harvey, david. espaços de esperança

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  • 8/12/2019 HARVEY, David. Espaos de Esperana.

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    RESENHA -ESPAOS DEESPERANA

    10 de maro

    2014 Cap 8 e 9 do livro: HARVEY, David. Espaos deEsperana. Trad. de Adail Ubirajara Sobral e MariaStela Gonalves So Paulo: Edies Loyola, 2004.382 p.

    Alunas: Bruna Cabrale Marcella Henriques

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    RESENHA - ESPAOS DE ESPERANA

    O texto Espaos de Esperana de David Harvey (cap.8 e 9), abordado em sala

    de aula, nos prope uma reformulao interior como uma das alternativas para

    transformar e melhorar o mundo em que vivemos, sempre pensando de modo positivo,

    defendendo ento que o mundo precisa de utopia.

    O autor relata e nos interage dos problemas e do modo de vida na cidade em que

    viveu a maior parte de sua vida adulta, a cidade de Baltimore. Esta cidade acumulou

    grande afeio por David e torna-se em pouco tempo, por questes sociais, uma imensa

    confuso. No uma confuso atraente, mas uma confuso que parece insolvel.

    Primeiramente David aponta detalhes importantes dessa confuso, como a

    concentrao de pessoas sem moradia, de desempregados e de pobres empregados

    vivendo com menos de 200 dlares por semana. A desigualdade fortemente imponente

    na cidade, fazendo com que a maioria das crianas no pudesse estudar em algumas das

    melhores instituies de ensino do pas, permitindo-as somente em estudar nas Escolas

    Pblicas em estado deplorvel. A pobreza crnica e todo tipo de sinais de tenso social

    sombra de uma das melhores instituies de sade do mundo e consequentemente acrescente transmisso de sfilis e a exploso de doenas respiratria, tal como a asma.

    Agravando o problema, grandes grupos constantemente saem da cidade, em

    busca de segurana e tranquilidade nos subrbios, cerca de 100mil pessoas por ms

    atuam num crescimento suburbano desordenado extraordinariamente antiecolgico.

    Na tentativa de conter o problema, foi feita uma parceria com iniciativa privada

    e o poder pblico para investir na revitalizao do centro da cidade de Baltimore. Emvo, o acordo s acarretou lucro iniciativa privada, riscos ao poder publico e uma

    espera constante dos cidados de benefcios que nunca chegam.

    As disparidades geogrficas em termos de riqueza e poder aumentam, dando a

    cidade um perfil de um universo metropolitano de crnico desenvolvimento geogrfico

    desigual. Os ricos formam guetos, cavam conceitos de cidadania, pertinncia social e

    apoio mtuo. Eles se destacam e quando no esto cercados por altos muros, esto

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    instalados em linhas de excluso, de modo que os nveis de segregao ultrapassa

    qualquer outro nvel j alcanado em Baltimore.

    Nesta parte do livro, o autor coloca uma anlise do esforo de reimaginar e

    reconstruir a estrutura social. Ela nutrida por meio de ideais utpicos, desde que

    apoiados no real, capazes de apontar trajetrias diferentes para os desenvolvimentos

    geogrficos desiguais humanos, em contraponto s imagens recorrentes do presente, que

    no identificam agentes nem processo de mudana: a utopia fica restrita aos domnios

    da fantasia.

    Harvey descreve o caminho percorrido pelos movimentos utpicos: o utopismo

    espacial e o utopismo social, assim como suas barreiras e desafios para a formulao de

    um utopismo espao-temporal que permita pensar o utopismo hoje e a nossa condio

    enquanto arquitetos, possveis promotores de uma poltica regeneradora, cientes de

    nossas capacidades, possibilidades e responsabilidades frente natureza e sociedade.

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    VISITA DE CAMPO PORTO MARAVILHA

    A visita campo realizada na manh do dia 27 de fevereiro na rea do Porto

    Maravilha, orientado pelas professoras Fernanda Sanchez e Clarissa Moreira, nos fez

    refletir e analisar profundamente os atuais e futuros impactos sociais, econmicos e

    culturais que aquela rea est sujeita.

    A zona porturia caracterizou-se, desde os primrdios da ocupao urbana da

    cidade, por modalidades de usos e ocupaes consideradas pouco nobres, ligadas ao

    comrcio de escravos, habitao, s atividades fabris, porturias, dentre outras.

    Durante a visita, ao caminhar pela rea percebemos o peso da histria que cada metro

    quadrado pode contar, percebemos tambm o quanto importante manter as

    caractersticas do local independente de qualquer interveno urbana.

    Na Rua Pedro Ernesto, nos deparamos com o Cemitrio dos Pretos Novos, o IPN

    - Instituto de Pesquisa e Memria dos Pretos Novos. O IPN uma organizao sem fins

    lucrativos, fundada pelo casal Guimares e um grupo de pessoas que acreditam na

    importncia da histria de milhares de africanos trazidos fora para o Brasil, que hoje,

    esto depositados ali seus restos mortais. Durante a visita ao local, fomos presenteados

    com a recepo da presidente da organizao Ana Maria dos Anjos, quem nos proporcionou uma grande aula de histria e cidadania.

    Enquanto a zona porturia mostra sua riqueza em pequenos detalhes e histria, o

    Rio de Janeiro passa por grandes propostas de transformao, visto que a iniciativa para

    o Porto Maravilha traz unificao de propsitos das trs esferas a dministrativas

    pblicas, propondo novas modalidades de ocupao e uso do seu solo. No entanto,

    tambm se observa uma desconsiderao pela tradicional populao residente, bem

    como a falta de mecanismos de um inevitvel e indesejvel processo de gentrificao.