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Prospecção pesqueira de espécies demersais com rede de arrasto-de-fundo na Região Sudeste-Sul do Brasil SÉRIE DOCUMENTOS REVIZEE – SCORE SUL Manuel Haimovici Carmen Lúcia Del Bianco Rossi-Wongtschowski Roberto Ávila Bernardes Luciano Gomes Fischer Carolus Maria Vooren Roberta Aguiar dos Santos Amanda Ricci Rodrigues Silvio dos Santos

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Prospecção pesqueira de espécies demersais com rede de arrasto-de-fundo na Região Sudeste-Sul do Brasil

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Manuel Haimovici

Carmen Lúcia Del Bianco Rossi-Wongtschowski

Roberto Ávila Bernardes

Luciano Gomes Fischer

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Amanda Ricci Rodrigues

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SÉRIE REVIZEE SUL

Comitê Executivo do Programa REVIZEE

Comissão Interministerial para os Recursos do Mar – CIRM

Ministério do Meio Ambiente – MMA

Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPq

Ministério de Minas e Energia - MME

Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – IBAMA

Ministério da Ciência e Tecnologia – MCT

Marinha do Brasil – MB

Ministério da Educação – MEC

Secretaria Especial de Aqüicultura e Pesca – SEAP

Ministério das Relações Exteriores – MRE

Programa REVIZEE – Score Sul

Coordenador: Carmen Lúcia Del Bianco Rossi-Wongtschowski - IOUSP

Vice Coordenador: Lauro Saint Pastous Madureira – FURG

Série Documentos REVIZEE – Score Sul

Responsável – Carmen Lúcia Del Bianco Rossi-Wongtschowski

Comissão Editorial

Jorge Pablo Castello – FURG

Paulo de Tarso Cunha Chaves – UFPR

Sílvio Jablonski – UERJ

Impresso no Brasil – Printed in Brazil 2008

Prospecção pesqueira de espécies demersais com rede de arrasto-de-fundo na Região Sudeste-Sul do Brasil. — São Paulo : InstitutoOceanográfico - USP, 2008. — (Série documentos Revizee : ScoreSul / responsável Carmen Lúcia Del Bianco Rossi-Wongtschowski)

Vários autoresBibliografia.ISBN 85-98729-23-7

1. Peixes demersais 2. Prospecção pesqueira 3. Recursospesqueiros 4. Rede de arrasto-de-fundo 5. Zona Econômica Exclusiva(Direito do mar) – BrasilI. Haimovici, Manuel. II. Série.

08-00062 CDD-551.460709162

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

Índices para catálogo sistemático:1. Prospecção pesqueira de recursos demersais : Uso de rede de

arrasto-de-fundo : Região Sudeste-Sul : Zona EconômicaExclusiva : Direito do mar : Brasil 551.460709162

2. Redes de arrasto-de-fundo : Uso na prospecção pesqueira derecursos demersais : Região Sudeste-Sul : Zona EconômicaExclusiva : Direito do mar : Brasil 551.460709162

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SUMÁRIO

Apresentação do Programa REVIZEE . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .5

Prefácio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .9

Resumo, abstract e palavras-chave . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .11

1. Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .15

2. Materiais e métodos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .21

3. Hidrografia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .29

4. Composição de espécies . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .33

5. Distribuição das densidades e biomassas por grandes grupos . . . . . . . . . . .43

6. Distribuição e abundância por espécie . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .49

7. Potencial pesqueiro . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .153

8. Conclusões . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .159

9. Referências bibliográficas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .161

10. Anexos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .169

Agradecimentos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .181

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APRESENTAÇÃO DO PROGRAMA REVIZEE

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Rudolf de NoronhaDiretor do Programa deGerenciamento AmbientalTerritorial – SQA/MMA

Os ambientes costeiros e oceânicos contêm a maior parte da biodiversidade dispo-nível no planeta. Não obstante, grande parte desses sistemas vem passando por algum ti-po de pressão antrópica, levando populações de importantes recursos pesqueiros, antesnumerosas, a níveis reduzidos de abundância e, em alguns casos, à ameaça de extinção.Observam-se, em conseqüência, ecossistemas em desequilíbrio, com a dominância de es-pécies de menor valor comercial, ocupando os nichos liberados pelas espécies sobreexplo-tadas, o que representa uma séria ameaça ao desenvolvimento sustentável.

Tal situação levou a comunidade internacional a efetuar esforços e a pactuar nor-mas para a conservação e exploração racional das regiões costeiras, mares e oceanos,plataformas continentais e grandes fundos marinhos, destacando-se a Convenção dasNações Unidas sobre o Direito do Mar e o Capítulo 17 da Agenda 21 (Proteção dosOceanos, de Todos os Tipos de Mares e das Zonas Costeiras, e Proteção, Uso Racional eDesenvolvimento de seus Recursos Vivos), além da Convenção da ONU sobre DiversidadeBiológica. O Brasil é parte desses instrumentos, tendo participado ativamente da elabo-ração de todos eles, revelando seu grande interesse e preocupação na matéria.

A Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar – CNUDM, ratificada pormais de 100 países, é um dos maiores empreendimentos da história normativa das rela-ções internacionais, dispondo sobre todos os usos, de todos os espaços marítimos e oceâ-nicos, que ocupam mais de 70% da superfície da Terra. O Brasil assinou a CNUDM em 1982e a ratificou em 1988, além de ter incorporado seus conceitos sobre os espaços marítimosà Constituição Federal de 1988 (art. 20, incisos V e VI), os quais foram internalizados na le-gislação ordinária pela Lei Nº 8.617, de 4 de janeiro de 1993. A Convenção encontra-se emvigor desde 16 de novembro de 1994.

A Zona Econômica Exclusiva (ZEE) constitui um novo conceito de espaço marítimointroduzido pela Convenção, sendo definida como uma área que se estende desde o limi-te exterior do Mar Territorial, de 12 milhas de largura, até 200 milhas náuticas da costa, nocaso do nosso país. O Brasil tem, na sua ZEE de cerca de 3,5 milhões de km2, direitos exclusi-vos de soberania para fins de exploração e aproveitamento, conservação e gestão dos re-cursos naturais, vivos ou não vivos, das águas sobrejacentes ao leito do mar, do leito e seusubsolo, bem como para a produção de energia a partir da água, marés, correntes e ventos.

Ao lado dos direitos concedidos, a CNUDM também demanda compromissos aosEstados-partes. No caso dos recursos vivos (englobando os estoques pesqueiros e os de-mais recursos vivos marinhos, incluindo os biotecnológicos), a Convenção (artigos 61 e 62)estabelece que deve ser avaliado o potencial sustentável desses recursos, tendo em contaos melhores dados científicos disponíveis, de modo que fique assegurado, por meio de me-

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didas apropriadas de conservação e gestão, que tais recursos não sejam ameaçados porum excesso de captura ou coleta. Essas medidas devem ter, também, a finalidade de resta-belecer os estoques das espécies ameaçadas por sobreexploração e promover a otimiza-ção do esforço de captura, de modo que se produza o rendimento máximo sustentável dosrecursos vivos marinhos, sob os pontos de vista econômico, social e ecológico.

Para atender a esses dispositivos da CNUDM e a uma forte motivação interna, a Co-missão Interministerial para os Recursos do Mar – CIRM aprovou, em 1994, o Programa RE-VIZEE (Avaliação do Potencial Sustentável de Recursos Vivos na Zona Econômica Exclusiva),destinado a fornecer dados técnico-científicos consistentes e atualizados, essenciais parasubsidiar o ordenamento do setor pesqueiro nacional.

Iniciado em 1995, o Programa adotou como estratégia básica o envolvimento dacomunidade científica nacional, especializada em pesquisa oceanográfica e pesqueira,atuando de forma multidisciplinar e integrada, por meio de Subcomitês Regionais de Pes-quisa (SCOREs). Em razão dessas características, o REVIZEE pode ser visto como um dos pro-gramas mais amplos e com objetivos mais complexos já desenvolvidos no País, entre aque-les voltados para as ciências do mar, determinando um esforço sem precedentes, em ter-mos da provisão de recursos materiais e da contribuição de pessoal especializado.

Essa estratégia está alicerçada na subdivisão da ZEE em quatro grandes regiões, deacordo com suas características oceanográficas, biológicas e tipo de substrato dominante:

1. Região Norte – da foz do rio Oiapoque à foz do rio Parnaíba;2. Região Nordeste – da foz do rio Parnaíba até Salvador, incluindo o arquipélago de

Fernando de Noronha, o atol das Rocas e o arquipélago de São Pedro e São Paulo;3. Região Central – de Salvador ao cabo de São Tomé, incluindo as ilhas de Trindade e

Martin Vaz;4. Região Sul – do cabo de São Tomé ao Chuí.

Em cada uma dessas regiões, a responsabilidade pela coordenação e execução doPrograma ficou a cargo de um SCORE, formado por representantes das instituições de pes-quisa locais e contando, ainda, com a participação de membros do setor pesqueiro regional.

O processo de supervisão do REVIZEE está orientado para a garantia, em âmbito na-cional, da unidade e coerência do Programa e para a alavancagem de meios e recursos, emconformidade com os princípios cooperativos (formação de parcerias) da CIRM, por meioda Subcomissão para o Plano Setorial para os Recursos do Mar – PSRM e do Comitê Execu-tivo para o Programa. Coordenado pelo Ministério do Meio Ambiente, esse fórum é com-posto pelos seguintes representantes: Ministério das Relações Exteriores (MRE), SecretariaEspecial de Aqüicultura e Pesca (SEAP), Ministério da Educação (MEC), Ministério da Ciênciae Tecnologia (MCT), Marinha do Brasil (MB/MD), Secretaria da Comissão Interministerialpara os Recursos do Mar (SECIRM), Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico eTecnológico (CNPq), Bahia Pesca S.A. (empresa vinculada à Secretaria de Agricultura,Irrigação e Reforma Agrária do Estado da Bahia) e Instituto Brasileiro do Meio Ambiente edos Recursos Naturais Renováveis – IBAMA, coordenador operacional do REVIZEE.

A presente edição integra uma série que traduz, de forma sistematizada, os resul-tados do Programa REVIZEE para as suas diversas áreas temáticas e regiões, obedecendo àsseguintes grandes linhas:caracterização ambiental (climatologia,circulação e massas d’água,produtividade, geologia e biodiversidade); estoques pesqueiros (abundância, sazonalidade,biologia e dinâmica); avaliação de estoques e análise das pescarias comerciais; relatóriosregionais, com a síntese do conhecimento sobre os recursos vivos; e, finalmente, o SumárioExecutivo Nacional, com a avaliação integrada do potencial sustentável de recursos vivos naZona Econômica Exclusiva.

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A série, contudo, não esgota o conjunto de contribuições do Programa para o co-nhecimento dos recursos vivos da ZEE e das suas condições de ocorrência. Com base noesforço de pesquisa realizado, foram, e ainda vêm sendo produzidos, um número significa-tivo de teses, trabalhos científicos, relatórios, apresentações em congressos e contribuiçõesem reuniões técnicas voltadas para a gestão da atividade pesqueira no país, comprovandoa relevância do Programa na produção e difusão de conhecimento essencial para a ocupa-ção ordenada e o aproveitamento sustentável dos recursos vivos da ZEE brasileira.

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PREFÁCIO

Carmen Lúcia Del Bianco Rossi-WongtschowskiCoordenadora do Score Sul – IOUSP

Manuel HaimoviciFundação Universidade do Rio Grande – FURG

O Programa REVIZEE, “Avaliação do Potencial Sustentável de Recursos Vivos daZona Econômica Exclusiva” incluiu atividades de pesca com diversos métodos, procurandoabranger a maior parte dos recursos pelágicos, demersais e bentônicos, incluindo princi-palmente peixes, mas também cefalópodes, crustáceos e outros invertebrados.

Os objetivos das prospecções pesqueiras foram de inventariar os recursos vivos,suas áreas de distribuição, relacionar suas ocorrências às características ambientais, estimarsuas biomassas e avaliar seus potenciais de captura.

Para alcançar tais objetivos, foram efetuados cruzeiros hidroacústicos e de pesca comredes de meia-água para a captura de pequenos peixes pelágicos; cruzeiros de pesca ex-perimental com espinhel-de-superfície para cações pelágicos, atuns e espécies afins; e,para a captura de recursos demersais, prospecções com pargueiras e armadilhas, comredes de arrasto-de-fundo e com espinhel-de-fundo. Em conjunto, as pesquisas procu-raram fornecer informações sobre a composição, distribuição e abundância das espéciesque habitam sobre os diferentes tipos de fundo e sua relação com o ambiente.

A proposta de trabalho para a prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundodo Subcomitê Regional Sul (SCORE SUL), do Programa REVIZEE, incluiu a realização de doislevantamentos sazonais, abrangendo a região da costa brasileira compreendida entre osestados do Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul, na faixa de 100 e 600 m de profundidade.

Os levantamentos foram realizados com os navios de pesquisa “Atlântico Sul” daFURG e “Soloncy Moura” do CEPSUL/IBAMA, totalizando 95 dias no mar, 68 de pesca, 224lances efetivos e 268 estações com CTD, contando com a participação de pesquisadores,alunos, estagiários e bolsistas da FURG, IOUSP, Instituto de Pesca de São Paulo, UNIVALI eCEPSUL/IBAMA.

Os resultados apresentados neste volume da Série Documentos REVIZEE – ScoreSul, mostram que as biomassas dos recursos existentes em fundos arrastáveis são relativa-mente pequenas e o potencial pesqueiro é uma ordem de magnitude inferior ao daplataforma interna da Região Sudeste-Sul.

Acreditamos que este estudo seja mais uma importante contribuição do ProgramaREVIZEE para a gestão da pesca no Brasil, possibilitando a implementação de políticas eações adequadas para a explotação dos estoques de profundidade.

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RESUMO, ABSTRACT EPALAVRAS-CHAVE

RESUMO

A prospecção realizada, no contexto dos trabalhos do Sub-Comitê Regional Sul doPrograma REVIZEE, teve como principal meta a avaliação do potencial pesqueiro vulnerávelao arrasto-de-fundo presente na plataforma externa e talude superior da Região Sudeste-Sul abrangendo uma área total próxima aos 135 000 km2. Embora anteriormente tenhamsido realizados levantamentos com o mesmo petrecho de pesca abrangendo partes da áreado estudo, esta foi a primeira tentativa de avaliar a biomassa e analisar a distribuição, densi-dades e biomassas de tais recursos em toda a região e em duas épocas do ano.

Os trabalhos envolveram pesquisadores de várias instituições, totalizando 95 diasde mar, tendo sido utilizados os navios de pesquisa “Atlântico Sul”, da Universidade Federaldo Rio Grande e “Soloncy Moura”, do IBAMA, em dois levantamentos realizados entre agos-to-outubro de 2001 (inverno e início de primavera), e fevereiro-junho de 2002 (final deverão e outono), abrangendo a área entre Chuí - RS (34° 40’S) e o Cabo Frio - RJ (23° S), entre100 e 600 m de profundidade.

As temperaturas nas águas próximas ao fundo se mantiveram entre 5,2°C e 18,5°C,e as salinidades entre 34,2 e 36,0 ups. As temperaturas junto ao fundo foram em geralsuperiores a 12°C em profundidades inferiores a 250 m, estiveram entre 8°C e 14°C entre250 e 400m e foram inferiores a 10°C nas profundidades maiores que 400 m. Na maioriadas estações realizadas em profundidades menores do que 400 m a água próxima aofundo apresentava características de Água Central do Atlântico Sul, e em profundidadessuperiores a 400 m, de mistura com teores crescentes de Água Intermediária Antártica. Astemperaturas de fundo nas mesmas profundidades foram, em geral, pouco afetadas pormudanças sazonais.

Ao todo,as duas embarcações realizaram 224 lances efetivos de pesca.A captura totalde peixes e cefalópodes foi de 32.481 kg, 352 968 exemplares de 227 espécies, que corres-pondem a médias de 145 kg/lance, 1575,7 exemplares/lance e 22,1 espécies por lance.

Os teleósteos estiveram representados por 167 espécies de 80 famílias e tiveramum peso médio de 89,0 g; as espécies mais capturadas em peso foram: Polymixia lowei, opeixe galo-de-profundidade, Zenopsis conchifera, a merluza Merluccius hubbsi, o espadaTrichiurus lepturus, a abrótea-de-profundidade, Urophycis mystacea, Antigonia capros, opeixe-sapo Lophius gastrophysus e o cara-de-rato Caelorinchus marinii. Os elasmobrânquiostotalizaram 37 espécies de 15 famílias e pesaram, em média, 1086,5 g, sendo as espéciesmais abundantes em peso: Atlantoraja cyclophora, Atlantoraja platana, Squalus mitsukurii,Squalus megalops, Squatina guggenheim, Squatina argentina, Mustelus schmitti e Atlantorajacastelnaui. De cefalópodes foram capturadas 23 espécies de 11 famílias, com um pesomédio de 64,1 g, com o calamar-argentino Illex argentinus e a lula Loligo plei, representan-do, em conjunto, 99,2% da captura total em peso deste grupo. Crustáceos e outros inverte-brados constituíram uma pequena parte da captura (� 1%) sendo que as capturas emnúmero e peso da maior parte das espécies não foi registrada de forma sistemática. Amaior riqueza de espécies foi observada na região entre Solidão (31°S) e Cabo de SantaMarta Grande (28°S), diminuindo para o norte e o sul, o que pode ser conseqüência damaior presença de espécies tanto de origem temperada como tropical na região. Emrelação à profundidade, a maior riqueza foi obtida nas faixas de 400 a 600m, onde espécies

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bentopelágicas e mesopelágicas mais oceânicas ficam próximas ao fundo durante o dia, eentre 150-200m, na quebra de plataforma, onde ocorre uma superposição de faunascosteira e de talude.

A densidade média e a biomassa total vulneráveis ao arrasto, estimadas nos levan-tamentos de inverno-primavera foram de 2,61 kg/km2 e 349 710 t, aumentando para3,24 kg/km2 e 436 630 t no verão-outono. A biomassa de teleósteos representou 80% dototal estimado em ambos os levantamentos, a de elasmobrânquios foi 15% do total noinverno-primavera e 8% no verão-outono e a de cefalópodes 4% e 12% respectivamente.Em termos absolutos, a biomassa de teleósteos e cefalópodes foi maior no verão-outono,e a de elasmobrânquios no inverno-primavera. Os teleósteos, como um todo, tiveram dis-tribuição mais equilibrada em relação às latitudes e profundidades em ambas as épocasdo ano. Os elasmobrânquios predominaram na parte sul, nas águas mais rasas e no inver-no-primavera, devido a imigração de espécies que acompanham o deslocamento sul-norte da convergência subtropical. Os cefalópodes foram mais abundantes em águasmais profundas e no verão-outono, quando Illex argentinus foi a espécie mais abundantenas capturas. Cabe ressaltar que estas estimativas devem ser interpretadas com cautela,devido à amplitude dos intervalos de confiança, e pelos vícios inerentes ao método daárea varrida, que decorrem tanto da variação horizontal como vertical da abertura dasredes e do efeito das portas e malhetas do petrecho sobre o comportamento das dife-rentes espécies frente à rede.

A biomassa aproveitável pela pesca comercial de arrasto-de-fundo, calculada comas ressalvas citadas, foi da ordem de 150 mil toneladas, das quais metade na plataformaexterna, onde a densidades seriam inferiores a 1 kg/km2 e a outra no talude superior ondeseriam próximas aos 2 kg/km2. O potencial pesqueiro deste ambiente é relativamentepequeno. Além da biomassa relativamente baixa dos recursos pesqueiros, apenas a me-tade é composta por espécies de interesse para os padrões atuais de comercialização,como a merluza, a abrótea-de-profundidade, o peixe-sapo e o calamar-argentino. Em tornode um quarto da biomassa é composta por elasmobrânquios, de baixo potencial reprodu-tivo e crescimento lento, e que inclui algumas espécies cuja pesca e comercialização estãoproibidas a nível nacional, como as do gênero Squatina. Outras duas espécies somaram oquarto restante da biomassa aproveitável: Polymixia lowei e Zenopsis conchifera, que nãotêm um mercado consistente no Brasil.

Constatou-se que os principais recursos pesqueiros demersais da região estudadajá vinham sendo explotados na época do levantamento: a merluza e o peixe-sapo pelafrota de arrasteiros do Rio de Janeiro e, ocasionalmente, pela de Rio Grande, e a abrótea-de-profundidade, como parte da fauna acompanhante da pesca de espinhel-de-fundo. Astrês já haviam sido impactadas pela pesca de barcos processadores arrendados, de médioe grande porte, que começaram a atuar em 1999. A estas espécies pode ser adicionado ocalamar-argentino que, entretanto, apresenta grandes flutuações interanuais e uma curtatemporada de pesca.

O levantamento realizado não levou ao descobrimento de novos recursos pes-queiros relevantes vulneráveis ao arrasto-de-fundo, mas evidenciou que as biomassasexplotáveis são relativamente pequenas, e que o potencial pesqueiro é uma ordem demagnitude inferior ao da plataforma interna da região Sudeste-Sul.

ABSTRACT

This document reports the results of the bottom trawl surveys performed along theouter shelf and upper slope of Southeastern and Southern Brazil covering a total area of135 000 km2, during cold and warm seasons as part of the wider scope REVIZEE Program(Living Resources of the Exclusive Economic Zone).The surveys were from Chuí - RS (34° 40’S)to Cabo Frio - RJ (23° S), between the 100m and 600 m isobaths with the research vessels

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“Atlântico Sul”, of the Federal University of Rio Grande and “Soloncy Moura”, of the IBAMAreaching the total of 95 days at sea in August-October of 2001 (winter to early spring) andFebruary-June (late summer and autumn) of 2002 and 224 effective fishing hauls.

The water temperatures close to the bottom were over 12°C at depth under 250 m,between 8°C and 14°C between 250 and 400m and under 10°C at over 400 m depth.Overall, temperatures ranged from 5.2°C to 18.5°C, and salinities between 34.2 and 36.0ups and differed little between the same points along both surveys. In most of the stations,at depth up to 400 m bottom waters presented characteristics of South Atlantic CentralWater and at higher depths mixed with increasing rates of Antarctic Intermediate Waters.

Total catch of fish and cephalopods was 32,481 kg, 352.968 specimens and 227species, corresponding to a mean catch of 145 kg, 1575.7 specimens and 22.1 differentspecies per haul. The catch of bony fishes included 167 species of 80 families and had amean weight of 89.0 g. The main species in weight were Polymixia lowei, Zenopsisconchifera, hake Merluccius hubbsi, Trichiurus lepturus, gulf hake Urophycis mystacea,Antigonia capros, monkfish Lophius gastrophysus and Caelorinchus marinii. Cartilaginousfishes catch included 37 species of 15 families, and presented a mean weight of 1086.5 g; themost abundant species were Atlantoraja cyclophora, Atlantoraja platana, Squalus mitsukurii,Squalus megalops, Squatina guggenheim, Squatina argentina, Mustelus schmitti andAtlantoraja castelnaui. Cephalopods attainded 23 species of 11 families and specimens hada mean weight of 64.1g.The argentinean shortfin Illex argentinus and Loligo plei amounted99.2% of the total weight of cephalopods. Crustaceans and other invertebrates representedless than 1% of total catch.

Species richness was higher between Solidão (31°S) and Santa Marta Grande cape(28°S), decreasing both northward and southward probably due to the presence of speciesof both temperate and tropical origin; regarding depth, the maximum was in the deepeststrata (400-600m), where bentopelagic and more oceanic mesopelagic species remainclose to the bottom during the daytime, followed by the shelf break (150-200m), wherecoastal and slope faunas overlap.

The mean density and total biomass vulnerable to the bottom trawls were of 2.61kg/km2 and 349.710 t in the winter-spring survey, increasing to 3.24 kg/km2 and 436.630 tin the summer-autumn survey. Bony fish biomass was higher in summer-autumn, but inrelative terms amounted 80% and had a similar distribution between latitudes and depthranges in both surveys. Cartilaginous fishes biomass was 15% in winter-spring andconcentrated southward and in shallower waters due to immigration associated to thesouth-north displacement of the subtropical convergence and 8% in the summer-autumn.Cephalopods amount 4% of total biomass in winter-spring and 12% in summer-autumnwhen a strong cohort of Illex argentinus occurred in the deeper strata.

These reported estimates should be interpreted with caution, due to the width of theconfidence intervals, and the biases inherent of the swept area method, due to the variationof both horizontal as vertical opening of the nets, the hearding effect of the doors and bridlesand the behavior of different species in front of the net.

The biomass of fishing resources with potential commercial value, calculated withthe mentioned safeguards, was around 150 thousand tons, half of these in the outer shelf,where the mean density was under 1 kg/km2, and the other half in the upper slope, wheremean density was close to 2 kg/km2.The fishing potential in the area is relatively small, andonly half of it is marketable as hakes Merluccius hubbsi, Urophycis mystacea, monkfishgastrophysus and the Argentinean shortfin squid, that presents large inter-annualabundance fluctuations. Around one quarter is of cartilaginous fishes of slow growthand low reproductive potential, most of which overfished and protected by conservationlaws, and the last quarter mostly of Polymixia lowei and Zenopsis conchifera, both withoutvalue for the current patterns of commercialization in Brazil.

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14 SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

All mentioned commercially valuable demersal stocks in the study area were alreadyfished by the local bottom trawl, gillnet and bottom longline industrial fishing boats andhad also been fished by foreign large on-board processing fishing boats that were allowedto fish in Brazilian waters since 1999. The surveys did not find any new important fisheryresource but showed that, along southeastern and southern Brazil, the fishing potential ofthe outer shelf and upper slope is one order of magnitude lower than that one present onthe inner shelf.

Palavras-chave

Pesca, arrasto-de-fundo, avaliação, biodiversidade, potencial pesqueiro, dis-tribuição, peixes, cefalópodes

Fishery, otter trawl, biodiversity, fish potential, distribution, fish, cephalopods

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1. INTRODUÇÃO

Proposta de trabalho e objetivos

A prospecção com redes de arrasto-de-fundo na Região Sudeste-Sul, sobre a platafor-ma externa e o talude continental superior em profundidades de 100 a 600 m, entre Chuí eCabo Frio, teve como objetivo principal avaliar o potencial pesqueiro dos recursos demersaisque habitam fundos de areia e lama na região. Lances na região entre Cabo Frio e São Toméforam evitados devido ao predomínio de fundos rochosos e à presença de plataformas edutos de petróleo.

A prospecção com redes de arrasto-de-fundo, embora com certas limitações, per-mite obter estimativas de densidades e abundâncias das espécies vulneráveis a este petre-cho, bem como informações sobre a diversidade de espécies e a distribuição das mesmasem relação à profundidade, latitude e época do ano, além da coleta de dados e de materialbiológico para estudos posteriores sobre crescimento, reprodução e alimentação.

Os objetivos específicos propostos foram os de:• Determinar a composição de espécies da fauna nectônica vulnerável às redes de arras-

to-de-fundo na Região Sudeste-Sul;• Estimar a densidade e abundância em número e peso das espécies, com ênfase naque-

las de interesse comercial, por áreas de pesca, faixas de profundidade e épocas do ano;• Identificar padrões de distribuição, riqueza e diversidade das espécies mais abundantes

e relacionar sua ocorrência aos fatores abióticos monitorados;• Analisar as variações espaciais e sazonais na distribuição e estrutura populacional das espécies

capturadas (composições por sexos e comprimentos) e em relação às variáveis ambientais;• Obter dados biométricos e material biológico, como gônadas, estômagos e estruturas de

aposição, para estudos sobre maturação sexual, ciclo reprodutivo, relações comprimen-to-peso, determinação de idade e crescimento.

Área do estudo

A prospecção abrangeu a área entre Cabo Frio e Chuí (23°05’S a 34°34’S) entre 100 e600 m de profundidade, ao longo de aproximadamente 2000 km de costa. A superfície totalda área prospectada foi de aproximadamente 134 724 km2, dos quais 92 555 km2 se situamentre as isóbatas de 100 e 200 m, e 42.168 km2, entre as isóbatas de 200 e 600m (Figura 1).

A linha da costa e a topografia de fundo da plataforma da Região Sudeste-Sul doBrasil são relativamente regulares. Na Região Sudeste, entre Cabo Frio e Cabo de SantaMarta Grande (28°40’S) se observa um embaiamento, com a plataforma mais larga na partecentral (230 km) e mais estreita nas proximidades de Cabo Frio (50 km) e o Cabo de SantaMarta Grande (110 km). Na Região Sul, a plataforma se alarga para o máximo de 140 km emTramandaí, 170 km na barra de Rio Grande e 140 km em frente ao Arroio Chuí (33°48’S). Asisóbatas, aproximadamente paralelas à costa e à quebra de plataforma, geralmente entre160 e 190 m, estabelecem uma passagem suave entre a plataforma com uma declividadesempre inferior a 2 m/km, ou 0°08’, e o talude superior com gradiente pouco acentuado, decerca de 20m/km ou 1° (Zenbruscki et al., 1972). As exceções ocorrem nos extremos daregião estudada: em Cabo Frio o talude apresenta uma inclinação de 100 m/km com a que-bra de plataforma em 100 m de profundidade, e entre Rio Grande e Chuí a inclinação naregião do talude é de 80 a 130 m/km.

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Figura 1.1 – Área do estudo.

O levantamento de dados geológicos do Programa REVIZEE, indicou que as areiaspredominam na plataforma interna de toda a região e as lamas, na plataforma externa etalude; ao norte do Rio de Janeiro, ocorrem sedimentos com maior granulometria. Emrelação à composição dos sedimentos em profundidades superiores a 100 m, os litoclásti-cos (�30% de carbono) predominam ao sul do estado de São Paulo e os bioclásticos(�30% de carbono) ao norte; os litoclásticos estão em águas mais rasas, enquanto os bio-clásticos, em águas mais profundas. Fundos duros são mais comuns no litoral do Rio deJaneiro, e nas áreas restritas do talude superior mais ao sul. Os bioclásticos estão represen-tados por “concheiros” mais esparsos e isolados na plataforma interna no sul e principal-mente por algas calcárias do tipo rodolitos ao norte, onde ocorrem em faixas maiores emais contínuas (Figueiredo & Madureira, 2004).

Em relação à hidrografia, na superfície oceânica sobre o talude da Região Sudeste-Sul, flui em direção ao sul a Água Tropical da Corrente do Brasil (AT, temperatura �20°C,salinidade �36,4 ups). Sob esta massa de água está a Água Central do Atlântico Sul (ACAS,cujo limite inferior de temperatura se encontra entre 6°C e 10°C e o superior em 20°C, e quetem salinidade de 34,6 a 36,0 ups), e que, desde o sul do Cabo São Tomé, circula em direçãosul até profundidades maiores que 500 m. Além dessa profundidade, circula, em direçãonorte, a Água Intermediária Antártica (AIA, temperatura de 3°C a 6°C, salinidade de 34,2 a34,6) (Sverdup et al., 1942; Thomsen, 1962; Stramma & England, 1999; Silveira et al., 2000).

Segundo Piola et al.,(2000) a plataforma, entre 20°S e 40°S é ocupada por duas mas-sas de água originárias da diluição de águas de origens oceânicas por descargas continen-tais. Estas são a Água Subtropical de Plataforma (ASTP, temperaturas �18°C e salinidade de33,5 a 35,9 ups), formada pela mistura da ACAS com a água costeira, e a Água Subantárcticade Plataforma (ASAP, salinidade de 33,5 a 34,1 ups e temperaturas de 10°C a 14°C no inver-

20˚ S

25˚ S

30˚ S

35˚ S

Cabo Frio

Chuí

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no, e de 12°C a 20°C no verão), formada pela mistura de águas oriundas da plataforma con-tinental argentina, a chamada Corrente Patagônica, descrita por Brandhorst & Castello(1971) com águas de origem continental.

Na Região Sudeste sobre a plataforma estão presentes a Água Costeira (AC) comalta temperatura e salinidade variável, a ASTP que está em contato com os meandramen-tos da Corrente do Brasil na camada superficial e a ACAS próxima ao fundo na plataformaexterna (Figura 1.2).

Figura 1.2 – Corte ilustrando as massas de água presentes na Região Sudeste entre os Cabos de Santa MartaGrande e São Tomé (modificada de Matsuura, 1995). Abreviaturas: ASTP: Água Subtropical de Plataforma; AT:Água Tropical; ACAS: Água Central do Atlântico Sul; AIA: Água Antártica Intermediária. Setas indicam direçãodas correntes.

A característica oceanográfica mais marcante é a presença sazonal, durante o verão,da ACAS sobre a plataforma continental interna (10 a 50 m de profundidade) separada poruma forte termoclina da camada superficial de mistura da AT. Já durante o inverno, a ACASse retrai e a coluna de água na plataforma interna e média adquire características quasehomogêneas, com o desaparecimento da termoclina (Figura 1.3). A penetração estival daACAS na região costeira determina um aumento da produção primária (Matsuura, 1995;Castro & Miranda, 1998). A alta produção primária e a estabilidade na coluna de águafavorecem a sobrevivência de larvas planctônicas, de modo que a grande maioria damegafauna bentônica e dos peixes tem sua reprodução concentrada nessa época do ano(Pires-Vanin & Matsuura, 1993; Vazzoler et al., 1999). Na plataforma externa ocorre, durantetodo o ano, estratificação vertical devido à presença da ACAS. Sobre o talude, os meandra-mentos da Corrente do Brasil, causados pela mudança na direção da linha de costa, próxi-mo a região de Cabo Frio, forçam a subida da ACAS, constituindo os chamados vórtices, ca-racterizados por alta produtividade (Silveira et al., 2000; Campos et al., 2000; Gaeta &Brandini, 2006). Em períodos de ventos de NE, notadamente no verão e na primavera,surgem condições favoráveis para que a ACAS atinja a zona eufótica, o que contribui paraum aumento considerável da biomassa de fitoplâncton na camada de mistura.

No Sudeste, a produção pesqueira é principalmente composta por peixes pelágicoscomo sardinha, bonito-listrado e atuns (Matsuura, 1995) e, em menor proporção, de recur-sos demersais pescados com arrasto na plataforma interna e com anzol na plataformaexterna e talude superior (Carneiro et al., 2000).

Cabo Frio

Cabo de Santa MartaGrande

100

200

300

400

500

prof

undi

dade

(m)

ASTP

AT

ACAS

ACAS

ASTPAC

Corren

te do

Bras

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Santos

Itajaí

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Figura 1.3 – Esquema ilustrando a variação sazonal na penetração da ACAS, estratificação e produtividadena plataforma da Região Sudeste (Pires-Vanin et al., 1993).

Na plataforma da região ao sul do Cabo de Santa Marta Grande, a característicamais marcante é a variação sazonal da temperatura da água e da estratificação da temper-atura, que é forte no verão, e fraca ou inexistente no inverno (Castro & Miranda, 1998). Noinverno, próximo à costa, existe a presença marcante de águas costeiras de baixa salini-dade, resultantes da descarga continental do Rio da Prata e da Lagoa dos Patos. Tambémocorre a Frente Subtropical de Plataforma (FSTP), perpendicular à linha de costa e que se-para a Água Subantártica de Plataforma (ASAP) da Água Subtropical de Plataforma (Piolaet al., 2000). Sobre o talude, ao norte da posição da FSTP, está presente a Corrente do Brasile sob esta, deslocando-se para o sul, a ACAS, cujo meandramento pode provocar suaintrusão sobre a plataforma continental (Castro & Miranda, 1998). Ao sul da FSTP, um fortegradiente de temperatura e salinidade, paralelo à costa, define uma frente que marca aseparação entre Águas Subantárticas de Plataforma com a ACAS. Nesta região, sobre otalude superior, entre o final do outono e meados da primavera, se observa também amargem oeste da frente de convergência entre as correntes do Brasil e das Malvinas queoscila sazonalmente (Piola et al., 2000; Soares & Moller, 2001) (Figura 1.4a). Nos mesesquentes, a FSTP se desloca para o sul (Uruguai e Argentina), enquanto na plataforma sul doBrasil as águas costeiras abrangem uma faixa estreita, e a plataforma interna pode sertomada por ASTP com intrusões da Corrrente do Brasil (Figura 1.4b). Este quadro é variávelde ano a ano, podendo em alguns a Corrente do Brasil cobrir toda a plataforma (Castello &Odebrecht, 2001), ou a plataforma interna ser tomada por águas de baixa salinidade sob ainfluência do Rio da Prata (Piola et al., 2005).

50

prof

undi

dade

(m)

100

150

ressuspensãode sedimentos

Região costeira Região nerítica Região oceânica

vórtice frontalágua tropical

primavera

outono

ACAS luz 1%

termoclina

50

prof

undi

dade

(m)

100

150

Regiãonerítica

água costeira

água tropical

ACAS

luz 1%

termoclinaluz 1%

clorofila

Inverno

Verão

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Figura 1.4 – Cortes ilustrando as massas de água presentes na Região Sul entre o Cabo de Santa MartaGrande e Chuí no inverno e verão (baseado em Castro & Miranda, 1998 e Piola et al., 2000). Abreviaturas: ASA:Água Subantártica originária da Corrente Patagônica; ASAP: Água Subantártica de Plataforma; ASTP: ÁguaSubtropical de Plataforma; AT: Água Tropical; ACAS: Água Central do Atlântico Sul; AIA: Água AntárticaIntermediária. Setas indicam direção das correntes; linhas tracejadas indicam fortes gradientes de salinidadee/ou temperatura.

A produtividade da plataforma da Região Sul é relativamente alta no inverno e naprimavera, devido ao aporte de nutrientes de origem terrígena e do deslocamento para onorte da ASAP (Castello & Odebrecht, 2001). Outros mecanismos de fertilização são asressurgências costeiras, originadas pela forte ação dos ventos de NE na primavera e noverão, que provocam a divergência de águas superficiais e causam advecção da ACASsobre a plataforma entre 28°S e 32°S (Figura 1.4b). Somam-se a isso as ressurgências notalude, mais comuns no inverno e primavera, quando a ACAS, a Corrente do Brasil e o ramocosteiro da Corrente de Malvinas formam vórtices de circulação ciclônica (Garcia,1997).

Em relação à ictiofauna, na plataforma predominam espécies demersais, particular-mente cienídeos, sendo que a plataforma e o talude superior são áreas de criação de peixesdemersais de importância comercial (Haimovici et al., 1994; Haimovici et al., 1996). Atuns eespécies afins ocorrem ao longo do talude da Região Sul no inverno. Várias das espéciesdemersais mais abundantes na plataforma e talude superior migram sazonalmente duranteo inverno, acompanhando o deslocamento para o norte da Convergência Subtropical(Haimovici et al., 1998). Sobre o talude superior ocorrem pescarias de linha-de-mão e espi-nhel-de-fundo e, mais recentemente, de arrasto-de-fundo dirigido principalmente à mer-luza, abrótea-de-profundidade, peixe-sapo e calamar-argentino (Haimovici et al., 2003; Perezet al., 2003). Uma pescaria de bonito-listrado no sul, realizada nos meses de verão ao longoda isóbata de 200 m, reforça a hipótese da existência de uma ressurgência de borda da pla-taforma no extremo sul do Brasil (Andrade & Garcia, 1999).

Antecendentes

Os antecedentes e prospecções pesqueiras marinhas ao longo do litoral brasileiroforam levantados e descritos por Haimovici (2007). A partir da década de 1950, váriasembarcações investigaram o potencial pesqueiro das Regiões Sudeste e Sul com redes dearrasto-de-fundo em profundidades superiores a 100 m. O navio de pesca “PresidenteVargas” (1955) e os navios de pesquisa Toko Maru (1956/57) e Walter Herwig (1968) efetua-ram um número reduzido de lances em profundidades superiores a 100 m (Yesaki, 1973).O N/Pq “Professor Besnard”, do Instituto Oceanográfico de Universidade de São Paulo, rea-lizou duas séries de cruzeiros (1968/69 e 1971/72) na Região Sul e na Sudeste (1974/75) em

Mostardas

Cabo deSanta Marta Grande

100

200

300

400

500prof

undi

dade

(m)

ASTP

AT

ACAS

ACAS

Chuí

RioGrande

ASAP

AC

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Frentesubtropical deplataforma

Mostardas

Cabo deSanta Marta Grande

100

200

300

400

500prof

undi

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(m)

ASTP

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ACAS

ACAS

Chuí

RioGrande

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ACAS

ACAS

Inverno Verão

A B

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profundidades de até 200 m (Vazzoler & Iwai, 1971; Vazzoler, 1973), Na década de 1970, aSUDEPE, com apoio do Programa das Nações Unidas para o desenvolvimento (PNUD), reali-zou várias séries de cruzeiros de pesca exploratória de arrasto-de-fundo na plataformaexterna e talude superior da região ao sul do Cabo de Santa Marta Grande, com o N/Pq.“Diadorim” (Yesaki et al., 1976). Entre 1986 e 1987, o N/Pq “Atlântico Sul”, da FundaçãoUniversidade Federal de Rio Grande, realizou uma série de cruzeiros entre 100 e 500 m deprofundidade ao sul de Santa Marta Grande (Vooren et al., 1989; Haimovici et al., 1994).

Da análise das publicações produzidas com base nas informações colhidas nesseslevantamentos, pode-se concluir que representaram uma contribuição importante sobre acomposição da fauna nectônica e sobre as abundâncias relativas das principais espécies epermitiram algumas estimativas de abundância, principalmente ao sul de Santa MartaGrande (Haimovici, 2007). Nesse sentido, os resultados das pesquisas desenvolvidas noâmbito do Programa REVIZEE, por abrangerem toda a plataforma externa e talude superiorda Região Sudeste-Sul, seguindo um protocolo amostral padronizado, e utilizando redesde pesca comercial, com roletes, constituem o primeiro levantamento que permite com-parações sazonais, batimétricas e latitudinais sobre a composição de espécies e asabundâncias de recursos pesqueiros vulneráveis ao arrasto-de-fundo.

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2. MATERIAIS E MÉTODOS

Embarcações

O N/Pq “Atlântico Sul” é um arrasteiro de popa com 295 toneladas de arqueação,35,9 m de comprimento e motor principal MWM de 860 HP (Figura 2.1). Os equipamentosde navegação disponíveis incluíram: piloto automático FURUNO FAP-330, navegador (GPS),FURUNO GP-3000 Mark 2, radares FURUNO FE 3300 (72 milhas) e RV 3770 (48 milhas) esonar SIMRAD. As profundidades das estações e os lances de pesca foram acompanhadoscom uma ecossonda SIMRAD E-700 (70kHz). Os guinchos hidráulicos de pesca estavamprovidos de 2000 m de cabo de aço de 3/4 de polegada de diâmetro.

21SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

Figura 2.1 – N/Pq “Atlântico Sul” (a esquerda) da Fundação Universidade Federal do Rio Grande(FURG); N/Pq. “Soloncy Moura” do CEPSUL/IBAMA (a direita).

O N/Pq “Soloncy Moura” é um arrasteiro de popa com 216 toneladas de arqueação,26 m de comprimento e motor principal Caterpillar de 600 HP (Figura 2.1). Os equipamen-tos de navegação disponíveis incluíram: piloto automático FURUNO FAP-330, navegadores(GPS) FURUNO GP-3100 MK-2 e GP-1810, receptor DGPS GR80, radares FURUNO FR-701 (48milhas) e FE-3300 (72 milhas), sonar FURUNO CHS-5 MK-2, Doppler FURUNO DS-70 e ecos-sondas FURUNO FCV-582 (50/200Khz), FCV-1000 (28/200Khz) e FE-881 MK (28Khz). Osguinchos hidráulicos de pesca estavam providos de 2100 m de cabo de aço de 3/4 de pole-gada de diâmetro.

Petrecho de pesca

Para as operações de pesca foram utilizadas redes adquiridas da Herman Engel &Co, cujas plantas originais fornecidas pelo fabricante são apresentadas nas Figuras 2.2 a2.5. As redes eram do modelo “Engel Star Balloom Trawl”, com 439 malhas de 160 mm naboca, diminuindo até 70 mm no ensacador. A tralha inferior era do tipo “rockhopper”,estando a parte central, de 20,8 m de comprimento, provida de discos de borracha de 300,200 e 130 mm de diâmetro, e duas extensões laterais de 9,8 m, com discos de borracha de75 mm de diâmetro, totalizando 40,4 m. Foram utilizadas portas retangulares tipo “hydro”,

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22 SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

com 550 kg de peso cada. Em todos os lances foram usados brincos de 50 m e malhetas de5 m de comprimento. Nos arrastos, o ensacador foi forrado com duas panagens, uma inter-mediária de fio duplo de aproximadamente 32 mm de distância entre nós opostos e, outrainterna de fio simples, com aproximadamente 27 mm entre nós opostos. Uma foto da redesendo recolhida é apresentada na Figura 2.6.

Figura 2.2 – Planta da “Herman Engel & Co” mostrando o arranjo geral da rede de arrasto-de-fundo modelo“Engel Star Balloon Trawl” utilizada nos levantamentos de prospecção demersal do Programa REVIZEE –Score Sul. Malhetas = bridles; portas = trawl doors; tralha inferior= groundrope.

top bridle 50 msteel wire rope 14 mm dia

General Arrangement of Star Balloon Trawl 417 meshes circ. by 160 mm

bottom bridle 50 msteel wire rope 22 mm dia

groundrope bridle 15,20 m

rubber disc groundrope 24,70 m

“hydro” trawl doors 2,50 � 1,50 meach door approx. 700 kg

70 pcs. deep sea floats200 mm dia

stainless steel flex swivelA16SSF

200 mmBraided PE4 mm Dia.

Top Panelheadline 48,80 m20

0 m

m

200 mmBraided PE4 mm Dia.

160 mmBraided PE 3 mm Dia.

120 mmBraided PE 3 mm Dia.

90 mmBraided PE 3 mm Dia.

60 mmTwisted nylon 210/66

30 mmTwisted nylon 210/48

30 mmTwisted nylon 210/48

200 mmBraided PE4 mm Dia.

62# 62#

104# 104#

255#

230#

204#

204#

230#

324#

224#

224#

Combin

ation

rope

18 m

m diam

. with

stee

l cor

eCom

b. rope 18 mm

diam.

Cover BagTop or bottom panel

153#90 mm

Braided PE3 mm Dia.

70#

94 mmBraided

PE 5 mmDia.

70#cooline

45#

200 mmBraided PE4 mm Dia.

45#160 mmBraided PE3 mm Dia.

45#

45#

187#

204#

204#

230#

324#

224#

224#

App

rox.

50,

0 m

Bottom Panel

Comb. rope 20 mm diam.

Comb. rope 20 mm diam.

groundrope

Groundrope gridle 15,20 m

Grou

ndro

pe g

ridle

15,20

m

Com

b. ro

pe 20

mm

dia.

Rubber disc 27,40

m

App

rox.

16,

0 m

Engels Star Balloon Trawl417 meshes circ. by 160 mm

Figura 2.3 – Planta da “Herman Engel & Co” mostrando o arranjo esquemático da rede de arrasto-de-fundomodelo “Engel Star Balloon Trawl”, utilizada nos levantamentos de prospecção em fundos arrastáveis doPrograma REVIZEE – Score Sul.

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23SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

Figura 2.4 – Planta da “Herman Engel & Co”, mostrando as portas e arranjo dos brincos (lenghening bridles)da rede de arrasto-de-fundo modelo “Engel Star Balloon Trawl” utilizada nos levantamentos de prospecçãoem fundos arrastáveis do Programa REVIZEE – Score Sul.

Figura 2.5 – Arranjo da tralha inferior mostrando a porção central (middle section) provida de discos de bor-racha (rubber discs), as extensões laterais (wing sections) e armação das malhetas da tralha (groudrope bridles).

Hook-up arrangement for Engel star balloon trawl 417 meshes circ. by 160 mm

HammerlockTL16

block type mangamese steel shoes

pennant 7,50 msteel wire rope 18 mm dia.

HammerlockTL19

Viking recessedlink nº 20Viking G-Hook nº 8

lengthenning bridle 5 msteel wire rope 22 mm dia.

“hydro” trawl door 2,50 � 1,50 meach door approx. 700 kg

Viking recessedlink nº 16

Viking G-Hook nº 5

rubber disc300 mm dia.

Rubber disc groundrope for Engel star balloon trawl 417 meshes circ. by 160 mm

1 middle section toggle with chain rubber discs 75 mm dia.

steel wire rope

swivel 7/8”stainless steel

10,60 m

Distance between the discs approx. 30 cm

rubber disc300 mm dia.

2 wing sections toggle with chain rubber discs 75 mm dia.traler chain16 mm dia.

connector TL16swivel 7/8”stainless steel

8,40 m

Distance between the discs approx. 50 cm

rubber discs 400 mm dia.

2 groundrope bridles steel tringleswivel TLSW16

trawler chain 16 mmM10 link

connector TL16steel washer

15,20 m

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24 SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

Planejamento amostral

A escolha do padrão de dis-tribuição dos lances em cruzeirosde prospecção, com arrasto-de-fundo, depende dos objetivospropostos (Gunderson, 1993).Assim, quando o objetivo é a esti-mativa da abundância de umaespécie da qual se tem informa-

ção sobre sua distribuição com alguma precisão, é aconselhável estabelecer estratos maishomogêneos, alocando números de lances proporcionais à abundância prevista em cadaestrato em posições escolhidas ao acaso. Como no caso deste estudo os objetivos erammúltiplos, como estudar a composição da fauna e a distribuição e abundância de váriasespécies sobre as quais as informações prévias eram escassas, a obtenção das informaçõesfoi otimizada, adotando-se uma distribuição mais uniforme dos lances.

Em geral, a profundidade e a latitude são fatores importantes na composição deespécies (Moyle & Cech, 1988; Bianchi, 1991) e, por isto, optou-se por distribuir os lancesuniformemente em faixas latitudinais e de profundidade. A área de estudo foi então divi-dida em subáreas de pesca de aproximadamente 55 milhas de largura sendo programa-dos, para cada uma delas, entre 5 e 7 lances de pesca e procurando ter representadas asfaixas de 100-149 m, 150-199 m, 200-299 m, 300-399 m e 400-600 m de profundidade(Figura 2.7). Nas regiões com forte declive, os lances de algumas faixas foram suprimidos enaquelas com pequeno declive lances adicionais foram incluídos, visando uma represen-tação proporcional as suas extensões. A exata posição dos lances não foi preestabelecida,procurando-se otimizar a utilização do navio, aproveitar a experiência do mestre, mini-mizar o tempo de procura de fundos e maximizar o número de lances realizados a cada dia.

Dentro do esquema mencionado, os locais para os lances de pesca foram escolhi-dos pelo mestre das embarcações, após a realização de uma linha de sondagem para veri-ficar a ausência de obstáculos. Os lances, em sua maioria, tiveram 30 minutos de duração,contados entre o momento em que o tambor do guincho foi travado até o começo dorecolhimento. Cinco minutos antes do final de cada lance, a velocidade de arrasto foiaumentada para forçar o deslocamento dos peixes do túnel para o saco.

Informações sobre a salinidade e a temperatura da coluna de água foram obtidascom um perfilador de condutividade, temperatura e profundidade (CTD SB19), lançadoentre a superfície e o fundo do mar, simultaneamente aos lances de pesca. Para comple-mentar a caracterização ambiental, foram realizadas coletas adicionais de dados de tem-peratura e salinidade com CTD entre a superfície e o fundo em transectos perpendicularesà costa, entre as isóbatas de 50 e 600 m. Foram registrados: os horários, posições e profun-didades de início e fim de cada lance e dos lançamentos de CTD, além de dados comple-mentares dos lances como velocidade e rumo do barco, distância percorrida, comprimentodo cabo lançado, e informações meteorológicas como estado do mar, direção e velocidadedo vento e cobertura de nuvens.

Figura 2.6 – Convés do N/Pq“Atlântico Sul” mostrando omomento do recolhimento darede “Balloon Trawl”, a tralhasuperior com bóias e a tralhainferior com rolos de borracha.Observam-se também as portas“Hydro” utilizadas.

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25SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

De cada lance foi registrado o peso total das espécies ou táxons capturados. Comoa captura, em geral, esteve formada por organismos grandes e pequenos, às vezes damesma espécie, o procedimento de amostragem, sempre que necessário, foi dividido emduas etapas. Na primeira foram separados, contados e pesados, por espécie, os exemplaresmaiores, incluindo todos os elasmobrânquios, caranguejos-vermelhos, teleósteos e cala-mar-argentino acima do tamanho mínimo de interesse comercial. O resto da captura, for-mada por pequenos peixes, crustáceos e cefalópodes, foi colocada em caixas e o peso totalregistrado. Uma amostra de uma ou duas caixas (30 ou 60 kg aproximadamente) foi triadapor espécie ou táxons, sendo registrados o número e peso total de cada espécie ou cate-goria. A captura total de cada espécie foi calculada como a soma da fração dos exemplaresgrandes e da fração estimada a partir da amostragem de organismos pequenos.

A captura total de cada espécie, ou uma subamostra aleatória pesada, foi utilizadapara determinar a composição em comprimentos representativa de cada espécie. Paraalgumas espécies foram realizadas amostragens a bordo mais detalhadas, com observaçãode sexos, estágios de maturação e grau de repleção estomacal, além da preservação degônadas, conteúdos estomacais e estruturas de aposição. Foram também congeladasamostras para serem posteriormente processadas em laboratório.

Análise da diversidade e riqueza de espécies

A diversidade das espécies nectônicas foi analisada a partir dos conjuntos de espé-cies de teleósteos, elasmobrânquios e cefalópodes capturados por lance. A diversidade foianalisada nas suas duas componentes, equitatividade e riqueza de espécies, sendo ariqueza pela técnica de rarefação (Sanders, 1968; Hurlbert, 1971) e a equitatividade utilizan-do o indice de Pielou (Pielou, 1966; 1969).

A técnica de rarefação permite a comparação do número de espécies entre amostrascom diferentes números de indivíduos coletados.O número de espécies esperado para umaamostra de n indivíduos tomados aleatoriamente da comunidade E(Sn) é calculado como:

Onde N é o número total de indivíduos coletados; S � número total de espécies dacomunidade; Ni é o número de indivíduos da espécie i naquela amostra e n � o tamanhoda amostra padronizada, para a qual o número de espécies é estimado. A Técnica de Rare-fação calcula a riqueza de espécies considerando as diferenças no esforço amostral e naabundância de espécies, permitindo a comparação entre amostras de diferentes tamanhose com assembléias distintas.

A equitatividade expressa o quão igualmente estão distribuídos os indivíduos entreas diferentes espécies; quanto maior a equitatividade, menor a dominância de espécies naamostra. O índice de equitatividade de Pielou J’ foi calculado através da fórmula:

Onde S � riqueza média de espécies, log (s) � H’máx , que é a máxima diversidadeque pode ser atingida se todas as espécies forem igualmente abundantes; H’ é o Índice deDiversidade de Shannon-Wiener, calculado como:

Onde, pi é a proporção no número total da i-gésima espécie. Os índices de diversi-dade foram calculados utilizando o Software Primer 5.1 (Clarke & Warwick, 1994 e Clarke &Gorley, 2001).

H’ � � � ipi (lnpi)

J’ �H’

log(s)

S

E(Sn) � � 1 �i �1 � �N � Ni

nN n

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26 SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

Cálculo de rendimentos, densidades e biomassas

As capturas por unidade de área (CPUA),ou densidades, foram calculadas em kg/km2

a partir das capturas e áreas varridas. As áreas varridas foram obtidas multiplicando as dis-tâncias percorridas, determinadas a partir das posições inicial e final de cada lance no GPS ea largura da ação das redes. A largura de ação da rede foi estimada em 18,18 m, a partir da lit-eratura, correspondendo a 45% da extensão da tralha inferior, incluindo o “rockhopper” e asextensões laterais (Alverson, 1971). A opção por essa largura-padrão de área arrastada,deveu-se ao não funcionamento dos equipamentos para a medição da abertura entre asportas durante o cruzeiro de calibragem.

A área total coberta pelos cruzeiros foi dividida em quatro faixas latitudinais quecorresponderam aproximadamente às amplitudes de latitudes abrangidas pelas pernadasdos cruzeiros. A área “A” ficou compreendida entre a perpendicular à costa em Chuí até alatitude de 31°30’S, ao sul de Conceição. A área “B”, abrangeu as latitudes de 31°30’S e28°00’S, ao norte do Cabo de Santa Marta Grande. A área “C” ficou delimitada entre a lati-tude 28º00’S e a perpendicular à costa em Ilha Bela. A área “D”, ficou delimitada entre onorte de Ilha Bela até a perpendicular à costa em Cabo Frio (Figura 2.7). Os lances na regiãoSul (áreas A e B) foram realizados com o N/Pq “Atlântico Sul”, enquanto que os lances naregião Sudeste (áreas C e D) foram realizados com o N/Pq “Soloncy Moura”. Foram definidascinco faixas de profundidade 100-149 m, 150-199 m, 200-299 m, 300-399 m, 400-600 m(Figura 2.7). Ao todo, combinando faixas de latitudes e profundidades, foram considerados20 estratos, cujas superfícies foram calculadas integrando graficamente os polígonosdeterminados pelos perfis latitudinais e isóbatas obtidas a partir do banco GEBCO (GeneralBathymetric Chart of the Oceans) e da grade das posições obtidas nos levantamentospelágicos com prospecção acústica do Programa REVIZEE (Madureira et al., 2005). As super-fícies e os números de lances em cada estrato são apresentados na Tabela 2.1.

Ilha Bela

Cabo Frio

Cabo deSanta Marta Grande

Chuí

100 m600 m

50˚ W 44˚ W 42˚ W48˚ W 46˚ W 40˚ W52˚ W54˚ W

28˚ S

30˚ S

26˚ S

32˚ S

24˚ S

34˚ S

22˚ S

36˚ S

Conceição

D

C

(28˚ S)

B

(31˚30’S)

A

REVIZEE Score SulProspecção demersal com arrasto-de-fundo

Inverno 2001

Inverno 2002

Outono 2002

Figura 2.7 – Posições dos 224 lances de pesca realizados nas prospecções pesqueiras com rede de arrasto-de-fundo na Região Sudeste-Sul, em 2001 e 2002. As linhas pontilhadas indicam os limites dos quatroestratos latitudinais em que foi dividida a área total dos levantamentos.

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27SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

Tabela 2.1 – Áreas calculadas em km2 para os estratos definidos por latitudes e faixas de profundidades enúmeros de lances de pesca realizados nos levantamentos de prospecção pesqueira do Programa REVIZEEcom rede de arrasto-de-fundo na região Sudeste-Sul em 2001 e 2002.

Área A Área B Área C Área DChuí – Conceição Conceição – S. Marta Grande S. Marta Grande – Ilha Bela Ilha Bela - Cabo Frio

34°35’S - 31°30’S 31°30’S - 28°S 28°S - 24°24’S 24°24’S – 23°S

Área Lances Área Lances Área Lances Área Lances

Prof. (m) km2 inv-prim ver-out km2 inv-prim ver-out km2 inv-prim ver-out km2 inv ver-out

100-149 7 524 6 5 16 723 8 9 17 124 6 4 14 961 5 6150-199 7 869 4 4 15 284 4 3 20 354 6 4 8 110 2 5200-299 2 237 5 4 6 456 7 6 5 762 4 3 3 121 3 2300-399 1 247 5 4 3 460 3 4 2 450 4 5 1 857 1 6400-600 3 340 10 10 6 529 6 6 5 141 15 11 2 805 9 10Total 4 587 30 27 48 452 28 28 50 830 35 27 30 855 20 29

Foram realizados testes preliminares, comparando as médias e as variâncias dosintervalos de confiança das biomassas estimadas, pressupondo que as CPUA nos conjun-tos de lances em cada estrato seguem uma distribuição normal ou uma distribuição “delta”,que resulta da associação de lances nulos com uma distribuição log-normal das capturasnos lances não nulos (Pennington, 1983). As medidas centrais e de dispersão foram calcu-ladas pressupondo que ambas as distribuições não diferiram de forma consistente aoponto de privilegiar a utilização de uma ou outra. Sendo assim, optou-se por calcular asdensidades (CPUA) médias e as biomassas totais por estratos e épocas do ano, assumindouma distribuição normal das capturas dos lances (Saville, 1977).

As densidades médias (kg/km2) de cada espécie, em cada levantamento, foram calcu-ladas ponderando as densidades médias de cada estrato pelas frações de área de cada estrato.

As variâncias das densidades médias de cada espécie, em cada estrato, foram calcu-ladas ponderando as variâncias das densidades médias de cada estrato pelo quadrado dasfrações de área de cada estrato.

As biomassas de cada espécie, em cada levantamento, foram calculadas como ossomatórios dos produtos das densidades pelas áreas de todos os estratos (e).

As variâncias das biomassas totais foram calculadas a partir das áreas dos estratos(Ae), das variâncias das densidades em cada estrato e do número de lances por estrato (n).

Os intervalos de confiança das estimativas das biomassas foram calculados para umgrau de significação � como:

onde os graus de liberdade (�) foram calculados pela fórmula:

Para as comparações das densidades de espécies e grupos de espécies, índices derarefação e equitatividade entre estratos latitudinais (áreas A, B, C, D), estratos de profundi-

AeDi � � Die ·Ae

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28 SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

dade (100-149 m, 150-199 m, 200-299 m, 300-399 m e 400-600 m) e épocas do ano (inver-no-primavera 2001-2002 e verão-outono 2002) foram utilizadas análises univariadas devariância fatoriais (ANOVA), que permitem estimar a significância de diferenças entremédias e detectar interações entre fatores. Para estas análises estatísticas foi utilizado oprograma Statistica 6.0.

Operações de pesca realizadas e dados ambientais registrados

No levantamento realizado entre agosto e outubro (inverno-primavera) de 2001,foram efetuados 92 lances de pesca entre o Chuí e a perpendicular estabelecida em IlhaBela, no litoral de São Paulo, correspondendo aos estratos latitudinais A, B e C. A área cober-ta nesse período foi de 103 869 km2 (Figura 2.7). Problemas mecânicos não permitiram afinalização da programação dos lances mais ao norte.

No levantamento de fevereiro a abril (verão-outono) de 2002, foram realizados 111lances entre Chuí e o sul de Cabo Frio, cobrindo os estratos de A até D, abrangendo umaárea de 134 724 km2 (Figura 2.7).

Em junho (inverno) de 2002, foram realizados 20 lances no estrato D, em perfis posi-cionados entre Ilha Bela e Cabo Frio (Figura 2.7).

O número de lances e as áreas dos diferentes estratos, em cada levantamento, estãoindicados na Tabela 2.1. No total foram realizados 224 lances efetivos de pesca. Em relaçãoà época do ano, 113 lances foram efetuados no inverno-primavera e 111 no verão-outono;em relação às regiões, 113 foram na região sul e 111 na sudeste. As datas, posições, áreasvarridas e dados ambientais obtidos em todos os lances de pesca constam do Anexo 1.

Participantes dos embarques

Participaram dos embarques 64 pesquisadores e estudantes. Nos cruzeiros do N/Pq“Atlântico Sul”, na Região Sul, participaram os professores da FURG Manuel Haimovici,Carolus Maria Vooren e Ricardo Perez Habiaga, os bolsistas DTI-REVIZEE Roberta Aguiar dosSantos e Luciano Gomes Fischer, o laboratorista Alberto Carlos de Souza Campos, o bolsistaPROBIO Abel Fernando Lamonaca Romay, o pesquisador contratado Denis Hellebrandt daSilva, os alunos de pós-graduação Alexandre Sorókin Marçal, Cristiano Alburquerque, LauraVillwok de Miranda, Maria Cristina Oddone Franco e Tatiana Silva Leite, além dos acadêmi-cos Arthur Antônio Machado, Augusto Munhiz, Carolina Gonçalves de Oliveira, Fabio FelipeGabriel Roselet, Fabricio Staciorini, Fernando Dantas Campello, Fernando dos Santos Weber,Fernando Nogueira, Flávia Conde Kneip, João Pedro Demore, Juliana Martinhão Ignácio,Luciano Absalonsen, Marlize Cravo, Michel Steinmetz Gandra, Miriam Baumbach, OsniAlexandre da Silva, Ramon Benedet, Raquel Zambeli e Ricardo de Lima.

Nos cruzeiros do N/Pq Soloncy Moura, na Região Sudeste, participaram os bolsistasDTI-REVIZEE Roberto Ávila Bernardes, Sílvio dos Santos, Amanda Ricci Rodrigues, EduardoMachado de Almeida, Fernando Dias Pazzeto, Fernando Fiedler, Gabriela P. Branco de Melo,Gabriela Rodrigues Vera, Maria Helena C. da Silva, os bolsistas ITI-REVIZEE Ana Hara, AndréBelluco do Carmo, Camila Camargo Ataliba, Marcelo Ricardo de Souza e Renato MassaakiHonji, a oceanógrafa Luciana Carvalho Spillere e os alunos de pós-graduação Alessandro A.Rogik Athiê do IOUSP e Fabio dos Santos Motta da UNESP, os acadêmicos da UNIVALIArthur de Oliveira S. Celini, Bruno Kupsch, Chrystofer Rocha, Giuliano P. C. Maia Huergo, JoãoLuiz de Abreu Silva, Jonathan Junkes dos Santos, Rafaela Michels da Silveira, os estagiáriosdo Instituto de Pesca/SP Alessandro Archidiacono e Celso L. Teixeira Eleutério, os estagiá-rios do Projeto Albatroz Ana Guimarães Beank, Eulles Costa Feijó, Janaína Farina Machado,Leonardo e Valter K. e o acadêmico da UNIMONTE Hiraichi Jr.

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3. HIDROGRAFIA

29SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

A caracterização hidrográfica da região, durante os levantamentos foi focalizadanas águas próximas ao fundo, onde ocorrem os recursos pesqueiros alvo daprospecção com rede de arrasto-de-fundo. Devido à grande duração dos

cruzeiros, os dados ambientais registrados foram integrados ao longo dos períodos emque os levantamentos foram realizados e, portanto, não refletem uma situação sinóptica.

Ao longo da área, as temperaturas no fundo variaram entre 5,2°C e 18,5°C e assalinidades no fundo entre 34,2 e 36,0 ups (Anexo 1). Em profundidades inferiores a 250 mas temperaturas próximas ao fundo foram em geral superiores a 12°C, entre 250 e 400 mficaram entre 14°C e 8°C, e em profundidades maiores de 400 m foram inferiores a 10°C.(Figura 3.1).

Figura 3.1 – Temperaturas de fundo em relação à profundidade nas estações de pesca realizadas.

As médias das temperaturas e as salinidades por estratos latitudinais e de profun-didade, nos levantamentos de ambas as épocas do ano constam da Tabela 3.1, onde seobserva que as diferenças sazonais de temperatura no fundo, dentro de um mesmo estra-to, não superaram 2,3°C.

As diferenças de temperatura e salinidade no fundo por profundidades, estratos delatitudes e épocas do ano foram analisadas através de análises univariadas de variânciafatorial. Em relação à temperatura, foram encontradas diferenças significativas em relaçãoaos estratos latitudinais (p � 0,0012) e de profundidade (p � 0,0001), além de interaçõesentre os estratos de latitude e profundidade (p � 0,0001), e interações entre os estratos delatitude e as épocas do ano (p � 0,0292). As temperaturas no fundo diminuiram com a pro-fundidade, com exceção da faixa entre 100 e 300 m ao norte de Ilha Bela (área D). Emrelação aos estratos latitudinais, a temperatura diminuiu do sul para o norte, aumentandoao norte de Ilha Bela. Em relação à época do ano, as temperaturas foram maiores no outo-no-inverno em todas as áreas, com exceção do extremo sul (Figura 3.2).

Em relação à salinidade, o padrão foi quase o mesmo. Foram encontradas diferen-ças significativas em relação aos estratos latitudinais (p � 0,0021) e aos estratos de pro-fundidade (p � 0,0001), além de interações entre os estratos de latitude e de profundi-dade (p � 0,0001). As salinidades de fundo diminuiram com a profundidade do sul para o

tem

pera

tura

de

fund

o (˚C

)

0

2

12

0profundidade (m)

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100 200 300 400 500 600 700

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30 SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

norte, com exceção do extremo norte, onde foram superiores. Em relação às áreas, a salini-dade diminuiu do sul para o norte, aumentando ao norte de Santos. Em relação à época doano, as salinidades foram maiores no outono em todas as áreas, com exceção do extremosul, onde praticamente não houve diferenças (Figura 3.3).

Tabela 3.1 – Médias de temperatura e salinidade no fundo, por estratos de profundididade e estratos latitudi-nais nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, reali-zados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul eSoloncy Moura. Em itálico as diferenças entre levantamentos.

Área A B C DLatitude 34°35’S - 31°30’S 31°30’S - 28°S 28°S - 24°24’S 24°24’S – 23°SÉpoca inv-pri ver-out dif inv-pri ver-out dif inv-pri ver-out dif inv-pri ver-out dif

Temperaturas (°C)

100-149 16,1 16,4 �0,4 15,3 15,7 �0,4 13,2 14,0 �0,8 16,7 14,7 2,0150-199 15,8 14,6 1,1 13,9 15,2 �1,4 13,4 14,0 �0,7 13,9 14,7 �0,8200-299 13,7 12,9 0,8 12,7 13,3 �0,7 12,5 13,6 �1,1 13,2 15,1 �1,9300-399 10,2 9,5 0,7 10,1 11,0 �0,9 10,8 12,3 �1,5 14,2 11,9 2,3400-600 6,9 6,6 0,3 7,6 7,3 0,4 7,7 8,3 �0,6 9,3 8,5 0,8

Salinidades (ups)

100-149 35,73 35,64 0,09 35,68 35,53 0,14 35,23 35,27 �0,04 35,60 35,38 0,22150-199 35,75 35,43 0,33 35,35 35,50 �0,15 35,28 35,28 0,00 35,35 35,40 �0,05200-299 35,20 35,25 �0,05 35,13 35,32 �0,19 35,10 35,20 �0,10 35,17 35,45 �0,28300-399 34,84 34,93 �0,08 34,87 34,98 �0,11 34,90 35,04 �0,14 35,40 35,00 0,40400-600 34,41 34,44 �0,03 34,65 34,48 0,17 34,58 34,54 0,04 34,69 34,59 0,10

Figura 3.2 – Temperaturas médias no fundo por estratos latitudinais e faixas de profundidade nos levantamen-tos de inverno-primavera (em azul) e verão-outono (em laranja). As barras verticais representam os intervalosde 95% de confiança das médias.

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tura

no

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)

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299300

I

339

inverno-primavera

verão-outono

A B C D

profundidade (m)

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31SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

Figura 3.3 – Salinidades médias no fundo por estratos latitudinais e faixas de profundidade nos levantamen-tos de inverno-primavera (em azul) e verão-outono (em laranja). As barras verticais representam os intervalosde 95% de confiança das médias.

Para cada época do ano, as temperaturas e salinidades registradas próximo aofundo, em cada lance, foram representadas em diagramas TS (Figura 3.4). As característicasdas águas próximas ao fundo, nas posições dos lances de pesca de ambos os levantamen-tos, é mostrada na Figura 3.5. Observa-se que abaixo de 400 m de profundidade, as carac-terísticas da água de fundo de todas as 138 estações de pesca em ambas as épocas do ano,na plataforma externa e talude superior correspondiam à Água Central do Atlântico Sul,(ACAS, 34,6-36 ups, 6-20°C). Em profundidades maiores de 400 m, 29 lances correspondiamà ACAS, 12 à Água Intermediária Antártica (AIA, � 34,6ups, � 6°C) e 29 a águas com carac-terísticas intermediárias entre ACAS e AIA (� 34,6 ups, 6-10°C).

salin

idad

e no

fund

o (u

ps)

400I

600100

I

149150

I

199200

I

299300

I

339

35,8

36,0

36,2

35,6

35,4

35,2

35,0

34,8

34,6

34,4

34,2

34,0400

I

600100

I

149150

I

199200

I

299300

I

339400

I

600100

I

149150

I

199200

I

299300

I

339400

I

600100

I

149150

I

199200

I

299300

I

339

inverno-primavera

verão-outono

A B C D

profundidade (m)

Figura 3.4 – Diagramas TS correspondentes às estações de pesca realizadas nos levantamentos de inverno-primavera e verão-outono. As combinações de salinidades e temperaturas no fundo correspondem a dife-rentes massas de água para o Atlântico Sul ocidental entre 20ºS e 40ºS.

tem

pera

tura

no

fund

o (˚C

)

0

2

12

34salinidade

4

6

8

10

14

16

18

20

34,5 35 35,5 36 36,5 37

inverno-primavera

ACASACAS – AIAAIA

tem

pera

tura

no

fund

o (˚C

)

0

2

12

34salinidade

4

6

8

10

14

16

18

20

34,5 35 35,5 36 36,5 37

verão-outono

ACASACAS – AIAAIA34,2 34,6 34,2 34,6

A B C D

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32 SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

Figura 3.5 – Massas de água próximas ao fundo por épocas do ano, presentes nos locais em que foram reali-zados os levantamentos (ACAS: Água Central do Atlântico Sul, AIA: Água Antártica Intermediária).

Constatou-se que, nas faixas de profundidades abrangidas pelos cruzeiros, as tem-peraturas foram pouco afetadas por mudanças sazonais (Tabela 3.1), quando comparadascom o que ocorre na plataforma interna do extremo sul, onde as temperaturas de fundoficam entre 10 e 4 graus mais elevadas no verão (Haimovici et al., 1996). Na Região Sudeste,devido à ressurgência estival da ACAS, as temperaturas de fundo na plataforma internavariam sazonalmente em torno de 2°C (Castro & Miranda, 1998). A pequena variação térmi-ca para a plataforma externa e talude superior da região sul já tinha sido constatada porHaimovici et al. (1994).

ACAS (�34,6 ups; 6-20˚C)ACAS – AIA (�34,6 ups; 6-10˚C)AIA (�34,6 ups; �6˚C)

Santos

Paranaguá

Cabo deSanta Marta Grande

RioGrande

28˚ S

30˚ S

26˚ S

32˚ S

24˚ S

34˚ S

50˚ W 44˚ W 42˚ W48˚ W 46˚ W52˚ W

fevereiro (2002)março (2002)abril (2002)

verão-outono

Santos

Paranaguá

Cabo deSanta Marta Grande

RioGrande

28˚ S

30˚ S

26˚ S

32˚ S

24˚ S

34˚ S

50˚ W 44˚ W 42˚ W48˚ W 46˚ W52˚ W

junho (2002)agosto (2001)setembro (2001)outubro (2001)

inverno-primavera

0 m 100 m 200 m 600 m 1000 m

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4. COMPOSIÇÃO DE ESPÉCIES

33SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

O valor da captura total (peixes e cefalópodes), nos 224 lances efetivos de pescarealizados pelas duas embarcações, em conjunto, foi de 32 677,5 kg e 354 561exemplares, tendo sido amostradas 228 espécies (peixes e cefalópodes) (Anexo

2). A captura média por lance, em geral de meia hora, foi de 1575,7 exemplares pesando145 kg e incluindo 22,1 diferentes espécies.

Foram capturadas 168 espécies de teleósteos, cujo peso médio foi de 89,0 g e querepresentaram 80,0% em peso e 82,7% em número do total capturado (Anexo 2). As espé-cies mais capturadas foram: Polymixia lowei, Zenopsis conchifera, Merluccius hubbsi,Trichiurus lepturus, Urophycis mystacea, Antigonia capros, Lophius gastrophysus eCaelorinchus marinii que, em conjunto, representaram 58,8% do total em peso.

Os elasmobrânquios estiveram representados por 37 espécies que pesaram, emmédia, 1086,5 g e constituíram 8,5% das capturas em peso e 0,7% das capturas em nú-mero. As espécies mais abundantes em peso foram Atlantoraja cyclophora, Atlantoraja pla-tana, Squalus mitsukurii, Squalus megalops, Squatina guggenheim, Squatina argentina,Mustelus schmitti e Atlantoraja castelnaui que, em conjunto, compuseram 76,3% do totalem peso.

De cefalópodes foram capturadas 23 espécies, com peso médio de 64,1 g e que re-presentaram 11,5% da captura em peso e 16,8% em número. As principais espécies foramIllex argentinus e Loligo plei que, em conjunto, constituíram 99,2% da captura de cefaló-podes em peso.

Foram identificadas 168 espécies de 80 famílias de teleósteos e 37 espécies de 15famílias de elasmobrânquios (Tabela 4.1), classificadas de acordo com Nelson (1994). As fa-mílias de teleósteos com maior número de espécies foram Myctophidae (16), Macrouridae(7), Serranidae (7) Paralichthydae (6) e Trichiuridae (5); entre os elasmobrânquios foramRajidae (11) e Squalidae (6). Com relação às capturas em peso, as principais famílias foramPolymixiidae, Zeidae, Merluccidae, Trichiuridae, Macrouridae, Gadidae, Caproidae, RajidaeLophiidae e Scorpionidae que, em conjunto, totalizaram 66% do peso de peixes. As carac-terizações morfológicas, morfométricas, de distribuição, hábitats e fotografias de todas asespécies capturadas no levantamento foram publicadas por Bernardes et al., (2005).

Os cefalópodes foram classificados segundo Sweeney & Roper (1998), tendo sidoidentificadas 23 espécies de 11 famílias (Tabela 4.2). As famílias com maior número deespécies foram Octopodidae (5), Ommastrephidae (3) e Sepiolidae (3). Com relação às cap-turas em peso Ommastrephidae e Loliginidae foram as mais representativas e, em conjun-to, totalizaram 66% do total em peso de cefalópodes.

Crustáceos e outros invertebrados constituíram uma pequena parte das capturas eseus rendimentos em número e peso por espécie não foram registradas de forma sis-temática. Estes organismos não fizeram parte da análise quantitativa das capturas, mas lis-tas preliminares dos táxons capturados ao sul do Cabo de Santa Marta Grande são apre-sentadas para os crustáceos (Tabela 4.3) e para outros invertebrados (Tabela 4.4). Para aRegião Sudeste, estes dados não estão ainda disponíveis.

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34 SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

ElasmobrânquiosOrdem Chimaeriformes

Família ChimaeridaeHydrolagus matallanasi Soto & Vooren, 2004

Ordem CarcharhiniformesFamília Scyliorhinidae

Galeus mincaronei Soto, 2001Schroederichthys saurisqualus Soto, 2001Scyliorhinus haeckelii (Ribeiro, 1907)

Família TriakidaeGaleorhinus galeus (Linnaeus, 1758)Mustelus canis (Mitchell, 1815)Mustelus schmitti Springer, 1939

Família CarcharhinidaeCarcharhinus signatus (Poey, 1868)

Família SphyrnidaeSphyrna zygaena (Linnaeus, 1758)

Ordem HexanchiformesFamília Hexanchidae

Heptranchias perlo (Bonnaterre, 1788)Ordem Squaliformes

Família DalatiidaeEtmopterus bigelowi Shirai & Tachikawa, 1993Etmopterus gracilispinis Krefft, 1968Etmopterus lucifer Jordan & Snyder, 1902Squaliolus laticaudus Smith & Radcliffe, 1912Squalus megalops (Macleay, 1881)Squalus mitsukurii Jordan & Snyder, 1903

Ordem SquatiniformesFamília Squatinidae

Squatina argentina (Marini, 1930)Squatina guggenheim Marini, 1936Squatina punctata Marini 1936

Ordem RajiformesFamília Torpedinidae

Torpedo puelcha Lahille, 1926Família Narcinidae

Benthobatis kreffti Rincón, Stehmann & Vooren, 2001

Família RhinobatidaeRhinobatos horkelii Müller & Henle, 1841

Família RajidaeAtlantoraja castelnaui (Ribeiro, 1907)Atlantoraja cyclophora (Regan, 1903)Atlantoraja platana (Günther, 1880)Dipturus leptocauda (Krefft & Stehmann, 1975)Dipturus mennii Gomes & Paragó, 2001Dipturus sp.Gurgesiella dorsalifera McEachran & Compagno, 1980Psammobatis lentiginosa McEachran, 1983Psammobatis rutrum Jordan, 1890Psammobatis sp.Não identificado

Família DasyatidaeDasyatis centroura (Mitchill, 1815)

Família GymnuridaeGymnura altavela (Linnaeus, 1758)

Ordem MyliobatiformesFamília Myliobatidae

Myliobatis freminvillii Lesueur, 1824Myliobatis goodei Garman, 1885

TeleósteosOrdem Anguilliformes

Família MuraenidaeGymnothorax conspersus Poey, 1867Gymnothorax ocellatus Agassiz, 1831

Família SynaphobranchidaeDysommina rugosa Ginsburg, 1951Meadia abyssalis (Kamohara, 1938)

Família OphichthidaeOphichthus gomesii (Caustelnau, 1855)

Família CongridaeAriosoma opistophthalmus Ranzani, 1838Bassanago albescens (Barnard, 1923)Conger esculentus Poey, 1861Conger orbignyanus Valenciennes, 1842

Família NettastomatidaeNettastoma melanura Rafinesque, 1810

Família SerrivomeridaeSerrivomer schmidti Bauchot-boutin, 1954

Ordem ClupeiformesFamília Engraulidae

Engraulis anchoita Hubbs & Marini, 1935Família Clupeidae

Sardinella brasiliensis (Steindachner, 1879)Ordem Osmeriformes

Família ArgentinidaeArgentina striata Goode & Bean, 1895

Família AlepocephalidaeXenodermichthys copei (Gill, 1884)

Ordem StomiiformesFamília Gonostomatidae

Gonostoma elongatum Günther, 1878Família Sternoptychidae

Argyropelecus aculeatus Valenciennes, 1849Argyropelecus gigas Norman, 1930Argyropelecus hemigymnus Cocco, 1829Maurolicus stehmanni Parin & Kobyliansky, 1993

Família PhosichthyidaePhosichthys argenteus Hutton, 1873Pollichthys mauli (Poll, 1953)Polymetme thaeocoryla Parin & Borodulina, 1990

Família AstronesthidaeAstronestes sp.

Família ChauliodontidaeChauliodus minimus Parin & Novikova, 1974Chauliodus sloani Bloch & Schneider, 1801

Família IdiacanthidaeIdiacanthus atlanticus Brauer, 1906

Família MelanostomiidaeFlagellostomias boureei (Zugmayer, 1913)Melanostomias niger Gilchrist & vonBonde, 1924

Família StomiidaeStomias affinis Günther, 1887

Ordem AulopiformesFamília Chlorophthalmidae

Chlorophthalmus agassizi Bonaparte, 1840Parasudis truculenta (Goode & Bean, 1896)

Família SynodontidaeSaurida brasiliensis Norman, 1935Saurida caribbaea Breder, 1927

Família ParalepididaeLestidum atlanticum Borodin, 1928Lestrolepis intermedia (Poey, 1868)

Tabela 4.1 – Lista dos peixes identificados nas capturas com rede de arrasto-de-fundo na Região Sudeste-Sul do Brasil, nos levantamentos de 2001-2002. Programa REVIZEE.

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35SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

Ordem MyctophiformesFamília Neoscopelidae

Neoscopelus macrolepidotus Johnson, 1863Família Myctophidae

Diaphus dumerilii (Bleeker, 1856)Diaphus effulgens (Goode & Bean, 1896)Diaphus garmani Gilbert, 1906Diaphus hudsoni Zubbrigg & Scott, 1976Diaphus mollis Tåning, 1928Diaphus ostenfeldi Tåning, 1932Diaphus problematicus Parr, 1928Electrona risso (Cocco, 1829)Gymnoscopelus bolini Andriashev, 1962Gymnoscopelus nicholsi (Gilbert, 1911)Hygophum hygomii (Lütken, 1892)Lampanyctus australis Tåning, 1932Lepidophanes guentheri (Goode & Bean, 1896)Lobianchia gemellarii (Cocco, 1838)Myctophum obtusirostre Tåning, 1928Symbolophorus barnardi (Tåning, 1932)

Ordem PolymixiiformesFamília Polymixiidae

Polymixia lowei Günther, 1859Ordem Ophidiiformes

Família CarapidaeEchiodon cryomargarites Markle,Williams & Olney, 1983Snyderidia canina Gilbert, 1905

Família OphidiidaeBenthocometes robustus (Goode & Bean, 1886)Genypterus brasiliensis Regan, 1903Monomitopus americanus (Nielsen, 1971)Raneya brasiliensis (Ribeiro, 1903)

Família BythitidaeDiplacanthopoma brachysoma Günther,1887Saccogaster parva Cohen & Nielsen, 1972

Ordem GadiformesFamília Macrouridae

Caelorinchus marinii Hubbs,1934Hymenocephalus billsam Marshall & Iwamoto,1973Lucigadus ori (Smith, 1968)Malacocephalus laevis (Lowe, 1843)Malacocephalus occidentalis Goode & Bean, 1885Ventrifossa macropogon Marshall, 1973Ventrifossa mucocephalus Marshall,1973

Família MoridaeAustrophycis marginata (Günther, 1878)Gadella imberbis (Vaillant, 1888)Laemonema goodebeanorum Meléndez & Markle, 1997Tripterophycis gilchristi Boulenger, 1902

Família BregmacerotidaeBregmaceros atlanticus Good & Bean, 1886Bregmaceros cantori Milliken & Houde, 1984

Família MerlucciidaeMacruronus magellanicus Lönnberg, 1907Merluccius hubbsi Marini, 1933

Família GadidaeUrophycis brasiliensis (Kaup, 1858)Urophycis mystacea Ribeiro, 1903

Ordem BatrachoidiformesFamília Batrachoididae

Porichthys porosissimus (Valenciennes, 1837)Ordem Lophiiformes

Família LophiidaeLophius gastrophysus Ribeiro, 1915

Família OgcocephalidaeDibranchus atlanticus Peters, 1876Ogcocephalus vespertilio (Linnaeus, 1758)

Ordem BeryciformesFamília Trachichthyidae

Gephryroberyx darwini (Johnson, 1866)Hoplostethus occidentalis Woods, 1973Paratrachichthys atlanticus Menezes, 1971

Família BerycidaeBeryx splendens Lowe, 1834

Ordem ZeiformesFamília Zeniontidae

Zenion hololepis (Goode & Bean, 1896)Família Zeidae

Zenopsis conchifera (Lowe, 1852)Família Grammicolepididae

Xenolepidichthys dalgleishi Gilchrist, 1922Família Caproidae

Antigonia capros Lowe, 1843Ordem Syngnathiformes

Família FistulariidaeFistularia sp.

Ordem GasterosteiformesFamília Macroramphosidae

Centriscops humerosus (Richardson, 1846)Macroramphosus scolopax (Linnaeus, 1758)Notopogon fernandezianus (Delfin, 1899)

Ordem ScorpaeniformesFamília Dactylopteridae

Dactylopterus volitans Linnaeus, 1758Família Scorpaenidae

Helicolenus lahillei Norman, 1937Pontinus corallinus Ribeiro, 1903Setarches guentheri Johnson, 1862

Família TriglidaeBellator brachychir (Regan, 1914)Prionotus nudigula Ginsburg, 1950Prionotus punctatus (Bloch, 1797)

Família PeristediidaePeristedion altipinnis (Regan, 1903)Peristedion sp.Peristedion truncatum (Günther, 1880)

Ordem PerciformesFamília Acropomatidae

Synagrops bellus (Goode & Bean, 1895)Synagrops spinosus Schultz, 1940

Família SerranidaeAnthias menezesi Anderson & Heemstra, 1980Bathyanthias roseus Günther, 1880Dules auriga Cuvier, 1829Hemanthias vivanus (Jordan & Swain, 1884)Polyprion americanus (Bloch & Schneider, 1801)Pronotogrammus martinicensis (Guichenot, 1868)Serranus atrobranchus (Cuvier, 1829)

Família OpistognathidaeLonchopisthus meadi Menezes & Figueiredo, 1971

Família PriacanthidaeCookeolus japonicus (Cuvier, 1829)Priacanthus arenatus Cuvier, 1829

Família EpigonidaeEpigonus occidentalis Goode & Bean, 1896Epigonus telescopus (Risso, 1810)

Família BranchiostegidaeCaulolatilus chrysops (Valenciennes, 1833)Lopholatilus villarii Ribeiro, 1915

Família PomatomidaePomatomus saltatrix (Linnaeus, 1766)

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36 SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

Família CarangidaeDecapterus tabl Berry, 1968Trachurus lathami Nichols, 1920

Família LutjanidaePristipomoides freemani Anderson, 1966

Família SparidaePagrus pagrus (Linnaeus, 1758)

Família SciaenidaeCynoscion guatucupa (Cuvier, 1830)Cynoscion jamaicensis (Vaillant & Bocovrt, 1883)Micropogonias furnieri (Desmarest, 1823)Umbrina canosai Berg, 1895

Família MullidaeMullus argentinae Hubbs & Marini, 1933Upeneus parvus Poey, 1853

Família ChaetodontidaePrognathodes guyanensis (Durand, 1960)

Família KyphosidaeKyphosus incisor (Cuvier, 1831)

Família CheilodactylidaeNemadactylus bergi (Norman, 1937)

Família LabridaeDecodon puellaris (Poey, 1860)

Família ZoarcidaeNão identificado

Família PinguipedidaePseudopercis numida Ribeiro, 1903

Família PercophidaeBembrops heterurus (Ribeiro, 1903)Percophis brasiliensis Quoy & Gaimard, 1824

Família CallionymidaeFoetorepus dagmarae (Fricke, 1985)

Família GempylidaeNeoepinnula americana (Grey,1953)Promethichthys prometheus (Cuvier, 1832)Thyrsitops lepidopoides Cuvier, 1831

Família TrichiuridaeBenthodesmus elongatus (Clarke, 1876)

Benthodesmus tenuis (Günther, 1877)Evoxymetopon taeniatus Gill, 1863Lepidopus altifrons Parin & Collettte, 1993Trichiurus lepturus Linnaeus, 1758

Família ScombridaeScomber japonicus Houttuyn, 1782

Família CentrolophidaeCentrolophus niger (Gmelin, 1789)

Família NomeidaeCubiceps squamiceps (Lloyd, 1909)

Família AriommatidaeAriomma bondi Fowler, 1930

Família StromateidaePeprilus paru (Linnaeus, 1758)

Ordem PleuronectiformesFamília Bothidae

Monolene antillarum Norman, 1933Monolene atrimana Goode & Bean, 1886

Família ParalichthyidaeCitharichthys cornutus (Günther, 1880)Etropus longimanus Norman, 1933Paralichthys isosceles Jordan, 1890Paralichthys patagonicus Jordan, 1889Paralichthys triocellatus Ribeiro, 1903Verecundum rasile Jordan, 1890

Família CynoglossidaeSymphurus ginsburgi Menezes & Benvegnú, 1976

Ordem TetraodontiformesFamília Balistidae

Balistes capriscus Gmelin, 1788Canthidermis sp.

Família MonacanthidaeAluterus monoceros (Linnaeus, 1758)

Família TetraodontidaeSphoeroides pachygaster (Müller & Troschel, 1848)

Família DiodontidaeCyclichthys spinosus (Linnaeus, 1758)

Tabela 4.2 – Lista dos cefalópodes identificados nas capturas com rede de arrasto-de-fundo na RegiãoSudeste-Sul, nos levantamentos de 2001-2002. Programa REVIZEE.

Ordem SepiolidaFamília Sepiolidae

Rondeletiola minor (Naef, 1921)Semirossia tenera (Verril, 1880)Heteroteuthis dispar (Rüppell, 1844)

Ordem TeuthidaFamília Loliginidae

Loligo plei Blainville, 1823Loligo sanpaulensis Brakoniecki, 1984

Família LycoteuthidaeLycoteuthis lorigera (Steenstrup, 1975)

Família EnoploteuthidaeAbralia redfieldi Voss, 1955Abralia veranyi (Rüppell, 1844)

Família PholidoteuthidaePholidoteuthis adami Voss, 1956

Família HistioteuthidaeHistioteuthis corona corona (Voss & Voss, 1962)Histioteuthis sp

Família CtenopterygidaeChtenopteryx sicula (Verany, 1851)

Família OmmastrephidaeIllex argentinus (Castellanos, 1960)Ommastrephes bartramii (Lesueur, 1821)Ornithoteuthis antillarum Adam, 1957

Família CranchiidaeLiocranchia reinhardti (Steenstrup, 1856)Megalocranchia sp.

Ordem OctopodaFamília Octopodidae

Octopus vulgaris (Cuvier, 1797)Scaeurgus unicirrhus (Chiaie, 1839)Eledone gaucha Haimovici, 1988Eledone massyae Voss, 1964Vosseledone charrua Palacio, 1978

Família ArgonautidaeArgonauta nodosa Lightfoot, 1876

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37SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

Tabela 4.3 – Lista preliminar dos crustáceos nas capturas com rede de arrasto-de-fundo na região ao sul doCabo de Santa Marta Grande, nos levantamentos do Programa REVIZEE realizados em 2001-2002 (identifi-cações: Fernando D´Incao, Laboratório de Crustáceos Decápodes, Depto. Oceanografia, FURG, com quemse encontram depositados os exemplares coletados).

Ordem AmphipodaEspécie não ident.

Ordem DecapodaFamília Aristeomorpha

Aristeomorpha foliacea (Risso, 1827)Família Calappidae

Acanthocarpus alexandri Stimpson, 1871Família Chirostylidae

Uroptychus nitidus nitidus (A. Milne Edwards, 1880)

Família GalatheidaeMunida constricta A. Milne Edwards, 1880Munida flinti Benedict, 1902Munida forceps A. Milne Edwards, 1880Munida iris A. Milne Edwards, 1880Munida irrasa A. Milne Edwards, 1880Munida longipes A. Milne Edwards, 1880Munida pusilla Benedict, 1902

Família GeryonidaeChaceon notialis Manning & Holthuis, 1989Chaceon ramosae Manning, Tavares & Albuquerque, 1989

Família DiogenidaeDardanus insignis (de Saussure, 1858)

Família GoneplacidaeCyrtoplax spinidentata (Benedict, 1892)

Família GrapsidaeEuchirograpsus americanus H. Milne Edwards, 1853

Família HomolidaeHomola barbata Leach, 1815Homola sp.

Família LatreillidaeLatreillia williamsi Melo, 1990

Família MajidaeStenocionops spinosissima (Saussure, 1857)

Família NephropidaeMetanephrops rubellus (Moreira, 1903)Nephropsis aculeata Smith, 1881

Família OplophoridaeOplophorus spinosus (Brullé, 1839)

Família PandalidaePlesionika edwardsii (Brandt, 1851)

Família ParthenopidaeParthenope pourtalesii (Stimpson, 1871)

Família PasiphaeidaePasiphaea sp. Savigny, 1816

Família PenaeidaeFarfantepenaeus paulensis Pérez Farfante, 1967Funchalia villosa (Bouvier, 1905)Parapenaeus americanus Rathbun, 1901Penaeopsis serrata Bate, 1881Farfantepenaeus brasiliensis Latreille, 1817

Família PolychelidaePolycheles sculptus Smith, 1880

Família PortunidaePortunus spinicarpus (Stimpson, 1871)

Família SergestidaeSergestes armatus Krøyer, 1855Sergia grandis (Sund, 1920)

Família SolenoceridaeHymenopenaeus debilis Smith, 1882

Família XanthidaeAllactea lithostrota Williams, 1974

Ordem IsopodaFamília Cirolanidae

Bathynomus giganteus A. Milne Edwards, 1879Bathynomus miyarei Lemos de Castro, 1978

Ordem StomatopodaFamília Squillidae

Squilla brasiliensis Calman, 1917Hemisquilla braziliensis (Moreira, 1903)

Ordem ThoracicaFamília Scalpellidae

Arcoscalpellum sp. Hoek, 1907Litoscalpellum regina Pilsbry, 1907

Família VerrucidaeVerruca caribbea Pilsbry, 1916

Filo PoriferaDactylocalyx pumiceus Stutchbury,1841Stelletta sp.Pachataxa sp.Geodia splendida Silva & Mothes, 2000Geodia sp.Erylus diminutus Mothes, Lerner &Silva, 1999 Poecillastra sp. Sollas, 1888 Pachastrella sp. Laubenfels,1936, Corallistes sp.Rhabderemia uruguayensis van Soest &Hooper, 1993;

Desmacella sp Haliclona (Gellius) Gray, 1867 sp.

Filo CnidariaClasse Hydrozoa

Ordem HidroidaKirchenpauperia sp. [6]

Classe AnthozoaOrdem Gorgonacea

Acanella sp. [3]Brebyce cf cinérea [20]Lophogorgia sp. [2]indet. A [6]indet. B [2]

Tabela 4.4 – Lista preliminar de invertebrados, excluindo os crustáceos e cefalópodes, identificados nas cap-turas com rede de arrasto de fundo do Programa REVIZEE na região ao sul do Cabo de Santa Marta Grandenos levantamentos de 2001-2002. As identificações preliminares foram realizadas por Ricardo Capítoli,Laboratório Bentos, Depto. Oceanografia FURG. Os Porífera foram identificados pela Dra. Beatriz Mothes daFundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul. Entre colchetes o número de exemplares.

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38 SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

Riqueza de espécies ou Biodiversidade

O número total de espécies de teleósteos, elasmobrânquios e cefalópodes captura-dos nos 224 lances efetivos foi de 227. O número total de espécies e também para os trêsgrupos de animais, por faixa de profundidade e área são apresentados na Tabela 4.5.Observa-se que os maiores números de espécies, para cada um dos três grupos, foramencontrados na faixa mais profunda (400 a 600 m), os valores intermediários nas duasfaixas da plataforma externa e os menores nas faixas de 200 a 400 m. Isso pode ser devidoao maior esforço amostral realizado nesses estratos. Em relação ao número de espécies emrelação a diferentes áreas, constatou-se tendência de diminuição de espécies (teleósteos,elasmobrânquios e cefalópodes) no sentido sul-norte.

Tabela 4.5 – Número total de espécies de peixes e cefalópodes capturados por áreas e profundidades.

Primnoella sp. [6]Primoella cf biseralis [9]

Ordem PennatulaceaRenilla cf. kollikeri [2]

Ordem ActiniariaEdwardsia sp. [7]indet. [1]

Ordem MadreporariaCladocora debilis Milne Edwards &

Haime, 1849 [21]Flabellum apertum Moseley, 1876 [2]Lophelia pertusa (Linnaeus, 1758) [1]

Filo AnnelidaClasse Polychaeta

Ordem ErrantiaEunice frauenfeldi Grube, 1868 [5]Eunicidae indet. [10]indet. A [1]

Ordem SedentariaSerpulidae spp. indet

Filo MoluscaClasse Anfineura

Ordem Chitonidaindet. [2]

Classe GastropodaOrdem Neogastropoda

Adelomelon riosi Clench & Turner,1964 [1]Filo Echinodermata

Classe CrinoideaOrdem Comatulida

Crinometra brevispina (Pourtalès,1868) [1]

Classe OphiuroideaOrdem Phrynophiurida

Ophiocreas lumbricus Lyman 1869 [3]Astrotoma cf agassizi [7] *Astrotoma sp. [3] *indet. [1] *

Ordem Ophiuridaindet. A [29] *indet. B [3] *

Classe AsteroideaOrdem Valvatida

Anthenoides brasiliensis Bernasconi,1956 [14]

Ordem SpinulosidaEchinaster nudus [1]

Ordem PaxillosidaAstropecten cf cingulatus [9]Mediaster trindadensis [1]

Classe EchinoideaOrdem Cidaroida

Stylocidaris affinis (Philippi, 1845)[18]

Ordem EchinothuroideaIndet. [18] *

Filo Pycnogonidaindet. [1]

Filo HemicordataClasse Pterobranchia

Cephalodiscus? [10]

Para avaliar se a intensidade da amostragem foi representativa da biodiversidade(número de espécies) vulnerável ao equipamento de coleta utilizado – rede de arrasto-de-fundo, foram calculados os números cumulativos esperados de espécies de teleósteos,elasmobrânquios e cefalópodes para números crescentes de lances, acumulados como

N° lancesNúmero de espécies capturadas

Total Cefalópodes Elasmobrânquios Teleósteos

Prof. (m) A B C D Total A B C D Total A B C D Total A B C D Total A B C D Total

100-149 11 17 10 11 49 72 74 60 60 107 7 8 7 5 10 14 16 7 5 19 51 50 46 50 78150-199 8 7 10 7 32 74 59 65 33 104 7 6 7 4 10 17 11 7 2 19 50 42 51 27 75200-299 9 13 7 5 34 70 61 52 36 90 7 5 5 3 9 12 10 5 2 15 51 46 42 31 66300-399 9 7 9 7 32 51 53 43 43 82 8 4 3 5 9 8 9 3 2 14 35 40 37 36 59400-600 20 12 26 19 77 95 76 91 75 148 12 9 7 8 18 11 12 14 9 20 72 55 70 58 110

Total 57 56 62 49 224 168 150 146 126 227 18 16 13 12 23 32 28 21 14 37 118 106 112 100 167

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39SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

médias de 999 permutações, alternando a ordem de ingresso dos lances (Primer 5, rotina“Species-area Plot”). Para cada grupo e, para os três em conjunto, observou-se que cerca de70% do total de espécies presentes na área é atingido através da execução de 50 lances depesca e, que mais de 90% delas é coletada quando 150 lances são realizados (Figura 4.1).Assim, segundo estes resultados, é possível afirmar que uma duplicação do número delances adicionaria às coletas um número reduzido de espécies e que, portanto, a represen-tatividade do número de lances efetuados, em termos de biodiversidade da ictiofauna pre-sente em fundos arrastáveis da Região Sudeste-Sul, foi adequadamente levantada.

O mesmo tipo deanálise foi efetuado comrelação ao cálculo da rique-za de espécies, procuran-do-se averiguar o efeito dosdiferentes números totaisde exemplares capturadospor faixas de profundida-des e estratos latitudinais(Figura 4.2). Os resultadosmostraram que os númeroscumulativos de espéciescapturadas em 32 lancespor estratos de profundida-des e, em 49 lances porestratos latitudinais repre-sentariam, adequadamen-te, a riqueza de espécies,em cada caso.

núm

ero

espe

rado

de

espé

cies

0

200

250

100

150

0 32número de lances

50

64 96 128 160 192 224

TotalTeleósteosElasmobrânquiosCefalópodes

Figura 4.2 – Número médio acumulado de espécies de peixes e cefalópodes pelo número de lances em dife-rentes estratos de profundidade (esquerda) e áreas latitudinais (direita). Calculado como a média de 999 per-mutações aleatórias para cada número de lances.

As análises sobre o número de espécies nas capturas totais e números acumuladospor lances,por estratos de profundidade e latitude mostram uma tendência geral,porém nãopermitem detectar interações entre profundidades, latitudes e épocas do ano. Para aprofun-dar estas análises, foi calculado o índice de Pielou (J’) que permite analisar a equitatividade eaplicada a técnica da rarefação para obter o número esperado de espécies em amostraspadronizadas de 100 indivíduos Es(100). As médias de Es(100) e J’ por áreas, épocas e pro-fundidades estão representadas nas Figuras 4.3 e 4.4, respectivamente, e a distribuição espa-cial e temporal da riqueza de espécies foi analisada através de ANOVA fatorial (Tabela 4.6).

núm

ero

méd

io d

e es

péci

es

0

200

100

150

0 20

50

40 60 80

32 la

nces

113103

97

8981

98 - 149 m150 - 199 m200 - 299 m300 - 300 m400 - 619 m

núm

ero

méd

io d

e es

péci

es

0

200

100

150

0 20

50

40 60 80

49 la

nces

160

143136

125

ABCD

número de lances número de lances

Figura 4.1 – Número médio acumulado de espécies de teleósteos, elas-mobrânquios e cefalópodes e do conjunto dos três grupos por lance,com rede de arrasto-de-fundo. Programa REVIZEE, Região Sudeste-Sul.Valores calculados como a média de 999 permutações aleatórias paracada número de lances.

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40 SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

Tabela 4.6 – Resultados das análises de variância fatorial para o número esperado de espécies em amostraspadronizadas de 100 exemplares (Es(100)) e índice de equitatividade de Pielou (J’) em relação às áreas (A, B,C, D), épocas (inverno-primavera, verão-outono) e estratos de profundidade (100-149m, 150-199m, 200-299m, 300-399m, 400-600m). SQ: soma de quadrados, GL: graus de liberdade, QM: quadrados médios, F deFisher e p: probabilidade de aceitação da hipótese nula para um nível de significância � � 0,05. Em destaqueas diferenças significativas.

ES (100) J’ SQ GL QM F P SQ GL QM F p

Intercepto 22446,39 1 22446,39 1801,298 0,000000 49,978 1 49,978 2089,749 0,000000Área 325,98 3 108,66 8,720 0,000020 0,162 3 0,054 2,27 0,081816Época 27,44 1 27,44 2,202 0,139591 0,088 1 0,088 3,68 0,056450Profundidade 223,04 4 55,76 4,475 0,001795 0,301 4 0,075 3,15 0,015456Área � Época 29,54 3 9,85 0,790 0,500794 0,061 3 0,020 0,85 0,467683Área � Profundidade 685,96 12 57,16 4,587 0,000002 0,550 12 0,045 1,92 0,034682Profundidade � Época 19,06 4 4,76 0,382 0,821052 0,161 4 0,040 1,69 0,153960Área � Época � Profundidade 182,39 12 15,20 1,220 0,272342 0,375 12 0,031 1,31 0,217365Erro 2267,94 182 12,46 4,400 184 0,023

A riqueza de espécies (Es(100)) mostrou diferenças significativas entre áreas (p�0,001),entre os estratos de profundidade (p � 0,0020) e na interação destes dois fatores (p � 0,001).Os valores foram maiores na área B, observando-se uma tendência de queda em direção aonorte, e foram significativamente diferentes entre as áreas B e D (Tuckey p � 0,002). Emrelação às profundidades, foi maior no estrato mais profundo (400-600m) em relação ao estra-to adjacente (300-400m) (Tuckey p � 0,0098). A interação dos fatores mostrou-se significativaporque na área D, entre 400-600 m de profundidade, o número esperado de espécies, emambas as épocas do ano, foi significativamente maior que nos demais estratos (Figura 4.3).

Figura 4.3 – Médias do número esperado de espécies para uma amostra padrão de 100 exemplares Es(100),apresentadas por áreas, estratos de profundidade e épocas. As barras verticais mostram os intervalos de con-fiança de 95%.

Os valores do Índice de Equitatividade de Pielou (J’) foram significativamente dife-rentes entre as profundidades (p � 0,0155), bem como os de interação entre as profundi-dades e as áreas (p � 0,0347). A equitatividade mostrou valores com tendência crescenteem relação à profundidade,mas significativamente diferentes apenas entre a faixa mais pro-funda e a plataforma (Fisher p � 0,012) (Figura 4.4). Dentro de cada área, a equitatividaderevelou homogeneidade entre as faixas de profundidade, à exceção da área D, que apresen-

Es(1

00)

400I

600100

I

149150

I

199200

I

299300

I

339

12

4

6

8

10

14

16

18

20

2

0

400I

600100

I

149150

I

199200

I

299300

I

339400

I

600100

I

149150

I

199200

I

299300

I

339400

I

600100

I

149150

I

199200

I

299300

I

339

inverno-primavera

verão-outono

Current effect F(12, 182) = 1,2197, p = 0,27234

A B C D

profundidade (m)

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41SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

tou valores menores nos estratos rasos (100-199 m) e valores maiores nos estratos mais pro-fundos (200-600 m). Os baixos valores de equitatividade apresentados pela área D foramresponsáveis pela interação significativa encontrada entre áreas e profundidades (Figura 4.4).

Figura 4.4 – Médias do Índice de Equitatividade de Pielou (J’) plotadas por áreas, estratos de profundidade eépocas. Barras verticais mostram os intervalos de confiança de 95%.

A Figura 4.5 mostra as superfícies tridimensionais dos valores de Es(100) e J’ doslances, ajustados por quadrados mínimos ponderados pelas distâncias (distance-weightedleast squares), tendo como plano de base as latitudes e profundidades dos valores.

As superfícies ajustadas de Es(100) e J’ são muito semelhantes e, em ambas sãoobservados dois domos, delineados por cores quentes,sendo um maior em 23°S a 600 mde profundidade e outro menor, entre 29-30°S a 150-200 m. A riqueza e a equitatividadeparecem aumentar para o norte em águas mais profundas (400-600m) e, apenas na RegiãoSudeste parecem aumentar em direção à maiores profundidades.

J’

400I

600100

I

149150

I

199200

I

299300

I

339

0,6

0,2

0,3

0,4

0,5

0,7

0,8

0,9

1,0

0,1

0,0

inverno-primavera

verão-outono

Current effect F(12, 184) = 1,3072, p = 0,21736

400I

600100

I

149150

I

199200

I

299300

I

339400

I

600100

I

149150

I

199200

I

299300

I

339400

I

600100

I

149150

I

199200

I

299300

I

339

A B C D

profundidade (m)

profundidade (m)latitude

Es(1

00)

profundidade (m)latitude

J’

28˚ S30˚ S

26˚ S

32˚ S

24˚ S

100200

300400

500600

26

24

22

20

18

16

14

12

10

8

6

4

2

28˚ S30˚ S

26˚ S

32˚ S

24˚ S

100200

300400

500600

0,9

0,8

0,7

0,6

0,5

0,4

0,3

0,2

0,1

1614121086

0,60,50,4

Figura 4.5 – Superfície tridimensional ajustada aos valores de riqueza de espécies Es(100) (esquerda) e aoÍndice de Equitatividade de Pielou J’ (direita), calculados para 222 e 224 arrastos de pesca, respectivamente.No plano de base estão a latitude e a profundidade.

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42 SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

70

60

50

40

30

20

10

0400-600

100-149 150-199 200-299300-339

D

C

B

A

Demersais + bentônicos

70

60

50

40

30

20

10

0400-600

100-149 150-199 200-299300-339

D

C

B

A

Pelágicos + mesopelágicos + bentopelágicos

profundidade (m)

núm

ero

de e

spéc

ies

profundidade (m)

núm

ero

de e

spéc

ies

O maior índice de riqueza de espécies foi observado no extremo norte, na faixaentre 400 e 600 m de profundidade (Figuras 4.3 e 4.5), o qual ocorreu por uma conjunçãode lances com um número de espécies não maior do que nos outros estratos, porém comcapturas numericamente reduzidas.

As espécies capturadas nos levantamentos com arrasto-de-fundo foram classifi-cadas quanto ao hábitat preferencial segundo Bernardes et al., (2005) e Froese & Pauly(2007- FishBase) em cinco tipos: bentônicas (39), demersais (92), pelágicas (6), mesopelági-cas (38) e bentopelágicas (54), totalizando 229 espécies classificadas, as quais foram agru-padas em duas categorias: 1 – espécies mais associadas ao fundo, incluindo os dois pri-meiros tipos, e 2 – espécies mais ligadas à coluna de água, incluindo os três tipos restantes.O número de espécies de cada categoria está representado por áreas e profundidades naFigura 4.6.

O número de espécies mais associadas ao fundo foi maior na faixa mais costeira ediminuiu com o aumento da profundidade à exceção do estrato mais profundo, que émaior nas áreas ao norte de Santa Marta. O número de espécies associadas à coluna deágua aumentou com a profundidade, particularmente no estrato mais profundo (400-600m), onde apareceram, entre outras, diversas espécies mesopelágicas e bentopelágicasde teleósteos das ordens Myctophiformes (18 spp), Stomiiformes (13 spp) e Gadiformes (4spp), além de cefalópodes (9 spp), exclusivos dessa faixa. Foi observada uma leve tendên-cia de queda no número de espécies mais ligadas ao fundo em direção norte, nos trêsestratos mais rasos, e de queda para o sul, nos dois estratos mais profundos. Para as espé-cies mais associadas à coluna de água, ocorreu aumento no número de espécies emdireção ao sul. No conjunto, os máximos foram na faixa mais profunda (400-600m), ondeespécies bentopelágicas e mesopelágicas mais oceânicas ficam próximas ao fundodurante o dia e na quebra da plataforma (150-200m) onde ocorre superposição das faunas

costeira e de talude.Figura 4.6 – Número de espécies mais relacionadas ao fundo (demersais e bentônicas) e à coluna de água(pelágicas, mesopelágicas e bentopelágicas), por estratos latitudinais (áreas A,B,C.D) e de profundidade, obti-das nas capturas com rede de arrasto-de-fundo na Região Sul-Sudeste nos levantamentos de 2001-2002 do

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5. DISTRIBUIÇÃO DAS DENSIDADES EBIOMASSAS POR GRANDES GRUPOS

43SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

A s densidades e biomassas totais das categorias teleósteos, elasmobrânquios ecefalópodes, vulneráveis à rede e ao tamanho de malha utilizados, foram calcu-ladas por épocas do ano, por estratos de profundidades e por estratos latitudi-

nais. No verão-outono de 2002, a biomassa em toda a área do estudo foi estimada em436 630 t, sendo 26% maior do que as 349 710 t estimadas para o inverno-primavera de2001-2002 (Figura 5.1).

Figura 5.1 – Biomassas estimadas, em toneladas, de teleósteos, elasmobrânquios e cefalópodes, em conjun-to, a partir dos levantamentos de inverno-primavera (esquerda) e verão-outono (direita) por estratos de pro-fundidades (m) e latitudes (áreas A, B, C e D).

Com relação aos grandes grupos taxonômicos, a biomassa estimada de teleósteosrepresentou 80% do total em ambos os levantamentos, a de elasmobrânquios representou15% do total no inverno-primavera e 8% no verão-outono e a de cefalópodes 4% e 12%,respectivamente (Tabela 5.1). Na área do estudo, como um todo, a biomassa de teleósteosaumentou no verão-outono, variou pouco entre os levantamentos ao sul de Solidão, e foimaior entre Solidão e Ilha Bela e menor entre Ilha Bela e Cabo Frio no verão-outono. A bio-massa total de elasmobrânquios foi maior nas áreas ao sul de Santa Marta e, em relação àsépocas, foi superior no inverno-primavera, exceto na área ao norte de Santos, onde foimaior no outono. Por sua vez, a biomassa de cefalópodes foi maior no verão-outono emtodas as áreas ao sul de Santos (Tabela 5.1).

Tabela 5.1 – Biomassas estimadas (em toneladas) e suas variações, por grupos taxonômicos e estratos lati-tudinais (áreas) nos levantamentos de inverno-primavera (Chuí a Ilha Bela em 2001 e Ilha Bela a Cabo Frio em2002) e de verão-outono (Chuí a Cabo Frio em 2002).

Inverno-primavera 2001-2002

80000

400-600

100-149 150-199 200-299 300-339

D

C

B

A

70000

60000

50000

40000

30000

20000

10000

0

Verão-outono 2002

80000

400-600

100-149 150-199 200-299 300-339

D

C

B

A

70000

60000

50000

40000

30000

20000

10000

0

profundidade (m)

biom

assa

(t)

profundidade (m)

biom

assa

(t)

Cefalópodes Teleósteos Elasmobrânquios Total

Áreas A B C D A B C D A B C D A B C D

Inverno-primavera 2 682 6 968 3 362 2 580 61 537 104 335 60 928 55 822 20 315 25 521 5 071 553 349 674Outono-inverno 8 500 27 490 13 677 2 756 66 519 156 105 85 034 42 833 18 983 10 911 2 372 1 450 436 630Variação 217% 295% 307% 7% 8% 50% 40% �23% �7% �57% �53% 162% 25%

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44 SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

Análises mais detalhados da variação das densidades por lances, em log((kg/km2)1),usando ANOVA fatorial e tendo as épocas do ano, os estratos de profundidade e as lati-tudinais como fatores,foram realizadas para os três grupos separadamente.A variável depen-dente (kg/km2) foi logaritmizada para adequação à condição de normalidade requerida.

Para os teleósteos não houve diferenças significativas nas densidades entre épocasdo ano (p � 0,4681), mas diferenças ocorreram em relação às áreas (p � 0,0061), á intera-ções entre as áreas e profundidades (p � 0,0045), e entre os três fatores (p � 0,0206)(Figura 5.2), o que indica heterogeneidade significativa entre estratos e épocas.

As biomassas estimadas de teleósteos foram maiores nas áreas ao Sul do que nas doSudeste (Figura 5.3), comportando-se de forma heterogênea em relação à profundidade,devido às maiores biomassas encontradas em profundidades de 300-600 m, entre SantaMarta e Ilha Bela, em ambas as épocas e também ao norte de Ilha Bela no outono, em ambosos casos atribuídas a capturas relativamente elevadas de Polymixia lowei e Merluccius hubbsi.

Figura 5.2 – Densidades médias de teleósteos em toneladas (representadas em log((kg/km2) 1) nos levanta-mentos de inverno-primavera (linha azul) e verão-outono (linha vermelha) por estratos de profundidades e lati-tudes (áreas A, B, C e D). As linhas verticais representam os intervalos de confiança de 95% das densidades.

dens

idad

es m

édia

s

3,0

1,0

1,5

2,0

2,5

3,5

4,0

4,5

inverno-primavera

verão-outono

400I

600100

I

149150

I

199200

I

299300

I

339400

I

600100

I

149150

I

199200

I

299300

I

339400

I

600100

I

149150

I

199200

I

299300

I

339400

I

600100

I

149150

I

199200

I

299300

I

339

A B C D

profundidade (m)

Figura 5.3 – Biomassas estimadas de teleósteos, em toneladas, a partir dos levantamentos de inverno-pri-mavera de 2001-2002 e verão-outono de 2002 por estratos de profundidades e latitudes (áreas A, B, C e D).

Inverno-primavera 2001-2002

400-600

100-149 150-199 200-299 300-339

D

C

B

A

70000

60000

50000

40000

30000

20000

10000

0

Verão-outono 2002

400-600

100-149 150-199 200-299 300-339

D

C

B

A

70000

60000

50000

40000

30000

20000

10000

0

profundidade (m)

biom

assa

(t)

profundidade (m)

biom

assa

(t)

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45SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

A densidade média de elasmobrânquios não diferiu estatisticamente entre épocasdo ano (p � 0,1181), mas foi forte a heterogeneidade entre as áreas (p � 0,0001) e as pro-fundidades (p � 0,0001), observando-se interação entre áreas e profundidades (p � 0,0004)(Figura 5.4), devida à forte queda das densidades em relação à profundidade ao sul deSanta Marta, não observada nas áreas ao norte.

As biomassas estimadas foram muito maiores nas áreas ao sul de Santa Marta(áreas A e B) do que naquelas ao norte deste local (áreas C e D), observando-se um marca-do gradiente de diminuição com a profundidade (Figura 5.5).

Inverno-primavera 2001-2002 Verão-outono 2002

400-600

100-149 150-199 200-299 300-339

D

C

B

A

20000

16000

12000

8000

4000

0

profundidade (m)

biom

assa

(t)

400-600

100-149 150-199 200-299 300-339

D

C

B

A

20000

16000

12000

8000

4000

0

profundidade (m)

biom

assa

(t)

dens

idad

es m

édia

s

2

–1

0

1

3

4

5

400I

600100

I

149150

I

199200

I

299300

I

339

–2

–3400

I

600100

I

149150

I

199200

I

299300

I

339400

I

600100

I

149150

I

199200

I

299300

I

339400

I

600100

I

149150

I

199200

I

299300

I

339

inverno-primavera

verão-outono

A B C D

profundidade (m)

Figura 5.4 – Densidades médias de elasmobrânquios em toneladas (representadas em log((kg/km2) 1), apartir dos levantamentos de inverno-primavera de 2001-2002 e verão-outono de 2002, por estratos de pro-fundidades e latitudes (áreas A, B, C e D). As linhas verticais representam os intervalos de confiança de 95%das densidades

Figura 5.5 – Biomassas estimadas de elasmobrânquios, em toneladas, nos levantamentos de inverno-prima-vera de 2001-2002 e verão-outono de 2002 por estratos de profundidades e latitudes (áreas A, B, C e D).

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46 SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

A densidade média de cefalópodes apresentou marcada heterogeneidade emrelação às épocas do ano (p � 0,0128) e profundidades (p � 0,0289), mas não em relaçãoàs áreas (p � 0,1090), sem interações significativas entre estes fatores (Figura 5.6).

As biomassas estimadas foram maiores no outono, mas não apresentaram gradi-entes definidos com a profundidade e com a latitude. Foram maiores a mais de 400 m aosul de Solidão, no talude superior entre Solidão e Santa Marta e na plataforma externaentre Santa Marta e Ilha Bela (Figura 5.7). O padrão está fortemente influenciado por Illexargentinus, que, em conjunto com Loligo plei, representou mais de 93% das capturas empeso dos cefalópodes.

dens

idad

es m

édia

s

1,5

0

0,5

1,0

2,0

2,5

3,0

400I

600100

I

149150

I

199200

I

299300

I

339

–0,5

–1,0

3,5

400I

600100

I

149150

I

199200

I

299300

I

339400

I

600100

I

149150

I

199200

I

299300

I

339400

I

600100

I

149150

I

199200

I

299300

I

339

inverno-primavera

verão-outono

A B C D

profundidade (m)

Figura 5.6 – Densidades médias de cefalópodes em toneladas (representadas em log((kg/km2) 1) nos levan-tamentos de inverno-primavera de 2001-2002 e verão-outono de 2002, por estratos de profundidades e lati-tudes (áreas A, B, C e D). As linhas verticais representam os intervalos de confiança de 95% das densidades.

Figura 5.7 – Biomassas estimadas de cefalópodes, em toneladas, a partir dos levantamentos de inverno-pri-mavera de 2001-2002 e verão-outono de 2002 por estratos de profundidades e latitudes (áreas A, B, C e D).

Verão-outono 2002

400-600

100-149 150-199 200-299 300-339

D

C

B

A

0

20000

16000

12000

8000

4000

profundidade (m)

Inverno-primavera 2001-2002

400-600

100-149 150-199 200-299 300-339

D

C

B

A

20000

15000

10000

5000

0

biom

assa

(t)

profundidade (m)

biom

assa

(t)

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47SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

Comparações com levantamentos anteriores

As densidades encontradas foram comparadas com as obtidas em levantamentosanteriores para a mesma região, cujos resultados estão sistematizados no banco de dadoselaborado como parte do Levantamento de Dados Pretéritos do Programa REVIZEE(Haimovici, 2007). Assim, na região ao sul do Cabo de São Tomé haviam sido desenvolvidosvários projetos de prospecção pesqueira realizados pelo IOUSP, SUDEPE/PDP e FURG.

Para as comparações foram selecionados arrastos em profundidades superiores a100 m e cuja distribuição abrangeu, de forma mais ou menos uniforme, as regiões ao sul eao norte de 28°S. Para a região ao sul de Santa Marta Grande foram utilizados dados dearrastos realizados pelos N/Pq “Mestre Jerônimo”, “Zeus” e “Atlântico Sul” e para a região aonorte de Santa Marta Grande, os levantamentos realizados pelos N/Pq “Riobaldo”e “Diadorim”.

Foram incluídos na análise, apenas os arrastos de prospecções dirigidas à avaliaçãodo potencial pesqueiro de peixes com redes tracionadas por dois cabos reais e com ma-lhetas unindo as portas às asas da rede. Esta seleção excluiu os lances realizados pelo N/Pq“Prof.W. Bernard” e todos os arrastos dirigidos à pesca de camarão com redes sem malhetarealizados pelos N/Pq “Diadorim” e “Riobaldo”. Também excluiu arrastos realizados emcruzeiros de pesca exploratória, como os do “Mestre Jerônimo” dirigidos à pesca de pargo-rosa, realizados em 1973.

Com base nos dados pretéritos disponíveis, foram calculadas as densidades depeixes presentes na plataforma externa e talude superior, respectivamente, 100-199 m e amais de 200 m, em duas faixas de latitudes: ao sul e norte de Santa Marta. Para possiblitaras comparações, os dados do presente levantamento foram agrupados da mesma forma.Os conjuntos de dados resultantes desta seleção constam da Tabela 5.2.

Tabela 5.2 – Densidades médias (kg/km2) e respectivos erros-padrão (em itálico) por faixa de profundidade eestratos latitudinais, registradas nas prospecções de arrasto-de-fundo direcionadas a peixes, pelos N/Pq“Diadorim”, “Riobaldo”, “Zeus” e “Mestre Jerônimo” no programa SUDEPE/PDP, entre 1972 e 1978, pelosN/Pq “Atlantico Sul” da FURG e “Soloncy Moura” do IBAMA, entre 1981 e 1987 e pelo Programa REVIZEE,em 2001 e 2002.

O esforço amostral anterior ao REVIZEE, na região ao sul de Santa Marta (638lances), foi muito maior que ao norte (87 lances). O esforço amostral no talude e naplataforma ao norte de Santa Marta, no REVIZEE, foi da mesma ordem do realizado nos le-vantamentos anteriores. Em ambos os conjuntos de dados os arrastos foram realizados, emsua maior parte, do outono à primavera.

As redes utilizadas pelo PDP e FURG foram semelhantes entre si, porém no últimocaso, as tralhas inferiores eram protegidas por rolos metálicos, que afetaram a captura dealguns organismos bentônicos como raias, polvos e linguados. As redes utilizadas noPrograma REVIZEE tinham maior largura, provavelmente com uma abertura vertical maior,

Dados Pretéritos (1973 -1987) REVIZEE (2001-2002)

Arroio Chuí ao Cabo de Santa Marta Grande

Profundidade 100-199 m � 200 m 100-199 m � 200 m

Lances 377 261 43 70Total kg/km2 5 430 750 5 180 600 3 618 432 3 374 399Teleósteos kg/km2 2 720 710 2 830 280 2 778 452 2 364 462Elasmobrânquios kg/km2 2 710 230 680 70 758 136 263 99Cefalópodes kg/km2 — — — — 82 34 747 1 432

Cabo de Santa Marta Grande ao Cabo de São Tomé

Profundidade 100-199 m � 200 m 100-199 m � 200 m

Lances 55 32 38 73Total kg/km2 1 050 140 1 220 230 1 197 134 3 542 672Teleósteos kg/km2 550 120 1 040 220 1 032 241 3 316 968Elasmobrânquios kg/km2 190 60 110 30 67 34 34 15Cefalópodes kg/km2 — — — — 98 325 193 630

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48 SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

e portas mais pesadas, provavelmente mais eficientes. As velocidades de arrasto foram de3 nós em todas as pesquisas.

Os cálculos de densidades, biomassas, seus erros padrão e intervalos de confiançaforam realizados utilizando uma mesma metodologia de cálculo, sendo que Haimovici(2007) apresenta maiores detalhes sobre as fontes dos dados pretéritos. Os cálculos dasáreas varridas seguiram os mesmos critérios, tanto para os dados pretéritos como os dopresente levantamento e, portanto, embora possam apresentar erros sistemáticos, estesnão afetam as comparações.

As densidades e seus respectivos erros-padrão foram calculados para a capturatotal, de teleósteos, elasmobrânquios e cefalópodes por regiões, nos dois conjuntos dedados (Tabela 5.2), constatando-se que, ao sul de Santa Marta, as densidades de teleósteosna plataforma externa foram semelhantes às do talude superior, enquanto que os elasmo-brânquios foram três a quatro vezes mais abundantes na plataforma externa. Ao norte deSanta Marta, as densidades de teleóteos foram de duas a três vezes maiores no taludesuperior e a de elasmobrânquios em torno de quatro vezes maior na plataforma externa.

As comparações mostram que, ao sul do cabo de Santa Marta Grande, as densi-dades de teleósteos não apresentaram mudanças na plataforma externa, mas no taludesuperior houve uma queda de 20% nas densidades. Ao norte do Cabo de Santa MartaGrande houve um aumento na densidade de 89% na plataforma externa e de 213% notalude superior. A redução na densidade de elasmobrânquios foi muito grande: ao sul doCabo de Santa Marta Grande sendo de 72% na plataforma externa e 62% no talude supe-rior, bem como ao norte deste local e foi de 43% na plataforma e 49% no talude. Oscefalópodes, embora tenham ocorrido nas décadas de 1970 e 1980, tiveram maiorimportância nos levantamentos do REVIZEE, porque ocorreram num período no qual Illexargentinus foi particularmente abundante (Haimovici et al., 2006).

A queda nas densidades de elasmobrânquios pode ser atribuída, inequivocada-mente, ao forte impacto da pesca com linha-de-mão, espinhéis-de-fundo, redes de ema-lhe-de-fundo e arrasto sobre estes recursos, realizadas nas últimas três décadas (Haimovici,1998; Miranda & Vooren, 2003; Haimovici et al., 2006). Em relação aos teleósteos, a per-manência no mesmo patamar de densidade ao sul de Santa Marta e, o grande aumento notalude superior da região ao norte, é difícil de ser interpretada. As redes Engel Baloon uti-lizadas no Programa REVIZEE tinham maior abertura vertical que aquelas usadas nos pro-jetos anteriores, cabendo esperar que, para as mesmas densidades, as capturas de teleós-teos fossem maiores. Por outro lado, no Sudeste, onde houve pouca pesca de arrasto naplataforma externa e talude nos quinze anos entre os dois levantamentos, o aumento nacapturabilidade levaria a um aumento da densidade, como observado. Ao sul do Cabo deSanta Marta, a densidade permaneceu no mesmo patamar, mas esteve submetida a umapressão de pesca maior e o aumento na capturabilidade pode ter sido parcialmente com-pensado pela diminuição na abundância devido à pesca. Pode-se ainda especular que adiminuição na abundância de grandes predadores, como os elasmobrânquios e chernespossa ter contribuído para a manutenção da biomassa de teleósteos vulneráveis ao arras-to no talude superior.

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6. DISTRIBUIÇÃO EABUNDÂNCIA POR ESPÉCIE

49SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

A distribuição, densidades, biomassas e composições em comprimentos, por épocasdo ano, estratos latitudinais e de profundidades, foram calculados para cada umadas 34 espécies mais abundantes as quais, em conjunto, representaram 84% da

biomassa estimada no levantamento de inverno-primavera e 90% no de verão-outono(Tabela 6.1). As densidades relativas por faixas de profundidades e intervalos de latitudesdessas espécies estão representadas na Figura 6.1, que mostra a distribuição preferencial decada uma delas em relação à latitude e profundidade na região dos levantamentos. Paracada uma destas espécies foram analisadas as distribuições de densidades e dos pesosmédios em relação à profundidade e temperatura de fundo dos lances.

Tabela 6.1 – Biomassas estimadas (t) para as 34 espécies que representaram entre 84% e 90% da capturaem peso do total de teleósteos, elasmobrânquios e cefalópodes por épocas do ano. As percentagens corres-pondem às amplitudes dos intervalos de confiança de 90%.

Principais espéciesInverno-Primavera 2001-2002 Verão-Outono 2002

Biomassas estimadas (t) +/– IC90% Biomassas estimadas (t) +/– IC 90%Antigonia capros 37.301 116% 51.169 141%Ariomma bondi 5.978 117% 15.455 125%Atlantoraja cyclophora 9.901 56% 8.294 35%Atlantoraja platana 5.069 41% 8.498 59%Bassanago albescens 4.760 133% 0 0%Beryx splendens 1.757 71% 920 70%Caelorinchus marinii 4.509 34% 6.345 31%Genypterus brasiliensis 2.379 39% 2.910 45%Helicolenus lahillei 4.163 40% 6.930 55%Illex argentinus 11.283 52% 41.658 77%Lepidopus altifrons 868 71% 1.432 57%Loligo plei 1.442 49% 9.474 66%Lophius gastrophysus 15.753 27% 11.006 23%Malacocephalus occidentalis 1.404 43% 1.797 44%Merluccius hubbsi 19.497 33% 21.934 27%Mullus argentinae 6.096 61% 4.797 34%Mustelus schmitti 2.726 84% 2.959 120%Nemadactylus bergi 4.499 85% 5.160 92%Paralichthys isosceles 8.995 37% 7.520 33%Polymixia lowei 18.174 71% 21.714 57%Prionotus punctatus 8.657 48% 11.050 46%Squalus megalops 4.572 55% 3.837 31%Squalus mitsukurii 6.586 61% 1.759 89%Squatina argentina 3.418 109% 1.060 101%Squatina guggenheim 2.684 101% 1.840 99%Synagrops bellus 1.404 34% 2.773 58%Synagrops spinosus 3.427 71% 6.874 75%Thyrsitops lepidopoides 7.412 115% 9.701 113%Trachurus lathami 8.710 98% 15.637 87%Trichiurus lepturus 25.743 36% 54.365 30%Umbrina canosai 18.204 99% 2.993 116%Urophycis cirrata 8.597 24% 12.446 37%Xenolepidichthys dalgleishi 1.298 84% 906 62%Zenopsis conchifera 27.001 75% 38.876 63%

Cefalópodes 15.592 38% 52.423 65%Elasmobrânquios 51.460 29% 33.716 20%Teleósteos 282.622 23% 350.491 27%Biomassa Total 349.674 16% 436.630 22%

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50 SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

Figura 6.1 – Densidade relativa (% kg/km2) por estratos de profundidade e latitude para cada uma das prin-cipais espécies capturadas nos levantamentos com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE realiza-dos em 2001 e 2002. Para cada espécie, a soma das alturas das densidades corresponde a 100%.

400I

499100

I

149150

I

199200

I

299300

I

339500

I

600

estratos de profundidade (m)

28˚ 30˚26˚24˚23˚ 25˚ 27˚ 29˚ 31˚ 32˚ 33˚ 34˚

latitude

Antigonia capros

Ariomma bondi

Bassanago albescens

Beryx splendens

Caelorinchus marinii

Genypterus brasiliensis

Helicolenus lahillei

Lepidopus altifrons

Lophius gastrophysus

Malacocephalus occidentalis

Merluccius hubbsi

Mullus argentinae

Nemadactylus bergi

Paralichthys isosceles

Polymixia lowei

Prionotus punctatus

Synagrops bellus

Synagrops spinosus

Thyrsitops lepidopodes

Trachurus lathami

Trichiurus lepturus

Umbrina canosai

Urophycis mystacea

Xenolepidichthys dalgleishi

Zenopsis conchifera

Teleósteos

Elasmobrânquios

Atlantoraja cyclophora

Atlantoraja platana

Mustelus schmitti

Squalus megalops

Squalus mitsukurii

Squatina argentina

Squatina guggenheim

Cefalópodes

Illex argentinus

Loligo plei

Loligo sanpaulensis

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51SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

Antigonia capros

Antigonia capros Lowe, 1843, é um peixe zeiforme da família Caproidae, representa-da por peixes que vivem sobre, ou muito próximos, ao fundo na parte externa da platafor-ma continental e no talude superior, especialmente sobre fundos rochosos, ocorrendo emcardumes relativamente pequenos. São comestíveis, mas não pescados comercialmente.

A espécie possui distribuição circunglobal em águas oceânicas tropicais e subtropi-cais, exceto no Pacífico leste. No oeste do Atlântico ocorre desde Massachusetts até MarDel Plata, na Argentina (Carpenter, 2002). É uma espécie bentopelágica, ocorrendo de 65 a600 m de profundidade, mas principalmente entre 100-300 m. Os adultos habitam o fundo,enquanto os juvenis são pelágicos. Alimenta-se principalmente de crustáceos, gastrópo-des e cefalópodes (Carpenter, 2002).

Ocorreu em 56 dos 224 lances (25,0%) com uma captura total de 6 494 exemplarespesando 1 175 kg (3,6% do total), ocupando o 7° lugar em peso na captura total (Anexo 2).

Em ambos os levantamentos efetuados houve uma estação, localizada em 31°08’S e49°33’W, aos 170 m de profundidade (Figuras 6.2 e 6.3), cujas capturas de 387,5 e 324,0 kg,em conjunto, representaram 60% do peso total correspondente à espécie.

Santos

Paranaguá

Cabo de São Tomé

Cabo de Santa Marta

RioGrande

28˚ S

30˚ S

26˚ S

32˚ S

24˚ S

34˚ S

22˚ S

36˚ S

50˚ W 44˚ W 42˚ W48˚ W 46˚ W 40˚ W 38˚ W52˚ W54˚ W

Antigonia capros

Santos

Paranaguá

Cabo de São Tomé

Cabo de Santa Marta

RioGrande

28˚ S

30˚ S

26˚ S

32˚ S

24˚ S

34˚ S

22˚ S

36˚ S

50˚ W 44˚ W 42˚ W48˚ W 46˚ W 40˚ W 38˚ W52˚ W54˚ W

primavera-inverno20012002

verão-outono2002

100 m200 m

1000 m 100 m200 m

1000 m

kg/km2

50100200500

10005000

10000

Figura 6.2 – Densidade em kg/km2 de Antigonia capros, nos levantamentos de prospecção pesqueira comrede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em 2001 e 2002, entre Cabo Frio (23°S) e Chuí(34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

Antigonia capros ocorreu entre 98 e 523 m de profundidade e temperaturas entre6ºC e 16,4ºC, mas quase a totalidade foi a menos de 350 m. As dez maiores capturas empeso foram obtidas entre 149 m e 212 m de profundidade e 12,7°C e 16,4°C de tempera-tura da água de fundo (Figura 6.3).

As maiores densidades em peso (kg/km2) foram encontradas, em ambas as épocas, naárea B entre 150 a 199 m. No inverno-primavera ocorreu também nas áreas D e C, respectiva-mente, nas faixas entre 150-199 m e 200-299 m de profundidade. No verão-outono capturasforam importantes nas áreas B e D,de 200 a 299 m e 100 a 199 m,respectivamente (Figura 6.4).

Tanto no inverno-primavera de 2001 como no verão-outono de 2002, as maioresbiomassas se concentraram na área B, entre 150 e 199 m de profundidade (Tabela 6.2). Abiomassa total estimada nos levantamentos de inverno-primavera de 2001 e 2002 foi de37 301 t (/�116%); e no verão-outono de 2002, foi de 51 169 t (/�141%) (Tabela 6.1).

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52 SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

latit

ude

( ˚S)

0

34

100profundidade

32

30

28

26

24

22

200 300 400 500 600 700

kg/km2

tem

pera

tura

no

fund

o ( ˚C

)

00

100profundidade

2

10

8

12

14

20

200 300 400 500 600 700

kg/km2

4

6

16

18

Verão-outono 2002

400-600

100-149 150-199 200-299 300-339

área Dárea C

área B

área A

3000

2000

1500

500

0

1000

2500

Inverno-primavera 2001-2002

400-600

100-149 150-199 200-299 300-339

área Dárea C

área B

área A

3000

2000

1500

500

0

1000

2500

profundidade (m)

dens

idad

e (k

g/km

2 )

profundidade (m)

dens

idad

e (k

g/km

2 )

No conjunto, em toda a área do estudo, o número estimado de exemplares foi de 186,9 mi-lhões para o levantamento de inverno-primavera, e de 2002 de 265,1 milhões para o deverão-outono. O erro envolvido nesta estimativa é extremamente elevado, uma vez queuma fração importante das capturas ocorreu em um único ponto.

Os comprimentos totais dos exemplares capturados variaram entre 10 e 210 mm e opeso entre 1 e 321 g.As maiores amplitudes de comprimentos, incluindo exemplares com com-primento acima de 100 mm foram encontradas, com maior freqüência, na plataforma externa,

Inverno-primavera 2001-2002 Inverno 2002 Verão-outono 2002Profundidade

Área A Área B Área C Área D Área A Área B Área C Área D

100-149 m 7 0,3 112 2.136 22 — — 4.375150-199 m 575 25.716 544 4.810 433 43.194 194 983200-299 m 74 108 3.130 17 90 1.639 2 234300-399 m — — 3 0,4 3 — — —400-600 m — — 68 0,02 — — — —

Figura 6.3 – Densidades por lances (kg/km2) de Antigonia capros em relação à latitude, temperatura e profun-didade nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE,realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sule Soloncy Moura.

Figura 6.4 – Densidades de Antigonia capros em kg/km2 estimadas por estratos de latitude e de profundi-dade, nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE,realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sule Soloncy Moura.

Tabela 6.2 – Biomassas (t) de Antigonia capros, estimadas por estratos de latitude e de profundidade, nos le-vantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

REVIZEE_ARRASTO_P3 2/28/08 11:02 AM Page 52

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53SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

peso

méd

io (k

g)

0

latitude

0,05

0,10

0,15

0,20

0,25

0,30

24˚ S21˚ S 27˚ S 30˚ S 33˚ S 36˚ S

peso

méd

io (k

g)

0

profundidade (m)

0,05

0,10

0,15

0,20

0,25

0,30

0 100 200 300 400 500 600

milh

ões

de e

xem

plar

es

comprimento total (mm)

0

20

0

Outono 2002 – área B

50 90 130 170 210

10

30405060708090

0

4

12

0

Outono 2002 – área D

6

2

50 90 130 170 210

10

8

0

20

0

Inverno 2001 – área B

50 90 130 170 210

10

30405060708090

0 50 90 130 170 2100

4

12Inverno-primavera 2001 – área C

8

2

6

10

0

4

12

0

Inverno 2002 – área D

6

2

50 90 130 170 210

10

8

0

2,0Verão-outono 2002 – área C

1,5

0,5

1,0

0 50 90 130 170 210

0

1,0

2,0

0

Inverno 2001 – área A

1,5

0,5

50 90 130 170 2100

1,0

2,0

0

Outono 2002 – área A

1,5

0,5

50 90 130 170 210

Figura 6.5 – Peso médio de Antigonia capros por latitudes e profundidades, nos levantamentos de pros-pecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entreCabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

Figura 6.6 – Número estima-do, em milhões de exem-plares, de Antigonia caprospor classes de comprimentototal, nos levantamentos deprospecção pesqueira comrede de arrasto-de-fundo doPrograma REVIZEE, realiza-dos em 2001 e 2002 entreCabo Frio (23°S) e Chuí(34°34’S) e 100 e 600 m, comos N/Pq Atlântico Sul eSoloncy Moura.

sobretudo nos extremos da distribuição (Figuras 6.5 e 6.6). Na concentração ao norte de RioGrande do Sul, foram capturados quase que exclusivamente exemplares maiores que 140 mm.

No Sul (áreas A e B) e no Sudeste (áreas C e D) foram capturadas fêmeas em matu-ração, em todos os cruzeiros, sugerindo desova o ano todo. No Sul, as menores fêmeasmaduras mediram 160 mm, e no Sudeste 122 mm. O padrão de recrutamento não é claro,mas no verão-outono, nos dois extremos da área, apareceram grupos com comprimentosmodais entre 60-90 mm, em profundidades menores do que 150 m.

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54 SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

Ariomma bondi

Ariomma bondi Fowler, 1930, pertence à família Ariommatidae e distribui-se emambos os lados do Oceano Atlântico. No lado oeste, ocorre desde o Golfo de Maine (31°N),EUA, até o Uruguai (35°S). Os juvenis e larvas têm hábito epipelágico, enquanto os adultossão demersais ou batipelágicos, sendo encontrados próximos ao fundo, mais comumenteentre 100-180 m de profundidade, onde formam grandes cardumes (Figueiredo &Menezes, 2000). Os adultos são planctófagos, incluindo na dieta, plâncton gelatinoso ecrustáceos hiperídeos (Martins, 2000).

Esta espécie ocorreu em 75 dos 224 lances (FO � 33,5%) sendo a captura de 13 972exemplares e 479,2 kg (1,47% do total) (Anexo 2). As capturas ocorreram entre 23°36’S e34°33’S de latitude, em profundidades entre 100 e 500 m, cujas temperaturas de fundoestiveram entre 8,7°C e 17,3°C. A espécie foi mais abundante na Região Sudeste (áreas C eD), em águas com temperaturas de fundo de 10°C a 16°C (Figuras 6.7 e 6.8). As maiores den-sidades foram registradas no inverno-primavera ao norte de 25°S (área D), e no verão-outo-no ao norte de 28°S (áreas C e D), respectivamente, nas profundidades entre 100-600 m e150-400 m (Figuras 6.7, 6.8 e 6.9).

Figura 6.7 – Densidade em kg/km2 de Ariomma bondi, nos levantamentos de prospecção pesqueira com redede arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí(34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

Santos

Paranaguá

Cabo de São Tomé

Cabo de Santa Marta

RioGrande

28˚ S

30˚ S

26˚ S

32˚ S

24˚ S

34˚ S

22˚ S

36˚ S

50˚ W 44˚ W 42˚ W48˚ W 46˚ W 40˚ W 38˚ W52˚ W54˚ W

Ariomma bondi

Santos

Paranaguá

Cabo de São Tomé

Cabo de Santa Marta

RioGrande

28˚ S

30˚ S

26˚ S

32˚ S

24˚ S

34˚ S

22˚ S

36˚ S

50˚ W 44˚ W 42˚ W48˚ W 46˚ W 40˚ W 38˚ W52˚ W54˚ W

primavera-inverno20012002

verão-outono2002

100 m200 m

1000 m 100 m200 m

1000 m

kg/km2

50100200500

10002500

latit

ude

( ˚S)

0

34

100profundidade

32

30

28

26

24

22

200 300 400 500 600

kg/km2

tem

pera

tura

no

fund

o ( ˚C

)

00

100profundidade

2

10

8

12

14

20

200 300 400 500 600

kg/km2

4

6

16

18

Figura 6.8 – Densidades por lances (kg/km2) de Ariomma bondi em relação à latitude, temperatura e profundidadenos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

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55SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

A biomassa total estimada nos levantamentos de inverno-primavera de 2001 e2002 foi de 5.978 t (/�117%) sendo, no verão-outono de 2002 foi de 15.455 (/�125%)(Tabela 6.1). O número de exemplares na área do estudo, estimado para o conjunto dosdois levantamentos de inverno-primavera foi 136,4 milhões e, para o verão-outono de2002, de 690,6 milhões (Tabela 6.3).

Verão-outono 2002

400-600

100-149 150-199 200-299 300-339

área Dárea C

área B

área A

600

400

300

100

0

200

500

Inverno-primavera 2001-2002

400-600

100-149 150-199 200-299 300-339

área Dárea C

área B

área A

600

400

300

100

0

200

500

profundidade (m)

dens

idad

e (k

g/km

2 )

profundidade (m)

dens

idad

e (k

g/km

2 )

Figura 6.9 – Densidades de Ariomma bondi em kg/km2 estimadas por estratos de latitude e de profundidade,nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realiza-dos em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul eSoloncy Moura.

Tabela 6.3 – Biomassas (t) de Ariomma bondi, estimadas por estratos de latitude e de profundidade, nos levan-tamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em 2001e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

Inverno-primavera 2001-2002 Inverno 2002 Verão-outono 2002Profundidade

Área A Área B Área C Área D Área A Área B Área C Área D

100-149 m 1 206 19 4.149 4 293 7 —150-199 m — 9 61 33 14 161 11.626 656200-299 m — 104 18 958 — 46 1.307 742300-399 m — — 34 sem lances — 2 7 499400-600 m — — 28 360 — — 85 6

Os comprimentos totais dos exemplares capturados variaram entre 20 e 210 mm e opeso entre 1,5 e 101 g. Observou-se tendência de aumento no tamanho dos exemplares emdireção ao norte e para zonas mais profundas (Figura 6.10). Os maiores exemplares (�160mm CT) foram encontrados na duas épocas do ano, principalmente no extremo norte e amais de 300 m de profundidade. A maior concentração foi encontrada no verão-outono naárea C entre 150 e 300 m, e era composta por exemplares de 100 a 150 mm (Figura 6.11).

peso

méd

io (k

g)

0

latitude

0,02

0,04

0,06

0,10

0,12

0,14

23˚ S20˚ S 26˚ S 29˚ S 32˚ S 35˚ S

0,08

peso

méd

io (k

g)

0

profundidade (m)

0,02

0,04

0,06

0,08

0,12

0,14

0 100 200 300 400 500 600

0,10

Figura 6.10 – Peso médio de Ariomma bondi por latitudes e profundidades, nos levantamentos de prospecçãopesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio(23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

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56 SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

Não foi detectado um padrão nítido de recrutamento, mas um grande número deindivíduos com 80-110 mm foi capturado no outono, na área B, entre 100 e 199 m de pro-fundidade (Figura 6.11). A distribuição latitudinal mostra que no Sudeste predominaramexemplares maiores, especialmente além dos 500 m; no Sul ocorreram principalmenteexemplares pequenos e apenas na plataforma. A espécie pode não ter sido amostrada ade-quadamente pela rede de arrasto-de-fundo, uma vez que os juvenis são pelágicos, ficandoinacessíveis ao petrecho, sendo os adultos, bentopelágicos (Figueiredo & Menezes, 2000).

Ao sul do Cabo de Santa Marta Grande, fêmeas maturas ocorreram em quase todosos meses de amostragem: abril, julho e setembro, sugerindo uma desova no período maisfrio do ano ou contínua durante todo o ano. Todos os exemplares maturos eram maioresde 150 mm. Os pesos médios aumentaram com a profundidade, sugerindo que a desovapode ocorrer afastada da costa. No Sudeste, as menores fêmeas maduras mediram 152 mme a maior proporção delas foi em abril e junho, nas estações nas quais a espécie foi maisabundante.

Figura 6.11 – Número estimado, em milhões de exemplares, de Ariomma bondi por classes de comprimentototal, nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE,realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sule Soloncy Moura.

comprimento total (mm)

milh

ões

de e

xem

plar

es

0

Outono 2002 – área B

210

0

20

60

0

Outono 2002 – área D

30

10

210

50

40

0

2

0

Inverno 2001 – área B

60 110 160 210

1

3

4

5

6

0 2100

2

6Inverno-primavera 2001 – área C

4

1

3

5

0

20

60

0

Inverno 2002 – área D

30

10

210

50

40

00 210

0

3

6

0

Inverno 2001 – área A

4

1

60 110 160 210

2

5

0

Outono 2002 – área A

60 110 160 2100

3

6

4

1

2

5

0

3

6

4

1

2

5

60 110 160

60 110 160 60 110 160

Verão-outono 2002 – área C

50

100

150

200

250

300

350

60 110 160 60 110 160

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57SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

Atlantoraja cyclophora

A raia Atlantoraja cyclophora pertence à família Rajidae, é uma espécie ovípara e, noBrasil, atinge cerca de 65 cm de comprimento total. É um peixe demersal comum naplataforma média e externa entre as profundidades de 45 e 200 m, ocorrendo esporadica-mente até cerca de 500 m (Oddone & Vooren, 2004). A espécie se distribui desde Cabo Frio(23°S, RJ) até 47°S na Argentina, onde é capturada comercialmente pelas frotas brasileira,uruguaia e argentina com redes de arrasto-de-fundo (Menni & Stehmann, 2000). Alimenta-se de crustáceos e peixes bentônicos (Cousseau & Perrota, 1998).

A espécie ocorreu em 76 dos 224 lances (FO � 33,9%) sendo capturados 532 exem-plares pesando 460,8 kg (1,42% do total). (Anexo 2). A. cyclophora foi capturada entre23°27’S a 34°34’S de latitude, entre 94 e 521 m de profundidade em águas com tempera-tura entre 6,4°C e 17,6°C. Esta espécie foi mais abundante no sul da área do estudo (áreasA e B), em temperaturas de fundo de 14°C a 17°C (Figura 6.13). As maiores densidades ebiomassas foram registradas ao sul do Cabo Santa Marta (28°S), de 100 a 300 m, tanto nooutono como no inverno (Figuras 6.12, 6.13 e 6.14, Tabela 6.4).

Santos

Paranaguá

Cabo de São Tomé

Cabo de Santa Marta

RioGrande

28˚ S

30˚ S

26˚ S

32˚ S

24˚ S

34˚ S

22˚ S

36˚ S

50˚ W 44˚ W 42˚ W48˚ W 46˚ W 40˚ W 38˚ W52˚ W54˚ W

Atlantoraja cyclophora

Santos

Paranaguá

Cabo de São Tomé

Cabo de Santa Marta

RioGrande

28˚ S

30˚ S

26˚ S

32˚ S

24˚ S

34˚ S

22˚ S

36˚ S

50˚ W 44˚ W 42˚ W48˚ W 46˚ W 40˚ W 38˚ W52˚ W54˚ W

primavera-inverno20012002

verão-outono2002

100 m200 m

1000 m 100 m200 m

1000 m

kg/km2

50100200500

1000

A biomassa total estimada nos levantamentos de inverno-primavera de 2001 e2002 foi de 9.901 t (/�56%), e no verão-outono de 2002 foi de 8.294 (/�35) (Tabela6.1). O número estimado de exemplares na área do estudo, para o conjunto dos dois levan-tamentos de inverno-primavera, foi 11,41 milhões e para o de verão-outono de 2002 de9,78 milhões.

Os comprimentos totais dos exemplares capturados variaram entre 240 e 645 mme seus pesos entre 87 e 1750 g (Oddone & Vooren, 2004). Notou-se um aumento no pesomédio dos exemplares em direção ao sul (Figura 6.15). Os maiores exemplares (� 450 mmCT) foram encontrados somente no Sul (áreas A e B) em ambas as épocas do ano, commaior abundância na área B (Figura 6.16).

Figura 6.12 – Densidade em kg/km2 da raia Atlantoraja cyclophora, nos levantamentos de prospecçãopesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio(23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

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58 SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

latit

ude

( ˚S)

0

34

100profundidade

32

30

28

26

24

22

200 300 400 500 600

kg/km2

tem

pera

tura

no

fund

o ( ˚C

)

00

100profundidade

2

10

8

12

14

20

200 300 400 500 600

kg/km2

4

6

16

18

Figura 6.13 – Densidades por lances (kg/km2) de Atlantoraja cyclophora em relação à latitude, temperatura eprofundidade nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do ProgramaREVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/PqAtlântico Sul e Soloncy Moura.

Verão-outono 2002

400-600

100-149 150-199 200-299 300-339

área Dárea C

área B

área A

300

200

150

50

0

100

250

Inverno-primavera 2001-2002

400-600

100-149 150-199 200-299 300-339

área Dárea C

área B

área A

300

200

150

50

0

100

250

profundidade (m)

dens

idad

e (k

g/km

2 )

profundidade (m)

dens

idad

e (k

g/km

2 )

Figura 6.14 – Densidades de Atlantoraja cyclophora em kg/km2 estimadas por estratos de latitude e de pro-fundidade, nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do ProgramaREVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/PqAtlântico Sul e Soloncy Moura.

Tabela 6.4 – Biomassas (t) de Atlantoraja cyclophora, estimadas por estratos de latitude e de profundidade,nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realiza-dos em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul eSoloncy Moura.

Inverno-primavera 2001-2002 Inverno 2002 Verão-outono 2002Profundidade

Área A Área B Área C Área D Área A Área B Área C Área D

100-149 m 994 1.886 640 204 1.904 1.611 422 642150-199 m 1.460 3.206 361 — 979 1.227 58 79200-299 m 173 662 282 — 110 1.084 137 21300-399 m — — — — 19 — — —400-600 m 14 19 — — — — — —

Na área Sudeste, a maturidade sexual ocorreu nas fêmeas a partir do comprimentototal (CT) de 389 mm, e nos machos, a partir de 338 mm. Ao sul do Cabo de Santa MartaGrande, a maturidade sexual ocorreu nos machos a partir de 440 mm, nas fêmeas, a partirde 450 mm, estando o comprimento total médio de 1ª maturação sexual em 485 mm nosmachos e 528 mm nas fêmeas. Fêmeas na fase de postura de ovos ocorreram com amesma intensidade no verão-outono e no inverno-primavera. A razão sexual não foi signi-ficantemente diferente de 1:1 (Oddone & Vooren, 2005).

REVIZEE_ARRASTO_P3 2/28/08 11:02 AM Page 58

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59SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

peso

méd

io (k

g)

0

latitude

0,2

0,4

0,6

1,0

1,2

1,4

23˚ S 25˚ S 27˚ S 29˚ S 33˚ S 35˚ S

0,8

1,6

1,8

31˚ S

peso

méd

io (k

g)

0

profundidade (m)

0,2

0,4

0,6

0,8

1,2

1,4

0 100 200 300 400 500 600

1,0

1,6

1,8

700

Figura 6.15 – Peso médio de Atlantoraja cyclophora por latitudes e profundidades, nos levantamentos deprospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entreCabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

milh

ões

de e

xem

plar

es

Outono 2002 – área BInverno 2001 – área B

Inverno-primavera 2001 – área C

Inverno 2001 – área A Outono 2002 – área A

Verão-outono 2002 – área C

0

1,0

2,0

210 270 330 390 510

0,5

1,5

450 570 630 6900

1,0

2,0

210 270 330 390 510

0,5

1,5

450 570 630 690

0

1,0

2,0

210 270 330 390 510

0,5

1,5

450 570 630 6900

1,0

2,0

210 270 330 390 510

0,5

1,5

450 570 630 690

comprimento total (mm)

0

1,0

2,0

210 270 330 390 510

0,5

1,5

450 570 630 6900

1,0

2,0

210 270 330 390 510

0,5

1,5

450 570 630 690

Outono 2002 – área D60

Inverno 2002 – área D

0

1,0

2,0

210 270 330 390 510

0,5

1,5

450 570 630 6900

1,0

2,0

210 270 330 390 510

0,5

1,5

450 570 630 690

Figura 6.16 – Número estimado, em milhões de exemplares, de Atlantoraja cyclophora por classes de com-primento total, nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do ProgramaREVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/PqAtlântico Sul e Soloncy Moura.

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60 SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

A reprodução ocorre nas profundidades amostradas, evidenciada pela freqüente cap-tura de fêmeas em fase de postura de ovos. Entretanto, neonatos e pequenos juvenis, com CTmenor de 20 cm, não foram capturados. Essas pequenas raias não se levantam da camadasuperficial do sedimento quando a rede-de-arrasto se aproxima, fazendo com que não sejamcapturadas,pois a tralha inferior da rede,provida de rolos de borracha,faz com que a rede passesobre o fundo sem cavar o sedimento (Oddone & Vooren, 2004;Vooren et al., 2005).

O aumento da demanda internacional pela carne de Rajidae ocasionou incremento naintensidade da pesca desses peixes,inclusive de Atlantoraja cyclophora (Mazzoleni & Schwingel,1999).No entanto,não está feita a avaliação do potencial pesqueiro dessa espécie,e seu estadode conservação é desconhecido. Nas estatísticas de pesca do Sudeste-Sul, todas as espécies deBatoidea (exceto as espécies de Rhinobatos) são agrupadas na categoria multi-específica “raias”.Assim, recomenda-se que as capturas de raias sejam registradas por espécie, identificando-seas carcaças desembarcadas através dos critérios disponíveis (Vooren et al., 2003),e que o statusde conservação de Atlantoraja cyclophora seja determinado mediante a análise comparativa dedados históricos e atuais da abundância na plataforma da Região Sul.

Atlantoraja platana

Atlantoraja platana pertence à família Rajidae e alcança 795 mm de comprimentototal. Ocorre no Atlântico sudoeste de São Paulo até a Argentina. É uma espécie ovíparaque no sul do Brasil ocorre nas profundidades de 40 a 250 m (Vooren, 1997; Marçal, 2003).

A espécie ocorreu em 27 dos 224 lances (FO � 12,1%) com uma captura de 201exemplares pesando 391,6 kg (1,2% do total). Os rendimentos médios por lance com cap-tura foram de 14,5 kg e 7,5 indivíduos (Anexo 2).

Atlantoraja platana foi capturada entre 25°17’S a 34°18’S de latitude, entre 100 e231 m de profundidade, em águas cuja temperatura no fundo estava entre 10,2°C e 17,6°C.As maiores densidades e biomassas foram registradas ao sul de Rio Grande (área A) entre100 a 200 m de profundidade e temperaturas de 15,5°C a 17,6°C (Figuras 6.17, 6.18 e 6.19,Tabela 6.5).

Santos

Paranaguá

Cabo de São Tomé

Cabo de Santa Marta

RioGrande

28˚ S

30˚ S

26˚ S

32˚ S

24˚ S

34˚ S

22˚ S

36˚ S

50˚ W 44˚ W 42˚ W48˚ W 46˚ W 40˚ W 38˚ W52˚ W54˚ W

Atlantoraja cyclophora

Santos

Paranaguá

Cabo de São Tomé

Cabo de Santa Marta

RioGrande

28˚ S

30˚ S

26˚ S

32˚ S

24˚ S

34˚ S

22˚ S

36˚ S

50˚ W 44˚ W 42˚ W48˚ W 46˚ W 40˚ W 38˚ W52˚ W54˚ W

primavera-inverno20012002

verão-outono2002

100 m200 m

1000 m 100 m200 m

1000 m

kg/km2

50100200500

1000

Figura 6.17 – Densidades em kg/km2 da raia Atlantoraja platana, nos levantamentos de prospecção pesqueiracom rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) eChuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

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61SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

A biomassa total estimada nos levantamentos de inverno-primavera de 2001 e2002 foi de foi de 5.069 t (/�41%) e, no verão-outono de 2002 foi de 8.498 (/�59)(Tabela 6.1). O número estimado de exemplares na área de estudo, para o conjunto dosdois levantamentos de inverno-primavera foi 2,81 milhões e para o verão-outono de 2002de 4,57 milhões.

Os comprimentos dos exemplares capturados variaram entre 280 e 795 mm e seuspesos entre 178 g e 4244 9 (Marçal, 2003). Foi observado aumento no peso médio dosexemplares em direção ao sul (Figura 6.20). As densidades diminuíram em direção ao

latit

ude

( ˚S)

0

34

100profundidade

32

30

28

26

24

22

200 300 400 500

kg/km2

tem

pera

tura

no

fund

o ( ˚C

)

00

100profundidade

2

10

8

12

14

20

200 300 400 500 600

kg/km2

4

6

16

18

Figura 6.18 – Densidade por lances (kg/km2) de Atlantoraja platana em relação à latitude, temperatura e pro-fundidade nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE,realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sule Soloncy Moura.

Verão-outono 2002

400-600

100-149 150-199 200-299 300-339

área Dárea C

área B

área A

500

300

200

100

0

400

Inverno-primavera 2001-2002

400-600

100-149 150-199 200-299 300-339

área Dárea C

área B

área A

300

200

400

0

100

500

profundidade (m)

dens

idad

e (k

g/km

2 )

profundidade (m)

dens

idad

e (k

g/km

2 )

Figura 6.19 – Densidades de Atlantoraja platana em kg/km2 estimadas por estratos de latitude e de profundi-dade, nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE,realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sule Soloncy Moura.

Tabela 6.5 – Biomassas (t) de Atlantoraja platana, estimadas por estratos de latitude e de profundidade, noslevantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

Inverno-primavera 2001-2002 Inverno 2002 Verão-outono 2002Profundidade

Área A Área B Área C Área D Área A Área B Área C Área D

100-149 m 629 1.160 525 — 3.472 1.036 833 —150-199 m 2.368 206 — — 3.096 — — —200-299 m 126 — — — 61 — — —

REVIZEE_ARRASTO_P3 2/28/08 11:02 AM Page 61

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62 SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

norte. Exemplares maiores (� 600 mm CT) foram encontrados somente no Sul (áreas A eB), embora fossem escassos na área B (Figura 6.21).

No Sudeste (áreas C e D) foram capturados apenas 15 exemplares. O comprimentodas fêmeas ficou entre 291 e 609 mm, o dos machos entre 320 e 540 mm e, a razão sexu-al foi 1:1. No extremo sul l (área A) 187 indivíduos foram capturados, dos quais 64 eramfêmeas, com CT de 365 a 795 mm, e 113 eram machos, com CT de 285 a 735 mm, sendo arazão sexual de 1,8 machos: 1,0 fêmea, sendo significantemente diferente de 1:1. Nas

Figura 6.20 – Peso médio de Atlantoraja platana por latitudes e profundidades, nos levantamentos deprospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entreCabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

Figura 6.21 – Número estimado, em milhões de exemplares, de Atlantoraja platana por classes de compri-mento total, nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do ProgramaREVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/PqAtlântico Sul e Soloncy Moura.

peso

méd

io (k

g)

0

latitude

0,5

1,0

2,0

2,5

3,0

23˚ S 25˚ S 27˚ S 29˚ S 33˚ S 35˚ S

1,5

3,5

4,0

31˚ S

peso

méd

io (k

g)

0

profundidade (m)

0,5

1,0

1,5

2,5

3,0

0 100 200 300 400 500 600

2,0

3,5

4,0

700

milh

ões

de e

xem

plar

es

Outono 2002 – área BInverno 2001 – área B

Inverno-primavera 2001 – área C

Inverno 2001 – área A Outono 2002 – área A

Verão-outono 2002 – área C

comprimento total (mm)

0

0,4

1,0

280 380 580

0,2

0,6

480 780680

0,8

0

0,4

1,0

280 380 580

0,2

0,6

480 780680

0,8

0

0,4

1,0

280 380 580

0,2

0,6

480 780680

0,8

0

0,4

1,0

280 380 580

0,2

0,6

480 780680

0,8

0

0,4

1,0

280 380 580

0,2

0,6

480 780680

0,8

0

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1,0

280 380 580

0,2

0,6

480 780680

0,8

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63SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

fêmeas, a maturidade sexual ocorreu a partir da classe de CT de 60 cm, sendo que na classede 65 cm 50% da fêmeas estavam maduras e a partir da classe de 74 cm, 100% delas apre-sentavam esta condição. Nos machos, a maturidade sexual ocorreu a partir da classe de CTde 63 cm, 50% de maturidade na classe de 65 cm e 100% de maturidade a partir da classede 67 cm. Fêmeas em fase da postura de ovos ocorreram em profundidades de 100 a 250m, com freqüência de ocorrência de 23% no inverno e de 25% no verão (Marçal, 2003). Issosignifica que a postura dos ovos ocorre principalmente nessas profundidades. No entanto,neonatos e pequenos juvenis não foram capturados, confirmando-se que pequenas raiasnão são capturadas com a rede-de-arrasto como também foi constatado para Atlantorajacyclophora.

Atlantoraja platana é comum na plataforma do Rio Grande do Sul em profundidadesmaiores que 40 m (Vooren, 1997), tendo a área do estudo do presente projeto (Figura 6.17)abrangido somente a parte externa da área de distribuição de A. platana na região Sul.

É preciso repetir que o aumento da demanda internacional da carne de Rajidaeocasionou maior intensidade da pesca desses peixes, incluindo A. platana (Mazzoleni &Schwingel, 1999). No entanto, não foi ainda efetuada uma avaliação do potencial pesqueirodesta espécie, e seu status de conservação é desconhecido. Como relatado anteriormente,A. platana também não é discriminada nas capturas comerciais, estando inserida na cate-goria “raias”, reforçando mais uma vez, a necessidade de seu registro específico, através daidentificação das carcaças desembarcadas (Vooren et al., 2003). É necessário, ainda que ostatus de conservação de A. platana seja determinado mediante a análise comparativa dedados históricos e atuais de sua abundância na plataforma da região Sul.

Bassanago albescens

Bassanago albescens Barnard, 1923, é um peixe anguiliforme da família Congridaeque chega a atingir 1 m de comprimento total. É uma espécie batidemersal do taludesuperior que vive entre 280 e 800 m de profundidade, sendo relativamente abundante noAtlântico sudoeste entre 35°S e 45°S (Prenski & Scarlato, 2000). Sua distribuição inclui Áfricado Sul, Chile e o sudeste da América do Sul (Smith & Heemstra, 1986; Bernardes et al., 2005).

A espécie ocorreu somente em 5 dos 224 lances (FO � 2,2%),todos no inverno-primavera de2001,com uma captura de 3809 exemplares pesando 728,3 kg (2,2% do total) (Anexo 2).As capturasforam entre 28°44’S e 34°32’S de latitude, 235 e 536 m de profundidade e águas com temperaturaentre 5,6°C e 12°C.Essas capturas ocorreram em dois lances muito próximos,um em 34°30’S-51°49’W

com 574 kg a 515 m de profundidade e outro em 34°16’S-51°37’W com 146 kg a 536 m.(Figura 6.22).

A biomassa total estimada no inverno-prima-vera de 2001 foi de 4.760 t (/�133%), corresponden-do a 25 milhões de exemplares (Tabela 6.1). Os compri-mentos dos mesmos variaram entre 200 e 730 mm e ospesos entre 20 e 740 g. Os machos predominaram noscomprimentos menores e as fêmeas, nos maiores(Figura 6.23).

A maioria das fêmeas apresentava gônadas em

Figura 6.22 – Densidade em kg/km2 de Bassanago albescens,nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arras-to-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em 2001 e 2002entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com osN/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

Santos

Paranaguá

Cabo de São Tomé

Cabo de Santa Marta

RioGrande

28˚ S

30˚ S

26˚ S

32˚ S

24˚ S

34˚ S

22˚ S

36˚ S

50˚ W 44˚ W 42˚ W48˚ W 46˚ W 40˚ W 38˚ W52˚ W54˚ W

Bassanago albescens

inverno 2001

100 m200 m

1000 m

kg/km2

50100200500

1000

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64 SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

avançado estado de maturação, freqüentemente com ovócitos hidratados de até 3,3 mmde diâmetro, liberados sob suave pressão. Muitos machos liberavam esperma.

As capturas se localizaram no limite norte de distribuição dessa espécie e parecemter ocorrido sobre uma concentração de desovantes, fato que torna a estimativa deabundância pouco precisa.

Figura 6.23 – Percentagens de Bassanago albescens por sexos nas classes de comprimento nos levantamen-tos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo, realizados entre Cabo Frio (23°,RJ) e Chuí(34°34’, RS), em agosto-setembro de 2001, março-abril de 2002 e junho de 2002 (n � 143).

%

0

20

2

10

360comprimento total (mm)

4

6

8

12

14

16

18

400 440 480 520 560 600 640 680 720

machosfêmeas

Beryx splendens

Beryx splendens Lowe, 1834, pertence à família Berycidae. Pode alcançar 55 cm decomprimento-padrão e têm sua distribuição desde o norte do Golfo do México, Bahamase sul dos EUA até a Argentina. É uma espécie bentopelágica e habita águas de 25 a 1240 mde profundidade, formando densas agregações. (Carpenter, 2002). A alimentação incluiteleósteos pelágicos e mesopelágicos, crustáceos e cefalópodes (Muto et al., 2005).

Foi capturado em 48 dos 224 lances (FO � 21,4%), com uma captura de 1 748 exem-plares pesando 234,7 kg (0,7% do total). Ocorreu entre 314 e 610 m de profundidade, entre23°41’S e 34°33’S de latitude e fundos cuja temperatura estava entre 5,3°C e 12,8°C. Asmaiores densidades e biomassas foram encontradas no extremo sul (área A), entre 300 e 550m de profundidade e temperaturas entre 7°C e 11°C (Figuras 6.24, 6.25 e 6.26,Tabela 6.6).

A biomassa total estimada nos levantamentos de inverno-primavera de 2001 e 2002foi 1 757 t (/�71%) e no verão-outono de 2002 foi de 920 t (/�70%) (Tabela 6.1). Onúmero estimado de exemplares na área do estudo para o conjunto dos dois levantamentosde inverno-primavera foi de 11,11 milhões e, para o verão-outono de 2002 de 5,67 milhões.

Os comprimentos totais dos exemplares capturados variaram entre 110 e 370 mmco e o peso entre 52 e 638 g. Os pesos médios aumentaram com a profundidade (Figura6.27) e os maiores exemplares ocorreram na área B (Figura 6.28).

O padrão de recrutamento foi pouco claro, sendo que apenas uns poucos indiví-duos, menores de 150 mm, foram encontrados no inverno-primavera, na área C.

Tanto no Sul como no Sudeste, apareceram exemplares sexualmente maduros emtodos os levantamentos. Os menores exemplares com gônadas em maturação mediamaproximadamente 250 mm no Sul e,162 mm no Sudeste.

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65SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

Santos

Paranaguá

Cabo de São Tomé

Cabo de Santa Marta

RioGrande

28˚ S

30˚ S

26˚ S

32˚ S

24˚ S

34˚ S

22˚ S

36˚ S

50˚ W 44˚ W 42˚ W48˚ W 46˚ W 40˚ W 38˚ W52˚ W54˚ W

Beryx splendens

Santos

Paranaguá

Cabo de São Tomé

Cabo de Santa Marta

RioGrande

28˚ S

30˚ S

26˚ S

32˚ S

24˚ S

34˚ S

22˚ S

36˚ S

50˚ W 44˚ W 42˚ W48˚ W 46˚ W 40˚ W 38˚ W52˚ W54˚ W

primavera-inverno20012002

verão-outono2002

100 m200 m

1000 m 100 m200 m

1000 m

kg/km2

50100200300500

10001500

Figura 6.24 – Densidades em kg/km2 de Beryx splendens, nos levantamentos de prospecção pesqueira comrede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE. realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí(34°34’S) e 100 e 600 m. com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

latit

ude

( ˚S)

34

100profundidade

32

30

28

26

24

22

200 300 400 500 600

kg/km2

700

tem

pera

tura

no

fund

o ( ˚C

)

0100

profundidade

2

10

8

12

14

20

200 300 400 500 600

kg/km2

4

6

16

18

700

Figura 6.25 – Densidades por lances (kg/km2) de Beryx splendens em relação à latitude, temperatura e pro-fundidade nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE,realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m,com os N/Pq Atlântico Sule Soloncy Moura.

Verão-outono 2002

400-600

100-149 150-199 200-299 300-339

área Dárea C

área B

área A

300

200

150

50

0

100

250

Inverno-primavera 2001-2002

400-600

100-149 150-199 200-299 300-339

área Dárea C

área B

área A

300

200

150

50

0

100

250

profundidade (m)

dens

idad

e (k

g/km

2 )

profundidade (m)

dens

idad

e (k

g/km

2 )

Figura 6.26 – Densidades de Beryx splendens em kg/km2 estimadas por estratos de latitude e de profundi-dade, nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE,realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sule Soloncy Moura.

REVIZEE_ARRASTO_P3 2/28/08 11:02 AM Page 65

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66 SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

Tabela 6.6 – Biomassas (t) de Beryx splendens, estimadas por estratos de latitude e de profundidade, noslevantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

Inverno-primavera 2001-2002 Inverno 2002 Verão-outono 2002Profundidade

Área A Área B Área C Área D Área A Área B Área C Área D

200-299 m — — — — — — — —300-399 m 328 25 4 — 292 — — 1400-600 m 27 19 398 46 10 366 192 59

Figura 6.27 – Peso médio de Beryx splendens por latitudes e profundidades, nos levantamentos de prospecçãopesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S)e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

Figura 6.28 – Número estima-do, em milhões de exem-plares, de Beryx splendens porclasses de comprimento total,nos levantamentos de pros-pecção pesqueira com redede arrasto-de-fundo do Pro-grama REVIZEE, realizadosem 2001 e 2002 entre CaboFrio (23°S) e Chuí (34°34’S) e100 e 600 m, com os N/PqAtlântico Sul e Soloncy Moura.

peso

méd

io (k

g)

0

latitude

0,1

0,2

0,3

0,5

0,6

23˚ S20˚ S 26˚ S 29˚ S 32˚ S 35˚ S

0,4

peso

méd

io (k

g)

0

profundidade (m)

0,1

0,2

0,3

0,4

0,6

0 100 200 300 400 500 600 700

0,5

comprimento total (mm)

milh

ões

de e

xem

plar

es

Outono 2002 – área B

Outono 2002 – área D

Inverno 2001 – área B

Inverno-primavera 2001 – área C

Inverno 2002 – área D

Inverno 2001 – área A Outono 2002 – área A

Verão-outono 2002 – área C

0

1,5

3,0

2,0

0,5

200100 300

1,0

2,5

0

1,5

3,0

2,0

0,5

200100 300

1,0

2,5

0

1,5

3,0

2,0

0,5

200100 300

1,0

2,5

0

1,5

3,0

2,0

0,5

200100 300

1,0

2,5

0

1,5

3,0

2,0

0,5

200100 300

1,0

2,5

0

1,5

3,0

2,0

0,5

200100 300

1,0

2,5

0

1,5

3,0

2,0

0,5

200100 300

1,0

2,5

0

1,5

3,0

2,0

0,5

200100 300

1,0

2,5

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67SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

Caelorinchus marinii

O peixe-rato Caelorinchus marinii Hubbs,1943,é um gadiforme da família Macrouridae.Trata-se de uma espécie bentopelágica que se distribui no Atlântico sul, desde 29°S até aGeórgia do Sul, e também na Antártica, ocorrendo entre 200-600 m de profundidade(Cohen, 1990; Cousseau, 1983).

Foi capturado em 109 dos 224 lances (FO � 48,7%), com o valor de 17 815 exem-plares pesando 1 038 kg (3,2% do total), ocupando o 9° lugar em peso no levantamento.(Anexo 2). Ocorreu entre 23°41’S e 34°33’S de latitude, 152 e 619 m de profundidade eáguas de fundo com temperaturas entre 5°C e 16°C. As maiores densidades foram encon-tradas entre 400 e 619 m e temperaturas de 6°C a 11°C e (Figuras 6.29 e 6.30). O padrão dedistribuição das densidades foi semelhante nos dois períodos amostrais sugerindo poucodeslocamento latitudinal ou entre profundidades. As densidades foram maiores na área C,entre 400-600 m e, de um modo geral, um pouco mais elevadas no verão-outono de 2002(Figura 6.31, Tabela 6.7).

Santos

Paranaguá

Cabo de São Tomé

Cabo de Santa Marta

RioGrande

28˚ S

30˚ S

26˚ S

32˚ S

24˚ S

34˚ S

22˚ S

36˚ S

50˚ W 44˚ W 42˚ W48˚ W 46˚ W 40˚ W 38˚ W52˚ W54˚ W

Caelorinchus marinii

Santos

Paranaguá

Cabo de São Tomé

Cabo de Santa Marta

RioGrande

28˚ S

30˚ S

26˚ S

32˚ S

24˚ S

34˚ S

22˚ S

36˚ S

50˚ W 44˚ W 42˚ W48˚ W 46˚ W 40˚ W 38˚ W52˚ W54˚ W

primavera-inverno20012002

verão-outono2002

100 m200 m

1000 m 100 m200 m

1000 m

kg/km2

50100200300500

10001500

Figura 6.29 – Densidades em kg/km2 do peixe-rato Caelorinchus marinii, nos levantamentos de prospecçãopesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio(23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

latit

ude

( ˚S)

34

100profundidade

32

30

28

26

24

22

200 300 400 500 600

kg/km2

700

tem

pera

tura

no

fund

o ( ˚C

)

0100

profundidade

2

10

8

12

14

20

200 300 400 500 600

kg/km2

4

6

16

18

700

Figura 6.30 – Densidades por lances (kg/km2) de Caelorinchus marinii em relação à latitude, temperatura eprofundidade nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do ProgramaREVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/PqAtlântico Sul e Soloncy Moura.

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68 SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

A biomassa total estimada nos levantamentos de inverno-primavera de 2001 e 2002foi de 4.509 t (/�34%) e no verão-outono de 2002 foi de 6.345 (/�31) (Tabela 6.1). Onúmero estimado de exemplares na área do estudo no conjunto dos dois levantamentos deinverno-primavera foi de 82,25 milhões e no verão-outono de 2002, de 104,45 milhões.

Os comprimentos dos exemplares variaram entre 76 e 368 mm e seus pesos entre2 e 149 g. Os pesos médios aumentaram com a profundidade e foram maiores nosextremos latitudinais da área prospectada (Figura 6.32).

A composição de comprimentos foi muito semelhante em todas as áreas; entretan-to, nas áreas intermediárias (B e C) o número estimado foi cerca de 3 a 6 vezes maior doque aquele dos extremos (áreas A e D) (Figura 6.33).

Verão-outono 2002

400-600

100-149 150-199 200-299 300-339

área Dárea C

área B

área A

600

400

300

100

0

200

500

Inverno-primavera 2001-2002

400-600

100-149 150-199 200-299 300-339

área Dárea C

área B

área A

600

400

300

100

0

200

500

profundidade (m)

dens

idad

e (k

g/km

2 )

profundidade (m)

dens

idad

e (k

g/km

2 )

Figura 6.31 – Densidades de Caelorinchus marinii em kg/km2 estimadas por estratos de latitude e de profun-didade, nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE,realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sule Soloncy Moura.

Tabela 6.7 – Biomassas (t) de Caelorinchus marinii, estimadas por estratos de latitude e de profundidade, noslevantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

Inverno-primavera 2001-2002 Inverno 2002 Verão-outono 2002Profundidade

Área A Área B Área C Área D Área A Área B Área C Área D

100-149 m — — — — — — — —150-199 m — — — — 16 — 23 —200-299 m 44 85 17 1 1 — 1 —300-399 m 119 428 10 — 201 821 3 180400-600 m 105 1.246 2.004 448 417 1.523 2.692 466

Figura 6.32 – Peso médio de Caelorinchus marinii por latitudes e profundidades, nos levantamentos deprospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entreCabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

peso

méd

io (k

g)

0

latitude

0,02

0,04

0,06

0,10

0,12

0,14

20˚ S 25˚ S 35˚ S

0,08

30˚ S

peso

méd

io (k

g)

0

profundidade (m)

0,02

0,04

0,06

0,08

0,12

0,14

0 100 200 300 400 500 600

0,10

700

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69SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

No Sul (áreas A e B) fêmeas maduras foram capturadas em ambos os levantamentoscom comprimentos a partir de 200 mm e, 172 mm no Sudeste (áreas C e D). Alguns exem-plares pequenos (130 a 150 mm) foram coletados no extremo Sul no inverno, sugerindo seresta uma área de criação e este o período de recrutamento.

A alimentação da espéceis é dominada por crustáceos e pequenos teleósteos e, emmuito menor proporção, cefalópodes (Martins, 2000; Muto et al., 2005).

milh

ões

de e

xem

plar

es

comprimento total (mm)

Outono 2002 – área B

Outono 2002 – área D

Inverno 2001 – área A Outono 2002 – área A

Inverno-primavera 2001 – área C

Inverno 2001 – área B

Verão-outono 2002 – área C

210

Inverno 2002 – área D

70 180130 2802300

4

12

8

2

6

10

330 70 180130 2802300

4

12

8

2

6

10

330

70 180130 2802300

4

12

8

2

6

10

33070 180130 2802300

4

12

8

2

6

10

330

70 180130 2802300

4

12

8

2

6

10

33070 180130 2802300

4

12

8

2

6

10

330

70 180130 2802300

4

12

8

2

6

10

33070 180130 2802300

4

12

8

2

6

10

330

Figura 6.33 – Número estimado, em milhões de exemplares, de Caelorinchus marinii por classes de compri-mento total, nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do ProgramaREVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/PqAtlântico Sul e Soloncy Moura.

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70 SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

Genypterus brasiliensis

O congro-rosa, Genypterus brasiliensis, é um peixe demersal da família Ophidiidaeque atinge 1 metro de comprimento. Ocorre do Rio de Janeiro até o Golfo de San Matias,na Argentina, entre 100 e 500 m de profundidade, vivendo em fundos com sedimento fino(Figueiredo & Menezes, 1978; Cousseau & Perrota 1999).

A espécie ocorreu em 71 dos 224 lances (FO � 31,7%) com uma captura de 166 kg(0,5% do total) e 174 exemplares (Anexo 6.2). Foi capturada em toda a área pesquisada,entre as latitudes de 23°09’S a 34°34’S, dos 94 aos 508 m de profundidade e águas defundo com temperaturas entre 6,3°C e 17,8°C. As maiores densidades foram registradasentre 23°S-26°S e 32°S-34°S de 100 a 300 m e, de forma geral, foram maiores no verão-ou-tono (Figuras 6.34, 6.35 e 6.36).

Santos

Paranaguá

Cabo de São Tomé

Cabo de Santa Marta

RioGrande

28˚ S

30˚ S

26˚ S

32˚ S

24˚ S

34˚ S

22˚ S

36˚ S

50˚ W 44˚ W 42˚ W48˚ W 46˚ W 40˚ W 38˚ W52˚ W54˚ W

Genypterus brasiliensis

Santos

Paranaguá

Cabo de São Tomé

Cabo de Santa Marta

RioGrande

28˚ S

30˚ S

26˚ S

32˚ S

24˚ S

34˚ S

22˚ S

36˚ S

50˚ W 44˚ W 42˚ W48˚ W 46˚ W 40˚ W 38˚ W52˚ W54˚ W

primavera-inverno20012002

verão-outono2002

100 m200 m

1000 m 100 m200 m

1000 m

kg/km2

50100200500

1000

Figura 6.34 – Densidades em kg/km2 do congro-rosa Genypterus brasiliensis, nos levantamentos deprospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entreCabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

latit

ude

( ˚S)

0

34

100profundidade

32

30

28

26

24

22

200 300 400 500 600

kg/km2

tem

pera

tura

no

fund

o ( ˚C

)

00

100profundidade

2

10

8

12

14

20

200 300 400 500 600

kg/km2

4

6

16

18

700

Figura 6.35 – Densidades por lances (kg/km2) de Genypterus brasiliensis em relação à latitude, temperatura eprofundidade nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do ProgramaREVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/PqAtlântico Sul e Soloncy Moura.

REVIZEE_ARRASTO_P3 2/28/08 11:02 AM Page 70

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71SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

A biomassa total estimada nos levantamentos de inverno-primavera de 2001 e2002 foi de 2.379 t (/�39%) e no verão-outono de 2002, foi de 2 910 (/�45%) (Tabelas6.1 e 6.8). Esta espécie ocorreu em pequenas quantidades em todas as áreas. O númeroestimado de exemplares, para o conjunto dos dois levantamentos de inverno-primavera,foi de 2,64 milhões e para o verão-outono de 2002, de 3,98 milhões.

Verão-outono 2002Inverno-primavera 2001-2002

400-600

100-149 150-199 200-299 300-339

área Dárea C

área B

área A

200

120

80

200

40

160

60

100

140

180

400-600

100-149 150-199 200-299 300-339

área Dárea C

área B

área A

200

120

80

200

40

160

60

100

140

180

profundidade (m)

dens

idad

e (k

g/km

2 )

profundidade (m)

dens

idad

e (k

g/km

2 )

Figura 6.36 – Densidades de Genypterus brasiliensis em kg/km2 estimadas por estratos de latitude e de pro-fundidade, nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do ProgramaREVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/PqAtlântico Sul e Soloncy Moura.

Inverno-primavera 2001-2002 Inverno 2002 Verão-outono 2002Profundidade

Área A Área B Área C Área D Área A Área B Área C Área D

100-149 m 30 275 205 465 66 141 1.150 354150-199 m 270 159 675 — 220 80 279 —200-299 m 130 — 31 — 420 2 78 —300-399 m 43 — 36 — 12 — 9 22400-600 m 8 — 29 22 1 — 2 73

Tabela 6.8 – Biomassas (t) de Genypterus brasiliensis, estimadas por estratos de latitude e de profundidade, noslevantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

Os comprimentos dos exemplares capturados variaram entre 230 e 985 mm e seuspesos entre 55 e 5 600 g. Observou-se que os pesos médios aumentaram em direção ao sul(Figura 6.37). Na Figura 6.38 consta o número estimado de exemplares por classe de com-

Figura 6.37 – Peso médio de Genypterus brasiliensis por latitudes e profundidades, nos levantamentos deprospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entreCabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

peso

méd

io (k

g)

0

latitude

0,5

1,0

1,5

2,0

2,5

3,0

23˚ S 25˚ S 27˚ S 29˚ S 33˚ S 35˚ S

3,5

4,0

31˚ S

peso

méd

io (k

g)

profundidade (m)0 100 200 300 400 500 600 700

0

0,5

1,0

1,5

2,0

2,5

3,0

3,5

4,0

REVIZEE_ARRASTO_P3 2/28/08 11:02 AM Page 71

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72 SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

primento, não sendo observado um padrão de distribuição por tamanhos, latitudes, faixasde profundidades e épocas do ano.Também não se evidencia um padrão de recrutamento.

Em ambos os levantamentos, ao sul de Santa Marta, foram capturadas fêmeasmaiores de 600 mm com as gônadas em maturação. Ao norte, foram raros os exemplaresimaturos. Fêmeas e machos em maturação foram constantes nas capturas em todos osmeses; fêmeas maturas ocorreram em fevereiro, abril e junho, na área mais ao norte (acimade São Sebastião).

Comparando as capturas obtidas com espinhel-de fundo e com o arrasto, namesma região (Haimovici et al., 2004), verifica-se que o arrasto tende a capturar uma maiorproporção de exemplares menores, e que as maiores capturas ocorrem em águas maisrasas. A pesca de ambas as artes, em conjunto, indica distribuição da espécie praticamenteuniforme, com poucas variações sazonais de abundância.

milh

ões

de e

xem

plar

es

Outono 2002 – área BInverno 2001 – área B

Inverno-primavera 2001 – área C

Inverno 2001 – área A Outono 2002 – área A

Verão-outono 2002 – área C

210 270 330 390 510450 570 630 690

comprimento total (mm)

0

0,20

0,40

180 330

0,10

0,30

480 780630 9300

0,20

0,40

180 330

0,10

0,30

480 780630 930

0

0,20

0,40

180 330

0,10

0,30

480 780630 9300

0,20

0,40

180 330

0,10

0,30

480 780630 930

Outono 2002 – área DInverno 2002 – área D

0

0,20

0,40

180 330

0,10

0,30

480 780630 9300

0,20

0,40

180 330

0,10

0,30

480 780630 930

0

0,20

0,40

180 330

0,10

0,30

480 780630 9300

0,20

0,40

180 330

0,10

0,30

480 780630 930

Figura 6.38 – Número estimado, em milhões de exemplares, de Genypterus brasiliensis por classes de com-primento total, nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do ProgramaREVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/PqAtlântico Sul e Soloncy Moura.

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73SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

Helicolenus lahillei

O sarrão, Helicolenus lahillei Norman, 1937, também citado como H. dactylopteruslahillei (Figueiredo & Menezes, 1980), pertence à família Scorpaenidae, e é uma espéciedemersal que se distribui da Argentina até a latitude de 15°S, na região Central do Brasil(Fagundes et al., 2005).

Na Argentina é capturado no arrasto-de-fundo como fauna acompanhante dapesca da merluza, sendo que uma parcela é comercializada fresca (Cousseau & Perrota,1998). No Brasil, apesar de sua relativa abundância nas pescarias com espinhel-de-fundo,praticamente não ocorrem desembarques porque é utilizado a bordo como isca(Haimovici et al., 2004). É uma espécie de vida longa e crescimento lento (Bernardes et al.,2005a), que apresenta uma modalidade atípica de reprodução, com fecundação interna egestação dos embriões nos primeiros estágios no interior do corpo da fêmea, embebidosnuma matriz gelatinosa. Na Argentina, a desova ocorre durante a primavera e dura cercade dois meses (Cousseau & Perrota, 1998). Segundo estes autores, os juvenis alimentam-sede poliquetas, ctenóforos e caranguejos, enquanto os adultos alimentam-se de organis-mos pelágicos e demersais, como tunicados, cefalópodes e eufausiáceos.

O sarrão ocorreu em 108 dos 224 lances (FO � 48,2%), com uma captura de 996 kg(3,1% do total), ocupando no levantamento o 7° lugar em freqüência de ocorrência e o 10°em peso (Anexo 2). A espécie foi capturada em ambas as épocas dos cruzeiros, entre23°47’S e 34°34’S de latitude, em águas de fundo com temperaturas entre 5°C e 17,3°C eprofundidades entre 103 e 603 m. As maiores densidades em peso foram encontradas aosul de 30°S, entre 300 e 550 m e temperaturas de 5°C a 10°C, (Figuras 6.39, 6.40 e 6.41).

Santos

Paranaguá

Cabo de São Tomé

Cabo de Santa Marta

RioGrande

28˚ S

30˚ S

26˚ S

32˚ S

24˚ S

34˚ S

22˚ S

36˚ S

50˚ W 44˚ W 42˚ W48˚ W 46˚ W 40˚ W 38˚ W52˚ W54˚ W

Helicolenus lahillei

Santos

Paranaguá

Cabo de São Tomé

Cabo de Santa Marta

RioGrande

28˚ S

30˚ S

26˚ S

32˚ S

24˚ S

34˚ S

22˚ S

36˚ S

50˚ W 44˚ W 42˚ W48˚ W 46˚ W 40˚ W 38˚ W52˚ W54˚ W

primavera-inverno20012002

verão-outono2002

100 m200 m

1000 m 100 m200 m

1000 m

kg/km2

50100200500

100020004000

Figura 6.39 – Densidades em kg/km2 do sarrão Helicolenus lahillei, nos levantamentos de prospecçãopesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio(23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

A biomassa total estimada nos levantamentos de inverno-primavera de 2001 e2002 foi de 4.136 t (/�40%) e no verão-outono de 2002 foi de 6.930 (/�55) (Tabela 6.1e 6.9). O número estimado de exemplares na área do estudo para o conjunto dos dois levan-tamentos de inverno-primavera foi de 31,54 milhões e para o verão-outono de 2002 de43,73 milhões.

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74 SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

Os exemplares capturados variaram entre 50 e 462 mm de comprimento total eentre 2,8 e 1.575 g de peso. Os pesos médios aumentaram em direção ao norte da área deestudo (Figura 6.42).

Nos conteúdos estomacais de sarrões capturados no sul e sudeste do Brasil, pre-dominaram pequenos peixes mesopelágicos e demersais, crustáceos epibentônicos e lulas(Martins, 2000; Muto et al., 2005). Fêmeas em maturação ocorreram em diferentes meses,mas ainda não foi possível detectar se existe um padrão reprodutivo sazonal.

latit

ude

( ˚S)

34

100profundidade

32

30

28

26

24

22

200 300 400 500 600

kg/km2

700

tem

pera

tura

no

fund

o ( ˚C

)

0100

profundidade

2

10

8

12

14

20

200 300 400 500 600

kg/km2

4

6

16

18

700

Figura 6.40 – Densidade por lances (kg/km2) de Helicolenus lahillei em relação à latitude, temperatura e pro-fundidade nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE,realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sule Soloncy Moura.

Verão-outono 2002Inverno-primavera 2001-2002

400-600

100-149 150-199 200-299 300-339

área Dárea C

área B

área A

1000

600

400

0

200

800

400-600

100-149 150-199 200-299 300-339

área Dárea C

área B

área A

1000

600

400

0

200

800

profundidade (m)

dens

idad

e (k

g/km

2 )

profundidade (m)

dens

idad

e (k

g/km

2 )

Figura 6.41 – Densidades de Helicolenus lahillei em kg/km2 estimadas por estratos de latitude e de profundi-dade, nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE,realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sule Soloncy Moura.

Inverno-primavera 2001-2002 Inverno 2002 Verão-outono 2002Profundidade

Área A Área B Área C Área D Área A Área B Área C Área D

100-149 m 7 — 6 2 16 — — —150-199 m 55 2 — — 8 2 68 0,1200-299 m 116 178 17 — 174 66 2 0,5300-399 m 1.127 272 1 — 203 961 1 —400-600 m 1.210 953 204 14 1.772 3.390 230 36

Tabela 6.9 – Biomassas (t) de Helicolenus lahillei, estimadas por estratos de latitude e de profundidade, noslevantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

REVIZEE_ARRASTO_P3 2/28/08 11:02 AM Page 74

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75SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

O sarrão foi mais abundante ao sul de Santa Marta (28°S) (Figura 6.43), onde estavaconcentrada mais de 95% da biomassa estimada (Tabela 6.9). Esta distribuição foi seme-lhante àquela obtida na prospecção com espinhel-de-fundo, apresentada por Haimovici etal. (2004), realizada também no âmbito do Programa REVIZEE, enquanto com armadilhas epargueiras, Bernardes et al. (2005b) obtiveram maiores capturas ao norte de Santa Marta.

peso

méd

io (k

g)

0

latitude

0,1

0,2

0,3

0,4

0,5

23˚ S20˚ S 26˚ S 29˚ S 35˚ S

0,6

0,7

32˚ S

peso

méd

io (k

g)

profundidade (m)0 100 200 300 400 500 600 700

0

0,1

0,2

0,3

0,4

0,5

0,6

0,7

Figura 6.42 – Peso médio de Helicolenus lahillei por latitudes e profundidades, nos levantamentos deprospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entreCabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

milh

ões

de e

xem

plar

es

Outono 2002 – área BInverno 2001 – área B

Inverno-primavera 2001 – área C

Inverno 2001 – área A Outono 2002 – área A

Verão-outono 2002 – área C

comprimento total (mm)

Outono 2002 – área DInverno 2002 – área D

0

2

0 100

1

300200 400

3

4567

8

0

2

0 100

1

300200 400

3

4567

8

0

2

0 100

1

300200 400

3

4567

8

0

2

0 100

1

300200 400

3

4567

8

0

2

0 100

1

300200 400

3

4567

8

0

2

0 100

1

300200 400

3

4567

8

0

2

0 100

1

300200 400

3

4567

8

0

2

0 100

1

300200 400

3

4567

8

Figura 6.43 – Número estima-do, em milhões de exem-plares de Helicolenus lahillei,por classes de comprimentototal, nos levantamentos deprospecção pesqueira comrede de arrasto-de-fundo doPrograma REVIZEE, realiza-dos em 2001 e 2002 entreCabo Frio (23°S) e Chuí(34°34’S) e 100 e 600 m, comos N/Pq Atlântico Sul eSoloncy Moura.

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76 SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

Illex argentinus

O calamar-argentino, Illex argentinus (Castellanos, 1960), é uma espécie de moluscodemerso-pelágica que se distribui entre o Rio de Janeiro, no Brasil, e o extremo sul daArgentina. É objeto de intensa pesca na zona econômica exclusiva Argentina e em águasinternacionais adjacentes, sendo pescado também na zona comum de pesca argentino-uruguaia (Csirke, 1987; Haimovici et al., 1998).

O ciclo de vida dessas lulas é de aproximadamente um ano, envolvendo migraçõessazonais, com um único período de desova, morrendo logo após (Arkipkin, 1993; O´Dor &Lipinski, 1998). A existência de várias populações, ou subpopulações, de I. argentinus temsido proposta por diversos autores com base nas épocas e áreas de desova, para a parte sulda distribuição no litoral do Uruguai e Argentina por Brunetti (1990), Arkhipkin (1990) eArkhipkin & Scherbich (1991), e para a parte norte da distribuição por Haimovici & Perez(1991) e Santos & Haimovici (1997). Com base nos conhecimentos disponíveis anteriores a1995, foi postulada a existência de quatro grupos de desovantes: um de inverno no taludecontinental do sul da Argentina, um segundo grupo de desovantes de verão, em águas daplataforma no norte da Patagônia, um terceiro grupo de inverno e primavera no litoralnorte da Argentina, Uruguai e sul do Brasil; e um quarto grupo de desovantes de verão nosul do Brasil (Brunetti et al., 1991; Haimovici et al., 1998).

No Brasil, o calamar-argentino foi identificado como um recurso pesqueiro poten-cial na região ao sul do Cabo de Santa Marta Grande na década de 1970 (Yesaki & Rahn,1974; Rahn & Santos, 1978; Haimovici et al., 2007) onde era pescado esporadicamente(Haimovici et al., 2005). Apenas a partir de 2000 esta lula tornou-se objeto de uma pescariadirigida, realizada por arrasteiros nacionais e arrendados, apresentando grandes flutua-ções interanuais de biomassa, atingindo milhares de toneladas em alguns anos e valoresinsignificantes em outros (Perez et al., 2004; Haimovici et al., 2005). O estoque explotadoforma parte do grupo populacional composto por desovantes de inverno no sul do Brasil;o recrutamento dos juvenis ocorre na plataforma continental do Uruguai e no norte daArgentina, onde crescem e se alimentam utilizando o sistema de Correntes Malvinas/Brasil,retornando depois para as áreas de desova no sul do Brasil (Santos & Haimovici, 1997).

Nos cruzeiros de arrasto-de-fundo do programa REVIZEE,o calamar-argentino foi cap-turado em 179 dos 224 lances, com uma captura total de 24.387 exemplares e 34.38,5 kg(Anexo 2), com um peso médio de 141g e ocupando o 2º lugar em freqüência de ocorrência(79,9%) e o 3º (10,5%) do total capturado em peso.

Este molusco ocorreu entre 23°26’S e 34°34’S de latitude, em todas as profundi-dades e latitudes amostradas, de 99 m até 619 m de profundidade, em águas de fundo comtemperaturas entre 5,0°C e 17,8°C (Figuras 6.44 e 6.45). As maiores densidades, em kg/km2,ocorreram entre 200 e 600 m de profundidade em temperaturas de 7°C a 13°C. No inver-no-primavera de 2001, as maiores densidades foram encontradas na área B, entre 400 e 600m de profundidade, chegando a 700 kg/km2. No verão-outono de 2002, ocorreram maioresdensidades, sendo mais altas nas áreas A, entre 300-600 m e B entre 400-600 m, onde atin-giram 2.948 kg/km2 (Figura 6.46).

A biomassa total estimada nos levantamentos de inverno-primavera de 2001 e2002 foi de 11.283 t (/�52%) e no verão-outono de 2002 foi de 41.658 (/�92%)(Tabela 6.1 e 6.12). Os exemplares capturados variaram entre 32 e 350 mm de comprimen-to do manto (CM) e entre 1,4 e 910 g de peso. Os pesos médios e os comprimentos aumen-taram com a profundidade. Indivíduos menores de 120 mm CM (juvenis) foram encontra-dos geralmente em menos de 300m de profundidade e maiores em mais de 300 m (Figura

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77SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

6.47). O número de exemplares na área do estudo, estimado para o conjunto dos dois le-vantamentos de inverno-primavera foi de 113,3 milhões e no verão-outono de 2002 de 476,9milhões, quando foram muito mais abundantes nas áreas C e D (Figura 6.48). Indivíduos pe-quenos foram mais abundantes nas áreas C e D durante o verão-outono, enquanto indiví-duos intermediários (120-180 mm) e grandes nas áreas A e B, no outono (Tabela 6.11).

Santos

Paranaguá

Cabo de São Tomé

Cabo de Santa Marta

RioGrande

28˚ S

30˚ S

26˚ S

32˚ S

24˚ S

34˚ S

22˚ S

36˚ S

50˚ W 44˚ W 42˚ W48˚ W 46˚ W 40˚ W 38˚ W52˚ W54˚ W

Illex argentinus

Santos

Paranaguá

Cabo de São Tomé

Cabo de Santa Marta

RioGrande

28˚ S

30˚ S

26˚ S

32˚ S

24˚ S

34˚ S

22˚ S

36˚ S

50˚ W 44˚ W 42˚ W48˚ W 46˚ W 40˚ W 38˚ W52˚ W54˚ W

primavera-inverno20012002

verão-outono2002

100 m200 m

1000 m 100 m200 m

1000 m

kg/km2

50200500

10005000

1000020000

Figura 6.44 – Densidades em kg/km2 do calamar-argentino Illex argentinus, nos levantamentos de prospecçãopesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio(23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

latit

ude

34

100profundidade

32

30

28

26

24

22

200 300 400 500 600

kg/km2

700

tem

pera

tura

no

fund

o

0100

profundidade

2

10

8

12

14

20

200 300 400 500 600

kg/km2

4

6

16

18

700

Figura 6.45 – Densidade por Densidade por lances (kg/km2) de Illex argentinus em relação à latitude, tempera-tura e profundidade nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do ProgramaREVIZEE. realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m. com os N/PqAtlântico Sul e Soloncy Moura.

Verão-outono 2002Inverno-primavera 2001-2002

400-600

100-149 150-199 200-299 300-339

área Dárea C

área B

área A

3000

1500

1000

0

500

2000

400-600

100-149 150-199 200-299 300-339

área Dárea C

área B

área A

0

2500

3000

1500

1000

500

2000

2500

profundidade (m)

dens

idad

e (k

g/km

2 )

profundidade (m)

dens

idad

e (k

g/km

2 )

Figura 6.46 – Densidades de Illex argentinus em kg/km2 estimadas por estratos de latitude e de profundidade,nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE. realizados em2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

REVIZEE_ARRASTO_P3 2/28/08 11:02 AM Page 77

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78 SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

Os estágios de maturação sexual de calamares de ambos os sexos, em ambos levan-tamentos, foram determinados utilizando a escala de Brunetti (1990). As proporções deimaturos (estágios I e II), em maturação (estágios III e IV) e maturos (os restantes) de ambasas regiões foram representadas na Figura 6.49, e as amplitudes de comprimentos dematuros e, as profundidades em que ocorreram, constam da Tabela 6.12. Observa-se queem ambas as regiões e épocas do ano houve exemplares maturos e em maturação deambos os sexos ocorrendo além da isóbata de 300 m, com exceção do inverno-primaveranas áreas C e D, onde desovantes foram encontrados na faixa de 200 a 300 m. Em relaçãoaos tamanhos de maturação, parecem ser menores ao norte de Santa Marta em relação aosul. O grupo de desovantes mais abundante foi o de outono, na área B em profundidadessuperiores aos 400 m, onde a biomassa estimada foi próxima das 20.000 t, e também ocor-reu a maior concentração de exemplares maduros no inverno, com biomassa estimada emmais de 5.000 t (Tabela 6.10).

O levantamento com redes de arrasto no ambiente demersal, em conjunto com oslevantamentos acústicos e com redes de meia-água no ambiente pelágico, e complemen-tado com a coleta de paralarvas com redes bongo (Madureira et al., 2005a, 2005b; Santos &Haimovici, 2007), todos realizados no contexto do Programa REVIZEE, evidenciaram que

Inverno-primavera 2001-2002 Inverno 2002 Verão-outono 2002Profundidade

Área A Área B Área C Área D Área A Área B Área C Área D

100-149 m 60 39 30 41 64 378 7 30150-199 m 237 114 496 24 200 145 5.375 23200-299 m 194 187 1.048 1.003 96 5.002 222 92300-399 m 246 1.034 55 — 1.729 662 1.366 834400-600 m 442 5.044 598 391 4.875 19.249 976 336

Áreas �120 mm 120-180 �180 mm Total

Áreas A e B – agosto-setembro 2001(inv) 27,0 3,8 18,5 49,4Áreas A e B – março-abril 2002 (out) 49,4 90,2 95,2 234,8Áreas C e D – agosto-outubro 2001, junho 2002 (inv-pri) 34,3 22,5 7,0 63,9Áreas C e D – fevereiro-abril 2002 (ver-out) 184,5 35,9 21,7 242,1Total 295,2 152,4 142,5 590,2

Tabela 6.10 – Biomassas (t) de Illex argentinus, estimadas por estratos de latitude e de profundidade, nos le-vantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE. realizados em2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m. com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

Tabela 6.11 – Número estimado, em milhões de exemplares, de Illex argentinus por categorias de tamanho,regiões e épocas do ano nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo doPrograma REVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, comos N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

Figura 6.47 – Peso médio de Illex argentinus por latitudes e profundidades, nos levantamentos de prospecçãopesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio(23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

peso

méd

io (k

g)

0

latitude

0,1

0,2

0,3

0,4

0,5

0,6

0,7

24˚ S22˚ S 26˚ S 28˚ S 32˚ S30˚ S

peso

méd

io (k

g)

profundidade (m)0 100 200 300 400 500 600 700

0

0,1

0,2

0,3

0,4

0,5

0,6

0,7

34˚ S 36˚ S

REVIZEE_ARRASTO_P3 2/28/08 11:02 AM Page 78

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79SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

Amplitude de CM (mm) Latitudes Época do ano Profundidade exemplares maturos

Fêmeas Machos

23°00’S – 28°00’S Outono 2002 �300 m 145-284 125-250

28°00’S – 34°35’S Verão-outono 2002 �300 m 177-318 160-287

23°00’S – 28°00’S Inverno 2001/2002 �200 m 140-332 154-265

28°00’S – 34°35’S Inverno-primavera 2001-2002 �300 m 203-350 146-294

Tabela 6.12 – Amplitudes de comprimentos de manto de exemplares maturos de Illex argentinus por região eépoca do ano, nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do ProgramaREVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/PqAtlântico Sul e Soloncy Moura.

milh

ões

de e

xem

plar

es

comprimento do manto (mm)

Área A 34º 35’S – 31º 50’S

agosto 2001

0

2

0 100

1

300200 400

34567

março e abril 2002

0

2

0 100 300200 400

4

6

8

Área B 31º 50’S – 28º S

setembro 2001

0

2

0 100

1

300200 400

34567

abril 2002

0

10

0 100 300200 400

Área C 28º S – 24º 24’S

agosto a outubro 2001

0

2

0 100 300200 400

4

6fevereiro e abril 2002

0

20

0 100 300200 400

40

Área D 24º 24’S – 23º S

junho 2002

0

2

0 100

1

300200 400

34567

abril 2002

0

2

0 100 300200 400

4

3

5

20

30

40

50

60

80

100

1

6

Figura 6.48 – Número estimado, em milhões de exemplares, de Illex argentinus com gônadas imaturas (embranco) em maturação (cinza) e maduras (preto), por classes de comprimento do manto, nos levantamentosde prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em 2001 e 2002entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

REVIZEE_ARRASTO_P3 2/28/08 11:02 AM Page 79

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80 SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

Illex argentinus é o cefalópode demersal-pelágico dominante do Rio Grande do Sul ao Riode Janeiro. Ao longo do ano, ocorrem pulsos de recrutamento de juvenis sobre a platafor-ma externa e concentrações de adultos reprodutores no talude superior, podendo ocorrergrandes variações interanuais altamente influenciadas pelas condições oceanográficas e,em certo grau, pelos níveis de explotação, em suas principais áreas de pesca. Em termos debiomassa, verificou-se que o principal estoque explotável parece ser o dos grupos de deso-vantes de outono a primavera, localizados entre Chuí e Santa Marta.

0

20

30 60

10

300120 330

30

40

Machos agosto-setembro 2001áreas A e B

90 150 180 210 240 2700

10

30 60

5

300120 330

15

20

Fêmeas agosto-setembro 2001áreas A e B

90 150 180 210 240 270

0

4

30 60

2

300120 330

810

Machos agosto-outubro 2001 junho 2002áreas C e D

90 150 180 210 240 270

6

1214

0

4

30 60

2

300120 330

8

10

Fêmeas agosto-outubro 2001 junho 2002áreas C e D

90 150 180 210 240 270

6

0

40

30 60

20

300120 330

80

100

Machos março-abril 2002áreas A e B

90 150 180 210 240 270

60

0

40

30 60

20

300120 330

30

50

Fêmeas março-abril 2002áreas A e B

90 150 180 210 240 270

10

60

0

10

30 60

5

300120 330

20

Machos fevereiro-abril 2002áreas C e D

90 150 180 210 240 270

15

0

6

30 60 300120 330

4

8

Fêmeas fevereiro-abril 2002áreas C e D

90 150 180 210 240 270

2

10

comprimento do manto (mm) comprimento do manto (mm)

porc

enta

gem

(%) d

e ex

empl

ares

Figura 6.49 – Número de exemplares de Illex argentinus amostrados com gônadas imaturas (em branco) emmaturação (cinza) e maduras (preto) por classes de comprimento do manto de 10 mm de intervalo, nos levan-tamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em 2001e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

REVIZEE_ARRASTO_P3 2/28/08 11:02 AM Page 80

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81SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

Lepidopus altifrons

Lepidopus altifrons, Parin & Collette, 1993, é um perciforme da família Trichiuridaeque se distribui no Oceano Atlântico Ocidental, desde o Canadá (43°N) até o sul do Brasil.Os juvenis são pelágicos, enquanto os adultos são demersais ou bentopelágicos, sendoencontrados próximos ao fundo sobre a plataforma externa e talude superior. Atinge pelomenos 100 cm de comprimento-padrão (Nakamura & Parin, 1993).

A espécie ocorreu em 56 dos 224 lances (FO � 25%) com uma captura de 2 396exemplares e 257,8 kg (0,8% do total) (Anexo 2). Foi capturado entre 23°36’S a 34°33’S, entre100 e 597 m de profundidade e águas de 6,0°C a 16,5°C de temperatura. Em ambas asprospecções, a espécie foi abundante nas proximidades de 24°S, entre 400-600 m; no verão-outono a maior abundância foi próxima a 34°S, entre 200-400 m (Figuras 6.50, 6.51 e 6.52).

A biomassa total estimada (IC 90%) nos levantamentos de inverno-primavera de 2001e 2002 foi de 868 t (/�71%) e a estimada no verão-outono de 2002 foi de 1 432 t (/�57%)(Tabelas 6.1 e 6.13). O número de exemplares na área do estudo, para o conjunto dos dois le-vantamentos de inverno-primavera foi estimado em 7,27 milhões e para o verão-outono de

Santos

Paranaguá

Cabo de São Tomé

Cabo de Santa Marta

RioGrande

28˚ S

30˚ S

26˚ S

32˚ S

24˚ S

34˚ S

22˚ S

36˚ S

50˚ W 44˚ W 42˚ W48˚ W 46˚ W 40˚ W 38˚ W52˚ W54˚ W

Lepidopus altifrons

Santos

Paranaguá

Cabo de São Tomé

Cabo de Santa Marta

RioGrande

28˚ S

30˚ S

26˚ S

32˚ S

24˚ S

34˚ S

22˚ S

36˚ S

50˚ W 44˚ W 42˚ W48˚ W 46˚ W 40˚ W 38˚ W52˚ W54˚ W

primavera-inverno20012002

verão-outono2002

kg/km2

50100200500

10001500

Figura 6.50 – Densidades em kg/km2 de Lepidopus altifrons, nos levantamentos de prospecção pesqueiracom rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) eChuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

latit

ude

( ˚S)

34

100profundidade (m)

32

30

28

26

24

22

200 300 400 500 600

kg/km2

tem

pera

tura

no

fund

o ( ˚C

)

0100

profundidade (m)

2

10

8

12

14

20

200 300 400 500 600

kg/km2

4

6

16

18

7000

Figura 6.51 – Densidades por lances (kg/km2) de Lepidopus altifrons em relação à latitude, temperatura e pro-fundidade nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE,realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sule Soloncy Moura.

REVIZEE_ARRASTO_P3 2/28/08 11:02 AM Page 81

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82 SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

2002 em 19,45 milhões. É provável que a amostragem com redes de arrasto-de-fundo sejapouco representativa da abundância da espécie devido ao seu hábito bentopelágico.

Os exemplares capturados tinham comprimentos entre 92 e 1.010 mm e pesosentre 0,3 e 1.310 g. Foi observada tendência de aumento no tamanho dos peixes emdireção ao norte e para zonas mais profundas (Figura 6.53). Os maiores exemplares (�480mm CT) foram encontrados em ambas as épocas do ano, na área D, a mais de 300 m de pro-fundidade. A maior abundância em número foi no outono, ao sul de Santa Marta (28°S),entre 200 e 400 m, com comprimentos dos exemplares de 320 a 420 mm CT (Figura 6.54).

Não foi constatado um padrão nítido de recrutamento, mas o menor grupo modalencontrado (exemplares com 180-280 mm) ocorreu nas áreas A e B no inverno de 2001,entre 200-300 m, reaparecendo na área A no outono de 2002, entre 150-200 m (Figura 6.54).

Verão-outono 2002

400-600

100-149 150-199 200-299 300-339

área Dárea C

área B

área A

300

200

150

50

0

100

250

Inverno-primavera 2001-2002

400-600

100-149 150-199 200-299 300-339

área Dárea C

área B

área A

300

200

150

50

0

100

250

profundidade (m)

dens

idad

e (k

g/km

2 )

profundidade (m)

dens

idad

e (k

g/km

2 )

Figura 6.52 – Densidades de Lepidopus altifrons em kg/km2 estimadas por estratos de latitude e de profun-didade, nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE,realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sule Soloncy Moura.

Inverno-primavera 2001-2002 Inverno 2002 Verão-outono 2002Profundidade

Área A Área B Área C Área D Área A Área B Área C Área D

100-149 m 0,3 — — — — — — —150-199 m 1 — — — 5 — — —200-299 m 0,4 148 — 7 299 — — —300-399 m 0,3 64 16 — 61 364 9 27400-600 m 4 — 42 584 2 72 140 453

Tabela 6.13 – Biomassas (t) de Lepidopus altifrons, estimadas por estratos de latitude e de profundidade, noslevantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

Figura 6.53 – Peso médio de Lepidopus altifrons por latitudes e profundidades, nos levantamentos de pros-pecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entreCabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

peso

méd

io (k

g)

0

latitude

0,04

0,06

0,08

0,12

0,14

23˚ S20˚ S 26˚ S 29˚ S 32˚ S 35˚ S

0,10

peso

méd

io (k

g)

profundidade (m)0 100 200 300 400 500 600 700

0,02

0

0,04

0,06

0,08

0,12

0,14

0,10

0,02

REVIZEE_ARRASTO_P3 2/28/08 11:02 AM Page 82

Page 83: Haimovici.etal.2008.Prospecção Pesqueira de espécies Demersais com rede de arrasto-de-fundo na Região Sudeste-Sul do Brasil

83SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

Nas áreas C e D (sudeste) predominaram exemplares maiores, especialmente alémdos 500m; nas áreas A e B ocorreram principalmente exemplares pequenos e apenas naplataforma externa.

Nas áreas C e D, exemplares maduros foram capturados em todos os períodos,estando mais concentrados na área norte, entre o Rio de Janeiro e Cabo Frio. As menoresfêmeas maduras tinham 520 mm de comprimento total.

comprimento total (mm)

milh

ões

de e

xem

plar

es

Inverno 2001 – área A Outono 2002 – área A

048080 880

1

2

3

4

5

6

7

280 6800

48080 880

1

2

3

4

5

6

7

280 680

Inverno 2001 – área B Outono 2002 – área B

048080 880

1

2

3

4

5

6

7

280 6800

48080 880

1

2

3

4

5

6

7

280 680

Inverno-primavera 2001 – área C Verão-outono 2002 – área C

048080 880

1

2

3

4

5

6

7

280 6800

48080 880

1

2

3

4

5

6

7

280 680

Inverno 2002 – área D Outono 2002 – área D

048080 880

1

2

3

4

5

6

7

280 6800

48080 880

1

2

3

4

5

6

7

280 680

Figura 6.54 – Número estimado, em milhões de exemplares, de Lepidopus altifrons por classes de compri-mento total, nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do ProgramaREVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/PqAtlântico Sul e Soloncy Moura.

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84 SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

Loligo plei

Loligo plei, Blainville, 1823 é uma lula da família Loliginidae, cujos machos atingemcerca de 35 cm e as fêmeas 22 cm de comprimento do manto. É uma espécie costeira deáguas quentes, ocorrendo desde Nova Jérsei (EUA) até Buenos Aires, na Argentina (Roperet al., 1984). No Brasil é pescada principalmente nas regiões sudeste e sul, tanto artesanal-mente, bem próximo à costa, com garatéias, tarrafa e atração luminosa, bem como faunaacompanhante na pesca industrial de arrasto de tangones dirigida a camarões No verãoexiste uma pescaria dirigida à esta espécie, especialmente no estado de Santa Catarina,incluindo arrasto com parelhas (Costa & Haimovici, 1990; Perez & Pezzuto, 1998; Perez,2002). Embora não seja comercialmente pescada no Rio Grande do Sul, é encontrada comfreqüência no verão, sobre a plataforma externa, entre 100 e 300 m de profundidade(Haimovici & Andriguetto, 1986; Haimovici & Perez, 1991). Loligo plei é uma espécie decrescimento rápido, ciclo de vida curto e associada a águas quentes, que em Santa Catarinareproduz todo o ano, apresentando um pico de desova no verão (Perez et al., 2002).

Nos cruzeiros com arrasto-de-fundo, esta lula ocorreu em 67 dos 224 lances (FO �29,9%), com uma captura de 15 246 exemplares pesando 181,7 kg (0,6% do total) (Anexo 2).Foi capturada em lances com temperatura de fundo acima de 10,0°C,entre 94 e 248 m de pro-fundidade e 23°05’S a 34°18’S de latitude. As maiores densidades em peso foram registradasno outono ao sul de Solidão entre 100 e 149 m e, entre Santa Marta e Santos entre 150 e 199m em lances com 13,5°C a 17,5°C de temperatura no fundo (Figuras 6.55, 6.56 , 6.57).

Santos

Paranaguá

Cabo de São Tomé

Cabo de Santa Marta

RioGrande

28˚ S

30˚ S

26˚ S

32˚ S

24˚ S

34˚ S

22˚ S

36˚ S

50˚ W 44˚ W 42˚ W48˚ W 46˚ W 40˚ W 38˚ W52˚ W54˚ W

Loligo plei

Santos

Paranaguá

Cabo de São Tomé

Cabo de Santa Marta

RioGrande

28˚ S

30˚ S

26˚ S

32˚ S

24˚ S

34˚ S

22˚ S

36˚ S

50˚ W 44˚ W 42˚ W48˚ W 46˚ W 40˚ W 38˚ W52˚ W54˚ W

primavera-inverno20012002

verão-outono2002

kg/km2

50100200500

1000

Figura 6.55 – Densidades em kg/km2 da lula Loligo plei, nos levantamentos de prospecção pesqueira comrede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí(34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

A biomassa total estimada nos levantamentos de inverno-primavera de 2001 e2002 foi de 1442 t (/� 49%) e no verão-outono de 2002 foi de 9 474 (/� 66) (Tabela6.1 e 6.14). O número estimado de exemplares na área de estudo, para o conjunto dos doislevantamentos de inverno-primavera, foi 116 milhões e para o verão-outono de 2002 de760 milhões (Figura 6.59).

Os exemplares capturados tinham entre 4 e 300 mm de comprimento do manto(CM), e pesos variando de 0,02 a 260 g. Lulas menores que 100 mm de CM foram encon-tradas em alto número no verão-outono, em todas as latitudes, ocorrendo de 100 a 199 m

REVIZEE_ARRASTO_P3 2/28/08 11:02 AM Page 84

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85SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

34

100profundidade (m)

32

30

28

26

24

22

200 300 400 500 600

kg/km2

0

tem

pera

tura

no

fund

o ( ˚C

)

0100

profundidade (m)

2

10

8

12

14

20

200 300 400 500 600

4

6

16

18

0

kg/km2

latit

ude

( ˚S)

Figura 6.56 – Densidades por lances (kg/km2) de Loligo plei em relação à latitude, temperatura e profundi-dade nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE,realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sule Soloncy Moura.

Verão-outono 2002

400-600

100-149 150-199 200-299 300-339

área Dárea C

área B

área A

300

200

150

50

0

100

250

Inverno -primavera 2001-2002

400-600

100-149 150-199 200-299 300-339

área Dárea C

área B

área A

300

200

150

50

0

100

250

profundidade (m)

dens

idad

e (k

g/km

2 )

profundidade (m)

dens

idad

e (k

g/km

2 )

Figura 6.57 – Densidades de Loligo plei em kg/km2 estimadas por estratos de latitude e de profundidade, noslevantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

de profundidade, enquanto no inverno-primavera estiveram restritas às áreas mais aonorte, no sudeste (áreas C e D), em menor número, onde as temperaturas de superfícieforam em média, superiores a 20°C e as de fundo estiveram acima dos 10°C (Figura 6.59).

No verão-outono foram observadas duas modas de comprimento bem definidas,uma de exemplares menores de 100 mm, situada entre 30 e 50mm, presente em todas asregiões; a segunda moda composta por exemplares com comprimentos entre 80 e 160mm, com moda em 120 mm, que se restringiu à região entre Florianópolis e Santos (áreaC) em profundidades de 150 a 200 m (Figura 6.59).

Inverno-primavera 2001-2002 Inverno 2002 Verão-outono 2002Profundidade

Área A Área B Área C Área D Área A Área B Área C Área D

100-149 m 8 3 400 678 974 1.049 431 897150-199 m 2 12 73 223 291 766 4.666 254200-299 m — — 40 2 2 27 114 3300-399 m — — — — — — — —400-600 m — — — — — — — —

Tabela 6.14 – Biomassas (t) de Loligo plei, estimadas por estratos de latitude e de profundidade, nos levan-tamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em 2001e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

REVIZEE_ARRASTO_P3 2/28/08 11:02 AM Page 85

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86 SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

Figura 6.58 – Peso médio de Loligo plei por latitudes e profundidades, nos levantamentos de prospecçãopesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio(23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

peso

méd

io (k

g)

0

latitude

0,02

0,04

0,06

0,05

0,07

0,08

23˚ S 25˚ S 35˚ S

0,03

33˚ S

0,01

27˚ S 29˚ S 31˚ S

peso

méd

io (k

g)

0

profundidade (m)

0,01

0,04

0,06

0,02

0,07

0,08

0 100 200 300 400 500 600

0,05

700

0,03

comprimento total (mm)

milh

ões

de e

xem

plar

es

Inverno 2001 – área A Outono 2002 – área A

Inverno 2001 – área B Outono 2002 – área B

Inverno-primavera 2001 – área C Verão-outono 2002 – área C

Inverno 2002 – área D Outono 2002 – área D

01000 200

10

20

30

40

50

60

70

50 1500

1000 200

10

20

30

40

50

60

70

50 150

01000 200

10

20

30

40

50

60

70

50 1500

1000 200

10

20

30

40

50

60

70

50 150

01000 200

10

20

30

40

50

60

70

50 1500

1000 200

10

20

30

40

50

60

70

50 150

01000 200

10

20

30

40

50

60

70

50 1500

1000 200

10

20

30

40

50

60

70

50 150

Figura 6.59 – Número estimado, em milhões de exemplares, de Loligo plei por classes de comprimento demanto, nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE,realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sule Soloncy Moura.

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87SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

A análise das variações sazonais e espaciais da biomassa e das composições emtamanhos de Loligo plei requer cautela, porque os levantamentos não incluíram a platafor-ma interna, onde ocorre a maior parte da biomassa desta espécie, sendo que a pesca indus-trial por arrasteiros de portas e parelha se concentra entre 20 e 45 m de profundidade(Perez, 2002). As principais constatações fornecidas pelos levantamentos foram que: (1) abiomassa foi 15 vezes maior no levantamento de verão-outono do que no de inverno-pri-mavera; (2) no verão-outono as capturas eram compostas por juvenis menores de 100 mmque ocorreram ao longo de toda a região na faixa de 100 a 149 m de profundidade e juve-nis maiores (100-160 mm) que ocorreram entre 150 e 199 m no litoral de Santa Catarina; (3)no inverno-primavera as capturas foram praticamente inexistentes à exceção da área D,entre Santos e Cabo Frio, onde juvenis menores de 110 mm ocorreram entre 100 e 199 m.

A presença de juvenis e recrutas na plataforma externa no verão e outono, coincidecom as maiores capturas de adultos na plataforma (Perez,2002),o que abre algumas possibili-dades para a interpretação de sua origem e destino.Uma delas é que se originaram da mesmacoorte dominante,recrutada na plataforma e que,em um meio menos favorável, teria o cresci-mento reduzido. Outra possibilidade é de que os recrutas de verão-outono, com CM entre 80e 160 mm,sejam fruto de desovas de inverno ou primavera e que,pelas condições oceanográ-ficas na época dos cruzeiros, tenham se afastado da costa. Em relação ao destino destas lulastambém se abrem duas opções: a primeira seria de uma maturação sexual postergada comretorno à plataforma interna para desovar no inverno ou primavera; a segunda de que nãocompletassem o ciclo reprodutivo. Este último destino parece o mais provável para os recru-tas ao sul do Cabo de Santa Marta, no limite sul da distribuição geográfica da espécie.

Lophius gastrophysus

O peixe-sapo, Lophius gastrophysus Miranda-Ribeiro, 1915 pertence à famíliaLophiidae, e chega a atingir 90 cm de comprimento. É um peixe bentônico que habita aplataforma continental e o talude superior do Oceano Atlântico Ocidental, ocorrendodesde a Carolina do Norte (39°N), EUA, até a Argentina (39°S), sendo encontrado entre 40 e620 m de profundidade (Figueiredo et al., 2002). Peixe de grande valor comercial era pesca-do pela frota de arrasteiros do Rio de Janeiro desde décadas atrás, vindo a se tornar, maisrecentemente, espécie-alvo da frota de barcos de emalhe arrendados entre 1999 e 2002(Perez et al., 2003). A pesca para estes barcos foi suspensa após uma significativa queda dosrendimentos e a espécie foi considerada sobrexplotada (Valentini & Pezzuto, 2006) retor-nando-se, posteriormente, à uma pescaria de emalhe restrita aos barcos nacionais (SEAP –Instrução Normativa Conjunta n°23 de 2005).

Nos cruzeiros com arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, o peixe-sapo foi cap-turado em 131 dos 224 lances (FO � 58,5%). Com uma captura total de 603 exemplarespesando 1 113 kg (3,4% do total), ocupou o 4° lugar em freqüência de ocorrência, juntocom Synagrops spinosus e o 8° em peso (Anexo 2). Ocorreu entre 23°09’S e 34°33’S de lati-tude, em profundidade de 98 a 619 m e águas entre 5°C e 17,8°C (Figura 6.60, 6.61). Asmaiores densidades foram registradas entre 400 e 619 m, em águas frias (6°C a 11°C).

A biomassa total estimada nos levantamentos de inverno-primavera de 2001 e2002 foi de 15 753 t (/� 27%) e, no verão-outono de 2002 foi de 11 006 t (/� 23%)

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88 SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

(Tabela 6.1 e 6.15). O número estimado de exemplares para o conjunto dos dois levantamen-tos de inverno-primavera foi de 9,58 milhões e,para o verão-outono de 2002,de 6,20 milhões.

O comprimento total dos exemplares capturados variou entre 142 e 890 mm e opeso entre 40,5 e 12.500 g. Foi constatada tendência de aumento dos exemplares em

Santos

Paranaguá

Cabo de São Tomé

Cabo de Santa Marta

RioGrande

28˚ S

30˚ S

26˚ S

32˚ S

24˚ S

34˚ S

22˚ S

36˚ S

50˚ W 44˚ W 42˚ W48˚ W 46˚ W 40˚ W 38˚ W52˚ W54˚ W

Lophius gastrophysus

Santos

Paranaguá

Cabo de São Tomé

Cabo de Santa Marta

RioGrande

28˚ S

30˚ S

26˚ S

32˚ S

24˚ S

34˚ S

22˚ S

36˚ S

50˚ W 44˚ W 42˚ W48˚ W 46˚ W 40˚ W 38˚ W52˚ W54˚ W

primavera-inverno20012002

verão-outono2002

kg/km2

50100200500750

1000

Figura 6.60 – Densidades em kg/km2 do peixe-sapo Lophius gastrophysus, nos levantamentos de prospecçãopesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio(23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

latit

ude

( ˚S)

0

34

100profundidade (m)

32

30

28

26

24

22

200 300 400 500 600

kg/km2

700

kg/km2

tem

pera

tura

no

fund

o ( ˚C

)

00

100profundidade (m)

4

10

8

16

14

20

200 300 400 500 600 700

2

6

12

18

Figura 6.61 – Densidade por lances (kg/km2) de Lophius gastrophysus em relação à latitude, temperatura eprofundidade nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do ProgramaREVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/PqAtlântico Sul e Soloncy Moura.

Inverno-primavera 2001-2002

400-600100-149 150-199 200-299 300-339

área Dárea C

área B

área A

300

150

0

50

250

100

200

350

Verão-outono 2002

400-600100-149 150-199 200-299 300-339

área Dárea C

área B

área A

300

150

0

50

250

100

200

350

profundidade (m)

dens

idad

e (k

g/km

2 )

profundidade (m)

dens

idad

e (k

g/km

2 )

Figura 6.62 – Densidades de Lophius gastrophysus em kg/km2 estimadas por estratos de latitude e de pro-fundidade, nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do ProgramaREVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/PqAtlântico Sul e Soloncy Moura.

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89SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

direção a zonas mais profundas e para o sul da área do estudo (áreas A e B) (Figura P).Exemplares pequenos foram observados em todas as áreas e épocas com exceção doextremo sul no inverno (Figura 6.64).

Devido à rápida expansão das pescarias dirigidas a esta espécie na época da realiza-ção do levantamento, a estrutura em comprimentos e sexo das capturas foi analisada emmais detalhes e disponibilizada na página do Programa REVIZEE (Haimovici et al., 2002). Asproporções por sexo foram calculadas por classes de comprimentos para o total dos dadosdisponíveis, tendo-se observado um equilíbrio nos 350 mm, uma proporção superior a 60%de machos dos 350 aos 500 mm e um progressivo aumento na proporção de fêmeas noscomprimentos maiores,sendo que a partir de 650 mm foram diagnosticadas apenas fêmeas(Figura 6.65). Os índices gonadossomáticos das fêmeas (IG � peso ovário/CT3) foram maiselevados no inverno-primavera, particularmente para as classes de comprimentos totaissuperiores a 500 mm, indicando que a primeira maturação das fêmeas ocorre a partir destecomprimento (Figura 6.66). Foi possível diagnosticar que a desova ocorre a partir da prima-vera e finaliza antes do fim do verão. É interessante ressaltar a forte elevação dos índices dasfêmeas de maior porte, o que indica que a contribuição das maiores fêmeas e idosas é fun-damental para manter o potencial reprodutivo do estoque.

Os resultados obtidos permitiram algumas conclusões relevantes a serem utiliza-das no ordenamento da pescaria do peixe-sapo:1. A espécie se distribui ao longo de toda a região com pouca variação na distribuição e

na abundância entre épocas do ano;2. Os exemplares menores, com baixo valor comercial se distribuem preferencialmente na

plataforma externa e na quebra do talude; os exemplares maiores se distribuem sobreo talude superior entre 200 e 400 m de profundidade;

3. As fêmeas predominam entre os exemplares maiores indicando diferenças de cresci-mento entre machos e fêmeas;

4. A contribuição reprodutiva das fêmeas de maior tamanho por unidade de peso é muitomaior que a das fêmeas maduras de menor tamanho e idade, devendo ser ressaltadasua importância para assegurar o potencial reprodutivo do estoque.

Inverno-primavera 2001-2002 Inverno 2002 Verão-outono 2002Profundidade

Área A Área B Área C Área D Área A Área B Área C Área D

100-149 m 296 1.146 222 873 291 885 184 8150-199 m 275 2.845 3.935 161 882 2.159 639 199200-299 m 399 2.252 509 223 335 1.487 268 —300-399 m 407 765 170 — — 906 561 227400-600 m 193 568 253 264 225 787 385 283

Tabela 6.15 – Biomassas (t) de Lophius gastrophysus, estimadas por estratos de latitude e de profundidade, noslevantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m,com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

Figura 6.63 – Peso médio de Lophius gastrophysus por latitudes e profundidades, nos levantamentos de pros-pecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entreCabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

peso

méd

io (k

g)

0

latitude

2

4

6

8

10

23˚ S 25˚ S 27˚ S 29˚ S 33˚ S 35˚ S

12

14

31˚ S

peso

méd

io (k

g)

profundidade (m)0 100 200 300 400 500 600 700

0

2

4

6

8

10

14

12

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90 SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

milh

ões

de e

xem

plar

es

comprimento total (mm)

Outono 2002 – área B

0

0,4

0,8

120 270

0,2

0,6

420 720570

1,0

870

Inverno 2001 – área B

0

0,4

0,8

120 270

0,2

0,6

420 720570

1,0

870

Inverno-primavera 2001 – área C

0

0,4

0,8

120 270

0,2

0,6

420 720570

1,0

870

Verão-outono 2002 – área C

0

0,4

0,8

120 270

0,2

0,6

420 720570

1,0

870

Inverno 2002 – área D

0

0,4

0,8

120 270

0,2

0,6

420 720570

1,0

870

Outono 2002 – área D

0

0,4

0,8

120 270

0,2

0,6

420 720570

1,0

870

Outono 2002 – área A

0

0,4

0,8

120 270

0,2

0,6

420 720570

1,0

870

Inverno 2001 – área A

0

0,4

0,8

120 270

0,2

0,6

420 720570

1,0

870

Figura 6.64 – Número estimado, em milhões de exemplares, de Lophius gastrophysus por classes de compri-mento total, nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do ProgramaREVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°342’S) e 100 e 600 m, com os N/PqAtlântico Sul e Soloncy Moura.

Figura 6.65 – Proporção de fêmeas de Lophius gastrophysus (n=342) por classes de 100 mm de intervalo noslevantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo, realizados entre Cabo Frio (23°,RJ) eChuí (34°34’, RS), em agosto-setembro de 2001, março-abril de 2002 e junho de 2002.

porc

enta

gem

(%)

0150

classes de comprimento totais (mm)

20

40

60

80

350 450 550 650

Proporção de fêmeas

750

100

850

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91SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

Figura 6.66 – Índice gonadossomático de fêmeas de Lophius gastrophysus (n=342) por classes de 100 mmde intervalo nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo, realizados entreCabo Frio (23°,RJ) e Chuí (34°34’, RS), em agosto-setembro de 2001, março-abril de 2002 e junho de 2002.

IG �

103

0200

1,0

2,0

3,0

4,0

300 400 500 600

Índice gonadossomático de fêmeas deLophius gastrophysus

700 850

inverno-primavera 2001verão-outono 2002

5,0

6,0

Malacocephalus occidentalis

O peixe-rato, Malacocephalus occidentalis Goode & Bean, 1885, é um gadiforme dafamília Macrouridae que se distribui em águas tropicais e temperadas-quentes do OceanoAtlântico. É uma espécie bentopelágica, ocorrendo sobre o talude superior entre 200 e 600m de profundidade. Atinge cerca de 45 cm de comprimento total (Cohen, 1990).

Esta espécie ocorreu em 87 dos 224 lances (FO � 38,8%), com captura total de375,6 kg (1,2% do total capturado) (Anexo 2). Foi capturada entre as latitudes de 23°41’S e34°16’S, em profundidades de 210 a 619 m, em fundos onde a temperatura da água esta-va entre 5,2°C e 12,8°C As maiores capturas foram em 500 e 600m, e temperaturas entre6°C e 11°C (Figuras 6.67, 6.68 e 6.69).

Santos

Paranaguá

Cabo deSão Tomé

Cabo de Santa Marta

RioGrande

28˚ S

30˚ S

26˚ S

32˚ S

24˚ S

34˚ S

22˚ S

36˚ S

50˚ W 44˚ W 42˚ W48˚ W 46˚ W 40˚ W 38˚ W52˚ W54˚ W

Malacocephalus occidentalis

Santos

Paranaguá

Cabo de São Tomé

Cabo de Santa Marta

RioGrande

28˚ S

30˚ S

26˚ S

32˚ S

24˚ S

34˚ S

22˚ S

36˚ S

50˚ W 44˚ W 42˚ W48˚ W 46˚ W 40˚ W 38˚ W52˚ W54˚ W

primavera-inverno20012002

verão-outono2002

kg/km2

50100200500750

1000

Figura 6.67 – Densidades em kg/km2 do peixe-rato Malacocephalus occidentalis, nos levantamentos deprospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entreCabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

REVIZEE_ARRASTO_P3 2/28/08 11:02 AM Page 91

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92 SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

A biomassa total estimada nos levantamentos de inverno-primavera de 2001 e 2002 foide 1404t (/� 43%) e no verão-outono de 2002 foi de 1 797 t (/� 44%) (Tabelas 6.1 e 6.16).O número estimado de exemplares na área de estudo para o conjunto dos dois levantamentosde inverno-primavera foi de 12,9 milhões e para o verão-outono de 2002 de 14,11 milhões.

Os comprimentos dos exemplares capturados variaram entre 60 e 541 mm e seus pesosentre 1,6 e 454 g . O tamanho dos exemplares aumentou notadamente em direção ao fundo,sendo que este aumento foi menos conspícuo, mas também ocorreu, em direção ao norte daárea (Figura 6.70). Exemplares menores que 150 mm CT só ocorreram no extremo sul, na área A(lances entre 34°35’S e 31°50’S) nas duas épocas dos levantamentos, mas em pequeno número.Exemplares maiores (moda de 300-460 mm CT) foram capturados em ambas as épocas do ano,entre 400-600 m, sendo mais abundantes na área C (lances entre 24°24’S e 28°S) (Figura 6.71).

latit

ude

( ˚S)

34

100profundidade (m)

32

30

28

26

24

22

200 300 400 500 600 700

kg/km2 kg/km2

tem

pera

tura

no

fund

o ( ˚C

)

00

100profundidade (m)

5

10

20

25

200 300 400 500 600 700

15

Figura 6.68 – Densidades por lances (kg/km2) de Malacocephalus occidentalis em relação à latitude, tempe-ratura e profundidade nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo doPrograma REVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, comos N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

Verão-outono 2002Inverno-primavera 2001-2002

400-600

100-149 150-199 200-299 300-339

área Dárea C

área B

área A

250

150

100

0

50

200

400-600

100-149 150-199 200-299 300-339

área Dárea C

área B

área A

250

150

100

0

50

200

profundidade (m)

dens

idad

e (k

g/km

2 )

profundidade (m)

dens

idad

e (k

g/km

2 )

Figura 6.69 – Densidades de Malacocephalus occidentalis em kg/km2 estimadas por estratos de latitude e deprofundidade, nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do ProgramaREVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/PqAtlântico Sul e Soloncy Moura.

Inverno-primavera 2001-2002 Inverno 2002 Verão-outono 2002Profundidade

Área A Área B Área C Área D Área A Área B Área C Área D

100-149 m — — — — — — — —150-199 m — — — — — — — —200-299 m 12 — — — 69 — — —300-399 m 13 38 5 — 14 9 — 28400-600 m 58 229 903 146 176 180 1.115 206

Tabela 6.16 – Biomassas (t) de Malacocephalus occidentalis, estimadas por estratos de latitude e de profundidade,nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

REVIZEE_ARRASTO_P3 2/28/08 11:02 AM Page 92

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93SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

Ao sul de Santa Marta, exemplares maduros apareceram em ambos os levantamen-tos e, as menores fêmeas maduras mediram 300 mm CT; já ao norte, fêmeas madurasforam encontradas apenas no inverno-primavera, sendo que as menores mediram 286mm. Na alimentação dos exemplares ao sul de Santa Marta predominaram amplamente oscrustáceos, seguidos de teleósteos (Martins, 2000), equanto que ao norte predominaramos teleósteos e, depois crustáceos e cefalópodes (Muto et al., 2005)

Figura 6.70 – Peso médio de Malacocephalus occidentalis por latitudes e profundidades, nos levantamentosde prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em 2001 e 2002entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

peso

méd

io (k

g)

0

latitude

0,05

0,10

21˚ S 24˚ S 27˚ S 33˚ S 36˚ S30˚ S

0,15

0,20

0,25

0,30

0,35

0,40

profundidade (m)0 100 200 300 400 500 600 700

0

peso

méd

io (k

g)

0,05

0,10

0,15

0,20

0,25

0,30

0,35

0,40

milh

ões

de e

xem

plar

es

comprimento total (mm)

Inverno 2001 – área B

0

1,5

40 140

0,5

1,0

240 440340

2,0

540

Outono 2002 – área B

0

1,5

40 140

0,5

1,0

240 440340

2,0

540

Inverno-primavera 2001 – área C

0

1,5

40 140

0,5

1,0

240 440340

2,0

540

Inverno 2002 – área D

0

1,5

40 140

0,5

1,0

240 440340

2,0

540

Verão-outono 2002 – área C

0

1,5

40 140

0,5

1,0

240 440340

2,0

540

Outono 2002 – área D

0

1,5

40 140

0,5

1,0

240 440340

2,0

540

Inverno 2001 – área A

0

1,5

40 140

0,5

1,0

240 440340

2,0

540

Outono 2002 – área A

0

1,5

40 140

0,5

1,0

240 440340

2,0

540

Figura 6.71 – Número estimado, em milhões de exemplares, de Malacocephalus occidentalis por classes decomprimento total, nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do ProgramaREVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/PqAtlântico Sul e Soloncy Moura.

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94 SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

Merluccius hubbsi

A merluza, Merluccius hubbsi Marini, 1933, é um gadiforme da Família Merlucciidae.Os machos atingem cerca de 60 cm e as fêmeas até 1 m de comprimento total. Distribui-se no Oceano Atlântico desde Cabo Frio (22°S), RJ, até o sul da Argentina (55°S), entre 50 e500 m de profundidade (Figueiredo & Menezes, 1978, Cousseau & Perrota, 1998). É umaespécie bentopelágica que durante o dia se encontra no fundo e à noite migra para cama-das superficiais. Apresenta desova múltipla, desovando praticamente durante o ano todo.Na zona costeira patagônica a desova é mais intensa no verão; na região sul do Brasil ocorredurante o inverno, e na região sudeste na primavera-verão (Cousseau & Perrota, 1998;Haimovici et al,, 1993; Vaz dos Santos & Rossi-Wongtschowski, 2005). Na plataforma conti-nental do sul do Brasil, os adultos alimentam-se principalmente de Engraulis anchoita,Trachurus lathami e Illex argentinus, enquanto os juvenis se alimentam principalmente deE. anchoita, misidáceos e anfípodes (Haimovici et al., 1993).

É um importante recurso pesqueiro, principalmente no Uruguai e Argentina. No suldo Brasil as maiores capturas ocorrem nos anos em que a penetração de águas frias, vin-das do sul, é mais intensa (Haimovici, 1997). No litoral do Rio de Janeiro ocorre um estoquede merluza associado à ressurgência de Cabo Frio (Fagundes Netto & Oliveira, 1998). Emanos recentes a merluza vem sendo objeto de intensa pesca de arrasto no talude superiorde toda a Região Sudeste-Sul (Perez et al., 2003).

No levantamento realizado, a merluza ocorreu em 194 dos 224 lances (FO � 86,6%),com uma captura total de 19.272 exemplares e 2.730 kg (8,4% do total), ocupando o 1°lugar em freqüência de ocorrência e o 4° em biomassa (Anexo 2). Foi capturada em todasas profundidades e latitudes amostradas, sendo encontrada entre 23°05’S e 34°34’S de lati-tude, 94 e 619 m de profundidade e águas de fundo com temperaturas entre 5,2°C e 17,8°C(Figuras 6.72 e 6.73). As maiores densidades foram obtidas entre 6°C-13°C e 250-550 m(Figuras 6.73 e 6.74). Foram observados dois núcleos com maiores densidades, um mais aosul, entre 33°S e 34°S, e outro ao norte, entre 23°S e 25°S (Figura 6.72,Tabela 6.17). No con-junto, o número estimado de exemplares na área dos dois levantamentos de inverno-pri-mavera foi de 169 milhões e, no verão-outono de 2002 de 207 milhões.

Santos

Paranaguá

Cabo de São Tomé

Cabo de Santa Marta

RioGrande

28˚ S

30˚ S

26˚ S

32˚ S

24˚ S

34˚ S

22˚ S

36˚ S

50˚ W 44˚ W 42˚ W48˚ W 46˚ W 40˚ W 38˚ W52˚ W54˚ W

Merluccius hubbsi

Santos

Paranaguá

Cabo de São Tomé

Cabo de Santa Marta

RioGrande

28˚ S

30˚ S

26˚ S

32˚ S

24˚ S

34˚ S

22˚ S

36˚ S

50˚ W 44˚ W 42˚ W48˚ W 46˚ W 40˚ W 38˚ W52˚ W54˚ W

primavera-inverno20012002

verão-outono2002

kg/km2

50100500

1000200040006000

Figura 6.72 – Densidades em kg/km2 da merluza Merluccius hubbsi, nos levantamentos de prospecçãopesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio(23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

REVIZEE_ARRASTO_P3 2/28/08 11:02 AM Page 94

Page 95: Haimovici.etal.2008.Prospecção Pesqueira de espécies Demersais com rede de arrasto-de-fundo na Região Sudeste-Sul do Brasil

95SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

latit

ude

( ˚S)

34

100profundidade (m)

32

30

28

26

24

22

200 300 400 500 600 700

kg/km2

kg/km2

tem

pera

tura

no

fund

o ( ˚C

)

0100

profundidade (m)

4

10

8

16

14

20

200 300 400 500 600 700

2

6

12

18

Figura 6.73 – Densidades por lances (kg/km2) de Merluccius hubbsi em relação à latitude, temperatura e pro-fundidade nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE,realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sule Soloncy Moura.

Verão-outono 2002Inverno-primavera 2001-2002

400-600

100-149 150-199 200-299 300-339

área Dárea C

área B

área A

1800

800

600

0

200

1200

400-600

100-149 150-199 200-299 300-339

área Dárea C

área B

área A

0

1400

400

1000

1600

1800

800

600

200

1200

1400

400

1000

1600

profundidade (m)

(g

)

profundidade (m)

dens

idad

e (k

g/km

2 )

Figura 6.74 – Densidades de Merluccius hubbsi em kg/km2 estimadas por estratos de latitude e de profundi-dade, nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE,realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sule Soloncy Moura.

A biomassa total estimada nos levantamentos de inverno-primavera de 2001 e2002 foi de 19 497 t (/�34%) e, para todas as áreas, no verão-outono de 2002 foi de21 934 (/�27%) (Tabela 6.1 e 6.17). A biomassa no verão-outono foi muito semelhante àdo inverno-primavera. Os intervalos de confiança de 90% foram pequenos devido à dis-tribuição relativamente homogênea da espécie nos estratos de latitude e profundidade.

Os tamanhos dos exemplares capturados variaram entre 51 e 770 mm (CT) e os pesosentre 51 e 3 500 g.O comprimento dos exemplares aumentou em direção à águas mais profun-das (Figura 6.75). Peixes maduros foram capturados em todos os meses amostrados, ao longode toda a região. O recrutamento de indivíduos pequenos (menores de 150 mm CT) ocorreuem águas rasas de todas as latitudes durante todo ano,mais acentuadamente no verão-outono.

Inverno-primavera 2001-2002 Inverno 2002 Verão-outono 2002Profundidade

Área A Área B Área C Área D Área A Área B Área C Área D

100-149 m 5 382 918 838 11 717 1.577 793150-199 m 1.476 1.150 677 31 1.187 945 3.129 —200-299 m 426 832 1.138 861 1.574 829 133 —300-399 m 834 1.127 4.299 12 506 803 1.042 2.627400-600 m 1.771 531 1.401 788 662 2.508 1.875 1.016

Tabela 6.17 – Biomassas (t) de Merluccius hubbsi, estimadas por estratos de latitude e de profundidade, noslevantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

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96 SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

Exemplares entre 130-180 mm (CT) foram os mais abundantes. Com base nos parâmetros decrescimento e reprodutivos, apresentados por Vaz-dos-Santos & Rossi-Wongtschowski (2005),predominaram juvenis sexualmente imaturos, no segundo ano de vida.

O levantamento mostrou que o Sul e o Sudeste do Brasil constituem uma parteimportante do hábitat da merluza: no sul como área de criação de juvenis do estoque com-partilhado com o Uruguai e a Argentina (Haimovici et al., 1993). Vaz-dos-Santos (2006)identificou diferenças no crescimento e na sazonalidade da reprodução ao norte e ao suldo Cabo de Santa Marta, e postulou a existência de unidades populacionais distintas nes-sas duas regiões, sendo que a continuidade na distribuição da merluza em toda a regiãoSul-Sudeste sugere um alto grau de mistura entre os dois estoques.

Figura 6.75 – Peso médio de Merluccius hubbsi por latitudes e profundidades, nos levantamentos de pros-pecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entreCabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

peso

méd

io (k

g)

0

latitude

0,2

0,4

0,6

0,8

1,0

21˚ S 24˚ S 27˚ S 33˚ S 36˚ S

1,2

1,4

30˚ S

1,6

peso

méd

io (k

g)

profundidade (m)0 100 200 300 400 500 600 700

0

0,2

0,4

0,6

0,8

1,0

1,2

1,4

1,6

milh

ões

de e

xem

plar

es

comprimento total (mm)

Inverno 2001 – área B

0

Outono 2002 – área B

0

Inverno-primavera 2001 – área C

0

Inverno 2002 – área D

0

Verão-outono 2002 – área C

0

Outono 2002 – área D

0

Inverno 2001 – área A

0

15

0 150

5

10

300 600450

20

750

25

30

15

5

10

20

25

30

0 150 300 600450 750

15

5

10

20

25

30

0 150 300 600450 750

15

5

10

20

25

30

0 150 300 600450 750

Outono 2002 – área A

0

15

5

10

20

25

30

0 150 300 600450 750

15

5

10

20

25

30

0 150 300 600450 750

15

5

10

20

25

30

0 150 300 600450 750

15

5

10

20

25

30

0 150 300 600450 750

Figura 6.76 – Número estima-do, em milhões de exem-plares, de Merluccius hubbsipor classes de comprimentototal, nos levantamentos deprospecção pesqueira comrede de arrasto-de-fundo doPrograma REVIZEE, realiza-dos em 2001 e 2002 entreCabo Frio (23°S) e Chuí(34°34’S) e 100 e 600 m, comos N/Pq Atlântico Sul eSoloncy Moura.

REVIZEE_ARRASTO_P3 2/28/08 11:02 AM Page 96

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97SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

Mullus argentinae

A trilha, Mullus argentinae Hubbs & Marini, 1933, é um peixe perciforme da famíliaMullidae que ocorre no oceano Atlântico Sudoeste, do Rio de Janeiro até Mar del Plata, naArgentina (Menezes & Figueiredo, 1985; Cousseau & Perrota, 1998).

Trata-se de uma espécie demersal de plataforma encontrada geralmente sobre fun-dos de lama que alcança até 25 cm de comprimento. Na região entre Cabo Frio e Torres, adesova ocorre entre 24°S e 28°S nos meses de novembro e março na plataforma externa esua dieta compõe-se de organismos bentônicos, principalmente de crustáceos, seguidospor poliquetas, equinodermos e peixes (Zaneti-Prado, 1978). A espécie tem valor comercialmas é desembarcada apenas em pequenas quantidades.

Nos levantamentos realizados, a trilha ocorreu em 68 dos 224 lances (FO � 30,4%)com uma captura de 257 kg (0,8% do total) (Anexo 2).Encontrada entre as latitudes de 23°26’Sa 34°34’S, a espécie foi capturada entre 94 e 260 m, em fundos cuja temperatura da água esta-va entre 11,1°C e 17,8°C. As maiores densidades foram encontradas, em ambas as épocas doano, ao sul de Santa Marta entre 100 e 200 m de profundidade (Figuras 6.77, 6.78, 6.79).

100 m200 m

1000 m 100 m200 m

1000 m

Santos

Paranaguá

Cabo de São Tomé

Cabo de Santa Marta

RioGrande

28˚ S

30˚ S

26˚ S

32˚ S

24˚ S

34˚ S

22˚ S

36˚ S

50˚ W 44˚ W 42˚ W48˚ W 46˚ W 40˚ W 38˚ W52˚ W54˚ W

Mullus argentinae

Santos

Paranaguá

Cabo de São Tomé

Cabo de Santa Marta

RioGrande

28˚ S

30˚ S

26˚ S

32˚ S

24˚ S

34˚ S

22˚ S

36˚ S

50˚ W 44˚ W 42˚ W48˚ W 46˚ W 40˚ W 38˚ W52˚ W54˚ W

primavera-inverno20012002

verão-outono2002

kg/km2

50100250500

1000

Figura 6.77 – Densidades em kg/km2 da trilha Mullus argentinae, nos levantamentos de prospecção pesqueiracom rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) eChuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

latit

ude

( ˚S)

0

34

100profundidade (m)

32

30

28

26

24

22

200 300 400 500 600

kg/km2 kg/km2

tem

pera

tura

no

fund

o ( ˚C

)

00

100profundidade (m)

4

10

8

16

14

20

200 300 400 500 600 700

2

6

12

18

Figura 6.78 – Densidades por lances (kg/km2) de Mullus argentinae em relação à latitude, temperatura e pro-fundidade nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE,realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sule Soloncy Moura.

REVIZEE_ARRASTO_P3 2/28/08 11:02 AM Page 97

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98 SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

Verão-outono 2002

400-600

100-149 150-199 200-299 300-339

área Dárea C

área B

área A

300

200

150

50

0

100

250

Inverno-primavera 2001-2002

400-600

100-149 150-199 200-299 300-339

área Dárea C

área B

área A

300

200

150

50

0

100

250

profundidade (m)

dens

idad

e (k

g/km

2 )

profundidade (m)

dens

idad

e (k

g/km

2 )

Figura 6.79 – Densidades de Mullus argentinae em kg/km2 estimadas por estratos de latitude e de profundi-dade, nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE,realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sule Soloncy Moura.

A biomassa total estimada nos levantamentos de inverno-primavera de 2001 e2002 foi de 6 096 t (/�6,1%) e no verão-outono foi de 2002 foi de 4 797 (/�34)(Tabelas 6.1 e 6.18). O número estimado de exemplares na área do estudo, para o conjun-to dos dois levantamentos de inverno-primavera, foi 65 milhões e, para o verão-outono de2002 de 48 milhões.

Inverno-primavera 2001-2002 Inverno 2002 Verão-outono 2002Profundidade

Área A Área B Área C Área D Área A Área B Área C Área D

100-149 m 562 2.388 348 128 1.212 1.566 9 24150-199 m 554 1.673 346 — 635 1.006 70 —200-299 m 8 82 6 — 14 263 — —

Tabela 6.18 – Biomassas (t) de Mullus argentinae, estimadas por estratos de latitude e de profundidade, noslevantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

Os comprimentos totais dos exemplares capturados variaram entre 100 e 260 mme, os pesos entre 11 e 295 g. Os pesos médios não mostraram uma tendência definida emrelação à latitude (Figura 6.80). Um núcleo de maior abundância em número foi encontra-do no outono, ao sul de Santa Marta (áreas A e B), e era composto principalmente porexemplares com comprimentos variando entre 150 e 210 mm. Não se observou um padrãosazonal de recrutamento (Figura 6.81). Fêmeas maduras foram observadas nas áreas C eD, no mês de outubro.

O levantamento mostrou que na plataforma externa e talude, a trilha é muito maisabundante ao sul de Santa Marta, confirmando observações de Vazzoler et al. (1973) eHaimovici et al. (1994), que localizaram núcleos de maior densidade na plataforma do RioGrande do Sul em profundidades maiores que 80 m e, em águas frias (10 a 16°C). Ao nortedo Cabo de Santa Marta Grande a densidade foi muito menor, em particular no verão-ou-tono, quando a trilha praticamente desapareceu das faixas de profundidades abrangidaspelos levantamentos. Segundo Zaneti-Prado (1979), nesta área a espécie ocorre mais próxi-ma à costa no inverno e primavera, afastando-se dela no verão e no outono. Este fato nãopôde ser constatado, devido á maior profundidade dos cruzeiros do REVIZEE.

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99SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

Figura 6.80 – Peso médio de Mullus argentinae por latitudes e profundidades, nos levantamentos de pros-pecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entreCabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

peso

méd

io (k

g)

0

latitude

0,10

23˚ S 25˚ S 27˚ S 29˚ S 33˚ S 35˚ S

0,15

0,05

0,20

0,25

31˚ S

peso

méd

io (k

g)

profundidade (m)0 100 200 300 400 500 600

0

0,10

0,15

0,05

0,20

0,25

milh

ões

de e

xem

plar

es

comprimento total (mm)

Outono 2002 – área BInverno 2001 – área B

Inverno-primavera 2001 – área C Verão-outono 2002 – área C

Inverno 2002 – área D Outono 2002 – área D

Outono 2002 – área AInverno 2001 – área A

0

4

8

80 110

2

6

140 200170

10

2602300

4

8

80 110

2

6

140 200170

10

260230

0

4

8

80 110

2

6

140 200170

10

2602300

4

8

80 110

2

6

140 200170

10

260230

0

4

8

80 110

2

6

140 200170

10

2602300

4

8

80 110

2

6

140 200170

10

260230

0

4

8

80 110

2

6

140 200170

10

2602300

4

8

80 110

2

6

140 200170

10

260230

Figura 6.81 – Número estimado, em milhões de exemplares, de Mullus argentinae por classes de comprimen-to total, nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE,realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sule Soloncy Moura.

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100 SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

Mustelus schmitti

O caçonete, Mustelus schmitti Springer, 1939, pertence à família Triakidae e alcançaaté 1 metro de comprimento total. Distribui-se no Atlântico Sudoeste, do Rio de Janeiro atéa Argentina. Este cação vive no fundo e é encontrado desde a costa até 195 m de profun-didade (Heemstra, 1997). Mustelus schmitti reproduz por viviparidade lecitotrófica, sem pla-centa e o ciclo reprodutivo é anual. Os parâmetros populacionais de Mustelus schmitti nosul do Brasil são apresentados na Tabela 6.20.

Esta espécie ocorreu em 16 dos 224 lances (FO � 7,1%) com uma captura de 177exemplares e 175 kg (0,5% do total) (Anexo 2). M schmitti foi capturado entre 26°24’S e33°35’S de latitude, entre 100 e 180 m de profundidade e águas de fundo com temperatu-ra entre 15,0°C e 17,6°C. Em ambas as épocas do ano, mas com valores superiores no verão-outono, as maiores densidades foram registradas ao sul de Santa Marta (áreas A e B), entre100 e 200 m de profundidade (Figuras 6.82, 6.83, 6.84).

A biomassa total estimada nos levantamentos de inverno-primavera de 2001 e2002 foi de 2 726 t (/�84%) e no verão-outono de 2002 foi de 2 959 (/�120%) e, na

100 m200 m

1000 m 100 m200 m

1000 m

Santos

Paranaguá

Cabo de São Tomé

Cabo de Santa Marta

RioGrande

28˚ S

30˚ S

26˚ S

32˚ S

24˚ S

34˚ S

22˚ S

36˚ S

50˚ W 44˚ W 42˚ W48˚ W 46˚ W 40˚ W 38˚ W52˚ W54˚ W

Mustelus schmitti

Santos

Paranaguá

Cabo de São Tomé

Cabo de Santa Marta

RioGrande

28˚ S

30˚ S

26˚ S

32˚ S

24˚ S

34˚ S

22˚ S

36˚ S

50˚ W 44˚ W 42˚ W48˚ W 46˚ W 40˚ W 38˚ W52˚ W54˚ W

primavera-inverno20012002

verão-outono2002

kg/km2

50100200500

10001500

Figura 6.82 – Densidades em kg/km2 do caçonete Mustelus schmitti, nos levantamentos de prospecçãopesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio(23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

latit

ude

( ˚S)

0

34

100profundidade (m)

32

30

28

26

24

22

200 300 400 500 600

kg/km2 kg/km2

tem

pera

tura

no

fund

o ( ˚C

)

00

100profundidade (m)

4

10

8

16

14

20

200 300 400 500 600

2

6

12

18

Figura 6.83 – Densidades por lances (kg/km2) de Mustelus schmitti em relação à latitude, temperatura e pro-fundidade nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE,realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sule Soloncy Moura.

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101SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

Verão-outono 2002

400-600

100-149 150-199 200-299 300-339

área Dárea C

área B

área A

300

200

150

50

0

100

250

Inverno -primavera 2001-2002

400-600

100-149 150-199 200-299 300-339

área Dárea C

área B

área A

300

200

150

50

0

100

250

profundidade (m)

dens

idad

e (k

g/km

2 )

profundidade (m)

dens

idad

e (k

g/km

2 )

Figura 6.84 – Densidades de Mustelus schmitti em kg/km2 estimadas por estratos de latitude e de profundidade,nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

área D não houve capturas nas duas épocas (Tabela 6.1 e 6.19). O número estimado deexemplares na área de estudo para o conjunto dos dois levantamentos de inverno-prima-vera foi 3,3 milhões e para o verão-outono de 2002 de 3 milhões.

Ao sul de Santa Marta os exemplares capturados variaram entre 330 e 920 mm decomprimento e, ao norte de Santa Marta ocorreram apenas 2 exemplares machos, com 705mm e 743 mm, capturados entre Paranaguá e Santa Marta, que estavam em maturação.

A espécie foi mais abundante na área B, onde predominaram comprimentos dasclasses de 350 mm no verão-outono, e de 375 mm no inverno (Figura 6.86) provavelmenterepresentando o crescimento de uma nova coorte que anualmente nasce nas águascosteiras rasas da região durante a primavera, cujos exemplares apresentam comprimen-tos totais entre 220 a 290 mm (Soto 1986; Vooren et al. 2005).

Os resultados obtidos confirmam que uma população regional de Mustelus schmittise distribui entre o Chuí e o Cabo de Santa Marta, e que nessa população o parto ocorre naprimavera. O aumento da abundância dos pequenos juvenis na plataforma externa noinverno (Figura 6.86) pode estar refletindo a migração desses juvenis para maiores profun-didades, em resposta ao resfriamento das águas costeiras que ocorrem nessa época.

Foi observado aumento no peso médio por lance dos exemplares em direção ao sule com o aumento da profundidade (Figura 6.85). As densidades diminuíram em direção aonorte, sendo que somente 2 exemplares foram capturados na área C (um em cada época)

Inverno-primavera 2001-2002 Inverno 2002 Verão-outono 2002Profundidade

Área A Área B Área C Área D Área A Área B Área C Área D

100-149 m 562 1.830 85 — 2.053 755 73 —150-199 m 249 — — — 59 19 — —

Tabela 6.19 – Biomassas (t) de Mustelus schmitti, estimadas por estratos de latitude e de profundidade, noslevantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

Parâmetro Macho Fêmea

CT máximo (cm) 80 89CT do menor indivíduo maturo (cm) 51 54CT com 50% maturidade (cm) 56 59CT com 100% maturidade (cm) 66 78Número de embriões — 1-19, média 7

Tabela 6.20 – Parâmetros populacionais de Mustelus schmitti na plataforma do Rio Grande do Sul nos anos1980-1983, segundo Soto (1986).

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102 SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

e nenhum na área D. Exemplares maiores (�600 mm CT) foram mais abundantes ao sulde Rio Grande (área A), no outono (Figura 6.86). O recrutamento da espécie pode ser evi-denciado por um grande número de exemplares pequenos (�450 mm CT) na área B,principalmente no inverno (Figura 6.86).

No sul da Argentina, o CT máximo dos machos é de 89 cm, e a maturidade sexualocorre a partir de 71 cm de CT. Os machos atingem 100% de maturidade com CT de 76 cm,enquanto para as fêmeas o CT máximo é de 91 cm e a maturidade sexual ocorre a partir de80 cm (Chiaramonte & Pettovello, 2000).

No sul do Brasil, Mustelus schmitti ocorre ao longo do ano e em todas as profundi-dades da plataforma continental, porém com pico de abundância no inverno, o que refletea migração sazonal de uma população que, durante o verão, se distribui em águas uru-guaias e argentinas (Vooren, 1997; Vooren et al., 2005).

A espécie se alimenta principalmente de crustáceos e poliquetas, mas inclui outrosinvertebrados e pequenos peixes na sua dieta (Capitoli et al., 1995).

Em nível mundial, Mustelus schmitti é classificado como em perigo de extinção(Massa et al., 2006). No Brasil, Mustelus schmitti tem status jurídico de espécie ameaçadade extinção (I.N. MMA nº 5, 2004). Na plataforma do Rio Grande do Sul a abundância deMustelus schmitti diminuiu cerca de 85% entre 1975 e 1997, principalmente devido à inten-sa pesca de arrasto-de-fundo que ocorre na região (Miranda & Vooren, 2003).

Figura 6.85 – Peso médiode Mustelus schmitti porlatitudes e profundidades,nos levantamentos deprospecção pesqueira comrede de arrasto-de-fundodo Programa REVIZEE,realizados em 2001 e 2002entre Cabo Frio (23°S) eChuí (34°34’S) e 100 e 600m, com os N/Pq AtlânticoSul e Soloncy Moura.

peso

méd

io (k

g)

0

latitude

0,5

1,0

1,5

23˚ S 25˚ S 27˚ S 29˚ S 33˚ S 35˚ S

2,0

2,5

31˚ S

peso

méd

io (k

g)

profundidade (m)0 100 200 300 400 500

0

0,5

1,0

1,5

2,0

2,5

milh

ões

de e

xem

plar

es

comprimento total (mm)

Outono 2002 – área BInverno 2001 – área B

Inverno-primavera 2001 – área C Verão-outono 2002 – área C

Outono 2002 – área AInverno 2001 – área A

0

0,4

0,8

300

0,2

0,6

450 600

1,0

900750

0

0,4

0,8

300

0,2

0,6

450 600

1,0

900750

0

0,4

0,8

300

0,2

0,6

450 600

1,0

900750

0

0,4

0,8

300

0,2

0,6

450 600

1,0

9007500

0,4

0,8

300

0,2

0,6

450 600

1,0

900750

0

0,4

0,8

300

0,2

0,6

450 600

1,0

900750

Figura 6.86 – Númeroestimado, em milhões deexemplares, de Mustelusschmitti por classes decomprimento total, noslevantamentos de pros-pecção pesqueira comrede de arrasto-de-fundodo Programa REVIZEE,realizados em 2001 e2002 entre Cabo Frio(23°S) e Chuí (34°34’S) e100 e 600 m, com osN/Pq Atlântico Sul eSoloncy Moura.

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103SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

Nemadactylus bergi

O besugo ou papa-mosca, Nemadactylus bergi (Norman, 1937) é um peixe perci-forme da família Cheilodactylidae que alcança até 54 cm de comprimento total. Distribui-se no Oceano Atlântico Sudoeste, do Rio de Janeiro (22°S) até a Patagônia Argentina (42°S),sendo mais abundante no sul. É um peixe de hábito demersal, que vive sobre fundosmoles. Na Argentina alimenta-se de poliquetas, equinodermos e copépodes e a repro-dução ocorre principalmente em março e abril, prolongando-se até junho. O comprimen-to de maturação é ao redor de 28 cm, seu crescimento é lento e a longevidade supera 20anos (Cousseau & Perrota, 1998).

A espécie ocorreu em 40 dos 224 lances (FO � 17,9%) com uma captura de 1413exemplares e 306,3 kg (0,9% do total) (Anexo 2). O besugo foi capturado entre 24°57’S a34°34’S de latitude, entre 100 e 316 m de profundidade e águas de fundo com temperatu-ra entre 10,7°C e 17,6°C. Nas duas épocas de amostragem, foi abundante no extremo sul(abaixo de 34°S), entre 100 e 215 m de profundidade (Figuras 6.87, 6.88 e 6.89).

100 m200 m

1000 m 100 m200 m

1000 m

Santos

Paranaguá

Cabo de São Tomé

Cabo de Santa Marta

RioGrande

28˚ S

30˚ S

26˚ S

32˚ S

24˚ S

34˚ S

22˚ S

36˚ S

50˚ W 44˚ W 42˚ W48˚ W 46˚ W 40˚ W 38˚ W52˚ W54˚ W

Nemadactylus bergi

Santos

Paranaguá

Cabo de São Tomé

Cabo de Santa Marta

RioGrande

28˚ S

30˚ S

26˚ S

32˚ S

24˚ S

34˚ S

22˚ S

36˚ S

50˚ W 44˚ W 42˚ W48˚ W 46˚ W 40˚ W 38˚ W52˚ W54˚ W

primavera-inverno20012002

verão-outono2002

kg/km2

50100250500

100015002000

Figura 6.87 – Densidades em kg/km2 do besugo ou papa-mosca Nemadactylus bergi, nos levantamentos deprospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entreCabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

kg/km2

tem

pera

tura

no

fund

o ( ˚C

)

00

100profundidade (m)

4

10

8

16

14

20

200 300 400 500 600

2

6

12

18

latit

ude

( ˚S)

0

34

100profundidade (m)

32

30

28

26

24

22

200 300 400 500 600

kg/km2

36

Figura 6.88 – Densidades por lances (kg/km2) de Nemadactylus bergi em relação à latitude, temperatura eprofundidade nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do ProgramaREVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/PqAtlântico Sul e Soloncy Moura.

REVIZEE_ARRASTO_P3 2/28/08 11:02 AM Page 103

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104 SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

Verão-outono 2002

400-600

100-149 150-199 200-299 300-339

área Dárea C

área B

área A

600

400

300

100

0

200

500

Inverno-primavera 2001-2002

400-600

100-149 150-199 200-299 300-339

área Dárea C

área B

área A

600

400

300

100

0

200

500

profundidade (m)

dens

idad

e (k

g/km

2 )

profundidade (m)

dens

idad

e (k

g/km

2 )

Figura 6.89 – Densidades de Nemadactylus bergi em kg/km2 estimadas por estratos de latitude e de profundidade,nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

A biomassa total estimada nos levantamentos de inverno-primavera de 2001 e 2002foi de 4.499 t (/�85%) e no verão-outono de 2002 foi de 5.160 (/�92) (Tabelas 6.1 e6.21). O número estimado de exemplares na área do estudo para o conjunto dos dois levan-tamentos de inverno-primavera foi 23 milhões e,para o verão-outono de 2002 de 21 milhões.

Inverno-primavera 2001-2002 Inverno 2002 Verão-outono 2002Profundidade

Área A Área B Área C Área D Área A Área B Área C Área D

100-149 m 1.228 150 39 — 4.258 16 — —150-199 m 2.392 254 99 — 389 92 — —200-299 m 176 124 37 — 116 271 11 —300-399 m — — — — — 11 7 —

Tabela 6.21 – Biomassas (t) de Nemadactylus bergi, estimadas por estratos de latitude e de profundidade, noslevantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

milh

ões

de e

xem

plar

es

comprimento total (mm)

Outono 2002 – área BInverno 2001 – área B

Inverno-primavera 2001 – área C Verão-outono 2002 – área C

Outono 2002 – área AInverno 2001 – área A

0

2

170

1

220 270 420370

3

4

3200

2

170

1

220 270 420370

3

4

320

0

2

170

1

220 270 420370

3

4

3200

2

170

1

220 270 420370

3

4

320

0

2

170

1

220 270 420370

3

4

3200

2

170

1

220 270 420370

3

4

320

Figura 6.90 – Número estimado, em milhõesde exemplares, de Nemadactylus bergi porclasses de comprimento total, nos levanta-mentos de prospecção pesqueira com redede arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE,realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio(23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, comos N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

O comprimento dos exem-plares capturados variou entre 170e 437 mm e o peso entre 53 e 900 g.Exemplares adultos (� 280 mmCT) foram mais abundantes ao sulde Rio Grande (área A), principal-mente no outono,enquanto quejuvenis (�280 mm CT) o foram noinverno, sendo provavelmente,parte de um recrutamento (Figura6.90). Alguns exemplares maturosforam observados no sul no levan-tamento de inverno.

REVIZEE_ARRASTO_P3 2/28/08 11:02 AM Page 104

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105SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

Paralichthys isosceles

O linguado-da-areia, Paralichthys isosceles Jordan, 1890, é um peixe pleuronecti-forme da família Paralichthyidae que ocorre no Oceano Atlântico Sudoeste, desde o litoraldo Rio de Janeiro até o golfo de São Jorge, na Argentina (46°S) (Figueiredo & Menezes,2000). Esta espécie habita fundos lodosos ou de areia e lodo, alimentando-se de peixes,cefalópodes e crustáceos (Kawakami, 1975; Garcia, 1987; Ignácio, 2006).

O linguado-da-areia ocorreu em 63 dos 224 lances (FO � 28,1%) com uma capturade 1 481 exemplares e 375,6 kg (1,2% do total) (Anexo 2). Foi capturado entre 23°09’S e34°19’S de latitude, entre 94 e 305 m de profundidade, em águas com temperaturas defundo de 10,7°C a 17,8°C. Foi mais abundante ao sul de Santa Marta, entre 100 e 200 m deprofundidade e águas com 14°C a 17,5°C de temperatura. (Figuras 6.91, 6.92 e 6.93) .

A biomassa total estimada nos levantamentos de inverno-primavera de 2001 e 2002 foide 8 995 t (/�37%) e no verão-outono de 2002 foi de 7 520 t (/�33%) (Tabelas 6.1 e 6.22).O número de exemplares na área do estudo, para o conjunto dos dois levantamentos de inver-no-primavera, foi estimado em 32 milhões e para o verão-outono de 2002 em 31 milhões.

100 m200 m

1000 m 100 m200 m

1000 m

Santos

Paranaguá

Cabo de São Tomé

Cabo de Santa Marta

RioGrande

28˚ S

30˚ S

26˚ S

32˚ S

24˚ S

34˚ S

22˚ S

36˚ S

50˚ W 44˚ W 42˚ W48˚ W 46˚ W 40˚ W 38˚ W52˚ W54˚ W

Paralichthys isosceles

Santos

Paranaguá

Cabo de São Tomé

Cabo de Santa Marta

RioGrande

28˚ S

30˚ S

26˚ S

32˚ S

24˚ S

34˚ S

22˚ S

36˚ S

50˚ W 44˚ W 42˚ W48˚ W 46˚ W 40˚ W 38˚ W52˚ W54˚ W

primavera-inverno20012002

verão-outono2002

kg/km2

50100250500

1000

Figura 6.91 – Densidade em kg/km2 do linguado-da-areia Paralichthys isosceles, nos levantamentos deprospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entreCabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

latit

ude

( ˚S)

34

100profundidade (m)

32

30

28

26

24

22

200 300 400 500 600

kg/km2

0

kg/km2

tem

pera

tura

no

fund

o ( ˚C

)

00

100profundidade (m)

2

10

20

200 300 400 500

12

4

6

8

14

16

18

Figura 6.92 – Densidade por lances (kg/km2) de Paralichthys isosceles em relação à latitude, temperatura eprofundidade nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do ProgramaREVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/PqAtlântico Sul e Soloncy Moura.

REVIZEE_ARRASTO_P3 2/28/08 11:02 AM Page 105

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106 SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

Verão-outono 2002Inverno-primavera 2001-2002

400-600

100-149 150-199 200-299 300-339

área Dárea C

área B

área A

250

150

100

0

50

200

400-600

100-149 150-199 200-299 300-339

área Dárea C

área B

área A

0

300

250

150

100

50

200

300

profundidade (m)

dens

idad

e (k

g/km

2 )

profundidade (m)

dens

idad

e (k

g/km

2 )

Figura 6.93 – Densidades de Paralichthys isosceles em kg/km2 estimadas por estratos de latitude e de pro-fundidade, nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do ProgramaREVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/PqAtlântico Sul e Soloncy Moura.

O comprimento total dos exemplares capturados variou entre 150 e 420 mm de eo peso entre 22 e 785 g. Exemplares maiores foram encontrados em ambas as épocas doslevantamentos, nas áreas A e B. (Figura 6.93A e 6.94).

Nas áreas A e B, exemplares em maturação foram observados no levantamento defins de inverno, enquanto que nas áreas C e D, desde o início do inverno até o verão.

Aparecem muitas modas de comprimento nos dois levantamentos nas áreas ondefoi capturado (A, B e C), mas o pequeno número de exemplares com comprimentos inferi-ores a 200 mm não permitiu uma análise clara sobre o recrutamento.

Inverno-primavera 2001-2002 Inverno 2002 Verão-outono 2002Profundidade

Área A Área B Área C Área D Área A Área B Área C Área D

100-149 m 746 2.782 915 154 1.953 1.995 1.784 134150-199 m 965 2.653 728 — 1.120 125 159 8200-299 m 5 — 21 27 53 — 175 6300-399 m — — — — — — — 9400-600 m — — — — — — — —

Tabela 6.22 – Biomassas (t) de Paralichthys isosceles, estimadas por estratos de latitude e de profundidade, noslevantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

Figura 6.93A – Peso médio de Paralichthys isosceles,por latitudes e profundidades, nos levantamentos deprospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entreCabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

peso

méd

io (k

g)

0

latitude

0,1

0,2

0,3

0,4

0,5

0,6

23˚ S 25˚ S 27˚ S 29˚ S 33˚ S 35˚ S

0,7

0,8

31˚ S

peso

méd

io (k

g)

profundidade (m)0 100 200 300 400 500 600

0

0,1

0,2

0,3

0,4

0,5

0,6

0,7

0,8

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107SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

milh

ões

de e

xem

plar

es

comprimento total (mm)

Inverno 2001 – área B Outono 2002 – área B

Inverno-primavera 2001 – área C

Inverno 2002 – área D

Verão-outono 2002 – área C

Outono 2002 – área D

Inverno 2001 – área A Outono 2002 – área A

150 200 250 350300 400

0

1,5

150 200

0,5

1,0

250 350300

2,0

4000

1,5

0,5

1,0

2,0

0

1,5

150 200

0,5

1,0

250 350300

2,0

4000

1,5

0,5

1,0

2,0

150 200 250 350300 400

150 200 250 350300 400

150 200 250 350300 4000

1,5

150 200

0,5

1,0

250 350300

2,0

4000

1,5

0,5

1,0

2,0

0

1,5

150 200

0,5

1,0

250 350300

2,0

4000

1,5

0,5

1,0

2,0

Figura 6.94 – Número estimado, em milhões de exemplares, de Paralichthys isosceles por classes de compri-mento total, nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do ProgramaREVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/PqAtlântico Sul e Soloncy Moura.

Polymixia lowei

A barbuda ou trilha-branca, Polymixia lowei, Günther, 1859 é um perciforme dafamília Polymixiidae. Distribui-se no Oceano Atlântico Ocidental, desde Nova Jérsei (EUA)até o Uruguai. Espécie batidemersal encontrada em profundidades entre 50-650 m, princi-palmente sobre fundos moles da plataforma continental e do talude superior dos conti-nentes e ilhas (Figueiredo & Menezes, 1978; Carpenter, 2002).

P. lowei ocorreu em 116 dos 224 lances (FO � 51,79%), com uma captura de 30 462exemplares e 3 832,1 kg (11,74% do total), ocupando o 1° em biomassa e o 6° lugar em fre-qüência de ocorrência (junto com Bembrops heterurus) (Anexo 2). Esta espécie foi encon-trada entre 23°39’S e 34°34’S, em profundidades entre 128 e 619 m e águas de fundo comtemperaturas entre 5,5°C e 17,3°C. As maiores densidades ocorreram nas áreas C e D, aonorte de 26°S, entre 300 e 550 m e 10°C e 12°C (Figuras 6.95, 6.96 e 6.97).

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Page 108: Haimovici.etal.2008.Prospecção Pesqueira de espécies Demersais com rede de arrasto-de-fundo na Região Sudeste-Sul do Brasil

108 SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

100 m200 m

1000 m 100 m200 m

1000 m

Santos

Paranaguá

Cabo de São Tomé

Cabo de Santa Marta

RioGrande

28˚ S

30˚ S

26˚ S

32˚ S

24˚ S

34˚ S

22˚ S

36˚ S

50˚ W 44˚ W 42˚ W48˚ W 46˚ W 40˚ W 38˚ W52˚ W54˚ W

Polymixia lowei

Santos

Paranaguá

Cabo de São Tomé

Cabo de Santa Marta

RioGrande

28˚ S

30˚ S

26˚ S

32˚ S

24˚ S

34˚ S

22˚ S

36˚ S

50˚ W 44˚ W 42˚ W48˚ W 46˚ W 40˚ W 38˚ W52˚ W54˚ W

primavera-inverno20012002

verão-outono2002

kg/km2

50100500

1000200040006000

Figura 6.95 – Densidades em kg/km2 da barbuda Polymixia lowei, nos levantamentos de prospecçãopesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio(23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

latit

ude

( ˚S)

34

100profundidade (m)

32

30

28

26

24

22

200 300 400 500 600 700

kg/km2

0

kg/km2

tem

pera

tura

no

fund

o ( ˚C

)

0100

profundidade (m)

5

10

20

25

200 300 400 500 600 700

15

0

Figura 6.96 – Densidades por lances (kg/km2) de Polymixia lowei em relação à latitude, temperatura e profun-didade nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE,realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sule Soloncy Moura.

Verão-outono 2002Inverno-primavera 2001-2002

400-600

100-149 150-199 200-299 300-339

área Dárea C

área B

área A

0

1500

2000

500

1000

2500

3000

3500

400-600

100-149 150-199 200-299 300-339

área Dárea C

área B

área A

0

1500

2000

500

1000

2500

3000

3500

profundidade (m)

dens

idad

e (k

g/km

2 )

profundidade (m)

dens

idad

e (k

g/km

2 )

Figura 6.97 – Densidades de Polymixia lowei em kg/km2 estimadas por estratos de latitude e de profundidade,nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realiza-dos em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul eSoloncy Moura.

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Page 109: Haimovici.etal.2008.Prospecção Pesqueira de espécies Demersais com rede de arrasto-de-fundo na Região Sudeste-Sul do Brasil

109SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

A biomassa total estimada nos levantamentos de inverno-primavera de 2001 e2002 foi de 18 174 t (/�71%) e no verão-outono de 2002 foi de 21 714 t (/�57%)(Tabelas 6.1 e 6.23). O número estimado de exemplares na área de estudo, para o conjun-to dos dois levantamentos de inverno-primavera, foi de 170,1 milhões e para o verão-outo-no de 2002 de 190,6 milhões.

Inverno-primavera 2001-2002 Inverno 2002 Verão-outono 2002Profundidade

Área A Área B Área C Área D Área A Área B Área C Área D

100-149 m 11 — — — — 2 — —150-199 m 1.382 12 31 — 741 64 17 —200-299 m 41 1.453 20 142 721 2.002 65 —300-399 m 3 950 3.339 — 184 219 1.890 6.098400-600 m — 353 8.901 1.536 10 315 5.375 4.012

Tabela 6.23 – Biomassas (t) de Polymixia lowei, estimadas por estratos de latitude e de profundidade, noslevantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

Figura 6.98 – Peso médio de Polymixia lowei por latitudes e profundidades, nos levantamentos de prospecçãopesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio(23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

peso

méd

io (k

g)

0

latitude

0,05

20˚ S 23˚ S 26˚ S 32˚ S 35˚ S29˚ S

0,10

0,15

0,20

0,25

0,30

peso

méd

io (k

g)

0

profundidade (m)

0,05

0

0,10

0,15

0,20

0,25

0,30

100 200 300 400 500 600 700

Os exemplares capturados variaram entre 64 e 307 mm de comprimento total eentre 4,9 e 371 g de peso. Os pesos médios e os comprimentos aumentam em direção àszonas mais profundas e para o norte (Figuras 6.98 e 6.99)

Exemplares maiores de 180 mm CT foram encontrados ao norte de 28°S (áreas C eD), principalmente entre 300 e 600 m de profundidade, sendo que, aqueles de tamanhointermediário, entre 120 e 180 mm CT, foram capturados nas áreas A e B em todos os perío-dos, menos no inverno-primavera de 2001 na área C (Figuras 6.99 e 6.100).

Foi observado um pequeno recrutamento de exemplares menores que 120 mm(CT) nas áreas A, B e C, no verão-outono de 2002.

Nas áreas C e D, fêmeas maturas ocorreram em outubro e janeiro e, no sul apenasem setembro.

Segundo Muto et al., (2005) e Martins (2000) a alimentação consiste de crustáceos,cefalópodes e peixes teleósteos (principalmente aqueles de hábitos pelágicos: bregmace-rotídeos e mictofídeos).

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110 SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

milh

ões

de e

xem

plar

es

comprimento total (mm)

Inverno 2001 – área B Outono 2002 – área B

Inverno-primavera 2001 – área C

Inverno 2002 – área D

Verão-outono 2002 – área C

Outono 2002 – área D

Inverno 2001 – área A Outono 2002 – área A

0

15

50 100

5

10

150 250200

20

300

25

30

0

15

50 100

5

10

150 250200

20

300

25

30

0

15

50 100

5

10

150 250200

20

300

25

30

0

15

50 100

5

10

150 250200

20

300

25

30

0

15

50 100

5

10

150 250200

20

300

25

30

0

15

50 100

5

10

150 250200

20

300

25

30

0

15

50 100

5

10

150 250200

20

300

25

30

0

15

50 100

5

10

150 250200

20

300

25

30

Figura 6.99 – Número estimado, em milhões de exemplares, de Polymixia lowei por classes de comprimentototal, nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, real-izados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul eSoloncy Moura.

Figura 6.100 – Números (em milhões de exemplares) de Polymixia lowei por ano, épocas e estratos latitudi-nais por classes de comprimento (<120 mm, 120-180 mm, >180 mm) estimados a partir dos levantamentosde prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo, realizados entre Cabo Frio (23°,RJ) e Chuí (34°34’,RS), em agosto-setembro de 2001, março-abril de 2002 e junho de 2002.

Inverno-primavera 2001-2002

2001 – A

� 180

70

60

50

40

30

20

10

0

2001 – B 2001 – C 2002 – D

120-180

� 120

Verão-outono 2002

2002 – Aoutono

� 180

60

50

40

30

20

10

0

2002 – B 2002 – C 2002 – D

120-180

� 120

milh

ões

de e

xem

plar

es

milh

ões

de e

xem

plar

es

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111SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

Prionotus punctatus

A cabrinha, Prionotus punctatus (Bloch, 1797), é um peixe escorpeniforme da famíliaTriglidae que atinge pouco mais de 40 cm de comprimento total. É uma espécie demersalque ocorre no Oceano Atlântico Ocidental, da América Central (Belize) à Argentina. (Figuei-redo & Menezes, 1980).

A distribuição desta espécie, que ocorre predominantemente na plataforma, foideterminada na região sul por Haimovici et al., (1996), onde é capturada o ano todo e, naplataforma da região sudeste onde sua densidade está relacionada com a intensidade depenetração da ACAS, existindo maiores densidades em áreas com predominância de águasquentes (Rossi-Wongtschowski & Paes, 1993). No sul, sua época de reprodução se estendeda primavera até o início do outono, a primeira maturação é atingida, em média, com 26cm e a desova é múltipla; sua dieta é composta principalmente por crustáceos e, em menorquantidade, por peixes (Teixeira & Haimovici, 1989). No sudeste a cabrinha se alimentaprincipalmente de siris e camarões (Braga, 1987; Soares & Apelbaum,1994).

Esta espécie ocorreu em 44 dos 224 lances (FO � 19,6%) com uma captura de 456,2kg (1,4% do total) (Anexo 2). Foi capturada entre 23°57’S a 34°19’S de latitude, entre 100 e260 m de profundidade e em águas de fundo com temperatura entre 12°C e 17,6°C. Asmaiores biomassas foram encontradas ao sul de Santa Marta (Figuras 6.101, 6.102 e 6.103).

100 m200 m

1000 m 100 m200 m

1000 m

Santos

Paranaguá

Cabo de São Tomé

Cabo de Santa Marta

RioGrande

28˚ S

30˚ S

26˚ S

32˚ S

24˚ S

34˚ S

22˚ S

36˚ S

50˚ W 44˚ W 42˚ W48˚ W 46˚ W 40˚ W 38˚ W52˚ W54˚ W

Prionotus punctatus

Santos

Paranaguá

Cabo de São Tomé

Cabo de Santa Marta

RioGrande

28˚ S

30˚ S

26˚ S

32˚ S

24˚ S

34˚ S

22˚ S

36˚ S

50˚ W 44˚ W 42˚ W48˚ W 46˚ W 40˚ W 38˚ W52˚ W54˚ W

primavera-inverno20012002

verão-outono2002

kg/km2

50100250500

10001500

Figura 6.101 – Densidade em kg/km2 da cabrinha Prionotus punctatus, nos levantamentos de prospecçãopesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio(23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

A biomassa total estimada nos levantamentos de inverno-primavera de 2001 e2002 foi de 8.657t (+/-48%) e no verão-outono de 2002 foi de 11.050 t (+/-46%) (Tabelas6.1 e 6.24). O número de exemplares na área do estudo, para o conjunto dos dois levanta-mentos de inverno-primavera, foi estimado em 18 milhões e, para o verão-outono de 2002em 22 milhões.

Os comprimentos dos exemplares capturados variaram entre 120 e 430 mm e seuspesos entre 17 e 1.090 g. Os pesos médios por lance aumentaram em direção ao sul (Figura6.104). Exemplares maiores de 240 mm CT foram mais numerosos ao sul de Santa Marta eexemplares menores de 200 mm CT ocorreram somente na área C, principalmente noinverno-primavera (Figura 6.105). Nas áreas C e D, fêmeas maturas foram capturadas emagosto e fevereiro e as menores mediram 191 mm.

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112 SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

Inverno-primavera 2001-2002

400-600100-149 150-199 200-299 300-339

área Dárea C

área B

área A

300

150

0

50

250

100

200

350

Verão-outono 2002

400-600100-149 150-199 200-299 300-339

área Dárea C

área B

área A

300

150

0

50

250

100

200

350

profundidade (m)

dens

idad

e (k

g/km

2 )

profundidade (m)

dens

idad

e (k

g/km

2 )

Figura 6.103 – Densidades de Prionotus punctatus em kg/km2 estimadas por estratos de latitude e de pro-fundidade, nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do ProgramaREVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/PqAtlântico Sul e Soloncy Moura.

latit

ude

( ˚S)

0

34

100profundidade (m)

32

30

28

26

24

22

200 300 400 500 600

kg/km2

tem

pera

tura

no

fund

o ( ˚C

)

4

10

8

16

14

20

2

6

12

18

00

100profundidade (m)

200 300 400 500 600

kg/km2

Figura 6.102 – Densidades por lances (kg/km2) de Prionotus punctatus em relação à latitude, temperatura eprofundidade nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do ProgramaREVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/PqAtlântico Sul e Soloncy Moura.

Inverno-primavera 2001-2002 Inverno 2002 Verão-outono 2002Profundidade

Área A Área B Área C Área D Área A Área B Área C Área D

100-149 m 405 5.406 1.125 — 2.608 3.763 2.130 3150-199 m 1.488 138 73 — 1.882 513 101 —200-299 m 8 14 — — — 45 6 —

Tabela 6.24 – Biomassas (t) de Prionotus punctatus, estimadas por estratos de latitude e de profundidade, noslevantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

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113SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

Figura 6.104 – Peso médio de Prionotus punctatus por latitudes e profundidades, nos levantamentos de pros-pecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entreCabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

peso

méd

io (k

g)

0

latitude

0,40

23˚ S 25˚ S 27˚ S 29˚ S 33˚ S 35˚ S

0,60

0,20

0,80

1,00

31˚ S

peso

méd

io (k

g)

profundidade (m)0 100 200 300 400 500 600

0

0,40

0,60

0,20

0,80

1,00

700m

ilhõe

s de

exe

mpl

ares

Outono 2002 – área BInverno 2001 – área B

Inverno-primavera 2001 – área C

Inverno 2001 – área A Outono 2002 – área A

Verão-outono 2002 – área C

comprimento total (mm)

Outono 2002 – área DInverno 2002 – área D

0

1,0

100

0,5

300280 420

1,5

2,02,53,03,5

4,0

140 180 220 340 380

0

1,0

100

0,5

300280 420

1,5

2,02,53,03,5

4,0

140 180 220 340 3800

1,0

100

0,5

300280 420

1,5

2,02,53,03,5

4,0

140 180 220 340 380

0

1,0

100

0,5

300280 420

1,5

2,02,53,03,5

4,0

140 180 220 340 3800

1,0

100

0,5

300280 420

1,5

2,02,53,03,5

4,0

140 180 220 340 380

0

1,0

100

0,5

300280 420

1,5

2,02,53,03,5

4,0

140 180 220 340 3800

1,0

100

0,5

300280 420

1,5

2,02,53,03,5

4,0

140 180 220 340 380

0

1,0

100

0,5

300280 420

1,5

2,02,53,03,5

4,0

140 180 220 340 380

Figura 6.105 – Número estimado, em milhões de exemplares, de Prionotus punctatus por classes de compri-mento total, nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do ProgramaREVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/PqAtlântico Sul e Soloncy Moura.

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114 SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

Squalus megalops

O cação-bagre-de-focinho-curto, Squalus megalops (Macleay,1881) pertence à famíliaSqualidae e, segundo Compagno (1984), ocorre na costa sul da África entre o Golfo de Guinée Moçambique, na costa sul da Austrália e na costa sudeste da Ásia.

Das três espécies de Squalus que ocorrem no sul do Brasil,a espécie mais comum foi iden-tificada por Calderón (1994) e Vooren (1997) como Squalus megalops (Macleay,1881),porque suamorfologia e seus parâmetros populacionais (Tabela 6.26) correspondem estreitamente àdescrição dessa espécie na África do Sul,apresentada por Bass et al. (1976).Soto (2001) denominaessa espécie de Squalus sp (A) e cação-bagre-de-focinho-curto, informando que a mesma se dis-tribui desde a Bahia até o Rio Grande do Sul. No sul do Brasil esta espécie ocorre nas profundi-dades de 40 a 300 m e temperaturas de fundo de 9°C a 23° C (Calderón, 1994). S.megalops se ali-menta principalmente de peixes ósseos, cefalópodes e crustáceos (Compagno, 1984). O cicloreprodutivo da fêmea não é claramente sincronizado na população, pois todos os estágios dedesenvolvimento da gravidez ocorrem simultaneamente ao longo do ano (Calderón,1994).

Squalus megalops ocorre na plataforma do Rio Grande do Sul ao longo do ano, mascom maior abundância nos meses de inverno e primavera, quando sua densidade é altaem temperaturas de fundo de 12 a 17°C (Calderón, 1994). Portanto, no sul do Brasil ocor-rem duas populações de Squalus megalops: uma população regional e uma populaçãomigratória oriunda de águas uruguaias e argentinas.

A espécie ocorreu em 67 dos 224 lances (FO � 29,9%) com uma captura de 354 exem-plares pesando 206,2 kg (0,6% do total) (Anexo 2). As capturas foram entre 23°36’S e 34°34’S delatitude, dos 94 aos 400 m de profundidade e águas com temperaturas entre 8,9°C e 17,6°C. Essaamplitude de temperaturas é semelhante àquela previamente observada por Calderón (1994).Asmaiores densidades ocorreram ao sul de Santa Marta (Figuras 6.106,6.107 e 6.108,Tabela 6.25).

A biomassa total estimada nos levantamentos de inverno-primavera de 2001 e2002 foi de 4 572 t (�/�55%) e no verão-outono de 2002 de 3 837 t (�/�31%) (Tabela 6.1e 6.25) sendo o número estimado de exemplares na área do estudo para o conjunto dosdois levantamentos de inverno-primavera de 8 milhões e para o verão-outono de 2002 de7 milhões. Portanto, não ocorreu o aumento da abundância observado por Calderón (1994)no inverno-primavera de 1980-1987.

100 m200 m

1000 m 100 m200 m

1000 m

Santos

Paranaguá

Cabo de São Tomé

Cabo de Santa Marta

RioGrande

28˚ S

30˚ S

26˚ S

32˚ S

24˚ S

34˚ S

22˚ S

36˚ S

50˚ W 44˚ W 42˚ W48˚ W 46˚ W 40˚ W 38˚ W52˚ W54˚ W

Squalus megalops

Santos

Paranaguá

Cabo de São Tomé

Cabo de Santa Marta

RioGrande

28˚ S

30˚ S

26˚ S

32˚ S

24˚ S

34˚ S

22˚ S

36˚ S

50˚ W 44˚ W 42˚ W48˚ W 46˚ W 40˚ W 38˚ W52˚ W54˚ W

primavera-inverno20012002

verão-outono2002

kg/km2

50100200300400500

Figura 6.106 – Densidades em kg/km2 do cação-bagre-de-focinho-curto Squalus megalops, nos levantamen-tos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em 2001 e2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura

REVIZEE_ARRASTO_P3 2/28/08 11:20 AM Page 114

Page 115: Haimovici.etal.2008.Prospecção Pesqueira de espécies Demersais com rede de arrasto-de-fundo na Região Sudeste-Sul do Brasil

115SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

latit

ude

( ˚S)

0

34

100profundidade (m)

32

30

28

26

24

22

200 300 400 500 600

kg/km2

36

kg/km2

tem

pera

tura

no

fund

o ( ˚C

)

00

100profundidade (m)

4

10

8

16

14

20

200 300 400 500 600

2

6

12

18

700

Figura 6.107 – Densidades por lances (kg/km2) de Squalus megalops em relação à latitude, temperatura e pro-fundidade nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE,realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sule Soloncy Moura.

Inverno-primavera 2001-2002

400-600100-149 150-199 200-299 300-339

área Dárea C

área B

área A

120

60

0

20

100

40

80

140

Verão-outono 2002

400-600100-149 150-199 200-299 300-339

área Dárea C

área B

área A0

120

60

20

100

40

80

140

profundidade (m)

dens

idad

e (k

g/km

2 )

profundidade (m)

dens

idad

e (k

g/km

2 )

Figura 6.108 – Densidades de Squalus megalops em kg/km2 estimadas por estratos de latitude e de profun-didade, nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE,realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sule Soloncy Moura.

Inverno-primavera 2001-2002 Inverno 2002 Verão-outono 2002Profundidade

Área A Área B Área C Área D Área A Área B Área C Área D

100-149 m 320 1.136 38 32 798 761 360 71150-199 m 535 1.957 243 96 501 411 179 87200-299 m 19 109 69 14 140 311 0 106300-399 m — — — — — 105 8 —400-600 m — — 2,2 — — — — —

Tabela 6.25 – Biomassas (t) de Squalus megalops, estimadas por estratos de latitude e de profundidade, noslevantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE realizados em2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

Parâmetros: machos (N � 216)

CT máximo 52 cmCT do menor macho maduro 40 cmCT com 100% maturidade 45 cmComprimento do clasper adulto 30-44 mm

Parâmetros: fêmeas (N � 418)

CT máximo 58 cmCT da menor fêmea madura 46 cmCT com 100% maturidade 51 cmFecundidade (número de embriões) 1-4, mais freqüente 2-3, média 3,25CT ao nascer (N � 434 embriões) 20-22 cm

Tabela 6.26 – Parâmetrospopulacionais de Squalusmegalops (Macleay, 1881)na costa do Rio Grandedo Sul, segundo Calderón(1984). N:número de exem-plares examinados.

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116 SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

Os comprimentos dos exemplares capturados variaram entre 212 e 636 mm e seuspesos entre 39 e 1 090 g. Os pesos médios por lance aumentaram em direção às águas maisprofundas (Figura 6.109). A maior amplitude de comprimentos dos exemplares foi obser-vada ao sul de Santa Marta, onde predominaram indivíduos com comprimentos totaismaiores que 45 cm e, portanto, sexualmente maturos (Figura 6.110, Tabela 6.26). O taman-ho de 212 mm do menor indivíduo capturado confirma o tamanho de nascimento obser-vado por Calderón (1994). Fica também confirmado que, apesar da elevada abundância defêmeas com embriões em estágio final de desenvolvimento ao longo do ano, neonatos deS. megalops são raramente capturados com redes de arrasto-de-fundo (Figura 6.110), justi-ficando a hipótese de que esses neonatos vivem no ambiente pelágico.

Squalus megalops ocorreu em toda a área do levantamento,enquanto que S.mitsukuriificou restrito ao sul de Cabo de Santa Marta Grande, mas S. megalops teve uma distribuiçãobatimétrica mais restrita, principalmente entre 94-350 m, enquanto S. mitsukurii ocorreu entre106 m e 536 m de profundidade.

Figura 6.109 – Peso médio de Squalus megalops por latitudes e profundidades, nos levantamentos deprospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entreCabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

peso

méd

io (k

g)

0

latitude

0,20

23˚ S 25˚ S 27˚ S 29˚ S 33˚ S 35˚ S31˚ S

peso

méd

io (k

g)profundidade (m)

0 100 200 300 400 500 6000

0,40

0,60

0,80

1,00

1,20

1,40

1,60

0,20

0,40

0,60

0,80

1,00

1,20

1,40

1,60

milh

ões

de e

xem

plar

es

comprimento total (mm)

Outono 2002 – área BInverno 2001 – área B

Inverno-primavera 2001 – área C Verão-outono 2002 – área C

Outono 2002 – área AInverno 2001 – área A

Inverno 2002 – área D Outono 2002 – área D

0

1,0

200

0,5

300 400 600

1,5

2,0

5000

1,0

200

0,5

300 400 600

1,5

2,0

500

0

1,0

200

0,5

300 400 600

1,5

2,0

5000

1,0

200

0,5

300 400 600

1,5

2,0

500

0

1,0

200

0,5

300 400 600

1,5

2,0

5000

1,0

200

0,5

300 400 600

1,5

2,0

500

0

1,0

200

0,5

300 400 600

1,5

2,0

5000

1,0

200

0,5

300 400 600

1,5

2,0

500

Figura 6.110 – Número estimado,em milhões de exemplares, deSqualus megalops por classes decomprimento total, nos levanta-mentos de prospecção pesqueiracom rede de arrasto-de-fundo doPrograma REVIZEE, realizados em2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S)e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m,com os N/Pq Atlântico Sul eSoloncy Moura.

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117SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

Squalus mitsukurii

O cação-bagre-de-focinho-longo, Squalus mitsukurii Jordan & Snyder, 1903, per-tence à família Squalidae e, segundo Compagno (1984), é uma espécie demersal cujaampla distribuição mundial inclui a plataforma continental do Atlântico Sudoeste desde osul do Brasil até a Argentina. Das três espécies de Squalus que ocorrem no sul do Brasil, asegunda espécie mais comum foi identificada por Calderón (1994) e Vooren (1997) comoSqualus mitsukurii Jordan & Snyder, 1903, porque sua distribuição, sua morfologia e seusparâmetros populacionais (Tabela 6.27) correspondem à descrição apresentada porCompagno (1984). Soto (2001) denomina essa espécie como Squalus sp (B) e cação-bagre-de-focinho-longo, e informa que a mesma se distribui desde a região Nordeste até o RioGrande do Sul. No sul do Brasil a espécie ocorre entre as profundidades de 40 e 300 m e emtemperaturas de fundo de 9°C a 23° C (Calderón, 1994).

Em águas uruguaias a espécie se alimenta de peixes ósseos e cefalópodes, principal-mente Engraulis anchoita, Merluccius hubbsi e Illex argentinus (Paesch, 2000). No sul do Brasil elaocorre durante o ano todo na plataforma externa e no talude em profundidades de 48 a 533 me temperaturas de 7,8°C a 17°C,mas com forte variação sazonal de abundância.Em levantamen-tos sazonais com arrasto-de-fundo sobre a plataforma e o talude do Rio Grande do Sul em 1980-1987, Squalus mitsukurii era comum no inverno, nas profundidades de 80-180 m ao sul de RioGrande e, ocorrendo esporadicamente nas outras estações do ano, sendo, portanto, classificadocomo migrante de inverno oriundo de águas ao sul do Brasil (Calderón, 1984;Vooren, 1997).

O cação-bagre-de-focinho-longo foi capturado em 38 dos 224 lances (FO � 17,0%)em número de 308 exemplares e peso de 348,5 kg (1,1% do total) (Anexo 2). Ocorreu entre28°39’S e 34°34’S de latitude, profundidades entre 106 e 536 m e águas de fundo com 5,8°Ca 16,3°C de temperatura. Sua captura se deu apenas ao sul do Cabo de Santa Marta (Figuras6.111, 6.112, 6.113), sendo as maiores biomassas encontradas no inverno, ao sul de 31°S.

A biomassa total estimada nos levantamentos de inverno-primavera de 2001 e2002 foi de 6 586 t (/�61%) e, no verão-outono de 2002 foi de 1 759 t (/�89%) (Tabela6.1 e 6.27). O número estimado de exemplares na área do estudo, para o conjunto dos doislevantamentos de inverno-primavera, foi de 6,6 milhões e para o verão-outono de 2002 de1,4 milhão.

100 m200 m

1000 m 100 m200 m

1000 m

Santos

Paranaguá

Cabo de São Tomé

Cabo de Santa Marta

RioGrande

28˚ S

30˚ S

26˚ S

32˚ S

24˚ S

34˚ S

22˚ S

36˚ S

50˚ W 44˚ W 42˚ W48˚ W 46˚ W 40˚ W 38˚ W52˚ W54˚ W

Squalus mitsukurii

Santos

Paranaguá

Cabo de São Tomé

Cabo de Santa Marta

RioGrande

28˚ S

30˚ S

26˚ S

32˚ S

24˚ S

34˚ S

22˚ S

36˚ S

50˚ W 44˚ W 42˚ W48˚ W 46˚ W 40˚ W 38˚ W52˚ W54˚ W

primavera-inverno20012002

verão-outono2002

kg/km2

50100200500

10001500

Figura 6.111 – Densidades em kg/km2 do cação-bagre-de-focinho-longo Squalus mitsukurii, nos levantamen-tos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em 2001 e2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

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118 SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

kg/km2

tem

pera

tura

no

fund

o ( ˚C

)

00

100profundidade (m)

4

10

8

16

14

20

200 300 400 500 600 700

2

6

12

18

latit

ude

( ˚S)

0

34

100profundidade (m)

32

30

28

26

24

22

200 300 400 500 600

kg/km2

700

Figura 6.112 – Densidades por lances (kg/km2) de Squalus mitsukurii em relação à latitude, temperatura e pro-fundidade nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE,realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sule Soloncy Moura.

Verão-outono 2002

400-600

100-149 150-199 200-299 300-339

área Dárea C

área B

área A

0

Inverno-primavera 2001-2002

400-600

100-149 150-199 200-299 300-339

área Dárea C

área B

área A

400

300

100

0

200

500

400

300

100

200

500

profundidade (m)

dens

idad

e (k

g/km

2 )

profundidade (m)

dens

idad

e (k

g/km

2 )

Figura 6.113 – Densidades de Squalus mitsukurii em kg/km2 estimadas por estratos de latitude e de profun-didade, nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE,realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sule Soloncy Moura.

Parâmetros do macho (N � 17)

CT máximo 65 cmCT do menor macho maduro 52 cmCT com 100% maturidade 52 cmComprimento do clasper adulto 48-58 mm

Parâmetros da fêmea (N � 103)

CT máximo 81 cmCT da menor fêmea madura 65 cmCT com 100% maturidade 79 cmFecundidade (número de embriões) 2-9, mais freqüente 4-6, média 4,9CT ao nascer (N � 434 embriões) 24 cm

Tabela 6.27 – Parâmetrospopulacionais de Squalusmitsukurii na costa do RioGrande do Sul, segundoCalderón (1994). N signifi-ca o número de espécimesexaminados.

Inverno-primavera 2001-2002 Inverno 2002 Verão-outono 2002Profundidade

Área A Área B Área C Área D Área A Área B Área C Área D

100-149 m 48 51 — — 202 29 — —150-199 m 3.578 299 — — 888 199 — —200-299 m 420 195 — — — 300 — —300-399 m 384 1.358 — — 4 137 — —400-600 m 146 107 — — — — — —

Tabela 6.28 – Biomassas (t) de Squalus mitsukurii, estimadas por estratos de latitude e de profundidade, noslevantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

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119SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

Os comprimentos dos exemplares capturados variaram entre 476 e 809 mm e omaior peso foi 3.050 g. Os pesos médios por lance aumentaram para o sul e para águasmais rasas, chegando a valores máximos entre 150-200 m de profundidade (Figura 6.114).No inverno-primavera de 2001, quando foram obtidos os maiores rendimentos em kg/km2,a composição de comprimentos foi unimodal, predominando exemplares da classe 540-560 mm CT (Figura 6.115).

Figura 6.114 – Peso médio de Squalus mitsukurii por latitudes e profundidades, nos levantamentos de pros-pecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entreCabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

peso

méd

io (k

g)

0

latitude

0,5

1,0

1,5

2,0

2,5

3,0

23˚ S 25˚ S 27˚ S 29˚ S 33˚ S 35˚ S

3,5

31˚ S

peso

méd

io (k

g)

profundidade (m)0 100 200 300 400 500 600

0

0,5

1,0

1,5

2,0

2,5

3,0

3,5

milh

ões

de e

xem

plar

es

comprimento total (mm)

Outono 2002 – área AInverno 2001 – área A

Outono 2002 – área BInverno 2001 – área B

0400

1,0

500 600 900800700

0,5

2,01,5

3,02,5

4,03,5

0400

1,0

500 600 900800700

0,5

2,01,5

3,02,5

4,03,5

0400

1,0

500 600 900800700

0,5

2,01,5

3,02,5

4,03,5

0400

1,0

500 600 900800700

0,5

2,01,5

3,02,5

4,03,5

Figura 6.115 – Número estimado, em milhões de exemplares, de Squalus mitsukurii por classes de compri-mento total, nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do ProgramaREVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/PqAtlântico Sul e Soloncy Moura.

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120 SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

Squatina argentina

O cação-anjo-de-asa-longa, Squatina argentina (Marini, 1930), pertence à famíliaSquatinidae. É uma espécie bentônica, endêmica no Oceano Atlântico Sudoeste, ocorren-do desde o sul do Brasil até a província de Buenos Aires, na Argentina (Marini, 1930; Soto,2001). No sul do Brasil, a espécie ocorre ao longo de todo o ano nas profundidades de 100 a400 m. Atinge até 138 cm de comprimento total. O tamanho de primeira maturação sexual,tanto para machos como para fêmeas é de 120 cm, sendo produzidos de 7 a 11 embriõese os dois ovários funcionais (Vooren & Silva, 1991). Os menores tamanhos registrados paraa espécie em vida livre são de dois neonatos capturados em maio de 1987, na latitude de29°S e profundidade de 300 m, com comprimentos totais de 35 e 37 cm (Silva, 1996). Essesdados evidenciam que a espécie se reproduz no talude do sul do Brasil.

Este cação ocorreu em 11 dos 224 lances (FO � 4,9%) com uma captura de 20exemplares pesando 177,2 kg (0,54% do total) (Anexo 2). Squatina argentina foi capturadasomente ao sul do Cabo de Santa Marta, entre 28°40’S e 33°36’S de latitude, 108 e 330 mde profundidade e temperatura de fundo entre 10,0°C e 16,3°C. As maiores biomassasforam encontradas no inverno (Figuras 6.116, 6.117 e 6.118).

100 m200 m

1000 m 100 m200 m

1000 m

Santos

Paranaguá

Cabo de São Tomé

Cabo de Santa Marta

RioGrande

28˚ S

30˚ S

26˚ S

32˚ S

24˚ S

34˚ S

22˚ S

36˚ S

50˚ W 44˚ W 42˚ W48˚ W 46˚ W 40˚ W 38˚ W52˚ W54˚ W

Squatina argentina

Santos

Paranaguá

Cabo de São Tomé

Cabo de Santa Marta

RioGrande

28˚ S

30˚ S

26˚ S

32˚ S

24˚ S

34˚ S

22˚ S

36˚ S

50˚ W 44˚ W 42˚ W48˚ W 46˚ W 40˚ W 38˚ W52˚ W54˚ W

primavera-inverno2001

verão-outono2002

kg/km2

50100200500

10001500

Figura 6.116 – Densidades em kg/km2 do cação-anjo-de-asa-longa Squatina argentina, nos levantamentosde prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em 2001 e 2002entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

latit

ude

( ˚S)

34

100profundidade (m)

32

30

28

26

24

22

200 300 400 500 600

kg/km2

0 700

kg/km2

tem

pera

tura

no

fund

o ( ˚C

)

00

100profundidade (m)

2

10

20

200 300 400 500 600

12

4

6

8

14

16

18

Figura 6.117 – Densidades por lances (kg/km2) de Squatina argentina em relação à latitude, temperatura eprofundidade nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do ProgramaREVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/PqAtlântico Sul e Soloncy Moura.

REVIZEE_ARRASTO_P3 2/28/08 11:02 AM Page 120

Page 121: Haimovici.etal.2008.Prospecção Pesqueira de espécies Demersais com rede de arrasto-de-fundo na Região Sudeste-Sul do Brasil

121SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

A biomassa total estimada nos levantamentos de inverno-primavera de 2001 e 2002foi de 3 418 t (/�109%) e, no verão-outono de 2002 foi de 1 060 t (/�101%) (Tabelas 6.1e 6.29). O número de indivíduos na área de estudo, estimado para o conjunto dos dois levan-tamentos de inverno-primavera foi de 360 mil, e para o verão-outono de 2002 de 180 mil.

Verão-outono 2002Inverno-primavera 2001-2002

400-600

100-149 150-199 200-299 300-339

área Dárea C

área B

área A

250

150

100

0

50

200

400-600

100-149 150-199 200-299 300-339

área Dárea C

área B

área A

0

300

250

150

100

50

200

300

profundidade (m)

dens

idad

e (k

g/km

2 )

profundidade (m)

dens

idad

e (k

g/km

2 )

Figura 6.118 – Densidades de Squatina argentina em kg/km2 estimadas por estratos de latitude e de profun-didade, nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE,realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sule Soloncy Moura.

Inverno-primavera 2001-2002 Inverno 2002 Verão-outono 2002Profundidade

Área A Área B Área C Área D Área A Área B Área C Área D

100-149 m 107 — — — — 236 — —150-199 m 117 2.137 — — 554 — — —200-299 m 585 404 — — — 270 — —300-399 m 68 — — — — — — —400-600 m — — — — — — — —

Tabela 6.29 – Biomassas (t) de Squatina argentina, estimadas por estratos de latitude e de profundidade, noslevantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

Os comprimentos totais dos 20 exemplares capturados variaram entre 490 e 1 280mm e os pesos entre 960 e 18 130 g, sendo que desse total, dois eram adultos com CT de1.200 e 1.280 mm, sendo os demais juvenis com CT entre 490 e 1.190 mm. A ocorrência dospequenos neonatos confirma que a espécie se reproduz na área (Figuras 6.119 e 6.120).

Em comparação com a captura por unidade de esforço dos levantamentos com rede-de-arrasto realizados em 1986 e 1987, na mesma área do levantamento REVIZEE, os dadosobtidos neste último, evidenciam uma diminuição de cerca de 80% da freqüência de ocor-rência e de abundância de Squatina argentina na plataforma externa e no talude da RegiãoSul (Vooren & Klippel, 2005). Esta redução deve estar refletindo o impacto da pesca comarrasto-de-fundo e da captura incidental da espécie na pescaria direcionada ao peixe-sapoLophius gastrophysus com redes de emalhe, conforme relatado por Perez & Wahrlich (2005).

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122 SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

Squatina guggenheim

A nomenclatura científica aqui empregada é aquela usada por Bernardes et al.(2005) e preconizada por Soto (2001), que afirma ser Squatina occulta (Vooren & Silva,1991) um sinônimo de Squatina guggenheim Marini, 1936. A espécie consta como Squatinaocculta em Silva (1996), Miranda & Vooren (2003), Vooren & Klippel (2005) e no LivroVermelho da IUCN (Chiaramonte 2000). Adota-se aqui para a espécie o nome comum pro-posto por Vooren & Klippel (2005).

O cação-anjo-de-asa-curta, Squatina guggenheim Marini, 1936, pertence à famíliaSquatinidae. É uma espécie bentônica, endêmica do Oceano Atlântico sudoeste, ocorren-do desde o Rio de Janeiro até a província de Buenos Aires (Soto, 2001). Na costa sul doBrasil esta espécie ocorre em profundidades de 10 a 350 m, mas principalmente entre 40 a

Figura 6.119 – Peso médio de Squatina argentina por latitudes e profundidades, nos levantamentos deprospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entreCabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

peso

méd

io (k

g)

023˚ S 25˚ S 27˚ S 29˚ S 33˚ S 35˚ S31˚ S

4

10

8

16

14

20

2

6

12

18

peso

méd

io (k

g)

profundidade (m)0 100 200 300 400 500 600

0700

4

10

8

16

14

20

2

6

12

18

latitudem

ilhõe

s de

exe

mpl

ares

comprimento total (mm)

Inverno 2001 – área B Outono 2002 – área B

Inverno 2001 – área A Outono 2002 – área A

0400 520

0,02

640 880760 1000

0,04

0,06

0,08

0,10

1120 12400

400 520

0,02

640 880760 1000

0,04

0,06

0,08

0,10

1120 1240

0400 520

0,02

640 880760 1000

0,04

0,06

0,08

0,10

1120 12400

400 520

0,02

640 880760 1000

0,04

0,06

0,08

0,10

1120 1240

Figura 6.120 – Número estimado, em milhões de exemplares, de Squatina argentina por classes de compri-mento total, nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do ProgramaREVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/PqAtlântico Sul e Soloncy Moura.

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123SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

200 m, em temperaturas de 14°C a 19°C, não havendo migrações sazonais entre profundi-dades (Vooren & Klippel, 2005). O macho atinge no máximo 129 cm de comprimento totale a fêmea 130 cm. O comprimento ao nascer é de 29 a 33 cm. A maturação sexual se dácom 110 cm de comprimento em ambos os sexos. Somente o ovário esquerdo é funcional.A baixa incidência de gravidez nas fêmeas adultas, e a baixa abundância de neonatos, sãoevidências de que o ciclo reprodutivo da fêmea tem duração de 4 ou 5 anos. A fecundidadeindividual é de 4 a 10 filhotes. Os neonatos ocorrem nas profundidades de 60 a 80 m, ondeo parto é realizado no verão. No sul do Brasil a espécie alimenta-se de peixes demersais ecamarões (Vooren & Silva, 1991; Silva, 1996; Vooren & Klippel, 2005).

A espécie ocorreu em 8 dos 224 lances (FO � 3,6%) com uma captura de 16 exem-plares pesando 147 kg (0,45% do total) (Anexo 2). A espécie ocorreu somente ao sul deSanta Marta, entre 28°39’S e 34°34’S de latitude, 107 e 215 m de profundidade e águas defundo entre 12,2° C e 17,6°C de temperatura. (Figuras 6.121, 6.122 e 6.123).

100 m200 m

1000 m 100 m200 m

1000 m

Santos

Paranaguá

Cabo de São Tomé

Cabo de Santa Marta

RioGrande

28˚ S

30˚ S

26˚ S

32˚ S

24˚ S

34˚ S

22˚ S

36˚ S

50˚ W 44˚ W 42˚ W48˚ W 46˚ W 40˚ W 38˚ W52˚ W54˚ W

Squatina guggenheim

Santos

Paranaguá

Cabo de São Tomé

Cabo de Santa Marta

RioGrande

28˚ S

30˚ S

26˚ S

32˚ S

24˚ S

34˚ S

22˚ S

36˚ S

50˚ W 44˚ W 42˚ W48˚ W 46˚ W 40˚ W 38˚ W52˚ W54˚ W

primavera-inverno2001

verão-outono2002

kg/km2

50100200500

1000

Figura 6.121 – Densidade em kg/km2 do cação-anjo-de-asa-curta Squatina guggenheim, nos levantamentosde prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em 2001 e 2002entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

latit

ude

( ˚S)

34

100profundidade (m)

32

30

28

26

24

22

200 300 400 500 600 700

kg/km2

0

kg/km2

tem

pera

tura

no

fund

o ( ˚C

)

0100

profundidade (m)

2

10

18

20

200 300 400 500 600

12

0

4

6

8

14

16

Figura 6.122 – Densidade por lances (kg/km2) de Squatina guggenheim em relação à latitude, temperatura eprofundidade nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do ProgramaREVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/PqAtlântico Sul e Soloncy Moura.

A biomassa total estimada nos levantamentos de inverno-primavera de 2001 e 2002foi de 2684 t (/�101%), e no verão-outono de 2002 foi de 1840 t (/�99%) (Tabelas 6.1,6.30). O número estimado de exemplares na área do estudo para o conjunto dos dois le-vantamentos de inverno-primavera foi de 220 mil, e para o verão-outono de 2002 de 210mil. A abundância da espécie variou pouco entre inverno-primavera e verão-outono. Istoconfirma que S. guggenheim ocorre na área como espécie residente.

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124 SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

Verão-outono 2002

400-600

100-149 150-199 200-299 300-339

área Dárea C

área B

área A

0

Inverno-primavera 2001-2002

400-600

100-149 150-199 200-299 300-339

área Dárea C

área B

área A

100

75

25

0

50

150

125

100

75

25

50

150

125

profundidade (m)

dens

idad

e (k

g/km

2 )

profundidade (m)

dens

idad

e (k

g/km

2 )

Figura 6.123 – Densidades de Squatina guggenheim em kg/km2 estimadas por estratos de latitude e de pro-fundidade, nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do ProgramaREVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/PqAtlântico Sul e Soloncy Moura.

Os tamanhos dos exemplares capturados variaram entre 750 e 1.270 mm de com-primento total e entre 3.695 e 15.520 g de peso. Neonatos não foram capturados, porémjuvenis com CT de 750-1.000 mm e adultos com CT de 1.190-1.270 mm ocorreram emnúmeros aproximadamente iguais, o que é evidência de que a reprodução da espécieocorre na área, como constatado anteriormente por Silva (1996) (Figura 6.125).

As capturas por unidade de esforço da frota de arrasto-de-fundo de Rio Grande, noperíodo de 1975 a 2002, evidenciam que entre 1988 e 2002, a abundância de Squatinaguggenheim na Plataforma Continental do Rio Grande do Sul diminuiu cerca de 85%,sendo essa diminuição efeito da pesca intensiva de uma espécie com baixo potencialreprodutivo (Miranda & Vooren, 2003; Vooren & Klippel, 2005). Em comparação com a cap-tura por unidade de esforço entre os levantamentos com rede de arrasto realizados em

Inverno-primavera 2001-2002 Inverno 2002 Verão-outono 2002Profundidade

Área A Área B Área C Área D Área A Área B Área C Área D

100-149 m 803 1.373 — — 949 208 — —150-199 m 335 — — — 628 — — —200-299 m 172 — — — — — — —

Tabela 6.30 – Biomassas (t) de Squatina guggenheim, estimadas por estratos de latitude e de profundidade, noslevantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

Figura 6.124 – Peso médio de Squatina guggenheim por latitudes e profundidades, nos levantamentos deprospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entreCabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

peso

méd

io (k

g)

0

latitude23˚ S 25˚ S 31˚ S 35˚ S29˚ S

peso

méd

io (k

g)

0

profundidade (m)0 100 200 300 400 500 600 700

4

10

8

16

14

2

6

12

26˚ S 33˚ S

4

10

8

16

14

2

6

12

REVIZEE_ARRASTO_P3 2/28/08 11:02 AM Page 124

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125SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

1986 e 1987 e os do REVIZEE, para a mesma área, os últimos mostram a diminuição decerca de 80% da freqüência de ocorrência e da abundância de Squatina guggenheim naplataforma externa e no talude da Região Sul (Vooren & Klippel, 2005). Isto justifica que aespécie (sob o nome científico de Squatina occulta) fique com o status de espécie ameaça-da de extinção no Brasil pela Instrução Normativa N° 5 de 21 de maio de 2004 do Ministériodo Meio Ambiente, e que a espécie (também sob o nome de Squatina occulta) conste doLivro Vermelho da IUCN como “em perigo de extinção” (Chiaramonte, 2000).

milh

ões

de e

xem

plar

es

comprimento total (mm)

Inverno 2001 – área B Outono 2002 – área B

Inverno 2001 – área A Outono 2002 – área A

0400 600

0,02

800 12001000 1440

0,04

0,06

0,08

0,10

0400 600

0,02

800 12001000 1440

0,04

0,06

0,08

0,10

0400 600

0,02

800 12001000 1440

0,04

0,06

0,08

0,10

0400 600

0,02

800 12001000 1440

0,04

0,06

0,08

0,10

Figura 6.125 – Número estimado, em milhões de exemplares, de Squatina guggenheim por classes de com-primento total, nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do ProgramaREVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/PqAtlântico Sul e Soloncy Moura.

Synagrops bellus

Synagrops bellus (Goode & Bean, 1895) é um perciforme da família Acropomatidae.Distribui-se em ambos os lados do Oceano Atlântico. No lado oeste ocorre do Canadá eBermuda ao Rio Grande do Sul, incluindo Golfo do México e Caribe; no lado leste ocorre nacosta oeste africana da Guiné à Nigéria. É uma espécie batidemersal, presente entre 60 e1 000 m de profundidade (Mejia et al., 2001).

A espécie foi capturada em 40 dos 224 lances (FO � 50,4%), ocupando o 9° lugar emfreqüência de ocorrência,com uma captura de 6.845 exemplares pesando 306,3 kg (1,3% dototal) (Anexo 2). Capturas foram efetuadas entre 23°40’S a 34°34’S de latitude, 128 e 619 mde profundidade e água de fundo com temperatura entre 5,2°C e 16,3°C. Valores mais ele-vados foram obtidos no verão-outono (Figuras 6.126, 6.127 e 6.128). Maiores rendimentosforam obtidos na área sudeste, em águas profundas, e no sul em águas rasas. (Figura 6.127)

A biomassa total estimada nos levantamentos de inverno-primavera de 2001 e 2002foi de 1004 t (/�34 %) e no verão-outono de 2002 foi de 2773 (/�58%) (Tabelas 6.1 e6.31). O número de exemplares na área de estudo para o conjunto dos dois levantamentos deinverno-primavera foi estimado em 24 milhões e para o verão-outono de 2002 em 42 milhões.

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126 SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

Os comprimentos dos exemplares capturados variaram entre 60 e 290 mm e seuspesos entre 5 e 245 g. Os pesos médios por lance aumentaram com a profundidade (Figura6.129). Pequenos exemplares (�100 mm CT) ocorreram principalmente no outono ao sulde Santa Marta (áreas A, entre 200-299 m e B entre 100-150 m) (Figura 6.130). Em relação à

100 m 1000 m 100 m200 m

1000 m

Santos

Paranaguá

Cabo de São Tomé

Cabo de Santa Marta

RioGrande

28˚ S

30˚ S

26˚ S

32˚ S

24˚ S

34˚ S

22˚ S

36˚ S

50˚ W 44˚ W 42˚ W48˚ W 46˚ W 40˚ W 38˚ W52˚ W54˚ W

Synagrops bellus

Santos

Paranaguá

Cabo de São Tomé

Cabo de Santa Marta

RioGrande

28˚ S

30˚ S

26˚ S

32˚ S

24˚ S

34˚ S

22˚ S

36˚ S

50˚ W 44˚ W 42˚ W48˚ W 46˚ W 40˚ W 38˚ W52˚ W54˚ W

200 m

primavera-inverno20012002

verão-outono2002

kg/km2

50100200500

10002000

Figura 6.126 – Densidades em kg/km2 do Synagrops bellus, nos levantamentos de prospecção pesqueiracom rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) eChuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

kg/km2

tem

pera

tura

no

fund

o ( ˚C

)

00

100profundidade (m)

4

10

8

16

14

20

200 300 400 500 600 700

2

6

12

18

latit

ude

( ˚S)

0

34

100profundidade (m)

32

30

28

26

24

22

200 300 400 500 600

kg/km2

700

Figura 6.127 – Densidades por lances (kg/km2) de Synagrops bellus em relação à latitude, temperatura e pro-fundidade nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE,realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sule Soloncy Moura.

Verão-outono 2002

400-600

100-149 150-199 200-299 300-339

área Dárea C

área B

área A

300

200

150

50

0

100

250

Inverno-primavera 2001-2002

400-600

100-149 150-199 200-299 300-339

área Dárea C

área B

área A

300

200

150

50

0

100

250

profundidade (m)

dens

idad

e (k

g/km

2 )

profundidade (m)

dens

idad

e (k

g/km

2 )

Figura 6.128 – Densidades de Synagrops bellus em kg/km2 estimadas por estratos de latitude e de profundi-dade, nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE,realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sule Soloncy Moura.

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127SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

Inverno-primavera 2001-2002 Inverno 2002 Verão-outono 2002Profundidade

Área A Área B Área C Área D Área A Área B Área C Área D

100-149 m — — 0,3 — — 4 — —150-199 m 117 — — — 7 1 1 —200-299 m 33 2 7 3 3 3 2 —300-399 m 189 90 39 — 304 20 48 34400-600 m 6 380 342 196 61 638 1.408 239

Tabela 6.31 – Biomassas (t) de Synagrops bellus, estimadas por estratos de latitude e de profundidade, noslevantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

Figura 6.129 – Peso médio de Synagrops bellus por latitudes e profundidades, nos levantamentos deprospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entreCabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

peso

méd

io (k

g)

0

latitude

0,10

23˚ S 25˚ S 27˚ S 29˚ S 33˚ S 35˚ S

0,15

0,05

0,20

0,25

31˚ S

0,30

peso

méd

io (k

g)

profundidade (m)0 100 200 300 400 500 600

0

0,10

0,15

0,05

0,20

0,25

0,30

700

milh

ões

de e

xem

plar

es

comprimento total (mm)

Outono 2002 – área AInverno 2001 – área A

Outono 2002 – área BInverno 2001 – área B

Verão-outono 2002 – área CInverno-primavera 2001 – área C

Outono 2002 – área DInverno 2002 – área D

5

0

2

4

50 100

1

3

150 200 250 300 50 100 150 200 250 300

5

0

2

4

1

3

5

0

2

4

50 100

1

3

150 200 250 300 50 100 150 200 250 300

5

0

2

4

1

3

5

0

2

4

50 100

1

3

150 200 250 300 50 100 150 200 250 300

5

0

2

4

1

3

5

0

2

4

50 100

1

3

150 200 250 300 50 100 150 200 250 300

5

0

2

4

1

3

Figura 6.130 – Númeroestimado, em milhões deexemplares, de Synagropsbellus por classes de com-primento total, nos levan-tamentos de prospecçãopesqueira com rede dearrasto-de-fundo do Pro-grama REVIZEE, realiza-dos em 2001 e 2002 entreCabo Frio (23°S) e Chuí(34°34’S) e 100 e 600 m,com os N/Pq Atlântico Sule Soloncy Moura.

profundidade, a espécie apresentou um padrão de distribuição complementar à sua con-gênere, S. spinosus (Figura 6.1).

Nas áreas A e B, não foram observadas fêmeas com ovários em maturação. Nasáreas C e D, fêmeas em maturação ocorreram em fevereiro, abril e outubro.

REVIZEE_ARRASTO_P3 2/28/08 11:02 AM Page 127

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128 SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

Synagrops spinosus

Synagrops spinosus Schultz, 1940, é um perciforme da família Acropomatidae. Distri-bui-se no oeste do Oceano Pacífico e oeste do Oceano Atlântico, neste último desde oGolfo do México até o Uruguai. É uma espécie batidemersal, ocorrendo entre 70 e 600 mde profundidade (Mejia, 2001). Em sua alimentação, estudada para exemplares capturadosno sul do Brasil, predominaram pequenos peixes bentônicos, crustáceos bentônicos emesopelágicos, como misidáceos, eufausiáceos e anfípodes hiperídeos (Martins, 2000).

A espécie ocorreu em 131 dos 224 lances (FO � 58,5%), ocupando o 4° lugar emfreqüência de ocorrência, com uma captura de 29.997 exemplares pesando 290,2 kg (0,9%do total) (Anexo 2). Synagrops spinosus foi capturada entre 23°27’S a 34°34’S de latitude,profundidades entre 94 e 610 m e águas com temperaturas entre 6,1 e 17,6 °C. Os maioresrendimentos (kg/km2) foram obtidos no outono entre 150 e 300 m de profundidade(Figuras 6.131, 6.132 e 6.133).

100 m 1000 m 100 m 1000 m

Santos

Paranaguá

Cabo de São Tomé

Cabo de Santa Marta

RioGrande

28˚ S

30˚ S

26˚ S

32˚ S

24˚ S

34˚ S

22˚ S

36˚ S

50˚ W 44˚ W 42˚ W48˚ W 46˚ W 40˚ W 38˚ W52˚ W54˚ W

Synagrops spinosus

Santos

Paranaguá

Cabo de São Tomé

Cabo de Santa Marta

RioGrande

28˚ S

30˚ S

26˚ S

32˚ S

24˚ S

34˚ S

22˚ S

36˚ S

50˚ W 44˚ W 42˚ W48˚ W 46˚ W 40˚ W 38˚ W52˚ W54˚ W

kg/km2

50100200500

10002000

200 m 200 m

primavera-inverno20012002

verão-outono2002

Figura 6.131 – Densidades em kg/km2 do Synagrops spinosus, nos levantamentos de prospecção pesqueiracom rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) eChuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

latit

ude

( ˚S)

0

34

100profundidade (m)

32

30

28

26

24

22

200 300 400 500 600

kg/km2

700

kg/km2

tem

pera

tura

no

fund

o ( ˚C

)

00

100profundidade (m)

4

10

8

16

14

20

200 300 400 500 600

2

6

12

18

700

Figura 6.132 – Densidades por lances (kg/km2) de Synagrops spinosus em relação à latitude, temperatura eprofundidade nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do ProgramaREVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/PqAtlântico Sul e Soloncy Moura.

REVIZEE_ARRASTO_P3 2/28/08 11:02 AM Page 128

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129SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

A biomassa total estimada (IC90%) nos levantamentos de inverno-primavera de 2001 e2002 foi de 3 427 t (/�71%); no verão-outono de 2002 foi de 6 874 (/�75%) (Tabelas 6.1,6.32). O número de exemplares na área do estudo para o conjunto dos dois levantamentos deinverno-primavera foi estimado em 350 milhões e para o verão-outono de 2002 em 720 milhões.

Verão-outono 2002

400-600

100-149 150-199 200-299 300-339

área Dárea C

área B

área A

0

Inverno -primavera 2001-2002

400-600

100-149 150-199 200-299 300-339

área Dárea C

área B

área A

300

200

150

50

0

100

250

350

300

200

150

50

100

250

350

profundidade (m)

dens

idad

e (k

g/km

2 )

profundidade (m)

dens

idad

e (k

g/km

2 )

Figura 6.133 – Densidades de Synagrops spinosus em kg/km2 estimadas por estratos de latitude e de pro-fundidade, nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do ProgramaREVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/PqAtlântico Sul e Soloncy Moura.

Inverno-primavera 2001-2002 Inverno 2002 Verão-outono 2002Profundidade

Área A Área B Área C Área D Área A Área B Área C Área D

100-149 m 515 193 0,4 32 6 390 6 484150-199 m 655 109 30 1.349 264 170 1.027 2.658200-299 m 37 137 202 94 61 125 9 1.051300-399 m 1 1 40 — 1 481 25 79400-600 m — — 4 26 10 14 2 13

Tabela 6.32 – Biomassas (t) de Synagrops spinosus, estimadas por estratos de latitude e de profundidade, noslevantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

Figura 6.134 – Peso médio de Synagrops spinosus por latitudes e profundidades, nos levantamentos de pros-pecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entreCabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

peso

méd

io (k

g)

0

latitude

0,01

21˚ S 24˚ S 27˚ S 33˚ S 36˚ S30˚ S

0,02

0,03

0,04

0,05

0,06

peso

méd

io (k

g)

0

profundidade (m)0 100 200 300 400 500 600 700

0,01

0,02

0,03

0,04

0,05

0,06

Os comprimentos dos exemplares capturados variaram entre 40 e 158 mm e ospesos entre 1 e 43 g. Os pesos médios por lance aumentaram com a profundidade, nãoocorrendo variações em peso em relação à latitude (Figura 6.134). Exemplares pequenos(�100 mm CT) foram capturados no outono ao sul de Santa Marta (área A entre 200-299 me na área B entre100-150 m) (Figura 6.135).

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130 SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

milh

ões

de e

xem

plar

es

comprimento total (mm)

Outono 2002 – área AInverno 2001 – área A

Outono 2002 – área BInverno 2001 – área B

Verão-outono 2002 – área CInverno-primavera 2001 – área C

Outono 2002 – área DInverno 2002 – área D

0 50 100 150

0

40

0 50

20

100 150

6080

100120140160

0

40

0 50

20

100 150

6080

100120140160

0

40

0 50

20

100 150

6080

100120140160

0

40

0 50

20

100 150

6080

100120140160

0

40

0 50

20

100 150

6080

100120140160

0

4020

6080

100120140160

0

40

0 50

20

100 150

6080

100120140160

0

40

0 50

20

100 150

6080

100120140160

Figura 6.135. Número estimado, em milhões de exemplares, de Synagrops spinosus por classes de compri-mento total, nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do ProgramaREVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/PqAtlântico Sul e Soloncy Moura.

Thyrsitops lepidopoides

A lanceta ou serrinha, Thyrsitops lepidopoides Cuvier, 1831, é um perciforme dafamília Gempylidae que ocorre no Oceano Atlântico oeste, desde o sul do Espirito Santo(17°S) até cerca de 44°S, na Argentina; está também presente no Pacífico, na costa do Chile.Atinge 40 cm de comprimento. É considerado um peixe pelágico demersal (mesoben-topelágico) que se alimenta de pequenos peixes, cefalópodes e crustáceos pelágicos(Nakamura & Parin, 1993; Figueiredo & Menezes, 2000; Carpenter, 2002)

A espécie ocorreu em 75 dos 224 lances (FO � 33,5%) com uma captura de 4.258exemplares pesando 340,8 kg (1,0% do total) (Anexo 2). Ocorreu entre 23°05’S a 34°34’S de

Ao sul de Santa Marta foram amostrados poucos exemplares maiores que 130 mmcom as gônadas em maturação no mês de abril. Ao norte de Santa Marta, fêmeas maturasforam capturadas em abril, junho e outubro. Em relação à profundidade, a espécie apresen-tou um padrão de distribuição complementar à sua congênere, S. bellus (Figura 6.1).

REVIZEE_ARRASTO_P3 2/28/08 11:02 AM Page 130

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131SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

latitude, 94 e 388 m de profundidade e águas de fundo com temperatura entre 10,7°C e18,5°C. Foi abundante nas duas épocas de prospecção, mas principalmente no outono de2002, na área B entre 100-150 m e no inverno de 2002 na área D entre 150-200 m de pro-fundidade (Figuras 6.136, 6.137 e 6.138).

Santos

Paranaguá

Cabo de São Tomé

Cabo de Santa Marta

RioGrande

28˚ S

30˚ S

26˚ S

32˚ S

24˚ S

34˚ S

22˚ S

36˚ S

50˚ W 44˚ W 42˚ W48˚ W 46˚ W 40˚ W 38˚ W52˚ W54˚ W

Thyrsitops lepidopoides

Santos

Paranaguá

Cabo de São Tomé

Cabo de Santa Marta

RioGrande

28˚ S

30˚ S

26˚ S

32˚ S

24˚ S

34˚ S

22˚ S

36˚ S

50˚ W 44˚ W 42˚ W48˚ W 46˚ W 40˚ W 38˚ W52˚ W54˚ W

kg/km2

50500

1000200030004000

100 m200 m

1000 m 100 m200 m

1000 m

primavera-inverno20012002

verão-outono2002

Figura 6.136 – Densidades em kg/km2 da lanceta ou serrinha Thyrsitops lepidopoides, nos levantamentos deprospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entreCabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

kg/km2

tem

pera

tura

no

fund

o ( ˚C

)

00

100profundidade (m)

4

10

8

16

14

20

200 300 400 500 600

2

6

12

18

latit

ude

( ˚S)

0

34

100profundidade (m)

32

30

28

26

24

22

200 300 400 500 600

kg/km2

Figura 6.137 – Densidades por lances (kg/km2) de Thyrsitops lepidopoides em relação à latitude, temperatu-ra e profundidade nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do ProgramaREVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600, m com os N/PqAtlântico Sul e Soloncy Moura.

Verão-outono 2002

400-600

100-149 150-199 200-299 300-339

área Dárea C

área B

área A

0

Inverno-primavera 2001-2002

400-600

100-149 150-199 200-299 300-339

área Dárea C

área B

área A

600

400

300

100

0

200

500

700

600

400

300

100

200

500

700

profundidade (m)

dens

idad

e (k

g/km

2 )

profundidade (m)

dens

idad

e (k

g/km

2 )

Figura 6.138 – Densidades de Thyrsitops lepidopoides em kg/km2 estimadas por estratos de latitude e de pro-fundidade, nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do ProgramaREVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/PqAtlântico Sul e Soloncy Moura.

REVIZEE_ARRASTO_P3 2/28/08 11:02 AM Page 131

Page 132: Haimovici.etal.2008.Prospecção Pesqueira de espécies Demersais com rede de arrasto-de-fundo na Região Sudeste-Sul do Brasil

132 SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

A biomassa total estimada nos levantamentos de inverno-primavera de 2001 e 2002foi de 7 412t (/�115%) e no verão-outono de 2002 foi de 9 701 (/�113%) (Tabelas 6.1 e6.33).O número estimado de exemplares na área do estudo para o conjunto dos dois levanta-mentos de inverno-primavera foi 74 milhões e para o verão-outono de 2002 de 133 milhões.

Inverno-primavera 2001-2002 Inverno 2002 Verão-outono 2002Profundidade

Área A Área B Área C Área D Área A Área B Área C Área D

100-149 m 19 857 76 551 42 7.690 — 755150-199 m 26 252 198 5.142 45 351 301 35200-299 m 10 183 28 — 24 412 20 0300-399 m — 58 10 — — 23 — 3400-600 m — — — — — — — —

Tabela 6.33 – Biomassas (t) de Thyrsitops lepidopoides, estimadas por estratos de latitude e de profundidade,nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

Os comprimentos variaram entre 90 e 390 mm e os pesos entre 5 e 330 g. Foi obser-vada tendência de aumento nos pesos médios em direção ao sul e também para águasmais profundas (Figura 6.139). Os comprimentos modais praticamente não diferiram, e osindivíduos mais freqüentes tinham entre 220-280 mm CT (Figura 6.140).

Não foi constatado um padrão de recrutamento nítido, mas é provável que os juve-nis sejam pelágicos, pois durante os levantamentos com rede de meia água do ProgramaREVIZEE foram capturados exemplares pequenos, de 15 a 198 mm de CP (Figueiredo et al,2002) (Figura 6.140).

Foi mais abundante nas regiões do Cabo de Santa e litoral do Rio de Janeiro; suadistribuição pode estar associada à ressurgências ou áreas de elevada produção.Exemplares maduros foram observados em todos os meses de março a maio e de setem-bro a novembro. Todos os exemplares com menos de 230 mm estavam imaturos.

Figura 6.139 – Peso médio de Thyrsitops lepidopoides por latitudes e profundidades, nos levantamentos deprospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entreCabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

peso

méd

io (k

g)

0

latitude

0,05

0,10

0,15

0,20

0,25

23˚ S 25˚ S 27˚ S 29˚ S 35˚ S

0,30

0,35

33˚ S31˚ S

peso

méd

io (k

g)

profundidade (m)0 100 200 300 400 500 600

0,05

0,10

0,15

0,20

0,25

0,30

0,35

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Page 133: Haimovici.etal.2008.Prospecção Pesqueira de espécies Demersais com rede de arrasto-de-fundo na Região Sudeste-Sul do Brasil

133SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

milh

ões

de e

xem

plar

es

comprimento total (mm)

Inverno 2001 – área A Outono 2002 – área A

Inverno 2001 – área B Outono 2002 – área B

Inverno-primavera 2001 – área C Verão-outono 2002 – área C

Inverno 2002 – área D Outono 2002 – área D

0

45

0 100

15

30

400200

60

300

75

90

0

45

0 100

15

30

400200

60

300

75

90

0

45

0 100

15

30

400200

60

300

75

90

0

45

0 100

15

30

400200

60

300

75

90

0

45

0 100

15

30

400200

60

300

75

90

0

45

0 100

15

30

400200

60

300

75

90

0

45

0 100

15

30

400200

60

300

75

90

0

45

0 100

15

30

400200

60

300

75

90

Figura 6.140 – Número estimado, em milhões de exemplares, de Thyrsitops lepidopoides por classes de com-primento total, nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do ProgramaREVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/PqAtlântico Sul e Soloncy Moura.

Trachurus lathami

O chicharro, Trachurus lathami Nichols, 1920, é um perciforme da família Carangidaeque ocorre no Atlântico Ocidental, do Golfo do Maine (43°N), EUA, até o norte do Golfo deSan Mathias (41°30’S) no norte da Argentina (Menezes & Figueiredo, 1980; Cousseau &Perrota, 1998). É um peixe costeiro encontrado na plataforma continental, geralmenteentre as isóbatas de 40-150 m, tanto no pelagial como próximo ao fundo (Saccardo, 1980;Haimovici et al., 1996). Alimenta-se de pequenos invertebrados como copépodes, quetog-natos, anfípodes, misidáceos, cumáceos, cladóceros, larvas de cirripédios e ovos de peixes.Na Argentina se reproduz entre novembro e fevereiro e no sudeste do Brasil, na primavera(Saccardo, 1980). O comprimento total de primeira maturação na Argentina é de 140-150mm (Cousseau & Perrota, 1998) e na região sudeste do Brasil de 110-120 mm, sendo queestes valores correspondem a idades entre 1,5 e 2 anos (Saccardo & Katsuragawa,1995). Aidade máxima observada na Argentina foi de 14 anos (Cousseau & Perrota, 1998) e no Brasilde 8 anos (Saccardo, 1980). A espécie representa algum potencial pesqueiro, embora suascapturas apresentem grandes flutuações interanuais (Saccardo & Haimovici, 2007).

REVIZEE_ARRASTO_P3 2/28/08 11:02 AM Page 133

Page 134: Haimovici.etal.2008.Prospecção Pesqueira de espécies Demersais com rede de arrasto-de-fundo na Região Sudeste-Sul do Brasil

134 SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

O chicharro ocorreu em 59 dos 224 lances (FO � 26,3%) com uma captura de22.071 exemplares pesando 536 kg (1,7% do total) (Anexo 2). Foi capturado entre 23°09’Se 34°19’S de latitude, entre 94 e 248 m de profundidade e águas de fundo com temperatu-ra entre 11,5°C e 18,5°C. Esta espécie foi mais abundante entre 100-150 m no outono de2002 na área B e no inverno de 2002 na are D (Figuras 6.141, 6.142 e 6.143).

100 m 1000 m 100 m 1000 m

Santos

Paranaguá

Cabo de São Tomé

Cabo de Santa Marta

RioGrande

28˚ S

30˚ S

26˚ S

32˚ S

24˚ S

34˚ S

22˚ S

36˚ S

50˚ W 44˚ W 42˚ W48˚ W 46˚ W 40˚ W 38˚ W52˚ W54˚ W

Trachurus lathami

Santos

Paranaguá

Cabo de São Tomé

Cabo de Santa Marta

RioGrande

28˚ S

30˚ S

26˚ S

32˚ S

24˚ S

34˚ S

22˚ S

36˚ S

50˚ W 44˚ W 42˚ W48˚ W 46˚ W 40˚ W 38˚ W52˚ W54˚ W

kg/km2

50250500

1000200030004500

200 m 200 m

primavera-inverno20012002

verão-outono2002

Figura 6.141 – Densidades em kg/km2 do chicharro Trachurus lathami, nos levantamentos de prospecçãopesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio(23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

latit

ude

( ˚S)

34

100profundidade (m)

32

30

28

26

24

22

200 300 400 500 600

kg/km2

0

kg/km2te

mpe

ratu

ra n

o fu

ndo

( ˚C)

00

100profundidade (m)

10

20

200 300 400 500 600

5

15

Figura 6.142 – Densidades por lances (kg/km2) de Trachurus lathami em relação à latitude, temperatura e pro-fundidade nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE,realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sule Soloncy Moura.

Verão-outono 2002Inverno-primavera 2001-2002

400-600

100-149 150-199 200-299 300-339

área Dárea C

área B

área A

300

100

0

200

400-600

100-149 150-199 200-299 300-339

área Dárea C

área B

área A

0

400

500

600

700

800

300

100

200

400

500

600

700

800

profundidade (m)

dens

idad

e (k

g/km

2 )

profundidade (m)

dens

idad

e (k

g/km

2 )

Figura 6.143 – Densidades de Trachurus lathami em kg/km2 estimadas por estratos de latitude e de profundidade,nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

REVIZEE_ARRASTO_P3 2/28/08 11:02 AM Page 134

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135SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

A biomassa total estimada nos levantamentos de inverno-primavera de 2001 e2002 foi de 8 710t (/�98%), enquanto que a abundância duplicou no verão-outono de2002, com 15 637 (/�87%) (Tabela 6.1, Tabela 6.34). O número estimado de exemplaresna área do estudo para o conjunto dos dois levantamentos de inverno-primavera foi 700milhões e, para o verão-outono de 2002 foi de de 390 milhões.

Figura 6.144 – Peso médio de Trachurus lathami por latitudes e profundidades, nos levantamentos de pros-pecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entreCabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

peso

méd

io (k

g)

0

latitude

0,01

0,02

0,03

0,04

0,05

23˚ S 25˚ S 27˚ S 29˚ S 35˚ S

0,06

0,07

33˚ S31˚ S

peso

méd

io (k

g)

profundidade (m)0 100 200 300 400 500 600

0,01

0,02

0

0,03

0,04

0,05

0,06

0,07

Inverno-primavera 2001-2002 Inverno 2002 Verão-outono 2002Profundidade

Área A Área B Área C Área D Área A Área B Área C Área D

100-149 m 444 961 34 6.902 422 12.003 336 25150-199 m 285 69 1 12 6 334 2.493 0,3200-299 m — 1 — 0,1 5 11 1 —300-399 m — — — — — — — —400-600 m — — — — — — — —

Tabela 6.34 – Biomassas (t) de Trachurus lathami, estimadas por estratos de latitude e de profundidade, noslevantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

Os comprimentos dos exemplares capturados variaram entre 70 e 261 mm e seuspesos entre 2 e 61 g. Foi observada tendência de aumento dos pesos médios em direçãoao sul (Figura 6.144). Enquanto o comprimento modal dos exemplares capturados noverão-outono foi de 150-160 mm CT, no inverno de 2002, ao norte da área do levantamen-to ocorreu um grande número de exemplares pequenos com um comprimento modal naclasse de 90 mm. Não foi constatado um padrão nítido de recrutamento à rede de arrasto-de-fundo (Figura 6.145), provavelmente, porque os juvenis se distribuem em toda a colunade água (Melo et al., 1992; Haimovici et al., 1996; Madureira et al., 2005; Figueiredo et al.,2005) e, porque o êxito reprodutivo varia no tempo e no espaço, estando fortemente influ-enciado por fatores ambientais (Saccardo & Katsuragawa,1995). É provável que a amos-tragem com redes de arrasto-de-fundo seja pouco representativa da real abundânciadesta espécie.

Ao sul do Cabo de Santa Marta, machos e fêmeas imaturos foram capturados emjunho e exemplares em maturação predominaram em fevereiro e junho.

REVIZEE_ARRASTO_P3 2/28/08 11:02 AM Page 135

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136 SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

Trichiurus lepturus

O peixe-espada, Trichiurus lepturus Linnaeus, 1758, é uma espécie bentopelágica,que vive próxima ao fundo sobre a plataforma continental até 350 m de profundidade,ocasionalmente em águas rasas, e que migra para a superfície à noite. Espécie cosmopoli-ta de águas tropicais e temperadas ocorre em todos oceanos; no Atlântico ocidental dis-tribui-se desde Massachusetts, EUA, até a Argentina. Na região sul do Brasil é abundante naplataforma continental, principalmente nas regiões frontais (Haimovici et al., 1996; Martins& Haimovici, 1997). Forma cardumes e é extremamente voraz, sendo que os juvenis esubadultos alimentam-se principalmente de pequenos crustáceos pelágicos, passandogradativamente para uma dieta de peixes e cefalópodes ao longo do crescimento (Martinset al., 2005). Ao sul do cabo de Santa Marta Grande a desova ocorre na primavera e verãosobre a plataforma e, durante todo o ano no talude (Martins & Haimovici, 2000). Ao nortede Santa Marta fêmeas maturas foram observadas ao longo de todo o ano (Magro, 2005).

O Chicharro ocorreu em 98 dos 224 lances (FO � 43,8%), com uma captura de 7539exemplares pesando 1903 kg (5,9% do total), ocupando o 5° lugar em biomassa no levan-

milh

ões

de e

xem

plar

es

comprimento total (mm)

Outono 2002 – área AInverno 2001 – área A

Outono 2002 – área BInverno 2001 – área B

Verão-outono 2002 – área CInverno-primavera 2001 – área C

Outono 2002 – área DInverno 2002 – área D

250

0

100

200

50 100

50

150

150 200

250

0

100

200

50 100

50

150

150 200

250

0

100

200

50 100

50

150

150 200

250

0

100

200

50 100

50

150

150 200

250

0

100

200

50 100

50

150

150 200

250

0

100

200

50 100

50

150

150 200

250

0

100

200

50 100

50

150

150 200

250

0

100

200

50 100

50

150

150 200

Figura 6.145 – Número estimado, em milhões de exemplares, de Trachurus lathami por classes de compri-mento total, nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do ProgramaREVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/PqAtlântico Sul e Soloncy Moura.

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Page 137: Haimovici.etal.2008.Prospecção Pesqueira de espécies Demersais com rede de arrasto-de-fundo na Região Sudeste-Sul do Brasil

137SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

tamento (Anexo 2). Foi capturado entre 9,2°C e 18,5°C de temperatura de fundo, 94 a 404m de profundidade e entre 23°05’S e 34°34’S, com as maiores densidades entre 14 e 17°Ce 100 e 180 m (Figuras 6.146 e 6.147).

100 m 1000 m 100 m 1000 m

Santos

Paranaguá

Cabo de São Tomé

Cabo de Santa Marta

RioGrande

28˚ S

30˚ S

26˚ S

32˚ S

24˚ S

34˚ S

22˚ S

36˚ S

50˚ W 44˚ W 42˚ W48˚ W 46˚ W 40˚ W 38˚ W52˚ W54˚ W

Trichiurus lepturus

Santos

Paranaguá

Cabo de São Tomé

Cabo de Santa Marta

RioGrande

28˚ S

30˚ S

26˚ S

32˚ S

24˚ S

34˚ S

22˚ S

36˚ S

50˚ W 44˚ W 42˚ W48˚ W 46˚ W 40˚ W 38˚ W52˚ W54˚ W

200 m200 m

primavera-inverno20012002

verão-outono2002

kg/km2

100250500

1000200030004000

Figura 6.146 – Densidades em kg/km2 do peixe-espada Trichiurus lepturus, nos levantamentos de pros-pecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entreCabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

latit

ude

( ˚S)

34

100profundidade (m)

32

30

28

26

24

22

200 300 400 500 600

kg/km2

0

kg/km2

tem

pera

tura

no

fund

o ( ˚C

)

0100

profundidade (m)

2

10

18

20

200 300 400 500 600

12

0

4

6

8

14

16

Figura 6.147 – Densidades por lances (kg/km2) de Trichiurus lepturus em relação à latitude, temperatura e pro-fundidade nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE,realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sule Soloncy Moura.

Inverno-primavera 2001-2002

400-600100-149 150-199 200-299 300-339

área Dárea C

área B

área A

1200

600

0

200

1000

400

800

Verão-outono 2002

400-600100-149 150-199 200-299 300-339

área Dárea C

área B

área A0

1400

1600

1200

600

200

1000

400

800

1400

1600

profundidade (m)

dens

idad

e (k

g/km

2 )

profundidade (m)

dens

idad

e (k

g/km

2 )

Figura 6.148 – Densidades de Trichiurus lepturus em kg/km2 estimadas por estratos de latitude e de profun-didade, nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE,realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sule Soloncy Moura.

REVIZEE_ARRASTO_P3 2/28/08 11:02 AM Page 137

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138 SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

A biomassa total estimada nos levantamentos de inverno-primavera de 2001 e2002 foi de 25 743 t (/�36 %) e no verão-outono de 2002 foi de 54 365 (/�30%)(Tabelas 6.1 e 6.35). O número estimado de exemplares na área de estudo para o conjuntodos dois levantamentos de inverno-primavera foi de 56,7 milhões e, para o verão-outonode 2002 de 214,5 milhões.

Inverno-primavera 2001-2002 Inverno 2002 Verão-outono 2002Profundidade

Área A Área B Área C Área D Área A Área B Área C Área D

100-149 m 843 128 29 395 1.554 227 464 232150-199 m 266 346 104 — 1.421 413 342 22200-299 m 29 135 — 89 538 152 82 16300-399 m — 11 30 — 6 — 36 21400-600 m — — — 4,9 1.554 227 464 232

Tabela 6.35 – Biomassas (t) de Trichiurus lepturus, estimadas por estratos de latitude e de profundidade, noslevantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

Os tamanhos dos exemplares capturados variaram entre 80 e 1.825 mm de compri-mento total e entre 15 e 1 979 g de peso. Os pesos médios aumentaram em direção ao sule para águas mais profundas (Figura 6.149). Um número considerável de exemplares commenos de 300 mm CT ocorreu apenas no inverno na área A, entre 100 e 150 m de profun-didade, provavelmente indicando um recrutamento dos desovantes de primavera e verãono extremo sul (Figura 6.150).

O peixe-espada é uma espécie abundante na plataforma e no talude (Martins &Haimovici, 1997). A variação de biomassa entre épocas do ano pode estar relacionada amigrações sazonais, tanto paralelas como perpendiculares à costa.

Figura 6.149 – Peso médio de Trichiurus lepturus por latitudes e profundidades, nos levantamentos de pros-pecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE realizados em 2001 e 2002 entreCabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

peso

méd

io (k

g)

0

latitude

0,2

0,4

23˚ S 25˚ S 27˚ S 29˚ S 35˚ S

0,6

33˚ S31˚ S

peso

méd

io (k

g)

profundidade (m)0 100 200 300 400 500 600

0,8

1,0

1,2

1,4

1,6

1,8

2,0

0,2

0,4

0,6

0,8

1,0

1,2

1,4

1,6

1,8

2,0

0

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139SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

milh

ões

de e

xem

plar

es

comprimento total (mm)

Inverno 2001 – área B Outono 2002 – área B

Inverno-primavera 2001 – área C

Inverno 2002 – área D

Verão-outono 2002 – área C

Outono 2002 – área D

Inverno 2001 – área A Outono 2002 – área A

0 300 600 1200900 1500 1800

0

30

0 300

10

20

600 1200900

40

50

60

1500 18000

30

10

20

40

50

60

0 300 600 1200900 1500 1800

0 300 600 1200900 1500 1800

0 300 600 1200900 1500 1800

0

30

0 300

10

20

600 1200900

40

50

60

1500 18000

30

10

20

40

50

60

0

30

0 300

10

20

600 1200900

40

50

60

1500 18000

30

10

20

40

50

60

0

30

0 300

10

20

600 1200900

40

50

60

1500 18000

30

10

20

40

50

60

Figura 6.150 – Número estimado, em milhões de exemplares, de Trichiurus lepturus por classes de compri-mento total, nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do ProgramaREVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/PqAtlântico Sul e Soloncy Moura.

Umbrina canosai

A castanha, Umbrina canosai Berg, 1895, é um peixe demersal pertencente à famíliaSciaenidae que ocorre entre o Rio de Janeiro (22°S) e o norte do Golfo de San Mathias(41°30’S), na Argentina (Cousseau & Perrota, 1998). Espécie de plataforma (Haimovici et al.,1996), alimenta-se de organismos bentônicos: os juvenis, basicamente de crustáceos e poli-quetas, os adultos incorporam à dieta equinodermos, moluscos e peixes (Haimovici et al.,1989). A reprodução ocorre durante os meses de inverno e a desova é múltipla entre o finaldo inverno e o final da primavera. As fêmeas maiores são as primeiras a iniciar a desova emigrar para o sul,em direção às áreas de alimentação no litoral do Uruguai e Argentina, retor-nando no outono seguinte (Haimovici & Cousin, 1989). Os exemplares capturados no litoralde São Paulo provavelmente pertencem a um segundo estoque cuja distribuição se estendeaté o litoral do Rio de Janeiro. É uma espécie de grande importância comercial, sendo cap-turada principalmente no sul do Brasil entre junho e novembro (Haimovici et al., 2006).

REVIZEE_ARRASTO_P3 2/28/08 11:02 AM Page 139

Page 140: Haimovici.etal.2008.Prospecção Pesqueira de espécies Demersais com rede de arrasto-de-fundo na Região Sudeste-Sul do Brasil

140 SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

A castanha ocorreu em 19 dos 224 lances (FO � 8,5%), com uma captura de 2 789exemplares pesando 701 kg (2,2% do total) (Anexo 2). Ocorreu entre 11,6°C a 17,8°C detemperatura de fundo, profundidades inferiores a 150 m entre 23°26’S e 34°18’S, com asmaiores densidades entre 14 -16°C e 100 m (Figuras 6.151 e 6.152).

100 m 1000 m 100 m 1000 m

Santos

Paranaguá

Cabo de São Tomé

Cabo de Santa Marta

RioGrande

28˚ S

30˚ S

26˚ S

32˚ S

24˚ S

34˚ S

22˚ S

36˚ S

50˚ W 44˚ W 42˚ W48˚ W 46˚ W 40˚ W 38˚ W52˚ W54˚ W

Umbrina canosai

Santos

Paranaguá

Cabo de São Tomé

Cabo de Santa Marta

RioGrande

28˚ S

30˚ S

26˚ S

32˚ S

24˚ S

34˚ S

22˚ S

36˚ S

50˚ W 44˚ W 42˚ W48˚ W 46˚ W 40˚ W 38˚ W52˚ W54˚ W

200 m 200 m

primavera-inverno20012002

verão-outono2002

kg/km2

50100500

1000200030005000

10000

Figura 6.151 – Densidades em kg/km2 da castanha Umbrina canosai, nos levantamentos de prospecçãopesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio(23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

kg/km2te

mpe

ratu

ra n

o fu

ndo

( ˚C)

00

100profundidade (m)

4

10

8

16

14

20

200 300 400 500 600

2

6

12

18

latit

ude

( ˚S)

0

34

100profundidade (m)

32

30

28

26

24

22

200 300 400 500 600

kg/km2

Figura 6.152 – DensidadeS por lances (kg/km2) de Umbrina canosai em relação à latitude, temperatura e pro-fundidade nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE,realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sule Soloncy Moura.

Verão-outono 2002Inverno-primavera 2001-2002

400-600

100-149 150-199 200-299 300-339

área Dárea C

área B

área A

800

600

200

0

400

1000

1200

1400

1600

400-600

100-149 150-199 200-299 300-339

área Dárea C

área B

área A

800

600

200

0

400

1000

1200

1400

1600

profundidade (m)

dens

idad

e (k

g/km

2 )

profundidade (m)

dens

idad

e (k

g/km

2 )

Figura 6.153 – Densidades de Umbrina canosai em kg/km2 estimadas por estratos de latitude e de profundi-dade, nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE,realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sule Soloncy Moura.

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141SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

A biomassa total estimada nos levantamentos de inverno-primavera de 2001 e2002 foi de 18204 t (/�99%) e no verão-outono de 2002 foi de 2 993 (/�116%)(Tabelas 6.1 e 6.36). O número estimado de exemplares na área de estudo para o conjuntodos dois levantamentos de inverno-primavera foi de 66,3 milhões e para o verão-outonode 2002 de 10,5 milhões evidenciando o padrão migratório do estoque sul da espécie.

Inverno-primavera 2001-2002 Inverno 2002 Verão-outono 2002Profundidade

Área A Área B Área C Área D Área A Área B Área C Área D

100-149 m 10.714 3.482 3.566 370 375 505 2.113 —150-199 m — — 73 — — — — —200-299 m — — — — — — — —300-399 m — — — — — — — —400-600 m — — — — — — — —

Tabela 6.36 – Biomassas (t) de Umbrina canosai, estimadas por estratos de latitude e de profundidade, nos lev-antamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

Os exemplares capturados variaram entre 110 e 450 mm de comprimento total eentre 35 e 1 228 g de peso. Notou-se um recrutamento na plataforma externa de exem-plares menores de 140 mm na área A no inverno e na B em ambas as épocas (Figura 6.155).Os resultados são consistentes com o que se sabe da distribuição e migrações do estoqueda espécie entre a Argentina e o sul do Brasil.

Figura 6.154 – Peso médio de Umbrina canosai por latitudes e profundidades, nos levantamentos deprospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entreCabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

peso

méd

io (k

g)

0

latitude

0,1

0,2

0,3

0,4

0,5

23˚ S 25˚ S 27˚ S 29˚ S 35˚ S

0,6

1,0

33˚ S31˚ S

0,7

0,8

0,9

peso

méd

io (k

g)

profundidade (m)0 100 200 300 400 500 600

0,1

0,2

0,3

0,4

0,5

0,6

1,0

0,7

0,8

0,9

0

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142 SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

Urophycis mystacea

A abrótea-de-profundidade é um peixe da família Phycidae cuja distribuição noAtlântico Sul se estende do Brasil até a Argentina. Alguns autores consideram Urophycismystacea (Ribeiro, 1903) sinonímia de U. cirratus (Goode & Bean, 1896) cuja distribuição,aonorte, se estende até o Golfo do México (Cousseau, 1993). Chega a alcançar 70 cm de com-primento, é uma espécie demersal bentônica e vive em águas da plataforma externa etalude, acima de 200 m, sendo raramente encontrada em profundidades inferiores a 60 m.

A abrótea-de-profundidade é uma das espécies demersais mais abundantes notalude superior da região sudeste-sul do Brasil, tendo sido estudada desde o início doPrograma REVIZEE (Martins & Haimovici, 2000; Haimovici et al., 2004; Bernardes et al.,2005b, Haimovici et al., 2006). A partir de 2001, passou a ser um dos alvos das frotas dearrasto-de-porta duplo e simples, cujas operações, na plataforma externa e no talude supe-rior (Perez et. al., 2003) quadriplicaram os desembarques (Haimovici et al., 2006). O cresci-mento é lento e diferenciado entre machos e fêmeas, tendo a mortalidade natural e alongevidade moderadas (Martins & Haimovici, 2000).

Esta espécie ocorreu em 157 dos 224 lances com uma captura total de 3 449 exem-plares e 1296 kg, ocupando o 3° lugar em freqüência de ocorrência (70,1%) e o 6° em bio-massa (4,1%) (Anexo 2); foi capturada em toda a área prospectada (23°26’S-34°34’S), emtodas as amplitudes de profundidades (94 a 610 m) e temperaturas (5-17,8°C), (Figuras6.156 e 6.157).

milh

ões

de e

xem

plar

es

comprimento total (mm)

Outono 2002 – área AInverno 2001 – área A

Outono 2002 – área BInverno 2001 – área B

Verão-outono 2002 – área CInverno-primavera 2001 – área C

Outono 2002 – área DInverno 2002 – área D

10

0

2

8

100

4

6

300200 400

12

10

0

2

8

100

4

6

300200 400

12

10

0

2

8

100

4

6

300200 400

12

10

0

2

8

100

4

6

300200 400

12

10

0

2

8

100

4

6

300200 400

12

10

0

2

8

100

4

6

300200 400

12

10

0

2

8

100

4

6

300200 400

12

10

0

2

8

100

4

6

300200 400

12

Figura 6.155 – Número estima-do, em milhões de exemplares,de Umbrina canosai por classesde comprimento total, nos levan-tamentos de prospecção pes-queira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE,realizados em 2001 e 2002 entreCabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S)e 100 e 600 m, com os N/PqAtlântico Sul e Soloncy Moura.

REVIZEE_ARRASTO_P3 2/28/08 11:02 AM Page 142

Page 143: Haimovici.etal.2008.Prospecção Pesqueira de espécies Demersais com rede de arrasto-de-fundo na Região Sudeste-Sul do Brasil

143SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

Tanto no inverno-primavera como no verão-outono, as densidades em kg/km2

foram mais elevadas no extremo sul nas profundidades acima de 150 m e nas áreasrestantes, a partir dos 300 m (Figura 6.158).

100 m 1000 m 100 m 1000 m

Santos

Paranaguá

Cabo de São Tomé

Cabo de Santa Marta

RioGrande

28˚ S

30˚ S

26˚ S

32˚ S

24˚ S

34˚ S

22˚ S

36˚ S

50˚ W 44˚ W 42˚ W48˚ W 46˚ W 40˚ W 38˚ W52˚ W54˚ W

Urophycis mystacea

Santos

Paranaguá

Cabo de São Tomé

Cabo de Santa Marta

RioGrande

28˚ S

30˚ S

26˚ S

32˚ S

24˚ S

34˚ S

22˚ S

36˚ S

50˚ W 44˚ W 42˚ W48˚ W 46˚ W 40˚ W 38˚ W52˚ W54˚ W

kg/km2

50100200300500

10001500

200 m 200 m

primavera-inverno20012002

verão-outono2002

Figura 6.156 – Densidades em kg/km2 da abrótea-de-profundidade Urophycis mystacea, nos levantamentosde prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados m em 2001 e 2002entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

latitude (˚S)

034

100

prof

undi

dade

323028262422

200

300

400

500

600kg/km2

700kg/km2

tem

pera

tura

no

fund

o ( ˚C

)

00

100profundidade

4

10

8

16

14

20

200 300 400 500 600

2

6

12

18

700

Figura 6.157 – Densidades por lances (kg/km2) de Urophycis mystacea em relação à latitude, temperatura eprofundidade nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do ProgramaREVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/PqAtlântico Sul e Soloncy Moura.

Verão-outono 2002

400-600

100-149 150-199 200-299 300-339

área Dárea C

área B

área A

0

Inverno-primavera 2001-2002

400-600

100-149 150-199 200-299 300-339

área Dárea C

área B

área A

300

200

100

0

200

400

500

300

200

100

200

400

500

profundidade (m)

dens

idad

e (k

g/km

2 )

profundidade (m)

dens

idad

e (k

g/km

2 )

Figura 6.158 – Densidades de Urophycis mystacea em kg/km2 estimadas por estratos de latitude e de pro-fundidade, nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do ProgramaREVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/PqAtlântico Sul e Soloncy Moura.

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144 SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

Inverno-primavera 2001-2002 Inverno 2002 Verão-outono 2002Profundidade

Área A Área B Área C Área D Área A Área B Área C Área D

100-149 m 60 494 243 153 37 385 1.359 125150-199 m 1.421 567 125 — 2.951 1.531 306 —200-299 m 597 181 93 — 693 81 38 —300-399 m 713 299 525 sem lances 286 311 304 187400-600 m 1.106 1.115 702 205 489 2.067 1.040 256

Tabela 6.37 – Biomassas (t) de Urophycis mystacea, estimadas por estratos de latitude e de profundidade, noslevantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

A biomassa total estimada nos levantamentos de inverno-primavera de 2001 e 2002foi de 8 597 t (/�24%) e no verão-outono de 2002 foi de 12 446 (/�37%) (Tabelas 1 e6.37). O número de exemplares estimado para o conjunto dos dois levantamentos de inver-no-primavera foi de 27 milhões e, para o verão-outono de 2002 de 42 milhões.

No verão-outono, a biomassa calculada foi 51% maior que no inverno-primavera.Embora os intervalos de confiança sejam amplos e se superponham, a diferença das bio-massas obtidas no inverno-primavera e verão-outono foi superior a 40% e provavelmenterepresenta uma diferença real. Este fenômeno, já fora observado na prospecção com espi-nhel-de-fundo (Haimovici et al., 2004), e não parece estar associado ao recrutamento (Figura6.159) porque os exemplares de maior tamanho aumentaram em abundância.

Os comprimentos dos exemplares capturados variaram entre 80 e 676 mm e seuspesos entre 41 e 2 905 g. Os pesos médios e os comprimentos aumentaram com a profun-didade e a tendência de aumento foi no sentido sul-norte (Figura 6.159). Em contra-posição, as densidades aumentaram no sentido inverso, de norte para o sul (Figura 6.158).

Figura 6.159 – Peso médio de Urophycis mystacea por latitudes e profundidades, nos levantamentos de pros-pecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entreCabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

peso

méd

io (k

g)

0

latitude

0,5

21˚ S 24˚ S 27˚ S 33˚ S 36˚ S30˚ S

1,0

2,0

2,5

peso

méd

io (k

g)

0

profundidade (m)0 100 200 300 400 500 600 700

0,5

1,0

1,5

2,0

2,5

1,5

Devido ao crescimento diferenciado entre machos e fêmeas, estas passam a pre-dominar nas classes de maior comprimento (Figura 6.161a).Considerando machos e fêmeasde mesmo tamanho, observa-se predomínio das fêmeas em menores profundidades.(Figura 6.161b). Uma possível interpretação para este fato seria a de que os machos, à medi-da que crescem, se deslocam para profundidades maiores; outra, menos plausível, é de quehaveria um ingresso de machos para a área do estudo, vindos de profundidades maiores.

O comprimento médio de primeira maturação das fêmeas ocorre aos 44 cm e adesova principalmente no outono, embora alguns exemplares em maturação tenham sidoobservados na primavera em toda a região sudeste-sul (Haimovici et al., 2006). As menoresfêmeas maturas mediram em torno de 35 cm.

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Page 145: Haimovici.etal.2008.Prospecção Pesqueira de espécies Demersais com rede de arrasto-de-fundo na Região Sudeste-Sul do Brasil

145SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

Figura 6.161 – Proporções de machos e fêmeas por faixas de profundidade (a) e por épocas do ano e regiões(b), nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo, realizados entre Cabo Frio(23°,RJ) e Chuí (34°34’, RS), em agosto-setembro de 2001, março-abril de 2002 e junho de 2002.

porc

enta

gem

(%)

0

100

60

80

270 300

CT (mm)

40

330 360 390 420

Sul inverno 2001Sul verão 2002SE inverno 2001-2002SE verão 2002

20

� 450

porc

enta

gem

(%)

0

100

60

80

240 270

CT (mm)

40

300 330 360 390

20

420

100-149150-199200-299300-399400-600

milh

ões

de e

xem

plar

es

comprimento total (mm)

Inverno 2001 – área B Outono 2002 – área B

Inverno-primavera 2001 – área C

Inverno 2002 – área D

Verão-outono 2002 – área C

Outono 2002 – área D

Inverno 2001 – área A Outono 2002 – área A

0

3

0 90

1

2

180 360270

4

56

450

7

540 6300

3

0 90

1

2

180 360270

4

56

450

7

540 630

0

3

0 90

1

2

180 360270

4

56

450

7

540 6300

3

0 90

1

2

180 360270

4

56

450

7

540 630

0

3

0 90

1

2

180 360270

4

56

450

7

540 6300

3

0 90

1

2

180 360270

4

56

450

7

540 630

0

3

0 90

1

2

180 360270

4

56

450

7

540 6300

3

0 90

1

2

180 360270

4

56

450

7

540 630

Figura 6.160 – Número estimado, em milhões de exemplares, de Urophycis mystacea por classes de compri-mento total, nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do ProgramaREVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/PqAtlântico Sul e Soloncy Moura.

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146 SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

Xenolepidichthys dalgleishi

Xenolepidichthys dalgleishi Gilchrist,1922,é um zeiforme da família Grammicolepididae,de hábito bentopelágico, e que apresenta ampla distribuição, ocorrendo nos OceanosAtlântico, Índico e Pacífico. Na costa leste americana distribui-se da Virgínia até o sul doBrasil (Karrer & Heemstra, 1986; Haimovici et al., 1994; Figueiredo et al., 2002).

Esta espécie ocorreu em 57 dos 224 lances (FO � 25,4%) com uma captura de 4.254exemplares pesando 196 kg (0,6% do total) (Anexo 2). Ocorreu entre 23°48’S a 34°33’S delatitude, entre 210 e 603 m de profundidade e águas de fundo com temperatura entre5,3°C e 13,2°C. Os maiores rendimentos (kg/km2) foram obtidos no inverno-primavera,entre 450 e 500 m de profundidade, entre 24°S e de 30°S. (Figuras 6.162, 6.163 e 6.164).

A biomassa total estimada nos levantamentos de inverno-primavera de 2001 e2002 foi de 1 298 t (/�84%) e no verão-outono de 2002 foi de 906 (/�62%), e na áreaD no inverno de 2002 de 518 t (+/-235%) (Tabelas 6.1 e 6.38). O número estimado de exem-plares na área do estudo para o conjunto dos dois levantamentos de inverno-primavera foi22 milhões e para o verão-outono de 2002 de 20 milhões.

100 m 1000 m 100 m 1000 m

Santos

Paranaguá

Cabo deSão Tomé

Cabo de Santa Marta

RioGrande

28˚ S

30˚ S

26˚ S

32˚ S

24˚ S

34˚ S

22˚ S

36˚ S

50˚ W 44˚ W 42˚ W48˚ W 46˚ W 40˚ W 38˚ W52˚ W54˚ W

Xenolepidichthys dalgleishi

Santos

Paranaguá

Cabo de São Tomé

Cabo de Santa Marta

RioGrande

28˚ S

30˚ S

26˚ S

32˚ S

24˚ S

34˚ S

22˚ S

36˚ S

50˚ W 44˚ W 42˚ W48˚ W 46˚ W 40˚ W 38˚ W52˚ W54˚ W

200 m 200 m

primavera-inverno20012002

verão-outono2002

kg/km2

1050

100300500750

1000

Figura 6.162 – Densidades em kg/km2 de Xenolepidichthys dalgleishi, nos levantamentos de prospecçãopesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio(23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

kg/km2

tem

pera

tura

no

fund

o ( ˚C

)

00

100profundidade (m)

4

10

8

16

14

20

200 300 400 500 600

2

6

12

18

latit

ude

( ˚S)

0

34

100profundidade (m)

32

30

28

26

24

22

200 300 400 500 600

kg/km2

700

Figura 6.163 – Densidades por lances (kg/km2) de Xenolepidichthys dalgleishi em relação à latitude, tempera-tura e profundidade nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do ProgramaREVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/PqAtlântico Sul e Soloncy Moura.

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147SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

Inverno-primavera 2001-2002 Inverno 2002 Verão-outono 2002Profundidade

Área A Área B Área C Área D Área A Área B Área C Área D

100-149 m — — — — — — — —150-199 m — — — — — — — —200-299 m 19 3 1 — — — — —300-399 m 2 27 1 — 1 130 0,4 50400-600 m 0,5 690 36 518 1 265 232 227

Tabela 6.38 – Biomassas (t) de Xenolepidichthys dalgleishi, estimadas por estratos de latitude e de profundidade,nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

Verão-outono 2002

400-600

100-149 150-199 200-299 300-339

área Dárea C

área B

área A

Inverno-primavera 2001-2002

400-600

100-149 150-199 200-299 300-339

área Dárea C

área B

área A

180

140

120

100

0

80

160

200

60

40

20

180

140

120

100

0

80

160

200

60

40

20

profundidade (m)

dens

idad

e (k

g/km

2 )

profundidade (m)

dens

idad

e (k

g/km

2 )

Figura 6.164 – Densidades de Xenolepidichthys dalgleishi em kg/km2 estimadas por estratos de latitude e deprofundidade, nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do ProgramaREVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/PqAtlântico Sul e Soloncy Moura.

É provável que a amostragem com redes de arrasto-de-fundo seja pouco represen-tativa da abundância da espécie devido seu hábito bentopelágico.

Os comprimentos dos exemplares capturados variaram entre 40 e 260 mm e seuspesos entre 0,8 e 140 g. Constatou-se tendência de aumento no peso médio por lance emdireção ao norte e também para águas mais profundas (Figura 6.165). O maior número deexemplares ocorreu nas áreas B e D, sendo encontrados dois grupos modais de compri-mento: um em torno de 80-120 mm CT e outro entre 150-170 mm CT (Figura 6.166).

A distribuição latitudinal mostra que no extremo sul (área A) ocorreram apenasexemplares pequenos com valores mais freqüentes (moda) entre 90 e 110 mm, enquantoque nas demais áreas observou-se toda a amplitude de comprimentos. Fêmeas em matu-ração foram capturadas em todos os cruzeiros.

Figura 6.165 – Peso médio de Xenolepidichthys dalgleishi por latitudes e profundidades, nos levantamentosde prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em 2001 e 2002entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

peso

méd

io (k

g)

0

latitude

0,02

0,04

0,06

0,08

0,10

21˚ S 24˚ S 27˚ S 36˚ S

0,12

0,14

33˚ S30˚ S

peso

méd

io (k

g)

profundidade (m)0 100 200 300 400 500 600

0

0,02

0,04

0,06

0,08

0,10

0,12

0,14

700

REVIZEE_ARRASTO_P3 2/28/08 11:02 AM Page 147

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148 SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

Figura 6.166 – Número estimado, em milhões de exemplares, de Xenolepidichthys dalgleishi por classes decomprimento total, nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do ProgramaREVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/PqAtlântico Sul e Soloncy Moura.

Zenopsis conchifera

Zenopsis conchifera (Lowe, 1852), conhecida como peixe-galo, galo-de-profundi-dade ou São Pedro, é um peixe bentopelágico que vive próximo ao fundo ou em meia-água, na plataforma externa e talude superior em águas tropicais dos oceanos Atlântico,Índico e Pacífico, em substratos lodosos. No Atlântico Ocidental ocorre do Golfo de Maineaté a Argentina e vive em pequenos cardumes (Figueiredo et al., 2002). A alimentaçãodesta espécie é composta por pequenos peixes mesopelágicos, lulas e crustáceos zoo-planctônicos (Haimovici et al., 1994, Muto et al., 2005). A espécie é comercializada em ou-tros países, como Portugal e EUA (Froese & Pauly, 2007).

O galo-de-profundidade ocorreu em 115 dos 224 lances (FO � 51,3%) com umacaptura de 14 212 exemplares e 3 794 kg (11,7% do total), ocupando o 2° lugar em peso eo 8° em freqüência (Anexo 2). Ocorreu entre 23°36’S e 34°34’S de latitude, 7°C e 17,3°C detemperatura das águas de fundo e entre 94 e 517 m de profundidade.

REVIZEE_ARRASTO_P3 2/28/08 11:02 AM Page 148

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149SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

A espécie foi muito abundante na área entre 29°S e 30°S em ambas as épocas do anoe, entre 24°S e 25°S somente no verão-outono (Figura 6.167 e 6.168). As maiores densidadesem peso foram encontradas entre 200-400 m de profundidade e águas com temperaturasentre 10-12°C. (Figura 6.169). As maiores densidades foram registradas no inverno-prima-vera ao norte de 25ºS, de 100 a 600 m e no verão-outono, ao norte de 28ºS, de 150 a 400 m.

100 m 1000 m 100 m 1000 m

Santos

Paranaguá

Cabo de São Tomé

Cabo de Santa Marta

RioGrande

28˚ S

30˚ S

26˚ S

32˚ S

24˚ S

34˚ S

22˚ S

36˚ S

50˚ W 44˚ W 42˚ W48˚ W 46˚ W 40˚ W 38˚ W52˚ W54˚ W

Zenopsis conchifera

Santos

Paranaguá

Cabo de São Tomé

Cabo de Santa Marta

RioGrande

28˚ S

30˚ S

26˚ S

32˚ S

24˚ S

34˚ S

22˚ S

36˚ S

50˚ W 44˚ W 42˚ W48˚ W 46˚ W 40˚ W 38˚ W52˚ W54˚ W

200 m 200 m

kg/km2

50100500

10005000

1000020000

primavera-inverno20012002

verão-outono2002

Figura 6.167 – Densidades em kg/km2 do peixe-galo Zenopsis conchifera, nos levantamentos de prospecçãopesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio(23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

Verão-outono 2002Inverno-primavera 2001-2002

400-600

100-149 150-199 200-299 300-339

área Dárea C

área B

área A

2000

5000

1000

2500

3000

1500

3500

4000

4500

400-600

100-149 150-199 200-299 300-339

área Dárea C

área B

área A

2000

5000

1000

2500

3000

1500

3500

4000

4500

profundidade (m)

dens

idad

e (k

g/km

2 )

profundidade (m)

dens

idad

e (k

g/km

2 )

Figura 6.168 – Densidades de Zenopsis conchifera em kg/km2 estimadas por estratos de latitude e de pro-fundidade, nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do ProgramaREVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m,com os N/PqAtlântico Sul e Soloncy Moura.

latit

ude

( ˚S)

34

100profundidade (m)

32

30

28

26

24

22

200 300 400 500 600

kg/km2

0 700

kg/km2

tem

pera

tura

no

fund

o ( ˚C

)

00

100profundidade (m)

10

20

200 300 400 500 600

2

14

4

6

8

12

16

18

Figura 6.169 – Densidade por lances (kg/km2) de Zenopsis conchifera em relação à latitude, temperatura eprofundidade nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do ProgramaREVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/PqAtlântico Sul e Soloncy Moura.

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150 SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

A biomassa total estimada nos levantamentos de inverno-primavera de 2001 e2002 foi de 27 001t (/�75%) e, no verão-outono de 2002 foi de 38 876 (/�63%)(Tabela 6.39). O número estimado de exemplares na área do estudo para o conjunto dosdois levantamentos de inverno-primavera foi 54,7 milhões e, para o verão-outono de 2002de 220,8 milhões. É provável que a amostragem com redes de arrasto-de-fundo seja poucorepresentativa da real abundância da espécie, devido ao seu hábito bentopelágico.

Inverno-primavera 2001-2002 Inverno 2002 Verão-outono 2002Profundidade

Área A Área B Área C Área D Área A Área B Área C Área D

100-149 m 127 220 22 158 2 12 144 12150-199 m 2.590 47 825 1.185 1.142 27 1.689 —200-299 m 537 12.186 3.329 2.007 413 7.248 309 —300-399 m 25 331 2.212 46 32 13.911 10.656 2.213400-600 m 6 — 766 384 — — 333 734

Tabela 6.39 – Biomassas (t) de Zenopsis conchifera, estimadas por estratos de latitude e de profundidade, noslevantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

Os exemplares capturados tinham comprimentos totais entre 30 e 595 mm e pesosentre 4,7 e 2087 g. Foi observada tendência de aumento no tamanho dos exemplares emdireção ao norte e em direção à zonas mais profundas (Figura 6.170).

Exemplares grandes (�340mm CT) foram encontrados em todas as áreas e épocasda prospecção, principalmente no verão-outono, em profundidades menores de 300 m,ocorrendo com abundância decrescente da área B para a C (Figura 6.171).

O recrutamento da espécie foi evidenciado pela presença de exemplares pequenos(90-150 mm CT), no verão-outono de 2002, os quais foram extremamente abundantes naárea B, ao sul de Santa Marta, entre 200 e 300 m e, em menor proporção, na área C.

Fêmeas em maturação ocorreram em todos os períodos amostrados. Ao norte deSanta Marta, as menores fêmeas em maturação mediram 275 mm, enquanto que ao sul asmenores mediram 350 mm (Haimovici et al., 1994).

Em levantamentos de pesca exploratória realizados na década de 1970, foi detecta-da a presença de um estoque de Zenopsis conchifera entre 200 e 350 m, ao largo do deSanta Marta (Yesaki et al., 1976). Mais recentemente a espécie foi capturada por embar-cações estrangeiras arrendadas operando com arrasto-de-fundo (Perez et al., 2003), sendoas áreas com maiores rendimentos a de 24°S a 26°S e a de 30°S a 31°S, coincidentes comaquelas de maiores capturas deste levantamento.

Figura 6.170 – Peso médio de Zenopsis conchifera por latitudes e profundidades, nos levantamentos de pros-pecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entreCabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

peso

méd

io (k

g)

0

latitude

0,5

1,5

23˚ S 25˚ S 27˚ S 29˚ S 35˚ S33˚ S31˚ S

2,0

2,5

3,0

1,0

0 100 200 300 400 500 600

peso

méd

io (k

g)

0

profundidade (m)

0,5

1,5

2,0

2,5

3,0

1,0

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151SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

milh

ões

de e

xem

plar

es

comprimento total (mm)

Outono 2002 – área AInverno 2001 – área A

Outono 2002 – área BInverno 2001 – área B

Verão-outono 2002 – área CInverno-primavera 2001 – área C

Outono 2002 – área DInverno 2002 – área D

00 150

50

300 450 600

10203040

607080

00 150

50

300 450 600

10203040

607080

00 150

50

300 450 600

10203040

607080

00 150

50

300 450 600

10203040

607080

00 150

50

300 450 600

10203040

607080

00 150

50

300 450 600

10203040

607080

00 150

50

300 450 600

10203040

607080

00 150

50

300 450 600

10203040

607080

Figura 6.171 – Número estimado, em milhões de exemplares, de Zenopsis conchifera por classes de compri-mento total, nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do ProgramaREVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/PqAtlântico Sul e Soloncy Moura.

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152 SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

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153SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

7. POTENCIAL PESQUEIRO

O potencial pesqueiro de peixes e cefalópodes vulneráveis às redes de arrasto-de-fundo foi estimado a partir das capturas das 27 espécies consideradas de inte-rêsse comercial (Tabela 7.1). A lista destas espécies foi elaborada a partir daque-

las que constam nos relatórios de desembarques das frotas pesqueiras que operam naregião (IBAMA, 2007) ou das quais se têm referência em literatura sobre seu possívelaproveitamento. No entanto, esta percentagem inclui todos os tamanhos capturados,incluindo os juvenis, que não são aproveitados na pesca comercial.

Para as estimativas de densidade, biomassa e potencial pesqueiro de recursosexplotáveis com redes de arrasto-de-fundo, foram incluídas na análise apenas os peixes eas lulas, cujo peso médio nas amostras foi superior ao valor mínimo registrado nos desem-barques da pesca comercial para cada espécie. O critério de escolha foi o seguinte: paraespécies que têm ossos externos pesados, como Zenopsis conchifera, Lophius gastrophysus,Prionotus punctatus e Helicolenus lahillei, amostras com pesos médios inferiores a 350 gforam consideradas sem interesse comercial. Para espécies desprovidas destas caracterís-ticas, como Urophycis mystacea, Merluccius hubbsi e Polymixia lowei, somente amostras com

Tabela 7.1 – Captura total (kg) das espécies de interesse comercial nos levantamentos de prospecçãopesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio(23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq. Atlântico Sul e Soloncy Moura.

Fração sem Fração com Captura total de espécies Captura comercial comoEspéciesinteresse comercial interesse comercial interesse comercial (kg) % da captura total

Illex argentinus 593 2.846 3.438 17,2%Loligo plei 175 0 175 �0,1%Polymixia lowei 360 3.468 3.828 21,0%Zenopsis conchifera 1.214 2.579 3.793 15,6%Mullus argentinae 122 136 257 0,8%Merluccius hubbsi 414 2.313 2.727 14,0%Trichiurus lepturus 1.903 0 1.903 �0,1%Urophycis mystacea 24 1.292 1.316 7,8%Lophius gastrophysus 161 952 1.113 5,8%Helicolenus lahillei 996 0 996 �0,1%Umbrina canosai 671 31 701 0,2%Trachurus lathami 536 0 536 �0,1%Ariomma bondi 479 0 479 �0,1%Beryx splendens 237 0 237 �0,1%Prionotus punctatus 0 456 456 2,8%Paralichthys isosceles 50 325 376 2,0%Thyrsitops lepidopoides 341 0 341 �0,1%Atlantoraja castelnaui 0 165 165 1,0%Atlantoraja cyclophora 0 461 461 2,8%Atlantoraja platana 0 390 390 2,4%Genypterus brasiliensis 105 61 166 0,4%Mustelus schmitti 0 175 175 1,1%Squalus megalops 1 205 206 1,2%Squalus mitsukurii 0 349 349 2,1%Squatina argentina 0 156 156 0,9%Squatina guggenheim 0 147 147 0,9%Squatina punctata 0 27 27 0,2%

Totais 8.382 16.533 24.915 50,5%

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154 SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

peso médio igual ou superior a 100 g foram consideradas de interesse comercial. A dis-criminação entre peixes com e sem interesse comercial foi facilitada pela estratégia deamostragem a bordo após cada lance: primeiro foram pesados e contados os peixes ecefalópodes maiores sendo o restante da captura, composta por exemplares pequenos,amostrado e registrado separadamente.

A captura nos 224 lances realizados foi de 32 723 kg; a captura total de espécies deinteresse comercial foi de 24 915 kg (76,0 %); destas últimas, 16 887 kg (50,5 %) tinhamtamanhos com interesse comercial. Se considerarmos apenas esta última fração da cap-tura, 81,4% era composto por apenas seis espécies: Illex argentinus, Urophycis mystacea,Merluccius hubbsi, Polymixia lowei, Zenopsis conchifera e Lophius gastrophysus, 12,9% deelasmobrânquios e apenas 5,7%, de outras espécies (Tabela 7.1).

Para avaliar o potencial dos recursos explotáveis foram estimadas as frações cominteresse comercial das densidades e as biomassas totais de cada uma das seis principaisespécies, por época do ano, separadamente para a plataforma externa e o talude superior(Tabela 7.2). A Figura 7.1 apresenta as biomassas explotáveis nos estratos de profundidadee latitude por épocas do ano, e as Figuras 7.2 e 7.3 as densidades (kg/km2) por lances totaise de cada uma das seis principais espécies por lances, em função das latitudes e profundi-dades por épocas do ano.

Tabela 7.2 – Biomassas (t) e densidades explotáveis (kg/km2) totais e de cada uma das seis principais espé-cies*, estimadas por época do ano, para a plataforma externa (100-199 m) e talude superior (200-600 m). Osintervalos de confiança de 90% estão indicados como percentagens.

Plataforma 100-200 m Talude 200-600 m Área Total+/- IC 90%92.555 km2 42.168 km2 134.724 km2

biomassa totalt kg/km2 t kg/km2 t kg/km2

Comercial total inv-prim 85.017 919 73.632 1.746 158.649 1.178 19%ver-out 71.542 773 95.343 2.261 166.885 1.239 23%

Illex argentinus inv-prim 145 2 8.919 212 9.064 67 106%ver-out 6 0 28.653 680 28.660 213 62%

Merluccius hubbsi inv-prim 3.048 33 11.119 264 14.167 105 43%ver-out 2.867 31 12.336 293 15.203 113 33%

Zenopsis conchifera inv-prim 6.455 70 21.750 516 28.206 209 61%ver-out 924 10 20.902 496 21.826 162 83%

Urophycis mystacea inv-prim 3.019 33 5.429 129 8.448 63 20%ver-out 5.700 62 5.751 136 11.451 85 39%

Polymixia lowei inv-prim 0 0 14.827 352 14.827 110 85%ver-out 15 0 17.705 420 17.721 132 63%

Lophius gastrophysus inv-prim 9.752 105 6.002 142 15.753 117 27%ver-out 5.247 57 5.758 137 11.006 82 23%

Tabela 7.1 – Biomassas totais explotáveis, estimadas em toneladas, para os períodos de inverno-primavera (esquerda) everão-outono (direita), por estratos de profundidades e latitudes (áreas A, B, C e D), a partir dos levantamentos de prospecçãopesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí(34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

Inverno-primavera

400-600

100-149 150-199 200-299 300-339

área Dárea C

área B

área A

20000

0

10000

30000

Verão-outono

400-600

100-149 150-199 200-299 300-339

área Dárea C

área B

área A

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As biomassas totais explotáveis foram de 158 649 t (�/�19%) no inverno-prima-vera e um pouco maiores, 166 885 t (�/�23%) no verão-outono, diferindo pouco entreépocas do ano e entre a plataforma externa e o talude (Tabela 7.2a). Os intervalos de con-fiança foram pequenos em função do elevado número de lances em cada época do ano eda relativa homogeneidade na distribuição, dentro dos estratos. Na plataforma externa, asbiomassas explotáveis diminuiram do sul para o norte, em ambas as épocas do ano. Notalude superior as maiores biomassas se localizaram mais ao norte. No inverno-primaveraas maiores biomassas explotáveis ocorreram em profundidades inferiores a 300 m e, prin-cipalmente, entre Solidão e Ilha Bela (Áreas C e D). No verão-outono observou-se umadiminuição da biomassa na plataforma externa ao norte de Santa Marta e um aumento notalude na área B, ao sul de Santa Marta (Figura 7.1). As densidades de recursos explotáveisno talude superior foram mais do que o dobro que as da plataforma nos levantamentos deinverno-primavera e quase o triplo que nos levantamentos de verão-outono. Isto se deveao fato das principais espécies de interesse comercial como a merluza, a abrótea-de-pro-fundidade, o calamar-argentino, o peixe-sapo, Zenopsis conchifera e Polymixia lowei seremde águas frias. Uma outra explicação é que até a época dos levantamentos, a maior partedo esforço pesqueiro era dirigida à plataforma, reduzindo os estoques, especialmente decienídeos e elasmobrânquios (Haimovici et al., 2007b).

Os comprimentos do calamar Illex argentinus, desembarcados pela frota comercialapresentam modas de 160 mm para machos e 180 mm para fêmeas (Haimovici et al., 2006)e, portanto foram incluídas nesta análise as amostras com peso médio maior que 100 g, oque corresponde a aproximadamente 180 mm de comprimento do manto. No inverno-pri-mavera estas lulas se concentraram entre Solidão e Santa Marta a mais de 400 m, com umabiomassa estimada de 9.064 t (+/-106%). No verão-outono a biomassa aumentou para28.660 t (+/- 62%) e as maiores densidades foram registradas entre 300 e 600 m entre Chuíe Cabo de Santa Marta. Praticamente o total da biomassa com tamanhos de interesse co-mercial ocorreu além dos 200 m de profundidade (Tabela 7.2). A grande amplitude dointervalo de confiança, que torna relativamente imprecisas as estimativas de abundânciaatravés do arrasto de fundo, se deve ao fato de que as grandes capturas se concentraramnum pequeno número de lances (Figuras 7.2a e 7.2b), provavelmente porque esta espécieforma densos cardumes (Madureira et al., 2005).

As distribuições de comprimentos de Urophycis mystacea da pesca de arrasto notalude do extremo sul do Brasil mostram que peixes com mais de 100 g e 250 mm de com-primento total são comercializados (Haimovici et al., 2006). As biomassas de abrótea-de-profundidade, estimadas a partir das amostras com peso médio maior que 100 g, foram de8 448 t �/�20%) no inverno-primavera, e 11 451 t (�/�39%) no verão-outono e, emambas as épocas do ano as biomassas estimadas na plataforma externa e no talude supe-rior foram da mesma ordem de grandeza (Tabela 7.2). As maiores densidades foram encon-tradas na área A, no extremo sul, nas faixas de profundidades superiores a 150 m, e na áreaC a mais de 300 m (Figuras 7.2c e 7.2d). A presença em um grande número de lances e, semgrandes picos de abundância, sugere que esta espécie não forma cardumes densos, o quepossibilitou estimativas de biomassa relativamente precisas.

As distribuições de comprimentos de Merluccius hubbsi desembarcadas pela pescade arrasto no talude do extremo sul do Brasil, mostram que peixes com mais de 100 g e 250mm de comprimento total são comercializados (Haimovici et al., 1993). As biomassas demerluza estimadas a partir das amostras com peso médio maior que 100 g, foram de 14 167t (�/�20%) no inverno-primavera e 15 203 t (�/�39%) no verão-outono e, cerca de 3/4das biomassas foram registradas no talude superior (Tabela 7.2). As maiores densidadesocorreram nos extremos sul e norte da área do estudo, a mais de 300 m de profundidade(Figuras 7.2e e 7.2f ).

Os desembarques de Polymixia lowei são raros e não se dispõem de informaçõessobre sua comercialização. O formato do peixe apresenta alguma semelhança com o datrilha e os pescadores o chamam de trilha-branca, sugerindo um possível aproveitamento

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da mesma. No entanto, os próprios pescadores informam que este peixe é pouco atrativopara consumo por ter muitos espinhos. Apesar destas ressalvas, considerou-se que exem-plares acima de 100 g e 200 mm de comprimento poderiam ser comercializados.As biomas-sas estimadas da trilha-branca foram 14 827 t (�/�63 %) no inverno-primavera e 17 721 t(�/�85 %) no verão-outono, capturadas em poucos lances mas volumosos, em profundi-dades superiores a 300 m,todos localizados na Região Sudeste (Tabela 7.2).Os amplos inter-valos de confiança refletem a concentração da espécie em cardumes (Figura 7.3a, 7.3b).

A pesca comercial de Zenopsis conchifera foi realizada apenas por embarcaçõesarrendadas (Perez et al., 2003). As referências sobre o potencial pesqueiro desta espéciefazem menção ao seu aproveitamento como filé, fato que, considerando as placas dérmi-cas e o corpo deprimido deste peixe, requer exemplares relativamente grandes para seuaproveitamento. Portanto, para estimar a biomassa aproveitável foram considerados ape-nas os exemplares com pesos médios superiores a 350 g. As biomassas da fração com inte-rêsse comercial do galo-de-fundo foram estimadas em 28 206 t (�/�61%) no inverno-pri-mavera, e 21 826 t (�/�83%) no verão-outono; porém, ocorreram grandes capturas con-centradas em poucos lances, o que determinou um alto grau de incerteza em relação àprecisão desta estimativa (Tabela 7.2). As maiores densidades foram registradas entre 300e 400 m de profundidade, no inverno-primavera, na região do Cabo de Santa Marta e noverão-outono entre Solidão e Ilha Bela (Figuras 7.3c e 7.3d).

Lophius gastrophysus foi a espécie de maior valor econômico capturada em quanti-dades consideráveis nos levantamentos realizados, fato que coincidiu com o desenvolvi-mento de sua pesca com redes de emalhe-de-fundo por barcos arrendados (Perez et al.,2003; 2005). Apenas em três lances os pesos médios do peixe-sapo foram inferiores a 500 ge, a captura de exemplares pequenos, menores de 300 mm e 350 g de peso, teve poucaexpressão nas capturas totais dos levantamentos realizados. Portanto, considerou-se quetoda a captura era composta por peixes com valor comercial. As biomassas estimadasforam de 15 753 t (�/�27%) nos levantamentos de inverno-primavera, sendo 9 752 t naplataforma externa e 6 002 t no talude superior. No levantamento de verão-outono, a bio-massa estimada foi de 11 006 t (�/�23%), sendo 5 247 t na plataforma externa e 5 758 tno talude superior (Tabela 7.2). A distribuição da espécie abrangeu toda a região emambas as épocas do ano. As maiores biomassas, em ambas as épocas, estiveram localizadasna Área B, entre Solidão e Santa Marta, e no verão-outono também na plataforma externada Área C (Figuras 7.3e e 7.3f ). Os exemplares menores, com baixo valor comercial, se dis-tribuiram preferencialmente na plataforma externa e na quebra do talude, e os maioressobre o talude superior entre 200 e 400 m de profundidade (Figura 6.63).

Potencial pesqueiro

As biomassas demersais totais aproveitáveis, vulneráveis ao arrasto-de-fundo, e,estimadas com as ressalvas das limitações do método de área varrida, se situariam naordem de cento e cinqüenta mil toneladas, das quais, metade na plataforma externa, ondea densidades seriam inferiores a 1 000 kg/km2, e metade no talude superior, onde as den-sidades foram próximas a 2000 kg/km2 (Tabela 7.2). Estes valores diferem pouco dos esti-mados a partir de dados pretéritos de prospecções de arrasto (Haimovici & Fischer, 2007).

O potencial pesqueiro do ambiente prospectado é relativamente pequeno. Alémda biomassa relativamente baixa de recursos demersais aproveitáveis, apenas a metade damesma é composta por espécies com tamanhos de interesse em relação aos padrões atu-ais de comercialização. Desta biomassa, em torno de um quarto é composta por elasmo-brânquios, com baixo potencial reprodutivo e crescimento lento e, ainda, inclui algumasespécies cuja pesca e comercialização estão proibidas a nível nacional, como as do gêneroSquatina. Outras duas espécies que somaram um quarto da biomassa aproveitável,Polymixia lowei e Zenopsis conchifera, não têm ainda um mercado consistente. Desta forma,como resultado dos levantamentos constatou-se que apenas a merluza, a abrótea-de-pro-

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fundidade e o peixe-sapo são recursos com capacidade de sustentar pescarias dirigidas.Estas trés espécies já vinham sendo explotadas na época dos levantamentos: a merluza eo peixe-sapo pela frota de arrasteiros do Rio de Janeiro e, ocasionalmente, pela frota de RioGrande (Tomas & Cordeiro, 2003), além da pesca com emalhe pela frota de barcosestrangeiros arrendados (Perez et al., 2003; 2005).Por sua vez, a abrótea-de-profundidade,é parte da fauna acompanhante da pesca de espinhel-de-fundo (Haimovici et al., 2003). Astrês já estavam sendo impactadas pela pesca de barcos processadores arrendados demédio e grande porte que começaram a atuar em 1999 (Perez et al., 2003). A estas espéciespode ser adicionada Illex argentinus que, porém, apresenta grandes flutuações interanuaise uma curta temporada de pesca (Haimovici et al., 2006).

Verfica-se, portanto, que este levantamento não levou ao descobrimento de novosrecursos pesqueiros vulneráveis ao arrasto de fundo. Por outro lado, ficou evidente que asbiomassas explotáveis são relativamente pequenas e seu potencial pesqueiro é umaordem de magnitude inferior ao da plataforma interna da Região Sudeste-Sul.

Figura 7.1 – Densidades potencialmente explotáveis de Illex argentinus, Urophycis mystacea e Merlucciushubbsi capturadas nos levantamentos de inverno-primavera (esquerda) e verão-outono (direita), por profundi-dades e latitudes, realizados com rede de arrasto-de-fundo no Programa REVIZEE em 2001 e 2002 entre CaboFrio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

profundidade (m)

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Merluccius hubbsi(inverno-primavera)

E

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Illex argentinus(verão-outono)

B

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Merluccius hubbsi(verão-outono)

F

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Figura 7.1 – Densidades potencialmente explotáveis de Polymixia lowei, Zenopsis conchifera e Lophiusgastrophysus capturadas nos levantamentos de inverno-primavera (esquerda) e verão-outono (direita), porprofundidades e latitudes, realizados com rede de arrasto-de-fundo no Programa REVIZEE em 2001 e 2002entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

profundidade (m)

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Zenopsis conchifera(inverno-primavera)

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Lophius gastrophysus(verão-outono)

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8. CONCLUSÕES

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A prospecção realizada no contexto dos trabalhos do Subcomitê Regional Sul doPrograma REVIZEE, teve como principal meta a avaliação do potencial de capturados recursos pesqueiros presentes em áreas arrastáveis existentes na plataforma

externa e talude superior, entre 100 e 600 m de profundidade, entre Chuí-RS (34°40’S) eCabo Frio-RJ (23°S) . Embora anteriormente tenham sido realizados levantamentos com omesmo petrecho de pesca abrangendo partes dessa área, esta foi primeira tentativa deavaliar a biomassa e analisar a distribuição, as densidades e as biomassas das espécies vul-neráveis à rede-de-arrasto de fundo, utilizando um desenho amostral padronizado, emduas épocas do ano e abrangendo uma área total de aproximadamente 135 000 km2.

Os trabalhos envolveram pesquisadores de várias instituições, totalizando 95 diasde mar, sendo utilizados os navios de pesquisa pesqueira “Atlântico Sul”, da FundaçãoUniversidade Federal do Rio Grande e “Soloncy Moura”, do IBAMA, em dois levantamentosrealizados entre agosto-outubro de 2001, e fevereiro-junho de 2002.

Ao longo de toda a área e nas épocas de ambos os levantamentos,as temperaturas no fundose mantiveram entre 5,2°C e 18,5°C, e as salinidades de fundo entre 34,2 e 36,0 ups.As temperaturaspróximas ao fundo foram, em geral, superiores aos 12°C em profundidades inferiores a 250 m, entre14°C e 8°C entre 250 e 400m e inferiores a 10°C em profundidades maiores de 400 m.A grande maio-ria dos arrastos em profundidades menores de 400 m foi realizada em águas com características daÁgua Central do Atlântico Sul; já aqueles em profundidades maiores de 400 m,em águas de misturacom teores crescentes de Água Intermediária Antártica.As temperaturas de fundo foram pouco afe-tadas por mudanças sazonais.

Ao todo,as duas embarcações realizaram 224 lances efetivos de pesca.A captura total de pei-xes e cefalópodes foi de 32481 kg e 352968 exemplares,de 227 espécies,que correspondem a médiasde 145 kg/lance,1575,7 exemplares/lance e 22,1 espécies por lance.

Os teleósteos estiveram representados por 167 espécies de 80 famílias e tiverampeso médio de 89,0 g. As espécies mais capturadas em peso foram Polymixia lowei, Zenopsisconchifera, Merluccius hubbsi, Trichiurus lepturus, Urophycis mystacea, Antigonia capros,Lophius gastrophysus e Caelorinchus marinii. Os elasmobrânquios totalizaram 37 espéciesde 15 famílias e pesaram, em média, 1 086,5 g, sendo as espécies mais abundantes em pesoAtlantoraja cyclophora, Atlantoraja platana, Squalus mitsukurii, Squalus megalops, Squatinaguggenheim, Squatina argentina, Mustelus schmitti e Atlantoraja castelnaui. De cefalópodesforam capturadas 23 espécies de 11 famílias, com peso médio de 64,1 g, com Illex argentinuse Loligo plei representando, em conjunto, 99,2% da captura total em peso deste grupo.Crustáceos e outros invertebrados constituíram uma pequena parte da captura (�1%),sendo que as capturas em número e peso da maior parte das espécies não foram regis-tradas de forma sistemática.

As análises sobre números de espécies nas capturas totais, números acumuladospor lances e índices de rarefação e dominância, mostraram maior riqueza de espécies naregião entre Solidão e Santa Marta Grande, diminuindo para o norte, provavelmente comoconseqüência da maior presença de espécies tanto de origem temperada como tropicalnessa região. Em relação à profundidade, os máximos foram encontrados na faixa mais pro-funda (400-600m), onde espécies bentopelagicas e mesopelágicas mais oceânicas ficampróximas ao fundo durante o dia, e na quebra da plataforma (150-200m) onde ocorresuperposição de faunas costeiras e de talude.

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No inverno-primavera, a densidade média e a biomassa total estimadas foram de2,61 kg/km2 e 349 710 t, aumentando, respectivamente, para 3,24 kg/km2 e 436 630 t noverão-outono. A biomassa de teleósteos representou 80% do total estimado em ambos oslevantamentos, sendo a de elasmobrânquios 15% do total no inverno-primavera e 8% noverão-outono, enquanto que a de cefalópodes representou 4% e 12%, respectivamente.Em termos absolutos, a biomassa de teleósteos aumentou no verão-outono, a decefalópodes foi maior no verão-outono, e a de elasmobrânquios foi maior no inverno-pri-mavera. Os teleósteos, como um todo, tiveram distribuição mais equilibrada em ambas asépocas do ano, latitude e profundidade; os elasmobrânquios predominaram na parte sul,nas águas mais rasas, sendo suas densidades maiores no inverno por conta da imigraçãode espécies que acompanham o deslocamento sul-norte da Convergência. Os cefalópodesforam mais abundantes em águas mais profundas e no outono, quando a biomassa de Illexargentinus aumentou muito. Cabe ressaltar que estas estimativas devem ser interpretadascom cautela, devido à amplitude dos intervalos de confiança, e pelos vícios inerentes aométodo da área varrida, que decorrem da variação tanto horizontal como vertical da aber-tura das redes e do efeito das portas e malhetas sobre o comportamento das diferentesespécies, entre outros.

A biomassa demersal total aproveitável, vulnerável ao arrasto-de-fundo, calculadacom as ressalvas citadas, foi estimada na ordem de cento e cinqüenta mil toneladas, dasquais metade estava na plataforma externa, onde a densidades seriam inferiores a 1 kg/km2

e metade no talude superior onde seriam próximas aos 2 kg/km2. O potencial pesqueirodeste ambiente é relativamente pequeno. Além da biomassa relativamente baixa de recur-sos pesqueiros aproveitáveis, apenas metade dela é composta por espécies com tamanhosde interêsse para os padrões atuais de comercialização, como a merluza, a abrótea-de-pro-fundidade e o peixe-sapo e o calamar-argentino. Em torno de um quarto da biomassa écomposta por elasmobrânquios de baixo potencial reprodutivo e crescimento lento, e queinclui algumas espécies cuja pesca e comercialização estão proibidas ao nível nacional,como as do gênero Squatina. As duas outras espéceis que somaram o quarto restante dabiomassa aproveitável foram Polymixia lowei e Zenopsis conchifera, que não apresentamum mercado consistente.

Desta forma, como resultado dos levantamentos, constatou-se que os principaisrecursos com capacidade de sustentar pescarias dirigidas, já vinham sendo explotados naépoca do levantamento: 1 – a merluza e o peixe-sapo pela frota de arrasteiros do Rio deJaneiro e ocasionalmente pela de Rio Grande, além da pesca com emalhe pela frota de bar-cos estrangeiros arrendados; 2 – a abrótea-de-profundidade, como parte da fauna acom-panhante da pesca de espinhel-de-fundo. Essas três espécies já haviam sido impactadaspela pesca de barcos processadores arrendados de médio e grande porte que começarama atuar em 1999. A estas espécies pode ser adicionada Illex argentinus que apresentagrandes flutuações interanuais e, portanto, possibilita curtas e esporádicas temporadas depesca. O levantamento realizado não levou ao descobrimento de novos recursos pesquei-ros relevantes, vulneráveis à rede de arrasto-de-fundo e evidenciou que as biomassasexplotáveis são relativamente pequenas sendo o potencial pesqueiro uma ordem demagnitude inferior ao da plataforma interna da Região Sudeste-Sul.

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9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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10. ANEXOS

Anexo 1

Datas, posições, áreas varridas, temperaturas e salinidades de superfície e fundo re-gistradas nos 224 arrastos-de-fundo realizados nos levantamentos de prospecção pes-queira com rede de arrasto-de-fundo na Região Sudeste-Sul em 2001 e 2002.

Hora Duração Distância Área Latitude Longitude Prof. Temp. Temp. Salin. Salin.Lance Data inicial (min.) percorrida varrida Rumo início início inicial sup. fundo sup. fundo Área

(km) (km2) (m) (°C) (°C)

0002 9/8/2001 08:15 30 2,6 0,04680 2 32°52,75' S 50°32,66' W 100 17,0 16,5 34,0 36,0 A0003 9/8/2001 10:20 30 2,0 0,03569 2 32°49,71' S 50°31,36' W 116 17,0 16,5 34,0 36,0 A0004 9/8/2001 15:00 60 6,2 0,11246 200 33°08,46' S 50°24,53' W 490 17,8 7,8 34,1 34,3 A0005 10/8/2001 07:25 30 2,5 0,04579 30 33°06,62' S 50°22,26' W 530 17,0 6,0 33,2 34,2 A0006 10/8/2001 10:55 30 2,9 0,05320 178 32°59,88' S 50°26,92' W 323 17,0 12,8 32,5 35,2 A0007 10/8/2001 13:30 30 3,6 0,06532 353 32°57,19' S 50°28,2' W 230 17,0 14,0 32,0 35,8 A0008 10/8/2001 16:20 30 3,6 0,06599 32°54,16' S 50°29,21' W 156 17,0 16,3 32,0 35,8 A0111 15/8/2001 10:10 60 3,3 0,05959 230 34°18,53' S 52°04,47' W 104 14,0 16,0 27,2 35,2 A0113 15/8/2001 15:05 30 2,4 0,04411 359 34°34,27' S 51°55,37' W 182 14,0 15,5 28,0 35,8 A0116 15/8/2001 08:05 30 1,6 0,02828 31 34°33,02' S 51°53,11' W 315 14,5 10,0 30,0 34,8 A0117 16/8/2001 10:50 30 2,8 0,05050 214 34°30,64' S 51°49,06' W 515 16,5 5,2 30,0 34,2 A0118 16/8/2001 15:30 30 2,7 0,04983 210 34°32,67' S 51°51,84' W 410 15,0 6,0 28,0 34,2 A0119 17/8/2001 07:35 30 2,9 0,05320 38 34°16,94' S 51°37,17' W 536 15,8 5,8 30,5 34,2 A0120 17/8/2001 11:05 30 2,8 0,05151 30 34°15,79' S 51°37,71' W 412 15,5 6,2 30,0 34,2 A0121 17/8/2001 14:20 30 3,4 0,06263 202 34°10,42' S 51°35,9' W 215 15,0 14,8 29,0 35,2 A0122 17/8/2001 16:30 30 2,5 0,04512 61 34°11,83' S 51°43,03' W 145 14,3 15,3 28,0 35,5 A0123 18/8/2001 08:20 30 2,2 0,04007 47 33°57,67' S 51°24,22' W 317 15,3 9,2 29,8 35,0 A0124 18/8/2001 13:45 30 3,2 0,05858 233 33°27,73' S 51°15,2' W 108 16,0 16,0 27,2 36,0 A0125 20/8/2001 07:50 30 3,3 0,05993 73 33°35,58' S 50°56,66' W 180 16,0 15,5 30,5 35,8 A0126 20/8/2001 10:40 30 2,1 0,03737 220 33°35,42' S 50°44,78' W 438 17,5 7,0 33,0 34,4 A0127 20/8/2001 13:55 30 3,1 0,05690 201 33°33,15' S 50°43,47' W 345 17,5 9,2 33,0 35,0 A0128 21/8/2001 08:15 30 3,3 0,06027 248 33°35,97' S 50°43,06' W 533 16,2 7,8 31,5 34,5 A0129 21/8/2001 11:05 30 2,8 0,05050 231 33°31,52' S 50°42,99' W 273 16,2 12,0 32,0 35,0 A0130 21/8/2001 13:30 10 1,0 0,01885 200 33°29,34' S 50°42,53' W 210 16,8 12,5 32,0 35,2 A0132 22/8/2001 08:35 30 2,9 0,05219 200 32°04,51' S 50°03,04' W 510 18,5 8,0 33,3 34,6 A0133 22/8/2001 12:25 30 3,5 0,06296 200 32°02,61' S 50°02,67' W 420 18,5 8,7 33,0 34,7 A0134 22/8/2001 15:25 30 1,9 0,03468 14 32°03,63' S 50°03,69' W 330 18,2 10,0 33,0 34,8 A0136 23/8/2001 07:25 30 2,5 0,04545 20 32°03,59' S 50°04,61' W 218 18,2 15,0 33,2 35,5 A0138 23/8/2001 10:35 30 2,7 0,04848 70 32°02,22' S 50°11,14' W 151 18,2 15,7 32,9 35,6 A0140 23/8/2001 14:00 30 3,2 0,05825 45 31°56,75' S 50°25,78' W 108 17,2 16,0 31,0 35,7 A0203 1/9/2001 13:25 30 2,6 0,04815 42 31°02,66' S 49°48,69' W 137 19,8 16,0 34,2 35,8 B0208 2/9/2001 07:25 30 2,5 0,04478 30 31°22,68' S 49°41,05' W 521 19,3 6,4 33,8 34,3 B0209 2/9/2001 11:35 30 2,5 0,04545 20 31°17,08' S 49°38,29' W 320 20,0 11,8 34,5 35,0 B0210 2/9/2001 14:20 30 2,6 0,04815 30 31°08,86' S 49°32,4' W 170 20,0 14,0 33,5 35,5 B0211 3/9/2001 07:10 30 2,4 0,04377 35 30°49,28' S 49°09,42' W 218 20,0 15,0 33,3 35,3 B0212 3/9/2001 10:10 20 1,6 0,02929 45 30°47,35' S 49°03,17' W 280 20,0 13,2 33,3 35,1 B0213 3/9/2001 15:10 30 2,5 0,04545 225 30°24,44' S 49°27,6' W 106 20,0 16,2 35,0 35,7 B0214 4/9/2001 07:20 30 1,8 0,03232 40 30°14,7' S 49°07,56' W 131 19,8 16,0 33,2 35,8 B0215 4/9/2001 10:10 30 2,6 0,04781 50 30°17,56' S 48°54,9' W 140 19,7 15,8 33,3 35,7 B0216 4/9/2001 13:20 30 3,0 0,05522 40 30°20,52' S 48°38,45' W 178 19,8 14,2 32,8 35,4 B0217 4/9/2001 15:45 30 2,5 0,04545 220 30°19,18' S 48°27,03' W 220 20,0 14,0 32,7 35,3 B0220 5/9/2001 10:50 30 2,4 0,04343 296 28°35,75' S 48°11,2' W 106 20,3 16,0 34,5 36,0 B0221 5/9/2001 14:50 30 2,5 0,04613 278 28°38,95' S 47°50,79' W 131 20,2 15,7 33,4 35,6 B0223 7/9/2001 07:20 30 2,2 0,04040 55 28°39,79' S 47°42,64' W 174 20,2 14,0 33,2 35,3 B0224 7/9/2001 10:15 30 2,4 0,04276 50 28°43,95' S 47°35,19' W 235 21,0 12,0 34,0 35,0 B0225 7/9/2001 12:00 30 2,2 0,04007 45 28°46,13' S 47°35,2' W 297 21,0 11,0 34,0 35,0 B

REVIZEE_ARRASTO_ANEXOS_P3 2/28/08 11:08 AM Page 169

Page 170: Haimovici.etal.2008.Prospecção Pesqueira de espécies Demersais com rede de arrasto-de-fundo na Região Sudeste-Sul do Brasil

170 SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

0226 7/9/2001 14:25 30 2,1 0,03872 51 28°46,56' S 47°33,24' W 381 20,0 9,3 32,9 34,9 B0227 7/9/2001 16:10 30 2,1 0,03771 52 28°48,41' S 47°34,11' W 460 20,0 9,0 32,9 34,9 B0226 7/9/2001 14:25 30 2,1 0,03872 51 28°46,56' S 47°33,24' W 381 20,0 9,3 32,9 34,9 B0227 7/9/2001 16:10 30 2,1 0,03771 52 28°48,41' S 47°34,11' W 460 20,0 9,0 32,9 34,9 B0231 8/9/2001 07:25 30 2,7 0,04916 20 29°10,23' S 47°48,3' W 533 20,3 6,8 33,2 34,5 B0232 8/9/2001 13:10 30 1,8 0,03266 0 29°23,86' S 48°11,81' W 172 20,3 13,2 34,0 35,2 B0233 8/9/2001 15:30 30 2,1 0,03838 2 29°23,81' S 48°17,87' W 140 20,3 12,3 34,0 35,2 B0234 9/9/2001 06:55 30 2,6 0,04680 45 29°12,82' S 48°38,88' W 104 19,8 14,3 34,2 35,6 B0235 9/9/2001 11:10 30 2,7 0,04983 10 29°26,45' S 48°08,65' W 205 20,7 12,4 34,4 35,2 B0236 9/9/2001 13:30 30 2,5 0,04613 10 29°28,18' S 48°04,84' W 262 21,0 11,0 34,3 35,0 B0237 9/9/2001 16:00 30 2,5 0,04478 180 29°22,86' S 47°56,74' W 387 20,7 9,2 34,3 34,7 B0238 10/9/2001 07:55 30 3,1 0,05623 180 29°52,08' S 47°48,39' W 517 20,7 6,9 34,2 34,5 B0239 10/9/2001 11:25 30 2,1 0,03737 10 30°04,61' S 47°50,84' W 468 22,2 7,6 36,2 34,7 B0240 10/9/2001 14:50 30 2,1 0,03872 20 30°17,9' S 47°56,99' W 449 22,0 9,0 36,1 35,0 B0401 05/08/01 07:38 62 4,3 0,07811 38 27°21,92' S 47°01,44' W 602 21,4 7,0 35,7 34,4 C0402 05/08/01 11:00 60 4,6 0,08417 45 27°20,91' S 47°04,18' W 500 21,7 8,0 35,8 34,5 C0403 05/08/01 14:00 35 2,0 0,03670 45 27°20,09' S 47°04,84' W 400 21,5 8,9 35,7 34,6 C0404 05/08/01 16:07 31 2,6 0,04781 230 27°17,58' S 47°04,16' W 300 21,5 11,2 35,7 34,9 C0405 06/08/01 07:12 34 2,4 0,04444 50 27°20,83' S 47°13,33' W 199 21,2 12,0 35,8 35,1 C0406 06/08/01 09:33 31 2,4 0,04276 45 27°20,74' S 47°20,96' W 150 21,4 14,0 35,7 35,4 C0407 06/08/01 13:45 30 2,4 0,04444 80 27°14,97' S 47°48,02' W 102 20,3 16,0 35,7 35,5 C0408 07/08/01 07:00 33 2,6 0,04680 230 26°23,83' S 47°20,71' W 101 20,3 15,0 34,5 35,5 C0409 07/08/01 13:35 32 2,1 0,03737 45 26°38,99' S 46°51,50' W 150 20,7 14,5 34,8 35,4 C0410 07/08/01 15:55 31 2,3 0,04209 35 26°42,12' S 46°43,33' W 201 21,7 13,5 35,5 35,3 C0411 19/09/01 11:07 33 2,6 0,04747 200 26°54,48' S 46°15,25' W 565 22,9 6,0 36,2 34,4 C0412 13/10/01 07:24 32 2,7 0,04983 210 26°40,18' S 46°34,08' W 300 21,6 12,0 35,9 35,1 C0413 13/10/01 10:06 30 2,7 0,04882 40 26°47,39' S 46°29,40' W 385 22,0 9,2 36,0 34,7 C0414 13/10/01 12:43 35 2,6 0,04747 210 26°48,34' S 46°19,29' W 482 22,0 8,0 36,3 34,6 C0415 14/10/01 07:29 31 2,8 0,05084 230 26°22,05' S 45°52,98' W 580 21,2 6,0 36,2 34,4 C0416 14/10/01 10:51 29 2,7 0,04983 40 26°15,14' S 45°57,88' W 478 21,2 8,1 36,0 34,6 C0417 14/10/01 13:13 32 2,8 0,05118 60 26°09,81' S 46°06,01' W 403 22,1 9,5 35,8 34,7 C0418 14/10/01 15:23 33 2,7 0,04983 65 26°06,22' S 46°11,26' W 298 22,0 11,5 35,8 34,9 C0419 14/10/01 17:19 31 2,8 0,05017 70 26°03,93' S 46°16,41' W 198 22,0 12,9 35,7 35,2 C0420 15/10/01 06:16 31 2,8 0,05118 75 26°00,36' S 46°23,13' W 149 21,6 11,1 35,9 35,1 C0421 15/10/01 10:27 33 2,8 0,05017 60 25°44,98' S 46°47,99' W 102 21,0 10,7 35,4 34,8 C0422 15/10/01 17:24 31 2,8 0,05017 70 25°17,51' S 46°01,69' W 102 C0423 16/10/01 05:45 30 2,6 0,04815 75 25°38,24' S 45°25,53' W 150 C0424 16/10/01 08:20 10 1,3 0,02327 70 25°45,55' S 45°15,71' W 233 C0425 16/10/01 14:02 31 2,4 0,04343 50 25°46,79' S 45°10,43' W 610 C0426 16/10/01 15:50 30 2,3 0,04141 55 25°46,12' S 45°11,81' W 506 C0427 16/10/01 17:20 30 2,3 0,04108 50 25°45,16' S 45°12,22' W 404 C0428 17/10/01 08:50 30 2,5 0,04613 50 24°56,42' S 44°48,89' W 151 C0429 17/10/01 13:20 31 2,4 0,04411 60 24°40,40' S 45°06,38' W 100 C0530 21/10/01 06:27 33 2,6 0,04714 60 24°55,02' S 44°32,27' W 603 C531 21/10/01 08:32 13 1,5 0,02660 60 24°53,58' S 44°33,25' W 515 C531,1 21/10/01 09:34 31 2,4 0,04377 60 24°53,12' S 44°32,92' W 505 C0532 21/10/01 12:00 31 2,4 0,04411 60 24°51,99' S 44°35,76' W 400 C0533 21/10/01 14:10 32 2,4 0,04343 60 24°51,16' S 44°37,76' W 323 C0534 21/10/01 16:23 30 2,6 0,04781 60 24°49,07' S 44°40,48' W 206 C0601 25/06/02 14:57 30 2,8 0,05084 80 23°08,68' S 42°29,68' W 100 22,8 18,5 34,8 35,7 D0602 26/06/02 07:09 31 2,8 0,05050 100 23°36,04' S 42°17,51' W 161 24 15,6 36,3 35,6 D0603 26/06/02 11:42 30 2,8 0,05050 110 23°39,34' S 42°15,2' W 248 23,8 15,7 36,5 35,5 D0604 26/06/02 12:55 29 2,6 0,04646 280 23°40,19' S 42°12,42' W 309 23,9 14,2 36,6 35,4 D0605 26/06/02 14:27 31 2,7 0,04848 120 23°41,88' S 42°13,96' W 409 24 12,8 35,6 35,1 D0606 26/06/02 16:18 30 2,5 0,04545 120 23°44,28' S 42°12,1' W 517 24 9,5 36,6 34,7 D0607 26/06/02 06:33 31 2,4 0,04411 280 23°47,17' S 42°08,' W 593 24 7,8 36,6 34,5 D0608 26/06/02 16:17 30 2,8 0,05017 270 23°26,04' S 43°24,57' W 99 23 17,8 35,2 35,7 D0609 28/06/02 07:03 30 2,4 0,04411 90 23°53,62' S 43°11,8' W 149 24,2 15,9 36,8 35,6 D0610 28/06/02 09:33 30 2,5 0,04579 80 24°00,82' S 43°07,98' W 299 24,3 12,5 36,9 35,1 D0611 28/06/02 11:18 30 2,6 0,04815 270 24°02,73' S 43°07,99' W 400 24,5 10,5 36,9 34,8 D0612 28/06/02 12:59 31 2,4 0,04444 80 24°05,22' S 43°07,29' W 501 24,3 8,2 36,9 34,6 D0613 28/06/02 15:51 29 2,4 0,04444 90 24°07,86' S 43°04,09' W 597 24,1 7 36,8 34,4 D0614 29/06/02 06:34 32 2,0 0,03670 70 24°29,98' S 44°01,89' W 601 25 8 37,1 34,6 D0615 29/06/02 09:49 31 2,2 0,04007 70 24°27,13' S 44°06,79' W 502 25 9,5 37,2 34,7 D

Hora Duração Distância Área Latitude Longitude Prof. Temp. Temp. Salin. Salin.Lance Data inicial (min.) percorrida varrida Rumo início início inicial sup. fundo sup. fundo Área

(km) (km2) (m) (°C) (°C)

REVIZEE_ARRASTO_ANEXOS_P3 2/28/08 11:08 AM Page 170

Page 171: Haimovici.etal.2008.Prospecção Pesqueira de espécies Demersais com rede de arrasto-de-fundo na Região Sudeste-Sul do Brasil

171SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

0616 29/06/02 11:46 30 2,2 0,04007 70 24°23,86' S 44°09,12' W 404 24 10,5 36,8 34,8 D0617 29/06/02 13:39 30 2,3 0,04175 70 24°21,4' S 44°08,42' W 299 23,5 11,4 36,2 34,9 D0618 29/06/02 15:21 12 1,0 0,01818 280 24°18,76' S 44°11,64' W 188 23,4 12,2 35,9 35,1 D0619 29/06/02 17:08 30 2,8 0,05084 280 24°13,81' S 44°16,45' W 148 23 15,5 35,6 35,5 D0620 30/06/02 13:54 30 2,6 0,04815 260 23°56,54' S 44°28,98' W 98 22 15,9 35,1 35,5 D0707 24/3/2002 09:00 30 2,3 0,04141 208 34°30,74' S 51°49,1' W 516 23,3 5,5 34,2 34,2 A0708 24/3/2002 11:15 30 5,4 0,09764 210 34°30,74' S 51°51,59' W 411 23,5 5,7 34,3 34,5 A0709 24/3/2002 13:15 30 2,5 0,04613 36 34°33,4' S 51°53,42' W 313 23,5 8,2 34,2 34,6 A0710 24/3/2002 16:10 30 2,8 0,05050 210 34°33,52' S 51°55,14' W 172 23,5 12,2 34,2 35,1 A0711 25/3/2002 07:10 30 2,4 0,04343 219 34°18,13' S 52°01,95' W 103 21,5 15,5 32,6 35,6 A0712 25/3/2002 10:20 30 2,6 0,04747 69 34°11,8' S 51°42,92' W 144 22,6 14,9 32,8 35,4 A0713 25/3/2002 12:35 30 2,7 0,04983 204 34°10,93' S 51°36,13' W 216 23,2 11,5 33,4 35,2 A0714 25/3/2002 14:40 30 2,6 0,04714 32 34°15,43' S 51°37,51' W 408 23,5 6,5 33,5 34,4 A0715 26/3/2002 06:50 30 2,6 0,04747 39 34°16,9' S 51°37,17' W 536 23,6 5,3 33,5 34,2 A0716 26/3/2002 11:00 30 2,3 0,04209 47 33°57,48' S 51°23,93' W 316 24,2 9,6 33,4 34,9 A0717 26/3/2002 15:20 30 3,4 0,06161 40 33°28,55' S 51°16,' W 107 24,0 17,6 32,7 35,9 A0718 27/3/2002 07:00 30 2,3 0,04141 51 33°36,36' S 50°43,63' W 538 24,0 6,3 32,9 34,4 A0719 27/3/2002 09:20 30 3,3 0,05926 248 33°35,68' S 50°45,39' W 440 24,0 7,4 33,3 34,5 A0720 27/3/2002 12:00 30 2,8 0,05118 54 33°34,06' S 50°44,93' W 350 23,9 10,3 33,1 34,8 A0721 27/3/2002 14:10 30 3,1 0,05690 54 33°32,65' S 50°44,46' W 280 24,0 10,3 33,0 34,9 A0722 27/3/2002 16:55 30 2,9 0,05185 250 33°34,91' S 50°54,97' W 179 24,2 12,7 33,5 35,1 A0823 3/4/2002 07:10 30 2,5 0,04579 356 32°52,9' S 50°32,74' W 100 24,3 17,3 35,3 35,4 A0824 3/4/2002 09:35 30 2,4 0,04377 16 32°56,33' S 50°29,98' W 150 24,3 17,3 35,5 35,8 A0825 3/4/2002 12:00 30 2,4 0,04343 11 32°59,12' S 50°28,6' W 231 24,3 14,5 35,7 35,4 A0826 4/4/2002 07:15 30 2,5 0,04512 27 33°10,33' S 50°25,66' W 441 24,0 9,3 35,6 34,7 A0827 4/4/2002 09:40 30 2,7 0,04848 32 33°06,41' S 50°22,15' W 531 24,0 7,5 35,8 34,8 A0837 5/4/2002 09:50 30 3,1 0,05724 201 32°04,59' S 50°03,14' W 500 25,0 5,3 36,3 34,3 A0838 5/4/2002 12:45 30 2,3 0,04175 20 32°03,62' S 50°03,16' W 418 25,0 6,8 36,3 34,4 A0839 5/4/2002 15:05 30 3,5 0,06397 200 32°02,89' S 50°03,41' W 314 25,0 10,0 36,3 35,0 A0840 6/4/2002 09:15 30 3,3 0,05926 205 32°00,74' S 50°03,32' W 217 24,3 15,3 36,2 35,5 A0841 6/4/2002 11:15 30 3,0 0,05387 276 32°02,42' S 50°10,3' W 153 24,8 16,3 36,1 35,7 A0842 6/4/2002 14:30 30 3,1 0,05724 221 31°55,99' S 50°24,9' W 104 23,4 16,9 33,7 35,9 A0843 7/4/2002 08:00 30 2,5 0,04512 42 31°02,97' S 49°49,06' W 137 24,7 15,8 36,3 35,5 B0844 7/4/2002 11:35 30 2,5 0,04579 221 31°07,71' S 49°31,55' W 170 24,8 15,9 36,4 35,6 B0845 7/4/2002 13:50 30 2,7 0,04916 209 31°16,92' S 49°38,25' W 316 24,8 12,6 36,4 35,4 B0846 7/4/2002 16:10 30 2,9 0,05353 214 31°22,17' S 49°40,64' W 523 24,9 7,5 36,3 34,8 B0847 8/4/2002 08:10 30 2,5 0,04613 43 30°49,62' S 49°09,85' W 212 25,3 13,5 36,5 35,3 B0848 8/4/2002 10:45 30 2,1 0,03737 54 30°47,55' S 49°03,5' W 280 25,2 12,8 36,4 35,2 B0849 9/4/2002 08:25 30 2,6 0,04781 52 30°38,26' S 48°41,06' W 453 25,4 7,0 36,5 34,5 B0850 9/4/2002 11:05 30 2,3 0,04209 58 30°33,72' S 48°35,72' W 320 25,4 10,3 36,4 34,9 B0851 9/4/2002 14:35 30 2,8 0,05017 27 30°20,37' S 48°28,07' W 219 25,3 13,7 36,4 35,3 B0852 10/4/2002 06:55 30 3,2 0,05825 41 30°20,4' S 48°38,32' W 128 25,1 14,7 36,3 35,4 B0853 10/4/2002 10:00 30 2,6 0,04781 224 30°16,67' S 48°53,87' W 143 25,2 15,5 36,2 35,5 B0854 10/4/2002 12:35 30 2,8 0,05084 224 30°13,22' S 49°06,09' W 131 25,0 16,2 36,3 35,6 B0855 10/4/2002 16:10 30 3,5 0,06296 208 30°25,' S 49°28,16' W 105 24,0 16,5 34,8 35,7 B0958 18/4/2002 11:45 30 3,0 0,05387 43 28°35,08' S 48°10,31' W 106 25,3 16,5 35,5 35,6 B0960 18/4/2002 15:25 30 3,2 0,05791 97 28°38,91' S 47°50,75' W 130 25,2 14,2 36,1 35,4 B0966 19/4/2002 07:10 30 3,1 0,05724 262 28°39,05' S 47°41,23' W 174 25,2 14,7 36,1 35,5 B0967 19/4/2002 09:15 30 2,6 0,04781 224 28°43,07' S 47°34,08' W 231 25,2 13,3 36,1 35,2 B0968 19/4/2002 11:15 30 3,3 0,05959 237 28°45,86' S 47°32,19' W 382 25,1 10,2 36,2 34,8 B0969 19/4/2002 13:30 30 3,1 0,05623 235 28°48,21' S 47°33,76' W 462 25,1 8,7 36,1 34,5 B0970 20/4/2002 15:00 30 3,0 0,05454 242 29°12,2' S 48°37,55' W 108 24,3 16,2 35,8 35,6 B0971 21/4/2002 07:30 30 3,0 0,05454 3 29°23,72' S 48°17,86' W 148 24,3 15,5 36,0 35,5 B0972 21/4/2002 09:30 30 3,1 0,05656 5 29°23,29' S 48°11,73' W 173 24,3 15,0 36,1 35,4 B0973 21/4/2002 11:45 40 3,7 0,06667 31 29°26,16' S 48°08,9' W 200 24,3 14,6 36,3 35,4 B0974 21/4/2002 14:25 30 3,4 0,06263 15 29°28,06' S 48°04,97' W 260 24,3 12,0 36,4 35,5 B0975 22/4/2002 07:05 30 2,7 0,04882 21 29°09,82' S 47°48,28' W 521 24,3 8,3 36,1 34,5 B0976 22/4/2002 11:00 30 3,0 0,05454 191 29°23,33' S 47°56,7' W 388 24,0 10,7 36,5 34,8 B0977 22/4/2002 15:45 30 2,6 0,04815 176 29°51,99' S 47°48,26' W 523 24,8 6,1 36,5 34,3 B0978 24/4/2002 06:55 30 2,8 0,05017 184 30°02,6' S 47°50,67' W 470 24,5 6,0 36,4 34,3 B1001 21/02/02 10:33 33 2,6 0,04815 45 27°22,10' S 47°01,29' W 600 26,3 6,26 35,6 34,3 C1002 21/02/02 13:29 31 2,6 0,04815 40 27°21,06' S 47°04,36' W 500 26,2 8,23 35,6 34,5 C1003 21/02/02 16:12 32 2,5 0,04579 50 27°20,59' S 47°05,12' W 404 26,1 9,91 35,7 34,7 C1004 23/02/02 06:26 30 2,7 0,04983 50 27°20,71' S 47°06,63' W 303 25,8 11,3 35,6 34,9 C

Hora Duração Distância Área Latitude Longitude Prof. Temp. Temp. Salin. Salin.Lance Data inicial (min.) percorrida varrida Rumo início início inicial sup. fundo sup. fundo Área

(km) (km2) (m) (°C) (°C)

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1005 23/02/02 08:40 30 2,9 0,05320 60 27°19,83' S 47°12,45' W 201 25,8 13,5 35,7 35,2 C1006 23/02/02 10:58 32 2,8 0,05017 50 27°20,52' S 47°20,79' W 151 26,2 14,8 35,6 35,4 C1007 23/02/02 15:06 25 2,6 0,04680 50 27°15,56' S 47°48,66' W 102 26,4 14,1 35,6 35,3 C1008 24/02/02 07:00 30 2,6 0,04680 205 26°23,88' S 47°21,19' W 100 C1009 24/02/02 16:22 31 2,8 0,05050 50 26°38,74' S 46°51,07' W 152 26,1 13,6 35,7 35,2 C1010 25/02/02 06:14 30 2,8 0,05050 45 26°41,76' S 46°43,25' W 200 25,6 13,6 35,9 35,2 C1011 25/02/02 08:34 31 2,7 0,04848 35 26°45,84' S 46°34,53' W 303 26 12,7 36,8 35,1 C1012 25/02/02 11:24 32 2,5 0,04579 50 26°47,23' S 46°28,26' W 386 26,1 12,1 36,8 35 C1013 25/02/02 14:54 31 2,8 0,05050 30 26°52,52' S 46°43,03' W 492 26,3 8 36,8 34,5 C1014 25/02/02 17:18 30 2,6 0,04815 45 26°55,43' S 46°15,82' W 571 26,4 7,5 36,8 34,5 C1015 26/02/02 06:36 31 2,8 0,05050 50 26°22,90' S 45°53,43' W 584 25,9 5,9 35,7 34,3 C1016 26/02/02 09:08 32 2,8 0,05017 320 26°13,40' S 45°53,07' W 489 25,8 7,4 35,9 34,4 C1017 26/02/02 12:01 32 2,8 0,05084 60 26°10,08' S 46°06,02' W 406 25,9 10,7 35,7 34,8 C1018 26/02/02 14:28 32 2,8 0,05017 60 26°06,68' S 46°11,78' W 300 25,7 12,8 35,5 35,1 C1019 26/02/02 16:31 31 2,8 0,05084 60 26°04,22' S 46°16,58' W 200 25,7 13,7 35,7 35,2 C1020 27/02/02 07:56 33 2,9 0,05252 60 26°00,40' S 46°22,71' W 152 25,7 13,8 35,6 35,2 C1021 27/02/02 13:21 33 2,8 0,05118 240 25°40,65' S 46°44,35' W 100 26,1 13,9 35,5 35,2 C1122 17/04/02 15:44 31 2,8 0,05084 80 25°17,49' S 46°02,23' W 100 26 14,1 35,4 35,3 C1123 18/04/02 07:49 32 2,4 0,04377 80 25°38,53' S 45°45,70' W 150 25,3 13,9 35,7 35,3 C1125 18/04/02 11:24 30 2,7 0,04848 60 25°45,00' S 45°13,68' W 303 25,4 12,5 36 35,1 C1126 18/04/02 14:10 17 1,3 0,02357 60 25°44,92' S 45°11,89' W 408 25,7 10,8 36,3 34,8 C1127 19/04/02 08:21 30 2,6 0,04646 65 25°45,66' S 45°11,27' W 507 25,5 8,9 36 34,6 C1128 19/04/02 10:34 30 2,7 0,04882 65 25°46,78' S 45°10,23' W 619 25,5 8 36,1 34,5 C1129 19/04/02 07:29 31 2,3 0,04141 60 24°55,57' S 44°33,04' W 605 25,7 7,4 36,6 34,7 D1130 20/04/02 09:10 30 2,2 0,03973 60 24°53,60' S 44°33,59' W 512 25,5 9,7 36,6 34,7 D1131 20/04/02 15:34 30 2,7 0,04848 80 24°40,51' S 45°07,82' W 94 24,7 14,9 35,1 35,4 D1132 21/04/02 08:12 27 2,6 0,04747 60 24°56,57' S 44°49,00' W 152 D1133 21/04/02 10:22 32 2,4 0,04411 60 24°50,55' S 44°41,55' W 203 25,5 14,7 36,6 35,4 D1134 21/04/02 12:30 22 1,7 0,03030 60 24°51,58' S 44°37,95' W 330 25,6 11,8 36,6 35 D1135 21/04/02 16:03 31 2,3 0,04209 60 24°52,29' S 44°36,03' W 402 26,2 10,7 36,8 34,8 D1136 22/04/02 06:36 32 2,8 0,05050 70 23°57,85' S 44°30,73' W 100 24 15,2 35,6 35,4 D1137 22/04/02 10:29 30 2,5 0,04512 240 24°13,87' S 44°16,32' W 150 25 13,8 36,5 35,3 D1138 22/04/02 14:20 30 2,7 0,04949 80 24°19,34' S 44°13,25' W 189 24,3 14 36,3 35,3 D1139 22/04/02 16:31 30 2,4 0,04444 90 24°21,52' S 44°08,15' W 309 24,5 13 36,5 35,1 D1140 23/04/02 07:21 30 2,4 0,04377 90 24°23,59' S 44°08,80' W 399 25,5 10,7 36,7 35 D1141 23/04/02 10:56 30 2,7 0,04949 80 24°26,12' S 44°05,01' W 491 26,9 9,1 37 34,6 D1142 23/04/02 14:37 38 2,7 0,04983 80 24°29,58' S 44°01,14' W 601 27,3 7,4 37 34,4 D1243 25/04/02 07:04 30 2,4 0,04377 80 23°26,58' S 43°25,52' W 100 22,3 14,2 35,5 35,3 D1244 25/04/02 13:01 30 2,8 0,05017 90 23°53,69' S 43°11,96' W 149 27,2 16,4 37 35,7 D1245 25/04/02 15:03 18 1,7 0,03030 90 23°59,12' S 43°10,61' W 197 27,1 15 37 35,4 D1246 25/04/02 16:30 30 2,6 0,04747 90 24°01,16' S 43°08,47' W 300 27,3 13,1 36,9 35,1 D1247 26/04/02 06:58 32 2,6 0,04815 90 24°03,19' S 43°08,82' W 391 27,2 10,4 37,1 34,8 D1248 26/04/02 08:34 30 2,6 0,04747 90 24°05,76' S 43°07,03' W 500 27,3 8,67 37,1 34,6 D1249 26/04/02 14:39 30 2,6 0,04747 95 24°02,20' S 43°04,73' W 602 6,53 34,4 D1250 27/04/02 07:11 30 2,6 0,04714 90 23°09,41' S 42°31,13' W 98 24,1 13,8 36,2 35,3 D1251 27/04/02 12:34 30 2,8 0,05050 90 23°35,90' S 42°17,21' W 162 27 16,1 37 35,6 D1252 27/04/02 15:18 31 2,8 0,05050 130 23°39,24' S 42°14,70' W 246 27 15,5 37 35,5 D1253 28/04/02 08:27 31 2,7 0,04916 260 23°40,23' S 42°13,68' W 305 26,1 12,3 36,7 35 D1254 28/04/02 10:05 30 2,7 0,04848 120 23°41,88' S 42°13,43' W 411 25,9 10,5 36,7 34,8 D1255 28/04/02 12:01 29 2,7 0,04848 260 23°43,93' S 42°10,25' W 508 26 8,2 36,8 34,5 D1256 28/04/02 14:29 31 2,7 0,04916 90 23°47,59' S 42°09,70' W 603 25,8 6,8 36,6 34,4 D1257 30/04/02 06:44 30 2,4 0,04411 90 23°05,47' S 42°03,23' W 101 23,1 13,7 36 35,2 D

Hora Duração Distância Área Latitude Longitude Prof. Temp. Temp. Salin. Salin.Lance Data inicial (min.) percorrida varrida Rumo início início inicial sup. fundo sup. fundo Área

(km) (km2) (m) (°C) (°C)

172 SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

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173SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

Anexo 2

Comprimentos máximo e mínimo, tipo de comprimento medido, peso, númerototal capturado e peso médio, freqüências de ocorrência por épocas, regiões e estratos deprofundidade das espécies de peixes e cefalópodes capturadas nas prospecções comarrasto de fundo na Região Sudeste-Sul do Brasil, em 2001 e 2002. O asterisco identifica asespécies com interesse comercial e potencial pesqueiro.ct � comprimento total;cp � com-primento padrão; cm � comprimento do manto; ld � largura do disco.

Espécie ou táxon

Comprimento(mm)

Freqüência de ocorrência (FO)

Épocas e áreas

Verão-outono Inverno-primavera

Estratos de profundidade

100-149m

150-199m

200-299m

300-399m

400-600m

A-B2002

C-D2002

A-B2001

C2001

D2002

Pesototal(kg)

Pesomédio

(g)

NúmeroTotal

Mín Máx TipoCT

CEFALÓPODES

Abralia redfieldi 9 42 cm 1,8 583 3 15 6 9 1 2 1 5 7 20Abralia veranyi 14 42 cm 3,3 216 15 1 4 5 2 4 1 3 4 8Argonauta nodosa 27 27 cm <0,1 1 2 1 1Chtenopteryx sicula 37 37 cm <0,1 1 1 1 1Eledone gaucha 15 66 cm 0,2 10 16 4 3 1 2 3 1 1 1Eledone massyae 29 120 cm 11,6 133 87 16 8 15 10 1 32 11 3 2 2Heteroteuthis dispar 20 250 cm 0,1 18 4 6 2 3 2 9Histioteuthis arcturi - - cm <0,1 1 31 1 1Histioteuthis corona corona 44 60 cm 0,1 1 70 1 1Illex argentinus * 32 350 cm 3.438,5 24.387 141 51 45 47 20 16 25 30 30 30 64Liocranchia reinhardti 36 71 cm <0,1 5 3 1 1Loligo plei * 4 300 cm 175,4 15.246 12 24 21 6 8 8 35 21 11Loligo sanpaulensis 10 120 cm 89,7 17.579 5 16 11 21 6 3 40 14 3Lycoteuthis lorigera 70 101 cm 2,9 68 42 4 3 1 6Megalocranchia sp 40 40 cm <0,1 1 2 1 1Octopus vulgaris 105 193 cm 5,2 5 1.045 2 1 2 5Ommastrephes bartramii 444 535 cm 10,1 3 3.355 1 1 1 3Ornithoteuthis antillarum 143 156 cm 0,2 3 51 1 1 2Pholidoteuthis adami 275 275 cm 0,5 1 500 1 1Rondeletiola minor 16 16 cm <0,1 1 2 1 1Scaeurgus unicirrhus 59 115 cm 0,6 6 95 1 3 1 3Semirossia tenera 14 290 cm 0,4 90 4 12 4 8 1 11 5 6 1 2Vosseledone charrua 19 151 cm 5,2 63 83 8 9 5 9 2 1 2 1 7 22

ELASMOBRÂNQUIOS

Atlantoraja castelnaui * 890 1323 ct 164,6 22 7.481 4 6 3 6 5 2Atlantoraja cyclophora * 200 739 ct 460,8 532 866 29 11 26 8 2 37 19 17 1 2Atlantoraja platana * 280 795 ct 390,4 201 1.942 11 2 12 2 18 7 2Benthobatis kreffti 153 296 ct 2,4 31 76 1 4 2 4 1 1 9Carcharhinus signatus * 1020 1020 ct 6,4 1 6.420 1 1Dasyatis centroura 640 690 ct 40,6 3 13.537 3 2 1Dipturus leptocauda 374 667 ct 1,0 5 190 1 2 1 4Dipturus mennii 620 1440 ct 104,5 16 6.530 2 6 1 2 7Dipturus sp 650 650 ct 2,3 2 1.125 1 1 2Etmopterus bigelowi 174 670 ct 31,0 100 310 4 1 4 3 2 14Etmopterus gracilispinis 131 229 ct 1,5 61 24 6 6 2 10Etmopterus lucifer 383 399 ct 5,4 71 76 1 3 1 4 1 1 9Galeorhinus galeus * 1120 1320 ct 33,0 4 8.260 3 2 1Galeus mincaronei 330 415 ct 3,8 25 153 1 2 3 1 2 1 1 7Gurgesiella dorsalifera 298 480 ct 13,1 100 131 4 14 8 10 3 3 36Gymnura altavela 930 930 ld 6,4 1 6.400 1 1Heptranchias perlo 242 1091 ct 120,6 276 437 10 6 7 4 1 3 11 9 3Hydrolagus matallanasi 510 695 ct 1,8 6 294 1 3 4Mustelus canis * 800 855 ct 7,8 3 2.597 2 2Mustelus schmitti * 330 920 ct 175,1 177 989 7 1 7 1 12 4Myliobatis freminvillii 546 640 ct 14,5 4 3.633 2 1 1 4Myliobatis goodei 540 1245 ct 68,1 10 6.809 1 3 1 5Psammobatis lentiginosa 274 490 ct 5,5 28 197 3 7 2 2 5 4 1Psammobatis rutrum 279 279 ct 0,7 7 99 2 2

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174 SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

Espécie ou táxon

Comprimento(mm)

Freqüência de ocorrência (FO)

Épocas e áreas

Verão-outono Inverno-primavera

Estratos de profundidade

100-149m

150-199m

200-299m

300-399m

400-600m

A-B2002

C-D2002

A-B2001

C2001

D2002

Pesototal(kg)

Pesomédio

(g)

NúmeroTotal

Mín Máx TipoCT

Psammobatis sp - - - 2 - 2 1 1Rajidae não identificado 416 416 ct 0,3 1 335 1 1Rhinobatos horkelii 454 1100 ct 35,4 10 3.538 1 6 6 1Schroederichthys saurisqualus 296 700 ct 13,6 33 413 1 2 4 1 1 4 3Scyliorhinus haeckelli 203 532 ct 17,5 59 297 8 1 4 3 4 6 4 2Sphyrna zygaena * 1093 1093 ct 6,0 1 5.950 1 1Squaliolus laticaudus 80 155 ct 0,1 10 10 1 2 2 2 7Squalus megalops * 212 636 ct 206,2 353 584 26 12 21 5 3 27 20 16 3 1Squalus mitsukurii * 476 809 ct 348,5 308 1.132 10 28 4 7 11 8 8Squatina argentina * 492 1280 ct 177,2 20 8.858 4 7 2 3 5 1Squatina guggenheim * 630 1270 ct 179,6 16 11.224 4 1 4 1 7 2 1Squatina punctata * 760 905 ct 26,9 6 4.490 5 5Torpedo puelcha 237 1100 ct 81,9 30 2.731 3 8 5 4 2 2 2 4 1 13

TELEÓSTEOS

Aluterus monoceros 157 157 ct <0,1 1 35 1 1Anthias menezesi 127 448 ct 3,7 58 64 1 2 1 1 1 1 3Antigonia capros 10 210 ct 1.175,4 6.494 181 16 11 14 8 7 9 21 21 3 2Argentina striata 50 241 ct 86,6 6.870 13 22 39 17 19 14 14 17 25 20 35Argyropelecus aculeatus 21 70 ct <0,1 12 3 3 2 1 6Argyropelecus gigas 35 76 ct <0,1 2 3 2 2Argyropelecus hemigymnus 30 35 ct <0,1 2 2 1 1 2Ariomma bondi * 20 227 ct 479,2 1.748 34 21 22 9 15 8 18 21 16 12 8Ariosoma opistophthalmus 252 272 ct <0,1 2 21 1 1 1 1Astronesthes sp. 112 112 ct <0,1 1 --- X 1 1Austrophycis marginata 150 150 ct <0,1 1 22 1 1Balistes capriscus 168 305 ct 0,5 4 113 1 1 1 1Bassanago albescens 200 730 ct 728,3 3.809 191 5 1 4Bathyanthias roseus 40 350 ct 0,7 17 42 2 1 2 1 3 3Bellator brachychir 50 90 ct 0,1 21 7 6 1 3 3 1Bembrops heterurus 60 301 ct 81,6 1.472 55 29 35 23 20 10 8 20 28 24 37Benthocometes robustus 70 132 ct 0,1 9 12 2 1 1 2Benthodesmus elongatus 160 910 ct 9,1 167 55 8 2 10 2 1 2 4 15Benthodesmus tenuis 293 527 ct 0,8 20 38 2 4 6Beryx splendens * 110 370 ct 236,5 1.748 135 10 12 11 10 6 1 9 39Bregmaceros atlanticus 30 90 ct 0,1 70 2 6 4 4 1 4 3 1 1 14Bregmaceros cantori 4,8 4,8 ct <0,1 3 2 1 1 1 1Caelorinchus marinii 76 369 ct 1.037,4 17.815 58 25 27 29 18 10 2 9 21 77Canthidermis sp. 136 136 ct 0,1 1 63 1 1Caulolatilus chrysops 350 480 ct 6,2 8 772 2 2 1 1 3 3Centriscops humerosus 150 150 ct <0,1 1 36 1 1Centrolophus niger 770 860 ct 13,2 3 4.400 2 1 1Chauliodus minimus 30 132 ct <0,1 2 1 1 1 2Chauliodus sloani 70 250 ct <0,1 4 6 1 1 2Chlorophthalmus agassizi 60 262 ct 20,1 641 31 16 21 17 11 5 4 5 10 51Citharichthys cornutus 111 111 ct <0,1 2 17 1 1Conger esculentus 736 1583 ct 25,6 3 8.533 1 1Conger orbignyanus 540 630 ct 2,3 7 325 3 1 3 6 1Cookeolus japonicus 166 571 ct 128,9 206 626 4 1 5 3 4 4 9 4Cubiceps squamiceps - - ct 1,4 1 1.400 1 1Cyclichthys spinosus 35 35 ct <0,1 1 3 1 1Cynoscion guatucupa * 130 540 ct 108,9 1.355 80 8 10 2 2 20 2Cynoscion jamaicensis 220 270 ct 0,3 2 160 1 1Dactylopterus volitans 4,9 4,9 ct <0,1 1 8 1 1Decapterus tabl 160 280 ct 0,3 2 134 2 1 1Decodon puellaris 152 249 ct 0,9 6 142 1 1 2Diaphus dumerilii 23 91 cp 112,8 43.393 3 15 13 21 7 7 2 4 10 47Diaphus effulgens 98 102 cp <0,1 8 3 2 2Diaphus garmani 34 58 cp 0,4 138 3 3 4 1 3 2 9Diaphus hudsoni 59 73 cp 0,1 32 3 2 2Diaphus mollis 56 60 cp <0,1 2 0 1 1Diaphus ostenfeldi 101 101 cp <0,1 1 0 1 1

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175SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

Espécie ou táxon

Comprimento(mm)

Freqüência de ocorrência (FO)

Épocas e áreas

Verão-outono Inverno-primavera

Estratos de profundidade

100-149m

150-199m

200-299m

300-399m

400-600m

A-B2002

C-D2002

A-B2001

C2001

D2002

Pesototal(kg)

Pesomédio

(g)

NúmeroTotal

Mín Máx TipoCT

Diaphus problematicus 82 84 cp <0,1 2 0 1 1 2Dibranchus atlanticus 50 187 ct 1,4 40 36 1 10 5 2 1 1 1 15Diplacanthopoma brachysoma 98 107 ct <0,1 4 0 2 2Dules auriga 110 163 ct 1,1 27 41 1 3 2 6Dysommina rugosa 310 310 ct 0,2 14 15 1 1 1 1 2Echiodon cryomargarites 160 250 ct <0,1 17 3 1 1 2Electrona risso 89 96 cp 0,1 16 4 2 2Engraulis anchoita 110 136 ct 0,4 33 13 1 1 2Epigonus occidentalis 78 90 ct <0,1 3 2 1 1 1 3Epigonus telescopus 68 68 ct <0,1 1 0 1 1Etropus longimanus 140 140 ct <0,1 1 20 1 1Evoxymetopon taeniatus 140 1.760 ct 43,7 160 273 6 1 7 1 3 8 4 4 2Fistularia sp. - - ct 0,8 1 800 1 1Flagellostomias boureei 58 58 ct <0,1 1 1 1 1Foetorepus dagmare 60 252 ct 0,8 46 17 1 7 2 3 1 3 5 5 1Gadella imberbis 60 307 ct 5,3 44 121 6 8 5 4 1 1 21Genypterus brasiliensis * 230 980 ct 166,0 174 954 18 21 14 13 5 26 16 9 7 13Gephyroberyx darwinii 370 450 ct 5,7 4 1.425 1 1Gonostoma elongatum 60 94 ct <0,1 3 1 1 1Gymnoscopelus bolini 215 215 cp <0,1 1 4 1 1Gymnoscopelus nicholsi 125 125 cp <0,1 1 2 1 1Gymnothorax conspersus 400 810 ct 22,7 108 210 10 12 9 10 2 14 13 9 7Gymnothorax ocellatus 390 670 ct 7,2 42 170 3 5 2 1 1 8 3 1Helicolenus lahillei * 50 462 ct 996,3 6.013 166 35 19 37 13 4 5 10 16 18 59Hemanthias vivanus 180 180 ct <0,1 1 30 1 1Hoplostethus occidentalis 30 250 ct 85,7 835 103 8 14 8 4 7 3 5 33Hygophum hygomii 52 52 cp <0,1 1 3 1 1Hymenocephalus billsam 40 126 ct 0,4 194 2 2 3 5 4 2 16Idiacanthus atlanticus 100 320 ct <0,1 12 4 4 4Kyphosus incisor 170 170 ct 0,1 1 99 1 1Laemonema goodebeanorum 118 480 ct 40,3 318 127 7 15 2 9 6 1 38Lampanyctus australis 110 160 ct 1,2 208 6 1 3 4Lepidophanes guentheri 37 85 cp 0,8 279 3 3 1 3 1 6Lepidopus altifrons 92 1.010 ct 257,8 2.396 108 15 12 17 3 9 1 2 13 16 24Lestidium atlanticum 90 170 ct <0,1 5 4 1 2 1 4Lestrolepis intermedia 110 190 ct <0,1 5 3 5 1 2 4Lobianchia gemellarii 46 46 cp <0,1 1 0 1 1Lonchopisthus meadi 60 97 ct <0,1 5 5 2 2 1 2 1Lophius gastrophysus * 142 890 ct 1.113,1 503 2.213 36 30 37 17 11 29 22 25 22 33Lopholatilus villarii 85 760 ct 44,7 35 1.277 3 6 2 5 1 2 7 8Lucigadus ori 55 300 ct 1,6 127 13 11 2 8 2 2 2 19Macrorhamphosus scolopax 70 150 ct 21,2 1.979 11 19 5 20 7 1 18 16 16 2Macruronus magellanicus 510 860 ct 16,4 16 1.027 4 2 2 4Malacocephalus laevis 210 700 ct 13,6 115 118 5 9 3 1 5 23Malacocephalus occidentalis 60 541 ct 375,1 3.207 117 23 22 20 14 9 3 15 70Maurolicus stehmanni 35 52 ct 28,4 9.191 3 4 7 12 7 1 4 6 9 6 6Meadia abyssalis 361 675 ct 4,4 20 221 2 2Melanostomias niger 245 245 ct <0,1 1 49 1 1Merluccius hubbsi * 51,9 770 ct 2.726,7 19.272 141 49 47 52 28 18 36 23 29 32 74Micropogonias furnieri * 370 670 ct 55,3 38 1.454 3 3 2 8Monolene antillarum 97 130 ct 0,3 28 10 8 8 1 3 4 10Monolene atrimana 180 180 ct <0,1 1 32 1 1Monomitopus americanus 140 210 ct 0,3 9 34 1 1Mullus argentinae * 100 260 ct 257,4 2.701 95 27 5 24 9 3 38 18 12Myctophum obtusirostre 39 72 cp <0,1 37 0 5 2 1 8Nemadactylus bergi 170 437 ct 306,3 1.413 217 15 1 19 5 13 12 14 1Neoepinnula americana 120 164 ct 0,1 8 17 1 1 1 1Neoscopelus macrolepidotus 45 102 cp 1,3 81 16 2 2 2 6Nettastoma melanura 447 650 ct 0,9 9 103 3 1 2 1 7Notopogon fernandezianus 70 170 ct 4,1 158 26 17 2 7 1 1 1 8 8 9Ogcocephalus vespertilio 14 228 ct 0,6 7 79 2 2 2 3 1 1 1

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176 SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

Espécie ou táxon

Comprimento(mm)

Freqüência de ocorrência (FO)

Épocas e áreas

Verão-outono Inverno-primavera

Estratos de profundidade

100-149m

150-199m

200-299m

300-399m

400-600m

A-B2002

C-D2002

A-B2001

C2001

D2002

Pesototal(kg)

Pesomédio

(g)

NúmeroTotal

Mín Máx TipoCT

Ophichthus gomesii 580 580 ct 0,1 1 139 1 1Pagrus pagrus 110 500 ct 87,2 346 252 9 4 11 2 3 18 10 1Paralichthys isosceles * 150 420 ct 375,6 1.481 254 16 16 19 9 3 38 15 8 2Paralichthys patagonicus 460 570 ct 13,0 8 1.625 1 1 2Paralichthys triocellatus * 160 350 ct 55,0 276 199 17 1 13 1 1 8 12 13Parasudis truculenta 10 275 ct 116,3 2.155 54 18 22 22 13 9 2 9 18 55Paratrachichthys atlanticus 50 70 ct 0,1 21 5 1 1 2Peprilus paru 200 200 ct 0,1 1 127 1 1Percophis brasiliensis 410 650 ct 35,9 52 691 7 3 3 10 3Peristedion altipinnis 90 260 ct 26,9 292 92 7 8 5 11 6 12 10 3Peristedion sp 70 243 ct 69,9 1.929 36 13 16 11 9 11 1 11 14 13 21Peristedion truncatum 12,5 20,6 ct 1,2 25 47 1 2 3 4 1 9Phosichthys argenteus 70 230 ct 0,1 9 10 1 2 3 6Pollichthys mauli 48 48 ct <0,1 1 2 1 1Polymetme thaeocoryla 5,8 176 ct 5,9 410 14 6 8 9 6 5 5 29Polymixia lowei * 64 290 ct 3.827,9 30.462 126 32 33 24 16 11 2 12 23 28 51Polyprion americanus * 500 730 ct 18,6 7 2.650 3 1 2Pomatomus saltatrix 460 500 ct 3,0 3 1.000 1 1Pontinus corallinus 60 290 ct <0,1 3 15 2 1 2 1Porichthys porosissimus 60 290 ct 39,3 386 102 7 1 11 3 18 3 1Priacanthus arenatus 20 381 ct 1,0 2 475 1 1 1 1Prionotus nudigula 72 290 ct 156,8 1.949 80 25 14 20 11 2 39 19 11 2 1Prionotus punctatus * 120 430 ct 456,2 975 468 16 7 17 4 29 9 6Pristipomoides freemani 130 270 ct 1,0 9 111 3 1 2 1 2 3 2Prognathodes guyanensis 118 118 ct <0,1 1 39 1 1Promethichthys prometheus 194 412 ct 1,8 8 223 2 1 2 2 7Pronotogrammus martinicensis 85 175 ct 34,4 796 43 1 3 1 1 2 3 1Pseudopercis numida 400 840 ct 13,5 11 1223 1 3 1 3 1 1Raneya brasiliensis 162 277 ct 0,1 2 73 1 1 2Saccogaster parva 88 88 ct <0,1 1 4 1 1Sardinella brasiliensis 155 175 ct 0,2 7 29 4 4Saurida brasiliensis 60 128 ct 0,6 163 4 2 4 3 3 2 10 1 1 1 1Saurida caribbaea 50 145 ct 16,5 3.180 5 31 17 23 10 3 28 19 23 10 4Scomber japonicus 112 114 ct <0,1 2 19 1 1Serranus atrobranchus 70 180 ct 1,7 51 33 4 1 3 2 2 5 5 2Serrivomer schmidti 190 210 ct <0,1 2 2 1 1Setarches guentheri 30 255 ct 56,2 838 67 17 22 8 11 10 1 1 5 17 44Snyderidia canina 140 140 ct <0,1 1 2 1 1Sphoeroides pachygaster 90 410 ct 53,9 87 620 16 1 11 1 9 9 11Stomias affinis 50 196 ct 0,8 64 12 3 5 1 9Symbolophorus barnardi 77 111 cp 2,2 749 3 6 6 2 10Symphurus ginburgi 80 80 ct <0,1 1 7 1 1Synagrops bellus 60 290 ct 426,5 6.845 62 30 32 23 18 10 3 7 14 21 68Synagrops spinosus 40 193 ct 290,2 29.997 10 36 31 34 18 12 31 23 30 21 26Thyrsitops lepidopoides * 90 390 ct 340,3 4.258 80 25 12 24 8 6 35 18 17 5Trachurus lathami * 67 261 ct 536,0 22.071 24 21 11 17 3 7 39 13 7Trichiurus lepturus * 80 1.825 ct 1.903,1 7.539 252 28 25 28 8 8 41 24 22 9 1Tripterophycis gilchristi 170 250 ct 0,1 3 25 1 2 3Umbrina canosai * 110 450 ct 701,4 2.789 251 5 2 8 3 1 18 1Upeneus parvus 130 158 ct 0,1 3 36 3 3Urophycis brasiliensis 170 575 ct 64,0 227 282 18 1 13 3 24 9 2Urophycis mystacea * 80 676 ct 1.315,9 3.449 382 42 33 45 26 11 32 13 17 28 67Ventrifossa macropogon 123 360 ct 13,4 202 66 2 7 4 3 16Ventrifossa mucocephalus 170 267 ct 0,5 17 29 4 1 1 1 7Verecundum rasile * 147 392 ct 16,4 85 193 1 5 1 5 1 12 1Xenodermichthys copei 50 305 ct 0,1 22 4 3 1 4Xenolepidichthys dalgleishi 40 260 ct 196,2 4.254 46 14 17 13 5 8 4 15 38Zenion hololepis 50 173 ct 36,7 901 41 3 7 4 5 5 2 6 16Zenopsis conchifera * 30 595 ct 3.792,9 14.212 267 25 25 35 18 12 24 21 30 24 16Zoarcidae não identificado 334 420 ct 2,5 9 283 2 2

Total Global 32.677,5 354.561 92 55 56 58 35 20 48 33 34 32 77

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177SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

Anexo 3

Densidades médias (kg/km2) das espécies, por épocas do ano e estratos latitudinais(áreas A, B, C, D) e estratos de profundidade.

EspécieÉpocas Estratos latidunais (áreas)

inv-pri ver-out A B C D

Estratos de profundidade (m)

98-149 150-199 200-299 300-399 400-619

CEFALÓPODES

Abralia redfieldi 6,6 22,4 20,3 6,0 0,8 1,8 0,3 3,7 3,8 21,3Abralia veranyi 61,0 6,7 3,6 0,3 52,4 11,3 0,1 3,1 11,3 53,1Argonauta nodosa 0,0 0,0 0,0Chtenopteryx sicula 0,0 0,0 0,0Eledone gaucha 1,8 1,2 2,1 0,5 0,4 0,6 0,8 0,3 0,8 0,4Eledone massyae 188,0 49,9 30,4 94,5 95,5 17,5 183,4 38,2 6,8 6,1 3,5Heteroteuthis dispar 0,3 1,3 1,2 0,3 0,0 0,1 0,3 1,3Histioteuthis arcturi 0,7 0,7 0,7Histioteuthis corona corona 1,2 1,2 1,2Illex argentinus 13636,6 53812,2 23369,8 29117,2 8765,0 6196,8 347,4 1512,4 7320,6 13765,0 44503,2Liocranchia reinhardti 0,4 0,4 0,4Loligo plei 468,9 2998,3 805,9 744,8 1201,3 715,2 1878,8 1490,0 98,5Loligo sanpaulensis 1232,2 556,8 1181,0 208,7 167,2 232,1 1309,3 344,0 135,6Lycoteuthis lorigera 3,8 34,2 38,0 0,8 37,2Megalocranchia sp 0,1 0,1 0,1Octopus vulgaris 46,9 60,7 21,7 9,2 76,9 107,7Ommastrephes bartramii 125,8 74,9 68,2 6,8 125,8 200,8Ornithoteuthis antillarum 2,0 1,0 1,0 2,0 3,0Pholidoteuthis adami 9,9 9,9 9,9Rondeletiola minor 0,0 0,0 0,0Scaeurgus unicirrhus 11,1 2,7 6,0 2,3 2,7 8,4Semirossia tenera 1,4 6,0 2,4 2,0 0,3 2,6 4,6 1,1 1,3 0,0 0,3Vosseledone charrua 68,4 55,2 34,7 4,7 65,1 19,0 2,8 2,6 1,8 22,9 93,4

ELASMOBRÂNQUIOS

Atlantoraja castelnaui 2935,5 434,0 2172,9 440,6 756,1 1944,9 933,0 491,6Atlantoraja cyclophora 5036,1 4599,1 3924,9 4614,4 707,7 388,1 4409,6 2551,5 2591,0 22,5 60,5Atlantoraja platana 2794,5 4714,8 5976,8 1180,8 351,7 4273,3 2845,7 390,3Benthobatis kreffti 36,8 14,8 5,4 46,2 1,1 1,8 48,6Carcharhinus signatus 119,2 119,2 119,2Dasyatis centroura 764,3 764,3 550,9 213,4Dipturus leptocauda 10,2 12,1 0,8 4,0 5,3 12,1 22,3Dipturus mennii 1624,5 661,7 1998,6 287,6 862,3 1423,9Dipturus sp 54,3 54,3 54,3Etmopterus bigelowi 366,7 260,7 551,6 4,7 61,0 10,2 627,4Etmopterus gracilispinis 10,1 18,2 28,3 7,5 20,8Etmopterus lucifer 55,8 60,2 9,6 88,5 17,8 2,6 113,4Galeorhinus galeus 663,4 663,4 487,7 175,7Galeus mincaronei 62,2 20,1 39,9 3,6 38,7 5,0 18,3 58,9Gurgesiella dorsalifera 144,4 133,4 15,3 97,8 114,8 49,9 23,0 254,9Gymnura altavela 136,8 136,8 136,8Heptranchias perlo 1689,0 967,7 235,5 1353,2 896,9 171,0 73,9 221,8 934,8 771,2 655,0Hydrolagus matallanasi 19,4 16,3 19,4 16,3 35,7Mustelus canis 163,9 113,4 50,5 163,9Mustelus schmitti 1479,9 1820,9 1968,4 1285,6 46,8 3140,6 160,2Myliobatis freminvillii 46,2 263,3 171,9 46,2 91,4 309,5Myliobatis goodei 1519,1 253,7 368,2 1368,1 36,5 1772,8Psammobatis lentiginosa 93,7 23,0 24,3 87,3 5,0 24,4 31,3 50,7 10,3Psammobatis rutrum 15,6 13,8 1,7 15,6Psammobatis spRajidae sp 6,0 6,0 6,0Rhinobatos horkelii 608,3 79,0 396,7 290,6 602,1 85,2Schroederichthys saurisqualus 312,4 22,5 225,7 90,0 13,1 6,0 14,2 301,5 19,2Scyliorhinus haeckelii 178,6 176,1 231,0 74,5 49,1 73,8 198,6 50,4 31,9Sphyrna zygaena 134,9 134,9 134,9Squaliolus laticaudus 1,5 0,3 0,5 0,4 0,1 0,8 1,8Squalus megalops 1930,9 2220,4 1604,1 2074,0 275,0 198,1 1861,7 1316,5 829,0 137,5 6,5

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178 SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

EspécieÉpocas Estratos latidunais (áreas)

inv-pri ver-out A B C D

Estratos de profundidade (m)

98-149 150-199 200-299 300-399 400-619

Squalus mitsukurii 6360,2 1091,0 5369,7 2081,5 212,5 2387,4 1429,4 2888,1 533,8Squatina argentina 2722,9 659,3 2007,1 1375,0 212,3 900,4 1995,5 273,9Squatina guggenheim 1852,8 1089,6 2173,3 769,0 2040,5 517,0 384,8Squatina punctata 47,8 564,2 351,4 165,3 95,3 612,0Torpedo puelcha 1415,5 392,5 239,5 1137,2 265,8 165,4 73,1 389,7 914,0 4,8 426,4

TELEÓSTEOS

Aluterus monoceros 0,9 0,9 0,9Anthias menezesi 2,6 129,8 1,0 2,9 103,5 25,1 1,0 2,9 128,6Antigonia capros 12133,4 12958,6 860,3 16849,5 2614,7 4767,4 2528,0 18041,8 4307,8 16,3 198,0Argentina striata 506,8 1307,5 7,9 235,7 519,8 1051,0 53,6 128,8 992,8 350,1 289,0Argyropelecus aculeatus 0,1 0,7 0,1 0,5 0,2 0,8Argyropelecus gigas 0,1 0,1 0,1Argyropelecus hemigymnus 0,0 0,0 0,1 0,1Ariomma bondi 3851,4 5919,0 10,6 447,4 3324,9 5987,6 1628,0 2787,3 2232,6 1686,0 1436,6Ariosoma opistophthalmus 0,6 0,2 0,6 0,2 0,2 0,6Austrophycis marginata 0,4 0,4 0,4Balistes capriscus 9,3 9,3 9,3Bassanago albescens 14251,0 14250,7 0,4 0,4 14250,7Bathyanthias roseus 6,3 6,8 12,6 0,5 5,9 7,2Bellator brachychir 0,9 2,0 0,1 2,9 1,5 1,2 0,2Bembrops heterurus 690,5 1143,5 131,5 314,1 682,3 706,1 10,9 195,7 393,0 300,2 934,2Benthocometes robustus 0,1 4,2 0,1 3,9 0,4 0,1 4,2Benthodesmus elongatus 102,3 33,4 130,2 2,5 0,6 2,3 0,1 5,7 1,5 128,3Benthodesmus tenuis 17,2 0,3 17,5 17,5Beryx splendens 3583,6 1947,2 2357,8 1211,2 1568,2 393,5 38,2 2282,3 3210,2Bregmaceros atlanticus 0,6 2,3 2,2 0,1 0,3 0,2 0,2 0,1 2,6Bregmaceros cantori 0,0 0,1 0,0 0,1 0,0 0,1Caelorinchus marinii 9789,9 12273,8 2795,5 3958,1 11652,7 3657,5 12,6 207,9 3045,2 18798,1Canthidermis sp 1,5 1,5 1,5Caulolatilus chrysops 35,4 116,9 18,6 11,4 14,6 107,8 37,5 114,8Centriscops humerosus 0,8 0,8 0,8Centrolophus niger 243,8 243,8 61,5 182,3Chauliodus minimus 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0Chauliodus sloani 0,0 0,4 0,4 0,0 0,4Chlorophthalmus agassizi 325,0 107,8 73,7 63,2 249,4 46,5 44,9 11,9 13,7 362,2Citharichthys cornutus 0,7 0,7 0,7Conger esculentus 608,3 608,3 608,3Conger orbignyanus 15,1 33,0 21,3 11,1 15,6 44,1 4,0Cookeolus japonicus 1295,8 1960,5 63,9 2045,1 203,7 943,6 344,4 2580,3 331,6Cubiceps squamiceps 27,7 27,7 27,7Cyclichthys spinosus 0,1 0,1 0,1Cynoscion guatucupa 799,4 1428,8 1559,7 611,9 10,3 46,3 1215,8 1012,4Cynoscion jamaicensis 5,5 5,5 5,5Dactylopterus volitans 0,2 0,2 0,2Decapterus tabl 4,9 0,4 4,5 4,5 0,4Decodon puellaris 10,2 8,0 18,2 18,2Diaphus dumerilii 1303,9 651,3 1894,8 18,8 29,1 12,6 776,7 397,6 99,9 680,9Diaphus effulgens 0,4 0,4 0,4Diaphus garmani 0,3 7,4 3,3 4,1 0,3 7,7Diaphus hudsoni 1,3 1,3 1,3Diaphus mollisDiaphus ostenfeldiDiaphus problematicusDibranchus atlanticus 13,9 27,6 0,1 32,2 9,2 0,4 0,5 0,9 39,7Diplacanthopoma brachysomaDules auriga 22,6 2,0 4,8 17,8 2,0 24,7Dysommina rugosa 1,2 3,6 0,8 4,0 0,8 4,0Echiodon cryomargarites 0,7 0,2 0,9 0,9Electrona risso 1,3 1,3 1,3Engraulis anchoita 8,3 0,1 0,1 8,3 8,4Epigonus occidentalis 0,1 0,1 0,1 0,1 0,2Epigonus telescopusEtropus longimanus 0,4 0,4 0,4

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179SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

EspécieÉpocas Estratos latidunais (áreas)

inv-pri ver-out A B C D

Estratos de profundidade (m)

98-149 150-199 200-299 300-399 400-619

Evoxymetopon taeniatus 1997,0 260,7 292,6 281,2 3,6 1680,4 239,1 55,1 1789,0 174,5Fistularia sp 16,9 16,9 16,9Flagellostomias boureei 0,0 0,0 0,0Foetorepus dagmarae 7,4 9,3 1,0 11,5 4,2 1,4 2,9 11,6 0,8Gadella imberbis 73,1 31,3 3,8 7,2 47,9 45,5 1,0 1,3 102,0Genypterus brasiliensis 1483,8 1902,2 1595,9 266,9 823,8 699,4 913,3 560,5 1105,7 359,7 446,9Gephyroberyx darwinii 118,4 118,4 118,4Gonostoma elongatum 0,1 0,1 0,1Gymnoscopelus bolini 0,1 0,1 0,1Gymnoscopelus nicholsi 0,0 0,0 0,0Gymnothorax conspersus 267,9 208,8 23,1 105,3 283,0 65,3 131,0 153,2 85,2 107,3Gymnothorax ocellatus 45,3 104,2 6,6 83,0 38,3 21,6 109,4 33,4 6,7Helicolenus lahillei 10390,3 11203,6 14714,6 5594,0 1113,7 171,5 19,2 46,2 837,7 6519,3 14171,5Hemanthias vivanus 0,6 0,6 0,6Hoplostethus occidentalis 301,6 1860,3 17,0 14,2 453,7 1677,1 11,9 3,2 2146,8Hygophum hygomii 0,1 0,1 0,1Hymenocephalus billsam 3,6 5,1 2,1 4,8 1,7 8,7Idiacanthus atlanticus 0,9 0,7 0,1 0,9Kyphosus incisor 2,1 2,1 2,1Laemonema goodebeanorum 569,4 325,9 21,1 18,0 553,1 303,1 165,8 729,6Lampanyctus australis 21,3 21,3 21,3Lepidophanes guentheri 14,8 0,4 15,1 15,1Lepidopus altifrons 2226,9 3245,6 754,2 704,2 467,9 3546,2 2,9 701,7 807,3 3960,6Lestidium atlanticum 0,2 0,2 0,2 0,1 0,1 0,4Lestrolepis intermedia 0,3 0,2 0,0 0,0 0,2 0,1Lobianchia gemellariiLonchopisthus meadi 0,5 0,0 0,1 0,4 0,0 0,4 0,1Lophius gastrophysus 12442,5 11055,1 6334,0 8972,5 4881,7 3309,4 1645,7 3486,8 6021,9 6439,6 5903,5Lopholatilus villarii 508,8 406,7 374,5 287,1 253,8 157,8 534,0 223,6Lucigadus ori 6,0 26,1 22,2 7,6 2,2 0,1 2,3 0,2 29,7Macroramphosus scolopax 320,1 100,9 55,0 315,4 50,4 0,2 30,6 96,5 292,4 1,5Macruronus magellanicus 205,3 78,7 284,0 29,3 254,6Malacocephalus laevis 65,0 214,9 11,9 128,5 53,2 86,3 279,9Malacocephalus occidentalis 3596,4 4081,2 948,8 419,5 5028,5 1280,8 150,9 240,1 7286,6Maurolicus stehmanni 615,4 126,6 600,8 97,6 43,4 0,2 98,0 641,9 1,6 0,2 0,3Meadia abyssalis 110,5 12,1 98,4 110,5Melanostomias niger 0,9 0,9 0,9Merluccius hubbsi 29230,4 31183,6 17377,4 7426,4 19575,8 16034,5 1768,0 2770,5 7125,7 24506,9 24242,9Micropogonias furnieri 822,0 339,5 430,7 668,0 62,7 1161,4Monolene antillarum 0,3 5,3 1,3 0,5 1,6 2,2 0,6 0,5 4,5Monolene atrimana 0,7 0,7 0,7Monomitopus americanus 6,0 6,0 6,0Mullus argentinae 2687,9 2463,0 1901,0 2954,0 243,7 52,2 3378,8 1391,4 380,7Myctophum obtusirostre 0,2 0,2 0,2Nemadactylus bergi 2930,1 3529,5 5823,3 563,9 72,5 3895,8 1534,0 1017,4 12,4Neoepinnula americana 2,7 1,6 1,2 1,6 1,2Neoscopelus macrolepidotus 29,4 29,0 0,4 29,4Nettastoma melanura 13,7 3,6 1,1 11,7 4,5 17,3Notopogon fernandezianus 29,4 69,0 20,1 50,0 26,0 2,3 2,5 0,8 19,0 38,8 37,2Ogcocephalus vespertilio 9,7 3,9 5,7 8,0 5,5 1,7 4,4 2,1Ophichthus gomesii 2,6 2,6 2,6Pagrus pagrus 1200,9 654,1 842,0 579,8 319,0 114,3 624,6 1193,7 36,7Paralichthys isosceles 3748,0 3691,2 3057,2 3123,7 1088,3 170,1 5139,9 2028,9 240,5 29,9Paralichthys patagonicus 156,1 85,2 241,2 241,2Paralichthys triocellatus 495,1 634,1 442,9 661,1 5,5 19,7 44,3 314,7 770,2Parasudis truculenta 1099,1 1388,4 50,2 425,5 1021,6 990,2 1,5 73,5 263,9 2148,6Paratrachichthys atlanticus 2,5 2,4 0,1 2,5Peprilus paru 2,2 2,2 2,2Percophis brasiliensis 243,4 444,6 556,3 35,9 40,6 55,2 552,2 135,8Peristedion altipinnis 340,7 235,2 313,8 262,0 71,0 417,5 80,3 7,1Peristedion sp 606,4 843,4 7,8 1076,8 183,2 181,9 20,9 188,2 830,9 122,4 287,4Peristedion truncatum 24,2 2,2 0,9 10,3 15,2 3,0 23,4Phosichthys argenteus 1,4 0,2 1,5 0,1 1,6Pollichthys mauli 0,1 0,1 0,1

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EspécieÉpocas Estratos latidunais (áreas)

inv-pri ver-out A B C D

Estratos de profundidade (m)

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Polymetme sp 3,4 1,2 2,2 3,4Polymetme thaeocoryla 67,3 53,9 7,4 26,4 22,8 64,6 3,1 118,1Polymixia lowei 39974,5 54080,8 3097,9 5143,1 46825,9 38988,3 8,8 1107,6 4998,1 30689,1 57251,7Polyprion americanus 372,1 372,1 35,2 336,8Pomatomus saltatrix 50,3 50,3 50,3Pontinus corallinus 0,2 0,8 0,3 0,6 0,8 0,1Porichthys porosissimus 699,3 181,7 226,8 608,2 2,5 43,6 721,2 155,8 4,0Priacanthus arenatus 21,2 20,3 1,0 1,0 20,3Prionotus nudigula 1314,5 1823,3 932,5 1633,2 554,1 17,9 1689,9 1016,1 410,0 19,9 1,9Prionotus punctatus 4149,7 5378,4 3786,0 4804,8 936,2 1,1 7560,0 1891,0 77,2Pristipomoides freemani 9,7 11,5 0,9 13,8 3,5 3,0 3,9 8,3 9,0Prognathodes guyanensis 1,3 1,3 1,3Promethichthys prometheus 35,9 2,1 11,8 21,7 4,4 38,0Pronotogrammus martinicensis 11,3 685,5 1,3 695,5 661,2 21,1 14,6Pseudopercis numida 119,2 140,4 90,1 119,2 23,4 26,9 232,8 22,2 4,7Raneya brasiliensis 0,4 2,9 0,4 2,9 3,3Saccogaster parva 0,1 0,1 0,1Sardinella brasiliensis 5,0 5,0 5,0Saurida brasiliensis 4,7 7,9 7,6 1,4 3,6 11,1 0,5 0,6 0,3 0,0Saurida caribbaea 140,5 175,4 114,7 163,3 30,3 7,6 71,7 139,3 88,6 13,9 2,4Scomber japonicus 0,7 0,7 0,7Serranus atrobranchus 34,5 2,2 1,2 4,2 19,8 11,5 10,7 6,3 19,7Serrivomer schmidti 0,1 0,1 0,1Setarches guentheri 808,3 407,8 4,5 39,0 231,0 941,7 2,0 19,5 15,9 1178,7Snyderidia canina 0,0 0,0 0,0Sphoeroides pachygaster 493,8 606,4 183,9 913,9 2,3 343,2 162,4 594,6Stomias affinis 9,3 5,4 13,5 0,6 0,6 14,7Symbolophorus barnardi 2,7 42,6 45,3 45,3Symphurus ginburgi 0,2 0,2 0,2Synagrops bellus 3038,6 5854,0 2075,2 1043,1 4180,7 1593,7 0,5 65,1 92,0 2105,3 6629,8Synagrops spinosus 1844,8 4279,3 1109,9 1199,0 487,1 3328,1 922,3 2711,3 1367,1 934,3 189,2Thyrsitops lepidopoides 2349,2 5115,2 144,2 5342,9 190,2 1787,1 4916,5 1766,9 677,2 103,9Trachurus lathami 3300,0 7407,4 791,5 7014,6 581,2 2320,1 9932,1 754,3 21,0Trichiurus lepturus 12843,9 25099,3 21898,3 7569,6 4544,9 3930,4 21220,8 11517,5 4692,0 482,8 30,0Tripterophycis gilchristi 0,4 1,2 1,6 1,6Umbrina canosai 11603,2 1014,6 8792,4 1937,5 1764,4 123,6 12596,4 21,4Upeneus parvus 2,2 1,1 1,1 2,2Urophycis brasiliensis 397,0 947,8 766,4 538,4 31,5 8,5 918,1 394,6 32,2Urophycis mystacea 13767,9 12793,3 13417,1 4706,6 6172,3 2265,2 1018,0 2768,3 2927,5 6308,4 13539,0Ventrifossa macropogon 93,7 191,3 1,5 55,7 227,8 285,0Ventrifossa mucocephalus 2,5 7,9 0,8 0,8 8,8 10,4Verecundum rasile 155,9 186,2 74,2 214,3 53,5 330,2 11,9Xenodermichthys copei 1,5 1,4 0,0 1,5Xenolepidichthys dalgleishi 2482,4 1866,6 56,0 1054,7 605,5 2632,8 46,1 348,0 3954,8Zenion hololepis 418,8 405,5 189,7 174,7 460,0 2,5 379,7 442,2Zenopsis conchifera 28579,0 57010,9 4156,7 36447,0 31369,6 13616,6 312,3 3124,5 26287,1 49107,6 6758,4Zoarcidae 49,5 49,5 49,5

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AGRADECIMENTOS

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À coordenação geral do Programa Revizee; ao CNPq pelas bolsas concedidas no con-texto do Programa e de produtividade e apoio técnico (M.H.).

Ao Ministério de Minas e Energia pela doação do Combustível.Ao Centro de Pesquisa e Extensão Pesqueira das Regiões Sudeste Sul do IBAMA e a

Superintendência da Frota da FURG pela estrutura e apoio logístico.Aos mestres e tripulações dos N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura pela competên-

cia e dedicação.Aos pesquisadores, alunos e estagiários que participaram dos cruzeiros e das

amostragens biológicas, em especial ao Dr. Acácio Tomas do Instituto de Pesca de SãoPaulo e sua equipe.

A Petrobras pelos recursos concedidos para a publicação deste volume.

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Editor: Carmen Lúcia Del Bianco Rossi-Wongtschowski

Supervisor de editoração: Roberto Ávila Bernardes

Gerenciamento administrativo: Aparecida Martins Vaz dos Santos

Administração Financeira: Fundação de Apoio à Universidade de São Paulo

Patrocinador deste volume: PETROBRAS

Projeto gráfico e editoração: Ulhôa Cintra Comunicação Visual e Arquitetura

Revisão: Cleyde Romano de Ulhôa Cintra

Fotos: Luciano Gomes Fischer, Manuel Haimovici

Assessoria técnica da Coordenação Geral do Programa REVIZEE (SQA/MMA)

Oneida Freire

Altineu Pires Miguens

Álvaro Roberto Tavares

Carlos Alexander Gomes de Alencar

José Luiz Jeveaux Pereira

Ricardo Castelli Vieira

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