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F AMÍLIA E E DUCAÇÃO DA F É «Família e Educação da Fé» A família: lugar onde se ensina a perceber as razões e a beleza da fé, a rezar e a servir o próximo (AL 287) Por vontade expressa do nosso Patriarca, D. Manuel Clemente, iremos realizar anualmente uma Assembleia Diocesana de Catequistas. A experiência de sinodalidade empreendida na nossa diocese encon- trou na Assembleia de Catequistas uma das suas expressões mais ri- cas, pois vamos descobrindo cada vez mais a alegria de caminharmos juntos como Igreja Diocesana. A Constituição Sinodal de Lisboa recolhe no que se refere à catequese muito do trabalho nela desenvolvido (vejam-se os números 40-43). No nosso percurso sinodal «foi também possível perceber uma renovada descoberta da vocação da família na Igreja e na sociedade (CSL 19), motivada pelas duas Assembleias sinodais de Ro- ma dedicadas à família e pela publicação da Exortação Apostólica Amoris Laetitia. «A alegria do Amor que se vive nas famílias é também o júbilo da Igreja» (AL 1) refere-se no início do docu- mento e, por conseguinte, também é fonte de alegria e de esperança para a catequese. Dados os desafios colocados à família no âmbito da transmissão da fé na atual situação da soci- edade em que vivemos, factos particularmente sentidos na catequese, querem os catequistas de Lisboa apoiar as famílias na sua missão educativa. Também na catequese adquire especial atenção a concretização do critério familiar segundo o qual se devem «promover a dinamização e conjugação de ações pastorais que tenham em vista a complexa realidade da vida familiar nas suas diferentes expressões e etapas, tomando sempre a família como objeto e sujeito de evangelização» (CSL 29). É neste sentido que procuramos caminhar juntos na reflexão sobre as problemáticas que envol- vem a transmissão da fé, a família e a catequese. A assembleia diocesana de Catequistas de 2017 constitui um importante momento de encontro dos catequistas do Patriarcado de Lisboa com o seu Bispo, marcado pela reflexão, oração co- mum e partilha de vida. Contamos convosco! A Equipa Diocesana Guião Preparatório da Assembleia Diocesana de Catequistas da Diocese de Lisboa Catequese do Patriarcado de Lisboa Mosteiro de São Vicente de Fora, Campo de Santa Clara, 1149-085 Lisboa Telefone: 218810533 Fax: 218810529 E-mail: [email protected] Site: www.catequese.net

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FAMÍLIA E EDUCAÇÃO DA FÉ

«Família e Educação da Fé»

A família: lugar onde se ensina a perceber as razões e a

beleza da fé, a rezar e a servir o próximo (AL 287)

Por vontade expressa do nosso Patriarca, D. Manuel Clemente, iremos realizar anualmente uma Assembleia Diocesana de Catequistas.

A experiência de sinodalidade empreendida na nossa diocese encon-trou na Assembleia de Catequistas uma das suas expressões mais ri-cas, pois vamos descobrindo cada vez mais a alegria de caminharmos juntos como Igreja Diocesana. A Constituição Sinodal de Lisboa recolhe no que se refere à catequese muito do trabalho nela desenvolvido (vejam-se os números 40-43).

No nosso percurso sinodal «foi também possível perceber uma renovada descoberta da vocação da família na Igreja e na sociedade (CSL 19), motivada pelas duas Assembleias sinodais de Ro-ma dedicadas à família e pela publicação da Exortação Apostólica Amoris Laetitia. «A alegria do Amor que se vive nas famílias é também o júbilo da Igreja» (AL 1) refere-se no início do docu-mento e, por conseguinte, também é fonte de alegria e de esperança para a catequese.

Dados os desafios colocados à família no âmbito da transmissão da fé na atual situação da soci-edade em que vivemos, factos particularmente sentidos na catequese, querem os catequistas de Lisboa apoiar as famílias na sua missão educativa.

Também na catequese adquire especial atenção a concretização do critério familiar segundo o qual se devem «promover a dinamização e conjugação de ações pastorais que tenham em vista a complexa realidade da vida familiar nas suas diferentes expressões e etapas, tomando sempre a família como objeto e sujeito de evangelização» (CSL 29).

É neste sentido que procuramos caminhar juntos na reflexão sobre as problemáticas que envol-vem a transmissão da fé, a família e a catequese.

A assembleia diocesana de Catequistas de 2017 constitui um importante momento de encontro dos catequistas do Patriarcado de Lisboa com o seu Bispo, marcado pela reflexão, oração co-mum e partilha de vida.

Contamos convosco!

A Equipa Diocesana

Guião Preparatório da Assembleia Diocesana de Catequistas da Diocese de Lisboa

Catequese do Patriarcado de Lisboa

Mosteiro de São Vicente de Fora, Campo de Santa Clara, 1149-085 Lisboa

Telefone: 218810533 Fax: 218810529 E-mail: [email protected] Site: www.catequese.net

«Família e Educação da Fé»

Página 2

A educação dos filhos deve estar marcada por um percurso de trans-missão da fé, que se vê dificultado pelo estilo de vida actual, pelos ho-rários de trabalho, pela complexidade do mundo actual, onde muitos têm um ritmo frenético para poder sobreviver. Apesar disso, a família deve continuar a ser lugar onde se ensina a perceber as razões e a be-leza da fé, a rezar e a servir o próximo. Isto começa no baptismo, onde – como dizia Santo Agostinho – as mães que levam os seus filhos «cooperam no parto santo». Depois tem início o percurso de cresci-mento desta vida nova. A fé é dom de Deus, recebido no baptismo, e não o resultado duma acção humana; mas os pais são instrumentos de Deus para a sua maturação e desenvolvimento. Por isso, «é bonito quando as mães ensinam os filhos pequenos a enviar um beijo a Jesus ou a Nossa Senhora. Quanta ternura há nisto! Naquele momento, o coração das crianças transforma-se em lugar de oração». A transmis-são da fé pressupõe que os pais vivam a experiência real de confiar em Deus, de O procurar, de precisar d’Ele, porque só assim «cada geração contará à seguinte o louvor das obras [de Deus] e todos proclamarão as [Suas] proezas» (Sl 145/144, 4) e «o pai dará a conhecer aos seus filhos a [Sua] fidelidade» (Is 38, 19). Isto requer que imploremos a ac-ção de Deus nos corações, aonde não podemos chegar. O grão de mostarda, semente tão pequenina, transforma-se num grande arbusto (cf. Mt 13, 31-32), e, deste modo, reconhecemos a desproporção entre a acção e o seu efeito. Sabemos, assim, que não somos proprietários do dom, mas seus solícitos administradores. Entretanto o nosso esforço criativo é uma oferta que nos permite colaborar com a iniciativa divina. Por isso, «tenha-se o cuidado de valorizar os casais, as mães e os pais, como sujeitos activos da catequese (...). De grande ajuda é a cateque-se familiar, enquanto método eficaz para formar os pais jovens e torná-los conscientes da sua missão como evangelizadores da sua própria família».

Exortação Apostólica Amoris Laetitiae, 287

A educação na fé sabe adaptar-se a cada filho, porque os recursos aprendidos ou as receitas às vezes não funcionam. As crianças preci-sam de símbolos, gestos, narrações. Os adolescentes habitualmente entram em crise com a autoridade e com as normas, pelo que é conve-niente estimular as suas experiências pessoais de fé e oferecer-lhes testemunhos luminosos que se imponham simplesmente pela sua bele-za. Os pais, que querem acompanhar a fé dos seus filhos, estão aten-tos às suas mudanças, porque sabem que a experiência espiritual não se impõe, mas propõe-se à sua liberdade. É fundamental que os filhos vejam de maneira concreta que, para os seus pais, a oração é real-mente importante. Por isso, os momentos de oração em família e as expressões da piedade popular podem ter mais força evangelizadora do que todas as catequeses e todos os discursos. Quero exprimir a mi-nha gratidão de forma especial a todas as mães que rezam incessante-mente, como fazia Santa Mónica, pelos filhos que se afastaram de Cris-to.

Exortação Apostólica Amoris Laetitiae, 288

ADAPTAR-SE A CADA UM

TRANSMITIR A FÉ

«Família e Educação da Fé»

«A família torna-se sujeito da acção pastoral, através do anúncio explí-cito do Evangelho e do legado de múltiplas formas de testemunho, no-meadamente a solidariedade com os pobres, a abertura à diversidade das pessoas, a salvaguarda da criação, a solidariedade moral e materi-al para com as outras famílias, especialmente para com as mais neces-sitadas, o empenho na promoção do bem comum, inclusive através da transformação das estruturas sociais injustas, a partir do território on-de vive a família, praticando as obras corporais e espirituais de miseri-córdia». Isto deve ser feito no contexto da convicção mais preciosa dos cristãos: o amor do Pai que nos sustenta e faz crescer, manifesta-do no dom total de Jesus Cristo, vivo no meio de nós, que nos torna capazes de enfrentar, unidos, todas as tempestades e todas as etapas da vida. E, no coração de cada família, deve ressoar também o queri-gma, a tempo e fora de tempo, para iluminar o caminho. Todos deve-ríamos poder dizer, a partir da vivência nas nossas famílias: «Nós co-nhecemos o amor que Deus nos tem, pois cremos nele» (1Jo 4, 16). Só a partir desta experiência é que a pastoral familiar poderá conse-guir que as famílias sejam simultaneamente igrejas domésticas e fer-mento evangelizador na sociedade.

Exortação Apostólica Amoris Laetitiae, 290

A FAMÍLIA, SUJEITO DA AÇÃO PASTORAL

Página 3

O exercício de transmitir aos filhos a fé, no sentido de facilitar a sua expressão e crescimento, permite que a família se torne evangelizado-ra e, espontaneamente, comece a transmiti-la a todos os que se apro-ximam dela e mesmo fora do próprio ambiente familiar. Os filhos que crescem em famílias missionárias, frequentemente tornam-se missioná-rios, se os pais sabem viver esta tarefa duma maneira tal que os outros os sintam vizinhos e amigos, de tal modo que os filhos cresçam neste estilo de relação com o mundo, sem renunciar à sua fé nem às suas convicções. Lembremo-nos que o próprio Jesus comia e bebia com os pecadores (cf. Mc 2, 16; Mt 11, 19), podia deter-se a conversar com a Samaritana (cf. Jo 4, 7-26) e receber de noite Nicodemos (cf. Jo 3, 1-21), deixava ungir os seus pés por uma mulher prostituta (cf. Lc 7, 36-50) e não hesitava em tocar os doentes (cf. Mc 1, 40-45; 7, 33). E o mesmo faziam os seus apóstolos, que não eram pessoas desprezado-ras dos outros, fechadas em pequenos grupos de eleitos, isoladas da vida do seu povo. Enquanto as autoridades os perseguiam, eles goza-vam da simpatia de todo o povo (cf. At 2, 47; 4, 21.33; 5, 13).

Exortação Apostólica Amoris Laetitiae, 289

TRANSMITIR A FÉ AOS FILHOS

QUESTÕES PARA O DIÁLOGO E PARTILHA PARA OS PAIS E FAMÍLIAS

1. Com base no texto da Exortaça o Aposto lica, como vemos a relaça o entre as nossas comunidades e as famí lias: que oportunidades e aspetos positivos, dificuldades e problemas se podem observar?

2. O que e que esperamos das nossas comunidades crista s?

3. Como e que no s - famí lias - nos sentimos acolhidas pela comunidade crista e pela catequese. Sen-timos que se procura atender a situaça o real e concreta de cada famí lia?

4. De que forma e que a comunidade crista tem ajudado as famí lias a viverem a sua vocaça o como «Igreja Dome stica»? Como acompanha a famí lia nas suas diversas etapas de crescimento, favorece o aprofundamento da fe e a torna mais evangelizadora?

METODOLOGIA

Fase 1 - Trabalhar este guião na paróquia em grupos de catequistas e de pais. Fazer uma sínte-se e enviar ao Coordenador Vicarial (janeiro - fevereiro). Fase 2 - O Coordenador e o Assistente Vicarial fazem a síntese de todas as respostas e enviam para o Sector da Catequese até ao fim de fevereiro. Fase 3 - Estas sínteses serão contempladas na reflexão a propor aos catequistas no dia da As-sembleia pelo Professor José Eduardo Borges de Pinho.

QUESTÕES PARA O DIÁLOGO E PARTILHA PARA OS CATEQUISTAS

1. Com base no texto da Exortaça o Aposto lica, como vemos a relaça o entre a nossa comunidade e as famí lias: que oportunidades e aspetos positivos, dificuldades e problemas se podem observar?

2. Como e que no s, - comunidade e catequese – acolhemos as famí lias e estabelecemos relaço es com elas? Atendemos a situaça o real e concreta de cada famí lia?

3. Que oportunidades e desafios trazem as novas situaço es familiares a catequese e a comunidade crista ?

4. Que propostas concretas e realizaço es de trabalho com as famí lias podem levar a sua evangeliza-ça o? Como ajudar as famí lias a tomar conscie ncia da sua vocaça o evangelizadora? O que propomos?