healthcare management 21a edição

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HEALTHCAREManagement 21 NOVEMBRO | DEZEMBRO 2012 healthcaremanagement.com.br 1

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Revista bimestral direcionada à area da saúde. Nesta 21ª edição da revista, com a preocupação em difundir a proposta de e-Health na América Latina trazemos a matéria de capa com o executivo de TI, Carlos Eduardo Nogueira. Além disso, teremos também interessantes reportagens sobre gestão. hospitalar.

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EXPEDIENTE

A revista Healthcare Management é uma publicação bimestral do Grupo Mídia. Sua distribuição é controlada e ocorre em todo o território nacional.

O conteúdo dos artigos é de responsabilidade dos autores.A reprodução das matérias e dos artigos somente será permitida se previamente autorizada por escrito pelo Grupo Mídia,

com crédito da fonte.

MATRIZRua Antônio Manuel Moquenco Pardal, 1027 - Ribeirão Preto-SP - Brasil

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SUCURSALAvenida Nova Independência, 1.061 - Brooklin - São Paulo-SP - Brasil

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eDIToRA eXeCUTIVAPriscila Soares Prado

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ReLAçÕeS InTeRnACIonAIS Jailson Rainer

[email protected]

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EDITORIAL

Conexão para o futuroCaro leitor,

Qualquer que seja a missão de gestores, CEO´s e profissionais do setor da saúde é imprescindível a utilização de ferramentas tecnológicas. Um clique em um ambiente médico pode ser decisivo para o caminho do tratamento de pacientes e também de profissionais da instituição. É com essa preocupação em difundir a proposta de e-Health na América Latina que trazemos a matéria de capa com o executivo de TI, Carlos Eduardo Nogueira.Além disso, interessantes reportagens so-bre gestão hospitalar estão presentes nesta edição, que destaca os principais eventos do segmento da saúde no último trimes-tre de 2012. A começar pela cobertura do maior evento de saúde do mundo, a Feira Medica, na cidade de Düsseldorf, Alema-nha, onde tivemos a oportunidade de dis-tribuir a revista em dois idiomas e também levar nossos parceiros para além das fron-teiras brasileiras. Esta publicação se preocupou em trazer in-fluentes profissionais no segmento da saú-de para o nosso conteúdo. Neste rol está o cientista Jianwei Miao, da Universidade da Califórnia, que detalha acerca de seu último estudo: uma nova tecnologia que produz imagens 3D do câncer de mama com me-nor dose de radiação. Também fomos honrados em contar com a participação do dermatologista e especia-lista em tratamento de lesões, Hans Smola, e da enfermeira Christine Bloch. Os espe-cialistas alemães vieram ao Brasil com o intuito de trazer novas soluções de trata-mentos e conferir os métodos utilizados pelas instituições na-

cionais.Já para as soluções de preservação do meio ambiente no setor médico, lançamos a editoria “Sustentabilidade”. Para comple-mentar esta nova seção, contamos com um curioso artigo da gerente ambiental e projetos do Instituto Nacional de Desenvol-vimento Social e Humano (INDSH), Márcia Mariani. E em comemoração aos mais de 77 anos de história do Hospital Evangélico de So-rocaba (SP), um especial aborda os avan-ços da instituição, bem como as parcerias que colaboram para este notável reconhe-cimento.

Boa leitura!

Edmilson Jr. CaparelliPublisher

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NESTA EDIÇÃO

NOVEMBRO - DEzEMBRO

PONTO DE VISTA

14 Troca de conhecimento Especialistas alemães visitam o Brasil para conhecer de perto as técnicas brasileiras e, também, trazer novos métodos de tratamento

ESPAçO méDIcO

hOmENAgEm

fOcO NA gESTãO

18 Várias formas de gerenciar um hospitalArtigo de José cleber do Nascimento costa, administrador hospitalar

20 Intercâmbio de experiências1ª Semana de curativos em hospitais de São Paulo traz palestras com especialistas alemães referências na saúde internacional

22 Poderosa fonte de excelência

36 Segurança ao paciente

40 Os benefícios das ferramentas de Business Intelligence na área de saúde

41 Que papelão!!!

60 O mesmo hospital,um novo conceito

62 humanização segura

65 Para salvar vidas

50 gestão Ambiental em Saúde

54 O completo compromisso

56 O panorama ocular

16 Lastimável perda

44 é preciso conectar

ONA informa que instituições iniciantes no processo de creditação conquistaram visível melhora no plano de atendimento e eficiência

Instituição conquista Acreditação Internacional canadense por proporcionar excelência em atendimento ao paciente

Artigo de fernando Vogt, diretor de vendas para a área de saúde da InterSystems

Artigo de Avi Zins, consultor especialista no setor da saúde

Reconhecida pela excelência no atendimento aos seus pacientes, instituição aposta em uma nova gestão investindo em tecnologia e humanização

Acolhimento individual é a chave para o sucesso no tratamento de pacientes atendidos pelo Instituto de hemodiálise Sorocaba

gestão adota processos de controles e avaliações que resultam no abastecimento de 149 mil bolsas de sangue para cerca de 100 hospitais

Preocupação com medidas sustentáveis torna-se o grande paradigma para a sociedade atual

gestão de resíduos hospitalares. Uma questão de responsabilidade social, econômica e ambiental

Especialistas analisam o tratamento para a saúde dos olhos e executivo afirma que no Brasil apenas 2 milhões de pessoas usam lentes de contato

Dr. Dante montagnana, presidente do SINDhOSP e da fEhOESP, falece aos 87 anos

Executivo comenta o uso de sistemas conectados na América Latina e afirma que o Brasil necessita investir em saúde com novas tecnologias

hEALTh-IT

ESPEcIAL hOSPITAL EVANgéLIcO DE SOROcABA

mEIO AmBIENTE

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67 O upgrade na gestão

72 fazer mais com menos

76 humanização tecnológica

78 Nova exigência à vista

82 Qualificação em procedimentos

86 Encontro anual

89 Debates e tendências

92 Destaque internacional

Operadoras em xeque

94 Um centro médico integrado

97 Risco zero

99 Uma atenção especial

Seguimento da saúde se fortalece por meio das tradicionais parcerias estabelecidas com as empresas que promovem serviços de apoio

Prestadora de serviço de diagnóstico por imagem para o SUS aposta em atendimento qualificado e investimento em profissionais

Nova ferramenta disponível no mercado proporciona economia de gastos para o hospital, além de umanização no tratamento do paciente

gases medicinais nas instituições de saúde a partir de 2013 serão fiscalizados pela ANVISA

Além da satisfação do paciente, gestão trabalha a fim de conquistar a admiração dos usuários pela excelência no atendimento

ABImED indica como foi o desempenho do setor de produtos para a saúde em 2012

grupo mídia realiza cobertura completa do fórum Internacional horizontes, evento que reuniu importantes personalidades da saúde nacional e internacional

grupo mídia participa da feira medica, na Alemanha, e apresenta a revista healthcare management para o mercado internacional

modificação de planos e suspensão de vendas marcam o ano de 2012 para as empresas de planos de saúde

gestão aposta em tecnologia e capacitação de profissionais ganhando, assim, destaque no competitivo mercado de cirurgias plásticas do País

Segurança do paciente como prioridade estratégica na assistência à saúde

medida aprovada pelo cfm intensifica a importância dos cuidados paliativos no País

O advogado Dr. Ivan gesca murta, especialista em Direito constitucional esclarece os direitos entre usuários, empresas e operadoras em relação aos recentes problemas existentes

ALTA NOS NEgÓcIOS

102

EScOLhA cERTA mODELO DE ATENDImENTO

saúde10pontuando a gestão

ponTo fINAL106

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AQUISIçãOamericana UnitedHealth compra a amilEm outubro de 2012, a empresa UnitedHealth Group comprou a UHG, em-presa controladora da Amil Participações (Amilpar). A negociação foi apro-vada pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) e, assim, marca a entrada do maior grupo internacional de planos de saúde no Brasil. A transação corresponde ao montante de R$ 6,5 bilhões pelos 58,9% do capital da Amil que estão sob o controle do fundador, Edson Bueno, e sua sócia, Dulce Pugliese. A UHG realizará oferta pública de aquisição das ações de emissão da Amilpar, para todos os acionistas da companhia, em igualda-de de condições àquelas acordadas com os acionistas controladores. A Amil oferece planos de saúde e odontológicos para mais de 5 milhões de pessoas. Além disso, conta com 22 hospitais e cerca de 50 clínicas em todo o País. O grupo também possui uma grande rede credenciada no Brasil, com 44 mil médicos, 3,3 mil hospitais, cerca de 11 mil clínicas e 12 mil laborató-rios e centros de diagnóstico por imagem.

DIREçãO FISCALÓrgão publica lista de operadoras A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) divulgou, em novem-bro, a relação de operadoras de planos de saúde em regime especial de Direção Fiscal. Com isso, a solicitação da portabilidade especial dos planos teve o prazo de 60 dias para ser solicitada pelos beneficiários.A portabilidade especial garante a troca do plano sem o cumprimento de novas carências ou cobertura parcial temporária no novo plano. A faixa de preço do serviço deve ser igual ou inferior àquela em que se enquadra o plano de origem.

LEIGoverno fixa prazo de 60 dias para início do tratamento de pacientes com câncerEm novembro foi sancionada a Lei nº 12.732/12, estabelecendo o prazo para o início do tra-tamento de pessoas com câncer. Assim, pacientes com neoplasia maligna deverão iniciar os devidos cuidados no Sistema Único de Saúde (SUS) em no máximo de 60 dias, contados a partir do diagnóstico.Conforme dita a publicação, o prazo estabelecido será considerado cumprido quando o trata-mento for efetivamente iniciado, seja por meio de cirurgia, radioterapia ou quimioterapia. Em casos mais graves, o tratamento poderá ser feito em tempo inferior ao estabelecido.Ainda de acordo com a Lei, os estados brasileiros que apresentarem grandes espaços territo-riais sem serviços especializados em oncologia deverão produzir planos regionais para a insta-lação desse tipo de unidade.

DIASFotos: Divulgação

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PROJEçõESpesquisa revela que gastos do sUs chegarão a r$ 63,5 bilhões até 2030Segundo pesquisa realizada pelo Instituto de Estudos de Saúde Suple-mentar (IESS), os gastos do Sistema Único de Saúde (SUS) referentes a assistências ambulatoriais e hospitalares podem atingir a marca de R$ 63,5 bilhões em 2030.Outro dado refere-se às internações de idosos em 2030 que poderão cres-cer até cinco vezes em relação ao valor registrado em 2010, resultando em um montante de R$ 14,3 bilhões. Estima-se que até 2030 os gastos com a população idosa somarão quase a metade de todas as despesas hospitalares do SUS.

MELHORIASMinistério da saúde investe em melhorias na assistência oncológicaO ministro da saúde, Alexandre Padilha, anunciou um novo sistema para cadas-tramento de exames oncológicos a fim de melhorar a qualidade do atendimento. Com isso, laboratórios que realizam exames citopatológicos para o Sistema Úni-co de Saúde (SUS) devem aderir ao Programa Nacional de Qualidade em Citopa-tologia (PNQC).Entre as principais medidas está a capacitação de profissionais de saúde e de vigilância sanitária para o controle de qualidade dos exames realizados como o monitoramento através do Sistema de Informação (SISCAN).

ERRATAS 20ª Healthcare ManagementNa entrevista “O impacto do conhecimento sistêmico” o nome correto do entrevistado é Donizetti Louro e o nome exato da entidade citada no texto é Abeclin. Na introdução o correto é “Um dos dilemas existentes nas instituições de saúde e clínicas especializadas é introduzir novos equipa-mentos com softwares embarcados em determinados ambientes.” Já na matéria “Foco no Paciente” a denominação correta da empresa responsá-vel pela realização do fórum é TM Jobs.

desTaQUes

Do SEtor

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ponTo

DE VIStA

Troca de conhecimento

especialistas alemães visitam o Brasil para conhecer de perto as técnicas brasileiras e,também, trazer novos métodos de tratamento

Em dezembro, o derma-tologista e especialista

em tratamento de lesões, Hans Smola, junto com a enfermeira Christine Bloch, visitaram instituições de saúde no Brasil, ministran-do palestras a respeito do uso dos curativos a base de prata.

Hans Smola é também professor da Universidade de Cologna, na Alemanha, sendo referência mundial da saúde, com cerca de 50 artigos publicados em re-vistas especializadas. Além disso, o médico é diretor clínico da Paul Hartmann, empresa parceria da Bace HealthCare há mais de 20

INTERcÂmBIO

anos. Durante sua estadia, Dr.

Smola ministrou palestra sobre “A cicatrização de risco: escolhas inteligentes em situações complexas”, abordando o uso de cober-turas interativas com siste-ma diferenciado à base de poliacrilato para manuten-ção do meio ambiente úmi-do e aceleração do proces-so cicatricial.

A enfermeira Christine Bloch também possui um vasto currículo sendo acre-ditada pela Associação Ale-mã de Feridas e consultora técnica da Paul Hartmann. Sua palestra realizada no Hospital Albert Einsten de-

dicou-se ao tema “A utili-zação da prata no dia a dia – Quando e como fazer as melhores escolhas.”

Em entrevista à Revista HealthCare Management, Dr. Smola comenta que a primeira impressão quan-to aos tratamentos de feri-das no Brasil foi positiva. “Temos muitos pontos em comum entre a saúde ale-mã e brasileira. Um gran-de mercado de saúde, por exemplo, e também muitos pacientes são algumas das características similares. Durante as palestras que participei pude conhecer impressionantes procedi-mentos cirúrgicos e ob-

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noVas

tÉCNICAS

servei uma grande preocu-pação em investimento de tecnologia.”

Block também disse estar impressionada com a quali-dade dos hospitais brasilei-ros e também salientou que certas questões são pareci-das entre os dois países. “Es-tou aqui há apenas uma se-mana e pude observar que os tratamentos de ferimen-tos são semelhantes àque-les feitos na Alemanha. Ob-servei também que os casos de diabetes são superiores no Brasil. Já a percentagem de idosos é inferior se com-parado à Alemanha.”

CHRISTINE BLOCH, ENFERMEIRA, E HANS SMOLA, ESPECIALISTA EM TRATAMENTO DE LESõES

HCM

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personaLIdade

NotÓrIA

Lastimável perdahOmENAgEm

dr. dante Montagnana, presidente do sIndHosp e da FeHoesp, falece aos 87 anos, deixando umimportante legado para a saúde no país

Em 2012 o cenário da saú-de perdeu um de seus

grandes protagonistas. O médico anestesista Dante Montagnana, que presidia o SINDHOSP (Sindicato dos Hospitais, Clínicas e Labora-tórios de São Paulo) há mais de 15 anos, faleceu aos 87 anos, no Hospital do Cora-ção (SP), vítima de uma para-da cardíaca.

Dante Montagnana tam-bém ocupava a presidência da FEHOESP (Federação dos Hospitais, Clínicas e Labora-tórios do Estado de São Pau-lo) desde a sua criação, há nove anos. Foi assim que o estado de São Paulo passou a ter assento na Confedera-ção Nacional de Saúde (CNS)

e a participar das principais reuniões, comissões e audi-ências que impactam direta-mente o segmento.

Considerado como o gran-de responsável pela criação do sistema sindical patronal da saúde de São Paulo, Mon-tagnana transformou o SIN-DHOSP no maior sindicato da área de saúde na América Latina. Durante sua gestão foram inaugurados escritó-rios regionais nas cidades de Mogi das Cruzes, Suzano, Jundiaí, Presidente Prudente e Ribeirão Preto. Essa des-centralização do Sindicato intensificou ainda mais a re-lação com as instituições de saúde.

Com o falecimento de Mon-

tagnana, assume a presidên-cia do SINDHOSP o médico e presidente do Sindicato dos Hospitais, Clínicas e Labora-tórios de Ribeirão Preto e Re-gião (SINDHORP), Yussif Ali Mere Jr, eleito em junho de 2012 primeiro vice-presidente da entidade.

“Graças à gestão de Mon-tagnana o SINDHOSP possui, hoje, um departamento jurí-dico completo com serviços para os associados de muita competência. O desafio ago-ra é continuar com os avan-ços e fortalecer ainda mais o sistema sindical, lutando por uma saúde de qualidade junto a outras organizações civis da sociedade”, ressalta Dr. Yussif Ali.

“A maior vantagem de ouvir os outros com atenção é que eles irão ouvi-lo da mesma manei-ra, como forma de retribuição, e reagirão com interesse quando você estiver falando. Quanto mais você e eles souberem ouvir efetivamente, tanto mais terão a ganhar e a aprender”.

Dante Ancona Montagnana

HCM

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FoCo na

ALTERNATIVAS

GEStÃo

VÁrIas ForMas de GerenCIar UM HospITaL

Administrar um hospital não é uma das tarefas mais fáceis. Num país, como o Brasil, marcado por diver-sidades nas necessidades locais, o desafio é ainda maior. Porém, contar com um profissional especiali-zado para gerir uma insti-tuição de assistência à saú-de é fundamental para que proporcione um melhor atendimento ao público e promova condições de tra-balho mais adequadas às equipes de saúde. Porém, existem várias formas de gestão de um ambiente de saúde que contemplam tanto o setor público como o privado. Estes últimos divididos entre lucrativos e não lucrativos.

Os hospitais privados com fins lucrativos, nor-malmente pertencem a fa-mílias, grupos médicos ou empresas médicas, como medicinas de grupo e co-operativa médica. Já os estabelecimentos de saú-de sem fins lucrativos, ge-ralmente são geridos por irmandades, santas casas, hospitais religiosos e ou-tras formam o grande par-que hospitalar brasileiro.

Atualmente existem mais duas formas de gestão: a)

Parceria Pública Privada (PPP) - quando há um con-trato de longo prazo, nor-malmente superior a 10 anos, e uma empresa ou um consórcio de empre-sas se dispõe a adminis-trar um aparelho público de saúde – hospital, Unida-de de Pronto Atendimento (UPA), maternidade, unida-de básica de saúde, e etc.; b) Organizações Sociais de Saúde (OSSs) - forma de gestão que tem tido uma enorme dimensão em todo país. Na verdade, é quando por chamamento público ou licitação, uma entidade sem fins lucrativos passa a administrar um aparelho público de saúde.

A vantagem de falar em Parceria Pública Privada é que ela é uma gestão de

longo prazo, normalmen-te por 10 anos. Com isso garante uma administra-ção estável. No entanto, a PPP é como uma entidade lucrativa, os custos para o Estado são maiores, já que há uma maior carga tribu-tária e uma parcela das re-ceitas é destinada a pagar os investimentos e remu-nerar os investidores.

Já as OSSs tem a des-vantagem de ter contratos menores, geralmente de 1 a 5 anos, mas tem inúme-ras vantagens, tais como: a) os eventuais resultados econômico- f inanceiros são reaplicados no pró-prio hospital, em prol da comunidade e da assis-tência; b) as metas quan-titativas e qualitativas são acompanhadas rigorosa-mente, todo mês; c) Com a formação de um Conse-lho de Administração da comunidade, existe um verdadeiro controle social sobre a entidade; d) Os serviços compartilhados (RH, Jurídico, Contabili-dade, TI, etc.), fazem com que os custos totais sejam menores; cabe destacar que alguns contratos de PPPs também têm a pre-visão da atuação de uma

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soluçõesINtELIGENtES

CSC – Central de Serviços Compartilhados; e) Como as OSSs normalmente diri-gem muitos hospitais nes-ta modalidade por todo o Brasil, a sinergia, troca de experiência e ajuda para problemas emergentes é enorme; f) não há lucros e tributos envolvidos.

Tanto as PPPs como as OSSs são opções de mo-dernização da máquina estatal, e tem grande ca-pacidade de atender a lei de responsabilidade fiscal, maior agilidade que a má-quina pública, é menos bu-rocrática e os resultados assistenciais, sociais e hu-manos aparecem com im-pressionante velocidade.

Não importa que tipo de modalidade será adminis-trado: um estabelecimen-to de saúde, seja OSSs ou PPPs, entre outros. O mais importante é oferecer um serviço de excelência tan-to para pacientes como para todos os profissionais envolvidos no ambiente hospitalar. Para isso, é es-sencial atentar-se às se-guintes principais regras:

1) Na dúvida, pró-pa-ciente, ou seja, qualquer problema que ocorra no hospital, a prioridade de resolver é sempre em prol das pessoas atendidas;

2) Racionalize e simplifi-

que - sempre é possível;3) Qualidade deve ser re-

gra e não exceção;4) Trate bem todas as

pessoas que circulam, tra-balham e utilizam um esta-belecimento de saúde;

5) Seja honesto com seus princípios, valores e com a ética.

Gerir um ambiente de saúde é um desafio, por-que envolve a questão do recrutamento, seleção, admissão, treinamento e retenção de talentos mé-dicos, de enfermagem e de outras áreas são cru-ciais. Além disso, é preci-so pensar na logística de materiais e medicamentos de uso no paciente, bem como em outros insumos também é preponderan-te. A implantação de uma cultura profissional de administração ao lado de uma de qualidade assis-tencial é outro ponto para reflexão. A manutenção e atualização do parque de equipamentos, instrumen-tos, áreas físicas e tecnolo-gias é mais um. Assim, são vários os obstáculos, que normalmente são supera-dos por um entendimento dos problemas de saúde de uma comunidade, da análise epidemiológica desta comunidade, do ma-peamento estratégico feito

ao lado de um bom plano diretor de medicina, am-bos norteados pelo BSC – Balanced Scorercard, uma ferramenta de gestão cada vez mais utilizada para ge-rir estabelecimentos de saúde. O financiamento e o acesso aos serviços de saúde também são desa-fios permanentes, bem como a oferta de novos serviços à comunidade.

Já os cincos erros que podem comprometer uma gestão eficiente são:

1) Ver a saúde como um negócio pura e simples-mente;

2) Não gostar de fazer bem ao próximo;

3) Tratar mal colabora-dores, pacientes, médicos e demais pessoas que fre-quentem um ambiente de saúde;

4) Descuidar das tecnolo-gias;

5) Agir sem princípios. Enfim, são muitos desa-

fios que só entidades sé-rias e preparadas estão ap-tas a superá-los.

José Cleber do Nascimento Costa é administrador hospitalar, com mestrado pela Universidade Mackenzie, MBA pela FIA-USP, membro da Academia Brasileira de Administração Hospitalar, vice--presidente de Gestão Administra-tiva da ABDEH.

HCM

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FoCo na

EVENTO

Intercâmbio de experiências1ª semana de Curativos em hospitais de são paulo traz palestras com especialistasalemães referências na saúde internacional

GEStÃo

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INoVAÇÃo

A Bace Heatlhcare, for-necedora de produtos

inovadores para o merca-do médico-hospitalar, em parceria com a empresa alemã Paul Hartmann, re-alizou em São Paulo a 1ª Semana de Palestras so-bre Curativos em concei-tuados hospitais da cida-de.

O evento foi promovido em vários hospitais como o Edmundo Vasconcelos, Albert Einstein, Samarita-no, Alemão Oswaldo Cruz, Alvorada Moema e tam-bém no Cruz Azul Saúde e Educação.

A semana contou com a presença do médico pro-fessor da Universidade de Cologna, na Alemanha, Hans Smola, referência mundial em tratamento de feridas, que ministrou uma palestra com o tema “Mitos e verdades sobre citotoxidade em curativos à base de prata”. Tam-bém participou do evento

a enfermeira acreditada pela Associação Alemã de Feridas e consultora téc-nica da Paul Hartmann, Christine Bloch, que expôs questões acerca da “Utili-zação da prata no dia a dia – Quando e como fazer as melhores escolhas”.

Segundo Yro Lorentzia-dis, diretora da BaceHe-althcare, a iniciativa visa fundamentar, ampliar e so-lidificar os conhecimentos dos profissionais de saúde para que tenham ciência dos diferentes curativos à base de prata disponíveis no mercado. “Estes curati-vos auxiliam e aceleram o processo de cicatrização, especialmente de feridas crônicas e infectadas, e

nosso objetivo é difundir conhecimento para mini-mizar os efeitos colaterais na rotinização dos produ-tos à base de prata, garan-tindo, assim, a evolução do tratamento de lesões de forma mais rápida.”

Já para a gerente comer-cial da Bace Healthcare, a estomaterapeuta Silvia Moraes, o tratamento de lesões crônicas de diver-sas etiologias tem sido uma preocupação e um grande desafio para todos os profissionais da área da saúde. “O evento trouxe uma grande oportunidade para uma troca enrique-cedora de conhecimentos e experiências entre cole-gas.”

“ESTES CURATIVOS AUxILIAM E ACELERAM O PROCESSO DE CICA-TRIzAçãO, ESPECIALMENTE DE FERIDAS CRôNICAS E INFECTADAS, E nOssO ObjEtivO É difundiR COnhECimEntO pARA minimizAR Os EFEITOS COLATERAIS NA ROTINIzAçãO DOS PRODUTOS à BASE DE PRATA, GARANTINDO, ASSIM, A EVOLUçãO DO TRATAMENTO DE LE-SõES DE FORMA MAIS RáPIDA.”

YRO LORENTzIADIS, DIRETORA DA BACEHEALTHCARE

“O EVENTO TROUxE UMA GRANDE OPORTUNI-DADE PARA UMA TROCA ENRIQUECEDORA DE CONHECIMENTOS E ExPERIêNCIAS ENTRE COLE-GAS.”

SILVIA MORAES, GERENTE COMERCIAL DA BACE HEALTHCARE

HCM

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FoCo na

AcREDITAçãO

GEStÃo

poderosa fonte de excelênciaona informa que instituições iniciantes noprocesso de acreditação conquistaram visível melhora no plano de atendimento e eficiência

Antes de se falar em re-quisitos necessários

para as instituições que buscam o selo da Organi-zação Nacional de Acre-ditação (ONA) é preciso entender os significados, objetivos e processos dessa certificação, atra-vés dos quais as Orga-nizações Prestadoras de Serviços de Saúde (OPSS) adquirem reconhecimen-to público e asseguram a

qualidade dos trabalhos prestados, a partir de pa-drões previamente esta-belecidos. Esse processo é voluntário e reservado, não tendo caráter fisca-lizatório ou prescritivo e se apoia no consenso, ra-cionalização e ordenação das OPSS, assim como na educação contínua e permanente dos profissio-nais.

De acordo com as infor-

mações emitidas pela as-sessoria de imprensa da ONA, a instituição que ade-re ao processo de acredi-tação revela responsabili-dade e comprometimento com a segurança, a ética e os procedimentos que re-aliza, buscando garantir a qualidade do atendimento à população. Através do modelo de gestão adota-do é possível proceder à avaliação do desempenho

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primeirosPASSoS

da organização que, por sua vez, passa a dispor de ferramentas para identifi-car e entender seus pon-tos fortes e oportunidades para melhorar e promover a cooperação interna entre setores, processos e equi-pes administrativas e ope-racionais, de forma siste-mática e constante.

O processo deve ser re-novado periodicamente para que a entidade acre-ditada man-tenha o nível a l c a n ç a d o ou obtenha um upgrade entre os três níveis defi-nidos pela ONA: nível I (Seguran-ça); nível II (Gestão I n t e g r a d a ) e nível III (Excelência em Gestão), além do Selo de Qualificação, atribuído aos serviços para saúde.

Dentro do Sistema Bra-sileiro de Acreditação (SBA), o processo de ava-liação para certificação é de responsabilidade das Instituições Acreditadoras Credenciadas (IACs) pela ONA e desempenhada por suas equipes de avaliado-res. Portanto, para dar os primeiros passos em dire-ção a acreditação, a OPSS

deve selecionar uma des-sas instituições para reali-zar a avaliação para a cer-tificação, além de possuir alvará de funcionamento, licença sanitária e registro do responsável técnico.

Cumprida essa primeira etapa, cabe à OPSS cola-borar para que o trabalho seja feito com transparên-cia e agilidade, facilitando o acesso aos documentos solicitados, às instalações

e equipes técnicas e ad-ministrativas, em todas as etapas da certificação. Fazem parte do processo de acreditação as visitas que as IACs realizam para conhecer a organização e avaliar os sistemas de assistência e gestão de qualidade utilizados; as atividades de divulgação através de palestras de sensibilização; atividades educativas, com a reali-zação de cursos de multi-plicadores e facilitadores

que contribuam para dis-seminar a cultura da quali-dade em toda a instituição e em todas as atividades que garantam o cumpri-mento dos padrões esta-belecidos.

Para a manutenção da certificação, no período de validade que varia de um a três anos (o selo de qua-lificação deve ser renova-do anualmente, os níveis I e II, têm validade de dois

anos e o nível III é revisto a cada três anos), a o r g a n i -zação de s a ú d e acred i ta -da fica su-bordinada à visita de avaliação

de manutenção da condi-ção de acreditado e detec-ção de eventos-sentinela (ocorrência inesperada ou variação do processo envolvendo lesão física, psicológica, óbito ou sim-plesmente o risco disso ocorrer), que são meca-nismos de controle para a verificação da continuida-de do desempenho obtido no processo de avaliação.

A ONA informa que as instituições que iniciam seus primeiros passos

A ONA informa que as instituições que iniciam seus primeiros passos dentro dos conceitos definidos no sistema brasileiro de Acreditação, pode-se afirmar que há uma consistente melhora não só no plano de atendimento e envolvimento com os usuários e seus familiares, como também com todos os colaboradores destas organizações.

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dentro dos conceitos defi-nidos no Sistema Brasilei-ro de Acreditação, pode--se afirmar que há uma consistente melhora não só no plano de atendimen-to e envolvimento com os usuários e seus familiares, como também com todos os colaboradores destas organizações.

Esse empenho se refle-te, ainda, na eficiência até nos resultados financei-ros, já que a maior orga-nização e detalhamento dos procedimentos per-

FoCo na

AcREDITAçãO

GEStÃo

mite um acompanhamen-to constante e traz efeitos positivos nos resultados econômicos. Ou seja, há um aumento da eficiência, da produtividade e dos re-sultados, que permitem a evolução constante des-tas organizações, levando gradativamente a um cres-cimento institucional.

As instituições modifi-cam gradativamente seus procedimentos internos e, na medida em que evo-luem no processo, pas-sam também a expressar

uma nova filosofia de atu-ação no atendimento de sua clientela. Tal situação pode ser confirmada pelo número expressivo de Diagnósticos Organizacio-nais (atividade facultativa, independente do proces-so de certificação, para avaliação dos sistemas de assistência, gestão e qualidade) que estão sen-do solicitados pelas mais diversas Organizações de Saúde objetivando partici-par do processo de acredi-tação em sua totalidade.

InSTITUIçÕeS QUe DeRAM enTRADA no PRoCeSSo De ACReDITAçÃo no níVeL I DA onA eM 2012

Em 2012 = 30 Organizações prestadoras de serviços de saúde foram certificadas em Nível 1, com a seguinte distribuição, por segmento:serviços hospitalares = 19 Opss certificadasserviços de Laboratórios = 3 Opss certificadas serviços de nefrologia e terapia Renal substitutiva = 2 Opss certificadas serviços ambulatoriais ou pronto Atendimento = 6 Opss certificadas

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primeirosPASSoS

Certificações válidas crescem cerca de 10% em três mesesA Organização Nacional de Acreditação (ONA) homologou 34 processos de

agosto até o início de outubro, entre novas certificações e recertificações de serviços de saúde em todo o País. O número indica um crescimento de quase 10% em relação às certificações válidas, que atingiu um total de 324 institui-ções no mesmo período. Outro resultado positivo é que a rede de serviços homologados incluiu a certificação inédita de instituições de saúde no mato Grosso do Sul e Amapá, que agora se somam aos outros 20 estados brasileiros que já possuem instituições acreditadas pelo Sistema Brasileiro de Acreditação - sbA/OnA. no total foram concedidas 13 novas certificações, entre as quais um selo de Qualificação e 20 recertificações, incluindo um upgrade (mudança de Nível de Qualidade). São Paulo foi o estado com o maior número de homo-logações, com 16 acreditações concedidas; seguido por Minas Gerais, com seis; Bahia, com três e Rio de Janeiro, com duas. Além do Distrito Federal, Amapá e Mato Grosso do Sul, os estados do Rio Grande do Norte, Pará, Es-pírito Santo e Santa Catarina também conquistaram uma homologação cada.

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FoCo na

AcREDITAçãO

GEStÃo

na dIreÇão da exCeLÊnCIa

Percorrer um caminho que lhe rende reconhecimentos e prestígios por parte da so-ciedade é uma meta mais que essencial para as empre-sas do setor da saúde. Ainda mais quando esse conceito é avaliado por organizações de credibilidade como a ONA. Nesse sentido, a Bahia Home Care (BHC), que atende por mês cerca de 340 pacientes,

adotou uma nova vertente na sua estrutura de gestão ao dar os primeiros passos por uma acreditação de qualidade.

Ao se cadastrar neste pro-cesso de caráter avaliativo, alguns detalhes positivos já puderam ser observados na empresa. De acordo com José Luiz Landeiro, superin-tendente da BHC, a principal mudança ocorrida foi a me-

lhoria do diálogo e integração entre os setores da institui-ção. “Nas reuniões, os indica-dores de cada departamento e as ações de melhoria em-pregadas são apresentadas e discutidas.” Segundo Lan-deiro, todos os colaborado-res possuem uma visão do funcionamento integrado da empresa, por meio da me-lhoria do entendimento das

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primeirosPASSoS

exigências dos processos re-lacionados a cada setor e da interdependência entre eles.

Sobre o empenho da em-presa, no processo de acre-ditação, o superintendente afirma que mesmo antes da primeira visita de diagnóstico dos auditores da ONA, todos os funcionários se mostraram bastante motivados com o processo normativo. “Nosso plano é aumentar o fôlego do processo, com novos treina-mentos e ações motivacio-nais que serão desenvolvidas no roteiro da busca pela qua-lidade”, salienta.

Dentre as contribuições que a Bahia Home Care tem recebido para conquistar um bom resultado neste pro-cesso de acreditação está o apoio da Home Doctor São Paulo, com algumas dicas e modelos de documentos uti-lizados no processo de certi-ficação. “Essas informações

nos foram passadas pelo IQG (Instituto Qualisa de Gestão) durante a visita de diagnósti-co, mas as maiores contribui-ções, felizmente, estão vindo de nossos próprios profissio-nais”, comenta.

Quanto aos desafios de todo esse processo está o entendimento e a participa-ção de todos os envolvidos. Em uma empresa de home care, essa tarefa é ainda mais complexa, considerando que a grande maioria dos profis-sionais estão espalhados nos domicílios de pacientes.

Já em relação à expectativa da instituição pelo resultado final, Landeiro diz sempre ser positiva por parte de todos os funcionários. No entanto, ele diz que, infelizmente, houve uma desaceleração do pro-cesso em decorrência das mudanças necessárias na es-trutura física. A empresa irá se transferir para uma nova

sede, que atualmente passa por reformas. “Em 2013, re-tomaremos com força total ao processo de acreditação, com ações para reforçar a motivação dos envolvidos”, ressalta.

A empresa realiza mensal-mente reuniões para a ava-liação de desempenho. Estes encontros têm como finalida-de a apresentação de indica-dores e de definição de ações de melhoria continuada, en-volvendo os responsáveis por todos os setores.

Para garantir o cumpri-mento destes processos que validam a acreditação, a ins-tituição possui uma assesso-ria, que auxilia nas questões de documentação, normas e orientação aos gerentes e demais profissionais, quando necessário. Tudo isso, visa ajudar no controle dos indi-cadores de resultados de al-guns setores.

jOsÉ Luiz LAndEiRO, SUPERINTENDENTE DA BAHIA HOME CARE

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FoCo na

AcREDITAçãO

GEStÃo

exeMpLo de Boas prÁTICas

De ambulatório a hospi-tal referência macrorregio-nal, esta é a trajetória do Hospital Arnaldo Gavazza desde o início da década de 1960. O então centro de saúde, localizado em Pon-te Nova, na zona da Mata de Minas Gerais, cresceu após a criação da Funda-ção filantrópica e benefi-cente de Saúde Arnaldo Gavazza Filho. Hoje a insti-tuição é o maior complexo hospitalar de uma região

de 67 municípios, sendo referência para mais de 1 milhão de habitantes, ge-rando cerca de 550 empre-gos diretos e indiretos.

Atualmente a instituição é estruturada em uma área de 9 mil m², constituindo--se em um hospital geral de alta complexidade em urgência e emergência, com internação clínica cirúrgica, centro de tra-tamento intensivo tipo II, captação de órgãos para

transplante, centro de otor-rinolaringologia e o servi-ço de apoio ao diagnóstico e terapia que engloba os serviços de hemodinâmi-ca, medicina nuclear, en-doscopia, colonoscopia, ultrassonografia, teste er-gométrico, raios x, entre outras especialidades.

A melhoria contínua dos serviços e processos do hospital é um compromis-so que o corpo de pro-fissionais contempla no

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primeirosPASSoS

planejamento estratégico, e que também pode ser evidenciado na adesão à prática através da implan-tação das diretrizes do Ma-nual Brasileiro de Acredita-ção da ONA (Organização Nacional de Acreditação), em que a instituição tenta conquistar.

Ao falar da oportunida-de do Hospital Arnaldo Gavazza em buscar uma avaliação junto à ONA, Tarcisio Dayrell Neiva, su-perintendente executivo do hospital comenta que a acreditação é uma tendên-cia nacional como também

um modelo de adminis-tração, contribuindo dire-tamente na gestão. “Além disso, percebemos que poderá ser, num futuro próximo, uma outra fonte de receita ao hospital com os convênios e o próprio SUS pagando melhores ta-belas para serviços acre-ditados”, relata.

A expectativa é que a acreditação seja emitida a partir de 2013, ano que a empresa tem como limite. “fomos recertificados isO em 2012, e agora estamos focando esforços para a ONA e a gestão de risco

no próximo ano”, salienta Neiva.

Além disso, vale desta-car que o hospital conta com outros programas de qualidade através do Pro-grama 5’S (Housekeeping), o Gavazza foi qualificado nos níveis Top Quality Pra-ta em 2006, Top Quality Excelência em 2007, 2008 e 2009. Em 2009, o Hos-pital conquistou a certifi-cação da ISO 9001:2000 e em setembro de 2012 foi recertificado com a isO 9001:2008, pela Det Nor-ske Veritas Certification - DNV, na qual representa

“Fomos recertificados ISO em 2012, e agora estamos focando esforços para a ONA e a gestão de risco no próximo ano”,

Tarcisio Dayrell Neiva, superintendente executivo Hospital Arnaldo Gavazza.

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FoCo na

AcREDITAçãO

GEStÃo

a validação do sistema de gestão da qualidade que objetiva a padronização dos processos, focada na eficácia e atendimento das necessidades dos clientes. Inclui iniciativas para bus-car a melhoria contínua dos processos, produtos e serviços de uma organiza-ção.

O Hospital Arnaldo Ga-vazza é credenciado desde 2008 na Rede Sentinela da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). Através das notificações de eventos adversos e quei-xas técnicas de produtos de saúde como insumos, materiais e medicamentos,

saneantes e equipamen-tos médico-hospitalares, contribuindo para que pro-dutos sem qualidade não sejam comercializados no mercado, trazendo mais segurança para pacientes e profissionais de saúde.

InFRAeSTUTURAInvestindo constante-

mente em tecnologia o hospital está ampliando os leitos CTI, e em bre-ve, serão realizadas ade-quações físicas no Pronto Atendimento e ampliação de leitos de convênios.

Recentemente foi rea-lizado investimento no serviço de Hemodinâmi-

ca, aproximadamente R$ 1.114.998,00, para com-pra de novo equipamento (GE Innova 2000 com sis-tema digital) e para ade-quações físicas e sistema de refrigeração. O objeti-vo é renovar toda tecnolo-gia dos Serviços de Apoio ao Diagnóstico e Terapia (SADT).

Além disso, entre o ano de 2011 / 2012 foram in-vestidos R$ 3.389.277,50 em equipamentos e ade-quações físicas, e R$ 139. 748,10 em cursos técni-cos, graduações, pós--graduações, congressos e treinamentos de aperfei-çoamento contínuo.

“Buscar a melhoria contínua da qualidade e dos procedimentos executados é essencial para a validação dos processos e a segurança do paciente”, afirma o especialista em gestão da produção,

Renan Saraiva, coordenador de planejamento e qualidade do Hospital Arnaldo Gavazza.

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primeirosPASSoS

hUMAnIZAçÃo e VALo-ReS SoCIAIS

Desenvolvido para for-talecer uma política de acolhimento, o Programa Humaniza Gavazza realiza diversas atividades, como ouvidoria interna, pesquisa de atendimento humani-zado, palestras e eventos em datas comemorativas. Todo paciente que está in-ternado, no dia de seu ani-versário, recebe uma co-memoração especial.

“Dentre outros projetos de destaque desenvolvidos no hospital, podemos citar

o “Projeto 100% Saúde”, que oferece aos clientes internos e externos acesso a informações sobre ativi-dade física e nutrição e o “Projeto Viva Sem Cigarro” que incentiva as pessoas a terem uma vida saudável sem tabaco, proporcio-nando terapia individual, acompanhamento médico para os colaboradores e campanhas de sensibiliza-ção para sociedade”, com-pleta Renan Saraiva.

Ainda nessa linha de boas práticas, o hospital realiza a coleta seletiva onde os

resíduos são separados e destinados adequadamen-te, visando à redução do impacto ambiental e tam-bém políticas de redução do consumo de energia elétrica.

“Entendemos que as ini-ciativas implantadas e em pleno desenvolvimento, são fatores essenciais para garantirmos a melhoria dos processos e atendimento à nossa missão.”, finaliza Re-nan Saraiva, coordenador de planejamento e quali-dade do Hospital Arnaldo Gavazza.

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FoCo na

AcREDITAçãO

GEStÃo

no aLVo da QUaLIdade

Ultrapassar barreiras no campo da gestão é uma das grandes metas de con-ceituadas instituições do segmento da saúde. Entre as soluções para a realiza-ção deste objetivo se des-tacam o engajamento e a busca por regras de exce-lência a serem cumpridas, a exemplo daquelas im-postas nos processos de certificação.

Dessa forma, centenas de empresas do território brasileiro vão em busca de medidas para qualificar os serviços e atendimen-tos. É o caso da farmote-rápica (Phyton Fórmulas Magistrais e Oficinais) que promoveu a adoção do sistema da Organização Nacional de Acreditação (ONA) e já observa alguns avanços em seus serviços.

A Farmoterápica aguar-dou a publicação deste selo de qualificação e as-sim que ele foi disponibi-lizado, em novembro de 2011, deu início à prepa-ração para as auditorias. Toda a parte de docu-mentação, rastreabilidade e segurança dos proces-sos já estavam bem sedi-mentadas no sistema de

gestão do hospital e não necessitou de grandes al-terações.

Uma das grandes melho-rias percebidas durante o processo de preparação para o selo foi com relação à gestão de risco. Como era um conceito diferente para a organização, todos os colaboradores passa-ram por treinamentos, mapas de riscos foram de-senvolvidos, implantados e analisados pela equipe da IAC (ONA) durante a avaliação de diagnóstico.

A empresa informa que a auditoria da certificação foi tranquila e o processo foi muito positivo, geran-do várias melhorias. A ex-pectativa é que os usuá-rios reconheçam o esforço da instituição em atender os padrões preconizados e validados pela ONA.

A obtenção deste selo de qualificação é uma conquista que demonstra o compromisso da Far-moterápica, que completa 30 anos de existência em 2012, com a qualidade e segurança em produtos e serviços. Para a diretoria da empresa, o fato de ser uma das primeiras organi-

zações deste seguimento a conseguir o selo de qua-lificação no Brasil, ilustra o compromisso com seus

“A ExpECtAtivA É QUE OS USUáRIOS RE-CONHEçAM O ESFOR-çO DA INSTITUIçãO EM ATENDER OS PADRõES PRECONIzADOS E VA-LIDADOS PELA ONA”,

UBIARA MARFINATI, COORDENADORA

DE QUALIDADE DA FARMOTERáPICA.

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avanços naGEStÃo

valores, como qualidade e ética.

QUAnDo CoMeçoU A Farmoterápica (Phyton

fórmulas magistrais e Ofi-cinais) iniciou suas ativida-des no início da década de 1980, como Pharmácia Ar-tesanal. Mais tarde foi cria-da a divisão nutritiva, com a preparação de nutrição parenteral, sendo a pionei-ra no Brasil e no mundo a

realizar esta manipulação fora do ambiente hospi-talar, servindo de modelo para que diversas localida-des constituíssem serviços semelhantes. Foi também a primeira empresa a dis-ponibilizar de forma total-mente gratuita um siste-ma de prescrição on-line, o ParenteralNet, que além de agregar segurança ao processo, auxilia na pres-crição de nutrição paren-

teral de maneira educativa.Com duas unidades no

País, uma em São Paulo e a outra em Porto Ale-gre, a empresa manipula também medicamentos quimioterápicos e outros produtos estéreis, como soluções para criopreser-vação e soluções de re-posição hidroeletrolítica. Entre os clientes, estão hospitais, clínicas e em-presas de home care. HCM

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FoCo na

AcREDITAçãO

GEStÃo

Mudança na cultura dos co-laboradores, gestores e cor-po clínico foram alguns dos avanços observados no de-sempenho do Hospital San-ta Rita, em Contagem (MG), após o centro médico con-quistar a acreditação da ONA nível III.

Entre os pontos avaliados a instituição, destaca-se no desempenho dos processos alinhados e correlacionados às estratégias da organiza-ção. Os dados da auditoria

apresentaram impacto favo-rável nos resultados globais e evidências de melhorias e inovações decorrentes do processo de análise crítica, assegurando o comprometi-mento com a excelência.

De acordo com o Dr. Regi-naldo Teófanes, diretor presi-dente do Santa Rita, o resul-tado positivo na avaliação já era algo esperado, pois toda a equipe do HSR empenhou--se bastante e estava muito bem preparada para atender

aos requisitos da certificação. “Nossa equipe já acreditava neste resultado positivo du-rante o processo”, detalha.

Entre os principais fatores que contribuíram para o hos-pital receber a acreditação da ONA, está a estruturação consolidada do sistema de gestão da qualidade; e o des-dobramento do planejamen-to estratégico para todas as áreas, monitorado por meio de indicadores e respectivas análises críticas.

TUdo peLa exCeLÊnCIa

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avanços naGEStÃo

Além disso, um dos fatores que se destacam é a interação multiprofissional e multidisci-plinar com foco na segurança do paciente, bem como no aumento da resolutividade, evidenciada através de resul-tados. Também vale citar que houve processos de apoio à área assistencial alinhados às necessidades de usuários internos e segurança de pa-cientes.

O Hospital Santa Rita possui um departamento de contro-le de qualidade, sendo que a principal meta deste setor é monitorar o sistema de ges-tão da qualidade e garantir sua adesão às normas aplicá-veis. “O setor busca estimu-lar as responsabilidades dos profissionais, ao promover a interação entre os departa-

mentos internos, disseminar ferramentas de gerencia-mento e contribuir para a melhoria contínua dos pro-cessos”, comenta Teófanes.

Quanto aos planos da ins-tituição para os próximos anos, a diretoria informa que visa promover a manuten-ção dos investimentos ao aperfeiçoar a infra-estrutura e buscar evolução constante da gestão de riscos e segu-rança do paciente. Além dis-so, a instituição espera con-quistar outras certificações como a de Gestão de Riscos Assistenciais – ISO 31.000, a acreditação da JCI (Joint Commission International), AC (Accreditation Canada) e NIAHO (National Integrated Accreditation for Healthcare Organizations).

“NOSSA EQUIPE Já ACREDITAVA NESTE

RESULTADO POSITIVO DURANTE O PROCESSO”, AFIRMA O DR. REGINALDO

TEóFANES, DIRETOR PRESIDENTE DO HOSPITAL

SANTA RITA, AO FALAR DA CONQUISTA DA

ACREDITAçãO NA ONA.

Evolução do HSR, antes da conquista do acreditação nível III da ONA:

HCM

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FoCo na

AcREDITAçãO

GEStÃo

segurança ao pacienteInstituição conquista acreditação Internacional Canadense por proporcionar excelência em atendimento ao paciente

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HEALTHCAREManagement 21 NOVEMBRO | dEzEMBRO 2012 healthcaremanagement.com.br 37

reconhecimentoINtErNACIoNAL

Traçando uma gestão ba-seada em diretrizes que

visam à excelência em se-gurança, o Hospital Regional Unimed (HRU), em Fortaleza, trilhou um caminho cujo des-tino foi a Acreditação Interna-cional Canadense. Isso torna a instituição como a única nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste a disponibilizar uma estrutura com processos assistenciais acreditados em nível máximo nacionalmente e, também, pela metodologia canadense.

para além de uma certifi-cação, o reconhecimento da instituição canadense é sinô-nimo de mudança de uma cultura nas práticas que traz, acima de tudo, a melhoria no atendimento.

O processo recomendado pela instituição canadense é exigente, criterioso e foca, sobretudo, no atendimento de qualidade e com segu-rança para o paciente e tam-

bém para o profissional. “É uma grande satisfação rece-ber essa certificação. A uni-med Fortaleza está fazendo história baseada na ética, no compromisso e na excelência de toda a assistência. Este é um trabalho feito com a de-dicação de toda uma equipe que sempre pensa nos nos-sos mais de 380 mil clientes”, destaca Mairton Lucena, pre-sidente da Unimed Fortaleza.

Para conquistar a acredi-tação, o HRU teve que criar times de excelência (lideran-ça, meio ambiente, comuni-cação, recursos humanos, paciente crítico e cirúrgico) e desenvolver ações como a di-vulgação e aplicação em todo o hospital das Práticas Orga-nizacionais Exigidas.

Assim, atitudes como a di-vulgação em massa dessas práticas, o aperfeiçoamento do registro seguro, o propósi-to de registro de evento sen-tinela constante são outras

ações desenvolvidas ao lon-go de um ano de conscienti-zação para a mudança. Além disso, todas as medidas inter-nas foram direcionadas pelo slogan “Sou Fundamental!”, apresentando aos colabora-dores do HRU a responsabi-lidade de cada um quanto ao cuidado com o paciente.

Em visita, os auditores ca-nadenses deixaram bem cla-ro a necessidade de que os times da excelência devem manter suas atividades e que o hospital continue fomen-tando projetos, ações e ati-tudes em prol da segurança máxima ao paciente. “Nós nos dedicamos bastante para este momento. Vamos focar cada vez mais no re-gistro seguro, na segurança de nossos pacientes. Volta-remos nossos esforços para continuar a oferecer o melhor serviço aos clientes”, resume Emair Borges, diretora-geral do HRU. HCM

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ARTIgO

HEALTH-IT

os benefícios das ferramentas de Business Intelligence na área de saúde

Por Fernando Vogt

Os avanços trazidos pela globalização estão fazen-

do com que as empresas in-vistam alto para se tornarem mais competitivas diante à concorrência, oferecendo produtos e serviços diferen-ciados à clientes cada vez mais exigentes. Na área de saúde essa realidade não é diferente. As organizações ligadas a esse segmento são pressionadas à melhorar o atendimento prestado ao pa-ciente, oferecendo mais qua-lidade e rapidez.Nesse contexto, as ferra-

mentas de Business Intelli-gence (BI) estão sendo vistas como verdadeiras aliadas. Poder contar com uma tec-nologia que integra informa-ções de diferentes sistemas em uma só base de consulta e que permite analisar e cru-zar dados clínicos e adminis-trativos para extrair inteligên-cia ou conhecimento sobre o negócio, reduzindo custos e melhorando processos é essencial para quem quer se destacar.Na parte clínica, os recur-

sos analíticos trazidos pelas soluções de BI podem agre-gar muito valor ao trabalho dos profissionais de saúde. Eles permitem analisar da-dos operacionais, gerenciais

e estatísticos sobre o quadro clínico do paciente, de forma ampla e detalhada, permitin-do à equipe médica, identi-ficar e responder situações de risco com mais rapidez e precisão. Isso traz maior se-gurança e qualidade ao aten-dimento, aprimorando os cuidados com o paciente.As informações analíticas

também trazem uma série de benefícios aos gestores das organizações, que podem definir e mensurar metas de negócio por meio de painéis de controle (dashboards), gráficos e relatórios sofistica-dos que mostram em tempo real detalhes clínicos, finan-ceiros e administrativos total-mente atualizados.Além disso, os recursos

analíticos aproximam as or-ganizações de saúde dos pa-cientes ao colher e cruzar in-

formações tais como críticas, reclamações ou sugestões. Com isso, é possível traçar melhorias e analisar possí-veis falhas para que sejam corrigidas a tempo ou até mesmo se antecipar a crises. Todos esses benefícios

têm colocado o Business Intelligence no topo da lista dos principais investimentos em TI para 2012. Segundo o Gartner, essa tecnologia deve movimentar mundialmente cerca de us$ 13 bilhões. É fato que a presença desses sistemas na área de saúde tende a acompanhar esses números, mas apesar desse “boom” de implantações, ainda é preciso amadurecer a visão do mercado em relação aos resultados que esses projetos geram.Os saldos trazidos pelo BI

não são imediatos, eles apa-recem a médio e longo pra-zo, mas vale a pena esperar. É preciso ter paciência e um bom planejamento para se alcançar as metas traçadas e aproveitar 100% dos be-nefícios que essas ferramen-tas têm a agregar, não só no atendimento aos pacientes, como também ao trabalho da equipe médica.

Fernando Vogt é diretor de vendas para a área de saúde da InterSystems.

HCM

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oPINIÃo

Que papelão!!!

Papel? Que papelão! Hoje, no mundo, as

empresas de saúde são as que mais geram papel impresso. Gastamos mais papel que qualquer outro segmento, ou seja, usan-do uma analogia que gos-to de fazer, por um lado estamos cuidando da saú-de das pessoas e por ou-tro, matando a natureza e afetando a saúde desses mesmos indivíduos.

No Brasil, a obrigatorie-dade de hospitais, unida-des de saúde e clínicas de guardar os prontuários de pacientes gerados em cada atendimento por 20 anos, acabou criando inú-meros problemas e sérias perdas financeiras às nos-sas instituições.

Hoje encontramos hos-pitais com áreas externas lotadas de contêineres com milhões de páginas em cada, prédios inteiros cheios de registros guar-dados. Prontuários estes, que muitas vezes são de pacientes falecidos ou há muito tempo sem passar numa determinada insti-tuição, até mesmo porque mudou de cidade ou Esta-

do.Estas áreas, dependen-

do da localidade, por me-nos nobres que sejam, poderiam estar sendo uti-lizadas como consultórios, ambulatórios, salas de exames, salas para micro procedimentos cirúrgicos etc. Com isso estaríamos disponibilizando muito mais serviços de saúde, sem falar nos gastos com contratação de empresas especializadas de guarda de documentos. Gastos estes que muitas vezes acabam afetando a saúde financeira de algumas ins-tituições, que poderiam usar melhor essas verbas

para investir em equipa-mentos mais modernos, tecnologia de ponta, con-tratação de médicos, en-fermeiros e pessoal mais qualificado tão em falta no nosso País.

O tiro de misericórdia veio recentemente do próprio Governo Federal, vetando parte do Proje-to de Lei da Câmara de nº 11/2007 de autoria da deputada Ângela Guadag-nin (PT-SP), justamente na parte que permitiria a equiparação, para fins probatórios, dos docu-mentos digitalizados aos seus originais, ainda que tenha sancionado a Lei nº 12.682/2012 que trata da Certificação Digital de documentos e exige o uso das chaves públicas do ICP Brasil.

Em sua argumentação de veto, a alegação diz que isso criaria uma “inse-gurança jurídica”.

Não vi mais explica-ções a respeito, mas acre-dito que deveria haver um cuidado maior nesta questão, já que com isso estamos abrindo um pre-cedente perigoso, ou seja,

Por Avi zins

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que a lógica não impeça outros avanços importan-tes no País como o nosso voto hoje, que já é total-mente eletrônico, e que pela mesma argumenta-ção teria também que ser vetado, evitando inclusive avanços na questão da vo-tação pela internet, já que isso provavelmente gera-ria uma “insegurança elei-toral”, o que seria grave para a nossa consolidada democracia.

É importante revermos estas decisões uma vez que, temos hoje, tecno-logias que permitem que tenhamos muito mais segurança com os docu-mentos devidamente di-gitalizados e certificado, com rastreamento por sis-temas e gravação de logs com históricos completos de acessos, alterações, impressões de cópias, envios por e-mail. Gestão esta que no físico (papel) são praticamente impos-síveis, o que claramente justifica que qualquer do-cumento eletrônico (se devidamente controlado, e isso pode ser exigido pelos órgãos reguladores como a Anvisa ou a ANS na área de saúde) será muito mais seguro que um documento em papel.

Nosso país tem todas as condições de estar na vanguarda do uso de tec-nologias que possam des-complicar muito nosso dia a dia, vide o que foi mos-trado nos primeiros pará-grafos.

Agora, para as empre-sas de saúde o importan-te a dizer é que o princi-pal foco de redução do papel, o famoso conceito do paperless, deve ser em poder integrar as informa-ções que hoje estão no papel com os sistemas de gestão clínica hospitalar, ou as contas médicas que chegam hoje às operado-ras em papel e que preci-sam ser auditadas, pagas ou glosadas.

Continua sendo funda-mental digitalizar e usar o processo de certificação digital com bons sistemas de workflow e principal-mente de gestão de pro-cessos eletrônicos para permitir a integração des-tas informações e a rapi-dez com que os processos têm seus trâmites e deci-sões.

Concluindo, para melho-rar a gestão de seu negó-cio, é necessário livrar-se dessa burocracia impos-ta pela legislação atual. É necessário investir na me-

lhoria desses processos, mesmo naqueles que a legislação dificulta a me-lhoria contínua. É neces-sário ainda, investir prin-cipalmente na integração das informações. Mesmo com este investimento, te-rão retorno econômico/fi-nanceiro, processos mais ágeis e enxutos, redução de problemas de segu-rança com mais controle e rastreabilidade sobre as informações e, quem sabe, possamos também ter em algum momento, todas as informações que hoje transitam em papel, digitalizadas e certificadas digitalmente (processo fundamental para garan-tir e comprovar a origem do documento em papel) com a mesma validade ju-rídica, conseguindo assim descartar essa imensidão de papel armazenada in-fundadamente.

Avi zins, Consultor especialista no setor da saúde, atualmente di-retor de saúde da Intolabs / NTx e conselheiro na ABCIS (Associação Brasileira CEO Saúde).

ARTIgO

HEALTH-IT

HCM

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TEcNOLOgIA

HEALTH-IT

É preciso conectarexecutivo comenta o uso de sistemas conectados na américa Latina e afirma que o Brasil necessitainvestir em saúde com novas tecnologias

O crescimento econômi-co registrado em deze-

nas de países na América Latina tem ampliado a ex-pectativa de vida da popu-

lação. No Brasil, por exem-plo, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geo-grafia e Estatística (ibGE), em 2011, a expectativa de

vida ao nascer no País era de 74 anos e 29 dias - um aumento de três meses e 22 dias em relação a 2010, que era de 73 anos e 277

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CapaSAÚDE CoNECtADA

dias. Esses números mos-tram o quanto é importante investir em ações preventi-vas para acompanhar essa perspectiva de vida.

Dessa forma, a América Latina é um mercado de extrema relevância para a InterSystems, sendo o Brasil, considerado forte território em negócios e crescimento. Atualmente há um grande movimento das instituições em implan-tar soluções de prontuário eletrônico, que consiste no primeiro passo para viabili-zar o compartilhamento das informações clínicas entre várias unidades de saúde. O projeto Saúde Conectada desenvolvido pela empresa de TI ainda está caminhan-do neste mercado, mas já é possível observar um au-mento do interesse do setor por este conceito, devido aos cases de sucesso do projeto, como os introduzi-dos no Chile e na rede pú-blica de saúde do Governo do Distrito Federal, em Bra-sília (DF), que têm sido uma

referência mundial e servi-do de exemplo de como a ideia ajuda a otimizar o tra-balho clínico e atender aos pacientes de forma rápida e com maior qualidade, pro-porcionando diagnósticos mais assertivos.

Carlos Eduardo Nogueira, diretor geral para a Améri-ca Latina da InterSystems, avalia de duas formas os serviços do Saúde Conecta-da implantados nos últimos anos em países latinos. A primeira delas é a grande evolução da empresa, des-de que passou a concentrar sua atuação em tecnologia voltada para gestão clínica. Para ele, em pouco tempo, a organização se tornou uma das mais atuantes for-necedoras de soluções para este mercado de forma glo-bal, com centenas de insti-tuições de saúde utilizando seus produtos e benefician-do milhares de pacientes. “Minha segunda análise diz respeito à revolução que te-mos proporcionado na área de saúde ao disseminar o

Saúde Conectada”, comple-ta.

No Brasil, o projeto come-çou no Distrito Federal, e já atende mais de três milhões de pessoas, envolvendo 63 centros de saúde, 17 hospitais, 17 laboratórios e quatro UPAs. Todas essas unidades estão adotando a solução de prontuário ele-trônico InterSystems Trak-Care. Já no Chile, o proje-to de implementação visa atender toda a área pública de saúde do País e diversas unidades médicas envol-vidas que também já com-partilham dados dos pa-cientes entre elas. “no final desse projeto, o Chile será o primeiro País da América Latina a ter toda sua rede pública de saúde utilizando o conceito de Saúde Conec-tada”, ressalta.

O projeto realiza uma in-tegração entre vários núcle-os ligados à saúde pública (farmácias, UBSs, clínicas e hospitais). Por isso, essa proposta tem revoluciona-do a forma que as institui-

“Vejo o trabalho realizado nos projetos do Chile e Brasil entre os melhores que já fizemos em todo o mundo e vamos continuar investindo alto nesses locais e certificando cada vez mais nossa equipe para manter a qualidade visando espalhar o conceito para um número maior de países”.

Carlos Eduardo Nogueira, diretor geral para a América Latina da InterSystems.

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TEcNOLOgIA

HEALTH-IT

ções de saúde atendem aos usuários, fornecendo uma tecnologia que além de ge-rar um registro completo dos pacientes – desde infor-mações cadastrais até exa-mes, alergias, medicamen-tos tomados, entre outras. Além disso, promove um compartilhamento desses dados entre essas unidades conectadas.

Então, cada vez que o pa-ciente dá entrada em uma dessas unidades, ele tem seu prontuário eletrônico atualizado. Com isso, em qualquer organização de saúde onde ele for aten-dido, esses dados estarão disponíveis, trazendo agili-

dade no processo de aten-dimento, confiabilidade nas informações obtidas, ges-tão do controle de medica-mentos, acesso aos exames laboratoriais e de imagem e redução de filas de espera.

Além disso, essa iniciativa visa beneficiar a população, que pode contar com um atendimento mais rápido e de qualidade. Essa disponi-bilização de informação fa-cilita o acesso de profissio-nais da área de saúde aos dados vitais do paciente e economiza recursos do go-verno ao reduzir os pedidos de exames, já que tudo fica cadastrado no sistema, em caso de perda.

Quanto à prática de ana-lisar e entender os dados do paciente de forma de-talhada, promovendo uma melhor avaliação do aten-dimento, Nogueira acredita que esse fator realmente proporciona diferença nos resultados dos usuários. Como ele explica, os pro-fissionais da saúde têm a oportunidade de recepcio-nar o paciente e poder ob-ter todas as informações do histórico clínico. Com este sistema, os médicos po-dem avaliar melhor a saúde da pessoa e elaborar um diagnóstico mais preciso, pois com essas informa-ções a tomada de decisão

CARLOS EDUARDO NOGUEIRA, diREtOR GERAL pARA A AmÉRiCA LAtinA dA intERsystEms

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Capa SAÚDE CoNECtADA

fica mais rápida e com mais embasamento.

Para o diretor, a adoção do prontuário eletrônico tanto no setor público, quanto no privado, ainda é baixa nos países latinos. Segundo ele, é preciso aumentar a cons-cientização, já que investir em saúde não é só adqui-rir novos equipamentos, mas sim em tecnologia que possibilite rápidos retor-nos de investimento e que traga benefícios à popula-ção. “O brasil, especifica-mente, está bem atrasado em relação a outros países no mundo. O País enfrenta uma série de problemas de financiamento na área de saúde.”

Ele ressalta que o setor privado tem caminhado para isso, adotando cada vez mais soluções de pron-

tuário eletrônico que são a base para tornar viável a Saúde Conectada. Mas ele comenta que a área pública ainda está mais lenta quan-to à adoção deste sistema. Além disso, o executivo de TI salienta que existe muita deficiência no que diz res-peito à infraestrutura de tec-nologia como computado-res, servidores, rede, banda larga. Assim, cria-se uma barreira para que o projeto seja implantado.

De acordo com o dire-tor, é preciso disponibilizar muito mais verba para me-lhorar esse sistema e ter a consciência de que a mo-dernização trazida pela TIC (Tecnologia da Informação e Comunicação) pode re-volucionar a área de saúde brasileira, na medida em que os sistemas de gestão

clínica e de emissão de in-formações entre diferentes unidades de saúde podem promover um processo de prevenção de doenças, contribuindo para traçar diagnósticos mais precisos.

Ao comentar sobre um exemplo de Saúde Conec-tada que renderam bons resultados em outro País, o diretor citou o projeto insti-tuído na Suécia, em que os hospitais desenvolveram o Registro Nacional Eletrôni-co de Saúde com o objetivo de garantir que as informa-ções clínicas vitais de cada cidadão estejam on-line e com segurança. “Em pouco mais de um ano, o prontu-ário eletrônico foi imple-mentado em 21 regiões de assistência médica deste País.”

Já sobre a iniciativa de di-

É A mÉdiA dE usuáRiOs AtEndidOs pELAs UNIDADES PÚBLICAS DE SAÚDE DO GOVERNO DO DISTRITO FEDERAL, QUE CONTA COM O PROJETO SAÚDE CONECTADA.

milhões

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TEcNOLOgIA

HEALTH-IT

POSIçãO DESTAQUE A InterSystems foi posicionada pelo conceituado instituto de pes-

quisas Gartner, entre os três principais fornecedores de soluções de Registros Eletrônicos de Saúde, em recém publicado Quadrante Mágico para Global Enterprise EHR Systems. Para Carlos Eduardo Nogueira, diretor geral para a América Latina da InterSystems, este resultado é fruto dos constantes investimentos que a empresa de-senvolve na melhoria de produtos e serviços para oferecer cada vez mais o que há de inovador e recente no mercado de TI para saúde, prestando um atendimento personalizado de acordo com a neces-sidade de cada cliente.

recionar o foco na “Era Pós Prontuário Eletrônico”, No-gueira afirma que a empre-sa enxerga essa iniciativa como uma fase do compar-tilhamento das informações clínicas que constam nes-ses prontuários. Ou seja, para que essa “era” passe a existir, primeiramente é preciso contar com so-luções de Prontuário Ele-trônico, que são a base da Saúde Conectada. Segundo ele, após essa infraestrutura pronta, é preciso investir em tecnologias que permitam o compartilhamento dessas informações entre diferen-tes organizações de saúde.

“Direcionar nosso foco para essa fase demonstra que a InterSystems é uma empre-sa que está à frente do mer-cado, antecipando tendên-cias”, destaca, ao falar que a organização avalia essa vertente como um caminho sem volta.

O diretor ainda afirma que a empresa procura disseminar no mercado a importância de investir em tecnologia para viabilizar o conceito de Saúde Conecta-da, apostando em sistemas de prontuário eletrônicos eficazes e completos e em tecnologias que permitam a integração entre diferentes

sistemas, tais como o Inter-Systems HealthShare.

A expectativa da Inter-Systems para 2013 está totalmente centralizada em projetos que viabilizem o conceito de Saúde Conec-tada. “teremos finalizado o projeto GDF muito em breve e estamos participan-do de diversas licitações no momento, que acredito que vão se concretizar num futuro próximo. Para este ano, a empresa estima um crescimento de 40% em relação a 2011 e para 2013 vamos trabalhar com esta mesma previsão, cerca de 40% de crescimento”. HCM

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mEIO AmBIENTE

Gestão ambiental em Saúdepreocupação com medidas sustentáveis torna-se o grande paradigma para a sociedade atual

SuStENtABILIDADE

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pensando no futuro

A inserção da preocupação ambiental nos serviços

de saúde pode ser conside-rada uma clara expressão do desenvolvimento da própria gestão destes serviços no Brasil.

O amadurecimento e a va-lorização do gestor neste se-tor começaram a partir da dé-cada de 90, pois a instituição hospitalar começou a usu-fruir do avanço das ciências, transformando as descober-tas cientificas em ferramentas estratégicas para sua jornada evolucionária.

Podemos recordar o avan-ço dos serviços de hotelaria nos hospitais, que em seus primórdios, era insipiente se comparado ao conceito atual.

Também na década de 90 começaram a ser descorti-nados aos olhos humanos a complexidade e a fragilidade das interações necessárias para a manutenção da vida no planeta Terra.

Estes conhecimentos pas-saram a confrontar os para-digmas que se formaram na época da Revolução Indus-trial, conceitos que surgiram em um momento onde ha-via um mundo ainda por ser explorado no que se refere aos seus recursos naturais, e onde, principalmente, não havia conhecimento cientí-fico suficiente para conduzir este marco histórico de for-ma tranquila e segura para

aquelas gerações e para as gerações vindouras.

Passado aproximadamente 200 anos descobriu-se algu-mas verdades que chocam a civilização quando com-provadamente afirmam que muitos recursos naturais são finitos e outros ditos re-nováveis precisem de certas condições físicas , químicas e biológicas para que assim permaneçam.

Naturalmente, então, com o gradual avanço do conhe-cimento da ecologia para todas as profissões, o que podemos chamar de “alfabe-tização ambiental”, começou a surgir o conceito de gestão ambiental.

A gestão ambiental pre-ocupa-se em identificar os aspectos ambientais de uma atividade para que, em segui-da, com base nesse levanta-mento seja realizada a gestão dos impactos provocados pelos mesmos.

A definição de impacto am-biental, segundo a Política Nacional de Meio Ambiente, é simplesmente a alteração da qualidade ambiental. Po-demos entender que impac-to ambiental é uma alteração causada por uma ação huma-na que implique em supres-são, destruição, interferência ou sobrecarga no meio.

Interessante mencionar que “aspecto ambiental” é um termo introduzido pela

Norma ISO14001 com a se-guinte definição: “elemento das atividades, produtos ou serviços de uma organização que podem interagir com o meio”. Desta forma a gestão ambiental procura identificar todos os aspectos e impac-tos advindos de suas ações e atividades.

GEE – Gases de Efeito Estufa Existe no planeta Terra, em

nossa atmosfera, um meca-nismo que permite manter a temperatura na biosfera (faixa onde se concentra a vida) em um nível ideal para a sobrevivência das diversas espécies terrestres, incluindo a humana.

Este mecanismo é regu-lado por gases que tem a propriedade de reter calor. Até o presente momento, a ciência identificou seis cate-gorias destes gases que são conhecidos por GEE - Gases de Efeito Estufa:• dióxido de carbono (CO2);• Metano (CH4);• óxido nitroso (N2O);• hexafluoreto de enxofre (SF6);•Hidrofluorocarbonetos (HFCs); e• perfluorocarbonetos (pfCs)

Os GEE – Gases de Efeito Estufa - são elementos que estão presentes em quase a totalidade das ações huma-

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mEIO AmBIENTE

SuStENtABILIDADE

nas e tem como impacto o aquecimento global antrópi-co, ou seja, provocado pelo homem.

As consequências do au-mento de temperatura global são catastróficas para a civi-lização atual, com graves re-percussões na saúde huma-na. O quadro epidemiológico sofrerá grandes alterações com o aumento do calor e o desequilíbrio no regime das chuvas.

Algumas regiões poderão enfrentar enchentes constan-tes e outras poderão sofrer as consequências de grandes estiagens. A demanda por energia elétrica será maior, podendo levar a blackouts no sistema de fornecimento de energia, além do enorme impacto financeiro. Atual-mente as contas de energia

elétrica já estão na categoria de “consideráveis” na análise de custos hospitalares.

Por estas e outras razões, a ONU – Organização das Nações Unidas - através do IPCC – Painel Intergoverna-mental de Controle do Clima, órgão que compila todas as informações científicas dis-poníveis, elabora uma fer-ramenta para cálculo das emissões de GEE antrópicos, com o objetivo de facilitar a gestão de emissões, propi-ciando o estabelecimento de metas e ações de controle, redução ou até eliminação de emissões de GEE.

No Brasil, a Fundação Ge-túlio Vargas criou o Progra-ma Brasileiro de Inventário de GEE – GHG Protocol, pro-jeto que já obteve a adesão das mais expressivas empre-

sas do cenário nacional.Na área de saúde o Hos-

pital Israelita Albert Einstein, o Hospital Sírio Libanês e o INDSH – Instituto Nacional de Desenvolvimento Social e Humano - aderiram ao GHG Protocol.

No mundo, vários países estão muito empenhados na quantificação e gerencia-mento de suas emissões.

Passamos hoje por gran-des transformações, onde as verdades conhecidas são postas em cheque ou subs-tituídas por outras que estão derrubando velhos paradig-mas.

O carbono já pode ser con-siderado uma nova métrica gerencial, porque com cer-teza, a sociedade do futuro será uma sociedade de bai-xa emissão de carbono.

Márcia Cristina Mariani é formada em administração hospitalar pela Faculdades Integradas São Camilo, mestre em Liderança pela Unisa, especialista em gestão ambiental e desenvolvimento sustentável pela FAAP .A partir da próxima edição, márcia será nossa colunista fixa, sempre discutindo temas relacionados à sustentabilidade nos ambientes de saúde.

HCM

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Iniciativa tECNoLÓGICA

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RESPONSABILIDADE

SuStENtABILIDADE

o completo compromissoGestão de resíduos hospitalares. Uma questão deresponsabilidade social, econômica e ambiental

A gestão hospitalar deve se atentar a inúmeros

cuidados e um deles é o re-colhimento dos resíduos nas unidades de saúde. Isso por-que esse material descartado possui elevadas proprieda-des físico-químicas e infecto--contagiosas, ou seja, repre-sentam risco à saúde pública e ao meio ambiente caso não

tenham o devido destino. De acordo com Flávio Luis

Bragante, diretor de novos negócios da FAEx Soluções Ambientais, a destinação correta dos resíduos classe I, como dita a norma da ABNT – NBR 10.004, são em aterro específicos, incineração e co-processamento. Esta última alternativa é o que melhor

atende o trinômio custo, be-neficio e ganho ambiental.

Além dos resíduos de manutenção, os hospitais possuem laboratórios para exames de seus pacientes e, neste processo geram embalagens contaminadas com reagentes, solventes, resíduos perigosos laborato-riais (não patológicos), afora

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soluções AMBIENtAIS

remédios vencidos e usados que também não podem ser encaminhados para aterros sanitários.

Visando atender este nicho, a FAEx apostou em um pro-jeto: Centro de Estocagem de Resíduos (CER). Trata-se de um local com 633,80 m² de área coberta, onde são estocados resíduos acondi-cionados em tambores de 200 litros, devidamente iden-tificados (conforme Classe e Número ONU) até a quantida-de de formação de carga para envio do destino final.

No CER são armazenados os resíduos de vários peque-nos geradores. “Consegui-mos escala comercial para destinarmos o material pe-rigoso com as mesmas tec-nologias, agregando ganho ambiental e preço acessível”, explica Luis Bragante

O diretor considera que a procura pelos serviços de gestão de resíduos vêm crescendo dia a dia. “Isso mostra a conscientização da classe empresarial referen-te às questões ambientais. Também podemos dizer que após a assinatura da Políti-ca Nacional dos Resíduos Sólidos (Lei nº 12.305/2010, regulamentada pelo decreto 7404/2010) reafirmou ainda mais a responsabilidade das instituições perante o mate-rial descartado.”

Quanto às leis, Odair Luiz

Segantini, coordenador de re-síduos especiais da Associa-ção Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe), conside-ra que apenas as instituições mais organizadas cumprem as normas exigidas. “Exis-tem empreendimentos de saúde que, em nome de uma falsa economia, abrem mão de princípios de precaução e prevenção, admitindo pro-cedimentos de risco em sua gestão”, afirma.

Seguindo as regras exigi-das, Luis Bragante explica que o trabalho realizado visa uma completa gestão dos materiais descartados gera-dos na manutenção dos equi-pamentos hospitalares. “Ofe-recemos a orientação técnica na segregação dos resíduos nas empresas, cuidamos da documentação da destinação dos resíduos junto ao órgão ambiental, obedecendo, em todo o processo, a legislação pertinente.”

Ainda de acordo com o di-retor da empresa, também é realizada a emissão de certi-ficados de destinação final, oficializando, assim, o térmi-no do processo e eximindo a empresa de futuras responsa-bilidades.

Toda essa preocupação com a segurança, uma vez que se trata de materiais perigosos, é seguida pelos associados da Abrelpe. “Re-

alizamos uma constante vi-gilância junto aos geradores na observância da legislação pertinente, atividades para as quais contam com total apoio técnico dessa entidade repre-sentativa”, comenta o coor-denador da Associação.

Ainda de acordo com Luiz Segantini, o notório desen-volvimento da medicina ain-da não acompanha a atenção da gestão de resíduos. “A questão dos resíduos como uma responsabilidade social, econômica e ambiental dos estabelecimentos de saúde, além de zelar pela saúde pú-blica e preservação do equilí-brio do meio ambiente, con-tribui significativamente para real qualificação como enti-dade sustentável.”

Flávio Luis Bragante, diretor de novos negócios da FAEx Soluções Ambientais

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espaÇo

MÉDICo

o panorama ocularespecialistas analisam o tratamento para a saúde dos olhos e executivo afirma que no Brasil apenas2 milhões de pessoas usam lentes de contato

Para o futuro próximo, a oftalmologia brasileira se

debaterá entre duas tendên-cias contraditórias. De um lado, existe o acelerado en-velhecimento da população, que levará necessariamente ao aumento da demanda pe-los médicos que tratam de doenças degenerativas e, em

AVALIAçãO

particular, das direcionadas ao olho. De outro, existe a intenção de determinados se-tores sociais de entregar par-te significativa dos cuidados oculares para profissionais não médicos, o que fatalmen-te levaria a uma deterioração das condições de assistência oftalmológica à população.

A estimativa atual da So-ciedade Brasileira de Lentes de Contato (Soblec) é que os olhos de 15% das pessoas com vícios de refração não tem condições fisiológicas para se adaptarem às lentes. Mesmo em quem não têm problemas de visão, a adap-tação depende da curvatura

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saúdeDoS oLhoS

“...há muito trabalho a ser realizado e podemos crescer muito nos próximos anos”, afirma Gerson Cespi, presidente CooperVision do Brasil.

e relevo da córnea, ausência de doenças oculares ou olho seco.

Como se não bastasse, a venda pela Internet, farmá-cias e ópticas sem prescrição médica induz pessoas que não são aptas a usar lentes. Para usar lente é necessário fazer uma completa avaliação oftalmológica que inclui uti-lização de modelos de teste, mesmo nos casos das colori-das sem grau.

De acordo com o oftalmo-logista Leôncio Queiroz Neto, as novas tecnologias de len-tes de contato oferecem mais conforto porque permitem maior oxigenação da córnea. Por isso, os novos modelos proporcionam menor risco de erosões corneanas, po-dendo ser usadas, inclusive, por pessoas que trabalham no computador e em am-bientes com ar condicionado. “A falta de cuidado na manu-tenção e limpeza das lentes, além da utilização por mais tempo do que permitido, au-menta os riscos de infecção, ressecamento da lágrima, alergia, úlcera na córnea e até cegueira”, alerta.

Dessa forma, desde 2009 a adaptação é considerada um procedimento médico pelo Conselho Federal de Medici-na (CFM), mas a população banaliza as lentes por causa do fácil acesso. A última novi-dade em lente de contato tem

como proposta monitorar o uso de colírio entre portado-res de glaucoma. Ainda não existe uma conclusão científi-ca sobre esta proposta.

No Brasil, o médico oftalmo-logista é o principal responsá-vel pela saúde ocular da po-pulação. Pela legislação em vigor, as lentes corretivas só podem ser comercializadas a partir da receita do médico e este profissional é o único capacitado para receitar a maioria dos remédios e para realizar todas as intervenções cirúrgicas no olho humano.

Existem aproximadamente 17 mil médicos oftalmologis-tas no território brasileiro, nú-mero teoricamente mais do que suficiente para atender as necessidades da popula-ção. Entretanto, como acon-tece em todas as especialida-des médicas, existe grande desequilíbrio na distribuição geográfica destes especialis-tas e no atendimento às vá-rias camadas da população. As regiões Sudeste e Sul concentram a maioria dos profissionais que, também, voltam-se para o atendimen-to preferencial dos pacientes particulares e daqueles liga-

dos às seguradoras e opera-doras de planos de saúde, em detrimento de outras regiões do País e do SUS.

O Conselho Brasileiro de Of-talmologia (CBO) fundado em 1941, é a entidade responsá-vel pelo credenciamento de 68 cursos de especialização em Oftalmologia e pela emis-são da maioria dos Títulos de Especialista nesta área ocular (sendo expedidos em conjun-to com a Associação Médica Brasileira).

A entidade é responsável pela realização do Congresso Brasileiro de Oftalmologia, re-alizado a cada dois anos, que congrega milhares de espe-cialistas e que já é considera-do o segundo maior evento da Oftalmologia Mundial. O próximo congresso será rea-lizado no Rio de Janeiro, de 7 a 10 de agosto de 2013.

O CBO e o Ministério da Saúde mantém contatos per-manentes e forte parceria para aprimorar a assistência oftalmológica no País. Como resultado desta parceria, o número de cirurgias de ca-tarata feitas pelo SUS vem crescendo constantemente, da mesma forma que outros

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procedimentos oftalmológi-cos. “Embora a situação ain-da esteja distante da ideal, os progressos são reais e benefi-ciam milhões de brasileiros”, relata Marco Antônio Rey de Faria, presidente da CBO.

LenTeS eM PAUTAO mercado de lentes de

contato gelatinosas descar-táveis no Brasil é disputado, principalmente, por quatro fabricantes multinacionais. Todos disponibilizam produ-tos de altíssima qualidade e se preocupam tanto com o desenvolvimento do merca-do como com a satisfação das necessidades dos usuá-rios. Dessa forma, competir em um ambiente como esse é algo desafiador.

De acordo com Gerson Cespi, presidente da Cooper-Vision do Brasil, para a em-presa se diferenciar desses fortes competidores, existe uma aposta ao oferecer a li-nha mais completa do merca-do. Ele conta que a empresa não tem outras unidades de negócio, ou seja, é total-mente focada em lentes de contato. “Isso nos obriga a sermos especialistas naquilo que fazemos. E, quando se é especialista, naturalmente os diferenciais aparecem”, acrescenta.

Porém, esses dois fatores não seriam tão efetivos se o empreendimento não tivesse

um time de colaboradores fo-cado e comprometido. São mais de 6 mil ao redor do mundo e todos eles sempre tem em mente os valores da companhia (dedicação, par-ceria, cordialidade e inova-ção), ou seja, os significados não podem somente ficar nos cartazes, posters e adesi-vos encontrados nos escritó-rios espalhados ao redor do mundo. “Esses valores são, efetivamente, vivenciados por todos nós.”

Gerson Cespi, afirma que as lentes de contato gelati-nosas descartáveis represen-tam aproximadamente 80% do mercado. Ele ressalta que houve um crescimento signi-ficativo das lentes fabricadas com silicone hydrogel. “Esse material proporciona uma capacidade muito maior de transmissibilidade de oxigê-nio para a córnea, oferecen-do mais segurança e conforto aos usuários e profissionais adaptadores”, salienta.

Nos EUA, ásia e Europa, as lentes de silicone hydrogel já representam quase 70% do mercado de gelatinosas descartáveis. Aqui no Brasil atingiram a marca de 60% em 2012. A CooperVision é a única empresa que dispo-nibiliza lentes fabricadas com silicone hydrogel de terceira geração (Avaira e biofinity). A família biofinity, que hoje é composta por lentes esféri-

cas (miopia e hipermetropia) e tóricas (astigmatismo), fica-rá ainda mais completa agora em 2013 com a chegada da biofinity multifocal (presbio-pia ou vista cansada).

Cespi comenta que a em-presa está em fase final de testes no mercado asiático de uma lente de contato re-volucionária que controla a miopia e, no mercado euro-peu, de uma lente de silicone hydrogel de descarte diário. “Acredito que em pouco tem-po passaremos a disponibili-zá-las no brasil”, afirmou.

Ao avaliar as inovações de lentes existentes no merca-do, o presidente comenta que as empresas fabricantes disponibilizam modelos es-pecíficos de lente de contato indicados para, praticamente, toda necessidade de corre-ção visual. “A CooperVision investe milhões de dólares todos os anos em pesquisa e desenvolvimento e, muito provavelmente, é o player que mais investe nesse se-tor”, ressalta.

O presidente conta que no centro de R&D, localizado na Califórnia, estão mais de 150 PhD´s trabalhando ardu-amente para que as inova-ções cheguem rapidamente ao mercado, tornando esse diferencial competitivo ainda mais patente e beneficiando um número cada vez maior de usuários.

espaÇo

MÉDICo

AVALIAçãO

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Entre as lentes de contato mais comercializadas pela empresa no Brasil as gela-tinosas descartáveis esféri-cas (miopia e hipermetropia) vem em primeiro lugar, se-guidas de perto pelas tóricas (astigmatismo). A CooperVi-sion possui a linha mais com-pleta do mercado mundial e no Brasil, os modelos cam-peões em adaptações são: biofinity, Avaira, biofinity Toric, Biomedics Evolution, Cooperflex e proclear (único modelo descartável no Bra-sil com graus esféricos até +20,00 e -20,00).

Sobre o mercado de lentes no País, Cespi analisa que ao contrário daquilo que é visto nos EUA, ásia ou Eu-ropa, a lente de contato ain-da é muito pouco difundida. Enquanto a penetração em alguns países chega a 20% da população, aqui no Brasil apenas 2 milhões de pessoas

usam lentes de contato, ou seja, somente 1% de alcance. “Se por um lado esse núme-ro chega a ser desanimador, por outro significa que ainda há muito trabalho a ser reali-zado e que podemos crescer muito nos próximos anos”, comenta o presidente, ao dizer que mercado potencial para isso existe em alta esca-la.

Cespi afirma que em uma conta simplista e conserva-dora, dos 2 milhões de usu-ários que o mercado possui atualmente, poderiam passar a 10 milhões em muito pouco tempo. Entretanto, para que isso possa acontecer, não basta única e exclusivamente que os fabricantes continuem investindo em divulgação e em desenvolvimento de no-vos produtos. “Os profissio-nais adaptadores também precisam estar engajados nesse projeto, pois são eles

os principais responsáveis pela formação de novos usu-ários e, é claro, pela retenção dos já existentes”, afirma.

A CooperVision ocupa hoje a liderança mundial do mer-cado de lentes de contato tó-ricas (lentes para astigmatis-mo). Para o executivo, essa liderança mundial em lentes tóricas não foi conseguida por acaso. Considerando so-mente o mercado brasileiro, a organização disponibiliza cinco modelos diferentes para os usuários que pos-suem astigmatismo.

Ao comparar os resultados de vendas de tóricas de 2011 e 2012, ele diz que a empresa chegou a um crescimento de 40%. “Esse número é fantás-tico e nos deixa muito otimis-tas, principalmente porque o segmento de tóricas não tem a mesma popularidade do segmento das esféricas (mio-pia e hipermetropia).”

saúdeDoS oLhoS

Gerson Cespi, presidente da CooperVision do Brasil

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espeCIaL

hospital Evangélico de Sorocaba

ADmINISTRAçãO

MARCELLO BURATTINI, diREtOR supERintEndEntE dO hOspitAL EvAnGÉLiCO dE sOROCAbA

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amploAtENDIMENto

o mesmo hospital, um novo conceitoreconhecida pela excelência no atendimento aos seus pacientes, instituição aposta em uma nova gestão investindo em tecnologia e humanização

O Hospital Evangélico de Sorocaba constrói

a sua história há mais de 77 anos, tendo como prin-cípios de sua gestão a as-sistência com dedicação e qualidade à seus pacien-tes. A instituição, espe-cializada na realização de procedimentos cirúrgicos de todos os graus de com-plexidade, também realiza atendimentos clínicos vol-tados para pacientes con-veniados e particulares.

O centro de saúde tam-bém atende pelo SUS, sen-do uma grande referência em qualidade neste aten-dimento no estado de São Paulo. Devido à essa atu-ação, a instituição já con-quistou diversos prêmios oferecendo excelência ple-na em seus serviços.

No início de 2012, o Hos-pital Evangélico iniciou um amplo processo de

mudanças e de reestrutu-rações a fim de adequar a instituição a um novo pen-samento: “O mesmo Hos-pital, um novo conceito”. Assim, inovações tecno-lógicas e administrativas passaram a encabeçar as soluções adotadas pela di-retoria do hospital, visan-do atingir níveis nacionais e internacionais de acredi-tações em saúde.

De acordo com Marcello Burattini, diretor superin-tendente da instituição, a principal meta é trazer ex-celência em atendimento. “Incentivamos a tecnolo-gia, o desenvolvimento,

qualidade de processos, humanização, dentre ou-tras soluções.”

Para isso, conforme ex-plica Burattini, a nova ges-tão trabalha intensamente com a marca do hospital. “Estudamos onde quere-mos nos posicionar, qual o tipo de público que que-remos atender. Tudo isso focado na excelência. Nos-sos quartos, a hotelaria, tudo deve ser trabalhado de modo a atender da me-lhor forma o usuário. Nos-sa equipe de enfermagem, por exemplo, atua com o objetivo de ser a melhor do Brasil.”

“INCENTIVAMOS A TECNOLOGIA, O DESENVOLVIMENTO, QUALIDADE DE PROCESSOS, HUMANIzAçãO, DENTRE OUTRAS SOLUçõES.”

MARCELO BURATTINI

HCM

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espeCIaL

hospital Evangélico de Sorocaba

Humanização seguraacolhimento individual é a chave para o sucesso no tratamento de pacientes atendidos pelo Instituto de Hemodiálise sorocaba

A história do Instituto de Hemodiálise Sorocaba

(IHS) data desde 1973, quan-do os médicos fundadores do IHS passaram a concen-trar os pacientes com insu-ficiência renal aguda em um espaço físico que foi o pre-cursor do Centro de Terapia

Intensiva (CTI) do Hospital Evangélico de Sorocaba.

A partir desta estrutura, iniciou-se uma assistência pioneira a renais crônicos no Ambulatório de Hemodiáli-se. Anos depois, em 1982, o atendimento de diálise peri-toneal ambulatorial contínua

PARcERIA

Fotos: Priscila Sores

também começou a ser feito.Em 1990, foi realizado o pri-

meiro transplante renal pela equipe de nefrologia do IHS ainda no antigo prédio do Hospital Evangélico. Esses transplantes incentivaram as doações de recursos pela sociedade sorocabana para

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amploAtENDIMENto

a construção do novo prédio do hospital.

Desde então, a gestão apoia-se em conceitos como humanização, tecnologia e segurança. “No IHS, a exce-lência profissional se traduz em expertise na indicação do tratamento frente ao perfil do paciente e segurança dos procedimentos, por meio da utilização dos recursos tec-nológicos mais avançados e uma equipe multiprofissional continuamente qualificada, assegurando o crescimento sustentável da instituição”, explica Milene Cristina Devi-to Guilhem, diretora clínica do Instituto.

O IHS aposta no acolhi-mento individual como fa-cilitador para o sucesso do tratamento. “Atendemos pessoas, não apenas pacien-tes.” Essa ideologia torna o Instituto como uma referên-cia regional no tratamento nefrológico devido à quali-dade dos serviços presta-dos. Afinal, há um intenso trabalho junto com os pro-fissionais a fim de obter um atendimento humanizado e personalizado, promovendo segurança e bem-estar aos usuários.

Nos últimos dois anos o IHS dobrou o número de pacientes atendidos em di-álise peritoneal domiciliar. “Aumentou em 15% a po-pulação atendida em hemo-

diálise, alcançando 97% da sua capacidade instalada. Já estamos com planejamento estratégico em andamento para a ampliação do Institu-to”, explica a Dra. Milene.

Além do trabalho realiza-do no Hospital Evangélico de Sorocaba, a entidade co-meçou a atuar em janeiro de

2012 na UTI do Hospital San-to Antônio de Votorantim (SP), tratando pacientes com insuficiência renal aguda. “Mantemos o crescimento exponencial das atividades no consultório nefrológico com atendimento da maio-ria dos convênios médicos.” Para 2013 a expectativa é

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ampliar as instalações e ga-rantir, assim, uma assistência melhor e mais abrangente para todos da região.

Vale ressaltar também o in-centivo que o Instituto pres-tou na fundação da Associa-ção dos Pacientes Doadores e Transplantados Renais de Sorocaba e Região (Trans-doreso). Em novembro de 2012, tal entidade comemo-rou 30 anos de serviços à comunidade através de cam-panhas de doação de órgãos e prevenção da doença renal crônica, abrigando e alimen-tando a população carente na Casa do Renal Crônico, erguida em terreno cedido

espeCIaL

hospital Evangélico de Sorocaba

PARcERIA

pelo Hospital Evangélico. hUMAnIZAçÃo SeGURAO IHS aposta em trazer uma

prestação de serviço diferen-ciada a seus usuários através de um atendimento integral. Com isso, segurança torna--se a palavra de ordem para toda a equipe do Instituto. “Contamos com um siste-ma de ouvidoria, ou seja, o paciente apresenta suas necessidades e nós assegu-ramos seu conforto e bem--estar durante o tratamento, permitindo um sentimento de segurança durante todo o processo, desde o antes dos cuidados até os encaminha-

mentos posteriores”, ressalta a Dra. Milene.

O IHS também se empe-nha em oferecer diferenciais como consultório especiali-zado para o tratamento pre-ventivo e conservador da doença renal crônica, uma hemodiálise moderna e se-gura conforme ditam as me-lhores práticas. Além disso, o Instituto proporciona o tra-tamento de diálise peritoneal domiciliar com uma equipe qualificada em proporcionar um treinamento completo para o atendimento integral do paciente, garantido a efi-ciência desta técnica de au-tocuidado.

“AUMENTOU EM 15% A POPULAçãO ATENDIDA EM HEMODIáLISE, ALCANçANDO 97% DA SUA CAPACIDADE INSTALADA”, MILENE CRISTINA DEVITO GUILHEM, DIRETORA CLíNICA DO

INSTITUTO DE HEMODIáLISE SOROCABA.

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amploAtENDIMENto

Gestão adota processos de controles e avaliações que resultam no abastecimento de 149 mil bolsas de sangue para cerca de 100 hospitais

para salvar vidas

Primando por medi-das que visem o for-

necimento de sangue e hemocomponentes com qualidade e segurança, a Associação beneficente de Coleta de Sangue - Colsan atua, desde 1959, inves-tindo em tecnologia e am-

pliação das atividades de capacitação profissional.

De acordo com Frederi-co Brandão, gerente técni-co da Colsan Sorocaba, e Silvia Iversson, gerente de comunicação social, a As-sociação tem hoje sob sua responsabilidade 39 agên-

cias transfusionais, sendo que todas estão inclusas no escopo de certificação ISO 9001:2088 e ONA ver-são 2012 nível II. “Em 2001, coletávamos 35.000 bolsas de sangue por ano. Hoje esse número corresponde a 149.000, suficiente para

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atender cerca de 100 hos-pitais”, explicam.

Os números refletem o compromisso em solu-cionar a falta de sangue nos hospitais públicos e filantrópicos, participando desde a coleta até a trans-fusão de sangue e seus componentes. Além das agências, cerca de 11 pos-tos estão distribuídos em São Paulo, ABC, Jundiaí e Sorocaba que juntos cole-tam cerca de 13 mil bolsas

PARCeRIAS

Desde julho de 2008 a Colsan administra o Hemonúcleo do Hospital Evangélico de Sorocaba. Acerca deste trabalho, Brandão e Iversson salientam que “a instituição exerce um papel muito importante no sistema de saúde da cidade e o fornecimento de sangue e hemocomponentes de qualidade viabilizam o funcionamento do hospital principalmente em relação aos vários procedimentos cirúrgicos que são realizados”.

Outras unidades de saúde também contam com os serviços prestados pela Colsan como as agências transfusionais do Hospital da Unimed de Sorocaba, Hospital Samaritano de Sorocaba, Grupo de Pesquisa e Assistência ao Câncer Infantil (GPACI), São Camilo Itu e Hospital Municipal de Ibiúna. “Além disso, temos contrato de fornecimento de sangue com 33 hospitais e serviços de saúde de Sorocaba e região”, explicam.

A expectativa para o ano de 2013 é ampliar ainda mais as atividades por meio de investimentos em capacitação técnica nas diversas áreas. Adiciona-se a esse quadro a busca por melhorias contínuas no parque tecnológico através de sistemas informatizado e de logística.

de sangue por mês. Soma-se a esse qua-

dro mais seis laborató-rios de processamento que produzem quase 30 mil hemocomponentes por mês, sendo que 90% desta produção é utiliza-da em pacientes do SUS em hospitais localizados nas regiões citadas acima como também no Vale do Ribeira e nas cidade de Ita-nhaém e Praia Grande.

A administração da Col-

san está locada na sua sede, em São Paulo, cuja superintendência geral está sob a chefia de jose Augusto Barreto. Afora a completa estrutura admi-nistrativa, na sede tam-bém estão os laboratórios de processamento e dis-tribuição, imunohematolo-gia, sorologia, controle de qualidade de hemocompo-nentes, sequenciamento, biologia molecular e cito-metria de fluxo.

espeCIaL

hospital Evangélico de Sorocaba

ABASTEcImENTO

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serviços deAPoIo

TERcEIRIZAçãO

Há muito tempo que conceituados hospitais

brasileiros contam com o apoio de importantes serviços terceirizados, que contribuem na melhoria da gestão. Seja no setor de limpeza, segurança e alimentação, este modelo

o upgrade na gestão

seguimento da saúde se fortalece por meio das tradicionais parcerias estabelecidas comas empresas que promovem serviços de apoio

inovador de trabalho entra em cena gerando bons resultados. Essas medidas que buscam excelência fazem com que as instituições recorram às novas fórmulas de proporcionar uma avançada administração. A seguir

você confere algumas reportagens que a equipe da Healthcare Management produziu, com a proposta de informar o quanto a terceirização proporciona vantagens de melhoria nos atendimentos tanto públicos, quanto privados.

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esCoLHa

CErtA

TERcEIRIZAçãO

atenção na segurança

Para implantar um siste-ma de vigilância em uma unidade de saúde são ne-cessários alguns requisi-tos mais que primordiais, como a elaboração de um plano de segurança patri-monial e de análise de ris-cos. O plano deve ser rea-lizado em comum acordo entre a empresa de se-gurança e a administra-ção do hospital, visando o bem estar dos clientes, colaboradores, visitantes, entre outros.

Além disso, a equipe de segurança deverá ser bem treinada, saber tratar com sensibilidade possí-veis questões adversas, comuns à rotina do dia a dia, e possuir bom en-tendimento do gerencia-mento de crises, sabendo identificar a natureza (se criminosa ou não) de cada ocorrência. Neste último ponto, especialmente, o cuidado é algo imprescin-dível, pois uma determi-nada ocorrência poderá ser degradante à imagem da instituição de saúde. O trabalho dos compo-nentes de segurança e da equipe hospitalar deve, sempre, ser realizado em conjunto.

Os manuais da Organiza-ção Nacional de Acredita-ção (ONA) e da JCI (Joint Comission International) possuem capítulos dedi-cados à gestão de segu-rança em ambientes hos-pitalares, lembrando que, nas auditorias destes ór-gãos certificadores, o ser-viço de segurança patri-monial também faz parte das avaliações.

No Hospital Oswaldo Cruz de Curitiba (PR), a empresa que realiza este serviço de vigilância, a PoliService, atua direta-mente com os cuidados direcionados na seguran-ça do trabalho, realizando visitas periódicas e análi-ses do ambiente ao qual o vigilante está exposto, apresentando sugestões de melhorias sempre que necessário.

Entre as principais van-tagens oferecidas pelos serviços da empresa de vigilância está a proteção à vida e ao patrimônio, atendendo à legislação em vigor, com profissio-nais treinados e um amplo conhecimento de segu-rança patrimonial e legis-lação trabalhista.

Ao analisar o serviço

desenvolvido pela Po-liService Segurança na instituição paranaense, o encarregado de segu-rança da empresa, Jorge Fernandes, diz ser um tra-balho composto por trans-

“AVALIAMOS QUE AS METAS PROPOSTAS FORAM ALCANçADAS, TRAzENDO TRANQUILI-DADE PARA A EQUIPE HOSPITALAR E PERMI-TINDO A MAIOR DE-DICAçãO à OUTRAS ATIVIDADES DO HOSPI-TAL”,

JORGE FERNANDES, ENCARREGADO DE

SEGURANçA DA POLISERVICE

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serviços deAPoIo

parência, credibilidade e qualidade. “Avaliamos que as metas propostas foram alcançadas, trazen-do tranquilidade para a equipe hospitalar e permi-tindo maior dedicação à outras atividades do hos-pital”, afirma.

Fernandes comenta que o trabalho realizado à pro-teção hospitalar respeita o escopo do contrato em vigor, abrangendo os con-troles de acesso, estacio-namento e vigilância os-

tensiva. A PoliService dispõem

de sistemas de controle utilizando rádios, rondas eletrônicas e pânico, com o que há de mais moderno no mercado, como equi-pamentos móveis e rede de transmissão de dados on-line.

“Aliado ao trabalho do vigilante, entendemos que os sistemas de circui-to fechado de televisão e controle de acessos infor-matizados tornam-se in-

dispensáveis para garantir satisfatoriamente a segu-rança do patrimônio e de seus usuários”, completa.

Questionado se a em-presa elabora algum pla-nejamento ou diagnóstico de risco para cada hospi-tal, Fernandes conta que o levantamento das neces-sidades de cada cliente faz parte do escopo do con-trato, já previamente pre-visto na licitação, sendo somente respeitado pela companhia prestadora.

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CErtA

TERcEIRIZAçãO

Seguir rigorosamente to-das as normas estabeleci-das pela Anvisa, além de contar com uma parceria da Comissão de Contro-le de Infecção Hospitalar (CCIH), estando sempre atualizado com novos pro-cedimentos e descobertas que promovam maior se-gurança no processo de higienização das roupas hospitalares. Essas são al-gumas das características da empresa GreenLav So-lutions, que promove os serviços de higienização das roupas do Hospital So-brapar, em Campinas (SP).

Higienização é algo sério

Entre as principais vanta-gens oferecidas pela em-presa estão a utilização de maquinários de tecnologia de ponta que proporciona aumento de vida útil das roupas processadas e a implantação do SQS (Selo de Qualidade e Sustenta-bilidade) em parceria com o Sebrae, sendo um pro-grama de excelência, meio ambiente e segurança para lavanderias. Essa iniciativa visa definir processos, re-duzir os riscos ambientais e inconformidades e promo-ver melhor interação entre fornecedor e cliente.

Toda a estrutura da Gre-enLav Solutions foi estu-dada e estruturada a partir de benchmarks de sucesso com empresas nacionais e internacionais. A empresa reúne as melhores práticas encontradas no mercado e as implantam em uma es-trutura moderna, de forma a garantir maior qualidade nos processos e melhor atendimento aos clientes.

“Nossos maquinários são compostos por lavadoras extratoras – as quais ofe-recem inúmeros benefí-cios no processo de higie-nização das roupas, entre

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serviços deAPoIo

elas redução do consumo de água, energia elétrica e tempo de processo, au-mento da vida útil das rou-pas processadas e maior segurança na operação dentro da lavanderia”, acrescenta o diretor co-mercial da empresa, Felipe Bernardes.

Pensando na melhoria contínua dos processos, a organização tem buscado se adequar aos padrões exigidos pelo SQS. Esse ajustamento é realizado por meio de um programa, que possui como referencial normativo a ISO 9000 (Qua-

lidade), ISO 14000 (Gestão Ambiental) e OHSAS 18000 (Gestão de Segurança e Saúde no Trabalho) e cujos principais objetivos são: definir processos padrões de qualidade, reduzir os riscos ambientais e incon-formidades e promover melhor interação entre for-necedor e cliente.

A eMPReSA A GreenLav Solutions,

idealizada em 2010 por uma rede de lavanderia do ramo doméstico e indus-trial, promove mensalmen-te a higienização de cer-

FELIPE BERNARDES,DIRETOR COMERCIAL DA GREENLAV

ca de 78.600 kg de roupas hospitalares. Assim, aten-dendo a todos os requisitos da legislação prevista para esse segmento específico, a empresa abriu suas portas para oferecer prestação de serviços de alta qualidade e comprometimento com o cliente. Está localizada na cidade de Campinas (SP) e possui posição estratégica, o que facilita a retirada e a entrega das roupas sempre no horário previsto. Entre seus principais parceiros destaca-se o Hospital So-brapar – Instituto de Cirurgia Plástica Crânio Facial. HCM

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CErtA

AVANçOS

Fazer mais com menosprestadora de serviço de diagnóstico por imagem para o sUs aposta em atendimento qualificadoe investimento em profissionais

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Centrais de laudos que funcionam 24 horas, du-

rante os setes dias da sema-na, com médicos de plantão e apoio direto a técnicos e profissionais. A todo esse quadro soma-se a agilidade na entrega dos laudos em até quatro horas.

Para obter tais números significativos, a gestão da Fundação Instituto de Pes-quisa e Estudo de Diag-nóstico por Imagem (FIDI) é pautada por diversos fatores que convergem para esta excelência. “Priorizamos a realização da manu-tenção dos equipamen-tos, a criação de logísticas necessárias para os supri-mentos dos aparelhos, além de disponibilizar a opera-cionalidade com técnicos na realização dos exames e médicos na elaboração de laudos em toda a rede”, ex-plica Hélio Ajzen, superin-tendente da instituição.

A atuação da Fundação se dá exclusivamente com a área pública por meio de parcerias com, por exem-plo, secretarias de saúde. O trabalho realizado com

diagnóstico porIMAGEM

esses órgãos dedica-se à digitalização da rede e cen-tralização das informações em centrais de laudos. Para Ajzen, trabalhar exclusiva-mente com o setor público torna a “execução dos con-tratos sempre algo desafia-dor, pois temos que fazer mais com menos”. Vale res-saltar também que a FIDI é uma das maiores prestado-ras de serviço de diagnósti-co por imagem para o Siste-

ma Único de Saúde. Em se tratando de um se-

tor o qual passa por cons-tantes mudanças devido aos avanços tecnológicos, outra diretriz da gestão da FIDI é dedicar-se a organi-zar cursos e treinamentos especializados por meio do Instituto de Pesquisa e En-sino em Medicina Diagnós-tica e Terapêutica (IPMed). “Estamos diante de uma ciência em contínua evolu-ção, por isso também abra-

çamos o compromisso com o desenvolvimento da pes-quisa científica e a capacita-ção dos profissionais desta área da saúde.”

Também em relação à produção de conhecimen-to científico, Linei Augusta Brolini Delle Urban, coorde-nadora da Comissão Nacio-nal de Qualidade em Mamo-grafia do Colégio brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem (CBR), consi-

dera que o País vive um cenário p o s i t i v o , apesar de ainda ha-ver neces-sidade de melhoras. “O Brasil possui mui-tos pesqui-s a d o r e s ,

contudo, existem muitas dificuldades para que eles possam aplicar seus conhe-cimentos em nosso País como a falta de recursos, de estrutura para a pesquisa e de incentivo dos órgãos pú-blicos e privados. Isso tudo faz com que muitos pesqui-sadores brasileiros ainda prefiram trabalhar no exte-rior.”

O trabalho da FIDI em atu-alizar os profissionais acer-ca dos avanços da medici-

“Estamos diante de uma ciência em contí-nua evolução, por isso também abraçamos o compromisso com o desenvolvimento da pesquisa científica e a capacitação dos profissionais desta área da saúde.” - hélio Ajzen, superintendente da Fundação Institu-to de Pesquisa e Estudo de Diagnóstico por Imagem (FIDI)

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na vai ao encontro com a atuação do CBR. Segundo Ajzen, “o Colégio exerce um papel essencial na ti-tulação de médicos, o que mostra preocupação com a formação e educação conti-nuada dos especialistas. A FIDI vê como fundamentais estas funções que resultam em um melhor atendimento para os pacientes”.

De acordo com o supe-rintendente da Fundação, há uma necessidade de controlar a qualidade nes-ta atividade e fiscalizar as boas práticas deste seg-mento. Existe uma preocu-

esCoLHa

CErtA

AVANçOS

pação, por exemplo, com o uso exagerado de equi-pamentos de raio-x e, prin-cipalmente, de tomografia computadorizada que le-vam doses exageradas de radiação. “O CBR tem papel fundamental em promover o trabalho com redução da dose de radiação nes-tes exames, sobretudo em crianças.”

A medicina ainda avança na tentativa de solucionar a exposição de elementos radioativos. Diante deste problema, uma pesquisa desenvolvida pelo cien-tista Jianwei (John) Miao,

professor da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, obteve resultados animadores. A nova tecno-logia produz imagens 3D do tecido mamário duas a três vezes mais nítidas, além de reduzir a dose de radiação aos pacientes e médicos em comparação com as mamo-grafias convencionais.

Em entrevista exclusiva para a Revista HealthCare Management, Miao explica que a técnica necessita de fontes mais avançadas de raio x, disponível apenas em alguns laboratórios de pesquisa. Ainda de acordo

Hélio Ajzen, superintendente da Fundação Instituto de Pesquisa e Estudo de Diagnóstico por Imagem (FIDI)

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diagnóstico porIMAGEM

com o cientista, a tecno-logia estará clinicamente disponível entre dez a vinte anos.

Quanto à tecnologia dis-ponível no Brasil, Delle Urban considera que a co-mercialização é fácil após a aprovação de órgãos de fiscalização competente. Entretanto, a coordenadora considera que o maior pro-blema são as altas taxas de impostos aplicadas sobre os equipamentos, o que torna o produto, muitas ve-zes, inacessível no mercado nacional.

A Fundação Instituto de Pesquisa e Estudo de Diagnóstico por Imagem realiza cerca de 250 mil exames por mês, em 47 unidades do SUS em todo o estado de São Paulo.

Para isso, trabalham cerca de 1.500 profissionais, entre técnicos, médicos e colaboradores realizando exames de raio x, tomografia, densitometria óssea, ressonância magnética, mamografia e ultrassonografia.

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esCoLHa

CErtA

EQUIPAmENTO

Normalmente, dois en-fermeiros demoram 35

minutos para dar banho em um paciente. Visando otimizar este trabalho sur-ge a tecnologia Flex Care, que proporciona seis ba-

Humanização tecnológicanova ferramenta disponível no mercado proporciona economia de gastos para o hospital, além de humanização no tratamento do paciente

nhos em 1h10 com apenas um profissional. O produ-to já está disponível no mercado pela GADE.

“É importante citar que com o nosso equipamento também há uma economia

considerável de água, logo o enxoval recolhido após o banho está menos úmi-do e vai para a lavande-ria com menos peso. Isso sem contar com a huma-nização no leito, porque

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Humanização ePrAtICIDADE

A GAdE atua no mercado a fim de trazer os últimos avanços da tecnologia na área da medicina. “O trabalho é desenvolvido de forma que sempre possamos levar o que há de novidade no mercado, seja em equipamento ou qualificação, sendo assim, disponi-bilizamos mais do que apenas os produtos, mas palestras e treinamentos, criando um trabalho de parceria com os nossos clientes”, ressalta Oliveira.

Entretanto, antes de fornecer tais produtos, é feita uma minuciosa análise acerca de questões ambientais e sociais que o uso acarreta. “Montamos um departamento que faz uma análise ambiental e social dos produtos como uma espécie de avaliação para controle de qualidade.”

Em 2012, a empresa teve uma atuação estratégica visando os próximos cinco anos. Com isso a gestão se empenhou em realizar parcerias e buscar novas soluções e pro-dutos. Para 2013, a GADE aposta no equipamento Flex Care, produto que aumentará o faturamento em 50%.

de fato o paciente toma o banho”, explica Douglas Malta Oliveira, sócio dire-tor da GADE.

Antes de começar a hi-gienização, deve-se en-cher o recipiente, que tem o volume de 25 litros, e posteriormente ligá-lo a uma fonte de energia. De-pois de 25 minutos a água do equipamento está em uma temperatura ideal para o banho humanizado.

Quanto à higienização, o reservatório de água, uma vez aberto, permite a lim-peza com álcool 70, hipo-clorito, ou qualquer pro-duto. “Por ser produzido em aço inoxidável e com fibra de vidro, o material possibilita a perfeita as-

sepsia sem agredir o equi-pamento”, explica.

Seguindo a norma do Centro de Controle de In-fecção Hospitalar (CCIH), a cada três meses deve--se trocar a mangueira do chuveiro e realizar uma limpeza na bomba d’água do Flex Care. Quando o equipamento é locado este procedimento de hi-giene e manutenção é re-gular.

A facilidade de manu-seio não é a única vanta-gem. O Flex Care reduz em até 30% o custo que se tem com os banhos no leito. “O aspecto emocio-nal também é impactado positivamente pelo pro-cedimento oferecido, uma

vez que ele se aproxima ao máximo de um banho de chuveiro normal, o qual é possível utilizar uma es-ponja e controlar a tempe-ratura. Assim ganhamos com benefícios físicos e psicológicos que não po-demos mensurar.”

Para o corpo clínico, a ferramenta proporciona otimização de tempo e fa-cilidade para desenvolver o trabalho com excelência. O enfermeiro reduz signi-ficativamente o tempo re-servado para o banho dos pacientes e, assim, acaba por empregar todo o seu conhecimento em outras atividades que também são necessárias dentro de um hospital. HCM

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CErtA

LEgISLAçãO

Por serem utilizados no am-biente hospitalar, os gases

medicinais devem receber tratamento especial, pos-suindo especificações mais rigorosas do que os vapores utilizados na indústria. O que muitos gestores devem se atentar quanto à importância

nova exigência à vistaGases medicinais nas instituições de saúdea partir de 2013 serão fiscalizados pela anVIsa

destas substâncias, tratando dos seus modos de armaze-namento, controle e riscos, da garantia de fornecimento do ar comprimido — incluin-do instalação, compressores, reservatório, dispositivos de segurança e riscos ineren-tes — e da central de vácuo

(equipamentos de controle e riscos).

A conservação dos gases medicinais é feita em cilin-dros de aço ou alumínio, de diversos modelos, no en-tanto, a escolha do material e tamanho dependem do volume consumido. Devido

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GasesMEDICINAIS

ao armazenamento e a alta pressão nos cilindros, devem ser tomados alguns cuidados especiais, incluindo o trans-porte e a utilização.

Os gases medicinais po-dem ser usados diretamente nas áreas em que são neces-sárias, a partir de uma cen-tral de cilindros, que deve ser montada o mais próxi-mo possível dos locais de consumo. A central deve ser composta por duas baterias de cilindros que funcionem alternadamente. É recomen-dável a instalação de um sistema de alarme para alta e baixa pressão em setores essenciais do hospital.

Além dessas tradicionais recomendações, os gesto-res devem se preparar para

novas adequações, pois os gases hospitalares a partir de 2013 serão fiscalizados pela Anvisa. Essas substâncias no Brasil serão considera-das medicamentos e, assim como produtos para fins te-rapêuticos, deverão seguir condições específicas de produção.

Em decorrência dessas constantes exigências, as

empresas fabricantes de ga-ses estão fazendo grandes investimentos para a certifi-cação dos produtos comer-cializados neste segmento. No Brasil existem apenas cinco empresas produtoras de gases medicinais, sendo quatro multinacionais e a In-dústria Brasileira de Gases (IBG), sendo a única 100% nacional.

“Os gases medicinais em todo o mundo representam cerca de 10% dos comercializados pelas empresas industriais e medicinais”.

Newton de Oliveira, presidente da Indústria Brasileira de

Gases (IBG).

Newton de Oliveira, presidente da Indústria Brasileira de Gases (IBG)

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esCoLHa

CErtA

LEgISLAçãONa opinião do presidente da

IBG, Newton de Oliveira, as empresas de gases que ope-ram no Brasil têm condições de oferecer todas as substân-cias necessárias para a área hospitalar com padrão de qualidade internacional. “Os gases medicinais em todo o mundo representam cerca de 10% dos comercializados pelas empresas industriais e medicinais”, acrescenta.

Uma empresa que se desta-ca no cenário nacional de ins-talação de gases medicinais é a Oxichama, existente há 26 anos, dos quais, 12 anos dedicados exclusivamente à área hospitalar. A instituição oferece ao mercado solu-ções completas, desde a ela-boração do projeto até a sua execução.

O serviço da empresa inclui a montagem da tubulação em cobre, painéis de cabeceira e

colunas para uso em UTIs e centros cirúrgicos. Além dis-so, promove a implantação de gases com unidades de geração de ar medicinal e vá-cuo clínico 100% isentos de óleo, e também disponibiliza centrais reserva de cilindros (manifolds) e oferece plan-tas para produção on-site de

Oxigênio (PSA).A diretriz de trabalho da em-

presa se resume na seguinte frase: “Soluções personaliza-das para o ambiente hospi-talar”. Isto, porque, no mer-cado de gases medicinais, assim como em outros, as normas definem os padrões mínimos a serem adotados,

“Oferecemos soluções personalizadas para o ambiente hospitalar”, ressalta sérgio jorge Lotfi, diretor da Oxichama

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GasesMEDICINAIS

sendo que cada hospital pos-sui seus conceitos próprios.

Portanto, um projeto de instalação adequado às ne-cessidades de um determi-nado hospital possui sempre características “sob medida”, e talvez este seja o grande desafio diário da Oxichama, descobrir quais são estas especificações, determina-ções e expectativas de cada cliente, às vezes desconhe-

PAIneL De CABeCeIRA X PoSTo De PAReDeNas instalações dos gases medicinais, o posto de utilização junto ao leito do paciente

deve estar localizado a uma altura aproximada de 1,5 m acima do piso (acabado) ou embutido em painel apropriado, a fim de evitar dano físico à válvula, bem como ao equipamento de controle e acessórios, como fluxometros, umidificadores ou qualquer outro acessório neles instalados (NBR 12.188).

Posto de Parede Não corresponde à alternativa mais interessante, pois exige a instalação das tomadas

elétricas na parede e o total alinhamento dos postos de gases, dificultando e enca-recendo a obra, e não permite futuras expansões desses pontos como no caso dos painéis de cabeceira alinhado com a recente redução de custos dos painéis, cada vez menos esta opção tem sido utilizada.

Painel de cabeceira no caso do uso de painel de cabeceira (régua) ou coluna retrátil ou fixa, as instalações

elétricas devem ser colocadas em compartimentos vedados e fisicamente separados dos sistemas de gases medicinais (NBR 12.188). Os painéis de cabeceira Oxichama, foram desenvolvidos a partir de estudos aplicativos definidos durante vários anos de produção, com uma montagem praticamente isenta de parafusos utilizando perfis de alumínio de fácil encaixe. Essa função permite a total modularidade ou seja, as con-figurações podem ser atualizadas ou modificadas a qualquer momento, pois a placa frontal não faz parte da estrutura do painel. O sistema construtivo dos painéis da linha Compact, Senior e Crescente, possuem os menores índices de frestas do mercado, possibilitando melhor limpeza e higienização e auxiliando na redução das contamina-ções hospitalares. Os cantos foram totalmente arredondados visando à segurança do usuário (NBR 12.188).

cidas por ele próprio, e que precisam ser incentivados a fim de definir determinados parâmetros.

Projeto perfeito – Um plano perfeito de instalações hos-pitalares seja de gases medi-cinais, de elétrica, hidráulica, ar condicionado, lógica, co-municação hospitalar entre outros devem ser definidos a partir de um estudo arqui-tetônico completo. O projeto

que funcionou em um deter-minado hospital pode não ser o mais adequado a outro, portanto, passa a ser neces-sário a análise específica de cada plano de obra. Assim, a arquitetura do prédio deve ser completa com todas as previsões para adaptações das instalações hospitalares, pois este aperfeiçoamento retorna em redução de tem-po e custos. HCM

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esCoLHa

CErtA

cOmPROmISSO

Fundada há 26 anos, na região do ABC Paulis-

ta, a Pró Imune conduz sua gestão a fim de obter como resultado final a ex-celência em atendimento e superação das expecta-tivas. Para isso, diretrizes como qualificação nos procedimentos, obediên-

Qualificação em

procedimentosalém da satisfação do paciente, gestãotrabalha a fim de conquistar a admiração dos usuários pela excelência no atendimento

cia aos critérios recomen-dados pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e órgãos oficiais são princí-pios fundamentais em sua administração.“Nosso trabalho se pau-

ta em procedimentos que respeitem os princípios de ética, qualidade e res-

ponsabilidade, essencial para a melhoria contínua dos serviços prestados”, afirma munir Akar Ayub, proprietário e médico téc-nico responsável pela Pró Imune. Trata-se de um segmen-

to que está em constante expansão, com o apareci-

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Gestão deQuALIDADE

mento de novas vacinas e também a ampliação da faixa etária de atendimen-to. “Temos um crescimen-to constante e acima das metas, tendo a consciên-cia de que o mercado está cada vez mais exigente.”Para atender um nicho

o qual sempre apresenta novas soluções, a maior preocupação é em acom-panhar as pesquisas cien-tíficas. para isso, conforme explica Ayub, foi investido massivamente em equipa-mentos como o gerador

automatizado para câma-ras frias onde as vacinas são armazenadas em tem-peratura ideal. Também foram instala-

dos arquivos informatiza-dos que agilizam o forne-cimento da segunda via da carteira de vacinação em caso de perda ou extravio. Vale ressaltar que a clíni-ca é a única da região do ABC autorizada pela Agên-cia nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para a emissão do certificado in-ternacional de vacinação e

profilaxia (Civp) para vaci-na contra a febre amarela. Todo o investimento em

tecnologia alia-se à meta de oferecer uma atenção diferenciada ao público. Conforme explica Ayub, há uma grande preocupa-ção em proporcionar uma atenção especial aos usu-ários através de ambientes acolhedores e profissio-nais especializados. Para isso, uma das soluções en-contradas foi o atendimen-to estendido aos sábados, até as 14h. HCM

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esCoLHa

CErtA

cOmPROmISSO

“NOSSO TRABALHO SE PAUTA EM PROCEDIMENTOS QuE REspEitEm Os pRinCípiOs dE ÉtiCA, QuALidAdE E RESPONSABILIDADE, ESSENCIAL PARA A MELHORIA CONTíNUA DOS SERVIçOS PRESTADOS.”

MUNIR AkAR AYUB, pROpRiEtáRiO E mÉdiCO tÉCniCO REspOnsávEL

PELA PRó IMUNE

A Pró Imune possui uma parceria com o Hospital Brasil há exatos 13 anos, realizando durante esse tempo um serviço especializado. Para 2013 as expectativas são animadoras a fim de estreitar ainda mais este laço. “O Hospital Brasil encontra-se em franca expansão com o aumento de leitos de internação e atendimento. Consequentemente, a Pró Imune estará presente atendendo as famílias que procuram um serviço diferenciado no setor de imunizações”.Outras instituições de saúde também utilizam de tais serviços como

o Hospital e Maternidade Dr. Christóvão da Gama, localizado em Santo André (SP). Também são realizados trabalhos com as empresas General Motors, Mercedes, Ford, Basf, dentre outras, através de vacinações anuais de todos os funcionários contra a gripe.

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aBIMed indica como foi o desempenho dosetor de produtos para a saúde em 2012

encontro anual

aLTa nos

NEGÓCIoS

RETROSPEcTIVA

Fotos: Priscila Sores

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A Associação Brasileira da Indústria de Alta

Tecnologia de Equipamen-tos, Produtos e Suprimen-tos Médico-Hospitalares (ABIMED) encerrou o ano com o “Encontro Anual 2012”, a fim de refletir so-bre o desenvolvimento da saúde no País.

Durante o evento foram divulgados os números do desempenho anual do se-tor e as perspectivas para 2013. Segundo a entidade, houve um crescimento de 4,2% no mercado de pro-dutos para a saúde e um aumento de 3,2% na pro-dução industrial. Ainda

Balanço2012

que tais resultados não correspondam ao espera-do (estimava-se um cres-cimento de dois dígitos) o balanço final é superior à economia nacional.

Representando o Minis-tério da Saúde, Paulo Hen-rique Dantas Antonino dis-se que ainda há um grande déficit na balança comer-cial. “Precisamos criar musculatura na indústria nacional para que não te-nhamos tanta fragilidade. Hoje, qualquer mudança no cenário internacional acarreta em um aumento de preço nas tecnologias, prejudicando a oferta da

assistência à saúde, seja em medicamentos ou equipamentos”.

Visando melhorar este setor, Antonino destacou o trabalho entre o Minis-tério da Indústria e do Co-mércio, Ministério da Ciên-cia, Tecnologia e Inovação e o Ministério da Saúde no Plano Brasil Maior para incentivar o crescimento econômico.

Quanto à medida, Carlos Goulart, presidente-exe-cutivo da ABIMED, afirma que a Associação atuará incentivando a transferên-cia de tecnologias e tam-bém apoiando serviços e

PAULO HENRIQUE DANTAS ANTONINO, REpREsEntAntE dO ministÉRiO dE sAúdE

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fabricação de produtos no País. “Assim fertilizamos o terreno. É inovar para competir. Competir para crescer.”

Conforme divulgado pela ABIMED, o setor teve um faturamento de U$ 16,5 bilhões, mantendo-se estável em 0,6% sua parti-cipação no PIB nacional. O quadro também é positivo quanto ao crescimento do número de empregos, so-mando 5,3 mil novos pos-tos de trabalho em 2012. No total, o cálculo mostra que empregos diretos e indiretos na indústria e no comércio chegam a 120 mil. Os dados correspon-

aLTa nos

NEGÓCIoS

dem ao período entre ou-tubro de 2011 e setembro de 2012.

Quanto aos problemas que o setor enfrentou, Goulart ressalta, além do fraco desempenho da eco-nomia nacional, a greve da ANVISA (Agência Nacio-nal de Vigilância Sanitária) – que prejudicou o abas-tecimento do mercado de saúde por cerca de quatro meses - e da dificulda-de da agência em realizar inspeções nas fábricas no exterior, requisito para a concessão de registro de novos produtos. Mesmo diante de tantos obstácu-los enfrentados pelo setor

no ano de 2012, Goulart aposta em um crescimen-to perto de 10% para 2013.

No evento também foi anunciada a parceria en-tre a ABIMED e o Institu-to Ethos de Empresas e Responsabilidade Social. Apresentado pelo presi-dente da entidade, Jorge Abrahão, o acordo coloca o setor da saúde no Pro-jeto “Jogos Limpos Den-tro e Fora dos Estádios”. O objetivo é ratificar um pacto setorial de ética, transparência e combate à corrupção nos negócios relacionados à Copa do Mundo e Olimpíadas rea-lizadas no Brasil.

CARLOS GOULART, PRESIDENTE-ExECUTIVO DA ABIMED

RETROSPEcTIVA

HCM

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EVENto

debates e tendências

Em dezembro, a Associa-ção Nacional dos Hospitais Privados (ANAHP) promo-veu o Fórum Internacional Horizontes, um encontro onde foram debatidas as “Tendências e Perspectivas na Atenção de Urgência e Emergência”. A revista He-althcare Management e o

revista Healthcare Management e saúde online realizam cobertura completa do Fórum Internacional Horizontes, evento que reuniu importantes personalidades da saúde

portal Saúde Online, pro-dução do Grupo Mídia, es-tiveram presente no evento ouvindo os grandes nomes do setor da saúde nacional e internacional.

Participaram do Fórum Claudio Lottenberg, presi-dente da Sociedade Bene-ficente israelita brasileira

Albert Einstein; Antonio Marttos Jr., professor assis-tente de Cirurgia e diretor de Telemedicina do Trauma do Jackson Memorial Hospital da Universidade de Miami (EUA), Antônio Jorge kropf, diretor técnico da Amil, den-tre outras referências.

Em entrevista para o Gru-

Fotos: Priscila Sores

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po Mídia, Francisco Bales-trin, presidente da Asso-ciação, considera o evento como um resumo de uma série de ações realizadas durante todo o ano pela ANAHP. “Em 2012 promo-vemos vários seminários a fim de procurar alternativas para o setor de urgência e emergência nos hospitais. O fórum intensifica ainda mais essa troca de conheci-mentos, trazendo muitas so-luções para o segmento da saúde.”

Já Gonzalo Vecina Neto, superintendente corporati-vo do Hospital Sírio-Libanês (SP), disse para o Grupo Mí-dia que o Fórum traz a opor-

tunidade para os hospitais avaliarem e planejarem o atendimento na urgência e emergência. “A troca de co-nhecimentos deste encon-tro proporciona diretrizes para uma melhor gestão na atenção primária para, as-sim, obtermos um equilíbrio entre a qualidade e fluxo do atendimento ao paciente.”

De acordo com o supe-rintendente corporativo do Hospital Samaritano, Luiz De Luca, o evento traz a possibilidade de reunir di-versos profissionais da saú-de e, assim, o intercâmbio de experiências. “Com o Fó-rum podemos buscar novas alternativas e poder, assim,

aLTa nos

NEGÓCIoS

RETROSPEcTIVA

aplicar soluções estratégi-cas no hospital”, ressalta.

Também em entrevista para o Grupo Mídia, José Cleber do Nascimento, pre-sidente do Instituto Nacional de Desenvolvimento Social e Humano (INDSH), acredi-ta que há a necessidade de discutir acerca do setor de urgência e emergência nos hospitais. “A atenção pri-mária nos hospitais enfrenta grandes problemas atual-mente e por meio de even-tos como este podemos am-pliar nossos conhecimentos e buscar alternativas.”

Para conferir a cobertura completa do evento acesse www.saudeonline.net.br.HCM

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aLTa nos

NEGÓCIoS

INTERNAcIONAL

destaque internacionalGrupo Mídia participa da Feira Medica, naalemanha, e apresenta a revista HealthCareManagement para o mercado internacional

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FeiraMEDICA

A Feira Medica, maior evento do mundo na

área da saúde, foi realizada de 14 a 17 de novembro na cidade de Düsseldorf, na Alemanha, contando com cerca de cinco mil exposi-tores em uma área de exibi-ção com aproximadamente 270.800 m². Expositores dos mais diversos países tiveram a oportunidade de estabelecer conexões com os mais de 160 mil visitan-tes especializados em saú-de que compareceram à feira, tornando este conta-to o elemento principal de aproximação entre o con-sumidor e a indústria médi-ca mundial.

Considerando a devida importância do evento, o Grupo Mídia compareceu com sua equipe. Além de conferir de perto as últimas novidades do setor da saú-de, a empresa trabalhou na fortificação da marca He-althCare Management, le-vando uma publicação com conteúdo forte e relevante. A revista traz matérias e as-suntos tanto do mercado nacional, quanto do inter-nacional, oferecendo aos leitores uma edição espe-cial bilíngue, nos idiomas português e inglês.

Com uma distribuição efetiva entre os expositores brasileiros e internacionais , a revista obteve uma gran-

de aceitação por parte do público presente durante os quatro dias da Feira. Vale ressaltar que foi a única pu-blicação brasileira no stand de negócios de mídia, orga-nizado pela Medica.

Segundo Jailson Rainer, Relações Internacionais do Grupo Mídia, o trabalho de preparação para a divulga-ção de uma revista como a HealthCare Management em um evento com essa magnitude é um processo que começa com muitos meses de antecedência. “Fizemos contatos, primei-ramente com as empresas brasileiras que estariam expondo no evento, e, pos-teriormente, investimos em nosso network interna-cional, o que intensificou ainda mais os resultados que obtivemos com a nos-sa participação na Medica. Além disso, o fato da re-vista ter sido publicada em dois idiomas, ampliou nos-sa abrangência, uma vez que conseguimos captar a atenção dos leitores estran-

geiros para conhecerem nosso conteúdo.”

Para Edmilson Jr. Capa-relli, diretor do Grupo Mídia, a participação em eventos desse porte, como a Medi-ca, sempre traz resultados positivos. “Através da Feira Medica foi possível mostrar a nossa força para o mer-cado mundial, já conhecida pelo setor de saúde brasi-leiro. A nossa revista foi a única publicação brasileira a oferecer um conteúdo em dois idiomas e a distribuir os exemplares oficialmente para o público em geral.”

Devido ao sucesso da participação do Grupo Mí-dia na Feira deste ano, a empresa já se prepara para atender à Medica em 2013. “Esperamos manter nossa parceria com a organiza-ção do evento. Com a con-tinuidade desse trabalho, as empresas brasileiras passam a ver nossa revis-ta como mais um meio de divulgação internacional de seus produtos e serviços”, finaliza o diretor.

“Fizemos contatos, primeiramente com as em-presas brasileiras que estariam expondo no evento, e, posteriormente, investimos em nosso network internacional, o que intensificou ainda mais os resultados que obtivemos com a nossa participação na Medica”.

Jailson Rainer, Relações Internacionais do Grupo Mídia

HCM

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Um centro médico integradoGestão aposta em tecnologia e capacitação de profissionais ganhando, assim, destaque nocompetitivo mercado de cirurgias plásticas do país

ModeLo

DE AtENDIMENto

TRATAmENTOS

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Gestão aposta em tecnologia e capacitação de profissionais ganhando, assim, destaque nocompetitivo mercado de cirurgias plásticas do país

A preocupação com a apa-rência facial e corporal

coloca o Brasil entre os paí-ses que mais realiza cirurgias plásticas do mundo. A gran-de procura fomenta ainda mais o mercado que, conti-nuamente, traz novas tecno-logias e, também, várias clí-nicas especializadas. Diante de tantas opções alguns con-ceitos são aplicados para se destacar neste ramo.

Esse é o caso da Pietà Cen-tro Médico, em Curitiba (PR), que adota em sua gestão a preocupação de investimen-tos internos e externos. “Au-mentamos a área física com a construção de um SPA Mé-dico e investimos na compra de aparelhos de alta tecno-logia. Divulgamos a clínica para o meio médico local e para a população em geral”, explica Ruth Graf, diretora técnica da clínica.

O crescimento pode ser

conferido diante dos núme-ros. Entre 2007 e 2011 hou-ve um aumento de 104% na área de cirurgia plástica e 132% em procedimentos es-téticos não invasivos ofereci-dos pelo centro. Além disso, houve, também, um aumen-to na procura por aparelhos como ultrashape, accent, cellutec e manthus.

Em se tratando de um pú-blico exigente e em cons-tante crescimento, a clínica adotou algumas medidas em seu atendimento. “Vimos a necessidade de aumentar os horários de trabalho, reduzir horas ociosas de salas de ci-rurgia e aumentar o número de profissionais no spA mé-dico para que todos os apa-relhos sejam utilizados em tempo integral.”

Quanto às tendências, a dra. Graf afirma que este mercado vem inflando gra-dativamente com a abertura

de novas clínicas de cirurgia plástica. O objetivo então é oferecer sempre o melhor através dos profissionais mais capacitados em suas especialidades.

A diretora ressalta ainda o crescente número de es-pecialidades da cirurgia nas áreas de oftalmologia, otor-rinolaringologia, cirurgia vascular, ginecologia, maxilo facial. Outra alternativa mui-to procurada são as interven-ções menores, que oferecem uma maior segurança e me-lhores resultados. “O carro chefe da cirurgia plástica atual são as mamaplastias de aumento (próteses ma-márias) e lipoaspiração. Os procedimentos faciais, tan-to cirúrgicos (estética facial, pálpebras e nariz), quanto os não invasivos (botox, preen-chimentos, lasers, peelings) estão crescendo vertiginosa-mente”, explica a Dra. Graf.

CirurgiasPLáStICAS

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PeRFIL Do PúBLICo

A maioria dos tratamen-tos procurados pelas mu-lheres se refere a próteses mamárias, lipoaspiração, cirurgias estéticas para flacidez mamária e abdo-minal pós-gestacional e rejuvenescimento facial.

Já os homens também correspondem a um pú-blico que vem procurando cada vez mais esse servi-ço. Lipoaspiração, cirurgia de nariz e pálpebras são as mais procuradas por eles,

além de procedimentos não invasivos como bo-tox, laser e preenchimen-tos, ressalta a diretora.

Quanto à faixa etária, o centro atende crianças na oftalmologia, pediatria e também na cirurgia plás-tica, como a otoplastia (orelhas em abano). Já a maioria dos jovens desti-na-se a cirurgia de próte-ses mamárias, lipoaspira-ção e rinoplastia (cirurgia estética nasal) e o público da terceira idade por pro-cedimentos não invasivos

de rejuvenescimento fa-cial e ritidoplastia (cirurgia estética da face).

Para todos esses va-riados perfis, a médica considera que a missão é “proporcionar ao paciente melhor qualidade de vida, equilíbrio entre corpo e mente por meio de proce-dimentos estéticos faciais e corporais, incluindo ci-rurgias plásticas de ponta, com alta tecnologia em lasers e outros procedi-mentos cosméticos não invasivos”.

ModeLo

DE AtENDIMENto

TRATAmENTOS

HCM

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TotalASSIStÊNCIA

risco zero

segurança do paciente como prioridadeestratégica na assistência à saúde

Ter como missão prio-rizar estrategicamente

a segurança do paciente nas instituições de saúde. Assim trabalha o Instituto Brasileiro para a Seguran-ça do Paciente cuja gestão carrega como força motriz a promoção de uma assis-tência da saúde sem ris-cos.

A segurança deve estar presente em todos os se-tores que um complexo hospitalar possui. Os es-forços de humanização, por exemplo, devem cami-nhar lado a lado com me-

didas que reduzem o risco no uso de medicamentos de alto alerta. Uma ins-talação de saúde deve oferecer a melhor infraes-trutura, uma vez que a de-terioração clínica aumenta o risco de infecções hos-pitalares e, consequente-mente, pode levar pacien-tes a óbito.

Vale ressaltar também a extrema importância de seguir o Protocolo de Ci-rurgia Segura da Organi-zação Mundial da Saúde (OMS) que visa reduzir as complicações e a mortali-

dade causadas por proce-dimentos cirúrgicos.

Entretanto, o Instituto acredita que para o perfei-to Gerenciamento de Risco Assistencial é primordial a instituição de saúde olhar as próprias falhas com cla-reza e isenção. Isso por-que deve-se compreender que na maioria das vezes o erro não é responsabili-dade de apenas um profis-sional e sim um problema sistêmico o qual abrange métodos sobre os quais a gestão se apóia.

Também nesse sentido

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está o conceito de Cultu-ra de Segurança seguido por diversas organizações que, através de pontos fundamentais, consegui-ram reduzir a incidência de eventos adversos, mesmo atuando em sistemas com-plexos. Com isso, entida-des se comprometem com a segurança em todos os níveis, do operacional às lideranças e à alta direção.

Assim, a Cultura de Se-gurança do Paciente ba-seia-se em medidas que objetivam reduzir os ris-cos em uma unidade de saúde. Primeiramente, deve-se reconhecer que a operação de um hospital é uma atividade de alto ris-co para seus usuários, por isso a cooperação inter-disciplinar e multiprofis-sional é extremamente im-portante. A isso soma-se o comprometimento da organização em garantir recursos suficientes para solucionar os problemas de segurança do paciente.

A assessoria especializa-da que o Instituto propor-ciona converge justamente para as medidas que mini-mizam riscos. Com isso, é desenvolvido um comple-to processo assistencial em áreas comprometedo-ras, redesenhando, assim, todo um sistema que con-

sidere princípios do fator humano, ambiental, desig-ner e o envolvimento do paciente no cuidado.

Gerenciamento de Risco Assistencial

A importância em adotar uma política de saúde na gestão de uma instituição ainda está caminhando no País. Segundo dados publicados pelo Instituto, relatos mostram que um a cada dez pacientes in-ternados sofrem danos secundários a falhas na assistência. Outro balanço prova que um a cada 200 pacientes internados mor-rem vítimas destas mes-mas falhas.

A fim de evitar tristes números, é essencial um processo de gerenciamen-to de risco sólido e ma-duro, porém, este é ainda um grande desafio para a maioria dos hospitais. Os serviços acreditados ou certificados procuram pa-drões de excelência a fim de garantir qualidade de

ModeLo

DE AtENDIMENto

SEgURANçA

segurança objetivando a melhoria na estrutura, no processo e, por fim, no tra-tamento final do paciente.

Diante disso, o Instituto também realiza todo um suporte personalizado para as organizações de saúde através de ciclos de mu-danças de forma a facilitar a inicialização e manuten-ção de certificações e acre-ditações.

Com ampla experiência em implantação e gestão de risco hospitalar, a atua-ção do Instituto resulta na efetiva diminuição de da-nos por meio de uma ela-boração e análise de bar-reiras de controle.

Ainda nessa vertente, o Instituto aposta em ofere-cer cursos de gerenciamen-to de riscos e segurança do paciente, informando o pro-fissional desde as noções conceituais a ferramentas e técnicas complexas para identificar os problemas, avaliar as consequências e a probabilidade de novas ocorrências.

A cultura de Segurança do Paciente baseia-se em medidas que objetivam reduzir os riscos em uma unidade de saúde.

HCM

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HomeCArE

Uma atenção especialMedida aprovada pelo CFM intensifica a importância dos cuidados paliativos no país

Em 2012, a publicação da resolução 1.995

trouxe um grande avanço na consolidação dos pre-ceitos quanto aos cuida-dos paliativos. Com isso foram definidos critérios

para que qualquer indi-víduo, maior de idade e plenamente consciente, tenha possibilidade de de-finir junto ao seu médico, os limites terapêuticos a serem adotados em fase

terminal. O paciente, por meio de documento deno-minado “Diretiva Antecipa-da de Vontade”, conhecido também como Testamento Vital, registra sua vontade.

Descrito como Atenção

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Domiciliar segundo a An-visa, o Home Care pode agora desempenhar mais uma função: a de cuidados paliativos. Com a Diretiva Antecipada de Vontade, as ações que “levam vida aos dias” encontram um ampa-ro legal para que pacientes terminais tenham seus úl-timos dias no conforto do domicílio.

Em entrevista à Revista HealthCare Management, o Dr. Ricardo Rodrigues, médico fundador do Gru-po Geriatrics, ressalta que a medida expõe a impor-tância dos Cuidados Pa-liativos em Home Care e, também, atende a uma ne-cessidade de se criar pa-râmetros técnicos e legais que aumentem o respaldo dessa modalidade.

Rodrigues considera que esse procedimento tem sido largamente debatido, entretanto, ainda há uma necessidade de instrução acerca do tema, para as-sim aumentar a compre-ensão e a qualidade desta assistência.

Como você avalia o su-porte das instituições de saúde no Brasil quanto ao procedimento de Home Care para os pacientes em tratamentos terminais?

Dr. Ricardo Rodrigues: O processo de compreensão

dos cuidados paliativos no Brasil se encontra no início. O assunto tem sido largamente debatido, mas todos os envolvidos, des-de as operadoras de plano de saúde, passando pela equipe interdisciplinar, até o paciente e sua família, precisam ser mais forte-mente instruídos sobre o tema. Conforme a compre-ensão dessa assistência in-tegrada e contínua se faça maior, também maior será o nível de qualidade da as-sistência ao paciente com essas necessidades. O cui-dado deve ser construído com mais conforto e me-nos dor no fim da vida.

Como os estabelecimen-tos de saúde têm tratado a questão do “testamento vital” aprovado pelo CFM (Conselho Federal de Me-dicina)?

Dr. Ricardo: Nossa per-cepção é de que o “testa-mento vital” ainda não foi bem compreendido por familiares e pacientes. Para esses, existe uma confusão entre cuidados paliativos e “o não fazer nada”. Faz-se necessária a ampliação da discussão do tema para que, assim, todos compreendam a real indicação dos cuidados paliativos, seu momento e função.

Qual avaliação o Sr. faz do embate sobre doentes terminais X Home Care?

Dr. Ricardo: O Home Care é a casa do paciente, onde ele deve ser assisti-do através de uma filosofia de cuidados paliativos que garanta uma assistência plena e interdisciplinar.

Nos casos de pacientes terminais, decorrentes da evolução do câncer, é recomendado a pessoa receber tratamento em Home Care?

Dr. Ricardo: Com certe-za. É uma das indicações mais precisas. Pacientes oncológicos regularmente precisam de apoio de uma equipe de saúde especia-lizada, de procedimentos técnicos específicos e de todo o carinho que pude-rem receber de seus fami-liares.

Como o setor médico tem aceitado essa legisla-ção?

Dr. Ricardo: Com satisfa-ção, na medida em que au-menta a autonomia do mé-dico e o permite, com sua consciência e juízo, decidir caminhos mais humanos para o paciente.

Decidir como queremos morrer passou a ser um direito depois da resolu-

ModeLo

DE AtENDIMENto

cUIDADOS

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ção 1.995/12 do Conse-lho Federal de Medicina (CFM), que estabelece os critérios para que pacien-tes possam definir junto ao médico quais os limites terapêuticos na fase termi-nal. Como você avalia esta questão?

Dr. Ricardo: Tem uma fra-se de Cicely Saunders, uma das precursoras dos cuida-dos paliativos no mundo, que diz: “Ao cuidar de você no momento final da vida, quero que você sinta que me importo pelo fato de você ser você, que me im-porto até o último momen-to de sua vida e, faremos tudo que estiver ao nosso

alcance, não somente para ajudá-lo a morrer em paz, mas também para você vi-ver até o dia de sua morte.” Assim sendo, através dos cuidados paliativos, não devemos mais lutar con-tra a morte, mas pelo di-reito de viver até o último momento de nossas vidas, com qualidade de vida.

Como o GrupoGeriatrics vem desenvolvendo essa decisão junto aos pacien-tes? Como os pacientes têm recebido essa propos-ta?

Dr. Ricardo: O Grupo Ge-riatrics vem assistindo a pacientes em cuidados pa-

liativos há mais de quatorze anos, tanto no ClinicCare quanto em Home Care. A resolução 1995/12 do CFM demonstra a importância que o tema tem ganhado e atende a uma necessida-de de se criar parâmetros técnicos e legais que au-mentem o respaldo dessa modalidade de assistência. Desde a publicação des-ta norma, a Geriatrics vem discutindo interdisciplinar-mente com a equipe e con-duzindo os casos com cada paciente e família de forma personalizada, individual, sempre respeitando as ca-racterísticas sociais e cultu-rais de cada família.

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DR. RICARDO RODRIGUES, mÉdiCO fundAdOR dO GRupO GERiAtRiCs

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rantido pela Constituição Fede-ral), o brasileiro acaba por pagar caro por um serviço particular para não ficar desamparado, para ser atendido rapidamente e com qualidade. Assim, esse ci-dadão, cada vez mais conscien-te de seus direitos, deseja uma correta prestação de serviços por parte da operadora contra-tada, buscando cada vez mais os órgãos oficiais (Ans, pRO-CON e Judiciário) para solucio-nar os problemas enfrentados. Com a regulação do mercado relativamente recente e com o aumento constante no núme-ro de usuários do setor privado de planos de saúde, verifica-se uma dificuldade em algumas operadoras no cumprimento de obrigações contratuais básicas como a rapidez no agendamen-to de consultas e a suficiência da rede credenciada. Neste ponto, entendemos que a ANS (Agên-cia Nacional de Saúde Suple-mentar) tem papel fundamental na correção dessas deficiências de mercado, devendo sempre manter em aperfeiçoamento seus mecanismos de fiscaliza-ção e solução de conflitos (como fez recentemente com a NIP – notificação de investigação pre-liminar – instrumento criado para dar agilidade nas demandas que envolvem negativa de cobertura

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DIREITO NA SAÚDE

Saúde regula o mercado como um todo trazendo, inclusive, regras técnicas e econômicas a serem obedecidas pelas ope-radoras para que possam se manter no mercado. Em outras palavras, a preocupação com o consumidor final é apenas um dentre os vários aspectos trata-dos pela lei. Assim, ao regular o mercado como um todo, o legis-lador trouxe mais segurança ao empresário e ao consumidor. Ressaltamos, contudo, que o CDC e a Lei nº 9.656/98 se com-plementam, possuindo o código consumerista, mesmo após a promulgação da lei, importante papel na supressão de lacunas, principalmente na solução dos conflitos gerados pelos contra-tos mais antigos, não atingidos pela Lei dos Planos de Saúde.

Segundo pesqui-sas, os planos de saúde são cam-peões de recla-mações na Justi-

ça. Qual sua visão a respeito?Trata-se de uma área sensível. Sendo a saúde o bem mais im-portante que o cidadão possui, a preocupação com sua garantia está acima das demais. Infeliz-mente, em razão de haver um descrédito geral com a saúde pública (um direito de todos ga-

Em 1998 foi pro-mulgada a Lei nº 9.656, que passou a regulamentar os planos e segu-

ros de saúde. Antes disso, os usuários desses serviços so-mente contavam com o Có-digo de Defesa do Consumi-dor. Mesmo que ainda hoje o CDC seja uma poderosa arma contra abusos pratica-dos pelas empresas de saú-de, como você avalia essa mudança?Preferimos dizer que houve um aperfeiçoamento ao invés de uma mudança e, justamente por isso, enxergamos de maneira positiva a regulação específica do mercado de planos privados de saúde. O CDC (Código de Defesa do Consumidor) é um importante instrumento para a proteção do consumidor, po-rém, é uma lei de caráter geral e principiológico, não tratando das particularidades existentes na contratação de um plano de saúde. A Lei nº 9.656/98 (Lei dos Planos de Saúde) atinge de forma direta e específica essa contratação, trazendo grandes avanços e padronizando con-ceitos, uma forma de dar mais conhecimento e transparência para os contratantes. É válido ressaltar que a Lei dos Planos de

A regulamentação dos planos de saúde é uma questão bastante complexa, devido às suas inúmeras alterações e aos entraves entre usuários e operadoras. Em décadas passadas,

a única fonte de solução destas barreiras era o Código de Defesa do Consumidor (CDC), mas hoje, o mercado conta com o suporte de órgãos e leis, que auxiliam e direcionam cada problema existente. Para esclarecer os direitos entre usuários, empresas e operadoras em relação aos recentes problemas existentes no território brasileiro quanto aos serviços de planos de saúde, a Healthcare Management conta com a participação do advogado Dr. Ivan Gesca Murta, especialista em Direito Constitucional pela PUC/SP e em Direito da Saúde Suplementar pelo IBDSS (Instituto Brasileiro de Direito da Saúde Suplementar).

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Como isso é previsto por lei?É vedada a exclusão do usuário e a suspensão do plano em casos de doenças e lesões preexisten-tes, salvo em casos específicos, devidamente comprovados pela operadora, de fraude do usuário. Da mesma forma, as operadoras não podem impedir o ingresso no plano de uma pessoa que sai-ba ser possuidora de uma doen-ça ou lesão preexistente. Nestes casos, a legislação permite que o beneficiário faça a opção de in-gressar no plano sem qualquer limitação de cobertura pagando um agravo (acréscimo de valor) ou, ainda, que opte pela CPT (Cobertura Parcial Temporária), uma suspensão da cobertura de procedimentos de alta comple-xidade, leitos de alta tecnologia e procedimentos cirúrgicos liga-dos à doença ou lesão preexis-tente, por um período máximo de 24 meses.

Quando existe descredencia-mento de hospi-tal, laboratório, médicos e outros

serviços o que o plano deve, por lei, oferecer ao usuário?A rede de prestadores é um dos requisitos contratuais de maior relevância, uma vez que o usu-ário, ao decidir pela compra de um plano de saúde, quer ter a certeza da facilidade que terá para utilizar os serviços contra-tados. Justamente por isso, é obrigação da operadora manter a rede de prestadores ao longo da vigência do contrato. Como essa rede geralmente é terceiri-zada pela operadora, esta pode substituir as entidades hospita-lares desde que a substituição seja equivalente, ou seja, desde

da ANS, uma vez que entende--se que o poder de negociação dos grupos é maior nesse tipo de contratação. Neste último caso, as operadoras têm ape-nas o dever de informar a ANS sobre os reajustes efetivamente aplicados. por fim, é importante ressaltar que os contratos não regulados pela Ans (firmados em data anterior à 2 de janei-ro de 1.999) não podem conter cláusulas abusivas, uma vez que estão protegidos pelo Código de Defesa do Consumidor.

O plano de saúde pode se recusar a atender um pa-ciente em caso de atraso no pa-

gamento?Embora sejam encontrados po-sicionamentos contrários a qual-quer espécie de recusa, temos, de forma objetiva, que a Lei nº 9.656/98 permite a suspensão do contrato individual apenas se a inadimplência for superior a 60 dias e desde que o usuário seja notificado (avisado) até o 50o dia. no entanto, se o beneficiário es-tiver internado a suspensão do contrato (recusa de atendimen-to) fica proibida, mesmo com o atraso. Quando a contratação do plano for coletiva, o usuário deve observar as regras de pa-gamento firmadas com a entida-de que o representa.

Existem alguns pontos que estão sendo muito dis-cutidos na legis-lação brasileira,

como o cancelamento unila-teral de um plano e a exclu-são do usuário de um plano por doença preexistente.

por parte das operadoras).

Quem fiscaliza os planos de saúde?Em razão de a saú-de representar um

dever estatal, a participação da iniciativa privada de forma su-plementar nesse setor (através das operadoras) só pode ser feita com a devida aprovação e acompanhamento governa-mental. Assim, o órgão respon-sável pelo acompanhamento e fiscalização das operadoras é a ANS (Agência Nacional de Saú-de Suplementar), uma autarquia vinculada ao Ministério da Saú-de. É possível afirmar que esta agência reguladora desenvolve uma fiscalização direta, acompa-nhando e punindo as operado-ras, bem como uma fiscalização indireta, monitorando e regulan-do o mercado como um todo.

Como são feitos os reajustes anu-ais das operado-ras? Quais são os critérios para tais

reajustes?Para uma perfeita compreensão dos critérios de reajuste dos pla-nos de saúde é fundamental ob-servar se a contratação se deu de forma individual (na qual o usuá-rio contrata diretamente com a operadora) ou de forma coletiva (na qual o usuário é membro de um contrato firmado com a operadora por uma empresa, sindicato, associação, etc). O re-ajuste anual do plano individual deve ser submetido à aprovação da ANS, dentro do limite indi-cado pelo índice previamente divulgado pela Agência. Já no plano contratado de forma co-letiva, não há interferência direta

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primeiro dia do mês de aniversá-rio do contrato e o último dia útil do terceiro mês subsequente.

Com o Estatuto do Idoso (janeiro de 2004), o rea-juste por mudan-ça de faixa etária

ficou proibido. Como as ope-radoras devem agir perante essa medida?A Lei nº 10.741/03 (Estatuto do Idoso) proibiu o reajuste por fai-xa etária dos Planos de Saúde dos idosos (ou seja, das pesso-as com 60 anos ou mais). Em perfeita harmonia com esta Lei, a ANS ajustou suas normas que definem as faixas etárias reajus-táveis e, desta forma, as opera-doras adequaram seus produ-tos. O que se discute atualmente é a aplicação do Estatuto do Ido-so aos contratos firmados antes de sua vigência. Neste ponto, destacamos que o entendimen-to que vem prevalecendo nos tri-bunais é de que, por ser norma de ordem pública, o Estatuto do Idoso se aplica também a estes contratos anteriores.

Na hipótese do usuário pagar pelo serviço, deverá ser ressarci-do pela operadora.

O que a lei dispõe e garante a res-peito da portabi-lidade de planos de saúde?

Portabilidade de carência é a garantia dada ao usuário de um plano de saúde, individu-al ou coletivo por adesão, para que altere seu plano sem cum-prir novamente os períodos de carência. A alteração de plano pode se dar na mesma opera-dora ou para um plano de outra empresa. Para o exercício deste direito, o usuário deve cumprir os requisitos estabelecidos pela ANS na Resolução Normativa RN nº 186/09, quais sejam: (a) estar adimplente junto à opera-dora de origem; (b) ter perma-necido no mínimo dois anos no plano de origem; (c) optar por um plano de destino que possua compatibilidade com o plano de origem (inclusive em preço) e; (d) requerer a portabilidade no período compreendido entre o

que não haja prejuízo aos usuá-rios (nestes casos os usuários e a ANS devem ser comunicados). A redução da rede de prestado-res só pode ser feita após ava-liação e aprovação da ANS. Em qualquer hipótese, o usuário não pode ser prejudicado, principal-mente enquanto estiver interna-do.

O que a lei esta-belece quanto à data limite para que o paciente realize uma con-

sulta? Caso esse prazo não seja cumprido, o que acarre-ta?A ANS recentemente normati-zou a questão trazendo regras claras quanto ao prazo para a realização dos atendimentos. Os serviços de diagnóstico em labo-ratórios devem ser feitos em até três dias. As consultas básicas (pediatria, clínica médica, cirur-gia geral, ginecologia, obstetrícia e odontologia) devem ser garan-tidas em sete dias. As consultas com fonoaudiólogos, nutricio-nistas, psicólogos, terapeutas ocupacionais, fisioterapeutas, atendimento em regime de hos-pital-dia e serviços de diagnósti-co em regime ambulatorial têm o prazo máximo de 10 dias. É de 21 dias o prazo máximo para procedimentos de alta comple-xidade e internações eletivas. Para as demais especialidades, o prazo padrão é de 14 dias. A operadora deve garantir o aten-dimento dentro desses prazos estipulados, mesmo que esse profissional não seja integrante da rede credenciada. Caso este profissional esteja em localida-de distante, a operadora deverá garantir o transporte do usuário.

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cumprimento dos prazos. Outra medida que interferiu

diretamente no cenário das operadoras de planos priva-dos refere-se à Resolução Normativa nº 309. A norma dispõe que as operadoras deverão aditar os contratos coletivos que possuam me-nos de 30 beneficiários ou a quantidade estabelecida pela operadora na forma do arti-go 3º §1º da Resolução, para adequação da cláusula de re-ajuste ao método estabeleci-do na referida norma.

O aditamento deverá ser realizado até 30 de abril de 2013, de forma a possibili-tar a aplicação do reajuste no respectivo aniversário do contrato a partir de maio de 2013.

ponTo fINAL

Em outubro de 2012, a Agência Nacional de Saú-

de (ANS) proibiu a venda de 301 planos, administrados por 38 operadoras. Demora no agendamento de consul-tas, filas para realizar exa-mes, atrasos para marcar ci-rurgias, dentre outras falhas, foram os motivos da punição.

Segundo a ANS, os planos prejudicados correspondem a 7,6% do total de beneficiários do País, ou seja, 3,6 milhões de pessoas. Isso porque as operadoras não cumpriram a Resolução Normativa nº 259, a qual determina prazos má-ximos de atendimento.

Durante três meses os pla-nos puderam aceitar novos clientes, entretanto a medida não afetou os antigos usuá-

operadoras em xeque

Modificação de planos e suspensão de vendas marcam o ano de 2012 para as empresas de planos de saúde

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mUDANçAS

rios. Para que o plano volte a ser comercializado, é neces-sário que a operadora atente--se aos prazos máximos pre-vistos pela ANS.

O descumprimento das normas da Agência pelas operadoras acarreta em mul-tas de R$ 80 mil a R$ 100 mil para situações de urgência e emergência. Há também a possibilidade de sofrer me-didas administrativas como a suspensão da comerciali-zação de parte ou totalidade dos planos de saúde, dentre outras consequências.

Entretanto, de acordo com a ANS, a punição não inter-fere no registro de novos produtos pelas operadoras, uma vez que tais serviços são acompanhados quanto ao

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