gustavo cerbasi - dinheiro o segredo de quem tem

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Introdução Você está tranqüilo em relação ao futuro? Se estivesse, poderia considerar-se uma agulha em meio a um imenso palheiro, tão felizardo quanto um ganhador de loteria. Você seria uma rara exceção. Mas tenho certeza de que não está, caso contrário não leria este livro. Sou palestrante, professor e consultor de finanças. Convivo diariamente com pessoas que buscam solução para seus problemas financeiros. Conheci muita gente humilde, que vive com muito pouco dinheiro, mas não tem a menor esperança de algum dia possuir "algo mais" na vida. Convivo também com gerentes de empresas, estudantes de boas instituições de ensino. Muitos até se consideram experts em finanças, mas a maioria nem sequer tem expectativa de aonde quer chegar. Este livro surgiu da dor, como profissional da área, de ver tanta gente perder rios de dinheiro sem se dar conta - acredite, você faz isso! de ver tanta gente sofrer na terceira idade por ter passado a vida toda contribuindo para uma Previdência que hoje não paga seu alimento. Não se pode confiar exclusivamente na Previdência. Na década de 1960, cerca de trinta trabalhadores contribuíam para a Previdência Social para cada aposentado; hoje praticamente cada trabalhador sustenta um aposentado. E a razão disso não é o fato de menos trabalhadores contribuírem, e sim mais aposentados viverem por mais tempo. Como será no futuro? Certamente, não poderemos confiar nossa sorte à proteção do governo: temos de garantir sozinhos nossa sobrevivência com dignidade e conforto. Não será também a empresa para a qual trabalhamos que vai garantir nosso futuro. Muitos executivos de sucesso têm grande parte de seu padrão de vida mantida pela empresa para a qual trabalham. Ganham bons salários, mas são incentivados, a título de status, a manter um nível de gastos elevado, que muitas vezes compromete grande parte desses salários. Seu bom carro, sua boa casa, seu título de um bom clube, seus hobbies e muitos outros mimos são bancados pela empresa. Mas esses executivos perceberão que ninguém dura para sempre em um time e se verão obrigados a deixar seu posto. Com sua saída da empresa irão também seu carro, sua casa e tudo o mais. Como explicar à família que o padrão de vida agora será outro? E os amigos? E então toda a

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IntroduoVoc est tranqilo em relao ao futuro? Se estivesse, poderia considerar-se uma agulha em meio a um imenso palheiro, to felizardo quanto um ganhador de loteria. Voc seria uma rara exceo. Mas tenho certeza de que no est, caso contrrio no leria este livro.Sou palestrante, professor e consultor de finanas. Convivo diariamente com pessoas que buscam soluo para seus problemas financeiros. Conheci muita gente humilde, que vive com muito pouco dinheiro, mas no tem a menor esperana de algum dia possuir "algo mais" na vida. Convivo tambm com gerentes de empresas, estudantes de boas instituies de ensino. Muitos at se consideram experts em finanas, mas a maioria nem sequer tem expectativa de aonde quer chegar. Este livro surgiu da dor, como profissional da rea, de ver tanta gente perder rios de dinheiro sem se dar conta - acredite, voc faz isso! de ver tanta gente sofrer na terceira idade por ter passado a vida toda contribuindo para uma Previdncia que hoje no paga seu alimento. No se pode confiar exclusivamente na Previdncia. Na dcada de 1960, cerca de trinta trabalhadores contribuam para a Previdncia Social para cada aposentado; hoje praticamente cada trabalhador sustenta um aposentado. E a razo disso no o fato de menos trabalhadores contriburem, e sim mais aposentados viverem por mais tempo. Como ser no futuro? Certamente, no poderemos confiar nossa sorte proteo do governo: temos de garantir sozinhos nossa sobrevivncia com dignidade e conforto.No ser tambm a empresa para a qual trabalhamos que vai garantir nosso futuro. Muitos executivos de sucesso tm grande parte de seu padro de vida mantida pela empresa para a qual trabalham. Ganham bons salrios, mas so incentivados, a ttulo de status, a manter um nvel de gastos elevado, que muitas vezes compromete grande parte desses salrios. Seu bom carro, sua boa casa, seu ttulo de um bom clube, seus hobbies e muitos outros mimos so bancados pela empresa. Mas esses executivos percebero que ningum dura para sempre em um time e se vero obrigados a deixar seu posto. Com sua sada da empresa iro tambm seu carro, sua casa e tudo o mais. Como explicar famlia que o padro de vida agora ser outro? E os amigos? E ento toda a poupana formada com as sobras do salrio executivo ser utilizada na manuteno do elevado padro de vida de outrora, consumindo-se completamente em pouco tempo. Tais executivos de sucesso provavelmente tero a vida encurtada por problemas emocionais medida que perceberem o esgotamento de seu patrimnio. Em que momento da vida ou de seus planos eles erraram?Ao longo deste livro, voc perceber que pessoas que enfrentam esse tipo de problema erraram na atitude em relao ao dinheiro. Seus planos de poupana visavam algo nebuloso, talvez uma poupana cuja nica importncia era tornar-se cada vez maior. Se o dinheiro sobrava, havia ento uma poupana. Caso contrrio, esperava-se o ms seguinte com certa expectativa de que alguma coisa sobrasse.Tenho muito orgulho de ser brasileiro, gosto muito de nossa terra, nossos hbitos de vida e de lazer. Sou daqueles que falam de sua origem de boca cheia quando vou ao exterior. Mas sou obrigado a reconhecer que algumas heranas latinas de nossas caractersticas culturais so extremamente negativas para nossa sobrevivncia. Uma delas o imediatismo. Dificilmente pensamos no futuro quando tomamos nossas decises. E h grande contradio nessa forma de pensar, pois ns, brasileiros, vivemos continuamente a sensao de insegurana. Insegurana quanto ao emprego, quanto ao valor de nosso aluguel, quanto alquota de impostos que pagamos, quanto aos investimentos que fazemos... Mesmo assim, temos uma cultura extremamente imediatista, focamos apenas o presente para tomar nossas decises.A construo de sua riqueza requer no somente alguns procedimentos aqui apresentados mas tambm uma mudana de postura. No adianta se arriscar a aplicar as ferramentas apresentadas nos prximos captulos se no houver mudana de atitude. Trace um plano. Determine aonde voc quer chegar ou o padro de vida que deseja ter. Mude alguns maus hbitos. Fazendo isso, estar pronto para crescer financeiramente.Este livro foi escrito para um pblico seleto, independentemente da renda de cada um. Foi escrito para pessoas que se convenceram de que podem mudar seu futuro para melhor com o prprio esforo. Se voc j errou muito, perdeu muito dinheiro na vida, perdeu muitos anos de salrio sem saber como construir a riqueza, fico contente por estar lendo este livro. Sempre h tempo de retomar um plano de vida, afinal a medicina pode nos levar longe! Se voc nem sequer entrou na faculdade e j est preocupado com seu futuro, melhor ainda, porque no houve tempo de cometer muitos erros, e sua riqueza vir para voc desfrutar com muita tranqilidade a maior parte de sua vida. Quanto mais cedo seu plano de riqueza comear, mais cedo voc alcanar seus objetivos e mais tempo ter para colher seus frutos. Sua aposentadoria poder ocorrer muito antes de voc atingir o auge de sua capacidade intelectual, o que lhe dar a oportunidade de fazer planos mais ambiciosos para o futuro.Espero que este livro no seja simplesmente mais um dentre vrios manuais de prticas financeiras para determinado momento de nossa economia. Espero que sirva de guia de uma verdadeira transformao de sua postura na prosperidade. Tenha-o sempre ao seu alcance na prateleira: alguns conceitos aqui apresentados voltaro a lhe ser teis dentro de algum tempo.Antes de continuar a leitura, convido-o a auto-avaliar seu perfil financeiro. Assinale ou anote em uma folha de papel a resposta que melhor se aplica a voc para cada uma das perguntas a seguir.

TESTE1. Qual das seguintes alternativas melhor define sua situao patrimonial?a) Possui algumas dvidas das quais no consegue se livrar ou raramente consegue alguma sobra de recursos ao final do ms.b) Sen salrio praticamente empata com seus compromissos ou, com o pouco que sobra, voc eventualmente troca de carro ou poupa.c) Voc tem um plano de investimentos e procura segui-lo objetivamente.

2. Como costuma ser sua deciso de compra de um bem de alto valor, como um carro ou uma casa?a) Normalmente troca de carro quando precisa de dinheiro, vendendo o seu vista e comprando um novo atravs de financiamento.b) Geralmente paga o mximo que pode na entrada e financia o restante.c) S compra vista, quando tem poupana suficiente para isso.

3. Com quem voc se orienta sobre alternativas de investimento?a) Procura o gerente de seu banco para que ele lhe proponha as melhores opes de investimento.b) Procura seguir o conselho de amigos e parentes.c) Consulta sees especializadas em jornais, revistas ou internet, ou segue recomendaes de especialistas de mercado.

4. Como voc costuma utilizar o limite do cheque especial?a) Voc no tem cheque especial, ou possui cheque especial e o utiliza com freqncia, praticamente todos os meses.b) Utiliza o cheque especial esporadicamente.c) Voc possui limite do cheque especial, mas nunca o utiliza.

5. Para voc, qual das seguintes alternativas melhor define o carto de crdito?a) uma soluo para a falta de dinheiro ao final do ms.b) um pssimo instrumento financeiro, cujo uso arruina qualquer planejamento - em suma, seu uso deve ser evitado.c) um instrumento que, quando usado corretamente, facilita o planejamento financeiro.

6. Como voc faz suas compras de supermercado?a) Vai ao supermercado sempre que sente falta de algo.b) Faz a "compra do ms", deixando para pesquisar na prateleira tudo de que precisa de uma nica vez, a cada trs ou quatro semanas.c) Elabora uma lista de necessidades e procura comprar estritamente o que estava planejado, a cada duas ou trs semanas.

7. Se hoje voc recebesse um prmio de R$ 100 mil, que destino lhe daria?a) Pagaria dvidas.b) Satisfaria alguns desejos, adquiriria bens ou faria doaes.c) O dinheiro seria quase totalmente investido.

8. Se hoje voc perdesse o emprego, durante quanto tempo sua poupana o sustentaria?a) Menos de seis meses.b) De seis meses a um ano.c) Mais do que um ano.

9. Quais so seus planos de aposentadoria?a) Ainda cedo para pensar nisso.b) Voc viver da aposentadoria paga pelo governo e mais alguma ajuda dos filhos, alm de se desfazer de alguns bens para poder se manter.c) Voc tem um plano de previdncia privada ou faz um plano prprio de investimentos.

10. Voc tem alguma fonte de renda alternativa a seu salrio?a) No.b) Eventualmente voc obtm ganhos atravs de trabalhos temporrios ou de negociaes com bens de valor (carros, imveis etc.):c) Voc tem mais de uma fonte de renda (aluguis, atividades mltiplas, atuao como profissional autnomo etc.).

11. Qual o tipo de controle de gastos que voc possui?a) Voc gasta enquanto o saldo no banco permite.b) Voc procura manter algum tipo de disciplina com os gastos, controlando suas dvidas.c) Voc tem uma planilha dos gastos do ms, que periodicamente revisada.

12. Como seu comportamento de compras em geral?a) Quando precisa de algo, compra na primeira loja que encontra.b) Voc fiel a determinadas lojas e costuma fazer suas compras sempre nos mesmos estabelecimentos.c) Voc pesquisa preos em grande parte de suas compras, atravs de anncios, telefonemas ou visitas a diversos estabelecimentos.

Pontuao:Atribua, para cada resposta: a, um ponto; b, dois pontos; c, trs pontos.

Resultados do teste12 a 17 pontos: voc bastante descuidado em relao ao dinheiro e, em razo disso, provavelmente tem problemas financeiros com freqncia. Se alguns de seus hbitos em relao ao dinheiro no forem mudados, voc poder ter srias dificuldades no futuro. Voc que se encontra nesse grupo ser um dos maiores beneficiados da leitura deste livro, principalmente quando aponto nos primeiros captulos os maus hbitos a serem corrigidos.18 a 29 pontos: voc tem conscincia da importncia de dar ateno ao planejamento financeiro e, provavelmente, no costuma ter problemas financeiros. Mas ainda precisa melhorar alguns de seus hbitos para que essa conscincia se transforme em riqueza no longo prazo. O planejamento financeiro que proponho neste livro deve ser exatamente o que estava faltando para que seu futuro financeiro esteja garantido.30 a 36 pontos: parabns! Voc est no caminho certo para ter um futuro financeiramente seguro e estvel. Se ainda no possui um plano de independncia financeira claramente definido, no ter dificuldades em implement-lo ao longo da leitura deste livro. Se voc j tem um plano em prtica, tenho certeza de que a obra contribuir para uma reviso desse plano para melhor.Boa leitura!

CAPTULO 1 - O DINHEIRO NO TRAZ FELICIDADERenda anual vinte libras, despesa anual dezenove libras, dezenove xelins e seis pence, resultado: felicidade. Renda anual vinte libras, despesa anual vinte libras, zero xelins e seis pence, resultado: misria.Dickens (1812-1870)CompromissoO objetivo deste livro ajud-lo a se tornar uma pessoa rica. Um objetivo simples de definir, mas no to simples de alcanar, pois o sucesso dele depender nica e exclusivamente de voc. No depender de quanto voc tem ou ganha hoje, mas do que ir fazer para ter aquilo que deseja. Por isso, ao iniciar a leitura deste livro, esteja preparado para assumir um compromisso com voc mesmo. Um compromisso que ir mudar sua vida definitivamente, mas que depender de sua conscincia de que nada vir por acaso, voc ser o agente da mudana.Peo-lhe apenas um compromisso. Eu comeo este livro questionando se o que realmente buscamos o dinheiro. Leia este primeiro captulo com muita ateno. Ele ser fundamen tal para que o dinheiro no lhe falte no futuro.Esteja preparado para assumir um compromisso com voc mesmo.

Ficar rico o objetivo?As chances de que voc, ao procurar o caminho do enriquecimento, esteja percorrendo o caminho errado so bastante grandes. Reflita bem sobre seus objetivos na vida. Pense no porqu da riqueza como objetivo de sua vida. Esse um exerccio importante para que tire o mximo proveito da leitura. Pense no dignificado da riqueza para voc. O que voc define como riqueza?Se, para voc, riqueza ter recursos suficientes para comprar o carro dos seus sonhos, uma casa imensa de frente para a praia ou uma viagem em redor do mundo, lamento dizer que, quando conseguir isso, provavelmente sua frustrao ser mui-to grande. Voc perceber que a posse de bens materiais apenas alimenta a ansiedade pela acumulao cada vez maior de novos bens. A ganncia humana no tem limites, e por isso a aquisio material jamais o far feliz.A melhor prova disso est a seu alcance. Leia jornais e revistas e veja os fatos. Existem centenas de exemplos de pessoas endinheiradas que no so felizes. Suicdios, divrcios e tragdias so to freqentes entre os abastados quanto entre os miserveis. E muito fcil encontrar felicidade em uma comunidade simples, em que o convvio e as atividades sociais proporcionam um prazer que est perante os olhos de todos. Veja um grupo de feijoada e pagode, to comum nas favelas do Rio de Janeiro: aquela felicidade pura e simples no transparece to claramente nas pginas da revista Caras.Uma pesquisa do Ibope divulgada no final de 2002 trazia uma estatstica interessante: 41% das pessoas com renda mensal igual ou inferior a 379 reais declaravam-se felizes, enquanto apenas 257 das pessoas com renda superior a 4.500 reais afirmavam o mesmo. Em outras palavras, uma parcela maior das pessoas com menor renda se autodenomina feliz em comparao populao de maior renda no Brasil. Um detalhe interessante que se conclui dessa pesquisa: como a maioria da populao brasileira est na faixa inferior de renda, no se pode negar que o povo brasileiro seja feliz.Se lhe fosse proposta uma opo entre dois caminhos a seguir na vida, qual voc escolheria: ter muito dinheiro ou ser feliz?Felizmente a vida no lhe impe uma escolha to impiedosa. Voc pode escolher um caminho de coexistncia entre riqueza e felicidade, mas no haver placas na beira da estrada indicando esse caminho. Perceber que esse caminho est diante de sua vida uma deciso consciente, que independe da sorte ou da esperana de que a soluo dos problemas caia dos cus em seu colo. Ao iniciar a leitura deste livro, seus primeiros passos para o caminho certo j foram dados. Esteja preparado para, a partir de hoje, mudar sua vida. um esforo que depender de voc, esteja certo disso.Reflita bem sobre seus objetivos na vida.

Dinheiro traz felicidade?Pense na pergunta que voc certamente j ouviu: "Dinheiro traz felicidade?" Antes de rebater com a to manjada brincadeira no traz, manda buscar", pense no sentido da palavra felicidade para voc.Voc ainda curte seus prazeres de adolescente? Se no curte mais, em algum momento da vida deliberadamente escolheu deixar de curtir esses prazeres? Voc j deu um abrao forte nas pessoas que ama nesta semana? Voc conseguiu se espre-guiar na cama por uns dois minutos hoje de manh? Se voc e pai, quantas horas dedicou ao prazer de curtir o carinho de seu filho na ltima semana? Quantas horas ficou debruado na janela para ver o espetculo que a ltima chuva proporcionou ao fazer a gua correr pela rua? Quantos tipos de canto de passarinho voc consegue ouvir de sua janela ao amanhecer? H quanto tempo no canta sozinho, no dana sem msica, no faz planos para um fim de semana em casa?Perceba que muitas das coisas importantes da vida so gratuitas. Quantas pessoas no esto deixando de curtir as coisas mais importantes da vida, esto deixando a vida simplesmente passar? Quanto custaria gastar um pouquinho do seu tempo para simplesmente curtir? Nada.Curtir a vida pode no custar nada se voc quiser.Voc porm no consegue aproveitar nem uma pequena parcela da enorme quantidade de presentes que Deus lhe d todos os dias. E a razo cie no aproveitar esses lances de felicidade justificada por milhares de desculpas. A principal delas a correria do dia-a-dia, justificada por um ritmo intenso de trabalho, que por sua vez justificado para lhe trazer dinheiro, o qual ser usado para pagar as contas e para dar acesso s coisas que lhe do prazer. Esteja consciente de que voc abre mo de prazeres, de sua famlia, de seus amigos e de voc mesmo para poder ter tudo isso aps o trabalho.

"Se lhe fosse proposta uma opo entre dois caminhos a seguir na vida, qual voc escolheria: ter muito dinheiro ou ser feliz?"

Dois tipos de pobre

Perceba bem: as melhores coisas da vida esto disponveis para qualquer ser humano. Ganhar bem diferente de ser rico. H muita gente com muito dinheiro que declaradamente no feliz, assim como tem muita gente que vive humildemente e diz de boca cheia que feliz. A estatstica mostrou isso.Convena-se de que sua meta, a partir de agora, ter muito dinheiro e tambm ser feliz. Uma pequena parcela da populao consegue unir o til ao agradvel, mas certamente essa parcela consegue isso porque busca esse objetivo conscientemente.Voc, leitor, est buscando o aumento de sua riqueza.H dois tipos de pobre: os pobres sem dinheiro e os pobres com dinheiro. Os sem dinheiro tm uma longa batalha pela frente, mas ainda podero chegar l. Muito pior o caso dos pobres com dinheiro, que talvez vejam o dinheiro como um fim em si mesmo e no tm outro objetivo na vida a no ser construir bens materiais. Se voc est nesse grupo de pessoas, busque auxlio de um terapeuta. Ele certamente o ajudar. No esse tipo de riqueza que voc ser incentivado a construir lendo este livro.Parabns se voc se enquadra no outro tipo de pobre, aquele sem dinheiro ou aquele consciente de que sua poupana no ser suficiente para a sobrevivncia. Este livro lhe ser muito til. Muitos se enganam ao pensar que nunca tero dinheiro, pois no o tm porque no fizeram questo disso.Sua riqueza no depende de quanto voc ganha, mas de quanto gasta ou do que faz com aquilo que ganha.Algumas pessoas so e sempre sero pobres porque ser pobre est no seu jeito de viver, de pensar e de ver as coisas. Ao deparar com algo que realmente gostaria de ter na vida, um objeto de desejo, talvez uma bela casa, um pacote de viagem ou um carro muito caro, o pobre, como qualquer outra pessoa, tem sentimentos de admirao e inveja. De cara, porm, esses sentimentos convertem-se em uma postura de resignao. Seu pensamento pode ser traduzido como algo do tipo:"Que inveja... Que cura de sorte! Feliz aquele que pode ter um desses... Eu tenho de me contentar mesmo com o que tenho, no nasci em bero de ouro..."Outras pessoas, porm, talvez no sejam ricas hoje, mas tm grandes chances de tornar-se ricas, pois pensam como os ricos. Os sentimentos que passam por sua cabea diante de um objeto de desejo no so muito diferentes dos de um pobre, mas sua atitude completamente diferente. Seu discurso seria mais ou menos assim:"Que inveja... Que cara de sorte! Feliz aquele que pode ter um desses... O que ser que esse cara fez para conseguir isso? O que ser que eu preciso fazer para ter um desses?"Compare as duas frases. Percebeu a diferena? A grande diferena entre os que esto no caminho da riqueza e os pobres "crinas de-cavalo", que crescem para baixo, o empreendedorismo, a ca-pacidade de fazer planos para crescer. Cada objetivo novo na vida transforma-se em um problema para o qual se buscar uma soluo.O que eu busco construir com este livro a conscincia dique para conseguir a riqueza preciso seguir um caminho planejado, talvez passar por algum sacrifcio, e fazer isso conscientemente. E como fazer regime: voc est fora de forma porque tem maus hbitos, que precisam ser mudados para obter resultado. E a maior dificuldade da mudana estar no comeo, como acontece em um regime.

Um problema culturalQuando analisamos a cultura de um povo, observamos, entre ou-tras coisas, as caractersticas de comportamento comuns grande maioria desse povo. Se nos dedicssemos a analisar a cultura financeira do povo brasileiro, perceberamos que existe um ntido padro de comportamento quanto aos objetivos de investimento e planos pessoais de grande parte de nossa populao. Nossos parentes e amigos nos induzem a fazer determinados planos, a conquistar ttulos, diplomas e posies hierrquicas e tambm a adquirir posses materiais comparveis s dos nossos amigos e vizinhos.A noo de riqueza de nossa cultura latina est, antes de tudo, associada a bens materiais ou algo que possa ser mostrado - ou melhor, exibido - aos nossos amigos e parentes para que estes afirmem em coro: "Est se dando bem, no?" Perceba como isso verdadeiro no planejamento patrimonial de cada um de ns.Logo que entramos na faculdade, ou alguns meses depois, temos como verdadeira obsesso a conquista de alguns bens que a grande maioria de nossos amigos j tem. No estou falando de futilidades e acessrios da moda, como telefones celulares e roupas de marca. Estou falando do primeiro objeto a aparecer na relao patrimonial de todo jovem, que o primeiro automvel. Verdadeiro smbolo de liberdade, afirmao social e status. Muitos jovens ou profissionais em incio de carreira fazem de tudo para conseguir o primeiro carro, muitas vezes sacrificando a maior parte de seu salrio ou de sua bolsa-estgio. E, o que pior, normalmente para pagar o financiamento ou consrcio de um carro zero-quilmetro, novinho em folha. "J d para pagar a prestao de um modelo bsico", o que pensam. Quanto vale o cheirinho de um carro novo? Quanto vale a tranqilidade de um carro novo? Quanto vale poder mostrar aos amigos que se possui uma das novidades do mercado? Para essa pessoa, vale muito. Est escrita, ento, a primeira linha de seu patrimnio pessoal. E tambm a primeira linha das dvidas assumidas, j que o carro ser pago ao longo de trs anos. Mas, tudo bem, cabe no oramento...Passa o tempo e surgem novos objetivos. Chega o momento em que o jovem reconhece que a adolescncia j passou, que hora de encarar a vida e construir o prprio caminho. Hora de pensar no futuro. Quem sabe at pensar em casamento? Uma breve consulta aos amigos e parentes faz com que voc perceba que segurana ter casa prpria. "Aluguel? pagar a vida intei-ra para nunca ter o bem!" "E se voc perder o emprego? Pelo menos tem casa prpria!" "Nada como a felicidade de morar no que seu.Esses so alguns dos argumentos que fazem com que a segunda grande preocupao da vida em relao ao patrimnio seja a aquisio da casa prpria. Algum tempo de pesquisa, faz-se a opo por um imvel na planta - "vale a pena" - ou por um financiamento do Sistema Financeiro da Habitao. E agora temos nossa segunda grande meta patrimonial. Ah, claro, e uma divida que se arrastar por vinte anos. Sem contar que, a essa altura, seu salrio evoluiu e seu carro "cresceu" com o salrio. Mas em trs anos estar pago...E assim vamos seguindo em frente, construindo nosso patrimnio, tendo como grande preocupao a adequao do padro de vida nossa renda. E nossos sonhos vo, a grande custo mas com grande satisfao, tornando-se realidade: a casa de campo, a casa de praia, o ttulo do clube... E o carro (ou os carros da famlia vai acompanhando nosso crescimento, cada vez maior, mais caro e com custo de manuteno mais elevado. Se voc for um profissional bem-sucedido, suas conquistas materiais refletiro isso: fazendas, iates, muitos carros. Essas so nossas grandes preocupaes.Digamos que, no final de sua carreira de trabalho - ou da primeira delas, pois muitos iniciam nova carreira aos 60 anos suas contas estejam finalmente pagas e seu patrimnio possa ser avaliado em 1 milho de reais. A declarao de Imposto de Renda e at motivo de orgulho!

Voc estar tranqilo?A resposta no. Voc no estar tranqilo porque as grandes preocupaes de sua vida - graas a Deus e a muito suor - geraram para voc outra grande preocupao: contas a pagar. Seu maravilhoso patrimnio de 1 milho de reais proporciona a voc, nesse momento, alm de um grande prazer, contas interminveis a pagar. Impostos dos mais diversos tipos, mensalidades de clubes e marinas, caseiros dos seus imveis, gastos com manuteno, seguros... No tem mais fim.Voc perceber, talvez antes mesmo do final de sua carreira, que se transformou em um verdadeiro homem-holerite1, aquele que corre atrs do ordenado para sobreviver. Uma espcie de escravo do trabalho, que se v obrigado a batalhar rdua e incessantemente para garantir, no final do ms, os recursos totalmente consumidos no pagamento de contas. Contas que no foram impostas a voc. Voc mesmo as criou.

O que uma pessoa bem-sucedida?O problema aqui apresentado muito srio, pois envolve decises e conseqncias para uma vida toda. E um problema cultural, pois a maioria das pessoas que voc conhece passa pelas mesmas emoes e dificuldades.O materialismo associado nossa cultura acaba por gerar problemas no final de uma carreira bem-sucedida. Ao se aposentar, o profissional bem-sucedido que depara com centenas de contas a pagar percebe que sua realidade financeira est muito longe dos compromissos, e ento comea a se desfazer dos bens. Usando um dilogo enlatado e preconcebido, alega que, para se aposentar, no preciso mais que um mnimo para se manter e estar com a famlia. E o que se observa um verdadeiro rebaixamento do padro de vida da famlia. Algo que algum de fora encara com na-turalidade, j que quase todas as famlias passam por isso, mas na verdade pode ser traduzido como uma verdadeira tragdia familiar. Pense: voc se v obrigado a se desfazer de tudo aquilo que construiu ao longo de uma vida de suor e sonhos.No preciso esperar a aposentadoria para passar por esse drama: imagine sua famlia com a obrigao de mudar-se para um bairro mais afastado ou desvalorizado por no poder arcar com o aluguel ou a necessidade de tirar seu filho de uma boa escola particular para matricul-lo em uma escola pblica de padro inferior em razo das mensalidades incompatveis com seu oramento. Acontecer a mesma coisa na aposentadoria se no houver um planejamento adequado.O aposentado que se v diante de diversos cortes no oramento enfrenta a amargura da queda do padro de vida. Um dia todos descansaremos em paz, mas alguns partem mais cedo porque no suportam a depresso de uma aposentadoria repleta de perdas materiais.E esse no um problema que atinge apenas os assalariados. Repare no executivo bem-sucedido com seu carro importado no trnsito, com uma roupa de grife, ostentando uma declarao de Imposto de Renda com bens invejveis. Algo de que se orgulha, mas que em um futuro no muito distante pode se tornar seu maior motivo de preocupao, pois nada daquilo dele. Muitos profissionais sustentam seu padro de vida com os benefcios oferecidos pela empresa.Carros, ttulos de clube, aluguis de casas, viagens, escolas caras para os filhos, almoos e jantares. Esse profissional, mais que qualquer outro, um homem-holerite. Um escravo do trabalho. A perda do emprego significa, para ele, o fim brusco de um padro de vida. Muitas vezes tais profissionais no suportam essa perda, tm vergonha de dividir o problema com a famlia, acabam afundando em dvidas e problemas, arruinam sua vida ainda jovens. Talvez esteja a parte da razo de uma parcela to reduzida das pessoas com renda superior declarar-se feliz.Parece incrvel, mas a grande maioria das pessoas que conhecemos tem grandes chances de enfrentar problemas parecidos com os expostos at aqui. E como as pessoas no aprendem com o erro? Como esses ensinamentos no so passados para a frente?A resposta difcil, mas tenho certeza de que h duas razes principais para isso acontecer. Primeiro, por ser um problema que comea em nossas caractersticas culturais de ostentao. Somos pressionados a construir um patrimnio incompatvel com nossa renda. Segundo, porque so poucos os que encaram a situao da perda de padro de vida com os ps no cho, assumem o erro e alertam os demais para no repetir o engano.Todos comeam gerando seus problemas da mesma forma, e depois acabam igualmente tentando solucionar esses proble-mas com aes muito parecidas, usando uma receita que jamais proporcionou felicidade: desfazer-se do que foi construdo du-rante uma vida.

Onde est o erro?Quando afirmo que o problema cultural, refiro-me ao fato de que nem todas as culturas valorizam tanto a posse material e tambm porque algumas "manias" e costumes de outras culturas tornam mais pessoas ricas para fazer o dinheiro girar na economia.Veja o exemplo da comunidade judaica. Muitas das piadas pobre judeus e turcos referem-se a relaes supervalorizadas ou, em muitos casos, mesquinhas com o dinheiro. Essa fama, obviamente exagerada e com boas pinceladas de caricatura, vem de ca-ractersticas culturais desses povos que valorizam a negociao, o enriquecimento - no a posse de bens especficos - e o sucesso nos negcios prprios. As crianas judias no tm aulas de negociao finanas nas escolas. Elas simplesmente seguem o exemplo dos pais. E, ao longo da vida, valorizam bastante a riqueza construda com seu suor, batalhando muito para no perder seu patrimnio.A cultura americana est bastante presente nos filmes vistos pelos brasileiros, e por isso muitos de seus hbitos so de conhecimento da maioria das pessoas. Veja outro exemplo bastante interessante, que uso como comparao com nosso jovem que est vido por um automvel aos 18 anos."Todos comeam gerando seus problemas da mesma forma, e depois acabam igualmente tentando solucionar esses problemas com aes muito parecidas, usando uma receita que jamais proporcionou felicidade: desfazer-se do que foi construdo durante uma vida."A maioria dos jovens americanos passa por uma mudana drstica de vida ao entrar na faculdade. Independentemente do padro de vida que possua, o jovem americano sabe que, ao en-trar na faculdade, passar a ser o senhor de sua vida, sem amparo dos pais para moradia e transporte. Quando muito, tem facul-dade e alimentao pagas pela famlia e obrigado a fazer "bicos" para arcar com os outros gastos. A grande obsesso de todo jovem americano no fazer "bicos" para pagar a prestao do carro - eles tm um bom sistema de transporte e, quando no o tm, compram carros que so verdadeiras pechinchas, com vrios anos de uso. Todo o seu esforo financeiro est concentrado em conseguir, no menor prazo possvel, o sonho de qualquer americano de classe mdia: o primeiro milho de dlares.Alguns planejam conseguir seu primeiro milho de dlares at os 50 anos. Outros, mais ambiciosos, sustentam que, se seits planos de negcio derem certo, o primeiro milho chegar an-tes dos 30 anos.Qual seria a razo desse nmero mgico de 1 milho de dlares? Voc pensa que, com esse dinheiro, o objetivo passa a ser ento comprar casa, carro, ttulo de clube e casa de praia? Certamente no.A razo do primeiro milho est na conquista da aposentadoria.

Aposentadoria? To cedo?Imagine-se depositando 1 milho de reais (no de dlares, sejamos modestos e realistas) em uma caderneta de poupana ou aplicao segura que lhe renda juros limpos de 0,5% ao ms (a rentabilidade da aplicao menos imposto de renda e menos inflao). Daqui a um ms, voc ter disposio algo em torno de 1.005.000,00 reais (1 milho e 5 mil reais). Na verdade, ter mais do que isso, pois descontamos a taxa de inflao, mas devemos considerar que, aps um ms, voc conseguiria gastar o equivalente a mais 5.000 reais em compras do que gastaria no ms anterior.Se tirar 5.000 reais da poupana, restar o mesmo 1 milho inicial, atualizado pela inflao. No ms seguinte, voc ter mais 5.000 reais para tirar novamente. E mais 5.000 no outro ms, e assim sucessivamente, sem prazo para acabar. Perceba que com 1 milho na poupana, em dinheiro, voc pode ter renda perptua. Se seus gastos mensais no forem superiores a 5.000 reais, podemos afirmar seguramente que voc no depender mais do trabalho para pagar suas contas. Nessa situao, voc estar aposentado!Aposentar-se, em finanas pessoais, no deixar de trabalhar. No pense em parar completamente. Se sua cabea parar, seu corpo parar tambm. Aposentar-se significa obter renda suficiente para pagar suas contas mensais sem que se veja na obrigao de trabalhar para pag-las. Ao se aposentar, voc ter tranqilidade para trabalhar no que gosta. Poder se dar ao luxo de ficar um dia de cama quando pegar um resfriado - e perceber que os remdios para resfriados so totalmente desnecessrios Dispor de tempo para curtir vontade aquilo que voc tem dc graa e estava deixando passar com sua vida.O mais importante na aposentadoria da forma como apresento aqui est na idia da perpetuidade. Tem de ser para sempre. Veja a seguir o porqu.

Durante quanto tempo?As vezes respondemos a algumas perguntas sem pensar em seu real significado. Quem teve a oportunidade de estudar propos-tas de planos de aposentadoria privada, planos geradores de benefcios livres, investimentos programados em aposentadoria e outros produtos oferecidos pelos bancos que visam garantir o "futuro" do investidor deve ter passado pela situao seguinte: Entre as vrias opes de "aposentadoria privada" exis-tentes no mercado, decidi analisar a proposta de um plano que prometia aplicao mensal bem menor que a mdia dos demais planos oferecidos pelos bancos. Ao consultar meu gerente sobre o valor mensal a ser aplicado, ele me dirigiu trs perguntas:1) Qual a renda que deseja ter ao se aposentar?2) Quando deseja se aposentar?3) Durante quanto tempo pretende receber sua aposentadoria?Perguntas interessantes. A primeira, claro, servia para determinar quanto dinheiro eu deveria ter em uma poupana para gerar a tal renda. Respondi facilmente: tuna renda equivalente aos meus gastos mensais na poca da consulta. A segunda pergunta, sobre a data da aposentadoria, servia para calcular o prazo de minha aplicao - quanto maior o prazo, menos dinheiro teria de investir por ms. Naquela poca eu desejava me aposentar aos 60 anos.Talvez a terceira pergunta tenha sido uma das primeiras razes de comear a escrever este livro. "Durante quanto tempo pretende receber sua aposentadoria?" Na cabea dele, se eu quisesse receber aposentadoria por apenas um ms, bastaria ter o valor dessa aposentadoria na poupana, pois supunha que algum estivesse interessado em ter uma renda que acabasse em um dia preestabelecido. Incrvel, pela primeira vez na vida algum me perguntou seriamente qual era minha estimativa sobre a data de minha morte. Se eu quisesse "morrer" aos 90 anos, precisaria contar com uma aplicao mensal alta a partir de hoje para formar uma poupana que seria "torrada" dos 60 aos 90 anos. Mas, se eu quisesse aplicar menos dinheiro hoje, teria de contar com a ajuda de um infarto prematuro, seno no haveria dinheiro para sustentar minha velhice.Aposentar-se significa obter renda suficiente para pagar suas contas mensais sem que se veja na obrigao de trabalhar para pag-las.

At quando viveremos?Voc corre o srio risco de precisar pedir dinheiro a seus filhos para alimentar sua velhice. Alguma vez voc j pensou em quanto tempo pode viver? Ou em quanto tempo gostaria de viver?Veja o que nos diz o censo demogrfico brasileiro, apurado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica (IBGE).Fato 1: Em 1940, a expectativa mdia de vida no Brasil era de 38,5 anos. Em 2003, essa expectativa mdia de vida era de 71,3 anos.Perceba que, em pouco mais de sessenta anos, a expectativa de vida de um brasileiro, ao nascer, aumentou em mais de trinta anos. Um brasileiro que nasceu em 2003, em mdia, esperaria viver at os 71,3 anos. Mas veja bem, em mdia. Aqui esto includas as crianas que morrem com menos de 1 ano de idade por desnutrio, os miserveis que no tm acesso a uma boa alimentao, bons mdicos, plano de sade e educao para adquirir hbitos de higiene.A classe mdia brasileira j tem expectativa de vida superior a 80 anos. Alguns cientistas j falam em congressos de sade sobre uma expectativa de vida de 105 anos ainda na primeira dcada do novo sculo. Hoje todos vem os netos. Cada vez mais gente convive com bisnetos.Fato 2: Em 2000 havia aproximadamente 24.600 centenrios no Brasil.O censo de 2000 mostrou que o nmero de brasileiros que tm 100 anos ou mais j era suficiente para encher um estdio de futebol. Completar um sculo de vida no mais um fato a ser registrado na imprensa. Est se tornando um fato corriqueiro. A medicina est proporcionando s pessoas uma vida saudvel muito longa. Quem se aposenta aos 65 anos pode contar com um tempo de vida talvez maior que a prpria carreira de trabalho. Por que no pensar em desfrutar essa nova vida desenvolvendo um trabalho que se ame e sem preocupao com as contas para pagar? Seria bastante interessante, em minha humilde opinio.O que voc est fazendo para garantir uma velhice tranqila? Trabalhando para pagar as contas no final do ms? Contribuindo para a Previdncia Social para receber sua aposentadoria de um salrio mnimo? E essas contas que voc tem, vai elimin-las na velhice? Tirar de sua famlia o padro de vida que ela tem?

Algo precisa ser feito - por onde comear?Este o momento de mudar seu futuro. Ningum obrigado a empobrecer de uma hora para outra. Tenha conscincia de que seu "regime financeiro" comea agora. Tem de comear agora, pois se voc deixar para amanh estar um dia mais pobre.A partir de agora, estaremos traando seu plano para tornar-se rico.Antes de mais nada, voc precisa mudar sua forma de pensar sobre o futuro. Se no tem viso clara de sua riqueza no futuro, porque provavelmente pensa como pobre. Em primeiro lugar, preciso abandonar a mentalidade de pobre e passar a pensar como rico.

Quem pensa que rico aquele esbanjador ou ostentador que d gorjetas mais caras que uma refeio, vai a festas todos os dias e anda com um carro por dia est com uma viso distorcida do que eu quero chamar de rico. Talvez esta definio seja do que popularmente chamado de podre de rico. Coloquemos os ps no cho. Uma pessoa dessas uma pessoa de sorte, e sorte cada um tem a sua. No conheo mtodos de mudar a sorte cie ningum. E, se realmente for possvel mudar a sorte de algum, certamente no ser por mtodos naturais.Meu objetivo fazer com que voc fique rico atravs de um planejamento simples, objetivo, que possa ser seguido por qualquer pessoa. No contaremos com velas, oraes nem aes divinas.O rico a que me refiro aquele que construiu sua riqueza da mesma forma que voc est buscando fazer. O livro Millionaire next door (O milionrio mora ao lado - Os surpreendentes segredos dos ricaos americanos), de Stanley e Danko, mostra que muita gente faz uma idia totalmente errada de como as pessoas enriquecem. Poucas vezes uma herana, um diploma de ps-graduao ou mesmo a inteligncia que constri uma fortuna. Com muito mais freqncia, esse o resultado de trabalho duro, economias disciplinadas e um padro de vida bem abaixo dos meios. A maioria cios milionrios compra carros usados em oferta, tem boas estratgias para reduzir o Imposto de Renda, rejeita o estilo de vida de grandes gastos que a maioria de ns associa com a riqueza. Como dizem os autores do livro, a maioria das pessoas realmente ricas no mora em Beverly Hills nem em Park Avenue, mas logo ali na casa ao lado.

"A razo do primeiro milho est na conquista da aposentadoria."

CAPTULO 2 - OS QUATRO GRANDES ERROS DAS PESSOAS POBRESPlante cada dia pelo menos um p de algaroba, de caju, de sabi ou outra rvore qualquer, at que o serto todo seja uma mata s.Padre Ccero (1844-1934)Por que as pessoas no enriquecem?As pessoas no enriquecem porque no fazem planos. Mas esse no o nico motivo do no enriquecimento. Outro motivo de as pessoas no enriquecerem porque cometem erros. Todos ns cometemos erros.No pense que, para enriquecer, voc ter de eliminar completamente os erros de sua vida. Os ricos tambm erram. Talvez at errem com bastante freqncia, pois alguns escolhem o caminho do risco para enriquecer mais rapidamente. Mas, com um pouco de sabedoria, os bons resultados dos acertos acabam compensando com sobras os maus resultados dos erros.

errar humanoA est um belo bordo para justificar um erro. Ou talvez uma bela desculpa. Mas algumas pessoas talvez se achem mais humanas que outras porque se do ao luxo de errar com uma freqncia impressionante. Voc, leitor, se ainda acha que est muito longe de enriquecer, bem provvel que esteja errando bastante, muito mais do que deveria.

Descobri, com meus estudos sobre finanas e com vrias consultorias de finanas pessoais que tive oportunidade de oferecer, que entre os vrios erros que levam as pessoas a no se tornar ricas existem quatro grandes erros comuns a praticamente todo ser humano pobre.Basicamente, todo pobre pobre porque:1) Despreza os pequenos valores.2) No se esfora por uma boa negociao.3) No tem percepo financeira.4) No sabe aonde quer chegar.So erros muito freqentes. Explorarei cada um deles a partir de agora. Ajeite-se na cadeira ou no sof. Voc ir perceber que tambm erra bastante. Talvez at aceite bem esse fato, mas espero que mude sua postura a partir de hoje.

O desprezo pelos pequenos valoresNormalmente prestamos ateno aos grandes nmeros, mas desprezamos os pequenos. Quando usamos a expresso "da espessura de um fio de cabelo", queremos dizer uma espessura que praticamente no vale nada. Mas provarei que um absurdo considerar essa espessura igual a zero.Consideremos, por exemplo, a espessura de uma folha de papel comum, como esta em que o texto est impresso. Voc sabe qual a espessura dela? Com um instrumento de preciso - um paqumetro - podemos medir a espessura desta folha e chegaremos medida de 0,094 milmetro, ou pouco menos de 0,1 milmetro (um dcimo de milmetro). Na prtica, isso significa que, se voc colocasse uma folha de papel sobre um piso bem plano, pisasse em cima dela e no houvesse deformao da folha, estaria 0,1 milmetro mais alto do que se no pisasse na folha. Para muitos isso o mesmo que nada.Agora imagine o seguinte problema: voc precisa subir ao alto do Pico da Neblina, o ponto culminante do territrio brasileiro, com 3.014 metros, mas no dispe de nenhum outro equipamento a no ser uma folha de papel da espessura desta que est em suas mos, porm de dimenses enormes, do tamanho que precisar. Como atingir o cume do pico mais alto do Brasil apenas com uma folha de papel?A meu ver, pode-se achar uma soluo relativamente simples. Se, ao pisar na folha de papel, eu estou mais longe do cho, concluo que, se pisasse sobre duas folhas, estaria duplamente mais longe! Ora, como tenho uma nica e enorme folha, cada vez que dobro a folha ao meio estou a uma altura exatamente igual ao dobro daquela em que estava anteriormente. Bastaria, ento, verificar quantas vezes eu precisaria dobrar ao meio minha folha de papel para atingir altura igual ou superior do Pico da Neblina. Vejamos o quadro a seguir:Nmero de Espessura obtida N de Resmasdobras mm cm m km folhas (1 resma500 folhas)/0 0,094 110,188

2

20,376

4

30,752

8

41,50

16

53,01

32

66,02

64

712,03 1,203

128

82,406

256

94,81

5121109,63

1.02421119,25

2.04841238,5

4.09681377,0

8.1921614154,01,5416.3843215

3,0832.7686416

6,1665.53612817

12,32131.07225618

24,6262.14451219

49,3524.2841.02420

98,61.048.5762.04821

197,12.097.1524.096n

394,34.194.3048.19223

788,58.388.60816.384M

1.577,116.777.21632.768n

3.154,13,15 33.554.43265.536 6,312,6Nmero de Espessura obtida__^ de fesmasdobras mm cm m km folhas (I resma =500 folhas)2950,530100,931201,932403,733807,5341.614,9353.229,8366.459,63712.919,33825.838,53951.677,040103.354,141206.708,242413.416,443826.832,744-1.653.665,5453.307.331,0466.614.662,04713.229.323,94826.458.647,84952.917.295,650105.834.591,2 (105 milhes de quilmetros)2.633 voltas em redor da TerraIncrvel, no? Perceba que, a cada dobra, multiplica-se por 2 a altura obtida na dobra anterior. O exemplo mostra quanto subestimamos o potencial das pequenas medidas. Com 25 dobras de uma folha de papel consegue-se espessura maior que a altura do Pico da Neblina. Com cinqenta dobras, tem-se altura equivalente a mais de 2.600 voltas em redor do planeta Terra!Caso no acredite nesse exemplo, tente fazer uma simulao. Primeiro, pegue uma folha de papel e tente medir sua espessura com uma rgua. Voc no conseguir, pois a espessura do papel inferior a 1 milmetro. Dobre essa folha ao meio seis vezes e tente medir novamente. Surpreendeu-se? Togo voc perceber que as curvas formadas no papel dificultaro seu trabalho, mas estou desprezando esse efeito para facilitar sua compreenso. Outra forma de chegar mesma concluso com um pacote de 500 folhas de papel (dessas que so utilizadas em impressoras domsticas). Comece com uma folha. Coloque uma folha em cima da primeira. Agora, em cima das duas folhas coloque mais duas e continue dobrando o tamanho da pilha at acabar o pacote. Voc ver que o papel acabar antes de con-cluir a nona rodada...Voltemos ao nosso exemplo do dinheiro. Espero que voc esteja convencido do potencial dos pequenos valores. Muitas empresas respeitam muito os pequenos valores, e por isso fazem fortunas ao vender um nmero muito grande de produtos com margem de lucro muito pequena. o caso dos hipermercados, empresas cujo faturamento anual chega casa dos bilhes de reais. Mesmo vendendo produtos com margem de 1 ou 2 centavos sobre o preo de compra, atingem cifras de lucros de centenas de milhes de reais.Jamais despreze os pequenos valoresImagine que voc compre um pacote de balas por determinado preo e consiga vend-las pelo dobro do que pagou. Imagine tambm alguma artimanha que pudesse convencer vrias pessoas a comprar suas balas, possibilitando-lhe vender tantas balas quantas fosse capaz de comprar. Pense agora nas pessoas que oferecem balas nos semforos a pretexto de auxiliar a famlia. Esses vendedores j pagaram aos ricos fornecedores de balas no mnimo o dobro do que elas custaram. Algum est ficando muito rico com sua "caridade".O que est por trs dessa inverso o desprezo que temos por pequenos valores. Certamente voc no conseguir imaginar um meio seguro de dobrar o valor de sua poupana em curto perodo de tempo (se conseguir tal faanha, por favor, entre em contato comigo o mais brevemente possvel). Mas existem alternativas para fazer seu capital crescer, e uma delas so os juros pagos pelos bancos sobre sua poupana. Juros nada mais so do que uma taxa, ou um aluguel, paga por algum para usar um bem de outra pessoa. O bem, nesse caso, o dinheiro. O banco oferece uma taxa de juros para que voc se convena a depositar seu dinheiro na instituio, e ento usar seu dinheiro para fazer emprstimos a outras pessoas cobrando mais caro por isso. No h segredo: quanto menos o banco paga a voc e quanto mais cobra de quem pede emprestado, maior o ganho dele.Como a taxa de aluguel, ou juros, paga em dinheiro, no final de um perodo de aplicao de seu dinheiro (um ms, porO que est por trs dessa inverso c desprezo que temos por pequenos valoresexemplo) voc ter uma quantia de recursos maior do que a inicial. E sobre essa nova quantia que o banco pagar juros, criando-se um efeito semelhante ao das dobras de papel: quanto maior a pilha que voc tiver, mais rapidamente crescer sua poupana.O problema que, muitas vezes, deixamos de poupar mais porque perdemos muito dinheiro. Na verdade, desprezamos o dinheiro pequeno. Jogamos dinheiro fora por costume, pois acreditamos que no vale a pena "negociar" pequenos valores.Acredite: quanto mais pobre a pessoa, mais desperdia. Sinceramente, no sei se o desperdcio acaba sendo causa ou conseqncia. Voc j fez, por exemplo, no banheiro pblico ou da empresa a pesquisa do papel-toalha? Quem est mais bem-ves-tido ou ganha mais quem usa uma folha - no mximo duas -para enxugar as mos. Na proporo inversa da renda, vai aumentando o desperdcio.O mesmo acontece quando se recebe o ordenado no final do ms. H um forte apelo causado pelo dinheiro na mo que nos impele ao desperdcio. No comeo de minha carreira, estagiei em uma grande indstria grfica cujos funcionrios almoavam no restaurante da empresa, de estilo "bandejo", a um preo simblico descontado da folha de pagamento - coisa de centavos. A comida nunca era ruim, sempre bem servida. Mas era incrvel o que acontecia no restaurante no dia do pagamento: a grande maioria dos trabalhadores saa para comer fora da empresa, pagando muito mais pelo almoo, com a justificativa de "variar um pouquinho", E a maior parte desse grupo era de pessoas que ganhavam trs ou quatro salrios mnimos.Perceba tambm o efeito do desprezo pelos pequenos valores quando voc tem uma nota de 50 reais na carteira. Provavelmente a nota dura muito mais tempo do que cinco notas de 10 reais na carteira. Isso acontece porque no pensamos duas vezes antes de comprar futilidades, j que elas custam "barati-nho". Mas se eu tiver de usar uma nota de 50 reais para comprar um cafezinho ou um doce ou uma roupinha em promoo vou considerar com mais juzo se essa compra vale a pena ou no. O que acontece, ento, quando uma nota de 10 reais vira vrias notas de 1 real? Ou, pior, quando recebemos troco em moedas, que por alguma razo que desconheo so totalmente desprezadas pelos brasileiros?O exemplo da nota de 50 reais simblico. Todos os produtos da prateleira do supermercado so baratos. "E s 1 real a mais...", e l estamos ns comprando mais um suprfluo. No caixa, os vrios "s 1 real a mais" transformam-se em algumas centenas de reais, e a vem o susto. Vale o mesmo para a emisso de cheques de pequeno valor ou pequenos pagamentos com carto de crdito. No so nada em comparao com nossa renda, mas transformam-se num monstro devorador de ordenados no final do ms.O arrependimento consciente j um grande passo para o amadurecimento financeiro.Procure lembrar-se de uma situao em que perdeu ou des perdiou dinheiro. A mais recente delas. Tenho certeza de que nos ltimos dez dias voc deve ter se arrependido de fazer, com muita rapidez, seu dinheiro acabar na carteira ou suas contas se acumularem nos cheques ou no carto de crdito. Interrompa sua leitura agora por alguns segundos e reflita.Tempo para pensarSe voc lembrou alguma situao, parabns. O arrependimento consciente j um grande passo para o amadurecimento financeiro. Nos exemplos seguintes eu comprovo duas coisas interessantes. Em primeiro lugar, voc perceber quo freqentes so as situaes cotidianas em que perdemos dinheiro. Em segundo, tambm perceber que algumas das situaes em que perdeu dinheiro nos ltimos dias nem sequer foram notadas ou no passaram por sua cabea aps a leitura do pargrafo anterior. Reflita sobre estes exemplos:Logo pela manh, senhor Fulano acorda e vai buscar o leite e os pezinhos quentes para o caf da manh. A conta d 1,90 real, e ao apresentar sua nota de 2 reais ele j recebe em troca a gentil pergunta com um sorriso: "Vai um chiclete?" L se foram 10 centavos em um arredondamento. E ele pagou acima de 5% mais caro por sua compra.Aps o caf da manh, senhor Fulano vai loja de materiais de construo para comprar um novo tubo flexvel para a pia, j que no agenta mais ouvir sua esposa reclamar h meses da gua empoada no banheiro. Se ele tivesse feito as contas de quanto gastou de gua a mais nesse perodo, talvez se motivasse mais cedo a consert-la. Preo: 24,85 reais. Ao apresentar a nota de 50, o caixa conta 25 de troco e j vem com a pergunta: "Estou sem troco, senhor. Posso ficar devendo 15 centavos?" Fazer o qu? Mais 15 centavos por gua abaixo.Enquanto senhor Fulano comprava o tubo flexvel, sua esposa estava na loja de "tudo por 1 real" comprando algumas coisinhas para a casa. Comprou quatro porta-copos que custavam 99 centavos e mais trs baldes que custavam 1,99 real. Nem questionou quando a dona da loja lhe passou o valor total a pagar: 10 reais! Mais 7 centavos perdidos.At a hora do almoo daquele dia, senhor Fulano e sua esposa j haviam perdido 32 centavos. E outras oportunidades de perda viriam. Caixinha para o flanelinha que "cuida" do carro, moedas que vo para o bolso ou para o painel do carro e nunca mais so encontradas, arredondamentos em cheques - preciso agradar ao vendedor ou o contrrio? - e muitas outras situaes.No estou pregando um comportamento obsessivo contra perdas. Essas perdas realmente so pouco significativas se consideradas de forma isolada. O problema que so muito freqentes. Perceba que no difcil perder 50 centavos por dia. Esses 50 centavos dirios eqivalem a 15 reais por ms, ou 180 reais por ano. Daria para comprar uma bela ceia de Natal no final do ano. O problema no est no valor, est na freqncia com que se perde...No deveria haver constrangimento em exigir o valor co brado pelos produtos. O Cdigo de Defesa do Consumidor ga rante que o lojista obrigado a ter troco e, se no o tiver, deve dar troco a mais se o cliente assim preferir.O descaso por uma boa negociaoProcure lembrar-se de uma situao em que voc deixou de economizar dinheiro por no ter negociado ou por no ter analisado adequadamente uma proposta de compra. Assim como perdemos dinheiro com freqncia impressionante, constantemente deixamos de aproveitar ao mximo o vendedor potencial que h dentro de ns ou a nossa capacidade de anlise.Voc conhece o vrus do consumo? Criado nos laboratrios de marketing, extremamente perigoso para a humanidade. Ataca o crebro, mas os efeitos colaterais mais graves surgem em um dos pontos mais sensveis do corpo humano no longo prazo: o bolso.Muitas de nossas compras so feitas por impulso, e isso j foi comprovado por diversos estudos. Segundo pesquisa realizada pelo PROVAR em 2002, apenas 20% das pessoas afirmam que no compram alm do que haviam planejado em supermercados. Em outras palavras, 80% das pessoas admitem comprar por impulso. Essa estatstica impressionante.As razes de boa parte dessas compras por impulso so as eficientes estratgias de marketing das empresas. Elevados investimentos e tecnologia so utilizados para que sejamos convencidos a levar para casa um produto. Quando vamos s compras, temos como objetivo buscar produtos que nos interessam, mas temos tambm como destino trazer para casa os produtos que nos so empurrados com enorme astcia por seus fabricantes e vendedores.A todo instante somos bombardeados por apelos de marketing. Durante nossas compras em supermercados no vemos os produtos que queremos. Ao invs disso, vemos embalagens feitas para chamar nossa ateno, letras e formatos chamativos, fotos de lugares e situaes em que desejaramos estar, atendentes bonitas oferecendo amostras de artigos que nunca pensamos em comprar. Artigos fteis expostos ao lado de bens de primeira necessidade. Embalagens promocionais, embalagens novas, brindes que tero utilidade duvidosa em nossos armrios de casa. Leve doze e pague dez, e tantas outras promoes que lhe empurram produtos e quantidades alm daqueles que voc realmente planejava comprar. claro que h casos em que essas promoes so realmente interessantes, desde que voc faa uso de todos os itens adquiridos.Se a situao que apresentei at aqui faz com que a carapua sirva para voc, leitor, no desanime. Voc faz parte de um grupo de consumidores perfeitamente normais, aqueles que alimentam as estatsticas das estratgias de marketing das grandes empresas. Gosto de definir uma relao de compra como uma batalha. Todos os exemplos dados at aqui fazem parte de um universo de vendas pouco selvagem, aquele em que a batalha se trava entre voc e o produto que est ali, quietinho, na prateleira ou na vitrine. Uma situao muito pior aquela em que seu inimigo se traduz na figura de um vendedor, daqueles que vm at voc com um sorriso quando seu primeiro passo est a fraes de segundo de tocar o piso interior da loja.Todos ns temos um lado comprador e um lado vendedor. Ganham mais aqueles que sabem desenvolver melhor seu lado vendedor. Toda situao de compra pode ser encarada como uma luta desleal. De um lado do ringue, o cliente: inocente, em busca da realizao de seus sonhos de consumo, pensando apenas em achar o produto que lhe interessa. Ao identificar o produto, e somente aps isso, surge a preocupao com o preo. Do outro lado do ringue, o vendedor: escolado em tcnicas de vendas e programao neurolingstica, sabe identificar o cliente que encontrou o produto de seus sonhos, e nesse ponto o leo ja atacou o pescoo do cervo. Quando o cliente mostra que aquele o produto que tanto procurava, a luta j est perdida, questo de tempo e astcia do vendedor empurrar ao cliente um produto cujo preo de venda poderia ser muito mais baixo.H pouco tempo, eu e minha esposa procurvamos mveis para nosso apartamento, j que estvamos prestes a nos casar. Como acontece com todos nessa situao, estvamos superfelizes, pois planejvamos a criao de "nosso cantinho", e o entusiasmo era evidente em nossos olhos. Certo domingo, em um shopping de mveis e decorao, finalmente encontramos a cristaleira de nossos sonhos. Estava l, reluzente, na vitrine de uma grande loja de decorao. Naquela tarde de domingo, aprendemos duas lies sobre a arte da compra: 1) a vitrine no foi feita para olhar, mas para ser olhada: ao entrar na loja, a vendedora j sabia, por nossas expresses de encantamento, que tnhamos encontrado a cristaleira que h muito tempo procurvamos; e 2) o processo de compra no deve ser feito a dois: a vendedora rapidamente descobriu qual de ns era o mais fraco em negociaes, e quando a "parte negociadora" expunha seus argumentos contra preos, condies de pagamento e qualidade do mvel a vendedora rapidamente olhava com cara de d para a "parte frgil" e lastimava: "Tenho certeza de que este o mvel de vocs e a ltima pea. A promoo s at hoje, segunda-feira vem tabela nova, est a preo de fbrica...", e todas as outras mentiras descaradas que quase todo vendedor apresenta.Qual deve ser sua postura em relao a compras? Antes de mais nada, esteja consciente da batalha em que est entrando. Seu dinheiro est em jogo. Voc um lutador diante de um feroz vendedor. Transforme sua cabea, desenvolva seu lado vendedor. O prmio a que far jus se vencer a batalha ser um atalho para sua independncia financeira. Quanto mais atalhos, mais depressa o objetivo ser atingido. Esteja preparado, se o vendedor perceber que voc entende do jogo no ir perder tempo e se render facilmente para sair em busca de um cliente inocente o mais rapidamente possvel.Posso listar algumas dicas valiosssimas em suas prximas compras. So elas:* Ao dirigir-se a uma loja em que pretende comprar vrios artigos, como um supermercado ou uma loja de materiais de construo, prepare sua lista de compras e leve-a com voc. Procure ater-se ao que estava em seu plano de compras. Invariavelmente voc encontrar produtos que talvez tenha esquecido de colocar na lista e realmente se faam necessrios. Nesse caso, treine para pensar duas vezes antes de colocar no carrinho qualquer produto que estava fora da lista. No estou sugerindo que elimine totalmente o prazer do consumo, mas que cuide melhor do oramento. Uma idia interessante incluir em seu plano de compras determinado valor a ser gasto com artigos no planejados. Presenteie-se, mas sem se assustar com os valores na hora de pagar. Em algumas situaes voc no sabe exatamente o que vai comprar no supermercado, por isso fica muito difcil fazer uma lista. Caso tpico fazer as compras para uma festa ou para a ceia de Natal e optar pelas " novidades" venda no supermercado. Uma alternativa fazer uma estimativa do limite de gastos e estabelecer um valor como meta. Sua ceia de Natal custar X reais neste ano. Durante as compras, v montando na loja sua lista e somando os valores na calculadora. Policie-se quanto ao limite. Respeite seu oramento.Ao deparar com um vendedor profissional, jamais mostre que o produto que voc escolheu exatamente aquele que estava procurando. No entregue o ouro ao bandido. No h situao mais propcia ao vendedor profissional que aquela em que o casal com cara de recm-casado (o vendedor tem o poder de perceber o brilho de uma aliana nova a quilmetros) entra na loja de mveis com um sorriso e a expresso de "at que enfim encontramos". Faa jogo de cena. Combine com seu parceiroou parceira as regras do jogo. Aprendam a olhar a vitrine com cara de desinteresse, entrem na loja com a desculpa de tirar uma dvida em relao textura da pea. Se o vendedor avanar, argumentem que querem ver a pea porque igualzinha que tm em casa. Aps testar a qualidade e consultar o preo, saiam da loja e discutam entre vocs as vantagens e desvantagens do produto. Isso vale para mveis, automveis, eletrodomsticos, obras de arte e outros bens de valor. Decididos pelo produto, voltem loja para iniciar a pechincha. Procure apontar defeitos mesmo que eles sejam pouco significativos. Tenha certeza de que o vendedor est ocultando defeitos que aparecero depois. Mostre-se insatisfeito com algum detalhe: cor, formato ou tamanho. Todo produto defeituoso merece desconto. Negocie todas as alternativas possveis: cheque, carto, pagamento vista, parcelado, financiado. Mais adiante discutirei como avaliar adequadamente as alternativas de pagamento. Perceba as oportunidades de pechincha. Nem sempre voc tirar um coelho da cartola. No h a menor condio de pechinchar em lojas do tipo que denomino de " varejo-baciada". So aquelas em que os consumidores se batem para pegar alguma pea aproveitvel em meio a um monte de produtos fora de linha ou com defeito. Os vendedores ficam o tempo todo ocupados tirando pedidos e ganham comisses mnimas, tm de trabalhar com alto giro para ganhar uns trocados. Definitivamente, esquea. A situao bem diferente quando voc entra em lojas de pouco movimento, como de mveis ou de produtos de alto valor em centros de compra de classe mdia. Em algumas lojas, possvel notar pela vitrine o desnimo de vendedore,s de sesperados por um nico cliente salvador do dia, e basla mu olhar seu para que se levantem e corram at a porta com aquele sorriso acompanhado de um " pois no?" eufrico. Essa a vtima, diante da qual h bastante espao para uma negocia o. Entre e brigue para vencer, faa seu bolso feliz. Geralmente o preo de venda dos produtos tem diversos tipos de margem e comisso embutidos. A loja compra o produto e agrega a ele uma margem. Sobre essa margem, ainda incidem a margem do gerente, a margem do vendedor e a chamada "margem de negociao". Todas elas podem e devem ser reduzidas. Nunca compre sem antes fazer uma ltima proposta ao gerente. Repito: ao gerente, no ao vendedor. Se o gerente no for consultado, voc ainda estar acima da margem mnima negocivel.Adotando algumas dessas preciosas regras de compra, voc estar dando um grande passo para a construo de sua riqueza. Desenvolva seu lado vendedor, esteja pronto para o ataque. Os vendedores profissionais so treinados para vender. Portan-to, aprenda a comprar agindo como um vendedor! Voc no estar vendendo um produto, estar vendendo a idia de que seu dinheiro vale muito. E ele vale mesmo.A ausncia de percepo financeiraVoc sabe o que juro? Juro o aluguel que voc paga por usar uma quantia de dinheiro que no sua. Quando voc usa um imvel que no seu, paga aluguel. Quando usa um bem qual quer que no seu, paga aluguel. Dinheiro um bem como qualquer outro. A diferena que tem o que chamamos de liquidez, podendo nos prestar uma utilidade diferente a qualquer momento, desde que no se esgote. Se eu uso o dinheiro de algum, devo pagar juros. Em outras palavras, se eu tiver dvidas em dinheiro, essas dvidas me custaro juros.Dvida qualquer forma de uso de recursos de terceiros, em geral acompanhada da cobrana de juros.Mas no a simples existncia dos juros que deve lev-lo a evitar dvidas. Dvidas fazem mal quando custam caro. Dvidas fazem mal quando os juros so excessivamente altos. Altos em relao a qu? Em relao ao que quer que voc faa com o dinheiro que est tomando emprestado. Se tiver percepo financeira, bem provvel que as dvidas lhe sejam muito teis.O que essa tal percepo financeira? Percepo financeira pensar como um banqueiro. O banqueiro, e tambm o bom empreendedor, aquele que usa o dinheiro dos outros porque sabe dar a esse dinheiro um fim que lhe renda mais do que o que tem a pagar de juros. Veja como possvel ganhar dinheiro sem ter dinheiro.Voc sabe como funciona um banco?Um banco nada mais do que uma instituio que pede dinheiro emprestado de uns para emprestar a outros. Voc empresta dinheiro ao banco mesmo sem estar consciente disso. O banco trabalha com um marketing de credibilidade para que as pessoas se sintam seguras em depositar nele seu dinheiro. Para que voc deixe quantias significativas de dinheiro no banco, estelhe oferece taxas de juros para que seu dinheiro fique "aplica do". O banco est usando seu dinheiro, e por isso deve lhe pagar juros. Alguns clientes deixam seu dinheiro parado na conta corrente, sem aplicar. a alegria dos bancos, pois seu dinheiro est disposio deles sem que tenham de lhe pagar nada.A figura da pgina seguinte mostra como seu dinheiro utilizado pelo banco. Se o Cliente 1 tem algum dinheiro acumulado e no tem onde investir esse dinheiro para fazer mais dinheiro - uma empresa ou um negcio prprio, por exemplo -, este cliente procura um banco para aplicar seu dinheiro, pois sabe que o banco paga juros. Se o Cliente 2 tiver uma oportunidade de investimento - talvez um negcio prprio - ou estiver com falta de dinheiro, ele ir recorrer ao banco para obter recursos, mesmo sabendo que ter de pagar juros por isso. Mas o banco no fabrica dinheiro. Ningum fabrica dinheiro. O banco ganha dinheiro exatamente na diferena entre as taxas de juros que ele paga aos clientes correntistas e aquelas que ele cobra dos clientes que lhe pedem dinheiro emprestado. Se o banco paga a um cliente 1% ao ms para que ele deixe o dinheiro aplicado na instituio e cobra de outro cliente 3% ao ms por um emprstimo, a diferena de taxas (3% -1% = 2 pontos percentuais de diferena) o ganho do banco, que o mercado chama de spread. Imagine quanto dinheiro ganha um banco cujos clientes depositam milhes de reais todos os dias em suas contas correntes e aplicaes, repassando essesDvida qualquer forma de uso de recursos de terceiros em geral acompanhada da cobrana de juros.milhes a outros clientes que precisam de dinheiro para fazer investimentos em seus negcios ou para cobrir sua falta de caixa. E esse spread no tem nada a ver com as tarifas de manuteno de contas correntes, que engordam os ganhos dos bancos.Como funciona um banco?

EmprstimosContas$Correntes $

Recursos poupados pelo cliente 1

BancoPerceber como funciona um banco importante, pois fica claro que algumas pessoas - os banqueiros - usam seu conhecimento e sua credibilidade (nada alm disso) para remanejar o dinheiro de outras pessoas e fazer dinheiro para ficar mais ricos. Bancos no pagariam juros a seus clientes se no houvesse outros clientes para lhes pagar juros mais altos e aumentar sua fortuna. E por essa razo que os banqueiros ficam ricos.Quem paga juros (de um financiamento de carro ou casa ou do cheque especial) est arcando com um nus muitas vezes desnecessrio e prejudicial para obter algo antes de realmente adquirir condies de t-lo. Ningum deveria pensar em pagar juros se no ficasse mais rico com esses juros.Nunca aceite pagar juros mais altos do que aqueles que voc recebe de seus investimentos.Da mesma forma que o banco sabe que alguns esto dispos tos a lhe pagar juros altos (s vezes por falta de opo) e outros aceitam receber juros baixos por suas aplicaes, sabe tambm que h clientes que pensam como banqueiros. Esses clientes no aceitam pagar juros altos e tambm exigem remunerao mais alta de suas aplicaes. Negociam com os bancos taxas melhores e usam como principal argumento de negociao montantes maiores de recursos para movimentar.Se voc j pesquisou aplicaes em fundos de investimento, percebeu que aplicar 1.000 reais bem diferente de aplicar 1 milho de reais. Os fundos de investimento pagam bem mais para quem tem mais recursos. Em outras palavras, os bancos tentam "convencer" grandes investidores a trazer grandes boladas para suas contas, j que tero menos trabalho para juntar recursos para grandes aplicaes. Com isso, acabam recebendo um spread menor mas que, multiplicado por volumes bem maiores de recursos, lhes rendem uns bons trocados. por isso que os bancos possuem diferentes segmentos de atuao, normalmente denominados como no quadro adiante.Nunca aceite pagar juros mais altos do que aqueles que voc recebe de seus investimentos.SegmentoCaractersticaJuros das aplicaesJuros pagos em emprstimosSpread do bancocorporateGrandes empresas que movimentam milhes diariamente.Recebem os melhores juros do mercado para manter suas contas no banco.Pagam os menores juros do mercado, so disputados entre os bancos.Pequeno em termos percentuais, em alguns casos menor que 0,1%.PrivatePessoas fsicas que tm grandes fortunas e fazem grandes aplicaes.Recebem juros quase to bons quanto as grandes empresas.Por ser clientes preferenciais, pagam taxas de juros pouco maiores que as Corporate.Um pouco maior que o do segmento Corporate, mas ainda multiplicado por alguns milhes.Middle market ou empresasa grande maioria das empresas possui contas nessa categoria; so de porte bem menor que as do segmento Corporate.Por no movimentar quantias to altas, recebem juros menores que os anteriores em suas aplicaes.Pagam juros mais altos que os do Private e os do Corporate, porm menores que os das pessoas fsicas.O spread maior, mas isso no significa que os bancos necessariamente ganhem mais, pois os recursos movimentados so tambm de menor volume.Pessoa fsicaSomos ns, a grande maioria dos clientes que aplicam quantias inferiores a 100 mil reais e no recebem vantagens do banco.Recebemos os piores juros do mercado para nossas aplicaes, pois no temos o principal instrumento de negociao: muito dinheiro.Quando o emprstimo se faz necessrio, os juros chegam a assustar. o segmento de clientes que paga o maior spread. Mesmo assim, no trazem grandes lucras aos bancos, pois movimentam pouco dinheiro.H ainda um segmento de clientes muito especiais para os bancos, que trazem grandes alegrias aos banqueiros. Um professor meu apelidou esse segmento de PFB. o segmento "pessoas fsicas bobinhas", formado por uma grande massa de clien-tes ingnuos que, mesmo tendo sua disposio as piores taxas de aplicao entre os segmentos do mercado, acabam optandopor aplicaes pssimas, que no lhes rendem nada, pois no pesquisam (por falta de interesse ou, na maioria das vezes, por desconhecimento) as melhores alternativas de investimento de seus recursos. So os grandes alvos dos ttulos de capitalizao e outras aplicaes com artimanhas ocultas para lhes roubar algum dinheiro - como taxas de administrao elevadssimas de alguns fundos de investimento. Os clientes PFB so aqueles que, mesmo tendo as piores taxas de financiamento e emprstimo do mercado, escolhem emprstimos automticos que lhes custam mais caro, como cheques especiais e cartes de crdito. Clientes que aplicam seu dinheiro quase sem juros (ou no aplicam, esquecem na conta corrente) e tomam emprstimos carssimos, proporcionando aos bancos spreads maiores que 10% ao ms.No so os bancos os viles de seus problemas financeiros, mas sua prpria falta de conhecimento.Veja se voc j ouviu falar de uma situao parecida comesta:Um casal est poupando todo ms 100 reais para garantir o futuro de seu filho. Ambos tm muito orgulho disso, e cada ms depositam com grande prazer a poupana planejada. No final do ano, chega o Natal. poca de peru, champanhe, uma perninha de porco (j que ningum de ferro...) e dos tradicionais presentes para a famlia. Como ambos so profissionais autnomos, no contam com o 13" salrio, como boa parte da populao. Mas tudo festa... No final do ms, ao verificar o extrato bancrio, o susto: a conta do banco estou rou ou o carto de crdito vence amanh e o casal no lem saldo no banco para pagar. So quase 1.000 reais de diferena. Aps o calafrio de susto, o marido rapidamente se recompe, afinal ele tem um bom relacionamento bancrio, o que lhe garante um limite de cheque especial, ou tem um valor mnimo a pagar no carto e sabe que deixar para pagar um pouco no ms que vem no ser ruim, j que o nome dele no ficar sujo na praa. Tirar dinheiro da poupana do Jnior? JAMAIS! Nem se cogita apresentar a hiptese esposa, isso poderia acabar com um plano to bem-feito para o futuro da criana...E o casal, como um nmero imenso de pessoas no mundo todo, cai no cheque especial ou efetua o pagamento parcial do carto de crdito, o que na prtica significa que se toma emprestado o que faltou pagar. Sem estresse, claro, o casal j se planeja para pagar os juros que viro pela frente, mas s neste ms, certo?Por enquanto, esqueamos o fato de que a que facilmente comea uma dvida que poder arruinar as finanas pessoais da famlia. Consideremos a simples deciso de "como pagar algo se no tenho dinheiro?"Usar o cheque especial ou o financiamento do carto de crdito provavelmente a forma mais rpida de perder riqueza. No fiz nenhuma pesquisa cientfica sobre isso, mas esse tipo de perda talvez possa ser equiparado perda qtre temos ao comprar um carro zero-quilmetro, quando mais de 15% do valor pago j perdido ao assinar a nota de compra.De todas as alternativas possveis, a escolha do cheque especial ou do carto de crdito foi a pior que o casal poderia ter feito. Vejamos duas alternativas bem mais interessantes:1) Todos ns que temos contas correntes abertas em bancos podemos fazer emprstimos. Basta contatar nosso gerente e perguntar so bre as condies gerais desses emprstimos. Muitas vezes, esse tipo de informao nos enviado pelo correio, mas o desprezamos. A modalidade chamada de emprstimo pessoal possui taxas de juros muitas vezes inferiores metade das taxas do cheque especial. Qual a diferena entre o emprstimo pessoal e o cheque especial? A nica diferena que o cheque especial automtico, enquanto para pedir emprstimo pessoal voc precisa telefonar ao gerente. Ao estourar a conta corrente, o casal poderia ter optado pelo emprstimo pessoal em vez do cheque ou carto. Em vez de pagar taxas de juros que podem chegar casa dos 12% ao ms, estaria pagando cerca de 4% a 5% ao ms na pior das hipteses. Para um emprstimo de 1.000 reais, eles estariam pagando juros de 40 a 50 reais por ms, em lugar dos 120 reais que alguns cartes de crdito cobram. Essa seria a melhor alternativa somente se a famlia no possusse nenhuma poupana.2) A alternativa anterior definitivamente no a melhor se a famlia possui qualquer tipo de poupana. Passemos a usar a percepo financeira. Pensemos como banqueiros. De onde o banco tira o dinheiro para emprestar queles que precisam? Das aplicaes que seus clientes fazem, certo? Ento, no exemplo acima, o casal estava formando a poupana de seu filho e recebendo juros de poupana, digamos, de cerca de 0,5% ao ms e ao mesmo tempo recorrendo ao cheque especial, com juros exorbitantes! Veja que spread fantstico eles estavam dando ao banco! Um perfeito exem plo de PEB. E veja que a classificao de PEB est unido prximada realidade de muitas das pessoas que nos rodeiam. O banco lhe tira de um bolso e pe em outro, e voc ainda paga por isso! Mude sua forma de pensar. Primeiro, fazer dvidas dever estar fora de seus planos se essas dvidas no servirem para torn-lo mais rico. Discutiremos isso mais adiante. Agora, se voc j estiver na situao do casal, a melhor alternativa certamente ser usar a poupana para quitar suas dvidas. No pague juros altos para continuar recebendo juros baixos das aplicaes jamais. Mas cuidado: o uso da poupana de um filho pode tornar-se motivo de desentendimento conjugal, portanto deve ser planejado. Voc no precisar perder os juros da aplicao ao us-la para quitar dvidas. Faa uma dvida com voc mesmo! Ou com seu filho, no caso. Em vez de simplesmente usar a aplicao, faa um planejamento de como recompor o valor tirado e de como pagar juros para compensar esse "emprstimo". Castigue-se pelo erro do mau planejamento, pague juros altos - para seu filho, no para o banco.Se o casal depositava 100 reais todo ms na poupana do filho, poderia planejar da seguinte forma o "emprstimo":Em dezembro retiram RS 1.000 da poupana para pagar contasAo fazer retirada, esto perdendo uma remunerao de 0,5% ao ms sobre essa retirada. Em janeiro, perdem ento R$ 5 de jurosResolveram pagar advida em dei meses, de volta poupana do filhoA partir de janeiro, iro depositaros R$ 100 que [ estavam previstos a cada ms mais R$ 100 que iro recompor os RS 1.000 aps dez meses, e mais "juros".Jan. Fev.out. R$250Os "juros"so propostos em R$ 50 por ms at a quitaoda dvida, pagos com o depsito na poupana (RS 100 + RS 100 + RS 50).Os juros de 50 reais combinados pelo casal podem parecer exorbitantes, mas eles resolveram se impor esse castigo para no esquecer mais o erro e no repeti-lo no prximo ano. Alm dis-so, o fazem de conscincia tranqila, pois no esto pagando juros a um banco, mas a seu filho, contribuindo assim com o futuro da famlia.Pense na pergunta seguinte. Ela pode ser a pergunta de sua vida:Que tal se o banco trabalhasse para voc?No saber aonde se quer chegarA maioria das pessoas superestima o que se pode fazer em um ano e subestima o que se pode fazer em uma dcada.(A. Robbins) o quarto grande erro que em geral as pessoas pobres cometem, e por isso continuam eternamente pobres. Quais so seus objetivos? Quanto de sua renda voc planeja poupar ou investir? Em quanto tempo ir se aposentar?Muitos tm dificuldade de responder a essas trs questes. No importa o tamanho de sua ambio, no importa quanto voc pretende se esforar para atingir seus objetivos. Os meios de atingi-los precisam estar claramente definidos.Uma pessoa bastante modesta em relao a seus planos diria:"Meu objetivo um dia ter uma casinha de campo, coisa simples, em um lugar bem tranqilo, muitas rvores com frutas, para curtir a famlia, os netos, no ter mais dor de cabea..."timo! J temos um objetivo. Mas no basta. O que voc est fazendo para conseguir isso?Trabalhando? Recebendo aquele maldito salrio que paga suas contas no final do ms? Por acaso voc conta com a aposentadoria do governo para pagar suas contas? Ou com a sorte de um prmio de loteria? Meu amigo, j comeou errado! No voc que vai conseguir essa tranqilidade! Algum ter de trabalhar para sustent-lo enquanto estiver l curtindo a famlia, e esse algum o dinheiro! O seu dinheiro! Se voc no o puser para trabalhar desde j, no ser quando sua fonte de renda acabar que ele vai passar a sustent-lo.J foi dito que a grande diferena entre pobres e ricos que os ricos sabem fazer planos. Neste momento, a melhor deciso que voc pode tomar concentrar suas energias na elaborao de um plano.Daqui para a frente, este livro se dedicar a ajud-lo a construir seu plano para ficar rico. Teia com ateno, organize-se, apanhe lpis e papel para fazer suas anotaes. Se for preciso, pea ajuda a algum em alguns clculos, mas no deixe de iniciar seu plano agora.

PREPARAO DO TERRENOUma jornada de mil milhas comea sempre com um simples passo.(Lao-tse)Como se constri a riqueza?Para construir sua riqueza de forma consistente, voc precisa estar consciente de seu objetivo. Sua atitude em relao ao dinheiro deve ser bastante objetiva. Antes de mais nada, voc precisa eliminar de sua mente algumas crenas, ou mesmo bloqueios, que at hoje vinham limitando seu crescimento financeiro. Exis tem pelo menos cinco crenas ou bloqueios a ser eliminados para comear a formar sua fortuna. So:Crena nmero 1: a no-urgncia"Isso no importante. No urgente. No essencial. Outras coisas so mais importantes."Comece agora seu plano. No espere o fim de semana para "pensar" no assunto, no espere sua esposa ou seu marido vol-tar do trabalho para conversar sobre o assunto. Nada mais urgente que garantir seu futuro com tranqilidade.Muitos dizem que a vida est uma loucura, que o trabalho est consumindo todo o tempo, que no sobra tempo para nada.Todos tm compromissos, mas considere o compromisso consi-go mesmo o mais importante.Voc dedica a maior parte de seu dia ao emprego. A causa justa, pois o emprego garante seu sustento, graas a ele queo dinheiro entra em sua conta no final do ms.Mas no seu emprego que vai torn-lo rico. Voc vai construir um plano para ficar rico, e vai seguir esse plano. E isso mais importante que seu trabalho. No estou afirmando que voc deve deixar de trabalhar. Pelo contrrio, o sal-rio ser parte fundamental de seu plano de construir uma fortuna.Considere porm que, quanto mais cedo voc comear a ficar rico, mais rico ficar. Por isso, dedique tempo e ponha seu plano em prtica. Comece hoje. Se for preciso, durma menos na primeira noite, j que tem outros compromissos assumidos. Mas comece seu plano hoje. Ele urgente. Seu futuro urgente.Crena nmero 2: o passado" Eu investi no mercado de aes e quebrei a cara. Juro que nun-ca farei isso novamente! Meu pai perdeu tudo!"No veja o passado como uma aptido para perdas. Se voc, ou algum parente, j perdeu dinheiro investindo, foi porque fal tou informao. No mercado financeiro, sempre que algum perde h outro que ganha.No se feche para as lies que a vida lhe ensinou. Estude procure saber por que perdeu, quem ganhou em seu lugar, o que esse ganhador sabia para ter xito. Hoje temos ao nosso alance uma fonte infinita de informaes, a internet, na qual podemos obter orientao sobre qualquer tipo de investimento.Se voc j perdeu dinheiro no passado, considere essa perda um investimento no aprendizado financeiro. E explore ao mxi mo essa lio para no perder de novo.Crena nmero 3: a identidade"Eu no sou bom com nmeros. Perco dinheiro em tudo o que fao.Um bloqueio bastante comum, usado freqentemente como justificativa para o desperdcio, a falta de habilidade com nu meros. Sabemos que algumas pessoas definitivamente no se do bem com clculos e nmeros. Para elas, a matemtica um obstculo intransponvel.Felizmente, a habilidade com nmeros no ser fundamen tal para seu plano de ficar rico. Alguns clculos precisaro ser feitos no primeiro momento do plano, mas voc ter boa parte deles feita com a ajuda deste livro. Caso precise de uma ajuda adicional, no se envergonhe de procurar. Seja criativo, procu re um parente, ligue para uma faculdade, entre em contato com sites de orientao financeira na internet.Tire da cabea a idia de que voc no rico porque no entende de nmeros, no entende de dinheiro. H muitos milionrios que no sabem nem assinar o nome.Mas no seu emprego que vai lorn Io rico.Da mesma forma, no pense que voc nasceu para ser po bre nem para perder dinheiro. Se j perdeu muito dinheiro, j afirmei, porque errou. Acredite que poder ganhar muito dinheiro, e esse ser mais um passo importante de seu plano.No acredite em sorte. Quando se diz que "Fulano um cara de sorte", normalmente se observam apenas os frutos colhidos. Esquece-se que aqueles que colhem sua sorte a planta-ram em algum momento. Plante informao na cabea e colher decises acertadas.Crena nmero 4: o medo da perda"Eu no suporto o risco de investir."Assim como alguns no se do bem com nmeros, natu-ral que outras pessoas no se dem bem com o risco, com a incerteza. H uma importante teoria de Finanas que explica que grandes rentabilidades tendem a vir acompanhadas de grande risco.Isso significa que, se voc quiser ganhar dinheiro rapidamente, ter de correr riscos. No significa porm que deva ser displicente com seu dinheiro. Significa que voc, ao selecionar um investimento de risco, dever estar muito bem informado sobre esse tipo de investimento para perceber rapidamente qual e a hora certa de ganhar e qual a hora certa de perder. Em nutras palavras, voc dever correr riscos quando estiver pron-to para administrar esses riscos e minimizar seus efeitos.Um bom investidor no consegue acertar sempre. No mer cado financeiro, considera-se um bom investidor aquele que acerta nas decises de risco em pelo menos 70% das vezes.Se voc no estiver preparado para correr riscos, isso no ser impedimento para ficar rico. H muitos investimentos de baixssimo risco, como a poupana. Se no quiser correr riscos excessivos, comece a investir em aplicaes de baixssimo risco Mas no durma no ponto. Comece a estudar alternativas melhores de investimento e v progredindo aos poucos.Crena nmero 5: os recursos"Eu no tenho dinheiro suficiente para comear. Eu no tenho tempo."Essa crena a mais infundada. Voc tem, certamente, os recursos necessrios para comear a ficar rico. Lembre-se de que a riqueza no decorre do quanto se ganha, mas do quanto se gasta.Qualquer dinheiro suficiente para comear. Com 50 reais j se comea uma aplicao. suficiente. Ao iniciar, voc passar a desenvolver seu plano de poupar mais. Se no comear nunca, carregar a desculpa de no ter dinheiro pelo resto da vida.Quanto ao tempo, outro recurso precioso, j o abordei quando explorei a crena da no-urgncia. Todos ns temos tempo. Apenas precisamos administr-lo melhor. As coisas mais importantes vm primeiro.Hora de reunir os ingredientesAt este ponto, procurei ajud-lo a criar a atitude de ser rico. A partir de agora, teremos de pr a mo na massa.O primeiro passo de seu planejamento financeiro reunir os ingredientes necessrios para obter condies de p-lo em prtica. Anthony Robbins, conceituado autor norte-americano de planejamento financeiro, identifica quatro ingredientes necessrios para a abundncia financeira: tempo, juros compostos, decises inteligentes e dinheiro.Primeiro ingrediente: voc precisa de tempoIsso voc j tem. Talvez no o use corretamente. Se esse forO caso, pense em mudar sua rotina. Priorize o que for mais importante para voc.O tempo um recurso valiosssimo. Est disponvel incessantemente, mas uma vez perdido no se recupera mais. como a gua de um rio: est sempre l, voc pode aproveitar, mas a gua que j passou, se no foi aproveitada, est perdida. O homem descobriu um meio de aproveitar toda a gua que passa por um rio construindo barragens. A gua passa, vai embora, mas todo o recurso quepoderia ter sido extrado dela j foi aproveitado, virou energia eltrica. Se passa mais gua do que o homem pode aproveitar, ele abre as comportas e deixa a gua fluir, utilizando o que capaz de aproveitar.Construa sua barragem do tempo: esteja consciente do tempo que passa, e aproveite ao mximo esse tempo disponvel. Tenha conscincia de que o que passou no pode mais ser aproveitado."No pense que voc nasceu para ser pobre nem para perder dinheiro."

O tempo, como ingrediente fundamental de seus planos, deve ser usado para fazer planos, informar-se e investir em conhecimento.Em seus planos, o maior investimento em tempo ser feito no incio para dar forma a eles. Com um plano bem elaborado, voc no precisar de muito tempo para aperfeio-lo ao longo da vida.Quanto a informar-se, voc precisar encontrar em sua apertada agenda algum tempo dirio para manter-se atualizado sobre seus investimentos e novas oportunidades. Muito provavelmente voc j leitor de jornal. Ao investir em aprendizado financeiro, ter mais instrumentos para aproveitar melhor as informaes dos jornais. Mantenha-se informado, atualize-se sempre sobre os investimentos e negcios em que aplicou seu dinheiro e nunca se canse de procurar oportunidades. Elas es-to todas l, disposio de quem as caa.Finalmente, uma das melhores formas de investir seu tempo r em conhecimento. Busque novas informaes, antecipe-se mdia, invista em cursos que faam de voc um investidor mais eficiente. Faa simulaes de investimento na internet, leia sobre tcnicas de investimento, tenha opinio formada sobre bons e maus investimentos. Nem sempre os jornais so bons conselheiros. Eles o sero se voc souber como usar a informao.No final do ano 2000, muitos jornais destacavam a excelente rentabilidade obtida por aqueles que investiram na Bolsa de Valores de So Paulo no incio daquele ano. Muitos, ao deparar com as manchetes dos jornais, perceberam que suas aplicaes haviam rendido bem menos que a Bolsa de Valores. "Investir na Bolsa bem mais interessante que em outras aplicaes", foi a concluso de muitos. Nessa poca, muitos pequenos investidores transferiram seus recursos para a Bolsa de Valores. De 2001 at meados de 2002, o que se viu foi uma queda incrvel dos preos das aes, o que fez muitos investidores perderem grande parte de suas economias. O que faltou foi conhecimento. ingenuidade investir em aplicaes de risco aps longos perodos de valorizao, assim como perodos de recesso podem mostrar-se excelentes oportunidades de investimento. A perda financeira que muitos sofreram em razo de aplicaes ruins ocorreu por falta de dedicao de TEMPO para adquirir conhecimento do setor.Segundo ingrediente: voc precisa de juros compostosVoc os ter no dia em que tomar a deciso de utiliz-los. Voc somente consegue juros compostos quando investe seus recursos em aplicaes que permitam que a renda gerada na forma de dinheiro possa ser reinvestida, rendendo posteriormente juros sobre o investimento inicial e tambm sobre as rendas subseqentes. Aplicando em juros compostos, voc ter, aps algum tempo, uma poupana formada tanto por aplicaes quanto por rendas.Quanto maior o prazo que dedicar ao investimento, maior ser a bolada de juros acumulados.No exemplo da folha de papel dobrada percebemos como importante o efeito da acumulao. A primeira "aplicao" era desprezvel, mas estvamos investindo em algo que nos proporcionava juros de 100% em cada dobra. Aplicaes em juros compostos altos proporcionariam ao nosso dinheiro o mesmo efeito .l.i folha de papel.O que est por trs do efeito acelerador do crescimento dos Im os compostos o conceito de "juros sobre juros". A rentabilidade sobre o dinheiro que voc aplicou e tambm sobre a renda que obteve dessa aplicao at o momento. Quanto mais tempo deixar seu dinheiro aplicado, maior ser a renda obtida, portanto mais intenso o efeito do crescimento de sua riqueza.Veja que impressionante o efeito ao longo do tempo de uma aplicao de 100 reais hoje, e mais nenhuma aplicao, a 111 ros de 1% ao ms acima da inflao:Daquia 1 anoR$ 112,68Daquia 2 anosR$ 126,97Daquia 5 anosR$ 181,67Daquia 10 anosR$ 330,04Daquia 15 anosR$ 599,58Daquia 20 anosR$ 1.089,26Daquia 30 anosR$ 3.594,96Daquia 40 anosfl$ 11.864,77Daquia 50 anosR$ 39.158,34Daquia 60 anosR$ 129.237,67Daquia 70 anosRS 426.534,32Perceba que isso o que acontece quando se "esquecem" 100 reais em uma boa aplicao durante esse tempo. Se a aplica. ao inicial fosse de 1.000 reais, teramos, daqui a setenta anos, o equivalente a 4,26 milhes de reais numa aplicao que rende l"o ao ms. Isso considerando-se os valores de hoje, pois estou u pondo que o investidor conseguiu juros de 1% acima da inflao.Mas, da mesma forma que os juros compostos podem mui tiplicar incrivelmente