helena greco e o movimento feminino pela anistia em minas gerais: emoção e política na...

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Universidade Federal de Santa Catarina Programa de Pós-Graduação em História Professora: Drª Cristina Sheiber Wolf Helena Greco e o Movimento Feminino pela Anistia em Minas Gerais: emoção e política na construção de uma biografia Kelly Cristina Teixeira Resumo: O presente artigo visa abordar o papel das emoções na construção das atividades sociais e políticas da mineira Helena Greco em determinados momentos de sua biografia, em especial, a partir de sua entrada para o Movimento Feminino pela Anistia em Minas Gerais. Para tanto partiremos de uma análise inicial de parte das fontes de seu arquivo pessoal coletadas no Instituto Helena Greco e de entrevistas com Helena para o Projeto História e Memória: Visões de Minas do Laboratório de História Oral da Universidade Federal de Minas Gerais. Palavras chave: Biografia, Emoção, Política, Movimento Feminino pela Anistia. Os vestígios de 1979 nos leva a viajar pelo tempo e a viver emoções de encontrar no presente, através da História as expectativas e esperanças do passado, mais de três décadas se passaram depois de sancionada a Lei da Anistia. Muitos personagens desta História já se foram e outros aí

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O presente artigo visa abordar o papel das emoções na construção das atividades sociais e políticas da mineira Helena Greco em determinados momentos de sua biografia, em especial, a partir de sua entrada para o Movimento Feminino pela Anistia em Minas Gerais. Para tanto partiremos de uma análise inicial de parte das fontes de seu arquivo pessoal coletadas no Instituto Helena Greco e de entrevistas com Helena para o Projeto História e Memória: Visões de Minas do Laboratório de História Oral da Universidade Federal de Minas Gerais. Palavras chave: Biografia, Emoção, Política, Movimento Feminino pela Anistia.

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Universidade Federal de Santa Catarina Programa de Ps-Graduao em Histria Professora: Dr Cristina Sheier !olfHelena Greco e o Movimento Feminino pela Anistia em Minas Gerais:emoo e poltica na construo de uma biografiaKelly Cristina Teixeira "esumo: O presente artigo visa abordar o papel das emoes na construo das atividadessociais e polticas da mineira Helena Greco em determinados momentos de sua biografiaemespecial a partirdesua entrada para o !ovimento "eminino pela #nistia em!inasGerais$ %aratantopartiremosdeumaan&liseinicial departedasfontesdeseuar'uivopessoal coletadas no(nstitutoHelena Greco ede entrevistascom Helena paraoProjetoHistriaeMemria) *isesde!inasdo+aborat,riodeHist,riaOral da-niversidade"ederal de !inas Gerais$ Palavras #have) .iografia /moo %oltica !ovimento "eminino pela #nistia$Os vestgios de0121nos levaavia3ar pelotempoeaviver emoes deencontrar no presente atrav4s da Hist,ria as expectativas e esperanas do passado maisde tr5s d4cadas se passaram depois de sancionada a +ei da #nistia$ !uitos personagensdesta Hist,ria 3& se foram e outros a esto para nos contar esta experi5ncia$ / todos sotestemun6as do tempo de arbtrio pelo 'ual o .rasil passou desde 0178 at4 meados dofinal dos anos 29 'uando a brisa da liberdade e da democracia ensaiavam alcanar opas$ /ste artigo tem por ob3etivo sentir no presente sinais desta brisa da liberdade edemocracia atrav4s da biografia de Helena Greco$ %ara tanto abordaremos o papel dasemoes na construo das atividades sociais e polticas da mineira Helena Greco emdeterminados momentos de sua biografia em especial a partir de sua entrada para o!ovimento "eminino pela #nistia em !inas Gerais$%ara compreender a emoo como estrat4gia em especial na poltica partimos dareflexo de C6ristop6e %roc6asson 'ue percebe 'ue a emoo)designaoconjuntodemovimentos efetivos, mais oumenosestveis engendrados pelochoque de umestado individual comaanlise de uma situa!o" #sto implica em duas consequ$nciasimportantes: as emo%es n!o resultam de um encaminhamentopuramente individual,mas seinscrevememuma perspectivasocial ecultural: elas n!o se op%em & cogni!o'"#o estudar as emoes no buscamos desnudar :$ Helena pois seus impulsosda alma comoressaltouToc'ueville sovedados aos 6istoriadores e at4 aos seuscontempor;neos$ %or4m podemos apreender e analisar os fragmentos das expresses desua emoo ou se3a o 'ue %roc6asson denominou de prticas emocionais'ue visamdesencadear o uso das emoes$ %or conseguinte o desafio de compreender mesmo 'ue parcialmente as relaesde poder as emoes as negociaes tenses e as pr&ticas aparentes 'ue perfaotos contra =i'uelmesN ?a (nglaterra %eter .urO publica # fabricao do =ei) a fabricao da imagem pPblica de +uis Q(* al4m de recuperar a tradio de biografias coletivas de eliteRprosopografiaS difundidos na d4cada de 01@9DA9 com a obra *eneocial History recupera a biografia em sua dimenso sub3etiva dos processos sociais$ C6ristop6er Hill escreveu em 01KK Oliver CromEell ?o .rasil a divulgao do estudo biogr&fico 4 comentada pelos 6istoriadores .enito >c6imidt !agda =icci !arly da >ilva e "rancisca +$ ?ogueira de #CH(!(:T$ .enito .isso$ O g5nero biogr&fico no campo do con6ecimento 6ist,rico) tra3et,ria tend5ncias e impasses atuais e uma proposta de investigao$ A+,- ./$ 0evista do programa de Ps1gradua!o em Histria, %orto #legre -"=G> n$7N deH(!(:T$ .enito .isso$ Tra3et,rias e vivencias) as biografias na 6istoriografia do movimento oper&rio brasileiro$ Cultura e Trabal6o >a %aulo %%GHD:HD%-CJ>%$ "ev$011K n$ 07 p$ @AAJ@88$ >CH(!(:T$ .enito .isso$# biografia 6ist,rica) o TretornoU do g5nero e a noo de TcontextoU$(n) .=#C/++O> C4sar et al$ Luestes de teoria e metolodologia da 6ist,ria$ %orto #legre) /ditora da -"=G> @999 p$ 0@0J0@1$linear na'ual oindivduonasce crescesedesenvolveemorre$ :eforma'ueosturbil6esdeacontecimentos ocorridos duranteaexist5nciaflussemnumarededeeventos organiobre os tipos de depoimentos podemos encontrar) Hist,ria da cidade de .elo Horianta Cru< leite$ :a Guerril6a W imprensa feminista) aconstruode um feminismo p,s luta armada no .rasil R012CJ01K9S$ >o %aulo) (ntermeios @90A$19 +#??# Op$ Cit p$0A0 20K%/:=O Boana !aria \O+"" Cristina >c6eibe$ ?osotras e o Crculo de !ul6eres.rasileiras)feminismo tropical em %aris$ =evista de Hist,riaCultura e #rte$ -berl;ndia v$ 1 n$ 08 p$C1 @992$:isponvel em) 6ttp)DDEEE$artcultura$in6is$ufu$brD%:"08DBoana]@9!aria$pdf$ #cesso em) @9 de 3ul6ode @90Amobilic6eibe Xenclausuradas noprivadopelasociedadeburguesa 6aviam desenvolvido uma Xcultura femininaY atrav4s da experi5ncia com asrelaes familiares com vio%aulo) "undao %erseu#bramo@99A p$ CA22 +/(T/ =osalina de >anta Cru(+*# HaiOe =$ Kleber da$ ROrg$S # luta pela anistia$ >o %aulo) /ditora -nesp) #r'uivo%Pblico do /stado de >o %aulo) (mprensa Oficial do /stado de >o %aulo @991p$00A$23 %/:=O Boana !aria \O+"" Cristina >c6eibe$ Op$ cit$ p$ CK24?opossumos at4 omomento grande nPmerode informaosobre o"rei #ntVnio$#penastemoscon6ecimento de 'ue era da Ordem dos "ranciscanos e 'ue era p&roco da (gre3a ?ossa >en6ora dasC6agasfato 'ue permitiu fronteiras fluidas entre os movimentos$ /m 0121 seu nome recebeupro3eonacionaleinternacional fato'uel6erendeuumconviteparaparticipardoCongresso da #nistia realio %aulo) (mprensa Oficial do/stado de >o %aulo @991$p$000J0@A$+/*( Giovanni$ -sosdabiografia$ (n) "/==/(=# !arietade!oraesN #!#:OBananaROrgs$S$Usoseausosdahistriaoral*=iodeBaneiro) "undaoGetPlio*argas 011K$ p$ 072J0K@$O+(*/(=##naCristina!aria=odriguesde HelenaGre#o& euteati9o&.nistia*.elo Horiul #m4rica do>ul$ .edos) =evista do Corpo :iscente do %rograma de %,sJGraduao em Hist,ria da-"=G> ROnlineS v$ C p$ 002J0A0 @90A$T/+/> #melin6aN +/(T/ =osalina >anta Cru< leite$DaGuerrilha8im,rensafeminista: a #onstruo de um feminismo ,s luta armada no ;rasil 0123S$>o %aulo) (ntermeios @90A$[?C/=# (gn&cio >&nc6es de la +a sociologia ante el problema geracional$#notaciones al traba3o de Karl !ann6eim$ ")(S ?$ 7@%$ @8CJ@CA #.=DB-?$ 011A$