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Page 1: H. Norman Wright - Perguntas que as mulheres fazem na intimidade 3
Page 2: H. Norman Wright - Perguntas que as mulheres fazem na intimidade 3

Perguntas que as

mulheres fazem na

intimidade 3

H. Norman Wright

Editora Bompastor

Digitalizado por Ziquinha

www.semeadores.net

Nossos e-books são disponibilizados gratuitamente,

com a única finalidade de oferecer leitura edificante a todos

aqueles que não tem condições econômicas para comprar.

Se você é financeiramente privilegiado, então utilize

nosso acervo apenas para avaliação, e, se gostar, abençoe

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SEMEADORES DA PALAVRA e-books evangélicos

Page 3: H. Norman Wright - Perguntas que as mulheres fazem na intimidade 3

SUMÁRIO

Introdução.....................................................................................................4

Pontos Explosivos no Casamento: Finanças, Alcoolismo, Sogros............8

Irresponsabilidade financeira do marido........................................................8

Planejando e mantendo um orçamento.........................................................11

Como lidar com o marido alcoólatra............................................................13

Problemas com a sogra.................................................................................18

Quando seu marido não se da bem com os sogros.......................................21

Colocar a própria família antes dos pais.......................................................23

Pontos Explosivos para os pais: Raiva, Frustração, Rebeldia, Drogas. 25

Como lidar com sua raiva e frustração.........................................................25

Como lidar com um filho rebelde.................................................................34

Acordo sobre dirigir o carro.........................................................................37

Aprendendo com seus filhos.........................................................................40

Convivendo com a turma errada...................................................................43

Como lidar com um filho mentiroso.............................................................44

O adolescente que usa drogas.......................................................................45

Famílias Disfuncionais...............................................................................47

Lidando com um pai não amoroso...............................................................51

Quebrando a corrente disfuncional...............................................................53

Habilidade de comunicação..........................................................................56

Page 4: H. Norman Wright - Perguntas que as mulheres fazem na intimidade 3

Introdução

Muito mais mulheres do que homens procuram a ajuda de um

conselheiro. As mulheres são muito mais propensas a querer encontrar

soluções e têm mais disposição para admitir que precisam da ajuda de outra

pessoa do que os homens. Vejo isto o tempo todo em meu próprio trabalho e

em nossa clínica. Ouço as mulheres discutirem muitas questões e

preocupações; algumas são solucionadas rapidamente enquanto outras

podem levar muitos meses. E as questões cobrem uma vasta gama.

Ouço algumas mulheres que se sentem impotentes, desmotivadas e

insatisfeitas na vida. Ouço outras que apenas querem melhorar o que parece

ser uma vida que já está funcionando relativamente bem. Sua aparência às

vezes engana. Elas quase sempre parecem saudáveis, fortes e como se

tivessem tudo sob controle. Mas o interior da mulher nem sempre combina

com o que vejo no exterior. A despeito das circunstâncias, muitas dessas

mulheres sentem-se vazias.

Essas mulheres estão fazendo perguntas honestas e estão procurando

uma maneira de preencher o vazio de suas vidas.

E você? Já foi alguma vez procurar aconselhamento? Alguma vez já

teve vontade de sentar-se com alguém para encontrar ajuda na solução de

um problema? Alguma vez já conjeturou que perguntas as mulheres fazem

nas sessões de aconselhamento? De tempos em tempos as pessoas me

perguntam sobre o que as outras conversam e por que procurariam um

completo estranho para abrir as suas vidas.

"O que as mulheres perguntam no aconselhamento?"

Page 5: H. Norman Wright - Perguntas que as mulheres fazem na intimidade 3

Apresentamos essa pergunta por carta numa pesquisa entre 700

conselheiros profissionais, ministros, conselheiros leigos e assistentes

sociais em 1992. Por mais incrível que pareça, recebemos mais de 700

respostas — um índice inacreditável de resposta.

Perguntamos: "Quais são as cinco perguntas feitas com maior

freqüência por suas clientes que indicam questões problemáticas ou

sensíveis com as quais elas estão lutando no aconselhamento?"

Recebemos mais de 3.500 perguntas. Mas, lembre-se, cada pergunta

feita pode refletir dezenas ou centenas de aconselhadas que fizeram essa

pergunta ao longo dos anos. Cada pergunta foi considerada cuidadosamente

e as perguntas feitas com maior freqüência foram selecionadas para servir

como base para esta série.

Pelos dados que reunimos, temos agora as perguntas mais

significativas e mais freqüentemente feitas pelas mulheres àqueles que elas

vêem como sendo capazes de ajudá-las. As perguntas incluem questões de

submissão, raiva, abuso, divórcio, casos extraconjugais, auto-estima,

intimidade, sexo, romance, como fazer o marido mudar, comunicação,

maternidade, finanças, lar versus trabalho, tensão, vícios, tristeza, abandono

e muitas outras.

Talvez você perceba que se identifica com algumas das perguntas

feitas neste livro. Pode ser que você tenha tido algumas destas mesmas

preocupações no passado ou talvez as esteja enfrentando no momento.

Os livros desta série refletem as perguntas que milhares de mulheres

têm feito. E por não estarmos no consultório de aconselhamento com a

quantidade normal de tempo para dissecar a questão e trabalhar juntos para

descobrir o problema e a solução, as respostas são um tanto mais diretas do

Page 6: H. Norman Wright - Perguntas que as mulheres fazem na intimidade 3

que você talvez ouvisse num aconselhamento. Tentarei oferecer a minha

opinião e dar sugestões baseadas no que aprendi em mais de 25 anos na

atividade de aconselhar, ensinar, estudar e dialogar com as aconselhadas.

O conteúdo desta série não contém a resposta final sobre qualquer

assunto. Antes, é planejado para oferecer sugestões e ajudá-la a descobrir

uma nova perspectiva sobre alguma questão, ou novas alternativas.

Considere-o como um ponto de partida em sua jornada. Você talvez

descubra uma situação idêntica ou semelhante à sua e seja capaz de aplicar

os princípios e sugestões.

Não se surpreenda se a resposta à questão ou pergunta que você está

buscando pessoalmente não seja encontrada na parte que você está

examinando. Talvez você a descubra em outro lugar, razão pela qual é

importante você ler todas as perguntas e respostas. Os capítulos se

sobrepõem de certa forma; a resposta a uma pergunta que não seja problema

para você pode oferecer a ajuda que você está procurando. O que você

descobrir pode não se encaixar exatamente, mas talvez você descubra um

princípio, uma idéia ou um conceito que poderá expandir, apropriar e aplicar

àquilo que a está preocupando. Leia atentamente, pois do seu processo

mental brotará a criatividade.

Se algo for concretizado pelo conteúdo deste livro, gostaria que fosse

o fato de ele ser para você uma fonte de esperança de que há respostas, há

esperança, pode haver novos começos na vida a despeito do que tiver

ocorrido em seu passado ou numa situação atual. Muitos que vêm em busca

de aconselhamento sentem-se presos, imobilizados no lugar por cimento

endurecido. Converso o tempo todo com pessoas que estão funcionando

Page 7: H. Norman Wright - Perguntas que as mulheres fazem na intimidade 3

fisicamente mas parecem ser emocional e espiritualmente mutiladas por

experiências passadas.

Esteja aberta para a mudança e o crescimento em sua vida. Quanto

mais vivemos com um problema ou situação intolerável, mais nossa visão

de mudança se torna deficiente. Vemos tão-somente a nossa situação atual e

permanecemos enraizados no lugar enquanto a vida e o mundo ao nosso

redor continuam em frente. Ficamos trancados no passado e no presente em

vez de olhar para o futuro. Quanto mais isso ocorre, mais o futuro parece ser

um mundo inatingível, etéreo, irrealista.

Você está hesitando em buscar a ajuda de alguém que possa orientá-la

e aconselhá-la? Está limitando seu futuro e crescimento por causa de um

medo ou ressentimento? Se você tem feito isso por algum tempo, sabe o que

tem conseguido realizar. Então, por que não tentar algo diferente? Busque

ajuda. Procure respostas neste livro. Use-as como um início de seu processo

de cura. Use-as para compartilhar com outros e torne-se uma fonte de cura

em suas vidas.

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Capítulo 1

Pontos Explosivos no

Casamento: Finanças,

Alcoolismo, Sogros

Irresponsabilidade financeira do

marido

COMO POSSO LIDAR COM A IRRESPONSABILIDADE FINANCEIRA DE MEU MARIDO?

Conflitos sobre dinheiro no casamento são comuns, mas é a importância

emocional ligada ao dinheiro que o torna um assunto tão volátil. Quando

ocorrem diferenças por dinheiro, talvez as perguntas subjacentes sejam:

"Você não confia em mim? Quanto posso confiar em você?"

Na maioria dos relacionamentos, o dinheiro tem diversos significados.

As finanças podem ser um símbolo de confiança e segurança, um meio de

controle, um reflexo de querer ser dependente ou independente. O dinheiro

P.R.

Page 9: H. Norman Wright - Perguntas que as mulheres fazem na intimidade 3

pode também ser um meio de status e estima. Quais são as crenças e

preocupações que você trouxe consigo para o casamento? Quais as do seu

cônjuge? Você é gastadeira ou econômica? O que ele é? O que o dinheiro

significa para você e para ele? Estas perguntas e questões subjacentes

precisam ser esclarecidas.

Como você aborda seu marido sobre suas preocupações? Você chama

o comportamento dele de "irresponsabilidade financeira"? Se o faz, não

espere grandes reações a não ser defesa e raiva. Compartilhe seu sentimento

de preocupação ou insegurança de forma amorosa para que ele possa

entender o que a está preocupando. Se você vir um padrão de gastos

financeiros que indique problemas, seja precisa e específica sobre o que a

preocupa a fim de transmitir uma mensagem clara a seu marido. Documente

especificamente o que você vê, bem como as conseqüências de qualquer

irresponsabilidade financeira.

Vocês têm dinheiro para todas as obrigações mensais ou estão

entrando cada vez mais no vermelho todos os meses devido aos gastos de

seu marido? Vocês têm um orçamento com uma alocação pessoal para gastar

como quiser? Quem estabeleceu o orçamento e vocês dois concordam com

ele?

Vocês já procuraram aconselhar-se com um consultor financeiro

cristão competente? Talvez seja esse o próximo passo. E se o dinheiro for

apenas um entre diversos conflitos no seu casamento, procurar

aconselhamento para todas as questões talvez seja a próxima questão a ser

tratada.

Às vezes o problema é que cada um dos dois coloca valor diferente no

dinheiro. Se for esse o caso, não deixe de fazer o seguinte:

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1. Desenvolva uma rotina fixa para pagar as despesas mensais

intransferíveis no primeiro dia de cada mês. Se um dos dois

tende a ser gastador, isso garantirá que os essenciais sejam

pagos primeiro.

2. Mantenham algum dinheiro separado para cada um de vocês a

fim de que nenhum dos dois se sinta confinado ou controlado

pelos hábitos do outro.

3. Se uma pessoa é propensa a acumular dívidas, talvez seja

necessário confrontá-la vigorosamente porque vocês podem ser

mutuamente responsáveis pela dívida dela. Faça força para

depositar todos os cheques de pagamento no banco e

estabeleça um limite sobre quanto dinheiro cada um tenha por

semana. Guarde todos os cheques e cartões de crédito em casa

e esforce-se para chegar a um acordo de que qualquer compra

acima de 50 reais precisa ser discutida pelos dois.

4. Discuta suas prioridades financeiras para que cada um de

vocês entenda o outro.

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Planejando e mantendo um

orçamento

Como posso fazer meu marido AJUDAR A PLANEJAR UM ORÇAMENTO E VIVER DENTRO DELE? ELE DIZ QUE QUER UM ORÇAMENTO, MAS DEPOIS SAI E GASTA E GASTA.

Vocês têm um orçamento atualmente? Você quer trabalhar para chegar a

um orçamento com o qual os dois concordem, bem como a um

compromisso de aderir a ele. Pergunte ao seu marido: "O que podemos fazer

para ter certeza de seguirmos este orçamento?"

Depois faça um plano. Reúnam-se a cada duas semanas para discutir

como o orçamento está funcionando. Se você já tem um orçamento, mas seu

cônjuge se recusa a viver dentro dele, os gastos dele podem ter outro

significado. Seu marido tem autocontrole em outras áreas da vida ou a

irresponsabilidade é um padrão contínuo em todas elas? Se for, os

problemas com dinheiro são outra manifestação de impulsividade e há

outros motivos para seu comportamento irresponsável.

Se seu marido concorda com um orçamento e depois o infringe, você

talvez queira lhe dizer: — Precisamos de ajuda. Concordamos com um

orçamento e depois o acordo é quebrado. Não entendo muito bem por que

P.R.

Page 12: H. Norman Wright - Perguntas que as mulheres fazem na intimidade 3

isso acontece, mas está afetando nossa posição financeira e minha confiança

em você. Talvez precisemos prestar contas a alguém, como um grupo de

outras pessoas que já trabalharam isto, um dos nossos ministros ou um

consultor financeiro. Estou ficando desesperada e apavorada com o que

pode nos acontecer financeiramente. Amo você e quero o melhor para nós.

O que sugere que façamos? Se seu marido falar que vai seguir o orçamento,

diga ainda: — Qual é o seu plano para segui-lo? O que vai fazer isso

funcionar desta vez e como posso ajudá-lo com seus planos de ficar dentro

dele? — Você precisará ser clara, específica, persistente e apoiadora. E se

isso não funcionar, procure assistência você mesma e deixe seu marido

saber que você está indo.

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Como lidar com o marido alcoólatra

Como posso lidar com MEU MARIDO ALCOÓLATRA?

Quando uma pessoa na família é alcoólatra, todos sofrem. A maioria de nós

sofreu com esse problema, de uma forma ou de outra. Talvez você sinta o

que o salmista sentiu: "Fizeste ao teu povo duras coisas, fizeste-nos beber o

vinho da perturbação [...] Para que os teus amados sejam livres, salva-nos

com a tua destra e ouve-nos" (Sl 60.3, 5).

Uma das perguntas em voga hoje é se o alcoolismo é um pecado ou

uma moléstia. Resumindo a discussão e a controvérsia — é as duas coisas.

O alcoolismo é uma doença, mas o alcoólatra ainda é responsável pela

decisão de beber ou não e de aceitar ou rejeitar ajuda para vencer o

problema.

Como Ajudar Seu Marido

O primeiro passo que você deve dar é tornar-se perita em alcoolismo

lendo bastante a respeito e freqüentando um grupo de Alcoólicos Anônimos

ou grupo de apoio às famílias de alcoólatras. Não há atalhos. Você tem um

grande problema em sua família e provavelmente já tentou solucioná-lo de

P.R.

Page 14: H. Norman Wright - Perguntas que as mulheres fazem na intimidade 3

diversas maneiras. Talvez já tenha jogado fora todas as bebidas alcoólicas

existentes em casa, implorado, implicado, berrado, raciocinado, barganhado,

pedido a outros que não dêem bebidas a ele, ameaçado com separação ou di-

vórcio, mantido um registro de quanto seu marido bebe, ido procurá-lo ou

cortado das finanças. E nada funcionou. Esses métodos não ajudam.

Os três passos mais importantes que você pode dar são confrontação,

desligamento e intervenção. A confrontação não tem relação alguma com

julgamento. Ela aponta fatos e trata do seu relacionamento com seu marido;

seu propósito é o de salvaguardar o amor, curar o relacionamento e ajudá-lo

a crescer.

É necessário evitar certas coisas para ajudar seu marido. Ao fazer as

mudanças, não explique o motivo, não tente ser a terapeuta dele, não lhe

pergunte por que faz o que faz e não faça ultimatos que você não está pronta

para cumprir. Confronte-o sempre que você achar que a bebida está afetando

você e seus filhos. A manhã, em geral, é a melhor hora. Não tente nunca

conversar com ele quando ele estiver sob a influência do álcool. Fale de

fatos e diga o que quer — imediatamente. Diga-lhe o que ele fez e como

isso a fez sentir-se.

Não dê uma de moralista nem pregue ou faça qualquer profecia sobre

o futuro. Deixe de fora suas próprias opiniões e conclusões. Não seja

repetitiva. Não importa se seu marido indicar ter ou não ouvido. Seu tom de

voz é a chave. Se for moralista e condenatório, você o perdeu. Não expresse

raiva ou medo. Mantenha a voz tão neutra quanto possível. Use mensagens

que traduzam o seu ponto de vista.

Se seu marido a acusar ou se enraivecer, fique longe de uma

discussão. Não é esse o seu propósito. Mencione as promessas que ele fez

Page 15: H. Norman Wright - Perguntas que as mulheres fazem na intimidade 3

para relembrar-lhe que espera que as cumpra. Você pode recomendar os

Alcoólicos Anônimos (AA) ou outra organização Semelhante, mas não

fique repisando o assunto. Assegure-se de ter a informação à mão para o

caso de ele atender à sua sugestão. Quando ele fizer algo, demonstre

apreciação c o afirme. Ele precisa dos seus elogios e reforço. Se a bebida

criou um conflito ou problema para ele, não o socorra. Fique de fora e deixe

que ele enfrente as conseqüências.1

Amor Firme. O desligamento é parte do processo de mudar a si

mesma, e isso precisa ocorrer. Ele significa desligar seu superenvolvimento

emocional com seu marido e as situações nas quais ele a mete. Isso não

significa que você deixa de amá-lo ou se importar com ele, embora ele possa

interpretar o que você está fazendo como sendo exatamente isso. Significa

que você lhe permite experimentar plenamente as conseqüências negativas

de seu comportamento alcoólatra. Isto é compaixão, não crueldade.

De certa forma, esta é uma forma de amor firme. Ela se reflete em sua

recusa de continuar encobrindo as faltas por ele. Deixe que ele ache um jeito

de chegar em casa à noite. Não ligue para seu escritório dizendo que ele está

"doente". Não o socorra financeiramente. Se ele for pego dirigindo

alcoolizado, deixe-o ficar na cadeia por algum tempo. Já vi isso fazer

maravilhas. Não tolere nenhum abuso físico ou verbal.

Intervenção. Há alguns anos pensava-se que os alcoólatras precisavam

"chegar ao fundo do poço" antes de procurar qualquer tipo de ajuda. O

advento do processo de intervenção, contudo, ajuda a levantar o "fundo" e

fazer com que ele ocorra mais cedo. Aqui está uma descrição do que é uma

1 I. PARKER, Christina B. When Someone You Love Drinks Too Much.Nova York, HarperCollins, 1990. p. 51-4, adaptado

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intervenção, conforme descrita por Pauline Bartosch, co-fundadora de

Overcomers Outreach Inc. (uma entidade de alcoólatras em recuperação),

que é um dos melhores ministérios existentes para ajudar no alcoolismo e

em outros vícios.

A intervenção é geralmente bem-sucedida apenas quando executada

com a ajuda de um conselheiro profissional especialmente treinado em

técnicas de intervenção. Os membros da família NUNCA devem achar que

podem fazer isso sozinhos. As emoções estão demasiadamente envolvidas, o

que torna a objetividade praticamente impossível. Embora puxar o tapete de

debaixo de uma pessoa quimicamente dependente seja difícil, é com

freqüência o maior favor que podemos fazer por ela e talvez até salve sua

vida. Você já não pode se dar ao luxo de fazer ameaças ocas que nunca são

cumpridas. Precisa perguntar a si mesma: "O que estou disposta a arriscar

para salvar a vida dessa pessoa?" Então você oferece ao seu ente querido

viciado a ESCOLHA de procurar ajuda ou possivelmente renunciar ao em-

prego, ao seu lar ou até mesmo à família.

As pessoas que se importam — membros da família, amigos chegados

e, se possível, o patrão do alcoólatra — se reúnem com o intervencionista

profissional, geralmente em instalações de tratamento ou programa hospi-

talar. A confrontação é planejada e ensaiada cuidadosamente durante

diversas sessões sem o conhecimento do alcoólatra. Juntos, eles planejam a

estratégia para ajudar o alcoólatra a reconhecer como sua moléstia o tem

afetado e aos seus queridos. Depois, numa hora designada, o alcoólatra é

convidado por um ente querido para acompanhá-lo a uma única sessão de

aconselhamento com o conselheiro profissional.

Page 17: H. Norman Wright - Perguntas que as mulheres fazem na intimidade 3

Entrementes, as pessoas importantes da vida dele já se reuniram no

local designado. Nesse encontro-surpresa, o alcoólatra é saudado pelas

pessoas que lhe são mais chegadas. E feito um esforço combinado para tomar

de vez a evidência tão irresistível que o alcoólatra tome plena consciência da

soma total de sua verdadeira condição. Durante essas sessões, cada pessoa

vem preparada com uma lista de exemplos específicos das vezes em que foi

magoada, envergonhada ou aborrecida pelo comportamento do alcoólatra.

Durante todo esse encontro estratégico, as palavras raivosas, contundentes

precisam ser substituídas por afirmativas simples, concretas, faladas

bondosamente. Qualquer coisa necessária para fazer o alcoólatra passar pela

porta desse primeiro encontro vale o esforço. Às vezes funciona convidá-lo

para vir apenas ouvir "esta única vez".2

2. Bartosch, Bob & Pauline. Overcomers Outreach Inc., La Habra, CA, 1986.

Page 18: H. Norman Wright - Perguntas que as mulheres fazem na intimidade 3

Problemas com a sogra

Como posso tratar meu relacionamento com minha sogra? Ela parece interferir demais em nossas vidas.

Esse problema não é apenas seu. É de seu marido também. Você e seu

marido precisam identificar exatamente o que a incomoda (e se

conscientizar de que talvez não incomode seu marido tanto quanto você).

Depois, decidam o que gostariam que mudasse. Pode ser necessário vocês

dois se sentarem com sua sogra e esclarecerem o que os incomoda e o que

vocês apreciariam da parte dela no futuro. É de esperar que sua sogra fique

ofendida, surpresa, triste, que chore, se zangue e talvez não entre em contato

com vocês por algum tempo. Essas reações são normais. Mas, com o tempo,

o relacionamento pode ficar muito mais forte. Para que isso aconteça,

entretanto, é necessário planejamento de sua parte.

Plano do que Fazer

Se você quer uma mudança no relacionamento com sua sogra, comece

estabelecendo o que tem sido chamado de "Plano do que Fazer". Esta

abordagem sempre focaliza o comportamento positivo e as mudanças

P.R.

Page 19: H. Norman Wright - Perguntas que as mulheres fazem na intimidade 3

positivas. Ao implementar este plano, você considera o comportamento de

sua sogra bem como suas próprias reações a ela. Olhe para si mesma, pois

você só pode controlar o que faz, não o que os outros fazem. Como você é

mais moça que sua sogra, também tem maior flexibilidade para fazer

mudanças. Seria bom se seus sogros fizessem as mudanças necessárias de

comportamento que você deseja. Mas se não puderem fazê-lo, é você quem

decide se vai aprender novas formas de reagir para com eles ou se vai vê-los

com menos freqüência.

Ao criar seu plano, pergunte primeiro a si mesma se a maneira como

tem reagido à sua sogra está realmente ajudando você e o relacionamento.

Não se preocupe com o passado ou o futuro neste momento, só com o

presente. Se você descobrir algum aspecto no relacionamento com seus

sogros que a esteja aborrecendo, selecione uma pequena área do

relacionamento que você gostaria de mudar. Escreva o que deseja mudar e a

maneira como promoverá essa mudança. O que você escrever precisa ser

detalhado e específico. Não deixe nada ao acaso.

Mais uma vez, precisa ser enfatizado que seus planos precisam

focalizar apenas os aspectos positivos. Planos negativos não funcionam tão

bem. Por exemplo, se você sempre acaba brigando ou discutindo com sua

sogra, não escreva no seu plano: "Quando eu a vir, não vou discutir ou

brigar com ela." Melhor seria: "Quando eu estiver com minha sogra, serei

amistosa e carinhosa, e farei perguntas positivas. Agradecerei a ela sua

sugestão, mas deixarei bem claro que estou fazendo isso de outro jeito. Se

ela sugerir de novo, direi: 'O que eu disse há pouco sobre como faria isso?

Ouvi, sim, o que você falou. '"

Page 20: H. Norman Wright - Perguntas que as mulheres fazem na intimidade 3

Se sua sogra geralmente aparece sem avisar, peça-lhe que sempre

telefone primeiro. É a sua casa.

Um casal visitava os sogros ou era visitado por eles uma vez por ano

devido à distância e às despesas de viagem. Mas começando duas semanas

antes da visita, o casal passava diversas horas planejando como queria reagir

aos pais e sogros. Eles ensaiavam maneiras de reagir ao que sabiam que

poderia surgir como pequenas irritações. As visitas eram sempre aprazíveis.

Será que você e seu marido podiam fazer o mesmo?

Ao planejar, é importante que você veja a si mesma como a pessoa

ativa. O sucesso não depende do que qualquer outra pessoa fizer.

Page 21: H. Norman Wright - Perguntas que as mulheres fazem na intimidade 3

Quando seu marido não se da bem

com os sogros

Como posso encorajar meu marido a se dar bem com meus pais?

O velho ditado "Você não se casa com uma pessoa, casa-se com uma

família" foi inventado como piada, mas é verdadeiro. Entretanto, nem todos

estão dispostos a aceitar esse truísmo. Dar-se bem com os sogros requer

tempo, paciência e esforço.

Aqui estão algumas sugestões. Decida por si mesma o que quer dizer

com "não se dar bem". Você quer dizer que eles brigam e discutem ou não

passam tempo juntos? Ou é apenas que eles não têm muita coisa em co-

mum? É importante definir especificamente o que você vê como sendo

problema, mas depois estar aberta a ouvir como seu marido se sente e como

ele vê a questão. Seu marido se dá bem com os próprios pais? Se não, talvez

ele esteja projetando esse problema sobre seus pais.

Às vezes, nossos pais podem ser ofensivos, mas, devido à nossa

lealdade para com eles, ignoramos o que os outros não tolerarão. Em geral,

os problemas com sogros ocorrem porque queremos passar mais tempo com

P.R.

Page 22: H. Norman Wright - Perguntas que as mulheres fazem na intimidade 3

nossos próprios pais em vez de com nossos sogros. Quando os pais moram

perto, é em geral mais fácil para o filho adulto visitá-los mais

freqüentemente do que o cônjuge está disposto a ir. E não há nada errado

com visitar os pais sozinha. Quando estes moram longe, é necessário certo

ajuste criativo para visitá-los. E se seus pais moram longe, vocês passam as

férias anuais visitando os sogros? Isso pode ser satisfatório para um cônjuge,

mas não para o outro. Dividir suas férias ou alternar onde vocês as passam

talvez seja a resposta.

Acima de tudo, ouça o que seu cônjuge sente e juntos descubram

algumas alternativas para o que estão fazendo agora. Às vezes pode ser um

ato de amor da parte do seu marido passar tempo com sogros que nada têm

em comum com ele. Ele sente um senso de obrigação. Às vezes seus pais

também sentem o mesmo, e os dois lados sofrem a tensão de ter de inventar

o que dizer. Seja paciente, mantenha breves as visitas, e isso pode funcionar

melhor para todos.

Page 23: H. Norman Wright - Perguntas que as mulheres fazem na intimidade 3

Colocar a própria família antes dos

pais

Como posso fazer com que MEU MARIDO ME COLOQUE ANTES DOS PAIS EM QUESTÕES DE TOMADA DE DECISÃO E TEMPO?

É difícil quando começa a haver um senso de competição entre o cônjuge e

os sogros. Seu marido coloca os pais primeiro? Se o faz, será que ele coloca

os dois antes de você, ou apenas a mãe? Isso é muito mais comum. Mais

conflitos ocorrem entre a sogra e a esposa do filho do que em qualquer outro

relacionamento de parentes pelo casamento. As duas mulheres parecem criar

conflito entre si.

Os pais de seu marido o estão pressionando ou ele se envolve mais

voluntariamente? Às vezes os pais não soltam o filho quando este se casa.

Ou seu marido ainda está tentando agradar os pais? Converse com seu

marido sobre sua preocupação e pergunte-lhe quais ele acha que são as

expectativas dos pais com relação a ele. Depois pergunte quais são as

expectativas dele para o relacionamento com os pais. Talvez seja bom pedir

que ele responda por escrito. Tenho perguntado a alguns aconselhados como

os pais sobreviveriam se eles não estivessem por perto para ajudá-los.

P.R.

Page 24: H. Norman Wright - Perguntas que as mulheres fazem na intimidade 3

Quando o filho adulto responde: "Eles se virariam bem", sugiro que ele

comece a deixar que eles se virem bem agora.

Você está pressionando seu marido a não se envolver com os pais? Se

estiver, talvez o esteja empurrando para mais perto deles! Às vezes os

maridos usam os pais como escape de sua própria infelicidade conjugal.

Você está envolvida com seu marido quando ele visita os pais ou se isola

dele e da sua família? Talvez participar e se envolver mais ajude. Comuni-

que a seu marido que gostaria de saber os planos dele de visitar a família.

Também apreciaria saber como ele quer passar o tempo com eles, e se quer

envolvê-los em decisões pessoais da família. Essa abordagem tem-se mos-

trado eficaz.

Leituras e Recursos RecomendadosAlcoólatras AnônimosSPICKARD, Anderson, com Barbara R. Thompson. Dando a Vida

por um Drinque. Editora Vida, 1992.

Page 25: H. Norman Wright - Perguntas que as mulheres fazem na intimidade 3

Capítulo 2

Pontos Explosivos para os pais:

Raiva, Frustração, Rebeldia,

Drogas

Como lidar com sua raiva e

frustração

QUE FAZER QUANDO FICO TÃO ZANGADA E FRUSTRADA COM MEUS FILHOS QUE TUDO O QUE DESEJO FAZER É GRITAR, BATER OU BANI-LOS PARA SEMPRE?

Vamos enfrentar alguns fatos. Você vai ficar frustrada, irritada,

decepcionada e zangada com seus filhos em algum momento durante a

criação deles.

Em seu livro, In Love and Anger: The Parental Dilemma (Com Amor e

Raiva: O Dilema dos Pais), Nancy Samalin descreve sua situação:

P.R.

Page 26: H. Norman Wright - Perguntas que as mulheres fazem na intimidade 3

Os pais ficam espantados por poderem passar de calma

relativa à frustração total em poucos segundos. Um ovo não

comido ou o suco derramado no café da manhã pode transformar

uma manhã tranqüila numa luta livre. A despeito das melhores

intenções dos pais, a hora de deitar torna-se uma guerra, as

refeições terminam com as crianças em lágrimas e os alimentos

praticamente intactos, e as horas passadas no carro deterioram em

concursos de berro cheios de tensão....Seja qual for a fonte, muitas

vezes experimentamos a raiva paterna ou materna como um

encontro apavorante com o pior que há em nós. Eu nunca soube

que tinha mau temperamento até ter filhos. Era muito amedrontador

que aqueles filhos a quem eu amava tanto, por quem eu havia

sacrificado tanto, pudessem despertar sentimentos tão intensos de

fúria em mim, sua mãe, cuja responsabilidade primária era a de

educá-los e protegê-los.3

Raiva e frustração geralmente ocorrem quando seus filhos estão lhe

causando problemas ou não estão correspondendo às suas expectativas.

Aceitar e reconhecer sua frustração e raiva é saudável. Dizer: "Um bom pai

ou uma boa mãe não se sente assim" é perigoso. Quando você está pensando

em machucar seu filho e esses pensamentos persistem, sua frustração atingiu

uma fase crítica. É uma advertência. É fácil cruzar a linha e passar ao abuso

físico. Você está agora no ponto em que definitivamente precisa de ajuda

profissional.

3 SAMALI NANCY. Love and Anger: The Parental' Dilemma. Nova York, Viking Penguin, 1991. p. 5.

Page 27: H. Norman Wright - Perguntas que as mulheres fazem na intimidade 3

Don Westgate, diretor executivo de uma organização dedicada à

prevenção do abuso infantil, chamada For Kid's Sake, desenvolveu este

questionário para ajudá-la a descobrir se deve procurar ajuda para sua raiva.

1. Você se sente inadequada como mãe e sobre seus

conhecimentos de desenvolvimento infantil?

2. Você tem auto-estima baixa?

3. Você está ficando zangada com freqüência cada vez maior?

4. Algumas pessoas têm indicado que suas reações disciplinares

são desmedidas?

5. Você acha que seu filho raramente satisfaz suas expectativas ou

se questiona se suas expectativas são altas demais?

6. Você se sente isolada ou deprimida?

7. Você algum dia deixou uma marca em seu filho?

8. Você sofreu abusos quando criança?

9. Você visualiza alguma fantasia sexual sobre seu filho?

10. Você visualiza machucar seu filho ou achar que a sensação de

fazer isso seria boa?

Se você colocou uma marca ao lado de uma ou duas perguntas, não

significa necessariamente que sua raiva está descontrolada. Mas se marcou

mais de duas, ou se marcou alguma dos números 7 a 10, seria bom

conversar com seu pastor ou um terapeuta cristão profissional. Fazer isso

ajudará você a lidar de maneira mais eficaz com sua raiva.4

Você tem escolha sobre até onde sua frustração irá e sobre como pode

lidar com ela, da mesma forma que pode escolher o que fazer com sua raiva.

Ouço mães me dizendo vez após vez:4 COSGROVE Mark P. Counseling for Anger. Dallas, TX, WORD Inc., 1988. p. 120.

Page 28: H. Norman Wright - Perguntas que as mulheres fazem na intimidade 3

— Norm, não quero falar abusivamente com meus filhos, mas alguma

coisa simplesmente me sobrevém, e mando brasa! Há um limite de quanto

posso agüentar deles. Amo meus filhos de verdade, mas às vezes não gosto

muito deles. Já cheguei até a ter pensamentos de esganá-los! Isso me

apavora. Não sei o que fazer para mudar.

Em geral, respondo com a pergunta:

— Quando se sente frustrada e zangada com seus filhos, no que se

concentra? Em como se comportaram e no que você disse ou em

como gostaria que se comportassem?

As mães freqüentemente respondem:

Oh! fico remoendo seu mau comportamento e meus comentários

destrutivos. Repito isso vez após vez e quero me bater por magoá-los.

Você percebe que ao repassar seus fracassos está se programando para

repeti-los? — pergunto.

As mães em geral respondem com um olhar de dúvida. Mas é verdade.

Quando você passa tanto tempo pensando sobre o que não deveria ter feito,

reforça o comportamento negativo. Redirecionar seu tempo e energia para

uma solução fará grande diferença em como você se comunica com seu

filho. Focalize sua atenção em como quer reagir às suas frustrações e

experimentará mudança!5

A raiva que você sente é o resultado de ficar frustrada. A frustração é

uma das três causas principais da raiva, sendo as outras o medo e a mágoa.

O primeiro passo neste ponto é começar a manter um registro da raiva

que trata apenas de sua raiva para com seu filho ou filhos. Identifique a

5 WRIGHT H. Norman Power of a Parents Words. Ventura, CA, Regai Books, 1991. p. 122, adaptado.

Page 29: H. Norman Wright - Perguntas que as mulheres fazem na intimidade 3

freqüência, intensidade e duração de sua raiva para com cada criança. O que

você está fazendo é identificar algumas das situações que provocam sua

raiva. Sei de uma mãe que avisa os filhos com a frase: — Isso é um gatilho e

estou chegando pertinho de puxá-lo. — Quando ouvem essa frase, eles já

aprenderam a dar um tempo. Depois, siga estes passos:

1. Estabeleça um programa de prestação de contas. Encontre alguém

com quem possa compartilhar suas lutas e frustrações como mãe e

desenvolva um relacionamento de prestação de contas. Escolha uma pessoa

que esteja disposta a orar com você e averiguar com regularidade como você

está indo.

Você precisa também ser honesta e prestar contas a si mesma e a seu

marido sobre as mudanças que deseja fazer. Tome uma folha de papel e

responda por escrito às seguintes perguntas. Depois compartilhe as respostas

com seu marido ou parceira de oração:

Como se sente a respeito de ficar frustrada? Seja específica.

Como se sente a respeito de ficar com raiva? Algumas pessoas

gostam de sua frustração e raiva. Elas lhe dão uma injeção de

adrenalina e uma sensação de poder. Você já sentiu isso

alguma vez?

Quando frustrada, você quer poder controlar sua reação ou ser

espontânea? Em outras palavras, você quer decidir o que fazer

ou apenas deixar seus sentimentos levarem-na aonde quiserem

ir? Se você vai pelo que sente, como conseguirá mudar?

Se você quer manter o controle, quanto tempo e energia está

disposta a gastar para fazer com que isso aconteça? Para que a

Page 30: H. Norman Wright - Perguntas que as mulheres fazem na intimidade 3

mudança possa ocorrer, o nível motivacional precisa

permanecer constante e elevado.

Quando você se aborrece com alguma coisa que seu filho faz,

como gostaria de reagir? O que gostaria de dizer? Seja bem

específica.

2. Use a Palavra de Deus para estabilizá-la. Escreva cada um dos

seguintes versículos num cartão separado: Provérbios 12.18; 14.29; 16.32 e

Efésios 4.26. Acrescente ao seu arquivo de cartões outros versículos que

descobrir e que estejam relacionados à frustração e à raiva. Leia esses

versículos em voz alta pela manhã e à noite por um mês. Prepare-se para uma

mudança.

3. Planeje com antecedência. Você somente conseguirá mudar se

planejar mudar. Suas intenções podem ser boas, mas uma vez que a

seqüência frustração-raiva se engrene, sua capacidade de pensar com clareza

fica limitada. Identifique com antecedência o que deseja dizer ao seu filho

quando começar a sentir-se frustrada. Seja específica. Aqui estão algumas

afirmações que você pode usar:

"Estou muito zangada no momento." "Preciso tirar um tempo para

pensar e orar sobre o que estou sentindo antes de resolver o que fazer."

"É difícil para mim concentrar em dirigir o carro quando você está

berrando e jogando coisas."

"Gostaria que você ficasse quieto." "Estou decepcionada e magoada

por você ter mentido para mim."

"Estou exausta e preciso de tranqüilidade agora."

"Terei prazer em ajudar você com isso depois do jantar."

"Não gosto quando você fala assim comigo."

Page 31: H. Norman Wright - Perguntas que as mulheres fazem na intimidade 3

Escreva suas respostas e leia em voz alta para si mesma e para a sua

parceira de oração. Em meu consultório de aconselhamento, muitas vezes

faço minhas pacientes praticar suas novas respostas comigo, e tento

responder como a outra pessoa. Ao praticar comigo, elas conseguem refinar

suas afirmações, eliminar a ansiedade ou sentimentos de desconforto e

adquirir confiança para sua nova abordagem. Seu marido ou parceira de

oração podem ajudá-la desta forma.

4. Retarde sua reação. Comece a se treinar para retardar suas reações

verbal e comportamental quando reconhecer que está frustrada com seu

filho. Provérbios nos admoesta repetidamente para sermos tardios em nos

irar. Você precisa retardar suas reações se quiser mudar algum hábito de

falar quando zangada que tenha cultivado ao longo dos anos. Quando

permitimos que a frustração e a raiva sejam expressas desimpedidamente,

elas ficam como uma locomotiva descontrolada. Detenha as duas antes que

possam ganhar momentum para você poder trocar de trilho e conduzi-las na

direção certa.

Uma boa maneira de mudar a direção é usar uma palavra-gatilho.

Sempre que sentir a frustração e a raiva se avolumando dentro de você,

relembre-se de diminuir a velocidade e obter controle dizendo a si mesma

algo como "pare", "pense", "controle" e assim por diante. Use uma palavra

que a ajude a mudar a marcha e colocar em ação seu novo plano.

5. Será que isso precisa frustrá-la? Uma das abordagens que

geralmente sugiro aos pais para desarmar uma frustrante luta pelo poder

com seus filhos é esta: Mentalmente, dê permissão a seu filho para estar

envolvido no comportamento que a frustra. Por exemplo, sua Marinazinha

sempre deixa a porta dos fundos aberta quando sai para brincar — e isso a

Page 32: H. Norman Wright - Perguntas que as mulheres fazem na intimidade 3

deixa louca da vida. Mais de uma vez você gritou com ela enraivecida:

"Marina, venha cá neste instante e feche a porta! Você não foi criada num

estábulo!" Em geral, a escaramuça relacionada à porta dos fundos estragou

toda a manhã para você e para Marina.

A próxima vez em que Marina deixar a porta dos fundos aberta, diga

para si mesma: "Não sei por que Marina deixa a porta aberta, mas não vou

deixar isso estragar meu dia. Não é a pior coisa que ela poderia fazer. Se ela

quer deixar a porta aberta, dou-lhe permissão para tal. Sei que há uma razão

para isso, e é importante descobrir a razão. Será uma experiência instrutiva

para Marina e para mim ao tentarmos resolver este comportamento."

A abordagem de dar permissão desarma sua frustração e lhe dá tempo

para implementar um plano racional.6

6. Descubra o estilo de aprendizado e personalidade singulares de seu

filho e adapte suas reações de acordo, e seu nível de frustração diminuirá.

Você não pode reagir da mesma forma para com cada criança, e mesmo que você

só tenha um filho ou filha, suas reações precisam ser afiadas e refinadas para se

adaptarem a essa criança. Este é o significado de Provérbios 22.6:

“Instrui o menino no caminho em que deve andar [e de acordo com seu dom ou

inclinação individual], e, até quando envelhecer, não se

desviará dele" (ampliado).

7. Quando você conversar com seu filho sobre o problema, não seja

previsível. Se você geralmente grita, fale baixinho. Se geralmente fica em

pé, ajoelhe-se. Certifique-se de ter a atenção dele. Fale com suavidade,

coloque a mão delicadamente no ombro da criança, olhe em seus olhos

e fale lenta e suavemente. Focalize o que é essencial. Faça a expressão da

6 Id., ib., p. 124-8, adaptado.

Page 33: H. Norman Wright - Perguntas que as mulheres fazem na intimidade 3

sua raiva descritiva, exata e direta; não diversas conclusões, mas uma só.

Qual é a conclusão? O que é negociável e o que é inegociável? Você sabe?

Seus filhos sabem? Ademais, mantenha coerentes as suas regras, padrões e

expectativas. Se você mudar de um lado para outro, seu filho ficará confuso.

Pergunte a si mesma: "Qual é o meu motivo?" O que quero realizar?

Como posso usar esta situação para comunicar meu amor e preocupação,

para nos unir mais, fortalecer os laços de confiança e ajudar meu filho a

aprender? Seu alvo deve ser o de comunicar raiva de tal forma que seus

filhos saibam que ainda assim são amados, valorizados e significativos os

seus olhos. Pais que reagem agressivamente à raiva de seus filhos têm maior

probabilidade de fazer declarações negativas e críticas que comunicam a

seus filhos que eles não têm valor nem são dignos de ser amados. Antes de

responder, pergunte a si mesma: "Como posso reconhecer os direitos,

valores e preocupações de meu filho? Como posso responder de forma a

encorajá-lo? Como posso ajudá-lo a tornar-se mais responsável?” 7

8. Tire folga dos seus filhos. Toda mãe precisa de um tempo de folga.

Recrute seu marido para cuidar deles a fim de você poder sair sozinha ou

com suas amigas. Ou, se for mãe descasada, peça a uma amiga para lhe dar

uma folga de vez em quando. Encontre outra mãe e troquem turnos

cuidando dos filhos uma da outra.

7 WRIGHT, H. Norman & OLIVER, Gary Jackson. When Anger Hitshome Chicago, IL, Moody Press, 1992. p. 186, adaptado.

Page 34: H. Norman Wright - Perguntas que as mulheres fazem na intimidade 3

Como lidar com um filho rebelde

Não sei como tratar o COMPORTAMENTO DE MEUS FILHOS. ELES ESTÃO CONSTANTEMENTE APRONTANDO.

As razões para o mau comportamento da criança ou do adolescente são

abundantes. Com grande freqüência, a culpa é colocada sobre os pais.

Independente dos defeitos do lar, o filho é responsável por seu

comportamento. Você pode cuidar do problema fazendo algumas coisas

antes e durante essas horas difíceis.

Estou presumindo que você está-se esforçando para criar uma

atmosfera saudável, amorosa em seu lar. Estou também presumindo que

você já descartou qualquer base física para esses problemas.

Estabeleça Regras

As regras que você estabelece precisam ser definidas claramente e

expressas em linguagem de criança que esteja no mesmo nível de com-

preensão de seu filho. Desde o início, é bom que mamãe, papai e o filho se

sentem juntos e repassem as regras para os pais explicarem o propósito e

esclarecer qualquer mal-entendido. Diga a seu filho que você o considera

capaz de cumprir o que está sendo discutido. Coloque as regras por escrito e

P.R.

Page 35: H. Norman Wright - Perguntas que as mulheres fazem na intimidade 3

faça com que todos as assinem, indicando que compreendem e concordam.

Se houver uma infração, vocês todos podem examinar as regras de novo.

Você pode abordar as infrações de duas formas. (1) Pode tratar da

infração na hora em que ocorrer, dizendo: "Gostaria que você tirasse um

tempinho e considerasse o que acha que as conseqüências devem ser." Faça

com que a criança se envolva nesse processo. (2) Ou você pode discutir com

antecedência os benefícios de seguir as diretrizes. A criança que apronta

pode aprender logo que há mais benefícios em obedecer do que em

desobedecer. Ela pode não gostar disso, mas o propósito não é fazê-la gostar

das regras.

Independente da abordagem que você usar, é importante que haja

coerência da parte do pai e da mãe. E necessário que haja ação imediata e

um mínimo de conversa.

Ensine ResponsabilidadeQuando a criança ainda for bem pequena, ensine-lhe o conceito de

responsabilidade pessoal. Seja qual for a situação que ela crie, deixe que

experimente as conseqüências e seja responsável pela solução do problema.

Muitos pais agem como capacitadores e reforçam o comportamento

indesejada Se o filhinho ou adolescente deixa o banheiro todo bagunçado, os

pais o limpam. Assim, a criança aprende a não se dar ao trabalho de limpar a

sujeira que deixa. Em vez disso, faça a criança ser responsável. Se ela deixar

roupas sujas no guarda-roupas, terá de passar sem roupas limpas. Se as roupas

não estiverem à mão quando as roupas da casa forem lavadas, ela pode

esperar até a semana seguinte por roupas limpas ou pode lavar as roupas ela

mesma. Se a criança faz uma bagunça, ela mesma a arruma.

Page 36: H. Norman Wright - Perguntas que as mulheres fazem na intimidade 3

Severo? Não, de forma alguma. Isso é simplesmente ensinar a criança

a ser responsável. Sei de famílias ricas com empregadas que usam essas

regras para os filhos. Cada membro da família precisa aprender a arte de dar

e receber. Uma das razões pelas quais os pais têm problemas com os filhos é

que, com excessiva freqüência, os pais só dão e seus rebentos só recebem.

Se seu filho abusar dos privilégios, os perderá com parte das

conseqüências naturais. Se seu adolescente abusar das leis do trânsito e

arrumar uma pilha de infrações, depressa perderá o privilégio de dirigir. O

Estado lhe tomará a carta de motorista. Se ele usar mal o carro, o telefone ou

a TV, perderá o acesso a esses itens até que a confiança seja restaurada.

Certifique-se de estabelecer as diretrizes com antecedência. Dê ao

adolescente tempo para considerar o que acha que deveria estar contido no

acordo e depois peça-lhe que submeta a você suas sugestões. Quando isso

tiver sido concluído, tanto os pais quanto o adolescente assinam e datam o

papel, indicando sua disposição e compromisso de seguir o pacto.

Aqui está um exemplo de acordo que foi feito com uma garota de

quinze anos e os pais. Não estou dizendo que todos os pais devem usar este

acordo, é apenas um exemplo. Talvez você concorde com algumas de suas

provisões e discorde de outras.

O acordo contém tanto restrições quando liberdades. Esses acordos

devem ser revisados a cada seis meses para ver como estão funcionando e

para determinar quais áreas devem ser revistas.

Mais da metade dos itens desta lista foram sugeridos pela filha. A

palavra "totalmente" foi acrescentada ao número dois pelos pais. Papai

acrescentou o número três, que era o menos favorito para ela, mas um com

que a filha disse que poderia viver. A razão para essa regra era a de que

Page 37: H. Norman Wright - Perguntas que as mulheres fazem na intimidade 3

muitas vezes o rádio era uma distração e freqüentemente tocado alto demais.

A regra oito indica uma latitude e liberdade para a experiência dela em guiar

o carro. Essa família viajava bastante no verão e os pais queriam que ela ti-

vesse a experiência de dirigir sob diversas condições de estrada, trânsito e

tempo para estar bem preparada quando tivesse de dirigir sozinha.

Acordo sobre dirigir o carro1. Antes de usar qualquer um dos carros, pedirei ao meu pai ou à minha mãe

permissão para usá-lo e explicarei o propósito.

2. Se eu quiser ir a algum lugar, minha lição de casa e estudo do piano

precisam ter sido totalmente terminados.

3. Durante os seis primeiros meses depois de tirar minha carta de

motorista, não usarei o rádio enquanto estiver dirigindo.

4. Durante o ano letivo, poderei dirigir até a igreja nas quartas-feiras à

noite, mas não poderei levar ninguém para casa sem permissão prévia.

5. Não permitirei que nenhuma outra pessoa use o carro sob quaisquer

circunstâncias.

6. Terei permissão de dirigir até cinqüenta quilômetros por semana e,

depois disso, precisarei pagar qualquer quilometragem adicional.

7. Não carregarei mais do que cinco passageiros em qualquer

momento no carro maior e não mais do que três no

menor.

8. Ao receber minha carta temporária (que requer um acompanhante),

terei permissão para dirigir à igreja ou fazer pequenas voltas locais quando

Mamãe ou Papai estiverem juntos. Ajudarei a dirigir durante períodos mais

Page 38: H. Norman Wright - Perguntas que as mulheres fazem na intimidade 3

extensos em nossas férias prolongadas em todos os tipos de condições

climáticas e de estrada.

9. Não darei carona a ninguém na estrada em nenhuma condição nem

aceitarei carona de ninguém se tiver alguma dificuldade com o carro.

10. Lavarei o carro eu mesma ou mandarei lavar uma vez a cada três

semanas.

11. Pagarei metade do aumento dos custos do seguro, e, em caso de

acidente, assumirei metade do custo dedutível.

Mesmo antes que este acordo fosse feito, a filha havia ganho metade

do aumento do custo do seguro ajudando a pintar a casa da família.

Algumas pessoas perguntam sobre as conseqüências se alguma dessas

regras for infringida. O pai disse que não haviam resolvido nada a respeito

por dois motivos. Eles, como pais, estavam dispostos a investir confiança na

filha a ponto de esperar que ela respeitasse o acordo. Se, contudo, houvesse

uma infração, as conseqüências seriam discutidas com ela e ela teria de

responder a três perguntas: (1) "Por que você acha que fez o que fez?" (2)

"O que você fará da próxima vez?" (3) "Quais você acha que deveriam ser as

conseqüências desta infração do acordo?" Os pais pediriam que ela desse

duas ou três sugestões e lhe dariam tempo suficiente para pensar sobre elas;

depois, uma das sugestões seria escolhida.

Às vezes, seu filho pequeno ou adolescente fará ameaças para tentar

manipulá-la. Por exemplo: "Vou largar da escola", "Vou fugir de casa",

"Vou me suicidar", "Vou fazer uma coisa da qual você sentirá remorso".

Acima de tudo, não o desafie a ir em frente e fazer o que ameaçou. Você

pode dizer: "Amo você e confio em que não faria isso, mas mesmo assim

Page 39: H. Norman Wright - Perguntas que as mulheres fazem na intimidade 3

você não pode fazer o que tem feito. Se você fizer o que está prometendo ou

continuar a fazer o que não pode, está escolhendo para nós a seguinte

ação..."

Está vendo onde a responsabilidade está sendo colocada? Não sobre

você. Sobre ele!

Page 40: H. Norman Wright - Perguntas que as mulheres fazem na intimidade 3

Aprendendo com seus filhos

MEUS FILHOS NÃO ME OBEDECEM NEM RESPEITAM. O QUE POSSO FAZER?

Quando seus filhos não lhe obedecem ou não a respeitam, considere uma

nova abordagem ouvindo o que eles têm a lhe dizer. Fiquei impressionado

com um livro intitulado Relief for Hurting Parentes (Alívio Para Pais

Sofredores), por Buddy Scott. Um dos conceitos apresentados é que nossos

filhos nos ensinam o que fazer e como reagir por suas ações. Esta pode ser

uma idéia nova para você. Eis aqui alguns exemplos, e note como as con-

seqüências estão de acordo com a ofensa:

Filhos que nos ensinam que não podemos confiar neles quando estão

fora de nossas vistas precisam permanecer sob nossas vistas (em casa e mais

vigiados).

Filhos que nos ensinam que dão uma festa em nossa casa quando nós,

os pais, estivermos fora da cidade não podem mais receber a confiança de

ficar sozinhos em casa.

Filhos que nos ensinam que não podemos confiar no que nos dizem

precisam entender que estaremos averiguando quase tudo o que nos

disserem.

P.R.

Page 41: H. Norman Wright - Perguntas que as mulheres fazem na intimidade 3

Filhos que nos ensinam que não podemos confiar neles para

permanecer sóbrios precisam não ter mais permissão para dirigir o carro da

família (ou o carro pelo qual assumimos responsabilidade conjunta).

Filhos que nos ensinam que permitirão que suas notas caiam precisam

ser supervisionados mais de perto em seus estudos, precisam assistir a

menos TV e brincar menos com jogos de vídeo, e precisam receber

averiguação mais freqüente na escola.

Filhos que nos ensinam que usarão sua privacidade para planejar coisas

contra os valores morais da família precisam ter sua privacidade invadida

para poderem ser vigiados mais de perto.

Filhos que nos ensinam que usarão o telefone em seus quartos para

conversar com a turma errada terão seus aparelhos removidos do quarto.

Filhos que nos ensinam que precisam de aconselhamento, terão

aconselhamento providenciado.

Filhos que nos ensinam que não estão fazendo o esforço de se lembrar

de pegar o dinheiro para o lanche precisam solucionar sua própria fome sem

mamãe ou papai ir até a escola.

Filhos que nos ensinam que não estão fazendo o esforço de colocar

sua roupa suja na cesta de roupa suja precisam lavar suas próprias roupas

aquela semana.

Filhos que nos ensinam que não estão levando a sério suas tarefas

precisam postergar suas próprias atividades (privilégios na família) até que

as tarefas tenham sido completadas.8

8 SCOTT, Buddy. Relief for Hurting Parents. Nashville, TN, Thomas Nelson, 1989. p. 47.

Page 42: H. Norman Wright - Perguntas que as mulheres fazem na intimidade 3

Este conceito precisa ser explicado a seu filho. As crianças têm o

poder de tornar as coisas melhores para si mesmas e quando o tiverem

percebido, talvez seu mau comportamento seja afetado.

Segue-se um exemplo disto:

Davi, sua mãe e eu descobrimos como rotular o que tem acontecido

em nossa casa. Você é o professor, e nós os alunos que reagem. Estamos

reagindo ao que você nos tem ensinado com as atitudes e ações que nos tem

mostrado.

Ora, nós dois queremos a mesma coisa. Você quer mais liberdade e

privilégios, e queremos essas coisas para você. Queremos poder confiar em

você o suficiente para lhe dar mais independência. Nosso sonho durante

todos estes anos tem sido o de criar filhos dignos de confiança.

Como professor, Davi, você é quem manda. Se escolher nos ensinar a

confiar em você, reagiremos confiando em você.

Se escolher nos ensinar a desconfiar de você, reagiremos fazendo uma

porção de perguntas e averiguando as coisas. Se escolhemos ensinar a não

confiar em você, reagiremos não deixando você sair de casa a fim de

podermos supervisionar você mais de perto e lhe dar a oportunidade de nos

ensinar a confiar em você de novo.

Faremos qualquer coisa que nos ensinar. Seremos sensíveis.9

9 Id., ib., p. 50.

Page 43: H. Norman Wright - Perguntas que as mulheres fazem na intimidade 3

Convivendo com a turma errada

O QUE POSSO FAZER COM MEU FILHO QUE ESTÁ CONVIVENDO COM A TURMA ERRADA?

Se seu filho está convivendo com a turma errada, Buddy Scott, em seu livro

Kelief for Hurting Parents (Alívio Para Pais Sofredores), sugere-lhe as

seguintes declarações: "Se você está envolvido com um amigo, toda a nossa

família está envolvida com esse amigo. Temos uma família do tipo unido.

Portanto, podemos ter alguma coisa a dizer sobre quem são os seus

amigos."10

Se seu filho estiver convivendo com a turma errada, exija uma ruptura

imediata, completa, limpa com a pessoa ou o grupo.

Você tem de enfrentar a atitude rebelde e a turma que alimenta essa

atitude. Não é fácil, mas é possível.

10 Id., ib., p. 71.

P.R.

Page 44: H. Norman Wright - Perguntas que as mulheres fazem na intimidade 3

Como lidar com um filho mentiroso

O QUE DEVO FAZER SE MEU FILHO NAO VEM DORMIR EM CASA E MENTE SOBRE ONDE ESTEVE?

Se seu filho não vier dormir em casa, tome ação imediata. Nunca hesite em

conversar com outros pais para descobrir quem está mentindo para quem.

Descubra onde seu filho esteve, com quem esteve e o que aconteceu. Sei de

alguns pais que levam imediatamente o adolescente à divisão juvenil do

departamento de polícia. Os pais pedem às autoridades que conversem com

o filho, contando-lhes as conseqüências legais e compartilhando algumas

das histórias de horror de sua experiência. Sou a favor de uma técnica

imediata de choque.

P.R.

Page 45: H. Norman Wright - Perguntas que as mulheres fazem na intimidade 3

O adolescente que usa drogas

MEU FILHO ESTÁ USANDO DROGAS. O QUE POSSO FAZER?

Toda vez que um filho ou filha estiver envolvido com drogas, o plano que

você usar deve visar a abstinência total. Como você já sabe que seu filho

está usando drogas, não examinaremos os indicadores normais. (Entretanto,

se você não tem certeza de que seu filho está usando drogas, recomendo

enfaticamente que procure se informar sobre a questão para descobrir a

verdade.)

Quando, como mãe, você descobre o uso de drogas, sente-se traída e

zangada com seu filho e com o traficante, e provavelmente luta com alguns

sentimentos de fracasso. Reagir a qualquer desses sentimentos com fúria

não resolve o problema. É preciso fazer uma intervenção e tratamento. Às

vezes, apenas conversar com seu filho você mesma funciona, mas em

muitos casos é necessária uma intervenção.

Ao usar a intervenção, você precisará reunir, com a ajuda de um

conselheiro, todos os que estão cientes do envolvimento de seu filho com as

drogas (ou álcool). Esse grupo pode incluir professores, amigos ou outros

pais. Acumule dados especificamente relacionados ao uso de drogas. Esses

P.R.

Page 46: H. Norman Wright - Perguntas que as mulheres fazem na intimidade 3

incluem informações relativas a quanto foi usado, quando, com que

freqüência, e o comportamento de seu filho quando drogado. Tudo isso é

necessário para determinar que plano de tratamento empregar.

A intervenção precisa ser marcada para uma hora em que é menos

provável que seu filho esteja usando drogas. Durante a intervenção, peça

que seu filho ouça enquanto cada pessoa apresenta a evidência do problema.

Se um dos participantes disser a seu filho que ele precisa procurar

tratamento e ele se recusar, é preciso apresentar as conseqüências.

Estabeleça essas conseqüências previamente com o conselheiro: expulsão de

casa; término do sustento financeiro; não disponibilidade da casa de algum

parente ou amigo para ele morar; e qualquer outra conseqüência severa que

você conseguir arranjar. Ele precisa saber que você está falando a sério e

que as conseqüências não são agradáveis.

O tratamento pode ser um programa ambulatorial ou de internação. Na

maioria dos casos, é melhor começar com programa de internação em

alguma clínica cristã. Após usar algum desses programas, é necessário fazer

um acompanhamento rigoroso.

Leitura Recomendada:DOBSON, Dr. James. Coragem Para os Pais. São Paulo, Ed.

Mundo Cristão, 1990.

Page 47: H. Norman Wright - Perguntas que as mulheres fazem na intimidade 3

Capítulo 3

Famílias Disfuncionais

Como posso lidar com os sentimentos que tenho por ter vindo de uma família disfuncional?

A herança de sentimentos que lhe é deixada por uma família disfuncional

está geralmente ligada às suas crenças. Se você viesse ao meu consultório de

aconselhamento por um período de diversas semanas, eu lhe pediria que

fizesse uma lista diária de seus pensamentos e sentimentos para descobrir a

ligação entre os dois. Quanto mais você identificar seus pensamentos, mais

intensos talvez sejam alguns dos seus sentimentos e isso pode deixá-la

perturbada. Tudo bem; é um sinal de progresso. Dê-se algum tempo, espere

pequenas melhoras, procure-as, isole-as e use-as como base do seu

progresso.

Ao substituir antigas mensagens por informações novas, corretas, seus

sentimentos talvez comecem a se desvanecer. A medida que você for

mudando, talvez experimente a sensação de culpa por se livrar dos antigos

papéis. Questione sua culpa, pois não há necessidade ou lugar para ela

P.R.

Page 48: H. Norman Wright - Perguntas que as mulheres fazem na intimidade 3

agora. A certa altura do processo de mudança, você descobrirá que tem

escolhas na vida. Não está trancada naquilo que é para sempre.

No livro Love Is a Choice (O Amor É Uma Escolha), pelos Drs.

Robert Hemfelt, Frank Minirth e Paul Meier, a quinta parte a leva através

das dez fases da recuperação e tem sido benéfica para muitas mulheres. Os

autores descrevem o processo como uma volta na montanha russa:

É uma experiência clássica, única, que tem empolgado as pessoas por

mais de meio século. É a vovó de todas as montanhas russas, a campeã dos

parques de diversão. E você acabou de subir na última gôndola. A gôndola

se prende na correia propulsora com um sacolejo e começa a longa, lenta

subida ao topo da montanha artificial. Você conjetura, à medida que a

expectativa aumenta, se essa barra boba à sua frente vai adiantar alguma

coisa se realmente precisar dela.

Por meia eternidade você se equilibra no topo. Nunca se está

completamente preparado para o horror daquela primeira queda livre em

linha reta. Sua cabeça reverte a direção antes que seu estômago chegue ao

fundo e você esteja subindo a próxima montanha — e para baixo — e para

cima... As corcovas e montanhas ficam menos agudas, as curvas em ângulo

reto mais negociáveis. Com aquele primeiro mergulho desvairado bem

distante agora, você navega casualmente até a área de desembarque e pára

com um baque sem graça.

É mais ou menos assim que ocorrerá a recuperação. Em nosso modelo

de recuperação, a primeira queda aguda provera o ímpeto e os recursos para

a difícil cura. Haverá outras montanhas no seu futuro, mas nenhuma será tão

Page 49: H. Norman Wright - Perguntas que as mulheres fazem na intimidade 3

alta quanto essa, e você estará equipada com os meios para passar por cima

delas.11

Um dos passos mais significativos da recuperação é quando você

consegue criar uma nova autopercepção. Creio que isso é mais fácil para o

cristão do que para o não cristão, devido a quem somos em Cristo.

Crie um Sistema de Apoio

Parte do seu processo de recuperação e crescimento envolve uma

pessoa ou pessoas em sua vida que lhe dêem apoio. Há pessoas que

perguntam: "Por quê? Que diferença fará ter outras pessoas para me

apoiar?"

Consideremos as funções do sistema de apoio. Uma delas é fazer você

prestar contas e assim ser mais honesta. A manipulação e a racionalização

não funcionarão tão bem quanto antes. O sistema provera informação

correta e a ajudará a se manter em contato com a realidade. Ele a ajudará a

avaliar o que é importante e o que não é ao estabelecer prioridades. Um dos

grandes benefícios é o de dar-lhe outras pessoas que se importam, que a

ajudam a "carregar seu fardo" a fim de você se conscientizar de que não está

isolada e sozinha. Um sistema de apoio a ajudará a sentir-se melhor a seu

respeito e a edificar sua auto-estima.12

Ao procurar uma pessoa ou grupo para apoiá-la, lembre-se de que eles

têm muitas responsabilidades. Estão ali para incitá-la a cumprir suas

responsabilidades, ajudá-la a tornar-se o que você deseja se tornar, ouvi-la

com objetividade, ajudá-la a estabelecer prioridades e alvos, e ajudar a

11 HEMFELT, Robert; MINIRTH, Frank; MEIER, Paul. love Is a Choice. Nashville, TN, Thomas Nelson, 1989. p. 178, 9.12 ROBERTSON, Joel. Help Yourself. Nashville, TN, Thomas Nelson, 1991. p. 164, adaptado.

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manter seu foco na realidade.13 Eles funcionam como uma amiga, como

alguém a quem você possa expressar o que sente. São também um contato

diário, que é vital para você desenvolver continuidade em seu crescimento.

Eles podem ajudar parte da pressão provendo uma variedade de distrações

saudáveis.

13 Id., ib., p. 179, adaptado

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Lidando com um pai não amoroso

Como lidar com o fato de que meu pai foi distante e frio e não amoroso? Tenho dificuldade em ver Deus como meu pai e buscá-lo em oração!

Sua pergunta sobre a experiência com seu pai e seu relacionamento com

Deus não é uma luta incomum. Freqüentemente criamos nossa imagem de

Deus baseada em nossos pais. Muitas pessoas têm dificuldade em

experimentar o amor e a graça de Deus porque o conceito está enterrado

pelos detritos de nossos relacionamentos em casa. Uma passagem no livro

de Jeremias trata dessa questão: "Seria possível ao homem criar a Deus? Os

ídolos feitos pelo homem não têm nada de Deus, são falsos deuses" (Jr

16.20, A Bíblia Viva).

O que você pode fazer? Conte a Deus e a outra pessoa como você o vê

nesta fase de sua vida. Contar ao próprio Deus ajuda. Afinal, não será

nenhuma surpresa para ele. Leia em voz alta todos os dias as passagens

relacionadas na seção sobre auto-estima. Sugiro também que leia dois livros

como processo corretivo: The Knowledge of the Holy (O Conhecimento do

Santo), de A. W Tozer, é uma apresentação devocional dos atributos de

Deus. O livro O Conhecimento de Deus, de J. I. Packer, expande nosso

P.R.

Page 52: H. Norman Wright - Perguntas que as mulheres fazem na intimidade 3

conhecimento e compreensão dos atributos de Deus de outra forma. Medite

sobre essas verdades e as verdades das Escrituras. Escreva uma carta, que

não será enviada, a seu pai terreno, declarando as descobertas que você fez a

respeito de Deus e declarando que essas experiências já não ditarão sua per-

cepção de Deus. Se seu pai ainda for vivo, ore para que ele venha a fazer a

mesma descoberta a respeito de Deus que você fez.

Page 53: H. Norman Wright - Perguntas que as mulheres fazem na intimidade 3

Quebrando a corrente disfuncional

É possível quebrar a corrente da disfunção familiar? Vejo-me reagindo para com meus filhos das mesmas maneiras frustrantes com que meus pais reagiam a mim.

Ao tentar ser para seus filhos um tipo de mãe diferente daquele de seus

pais, você experimentará conflito. Seus pais lhe passaram mensagens sobre

como ser filha e seus filhos também lhe passam mensagens.

Seus pais disseram: "Filhos? Eles são irresponsáveis, impotentes e

exigentes."

Seus filhos dizem: "Somos poderosos e simples e inocentes."

Seus pais disseram: "Os filhos são maus e incontroláveis."

Seus filhos dizem: "Podemos ser bons."

Seus pais disseram: "Amá-la significa que temos de nos sacrificar e

ser mártires."

Seus filhos dizem: "Amar pode ser divertido."

Seus pais disseram: "Você, como pessoa, é indefesa e inadequada e

não consegue vencer sozinha."

Seus filhos dizem: "Você é poderosa demais. E também talentosa e

intimidadora."

P.R.

Page 54: H. Norman Wright - Perguntas que as mulheres fazem na intimidade 3

Seus pais disseram: "A vida é dura, difícil e uma mistura de coisas

boas e ruins."

Seus filhos dizem: "Há alegria em viver."

E daí... a quem você vai dar ouvidos?14

O que você pode fazer especificamente para ajudar a quebrar a

corrente, a não cometer os mesmos erros e a se tomar a pessoa de transição?

Resolva como quer ser diferente.

Algumas das reações mais comuns que as pessoas que vieram de

famílias disfuncionais querem evitar com os filhos são: (1) incoerência; (2)

regras irracionais, arbitrárias, excessivas; (3) distância emocional; (4) não

ouvir; (5) preocupação e atenção insuficiente para com a criança; e (6)

informação errada ou falta de informação.

Contrabalance cada mensagem incorreta dos pais com a verdade.

Focalize como Deus vê você na Escritura. Perdoe a seus pais o que eles

fizeram e as mensagens incorretas que lhe passaram. Perdoe a si mesma por

se agarrar tanto tempo a essas falsidades. Perdoe a si mesma por culpá-los

pelas faltas e déficits que por tanto tempo você não enxergou. Desenvolva

de novo os pensamentos que você deseja ter sobre si mesma e seus filhos e

releia-os todos os dias.15

Na base do dia-a-dia, preste atenção para ver se detecta a tendência de

ser muito crítica de seus filhos se você foi muito criticada quando criança.

Isso é fácil fazer porque você talvez sinta que eles precisam do seu

conselho, precisam ser colocados em seus lugares, ou talvez você viva com

o medo de ser criticada pelos outros através do que seus filhos fizerem.

14 ROLFE, Randy Colton. Adult Children Raising Adult Children. Deerfield Beach, FL, Health Communication Inc., 1989. p. 19, adaptado.15 Id., ib., p. 19, adaptado.

Page 55: H. Norman Wright - Perguntas que as mulheres fazem na intimidade 3

Reaja a cada criança como sendo uma criatura diferente. Suas realizações

e aptidões precisam ser avaliadas com base na individualidade.

Avalie suas expectativas para cada filho. Talvez precisem ser

abaixadas. Edifique a auto-estima de seus filhos através de sua identidade

em Cristo. Arrange pequenos sucessos, dê-lhes respeito e uma abundância

de elogios e afirmação. Quando eles fizerem algo de que você não gosta,

faça com que saibam que mesmo assim você os ama como pessoa. Quando

você cometer um erro como mãe (e o fará), admita-o, peça desculpas e

perdoe-se imediatamente.16

A comunicação é uma grande parte do processo. Algumas reações

podem fazer o papel de barreiras no desenvolvimento da criança e outras

podem edificar.

16 WASSIE-GRIMM, Claudette. How to Avoid Your Parent's Mista k.es When You Raise Your Children. Nova York, Pocket Books, 1990. p. 181, 2, adaptado.

Page 56: H. Norman Wright - Perguntas que as mulheres fazem na intimidade 3

Habilidade de comunicação

BARREIRAS EDIFICAÇÕES

1. PRESUMIR: Se presumirmos que

nosso filho terá a mesma reação a

um estímulo que teve da última vez,

e agirmos de acordo com essa

premissa, estaremos ignorando a

capacidade de mudança do

indivíduo.

1. CONFERIR: Ao conferirmos com

a criança toda vez que queremos que

ela tente um comportamento,

permitiremos que ela mostre quanto

cresceu desde a última vez que se

defrontou com um pedido desses.

2. SOCORRER/EXPLICAR: Se

interferir- mos e explicarmos as

coisas ou interviermos para que

nosso filho não experimente as

conseqüências de seu

comportamento, privamo-lo da

oportunidade de aprender com a

própria experiência.

2. EXPLORAR: Ao explorar as

várias soluções com a criança, ao

fazer perguntas tendenciosas e

permitir-lhe que pense sobre as

respostas, ajudamo-la a desenvolver

a habilidade de solucionar

problemas.

3. DIRIGIR: Se dirigirmos cada

movimento dos filhos,

provavelmente nos defrontaremos

com resistência e hostilidade e

derrotaremos a iniciativa de nossos

filhos.

3. ENCORAJAR/CONVIDAR: Ao

acolher bem a participação e a

contribuição, em vez de dirigir,

transmitimos um senso de respeito

por nosso filho.

Page 57: H. Norman Wright - Perguntas que as mulheres fazem na intimidade 3

4. ESPERAR: Se esperarmos

perfeição no começo, interferiremos

nos pequenos passos importantes

que nossos filhos dão para aprender

a fazer uma tarefa e os

desencorajaremos

desnecessariamente.

4. CELEBRAR: Ao elogiar os

pequenos passos dados na direção

certa, afirmaremos o progresso de

nosso filho e mostraremos confiança

em seu potencial de crescimento.

5. ADULTISMOS: Se nos

esquecermos como é ser criança e

esperarmos ou exigirmos que a

criança pense como adulto, produzi

remos sentimentos de impotência,

frustração, hostilidade e

ressentimento.

5. COMPREENSÃO: Ao

compreendermos que atitudes e

comportamentos vêm de percepções

e crenças, podemos reconhecer a

maneira diferente como nosso filho

vê o mundo e afirmar seu direito de

ser criança.17

17 Id., ib., p. 199.

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Filhos adultos de pais alcoólatras

MEUS PAIS FORAM ALCOÓLATRAS. Como posso entender se isso ME AFETOU OU NAO?

Talvez a melhor maneira de você entender o que está ocorrendo em sua

vida como filha adulta de pai ou mãe alcoólatra seja através de leitura

extensiva ou talvez da experiência com um grupo cristão de recuperação.

Mas para fins de familiarização com algumas das características, considere

estas preocupações. Há aproximadamente 30 milhões de filhos adultos de

alcoólatras nos Estados Unidos. E a despeito da devastação e dor de seus

antecedentes influenciados pelo álcool, eles correm alto risco de se casarem

com um alcoólatra e até de também se tornarem alcoólatras. Aqueles que

crescem em lares de alcoólatras têm sintomas e comportamentos comuns

como resultado de suas experiências comuns. E o sistema familiar

estabelece regras sobre o comportamento e os papéis que cada um de-

sempenha de forma que a família possa conviver com o membro alcoólatra.

A família de um alcoólatra é inflexível e não pode adaptar-se

facilmente a mudanças nem permitir que os membros da família mudem

voluntariamente. As pessoas realmente aprendem a se adaptar ao

comportamento imprevisível do alcoólatra, e no processo regras rígidas são

impostas sobre os outros.

P.R.

Page 59: H. Norman Wright - Perguntas que as mulheres fazem na intimidade 3

Os lares dos alcoólatras seguem uma regra de silêncio que diz: "Não

fale sobre o que está acontecendo em nossa família aos de fora e mesmo aos

de dentro da própria família." Nega-se a existência de conflitos entre os

membros da família. A fim de manter o sistema familiar intacto e

funcionando, é preciso guardar silêncio. Os filhos aprendem a ficar quietos a

respeito do que vêem e também do que sentem.

O medo, a raiva e a mágoa que o filho adulto do alcoólatra sente

resultam da incapacidade de enfrentar e processar esses sentimentos quando

estava crescendo.

Os membros da família do alcoólatra se agarram uns aos outros, mas

raramente se tornam íntimos. E não permitem a entrada de outros em seu

sistema, nem a saída de ninguém. Os membros ficam isolados e acabam se

tornando co-dependentes também. A maioria dos filhos adultos de

alcoólatras foi abandonada física ou emocionalmente, ou ambos.

Para sobreviver às regras malucas desse tipo de família, os membros

assumem uma série de papéis diferentes. Há diversos papéis, mas os mais

comuns são:

O Herói - Você tenta fazer os outros pensarem bem de sua família

alcançando êxito na escola ou trabalho.

O Bode expiatório — Você desvia a atenção da família metendo-se

em encrencas.

O Perdido — Você se esconde, evita criar caso e chamar a atenção por

seu isolamento.

O Palhaço — Você é engraçado ou engenhoso e desfaz as tensões da

família fazendo palhaçadas.

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O Aplacador — Você tenta ajeitar as coisas na família para reduzir o

conflito.

O Capacitador — Você impede que o alcoólatra sofra as conseqüências

do seu alcoolismo.

Algum desses papéis lhe faz lembrar alguém? Por favor, procure

aprofundar-se mais nesta questão, pois não há espaço suficiente nesta breve

seção para fazer mais do que simplesmente definir algumas das tendências

dos filhos adultos de alcoólatras. Há ajuda à sua disposição e é possível

mudar.

Leitura RecomendadaPACKER, J. I. O Conhecimento de Deus. São Paulo, Editora Mundo

Cristão, 1980. Dr. SPICKARD, Anderson e THOMPSON Barbara R. Dando a Vida por um Drinque. Editora Vida, 1992.