habilidade visomotora na síndrome de cohen: um estudo de caso
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VIII ENCONTRO DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE PESQUISADORES EM EDUCAÇÃO ESPECIAL
Londrina de 05 a 07 novembro de 2013 - ISSN 2175-960X
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HABILIDADE VISOMOTORA NA SÍNDROME DE COHEN: UM ESTUDO DE
CASO
ELIZÂNGELA FERNANDES FERREIRA Universidade Federal de São Carlos
MEY DE ABREU VAN MUNSTER Universidade Federal de São Carlos
Pesquisa com financiamento Capes
INTRODUÇÃO
Síndrome de Cohen foi descoberta entre os anos de 1968 a 1979, fruto dos estudos de dois
médicos Cohen e Hayden (POMBO, 1984; KIVITIE-KALLIO; NORIO, 2001; BALLESTA;
LAJARÍN; LILLO, 2004). Inicialmente foi nomeada como Síndrome de Proteus, hoje mais
usualmente é chamada de Síndrome de Cohen, sendo conhecida e estudada no mundo todo,
contudo são poucos os casos desta síndrome. Até o ano de 2003 foram registrados 1000 casos
em todo o mundo (BALLESTA; LAJARÍN; LILLO, 2004). Trata-se de uma síndrome
hereditária, com um modo de transmissão autossômica recessiva (POMBO, 1984; KIVITIE-
KALLIO; NORIO, 2001; BALLESTA; LAJARÍN; LILLO, 2004).
As principais características encontradas em pessoas com o diagnóstico desta síndrome são,
falha no desenvolvimento infantil e obesidade troncular na adolescência, hipotonia, retardo
psicomotor, deficiência intelectual, microcefalia, hipotonia, distrofia retinal, grande amplitude
articular face peculiar e anomalias dos pés e mãos (POMBO, 1984; KIVITIE-KALLIO;
NORIO, 2001; BALLESTA; LAJARÍN; LILLO, 2004; JUNIOR, et al., 2007).
Com intuito de amenizar o retardo psicomotor desencadeado pela síndrome e oportunizar a
independência e autonomia em atividades diárias que podem ser comprometidas por um
atraso no desenvolvimento psicomotor, pode-se desenvolver estimulações sensório motoras.
Autores como Ballesta, Lajarín, Lillo, (2004) mencionam a importância de desenvolver
trabalhos terapêuticos e psicopedagógicos com esta população.
Assim, com o intuito de amenizar possíveis disfunções sensório motoras, e
concomitantemente trabalhar o desenvolvimento motor, afetivo e social de pessoas com
deficiência, tem-se a psicomotricidade, amplamente utilizada como nos estudos de Lapierre e
Aucouturier (1984), Fonseca (1995; 2008), Ferreira (2001), entre outros. De acordo com a
Sociedade Brasileira de Psicomotricidade o objeto de estudo desta área é o homem através do
seu corpo em movimento e em relação ao seu mundo interno e externo (SILVA, 2012).
Para Galvani (2002) e Figueiredo (2005) a Psicomotricidade pode ser utilizada como
principio psicopedagógico, pois é uma ciência que contribui para o desenvolvimento integral
do indivíduo. Esta área do conhecimento está estruturada em três pilares: o querer fazer
(emocional), o poder fazer (motor) e o saber fazer (cognitivo). A união de atividades motoras,
planejadas em uma sequência, visando um objetivo denomina-se de intervenção psicomotora.
A intervenção psicomotora tem como fundamentos básicos a Tonicidade, Equilíbrio,
Lateralidade, Esquema Corporal, Estruturação espaço-temporal, Coordenação Global e
Coordenação Fina. A estimulação dos fundamentos psicomotores permite a ampliação do
repertório motor do indivíduo e possibilita a experimentação de diferentes sensações de
maneira ordenada e monitorada (FONSECA, 1995; FONSECA 2008). Assim, devido à
variedade de estímulos, as intervenções psicomotoras podem contribuir no desenvolvimento
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psicomotor de pessoas com atrasos em seus fundamentos. Dessa maneira pode-se ampliar o
padrão psicomotor e enfatizar atividades que possibilitem uma autonomia e independência
nas atividades diárias. Desta forma, a intervenção psicomotora quando planejada
adequadamente apresentam resultados positivos (FERREIRA, TORRES, no prelo).
Neste trabalho a ênfase foi estimular o fundamento psicomotor, coordenação motora global.
Tal fator é compreendido como tarefas motoras sequenciais globais, exigindo a atividade
conjunta de vários grupos musculares (FONSECA, 1995; FONSECA 2008), ou seja, pode ser
compreendida como o recrutamento dos grandes grupos musculares durante o movimento
(GALLAHUE, 2002).
Ao estudar este fundamento de acordo com Kephart (1971 apud FONSECA, 1995), é possível
observar a postura, a locomoção, o contato, a recepção e o lançamento de um objeto. A
coordenação motora global envolve outros fundamentos psicomotores como a tonicidade,
estruturação espaço-temporal, equilíbrio, esquema corporal, lateralidade (FONSECA, 1995).
Por se tratar de um componente influenciável pelos demais fatores optou-se por trabalhar com
este fundamento e em específico as habilidades visomotoras.
A habilidade visumotora é dependente do complexo visomotor (desenvolvimento perceptivo-
motor), o qual é composto por oito estágios, compreendendo desde os sistemas de respostas
inatas a sistemas de conceitualização (FONSECA, 2008). Dentro deste processo tem-se que
considerar a coordenação visomotora como uma
“(...) capacidade que consiste em coordenar a modalidade sensorial visual com a
produção de respostas grafomotoras, também denominada coordenação visuomotora, integrando, em relação significativa, movimentos corporais e
aquisições visuais (FONSECA, p. 284, 2008)”.
A habilidade visomotora pode estar relacionada tanto com a coordenação motora global como
a fina, atendo-se ao princípio básico que tal fundamento refere-se à capacidade de coordenar
os movimentos manuais com auxílio da visão (FONSECA, 1995). De acordo com o mesmo
autor, é importante avaliar neste fundamento a distância, a precisão do lançamento e o
planejamento motor. Entretanto, Gallahue e Ozmun (2001) também destacam a importância
de se recorrer ao padrão do desenvolvimento motor para a aquisição das habilidades motoras
básicas. Sendo necessário observar a etapa que o indivíduo se encontra e estimulá-lo para a
fase subsequente.
Nos estudos de Gallahue e Ozmun (2001) é possível consultar o padrão de desenvolvimento
motor para cada habilidade motora básica. A habilidade de lançar possui a seguinte sequência;
Estágio inicial, Posição de pernas abertas, cada uma a igual distância da bola; Bola é
apanhada com as mãos pelas laterais, com as palmas viradas uma para a outra; Inclinação
aguda da cintura, com movimento pendular dos braços para trás; Olhos acompanham a bola;
Inclinação do braço para frente e elevação do tronco com liberação da bola. Estágio
elementar, Passos largos em direção à bola; Bola é apanhada com uma mão embaixo e a outra
em cima; Braço se inclina para baixo sem transferência de peso para trás; Inclinação do joelho
limitada; Inclinação para frente com acompanhamento limitado da bola; Bola é liberada no
nível entre o joelho e a cintura; Olhos acompanham alternadamente o alvo e a bola. Estágio
maduro, Passos largos em direção à bola; Bola é apanhada pela mão correspondente à perna
de trás; Rotação suave do quadril e inclinação do tronco para frente; Inclinação do joelho
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pronunciada; Inclinação para frente com transferência de peso do pé de trás para o pé da
frente; Liberação da bola no nível do joelho ou abaixo; Olhos se fixam no alvo durante todo o
movimento.
Nesta perspectiva o presente estudo tem por objetivo avaliar a eficácia da intervenção
psicomotora no estímulo da habilidade visomotora em um adulto com hipótese diagnóstica de
Síndrome de Cohen.
MÉTODO
Caracterização do estudo
Trata-se de um estudo de cunho quantitativo, envolvendo pesquisa experimental. O
delineamento utilizado foi o intrassujeitos, do tipo AB, o qual tem o sujeito como seu próprio
controle, sendo composto por no mínimo duas condições; a linha de base (A) e a intervenção
(B). Esse delineamento é indicado para pesquisas experimentais ou quase-experimentais em
populações heterogêneas, como as que forma a área da Educação Especial (LOURENÇO;
HAYASHI; ALMEIDA, 2009).
Após a concordância dos pais acerca da participação da filha neste estudo, com a assinatura
do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, procedeu-se à explicação do que seria a
intervenção psicomotora e discorreu-se sobre os fundamentos básicos da psicomotricidade.
Local da pesquisa
A coleta de dados foi desenvolvida em domicilio do participante, residente em uma cidade de
médio porte do interior paulista, duas vezes por semana, com duração de 50 minutos cada. As
atividades foram desenvolvidas em ambiente apropriado, dadas as condições de ventilação,
iluminação e amplitude.
Amostra:
Participou deste estudo um adulto do gênero feminino, com idade de 25 anos, com hipótese
diagnóstica de Síndrome de Cohen.
Materiais utilizados
Os materiais utilizados na linha de base e nas intervenções foram o aparelho de som, CD
musicais, objetos como bola e garrafas de plástico todas com a capacidade de 500 ml (com a
finalidade de evitar que as garrafas fossem derrubadas facilmente, foi colocado 100 gramas de
areia fina em cada garrafa). Neste trabalho denominaram-se as garrafas de pinos.
Procedimentos de coleta de dados
Para a coleta de dados utilizou-se uma ficha de observação construída pela pesquisadora. Tal
instrumento foi baseado em análise da tarefa, sendo necessário recorrer às etapas da
habilidade motora fundamental manipulativa, do tipo lançar (GALLAHUE; OZMUN, 2001).
O instrumento foi empregado em todas as sessões, pois ele permite analisar as fases do
movimento, como também, o desempenho motor.
Desta forma, o participante foi submetido à avaliação inicial, correspondente às sessões da
linha de base, em seguida, iniciou-se a intervenção psicomotora.
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Os lançamentos realizados (cinco) foram observados e com a utilização da ficha de
observação, os dados foram registrados. O participante recebia uma pontuação referente à
execução do movimento, juntamente com a quantidade de pinos arrebatados. Ao final da
sessão, registravam-se, na ficha, os pontos obtidos em cada tentativa, como também, o total
de pontos obtidos, em porcentagem, obtendo-se assim o desempenho do participante naquela
sessão.
A atribuição da pontuação foi baseada em dois critérios: a qualidade do movimento (Quadro
1), a qual poderia obter uma pontuação mínima de 1 e máxima de 15. No número de pinos
arrebatados (Quadro 2) a pontuação mínima era de 0 e máxima de 8.
Quadro 1- Pontuação referente à qualidade da habilidade motora fundamental
manipulativa do tipo lançar
Qualidade do movimento (QM) Pontos
Posição das pernas abertas, ou unidas. 1
Empunhadura com as palmas viradas uma para outra. 1
Inclinação aguda da cintura, com movimento pendular dos braços para trás. 1
Olhos acompanham a bola. 1
Inclinação do braço para frente e elevação do tronco com liberação da bola. 1
Empunhadura com uma mão embaixo da bola. 2
Empunhadura com uma mão embaixo e outra em cima. 2
Inclinação do joelho limitada 2
Inclinação para frente com acompanhamento limitado da bola. 2
Bola liberada no nível entre joelho e a cintura. 2
Olhos acompanham alternadamente o alvo e a bola. 2
Passos largos em direção à bola. 3
Bola é apanhada pela mão correspondente á perna de trás. 3
Rotação suave de quadril e inclinação para a frente. 3
Liberação da bola no nível do joelho ou abaixo. 3
Olhos se fixam no alvo durante todo o movimento. 3
Fonte: Elaborado pela pesquisadora.
Quadro 2- Pontuação referente à quantidade de pinos arrebatados durante o
lançamento
Pinos arrebatados Pontos
0 0
1 1
2 2
3 3
4 4
5 5
6 6
7 7
8 8
Fonte: Elaborado pela pesquisadora
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As respostas foram anotadas de acordo com o desempenho do participante em cada tentativa,
e somadas ao final da sessão. Os registros eram anotados ao decorrer da atividade de
intervenção.
Foram realizadas 12 sessões, sendo as 4 primeiras de linha de base e as 8 seguintes de
intervenção. Os dados da estimulação visomotora foram coletados por meio de sessões de
observação durante as intervenções.
Fase de linha de base (A):
As quatro sessões da linha de base foram composta pela aplicação da atividade de lançar a
bola (com o diâmetro 14 centímetros) em oito garrafas plásticas de 500 ml, com o acréscimo
de 100 gramas de areia fina em cada garrafa. Foi delimitada uma distância de 2 metros entre
as garrafas e a participante. Esta tinha cinco chances de lançamento para acertar as garrafas,
sendo que, a cada lançamento as garrafas derrubadas eram postas em pé para o próximo
lançamento. Não foi oferecido nenhum tipo de auxílio, somente o comando para lançar a bola.
O objetivo era verificar se o participante poderia realizar o movimento eficaz e arrebatar todas
as garrafas. Uma vez estabilizada a linha de base, iniciou-se a fase de intervenção.
Fase de intervenção (B):
A intervenção foi dividida em dois momentos. O primeiro momento foi composto por jogos e
brincadeiras entre o participante e a pesquisadora. Nesta etapa, a finalidade era vivenciar o
maior número de atividades que exigissem o fundamento visomotor, para haver a modelação
do movimento psicomotor. Desenvolveram-se jogos como lançamento em um único alvo,
lançar dentro do círculo, receber e lançar sem deixar a bola cair.
Em algumas atividades foi necessária a adaptação da bola, colocando uma bola menor como a
de tênis, ou uma mais leve (confeccionada com jornal) entre outras. As intervenções com esta
característica ocorrerram entre as sessões cinco a oito (ver Figura 1). Durante o
desenvolvimento desta etapa buscou oferecer todo auxílio (físico, verbal ou de demonstração)
necessário para o participante entender e internalizar o fundamento.
No segundo momento (sessões de nove a doze), obteve-se o foco na qualidade da execução do
movimento, para isso, foi necessário recorrer à dança. Foi montada uma coreografia com os
movimentos do padrão maduro da habilidade de lançar. A meta pretendida era o refinamento
do fundamento.
De modo geral as intervenções ocorreram da seguinte forma: iniciava-se com um
alongamento musical, vivência da atividade de ensino, prática de lançar aos pinos. Entende-se
na parte vivência da atividade, a aplicação das atividades jogos e brincadeiras ou a dança
coreografada.
A coleta de dados teve duração de dois meses. Ressalta-se que o período de intervenção teria
a duração necessária até que o participante obtivesse o escore máximo (100%) nos resultados.
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RESULTADOS
Será apresentado o desempenho do participante no treinamento da habilidade visomotora, e as
observações sobre as mudanças no movimento que ocorreram por meio do uso dos
procedimentos utilizados no decorrer das intervenções.
A Figura 1 mostra o desempenho na fase de linha de base em cada uma das fases de
intervenção que o participante conseguiu alcançar.
Figura 1 Evolução do participante em relação à habilidade visomotora.
Na fase de linha de base (sessões um, dois, três e quatro), o participante realizou o movimento
de lançar, pórem os movimentos restringiam ao padrão inicial, sendo que, para a sua idade
deveria apresentar o padrão maduro. Em relação a acertar os pinos, o participante não acertou
nenhum pino nas sessões um, dois e quatro, na sessão três conseguiu acertar cinco pinos na
última tentativa. No entanto, é importante ressaltar que a qualidade do movimento era
semelhante às sessões anteriores. Diante da expressão corporal e da quantidade de pinos
arrebatidos, observou-se que suas respostas não obtiveram êxito, uma vez que o objetivo era
verificar se poderia realizar o movimento corporal e abater os oito pinos com êxito. Nas fases
subsequentes foi possível observar uma evolução no desempenho do movimento corporal,
como também, dos pinos arrebatados.
Pode verificar-se que na linha de base, a resposta emitida pelo participante foi mínima
(sessões um, dois, três e quatro). Ao iniciar à fase de intervenção (sessões de cinco a doze), o
participante recebeu orientações verbais, demonstrativas e físicas. Verifica-se uma evolução
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significativa já no primeiro dia de intervenção (sessão cinco). Neste dia optou-se por trabalhar
com jogos e brincadeiras psicomotoras, tal procedimento foi utilizado até a sessão sete. Nas
sessões seguintes foi inserido a música e passos coreográficos que exigiam o movimento
corporal do ato de lançar.
Nas cinco primeiras intervenções (da sessão cinco a nove) foi necessário à pesquisadora
demonstrar o movimento de forma analítica (fragmentada) para o participante, como também,
houve necessidade de auxílio físico para execução do movimento. Nas duas sessões
subsequentes (dez e onze) o auxílio foi somente por comandos verbais. Já na última sessão
(doze), o participante realizou o movimento com eficácia e acertou os oito pinos sem auxílio
da pesquisadora.
DISCUSSÃO
O participante conseguiu atingir o padrão maduro do movimento da habilidade de lançar. O
delineamento experimental proposto, tendo o sujeito como seu próprio controle, foi ideal para
conseguir avaliar a evolução do fundamento psicomotor.
Na fase de linha, somente com o comando verbal para lançar a bola aos oito pinos, o
participante demonstrou ausência de equilíbrio, necessitando utilizar apoio do segmento
corporal braço não utilizado para o arremesso. Como também, apresentou rigidez nos
membros inferiores e superiores no ato de lançar a bola. Essas dificuldades são em
decorrência da própria síndrome, uma vez, que apresenta atraso motores (POMBO, 1984;
KIVITIE-KALLIO; NORIO, 2001; BALLESTA; LAJARÍN; LILLO, 2004; JUNIOR, et al.,
2007).
Durante a fase de intervenção foi possível observar o progresso do participante,
principalmente nas primeiras sessões (cinco, seis e sete). Pode-se perceber que o
desenvolvimento psicomotor obteve uma evolução significativa, principalmente no controle
postural, os desequilíbrios aconteceram com menor frequência e a mudança na trajetória do
membro inferior direito. É importante salientar, na linha de base, houve uma alternância de
membro inferior no momento de lançar a bola, ora o direito, ora o esquerdo, era solicitado.
Nesta etapa o participante começou a realizar o movimento com características do padrão
elementar. No entanto, ainda permaneciam alguns aspectos do padrão inicial, como por
exemplo, a posição da perna afastada, ou muito unida, não permitindo a rotação do quadril e a
bola lançada acima do nível da cintura. O estudo de Gallahue e Ozmun (2001) aponta
algumas dificuldades comuns durante o desenvolvimento da habilidade motora básica como, a
falha ao transferir o peso corporal para o pé de trás durante parte inicial da ação, a falha ao
posicionar a mão de controle diretamente sob a bola, a liberação da bola acima do nível da
cintura e liberação da bola em direção pendular.
Na intervenção subsequente (oito) foi possível verificar que o participante obteve um
decréscimo, e pode-se observar a sua dificuldade em associar o movimento de transferência
do peso da perna, fixar o olho no alvo e conseguir uma empunhadura adequada. Neste
momento foram inseridos às intervenções, passos coreográficos com utilização da música,
para estimular a orientação espaço-temporal, a consciência corporal e a coordenação global. A
inserção da música com os passos coreografados criados pelo participante, quanto pela
pesquisadora, além de estimular os fundamentos citados acima, tinha a preocupação em
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instigar a compreensão do movimento do ato de lançar. A dança permite explorar a
capacidade de movimentar de forma expressiva, prazerosa, harmoniosa, favorecendo o
intelecto e a descoberta corporal (VERDERI, 2009).
Após a inclusão da música nas intervenções o participante obteve uma evolução significativa
atingindo o padrão psicomotor visomotor eficaz, juntamente com o êxito de arrebatar os oito
pinos. Os estudos de Verderi (2009); Marques (2010) relatam a importância da música para o
aumento do repertório psicomotor nas pessoas que praticam a dança, alcançado bons
resultados.
CONCLUSÃO
A intervenção psicomotora associada a musica coreografada foi eficaz para auxiliar no ensino
aprendizagem da habilidade visomotora de um adulto com diagnóstico de Síndrome de
Cohen. Observou-se a evolução do padrão motor inicial para o padrão maduro após as
intervenções.
Considera-se importante que haja outros estudos utilizando a intervenção psicomotora
agregada a musica juntamente às pessoas com a Síndrome de Cohen ou outras deficiências
que possuem um atraso no desenvolvimento das habilidades psicomotoras. Como também,
pesquisas que aprofundem nos sete fundamentos da psicomotricidade.
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