa&em daterminolo&ia eudemonistica, mas s a roupa&em3 pois, o contedo destamoral o oposto do eudemonismo $ verdadeira e linica "elicidade #uscada apenas na virtude $ virtude consiste na fdelidade 5 lei, naconscincia do dever, no domnio de si e na a#ne&ao, no contnuo ri&or edure'a contra si prprio Neste proceder no aninha nenhuma inclinao,&osto, desejo ou pra'er, #em como nenhuma especulao so#re a utilidadeou o apra'vel $ ?@A@y@^, este elemento "undamental da tica estica,concentra o homem no seu prprio interior /a so dedu'idas as fnalidadesda vida , por isso, leva-se em considerao somente o homem interior eas suas rela(es com a lei eterna 4om ela tem o homem o sufciente, etam#m a si mesmo se #asta . estico pro"essa, como o cnico, o ideal daautar*uia .s #ens e+ternos e, tam#m, os males "sicos e+ternos so semimport

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    pra'er )as tam#m de $ristteles di"erem os estQicos3 tam#m $risttelesrejeitou o pra'er como princpio do #em, vendo nele, em &eral, um"enQmeno concomitante ao #em e 5 vida3 como tal, porm, o aprovava eincluiu os #ens e+ternas na \x@?\@ )ais ri&orosos so os estQicos)esmo como "enQmeno simplesmente concomitante, o virtuoso no precisa

    deles eali'a a sua "elicidade mesmo sem elesc) Do+r!' .r!"' d' 5!r+d(

    . estoicismo tem conscincia de *ue a teoria s no #asta 4ensuram osperipatticos por so#reporem a vida teortico-contemplativa 5 ativa mconse*Sncia, no se demoram muito com a *uesto dos princpios ticos,mas "a'em praa, so#retudo, da doutrina das virtudes pr!ticas /uase+i&ncias "undamentais p(em em relevo nesta matria

    ) 4ida ativa. $ primeira concerne 5 vida ativa . estico homem devontade, ama o es"oro e a dura tenso da alma, o com#ate, a 0"ortale'a

    socr!tica0 e o >?\?^ dos cnicos) O -o,(, d( 5o'd(* %or isso, /i&enes e Vrcules so osmodelos muitas ve'es invocados . caminho da virtude no e a estradalar&a dos acomodados, mas a estreita vereda dos decididos m#ora oestico "ale, na doutrina da virtude, a lin&ua&em do intelectualismo avirtude a ra'o reta3 propriamente s h! uma virtude, a *ual consiste naprudncia ou intelecto K?\C@^D etc, em#ora seja assim3 contudo,interessa-se menos le pela essncia e pela contemplao de ideaisespirituais e "undamentos recQnditos *ue o homem superior do %erpato e,ainda menos, *ue o da $cademia /e novo, ; preciso distin&uir a*ui entre aspalavras e a realidade $pesar da lin&ua&em intelectualista, a virtudemesma no intelectuali'ada . estico realista e sa#e o *ue importa navda pr!tica: vi&orosa o#stinao e a&ir decidido 0;ustm-te e a#stm-te0 (XX @ >?\ sustine et a+sitine)! como soa o motivo de toda asua teoria da virtude 0.nde h! uma vontade, h! tam#m um caminho0,poderia tam#m di'er 0/e *ue precisamosY 6ue p(e tudo em ordemY $vontade 6ue salva o homem diante da "ome, das cadeias, do a#ismoY $vontade V! al&o no homem de mais "orte0Y Kpicteto, Diss. LL,LMD $Filosofa no consiste em palavras e teoremas, mas em viver e a&ir: 0Nodeveras di'er *ue s flso"o, nem tratar muito de m!+imas com os teusconhecidos, mas pratica o *ue resultar das tuas m!+imas 4omendo, pe+,no di&as como se deve comer, mas come, como preciso0Kpicteto, nc5 JD $ receita, pr!tico-concreta, no caso, prescreve-a;neca: 06uem se ocupa com o *ue deve, no tem tempo para tolices3tra#alhar o meio mais se&uro para e+pulsar o vcio da ociosidade0 Kp7JD

    ) Ho,(, d( "'r(r* ;endo o estico um homem de vontade, ,tam#m, um car!ter $ceitar a se*Sela do prprio ser e a&ir, sempreconsiderado como o supremo dever 2! le se "a' sentir na "rmula do idealmoral do "undador: 0River em con"ormidade0 (dY[dXjZ ZX). .s seussucessores afrmaram ainda mais claramente: 0$ntes de tudo, cuida deandares sempre i&ual a ti mesmo0 K;neca, p! E7D3 0devemos trilhar

    sempre o caminho reto da lei e se&uir a /eus *ue tam#m sempre a se&ue0K)aico $urlio, H, LLD %or isso mesmo rejeitam o arrependimento 0. s!#io

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    nunca se arrepende do seu ato, no altera o *ue "', nunca muda deresoluo0 K;neca,De +enef. XR, ED

    ##) Ho,(, .ol/!"o* $s melhores possi#ilidades de uma tal vida ativase a#rem pela participao na vida p#lica . estico no pode, se *uiserser virtuoso, cultivar o isolamento, mas deve decidir-se pela vida ativaNeste ponto pensa, e+cepcionalmente, de modo diverso dos cnicos, *uetam#m a*ui permanecem individualistas3 e de modo di"erente tam#m dosepicuristas, *ue se&uem a m!+ima: 0vive oculto0 o estico, porm, sa#e*ue o homem um ser social3 *ue, *uando a si mesmo se #usca, deve, aomesmo tempo, #uscar tam#m os outros, pois sempre o mesmo lo&os prprio a le e aos seus semelhantes e, portanto, le no deve passar umacQmoda e+istncia privada, mas participar da vida p#lica e a cumprir oseu dever Westemunho autori'ado, como nenhum outro, desta afrmao decar!ter, ns a temos em )arco $urlio, nos seus 0;olil*uios: 0/e manhcedo0, di', a si mesmo, o estico elevado ao trono imperial, so#recarre&adocom os ne&cios do Xmprio e com os cuidados do &overno 0de manhcedo, ao despertares, *ue este pensamento te esteja presente paraproceder como homem *ue desperto devo, ento, fcar contrariado por ircumprir a tare"a para a *ual sou "eito, em vista do *ue "ui posto no inundoY.u ser! *ue vim 5 e+istncia para fcar no leito a*uecido e envolto nasco#ertasY ;eria a&rad!vel = ento para &o'ares o a&rad!vel *uenasceste e no para a ao criadora e a atividadeY No vs tu como asplantas, os pardais, as "ormi&as, as aranhas, as a#elhas desempenham cada*ual o seu papel, e contri#uem com a sua parte para a ordem universalY tu, no *ueres "a'er a tua o#ra humanaY No te apressas a cumprir o *uee+i&e a tua nature'aY0KR, LD %or estas e+press(es do Xmperador v-se, 5

    evidncia, como o estoicismo era a Filosofa adaptada 5 realidade poltica deum Xmprio no somente do Xmprio omano Wam#m Frederico XX da%rssia se entusiasma com estes homens do direito, da ao, da deciso eda fdelidade, e de #om &rado teria *uerido "a'er do livro de 4cero 0/eoccis0, *ue era um transcrito latino da o#ra de %ancio so#re o dever, o"undamento da educao moral do seu stado

    )Apatia. $ se&unda e+i&ncia constantemente repetida, na doutrinaestica da virtude, a e+ortao 5 apatia =o pressuposto 5 primeirae+i&ncia $ fm de no fcar pertur#ado o caminho para a virtude e o daatividade con"orme 5 nature'a, preciso impor silncio 5s pai+(es 4erto, oestico um ser sensvel, conhece como o pra'er aliciante e repu&na 5dor )as no dei+a dominar-se pelas pai+(es 0/eves ser como um rochedocontra o *ual se *ue#ram todas as va&as permanece imvel, en*uanto aosps lhes vem morrer o marulho0 (arco ,ur;lio! XR, 9D /esejos, clera,temor no ho de nos comover, nem a compai+o, nemo arrependimento ,= s 5 suprema "aculdadeO da alma *ue se concede apalavra, mas a nenhum a"eto 0. primeiro mandamento0, di' )arco $urlio,0: no te dei+es pertur#ar por nada03 e lo&o d! a ra'o disso: 0Wudo sepassar! como est! previsto pela nature'a universal depois de #revetempo no ser!s tu nin&um, no mais e+istir!s, como no mais e+istemnem $driano nem $u&usto0 KRXXX, 7D { pondo os olhos na &rande'a e notodo, *ue o homem tam#m se torna &rande3 ftando a lei e a necessidade,tornamo-nos "ortes e ina#al!veis = o ideal estico da apatia, intimamentevivifado por Vor!cio no seu muito conhecido verso: -i fractus illa+atur

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    or+is! i#pai4u# ferient ruinae ("ar#. XXX, ED e mesmo *ue desa#asse ummundo desmantelado, as suas runas s atin&iram um homem intimoratopicteto, porm, de maneira mais simples e mais acercada 5 realidade davida e, assim, mais efca', o e+p(e *uando di': 0%ensa *ue, na tua vida,deves condu'ir-te como nos comportamos num #an*uete 6uando

    distri#uem al&uma i&uaria e se acercam de ti! estende ento a mo e,moderadamente, te serve ;e passarem por ti, no te ponhas a chamar ocriado ;e ainda no che&ou a tua ve', no comeces a lanar olhos !vidos,mas espera at vir o teu turno $ssim te comportes diante dos flhos, damulher, e das honrarias, como da ri*ue'a ser!s, assim, um di&nocomensal dos deuses )as, se te o"erecerem al&uma coisa e tu no *uiseresaceitar, mas a dei-+ares de lado, ento no ser!s somente comensal dosdeuses, mas, como eles, senhor : por terem se comportado dessa maneira*ue /i&enes, Vrcules e semelhantes "oram verdadeiramente divinos eassim considerados0 Kncli. L7D 4om a doutrina da apatia os esticos sedistin&uem, essencialmente, dos peripatticos ;o mais ri&oristas 0Nossos

    flso"os esma&am os a"etos0, di' ;neca, 0os peripatticos apenas osmoderam0 (p. LLJD

    ) O s5(io. . conceito *ue a#ran&e toda a doutrina da virtude o idealdo s!#io . oocpE e+altado com &randilo*Sncia %ossui todas as virtudese procede sempre retamente = verdadeiramente impertur#!vel everdadeiramente "eli' ; ele rico, livre e #elo /e Geus se distin&ue s porno viver uma vida eterna )as claro, para toda &ente, *ue o s!#io uma aris rara! to rara como a "eni+, *ue vem ao mundo s uma ve' em7 anos 4omo nas escolas anteriores, j! desde ;crates, so, de novo,a*ui empre&ados cs conceitos de sa#edoria e prudncia ou intelecto, para

    desi&nar a vida virtuosa Xsto se e+plica, de um lado, por ser vul&ar essasi&nifcao na ln&ua &re&a, e, de outro, por*ue a ordem moral , aomesmo tempo, uma ordem racional ;e a lei, *ue re&e tanto o mundo*uanto o homem, consiste na ra'o universal, ento, *uem procede deacordo com a nature'a procede, evidentemente, 0racional0, 0inteli&ente0 e0sa#iamente0 No preciso, para isto, nenhum intelectualismo, coisa *ueno e+iste no %rtico +pusemos a si&nifcao da vontade, para aconduo da vida moral, se&undo o estoicismo )as a melhor e+plicao,*ue podemos encontrar para a doutrina, no-la do as palavras de ;neca:06ue a sa#edoriaY = *uerer e no *uerer sempre as mesmascoisas0 (p. 8D 4om isso fca, mais uma ve', provado *ue, em Filosofa, o

    *ue importa no so palavras, mas as idiasd) D(s!o ( l!%(rd'd(

    ) 6i(erdade e causalidade. . s!#io tam#m o homemverdadeiramente livre, di'ia-se h! pouco Wocamos, assim, num dos maisnot!veis parado+os dos esticos, com *ue j! os anti&os se tinham ocupado/e um lado, pre&am a li#erdade so# todas as "ormas e"erem-se, #emdeterminadamente, 5 li#erdade interior, i, do homem racional Wudo *uedepende do mundo e+terno, como o corpo e os a"etos estas doenas daalma, constitui uma cadeia para os homens )as somos senhores dasnossas representa(es3 precisam elas do nosso

    assentimento(^[]^Z) e este de ns depende K C@\D K$rnim,LL,8E,8MD %ela ^[]^Z se torna possvel o livre ar#trio

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    K>?@@^, li+eru# ar+itriu#). a*ui podemos escolher e rejeitar, decidirpela ou contra a lei, pelo #em ou pelo mal Xsto , h!, apenas, duas espciesde causas: umas, no comeo da evoluo K>?kk@AD, *ue simprimem um mero impulso3 outras *ue, da sua essncia mesma, produ'emuma evoluo completa e total K]k?kB@^D $^[]^Zpertence a

    estas ltimas K$rnim, XX, 89L,8L ss3 898,L, ssD )arco $urlio assim pensanesta matria: 0. esprito "a' matria prpria de tudo *uanto se lhe o"erece,como um "o&o *ue se apodera do *ue lhe cai ao alcance, e *ue poderiae+tin&uir uma d#il chama )as o "o&o #rilhante, "orte, assimilarapidamente o *ue se lhe atira e o consome, devorando-o, alcanando-sesempre mais alto do *ue o com#ustvel KXR, LD picteto e+plica emparticular: 0.s deuses nos outor&aram a "aculdade do desejo e da auto-a#ne&ao, de #uscar as coisas e as rejeitar, e, so#retudo, o uso das nossasrepresenta(es, como sendo o *ue nos pertence0 (Diss. X, L,M-LED $propsito destas e+press(es, "alou-se de uma onipotncia do esprito entreos esticos K`arthD

    ) O destino. )as, de outro lado, est! o destino . estico "atalista eno acentua menos "ortemente a onipotncia do destino ste 0a lei docosmos, *ue re&e todos os acontecimentos passados, presentes e"uturas0(,rni#! XX, 8JD = a causa invencvel, irre"re!vel, inevit!vel, Kc" 89E,88 ss3 E7,E9D3 a ra'o universal, o*ogos total Kc" 8J,L3 8J7,8M3 L,8,EL38,8D %ortanto, "alar da srie eterna das causas ou da lei universal ou dalei natural ou do destino K"atumD ou da providncia, d! tudo no mesmo

    [) . conkito. %or isso mesmo, resulta da uma difculdade insuper!vel, asa#er, o conIito entre a li#erdade e a necessidade = preciso, porm, terpresente a evoluo das "rmulas esticas do kB?^, para ver claro Geno

    ainda e+i&e *ue se viva 0de con"ormidade0, o *ue ainda podia coadunar-secom a li#erdade: livremente f+amos a m!+ima da nossa vida e lhe fcamosfis )as j! 4leantes acrescenta: devemos viver de con"ormidade 0com anature'a0 ;e se pudesse a*ui conce#er a nature'a como um fm ideal, nosentido de uma tica teleol&ica, como a de $ristteles, ainda podia salvar-se a li#erdade )as, 5 vida con"orme 5 nature'a, dos esticos, se entrelaaa ?@y@^, e esta um impulso naturalista, como vimos 4onsideremos,porm, a&ora e a "undo, a terceira e mais ampla concepo do kB?^"ormal, de 4risipo ste, pela e+presso natureJa!j! no entendia anature'a humana, mas a nature'a universal, idntica com a ra'o universal,pois o esprito individual coincide, e+atamente, com a ra'o universal3 eesta, por sua ve', no outra seno a eterna e imut!vel lei csmica ,ento, per&untamos, onde h! a*ui lu&ar para a li#erdadeY 6ue sentido h!na afrmao de 4risipo, de *ue s no mundo dos corpos domina anecessidade e o fatu#! en*uanto *ue o impulso para as nossas resolu(esdepende da nossa vontade (,rni#L! LL,89,8LD, se o nosso*ogos idnticoao eterno e imut!vel*ogos universalY

    No h! nenhuma dvida de *ue o estoicismo 0incluiu oin o ne+o causai da@\C tam#m a vida interna da alma0 K%ohlen'D .s advers!rios do

    %rtico, como %lutarco, $le+andre de $"rodXsia, Nem=sio e 4alcgdio lanam, 5porfa, a o#jeo, *ue o fatu#! necessariamente, deve eliminar a li#erdade%ois, de um lado, s seramos plenamente livres se no so"rssemos

    http://www.consciencia.org/tag/plutarcohttp://www.consciencia.org/tag/plutarco
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    nenhuma inIuncia de uma causa e+terna )as, por outro, admite-se, em&eral, uma inIuncia e+terna, so#re a nossa "aculdade apetitiva e so#re a"antasia, a sa#er, nas casos de li#erdade imper"eita .ra, se&undo a lei decausalidade, pela *ual coisas i&uais produ'em e"eitos i&uais, tam#m ali#erdade interna do homem fca sujeita ao fatu# (,rnl#! XX, 89,8 ss3

    89L,D )as, antes de tudo, o "ato da adivinhao dep(e contra a li#erdade%ois, e+atamente por estar tudo predeterminado *ue se torna possvel apreviso de acontecimentos "uturos , assim, precisamente a m

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    ltima, o mundo dos corpos 6ue o histrico, o puramente humano e o ticotm a sua le&islao prpria, com suas propriedades especfcas, isso lheescapa /a procedem as difculdades *ue claramente se rastreia mesmoem `ocio *uando, na sua o#ra hDa "onsolaEFoh! a&ita o pro#lema dodestino, da %rovidncia e da li#erdade ;o as idias da lei csmica e da

    causalidade, Iudas do materialismo estico, *ue lhe difcultam ras&ar umcaminho para a li#erdade %or isso, os -olil7uios de )arco $ur=lio sorepassados de uma "ati&ada resi&nao No#re o seu cumprimento dodever, herica a sua perseverana )as, no total, no h! ali nem esperananem sentido Wem-se a impresso, considerando o %rtico posterior, *ueo et5os da necessidade uma espcie de autoconsolao a *ue a &ente sesocorre, contra um sentimento de desapario pr+ima, em "ace de umacultura *ue se des"a' = mister desempenhar o seu papel e lev!-locorajosamente ao fm )as se fca como *ue paralisado, sem se arriscar anenhuma atividade criadora $ceitam-se as coisas como elas vm,consolando-se com o pensamento da impossi#ilidade de serem de outro

    modo No "oi por acaso *ue estas palavras de ;{neca: 0;e consentires, odestino te condu'ir!3 do contr!rio, arrastar-te-! consi&o0 (4ucunt olente#fata! nolente# tra5unt p LM,LLD, "ossem colocadas por ;pen&ler naconcluso da sua o#ra Deca4$ncia 4o Cci4ente.

    $!%l!o&r'f'

    istria(/0//). 3. 3luci?ger! @esc5ic5te 4es Natiurrec5tes ' _ >istria 4o DireitoNatural (MKric5! /08). . Walente!