habitação de interesse social em centros urbanos: estudo ... · são paulo: publifolha, 2003....

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Apartamento de interesse social com 02 dormitórios, sala de jantar e estar, cozinha e 01 banheiro. Área de 49,95m². Apartamento tipo Hall de Circulação: 21m² e permite o acesso aos apartamentos INTRODUÇÃO: PROCESSO DE PERIFERIZAÇÃO ESTUDO DE CASO METODOLOGIA DE TRABALHO AMARAL, A. A. C. . Habitação na Cidade de São Paulo. 2. ed. São Paulo: Instituto Polis/ PUC-SP, 2002. ARANTES, Otília B. Fiori (Org.). A cidade do Pensamento Único: desmanchando consenso. 3. ed. Petrópolis: Editora Vozes, 2002. BONDUKI, Nabil (Org.). Comissão de Estudos Sobre Habitação na Área Central. 1. ed. São Paulo: Câmara Municipal de São Paulo – serviço gráfico da CMSP, 2001. v.1 131 p. DIOGO, Érica. Habitação Social nas Áreas Centrais. Instituto Pólis, Boletim DICAS, São Paulo, n.185, 2001. LEFEVBRE, Henry. A cidade do capital; tradução: Maria Helena Rauta Ramos e Marilene Jamur - Rio de Janeiro, DP&A, 2001. Título original: La Pensée Marxiste et la ville. 2ª ed. MARICATO, E. T. M. . Habitação Social em Áreas Centrais. Óculum, Campinas, n. 1, p. 13-24, 2000. MARICATO, E. T. M. ; MATTOS, C. ; MEYER, Regina; ROLNIK, R. ; SOMECK, Nadia. Urbanismo na periferia do mundo globalizado: metrópoles brasileiras. São Paulo em Perspectiva, São Paulo, v. 14, n. 4, p. 21-33, 2000 MARICATO, Ermínia. Na periferia do mundo globalizado: metrópoles brasileiras; In. Brasil, cidades– alternativas para a crise urbana. Petrópolis: Vozes, 2001. MEYER, Regina M. P. et al. Documento 1. São Paulo, Associação Viva o Centro, 1993. ROLNIK, Raquel. São Paulo. São Paulo: Publifolha, 2003. (Coleção Folha Explica).SANTOS, Milton. A urbanização brasileira. São Paulo, Hucitec, 1993. SILVA, H. M. M. B. . O centro de São Paulo: que futuro para a habitação?. 2001. SILVA, H. M. M. B. ; CASTRO, C. M. P. . A legislação, o mercado e o acesso à habitação em São Paulo. In: Habitação: como ampliar o mercado, 1997, São Paulo, 1997. p. 1-35. SILVA, Luís Octávio. Breve história do centro de São Paulo: sua decadência e reabilitação. In: SHICCHI, Maria Cristina; SUTTI, Weber. Conflitos em torno do direito á moradia na região central de São Paulo. 2005 VILLAÇA, Flávio. Espaço intra-urbano no Brasil. Studio Nobel, Fapesp, São Paulo, 1998. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AGRADECIMENTOS: laboratório de estudos em arquitetura contemporânea Autor: Carolina Contiero Talarico [e-mail: [email protected]] Orientador: Leandro Medrano Habitação de Interesse Social em Centros Urbanos: Estudo de caso sobre a Urbanização do Complexo Heliópolis e as obras dos arquitetos Hector Vigliecca e Ruy Ohtake. FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIL, ARQUITETURA E URBANISMO Departamento de Arquitetura e Cosntrução Bolsa PIBIC/CNPQ Palavras- chave: Reurbanização de favelas | Complexo Heliópolis | Habitação de interesse social 2008- Gleba K, Heliópolis, São Paulo, Brasil Ruy Ohtake | Conjunto Habitacional Heliópolis Cliente: Prefeitura da Cidade de São Paulo_Secretaria da Habitação Tipologia Imagem Aérea Entorno (fonte: google earth) Imagem Maquete eletrônica (fonte: site do arquiteto) São Paulo - Estado São Paulo - Município Heliópolis Conjunto Residencial FONTE IMAGENS: site do arquiteto HABITAÇÃO COMÉRCIO INSTITUCIONAL ESTACIONAMENTO PÚBLICO SEMI-PÚBLICO 288 unidades (18 blocos com 4 pavimentos e 4 apartamentos por andar) 14.385,6 m² TIPOLOGIAS [unid]: NEGOCIAÇÃO [unid.]: ÁREAS [m²]: ÁREAS: 68,15% 0% 0 vagas (todas externas ao condomínio) 0% Circulação: 21m² em cada bloco 1.512 m² no total ( 18 blocos) - quitinetes - - 1 dormitório - - 2 dormitórios 288 - 3 dormitórios - -venda particular - -venda subsidiada 288 -aluguel social - -aluguel comum - - Apartamentos de 2 dormitórios Área = 49.95m² Área do terreno: 9.500m² Área total construída: 15.897,6m² coeficiente de aproveitamento: 1,67 0% Jardins do térreo 5525,6m² 7,1% 24,75% Gerenciamento: Métrica de Inovação Visita à obra. Fonte: autor 2010 - Gleba H- Heliópolis, São Paulo, Brasil Hector Vigliecca | Habitação Social em Heliópolis Cliente: Município de São Paulo HABITAÇÃO COMÉRCIO INSTITUCIONAL ESTACIONAMENTO PÚBLICO SEMI-PÚBLICO 186 unidades 10.557m² TIPOLOGIAS [unid]: NEGOCIAÇÃO [unid.]: ÁREAS [m²]: ÁREAS: 45,6% 4% 0% - quitinetes - - 1 dormitório - - 2 dormitórios 186 - 3 dormitórios - -venda particular - -venda subsidiada 202 -aluguel social - -aluguel comum - - Apartamentos de 2 dormitórios Área =56.76m ² Área do terreno: 11.700 0m² Área total construída: 11.466,45m² coeficiente de aproveitamento: 0.98 0% São Paulo - Estado São Paulo - Município Heliópolis Conjunto Residencial -Quadra poliesportiva -Jardins 1964,70m² 15% 35,4% Héctor Vigliecca, Luciene Quel, Ruben Otero, Ronald Werner Fiedler, Neli Shimizu, Lilian Hun, Thaísa Folgosi Fróes, Ana Carolina Damasco Pena, Gabriel Azevedo Farias. Administração: Paulo de Arruda Serra, Luci Tomoko Maie. Métrica de Inovação 16 unidades 908,2m² IMPLANTAÇÃO - croqui MAQUETE ELETRONICA CANTEIRO DE OBRAS FOTOS: autor - 28/07/2011 Placa na obra OBS: obra em estágio inicial. Há pouca informação sobre o projeto original. 2004-2007 Gleba A- Heliópolis, São Paulo, Brasil Hector Vigliecca | Conjunto Habitacional Heliópolis Cliente: Município de São Paulo HABITAÇÃO COMÉRCIO INSTITUCIONAL ESTACIONAMENTO PÚBLICO SEMI-PÚBLICO 39 unidades 2100,0m² TIPOLOGIAS [unid]: NEGOCIAÇÃO [unid.]: ÁREAS [m²]: ÁREAS: 78,4% 0% 14 vagas 175m² (todas externas ao condomínio) 5,3% Páteos internos - 300m² Térreo - 540m² - quitinetes - - 1 dormitório - - 2 dormitórios 39 - 3 dormitórios - -venda particular - -venda subsidiada - -aluguel social 39 -aluguel comum - - Apartamentos de 2 dormitórios Área = 52,0m² Área do terreno: 2000m² Área total construída: 3.300m² coeficiente de aproveitamento: 1,65 0% São Paulo - Estado São Paulo - Município Heliópolis Conjunto Residencial 16,3% 0% Héctor Vigliecca, Luciene Quel, Ruben Otero, Ronald Werner Fiedler, Neli Shimizu, Lilian Hun, Thaísa Folgosi Fróes, Ana Carolina Damasco Pena, Gabriel Azevedo Farias. Administração: Paulo de Arruda Serra, Luci Tomoko Maie. Métrica de Inovação IMPLANTAÇÃO FACHADA RECUPERAÇÃO DO CÓRREGO ANTES DEPOIS Canalização do córrego 1. Revisão Bibliográfica completa e pesquisa sobre a periferização da área compreendida pelo bairro Ipiranga e o surgimento da favela Heliópolis; 2. Estudos direcionados à compreensão do projeto de urbanização da área de estudo; 3. Estudo dos conjuntos Residenciais projetados por Hector Vigliecca e Ruy Ohtaje e a importância de sua inserção na área; 4. Entrar em contato com os arquitetos responsáveis pelo projeto e marcar entrevista; 5. Fazer interpretações e análises críticas do material levantado em modelo gráfico e monográfico; Dado o aumento da complexidade em projetos contemporâneos, a disciplina da arquitetura recentemente iniciou uma fase de questionamentos anteriormente pouco abordados, tal como a o uso de métodos de projetos com auxílio computacional, permitindo aos arquitetos investigar mais profundamente questões relativas à sustentabilidade, à gestão de recursos, aos meios de produção e ao desenvolvimento de formas mais complexas (ACHTEN, 2009 apud MENDES, 2010). Buscando ser o mais imparcial possível no estudo de caso dos projetos habitacionais em estudo, e aplicando uma metodologia de avaliação ainda pouco difundida no Brasil, a análise das obras em questão seguirá um mesmo protocolo de avaliação, que será baseado na metodologia de Achten (vide item 5.1.2) e que tem como objetivo a análise de contexto de cada projeto quanto às tecnologias e metodologias utilizadas no processo de projeto. É importante ressaltar que, visto que as entrevistas com os arquitetos em questão não se tornaram possíveis, a avaliação dos estudos de caso irá se basear no material gráfico disponível em publicações e em sites de arquitetura, permitindo assim avaliar também o nível de informação que é repassado pelos escritórios e que fica ao alcance de todos. LEVANTAMENTO E ORGANIZAÇÃO DAS INFORMAÇÕES A partir do estudo da bibliografia e da coleta de dados sobre os projetos, foi desenvolvida uma análise dos estudos de caso baseando-se na metodologia de Achten, conforme o procedimento descrito a seguir: 1. Organização das informações: Estabelecimento de comunicação entre os dados levantados sobre os projetos e apresentação de uma ficha projetual explicativa para cada um dos estudos de caso. A ficha será constituída pelas seguintes informações: • período de desenvolvimento e autores do projeto (arquiteto/escritório); • contexto histórico (país, estado, cidade e condições em que foi desenvolvido o projeto); • matrizes da Métrica de Inovação de acordo com os critérios estabelecidos por Achten; • tecnologias implantadas no processo de projeto e produção (se houver). 2. Projetos - conceito, metodologia, tecnologia: Análise descritiva do processo de projeto de cada estudo de caso, abordando conceito, metodologia e tecnologia apresentados na bibliografia pesquisada e sua relevância na concepção do projeto, bem como em seu resultado formal. A análise será baseada em material publicado em sites e revistas especializadas. A apresentação dos casos deve seguir a seguinte ordem: • contexto – país, cidade, arquiteto/escritório (informações relevantes para o entendimento do processo de projeto do estudo de caso); • metodologia utilizada ou desenvolvida pelo autor do projeto arquiteto/escritório/programadores/projetistas); • tecnologia (ou tecnologias) utilizada(s) no processo de concepção do projeto e produção do estudo de caso (quando houver); • Outras informações (quando houver). 3. Sobre os autores: breve introdução sobre os autores dos projetos e seus Projetos/pesquisas mais relevantes. 4. Tabelas, infográficos e dados sobre os projetos. A ocupação das áreas distantes por população de baixa renda através de loteamentos clandestinos ampliou-se a partir da década de 1930 quando o bonde foi substituído pelo onibus e o governo implantava uma política de expanção do sistema viário. [ MORAES, 2007] No âmbito dessas ações, a principal foi o Plano de Avenidas, o qual proporcionou a transformação de uma cidade concentrada para uma cidade espraiada. Dessa forma, entende-se que os novos meios de locomoção aliados à crise habitacional, intensificada com a migração e a implantação de loteamentos populares intensificaram a fuga em massa para a periferia recém instalada, e a esse processo de periferização aliava-se a precarização da qualidade de vida e da moradia. A política de expansão sem regras da cidade continuou na década de 1940 e no período de 1950 e 1960 essa política ficou conhecida como Laissez-Faire urbano, uma vez que tinha-se a omissão intencional dos governos quanto à ocupação desordenada do território e quanto à desobediência às leis urbanísticas existentes. A partir da década de 1970, a questão das periferias volta a ser colocada nas discussões políticas e no discurso do poder político de forma mais intensa, após ter sido ignorada e mascarada durante décadas. O Estado foi obrigado a voltar-se para as questões da periferia para tentar sua reconstituição, pois as demandas da sociedade civil há tempos se avolumavam. Assim, a criação do BNH foi uma das formas desenvolvidas pelo Estado como tentativas de resolver a questão habitacional, porém, o programa não foi suficiente para suprir uma demanda que avolumou-se durante décadas e que ainda hoje é um desafio pra a gestão pública. Já a década de 1980, significou um período de intensa recessão, estagnação produtiva, desaquecimento da atividade industrial e ampliação das desigualdades sociais. A crise mundial de superprodução desestimulou a economia e aumentou as taxas de desemprego no mundo capitalista, fato que traria importantes reflexos nas sociedades desenvolvidas. [MORAES, 2007] Esse cenário socio-economico na metrópole paulista é caracterizado por Kowarick [1985] como “metrópole do subdesenvolvimento industrializado”, mostrando que São Paulo tranformou-se em uma região de intensa industrialização e crescimento econômico, mas também numa região de intensa desigualdade social com concentração de renda, empobrecimento da classe trabalhadora e segregação sócio- espacial, abrigando em seu território capital e subdesenvolvimento social. COMPLEXO HELIÓPOLIS Heliópolis possui aproximadamente um milhão de metros quadrados e localiza-se ao sul do município de São Paulo, região do Sacomã, tendo como limites a Avenida Juntas Provisórias, que se estende até a divisa com São Caetano do Sul que tem como divisor de águas o Rio Tamanduateí e a Av.Guido Aliberti. Fica a 25 km do centro de São Paulo. O transporte público não entra em algumas ruas da comunidade, pois as mesmas são estreitas, então as pessoas se deslocam até as vias principais, como a Estrada das Lágrimas,Av. Almirante Delamare, Rua Cel. Silva Castro e Rua Cônego Xavier, onde estão localizados os pontos de ônibus. A rua lateral do hospital Heliópolis funciona como um terminal, possui ônibus para vários locais, pois a demanda é grande - o hospital atende em média 1.000 pessoas. Referente à infra-estrutura urbana, segundo o IBGE, Heliópolis conta com 83% de abastecimento de água, 62% de esgotamento sanitário, 94% das casas possui rede elétrica, 57% das ruas são iluminadas, 97% das vias são pavimentadas. Com as obras do Programa de Aceleramento do Governo Federal- PAC que iniciou em julho de 2008, o projeto quer chegar a 100% de ruas asfaltadas. O objetivo do PAC consiste em realizar um conjunto de medidas destinadas a: incentivar o investimento privado; aumentar o investimento público em infra-estrutura e remover obstáculos burocráticos, administrativos,normativos, jurídicos e legislativos) ao crescimento do local. O PAC depende da participação do executivo, legislativo, dos trabalhadores e dos empresários e por esse motivo foi montada uma comissão em Heliópolis formada por diversas lideranças, uma de cada gleba, para acompanhar o andamento das obras, mas também para participar da elaboração dos projetos, realizando reuniões comunitárias. Em 2010, dos 125 mil habitantes da comunidade de Heliópolis, a maioria – aproximadamente 120 mil – já havia sido beneficiada pelo PAC por meio de parceria entre os governos federal, estadual e municipal. O projetos dos arquitetos Hector Vigliecca e Ruy Ohtake entram nesse contexto de reformas e melhoramentos na favela. Os projetos e seus estudos de caso serão apresentados a seguir: PROJETO GLEBA A PROJETO GLEBA H PROJETO GLEBA K

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Apartamento de interesse social com 02 dormitórios, sala de jantar e estar, cozinha e 01 banheiro.Área de 49,95m². Apartamento tipo

Hall de Circulação: 21m² epermite o acesso aos apartamentos

INTRODUÇÃO: PROCESSO DE PERIFERIZAÇÃO ESTUDO DE CASOMETODOLOGIA DE TRABALHO

AMARAL, A. A. C. . Habitação na Cidade de São Paulo. 2. ed. São Paulo: Instituto Polis/ PUC-SP, 2002. ARANTES, Otília B. Fiori (Org.). A cidade do Pensamento Único: desmanchando consenso. 3. ed. Petrópolis: Editora Vozes, 2002.BONDUKI, Nabil (Org.). Comissão de Estudos Sobre Habitação na Área Central. 1. ed. São Paulo: Câmara Municipal de São Paulo – serviço gráfico da CMSP, 2001. v.1 131 p.DIOGO, Érica. Habitação Social nas Áreas Centrais. Instituto Pólis, Boletim DICAS, São Paulo, n.185, 2001.LEFEVBRE, Henry. A cidade do capital; tradução: Maria Helena Rauta Ramos e Marilene Jamur - Rio de Janeiro, DP&A, 2001. Título original: La Pensée Marxiste et la ville. 2ª ed.MARICATO, E. T. M. . Habitação Social em Áreas Centrais. Óculum, Campinas, n. 1, p. 13-24, 2000.MARICATO, E. T. M. ; MATTOS, C. ; MEYER, Regina; ROLNIK, R. ; SOMECK, Nadia. Urbanismo na periferia do mundo globalizado: metrópoles brasileiras. São Paulo em Perspectiva, São Paulo, v. 14, n. 4, p. 21-33, 2000MARICATO, Ermínia. Na periferia do mundo globalizado: metrópoles brasileiras; In. Brasil, cidades– alternativas para a crise urbana. Petrópolis: Vozes, 2001.MEYER, Regina M. P. et al. Documento 1. São Paulo, Associação Viva o Centro, 1993.ROLNIK, Raquel. São Paulo. São Paulo: Publifolha, 2003. (Coleção Folha Explica).SANTOS, Milton. A urbanização brasileira. São Paulo, Hucitec, 1993.SILVA, H. M. M. B. . O centro de São Paulo: que futuro para a habitação?. 2001.SILVA, H. M. M. B. ; CASTRO, C. M. P. . A legislação, o mercado e o acesso à habitação em São Paulo. In: Habitação: como ampliar o mercado, 1997, São Paulo, 1997. p. 1-35.SILVA, Luís Octávio. Breve história do centro de São Paulo: sua decadência e reabilitação. In: SHICCHI, Maria Cristina; SUTTI, Weber. Conflitos em torno do direito á moradia na região central de São Paulo. 2005VILLAÇA, Flávio. Espaço intra-urbano no Brasil. Studio Nobel, Fapesp, São Paulo, 1998.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

AGRADECIMENTOS:

laboratório dee s t u d o s e ma r q u i t e t u r acontemporânea

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2008-Gleba K, Heliópolis, São Paulo, Brasil

Ruy Ohtake | Conjunto Habitacional Heliópolis

Cliente: Prefeitura da Cidade de São Paulo_Secretaria da Habitação

Tipologia Imagem Aérea Entorno(fonte: google earth)

Imagem Maquete eletrônica(fonte: site do arquiteto)

São Paulo - Estado São Paulo - Município Heliópolis Conjunto Residencial

FONTE IMAGENS: site do arquiteto

HABITAÇÃO COMÉRCIO INSTITUCIONAL ESTACIONAMENTO PÚBLICO SEMI-PÚBLICO288 unidades(18 blocos com 4 pavimentos e 4 apartamentos por andar)14.385,6 m²

TIPOLOGIAS [unid]: NEGOCIAÇÃO [unid.]: ÁREAS [m²]: ÁREAS:

68,15% 0%

0 vagas(todas externas ao condomínio)

0%

Circulação: 21m² em cada bloco1.512 m² no total ( 18 blocos)

- quitinetes -- 1 dormitório -- 2 dormitórios 288- 3 dormitórios -

-venda particular --venda subsidiada 288-aluguel social --aluguel comum -

- Apartamentos de 2 dormitóriosÁrea = 49.95m²

Área do terreno: 9.500m²Área total construída: 15.897,6m²coeficiente de aproveitamento: 1,67

0%

Jardins do térreo 5525,6m²

7,1%24,75%

Gerenciamento:

Métrica de Inovação

Visita à obra. Fonte: autor

2010 - Gleba H- Heliópolis, São Paulo, Brasil

Hector Vigliecca | Habitação Social em Heliópolis

Cliente: Município de São Paulo

HABITAÇÃO COMÉRCIO INSTITUCIONAL ESTACIONAMENTO PÚBLICO SEMI-PÚBLICO186 unidades10.557m²

TIPOLOGIAS [unid]: NEGOCIAÇÃO [unid.]: ÁREAS [m²]: ÁREAS:

45,6% 4% 0%

- quitinetes -- 1 dormitório -- 2 dormitórios 186- 3 dormitórios -

-venda particular --venda subsidiada 202-aluguel social --aluguel comum -

- Apartamentos de 2 dormitóriosÁrea =56.76m ²

Área do terreno: 11.700 0m²Área total construída: 11.466,45m²coeficiente de aproveitamento: 0.98

0%

São Paulo - Estado São Paulo - Município Heliópolis Conjunto Residencial

-Quadra poliesportiva-Jardins 1964,70m²

15%35,4%

Héctor Vigliecca, Luciene Quel, Ruben Otero, Ronald Werner Fiedler, Neli Shimizu, Lilian Hun, Thaísa Folgosi Fróes, Ana Carolina Damasco Pena, Gabriel Azevedo Farias.Administração: Paulo de Arruda Serra, Luci Tomoko Maie.

Métrica de Inovação

16 unidades908,2m²

IMPLANTAÇÃO - croqui MAQUETE ELETRONICA CANTEIRO DE OBRAS

FOTOS: autor - 28/07/2011

Placa na obra

OBS: obra em estágio inicial. Há pouca informação sobre o projeto original.

2004-2007Gleba A- Heliópolis, São Paulo, Brasil

Hector Vigliecca | Conjunto Habitacional Heliópolis

Cliente: Município de São Paulo

HABITAÇÃO COMÉRCIO INSTITUCIONAL ESTACIONAMENTO PÚBLICO SEMI-PÚBLICO39 unidades

2100,0m²

TIPOLOGIAS [unid]: NEGOCIAÇÃO [unid.]: ÁREAS [m²]: ÁREAS:

78,4% 0%

14 vagas175m²(todas externas ao condomínio)

5,3%

Páteos internos - 300m²Térreo - 540m²

- quitinetes -- 1 dormitório -- 2 dormitórios 39- 3 dormitórios -

-venda particular --venda subsidiada --aluguel social 39-aluguel comum -

- Apartamentos de 2 dormitóriosÁrea = 52,0m²

Área do terreno: 2000m²Área total construída: 3.300m²coeficiente de aproveitamento: 1,65

0%

São Paulo - Estado São Paulo - Município Heliópolis Conjunto Residencial

16,3%0%

Héctor Vigliecca, Luciene Quel, Ruben Otero, Ronald Werner Fiedler, Neli Shimizu, Lilian Hun, Thaísa Folgosi Fróes, Ana Carolina Damasco Pena, Gabriel Azevedo Farias.Administração: Paulo de Arruda Serra, Luci Tomoko Maie.

Fonte Imagens:Site do arquiteto - www.vigliecca.com.br - acesso em dezembro/2010

Métrica de Inovação

IMPLANTAÇÃO FACHADA RECUPERAÇÃO DO CÓRREGO

ANTES

DEPOISCanalização do córrego

1.Revisão Bibliográfica completa e pesquisa sobre a periferização da área compreendida pelo bairro Ipiranga e o surgimento da favela Heliópolis;

2.Estudos direcionados à compreensão do projeto de urbanização da área de estudo;

3.Estudo dos conjuntos Residenciais projetados por Hector Vigliecca e Ruy Ohtaje e a importância de sua inserção na área;

4.Entrar em contato com os arquitetos responsáveis pelo projeto e marcar entrevista;

5.Fazer interpretações e análises críticas do material levantado em modelo gráfico e monográfico;

Dado o aumento da complexidade em projetos contemporâneos, a disciplina da arquitetura recentemente iniciou uma fase de questionamentos anteriormente pouco abordados, tal como a o uso de métodos de projetos com auxílio computacional, permitindo aos arquitetos investigar mais profundamente questões relativas à sustentabilidade, à gestão de recursos, aos meios de produção e ao desenvolvimento de formas mais complexas (ACHTEN, 2009 apud MENDES, 2010).Buscando ser o mais imparcial possível no estudo de caso dos projetos habitacionais em estudo, e aplicando uma metodologia de avaliação ainda pouco difundida no Brasil, a análise das obras em questão seguirá um mesmo protocolo de avaliação, que será baseado na metodologia de Achten (vide item 5.1.2) e que tem como objetivo a análise de contexto de cada projeto quanto às tecnologias e metodologias utilizadas no processo de projeto. É importante ressaltar que, visto que as entrevistas com os arquitetos em questão não se tornaram possíveis, a avaliação dos estudos de caso irá se basear no material gráfico disponível em publicações e em sites de arquitetura, permitindo assim avaliar também o nível de informação que é repassado pelos escritórios e que fica ao alcance de todos.

LEVANTAMENTO E ORGANIZAÇÃO DAS INFORMAÇÕES

A partir do estudo da bibliografia e da coleta de dados sobre os projetos, foi desenvolvida uma análise dos estudos de caso baseando-se na metodologia de Achten, conforme o procedimento descrito a seguir:

1. Organização das informações: Estabelecimento de comunicação entre os dados levantados sobre os projetos e apresentação de uma ficha projetual explicativa para cada um dos estudos de caso. A ficha será constituída pelas seguintes informações:

• período de desenvolvimento e autores do projeto (arquiteto/escritório);• contexto histórico (país, estado, cidade e condições em que foi desenvolvido o projeto);• matrizes da Métrica de Inovação de acordo com os critérios estabelecidos por Achten;• tecnologias implantadas no processo de projeto e produção (se houver).

2. Projetos - conceito, metodologia, tecnologia: Análise descritiva do processo de projeto de cada estudo de caso, abordando conceito, metodologia e tecnologia apresentados na bibliografia pesquisada e sua relevância na concepção do projeto, bem como em seu resultado formal. A análise será baseada em material publicado em sites e revistas especializadas. A apresentação dos casos deve seguir a seguinte ordem:

• contexto – país, cidade, arquiteto/escritório (informações relevantes para o entendimento do processo de projeto do estudo de caso);• metodologia utilizada ou desenvolvida pelo autor do projeto arquiteto/escritório/programadores/projetistas);• tecnologia (ou tecnologias) utilizada(s) no processo de concepção do projeto e produção do estudo de caso (quando houver);• Outras informações (quando houver).

3. Sobre os autores: breve introdução sobre os autores dos projetos e seus Projetos/pesquisas mais relevantes.4. Tabelas, infográficos e dados sobre os projetos.

A ocupação das áreas distantes por população de baixa renda através de loteamentos clandestinos ampliou-se a partir da década de 1930 quando o bonde foi substituído pelo onibus e o governo implantava uma política de expanção do sistema viário. [ MORAES, 2007]No âmbito dessas ações, a principal foi o Plano de Avenidas, o qual proporcionou a transformação de uma cidade concentrada para uma cidade espraiada. Dessa forma, entende-se que os novos meios de locomoção aliados à crise habitacional, intensificada com a migração e a implantação de loteamentos populares intensificaram a fuga em massa para a periferia recém instalada, e a esse processo de periferização aliava-se a precarização da qualidade de vida e da moradia.A política de expansão sem regras da cidade continuou na década de 1940 e no período de 1950 e 1960 essa política ficou conhecida como Laissez-Faire urbano, uma vez que tinha-se a omissão intencional dos governos quanto à ocupação desordenada do território e quanto à desobediência às leis urbanísticas existentes.A partir da década de 1970, a questão das periferias volta a ser colocada nas discussões políticas e no discurso do poder político de forma mais intensa, após ter sido ignorada e mascarada durante décadas. O Estado foi obrigado a voltar-se para as questões da periferia para tentar sua reconstituição, pois as demandas da sociedade civil há tempos se avolumavam.Assim, a criação do BNH foi uma das formas desenvolvidas pelo Estado como tentativas de resolver a questão habitacional, porém, o programa não foi suficiente para suprir uma demanda que avolumou-se durante décadas e que ainda hoje é um desafio pra a gestão pública.Já a década de 1980, significou um período de intensa recessão, estagnação produtiva, desaquecimento da atividade industrial e ampliação das desigualdades sociais. A crise mundial de superprodução desestimulou a economia e aumentou as taxas de desemprego no mundo capitalista, fato que traria importantes reflexos nas sociedades desenvolvidas. [MORAES, 2007]Esse cenário socio-economico na metrópole paulista é caracterizado por Kowarick [1985] como “metrópole do subdesenvolvimento industrializado”, mostrando que São Paulo tranformou-se em uma região de intensa industrialização e crescimento econômico, mas também numa região de intensa desigualdade social com concentração de renda, empobrecimento da classe trabalhadora e segregação sócio-espacial, abrigando em seu território capital e subdesenvolvimento social.

COMPLEXO HELIÓPOLIS

Heliópolis possui aproximadamente um milhão de metros quadrados e localiza-se ao sul do município de São Paulo, região do Sacomã, tendo como limites a Avenida Juntas Provisórias, que se estende até a divisa com São Caetano do Sul que tem como divisor de águas o Rio Tamanduateí e a Av.Guido Aliberti. Fica a 25 km do centro de São Paulo. O transporte público não entra em algumas ruas da comunidade, pois as mesmas são estreitas, então as pessoas se deslocam até as vias principais, como a Estrada das Lágrimas,Av. Almirante Delamare, Rua Cel.Silva Castro e Rua Cônego Xavier, onde estão localizados os pontos de ônibus. A rua lateral do hospital Heliópolis funciona como um terminal, possui ônibus para vários locais, pois a demanda é grande - o hospital atende em média 1.000 pessoas.Referente à infra-estrutura urbana, segundo o IBGE, Heliópolis conta com 83% de abastecimento de água, 62% de esgotamento sanitário, 94% das casas possui rede elétrica, 57% das ruas são iluminadas, 97% das vias são pavimentadas. Com as obras do Programa de Aceleramento do Governo Federal- PAC que iniciou em julho de 2008, o projeto quer chegar a 100% de ruas asfaltadas. O objetivo do PAC consiste em realizar um conjunto de medidas destinadas a: incentivar o investimento privado; aumentar o investimento público em infra-estrutura e remover obstáculos burocráticos, administrativos,normativos, jurídicos e legislativos) ao crescimento do local. O PAC depende da participação do executivo, legislativo, dos trabalhadores e dos empresários e por esse motivo foi montada uma comissão em Heliópolis formada por diversas lideranças, uma de cada gleba, para acompanhar o andamento das obras, mas também para participar da elaboração dos projetos, realizando reuniões comunitárias.Em 2010, dos 125 mil habitantes da comunidade de Heliópolis, a maioria – aproximadamente 120 mil – já havia sido beneficiada pelo PAC por meio de parceria entre os governos federal, estadual e municipal.O projetos dos arquitetos Hector Vigliecca e Ruy Ohtake entram nesse contexto de reformas e melhoramentos na favela. Os projetos e seus estudos de caso serão apresentados a seguir:

PROJETO GLEBA A

PROJETO GLEBA H

PROJETO GLEBA K