hanseníase

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“Contrair a hanseníase não é apenas contrair uma doença que agride os nervos periféricos, contraímos também uma nova identidade que, não raro, é muito pior do que a doença em si. Até porque quando se diz: fulano é leproso, está-se atribuindo a ele um estado permanente. Não se compara com fulano está com hanseníase.” Francisco Augusto Vieira Nunes, o Bacurau, ex-paciente e ativista do Movimento de Reintegração das Pessoas Atingidas pela Hanseníase (MORHAN).

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Health & Medicine


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apresentação de seminário sobre hanseniase

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“Contrair a hanseníase não é apenas contrair uma doença que agride os nervos periféricos, contraímos também uma nova identidade que, não raro, é muito pior do que a doença em si. Até porque quando se diz: fulano é leproso, está-se atribuindo a ele um estado permanente. Não se compara com fulano está com hanseníase.”

Francisco Augusto Vieira Nunes, o Bacurau, ex-paciente e ativista do Movimento de Reintegração das Pessoas Atingidas pela Hanseníase (MORHAN).

HANSENÍASE

Aspectos epidemiológicos:

• Doença infecto-contagiosa;• Evolução lenta;• Sinais e sintomas dermato-neurológicos;• Lesões de pele e nervos periféricos;• Olhos, mãos e pés.

Contexto biopsico-social

Comprometimento nervo periférico

Deformidades e Incapacidades

físicas

Redução trabalho e vida socialProblemas

psicológicos

Estigma epreconceitos

Hanseníase é doença curável.

O diagnóstico e tratamento precoce mais rapidamente curam os doentes.

Agente etiológico:

• Mycobacterium leprae ou Bacilo de Hansen;• Parasita intracelular obrigatório;• Multiplicação celular lento (11 a 16 dias);• Alta infectividade e baixa patogenicidade;• Fonte de infecção: homem.

Modo de transmissão:• Via de eliminação: vias aéreas superiores;• Período de incubação: longo (2 a 7 anos);• Todas as idades (menos comum nas crianças);• Ambos os sexos (homem>mulheres).• Risco de doença é influenciado por:

• Condições individuais, • Níveis de endemia, • Condições socioeconômicas e • Condições precárias de vida (agrupamentos populacionais).

Aspectos clínicos:• Sinais e sintomas dermatológicos:

• Manchas pigmentares ou discromias;• Placa;• Tubérculo;• Nódulo.• Localizadas principalmente na face, orelhas, nádegas, braços,

pernas e costas (áreas frias da pele).

Slide clínico

Caso clínico

Caso clínico

As lesões de hanseníase sempre apresentam alteração da sensibilidade:

Insensibilidade

Aspectos clínicos:

• Sinais e sintomas neurológicos:• Neurites: processos inflamatórios dos nervos

periféricos;• Dor e espessamento dos nervos periféricos;• Perda da sensibilidade (olhos, mãos e pés);• Perda da força muscular (pálpebras, membros

superiores e inferiores);

Sintomas neurológicos:

Alguns casos, porém, apresentam alterações da sensibilidade e alterações motoras (perda da força muscular).

Diagnóstico: Um caso de hanseníase é uma pessoa que apresenta uma ou mais

das seguintes características:• Lesão (ões) de pele com alteração da sensibilidade;• Acometimento de nervo(s) com espessamento neural;

Diagnóstico Clínico:• Anamnese – história clínica e epidemiológica:

• As pessoas que tem hanseníase queixam-se de manchas dormentes, cãimbras, formigamento, dormência e fraqueza das mãos e pés;

• Investigação epidemiológica importante para descobrir a fonte da infecção e diagnosticar novos casos entre os contatos.

Diagnóstico Clínico:

• Avaliação dermatológica: pesquisa da sensibilidade – térmica, dolorosa e tátil.

• A pesquisa de sensibilidade nas lesões de pele, ou em áreas suspeitas, é um recurso muito importante no diagnóstico da hanseníase e deve ser executado com paciência e precisão.

Caso clínico:

Caso clínico:

Caso clínico:

Amiotrofias:

Tratamento: HANSENÍASE TEM CURA E DEVE SER TRATADA NAS UNIDADES

BÁSICAS DE SAÚDE.

Etapas do tratamento:• Tratamento quimioterápico específico (PQT);• Acompanhamento: tratamento das intercorrências e complicações;• Prevenção e tratamento das incapacidades.

Tratamento:• Tratamento poliquimioterápico – PQT

• Esquema paucibacilar – PQT-PB:

• Rifampicina: 600 mg/mês – supervisionada;• Dapsona: 100 mg/dia – auto-administrata;• Duração do tratamento: 6 doses supervisionadas;• Critério de alta: 6 doses supervisionadas em até

9 meses.

Tratamento:• Tratamento poliquimioterápico – PQT

• Esquema multibacilar – PQT-MB:• Rifampicina: 600 mg/mes supervisionada;• Clofazemina: 300 mg/mes supervisionada e 50 mg/dia auto-administrada;• Dapsona: 100mg/dia auto-administrada;• Duração do tratamento: 12 doses supervisionadas;• Critério de alta: 12 doses supervisionadas em até 18 meses.

Tratamento:• Casos multibacilares com numerosas lesões e/ou extensas

áreas de infiltração cutânea poderão apresentar uma regressão mais lenta das lesões.

• A maioria destes doentes continuará melhorando após a

conclusão das 12 doses supervisionadas.

• É possível, no entanto, que alguns desses casos, necessitem doses adicionais de PQT-MB a critério médico.

Tratamento:

• Efeitos colaterais da PQT:

• Clofazimina: ressecamento cutâneo, icterícia, coloração da pele avermelhada e/ou acinzentada, diminuição do peristaltismo e dor abdominal.

• Dapsona: eritema multiforme major, eritrodermia, icterícia, anemia hemolítica e metahemoglobinemia, dispnéria, cianose, cefaléia, fraqueza.

Tratamento:

• Situações especiais:

• Gestação e hanseníase: o tratamento pode ser realizado durante a gestação e a lactação;

• Tuberculose e hanseníase: é comum a associação e o tratamento deve usar as doses de rifampicina preconizadas para a tuberculose – 300 mg/dia;

• Aids e hanseníase: o tratamento PQT não interfere no tratamento da AIDS.

Tratamento:• Prevenção e tratamento das incapacidades:

• Devem iniciar precocemente e em conjunto com as outras etapas do tratamento;

• Utilização de técnicas diversas, simples e/ou complexas, envolvendo fisioterapia, educação em saúde, auto-cuidado, etc.

• Deve envolver toda a equipe de saúde.

• Por que mudou o nome? A palavra lepra significa escamoso em grego e designava,

na antigüidade, doenças que hoje conhecemos por psoríase, eczema e outras dermatoses. À medida que suas causas foram descobertas, essas doenças passaram a ter denominação apropriada.

Em traduções da Bíblia, ainda se encontra a palavra lepra (Levítico, capítulos 13 e 14) descrevendo doenças que são diferentes da hanseníase. Por essas razões, e também porque as palavras lepra e leproso estão associadas a idéias de impureza, vício, podridão, nojeira, corrupção e repugnância, é anticientífico, irracional e desumano considerá-las como sinônimos de hanseníase e de portador de hanseníase.

• Como se pega hanseníase?

A hanseníase se pega somente de uma pessoa infectada apresentando forma contagiante, isto é, que esteja eliminando os bacilos de Hansen pelas vias respiratórias e que não esteja fazendo tratamento(quando inicia o tratamento deixa de transmitir). Existem formas de doença que não são contagiantes. A doença, de qualquer leito, não se pega num aperto de mão, num abraço ou usando diversos utensílios como copos, talheres ou pratos, compartilhados pela família.

• Quem pega hanseníase?O bacilo de Hansen só ataca o ser humano. A maioria

das pessoas quando entra em contato com o bacilo não desenvolve a doença. As populações mais pobres estão mais sujeitas não só a contrair hanseníase mas também todos os tipos de doença.

• Alguém nasce com hanseníase?Não. Nenhuma pessoa nasce com hanseníase. Se o pai

ou a mãe tem hanseníase, seu bebê nasce sem a doença. Se os pais não fizerem tratamento adequado para a doença, aí sim, a criança poderá apresentar hanseníase alguns anos mais tarde.

• Quais os danos físicos que a doença pode causar?

Se a doença não for tratada no início, podem aparecer mais manchas ou se tornarem maiores e ficarem mais dormentes. O nariz entope, surgem formigamentos nas mãos e pés, ou inchaços nas mãos, pés, rosto e orelhas. Em alguns casos, os homens podem ficar estéreis. Devido à dormência, a pessoa pode se ferir nas mãos e nos pés, e por não sentir surgem lesões nas áreas dormentes. Pode ser necessária atenção especial para os problemas nos olhos.

• Onde é feito o tratamento?

Nos postos, centros de saúde, Programa de Saúde da Família (PSF) e outras estratégias da atenção básica de saúde da população, que devem estar preparados para atender as pessoas que contraírem hanseníase. A consulta e todo o tratamento, até os medicamentos, são gratuitos. E dever do governo atender a todas as necessidades do tratamento, incluindo a prevenção de incapacidades e a reabilitação. O portador de hanseníase, seus familiares e a comunidade devem exigir esse direito.

Hanseníase

No Brasil, apesar da redução drástica no número de casos, a hanseníase se constitui em um problema de saúde pública que exige uma vigilância resolutiva, bem como o compromisso de eliminar a hanseníase com o objetivo de alcançar o índice de menos de um doente em cada 10.000 habitantes.

Hanseníase

Trabalho envolvendo os profissionais das Unidades Básicas de Saúde, das Equipes de Saúde da Família, Agente Comunitário de Saúde.

Hanseníase Quando a pessoa doente inicia o tratamento

quimioterápico, ela deixa de ser transmissora da doença, pois as primeiras doses da medicação matam os bacilos, torna-os incapazes de infectar outras pessoas.

Duração do tratamento e critério de alta:

O esquema de administração da dose supervisionada deve ser o mais regular possível - de 28 em 28 dias.

Porém, se o contato não ocorrer na unidade de saúde no dia agendado, a medicação deve ser dada mesmo no domicílio, pois a garantia da administração da dose supervisionada e da entrega dos medicamentos indicados para a automedicação é imprescindível para o tratamento adequado.

Vigilância Epidemiológica:

• Detecção passiva e ativa• Notificação• Tratamento supervisionado e auto-administrado • Acompanhamento• Prevenção de deformidades e Incapacidades• Comunicantes: BCG (proteção 20 -80%) 2 doses

intervalo 6 meses, se cicatriz de BCG considerar como 1o dose.

Vigilância Epidemiológica:

Para descoberta de casos é fundamental que se divulgue junto à população os sinais e sintomas da doença e a existência de tratamento e de cura para a hanseníase.

Leis:PORTARIA CONJUNTA N.º 125, DE 26 DE MARÇO DE 2009 Define ações de controle da hanseníase.

O Programa Nacional de Controle da Hanseníase do Ministério da Saúde desenvolve um conjunto de ações que visam orientar a prática em serviço em todas as instâncias e diferentes complexidades, de acordo com os princípios do SUS, fortalecendo as ações de vigilância epidemiológica da hanseníase, promoção da saúde com base na educação permanente e assistência integral aos portadores deste agravo.

• Assistência • Diagnóstico de caso de hanseníase • O diagnóstico de caso de hanseníase é

essencialmente clínico e epidemiológico, realizado por meio da análise da história e condições de vida do paciente, do exame dermatoneurológico para identificar lesões ou áreas de pele com alteração de sensibilidade e/ou comprometimento de nervos periféricos (sensitivo, motor e/ou autonômico).

• A classificação operacional do caso de hanseníase, visando o tratamento com poliquimioterapia é baseada no número de lesões cutâneas de acordo com os seguintes critérios:

• PAUCIBACILAR (PB) - casos com até cinco lesões de pele

• MULTIBACILAR (MB) - casos com mais de cinco lesões de pele

Resumindo...

• Tratamento especializado pelo SUS: A pessoa com hanseníase tem direito, pelo SUS, a assistência, tratamento, reabilitação e seguimento de seu caso, até o recebimento de alta.

• - Portaria Conjunta n.º 125/MS/SVS, de 26 de março de 2009; - Portaria nº 586 MS/GM, de 06 de abril de 2004, Artigo1º, Inciso III

• Seguimento de casos: Os pacientes devem ser agendados para

retorno a cada 28 dias. Nestas consultas eles tomam a dose supervisionada no serviço de saúde e recebem a cartela com os medicamentos das doses a serem autoadministradas em domicílio. Esta oportunidade deve ser aproveitada para avaliação do(a) paciente, esclarecimento de dúvidas e orientações. Além disso, deve-se reforçar a importância do exame dos contatos e agendar o exame clínico e a vacinação do(s) contato(s).

Pensão: Toda pessoa com hanseníase que já foi submetida a isolamento ou a internação obrigatória, tem direito a receber uma pensão especial, no valor de R$ 750,00.

- Lei nº 11.520, de 18 de setembro de 2007;- Decreto nº 6.438, de 22 de abril de 2008.

• Fica o Poder Executivo autorizado a conceder pensão especial, mensal, vitalícia e intransferível, às pessoas atingidas pela hanseníase e que foram submetidas a isolamento e internação compulsórios em hospitais-colônia, até 31 de dezembro de 1986, que a requererem, a título de indenização especial, correspondente a R$ 750,00 (setecentos e cinqüenta reais).

• § 1o A pensão especial de que trata o caput é personalíssima, não sendo transmissível a dependentes e herdeiros, e será devida a partir da entrada em vigor desta Lei.

• O Ministério da Saúde, em articulação com os sistemas de saúde dos Estados e Municípios, implementará ações específicas em favor dos beneficiários da pensão especial de que trata esta Lei, voltadas à garantia de fornecimento de órteses, próteses e demais ajudas técnicas, bem como na realização de intervenções cirúrgicas e assistência à saúde por meio do Sistema Único de Saúde - SUS

Medicamentos disponíveis:Antidepressivos tricíclicos: • Cloridrato de Amitriptilina • Cloridrato de Nortriptilina • Embonato de Imipramina (Pamoato de Imipramina • Cloridrato de Clomipramina

Fenotiazínicos: • Cloridrato de Clorpromazina • Cloridrato de Levomepromazina Anticonvulsivantes: • Carbamazepina • Oxicarbamazepina

Concluindo:

“Um dia, em profundo sonoO SUS lhe apareceuFoi logo se apresentandoE explicações lhe deu:Que o SUS não é do governoQue o SUS também era

seu”.

Obrigada!

Autarquia Educacional de Serra Talhada – AESET Faculdade de Ciências Humanas e Sociais de Serra Talhada – FACHUSST 5.º Período de Serviço Social “B”Professora: Ilka Gieselle PereiraTema: Hanseníase

Equipe:• Damiana Deodato da Silva, • Diane Lúcia de Souza Carvalho,• Joélia Alves Vasconcelos,• Maria Sandra Novaes da Silva,• Rita Jussara Rocha de Almeida Barros, e,• Rosilene Salvador de Souza.