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GUSTAVO ZANATTA BRUNO

COMPUTAO EM NUVEM NOS SISTEMAS DE INFORMAO

BARRA DO BUGRES 2011

GUSTAVO ZANATTA BRUNO

COMPUTAO EM NUVEM NOS SISTEMAS DE INFORMAO

Monografia apresentada ao Departamento de Cincia da Computao, da Universidade do Estado de Mato Grosso UNEMAT, como prrequisito para obteno do ttulo de Bacharel em Cincia da Computao, sob orientao do Prof. MSc. Fernando Selleri Silva.

BARRA DO BUGRES 2011

GUSTAVO ZANATTA BRUNO

COMPUTAO EM NUVEM NOS SISTEMAS DE INFORMAO

Monografia

apresentada

ao

curso

de

Cincia

da

Computao,

da

Universidade do Estado de Mato Grosso, como trabalho de concluso de curso e pr-requisito para obteno do titulo de Bacharel em Cincia da Computao, sob orientao do Professor MSc. Fernando Selleri Silva sujeito avaliao da seguinte banca examinadora:

Banca Examinadora

________________________________________ Prof. MSc. Fernando Selleri Silva Orientador

________________________________________ Prof. Esp. Raquel da Silva Vieira Coelho Coordenadora de Monografia II

________________________________________ Prof. MSc. Everton Ricardo no Nascimento Convidado

________________________________________ Prof. Luciano Barco Indicado pelo Departamento

Barra do Bugres, 30 de junho de 2011.

DEDICATRIA

Dedico esse trabalho a minha me, a senhora Ilse Maria Zanatta Bruno, que esteve ao meu lado em todas as etapas da minha vida, me prestando todo tipo de apoio.

AGRADECIMENTOS

Gostaria de deixar meu agradecimento a todos meus amigos que me deram apoio para o desenvolvimento desse trabalho. Tambm gostaria de agradecer ao meu orientador Fernando Selleri Silva pelo apoio prestado durante a realizao do mesmo.

RESUMO

Este trabalho descreve o novo paradigma para arquitetura de servidores, a computao em nuvem. O mesmo faz uma contextualizao histrica sobre as arquiteturas computacionais at os dias de hoje. Apresenta uma abordagem sobre os conceitos bsicos de computao em nuvem, demonstrando suas principais caractersticas, vantagens e desafios. Tambm descreve os modelos de servio fornecidos pela nuvem e seus tipos. No final apresenta um estudo de caso de migrao para a nuvem de uma empresa petrolfera e sugere sistemas brasileiros que poderiam ser migrados para a nuvem. O trabalho foi desenvolvido por meio de pesquisa exploratria com reforo de pesquisa bibliogrfica e visa despertar a ateno da comunidade acadmica para o tema, bem como contribuir com o desenvolvimento e adoo dessa tecnologia no nosso pas. Palavras-chave: Arquitetura. Nuvem. Vantagens. Migrao.

ABSTRACT

This paper describes the new paradigm for server architecture, cloud computing. So does a historical context on computing architectures to this day. Presents a discussion of the basic concepts of cloud computing, demonstrating its main features, advantages and challenges. It also describes the types of service provided by the cloud and its brands. At the end presents a case study of migration to the cloud of an oil company and Brazilian systems suggests that could be migrated to the cloud. The work was developed through exploratory research reinforced with literature and aims to arouse the attention of the academic community to the issue and contribute to the development and adoption of this technology in our country. Keywords: Architecture. Cloud. Benefits. Migration.

LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Representao da nuvem .......................................................................... 17 Figura 2: Camadas da nuvem. .................................................................................. 24 Figura 3: Diferena do ciclo de vida do software convencional para o SaaS. ........... 25 Figura 4: Tipos de nuvens. ........................................................................................ 28 Figura 5: Descrio do sistema antes da nuvem....................................................... 33 Figura 6: Descrio do sistema aps a nuvem.......................................................... 33 Figura 7: Motivos de chamadas para manuteno.................................................... 36

SUMRIO

INTRODUO ............................................................................................................ 9 1 SISTEMAS DE INFORMAO COORPORATIVOS ............................................. 11 1.2 Evoluo dos sistemas de informao ................................................................ 12 1.2.3 Arquitetura web ................................................................................................ 14 2 COMPUTAO EM NUVEM ................................................................................. 16 2.1 Histrico .............................................................................................................. 16 2.2 Conceitos de computao em nuvem ................................................................. 17 2.3 Vantagens da computao em nuvem ................................................................ 18 2.4 Desafios para a computao em nuvem ............................................................. 20 2.5 Modelos de servios disponveis na nuvem ........................................................ 24 2.6 Ferramentas para a nuvem ................................................................................. 27 2.7 Tipos de nuvem quanto propriedade ................................................................ 28 3 A COMPUTAO EM NUVEM NOS SISTEMAS COORPORATIVOS .................. 30 3.1 Sistemas favorveis migrao para a nuvem ................................................... 30 3.2 Estudo de caso de migrao para a nuvem ........................................................ 31 3.3 Sistemas que poderiam ir para nuvem ................................................................ 39 3.4 A nuvem uma tendncia ................................................................................... 42 CONCLUSO ............................................................................................................43 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS .......................................................................... 44

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INTRODUO

Atualmente, grande parte dos servios essenciais que consumimos como gua e energia so cobrados conforme o uso, ento por que no cobrar os recursos de TI (tecnologia da informao) consumidos pelas empresas dessa forma? Nos ltimos tempos surgiu um modelo de prestao de servios computacionais em que possvel fazer dessa forma, o modelo chamado de computao em nuvem. A computao em nuvem um modelo de servio recente, em que a forma de pagamento baseada no consumo de servios utilizados, que cresce a cada dia e pode oferecer servios para os usurios finais que queiram hospedar arquivos at as grandes empresas que queiram migrar toda sua parte de TI para a nuvem. A nuvem pode ser acessada de qualquer lugar e se adaptar as mais diversas demandas, esses so os grandes diferenciais, incluindo a facilidade em se projetar um servidor sem se preocupar com a demanda. Essas caractersticas atraem cada dia mais usurios para as nuvens. Alm dessas, a nuvem possui outras vantagens com relao s demais arquiteturas. Porm, ainda encontra resistncia de adoo por parte de muitas empresas, principalmente pelo fato de ser um paradigma novo. A computao em nuvem resultado de uma unio de uma srie de outras ferramentas j conhecidas na rea de tecnologia. Generalizando, o conceito de nuvem parte do princpio de que toda infraestrutura de TI da empresa so ativos das empresas clientes, e passa a ser acessado pela Internet, por meio do uso de um simples navegador. Nesse modelo de negcios a Internet passa a ser o centro das operaes e atividades das empresas, e a rede passa a focar nos sistemas utilizados em grande escala pelos usurios. A metodologia de pesquisa adotada para o desenvolvimento deste trabalho teve como foco a Pesquisa Exploratria. Para refinar os resultados em muitos momentos foram oferecidas diferentes abordagens, sobre o tema. Portanto, para fundamentao terica a metodologia de pesquisa utilizada foi a Pesquisa Bibliogrfica. (SANTOS, 2005). O trabalho visa explicar os conceitos bsicos de computao em nuvens e dos sistemas corporativos. Descrever as vantagens da utilizao da computao em

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nuvens em sistemas corporativos. Demonstrar as aplicaes de computao em nuvens. E contribuir para a melhoria dos sistemas de informaes corporativas utilizados nas organizaes, fornecendo informaes para as reas de TI das empresas. O presente trabalho encontra-se estruturado em trs captulos. O primeiro faz uma demonstrao da evoluo das arquiteturas dos computadores at os dias atuais. O segundo aprofunda o estudo sobre os conceitos de computao em nuvem. E o terceiro demonstra um estudo de caso em computao em nuvem e uma discusso sobre sistemas que possivelmente ficariam mais estveis com a aplicao da nuvem.

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1 SISTEMAS DE INFORMAO COORPORATIVOS

Os sistemas de informao so de suma importncia nas organizaes modernas, pois integram as vrias operaes da empresa facilitando a administrao da mesma. So de grande utilidade para a busca de lucro das empresas, pois aperfeioam os processos aumentando a eficincia. Conforme Stair e Reynolds sistema de informao significa:

[...] um conjunto de elementos ou componentes inter-relacionados que coletam (entrada), manipulam (processamento) e disseminam (sada) os dados e a informao e fornecem um mecanismo de feedback para atender a um objetivo. (2002, p.12).

Segundo Laudon, K e Laudon, J sistemas de informao podem ser definidos como um conjunto de componentes inter-relacionados que coleta (recupera), processa, armazena e distribui informaes destinadas a apoiar a tomada de decises, a coordenao e o controle de uma organizao. (2004, p. 7). Para uma melhor compreenso do que so sistemas de informao, necessrio compreender que as informaes surgem a partir de dados organizados e processados para que possam proporcionar valor s atividades da empresa, para ajudar a tomar decises e assim realizar o seu trabalho. Em um sistema de informao, a entrada o ato de coletar dados para que possam ser processados. Independente da forma que se coleta os dados, a entrada de dados deve ser definida com cuidado para que se possa obter a sada desejada. O processamento a transformao dos dados em sadas teis para a realizao do trabalho, essa transformao pode ser feita de forma manual ou automtica. O processamento manual quando o funcionrio manipula as informaes manualmente na maioria das vezes impressa em papel. J o automtico quando so usados sistemas eletrnicos para fazer o processamento das mesmas.

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A sada o resultado da transformao dos dados coletados na entrada, gerando informaes teis para o sistema e/ou o usurio. Em alguns casos, a sada do sistema pode corresponder entrada para outro sistema, ou para ele prprio, sendo esse ato denominado como feedback.

1.2 Evoluo dos sistemas de informao

No incio do processo de utilizao dos sistemas computacionais voltados para a rea comercial, as empresas que possuam um setor de TI (Tecnologia da Informao) eram somente as empresas de grande porte que podiam arcar com os custos dos mainframes. Aps a era dos mainframes, veio vez da arquitetura cliente-servidor em que os servidores eram mais baratos com a arquitetura PC baseados em UNIX. E tinham suas inmeras vantagens sobre os Mainframes, possibilitando as empresas de mdio e pequeno porte ter acesso a essas vantagens de ter um setor de TI. O prximo passo dessa evoluo, principalmente por conta do acesso web que se popularizou e tornou-se uma caracterstica bsica dos ambientes organizacionais a Computao em Nuvem, que vem se consolidando como uma tendncia. Segundo a revista Galileu o Massachusetts Institute of Technology diz que a Computao em Nuvem ser uma das 10 tecnologias que vai mudar o mundo em breve. (HELLERSTEIN apud GALILEU, 2010).

1.2.1 Arquitetura mainframe

Um mainframe um computador bem maior que os da arquitetura PC com relao ao porte, sendo dedicado ao processamento de um grande nmero de dados. Fornece servio de processamento a centenas ou at milhares de usurios simultaneamente. Os mainframes entraram em operao por volta de 1946 e foram se aperfeioando aos poucos.

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Esses computadores ocupam muito espao e demandam de um grande custo, pois necessitam de um ambiente especial para seu funcionamento, que inclui instalao de complexos sistemas de refrigerao e de eletricidade. Por conta dessas caractersticas foram perdendo espao para os servidores da arquitetura PC e UNIX que tem um custo bem menor. (OLIVEIRA; SOARES, 2010). Contudo, ainda existem mainframes em operao no mundo inteiro, sobretudo nas grandes empresas, pois para uma empresa migrar de uma arquitetura para outra tem um grande custo operacional e financeiro. A tendncia que aos poucos os mainframes no consigam mais atender as necessidades dessas empresas e optem por outro tipo de arquitetura para manter seus sistemas em operao. (OLIVEIRA; SOARES, 2010).

1.2.2 Arquitetura cliente-servidor

A arquitetura Mainframe, abordada anteriormente, foi sendo aos poucos substituda nas empresas pela chamada arquitetura cliente-servidor. Mendes conceitua arquitetura cliente-servidor como:

Cliente-servidor um modelo computacional que separa clientes e servidores, sendo interligados entre si geralmente utilizando-se uma rede de computadores. Cada instncia de um cliente pode enviar requisies de dado para algum dos servidores conectados e esperar pela resposta. Por sua vez, algum dos servidores disponveis pode aceitar tais requisies, process-las e retornar o resultado para o cliente. Apesar de o conceito ser aplicado em diversos usos e aplicaes, a arquitetura praticamente a mesma. (2002, p. 98).

Nessa arquitetura o cliente, que inicia as requisies ao servidor, espera e recebe respostas. Geralmente se conecta a um pequeno nmero de servidores de uma s vez e interage diretamente com os usurios finais quase sempre por meio de interfaces grficas. J o servidor espera os pedidos, processa-os, serve os clientes com respostas, e pode se comunicar com outro servidor para atender a um cliente.

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Essa arquitetura possibilita que as responsabilidades de um sistema possam ser distribudas entre vrios computadores independentes, que se comunicam pela rede. Alm de que todos os dados ficam nos servidores que geralmente so muito mais seguros, nos quais os clientes possam acessar e alterar somente os dados que lhes so permitidos o acesso. Quando a arquitetura centralizada em um servidor as atualizaes dos dados so mais fceis de administrar. Os clientes tambm podem ser heterogneos, desde smartphones a computadores. (MENDES, 2002). Umas das desvantagens desse paradigma o limite de trfego na rede, se o nmero de solicitaes for alto para algum servidor, esse pode ficar sobrecarregado e parar. Tambm no possui robustez, pois se um servidor crtico falhar, os pedidos dos clientes podem no ser cumpridos (MENDES, 2002).

1.2.3 Arquitetura web

A arquitetura web mudou a forma de acesso aos dados, tornando-os disponveis em qualquer lugar onde exista uma conexo com a Internet. Para Schwabe, Rossi e Garrido definida como:

Os Sistemas de Informao Web apresentam algumas diferenas com relao aos sistemas tradicionais. Uma delas diz respeito ao modo de acesso informao. Em aplicaes de bancos de dados tradicionais, o modo de acesso obtido atravs de consultas, ou seja, o usurio formula uma pergunta em alguma linguagem de consulta, descrevendo o dado que ele deseja recuperar, e o sistema recupera e mostra o dado. O usurio pode ento processar este dado de alguma forma, e eventualmente ordenar outra consulta para obter mais informao. Em muitos casos, esta sequncia de etapas executada por um programa aplicativo, no pelo ser humano (1998, p. 3).

O modelo de acesso aos sistemas de informao com arquitetura web feito usando a caracterstica bsica da hipermdia, independente de como o usurio chegou pgina atual ele ter acesso s pginas direcionadas por ela. Outra diferena bsica com relao s outras arquiteturas o acesso universal, independente de onde se esteja. Havendo uma conexo com a Internet

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ter acesso ao sistema. Por esse fato nesse tipo de sistema deve se ter redobrados os cuidados com a segurana. A arquitetura web muito usada hoje em dia, os sites que seguem o padro da web 2.0, usam essa arquitetura. Como exemplo, citam-se os sistemas de gerenciamento de contedo, que so sistemas de informao web como Joomla1, Wordpress2, entre outros.

1.2.4 Arquitetura em nuvem

O termo computao em nuvem tem se tornado popular, estando associado utilizao de uma rede massiva de servidores fsicos ou virtuais a nuvem para a alocao de um ambiente virtual de computao. Segundo Arevolo ([200-?] apud BARROS, 2008), computao em nuvens um super conjunto de recursos que abrange servidores, impresso, armazenamento e tambm processos. Por ser o foco deste trabalho ser abordado em detalhes no Captulo II, juntamente com outros conceitos associados ao tema.

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Joomla, mais informaes no site oficial: . WordPress, mais informaes no site oficial: .

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2 COMPUTAO EM NUVEM

Computao em nuvem se resume basicamente no objetivo principal que o de tornar a informao segura e disponvel, quando e onde for necessrio. Para isso necessria uma rede de servidores espalhados pelos mais diversos lugares para manter os servios rodando. Servidores esses que esto sob o controle principalmente das grandes corporaes da Internet como, por exemplo, o Google.

2.1 Histrico

Disponibilizar servios de software e hardware por uma rede mundial no um conceito recente. Ideias sobre esse conceito tiveram sua origem na dcada de 1960, quando Joseph Carl Robnett Licklider, um dos responsveis pelo desenvolvimento da ARPANET (Advanced Research Projects Agency Network), j tinha escrito textos sobre uma rede de computadores. A sua viso era a de que todos deveriam estar conectados entre si, acessando programas e dados de qualquer site e de qualquer lugar. Grande parte das suas ideias forma o que hoje conhecemos como Internet. (MOHAMED, 2009 apud COSTA; DUARTE, 2009).

Ainda na dcada de 60, John McCarthy, um famoso e importante pesquisador da rea da informtica, props a ideia de que a computao deveria ser organizada na forma de um servio de utilidade pblica, em que uma agncia de servios o disponibilizaria e cobraria uma taxa para seu uso. (MOHAMED, 2009 apud COSTA; DUARTE, 2009).

Ainda segundo Mohamed (2009) apud Costa e Duarte (2009), um dos primeiros marcos para a computao nas nuvens apareceu em 1999, com a Salesforce.com, a qual foi a primeira em disponibilizar aplicaes empresariais atravs da Internet. A partir dela, o termo computao em nuvem passou a ganhar mais espao, e outras empresas tambm comearam a investir nessa rea, como a Amazon, a Google, a IBM e a Microsoft.

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J para Taurion (2009), o termo surgiu em uma palestra de Eric Schmid da Google em 2006, em que ele descrevia como sua empresa gerenciava seus servidores. Independente de como surgiu o termo fato que para a maioria dos autores a computao em nuvem um marco que persistir, e vai mudar significantemente o mundo da TI nos prximos anos.

2.2 Conceitos de computao em nuvem

O termo nuvem utilizado como uma metfora para a Internet, com base em como a Internet costuma ser representada nos diagramas de redes de computadores. A Figura 1 uma simplificao da complexa estrutura que ela representa.

Figura 1: Representao da nuvem Adaptado de: (SOUSA; MOREIRA; MACHADO, 2010).

O conceito surgiu de um problema originado dentro das corporaes, pois segundo Ashley:

18 [...] as organizaes de TI gastam hoje 80% de seu tempo com a manuteno de sistemas e no seu objetivo de negcio manter dados e aplicativos em operao. dinheiro jogado fora, o que inaceitvel nos dias de hoje. ([] apud BARROS, 2008).

Toda a rea computacional das organizaes que aderirem a esse novo paradigma ser migrada para a rede, que pode estar espalhada pelo mundo inteiro. (VAQUERO et al. 2009 apud COSTA; DUARTE, 2009). Com a computao em nuvem havero empresas destinadas somente a esse papel de dar manuteno nos sistemas em operao das mais diversas organizaes, concentrando esses sistemas, barateando e se especializando nesse tipo de servio.

2.3 Vantagens da computao em nuvem

As

vantagens

da

computao

em

nuvem

so

basicamente

suas

caractersticas essenciais. Algumas dessas caractersticas definem a nuvem e mostram suas diferenas com relao aos outros paradigmas computacionais (SOUSA, MOREIRA. MACHADO, 2010). As principais vantagens sero

apresentadas a seguir.

2.3.1 Self-service sob demanda

Sousa, Moreira e Machado conceitua self-service sob demanda como:

O usurio pode adquirir unilateralmente recurso computacional, como tempo de processamento no servidor ou armazenamento na rede, na medida em que necessite e sem precisar de interao humana com os provedores de cada servio. O hardware e o software dentro de uma nuvem podem ser automaticamente reconfigurados, orquestrados e estas modificaes so apresentadas de forma transparente para os usurios, que possuem perfis diferentes e assim podem personalizar os seus ambientes computacionais, por exemplo, instalao de software e

19 configurao de rede para a definio de determinados privilgios. (2010, p. 6).

Basicamente o cliente modela o servio contratando apenas o que ele necessita de recursos de hardware e software que estaro na nuvem de acordo com sua necessidade, poupando desperdcios. E pagando apenas pelo que ele usa, no tendo desperdcio por subutilizao de hardware, problema que acontece em quase todos servidores existentes.

2.3.2 Mltiplas formas de acesso

O acesso nuvem simplificado, atravs da Internet e no exclusivo de nenhuma forma de hardware e software em geral, podendo ser feita dos mais diversos tipos de dispositivos existentes no mercado e se adequando a todas as necessidades. Como ressalta Sousa, Moreira e Machado:

Recursos so disponibilizados por meio da rede e acessados atravs de mecanismos padronizados que possibilitam o uso por plataformas thinclient, tais como celulares, laptops e PDAs. A interface de acesso nuvem no obriga os usurios a mudar suas condies e ambientes de trabalho, como por exemplo, linguagens de programao e sistema operacional. J os sistemas de software clientes instalados localmente para o acesso nuvem so leves, como um navegador de Internet. (2010, p. 6).

2.3.2 Alocao de recursos

Os recursos so agrupados pelo provedor utilizando um modelo para servir mltiplos usurios, com diferentes recursos virtualizados e dinamicamente distribudos de acordo com as suas necessidades. O acesso e configurao so feitos em um modelo da forma mais simplificada possvel, com um nvel alto de abstrao. Conforme Sousa, Moreira e Machado:

20 Os recursos computacionais do provedor so organizados em um pool para servir mltiplos usurios usando um modelo multi-inquilino [Jacobsand Aulbach 2007], com diferentes recursos fsicos e virtuais, dinamicamente atribudos e ajustados de acordo com a demanda dos usurios. Estes usurios no precisam ter conhecimento da localizao fsica dos recursos computacionais, podendo somente especificar a localizao em um nvel mais alto de abstrao, tais como o pas, estado ou centro de dados. (2010, p. 6).

2.3.4 Recursos sob demanda

Recursos extras podem ser adquiridos rapidamente de acordo com a demanda do cliente, por exemplo, em sistemas de seleo de pessoas que geralmente nos ltimos dias de inscrio e consulta de resultados ficam quase inacessveis. Um modelo baseado em nuvem resolve a maioria desses problemas relacionados a instabilidades por falta de infraestrutura necessria para suprir as requisies de acesso, pois com a nuvem a infraestrutura virtual e ela pode ser alocada dinamicamente.

Recursos podem ser adquiridos de forma rpida e elstica, em alguns casos automaticamente, caso haja a necessidade de escalar com o aumento da demanda, e liberados, na retrao dessa demanda. Para os usurios, os recursos disponveis para uso parecem ser ilimitados e podem ser adquiridos em qualquer quantidade e a qualquer momento. (SOUSA; MOREIRA; MACHADO, 2010, p. 6).

2.4 Desafios para a computao em nuvem

A computao em nuvens apresenta uma srie de benefcios que so apresentados nesse trabalho, porm ainda existe uma srie de barreiras a serem vencidas para que as organizaes adotem maciamente esse tipo de servio. A seguir, sero abordados os principais desafios.

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2.4.1 Segurana

A computao em nuvem um modelo que usa a Internet para disponibilizar os dados, portanto devem ser tomadas medidas para o acesso no autorizado a esses dados, principalmente para os dados mais crticos da empresa, aqueles que somente o alto escalo tem acesso. Garantias de segurana devem ser bem delimitadas e especificadas no contrato de servio com o provedor para evitar transtornos na ocorrncia de possveis falhas. (SOUSA; MOREIRA; MACHADO, 2010). Uma nuvem hbrida poderia resolver esses problemas. Ela seria parcialmente hospedada no provedor e parcialmente hospedada na prpria empresa, assim os dados mais sensveis ficariam sob o controle da empresa.

2.4.2 Gerenciamento de dados

Para Sousa Moreira e Machado gerenciamento de dados na nuvem um ponto crtico, pois:

[...] Os SGBDs relacionais no possuem escalabilidade quando milhares de stios so considerados [Wei et al. 2009]. Assim, aspectos de armazenamento de dados, processamento de consultas e controle transacional tem sido exibilizados por algumas abordagens para garantir a escalabilidade, mas ainda no existem solues que combinem estes aspectos de forma a melhorar o desempenho sem comprometer a consistncia dos dados [Abadi 2009]. Existe diversas abordagens para gerenciar dados em nuvens, dentre as quais podemos citar o Microsoft Azure e HBase [Brantner et al. 2008]. (2010, p. 21).

Deve ser investido em pesquisa para o desenvolvimento de um SGBD que seja escalvel, com bom desempenho nas consultas e no controle de transaes. Um SGBD com essas caractersticas seria muito bem aceito pela nuvem.

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2.4.3 Autonomia

A nuvem um sistema autnomo, hardware e software da nuvem podem ser alterados de forma automtica, por meio da virtualizao, por algum tipo de necessidade extra, como aumento da quantidade de requisies, ou mais espao de armazenamento, entre outros. Essas alteraes so simplesmente exibidas ao usurio como forma de notificaes para simples conferncia. A autonomia importante, pois reduz o custo com pessoal para manuteno, e acelera a adaptao da nuvem as necessidades dos clientes. Entretanto, de acordo com Sousa, Moreira e Machado:

Comparados com sistemas tradicionais, possvel identificar trs fatores complexos: interveno humana limitada, alta alternncia na carga de processamento e uma variedade de infraestruturas compartilhadas. (2010, p. 22).

2.4.4 Disponibilidade

Uma das principais caractersticas da nuvem ser acessada quando e onde o cliente quiser, mas como o meio de acesso a Internet a nuvem est sujeita a problemas de disponibilidade. A nuvem deve dispor de tcnicas para prover alta disponibilidade. Como por exemplo, uma nuvem secundria, cpia da primria para prover os servios caso a outra falhe. Outro aspecto importante com relao disponibilidade o fato de que as operadoras que proveem acesso internet ainda sofrem problemas de conectividade decorrentes de limitaes de infraestrutura, fatores climticos e desastres naturais, o que pode deixar o sistema que est na nuvem indisponvel no apenas para os usurios externos a organizao, mas tambm para os usurios que esto dentro da prpria organizao que tem seu sistema corporativo rodando na nuvem.

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2.4.5 Escalabilidade e desempenho

Escalabilidade a principal vantagem da nuvem, grande parte da alavanca para o surgimento da nuvem foi esta caracterstica. Porm o grande desafio para a nuvem segundo Sousa, Moreira e Machado :

Apesar das limitaes de rede e segurana, as solues de computao em nuvem devem fornecer elevado desempenho, alm de ser flexvel para se adaptar diante de uma determinada quantidade de requisies. (2010, p. 22).

Como a nuvem fica na Internet e o acesso a ela pblico, bem complexo fazer estimativas de acesso para fornecer garantias de QoS (Quality of Service, em portugus: Qualidade de Servio), por isso, mesmo com a escalabilidade h o risco de haver falhas, porm esse risco bem menor.

2.4.7 Integrao e composio de servios

Pelo fato de ainda no existirem padres para os sistemas em nuvens, as empresas encontram dificuldade em integrar os diferentes sistemas com diferentes tecnologias nas nuvens.

A utilizao de APIs pode auxiliar neste processo de integrao. Por exemplo, as APIs da Amazon esto se tornando um padro de fato para servios sob demanda. (SOUSA; MOREIRA; MACHADO, 2010, p. 23).

A quantidade de tecnologia empregada nas nuvens muito grande dificultando padronizar as interfaces e servios, tambm fornecer interoperabilidade entre os recursos empregados. Um exemplo de boa alternativa pode ser o XML, para migrao dos dados para a nuvem.

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2.5 Modelos de servios disponveis na nuvem

No paradigma computao em nuvem esto presentes trs modelos de servio. Essa diviso em modelos de servio necessria, pois define um padro para a arquitetura da nuvem. Esses modelos atuam como camadas de servio que interagem entre si. Cada usurio seleciona sua camada de acordo com o nvel de abstrao que ele necessita. Quanto maior o nvel de abstrao que o usurio necessita, maior a dependncia das outras camadas, consequentemente maior o custo do servio. A Figura 2 ilustra essas camadas e a hierarquia existente entre elas.

Figura 2: Camadas da nuvem. Fonte: (AMRHEIN, 2009).

2.5.1 Software como um servio (SaaS)

O modelo SaaS disponibiliza softwares especficos a milhares e usurios atravs da Internet, independente de plataforma, com uma interface thinclient. O usurio somente se preocupa com o software, e no com as questes de infraestrutura e desenvolvimento. Com isso o foco passa a ser a inovao, levando a

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realizao das tarefas de forma mais rpida. As atualizaes do software podem ser feitas sem que os usurios percebam, somente notaro as diferenas quando usar as funcionalidades alteradas.

Esse o tipo mais comum de servio em nuvem e um que a maioria de ns j usou em algum momento. No modelo de nuvem SaaS, o provedor de servio fornece toda a infraestrutura junto com o software. Os usurios interagem com o servio usando um front-end baseado na Web. Uma ampla gama de servios coberta, desde e-mail baseado na Web como o Gmail at softwares financeiros como o Mint. (CHAGANTI, 2010).

A Figura 3 demonstra o quanto a velocidade do desenvolvimento, disponibilizao e atualizao dos softwares podem ser mais rpidos utilizando o SaaS, pois vrias etapas que so utilizadas no mtodo convencional no so mais necessrias. No mais necessrio ir a cada cliente e instalar, atualizar o software, simplesmente se foca no software que est na nuvem, pois a instalao, atualizaes e correes so feitas todas no sistema que est na nuvem e todos fazem o acesso a partir dele.

Figura 3: Diferena do ciclo de vida do software convencional para o SaaS. Adaptado de: (VALCANAIA, 2009).

O software est na nuvem e esta faz parte da Internet, consequentemente ele pode ser acessado de qualquer lugar a qualquer momento, permitindo uma grande integrao dos dados. Isto facilita a anlise por parte de quem gerencia os mesmos.

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A camada SaaS (Software as a Service, em portugus: software como um servio) altamente dependente da camada de plataforma, pois o desempenho do software depende diretamente da plataforma em que ele est sendo executado.

2.5.2 Plataforma como um servio (PaaS)

O PaaS voltado para a organizao que quer ter autonomia sobre seus softwares, porm deseja terceirizar a parte de infraestrutura de aplicativos, para focar apenas no desenvolvimento do seu software.

PaaS um tipo de servio em nuvem que fornece ferramentas de desenvolvimento de softwares e produtos hospedados pelo provedor na infraestrutura de hardware. O termo PaaS comumente usado para plataformas com base em nuvem que so alavancadas para criar e executar aplicativos personalizados. Aplicativos PaaS fornecem tudo o que voc precisa para criar e implementar aplicativos e servios da Web acessveis de qualquer lugar na Internet. Seus usurios finais no precisam fazer download, instalar ou fazer manuteno do sistema. (CHAGANTI, 2010).

As ofertas de servio de computao em nuvem baseados no PaaS oferecem um conjunto de servios bsicos que geralmente englobam servidores, banco de dados e armazenamento, alguns at oferecem APIs (Interface de Programao de Aplicaes) para facilitar o desenvolvimento, como o Google AppEngine e o Microsoft Windows Azure. A camada PaaS altamente dependente da camada de infraestrutura, pois a plataforma depende diretamente do hardware para ter um bom desempenho operacional.

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2.5.3 Infraestrutura como um servio (IaaS)

O IaaS tem como foco principal as organizaes que querem terceirizar toda a parte de infraestrutura de hardware presente em um provedor de servio remoto.

As nuvens IaaS fornecem um conjunto de blocos de construo ou servios bsicos, como servidores virtuais, armazenamento de dados e bancos de dados. possvel reunir esses servios em uma plataforma para implementar e executar os aplicativos. Voc pode criar e remover sistemas com facilidade. Os servios IaaS so geralmente acessados com uma API com o uso de mensagens baseadas em SOAP ou REST. (CHAGANTI, 2010).

Nessa camada de servio o provedor fornece o conjunto bsico que a infraestrutura e o sistema operacional. Tambm deve dispor de uma interface com um alto nvel de abstrao para o usurio configurar, instalar ou remover mais servios de acordo com sua necessidade.

O termo IaaS se refere a uma infraestrutura computacional baseada em tcnicas de virtualizao de recursos de computao. Esta infraestrutura pode escalar dinamicamente, aumentando ou diminuindo os recursos de acordo com as necessidades das aplicaes. (SOUSA; MOREIRA; MACHADO, 2010, p. 8).

Essa camada deve dispor de ferramentas que auxiliem nas funes como provisionamento de recursos computacionais, balanceamento dinmico de carga e monitoramento constante do desempenho da nuvem, pois ela o alicerce de toda a nuvem, se ela falha a nuvem falha.

2.6 Ferramentas para a nuvem

Levando em conta a camada de softwares da nuvem, essa camada deve dispor de ferramentas que auxiliem no desenvolvimento de softwares. H muitas ferramentas desse tipo, mas quase sempre esto amarradas no provedor da nuvem.

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Essas ferramentas tambm devem ser menos amarradas ao provedor para fornecer portabilidade para que os softwares executem nos diversos tipos de nuvem, poupando custos em eventuais migraes de nuvem. (AMRHEIN, 2009). Na camada de infraestrutura ferramentas que auxiliem os usurios na composio da infraestrutura virtual necessria para as suas necessidades so essenciais, pois essa caracterstica da nuvem de atender demandas que podem ser as mais instveis o principal catalizador de usurios, para a nuvem. Um exemplo desse tipo de ferramenta o Amazon Cloud Formation, que uma ferramenta que possibilita o usurio compor sua nuvem atravs de um console de gerenciamento sem se preocupar com detalhes, e focar em suas necessidades. (AMAZON, 2011).

2.7 Tipos de nuvem quanto propriedade

Amrhein (2009) prope trs tipos de nuvem quanto propriedade: a nuvem pblica, a privada e a hibrida. A Figura 4 representa esses tipos, os quais sero detalhados a seguir.

Figura 4: Tipos de nuvens. Fonte: (AMRHEIN, 2009).

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2.7.1 Nuvens pblicas

So servios em nuvens terceirizados e complementarmente hospedados no provedor de servio. As nuvens ficam completamente alm do firewall da empresa. Os clientes so cobrados somente pelo que utilizam em consequncia disso subutilizao eliminada.

2.7.2 Nuvens privadas

So nuvens que ficam dentro da empresa e so administradas por funcionrios da prpria empresa. Ficam dentro do firewall da empresa. Geralmente esse tipo de nuvem no muito utilizado, pois os custos para manter a mesma nuvem num provedor de servio especializado acabam sendo significativamente menor.

2.7.3 Nuvens hbridas

uma combinao da nuvem pblica e privada que criada pela empresa, em que as responsabilidades pela manuteno da nuvem ficam divididas entre a empresa e entre o provedor de servio. Esse tipo de nuvem indicado quando a empresa no quer terceirizar os processos crticos para a misso da empresa como envio e recebimento de pagamentos, e deixar para o provedor de servio somente os processos no crticos, como processamentos de folhas de pagamentos.

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3 A COMPUTAO EM NUVEM NOS SISTEMAS COORPORATIVOS

Ainda existem muitas dvidas com relao computao em nuvens, como tipos de sistemas que podem ser migrados para a nuvem, custos, confiabilidade, segurana, entre outros. Neste captulo se descreve as etapas para implantao de uma soluo baseada em nuvem, tambm discutido como e onde esse tipo de soluo mais indicado, descrevendo estas etapas de uma forma mais prtica.

3.1 Sistemas favorveis migrao para a nuvem

A nuvem pode trazer inmeros benefcios para a empresa, como reduzir custos, otimizar o processamento de grandes conjuntos de dados e principalmente ajudar o seu negcios a responder mais rpido as situaes de mudana. Contudo, para migrar sistemas para a nuvem devem ser levados em considerao alguns fatores importantes.

Existem vrias consideraes de negcio, tecnologia e riscos que podem ter efeito profundo no sucesso geral de iniciativas de nuvem em uma empresa, significando que no existe uma resposta nica para a adequao de um aplicativo para a nuvem ( qual vou me referir como adequao). Cada empresa deve avaliar seu portflio de aplicativos com base em suas prprias obrigaes de negcio, estratgia de tecnologia e margem de risco. (DEB, 2010).

Algumas perguntas que os negcios devem fazer a si mesmos antes de realizar iniciativas na nuvem so (DEB, 2010): Quais fatores devem considerar para ativao em nuvem de meus aplicativos corporativos? Como avaliar diferentes prioridades conflitantes? Como identifico os aplicativos e servios que so mais adequados para mover para um ambiente de nuvem com base na prioridade de negcios e adequao tcnica? Como priorizo aplicativos e servios corporativos para uma ativao em nuvem com fases inteligentes? Como posso evitar aquela

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"intuio" e trazer objetividade para a avaliao? Quais so os diferentes riscos envolvidos? (DEB, 2010). Com base nessas questes a empresa deve adotar uma abordagem que melhor se encaixa as suas necessidades e expectativas. Abordagens essas que so acompanhadas por ferramentas que ajudam no processo de migrao sem se aprisionar o sistema ao provedor. Geralmente ferramentas e metodologias para a migrao so oferecidas pelos provedores de servios em nuvem.

3.2 Estudo de caso de migrao para a nuvem

Este estudo de caso identifica os potenciais benefcios e riscos associados migrao de um sistema a partir das perspectivas de: gestores de projeto; gerentes tcnicos; gerentes de suporte; pessoal de suporte e pessoal das empresas de desenvolvimento. baseado em dados recolhidos de uma empresa de TI, considerando a migrao de um de seus sistemas para o Amazon EC2, para a camada IaaS (infra estrutura como servio), que a camada mais acessvel, pois as empresas podem migrar seus sistemas sem ter que alterar as suas aplicaes. (KHAJEH-HOSSEINI; GREENWOOD; SOMMERVILLE, 2010).

3.2.1 Etapas preliminares

A organizao na qual o estudo foi realizado uma pequena empresa do Reino Unido que fornece solues de TI sob medida para o setor de leo e gs. composta por cerca de 30 funcionrios, com escritrios no Reino Unido e no Oriente Mdio. Possui uma estrutura organizacional divida em trs divises funcionais: administrao, engenharia e suporte. O setor de engenharia o maior. (KHAJEHHOSSEINI; GREENWOOD; SOMMERVILLE, 2010).

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O estudo elencado pelos autores compreende a viabilidade da migrao dos principais servios que a organizao oferece (a monitorizao da qualidade e a aquisio de dados do sistema) para o Amazon EC2. A seguir vem descrio da empresa, mantendo-se, porm o anonimato da mesma: a Empresa C uma pequena companhia de leo e gs que possui ativos offshore3 nos campos petrolferos no mar do norte. A Empresa C precisava de um sistema de aquisio de dados que lhe permitisse administrar suas operaes offshore pelo monitoramento dos dados dos seus ativos em tempo real. Os ativos da companhia C dependem da produo nas instalaes na Empresa A (empresa de petrleo), e os dados vem atravs de um link de uma empresa de comunicao. Foi elencado que a Empresa C no tem a capacidade de desenvolver seus prprios sistemas, portanto eles terceirizaram o desenvolvimento e a gesto do sistema para a Empresa B, que uma empresa de TI com um pequeno data-center que consiste em dois servidores. Um servidor de banco de dados que registra e armazena os dados vindos da offshore, e um sistema de backup em fita que fica em outro local. O outro hospeda um servidor de aplicativos, que gera uma srie de relatrios e monitora as aplicaes. Os usurios finais da Empresa C tm acesso a essas aplicaes por meio da Internet. Na Figura 5 apresentada uma viso geral do sistema antes da migrao para a nuvem.

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Uma "offshore company" uma entidade situada no exterior, sujeita a um regime legal diferente, "extraterritorial" em relao ao pas de domiclio de seus associados.

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Figura 5: Descrio do sistema antes da nuvem. Fonte: (KHAJEH-HOSSEINI; GREENWOOD; SOMMERVILLE, 2010).

A Figura 6 mostra uma viso do sistema na nuvem, onde a Empresa B implanta e mantm o mesmo sistema na nuvem da Amazon Web Services, e a Empresa A e C acessam a nuvem para acessar os aplicativos e dados mantidos pela Empresa B.

Figura 6: Descrio do sistema aps a nuvem. Fonte: (KHAJEH-HOSSEINI; GREENWOOD; SOMMERVILLE, 2010).

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3.2.2 Custos

A Empresa C pagou R$ 269.314,69 para a Empresa B pelo sistema em 2005, R$ 50.237,54 foi para a infraestrutura, o resto dos custos foram para desenvolvimento e implantao. Na infraestrutura esto includos dois servidores (cada um com dois processadores Intel Xeon 3.4GHz, 2 GB RAM e 6 x 72 GB HDs em RAID, 10 matriz resultando em 200 GB de armazenamento efetivo com sistema operacional Windows Server 2003), uma unidade de fita, equipamentos de rede e um rack para servidor. Alm disso, a Empresa C paga, R$ 111.351,26 por ano para a Empresa B para o suporte e manuteno do sistema, desses R$ 9.322,43 para despesas de funcionamento da infraestrutura do sistema. Aps um perodo de 5 anos o custo total com a infraestrutura do sistema R$ 50.237,54 + (5 x R$ 9.322,43) = R$ 96.849,70 (KHAJEH-HOSSEINI; GREENWOOD; SOMMERVILLE, 2010). Ainda segundo os autores o servio Amazon EC2 oferece a opo de usar pequenas ou grandes instancias dependendo da CPU e memria RAM necessria. O sistema poderia inicialmente ser executado em duas pequenas instncias uma para a aplicao e outra para o banco de dados se o sistema no estiver com sobre carga de dados. Contudo isso pode ser mudado para grandes instncias se o desempenho for considerado baixo causando atrasos no sistema. Esse tipo de abordagem o grande diferencial que a nuvem oferece, e se fosse usada uma arquitetura cliente-servidor, essa escalabilidade no seria to fcil de fazer. A tabela 1 mostra uma comparao dos custos com infraestrutura do sistema. Para as especificaes a seguir foram utilizados para calcular os custos de funcionamento do sistema de AWS: duas instancias do Microsoft Windows OnDemand, rodando na Europa 730 horas por ms (ou seja, 24 x 7), 20 GB de transferncias de dados de sada; EBS (bloco de armazenamento elstico) de 200 GB de armazenamento efetivo de dados, 100 milhes de requisies de entrada ou sada, 30 GB EBS de armazenamento instantneo (para os backups dirios), 10 solicitaes de GET (no caso do backup ter que ser recuperado), 30 solicitaes de PUT instantneo (para os backups dirios).

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Perodo 1 Ms 1 Ano 5 Anos

Instncias do servidor Amazon 1 pequena + 1 2 pequenas 2 grandes grande R$ 518,24 R$ 1.010,57 R$ 1.528,81 R$ 6.218,90 R$ 12.126,86 R$ 18.345,76 R$ 31.094,51 R$ 60.634,31 R$ 91.728,83

Empresa B R$ 1.606,55 R$ 19.278,60 R$ 96.393,00

Tabela 1: Comparao de custos de infraestrutura entre o data center da Empresa B e a nuvem. Fonte: (KHAJEH-HOSSEINI; GREENWOOD; SOMMERVILLE, 2010).

Do ponto de vista da empresa B, a nuvem apresenta uma oportunidade de oferecer novos servios sem ter que se preocupar com espao em seu centro de dados. Do ponto de vista da empresa C (os usurios finais), a Tabela 1 mostra que o custo de administrar o seu sistema na nuvem mais barato que usar um datacenter da Empresa B. Por exemplo, 37% mais barato implantar o sistema na nuvem supondo que uma pequena e uma grande instncia do servidor Amazon so usadas. Alm disso, nenhum capital inicial necessrio para a infraestrutura na nuvem, pois os usurios so cobrados mensalmente. As potenciais redues de custos certamente parecem significativas, entretanto os efeitos de uma migrao do suporte para a nuvem e manuteno dos sistemas tambm devem ser considerados.

3.2.3 Suporte e manuteno

O sistema mantido pelo departamento de suporte da Empresa B, que realizam testes constantes para garantir que o sistema esteja funcionando de acordo com o esperado. O departamento de suporte e manuteno da Empresa B seria afetado diretamente se o sistema fosse migrado para a nuvem, pois ele no teria o controle total sobre a infraestrutura do sistema. A empresa B mantm uma base de dados de todas as chamadas de suporte recebidas por e-mail ou telefone de usurios finais externos e dos engenheiros de suporte interno fazendo manuteno regular do sistema. Desde que o sistema

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entrou em operao em 2005 foram recebidas 218 chamadas. A maioria dessas chamadas era sobre problemas de software. Os ttulos de todas as chamadas foram estudados e foram retiradas 112 chamadas para uma investigao mais profunda. Dessas 45 eram relacionadas com a infraestrutura do sistema (KHAJEH-HOSSEINI; GREENWOOD; SOMMERVILLE, 2010). Ainda segundo os dados recolhidos pelos autores a parte da infraestrutura que mais teve problemas foi o backup com fita, foram 38 chamadas relacionadas a esse tema, depois vieram 5 chamadas relacionadas a problemas na rede e 2 foram relacionadas a problemas com energia. As chamadas mencionadas anteriormente, potencialmente poderiam ser eliminadas se o sistema estivesse implantado na nuvem, e a Amazon fosse responsvel pelo hardware. Como mostra a Figura 7, essa questo representa cerca de 21% das chamadas de suporte, porm algumas chamadas podem ser adicionadas se o sistema estivesse na nuvem. Essas chamadas poderiam ser relacionadas a cortes de energia no centro de dados da Amazon ou problemas de latncia na rede, no entanto, o ponto importante que estas questes sero de responsabilidade da Amazon. E isso pode ser visto como uma grande vantagem para a Empresa B, pois o departamento de suporte pode fixar o foco no software e nas questes mais relevantes aos usurios finais.

Figura 7: Motivos de chamadas para manuteno. Fonte: (KHAJEH-HOSSEINI; GREENWOOD; SOMMERVILLE, 2010).

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3.2.4 Impacto nas partes interessadas

A anlise dos dados sugere que a migrao para as nuvens teria um saldo lquido positivo a partir das perspectivas de desenvolvimento dos negcios da empresa e das funes mais bsicas do suporte de TI. Onde no foi visto ganho foi no gerenciamento de projetos e nas funes de apoio a gesto da empresa. Isso foi visto de forma negativa pelo gerente tcnico e pelo engenheiro de suporte da empresa. A anlise dos dados tambm sugere que existem muitos benefcios potenciais, mas tambm existem muitos riscos associados migrao do sistema para a nuvem. As tabelas 2 e 3 resumem os benefcios e riscos dessa migrao identificados a partir da anlise do impacto nas partes interessadas. A segunda coluna nas tabelas se refere ao nmero de benefcios/riscos identificados. (KHAJEHHOSSEINI; GREENWOOD; SOMMERVILLE, 2010). De acordo com a anlise a maior fonte de benefcios a serem obtidos a partir da nuvem a oportunidade de administrar as receitas e despesas de maneira nova, seguindo pela oportunidade de oferecer novos produtos e servios, melhoria da forma de trabalho e eliminao do trabalho ocioso.

Benefcios Oportunidade para administrar a receita e as despesas Oportunidade para oferecer novos produtos e servios Melhora do estado Remoo do trabalho ocioso Melhora da satisfao de trabalho Oportunidade para desenvolver novas habilidades Oportunidade de crescimento organizacional

# 3 3 2 2 1 1 1

Tabela 2: Fontes de benefcios identificados pela anlise do impacto nas partes interessadas. Fonte: (KHAJEH-HOSSEINI; GREENWOOD; SOMMERVILLE, 2010).

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A maior fonte de riscos derivada da eventual deteriorao do atendimento ao cliente, da qualidade do servio, do aumento da dependncia terceira parte que no caso seria a Amazon, diminuio da satisfao no trabalho e o aumento da carga de trabalho.

Riscos Deteriorao do atendimento ao cliente e qualidade de servio O aumento da dependncia externa Diminuio na satisfao do trabalho Reduo departamental Incerteza com a nova tecnologia Falha de recursos de suporte Falha de entendimento da nuvem

# 3 3 3 2 2 1 1

Tabela 3: Fontes de riscos identificados pela anlise do impacto nas partes interessadas. Fonte: (KHAJEH-HOSSEINI; GREENWOOD; SOMMERVILLE, 2010).

3.2.5 Concluso do estudo de caso

A infraestrutura do sistema estudada custaria 37% menos em 5 anos no Amazon EC2, e utilizando a computao em nuvem poderiam potencialmente ser eliminados 21% das chamadas de suporte. Estes resultados parecem ser suficientes para uma migrao do sistema para a nuvem, porm a anlise de impacto nas partes interessadas revelou que existem desvantagens significativas vinculadas aos benefcios prometidos. As principais desvantagens so os riscos para a satisfao do cliente e a qualidade global do servio devido diviso do controle com terceiros. A satisfao com o trabalho tambm diminui devido s mudanas da natureza do trabalho e tambm a empresa passa a ter grande possibilidade de volatilidade de custos em longo prazo com a nuvem e com transferncias de dados. Porm esses riscos certamente diminuiro de acordo com que as empresas forem adotando essa arquitetura de servio, e ela for se difundindo mais.

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3.3 Sistemas que poderiam ir para nuvem

Existem em operao no Brasil, principalmente, sistemas governamentais que frequentemente enfrentam problemas de disponibilidade aos usurios por excesso de carga, isto , muita gente tentando acessar e o sistema no consegue atender a todos e acaba ficando instvel. Nesta seo sero apresentados alguns exemplos bem clssicos de sistemas brasileiros que poderiam se beneficiar dos recursos providos pela nuvem, observando logicamente as questes relacionadas ao planejamento da migrao e segurana dos dados, que no foram consideradas em profundidade nesta anlise.

3.3.1 SISU Sistema de seleo unificada

O SISU (Sistema de Seleo Unificada) um sistema de seleo para universitrios nas universidades pblicas do pas, o Ministrio da Educao (MEC) define o SISU como:

o sistema informatizado, gerenciado pelo Ministrio da Educao, por meio do qual as instituies pblicas de educao superior participantes selecionam novos estudantes exclusivamente pela nota obtida no Exame Nacional de Ensino Mdio (Enem), realizado em 2010. O processo seletivo do Sisu a ser realizado no primeiro semestre de 2011 selecionar candidatos a vagas para ingresso em cursos no primeiro semestre e, em algumas instituies, tambm para o segundo semestre de 2011. (MEC, 2010).

No incio de 2011 no momento dos estudantes se cadastrarem no sistema e efetuarem as inscries nos cursos desejados, para seleo dos melhores para as vagas disponveis, houve srios problemas de disponibilidade do sistema causando transtorno principalmente aos estudantes que almejavam as vagas. Essa instabilidade foi causada principalmente pela falta de escalabilidade e flexibilidade do sistema e do ambiente em que o sistema estava sendo executando,

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resultando em uma grande demora a correo do problema. Se esse sistema estivesse hospedado na nuvem, certamente esse tipo de problema causaria muito menos transtornos, pois o processo de escalabilidade na nuvem feito em questo de minutos pelo operador. Ou at feito de forma automtica quando a qualidade do servio comear a cair, somente notificando o MEC, pois esse redimensionamento causaria um custo adicional, mas nada perto dos custos gerados pela instabilidade do sistema.

3.3.2 ReceitaNET

No Brasil o recebimento das declaraes de imposto de renda das pessoas fsicas e jurdicas atualmente feito por meio da Internet. Os servidores da Receita Federal captam as declaraes enviadas por um aplicativo instalado nos computadores dos usurios. Esse aplicativo disponibilizado pela Receita Federal em seu site. Esse sistema definido pela Receita Federal:

Receitanet o servio eletrnico do Governo Brasileiro que valida e transmite, via Internet, as declaraes de impostos e contribuies federais de pessoas fsicas e jurdicas. Este servio cria um canal interativo de comunicao, eficiente e seguro, entre o contribuinte e a Secretaria da Receita Federal do Brasil RFB para o cumprimento de suas obrigaes tributrias, facilitando e incentivando o exerccio da cidadania. (2008).

Nos dias finais para entrega dos dados das declaraes para a Receita Federal comum esse sistema apresentar grande instabilidade principalmente decorrente do aumento significante do nmero de pessoas querendo enviar suas declaraes. Uma migrao para a nuvem resolveria boa parte desse problema e, consequentemente, reduziria os transtornos gerados por ele, pois, a nuvem seria alocada de acordo com a necessidade da Receita, poupando custos no incio do perodo de recebimento para gastar mais no final. A nuvem teria que se adaptar s altas cargas de trabalho que teria nos ltimos dias para as entregas das

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declaraes, aumentando os custos, porm certamente esses custos seriam menores que os geralmente causados pela instabilidade do sistema.

3.3.3 Nota fiscal eletrnica

O Nota Fiscal Eletrnica (NFe) um sistema do Ministrio da Fazenda para controle a principalmente unificao do recolhimento dos tributos fiscais dos municpios estados e da federao. Atravs desse sistema fica centralizado todo controle sobre os recebimentos dos tributos fiscais. Segundo o Ministrio da Fazenda o funcionamento do NFe ocorre da seguinte maneira simplificada:

[...] a empresa emissora de NF-e gerar um arquivo eletrnico contendo as informaes fiscais da operao comercial, o qual dever ser assinado digitalmente, de maneira a garantir a integridade dos dados e a autoria do emissor. Este arquivo eletrnico, que corresponder Nota Fiscal Eletrnica (NF-e), ser ento transmitido pela Internet para a Secretaria da Fazenda de jurisdio do contribuinte que far uma pr-validao do arquivo e devolver um protocolo de recebimento (Autorizao de Uso), sem o qual no poder haver o trnsito da mercadoria. [2006?].

Frequentemente esse sistema apresenta dificuldades em enviar as notas para o servidor. Pois o servidor encontra dificuldade em processar o grande volume de notas enviadas nos horrios de pico do comrcio brasileiro. Um modelo de arquitetura em nuvem para esse servidor com alto potencial de adaptabilidade quando a demanda de processamento aumentar ou diminuir resolveria grande parte desses problemas e evitaria potenciais prejuzos decorrentes da demora do envio para o pessoal que emite notas por meio do NFe nos mais de 500.000 estabelecimentos comerciais que utilizam esse sistemas em todo o pas.

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3.4 A nuvem uma tendncia

Cada vez mais se ouve falar em migrao de sistemas para a nuvem. O governo dos Estados Unidos da Amrica est decidido em migrar a maioria dos seus sistemas para a nuvem. A NASA (da sigla em ingls de Agncia Nacional do Espao e da Aeronutica) j fechou 13 dos seus 14 datacenters e migrou-os para a nuvem. A NASA a agncia do governo americano mais engajada na nuvem. (KUNDRA, 2010). Ainda segundo o CIO4 do governo americano Vivek Kundra, o governo pretende fechar at 800 datacenters dos seus 2.094 em operao no pas, mas pretendem manter sob o controle apenas as reas mais crticas, mas ainda assim usando o conceito de nuvens privadas. A nuvem no tendncia s nos usurios corporativos, os usurios comuns, certamente j usam muitos servios em nuvem sem saber, como principalmente email e os mais diversos tipos de aplicativos web. Os dispositivos com sistema operacional mvel iOS 5 da Apple e os aparelhos com o Android6 da Google, j possuem acesso sincronizao de dados entre dispositivos distintos pela nuvem. Como entre um computador e um Tablet ou entre um celular e um Tablet.

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Chief Information Officer ou CIO um ttulo de cargo dado ao diretor de informtica, o responsvel pela informtica de uma empresa.5

iOS o sistema operacional mvel da Apple. Desenvolvido originalmente para o iPhone, tambm usado em iPod Touch, iPad e Apple TV.6

Android um sistema operacional mvel que roda sobre o ncleo Linux.

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CONSIDERAES FINAIS

A computao como um servio finalmente est emergindo e est se consolidando como uma tendncia no mundo de TI. E a computao em nuvem o paradigma que mais est se destacando, pois est sendo adotado cada vez mais pelas empresas pela sua forma simplificada de lidar com o setor de TI. Certas empresas ainda tm alguns receios com relao adoo dessa tecnologia, por ser uma tecnologia recente, que comeou a se popularizar agora, mas aos poucos ela est mostrando suas vantagens e seu potencial de se consolidar. O recomendvel que a empresa v migrando suas aplicaes gradativamente, para minimizar o impacto e facilitar a adoo dessa nova tecnologia. Existe ainda, porm um grande obstculo a essa tecnologia principalmente nos pases em desenvolvimento como aqui no Brasil, que a qualidade dos servios de Internet. Este servio tem melhorado nos ltimos anos, mas para atender a demanda dessa tecnologia com eficincia, deve melhorar ainda mais. A computao em nuvem veio para se consolidar, um tipo de arquitetura que atualmente oferece a opo de se adaptar automaticamente s demandas dos clientes, por mais variveis que elas sejam. Essa a vantagem dela com relao aos outros modelos, vantagem essa que resolveria muitos problemas de sistemas que necessitam de grande poder de processamento de forma escalvel. Fica como sugesto de trabalhos futuros: um estudo mais profundado em ambientes operacionais especficos para trabalhar em ambiente de nuvem; realizar um estudo de caso de implantao da nuvem em uma empresa brasileira; um trabalho para comparao de custo e desempenho dos provedores de servio em nuvem populares; como tambm um trabalho com o foco especfico em sistemas operacionais baseados em nuvem para dispositivos mveis.

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REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS

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