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VICE-PRESIDENTE DA CAPGEMINI AVISA BANCOS DEVEM SER CAUTELOSOS NA CONCESSãO DE CRéDITO Pág. 6 Legislação nacional contraria Sexta Directiva da UE Os operadores do sector au- tomóvel querem ver alargada a possibilidade de dedução do IVA, neste momento concedida apenas aos veículos comerciais de utilização profissional, a todos os automóveis ligeiros de passa- geiros. Essa medida representaria, segun- do António Teixeira Lopes, a aplicação em Portugal da Sexta Di- rectiva da União Eu- ropeia, “que consagra a dedução de IVA em todas as viaturas desti- nadas a uso profissional”. O presidente da ARAN advo- ga que, desta forma, não seria afectada a competitividade das empresas nacionais, face às congéneres eu- ropeias. A medida serviria ainda para relançar um sector que “está em crise há alguns anos”. O director de frotas e “remarke- ting” da Ford Lusitana refere que as alterações não deveriam ficar pela possibilidade de dedução do IVA nas viaturas de passageiros em utilização profissional e que “toda a política fiscal referente ao sector automóvel” deveria ser revista. Suplemento Frotas Págs. 6 e 7 Sector automóvel reclama dedução do IVA em todas as viaturas de uso profissional Vem aí o “Big Brother” para os clientes das seguradoras Hábitos de condução decidem prémio de seguro Algumas seguradoras preparam-se para lan- çar no mercado nacional um seguro automó- vel com prémios fixados em função do perfil de condução dos segurados. Para a seguradora, pode contar tudo, desde quilómetros percorridos a travagens bruscas. Para os condutores mais pacatos há bónus no prémio do seguro automóvel. A “Vida Económica” apurou que existem pelo menos duas seguradoras que pretendem avançar com a solução PAYD até ao final des- te ano. A solução PAYD consiste num sistema de seguimento por satélite para acompanhar o percurso efectuado pelas viaturas selecciona- das. Um dispositivo de controlo do tamanho de um telemóvel, instalado na viatura em lo- cal não visível, transmite informações sobre o seu percurso através de GPRS para o centro de gestão da companhia de seguros. Aqui, a seguradora pode definir que tipo de informa- ção quer receber, já que o dispositivo pode ser programado. “Assim que a solução for implementada pela primeira seguradora, aparecerão de imediato companhias seguidoras”, afirma Jorge Galhar- do Antunes, director da Indra. Pág. 36 BANCOS NãO ALTERAM FACILIDADES NO CRéDITO À HABITAÇãO Pág. 39 “COMMODITIES” AGRÍCOLAS SãO REFÚGIO DOS INVESTIDORES Pág. 40 FUGA LEGAL À INSOLVÊNCIA PENALIZA DIREITOS DOS CREDORES Pág. 21 FUNDOS DE PENSÕES NACIONAIS COM RENDIBILIDADE NEGATIVA Pág. 38 Nº 1243 / 04 Abril de 2008 / Semanal / Portugal Continental 2,20www.vidaeconomica.pt DIRECTOR João Peixoto de Sousa 9 720972 000037 01243 Inversão geral do encargo de liquidar o IVA corrigiria injustiça fiscal FORMAÇãO DA ACIB ATINGE TAXA DE EMPREGABILIDADE SUPERIOR A 85% ESPECIAL ASSOCIAÇãO COMERCIAL E INDUSTRIAL DE BARCELOS As seguradoras podem vir a adoptar uma nova solução que permite cobrar prémios de seguro automóvel consoante os hábitos de condução do segurado. Teixeira dos Santos considera METAS ORÇAMENTAIS SãO AGORA CREDÍVEIS Portugal conseguiu corrigir o défice orçamental apesar dos factores externos desfavoráveis – afirmou Teixeira dos Santos, no Porto. O ministro das Finan- ças fez a apresentação do último livro editado pela “Vida Econó- mica”, da autoria de João Lou- reiro. Pág. 7

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Page 1: Hábitos de condução decidem prémio de segurove_ed1243... · apenas aos veículos comerciais de utilização profissional, a todos ... Vem aí o “Big Brother” para os clientes

Vice-presidente da capgemini aVisa

Bancos deVem ser cautelosos na concessão de crédito

pág. 6

Legislação nacional contraria Sexta Directiva da UE

Os operadores do sector au­tomóvel querem ver alargada a possibilidade de dedução do IVA, neste momento concedida apenas aos veículos comerciais de utilização profissional, a todos

os automóveis ligeiros de passa­geiros. Essa medida representaria, segun­do António Teixeira Lopes, a aplicação em Portugal da Sexta Di­rectiva da União Eu­ropeia, “que consagra a dedução de IVA em todas as viaturas desti­nadas a uso profissional”.

O presidente da ARAN advo­ga que, desta forma, não seria afectada a competitividade das empresas nacionais, face às congéneres eu­ropeias.

A medida serviria ainda para relançar um sector que “está

em crise há alguns anos”.

O director de frotas e “remarke­ting” da Ford Lusitana refere que as alterações não deveriam ficar pela possibilidade de dedução do IVA nas viaturas de passageiros em utilização profissional e que “toda a política fiscal referente ao sector automóvel” deveria ser revista.

suplemento Frotas págs. 6 e 7

sector automóvel reclama dedução do iVa em todas as viaturas de uso profissional

Vem aí o “Big Brother” para os clientes das seguradoras

Hábitos de condução decidem prémio de seguro

Algumas seguradoras preparam­se para lan­çar no mercado nacional um seguro automó­vel com prémios fixados em função do perfil de condução dos segurados.

Para a seguradora, pode contar tudo, desde quilómetros percorridos a travagens bruscas. Para os condutores mais pacatos há bónus no prémio do seguro automóvel.

A “Vida Económica” apurou que existem pelo menos duas seguradoras que pretendem avançar com a solução PAYD até ao final des­te ano.

A solução PAYD consiste num sistema de seguimento por satélite para acompanhar o percurso efectuado pelas viaturas selecciona­das. Um dispositivo de controlo do tamanho de um telemóvel, instalado na viatura em lo­cal não visível, transmite informações sobre o seu percurso através de GPRS para o centro de gestão da companhia de seguros. Aqui, a seguradora pode definir que tipo de informa­ção quer receber, já que o dispositivo pode ser programado.

“Assim que a solução for implementada pela primeira seguradora, aparecerão de imediato companhias seguidoras”, afirma Jorge Galhar­do Antunes, director da Indra.

pág. 36

Bancos não alteram Facilidades no crédito À HaBitaÇão

pág. 39

“commodities” agrÍcolas são reFÚgio dos inVestidores

pág. 40

Fuga legal À insolVÊncia penaliZa direitos dos credores

pág. 21

Fundos de pensÕes nacionais com rendiBilidade negatiVa

pág. 38

Nº 1243 / 04 Abril de 2008 / Semanal / Portugal Continental 2,20€

www.vidaeconomica.pt

directorJoão Peixoto de Sousa

9 720972 000037

0 1 2 4 3

Inversão geral do encargo

de liquidar o IVA corrigiria

injustiça fiscal

FormaÇão da aciB atinge taxa de empregaBilidade superior a 85%

especial associaÇão comercial e industrial

de Barcelos

as seguradoras podem vir a adoptar uma nova solução que permite cobrar prémios de seguro automóvel consoante os hábitos de condução do segurado.

Teixeira dos Santos considera

metas orÇamentais são agora credÍVeis

Portugal conseguiu corrigir o défice orçamental apesar dos factores externos desfavoráveis – afirmou Teixeira dos Santos, no Porto. O ministro das Finan­ças fez a apresentação do último livro editado pela “Vida Econó­mica”, da autoria de João Lou­reiro.

pág. 7

Page 2: Hábitos de condução decidem prémio de segurove_ed1243... · apenas aos veículos comerciais de utilização profissional, a todos ... Vem aí o “Big Brother” para os clientes

EMPRESAS CITADAS

BES .....................................03

Goldman Sachs .....................08

Morgan Stanley .....................08

UBS .....................................08

KPMG ..................................08

Seat .....................................08

Vicaima ................................12

Fluxograma ...........................12

Temahome ............................12

PT ........................................18

Optimus................................18

InCentea ...............................20

CB Richard Ellis ....................20

Cushman & Wakefi eld ............20

Fujitsu Siemens ....................25

Henkel..................................31

Famo ....................................31

Iduna ...................................31

Guialmi ................................31

PraxisD .................................33

Apple ...................................33

Travelport ..............................46

British Airways ......................46

TAP ......................................46

Suplemento Frotas

C. Santos ..............................05

Mercedes ..............................05

Rodivex ................................07

Masterlease ...........................08

ALD Automotive Portugal ........08

Volvo ....................................08

Arval Portugal ........................10

GE Fleet Services ..................10

LeasePlan .............................11

Ford Lusitana ........................12

Toyota Caetano Portugal .........13

Cimpomóvel ..........................13

Hertz ....................................14

Europcar Portugal ..................15

ACTUALIDADE

NESTA EDIÇÃO

Abertura

HUMOR ECONÓMICO

sexta-feira, 04 Abril de 2008ACTUALIDADE2

Pág. 10Pág. 6 Pág. 8

ESTATUTOS PIN VÃO SER REVISTOS

Basílio Horta, presidente da AICEP, admite que é necessário introdu-zir melhorias nas regras dos PIN. E garante que o Governo já está a tra-balhar no sentido da alteração dos respectivos estatutos. Uma coisa é

certa, a avaliação dos projectos con-siderados de interesse nacional con-tinuará a ser realizada com base nas vertentes ambiental e económica.Entrentanto, Basílio Hora faz um balanço positivo dos dois anos de existência dos PIN e desvaloriza as críticas dos promotores dos projec-tos à comissão de avaliação. Ali-ás, deixa claro que não problemas ou tensões no seio da comissão de avaliação. Fica a certeza que o or-ganismo, no seu todo, tem como objectivo central o desenvolvimento económico do país.

INTERNACIONAL

EDITOR E PROPRIETÁRIO Vida Económica Editorial, SA DIRECTOR João Peixoto de Sousa COOR-DENADORES EDIÇÃO João Luís de Sousa e Albano Melo REDACÇÃO Virgílio Ferreira (Chefe de Redacção), Adérito Bandeira, Alexandra Costa, Ana Santos Gomes, Aquiles Pinto, Fátima Ferrão, Guilherme Osswald, Martim Porto, Rute Barreira, Sandra Ribeiro e Susana Marvão; E-mail [email protected]; PAGINAÇÃO Célia César, Flávia Leitão, José Barbosa e Mário Almeida; PUBLICIDADE PORTO Rua Gonçalo Cristóvão, 111, 6º Esq 4049-037 Porto - Tel 223 399 400 • Fax 222 058 098 • E-mail: [email protected]; PUBLICIDADE LISBOA Campo Pequeno, 50 - 4º Esq 1000-081 Lisboa • Tel 217 815 410 • Fax 217 815 415 E-mail [email protected]; ASSINATURAS Tel 223 399 456 E-mail [email protected]; IMPRESSÃO Naveprinter, SA - Porto DISTRIBUIÇÃO VASP, SA - Cacém E-mail [email protected] • Tel 214 337 000 - Fax 214 326 009

EMPRESA CERTIFICADA

TIRAGEM CONTROLADA PELA:

TIRAGEM DESTA EDIÇÃO: 21.200

4000 Município (Porto) TAXA PAGARegisto na D G C S nº 109 477 • Depósito Legal nº 33 445/89 • ISSN 0871-4320 • Registo do ICS nº 109 477

MEMBRO DA EUROPEAN BUSINESS PRESS

GOVERNO LANÇA CONCURSOS PARA NOVAS BARRAGENS

O Governo lançou a concurso quatro barragens, na cascata do Alto Tâme-go, num investimento que poderá ir até 760 milhões de euros. Até ao fi nal do mês vão ser colocas a concurso mais cinco, tendo sido ajudicada a bar-ragem do Foz Tua à EDP.Os concursos fazem parte do Plano Nacional de Barragens com Elevado Potencial Hídrico, que envolve a construção de dez novas barragens. O po-tencial hídrico previsto é de sete mil MW, no fi nal da segunda década. A construção destes empreendimentos terá início dentro de dois anos. O Go-verno garante que está apostado em desenvolver as vertentes hídrica e eó-lica, para reduzir a sua dependência energética de modo substancial.

BANCOS DEVEM SER CAUTELOSOS NA CONCESSÃO DE CRÉDITOEric Rajendra é vice-presidente do grupo de serviços fi nanceiros Ca-pgemini. Considera exageradas algumas reacções à crise, mas nem por isso deixa de aconselhar cautela aos bancos e consumidores, em especial no que respeita à concessão de crédito. E apesar de não haver margem para o Banco Central Europeu descer as taxas de juro, revela-se optimista quanto à actual situação económica da União Europeia.

FUSÕES E AQUISIÇÕES COM VALOR MAIS BAIXO EM QUATRO ANOSO primeiro trimestre deste ano revelou que a actividade das fusões e aquisições está em difi culdades. A crise do crédito e a turbulência nos mercados fi nanceiros refl ectem-se na actividade da banca de investimento. O volume global de fusões e aquisições desceu ao nível mais baixo dos últimos quatro anos, para 652 mil milhões de dólares, menos 40% do que em período homólogo do ano passado.

AEP QUER AUMENTAR DIMENSÃO DAS PMELudgero Marques está de saída à frente dos destinos da AEP. Em conferência de imprensa deixou claro que é necessário as PME ga-nharem dimensão. É preciso um maior investimento junto deste tipo de empresas, promover a sua internacionalização e apostar na mo-dernização pela via tecnológica.

BREVE

PME

BREVE

Está já em vigor o projecto SIM-Porto, lançado pela autarquia por-tuense, que cria um mercado de créditos à construção, transáccio-náveis e conferidos aos promotores que apostem em projectos de reabi-litação na Baixa do Porto. Segundo o vereador do Urbanismo da Invic-ta, Lino Ferreira, “a negociação dos créditos pode ser feita logo a seguir à aprovação do projecto, podendo ser utilizados como forma de auto-fi nanciamento da empresa”.

Esta revelação foi feita no decur-so do Imobitur – Salão de Imobi-liário do Porto, num almoço pro-movido pela “Vida Imobiliária” e que reuniu profi ssionais e vários agentes públicos do urbanismo e construção. Lino Ferreira reiterou a aposta do município no centro da cidade, dando conta dos vários projectos em curso. “É a primeira cidade do país com obras já no terreno”, dando os exemplos dos quarteirões-piloto de Carlos Alber-to e Infante e, mais recentemente, das Cardosas, que albergará uma unidade hoteleira de charme e onde prosseguem já as obras de de-molição no interior do quarteirão.

Quanto ao projecto aprovado para a reabilitação do Mercado do Bolhão, alvo de várias críticas, Lino Ferreira disse que este “pode-ria ter recebido muitas soluções, mas nenhuma foi operaconaliza-da”. Recorde-se que, actualmente, estão sob a alçada da Porto Vivo – Sociedade de Reabilitação Ur-bana, intervenções em 37 quartei-rões-piloto, as quais se encontram em diversas fases de prossecussão.

A quarta edição do Imobitur, que teve lugar na Exponor, rece-beu a visita de cerca de 25 mil pes-soas, como referiu a organização,

das quais “cerca de 30 por cento profi ssionais. O evento tem como objectivo “fortalecer o posiciona-mento do evento como espaço de referência para empresas, profi s-sionais e instituições vinculadas ao sector imobiliário português”. Se-gundo José Enrique Elvira, direc-tor do Imobitur, este é um certame “desenhado para agilizar os contac-tos entre todas as partes implicadas no mercado imobiliário, desde o promotor ao cliente fi nal”. Aquele responsável estima que o certame tem “argumentos sufi cientes para confi rmar que ganhou, por direito próprio, um espaço no panorama imobiliário português”.

Parques empresariais Oceanis em Portugal

Foram vários os projectos apre-sentados no Imobitur 2008, na sua maioria vocacionados para os segmentos habitacional e turismo residencial. Porém, um dos projec-tos de maior envergadura foi leva-do ao certame pela promotora es-panhola Dovhe, que levará a cabo em Porriño, na Galiza, o parque empresarial Oceanis. Com uma área de 100 mil metros quadrados, a estrutura será capaz de acolher 60 empresas e permitirá criar dois mil postos de emprego.

O projecto resulta de um inves-timento de 36 milhões de euros e incluirá um centro de negócios de 17 mil metros quadrados com heli-porto próprio para a deslocação de directores, bem como 1500 luga-res de estacionamento. As primei-ras naves serão entregues em 2009 e a área central de negócios estará operacional no ano seguinte.

MARC [email protected]

Baixa do Porto confere créditos que podem autofi nanciar projectos de reabilitação

Mercado de créditos à construção já operacional

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Fonte: Eurostat

Fonte: INE

Fonte: DGCI

90% Peso das alianças no tráfego aéreo

global

10%Receita fiscal que pode ser subtraída através da fraude

carrossel

1,7 milhões Número de

portugueses que jogou “online” no ano passado

Expansión

inditex supera expectativas dos analistasO gigante têxtil galego Inditex superou as expectativas dos analistas. Obteve lucros de 1250 milhões de euros, no ano passado, mais 25% do que no exer-cício anterior. O volume de negócios cifrou-se em mais de 9,4 mil milhões de euros, um crescimento de 16% face ao ano anterior (...). Foram inaugurados 560 locais, cerca de 80% destes fora de Espanha. O investimento ascendeu a 942 milhões de euros, com a maior parte a destinar-se, claramente, à expansão internacional. Actualmente, o grupo conta com 3691 estabelecimentos, num total de 68 países. Também estão a ser realizados investimentos importantes ao nível das plataformas logísticas. De salientar que o grupo criou mais de dez mil postos de trabalho, só no exercício passado.

Financial TimEs

BcE não desce taxas de juroA inflação da zona euro atingiu o nível mais elevado em 16 anos. O aumento da inflação de 3,3%, em Fevereiro, para 3,5%, em Março, coloca de parte a possibilidade de um corte nas taxas de juro, pelo menos no breve prazo. Mesmo que o crescimento económico abrande. Apesar de tudo, existe al-gum sentimento de confiança. As empresas parecem continuar a investir em projectos de expansão, o que deverá sustentar o crescimento da economia. O BCE acredita que não está em perspectiva um abrandamento considerável na taxa de crescimento. O grande problema que se coloca, e que está a levantar alguma preocupação, é que há grandes diferenças regionais (...).

tendências

Belmiro de azevedoO futuro está na educação. E é sempre muito positivo quando são os empresários a reconhecerem essa realidade. Belmiro de Azevedo está a construir uma escola para alunos dos ensinos pré-escolar e do primeiro ciclo, num investimento de cerca de três milhões de euros. A capacidade é de apenas 280 alunos, pelo que se preten-de uma escola de ensino personalizado. O colégio vai abrir já em Setembro e fica localizado em Matosinhos, na antiga fábrica têxtil Efanor. O espaço foi recuperado, numa obra interessante a todos os níveis.

zeinal BavaO novo CEO da PT chega ao cargo com apenas 42 anos de idade, o que por si só é revelador da sua capacidade intelectual e empre-sarial. Logo na primeira intervenção não deixou margem para dúvi-das. A única via de evolução para a empresa é o crescimento. Mas também é sempre agradável os colaboradores ouvirem o responsável máximo afirmar que a empresa pretende ser a melhor do país para se trabalhar. Por outro lado, também incute confiança o facto de existirem objectivos claramente definidos para os próximos anos.

ricardo salgadoÉ uma nova era no Banco Espírito Santo. O conselho de adminis-tração passou a incluir mais membros independentes, ou seja, a família perde peso nas decisões da instituição bancária. Esta segue a tendência que se verifica a nível internacional, isto é, as grandes empresas são geridas por indivíduos que se distinguem pelas suas competências e não por eventuais laços familiares. Mas este é tam-bém um passo importante no sentido de uma maior transparência.

antónio BorgesBorges até poderá ter razão quanto a algumas das acusações que fez relativamente à ingerência do Governo na actividade do banco a que presidia. Mas os seus argumentos saem fragilizados quando é sabido que as denúncias surgem três anos após os acontecimentos. Para tornar os seus argumentos ainda mais fragilizados, Mexia, da EDP, da mesma área política de Borges, já veio a terreiro afirmar que tem tido absoluta liberdade na gestão da eléctrica. Tudo indica que o professor não vai sair bem nesta “fotografia”.

económetro

Factos relevantes

consumidores podem ter electricidade mais barata

A EDP pretende inves-tir cerca de sete milhões de ros para implementar medidas de eficiência energética. O que acon-tecer terá lugar através do Programa ECO. Estas medidas poderão resul-tar numa poupança de 47 milhões de euros nas facturas de electricidade dos consumidores industriais e domésticos.

De referir que, já no ano passado, este programa possi-

bilitou que as famílias poupas-sem cerca de 43 milhões de euros. Além disso, é um facto que não está só em causa a questão monetária, o ambiente

também é visado com es-tas medidas. O aumento da eficiência energética permitirá evitar a emis-são de mais de 182 mil toneladas de dióxido de carbono. Entre estas me-didas, destaque para dis-tribuição de lâmpadas efi-cientes, de multitomadas e subsídios para a compra

de arcas frigoríficas eficientes. De referir ainda que a EDP vai oferecer aos consumidores au-ditorias energéticas.

Fileira da moda em deBate alargado

As câmaras de comércio e in-dústria luso-alemã e luso-fran-cesa realizam, no próximo dia 8 de Abril um seminário, com almoço/debate, sob o tema “A fileira da moda e os mercados de segunda geração: Alema-nha e França”. O evento tem lugar no Hotel Sheraton Porto, contando com a intervenção de consultoras, especialistas do sector e exemplos de empresas

envolvidas no processo de in-ternacionalização.

Trata-se de uma matéria per-tinente para toda a fileira têx-til. É uma realidade que, nos últimos anos, os sectores de vestuário/confecção e calçado perderam quota nos principais mercados de exportação, de-signadamente França e Alema-nha. A ATP chama a atenção para o facto do modelo tradi-

cional de negócio baseado nas actividades de fabrico e baixo custo estar esgotado. O sucesso das empresas passa agora pelo seu reposicionamento através de actividades que acrescen-tem valor ao produto, como a inovação, o design, as marcas e a distribuição. O certame conta com os apoios da ATP, da APICCAPS, da ANIVEC/Apiv e da Associação Selectiva Moda.

Produção industrial volta a terreno Positivo (variação homóloga, %)

Cobrança CoerCiva bate reCorde (em milhões de euros)

revista de imPrensa

défiCe orçamental estabiliza na zona euro (% do Pib)

-2

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2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009-3.5

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-2

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-1

-0.5

0

-2.5

-3.1-2.8

-2.5

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-0.8 -0.9-0.8

Fevereiro 07 Fevereiro 08

2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007600

800

1000

1200

1400

1600

1800

758

1283

828

1056

1420

15461633

sexta-feira, 04 abril de 2008 3actualidade

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Victor Cabrita Neto, ex-secretário de Estado do Turismo, adverte

QREN deve assegurar apoios para as PME do turismo e da restauraçãoPortugal está ainda a tempo de corrigir o desvio que existe em relação àqueles que são os destinatários dos apoios financeiros no âmbito do Quadro de Referência Estratégica Nacional (QREN). E deve também canalizá-los para as micro, pequenas e médias em-presas do sector do turismo e do subsector da restauração e bebi-das. A ideia foi transmitida à “Vida Económica” por Victor Cabrita Neto, vice-presidente da AIP e ex-secretário de Estado do Turismo de António Guterres, à margem do congresso da Associação da Restauração e Similares de Portugal (ARESP), que decorreu esta semana em Lisboa. Se assim não for, diz Cabrita Neto, “deixamos estas empresas desamparadas num momento crucial das suas vi-das, que é o da modernização e da competitividade”.“Eu acho que ainda estamos a tempo de corrigir esse desvio”, afirmou o ex-governante, que fala com a experiência de quem tu-telou a pasta do sector durante cerca de quatro anos e de quem acompanha, inclusive, a aplicação do QREN na região do Algarve. Isso não o impede, porém, de fazer “uma análise crítica sobre a forma e os conteúdos como o QREN é apresentado”, renovando,

nesta entrevista à “Vida Económica”, um “grande apelo para que se alterem ainda os mecanismos, de forma a aproximar o QREN das pequenas e das médias empresas”.Salientando que compete, também, às associações empresariais “ajudar os empresários a identificar quais são as candidaturas pos-síveis e ajudá-los a construí-las”, o também empresário do sector disse à “Vida Económica” que, se o Governo não corrigir a tra-jectória de concessão de apoios financeiros no âmbito do QREN “deixamos estas empresas desamparadas num momento crucial das suas vidas, que é o da modernização e da competitividade”.Instado a comentar a manchete da edição da semana passada da “Vida Económica” que advertia para o facto de as grandes empre-sas estarem a “engolir” os apoios do QREN, Victor Cabrita Neto disse”partilhar do risco” de que as grandes empresas possam ab-sorver esses apoios. É que “os programas não foram feitos à me-dida das micro, das pequenas e das médias empresas e, por isso, os objectivos que o QREN apresenta e as linhas de orientação que acalenta podem desviar, efectivamente, os apoios, não digo que só para as grandes empresas, mas também para sectores muito específicos que são muito importantes mas que não são o todo da economia nacional”.Cabrita Neto focou que “é extremamente difícil conseguir apoios financeiros para o sector”, que não existiram antes de 1998, porque “há falta de sensibilidade para as PME e para o sector da restauração e bebidas”. Portugal tem “dois desafios de modernização”. Um que é “ criar empresas novas, modernas e inovadoras” e outro que é o de “apoi-ar e ajudar a modernizar as empresas que já existem”. E “essas duas coisas não são incompatíveis”, como “ouço de alguns”. Os dois desafios “são perfeitamente compatíveis”.

TERESA [email protected]

Marcas e patentes é tema de fórum da APCI A Associação Portuguesa dos Consultores em Propriedade Indus-trial (ACPI) organizará, na póxima terça-feira, dia 8, o seu primeiro fórum. O evento terá lugar no Hotel Corinthia, em Lisboa. Este fórum terá como tema “As Marcas, as Patentes e o Sucesso das Empresas”.Pretende-se que seja um espaço de debate, de troca de ideias, juntando-se empresas, entidades públicas e consultores em Pro-priedade Industrial.O objectivo principal do encontro é chamar a atenção da classe empresarial para a existência e importância do sistema de proprie-dade industrial (vulgarmente conhecido como marcas e patentes) e para o papel fulcral que nele desempenham os consultores em propriedade industrial.

Numa altura em que se fala tanto da importância das PME, o que pensa Mar-

celo Rebelo de Sousa sobre o as-sunto? O professor universitário esteve esta semana, na FEP (Fa-culdade de Economia do Porto) – estamos a falar de uma confe-rência organizada pela associação de estudantes desta escola sob o mote “Portugal 2008” -, e aos jor-nalistas e à VE, em particular, fala das PME como uma prioridade. Estas, diz, deveriam “ser uma das prioridades do Governo”.

Marcelo Rebelo de Sousa chega, mesmo, a dizer que “preferia que o ministro da Economia falasse um pouco menos com os grandes gru-pos e falasse mais com as PME”. E na mesma linha de pensamento, acrescenta: “O actual ministério da Economia tem estado muito sensível ao investimento estran-geiro, aos grandes grupos”. E os Governos anteriores não fizeram o mesmo?

A esta pergunta da VE, Marcelo Rebelo de Sousa diz que é verdade – “tem razão, não é só este Gover-no, é tradicional nos Governos” -, mas volta a dizer que, agora, está a comentar a política deste Execu-tivo e que estes “ligam pouco ao facto de a grande maioria das em-presas portuguesas ser constituída por PME”. Isto, acrescenta, “exige não apenas programas pontuais, mas perceber que o fundamental da estrutura empresarial portu-guesa corresponde a este tipo de empresas”. E Marcelo Rebelo de Sousa dá o exemplo concreto de antecessores de Manuel Pinho que fizeram este trabalho, como é o caso de Mira Amaral. Este, afirma ainda, “corria, de facto, as empre-sas uma a uma, pequenas e mé-dias”. Penso que “seria importante

que isso fosse feito nesta fase”. Sobre as exportações, o seu au-

mento, um outro assunto abor-dado pela VE, Marcelo Rebelo de Sousa diz que esta evolução é positiva. O professor universitário alerta, contudo, para o facto de estas estarem a “sofrer as conse-quências de a Europa estar, neste momento, a comprar um pouco menos”.

“País descobriu demasiado tarde a importância que a justiça tem para a economia”

Nesta conferência sobre o esta-do do país, em 2008 - um even-to que contou com uma plateia atenta e animada -, Marcelo falou aos universitários que o ouviam da reforma dos sistemas sociais como uma necessidade. Assim sendo, surge a nossa pergunta: está a ser feito o necessário para potenciar o crescimento do país?

Marcelo Rebelo de Sousa elege a justiça e diz que “arrancámos de-masiado tarde”. Ou seja, o país só

descobriu a importância da justiça para uma boa economia dema-siado tarde” e isto a propósito de casos criminais, casos pontuais. Isto quando, acrescenta, o proble-ma para a economia não está nos casos criminais, mas nos casos de trabalho, no direito comercial, nas falências”.

E a prova disto mesmo, diz, está no facto de só agora estar a ser dis-cutido o mapa judiciário. A “refor-ma da justiça está a demorar muito tempo e a economia está a ser mui-to penalizada por isso”, destacou ainda Marcelo Rebelo de Sousa.

Por pressão dos jornalistas, o professor universitário falou ainda do Norte e da sua perda de influên-cia. Aqui, o também comentador político considera que tal se deve à “falta de meios”. Como destaca, “criaram-se as áreas metropolita-nas, mas os recursos não estão lá ou dão-se a conta-gotas”. Ficou-se a meio do caminho e sempre com o Estado a querer intervir”, referiu por último.

SANDRA RIBEIRO [email protected]

fundos euroPeusMarcelo Rebelo de Sousa considera

Mais uma voz a somar-se a muitas outras que se têm ouvi-do: a “descida do IVA é, sobre-tudo um sinal psicológico e elei-toral”. Marcelo Rebelo de Sousa diz ainda que esta alteração não vai ter “consequências efectivas na vida, no bolso da maior parte dos portugueses”. “Eu não es-tou convencido que fique pelos 1%”, destaca.

Esta mesma opinião tem Mar-celo Rebelo de Sousa em relação àquilo que foi avançado por Luís

Filipe Menezes – este defende um IVA igual ao de Espanha, de 16% - quando diz que se trata de uma afirmação também ela eleitoralista. As suas palavras aos jornalistas são reveladoras: “Pen-so que é, no quadro eleitoral, que estas propostas têm de ser tomadas”. Marcelo Rebelo de Sousa alerta, contudo, para os riscos de tais posições e que pas-sam, por exemplo, por baixar os impostos para além daquilo que a economia suporta.

“DEsCIDA Do IVA é sobRETuDo uM sINAl

PsICológICo E ElEIToRAl”

sexta-feira, 04 Abril de 2008actualidade4

“Ministro da Economia devia falar mais com as PME”

Compete, também, às associações empresariais “ajudar os empresários

a identificar quais são as candidaturas possíveis e ajudá-los a construí-las”,

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A ANJE – Associa-ção Nacional de Jovens Empresários acolhe, hoje, pe-las 17h30, na sua Sede Nacional, no Porto, a sessão de apresentação do livro “Estado, So-ciedade Civil e Ad-ministração Públi-ca: Para um Novo Paradigma do Ser-viço Público”. Co-ordenada pelo pro-fessor catedrático da Universidade de Aveiro, José Manuel Moreira, esta obra conta também com a co-laboração de Carlos Jalali (Universidade de Aveiro) e André Azevedo Alves (Lon-don School of Economics). A apresentação do livro fi-cará a cargo do presidente da Câmara Municipal do Porto, Rui Rio, bem como do responsável máximo dos jovens empresários, Armindo Monteiro.

Editada pelas Edições Al-medina, esta obra abarca as comunicações da con-ferência “Estado, Socie-dade Civil e Administração Pública em Portugal”, que ocorreu em Abril de 2006 na Universidade de Aveiro com o propósito de encon-trar “um novo paradigma do serviço público, do pa-pel do Estado e das políti-cas públicas”.

Tiago Caiado Guerreiro e Miguel Frasquilho concordam

Governo não tem intenção de aumentar a competitividade fiscalA descida de impostos é sempre encarada como uma medida positiva. No entanto, a recente baixa do IVA num ponto percentual está a suscitar fortes críticas, quanto às motivações da medida e ao momento escolhido. Os fiscalistas Tiago Caiado Guerreiro e Miguel Frasquilho dizem que o Governo não pretende aumentar a competitividade fiscal e que estamos perante uma medida de “cosmética política”.

Tiago Caiado Guerreiro admite que a descida de 1% no IVA é positi-va, mas chama a atenção para o facto de se tratar de um imposto neutral quanto ao investimento estrangeiro. Vai mais longe ao afirmar que, em termos de crescimento económico, o seu impacto é nulo. E adianta so-bre a questão fiscal no nosso país: “É preciso notar que há uma descida permanente no IRC a nível europeu há já alguns anos, algo que não está a suceder a nível nacional. Nos pró-ximos anos, terá que se verificar uma quebra brutal para estamos a par dos restantes países da UE. O grande problema é que então poderá ser tar-de demais.”

Aquele fiscalista acha que se está a desenvolver uma tipo de política fiscal que corre o risco de conduzir à “destruição do país”. O mais grave

é que existem condições para avan-çar com o tão falado choque fiscal, o qual previa uma baixa generaliza-da dos impostos. “No que se refere à variável do estímulo empresarial, seria fundamental enveredar por essa via. Com um problema acrescido e que está a levantar muita polémica e um mau ambiente entre os agentes económicos e os contribuintes indi-viduais. A administração fiscal está a perseguir os contribuintes de uma forma cega, muitas vezes contra os seus direitos e garantias.”

Há realidades que os políticos pa-recem não ter qualquer interesse em mudar, de acordo com Tiago Caiado Guerreiro. “O país continua sujeito a um burocracia excessiva, há abusos inaceitáveis por parte da administra-ção fiscal, as pessoas sentem que se está cada vez mais num sistema pro-secutório, todos se sentem persegui-dos. No fim de tudo isto, está-se num país em que a Justiça não funciona. Temos uma sociedade em que alguns senhores tratam os seus semelhantes como se de escravos se tratassem.”

Miguel Frasquilho, nas suas de-clarações à “Vida Económica”, la-mentou sobretudo o facto de não se vislumbrar qualquer intenção de garantir maior competitivida-de ao sistema fiscal. Falando em nome pessoal e não enquanto de-putado parlamentar, naturalmente que também acha a descida uma medida positiva, mas “claramen-te insuficiente”. Na sua opinião,

já no ano passado havia condições para se ter dado tal passo. Na sua óptica, “mais não terá sido do que uma medida de reduzido impacto, com a intenção de adoçar a boca dos eleitores”.

Aliás, considera que se deve esperar numa descida, muito provavelmente antes das eleições. Não compreende que se faça tanta publicidade a esta medida, quando a taxa foi aumen-tada em dois pontos e já com este Governo houve um forte aumento do peso da tributação. Se a descida tivesse sido há um ano, mesmo as-sim o défice orçamental seria agora de 2,8%, isto é, há muito que exis-tiam condições para baixar o IVA. Frasquilho adianta que “mais não é do que oportunismo político”.

Guilherme Osswald

sexta-feira, 04 Abril de 2008 5ActuAlidAde

Tiago Caiado Guerreiro.

Governo publicA estrAtéGiA nAcionAl pArA A seGurAnçA

e sAúde no trAbAlho

O Governo fez publicar on-tem em “Diário da Repú-blica” uma resolução do Conselho de Ministros a Estratégia Nacional para a Segurança e Saúde no Trabalho para o período entre 2008 e 2012, na sequência da aprovação, em 2007, pelas instâncias da União Europeia (UE), de uma nova Estratégia de Segurança e Saúde no Trabalho, para o período 2007 -2012.O documento foi publicado após discussão em sede de

Conselho Nacional de Hi-giene e Segurança no Tra-balho (CNHST) e servirá como “um instrumento de política global de promoção da segurança e saúde no trabalho, de médio prazo”. O objectivo é “dar resposta à necessidade de promo-ver a aproximação aos pa-drões europeus em matéria de acidentes de trabalho e doenças profissionais” e “alcançar o objectivo glo-bal de redução constante e consolidada dos índices de sinistralidade laboral”.

Miguel Frasquilho.

rui rio ApresentA livro de José MAnuel MoreirA

Aumento dos prazos de pagamento assegura liquidez à grande distribuição

Fornecedores vão pagar “factura” da concentraçãoO reflexo imediato dos movi-

mentos de concentração na dis-tribuição deverá ser o aumento dos prazos de pagamento aos fornecedores. De acordo com fontes do sector, o grupo Jeróni-mo Martins está a contactar os seus fornecedores com o objec-tivo de negociar um alargamen-to no prazo de pagamento entre 30 e 60 dias, passando a pagar os fornecimentos entre 90 a 120 dias.

A alteração dos prazos de pa-gamento pode ser a consequên-cia da compra da cadeia Plus por parte do grupo JM, apesar de a operação não ter sido ain-da aprovada pela Autoridade da Concorrência.

O aumento do prazo do paga-mento tem um impacto conside-rável sobre a liquidez das empre-sas do grupo JM. O grupo tem um volume de negócios anual de 2600 milhões de euros. Um pra-zo de pagamento de mais 30 dias proporciona um encaixe imedia-to de 214 milhões de euros. Se o prazo normal de pagamento au-

mentar 45 dias, o encaixe obtido pelo grupo JM ultrapassa os 300 milhões de euros. Este financia-mento por parte dos fornecedo-res não tem custo para as empre-sas de distribuição, nem tem que ser restituído a menos que no fu-turo o prazo de pagamento seja reduzido.

O acréscimo de liquidez con-seguido por esta via pelas em-presas de distribuição tem como contrapartida e perda de liquidez dos fornecedores. Algumas das empresas fornecedoras de peque-na e média dimensão já sentem dificuldades para fazer face aos compromissos correntes e fre-quentemente recorrem aos ban-cos para antecipar o pagamento, com os custos financeiros que daí resultam.

Tendo em conta a elevada con-centração que existe no mercado português da distribuição ali-mentar, o cenário não é anima-dor para os fornecedores.

Além da pressão sobre os pra-zos de pagamento, os fornecedo-res são confrontados com a su-

bida das margens da distribuição na generalidade dos produtos ali-mentares. Em relação aos maiores fornecedores as margens podem situar-se nos 30% a 35%. Mas alguns fornecedores chegam a ter que dar condições que assegurem uma margem garantida de 52% à empresa de distribuição.

espanha e França impõem regras à distribuição

Em Portugal, os efeitos da

concentração são agravados pela estagnação do consumo. Mas os reflexos da concentração tam-bém são preocupantes na ge-neralidade dos países europeus. Em França o Governo decidiu impor novas regras para que haja uma maior transparência nos contratos que envolvem a grande distribuição. Os prazos de pagamento vão ser reduzidos para um máximo de 60 dias, ha-vendo um agravamento das san-ções no caso de os prazos não

serem respeitados. O objectivo é favorecer a concorrência na grande distribuição. O Gover-no francês está empenhado em contribuir para a redução das margens efectivas que actual-mente se praticam o que permi-tirá a descida dos preços.

Em Espanha, o Governo de-cidiu criar um novo Observató-rio de preços alimentares para evitar as margens consideradas abusivas que se praticam na dis-tribuição.

Grupo JeróniMo MArtins teM vendAs

AnuAis de 2609 Milhões

Feira Nova S.A. 800.882.000 J

João Gomes Camacho, S.A. 28.802.000 J

Lidosol II Distr. de prod. Al. S.A.

9.449.000 J

Pingo Doce, S.A. 1.136.895.000 J

Recheio S.A. 633.318.000 J

Total* 2.609.346.000 J

* Vendas em 2007

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Eric Rajendra, vice-presidente da Capgemini, avisa

Bancos devem ser cautelososna concessão de crédito

Vida Económica – Está con-fiante na situação económica europeia?

Eric Rajendra – Acima de tudo, acho que a situação económica da Europa é bastante sólida. A situação nos EUA é mais questionada, actu-almente, por causa dos mercados hipotecários. Alguns dizem que os EUA não vivem ainda uma reces-são, outros dizem que sim, outros entraram em pânico e falam já em depressão. Ninguém questiona que há um problema nos EUA. Mas só nos EUA. Nem sequer o Canadá vive uma situação de maior risco. Mas quando olhamos para a Eu-ropa, sobretudo para a União Eu-ropeia, percebemos que está numa situação muito mais segura.

VE – Mas não há dúvida que a crise do “sub-prime” já teve al-gumas implicações na Europa. Como é que a União Europeia pode prevenir-se contra este tipo de situações?

ER – Considero que os grandes bancos e as associações de bancos de cada país têm de trabalhar em conjunto com os bancos centrais e estes têm de trabalhar em conjun-to com o BCE.

Simplesmente, injectar dinhei-ro no sistema bancário, muitas vezes, cria uma reacção diferente nos mercados e nos consumidores do que aquela que é pretendida. A intenção será aumentar a liquidez do sistema financeiro e bancário, mas, se os fundamentos não forem claros, as pessoas ficam a achar que estamos perante uma grande crise.

A solução será, muitas vezes, simplesmente dizer: “Nós vamos fortalecer certos aspectos das insti-tuições, vamos fortalecer as estru-turas financeiras, vamos fortalecer a capacidade de gerir os riscos das empresas”. Declarações como es-tas, vindas dos bancos centrais e no BCE, são muito melhores para amenizar a crise do que simples-mente injectar dinheiro no merca-do. Isso, muitas vezes, só cria mais pânico nos consumidores e nos investidores.

VE – Será que as exportações europeias vão sobreviver a esta depreciação do dólar face ao euro?

ER – Acho que sim. Fiquei agradavelmente surpreendido com a economia alemã, que, apesar da

Eric Rajendraestá no “top 25”dos consultores

mundiais

Eric Rajendra é actualmente um dos vice-presidentes da Capge-mini – Financial Services Group. Antes, passou por companhias como a Electronic Data Services e pela McKinsey & Company. Em mais de um quarto de século de carreira foi consultor financeiro em várias empresas, na Améri-ca do Norte, Europa, América Latina e Ásia. Viu o seu trabalho reconhecido publicamente em várias ocasiões, chegando, por exemplo, a ser nomeado pela “Consulting Magazine” como um dos 25 consultores mais influen-tes a nível mundial.

VE – A inflação cresceu 3,3% na Zona Euro em Feve-reiro. Que cautelas devem ser tomadas?ER – As pessoas geralmente culpam o preço do pe-tróleo. Mas se tomarmos como exemplo o mercado norte-americano, antes de a Reserva Federal baixar as taxas de juro, fê-las subir, porque estava preocu-pada com a inflação. O BCE está preocupado com a inflação e, por isso, não baixou as taxas de juro de forma sistemática. Isso acabou por criar um proble-ma monetário, não propriamente uma crise, mas um problema de desvalorização do dólar.A manutenção da taxa de inflação é bastante crítica. Uma descida artificial das taxas de juro, no sentido de levar a uma maior paridade entre o dólar e o euro, pode fazer subir a inflação. Penso que os bancos centrais acabarão por se arrepender de uma decisão baseada apenas na situação monetária.O que é importante é controlar movimentos que con-duzam a excesso de liquidez no mercado, no sentido de prevenir reacções exageradas nas Bolsas. Isso terá uma implicação a médio prazo no controlo da infla-ção. Acho que a preocupação do BCE com a inflação é positiva, mas a pressão para trabalhar com outros bancos centrais, especialmente com o dos EUA, é grande. Acho que não será fácil a solução para esta questão, porque, quando se mexe num sítio, é im-previsível o impacto noutro sítio.

VE – Quando acha que o BCE pode baixar as taxas de juro na Zona Euro?ER – Volto a um ponto de que já falámos - o foco na inflação tem sido o ponto fulcral para o BCE. Acho que muitas vezes, a Reserva Federal (contrariamente ao que eu acho correcto) deixou de pensar na inflação, por causa das preocupações com o mercado hipotecá-rio, para prevenir uma recessão ou, pior, uma depres-são. Em tempo de eleições nos EUA, a preocupação foi mais económica e baixaram-se as taxas de juro. Quanto à situação europeia, a questão é saber quan-to tempo durará a pressão de outros bancos centrais

antes de o BCE decidir descer as taxas de juro. Pode levar meses, com a pressão a aumentar ainda mais. Essa pressão não vem apenas da Reserva Federal norte-americana e do facto de lá as taxas de juro es-tarem mais baixas, vem também do facto de o dólar estar tão baixo e isso começar a afectar economias sólidas, como a alemã, que tem muito capital inves-tido na exportação. Uma mudança a esse nível pode levar o BCE a descer as taxas de juro.

VE – E não prevê um prazo para que isso aconteça?ER – Não, não prevejo.

Taxas de juro não devem baixar Tão cedo

taxa de câmbio europeia, conti-nuou com as exportações em alta. E porquê? Porque tinha algo que o mercado necessitava.

VE – É um homem muito op-timista...

ER – Muito optimista, diria que sim. Sou ainda mais optimista porque acho que há a hipótese de a União Europeia mostrar lideran-ça a nível global. No passado, era tudo dominado pelos EUA.

VE – Muitos portugueses es-tão a optar pela emigração para fugir à crise no país. Qual é o mercado mais interessante para se trabalhar?

ER – A minha mensagem se-ria: não pense apenas no seu país. Pense a nível continental. Pense na Europa, que está cheia de oportu-nidades, em Paris, Londres... mas, se quiser olhar a nível mais global, a Ásia tornou-se mais importante. Se quiser pensar no presente, con-sidere pelo menos a nível europeu. Mas se for um executivo e quiser prever o futuro, pense não só na América do Norte e na Europa, mas também na Ásia.

VE – Acha que os bancos de-viam ser mais exigentes na con-cessão de créditos?

ER – Quando a vida está boa, os bancos tendem a esquecer (e eu tenho visto isso nos meus 26 anos de carreira. Comecei a minha car-reira no crédito e, por isso, é-me um assunto muito caro) de como é quando a vida está má. Este é um grande problema nos EUA. Quan-do o mercado de emprego estava bom e o mercado imobiliário cres-cia, houve um excesso de créditos, porque acharam que sempre have-ria empregos e a economia sempre seria forte. A lição que eu tiraria é que os bancos deviam ser mais cuidadosos.

VE – Como encara o mercado aberto a nível bancário? O fac-to de um português poder fazer um empréstimo, por exemplo, num banco alemão...

ER – A promessa de um verda-deiro sistema bancário europeu, em que bancos e consumidores se encarem a nível europeu, ainda está longe. Não vejo, actualmente, os consumidores a pensarem a um nível verdadeiramente europeu, in-tegrados numa única moeda. Acho que um português não vai pedir um

empréstimo a um banco alemão, a não ser que vá comprar uma casa na Alemanha. Não creio que vá pedir um empréstimo para, por exemplo, comprar uma casa ou um carro em Portugal. Do ponto de vista do consumidor, creio que ainda há um longo caminho a percorrer.

VE – Como reconquistar a confiança dos consumidores e como incentivar as pessoas a poupar?

ER – Consumidores e investido-res têm de ser muito realistas. Não

há um mundo perfeito, com ris-cos baixos e retornos altos. Onde eu acho que a confusão começa é quando os bancos convencem as pessoas que podem ter altos retor-nos com um índice de risco muito baixo. Esses bancos vão acabar por pagar o preço. Vimos isso no mer-cado norte-americano.

O conselho que dou aos consu-midores é: em tempo de crise, se-jam mais realistas e cautelosos.

VE – Alguma vez será possí-vel termos um único sistema de

impostos a nível da União Eu-ropeia?

ER – Acho que algum dia, pro-vavelmente, isso terá de acontecer. A questão é saber se o nivelamento será feito pelo país com impostos mais altos ou pelo país que tem im-postos mais baixos. Claro que todos os países preferem ter uma boa base de impostos. Estou curioso para ver se algum país diz: “não me impor-to de descer o meu IVA ou o meu IRS”. Talvez tenhamos de esperar por uma época mais forte a nível económico para que isso aconteça.

sexta-feira, 04 Abril de 2008acTualidade6

“A situação económica da Europa é bastante sólida”, afirma Eric Rajendra.

O vice-presidente da Capgemini – Financial Services Group esteve em Portugal, para reunir com representantes de várias instituições bancárias. À chegada, falou à “Vida Económica”, numa entrevista exclusiva. Eric Rajendra mostrou um grande optimismo quantoà situação económica na União Europeia, embora ache muito cedo para o Banco Central Europeu fazer baixar as taxas de juro. Rajendra revelou que considera exageradas algumas reacções à crise que se atravessa actualmente, mas aconselha cautelaa bancos e consumidores, no que toca à concessão de créditos.

MAnUElA [email protected]

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O ministro das Finanças com João Loureiro, José Pereira Alves, Manuel Heleno Sismeiro e João Luís de Sousa.

sexta-feira, 04 Abril de 2008 7actualidade

Ministro das Finanças apresenta “Política Orçamental na Área do Euro”

Portugal está no rumo certo da convergênciaPortugal tem conseguido re-

equilibrar as finanças públicas numa conjuntura externa pou-co favorável – referiu o ministro das Finanças na apresentação do livro “Política Orçamental na Área do Euro”. Esta obra, da autoria de João Loureiro, foi editada pela “Vida Económica” e contou com o apoio da Pri-cewaterhouse Coopers.

A sessão de lançamento decor-reu na Fundação de Serralves, tendo contado com a presença de duas centenas de convidados, entre os quais um elevado nú-mero de economistas formados

na Faculdade de Economia do Porto.

As expectativas de baixo cres-cimento, a forte subida do pre-ço do petróleo e a actual crise financeira não impediram que Portugal atingisse os objectivos, superando as expectativas.

A obra mais recente da “Vida Económica” foi lançada na mes-ma semana em que o ministro das Finanças anunciou a desci-da da taxa de IVA, de 21% para 20%. Esta primeira redução da pressão fiscal tornou-se possível com os bons resultados obtidos a nível orçamental.

Na sessão de lançamento não faltou a sessão de autógrafos com o autor do livro.

João Loureiro e Teixeira dos Santos: o ex-aluno e o professor reencontraram-se na Fundação de Serralves.

Para João Loureiro, autor do livro, a política orçamental dos governos anteriores evidenciou um certo excesso de optimismo nas previsões. Pelo contrário, com o Governo actual os valo-res previstos têm sido excedidos pela positiva.

O livro dá especial atenção ao Pacto de Estabilidade e Cresci-mento (PEC). Para o autor, Por-tugal contribuiu para a falta de credibilidade do PEC. O minis-tro das Finanças não é da mesma

opinião. “Basta ver que fomos sancionados por não cumprir com as metas preestabelecidas” - referiu.

O autor deste livro é profes-sor da Faculdade de Economia do Porto, tendo sido aluno de Teixeira dos Santos. Recorde-se que o ministro das Finanças foi professor da FEP antes de ter iniciado funções governativas no Executivo de António Gu-terres.

O ministro das Finanças dis-

se que gostava de ter feito este trabalho de investigação sobre política orçamental se tivesse continuado na Faculdade de Economia do Porto.

E referiu que o livro de João Loureiro esteve na mesa de tra-balho onde foi tomada a decisão de reduzir a taxa de IVA.

A sessão de lançamento desta edição contou com a presen-ça de José Costa, presidente do Conselho Directivo da Faculda-de de Economia do Porto.A intervenção de Teixeira dos Santos foi a mais aguardada pelos participantes.

A apresentação do livro reuniu convidados da Pricewaterhouse Coo-pers, da “Vida Económica” e da Faculdade de Economia do Porto.

João Loureiro destacou a inflexão positiva nas previsões orçamen-tais.

Teixeira dos Santos voltou ao Porto e ao ambiente da FEP para explicar a política orçamental.

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O volume global de fusões e aquisições desceu para o nível mais baixo em qua-tro anos, no primeiro trimestre. A crise do crédito e a turbu-lência nos mercados financeiros continu-am a travar as fusões e aquisições. O valor anunciado, nos três primeiros meses, foi de 652 mil milhões de dólares, menos 40% do que em pe-ríodo homólogo do ano passado.

Os números agora divulgados pela De-alogig são reveladores de como se tornou mais complicado para os investidores fi-nanciarem eventuais negócios, ao mesmo tempo que se tornou bastante mais difícil definir valores. E coloca-se um outro pro-blema não menos grave. Caso a activida-de não sofra um impulso considerável nos próximos tempos, a banca de investimento terá que eliminar postos de trabalhos, para garantir o controlo dos custos e compensar a descida das receitas.

A banca assume que o contexto de ne-gócios está complicado, ainda que se ve-rifique bastante actividade nos mercados emergentes, ao mesmo tempo que o mer-cado das matérias-primas se mantém par-ticularmente activo. No âmbito das fusões e aquisições, de notar que os volumes bai-

xaram substancialmente, face à partida de “private equity” do terreno. Se na Europa e na Ásia/Pacífico se verifica a intenção de serem realizados alguns negócios estratégi-cos, a realidade é que a situação nos Esta-dos Unidos é pouca animadora.

Durante o período em análise, é ainda de relevar o peso crescente dos fundos so-beranos (fundos estatais). Em apenas três meses fizeram investimentos estratégicos de mais de 25 mil milhões de dólares, mais de metade do investimento realizado ao longo de todo o ano passado. Entretanto, o Goldman Sachs apareceu como o prin-cipal interveniente na actividade, tendo ultrapassado o Morgan Stanley. Mas coube ao JPMorgan Chase o maior número de negócios, em valor, envolvendo empresas europeias.

Fusões e aquisições com o valor mais baixo em quatro anos

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sexta-feira, 04 Abril de 2008internacional8

Ranking no 1º Trim.Entidade

Valor do negócio Nº de negócios2008 2007 (mil milhões dólares)

1 2 Goldman Sachs 111,7 62

2 1 Morgan Stanley 94,3 51

3 6 Lehman Brothers 93,3 30

4 9 Merrill Lynch 71,8 56

5 7 UBS 66 63

6 3 JP Morgan 63,9 49

7 5 Citigroup 61,7 59

8 4 Credit Suisse 51,9 53

9 37 Blackstone 50,6 6

10 - Moelis & Co 44,8 3

GoldmAn SAchS PASSoU A liderAr rAnkinG dA intermediAção

Fonte: Dealogic

Os Estados Unidos ultrapassaram, pela primeira vez, a Europa no ranking dos des-tinos rentáveis para fazer negócios. É uma das consequências directas da desvaloriza-ção do dólar face ao euro. Essa a conclu-são principal de um estudo da consultora KPMG.

A Holanda, a Itália, a Alemanha e o Rei-no Unido foram os países que apresenta-ram os maiores aumentos nos custos, face aos Estados Unidos. Os custos empresariais são substancialmente superiores, sobretudo devido à desvalorização do dólar. Por sua vez, o Canadá e a Austrália, que em anos anteriores beneficiaram de um dólar mui-to mais alto, ocupam agora os segundo e

quarto lugares e os seus custos empresariais são praticamente os mesmos dos Estados Unidos.

O México aparece pela primeira vez no estudo e é o país mais barato para fazer ne-gócios. Os seus custos são cerca de 25% inferiores aos norte-americanos.

O Japão continua a ser um dos países mais dispendiosos para fazer negócios, mas ganhou terreno face a outras economias, tendo em conta taxas de inflação muito baixas. A Alemanha continua a ser dos paí-ses com a estrutura de custos mais elevada. Além disso, juntamente com o Japão e a Itália, defronta-se com o grave problema do envelhecimento da população.

eUA ultrapassam europa como destino mais rentável para fazer negócios

É uma situação que acabará por ter um forte impacto na taxa de emprego nacio-nal. As associações empresariais espanho-las prevêem que a eliminação de 750 mil postos de trabalho no sector da constru-ção, até ao final do próximo ano. Já não se fala de abrandamento nesta indústria, mas de crise.

A destruição de emprego vai acontecer sobretudo no segmento da habitação resi-dencial. O volume de habitações iniciadas vai crescer mais do que o previsto. Ora, por cada casa que não for construída ha-verá, em média, dois desempregados. No ano passado, foram iniciadas mais do do-bro das habitações previstas, na ordem de 630 mil imóveis.

O sector considera que a solução para este problema passa por aumentar o gasto em infra-estruturas, isto é, em obras pú-blicas.

No entanto, as associações patronais assumem que terá que haver uma apertar do cinto. Aliás, várias entidades interna-

cionais avisaram que a Espanha seria um dos países europeus mais afectados pela crise financeira. Nem por isso houve uma

travagem na concessão de crédito à habi-tação, pelo que as consequências se come-çam agora a fazer sentir.

construção espanhola prevê eliminação de 750 mil postos de trabalho

A Reserva Federal considera negativa a decisão de ajudar os bancos que estão em problemas, devido à crise financeira. Isto numa altura em que são os próprios res-ponsáveis desta entidade que avisam que os Estados Unidos estão cada vez mais perto de uma recessão.

Existe a convicção que é um erro dar este tipo de apoio, já que poderá ser uma via para os bancos assumirem riscos futuros, como as empresas em geral, ao percebe-

rem que há uma rede de segurança que os socorrerá em caso de falta de liquidez. Além disso, estão a ser criadas distorçõres graves em termos de mercado. Por sua vez, a Reserva Federal acha que se está quase em recessão, pelo que será também sua responsabilidade minimizar os efeitos da desaceleração. Quanto muito, a Fed pode-rá apoiar de alguma forma os credores dos bancos em situação financeira complicada, mas não muito mais do que isso.

Fed critica ajuda a bancos com falta de liquidez

O construtor automóvel Seat, detido pelo grupo VW, entrou em terreno posi-tivo, depois de três anos consecutivos de perdas. Obteve um resultado líquido de quase 170 milhões de euros, pelo que foi

possível encerrar o exercício no positivo, um ano antes do previsto.

Entretanto, os responsáveis da fábrica de Martorell acreditam que há boas hipó-teses de ficarem com a produção do novo todo-o-terreno Tribu. Para já, foi dada a garantia que a empresa continuará cen-trada em melhorar a sua competitividade. Todavia, a inflação está a causar proble-mas no país vizinho.

Os custos laborais têm aumentado, apesar da redução da força de trabalho. A China é o mercado agora mais apetecido pela Seat, já que parece haver apetência pelos seus veículos. Também se pretende uma maior penetração no mercado da América Latina.

Seat sai do “vermelho”

GGG

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4 de Abril de 2008 | Suplemento Nº129Espaço dedicado às Pequenas e Médias Empresas de Portugal

*Através deste barómetro pretende-se auscultar e conhecer a opinião e hábitos dos utilizadores on-line do Portal das PME, relativamente a temas da actualidade económica.

BARÓMETRO PME*Todas as semanas, exprima a sua opinião no Portal das PME

Resultados da Semana de 27 de Março a 02 de Abril de 2008:Está em curso uma campanha de informação sobre o Tratado de Lisboa (www.tratadolisboa.eu) que será ratifi cado por via parlamentar a 23 de Abril. Conhece o Tratado de Lisboa?Sim – 79%Não – 21%Nunca ouvi falar – 0%

Tema em auscultação até 09 de Abril de 2008:O anúncio do Governo da redução do IVA para 20%, a partir de 1 de Julho, trará benefícios para as empresas?

Participe. Dê o seu contributo em:

www.pmeportugal.pt

Toastmasters querem lançar clube em Braga

O Instituto IDEIA Atlântico apresen-tou, em conferência de imprensa, o seu sítio na Internet. www.ideia-atlantico.pt pretende posicionar-se como “a montra do IDEIA Atlântico”, onde os cibernautas “poderão encontrar um conjunto de informações e indicações sobre o Instituto, enquanto instituição, sobre os serviços que disponibiliza às empresas, bem como acerca dos espaços que integram a rede IDEIA Atlântico”, sublinhou o seu adminis-trador, Hermenegildo Mota Campos.O portal prevê ainda uma área re-servada a parceiros, empresas e Bu-siness Angels, onde estes poderão consultar e trocar informações, e uma outra secção com conteúdos e novida-des destinados aos Empreendedores.É de sublinhar que o IDEIA Atlântico visa promover a criação e desenvol-vimento de empresas, com particular destaque para as de cariz tecnológico.

Portal IDEIA Atlântico já está on-line

Numa iniciativa inédita na região, o Instituto IDEIA Atlântico organizou a primei-ra sessão do Braga Toastmas-

ters. Em Portugal desde 2006, depois de Lisboa e Porto, a cidade de Braga bem poderá ser a próxima localidade portuguesa a acolher um Clube To-astmasters, cujo principal objectivo é ajudar as pessoas a tornarem-se mais confiantes e persuasivas, de forma a enfrentarem o público, bem como melhorarem os seus relaciona-mentos interpessoais. Porventura, poderá nunca ter ouvido falar em Toastmasters, mas esta poderá ser a

solução que procurava para aprender a formular e expressar as suas ideias efi cazmente, perante uma audiência. Isto porque, divididas em três blocos (Bloco dos Discursos, Table Topics e Bloco de Avaliações), cada reunião Toastmasters apresenta-se, segundo os seus promotores, como “a forma mais eficiente, agradável e menos dispendiosa de desenvolver capaci-dades de comunicação, organização e liderança”. Actualmente com mais de 200 mil membros em 90 países, o Toastmasters Internacional é uma organização sem fi ns lucrativos que tem espalhado pelo mundo mais de 10

mil clubes, cujos membros aprendem a falar, ouvir e pensar – “capacidades vitais para promover a aprendizagem contínua, o potencial de liderança e a compreensão mútua, contribuin-do para o enriquecimento pessoal e humano”. O Braga Toastmasters Club, logo que for criado, passará a reunir-se no edifício do IDEIA Atlân-tico, cuja inauguração está prevista para o próximo mês de Maio, pelo que os interessados em obter mais informações sobre o clube ou mesmo inscrever-se, podem fazê-lo através do e-mail [email protected] ou do telefone 253 609 985.

IDEIA Atlântico é anfitrião de iniciativa que promete desenvolver capacidades de liderança

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José António Barros deverá ser o novo presidente da AEP

Ludgero Marques está de saída da direcção da AEP, da presi-dência após 23 anos de acti-

vidade. E quem vai ocupar a cadei-ra do poder? Segundo aquilo que já veio a público e foi confirmado, há pouco tempo, aos jornalistas, José António Barros. Um nome que não surge por acaso, mas sim por sugestão e, depois do pedido realizado pelo Conselho Geral, de Ludgero Marques e de uma comis-são nomeada para o efeito. Mas, como é óbvio, uma associação não vive só do seu presidente e, por isso, mesmo, já foram adiantados outros nomes. Assim sendo, na vice-presidência deverá ficar Pau-lo Nunes de Almeida, à frente do Conselho Geral, Adalberto Neiva de Oliveira. Já na presidência da Assembleia Geral, o lugar deverá pertencer a Ludgero Marques, o qual mantém assim a sua ligação à sua “casa” de sempre e, por úl-timo, temos o Conselho Fiscal e o nome de Artur Santos Silva. A não surgir outra lista, algo que ainda não aconteceu até ao momento de realização desta conferência de im-prensa, estes nomes deverão fazer parte dos novos órgãos sociais da AEP para o triénio de 2008/2011, já no próximo mês de Maio.

Em jeito de balanço, Ludgero Marques fala dos anos que de-dicou à AEP – “considero que trabalhei com muita dedicação para esta associação” – e das vá-rias etapas percorridas, como, por exemplo, as lutas pós-25 de Abril, a Exponor, ou as missões empre-sariais. Ficou algo por fazer? Aqui, Ludgero Marques lamenta a não concretização da confederação empresarial de Portugal. “Estar num país como o nosso sem uma confederação representativa dos empresários portugueses é mau, é péssimo”, destaca. Algo que atribui à CIP, ao seu presidente. “Temos o associativismo que nós próprios queremos ter”, remata.

AEP quer aumentar a dimensão das PME

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“É necessário que o país aumente substancialmente o seu nível de educação”, destaca Ludgero Marques, presidente da AEP.

Q uais são os desafios da AEP (Associação Empre-sarial de Portugal) agora que Ludgero Marques está de saída e vai passar o testemunho a ou-

tros? Numa conferência de imprensa marcada de propó-sito para falar sobre as questões da sucessão – um evento recente realizado na sede da AEP, no Porto –, Ludgero Marques destaca o papel das PME e aos jornalistas revela que é necessário que estas ganhem uma outra dimensão. “Queremos dar um maior apoio às pequenas e médias empresas, por forma a que estas ganhem dimensão, se-jam maiores”, destaca. Mas o que é que a AEP defende em concreto para as PME, que medidas propõe?

A esta pergunta da VE, Ludgero Marques responde com aquilo que é normal neste tipo de situações: um maior investimento junto deste tipo de empresas. Esta poderá ser a rampa de lançamento necessária à sua inter-nacionalização, à sua modernização pela via tecnológica. E porque o ensino está intimamente ligado à economia, às empresas, Ludgero Marques aproveita esta oportunidade para falar do nível de educação da nossa população que, no seu entender, é muito baixo, sobretudo quando com-parado com o de outros países europeus, nomeadamente os de Leste. “É necessário que o país aumente substan-cialmente o seu nível de educação por forma a que 70%, 80% da população seja possuidora do 12º ano de escola-ridade e não, apenas, 26%, como acontece actualmente”. E acrescenta em tom de preocupação: “Esta percentagem é extraordinariamente baixa, é muito mais baixa do que em qualquer país de Leste”. E Ludgero Marques não fica

por aqui nos comentários que faz ao nosso ensino e diz ainda que, “no momento, vivemos uma situação muito negativa por considerarmos que a nossa mão-de-obra é barata, porque as pessoas são pouco preparadas ou incul-tas, não podendo, por isso, ser melhores”.

“Descer 1% do IVA é a mesma coisa que nada”

As palavras de Ludgero Marques sobre a descida do IVA são reveladoras: “Descer 1% é a mesma coisa que nada”. O que leva o presidente da AEP a falar desta ma-neira? Ludgero Marques explica que as “empresas já vi-vem tão mal que não é esta descida de 1% que vai cobrir os prejuízos”. Entendo perfeitamente, diz ainda o diri-gente da AEP, o “esforço do Governo e o facto de termos conseguido baixar o défice para os 2,6%, mas a descida do IVA em 1% faz-me lembrar o anúncio do Governo quando este dava conta que o PIB tinha crescido uma décima”. E podemos dizer que Ludgero Marques não fica por aqui ao propor não, como diz, um choque tecnológi-co, mas antes um choque ao nível do IVA. Ludgero Mar-ques defende, por isso, descidas de 3% e 4%. Algo que “já se fazia sentir”, destaca ainda. O mesmo defende em relação ao IRC ao dizer que o “Governo tem de arranjar outras formas de protecção social que não passem pela protecção orçamental, que não se façam em exclusivo à custa da produção, das exportações”.

SANDRA RIBEIRO [email protected]

sexta-feira, 04 Abril de 2008PME10

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Artur Santos Silva e António Mexia analisam estado do país

Excesso de regulamentaçãoinibe desenvolvimento

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“A incapacidade de mudança e reforma insti-tucional, o baixo nível de coesão social e de confiança nas instituições” são os principais

obstáculos ao crescimento forte e sustentado da econo-mia nacional - afirmou Artur Santos Silva, durante um recente colóquio-debate sobre “Portugal: Sim ou Não?” realizado, às quintas-feiras e até ao final do mês de Maio, pela Fundação de Serralves.

Segundo opinião do presidente do Conselho de Ad-ministração do BPI, acompanhado no debate por Antó-nio Mexia, presidente da EDP, também convidado para abordar o tema “O que pode fazer um pequeno país vul-nerável e dependente como o nosso?”, “o défice de con-fiança existente conduz a um estado de excesso de regula-mentação” que, por sua vez, “limita os cidadãos e inibe o desenvolvimento”.

O pequeno investimento em investigação, desenvol-vimento e inovação, quer ao nível estatal quer ao nível privado, a fraca atitude empreendedora, a baixa cultura de exigência, mesmo ao nível do Estado, são também factores apontados pelo presidente do BPI para o actual panorama económico nacional.

Contudo, apesar da “divergência eco-nómica com a União Europeia”, que ocorreu sobretudo nos últimos anos, e do simultâneo “elevado crescimen-to da taxa de endividamento fami-liar”, Artur Santos Silva demonstrou o seu optimismo geral justificado pelo “inegável sucesso das políticas actuais”, nomeadamente a redução da despesa pública e progressivamente assegurada sustentabilidade da segurança social.

Em conclusão, Artur Santos Silva delineou ainda aquelas que, na sua

RiSA AlARgA PReSençA inteRnAcionAl

A Risa marcou presença na Feira Alimentaria, recen-temente realizada em Barce-lona.

Neste certame internacio-nal, considerado o evento mais importante da indústria agro-alimentar em 2008, a Risa participou com o seu parceiro local em Espanha a Intarex, com espaço próprio, tendo divulgado as suas solu-ções específicas para o sector agro-alimentar, com especial enfoque na área das carnes, dos produtos hortofrutícolas e da indústria dos transfor-mados em geral.

A lista de referências de casos de sucesso, utilizadores da solução Risa, já representa uma importante quota de mer-cado, assumindo desta forma uma posição de destaque no sector agroalimentar.

Reflexo da experiência alcançada nas implementa-ções nacionais, a estratégia da Risa passa por aumentar a sua presença nos merca-dos internacionais, nome-adamente no Reino Unido, Alemanha, Espanha, Angola e Brasil, países onde já conta com instalações da solução Risa.

gci ASSeSSoRiA AnReeeO Grupo GCI reforça área

“corporate” ao acrescentar a ANREEE – Associação Nacional para o Registo de Equipamen-tos Eléctricos e Electrónicos – ao seu portefólio de clientes. À

ANREEE a GCI começou deste modo a prestar os seus serviços em todas as vertentes nas áreas de comunicação “corporate”, “public affairs” e organização de eventos.

sexta-feira, 04 Abril de 2008 11PME

Artur Santos Silva e António Mexia reconhecem o sucesso das reformas estruturais em curso.

opinião, deveriam ser as prioridades da economia nacio-nal: “garantir a estabilidade das políticas de incentivo ao crescimento, assegurar a competitividade na captação de investimento estrangeiro, apoiar a requalificação dos re-cursos humanos e apostar na reestruturação das institui-ções nacionais”.

Partilhando a maioria das opiniões do seu parceiro de debate, António Mexia mencionou também como obstá-culos o tradicional “comportamento de defesa do interesse individual” e a “dificuldade de introdução de princípios de poupança e racionalização”.

Defensor do princípio de utilizador/pagador, Mexia lamentou ainda a opção pelo caminho “mais fácil”, pe-nalizando, sobretudo através dos impostos, “o trabalho, a poupança e o lucro” e sugeriu a incidência fiscal sobre a utilização dos recursos escassos.

Sobre o tema abordado, ambos os oradores concorda-ram que a “pequenez não é obstáculo”, se tomarmos como exemplo aquilo que os países nórdicos foram capazes de fazer.

A Risa participou na Feira Alimentaria de Barcelona, juntamente com a Intarex, seu parceiro local.

Fernanda Silva Teixeiraredacçã[email protected]

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O calçado português foi o único a crescer na Europa. De facto, a produção do sector, a nível nacional, cresceu 4,5%, para quase 75 milhões de pares. Em contrapartida, os con-correntes mais directos apresentaram recuos. A indústria do calça-do nacional tem sabi-do adaptar-se às novas condições do mercado.

A produção do calça-do da União Europeia registou uma quebra de 2,5%, no ano passado, para um total de 573,3 milhões de pares. De sa-lientar que a maior des-cida teve lugar em Espa-nha. Este importante produtor foi responsável por 109 milhões de pares, menos 7,5% do que no ano anterior. A Itália continua a posi-cionar-se como o maior produtor europeu, mas também sofreu uma ligeira quebra de 0,4%, para 243 milhões de pares. Já a França teve uma quebra de 5%, para 36,7 mi-lhões de pares.

Apesar destas quebras entre os maiores produtores, há que refe-rir que as exportações europeias de calçado cresceram, no ano transacto. Nos 10 primeiros me-ses, o crescimento foi de 7,7%. A

Europa exportou essencialmente calçado em couro. No entanto, o maior aumento foi no segmento do calçado sintético. Em termos gerais, o preço médio do calçado exportado aumentou 4%, para 28,25 euros. Este resultado é tan-to mais expressivo quanto um dos principais mercados europeus, os Estados Unidos, revelou um claro recuo (quase 13%), para 28 mi-lhões de pares. Também o Japão passa por uma momento de bai-xa quanto à aquisição de calçado proveniente do Velho Continente. Neste cenário, importa referir que

as importações não dão descanso às empresas europeias. A tendên-cia continua a ser de crescimento. Desta feita, o crescimento, no ano passado, situou-se perto dos 15%, para 2,2 mil milhões de pa-res. Com a agravante que o preço médio do par mantém a curva descendente, tendo-se ficado por apenas cinco euros o par. Como já vai sendo habitual, a China e o Vietname estão à cabeça dos pa-íses exportadores de calçado para a Europa. A Índia ganha também peso nessas vendas para a União Europeia.

Calçado nacional com melhor desempenho europeu

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sexta-feira, 04 Abril de 2008PME12

Vicaima ganha empreendimento no centro do Porto

A Vicaima foi a marca escolhi-da para equipar os apartamentos do empreendimento “La Rioja”, localizado no centro do Porto. Serão cerca de 700 portas em mais de 60 apartamentos. Foi seleccionada uma linha de reves-timento em madeira natural de carvalho.

Para a empresa, trata-se de um passo muito importante para re-forçar a sua posição no mercado nacional das portas. Para mais, este é um empreendimento que se destina a um tipo de cliente bastante exigente. O projecto integra pisos de três e quatro habitações, sendo que a promo-ção do empreendimento é da responsabilidade do grupo es-panhol Aransa. Aliás, o mercado espanhol já fazia parte da estraté-gia deste grupo ligado à transfor-mação de madeiras.

A Vicaima posiciona-se como um dos maiores intervenientes europeus na produção de portas interiores. Nos últimos seis anos, o negócio das portas cresceu cerca de 62%, sendo que qua-se 80% da produção se destina aos mercados externos. O grupo conta, actualmente, com mais de 1200 colaboradores e dedica-se, maioritariamente, à transforma-ção e distribuição de madeiras e derivados.

Governo agiliza Informação Empresarial Simplificada

No âmbito da Informação Em-presarial Simplificada (IES), o Governo procedeu a alterações em dois aspectos específicos, relativa-mente ao exercício económico do ano passado. A intenção é tornar ainda mais simplificada a entrega de informação de natureza fiscal, contabilística e estatística sobre as contas de empresas. Em primeiro lugar, clarifica-se que a entrega das contas consolidadas deve ser feita mediante a digitalização de todos os documentos e a sua submissão através de um ficheiro único. É dispensado o preenchimento e o envio de um modelo declarativo específico para as contas consoli-dadas. Passa também a prever-se que as entidades que tenham op-tado por elaborar as suas contas individuais em conformidade com as normas internacionais de contabilidade possam enviar essas contas mediante a digitalização e submissão conjunta com a decla-ração IES. As empresas entregam a informação legalmente relevante de acordo com o POC e median-te o envio das contas individuais elaboradas em conformidade com as NIC, feito através da submissão do ficheiro que contenha a res-pectiva digitalização, as empresas que tenham exercido essa opção passam a submeter também essas contas.

FluxograMa ganha EsPaço no sEctor Público

A Fluxograma – Equipamentos e Or-ganização de Empresas desenvolveu dois projectos de obra no sector públi-co. A partir de parcerias estabelecidas com arquitectos, marcas de design de escritórios e iluminação nasceram os projectos do cineteatro Vigínia de Tor-res Novas e da Biblioteca de Fafe.A propósito destes dois projectos, re-fere Marta Correia, administradora da Fluxograma: “A empresa consolida a versatilidade e a capacidade de con-cretização ao nível da organização de espaços públicos, traduzidos num con-ceito de design inovador e de vanguar-da. A qualidade, a inovação e a origi-nalidade fazem parte dos principais

padrões, pelo que a personalização dos projectos se naturalizou e faz parte do portefólio de possibilidades de imple-mentação.”Quanto à Fluxograma, é uma empresa de referência no segmento do mobiliá-rio de escritório. Entretanto, há cerca de um ano, foi criada a Fluxodesign, para trabalhar um segmento mais exi-gente no mercado dos escritórios e dos serviços e para alargar a actividade do grupo a áreas como a restauração, a hotelaria e a habitação. A Fluxogra-ma representa algumas das marcas internacionais mais importantes, em regime de exclusividade, no mercado nacional.

tEMahoME Procura dEsignErs inovadorEs

A TemaHome, empresa exportadora de mobiliário de madeira, continua a de-senvolver esforços no sentido de pro-mover a vertente inovadora e diferenciar-se no mercado internacional. A empresa está a organizar um concur-so nacional de design para estudantes e recém-licen-ciados na área do design de equipamento industrial. Conta com o apoio oficial do Centro Português de Design (CPD).Trata-se de descobrir no-vos talentos e desenvolver conceitos de mobiliário e complementos, capazes de criar ambientes, tendo em conta os no-vos estilos de vida. O designer vencedor tem a possibilidade de fazer um estágio profissional na TemaHome. “A iniciati-va representa uma reflexão conceptual

sobre a crescente multifuncionalidade e modularidade dos espaços de habita-ção e o desenvolvimento de projectos ou

sistemas inovadores no âmbito da casa do futuro – passando por mobiliário, complementos ou outros equipamentos – capazes de criarem ambientes inte-grados de qualidade e limitados apenas pela imaginação”, de acordo com os seus promotores.

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“Portucação”A. mAgAlhães pintoEconomista

[email protected]://poliscopio.blogspot.com

Está na moda. E os deuses me li-vrem de, enquanto emissor de opi-nião com direito a publicação por

gentileza do director deste nosso jornal, não seguir a moda. Moda é para seguir. Mesmo por pessoas que, como eu, não entendem patavina do assunto. Como a Joana Amaral Dias, por exemplo. Sin-to-me em boa companhia, portanto. E, nisto de modas, ou a gente tem compa-nhia para exibir os trastes ou não tem coragem para os usar. Daí a minha co-ragem. Desde já, porém, previno o meu Leitor de que encontrará, aqui e além, uns toques de originalidade. Tenho que justificar o direito à publicação dizendo coisas que ainda não foram ditas. Ou foram ditas muito escondidas, o que dá no mesmo. Quase como quem traz ves-tido Dior e usa lingerie da Fábrica do Cavalinho. Como convém, para que não passe despercebido, introduzir um toque dessa originalidade logo no título. Toda a gente está a chamar-lhe “Eduquês”. Sistema educativo português. Eu prefe-ri contrair Educação e Portugal. Indo buscar o “Portu” ao segundo e caçando, passe o quase pleonasmo, o “cação” da “Edu”. Bom. Não interessa, Caro Lei-tor. Já viu o que quer dizer PORTUCA-ÇÃO. A partir de agora, eu só poderia fazer cho-ver no molhado. E, para temporal, já basta o que existe na dita.

Não entendo nada do assunto. Melhor, sou vesgo nele. Praticamen-te, só fui aluno. Profes-sor, apenas em algumas horas vagas. Muito me-nos fui pedagogo, filóso-fo, advogado, sociólogo, antropólogo, reitor, presidente de conse-lho directivo, contínuo de escola ou mu-lher de limpeza. Isto é, não tenho nada que me recomende para emitir opinião sobre a “portucação”. Ademais, eu não sinto nada; mas, a acreditar nos moder-nos pedagogos, devo trazer comigo um qualquer recalcamento derivado das palmatoadas que abichei. Devo ter sido um inadaptado. O sucesso profissional que contabilizei deve ter sido devido às

cunhas do papá. A minha inserção so-cial deve ser um perigo para os de mais. De cultura, só devo saber o plantar das batatas. Fui seguramente transforma-do numa máquina de calcular, sabendo quantos são dois vez dois automatica-mente, em lugar de saber manusear uma dessas dignas auxiliares do raciocínio humano que são as calculadoras. Frus-trado. É isso. Sou um grande frustrado. Só ainda não me apercebi disso. Por isso, desculpe o meu Caro Leitor eu meter a colherada em queque que não é o meu. Mas entenda-me, por favor. É moda.

Para não fazer má figura, comecei por pensar que, para comentar o assunto, eu devia perceber para que serve a escola. Para dar de mamar às criancinhas, não é. Elas chegam lá já fartas de mamar. Para tomar conta das criancinhas – no sentido de ter um olho em cima delas enquanto brincam, não será. A escola seria uma ama. Ainda se entende isso nos infan-tários. Na escola, não. E a escola não é um infantário. Para os ensinar a brincar, também não. A generalidade dos alunos já sabe isso quando chega à escola. Mais, muitos deles dão autênticas lições na matéria quando já estão na escola. Ainda pensei que a escola poderia servir para

lhes ensinar as aptidões fundamentais do sexo. Mas só se for aí até aos doze anos. Depois des-sa idade, elas já sabem tudo também. A escola também não é um gru-po de bem-fazer, tanto do agrado dos jovens. O dinheiro que os con-tribuintes lá metem não tem a ver com o que vai para a segurança social.

Discoteca, não é. Bom. Começava a ficar sem hipóteses. Mudei a agulha. Apontei mais alto. E se a escola fosse, antes que tudo, um local de aprendizagem da vida em sociedade? Algumas reminiscências da História – aquela coisa inútil e maça-dora que um professor que ainda recordo me tinha enfiado na cabeça com mais ou menos força – diziam-me que os Gregos, dos primeiros a usar a escola proficua-mente, tinham concebido a escola como

um local de formação cívica dos futuros homens. Mais voltada para a guerra, nos Espartanos, mais dedicada às coisas do espírito, ao convívio social e às artes, no meio dos Atenienses. Bom. Aqui já me parecia apropriado. Para dizer a verdade, o meu espírito provavel-mente mesquinho encon-trava uma boa razão para gastarmos o que gastamos com a escola. Fazer cida-dãos conscientes dos seus deveres para com a socie-dade na qual se integram. Tinha encontrado um ob-jectivo, o primeiro, digno para a escola.

Mas o meu Leitor sabe como é. Nisto de objecti-vos dignos, é como as cerejas. A gente pega num e logo vêm muitos mais agar-rados. Não se pode ser cidadão inteiro, correcto, sem se dispor de uma escala de valores. Escala é régua. Neste caso, régua para medir a distância que vai entre o bem e o mal. Honestidade, solidarieda-de, amizade, delicadeza, respeito pelos outros, comportamento correcto, EDU-CAÇÃO afinal, são os centímetros dessa régua. Ora aí estava outro bom objectivo para a escola. Se os jovens não tiverem quem os oriente na busca dos valores que enformam uma sociedade digna de si, como hão-de encontrá-los? De mais a mais, porque jovem é folião. Meia crian-ça a caminho de ser homem – ou mu-lher, dá no mesmo – ainda traz consigo o desejo de folgar. E não é por acaso que FOLGAR é o reverso de TRABALHAR. De algum modo, é preciso mostrar aos jovens que dois terços da sua vida vão ser passados a trabalhar e a dormir. E que se não tiverem hábitos de trabalho não vão ser capazes de produzir a sua vida com dignidade. Com dignidade para si e com dignidade para os outros, para nós. Logo, a escola também tem que ser um local onde se aprende a trabalhar. De duas maneiras. Aprender a trabalhar abstractamente, a fazer o que é necessá-rio, e aprender a trabalhar naquilo que cada um escolhe para sua profissão. A escola tem que ser isso. Se não for isso, a escola não é nada, só tem o recreio.

E porque a actividade dos jovens será, amanhã, no meio dos outros, o jovem tem que aprender a reconhecer, a cada momento, em que parcela do espaço e do tempo se encontra. Também tem que ser a escola a ensiná-lo a ver isso.

Inculcar uma escala de valores que induza um comportamento cívico correcto, mostrar a neces-sidade do trabalho para que quem quer que seja produza a sua existência e seja digno dela, num dado momento do tempo e do espaço, eis a supre-ma função da escola, a meu ver. E para atingir os seus objectivos, a escola

tem que usar todos os meios. Porque, se a escola falhar, não haverá mais lugar nem tempo para ensinar isso, com todos os custos adicionais para quem já pagou a escola para cumprir essa função. Isto é, a escola tem que cumprir a sua função nem que seja contra a vontade de quem tem que aprender isso. Nem que seja necessário coagir. A liberdade é, antes de tudo, o modo e o meio para respei-tar os outros. Sem medo, deve a escola cumprir a sua função. Dizem que coagir demasiado um desses jovens – por exem-plo, expulsando-o da escola – é colocá-lo em perigo. Que me perdoem os pedago-gos, que eu não sou. Não me parece que qualquer jovem esteja mais em perigo do que se consciencializar que pode adoptar o comportamento que quiser, sem ser sancionado por mais adverso que esse comportamento seja para a sociedade. Salvaguardando as proporções, nada fo-menta mais o crime do que a consciên-cia de que ele não tem castigo.

Cheguei a este ponto baralhado. Eu não sou especialista de nada relaciona-do com a Educação. E tudo a quanto assisto à minha volta parece contrariar o meu pensamento. Estou, provavelmen-te, muito enganado. O melhor mesmo é calar-me e deixar este assunto para todos os cérebros que andam por aí a fazer as coisas muito melhor do que eu posso sequer imaginar. Viola no saco, portanto.

Sr. Empresário, a linguagem que utiliza influencia os resultados que obtém…

Existem diferenças subtis na sua ati-tude, enquanto empresário, que podem originar uma diferença

significativa no futuro da organização empresarial que está a construir, e que podem estar relacionadas, simplesmente, com a linguagem que utiliza.

A forma como fala de si e dos outros tem influência nos resultados que obtém.

Por isso, em consciência, tome uma de-cisão consciente de deixar de dizer aquilo que não quer e comece a dizer aquilo que quer!

Acreditar no melhor e esperar pelo me-lhor fá-lo-á mover-se em direcção ao me-lhor.

Vou-lhe dar alguns exemplos: em vez de dizer “E se não fizerem a encomenda?”, substitua por “E se eles lhe fizerem a en-comenda?”; em vez de dizer “E se algum

funcionário me disser que não?”, substitua por “E se disser que sim?”; em vez de dizer “E se a minha equipa me começar a aban-donar?”, substitua por “E se quiser ficar comigo?”; ou, “E se isso não funcionar?”, substitua por “E se funcionar?”; e por aí em diante.

Irá descobrir que, se começar a pensar e a di-zer aquilo que realmente quer, a sua mente auto-maticamente transforma-se e guia-o para uma nova direcção. E, por vezes, é tão simples quanto isso, apenas uma troca no vo-cabulário pode ilustrar a Si e à sua equipa a sua atitude e a sua filosofia.

Vou dar-lhe um exemplo mais delicado

de como a linguagem pode influenciar a sua prestação…

Suponha que o seu funcionário lhe so-licita um aumento salarial de 10%. Em

vez de lhe dizer que não, porque esse tipo de lin-guagem não funciona, pergunte-lhe como é que ele irá fazer para que a em-presa ganhe uma receita que suporte, em excesso, essa subida salarial.

É essa a magia das pala-vras.

Há sempre dinheiro su-ficiente. Há dinheiro para todas as pessoas e para

todos os projectos, desde que aprenda a utilizar as “palavras mágicas” para o con-seguir.

Em suma, retirando o exagero pro-positado das palavras anteriores, quero transmitir-lhe o seguinte: o que quer que seja que deseje, há sempre uma pos-sibilidade de o conseguir. Tem é que sa-ber colocar as coisas da forma certa. Por exemplo: “Como é que eu posso ganhar mais 100J?” Preciso de um terreno para plantar; depois de ter o terreno, pergun-te como arranja as sementes; depois, pergunte como as vai plantar e como as vais cuidar; e assim sucessivamente.

Desta forma, verá que tudo lhe acon-tece de uma maneira positiva.

Se conhecer estes princípios simples de linguagem, verá que tudo lhe irá cor-rer melhor.

Comece já e faça com que o ano de 2008 seja o MELHOR de sempre para Si.

AZUil BARRosEspecialista no Crescimento de NegóciosPartner & Director Geral da Quantum Portugalwww.QuantumCrescimentoNegocios.com

sexta-feira, 04 Abril de 2008 13OPINIÃO

Nada fomenta mais o crime do que a consciência de que ele não tem castigo

Devo trazer comigo um qualquer recalcamento derivado das palmatoadas que abichei

A forma como fala de si e dos outros tem influência nos resultados que obtém

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A descida do IVA RicaRdo [email protected]://econominho.blogspot.com

Por paradoxal que possa parecer, a de-cisão de descida da taxa do IVA que o Primeiro-Ministro tornou pública

na pretérita semana teve tanto de surpre-endente quanto de inevitável.

Surpreendente, porque contrariou to-talmente o discurso (ainda recentemente utilizado) e a estratégia política de conso-lidação das contas públicas assumida por este Governo.

Inevitável, porque, face às características da nossa economia, à conjuntura actual e ao comportamento dos nossos parceiros, em particular da vizinha Espanha, era im-possível manter um tão significativo di-ferencial de taxas como o que estava em vigor.

É especialmente sob esses dois prismas de análise que se pode avaliar a recente ini-ciativa do Governo do Partido Socialista, mas não só.

Comecemos então pelo discurso e pela estratégia. Está hoje claro aos olhos de to-dos os Portugueses que os resultados alcan-çados por este Governo ao nível do contro-lo do défice orçamental, que potenciaram, como também recentemente foi divulgado, a obtenção de uma marca histórica nos va-lores de 2007, foi alicerçada num aumento sustentado das receitas fiscais e no esma-gamento do investimento público, mais do que num efectivo controlo da despesa corrente.

Este aumento das receitas fiscais resultou de uma mais eficaz política de combate à evasão e à fraude fiscal, na linha do traba-lho desenvolvido pelo anterior director-geral das Contribuições e Impostos, Dr. Paulo Macedo, mas sobretudo de uma efectiva subida da carga fiscal incidente so-bre particulares e empresas (com o aumen-to do IVA, IRS e outros impostos sobre o consumo).

Doze dias antes da data do anúncio des-ta decisão, o mesmo Primeiro-Ministro afirmava convictamente que era “leviano e irresponsável falar em baixar impostos”, em resposta às propostas então formuladas pelo líder da Oposição.

É certo, lembrarão alguns, que José Só-crates acrescentou a tal expressão a ideia de que era necessário “conhecer em pormenor os dados da economia portuguesa do ano passado” e que, sublinhou, teríamos que estar “seguros de que tudo aquilo que ga-nhámos nestes últimos anos não será posto em causa”.

Mas alguém acredita que o Primeiro-Ministro e o Ministro das Finanças não tinham qualquer noção dos dados que de-pois vieram a ser divulgados? E que no dia 26 de Março é que ficaram com seguran-ça sobre a solidez da descida do défice? É que, mesmo que existissem dúvidas sobre o acerto final e que uma décima de PIB até represente verbas muito significativas, o

que é que esse eventual diferencial garante em termos de sustentabilidade da consoli-dação orçamental?

Trata-se, obviamente, de mera estratégia eleitoral. E é extremamente provável que a taxa volte a descer pelo menos mais um ponto percentual em 2009, retomando os valores de 2005, porque o Primeiro-Mi-nistro tem consciência que tem mais valor eleitoral dizer que desceu duas vezes a taxa do que promover já uma descida de maior amplitude.

Mas esta descida era igualmente inevitá-vel por razões que se prendem com a com-petitividade do nosso tecido empresarial, quer interna quer externamente.

O IVA representa um pesado acrésci-mo sobre o valor dos produtos e serviços transaccionados, sendo particularmente crítico que o parceiro comercial com o qual temos um maior volume de trocas tenha uma taxa significativamente mais baixa.

Neste âmbito, as novas descidas só não serão irreversíveis se ocorrer qualquer ajus-tamento em alta da taxa do IVA do lado de lá da fronteira.

Sempre que se verifica este tipo de mo-vimentos das taxas de um imposto sobre o consumo, coloca-se sempre a questão de saber quem serão os reais beneficiários da medida, se os consumidores, se os produ-tores/distribuidores.

E, por mais que o Governo ameace com o reforço da fiscalização, que os retalhistas reiterem o seu compromisso de descida de preços e avancem até com aquelas cam-panhas-tipo do “nós antecipámos a desci-da do IVA: não espere por Julho para ter todos os preços 1% mais baratos” (0,83% dos preços actuais, para ser mais rigoroso), não fiquem muitas dúvidas que esta me-dida reverte quase integralmente em favor das empresas, o que não é necessariamente mau.

A título de exemplo, para lá de proble-mas ligados aos arredondamentos dos no-vos valores, tendo por base os preços actu-ais, a mudança de preços é manifestamente impraticável pelo custo que a própria ope-ração acarretaria na generalidade das su-perfícies comerciais.

A juntar a tudo isto, na mediática análise da variação do custo dos cabazes-base de uma qualquer família-tipo, valerá a pena lembrar que há bens e serviços cuja taxa de incidência do IVA é inferior aos actuais 21% da taxa normal.

Em suma, esta é uma daquelas medidas que, sendo intrinsecamente positiva, tam-bém aparenta mais do que é, e pode ser jogada como trunfo eleitoral, sem que da mesma revertam especiais benefícios para o bem-estar concreto dos cidadãos.

E essa é uma questão que, cada vez mais, urge colocar na agenda governativa.

sexta-feira, 04 abril de 2008opinião14

Congresso Empresarial do Alto Minho teve segunda edição em Viana do Castelo

Região do Alto Minho no trilho da inovação

Gerir, inovar e globalizar. É este o caminho apon-tado para colocar a região do Minho na vanguarda da inovação e do empreendedorismo. A segunda edição do Congresso Empresarial do Alto Minho realizou-se em Viana do Castelo e contou com a presença de vá-rios empresários e agentes privilegiados no desenvol-vimento da região, e do secretário de estado adjunto da indústria, António José Castro Guerra.

“Portugal está a mudar”. A conclusão é do secre-tário de estado adjunto da indústria que, no encer-ramento do congresso empresarial “O Futuro Hoje? Gerir, Inovar e Globalizar”, referiu que as regiões começam a assumir uma posição privilegiada em termos de inovação e empreendedorismo.

A par da iniciativa “Minho-Lima: a construção de uma região de exce-lência”, o Conselho Empresarial dos Vales do Lima e Minho (CEVAL), promoveu o debate à volta da região do Alto Minho. A discussão desen-rolou-se em volta de três painéis: gerir, inovar e globalizar.

Os presidentes das Comunidades dos Vales do Mi-nho e Lima, Rui Solheiro e Francisco Araújo, desta-caram a função inovadora das iniciativas promovidas

pela CEVAL neste projec-to, em espe-cial as acções de “bench-m a r k i n g ” r e a l i z a d a s a países de economias emergentes, e n q u a n -to Castro Guerra cen-trou a sua intervenção

no QREN e nos projectos para as pequenas e médias empresas. O secretário de Estado acabou, no entanto, por admitir que, apesar de estas iniciativas serem uma boa alavanca para o crescimento português, são in-suficientes quando comparadas com o investimento privado que existe em Portugal.

No painel da inovação, o destaque foi para a importância dos pólos de conhecimento e para a necessidade de apostar na formação e ter re-cursos humanos cada vez mais qualificados.

O congresso reforçou a necessi-dade de a região do Alto Minho apostar numa imagem de marca que possa ser levada até ao exterior e contribuir para a internacionali-zação da economia. A presença de vários empresários do Alto Minho nesta iniciativa permitiu um deba-te alargado, com vista à constru-ção de projectos que potenciem o crescimento da região. Na confe-rência estiveram também alguns membros da comitiva do CEVAL

presente em países como Brasil, China ou EUA, que reflectiram sobre as potencialidades de inter-nacionalização das empresas da região do Minho para estes mercados.

“Jantar de Vocações” aJuda alunos da Fep a decidir o Futuro

A Associação de Estudantes da Faculdade de Economia do Porto (AEFEP) e a Associação dos Antigos Alunos da Faculdade de Economia do Porto (AAAFEP) organizam um “Jantar de Vocações” no próximo dia 10 de Abril.

O jantar é uma oportunidade para os alunos da FEP con-tactarem com economistas de relevo na sua área. O evento será composto por 10 mesas com temas como mercados financeiros, política autárquica, gestão internacional, ban-cária, da cultura e desportiva, marketing, indústria de cons-trução, reabilitação urbana e auditoria.

Em cada mesa estará uma individualidade representati-va na área. Nélson Machado, membro do conselho de ad-ministração executivo do Millennium BCP, Fernado Freire, vice-presidente de La Sede Barcelona, Rui Rio, presidente da Câmara Municipal do Porto, Rui Pedras, administrador da CMVM, e Odete Patrício, directora-geral da Fundação de Serralves, são alguns dos nomes que marcarão presença no jantar.

A partilha de experiências entre os alunos e os convida-dos pretende ajudar os estudantes a decidir o seu futuro profissional.

aaaFep cria prémio para JoVens economistas

Incentivar e reconhecer os graduados pela Faculdade de Economia do Porto (FEP). Foi com este objectivo que a As-sociação dos Antigos Alunos da Faculdade de Economia do Porto (AAAFEP) criou o prémio AAAFEP – Professor Manuel Baganha – Economista Revelação.

O prémio analisa o percurso profissional de ex-alunos da FEP, que tenham até 35 anos. A participação no concurso é gratuita e o prémio é de 2500 euros, oferecidos pelo Instituto de Investigação e Serviços da FEP (ISFEP), e pa-trocinado pela Caixa Geral de Depósitos (CGD).

Os antigos alunos podem concorrer ao prémio até dia 31 de Maio, e serão avaliados pelo presidente da AAAFEP, o director da FEP e os ex-alunos Miguel Cadilhe, Daniel Bes-sa e Oliveira Marques.

Os resultados são conhecidos numa cerimónia a realizar no dia 3 de Outubro.

taFep assinala 15 anos no coliseu do porto

A Tuna Académica da Faculdade de Economia da Univer-sidade do Porto (TAFEP) vai actuar no Coliseu do Porto no dia 5 de Abril. O concerto assinala os 15 anos de existência da TAFEP e vai contar com a presença de todos os grupos de economia – grupo coral, tuna feminina, eCOROmia e grupo de fados e guitarradas.

Regiões começam a assumir uma posição privilegiada em termos de inovação e empreendedorismo

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O Edifício da Alfândega, no Porto, vai receber, entre os dias 12 e 15

de Junho, a segunda edição do “Oporto Show”. Depois de se ter saldado por um sucesso em 2007 – com mais de 20 mil visitantes e um número de participantes que ultrapassou a centena –, o espectáculo continua este ano e promete voltar a trazer à Invicta o melhor do design nacional e in-ternacional.

Inspirado nas mais conceitua-das feiras mundiais deste ramo, o “Oporto Show” é um manifesto internacional nas áreas do design e da arquitectura de interiores, realizando-se novamente com o intuito de ser o maior evento do género na Península Ibérica.

Ao longo de quatro dias, a Alfândega estará dividida em es-paços cénicos concebidos pelos decoradores e arquitectos escolhi-dos pelas marcas presentes, entre as quais estarão as mais conceitu-adas do mundo. Todas elas darão a conhecer ao público as novas tendências em mobiliário, ilumi-nação, tecidos e banho.

Entre os objectivos definidos pela organização para 2008 está o

posicionar Portugal no mapa das maiores mostras de design e inte-riores, a nível mundial.

Palestras e festas temáticas

A par dos diversos stands em exposição, o “Oporto Show’08!” incluirá uma programação pa-ralela. Entre as várias iniciativas, está previsto um ciclo de pales-tras onde os temas em exposição estarão em debate. Para tal, será fundamental a presença e colabo-ração dos profissionais das áreas em questão, bem como dos re-

presentantes das diversas marcas e de docentes de faculdades da cidade.

Durante os quatro dias do evento haverá também festas te-máticas, que contarão com os representantes das várias marcas e de patrocinadores e terão como grande objectivo a sua promo-ção, bem como do evento no seu todo. À semelhança do que acon-teceu na primeira edição, este ano vai ainda decorrer o “2º Prémio Adico de Design Industrial”, que pretende fomentar e promover o design português.

De 12 a 15 de Junho, no Edifício da Alfândega

“Oporto Show” está de voltaDestaques Da semana

O XI Campeonato Galego de Cozinheiros, que funciona como eliminatória para a selecção do “chef” que repre-sentará Espanha no Bocuse d’Or em Lyon, em Fevereiro

de 2009, reuniu 10 concorrentes no Centro Superior de Hosteleria de Ga-licia, em Santiago de Compostela, no passado mês de Março. O certame, or-ganizado pelo Grupo HG&T, e dirigido por Guillermo Campos, contou com o apoio da Xunta de Turismo de Galicia e da FHER, que foi representada pelo seu presidente José Maria Rubio. Inês Abril, que foi ajudada por Ri-cardo Juste, terá agora de vencer os representantes de outras Autonomias em Madrid, durante a competição que decorre no XXII Salon Internacio-nl Club Gourmets, entre 15 e 17 de Abril. A “chef”, que ainda não tem 24 anos, trabalha no Maruja Limon, de Vigo, e teve que passar por um atu-

rado processo de eliminatórias para entrar no certame de Santiago, onde estiveram os sucessores dos “chefs” que gerem alguns dos melhores restaurantes de Espanha.Em Santiago, aplicou-se o mesmo regulamento do Bocuse d’Or, com o júri de degustação de 12 elementos a pontuar cada um dos pratos apresentados, e outros quatro júris técnicos a acompanhar os trabalhos dentro da cozinha.A vitória de Inês Abril em Santiago de Compostela coinci-diu com o triunfo de outra “chef “galega, Beatriz Sotelo, na Alimentária, em Barcelona.

Inês Abril triunfa em SantiagoXunta de Turismo de Galicia e FHER apoiam iniciativa transfronteiriça

&ÓcioNegócios

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Aos 31 anos, Pedro Ribeiro é o director-geral do OutleTui, o primeiro espaço do género na Galiza, com inauguração prevista para a primeira quinzena de Junho de 2008. Com formação na área do Direito e da Gestão, Pedro Ribeiro torna-se assim no primeiro português a assumir o cargo de director de um centro comercial na Europa, fora do nosso país. Para chegar aqui, foi fundamental a experiência na área comercial, onde trabalha há já mais de 15 anos.O OutleTui resulta de um investimento de 30 milhões de euros e terá cerca de 80 lojas, distribuídas por três pisos. Aqui serão comercializadas marcas de topo, destinadas a um público de classe média/alta. É ainda importante referir que o OutleTui terá uma área de abrangência que se divide entre os espanhóis – cerca de 60% – e os portu-gueses – cerca de 40%.

Português dirige primeiro “outlet” na Galiza Pedro Ribeiro dirige centro comercial com 80 lojas

Oport Show coloca Portugal no mapa das maiores mostras de design e interiores

O 22º Salon Internacionl Club Gourmets decorre entre 15 e 17 de Abril

sexta-feira, 04 Abril de 2008 15

A revista “Wine Spectator” atribuiu uma pontuação de 88 valores ao vinho “Casillero del Diablo Carmenere 2006”, um vinho produzido no Chile e distribuído em Portugal pela UVA Distribuição. Além dos 88 pontos, o “Casillero del Diablo Carmene-re 2006” foi considerado “Best Value»”, o que vem uma vez mais confirmar, se é que ainda era preciso, a

qualidade dos vinhos produzidos por esta marca.A crítica que acompanha a pontuação atribuída pela “Wine Spectator” realça a sua estrutura, bem como os aromas a cacau, a frutos vermelhos e a tabaco, que flúem para um grande final, tornando-o num vinho com uma excelente relação qualida-de/preço.A UVA é a distribuidora de algumas das melho-res marcas de produtos associados ao mundo da gastronomia e dos vinhos. O “Casillero del Diablo Carmenere 2006” pode ser adquirido na garrafei-ra Vinho & Coisas, em Matosinhos.O PVP deste vinho é de 7,95 euros.

Vinho chileno distinguido“Casillero del Diablo Carmenere 2006” obteve 88 pontos na “Wine Spectator”

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PLMJ doa escultura de Rui Chafes à cidade de Lisboa

Para celebrar os 40 Anos da Sociedade, a Fun-dação PLMJ encomendou ao escultor Rui Chafes uma obra pública – que o artista denominou “Sou como tu” - instalada no jardim em frente à entrada de PLMJ na Avenida da Liberdade, tendo sido ob-tida a necessária autorização camarária para a con-cretização desta iniciativa.

A escultura foi doada à Cidade de Lisboa nos ter-mos do protocolo negociado com a CML.

Com este projecto, a Sociedade de Advogados PLMJ – A.M. Pereira, Sáragga Leal, Oliveira Mar-tins, Júdice e Associados visou contribuir para o en-riquecimento patrimonial da cidade e para a valori-

zação do espaço público de Lisboa, renovando o seu compromisso para com “uma sociedade de advo-gados como espaço de cultura” e, simultaneamente, assinalar os seus 40 anos de actividade em Portugal. A obra elaborada por Rui Chafes é uma escultura de grande escala na senda dos últimos trabalhos do ar-tista, como “Quero tudo de ti” e “Eu sou os outros”, de 2007, respectivamente apresentados na Catedral de Louvaina, na Bélgica, e na Galeria Graça Bran-dão, em Lisboa.

Este trabalho, assim, deixou as instâncias sagrada e institucional para, como o seu título sugere, inter-pelar o espectador no espaço público..

sexta-feira, 04 Abril de 2008ócio & negócios16

Há uma semana, dávamos aqui conta do paradoxo que era, numa cidade fla-gelada pelo desemprego (o Porto), um anúncio de uma rede de cafetarias ter re-gistado apenas cinco candidaturas. Hoje, invocamos um exemplo em sentido con-trário. Uma rede hoteleira prepara-se para abrir uma unidade em Viana e tem 700 currículos para as 60 vagas de que dispõe. Neste caso, o sinal é de que o emprego

é um bem escasso e muito desejado. Os dois exemplos talvez traduzam uma vi-são e imagem social diferente das duas actividades. A hotelaria tem “status”, as cafetarias nem por isso. As redes da “fast food” sempre se queixaram da volatilida-de dos seus funcionários, alguns dos quais se transferiram menos de uma semana de-pois para lojas vizinhas. Desempregados, mas esquisitos, portanto.

Paradoxo

o QUe se diZ

angolaO país faz bem aos negócios, mas cui-

dado com as febres, infecções e outras maleitas incómodas. O mercado angola-no continua a atrair os empresários por-tugueses, mas é preciso evitar surpresas no domínio da saúde.

O afoito Miguel Monteiro (Chip 7 e Seara.com), angolano de nascimento, é dos que acreditam nas potencialidades do país. No início do mês, viajou mais uma vez para Luanda, mas regressou muito mais tarde do que o previsto. E debilita-do. Apanhou uma infecção que o forçou a um internamento num hospital da ca-

pital angolana. O problema ficou resolvido, mas Mi-

guel Monteiro passará a ter mais cuidado na sua próxima digressão.

PassivoJosé Manuel Barros, o sucessor de

Ludgero na AEP, não está preocupado com o passivo de 85 milhões de euros. Engenheiro com uma larga carreira na fi-nança, estará sempre preparado para en-genharias financeiras difíceis. Mas não é

por isso que não está preocupado. É que, além de os activos da associação serem muito superiores às dívidas, Barros acre-dita que consegue pôr os equipamentos a gerar receitas e liquidez para amortizar o passivo.

BerardoÉ conhecida a apetência de Joe Be-

rardo para especular e ganhar dinheiro. Nada contra, desde que os métodos se-jam legítimos. O comendador surgiu as-sociado às suspeitas de “inside” na OPA do BCP sobre o BPI, mas saiu ilibado. Mas há reputados juristas que discordam da complacência das autoridades face aos seus métodos. Houve mesmo amigos de Vítor Constâncio que defenderam que

o Banco de Portugal e a CMVM deviam ter actuado quando Berardo apareceu nas televisões a dar conta da queixa que entre-gou na PGR contra os gestores do BCP. Os juristas defendem que tal publicitação é uma forma de manipular o mercado e as acções. Na altura, a lógica seria a de abater a cotação para Berardo reforçar no BCP. Mas Constâncio não foi sensível ao apelo dos seus amigos.

Poucos se lembrarão que José António Barros era um dos grandes empresá-

rios que Maria Filomena Mónica retratou no livro, de 1990, “Os Grandes Pa-

trões da Indústria portuguesa”. No livro, Barros, que na altura lidera-va a Cinca, era retratado como um socialista - o empresário é vo-tante regular no Partido Socialista e diz aos amigos que está à esquer-da de Sócrates, mas sempre evi-tou a política. O empresário não poupava elogios a Belmiro, “um tipo francamente atrevido e esper-

tíssimo”. “Ser empresário não é uma posição cómoda, mas é extremamente emo-cionante. É uma forma de aventura, sabe? Há quem goste de fazer esqui, eu gosto de trabalhar na indústria”, confessou a Maria Filome-na Mónica. Mas, três anos depois, Barros interrompia uma carreira na indústria, vendendo a Cinca, e trans-ferindo-se para a área finan-ceira. Primeiro fora o irmão que vendera a sua posição, depois ele viu-se forçado a sair também da empresa. Aos 50 anos fechava um ciclo e passava a tocar mui-tos outros instrumentos, ele que na adolescência apren-dera a tocar piano e guitarra clássica.

Patrões No Porto, o Ministério da Economia

tem umas amplas instalações no Viso, que acolhem os serviços do IAPMEI e do ex- ICEP. No âmbito da fusão ICEP/AIP para formar a nova entidade AI-CEP, a concentração de serviços no Viso não chegou a ser uma hipótese, apesar de a API pagar uma renda exorbitante (fala-se em 12 500 euros mensais) pelas instalações no Edifício Península.

Desde a primeira hora que Basílio Horta queria reduzir este custo. Mas, quando verificou que o Viso estava ro-deado de bairros, torres degradadas e ci-ganos, reconheceu que o ambiente não era adequado a receber investidores nem nacionais nem estrangeiros. A má vizi-nhança poderia afastar os investidores.

A solução foi encontrar novas instala-ções para albergar a API e o ICEP: neste processo, beneficiam os funcionários do ICEP que deixam o Viso e migram para zona mais nobre da Boavista, passando a

ter o Sheraton ou Meridien como vizi-nhos. Mas, com a saída do ICEP, é o IA-PMEI que se prepara para deixar o Viso.

As instalações deixam de acolher ser-

viços do Estado, o Ministério até as pode colocar à venda. Será por causa de o Viso ser uma zona problemática do Porto?

Má vizinhança

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zx Dois dos meus três filhos trabalham na empresa. A minha filha mais velha, a única que não trabalha, propôs que o seu marido trabalhe com os seus cunhados. Na verdade, temos toda uma boa relação com ele e não duvidamos das suas capacidades profissionais.Fará sentido que venha trabalhar para a empresa, ocupando o lugar da sua esposa?

zx Permita-me que comece directamente pelo final da questão que nos coloca: não, não vejo qualquer sentido nem utilidade. O facto de uma empresa ser de propriedade familiar, e em virtude de tal gozar de uma série de vantagens características, e também de determinadas desvantagens ou limitações, não significa em absoluto que todos os familiares tenham um compromisso de trabalho para com a mesma. Dito de outra forma, empresa familiar não significa “trabalho para ou pelos familiares”. A empresa familiar poderia ser definida como aquela organização empresarial, com uma parte significativa da propriedade numa ou várias famílias que desenvolvem o trabalho de direcção ou administração da mesma, e na qual existe vontade de transmissão às gerações seguintes.De acordo com esta abordagem, o facto de a sua filha não trabalhar na empresa da família não deveria ser motivo, à priori, para a afastar da mesma ou da sua realidade. O que quero dizer é que é perfeitamente possível vincular os familiares à propriedade da empresa, inclusive na sua administração, sem que trabalhem ou participem na gestão da mesma. Assim, se a sua filha é ou será no futuro proprietária de uma parte da empresa, terá oportunidade para exprimir e manifestar a sua opinião no órgão de gestão adequado (o Conselho de Administração) De qualquer forma, e se considerarem que, por falta de conhecimento ou formação, se for o caso, não teria o perfil adequado para exercer essa responsabilidade, teriam de analisar outras possibilidades para a composição do conselho. Este tipo de acordos, tal como os relacionados com a incorporação de familiares, directos ou por afinidade, na empresa, são obrigatoriamente objecto de análise no protocolo familiar. Não é, portanto, necessário, nem conveniente, que se sinta obrigada a compensar o não envolvimento da sua filha no trabalho da empresa com a incorporação do seu marido. Existem outras formas mais adequadas e eficazes para sua representação.

Abel Maia

Consultório da empresa familiar

Envie-nos as suas questões [email protected]

É importante deixar bem claro que o trabalho de um conselheiro deve ser remunerado, pois na empresa não há lugar para o altruísmo – e a empresa familiar é, an-

tes de mais, uma empresa. Se dizemos isto é porque existe uma cultura de colaboração da família face à empresa que pode levar-nos a cometer importantes equívocos. Não são poucas as empresas familiares que conhecemos (embora seja verdade que na primeira geração, em que o fundador trabalha e dirige) onde a actividade-colaboração de um filho não é remunerada, em virtude de este pertencer à família e a família

ser o suporte da mesma. Embora este seja o caso extremo de colaboração sem remuneração, a filosofia de fundo é total-mente válida. Por exemplo, tal como o filho de um padeiro (estudante de hotelaria) ajuda na distribuição do pão com a carrinha, ou como o filho de um empresário (estudante numa escola de negócios) participa na elaboração de um pla-no de marketing, a importância do trabalho não modifica a essência da abordagem. Se fosse alguém alheio à família, será que o faria gratuitamente? Claro que não. O correcto é chegar a um acordo de remuneração para os conselheiros, tal como para qualquer outro colaborador. A remuneração por assistência com frequência é utilizada para retribuir o capi-tal: nesta situação os accionistas cobram quer por participar no conselho quer pela participação nos lucros. À margem dos aspectos fiscais, esta abordagem de “repartir os lucros via conselho” apenas é aceitável se todos os accionistas participa-rem no conselho e se a sua participação na empresa for se-melhante. Caso contrário, estaríamos a penalizador os sócios que têm maior peso no capital.

Depois de esclarecer e estabelecer estas condições prévias de organização sobre como retribuir os proprietários, as compli-cações surgirão na altura de decidir a retribuição dos mem-bros do Conselho. Se estabelecermos um valor muito elevado estaremos a incentivar que pessoas que não têm competência adequada para tal mas que se sintam atraídas pelo aspecto pecuniário queiram aceder ao Conselho; pelo contrário; se pagarmos muito pouco, desmotivaremos aqueles membros

da família que têm que assumir as importantes responsabili-dade inerentes ao cargo. Na nossa experiência profissional e da análise da bibliografia sobre o tema, encontramos apenas um método “neutro”, válido para qualquer organização e que parece justo a todos: a “remuneração” de um conselheiro é o equivalente a uma parte proporcional do salário do Director-Geral em função do tempo dedicado ao Conselho, isto é, se um conselheiro trabalha seis dias por ano, deveríamos pagar-lhe o equivalente a 2 ou 3% do salário anual do Director-Ge-ral(1), ou se considerarmos que o Director-Geral trabalha em média 250 dias por ano, dividiremos o seu salário entre esse valor e o resultado será a remuneração de todos e cada um dos nossos conselheiros(2). Ou seja, um conselheiro cobraria por um dia de trabalho (a manhã da reunião mais o tempo prévio da preparação) o que cobra por um dia de trabalho o principal director da empresa, o Director-Geral. Como o salário deste último não entra nesta discussão, o valor parece justo a todos (seja alto ou baixo, estará em consonância com a dimensão e a capacidade da empresa). Faça os cálculos na sua empresa, o método também será certamente válido para si.

A remuneração dos conselheiros na empresa familiar

Notas1 - �ard, �.�. (1��1): “Creating effective boards for private�ard, �.�. (1��1): “Creating effective boards for private

enterprises: meeting the challenges of continuity and competition”, �ossey-Bass, San Francisco, pág. 118.

2 - Neubauer, F. y �ank, G.�. (2003): “�a empresa familiar, cómo dirigirla para que perdure”. Ed. Deusto, Bilbau, pág. 162.

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Tony Knopp, agente de ligação industrial do MIT, refere

Incubadoras de empresas não promovem empreendedorismoO papel das universidades na economia é fundamental mas não deve circunscrever-se à incubação de “start-ups”. Aliás, este “empreendedorismo socialista” não promove a dinâmica de criação de tecnologia e inovação que a economia necessita. Esta foi, em traços gerais, uma das principais conclusões da conferência “As Universidades como motores económicos – a experiência do MIT”, proferida por Tony Knopp, agente de ligação industrial daquela instituição de investigação e ensino norte-americana, na Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto.

“Falhar é uma oportunidade de aprendizagem, não um ponto fi-nal”. Este pode ser, de forma resu-

mida, o lema que caracteriza a cultura empreendedora que o Massachusetts Institute of Technology (MIT) fomen-ta, por forma a potenciar o círculo vir-tuoso que o seu “ecossistema de inova-ção” privilegia na ligação entre as várias faculdades e as empresas: “A inovação é a chave para o crescimento económico e tem um impacto acelerador sobre esta”.

E esta experiência contradiz em muito o trajecto seguido nos últimos anos em Portugal. Segundo aquele académico, “o MIT valoriza mais o papel facilitador que pode prestar à investigação e inova-ção do que propriamente arranjar espa-ço a novas empresas, ou incubar”. A sua missão, diz, “é ensinar o empreendedor a fazer e ajudar a fazê-lo, e não fazer por ele”. Por essa razão, sublinha, “não há espaço para incubadoras no campus do MIT”, algo que Tony Knopp classifica, de forma algo irónica, como “empreen-dedorismo socialista”.

Os resultados que a instituição pre-tende obter relacionam-se sobretudo com “o volume de empreendedorismo,

as patentes e transferência de tecnolo-gia que se criam, gerando por sua vez receitas para o MIT”. Segundo aquele oficial de ligação, “30% das empresas de biotecnologia dos EUA foram cria-das no MIT”.

A ligação ao mundo real

Com mil professores, 2700 investiga-dores a tempo inteiro e mais de 2000 profissionais de várias áreas, o MIT aco-lhe 10200 alunos em cinco escolas, 35 departamentos académicos e mais de 90 centros interdisciplinares, laboratórios e programas de investigação. Com um orçamento que ronda os dois mil mi-lhões de dólares anuais, dos quais 1,2 são vocacionados para investigação, o empreendedorismo que o MIT apregoa é aplicado na própria instituição: “O MIT paga apenas nove meses de salários por ano ao seu quadro de académicos e investigadores; o restante terão que ser os próprios a ganhar, através da inves-tigação, criação de empresas ou consul-toria”. Segundo Tony Knopp, para além de constituir uma forma evidente de “reduzir despesas”, esta política impede

os académicos de “perderem a ligação ao mundo real”.

O papel da indústria no MIT é ful-cral. Em 2006, “mais de 4000 empresas ligadas ao MIT geraram facturações de 232 mil milhões de dólares e emprega-ram 1,1 milhões de pessoas”. O envolvi-mento entre o instituto e as empresas é tanto maior quanto o volume de retor-no estimado em cada projecto de inves-tigação desenvolvido ou a desenvolver. Tony Knopp salienta, porém, que “o trabalho de investigação dura, em mé-dia, 5 a 8 anos antes de dar os primeiros frutos”. Este risco é partilhado pelas em-presas, “uma vez que a tecnologia criada nas universidades é embriónica”.

Daí a importância do empreedendo-rismo, o qual, segundo Tony Knopp, “pode ser ensinado”. O MIT criou um Centro de Empreendedorismo “que aceita os erros e apresenta-os como uma experiência de aprendizagem”. São mais de 30 cursos que este centro ministra em várias escolas de todo o mundo, que contemplam a formação de base e, mais importante, “catalisam o trabalho de rede”.

Marc [email protected]

sexta-feira, 04 Abril de 2008 17empresAs fAmiliAres

�esus e Francisco Negreira del Rio.Professores da Escuela de Negocios Caixanova

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Optimus Negócios lança a novidade

Empresas vão poder enviar mensagens

gratuitas durante três meses

Uma campanha destinada aos clientes empresariais. O autor é a Optimus Negócios e a promessa, a se-guinte: mensagens grátis – escritas e multimédia —,

durante três meses, Abril, Maio e Junho, para todos aqueles que comunicarem entre si através desta rede, uma benesse que se aplica a todos os dias úteis para as ligações realizadas entre as 8h e as 20h. Como aceder a esta promoção?

Aqui, a Optimus fala no envio de uma mensagem. O custo de adesão, esse, fica por um euro por car-tão/mês. “A Optimus Negócios reforça, as-sim, a sua aposta na competitividade e atractividade dos seus produtos e serviços, procurando a satisfação plena dos seus clientes”, destacam em comunicado.

Apritel destaca a transparência

dos tarifários do sector para contestar norma

sobre práticas desleais

A Apritel – associação dos operadores de telecomunica-ções – não deixa os seus créditos por mãos alheias e já veio a público dar conta da sua insatisfação perante o

novo diploma do Governo sobre práticas comerciais desleais. Este foi publicado muito recentemente e, só para o leitor ter uma ideia, prevê coimas que, no caso de as empresas serem provadas como infractoras, podem ultrapassar os 44 mil eu-ros. Esta associação considera que a nova norma não está vocacionada para o sector, comentando, em particular, a questão dos tarifários. A Apritel destaca a transparência e lealdade dos seus associados e diz, em comunicado, que “em nenhum outro sector é praticada uma facturação tão deta-lhada, utilizada uma unidade de contagem tão pequena ou colocadas tão poucas barreiras à saída de um cliente”. E para

aqueles que temem os ditos “arredondamentos”, a Apritel esclarece que estes receios “não encontram nenhum funda-mento na directiva agora transposta, a qual não contempla qualquer proibição deste género”.

A Apritel, na ‘defesa da sua dama’, destaca ainda aquilo que tem sido a prática do sector: o lançamento das ofertas tipo “flat rate” – consumo ilimitado para um determinado pagamento fixo -, a diversidade dos tarifários ou os preços, estes, dizem ainda, ao nível dos melhores da Europa. Por último, a associação ligada às telecomunicações faz uma promessa: a de continuar, como até agora, a “procurar enri-quecer e sofisticar as suas ofertas comerciais e, em particular, os seus modelos tarifários, para melhor irem ao encontro das necessidades dos consumidores”.

SANDRA RIBEIRO [email protected]

Zeinal Bava é o novo presidente executivo da Portugal Telecom Henrique Granadeiro permanece, mas como presidente do Conselho de Administração

Zeinal Bava, o ex-presidente da PT Multimédia, é o novo presidente executivo da Portugal Telecom. Uma decisão que acaba de ser tomada pela Assem-

bleia Geral do operador que deliberou ainda, entre outros assuntos, sobre o relatório de gestão, balanço e contas con-solidadas relativas ao exercício de 2007.

Um nome que surge por sugestão de Henrique Grana-deiro e que faz de Zeinal Bava não só o mais jovem presi-dente da maior empresa portuguesa como também o mais jovem líder do sector a nível europeu. Ao contrário do que seria de pensar, o até agora presidente do grupo vai perma-necer na PT, mas agora como presidente do concelho de administração. Um modelo de gestão bicéfalo – um pre-sidente executivo e um presidente administrativo – que é, podemos dizê-lo, um regresso ao passado e que só foi abandonado durante a Oferta Pública de Aquisição (OPA) da Sonaecom sobre o operador histórico.

Zeinal Bava, lembramos ainda, recebe a empresa numa boa situação financeira, apesar da redução de lucros de que foi alvo. Em 2007, a PT atingiu os 741,9 milhões de eu-ros, menos 14,4% do que em 2006, algo que, na altura da apresentação de resultados, foi explicado com os custos ligados à redução de pessoal e provisões. O futuro, esse,

deverá ficar marcado pela aposta na oferta “triple play” – voz, televisão e internet —, integração do fixo/móvel ou pelo lançamento de produtos de convergência. Em termos de estratégia pura, as opções de Zeinal Bava vão para coi-sas como o aumento da produtividade, a gestão das relações com a espanhola Te-lefónica e parceiros africanos, bem como para a reestruturação do balanço e redu-ção da dívida.

Uma escalada ascendente dentro do grupo

Não é de um dia para o outro que se chega a presidente de uma empresa. Se isto é verdade para qualquer organização, mais o é para a Portugal Telecom. Olhemos um pouco para o percurso de Zeinal Bava.

Casado, com 42 anos e três filhos, este gestor de topo chega à PT há 10 anos atrás. Curioso é que não chega de imediato, através de uma prospecção de mercado que vai buscar um quadro a outra empresa, mas por via de uma aproximação que se vai fazendo aos poucos com Zeinal Bava a mostrar o seu valor como consultor financeiro da Merrill Lynch.

Ora, há uma década, o ‘dono e senhor’ da PT era Mur-teira Nabo que viu no jovem quadro qualidades como a capacidade de execução e energia, convidando-se, assim, a integrar o grupo. Este aceitou o desafio num momento em que o incumbente passava por um período, particu-larmente, importante da sua história. Estamos a falar da

transição da empresa da sua condição de entidade pública para empresa privada a que se juntava também o desafio internacional ligada ao alargamento de actividade da PT ao mercado brasileiro.

Este e noutros negócios de âmbito internacional co-nheceram o cunho de Zeinal Baval com este a liderar e trabalhar com equipas dos principais negócios do grupo: PT.com, PT Comunicações, PT Multimédia e TMN. Mas a energia e capacidade executiva do agora presidente da Portugal Telecom alargaram-se também a outros mundos deste universo das telecomunicações. Pelo menos é isso que nos dizem quando referem que “Zeinal Bava está também associado a projecto que, tendo menos visibilidade públi-ca, são pilares fundamentais da maior empresa portuguesa, como é o caso da PT PRO”. Esta uma organização respon-sável por todos os serviços de “backoffice” e de suporte do grupo e que, agora, já trabalha para terceiros.

A motivação pelo exemplo

Do perfil de gestor de Zeinal Bava vale ainda a pena recordar algo que não é muito comum, pelo menos, em

Portugal, e que passa por acompanhar, por testemunhar por motivar pelo exemplo. O relato que nos chega da PT é revelador: “Na PT Comunicações como na TMN e na PT Multimédia, as equipas habituaram-se a ver o seu pre-sidente a entrar na loja nos momentos mais inesperados,

passar manhãs no call center a ouvir e, por vezes, responder às solicitações dos clientes e, mesmo, a participar em pro-gramas de venda porta a porta, integrado nas equipas”.

Mas os elogios da PT ao seu presiden-te não ficam por aqui ao salientarem ainda que Zeinal Bava vê na progressão pelo mérito e na promoção de talentos uma mais-valia para qualquer organiza-

ção. Algo, diz ainda a PT, que é visível numa das paixões deste quadro de topo, ou seja, a educação. Para Zeinal Bava, esta desempenha um papel fundamental na pro-moção de valores como a excelência, a inovação e a cria-tividade.

Lembramos ainda que Zeinal Bava é reconhecido pelos mercados financeiros internacionais como um dos melho-res do sector. Uma característica que a PT considera ter sido decisiva na altura em que foi alvo da OPA por parte da Sonaecom. A formação académica de Zeinal Bava, essa, é em Engenharia Eléctrica e Electrónica pela University College London, tendo ainda este gestor passado, para além, da Merrill Lynch, por empresas como a Deutsch Morgan Grenfell e pela Warburg Dillon Read.

SANDRA RIBEIRO [email protected]

Zeinal Bava é o mais jovem líder do sector a nível europeu

sexta-feira, 04 Abril de 2008telecomUnicAções18

Aposta no triple play, no aumento da produtividade ou nas relações com a Telefónica vão ser algumas das prioridades de Zeinal Bava para os tempos mais próximos

“em nenhum outro sector é

praticada uma facturação tão

detalhada, utilizada uma unidade

de contagem tão pequena ou

colocadas tão poucas barreiras à

saída de um cliente”

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OPORTUNIDADE DE COMPRA E VENDA DE EMPRESAS

VENDAGRANDE PORTO

Restaurante no Porto. Cozinha tradicional portuguesa. Excelen-te notoriedade. Boa localização. Pratos premiados em Concursos Gastronómicos. Ref. PT 003 PG 020 0304

Health Club. Localização privile-giada no Grande Porto. Reputação e Experiência Preço de pedido: J 550.000,00. Ref. PT 0004 MCA 0049 1107

Empresa de Distribuição, Operadora Logística e Transporte de Bebidas. Actividade com crescimentos signi-ficativos. Exclusividade em zonas de actuação geográfica. Cliente “Trade On” e “Trade Off”. Vol. Vendas: J 10.000.000. Valor transacção: J 8.500.000. Ref. PT 0004 MC 038 1006

Berçário, Infantário e ATL – Activida-des de Tempos Livres, no Grande Porto. Em funcionamento, licen-ciado e com imóvel. Bem locali-zado e equipado e bonito espaço exterior. Excelente qualidade dos serviços. Baixa estrutura de custos. Excelente Negócio. Preço Pedido: J 600.000,00. Ref. PT 004 MC 035 0506

Empresa concessionária de duas mar-cas de automóveis, com experiência de mais de duas décadas e líderes no mercado em que actua. Preço pe-dido: J 3.800.000,00. Ref. PT 004 HB 023 0205

2 Pastelarias de Renome no Grande Porto. Empresa opera em 2 Estabele-cimentos com excelente localização no Grande Porto e elevada Notorie-

dade. 20 Anos de Experiência. Oferta diversificada e de excelência. Óptima Carteira de Clientes. Vários Prémios. Preço pedido: J 2.500.000,00. Ref. PT 004 JP 040 1106

Empresa Vinícola – Região Demarca-da Vinhos Verdes: Várias marcas de vinho conceituadas e premiadas; Exportação para diversos países; Boa carteira de clientes no mercado interno e externo; Elevado Know-how; Imagem de marca e qualidade. Valor sob Pedido. Ref. PT 005 PR 004 0503

Empresa especializada na Fabrica-ção e Comercialização de Produtos de Descanso/Colchoaria. Isolada no mercado no que se refere ao seu produto de maior valor. Vendas para Portugal e Espanha: 2.250.000J

Restaurante com ambiente acolhedor e sofisticado onde predomina o re-quinte e a qualidade dos seus servi-ços. Envolvido por uma imagem his-tórica, onde é conjugada a tradição com conceitos inovadores, o restau-rante fornece o espaço ideal para a realização de um elevado leque de eventos. Vendas: 900.000J. Ref. PT 005 PR 015 0906. Ref. PT 005 PR 013 0606

Comércio/Design de Vestuário e Acessórios Têxteis. Empresa di-nâmica e versátil vocacionada para importação, exportação e comércio de vestuário e acessó-rios têxteis com departamento de design. Procura de parceiro para projecto de investimento. Vendas: 11.000.000J. Ref. PT 005 PR 012 1204

Empresa de Transportes Nacionais e Internacio-nais de Mercadorias sedeada no Norte de País. Especialização na área dos perecíveis. Clientes fidelizados. Vol. Vendas 2006: J 5.700.000. Ref. PT 003 HB 031 0506

Empresa de Transporte Rodoviário de Mercado-rias com Líder no Mer-cado Ibérico. Clientes directos, nacionais e estrangeiros (nicho de mercado na Península Ibérica). Preço pedi-do: J 9.000.000,00. Ref. PT 004 MC 020 0604

COMPRA

Empresas de segurança com ligações a centrais receptoras de alarmes (CRA). Tipo de clien-tes: empresariais e/ou particulares. Ref. PT 0009 JCL 1014 0308

Empresas de vending alimentar, situadas a sul de Coimbra com mais de 100 máquinas ins-

taladas. Só interessam empresas que se dedicam à distribuição (não fabricantes). Ref. PT 0009 JCL 1012 1007

Industria cerâmica decorativa (Zona Centro). Ref. PT 0014 VFE 1002 0108

NORTE

Comércio a retalho de vestuário e calçado. 14 lojas na Grande Lisboa, com excelentes localizações e rendas extremamente baixas. Preço de pedido: J 6.000.000,00. Ref. PT 004 JP 043 01 07

Importação e comercialização de equipamentos para distribuição de Gás canalizado e Água. Venda de par-ticipação em sociedade anónima. Empresa conso-lidada, financeiramente equilibrada. Estrutura de custos muito leve. Não tem endividamento bancá-rio. Preço pedido: J 575.000,00. Ref. PT 004 MC 033 02 06

Empresa Manutenção Industrial, Certificada, localiza-da em Lisboa. Vendas de 1,9 milhões Euros. Boa Carteira de Clientes. Ref. PT 009 JC 028 05 06

Grossista de vinhos e bebidas alcoólicas, com marca própria, vocacionada para a importação e distribui-ção de grandes marcas nacionais e estrangeiras, com contrato com as principais grandes superfícies (Dis-tribuição moderna). Ref. PT 0009 JCL 0030 1207

Cabeleireiro e Centro de Estética, em Lisboa, numa zona privilegiada e em franca expansão. Ref. PT 0009 JCL 0032 0208

Restaurante no Centro de Lisboa. Excelente localiza-ção. Conceito totalmente inovador a nível mundial. Ref. PT 0009 JCL 0011 1007

Comércio por Grosso de Produtos Farmacêuticos. Pre-ço pedido: J 750,000. Ref. PT 0014 VFE 0016 1007

LISBOA E VALE DO TEJO

sexta-feira, 04 Abril de 2008 19COMÉRCIO EXTERNO

Transformação de Mármores, Grani-tos e Calcários (Nacionais e Estran-geiros). Especialmente vocacionada para o fornecimento de materiais para a indústria da construção ci-vil. Ref. PT 003 HBE 0045 0107

Indústria de calçado de protecção. Preço pedido: J 1.650.000. Ref. PT 0014 VFE 0010 0607

Indústria de Moldes para plásticos. Preço pedido: J 820.000. Ref. PT 0014 VFE 0020 1207

Comércio de equipamento industrial para hotelaria e restauração. Preço

pedido: J 10.000.000. Ref. PT 0014 VFE 0019 1107

Projecto de empreendimento hotelei-ro. Preço sob pedido. Ref. PT 0017 MMO 0001 0807

Indústria de ferragens – fabricação de fechaduras, dobradiças e outras ferragens. Ref. PT 0016 FMV 0003 0108

Grande superfície de venda de elec-trodomésticos, artigos de electróni-ca, produtos para o lar e outros bens de consumo. Ref. PT 0016 FMV 0006 0308

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SERVIçOS E PRODUTOS PARA EMPRESAS

CENTRO

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Pedro Pereira, director de marketing, pondera ainda Espanha

inCentea instala-se em Cabo Verdee estuda mercado de MoçambiqueHá seis meses que a inCentea, em-

presa especializada em serviços de tecnologia de gestão, decidiu avan-

çar para o mercado cabo-verdiano. Com presença directa, como salientou à “Vida Económica” Pedro Miguel Pereira, director de marketing. Uma opção justificada por este responsável por “uma questão de parce-rias de negócio que nos facilitaram a entrada e o acesso a negócio localmente”. Mas hou-ve mais razões, como o facto de Cabo Verde ser um mercado estável, lusófono e porque a InCentea tem produtos e serviços neces-sários e competitivos localmente. E ainda por terem empresas portuguesas potencial-mente clientes no mercado local. “Como vê, quem conhecer o modelo teórico de internacionalização de Upsala, compreende que fizemos uma abordagem de risco mo-derado com base nos factores mais comuns para que uma empresa internacionalize o seu negócio”.

Nascia assim a Advance, empresa de di-reito local. E a experiência tem corrido tão bem que neste momento a empresa portu-guesa abriu já outro braço em Angola, de-nominado Accensus.

Ao fim de seis meses, o responsável clas-sifica a experiência como “frutuosa, com percalços normais decorrentes da distância e da dificuldade de arranjar recursos, mas,

felizmente, está a decorrer conforme plane-ado”.

E obviamente que, apesar de existirem sempre ajustamentos a fazer, quer seja no modelo de gestão, quer seja no próprio mo-delo de negócio, Pedro Miguel Pereira assu-me que os mercados funcionam com regras próprias e a adaptação a esses pressupostos “exigiu a nossa adequação nos projectos, especialmente em Angola. Mais uma vez a dificuldade assenta em angariar técnicos qualificados para operar nestes mercados”.

Actualmente, a percentagem do negócio captado fora de Portugal é ainda relativa-mente pequena, menos de 10%, mas o di-rector de marketing pensa que rapidamente vai crescer exponencialmente, “atendendo à carteira de oportunidades que temos”.

Entretanto, já têm em vista outros mercados externos. “Estamos a planificar a entrada em Moçambique e a equacionar Espanha, mais uma vez e em ambas as cir-cunstâncias com parcerias de negócio. Só assim uma empresa da nossa dimensão pode entrar e estabelecer-se nestes mercados”.

O mercado cabo-verdiano tem estado estável, atendendo a que é um mercado relativamente pequeno, mas com alguma dinâmica. “Cabo Verde tem sofrido uma evolução bastante positiva nos últimos anos e alguns sectores estão em crescimento ace-

lerado, levantando oportunidades de negó-cio a que estamos atentos”. A empresa actua em Cabo Verde com recursos locais, através de “uma pequena estrutura de suporte co-mercial e técnico, que queremos que ganhe competências e capacidade num futuro próximo. Os trabalhos especializados são fornecidos com recursos portugueses”. A in-Centea está directamente representada, com recursos próprios. A Advance foi constituí-da em parceria com uma empresa de con-sultoria portuguesa que tinha já escritórios localmente. “Operamos ainda em parceria com uma empresa local na área das TI”.

Relativamente às dificuldades de operar

num mercado como Cabo Verde, Pedro Miguel Pereira salienta, sobretudo, o facto de ser um país mais estável a nível político e organizativo, com bastantes semelhanças com Portugal. As dificuldades são por isso sobretudo ao nível de recrutamento de re-cursos locais com competências necessárias para este negócio. “Hoje as comunicações permitem que operemos à distância, con-trolando a actividade operacional da mes-ma forma que o fazemos aqui. Angola tem outras características burocráticas, organiza-tivas e eu diria sociais que levantam outro tipo de dificuldades, mas obviamente que o mercado é muito mais atractivo”.

O aumento crescente da perda de da-dos é uma preocupação constante para as empresas. De acordo com

um estudo realizado em 2007 pelo King Research, a maior parte dos profissionais de TI sentem que os seus empregos entrariam numa espiral perigosa em caso de quebra de segurança. Por outro lado, não têm ple-na confiança nos mecanismos de combate à perda de dados pessoais e corporativos - cerca de três quartos dos mais de 250 pro-fissionais de TI inquiridos manifestaram preocupação relativa à perda dos seus em-pregos na sequência de uma grave violação de segurança na sua empresa*.

Roubo de Identidade

Nos EUA, o roubo de identidade está em pleno crescimento, apresentando uma média de 31 mil dólares gastos em cada caso em perdas para as empresas e utiliza-dores. Embora o roubo de identidade pos-sa ocorrer quando é roubada uma carteira ou usados, com fins maliciosos, cartões de crédito de outras pessoas, a ameaça de fuga de dados e o acesso não autorizado a in-formações sensíveis de uma empresa é uma realidade cada vez mais crescente na pro-tecção de dados e de privacidade.

Segundo a Attrition.org, uma organiza-ção de monitorização, mais de 162 milhões

de registos, tais como cartões de crédito e números da Segurança Social, foram com-prometidos em 2007, em detrimento dos 49 milhões de registos identificados em 2006. Confirmando esta estatística, o Iden-tity Theft Resource Center salienta que, até 18 de Dezembro de 2007, nos EUA, foram comprometidos mais de 79 milhões de re-gistos, um aumento quatro vezes superior aos 20 milhões de registos de 2006**.

Perda de dados – um problema generalizado

A perda de dados atinge consumidores e empresas. Todos os anos, nos EUA, as or-ganizações registam perdas de milhões de dólares em propriedade intelectual quan-do software, design de produto, contratos, apresentações, formulários e planos de negó-cio são ilegalmente copiados. Surpreenden-temente, são os colaboradores autorizados que provocam a maioria das perdas de dados corporativos – provavelmente porque têm fácil acesso a informação valiosa. De acordo com o Instituto Ponemenon, 78% da per-da de dados envolve acessos autorizados***. Apesar do facto de as empresas terem im-plementado medidas cautelares de protec-ção, como redes virtuais privadas (VPNs), firewalls e redes de vigilância, para prevenir o acesso externo não autorizado a informa-

ções privilegiadas, estas soluções não con-seguem ainda enfrentar adequadamente a crescente ameaça dos utilizadores internos. A perda de dados pode ocorrer quer através da quebra de políticas da empresa, como o roubo de dados com fins lucrativos, quer por acidente, como a perda de portáteis.

Para além desta ameaça, a perda de da-dos ocorre quando “hackers” externos ou ladrões têm acesso às redes corporativas ou quando fisicamente entram nas instalações da empresa para roubar dados. Para além disso, os cibercriminosos são capazes de re-motamente infectar os sistemas usando sof-tware malicioso para roubar informação va-liosa e transferi-la para outros equipamentos que controlam.

A indefinição entre o trabalho e casa

O crescimento de sistemas de mensagens instantâneas, rede sem fios, e dispositivos de armazenamento USB torna cada vez mais difícil a protecção de dados nas empresas. Além disso, cada vez mais os colaboradores transportam informação corporativa do tra-balho para casa e vice-versa, o que aumenta a troca de informações através de disposi-tivos móveis. Esta realidade cria um enor-me desafio para as empresas que pretendem proteger os seus dados contra a perda e o roubo de informações.

Desafios de Segurança

Implementar soluções de seguran-ça no ambiente de trabalho virtual é um desafio, especialmente com a proliferação de dispositivos móveis e sistemas de cor-reio electrónico, Webmail, ftp, mensagens instantâneas (IM), Wi-Fi, discos USB, câ-maras digitais, telemóveis, PDAs, laptops, CD/DVD e iPods.

É pouco prático e ineficaz bloquear o correio electrónico ou outras informações nos dispositivos móveis. Em vez disso, as soluções tecnológicas devem ser imple-mentadas para proteger perdas de dados em cada end-point da empresa e qualquer rede corporativa ou privada, para que os dados empresariais permaneçam activos e seguros e os dados dos utilizadores perma-neçam pessoais.

* “IT Professionals Fear Security Breach Could Cost Them Their Jobs, According to Recent Survey”, www.enterprisenetworksandservers.com/newsflash/art.php?724, 30 de Abril de 2007** Mark Jewell, AP, “Groups: Record Data Breaches in 2007”, http://attrition.org/news/content/08-01-03.html *** Eric Sinrod, CNET News, “Going after the Bi-gger Insider Threats”, www.news.com/Going-after-the-bigger-insider-threats/2010-1029_3-6617692.html, 20 Setembro de 2006

UE e IBM juntas para desenvolver

soluções de privacidade na Web 2.0

Logica anuncia Director Global de Inovação e reforça operações

na Índia

Tecnologiasde Informação

sexta-feira, 04 Abril de 200820

Roubo de identidade: a verdade assustadora sobre perda de dados

FILIPE RoLoDirector de vendas da Trend Micro em Portugal

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Uma sociedade que nos deve mi-lhares de euros viu agora decre-tada a sua insolvência. Acontece que os sócios criaram, entretanto, outra sociedade com a mesma ac-tividade e mantêm um modo de vida excepcional.Perante aquela decisão do tribu-nal que decretou a insolvência, não poderemos agir contra os só-cios da insolvente? Como?

A situação de insolvência caracte-riza-se, grosso modo, pela impos-sibilidade de o devedor satisfazer pontualmente a generalidade das suas obrigações vencidas. Este conceito de “incapacidade de cumprimento” pode ser preen-chido, para efeitos de abertura do processo, com a verificação de algum dos indícios elencados no art. 20º do Código da Insolvência e da Recuperação de Empresas (CIRE).Decretada a insolvência, é apreen-

dido pelo Administrador da In-solvência todo o património do devedor, bem como todos os bens e direitos que ele adquira na pen-dência do processo. Denominado massa insolvente, esse patrimó-nio destina-se, depois de pagas as suas próprias dívidas, à satisfação dos credores da insolvência, que serão pagos segundo a classifica-ção e graduação dos seus créditos (art. 47º nº 4 do CIRE).Quanto aos efeitos da declaração da insolvência, a doutrina asso-cia-os segundo diversos critérios. Porém, para o que aqui interessa, cingimo-nos aos efeitos sobre o devedor e seus administradores, previstos nos arts 82º e 83º do CIRE.Na verdade, o insolvente fica, de imediato, privado, por si ou pelos seus administradores, dos pode-res de administração e disposição dos bens integrantes da massa (art. 81º do CIRE), sujeitando-se

às injunções previstas no art. 83º do citado diploma, sob pena de a sua violação implicar a qualifica-ção da insolvência como culposa.O incidente de qualificação da insolvência permite assim, li-mitar os efeitos das actuações

fraudulentas dos administradores da insolvente. Qualificar a insol-vência como culposa pressupõe que a actuação ou omissão tenha criado ou agravado a situação

de insolvência, não bastando a constatação objectiva desse com-portamento. O art. 186º, nº 2, do CIRE enumera hipóteses em que se presume a existência de culpa grave, reportadas, porém, a situ-ações “criadas ou agravadas (...) nos três anos anteriores ao início do processo de insolvência”. Com efeito, a qualificação da insolvên-cia como culposa (art. 189º, nº 2, do CIRE), pode determinar a inabilitação dos responsáveis para a administração/disposição dos bens, por um período de 2 a 10 anos. “In casu”, esta limitação à capacidade pode ter assinalável repercussão quanto à salvaguarda dos interesses dos credores, bem como a possibilidade de ser de-clarada a inibição para o exercício do comércio por um período de 2 a 10 anos ou para a ocupação de qualquer cargo de titular de órgão de sociedade comercial ou civil. Contudo, a solução em apreço

assume um carácter predominan-temente preventivo mas não res-sarcitório.Efectivamente, esta é uma situa-ção paradigmática de “fuga legal” à insolvência que deixa desam-parados os direitos dos credores que, além do predito incidente e da responsabilidade penal a que haja lugar, apenas poderão exigir a responsabilização pessoal dos sócios da empresa, nos apertados termos previstos no art. 78º, nº 1, do Código das Sociedades Comer-ciais, ou seja, provando a inobser-vância culposa das normas que protegem os direitos/interesses da massa falida, a insuficiência do património social para a satisfa-ção dos credores e o nexo de cau-salidade entre aquela actuação e esta míngua patrimonial.

HáliA CerqUeirAAntónio Vilar & Associados

Gabinete de [email protected]

empresas

LeGaL & ILeGaL

Direitos Penhora dos direitos do lojista só com consentimento do gestor do centro comercial

Celebrei, por documento escrito, um contrato de arrendamento comercial ,sendo certo que, porém, vários aspec-tos negociados e acordados não vieram a ficar escritos neste contrato.Agora, o proprietário/senhorio recusa-se a cumprir alguns desses compromissos e, por isso, quero obrigá-lo a fazê-lo.Como devo proceder?

O arrendamento para fins não habita-cionais encontra-se previsto no artigo 1108º do Código Civil (doravante CC). Quer seja para fim habitacional ou não habitacional, dispõe o artigo 1069º do CC que o contrato “deve ser celebrado por escrito desde que tenha duração superior a 6 meses”.Os elementos essenciais que devem constar do referido contrato, previstos no Decreto-Lei nº 160/2006, de 8 de Agosto, são os seguintes: a identida-de das partes, a identificação do local arrendado, a existência da licença de utilização, o valor da renda e a data da celebração. As partes podem, no entan-to, ao abrigo do princípio da liberdade contratual, consagrado no número 1 do artigo 405º do CC, consagrar outras cláusulas que considerem necessárias, nomeadamente, as previstas no artigo 3º do referido Decreto-Lei, relativas ao prazo do contrato, à natureza do direito do locador, sempre que o contrato seja celebrado com base num direito tem-porário, ao regime da renda ou da sua actualização, entre outros. Cláusulas essas que terão de respeitar, necessa-riamente, as disposições do Novo Regi-me do Arrendamento Urbano (NRAU), aprovado pelo Lei nº 6/2006, de 27 de Fevereiro.

No caso em apreço, os aspectos nego-ciados e acordados, mas não expressa-mente previstos no referido contrato, não vinculam as partes, pois, como dispõe o artigo 221º CC, “as estipula-ções verbais acessórias anteriores ao documento legalmente exigido para a declaração negocial, ou contemporâne-as dele, são nulas, salvo quando a razão determinante da forma lhes não seja aplicável e se prove que correspondem à vontade do autor da declaração”.Nesta medida, não haverá, em princí-pio, nada que o arrendatário possa fa-zer para obrigar o senhorio a cumprir os aspectos previamente acordados, uma vez que não foram consagrados no documento escrito exigido para a celebração do contrato de arrendamen-to (a não ser que se trate de aspectos regulados no NRAU, que vinculam as partes independentemente de estarem expressamente previstos no contrato, por exemplo os relativos a obras de conservação, ao pagamento da renda, etc.). Todavia, tendo em conta o dispos-to no número 1 do artigo 227º CC, se-gundo o qual “quem negoceia com ou-trem para a conclusão de um contrato deve, tanto nos preliminares como na formação dele, proceder segundo as re-gras da boa-fé, sob pena de responder pelos danos que culposamente causar à outra parte”, o senhorio poderá vir a ser responsabilizado se se provar que agiu de má-fé, nomeadamente, por ter acor-dado com o arrendatário aspectos que sabia serem essenciais para que este celebrasse o referido contrato.

AnA TeixeirA CorreiAGabinete de Advogados António Vilar & Associados

[email protected]

Contrato de utilização de loja num “shopping center”

Celebrei um contrato de utilização de loja num “shopping center” onde instalei um negócio em regime de franchising.Pretendo, agora, transmitir a loja, mas o contrato que celebrei impõe, para tal, a autorização do gestor do centro comercial, que deve ser comuni-cada num prazo de 30 dias. no meu caso, nada me foi comunicado nesse prazo.É legal imporem-me tal obrigação de autorização prévia?e estarei autorizado a ceder a loja, passados aqueles 30 dias?Gostaria, também, de saber se a minha loja po-derá vir a ser penhorada por eventuais dívidas a fornecedores.

Antes de mais, importa referir que a questão da qualificação do contrato de “utilização de loja em centro comercial” ou de “instalação de lojista em centro comercial” tem sido amplamente discuti-da no seio da doutrina e da jurisprudência. Se há quem considere que se trata de um contrato de arrendamento comercial, obedecendo, portanto, às regras do Regime do Arrendamento Urbano, por outro lado, há quem entenda que se trata de um contrato atípico, por não corresponder a ne-nhum dos tipos contratuais previstos e regulados na lei. Atentas as particularidades associadas a este tipo de contrato, todavia, é hoje praticamente adquirido que o contrato de “utilização de loja em centro comercial” é um contrato atípico ou inominado e não um contrato de arrendamento para fins comerciais.Assim sendo, o contrato reger-se-á pelas cláusu-las que tiverem sido acordadas pelas partes ao abrigo da liberdade contratual, prevista no núme-ro 1 do artigo 405º do Código Civil e, subsidiaria-mente, pelas normas gerais dos contratos.Ora, atenta a especificidade do comércio integra-

do num centro comercial e a consequente selec-ção criteriosa dos lojistas, é válido que o gestor do centro exija que a transmissão das lojas ca-reça da sua prévia autorização. Contrariamente, se de um contrato de arrendamento comercial se tratasse, já seria possível o trespasse sem depen-dência da autorização do senhorio, atento o dis-posto no artigo 1112º, nº 1, alínea a), do Código Civil.Assim sendo, tendo ficado estipulado que a ce-dência da loja careceria de autorização prévia do gestor do centro, a mesma só será possível se este concordar com a mesma. Pelo que, decor-rido o prazo de 30 dias sem que o gestor tenha manifestado a sua posição relativamente à ce-dência, a não ser que tenha ficado estabelecido que o silêncio valeria como declaração, nos ter-mos do artigo 218º do Código Civil, não poderá o lojista proceder à mesma. Relativamente à questão da penhorabilida-de da loja por dívidas a fornecedores, resulta da jurisprudência que decorre da cláusula que condiciona a cessão dos direitos do lojista ao consentimento do gestor do centro comercial a impenhorabilidade, sem esse consentimento, do estabelecimento comercial do lojista, por inad-missibilidade do seu subsequente trespasse. Tal resulta do facto de só serem penhoráveis os bens alienáveis do domínio privado e apenas na medi-da da sua alienabilidade, pelo que as limitações à disponibilidade do direito, “in casu” o de uti-lização de loja, constituem, em regra, idênticas limitações à penhorabilidade dos bens que dele são objecto. Os direitos do lojista só serão, por conseguinte, penhoráveis em conjunto com os deveres correlativos e mediante o consentimento do gestor do centro comercial.

AnA TeixeirA CorreiAGabinete de Advogados António Vilar & Associados

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“Fuga legal” à insolvência fragiliza direitos dos credoresO insolvente fica privado, por si ou pelos seus administradores, dos poderes de administração e disposição dos bens integrantes da massa

Contrato de arrendamento comercial

Qualificar a insolvência

como culposa

pressupõe que a

actuação ou omissão

tenha criado ou

agravado a situação

de insolvência

sexta-feira, 04 Abril de 2008 21

Senhorio poderá vir a ser responsabilizado se se provar que agiu de má-fé

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A feira decorreu entre 27 e 30 de Mar-ço, na Exponor, e conquistou já um lugar de destaque no mercado imo-

biliário da região Norte da Península Ibé-rica, assumindo-se hoje como um evento indispensável para as empresas imobiliárias com operações nesta região. Da mesma forma, tem vindo a consolidar-se no âmbi-to do mercado de turismo residencial, inte-grando algumas das mais importantes em-presas e empreendimentos deste segmento a nível nacional. Organizada pela Promevi, em parceria com a “Vida Imobiliária” e a Exponor, a Imobitur é patrocinada pela Schmitt+Sohn e recebeu nesta nova edição 18.700 visitantes, dos quais 2800 profi s-sionais em representação de mais de 900 empresas.

De acordo com a organização, a feira re-gistou um excelente desempenho enquan-

to motor de contactos da indústria entre si e com o público em geral, com os exposito-res a manifestarem a sua satisfação com os resultados obtidos no certame.

Eventos paralelos animam feira nos dias abertos aos profi ssionais

O programa de eventos paralelos di-namizou a feira nos dois primeiros dias, abertos apenas a profi ssionais. Os momen-tos altos tiveram lugar durante os almo-ços-conferência, com os patrocínios da Abacus Savills e da Bascol. No primeiro destes almoços, Lino Ferreiro, vereador do Urbanismo da Câmara Municipal do Porto, destacou o trabalho feito na cida-de em termos de recuperação da Baixa e centro histórico e da intervenção da autar-quia e da Porto Vivo, SRU neste âmbito.

No dia 28 de Março, foi a vez de intervir Guilherme Pinto, presidente da autarquia de Matosinhos, dar a conhecer as opor-tunidades de investimento no concelho, onde as palavras de ordem são “qualidade, atractividade e sustentabilidade”. No Es-paço Vida Imobiliária, palco do programa de eventos paralelos da Imobitur, tiveram ainda lugar uma série de apresentações a cargo das mais diversas empresas. A Imo-métrica apresentou dados sobre os merca-dos habitacionais da Área Metropolitana do Porto e do Algarve, enquanto a Aba-cus Savills, consultora imobiliária, deu a conhecer as principais conclusões do seu relatório acerca do mercado de escritórios do Porto. As empresas Homes Overseas e Janela Digital, apresentaram também os seus mais recentes produtos, enquan-to que a Parquinvest e o Grupo Dohve, este último com o projecto Oceanis, cen-traram as suas intervenções no mercado de imobiliário industrial e logístico. No Espaço VI estiveram ainda a CB Richard Ellis | Predibisa (consultora imobiliária) e a PREA (empresa de gestão imobiliária) que deram a conhecer a sua actuação no merca-do do Porto. A Tramcrone esteve também

presente, a com a apresentação do projecto de reconversão do Bolhão, um dos mais emblemáticos da cidade do Porto.

Edifícios usados em destaque na zona “prime” de Lisboa

Imobiliário

Lisbon Prime index

O Lisbon Prime Index registou no mês de Fevereiro uma absorção signifi cativa de área no mercado de escritórios da cidade de Lisboa em edifícios usados. O valor contratado ultrapassa os 5 mil m2, duplicando a área alcançada no mesmo período do ano transacto neste tipo de edifícios.

A zona “prime” da cidade, nas proximidades do eixo da Avenida da Liberdade até à praça do Saldanha, foi aquela onde se verifi cou mais actividade. Apenas com dois negó-cios importantes totalizou-se uma área de quase 4 mil m2. A escassez cada vez maior de projectos inovadores nesta área da cidade leva a que algumas empresas optem por re-modelar edifícios que já não satisfazem os requisitos mí-nimos, tornando-os qualifi cados e à medida das mais exi-

gentes necessidades. Exemplo disso é a remodelação de um edifício na rua Duque de Loulé, 110, para transferência e centralização de todos os seus serviços do Grupo Electrici-dade Industrial Portuguesa SA, no seu novo edifício/sede em plena zona prime de Lisboa junto ao Marquês.

Em termos de sectores de actividade o relevo, nos dois primeiros meses do ano, vai para o sector dos “Consulto-res e Advogados” com 20% dos negócios realizados. As empresas ligadas a este sector, mantêm a preferência, de-monstrada no ano de 2007, pela instalação em escritórios situados dentro da cidade de Lisboa, o que pode indiciar boas oportunidades proporcionadas por este ramo de ac-tividade.

Proibidaa reprodução

do

LISBON PRIME INDEX

Imobitur recebeumais de 18 700 participantes

em quatro dias

Mais de 2800 profi ssionais estiveram

presentes

A quarta edição da Imobitur – Salão Imobiliário e Turismo Residencial voltou a marcar a indústria imobiliária nacional, com especial incidência no segmento do Norte, reunindo os mais importantes promotores, mediadores, autarquias e projectos imobiliários com presença nesta região do país.

Espaço Vida Imobiliária foi palco de apresentação de empresas

Imobitur dinamiza sector imobiliário e reforça peso a Norte

sexta-feira, 04 Abril de 200822

Assine já!

JAN2005

MAR2005

MAI2005

JUL2005

SET2005

NOV2005

JAN2006

MAR2006

MAI2006

JUL2006

Índice Confidencial Imobiliário (2005=100)

Taxa de variação média dos últimos 12 meses

Conheça a nova Confidencial Imobiliário Peça um exemplar gratuito em:

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A “Vida Económica”, representada por Miguel Peixoto de Sousa, lançou o “Guia do Direito Imobiliário”, 2ª edição, dedicado à legislação do direitos de ha-bitação, de Raposo Subtil, igualmente presente no evento. A obra integra a nova legislação para os empreendimen-tos turísticos, recentemente aprovada pelo Governo. Jorge Umbelino, vogal do Conselho Directivo do Turismo de Portugal, marcou também presença na apresentação deste livro.O programa integrou ainda o lançamen-to de outro livro editado pela “Vida Eco-nómica” e pela “Vida Imobiliária”, este último denominado «Gestão de Activos Imobiliários” , 2ª Edição, de João Car-valho.

“VIDA ECONÓMICA” APRESENTA NOVOS LIVROS

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À semelhança de anos anterio-res, em 2007, o imobiliário de retalho em Portugal foi o segmen-to que devolveu os retornos mais elevados – 14,9 % — aos inves-tidores, de acordo com o Índice Imométrica / IPD Portugal, que mede o retorno do investimento imobiliário no nosso país.

O retorno total do imobiliário alcançou 12,4% em 2007, num ligeiro crescimento face aos 12 % de 2006, e apresentando o valor mais elevado desde 2002. A per-formance do imobiliário superou largamente a das obrigações, que devolveram retornos de apenas

2,4% em 2007. Contudo, as ac-ções registaram uma performance superior a todas as classes de imo-biliário, devolvendo retornos de 19,8%.

A componente de valorização do capital cresceu para os 6% em 2007, contra dos 5,4% do ano anterior. Já o retorno das rendas desceu 0,2 pontos percentuais, passando dos 6,3% de 2006 para os 6,1% em 2007.

Mais uma vez, o retalho foi o segmento que apresentou a melhor performance, seguido pelo indus-trial, com retornos de 10,5%, e pelos escritórios, com 8,2%.

de mediação é celebrado com o comprador ou arrendatário do imóvel, desde que resulte expres-samente do contrato, como pare-ce ser o caso que o leitor expõe, a possibilidade de cobrar determi-nada quantia a título de adianta-mento por conta da remuneração acordada.

Ainda que tal possibilidade resulte do texto do contrato de mediação, os adiantamentos não poderão exceder, no total, 10% da remuneração acordada e só poderão ser cobrados após a efec-tiva angariação do imóvel que sa-tisfaça a pretensão da empresa do leitor e corresponda às caracterís-ticas mencionadas no contrato de

mediação imobiliária, Pelo exposto, se constata que,

caso a mediadora não encontre o imóvel pretendido, nem sequer terá o direito de cobrar qualquer adiantamento, muito menos o de ficar com ele.

De referir, ainda, que, nos ter-mos da lei, os adiantamentos de-verão ser devolvidos ao cliente no caso de não se chegar a concreti-zar o negócio objecto do contrato de mediação imobiliária.Efectivamente, nos termos a lei

da mediação imobiliária, é veda-do às empresas de mediação rece-ber quaisquer quantias a título de remuneração ou de adiantamento por conta da mesma, previamente ao momento em que esta é devida

e, por via de regra, a remunera-ção só é devida com a conclusão e perfeição do negócio visado pelo exercício da mediação.

Tal regra, contudo, tem excep-ções e uma delas é, precisamen-te, aquela em que o contrato

Retalho volta a liderar retornos do imobiliário português

Legal & Imobiliário Mediação imobiliária

Adiantamentos por conta da remuneração acordada“Dado que a minha empresa está interessada em comprar um ar-mazém, com determinadas características que não são fáceis de encontrar, contactei uma mediadora imobiliária para me ajudar nessa busca.A pedido da mediadora, assinei um contrato, mas só agora reparei que o documento lhe dá a possibilidade de se cobrar antecipada-mente de parte da comissão que acordámos.Será que isto é legal? Sempre ouvi dizer que as mediadoras só tem direito a receber a sua comissão depois de o negócio ficar concluído.E se a mediadora não chegar a encontrar o armazém que pretendo comprar? Terão direito a ficar com o adiantamento?”

CB Richard Ellis | Predibisa vende três pisos do Tower Plaza à Finivalor

A CB Richard Ellis|Predibisa foi responsável pela operação de venda de três pisos de escritó-rios, com uma área locável de 2200 m², no Tower Plaza Con-cept Offices, à Finivalor - Socie-dade Gestora de Fundos Mobi-liários SA, através do seu Fundo de Investimento Imobiliário Fi-nipredial. Situado na envolven-te da Rotunda Edgar Cardoso, o edifício Tower Plaza está inte-

grado no empreendimento Gaia Nova, um projecto da constru-tora Teixeira Duarte que combi-na de forma integrada edifícios de habitação e escritórios com actividades de comércio e áre-as de lazer, com um potencial construtivo de 223 000 m² aci-ma do solo.

Da autoria do arquitecto Re-gino Cruz, o Tower Plaza é com-posto por duas torres, com 17

pisos cada, e que oferecem áreas de escritórios entre os 50 e os 800 m².

A CB Richard Ellis|Predibisa fora já responsável, pela venda de um piso de escritórios com cerca de 700 m² e uma loja com 150 m² no “Tower Plaza Con-cept Offices” ao Fundo Imo-rendimento II, gerido pela Imo-rendimento – SGFII, no último trimestre de 2007.

Lisboa é a 35ª localização industrial mais carado mundo

A zona de Lisboa é a 35ª lo-calização industrial mais cara do mundo, segundo a última edi-ção do estudo “Industrial Space Across the World 2008”, elabo-rado pela Cushman & Wake-field (C&W). Esta classificação reflecte uma descida de sete po-sições em relação ao ano anterior, embora o valor anual por m² de

espaço industrial na Grande Lis-boa se tenha mantido inalterado, nos 69,29 euros, concluiu a con-sultora.

Este ranking é liderado pela zona do aeroporto de Heathrow em Londres, que volta a ser o destino industrial mais caro do mundo, exibindo um custo mé-dio anual 211 J/m² em 2007. No ranking deste ano, Londres é se-

guida por cidades como Dublin (159,5 J/m2/ano) e Tóquio (142 J/m2/ano).

Umas das maiores subidas no ranking deste ano foi a cidade de Bombaim, na Índia, que su-biu 11 lugares, ocupando agora o 26º. Foi também a cidade que re-gistou o maior aumento no valor das rendas das localizações indus-

triais [94%]. O estudo “Industrial Space

Across the World”, publicado anualmente pela C&W, analisa os locais industriais mais caros do mundo, tendo por base 138 loca-lizações em 52 países. Em 2007, a nível global, 89% das localizações registaram um aumento ou esta-bilização de rendas e apenas 11% registaram decréscimo.

Mercado residencial do Algarve é o mais caro do país

O mercado residencial do Al-garve é o mais caro do país, com a região a apresentar os preços médios de habitação em oferta mais elevados de Portugal, com um valor de 1666 J/m². Trata-se de um valor superior ao preço médio praticado na Área Metro-politana de Lisboa (1637 J/m²) e na Área Metropolitana do Por-to (1255 J/m²).

Estes dados foram divulga-dos pelas estatísticas Imométri-ca/LarDoceLar.com relativas ao mercado habitacional do Algar-ve, correspondentes ao terceiro trimestre de 2007

De acordo com as estatísticas Imométrica/LarDoceLar.com, o valor médio da habitação no Algarve (1666 J/m²) é superado em 4,5 % no caso dos fogos no-vos, enquanto, nas casas usadas, o valor se situa cerca de 3,2% abaixo da média do mercado. Nos concelhos de Vila do Bispo, Loulé, Lagos e Albufeira — que totalizam cerca de 40% da ha-bitação em oferta na base de dados —, os preços médios dos fogos superaram os 1900 J/m². Por seu turno, os concelhos de Olhão e Alcoutim dispõem de

alojamentos com preços médios menores, próximos dos 1250 J/m², embora ambos não re-presentem mais do que 10% da oferta contabilizada.

No acumulado dos três pri-meiros trimestres de 2007, a oferta residencial no Algarve medida por estas estatísticas to-talizava 24,7 mil habitações.

MARIA DOS ANJOS GUERRA

[email protected]

sexta-feira, 04 Abril de 2008 23imobiliário

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Responsabilidade civil do Estado por danos decorrentes do exercício da função administrativa

Após a entrada em vigor da nova Lei da Responsabilidade Civil do Estado e demais entidades públicas (Lei nº 67/2007, de 31 de Dezembro), os privados passaram a ter ao seu alcance instrumentos mais claros e rigorosos para garantia da defesa dos seus direitos e, em consequência, da justa in-demnização pelo danos que lhes sejam cau-sados.

A anterior legislação (Decreto-Lei nº 48 051, de 21 de Novembro de 1967) revela-va-se, desde há muito tempo, desfasada da realidade quer devido às lacunas existen-tes como, também, pelas dificuldades que comportava, designadamente em matéria probatória. Actualmente, o âmbito de apli-cação do regime estende-se aos danos resul-tantes da função administrativa, legislativa e jurisdicional.

Em relação ao aspecto em reflexão, ou seja, à responsabilidade civil por danos de-correntes do exercício da função administra-tiva, estão abrangidas as “acções e omissões adoptadas no exercício das prerrogativas de poder público ou reguladas por disposições ou princípios de direito administrativo”. Na sua delimitação subjectiva, o regime aplica-se aos titulares de órgãos, funcionários ou agentes públicos por danos que sejam de-correntes da suas acções ou omissões adop-tadas no exercício da função administrativa e por causa desse exercício.

Enquadram-se, ainda, na referida aplica-ção os demais trabalhadores ao serviço das entidades abrangidas.

E, por fim, as regras estendem-se tam-bém à responsabilidade civil das pessoas colectivas de direito privado e respectivos trabalhadores, titulares de órgãos sociais, re-presentantes legais ou auxiliares, desde que os danos decorram de acções ou omissões que aqueles adoptem no exercício de prer-rogativas de poder público ou que sejam reguladas por disposições ou princípios de direito administrativo. O diploma contem-pla diversos tipos de responsabilidade por danos decorrentes do exercício da função administrativa, designadamente a respon-sabilidade civil por facto ilícito e a responsa-bilidade objectiva.

Quanto à responsabilidade por factos ilí-citos, o diploma dispõe que “ o Estado e as demais pessoas colectivas de direito público são exclusivamente responsáveis pelos danos que resultem de acções ou omissões ilícitas, cometidas com culpa leve, pelos titulares dos seus órgãos, funcionários ou agentes, no exercício da função administrativa e por causa desse exercício.”

Além do exposto, o Estado e as demais pessoas colectivas de direito público são responsáveis pelos danos que decorram do funcionamento anormal de um serviço, mesmo quando tais circunstâncias não re-

sultem de um comportamento concreto de um titular de órgão, funcionário ou agente determinado ou, mesmo, não exista a possi-bilidade de provar a autoria pessoal da acção ou da omissão.

No que respeita à responsabilidade pelo risco, o Estado e as demais pessoas colec-tivas de direito público respondem pelos danos decorrentes de actividades, coisas ou serviços administrativos que sejam espe-cialmente perigosos. No entanto, são salva-guardadas as situações em que se prove que a existência de força maior ou de concor-rência de culpa do próprio lesado. De acor-do com o novo regime, os tipos de danos ressarcíveis podem ser danos gerais ( danos emergentes e lucros cessantes) ou danos especiais ( os encargos que incidam sobre pessoa ou grupo, sem afectarem a genera-lidade das pessoas) e anormais (aqueles que ultrapassem os custos próprios da vida em sociedade e mereçam, pela sua gravidade, a tutela do direito).

O direito à indemnização, assim como o direito de regresso prescrevem no prazo de 3 anos a contar da data em que o lesado teve conhecimento do direito que lhe compete.

Se o facto ilícito constituir crime para o qual a lei estabeleça prescrição sujeita a pra-zo mais longo, é esse o prazo aplicável.

Note-se que o direito de regresso do Esta-do e demais entidades públicas em relação

a um funcionário ou agente torna-se, com a presente lei, obrigatório ao contrário do que acontecia na legislação anterior.

Além disso, passa a existir responsabilida-de solidária para os casos em que os funcio-nários cometam acções ou omissões ilícitas com intenção de provocar o dano, isto é, com dolo. O mesmo se aplica nas situações em que se verifique que a sua diligência e zelo foram manifestamente inferiores àque-les que se encontravam obrigados em ra-zão do cargo. Neste campo, o lesado pode intentar a respectiva acção judicial quer contra o Estado como, também, o próprio funcionário ou agente.

Por último, mas não de menor importân-cia, é de referir o aspecto da prova da culpa. Enquanto no regime anterior cabia ao lesa-do esse ónus da prova, agora há uma nova presunção legal de culpa leve na prática de actos jurídicos ilícitos. Assim, passa a caber ao Estado a demonstração de que não exis-tiu culpa. A nova Lei está em vigor há cerca de dois meses, período que ainda não nos permite uma avaliação sobre a sua aplica-ção prática, mas tudo indica que é um meio ao alcance dos privados que lhes permitirá fazer valer de forma mais eficaz os seus di-reitos.

AnA Medeiros – [email protected]

Gabinete de AdvogadosAntonioVilar&Associados

Notas sobre CoNtratos PúbliCos

ana mEdEiRos

Advogada

sexta-feira, 04 abril de 2008emPresas24

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Vida Económica - Que imagem fi-cou do 10º Congresso da APLOG?

Kraft Schumann - Registou-se um conjunto alargado de boas apresentações, que reflectiram o cenário português ao nível da logística, a par de todos os ser-viços conexos. Relevantes foram também as comunicações relacionadas com a ver-tente internacional. Devo sublinhar que a minha expectativa era diferente, pois esperava que as empresas portuguesas de logística mostrassem as suas capacidades de relacionamento internacional, nome-adamente pela localização geoestratégica atlântica, e isto porque Portugal tem to-das as condições para ser um hub ao nível da logística dentro da Ibéria. Essa era a minha expectativa que relevasse no “me-eting”.

VE - Como classifica as actuais condições nacionais relativamente à logística?

KS - Depende das necessidades. Se falar do meu negócio, posso necessitar de espaços ou de técnicos especializados para trabalharmos à noite. E para nós o que é importante é a fiabilidade e a res-posta rápida às necessidades. Por exem-plo, usamos um sistema informático em

determinada região ou país e não temos um segundo equipamento no “bolso” para o substituir de imediato, logo, a qualidade de serviços está em não falhar ou está ou poder ser possível uma substi-tuição rápida e eficaz. Precisão, rapidez, serviços nocturnos, reparações rápidas são as exigências de qualidade para um trabalho como o meu.

Noutro tipo de negócios, as exigências serão diferentes porque o “timing” pode ser mais longo e não necessita de estar tão dependente de respostas da oferta local de serviços. Direi mesmo que no meu negó-cio continuo hoje à procura do parceiro ideal.

VE - Lisboa poderá ser um “hub” ibérico?

KS - Madrid e Barcelona já o tenta-ram e não foram bem sucedidas. Lisboa o que precisa é uma rede de infra-estru-turas integradas. Neste encontro constatei interesses divergentes e grande discussão entre o lado mais próximo do Estoril e o grupo que puxa por Lisboa. Pergunto porque não poderão cooperar, uma visão estratégica para a Ibéria significa trabalho integrado. A história fez-me lembrar algu-mas regiões da Alemanha, que ao fim de

15 anos ainda não se sentem perfeitamen-te integradas. Penso que precisamos de gerações sonhadoras que pensam de uma forma universal. Poderá ser que a próxima geração consiga uma integração susten-tada, aproveitando uma Europa suficien-temente forte e integrada. Não é menos verdade que cada região deve orgulhar-se da respectiva herança porque cada zona tem algo especial, tem algo bom e tem toda uma tradição de saber e bem-fazer. O clima, a praia e o sol são algumas des-sas riquezas que têm de ser bem aprovei-tadas, sobretudo no aspecto da diferença de regiões. Devemos ter um pensamento europeu, mas devemos sempre mostrar e nunca negar a nossa herança regional. Não há nenhuma razão para alguém na Europa dizer que o seu país é melhor ou pior que o vizinho. Cada um tem poten-cialidades específicas.

VE - Que potencial vê num país como Portugal ao nível da capacida-de de organizar grandes eventos e de atrair grandes operadores?

KS - Antes de mais, Portugal tem uma grande tradição em termos de “trading”. Perderam parte dessa capacidade porque deixaram de ser um país industrial, mas

mantêm uma tradição de “trading” com centenas de anos. Sabem relacionar-se e negociar com diferentes culturas e em todo o tipo de situações políticas e sociais. Essa capacidade pode ser revitalizada, aproveitando a localização privilegiada num dos extremos da Europa, para além de ser a porta da Europa do Sul.

VE - A que tipo de trading se refere?KS – Por exemplo na fretagem para sa-

tisfazer necessidades de colocação rápida no Sul da Europa, caso de Itália ou Fran-ça. A logística é crucial para se ganharem negócios.

VE – Nesse tipo de negócio, qual a estratégia?

KS - Antes de mais, tudo tem de ser pensado num modelo integrado de frete e passageiros e só depois se pode decidir a localização. A primeira decisão tem de ser o objectivo, tem de se perguntar para que quero o aeroporto. Se se olhar para a cidade de Estocolmo onde tomaram uma decisão há cerca de 25 anos de constru-ção de um novo aeroporto, optaram por manter a antiga infra-estrutura e alocaram cada um dos aeroportos a transportes es-pecíficos.

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VE – Lisboa tem capacida-de para atrair investimentos?

José Faria - Sim, sobretudo posicionando-se com uma oferta específica, que terá essencialmen-te a ver com os grandes circuitos logísticos.

VE - A questão da competi-tividade de preços e serviços final com a Espanha é um problema para nós?

JF - Tudo tem a ver com a re-lação de unidades. Em Portugal não temos massa crítica para nos

aventurarmos em grandes opera-ções. Em todo o caso há necessi-dades específicas em que Portugal tem dado muito bem as respostas com espaços ajustados às necessi-dades. O exemplo está em produ-tos específicos e em que o eventual insucesso no seu lançamento tem menos peso que numa Alemanha. Isto acontece porque a visibilida-de é totalmente diferente entre os dois países. Temos condições em determinados nichos de mercado de dar resposta e competir com mercados externos.

VE - A Keylab consegue dar resposta às exigências de mercado?

JF - Efectivamente, consegui-mos dar resposta em 24 horas com níveis de serviço ajustados às necessidades, nomeadamente de equipamentos desta nature-za.

VE - A Keylab tem todo o tipo de equipamento que, por exemplo, um evento UEFA exige?

JF - Cerca de 7% da nos-

sa facturação é canalizada para investimento, nomeadamente para tecnologia e equipamento estrutural, concretamente para o apoio a todas as nossas ope-rações.

Parece-me um volume im-portante, já que em 2006 regis-támos um volume de negócios de 7,5 milhões de euros e para 2007 as previsões indicavam mais 5% a 10% de crescimen-to de negócio, algo que está em contraciclo com o sector.

VN

“Devemos ter um pensamento europeu, mas devemos sempre mostrar e nunca negar a nossa herança regional”, diz Kraft Schumann.

José Faria, administrador executivo da Keylab, adverte

“Não temos massa crítica para nos aventurarmos em grandes operações”

sexta-feira, 04 Abril de 2008 25empreSaS

Kraft Schumann, director de logística na Fujitsu Siemens Computers IT Product Services, afirma

Portugal tem de revitalizar a sua herança de “trader”Procurar nas tradições a capacidade para relançar Portugal no negócio da logística. Esta foi uma das recomendações que Kraft Schumann, director de logística na Fujitsu Siemens Computers IT Product Services, deu, em entrevista à “Vida Económica”, a propósito da sua participação no 10º Congresso da APLOG, Associação Portuguesa de Logística. Também José Faria, administrador executivo da Keylab, a maior empresa nacional em outsourcing pós-venda (que no 2º semestre do ano passado adquiriu, com Armando Jones, o grupo tecnológico nacional SetCom), sublinhou a capacidade de adaptação da indústria nacional e a expansão para o Magrebe. No Congresso participou ainda um alto responsável da UEFA.

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Ydreams aposta no potencial humano

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“O mais decisivo numa empresa são as pessoas”, afirmou António Câmara, presi-dente da Ydreams, durante o último en-contro mensal da ACEGE.

Nesse sentido, salientou que se deve “formar uma pessoa para ser ultra-bem sucedida”. Para isso popõe às universida-des que estas “assegurarem a formação,

incluindo a não universitária”. O responsável chamou também à aten-

ção para o facto de não existir um bom sistema de comunicação, fazendo com que os estudantes “escolham cedo de-mais”, sem saberem tudo sobre a área por que optaram e para a questão de conside-

rar “mais importante saber fazer do que ter boas notas”, tendo a universidade o papel de formar o indivíduo para ser em-preendedor. No âmbito de um programa de estágios no ensino profissional, a Ydre-ams reuniu com o Ministério da Educa-ção, de modo a envolver-se no projecto. “Teremos todo o gosto em recebê-los, não

tendo que ser necessaria-mente universitários”.

No que respeita à posição da Ydreams no mercado, es-tão “optimistas”. O respon-sável afirmou que “são me-lhores do que a Tom Tom”, o seu primeiro concorrente, que decidiu focar-se em sis-temas de navegação e valem hoje em dia 10 mil milhões de euros. “A nós faltou-nos um pequeno detalhe, per-ceber o negócio” explicou, destacando, no entanto, que está confiante. “Com o papel interactivo vamos dar um salto”, frisou.

Inovação é a prioridade

À margem da conferência, António Câmara disse à “Vida Económica” que depois de terem conseguido seis milhões de euros o ano passado, querem para este

ano “facturar 12 milhões, porque quere-mos crescer a um ritmo de 100 por cento nos próximos quatro anos”.

A prioridade da Ydreams nos últimos tempos não foi o crescimento da factu-ração, “mas o desenvolvimento de pro-dutos e de propriedade intelectual que nos vão permitir agora crescer exponen-cialmente”, pois “temos tecnologias e submetemos patentes que acreditamos poderem ter potencial para justificar esse crescimento”, acrescentou o empresário, salientando os avanços na criação de uma plataforma de captação gráfica, alvo de elogios por parte de empresas como a Microsoft. Afirmou ainda que é no Bra-sil que o maior crescimento da Ydreams está a decorrer.

Questionado pelos jornalistas sobre a OPA lançada recentemente pela Microsoft sob a Yahoo, António Câmara referiu ter ainda alguma esperança, “porque tem de haver diversidade”. “Se tivermos uma rede concentrada em dois grandes players de In-ternet, acho que é dramático”, acrescentou. Explicou ainda que o Google tem pouco a temer caso a OPA tenha sucesso. “Quando uma empresa atinge o estado em que se en-contra o Google, começa a ter reservas em “cash” que dão algum descanso. O Google tem o que é fundamental: o talento.

Marisa [email protected]

sexta-feira, 04 Abril de 2008PME26

DEFINIÇÃO DE PMESou sócio-gerente de uma empresa fabricante de

portas de alumínio, situada em Vila Real, e pretendo investir 500 000J em inovação. A empresa emprega 40 trabalhadores, factura 50 000 000J e possui um activo de 40 000 000J. Gostaria de saber como se classifica a empresa quanto à sua dimensão e se posso candidatar-me ao QREN.

RESPOSTA1. Na União Europeia a distinção entre micro,

pequena, média e grande empresa é a mesma em todos os Estados-membros. A distinção assenta em quatro critérios:

a) nº de pessoas empregues (critério dos efectivos), que é o critério principal;

b) volume de negócios;c) património global (activo);d) autonomia.Uma empresa define-se como autónoma

quando a participação no seu capital ou direitos de voto, por parte de outra empresa, é inferior a 25%. Considera-se empresa parceira quando a participação é igual ou superior a 25% e asso-ciada quando a participação supera 50%.

Um dos critérios, volume de negócios ou activo, pode ser ultrapassado.

Assim, para as empresas autónomas, a dis-tinção é a seguinte:

- Microempresa – até 9 trabalhadores; vo-lume de negócios ou activo não superior a 2 000 000J.

- Pequena empresa – até 49 trabalhadores; volume de negócios ou activo não superior a 10 000 000J.

- Média empresa – até 249 trabalhadores; volume de negócios não superior a 50 000 000J ou activo não superior a 43 000 000J.

- Grande empresa – mais de 249 trabalha-dores; volume de negócios superior a 50 000 000J ou activo superior a 43 000 000J.

De acordo com a classificação anterior, esta-mos em presença de uma média empresa.

2. Cumprindo as condições gerais e especí-ficas de acesso, a empresa pode candidatar-se ao Sistema de Incentivos à Inovação.

O apoio previsível será um incentivo reem-bolsável sem juros, com o prazo de 5 anos sendo 2 de carência, com a taxa base máxima de 35% a que poderá acrescer uma majoração de 10%, isto é, 225 000J. A posteriori e em determinadas condições, parte substancial do subsídio reembolsável poderá ser convertido em subsídio não reembolsável.

Nota: A 2ª fase de candidaturas ao SI Inovação termina em 23/5/08.

CONsultórIO DE FuNDOs

COMuNItárIOs

Colaboração:[email protected].: 228348500

Vida Económica Editorial, SA R. Gonçalo Cristóvão, 111 - 6º Esq. 4049-037 PortoInf: Ana Maria Vieira Telf. 223 399 457/00 Fx. 222 058 098 [email protected]

Formação personalizada

O Grupo Editorial Vida Económica tem condições para lhe proporcionar formação à medida dos objectivos e necessidades dos seus trabalhadores, colaboradores ou associados, em qualquer ponto do país, em horário laboral ou pós-laboral.

Marcolino Sebo exporta para AngolaO vitivinicultor Marcolino Sebo, da sub-

região de Borba, Alentejo, atingiu em 2007 a facturação de dois milhões de euros, o que representa um acréscimo de cerca de 20% em relação ao anterior exercício. Aumentou também a produção das 600 mil para as 650 mil garrafas, além de Bag-in-Box.

O mercado externo mantém uma quo-ta de cerca de 20% nas vendas, mas 2007 trouxe também o incremento da diversi-ficação de clientes e destinos. Marcolino Sebo enviou recentemente o seu primeiro contentor para Angola, no qual seguia vinho, azeite e aguardente. Actualmente, esta casa, com sede na Quinta da Pinhei-ra, exporta os seus produtos para EUA, França, Alemanha, Luxemburgo, Suíça, Bélgica, Noruega, Holanda, Irlanda, Chi-na, Taiwan, Malásia e Angola.

Para 2008, Marcolino Sebo projecta apresentar dois vinhos brancos, um com base na casta Chardonnay, fermentado em barrica, e outro da casta Antão Vaz. Vão também ser lançadas as garrafas Magnum (1.5, 3, 5 e 12 litros), já com a colheita de 2007.

O “Quinta da Pinheira 2005”, tinto, é o mais recente lançamento do produtos Marcolino Sebo. Com um PVP recomen-dado entre seis e 6,5 euros. Este vinho, obtido a partir das castas Trincadeira, Aragonês e Castelão, conta com uma pro-dução de 27 mil garrafas e tem a assinatu-ra do enólogo Jorge Santos

Recorde-se que o primeiro “Quinta da Pinheira”, produzido com as colheitas de 2000 de 2001, obteve uma medalha de prata no concurso “Challenge du Vin” re-

alizado em 2002.Os próximos anos trarão certamente

outras novidades, pois foram em 2007 plantados de novo oito hectares de vinha com casta Trincadeira (tinta) e Verdelho (casta branca). Em 2009 prevê-se a plan-

tação de quatro hectares de Alfrocheiro (casta tinta).

VirGÍLiO [email protected]

Miniempresas vão a concurso

Foi ontem inaugurada a “Feira Ilimitada: Mostra o Teu Potencial”, a decorrer na De-legação Regional do Instituto Português da Juventude (IPJ), em Sacavém. Cerca de três de-zenas de miniempresas vão a concurso. Um júri seleccionará os melhores projectos.

Desde Outubro de 2007 que 144 alunos, 121 do Ensino Se-cundário e 23 do Ensino Uni-versitário, estão a desenvolver um projecto para a criação de miniempresas reais com pro-dutos e/ou serviços criados pelos mesmos e que são ven-didos, a um público real mais alargado.

Este projecto “bandeira” da Associação Apreender a Empre-ender pretende dotar os alunos dos conhecimentos necessários para que os jovens de hoje se-jam os futuros empreendedores e gestores de sucesso em Portu-gal.

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sexta-feira, 04 Abril de 2008 27especial associação comercial e industrial de barcelos

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sexta-feira, 04 Abril de 2008 29especial associação comercial e industrial de barcelos

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A Henkel é um exemplo na área de ambiente, responsabili-dade social e responsabilidade corporativa. Quem o confirma é a associação professional de ana-listas financeiros - “Deutsche Ve-

reinigung für Finanzanalyse und Asset Management” (DVFA) - e a revista da área de economia e de negócios “Wirtschaftswoche” – responsáveis pela atribuição do

“ESG Award 2008”.A Henkel deu recentemente a

conhecer o Relatório de Responsa-bilidade 2007. Entre as iniciativas desenvolvidas no ano transacto des-taca-se a melhor performance obti-

da nas marcas de deter-gentes, compativeis com a protecção ambiental.

Esta distinção acaba por não ser uma sur-presa para a Henkel, já que, “há muitos anos atrás, a Henkel reco-nheceu e implemen-tou a importância da gestão da sustentabili-dade ambiental”. Para Lothar Steinebach,

“chief financial officer” (CFO) da Henkel, “a sustentabilidade apoia o sucesso económico e contribui para garantir a competitividade global a longo prazo”.

Pedro Dias, responsável pelo mercado português e brasileiro, confirma

Portugueses aderemao Everest Poker Os portugueses estão rendidos ao poker. Segundo o responsável pelomercado português e brasileiro, Pedro Dias, foi com “entusiasmo e qualidade” que se deu a adesão dos portugueses a este jogo. Actualmente, são já dezenasde milhar os que acedem ao site da Everest Poker e “descobrem este jogo divertido e estimulante”.

Vida Económica - O que distingue o Everest das demais salas de poker online?

Pedro Dias - O Everest Poker foi a primeiro sala de póquer a apostar na Europa. Desde o início, quando todos centravam a atenção nos Estados Unidos e Es-candinávia, o Everest Poker introduziu o póquer aos franceses, alemães, italianos, portugueses, etc. E isto aconteceu com a construção de relações com as comu-nidades locais. Ajudamos pequenos clubes a crescer e os maiores a profissionalizar-se, e com isso os jogadores a começar e a melhorar o seu nível. Por exemplo, aos portugueses começamos por oferecer um software e um serviço completamente em português, depois demos aos jogadores a possibilidade de jogar de graça num torneio de qualidade profissional ao vivo como o “Everest Poker Ao Vivo em Portugal”, que organizámos em 2007. Em 2008 decidimos patrocinar a Solverde Season 2008, organizando satélites semanais para o melhor torneio mensal em Portugal.

Desde o início, vivemos como poucos o lema, ‘Think Global, Act Local’.

VE - Como tem sido a adesão dos portugueses ao Everest Poker?

PD - Os portugueses têm respondido ao Everest Poker com entusiasmo e qualidade. Há dois ou três anos atrás, o póquer era em Portugal um desporto praticamente desconhecido. O Everest Poker ajudou a que os por-tugueses descobrissem este fantástico jogo, ajudou-os a começar e a evoluir até conseguirem competir com os melhores.

Neste momento, são já várias dezenas de milhar os joga-dores que jogam no Everest Poker e todos os meses muitos

mais experimentam e descobrem este jogo divertido e es-timulante.

Como prova disso temos a quantidade de torneios ao vivo e online só para portugueses, como, por exemplo, a Solverde Season, patrocinada pelo Everest Poker, compos-ta por torneios mensais no Casino de Espinho, Vilamou-ra e Chaves ou os torneios mensais no Casino do Estoril. Além do que tanto o Casino de Espinho como o Casino do Estoril têm todas as semanas centenas de jogadores nas suas mesas de póquer ao vivo.

VE - O Everest Poker é apenas para jogadores com experiência?

PD - O Everest Poker tem como missão oferecer a to-dos os tipos de jogadores a melhor experiência de póquer possível. É, talvez por isso, que o Everest Poker é unani-memente considerado uma das melhores salas do mundo para começar e melhorar a capacidade de ganhar um jogo de poker. Muitos dos jogadores que agora ganham os me-lhores torneios na Europa começaram connosco. Os no-vatos podem percorrer um jogo de póquer passo-a-passo com explicações detalhadas no tutorial ou praticar numa sala de treino privada, contra três treinadores robôts, antes de jogar mais a sério numa das mesas grátis contra outros jogadores.

Além disso, cada um pode jogar com jogadores do seu ní-vel. Com mais de 35.000 jogadores nas suas mesas, é sempre fácil encontrar uma mesa à medida de cada um, qualquer dia, a qualquer hora: jogos grátis, torneios, satélites…

Para quem quiser experimentar, o software grátis pode ser adquirido em www.everestpoker.com.

VE - O Everest Poker fez um novo acordo com

a Harrah’s Entertainment. Que vantagens traz esta parceria?

PD - O Everest Poker garantiu há poucas semanas o pa-trocínio das World Series of Poker (WSOP), organizadas pela Harrah’s Entertainment numa parceira que irá durar vários anos. As World Series of Poker são o maior torneio de póquer do mundo, o equivalente ao Campeonato do Mundo ou aos Jogos Olímpicos de Poker.

O Everest Poker irá mais uma vez dar aos jogadores eu-ropeus, de todos os níveis, a oportunidade de jogar o me-lhor e o maior torneio do mundo, realizado em Las Vegas. Os jogadores poderão participar em satélites diários para cada um dos 3 Qualifiers WSOP semanais e os vencedores terão tratamento VIP em Las Vegas, participando em acti-vidades exclusivas.

Será um pouco como dar a possibilidade a qualquer por-tuguês com ligação à Internet de ir jogar golfe com o Tiger Woods! Imagine o que seria se o patrocinador oficial dos Jogos Olímpicos pudesse levar os seus melhores clientes a competir contra os melhores desportistas do mundo.

VE - A Everest Poker lançou a Spanish Poker Tour. Quais são as vossas expectativas para este novo torneio?

PD - A Spanish Poker Tour é um muito bom exem-plo daquilo que o Everest Poker quer fazer. À semelhança do que acontece em Portugal com a Solverde Season, a Spanish Poker Tour vai dar a oportunidade a milhares de jogadores de participar em torneios de poker do mais alto nível.

Estes torneios são a razão pela qual o póquer ganha a cada dia mais adeptos. São um espectáculo para quem vê e para quem participa.

“O Everest Poker irá mais uma vez dar aos jogadores europeus, de todos os níveis, a oportunidade de jogar o melhor e o maior torneio do mundo, realizado em Las Vegas”, afirma Pedro Dias.

MAriAnA [email protected]

Desenvolvimento sustentáveldá“ESG Award 2008” à HenkelA política de qualidade e responsabilidadeda Henkel valeu à empresa o “ESG Award 2008”na categoria de negócio DAX (German Share Index)

Portugal foi o principal visitan-te estrangeiro da OFITEC, Salão Internacional de Equipamento de Escritórios e Entidades Colec-tivas. Os portugueses representa-ram 35,7% do total de visitantes, excluindo os espanhóis.

A feira de design e conceito de mobiliário e escritório contou com 48 países, Espanha in-cluída, e teve lugar em Ma-drid, nos dias 26 e 29 de Fevereiro. A OFITEC é a segunda mais i m p o r t a n t e feira do sector na Europa e uma montra privilegiada para visitan-tes e empresas.

Expandir os negócios para ou-tros mercados e consoliar a pre-sença em Espanha, com a apre-sentação de novos produtos, eram

as principais expectativas das em-presas portuguesas presentes no certame. Nomes como a FAMO – Indústria de Mobiliário de Es-critório Lda., Guialmi – Empresa de Móveis Metálicos SA, Iduna, Mécanobloc Portugal, Movecho – Móveis de Escritório SA e Qua-

trex – Indús-tria Metalo-mecânica Lda fazem um ba-lanço positivo da sua partici-pação.

A FITEC é uma mostra bienal e conta com a parti-cipação das empresas líde-

res neste sector, quer em Espanha quer no resto do mundo. Arqui-tectos, estúdios de arquitectura, técnicos de obra, arquitectos de interior, decoradores, distribui-dores e gestores de compra são presenças habituais no evento.

Portugal teve presença forte na OFITECFeira de mobiliário de escritório contou com a presença de 48 países

Porto de Ideias reforça presença no sector financeiro

ERA conta com mais de 600 consultores

A Porto de Ideias, Comuni-cação e Imagem começou a tra-balhar a conta da multinacional Expense Reduction Analysts (ERA).

Focalizada na redução dos cus-tos não estratégicos, a ERA tem uma taxa média de poupança si-tuada entre 15 e 25%, isto man-tendo ou melhorando a qualida-de dos fornecimentos.

Fundada em 1992 no Reino Unido, a ERA está actualmente presente em 29 países e conta com mais de 600 consultores em todo o mundo. Em Portugal, mercado onde entrou há três meses, a ERA conta com escritórios em Braga, Porto, Vila Real e Lisboa.

A Porto de Ideias ficou com a responsabilidade da gestão da co-municação com os “media” bem como da comunicação institucio-nal. Com esta conta a Porto de Ideias reforçar a presença no sec-tor financeiro.

sexta-feira, 04 Abril de 2008 31NEGÓCIOS E EMPRESAS

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sexta-feira, 04 Abril de 2008negócios e empresas32

escritórios, distribuídos por oito pisos, contando ainda com áreas comerciais e esta-cionamentos subterrâneos. As obras de construção já ti-veram início e deverão estar concluídas no final do próxi-mo ano. Vai dispor de confi-gurações flexíveis para ocupa-ção e inovações tecnológicas. O projecto assenta num de-senho estético, mas bastante funcional.

A Comsa é uma das prin-cipais empresas espanholas do sector da construção e dos serviços. A facturação anu-al ronda 1,2 mil milhões de

euros. Tem escritórios no país de origem e filiais em Portugal, Ar-gentina, Austrália, Chile, Itália e Polónia. Abrange várias áreas de actividade, para além da constru-ção, tendo em conta a necessida-de de diversificação.

Espanhóis da Comsa investem em Portugal

vertente essencial a localização dos imóveis. O segundo empre-endimento fica junto à Praça de Espanha, também na capital.

Quanto ao Atlantis, terá uma área total construída de 19 mil m2, mais de metade destinada a

O grupo espanhol Comsa está a promover um

novo edifício de escritó-rios em Lisboa. A ope-ração é realizada através da sua filial portuguesa, a Monsanto Investment. O Edifício Atlantis fica localizado na via princi-pal do Parque das Nações e representa um investi-mento na ordem dos 23 milhões de euros.

A presença desta empre-sa de promoção imobiliá-ria em Portugal integra-se na sua estratégia de inter-nacionalização. O novo edifício reforça a carteira de promoções terciárias no mercado nacional, onde já possui o edifício de es-critórios Europa, neste momento em exploração. De referir que a actividade tem sempre como uma

“Lei das Sondagens em Portugal” em debate

A actual Lei das Sondagens (Lei 10/2000, de 21 de Junho) está hoje, face à evolução da so-ciedade e da tecnologia, obsoleta. Comporta ainda uma série de in-coerências e contradições meto-dológicas que urge resolver. Uma melhor regulação exige uma nova lei.

A organização deste debate decorre em antevisão da revisão legislativa em curso e procurará contribuir para a melhoria de todo o processo de regulação e maior transparência de todos os processos de realização de sonda-gens, bem como de clareza na sua divulgação.

O orador principal deste semi-nário será José António Montei-ro, director-geral da DOMP, SA (Desenvolvimento Organizacio-nal, Marketing e Publicidade) e profissional do sector há mais de vinte anos.

No decurso da sua intervenção, irá enumerar e debater as princi-pais contradições da actual lei, apresentando propostas para a sua melhoria. Abordará também a sempre polémica questão da re-lação entre os meios e as empre-sas de sondagens e qual deverá ser o papel da entidade reguladora.

Carvalho da Silva é o convidado especial do Clube dos Pensadores

No âmbito do quinto ciclo, o Clube dos Pensadores realiza um debate, no dia 7 de Abril, sobre trabalho e sindicalismo na era da globalização, com a presença de Carvalho da Silva. Os trabalhos decorrem, a partir das 21.30 horas, Hotel Holiday Inn de Gaia.

As matérias a debater fazem todo o sentido, num momento em que a taxa de desemprego é elevada e existe um elevado volu-me de economia subterrânea, um baixo grau de efectividade das normas de trabalho e uma con-tratação colectiva com dificulda-des que se poderão agravar, no âmbito do novo Código do Tra-balho. Carvalho da Silva é o rosto visível da contestação às políticas no sector do trabalho.

Gaia lança clube de investidores

O município de Gaia, atra-vés da Amigaia EM, lança hoje o Amigaia Investors Club, um conjunto de serviços de apoio à actividade empresarial, no audi-tório da Quinta da Boeira. Este “clube” pretende “promover um contexto favorável à competitivi-dade empresarial e à captação de investimento estruturante de ele-vado valor acrescentado” para o concelho de Gaia. A sessão conta com as presenças de Luís Filipe Menezes, presidente da Câmara Municipal de Gaia, Marco An-tónio Costa, vice-presidente da Câmara Municipal de Gaia, e do embaixador António Martins da Cruz, presidente do Conselho de Administração da AMIgaia.

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Opway entra no mercado brasileiro das obras públicas

A Pavi, empresa do grupo Opway – resultante da fusão entre a OPCA e a Sopol –, garantiu a entrada no mercado brasileiro das obras públi-cas. A empresa obteve a adjudica-ção de uma empreitada no valor de mais de 900 mil euros para a con-cepção e construção de três túneis prefabricados em betão, a instalar numa nova circular rodoviária na região de São Paulo.

Mas a Pavi também está a for-necer peças em betão a consórcios que integram as maiores empresas de obras públicas brasileiras. No sector das telecomunicaçõres, foi retomada uma posição de destaque no mercado brasileiro, ao ser garan-tido um contrato de fornecimento para a Vivo, operadora detida pela PT e a espanhola Telefónica, no va-lor de oito milhões de euros. O gru-po Opway agrega um conjunto de empresas que actuam também nas áreas do imobiliário, das cerâmicas, da indústria e das concessões.

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Marta Dias, directora da PraxisD, assegura

“Cultura do exercício” melhora eficiência das empresasO programa “Exercício é Saúde” desenvolvido pela PraxisD foi a resposta às necessidades sentidas pelas empresas. Entre os objectivos do programa está a “promoção da dinâmica de grupo e espírito de equipa que promova a cultura da empresa”, afirma Marta Dias, directora da PraxisD. O projecto é recente em Portugal, mas nalguns países encontra-se já numa fase mais avançada.

Vida Económica – Quais os serviços actualmente prestados pela PraxisD e que necessidades ou solici-tações conduziram a esta diversificação?

Marta Dias – A PraxisD surgiu em 1999, associada a um grupo de empresas (Dimensão6 e Sextacor), já no mercado, nas áreas da publicidade e produção gráfica. A PraxisD foi fundada por mim, e como muitas PME no país, foi, e é ainda hoje, uma empresa familiar. Começou a sua actividade sobretudo com tra-balhos nas áreas da Ergonomia, resultado da minha formação curricular. Durante os primeiros anos foi aumentando o staff interno, e especializámo-nos noutros domínios complementa-res. Fomos crescendo no mercado nacional e actualmente di-vidimos a nossa actividade nas áreas da organização de eventos, ergonomia, Programa Exercício é Saúde, Programa Aceder e formação, sendo que para esta última área criámos, no ano pas-sado, uma empresa especializada, a Smartform.

VE – Mais recentemente, a PraxisD lançou o pro-grama “Exercício é Saúde”. Em que consiste este programa e o que conduziu à sua criação?

MD – É uma iniciativa da PraxisD, que surgiu no ano 2000, e foi inicialmente implementado na Pioneer Portugal, fábrica de produtos electrónicos no Seixal, em 2001. Os objectivos des-te programa são: sensibilizar a população trabalhadora para a adopção de comportamentos mais saudáveis, fomentar a cultu-ra do exercício nas organizações através de actividades físicas e lúdicas intra e extraprofissionais, e promover uma dinâmica de grupo e espírito de equipa que promova a cultura da empresa. No ponto de partida para este projecto, tivemos em conta que a população trabalhadora, em geral, passa mais de um terço do dia no seu local de trabalho, pelo que consideramos ser de extre-ma importância as condições de trabalho oferecidas aos mesmos pela entidade patronal. A sensibilização para esse facto parece- -nos cada vez maior, mas ainda é insuficiente.

VE – Qual a importância de fomentar o exercício físico dentro das empresas e de sensibilizar os cola-boradores para a prática de uma vida activa?

MD – Penso que é de extrema importância. Diria até que é uma responsabilidade social apostar neste tipo de programas. A maioria das empresas acha que é um custo, eu considero um ganho! A verdade é que, se toda a população praticasse activi-dade física regular, sentir-se-ia melhor, estaria mais resistente às doenças, quer do foro físico quer do foro psicológico. É pre-ciso mudar os hábitos de vida, começando nos mais jovens e chegando até aos adultos. E porque não praticar no local de trabalho, se passamos a maior parte no nosso tempo de vida lá?! Cada vez temos mais doenças profissionais, pelo que cada vez é mais importante investir na sua prevenção. É urgente investir em projectos de melhoria das condições de trabalho, onde estas iniciativas fazem cada vez fazem mais sentido.

VE – Que relação poderá ter a prática de exercício físico e de actividades desportivas com a criação de dinâmicas de grupo, espírito de equipa e cultura em-presarial?

MD – Têm uma relação muito estreita. Tanto é que cada vez mais as empresas apostam em formações outdoor e team-building, com actividades físicas, para fomentar o espírito de equipa, avaliar quem são os líderes e a capacidade de resolução de conflitos, entre outras. Para além deste tipo de iniciativas, cada vez mais comuns sobretudo em grandes empresas ou orga-nizações, a questão da prática de exercício físico e de actividades de relaxamento tem efeitos directos na cultura organizacional e no espírito de equipa, sobretudo quando essas actividades são promovidas pela própria empresa. O exemplo mais comum é a formação de equipas de futebol nas empresas. Embora sejam tradicionalmente formadas por homens, são um bom exemplo que deve ser alargado a outras modalidades e também ao sexo

feminino. Praticar exercício no local de trabalho durante o tem-po de trabalho tem efeitos desbloqueadores e muito positivos para a equipa de trabalho, aproximando as pessoas, libertando--as de tensões e vergonhas, e aliviando o stress.

VE – Qual o sucesso e quais as principais seme-lhanças e diferenças deste programa com medidas já implementadas e serviços existentes noutros países?

MD – Este programa engloba diversas iniciativas a todos os níveis da organização da empresa, estando dividido em várias áreas ou fases de actuação, cujo objectivo último prende-se com a sensibilização da população para a prática de exercício físico re-gular. Existem muitos países que têm programas deste tipo, mas a maioria que conheço focam essencialmente a ginástica laboral. O Brasil, devido a cultura do exercício ser muito enraizada, tem apostado muito neste tipo de iniciativas. Já no Japão é mesmo uma questão crucial e faz parte do dia-a-dia e da educação.

Na minha opinião, em Portugal, não basta implementar ou obrigar a fazer exercício ou ginástica laboral. É preciso incutir o gosto pela actividade física, sensibilizando e facilitando o aces-so à sua prática, e acreditar, sobretudo, que as pessoas mudam desde que percebam que isso é importante. O nosso programa inclui folhetos de divulgação sobre actividades ligadas a promo-ção de hábitos de vida mais saudáveis e prevenção, acordos com ginásios para obtenção de descontos, organização de actividades extraprofissionais lúdico/desportivas para funcionários e para as suas famílias, avaliações e acompanhamento médico regulares, acções de sensibilização periódicas, exercícios laborais que são escolhido especificamente em função da actividade desempe-nhada, entre outras iniciativas. No entanto, é importante sa-lientar que o sucesso destas inicativas está, na minha opinião, directamente condicionado pelo envolvimento e empenho das pessoas e da organização.

FErnanDa SilVa TEixEira

Em tempo de grande dinâ-mica à volta da escolha dos candidatos às Presidenciais

de Novembro e numa altura em que também na Europa se conso-lidam reflexões sobre o futuro, a ideia de algumas breves reflexões sobre as lições que a experiência da maior democracia do mundo nos dá na era da consolidação da economia global e da sociedade do conhecimento. A “leitura” das no-vas dinâmicas protagonizadas num país que se reinventa em cada mo-mento para se ajustar à evolução dos tempos é um exercício central na abordagem sustentada do novo paradigma que se pretende para a Agenda de Lisboa na Europa e no nosso país.

Barak Obama, Hillary Clinton ou John Maccain têm sobre si a responsabilidade de desenvolver uma estratégia sobre a nova di-mensão da leitura social possível de fazer numa América de contras-tes em contraponto a uma Europa que não consegue “agarrar” a velo-cidade da diferença competitiva. Como Alexis de Tocqueville fez na sua decoberta do novo mundo, im-porta saber fazer a avaliação a todo

o tempo das dinâmicas em curso e relevar uma prática operacional efectiva de “cumplicidade estraté-gica” na colaboração em conjunto tendo em vista o objectivo dum desenvolvimento sustentado estru-turante.

A América 2008 continua a ser um espaço vivo de “renaissance” criativa. A América das Univer-sidades, Centros de Inovação e Empresas de Tecnologia conti-nua a querer liderar o paradigma da evolução competitiva assente numa matriz social clara, em que a oportunidade é dada a todos, cabendo ao mercado a decisão objectiva da selectividade em que nem todos conseguem vencer. No complexo jogo de compromisso entre liberdade e democracia, de que Rawls nos fala com tanta con-vicção, a riqueza da participação livre e individual é um activo de exercício único de cidadania. Con-tudo, num quadro global marcado pela consolidação dos novos pólos Índia e China e pela alteração do conteúdo da informação e do co-nhecimento, o grau de liberdade da participação individual pode ser subvertido.

O exercício da criatividade como elemento de qualificação da participação individual em de-mocracia é decisivo na sociedade do conhecimento. Praticada sob a forma de culto em referências corporativas como a IDEO, AP-PLE, entre outras, que agitam o dia-a-dia de “criação competitiva” numa América que não se importa que haja Bangalore na Índia e Xan-gai na China, a reinvenção cultural pela criatividade é o exemplo mais acabado da oportunidade de par-ticipação construtiva do indivíduo no tecido social a que pertence.

Na América neoconservadora de afirmação unilateral, defendida por Kristol e Kaplan, a procura da excelência do conhecimento e do valor dá coerência a uma lógica social de valorização da participa-ção individual em democracia. Os indicadores de competitividade demonstram-no a todos os níveis e a comparação com a estagnação comparativa da Europa não deixa ilusões. A grande questão está em saber se o modelo de articulação procura / oferta capaz de induzir “inclusão competitiva” mas tam-bém de propiciar “exclusão social”

terá lógica racional num tecido so-cial com uma identidade cultural tão distinta.

Peter Drucker foi muito claro ao longo dos muitos anos em que professou sobre a Gestão em fazer vincar a importância da clareza e objectividade das ideias em arti-culação com a eficácia das acções e dos resultados. No quadro do exercício da participação do in-dividuo em liberdade na demo-cracia, a organização assume-se como um espaço de inclusão ino-vadora, criação permanente de valor e afirmação de uma respon-sabilidade social positiva. A ri-queza da economia na Democra-cia da América assenta em larga medida na clareza deste conceito, na lógica da sua prática, no suces-so dos seus resultados.

A dinamização duma cultu-ra de modernidade competitiva através de empresas catalisadoras de mudança é essencial na Socie-dade do Conhecimento. O suces-so da América radica em grande medida nessa sustentabilidade es-tratégica e cabe à Europa ajustar a sua matriz social à necessidade dessa mudança. A Agenda de Ex-

celência que a Estratégia de Lis-boa pretende protagonizar é um sinal que só terá sucesso se acom-panhada duma efectiva apropria-ção por parte de todos os “acto-res sociais” envolvidos. A grande oportunidade está na capacidade de articular, na linha de Haber-mas, o exercício da capacidade de intervenção individual com uma lógica de “clusterização social” que a Europa encerra.

A participação individual na construção duma sociedade di-nâmica de desenvolvimento é o grande segredo da América. A Eu-ropa Social tem que protagonizar uma “revolução de ajustamento” ao papel empreendedor do indi-viduo neste processo dinâmico de construção da mudança. Terá que ser um processo de “construção operativa”, sem rupturas e em que a vantagem competitiva da criação empresarial consiga qualificar a matriz social. Uma verdadeira “ter-ceira via”, na linha do pensamento de Anthony Giddens, alicerçada num compromisso de articulação da participação do indivíduo com a reconversão empreendedora do tecido social.

sexta-feira, 04 Abril de 2008 33negócios e empresas

“O exemplo mais comum da cultura do exercício é a formação de equi-pas de futebol nas empresas”, afirma Marta Dias.

Era uma vez na AméricaFrAncisco JAimE QuEsAdo Gestor do Programa Operacional Sociedade do Conhecimento

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ABRILAté ao dia 10• IVA - Imposto sobre o valor acrescentado- Periodicidade Mensal – Envio obrigatório via Internet da declaração periódica relativa às operações realizadas no mês de Fevereiro. O pa-gamento pode ser efectuado através das caixas automáticas Multibanco, nas Tesourarias de Fi-nanças informatizadas e nos balcões dos CTT. O pagamento pode ainda ser efectuado via Inter-net. Conjuntamente com a declaração periódica deve ser enviado o Anexo Recapitulativo, refe-rente às transmissões intracomunitárias isentas, efectuadas no mês de Fevereiro.

• IRS - Imposto sobre o rendimento das pessoas singularesOs notários, conservadores, secretários judiciais e secretários técnicos de justiça devem entregar à Direcção-Geral dos Impostos a relação dos ac-tos praticados no mês anterior, susceptíveis de produzir rendimentos sujeitos a IRS.

Até ao dia 20• IRC - Imposto sobre o rendimento das pessoas colectivas- Entrega das importâncias retidas no mês de Março sobre os rendimentos sujeitos a retenção na fonte de IRC. • IRS - Imposto sobre o rendimento das pessoas singulares- Entrega, pelas entidades obrigadas a efectuar

retenção, do imposto deduzido em Março pela aplicação das taxas liberatórias previstas no artº 71º do CIRS. - Entrega, pelas entidades que disponham ou devam dispor de contabilidade organizada, das importâncias deduzidas em Março sobre rendi-mentos de capitais e prediais e rendimentos de propriedade intelectual ou industrial e presta-ções de serviços (Categoria B).− Entrega do imposto deduzido em Março sobre os rendimentos do trabalho depen-dente e de pensões, com excepção das de alimentos. • Imposto de Selo− Entrega, por meio de guia, nas tesourarias da Fazenda Pública, do imposto cobrado em Março, pelas entidades a quem incumbe essa obrigação.

Até dia 30• IMI – Imposto Municipal sobre Imóveis- Pagamento da totalidade do Imposto referente ao ano de 2007, se igual ou inferior a J 250 ou da 1ª prestação se superior.

• IRS - Imposto sobre o rendimento das pessoas singulares- Entrega da declaração modelo 3, em suporte de papel, com anexos, pelos sujeitos passivos com rendimentos das Categoria A (trabalho dependente), B (empresariais e profissionais), E (capitais), F (prediais), G (mais valias) e H (pensões).

• IRC - Imposto sobre o rendimento das pessoas colectivas - Entrega da declaração de alterações pelos su-jeitos passivos de IRC que, tendo anteriormente optado pelo regime geral de determinação do lucro tributável, queiram renovar a opção, bem como por todos os que reunindo os pressupostos de inclusão no regime simplificado estejam em condições de exercer a opção. - Entrega da declaração de opção ou da declara-ção de alterações relativa ao regime especial de tributação de grupos de sociedades.

• IVA - Imposto sobre o valor acrescentado – Entrega da Decl. Mod. 1074, em triplicado onde constarão as aquisições efectuadas duran-te o ano anterior pelos retalhistas sujeitos ao re-gime de tributação previsto no art. 60º do CIVA.

Até ao dia 31• IRS - Imposto sobre o rendimento das pessoas

singulares- Entrega da declaração de alterações, pelos su-jeitos passivos de IRS, que tendo anteriormente optado por utilizar a contabilidade organizada como forma de determinação do rendimento, queiram renovar a opção, bem como todos os que reunindo os pressupostos de inclusão no regime simplificado estejam em condições de exercer a opção.

• IRC - Imposto sobre o rendimento das pessoas colectivas - Entrega da declaração de alterações pelos su-jeitos passivos de IRC que, tendo anteriormente optado pelo regime geral de determinação do lucro tributável, queiram renovar a opção, bem como por todos os que reunindo os pressupostos de inclusão no regime simplificado estejam em condições de exercer a opção. - Entrega da declaração de opção ou da declara-ção de alterações relativa ao regime especial de tributação de grupos de sociedades.

FiscalidadeSecretário de Estado dos Assuntos Fiscais considera

Eficácia fiscal possibilitou forte aumento da receita

AGENDA FISCAL

O aumento da eficácia fiscal ficou bem patente no relatório sobre o combate à fraude e à eva-são fiscais, apresentado pelo se-cretário de Estado dos Assuntos Fiscais, Carlos Baptista Lobo. Eficiência que se traduziu num crescimento da receita superior ao crescimento do PIB. Os nú-meros são reveladores dos esfor-ços realizados por parte da admi-nistração fiscal.

As correcções à base tributável cresceram 56%, no ano passado, para perto de 4,7 mil milhões de euros, enquanto se verificou um acréscimo de 16% na detecção de impostos em falta, para 975 milhões de euros. Entre-tanto, as subidas nas regularizações voluntárias das correcções à ma-téria colectável e do imposto encontrado em falta foram de 29% e 28%, respecti-vamente. Importante para os ser-viços é que foram regularizadas dívidas no valor de 242 milhões de euros, no âmbito do processo conducente à publicitação da lista de devedores.

Ao mesmo tempo que subiu a instauração de processos de le-vantamento do sigilo bancário, a cobrança coerciva superou 1,6

mil milhões de euros. O secretá-rio de Estado frisou o facto de a tendência de redução do saldo da dívida exequenda e da dívida ins-taurada se ter mantido ao longo do ano passado, “confirmando esta última o aumento do paga-mento voluntário por parte dos contribuintes”. E foram ainda re-gularizadas dívidas fiscais (em se-des de IRS e IRC) de 34 milhões de euros, referentes à “Operação Furacão”.

Também no âmbito da justiça tributária, verificou-se um acrés-

cimo de 18% no número de pro-cessos criminais fiscais julgados e de 16% no nú-mero de conde-nações. Carlos Baptista Lobo chamou a aten-ção para a cir-cunstância de a pendência das re-

clamações graciosas ter sido redu-zida em 11%, “o que se reflectiu em maiores rapidez e eficiência na resolução do contencioso ad-ministrativo”. É também interes-sante verificar que o tempo médio de decisão das reclamações gra-ciosas foi de 5,66 meses. Assim, adianta o secretário de Estado, “a eficiência alcançada diminuiu os custos de contexto para as empre-sas”. Finalmente, a resolução dos

processos de contra-ordenação foi acelerada, passando a ser, em média, de sete meses e meio.

Controlos mais apertados

O secretário de Estado, na sua apresentação, deu conta dos prin-cipais métodos utilizados, no ano passado, a nível da eficácia fiscal. Foram reforçados os controlos das declarações de IRS, IRC e de-clarações periódicas do IVA, dos pagamentos especiais por conta, da dedução de prejuízos fiscais, extinção de benefícios fiscais e li-quidações oficiosas de IVA e IRC.Importante foi ainda a identifica-ção das grandes áreas de risco e da eficácia dos sistemas de controlo em vigor.

Verificou-se também “o reforço da cooperação administrativa com outras administrações fiscais na luta contra a fraude internacional e a aposta em métodos moder-nos de controlo de novos contri-buintes e de detecção precoce da fraude”. Foram adoptados novos mecanismos de combate à fraude carrossel de IVA, detectados e de-sactivados esquemas fraudulentos no sector das sucatas e da emissão de facturas falsas, a par da inves-tigação de crimes de contraban-do e de adulteração e introdução fraudulenta no consumo de bens sujeitos a imposto especial sobre o consumo.

INCENtIvoS FISCAIS à INtErIorIDADENova regulamentaçãoFoi publicado no dia 26 de Março o Decreto-Lei nº 55/2008, que vem estabelecer a nova regulamentação do regime de incentivos fiscais às empresas situadas ou a instalar nas áreas beneficiárias do interior do país, previsto no art. 39º-B do Estatuto dos Benefícios Fiscais.Refira-se que se considera que a actividade principal se situa nas zonas beneficiárias quando os sujeitos tenham a sua sede ou direcção efectiva nessas áreas e nelas se concentre mais de 75% da respectiva massa salarial.Para efeitos da aplicação das medidas de incentivo à recuperação das regiões com problemas de interioridade são consideradas como áreas territoriais beneficiárias, para os anos de 2007 e 2008, as incluídas na Portaria nº 1467-A/2001, de 31.12.

Correcções à base tributável cresceram 56%

Dívidas de IRS e IRC regularizadas em 34

milhões de euros

sexta-feira, 04 Abril de 200834

Foram regularizadas dívidas no valor de 242 milhões de euros

O Relatório e Contas da direc-ção da Câmara dos Técnicos Ofi-ciais de contas, relativos ao ano passado, e o relatório e parecer do conselho fiscal sobre o mesmo documento foram aprovados por ampla maioria, na assembleia geral que teve lugar na cidade do Porto.

O presidente daquela instituição revelou-se satisfeito face à maioria obtida. De facto, dos 214 mem-bros que estiveram presentes, 164 votaram a favor, 43 contra e sete optaram pela abstenção. Já quanto ao parecer do conselho fiscal, os re-sultados não foram muito diferen-tes, com 187 membros a votarem a favor, 17 contra e verificaram-se dez abstenções. Durante o período em que foi debatido o documento, o presidente da CTOC, Domingues de Azevedo, fez questão de salientar a forte aposta realizada pela institui-ção ao nível da formação à distância. Esta é considerada uma importante etapa para os profissionais, justifi-cando a adopção do sistema de cré-ditos “em nome do reconhecimento da profissão e da qualidade com que a mesma é exercida”.

Ficou também evidente no do-cumento que a actual direcção pre-tende continuar a investir no apoio social, quer através de um fundo quer por via da construção de casas para profissionais que se retiram da actividade. Por outro lado, as

novas tecnologias estarão na base da aproximação crescente entre a câmara e os técnicos que represen-ta. A formação presencial também continuará a merecer a atenção dos responsáveis da CTOC, foi a garantida dada por Domingues de Azevedo.

Relatório e contas da CTOC aprovados por ampla maioria

No âmbito da conferência de Soutelo, a ADERE-Minho promo-ve uma conferência subordinada ao tema “Fiscalidade e contabilidade para as microempresas”. Os traba-lhos têm lugar no dia 17 de Abril, no auditório daquela associação.

O orador convidado é Domin-gues de Azevedo, presidente da Câmara dos Técnicos Oficiais de

Contas, enquanto a moderação é da responsabilidade de Helena Cristina Costa, técnica oficial de contas da Adere-Minho. Numa altura em que a fiscalidade e a contabilidade estão a passar por profundas alterações, as empresas têm todo o interesse em estarem a par do que se passa nesta tão im-portante área de actividade.

ADERE-Minho debate fiscalidade e contabilidade

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Os artigos 210º a 213º do Código das Sociedades Comerciais regulam o regime das prestações suplementares de capital. O nº 2 do artigo 210º do Código das Socie-dades Comerciais determina que as pres-tações suplementares têm sempre dinheiro por objecto. As prestações suplementares de capital, segundo vários juristas, são en-tradas de sócios que revestem obrigatoria-mente carácter pecuniário.

Apesar de os suprimentos não cumprirem este requisito, existe uma corrente, nome-adamente entre alguns ROC, que defende que, desde que a acta expresse a renúncia

dos sócios ao reembolso dos suprimentos efectuados com o objectivo expresso de se proceder a prestações suplementares de capital, a operação é perfeitamente legal. Como é sabido, esta é uma matéria do Direito Societário Português, passível de entendimento jurídico. Somos do enten-dimento, contudo, que, se os suprimentos estiverem devidamente documentados e auditados, esta operação poderá efectuar-se. Outra solução pode passar pelo reem-bolso dos suprimentos aos sócios, e, simul-taneamente, proceder-se às entradas para as prestações suplementares de capital.

Finalmente, décuplo significa o produ-to de um número multiplicado por dez. Assim, se o pacto social da empresa refere que podem ser efectuadas prestações suple-mentares de capital até ao décuplo do ca-pital social, significa que podem ser efectu-adas prestações suplementares até 10 vezes o montante do capital social, mas há que definir o valor exacto, uma vez que o pacto refere o máximo que se pode efectuar e não o montante exacto.

Com efeito, o nº 3 do artigo 210º do Código das Sociedades Comerciais refere que o contrato de sociedade que permita prestações suplementares fixará:

a) O montante global das prestações su-plementares;

b) Os sócios que ficam obrigados a efec-tuar tais prestações;

c) O critério de repartição das prestações suplementares entre os sócios a elas obri-gados.

Nos termos do nº 4 do mesmo artigo, a menção referida na alínea a) do núme-ro anterior é sempre essencial; faltando a referência observada na alínea b), todos os sócios são obrigados a efectuar prestações suplementares; faltando a menção referida na alínea c), a obrigação de cada sócio é proporcional à sua quota de capital.

Com efeito, esta matéria é problemática, e alguns autores entendem que não dei-

xa de ser questionável a validade de uma cláusula que indexe ao montante do capital social o montante da obrigação das pres-tações suplementares. Por este motivo, a jurisprudência não considerou válida esta forma de fixação do montante da obriga-ção, pois não permite ao sócio, no momen-to da sua entrada para a sociedade, calcular o sacrifício patrimonial que lhe poderá vir a ser exigido, sujeitando-o a uma pressão “não justificada”, aquando dos sucessivos aumentos de capital.

A estipulação de prestações suplementa-res no pacto social pode ser originária ou superveniente, mediante alteração do mes-mo. Para o Prof. Raúl Ventura, o que a lei não permite é a estipulação de prestações entre os sócios, “em instrumento que não possa qualificar-se”, designadamente por motivos formais, como “contrato de socie-dade”. Contudo, este entendimento tem vindo a ser contestado.

Nunca é de mais alertar que estas maté-rias são algo sensíveis, por estarem relacio-nadas com o Direito Societário Português, pelo que o papel do TOC deve ser o de consultor, de acordo com os estatutos e não o de executante, ao contrário do que sucede com a regularidade contabilística e fiscal do sujeito passivo, da qual é o res-ponsável.

(Informação elaborada pela Câmara dos

Prestações suplementares de capital têm sempre dinheiro por objecto

A Lei de Responsabilidade Civil Extra-contratual do Estado permite que os fun-cionários públicos possam vir a ser respon-sabilizados por erros cometidos e até ter de pagar indemnizações aos cidadãos.

Hoje, para que haja direito à indemniza-ção, basta demonstrar que o acto que pro-vocou o dano é ilícito e que o agente ou funcionário agiu com culpa, ou seja, com intenção de provocar esse dano ou com ne-gligência grave ou simples.

Com estas alterações, passa a ser o Estado a demonstrar que não houve culpa e não o lesado a demonstrar que ela existe. Assim, quem tenha sofrido um dano não precisa-rá de provar a culpa, porque, caso seja de-monstrada a existência de um acto ilícito, passa a presumir-se que há culpa leve, pelo que deixa de haver obstáculos formais à in-demnização, quando for, manifestamente, o caso.

As disposições que na Lei nº 67/2007, de 31 de Dezembro, regulam a responsabilida-de das pessoas colectivas de direito público, bem como dos titulares dos seus órgãos, funcionários e agentes, por danos decorren-tes do exercício da função administrativa, são também aplicáveis à responsabilidade civil de pessoas colectivas de direito privado e respectivos trabalhadores, titulares de ór-gãos sociais, representantes legais ou auxilia-res, por acções ou omissões que adoptem no exercício de prerrogativas de poder público ou que sejam reguladas por disposições ou princípios de direito administrativo. (cfr. artigo 1º, nº 5, do Regime da Responsa-bilidade Civil Extracontratual do Estado e

Demais Entidades Públicas, publicado em anexo à Lei nº 67/2007, de 31 de Dezem-bro).

Os cidadãos podem colocar um processo de responsabilização civil em tribunal por erros grosseiros nas decisões dos tribunais. Isto pode originar, por exemplo, que, ten-do em conta o facto de o funcionário ter de ressarcir o montante da indemnização paga pelo Estado, os processos demorem mais tempo a deci-dir do que o perí-odo normal. Con-tudo, quem estiver obrigado a reparar um dano, segundo o disposto na Lei nº 67/2007, de 31 de Dezembro, deve reconstituir a situa-ção que existiria se não se tivesse veri-ficado o facto que obriga à reparação, (cfr. artigo 3º, nº 1, do Regime da Res-ponsabilidade Civil Extracontratual do Estado e Demais Enti-dades Públicas, publicado em anexo à Lei nº 67/2007, de 31 de Dezembro).

A indemnização é fixada em dinheiro quando a reconstituição natural não for possível, não repare integralmente os danos ou seja excessivamente onerosa. (cfr. artigo 3º, nº 2, do Regime da Responsabilidade Civil Extracontratual do Estado e Demais Entidades Públicas, publicado em anexo à

Lei nº 67/2007, de 31 de Dezembro).Assim, passa a poder-se responsabilizar o

Estado por omissões na lei, situações que foram negligenciadas, não estando previstas na lei e que, por isso, geraram danos aos ci-dadãos. Esta responsabilidade compreende os danos patrimoniais e não patrimoniais, bem como os danos já produzidos e os danos futuros, nos termos gerais de direito (cfr. ar-tigo 3º, nº 3, do Regime da Responsabilida-

de Civil Extracon-tratual do Estado e Demais Entidades Públicas (publicado em anexo à Lei nº 67/2007, de 31 de Dezembro)).

Mais, são ainda responsáveis quan-do os danos não tenham resultado do comportamento concreto de um titu-lar de órgão, funcio-nário ou agente de-terminado, ou não seja possível provar

a autoria pessoal da acção ou omissão, mas devam ser atribuídos a um funcionamento anormal do serviço definido atendendo às circunstâncias e a padrões médios de resul-tado. Isto acontece, desde que seja razoa-velmente exigível ao serviço uma actuação susceptível de evitar os danos produzidos.

O direito à indemnização por responsa-bilidade civil extracontratual do Estado, das demais pessoas colectivas de direito público

e dos titulares dos respectivos órgãos, fun-cionários e agentes, bem como o direito de regresso, prescreve no prazo de 3 anos, a contar da data em que o lesado teve co-nhecimento do direito que lhe compete, embora com desconhecimento da pessoa do responsável e da extensão integral dos da-nos, sem prejuízo da prescrição ordinária se tiver decorrido o respectivo prazo a contar do facto danoso (art. 498º Código Civil), sendo-lhes aplicável o disposto no mesmo Código em matéria de suspensão e inter-rupção da prescrição.

O exercício do direito de regresso é obri-gatório, sem prejuízo do eventual procedi-mento disciplinar. Assim, a secretaria do tribunal que tenha condenado a pessoa colectiva, remete certidão da sentença, logo após o trânsito em julgado, à entidade ou às entidades competentes para o exercício do direito de regresso.

Os titulares de órgãos, funcionários e agentes são responsáveis pelos danos que resultem de acções ou omissões ilícitas, por eles cometidas, com dolo ou com diligência e zelo, manifestamente inferiores àqueles a que se encontravam obrigados em razão do cargo e de forma solidária se as acções ou omissões tiverem sido cometidas por estes no exercício das suas funções e resultante desse exercício.

Em suma, pode-se afirmar que, se um dos deveres fundamentais do contribuinte é pagar os seus impostos a tempo e horas, um dos seus direitos principais é o de poder reclamar, atribuindo as responsabilidades a quem as detém.

A Lei de Responsabilidade Civil Extracontratual do Estado

Contas & Impostos

NuNo TiNTimJurista da CTOC

Deliberou-se em acta que um cliente de um TOC efectuasse a transferência da verba de 30 000,00 euros da conta 255, suprimentos, para a conta 53, prestações suplementares. A empresa tem um capital social de 5000,00 euros e agora pretende aumentar o capital social. Numa primeira análise, parece possível que se proceda ao aumento do capital social da empresa, por transferência do saldo ou parte deste, da conta 53, prestações suplementares. O pacto social da empresa refere que se pode proceder a prestações suplementares de capital até ao décuplo do capital social. Pode ser feita esta transferência entre contas para reforço do capital social? Quais os procedimentos contabilísticos a optar? Quais os procedimentos em termos de registo na conservatória?

“A Lei de Responsabilidade Civil Extracontratual do Estado permite que os funcionários públicos possam vir a ser responsabilizados por erros cometidos e até ter de pagar indemnizações aos cidadãos”

sexta-feira, 04 Abril de 2008 35fiscalidade

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MercadosSemapa:

-0,7%desde

o início do ano

bpi:

-35%desde

o início do ano

Eurodólar (Fecho) (02/04) 1,5605Var. Semana -1,11%Var. 2008 6,01%

EuroLibra (Fecho) (02/04) 0,7873Var. Semana 0,19%Var. 2008 7,36%

EuroIene (Fecho) (02/04) 159,96Var. Semana 2,11%Var. 2008 -3,01%

ÍndIcEs

PsI20 (Fecho) (02/04) 10871,57Var. Semana 4,43%Var. 2008 -16,50%

dowJones (Fecho) (02/04) 12691,73Var. Semana 2,16%Var. 2008 -4,32%

nasdaq (Fecho) (02/04) 1867,43Var. Semana 2,76%Var. 2008 -10,43%

Ibex (Fecho) (02/04) 13838,7Var. Semana 3,25%Var. 2008 -9,11%

dax (Fecho) (02/04) 6777,44Var. Semana 4,44%Var. 2008 -15,99%

cAc40 (Fecho) (02/04) 4911,97Var. Semana 5,03%

Var. 2008 -12,78%

PsI20

cAmbIALEurodóLAr

Euribor6m (Fecho) (02/04) 4,7370Var. Abs. Semana 0,0190%Var. Abs. 2008 0,0280%

Euribor3m (Fecho) (02/04) 4,7360Var. Abs. Semana 0,0180%Var. Abs. 2008 0,0460%

Euribor1Y (Fecho) (02/04) 4,7430Var. Abs. Semana 0,0240%Var. Abs. 2008 -0,0110%

monEtárIoEurIbor6m

Petróleo (Brent) (02/04) 98,56Var. Semana -4,24%Var.2008 4,48%

ouro (Fecho) (02/04) 884,90Var. Semana -6,60%Var. 2008 6,20%

Prata (Fecho) (02/04) 16,85Var. Semana -8,47%Var. 2008 14,08%

mErcAdorIAsPEtróLEo

acção bCpsurpreende pela positivaem Março

sexta-feira, 04 Abril de 200836

Vem aí o “Big Brother” para os clientes de seguro automóvel

Hábitos de condução decidem prémio de seguro

Pelo menos duas segurado-ras deverão avançar com a implementação da solução

PAYD até ao final deste ano, con-seguiu apurar a “Vida Económi-ca” junto da Indra, empresa que lançou no final do ano passado a solução que permite às segurado-ras definir os hábitos de condu-ção dos seus segurados e a partir daí estabelecer tarifários para cada perfil de cliente. “Há várias segu-radoras interessadas em avançar com esta solução e estamos certos que, assim que for implementada pela primeira seguradora, aparece-rão de imediato companhias se-guidoras”, afirma Jorge Galhardo Antunes, director da Indra. “Numa altura em que a agressividade co-mercial entre se-guradoras está ao rubro, nenhuma delas vai querer ficar para trás e nós estamos convencidos que a implementação desta solução pode fazer a diferença numa com-panhia”, acrescenta o responsável da Indra.

A solução PAYD consiste num sistema de seguimento por satélite para acompanhar o percurso efec-tuado pelas viaturas seleccionadas. Um dispositivo de controlo do ta-manho de um telemóvel é instala-do na viatura em local não visível (geralmente junto ao motor). No interior do dispositivo é coloca-do um cartão SIM, exactamente como o dos telemóveis, e com ele o dispositivo envia informações sobre o seu percurso através de GPRS para o centro de gestão da companhia de seguros. Aqui, a se-guradora pode definir que tipo de informação quer receber, já que o dispositivo pode ser programado. Pode saber o número de quilóme-

tros percorridos pelo veículo, pode monitorizar em que regiões a via-tura costuma circular, em que tipo de estrada e até a que horas do dia é geralmente mais utilizada, entre outras informações que podem ser recolhidas. Levado ao extremo, o dispositivo pode mesmo enviar à seguradora informações sobre as acelerações e travagens do condu-tor, traçando um perfil detalhado dos seus hábitos de condução. “Cabe à seguradora definir o tipo de variáveis que quer controlar e a forma como elas poderão influen-ciar o tarifário do seu seguro auto-

móvel”, explica Joaquim Freire, gestor da Indra responsável pela área de Banca e Seguros.

Na posse das informações en-viadas pelo dis-positivo, e que apenas são dis-ponibilizadas à seguradora com

a devida autorização do segura-do (até porque este também tem de disponibilizar a viatura para a colocação do dispositivo), a com-panhia poderá enquadrar o cliente num esquema de bónus por boa condução. Será naturalmente be-neficiado no prémio de seguro quem apresentar hábitos de con-dução menos arriscados, numa es-cala que será a própria seguradora a definir. Desta forma se contornam também muitas práticas habituais para contornar agravamentos no prémio de seguro, como a tradi-cional subscrição da apólice numa zona do interior quando na ver-dade se circula de segunda a sexta num grande centro urbano. Com a solução proposta pela Indra, a seguradora fica a conhecer os há-bitos reais de condução do segura-do e não aqueles que ele indica ter. Assim se concretiza o verdadeiro

método “pay-as-you-drive” (“pa-gue à medida da sua condução”), cobrando a tarifa adequada a quem utiliza pouco a viatura e a quem pratica uma condução segura, ade-quando os prémios aos hábitos de condução. Esta é também a me-lhor forma de captar clientes que habitualmente são prejudicados na tarifação, quer pela idade, quer pela inexperiência como conduto-res. “Se estiverem dispostos a ser monitorizados e vierem a revelar-se bons condutores, estes clientes terão claramente o seu prémio de seguro beneficiado pela segurado-ra, quando habitualmente vêem o prémio de seguro agravado”, anali-sa Joaquim Freire, que aponta ain-da outro exemplo. “Pensemos nos condutores de carros de colecção. Geralmente circulam com a viatura ao fim-de-semana, fora dos centros urbanos e praticam uma condução calma. Serão claramente beneficia-dos com esta solução”, revela Joa-quim Freire. “E quando o cliente sente que está a ser devidamente compensado é natural que os níveis de fidelização da seguradora au-mentem, o que contribui para a re-tenção de clientes numa altura em que esse é um desafio importante para todos os operadores”, salienta o mesmo responsável.

seguradorasdirectasestãonoalvo

Não será, no entanto, a todos os operadores que interessará esta solução, ressalva desde logo Jorge Galhardo Antunes. De acordo com o director da Indra, o perfil do cliente-alvo aponta para se-guradoras que estão a começar a construir a sua carteira de clientes e também para as seguradoras de venda directa. “Têm de ser com-panhias preocupadas com a inova-ção e que tenham dimensão para suportar o investimento. Esta so-lução revela-se mais adequada para

empresas com cerca de 10 mil uti-lizadores, com presença relevante no segmento jovem, dos 18 aos 25 anos, e que estejam decididas a ter uma melhor gestão de risco que a concorrência”, define Jorge Galhardo Antunes.

Relevante será também o pos-sível contributo do sistema para a localização da viatura em caso de roubo, daí que seja de toda a con-veniência a instalação do dispo-sitivo em local não visível. Devi-damente programado para actuar em caso de sinistro, o dispositivo poderá desencadear uma chama-da automática para o serviço de assistência na estrada, fornecendo dados concretos sobre a localiza-ção do veículo. O sinal GPS po-derá também vir a ser transferido para outros dispositivos, de forma a encontrar a viatura perdida ou roubada. Todos os equipamentos estão preparados para funcionar em condições extremas e podem ser reiniciados e actualizados re-motamente.

A solução PAYD nasceu em Espanha em 2007, pelas mãos da Indra, e está já a ser preparado o seu lançamento no país vizinho por parte de duas seguradoras. Ac-tualmente decorre a fase de testes nas companhias, integrado num período de incubação do projec-to que demora três a seis meses, segundo os seus responsáveis. Na companhia é colocado o servidor para receber a informação e um “front-end” para comunicações. Respeitando a defesa da privaci-dade dos segurados, a companhia seguradora apenas terá acesso a dados já devidamente tratados e agrupados. Mas se a solução só agora dá os primeiros passos na Península Ibérica, está já em esta-do de grande maturação noutros mercados europeus, como o britâ-nico ou o italiano.

aNa SaNTOS [email protected]

Algumas seguradoras que operam no mercado nacional estão a estudar a possibilidade de adopção de uma nova solução que permite cobrar prémiosde seguro automóvel consoante os hábitos de condução do segurado. A solução é importada de Espanha, onde duas seguradoras se preparam para lançar o projecto dentro em breve. No Reino Unido e na Itália, esta solução tem vindo a registar elevado índice de adesão. E para a seguradorapode contar tudo, desde quilómetros percorridosa travagens bruscas. Para os condutores mais pacatos há bónus no prémio do seguro automóvel.

A seguradora pode definir que tipo de informação quer receber para influenciar o prémio

94.0096.0098.00

100.00102.00104.00106.00

27-03 28-03 31-03 1-04 2-04

4.72

4.73

4.74

27-03 28-03 31-03 1-04 2-04

1.5500

1.5700

1.5900

26-03 27-03 31-03 1-04 2-04

10,400

10,700

11,000

27-03 28-03 31-03 1-04 2-04

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www.spgm.ptO lançamento de um sistema de garantia mútua em Portugal teve em vista a criação de condições para a redução dos custos de financiamento das empresas, em especial das PME, e um maior equilíbrio da sua estru-tura de financiamento, nomeadamente pela obtenção de garantias que permitam o acesso a empréstimos com prazos adequados aos ciclos de exploração das empresas e à realização dos investimentos necessários ao seu desenvolvimento.O sistema de garantia mútua em Portugal nasceu por iniciativa pública, através do IAPMEI, que, à seme-lhança do verificado noutros países da União Europeia, onde este mecanismo de apoio ao financiamento das PME já existia, decide iniciar, em 1992, um estudo tendente ao lançamento de um projecto-piloto nesta área. A ideia central foi a de que caberia aos poderes públicos dar o primeiro passo na promoção desta ini-

ciativa, deixando, em seguida, o seu desenvolvimento e massificação à liderança privada, comandada pelos próprios empresários e associações empresariais, principais interessados nos benefícios que tal sistema poderá trazer às suas empresas.Foi neste contexto que foi criada uma sociedade pi-loto, a SPGM, cujo objectivo principal era o de testar junto do mercado o interesse deste produto, através da realização de operações de garantia e outros servi-ços a PME, em moldes semelhantes aos das futuras Sociedades de Garantia Mútua (SGM). Esta entidade tinha também como missão a preparação de um quadro jurídico que viesse a regular todo o sector da Garantia Mútua, em Portugal, bem como o respectivo mecanismo de contragarantia.As quatro empresas que integram o sistema nacional de garantia mútua atingiram em 2007 níveis de produção nunca antes conseguidos. Segundo os primeiros indica-dores apurados pela SPGM, que encabeça o sistema, a Norgarante, Lisgarante, Garval e Agrogarante aprovaram o ano passado 1458 operações, mais 41,1% que em 2006, durante o qual foram favoravelmente acolhidos 1034 pedidos de garantia por parte de micro e PME.

net investidor

ricardo arroja

Pedro arroja Gestão de Patrimónios S.a.www.pedroarroja.com

Uma espécie de reformaNos últimos meses muito se tem discutido acerca das

medidas preventivas e reactivas dos bancos centrais. Neste aspecto, os dois bancos centrais mais poderosos do mun-do – a Reserva Federal (FED) e o Banco Central Euro-peu (BCE) – têm tido actuações bastante diferentes. Só o tempo dirá qual é a melhor resposta – se a mais activa (FED) ou a outra mais passiva (BCE). Porém, dificilmente existirão consensos porque também não existe concórdia em redor de qual é o mal menor associado à política mo-netária de ambos – se é o risco da estagflação de longo prazo (FED) ou a possibilidade da deflação de curto prazo (BCE). Esta crise do crédito hipotecário tem origens es-truturais, por isso, nenhuma abordagem será eficaz para endereçar a questão de fundo. Não existem métodos pre-parados para lidar com uma crise desta natureza. As polí-ticas monetárias agora postas em prática procuram apenas remediar a situação. Só a reforma das instituições de su-pervisão e medidas que disciplinem a actividade bancária permitirão resolver os problemas que hoje se colocam ao sistema financeiro mundial.

Nas últimas semanas, quer a FED quer o BCE têm esta-do fortemente envolvidos na resolução dos problemas de curto prazo. Como diz o provérbio, “em tempo de guer-ra não se limpam armas”. Contudo, mais cedo ou mais tarde, começaremos a ouvir falar da reforma dos agentes que participam no mercado. Nesta rubrica, tenho repe-tido até à exaustão que esta crise tem origem nos Estados

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Unidos e que tanto a FED como os bancos são igualmente culpados. Os consumidores também – embora em menor grau. Porque não se pode negar aos cidadãos a ambição de querer uma vida melhor e o sonho é tornado possível atra-vés da concessão de crédito. A falta de literacia financeira apenas compõe o ramalhete. Na minha opinião, só existe uma forma de disciplinar a tomada de crédito: actuar na fonte, sobre os bancos que o concedem, aumentando os rácios de solvabilidade de modo a restringir a alavancagem do sector. Infelizmente, não é esta a opinião dominante.

Em matéria de mudança, já estamos a receber as primei-ras notícias. No momento em que escrevo este artigo, o Departamento de Tesouro norte-americano acaba de anun-ciar a maior reforma da regulação do seu sistema financei-ro desde a Grande Depressão de 1929. O decreto- lei, que terá de ser aprovado pelo Congresso, defende mais poder para a FED, concede-lhe a responsabilidade de recolher e divulgar informação referente ao sector financeiro. E dá-lhe o poder para criar leis financeiras e actuar como polícia em simultâneo. Defende a eliminação de algumas entidades de supervisão e a fusão de outras, em particular a junção da SEC e do CFTC. Preconiza a criação de uma agência cujo objectivo será avaliar a bondade das práticas empresariais

e a defesa dos direitos dos consumidores. E introduz uma agência de supervisão das actividades relacionadas com o crédito hipotecário e um departamento dentro do Tesouro que supervisionará apenas o sector dos seguros.

A primeira observação que se faz à reforma agora anun-ciada é a seguinte: o sistema de regulação nos Estados Uni-dos permanecerá complexo, embora menos redundante. A segunda é que as mudanças não vão reduzir a burocracia de forma significativa – na verdade, parece que se está a ca-minhar na direcção do paternalismo público no domínio financeiro. Terceiro, desgraçadamente, não se vislumbra qualquer tentativa de atacar o problema de base: a ala-vancagem do sector bancário. Quarto, o documento hoje apresentado carece de uma entidade crucial ao bom fun-cionamento do sistema financeiro, ou seja, algo semelhante ao Eurostat – uma agência de informação financeira, cre-dível e independente do poder político norte-americano. Na reforma anunciada, é a FED que também açambarcará esta tarefa. Contudo, o problema é que, nos dias que cor-rem, são muitos aqueles que não acreditam na verdade dos números da FED. O dólar em queda simboliza, em parte, essa descrença. E, infelizmente, estas mudanças organiza-cionais pouco contribuem para a eliminar.

sexta-feira, 04 abril de 2008 37mercados

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Os indicadores norte-america-nos publicados esta semana volta-ram a desapontar, liderados pelo indicador de confiança do consu-midor calculado pelo “Conferen-ce Board” que caiu para 64,5 em Março, contra 76,4 no mês an-terior, situando-se consideravel-mente abaixo da média das previ-sões (73,5). Este comportamento foi especialmente influenciado pelo enfraquecimento das con-dições no mercado de trabalho, mas o aumento da turbulência nos mercados financeiros durante o mês de Março também deverá

ter influenciado negativamente o sentimento dos consumidores norte-americanos.

O nível agora atingido pelo indicador de confiança do consu-midor é o mínimo desde Março de 2003. Paralelamente, o índice que avalia as expectativas futu-ras de consumo caiu para 47,9, o nível mais baixo desde Janeiro de 1974. Entretanto, o índice de preços de casas S&P Case Shiller mostrou que, em Janeiro, o preço das casas caiu 10,7% em termos homólogos, depois de em De-zembro ter caído 9%. Em cadeia

o índice caiu 2,4%.No mês de Fevereiro, as enco-

mendas de bens duradoiros man-tiveram a tendência de contrac-ção observada em Janeiro. Em cadeia, o índice global caiu 1,7%, excluindo material de transporte, as novas encomendas diminuí-ram 2,6% e os bens de capital, ex-cluindo aviões e bens destinados ao sector da defesa, considerado como um indicador avançado do investimento, caiu 2,6%, depois de em Janeiro ter já caído 1,8%.

Os dados relativos ao compor-tamento do deflator do PIB fo-ram revistos em baixa: o índice global cresceu 2,4% e o subjacen-te 2,5%. Ainda no último trimes-tre de 2007, o comportamento dos lucros do sector empresarial foi mais negativo do que o espe-rado, observando-se uma queda de 3,3%, enquanto a média das previsões apontava para uma que-da de apenas 0,1%.

Pela positiva, refere-se o com-portamento mais favorável dos pedidos de subsídio de desempre-go, os quais na semana terminada a 22 de Março caíram para 366

mil, menos 9 mil do que na se-mana anterior e menos 4 mil do que o estimado pelo mercado. No entanto, a média móvel das últi-mas quatro semanas registou um agravamento, situando-se em 358 mil contra 356,25 mil na semana anterior.

Zona euro aguenta-se

Na zona euro, os indicadores de sentimento no sector empre-sarial em algumas das suas prin-cipais economias surpreenderam positivamente em Março. Assim, o indicador IFO alemão subiu para 104,8, contra 104,1 em Fe-vereiro, contrariando as expecta-tivas dos analistas que previam uma queda para 103,5. Tanto o índice que avalia a situação cor-rente como as expectativas para o desempenho da actividade nos próximos seis meses registaram melhorias face ao mês anterior.

Também em França, o indi-cador de sentimento no sector empresarial subiu para 109 em

Março, mais dois pontos do que em Fevereiro. Por fim, refere-se a melhoria do indicador belga para 1,2, contra 0,2 em Fevereiro.

Em Portugal, o défice público teve um comportamento mais positivo do que o esperado em 2007, tendo caído para 2,6% do PIB, quando as previsões do Governo apontavam para que se situasse em 3%. Na sequência desta notícia, o Governo anun-ciou o corte da taxa do IVA em 1%, com efeitos a partir de Julho, e reviu em baixa a estimativa para o défice em 2008 para 2,4%.

Ainda na zona euro, os resulta-dos de Fevereiro para a produção industrial surpreenderam o mer-cado, crescendo em termos men-sais 0,9%, quando era esperada uma variação mais modesta, de 0,3%. A variação homóloga da produção industrial foi de 3,8%, o que melhora as perspectivas de crescimento para o primeiro tri-mestre de 2008.

MartiM Porto

Recessão adensa-se nos Estados UnidosA última estimativa relativa ao crescimento da economia norte-americana no quarto trimestre de 2007 confirmou que a economia cresceu 0,6% em termos anualizados, o que representa um arrefecimento considerável face aos 4,9% observados no trimestre anterior. Esta desaceleração foi especialmente influenciada pela queda do investimento em habitação, que nos últimos três meses do ano caiu 25,2%. Em 2007, a economia norte-americana cresceu 2,2%.

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(valores em euros)PRIVATIZAÇÕES E OPV

sexta-feira, 04 Abril de 2008MERCADOS38

Nota: * Preços corrigidos pelos “stock-splits” e aumentos de capital entretanto realizados** As cotações das acções da Brisa foram ajustadas, no âmbito do aumento de capital por incorporação de reservas efectuado pela empresa.

ZonA EURo REsistE à qUEBRA dA EconomiA noRtE-AmERicAnA

(vARiAção do PiB REAl)

Fonte: OCDE

no primeiro trimestre

Fundos de pensões nacionais com rendibilidade negativa

Os tempos difíceis chegaram também aos fundos de pensões nacionais. Nos três primeiros me-ses do ano, registaram uma rendi-bilidade negativa de 2,1%, sobre-tudo devido ao mau desempenho no segmento das acções. Curiosa-mente, os activos do imobiliário apresentaram um comportamen-to positivo, de acordo com a con-sultora Mercer.

“Os mercados accionistas fo-ram penalizados pela continuação da redução do apetite por fisco, decorrente da crise de liquidez e de uma forte expectativa de um horizonte temporal no impacto da crise do crédito na performan-ce dos mercados e na economia

real mais longo do que incial-mente previsto pelos investido-res”, refere aquela consultora em comunicado. Resta saber se este tipo de situação se vai manter nos príximos meses.

Assim, por classe de activos, as obrigações apresentaram uma rendibilidade positiva de 0,8%, enquanto as acções sofreram uma desvalorização de 13,6%, sendo que as europeias tiveram perdas na ordem dos 15,6% e a descida foi de 10,7% noutras acções es-trangeiras.

A excepção foi a rendibilidade positiva de 1,4%, no âmbito dos activos relacionados com a activi-dade imobiliária.

Privatizações Data da Privatização

Capital Disperso

Preço da OPV Corrigido (J) Preço Actual (J) Variação face

OPV

Portugal Telecom 1ª fase 6/1/95 14.21% 2.79 7.85 180.78%

Portugal Telecom 2ª fase 6/11/96 6.66% 3.61 7.85 117.19%

Portugal Telecom 3ª fase 10/9/97 26.00% 7.45 7.85 5.27%

Portugal Telecom 4ª fase 7/12/99 3.84% 7.50 7.85 4.60%

Portugal Telecom 5ª fase 12/4/00 20.00% 9.40 7.85 -16.54%

Cimpor - 1ª Fase 7/4/94 20.00% 1.51 5.80 284.62%

Cimpor - 2ª Fase 10/15/96 45.00% 1.98 5.80 193.23%

Cimpor - 3ª Fase 5/18/98 25.00% 4.05 5.80 43.00%

EDP - 1ª Fase 6/16/97 29.90% 2.16 3.95 82.87%

EDP - 2ª Fase 6/29/98 17.45% 4.29 3.95 -7.93%

EDP - 4ª Fase 7/3/00 25.00% 3.10 3.95 27.42%

Brisa - 1ª Fase 11/24/97 35.00% 2.42 9.16 278.67%

Brisa - 2ª Fase 11/9/98 31.00% 4.17 9.16 119.93%

Brisa - 3ª Fase 5/24/99 20.00% 4.35 9.16 110.57%

Brisa - 4ª Fase 7/16/01 4.00% 4.95 9.16 85.05%

Galp Energia 10/23/06 23.00% 5.81 15.48 166.44%

Portucel 3ª Fase 11/13/06 25.72% 2.15 2.19 1.86%

OPV Data da OPV Capital Disperso

Preço da OPV Corrigido (J) Preço Actual (J) Variação face

OPV

Lisgráfica 6/2/98 26.18% 20.95 0.15 -99.28%

Finibanco 6/22/98 21.13% 2.40 3.43 42.92%

SAG 7/13/98 25.00% 2.59 2.25 -13.26%

Orey Antunes 7/29/98 - 2.31 2.76 19.61%

ParaRede 6/28/99 31.50% 1.63 0.19 -88.36%

ZON Multimedia 11/16/99 23.55% 13.50 7.62 -43.56%

SonaeCom 6/2/00 20.99% 10.00 2.19 -78.15%

Impresa 6/6/00 30.00% 10.25 1.59 -84.49%

Novabase 4/7/00 33.00% 8.50 3.45 -59.41%

Ibersol 9/21/97 49.90% 2.00 6.76 238.00%

REN 9/7/07 - 2.75 3.50 27.27%

Grupo Media Capital 3/31/04 - 4.35 7.00 60.92%

SL Benfica 5/22/07 - 5.00 2.00 -60.00%

Martifer 6/26/07 33,33% 8.00 8.55 6.88%

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Bolsa uma e outra vez sob o signo do “subprime”

Os investidores tiveram que enfrentar mais um mês de 2008 com nervos de aço. Março ficou pautado pela crise do Bear Stearns e, sobretudo, pelo receio de que a situação vivi-da por aquele banco de investimento pudesse (possa) contagiar outros bancos. Resultado desta apreensão generalizada, os mercados mundiais registaram fortes quedas, com al-gumas acções do sector financeiros a caírem mais de 20% durante uma só sessão.

Para contrariar esta tendência depressiva, a Reserva Federal reduziu a meio do mês de Março as taxas de juro em 0,75%, uma descida que se junta aos cortes de 2,25% ini-ciados no Verão, ao mesmo tempo que apre-sentou medidas para estimular a liquidez e responder aos problemas de financiamento através de um novo instrumento financeiro que prevê o empréstimo de 200 mil milhões de dólares ao sistema bancário.

As medidas surtiram algum efeito, todavia a conjuntura continua muito trémula, com a praça nacional a absorver todas as turbu-lências que vão surgindo da crise do “sub-prime” e do risco de recessão dos Estados Unidos. Desta forma, é sem surpresa que se constata que a Bolsa nacional acompanha a tendência negativa dos restantes mercados, naquele que é o pior arranque de ano da his-tória do índice nacional, apresentando em 2008 o PSI-20 um registo negativo superior a 16%. Este valor está em linha com as per-das superiores a 17% verificadas pelo índice de referência Euro Stoxx 50.

PT em quebra

Para além do efeito de contágio vindo do exterior, a Bolsa nacional acabou por fechar o mês de Março em queda generalizada, pe-nalizada pelas descidas da Portugal Telecom, que foi alvo de uma revisão em baixa. A ope-radora, agora liderada por Zeinal Bava, caiu para os 7,3 euros ao ser alvo de uma nova recomendação da Morgan Stanley que reviu em baixa a avaliação dos títulos, conferindo à operadora um preço-alvo de 8,50 euros, inferior em 5,5% ao anterior “target”.

Em perda constante encontra-se também a Sonae SGPS, acção que tem vindo a per-der valor desde o início do ano, altura em que destacou a Sonae Capital, sendo um dos títulos mais penalizados da praça portuguesa neste primeiro quarto do ano. No entanto, é opinião praticamente unânime entre os analistas de mercado que a Sonae SGPS tem tudo para se valorizar, na medida em que o “spin-off” da Sonae Capital veio dar à Sonae SGPS um foco muito mais claro no retalho alimentar. E nesta óptica a Sonae SGPS está bem posicionada para aumentar as vendas através do recentemente aquisição do Car-refour Portugal e do forte crescimento orgâ-nico (abertura em média de duas lojas por dia).

Em tons negativos, mas mais volátil, con-tinua a acção do Banco BPI, que viu a casa de investimento Banesto emitir uma nota de

análise onde recomenda “comprar” as acções do BPI ao mesmo tempo que descia o pre-ço-alvo para 5,30 euros. Recorde-se que a acção do Banco BPI tem sido uma das mais penalizadas este ano: o título desvalorizou-se mais de 30% em 2008. Todavia, nas últimas sessões, os títulos do BPI conseguiram ame-nizar as perdas, devendo-se esse comporta-mento, de acordo com os analistas, à entrada de investidores institucionais que decorreu do anúncio de um aumento de capital de 350 milhões de euros.

BCP em recuperação

Apesar das nuvens sombrias, realce-se o facto de em Março o BCP ter recuperado parte das perdas que acumula desde o iní-cio do ano. A procura pelas acções foi im-pulsionada pelo reposicionamento de alguns investidores que se preparam assim para o aumento de capital que deverá estar concluí-do até princípios de Maio, como é o caso da Sonangol que aumentou a sua participação para 5,164%.

Também a Galp Energia continuou na senda das boas performances, animada pela descoberta de um novo reservatório de pe-

tróleo e gás na Bacia de Santos, que o BPI considera potencialmente positivo, apesar de o impacto só ser conhecido depois de anun-ciadas as reservas em causa. A JPMorgan ini-ciou a cobertura da petrolífera com um reco-mendação de “overweight” e um preço-alvo de 17,50 euros o que também impulsionou as acções da petrolífera.

No sector da construção, a Soares da Cos-ta disparou para cima dos 1,50 euros, a be-neficiar da nota de análise do CaixaBI que reviu em alta a recomendação para as acções da construtora para “comprar”, depois de ter actualizado as suas estimativas, após a apre-sentação de resultados e de ter analisado a consolidação da Scutvias e da CPE. A con-génere Teixeira Duarte também viu as suas acções dispararam fortemente nas últimas sessões, fundamentalmente após o anúncio da construtora de que vai iniciar a explo-ração e a prospecção de petróleo no Brasil, através da sua participada EMPA, depois de esta última ter subscrito um aumento de ca-pital da Alvorada Petróleo, passando a deter 33,3% do capital desta.

MartiM Porto

Para além de ajustamentos em alta dos “spreads”

Bancos nacionais não alteram facilidades no crédito à habitaçãoA crise internacional nos mercados finan-

ceiros e do crédito, com origem no chamado “subprime”, está instalada. Admite-se mes-mo que a respectiva duração e amplitude se-jam maiores que o inicialmente estimado.

Vive-se com efeito um processo de enca-recimento do preço do financiamento inter-bancário num contexto de falta de confiança e de riscos acrescidos.

Como reagirão a estes factos os bancos que operam em Portugal, não imunes ao contexto internacional? Correm persistentes informa-ções de dificuldades de “funding” por parte dos bancos e diversos relatórios afirmam que estão criadas condições para que se verifiquem apertos no crédito e maiores cautelas na avalia-ção do respectivo risco.

Face à especificidade do produto crédito à habitação - onde os bancos nacionais se têm comportado duma forma promocionalmen-te muito agressiva em certos factores, com consequentes riscos mas também com as vantagens de se tratar dum produto âncora razoavelmente garantido - a “Vida Econó-mica” decidiu inquirir um número razoável instituições.

A pergunta colocada

“Em particular no crédito à habitação, quais as alterações efectuadas em critérios de risco, nomeadamente no valor máximo da relação financiamento/avaliação do imóvel, “spreads” mínimo e prazos máximos, idade máxima do beneficiário, opções de carência de capital e opção de valor residual”?

As respostas dadas

As respostas obtidas - sete em onze ban-cos inquiridos - revelam uma atitude de não introdução de alterações ao produto, para além das previsíveis variações em alta nos “spreads” que incidem sobre a Euribor. Para já, diga-se, pois a resposta do maior banco português a CGD pode ser sintomática: “de momento, não é oportuno comentar”.

Acresce que outros dois grandes bancos - o Millenniumbcp e o BES - nem sequer responderam à questão colocada, embo-ra de momento não se detectem nos sites “on-line” alterações nos parâmetros de risco equacionados.

Das outras respostas obtidas passamos a destacar.

- SantanderTotta: O banco já seguia uma política de crédito muito cuidadosa na con-cessão de crédito à habitação e não alterou as características do produto, mas continua a adequar a melhor oferta às especificidades do cliente. De todos os itens questionados pela “Vida Económica” apenas os “spreads”, particularmente para níveis de risco mais elevados, foram ajustados, tal como generi-camente na banca”.

Banif: “O banco não fez ajustamentos à sua oferta”.

Montepio Geral: Não houve alterações relativamente à relação financiamento/valor da garantia, ao prazo máximo, ao período de carência e à opção valor residual. Houve sim, num contexto de mercado, ajustamento em alta nos “spreads”, nomeadamente para os valores mais elevados de F/G.

Caixa de Crédito Agrícola Mútua: Apenas se procedeu à melhoria do nível das aplicações informáticas, no que toca ao crédito “scoring”, por forma a que as análises de risco sejam fei-tos de uma forma mais “controlada”.

BPN: Até ao momento o BPN não efec-tuou os ajustamentos nas condições de cré-dito à habitação.

Banco Popular - Portugal: A única res-posta obtida em que se expressa um reajusta-mento no produto é o caso do Banco Popu-lar Portugal, mas, curiosamente no sentido de “facilitação”, o que se pode prender com critérios anteriores menos agressivos concor-rencialmente e sobretudo à fase de penetra-ção sustentada que este banco - inserido num grupo espanhol forte - quer assumir na área dos particulares. Fontes do Banco Popular referiram à “Vida Económica” as seguintes alterações no crédito à habitação, sendo que o produto passou a denominar-se “Habita-ção mais popular”: diminuição do “spread” (mínimo 0,29%) desde que o cliente adira ao “pack” Conta Ordenado e ao “pack” Se-guros, numa pura lógica de “cross-selling”; máximo da relação F/G está fixado em 100% (há uns tempos atrás não estava fixa-do) - alargamento do prazo de empréstimos até 50 ano s(antes era de 40 anos), desde que a idade do beneficiário seja no vencimento igual ou inferior a 80.

sexta-feira, 04 Abril de 2008 39merCAdos

Os acontecimentos no sector financeiro nos Estados Unidos voltaram a determinar o comportamento da Bolsa portuguesa durante o mês de Março. Num mês pautado por elevada volatilidade, ainda assim, alguns títulos conseguiram fechar ciclos de mais de cinco sessões em alta. O BCP foi a acção que mais surpreendeu pela positiva, enquanto do lado oposto a Portugal Telecom foi um dos títulos mais penalizados.

3-3-2008 4-2-20089700

9900

10100

10300

10500

10700

10900

BolsA continuA volátil e com tendênciA negAtivA

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“Commodities” agrícolas permitem maior retorno aos investidores

Estudos vários concluíram que a evolução das matérias-pri-mas não está tão dependente ou correlacionada com a economia mundial, como estarão as acções e as obrigações, ou mesmo as “commodities” de energia e algu-mas matérias-primas industriais, revelam os analistas do Barclays Capital e do ActivoBank7.

O Barclays Capital vai mais longe e sustenta que a evolução do preço dos metais e das “commo-dities” energéticas deixou de ter uma correlação com a economia americana e mesmo a eventual

entrada numa fase recessiva difi-cilmente significará uma descida acentuada deste tipo de maté-rias-primas. A recente quebra do preço do crude deve-se à menor pressão por parte de movimentos especulativos mundiais.

Porquê a agricultura

Dentro do sector das “com-modities”, a aposta nas matérias-primas agrícolas são as preferidas dos analistas para este ano. O condicionalismo da oferta e da procura, nomeadamente nos ce-reais, atingiu natureza estrutural e as mesmas fontes acreditam que a subida dos preços não terá um carácter esporádico. Uma análise recente do Deutsche Bank, citado pela comunicação social, revelava que o pico de valorização do tri-go apenas deveria ser atingido em Março de 2009, enquanto a pre-visão para o milho indica meados do mesmo ano. O trigo bateu o recorde de preço por 16 vezes nos últimos seis meses.

As opções dos investidores são simples perante o aumento da volatilidade dos mercados. Na recente conferência anual dos investidores em “commodities” promovida pelo Barclays Capital,

que ocorreu na primeira quinzena de Março, o “survey” final destaca a opção dos investidores pelo au-mento da sua exposição às “com-modities”, sendo que, a três anos, 34% dos gestores que responde-ram afirmaram que terão uma percentagem de mais de 10% nas suas carteiras de investimento em commodities. Ainda no mesmo “survey”, os investidores estão a ver as “commodities” como in-vestimento de longo prazo, ou seja, a três ou a mais anos; e, por último, o mercado da agricultura é aquele que os investidores espe-

ram maior retorno, apenas segui-do de perto pelo investimento em energias alternativas.

A tendência será, naturalmente, para o aumento do preço das ma-térias-primas, independentemente de algumas correcções esporádi-cas em baixa. Em Fevereiro, e de acordo com o Barclays Capital, ocorreu um recorde em termos de investimento especulativo nos futuros das matérias-primas, com uma entrada líquida em termos dos seis mil milhões de dólares, três vezes mais do que a média registada em 2007. Claro que o investimento nos futuros energé-ticos teve um peso substancial-mente mais elevado do que nas restantes commodities.

O banco acredita que, no fi-nal deste ano, o açúcar, o algo-dão, o milho e a soja estejam mais caros do que actualmente. Relativamente ao trigo, o banco prevê uma subida de 9,3 dólares para 9,4 dólares por alqueire no segundo trimestre, embora, nos terceiro e quarto trimestres, esta matéria-prima deva descer para uma média de 8,2 e 7,5 dólares.

No orçamento familiar os bens essenciais, como o trigo, o arroz e o café, irão continuar a subir. Os produtos e a indústria transforma-

dora nacional e no resto da Europa já afirmam que o nível altista veio para ficar e estão para aparecer no-vas subidas. A generalidade destas matérias-primas tem vindo a subir desde 1999, sendo que 2007 foi dos mais violentes. Na base deste “disparo” está a procura de bens agrícolas por parte das economias emergentes, a par de necessidades de produção de combustíveis al-ternativos ao petróleo.

O que justifica a inflação dos produtos agrícolas

Desde o pós-choque petrolífero do início dos anos 70 e o ano de 2005, registou-se uma descida da ordem dos 75% em termos reais, nos preços médios dos bens ali-mentares, revelou o ActivoBank7 num recente trabalho que produ-ziu. Indicava que o peso dos bens alimentares nos orçamentos das famílias dos países desenvolvidos teria caído de 25% para apenas 15%. Mas tudo se inverteu nos últimos 12 meses, com o preço do trigo e da soja a duplicarem de valor, enquanto as restantes matérias-primas agrícolas subiam cerca de 30%.

O que justifica esta inflação? O Activo Bank7, que utiliza in-formação do departamento das Nações Unidas relativa aos assun-tos económicos e sociais, fala da “urbanização dos países emergen-tes”.

O grande paradigma da huma-nidade está no facto de se esperar que este ano a população urbana venha a superar a população ru-ral, o que acontece pela primeira vez na história da humanidade. O estudo das Nações Unidas re-vela que, nos próximos anos, as cidades de todo o mundo irão, semanalmente, acolher mais um milhão de habitantes, sobretudo pelo efeito das migrações, embo-ra seja expectável uma subida do crescimento natural.

Para 2050, a expectativa é de que a população urbana represen-te 70% da população mundial, destacando-se o efeito nos países emergentes da Ásia e de África.

Os analistas realçam que, nesta “urbanização” nos países emer-gentes, o movimento não tem resultado em maior prosperida-de económica, a par da crescente poluição do ar e da água. Mais. O “The Economist” falava recen-temente no “Fim da alimentação barata”. E não se espera que isto é algo a acontecer nas próximas décadas, pois países como a Ar-gentina, Marrocos, Egipto, Méxi-co e China já impuseram limites à subida de preços ligados aos cereais.

Foi o aumento da produtivida-de agrícola registada no rescaldo da Segunda Guerra mundial, e com a população a crescer de 2,5 mil milhões em 1950 para 6,6 mil milhões em 2005, que se regista uma produção agrícola

anual a subir de 1,1 para 2,7 to-neladas por hectare. Durante este período de análise, a área cultiva-da cresceu cerca de 10% a nível mundial. Foram os programas de pesquisa científica, recorren-do à biotecnologia e à genética, que introduziram os fertilizantes, novas formas de irrigação e novas gerações de sementes.

Parece, por outro lado, que to-dos concordam que a tendência de subidas dos preços é de nature-za quase estrutural. Na base desta disfunção estão, segundo analis-tas do ActivoBank7, as alterações de hábitos alimentares nos países emergentes, os biocombustíveis, a escassez de terrenos agrícolas, a menor produtividade dos terre-nos, a escassez de água potável e as alterações climáticas.

Recorrendo à mesma informa-ção, constata-se que a melhoria do nível de vida significa maior consumo e melhor alimentação. A China é o melhor exemplo. Dados conhecidos revelam que o cidadão deste país consumia, em média, cerca de 3,8 kg de carne anualmente em 1961, para chegar aos 20 kg em 1985 e ac-tualmente está perto dos 60 kg, embora ainda longe dos 123,4 kg que consome um americano. E, para complementar estes núme-ros, basta referir que são necessá-rios oito kg de cereais para pro-duzir um kg de carne. A acreditar nos números do banco americano Goldman Sachs, o rendimento per capital deverá aumentar três vezes na China nos próximos 10 anos e duplicar na Rússia, pers-pectivando-se uma maior exigên-cia no consumismo.

Ainda a justificar a subida dos preços das “commodities” cere-alíferas está a questão dos bio-combustíveis e a necessidade de energias alternativas. O etanol produzido a partir de matérias-primas agrícolas como o milho e a cana-do-açúcar é o caso mais conhecido. Desde o ano 2000 que os EUA mais que quintupli-caram a utilização de milho para a produção de etanol, que repre-senta cerca de um terço da produ-ção total desse cereal. Muitos dos agricultores americanos deram preferência à produção de milho, em detrimento do trigo e da soja, por questões económicas e de rendimento agrícola. Também na Europa existem objectivos pre-cisos e ambiciosos, já que 10% dos combustíveis nos transportes terão de ter uma origem nos bio-combustíveis até 2020. Até 2015 serão necessários mais 80 milhões de hectares de terreno para se atingir os níveis de produção na Europa nos próximos sete anos.

Daqui decorre um outro pro-blema relacionado com a escassez de terrenos agrícolas. Se em 1950 existia 0,5 hectar de terrenos agrí-colas por pessoa, em 2010 existi-rá metade dessa área. A tendência para a diminuição de terrenos agrícolas far-se-á sentir, sobretu-do, nos países emergentes. Mas os terrenos que existem tenderão a ser menos produtivos, sobretudo devido aos fenómenos da erosão. Este cenário já ocorre com dois terços dos terrenos agrícolas na China, muito devido à utilização intensiva de fertilizantes.

VN

O objectivo é simples: reduzir o risco de investimento. A pergunta é: como? A resposta pode estar no investimento em “commodities” agrícolas e mesmo em alguns metais. Vamos explicar o novo paradigma da humanidade para as próximas décadas.

Convém salientar que os stocks de trigo estão a cair desde há seis anos e estão nos piores níveis das últimas décadas, dando apenas para 9,3 semanas de consumo, enquanto os stocks de milho dão apenas para 7,5 semanas de consumo e são os mais baixos desde os anos 70. A solução passa por limitar exportações e consequente falta de cereais nalguns países.

Num quadro que publicamos e que é da responsabilidade do DB Global Markets Research, FMI, Bloomberg e ActivoBank7, datado de Janeiro último, constata-se que naquele mês os preços do trigo ain-da estão a 129% do máximo histórico jamais atingido, considerando os valores reais e descontando a inflação. No caso do milho, o preço ainda estava a 174% do máximo, enquanto a soja estava a 240% e o algodão a 375%. Para o cacau faltavam 474% para atingir o máximo de sempre, enquanto o café está muito longe, a 816% do máximo, e o açúcar está a 1,510% do máximo.

O Activo Bank7 estudou dados do DB e concluiu que, na situação actual, vão rapidamente atingir-se máximos, sobretudo na soja, já para Outubro, enquanto no trigo e no milho, o máximo será atingido no primeiro semestre de 2009.

A grande questão é como aproveitar este problema em termos de investimento financeiro.

A resposta pode ser na aposta no potencial de valorização de um índice diversificado de matérias-primas, como também pode ser no investimento em empresas do sector, caso de companhias fornece-doras de semestres, de investidores em terrenos agrícolas ou nas empresas de distribuição de bens alimentares.

Vamos dar alguns exemplos acessíveis. O fundo Parworld Agricul-ture C, comercializado pelo ActivoBank7 e pela seguradora Eurovida, entre outras entidades, investe em matérias-primas agrícolas através da exposição variável aos índices S&P Goldman Sachs Agriculture and Livestock e através do Dow Jones AIG Agriculture. O aconselha-mento é feito pela Rothschild & Cie Gestion, sendo rebalanceado trimestralmente.

Também o DWS Invest Global Agribusiness é uma hipótese, permi-tindo investir em empresas do sector agrícola, quer na produção de matérias-primas agrícolas, de agro-químicos e sementes, de tecnolo-gia, de gado vivo e aquacultura, de alimentos orgânicos, de biodiesel e de propriedade de terrenos cultiváveis.

COmO e Onde investir

sexta-feira, 04 Abril de 2008merCadOs40

Máximo/ em termos reais

Açúcar 1510%

Café 816%

Cacau 474%

Prata 439%

Algodão 375%

Soja 240%

Milho 174%

Zinco 156%

Alumínio 145%

Trigo 129%

Ouro 68%

Chumbo 63%

Cobre 56%

Petróleo 0%

PreçO das matérias-PrimasAfastamento dos preços máximos históricos

Fonte: DB Global Markets Research/FMI/Bloomberg/ActivoBank7

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A nossa análise

Certificados de Reforma perdem para os PPR na dedução à colectaDesde o início do pretérito mês de Março que passou a estar disponível para subscrição um novo produto de poupança emitido pelo Estado, para fazer face às dificuldades existentes no Sistema de Segurança Social, os Certificados de Reforma. Para o aforrador, importa a rentabilidade que garantirá para um perfil de risco conservador. Mas essa só o futuro o dirá. Para já, perde para os PPR na dedução à colecta, pois só os mais elevados salários é que permitem atingir o máximo da dedução.

Os Certificados de Reforma apenas têm um mês de vida, pelo que têm pela frente um longo caminho para provarem que são capazes de rivalizar com os seus congéneres privados em termos de rentabilidade. À partida está garantido que se ajustam aos aforradores com um perfil de risco prudente/conservador.

COnselhO

MARTIM [email protected]

Funcionamento simples

Os Certificados de Reforma da Segurança Social podem vir a constituir-se como um sério concorrente dos Planos de Poupança Reforma convencionalmente oferecidos pelas instituições financeiras, decorrente da forma simples como se estrutura. A saber. As entregas são mensais, com um mínimo de 12 meses de entregas, sendo que os montantes são uma percentagem do salário médio anual: para uma idade inferior a 50 anos, corresponde a uma percentagem entre dois e 4% (a definir pelo próprio aforrador), enquanto para uma idade superior a 50 anos, a percentagem alarga-se entre 2 e 4% ou 6% (também a definir pelo próprio aforrador).No momento do seu lançamento não estão previstas comissões de subscrição nem de resgate para os Certificados de Reforma, não se sabendo ainda qual será o montante da comissão de gestão que estará dependente dos custos de gestão efectuada pelo Instituto de Gestão de Fundos de Capitalização da Segurança Social. A suspensão/alteração das condições dos Certificados de Reforma pode ser efectuada por vontade do aderente apenas na renovação, ou seja, no final dos 12 meses, ou a pedido do aderente, em caso de

Dada a rigidez das contribuições dos Certificados de Reforma, que as fazem depender de uma percentagem do salário, apenas os aforradores com salários mais elevados é que conseguem alcançar o máximo da dedução à colecta de 350 euros. Por exemplo, se a percentagem do aforro for de 2%, o salário mensal mínimo necessário para obter o máximo de dedução á colecta terá de ser superior a 7.200 euros.

COnselhO

Lucros do BIG disparam

O Banco de Investimento Global (BIG) obteve, no ano passado, um cres-cimento de 55% nos lucros, para 11,3 milhões de euros. Apesar da turbulência nos mercados financeiros, as principais áreas de clientes do banco cresceram sig-nificativamente.

O rácio de solvabilidade é superior a 35%, bastante acima do mínimo regula-tório de 8% e da generalidade do sector. “Esta solidez permite planear a estratégia e as várias estratégias de crescimento com a confiança necessária para alcançar as metas ambiciosas definidas para o presente exer-cício”, de acordo com Carlos Rodrigues, presidente do conselho de administração do banco.

O Millennium bcp lançou o Poupança 115, um seguro de investimento a cinco anos, com garantia do valor aplicado e rendimento anual variável.

No final do contrato, o cliente rece-berá, no mínimo, 115% do montante investido. Isto porque é garantida uma valorização mínima de 15%, daí a desig-nação do produto.

É um investimento com uma rendi-bilidade de 3,75% para o ano de 2008 sobre cada entrega efectuada durante o período de subscrição.

As entregas são únicas, com um mon-tante mínimo de 1250 euros e sem en-

cragos de subscrição. É possível efectuar, em qualquer momento, resgates parciais ou totais, com penalização de 2%, até ao final do segundo ano de vigência do contrato.

Consideram os seus promotores que se trata de um produto alternativo às aplicações tradicionais sem risco – de-pósitos a prazo e certificados de aforro – adequado a clientes que pretendam rentabilizar as suas poupanças no médio prazo.

De notar que é contemplado pelos benefícios fiscais inerentes à dedução à colecta em sede de IRS.

BCP coloca novo seguro de investimento

Quatro empresas dão origem a nova consultora financeira

A Capital Credit juntou-se às empresas de soluções financeiras GFC General de Finan-zas, GS Financial e World Credi. Foi criada uma nova empresa europeia em consultoria financeira, sob a designação Quality Group.

A união das quatro empresas espanholas es-pecializadas em intermediação financeira faz com que o novo grupo detenha 400 sucursais abertas em Portugal e espanha, movimentos de capital na ordem de 1,5 mil milhões de euros e uma média de 25 mil operações por ano. A empresa apresenta-se com a vantagem competitiva de negociar directamente com a banca, de modo a garantir produtos exclusi-vos e melhores condições para os clientes.

momento a escolha da modalidade de resgate: uma renda vitalícia, um resgate total ou a transferência para um plano filhos/cônjuge. No caso de o aforrador escolher a renda vitalícia, há transmissão por morte para os herdeiros apenas nos primeiros três anos de pagamento do complemento: 100% do montante não resgatado no primeiro ano, 66% do montante não resgatado no segundo ano e 33% do montante não resgatado no terceiro ano.

Perfil de risco prudente

O Instituto de Gestão de Fundos de Capitalização da Segurança Social que gere os Certificados de Reforma têm que provar, perante os aforradores e os seus concorrentes financeiros privados, que sabe gerir um plano de reforma com boa rentabilidade. Note-se, no entanto, que qualquer comparação a ser estabelecida terá de considerar que os Certificados de Reforma adoptaram como política de investimento um perfil de risco prudente (como não podia deixar de ser), com um mínimo de 50% do seu portefólio em títulos representativos de dívida pública e um máximo de 25% em acções.Note-se, finalmente, que, como todos os PPR, os Certificados de Reforma permitem uma dedução à colecta de 20% das entregas, sendo que, neste caso, com um tecto de 350 euros. Todavia, dada a rigidez das contribuições dos Certificados de Reforma – correlacionadas com uma percentagem do salário – apenas os aforradores com salários mais elevados é que conseguem alcançar o máximo da dedução à colecta. Se a percentagem do aforro for de 2%, o salário mensal mínimo necessário para obter o máximo de dedução à colecta terá de ser superior a 7200 euros; ou superior a 3600 euros caso a percentagem do aforro seja de 4%; ou de 2430 euros para aforros de 6%.

desemprego, incapacidade ou doença. No entanto, apenas no momento da renovação é possível alterar a taxa de contribuição, ainda que seja possível voltar a aderir ao produto em qualquer momento.O resgate apenas é possível no momento da reforma por velhice ou invalidez absoluta, ocorrendo nesse

sexta-feira, 04 Abril de 2008 41meRCaDOs

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3.7

3.8

3.9

4.0

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4.3

4.4

Aug Sep Oct Nov Dec Jan Feb Mar

xetra dax

A situação no mercado mone-tário vai-se agra-vando de dia para dia, levando a que as Euribor a pra-zos superiores a 3 meses estejam já há uns dias muito perto dos 4,75%. O BCE continua a injectar liquidez a

prazos curtos de forma quase permanente, o que não resolve os problemas de médio prazo. Numa tentativa de acalmar a situ-ação, o Banco Central anunciou que irá

ceder fundos a 3 meses e pela primeira vez na história a 6 meses, em leilões a realizar nas próximas semanas. Receando que tal não seja suficiente, o mercado reagiu de forma comedida a este anúncio. As pers-pectivas de corte de taxas parecem cada vez mais ténues para 2008. Olhando para as taxas “forward” verifica-se que nesta al-tura não está sequer incorporada a 100% a possibilidade de um só corte de 0,25% até ao final do ano.

Os dados de inflação reportados agra-varam o cepticismo. Com efeito, os pri-meiros dados da inflação de Março apon-tam para uma subida de 3,2% para 3,5% na inflação anual, com destaque negativo

para a Espanha, que vê os preços a subirem a 4,6% em termos anuais, quando se es-perava um registo de 4,4%. Na Alemanha os preços subiram 3,2%, pelo que se per-cebe que as pressões da inflação não estão concentradas apenas nos países do Sul. Os sindicatos da função pública alemã fecha-ram finalmente o acordo salarial para os próximos dois anos com efeitos retroac-tivos a Janeiro de 2008. Para este ano, o aumento será de 3,1%, mas J50 mensais, o que equivale a 5,6% para quem já ganha J2000/mês. Dois milhões de trabalhado-res serão abrangidos por tal acordo, que corresponde ao maior aumento salarial dos últimos 16 anos.

No que à economia diz respeito, os da-dos mais recentes evidenciam deteriora-ção. A produção industrial da Zona Euro caiu em Março para um mínimo dos últi-mos dois anos e meio. As vendas a retalho na Alemanha caíram 1,6% no mês quando se esperava uma subida de 0,5%. Em Es-panha a produção industrial caiu ao ritmo mais forte dos últimos 10 anos, com o ín-dice PMI a registar mínimos desde 2001.

Nesta altura, com as taxas de dois anos já muito acima dos valores de há um mês, deixou de ser interessante a fixação de ta-xas através de FRA.

Análise de mercAdos produzidA A 02-Abr-2008

Filipe [email protected]

eur/Usd arrisca “duplo topo”

Mercado Monetário interbancário

Mercado cambial

Yield curve euro e dólar euribor - 3 m, 6 m e 1 ano Yield 10 anos euro benchmark

EUR/USDComo se pode verificar no grá-

fico, o Eur/Usd voltou a testar a zona de máximos históricos, mas sem a ultrapassar. Houve uma forte e rápida rejeição dos valores perto de 1,59 dólares e neste mo-mento há o risco de estarmos pe-rante de um “duplo-topo” nesses níveis. O facto de o “duplo-topo”

se confirmar numa eventual que-bra de 1,5340 – que também é o 1º nível de correcção fibonacci – suporta a necessidade de observar esta figura. Em caso de quebra há que equacionar a hipótese de vol-tar a observar o Eur/Usd abaixo de 1,50 dólares em poucas semanas.

Assim sendo, temos 1,5340 e 1,5905 como suporte e resistên-

cias mais relevantes, respectiva-mente.

EUR/JPYPermanece o cenário de grande

volatilidade no iene a que não será alheio o final de ano fiscal no Ja-pão. O Eur/Jpy continua “baliza-do” entre 151,80/152.00 e 161,40 (subida de um patamar), mas sem dar ainda sinal de quebra de mé-dio prazo. Há que realçar o fac-to de o suporte nos 151,80/152 ienes ter conseguido aguentar a pressão vendedora após já se terem verificado dois testes mais sérios. O contexto de médio prazo do “cross” está agora mais positivo. Há suporte nos 151,80/152,00, 155,20 e 156 ienes e resistências nos 161,50 e 162,30 ienes.

EUR/GBPO “cross” voltou a registar no-

vos máximos, chegando a atingir 0,7980 libras por euro. Em ter-

análise técnica - psi-20 - xetra dax

eUR/USD 1.5660 -0.32% -0.96% 6.38%

EUR/JPY 157.55 1.06% 0.11% -4.47%

EUR/GBP 0.7888 0.09% -0.88% 7.56%

EUR/CHF 1.5737 0.34% -0.01% -4.90%

EUR/NOK 8.0720 0.30% 0.26% 1.43%

EUR/SEK 9.3945 -0.02% -0.03% -0.50%

EUR/DKK 7.4567 -0.04% 0.00% -0.02%

EUR/PLN 3.5107 -0.60% -0.32% -2.30%

EUR/AUD 1.7215 1.01% -0.69% 2.73%

EUR/NZD 2.0044 3.03% -0.17% 5.36%

EUR/CAD 1.6069 0.75% -0.97% 11.21%

EUR/ZAR 12.6595 -0.09% -1.19% 26.22%

EUR/BRL 2.7452 1.05% -0.37% 5.74%a

Taxas MMIT/N 3,981W 4,162W 4,201M 4,252M 4,443M 4,636M 4,639M 4,641Y 4,64

condIções dos bancos cenTraIs daTa

EuroRefinancingRate 4,00% 26/06/07bce EuroMarginalLending 5,00% 26/06/07 EuroDepositFacility 3,00% 26/06/07

eUa FEDFunds 2,25% 18/03/08r.UnidoGBPrimeRate 5,25% 07/02/08suíça TargetLibor3M 2,75% 13/09/07Japão RepoBoJ 0,50% 21/02/07

eUro fra’sForwardRateAgreementsTipo* bid Ask1X4 4,682 4,6923X6 4,535 4,5451X7 4,634 4,6543X9 4,490 4,5106X12 4,215 4,24512x24 4,064 4,084*1x4-Períodoterminaa4meses,cominícioa1M

eUro IrsInterestSwapsvsEuribor6Mprazo bid Ask2Y 4,340 4,3603Y 4,266 4,2765Y 4,239 4,2558Y 4,359 4,36910Y 4,448 4,46820Y 4,706 4,74630Y 4,681 4,711

evolução euribor (em basis points) n/a 05.set.07 26.set.07

1M 4.352% 4.500% -0.148 4.409% -0.0573M 4.740% 4.763% -0.022 4.726% 0.0141Y 4.7445% 4.807% -0.062 4.713% 0.032leIlões bce LastTender 01.Abr.08MiniumBid 4,00%MarginalRate 4,21%

psi-20AnalisandooíndicenumaperspectivademédiOíndice

continuaarecuperardepoisdarecentevisitaabaixodos10milpontos.Nomomentoemqueestamosaescrever,oPSI20encontra-seaindaabaixodos10900/11000pontos, níveis que seriam importante ser recuperadosparaafastarocenáriodenovotesteaosmínimosdoano.

Analisandooíndicenumaperspectivademédio/longoprazoverifica-sequearecentecorrecçãodoPSI-20veiode encontro a uma linha de tendência relevante. Essalinha,quenascenoprimeiro trimestrede2003, já foivisitadaporalgumasvezesevoltouafornecersuporteaoíndice.Enquantoacotaçãoestiveracimadalinha,hojecercade10000pontos,podeconsiderar-sequeoPSI20estáemtendênciadealtademédioprazo.

XeTrA dAXAoultrapassararesistênciaqueexis-

tianos6650pontos,oDAXconseguiualiviaralgumadapressãovendedora.

O índice encontra-se agora numazona bastante mais neutral, podendovariarentre6375/6400e7050pon-tossemquedaísepossamtirarcon-clusõesmuitorelevantesparaomédioprazo.

Paraocurtoprazodeverãoserobser-vadoscomosuportesos6375,6400,6415e6650pontosecomoresistên-ciasos6900e7050pontos.

FiXinG Variação Variação Variação 02.Abr.08 semanal (%) no mês (%) desde 1 Jan. (%)

inflação e negociações salariais puxam pelas taxas

psi-20

2.00

2.50

3.00

3.50

4.00

4.50

5.00

1 W 1 M 2 M 3 M 6 M 9 M 1 Y 1 Y 2 Y 5 Y 10 Y 30 Y

EUR

USD

mos mais gerais pode dizer-se que a tendência de perda da moeda britânica permanece intacta, mas o ritmo a que a moeda perde ter-reno não nos parece sustentável. Deste modo, se é certo que não

podemos afastar uma possível visi-ta acima de 0,80 no curto prazo, é de esperar que surja em breve uma pausa ou mesmo uma correcção pronunciada, dada a inclinação da subida do Eur/Gbp.

4.550

4.650

4.750

4.850

29-Aug 28-Sep 28-Oct 27-Nov

1Y

6M

3M

eur/dólar

sexta-feira, 04 abril de 2008mercados42

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Como é que decorreu o exercício de 2007 para a “holding” liderada por “PêQuêPê”?A Semapa apresentou um crescimento de 33,4% dos lucros em 2007 face ao período homólogo, para 122 milhões de euros, an-corado num volume de negócios que cres-ceu 9% para os 1,4 mil milhões de euros, enquanto o EBITDA avançou 16%, para os 432,7 milhões de euros.Para o volume de negócios consolidado ob-tido, o grupo Portucel Soporcel contribuiu com 1,2 mil milhões de euros, o que cor-respondeu a uma subida de 6,2% face a 2006, enquanto o grupo Secil contribuiu com 287,7 milhões de euros, o que repre-senta uma subida de 21% em relação ao mesmo período de 2006, motivada pela in-clusão das subsidiárias Ciment de Sibline e Cimentos Madeira e pelo bom comporta-mento da unidade da Tunísia. A empresa sublinha que, devido ao maior ní-vel de integração da pasta e papel, a quan-tidade de pasta disponível para venda no mercado ficou abaixo do exercício de 2006, acabando por levar à redução do valor to-tal das vendas de pasta em cerca de 2,7% face ao ano anterior. Por sua vez, o negócio do cimento foi penalizado pelo decréscimo do consumo em 0,2% face ao ano passado devido ao abrandamento do sector da cons-trução civil. Finalmente, relativamente às holdings da empresa, o EBTIDA total obtido atingiu os 13,2 milhões de euros, devido à mais-valia de 26,2 milhões de euros obtida com a venda das acções da EDP, enquanto o EBITDA recorrente foi negativo (13 milhões de euros) afectado pelos custos de estrutura

da Semapa e das suas “sub-holdings” ins-trumentais.

E a estrutura da dívida da Semapa, como se comportou durante 2007?A dívida líquida da empresa manteve a sua tendência decrescente reduzindo-se em 130,6 milhões de euros para os 887,9 mi-lhões de euros, enquanto os resultados fi-nanceiros se agravaram quando comparados ao mesmo período de 2006, ascendendo a

-58 milhões de euros. Na apresentação de contas de 2007, a empresa sublinha a in-certeza quanto ao impacto da crise interna-cional que tem marcado os mercados finan-ceiros nos últimos meses na economia dos principais mercados onde actua, estando os resultados dependentes, nomeadamente, das subidas das taxas de juro, da desvalo-rização do dólar face ao euro e das subidas do preço do petróleo.

Como é que se tem comportado a acção da Semapa e qual a tendência que está a con-solidar?Todos os analistas são unânimes a conside-rar que a acção Semapa reencontrou a sua tendência ascendente de longo prazo, pelo que se encontra num nível privilegiado para dar início a um movimento de alta. Os dife-rentes indicadores técnicos fornecem igual-mente indicações favoráveis, indicando ape-nas como um potencial obstáculo a surgir nas imediações de 8,50 euros. No entanto, se esta resistência for superada, a acção da Semapa poderá progredir até à resistência seguinte, que se encontra nas imediações de 9,60 euros.

As recomendações de compra devem estar então ao rubro.Note-se antes, de tudo o mais, que, apesar de fazer parte do PSI-20, a acção Semapa não é uma “blue-chip”, atendendo à relati-va iliquidez que resulta do estreito “free-flo-at”. No entanto, importa destacar o facto de a acção Semapa ter passado esta semana a liderar a lista das cinco cotadas com maior potencial de subida para o Millennium bcp Investimento. De acordo com os analistas daquele banco de investimento, o título Se-mapa lidera a lista das empresas com maior potencial de valorização (98%) tendo em consideração o preço-alvo da casa de inves-timento e o valor de fecho das acções na sexta-feira passada.

MArtiM Porto

consultório financeiro

Semapa em alta e com potencial de subida

A acção da Semapa é uma das primeiras esco-lhas dos analistas de mercado para o momento, liderando, por exemplo, a lista das cinco cotadas com maior potencial de subida para o Millennium bcp investimento. Os diferentes indicadores

técnicos fornecem igualmente indicações favo-ráveis, avançando que, caso a resistência dos 8,50 euros seja superada, a acção da Semapa poderá progredir até à resistência seguinte, que se encontra nas imediações de 9,60 euros.

31/12/07 4-2-20087.4

7.6

7.8

8

8.2

8.4

8.6

8.8

PrePArA-Se O teSte à reSiStênciA dOS 8,50 eurOS.

BeS reforça independência

dos órgãos de administraçãoA assembleia geral do BES aprovou os ór-

gãos sociais para o período de 2008 a 2011, com o número dos membros do conselho de administração a ser reduzido de 31 para 26, dos quais 15 serão não executivos. A composição passou a contar com sete mem-bros independentes (mais de 25% do total), reforçando a independência dos órgãos de administração e fiscalização.

Resultante da intenção de não recandida-tura manifestada pelo actual presidente do conselho de administração, António Ro-quette Ricciardi, fica no cargo Alberto Oli-veira Pinto, administrador não executivo e independente do BES. Foi também aprova-do o Relatório de Gestão e as contas conso-lidadas relativas ao ano passado, tal como o pagamento de um dividendo por acção de 0,48 euros. Nos restantes pontos aprovados, destaque para o regulamento do Plano de Pagamento de Retribuição Variável, a decla-ração da comissão de vencimentos sobre a política de remuneração dos órgãos sociais e dos demais dirigentes do banco e a de-signação dos membros para a comissão de vencimentos.

rede passou a contar com 28 espaços

BPi abre mais cinco centros

de investimentoO BPI abriu cinco centros de investi-

mento, apenas esta semana. Os novos espa-ços ficam localizados em Vila Real, Porto, Portimão, Miraflores e Parede. Eleva-se agora a 28 o número total desta rede espe-cializada, dirigida a clientes particulares de elevado património. Trata-se de uma rede que disponibiliza um serviço de assessoria financeira personalizada, através de equipas qualificadas. Estas, tendo em conta as ne-cessidades específicas dos clientes, prestam apoio personalizado em todas as vertentes da sua vida financeira. O serviço inclui o acesso a toda a oferta de produtos BPI e abrange não só o apoio na gestão da carteira de investimentos, mas também a identifica-ção das melhores soluções de crédito, além de todos os serviços bancários tradicionais. Uma das preocupações de estes centros de investimento é possibilitar um atendimento em ambiente de privacidade e confortável. Certo é que os centros estão presentes nas principais cidades do país, incluindo nas regiões autónomas. A procura tem levado a uma expansão continuada desta rede de centros de investimento.

Entretanto, o banco lançou o BPI Rússia 10%+, um produto de capital garantido, com uma maturidade de ano e meio. Está indexado à taxa de câmbio rublo/dólar (nú-mero de dólares por rublo). O investimento mínimo é de mil euros, sendo que a oferta é limitada, pelo que a subscrição do produto pode swer suspensa a qualquer momento.Fonte: Semapa

sexta-feira, 04 Abril de 2008 43mercados

PAStA e PAPel liderA deStAcAdO O cOntriButO PArA O cOnSOlidAdO

Pasta e papel Cimentos Holdings Consolidado

Volume de Negócios 1.147,4 287,7 0,3 1.435,4

EBitDA total 342,3 77,1 13,2 432,7

EBitDA recorrente 342,3 76,8 (13,0) 406,1

Amortizações e perdas por imparidade (95,4) (21,3) (0,1) (116,8)

Provisões (reforços e reversões) (9,9) (0,4) (2,2) (12,5)

EBit 237,0 55,4 10,8 303,3

Resultados Financeiros (27,5) (7,1) (23,3) (58,0)

Resultados Antes de Impostos 209,5 48,3 (12,5) 245,3

Impostos sobre Lucros (72,6) (12,8) 1,6 (83,8)

Lucros Retidos do Exercício 136,9 35,5 (10,9) 161,5

Atribuível a accionistas da SEMAPA 99,9 33,0 (10,9) 122,0

Atribuível a interesses minoritários 37,0 2,5 - 39,5

Cash-Flow 242,2 57,2 (8,5) 290,9

Margem EBITDA (% Vol. Negócios) 29,8% 26,8% - 30,1%

Margem EBITDA Recorrente (% Vol. Negó-cios) 29,8% 26,7% - 28,3%

Margem EBIT (% Vol. Negócios) 20,7% 19,3% - 21,1%

Activo Líquido Total 2.521,6 480,9 254,6 3.257,1

Dívida Líquida 367,7 76,7 443,4 887,9

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Alguns analistas querem acreditar que o pior já passou nos mercados financei-ros. Parte da questão é verdadeira porque as “más notícias” deveriam ficar no exer-cício fiscal que terminou em Março para a generalidade das empresas cotadas. Mas também se afigura falso porque a crise de “subprime” está longe de ser totalmente conhecida, mas, também e muito em espe-cial, porque persistem factores estruturais de debilidade das economias.

O preço do petróleo é um “calcanhar de Aquiles” para as economias ocidentais não produtoras, o que, conjugado com a subida de preços das matérias-primas agrícolas, faz com que a inflação na Zona Euro tenha acelerado ao ritmo mais ele-vado dos últimos 16 anos, situando-se, em Março, nos 3,5% em termos médios, quase o dobro daquilo que o BCE defi-niu como média aceitável: 2%.

Este cenário negativo não está a im-pedir que alguns analistas voltem a en-tusiasmar-se pela banca e mesmo sobre activos portugueses. O Banesto, embora tenha cortado o “target” das acções BPI para 5,30 euros, continua a dar-lhes um potencial de subida de 57%, relativa-mente ao preço médio do meio da sema-na. Os analistas consideram que o BPI está a cotar a um “price earnings” esti-mado para 2009 de 6,4 vezes, quando o “price earnings” estimado para 2009 do preço-alvo é de 10,4 vezes. Afirmam que este é um bom momento de aposta na banca porque não há riscos significati-vos de descida das estimativas.

Também as acções do Millennium bcp voltaram a subir, embora nesta casa o “driver” seja diferente, já que alguns accionistas estarão a tomar posições an-tes de ser conhecido o preço por acção

relativamente ao aumento de capital de 1300 milhões de euros. Alguns avançam com a especulação de um desconto entre 20% e 50%.

O mercado nacional esteve esta sema-na a puxar por alguns títulos “próximos” ao BCP, caso da Teixeira Duarte e ainda a Cimpor, muito embora a performance destas companhias seja boa.

A Galp Energia continua a ser a empresa mais procurada pelos investidores e sobre a qual recaem as maiores atenções dos ana-listas. O Caixa BI reviu em alta esta sema-na os títulos, dando-lhe um preço-alvo de 21,05 euros para o final de 2008, o que significa um potencial de subida da or-dem dos 20%, considerando os valores de cotação do meio da semana. O aumento de avaliação daquele banco foi justificado com a unidade de Exploração e Produção e com o Brasil. O Banesto, por seu lado,

iniciou a recomendação desta companhia com um preço-alvo de 17,60 euros e uma recomendação de “overweight”. O banco destacou o facto de o investimento em acções Galp ser uma forma de “entrar em duas regiões emergentes com um elevado potencial de petróleo e com um risco polí-tico reduzido, dado que partilham os con-sórcios com as empresas locais Petrobrás e Sonangol”. Também o JP Morgan fez uma revisão destes títulos para os 17,50 euros. Justifica a melhoria do preço com o facto da Galp estar a aumentar a sua exposição à exploração, o que já representa 55% do seu valor e irá corresponder às expectativas do JP Morgan ao nível do EBITDA estima-do para 2010. Adianta que o crescimen-to da Galp será sustentado pelos negócios em Angola e pela refinação e só a partir de 2012 é que os grandes negócios se centra-rão no Brasil.

Mercados testam confiança no novo trimestre

VÍTOR [email protected]

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Título ÚltimaCotação VariaçãoSemanal Máximo52Sem Mínimo52Sem EPSEstAct EPSEstFut PEREstAct PEREstFut Div.YieldInd Div.YieldEst DataAct HoraActALTRI SGPS 4.58 2.58% 7.41 3.45 0.28 0.39 16.18 11.84 1.09% 1.44% 02-04-2008 16:36:48B. COM. PORT. 2.20 9.75% 4.30 1.68 0.19 0.20 11.68 10.98 3.87% 3.88% 02-04-2008 16:38:13B.ESP. SANTO 11.58 5.27% 17.98 10.62 1.23 1.40 9.40 8.30 3.45% 4.81% 02-04-2008 16:35:01BANIF-SGPS 3.04 10.15% 6.75 2.62 0.45 0.53 6.74 5.69 3.95% 5.93% 02-04-2008 16:35:01B. POP. ESP. 11.99 1.27% 16.04 6.72 1.14 1.21 10.56 9.91 3.88% 4.50% 02-04-2008 11:30:03BANCO BPI 3.47 5.96% 6.96 3.00 0.46 0.53 7.53 6.51 5.40% 5.68% 02-04-2008 16:35:01BRISA 9.16 1.10% 10.46 8.91 0.33 0.36 28.10 25.17 3.06% 3.40% 02-04-2008 16:35:01COFINA,SGPS 1.38 6.15% 2.07 1.20 0.10 0.11 14.38 13.02 2.54% 2.72% 02-04-2008 16:37:12CORT. AMORIM 1.55 2.65% 2.19 1.28 0.17 0.20 9.12 7.75 3.55% 3.87% 02-04-2008 16:35:01CIMPOR,SGPS 5.80 2.66% 7.72 4.75 0.47 0.51 12.33 11.27 3.71% 3.96% 02-04-2008 16:35:02EDP 3.95 2.20% 5.00 3.54 0.26 0.29 15.08 13.72 2.78% 3.32% 02-04-2008 16:35:00MOTA ENGIL 4.99 8.48% 8.35 3.53 0.24 0.24 21.06 20.54 2.20% 2.56% 02-04-2008 16:35:01FINIBANCO 3.43 22.50% 5.10 2.74 -- -- -- -- 2.19% -- 02-04-2008 16:35:01GALP ENERGIA 15.48 3.34% 19.50 7.40 0.65 0.67 23.82 23.07 0.98% 2.22% 02-04-2008 16:35:01IMPRESA,SGPS 1.59 6.71% 3.23 1.29 0.14 0.18 11.52 8.98 0.00% 0.52% 02-04-2008 16:35:00J. MARTINS 5.10 2.51% 5.73 3.71 0.22 0.27 22.77 18.68 1.88% 2.02% 02-04-2008 16:36:27MARTIFER 8.55 7.01% 12.00 5.40 0.14 0.19 59.79 45.48 0.00% 0.00% 02-04-2008 16:35:01NOVABASE 3.45 7.14% 5.28 2.01 0.25 0.31 13.75 11.20 0.00% 0.00% 02-04-2008 16:35:01PARAREDE 0.19 5.56% 0.26 0.10 -- -- -- -- 0.00% -- 02-04-2008 16:35:00P. TELECOM 7.85 6.01% 9.67 6.90 0.63 0.72 12.37 10.93 7.33% 7.36% 02-04-2008 16:35:00PORTUCEL 2.19 0.92% 3.18 1.63 0.20 0.18 10.90 12.37 1.60% 4.32% 02-04-2008 16:39:45REDES E. NAC. 3.50 0.29% 4.08 2.75 0.21 0.21 16.67 16.43 0.00% 3.29% 02-04-2008 16:35:00S. COSTA 1.62 11.72% 2.89 0.91 0.14 0.16 11.57 10.45 0.00% -- 02-04-2008 16:37:30SEMAPA 8.56 5.16% 13.70 7.31 1.08 1.14 7.90 7.51 2.98% 2.81% 02-04-2008 16:35:00SONAECOM 2.19 -0.23% 5.24 2.07 0.04 0.10 49.66 21.85 0.00% 0.48% 02-04-2008 16:37:43SONAE,SGPS 1.17 -0.43% 1.98 1.05 0.08 0.11 14.44 10.64 2.56% 3.05% 02-04-2008 16:39:16SONAE IND. 4.56 6.79% 11.04 4.14 0.58 0.73 7.81 6.24 0.00% 3.03% 02-04-2008 16:35:01SAG GEST 2.25 -2.17% 3.10 1.67 0.17 0.21 13.64 10.98 1.40% 4.67% 02-04-2008 16:35:00TEIX. DUARTE 1.65 17.02% 4.23 1.10 0.37 0.40 4.46 4.18 1.03% 1.52% 02-04-2008 16:35:01Z. MULTIMEDIA 7.62 4.53% 12.74 6.76 0.32 0.39 24.04 19.64 2.62% 3.38% 02-04-2008 16:35:01

PAINEL BANCO POPULARTÍTULOS EURONEXT LISBOA

PAINEL BANCO POPULARTÍTULOS MERCADOS EUROPEUSTítulo Última Cotação Variação Semanal Máximo 52 Sem Mínimo 52 Sem EPS Est Act EPS Est Fut PER Est Act PER Est Fut Div. Yield Ind Div. Yield Est Data Act Hora ActB.POPULAR 12.18 3.48% 16.07 8.51 1.14 1.21 10.73 10.07 3.88% 4.50% 02-04-2008 16:36:02INDITEX 38.07 5.75% 53.90 31.00 2.26 2.59 16.88 14.73 2.76% 3.06% 02-04-2008 16:36:02REPSOL YPF 23.49 4.73% 30.59 18.27 2.44 2.46 9.63 9.56 4.26% 4.56% 02-04-2008 16:36:02TELEFONICA 19.06 3.14% 23.48 16.04 1.63 1.86 11.72 10.23 3.93% 5.25% 02-04-2008 16:36:03FRA. TELECOM 22.12 4.74% 27.33 19.22 1.99 2.15 11.11 10.31 5.88% 6.17% 02-04-2008 16:37:39LVMH 73.59 5.58% 89.36 61.95 4.71 5.19 15.63 14.17 2.17% 2.40% 02-04-2008 16:35:00BAYER AG O.N. 51.59 3.57% 66.45 45.60 3.75 4.34 13.78 11.91 2.63% 2.68% 02-04-2008 16:35:09DEUTSCHE BK 76.32 5.93% 118.51 64.62 9.39 10.55 8.15 7.25 5.88% 5.88% 02-04-2008 16:35:22DT. TELEKOM 11.13 4.02% 15.87 9.92 0.76 0.87 14.59 12.82 7.02% 7.13% 02-04-2008 16:35:02VOLKSWAGEN 178.48 -4.32% 199.70 104.24 12.03 13.51 14.81 13.19 1.01% 1.14% 02-04-2008 16:35:25ING GROEP 25.54 10.47% 34.74 18.77 3.51 3.71 7.28 6.88 5.79% 6.02% 02-04-2008 16:38:46

Este relatório foi elaborado pelo Centro de Corretagem do Banco Popular, telf 210071800, email: [email protected], com base em informação disponível ao público e considerada fidedigna, no entanto, a sua exactidão não é totalmente garantida. Este relatório é apenas para informação, não constituindo qualquer proposta de compra ou venda em qualquer dos títulos mencionados.

sexta-feira, 04 Abril de 2008MERCADOS44

Page 45: Hábitos de condução decidem prémio de segurove_ed1243... · apenas aos veículos comerciais de utilização profissional, a todos ... Vem aí o “Big Brother” para os clientes

O turismo residencial em Portugal tem possibilida-des de uma forte expansão, com o país a marcar uma forte diferença em relação a outros destinos

deste segmento. Esta foi uma das notas deixadas no Imo-bitur – 4º Salão do Imobiliário e Turismo Residencial do Porto. O mercado britânico apresenta-se como um dos mais atractivos nesse senti-do, uma vez que as estimativas apontam para que, nos próximos cinco anos, “dois milhões de britânicos comprem uma pro-priedade no estrangeiro nos próximos cinco anos” e cinco milhões deverão fazê-lo “nos próximos 10 anos”, revelou Rupert Bates, editor da Homes Overseas, publicação bri-tânica especializada neste segmento.

Segundo aquele especialista, “são cerca de 250 mil os britânicos que, anualmente, compram uma propriedade fora do Reino Unido”. O seu perfil abrange “indivíduos entre os 25 a 45 anos, classes A e B, utilizadores de internet, procuram sol, uma casa de retiro ou reforma, em locais de menor custo de vida e que fazem a compra numa óptica de investimento”.

O Reino Unido é, tradicionalmente, fonte de adqui-rentes de propriedades em Portugal, sendo que em 2007 foram 18 mil os britânicos que o fizeram. Aliás, “Portugal é um país muito popular entre os cidadãos do Reino Uni-do”, sendo que 1,9 milhões de britânicos viajam todos os anos para Portugal. Os locais mais procurados no país são o Algarve, Lisboa, Costa de Prata, Porto e ilhas.

No entanto, Portugal poderá ganhar uma vantagem com-petitiva face a outros mercados igualmente relevantes, como Espanha ou França, numa conjuntura económica de rela-tiva incerteza. “Os britânicos poderão, nos próximos tem-pos, proceder a um retorno de investimento nos países que

melhor conhecem, como Portugal”, referiu Rupert Bates à Vida Económica. Isto por-que “o mercado poderá atravessar uma fase de indecisão priscológica no momento da escolha”, sendo que o perfil-tipo de com-prador em Portugal “é mais velho, conser-vador nos investimentos, com família, quer uma boa casa, com piscina, junto ao mar, confortável, e tem uma situação financeira já estável”. Nesse aspacto, considera, Portu-gal tem vantagem sobre Espanha, mercado onde está associado um maior nível de in-

vestimento de risco. A média de compra dos cidadãos britâ-nicos ronda “os 300 a 400 mil euros”, disse Rupert Bates.

Projectos representam investimento de 7,5 mil milhões

Com efeito, a tendência para o desenvolvimento de pro-jectos turísticos de qualidade tem vindo a conhecer uma forte dinâmica, tendo mesmo sido o subsegmento que, em 2007, conheceu a maior variação positiva no sector da construção, com 6,8%, o que se explica pela forte ex-pansão do subsegmento não residencial privado (13%),

revelou a FEPICOP. Segundo esta entidade, “as estimati-vas mais conservadoras para o sector do turismo referentes apenas aos projectos de maior dimensão previstos para o Oeste de Lisboa, Alentejo e Algarve apontam para investi-mentos que ultrapassam os 7,5 mil milhões de euros” nos próximos anos.

Esta associação faz mesmo depender o êxito da política económica do que apelidou “um choque de investimento” assente no arranque efectivo dos Projectos de Interesse Na-cional (PIN), abrangendo novos pólos turísticos “topo de gama” e construção residencial para segunda habitação.

MARC [email protected]

Cinco milhões de britânicos comprarão propriedades no exterior nos próximos 10 anos

Turismo residencial português com forte atractividade no mercado britânico

Lisboa liderou ranking dos destinos com maior crescimento do RevPAR na região EMEA

Preços dos hotéis portugueses crescem 14%O preço médio dos estabelecimentos ho-

teleiros em Portugal cresceu 14% no ano transacto, segundo o Hotel Price Index, es-tudo divulgado pelo website de reservas de hotéis hotels.com, que foca as variações de preços e a forma como as mesmas afectam o sector turístico.

De acordo com o relatório, baseado numa rede de 60 mil hotéis situados em 6500 ci-dades a nível internacional, Portugal encon-tra-se no grupo dos destinos com estadias mais baratas, com uma média de 103 euros por quarto por noite, apesar de ser o país com a segunda maior subida percentual, de 14%, facto “que se deve a um valor inicial baixo”, assegura o estudo. O aumento das viagens para o Algarve e Lisboa representou um aumento dos preços em linha com o au-mento da procura.

Lisboa com segundo maior crescimento na Europa

Lisboa, cuja média de preços em 2006 era de 93 euros por quarto, por noite, apre-senta agora um valor de 106 euros, o que representa uma subida de 15%. Esta subida é uma das mais altas, sendo a segunda maior na Europa, revela o mesmo estudo.

Por seu turno, o EMEA Hotels Monitor 2008, da consultora Cushman & Wakefield, revela que a capital foi a cidade que liderou o ranking do conjunto dos países que, em 2007, registou o maior crescimento do Re-vPAR (preço médio por quarto disponível)

na região Europa, Médio Oriente e África (EMEA). O resultado, da ordem dos 25,5%, justifica-se não apenas pela presidência da União Europeia, mas igualmente pelo cres-cente número de turistas estrangeiros que visitam a cidade, fenómento alicerçado no crescimento das viagens “low-cost”. Aliás, o mesmo fenómento teve um impacto positi-

vo no turismo e hotelaria não só da capital mas do conjunto do país, já que, de acordo com o mesmo relatório, o crescimento do RevPAR a nível nacional foi de 10,4%.

A frequência e o crescimento do número de companhias aéreas “low-cost” tem evi-dentes benefícios para o turismo da capital, afirma a C&W: 15,5% do movimento total

de passageiros em Lisboa deveu-se a estas companhias, sendo que, no Algarve, estas representam já mais de 60% do total de trá-fego de passageiros.

Preços nos EUA 15% mais baixos que Europa

A nível internacional, a região mais barata do mundo a nível dos preços hoteleiros são, de forma surpreendente, os Estados Unidos, 15% abaixo da Europa, que surge como a região com preços mais elevados, afiança o Hotel Price Index.

Relativamente às cidades mais caras, Mos-covo situa-se mais uma vez em primeiro lugar no ranking, com a média de preços nos 283 euros por noite. Nova Iorque mantém-se no segundo lugar entre as mais caras, com 210 euros por quarto, por noite e, um aumento de 5% relativamente a 2006. A subida mais marcante foi Jacarta, com um incremento de 25% relativamente ao ano anterior, situan-do-se agora a média nos 97 euros.

Do lado oposto, com um preço médio de 80 euros, surge Orlando, a cidade com preços de alojamentos mais baixos entre os principais destinos mundiais, fazendo-se acompanhar de cidades como Banguecoque (85 euros), Xangai (95 euros) e Pequim (96 euros). Na Europa, os preços mais baixos encontram-se em Talín (83 euros), Pisa (97 euros) e Berlim (97 euros).

MARC BARROS

TurismoCinco milhões de britânicos

devem adquirir casa no estrangeiro

nos próximos 10 anos

TAP prossegue estratégia de criação

de novo “hub” no Porto

sexta-feira, 04 Abril de 2008 45

PREços Médios dE quARTos 2007 (PAísEs / EuRoPA)

Fonte: Hotel Price Index

País Preço médio quarto/noite 2007 % Variação anual 2006-2007

Reino Unido J 155 12%

Noruega J 145 17%

Suíça J 145 6%

Itália J 144 3%

Dinamarca J 143 8%

Suécia J 131 7%

Países Baixos J 129 -5%

Áustria J 128 5%

Grécia J 125 10%

Finlândia J 123 5%

França J 121 3%

Irlanda J 117 0%

Espanha J 115 7%

Bélgica J 113 4%

Eslováquia J 108 -8%

Alemanha J 107 0%

Portugal J 103 14%

República Checa J 102 -3%

Hungria J 100 -5%

Polónia J 97 3%

Estados Bálticos J 86 -7%

18 mil britânicos adquiriram propriedades em Portugal em 2007

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A maior mudança logísti-ca alguma vez feita na história da aviação britânica ocorreu em Heathrow, tendo-se pro-cedido à relocalização de mil veículos terrestres, aviões e elementos de equipamento de apoio para o Terminal 5. A British Airways transferiu a maior parte do seu equipa-mento em Heathrow, mais de cinco quilómetros desde uma ponta da pista de aterragem à outra, sem que tal pertur-basse o horário dos voos do aeroporto internacional mais movimentado do mundo.

A pista sul do aeroporto de Heathrow esteve fechada durante essas cinco horas, en-

quanto um conjunto de mais de mil veículos e peças de equi-pamento do Terminal 1 e 4 foi transferido para o Terminal 5.

O conjunto de elementos que transferido para o Ter-minal 5 englobou 27 aviões em rotas de médio curso, 360 atrelados de bagagem, 95 rebocadores de bagagem, 106 plataformas elevatórias e tapetes de bagagem, 240 con-tentores de carga e122 carros e carrinhas, entre outros. A partir do dia 1 de Maio, mais de 13 mil membros da tripu-lação alojados em Heathrow e 2800 pilotos irão mudar-se para um novo centro de infor-mação dentro do Terminal 5.

A indústria hoteleira global de-verá ser influenciada por um con-junto de três tendências, as quais apontam para os “efeitos da globa-lização e o rápido desenvolvimento de economias para oferta de óptimas opor tun idades” . Por outro lado, “os viajantes mais in-formados esperam que as suas experi-ências tenham por base as suas neces-sidades pessoais” e as “novas tecnolo-gias vão continuar a criar oportu-nidades para personalizar a expe-riência e melhorar o desempenho operacional”. Estas são as prin-

cipais conclusões de um estudo conduzido pela Inspire Resources e apresentado pela Amadeus, no relatório intitulado “A blueprint

for the future of the hospitality in-dustry”.

O estudo ba-seou-se num con-junto de entre-vistas feitas a um público-alvo de executivos seniores de hotéis, executi-vos com respon-sabilidade directa em TI, distribui-

ção, gestão de retorno, marketing e vendas; consultores, estudantes e pesquisadores para identificar os assuntos chave e as preocupações

com o mercado. O estudo identifica “a globaliza-

ção como um fio condutor chave”. Mercados emergentes – particular-mente a Rússia, a Índia, a China e o Golfo – oferecem oportunidades significativas, “mas não podem ser tratados como um todo”. A noção de marca integrada e o serviço con-sistente num ambiente global são fundamentais.

Por seu lado, “o viajante moder-no quer que as suas experiências se baseiem nas suas necessidades pes-soais”. Mais ainda, “à medida que a gestão de distribuição, canal e con-teúdo se torna mais complexa”, é fulcral “assegurar uma boa integra-ção entre estes sistemas principais”. Também “a crescente importância do canal móvel” é evidente.

Netviagens inova na oferta de hotéis A Netviagens, participa-

da da Espírito Santo Viagens, lançou recentemente no seu sí-tio de internet a capacidade de localização geográfica da oferta mundial de hotéis, incluindo a capacidade de visualização do hotel que pretende reservar. De entre as várias utilizações desta nova ferramenta, a Netviagens destaca a sua oferta hoteleira em Portugal.

Segundo a empresa, o núme-ro de reservas e serviços de ho-telaria tem vindo a crescer, espe-cialmente através das suas ofertas de pacote dinâmico e das suas ofertas de escapadelas de fim-de-semana. As vendas da Netviagens do destino Portugal, no período de Janeiro e Fevereiro deste ano, aumentaram mais de 40% face a igual período do último ano, o que revela um crescimento con-

siderável a nível das dormidas em hotelaria nacional. A Netviagens entende que “o novo modelo de localização e visualização de hotéis é importante para a ma-nutenção do seu carácter inova-dor no mercado das agências de viagens, contribuindo para um constante crescimento das suas vendas”, referiu.

Aproveitando a tecnologia disponibilizada pela Microsoft, através da sua plataforma Virtual Earth, a Netviagens pode mos-trar com maior detalhe a oferta hoteleira portuguesa, nunca es-quecendo que Portugal é o pri-meiro destino dos seus clientes. Assim, e através da visualização de imagens oblíquas, também conhecidas por “Bird’s-eye”, poderá localizar hotéis nas cida-des portuguesas de Lisboa, Por-to, Braga, Guimarães, Aveiro,

Coimbra, Leiria, Setúbal e Faro.A Netviagens já disponibili-

za esta nova funcionalidade de mapas em mais de 20% do seu produto, sendo expectável a sua generalização a toda a oferta an-tes do próximo Verão. Em qual-quer pesquisa de hotéis a partir do motor de reserva, o utilizador pode aceder a um link específico onde poderá verificar a localiza-ção dos hotéis, com a indicação dos principais locais de interesse em redor, presentes no resultado da sua pesquisa e a visão “bird’s eye” de cada hotel.

Nesse mesmo mapa está dis-ponível a informação do preço base de cada hotel, bem como informação sobre o mesmo e a possibilidade de fazer reserva. Esta nova funcionalidade de mapas e localização hoteleira deve-se à evolução na plataforma

Keyfortravel que constitui a base técnica do site da Netviagens de-senvolvida pela Viatecla SA.

A Netviagens oferece no seu site mais de 40 mil hotéis com disponibilidade imediata. Esta

oferta é possível pela conjugação de produto de várias centrais ho-teleiras internacionais. A Netvia-gens agregou durante o mês de Março cerca de 5000 hotéis de uma nova central de reservas.

Travelport cresce 25% a nível global

A Travelport, presente em Portugal através da Ga-lileo, alcançou um volume de negócios de 1,8 mil mi-lhões de euros no ano fiscal de 2007 a nível global. O EBITDA (lucros antes de juros, impostos, provisões e amortizações) cifrou-se nos 234 milhões de dólares (cerca de 152 milhões de euros). Por força das aquisi-ções da Worldspan e da Orbitz Worldwide, o volume de negócios ajustado da Travelport foi de 1,2 mil milhões de euros, o que representa um crescimento de 4% face ao ano anterior. No que se refere ao EBITDA ajustado, verificou-se um crescimento de 25%, excluindo as já referidas aquisições.

O modelo de negócio da Travelport foi alterado du-rante o ano de 2007, tendo as diversas áreas de negócio sido separadas em unidades globais de actuação. Com a reorganização interna, afirmou a empresa, foi possível realizar poupanças de 80 milhões de euros ao longo do ano. Recorde-se que com esta aquisição da Worldspan por

parte da Travelport o universo da multinacional alargou a sua influência às três áreas geográficas mais importantes (Europa, Américas e Ásia), ganhando maior equilíbrio e força nos serviços que disponibiliza a qualquer outro for-necedor.

A Travelport detém as marcas Galileo e Worldspan e providencia informações a agentes de viagens para mais de 145 países. Além disso, fornece serviços para o sector de viagens e turismo por intermédio da subsidiária Shepherd Systems, bem como soluções e software para as principais companhias aéreas a nível mundial. A Travelport resulta da convergência dos serviços tradicionais e on-line que ser-vem as companhias aéreas, agentes de viagem, web sites e demais empresas no fornecimento de informações por intermédio de uma plataforma global. O sistema de distri-buição global da Travelport (Global Distribution System) é um dos maiores fornecedores de serviços a nível mundial na indústria de viagens.

Indústria hoteleira caminha para progressiva interligação

TAP pretende lançar novo centro de operações no Porto

A TAP tem vindo a apro-fundar a sua estratégia de criação de um novo centro de operações no Porto. A compa-nhia aéra nacional anunciou, em sequência dos resultados que tem vindo a registar na-quele aeroporto, que o cresci-mento de 37% em Fevereiro, “superior ao registado pelo próprio aeroporto do Porto no mesmo período de dois me-ses, que se situou nos 20%”, corresponde “à estratégia da

TAP de criação de um novo “hub” no Norte do País, onde procedeu ao aumento da ope-ração, com o lançamento de novos destinos e frequências a partir do Porto”.

O número de passageiros movimentados pela compa-nhia no Porto em Feverei-ro ascendeu a 109 mil e, no acumulado dos dois primei-ros meses do ano, a TAP foi responsável pela passagem de mais de 232 mil passagei-

ros pela infra-estrutura, um acréscimo de 34% relativa-mente ao período homólogo de 2007.

Já em Lisboa, nos dois pri-meiros meses do ano, a TAP movimentou mais de um mi-lhão de passageiros, o que tra-duz um crescimento de 20% em relação ao ano anterior. O aeroporto da capital reportou um crescimento de 8,7% nos passageiros com partida ou chegada em Lisboa.

Turismo cresce 6,7% no arranque de 2008O sector do turismo

tem boas razões para es-tar satisfeito com o seu desempenho no início de 2008. Os resulta-dos do mês de Janeiro confirmam a tendência registada em 2007 de grande crescimento. Os proveitos totais aumen-taram 6,7% (num total de 90,8 milhões de eu-ros), enquanto o núme-ro de hóspedes cresceu 5,3% (684,2 mil hóspe-des) e as dormidas 4,3%

(1822,6 mil dormidas) de acordo com os dados divulgados pelo INE. As receitas do turismo, em 2007, atingiram os 7,4 mil milhões de eu-ros (+11%), e os turis-tas ultrapassaram os 12 milhões, com um cres-cimento de 9,2%, ou seja, 3,4 pontos percen-tuais acima dos objecti-vos fixados pelo Plano Estratégico Nacional do Turismo, que eram, re-corde-se, de 5,8%.

Heathrow procede à maior mudança logística na aviação britânica

Novas tecnologias continuarão a criar oportunidades para a indústria hoteleira

sexta-feira, 04 Abril de 2008turismo46

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Import Shop Berlim reúne artesanato internacional

A Import Shop Berlim tem-se afirmado como uma das principais feiras mundiais no sector do artesanato. A próxima edição decorre de 12 a 16 de Novembro, com o seu conceito de mercado global para pro-dutos locais. A Câmara de Comércio e In-

dústria Luso-Alemã representa em Portugal essa importante feira de artesanato.

A intenção deste organismo é organizar um stand nacional na Import Shop, pelo que o convite se dirige aos produtores da

indústria manufactureira, ao design, à arte e ao artesanato, no sentido da sua participa-ção enquanto expositores. São três os seg-mentos temáticos nesta edição, com as de-signações de “art & style”, “natural living” e “winter at home”. São esperados produ-

tos oriundos um pouco de todo o mundo, bem como compra-dores interessados em produtos étnicos e naturais. Mas importa ter em conta a dimensão que a Import Shop Berlin ganhou nos últimos anos.

No evento do ano passado, o evento contou com 544 exposi-tores de 64 países, distribuídos por seis pavilhões. Os visitantes ultrapassaram a fasquia dos 40 mil, com o volume de compras por visitante a fixar-se nos 135 euros. É interessante verificar

que cerca de 95% desses visitante compra-ram algo na feira. No inquérito então reali-zado, comprovou-se que a quase totalidade dos visitantes pretendia regressar na edição seguinte.

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O BES e a João Lagos Sports decidiram tornar a edição deste ano do Estoril Open no primeiro torneio da ATP Tour na Europa com preocupações ambientais. As duas orga-nizações optaram por desenvolver iniciativas em duas vertentes, designadamente sensibi-lização e racionalização de consumos. Serão

plantadas até 2500 árvores, proporcionadas acções de formação, projectadas mensagens de sensibilização e neutralizadas as emissões de CO2. Os visitantes terão à disposição ec-pontos, as viaturas utilizadas serão híbridas e instaladas lâmpadas de baixo consumo, a par de toda uma outra série de iniciativas.

Defesa do ambiente chega ao Estoril Open

sexta-feira, 04 Abril de 2008 47em foco

A Administração dos Portos de Douro e Leixões (APDL) deu mais um passo de extrema impor-tância no sentido de aumentar a sua competit ividade. Esta semana foi rea-lizada a inauguração formal da VILPL e da nova portaria. É

mais um projecto concluído e que se in-tegra num conjunto de investimentos que a APDL tem realizado para modernizar o melhorar os seus acessos, bem como as infra-estruturas portuárias. A realidade é que o Porto de Leixões tem ganho peso nas mercadorias transportadas, o que é um bom sinal para o futuro. De facto, Leixões tem conseguido garantir condições para concorrer com os portos espanhóis, espe-cialmente com o de Vigo.

Porto de Leixões melhora acessibilidades

O cumprimento dos requisitos legais no sector dos vinhos e bebidas foi o tema de um esclarecedor debate que reuniu, no Salão Árabe do Palácio da Bolsa do Porto, uma boa parte dos membros da Associação Nacional dos Comerciantes e Exportadores de Vinhos e Bebidas Espirituosas (ANCE-VE) e a ASAE (Autoridade de Segurança Alimentar e Económica).

Contando com a participação de cerca de

300 empresas associadas, este debate teve como principal objectivo procurar contri-buir para o desenvolvimento das empresas de vinhos do norte do país e foi organizado no âmbito do Programa AGRIS, um pro-jecto de 100 mil euros financiado inteira-mente pelo Ministério da Agricultura que tem como fundamento acções relacionadas com a análise, estudo e compreensão do sector vitivinícola.

ASAE esclarece profissionais do sector vitivinícola

A Fundação Sousa Pedro tem patente a ex-posição individual de pintura “Os Vistos dos Meus Olhares”, da autoria do artista plástico Abraham Levy Lima, sob o alto patrocínio da Academia de Letras e Artes. Estará ainda em exposição um conjunto de esculturas em bronze, de pequeno formato, da escultora

Maria João Saraiva, que integram o fundo permanente da galeria de arte da fundação. A mostra de Mestre Abraham Levy Lima fi-cará patente ao grande público, até ao dia 24 de Abril, no Espaço Cultural Polivalente da Fundação, sito na Rua Serpa Pinto, nº 10, ao Chiado, em Lisboa.

Fundação Sousa Pedro apresenta pintura de Abraham Levy Lima

Teve lugar o troféu El Corte Inglès em gol-fe, realizado sob os auspícios da Delegação Norte da Associação Portuguesa de Sénio-res de Golfe, o qual se realizou no Club de Golf de Miramar. Os principais vencedores foram, no 1º Gross, a dupla José Granja / Alexandre Magalhães, no 1º Nett os golfis-

tas Eugénio Oliveira e Manuel Crespo, no 2º Nett Hannele Ojapelto e Raimo Ojapel-to, no 3º Nett os golfistas Virgílio Mota e Benigno Delgado, na Bola + Perto o golfista Orlandino Varejão, no Drive + Comprido, modalidade Homens, José Paredes e, nas Senhoras, Hannele Ojalpeto.

Troféu El Corte Inglès em golfe anuncia vencedores

A Autoridade para as Condições do Tra-balho (ACT) desenvolveu, no mês de Mar-ço último, uma acção inspectiva dirigida ao sector dos transportes rodoviários de merca-dorias e de passageiros, ten-do fiscalizado 649 veículos e verificado 11253 registos de tacógrafos. Na operação participaram 129 inspecto-res e foram detectadas mais de um milhar de infracções. O objectivo consistia em ve-rificar as condições as condi-ções de trabalho e de repouso dos conduto-res deste tipo veículos pesados, o registo dos tempos de condução e repouso em suporte

documental adequado, a conservação dos registos (analógicos ou digitais) pelas em-presas, a informação e formação prestada aos trabalhadores sobre questões de segurança e

saúde no trabalho, a trans-ferência da responsabilidade civil por acidentes de traba-lho e a vigilância da saúde dos profissionais condutores. Das empresas inspecciona-das, 142 operavam a nível internacional. Das 240 em-presas objecto de fiscaliza-

ção, a maioria tinha uma frota entre as 5 e as 20 unidades (91 empresas) e 1 a 5 unidades (59 empresas).

ACT inspecciona transportes de mercadorias e passageiros

Os cerca de mil empresários que partici-param esta semana nas Jornadas da Asso-ciação da Restauração e Similares de Por-tugal (ARESP) exigiram do Governo uma verdadeira reforma fiscal, designadamente ao nível do IVA. “No momento em que é anunciado o sucesso da diminuição do défice das contas públicas abaixo dos 3% estão reunidas as condições para repor a fis-calidade das empresas a nível da competiti-

vidade internacional”, diz a ARESP. É que o diferencial de IVA entre Portugal e o país vizinho (5% a menos em Espanha) “tem obrigado ao encerramento e à deslocaliza-ção de muitas empresas”. Razão por que o sector, que diz ser responsável por 54,7% das receitas turísticas de Portugal, não está de acordo com o “desnivelamento em 7%” na taxa do IVA do alojamento, que repre-senta16,3% das receitas turísticas”.

ARESP quer maior competitividade fiscal

O BES criou um produto inovador no sector financeiro, adaptado às necessidades específicas dos clientes com origem nos pa-íses do Leste Europeu. O BESdirecto Boas-Vindas assenta na facilidade de entendi-mento, segurança nas operações efectuadas e simplicidade na utilização.

Com a prestação deste serviço, o banco quer reforçar e desenvolver a relação ban-cária com este tipo de clientes, em fase de integração na sociedade portuguesa. Con-siste numa conta com tudo o que é neces-sário para o quotidiano, um seguro de vida e assistência médica em casa.

BES cria produto para comunidade da Europa de Leste

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Os números são da Marktest e não deixam margem para dúvidas: metade do poder de compra dos portugueses continentais está concentrado em apenas 6% do território. Ou seja, 25 dos 278 concelhos de Portugal Continental – 5,8% do território – concentram 50,1% do índice do poder de compra regional. À cabeça e, como seria de esperar, vem Lisboa com o maior poder de compra, ao concentrar em si 11,1% do total, logo seguida pelo Porto e Sintra, que represen-

tam respectivamente, por 3,6% e 3,3% do critério em análise.

Lembramos ainda que os 25 con-celhos citados são também eles res-ponsáveis pelo maior número de cai-xas automáticas, 51,6%, pela maioria dos depósitos bancários, 64,3%. E

ainda pelo maior número de créditos bancários concedidos, 76%.

NOTA DE FECHO

O mistériodos fundos de acções

Um semanário económico trazia recentemente uma manche-te: “Fundos nacionais caem mais que o PSI 20”; e continuava: “A média de rentabilidade nos últimos 12 meses dos fundos de acções nacionais foi de -10%, enquanto o PSI 20 perdeu apenas um por cento”. E seguia: “Desde o início do ano até 18 de Janeiro, os fun-

dos nacionais perderam 17% contra -12% do PSI 20”.

Parafraseando Shakespeare, há algo de muito estranho no reino da Dina-marca. Vejamos.

Primeiro: Um índice como o PSI 20, o Dow Jones ou o Standard & Poors é uma média ponderada do mercado. Qualquer investidor que faça tantos papelinhos quanto o peso de cada empresa no mercado e tirasse cada papelinho à sorte para decidir onde investir, obteria o índex, a mé-dia do mercado. Ou seja: investir à sorte, ao acaso daria o índex.

Pergunta-se: Como é possível en-tão que gestores profissionais obte-nham não um bocadinho pior mas muitas vezes pior que o que obteriam

se investissem puramente ao calhas? Houve um fundo de acções na-cionais que fez 13 vezes pior. A média foi 10 vezes pior. Um outro exemplo: um banco alemão a trabalhar em Portugal e com acções americanas fez 3 vezes pior que a média do mercado.

Segundo: Isto, ano após ano, após ano. Por exemplo no caso do banco alemão. E cobrando “fees”, que chamam “fees” de performan-ce, mas na verdade não são nem “fees”, nem de performance, mas impostos sobre a propriedade alheia (em média 2% em Portugal).

Terceiro: Tomando os portugueses por parvos (?) alguns virão tentar justificar-se dizendo: o nosso fundo não segue o PSI 20 mas o PSI geral (de todas as empresas cotadas)… Resposta: é irrelevante, porque o PSI geral caiu (de 18/1/2007 a 18/1/2008) sensivelmente o mesmo: 1%.

Outra justificação: Não podemos comparar-nos com a média devido às regras legais dos fundos (não se pode ter numa empresa mais de 10% da carteira e a soma das participações acima de 5% não pode superar 40%). Resposta: com esta limitação perder-se-ia 3%. Ora os fundos perderam em média 10%. Outros muito mais (até 30%)…

Quarto: Muitos destes fundos comercializados no private banking não estão autorizados (pela CMVM) para comercialização. O banco defende-se então dizendo que não vendeu, compraram-lhe. Limitou-se a executar ordens dos clientes. Quando na realidade muitas vezes o banco sugere reuniões, envia mais prospectos do que o cliente pediu, etc. etc.

Quinto, sexto e sétimo: Fundos sediados em paraísos fiscais como as ilhas Cayman; informação dos prospectos complexa ou er-rada; e quando os bancos emprestam dinheiro contra garantia dos próprios títulos dos fundos, como a gestão desvaloriza o fundo, pe-dem aumento de… garantias. Isto é pedem à vítima que resolva o problema criado pelo culpado.

“Desde o início do ano até 18 de Janeiro, os fundos nacionais

perderam 17%, contra -12% do PSI 20”

Soluções para estes sete problemas? Quatro.A – Nenhum fundo pode ser transaccionado em Portugal (mes-

mo que o banco diga que foi passivamente) sem uma de duas coisas: a CMVM aprovar 1) a informação do prospecto (simples e clara); 2) os fees serem mesmo de performance; e 3) a sede ser num país da OCDE. Ou em alternativa o adquirente assinar que reconhece e aceita que tal não aconteça. Caso contrário, o negócio é nulo.

B – Proibir a prática dos bancos de exigirem aumentos de ga-rantias quando o fundo (interno e portanto gerido pelo próprio banco) se desvalorizar + de 50% que o índex que o fundo segue: 4 – 6%; 10 – 15%; 20 – 30%; etc.

C – Quando tal acontecer num fundo interno ao próprio banco, a lei deverá considerar o negócio nulo e o cliente poder das duas uma: desfazer a operação; ou obter a sua quota parte do valor do fundo.

D – Criar no âmbito da CMVM tribunais arbitrais que deci-dam estes assuntos, até um determinado valor, por exemplo cem mil euros.

Medidas drásticas? Simplesmente proporcional à gravidade dos problemas. E aliás um banco pode-se furtar às medidas. Basta... não criar os problemas…

P.S.: Saíram duas notícias recentes relativas ao Deutsche Bank. Primeira: a demissão de Homero Coutinho, presidente de uma ad-ministração que incluía Meirelles de Souto, Filipe Silva e Joaquim Batista.

A segunda no DN (de 14/3/2008) e intitulada “Os pequenos banqueiros falidos do Deutsche Bank”, e que relata que o “ban-co (Deutsche Bank) já foi condenado em dois processos”, sendo “uma dezena os promotores-agentes financeiros privados que fun-cionavam como uma espécie de angariadores de negócio bancário que em poucos anos depois ficaram sem dinheiro e sem emprego” (citação).

Uma pergunta: Os promotores perderam. O banco também (com os processos, etc.). E os líderes do banco em Portugal?

Metade do poder de compra dos portugueses concentrado em 6% do território

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China cria construtora aérea para fazer frente à Airbus e à Boeing

O mundo vai contar, a partir de agora, com uma nova companhia de aviação. É que a China acaba de anunciar a criação de uma construtora aérea capaz de fazer frente a empresas como a Airbus e a Boeing.

Esta dá pelo nome de Companhia de Aviões Comerciais da China e representa para já, pelo menos numa fase inicial, um investimento de 1,73 mil milhões de euros. Como seria de esperar, os principais accionistas da nova companhia são públicos, o próprio Governo chinês e o município de Xan-gai, e vão investir, no conjunto, mil milhões de euros.

Inflação na saúde atinge os 7,3%

Os números já divulgados pelo INE (Instituto Nacio-nal de Estatística) são reve-ladores: a inflação média na saúde atingiu os 7,3% nos últimos 12 meses termina-dos, em Fevereiro.

Um valor que é tanto mais grave quando se sabe que é, em quase três vezes, superior à inflação global registada no país. As causas desta si-tuação?

Aqui, notícias vindas a público falam da introdu-ção de novas taxas modera-doras, do agravamento das já existentes. E ainda da re-dução da comparticipação do Estado nos medicamen-tos de marca.

PT apresenta estratégia ligada ao segmentoda televisão

A Portugal Telecom aca-ba de apresentar a sua es-tratégia para o segmento de televisão. A ideia é uma só: que o Meo seja, a par-tir de agora, a marca, como dizem em comunicado, “agregadora de toda a ofer-ta de televisão da PT quer estejamos em casa, através de IPTV ou satélite, em si-tuação de mobilidade com o Meo Mobile ou sentados em frente ao computador a aceder aos conteúdos do Sapo”.

Grupo Lena ganha concursopara construção de centro comercial em Leiria

O grupo Lena e a Multi Development Corporation, atra-vés do projecto Forum Leiria, acabam de vencer o concurso público internacional para a construção e exploração de um centro comercial, claro está, no município de Leiria. Esta-mos a falar de um investimento de 170 milhões de euros. Destes, 72 milhões vão ser aplicados em obras de requalifi-cação de espaços públicos, como é o caso do novo mercado, do topo norte do estádio ou do pavilhão multiusos.

AEP organiza seminário sobre PME

A AEP (Associação Empresarial de Portugal) acaba de organizar, no europarque de Santa Maria da Fei-ra, um seminário sobre PME. Esta associação, podemos ler em comuni-cado, considera “necessário que todos tenhamos uma ideia clara acerca das potencialidades, limitações e cons-trangimentos” deste tipo de empresas. Mas não só. É também necessário, dizem ainda, que se “faça chegar ao maior número de empresas algumas das soluções que podem ser adopta-das para resolver os problemas com que as PME se defrontam”.

Em discussão estiveram temas como as PME familiares, as PME e as suas formas de financiamento ou as PME e a inovação.

Jorge A. VAsconcellos e sá

Mestre Drucker SchoolPhD Columbia University

Professor Catedrático

Nº 1243 / 04 Abril 2008 Semanal J 2,20 Portugal Continental

Nome Morada C. PostalNº Contribuinte E-mail� Solicito o envio do livro abaixo assinalado: � Guia do Direito Imobiliário - Vol. I - Aquisição do Direito de Propriedade (A 28)

� Guia do Direito Imobiliário - Vol. II - Contratos relativos aos direitos de uso e gozo (A 28)

� Para o efeito envio cheque/vale nº , s/ o , no valor de A � Debitem A , no meu cartão com o nº Cód. Seg. emitido em nome de e válido até / .� Solicito o envio à cobrança. (Acrescem A 4 para despesas de envio e cobrança).ASSINATURA

No Volume II - CONTRATOS RELATIVOS AOS DIREITOS DE USO E GOZO, são objecto de análise, os seguintes temas/institutos: Arrendamento Urbano; Cedência de Utilização de Loja; Comodato; Locação Financeira Imobiliária; Direito Real de Habitação Periódica; Direitos de Usufruto, Uso e Habitação.

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A elevada fiscalidade dos automóveis em Portugal é criticada pelo secretário- -geral da Associação dos Industriais de Aluguer de Automóveis Sem Condutor (ARAC). “Só não exportamos mais por-que a legislação fiscal não é favorável a esta situação”, afirma Joaquim Robalo de Almeida em entrevista à “Vida Económi-ca”.

O dirigente associativo reconhece, po-rém, que as empresas do “rent-a-car” têm razões para estarem felizes em matéria fis-cal, já o Governo concedeu ao sector uma

isenção de 50% do Im-posto Sobre Veí­culos. Robalo de Almeida defende ainda que o “rent-a-car” é um parceiro que as marcas automóveis devem ter em conta, uma vez que repre-senta cerca de 20% dos automóveis que se vendem em Portugal.

FROTASESTE SUPLEMENTO FAZ PARTE INTEGRANTE DA VIDA ECONÓMICA Nº 1243, DE 04 DE ABRIL DE 2008,

E NÃO PODE SER VENDIDO SEPARADAMENTE

Quase seis milhares de viaturas

Frota em aluguer operacional cresceu 16% no ano passado

Sector automóvel pretende alargamento da dedução do IVA a todas as viaturas de uso profissional

A importância do aluguer operacional de viaturas continua, sem surpresa, a crescer no mercado automóvel por-tuguês. Segundo os dados da ARAC, foram vendidos no ano passado 43 717 automóveis em “renting”, mais 15,83% do que as 37 741 registadas em 2006. Estas 43 717 unidades representam uma quota do mercado automóvel na casa dos 15,8%. O merca-

do automóvel nacional representou em 2007, na sua totalidade, 276 684 unidades novas.

Defende Joaquim Robalo de Almeida, da ARAC

“Condições fiscais mais favoráveis permitiriam exportar mais veículos”

CATEGORIAS

ACUMULADO JAN A DEZ

Total Nacional Var % Aluguer operacional Var %

2006 2007 07/06 2006 2007 07/06

Ligeiros de Passageiros 194 684 201 868 3,69% 27 675 32 547 17,6%

Comerciais Ligeiros 64 489 68 447 6,14% 9 781 10 461 6,95%

Comerciais Pesados 5 985 6 369 6,42% 1 2 100%

Todo-o-terreno nd nd nd 284 707 148,94%

Motociclos nd nd nd 5 3 -40%

TOTAIS 265 158 276 684 4,35% 37 746 43 720 15,83%

PESO AUMENTA NAS VENDAS TOTAIS

Fontes: ARAC e ACAP

OPINIÃO Segurança nas previsões de valores residuais

NOVOS OPERADORES “Rent-a-car” tradicionais e “low cost” podem conviver

INCERTEZAVolatilidade da fiscalidade prejudica marcas e gestoras de frota

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Os custos com a mobilidade dos colaboradores são um dos maiores “fardos” no orçamen-to das empresas. Nesse sentido, impõe-se que haja uma decisão criteriosa pela melhor forma de renovação do parque automóvel utilizado pelos colaboradores. Neste capítulo, o aluguer opera-cional tem ganho, desde o fim da década passada, uma importância acrescida, face à aquisição ou ao “leasing”.

Estes números já representam muito em termos globais do mer-cado, mas ganham ainda mais preponderância quando focado apenas o mercado empresarial. Com efeito, embora não haja em Portugal dados concretos so-bre este segmento, os operadores acreditam que a quota do aluguer operacional nas vendas de auto-móveis a empresa já se situa perto de um terço do mercado total.

ALD com serviços associados

O “renting”, como também é conhecido o aluguer operacional de viaturas, já não é um con-ceito desconhecido do público. Porém, ainda deixa muitas dúvi-das. O aluguer operacional é isso mesmo, um aluguer – e não um produto financeiro porque nos contratos não está prevista a pas-sagem de propriedade ao cliente –, em que o locatário paga uma renda mensal durante o período de tempo entre um e cinco anos. Esta renda, paga numa única fac-tura, inclui as revisões, o seguro contra danos próprios e as repara-ções. No caso de o cliente querer, o contrato pode mesmo contem-plar a gestão dos pneus e, até, dos combustíveis. Trata-se, portanto, de um ALD, ao qual são acres-centados múltiplos serviços.

As empresas que se dedicam à actividade utilizam todo o tipo de veículos, embora os pesados com mais de seis toneladas de peso bruto sejam raros, devido aos entraves colocados pela legis-lação em vigor. As vantagens do aluguer operacional são muitas, mas resumem-se numa expressão cada vez mais utilizada: “outsour-cing”. Um conceito que faz com que as empresas se dediquem à sua actividade principal a 100%, deixando a carga burocrática para especialistas e com vantagens eco-nómicas. Os preços das rendas conseguem tornar-se atractivos, porque as gestoras de frota têm

um poder negocial para compra e manutenção que, regra geral, as empresas não possuem de forma isolada.

No que se refere ao balanço da empresa, há a vantagem de os ve-ículos em questão não entrarem no balanço desta. No que se re-fere aos seguros, o aluguer opera-cional apresenta ainda o benefício de não se verificarem agravamen-tos. A natural concorrência na economia levou a que as empresas tomassem consciência das vanta-gens financeiras e físicas, bem como da simplificação da gestão de frota que o aluguer operacio-nal oferece, pelo que começaram a utilizá-lo. Os primeiros clien-tes nacionais deste serviço foram as grandes empresas, que já co-nheciam os benefícios inerentes a uma gestão externa das frotas, com grande necessidade de veícu-los para realizar a sua actividade. Exemplo disto são os laboratórios farmacêuticos e as grandes em-presas de distribuição.

Mais tarde, as PME, e mesmo os profissionais liberais, começa-ram a reconhecer vantagens neste tipo de aluguer e são estes mesmo os sectores de maior potencial de crescimento, actualmente. Tam-bém os particulares começam a “render-se” a este sistema, so-bretudo os profissionais liberais. Apenas os particulares que não trocam de carro com uma cadên-cia de três ou quatro anos não têm vantagens em recorrer ao “renting”.

Aluguer operacional tem ganho quota ao crédito e ao “leasing”

Conceito de utilização automóvel substitui propriedade no segmento frotista

OpçãO aluguer OperaciOnal

Vantagens

Simplifica todas as tarefas de ges-tão da frota das empresas, que é entregue a espe-cialistas com ser-viços adicionais diversos.

Utilização de imobi-lizado de terceiros, em termos jurídicos e económi -cos.

Acompanhamento in-formático por parte da empresa de aluguer operacional: gestão de facturas, de combustí-vel, do número de dias utilizando viatura de substituição, etc.

O locatário apenas tem que pagar as rendas: a lo-cadora avisa nas alturas de manutenção.

O mais interessante é que, feitas bem as contas, o con-trato de aluguer operacional acaba por fazer com que a mobilidade se torne mais ba-rata que em caso de compra, acrescida das manutenções, seguro, etc.

Desvantagens

A quilometragem anual tem implicações no que respeita aos encargos de manutenção com o veículo, devendo o locatário pagar uma verba adicional, caso exceda a quantidade de km previamente contratada.

Caso o prazo do contrato seja abreviado por rescisão da empresa cliente, há lugar a uma penalização, que varia, consoante a locadora.

lOcaçãO financeira (“leasing”)Vantagens

A locação financeira oferece uma garantia de “cash-flow” através da sequência fixa das rendas mensais ao longo do período do contrato. Esta opção liberta as empresas locatárias de pressões de crédito com outras instituições.

Possibilidade de aquisição do bem no fim do contrato.

Desvantagens

Na hipótese de o contrato não ser total-mente cumprido, há uma cláusula penal por rescisão anteci-pada.

Outras desvantagens foram já indicadas na aquisição a cré-dito ou a pronto e que também aqui se aplicam.

Embora a empre-sa cliente não seja proprietária do auto-móvel, é totalmente responsável pela sua danificação.

sexta-feira, 04 Abril de 2008 frotAs2

cOmpra integral (prOntO pagamentO)Vantagens

Desvantagens

Utilização de re-cursos financeiros da empresa para compra de veículos, em detrimento da sua aplicação em investimentos no negócio central.

O facto de ser um activo na empresa, pelo que pode ser tributado.

Implementação de um serviço interno de gestão da frota com menor poder negocial que as em-presas de aluguer operacional.

Possibilidade de negoc iação do preço do veículo, dependendo do poder negocial do comprador.

Utilização de fundos próprios da empresa ou negociação de empréstimos, even-tualmente com taxas favoráveis.

Disponibilidade do veículo para venda em qualquer altura, já que é um activo da empresa.

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frotas 3sexta-feira, 04 Abril de 2008

Os ”nossos” contratos têm 48 meses de duração com uma quilometragem contratada de 80 mil (20 mil por ano) e incluem, além da manutenção progra-mada e correctiva, a substitui-ção de quatro pneus, viatura de substituição e seguro com danos próprios, com franquia de 2%. Além disso, o IVA está incluído à taxa em vigor.

Os modelos escolhidos são, no segmento dos utilitários, o Su-zuki Swift 1.3 DDiS GLX com cinco portas (que tem um preço de venda de 18 881 euros e uma renda mensal de 392,85 euros), no segmento médio-baixo o Mitsubishi Lancer 1.5 MPI In-vite com quatro portas (que tem um preço de venda de 20 658,55 euros e uma renda mensal de

450,09 euros) e, no segmen-to “premium” a Saab 9-3 Sport Hatch 1.9 TiD Linear (que tem um preço de venda de 38 601,84 euros e uma renda mensal de 757,32 euros).

Não fossem os veículos comer-ciais cruciais para as empresas, seleccionámos também dois mo-delos com estas características. São estes o Hyundai Getz Ban

1.5 CRDi (que tem um preço de venda de 16 251 euros e uma renda mensal de 366, 75 euros) e a Mitsubishi Canter com cai-xa isotérmica e aparelho de frio (que tem um preço de venda de 42 930 euros e uma renda men-sal de 846,16 euros).

Aquiles [email protected]

Simulação dos custos mensais de uma frota em aluguer operacional

Mitsubishi Canter.

Mais importante do que co-nhecer quais as vantagens par-ticulares do aluguer operacional é saber quais os custos mensais associados a uma frota neste re-gime. Como se pode ler ao longo deste dossier, os responsáveis pe-las empresas especializadas “ren-ting”, e não só, não hesitam em indicar inúmeras vantagens deste serviço face a outras opções de renovação de frotas automóveis. Mas importa, contudo, saber preços.

Para obter uma resposta – mes-mo que meramente indicativa – a “Vida Económica” recorreu à Rodivex, empresa de “rent-a-car” e aluguer operacional da MFS, um grupo com ligações ao sector automóvel, sobretudo ao retalho, próximas das quatro décadas.

Suzuki Swift.

Saab 9-3 Sport Hacth

Mitsubishi Lancer.

Hyundai Getz.

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sexta-feira, 04 Abril de 2008 frotas4

Vida Económica- O “rent-a-car” é um dos poucos sectores onde há inversão do ciclo de recessão?

Joaquim Robalo de Almeida- Foi um ano bom. Temos de considerar a carga fiscal, comparando com os outros países da Europa. Por exemplo em Espanha, o preço é 40 a 60% mais elevado que o nosso, com a diferença que os automóveis são muito mais baratos em Espanha e a carga fiscal também é menor. O actual Gverno ouviu as pre-tensões da ARAC [Associação dos Industriais de Aluguer de Automóveis Sem Condutor] de há mais de 20 anos, que era mexer na fiscalidade automóvel. Foi publicado com o orçamento de Estado para 2008 uma alteração ao código do imposto sobre veículos. Há uma série de res-trições porque se trata de uma limitação que visa sobre-tudo apoiar a nossa competitividade face a outros países, nomeadamente a Espanha. Em termos de “rent-a-car”, ainda não estamos a par com Espanha mas estamos no bom caminho. Foi um ano em que as entidades oficiais, parece-me, ouviram o sector em termos de formação pro-fissional, que era outro dos grandes cavalos de batalha da ARAC. Celebrámos um protocolo com o Instituto de Turismo de Portugal e na base desse protocolo temos estado a leccionar cursos para as empresas de aluguer de automóvel. Em 2008, vamos ter uma panóplia de cursos mais alargada e adaptada ao nosso sector. No que respeita à revisão do código de registo automóvel, atentas as pre-ocupações que pairam na nossa sociedade sobre essa ma-téria, a ARAC desde o primeiro momento que tem inte-grado o grupo de trabalho no Ministério da Justiça sobre a revisão da regulamentação do registo automóvel. Penso que os diplomas que foram agora publicados, referentes a veículos não transferidos e que carecem ser transferidos, vai sair mais um diploma legal. Penso que estamos numa matéria Simplex que tem dado bons resultados até agora. A ARAC celebrou no passado dia quatro de Março um protocolo com o Instituto de Tecnologias de Informação. É um protocolo de cooperação e ao mesmo tempo de estabelecimento e manutenção de bases de dados de as-sociados nossos com vista a fornecer certificados digitais para que os veículos possam ser transferidos. Estamos no bom caminho mas ainda há muita coisa por fazer.

VE- Num passado recente, estrearam-se as “low cost” no “rent-a-car”. Acha que tem um papel a cum-prir neste sector?

JRA- Penso que, como noutros sectores, há sempre espaço para as “low cost”. O produto é mais aligeirado mas penso que há clientela para os dois tipos de produ-to. Temos uma empresa “low cost” e a informação que tenho é que os resultados dessa empresa foram bastan-te satisfatórios em 2007. É um conceito novo, é tudo veículos iguais, em que o cliente vai pagar aquilo que consome. Se quiser o aluguer, só paga o aluguer, mas, se quiser, por exemplo, seguros de danos próprios tem um acréscimo.

VE- Acha que não ameaçam o “rent-a-car” tradicio-nal?

JRA- O “rent-a-car” tem de saber viver num mundo com-petitivo, em que o dia que vivemos hoje já não se repete e tudo o que não fizermos hoje amanhã já não vamos fazer. Penso que o “rent-a-car” tem que cada vez mais profissionalizar-se, nomeadamente através dos seus quadros. Hoje em dia, os ne-gócios têm de ser geridos de uma forma cada vez mais rigorosa porque vivemos num mundo cada vez mais competitivo. Te-mos que competir não só com as empresas portuguesas mas também competir no espaço europeu e, em matéria de turis-mo, temos o grande competidor que é Espanha.

VE- O “rent-a-car” também é utilizado pelas marcas como uma forma de conquistar quota de mercado?

JRA- Sim, claramente. Qualquer marca, quando faz a sua estratégia de vendas para o ano se-guinte, tem sempre em conta as frotas do “rent-a-car”. Não nos podemos esque-cer que o “rent-a-car” representa quase 20% dos automóveis que se vendem em Portugal, portanto é um parceiro que as marcas têm de ter em conta.

VE- O âmbito dessa parceria ultra-passa as fronteiras?

JRA- Já há uns anos que procedemos à exportação de alguns automóveis. Só não exportamos mais porque a legislação fiscal não é favorável a esta situação. A maioria dos países se exportar um veículo no primeiro ano de vida tem uma recuperação de 100% do imposto de matrícula. Em Portugal, se exportarmos um carro até um ano só conseguimos recuperar 75% do ISV. Se tivéssemos condições fiscais mais adequadas, exportaríamos mais veí-culos, o que seria bom para todos.

VE- No bolo total dos 270 mil automóveis ligeiros, quanto representam as frotas em termos de quota?

JRA- Se tiver em conta o “rent-a-car”, o ALD [aluguer de longa duração] e o aluguer operacional de viaturas es-taríamos a falar aí na casa dos 55%. O ALD é um produto com um cariz financeiro mais forte, o que não quer dizer que não possa ter agregado alguns serviços, como o seguro ou a manutenção em alguns casos. O aluguer operacio-nal é um produto de cariz mais operacional. Tem cerca de 17% da quota de mercado, o que significa um aumento face ao ano passado. O ALD teve um ligeiro decréscimo.

VE- O aluguer operacional também já chega aos particulares?

JRA- A poucos particulares. Ainda não tem expressão.

VE- O sentimento de posse é o obstáculo que impe-de o crescimento?

JRA- Num espaço muito rápido de tempo, temos vindo a ver as pessoas a desenraizar-se do sentimento de proprie-dade.

VE- Como a maioria das gestoras de frotas tem sede em Lisboa, isto não distorce o mercado e ameaça os concessionários no resto do país?

JRA- Penso que não. Porque os veículos são entregues pelos concessionários no país todo.

VE- Em relação às alterações que houve na fiscali-dade, que impacto é que isto está a ter ao nível do aluguer operacional?

JRA- Sinto que as empresas têm algumas preocupações nessa matéria. Porque os valores residuais são os valores previsíveis que o carro vale passados três, quatro anos,

quando termina o contrato de aluguer. Temos a estimativa do valor que o carro vai valer e é na base dessa estimativa que calculamos as rendas do aluguer, embo-ra nunca acha opção de compra. Se, por exemplo, comprarmos um carro, que era expectável que ao fim de três anos valesse 20 mil euros e agora com a desci-da vale 16 mil, isso pode ser complicado para as empresas.

VE- Neste caso, as descidas têm como contrapartida uma subida do imposto anual. O saldo global acaba

por ser desfavorável?JRA- Houve uma subida do imposto anual, mas penso

que, feitas as contas, verifica-se que efectivamente há uma redução da carga fiscal sobre o automóvel.

VE- Porque é que Portugal é o único país da Europa onde aparece o ano de matrícula nos carros?

JRA- O ano de matrícula só aparece em 1998. Em 1996/97 houve um “boom” de importação de carros, so-bretudo da Alemanha. Houve pressão de algumas asso-ciações de que era concorrência desleal porque apareciam aqueles carros com aspecto novo, as pessoas não compra-vam os novos. Passou-se então a pôr primeiro os K na ma-trícula, que a determinada altura ficou na moda. Houve, então, novamente, pressões para que se colocasse o mês e o ano da primeira matrícula.

VE- As medidas fiscais serem contempladas pela primeira vez também é um aspecto positivo?

JRA- O que é certo é que até agora nenhum governo tinha tido a coragem de olhar para este sector e tentar dar-lhe algumas ferramentas para se movimentar e sobreviver.

JOãO Luís dE [email protected]

E PAtríCiA [email protected]

Joaquim Robalo de Almeida, secretário-geral da ARAC, afirma

“Condições fiscais mais favoráveis permitiriam exportar mais veículos”O balanço de 2007 é positivo para o sector do “rent-a-car”. Pela primeira vez, o Governo ouviu as pretensões da Associação dos Industriais de Aluguer de Automóveis Sem Condutor (ARAC) e alterou a fiscalidade automóvel. O secretário-geral da associação, Joaquim Robalo de Almeida, critica, ainda assim, a fiscalidade portuguesa. “Só não exportamos mais porque a legislação fiscal não é favorável a esta situação”, afirma. A mesma fonte defende que o “rent-a-car” é um parceiro que as marcas devem ter em conta, uma vez que representa cerca de 20% dos automóveis que se vendem em Portugal. A ARAC faz ainda um balanço satisfatório do desempenho do aluguer operacional de viaturas no ano passado, com 17% de quota.

“O actual Governo ouviu as pretensões da ARAC de há mais de 20 anos, que era mexer na fiscalidade automóvel”, afirma Robalo de Al-meida.

O aluguer operacional tem cerca de 17% da quota de mercado, o que significa um aumento face a 2006

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frotas 5sexta-feira, 04 Abril de 2008

Previsões de valores residuais podem ser “trapézio com rede”

Miguel CAbrAlProduct manager da FleetData

[email protected]

Como em tudo que implica previsão, a médio ou longo prazo, existe sempre o factor risco. E os valores residuais não são excepção, quer sejam projectados pela FleetData ou produzidos por uma gestora de frotas. O risco faz parte deste tipo de negócio. Ninguém tem certeza absoluta se a sua previsão estará 100% certa no final do contrato, mas existem vários indica-dores que permitem reduzir ao mínimo a taxa de erro. O grande “tiro no escuro” acontece na atribuição de um valor resi-dual a um modelo completamente novo, sem histórico. Mesmo um modelo com algum historial pode ganhar um sucesso repentino ou ser um desastre face ao seu antecessor. Daí a importância de existi-rem revisões regulares de valores residuais, de forma a não perpetuar o erro (desvio), caso este exista.

Em todos os processos ou análises exis-te sempre um método, e no cálculo dos valores residuais futuros dos automóveis acontece o mesmo. No caso da FleetData, o método utilizado consiste numa análi-se de valores passados (transacções reais), como base para a valorização/projecção de valores futuros (valores residuais). Isto é, analisamos o comportamento do modelo

no passado, a sua linha de desvalorização num determinado período de tempo, a sua relação face ao aparecimento de novos modelos, da própria marca/modelo ou concorrência.

Esta análise é a base para projectar valores e que pode ser feita de uma maneira mais artesanal ou, no caso da Flee-tData, através de ferramentas específicas que nos permitem fazer este tipo de análise de forma mais segura, rápida e consistente, extrapolando valores residuais para todo o mercado e não apenas para determinados modelos. Uma dessas ferramentas cha-ma-se RVB autofutura, que consiste num software onde se “guardam” as várias com-ponentes necessárias à construção dos va-lores residuais: base de dados de veículos novos, base de dados de veículos usados, datas de início e fim de comercialização (que nos permitirão analisar o ciclo de vida do produto), dados econométricos, etc. Como funciona na prática? Todas as viaturas novas são agrupadas por caracte-rísticas técnicas: segmento, força da mar-ca, carroçaria, cilindrada, potência e, entre

outros dados, o número de portas. Depois são atribuídas linhas de depreciação por modelo e agrupamento em virtude das suas características. Os valores atribuídos a cada ponto (período de tempo) destas

linhas têm como base a análi-se do passado do modelo e da sua correlação com a concor-rência. A análise do passado tem a ver com o nosso método de trabalho que implica reco-lha de transacções reais de via-turas, em diferentes “players”: “rent-a-car”, gestoras de fro-tas, grandes comerciantes de

automóveis, financeiras, etc.

Volatilidade fiscal portuguesa prejudica cálculos

Se há uma vertente exacta – como por exemplo a fiabilidade e durabilidade do modelo em questão –, há factores não exac-tos como a imagem de marca a influenciar o valor das retomas. O nosso país é pró-digo nesse tipo de questões. A fiscalidade sempre foi um factor que influenciou de forma negativa o mercado, acabando com determinados tipos de veículos, como

aconteceu no passado com os todo-o-terreno, e ainda há relativamente pouco tempo com as “pick-up”. Beneficiam-se uns e prejudicam-se outros, mas no final, mesmo quando existe “bónus”, esse nunca “cai” nas mãos do consumidor final, como aconteceu ainda mais recentemente com a alteração do Imposto Sobre Veículos (ex-Imposto Automóvel) baseado nas emissões de CO2. De que maneira isto influencia as previsões? Em primeiro lugar, as notícias de alterações de impostos criam sempre um clima de intranquilidade, o que leva as pessoas a produzirem valores mais conser-vadores. Depois em função da análise do mercado as previsões são rectificadas.

A já referida força de uma marca pode mudar ao longo da duração do contrato de aluguer operacional, pelo que as previ-sões futuras já entram em linha de conta com esses factores. Esta força, ou imagem, da marca, assim como a durabilidade, moda, motorizações ou a carroçaria, por exemplo, são factores que estão presentes na revisão ou criação de uma linha de va-lores residuais. No entanto, estas linhas são dinâmicas, podendo sofrer alterações em virtude da constante “observação” do mercado de usados.

Pub

A Sociedade Comercial C. Santos, concessionário da Mercedes para o Grande Porto, é desde Janeiro um dos seis Fleet Center (em português, centro de frotas) da marca alemã em Portugal. O director comercial da em-presa, Hugo Ribeiro da Silva, aponta como principal vanta-gem desta qualificação o facto desta poder apresentar me-lhores condições aos clientes frotistas. “Passámos a ter con-dições mais favoráveis para os clientes frotistas, válidas nas

três áreas de actuação da em-presa, veículos de passageiros, comerciais ligeiros e pesados. Isso além de passarmos, tam-bém, a ser anunciados como Fleet Center a nível interna-cional”, afirma. Outra vanta-gem enumerada pelo entrevis-tado é o facto de a Sociedade Comercial C. Santos passar a ter um profissional “dedicado a tempo inteiro” ao segmento das frotas.

Ribeiro da Silva enumera ainda como vantagem o facto do concessionário, enquanto

Fleet Center da Mercedes, po-der ter algumas versões espe-cíficas para os clientes frotistas que os restantes representan-tes da marca não têm dispo-nível. “Muitas vezes o cliente de frotas necessita de uma viatura para um cargo de di-recção que tem determinado ‘plafond’ em termos de renda e a marca criou um carro es-pecial”, refere a mesma fonte. Neste momento há um Classe E com essas características e outros modelos poderão se-guir-lhe os passos.

Sociedade Comercial C. Santos nomeada Fleet Center da Mercedes

O risco faz parte deste tipo de negócio.

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sexta-feira, 04 Abril de 2008 frotas6

Sector automóvel reclama dedução do IVA em todas as viaturas de uso profissionalAo contrário do que acontece noutros países da União Europeia, como por exemplo a vizinha Espanha, em Portugal apenas os veículos comerciais podem deduzir o IVA em caso de utilização profissional. A maioria das opiniões ouvidas pelo nosso jornal defende que o Governo proceda ao alargamento dessa possibilidade de dedução.

Os operadores do sector auto-móvel ouvidos pela “Vida Eco-nómica” veriam com bons olhos o alargamento da possibilidade de dedução do IVA em caso de uso profissional aos automóveis de passageiros, juntando-se, as-sim, este segmento ao dos co-merciais ligeiros. O presidente da Associação Nacional do Ramo Automóvel (ARAN), António Teixeira Lopes, avisa, mesmo, que essa medida representaria a aplicação em Portugal da sex-ta directiva da União Europeia, “que consagra a dedução de IVA em todas as viaturas destinadas a uso profissional”. Teixeira Lopes afirma que a referida directiva re-fere que “desde que os bens e ser-viços utilizados para os fins das próprias operações tributárias, o sujeito passivo fica autorizado a deduzir do imposto de que é devedor”.

O presidente da ARAN ad-voga que, desta forma, não se-ria afectada a competitividade das empresas nacionais face às congéneres europeias. Teixeira Lopes garante que a associação que lidera tem efectuado “várias propostas” no sentido do alarga-mento da dedução, “mas nunca obteve resposta”.

A mesma fonte reconhece que esta seria uma forma de relançar um sector que está em crise há alguns anos. “Este sector em-prega, só na distribuição, cerca de 60 mil pessoas em Portugal. Mexeu-se no Imposto So-bre Veículos (ISV) e no Im-posto Único de Circulação (IUC), mas há uma série de medidas que têm de ser tomadas para o relançamen-to e que não são tomadas”, afirma Tei-xeira Lopes, dando exemplo da política fiscal espanhola face aos automóveis. “Custa-me imenso ir a Espanha e ver que as oficinas prestam serviço a viaturas portu-guesas, enquanto as oficinas do lado de cá da fronteira fecham por falta de serviço”, defende.

O director de frotas e rema-rketing da Ford Lusitana refere que as alterações não deveriam

ficar-se pela possibilidade de dedução do IVA nas viaturas de passageiros em utilização profis-sional e que “toda a política fiscal referente ao sector automóvel” devia ser revista. “Hoje em dia usa-se e abusa-se do automóvel para contrabalançar a actividade fiscal nas empresas, o que, como princípio, está completamente errado. Existem muitas situações de empresas que não compram a tipologia mais adaptada às suas necessidades em prol de obterem maiores benefícios fiscais”, de-fende Miguel Branco.

O director do departamento de Frotas da Cimpomóvel, que importa a Saab e a Suzuki, Luís Carlos, acredita que esse alarga-mento seria benéfico, quer para o mercado automóvel quer para as empresas clientes, podendo estas “beneficiar em termos de tesouraria e em termos de custos, respectivamente, ao deduzirem e ao não amortizarem o IVA” dos ligeiros de passageiros ao servi-ço. “Por outro lado”, acrescenta a mesma fonte, “a escolha das empresas penderia para mode-los efectivamente necessários em lugar de soluções por vezes arti-ficiais de escolha de comerciais ligeiros, como por exemplo os derivados de ligeiros de passagei-ros, que acabam por fazer o ser-viço de ligeiros de passageiros”.

Rodrigo Silva, administrador do grupo retalhista MFS, defen-de uma âmbito de dedutibilidade

mais alarga-do. “Deveria também ser deduzido nas portagens que as empresas pagam, por exemplo, mas também fora do âmbito da mobi l idade num almoço de trabalho pago a um p o t e n c i a l

cliente. Há algo muito impor-tante nesta questão. É que o IVA não pode ser um proveito, nem uma despesa para uma empresa. Não é por o colaborador circu-lar num carro de passageiros ou num de dois lugares que vai estar a passear em vez de trabalhar”, afirma o executivo. “Isto para já não falarmos no pós-venda, já que, além de não poder deduzir

IVA, a empresa ainda vai pagar no fim do ano tributação autó-noma sobre tudo o que gastou no automóvel, se este for um ligeiro de passageiros. Portanto, digam o que disserem, o automóvel continua a ser uma grande fonte de receita fiscal”, acrescenta Ro-drigo Silva.

Stephan Beck, administrador da gestora de frota Arval Portu-gal, é outra das vozes que con-cordariam com uma alargamento da dedutibilidade. “Actualmen-te, apenas podemos deduzir o IVA nos veículos comerciais, o que nos permite realizar expor-tações. Com a actual situação, não é possível exportarmos ve-ículos de passageiros”, explica Beck, que considera que “não faz sentido que o Governo divida o mercado automóvel” e que seria muito mais vantajoso que fosse facilitado o mercado de usados para veículos de passageiros por-tugueses em termos globais. “Se isso não acontecer, assistiremos a uma quebra na competitivida-de”, avisa o executivo. “Portugal não irá parar a globalização ‘on-going’. Não seria, por isso, mais inteligente fazer parte dela? Pare-

ce-me que, para o nosso país se-ria mais interessante e vantajoso participar neste processo, não se fechando sobre si próprio num casulo”, afirma o administrador da filial lusa da gestora de frota do BNP Paribas.

Controlo da utilização profissional ou pessoal suscita dúvidas

O responsável pelo depar-tamento de frotas e usados da Toyota Caetano Portugal, Nuno Braga, seria a favor que qualquer viatura com utilização profissio-nal pudesse deduzir o IVA, mas levanta a dúvida do controlo. “A questão para o legislador seria como se poderia controlar quais as viaturas que se destinam ao serviço da empresa ou não”, re-fere este profissional, para quem esta é uma questão “que se deve levantar”, não só no caso das empresas como no dos táxis, no que se refere aos híbridos. “Por exemplo, um diesel pode dedu-zir o IVA, mas um Prius, que é a gasolina e eléctrico, que é mais eficiente em termos de emissões de CO2, não pode efectuar essa

dedução”, refere Braga. O presidente da Câmara dos

Técnicos Oficiais de Contas (CTOC), António Domingues de Azevedo, concorda que o alargamento da dedução do IVA na utilização profissional ao au-tomóveis ligeiros de passageiros teria que ser uma medida “muito equacionada”, em particular na cultura nacional. “Não sei se na busca de uma medida que, à par-tida, parece justa, não estaríamos a cavar cada vez mais o fosso da injustiça no que respeita à dedu-ção do imposto. Senão vejamos, em Portugal não temos uma tradição de separação absoluta da utilização dos bens afectos a uma actividade produtiva ou a utilização em proveito próprio. Como é que se justificaria em termos de justiça fiscal que um qualquer cidadão que precisasse de comprar um carro tivesse que exportar o IVA e um outro cida-dão adquirisse esse carro integra-do no património de uma em-presa pudesse deduzir, ou seja, não suportar, o IVA”, questiona. “Porquanto existe uma tradição de alguma confundibilidade de utilização desses bens ao serviço

Os operadores do sector automóvel ouvidos pela “Vida Económica” gostariam que o Governo abrisse a porta ao alargamento da dedução do IVA.

A possibilidade de dedução do IVA é alargada aos modelos de passageiros em vários países europeus

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frotas 7sexta-feira, 04 Abril de 2008

Rodivex funciona como “loja de bairro” das frotas

A Rodivex, empresa de “rent-a-car” e aluguer operacional do gru-po MFS, pretende afirmar-se como um “loja de bairro” do sector, procurando uma postura de proximidade semelhante à que aquelas estruturas oferecem aos clientes. “A Rodivex está direccionada para as pequenas e médias frotas e tentamos ajustar os nossos serviços, com uma posição de parceria face às empresas clientes. Procuramos ter uma postura de parceria e proximidade com os nossos clientes, algo que as multinacionais, pela sua dimensão, não conseguem, regra ge-ral, ter. É, de facto, nessa relação que tentamos diferenciar-nos face às grandes empresas do sector. Conhecemos os nossos clientes, tratamo-los pelo nome”, afirmou à “Vida Económica” um dos administrado-res do grupo, Rodrigo Silva. “É óbvio que as cerca de 100 viaturas que constituem a nossa frota em aluguer operacional permitem-nos ter esta postura, que seria impossível ter se tivéssemos muitos mais carros em gestão. Mas essa é a filosofia da Rodivex no aluguer operacional”, acrescenta o gestor.

O ano passado foi de consolidação das operações para a empresa sediada na Maia. “Não tivemos tanto crescimento como nos anos anteriores, mas essa foi uma situação que já estava estudada por nós. Existia uma certa euforia em relação ao aluguer operacional, que era

uma solução fácil e barata em todas as situações. Este serviço é, de facto, a opção acertada em determinadas situações, mas há outras em que não é”, explica Rodrigo Silva. Quanto ao “rent-a-car”, a frota tem também cerca de 100 carros. “Estamos muito vocacionados para as viaturas comerciais, até pela própria envolvência, já que a Rodivex situa-se na zona industrial da Maia e tem mil empresas num raio de três km”, afirma o entrevistado.

“Volatilidade fiscal prejudica mercado”

O aluguer operacional vive de um factor essencial, o valor comer-cial estimado no fim do contrato. Segundo a nossa fonte, as sucessivas alterações ao cenário fiscal que há em Portugal tornam cada vez mais difícil fazer estimativas. “A grande tendência do mercado é que estas previsões sejam mais conservadoras e definam valores mais baixos, para que as empresas do sector se protejam desta volatilidade fiscal”, afirma.

Rodrigo Silva avisa que a incerteza e o aumento do risco têm sem-pre reflexo no preço, seja em que actividade for, pelo que o cliente final também é prejudicado: “Um banco quando faz um empréstimo a um cliente, as taxas são tão mais elevadas quanto maior é o risco de pagamento. Portanto, se o risco é maior, porque não sabemos qual vai ser a evolução da fiscalidade e do valor residual, naturalmente, que mais aumenta o valor da renda mensal a pagar pelo cliente final”.

O escoamento das viaturas usadas proveniente de contratos de “rent-a-car” e aluguer operacional é efectuado através das concessões automóveis do grupo MFS. Isso é, segundo o entrevistado, facilita-do, de novo, pelo facto de a frota da Rodivex não ser muito grande. “Se tivéssemos outro tipo de volumes, teríamos que pensar em outro tipo de solução. Mas grande parte dos automóveis que alugamos são vendidos sem grandes dificuldades a cliente final através das nossas concessões”, explica.

do processo produtivo e ao ser-viço particular dos sócios ou dos trabalhadores, penso que a me-dida acabaria por vir a aumentar a injustiça fiscal do tratamentos dos cidadão perante a lei”, con-clui Domingues de Azevedo.

Questionado se nas viaturas comerciais de “dois lugares” isso já não acontece, o presidente da CTOC afirma que “embo-ra mesmo aí haja uma grande confundibilidade, no domínio desse tipo de viaturas justifica-se a dedutibilidade do IVA porque a sua vocação genuína é para os actos de natureza comercial ou industrial”.

Sobre a questão da confundi-bilidade a entre a utilização pro-fissional e a meramente pessoal, António Teixeira Lopes sublinha que todos têm de contribuir para a evolução das mentalida-des. “É, efectivamente, verdade, por exemplo, que se fala que em

algumas pequenas empresas a conta bancária da empresa e a do dono da empresa é a mesma. Mas cabe a todos nós como so-ciedade mostrar que, nos dias de hoje, isso não tem cabimento”, avisa Teixeira Lopes, para quem o segredo estaria no controlo. “Se a viatura é para uso profissional, é para uso profissional e não pesso-al. As pessoas teriam que justificar ao Governo porque tem esse veí-culo. Aliás, essa medida até obri-garia a uma maior clarificação das contas das pessoas que desempe-nham profissões liberais”, afirma o presidente da ARAN.

receitas fiscais aumentariam por via do crescimento do mercado

O director comercial da gesto-ra de frota Masterlease, Miguel Ribeiro, refere que apoiaria uma alteração legislativa, no entanto,

não acredita que o Governo, na situação actual, “disponha de margem orçamental para permi-tir uma redução significativa nas receitas do IVA”. Opinião seme-lhante tem o director comercial da GE Fleet Services. “Claro que estaria de acordo, no entanto, não prevejo que o Ministério das Finanças esteja preparado para perder esta receita”, lamenta Rui Pinto.

O presidente da ARAN acre-dita, porém, que a perda em sede de IVA seria compensada pela “animação” do mercado auto-móvel. “Estou convencido que se as receitas fiscais não aumen-tassem, pelo menos manter-se-iam. Todos os carros que fossem vendidos a mais iriam pagar ISV e IUC, o que compensaria a per-da em IVA”, defende António Teixeira Lopes.

Aquiles [email protected]

A grande questão actual do IVA prende-se com a repercussão para a frente na cadeia económica das

empresas e não o alargamento da dedutibilidade às viaturas de passageiros em uso profissional, segun-

do o presidente da Câmara dos Técnicos Oficiais de Contas (CTOC). Domingues de Azevedo defende que este imposto deveria ser sempre liquidado pela empresa adquirente. “O IVA está podre como siste-ma de funcionamento porque é ele mesmo gerador de injustiças. O ‘reverse charge’, isto é, a reper-cussão para a frente da liquidação do imposto, não fosse exclusivo de alguns sectores, como a cons-trução civil ou os resíduos, mas que fosse a prática geral”, defende o dirigente associativo, para quem o actual funcionamento do imposto é incentivador ao incumprimento e uma fonte de financiamento dos incumpridores.

“Não faz sentido uma empresa passar factura ao cliente, este não pagar, por razões que até poderão ser verdadeiras, e, assim, beneficiar-se e prejudi-car o vendedor. Está a beneficiar porque não me paga, mas adquire o direito à dedução do IVA. Já o vendedor, por seu turno, emitiu a factura e não recebeu, mas vai ter que usar os seus meios finan-ceiros para pagar o IVA que liquidou ao cliente, mas que este não lhe pagou e deduziu”, explica o presidente da CTOC.

“reVerse charge” é a grande questão do imposto para a ctoc

IVA deveria ser sempre liquidado pela empresa adquirente

Domingues de Azevedo, presidente da Câmara dos Técnicos Oficiais de Contas.

Sobre a volatilidade fiscal portuguesa, Rodrigo Silva avisa que a incerteza e o aumen-to do risco têm sempre reflexo no preço final.

As opiniões ouvidas pela “Vida Económica” sublinham que o IVA não deve ser um proveito para as empresas, mas também não pode ser uma despesa.

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sexta-feira, 04 Abril de 2008 frotas8

Afirma o director comercial da empresa, Miguel Ribeiro

Masterlease pretende continuar a crescer acima do mercado

A Masterlease Portugal tem como meta, no médio prazo, “continuar a crescer aci-ma da taxa média do mercado, através da manutenção da carteira de clientes actual e com novos clientes”, disse à “Vida Econó-mica” o director comercial da empresa, Mi-guel Ribeiro. Com escritórios em Lisboa e no Porto, a filial lusa da gestora de frota inglesa gere cerca de quatro mil viaturas em Portugal e tem crescido a uma média anual de 10% em frota instalada e a uma taxa inferior no número de clientes. “Esta situação é derivada de uma forte relação que a Masterlease tem com os seus clientes que, ano após ano, renovam as suas viatu-ras connosco”, explica a mesma fonte.

A nova fórmula de cálculo do Impos-to Sobre Veículos (ISV), em vigor desde Janeiro, beneficia os modelos com me-nores emissões de CO2. Miguel Ribei-ro sublinha que a empresa tem isso em atenção na recomendação de veículos aos clientes. “Sem dúvida que estas alterações fiscais vieram criar novas necessidades no mercado e a Masterlease acompanha essa evolução, aconselhando os seus clientes ao aluguer de viaturas ‘mais verdes’”, afirma.

Ainda antes, em Julho do ano passado, tinha havido outra alteração fiscal. É, de resto, previsível que haja mais mudanças nos próximos tempos, por via do aumen-to do peso do CO2 no cálculo do ISV.

Esse facto pode perigar a fiabilidade da previsão dos valores residuais para as ges-toras de frotas. Miguel Ribeiro defende, porém, que os automóveis menos poluen-tes não baixaram o preço. “Com as devi-das excepções, observamos que o mercado não acompanhou as reduções de impos-tos, isto é, o Governo baixou o ISV, mas as marcas aumentaram o preço base, logo, para o consumidor final, o preço teve pou-ca alteração. Assim sendo, para o mercado de usados existem poucas alterações que influenciam os valores residuais”, advoga o entrevistado.

Mercado ainda longe da maturidade

O facto de o crescimento do sector do aluguer operacional de viaturas português já não ser tão acelerado com foi pode fazer pressupor que este mercado está a ganhar maturidade. Miguel Ribeiro avisa, con-tudo, que esse facto se deve à conjuntura económica nacional. “Nos últimos dois anos, as taxas de crescimento real foram de 8%, o que não é mais que o resultado do abrandamento económico e da situa-ção actual do mercado automóvel. Prevê-em-se crescimentos, nos próximos anos, neste sector, embora ainda seja cedo para afirmar que o nosso mercado esteja numa

fase de maturidade”, defende.Quanto ao mercado de particulares, o

director comercial da Masterlease acredita que este segmento é melhor “explorado por gestoras de frota com um canal ban-cário, em vez de empresas com uma força de vendas mais vocacionada para o sector

empresarial”. Quanto ao sentimento de posse usual neste tipo de cliente, o entre-vistado refere que “é mais real”. Acrescen-ta, no entanto, que o automóvel é, cada vez menos, “visto como um património individual, mas sim um bem de utilização limitada”.

Lamenta o director-geral da ALD Automotive Portugal

“Escolha da gestora de frota continua muito ligada ao factor preço”

O mercado do aluguer operacional em Portugal caminha a passos largos para a maturidade, mas ainda tem um longo caminho a percorrer, quando comparado com outros mer-cados, como por exemplo o britânico, segundo o director-geral da ALD Automotive Portugal. Em declarações à “Vida Económica”, Benoit Esvelin afirma que a escolha da gestora de frota “continua ainda muito ligada ao factor preço, em

det r imento muitas ve-zes de fac-tores como a qualidade, c apac idade de resposta e inovação ou, por exemplo, transparên-cia”. O mes-mo responsá-vel acrescenta

que o crescimento que este mercado ainda tem pela frente, justifica “um esforço adicional na divulgação das vantagens do produto e no conhecimento da totalidade dos seus be-nefícios, para muitos ainda desconhecidos”.

Quanto ao seu crescimento exponencial, Esvelin subli-nha que nem sempre o aluguer operacional acompanha

a descida das vendas de automóveis novos, porque ganha quota de mercado a outros métodos de aquisição como a compra directa ou o ALD. “O aluguer operacional apre-senta-se como o método de aquisição mais adequado, mesmo em tempo de crise: custos fixos previamente ne-gociados, racionalização dos recursos humanos alocados à gestão de frotas, maior controlo sobre os custos da frota, etc.”, explica.

A ALD Automotive Portugal gere hoje uma frota com mais de nove mil veículos distribuídos por cerca de 1500 clientes, posicionando-se entre os cinco maiores operado-res do mercado, ao fim de seis anos de actividade em Por-tugal. Com um crescimento de 60% nos últimos quatro anos, em termos de frota e de clientes, a empresa tem 70 colaboradores em Portugal e tem escritórios em Lisboa e Porto.

A empresa lançou em Novembro passado Second Drive, uma plataforma de escoamento das viaturas provenientes dos contratos. Benoit Esvelin faz um balanço positivo dos primeiros meses do projecto. “Houve de facto a necessidade de criar canais de escoamento alternativos e nessa medida este projecto resultou em pleno. O balanço é muito positi-vo e os resultados são animadores. Sem dúvida que a loca-lização, a qualidade do produto oferecido e a associação à marca ALD Automotive trouxeram uma marca de credibi-lidade para este Projecto”, afirma o entrevistado.

Miguel Ribeiro sobre os preços dos automóveis novos: ”O mercado não acompanhou as reduções de impostos, isto é, o Governo baixou o ISV, mas as marcas aumentaram o preço base”.

Sistemas de informação crescem nas empresas de transporte

A subida dos preços dos combustíveis, a crescente pre-ocupação com o ambiente e uma concorrência mais feroz foram factores primordiais para o aumento da utilização de sistemas de informação na indústria dos transportes. Isto é confirmado pela Volvo Trucks, cujo sistema de in-formação de transportes, o Dynafleet, já ultrapassou as 35 mil unidades, 120 das quais em Portugal, segundo avançou ao nosso jornal fonte do importador, a Auto Sueco. Os analistas do sector avançam que em 2012 as vendas destes sistemas vão ser sete vezes superiores.

O responsável de marketing para sistemas de informa-ção de transportes da Volvo Trucks, Per-Anders Grös-fjeld, afirma que “a principal razão para que cada vez mais empresas de transporte optem pela utilização de sistemas de informação é o facto de pretenderem melhorar a efici-ência das suas operações e reduzirem, assim, as despesas”. Com esta tecnologia, as empresas conseguem obter infor-mações pormenorizadas sobre os tempos do motorista, a localização do veículo, o estado da carga, o consumo de combustível e outras informações adicionais. “São in-formações que facilitam a utilização de cada camião da melhor forma possível”, explica Grösfjeld

A mesma fonte acredita que quanto mais caro for o combustível, maior será o interesse das transportadoras em monitorizar os consumos. “Com dados fiáveis tor-na-se mais fácil a tomada de decisões sobre as medidas necessárias para reduzir o consumo de combustível e a emissão de gases”, diz Per-Anders Grösfjeld.

Benoit Esvelin, director-geral da ALD Automo-tive Portugal.

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sexta-feira, 04 Abril de 2008 frotas10

Clientes da GE Fleet Services valorizam emissões de CO2

“Cada vez mais os nossos clientes tomam cons-ciência das implicações ambientais e dos objectivos de redução de emissões de CO2 que existem para a Europa. Muitos já incluem a redução das emissões de CO2 como um requisito para a definição das políticas de frota”, afirma o director comercial da GE Fleet Services. Rui Pinto acrescenta que, “para além disso, os carros menos poluentes também têm um imposto mais baixo, o que os torna mais com-petitivos dentro do seu segmento e, consequente-mente, com rendas mensais mais baixas”.

Segundo o mesmo responsável, a gestora de fro-ta da General Electric teve “uma evolução bastante positiva durante os últimos três anos”. De acordo com Rui Pinto, a empresa focalizou-se em três grandes áreas: “Qualidade serviço, oferecendo aos nossos clientes o melhor serviço do mercado; ges-tão pró-activa da frota dos nossos clientes, anali-sando os custos totais da frota e apresentando solu-ções eficazes quer a nível de custos e satisfação dos

colaboradores, quer a nível de emissões de CO2, tornando as frotas mais “verdes” e amigas do am-biente; e inovação a nível de serviços e ferramentas de gestão ‘on-line’, dando acesso a todo o tipo de relatórios ‘on-line’ onde os clientes conseguem ana-lisar desde pormenores individuais de cada viatura até emissões de CO2 do total da frota, passando pela análise de quilometragem e consumo de com-bustível”.

Uma vertente de negócio importante é o escoa-mento das viaturas provenientes de contratos. De acordo com o entrevistado, a estratégia da GE Fleet Services passa por uma diversificação de canais de venda, que está relacionada com os níveis de ren-tabilidade que cada canal oferece. “Inicialmente, a GE privilegia o contacto directo com os nossos clientes, pelo que dá preferência às vendas directas aos próprios condutores por valores bastante atrac-tivos. Também fazemos vendas a outros consumi-dores finais através de concessões de viaturas novas

e usadas. Face à especificidade do aluguer operacional, há um produto que tem que ser escoado pelo canal leilão, como é o caso das viaturas com mais km”, acrescenta o director comercial da empresa. “Para fi-nalizar, e sempre tendo em mente a diversificação, estamos também a apostar no canal Internet. Para além de disponibilizamos no nosso ‘site’ institucional uma secção dedicada exclusivamente à venda de viaturas usadas, também mantemos parcerias com o Sapo e o ACP para a venda destas viaturas”, remata Rui Pinto.

Considera Stephan Beck, administrador da Arval Portugal

“Neste mercado os clientes tendem a falar em preço, preço, preço”O administrador da Arval Portugal, Stephan Beck, lamenta que o mercado por-tuguês de aluguer operacional se guie demasiado pelo preço. “Neste mercado, os clientes tendem a falar em preço, preço, preço… Pedem propostas de ‘leasing’ ou aluguer operacional e depois apenas olham para o preço final, muitas vezes, che-gam a fazer ‘benchmark” do preço carro por carro, nas diversas propostas rece-bidas. A maioria dos clientes ainda não percebe que poupar um euro na cotação pode custar-lhe mais dez euros no futuro, pois não se apercebe das mais-valias associadas à proposta de serviços apresentada”, defende Beck.

Vida Económica- O sector do aluguer operacional tem registado taxas de crescimento assinaláveis em Portugal. Considera que este mercado atingiu um ponto de maturidade no nosso país?

Stephan Beck- Neste mercado, os clientes tendem a falar em preço, preço, preço… Pedem propostas de “lea-sing” ou aluguer operacional e depois apenas olham para o preço final, muitas vezes, chegam a fazer “benchmark” do preço carro por carro, nas diversas propostas recebi-das. A maioria dos clientes ainda não percebe que poupar um euro na cotação pode custar-lhe mais dez euros no futuro, pois não se apercebe das mais-valias associadas à proposta de serviços apresentada. O “renting” é muito co-nhecido e está bem estabelecido no mercado português, sendo uma das poucas áreas passíveis de crescimento. No entanto, nos próximos anos, espero que o mercado não se preocupe apenas com o preço, mas com as mais-valias e qualidade associadas ao valor que pagam. Deviam consi-derar que, ao pagarem menos, também podem ter menos qualidade de serviço associada.

VE- A Arval aposta no mercado dos particulares?SB- Brevemente, o nosso grupo, o BNP Paribas, vai ter

respostas e serviços adequados a este mercado em con-creto.

VE- Neste segmento, o principal obstáculo é o sen-timento de posse.

SB- Temos noção que os particulares percebem que a “posse” é bom, mas, no limite, porque fazê-lo? Todos sa-bemos que os meios de financiamento são bastante dis-pendiosos para o particular, que, usualmente, recorre ao crédito (financiamento automóvel) para a obtenção de viatura própria. Mas porque não recorrer ao “leasing”, op-ção bastante mais acessível? Os particulares já começam a aperceber-se desta realidade, o que faz com que o BNP Paribas tenha que estar desperto para esta área de desen-volvimento.

VE- Como tem sido a evolução da Arval ao longo dos últimos anos em termos de viaturas alugadas e empresas clientes?

SB- O “outsourcing” da gestão de frotas tem a sua ver-dadeira expressão no sector do “large corporate” (gran-des empresas e multinacionais), tendo evoluído para o “middle market” e, posteriormente, para o mercado das pequenas empresas. Uma consequência lógica desta evo-lução, conforme já referi, vão ser as soluções específicas para particulares. As necessidades e expectativas nos di-versos segmentos são diferentes, tendo a Arval Portugal especialistas para cada uma das segmentações existentes.

Nos últimos oito anos, registámos um crescimento anual sempre superior ao crescimento do mercado e hoje geri-mos uma frota de cerca de nove mil veículos, representa-da por, sensivelmente, quatro centenas de clientes.

VE- A actual fórmula de cálculo do Imposto Sobre Veículos (ISV), em vigor desde Janeiro, beneficia os modelos com menores emissões de CO2. Na Arval Portugal têm isso em atenção na recomendação de veículos aos clientes?

SB- Certamente que sim. Cada cotação enviada aos Clientes indica o nível de emissões de CO2 em g/km. No entanto, sabemos que este indicador, para empresas e particulares, é algo que não é tangível, concreto, não faz sentido apresentar o valor por si só, pois não se tem cons-ciência do que significa. É por isso que a Arval Portugal, hoje, complementa esse indicador com a informação de quantas árvores – ou devo dizer florestas – são necessárias anualmente para absorver o CO2 emitido. Desde essa altura, os nossos clientes estão mais sensibilizados para esta temática, e esse factor, aliado ao conhecimento ge-neralizado das alterações introduzidas ao cálculo do ISV, consideramos que serão motivos para que a procura de veículos menos poluentes aumente.

“Nos últimos oito anos, registámos um crescimento anual sempre superior ao crescimento do mercado e hoje gerimos uma frota de cerca de nove mil veí-culos, representada por, sensivelmente, quatro centenas de clientes”, informa Stephan Beck.

Segundo Rui Pinto, a estratégia da GE Fleet Services passa por uma diversificação de canais de venda das viaturas usadas provenientes dos contratos.

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frotas 11sexta-feira, 04 Abril de 2008

Vida Económica- O aluguer operacional tem tido crescimentos exponenciais ao longo dos últimos anos em Portugal. Considera que este mercado está num ponto de maturidade entre nós?

Campos Pereira- Face às suas implicações, cada vez mais empresas, principalmente, grandes e médias, trans-ferem a gestão das frotas para agentes especializados, que, em conjunto, representam cerca de 125 mil veículos no nosso país. Em 2007, no entanto, o sector registou um aumento do ritmo de crescimen-to no segmento das pequenas empre-sas. Face à nossa dimensão, Portugal possui um mercado de aluguer ope-racional maduro, comparativamente a países como a Alemanha ou Espa-nha, por exemplo, com crescimento de 8% ao ano. Em 2008, contudo, o crescimento não deverá ultrapassar os 7%.

VE- Em que plano se encontra o mercado dos particulares?

CP- O mercado ainda está pouco maduro. O cliente particular ainda tem um sentimento de posse sobre o car-ro, e no aluguer operacional, o cliente está a contratar o uso de um automóvel por um período de tempo. Todavia, tem-se registado um crescimento cada vez maior, espe-cialmente no segmento dos “particulares”, que premeiam a conveniência no uso do automóvel (crescimento este a partir de uma base de clientes ainda muito pequena).

VE- Aqui, o sentimento de posse é o principal obs-táculo?

CP- Sim, conforme a minha resposta anterior, o senti-mento de posse continua a ser o principal obstáculo no segmento do cliente particular.

VE- Qual tem sido a evolução da LeasePlan ao lon-go dos últimos anos em termos de viaturas alugadas/empresas clientes?

CP- Em 2005, registámos resultados líquidos 2,7% su-periores aos de 2004; em 2006, esse aumento foi de 5,9%, face a 2005; em 2007, prevemos um crescimento dos re-sultados líquidos ainda melhor. Além disso, em 2006, a nossa carteira de clientes cresceu 5,5% face ao ano anterior. O que isto significa é que continuamos a crescer, ano após ano, e somos líderes no mercado de aluguer operacional de veículos. A LeasePlan tem, hoje, uma quota de mercado na ordem dos 32% e prevemos continuar a consolidar esta posição no mercado de aluguer operacional.

VE- A nova fórmula de cálculo do Imposto Sobre Veículos (ISV) beneficia os modelos com menores emissões de CO2. Têm isso em atenção na recomen-dação de veículos aos clientes?

CP- Os condutores, especialmente, os profissionais, estão cada vez mais conscientes do seu papel na redução dos níveis de emissões de gases poluentes para a atmos-fera, de acordo com um estudo realizado pela LeasePlan, em 2006, entre automobilistas profissionais de todo o mundo. Face a esta disponibilidade, a LeasePlan lançou uma iniciativa global para os seus clientes, denomina-

da GreenPlan, com o objectivo de apoiar as empresas e os automobi-listas profissionais na sua aposta em frotas de veículos mais respeitadores do ambiente e com índices mais re-duzidos de poluição atmosférica. Esta medida assenta nos princípios de compensação do CO2 emitido pelos veículos através de um progra-ma de reflorestação, melhoramento da eficiência dos veículos e dos res-pectivos consumos de combustível, cuidados especiais com os veículos, educação e formação dos condutores, e planeamento mais eficiente de rotas

e viagens. Para as empresas, este programa traz vantagens económicas e ambientais, como a redução dos custos ine-rentes à frota, derivada de uma utilização mais eficiente da mesma, identificação de oportunidades para redução da poluição, mais transparência de custos com a frota, satisfação das necessidades de responsabilidade ambiental das empresas e defesa pró-activa do ambiente.

VE- Desde Junho de 2007, já houve duas altera-ções à fiscalidade portuguesa e é previsível que haja mais nos próximos tempos, por via do aumento do peso do CO2 no cálculo do ISV. Em que medida é que isso influencia o vosso trabalho, já que o “segre-do” está na previsão dos valores residuais futuros?

CP- Ainda que seja compreensível o acompanhamen-to da influência das emissões de CO2 na fiscalidade, de acordo com dados científicos e posições recentes decor-rentes da necessidade de protecção ambiental, a estabili-dade legislativa continua a ser um factor importante para a definição das estratégias comerciais das empresas do sector. Nessa medida, embora tenhamos o maior apreço por medidas “amigas do ambiente”, desejamos, até onde for possível, maior preocupação com a estabilização dos valores da fiscalidade.

VE- Outra vertente de negócio importante é o es-coamento das viaturas provenientes de contratos. Como o fazem?

CP- A LeasePlan vende na ordem dos 800 carros por mês, sendo o principal canal de escoamento os leilões profissionais para veículos usados. Escoamos também através de venda directa, seja a revendedores como aos próprios utilizadores, mas a esmagadora maioria da ven-da de veículos usados é através de leilões.

AQuILES [email protected]

Afirma o director comercial da LeasePlan

“Desejamos estabilização dos valores da fiscalidade”As recentes alterações fiscais introduzidas em Portugal são aplaudidas pelo director comercial da LeasePlan, por aumentarem a importância das emissões de CO2. José Pedro Campos Pereira lamenta, porém, que as medidas sejam tão graduais, já que, assim, podem influenciar a previsão dos valores residuais futuros, muito importantes para o sector. “Embora tenhamos o maior apreço por medidas ‘amigas do ambiente’, desejamos, até onde for possível, maior preocupação com a estabilização dos valores da fiscalidade”, afirma Campos Pereira.

“Os condutores, especialmente, os profissionais, estão cada vez mais conscientes do seu papel na redução dos níveis de emissões de gases po-luentes para a atmosfera”, refere Campos Pereira.

Face à nossa dimensão, Portugal possui um mercado de aluguer operacional maduro, comparativamente a países como a Alemanha ou Espanha

A LeasePlan foi fundada em 1963, na Holanda. Actu-almente, está presente em 29 países, tem quase seis mil colaboradores e gere 1,312 milhões de viaturas.

A nível internacional, registou um aumento de 21,2% nos resultados líquidos de 2007 face ao ano anterior, após impostos, atingindo os 255,4 milhões de euros. Sem o efeito dos desinvestimentos, o aumento foi de 13,4%, atingindo os 239,2 milhões de euros. No mesmo período, o parque automóvel sob gestão cresceu 4,5%, equiva-lente a um aumento de 57 mil viaturas, e a carteira de contratos de aluguer operacional de veículos aumentou 5,1%, ou seja, cresceu 666 milhões de euros, atingindo um volume global de 13,9 mil milhões de euros. Por ou-tro lado, os recursos humanos sofreram uma redução de 5,2% relativamente a 2006.

Os resultados de exploração cresceram 4,8%, atingin-do os 940 milhões de euros, e os encargos de exploração aumentaram 2,1%, atingindo os 627,3 milhões de euros. Considerando estes dados, os resultados operativos e o coeficiente de eficiência do grupo LeasePlan melhoraram 10,7% (312,7 milhões de euros) e 65,9%, respectiva-mente, em 2007.

A empresa está em Portugal desde 1993, com escritó-rios em Lisboa e Porto, registando taxas anuais de cres-

cimento até 2007 sempre superiores ao crescimento do mercado do sector. Hoje, com mais de 30% de quota de mercado, gere mais de 48 mil automóveis e possui mais de três mil clientes.

Presente em 29 Países

“Continuamos a crescer, ano após ano, e somos líderes no mercado de aluguer operacional de veículos”, afirma Campos Pereira

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sexta-feira, 04 Abril de 2008 frotas12

Vida Económica- Quem é o maior cliente do departamento de frotas e re-marketing da Ford Lusitana: as empresas de aluguer operacional, as “rent-a-car” ou as empresas clientes?

Miguel Branco- Neste momento, as ven-das a empresas clientes ainda representam a maior fatia dos nossos clientes frotistas, até porque as gestoras de frotas são, para nós, en-caradas como um parceiro de negócio e não como um cliente final.

VE- Como analisa o crescente ganho de importância das empresas especialistas em aluguer operacional?

MB- Hoje em dia, e face à competitividade que existe neste mercado, as gestoras de fro-tas conseguem oferecer um leque de serviços relacionados com a operacionalidade da frota automóvel por um custo fixo de valor extre-mamente competitivo. Para além disso, na maioria dos casos, não é necessário qualquer investimento inicial para a renovação/imple-mentação de uma frota. Com estes argumen-tos é relativamente fácil entender a razão de tão elevado sucesso neste negócio. Acredito que ainda existe um grande espaço de cres-cimento, contudo e atendendo à maturidade do próprio mercado, este será um espaço em que só as gestoras mais fortes e, simultanea-mente, mais organizadas terão oportunida-de de crescer. Para a Ford, este “sucesso” das gestoras só poderá beneficiar-nos,, uma vez que elas são nossas parceiras de negócio. Nós

temos o produto para os serviços que elas ofe-recem, como tal existe uma “cumplicidade” subjacente nesta área de negócio.

VE- Como grande parte das gestoras de frotas estão sediadas em Lisboa, não pode este negócio ser uma ameaça para os concessionários do resto do país, já que não vendem as unidades? No máxi-mo, podem prestar assistência...

MB- A realidade não será exactamente essa, já que o facto de as gestoras estarem sediadas em Lisboa não quer dizer que com-prem apenas viaturas em Lisboa. O que se passa de facto é que a maioria dos clientes frotistas estão nas grandes cidades (Lisboa e Porto) e, esta sim, poderá ser uma ameaça aos concessionários de província. Embora es-tejamos a falar de realidades completamente diferentes, ou seja, um concessionário de ci-dade terá uma estrutura de custos bastante mais pesada que um concessionário a operar fora de uma cidade.

VE- Concorda que o canal das “rent-a-car”, por um lado, permite às marcas ganharem quota de mercado, mas, por outro, pode ter de mantê-la de forma ar-tificial?

MB- As vendas a “rent-a-car” podem ser encaradas de duas maneiras. Por um lado, para permitir o aumento do volume de ven-das de veículos novos com vista a ganhar po-sição no “ranking” de vendas, embora estas

possam implicar graves prejuízos no negócio de seminovos que, mais tarde ou mais cedo, irão afectar as vendas de veículos novos. Por outro, estas vendas podem ser encara-das como um negócio de sustentabilidade de vendas de veículos novos devidamente controlado de forma a desenvolver um ne-gócio de seminovos. A venda de veículos às “rent-a-car” é, sem dúvida, a melhor fonte de abastecimento de veículos para o mercado de usados, com a vantagem de, quando devi-damente controlado, podermos influenciar o valor residual dos nossos modelos. Quero com isto dizer que o negócio de “rent-a-car” pode deixar de ser uma ameaça, para passar a ser uma excelente oportunidade de negócio.

VE- Tem havido algumas alterações à fiscalidade portuguesa e é previsível que haja mais nos próximos tempos por via do aumento do peso do CO2 no cálculo do Imposto Sobre Veículos. Isso influen-cia o vosso trabalho de previsão dos valo-res residuais futuros?

MB- Trabalhar num mercado como este é uma autêntica roleta russa. De qualquer modo, acreditamos que estas alterações po-derão a médio prazo ditar um aumento de mercado. Contudo, o custo de todas estas alterações é algo de extraordinário. Como é fácil compreender, os valores assumidos o ano passado para os ‘buy backs’ [recompras] tiveram todos de ser corrigidos (reduzidos) com avultados prejuízos. Agora imaginem-se os negócios de três e quatro anos.

VE- O departamento de frotas e rema-

rketing da Ford Lusitana foi criado em 1996. Quais os grandes objectivos defi-nidos a médio prazo?

MB- Como objectivos mais relevantes para frotas a curto e médio prazos, podemos identificar os seguintes: crescimento de ven-das no segmento de frotas superior a 10% (com o lançamento do novo Fiesta no final de 2008 e o Mondeo a vender 12 meses, não será optimista), a subida de valor residual do novo Fiesta superior a oito pontos percen-tuais e consolidar o canal de venda de “buy backs”/usados através da rede de concessio-nários.

VE- Quais os modelos mais procurados pelos clientes empresariais?

MB- O novo Focus é, sem dúvida, o mo-delo mais procurado da nossa gama, pois é o produto mais competitivo dentro do seu segmento, tendo associado um elevado va-lor residual, o que lhe permite uma enorme competitividade em “renting”. Elevado su-cesso tem conhecido também o novo Mon-deo, produto que acreditamos irá potenciar o nosso negócio de frotas, enquadrando-se no leque de opções dos quadros das empre-sas. Nos veículos comerciais contamos com a Transit como porta-estandarte da nossa marca. De entre as várias propostas disponí-veis, destacamos o papel da Transit Connect, modelo que tem registado uma excelente progressão em termos de vendas, ganhando uma cada vez maior quota de mercado den-tro do seu segmento.

AQuILES [email protected]

A Ford Lusitana entregou três unidades do monovolume S-MAX aos serviços de assistên-cia do Automóvel Club de Portugal (ACP), que asseguram, desde 2006, o programa FordAs-sistance aos clientes da marca. A cerimónia de entrega das chaves contou com a presença de director dos serviços de assistência do ACP, Santos Mateus, e do director de pós-venda da marca em Portugal, Carlos Martins.

“Pretendemos com estas unidades não só alargar a parceria que a Ford tem com o ACP

como principalmente dar aos nossos clientes um serviço de prestígio, no âmbito do progra-ma FordAssistance, através de um veículo de imagem e de elevado sucesso de vendas em Portugal como o é o Ford S-MAX”, referiu Car-los Martins. “Agradecemos à Ford Lusitana a disponibilidade destes três S–MAX, congra-tulando-nos com a sua integração na nossa frota de assistência. Estamos certos de que serão uma mais-valia na prestação dos nossos serviços aos clientes Ford, designadamente

pelo equipamento, cujo espaço e acessibili-dade que oferecem permitem com que sejam devidamente apetrechados, o que atesta de forma notória a versatilidade deste modelo”, afirma, por seu turno, Santos Mateus.

Para o efeito, os três Ford S-MAX agora entregues ao ACP, para além da distinta as-sinatura da parceria visível na decoração das viaturas, conta com uma adaptação da ba-gageira às necessidades inerentes ao serviço de desempanagem. Aquela secção, separada

por uma rede metálica, conta com uma versá-til caixa de ferramentas destinadas aos mais variados tipos de intervenção mecânica, um extintor, uma bateria, pinos de sinalização de via, entre outro material. Refira-se ainda que os técnicos do ACP têm participado em ac-ções de treino específicas, ministradas pelo Centro de Treino da Ford, com o objectivo de estarem devidamente qualificados para a as-sistência e desempanagem de viaturas Ford em estrada.

três s-MaX para assistência

Declara o responsável pelas frotas da Ford Lusitana sobre a imprevisibilidade fiscal

“Trabalhar num mercado como este é uma autêntica roleta russa”

As inúmeras alterações fiscais, mesmo que de pormenor, de que o sector automóvel é alvo prejudicam os operadores do sector, sobretudo no que se refere ao mercado das frotas, em que é importante prever os valores comerciais futuros. “Trabalhar num mercado como este é uma autêntica roleta russa”, refere à “Vida Económica” o director do departamen-to de frotas e remarketing da Ford Lusitana, Miguel Branco. “O custo de todas estas alterações é algo de extraordinário. Como é fácil compreender, os valores assumidos o ano pas-sado para os ‘buy backs’ [recompras] tiveram todos de ser corrigidos (reduzidos) com avultados prejuízos. Agora ima-ginem-se os negócios de três e quatro anos”, afirma.

“O negócio de ‘rent-a-car’ pode deixar de ser uma ameaça, para passar a ser uma excelente oportunidade de negócio”, defende Miguel Branco.

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frotas 13sexta-feira, 04 Abril de 2008

As PME são o principal alvo do departamento de frotas e usa-dos da Toyota Caetano Portugal, cujas vendas são efectuadas em 80% dos casos a entidades com menos de 25 automóveis. “Em-bora também estejamos a subir no mercado das grandes em-presas, o nosso crescimento tem vindo a ser sustentado nas PME, até porque é aí que se cimenta a rentabilidade do mercado de fro-tas”, disse à “Vida Económica” o director deste departamento, Nuno Braga. O departamen-to de frotas e usados da Toyota Caetano Portugal é responsável por cerca de 50% das vendas da marca, um valor que no caso da Lexus é ainda um pouco maior. Este elevado rácio das vendas desta natureza é justificado pelo

facto de serem consideradas ven-das a frotas todas aquelas que são efectuadas a empresas ou empre-sários em nome individual com mais do que três viaturas.

O canal de negócio das em-presas de “rent-a-car” permite às marcas ganharem quota de mercado, mas há o perigo de esta ser mantida de forma artificial. Isto porque, muitas vezes, estes negócios têm margens muito baixas e pressupõem a recompra poucos meses depois. Nuno Bra-ga refere que, no caso da Toyota Caetano Portugal esse risco não existe, porque houve o cuidado de “preparar a rede de usados” pelo que a empresa sabe “qual é a capacidade de venda dos semi-novos”. Segundo o entrevista-do, os negócios de “rent-a-car”

– que estão limitados a 5% das vendas Toyota, embora este limi-te não seja estático – são feitos com base nesse pressuposto e sempre com perspectivas a dois anos. “Ou seja, os negócios que estamos a fazer este ano estão a ter em atenção o ‘stock’ previsto para o final de 2009. O objectivo deste planeamento é não gerar-mos nenhum constrangimento para nós distribuidor, nem para a nossa rede de retalho”, explica o director do departamento de frotas e usados da Toyota Caeta-no Portugal.

Um factor muito importante nesta área de negócio são os va-lores residuais. Nuno Braga refe-re que ambas as marcas são bem valorizadas. ”Fazemos estudos regulares para saber se os Toyota

estão na nossa rede ou fora desta e temos concluído que a percen-tagem do que estão na rede de usados tem vindo a aumentar. Neste momento, mais de 95% das unidades acabam por retor-nar para a nossa rede, sejam eles provenientes de ‘rent-a-cars’, se-jam retomas. Isto é uma maneira não só de controlarmos os valores residuais e potenciarmos a venda futura de novos, mas também propiciarmos um negócio alter-nativo para os concessionários”, afirma.

atribuição das vendas aos concessionários descentralizada

Uma vez que a maioria das gestoras de frotas está sediada em

Lisboa, o aluguer operacional é visto por alguns especialistas como uma ameaça para os con-cessionários do resto do país, já que não vendem os automóveis, podem, no máximo, prestar-lhes assistência.

“No caso da Toyota e da Lexus não há essa ameaça”, sublinha Nuno Braga. “O critério de atri-buição da venda é o local de en-trega definido pelo cliente. Supo-nhamos que uma empresa tem a sede em Lisboa, mas precisa que os carros sejam entregues nos Açores. Nesse caso, entregamos a venda ao concessionários dos Açores, pois este poderá prestar um melhor serviço do que o con-cessionário de Lisboa, que está longe dos utilizadores das viatu-ras”, defende o entrevistado.

PME são o grande alvo frotista da Toyota Caetano Portugal

Refere o director do departamento de frotas da Cimpomóvel Veículos Ligeiros

Alterações à fiscalidade automóvel condicionam encomendas às fábricas

Vida Económica- Qual a im-portância que as frotas, cujo departamento foi criado na Cimpomóvel Veículos Ligeiros em 2003, assumem nas ven-das da Saab e da Suzuki?

Luís Carlos- Na Suzuki, em 2007, entregaram-se, através da rede de concessionários ou direc-tamente, mais de 400 viaturas ao canal de vendas de frotas, repre-sentando cerca de 15% das vendas totais da marca. Na Saab, esse peso é de 30%, com cerca de 100 viatu-ras vendidas.

VE- Dentro das vendas re-lativas a frotas, para que área vai a maior quota, empresas de aluguer operacional, “rent-a-car” ou empresas clientes?

LC- As “rent-a-car” represen-taram entre as vendas a frotas, a maior quota em 2007 na Suzuki. Na Saab, as empresas clientes re-presentaram o maior peso nas ven-das a frotas.

VE- Estando grande parte das gestoras de frotas sediadas em Lisboa, não pode o aluguer ope-racional ser uma ameaça para os concessionários do resto do

país, já que não vendem as uni-dades, podendo, no máximo, apenas prestar assistência?

LC- Esta questão só se coloca por via de uma encomenda directa da empresa de aluguer operacio-nal, mas, mesmo neste caso, a Su-zuki e a Saab seguem uma política de reconhecimento da venda, fac-turação e entrega da viatura através do concessionário da zona da em-presa cliente final. Assim, quer em termos de venda, quer em termos de após-venda, o papel do conces-sionário está salvaguardado.

VE- O canal das “rent-a-car”, além da oportunidade que é, não pode ser uma ameaça às mar-cas, já que, por um lado, possi-bilita ganhar quota de mercado, mas, por outro, muitas vezes, es-tes negócios têm margens muito baixas e pressupõem a recompra poucos meses depois?

LC- Essa é uma questão perti-nente e que tem de certeza mere-cido reflexão por todas as marcas. Não se coloca esta dúvida na Saab, pois, pela tipologia da sua gama, não se privilegia este canal de ven-das. A Suzuki efectuou vendas a “rent-a-car” que ajudaram aces-

soriamente ao volume de vendas, mas, ao gerir a venda das unida-des a recomprar através da rede de concessionários, permite-lhe fechar o ciclo de venda de forma eficaz. Obviamente que se trata de vendas de rentabilidade marginal. O Suzuki Swift teve a sua estreia em 2007 no “rent-a-car”, tendo reunido opiniões muito positivas neste mercado específico, mas per-mitindo também uma divulgação eficaz, na estrada, de um modelo muito apelativo do ponto de vista de design e das suas características técnicas e de equipamento. Este é um aspecto não desprezível e de valorizar quando se pretende “dar a conhecer” um modelo aos potenciais clientes. Acessoriamen-te, tem um efeito positivo sobre o parque circulante da marca e sobre o após-venda das concessões.

VE- Em que medida é que as sucessivas alterações fiscais interferem com a previsão dos valores residuais futuros?

LC- O mercado automóvel na-cional tem sofrido sérias convul-sões desde há alguns anos, via das alterações sucessivas da fiscalidade que recaem sobre o automóvel.

Isto tem conduzido a crescentes dificuldades dos operadores em se adaptarem e responderem efi-cazmente e em tempo útil a estas alterações. Como realizar enco-mendas às fábricas, em alguns ca-sos com quatro e cinco meses de antecedência face à chegada das viaturas a Portugal, se de seis em seis meses se têm verificado altera-ções à fiscalidade automóvel? Não é o caso das marcas que represen-tamos, onde os volumes nesta área não são significativos, mas como ajustar valores residuais a três ou quatro anos de uma grande frota de viaturas comerciais ligeiras com as eventuais alterações fiscais, em alguns casos profundas, ao longo da vida destas viaturas? No caso concreto da Saab e da Suzuki, são marcas onde as questões ambien-tais são encaradas como priori-

tárias já há alguns anos, tendo-se dado passos seguros no sentido da reciclagem, da redução das emis-sões e da utilização de energias alternativas. Como exemplos, re-fira-se que a Saab disponibiliza de fábrica motorizações movidas a etanol, combustível infelizmente ainda não disponível em Portugal ,e que a Suzuki disponibiliza filtro de partículas, tendo decrescido as emissões nas viaturas actualmen-te em comercialização. Como tal, temos procurado adaptar a polí-tica comercial e de comunicação a estas circunstâncias, resultando em benefício para o cliente final da viatura nova, mas também da-quele que daqui a algum tempo poderá vir a adquirir um Saab ou Suzuki usado.

AQuiLES [email protected]

“Como realizar encomendas às fábricas, em alguns casos com quatro e cinco meses de antecedência face à chegada das viaturas a Portugal, se de seis em seis meses se têm verificado alterações à fiscalidade automóvel?”, questiona, em entrevista à “Vida Económica”, Luís Carlos, director do departamento de frotas da Cimpomóvel Veículos Ligeiros, o importador da Suzuki e da Saab para o nosso país.

Luís Carlos informa que no ano passado foram entregues 400 Suzuki (15% das ven-das totais) e 100 Saab (30%) ao canal frotas.

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sexta-feira, 04 Abril de 2008 frotas14

O sector do “rent-a-car” português conta nos últimos anos com alguns operadores “low cost”. É o caso da S2Rent, especializada no aluguer de Smart Fortwo, e da InterRent, que aluga carros com várias característi-cas, que estão presentes no mercado, respectivamente, desde Janeiro e No-vembro de 2006. Ambas as empresas fazem um balanço muito positivo da operação. “Temos já uma carteira de mais de sete mil clientes, dos quais 36% repetiram pelo menos uma vez”, disse à “Vida Económica” o director da InterRent em Portugal, Carlos Pe-reira. O director da S2Rent, Nuno Guimarães, afirmou, por seu turno, que a empresa tem tido “uma taxa de ocupação a rondar os 100%”, o que a fez avançar para abertura das estações de Lisboa e Porto, que se juntam à primeira, locali-zada em Cascais, “mais cedo do que previsto”.

O secretário-ge-ral da Associação dos Industriais de Aluguer de Auto-móveis Sem Con-dutor (ARAC), Joaquim Robalo de Almeida, acredita que empresas com estas características têm razão de exis-tir. “O produto é mais aligeirado mas penso que há clientela para os dois tipos de produto. Temos uma empre-sa ‘low cost’ associada e a informação que tenho é que os resultados dessa empresa foram bastante satisfatórios em 2007. É um conceito novo, é tudo veículos iguais, em que o clien-te vai pagar aquilo que consome. Se quiser, o aluguer só paga o aluguer, mas, se quiser, por exemplo, seguros de danos próprios tem um acrésci-mo”, afirma.

Robalo de Almeida acredita que as empresas tradicionais de “rent-a-car” podem coabitar com os novos membros do sector. “O ‘rent-a-car’ tem de saber viver num mundo com-petitivo, em que o dia que vivemos hoje já não se repete e tudo o que não fizermos hoje, amanhã já não vamos fazer. Penso que o ‘rent-a-car’ tem que cada vez mais profissionalizar-se, nomeadamente através dos seus qua-dros. Hoje em dia, os negócios têm de ser geridos de uma forma cada vez mais rigorosa porque vivemos num mundo cada vez mais competitivo. Temos que competir não só com as empresas portuguesas mas também competir no espaço europeu e, em matéria de turismo, temos o grande competidor que é Espanha”, afirma

este responsável pela ARAC.

O director-ge-ral da Europcar Portugal, Paulo Moura, disse à “Vida Económi-ca” que as em-presas de baixo custo “não são uma ameaça para as ‘rent-a-car’ que privilegiam a qualidade”, como garante ser o caso

da que lidera. “Os serviços que umas e outras prestam são diferenciados, nomeadamente no que diz respeito à variedade e qualidade da frota, rede de estações e qualidade do serviço prestado”, afirma Paulo Moura.

Já o administrador da Hertz em Portugal, Duarte Nobre Guedes, reconhece que as “low cost” podem ameaçar nalguns nichos, mas subli-nha que o potencial de crescimento é limitado. “O conceito ‘low cost’, ape-sar da atractividade do chavão, não é completamente transportável do

transporte aéreo para o ‘rent-a-car’, apesar de se tratar de duas operações com algumas semelhanças do ponto de vista de utilização e rentabilização de activos. Temos exemplos muito conhecidos, como a easyJet/easyCar, que demonstram esta realidade”, re-fere Nobre Guedes.

Importa “fazer bem as contas”

O paralelo com as companhias de aviação de baixo custo é inevitável quando o assunto são as “rent-a-car” com essas características. Também neste caso, grande parte do corte nos custos é feito pelas transacções terem o menor “dedo” humano pos-sível – privilegiam a Internet e o pa-gamento com cartão de crédito – e pela dispensa de tudo o que possa ser considerado acessório. Por exemplo, os períodos de aluguer nem sempre são de 24 horas, as lavagens são pagas ou o seguro de ocupantes não está in-cluído. O que os especialistas aconse-lham na altura de decidir é, de novo, o mesmo que nas viagens de avião. Umas vezes compensa, outras não. A solução é avaliar caso a caso.

O administrador da Hertz avisa que “os preços anunciados, muito baixos, implicam uma leitura cuida-da das condições gerais de aluguer por parte dos clientes” para evitar surpresas desagradáveis. “Esses deta-lhes são muitíssimo importantes e de facto a empresa ‘low cost’ deve indi-cá-los claramente no acto da venda, se o não fizer está obviamente a in-duzir o cliente em erro”, acrescenta o director-geral da Europcar Portugal.

Os responsáveis pelas “rent-a-car” de baixo custo dizem que há clareza. “Estes preços prometem e cumprem. Se um cliente quiser alugar um car-ro por um euro por dia, consegue fazê-lo e temos muitos clientes que é apenas isso que pagam. Os extras que oferecemos são os mesmos pratica-dos pela grande maioria das ‘rent-a-car’: seguro de ocupantes, seguro de isenção de franquia, etc. Os nossos períodos de aluguer são de 24 horas. A única diferença está na lavagem, que não está incluída”, afirma Carlos Pereira. O líder da S2REnt justifica esse facto por a empresa não poder suportar os custos inerentes a lava-gem de viaturas”.

Já o responsável pela InterRent preferiu não comentar essa questão, referindo apenas que, quando surgi-ram as companhias aéreas ‘low cost’, também se surgiram críticos que di-ziam que este negócio não tinha futu-ro. “E, como sabemos agora, estavam errados”, refere Nuno Guimarães.

Aquiles [email protected]

Avisa o administrador da Hertzem Portugal, Duarte Nobre Guedes

“É perigoso uma marca encarar o ‘rent-a-car’ como veículo para quota de mercado”

A relação entre as marcas automóveis e as “rent-a-car” deve ser vista como uma parceria e não como uma forma de as primeiras alavancarem a quota de mercado nas vendas, segundo disse à “Vida Económica” o admi-nistrador da Hertz em Portugal, Duarte Nobre Guedes. “Encaramos estas relações como parcerias. É muito perigoso para uma marca encarar o ‘rent-a-car’ como veículo para alcançar quota de mercado. Com volumes

controlados, os ‘rent-a-cars’ são parceiros importantes por várias razões. São uma forma de promoção dos produtos, pois providenciam ‘test-drives’ a milhões de clientes em todo o mundo, dão movimento às infra-es-truturas de pós-venda, assistem na implementação de programas de mobilidade das marcas, profissionalizam as redes na comercialização do produto usado, entre muitas outras vantagens”, explica.

Quando questionado sobre se o aluguer operacional pode ser considerado uma ameaça ao “rent-a-car”, No-bre Guedes diz que não. “Para os alugueres inferiores a um ano, nunca, pois não existe vantagem financeira no primeiro ano, onde a depreciação comercial é mais acentuada. No caso de empresas que tenham alugado carros por mais de um ano, sim, acontece uma substi-tuição. O ‘rent-a-car’ continua, no entanto, a ser mui-to utilizado nos períodos inferiores, pela flexibilidade que proporciona”, afirma.

Em 2007, a Hertz aumentou o número de alugueres em 12,4% em Portugal, onde é explorada pelo grupo Hipogest, para um volume de negócios de 39 milhões de euros, tendo o segmento das empresas representado 51% desse valor. Para o presente exercício, o objectivo é melhorar: “Queremos potenciar ainda mais o cresci-mento sustentado do negócio através de diversas par-cerias internas e externas. Isto é alcançado com maior criatividade e inovação no serviço que colocamos à disposição desses mesmos parceiros. Adicionalmente, temos uma série de iniciativas sempre em curso, de op-timização de processos internos, de forma a garantir sempre o menor custo de operação que não tenha im-pacto na excelência do nosso serviço”.

Afirmam os operadores do sector

“Low cost” não ameaçam empresas tradicionais de “rent-a-car”

O que os especialistas aconselham na altura de decidir pelo “rent-a-car” tradicional ou pelo “low cost” é o mesmo das viagens de avião: fazer as contas, porque, umas vezes, compensa, mas, outras, não.

“Encaramos estas relações como parcerias”, diz Duarte Nobre Guedes sobre o contacto com as marcas automóveis.

O paralelo com as companhias de aviação de baixo custo é inevitável quando o assunto são as “rent-a-car” com essas características.

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frotas 15sexta-feira, 04 Abril de 2008

Para 2008, o director-geral da empresa afirma que o interesse é sublinhar a qualidade. “A Europ-car já em 2008 deixará de ter na sua frota em Portugal viaturas de passageiros sem ar condiciona-do. Essa nossa aposta na quali-dade tem merecidos numerosos prémios, sendo o mais recente

exemplo o prémio obtido na ITB pelo melhor serviço prestado na Madeira ao grupo TUI”, afirma Paulo Moura, que acrescenta aos objectivos para este ano “reduzir os efeitos da sazonalidade do ne-gócio, através de um ajustamento do ‘business mix’”.

Aquiles [email protected]

Afirma o director-geral da Europcar Portugal, Paulo Moura

“Aluguer operacional e ‘rent-a-car’ são complementares”

As actividades do aluguer ope-racional e do “rent-a-car” não só não são concorrentes como são complementares, segundo o di-rector-geral da Europcar Portugal. Paulo Moura afirmou à “Vida Económica que “as duas activi-dades são complementares, pois o ‘rent-a-car’ actua nos alugueres com durações até um ano e o aluguer operacional em alugueres acima de um ano”.

Sobre a relação da empresa com as marcas automóveis, a mesma fonte discorda das associações de concessionários e importadores de veículos quando afirmam que esse canal de negócio pode tornar-se numa “compra de quota”, já que as marcas são, muitas vezes, obri-gadas a fazer a recompra, ou “buy back” das unidades. “A Europcar está no mercado em Portugal há 40 anos e tem reforçado, ao longo de todo esse tempo, a sua relação com as principais marcas, com quem temos excelentes relações. É evidente que todos os fabricantes gostariam de poder obter maiores margens, mas, sendo um negócio de grandes volumes, sabem que isso não é possível por força das leis normais da concorrência. O ‘buy back’ é, na maioria dos casos, uma exigência dos próprios fabri-cantes, na medida em que podem desta forma alimentar a sua rede de concessionários dos carros usa-dos de que necessitam para ven-da ao cliente final e, ao mesmo tempo, controlar de certa forma o preço dos usados da sua marca no mercado”, afirma Paulo Moura.

No ano passado, a Europcar Portugal cresce 13% face a 2006, tendo a receita média por dia de aluguer (RPD na sigla em inglês) crescido 2%, “abaixo da inflação registada em 2007”, segundo o entrevistado. O segmento das em-presas representou 46%.

Uma vertente importante deste sector é a escoamento das viaturas provenientes de contratos, pelo que, ainda em 2007, esta empresa de “rent-a-car” entrou no negócio de venda de usados a clientes parti-culares. Paulo Moura faz um balan-ço positivo da nova área de negócio: “Conseguimos neste ano de arran-que vender mais unidades do que tínhamos projectado. Para 2008, temos planeado o escoamento de cerca de nove mil viaturas. Espera-mos vender cerca de 400 unidades a particulares nos três parques, em Lisboa, Porto (Maia) e Faro (Mon-tenegro), cerca de 1200 viaturas a comerciantes, sendo as restantes devolvidas às marcas no âmbito dos acordos de ‘buy back’”.

“O ‘buy back’ é, na maioria dos casos, uma exigência dos próprios fabricantes”, in-forma Paulo Moura.

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