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EXISTENCIALISMO
Martin HeideggerJean-Paul Sartre
HEIDEGGER(1889-1976)
FENÔMENOS OU ESSÊNCIASHusserl - Heidegger
• Não são apenas: As coisas materiais que
percebemos, imaginamos ou lembramos;
As coisas naturais, estudadas pelas ciências da natureza, como supunha Kant.
• São também: Coisas puramente ideais ou
idealidades, isto é, coisas que existem apenas no pensamento: como os entes estudados pela matemática (figuras geométricas, operações algébricas etc.) e pela lógica (universalidade, necessidade, contradição, etc.)
FENÔMENOS OU ESSÊNCIASHusserl - Heidegger
As coisas criadas pela ação e pela prática humana humanas (técnicas, artes, instituições sociais, etc.)
Em suma: os resultados da vida e da ação humana – aquilo que chamamos de cultura – são fenômenos: significações ou essências que aparecem à consciência e que são constituídas pela própria consciência.
A fenomenologia é a descrição de todos os fenômenos, ou eidos ou essências
REGIÕES DO SER• Ao ampliar o conceito de
fenômeno, Husserl propôs que a filosofia distinguisse diferentes tipos de essências ou fenômenos e que considerasse cada um deles como manifestando um tipo de realidade diferente, um tipo de ser diferente.
ONTOLOGIAS REGIONAIS• Investigação das essências
próprias dos seres ou desses entes: região consciência, região natureza, região matemática, região arte, região história, etc.
ONTOLOGIA• Palavra que deriva do
particípio presente do verbo einai (ser), isto é, de on (“ente”) e tà onta (“as coisas”, os “entes”), dos quais vem o substantivo tò on: “o Ser”.
MARTIN HEIDEGGER
ÔNTICO• Se refere à estrutura e à
essência própria de um ente, aquilo que ele é em si mesmo, sua identidade, sua diferença em face de outros entes, suas relações com outros entes.
ONTOLÓGICO• Se refere ao estudo
filosófico dos entes, à investigação dos conceitos que nos permitam conhecer e determinar pelo pensamento em que consistem as modalidades ônticas, quais os métodos para seu estudo e quais categorias se aplicam.
ÔNTICODiz respeito
aos entes em sua existência própria.
ONTOLÓGICODiz respeito
aos entes tomados como objetos do conhecimento.
• Como existem diferentes esferas ou regiões ônticas, existirão ontologias regionais que se ocupam com cada uma delas.
• Na experiência cotidiana, distinguem-se espontaneamente cinco grandes estruturas ônticas: os entes materiais ou naturais (coisas reais), os entes materiais artificiais (coisas reais) os entes ideais, os entes de valor e os entes metafísicos.
• Como passamos da experiência ôntica à investigação ontológica?
Como passamos da experiência ôntica à investigação ontológica?
Quando:• Aquilo que faz parte da nossa vida cotidiana se torna
problemático, estranho, confuso;• Somos surpreendidos pelas coisa e pelas pessoas, porque
acontece algo inesperado ou imprevisível;• Desejamos usar certas coisas e não sabemos como lidar com
elas;• O significado costumeiro das coisas, das ações, dos valores ou
das pessoas perde sentido ou se mostra obscuro ou confuso;• O que nos foi dito, ensinado e transmitido sobre eles já não
nos satisfaz e queremos saber mais e melhor.
O QUE É ISSO QUE CHAMAMOS DE:
COISA REAL?• Frutas, árvores, pedras, rios, nossa casa, automóveis,
computador, telefone, etc.Uma coisa é chamada de real
porque pertence a um conjunto de entes que possuem em comum a mesma estrutura ontológica: são entes que existem fora de nós, estão no mundo diante de nós, isto é, são um ser, uma realidade.
Investigação ontológica• São realidade;• São entes que duram e
possuem duração: são temporais;
• Se transformam, são produzidos pela ação de outros;
• Ser, realidade, temporalidade e causalidade são conceitos que descrevem a essência dos entes chamados “coisas”.
O QUE É ISSO QUE CHAMAMOS DE:
ENTES IDEAIS?• Ideias gerais, concebidas
pelo pensamento lógico, matemático, científico e filosófico: igualdade, diferença, número, raiz quadrada, físico, psíquico, matéria, energi
• Não são coisas reais, são conceitos e existem apenas como conceitos;
INVESTIGAÇÃO ONTOLÓGICA• Não causam uns aos outros
mas podem relacionar-se. São relacionais, mas não são regidos pelo conceito de causalidade;
• Não existem do mesmo modo que as coisas;
• Idealidade, relação e atemporalidade são os conceitos ontológicos para entes ideais.
O QUE É ISSO QUE CHAMAMOS DE:
ENTES QUE SÃO VALORES?• Podem ser valorizados
positiva ou negativamente: beleza, feiura, vício, virtude, raro, comum, justo, injusto.
INVESTIGAÇÃO ONTOLÓGICA• Os conceitos ontológicos
principais que os descrevem essencialmente são a qualidade (um valor pode ser negativo ou afirmativo) e a polaridade ou oposição (os valores sempre se apresentam como pares de opostos).
O QUE É ISSO QUE CHAMAMOS DE: ENTES METAFÍSICOS?
• Entes que pertencem a uma realidade diferente daquela a que pertencem as coisas, as idealidades e os valores e aos quais damos o nome de metafísicos: a divindade ou o absoluto; o infinito e o nada; a morte e a imortalidade; a identidade e a alteridade; o mundo como unidade, a relação e diferenciação de todos os entes ou de todas as estrutura ônticas, etc.
Os entes considerados de acordo com a perspectiva dos seres humanos quanto à:
ESSÊNCIA• Todos os entes – naturais,
artificiais, ideais, valores, metafísicos – são entes culturais e históricos, submetidos ao tempo, à mudança, pois seu sentido (sua essência) muda com a cultura.
CATEGORIAS ONTOLÓGICAS• Ser, realidade, causalidade,
temporalidade, idealidade, atemporalidade, relação, diferença, quantidade, polaridade, oposição, etc., permanecem, ainda que modifiquem seus objetos.
• É a permanência que interessa à ontologia.
A NOVA ONTOLOGIA:NEM REALISMO, NEM IDEALISMO
REALISMO
• Se eliminarmos o sujeito ou a consciência, restam as coisas em si mesmas, a realidade verdadeira, o ser em si.
IDEALISMO
• Se eliminarmos as coisas ou o nôumeno, resta a consciência ou o sujeito que, por meio das operações do conhecimento, revela a realidade, o objeto.
Heidegger e Merleau-Ponty afirmam que as duas posições estão equivocadas:
• Se eliminarmos a consciência, não sobra nada, pois as coisas existem para nós, isto é, para uma consciência que as percebe, imagina, que delas se lembra, nelas pensa, que as transforma pelo trabalho, etc.
• Se eliminarmos as coisas, também não resta nada, pois não podemos viver sem o mundo nem fora dele; não somos os criadores do mundo e sim seus habitantes.
NOVA ONTOLOGIA
• Parte da afirmação de que estamos no mundo e de que o mundo é mais velho do que nós (isto é, não esperou o sujeito do conhecimento para existir), mas, simultaneamente, de que somos capazes de dar sentido ao mundo, conhecê-lo e transformá-lo.
• Somos seres temporais – nascemos e temos consciência da morte;
• Somos seres intersubjetivos – vivemos na companhia dos outros;
• Somos seres culturais – criamos a linguagem, o trabalho, a sociedade, a religião, a política, a ética, as artes, as técnicas, a filosofia e as ciências.
O QUE É A REALIDADE?
• É a existência do mundo material, natural, ideal, cultural e a nossa existência nele.
• É o campo formado por seres ou entes diferenciados e relacionados entre si que possuem sentido em si mesmos e que também recebem de nós outros e novos sentidos;
• Não é Objeto-Coisa, sem a consciência. Mas também, não é o Sujeito-consciência, sem as coisas e os outros.
O QUE ESTUDA A ONTOLOGIA?
• Os entes ou os seres antes que sejam investigados pelas ciências e depois que se tornaram enigmáticos para nossa vida cotidiana.
• Os entes ou os seres antes de serem transformados em conceitos das ciências e depois que nossa experiência cotidiana sofreu o espanto, a admiração e o estranhamento de que eles sejam como nos parecem ser, ou não sejam o que nos parecem ser.
A ontologia estuda as essências antes que sejam fatos da ciência explicativa e depois que se tornaram estranhas para nós:
• “Vejo esta casa azul”. • O que é ver, qual é a essência da visão?
• O que é uma casa ou qual a essência da habitação?
• Que é vermelho ou azul ou qual é a essência da cor ou o que é cor?
• Que é ver cores?
HEIDEGGER O SENTIDO DO SER
DISTINÇÃO ENTRE ENTE E SER
ENTE
• É a existência, a manifestação dos modos de ser.
SER
• É a essência, aquilo que fundamenta e ilumina a existência ou os modos de ser.
A partir dessa diferenciação é possível estabelecer duas fases da filosofia
heideggeriana:
• 1ª) caracterizada pela busca do conhecimento do ser por meio da análise do ente humano, da existência humana;
• 2ª) o ente sai do primeiro plano e o próprio ser torna-se a chave para a compreensão da existência;
DASEIN – SER AÍ, ESTAR AÍ
• Heidegger parte da análise do ser do homem, dasein, um ser-no-mundo; ele descreve três etapas que marcam a existência e que, para a maioria dos indivíduos, culminam em uma existência inautêntica:
FATICIDADE
1. Fato da existência: o ser humano é “lançado” ao mundo, sem saber por quê. Ao despertar para a consciência da vida, já está aí, sem ter pedido para nascer;
2. Desenvolvimento da existência: o ser humano estabelece relações com o mundo (ambiente natural e social historicamente situado). Para existir, projeta sua vida e procura agir no campo de suas possibilidades. Move uma busca permanente para realizar aquilo que ainda não é. Em outras palavras, existir é construir um projeto
3) Destruição do eu:
• tentando realizar seu projeto, o ser humano sofre a interferência de uma série de fatores adversos que o desviam de seu caminho existencial. Trata-se do confronto do eu com os outros, confronto no qual o indivíduo comum é geralmente derrotado.
• O seu eu é destruído, arruinado, dissolve-se na banalidade do cotidiano, nas preocupações da massa humana.
• Em vez de tornar-se si-mesmo, torna-se o que os outros são; assim, o eu é absorvido no com-o-outro e para-o-outro.
A ANGÚSTIA
• É o sentimento profundo que faz o ser humano despertar da existência inautêntica;
• Ela revela: o quanto nos dissolvemos em atitudes
impessoais; o quanto somos absorvidos pela banalidade do
cotidiano; o quanto anulamos nosso eu para inseri-lo,
alienadamente, no mundo do outro.
SER-PARA-A-MORTE
• Todo ser é um “ser rumo à morte”, mas apenas os humanos reconhecem isso. Nossas vidas são temporais: somente depois de compreender isso podemos viver uma vida significativa e autêntica.
• “A angústia, porém, é a disposição que permite que se mantenha aberta a ameaça absoluta e insistente de si mesma, que emerge do ser mais próprio e singular da presença. Na angústia, a presença dispõe-se frente ao nada da possível impossibilidade da existência. A angústia se angustia pelo poder-ser daquele ente assim determinado, abrindo-lhe a possibilidade mais extrema. Porque o antecipar simplesmente singulariza a presença e, nessa singularização, torna certa a totalidade de seu poder-ser, a disposição fundamental da angústia pertence ao compreender de si mesma, própria da presença.”
• Do sentido que o ser humano imprime à sua ação, decorre a autenticidade ou a inautencidade da sua vida.
• O indivíduo inautêntico é o que se degrada vivendo de acordo com verdades e normas dadas; a despersonalização o faz mergulhar no anonimato, que anula qualquer originalidade.
• Ao contrário, a pessoa autêntica é aquela que se projeta no tempo, sempre em direção ao futuro. A existência é o lançar-se contínuo às possibilidades sempre renovadas.