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Grupo de Trabalho A2.05 Guia de Manutencao para Transformadores de Potência Novembro 2013 015

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Grupo de Trabalho

A2.05

Guia de Manutencao paraTransformadores de Potência

Novembro 2013

015

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Guia de Manutenção para Transformadores de Potência

Grupo de Trabalho A2.05

Jaime Suñé (Coordenador), Leonardo A. Heredia (Secretário).

Membros: Antônio T. de Brito, Carlos Dupont, Carlos G. Gonzales, Cleusomir C. dos Santos, Edson L. S. Brito, Gilberto Amorim M., Helton H. S. Bezerra, João C. Carneiro, Jorge S. Santelli, Juliano R. da Silva, Marco A. Marin, Roberto Jasinski, Rodinei Carraro, Rodrigo Evaristo de O. S., Rômulo M. Teixeira.

Membros Correspondentes: Alberto Moriama, Allyrio Meira, Antônio C. B. Bissacot, Bernardo Salum, Claudio Severino, Fabiano Asano, Fernando Amorim, João Baldauf, José C. Mendes, Marco A. Sens, Paulo Moraes, Roberto Asano Jr, Roberto Censi F., Rodrigo Ferrari.

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ÍNDICE 1. INTRODUÇÃO.............................................................................................................................. 7

1.1 Introdução...................................................................................................... 7 1.2 Fundamentos e Funcionamento Básico de Transformadores de Potência........................ 8 1.3 Fundamentos e Funcionamento Básicos de Reatores Shunt........................................... 11 1.4 Operação do Transformador e Ciclos de Vida............................................................... 12 1.5 Vida útil de Transformadores........................................................................................ 17 1.6 Terminologia.............................................................................................................. 22

2. ESTRATÉGIAS DE MANUTENÇÃO................................................................................................ 26

2.1 A Importância da Manutenção...................................................................................... 26 2.2 Impactos da Indisponibilidade..................................................................................... 27 2.3 Avaliação da Condição do Equipamento....................................................................... 28 2.4 Manutenção Baseada no Tempo.................................................................................. 29 2.5 Manutenção Baseada na Condição............................................................................... 31 2.6 Manutenção Corretiva................................................................................................. 34 2.7 Monitoramento Online Contínuo.................................................................................. 36

3. PROCESSOS DE MANUTENÇÃO................................................................................................... 37

3.1 Planejamento.............................................................................................................. 37 3.2 Organização................................................................................................................ 38 3.3 Execução.................................................................................................................... 40

3.3.1 Segurança na Execução da Manutenção.............................................................. 40 3.3.1.1 Planejamento Executivo e Análise Preliminar de Riscos................................. 41 3.3.1.2 Recomendações de Segurança Adicionais.................................................... 42

3.4 Registro da Manutenção.............................................................................................. 43 3.5 Otimização.................................................................................................................. 44 3.6 Gestão do Conhecimento............................................................................................. 45

4. COMPONENTES DO TRANSFORMADOR...................................................................................... 47

4.1 Buchas....................................................................................................................... 47 4.1.1 Núcleo Condensivo............................................................................................ 47 4.1.2 Tap de Derivação.............................................................................................. 49 4.1.3 Isolador Externo................................................................................................ 50 4.1.4 Tipos de Conexões de Bucha.............................................................................. 51

4.2 Preservação do Sistema de Óleo................................................................................. 52 4.2.1 Sistema Externo ao Conservador........................................................................ 52 4.2.2 Sistemas Internos ao Conservador...................................................................... 53 4.2.3 Tanque Principal Selado..................................................................................... 53 4.2.4 Respiração Livre................................................................................................ 54 4.2.5 Característica dos Sistemas de Conservação........................................................ 55

4.3 Sistemas de Resfriamento............................................................................................ 56 4.3.1 Radiador........................................................................................................... 56 4.3.2 Trocador de Calor.............................................................................................. 58 4.3.3 Bombas para Circulação de Óleo......................................................................... 60 4.3.4 Ventiladores...................................................................................................... 61

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4.4 Vedações.................................................................................................................... 63 4.4.1 Instalação das Vedações.................................................................................... 64

4.5 Medidores, Indicadores e Relés.................................................................................... 65 4.5.1 Indicadores de Temperatura do Óleo e Enrolamento............................................ 65 4.5.2 Indicadores de Nível de Óleo.............................................................................. 68 4.5.3 Relé Detector de Gás tipo Buchholz.................................................................... 69 4.5.4 Dispositivo de Alívio de Pressão.......................................................................... 71 4.5.5 Indicador de Fluxo............................................................................................. 71

4.6 Armário de Controle................................................................................................... 72 4.7 Transformadores de Corrente....................................................................................... 73 4.8 Comutadores de Derivação em Carga........................................................................... 74

4.8.1 Geral................................................................................................................ 74 4.8.2 Comutador de Derivações em Carga tipo Resistivo............................................... 74

4.8.2.1 Comutador de Derivações em Carga tipo Resistivo Externo.............................. 75 4.8.2.2 Comutador de Derivações em Carga tipo Resistivo Interno.............................. 78

4.8.3 Comutador de Derivações do tipo Reator............................................................. 80 4.8.4 Tipos de Conexão de Comutadores de Derivação em Carga.................................. 82

4.9 Comutadores de Derivações Desenergizado................................................................... 82 4.10 Líquido Isolante para Comutadores de Derivação......................................................... 82 4.11 Parte Ativa do Transformador..................................................................................... 84

4.11.1 Núcleo do Transformador................................................................................. 85 4.11.2 Enrolamentos.................................................................................................. 86

4.12 Óleo Isolante............................................................................................................. 89 5. AÇÕES DE MANUTENÇÃO............................................................................................................ 91

5.1 Métodos de Ensaios Elétricos Básicos e Avançados........................................................ 91 5.1.1 Testes Elétricos Básicos..................................................................................... 91

5.1.1.1 Resistência de Isolamento DC....................................................................... 91 5.1.1.2 Ensaio do Isolamento AC (Fator de Potência e Capacitância)........................... 93 5.1.1.3. Resistência Ôhmica dos Enrolamentos.......................................................... 95 5.1.1.4. Relação de Transformação (TTR)................................................................. 95

5.1.2 Testes Elétricos Avançados................................................................................. 96 5.1.2.1 Medição de Descarga Parcial (DP)................................................................. 96 5.1.2.2 Analise da Resposta em Frequência (FRA)...................................................... 101 5.1.2.3 Resposta em Freqüência de Perdas Dispersas (FRSL)...................................... 103 5.1.2.4 Espectroscopia no Domínio da Frequência (FDS)............................................. 105 5.1.2.5 Método da Tensão de Retorno (RVM)............................................................ 108 5.1.2.6 Tensão Induzida em Transformadores em Campo........................................... 112

5.2 Análise de Gás Dissolvido no Óleo Isolante (DGA).......................................................... 115 5.2.1 Formação de Gases........................................................................................... 115 5.2.2 Coleta de Óleo Isolante...................................................................................... 117 5.2.3 Ensaio de Cromatografia.................................................................................... 118 5.2.4 Interpretação dos Resultados............................................................................. 119 5.2.5 Periodicidade de Análise de Gases Dissolvidos em Óleo Isolante........................... 120 5.2.6 Importância como Técnica de Manutenção Preditiva............................................ 120

5.3 Ensaios no Óleo........................................................................................................... 122

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5.3.1 Ensaios no Óleo Grupo 1.................................................................................... 124 5.3.2 Ensaios no Óleo Grupo 2.................................................................................... 127 5.3.3 Ensaios no Óleo Grupo 3.................................................................................... 131 5.3.4 Gestão dos Resultados dos Ensaios de Óleo........................................................ 132

5.4 Ensaios no Papel......................................................................................................... 135 5.5 Manutenção do Comutador de Derivação sob Carga....................................................... 135

5.5.1 Atividades de Manutenção x Problemas Possíveis................................................. 135 5.5.2 Manutenção Preventiva...................................................................................... 136 5.5.3 Análise Físico-Química e Cromatográfica.............................................................. 138 5.5.4 Técnicas Específicas de Manutenção................................................................... 138

5.6 Práticas de Manutenção e Inspeção.............................................................................. 141 5.6.1 Parte Ativa........................................................................................................ 142 5.6.2 Sistema de Preservação de Líquido Isolante e Conservador.................................. 143 5.6.3 Sistema de Resfriamento.................................................................................... 144 5.6.4 Sistema de Supervisão, Proteção e Controle........................................................ 146 5.6.5 Sistema de Conexão (Buchas)............................................................................ 149

5.7 Secagem da Isolação................................................................................................... 150 5.7.1 Secagem On-Line, com o Transformador em Operação........................................ 155

5.7.1.1 Tratamento Termovácuo............................................................................... 155 5.7.1.2 Filtros Absorvedores de Umidade................................................................... 156 5.7.1.3 Peneira Molecular......................................................................................... 156

5.7.2 Secagem Off-line, com o Transformador Fora de Serviço...................................... 159 5.7.2.1 Secagem por Alto Vácuo............................................................................... 159 5.7.2.2 Secagem por Circulação de Óleo Quente e Vácuo........................................... 160 5.7.2.3 Secagem por Aspersão de Óleo Quente (Hot Oil Spray)................................... 161 5.7.2.4 Secagem por Vapour-phase.......................................................................... 162 5.7.2.5 Secagem Criogênica..................................................................................... 163 5.7.2.6 Secagem por Circulação de Corrente a Baixa Frequência (LFH)........................ 164

5.8 Tratamento do Óleo Isolante........................................................................................ 165 5.9 Tratamento de Óleo Isolante com Enxofre Corrosivo...................................................... 169

5.9.1. Teor de Dibenzildisulfeto (DBDS)....................................................................... 169 5.9.2. Detecção de Compostos Corrosivos.................................................................... 169 5.9.3. Adição de Passivador........................................................................................ 170 5.9.4. Teor de Tolutriazol (TTA).................................................................................. 171 5.9.4. Remoção do Enxofre Corrosivo da Isolação Sólida............................................... 171

5.10 Eletrização Estática e Manutenção.............................................................................. 172 5.10.1 Eletrização Estática.......................................................................................... 172 5.10.2 Mitigação da Eletrização Estática....................................................................... 173

5.10.2.1 Fluxo do Óleo Isolante............................................................................... 173 5.10.2.2 Características do Óleo Mineral Isolante....................................................... 174 5.10.2.3 Aditivação do Óleo Mineral Isolante............................................................. 175 5.10.2.4 Monitoramento do Carregamento Eletrostático............................................. 175

5.11 Precauções para o Trabalho Invasivo.......................................................................... 175 5.12 Utilização de Tip e Alarmes........................................................................................ 177

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6. REPARO DE TRANSFORMADORES.............................................................................................. 179 6.1 Grau de Complexidade de Reparos............................................................................... 179 6.2 Reparos de Baixa Complexidade (1 e 2)........................................................................ 179 6.3 Reparos de Média e Grande Complexidade (3 a 5)......................................................... 181

6.3.1 Reparos em Campo........................................................................................... 181 6.3.1.1 Etapas do Processo...................................................................................... 181 6.3.1.2 Riscos e Controle de Qualidade..................................................................... 182 6.3.1.3 Infraestrutura.............................................................................................. 184 6.3.1.4 Segurança e Meio Ambiente.......................................................................... 184 6.3.1.5 Treinamento e Gestão do Conhecimento........................................................ 184 6.3.1.6 Garantia...................................................................................................... 185

6.3.2 Reparos em Oficina do Proprietário do Equipamento............................................ 186 6.3.3 Reparos em Oficina da Contratada...................................................................... 187

6.3.3.1 Etapas do Processo...................................................................................... 187 6.3.3.2 Transporte................................................................................................... 188 6.3.3.3 Infraestrutura.............................................................................................. 193 6.3.3.4 Riscos e Controle de Qualidade..................................................................... 193 6.3.3.5 Segurança e Meio Ambiente.......................................................................... 195

6.4 Avaliação Comparativa................................................................................................. 195 7. MONITORAMENTO ON-LINE CONTÍNUO.................................................................................... 197

7.1 Definições e Justificativas............................................................................................. 197 7.2 Estrutura Básica de um Sistema de Monitoramento On-line Contínuo............................. 198 7.3 Subsistemas Monitorados............................................................................................ 199 7.4 Grandezas Monitoradas............................................................................................... 199

7.4.1 Monitoramento On-line Contínuo de DGA............................................................ 201 7.4.2 Sistema de Monitoramento On-line Contínuo de Buchas Condensivas.................... 202 7.4.3 Monitoramento On-line Contínuo de Comutadores............................................... 205

7.5 Arquiteturas................................................................................................................ 205 7.6 Protocolos de Comunicação.......................................................................................... 206 7.7 Considerações............................................................................................................. 206 7.8 Manutenção do Sistema de Monitoramento................................................................... 207

8. ANEXOS....................................................................................................................................... 209

8.1 Ábaco para Obtenção dos Valores de URSI.................................................................... 209 8.2 Registros de Ensaios.................................................................................................... 210 8.3 Árvore de Falha do Sistema de Monitoramento.............................................................. 232 8.4 Árvore de Falha do Comutador de Derivações em Carga................................................ 238 8.5 Padrões e Referências CIGRÉ....................................................................................... 245

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1. INTRODUÇÃO

1.1 Introdução ao Guia de Manutenção

O investimento em ativos inseridos em um ambiente competitivo impõe a busca de processos cada

vez mais otimizados, maximizando resultados e minimizando o emprego de recursos. Nesse contexto,

a função Manutenção assume papel relevante na medida em que contribui para o funcionamento

adequado desses ativos.

Manutenção, disponibilidade e confiabilidade são conceitos estreitamente relacionados e o gestor de

ativos tem que especificar uma política de manutenção que maximize a disponibilidade e

confiabilidade dos ativos a um custo adequado.

A fim de permitir o contínuo funcionamento desses ativos, a engenharia de manutenção e os

respectivos procedimentos de manutenção e operação necessários à sua efetivação, devem ser

executados de forma integrada.

O Transformador de potência é um equipamento de fundamental importância para o Sistema Elétrico

de Potência, sendo o ativo de maior valor agregado em uma instalação de transmissão e distribuição,

e falhas destes ativos podem ocasionar interrupções de fornecimento de energia por períodos

prolongados, podendo repercutir no sistema produtivo industrial e na sociedade de forma geral.

Devido a esta relevância, as empresas do ramo de energia devem estabelecer uma politica de

manutenção voltada para a sua confiabilidade e disponibilidade.

A existência de um Guia Internacional de Manutenção de Transformadores, “Guide for Transformer

Maintenance – Working Group A2.34 de fevereiro de 2011”, motivou o Comitê A2 do Cigré Brasil a

elaborar um Guia que traduza a experiência dos profissionais de engenharia de manutenção das

empresas brasileiras, atendendo as particularidades do mercado nacional.

Neste contexto foi criado o subcomitê A2.05 para elaboração do “Guia de Manutenção de

Transformadores de Potência”, preparado para ajudar a definir e aplicar a melhor prática de

manutenção em transformadores imersos em óleo isolante com classe de tensão igual ou superior a

34,5kV.

São abordados os seguintes temas:

Fundamentos e princípios de funcionamento;

Aspectos operativos;

Tipos de manutenção;

Vida útil, mecanismos e métodos de avaliação de degradação;

Referências e padrões Cigré aplicáveis à manutenção;

Estratégias de manutenção;

Processo de manutenção;

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Seleção e manutenção dos componentes dos equipamentos;

Técnicas de reparos dos equipamentos;

Transporte e armazenagem;

Monitoramento on-line contínuo;

Verificações e testes a fim de avaliar a condição do equipamento;

Intervalos de tempo para realização das atividades de manutenção;

Aspectos humanos para manutenção;

Materiais para manutenção;

Gestão do conhecimento.

As orientações deste Guia de Manutenção de Transformadores de Potência também podem ser

aplicáveis a autotransformadores, reatores tipo shunt, transformadores de aterramento e

transformadores reguladores, nos sistema de geração, transmissão, distribuição de energia elétrica e

setor industrial.

1.2 Fundamentos e Funcionamento Básico de Transformadores

de Potência

O transformador de potência é um equipamento importante no sistema elétrico de potência (SEP)

sendo responsável pela transformação de tensão, podendo ter como função a elevação (no caso de

aplicações em subestações elevadoras de geração, por exemplo) ou rebaixamento (no caso de

aplicações em sistemas de transmissão ou distribuição, por exemplo) da mesma. Além de sua nítida

importância operacional, possui também grande valor financeiro agregado, sendo o de maior

significância em uma subestação de transmissão elétrica. Estas características associadas tornam este

equipamento essencial na definição do planejamento de manutenção por parte das empresas do setor

elétrico.

Figura 1.1 – Figura exemplificando funcionamento resumido de um transformador.

Teoricamente, de forma simplificada podemos afirmar que o fenômeno existente em um

transformador é baseado no princípio da indução eletromagnética mútua. Na figura 1.1 observa-se

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que onde ao aplicarmos uma tensão U1 alternada ao primário, circulará por este enrolamento uma

corrente I1 alternada que por sua vez dará condições ao surgimento de um fluxo magnético também

alternado, ф1. A maior parte deste fluxo ficará confinado ao núcleo, uma vez que é este o caminho

de menor relutância. Este fluxo originará uma força eletromotriz (f.e.m.) E1 no primário e E2 no

secundário, proporcionais ao número de espiras dos respectivos enrolamentos, segundo a relação de

transformação:

Ou, considerando que a as tensões U1 e U2 são praticamente iguais as f.e.m. induzidas E1 e E2,

pode-se afirmar que:

De forma prática, um transformador de potência para cumprir sua função necessita de uma série de

acessórios e componentes que possibilitem sua operação sob condições controladas de temperatura,

estanqueidade e dentro de parâmetros especificados em projeto. Para se ter uma visão geral e

simplificada de um transformador de potência, a figura 1.2 mostra os seus componentes principais.

Figura 1.2 – Transformador de potência e componentes principais.

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Podemos segmentar um transformador em “parte ativa”, acessórios e sistemas de preservação de

líquido isolante, isolação e refrigeração.

A “parte ativa” do transformador, onde é realizado o fenômeno de indução eletromagnética,

responsável pela transformação de tensão conforme visto na figura 1.1, é composta pelo núcleo [1]

e enrolamentos [2], podendo existir alguns tipos de ligações entre os enrolamentos [4] como, por

exemplo, estrela – triângulo ou estrela – estrela.

Podemos classificar de forma resumida os acessórios de um transformador como: As buchas [9] que

são responsáveis pela interligação e isolação entre os enrolamentos e o sistema elétrico em que o

equipamento está interligado, o comutador de derivação em carga (CDC) [10/14] responsável pelo

controle de tensão possibilitando a adequação do transformador às condições sistêmicas necessárias

para operação. A comutação também pode ser realizada sem tensão, através de comutadores de

derivação desenergizado (CDD), como por exemplo, no caso de transformadores elevadores, quando

este controle de tensão é realizado pelos geradores de usina.

Indicadores locais ou remotos de grandezas monitoráveis como, por exemplo, temperatura [16] e

nível de óleo [18], proteções intrínsecas que atuam para o desligamento da unidade quando ocorre

falhas internas como, por exemplo, o relé buchholz [19] que atua quando da formação de gases

internos ou ainda sistemas mais complexos de monitoramento que supervisionam grandezas elétricas

importantes para diagnósticos incipientes no processo de falha de um equipamento como fator de

dissipação da isolação, ponto quente de enrolamento ou formação de gases, são partes integrantes

dos acessórios de um transformador.

O sistema de preservação do líquido isolante é composto pelo tanque principal [6], tanque de

expansão do óleo [7], membrana / bolsa de borracha [8] e secador de ar [15], podendo haver

variações nas formas desta selagem, principalmente no que diz respeito a forma de contato com o

meio externo no processo inerente ao seu funcionamento de expansão / retração do meio isolante. A

principal função deste sistema é manter sob controle os menores níveis possíveis de umidade e

oxigênio interno ao mesmo, evitando assim a oxidação da isolação.

O sistema de isolação [3] de um transformador convencional é realizado através de uma combinação

entre papel e óleo mineral isolante (OMI), sendo que ao longo deste estudo também será abordada a

utilização do óleo vegetal isolante (OVI) como parte integrante da isolação. Não fará parte do escopo

a utilização de transformador com isolação seca no SEP.

O sistema de refrigeração é realizado através de radiadores / trocadores de calor [11] por onde

circulam o líquido isolante através de moto-bombas quando projetados para refrigeração forçada. O

resfriamento normalmente é feito por moto-ventiladores [12], porém existem projetos com a

utilização de água na troca de calor aproveitando-se da proximidade de reservatórios, no caso de

transformadores elevadores de usinas hidrelétricas.

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1.3 Fundamentos e Funcionamento Básicos de Reatores Shunt

O reator shunt (ou de derivação) é um equipamento de fundamental importância no controle da

tensão de operação no SEP. Sua instalação é realizada frequentemente através da conexão nos

terminais de linhas de transmissão que necessitam de um controle de tensão mais específico. Existem

casos de instalação em barramentos e em terciários de transformadores. Sua construção e

especificação são semelhantes a de um transformador de potência. Os reatores podem ser

manobráveis, quando operados através de disjuntor, ou permanentes, quando interligados

diretamente as linhas de transmissão através de chaves seccionadoras.

De forma simplificada, o reator tem a função de minimizar o efeito capacitivo existente em linhas de

transmissão que possuem carregamento leve (condição sistêmica) ou linhas longas (condição física).

Este efeito conhecido como ferranti faz com que exista uma elevação na sua tensão de operação,

sendo necessária uma compensação reativa indutiva para possibilitar o controle desta tensão dentro

dos valores aceitáveis de operação e de especificação dos demais equipamentos do SEP. A figura 1.3

mostra a representação de uma linha de transmissão com reatores shunt, interligados em suas

extremidades.

Figura 1.3 – Linha de transmissão com compensação reativa através de reatores shunt.

A figura 1.4 mostra um gráfico que associa a relação entre a potência transmitida com a potência

reativa operativa da LT em diversos níveis de tensão. Observa-se que para potências transmitidas

inferiores a potência natural da LT se faz necessária a compensação reativa através de reatores shunt e que, em níveis maiores de tensão, estes valores são mais significativos.

Figura 1.4 – Relação entre potência transmitida e potência reativa da LT em diversos níveis de tensão.

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Os subsistemas de preservação de líquido isolante, isolação, refrigeração, acessórios, e componentes

como buchas, válvulas, secadores de ar, equipamentos de supervisão e outros, possuem as mesmas

funções e especificações utilizadas para transformadores. Ver item 1.2 deste guia de manutenção.

O sub-sistema parte ativa tem composição semelhante a de um transformador, diferindo nos tipos de

ligações realizadas nos enrolamentos e quanto a necessidade de entre-ferro no núcleo do reator.

1.4 Operação do Transformador e Ciclos de Manutenção

Um transformador é geralmente um equipamento robusto com alta confiabilidade que exige uma

manutenção relativamente baixa. Durante a vida útil destes equipamentos é necessário estabelecer

uma estratégia de manutenção que assegure o nível apropriado de confiabilidade e de uma vida útil

operacional otimizada.

A vida útil operacional de um transformador começa com os testes prévios ao comissionamento. Uma

vez em operação, uma estratégia de manutenção proverá a disponibilidade e confiabilidade requeridas

durante a vida útil do equipamento com custo mínimo.

Uma vez que uma anormalidade é detectada, algumas ou todas as técnicas de diagnósticos

disponíveis neste guia podem ser aplicadas para avaliar a sua gravidade e determinar se o

equipamento pode retornar a operação, com ou sem restrições. Caso seja necessária, uma ação

corretiva pode ser executada, ou dependendo da condição do transformador, pode ser apropriado

recorrer a uma intervenção mais intensa. Finalmente, pode-se decidir que é hora de revitalizar ou

reparar o equipamento ou mesmo substituí-lo, dependendo dos resultados de uma avaliação que

incluirá considerações de segurança (tanto para a equipe de funcionários quanto para o público em

geral), as consequências ambientais e os aspectos de confiabilidade do sistema de operação.

A seguir é mostrado um fluxograma com o ciclo de operação e manutenção de transformadores.

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Comissionamento

Condição de Avaliação

CondiçãoNormal

Sim

Não

Operação do Equipamento

ManutençãoPreventiva

Checagem e Teste

MBCManutençãoBaseada na

Condição

MCBTManutenção da

Condição Baseado no Tempo

Sim

EvoluçãoTecnológica e

Econômica

Trabalho Principal no local ou na oficina

Sucata e Substituição

Fim de vida útil

MCOLMonitoramento de Condição

ON-LINE

MBTManutençãoBaseada no

Tempo

Não Sim

Trabalho Secundário

TrabalhoPrincipal

InterpretaçãoAplique testes especiais e monitoração intensiva (se

necessário)

Figura 1.5 - Ciclo de operação e de manutenção do equipamento, desde o seu comissionamento até o fim de sua vida útil.

Os diferentes termos utilizados no ciclo de operação e de manutenção do equipamento são descritos

abaixo.

Comissionamento

Quando um equipamento novo ou reparado é colocado em funcionamento, são realizados testes

iniciais para estabelecer um padrão de referência, de modo que os resultados fiquem disponíveis para

o uso como referência no caso de suspeita de um problema no futuro. O funcionamento adequado do

equipamento e de todos seus componentes é verificado.

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Operação do Transformador

O transformador é conectado a um sistema elétrico e uma carga fixa ou variável é aplicada. O

transformador é exposto a condições sistêmicas e de operação, tais como: variações da temperatura

ambiente, variações da carga, frequência e tensão, impulsos atmosféricos, sobretensões de

manobras, curto-circuito, dentre outras.

Manutenção Baseada no Tempo (MBT)

Esta manutenção é realizada em intervalos predeterminados para reduzir a probabilidade de um item

do equipamento falhar em serviço. Isto inclui ações de manutenção para melhorar a condição (troca

de óleo, lubrificação, substituição preventiva de peças). O termo “manutenção sistemática preventiva”

é também usado. Uma MBT é realizada em um intervalo fixo de tempo e a ação é realizada

independentemente da condição do equipamento, isto é, o planejador define o que deve ser feito e

com que freqüência deve ser feito. Este método pode oferecer um alto nível da cobertura de risco se

as recomendações do fabricante do equipamento forem seguidas. A MBT é frequentemente

considerada como a mais fácil, mas não a de menor custo. Ela tem a vantagem significativa de ser

facilmente planejada e isto é particularmente importante para a manutenção que exige o

desligamento do equipamento.

Monitoramento de Condição Baseada no Tempo (MCBT)

Existem ações para avaliar a condição do equipamento (por exemplo, verificações visuais, medidas e

testes) que são realizadas em intervalos regulares e pré-planejados. Essas ações são frequentemente

realizadas em conjunto com a manutenção que exige o desligamento do equipamento. Os resultados

da MCBT são utilizados com freqüência para decidir a respeito da extensão da manutenção exigida

naquele momento ou no futuro. Mas a informação obtida é limitada a uma foto de um momento

particular.

Manutenção Baseada na Condição (MBC)

Esta manutenção é realizada dependendo da condição do equipamento para reduzir a probabilidade

de um item do equipamento falhar em serviço. A MBC é baseada na avaliação da condição física real

do equipamento e leva em consideração o seu uso, ocorrência de eventos, o possível desgaste de

partes do comutador de tap e o desempenho de um equipamento similar. Para usar esta filosofia de

manutenção é necessário avaliar a condição do equipamento através de métodos como MCBT, MCOL

e a monitoração online contínua. A MBC se aplica nos casos em que a condição técnica pode ser

medida e avaliada com base em critérios de ações recorrentes. A incorporação da MBC é uma

estratégia de manutenção que procura reduzir custos, realizando a manutenção somente quando uma

mudança na condição do equipamento exigir uma tomada de decisão e ação associada. Entretanto, a

MBC requer um processo de planejamento mais complicado. A MBC é freqüentemente utilizada dentro

de um plano de desligamentos baseada no tempo para adiar a manutenção até que seja possível um

próximo desligamento.

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Monitoramento de Condição Online (MCOL)

Esta é uma técnica, método ou medida que é, ou pode ser, executada ou feita com o transformador

em funcionamento e que fornece informações sobre a condição do transformador. Isto pode incluir a

amostragem do óleo para a análise de gás dissolvido, usando um laboratório, a execução de

termografia ou realização de observações simples, tais como, verificar o nível de óleo nas buchas e

nos conservadores de óleo.

Monitoramento Online Contínuo

Este é um refinamento da técnica de MCOL, onde uma medida ou medidas são continuamente

seguidas ou supervisionadas, normalmente por meio de um dispositivo eletrônico inteligente (IED).

Este dispositivo comunicará imediatamente, por meio de um alarme ou de uma mensagem, qualquer

deterioração significativa e alertará a equipe de funcionários para que os mesmos possam tomar as

providências apropriadas. Para ser eficaz, o monitoramento online contínuo deve anunciar a mudança

na condição do equipamento antecipando uma falha. O monitoramento online contínuo pode servir de

base para a Manutenção Baseada na Condição e pode eficazmente reduzir o risco de uma falha

catastrófica inesperada.

Estratégia de Manutenção

A Estratégia de Manutenção é a combinação de diferentes filosofias de manutenção usadas para

conseguir a confiabilidade exigida do sistema. A estratégia pode incluir diferentes filosofias de

manutenção para diferentes componentes do equipamento. Por exemplo, comutadores de tap e

buchas. A MBT é geralmente considerada uma estratégia simples, enquanto que a MBC é mais eficaz

em termos de custo do que a MBT. Uma combinação de MBT, MCBT, MBC e MCOL é freqüentemente

utilizada para manter um número grande de equipamentos. Verificações ou inspeções baseadas no

tempo são usadas para a avaliação total da condição (por exemplo, vazamento de óleo) ou as

medidas diagnósticas usuais (por exemplo, DGA), enquanto os métodos de MBC são usados para

verificar o desgaste das peças (por exemplo, o comutador de tap). Os resultados da MBC fornecem o

conhecimento médio ou real das condições do ativo e podem ser usadas para influenciar os intervalos

futuros da MBT.

Manutenção Centrada na Confiabilidade (MCC)

A Manutenção Centrada na Confiabilidade (MCC) ou “Reliability Centered Maintenance” (RCM) é uma

política que leva em consideração não somente o tempo de operação ou a condição técnica do ativo,

mas também, a sua importância sistêmica, potenciais riscos ambientais ou de segurança motivado por

sua falha, bem como as conseqüências de sua indisponibilidade. Suas características principais são:

Preservação do sistema prioritariamente em detrimento da abordagem tradicional que busca a

preservação da operação do equipamento em si;

Identificação de modos de falhas principais que possam causar falhas nas funções operacionais;

Definição da aplicação de recursos baseando-se na análise dos modos de falhas principais das

funções prioritárias do sistema.

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Seleção das atividades de manutenção que efetivamente reduzam a probabilidade de falha,

sendo que aspectos de segurança e ambientais devem ser priorizados.

A ferramenta de análise e efeito de falha conhecida como FMEA (Failure Modeand Effects Analysis) é

frequentemente utilizada para a definição dos modos de falha das funções do sistema quando da

aplicação da MCC.

Manutenção Produtiva Total (TPM)

A Manutenção Produtiva Total ou Total Productive Maintenance (TPM), é uma política que visa a

melhoria do desempenho e a da produtividade dos equipamentos de um sistema, levando em

consideração principalmente os seguintes aspectos:

Desenvolvimento de uma organização que busque a maximização do sistema de produção, bem

como do uso dos equipamentos durante o ciclo de vida útil dos mesmos;

Envolvimento de todos os funcionários da organização durante e após sua implementação;

Estabelecimento de condições de controle que possibilitem a busca por taxa ZERO de falhas e

defeito.

Esta política se baseia em 08 (oito) programas de trabalho para possibilitar a obtenção dos objetivos,

conforme descrito sinteticamente a seguir: Melhoria Específica, Manutenção Autônoma, Manutenção

Planejada, Educação e Treinamento, Administração e Apoio a Gestão Antecipada, Manutenção de

Qualidade e Segurança, Saúde e Meio-Ambiente.

Avaliação da Condição

Este é o processo através do qual a condição de um equipamento é avaliada levando em consideração

todos os aspectos que poderiam afetar o seu desempenho futuro. As entradas para este processo

serão os resultados de testes e medidas, observações, histórico do funcionamento, conhecimento dos

mecanismos das falhas e dos processos, experiência prévia com equipamento similar ou comparável e

qualquer outro conhecimento e informação relevantes. A saída comum pode variar de uma avaliação

simples normal ou anormal a um sofisticado “índice de desempenho do ativo” que é um sistema de

classificação ou contabilização em uma escala única ou múltipla para permitir decisões sobre uma

futura manutenção ou substituição prioritária sobre um lote de unidades.

Interpretação – Testes Especiais ou Monitoramento Intensivo

Quando houver a suspeita ou indicação de um problema no equipamento (por exemplo, pela

avaliação rotineira da condição de funcionamento), todas as informações disponíveis são coletadas e

avaliadas, para que então seja decidido o plano de ação para a correção do problema. Para facilitar

este processo, uma variedade de testes especiais de diagnóstico off-line está disponível e podem ser

usadas para avaliar as condições das diferentes peças do equipamento (por exemplo, o núcleo, os

enrolamentos, as buchas, o OLTC e os acessórios). Em alguns casos, a aplicação de monitoramento

intensivo, por exemplo, o monitoramento online contínuo, pode ser requisitado a fim de recolher

dados adicionais ou para operar o equipamento com segurança. A finalidade dos testes especiais é

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avaliar se o equipamento poderia ser colocado em serviço novamente com ou sem ações corretivas. O

monitoramento online contínuo é geralmente útil para se obter uma compreensão profunda da má

condição e de suas dependências em condições de funcionamento tais como a carga, a posição do tap

e a temperatura.

Manutenção Corretiva

A Manutenção Corretiva é uma operação realizada para restaurar qualquer peça do equipamento que

falhou ou degradou até chegar a um ponto onde precisa de uma ação corretiva para assim, evitar

uma perda no desempenho ou uma falha maior. A necessidade de uma Manutenção Corretiva segue a

identificação de uma condição anormal e exclui a manutenção rotineira (MBT, MBC). Como exemplos

podem incluir o tratamento ou regeneração do óleo, substituição de ventilador do sistema de

refrigeração e reparos de vazamentos.

Reparo

Intervenção no equipamento, originada por defeito ou falha, com o objetivo de restabelecer o mesmo

as suas condições originais de projeto.

Repotencialização

Intervenção no equipamento com o objetivo de alterar suas condições originais de projeto.

Avaliação Técnica e Econômica

O ciclo da operação, da manutenção rotineira e corretiva do equipamento não é permanente. Quando

um equipamento sofre dano severo ou quando a confiabilidade do equipamento já não é satisfatória,

uma avaliação técnica e econômica tem que ser feita para decidir a melhor opção entre sucatear ou

substituir, reparar ou repotenciar e se o trabalho será feito no local ou em oficina. Ao avaliar a melhor

opção, considerações como o tempo de indisponibilidade, a disponibilidade de equipamento reserva, o

custo da indisponibilidade, o transporte e a condição do equipamento em geral serão levados em

consideração.

1.5 Vida útil de Transformadores

A vida útil remanescente de um transformador é avaliada a partir de seu componente mais

susceptível de envelhecimento que é sua isolação sólida. Ela não pode ser substituída sem que se

tenha que desmontar, completamente, o equipamento para troca completa de enrolamentos, a

custos significativos e, por esta razão, considera-se que a vida útil do equipamento é definida pela

vida útil da sua isolação sólida.

O material usado na sua fabricação é o papel isolante, produzido a partir da madeira, usualmente,

pelo processo Kraft e, dessa forma, seu principal componente é a celulose.

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Figura 1.6 – Esquema de uma bobina e núcleo de um transformador

@ Copyright A Guide to Transformer Maintenance" - Myers, S.D., Kelly, J.J., Parrish, R. H.

O papel Isolante

A celulose é um polímero formado por longas cadeias de glicose conectadas por ligações glicosídicas.

O tamanho dessas cadeias de glicose define a resistência à tração da fibra de celulose e é,

usualmente, caracterizado por uma grandeza denominada Grau de Polimerização (GP).

O valor inicial de GP da celulose é cerca de 1200 e a secagem e condicionamento dos enrolamentos

do transformador, operações que fazem parte do processo de fabricação desses equipamentos,

reduzem o GP da celulose, até um valor de cerca de 1000 a 900.

Figura 1.7 – Ligações químicas da glicose e da celulose

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Mecanismo de Degradação do Papel Isolante

Existem três mecanismos principais de degradação do papel isolante:

Hidrólise;

Pirólise;

Oxidação.

A presença de água no papel é, usualmente, o principal fator de degradação por hidrólise da celulose.

O processo de decomposição é catalizado na presença de ácidos produzidos a partir da oxidação do

óleo isolante.

O processo de degradação por pirólise exige maior energia de ativação, cerca de 1,4 a 2 vezes a

energia de ativação por hidrólise que, dessa forma, é o mecanismo dominante.

A degradação por oxidação depende da presença de oxigênio no interior do equipamento.

Quaisquer dos mecanismos citados provoca cisões das ligações glicosídicas. Quanto maior o número

de cisões menor será o GP e mais representativa será a destruição das ligações inter-fibras de

celulose. Consequentemente, menor será sua resistência mecânica e mais quebradiço ficará o papel,

aumentando-se assim o risco de falhas internas. Esse processo não altera, significativamente, sua

rigidez dielétrica.

Diversas substâncias são produzidas, podendo-se destacar a produção de hidrogênio, metano, etileno,

água e, principalmente, o monóxido e o dióxido de carbono. São também produzidos compostos

furânicos, dos quais o 2-furfuraldeído (2FAL) é o de maior quantidade e o mais usado como indicador

indireto da degradação do papel. Sua análise no óleo pode ser facilmente realizada, sem desligamento

do equipamento, através de cromatografia líquida.

A quantidade de compostos furânicos presentes no óleo é, fortemente, dependente da temperatura,

tipo do sistema de refrigeração do equipamento, perfil de carga, tipo de papel (kraft ou

termoestabilizado), tipo de óleo (inibido, ou não inibido), grau de envelhecimento do óleo (índice de

acidez), razão entre as quantidades dos isolamentos sólido/líquido (design do equipamento), teor de

umidade no óleo e no papel e teor de oxigênio.

Grau de Polimerização e Critério de Final de Vida Útil.

O Grau de Polimerização (GP) representa o número médio de anéis de glicose existentes na cadeia

celulósica e já foi demonstrada sua relação com a resistência à tração do papel isolante. À medida

que o GP decresce para valores entre 350 e 200, a resistência mecânica do papel é reduzida até cerca

de 50% do valor inicial. Para GP abaixo de 200, o papel torna-se quebradiço, desagregando-se em

pequenos fragmentos. Dessa forma, aceita-se como fim de vida útil da isolação sólida um GP entre

350 e 200.

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Métodos de Medição do GP, Aplicações e Limitações.

Método direto: GP

Requer a retirada de amostras de papel isolante o que implica no desligamento e drenagem do

equipamento. É o método mais preciso para diagnosticar o envelhecimento da isolação sólida do

equipamento.

É importante destacar que a depender do local de retirada da amostra de papel o valor de GP variará.

Um papel mais próximo do condutor de cobre tem um valor de GP inferior, porque a temperatura

nessa zona é mais alta. Também nos casos em que o óleo do equipamento se encontra muito

degradado, o valor de GP do papel da zona exterior do enrolamento, em contato com o óleo, é

inferior ao valor de GP do papel das camadas centrais do enrolamento.

No que diz respeito ao teor de água, pode-se dizer que, quanto mais elevado o teor de água do papel,

menor o valor de GP, o mesmo acontece com o teor de oxigênio.

Método indireto: 2FAL

Embora existam diversos modelos correspondentes a diferentes equações que relacionam a

concentração de 2FAL no óleo, com o GP (Burton, Vuarchex, Chendong), não foi ainda possível

encontrar uma fórmula, de aplicação universal.

Uma das equações propostas para relacionamento de 2FAL com GP é:

log10 [2FALppm] = 1,51 – (0,0035 x GP) (Chendong)

Essa fórmula de correlação entre 2FAL e GP foi obtida a partir da análise de dados de milhares de

transformadores da Europa que, na grande maioria dos casos, não utilizavam papel

termoestabilizado. Estudos posteriores foram realizados com o intuito de avaliar essa correlação para

papel termoestabilizado.

Stebbins propôs uma modificação na equação proposta por Chendong para atender a equipamentos

que utilizam papel termoestabilizado chegando à formula:

log10 [2FALppm] = 1,5655 – (0,0035 x GP)

Estimation of Insulation Life Based on a Dual Temperature Aging Model, Weidmann-

ACTI Inc. Fifth Annual Technical Conference, Albuquerque, NM Nov. 13-15,

2006.(Thomas A. Prevost)

A velocidade de formação do 2FAL depende de múltiplos fatores tais como: tipo core, ou Shell, razão

papel/óleo, tipo de papel kraft ou termoestabilizado, óleo inibido/não inibido, temperatura, eficácia do

sistema de arrefecimento, condições de carga, teor de umidade no óleo e no papel.

Para cada valor da concentração de 2FAL no óleo, não existe um único valor de GP, em todo o

isolamento sólido, mas sim uma distribuição de GP entre a zona superior e inferior dos enrolamentos,

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e ainda uma distribuição radial. Tais distribuições de valores de GP dependem dos perfis de

temperatura, de umidade e de oxigênio dissolvido, no interior do equipamento. Por exemplo, uma vez

que a zona superior do enrolamento costuma apresentar uma temperatura superior, o valor de GP é

mais baixo nessa zona.

Através de experiências laboratoriais demonstra-se que 1ppm de 2FAL no óleo, corresponde a um GP

de 800, a 95 ºC, ou a um GP de 900, a 85 ºC, no caso do material celulósico se encontrar com um

baixo teor de umidade (≤ 1%). No caso da celulose se encontrar úmida (teor de umidade cerca de

4%), 1ppm de 2FAL corresponde a um GP de 600, a 95 ºC e a um GP de 500, a 85 ºC. Isso evidencia

a forte dependência que a concentração de produtos furânicos no óleo possui da umidade e

temperatura do óleo e da celulose. Uma vez que os produtos furânicos são hidrofílicos, há um

acréscimo pronunciado da sua solubilidade no óleo, quando o teor de água no óleo aumenta.

Não está ainda clarificada a influência, sobre a concentração de 2FAL, no óleo, provocada pela

ocorrência de certos fenômenos de natureza elétrica, tais como descargas elétricas e/ou descargas

parciais, no interior do equipamento.

O teor de furfuraldeído é obtido a partir de ensaio realizado no óleo isolante, sendo assim, sujeito às

variações decorrentes de intervenções de tratamentos no próprio óleo. Dessa forma, temos:

O teor de 2FAL em óleo submetido a tratamento não se altera a menos que sejam associados a um

processo de secagem da parte ativa que causará uma contribuição maior do envelhecimento devido

ao processo utilizado para secagem e consequente aumento do seu teor.

O teor de 2FAL em óleo submetido à regeneração se altera. Nesse caso, ao se adotar o 2FAL como

indicador de envelhecimento do equipamento, deve-se ter o cuidado de verificar a ocorrência desse

tratamento ao longo dos anos de operação e assim poder criar a correlação com o GP.

O teor de 2FAL em óleo substituído não leva a nenhuma conclusão. Nesse caso, a análise sob o teor

de 2FAL só deverá ter coerência após alguns anos de operação do equipamento.

Previsão do Fim de Vida do Equipamento.

Os mecanismos de degradação da celulose são complexos e nenhum dos estudos realizados fornece

um modelo preciso da vida útil do papel e, consequentemente, da vida útil do equipamento.

Enquanto alguns especialistas determinaram que um aumento de 5,5 ºC na temperatura média de

operação do equipamento reduz à metade a vida do equipamento, outros consideram 10 ºC e outros

ainda que 8ºC, o aumento da temperatura necessária à redução, para metade, do tempo de vida do

equipamento.

Há, contudo, acordo, em considerar a temperatura, o oxigênio e a umidade, como os três principais

fatores responsáveis pela degradação do papel, embora outros fatores sejam também importantes,

como o nível de degradação do óleo (principalmente a acidez deste), além da presença de campos

elétricos e de outros fenômenos de natureza elétrica, que podem ocorrer no interior do equipamento.

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O critério baseado no valor de GP considera para o fim de vida útil do papel valores abaixo de 200.

Outros critérios de fim de vida têm sido definidos, em termos da perda de alguma propriedade

mecânica selecionada do papel, como, por exemplo, a sua resistência mecânica. Nesse caso, o fim de

vida do papel corresponde normalmente a uma redução de 50% na resistência mecânica inicial do

papel isolante. O critério baseado no grau de polimerização da celulose (GP) é o mais usado,

atualmente.

Uma vez que o tempo de vida útil restante de um equipamento depende do nível de degradação do

isolamento sólido e não é prático retirar amostras de papel do equipamento em serviço, torna-se

importante a utilização de um método que, mesmo de forma indireta, consiga dar informação sobre

tal degradação, sem interferência direta no equipamento.

Nesse contexto, avaliar os teores de furfuraldeído (2FAL) é útil para determinação do nível médio de

degradação do papel isolante.

É importante destacar que determinar, com exatidão, a vida residual ou ainda o fim de vida útil de

um equipamento, exclusivamente através da determinação da concentração de 2FAL dissolvido no

óleo, é tarefa complexa, pois há grande variedade de tipos de equipamentos, com diferentes

“designs”, materiais de construção, condições operativas (teores de umidade e de oxigênio no óleo,

perfis de temperaturas) e políticas de manutenção.

Finalmente, cabe lembrar que esse método possui a grande vantagem da sua aplicação não causar

qualquer perturbação no funcionamento do equipamento.

1.7 Terminologia

Os termos apresentados na sequencia são aqueles não definidos no Guia de Manutenção e cujo

entendimento auxilia a compreensão dos assuntos tratados no Guia de Manutenção.

Ação de Manutenção

É a sequência de atividades elementares de manutenção, efetuadas com uma dada finalidade, sendo:

Acompanhamento preditivo;

Aferição;

Ajuste;

Calibração.

Conservação;

Ensaio;

Inspeção;

Limpeza;

Lubrificação;

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Modernização;

Monitoramento;

Reabilitação;

Substituição.

Acompanhamento Preditivo

É aquele baseado no monitoramento da condição de um item, através da coleta de dados e

interpretação dos mesmos, traçando a sua tendência ao longo do tempo, visando uma intervenção

apropriada tanto técnica quanto economicamente.

Causa

É o evento que levou o item à condição anormal constatada.

Confiabilidade

Capacidade de um item desempenhar uma função especificada, sob condições e intervalos de tempo

pré-determinados.

Defeito

É qualquer desvio das funções de um item, em relação aos seus requisitos, que cause ou não a sua

indisponibilidade.

Disponibilidade

É a probabilidade de, em um dado momento, o item estar no estado disponível. Pode também ser

entendido como a parcela do tempo eficaz durante a qual se considera o item em condições de estar

ou entrar em funcionamento no mesmo instante em que for ativado.

Ensaio

É toda ação que determina valores que permitam comparações com os valores de funcionamento

considerados aceitáveis ou simulem condições de verificação de operacionalidade de um item.

Equipamento

Para uso neste Guia de Manutenção, o termo Equipamento se refere a transformadores,

autotransformadores, reatores tipo shunt, transformadores de aterramento e transformadores

reguladores, nos sistema de geração, transmissão, distribuição de energia elétrica e setor industrial.

Falha

É o defeito que cause a indisponibilidade do item.

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Função Manutenção

É o conjunto de atividades que se realiza através de processos diretos ou indiretos em um item, com

finalidade de verificar, manter ou restabelecer suas condições operativas, econômicas e ambientais.

Função Requerida

Conjunto de condições de funcionamento para o qual o item foi projetado, fabricado ou instalado. O

item poderá exercer a função requerida com ou sem restrições.

Inspeção

É toda ação de observar as condições de um item por intermédio dos sentidos humanos.

Mantenabilidade

Facilidade de um item em ser mantido ou recolocado no estado no qual pode executar suas funções

requeridas, sob condições determinadas e mediante os procedimentos e meios prescritos.

Manutenção Corretiva

É toda intervenção no item que vise corrigir os efeitos e eliminar as causas dos defeitos ocorridos.

Ela se subdivide em três tipos:

De emergência - quando a intervenção é imediata;

De urgência - quando a intervenção é executada o mais breve possível;

Programada - quando a intervenção é desenvolvida através de uma programação existente ou

de uma eventual conveniência (programação extra).

Manutenção Preventiva

É toda intervenção no item efetuada com o objetivo de reduzir a probabilidade de defeito.

Modernização

É toda ação que vise introduzir melhorias em um item, para:

Reduzir o tempo de desligamentos;

Reduzir o número de desligamentos;

Evitar obsolescência;

Reduzir a necessidade de sobressalentes;

Aumentar níveis de segurança.

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Ocorrência

É a condição anormal constatada de um item.

Origem

Indica a natureza de um defeito (mecânica, elétrica, hidráulica, etc.).

Reparo

Ação de normalização da condição de um item em decorrência de falha ou defeito.

Repotenciação

Ação de ampliação da capacidade instalada de um item.

Revitalização

Conjunto de medidas capazes de ampliar a confiabilidade, eficiência e disponibilidade de um item,

com o objetivo de resgatar as condições iniciais de operação ou aumentar a expectativa de vida útil,

não implicando na modernização de componentes ou de suas partes.

Taxa de Falha

Razão do incremento do número de falhas para o incremento correspondente do tempo, em qualquer

instante da vida de um item. É representada pela relação entre o número total de falhas (NF) da

família de itens e o somatório das horas em serviço (HS) da mesma família no período estatístico

considerado. A taxa de falha expressa a medida do número de falhas por item da família, por hora de

serviço.

TF = NF / HS

Técnicas Preditivas

Atividades de inspeção, controle e ensaio, realizadas em um item com o objetivo de se predizer ou

estimar o ponto ótimo para intervenção da manutenção preventiva não sistemática.

É importante destacar que, dentre outros, os documentos abaixo citados apresentam glossários e

definições de diversos termos técnicos aplicáveis ao Guia.

NBR5462 - Confiabilidade e Mantenabilidade;

NBR5458 - Transformador de Potência - Terminologia;

Submódulo 20.1 dos Procedimentos de Rede do ONS - Glossário de Termos Técnicos.

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2. ESTRATÉGIAS DE MANUTENÇÃO

2.1 A Importância da Manutenção

A manutenção do transformador tem um impacto fundamental na sua vida útil e confiabilidade. Ao

longo da vida útil do equipamento se faz necessário a realização de uma manutenção adequada para

manter a sua confiabilidade em níveis aceitáveis durante este período. Nos últimos anos, o surgimento

de novas tecnologias possibilitou a redução da necessidade de manutenção, porém devido a longa

estimativa de vida útil do equipamento, os mantenedores têm que lidar com uma grande variedade de

tecnologias, exigindo níveis e escopos diferentes da manutenção.

Exemplos de possíveis impactos da falta de manutenção adequada ao longo da vida útil de um

transformador:

Perda, erro ou insuficiência de ensaios ou registros dos dados de comissionamento;

Não detecção de não conformidades no equipamento durante período de garantia;

Início da oxidação do óleo isolante;

Desgaste dos contatos do CDC;

Desgaste da pintura e tratamento anti-corrosivo devido ao clima e raios UV;

Desgaste da pintura e tratamento anti-corrosivo devido ao clima e raios UV em níveis mais

agressivos;

Transdutores perdem calibração;

Início do processo de deterioração de acessórios e fiação;

Desgastes dos rolamentos dos ventiladores e moto-bombas;

Surgimento de pontos quentes na parte ativa;

Deterioração do óleo isolante afetando a isolação sólida;

Vazamento de óleo isolante devido a falhas no sistema de vedação;

Desgaste da pintura e tratamento anti-corrosivo devido ao clima e raios UV em níveis mais

agressivos;

Oxidação e hidrólise aceleram o estágio de envelhecimento da isolação;

Queda acelerada do grau de polimerização (GP) da isolação sólida;

Buchas e CDC tem maior possibilidade de falha;

Aparecimento de borra na isolação líquida;

Diminuição da suportabilidade dielétrica devido a umidade;

Aumento significativo na probabilidade de perda do equipamento.

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Muitos mecanismos da degradação e de falha do equipamento podem ser detectados, corrigidos,

evitados ou até mesmo retardados devido a uma manutenção apropriada. Uma estratégia de

manutenção deve ser definida para determinar o nível adequado de manutenção, as atividades

relacionadas e quando esses trabalhos serão executados.

A importância da manutenção na vida útil de um transformador pode ser exemplificada nas atividades

de comissionamento e análise de gases dissolvidos (DGA) no óleo isolante.

É fundamental para a análise do desempenho do equipamento ao longo de sua vida útil a realização

de um bom comissionamento que englobe, como por exemplo, a qualidade inicial do óleo,

funcionalidade plena dos equipamentos e sistemas auxiliares tais como sistema de refrigeração e

comutadores de tap, o ajuste apropriado dos dispositivos de proteção e de controle e o correto

funcionamento de comunicações de alarmes.

É importante para uma futura comparação e diagnóstico o correto registro dos dados obtidos durante

o comissionamento, assim como os dados de ensaios realizados em fábrica.

Idealmente, nos primeiros anos a manutenção deve exercer impacto mínimo na disponibilidade do

equipamento. Neste período, é essencial a verificação de que o equipamento se encontra em

operação dentro do especificado em projeto. Comumente esta verificação é realizada através de

amostras regulares de óleo isolante para DGA. Inicialmente é recomendado que essas amostras de

óleo sejam realizadas imediatamente antes e após a sua primeira energização e após esse período, as

amostragens devem ocorrer em intervalos curtos até que a confiabilidade no funcionamento correto

do equipamento esteja garantida, conforme manual do fabricante.

2.2 Impactos da Indisponibilidade

Os impactos da indisponibilidade de transformadores irão variar de acordo com a sua receita ou a sua

importância sistêmica. Existem legislações específicas para equipamentos de transmissão e geração,

com diferenças significativas entre as mesmas.

Atualmente, as concessionárias de Transmissão no Brasil são remuneradas com base na

disponibilidade dos equipamentos e linhas de transmissão, chamados de funções de transmissão (FT),

e são penalizadas pelas indisponibilidades devidas tanto às manutenções preventivas quanto às falhas

intempestivas. Uma restrição operativa, que limite, por exemplo, a potência em um transformador

também implica em penalizações. Os mecanismos de penalização podem ser a Parcela Variável por

Indisponibilidade (PVI) ou Parcela Variável por Restrição Operativa (PVRO), que implicam em

descontos na remuneração base das funções de transmissão.

As indisponibilidades são penalizadas de acordo com os seguintes aspectos: o prazo de emissão das

solicitações quando comparado com a data da intervenção (sendo que os valores de descontos podem

variar cerca de 10 vezes entre manutenções programadas ou de urgência), duração e freqüência dos

desligamentos e o valor do pagamento base da FT.

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As regras que as concessionárias de geração estão submetidas atualmente possuem uma maior

flexibilidade quando comparadas às concessionárias de transmissão, principalmente no que se diz

respeito ao período de apuração que no caso específico é referente aos últimos 60 meses. Na prática,

a maioria das atividades relacionadas a transformadores neste segmento contribuem minimamente

para a indisponibilidade do complexo de geração, visto que as manutenções realizadas em geradores

têm naturalmente seu tempo de intervenção períodos comparativamente mais extensos. A

indisponibilidade dos ativos de geração, juntamente com outros fatores como, por exemplo, o

histórico de vazões do reservatório da usina, podem afetar a energia assegurada do complexo, que é

o montante de energia disponível para negociação, submetidos as regras do mercado de energia.

Além dos mecanismos impostos pela ANEEL de penalização por indisponibilidade ou redução da

energia assegurada. A indisponibilidade de transformadores pode implicar em restrições de sistema,

com sobrecarga em outros pontos do sistema ou até mesmo a interrupção de fornecimento de

energia elétrica a consumidores, dependendo da configuração da rede onde estiver instalado.

De uma forma geral, o aspecto da indisponibilidade dos ativos de transmissão ou geração deve ser

ponto fundamental na definição das estratégias de manutenção a serem implantadas, devendo ser

consideradas as seguintes premissas visando minimizar este fator:

Realizar compatibilização de intervenções entre os diversos segmentos da empresa

concessionária, ou mesmo, entre empresas distintas na ocasião de desligamentos de linhas de

transmissão associadas a transformadores;

Avaliar a implantação de ferramentas de manutenção que valorizem a disponibilidade do ativo,

como por exemplo, técnicas preditivas e de monitoramento on-line contínuo;

Especificar componentes que permitam uma mínima manutenção;

Avaliar a possibilidade de realizar intervenções de natureza preventiva e corretiva sem que seja

necessário o desligamento do ativo.

2.3 Avaliação da Condição do Equipamento

Toda a estratégia de manutenção depende da avaliação da condição do equipamento, ou seja, a sua

eficiência está diretamente relacionada com as ações implementadas antes que uma perda de

desempenho ocorra. A figura 2.1 mostra uma condição teórica em termos da degradação em função

do tempo para um transformador.

Figura 2.1 – Condição teórica da degradação do transformador

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Analisando a figura 2.1, três aspectos importantes devem ser considerados:

No ponto X, a condição do equipamento é boa, porém existe início da degradação não

detectável;

No ponto Y, a condição do equipamento se alterou consideravelmente de forma que pode ser

detectável por uma ferramenta de diagnóstico técnico específica;

No ponto Z, a condição do equipamento deteriorou-se o suficiente podendo levar a uma falha

do mesmo.

Na decisão de implementar uma estratégia de manutenção, é muito importante utilizar ferramentas

que possam “monitorar” a condição do equipamento. Idealmente esta decisão deve ter a capacidade

de:

Ter um intervalo de medida ou de inspeção que seja menor do que ∆T[YZ] e permita a

detecção de uma falha antes que ela ocorra;

Detectar uma mudança ocorrida na condição do equipamento que seja relativamente pequena

comparada às mudanças onde a falha ocorre, permitindo ter um período de tempo de ∆T[YZ]

suficientemente longo para que se possa agir preventivamente, evitando a falha do

equipamento e minimizando o tempo de indisponibilidade do transformador.

É importante realizar uma avaliação técnica e financeira de forma que possibilite a escolha de uma

filosofia de manutenção que reúna estratégias eficazes que aumentem a confiabilidade do

equipamento a custos compatíveis com o valor do ativo. Nesta decisão devem ser considerados os

seguintes pontos:

Avaliar entre a adoção de monitoramento “off-line” e “on-line” de uma forma geral ou para

alguns pontos específicos do equipamento;

Tratando-se de monitoramento “off-line”, definir um intervalo de tempo entre medidas

suficientemente curto para garantir a confiabilidade do equipamento pode não ser prático em

algumas situações;

Para os processos muito rápidos da deterioração, até mesmo o monitoramento online contínuo

pode não ser adequado para detectar o problema a tempo para que sejam tomadas as devidas

providências. Neste caso, é importante que os dispositivos de proteção possam limitar a

consequência da possível falha;

A avaliação da condição do equipamento será tão boa quanto a integridade dos dados obtidos

no monitoramento.

2.4 Manutenção Baseada no Tempo

A manutenção baseada no tempo é uma política muito utilizada pelas empresas do setor elétrico

devido, principalmente, a baixa complexidade de implantação e a previsibilidade no planejamento das

atividades preventivas. As suas principais características são as seguintes:

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Planos de manutenção definidos por níveis de complexidade;

Intervalos de tempos pré-definidos entre manutenções;

Freqüentemente associada a manutenções preditivas, como por exemplo, análise de óleo

isolante.

O Cigré Brasil realizou pesquisa com a colaboração de 12 empresas de transmissão, geração e

distribuição entre os meses de agosto e setembro de 2012, sobre práticas de manutenção baseada no

tempo. Os resultados das práticas de manutenção realizadas nestas empresas validaram o

apresentado na pesquisa realizada pelo Cigré internacional e divulgado na publicação “Guide for

Transformer Maintenance – Working Group A2.34 de fevereiro de 2011”. Dos resultados apresentados

nesta pesquisa destacamos o seguinte:

As práticas de manutenção variam significativamente entre os usuários do transformador. Os fatores

possíveis que podem influenciar nas práticas de manutenção são:

Características e especificações do transformador;

A qualidade dos componentes instalados no transformador;

A função exigida do transformador (carga, operação do CDC);

O ambiente em que o transformador está instalado (temperatura, umidade);

O índice histórico de falhas do transformador e tipos de falha;

O nível de redundância do transformador e as consequências de sua indisponibilidade;

A modalidade de falha e os seus efeitos na segurança da subestação;

A cultura e o foco de companhia baseados na manutenção;

A disponibilidade e os custos de trabalho;

O grau de implementação de tecnologias modernas;

A presença de um programa de otimização da manutenção.

A tabela 2.1 resume as práticas de manutenção típicas que foram relatadas na pesquisa. Caberá a

cada usuário determinar que nível de manutenção é apropriado dependendo da situação. Pode-se

igualmente notar que o nível de manutenção pode ser diferente para cada ação realizada no mesmo

grupo de transformadores, dependendo de cada situação particular. Já que há muitos fatores que

influenciam uma política da manutenção, a intensidade da manutenção foi dividida em três níveis

diferentes como descrito na tabela 2.2.

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TABELA 2.1– Pesquisa do Cigré Internacional: Resultados entre manutenções adotadas.

Ação Intervalo de Manutenção Comentário

Leve Regular Intensivo

Inspeção Visual 6 meses 1 mês 1 dia Em operação

Inspeção visual detalhada 1 ano 3 meses 2 semanas Em operação

Análise de gases dissolvidos 2 anos 1 ano 3 meses A periodicidade pode variar com a instalação de sistema de monitoramento on-line contínuo

Testes Físico-químico do óleo 6 anos 2 anos 1 ano

Limpeza do sistema de resfriamento Condicional Condicional Qualquer intervalo

O desligamento do equipamento poderá ser necessário

Verificação de acessórios 12 anos ou condicional

6-8 anos 1-2 anos Com desligamento do equipamento

Ensaios elétricos básicos Condicional Condicional Qualquer intervalo

Com desligamento do equipamento

Ensaios de isolamento (Fator de potencia)

Condicional 6-8 anos 2-4 anos Com desligamento do equipamento

Inspeção interna do CDC 12 anos 6-8 anos 4 anos Considerar as recomendações do fabricante, número de operações e tecnologia empregada.

TABELA 2.2 – Intervalos de manutenção x Características

Intervalos de Manutenção

Características

Leve

Transformadores equipados com componentes que são conhecidos por serem muito confiáveis;

Baixa carga e baixo número de operações de comutadores de tap;

O transformador não opera em um ambiente agressivo;

Tecnologias avançadas do transformador que exigem menos manutenção;

Baixas consequências em caso de falha inesperada.

Intensivo

Componentes que são conhecidos por exigirem atenção frequente;

Carga elevada, número elevado de operações de CDC;

O transformador que opera em um ambiente agressivo;

Transformador com tecnologia mais antiga;

Graves consequências em caso de falha inesperada.

Regular Qualquer situação que esteja entre os dois níveis anteriores.

2.5 Manutenção Baseada na Condição

A Manutenção Baseada na Condição (MBC) pressupõe a possibilidade de identificação de um motivo

ou de uma necessidade para que haja uma intervenção de manutenção. No capítulo 1, o ciclo de

manutenção da figura 1.5 ilustra que a MBC exige o conhecimento da condição do equipamento a

partir dos seguintes métodos:

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Inspeção regular;

Execução das rotinas de manutenção baseada no tempo;

Monitoramento da condição baseada do tempo (MCBT);

Monitoramento da condição on-line (MCOL).

Os parâmetros medidos ou estados observados são avaliados de acordo com os critérios predefinidos

(valores limites) para uma condição aceitável. A manutenção é executada somente quando uma

mudança na condição do equipamento indica a necessidade de uma ação.

Esta seção descreve dois exemplos de Manutenção Baseada na Condição usando os ensaios no óleo,

físico-químico e análise de gases dissolvidos (DGA), onde os resultados com valores superiores aos

valores limites ou a tendência de elevação levam a identificação das causas e tomadas de decisão

para ações corretivas.

A figura a seguir mostra o fluxo de decisão a partir da verificação de valores anormais detectados na

analise físico-química do óleo isolante, valores limites excedidos (absolutos ou tendência):

Valores limitesExcedidos

Acidez, Fator dePotência e Tensão

Interfacial

Qauntidade deinibidor ou outroAditivo de Óleo

Queda da RigidezDielétrica

Quantidade deÁgua

Fator de Potênciae TensãoInterfacial

- Vazamento deParticulas

(Carbono CDC)

- Entrada de Água-Envelhecimento do

papel

- Vazamento departiculas

(carbono - CDC)

- Envelhecimento doóleo

- Aditivo sendoconsumido

- Filtragem doóleo

- Repararvazamentos

- Secagem doequipamento

- Eliminação devazamentos

(gaxetas, selagemhermética de óleo)

Realizar aditivaçãodo óleo

- Recuperação doóleo

Teste de ÓleoAfetado Causas Possíveis

Figura 2.2 – Fluxo de analise dos resultados obtidos na análise físico-química.

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A figura a seguir mostra o fluxo de decisão a partir da verificação de valores anormais detectados na

analise de gases dissolvidos no óleo isolante (DGA), valores limites excedidos (absolutos ou

tendência):

Figura 2.3 – Fluxo de analise dos resultados obtidos no DGA

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Para se estabelecer os valores limites, consultar os seguintes documentos:

IEC60599: “Equipamento elétrico impregnado de óleo mineral em serviço - Guia para a

interpretação e análise de gases livres e dissolvidos”;

IEEE STD C57.104: “Guia para a interpretação dos gases gerados em Transformadores imersos

em óleo isolante;

Folheto técnico da CIGRÉ JTF D1.01/A2.11: “Desenvolvimentos recentes de interpretação de

DGA;

NBR 7274-2012: “Interpretação da análise dos gases de transformadores em serviço”.

O fabricante do transformador pode igualmente ser contatado a fim de se obter informações sobre o

projeto do transformador, os problemas possíveis ou considerações de segurança.

2.6 Manutenção Corretiva

A figura 2.4 mostra o processo de decisão para uma manutenção corretiva típica em um

transformador.

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Figura 2.4 – Processo de decisão em uma manutenção corretiva típica.

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2.7 Monitoramento Online Contínuo

A utilização de sistema de monitoramento on line continuo altera o processo de decisão para uma

manutenção corretiva típica em um transformador conforme mostrado na figura 2.5:

Temperatura

Restabelecer operacionalidade do

Equipamento

Realizar DGA (Análise de Gases Dissolvidos)

Gás

Resultados Satisfatórios?Sim

Não

Bucha

Não

Adotar procedimentos definidos no “Fluxo de Manutenção Corretiva

Conexão íntegra?

Sim

Sim

Inspecionar conexão com o Tap da bucha

Substituir a bucha

Resultados Satisfatórios?

Sim

Não

Monitoramento de Buchas

Sensor de Gás do Tanque

Inspecionar Refrigeração

Refrigeração Normal?

Temperatura

Sim

Avaliar Carregamento e

condições ambientes

Reparar

Não

Sim

Alerta Proveniente do Sistema de Monitoramento

Inspecionar os componentes eletrônicos do sistema de monitoramentoFazer auto-checkVerificar parametrização

Falha ou defeito?

Não

Alerta de .....

Substituir, atualizar a parametrização ou reparar o Sist de Monitoramento

Sim

Monitoramento CDC

Nota: O DGA (Analise de Gses Dissolvidos no òleo) pode ser feito em labooratório ou com equipamento portátil em campo)

InspecionarComutador

Temperatura

ComutadorNormal?

Realizar DGA (aplicável a buchas OIP) e realizar

medição de capacitância e tangente delta na bucha

Resultados Satisfatórios?

Analisar retorno da unidade a operação

Não

Reparar

Não

DemaisAlarmes

Sim

Figura 2.5 – Processo de decisão a partir de Alerta proveniente do Sistema de Monitoramento On-Line Contínuo.

O funcionamento do sistema de monitoramento online continuo encontra-se detalhado no capítulo 7

deste guia.

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3. PROCESSO DE MANUTENÇÃO

O Processo de Manutenção pode ser resumido em quatro estágios: Planejamento, Organização,

Execução e Registro, completando com a etapa de Otimização o ciclo que possibilita o processo

de melhoria contínua de um ciclo PDCA padrão. Esses estágios de manutenção são mostrados na

figura abaixo.

Figura 3.1 – Ciclo PDCA padrão do processo de manutenção: Planejamento,

Organização, Execução, Registro e Otimização.

Como qualquer processo, a manutenção exige uma entrada de dados consistente para que durante o

ciclo de vida útil de um transformador de potência seja possível a tomada de decisões prudentes

sobre qualquer atividade a ser executada, incluindo os eventos operacionais e de manutenção a que o

equipamento foi submetido.

Em um complexo sistema elétrico de potência, onde existe um grande número de transformadores,

torna-se imperativa a utilização de um sistema de gestão de manutenção que possibilite a otimização

do processo de manutenção. A seguir são descritas as etapas do ciclo de manutenção aplicada para

estes tipos de equipamentos.

3.1 Planejamento

O planejamento da manutenção de uma empresa se estabelece baseado em diretrizes definidas. Estas

devem ser capazes de responder de forma clara e detalhada a três perguntas essenciais para cada

ativo:

Que manutenção tem que ser feita?

Quando a manutenção precisa ser feita?

Como ela deve ser feita?

A avaliação sobre a decisão de se realizar manutenção em determinado componente ou ativo e a

periodicidade desta varia consideravelmente de acordo com a política da empresa, condições

operacionais, regras de mercado e até mesmo o valor agregado do equipamento.

Geralmente, a resposta à última pergunta mencionada está disponível no manual do fabricante, pode

estar definida em um procedimento da empresa ou até mesmo ser prescrita em alguma

regulamentação, como por exemplo, a legislação ambiental.

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Frequentemente as diretrizes gerais de uma empresa são traduzidas no estabelecimento de planos

de manutenção, que possuem uma estrutura que tipicamente deve incluir:

Informação geral sobre o equipamento (por exemplo, tipo, potência, tensão);

Níveis de manutenções e os critérios definidos para sua realização, como por exemplo, o

intervalo de tempo, o evento, a condição ou o resultado dos diagnósticos obtidos;

Capacitação e habilitação exigidas para a execução das atividades;

O detalhamento das atividades de manutenção definidas por ativo e o tempo de execução

associado a estas atividades;

Referência ao manual do fabricante, quando necessário;

Formulários.

3.2 Organização

Na etapa de Organização, a manutenção aplicará o planejamento definido, gerenciando os recursos

existentes e a indisponibilidade dos ativos, com o objetivo de responder as seguintes perguntas:

Qual atividade de manutenção será realizada?

Onde será realizada?

Quantas pessoas são necessárias?

Qual a qualificação requerida das pessoas envolvidas?

Qual o cronograma de execução?

O equipamento será indisponibilizado?

Qual impacto financeiro desta indisponibilidade?

Quais recursos materiais (ferramentas, instrumentos de ensaios, consumíveis, equipamentos de

elevação) serão necessários?

Existem procedimentos definidos para execução das atividades da manutenção e de segurança?

É essencial a implantação de um sistema de gestão que possibilite de forma eficiente a execução da

manutenção. A padronização dos procedimentos, dos tempos de execução, do quantitativo e

qualificação das pessoas envolvidas são exemplos de fatores que devem ser levados em consideração

no estabelecimento deste sistema.

Uma ferramenta adotada na padronização dos processos envolvidos na manutenção de

transformadores é estabelecer níveis distintos de atividades classificados pela complexidade envolvida

na execução. Segue abaixo a definição de quatro níveis e tabela com exemplos:

Nível 1: Atividades de baixa complexidade em determinados componentes, sem necessidade de

desligamento do equipamento e ao nível do solo.

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Nível 2: Atividades de média complexidade executadas a partir de procedimentos, sem exposição de

parte ativa ou tratamento do líquido isolante.

Nível 3: Atividades de alta complexidade executadas a partir de procedimentos, com a necessidade

de equipamento de apoio, instrumentos de ensaio ou de pessoal com capacitação em tecnologias

específicas.

Nível 4: Atividades não rotineiras (em sua maioria sem procedimento estabelecido) com a

necessidade de especialista ou de apoio de processos industriais.

TABELA 3.1 – Exemplos de Classificação de Atividades de Manutenção de Acordo com o Nível de Complexidade Proposto

Atividade Nível Atividade Nível

Inspeção visual 1 Substituição de buchas (sem adaptação) 3

Operação do sistema de resfriamento 1 Substituição de buchas (com adaptação) 4

Substituição de sílica. 1 Tratamento de líquido isolante com o equipamento desenergizado.

2

Substituição de ventilador 2 Tratamento de líquido isolante com o equipamento energizado.

3

Substituição de componentes de comando 2 Manutenção Corretiva (não rotineira) em Comutador 4

Substituição de radiador (sem tratamento do líquido isolante)

2 Ensaios elétricos rotineiros 2

Substituição de radiador (com tratamento do líquido isolante)

3 Análise de falha de equipamento com inspeção interna 4

Manutenção Preventiva ou Corretiva (rotineira) em Comutador

3 Reparo na parte ativa 4

Para possibilitar a execução das atividades classificadas por complexidade é necessário o

estabelecimento de capacitação mínima e tempo de experiência mínima exigida à pelo menos uma

dos integrantes da equipe de manutenção. Ver tabela a seguir:

TABELA 3.2 – Capacitação Mínima e Tempo de Experiência de Acordo a Complexidade das Atividades de Manutenção

Complexidade Capacitação mínima Tempo de experiência

Nível 1

Curso de Engenharia ou Técnico e Cursos em normas regulamentadoras conforme habilitação estabelecida pela legislação vigente. Treinamentos específicos conforme atividades relacionadas ao nível 1 de complexidade.

01 ano

Nível 2

Curso de Engenharia ou Técnico e Cursos em normas regulamentadoras conforme habilitação estabelecida pela legislação vigente. Treinamentos específicos conforme atividades relacionadas ao nível 2 de complexidade.

03 anos

Nível 3

Curso de Engenharia ou Técnico e Cursos em normas regulamentadoras conforme habilitação estabelecida pela legislação vigente. Treinamentos específicos conforme atividades relacionadas ao nível 3 de complexidade.

07 anos

Nível 4

Curso de Engenharia ou Técnico e Cursos em normas regulamentadoras conforme habilitação estabelecida pela legislação vigente. Treinamentos específicos conforme atividades relacionadas ao nível 4 de complexidade.

10 anos

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3.3 Execução

A execução das atividades é a etapa do ciclo de manutenção que reproduz a qualidade das etapas de

planejamento e organização definida pela engenharia de manutenção.

O aspecto segurança do trabalho é tema fundamental nesta etapa e será amplamente abordado no

item 3.3.1.

Frequentemente, as atividades rotineiras de manutenção do transformador são realizadas pelas

equipes formadas pelos funcionários da própria empresa devido a confiabilidade, complexidade e

freqüência.

As tarefas que necessitam de maior especialização ou que sua freqüência de realização não permite

uma capacitação adequada dos funcionários próprios podem ser realizadas por empresas

terceirizadas. Com relação as tarefas de maior complexidade, como por exemplo as atividades de

nível 4 sugeridas na tabela 3.1, existem duas visões adotadas pelas empresas:

Atividades são terceirizadas devido a sua complexidade, não sendo compensatório o

investimento nas equipes da empresa proprietária do ativo devido a sua baixa freqüência de

realização.

Atividades são executadas pela equipe de funcionários internos para manter o conhecimento e

suas competências técnicas.

Devem também ser levados em consideração quando da decisão sobre a extensão da

terceirização os aspectos econômicos, a distância entre as instalações, freqüência de

manutenções planejadas e o histórico de manutenções corretivas em transformadores.

3.3.1 Segurança na Execução da Manutenção

Em qualquer tipo de trabalho, condições desfavoráveis envolvendo pessoas, instrumentos e

equipamentos, podem ocasionar acidentes causando danos graves aos equipamentos, ao sistema de

geração e transmissão e, principalmente, às pessoas.

Para que haja segurança no trabalho, deve-se ter em mente os seguintes aspectos:

Com relação as tarefas de maior complexidade, como por exemplo as atividades de nível 4 sugeridas

na tabela 3.1, existem duas visões adotadas pelas empresas:

Eliminação ou Minimização de riscos à pessoa no trabalho;

Eliminação ou Minimização de riscos de avarias à instalação;

Eliminação ou Minimização de riscos provocados por terceiros à pessoa que trabalha;

Eliminação ou Minimização de riscos a terceiros durante a execução de um trabalho.

As recomendações que seguem, aplicam-se somente a trabalhos de manutenção em transformadores

desenergizados.

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3.3.1.1 Planejamento Executivo e Análise Preliminar de Riscos

O planejamento executivo (PEX) e a análise preliminar de riscos (APR) são as principais ferramentas

utilizadas para a eliminação ou minimização dos riscos envolvidos na execução de uma atividade de

manutenção.

A seguir são descritas, divididas por etapas, recomendações para a elaboração de um PEX / APR.

Instalações e Equipamentos

Visando identificar os recursos necessários e riscos existentes, é imprescindível a realização de

inspeção na instalação utilizando-se de desenhos atualizados e consulta às normas e normativos

vigentes.

Nesta etapa é importante a identificação no planejamento minimamente dos seguintes pontos:

Verificação de distâncias de segurança;

Utilização de dispositivos de proteção contra contato acidental;

Uso de dispositivos de bloqueio;

Verificação de pontos de acesso para a realização da atividade;

Informações técnicas sobre os equipamentos envolvidos na atividade;

Avaliação visual dos equipamentos envolvidos na atividade quanto ao risco para as pessoas

envolvidas.

Ferramentas, Instrumentos, Materiais e Equipamentos de Segurança

Nesta etapa é importante a identificação no planejamento minimamente dos seguintes pontos:

Avaliar estado de conservação dos recursos materiais, inclusive os equipamentos de proteção

individual e coletiva;

No caso específico de materiais que tem contato com pontos energizados, verificar isolamento

(classe, conservação).

Condições Ambientais

Nesta etapa é importante a identificação no planejamento minimamente dos seguintes pontos:

Verificar condições atmosféricas necessárias para a execução da atividade, bem como o

impacto para a continuação do trabalho caso as mesmas se tornem desfavoráveis durante a

atividade;

Verificar a presença de substâncias tóxicas, explosivas.

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Recursos Humanos

Nesta etapa é importante a identificação no planejamento minimamente dos seguintes pontos:

Descrever detalhadamente as etapas da atividade a ser desenvolvida, com a responsabilidade

atribuída ao pessoal envolvido;

Descrever na APR os riscos envolvidos em cada etapa da atividade, explicitando os recursos

utilizados para a eliminação ou minimização dos mesmos.

Execução da atividade

O PEX / APR elaborado de forma adequada resulta em uma atividade com recursos humanos e

materiais suficientes e riscos eliminados (ou minimizados) e mantidos sobre controle durante toda a

intervenção. Para isso seguem diversas recomendações visando este objetivo:

Avaliar estado de conservação dos recursos materiais, inclusive os equipamentos de proteção

individual e coletiva. Delimitação e sinalização da área sob intervenção, respeitando a zona de

segurança e materiais conforme estabelecido na NR-10;

Aterramentos móveis temporários identificados em desenhos indicando os pontos de instalação

e horários de manuseio. Inspeção nos materiais utilizados (cabos e conexões) e limpeza devem

ser considerados;

Verificação de tensão no equipamento ou circuito sob intervenção, utilizando dispositivo

adequado (ex: detector de tensão);

Trabalhos em Altura, conforme estabelecido na NR-35. A filosofia básica de trabalho é que em

nenhuma etapa da atividade o pessoal envolvido acima de 02 metros de altura pode estar sem

EPI que permita sua movimentação de forma segura;

Escadas e Andaimes inspecionados e mantidos devidamente sob guarda ou transporte. Devem

ser considerados a utilização de estais, amarração, sapatas para andaimes, aterramentos

temporários ou mesmo a utilização dos módulos isolantes de andaimes e escadas isoladas;

Trabalhos em Espaços Confinados, conforme recomendações da NR-33 e PPSHI 31 –

Procedimento Padrão de Segurança e Higiene Industrial. Inspeções internas em

transformadores são consideradas com sendo em espaços confinados;

Riscos Ergonômicos, conforme recomendações da NR-17 e PPSHI 17 – Procedimento Padrão de

Segurança e Higiene Industrial – Ergonomia – Conforto acústico, térmico, iluminação e

ventilação;

Verificação da Calibração de instrumentos de ensaios.

3.3.1.2 Recomendações de Segurança Adicionais

Além destas recomendações, cuidados adicionais e específicos devem ser considerados, conforme

descritos a seguir:

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Dependendo do tempo de duração da medição e do enrolamento do equipamento, durante os

ensaios de medição de resistência ôhmica o enrolamento pode armazenar cargas estáticas

elevadas. Realizar sempre o procedimento de descarga dos enrolamentos após a realização das

medições, aterrando-os;

Durante os ensaios de medição de corrente, os enrolamentos são excitados. Buscar manter

distância segura e tomar as precauções necessárias quanto à segurança. Sempre informar às

demais pessoas envolvidas os passos a serem seguidos nos ensaios;

O tanque do equipamento deve ser aterrado à malha de terra por somente um ponto;

Durante os trabalhos no topo do equipamento, deverá ser, preferencialmente, instalado guarda

corpo;

Os funcionários que entrarem no equipamento deverão vestir macacão impermeável,

sapatilhas, máscara com filtro multigás, óculos, luva, capacete com jugular. Se necessário,

utilizar uma extensão com lâmpada de 12vcc a prova de explosão;

Antes de iniciar as atividades verifique o tipo de gás de pressurização. Os transformadores

transportados com nitrogênio devem ser submetidos ao processo de vácuo e posterior

pressurização com ar seco, sintético ou medicinal. Antes de entrar no transformador, utilizar

aparelhos de medição adequados para assegurar-se que o ar respirável não apresenta perigo (o

conteúdo de oxigênio deve ser superior a 19,5% e inferior a 23,5%);

A verificação da presença de gases inflamáveis deverá ser feita através de instrumento

especifico.

3.4 Registro da Manutenção

Registrar a manutenção permite obter o histórico do equipamento que possibilita avaliar o seu

desempenho, observar tendências, comparar resultados e traçar estratégias de manutenção baseadas

nos registros existentes.

O registro adequado de quais e como as atividades de manutenção são executadas é utilizado no

processo de Gestão do Conhecimento, onde a preocupação principal é transmitir o conhecimento

entre as equipes de manutenção.

A definição do momento de considerar o fim da vida útil do transformador é baseada nos registros de

manutenção, permitindo uma Gestão de Ativos adequada às necessidades operacionais do

empreendimento.

O engenheiro de manutenção utiliza as informações obtidas a partir das manutenções realizadas, dos

diagnósticos registrados, das condições ambientais e dos fenômenos elétricos ocorridos no sistema,

para elaborar um diagnóstico ou prognóstico e indicar as ações de manutenção adequadas ao

equipamento. Os registros das inspeções e ensaios realizados em fábrica e durante o

comissionamento também devem ser considerados no momento de avaliação da condição do

equipamento.

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Os registros devem ser mantidos de forma a possibilitar seu acesso durante toda a vida útil do

equipamento visando preservar seu histórico.

O histórico de manutenção deve conter dados confiáveis e atender às necessidades do Gestor da

Manutenção, tais como:

Dados de identificação do transformador (dados de placa), como por exemplo, modelo, classe

de tensão, fabricante, ano de fabricação, número de série;

Local de instalação e condições ambientais;

Ensaios de aceitação em fábrica;

Eventos ocorridos durante transporte;

Ensaios de recepção/comissionamento;

Diagnósticos obtidos;

Histórico de carregamentos e sobretensões;

Reparos realizados;

Falhas e defeitos ocorridos;

Inspeções realizadas;

Custos envolvidos (materiais e mão-de-obra);

Tempo de execução da manutenção;

Condições ambientais do local durante a execução da manutenção;

Sobressalentes;

Fotografias: O “como foi encontrado” e o “retorno a condição de serviço”, fornecendo uma

referência para trabalhos futuros;

Relatório de problemas encontrados durante a manutenção;

Causa dos problemas encontrados;

Repotencialização.

3.5 Otimização

As diretrizes do planejamento da manutenção, abordadas no início deste capítulo, podem ao longo do

ciclo “processo da manutenção” sofrer mudanças baseada nos seguintes aspectos:

Nível do conhecimento adquirido;

A quantidade e a qualidade dos dados disponíveis;

Desenvolvimento dos diagnósticos;

Monitoração dos outros métodos de avaliação da condição.

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Para este processo de melhoria contínua, é necessária a implantação de uma sistemática de análise

dos dados relevantes a partir das atividades de manutenção realizadas e dos modelos de vida útil dos

equipamentos. Esta análise é a base para a tomada de decisão sobre a manutenção de qualquer

equipamento em particular, assim como a base de conhecimento para a avaliação das ações

adotadas. As melhorias de médio e longo prazo para o sistema implantado de manutenção dos

equipamentos devem ser produtos continuamente derivados de um padrão estabelecido.

A Manutenção Baseada na Condição (MBC) ou a Manutenção Centrada na Confiabilidade (MCC)

exigem frequentemente diferentes estratégias de manutenção que podem variar de acordo com a

condição operacional do equipamento ou do sistema elétrico. Esta premissa exige uma avaliação

individual dos equipamentos e a implantação de uma sistemática que permita uma classificação

indicando quais as unidades necessitam alguma ação específica de manutenção.

Existem alguns fatores que possibilitam uma avaliação individual de um equipamento baseado em sua

condição que definem a probabilidade de uma falha e indicam a necessidade de manutenção:

Condição imediata: Resultado da manutenção atual baseado, por exemplo, em ensaios elétricos

ou análise do líquido isolante;

Desgaste Acumulativo: Número de falhas diretas severas, Sobretensões, Correntes de partida,

Carga média, Sobrecarregamento, Envelhecimento da celulose, Condição do CDC, Qualidade do

líquido isolante;

Número e natureza das falhas: Modalidade e tipo da falha do equipamento, Taxa de falhas da

curva da banheira e Modos de falhas comuns para acessórios;

Número de falhas relacionadas ao projeto;

Tempo de operação;

Condições ambientais de operação;

Reparo: Acessibilidade para o reparo e disponibilidade de peças de reposição;

Conhecimento técnico sobre o equipamento.

Para possibilitar uma otimização adequada ao processo de manutenção é necessária a implantação

de um sistema de gestão da manutenção capaz de armazenar os dados da vida útil dos

equipamentos, incluindo eventos como indisponibilidades e falhas, resultados de diagnósticos e

registros conclusivos de manutenção. É importante a adoção de ferramentas estatísticas que

possibilitem para selecionar registros de acordo, por exemplo, com o tipo, idade ou projeto do

equipamento. Os resultados de revisões estatísticas podem ser usados para ajustar seletivamente

as regras e as diretrizes da manutenção para um equipamento específico ou um conjunto.

3.6 Gestão do Conhecimento

Transformadores não são produtos seriados, disponíveis em estoques de fabricantes ou distribuidores

e sim construídos mediante projetos especiais. Suas políticas de sobressalentes, suas manutenções

preventiva e corretiva envolvem inúmeros aspectos específicos.

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Manutenções nestes equipamentos envolvem tempos e custos consideráveis, que passam pelas

etapas de planejamento, contratação, fornecimento de materiais, reparo e testes.

Os conhecimentos envolvidos com a manutenção desses equipamentos podem ser considerados como

estratégicos, estando normalmente ligados à missão das empresas de energia. Esses conhecimentos,

devido ao seu alinhamento com os objetivos estratégicos, constituem fatores críticos de sucesso do

negócio, e devem ser preservados e gerenciados como ativos da empresa, sendo que o

gerenciamento do conhecimento consolidar-se-á como um sistema de apoio à decisão.

De acordo com Davenport, De Long e Beers, conhecimento é informação combinada com

experiência, contexto, interpretação e reflexão. É uma forma de informação altamente valorizada, que

está pronta para ser aplicada em decisões e ações. Às vezes, conhecimento e informação são difíceis

de distinguir um do outro, mas ambos são mais valorosos e tem uma participação humana maior do

que dados brutos de sistemas computacionais.

O conhecimento pode ser tácito ou explícito. O conhecimento tácito é aquele que se refere ao

conhecimento pessoal como experiências, habilidade pessoal, conhecimento implícito, conhecimento

não compartilhado, de maneira geral, podemos dizer que é o conhecimento que “está na cabeça das

pessoas”. Já o conhecimento explícito é aquele que está em manuais, instruções, planilhas, intranet,

apostilas, sequências de fotos, filmes.

Grande parte do trabalho da Gestão do Conhecimento implica em converter conhecimento tácito em

explícito.

Essa situação frequentemente tem a colaboração de pessoas que podem resistir a compartilhar seu

conhecimento. Converter conhecimento tácito em explicito, pode-se dizer que significa o trabalho

conjunto entre profissionais de diferentes maturidades, como por exemplo a convivência de um sênior

com um júnior.

Como exemplo no caso de transformadores, o gerenciamento da gestão do conhecimento deve ser

aplicado para se decidir em fazer reparos mais complexos ou mesmo uma manutenção corretiva ou

preventiva no campo, aproveitando a oportunidade para aprender e treinar as pessoas, registrando as

etapas para divulgar os conhecimentos envolvidos nessa atividade.

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4. COMPONENTES DE UM TRANSFORMADOR

4.1 Buchas

As buchas fazem parte do sistema de conexão entre o transformador e o sistema elétrico em que o

equipamento está conectado. Tem fundamental importância nas políticas de manutenção adotadas

pelas empresas para transformadores, pois falhas neste componente geralmente são seguidas de

consequências, como incêndio e explosão, que comprometem completamente a integridade do

transformador.

4.1.1 Núcleo Condensivo

O núcleo condensivo das buchas fabricadas para operar em transformadores da rede básica de

operação é composto de camadas capacitivas compostas por uma série de camadas concêntricas feita

de material condutor e material isolante alternadamente, provocando a distribuição uniforme do

campo elétrico. Estas buchas são conhecidas como capacitivas ou condensivas, representadas na

figura 4.1, normalmente possuem uma derivação (tap capacitivo) para ensaios, instalada geralmente

na última camada condutora antes do flange de fixação.

Figura 4.1 – Núcleo condensivo de uma bucha com tensão nominal superior a 36kV.

Existem buchas antigas que não possuem camadas capacitivas, geralmente restritas a aplicação até

230kV.

Algumas buchas condensivas, geralmente com corpo condensivo denominado de “Resin Bonded

Paper” (RBP), não possuem tap capacitivo de medição, neste caso a última camada é conectada

diretamente ao flange metálico da bucha. Para a realização de ensaios neste tipo de bucha, é

necessária a instalação de um material isolante entre o flange de fixação da bucha e o tanque do

transformador, utilizando o próprio flange como eletrodo de medição. Em operação, ambos são

interligados.

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Papel impregnado de óleo (OIP)

Este é o tipo o mais comum de isolamento de buchas. O núcleo da bucha é constituído de camadas

de papel, isolando camadas metálicas (capacitivas), e os espaços entre as camadas capacitivas e o

isolador externo à bucha, preenchidos com óleo mineral isolante.

Características das buchas tipo OIP:

Utilização por muitos anos com histórico de bom desempenho;

Baixo nível de descargas parciais;

Utilizada em qualquer classe de tensão;

Possibilidade de analise do estado de isolamento da bucha através da medição de gases

dissolvidos no óleo isolante;

Vulnerabilidade a vazamentos e ingresso de umidade;

Quando da ocorrência de falhas, existe risco de explosão da bucha e consequente incêndio do

transformador;

Necessita de atenção quanto a posição de transporte, manuseio e armazenamento.

Papel Impregnado com Resina (RIP)

Neste tipo de bucha, os espaços existentes entre as camadas metálicas, são preenchidos com papel e

posteriormente impregnados com resina e o espaço existente entre o corpo condensivo e o isolador

pode ser preenchido com óleo mineral isolante, ou outro material isolante como SF6, por exemplo.

Características das buchas tipo RIP:

Núcleo de baixo risco de incêndio;

Níveis de descargas parciais muito baixos;

Pode ser utilizada para todas as classes de tensão;

A falha da bucha oferece menor risco de explosão por não conter o núcleo impregnado com

óleo isolante;

Corpo condensivo sensível a penetração de umidade.

Somente é possível verificação do estado de sua isolação através de ensaios off-line ou

monitoramento.

Outros tipos de bucha para aplicações especiais ou únicas

Em subestações isoladas a gás (GIS), são utilizadas buchas com isolamento a gás. Estas buchas usam

o gás SF6 como o meio principal de isolação.

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As buchas de resina Epoxy já são aplicadas em tensões superiores a 160kV, onde tanto a isolação do

núcleo como a carcaça externa são feitas exclusivamente de resina Epoxy.

Buchas com características especiais são frequentemente usadas para conectar a saída do gerador

aos enrolamentos primários dos transformadores, já que normalmente operam com altas correntes,

na ordem de dezenas de kA e tensões inferiores a 30kV. Tais buchas devem suportar elevados

esforços dinâmicos resultantes das altas correntes de curto-circuito.

As buchas de neutro são usualmente de baixa tensão, tipo porcelana-haste, ou tipo seca. Em

condições normais de operação, não existe a expectativa de surgimento de tensões significativas.

4.1.2 Tap de Derivação

A fim de possibilitar a realização de ensaios elétricos na bucha ou a instalação de sistemas de

monitoramento on-line, uma camada (geralmente a última ou a penúltima) é acessível externamente,

através de um tap de derivação, também referido como um tap de medição, tap de teste ou o tap de

fator de potência.

O tap de derivação é constituído de um condutor, uma bucha auxiliar que tem como finalidade isolar o

condutor do flange metálico da bucha e juntas de vedação que garantem a isolação interna da bucha

com a atmosfera. A conexão do condutor à camada capacitiva da bucha pode ser soldada ou através

de pressão exercida por mola localizada internamente à bucha auxiliar do tap de derivação. Este tap

permite a medição da capacitância e do fator de potência do isolamento da bucha.

Quando o transformador está em operação, a bucha pode ter sua isolação monitorada pelo tap

através de um instrumento de medição (medida da tensão, medida da corrente de fuga ou medição

de descargas parciais). Se nenhum instrumento for usado, o tap deve ser aterrado, com esta

finalidade o fabricante das buchas fornece uma capa (tampa) metálica que liga eletricamente a última

ou penúltima camada capacitiva ao flange metálico da bucha.

A integridade do tap depende da qualidade de fabricação, da isolação, da forma de conexão à camada

da bucha e do tipo de conexão do tap ao potencial de terra.

Qualquer ação que comprometa a integridade do tap pode danificar a conexão do eletrodo à última

ou penúltima camada capacitiva da bucha, provocando falha catastrófica da bucha devido ao eletrodo

não estar aterrado.

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Figura 4.2 – Conexão do Tap de Derivação a penúltima camada capacitiva

4.1.3 Isolador Externo

Isoladores da Porcelana

Historicamente, a porcelana foi o único material disponível para fornecer a resistência mecânica

necessária e as propriedades elétricas de isolador exigidas para a parte externa de uma bucha. Os

avanços na tecnologia de materiais forneceram isoladores alternativos à porcelana. Escolher entre as

buchas com isolador de porcelana e um material alternativo para utilização em uma aplicação

particular, requer comparações das características de cada material a utilizar.

Características do isolador de porcelana:

Nenhum envelhecimento;

Longa história da boa confiabilidade;

Pode criar estilhaços em caso de explosão;

Frágeis em caso de choque mecânico ou de sobrecarga de energia;

Normalmente pesados.

Nos casos onde as buchas instaladas não se adaptam a uma situação de poluição severa, as medidas

corretivas devem incluir a aplicação de revestimentos especiais na porcelana ou a lavagem regular da

mesma.

Isoladores Compostos

Os isoladores compostos são feitos com um tubo interno de resina de vidro cercado por um escudo de

silicone, ou com resina Epoxy, sendo aplicados tipicamente para buchas com corpo condensivo RIP.

Qualquer espaço entre o isolador e o corpo condensivo da bucha pode ser preenchido com óleo, gel,

espuma contínua ou gás.

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Características de isoladores compostos:

Peso menor em relação à porcelana;

Risco baixo de projeção de estilhaços em caso de falha da bucha;

Menor tempo de experiência operativa;

Confiabilidade desconhecida, relatos de deterioração da superfície após poucos anos de

operação;

Melhor hidrofobicidade em atmosferas poluídas.

4.1.4 Tipos de Conexões de Bucha

Há tipos diferentes de conexões internas da bucha aos enrolamentos dos transformadores. O tipo de

conexão usado depende da corrente nominal da bucha e do isolamento do local em que a bucha está

instalada.

Figura 4.3 – Diferentes tipos de conexões internas.

Conexão tipo Draw Lead

A conexão do tipo draw lead é utilizada tipicamente para buchas com capacidade de condução de

correntes de até 1200 A. Este tipo de conexão utiliza um cabo condutor que faz a interligação do

enrolamento do transformador passando através do tubo central da bucha até a conexão do topo da

bucha.

Conexões tipo Draw Rod

A conexão do tipo draw rod é utilizada tipicamente para buchas com capacidade de condução de

correntes de até 2000 A. Este tipo de conexão utiliza uma haste condutora removível que faz a

interligação do enrolamento do transformador passando através do tubo central da bucha até a

conexão do topo da bucha.

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Bottom Connected

Buchas com conexão fixa no terminal inferior são normalmente aplicadas para condução de correntes

elevadas, acima de 2000 A, as buchas devem ter a seção do condutor central robusta, porque é no

condutor central que é realizada a conexão direta à parte inferior da bucha.

Conexão direta com a Barra (Subestação SF6)

Em subestações isoladas a gás é possível conectar o transformador diretamente à barra de

transmissão isolada a gás usando bucha óleo/gás SF6. Estas buchas podem ser de papel impregnado

de óleo (OIP) ou resina Epoxy (RIP).

4.2 Preservação do Sistema de Óleo

O sistema de preservação do óleo em um transformador tem como função principal preservar a

qualidade do óleo durante seu ciclo de vida útil. Sua aplicação pode ser realizada de duas formas,

dependendo do modelo construtivo do equipamento: com tanque principal selado ou com tanques de

expansão. Outra função importante deste sistema é acomodar as alterações no volume do líquido

isolante devido as suas variações de temperatura inerentes a operação normal do equipamento.

O tanque conservador de um transformador consiste tipicamente em um reservatório, comumente

denominado de tanque de expansão, montado acima do seu tanque principal, com uma altura

suficiente para manter o nível de óleo no equipamento em condições adequadas de operação, ou

seja, acima do flange de fixação de sua bucha mais alta sob qualquer temperatura.

Alguns transformadores podem ter mais que um tanque de expansão, e ainda indicadores de nível de

óleo isolante de modo que exista controle sobre o nível mínimo e máximo do mesmo.

É importante salientar que em alguns transformadores existe uma separação do conservador

específico para os comutadores de derivação em carga.

Com a grande evolução nas tecnologias surgiram diferentes sistemas de preservação do óleo, cada

um com suas exigências de manutenção específicas. Os tipos mais comuns são os detalhados a

seguir.

4.2.1 Sistema Externo ao Conservador

Os sistemas de preservação com tanque externo ao conservador são tipicamente baseados em um

cilindro com bolsa interna que tem a função de permitir o isolamento entre o ambiente externo e o

conservador. Em sua grande maioria, este bolsa é preenchida com nitrogênio submetido à pressão

atmosférica ou uma determinada pressão positiva. Geralmente é composto de tubulações de

interligação com o equipamento, registros reguladores de pressão e ainda manômetros para

verificação da eficácia especificamente do sistema de pressão positiva, além de depósito para coletar

umidade, com a possibilidade de instalação de dispositivos de alarmes.

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Figura 4.4 – Sistema de preservação do óleo utilizando um cilindro externo auxiliar com bolsa interna.

4.2.2 Sistemas Internos ao Conservador

Estes sistemas contêm uma bolsa ou membrana internamente de modo que não haja contato direto

entre o ar atmosférico e o óleo, contribuindo assim para a preservação do óleo isolante da seguinte

forma: Permitindo que o ar entre na bolsa ou na parte superior da membrana, quando a temperatura

do equipamento está diminuindo e descarregando-o quando da elevação da temperatura. É parte

integrante deste sistema, um recipiente com material dessecante que tem a finalidade de secar o ar

que entra na citada bolsa ou na parte superior da membrana.

Existe a possibilidade de instalação de um dispositivo de supervisão do estado da bolsa ou membrana

do conservador.

Figura 4.4 – Sistema de preservação de óleo isolante utilizando Membrana (Diafragma) ou Bolsa (Bexiga)

interno ao conservador.

4.2.3 Tanque Principal Selado

O sistema composto por um tanque principal selado tem por finalidade impedir o contato do líquido

isolante com a atmosfera. O uso deste sistema requer que o tanque seja grande o suficiente para

acomodar as variações de volume do líquido isolante decorrentes da operação normal do

equipamento.

Tanque principal

Buchholz

Secador de ar

Óleo

Ar (acima do Diafragma)

Tanque principal

Buchholz

Secador de ar

Óleo

Ar

Conservador com Membrana (Diafragma)

Conservador com Bolsa (Bexiga)

Óleo

Tanque principal

Buchholz

Cilindro Auxiliar

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Nos projetos atuais, este tipo de sistema de preservação é usado tipicamente para os transformadores

menores cujas exigências mínimas e máximas de nível de óleo podem ser previstas.

É usual em transformadores com tanque selado, o preenchimento com nitrogênio seco, possuindo

controlador de pressão e válvula de enchimento.

Figura 4.6 – Tanque principal selado de transformador.

4.2.4 Respiração Livre

A forma mais simples de preservação do sistema de óleo em transformadores é o de respiração livre.

Seu princípio de funcionamento baseia-se na utilização de um recipiente com material secante

instalado entre o ar atmosférico e a parte interna do tanque de expansão, permitindo que somente o

ar seco seja admitido para o conservador do equipamento.

Devido a simplicidade do sistema e consecutiva fragilidade no impedimento de que ar úmido tenha

contato com o líquido isolante, recomenda-se que preferencialmente este sistema seja utilizado

conjuntamente as opções de preservação que utilizam bolsas ou membranas.

Figura 4.7 – Sistema de preservação utilizando respiração livre, através de material secante.

Nitrogênio

Óleo

Tanque Principal Selado

Ar

Óleo

Tanque principal

Buchholz

Secador de ar

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4.2.5 Características dos Sistemas de Conservação

Características do Sistema externo ao transformador:

Facilidade de manutenção;

A instalação pode ser feita com o equipamento energizado;

O gás de pressurização, normalmente nitrogênio, permanece em contato com o óleo isolante.

Dependendo das condições de operação ocorrerá a impregnação do óleo isolante com o gás;

Pode ser utilizado em conjunto com uma das outras opções apresentadas, no lugar do secador

de ar;

Requer espaço adicional na subestação para posicionamento do cilindro auxiliar.

Características do Sistema interno ao Conservador utilizando membrana:

A manutenção exige o desligamento do equipamento;

O material utilizado na construção da membrana é permeável a gases de moléculas menores ou

mesmo ao óleo isolante, após longo tempo de operação.

Características do Sistema interno ao Conservador utilizando Bolsa:

A manutenção exige o desligamento do equipamento;

O material utilizado na construção da membrana é permeável a gases de moléculas menores ou

mesmo ao óleo isolante, após longo tempo de operação.

Características do Tanque principal selado:

Não requer manutenção de bolsa ou membrana;

Limitação do uso em função do tamanho e tensão de operação do equipamento;

Ocorre a impregnação do óleo isolante com o gás utilizado no colchão, normalmente nitrogênio;

Não possui relé de gás.

Características do Sistema com respiração livre:

Menor investimento em relação aos demais sistemas propostos;

Exige manutenção constante do material utilizado no secador de ar;

É o sistema de menor efetividade no controle de penetração de umidade no óleo isolante

contido no tanque principal do transformador.

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4.3 Sistemas de Resfriamento

Os sistemas de resfriamento são utilizados para realizar a troca térmica entre o líquido isolante do

transformador com um fluido de resfriamento externo. Conforme descrito na IEC 600076-2 existem

diferentes tipos de sistemas de resfriamento, conforme descritos a seguir:

4.3.1 Radiador

Os tipos mais comuns são constituídos por aletas compostas por duas chapas estampadas formando

os canais de resfriamento e unidas por solda, como mostra a figura 4.8. Existem também radiadores

formados por tubos, como mostra a figura 4.9.

Os radiadores são fixados diretamente ao tanque do transformador ou em baterias ligadas por

tubulação.

Figura 4.8 – Radiador constituído por aletas compostas por duas chapas estampadas formando os canais de resfriamento e unidas por solda.

O seu funcionamento baseia-se no princípio da convecção, onde o líquido isolante quente circula no

interior do radiador, onde será resfriado pelo ar ambiente e retornará ao tanque principal do

equipamento.

Dependendo do projeto do equipamento, os radiadores funcionam associados com moto ventiladores

que produzirão fluxo de ar forçado e bombas de óleo para produzir fluxo forçado, com o objetivo de

aumentar a eficiência do processo de transferência térmica.

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Figura 4.9 – Radiador constituído por tubos.

Alguns aspectos construtivos dos radiadores são descritos a seguir:

O material utilizado para a fabricação de radiadores é o aço carbono em forma de chapas ou

tubos, que atenda a NBR 5915;

De acordo com a NBR 5356 a espessura, para chapas deve ser de, no mínimo, 1,2 mm, e para

os tubos de 1,5 mm;

As superfícies internas devem ser completamente limpas e secas assegurando ausência de

produtos, resíduos ou partículas que contaminem o óleo e comprometam materiais isolantes;

Podem ser pintados internamente e, nesse caso, é necessária a preparação da superfície para

garantir a aderência da tinta, que deve ser compatível com o fluído isolante;

Externamente, é necessário um tratamento para proteção contra corrosão. As alternativas são:

pintura, galvanização a fogo ou galvanização a fogo mais pintura. A escolha de uma delas deve

levar em conta o tipo de atmosfera a que o transformador estará submetido;

Existem normas que servem de orientação quanto ao sistema de pintura de radiadores (ex.

NBR 11388 - sistemas de pintura para equipamentos e instalações de subestações elétricas)

que tratam do tema desde o preparo de superfície para aplicação de pinturas até os tipos de

tintas, espessuras recomendadas, ensaios de resistência a corrosão dos diversos esquemas,

classificação de atmosferas, etc.

Inspeções visuais periódicas para detecção e eliminação de corrosão, danos, desgaste no sistema de

proteção de superfície e vazamentos, devem ser adotadas com o objetivo de conservar e prolongar a

vida útil dos radiadores.

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4.3.2 Trocador de Calor

O trocador de calor ou permutador de calor é um dispositivo concebido para realizar a transferência

de calor eficiente de um fluido para o outro, encontrando-se estes a temperaturas diferentes. Os

meios são separados por uma parede sólida para que não haja misturas entre os fluídos. Esse

equipamento é normalmente inserido no transformador com a finalidade de arrefecer (resfriar) o óleo

do transformador, utilizando, na maioria das vezes, a água proveniente de reservatórios como o meio

refrigerante. Os trocadores podem ser construídos conforme norma DIN ou TEMA. O tipo DIN facilita

a manutenção na condição de operação normal do trocador.

Principio de Funcionamento

Os Trocadores de Calor utilizados em transformadores são do tipo Casco-Tubos que se caracterizam

pela sua forma construtiva e pelo seu princípio de funcionamento. Nesses equipamentos a

transmissão de calor se processa através da adequada separação dos fluidos envolvidos, sendo que

do lado externo destes equipamentos, chamado de lado do casco, flui o óleo do transformador, e do

lado interno, dentro dos tubos, flui a água que serve para a refrigeração do óleo, assim, um dos

fluidos é resfriado, enquanto o outro fluido envolvido é aquecido. Independente das condições

operacionais do trocador de calor deve possuir uma geometria adequada para que, através da

superfície de transmissão fornecida, possa transmitir o fluxo de calor gerado pelas perdas internas ao

transformador.

Características Construtivas

O trocador de calor tipo Casco-Tubo é basicamente composto de três itens básicos:

Feixe Tubular: é composto de uma série de tubos de cobre ou aço inoxidável, fixados em espelhos

nas extremidades, dentro dos quais passa o fluído de arrefecimento (água). A fixação dos mesmos

aos furos dos espelhos pode ser através de mandrilhagem (expansão), solda ou combinação de

ambos. Entre os espelhos são montadas chicanas posicionadas através de espaçadores e tirantes, de

modo a permitir que o fluxo do fluido seja conduzido adequadamente através deste. As chicanas

possibilitam também um suporte adequado para o feixe como um todo.

Casco: é composto de um cilindro de aço carbono, por onde circula o fluído aquecido (líquido

isolante), sendo que em suas extremidades poderão estar soldados os flanges ou os próprios

espelhos, dependendo do tipo de construção.

Cabeçotes: destinam-se a receber e distribuir o fluido que passa pelo interior dos tubos. A

quantidade de passes (número de circulações) do fluído de arrefecimento no interior dos tubos pelo

casco é conseguida conforme a configuração dos cabeçotes. No caso de trocadores com número

impar de passes (figura 4.10), um cabeçote tem a função de entrada e outro tem a função de saída,

no caso de trocador de calor com número par de passes (figura 4.11) um dos cabeçotes opera como

cabeçote de retorno e o outro opera como cabeçote de entrada e saída. Ainda podem existir

equipamentos construídos com somente um cabeçote (figura 4.12) que tem a função de entrada e

saída do fluído.

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Espelhos

Saídado Óleo

Entradado Óleo

Saídado Fluído

Entradado Fluído

Figura 4.10 - Trocador de calor de um passe.

Espelhos

Saídado Óleo

Entradado Óleo

Saídado Fluído

Entradado Fluído

Figura 4.11 - Trocador de calor com dois passes.

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Figura 4.12 - Trocador de calor com um cabeçote.

4.3.3 Bombas para Circulação de Óleo

Em transformadores, as bombas de óleo são utilizadas para a circulação do óleo isolante contido no

transformador, propiciando o aumento da eficiência de troca de calor no equipamento. Os materiais

utilizados para a construção da bomba devem ser similares aos utilizados no transformador. Cuidados

especiais são considerados na lubrificação do equipamento, que deve ser feita por materiais que não

agridam ou contaminem os materiais isolantes do transformador. Para a condição de operação da

bomba de óleo, a temperatura máxima permissível para o óleo que circule na bomba não deve

ultrapassar a temperatura limite do óleo isolante.

As bombas são construídas de forma a minimizar a perda de carga quando não estão em

funcionamento, para possibilitar a passagem do óleo isolante na condição de convecção natural e

também impedir que haja contato entre as partes rotativas e fixas do conjunto, evitando o

desprendimento de materiais metálicos que possam comprometer o funcionamento do transformador.

A instalação da bomba é feita na tubulação da entrada ou saída dos conjuntos de radiadores ou

trocadores de calor, a figura 4.13 mostra a bomba posicionada na tubulação de saída dos

radiadores.

Figura 4.13 – Exemplo de posição de instalação da bomba

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O tipo de bomba utilizado para a circulação de óleo no transformador é do tipo Hidrodinâmico

(Turbobombas), nas quais a movimentação do fluído ocorre pela ação de forças que se desenvolvem

em sua massa, em consequência da rotação de um eixo no qual é acoplado um disco (rotor, impulsor)

dotado de pás (palhetas, hélice), que recebe o fluído pelo seu centro e o expulsa pela periferia, pela

ação da força centrífuga (Rotor centrífugo) ou pela simples rotação das pás no interior do fluído (rotor

Helicoidal).

Construção mecânica

As bombas possuem as seguintes partes constituintes:

Corpo da Bomba ou Carcaça: envolve toda sua parte funcional, possibilitando acesso aos

terminais de ligação. Possui flanges nas extremidades de modo a possibilitar a conexão ao tubo

coletor de óleo do transformador e possuem pontos para desaeração (purga);

Invólucro Isolado: tem como finalidade enclausurar as partes do motor (e rotor quando for o

caso) de modo a diminuir as perdas mecânicas resultantes da circulação do fluído no interior da

bomba e proporcionar um perfil de fluxo mais uniforme. O invólucro possui pequenos canais ou

furações para permitir a refrigeração do estator e rotor do motor propulsor, de modo que o

calor gerado seja dissipado pelo próprio óleo do transformador.

A figura 4.14 mostra exemplos de bombas com rotor helicoidal e centrífugo nas quais há a utilização

de rolamentos.

Figura 4.14 – Bomba Axial de rotor helicoidal (esquerda) e rotor centrífugo (direita) com rolamentos

4.3.4 Ventiladores

Os ventiladores utilizados em transformadores são do tipo axial, uma vez que os radiadores oferecem

baixa resistência a passagem do ar.

São compostos de uma hélice acoplada diretamente ao eixo de um motor, montados em uma

estrutura cilíndrica que também servirá para sua fixação aos radiadores, conforme mostra a figura

4.15 juntamente com grades de proteção na entrada e saída do ar.

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Figura 4.15 – Ventilador com grade de proteção.

Quanto a sua instalação podem ser fixados nas laterais dos radiadores, com fluxo de ar na horizontal,

ou sob os mesmos, com fluxo de ar na vertical. Nesse caso, é conveniente que os radiadores estejam

a uma distância do solo suficiente para que os ventiladores não aspirem materiais que possam

comprometer o funcionamento e a vida útil dos equipamentos.

Alguns aspectos construtivos dos ventiladores são descritos a seguir:

As hélices podem ser fabricadas em alumínio, em plástico, aço carbono ou ainda com a

combinação desses materiais;

A estrutura de fixação de seus componentes pode ser de aço carbono ou aço inoxidável, bem

como as grades de proteção;

Para casos onde os ventiladores operam em ambientes expostos a intempéries, é necessária a

aplicação de proteção específica, como por exemplo, galvanização a fogo para estruturas e

grades metálicas ou adição de materiais resistentes aos raios solares para os plásticos.

Medidas de manutenção preventiva para os ventiladores devem ser adotadas com o objetivo de

prolongar sua vida útil:

Verificação sistemática do desgaste dos rolamentos e problemas de desbalanceamento das

hélices;

Verificação da estanqueidade do motor devido a penetração de umidade e sujeira;

Inspeção visual com a finalidade de evitar o acúmulo de umidade e sujeira na estrutura

cilíndrica, nas grades de proteção e nas hélices;

Acompanhamento da corrente de partida e em regime de operação do motor.

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4.4 Vedações

As vedações têm como função prover a estanqueidade do equipamento em todas as aberturas (para

acesso de pessoas ou conexão de componentes), evitando contato do interior do equipamento com

umidade e oxigênio, prolongando sua vida útil.

Uma vedação ideal deve ser compatível com o equipamento considerando aspectos como o líquido

isolante adotado e as variações de temperatura operacional e ambiental.

Existem 02 (duas) formas básicas de vedações adotadas em projetos de transformadores:

Anel de vedação (O-ring);

Juntas Planas.

Os materiais utilizados na produção de vedações são basicamente os seguintes:

Elastômero

Alguns tipos de elastômeros utilizados na vedação de transformadores são listados a seguir:

Borracha de Policloropreno (CR) - Possui baixa compatibilidade com o óleo naftênico e

utilização em temperatura de operação entre -30°C à 120°C. Encontrada em equipamentos

antigos e em desuso em projetos novos;

Borracha Nitrílica (NBR) - Possui grande utilização em equipamentos com isolação a base de

óleo naftênico devido sua adequada compatibilidade com este isolante. Utilização em

temperatura de operação entre -30°C à 120°C;

Fluoroelastômero (FKM) - Utilizada na fabricação de anéis de vedação (o-rings). Possui

adequada compatibilidade ao óleo naftênico e faixa de temperatura de operação mais larga que

os anteriores, entre -30°C à 180°C;

Fluorosilicone - Possui adequada compatibilidade ao óleo naftênico e faixa de temperatura de

operação, entre -60°C à 180°C.

Papelão Hidráulico

Adequado do ponto de vista de resistência química para contato com óleo naftênico e

temperatura;

Exige um melhor nível de acabamento superficial (e com maior custo) quando comparado com

os elastômeros;

Composição utiliza fibra de amianto como base, material nocivo a saúde humana. Existe

composição de papelão que utiliza elastômero, substituindo o amianto.

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PTFE (Politetrafluoretileno)

Material com alta resistência mecânica a deformação, estabilidade ao contato com óleo naftênico e

adequado a faixa de temperatura operacional dos transformadores, entre -210°C à 260°C.

4.4.1 Instalação das Vedações

Quanto a compreensão aplicada para vedações, recomendam-se os seguintes limites divididos por

tipo de vedação:

Superfícies usinadas

Limite de 33% para vedações tipo o-ring;

Limite de 25% para vedações planas.

Superfícies rugosas

Limite de 50% para vedações tipo o-ring;

Limite de 25% para vedações planas.

Vedações que utilizam Borracha Nitrílica ou Fluorosilicone devem ser fornecidas com Grau de Dureza

de 70 Shore A.

A incompatibilidade das vedações quanto ao tipo do óleo isolante e a temperatura em que o

equipamento será submetido conduzirão a defeitos nas vedações utilizadas, como endurecimento,

rachaduras ou alterações na forma e dimensão, levando a vazamentos e contaminação do meio

ambiente.

A avaliação quanto a substituição das vedações deve ser realizada sempre que houver constatação de

vazamentos ou quando da abertura da flange associada, não sendo recomendável o reaproveitamento

de vedações. O torque adequado nos parafusos é fundamental para a eficiência da vedação aplicada.

Uma vedação de elastômero adequada deve ser lisa, firme e maleável. Em algumas situações, as

vedações utilizadas necessitam de lubrificação nas superfícies em que serão aplicadas e estes

lubrificantes devem ser compatíveis com a vedação.

Os estoques das vedações devem ser mantidos sob condições controladas, conforme as seguintes

sugestões:

Protegidas de umidade e luminosidade natural;

Evitar contato com o oxigênio;

Temperaturas entre 5ºC e 30ºC e a umidade entre 45% e 70%.

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Figura 4.16 – Exemplos de procedimentos adequados à montagem de vedações

4.5 Medidores, Indicadores e Relés

4.5.1 Indicadores de Temperatura do Óleo e Enrolamento

Os indicadores de temperatura são usados fundamentalmente para indicar a temperatura do óleo

isolante, do enrolamento e a medição indireta da temperatura do ponto mais quente do enrolamento

(imagem térmica).

Os indicadores de temperatura (eletromecânicos ou eletrônicos) podem ser ajustados ou programados

para acionamento da refrigeração, supervisão da temperatura, monitoramento on-line contínuo,

alarme ou desligamento (trip), dependendo da filosofia adotada pela empresa proprietária do ativo.

Indicador eletromecânico de temperatura

O indicador eletromecânico de temperatura do óleo é construído em caixa robusta e impermeável

(IP54) com visor de vidro e ponteiros ligados a contatos. O mecanismo (Espiral de Bourdon ou Fole) é

acoplado a ponteiros, sendo um de arraste (ponteiro vermelho) que indica a temperatura máxima

alcançada pelo óleo e o outro que indica a temperatura instantânea do óleo (ponteiro branco). Na

figura 4.17 o bulbo sensor (1) e capilar (2) são preenchidos com fluído térmico expansível sendo o

bulbo instalado em uma cuba estanque localizada na parte superior do transformador. Os contatos

auxiliares são acionados quando o óleo alcança valores definidos de temperatura.

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Figura 4.17 – Indicador eletromecânico de temperatura do óleo.

O indicador eletromecânico de temperatura do enrolamento (Imagem térmica) apresenta

característica construtiva similar ao do óleo, acrescido de componentes utilizados para simular a

temperatura do enrolamento.

A figura 4.18 exemplifica um dos sistemas de medição de temperatura do enrolamento, onde a

temperatura do óleo é proveniente do bulbo instalado no topo do transformador, acrescido da

temperatura gerada pelo elemento de aquecimento (3) que tem a temperatura regulada pela variação

da corrente circulante no elemento (5). A alimentação de corrente para o circuito de aquecimento é

produzida no TC de bucha (4).

Figura 4.18 – Indicador eletromecânico de temperatura do enrolamento.

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Características dos indicadores eletromecânicos:

Tecnologia simples e conhecida;

Necessita verificação e calibração periodicamente, para garantir uma exatidão satisfatória;

A medida da temperatura do enrolamento é uma simulação do ponto quente do enrolamento;

Falta de indicação remota de falha do indicador de temperatura.

Indicador eletrônico de temperatura

Os indicadores eletrônicos de temperatura são constituídos de PT100 (RTD) instalado no topo do

transformador, com medição de corrente a partir de TCs de bucha e um indicador micro-processado

(IHM). O processamento das informações obtidas a partir do PT100 e TCs fornece tanto a

temperatura do óleo do transformador quanto a temperatura do ponto mais quente do enrolamento

do transformador (imagem térmica). O valor da temperatura do enrolamento é obtido através de

algoritmos (cálculos) processados no indicador eletrônico.

Os indicadores eletrônicos de temperatura podem estar preparados para receberem mais de uma

entrada de temperatura a partir de PT100 e mais de uma medição de corrente. A medição de corrente

pode ser obtida diretamente dos TCs de bucha do transformador ou a partir de TCs auxiliares

instalados no circuito secundário dos TCs de bucha. Geralmente, possuem contatos auxiliares de

saída, além de saídas analógicas que possibilitam a leitura dos valores de temperatura por sistemas

supervisórios ou de monitoramento on-line contínuo.

Características dos indicadores eletrônicos:

Não necessita calibração para garantir a exatidão das leituras;

As medidas são acessíveis eletronicamente;

A vida de um componente eletrônico é geralmente muito menor do que a vida de um

transformador.

Figura 4.19 – Indicador eletrônico de temperatura do enrolamento

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Sonda de temperatura de fibra ótica

As sondas de temperatura de fibra ótica podem ser encaixadas diretamente no enrolamento enquanto

o transformador está sendo fabricado e possibilitam a medição direta do ponto mais quente do

transformador, de acordo com o projeto do equipamento. Estas fibras são conectadas a um indicador

eletrônico. Sondas de temperatura de fibra ótica podem ser usadas para validar o projeto térmico do

transformador durante o ensaio de aquecimento e sobrecarga.

Características da sonda de temperatura de fibra ótica:

Medida exata localizada no ponto mais quente de projeto, podendo ser acessíveis

eletronicamente e sem necessidade de calibração;

Necessidade de acesso interno ao transformador para reparos;

4.5.2 Indicadores de Nível de Óleo

Geralmente os transformadores preenchidos com líquido isolante possuem algum tipo de indicador

que permite a visualização do seu nível que está relacionado com a temperatura do óleo e a do

ambiente.

O sistema é acionado mecanicamente por um flutuador (bóia ou prato) acoplado a uma haste que se

movimenta conforme a variação do nível do óleo, transferindo o movimento a um ponteiro do

mostrador externo.

No indicador magnético de nível a transferência de movimento (entre a parte interna e externa do

tanque) é realizada por imãs permanentes posicionados opostamente e separados por uma flange,

sendo um conectado ao ponteiro do mostrador e outro a haste de acionamento, o que elimina o

contato direto do óleo, reduzindo a possibilidade de vazamentos.

O seu mostrador possui em sua escala uma referência de volume de óleo a 25 ºC, que tem como

função orientar o nível correto na temperatura ambiente. Desta forma também as marcações de

máximo e de mínimo corresponderão aos respectivos volumes nas temperaturas máximas e mínimas

admissíveis.

Um baixo nível do fluido pode provocar a atuação do relé Buchholz. Para evitar essa condição, o

indicador de nível pode ser dotado de contatos de alarme. A correção do nível de óleo deve considerar

as temperaturas do ambiente e do óleo.

Sempre que possível deve-se verificar o correto funcionamento do indicador de nível de óleo,

inspecionando-se a sua caixa de ligações, fiações, vedações, boia e atuação dos contatos de alarme.

Além do indicador magnético mencionado, existe também a possibilidade de utilização de tubos de

vidro para indicação do nível de óleo. Neste caso é necessário adotar ações de manutenção quanto a

limpeza e ausência de trincas.

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Figura 4.20 – Indicador de nível de óleo

4.5.3 Relé Detector de Gás tipo Buchholz

O dispositivo constitui um dos principais acessórios de segurança e proteção intrínseca utilizados em

transformadores isolados a óleo e dotados de tanque de expansão.

O Relé Detector de Gás tipo Buchholz é um dispositivo eletromecânico e tem por finalidade proteger

continuamente o equipamento, visando detectar situações de formação de gases e a presença de

fluxo anormal do liquido isolante. É constituído por sistemas de boias responsáveis pela atuação dos

contatos de alarme e desligamento, com as seguintes funções:

Reter gases gerados no interior do equipamento, produzindo um alarme (1º nível) quando o

gás retido na câmara alcança um volume pré-ajustado de acordo com o tamanho do rele (de

100 a 300 cm³);

Responder a um deslocamento rápido do liquido isolante, devido a ocorrência de uma falha

interna no equipamento. O fluxo de óleo gerado atingindo o valor calibrado no Relé Detector de

Gás tipo Buchholz (ajuste entre 0,8 a 2m/s) acionará o contato referente ao desligamento (2º

nível) e deve interromper o funcionamento do transformador;

Os contatos também atuarão pela perda de óleo isolante (vazamento).

O Relé Detector de Gás tipo Buchholz é instalado em série com a tubulação que interliga o tanque

principal com o tanque de expansão de óleo do equipamento. Uma seta gravada em alto relevo, na

carcaça e tampa do rele, indica o sentido correto para a sua instalação (do tanque para o

conservador). Pode ser instalado em outros locais que tenham expansão de óleo, tais como,

compartimentos separados do comutador e seletor de taps.

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Não é projetado para atuação com a movimentação normal do óleo provocada por dilatações e

contrações térmicas, por efeito eletrodinâmico das bobinas e pelo fluxo reverso (deslocamento do

óleo do conservador para o tanque), porém em transformadores com bombas de circulação forçada

de óleo, que eventualmente possam provocar pico de velocidade no deslocamento do óleo, durante o

seu ciclo de partida ou parada, uma regulagem especial deve ser efetuada na fábrica, para que o relé

não atue indevidamente nestas situações.

Os Relés Buchholz que possuem contatos de mercúrio (substância tóxica e nociva ao meio ambiente)

são suscetíveis a alarmes e atuações indevidas causadas por vibrações. Existem relés com contatos do

tipo magnético (reed switch) acionados por imãs permanentes e resistentes a vibração, abalo sísmico

e choque.

O relé dispõe de um registro para desaeração e coleta de gás. Pode ser equipado com uma tubulação

fina do registro do Relé Detector de Gás tipo Buchholz até um receptor de gás ao nível do solo, sendo

possível tirar amostras sem a necessidade de desligamento do transformador. Possui um dispositivo

de teste manual para acionamento dos contatos de alarme e de desligamento, que também pode ser

usado para travar o mecanismo interno móvel do relé durante o transporte.

Para atendimento a norma brasileira ABNT NBR 12456, os relés podem ser fornecidos com uma

blindagem magnética que garante a sua imunidade contra efeitos externos de campos magnéticos.

No momento da especificação do Relé Detector de Gás tipo Buchholz deve ser considerado: Diâmetro

interno e externo das tubulações; furação dos flanges; distancia entre faces; tipo de vedação;

material da bóia, número e calibração dos contatos.

Figura 4.21 – Figuras ilustrativas de um Relé detector de Gás tipo Buchholz

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4.5.4 Dispositivo de Alívio de Pressão

O dispositivo de alivio de pressão tem como objetivo minimizar o dano causado por um aumento de

pressão interna, que pode ser súbito ou lento, decorrente de uma falha interna ou de um defeito no

sistema de preservação do líquido isolante.

O dispositivo de alívio de pressão é uma válvula instalada no tanque principal do equipamento,

composta de um disco metálico sob pressão de mola e calibrado para permitir a descarga do líquido

isolante em caso de pressão acima do estabelecido. É projetado para fechar automaticamente após a

normalização da pressão, impedindo saída em excesso de óleo. Sua atuação é indicada localmente

através de dispositivo de sinalização mecânica e remotamente através de contatos elétricos, podendo

ter função de alarme ou desligamento. Os rearmes devem ser feitos manualmente.

Além da válvula mencionada, existem transformadores que possuem um tubo na forma de chaminé,

mais alta que o tanque de expansão e fechado por uma membrana metálica ou de vidro, concebido

para romper no caso de uma pressão elevada. Pode ainda ter uma lamina na extremidade com um

interruptor de posição para sinalização no caso de atuação.

4.5.5 Indicador de Fluxo

Os indicadores do fluxo do óleo são utilizados em transformadores que utilizam bombas de circulação

forçada de líquido isolante para indicar a vazão nos circuitos de resfriamento. São instalados nas

tubulações do conjunto formado entre o radiador ou trocador de calor e a bomba, podendo ser

analógicos ou digitais.

O princípio de funcionamento do indicador analógico consiste em um sistema de palheta fixada a um

eixo móvel orientado para a direção do fluxo, a vazão do óleo gerada pela bomba faz movimentar o

eixo da paleta, transmitindo esse movimento do eixo ao ponteiro indicador através de imãs

permanentes, acoplados magneticamente. Esse acoplamento magnético possibilita a remoção da

parte frontal sem vazamento de óleo da tubulação, pois há uma parede que isola a parte interior do

tubo ao lado externo.

O princípio de funcionamento do indicador digital é semelhante ao analógico tendo como diferença a

existência de um elemento de detecção que varia uma resistência dependendo do fluxo do líquido

isolante, alterando o nível do sinal de corrente enviado ao indicador a partir de um transdutor,

sinalizando sua circulação. Normalmente possuem conjuntos de contatos elétricos, que podem ser

utilizados nos sistemas de supervisão e controle.

Figura 4.22 – Indicador de fluxo analógico.

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4.6 Armário de Controle

No armário de controle é onde estão instalados os dispositivos do sistema de controle e supervisão do

transformador. Fica localizado ao lado do tanque principal e os seus principais componentes são:

Fiação e blocos terminais;

Terminais dos enrolamentos dos transformadores de corrente (TC), de potencial (TP), sensores,

fusíveis, disjuntores, contatores e relés;

Filtro, resistência de aquecimento para evitar a condensação, exaustor para manter o armário

de controle em condições climáticas adequadas para o funcionamento dos dispositivos e

componentes instalados;

Dispositivo de supervisão local;

Dispositivos de monitoramento digital.

Em alguns casos, a modernização do armário de controle é exigida antes que o transformador alcance

o fim da sua vida útil. Em determinadas regiões mais frias do Brasil, é importante que as resistências

de aquecimento do armário de controle sejam mantidas ligadas sempre que o transformador

permanecer armazenado ou desenergizado por longo período.

Figura 4.23 – Armário de controle

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4.7 Transformadores de Corrente

Os Transformadores de Corrente (TCs) de bucha são dispositivos tipo toroidal, instalados em

transformadores para obter a corrente secundária com valores proporcionais às do circuito primário,

necessária para a operação dos sistemas de medição instantânea, proteção e controle do

equipamento. Os TCs utilizados em transformadores apresentam características como relação de

espiras, classes de exatidão e capacidade de corrente, de acordo com a sua aplicação.

A instalação típica dos TCs é feita no interior do tanque do transformador em volta da parte inferior

da bucha e abaixo do flange.

Figura 4.24 – Instalação típica de TC em transformador.

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4.8 Comutadores de Derivação em Carga

4.8.1 Geral

Os comutadores de derivação são dispositivos que variam a relação de espiras de um transformador,

regulando a sua tensão de operação. Os comutadores de derivação podem ser divididos em dois tipos

fundamentais:

Comutadores de derivação em carga;

Comutadores de derivação desenergizado.

O comutador de derivações em carga é projetado para alterar a posição de derivação e, portanto,

variar a relação de transformação do transformador enquanto ele está energizado e em carga,

executando esta função sem qualquer interrupção de energia. Esse processo é feito com dispositivos

operados mecanicamente que selecionam as várias posições de derivação, alterando as correntes de

carga e os degraus de tensão.

O comutador de derivações em carga pode ser empregado usando vários princípios de comutação,

sendo que os dois mais comuns são:

Tipo resistivo, com chaveamento de alta velocidade do resistor de transição e;

Tipo reator, com chaveamento de reator de transição (autotransformador preventivo).

4.8.2 Comutador de Derivações em Carga tipo Resistivo.

Os comutadores de derivações em carga tipo resistivo podem ser divididos em dois tipos distintos:

Comutadores de derivação externos (compartimento envolto em ar), conforme descritos em

4.8.2.1;

Comutadores de derivação internos (imerso em líquido), conforme descrito em 4.8.2.2.

A figura 4.25 mostra a sequencia de operações de um seletor de derivações (a) e de uma chave

comutadora (b) de um comutador de derivação em carga do tipo resistivo.

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(a)

(b)

Figura 4.25 – Sequência de operações de um seletor de derivações (a) e de uma chave comutadora (b) em um comutador de derivações em carga do tipo resistivo. @ Copyright Axel Kramer

No comutador de derivações em carga tipo resistivo, o número de operações por hora é limitado pela

dissipação de calor no óleo pela resistência de transição (tipicamente 150 operações por hora).

4.8.2.1 Comutador de Derivações em Carga tipo Resistivo Externo.

Estes comutadores de derivação estão contidos em seus próprios tanques e montados lateralmente ao

transformador. São considerados quatro tipos de arranjos de comutadores de derivação, todos

empregando o princípio de chaveamento de alta velocidade do resistor de transição, conforme

descritos a seguir:

Compartimentos de seletor e comutador único.

Este tipo de comutador de derivações utiliza sistemas de contatos distintos para o seletor de

derivações e chave comutadora combinados em um único compartimento com líquido isolante, isolado

do tanque do transformador para impedir que haja contaminação do óleo do mesmo. As derivações

do transformador são levadas para os contatos do comutador através de uma barreira estanque ao

líquido isolante.

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Compartimentos de seletor e comutador separados.

Este tipo de comutador de derivações possui dois compartimentos separados, um para a pré-seleção

das derivações do transformador, chamado de compartimento do seletor de derivações e o outro para

chaveamento em carga chamado de chave comutadora. Os dois compartimentos possuem líquidos

isolantes em câmaras, e ambos também são isolados do líquido isolante principal do transformador,

embora o compartimento do seletor de derivações e o tanque principal possam compartilhar o mesmo

conservador. As derivações do transformador são levadas para os contatos do seletor através de uma

barreira estanque ao líquido isolante. O compartimento do seletor de derivações contém líquido isento

de contaminações que lhe permita suportar as elevadas tensões entre os contatos. O compartimento

da chave comutadora isola o liquido carbonizado e gases.

A figura 4.26 representa os tipos de comutadores resistivos com compartimentos separados ou

único, ambos montados lateralmente ao transformador. Cabe a ressalva que no tipo de

compartimento único não existe separação entre a seletora e a comutadora.

1 2

4

5

6

3 IEC 1390/04

Figura 4.26 – Comutador tipo resistivo externo, com compartimentos separados (ou único) para a seletora e comutadora

Na figura 4.26 encontram-se representados: 1-Enrolamentos do transformador; 2-Cabos de

derivação; 3-Barreira estanque ao liquido e gases; 4-Compartimento da chave comutadora; 5-

Mecanismo de acionamento e 6-Compartimento do seletor de derivações.

Comutador de derivações com chave seletora.

O comutador de derivações com chave seletora tem como principal característica a utilização de

contatos comuns aos processos de seleção e comutação. Utiliza um único compartimento, imerso em

líquido isolante e normalmente fixado lateralmente ao transformador. Novamente as derivações do

transformador são levadas para os contatos do comutador de derivações através de barreira

estanques ao líquido. A figura 4.27 representa este tipo de comutador de derivação.

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1

2

4

5

3

IEC 1391/04 Figura 4.27 – Comutador de derivações com chave seletora

Na figura 4.27 encontram-se representados: 1-Enrolamentos do transformador; 2-Cabos de

derivação; 3-Barreira estanque ao liquido e gases; 4-Compartimento da chave seletora e 5-Mecanismo

de acionamento.

Comutador de derivações interno com montagem separada

Utilizando um comutador de derivações interno em um compartimento separado com uma barreira

estanque ao líquido entre o comutador de derivações e o transformador, teremos um tipo de

comutador de derivações com montagem separada. O líquido do seletor de derivações é totalmente

isolado do transformador, embora o compartimento do seletor e o tanque principal possam

compartilhar o mesmo conservador. A figura 4.28 representa este tipo de comutador de derivação.

1 2 3 4 6 5

IEC 1392/04 Figura 4.28 – Comutador de derivações interno com montagem separada.

Na figura 4.28 encontram-se representados: 1- Enrolamentos do transformador; 2- Cabos de

derivação; 3- Barreira estanque ao liquido e gases; 4-Seletor de derivações; 5-Chave comutadora e 6-

Mecanismo de acionamento.

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Características da montagem externa do comutador de derivações em carga.

Maior facilidade para a manutenção devido ao acesso por completo ao comutador de

derivações e todos os contatos obtido pela retirada das tampas de inspeção;

Como o seletor está sempre em uma câmara separada, a análise cromatográfica do líquido

isolante do transformador não é afetada pela passagem dos contatos do seletor;

O monitoramento dos compartimentos separados pode levar ao diagnóstico precoce de

problemas no seletor, permitindo diferenciar entre defeitos do mesmo e os principais defeitos

no transformador;

Devido às questões de níveis de isolamento, montagens externas de comutadores de

derivações em carga têm sua aplicação limitada a transformadores de tensões inferiores a 145

kV.

4.8.2.2 Comutador de Derivações em Carga tipo Resistivo Interno

Estes comutadores de derivações estão internamente ao transformador, normalmente com sua

instalação fixada na tampa do transformador. O conjunto formado por um seletor de derivações e

uma chave comutadora (ou também chave seletora) é conhecido por coluna, podendo ser constituída

de uma, duas ou três fases.

Para algumas aplicações de transformadores trifásicos ligados em triângulo, podem ser utilizadas duas

colunas, sendo uma monofásica e uma bifásica.

Estes comutadores podem ser classificados em três tipos:

Seletor de derivações e chave comutadora separados.

Neste tipo de comutador, os seletores de derivações operam no mesmo líquido isolante do

transformador e a chave comutadora em um recipiente próprio. O seu princípio de funcionamento

baseia-se na existência de dois anéis seletores por fase, sendo um contendo as derivações ímpares e

o outro contendo as derivações pares, e braços de contatos móveis que selecionam radialmente uma

derivação pré-selecionada, sem fluxo de corrente antes que a chave comutadora mude para essa

derivação.

Geralmente a chave comutadora é montada em um compartimento isolado, com a função de isolar os

gases provenientes do arco e o liquido isolante carbonizado, e com um conservador próprio. A figura

4.29 ilustra este tipo de arranjo.

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1 2 3 5 4 IEC 1393/04

Figura 4.29 - Seletor de derivações e chave comutadora separados.

Na figura 4.29 encontram-se representados: 1-Enrolamentos do transformador; 2-Cabos de

derivação; 3-Seletor de derivações; 4-Chave comutadora e 5-Mecanismo de acionamento.

Comutador de derivações com Chave seletora (interna)

O Comutador de derivações com chave seletora interna realiza a seleção e o chaveamento no mesmo

compartimento utilizando os mesmos contatos e imerso no mesmo líquido isolante. Os contatos fixos

são montados radialmente, ao redor de um compartimento vertical isolado, com as suas fases (no

caso de mais de uma fase) montadas uma sobre a outra. O liquido carbonizado e os gases são

separados do liquido do tanque do transformador através de um compartimento estanque. Os

contatos móveis são fixados a um mecanismo de transmissão central isolado, como mostra a figura

4.30.

1 2 3 5 4 IEC 1394/04

Figura 4.30 - Comutador de derivações com chave seletora interna.

Na figura 4.30 encontram-se representados: 1-Enrolamento do transformador; 2-Cabos das

derivações; 3-Terminais da chave seletora; 4-Terminais pré-seletor e 5-Mecanismo de acionamento.

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Seletor de derivações e chave comutadora separados em compartimento único.

O princípio de funcionamento deste comutador é similar ao do tipo seletor de derivações e chave

comutadora separados, descrito no item 4.8.2.1, porém ambos os conjuntos de contatos estão

localizados no mesmo compartimento.

Características de comutadores de derivações em carga internos.

Maior aplicação em transformadores de classes de tensão acima de 145kV.

Permite que o comutador de derivações seja conectado ao transformador no inicio do processo

de fabricação.

Comparativamente com o comutador de derivação externo possui um menor volume de óleo.

Como o seletor é montado internamente ao tanque principal do transformador, a análise

cromatográfica do líquido isolante do transformador pode ser afetada pela passagem dos

contatos do seletor.

4.8.3 Comutador de Derivações do tipo Reator

Comutadores de derivações do tipo reator normalmente são projetados para serem aplicados no

enrolamento de baixa tensão dos transformadores e podem ser divididos em dois diferentes tipos:

Comutador de derivações externo (envolto em ar), conforme descritos em 4.8.3.1;

Comutador de derivações interno (imerso em líquido isolante), conforme descrito em 4.8.3.2.

A figura 4.31 mostra a sequencia de operações de um seletor de derivações e de uma chave

comutadora de um comutador de derivação em carga do tipo reator.

Figura 4.31 - Sequencia de operações de um seletor de derivações e de uma chave comutadora de um

comutador de derivação em carga do tipo reator. @ Copyright Axel Kramer

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Estes comutadores de derivações são montados em seu próprio tanque e posicionados em qualquer

parede do transformador. As derivações do enrolamento de regulação do transformador são

conectadas ao seletor através de uma barreira estanque, isolando do tanque principal do

transformador e permitindo analisar a cromatografia do líquido isolante separadamente tanto do

comutador como do transformador. São considerados três tipos de arranjos de comutadores de

derivações.

Chave comutadora e seletor de derivações.

Este tipo de comutador consiste de um pré-seletor e seletor de derivações, projetado para selecionar

a derivação, e chave comutadora, projetada para interromper ou estabelecer corrente, realizando a

comutação com formação de arcos. Estes dispositivos são normalmente localizados em um único

compartimento.

Comutador de derivações com chave seletora.

Este tipo de comutador de derivações irá incorporar uma chave seletora que realiza as funções de

interromper ou estabelecer corrente e selecionar a derivação, combinando as funções de um seletor

de derivações e uma chave comutadora. A chave seletora e o pré-seletor, se existentes, são

localizados no mesmo compartimento.

Interruptor a vácuo (com contatos by-pass) e seletor de derivações.

O projeto deste comutador de derivações consiste de um único compartimento com líquido isolante

contendo um pré-seletor, um seletor de derivações e um interruptor a vácuo instalado por fase.

Adicionalmente, eles podem ser equipados com contatos by-pass, geralmente projetados para operar

quando o comutador de derivações não está realizando uma operação. Devido à utilização do

interruptor a vácuo para realizar a interrupção de corrente no processo de comutação, a carbonização

do liquido isolante é minimizada.

Comutador de derivações tipo reator interno.

Estes projetos são usados exclusivamente em reguladores de tensão. O comutador de derivações é

instalado internamente ao tanque principal do transformador e normalmente localizado na sua parte

superior, adjacente ao autotransformador preventivo (reator).

Este tipo de comutador de derivações incorpora uma chave seletora de transferência de carga a qual

realiza a função de transferir corrente e selecionar a derivação. As derivações do transformador são

conectadas aos contatos do comutador que estão localizados em uma placa isolada.

Como a comutação é realizada no mesmo tanque dos enrolamentos do transformador, o liquido

isolante deve ser freqüentemente analisado para garantir a integridade dielétrica do transformador,

portanto deve-se considerar a carbonização do liquido isolante no tanque principal do transformador.

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4.8.4 Tipos de Conexão de Comutadores de Derivação em Carga

Os tipos de conexão dos comutadores de derivação em carga podem ser os seguintes:

Centro (neutro) dos enrolamentos conectados em estrela: Utilizado um comutador de

derivações em carga mais compacto e de menor custo, frequentemente uma única coluna

trifásica é suficiente. O nível mais baixo associado da isolação também permite intervalos mais

longos entre a manutenção.

Enrolamentos conectados em delta ou na extremidade da linha: Neste caso uma única

coluna trifásica não é apropriada e preferivelmente o comutador de derivações deve ser

composto de três colunas monofásicas. Os custos de manutenção são mais elevados e o nível

mais elevado da isolação (devido a sua localização) exige uma manutenção mais criteriosa no

que se refere a qualidade do líquido isolante.

Existem conexões alternativas para reduzir o esforço de tensão no comutador de derivações em

carga: instalação no enrolamento médio e a conexão através de um transformador série (booster).

4.9 Comutadores de Derivações Desenergizado

O comutador de derivações desenergizado é projetado para mudar a posição da derivação e

consequentemente variar a relação do transformador enquanto o mesmo está desenergizado.

Os contatos fixos podem ser dispostos em uma configuração circular (para tipos rotativos) ou em

linha (para tipo linear). Normalmente o mecanismo de acionamento é manual, porém mecanismos

motorizados também são utilizados.

Estes comutadores podem operar em uma posição por longo período de tempo, eventualmente

formando nos contatos carbono pirolítico. Recomenda-se que quando da necessidade de mudança de

relação do transformador seja realizada alguns ciclos de comutação para limpeza dos contatos,

medição de relação e resistência ôhmica na derivação em que o equipamento será energizado.

Este tipo de comutador é geralmente montado dentro do tanque do transformador, com o mecanismo

de acionamento montado na sua tampa ou tanque principal.

4.10 Líquido Isolante para Comutadores de Derivação

Geral

Os comutadores de derivações descritos anteriormente neste capítulo requerem um liquido para uso

como isolante ou como extintor de arco durante uma comutação. Geralmente é utilizado o óleo

mineral isolante, porém outros tipos de líquidos isolantes podem ser utilizados, como por exemplo, o

óleo vegetal (Éster Natural), com os cuidados necessários para garantir a compatibilidade com o

comutador de derivações em consideração.

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Aplicação em comutador de derivações em carga

O liquido utilizado para comutadores de derivações em carga, possui as funções de isolação elétrica e

extinção de arco, atuando também como lubrificante e refrigerante. O liquido isolante é essencial para

a operação mecânica do comutador de derivações devido a sua lubrificação requerida. É recomendado

que o fabricante do comutador de derivações seja consultado antes de operar mecanicamente o

comutador de derivações quando desenergizado e em um ambiente sem liquido isolante.

Outros líquidos que às vezes são utilizados em transformadores por motivos ambientais e de

segurança, podem não ser compatíveis com o comutador de derivações. Fluidos de silicone possuem

propriedades lubrificantes inadequadas, assim como não são capazes de extinguir arcos e, portanto

não são utilizados em comutador de derivações. Ésteres sintéticos e parafinas de alto peso molecular

(HMW) possuem adequadas propriedades lubrificantes e de extinção de arcos, podendo ser

compatíveis com alguns comutadores de derivações em carga. Quando outro líquido que não seja o

óleo mineral de transformadores é considerado, o fabricante do comutador de derivações deve ser

consultado para garantir a compatibilidade.

Aplicação em comutador de derivações desenergizado.

Diferentemente de comutadores de derivações em carga, comutadores de derivações desenergizados

não requerem extinção de arco ou boas propriedades lubrificantes, assim como baixas temperaturas

que influenciam na viscosidade do líquido não são importantes para sua operação. Por estas razoes, o

uso de diferentes tipos de fluidos são possíveis.

Quando outro liquido que não o óleo mineral é considerado, o fabricante do comutador de derivações

deve ser consultado para garantir a compatibilidade.

Filtragem do óleo do comutador

O filtro do óleo do comutador é utilizado durante a operação normal do transformador e tem a função

de remover partículas e umidade (em alguns casos) do líquido isolante da chave comutadora ou

seletora, devido a natural carbonização ocorrida através do processo de comutação.

No comutador de derivações em carga, no qual é implementado filtro de óleo, existe um benefício

direto em permitir, após analise da aplicação por parte do fabricante do comutador de derivação em

carga, um aumento no intervalo do tempo ou número de operações entre as manutenções

preventivas. Entretanto, uma limitação principal na possibilidade de aumentar estes intervalos será o

desgaste mecânico das peças que exige a substituição de partes após um determinado número de

operações.

Espera-se que os benefícios da utilização do filtro do óleo sejam mais evidentes para as seguintes

aplicações:

Comutadores de derivações em carga para aplicações com alta corrente;

Comutadores de derivações em carga colocados em enrolamentos conectados em delta ou na

extremidade da linha;

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Número anual elevado de operações (transformadores de conversor HVDC e de forno).

Para a aplicação em transformadores, onde geralmente é esperado um número reduzido de

comutações, o critério de tempo determina o intervalo entre as manutenções.

Normalmente, a filtragem de óleo não é usada em comutador de derivações em carga conectado no

neutro.

Um benefício derivado da filtragem do óleo é um ambiente mais limpo para o trabalho de

manutenção.

4.11 Parte Ativa do Transformador

A parte ativa de um equipamento de transformação é composta principalmente por enrolamentos,

núcleo e ferragens.

Constitui-se de um conjunto mecanicamente rígido, capaz de suportar condições adversas de

funcionamento. A figura 4.32 ilustra os componentes da parte ativa de um transformador.

Figura 4.32 – Componentes da parte ativa de um transformador.

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4.11.1 Núcleo do Transformador O núcleo se destina a prover o acoplamento magnético entre os enrolamentos do transformador,

promovendo um caminho de baixa relutância para as linhas de força do campo magnético.

É constituído por material ferromagnético de alta permeabilidade, que contém em sua composição o

silício, que lhe proporciona características excelentes de magnetização e perdas. Porém, esse material

é condutor e estando sob a ação de um fluxo magnético alternado, dá condições de surgimento de

correntes parasitas. Para minimizar este problema, o núcleo, ao invés de ser uma estrutura maciça, é

construída pelo empilhamento de chapas finas e isoladas entre si por um verniz (carlite).

As peças metálicas da prensagem são isoladas do núcleo e entre si, para minimizar as correntes

parasitas, que aumentariam sensivelmente, as perdas em vazio, podendo ocasionar a falha do

equipamento. Estas chapas de aço, durante a sua fabricação, recebem um tratamento especial com a

finalidade de orientar seus grãos. É esse processo que torna o material adequado à utilização em

transformadores, devido à diminuição de perdas específicas. É também com a finalidade de diminuir

as perdas, que nessas chapas são feitos cortes a 45º nas junções entre o jugo e perna, ver figura

4.33.

Figura 4.33 – Detalhamento do corte de 45º do núcleo.

Nos transformadores de potência, utiliza-se basicamente dois tipos de núcleo:

Núcleo envolvido (shell type): Os enrolamentos são colocados sobre as colunas do núcleo e

envolvem o respectivo circuito magnético.

Núcleo envolvente (core type): Os enrolamentos envolvem o respectivo circuito magnético,

ficando porém, também envolvidos por este. Normalmente são utilizados em transformadores

monofásicos e utilizam menor quantidade de óleo isolante em relação aos transformadores com

núcleo envolvido.

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(a) (b)

Figura 4.34 – Núcleos do shell-type ou núcleo envolvido (a) e core-type ou núcleo envolvente (b).

O núcleo de um transformador não requer manutenção preventiva. Para finalidades de diagnóstico, as

conexões de aterramento das laminações do núcleo e dos frames do núcleo devem ser trazidas a um

ponto externamente acessível, de modo que um teste de resistência de isolamento possa ser

executado sem a necessidade de drenar o óleo e entrar no tanque do transformador. Danos no

isolamento do núcleo causarão o fluxo de correntes de circulação e aquecimento, causando geração

de gases que poderiam mascarar outros problemas no transformador ou até mesmo transformar-se

em problemas mais sérios no núcleo. Para impedir a circulação das correntes, alguns fabricantes do

transformador introduzem uma resistência no circuito do aterramento do núcleo. O resistor mantém o

núcleo conectado à terra, mas limita a circulação de corrente no caso de ocorrer um problema com a

isolação do núcleo. Esta solução poderia também ser adaptada a outros transformadores que

desenvolvem um problema de circulação das correntes no aterramento do núcleo.

4.11.2 Enrolamentos

Usualmente os enrolamentos são constituídos por condutores de cobre envolvidos por material

isolante, sendo que o material isolante mais utilizado é o papel kraft. Os enrolamentos normalmente

são apoiados em discos isolantes de papelão e separados entre si por cilindros do mesmo material. Os

enrolamentos são bobinados em cilindros concêntricos, que são montados em colunas do núcleo

durante a etapa de ligação da parte ativa. Há casos em que o isolamento é composto de verniz ou

outro material sintético.

Disposição do enrolamento

Os transformadores podem possuir vários enrolamentos, porém mais comumente possuem dois

(primário e secundário) ou três (primário, secundário e terciário), além destes, quando o

transformador for regulador, haverá o enrolamento de regulação. Cada enrolamento é caracterizado

pelos seguintes parâmetros: tipo construtivo, número de espiras, tamanho e formas dos condutores,

da isolação dos condutores, tubos de refrigeração, dos cilindros de isolamento e de barreiras de

isolamento. As bobinas concêntricas são enroladas tipicamente sobre os cilindros com os espaçadores

em sua superfície para formar dutos entre os condutores e o cilindro. O fluxo do líquido através dos

enrolamentos pode ser baseado apenas na convecção natural ou ser parcialmente direcionado através

do uso de guias de óleo estrategicamente localizadas no enrolamento.

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Existem diversos tipos de enrolamentos, porém os tipos básicos são os três a seguir:

Cilíndrico (ou Camadas) – O condutor é bobinado de forma contínua sobre o cilindro,

mantendo as espiras adjacentes. Devido às suas características, são utilizados normalmente

como terciários, que operam para compensação de harmônicas ou como enrolamentos para

prover derivações em transformadores com comutadores;

Helicoidal - Consiste em diversos condutores empilhados na direção radial e enrolados em

forma de espiral. Difere do enrolamento cilíndrico por não ser apoiado diretamente sobre o

cilindro base, mas tendo espaçadores axiais e espiras separadas por espaçadores radiais.

Utilizados para correntes elevadas e tensões baixas;

Disco - Composto por várias bobinas elementares, denominadas seções, em forma de disco

que são ligadas em serie e separadas entre si por espaçadores radiais. Possui grande faixa de

aplicação de tensão e corrente.

Além dos tipos básicos acima, existe grande variedade de enrolamentos derivados destes, exemplo:

disco entrelaçado, multicilindricos, duplo helicoidal, etc.

Hélice : usado para enrolamentos com poucas espiras e vários fios em paralelo

Disco : usado para enrolamentos com muitas espiras e poucos fios em paralelo

Camada (Hélice): usado para enrolamentos de regulação

Figura 4.35 – Tipos de enrolamento de transformador.

Os parâmetros do enrolamento são determinados em conjunto com as características do

transformador e a necessidade de prover suportabilidade adequada às sobretensões e curto-circuitos,

boa resistência térmica, projeto térmico aceitável e perdas em carga otimizadas. O material básico do

condutor para os enrolamentos do transformador de potência é fio isolado de cobre ou alumínio numa

forma retangular. O alumínio é mais leve e seu custo é inferior ao do cobre, porém, a área da seção

transversal do condutor de alumínio deve ser maior em relação ao cobre para se conseguir o mesmo

desempenho de corrente, aumentando as dimensões do transformador. Geralmente o material

empregado é o cobre, devido à melhor capacidade de condução de corrente.

A seção da espira (um ou vários condutores paralelos) depende da corrente nominal do enrolamento

e o número de espiras do enrolamento depende da tensão.

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Dispositivos de prensagem, calços e isolamento

Para que o núcleo se torne um conjunto rígido, é necessário que se utilize dispositivos de prensagem

das chapas. Normalmente esta prensagem é realizada por tirantes ou bandagens (cintas). Podem

ainda estar projetadas para suportar o comutador, os pés de apoio da parte ativa, suporte das

derivações e ainda o dispositivo de fixação da parte ativa no tanque.

Os calços normalmente são constituídos de papelão (presspan), fenolite e madeira prensada

(permawood), tem como finalidade propiciar a circulação de óleo isolante, prensar os enrolamentos e

servir como apoio da parte ativa.

O isolamento se faz necessário nos pontos da parte ativa onde a diferença de potencial seja

expressiva, ou seja, nos condutores, entre camadas dos enrolamentos, entre enrolamentos, entre

fases e entre enrolamentos e massa.

Além do óleo isolante, outros materiais isolantes também são utilizados em transformadores:

Papel Kraft: Usado para realizar a isolação dos condutores;

Papel termoestabilizado: Usado também para realizar a isolação de condutores, quando se

deseja maiores resistências a altas temperaturas;

Poliamida (nomex): Os calços são usados como espaçador, enchimento de bobinas e

isolamento de terminais. O papel também é utilizado no isolamento de condutores, quando se

deseja maiores resistências a altas temperaturas;

Madeira prensada (permawood): Usada geralmente como calços e em locais onde se requer

resistência a solicitações mecânicas;

Papelão prensado (presspan): Utilizado como cilindros, enchimentos, calços e suportes;

Fibra de vidro: Normalmente utilizado como invólucro de comutadores;

Pastilhas Cerâmicas: Utilizados como canais de refrigeração do núcleo.

A figura 4.36 mostram diversos exemplos de materiais isolantes.

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(a) (b)

(c) (d)

Figura 4.36 – Materiais isolante utilizados na fabricação de transfomraodres: Presspan (a), Permawood (b), Papel termoestabilizado (c) e Pastilhas de cerâmica (d).

4.12 Óleo Isolante

A filosofia deste guia de manutenção é fornecer aos usuários uma base, tão ampla quanto disponível,

para a compreensão da deterioração da qualidade do óleo, de modo que decisões bem

fundamentadas possam ser tomadas com relação às práticas de inspeção e manutenção.

Há uma ampla variação de procedimentos e critérios, sendo possível, entretanto, comparar o valor e

significado dos ensaios padronizados para o óleo e recomendar critérios uniformes para avaliação dos

dados de ensaios.

Se um determinado grau de deterioração for ultrapassado, haverá inevitavelmente algum prejuízo das

margens de segurança e a questão do risco de falha prematura deve ser considerada. Enquanto a

quantificação do risco pode ser difícil, um primeiro estágio envolve a identificação dos efeitos

potenciais do aumento da deterioração. A compreensão do processo de deterioração da qualidade do

óleo é fundamental na tomada de decisões.

O óleo deve apresentar rigidez dielétrica adequada para suportar as solicitações elétricas impostas em

serviço, bem como características adequadas de condutividade térmica, calor específico e viscosidade,

para que sua capacidade de transferência de calor seja eficiente para o equipamento. Deve ter ponto

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90

de fulgor e combustão suficientemente altos para atender aos requisitos de segurança.

Devemos ter consciência que os óleos minerais, são recursos limitados e devem ser manuseados com

critério. A maioria das legislações considera o óleo como rejeitos controlados. Se ocorrerem

derramamentos, isso poderá ter impacto negativo sobre o meio ambiente, especialmente se o óleo

estiver contaminado por poluentes orgânicos persistentes, tais como as bifenilaspolicloradas (PCB).

NOTAS:

Transformadores que contém óleo contaminado com PCB o impacto ambiental é um fator

crítico a ser considerado, assim como a legislação. Havendo suspeita de contaminação com PCB

devem ser realizadas análises específicas e a interpretação dos resultados devem ser utilizadas

na avaliação do risco para serem consideradas a prevenção e a mitigação dos danos potenciais

ao ambiente e para evitarem-se riscos desnecessários a equipe e ao público;

As empresas devem possuir um inventário de todos os equipamentos em operação ou

armazenados que contenham óleo mineral isolante contaminados com PCB, com os respectivos

volumes, localização, nível de tensão, potência, concentração de PCB, entre outros;

Atenção especial deve ser dispensada a possibilidade de contaminação cruzada;

Transformadores com concentração de PCB superior a 50ppm deverão ser tratados e estas

concentrações deverão estar abaixo deste limite até dezembro de 2025, ver legislação vigente.

Os equipamentos elétricos utilizam basicamente o óleo mineral isolante, o qual este guia explora com

riqueza de informações relevantes para seu conhecimento e monitoramento da condição operativa,

todavia existe um interesse e uso cada vez maior de refrigerantes dielétricos à base de óleos vegetais

(ésteres naturais), e por se tratar de um produto com vantagens em alguns aspectos e desvantagens

em outros, e que pode, ao longo do tempo assumir uma parcela maior de aplicação, pesquisas são

desenvolvidas apresentando novas diretrizes e normas para auxiliar a engenharia de manutenção a

estabelecer condições adequadas para sua utilização segura.

O capítulo 5 deste guia de manutenção apresenta orientações técnicas ao usuário, direcionadas a

servir de base para a preparação de procedimentos específicos e completos, com base nas condições

locais e do melhor compromisso entre os requisitos técnicos e os fatores econômicos.

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5. AÇÕES DE MANUTENÇÃO 5.1 Métodos de Ensaios Elétricos Básicos e Avançados

Os ensaios elétricos básicos ou avançados têm por finalidade garantir as condições das características

funcionais dos transformadores de tal forma que possam entrar em operação segura no sistema,

executando as funções as quais foram construídos.

Considerando o grau de complexidade, os ensaios básicos são os mais comuns, necessários e simples

a serem aplicados nos transformadores no caso de uma intervenção rotineira ou mesmo em um

comissionamento.

Os ensaios avançados, devido à complexidade de sua realização, são aplicados normalmente em

aceitação em fabrica ou em campo quando o transformador passa por uma intervenção de alta

complexidade ou por esforços eletromagnéticos que colocam em dúvida sua capacidade operativa.

5.1.1 Testes Elétricos Básicos

Os testes elétricos básicos a que são submetidos os transformadores tem a finalidade de verificar,

mesmo com tensões de ensaios inferiores as suas tensões nominais, a condição para sua operação

normal, principalmente quanto a sua isolação, condição de condução de corrente, e no caso específico

de transformadores, a relação de transformação. Os tipos de testes básicos comumente adotados são

os seguintes:

Isolamento AC e DC: Verifica a condição da isolação entre os enrolamentos, e desses para a

terra;

Resistência elétrica dos enrolamentos: Verifica a condição de resistência ôhmica dos

enrolamentos, contatos de comutadores, conexões e soldas;

Relação de transformação: Verifica se não há irregularidades nos enrolamentos quanto a

relação entre espiras dos enrolamentos, bem como o comutador de tensão.

5.1.1.1 Resistência de Isolamento DC

Este ensaio consiste em submeter o isolamento a uma tensão contínua DC, normalmente entre 0,5 e

10 kV, e com isso haverá a circulação de um “pequeno” fluxo de corrente, na ordem de

microamperes. Esta corrente depende da tensão DC aplicada, da capacitância do isolamento, da

resistência total, das perdas superficiais, da umidade e da temperatura do material. Podemos afirmar

que, para uma mesma tensão, quanto maior a corrente, menor a resistência. A resistência resultante

medida neste ensaio é a soma da resistência interna do condutor (valor pequeno) mais a resistência

de isolação, que é dividido em três componentes (sub-correntes) independentes:

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Corrente de fuga condutiva (IL)

A Corrente condutiva é uma pequena quantidade de corrente (microampères) que normalmente

flui através da isolação, entre condutores ou de um condutor para a terra. Esta corrente

aumenta à medida que a isolação deteriora-se e torna-se predominante depois que a corrente

de absorção some. Por ser bastante estável e dependente de tempo, é a mais importante

corrente na medição do ensaio de isolamento DC.

Corrente de fuga de carga capacitiva (IC)

Devido ao efeito capacitivo existente entre condutores, ou entre condutor e a terra, uma

corrente de fuga flui através da isolação do condutor. Esta corrente tem curta duração

(somente alguns poucos segundos assim que a voltagem DC é aplicada) e some depois que a

isolação foi carregada eletricamente por completo. Importante ressaltar que em equipamentos

de baixa capacitância, a corrente capacitiva pode ser maior do que a corrente de fuga

condutiva, porém geralmente desaparece até o momento em que começamos a registrar os

dados. Por causa disto, é importante deixar a leitura se fixar antes de registrá-la. Por outro

lado, ao testar equipamentos de alta capacitância, a corrente de fuga de carga capacitiva pode

durar muito tempo antes da leitura se estabilizar.

Figura 5.1 - Componentes de corrente no ensaio de resistência do isolamento DC.

Corrente de fuga de absorção de polarização (IA)

A corrente de absorção é a polarização de moléculas no dielétrico. Em equipamentos de baixa

capacitância, a corrente é alta pelos primeiros segundos e decresce vagarosamente a quase

zero. Ao ensaiar equipamentos de alta capacitância ou isolação com teor de umidade elevado e

contaminada, não haverá decréscimo na corrente de absorção por um longo período.

A interpretação do ensaio de resistência de isolamento DC é realizada comparando valores de

resistência obtidos ao longo do ensaio, que geralmente tem duração de 10 minutos e medições com

intervalos que variam entre 30 segundos a 1 minuto, sendo que a interpretação da curva do gráfico

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irá determinar a condição da isolação. Portanto, um crescimento contínuo na resistência indica boa

isolação, em contrapartida, uma curva uniforme ou decrescente indica isolação degradada.

Além da interpretação das curvas, uma analise muito importante é obtida com a divisão do valor

encontrado com 10 minutos pelo valor obtido com 1 minuto de ensaio, conhecido com índice de

polarização (IA). Um índice de polarização “baixo” indica problemas com a isolação.

Figura 5.2 – Comportamento típico de ensaio de Resistência do Isolamento DC.

TABELA 5.1 - Tabela orientativa para diagnóstico da Isolação de Transformadores

IA (R1min / R30s) IP (R10min/R1min) Condição da Isolação

< 1 < 1 Ruim

1 – 1,4 1 - 2 Duvidoso

1,4 – 1,6 2 - 4 Aceitável

> 1,6 > 4 Boa

5.1.1.2 Ensaio do Isolamento AC (Fator de Potência e Capacitância)

Na medição da resistência de isolamento DC, o resultado obtido consiste na parcela resistiva do

isolamento, sendo que a isolação referente a parte capacitiva não é medida. A medição da isolação da

parte capacitiva é realizada através do teste de fator de potência, que é a relação entre a componente

capacitiva e a resistiva da corrente que flui na isolação, como mostra a figura 5.3.

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Figura 5.3 - Modelo elétrico do isolamento com a parcela capacitiva.

Um valor ruim no fator de potência do isolamento pode ocorrer devido ao envelhecimento natural da

isolação, que pode ser por efeito térmico ou por contaminações tais como umidade e partículas. Estes

fatores também influenciam na capacitância do isolamento do transformador.

Qualquer variação na capacitância do sistema de isolamento resulta em mudanças significativas do

ângulo de fase. Na manutenção periódica pode ser utilizado esse teste como uma ferramenta de

avaliação do estado do isolamento do equipamento. Caso haja aumento do fator de potência ao longo

do tempo em relação a um nível normal, há indicio de provável contaminação do óleo isolante ou

defeito em evolução que deve ser investigado.

Figura 5.4 – Exemplos de capacitância existentes em um transformador.

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5.1.1.3. Resistência Ôhmica dos Enrolamentos

Este teste mede a resistência ôhmica dos enrolamentos do transformador. Não existem valores de

referência, portanto os resultados devem ser comparados com os valores dos ensaios de fábrica, ou

anteriores, e podem dar indicações sobre a existência de espiras em curto-circuito, conexões e

contatos em más condições de condução elétrica.

A medição deve ser efetuada com corrente contínua e não deve ser a superior a 15% da corrente

nominal do enrolamento sob ensaio.

Quando aplicado este ensaio em conjunto com outros, em virtude da polarização do núcleo sugere-se

que este seja o último ensaio a ser realizado.

5.1.1.4. Relação de Transformação (TTR)

A verificação da relação do número de espiras dos enrolamentos do transformador é um recurso

valioso para se verificar a existência de espiras em curto-circuito, de falhas em comutadores de

derivação em carga e ligações erradas de derivações.

Existem vários métodos para execução do teste de relação de espiras, sendo que o método do

transformador de referencia de relação variável, conhecido como TTR, é o mais comum.

Para avaliar se um transformador está com sua relação de transformação normal, os valores lidos no

instrumento de medição devem ser comparados com os teóricos e a variação máxima admissível é +/-

0,5%, em todos os taps de comutação.

O erro percentual é calculado em função da relação lida e da relação teórica, usando a seguinte

formula:

E%: Rl – Rt . 100 Rt

Onde:

E% = erro percentual

Rl = relação lida

Rt = relação teórica

Referência Bibliográfica:

Livro Manutenção de Transformadores em Liquido Isolante de Milan Milasch.

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5.1.2 Testes Elétricos Avançados

5.1.2.1 Medição de Descarga Parcial (DP)

Uma Descarga Parcial (DP) é caracterizada como uma descarga elétrica de pequena intensidade que

ocorre em uma região de imperfeição de um meio dielétrico sujeita a um campo elétrico, onde o

caminho formado pela descarga não une as duas extremidades dessa região de forma completa. A

ocorrência de descarga parcial depende da intensidade do campo aplicado nas extremidades desse

espaço, além do tipo de tensão de teste aplicada (tensão alternada, tensão contínua, sinal transitório

ou impulso).

Nos transformadores algumas fontes de DP incluem bolhas de gás no óleo, contaminações e vácuos

no material de isolação sólida ou partículas metálicas imersas em óleo isolante. O efeito a longo prazo

de DP é destrutivo para sistemas orgânicos da isolação, degradando as propriedades da isolação.

Através da Análise de Gases Dissolvidos (DGA) em transformadores pode-se detectar a ocorrência de

Descargas Parciais ou falhas singulares do isolamento.

A norma IEC 60270 define Descarga Parcial como: “Descargas elétricas localizadas que simplesmente

fazem a ligação parcial entre dois condutores através do isolamento. Descarga Parcial é, em geral, a

consequência de uma concentração de tensão elétrica local no isolamento ou sobre uma superfície de

isolamento. Geralmente, tais descargas aparecem como pulsos com a duração menor que 1 µs”. O

método de teste esboçado nesta norma é uma ferramenta útil, porque é um método sensível e pode

ser calibrado.

As descargas parciais podem ser classificadas de acordo com a natureza da sua origem, tais como:

Descargas Superficiais

Elas ocorrem em gases ou líquidos na superfície de um material dielétrico, normalmente partindo do

eletrodo para a superfície. Se a componente de campo elétrico que tangencia a superfície excede um

determinado valor crítico o processo de descarga superficial é iniciado. Esse processo é conhecido

como trilhamento e pode levar à ruptura completa da isolação.

Descargas Externas

Descargas parciais no ar ambiente geralmente são classificadas como “descargas externas” e

frequentemente chamadas de “descargas por efeito corona”. No início do processo de indução da

tensão, brilho e correntes de descargas podem aparecer. Elas ocorrem em gases a partir de pontas

agudas em eletrodos metálicos em partes com pequenos raios de curvatura. Isto forma regiões nas

vizinhanças dessas pontas com elevado campo elétrico, ultrapassando o valor de ruptura do gás. Esse

processo químico desencadeado por descargas no gás cria subprodutos que são incorporados ao meio

gasoso. Assim os processos no ar ambiente puro podem ser considerados como reversíveis e

geralmente inofensivos. Entretanto, descargas tipo corona no ar geram ozônio causando fissuras na

isolação polimérica. Óxidos de nitrogênio junto com o vapor d’água podem corroer metais e depositar

material condutor em isoladores. Isto causa o trilhamento do material.

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Descargas Internas

As descargas internas ocorrem nos espaços, geralmente vazios preenchidos com gás, presentes nos

materiais sólidos e líquidos usados em sistemas de isolamento. As descargas em isolamentos sólidos

podem ocorrer em cavidades capilares de gás em vazios ou trincas. Também podem se estabelecer

em defeitos da estrutura molecular. Nos isolantes líquidos, as descargas parciais podem ocorrer em

bolhas de gás devido a fenômenos térmicos e elétricos e em vapores de água criados em regiões de

alta intensidade de campo elétrico.

Um tipo particular de descargas internas são as descargas que ocorrem em arborescências elétricas. A

arborescência (treeing) elétrica é um fenômeno de pré-ruptura que ocorre no interior da isolação de

equipamentos elétricos, tais como cabos de potência isolados, tendo sua origem devido à ocorrência

contínua de descargas parciais internas em vazios ou a partir de uma falha no eletrodo. A figura 5.5

mostra fotografias de descargas parciais típicas.

(a) Streamer no ar; (b) Descarga guia no óleo; (c) Arborescência (treeing) elétrica.

Figura 5.5 – Fotografias de descargas parciais típicas

Um aumento significativo do nível de DP ou a taxa de crescimento de DP podem fornecer uma

indicação adiantada para defeitos em evolução e os pulsos de DP geram ondas eletromagnéticas,

sinais acústicos, reações químicas, aquecimento local e sinais óticos.

Diferentes técnicas podem ser usadas para detectar estes fenômenos, tais como:

Medição de Descargas Parciais utilizando-se Sistemas Digitais de Medição;

Medição de Descargas Parciais utilizando-se o Método Acústico;

Medição de Descargas Parciais utilizando-se Ultra Alta Frequência.

Referência Bibliográfica:

Lemke, Eberhard, “Guide for partial discharge measurements in compliance to IEC 60270”, WG

D1.33 – CIGRÉ, 2008.

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Medição de descargas parciais utilizando-se sistemas digitais de medição

Os sistemas digitais de medição de descargas parciais aplicam processamento síncrono de sinais em

múltiplos canais. Isto torna a análise estatística eficiente, sendo possível a discriminação entre os

eventos, sejam descargas parciais ou ruídos e a identificação dos tipos de falhas e sua localização.

Efetua medidas em tempo real de DP contínuas e síncronas em canais múltiplos. A figura 5.6 mostra

um exemplo de um sistema digital de medição de descargas parciais.

PD

V

Figura 5.6 – Representação de esquema microprocessado de medida de descargas parciais.

A figura 5.7 apresenta uma visão ilustrativa de um sinal de descargas parciais dentro da unidade do

sistema, desde a conversão Analógica/Digital do sinal até a extração dos parâmetros do pulso em um

sistema de 3 canais.

Figura 5.7 – Processamento de dados de DP em canais

múltiplos com 3 unidades de aquisição de DP.

A extração dos parâmetros do pulso possibilita velocidades de processamento de dados em tempo

real de até 1,5 × 106 pulsos por segundo. A essa velocidade, os parâmetros selecionados dos pulsos

de três diferentes unidades de aquisição podem ser correlacionados e exibidos em diferentes

diagramas de avaliação:

Diagrama de Relação de Amplitude em 3 Fases (3-Phase-Amplitude-Relation-Diagram –

3PARD);

Diagrama de Relação de Tempo em 3 Fases (3-Phase-Time-Relatio- Diagram – 3PTRD);

Diagrama de Relação de Frequências em 3 Canais (3-Center-Frequency-Relation-Diagram –

3CFRD).

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Cada um desses diagramas separa diferentes origens de tipos de pulsos em agrupamentos. Além

disso, cada agrupamento é selecionável para exibir de volta na configuração PRPD, apresentando uma

única origem de descargas parciais para observar.

Referência Bibliográfica:

Paulino, M. E. C., “Estado da Arte da Medição com Múltiplos Canais Sincronizados para

Avaliação de Descargas Parciais” in Proc. 2010 IEEE Power Engineering Society Transmission

and Distribution Conf., São Paulo, SP, Brazil, 2010.

Medição de descargas parciais utilizando-se o método acústico

A medida da descarga parcial através do método acústico associa o fato de que um sinal acústico é

emitido pela atividade de Descarga Parcial (DP) em consequência das flutuações de pressão causadas

pelas descargas elétricas. Por causa da curta duração dos impulsos de DP, as ondas de compressão

resultantes têm frequências que variam até a faixa de ultra-sons. O espectro da frequência encontra-

se na escala entre diversos Hz e centenas de kHz.

Este método tem uma sensibilidade limitada às falhas de DP nos enrolamentos internos, e sensível ao

ruído que não é gerado pela DP interna. Para melhorar a sensibilidade, este método pode ser

combinado com o método de Medição de Descargas Parciais utilizando-se Sistemas Digitais de

Medição ou com o método de Medição de Descargas Parciais utilizando-se Ultra Alta Frequência. Os

sinais elétricos podem ser usados para provocar o registro de sinais acústicos. A utilização de filtros

reduz a influência de ruídos indesejáveis.

Nos transformadores, as ondas mecânicas geradas pela DP se propagam através do óleo, atingindo as

paredes do tanque internamente. Do lado externo do tanque são instalados sensores piezoelétricos

para a detecção dos sinais acústicos gerados. Usando técnicas de trigonometria, a fonte da emissão

acústica pode ser localizada.

Os sensores possuem diversas características que necessitam de uma correta especificação, sendo

elas:

Número de sensores por transformador: o número de sensores necessários para a detecção de

falhas internas em transformadores varia de acordo com o tamanho do transformador,

quantidade de canais disponíveis e tipo de falha a se detectar. Para a localização mais

aproximada de falhas é necessário um número maior de sensores, de forma que o maior

volume possível do transformador possa ser monitorado;

Pré-Amplificação: este item é de suma importância, pois apenas os sinais acústicos amplificados

são enviados ao hardware de aquisição, eliminando-se os ruídos;

Frequência de operação: fortemente dependente do tipo de falha que se deseja monitorar,

visto que as falhas mecânicas estão associadas às frequências que variam entre 20 kHz e 50

kHz, ao passo que as falhas elétricas variam entre 70 kHz e 200 kHz;

Frequência de ressonância: este parâmetro especifica a frequência onde o ganho de sinal é

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100

máximo. Para um máximo desempenho é necessário que o sensor possua uma frequência de

ressonância em sintonia com o fenômeno que se deseja monitorar. Os sensores mais comuns

possuem frequência de ressonância de 150 kHz

Referência Bibliográfica:

Gonzales, Carlos Guilherme, Silva, Ivan Nunes da, “Sistema especialista inteligente para

diagnóstico de defeitos elétricos internos em transformadores de transmissão utilizando sinais

de emissão acústica e análise de gases” - XXI SNPTEE – Seminário Nacional de Produção e

Transmissão de Energia Elétrica, Florianópolis, SC, Brasil, 2011.

Medição de descargas parciais utilizando-se ultra alta frequência (UHF)

Este método de medição baseia-se no fato de que as Descargas Parciais no óleo são processos

elétricos muito rápidos e irradiam ondas eletromagnéticas com frequências de altíssimo alcance (300-

3000 MHz). Ondas eletromagnéticas são detectáveis com sensibilidade de sondas UHF (figura 5.8).

As sondas podem ser inseridas no transformador através de suas válvulas de enchimento ou janelas

de inspeção.

Figura 5.8 – Sonda UHF

A dissociação dos sinais de Descargas Parciais utilizando-se o método UHF, a partir do interior do

tanque de um transformador de potência requer que os sensores sejam sensíveis aos sinais de UHF.

Os sinais de UHF têm muito menos sensibilidade do que os sinais acústicos, portanto pode ser

vantajoso combinar os dois métodos. Calculando a média dos sinais acústicos e sincronizando aos

impulsos de chegada de UHF, a influência do ruído acústico pode ser reduzida.

A provável localização de DP é conseguida utilizando-se os tempos de curso do sinal acústico

combinado com a forma de onda e do tempo de chegada do sinal de UHF.

Combinando o método UHF com sensor acústico, instrumentação e processamento de dados

adequados, são apresentadas uma série de vantagens, tais como:

Distinção mais fácil entre os sinais internos e externos de DP (efeito do tanque do

transformador atuando como "gaiola de Faraday / blindagem" para a detecção de UHF);

Controle do diagnóstico com um maior entendimento do processo através da comparação com

resultados obtidos em medições baseadas na norma IEC 60270;

Localização geométrica da DP (ou por uma combinação de UHF e método acústico ou a

aplicação exclusiva de um dos métodos, dependendo dos transformadores sob teste);

A dissociação dos sinais de UHF como medição alternativa de DP, pois no óleo são processos

elétricos muito rápidos e irradiam ondas eletromagnéticas com frequências de altíssimo alcance

(300-3000 MHz).

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Em comparação com o método da IEC 60270 apresenta a vantagem de utilizar a faixa de frequência

UHF para a dissociação entre os sinais de DP, e possibilitar a aplicação do método em

transformadores com buchas sem tap capacitivo.

Referência Bibliográfica:

“Sensitivity of UHF PD Measurements in Power Transformers “ - S. Coenen, S. Tenbohlen ,

Universtiät Stuttgart, Pfaffenwaldring 47, 70569 Stuttgart, Germany and S.M. Markalous, T.

Strehl LDIC Diagnostic GmbH Zschoner Ring 9, 01723 Kesselsdorf, Germany.

5.1.2.2 Analise da Resposta em Frequência (FRA)

A metodologia do ensaio da Análise da Resposta em Frequência (FRA), ou Método da Função de

Transferência baseia-se na teoria de controle, onde o comportamento de um sistema linear, invariante

no tempo, de uma entrada e uma saída é estável, pode ser descrito pela resposta ao impulso

aplicado, ou pela sua função de transferência no domínio da frequência, e que representa um circuito

RLC que modela o transformador, por uma rede de parâmetros distribuídos contendo componentes

elétricos passivos sensíveis à variação da frequência, consequentemente, a variação destes

componentes, devido a danos no transformador, pode ser diagnosticada. Neste sentido, o sistema

pode ser caracterizado através da análise do comportamento da resposta a um sinal de excitação de

entrada. Este método apresenta bons resultados e é eficiente em análises realizadas em frequências

maiores que 1 kHz, onde o transformador se comporta de forma linear e o núcleo não possui uma

influência determinante nos resultados.

Este ensaio pode ser utilizado no estudo e avaliação de efeitos lineares no interior de um

transformador, ou seja, efeitos que mantém as características de linearidade do equipamento, como

por exemplo, mudanças mecânicas e elétricas que variam a distribuição interna de capacitâncias e

indutâncias, e, consequentemente, a resposta em frequência do transformador

Este ensaio mede a impedância, admitância e/ou magnitudes de tensão de enrolamentos de

transformadores sob uma grande faixa de frequências, geralmente compreendida entre 10 Hz e 3

MHz. As medições realizadas em transformadores em bom estado fornecem um diagrama de resposta

em frequência de referência ou também denominado no meio técnico “assinatura do transformador”.

Obter esta informação é importante porque é com ela que são comparadas as medições de resposta

em frequência realizadas após a ocorrência de eventos no sistema, que podem ter danificado os

enrolamentos do transformador.

No tocante à comparação entre medições de RF, a mesma é melhor realizada usando-se medições

efetuadas no enrolamento antes e depois da falta, ou seja, comparando a assinatura do

transformador com a medição após o evento no sistema que causou a possível falta. É apropriado que

ambas as medições sejam realizadas com a mesma posição de tap e mesmas condições de ensaio em

foi gerada a assinatura.

Caso as condições de ensaio em que foi gerada a assinatura não sejam possíveis de serem repetidas,

é aconselhável que sejam realizadas medições entre fases do mesmo transformador para uma

avaliação mais confiável, para complementar a comparação com as medições de referência. A

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comparação entre fases é possível em transformadores trifásicos, desde que somente uma das três

fases do transformador esteja danificada. Devido a diferenças na indutância de magnetização entre as

fases, poderão existir diferenças entre diagramas de RF nas baixas frequências. Em médias e altas

frequências, os resultados geralmente são bastante coerentes.

A figura 5.9 ilustra uma medição real de RF para as três fases em um transformador trifásico de 41

MVA, 138-13.8 kV conexão Y/D.

Como pode ser observado, existem pequenas diferenças nas médias e altas frequências e diferenças

significativas nas baixas frequências, portanto, estas diferenças devem ser consideradas na análise da

resposta em frequência entre fases. Para alguns transformadores, análises realizadas entre fases

podem não fornecer resultados muito satisfatórios, devido ou a diferenças na configuração das

ligações no ensaio ou devido aos espaços externos ao enrolamento (RYDER, 2003).

Figura 5.9 – Medição de FRA

A comparação de medições de RF entre transformadores de mesma família também é possível. Um exemplo de

utilização da técnica de FRA para esta situação é no caso de investigar danos em bancos de transformadores

monofásicos. Também para este tipo de comparação, a resposta em baixas frequências pode apresentar grandes

diferenças, entretanto, em médias e altas frequências os resultados tendem a ser satisfatórios (RYDER, 2003).

Existem duas abordagens para injetar o sinal de excitação necessário para realizar a Análise da

Resposta em Frequência, o Método da Resposta ao Impulso (IRM) e o Método da Resposta de

Varredura em Frequências (SFRA) (RYDER, 2001; TENBOHLEN; RYDER, 2003).

Informações complementares são encontradas na brochura técnica CIGRÉ 342 – Mechanical Condition

Assessment of Transformer Windings Using Frequency Response Analysis (FRA), Working Group

A2.26

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103

5.1.2.3 Resposta em Freqüência de Perdas Dispersas (FRSL)

A medição de resposta em freqüência de perdas dispersas (FRSL) é uma ferramenta para determinar

curto-circuitos de fios paralelos em Condutores Transpostos Contínuos (CTC). A parte resistiva da

impedância de curto-circuito é medida ao longo de um intervalo de frequência de 15Hz a 400Hz. As

curvas de resistência das três fases do transformador são comparadas entre si. Os valores de 15 Hz

são muito semelhantes aos valores da resistência de corrente contínua. Se a curva de uma fase é

mais do que 2-3% diferente das outras fases, uma falha de curto-circuito entre os condutores em

paralelo pode ser a razão para este comportamento, podendo causar sobreaquecimentos locais e

consequentes falhas, conforme mostra a figura 5.10.

Figura 5.10 – Sobreaquecimentos locais na bobina

Medidas de impedância pelo método FRSL

Assim, com a medição da reatância de dispersão, podemos obter informações sobre mudanças

sofridas entre os canais de dispersões, devido às altas correntes de curto-circuito circulantes nos

enrolamentos. As medições da reatância de dispersão são realizadas durante o teste de curto circuito.

Durante este teste, a relutância encontrada pelo fluxo magnético é determinada pelas características

do meio de condução do fluxo magnético, pelo chamado canal de fuga ou canal de dispersão. O canal

de fuga ou de dispersão é o espaço confinado entre a superfície interior do enrolamento interior, a

superfície exterior do enrolamento exterior e o espaço entre o jugo inferior e superior.

Quando ocorre uma distorção dos enrolamentos por conta de uma falha, as perdas aumentam devido

às correntes induzidas. A relutância altera a trajetória do fluxo de dispersão. Isto resulta na mudança

do valor de impedância de dispersão medida.

Segundo a estrutura da disposição dos enrolamentos sem a transposição da fiação, ocorrerão perdas

devido às correntes induzidas. Para minimizar essas perdas, os fios são transpostos de forma a

compensá-las. Se esses condutores forem danificados ou sofrerem um curto-circuito, ocorrerá um

aumento nas perdas do enrolamento. A figura 5.11 ilustra o descrito.

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Figura 5.11 – Indicação de curto circuito entre espiras

O diagrama equivalente da função de transferência pode ser visto na figura 5.12, em que Rac(f) é a

parcela resistiva dependente da frequência.

Figura 5.12 - Diagrama equivalente da função de transferência

Procedimentos e configuração de testes

Com uma excitação por fase, a impedância de dispersão de uma unidade trifásica pode ser medida

por dois métodos: o método do equivalente trifásico e o método por fase. No método por fase

executa-se um teste por cada fase, conectando os terminais de teste do instrumento de medição aos

terminais de linha ou ao neutro e linha dos enrolamentos em estrela ou a um par dos terminais de

linha no enrolamento em delta. Os terminais do enrolamento oposto devem ser “curto-circuitados”. Os

terminais de linha dos outros enrolamentos devem ser deixados flutuantes.

A reatância de dispersão pode ser medida em uma faixa de frequência de 15 Hz a 400 Hz,

empregando uma fonte de Tensão Alternada ou Corrente Alternada.

Com as medidas realizadas, de posse dos valores das resistências segundo a variação de frequência,

são montados os gráficos conforme o exemplo mostrado na figura 5.13. Os gráficos para as três

fases devem ser coincidentes para que o transformador esteja em perfeitas condições.

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acdcw RR

I

PR +== 2

max

acR

dcR

Frequência [Hz] Figura 5.13 – Exemplo de medição

A figura 5.14 mostra um gráfico evidenciando a descoberta de um problema no enrolamento da fase

C. Pode-se notar, para frequências maiores, o desvio na fase C em relação às fases A e B. Entretanto,

se forem observados os valores em torno de 50 Hz e 60 Hz não existe nenhuma indicação de defeito

ou qualquer anormalidade.

Figura 5.14 – Medição indicativa de problema no enrolamento da fase C

5.1.2.4 Espectroscopia no Domínio da Frequência (FDS)

A figura 5.15 mostra o desenho do isolamento de um transformador com os espaçamentos

preenchidos com óleo isolante, e sendo aplicada uma tensão de teste no enrolamento de alta tensão,

a corrente flui entre a isolação principal para o enrolamento de baixa tensão e volta para o

instrumento de teste, onde ela é medida.

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Figura 5.15 – Representação do isolamento de um transformador

As propriedades medidas são a condutividade da celulose e do óleo, além do efeito de polarização

interfacial. A polarização interfacial ocorre se dois materiais com diferentes condutividade e

permissividade (óleo e papel) estão dentro de um dielétrico. Assim os íons em óleo viajam para o

elétrodo oposto e formam uma nuvem de carga que pode ser medida externamente como um efeito

de polarização.

A polarização e a condutividade são afetadas pela geometria do isolamento e sua composição. A

medida do isolamento de um transformador consiste na medida da superposição de vários efeitos, tais

como as propriedades do papel e do óleo isolante.

A análise das propriedades dielétricas é dada com a combinação da polarização interfacial no

isolamento do óleo e papel no transformador de potência combinando suas características.

A resposta dielétrica do isolamento pode ser registrada no domínio do tempo ou no domínio da

frequência. As medidas no domínio da frequência são obtidas através das medições de fator de

potência, com uma larga faixa de frequência, especialmente em baixas frequências. Este

procedimento é chamado de Espectroscopia no Domínio da Frequência (Frequency Domain

Spectroscopy – FDS).

O método FDS é feito através de medição de uma série de medidas de fator de potência em

frequências diferentes, tipicamente de 0,001 Hz a 1000 Hz como mostrado nas curvas a seguir:

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Figura 5.16 – Espectroscopia do domínio de frequência

O fator de potência com variação da frequência mostra uma curva típica em formato de “S”, com o

aumento do teor de umidade, da temperatura ou com o envelhecimento, a curva aumenta para

frequências mais elevadas. A umidade influencia tanto em baixas quanto em altas frequências. A

parte central da curva com o gradiente elevado (grande variação de valores) reflete a condutividade

do óleo. Para a determinação do teor de umidade no isolamento a medida deve fornecer dados mais a

esquerda da elevação que registra as condições de geometria do isolamento.

A determinação da umidade é baseada em uma comparação da resposta do dielétrico do

transformador com a resposta de um dielétrico padrão. Um algoritmo rearranja a resposta do

dielétrico padrão e apresenta a condição do isolamento, fornecendo o grau de umidade e

condutividade do óleo. Uma análise confiável da umidade em medidas realizadas no campo se baseia

em uma grande quantidade de dados de respostas dielétricas padrão. A base de dados é formada por

vários testes realizados com papel isolante novo e várias temperaturas, diferentes concentrações de

umidade e óleo usados para impregnação. Novos procedimentos consideram também as propriedades

dielétricas do envelhecimento do papel prensado para compensar a influência do envelhecimento.

Nota: A realização deste ensaio pode polarizar o núcleo do transformador devido a aplicação de

corrente contínua, devendo tomar as devidas precauções para despolarizá-lo, antes da realização de

outros ensaios elétricos ou energização.

Esta metodologia também pode ser aplicada para avaliação de buchas de alta tensão, onde a medida

do fator de potência em baixas frequências (alguns hertz) permite a detecção da umidade com

elevada sensibilidade. A figura 5.17 abaixo demonstra uma curva típica indicando a umidade medida

e a relação entre o fator de potência nas buchas de OIP entre 20 hertz e 400 hertz.

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Figura 5.17 - Fator de Potência de Buchas em Frequências Diferentes

Como referência, os limites indicativos para a Fator de potência em buchas novas e antigas na

frequência de 15Hz, 50/60Hz e 400Hz são dadas na tabela seguinte.

TABELA 5.2 – Indicativo DF/PF Valores Limites para Buchas Condensivas

RIP OIP RBP

Frequência Novo Usado novo usado novo usado

15 Hz < 0,6% < 0,7 % < 0,5 % < 0,7 % < 0,7 % < 1,5 %

50/60 Hz < 0,5 % < 0,5 % < 0,4 % < 0,5 % < 0,6% < 1,0 %

400 Hz < 0,6% < 0,7 % < 0,5 % < 0,7 % < 0,7 % < 1,5 %

Referência Bibliográfica:

Paulino, M.E.C “Avaliação do Isolamento em Transformadores de Potência com Testes Elétricos

Avançados.

5.1.2.5 Método da Tensão de Retorno (RVM)

Em enrolamentos de transformadores isolados a óleo, quando aplica-se uma corrente contínua

verifica-se que mesmo após a retirada da fonte permanece uma tensão residual, identificada como

“Tensão de Retorno”, devido ao fenômeno da polarização.

Para descrever o fenômeno pode-se considerar o alinhamento de dipolos em um campo elétrico, onde

a molécula de água (H2O) forma um dipolo com os íons carregados negativamente por 2 elétrons do

Hidrogênio, e os 2 íons H+ do outro lado que “cedeu” estes elétrons para o Oxigênio, e tem uma

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109

carga positiva. Esta molécula com uma carga positiva de um lado, e negativa de outro é considerada

um dipolo.

Para um dipolo que é exposto a um campo elétrico constante, as cargas negativas serão atraídas pelo

eletrodo positivo e vice-versa, assim sobre condições elétricas e geométricas, o dipolo apresenta

tendência a orientar-se na direção do campo elétrico.

O processo de orientação requer algum tempo, que é influenciado por 2 fatores relacionados com o

nível de energia da própria molécula e a quantidade de energia que pode ser transportada em um

dado tempo.

Finalmente o dipolo depois de completada a orientação no campo, tem armazenada a energia

necessária que precisa para esse processo. Quando retirado o campo elétrico, a molécula retorna à

sua posição, porem com menor nível de energia armazenada.

O efeito de polarização segue uma função exponencial e apresenta saturação após todos os dipolos

terem completado a orientação no campo elétrico.

O processo de polarização papel-óleo não é composto por um único dipolo, mas por um grande

número, e com diferentes comportamentos de polarização.

O Método da Tensão de Retorno fornece um espectro obtido por ciclos, consistindo de 3 passos e por

um período de relaxação:

A aplicação de uma tensão DC por um tempo de carga (tC);

Curto circuito em um tempo de descarga (tD), na razão da metade do tempo de carga. Esta

etapa remove a polarização da isolação para que se possa obter a energia armazenada nos

dipolos;

Posteriormente os terminais são abertos e medida a tensão, obtendo-se então um valor de

tensão de retorno (UR) para um dado tempo de carga (tC).

Figura 5.18 – Aplicação da Tensão UC para um tempo de carga = tC

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gC

gR

iU

CiRiTi •=

CT

CU

iU

dT

Figura 5.19 – Aplicação de curto circuito com tD = ½ tC

Normalmente o ensaio inicia-se com tC = 0,02 s, obtendo-se o correspondente UR , e repete-se o

ciclo à tempos de carga cada vez maiores até um valor máximo de tensão de retorno (URmax). A

partir daí, tempo de cargas maiores vão gerar valores de tensão de retorno menores que URmax , até

que tC atinja 1000 s, quando se encerra o ensaio.

gC

gR

iU

CiRiTi •=

CT

iU

dT maxrT

rU

rUiU

Figura 5.20 – Obtenção da UR (Tensão de Retorno)

O esquema típico do ensaio é aplicar tensão no enrolamento mais interno, curto-circuitando e aterrando os demais enrolamentos e o tanque do transformador. Ao final do ensaio se obtém uma curva que correlaciona UR X tC em escala logarítmica

ma

xU

)20.( oNormtc

Figura 5.21 – Espectro de Polarização Típico

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Podemos então relacionar o teor de umidade da isolação, com a constante de tempo tC, sendo que quanto menor o teor de umidade da isolação, menor o tempo de aplicação de carga, para que se atinja o valor máximo de tensão de retorno URmax. A influência da temperatura da isolação é um parâmetro importante para o ensaio, assim o valor da temperatura deve ser confiável. Após o ensaio, os dados são inseridos no software de interpretação que normalizará a curva para 20ºC. A obtenção do teor de umidade contida na isolação sólida a partir dos valores de URmax e da temperatura da isolação requer a obtenção de um fator de correlação, obtido empiricamente.

Figura 5.22 – Gráfico de Correlação UR X tC

A influência de alguns fatores e a metodologia do ensaio causam uma série de inconveniências:

O ensaio de RVM só pode ser executado com o transformador fora de serviço;

A duração do ensaio pode chegar a 10 horas, no caso de equipamentos novos ou com valores

de umidade menor que 0,5%;

A temperatura do enrolamento deve estar homogênea e manter-se o mais constante possível

durante o teste, sem a circulação do óleo forçada por bombas ou operação dos ventiladores.

O teste demanda muito tempo de impedimento do equipamento, uma vez que o tempo médio

requerido para a estabilização da temperatura é de normalmente 6 a 8 horas após o

desligamento do transformador.

Referências Bibliográficas:

Jayme L. Nunes Jr. - O Óleo Isolante do Ponto de Vista Químico - IV SEMEL – Seminário de

Materiais do Setor Elétrico Curitiba, 1994;

GCOI, Comissão de Estudos Físicos – SCM 093 Metodologia da Avaliação da Umidade da

Superfície do Isolamento Ago/91;

Alexander G. Schlag – The Recovery Voltage Method for Transformer Diagnosis.

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5.1.2.6 Tensão Induzida em Transformadores em Campo

O ensaio de tensão induzida é indicado para verificar o isolamento entre espiras de um mesmo

enrolamento. Há possibilidade de também detectar problemas na isolação entre os enrolamentos e

entre ambos e a massa.

A Norma NBR 5356-3 recomenda a realização do ensaio para os transformadores novos devendo-se

aplicar nos terminais do lado de baixa tensão, um valor de até o dobro da sua tensão nominal, por um

tempo correspondente a 7.200 ciclos. Com isso, o gradiente de potencial entre espiras também

duplicará, de tal modo que, se houver, um defeito de isolação, este se revelará dentro do tempo

fixado de ciclos citado.

Deve ser observado um valor de corrente de excitação igual a até 30% da nominal do enrolamento

sob tensão, este limite a ser observado pois um alto valor de corrente aqueceria o enrolamento e

consequentemente teria influência sobre o isolante.

O valor da tensão induzida é:

V ≈ k1.B.f

Onde:

V é o valor da tensão induzida;

k1 é o Coeficiente de Steimmetz (depende do tipo de material usado no núcleo);

B é o valor da indução magnética;

f é a frequência aplicada.

Para dobrar o valor da tensão, uma possibilidade é dobrar a indução magnética B, porém assim tem-

se valores muito elevados da corrente de excitação, e consequentemente saturação do enrolamento,

então eleva-se o valor da frequência f.

Portanto a razão de se trabalhar com um valor superior de frequência é impedir a saturação do núcleo

magnético, e desta forma poder atingir até o dobro da tensão nominal do equipamento, e nesses

casos a indução magnética continua igual aquela de funcionamento nominal assim como a corrente a

vazio.

Para a obtenção de tensões com frequências múltiplas de 60 Hz, pode-se utilizar grupo motor-

gerador, onde se aumenta o número de pares de polos, com isso aumenta-se a frequência elétrica

sem alterar a frequência mecânica de giro do rotor. Nesse caso o volume de equipamentos a serem

utilizados e transportados para esse ensaio é significativo ocupando área considerável, sendo que

nem sempre existe espaço suficientemente disponível na subestação.

Com o desenvolvimento dos sistemas de eletrônica de potência e com a utilização de fontes

chaveadas, o volume de equipamentos para a realização do ensaio reduziu-se consideravelmente

(figura 5.23), tornando-se uma ferramenta de diagnóstico de campo de alta confiabilidade, pois

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113

durante o tempo de energização do transformador é possível a medição de descargas parciais pelo

método elétrico e localização acústica.

Figura 5.23 – Exemplo de Sistema de ensaios de tensão induzida utilizando eletrônica de potencia,

e sistema de medição de DP com acoplamento no tap capacitivo da bucha.

Execução do ensaio

No caso de transformadores novos a norma ABNT NBR 5356-3, recomenda que uma tensão alternada

deve ser aplicada aos terminais de um enrolamento de menor tensão do transformador, sendo que a

forma de onda deve ser a mais senoidal possível e sua frequência conforme descrito anteriormente.

Deve ser medido o valor de crista da tensão induzida e este valor dividido por √2, devendo ser igual a

tensão de ensaio. Normalmente a medição da tensão é realizada através de voltímetro de pico.

A menos que de outra forma especificada, a duração do ensaio com a tensão especificada deve ser de

60 s para qualquer frequência até duas vezes a frequência nominal, inclusive.

Se a frequência de ensaio for maior do que duas vezes a frequência nominal, a duração do ensaio

deve ser:

t (s) = 120 x frequência nominal (mas não inferior a 15 s) frequência de ensaio

Os transformadores novos devem suportar o ensaio de tensão induzida, sem que se produzam

descargas disruptivas e sem que haja evidência de falha.

Deve ser feita sempre a medição de descargas parciais durante toda a duração do ensaio, pois é uma

ferramenta valiosa, uma vez que seu aparecimento pode indicar uma deficiência no isolamento antes

que ocorra a ruptura, e caso não seja detectado, indica que o transformador está garantido para uma

operação livre de descargas parciais em condições normais de operação.

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114

Para os transformadores usados, os valores de tensão deverão ser reduzidos, bem como o tempo de

energização deverá ser avaliado em função da anomalia detectada.

Recomenda-se este ensaio para as seguintes condições:

Transformadores novos, em que após o transporte houve a indicação de solavancos superiores

aos recomendados, ou alteração no ensaio de resposta de frequência;

Transformadores usados que passaram por algum reparo de alta complexidade em campo;

Transformadores usados após serem submetidos a esforços severos em operação, ou seja,

curto circuito em que haja indicativo de possível avaria interna, não detectável através de

ensaios operacionais de rotina;

Transformadores que por atuação de suas proteções, mesmo após os ensaios de rotina

convencionais, ainda são suspeitos e deverão ser avaliados para complementação e liberação

para operação ou intervenção interna.

Antes de realizar este ensaio o transformador deve ser submetido aos ensaios operacionais

rotineiros, tendo sido aprovado em todos.

Transformadores novos ou em garantia (ABNT NBR 5356-3)

Ligar o transformador a uma tensão de no máximo 50% da sua tensão nominal.

Elevar a tensão para o valor de 110% da nominal durante 5 minutos, executando as medições de

descarga parciais. Os valores de descarga detectados devem ser menores que 100 pC.

Se o transformador não apresentar indícios de descarga, elevar a tensão para 150% da sua nominal

durante 5 minutos, e executar as medições de descargas parciais. Os valores detectados tem que ser

menores que 500 pC.

Caso o transformador não apresente indícios de descarga, deve-se elevar a tensão para 170% da

nominal durante 7200 ciclos, desde que represente mais de 15 segundos. Em seguida retornar a

150% da tensão nominal, e nessa tensão manter por 60 minutos, caso a tensão nominal do

transformador seja maior que 300 KV, caso seja menor, aplicar somente por 30 minutos.

Executar as medições de descargas parciais somente a 150% da tensão nominal.

Caso não apresente indícios de descarga, deve se reduzir a tensão para 110% da nominal do

transformador e manter por 5 minutos, executar as medições de descargas parciais. Não detectando

nenhuma anormalidade reduzir para 50% da tensão nominal encerrando assim o ensaio.

Transformadores antigos - recomendações

Recomenda-se elevar a tensão em degraus até o valor de 80% da nominal do transformador durante

5 minutos, executando-se as medições de descargas parciais elétricas em conjunto com a acústica,

durante esse período.

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115

Caso não sejam detectados resultados anormais ou que comprometam a integridade do isolamento, a

tensão deverá ser elevada gradativamente até a 100% da nominal, mantendo-se as medições pelo

período de mais 5 minutos.

Decorrido esse tempo, a tensão poderá ser elevada até 0,75x(1,5xVn), dando continuidade às

medições, podendo permanecer nesse nível de tensão durante mais 01 hora.

Caso não haja indicio de defeito, a tensão deverá ser reduzida para a nominal, por pelo menos mais 1

hora, podendo chegar a até 24 horas, sempre monitorando as descargas parciais pelo método elétrico

e acústico, bem como a evolução de gases combustíveis.

Os níveis de tensão e o tempo de energização poderão ser alterados em função dos resultados

apresentados antes da elevação ao valor máximo.

5.2 Análise de Gás Dissolvido no Óleo Isolante (DGA)

A cromatografia gasosa é uma técnica utilizada para separar e quantificar substâncias dissolvidas em

uma fase líquida ou gasosa, podendo com isso realizar a análise de gases dissolvidos no óleo isolante,

capaz de processar pequenas amostras com grande sensibilidade e precisão, constituindo-se na

melhor ferramenta de diagnóstico da condição de operação do transformador.

Existem duas formas de execução deste ensaio, a primeira e mais usual, trata-se da análise

cromatográfica de gases dissolvidos em óleo isolante de maneira off-line, onde o óleo é extraído do

transformador e analisado em laboratório ou através de equipamento portátil, a segunda forma é

através de sensor de gases conectado preferencialmente em uma válvula próxima da circulação de

óleo do transformador, estando o sensor conectado a um sistema de monitoramento on-line contínuo.

Existem diversos modelos de sensores de gases on-line contínuo disponíveis no mercado, mostrando

diferenças desde o padrão de comunicação do sensor com o sistema de supervisão ou monitoramento

até a quantidade de gases monitorados.

Na escolha deve ser observado que o custo destes sensores é proporcional ao número de medições

discretizadas de gases, e que, a utilização deste tipo de sensor não substitui a necessidade de coleta

de amostra de óleo para analise em laboratório, para confirmação ou esclarecimento dos valores

obtidos pelos sensores.

5.2.1 Formação de Gases

Os Transformadores que utilizam o óleo mineral isolante como líquido isolante e refrigerante possuem

em sua constituição um conjunto de materiais, dentre os quais os dielétricos que em sua maioria são

compostos orgânicos.

O óleo mineral isolante e a celulose presente na isolação sólida de transformadores, quando expostos

a temperaturas normais de operação liberam gases como: monóxido de carbono (CO), dióxido de

carbono (CO2), hidrogênio (H2) e compostos gasosos de hidrocarbonetos.

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Em situação anormal de operação, devido a falhas localizadas, ou condições de carregamento acima

da nominal, a geração de gases ocorre em níveis anormais e, dependendo da temperatura atingida,

ocorrerá o incremento de determinado gás dissolvido no óleo isolante.

Os gases formados são total ou parcialmente dissolvidos no óleo, diluídos e transportados através da

convecção natural de funcionamento do transformador, ou através da circulação forçada do óleo

isolante.

A velocidade de produção de gases é ligada a taxa de liberação de energia pelo defeito. Defeitos de

baixa taxa (descargas parciais, pontos quentes de baixa temperatura) produzem gases lentamente e

esses provavelmente se dissolverão no óleo. Taxas mais elevadas (altas temperaturas no núcleo, por

exemplo) produzirão gases mais rapidamente e parte deles provavelmente não será dissolvida no óleo

isolante (saturação da concentração).

Exemplos de situações onde ocorrem a formação de gases dependendo do material envolvido no

aquecimento e a temperatura alcançada:

Com o envolvimento do isolamento sólido celulósico haverá o aumento de monóxido de

carbono (CO) e dióxido de carbono (CO2);

O desenvolvimento de arco elétrico no óleo decompõe por pirólise o líquido dielétrico em seus

componentes químicos básicos, formando carbono coloidal que se dispersa em suspensão no

óleo, e liberando como gases típicos o hidrogênio (H2) e acetileno (C2H2);

Descargas elétricas de baixa intensidade de energia contribuem para o processo de ionização

que liberam radicais das moléculas dos compostos químicos do óleo, e os gases predominantes

formados são hidrogênio (H2) e o metano (CH4).

As quantidades de gases dissolvidos gerados no óleo isolante de um transformador de potência

dependem da energia envolvida, localização da falha e se a falha é intermitente ou contínua. Todos

estes fatores afetam de maneira diferente o óleo e o papel isolante do equipamento. No óleo a

geração dos gases se comporta conforme a figura 5.21 a seguir:

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Figura 5.24 – Geração de gases dependendo da temperatura do óleo

A análise destes gases permite identificar a ocorrência de defeitos ou falhas evolutivas associadas aos

materiais dielétricos utilizados na construção dos transformadores.

5.2.2 Coleta de Óleo Isolante

A coleta de óleo isolante consiste na obtenção de uma amostra representativa do óleo contido no

equipamento em estudo, tendo-se sobretudo cuidado em evitar contaminação ou contato com o ar.

Em situações normais de manutenção preventiva, a amostra é retirada na válvula inferior de

amostragem, sendo efetuada a amostragem em outros pontos quando em situação especial, como:

registro do relé buchholz (relé de gás) e registro superior.

Entende-se por situação especial, quando o equipamento está sendo investigado quanto a possíveis

danos decorridos de falhas, após ocorrência da operação da proteção intrínseca do transformador,

como confirmação de resultados duvidosos ou anormais, para acompanhamento mais criterioso de

unidades em garantia, ou que se encontrem em situação de operação sob risco.

Os transformadores possuem buchas de alta tensão cuja isolação é do tipo papel/óleo, onde também

pode ser retirada uma amostra de óleo isolante, dependendo da política de manutenção da empresa,

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ressalva-se que alguns fabricantes usam óleo sintéticos, cuja analisa cromatográfica não é válida.

Segundo a NBR 7070:2006 que indica o método para amostragem de óleo isolante de um

equipamento elétrico. Para análise cromatográfica é recomendado a seringa de vidro de 20 a 50 ml

com torneira de 03 vias. A conexão entre a seringa e o registro de amostragem deve ser feita

utilizando um tubo impermeável resistente ao óleo, e ser o mais curto possível. A seringa limpa e seca

deve ser acondicionada em uma embalagem protetora para transporte, juntamente com etiqueta de

identificação detalhada da amostra e dados sobre o equipamento de origem.

Figura 5.25 – Seringa de vidro de 50 ml com torneira de três vias.

É recomendado que o tempo entre a coleta da amostra e a sua análise não seja superior a duas

semanas, devido a baixa solubilidade do hidrogênio. Períodos mais dilatados poderão ocasionar erros

nos resultados das análises, pois apesar da seringa apresentar uma boa vedação com perdas menores

que 2,5% de Hidrogênio (H2) por semana, por este o gás ser menos solúvel, rapidamente se

difundirá.

Em situação de coleta de óleo após atuação de proteção intrínseca do transformador, recomenda-se

que seja realizada no mínimo 3h após a atuação da proteção, dependendo do tipo de circulação do

óleo isolante adotado no transformador.

5.2.3 Ensaio de Cromatografia

A realização do ensaio consiste de duas etapas, onde:

A primeira etapa do ensaio consiste na extração dos gases dissolvidos de um volume de 25 ml da

amostra de óleo isolante do equipamento através de um sistema de vácuo.

A segunda etapa consiste na determinação qualitativa e quantitativa dos gases dissolvidos no óleo

isolante.

Além da concentração de cada gás, calcula-se também a concentração total dos gases dissolvidos e a

dos gases combustíveis.

A experiência considera satisfatória uma variação de 5% nos resultados em um mesmo laboratório, e

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10 % entre laboratórios diferentes. Esporadicamente deve ser realizada uma verificação entre

laboratórios das empresas que prestam este tipo de serviço, onde são trocadas amostras de óleo

entre estes laboratórios a fim de verificar a reprodutibilidade dos resultados obtidos para a mesma

amostra por laboratórios diferentes.

No Brasil, esta inter-comparação entre laboratórios é executada pelo Grupo de Trabalho GT D1.01 –

Líquidos Isolante, do Comitê de Estudos de Materiais e Tecnologias, do Cigré Brasil.

Os gases combustíveis analisados são os seguintes: monóxido de carbono (CO), hidrogênio (H2),

metano (CH4), etileno (C2H4), etano (C2H6) e acetileno (C2H2), e os gases não combustíveis: oxigênio

(O2), nitrogênio (N2), dióxido de carbono (CO2 ).

5.2.4 Interpretação dos Resultados

A interpretação dos resultados obtidos na análise cromatográfica deve considerar, no mínimo, os

seguintes aspectos:

Correlação com valores anteriores: correlacionar os resultados da análise atual com os

resultados de análises anteriores do mesmo equipamento, verificando assim o incremento, ou

taxa de evolução de cada gás;

Concentração de Carbono: verificar o valor resultante da relação entre dióxido de carbono e

monóxido de carbono (CO2/CO); pela NBR 7274/2011 a relação CO2/CO tem valor médio 7, se

esta relação for inferior a 3 ou superior a 11 e houver concomitantemente degradação

excessiva do óleo, a probabilidade de defeito é grande e convém comparar com valores obtidos

anteriormente para o mesmo transformador ou para outros do mesmo tipo e com

carregamentos semelhantes.

Relações: utilizando relações de gases de acordo com critérios preestabelecidos (por exemplo,

Rogers, IEC 60599, Duval, Dörnemburg, Doble ou Pugh, e Laborelec), possibilita a identificação

da falha incipiente, bem como a sua gravidade.

Para um completo entendimento das reais condições operativas do transformador em estudo faz-se

necessário algumas observações.

Em defeitos evolutivos, além da velocidade de produção dos gases, a análise depende da velocidade

com que os gases se dissolvem no óleo. O excesso de gás gerado e não dissolvido no óleo acumula-

se no relé de gás (saturação da concentração do gás no óleo).

Nos transformadores selados com bolsa ou membrana de borracha, os gases dissolvidos permanecem

no óleo; nos transformadores selados com colchão de gás, os gases gerados se distribuem entre o

óleo isolante e o colchão de gás; nos transformadores não-selados, que "respiram" através de um

conservador equipado com secador de ar, parte dos gases gerados é perdida para a atmosfera.

Não existe consenso sobre os níveis máximos absolutos aceitáveis para cada gás, uma vez que a

geração dos gases é dependente do projeto, carga, tipo de óleo e até mesmo da qualidade dos

materiais empregados no transformador.

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5.2.5 Periodicidade de Análise de Gases Dissolvidos em Óleo Isolante

A periodicidade a qual o óleo isolante dos transformadores é submetido à análise cromatográfica de

gases depende do critério adotado por cada empresa.

Fatores como tipo de transformador, existência e tipo de sistema de selagem (sistema que evita o

contato do óleo isolante com o oxigênio contido na atmosfera), tensão, potência, importância do

transformador para o sistema elétrico ao qual está instalado, facilidade de acesso, existência ou não

de um sistema on-line para medição de gases, influenciam na decisão quanto a periodicidade de

amostragem do óleo isolante.

Amostras eventuais (situações especiais) são aquelas retiradas quando observadas taxas anormais de

desenvolvimento de gases combustíveis e anomalias na composição dos gases em evolução, que

indicam o desenvolvimento de defeitos incipientes ou em estágio mais avançado. Nestas condições, a

análise cromatográfica de gases dissolvidos no óleo é realizada em períodos relativamente curtos,

mediante um programa de amostragem aplicado especificamente ao equipamento em

acompanhamento.

5.2.6 Importância como Técnica de Manutenção Preditiva

A análise cromatográfica de gases dissolvidos no óleo mineral isolante constitui o principal

instrumento de detecção de defeitos incipientes nos equipamentos em operação.

Em sua grande maioria, os defeitos vão evoluindo paulatinamente, sendo possível a sua identificação

quanto ao tipo e gravidade, pela monitoração do desempenho dos equipamentos através da analise

cromatográfica dos gases dissolvidos no óleo.

Há falhas abruptas que não podem ser evitadas nem previstas através da analise cromatográfica.

Normas e Critérios para Diagnóstico

Normas técnicas para interpretação dos valores obtidos nos ensaios de gás-cromatografia foram

elaboradas por laboratórios, fabricantes de transformadores, concessionárias de energia elétrica e

entidades responsáveis por elaboração de normas técnicas.

A maneira de utilização de determinado método consiste em entrar com os valores de concentração

dos gases em ppm (parte por milhão) obtidos no ensaio de gás-cromatografia nas tabelas propostas

pelo método.

Entre os métodos ou normas existentes, este trabalho menciona as seguintes normas ou critérios:

Norma NBR 7274:2011, IEC 60599, Critério de Rogers, Critério desenvolvido pelo Laborelec, Critério

de Duval, Critério de Dörnemburg, Critério de Pugh e Gases Chaves.

Estes métodos usam as relações de determinadas concentrações de gás para combinar o perfil do gás

dissolvido às fontes típicas de geração, assim como o nível de energia envolvido nesse processo. Por

exemplo, as relações ajudam a distinguir se o perfil do gás é o resultado de: falha térmica da baixa

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temperatura, Falha térmica da temperatura media, Falha térmica da alta temperatura, Descargas da

baixa energia, Descargas de alta energia, Descarga parcial, Centelhamento.

Como exemplo, mencionamos a aplicação da NBR 7274:2011.

Esta norma descreve como a concentração de gases livres ou dissolvidos pode ser interpretada para

diagnosticar as condições de equipamentos elétricos em serviço e sugerir ações futuras.

Na página 11 da norma 72744:2011, é apresentada uma tabela identificada como “Tabela de

interpretação de análise de gases dissolvidos”, copiada na tabela 5.2 , onde é possível estabelecer

uma falha característica a partir dos resultados do óleo obtido no ensaio de DGA.

TABELA 5.3: Tabela de interpretação de análise de gases dissolvidos, NBR7274:2011, página 11

Caso Falha característica C2H2/C2H4 CH4/H2 C2H4/C2H6

DP Descargas parciais NS < 0,1 < 0,2

C1 Centelhamento 0 – 0,6 0,1 – 1 < 1

D1 Descargas de baixa energia > 1 0,1 – 0,5 > 1

D2 Descargas de alta energia 06 – 2,5 0,1 – 1 > 2

T1 Sobreaquecimeto, t < 300ºC < 0,01 > 1 < 1

T2 Sobreaquecimento, 300 ºC , t , 700 ºC < 0,1 > 1 1 – 4

T3 Sobreaquecimento, t > 700 ºC < 0,2* > 1 > 4

NOTA 1 – As relações acima são significativas e convém que sejam calculadas se pelo menos um dos gases está presente em concentração e taxa de evolução acima dos valores típicos de um mesmo projeto ou se apresentem acima das concentrações de nível médio.

NOTA 2 – O padrão de decomposição de gases similar às descargas parciais tem sido reportada como um resultado de decomposição de um fino filme d eóleo entre lâminas sobreaquecidas do núcleo na temperatura de 140ºC e acima.

NOTA 3 – Além da caracterização da falha convém que seja considerada a concentração total de gases combustíveis, bem como as taxas de evolução de cada gás. Os valores e critérios destas concentrações, recomendados para uma melhor avaliação da situação do equipamento são os seguintes:

0 – 400 ppm Concentração de gases combustíveis baixo.

400 – 900 ppm Concentração de gases combustíveis baixo.

900 – 1500 ppm Concentração de gases combustíveis baixo.

1500 – 2500 ppm Concentração de gases combustíveis baixo.

Acima de 2500 ppm Concentração de gases combustíveis baixo.

NOTA 4 – NO caso de obtenção de diagnósticos idênticos, considerar o de maior gravidade.

NS = O valor esperado de acetileno deve ser abaixo do limite de detecção do método utilizado.

* Um incremento do valor da quantidade de acetileno pode indicar que a temperatura do ponto quente é maior que 1000ºC.

Referências Bibliográficas:

Milton Binda e José Carlos de C. Brandão, Análise Cromatográfica de Gases Dissolvidos no Óleo

Isolante para Monitorar a Operação de Equipamentos, Furnas Centrais Elétricas S.A., artigo

publicado no 19o Encontro Técnico do GTMS (Grupo de Trabalho de Manutenção de

Subestações), Campinas, SP, Agosto de 1988;

NBR 7274, Interpretação da Análise dos Gases de Transformadores em Serviço, ABNT

(Associação Brasileira de Normas Técnicas);

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5.3 Ensaios no Óleo

Esta seção é baseada principalmente no trabalho da TF D1.01.12, referência CIGRÉ Brochure #413. Consulte este original para mais informações. Exigências do Óleo Mineral Isolante O óleo mineral isolante é usado como líquido de refrigeração e isolante em equipamentos elétricos

desde o começo do século XX. É altamente refinado a fim de atingir as características e a qualidade

exigidas nas especificações da Agência Nacional de Petróleo (ANP).

As três principais exigências para o óleo isolante são:

Resistir a solicitações elétricas: para atender aos critérios de isolação, se exige que tenha uma

rigidez dielétrica elevada e um fator de dissipação/potência baixos;

Boa circulação mesmo em baixas temperaturas: para atender aos critérios de transferência

térmica e refrigeração se exige que o óleo tenha uma viscosidade e um ponto de fluidez

suficientemente baixo;

Isolação e refrigeração suficientes para assegurar a extinção de arcos: para atender aos

critérios de extinção de arcos se exige que o óleo tenha um ponto de fulgor e uma rigidez

dielétrica elevada, assim como uma baixa viscosidade.

O óleo deve também ter uma boa resistência à oxidação para assegurar uma longa vida útil, pois em

operação deteriora-se mesmo sob as condições normais de uso. O desempenho confiável do óleo no

sistema de isolação depende das características básicas do óleo, que por sua vez podem afetar o

desempenho do equipamento. Diversos processos podem causar a degradação do óleo e alguns são

inter-relacionados. Estes processos incluem a oxidação; contaminação por água, por partículas ou por

fibras da celulose; formação de arcos elétricos ou descarga; superaquecimento localizado e

superaquecimento geral.

Oxidação do óleo

A oxidação ocorrerá em todo o equipamento onde o óleo esteja em contato com o ar. Nesses

equipamentos, a oxidação ocorrerá gradualmente e é inevitável com o envelhecimento. A oxidação é

acelerada quando as temperaturas de operação aumentam. Pode também ser acelerada pela

presença de catalisadores tais como metais ou compostos metálicos. Os efeitos cumulativos da

oxidação do óleo são o seu escurecimento, formação de compostos ácidos e água e podem culminar

na produção de borra.

A produção de água e de ácidos pode conduzir à corrosão de superfícies de metal, particularmente

acima da superfície do óleo, e atacar a celulose do papel isolante, tendo como resultado a perda de

resistência mecânica e aumentando a possibilidade de avaria.

Se o óleo alcançar um estado avançado de oxidação, produtos insolúveis serão gerados, o que resulta

na formação de borra, que é solúvel dependendo do tipo de óleo, e uma vez que ela alcance o ponto

de saturação, ela se precipitará.

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Geralmente, a borra é solúvel no óleo naftênico e relativamente insolúvel no óleo parafínico. Os

depósitos de borra tendem a aumentar de espessura devido à temperatura, e são especialmente

evidentes nas regiões mais frias do transformador, podendo reduzir o diâmetro dos dutos de óleo,

reduzindo assim a eficiência da refrigeração. A somatória do superaquecimento do óleo e a oxidação

aumentam a possibilidade de avaria grave do equipamento.

A característica da borra ser solúvel no óleo nafténico, se a temperatura do óleo no transformador for

elevada ao seu ponto de anilina (78°C), pode ser usada para atuar como um solvente para dissolver a

borra depositada. Isto pode ser explorado através da circulação de óleo quente a fim de dissolver a

borra. Esta etapa é seguida então pelo processo de regeneração do óleo, que a removerá.

O processo de oxidação do óleo deve ser monitorado pelos ensaios físico-químicos, como a cor,

aparência, acidez e teor de umidade. Uma inspeção visual pode observar sinais de depósitos de borra

em superfícies internas.

Os testes de tangente δ (fator de dissipação) e tensão interfacial (TIF) do óleo podem igualmente

ajudar na detecção precoce da formação de subprodutos polares devido à oxidação.

Contaminação do óleo

Como o óleo isolante está em contato com diversos materiais dentro do transformador, pode ser

contaminado e ter suas propriedades elétricas afetadas.

A contaminação por umidade pode ocorrer pela oxidação do óleo, pela degradação da celulose e

também por ingresso devido a não ser dotado de um sistema de selagem adequada, ou mesmo

durante uma falha da manutenção.

A água é solúvel no óleo até um determinado limite, que depende da temperatura e também da

acidez. Se este limite for excedido, o óleo torna-se saturado e a água aparecerá sob a forma de

opacidade ou de gotas visíveis. A água dissolvida afeta as propriedades elétricas do óleo.

Na presença de outros contaminantes, a água dissolvida pode reduzir significativamente a rigidez

dielétrica do óleo. Se houver uma redução rápida na temperatura do transformador existe um risco

adicional de formação de água livre, devido à redução repentina da solubilidade da água no óleo.

A contaminação por partículas ou fibras pode ocorrer a partir de componentes do próprio

equipamento, devido a formação de arco, produtos de degradação, falha do equipamento ou do

ingresso durante a manutenção, reduzindo a rigidez dielétrica e aumentando as perdas dielétricas do

óleo.

A umidade está presente no óleo e no papel. Entretanto, o teor de água no papel predomina, uma vez

que dependendo da temperatura, cerca de 99% do teor de água total está no papel, e somente 1%

está no óleo, conforme item especifico do teor de água.

O alto teor de umidade do papel é um dos fatores que reduz sua vida útil, e, portanto também do

equipamento, assim manter a umidade baixa é importante. O monitoramento do teor de umidade

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deve ser feito pela análise rotineira no laboratório e pela inspeção visual para sinais de água livre.

O monitoramento desse parâmetro é feito através do ensaio de rigidez dielétrica e pode ser analisado

também através de inspeção visual e do ensaio do conteúdo de partículas.

Uma falha elétrica ou a formação de arco no óleo produzem gases e produtos tais como carbono e

partículas metálicas. Nesse caso a degradação do óleo também leva a uma oxidação acelerada e

aumento da acidez. Este tipo de degradação ocorre no comutador sob carga (OLTC).

Ensaios do óleo

Os ensaios para o óleo em serviço podem ser divididos em três grupos:

Grupo 1: Ensaios mínimos para monitorar a condição do óleo, visando assegurar que o

equipamento esteja apropriado para operação.

Grupo 2: Ensaios adicionais para obter informações específicas sobre a condição do óleo,

auxiliando na avaliação complementar para operação.

Grupo 3: Ensaios para determinar a conformidade do óleo, assegurando o cumprimento de

requisitos especificados das normas e especificações técnicas.

Os resultados das análises para o Grupo 1 não devem exceder os limites recomendados. Os

resultados do Grupo 2 indicam tendências que devem ser acompanhadas.

Observação: Os valores recomendados para os ensaios de Acidez, Teor de Água, Rigidez Dielétrica,

Fator de Potência/Dissipação, Tensão Interfacial, Ponto de Fulgor e Quantidade de Partículas constam

da norma ABNT NBR 10576 – “Óleo mineral isolante de equipamentos elétricos – Diretrizes para

supervisão e manutenção”, que deve ser consultada para detalhes adicionais.

Os valores limites para os ensaios de Estabilidade a Oxidação, Ponto de Fluidez, Densidade e

Viscosidade estão especificados para óleo mineral isolante novo, no Regulamento Técnico ANP Nº

4/2008, da Resolução ANP Nº 36, bem como suas revisões, da Agência Nacional do Petróleo.

5.3.1 Ensaios no Óleo Grupo 1

Acidez (ABNT NBR 14248)

A oxidação do óleo forma produtos ácidos, que aumentam sua acidez. Os ácidos e outros produtos de

oxidação, conjuntamente com a água, afetam as propriedades dielétricas e propiciam a formação de

borra (sabões), também têm um impacto importante na degradação de materiais celulósicos e podem

contribuir para a corrosão das peças de metal em um transformador.

A taxa de aumento da acidez do óleo é um bom indicador de envelhecimento, uma vez que ocorre no

estágio avançado (acidez > 0,1 mg de KOH/g). A tensão Interfacial também é um indicador do

envelhecimento.

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O nível da acidez é um indicador para determinar quando o óleo deve ser substituído ou regenerado.

Quando a acidez alcançar 0,1 mg de KOH/g de óleo há riscos de início de processo de geração de

Descargas Parciais na isolação, por isso o ensaio de tensão interfacial é um melhor indicador, pois

fornece um alerta mais antecipado. O valor de referência para óleo novo é <0,03 mgKOH/g óleo.

Cor (ABNT NBR 14483)

A mudança da cor pode ser uma indicação direta da contaminação do óleo isolante e é normalmente

atribuível à oxidação ou a contaminação por carbono, pois tende a escurecer o óleo.

O mecanismo que rege a oxidação dos hidrocarbonetos é a peroxidação que gera como produtos

hidro-peróxidos. Estes, de acordo com sua espécie irão formar alcoóis, aldeídos e cetonas, os quais

são chamados de produtos intermediários, pois na presença de oxigênio irão dar origem aos ácidos

carboxílicos. Estes produtos são moléculas polares que agridem o papel.

O OLTC pode ser uma das causas do escurecimento do óleo do equipamento, pois é naturalmente

contaminado devido aos arcos, e caso haja vazamento pode misturar-se ao do tanque principal.

Teor de água (ABNT NBR 10710)

O óleo serve como um meio de homogeneização de água dentro de um transformador. A massa total

de água está entre o papel e o óleo, sendo que a maior quantidade está no papel.

A água presente no óleo mineral do transformador tem como origem o meio externo e a degradação

do seu papel.

Há duas formas de umidade presentes no óleo isolante:

Água livre, que está separada do óleo, emulsionada e possivelmente turva;

Água dissolvida, que não pode ser vista.

Pequenas alterações de temperatura alteram significativamente o teor de água dissolvida do óleo,

mas pouco altera a quantidade de água impregnada no papel.

Para avaliar a tendências da elevação da umidade, deve-se medir a temperatura do óleo no ponto da

coleta, que será corrigida a 20ºC, que é a temperatura de referência para determinação do teor de

água equivalente, consultar a norma ABNT NBR 10576 – “Óleo mineral de equipamentos elétricos –

Diretrizes para supervisão e manutenção”.

O transformador deve estar em operação e em equilíbrio de temperatura no momento da amostragem

do óleo.

TABELA 5.4 - Valor recomendado para transformadores (corrigido para 20º C):

Tensão Teor de água

< 72,5 kV <25 ppm

> 72,5 / < 242 kV <15 ppm

> 242 kV <10 ppm

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Rigidez Dielétrica (ABNT NBR 6869)

O óleo com baixo teor de água e com baixo teor de partículas, apresenta uma alta rigidez dielétrica.

Água e partículas sólidas em níveis elevados tendem a migrar para regiões de tensão elétrica elevada

e reduzir dramaticamente a rigidez dielétrica.

A rigidez dielétrica indica a presença de contaminantes tais como a água ou partículas. Um baixo valor

da rigidez dielétrica pode indicar que uma ou ambas estão presentes. Entretanto, uma alta rigidez

dielétrica não indica necessariamente a ausência de todos os contaminantes.

TABELA 5.5- Valor recomendado para transformadores (método ABNT NBR IEC 60156)

Tensão Valores limites

< 72,5 kV >40 kV

> 72,5 / < 242 kV >50 kV

> 242 kV >60 kV

TABELA 5.6 - Valor recomendado para comutadores (método ABNT NBR IEC 60156)

Comutador de neutro (para uso no neutro dos enrolamentos)

Comutador de linha (para uso em qualquer posição que não seja o neutro dos

enrolamentos)

> 25 kV > 40 kV

Fator de Potência/ Dissipação e Resistividade (ABNT NBR 12133)

Estes ensaios são muito sensíveis à presença de contaminantes, produtos do envelhecimento ou de

colóides polares solúveis no óleo e indicam a perda dielétrica do óleo, bem como são dependentes da

temperatura. As mudanças nos níveis dos contaminantes podem ser monitoradas pela medida destes

parâmetros, mesmo quando a contaminação é pequena.

Resultados elevados podem indicar contaminação por subprodutos de oxidação, água ou partículas

condutoras. Os limites aceitáveis dependem muito do tipo de equipamento, entretanto valores

elevados de Fator de Potência/ Dissipação, ou baixos valores de Resistividade, podem afetar de forma

danosa a resistência de isolação do equipamento.

Geralmente, com a diminuição da Resistividade, há um aumento no Fator de Potência/ Dissipação. O

valor da Resistividade é o parâmetro mais lento restaurado a um nível aceitável, no caso de um

tratamento, comparado com a TIF, a acidez e o Fator de Potência/ Dissipação.

Diagnósticos adicionais podem ser obtidos através da medição da Resistividade ou do Fator de

Potência/ Dissipação na temperatura ambiente e em uma temperatura mais alta, como a 90°C.

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TABELA 5.7 - Valor recomendado para transformadores:

Ensaio Tensão

< 72,5 kV > 72,5 / < 242 kV > 242 kV

Fator de Dissipação a 25º C <0,5 % <0,5 % -

Fator de Dissipação a 90º C <15 % <15 % <12 %

Fator de Potência a 25º C <0,5 % <0,5 % -

Fator de Potência a 100º C <20 % <20 % <15 %

Tensão Interfacial (ABNT NBR 6234)

A Tensão Interfacial (TIF) entre o óleo e a água fornece meios de detectar contaminantes e produtos

polares solúveis provenientes da degradação do óleo. Esta característica pode mudar rapidamente

durante os estágios iniciais de envelhecimento, mas tende a estabilizar quando o envelhecimento é

ainda moderado.

Este fenômeno faz da TIF o indicador preferido para detecção de tendência antecipada de

envelhecimento. Ao contrário, a acidez muda lentamente durante os estágios iniciais do

envelhecimento, mas muda rapidamente nos estágios terminais. Ao reconhecer esta sensibilidade

diferencial para a degradação do óleo, o “Índice de Oxidação” (tensão interfacial dividida pela acidez)

fornece um índice mais útil porque seu valor varia mais proporcionalmente com a degradação do óleo.

Uma diminuição rápida de TIF pode ser uma indicação de problemas de compatibilidade entre o óleo

e alguns materiais do transformador (vernizes, gaxetas), ou de uma contaminação acidental no

momento do enchimento com o óleo. Esta possibilidade pode ser verificada testando outros

parâmetros do óleo, particularmente os dielétricos.

Para transformadores sobrecarregados, a deterioração dos materiais é rápida e a TIF é uma

ferramenta para esse diagnóstico. Também a TIF pode ser afetada pela presença de resíduos

magnéticos e produtos solúveis como umidade e deterioração dos subprodutos do óleo.

TABELA 5.8 - Valores recomendados para transformadores (TIF a 25º C)

Tensão TIF a 25º C

< 72,5 kV >22 mN/m

> 72,5 / < 242 kV >22 mN/m

> 242 kV >25 mN/m

5.3.2 Ensaios no Óleo Grupo 2

Estabilidade a oxidação

A habilidade do óleo mineral de retardar a oxidação quando submetido a elevação de temperatura na

presença do oxigênio e de um catalisador de cobre, é chamada Estabilidade a Oxidação. Seus

resultados dão informação geral em relação à expectativa de vida útil do óleo sob as condições que

são representativas para o equipamento.

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Essa propriedade é definida como a resistência à formação de compostos ácidos, borra e compostos

diversos que exercem influência no Fator de Dissipação/Potência, sob dadas condições, e depende

principalmente do processo de refinação do óleo e de sua aplicação. Os óleos minerais refinados

contêm, em graus variados, os compostos naturais que atuam como inibidores da oxidação,

conhecidos como inibidores naturais. Os óleos que contêm somente inibidores naturais são

designados como óleos “não inibidos”.

Os inibidores de oxidação sintéticos podem ser adicionados para aumentar a estabilidade à oxidação.

Nos óleos isolantes, são usados os inibidores fenólicos. Os compostos de uso geral são o 2,6-

diterciário-butilparacresol (DBPC) e 2,6-diterciário-butil fenol (DBP).

A eficácia do inibidor varia com a composição química do óleo de base. Os óleos inibidos têm uma

tendência de oxidação que contrasta extremamente com os óleos não inibidos. No início da vida útil, o

inibidor sintético é consumido com pouca formação de produtos de oxidação, refere-se a esse

processo como o período de indução, depois que o inibidor é consumido, a taxa de oxidação é

determinada principalmente pela estabilidade a oxidação do óleo de base.

Devido ao processo de envelhecimento do óleo, há uma diminuição do teor do inibidor, sendo

aconselhável seu monitoramento. Recomenda-se sempre corrigir seu valor quando da regeneração do

óleo. O método recomendado para monitorar o consumo do inibidor é a medição da sua

concentração, de acordo com a norma ABNT NBR 12134.

TABELA 5.9 - Valores especificados para óleo mineral isolante novo não Inibido

Característica Limites Métodos

Estabilidade a oxidação

Índice de neutralização (IAT) ≤ 0,40 mg KOH/g

ABNT NBR 10504/ IEC 61125 A Borra ≤ 0,10 % massa

Fator de perdas dielétricas, a 90º C ≤ 20 %

TABELA 5.10 - Valores especificados para óleo mineral isolante novo Inibido

Característica Limites Métodos

Estabilidade a oxidação 164 horas

Índice de neutralização (IAT) ≤ 0,40 mg KOH/g ASTM D2440

Borra ≤ 0,20 % massa

Bomba rotativa (RBOT) ≥ 220 minutos ABNT NBR 15362/ ASTM 2112

Sedimento e Borra (Anexo A da norma ABNT NBR 10576)

O sedimento é o material insolúvel presente no óleo e inclui:

Produtos de oxidação insolúveis ou produtos de degradação de materiais de isolamento sólidos

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ou líquidos;

Partículas sólidas liberadas no óleo pelo transformador, como o carbono, o metal e óxidos

metálicos;

Fibras e outros corpos estranhos, de origens diversas.

A borra é o produto polimerizado formado pela degradação do material de isolamento sólido e líquido.

A borra é solúvel no óleo até um determinado limite, dependendo das características e da

temperatura de solubilidade do óleo.

O sedimento ou borra pode mudar as propriedades elétricas do óleo e seu depósito pode impedir a

transferência térmica, agravando a degradação dos materiais de isolamento.

A tendência do óleo para a formação de sedimento e borra deve ser analisada de acordo com o Anexo

A da norma ABNT NBR 10576.

Valores recomendados para óleo mineral isolante de transformadores: Nenhum sedimento ou borra

precipitável deve ser detectado. Resultados inferiores a 0,02% em massa devem ser desprezados.

Contagem de partículas (ABNT NBR 14275)

A presença de partículas no óleo isolante pode ter diversas fontes possíveis. O transformador pode

conter partículas da fabricação e o óleo pode conter partículas do armazenamento e da manipulação,

se não tiver sido filtrado corretamente.

O desgaste e o envelhecimento do óleo e de materiais sólidos podem produzir partículas ao longo da

vida útil do transformador. O superaquecimento localizado na faixa de 500ºC também pode formar

partículas de carbono. O CDC produz partículas de carbono que podem migrar de seu compartimento

e contaminar o transformador. O desgaste dos rolamentos da bomba de óleo podem também ser uma

fonte de partículas metálicas.

O efeito de partículas suspensas no dielétrico depende da natureza das partículas (por exemplo,

metais, fibras e borra) e do teor de água. É muito importante seguir criteriosamente os procedimentos

de amostragem do óleo, pois as amostras podem ser contaminadas durante a coleta.

TABELA 5.11 - Valores máximos recomendados para contagem de partículas de óleo mineral isolante em serviço, de transformadores

Partículas / 100 ml Classificação da contaminação 5 µm 15 µm

250 32 Sem contaminação

1.000 130 Baixa

32.000 4.000 Normal

130.000 16.000 Marginal

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NOTAS:

Estes valores recomendados estão conforme a norma ABNT NBR 10576 – “Óleo mineral isolante

de equipamentos elétricos – Diretrizes para supervisão e manutenção”. Consultar esta norma

para maiores informações.

É recomendada a realização do ensaio de contagem de partículas quando o resultado da rigidez

dielétrica apresentar valores incompatíveis com o resultado do ensaio de teor de água.

Ponto de Fulgor (ABNT NBR 11341)

Ponto de fulgor é a menor temperatura em que ocorre a inflamação dos vapores da amostra, pela

passagem de uma chama piloto. Não deve ser confundido com um halo azulado, que às vezes

circunda a chama piloto.

Descargas elétricas no óleo ou exposição prolongada a temperaturas muito altas podem produzir

quantidades suficientes de hidrocarbonetos de baixa massa molecular, causando a diminuição do

Ponto de Fulgor do óleo.

Ponto de Fluidez (ABNT NBR 11349)

O Ponto de Fluidez é a medida da capacidade do óleo de fluir em baixa temperatura. Não há

comprovação que esta propriedade seja afetada pela deterioração normal do óleo. As mudanças no

Ponto de Fluidez podem ser interpretadas como o resultado da complementação com tipos diferentes

de óleo.

TABELA 5.12 - Valores especificados para óleo mineral isolante novo

Óleo Naftênico Óleo Parafínico

≤ -39ºC ≤ -12 ºC

Obs.: Outros limites de ponto de fluidez poderão ser aceitos mediante acordo entre comprador e

fornecedor.

Densidade (ABNT NBR 7148)

A densidade pode ser útil para identificação do tipo de óleo. Em climas frios, a densidade do óleo

pode ser importante para determinar sua conformidade para o uso. Por exemplo, os cristais de gelo

formados a partir da água livre podem flutuar no óleo de alta densidade, e conduzir a abertura de

arco elétrico.

A densidade não é importante para comparar a qualidade de diferentes óleos.

Não há evidência que a densidade seja afetada pela deterioração normal do óleo. A densidade

específica dá uma indicação do tipo do óleo ou mostra se houve uma contaminação com outro líquido.

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TABELA 5.13 - Valores especificados para óleo mineral isolante novo (Massa específica a 20ºC)

Óleo Naftênico Óleo Parafínico

861,0 – 900,0 kg/m³ ≤ 860,0 kg/m³

Viscosidade (ABNT NBR 10441)

A viscosidade é um fator de controle importante na dissipação do calor. O envelhecimento, a oxidação

e a temperatura do óleo tendem a alterar a viscosidade, porem esses fatores não a alteram

significativamente, quando em condições normais. Alterações na viscosidade podem indicar problemas

de descargas tipo corona ou oxidação excessiva do óleo.

TABELA 5.14 - Valores especificados para óleo mineral isolante novo (Viscosidade Cinemática)

Temperatura do ensaio Limites

20º C ≤ 25,0 mm2/s (cSt)

40º C ≤ 12,0 mm2/s (cSt)

100º C ≤ 3,0 mm2/s (cSt)

5.3.3 Ensaios no Óleo Grupo 3

Bifenilas Policloradas (PCBs) (ABNT NBR 13882)

São da família dos hidrocarbonetos aromáticos sintéticos que têm boas propriedades térmicas e

elétricas. Estas propriedades, combinadas com sua excelente estabilidade química, foram úteis em

numerosas aplicações, entretanto, em virtude de sua estabilidade e resistência química à

biodegradação, as Bifenilas Policloradas são caracterizadas como poluentes para o meio ambiente.

A preocupação crescente com o impacto ambiental dos PCBs restringiu progressivamente seu uso, de

tal forma que foi proibido por acordo internacional.

O teor de PCB do óleo no equipamento novo e usado deve ser medido para confirmar se é livre de

PCB, pois há risco potencial de contaminação (por exemplo no tratamento e manuseio do óleo). O

óleo deve ser analisado, e se o teor de PCB encontrado exceder os limites definidos na legislação,

devem ser tomadas ações para sua destinação final.

Devem ser tomados cuidados especiais quando na necessidade de manuseio de PCBs, devido a sua

nocividade as pessoas.

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TABELA 5.15 - Valores limites para teores de PCB em óleo isolante conforme norma ABNT NBR 8371

Teor de PCB Ação Recomendada

Inferior a 50 mg/kg Não é considerado como resíduo de PCB, portanto não há restrições quanto a sua destinação final.

Superior a 50 mg/kg e Inferior a 500 mg/kg

O líquido isolante deve ser incinerado ou descontaminado.

Os materiais sólidos (constituintes da carcaça e parte ativa, permeáveis e impermeáveis) não são considerados como resíduos, portanto não há restrições quanto a sua destinação final.

Igual ou superior a 500mg/kg

O líquido isolante deve ser incinerado ou descontaminado.

Os materiais permeáveis da parte ativa (papéis, papelões, madeiras) devem ser incinerados.

Os materiais impermeáveis (carcaças, bobinas, isoladores e demais ferragens) devem ser incinerados ou descontaminados.

Enxofre corrosivo (ABNT NBR 10505)

O enxofre está presente nos petróleos refinados, dependendo do óleo cru utilizado e do seu grau de

refinamento. Alguns compostos de enxofre atuam como antioxidantes naturais e auxiliam na

estabilidade da oxidação do óleo. Em altas temperaturas, o enxofre se decompõe nas superfícies

metálicas e produz os sulfetos, que podem afetar a condutibilidade do isolamento sólido do

equipamento.

Embora seja incomum, a formação do sulfeto pode também ocorrer em temperaturas mais baixas,

especialmente em superfícies chapeadas de prata. A determinação do enxofre corrosivo no óleo em

serviço é raramente necessária. Os testes tais como o ABNT NBR 10505 (tira de cobre), ASTM D1275

(tira de cobre) e DIN 51353 (tira de prata) são usados para assegurar a não existência de ataque

corrosivo em superfícies de metal desencapadas, sob condições normais.

A experiência internacional (folheto técnico CIGRÉ 378) indica que em circunstâncias especiais, tais

como alta temperatura de funcionamento, carga elevada e baixo índice de oxigênio (equipamentos

selados/ enchidos com nitrogênio), sulfeto de cobre (Cu2S) tem sido formado na isolação sólida.

A presença deste composto condutivo na isolação pode levar a falhas, e para detectar esse fenômeno,

se aplica o método da norma ABNT NBR 10505 – “Óleo mineral isolante – Determinação de enxofre

corrosivo”.

Ver item 5.8 deste guia de manutenção.

5.3.4 Gestão dos Resultados dos Ensaios de Óleo

Avaliação do óleo em serviço

O óleo isolante é sujeito ao calor, ao oxigênio, à água e aos outros catalisadores, que são prejudiciais

às suas propriedades. A fim de manter a qualidade do óleo, devem ser executadas análises regulares.

Um dos primeiros sinais da deterioração do óleo pode ser observado pela sua cor.

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A interpretação dos resultados, para verificar a deterioração do óleo, deve ser feita por pessoal

experiente, baseada nos seguintes elementos de Gestão de Risco e Análise do Ciclo de Vida útil:

Valores característicos para o tipo e a família do óleo e do equipamento, baseado em métodos

estatísticos;

Avaliação das tendências e a taxa de variação dos valores para uma determinada propriedade

do óleo;

No caso de óleo contaminado com PCB, o impacto ambiental é um fator crítico a ser considerado,

assim como a legislação vigente. Se houver suspeita de que o óleo tenha sido contaminado com PCB,

devem ser realizadas análises específicas e a interpretação dos resultados deve ser utilizada na

avaliação dos riscos e elaboração da estratégia de prevenção e mitigação dos danos potenciais ao

meio ambiente, à equipe e a população.

Classificação do óleo em serviço

É complexo estabelecer-se regras rigorosas e rápidas para a avaliação do óleo em serviço ou limites

recomendados de ensaios para todas as aplicações possíveis do óleo isolante em serviço. A

classificação e qualquer ação corretiva deve apenas ser adotada após a devida consideração dos

resultados de todos os ensaios.

A tendência de tais resultados ao longo de um intervalo de tempo é considerada informação essencial

para se chegar a uma decisão final.

A condição do óleo pode ser classificada como “satisfatória”, “razoável” ou “insatisfatória”, baseada na

avaliação de suas propriedades físico químicas.

A seguinte classificação é sugerida:

“Satisfatória”: Óleo em condições satisfatórias, manter a periodicidade inalterada.

“Razoável”: Deterioração do óleo detectável, recomendada uma amostragem mais frequente.

“Insatisfatória”: Deterioração anormal, aconselhável uma ação imediata.

A tabela 5.16 mostra a relação entre alguns exemplos de problemas do transformador e sua

influência correspondente sobre os parâmetros para o óleo

Tabela extraída do Guide for Transformer Maintenance 445 A2.34 CIGRÉ, item 5.3.5 – oil tests results

management.

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TABELA 5.16 – Relação entre problemas no Transformador e parâmetros do óleo.

Parâmetros do óleo

Problemas no Transformador

Superaquecimento Descarga Parcial Sistema De Preservação Do Óleo / Vedações

Núcleo Conexão Enrolamento Refrigeração

Óleo Papel Óleo/ Papel

Ruptura Vazamento de óleo

Entrada de água

Acidez/TIF A A A B B B B B A

1,2 1,2 1,2 2

Cor A A A B B B B B B

1,2 1,2 1,2 2

Teor de Água B B A B A A B-M M A

5,6 5,6 5,6 6 8

Rigidez B M A A M A M M A

3,12 4,6,12 11 5,6,12 6 7 8

Fator de Dissipação

A A A B B B B B A

1,2 1,2 1,2 2 9

Teor de Gás A A A A A A A M B

1,10 1,100 1,10 1,10 1,4,10 1,4,10 7 10 7

TABELA 5.17 – Legenda da relação entre problemas no Transformador e parâmetros do óleo.

LEGENDA

INFLUÊNCIA DO PROBLEMA NO

PARAMETRO DO ÓLEO

PROBLEMA NO TRANSFORMADOR

A - Alta 1 – Degradação do óleo 5 – Envelhecimento do papel 9 – Água, Sedimentos, Emulsões

M - Média 2 – Envelhecimento do óleo 6 – Produção de água 10 – Produção de gás

B - Baixa 3 – Carbonização do óleo 7 – Ar dissolvido 11 – Bolhas

4 – Degeneração do papel 8 - Água 12 – Partículas

Exemplo de utilização:

Problema no transformador: Falha no sistema de preservação do óleo ou vedações.

Influência correspondente sobre os parâmetros para o óleo com a entrada de água:

Alta:

Eleva a acidez e reduz a TIF, acelerando o envelhecimento do óleo (2);

Eleva o teor de umidade, devido a penetração de água (8);

Reduz a rigidez dielétrica, devido a penetração de água (8);

Eleva o Fator de Dissipação, devido a agua, sedimento e emulsões (9).

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Média: Nenhuma.

Baixa:

Alteração da cor;

Elevação do teor de gás, devido ao ar dissolvido (7).

5.4 Ensaios no papel

Os ensaios realizados no papel isolante, mais comumente utilizados são: Grau de polimerização (ABNT

NBR IEC 60450) e teor de Furanos e outros produtos do envelhecimento (ABNT NBR 15349), os quais

estão descritos no item 1.5 deste guia de manutenção.

5.5 Manutenção do Comutador de Derivação sob Carga

A manutenção em comutador de derivação sob carga é de importante para o funcionamento correto

do transformador.

Deve-se considerar que o comutador de derivação, é a única parte dinâmica no interior de um

transformador, qual não somente é submetido a esforços mecânicos (movimento pelo normal

funcionamento, desgastes mecânicos de partes e peças) bem como a esforços elétricos (desgaste de

contatos).

5.5.1 Atividades de Manutenção x Problemas Possíveis

Existem diversas técnicas de manutenção para avaliação da condição dos Comutadores de Derivação

em Carga.

A tabela 5.18 dá uma visão geral das capacidades de detecção de cinco dos métodos diagnósticos e

depois os mesmos serão discutidos mais detalhadamente.

A partir da proposta descrita na tabela 5.18, qualquer programa de Manutenção Baseada na

Condição para comutadores de derivação em carga, teria que confiar na execução de mais de uma

técnica para cobrir a maior escala de possível de falhas. Estes podem incluir a análise cromatográfica

e físico-química do óleo, Medição do Torque do Motor e a analise Vibro-Acústica, dependendo do tipo

de comutador de derivação em carga. Embora esta abordagem de manutenção seja atrativa, existem

dificuldades na interpretação para as três técnicas.

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TABELA 5.18 – Capacidade de Testes de CDC Diferentes

Vibro Acústico Vácuo

Reator

Resistor

Torque do motor Todos

Monitoramento Preditivo por analise

de óleo

Vácuo

Reator

Resistor

Resistência dinâmica Todos

PROBLEMAS

Conexão/Engrenagens G G G G

Cronometragem/Sequência G E E E

Controle/Relés E

Motor G

Freio E

Lubrificação E

Alinhamento contatos G G G G

Arco M G E E E E

Superaquecimento/Carbonização M E E L M L

Desgastes dos contatos M E M L

Transição E E E E

L- Baixa M – Moderada G – Boa E - Excelente

5.5.2 Manutenção Preventiva

É de relevada importância que hajam critérios de manutenção dos comutadores de derivação, que

pode ser de acordo com o manual do fabricante, ou ainda aplicar a engenharia de manutenção,

analisando o perfil de carga, numero de comutações totais e desde a ultima manutenção, histórico de

defeitos e vida remanescente.

É recomendado que as peças a serem utilizadas nas manutenções sejam originais. Para determinar

quais são devem ser substituídas, deve-se levantar os seus dados de fabricação, número de

operações desde a ultima intervenção, bem como total de operações, e aplicar a tabela com os

componentes a serem substituídos ou checados, sendo que o serviço deve ser realizados por pessoal

capacitado, pois é de alta complexidade.

Periodicidade de manutenção:

O número de operações para um comutador de derivações em carga pode variar substancialmente

dependendo da sua utilização.

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O número de operações previstas do comutador de derivações em carga, o intervalo de tempo de

manutenção e a avaliação (comparada à carga) devem ser levadas em consideração para

corretamente atender a programação de manutenção recomendada, conforme descrito nos exemplos

a seguir:

Os transformadores que operam em baixa carga poderiam facilmente exceder o tempo

prescrito, mas o cuidado deve ser tomado para não exceder o número de operações em

algumas unidades. O comutador de derivações em carga de alta velocidade, que opera por um

longo tempo e em cargas muito leves, pode sofrer um desgaste desigual dos contatos de

transição, somente porque o valor da resistência dos resistores de transição foi originalmente

selecionado para o valor de 75% ou 100% do carregamento do transformador.

Os transformadores que operam intensivamente podem exceder o número máximo

recomendado das operações, contanto que um registro de manutenção com desgaste do

contato seja bem documentado.

Comutador de derivações em carga em aplicação de Gerador e transformadores HVDC, que

geralmente são carregados inteiramente, não devem exceder os intervalos de manutenção

recomendados.

A manutenção do comutador de derivações é geralmente baseada no número de operações ou no

tempo, o que ocorrer primeiro.

A tabela 5.19 indica os critérios típicos para cada um dos tipos de comutador de derivações em

carga, o efeito da disposição da bobina de regulação e a carga no comutador de derivações em carga.

TABELA 5.19: Recomendações típicas dos fabricantes de CDC para intervalos de manutenção

Tipo de Comutador

Posição CDC Carga Intervalo de Inspeções

Numero de Operações * Tempo ** (anos)

Resistivo Neutro

Baixa 40k – 100K 5 – 7

Alta 30k – 60k 5 – 7

Linha, Fase Simples ou Delta

Baixa 30k – 80k 3 – 7

Alta 10k – 50k 3 – 7

Reator Enrolamento de Alta 50k – 100k 3 - 5

Reator Enrolamento de Baixa 35k – 60k 3 – 5

Vácuo 150k – 300k 5 anos ou mais

* Estes critérios são normalmente estabelecidos na vida estimada de um contato de arcos na carga cheia (aproximadamente 20%), a exceção o interruptor de vácuo que é baseado na vida mecânica dos foles.

** Os critérios básicos do tempo são estabelecidos tipicamente em uma aplicação de rede.

Avaliando a integridade dielétrica do óleo isolante quanto a deterioração, a contaminação e a

umidade, os intervalos de revisão baseados no tempo podem ser consideravelmente prolongados.

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5.5.3 Análise Físico-Química e Cromatográfica.

Análise Cromatográfica do Óleo isolante do Comutador

Pesquisas realizadas principalmente nos EUA sobre o uso da análise de gás dissolvido no óleo isolante

de comutadores como ferramenta de diagnóstico indicam sua utilidade na detecção de carbonização

do óleo e dos contatos do comutador.

A principal questão a ser contornada para a aplicação do monitoramento preditivo por análise

cromatográfica em Comutadores de Derivação em Carga é o fato de que a concentração de gases

gerados nestes equipamentos pode dificultar a interpretação dos resultados. No entanto, mesmo

nestes casos, é possível estabelecer uma correlação entre taxas de elevação de alguns gases

específicos e defeitos relacionados a desgastes e carbonização nos contatos, rompimento de

cordoalhas, entre outros. Ou seja, é possível estabelecer critérios de diagnóstico da condição

operativa de Comutadores de Derivação em Carga a partir do teor de gases dissolvidos no óleo

mineral isolante.

Maiores informações são encontradas na brochura do CIGRÉ: WG D1.32: DGA in Non-Mineral Oils and

Load Tap Changers and Improved DGA Diagnosis Criteria.

Análise Físico Química do Óleo isolante do Comutador

A tensão de ruptura e o índice de água são dois parâmetros que podem afetar a confiabilidade do

comutador de derivação em carga. Os seguintes critérios são sugeridos na tabela 5.20:

TABELA 5.20: Testes de óleos em CDC

Ud [kV]

VDE 0370 / IEC 60156

H2O [ppm]

ASTM D1533-88

Óleo mineral novo antes da energização >60 <12

Depois do fim da manutenção Óleo novo >50 <15

Óleo mineral envelhecido em serviço Óleo em serviço >30 <30

Para comutadores conectados em delta, alguns fabricantes de CDC estabelecem valores superiores a

40 kV (VDE 0370) para aplicações com óleo mineral em serviço, sendo recomendado consulta direta

ao fabricante do CDC

5.5.4 Técnicas Específicas de Manutenção em Comutador

Medição da Resistência Dinâmica

A Medida da Resistência Dinâmica pode ser considerada como uma evolução do teste de resistência

do enrolamento. Introduzindo um valor conhecido de resistência no circuito de teste, e então

inserindo o enrolamento de regulação com uma corrente contínua, os testes transitórios das

flutuações de correntes podem ser gravados durante o processo de chaveamento dos comutadores de

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derivação em carga. A resposta é gravada em um osciloscópio, um registrador transitório ou um

instrumento especializado. Analisando a resposta, a sequência do sincronismo e o valor dos resistores

de transição podem ser calculados e comparados às especificações de comutadores de derivação em

carga.

Em complementação as medições “estáticas” de resistência do enrolamento, a Medição da Resistência

Dinâmica oferece diagnósticos para defeitos de funcionamentos do CDC como:

Problemas do contato do CDC;

Molas quebradas;

Resistores de transição quebrados;

Pressão do contato;

Tempo de transição inadequado.

A medição dinâmica pode também detectar problemas no contato do interruptor do seletor ou uma

questão de sincronismo com o movimento do interruptor de seletor, o último representado por um

circuito aberto momentâneo durante a sequência de comutação. Devido a Medição de Resistência

Dinâmica poder somente ser aplicada off-line e exigir que as linhas terminais sejam desconectadas,

ela é geralmente limitada ao controle da qualidade dos comutadores de derivação em carga no

comissionamento ou após uma revisão, ou ainda para verificar a condição do CDC após uma atuação

da sua proteção.

Referências Bibliográficas:

J J Erbrink et al. “Diagnóstico avançado no local do Transformador do Comutador de Tap Em

Carga”, Simpósio Internacional de IEEE sobre Isolação Elétrica, junho 2008, Vancôver, Canadá;

M Kruger et al. “Novas ferramentas para medição de diagnóstica do Transformador de

Potência" , Conferência Internacional 2008 sobre a monitoração de condição e diagnóstico,

Beijing, abril 2008;

Brendan Diggin, Hannes Malan “Avaliação da condição dos Comutadores de Derivação Em

Carga usando a Resistência de Contato Dinâmico" Conferência Internacional de Doble 2004.

Medição de Torque do Motor

A Medição do Torque do Motor pode fornecer informações valiosas na condição de todo conjunto, por

exemplo; acionamento, engrenagens, chave de carga e seletora e eixos. A medida é relativamente

simples e utiliza parâmetros do motor (corrente e tensão) para calcular a potência durante o ciclo de

operação do CDC.

Através de comparações dos valores medidos com os valores de referencia é possível detectar

anormalidade durante o processo de comutação.

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Um exemplo da detecção de um problema de lubrificação é mostrado na figura 5.26 abaixo:

Figura 5.26 – Problema de Lubrificação da Movimentação do CDC Detectado pela Medida da Corrente do Motor.

Assinatura Vibro-Acústica

A assinatura vibro-acústica é obtida por uma sonda de vibração ou mais precisamente por um

acelerômetro de faixa de frequência, aplicado à parede do transformador para coletar as ondas

acústicas emitidas pelo mecanismo, similar a um estetoscópio. O método não deve ser confundido com

as medidas (ultra-sônicas) acústicas para a detecção de descargas parciais que usam sensores

ressonantes. A assinatura Vibro-Acústica é complementada geralmente pela medida da corrente do

motor, para controlar o período de registro (para começar e terminar a operação) e para identificar as

etapas diferentes na operação de comutador de derivação em carga.

Cada operação de comutação de tap produz ondas características da pressão e da vibração que são

transmitidas através do óleo e da estrutura do tanque. Diversos estudos demonstraram que, qualquer

degradação na condição do comutador de tap envolverá uma mudança detectável da assinatura

acústica. Inversamente, observou-se que esta mesma assinatura varia ligeiramente no caso de um

instrumento estável. A figura 5.27 mostra a influência no desgaste do contato em uma assinatura da

vibração da chave de carga

Figura 5.27 – Evidência do Desgaste do Contato na Marca de Vibro-Acústica de uma Chave Desviadora

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A dificuldade principal com esta metodologia é estabelecer para cada tipo de comutador de derivação

em carga, os respectivos critérios para uma condição de funcionamento normal ou anormal de

funcionamento. Todavia, o método provou eficácia na detecção de um largo espectro das anomalias.

O procedimento completo de teste é não invasivo e pode ser executado quando o transformador

estiver em serviço.

Referências Bibliográficas:

M Foata. et al. “Experiência de campo com a implementação de um novo diagnóstico vibro-

acústico online para os comutadores de tap em carga”; Conferência dos Usuários Doble, 2005.

F Simas et al. “Monitoração de vibração dos comutadores de tap em carga usando um

algoritmo genérico”, Conferência da tecnologia da instrumentação e da medição, 2005. IMTC

2005. Procedimentos do IEEE, volume 3, 16-19 maio 2005 Páginas: 2288 – 2293

P Kang, e D. Birtwhistle, “Monitoração da condição do transformador de potência comutador de

tap em carga II. Detecção do Envelhecimento a partir da assinatura da vibração”, IEE Proc.

Gen. Trans. e Distrib. 148.307-311 (2001)

K Williams, “Monitoração da condição de COMUTADOR DE DERIVAÇÃO EM CARGAs usando a

análise da vibração”, TechCon Ásia 2006.

Termografia

A termografia representa um papel importante na prevenção de falhas de componentes de um

transformador. A aplicação da termografia ao comutador de derivação em carga ainda não apresenta

nenhum estudo relevante, visto que, o aumento de temperatura é consequência normal da operação

do equipamento.

5.6 Práticas de Manutenção e Inspeção

As práticas de manutenção implementadas pelas empresas concessionárias tem como objetivo manter

o bom funcionamento dos transformadores durante o ciclo de vida útil para o qual o equipamento foi

projetado. Além das técnicas de diagnóstico como, por exemplo, os ensaios básicos e avançados ou

mesmo o DGA, uma série de tarefas de manutenção (incluindo inspeções visuais) são recomendadas

durante a manutenção preventiva.

Baseado na divisão por sistemas de um transformador (descrito no capítulo 1 deste guia), este

capítulo propõe um plano de manutenção preventiva típico para transformadores de potência focando

nos principais modos de falha comumente encontrados durante a sua fase de operação normal.

As práticas de manutenção aplicadas aos sistemas de comutação e isolação são descritos

respectivamente nos itens 5.5.4 e 5.7 deste guia.

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5.6.1 Parte Ativa

Durante o ciclo de vida útil de um transformador, as atividades de manutenção preventivas

relacionadas ao sistema “parte ativa” serão limitadas principalmente ao tanque principal, visto que

apenas em atividades de inspeção específicas ou em reparos, será necessário o acesso aos

enrolamentos e núcleo.

Tanque

A integridade do tanque é ditada primeiramente por suas características mecânicas. Por princípio, o

tanque deve suportar a pressão de líquido isolante sem perder a sua estanqueidade. Portanto, a

integridade do tanque depende da condição das gaxetas localizadas nas superfícies (tampa,

conservador, radiadores, janelas de inspeção, portas de caixas de controle, portas e tampas do

compartimento do comutador de derivações em carga) e a integridade da solda do tanque. A corrosão

do tanque deve ser um ponto de especial atenção. Quando localizado externamente, o compartimento

do comutador de derivações em carga pode igualmente ser incluído na avaliação da condição do

tanque.

A seguir são descritos os principais aspectos a serem observados em uma manutenção, relacionados

com o tanque de um transformador.

Inspecionar estado geral quanto a vazamentos de óleo isolante e estado de conservação

(visível) das vedações;

Avaliar níveis de corrosão nas superfícies dos tanques e conservador;

Nível de óleo isolante do tanque principal do transformador;

Inspecionar estado de conexão de aterramento e travas das rodas para deslocamento;

Condição de limpeza;

Lubrificação das rodas.

Transformador de Corrente (TC)

Além do tanque, os transformadores de corrente (TC) merecem atenção da manutenção no que se

refere a selagem das caixas de passagem, estado das conexões dos terminais e conservação das

vedações das caixas terminais. A isolação da fiação externa deve estar em bom estado de

conservação.

Aterramento

É importante verificar periodicamente estado de conservação do aterramento do tanque e sua

conexão. É recomendável que exista apenas um ponto de conexão com a malha de terra por

transformador. Todos os componentes metálicos do transformador em referencial zero de tensão

devem se encontrar equipotencializados.

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5.6.2 Sistema de Preservação de Líquido Isolante e Conservador

Considerando os distintos tipos de sistemas de preservação de líquido isolante, descritos no item 4.2,

as ações de manutenção adotadas devem contribuir para manter a integridade destes, visando

garantir a expectativa da vida útil do transformador no que se refere ao contato com umidade e

oxigênio, dois fatores de fundamental importância nesta avaliação. Devido à integração com este

sistema, as ações de manutenção do conservador também são abordadas neste item.

Nos sistema externo ao conservador, os cuidados estão relacionados principalmente a possibilidade da

existência de vazamentos nas tubulações de interligação com o transformador ou mesmo na própria

bolsa. A implementação de rotina de inspeção para verificar a integridade da bolsa é indicada, já que

a diminuição significativa de seu volume pode indicar a existência de vazamentos.

Em sistemas internos ao conservador, a detecção de ruptura de bolsa ou membrana pode ser também

efetuada através da existência de óleo interno as mesmas. Indícios do rompimento da bolsa ou

membrana também podem ser observados na marcação equivocada do indicador de nível de óleo, já

que com o rompimento da membrana pode existir um sobrepeso desta, alterando o funcionamento

correto do indicador.

Em transformadores, onde um material secante for usado como preservação do óleo isolante, a

mudança de sua cor indica que o mesmo está saturado com umidade e que o ar que passa através do

respirador permanecerá úmido. Recomenda-se que, a substituição do material secante deve ser

realizada quando 50% do material alterar sua cor. Outro fator importante de constatação, é que a

mudança da cor deve ser observada sempre a partir do lado da entrada do ar atmosférico, caso a

coloração não ocorra nesta orientação ou mesmo não haja na evolução nesta “descoloração” durante

vários meses, deve haver a existência de um vazamento de ar na tubulação da conexão do respirador.

Os maiores cuidados com a manutenção do conservador de um transformador estão relacionados com

a corrosão, devendo haver inspeção em intervalos planejados de acordo com a região, com utilização

de espelhos que possam visualizar a parte superior do mesmo.

Outro ponto importante relacionado com conservadores é a sua suportabilidade a realização de vácuo,

devendo-se sempre verificar a necessidade do fechamento de válvulas de interligação com o tanque

principal.

A seguir são descritos os principais aspectos a serem observados em uma manutenção, relacionados

com os sistemas de preservação de óleo isolante e conservador.

Verificar o estado de corrosão e pintura dos conservadores e demais partes metálicas do

sistema de preservação;

Verificar o estado de saturação do material secante utilizado;

Verificar o estado de conservação das bolsas e membranas;

Verificar a estanqueidade do sistema;

Cuidados com a capacidade de suportar vácuo do conservador;

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5.6.3 Sistema de Resfriamento.

Considera-se parte integrante do sistema de resfriamento do transformador: trocadores de calor,

radiadores, ventiladores e bombas de circulação de óleo.

Bombas de Circulação de Óleo

Dois pontos merecem atenção especial do mantenedor quando da realização de manutenção em

bombas de circulação de óleo: ruído e vibração. Na existência de anormalidade destas grandezas se

faz necessário uma intervenção específica para verificação de itens como rolamento da bomba,

diretamente relacionada com estas alterações. Outros fatores a serem levados em consideração pela

manutenção são: vazamentos de óleo na própria motobomba, tubulações e válvulas associadas, bem

como a isolação da fiação de alimentação existente, comando e supervisão da bomba e do indicador

de fluxo de óleo, quando houver. A seguir, são listados os pontos que merecem atenção durante a

manutenção de bombas de circulação de óleo.

Medição de vibração, ruído e aquecimento das bombas;

Vazamento de óleo na motobomba e tubulações/válvulas associadas;

Existência de corrosão nas partes metálicas e estado da pintura;

Medição da corrente elétrica do motor;

Verificação do funcionamento manual e automático da motobomba;

Verificação da isolação da enfiação existente de força, comando e supervisão;

Verificar funcionalidade de ajustes do comando das motobombas;

Funcionalidade da indicação de fluxo de óleo, quando houver;

Aplicar se necessário selante de silicone (não acético) nas caixas terminais para evitar entrada

de umidade e animais.

Ventiladores

Similarmente às bombas de circulação de óleo, o ruído e a vibração do motor do ventilador são

indicativos de defeito e devem ser investigados. Outro importante ponto de verificação é referente à

obstrução do fluxo de ar direto, causadas por materiais poluentes (papel, plástico, folhas,...), devendo

haver uma inspeção a intervalos planejados e curtos com esta finalidade de correção. Uma boa

prática é a energização periódica e manual de ventiladores cuja operação não é contínua ou

frequente. Para a segurança do pessoal de operação e manutenção, deve ser mantido o bom estado

dos protetores das hélices do ventilador. A seguir, são listados os pontos que merecem atenção

durante a manutenção de ventiladores.

Verificação de vibração e ruído ventiladores;

Existência de corrosão nas partes metálicas e estado da pintura;

Medição da corrente elétrica do motor;

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Verificação do funcionamento manual e automático dos ventiladores;

Verificação da isolação da enfiação existente de força, comando e supervisão;

Verificar estado de hélices e grades de proteção;

Verificar funcionalidade de ajustes do comando dos ventiladores;

Aplicar se necessário selante de silicone (não acético) nas caixas terminais para evitar entrada

de umidade e animais.

Radiadores

A principal verificação realizada em radiadores é a inspeção quanto a existência de vazamentos de

óleo no próprio componente, bem como nas tubulações e válvulas associadas. Os pontos mais típicos

de vazamento incluem as junções dos flanges de conexão com válvulas, bombas de óleo, tubulações

e os bujões para drenagem de ar. A eficiência do conjunto radiador-bomba-ventiladores é verificada

pela a medição de temperatura de entrada e saída de óleo através de um termovisor. A seguir, são

listados os pontos que merecem atenção durante a manutenção de radiadores.

Vazamento de óleo no radiador, junção dos flanges de conexão com motobomba, tubulações e

válvulas associadas, bem como nos bujões de drenagem de ar;

Existência de corrosão nas partes metálicas e estado da pintura;

Eficiência do conjunto formado pelo radiador com os ventiladores e motobomba com

termovisor, verificando temperatura de entrada e saída de óleo;

Funcionalidade da indicação de fluxo de óleo, quando houver.

Trocadores de calor óleo/água

O principal fator que influencia no rendimento de trocadores de calor óleo/água é a corrosão das

partes metálicas devido à ação da temperatura e da própria água. Esta corrosão pode resultar no

vazamento de óleo observado através da saída da água quando da existência de decomposição do

material das aletas. Caso o transformador opere com a pressão da água maior que a pressão de

circulação do óleo, esta corrosão pode ocasionar na falha do transformador devido a brusca entrada

de água no equipamento. Neste caso, é importante avaliar a instalação de um redutor de pressão na

tubulação de entrada de água a fim de evitar maiores danos quando de falhas na estanqueidade do

trocador. Obstrução de tubulações por vegetação ou moluscos existentes nos reservatórios de água

que suprem este sistema também comprometem a eficiência da troca de calor.

Outro fenômeno que pode causar corrosão é a ação galvânica de metais não similares que é função

dos tipos de metais usados na construção do trocador e das condições ambientais em que estes são

operados. A corrosão ocorre geralmente entre metais não similares na parte mais baixa do resfriador,

na articulação dos tubos e da folha do tubo, sendo notado rapidamente quando ocorrem os

vazamentos de óleo. Em ambientes agressivos, as aletas dentro nos tubos de resfriamento sofrer

corrosão e desintegração.

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Funcionalidade das válvulas do circuito de alimentação de água;

Funcionalidade das indicações de fluxo de água e óleo, quando houver;

Vazamento de óleo no trocador de calor verificado através da tubulação de saída de água;

Vazamento de óleo através da junção dos flanges de conexão com motobomba, tubulações e

válvulas associadas, bem como nos bujões de drenagem de ar;

Vazamento de água através das tubulações, flanges e válvulas associadas;

Existência de corrosão nas partes metálicas e estado da pintura;

Eficiência do conjunto formado pelo trocador e motobomba com termovisor, verificando

temperatura de entrada e saída de óleo;

5.6.4 Sistema de Supervisão, Proteção e Controle.

Considera-se parte integrante do sistema de supervisão, proteção e controle, os seguintes

componentes:

Relé de Gás (ou Buchholz)

Como qualquer dispositivo preenchido de óleo, o relé de gás está sujeito a vazamentos, sendo este

um dos defeitos mais comuns neste componente devido à quantidade de pontos de possíveis, como

os registros associados, as vedações existentes e as buchas de conexão com as bóias de

acionamento. Existe relato pelas empresas concessionárias de atuações indevidas devido a alguns

fatores como a penetração de umidade ou de animais peçonhentos, ou mesmo devido a defeitos

associados à bóia de acionamento, como por exemplo, a migração de óleo para o interior das bóias

(não maciças) resultando na atuação da mesma. A seguir, são listados os pontos que merecem

atenção durante a manutenção de relé de gás:

Verificação de vazamentos através das vedações e buchas de conexão com enfiação das

bóias;

Existência de corrosão nas partes metálicas e estado da pintura;

Verificar estanqueidade e conservação das bóias de acionamento do relé de gás;

Verificação da isolação da fiação existente de desligamento e supervisão, realizando se

possível teste de isolamento;

Realizar, quando possível, atuações das bóias de alarme e desligamento para verificar

funcionalidade;

Realizar limpeza, quando possível, do visor de presença de gases existente no relé;

Aplicar se necessário selante de silicone (não acético) nas caixas terminais para evitar entrada

de umidade e animais.

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A seguir são listadas possíveis causas para atuação, devida ou não, do relé de gás:

Existência de falha interna no transformador.

Baixo nível de óleo, sem indicação no visor de nível de óleo do conservador ou mesmo ação

corretiva da manutenção antes da atuação do relé de gás;

Atuação severa de descargas parciais no transformador;

Sobreaquecimento severo resultando na decomposição do óleo / papel e consecutiva formação

de gases;

Existência de bolhas de ar internamente ao transformador, após atividade de manutenção com

manuseio do óleo isolante ou mesmo através de ingresso de ar atmosférico através das bombas

de circulação de óleo;

Vibração excessiva ou choque mecânico no relé;

Baixo isolamento ou falha na isolação nos condutores ou terminais de alarme e desligamento

do relé.

Válvula de Alívio de Pressão

O funcionamento adequado da válvula de alívio de pressão está ligado a dois aspectos específicos: a

pressão definida para atuação da válvula e os componentes responsáveis pela sinalização de

anormalidade (ou mesmo desligamento do transformador). Para tanto, é importante que não haja

alteração na pressão definida pelo fabricante, sem consulta prévia ao mesmo, bem como o sistema de

molas existente nunca devem ser desmontados sem que sejam tomadas todas as precauções de

segurança apropriadas. A seguir, são listados os pontos que merecem atenção durante a manutenção

da válvula de alívio de pressão:

Verificação de vazamentos de óleo através da vedação existente entre a válvula e o tanque

principal;

Existência de corrosão nas partes metálicas, incluindo molas;

Verificar ressecamento das vedações;

Funcionamento dos contatos de alarme e desligamento, quando existir;

Verificação da isolação da fiação existente de desligamento e supervisão, realizando se possível

teste de isolamento;

Aplicar se necessário selante de silicone (não acético) nas caixas terminais para evitar entrada

de umidade e animais.

Indicador de Nível de Óleo Isolante

Quando da ocorrência de uma indicação equivocada de nível de óleo, os problemas mais comuns

identificados pelas empresas concessionárias são: defeito no flutuador localizado internamente ao

conservador (ou transformador), falha nos contatos, baixa isolação da enfiação e falha na indicação

do ponteiro, através do sistema de imã magnético existente. A seguir, são listados os pontos que

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merecem atenção durante a manutenção do indicador de nível de óleo:

Verificação de vazamentos de óleo através da vedação existente entre o indicador e o

conservador (ou tanque principal);

Verificar, sempre que possível, o funcionamento dos contatos de alarme;

Verificar, sempre que possível, a funcionalidade do sistema de indicação de nível de óleo;

Verificar, sempre que possível, a integridade do flutuador existente internamente ao

transformador. Este componente pode se encontrar “preso” sob membrana ou bolsa do sistema

de preservação existente no conservador ou mesmo com óleo contido internamente ao

flutuador, influenciando no funcionamento do mesmo;

Verificação da isolação da fiação existente de desligamento e supervisão, realizando se possível

teste de isolamento;

Aplicar se necessário selante de silicone (não acético) nas caixas terminais para evitar entrada

de umidade e animais.

Indicadores da temperatura do óleo isolante e do enrolamento

As indicações de temperatura do óleo isolante e do enrolamento são importantes parâmetros na

avaliação do comportamento operacional de um transformador, influenciando diretamente na análise

de carregamento. Nos modelos analógicos, os defeitos estão mais associados a calibração dos

indicadores e defeitos nos ponteiros de indicação de temperatura. Nos modelos digitais, existem

registros de fragilidade de monitores em locais com alta temperatura ou mesmo ação direta de

radiação solar. Em ambos os tipos, problemas de falta de óleo nas cubas dos sensores e propriamente

nos sensores, é motivo de defeitos neste tipo de supervisão. A seguir, são listados os pontos que

merecem atenção durante a manutenção dos indicadores de temperatura:

Verificação do estado de conservação do capilar, visor, ponteiro e amortecedores de fixação;

Verificar a existência de pontos de corrosão;

Testar, sempre que possível, a funcionalidade da atuação do alarme (e desligamento, se

houver) dos indicadores. Caso necessário, ajustar e aferir;

Aplicar se necessário selante de silicone (não acético) nas caixas terminais para evitar entrada

de umidade e animais;

Verificação da isolação da fiação existente de desligamento e supervisão, realizando se possível

teste de isolamento;

Verificar, periodicamente, a existência de óleo isolante conforme indicado nas “cubas” dos

sensores de temperatura, bem como o estado de conservação dos próprios sensores;

Verificar a parametrização dos valores informados nos termômetros digitais quando da

instalação de unidades novas.

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Controle do Sistema de Resfriamento

A manutenção preventiva periódica associada aos componentes elétricos / eletrônicos existentes nos

armários de comando e controle dos transformadores é baseada principalmente na prevenção contra

aquecimento das conexões elétricas existentes. Para tanto, são adotadas ações periódicas de

verificação do torque adequado as conexões terminais dos componentes e réguas, bem como a

implementação de uma rotina de inspeção termovisiva para a verificação de aquecimentos. Além

destas ações a manutenção da vedação das portas, do material selante isolante e a limpeza dos

componentes contribui para minimização dos defeitos neste sistema.

Verificação periódica da existência de aquecimento nas conexões elétricas através de inspeção

termográfica;

Verificação do torque das conexões elétricas nos componentes elétricos / eletrônicos e nas

réguas terminais;

Verificar a lubrificação de dobradiças e fechaduras;

Verificação da isolação da enfiação existente, realizando se possível teste de isolamento;

Aplicar se necessário selante de silicone (não acético) nas caixas terminais para evitar entrada

de umidade e animais;

Verificar estado de corrosão das superfícies metálicas e realizar tratamento anticorrosivo;

Realizar limpeza interna ao armário;

Verificar estado da vedação da porta e corrigir, se necessário;

Realizar medição de corrente com alicate amperímetro, comparando entre fases, para verificar

balanceamento, sobrecarga ou mau funcionamento de algum componente de resfriamento do

transformador;

Verificar, e corrigir se necessário, iluminação e aquecimento interno do armário;

Verificar periodicamente a funcionalidade do comando e controle do transformador;

5.6.5 Sistema de Conexão (Buchas)

As principais práticas de manutenção aplicadas as buchas estão relacionadas a preservação e

verificação do estado de sua isolação. Práticas de medição periódica de fator de potência da isolação,

capacitância ou análises DGA a intervalos planejados, são comuns na adoção de políticas de

manutenção aplicadas a buchas condensivas. Devido ao caráter repentino de alguns tipos de falhas

em buchas e as consequências severas à instalação (com ocorrência de explosão e incêndio), é

comum a implementação de monitoramento on-line contínuo em buchas. A seguir, são listados os

pontos que merecem atenção durante a manutenção de buchas:

Verificação da limpeza das porcelanas;

Verificação de existência de vazamentos de óleo isolante;

Verificação periódica da integridade da isolação com ensaios de fator de potência / capacitância

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ou análise DGA a intervalos planejados;

Sempre que possível, verificar a condição de aterramento do tap capacitivo através da tampa;

Verificar a existência de pontos de corrosão;

Verificar (ou reparar) para-raios ou centelhadores.

5.7 Secagem da Isolação

A celulose é um material polimérico natural e as cadeias moleculares que a compõem quebram

quando expostas às altas temperaturas. Esta despolimerização da isolação sólida é acelerada na

presença da umidade, do oxigênio e dos ácidos resultantes da deterioração do óleo. O aumento de

1% no índice de umidade do papel tem o mesmo efeito que um aumento de 6-8°C na temperatura,

pois dobra a taxa de despolimerização. O papel envelhecido se torna frágil e perde sua propriedade

elástica, sendo que em caso de um curto-circuito ou impacto no transporte, a isolação pode romper,

causando falha dielétrica.

A figura 5.28 ilustra como a secagem de um transformador pode aumentar sua expectativa de vida

útil gerando assim benefícios financeiros. Apesar do fato de existirem vários motivos que podem levar

um transformador a falhar, o envelhecimento da isolação é o principal parâmetro para determinar o

fim de sua vida útil.

Como exemplo, reduzindo a umidade da isolação sólida de um transformador, de 3% para 1%,

podemos estender sua da vida útil em aproximadamente 20 anos.

Figura 5.28: Influência da temperatura e umidade na expectativa de vida

A umidade no óleo, especialmente quando associada com partículas, reduz significativamente a sua

rigidez dielétrica e aumenta o risco de descarga eletroestática, e descarga parcial entre as fibras do

papel “tracking”.

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Figura 5.29: Influência umidade e partículas na rigidez dielétrica

O alto teor de água na celulose reduz a confiabilidade do transformador em função do aumento da

possibilidade de formação de bolhas em situações da sobrecarga ou no carregamento repentino,

devido ao aumento rápido na temperatura.

Figura 5.30: Temperatura para formação de bolha em função do índice de umidade na isolação sólida

Uma forma consagrada de avaliar a quantidade de água no transformador é através do gráfico da

NBR-5416 “Teor de água no óleo (ppm) X % de umidade no papel (por massa)”, que mostra a

relação entre teor de água no óleo (ppm) e no papel (%), em função da temperatura da amostra,

considerando o transformador higroscopicamente estabilizado.

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Conhecendo a porcentagem (%) de água e a massa no papel do transformador, pode-se avaliar a sua

quantidade de água. Como referencia, estima-se que o peso de papel no transformador seja em torno

de 12% em massa da sua parte ativa.

TABELA 5.21 – Limites das diversas normas de % de agua no papel

% URSI % água papel - ASTM D 3277

<242 kV ≥242 kV <242 kV ≥242 kV

SCM/CFQ - 093 1,5 máx. 1,0 máx. - -

SCM/GTMS 019 0,5

(TR novo)

0,5

(TR novo) - -

NBR 7037 - 1993 1,0 máx.

(TR novo)

1,0 máx.

(TR novo) - -

NBR 5416 - 1997 - - 2,0 máx. 1,5 máx.

Figura 5.31 - Solubilidade de agua no óleo ver fonte, linha tracejada e aplicar exemplo.

A figura 5.31 relaciona a temperatura do óleo com o teor de água de saturação em óleo novo (linha

cheia) e óleo oxidado com acidez de 0,30 mg KOH/g (linha pontilhada). O teor de água de saturação,

a uma dada temperatura, é a concentração máxima em que a água permanece solubilizada no óleo,

ou seja, acima desta concentração, qualquer quantia de água adicionada, ficará na forma de água

livre, como uma gotícula em suspensão (o óleo começará a ficar turvo).

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O ponto de saturação da água no óleo aumenta com o aumento da temperatura. Por exemplo, para

um óleo novo:

teor de água de saturação a 30° C = 80 mg/kg;

teor de água de saturação a 40° C = 120 mg/kg.

O ponto de saturação da água no óleo também aumenta à medida que o óleo torna-se mais oxidado,

como mostrado no gráfico:

teor de água de saturação a 40° C para óleo novo = 120 mg/kg;

teor de água de saturação a 40° C para óleo oxidado com acidez de 0,3 mg KOH/g = 200

mg/kg.

Referência Bibliográfica:

ABNT NBR 10576: 2012 – “Óleo mineral isolante de equipamentos elétricos – Diretrizes para

supervisão e manutenção” (páginas 6 e 7).

Figura 5.33 – Relaciona o teor de agua no óleo e a porcentagem de umidade no papel, em função da

temperatura da amostra.

Exemplo: Para um transformador com 10.000 litros de óleo, estimando 1.000 kg de isolação sólida,

com a amostra de óleo sendo tirada a uma temperatura de 40ºC e apresentando 40 ppm de umidade,

estima-se que o teor de umidade seja em torno de 4 %, ou seja, 0,4 litros contidos no óleo e 40 litros

na isolação sólida.

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Aplicar um processo de secagem a um transformador em campo, seja devido ao alto teor de umidade

do sistema de isolação papel/óleo detectados nos ensaios físico químicos, ou após um reparo que

exigiu a retirada do óleo e exposição da parte ativa, ou mesmo em um transformador novo recebido

com umidade acima dos limites exigidos, é uma decisão técnica importante que deve ser analisada

com critério para que seja escolhida o melhor método que garanta o melhor custo beneficio de tal

forma a garantir confiabilidade operativa e prolongar sua vida util.

Como visto anteriormente, a maior parte da água contida em um transformador encontra-se na

isolação sólida, a qual pode reter, dependendo da temperatura, até 99%, enquanto o restante está

dissolvida no óleo. Isto significa que em um transformador de potência a quantidade de água na

isolação sólida pode alcançar centenas de litros, enquanto que no óleo seu volume seria de apenas

alguns litros.

Um fator importante que deve ser considerado para investir em manter o transformador sempre seco,

consiste no fato de que ele pode ser mais carregado que um com maior teor de umidade, e ainda que

a expectativa de vida de seu sistema da isolação sólida é maior.

A contaminação por umidade em um transformador pode ser proveniente de diversas fontes:

Remanescente do processo de fabricação e sem o devido controle antes do enchimento;

Falha no monitoramento durante o transporte ou na montagem, onde se permitiu a penetração

de umidade e não se fez uma avaliação adequada antes do enchimento;

Entrada de ar úmido em transformadores não selados devido a manutenção inadequada no

dessecante;

Ingresso da umidade através de falha das vedações;

Envelhecimento da celulose, pela quebra da cadeia carbônica;

Absorção da umidade durante manutenção (inspeção da parte ativa, substituição de bucha,

troca de radiadores e componentes em contato com o óleo isolante);

Enchimento do transformador com óleo sem controle do teor de umidade e rigidez dielétrica.

Durante intervenções longas, onde há necessidade da retirada da parte ativa da sua caixa, é

importante que o trabalho seja realizado em ambiente controlado, com baixa umidade e partículas em

suspensão, bem como mantê-la coberta, deixando exposta somente a região que esteja sendo

trabalhada, como exemplo de melhor pratica pode-se citar:

Utilizando barraca com atmosfera controlada e insuflamento contínuo de ar seco;

Voltando ao final do expediente de trabalho a parte ativa em sua caixa, retornando a tampa,

aplicando vácuo, e pressurizando com ar seco;

Retornar a parte ativa a sua caixa, cobrindo-a com uma lona e mantendo insuflamento de ar

seco;

Se não for possível retornar a parte ativa em sua caixa, envolve-la com uma lona (envelopar) e

manter insuflamento de ar seco.

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Durante as inspeções visuais na parte ativa, ou atividades da manutenção em que o óleo é

parcialmente ou completamente drenado, deve-se manter sempre uma pressão positiva ou um fluxo

continuo de ar seco.

Existem vários métodos de secagem, que serão explorados nos próximos tópicos, e todos são

dependentes do tempo, da temperatura e em muitos casos do nível de vácuo aplicado. Secar a parte

ativa de um transformador é um processo que pode ser lento e tentar acelera-lo pode ter um impacto

direto no custo e na qualidade.

Outro item também de muita importância para a decisão da melhor técnica e custo/beneficio a ser

aplicado na secagem da parte ativa, é a necessidade da retirada do transformador do sistema, uma

vez que pode permanecer durante semanas fora de operação e com isso afetar a saúde financeira das

concessionarias, e podendo também causar prejuízo à sociedade no caso de falha da unidade que

assumiu a carga.

Por essa razão, os principais processos de secagem estão separados em dois blocos:

Secagem on-line, com o transformador em operação;

Secagem off-line, com o transformador fora de serviço.

5.7.1 Secagem On-Line, com o Transformador em Operação.

5.7.1.1. Tratamento Termovácuo

Esse processo utiliza uma maquina de tratamento de óleo isolante, com sistema de retirada de

umidade por termovácuo, de funcionamento automático para secagem de transformadores em regime

energizado, a qual é projetada especificamente para desumidificação, desgaseificação e filtragem de

óleo com o transformador energizado.

Esse processo utiliza a propriedade de migração de umidade do papel para o óleo quando o

transformador está aquecido, ou seja, com carga elevada, pois como a maquina trabalha em regime

continuo, quando o transformador está aquecido boa parte da umidade contida no papel é transferida

para o óleo, e como o óleo passa por processo de secagem pela termovácuo, a umidade é retirada e

não mais retorna para o papel, em processo continuo.

Esse processo, além de desumidificar o óleo, próximo a 5 ppm, também possibilita a extração dos

gases dissolvidos, pois grande parte dos gases serão extraídos e após o termino do processo aos

poucos todos ou um parte deles voltarão até a estabilização. Durante o processo de desumidificação,

a analise de DGA pode ser mascarada pela desgaseificação. O conteúdo de partículas contidas no óleo

do transformador também é reduzido, o que também é uma excelente característica.

Esse equipamento opera normalmente com vazão variável, na ordem de 500 até 2.000 l/h, e possui

um sistema de controle de temperatura, de tal forma que o óleo que circula pela câmara de

desgaseificação e desumidificação não exceda aos 60ºC (+/- 5ºC), pois acima dessa temperatura

pode haver degradação do óleo isolante, assim caso o óleo esteja acima, a pressão de vácuo é

reduzida para proteção das características do óleo.

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O custo beneficio desse processo é atrativo caso se tenha alguns transformadores a serem secos, pois

há o custo inicial da compra do equipamento porem o custo operacional é muito baixo. Caso não haja

muitos transformadores com necessidade de secagem energizada, podem ser aplicados outros

métodos com custo menor do equipamento, porem com custo operacional maior, portanto há de se

fazer o comparativo para cada realidade.

5.7.1.2 Filtros Absorvedores de Umidade

Esta técnica utiliza um sistema de filtragem por cartuchos que tem a capacidade de absorver a

umidade dissolvida no óleo isolante, garantindo baixo teor de umidade no óleo na saída da máquina,

a valores menores que 10 ppm, bem como elevação da rigidez dielétrica.

Este sistema não interfere no acompanhamento de gases dissolvidos e também não remove os

inibidores de oxidação do óleo e opera a uma baixa vazão constante e na ordem de 1.100 l/h. Possui

pressostato de desligamento automático e indicação de pressão alta no compartimento de filtro,

indicando sua saturação.

Para determinar quando os elementos devem ser trocados e a quantidade de água que está sendo

retirada, deve-se fazer o ensaio periódico do conteúdo de água na entrada e na saída da máquina. A

umidade na saída começará a aumentar à medida que o elemento aproxima-se de sua capacidade de

remoção de água. O processo não liberará a umidade de volta para o óleo, entretanto, se os

elementos não estiverem retirando umidade, o processo não será efetivo. A quantidade de elementos

necessários e o intervalo de troca variam de acordo com o conteúdo de água e a taxa de

transferência de umidade da parte ativa do transformador para o óleo.

Este sistema apresenta um custo inicial relativamente baixo frente a um custo operacional elevado,

devido ao número de filtros a utilizar durante o processo de secagem, pois a retenção de umidade é

reduzida.

5.7.1.3 Peneira Molecular

As peneiras moleculares são zeólitas, que é um grupo numeroso de minerais que possuem uma

estrutura porosa. Esse nome provem da observação de que após o aquecimento rápido de um mineral

natural, as pedras começavam a saltitar à medida que a água se evaporava, em que do grego

significa "pedra que ferve".

São compostos de alumínio e silício (alumino-silicatos) altamente alcalinos e com alto grau de

ordenação microscópica. Existem zeólitas naturais e sintéticas; as sintéticas são as utilizadas,

comumente para a obtenção de álcool etílico anidro a partir de álcool hidratado.

A característica principal das zeólitas sintéticas é ter poros microscópicos de diâmetro preciso e

grande área superficial. Geralmente apresentam-se como partículas do tamanho de ervilhas.

Na indústria as zeólitas são usadas no processo de desidratação do álcool etílico com poros de

diâmetro de cerca de 3 angstroms. Esse diâmetro de poro é muito pequeno para moléculas de álcool,

que têm cerca de 4,4 angstroms de diâmetro, mas são suficientemente grandes para que moléculas

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de água, que têm cerca de 2,8 angstroms de diâmetro. É este método seletivo das peneiras

moleculares o responsável pelo termo “peneira” em sua denominação.

São compostos de uma rede tridimensional de tetraedros ( e ) ligados entre si pelos átomos

de oxigênio, originando assim uma estrutura microporosa compensada eletronicamente por outros

cátions como por exemplo, , , , . A existência de cavidades e de canais regulares de

tamanho molecular na estrutura das zeólitas permite a captura de moléculas de agua em seu interior.

A agua nos canais é facilmente desprendida com o aquecimento. Esse processo de captura seletiva

depende da estrutura particular da zeólita, ou seja do tamanho do poro, e do tamanho das moléculas,

podendo assim ser usada como peneira molecular.

A sua estrutura cristalina complexa origina diversas variações de estruturas porosas tendo cada uma

diferentes capacidades de armazenamento de agua em seus poros.

A zeólita usada normalmente em óleo mineral isolante tem granulometria de 2,5 a 5 mm e com

diâmetro de poro de 4 Å, e com possibilidade de recuperação.

A maquina de secagem desse processo é construída por colunas que acondicionam o material

adsorvente, uma bomba mecânica para circular o óleo do transformador pelas colunas com o material

adsorvente, eletroválvulas, filtros coalescentes e sensores de temperatura, de pressão e de vácuo. A

forma de ligar se iguala as demais maquinas que se propõem a realizar a secagem com o

transformador em operação, equipada de todas as proteções necessárias para operação com

segurança.

Para recuperação da peneira molecular utiliza-se um forno de 350ºC, com controle de elevação de

temperatura, depois ela passa por lavagem com vapor d’agua a 100ºC, através de uma caldeira a

vapor em uma coluna de inox, em seguida é seca em um forno a 350ºC por 24 horas.

Possui excelente capacidade de extração de agua do óleo mineral isolante e não altera as

características físico químicas e os gases combustíveis do transformador, bem como pode ser

instalado filtro para retenção de partículas.

A figura 5.34, mostra a estrutura molecular da zeólita.

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Figura 5.34 – Estrutura molecular da zeólita.

As notas a seguir são comuns aos três métodos apresentados:

O óleo é succionado pelo registro inferior do transformador e retorna pelo registro do tanque

de expansão;

A vazão não deve ultrapassar a 10% do volume do transformador, a fim de evitar problemas de

turbulência de óleo na parte ativa, evitando o fenômeno de cargas estáticas;

Estes sistemas são projetados para operação continua totalmente desassistida, de forma segura

e sem necessidade de supervisão. As mangueiras são providas de válvulas solenoides e de

retenção em suas extremidades ligadas ao painel principal de controle, assim caso ocorra perda

de fluxo, com exemplo devido a vazamento nas mangueiras, a máquina é desligada e as

solenoides interrompem a circulação de óleo;

A eliminação de bolhas de ar, principalmente no inicio da circulação do óleo, é garantida pelos

procedimentos de evacuação do ar da máquina e mangueiras por uma bomba de vácuo

conectada no sistema;

Deve-se tomar o cuidado de adicionar óleo na maquina antes do inicio do processo, para evitar

baixo nível de óleo no transformador;

O tempo de secagem varia em função da quantidade de papel do transformador e do teor de

umidade, bem como do volume de óleo do transformador, podendo variar de 1 a 3 meses, para

um processo apresentar boa eficiência;

O sistema de secagem deve ser certificado quanto a ausência de PCB.

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5.7.2 Secagem Off-line, com o Transformador Fora de Serviço.

5.7.2.1 Secagem por Alto Vácuo

Este método é considerado muito eficiente, rápido e econômico, comparado a outros métodos, onde o

ar e os vapores são bombeados do transformador por um conjunto de alto vácuo, composto por uma

bomba mecânica e um Buster (Roots).

É recomendado para secagens onde o valor da umidade contida no transformador não esteja muito

elevada, ou seja, que a URSI esteja abaixo de 2,5% para transformadores usados e 1,5% para novos.

Verificar se o transformador e seus acessórios suportam vácuo pleno, bem como interligar o

comutador de derivação em carga (CDC)

O tempo de vácuo deve variar de acordo com o volume do transformador e o seu teor de umidade,

normalmente varia de 24 a 72 horas, depois do ciclo de vácuo, o transformador deve ser pressurizado

com gás inerte e seco, a pressão de 0,2 kg/cm², repousar por 24 horas, e fazer o ensaio de URSI

para avaliação, caso não se tenha obtido o valor adequado, deve ser analisado a viabilidade de se

repetir o ciclo, ou adotar outro método, se este não está sendo eficiente. Preferencialmente o tanque

de expansão e os radiadores não devem fazer parte do volume sob vácuo.

Esta técnica baseia-se na propriedade física da reduzir a temperatura de vaporização da água pela

diminuição da pressão.

Pelas leis da termodinamica a pressão de vapor é aquela exercida quando a pressão está em

equilíbrio com o líquido, ou seja, a quantidade de agua que evapora é a mesma que se condensa. A

pressão de vapor é uma medida da tendência de evaporação de um líquido. Quanto maior for a sua

pressão de vapor (vácuo), mais volátil será o líquido, e menor será sua temperatura de ebulição.

Um líquido entra em ebulição quando a pressão do sistema atinge a sua pressão de vapor, ou seja,

seu ponto ou temperatura de ebulição.

Em locais com maior altitude, onde a pressão atmosférica é menor, a temperatura de ebulição é mais

baixa já que sua pressão de vapor precisa se igualar a um valor menor, considerando que o sistema é

aberto.

Podemos então considerar que todo o líquido evapora, mesmo estando abaixo de sua temperatura de

ebulição, uma vez que ocorre naturalmente o equilíbrio entre a pressão que o líquido exerce sobre as

moléculas na superfície que se encontram na forma de vapor. Quando a pressão do vapor diminui, há

uma maior evaporação do líquido para que novas moléculas se tornem vapor e atinjam o equilíbrio.

A tabela 5.22 mostra como a variação da pressão altera a temperatura do vapor da agua, portanto

para que seja obtida uma secagem eficiente há necessidade de se controlar a pressão de vácuo do

transformador.

Outra propriedade importante do vácuo é que ele é um excelente isolante térmico, portanto a

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temperatura ambiente e a inicial do processo são extremantente importantes para uma secagem

eficiente e devem ser consideradas para o nivel de vácuo que se deve atingir.

TABELA 5.22 – Relação da pressão com a temperatura do vapor da agua

Pressão Relativa Temperatura de Vapor

mBar ºC

10 6,7

15 12,7

20 17,2

25 20,8

30 23,8

40 28,6

50 32,5

60 35,8

80 41,2

100 45,4

112 49,1

Nos processos de secagem da parte ativa de transformadores, alguns requisitos são importantes para

garantir a eficiencia do sistema, tais como:

Para transformadores acima de 10m³, a vazão do conjunto de alto vácuo não deve ser inferior

a 1.000 m³/h;

Deve-se medir a pressão de vácuo através de instrumento eletrônico de precisão aos níveis

requeridos para conseguir a evaporação da agua, ser instalado em ponto superior do tanque e

distante ao ponto de conexão do vácuo. Considerando a tabela 5.22, se a temperatura

ambiente for em torno de 24º C, deve atingir um vácuo menor que 30 mBar;

O comprimento da tubulação entre o conjunto de vácuo e o transformador deve ser a menor

possível, com diâmetro adequado, na faixa de 50 a 100 mm sem sofrer redução e sem pontos

mais baixos (sifão), onde possa acumular óleo;

Deve ser verificado a estanqueidade do transformador, com pressão positiva antes de se iniciar

o processo;

5.7.2.2 Secagem por Circulação de Óleo Quente e Vácuo

Este método é considerado muito eficiente, e de simples aplicação para secagens onde o valor da

umidade contida na parte ativa esteja elevada, ou seja, que a URSI esteja superior a 2,5% para

transformadores usados e 1,5% para novos.

Aplicando os princípios da termodinâmica, o óleo é utilizado para aquecer a parte ativa (núcleo e

bobinas) e assim propiciar melhores condições de retirada de umidade pelo processo de alto vácuo,

uma vez que a parte a ativa estando aquecida, a baixa pressão gerada pelo vácuo irá facilitar a

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extração da umidade, bem como funcionar como isolante térmico, portanto terá menor perda pela

dissipação do calor.

Deve-se verificar se o transformador e seus acessórios suportam vácuo pleno, bem como interligar o

comutador de derivação em carga (CDC)

Neste método, o transformador é cheio de óleo, até que a parte ativa esteja totalmente coberta, o

volume necessário normalmente atinge 70 a 80 % do total do transformador. Depois se inicia o

processo de circulação do óleo, extraindo do registro inferior circulando por uma máquina de

tratamento de óleo e retornando ao transformador através da válvula superior.

Para que se tenha maior rendimento do processo, as válvulas dos radiadores devem ser fechadas,

para reduzir a troca térmica. O transformador também deve ter sua pressão equalizada com a

atmosfera, pelo respiro de sílica-gel.

Depois de atingido a estabilização térmica, entre a entrada e saída da maquina de tratamento de óleo,

ou seja, a diferença de entrada e saída deve-se manter constante, deve-se manter a circulação por

mais de 24 horas.

A temperatura da maquina de tratamento a ser utilizada nesse processo, para que não haja

fracionamento ou oxidação do óleo, deve ser de 60ºC (+/- 5ºC) caso se aplique vácuo na câmara, ou

de até 80ºC (+/- 5ºC), caso não seja aplicado vácuo da câmara, uma vez que esse óleo deve ser

utilizado para enchimento definitivo do transformador.

Depois de atingida a estabilidade térmica e passadas 24 horas, o óleo deve ser retirado por bomba de

alta vazão e aplicado vácuo, imediatamente a seguir para que não haja perda térmica.

Preferencialmente o tanque de expansão e radiadores não devem fazer parte do volume sob vácuo. O

tempo de aplicação de vácuo recomendado é de 24 a 72 horas, dependendo do teor de umidade

inicial e do volume do transformador.

Depois o transformador deve ser pressurizado com gás inerte seco, a pressão de 0,2 kg/cm², e 24

horas após deve ser realizado ensaio de URSI, caso ainda não seja atingido o valor desejado, deve-se

reavaliar a viabilidade de se repetir esse método ou aplicar nova metodologia, considerando o ganho

de secagem adquirido.

5.7.2.3 Secagem por Aspersão de Óleo Quente (Hot Oil Spray)

Este método é de aplicação mais complexa, comparado com os anteriores. Indicado para secagens

onde o valor da umidade contida na parte ativa esteja elevada, ou seja, que a URSI esteja superior a

2,5% para transformadores usados e 1,5% para novos.

Consiste em aspergir óleo quente sobre as bobinas do transformador, utilizando volume reduzido de

óleo, ou seja, cerca de 10 a 15% do volume total do transformador, de forma a que as bobinas não

fiquem imersas no óleo, pois assim dificultaria a extração da umidade pelo vácuo, uma vez que o

transformador permanece sob vácuo durante a circulação do óleo.

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Nesse processo são montados bicos aspersores direcionados nas bobinas do transformador, utilizando

as escotilhas superiores para fazer a montagem da tubulação.

A temperatura do óleo não deve ultrapassar a 60ºC (+/- 5ºC) sob risco de seu fracionamento ou

oxidação, visto que esse óleo poderá ser reutilizado no enchimento final. Todavia caso não haja

interesse de reutilização, bem como para melhorar a eficiência do processo, pode-se circular o óleo a

80ºC (+/- 5ºC). Recomenda-se utilizar uma bomba auxiliar para retirada do óleo, visto que o

transformador permanece sob vácuo durante o processo, o que dificulta a extração do óleo pelo

registro inferior.

O tanque de expansão e radiadores devem ser isolados para reduzir o volume sob vácuo, bem como

as perdas térmicas, em que recomenda-se revestir o transformador com mantas térmicas e lona a

prova de água. De maneira mais simples para controlar a temperatura do transformador, mede-se a

temperatura de entrada e saída do óleo, de tal forma a atingir um equilíbrio, que depois de atingido,

deve permanecer por 5 a 8 dias, dependendo do volume do transformador e do teor de umidade

inicial.

Depois de concluído o ciclo, o óleo do transformador deve ser drenado, e submetido a processo de

vácuo por no mínimo 24 horas, monitorando-se a pressão. Depois deve ser pressurizado com gás

inerte seco, a pressão de 0,2 kg/cm², e 24 horas após deve ser realizado ensaio de URSI, caso ainda

não seja atingido o valor desejado, deve-se reavaliar a viabilidade de se repetir esse método ou

aplicar nova metrologia, considerando o ganho de secagem adquirido.

5.7.2.4 Secagem por Vapour-phase

A eficiência de secagem desse processo é excelente, bem como o tempo é o mais curto de todos os

métodos conhecidos.

Consiste na aspersão de solvente, querosene ou isoparafina, no estado vapor sobre a isolação do

transformador. Para tanto, o solvente é aquecido à temperatura da ordem de 130ºC, sendo que neste

caso a temperatura da isolação pode chegar à casa dos 115ºC.

No sistema vapour phase, vapores do solvente que possuem a característica de alto poder de

penetração, atingem até os pontos mais internos da isolação e são utilizados como transportador de

calor. Quando os vapores do solvente entram em contato com a parte ativa do transformador, o calor

latente do solvente é transmitido, e a distribuição do calor é mais uniforme e rápida.

Esse processo nas fabricas é empregado numa primeira etapa na fase de prensagem e impregnação

das bobinas. Após a montagem das bobinas no núcleo e ferragens, toda a parte ativa é submetida

novamente ao processo de secagem e depois é feita a prensagem final.

Devido aos valores elevados de temperatura que os enrolamentos são expostos, é reduzido o grau de

polimerização, que em um papel craft novo é na ordem de 1.200, ao final do processo pode atingir

cerca de 1.000.

Para avaliação do término do processo, é quantificada a agua condensada resultante. O sistema é

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microprocessado e possui curvas experimentais que indicam, em função do peso do papel utilizado na

construção, qual o tempo de se parar o processo. Ao final é medido em laboratório a umidade do

papel pelo método do karl fisher, através de um corpo de prova de sacrificio.

A imagem abaixo mostra o tempo de secagem para diferentes aplicações. Como se vê, a circulação de

óleo de secagem é um relativamente longo, comparado com o vapour phase

Figura 5.35 – Desempenho de diferentes tipos de secagem.

5.7.2.5 Secagem Criogênica

A secagem criogênica consiste de um conjunto de vácuo de alta capacidade, associado a um

condensador com uma mistura de gelo seco e acetona.

Como referencia o condensador de gelo seco possui uma área de resfriamento de aproximadamente

12.000 cm² e com capacidade de 70 kg de gelo seco. Na montagem do sistema, o transformador,

condensador e o conjunto de alto vácuo são ligados em série, sendo que o condensador deve ser

instalado o mais próximo possível do transformador e ligado a este por uma tubulação de 8” de

diâmetro.

O principio de operação baseia-se no gradiente de pressão do vapor d’agua que se estabelece entre a

superfície da isolação do transformador e a câmara fria do condensador. A pressão do vapor d’agua a

-80ºC, que é temperatura da câmara fria do condensador, é de 0,0004 mmHg e a pressão parcial de

equilíbrio do vapor d’agua á 18ºC é de aproximadamente 0,04 mmHg, para um teor de umidade de

0,5 % na isolação.

Essa relação 100:1 no gradiente da pressão de vapor faz com que se consiga uma grande eficácia da

migração da umidade da isolação para a câmara fria. A relação varia dependendo da temperatura na

isolação e da concentração de umidade. Sem esse condensador de vapor criogênico, a melhor relação

possível seria de 10:1.

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Para avaliação do processo de secagem, diariamente deve-se retirar o reservatório de gelo/acetona

do condensador e efetuar a raspagem, medindo o volume de condensado, esse volume deve ser

reduzido diariamente até a estabilização, o que indica que o processo pode ser interrompido, podendo

então pressurizar o transformador para medição da URSI e decidir por interromper o processo ou dar

seguimento.

Esse processo é bastante eficiente para retirada de umidade interna dos enrolamentos, sendo que o

tempo de secagem é reduzido em relação ao alto vácuo, para transformadores com elevado teor de

umidade, acima de 2,5%, porem há dificuldade com a construção do dispositivo e tubulação, bem

como com a aquisição de gelo seco e acetona em grande quantidade e regiões de poucos pontos de

fornecimento.

5.7.2.6 Secagem por Circulação de Corrente a Baixa Frequência (LFH)

O método LFH, baseia-se na aplicação progressiva de corrente nos enrolamentos a fim de aquecer o

transformador de forma mais eficaz a uma temperatura ideal e segura na faixa de 110ºC. O método

sugere aplicar uma corrente de frequencia na faixa de 1 a 50 mHz, e como referencia pratica, na faixa

de 0,05 a 0.0015 Hz. Suas principais vantagens são:

A tensão de impedância é muito reduzida com baixa frequência, ou seja, a tensão aplicada é

baixa. O LFH é aplicado após a retirada do óleo, e a aplicação tensão é baixa a fim de eliminar

qualquer risco de flashover entre as espiras, devido a alta conditividade do vácuo.

O fluxo de dispersão é desprezível e, portanto a temperatura no enrolamento é uniforme. Em

operação normal AC, o fluxo de dispersão causa o aquecimento do enrolamento de forma

desigual. Assim, a baixa freqüência permite temperaturas uniformes em todo o enrolamento

durante a secagem.

Devido a temperatura utilizada ser muito maior comparada aos tratamentos tradicionais de óleo

quente (110°C versus 60°C) a remoção da humidade com LFH é mais eficaz.

A corrente aplicada ao enrolamento de alta tensão é cerca de 20 a 50 por cento da corrente nominal

do transformador, sendo limitada pela temperatura do enrolamento induzido.

A frequência pode variar ligeiramente, a fim de controlar a corrente do enrolamento de baixa tensão,

que está em curto-circuitado durante a secagem. A temperatura do enrolamento deve ser limitada a

110°C e monitorada pela medição de resistência do enrolamento. Este limite de temperatura não

causa qualquer envelhecimento precoce no papel do transformador.

A unidade de conversão de energia de baixa frequencia LFH deve possibilitar a mudança da

frequencia dos 60 Hz AC à uma corrente de baixa freqüência e alta potencia. O sistema de controle da

unidade deve monitorar a tensão, corrente, frequência, temperaturas do enrolamento através de

termopares colocados dentro do transformador, e tambem a pressão de vácuo, que deve ser baixa

quando a tensão LFH é aplicada, portanto o equipamento e o sistema de controle é uma grande

dificuldade de se aplicar o método.

Para um melhor rendimento durante o aquecimento dos enrolamentos, deve-se aliar uma pulverização

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de óleo quente (hot oil spray), através de bicos aspersores sobre as bobinas e núcleo. O spray de óleo

quente deve possibilitar temperaturas no isolamento externo proximo aos 90°C.

O processo típico LFH tem a seguinte seguencia:

Aquecimento inicial no núcleo e bobinas com a circulação de óleo quente e aplicação de

corrente de baixa frequencia (LFH) ao enrolamento de alta tensão;

Retirada do óleo e aplicação de vácuo para remover a umidade, em conjunto com a aplicação

spray de óleo quente e corrente de baixa frequencia (LFH);

Quebrar do vácuo e repetir o processo, elevando progressivamente a temperatura para 110°C;

Aplicação de vácuo;

Depois o transformador deve ser pressurizado com gás inerte seco, a pressão de 0,2 kg/cm²,

após deve ser realizado ensaio de URSI, caso ainda não seja atingido o valor desejado, deve-se

reavaliar a viabilidade de se repetir esse método ou aplicar nova metrologia, considerando o

ganho de secagem adquirido.

Sendo aprovado, devem ser removidos os bicos aspersores;

Aplicar vácuo e encher o transformador com óleo.

Pode haver necessidade de aplicação de diversos ciclos para conseguir uma boa secagem.

5.8 Tratamento do Óleo Isolante

Classificação da condição de óleos em serviço

É complexo estabelecer-se regras rigorosas e rápidas para a avaliação do óleo em serviço ou limites

recomendados de ensaios para todas as aplicações possíveis do óleo isolante em serviço. A

classificação e qualquer ação corretiva consequente devem apenas ser adotadas após a devida

consideração dos resultados de todos os ensaios. A tendência de tais resultados ao longo de um

intervalo de tempo é considerada informação essencial para se chegar a uma decisão final.

Os óleos em serviço podem ser classificados como "atendem os valores limites" ou "não atendem os

valores limites" com base na avaliação de suas propriedades.

Ação corretiva

Em geral, dois tipos de contaminação/deterioração do óleo podem ser consideradas: física e química.

Cada uma requer uma ação corretiva de acordo com a tabela 5.23.

As seguintes recomendações devem também ser observadas:

Quando um resultado de ensaio estiver fora dos limites uma nova amostra deve ser retirada

para confirmação antes que qualquer outra ação seja adotada.

Se forem observadas alterações significativas nas características do óleo, ensaios mais

frequentes devem ser realizados e a ação corretiva apropriada deve ser adotada.

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TABELA 5.23 – Ações Corretivas

Causa da troca do óleo Sintomas Ações corretivas

Física Teor elevado de água

Valor baixo de rigidez dielétrica

Teor elevado de partículas

Tratamento Termovácuo

Química Valor elevado de cor

Baixa Tensão Interfacial

Valor elevado de acidez

Valor elevado do fator de perdas

Presença de sedimentos

Presença de borra

Regeneração

ou troca de óleo

NOTA.- Em alguns casos, se a contaminação química for extremamente elevada, pode ser mais

econômica a substituição do óleo. A análise de viabilidade da regeneração deve ser realizada.

Tratamento Termovácuo

O tratamento termovácuo é a opção de recondicionamento mais utilizada e é um processo que

elimina ou reduz a contaminação física por meio de filtração, desumidificação, aquecimento, vácuo e

desgaseificação. Observa-se que o tratamento termovácuo reduz a concentração de furanos no óleo

isolante.

Durante o processo de desgaseificação o óleo isolante é aquecido antes de ser pulverizado na câmara

de vácuo e a temperatura máxima de 60°C (+/- 5°C) deve ser observada a fim de evitar a perda

parcial de inibidores de oxidação.

A figura 5.36 mostra o circuito básico de tratamento do óleo isolante em uma máquina de

termovácuo.

ÓLEO

VISOR DENÍVEL DO

ÓLEO

BOMBA DE VÁCUO

MULTIPLICADOR DE VÁCUO

CONEXÃO DEVÁCUO AUXILIAR

FLUXÔMETRO BOMBA DE DESCARGA

DE ÓLEO

BOMBA DE ADMISSÃO DE ÓLEO

Figura 5.36 – Circuito básico de um tratamento termovácuo

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A pressão hidrostática entre o óleo e a água pode ser vencida por meio da agitação, deslocando a

água até a superfície do óleo. A tensão superficial entre estes dois líquidos pode ser rompida,

reduzindo-se a pressão absoluta, até que se atinja a pressão de vapor da água, para que a mesma

seja liberada do óleo na forma de vapor.

O procedimento normalmente seguido é o de reduzir a relação de volumes em um dado instante,

mediante a formação de lâminas ou gotículas de óleo, com o objetivo de proporcionar uma superfície

de contato maior com o vácuo da câmara. A formação dessas gotículas se efetiva, mediante a injeção

do óleo sob pressão, através de bicos de pulverização ou filtro de fibra de vidro, ou ainda outros

meios mecânicos, que têm a propriedade de dividir o óleo em pequenas frações. Os bicos de

pulverização, ou filtro, são montados no interior da câmara de vácuo, na qual se processa a

desidratação e a desgaseificação do óleo.

Os sistemas termovácuos removem eficientemente a água e os gases dissolvidos no óleo, bem como

pequenas quantidades de água livre. Se o óleo apresenta material sólido ou borra, é aconselhável

passá-lo previamente por um filtro antes de processá-lo a vácuo.

A conclusão do tratamento por termovácuo é determinado pelos resultados obtidos nos ensaios físico-

químicos e cromatograficos.

Regeneração

A regeneração de óleo de transformadores se faz necessária em função de suas características físico-

químicas terem ultrapassado os limites recomendados para sua utilização nos equipamentos, isso

ocorre devido ao processo de envelhecimento após um período de uso. O contato com a umidade,

oxigênio e o cobre dos enrolamentos, além da presença de calor, causam a oxidação do óleo. Esta

reação química origina hidroperóxidos e peróxidos que se depositam nas superfícies, por sua vez, dão

origem a outros produtos, tais como ácidos, borra e água.

Todos esses contaminantes precipitam-se em forma de sedimento o que interfere na capacidade de

troca de calor e reduz sua rigidez dielétrica e como consequência reduz a vida útil do equipamento.

Embora a principal aplicação do sistema seja para regeneração do óleo e consequente remoção de

borras, compostos ácidos, resíduos de oxidação e outros compostos solúveis, também é usada como

substituta dos processos convencionais de tratamento (desgaseificação, desumidificação e filtragem)

do óleo isolante.

O método utilizado no processo de regeneração é a “percolação”, através do qual o óleo é forçado a

fluir por entre várias colunas de material adsorvente, que retém as impurezas, reduz o índice de

neutralização e fator de potência, eleva a tensão interfacial, restaura a estabilidade a oxidação,

corrige a cor e age como um filtro, removendo material particulado e também reduzindo o conteúdo

de água no óleo.

As características físico-químicas originais que identificam o tipo de óleo mineral isolante não são

alteradas durante o processo de regeneração, ou seja, densidade, viscosidade, índice de refração,

ponto de anilina, composição carbônica e “stray gassing”.

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Figura 5.37 – Alteração da coloração do óleo em virtude de seu envelhecimento.

O processo de regeneração normalmente utiliza 2 grupos de colunas de terra Fuller, de tal forma que

enquanto um grupo de colunas faz a regeneração, o outro grupo passa por processo de reativação,

onde os resíduos que foram retidos no processo são queimados, devolvendo a terra fuller as mesmas

propriedades, podendo ser reciclado por centenas de vezes, e quando chega ao final de sua vida útil,

ou seja, quando apresenta baixa eficiência, pode ser descartado em aterro comum, sendo portanto

amigável com o meio ambiente.

O processo de reativação das colunas é feito por colares de aquecimento instalados em sua parte

superior, onde é feita a ignição da queima e aquecendo a terra Fuller, iniciando o processo de

queima, esse processo de reativação pode durar até 16 horas e atingir temperaturas de até 500ºC.

A regeneradora é dotada de um sistema de purificação de ar com a finalidade de garantir a emissão

de ar limpo para a atmosfera, sendo que o filtro é composto por um cilindro com carvão ativado

peletizado.

Possui também um sistema de aditivo DBPC, composto de um tanque com agitador. A aditivação visa

restabelecer as características do óleo isolante durante o processo de regeneração.

Figura 5.38 - Colunas de regeneração

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5.9 Tratamento de Óleo Isolante com Enxofre Corrosivo

O enxofre corrosivo no óleo é um problema reconhecido por décadas, já que o enxofre presente no

óleo mineral isolante depende do seu grau de refino. Na produção de óleos isolantes, os compostos

de enxofre que apresentam potencial corrosivo são removidos durante o processo de refino.

No Brasil, segundo relatório da ANEEL 0040/2007, os primeiros casos de falhas, provocadas por este

problema em transformadores, ocorreram no final do ano de 2004. As falhas ocasionadas pelo

enxofre corrosivo ocorrem após a formação do sulfeto de cobre (Cu2S) na isolação do enrolamento.

Tal formação provoca a diminuição da resistência elétrica entre as espiras, o que provocará, em longo

prazo, descargas parciais e, por conseguinte, a falha do equipamento.

Após estudos investigativos realizados por diferentes laboratórios e centros de pesquisa, as falhas

relatadas no relatório supracitado foram atribuídas a contaminação do óleo mineral isolante com o

composto dibenzildisulfeto (DBDS).

Este composto de enxofre confere ao óleo características corrosivas, prejudiciais a operação do

equipamento pois, este composto colabora para a formação do enxofre corrosivo.

Alguns tratamentos do óleo podem ser realizados para prevenir a formação do sulfeto de cobre na

isolação do enrolamento. É importante ressaltar que os tratamentos do óleo são descritos em resumo

nesta seção. O folheto técnico 378 (preparado pelo WG A2.32 da CIGRÉ) descreve mais

detalhadamente o problema, sua detecção e técnicas possíveis para a redução.

Estes tratamentos devem ser considerados após a indicação da presença do enxofre corrosivo no

óleo.

A seguir, são descritas as práticas utilizadas para identificar o DBDS e mitigar os efeitos da presença

do enxofre corrosivo no óleo isolante dos equipamentos.

5.9.1. Teor de Dibenzildisulfeto (DBDS)

Este ensaio tem por objetivo determinar a quantidade de DBDS dissolvido no óleo mineral isolante.

5.9.2. Detecção de Compostos Corrosivos

O método de ensaio para a detecção do enxofre corrosivo está descrito na norma ABNT NBR 10505,

onde é comparada a coloração do corpo-de-prova submetido ao ensaio com o gabarito da norma

ASTM D13 IP54, o qual indica o nível corrosivo do óleo mineral isolante em teste, conforme mostra a

figura 5.39.

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Figura 5.39 - Padrão de cores para identificação da presença de

enxofre corrosivo conforme ASTM D130 IP 54

O seu decréscimo no óleo não indica, necessariamente, a formação do sulfeto de cobre, já que o

DBDS também pode atuar como antioxidante no óleo mineral isolante.

5.9.3. Adição de Passivador

Esta é a técnica mais comumente utilizada, porém ela apenas inibe a formação de novos compostos,

não eliminando o sulfeto de cobre já formado e depositado na superfície da isolação sólida.

As moléculas do passivador distribuem-se no óleo mineral isolante, isolando as moléculas de DBDS e

desta forma dificultando sua reação com o cobre e assim inibindo a formação do sulfeto de cobre.

Tipicamente, o passivador adicionado ao óleo é o tolutriazol (TTA) e a sua concentração varia entre

dez e várias centenas de partes por milhão (ppm).

Com óleo em boas condições, esta é a ação necessária para impedir a progressão do problema.

Entretanto, observou-se que, em alguns casos, em função do óleo estar envelhecido, o passivador é

consumido rapidamente. Em casos extremos, mais da metade do passivador adicionado foi perdido

após alguns meses, conforme indicado na figura 5.40.

Por esse motivo é importante monitorar o índice residual do passivador no óleo, a partir da

determinação do teor de tolutriazol (TTA), a fim de detectar seu esgotamento.

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Figura 5.40 - Taxa de decréscimo do passivador em uma unidade Fonte: Culper Sulphide in transforme Insulation – Workin Group A2.31 – Cigré – Abril 2009

5.9.4. Teor de Tolutriazol (TTA)

Este ensaio tem por objetivo determinar a quantidade de TTA dissolvido no óleo mineral isolante.

Segundo o Informe Técnico COPEM/SCMT-001/2009 – Operação de Equipamentos com óleo mineral

isolante passivado com TTA, um teor menor do que 32 ppm de TTA dissolvido no óleo isolante, não é

suficiente para a proteção do cobre e por conseqüência, o processo de corrosão com deposição de

subprodutos de enxofre no cobre é reiniciado aumentando assim os riscos de uma falha no

equipamento. Com isso, recomenda-se que a repassivação do óleo mineral isolante quando a

concentração de TTA for inferior a 50 ppm, visando garantir a eficácia da proteção.

5.9.5. Remoção do Enxofre Corrosivo da Isolação Sólida

Não existe um método para eliminação completa do enxofre corrosivo da isolação na parte ativa do

equipamento, pois a retirada do Cu2S depositado na isolação, entre as espiras, é um processo ainda

desconhecido.

Substituição do Óleo

A opção é simplesmente substituir a carga de óleo mineral isolante com características corrosivas por

outra isenta de contaminantes. Esta prática foi usada com sucesso no Brasil em muitos equipamentos

com problemas. Entretanto, é importante assegurar-se que a maior parte possível do óleo

contaminado seja removido, já que pequenas quantidades de compostos de enxofre com potencial

corrosivo, não retirados do equipamento, podem contaminar a nova carga de óleo, tornando-o

corrosivo.

Lavagem da Parte Ativa

Embora a lavagem da parte ativa do equipamento com óleo isento de contaminantes seja um

processo que sirva para retirar parte do óleo contaminado contido na parte ativa, este processo

aplicado com a finalidade de remoção do enxofre corrosivo tem a sua eficácia limitada.

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O processo sugerido é, a partir da retirada dos compostos corrosivos do óleo mineral isolante, os

compostos corrosivos da parte ativa tendem a migrar para o óleo e assim retirados no processo de

“purificação” do óleo e assim, por consequência, reduzir a quantidade destes compostos na parte

ativa.

O processo de lavagem da parte ativa combinado com a posterior substituição da carga de óleo é

recomendável, para que seja minimizada a quantidade de óleo contaminado presente no papel

isolante.

Além disso, também é recomendável testar de antemão uma mistura do óleo a ser substituído e o

novo. Se uma mistura com uma relação de 1:10 apresentar um bom desempenho nos testes de

laboratório, se supõe que a troca do óleo será adequada.

Para os transformadores com uma relação elevada de massa de isolação celulósica para o total de

massa do óleo, será necessário um cuidado maior, em função do volume de óleo residual impregnado

no papel isolante ser significativo.

Referência Bibliográfica:

M Dahlund, P Lorin, P Werle, “Efeitos da recuperação online no índice de enxôfre corrosivo do

óleo do transformador”, Colóquio Conjunto da CIGRÉ, Cape Town, 2009;

MARTINS, Maria Augusta G. – “Falhas catastróficas em transformadores provocadas pelo

sulfeto causas e soluções” - Ciência & Tecnologia dos Materiais, Vol. 20, n.º 3/4, 2008 –

Portugal;

NBR 10505:2012 – Óleo Mineral Isolante – Determinação de Enxofre Corrosivo;

ASTM D130 Standard Test Method for corrosiveness to cooper from petroleum products by

cooper strip test.

5.10 Eletrização Estática e Manutenção

5.10.1 Eletrização Estática

Este fenômeno ocorre devido ao atrito dinâmico do óleo do óleo mineral isolante com o isolamento

sólido, provocado pela circulação de óleo. O atrito provoca a separação de cargas elétricas na

interface dos materiais envolvidos e em algumas situações a eletrização atinge valores que poderão

causar falhas no equipamento. Para que este fenômeno físico ocorra, é necessária a existência de:

Alta velocidade de circulação de óleo;

Barreiras físicas que gerem turbulência interna;

Características dielétricas específicas dos meios de contato.

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Conforme explica Baltar e Outros em seu trabalho “Eletrização estática em transformadores”, o

mecanismo da eletrização estática pode ser dividido em três fases, mutação de cargas, separação

de cargas e neutralização das cargas.

Mutação das Cargas

Ocorre quando o corpo sólido estiver em contato com um líquido, mesmo que esteja inerte. Cargas

elétricas são separadas e adsorvidas por um deles e as outras ficam distribuídas nas regiões vizinhas,

formando ao longo das superfícies em contato uma dupla camada eletrizada.

Separação das Cargas

Ocorre quando o líquido entra em movimento assim carregando os íons formados na mutação, dando

origem à eletrização por atrito ocasionada pelo movimento do óleo.

Neutralização

É a última etapa e se dá no conjunto. A carga acumulada no líquido numa parte do circuito de

refrigeração, descarrega em outro local, de forma que no global o sistema é eletricamente

equilibrado. É neste momento que ocorre a descarga elétrica e que devido às características elétricas

do sistema, para que haja a ruptura dielétrica, chega a milhares de volts.

É no momento da neutralização, que devido à descarga elétrica, podem ocorrer danos à isolação

provocando a falha do equipamento, ou mesmo a explosão se ocorrer em meio gasoso.

Para o óleo mineral isolante, são considerados críticos níveis de Tendência ao Carregamento

eletrostático (TCE) de mais de 1000 µC/m3, quando a velocidade de bombeamento do óleo em atrito

com o papel isolante atinge valores de mais de 1m/s.

Em equipamentos cujo óleo mineral isolante possua elevada tendência ao carregamento eletrostático,

recomenda-se cuidados, inclusive durante a manutenção, para que não sejam criadas as citadas

condições para a ocorrência deste fenômeno.

5.10.2 Mitigação da Eletrização Estática

Conforme será descrito a seguir, algumas condicionantes para que ocorra o fenômeno podem ser

controladas para mitigar o aparecimento da eletrização estática.

5.10.2.1. Fluxo do Óleo Isolante

Uma das condicionantes para a ampliação da eletrização estática é o fluxo de óleo dentro do

equipamento. A figura 5.41 demonstra o aumento da corrente de fuga provocada pelo carregamento

estático em função do aumento do número de bombas e, por conseguinte, aumento da vazão do

óleo. Para este equipamento o limite máximo aceitável para a corrente de eletrização estática era de 4

µA.

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Figura 5.41 – Aumento da corrente de eletrização estática em função do

incremento do número de bombas no sistema.

Quando o fluxo do óleo isolante, feito por bombas, dentro do equipamento é muito elevado, há o

aumento considerável da eletrização estática pois, como a velocidade do óleo é maior, o processo de

troca de cargas elétricas é intensificado. Tal aumento de fluxo pode ocorrer durante manutenções

como por exemplo, em processos de recuperação do óleo mineral ou enchimento do equipamento. Há

relatos de que em alguns equipamentos, para reduzir a eletrização estática devido ao fluxo de óleo

em seu interior, a entrada em operação de estágios de bombas para circulação forçada de óleo foi

inibida.

Em casos mais críticos, a limitação do fluxo de óleo pode inclusive levar à redução da potência útil a

ser fornecida ao sistema pelo equipamento.

Sempre que ficar evidenciado a ocorrência de descargas elétricas devido ao carregamento

eletrostático do óleo, recomenda-se um período mínimo de 12 horas de descanso do equipamento

antes da sua energização.

5.10.2.2. Características do Óleo Mineral Isolante

As características físicas do óleo influenciam diretamente no aparecimento da eletrização estática.

A Tendência de Carregamento Eletrostático do óleo aumenta enquanto ele oxida, em função disto é

importante evitar a exposição do óleo ao ar atmosférico em toda a manipulação e tratamento do óleo

mineral isolante.

Também devem ser monitorados, o índice de água, o índice de partículas e a resistividade do óleo

isolante em períodos definidos e controlados no decorrer da vida do equipamento, pois a água

também é uma fonte de oxigênio para o óleo.

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5.10.2.3 Aditivação do Óleo Mineral Isolante

A utilização do aditivo 1.2.3.benzotriazol (BTA) no óleo é um meio para a redução na tendência ao

carregamento eletrostático. Este composto tem a propriedade de agregar-se ao papel isolante,

mudando o comportamento de troca de cargas entre o papel e o óleo, pois o BTA, gradativamente

impregna na superfície do papel isolante reduzindo assim a tendência ao carregamento eletrostático.

Para óleo de elevada TCE, o nível de concentração deste aditivo no óleo mineral deve ser monitorado

para garantir que não baixe dos valores mínimos especificados pelo fabricante e sempre que

necessário o BTA deve ser reposto.

5.10.2.4. Monitoramento do Carregamento Eletrostático

Para as unidades diagnosticadas com risco, recomenda-se que sejam executados testes periódicos

para a verificação da tendência de carregamento eletrostático do óleo e, em casos mais críticos,

sejam instalados dispositivos capazes de monitorar em tempo real o equipamento quanto a este

fenômeno.

Referência Bibliográfica:

BALTAR, Mario Fernando Krebs; ZENKER, Richard; SCHMIDT, Flávio V. De Miranda – Eletrização

estática em transformadores – IV Congresso Brasileiro de Manutenção – ABRAMAN;

Cigré JWG 12/15.13 Folheto Técnico 170 “Eletrização Estática em Transformador de Potência”

5.11 Precauções para o Trabalho Invasivo Um trabalho que exija que o óleo seja parcial ou completamente removido do transformador pode ser

considerado como invasivo. De acordo com o mostrado na tabela 5.24 deste guia, são considerados

trabalhos invasivos aqueles classificados com Grau de Complexidade 3 a 5.

O trabalho invasivo exige que determinadas precauções sejam tomadas porque a isolação do

transformador é muito sensível à umidade do ar atmosférico, às bolhas de gás e contaminantes. Os

contaminantes podem ser facilmente introduzidos pela poeira e umidade transportadas por via aérea

ou através de contato humano, pelas ferramentas e, materiais que entram no transformador. Esta

seção fornece uma lista de pontos que devem ser levados em consideração quando um trabalho

invasivo é realizado. Entretanto, o ajuste final das precauções detalhadas para um plano de trabalho

específico ou uma indicação de método, será sujeito à situação local e às recomendações do

fabricante para o transformador em particular, e às práticas do contratante da concessionária e da

equipe de manutenção local.

Planejando o trabalho

Deve ser analisada a intervenção para que seja retirada somente a quantidade de óleo

necessária para a realização do trabalho, tomando precauções para impedir acidente do

trabalhador, queda de materiais ou ferramentas dentro do óleo;

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Caso haja necessidade de acesso ao interior do equipamento, todo o óleo deve ser drenado, a

atmosfera deve ser controlada e o trabalhador deverá possuir treinamento apropriado para

ambientes confinados, atendendo as normas vigentes que regulamentam a segurança do

trabalho, em especial, a NR 33 (Norma Regulamentadora para Trabalhos em Espaço

Confinado);

O trabalho deve ser planejado de modo que o tempo de exposição durante o qual o tanque

está aberto deva ser o menor possível, devendo nesse tempo sempre ser insuflado ar seco. O

tanque deve ser selado e pressurizado, sempre que possível, durante intervalos no trabalho;

Antes que seja aplicado vácuo no tanque do equipamento e ao conservador, deve-se verificar

se os mesmos possuem capacidade de resistir ao vácuo pleno. Caso haja perda de pressão

deve-se localizar e sanar os vazamentos que podem interferir na eficiência do vácuo e portanto

no processo de secagem.

Drenando o óleo do transformador

Se o óleo for retirado, mesmo parcialmente, a fim de evitar contaminação do óleo e parte ativa

do equipamento recomenda-se pressurizar com ar sintético super seco ou ar medicinal. O ar

injetado no transformador durante a drenagem do óleo deve estar seco (ponto de orvalho < -

40,5°C ). O Nitrogênio não é recomendado devido a questões de segurança do trabalho;

Devem ser tomadas precauções para evitar o derramamento de óleo no ambiente. Uma boa

prática é usar “dique” provisório (barreiras de retenção do óleo), bandejas sob as válvulas e

acoplamentos de mangueira e possuir kits de retenção de derramamento de óleo.

Acesso ao transformador

Antes de abrir qualquer tampa de acesso, proceda à limpeza externa, remoção da tinta,

ferrugem e da gaxeta. Estes procedimentos visam evitar que qualquer tipo de contaminante

externo entre no tanque do equipamento;

Se o acesso de uma pessoa for necessário, um fluxo contínuo do ar seco deve insuflado para

impedir, que o ar ambiente contamine a parte ativa do equipamento;

As gaxetas que forem manuseadas sempre devem ser substituídas por novas;

Todas as roupas e panos de limpeza devem estar sem fiapos e a vestimenta impermeável,

incluindo macacão, bota de borracha e touca. Nenhum tipo de adereços pessoais são

permitidos, tais como, correntes, anéis, pulseiras, etc...;

Não utilizar solventes, tintas, colas e outros produtos químicos incompatíveis com o

transformador. Havendo dúvida sobre a compatibilidade destes produtos, contatar o fabricante

do transformador;

Para evitar a queda ou esquecimento de ferramentas dentro do tanque do equipamento, deve

se amarrar as ferramentas e controlar o acesso das mesmas ao tanque do equipamento.

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Enchimento do transformador

Se o transformador for aberto, antes de iniciar o enchimento de óleo deve ser realizado vácuo,

desde que o seu tanque suporte, com a finalidade de realizar a secagem e retirada de

eventuais bolhas, no caso de complementação de óleo. Deve ser realizado ensaio de URSI para

avaliar a eficiência desse processo;

Os vazamentos devem ser encontrados e eliminados de modo que o nível de vácuo possa ser

mantido. A taxa de vazamento deve ser medida no início do processo com a bomba de vácuo

desligada;

Todo o óleo isolante a ser introduzido no transformador, pode ser novo ou regenerado,

passando por filtragem, desgaseificação e secagem, para se obter uma melhor qualidade. Antes

do enchimento, o óleo deve ser certificado por um laboratório químico;

Para evitar a eletrificação estática, as velocidades de fluxo do óleo superiores àquelas

produzidas pela taxa de fluxo normal da bomba de refrigeração de óleo devem ser evitadas e

bombas de óleo não devem causar o carregamento estático. Os enrolamentos do transformador

devem ser conectados à terra durante as operações de manipulação do óleo;

Depois do enchimento do óleo, para se certificar de que todo o ar ou gases foram eliminados,

devem-se purgar as possíveis bolhas de ar através dos bujões de purga e nas buchas. Além

disso, deve-se circular cerca de 3 vezes o volume de óleo do equipamento pela máquina termo

vácuo para homogeneização e retirada de partículas, devendo ao final do processo retirar

amostra e enviar ao laboratório químico para aprovação final;

Antes de energizar o transformador deve-se deixar o óleo isolante repousar por pelo menos 48 horas. Purgar novamente as bolhas que durante este tempo de repouso do óleo possam ter se deslocado e não foram capturadas na purga anterior.

5.12 Utilização de Trip e Alarmes A ONS, Operador Nacional do Sistema Elétrico, através do Procedimento de Rede, Módulo 2 –

“Requisitos mínimos para as instalações de transmissão e gerenciamento de indicadores de

desempenho”, Submódulo 2.6, revisão 2.0, publicado em 11/11/2011, define como sistema de

proteção de transformadores ou autotransformadores “o conjunto de relés e acessórios necessários e

suficientes para a eliminação de todos os tipos de faltas internas – para terra, entre fases ou entre

espiras – em transformadores de dois e três enrolamentos ou em autotransformadores. Devem prover

também proteção de retaguarda para falhas externas e internas à sua zona de proteção e dos

dispositivos de supervisão próprios de temperatura de enrolamento e de óleo, válvulas de alívio de

pressão e relé de gás”.

Neste mesmo submódulo, é definido que todo transformador deve dispor de três conjuntos de

proteção:

Proteção unitária ou restrita;

Proteção gradativa ou irrestrita;

Proteção intrínseca.

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Este guia de manutenção dedicará especial atenção à proteção intrínseca, visto ser esta proteção

desempenhada por acessórios montados no tanque do transformador e cujo desempenho está ligado

às atividades de manutenção.

O submódulo citado traz que a proteção intrínseca deve ter as seguintes funções e características:

Função para detecção de faltas internas que ocasionem formação de gás (63) ou aumento da

pressão interna do transformador e comutador (20);

Função de sobretemperatura do óleo (26) com dois níveis de atuação (advertência e urgência);

Função de sobretemperatura do enrolamento (49) com dois níveis de atuação (advertência e

urgência).

Os níveis de advertência e de urgência das funções de sobretemperatura devem ser utilizados para

indicação e alarme; e os níveis de urgência podem ser utilizados para comandar a abertura gradativa

de disjuntores que alimentam cargas por meio de temporizadores ou mesmo o próprio transformador.

A Engenharia de Manutenção, no momento de definir a aplicação das proteções intrínsecas e os

procedimentos de manutenção a serem adotados, deve considerar:

A aplicação do transformador;

O desempenho das proteções intrínsecas montadas nestes equipamentos;

A política de proteção adotada pela empresa gestora do ativo transformador;

Procedimentos de Rede ONS;

O custo de um desligamento indevido, causado por indicação falsa;

As instruções de operação e manutenção do fornecedor do equipamento;

Referência Bibliográfica:

Procedimento de Rede, Módulo 2 – Requisitos mínimos para as instalações de transmissão e

gerenciamento de indicadores de desempenho, Submódulo 2.6, revisão 2.0, publicado em

11/11/2011;

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6. REPARO DE TRANSFORMADORES

Pode-se afirmar com muita precisão que a idade média atual do parque instalado de equipamentos se

aproxima dos 30 anos, e que aproximadamente 65% dos equipamentos encontram-se com mais de

25 anos de uso e, além disso, as condições do nosso sistema estão mais severas do que 10 anos

atrás. Todos estes fatores indicam que a necessidade de se manter o parque instalado em condições

confiáveis é hoje a questão principal, portanto a opção de se reparar em vez da compra de um

equipamento novo pode ser uma opção atraente e vantajosa principalmente se feita com

planejamento adequado.

A questão de se reparar na fábrica ou no campo tem aspectos comerciais, de qualidade e de logística

envolvidos.

Para execução de trabalhos de reparos em equipamentos, os envolvidos devem possuir treinamento

específico para execução das atividades e estarem capacitados e legalmente habilitados.

6.1 Grau de Complexidade de Reparos

Os reparos em equipamentos podem ser divididos em diferentes graus de complexidade, de acordo

com o nível de intervenção:

TABELA 6.1 – Grau de complexidade de serviços

Grau de complexidade

Serviços

1 Reparos sem necessidade de retirar a tampa principal do tanque. É possível realizar todo trabalho externamente, ou através de janelas de inspeção ou internamente com entrada de pessoal de manutenção no equipamento. Exemplo: Correção de contatos inadequados, falha envolvendo cabos para massa, substituição de buchas, substituição de CDC, trincas em soldas no tanque, etc.

2 Reparos com necessidade de retirar a tampa principal do tanque do transformador, sem retirar a parte ativa. Exemplo: Reparo de vazamentos na tampa principal, etc.

3 Reparos com necessidade de retirar a tampa principal do tanque do transformador, com necessidade de retirar a parte ativa do tanque. Exemplo: Reparo em alguns tipos de comutadores, correção de aterramentos na parte inferior do núcleo, cabos e conexões de difícil acesso, etc.

4 Reparos envolvendo bobinas com necessidade de desmontagem do jugo superior do núcleo e retirada / substituição de uma ou mais bobinas. Exemplo: Falha envolvendo bobinas.

5 Reparos onde seja necessário posicionar o núcleo na horizontal para reparos / reaperto / reembaralhamento de chapas de aço silício ou troca dos canais de refrigeração do núcleo. Exemplo: Falha envolvendo bobinas e núcleo.

6.2 Reparos de Baixa Complexidade (1 e 2)

Antes do início de qualquer reparo em transformadores, haverá necessidade de um diagnóstico

detalhado do equipamento, após a detecção de algum defeito ou ocorrência de falha. Este diagnóstico

servirá de base para elaboração do escopo de reparo. Normalmente, para realização do diagnóstico,

será necessário avaliar os resultados de análises cromatográficas do óleo isolante do equipamento,

executar alguns ensaios elétricos e, se necessário, realizar uma inspeção interna para avaliação do

problema e verificação da extensão dos danos, além de outras investigações que forem pertinentes.

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Um diagnóstico incompleto ou incorreto pode levar à descoberta de novos problemas ou da

verdadeira situação do equipamento somente no momento da execução de um reparo, com possível

necessidade de mudança no escopo do serviço, com consequente aditivação do contrato de reparo ou

até mesmo de uma nova contratação para reparo, no caso deste serviço ter sido contratado.

Para correção de pequenos reparos, a empresa proprietária do equipamento poderá realizar o serviço

com equipe própria, caso o equipamento não possua mais garantia, ou através de contrato. As

alternativas possíveis devem ser avaliadas técnica e economicamente para se chegar a uma melhor

solução. Como estes serviços não possuem elevado grau de complexidade e não demandam a

utilização de recursos mais avançados, normalmente são executados sem maiores problemas no

próprio local de instalação. Caso o serviço seja realizado com equipe própria, deve ser avaliada a

necessidade de supervisão pelo fabricante original do equipamento.

Uma grande quantidade de pequenos reparos se enquadram nos graus de complexidade 1 e 2. Como

exemplo de reparos que se enquadram no grau de complexidade 1 podem-se citar:

Substituição de buchas;

Manutenção e substituição de comutadores de derivação em carga;

Correção de pequenos problemas de aquecimento em conexões acessíveis;

Substituição de algumas vedações;

Correções de vazamentos em geral;

Tratamento/regeneração de óleo isolante;

Pequenas correções de aterramento de núcleo;

Substituição de acessórios em geral;

Pequenos reparos no isolamento sólido.

Alguns cuidados devem ser tomados antes da retirada do óleo do equipamento para

manutenção:

Os tanques de armazenamento, bombas de óleo e todo o maquinário para manipulação devem

ser homologados (testes de enxofre corrosivo, PCB, partículas) antes da drenagem do

transformador.

Haverá necessidade de pessoal treinado para movimentação de cargas em subestações ou

usinas com equipamentos energizados, com caminhão munck ou guindaste, dependendo do

peso da carga a ser movimentada.

Haverá necessidade de utilização de máquinas de ar seco e vácuo durante as etapas de

drenagem do óleo, manutenção do equipamento sem óleo e enchimento.

As intervenções podem ser aproveitadas para tratamento termovácuo ou regeneração do óleo do

equipamento, caso necessário. Antes da entrada do técnico no interior do equipamento para as

atividades de inspeção ou manutenção deve-se observar a umidade relativa do ar, que deve ser

menor que 70%, para que se minimize o risco de contaminação do isolamento com umidade. É

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importante salientar que, se o equipamento estava pressurizado com Nitrogênio, é necessário ventilar

o interior do equipamento com gás seco ou através de insuflador ou máquina de ar seco por

determinado tempo para evitar a asfixia do profissional dentro do equipamento.

Antes do enchimento, é recomendável que se faça a secagem da parte ativa e se meça a URSI

(umidade relativa superficial do isolamento), quando o equipamento estiver pressurizado, como forma

de controle de qualidade da secagem.

A medição da URSI apresenta melhor repetibilidade com a utilização de instrumento de medição

eletrônico com certificado de calibração dentro dos limites da medição. No anexo 1 é apresentado um

ábaco para obtenção dos valores de URSI em função do ponto de orvalho medido e a temperatura do

gás de medição.

Especificamente para reparos de grau de complexidade 2, os riscos e cuidados são semelhantes. O

içamento ou retirada da tampa do equipamento implicam em maiores cuidados com umidade e

contaminantes externos, como poeira. Deve ser avaliada a necessidade de montagem de uma tenda

para minimizar estes riscos. Isto irá depender do tempo de exposição da parte ativa do equipamento.

O tempo de exposição da parte ativa determinará o tipo de processo de secagem.

Como exemplo de reparos que se enquadram no grau de complexidade 2, podem-se citar:

Substituição de vedação da tampa principal;

Substituição de alguns tipos de chave de derivação sem tensão;

Correção de alguns tipos de aterramento do núcleo;

Manutenção ou substituição da chave seletora.

6.3 Reparos de Média e Grande Complexidade (3 a 5)

Os reparos de média a grande complexidade demandarão mais recursos e tempo, quando

comparados com reparos mais simples. O proprietário do equipamento a ser reparado poderá optar

entre reparar no campo, reparar em uma oficina especializada ou reparar em sua própria oficina, caso

a possua. Normalmente os proprietários de equipamentos não possuem recursos próprios para estas

manutenções mais complexas e na maior parte dos casos haverá necessidade de contratação. A

seguir estão as principais características de reparo em cada local.

6.3.1 Reparos em Campo

6.3.1.1 Etapas do Processo

O processo de reparo no campo envolve várias etapas onde é necessário todo um suporte de

especialistas, instalações, ferramentais e soluções; a seguir:

Montagem da infraestrutura no local de reparo: Este ponto é um grande divisor de águas na

tomada de decisão de se reparar nas instalações da empresa ou em fábrica. Basicamente

existem duas opções de reparo no campo:

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Instalação em local abrigado com meios de içamento.

A cabine ou tenda onde se executam os trabalhos deve ter abertura superior para o trabalho

de içamento e deve possuir meios para manter o ambiente em condições adequadas de

limpeza e com pressão positiva. Este ambiente pode ser obtido através de máquina de ar

seco e condicionadores de ar.

Instalação em local aberto sem meios de içamento.

Nesta situação trabalha-se com uma cabine para ambiente abrigado protegida por uma

estrutura metálica tipo galpão ou uma estrutura tipo circo com altura adequada que permita

a instalação de guindaste ou pórtico provisório.

Movimentação do equipamento na instalação;

Desmontagem do equipamento;

Abertura do tanque e desmontagem da parte ativa;

Reparos e embaralhamento das chapas do núcleo. Cabe salientar que é necessária uma mesa

de montagem de núcleo para permitir o seu tombamento e levantamento;

Fabricação das bobinas na fábrica, secagem em Vapour Phase, prensagem e testes de

capacitância, relação de espiras, resistência ôhmica e continuidade;

Transporte das bobinas da fábrica para o campo através de tanques pressurizados;

Montagem da parte ativa;

Secagem da parte ativa através sistema de hot oil spray ou através de uma combinação de

ciclos sucessivos de vácuo e circulação de óleo quente, com verificação da eficiência através do

ensaio de URSI;

Tratamento de óleo e enchimento sob vácuo;

Montagem final;

Repouso;

Ensaios físico-químicos e análise cromatográfica do óleo isolante antes e depois dos ensaios

finais. Ensaios de partículas antes dos ensaios;

Ensaios no campo, inclusive testes dielétricos através de unidades móveis de testes.

6.3.1.2 Riscos e Controle de Qualidade

Dentre os diversos riscos envolvendo grandes reparos em equipamentos, pode-se considerar que um

dos principais é a contaminação do isolamento, seja por umidade, partículas ou outros contaminantes.

Para controle deste risco, dentre outros, recomendam-se observar as seguintes medidas preventivas:

O tempo de exposição do equipamento ao ar atmosférico deve ser minimizado;

Manter a circulação de ar seco internamente ao tanque durante as atividades em que seja

necessária a exposição da parte ativa, com controle da temperatura do ponto de orvalho do ar;

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A umidade ambiente no local onde se encontra o equipamento deve ser monitorada, não

devendo se executar nenhuma tarefa que exponha a parte ativa quando a umidade relativa do

ar for superior a 70%. Além disso, as condições climáticas devem ser observadas;

As ferramentas e materiais utilizados nos trabalhos internos devem listados e controlados para

conferência, evitando esquecimento no interior do equipamento quando encerrados os

trabalhos;

Vestimentas e calçados adequados sem acessórios ou partes que possam se desprender na

parte interna do tanque são necessários.

Quando se exigir retirada da parte ativa, será necessário ainda observar as seguintes medidas:

Construção de cabine provisória / cobertura sobre o equipamento;

Em situações onde o trabalho programado ultrapasse 12 horas de exposição da parte ativa,

deve ser avaliada a necessidade de secagem especial.

Na etapa de montagem do equipamento, deve ser observado se está sendo cumprido tudo o que foi

exigido no Plano de Inspeção e Testes.

Antes do enchimento com óleo, deve ser medida a URSI. A seguir há valores sugeridos para

referência:

Valor máximo de URSI 0,5% - Para equipamentos com substituição total de

enrolamentos;

Valor máximo de URSI 1,0% - Para equipamentos que não terão substituição

de enrolamentos ou somente substituição parcial.

No caso de retirada da parte ativa do tanque, é recomendável a execução dos seguintes ensaios:

Resistência elétrica dos enrolamentos;

Relação de tensões;

Resistência de isolamento;

Fator de potência e capacitância de buchas e transformador;

Deslocamento angular e seqüência de fases;

Perdas a vazio e corrente de excitação a 90%, 100% e 110% da tensão nominal;

Perdas em carga e impedância com corrente reduzida;

Tensão induzida de curta duração;

Tensão induzida de longa duração com medição e localização acústica de descargas parciais;

Funcional dos acessórios;

Resposta em frequência;

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Resistência de isolamento de núcleo e armadura/tirantes;

Ensaios físico-químicos e análise cromatográfica do óleo isolante.

A execução de ensaios de impulso atmosférico e de manobra e aquecimento são inviáveis de

execução em campo.

6.3.1.3 Infraestrutura

Para reparos em campo segue uma lista com os principais recursos necessários:

Máquina de tratamento termovácuo de óleo adequada à aplicação;

Tanques reservatórios com capacidade suficiente para armazenamento do óleo isolante;

Bomba de vácuo;

Máquina de ar seco;

Indicadores de temperatura e umidade relativa do ar;

Medidores e dispositivos solicitados pelas NR 33 (Trabalho em espaços confinados) e NR 35

(Trabalhos em altura);

Ferramentas manuais e materiais secos e adequados para uso interno ao equipamento;

Guindaste / ponte rolante / dispositivo para levantamento da tampa e parte ativa – capacidade

– conforme projeto específico;

Dispositivos para montagem da parte ativa;

Mesa para montagem de núcleo;

Galpão provisório climatizado com área e pé direito adequados;

Container de apoio técnico-administrativo;

Maquinário específico para caldeiraria;

Área específica para armazenamento de materiais;

Área específica para descarte de materiais;

Fonte com capacidade adequada para o maquinário;

Equipamentos para ensaios diversos ou laboratório móvel.

6.3.1.4 Segurança e Meio Ambiente

Devem ser atendidas as normas regulamentadoras de segurança do trabalho e meio ambiente,

legislação vigente, e exigências da empresa proprietária do ativo, além dos requisitos de contrato.

6.3.1.5 Treinamento e Gestão do Conhecimento

A gestão do conhecimento aplicada em reparos em campo é uma oportunidade para aprender e

treinar as pessoas, registrando as etapas para divulgar os conhecimentos envolvidos nessa atividade.

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Sendo a intervenção executada pela primeira vez, é conveniente elaborar um projeto e para isso há

necessidade de planejamento, definição do escopo de serviço, avaliação de reforço de pessoal,

insumos e a necessidade de contratação de fabricante.

A gestão do conhecimento em grandes reparos é de grande valia para a empresa pois envolve todo o processo de contratação, fornecimento, execução do reparo, remontagem e testes, tudo isso fará com que a empresa tenha ganhos expressivos na transferência de conhecimentos. O resultado desse projeto, que pode ser chamado de piloto, deve transformar-se em um processo a ser aplicado em reparos similares.

Há outros ganhos com a gestão do conhecimento, tais como: durante o projeto piloto são levantadas as falhas e as soluções adotadas para corrigir; Definição de alertas para evitar surpresas desagradáveis; Elaboração de check-list a ser feito durante as etapas de execução e testes.

Todo o processo também pode ser filmado, fotografado e documentado, mostrando todos os detalhes

importantes, de tal forma que os registros, filmes e fotos possam ser editados com a participação dos

especialistas na atividade desenvolvida, e esse acervo será utilizado quando da necessidade de se

executar reparos semelhantes. Para registro das atividades (captura do conhecimento) deve ser

avaliada a necessidade de aquisição de meios físicos específicos ou contratação de empresa

especializada.

6.3.1.6 Garantia

Um reparo realizado no campo requer tratamentos técnico, comercial e de seguro, diferenciados em

relação a um reparo similar realizado em ambiente de fábrica.

Ensaios finais de aceitação do equipamento após reparo:

A operação adequada de um transformador, após reparo de complexidade com graus 3 a 5, de acordo

ao item 6.1 deste guia de manutenção, depende da qualidade e confiabilidade do projeto do reparo,

dos processos fabris associados, mão de obra especializada, transporte, montagem no campo e

comissionamento.

A aprovação técnica de um reparo é feita através da realização de ensaios em laboratório. Dentre

eles, os de caráter dielétrico se revestem de importância especial, pois, através deles é possível

garantir que o projeto do reparo foi correto, os processos fabris foram adequadamente executados e

que o material isolante empregado está isento de defeitos de montagens ou contaminações.

No campo, do ponto de vista dielétrico podem ser realizados ensaios como os de tensão aplicada e

induzida. Os ensaios de impulso após reparos de campo apresentam elevada complexidade técnica de

realização devido a necessidades especiais de ambiente e equipamentos de ensaio.

Garantia comercial:

Considerando-se que em um reparo em campo não serão realizados ensaios de impulso atmosférico e

de manobra, deve ser observada a possibilidade de uma garantia superior a que seria praticada em

um reparo similar realizado em ambiente de fábrica.

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Seguro:

Na negociação de prêmios e franquias de seguros, devem ser considerados que, em caso de sinistros

graves (principalmente que envolvam enrolamentos), os reparos devem ser realizados em ambiente

de fábrica.

No caso de um reparo em campo, há uma redução substancial de custos, principalmente de

transporte, que devem ser considerados numa possível isenção de franquias. Esse tema deve ser

explorado pelo concessionário, quando da renovação de seu seguro.

6.3.2 Reparos em Oficina do Proprietário do Equipamento

Quando se fala em reparo no campo, normalmente se refere ao reparo realizado no próprio local de

instalação do equipamento, porém, há outra possibilidade de logística para reparos de

transformadores que não seja em uma fábrica. Em virtude do transporte do equipamento para a

oficina do fabricante muitas vezes ser inviável, devido ao elevado custo e tempo necessários, existe a

possibilidade de transporte do equipamento para uma oficina do proprietário do equipamento.

Algumas empresas possuem oficina própria para reparos em grandes equipamentos, normalmente

localizada em um ponto estratégico para facilitar a logística de transporte. Esta alternativa pode se

tornar viável, pois o custo do transporte será menor que o transporte para uma fábrica e o reparo

será realizado em um ambiente controlado e com infraestrutura adequada.

A avaliação do investimento em uma oficina própria para reparos de equipamentos por uma empresa

deve ser bastante criteriosa e considerar vários aspectos, como:

Frequência de realização de reparos;

Custos de transporte de equipamentos para oficinas de fabricantes;

Custo e disponibilidade de pessoal treinado e capacitado para realizar reparos em

equipamentos;

Custo e disponibilidade de pessoal treinado para realização de ensaios de alta tensão;

Disponibilidade de equipamentos de testes de alta-tensão versus custo de aluguel dos

equipamentos;

A oficina e seus equipamentos também demandarão manutenção;

Não haverá garantia contratual para o reparo.

A implantação de oficina própria para reparos em transformadores demandará um grande

investimento em recursos para movimentação de equipamentos e peças, estufa para secagem de

parte ativa de equipamentos, equipamentos de ensaio, armazenamento de óleo mineral isolante, etc.

A capacidade de levantamento e movimentação de cargas limitará o porte dos equipamentos que

podem passar por manutenção em uma oficina. Outro limitador pode ser a capacidade do laboratório

agregado.

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Minimamente uma oficina deve possuir os seguintes recursos:

Galpão coberto de manutenção;

Almoxarifado para estoque de materiais, ferramentas e instrumentos;

Área para solda e caldeiraria;

Estufa ou autoclave para secagem da parte ativa de equipamentos;

Guindaste / ponte rolante / dispositivo para içamento da tampa e parte ativa – capacidade –

conforme projeto específico;

Empilhadeiras;

Conjunto de máquinas operatrizes, torno, serra, furadeira, máquinas de solda e pórtico;

Máquina de tratamento termovácuo de óleo adequada à aplicação;

Máquina de ar seco;

Tanques reservatórios com capacidade suficiente para armazenamento do óleo isolante;

Bomba de vácuo;

Indicadores de temperatura e umidade relativa do ar;

Medidores e dispositivos solicitados pelas NR 33 (Trabalho em espaços confinados) e NR 35

(Trabalhos em altura).

Ferramentas manuais e materiais secos e adequados para uso interno ao equipamento;

Dispositivos para montagem da parte ativa;

Área específica para descarte de materiais;

Fonte com capacidade adequada para o maquinário;

Equipamentos para ensaios diversos.

6.3.3 Reparos em Oficina da Contratada

6.3.3.1 Etapas do Processo

Para o reparo em fábrica, é necessário realizar a desmontagem do transformador para envio à fábrica.

Quando o equipamento possuir óleo isolante, este deve ser drenado e acondicionado em recipiente

adequado. Todos os acessórios devem ser desmontados, identificados e embalados adequadamente

para transporte até as instalações da empresa contratada para realização do serviço.

Na oficina, a contratada deve proceder inicialmente com a inspeção de recebimento dos itens e

realizar ensaios iniciais no equipamento, quando solicitados, antes da retirada da parte ativa do

tanque. Devem ser realizados ensaios e medições da parte ativa para elaboração de diagnóstico da

falha e projeto de reparo. Os acessórios também devem ser testados para avaliação das condições e

decisão pelo reaproveitamento ou substituição por novos. No momento da retirada da parte ativa,

deve ser realizada inspeção criteriosa pela empresa contratada com supervisão do contratante para

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verificação e análise dos problemas e eventual reavaliação do escopo de reparo.

A parte ativa passa normalmente pelo tratamento em Vapour Phase para remoção do óleo do núcleo

e do isolamento a fim de facilitar o processo de reparo. Removido o óleo, removem-se as chapas de

aço silício do jugo superior, as sustentações e ligações. Remove-se a coluna danificada, coloca-se a

nova coluna produzida na fábrica no núcleo (encolunamento) e em seguida, as chapas de aço silício

do jugo superior são remontadas. Para completar a parte ativa remontam-se as sustentações e

refazem-se as ligações.

Coloca-se a parte ativa dentro da autoclave ou tanque e realiza-se o tratamento de secagem em

Vapour Phase. O reaperto é feito fora do tanque após o tratamento, pois com a remoção da umidade

os materiais isolantes diminuem de volume. Realiza-se a colocação no tanque e inicia-se a montagem

das buchas e acessórios com substituição dos danificados. Vácuo e enchimento de óleo, circulação e

repouso são realizados a seguir.

Por fim, os ensaios elétricos são realizados.

Após os ensaios o óleo isolante da contratada deve ser drenado e o equipamento novamente

desmontado e preparado para o retorno (transporte) às instalações da contratante. Após o retorno do

equipamento, devem-se executar a remontagem de buchas, radiadores e acessórios e todos os

procedimentos de preparação e enchimento com o óleo isolante.

6.3.3.2 Transporte

Dados a serem informados para transporte:

Dimensões do equipamento para transporte (Largura, Altura e Comprimento);

Dimensões do conjunto transportador (Largura, Altura e Comprimento);

Maior peso para transporte;

Peso bruto total do conjunto combinado;

Endereço do emitente;

Endereço do destinatário;

CNPJ e I.E. do emitente;

CNPJ e I.E. do destinatário;

Valor para efeito do seguro;

Volume e peso do óleo;

Volume e peso dos acessórios;

Informar se vai ser transportado com ou sem óleo;

Itinerário de viagem;

Placas do conjunto transportador (cavalo mecânico e carreta);

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Nome da pessoa responsável em receber no destino;

Nome do motorista.

Preparo para Desmontagem

Preferencialmente o transformador deve ser desmontado no próprio local da instalação para evitar

deslocamento, porem quando houver riscos de acidentes devido à posição de barramentos, estruturas

e equipamentos que dificultam a desmontagem, pode ser deslocado para um local onde se possa

efetuar a desmontagem com maior facilidade e segurança.

Providências:

Desligar toda a conexão elétrica quer seja do circuito de força, corrente, proteção, medição,

controle, corrente continua e alternada;

Dar início a desmontagem somente se as condições climáticas forem favoráveis, isto é, se a

umidade relativa do ar for inferior a 70% e não houver previsão de chuva;

Antes de dar inicio a desmontagem deverão ser levantados e providenciados os flanges cegos,

vedações e caixas para armazenagem dos acessórios;

No caso do equipamento ser transportado sem óleo e pressurizado, e este for equipado com

comutador de derivação em carga, será necessário executar uma conexão do comutador ao

tanque do equipamento, evitando assim qualquer diferença de pressão entre as duas partes;

Alguns equipamentos possuem sistemas de travamento do núcleo para transporte, para esses

casos deve ser consultado o seu manual de instruções.

Na desmontagem deve se observar, preferencialmente, a seguinte sequência:

Retirar o óleo do comutador, e armazená-lo em recipiente separado do óleo do transformador;

Promover a equalização da pressão do comutador com o transformador;

Retirar o óleo do transformador com admissão de ar seco, cuidando para que a pressão não

ultrapasse a 0,3 kgf/cm² (manter sempre um fluxo de ar seco no transformador para evitar

entrada de umidade e partículas);

Retirar as buchas;

Desmontar o conservador, tubulações e instrumentos;

Retirar os moto-ventiladores;

Desmontar os radiadores.

Transporte com óleo

Em geral os transformadores de menor porte são transportados com óleo podendo assim entrar em

funcionamento completando o volume de óleo, todavia antes da entrada em operação, deverão ser

efetuados os ensaios de rotina.

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Com a finalidade de permitir a dilatação do óleo devido às variações de temperatura, parte do óleo

deverá ser retirado.

A quantidade de óleo contida no tanque deverá ser suficiente para cobrir a parte ativa devendo o

nível do óleo ficar em torno de 150 mm abaixo da tampa.

O espaço vazio acima do óleo deverá ser preenchido com ar seco, com pressão positiva de 0,2

kgf/cm2.

Transporte sem óleo

A fim de reduzir o peso, os transformadores de grande porte são transportados sem óleo, e para

evitar a penetração de umidade é colocada uma pressão de ar seco no seu interior.

Nesse caso, o ideal é que possua sistema de compensação automática de pressão para compensar

perdas durante a viagem.

O dispositivo de controle de pressão automático é constituído de um regulador de alta pressão, com

manômetro do lado do cilindro de gás, com graduação de 0 a 300 kgf/cm2, e um outro manômetro de

baixa pressão com escala de 0 a 1 kgf/cm², que indica a pressão no transformador.

Caso não disponha de sistema automático, é necessário que se faça verificações periódicas, a fim de

manter a pressão interna, sendo necessária a reposição manual de pressão, para obter a pressão

desejada.

A pressão ideal que deve ser mantido o tanque, é de 0,2 kgf/cm² podendo ser admitida uma variação

entre 0,1 a 0,3 kgf/cm².

Deverão ser previstos cilindros de gás de reserva para acompanhar o transporte.

A pressão correta do transformador deverá ser medida por um manômetro de melhor precisão, de

escala de 0 a 0,5 kgf/cm², instalado em um registro da parte superior do tanque.

Retirada do óleo

No caso do transformador ser transportado sem óleo, este deverá ser retirado utilizando uma bomba

de óleo, colocando-o em tambores limpos, carretas ou tanques para transporte, que devem ser

certificados antes do uso, a fim de evitar contaminação por PCB ou outro produto químico.

À medida da retirada do óleo deverá ser injetado gás seco para preencher os espaços vazios deixados

pelo óleo. O gás seco pode ser nitrogênio ou ar sintético com teor de água inferior ou igual a 5 ppm

por volume à pressão atmosférica, sendo que para o nitrogênio o seu grau de pureza deve ser

superior a 99,995%.

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Buchas

As buchas de 13,8 kV de porcelana, preferivelmente não devem ser retiradas, a não ser nos casos em

que a altura do equipamento sobre a carreta ultrapasse o limite da altura permitida para a estrada

que irá circular, caso permaneçam devem ser protegidas.

Para a retirada das buchas condensivas, soltar os parafusos do flange e retira-la com auxílio de

guincho, tomando o cuidado para se evitar choques mecânicos.

As buchas condensivas devem ter proteções contra absorção de umidade na parte inferior, bem como

serem colocadas em caixas resistentes, ou embalagens apropriadas para transporte seguro.

Quando da retirada da bucha, tomar o cuidado em amarrar a sua cordoalha (lead) a fim de evitar que

caia sobre a parte ativa, amarrando-a na parte interna do flange.

Após a retirada das buchas, as escotilhas devem ser flangeadas e vedadas para possibilitar

estanqueidade do transformador.

Conservador, Tubulações, Moto-ventiladores, Canecos e Instrumentos

Para se retirar o conservador é necessário retirar antes o relé Buchholz, bem como soltar e identificar

a sua fiação, a do indicador de nível de óleo, como outras que possam haver. O rele deve ser

protegido com um saco plástico contra a entrada umidade e corretamente acondicionadas.

Estando solta a tubulação e o suporte de sustentação, prender a eslinga (estropo), e com o guindaste

remover o conservador.

Todas as aberturas das tubulações do conservador deverão ser protegidas contra absorção de

umidade, utilizando flanges cegos e vedação, ou mesmo plástico adequado.

Os instrumentos, tais como: indicadores de nível de óleo, termômetro de óleo e de enrolamento,

deverão ter seus vidros protegidos por material resistente a pressão mecânica e impacto, e

preferencialmente retirados e corretamente acondicionados.

Os eletrodutos deverão ter suas extremidades protegidas com plástico fixado por meio de fita adesiva.

Os moto-ventiladores deverão ser retirados marcando suas posições e posteriormente embalados,

bem como ter sua fiação identificada.

Existem casos em que é necessária a desmontagem dos canecos das buchas, a fim de não ultrapassar

as dimensões máximas permitidas para transporte.

Os acessórios deverão ser transportados em separado, convenientemente acondicionados em

embalagens apropriadas, protegidas contra choques mecânicos e contra absorção de umidade.

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Radiadores

Antes da retirada dos radiadores devem ser fechadas as válvulas que o interligam ao tanque.

Soltar primeiramente o tubo inferior do radiador deixando o óleo escoar dentro de um tambor cortado

ao meio, e através de uma bomba drenar o óleo para os tambores ou carreta.

A retirada dos radiadores deve ser feita com o auxílio de um guincho e devem-se evitar choques

mecânicos entre eles. Para o empilhamento devem ser colocadas madeiras entre eles.

Deverá ser colocado um flange cego no tubo ou válvula do tanque, antes de se retirar o próximo

radiador.

Caso não haja flanges cegos para os radiadores, os mesmos poderão ser unidos flange com flange,

com vedação entre eles para evitar a entrada de umidade.

Rodas

As rodas do transformador deverão ser despachadas junto à carreta que levará o tanque. Os

parafusos das rodas devem ser acondicionados em saco plástico e enviados juntamente com as rodas.

Amarração na carreta

O transformador deverá ser fixado na carreta, por meio de esticadores, manilhas, cabos de aço e

grampos.

Na parte superior, o tanque deverá possuir uma armação de madeira denominada "limpa fio", para

evitar enrosco no trajeto com obstáculos tais como galhos de arvores cabos elétricos e telefônicos.

Verificações antes de se iniciar o transporte:

Verificar a correta instalação e posicionamento do registrador de impacto;

Verificar a pressão no transformador, bem como a pressão do cilindro de gás;

Verificações durante o transporte:

Verificar, pelo menos 2 vezes ao dia, a pressão do transformador, cujo o valor deve manter-se

entre 0,1 a 0,3 kgf/cm2;

Aparecimento de vazamentos de óleo, quando o transformador for transportado com óleo;

Quando o manômetro de 0 a 300 kgf/cm2 indicar uma pressão igual ou inferior a 10 kgf/cm2,

trocar o cilindro;

Comunicar qualquer anormalidade ocorrida durante o transporte.

Cuidados: Não dirigir o veículo em altas velocidades, com arranques rápidos, freadas bruscas,

solavancos ou mesmo parar em locais inclinados, curvas ou locais perigosos.

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Verificações na recepção do transporte

Verificar o tacógrafo do caminhão para identificar se não foi excedida a velocidade máxima definida

para esse transporte.

Conferir todos os itens e peças citadas nos documentos de expedição.

Averiguar a eventual falta do material ou danos causados durante o transporte como quebra de

isoladores, vazamentos, deformações, sinais de choques, trincas e amassamentos.

Se o transformador está com a pressão normal, na faixa de 0,1 a 0,3 kgf/cm2.

Ao desfazer as embalagens verificar se não existe nenhuma anormalidade, como por exemplo,

exposição à umidade, caso isso ocorra deve ser contida para que não se transmita a componentes

que devam ser depois imersos no óleo.

Observar o registrador de impacto e, no caso de ser constatados valores acima dos limites máximos

previamente definidos, informar os responsáveis para tomada de providências necessárias.

Se apesar de valores normais obtidos no registrador de impacto, existir indícios externos que façam

supor a existência de dano interno, deverá ser feita inspeção por um especialista para examinar a

parte ativa e medir o isolamento do núcleo e culatras.

NOTA: O ensaio da analise de resposta em frequência (FRA), é um bom indicativo para diagnostico de

avaria por impacto, portanto é recomendado que seja executado antes e após o transporte do

equipamento.

6.3.3.3 Infraestrutura

A infraestrutura de uma oficina fornecedora de serviços de reparo deve ser adequada tecnicamente

para reparos em equipamentos de grande porte, pois deve possuir todos os recursos necessários para

o trabalho.

Uma oficina de reparo deve ter uma infraestrutura mínima de uma oficina própria de manutenção,

conforme item 7.3.1.3.

6.3.3.4 Riscos e Controle de Qualidade

O controle da qualidade inclui a execução de inspeções e ensaios durante a fabricação e por ocasião

do recebimento.

Nas instalações da oficina contratada os riscos relativos aos processos de fabricação, montagem e de

contaminação da parte ativa durante as atividades de reparo devem ser controlados.

A empresa contratada deve comprovar sua capacitação para a realização do reparo de qualquer grau

de complexidade (conforme item 6.1 deste manual), por exemplo, através de certificados de

desempenho satisfatório de equipamentos reparados e em operação a mais de dois anos, emitidos

por empresas congêneres.

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194

Adicionalmente, deve ser exigido da contratada todos os procedimentos escritos das diversas etapas

dos serviços a serem executados durante o reparo. É desejável que a contratada possua um sistema

da qualidade implementado ou desenvolva um plano da qualidade específico para os serviços a serem

realizados.

As atividades de inspeção durante as atividades de reparo devem constar da especificação de reparo

utilizada na contratação do reparo (Plano de inspeção e testes – PIT).

A empresa contratada deve possuir um laboratório de alta tensão com capacidade suficiente para

executar todos os ensaios especificados pela contratante. Os ensaios elétricos previstos na

especificação de reparo devem ser suficientes para comprovar a eficiência dos trabalhos realizados.

O controle da qualidade durante a fabricação e os respectivos ensaios, a cargo da contratada, devem

ser efetuados de acordo com as normas da ABNT ou com normas internacionais.

O inspetor designado pela contratante para acompanhamento e verificação do reparo deve ter pleno

conhecimento dos equipamentos a serem reparados, bem como os instrumentos e equipamentos a

serem utilizados durante todo o processo. Além disso, deverá estudar previamente as instruções,

desenhos, verificar as calibrações dos instrumentos, os certificados de procedência das matérias

primas e dos componentes e os relatórios internos de controle. Deve acompanhar os ensaios, conferir

e analisar resultados emitindo parecer. Em caso de não aprovação deve exigir correção de não

conformidades e a repetição de qualquer ensaio.

Entre os ensaios possíveis de execução no laboratório da contratada sugere-se:

Resistência elétrica dos enrolamentos;

Relação de tensões;

Resistência de isolamento;

Fator de potência e capacitância de buchas e transformador;

Deslocamento angular e sequência de fases;

Perdas a vazio e corrente de excitação a 90%, 100% e 110% da tensão nominal;

Perdas em carga e impedância com corrente reduzida;

Tensão induzida de curta duração;

Tensão induzida de longa duração com medição e localização acústica de descargas parciais;

Funcional dos acessórios;

Resposta em frequência;

Resistência de isolamento de núcleo e armadura/tirantes;

Ensaios físico-químicos e gascromatografia do óleo isolante;

Ensaios de impulso atmosférico e de manobra;

Ensaio de elevação de temperatura.

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Nota: devem ser observadas as normas vigentes e procedimentos internos das empresas

contratantes.

6.3.3.5 Segurança e Meio Ambiente

Em todas as etapas do processo, devem ser atendidas as normas regulamentadoras de segurança do

trabalho e meio ambiente, legislação vigente, e exigências da empresa proprietária do ativo, além dos

requisitos de contrato.

6.4 Avaliação Comparativa

A avaliação comparativa entre reparos em campo ou nas instalações da oficina da contratada deve

ter como base a definição do alcance do reparo, o tipo de estrutura a ser utilizada no campo, o tipo

de equipamento a ser reparado (dimensão e peso), a distância entre as instalações fabris e o local de

instalação do equipamento (campo), o tipo de transporte disponível (terrestre ou fluvial/marítimo),

comparação de tempo necessário para o reparo em campo ou nas instalações da oficina da

contratada e a urgência do reparo do transformador falhado.

Como referência para este trabalho, tomaremos o exemplo de um reparo que exija a substituição dos

enrolamentos e a consequente necessidade de infra-estrutura adequada, composta de ambiente

climatizado, dispositivo de elevação, e equipamentos para ensaios elétricos de alta tensão. Níveis de

intervenção 4 ou 5, conforme definido no item 6.1 deste trabalho: Graus de complexidade de

reparos.

A decisão entre reparar um transformador nas instalações da empresa proprietária do ativo ou na

oficina da contratada, deve considerar os custos envolvidos, os riscos, as oportunidades, e a garantia

da qualidade do trabalho executado.

Os custos são fortemente influenciados pelo:

Transporte do equipamento a reparar até as instalações da oficina contratada quando

comparado com os custos envolvidos no transporte das partes a substituir até a oficina da

proprietária do ativo;

Construção de infra-estrutura temporária ou definitiva nas instalações da proprietária do ativo.

Entre os riscos devem ser considerados:

Acidentes durante o transporte do equipamento a reparar até as instalações da oficina

contratada;

Maior interferência atmosférica na condição de reparo nas instalações da proprietária do ativo

quando comparado com reparos nas instalações da contratada;

Atendimento dos prazos contratados quando o reparo estiver sendo executado nas instalações

da contratada.

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As oportunidades associadas ao reparo de transformador citamos:

Disseminação do conhecimento envolvido no reparo entre os integrantes da equipe de

manutenção da empresa proprietária do ativo;

Desenvolvimento de infra-estrutura para reparo nas instalações da empresa proprietária do

ativo.

Alterações no projeto do equipamento, que podem ser diferentes dependendo do local escolhido para

reparo.

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7. MONITORAMENTO ON-LINE CONTÍNUO

7.1 Definições e Justificativas

Monitoramento pode ser descrito como o conjunto de ações de gerenciamento de desempenho,

voltados para o registro das atividades de um sistema, com o objetivo de organizar os dados

necessários para avaliar a condição de um equipamento ou parte dele.

Monitoramento online consiste na coleta de dados enquanto o equipamento está energizado e em

serviço. Dados (ou amostras tal como óleo) podem ser coletados e/ou medidos enquanto o

equipamento está energizado (sujeito às normas de segurança local).

Monitoramento online contínuo consiste nas duas noções prévias juntamente com a aplicação de

dispositivos eletrônicos inteligentes (IED - Intelligent Electronic Devices).

Dispositivo Eletrônico Inteligente aplicado ao monitoramento online contínuo é caracterizado por ser

um dispositivo microprocessado e apresentar características multifuncionais, tais como medida,

armazenamento, processamento de algoritmos, registro de eventos e controle, exercendo estas

funções distribuídas sobre uma rede de comunicação.

O atual cenário dos mercados de energia elétrica no mundo tem levado as empresas do setor a

operar num contexto de competitividade até então inédito, forçando a uma busca constante por maior

eficiência, melhor qualidade de fornecimento e menores custos.

Os sistemas de monitoramento on-line contínuo têm sido adotados como uma das principais

ferramentas para possibilitar essa mudança sem colocar em risco a segurança e confiabilidade da

operação dos transformadores, permitindo conhecer sua condição, gerando alertas, diagnosticando ou

prognosticando eventuais problemas.

Os objetivos básicos do monitoramento on-line contínuo são:

Gerar alarmes antecipados em caso de defeitos incipientes, para reduzir o risco de falha

inesperada;

Acompanhar a evolução de grandezas monitoradas em unidades suspeitas ou defeituosas que

não possam ser retiradas de serviço imediatamente;

Reduzir custos relacionados a desligamentos para manutenção preventiva;

Melhoria na gestão de ativos, com o armazenamento de dados medidos e calculados em um

banco de dados para análise futura.

Se aplicado adequadamente, a tecnologia de monitoramento on-line contínuo pode ter as seguintes

vantagens:

Redução significativa do intervalo de monitoramento de condição;

Detecção de alterações nas variáveis medidas logo após a sua ocorrência;

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Geração de alertas automáticos se os valores limites ou de tendência forem ultrapassados;

Em caso de falha inesperada, ele desempenha a função de “caixa preta” (registrando dados

antes e depois da falha e então disponibilizando dados e evidências para análise futura).

7.2 Estrutura Básica de um Sistema de Monitoramento On-line Contínuo

Entre as topologias básicas do sistema de monitoramento on-line contínuo, ele pode se apresentar

conforme o diagrama de blocos da figura 7.1, onde se observam as seguintes partes constituintes

principais:

Figura 7.1 – Topologia Típica de um Sistema de Monitoração On-line

Medição de Variáveis - A medição das diversas variáveis consideradas importantes para o

conhecimento do estado do equipamento é efetuada a partir de sensores ou transdutores,

localizados em geral junto ao transformador.

Transmissão de Dados - Consiste na transmissão dos dados de medições dos sensores,

obtidos na etapa anterior, para a etapa de armazenamento e processamento de dados a seguir,

utilizando-se dos meios e protocolos mais convenientes para a aplicação. A transmissão de

dados pode ser feita para um servidor associado ao sistema de monitoramento e instalado

geralmente na subestação ou então diretamente para o sistema de supervisão e aquisição de

dados (SCADA) da empresa.

Armazenamento e Processamento de Dados - O armazenamento histórico e

processamento dos dados de medições dos sensores têm por objetivo a obtenção de

informações úteis para a manutenção e gestão do ativo, tais como os diagnósticos e

prognósticos de estado dos vários subsistemas e da condição geral do equipamento.

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Disponibilização das Informações - Para que o sistema de monitoramento atinja seus

objetivos, as informações referentes ao estado dos equipamentos provenientes dos sistemas de

monitoramento online contínuo precisam ser disponibilizadas aos diversos setores interessados,

mantendo simultaneamente a integridade dos dados e a segurança do acesso.

7.3 Subsistemas Monitorados De acordo com artigo publicado na revista Electra 261, abril de 2012, as causas para a saída de

serviço de transformadores de potência, forçadas ou programadas, se distribuem estatisticamente

entre os subsistemas dos transformadores como mostrado nos exemplos da figura 7.2.

(a)

(b)

Figura 7. 2 – Estatística das causas para saída de serviço de transformadores de potência;

(a) transformadores de subestações (>100kV); (b) transformadores elevadores (>100kV) As estatísticas apresentadas apontam de forma geral os subsistemas dos transformadores que devem

ser diagnosticados pelos sistemas de monitoramento. Em função disso, a tabela 7.1 detalha algumas

das possíveis funções de diagnóstico para os diversos subsistemas.

Caberá a cada empresa a análise dos subsistemas a monitorar considerando a estratégia própria de

gestão de ativos.

Nota: Informações complementares são encontradas na Brochura 343 Cigré - WG A2.27 -

Recommendations for Condition Monitoring And Condition Assessment Facilities For Transformers.

7.4 Grandezas Monitoradas Para permitir o diagnóstico dos vários subsistemas mostrados na tabela 7.1 é necessária a medição

de diversas grandezas, através de sensores instalados no transformador. A tabela 7.2 apresenta os

principais sensores e grandezas para cada subsistema do transformador.

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Tabela 7.1 – Subsistemas do transformador e exemplos de funções de monitoramento

Subsistemas Funções de monitoramento

Buchas Estado da isolação das buchas

Parte ativa

Envelhecimento da isolação

Umidade na isolação sólida

Gás no óleo

Previsão de temperaturas

Previsibilidade Dinâmica de Carregamento

Simulações de carregamento

Comutador Sob Carga

Supervisão térmica

Desgaste do contato

Assinatura do mecanismo

Umidade no óleo

Previsão de Manutenção do comutador

Tanque e Óleo Umidade no óleo

Sistema de Preservação do Óleo Integridade do sistema de preservação de óleo

Sistema de resfriamento

Eficiência do sistema de resfriamento

Previsão de Manutenção do sistema de resfriamento

Tabela 7.2 – Grandezas monitoradas

Subsistema Grandezas Monitoradas

Buchas Capacitância ou Desvio Relativo de Capacitância

Tangente Delta

Parte Ativa

Temperatura do óleo

Temperatura dos enrolamentos

Corrente nos enrolamentos

Gás no óleo

Tanque e Óleo

Teor de água no óleo (ppm)

Saturação relativa de água no óleo %

Saturação relativa à temp. ambiente e de referência

Ruptura da bolsa/membrana do tanque de expansão

Comutador Sob Carga

Temperatura do comutador

Corrente de carga

Tensão de linha

Posição de tap

Torque do acionamento

Teor de água no óleo (ppm)

Saturação relativa de água no óleo %

Saturação relativa à temp. ambiente e de referência

Sistema de Resfriamento Corrente de Ventiladores ou bombas

Vibração de bombas

Outros Temperatura ambiente

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Nota: Informações complementares são encontradas na Brochura 343 Cigré - WG A2.27 -

Recommendations for Condition Monitoring And Condition Assessment Facilities For Transformers.

Como exemplo e, devido à relevância frente aos demais sistemas de monitoramento on-line contínuo,

este comenta os seguintes:

7.4.1 Monitoramento On-line Contínuo de DGA

O DGA é comprovadamente um método eficiente para detectar falhas incipientes no transformador e,

por este motivo, pode evitar falhas mais graves. O Monitoramento Online Contínuo DGA é uma das

tecnologias de monitoramento mais implantadas em transformadores. Diversas tecnologias de

sensores estão disponíveis no mercado, com diferentes técnicas de detecção (célula combustível,

cromatografia, semicondutor, espectroscopia foto-acústica, condutibilidade térmica). Dependendo da

tecnologia e de sua implementação, os sistemas são capazes de fornecer:

Medições de um gás específico;

Medições de uma composição de vários gases com proporções e sensibilidades específicas;

Múltiplas medições de diferentes gases.

Os monitores de gases dissolvidos em óleo podem incluir um sensor interno de umidade e

temperatura, para fornecer medições ou cálculos adicionais.

A análise cromatográfica através de sensor instalado no equipamento monitorado (transformador)

consiste em um sistema de avaliação contínua dos gases dissolvidos em óleo, melhorando os aspectos

inerentes à manutenção preditiva. Isto permite um acompanhamento dos gases dissolvidos no

período entre duas coletas para análise em laboratório, sendo o diferencial em casos onde evoluções

abruptas ocorram justamente no período intra-amostragens.

Há que se ater às indicações por tipo de gás desejado, à durabilidade (em anos) e ao certificado de

calibração do sensor antes da aquisição do equipamento de monitoramento online contínuo.

Outro fator crucial é o da confiabilidade das indicações que deve ser garantida através de uma rotina

de calibração do sensor de gás, de tal forma que as avaliações por parte da engenharia de

manutenção possam ser feitas com maior grau de certeza.

O monitoramento online contínuo de DGA não descarta a análise cromatográfica em laboratório, pois

alguns sistemas fornecem medições de apenas determinados gases ou uma combinação deles.

A análise em laboratório pode ser solicitada para confirmação de uma decisão, tal como o

desligamento de um equipamento, onde fatores, como por exemplo, a parcela variável, que incide

diretamente na receita das concessionárias de energia.

O principal objetivo do monitoramento online contínuo de DGA está em fornecer informação adicional

durante os intervalos de tempo entre as análises em laboratório e aumentar a confiabilidade,

possibilitando mudanças nos intervalos de coleta de óleo.

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7.4.2 Sistema de Monitoramento On-line Contínuo de Buchas Condensivas

O monitoramento de buchas fornece informações sobre o comportamento da isolação da bucha sem a

necessidade de desligamento do transformador, através de sinais obtidos do seu tap por acopladores.

Em buchas capacitivas com dispositivo acoplado ao seu tap, o sistema de monitoramento é conectado

à esta saída de tensão e o monitoramento supervisiona não só a bucha como também este

dispositivo.

O monitoramento de buchas não fornece um alarme a partir de leituras diretas de capacitância ou

tangente delta, e sim a partir do processamento matemático ou algoritmo de cálculo de um

diagnóstico.

Entre os tipos de monitoramento on-line contínuo de buchas disponíveis no mercado, distinguem-se

pelo parâmetro monitorado (tensão, corrente de fuga ou ambas) e o tratamento aplicado a estes

parâmetros na elaboração de diagnóstico.

Destacamos as seguintes metodologias, “tipos”, de monitoramento on-line contínuo de buchas de

acordo com os parâmetros monitorados e a forma de processamento.

Somatório das Correntes

A metodologia conhecida por “somatório de correntes” consiste na medição da corrente de fuga das

buchas condensivas e suas componentes resistiva e capacitiva, em um sistema trifásico de

transformadores de potência para realizar a avaliação do isolamento das buchas monitoradas,

conforme mostra a figura 7.3.

Figura 7.3 - Sistema de monitoramento trifásico de buchas condensivas

utilizando técnica de somatório de correntes de fuga.

O princípio básico deste método baseia-se no fato de que em um sistema trifásico balanceado,

utilizando buchas condensivas idênticas e em iguais condições de conservação, o vetor da somatória

de suas correntes de fuga será zero. Apesar desta correta afirmação, estas considerações não

correspondem fielmente a realidade, já que dificilmente um sistema é perfeitamente balanceado e as

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buchas não são necessariamente idênticas, mesmo sendo de mesmo fabricante e tipo.

Portanto, é assumido como condição normal um valor inicial resultante do somatório de correntes,

sendo este considerado baixo, finito e exclusivo daquele conjunto trifásico de buchas. Quando uma

das buchas inicia algum processo de deterioração, sua capacitância e fator de potência são alterados,

e, consequentemente, a somatória das correntes de fuga será alterada do seu valor inicial. Então este

gradiente da diferença entre o valor inicial e o medido pode ser o indicativo de algum princípio de

falha. Esta sequência é ilustrada na figura 7.4.

(a) (b) Figura 7.4: (a) Sistema equilibrado com corrente de fuga assumida como condição normal,

(b) Sistema com alteração na corrente de fuga inicial

Somatório das Tensões

O esquema básico de funcionamento do monitoramento on-line contínuo de buchas através do

somatório de tensões é mostrado na figura 7.5, onde descreve-se o equivalente de um sistema

trifásico de buchas condensivas.

Figura 7.5: Esquema elétrico simplificado do sistema de monitoramento baseado

na somatória de tensões e comparação com tensão de referência.

Seu princípio baseia-se na comparação da somatória das tensões referentes ás três fases, com uma

tensão de referência do sistema em que o transformador está conectado através de um redutor de

tensão, como por exemplo um transformador de potencial capacitivo. Os componentes C0a, C0b, C0c

e Cg são capacitâncias de acoplamento inseridas no circuito para possibilitar a medição da somatória

das tensões, assim como a impedância de medição, Zg. Os valores destes são definidos de modo que

o módulo da tensão medida resultante da somatória da contribuição das três fases (Usum) e o

módulo da tensão de referência (Uref) sejam idênticos, ou com uma diferença padronizada

considerada como aceitável.

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A figura 7.6 mostra um gráfico resultante de um ensaio realizado, utilizando este tipo de

monitoramento, sendo simulado um curto-circuito na capacitância C2 da bucha da fase (C2a).

Figura 7.6: Gráficos resultantes do ensaio realizado em um conjunto trifásico de buchas, utilizando o sistema de

monitoramento baseado na somatória das tensões, simulando um curto-circuito na capacitância C2 da fase "a"(C2a).

É observado que quando da ocorrência da falta na capacitância C2a o módulo da tensão Usum

(somatória das três tensões) é alterado significativamente, mostrando claramente a influência do

curto-circuito no gráfico. Nota-se também que em ambas as situações, normal ou em falta, é

considerada normal uma defasagem existente entre a tensão de somatória (Usum) e de referência

(Uref), porém quando da ocorrência do curto-circuito, a defasagem entre o novo valor de Usum e o

valor de referência (Uref) é alterado, indicando defeito na bucha.

Medição do desvio da capacitância

A distribuição de tensões através de um divisor capacitivo é o princípio utilizado neste tipo de monitoramento, que de forma indireta mede o desvio da capacitância C1 de um conjunto trifásico de buchas condensivas. A figura 7.7, mostra de forma simplificada a distribuição de tensões de uma bucha, de acordo com suas capacitâncias C1 e C2.

Figura 7.7: Circuito simplificado de uma bucha condensiva e sua distribuição de tensões baseado no

divisor capacitivo formado por suas capacitâncias.

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O parâmetro medido, tensão U2, é resultante do paralelo entre as capacitâncias C2 e Cd. A

capacitância Cd é inserida no circuito para controlar a tensão de saída, dentro dos valores definidos

para o sistema de aquisição de dados.

A Equação a seguir mostra o divisor capacitivo formado pelas capacitâncias da bucha e de medição:

Estando a Equação anterior em função das capacitâncias C1, C2 e Cd, bem como da tensão U1, nota-

se que uma alteração no valor de qualquer uma destas variáveis, também varia o valor de U2.

7.4.3 Monitoramento On-line Contínuo de Comutadores

A principal função de um sistema de monitoramento de comutadores de derivação em carga é prever

quando será necessária a manutenção preventiva do comutador, através de algoritmos desenvolvidos

de acordo com dados de fabricação e de históricos de testes. Para que possa realizar esta previsão de

manutenção, são obtidas leituras de:

Tensão de Carga;

Corrente de Carga;

Posição de TAP.

Através da interpretação destas leituras são calculados os critérios de manutenção do comutador e

também indicadas as ações para que o comutador possa se manter em boas condições de operação.

Alguns monitoramentos são mais completos, pois estes monitoram não somente o comutador em si,

mas também as hastes de acionamento e o acionamento motorizado. Para isso, o comutador é

equipado com uma série de dispositivos que registram todas as informações importantes da operação

do comutador, tais como:

Termômetro no Comutador

Termômetro no transformador

Termômetro no acionamento motorizado

Transdutor de corrente do motor.

7.5 Arquiteturas

Através da escolha e especificação da arquitetura mais adequada, é possível viabilizar a aplicação de

sistemas de monitoração on-line continuo em transformadores de todos os portes.

Para a medição das grandezas monitoradas no transformador, duas arquiteturas básicas são

utilizadas:

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Centralizada – Utiliza um elemento centralizador (IED – Intelligent Electronic Device, CLP, IHM,

etc.) geralmente localizado próximo ao transformador ou na sala de controle da subestação,

para receber as medições dos diversos sensores, ou IEDs, digitalizá-las e retransmiti-las para o

servidor de monitoramento on-line;

Descentralizada – Utiliza sensores eletrônicos inteligentes (IED), geralmente localizados no

corpo do transformador, com capacidade de processamento das informações e transmissão

direta para um servidor de monitoramento on-line.

Nota: Em ambas arquiteturas, os dados aquisitados podem ser transmitidos ao sistema SCADA.

As necessidades específicas de manutenção e a capacidade de integração com outros sistemas, de

cada uma dessas arquiteturas, devem ser levadas em consideração quando do planejamento da

manutenção dos transformadores.

7.6 Protocolos de Comunicação

Para a transmissão de dados dos sensores no equipamento para o servidor de monitoramento, ou

sistema SCADA, pode ser utilizado um protocolo de comunicação do tipo aberto (utiliza um padrão

aberto ou normatizados de mercado) ou proprietário (utiliza um padrão fechado, específico do

fabricante do sistema ou dos sensores). Porém, recomenda-se a utilização de protocolo de

comunicação do tipo aberto por facilitar a integração dos sensores ao servidor de monitoramento.

Exemplos de protocolos de comunicação abertos, comumente empregados em sistemas de

monitoramento, são: Modbus RTU e DNP3.0. Alguns IEDs mais recentes são compatíveis com a

norma IEC61850 para automação de subestações, que fornece interoperabilidade e recursos

avançados de comunicação.

7.7 Considerações

Existe a possibilidade de instalação de monitoramentos completos, com uma infinidade de medições

realizadas e várias funcionalidades de cálculos e simulações, bem como um monitoramento

customizado, apenas com algumas variáveis de interesse. Ao planejar a instalação de sistemas de

monitoramento, as empresas devem avaliar criteriosamente a real necessidade de utilização dos

dados de monitoramento que estarão disponíveis.

É desejável que o sistema seja expansível e permita a integração de novos sensores e funções de

monitoramento. Se o protocolo de comunicação for aberto, será possível integrar os diversos sensores

em uma rede de monitoramento, ou em uma central de monitoramento da empresa.

Cabe a cada empresa decidir qual será a abrangência e melhor arquitetura para o seu sistema de

monitoramento, que deverá ser adequado à sua estratégia de gestão de ativos.

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7.8 Manutenção do Sistema de Monitoramento

Enquanto as empresas possuem grande experiência acumulada na manutenção de transformadores,

este não é o caso de sensores e dispositivos de monitoramento. A experiência com estes dispositivos

ainda é crescente, tal qual o número de instalações, o tempo em operação e o avanço nas tecnologias

envolvidas. Em novos transformadores, os sensores e dispositivos de monitoramento são

predominantemente adequados para aquelas empresas que os adotam como parte da sua estratégia

de gestão de ativos. Para transformadores antigos, a maioria dos sensores e dispositivos de

monitoramento tem sido instalada em unidades em que há problemas incipientes identificados, ou

alternativamente por causa da sua criticidade.

O ganho real com sensores e dispositivos de monitoramento consiste na identificação de defeitos

incipientes de um equipamento, e a efetividade de seu custo virá somente com a habilidade de

otimizar os custos de manutenção durante a vida do equipamento. Uma parte da avaliação deveria

também considerar que existem preocupações com manutenção de sensores e dispositivos de

monitoramento, que derivam de:

Tempo de vida útil – Sensores e dispositivos de monitoramento possuem tempo de vida muito

inferior a dos equipamentos monitorados;

Obsolescência – Componentes do sistema de monitoramento podem exigir atualização ou

mesmo substituição devido às atualizações tecnológicas;

Elétrico vs. Eletrônico – dispositivos eletrônicos necessitam de habilidades e ações bastante

diferentes da manutenção principal do transformador;

Modos de falha – Podem ser de várias origens: hardware, software e comunicação, que

requerem habilidades, ferramentas e suporte técnico específicos.

Os dispositivos dos sistemas de monitoramento, por serem baseados em tecnologia eletrônica,

requerem habilidades específicas de manutenção de componentes eletrônicos. Em virtude deste fato,

algumas empresas têm formado equipes especializadas em sistemas de monitoramento, dedicadas a

estes equipamentos. Isto tende a se tornar mais frequente, à medida que mais sistemas de

monitoramento forem instalados e sua importância se tornar maior para a engenharia de

manutenção.

Para garantir a precisão nas medições realizadas, os sensores que exigirem calibração devem ser

calibrados periodicamente, conforme recomendação do fabricante.

Dependendo dos componentes utilizados, as três razões comuns para necessitar manutenção são:

Falha de um dos componentes do sistema: Estes dispositivos comumente possuem uma função

de autoteste, a qual é útil para detectar mau funcionamento. Além destes dispositivos, alguns

sistemas associados podem também falhar, como fonte de alimentação e comunicação.

A necessidade de substituir dispositivos obsoletos: este pode ser o caso quando o sistema, a

comunicação ou o meio de controle se tornar obsoleto durante a vida do transformador, como

Page 210: Guia>ÌManutencao >Ì Transformadores >Ì Potência · 4.7 Transformadores de Corrente..... 73 4.8 Comutadores de Derivação em Carga ..... 74 4.8 ... Transformadores de Potência”,

208

exemplo após uma atualização do sistema de comunicação ou SCADA em uma subestação.

Tipicamente, as partes eletrônicas podem se tornar obsoletas em termos de ausência de

sobressalentes, mudanças na tecnologia de comunicação, ou limitação das interfaces fornecidas

para aceitar adições de módulos.

Fim de vida útil técnica: Os dispositivos eletrônicos usados para sensoreamento e

monitoramento possuem um ciclo de vida de 15 a 20 anos, comparado com 30 a 40 anos ou

mais para transformadores de potência.

Deve haver preocupação com os bancos de dados onde são armazenados os históricos de

monitoramento e as práticas de administração associadas, bem como upgrade dos sistemas de TI,

além de segurança e preservação da informação ao longo da vida útil dos transformadores.

As empresas devem definir as suas políticas para gerir o necessário upgrade dos sistemas de

monitoramento ao longo do tempo.

O uso crescente de dispositivos eletrônicos de monitoramento requer que estes sejam adequados do

ponto de vista de compatibilidade eletromagnética, temperatura, vibração ou outras condições do

local.

A manutenção requerida para sensores e dispositivos de monitoramento deveria ser sistematicamente

especificada pelo fabricante, de forma similar àquela para o transformador principal. O manual de

manutenção para o transformador deve também incluir o manual de manutenção para os sensores e

dispositivos de monitoramento.

No anexo 8.3 é mostrada a árvore de falha de um sistema de monitoramento típico.

Referências Bibliográficas:

Cigré WG A2.37, “Transformer Reliability Survey: Interim Report”, Electra, CIGRÉ, Ref. No. 261,

2012.

Cigré WG A2.27: Technical Brochure 343, "Recommendations for condition monitoring and

condition facilities for transformers"

IEEE Draft Guide PC57.143/20, "Guide for the Application for Monitoring Liquid Immersed

Transformers and Components"

Page 211: Guia>ÌManutencao >Ì Transformadores >Ì Potência · 4.7 Transformadores de Corrente..... 73 4.8 Comutadores de Derivação em Carga ..... 74 4.8 ... Transformadores de Potência”,

209

8. ANEXOS

8.1 Ábaco para Obtenção dos Valores de URSI.

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210

8.2 Registros de Ensaios

No anexo Registros de Ensaios é sugerido uma série de formulários para registro de ensaios

realizados nos transformadores. Estes formulários foram elaborados a partir da colaboração de

formulários utilizados pelas seguintes empresas:

CEEE;

COPEL;

CTEEP;

ELETROBRAS – CEAL;

ELETROBRAS – CHESF;

ELETROBRAS – ELETRONORTE;

ELETROBRAS – ELETRONUCLEAR;

ELETROBRAS – ELETROSUL;

ELETROBRAS - FURNAS;

ITAIPU BINACIONAL.

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211

REVISÃODATA:

FASE : ( ) A ( ) B ( ) C

Bom Ruim Não existe

Não existe

do neutro

Identif icação Função Sim Não Identif icação Função Sim Não

Relé buchholz

do transformador

Temperatura ambiente ºC %

Identif icação disp. auxiliar Identif icação disp. auxiliar

26 Topo de óleo V1 Ventilador

49 H Imagem térmica alta V2 Ventilador

49 X Imagem térmica interm. V3 Ventilador

49 Y Imagem térmica baixa V4 Ventilador

63 Relé buchholz transform. V5 Ventilador

63 Relé buchholz comutad. V6 Ventilador

71 Nível de óleo transform. V7 Ventilador

71 Nível de óleo comutador V8 Ventilador

V9 Ventilador

M1 V10 Ventilador

M2 V11 Ventilador

M3 V12 Ventilador

M4

Executantes Hh

EMPRESANºREGISTRO DE INSPEÇÃO E ENSAIOS

ACESSÓRIOSREATOR E TRANSFORMADOR

INSPEÇÃO VISUAL

Nível do óleo do Acima Normal Ruim

transformador

Normal Abaixo Estado da Bom

Abaixovedação

Boa

Ruim

comutador sílica-gel

Nível do óleo do Acima

Aterramento Estado das Bom Ruim

do tanque buchas

Aterramento Bom Ruim Válvulas dos Aberta ( s ) Fechada ( s )

RuimCorrosão

Existe

radiadores

Não existe

réguas e f iação

Estado das Bom Regular

FUNCIONAMENTO

Indicador de nível do alarme

Imagem térmica óleo do transformador

49 H Indicador de nível do alarme

óleo do comutador

alarme

Imagem térmica desligamento

49 X Relé buchholz do comutador desligamento

Válvula de pressão desligamento

Comutador comando man.

Imagem térmica de comando elét.

49 Y Taps comando autom.

Ventilação forçada **********

Termômetro de alarme Cto. de aquecimento **********

topo de óleo Cto. de iluminação **********

RESISTÊNCIA DO ISOLAMENTO

Umidade relativa do ar Nº do instrumento

Megaohms ( MΩ ) Megaohms ( MΩ )

Válvula de alívio

Moto bomba

Moto bomba

Moto bomba

Moto bomba

*O ensaio poderá ser realizado incluído fiação + acessório; No caso de anormalidade, separá-los e registrar no campo 'observações'.

OBSERVAÇÕES

ANO DE FABRICAÇÃO:

POTÊNCIA:

SUBESTAÇÃO: EQUIPAMENTO:

( ) MONOFÁSICO ( ) TRIFÁSICO

FABRICANTE / N° DE SÉRIE:

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212

ºC ºCºC ºCºC ºCºC ºC- -

ºC ºCºC ºCºC ºCºC ºC- -

ºC ºCºC ºCºC ºCºC ºC- -

ºC ºCºC ºCºC ºCºC ºC

EXECUTANTES:/ /

1°:

2°:

3°:

4°:

INSTRUMENTOS UTILIZADOS:

FABRICANTE N° SÉRIE TIPO N° PATRIMÔNIO

Con

diçã

o

Temperatura Indicada pelos Termômetros ºC Resistência em Ω

Atuação dos ContatosÓleo Enrol. AT Enrol. MT Enrol. BTResist. p/ indicação

remota de temperatura (Obs. 3)

TP TE TP TE TP TE TP TE O AT MT BT

Aqu

ecim

ento

Term. Óleo Fech Aber1º Est-ventil.2º Est-ventil.AlarmeTripTerm. Enr. AT1º Est-ventil.2º Est-ventil.AlarmeTrip

Res

friam

ento

Term. Enr. MT1º Est-ventil.2º Est-ventil.AlarmeTripTerm. Enr. BT1º Est-ventil.

Alarme2º Est-ventil.

Trip

LEGENDA: TP: Termômetro padrão / TE: Termômetro sob ensaio

OBSERVAÇÕES:

1. Efetuar aferição durante aquecimento e resfriamento2. Preencher as cubas dos termômetros com os valores especificados pelo fabricante3. Resist. p/ indicação remota de temp. do: O- óleo / AT- enrol. de alta tensão / BT- enrol. de baixa tensão / MT- enrol. de media tensão.

HOMENS x HORASDATA:

FUNÇÃO QUANT. INÍCIO FIM

ENG. RESP./ASSINAR E CARIMBAR

EMPRESA

REGISTRO DE INSPEÇÃO E ENSAIOS

AFERIÇÃO DOS TERMÔMETROSTRANSFORMADORES, REATORES ETC

REVISÃO: 00

DATA:

SUBESTAÇÃO: EQUIPAMENTO: TRANSFORMADOR FABRICANTE / N° DE SÉRIE: ANO DE FABRICAÇÃO:

FASE : ( ) A ( ) B ( ) C ( ) MONOFÁSICO ( ) TRIFÁSICO POTÊNCIA:MODELO DO COMUTADOR: FABRICANTE DO COMUTADOR: ANO DE FABRICAÇÃO:

OPERAÇÕESENCONTRADO:

TENSÃO FIXA: DEIXADO:

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213

EXECUTANTES:/ /

1°:

2°:

3°:

4°:

INSTRUMENTOS UTILIZADOS:

FABRICANTE N° SÉRIE TIPO N° PATRIMÔNIO

AFERIÇÃO DE TRANSDUTORES

FUNÇÃO

TENSÃO

DE ALIM.

(Vcc)

ENTRADAS SAÍDA

NOMINAL

(mAcc)

SAÍDA

LIDA

(mAcc)

ERRO

%V A mVcc

OBSERVAÇÕES:

HOMENS x HORASDATA:

FUNÇÃO QUANT. INÍCIO FIM

ENG. RESP./ASSINAR E CARIMBAR

EMPRESA

REGISTRO DE INSPEÇÃO E ENSAIOS

AFERIÇÃO E AJUSTE - TRANSDUTORES

REVISÃO: 00

DATA:

SUBESTAÇÃO: EQUIPAMENTO: TRANSFORMADOR FABRICANTE / N° DE SÉRIE: ANO DE FABRICAÇÃO:

FASE : ( ) A ( ) B ( ) C ( ) MONOFÁSICO ( ) TRIFÁSICO POTÊNCIA:MODELO DO COMUTADOR: FABRICANTE DO COMUTADOR: ANO DE FABRICAÇÃO:

OPERAÇÕESENCONTRADO:

TENSÃO FIXA: DEIXADO:

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214

EXECUTANTES:/ /

1°:

2°:

3°:

4°:

INSTRUMENTOS UTILIZADOS:

FABRICANTE N° SÉRIE TIPO N° PATRIMÔNIO

Disjuntor Contatos Auxiliares Disjuntor Contatos Auxiliares

Identificação Posição Contato Régua/borne Posição Identificação Posição Contato Régua/borne Posição

OBSERVAÇÕES:

HOMENS x HORASDATA:

FUNÇÃO QUANT. INÍCIO FIM

ENG. RESP./ASSINAR E CARIMBAR

EMPRESA

REGISTRO DE INSPEÇÃO E ENSAIOS

CONTATOS AUXILIARESDISJUNTORES DE SAÍDA DE

QUADROS DE SERVIÇOS AUXILIARES

REVISÃO: 00

DATA:

SUBESTAÇÃO: EQUIPAMENTO: TRANSFORMADOR FABRICANTE / N° DE SÉRIE: ANO DE FABRICAÇÃO:

FASE : ( ) A ( ) B ( ) C ( ) MONOFÁSICO ( ) TRIFÁSICO POTÊNCIA:MODELO DO COMUTADOR: FABRICANTE DO COMUTADOR: ANO DE FABRICAÇÃO:

OPERAÇÕESENCONTRADO:

TENSÃO FIXA: DEIXADO:

Page 217: Guia>ÌManutencao >Ì Transformadores >Ì Potência · 4.7 Transformadores de Corrente..... 73 4.8 Comutadores de Derivação em Carga ..... 74 4.8 ... Transformadores de Potência”,

215

OBSERVAÇÕES:

EXECUTANTES:

/ /1°:

2°:

3°: ENG. RESP./ASSINAR E CARIMBAR

HOMENS x HORASDATA:

FUNÇÃO QUANT. INÍCIO FIM

6

4

5

3

10 kV = mA x 26510kV = 100 W

2

1

FATOR POTÊNCIA

10 kV = W x 10 = W x 1000

mA µA

CAPACITÂNCIA RESISTÊNCIA

CABO

H.V.

CABO

L.V.

CHAVE

SELETORA

POSIÇÃO

2,5 kV = mW x 100 mVA 2,5kV = mVA x 0,425

2,5kV = 6250 mW

CONEXÕES DE ENSAIO/CÁLCULOS

ENSAIO

FASENÚMERO

DE SÉRIE

CONEXÕESCÁLCULOS

6

5

4

3

2

1

MEDIDO A 20° C MEDIDA PLACA °C %LEIT. MULT. PROD. LEIT. MULT. PROD.

UMID.

RELAT.%mVA mA μA mW W μF pF

FASE A TENSÃO DE ENSAIO: 2,5 kV 10 kV

E

N

S

A

I

O

VOLT / AMPERES

AMPERESWATTS

FATOR

POTÊNCIACAPACITÂNCIA

TEMP.

AMB.

INSTRUMENTOS UTILIZADOS:

FABRICANTE N° SÉRIE TIPO N° PATRIMÔNIO

SUBESTAÇÃO: EQUIPAMENTO: FABRICANTE / N° DE SÉRIE: N° OPERACIONAL:

TRANSFORMADOR

EMPRESA

REGISTRO DE INSPEÇÃO E ENSAIOS

FATOR DE POTÊNCIA – CAPACITÂNCIABUCHAS

REVISÃO: 00

DATA:

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216

REVISÃO: 00

DATA:

FASE : ( ) A ( ) B ( ) CYyd Yd Yy Dy

Tipo Imp. medida Imp. base Z %

de Tap Ensaio Leitura Zm = 3 x V ohms Zb = Vb² ohms Zo(%) = 100 x Zm

Transf. I Pb Zb

1

1 . 2

3

média :

1

. 2

3

média :

1

Z1No 2

3

média :

1

Z1Ns 2

3

1 média :

1

Z2No 2

3

média :

1

Z2Ns 2

3

média :

1

Z1No 2

3

média :

1

Z1Ns 2

3

. média :

1

Z2No 2

3

média :

1

Z2Ns 2

3

média :

1

. 2

3

média :

EXECUTANTES: HOMENS x HORAS

1°: DATA: QUANT. INÍCIO FIM2°:

3°:

4°: ENG. RESP./ASSINAR E CARIMBAR

Doi

s E

nrol

amen

tos

Trê

s

Enr

olam

ento

s o

u A

utot

rans

form

ador

EQUIPAMENTO: FABRICANTE / N° DE SÉRIE: ANO DE FABRICAÇÃO:

Ligação do transformador Autotransformador

Valores medidos

REGISTRO DE INSPEÇÃO E ENSAIOS

TRANSFORMADOR DE POTÊNCIA - TFS IMPEDÂNCIA DE SEQUENCIA ZERO

Observações

Valores calculados

( ) MONOFÁSICO ( ) TRIFÁSICO POTÊNCIA:

Tensão ( V )

Ate

rram

ento

EMPRESA

SUBESTAÇÃO:

OBSERVAÇÕES

Corrente ( A )

FUNÇÃO

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217

F abricante

Relê Térmico do Motor

A cio namento Elé t rico OK N

Comutador

Fim de Curso

Chave Bloq. Acion. Manual

Contatores

Acumulador de Energia

Correia

Corrente

Freio

OK N OK NC have C o mutado ra - P arte II

Outros

OK N

Resist. Transição

Sobrepressão / Fluxo

Placas Isolantes

Cordoalhas

Registros

Vedações

Estanqueidade do cilindro

Molas

Parafusos

Fixação das Peças

Terminais

Eixos acionadores Tubulação

Tanque de expansãoD iverso s

C have C o mutado ra - P arte I

Placa Borne

Executado po r Engº Superv iso r

DADOS GERAIS

Eixos acionadores

Eixos acionadores

RESPONSÁVEIS

OBSERVAÇÕES

Batentes Fim de Curso

Simetria de Operação

Indicador de Operações

Relatório de ManutençãoN º Ordem

de ComutadoresN º F icha

D ata N º C o mut. P ró x. M C C G D ata P ró x. M C C G

F abricante N º de Série T ipo R el. T ensão (KV) P o t . (M VA )Trafo

Acionamento

N º de Série T ipo P o siçõ es

N º de Série T ipo T anque

A cio namento M ecânico OK N

Engate p/ Acion.Manual

PONTOS DE VERIFICAÇÃO

Acumulador de Energia Contatos de Transição

Contatos Principais

Eixo Isolante

Cilindro

Engrenagens

Seleto r e P ré Seleto r OK N

RespiroM ediçõ es Valo res

Contatos Fixos

Contatos Moveis

Terminais de Saida

Kgf/cm² Outros

SilicagelΩ

Resistência de Aquecimento

Outros

EMPRESA

R egio nal S/ E P o sição

Chaves

Indicador de Posição Remota

Motor

N º C o mut . Últ . M C C G

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Relatório de Inspeção/Aferição emN º Ordem

Monitor de Temperatura TM1D ata

DADOS GERAIS

D epartamento S/ E P o sição F ase C ó digo

F abricante N º de Série D ata de F abricação R elação (KV) P o tênc ia (M VA )

PONTOS DE VERIFICAÇÃO

Submenu Parâmetro Descrição Ok Valor ajuste Un

ALM

ALO Alarme por temperatura de óleo (1º Grau) °CDSO Desligamento por temperatura do óleo (2º Grau) °CRDO Retardo do desligamento por temperatura de óleo minALE Alarme por temperatura do enrolamento (1º Grau) °CDSE Desligamento por temperatura do enrolamento (2º Grau) °CRDE Retardo do desligamento por temperatura de enrolamento min

CNF

FSA Faixa de saída analógica nºFE1 Fim de escala de saída analógica 1 °CIE1 Inicio de escala da saída analógica 1 °CFE2 Fim de escala de saída analógica 2 °CIE2 Inicio de escala da saída analógica 2 °CRTD Opção de conexão dos sensores de temperatura codDMT Diferença máxima de temperatura (opção RTD 2X3) °CCOM Porta de comunicação serial utilizada nºBDR Baud-rate da comunicação serial kbpsEND Endereço na comunicação serial nº

PRT( op ) Protocolo de comunicação codSUP Modo de supervisão codIDI Idioma da interface cod

NPW Nova senha para acesso aos menus nº

TRF

GEO Gradiente de temperatura nominal enrolamento/óleo °CTE Constante de tempo térmica do enrolamento seg

HS+ Fator de hot-spot pelas normas ABNT e ANSI °CHS* Fator de hot-spot pela norma IEC nº2*M Expoente definido pelo tipo de resfriamento nºCNT Corrente nominal do enrolamento1 do transformador KACNS Corrente secundária TC c/ enrolamento1 carga nominal A

RF

RF1 Temperatura de operação do resfriamento 1º estágio °CRF2 Temperatura de operação do resfriamento 2º estágio

%

°CHIS Histerese de desacionamentodo resfriamento °C

hora

CV1( op ) Carga para acionamentodo resfriamento 1º estágio %CV2 ( op ) Carga para acionamentodo resfriamento 2º estágio

min

HIC ( op ) Histerese de carga para desligamento do resfriamento %EVH ( op ) Hora de acionamento do resfriamento

2*M - Expoente enrol.

EVM ( op ) Minuto de acionamento do resfriamento minTEV ( op ) Tempo de operação do resfriamento

1,6 Óleo natural/ forçado

2 Óleo dirigido

OBSERVAÇÕES

EMPRESA

RESPONSÁVEISExecutado po r Engº Superv iso r

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219

REVISÃO: 00

DATA:

SUBESTAÇÃO: EQUIPAMENTO: TRANSFORMADOR FABRICANTE / N° DE SÉRIE: ANO DE FABRICAÇÃO:

POTÊNCIA:

R(A) x S(B) S(B) x T(C) T(C) x R(A) R(A) S(B) T(C)

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

11

12

13

14

15

16

17

18

19

20

21

22

23

24

MEGGER:

UR %:

TA (°C):

EXECUTANTE: DATA:

SUPERVISOR: DATA:

EMPRESA

REGISTRO DE INSPEÇÃO E ENSAIOS MOTOVENTILADORES

REATOR E TRANSFORMADOR

FASE : ( ) A ( ) B ( ) C ( ) MONOFÁSICO ( ) TRIFÁSICO

MOTO

VENTILADOR

TENSÃO ENTRE FASES (REGIME)

ISOLAMENTO

500 Vcc/1 min.

CORRENTE DE FASE (REGIME)

OBSERVAÇÕES:

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220

OBSERVAÇÕES:

EXECUTANTES:/ /

1°:

2°:

3°:

4°:

INSTRUMENTOS UTILIZADOS:

+1 +1 +1 +1 Óleo Amb.

2

1

UMID.

RELAT.

2

1

MEDIDO A 20° C MEDIDA PLACA °C

3

10 kV = W x 10 = W x 1000 mA µA

10 kV = mA x 26510kV = 100 W

2,5 kV = mW x 100 mVA

2,5kV = mVA x 0,4252,5kV = 6250 mW

FUNÇÃO QUANT. INÍCIO FIM

FABRICANTE N° SÉRIE TIPO N° PATRIMÔNIO

ENSAIO DE RIGIDEZ DIELÉTRICA NORMA:

Ponto de

AmostragemEnsaio

Tempo em Min. Média

kV

Temperatura ºC Umid.

Relat. %5

3

Média Final

3

Média FinalE

N

S

A

I

O

VOLT / AMPERES

AMPERESWATTS

FATOR

POTÊNCIACAPACITÂNCIA TEMP.

AMB.%mVA mA μA mW W μF pF

LEIT. MULT. PROD. LEIT. MULT. PROD. %

1

2

CÁLCULOS

FATOR POTÊNCIA CAPACITÂNCIA RESISTÊNCIA

HOMENS x HORASDATA:

ENG. RESP./ASSINAR E CARIMBAR

EMPRESA

REGISTRO DE INSPEÇÃO E ENSAIOS

RIGIDEZ DIELÉTRICA E FATOR DEPOTÊNCIA - ÓLEO ISOLANTE

REVISÃO: 00

DATA:

SUBESTAÇÃO: EQUIPAMENTO: TRANSFORMADOR FABRICANTE / N° DE SÉRIE: ANO DE FABRICAÇÃO:

FASE : ( ) A ( ) B ( ) C ( ) MONOFÁSICO ( ) TRIFÁSICO POTÊNCIA:MODELO DO COMUTADOR: FABRICANTE DO COMUTADOR: ANO DE FABRICAÇÃO:

OPERAÇÕESENCONTRADO:

TENSÃO FIXA: DEIXADO:

Page 223: Guia>ÌManutencao >Ì Transformadores >Ì Potência · 4.7 Transformadores de Corrente..... 73 4.8 Comutadores de Derivação em Carga ..... 74 4.8 ... Transformadores de Potência”,

221

EXECUTANTES:

/ /1°:

2°:

3°:

4°:

OPERAÇÕESENCONTRADO:

DEIXADO:

MODELO DO COMUTADOR: FABRICANTE DO COMUTADOR:

ANO DE FABRICAÇÃO:

TENSÃO FIXA:

ENG. RESP./ASSINAR E CARIMBAR

FUNÇÃO QUANT. INÍCIO FIM

HOMENS x HORASDATA:

VERIFICAÇÃO DA POLARIDADE: CONFORME NÃO CONFORME

OBSERVAÇÕES:

POLARIDADE

RELAÇÃO MEDIDA

ERRO%

P1-P2 C1-C2 P1-P3 C1-C3

RELAÇÃO DE TRANSFORMAÇÃO

TAP

Tensão

( V )

PRIMÁRIO / SECUNDÁRIO PRIMÁRIO / TERCEÁRIO

CONEXÕES RELAÇÃO NOMINAL

RELAÇÃO MEDIDA

ERRO%

CONEXÕES RELAÇÃO NOMINAL

INSTRUMENTOS UTILIZADOS:

FABRICANTE N° SÉRIE TIPO N° PATRIMÔNIO

EQUIPAMENTO: TRANSFORMADOR FABRICANTE / N° DE SÉRIE:

FASE : ( ) A ( ) B ( ) C ( ) MONOFÁSICO ( ) TRIFÁSICO POTÊNCIA:

ANO DE FABRICAÇÃO:SUBESTAÇÃO:

EMPRESA

REGISTRO DE INSPEÇÃO E ENSAIOSRELAÇÃO DE TRANSFORMAÇÃO

E POLARIDADETRANSFORMADOR DE POTÊNCIA

REVISÃO: 00

DATA:

Page 224: Guia>ÌManutencao >Ì Transformadores >Ì Potência · 4.7 Transformadores de Corrente..... 73 4.8 Comutadores de Derivação em Carga ..... 74 4.8 ... Transformadores de Potência”,

222

REVISÃO: 00

DATA:

VCC ºC

POS

CDC Volts Amper OHMS 75 ºC Volts Amper OHMS 75 ºC Volts Amper OHMS 75 ºC

1

2

3

4

5

6

7

8

9A

9B

9C

10

11

12

13

14

15

16

17

VCC 0 ºC

POS X0 X1 Corrig. X0 X2 Corrig. X0 X3 Corrig.

CST V A OHMS 75 ºC V A OHMS 75 ºC V A OHMS 75 ºC

1

2

3

4

5

VCC 0 ºC

POS Y1 Y2 Corrig. Y2 Y3 Corrig. Y1 Y3 Corrig.

V A OHMS 75 ºC V A OHMS 75 ºC V A OHMS 75 ºC

RE: Data:

RE: Visto:

Seção: RE:Departamento: Visto:

Executado por:

Executado por: Data:

Instrumentos Marca Tipo Número

Enrolamento: Tensão aplicada: Temp. Top Oil:

Enrolamento: Tensão aplicada: Temp.Top Oil:

Enrolamento: Tensão Aplicada: Temp. Top Oil:

H0H1 H0H2 H0H3

N°Serie:

Ensaio realizado por: Man.Preventiva Comissionamento

N°Manut.:

EMPRESA

Lig.: Tensões:

SE: Marca:

Man.Corretiva Emergencial Man.Corretiva Programada

NºREGISTRO DE INSPEÇÃO E ENSAIOS RESISTÊNCIA ELÉTRICA DE ENROLAMENTO

Potência:

Data:

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223

EXECUTANTES:/ /

1°:

2°:

3°:

4°:

INSTRUMENTOS UTILIZADOS:

FABRICANTE N° SÉRIE TIPO N° PATRIMÔNIO

RESISTÊNCIA DE ISOLAMENTO (MΩ) RESIST. CONTATO (µΩ)

DisjuntorDisjuntor Aberto Disjuntor Fechado Disjuntor Fechado

Φ A x A’ Φ B x B’ Φ V x V’ Φ A x Terra Φ B x Terra Φ V x Terra Φ A x A’ Φ B x B’ Φ V x V’

Temperatura Ambiente: °C Umidade Relativa: %

OBSERVAÇÕES:

HOMENS x HORASDATA:

FUNÇÃO QUANT. INÍCIO FIM

ENG. RESP./ASSINAR E CARIMBAR

EMPRESA

REGISTRO DE INSPEÇÃO E ENSAIOS

RESISTÊNCIA ÔHMICA DE CONTATOS E DE ISOLAMENTO - DISJUNTOR DE BT > 100A

REVISÃO: 00

DATA:

SUBESTAÇÃO: EQUIPAMENTO: TRANSFORMADOR FABRICANTE / N° DE SÉRIE: ANO DE FABRICAÇÃO:

FASE : ( ) A ( ) B ( ) C ( ) MONOFÁSICO ( ) TRIFÁSICO POTÊNCIA:MODELO DO COMUTADOR: FABRICANTE DO COMUTADOR: ANO DE FABRICAÇÃO:

OPERAÇÕESENCONTRADO:

TENSÃO FIXA: DEIXADO:

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224

V

A

A

EXECUTANTES:

/ /1°:

2°:

3°:

4°:

INSTRUMENTOS UTILIZADOS:

FABRICANTE N° SÉRIE TIPO N° PATRIMÔNIO

RESISTÊNCIA DE ISOLAMENTO RESISTÊNCIA ÔHMICA

ENROLAMENTO R. ISOLAM. MΩ ENROLAMENTO VALOR LIDO MULTIP.

RESIST.

ÔHMICA

Ω

Fase A x Fase B Fase A

Fase B x Fase V Fase B

Fase V x Fase A Fase V

Fase A x Massa Enrolamento Motor

Fase B x Massa CONDIÇÕES

Fase V x Massa Temp. Ambiente ºC

Enrolamento x Massa Umid. Relativa %

Armadura x Massa Temp. Enrolamento ºC

Tensão de Ensaio KV

ENSAIO DE FUNCIONAMENTO

Á VAZIO EM CARGA

Tensão de Alimentação Tensão de Alimentação V

Seqüência de Fases Corrente Regime A

Corrente de Partida Rotação RPM

Corrente de Regime Vibração SIM NÃO

Rotação RPM Faiscamento Coletor SIM NÃO

OBSERVAÇÕES:

HOMENS x HORASDATA:

FUNÇÃO QUANT. INÍCIO FIM

ENG. RESP./ASSINAR E CARIMBAR

EMPRESA

REGISTRO DE INSPEÇÃO E ENSAIOS

RESISTÊNCIA ÔHMICA E DE ISOLAMENTOMOTOR ELÉTRICO – UNIVERSAL, INDUÇÃO

REVISÃO: 00

DATA:

SUBESTAÇÃO: EQUIPAMENTO: TRANSFORMADOR FABRICANTE / N° DE SÉRIE: ANO DE FABRICAÇÃO:

FASE : ( ) A ( ) B ( ) C ( ) MONOFÁSICO ( ) TRIFÁSICO POTÊNCIA:MODELO DO COMUTADOR: FABRICANTE DO COMUTADOR: ANO DE FABRICAÇÃO:

OPERAÇÕESENCONTRADO:

TENSÃO FIXA: DEIXADO:

Page 227: Guia>ÌManutencao >Ì Transformadores >Ì Potência · 4.7 Transformadores de Corrente..... 73 4.8 Comutadores de Derivação em Carga ..... 74 4.8 ... Transformadores de Potência”,

225

REVISÃO: 00

DATA:

VCC ºC

POS

CDC Volts Amper OHMS 75 ºC Volts Amper OHMS 75 ºC Volts Amper OHMS 75 ºC

1

2

3

4

5

6

7

8

9A

9B

9C

10

11

12

13

14

15

16

17

VCC 0 ºC

POS X0 X1 Corrig. X0 X2 Corrig. X0 X3 Corrig.

CST V A OHMS 75 ºC V A OHMS 75 ºC V A OHMS 75 ºC

1

2

3

4

5

VCC 0 ºC

POS Y1 Y2 Corrig. Y2 Y3 Corrig. Y1 Y3 Corrig.

V A OHMS 75 ºC V A OHMS 75 ºC V A OHMS 75 ºC

RE: Data:

RE: Visto:

Seção: RE:Departamento: Visto:

Executado por:

Executado por: Data:

Instrumentos Marca Tipo Número

Enrolamento: Tensão aplicada: Temp. Top Oil:

Enrolamento: Tensão aplicada: Temp.Top Oil:

Enrolamento: Tensão Aplicada: Temp. Top Oil:

H0H1 H0H2 H0H3

N°Serie:

Ensaio realizado por: Man.Preventiva Comissionamento

N°Manut.:

EMPRESA

Lig.: Tensões:

SE: Marca:

Man.Corretiva Emergencial Man.Corretiva Programada

NºREGISTRO DE INSPEÇÃO E ENSAIOS RESISTÊNCIA ELÉTRICA DE ENROLAMENTO

Potência:

Data:

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226

EXECUTANTES:

/ /1°:

2°:

3°:

4°:

TENSÃO FIXA: DEIXADO:

SUBESTAÇÃO: EQUIPAMENTO: TRANSFORMADOR FABRICANTE / N° DE SÉRIE:

FASE : ( ) A ( ) B ( ) C POTÊNCIA:( ) MONOFÁSICO ( ) TRIFÁSICO

ANO DE FABRICAÇÃO:

MODELO DO COMUTADOR: FABRICANTE DO COMUTADOR: ANO DE FABRICAÇÃO:OPERAÇÕES

ENCONTRADO:

ENG. RESP./ASSINAR E CARIMBAR

HOMENS x HORASDATA:

FUNÇÃO QUANT. INÍCIO FIM

CORREÇÃO A 75ºC

Rc = R1 309,5 Ω T + 234,5

Rc – Resistência a 75ºC R1 – Resistência medida T – Temperatura do ensaio (ºC)

OBSERVAÇÕES:

MÉTODO

DA

PONTE

A 75°C

TEMPERATURA º C

V AVALOR

CALCUL.AMB. ÓLEO ENROL.

RESISTÊNCIA ÔHMICA

EQUIPAMENTO

ENSAIADO

F

A

S

E

CONEXÕES

CONDIÇÕESVALORES EM Ω MΩ μΩ

MÉTODO DE QUEDA DE

TENSÃO

INSTRUMENTOS UTILIZADOS:

FABRICANTE N° SÉRIE TIPO N° PATRIMÔNIO

EMPRESAREGISTRO DE INSPEÇÃO E ENSAIOS

RESISTÊNCIA ÔHMICA DE REATOR E TRANSFORMADORES( POTÊNCIA – TC’s – TP’s – DCP’s )

REVISÃO: 00

DATA:

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227

EXECUTANTES:

/ /1°:

2°:

3°:

4°:

INSTRUMENTOS UTILIZADOS:

FABRICANTE N° SÉRIE TIPO N° PATRIMÔNIO

Terminais: Terminais: Terminais:

Classe: Classe: Classe:

Tensão-normal: Tensão-normal: Tensão-normal:

Tensão máx. no ensaio: Tensão máx. no ensaio: Tensão máx. no ensaio:

Variação tensão de ensaio: Variação tensão de ensaio: Variação tensão de ensaio:

Leitu

ra

TensãoCorrente

mA

Variação

Leitu

ra

Tensão- ∆

Corrente mA

Variação

Leitu

raTensão

Corrente mA

Variação

- ∆ - ∆

01 01 0102 02-01 02 02-01 02 02-0103 03-02 03 03-02 03 03-0204 04-03 04 04-03 04 04-0305 05-04 05 05-04 05 05-0406 06-05 06 06-05 06 06-0507 07-06 07 07-06 07 07-0608 08-07 08 08-07 08 08-0709 09-08 09 09-08 09 09-0810 10-09 10 10-09 10 10-0911 11-10 11 11-10 11 11-1012 12-11 12 12-11 12 12-1113 13-12 13 13-12 13 13-1214 14-13 14 14-13 14 14-1315 15-14 15 15-14 15 15-1416 16-15 16 16-15 16 16-1517 17-16 17 17-16 17 17-1618 18-17 18 18-17 18 18-1719 19-18 19 19-18 19 19-1820 20-19 20 20-19 20 20-19

FUNÇÃO QUANT. INÍCIO FIM

OBSERVAÇÕES:

1. Tensão máxima de Ensaio:

≥ 200V – nº mínimo de leituras – 20

< 200V – nº mínimo de leituras – 10

2. Se a variação da medição for 2 vezes à variação anterior, interromper o ensaio.

HOMENS x HORASDATA:

ENG. RESP./ASSINAR E CARIMBAR

EQUIPAMENTO: TRANSFORMADOR

EMPRESA

REGISTRO DE INSPEÇÃO E ENSAIOS

CARACTERÍSTICA DE SATURAÇÃO DO TC

REVISÃO: 00

DATA:

FABRICANTE / N° DE SÉRIE: ANO DE FABRICAÇÃO:

FASE : ( ) A ( ) B ( ) C ( ) MONOFÁSICO ( ) TRIFÁSICO POTÊNCIA:

SUBESTAÇÃO:

DEIXADO:OPERAÇÕES

ENCONTRADO:MODELO DO COMUTADOR: FABRICANTE DO COMUTADOR: ANO DE FABRICAÇÃO:

TENSÃO FIXA:

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228

EXECUTANTES:/ /

1°:

2°:

3°:

4°:

OBSERVAÇÕES:

Bucha

ENG. RESP./ASSINAR E CARIMBAR

INSTRUMENTOS UTILIZADOS:

FABRICANTE N° SÉRIE TIPO N° PATRIMÔNIO

Identificação do TC

TerminaisRelação Erro

%Polaridade

Resistência Ôhmica

Ω

ResistênciaIsolamento

MΩTemp ºC

Placa Medida

HOMENS x HORASDATA:

FUNÇÃO QUANT. INÍCIO FIM

EMPRESA

REGISTRO DE INSPEÇÃO E ENSAIOS

RELAÇÃO DE TRANSFORMAÇÃO,RESISTÊNCIA ÔHMICA E DE ISOLAMENTO

TC´S DE BUCHA

REVISÃO: 00

DATA:

SUBESTAÇÃO: EQUIPAMENTO: TRANSFORMADOR FABRICANTE / N° DE SÉRIE: ANO DE FABRICAÇÃO:

FASE : ( ) A ( ) B ( ) C ( ) MONOFÁSICO ( ) TRIFÁSICO POTÊNCIA:MODELO DO COMUTADOR: FABRICANTE DO COMUTADOR: ANO DE FABRICAÇÃO:

OPERAÇÕESENCONTRADO:

TENSÃO FIXA: DEIXADO:

Page 231: Guia>ÌManutencao >Ì Transformadores >Ì Potência · 4.7 Transformadores de Corrente..... 73 4.8 Comutadores de Derivação em Carga ..... 74 4.8 ... Transformadores de Potência”,

229

Relatório de Manutenção deN º Ordem

Termômetros Mecânicos D ata

DADOS GERAIS

D epartamento S/ E P o sição F ase C ó digo

F abricante N º de Série D ata de F abricação R elação (KV) P o tência (M VA )

PONTOS DE VERIFICAÇÃO

T ermô metrode Óleo

T emperatura °C T ermô metroEnro lamento

T emperatura °C T ermô metroEnro lamento 2

T emperatura °C

Enco ntrada A justada Enco ntrada A justada Enco ntrada A just ada

1º Grau 1º Grupo Vent. 1º Grau

2º Grau 2º Grupo Vent. 2º Grau

T ermô metro de Óleo OK N T ermô metro de Enro lamento OK N

Ind. de Temp. conforme padrão Ind. de Temp. conforme padrão

Caixa de ligação - fiação Caixa de ligação - fiação

Caixa do Termômetro Caixa do Termômetro

Nível de óleo do poço da sonda Nível de óleo do poço da sonda

Termosensor de temperatura Termosensor de temperatura

1º Grau atuação com sala de comando Atuação do 1º grupo de ventilação

2º Grau atuação com sala de comando Atuação do 2º grupo de ventilação

1º Grau atuação com sala de comando

2º Grau atuação com sala de comando

AJUSTE DE IMAGEM TÉRMICA

D ado s do Ensaio

Corrente (IA)

Relação Tc de Bucha

Corrente TC de Bucha (I1)

Relação Tc Auxiliar

Corrente TC Auxiliar (I2)

∆T 10 12 14 16 18 24 26 28 30

Corrente padrão AKM(I3) ∆t ajustado ºc

0,78/0,79 0,85/0,86 0,91/0,92 0,97/0,99

20 22

1,03/1,04 1,08/1,10 1,14/1,15 1,19/1,21 1,24/1,26 1,29/1,31I3 0,71/0,72

RESPONSÁVEIS

Executado po r Engº Superv iso r

EMPRESA

OBSERVAÇÕES

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230

REVISÃO: 00

DATA:

RELAÇÃOTEÓRICA H1/H0-X1/X0 H2/H0-X2/X0 H3/H0/X3/X0

12345678

9A9B9C1011121314151617

Número

RE: Data:RE: Visto:

Seção: RE:Departamento:

Executado por: Executado por:

ERRO % = Vmedido -V nominal x 100 = máximo 0,5 %

V nominal

Instrumentos Marca

ERRO % ERRO %

Diagrama Vetorial: Observações:

Ensaio realizado por:

TAP VOLTS AT VOLTS BTRELAÇÃO MEDIDA

ERRO %

Potência:

Lig.: Tensões: N°Manut.: Data:

Marca:

ComissionamentoMan.Preventiva Man.Corretiva Prog. Man.Corretiva Emerg.

SE:

REGISTRO DE INSPEÇÃO E ENSAIOS RELAÇÃO DE TRANSFORMAÇÃO TTREMPRESA

Tipo

N°Serie:

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231

Medição da Umidade Relativa daN º Ordem

Superfície de Isolação de Trafos - URSID ata

DADOS GERAIS

D iv isão R egio nal S/ E Equipamento N o vo

T ipo F abricante N º Série Vo lume de Óleo

R elação de T ensão (KV) P o sição F ase A no de F abricação

C ó digo T emperatura A mbiente Umidade R elat iva do A r

F abricante do C o mutado r T ipo do C o mutado r N º Série do C o mutado r A cio namento do C o mutado r

EXECUÇÃO DO ENSAIO

Ins t rumento Ut ilizado H o rário do Ensaio P ressão do Gá s (Kgf / cm²)

T emperatura da Iso lação (°C ) P o nto de Orvalho (°C )

Leitura 1 Leitura 2 Leitura 3 Leitura 1 Leitura 2 Leitur a 3

T emperatura da Iso lação (°C ) - M édia P o nto de Orvalh o (°C ) - M édia R esultado UR SI (%)

LIMITES DO ENSAIO

RESPONSÁVEIS

Observaçõ es

RESULTADO FINAL

Executado po r Engº Superv iso r

EMPRESA

Recomenda-se que o valor de URSI seja menor ou igual a 0,5% para transformadores novos e 1,5% para transformadores usados.

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232

8.3 Árvore de Falha do Sistema de Monitoramento

Os anexos a seguir mostram em quatro páginas a árvore de falha de um sistema de monitoramento

de um transformador típico.

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23

3

COMPONENTEFALHA FUNCIONALCAUSA SUBSISTEMA SISTEMA

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234

Árvore de Falha de um Sistema de Monitoramento de Transformador

1.2.B.B.1Problema interno do dispositivo

1.2.B.BNão transmite dados

aqisitados

1.2Transmissão

1.2.C.B.1Incompatibilidade de protocolo

1.2.B.ATransmite dados

de forma intermitente

1.2.C.A.1Mau contato em

conexão

1.2.CRede de comunicação

1.2.ASensores

1.2.A.A.1Mau contato

1Falha sistema de monitoramento

1.2.B.A.1Problema de

projeto

1.2.C.ETransmite dados sem segurança

(criptografia)

1.2.C.ATransmite dados

de forma intermitente

1.2.C.E.1Protocolo

inadequado

1.2.A.ATransmite dados

de forma intermitente

1.3Armazenamento

1.2.C.CApresenta banda inadequada de

transmissão

1.1Coleta de Sinais

1.2.C.D.1Rede fora do ar

1.2.C.A.2Problema de

projeto

1.2.C.B.2Má espec. do hardware de

aquisição

1.2.C.DNão distribui os

dados aquisitados

1.2.B.C.1Má

especificação

1.5Apresentação da Informação

1.2.B.CTransmite dados sem segurança

(criptografia)

1.2.C.BNão utiliza protocolo

aberto na transmissão de dados

1.4Tratamento

1.2.C.C.1Rede de dados

subdimen-sionada

1.2.BHardware de

Aquisição

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235

Árvore de Falha de um Sistema de Monitoramento de TransformadorC

AU

SA

FA

LH

A F

UN

CIO

NA

LC

OM

PO

NE

NT

ES

UB

SIS

TE

MA

SIS

TE

MA

1.3.AServidores

1.3.A.AApresenta perda de

armazenamento ao longo do tempo

1.3.BBanco de dados

histórico

1.3.A.BNão armazena a

informação

1.3.B.AArmazena dados

erroneamente

1.3.B.BNão armazena a

informação

1.3.B.CApresenta perda de armazenamento ao

longo do tempo

1.3.B.DNão armazena a

informação

1.4Tratamento

1.2Transmissão

1.3Armazenamento

1.5Apresentação da Informação

1.1Coleta de Sinais

1Falha sistema de monitoramento

1.3.A.A.1Má qualidade de

fabricação

1.3.A.A.2Operação com

temperatura anormal

1.3.A.A.3Operação em

ambiente inadequado

1.3.A.B.1Má

administração do servidor

1.3.A.B.2Perda de

Conexão de rede

1.3.A.B.3Problema de Hardware

1.3.B.A.2Firmware

incompatível

1.3.B.A.1Dados

corrompidos na aquisição/

transm.

1.3.B.B.1Incompatibilidad

e de tipo de dados

1.3.B.B.2Excesso de

dados

1.3.B.B.3Servidor

subdimensionado

1.3.B.C.1Falta de backup

periódico

1.3.B.C.2Não suporta o vol. de dados a

ser armaz.

1.3.B.D.1 Excesso de dados

1.3.B.D.2 Dados

incompativeis

1.3.B.D.3 Servidor

subdimensionado

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2

36

CAUSA FALHA FUNCIONAL COMPONENTE SUBSISTEMA SISTEMA

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237

Árvore de Falha de um Sistema de Monitoramento de TransformadorC

AU

SA

FA

LH

A F

UN

CIO

NA

LC

OM

PO

NE

NT

ES

UB

SIS

TE

MA

SIS

TE

MA

1.1Coleta de Sinais

1.6Uso da Informação

1.3Armazenamento

1.4Tratamento

1.2Transmissão

1.5Apresentação da Informação

1Falha sistema de monitoramento

1.6.AUsuário

1.6.A.BNão utiliza a informação

1.6.A.CNão utiliza a informação

para intervir no momento apropriado

1.6.A.B.1Informação Irrelevante

1.6.A.B.2

Falta Treinamento

1.6.A.A.2

Falta Treinamento

1.6.A.A.3Repetida

indisponibilidade

do sistema

1.6.A.A.1Falta de Interesse

1.6.A.ANão acessa a informação

1.6.A.C.2

Falta Treinamento

1.6.A.C.1Falta de

Autorização para desligamento do

equipamento

1.6.A.C.3Falta de confiança

no resultado

1.6.A.C.4Restrição

Operativa

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238

8.4 Árvore de Falha do Comutador de Derivação em Carga

Os anexos a seguir mostram a árvore de falha de um sistema de Comutador de Derivação em Carga.

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239

Árvore de Falha de um Comutador de Derivação em Carga

CA

US

AF

ALH

A F

UN

CIO

NA

LC

OM

PO

NE

NT

ES

UB

SIS

TE

MA

SIS

TE

MA

1.1.AÓleo

1.1.A.ANão garantir o isolamento da

chave de carga dentro dos

padrões físico-químicos

especificado

Chae de Derivação em Carga

1.1Chave de carga

1.3Proteção

1.4Sistema de secagem,

selagem estanqueidade

1.2Seletor

1.5Sistema de filtragem

1.1.A.A.1Perda de

estanqueidade

1.1.A.A.2Degradação

natural do óleo

1.6Mecanismo de Acionamento

1.7Transmissão

1.1.BContatos

principais/Shunt

1.1.B.A.1Desgaste dos

contatos

1.1.B.ADificultar

passagem da corrente de operação do

Sistema

1.1.CContatos auxiliares

1.1.C.ADificultar

passagem da corrente de operação do

Sistema

1.1.C.A.1Desgaste dos

contatos

1.1.D.A.1Rompimento do resistor de

transição

1.1.DResistor de transição

1.1.D.ANão limitar o valor da corrente nos

contatos auxiliares quando da

mudança dos TAP’s

1.1.E.ANão proteger a

chave comutadora

devido à sobretensões

1.1.EGAP/Varistores

1.1.E.A.1Desajuste da distância do

GAP

1.1.E.A.2Perda da

suportab. em sobretensões

1.1.FLâminas/Cordoalhas de equalização de potencial

1.1.F.A.1Romp. da lâmina/

cordoalha dev. a vibração

1.1.F.ANão equalizar o

potencial entre as partes da chave de

carga

1.1.G.A.1Rompimento da cordoalha

1.1.GCordoalhas dos contatos móveis

1.1.G.ANão interligar os

contatosprincipais e auxiliares ao

terminal de saída

1.1.H => 1.1.N

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240

Árvore de Falha de um Comutador de Derivação em Carga

CA

US

AF

AL

HA

FU

NC

ION

AL

CO

MP

ON

EN

TE

SU

BS

IST

EM

AS

IST

EM

AChave de derivação em Carga

1.1Chave de carga

1.3Proteção

1.4Sistema de secagem, selagem

estanqueidade

1.2Seletor

1.5Sistema de filtragem

1.6Mecanismo de Acionamento

1.7Transmissão

1.1.HMolas dos contatos

1.1.I.ANão transmitir o

movimento do sist. de transmissão p/ as chaves

de carga e seletora

1.1.H.ANão permitir o perfeito

fechamento dos contatos principais e auxiliares

1.1.IEixo de transmissão isolante

1.1.H.A.1Fadiga das molas

1.1.H.A.2Quebra das molas

1.1.I.A.1Quebra

1.1.J.A.1Baixa isolação

1.1.JPlaca isolante

1.1.J.ANão garantir a isolação

entre resistores, contatos principais e contatos

auxiliares

1.1.J.A.2Quebra das

placas isolantes

1.1.K.ANão aciona o acumulador

de energia

1.1.k.A.1Quebra da mola

do gatilho

1.1.KMolas do gatilho

1.1.L.A.1Fadiga da mola

1.1.LMolas do

Acumulador

1.1.L.A.2Quebra da mola do acumulador

1.1.L.ANão garantir a total

abertura ou fechamento dos contatos principais e

auxiliares no tempo adequado

1.1.M.ANão absorver o impacto

do acumulador de energia

1.1.MLâminas de

amortecimento

1.1.M.A.1Quebra das lâminas de

amortecimento

1.1.A => 1.1.G

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241

Árvore de Falha de um Comutador de Derivação em Carga

CA

US

AF

AL

HA

FU

NC

ION

AL

CO

MP

ON

EN

TE

SU

BS

IST

EM

AS

IST

EM

A

1.2.DContatos Móveis

1.7Transmissão

1.2.BEixo/

Engrenagem de transmissão

1.5Sistema de filtragem

1.2.CHaste/Cilindro

da seletora

1.2.B.A.1Quebra de

engrenagens/eixo de transmissão

1.2.C.A.1Baixa isolação

das hastes

1.2.ASeletor

1.2.D.A.1Baixa pressão dos contatos

1.2Seletor

1.1Chave de carga

1.2.C.ANão garantir o isolamento dos contatos fixos

1.2.A.A.1Desajuste entre

contatos móveis e fixos

1.2.B.ANão

selecionar e conectar o

TAP

1.2.D.ANão garantir o

perfeito fechamento ou

pressão dos contatos móveis

1.2.A.ANão selecionar e conectar o TAP

1.3Proteção

Chave de derivação em Carga

1.6Mecanismo de Acionamento

1.4Sistema de secagem,

selagem estanqueidade

1.3.BRelé de fluxo

1.3.AMicro-switch de

fim de curso

1.3.CRelé de

sobrepessão

1.3.DVálvula de alívio

tipo faca

1.3.A.ANão desligar a

alimentação do motor de acionamento quando o comutador estiver na posição inicial ou final

1.3.A.A.2Sobre-

aquecimento com fusão dos

contatos

1.3.B.ANão desligar o transformador

quando há sobrefluxo

1.3.B.BAtuação indevida

1.3.B.A.1Travamento da bandeirola que aciona a micro-

switch

1.3.B.A.2Trinca ou quebra da ampola de

contato

1.3.B.B.1Trinca ou quebra da ampola de

contato

1.3.B.B.2Penet. de umid.

ou oxid. no int. da cx. de lig. do relé

de fluxo

1.3.C.BAtuação indevida

1.3.C.ANão desligar o transformador

quando há sobrepressão

1.3.C.B.2Penet. de umid.

ou oxid. no int. da cx. de lig. do relé

de sobrepres.

1.3.C.B.1Descalibração

da pressão

1.3.C.A.1Travamento do mecanismo de acionamento

1.3.D.BAtuação indevida

1.3.D.ANão aliviar a

pressão interna do comutador

1.3.D.A.1Não

rompimento de membrana

1.3.D.B.1Penet. de umid. e

consequente fecham. dos cont.

por oxi.

1.3.A.A.1Penetração de umidade com oxidação dos

contatos

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242

Árvore de Falha de um Comutador de Derivação em Carga

CA

US

AF

ALH

A F

UN

CIO

NA

LC

OM

PO

NE

NT

ES

UB

SIS

TE

MA

SIS

TE

MA

1.3Proteção

1.4.B.ANão abrir ou não

fechar

1.4.C.A.1Penetração de

umidade na micro-switch

1.2Seletor

1.4.A.A.1Saturação da

sílica gel

1.7Transmissão

1.4.G.A.1Juntas de vedação

1.1Chave de carga

1.4.D.A.1Perda de

estanqueidade

1.4.E.ANão assegurar

selagem do óleo isolante no

interior a chave comutadora

1.5Sistema de filtragem

1.4.GVedações

1.4.F.A.1Tubulação avariada

1.4.F.ANão conduzir o fluxo

de óleo

1.4.B.A.1Travamento da válvula

1.4.ADesumidificador

1.4.CIndicador de

nível

1.4.H.A.1Solda trincada

ou avariada

1.4.FTubulações

1.6Mecanismo de Acionamento

1.4.HTanque de expansão

1.4.D.ANão isolar o ar do

óleo mineral isolante

1.4.G.ANão assegurar estanqueidade

1.4Sistema de secagem,

selagem estanqueidade

Chave de derivação em Carga

1.4.H.ANão assegurar estanqueidade

1.4.E.A.1Perda de

estanqueidade por falha de

vedação

1.4.DSistema de preservação

com bolsa

1.4.ECilindro

1.4.BVálvulas

1.4.A.ANão retira a

umidade do ar durante a

respiração do tanque de expansão

1.4.C.ANão indicar

corretamente o nível de óleo do

sistema

1.4.B.BVazamento de

óleo

1.4.B.B.1Perda de

Estanqueidade

1.4.C.A.2Travamento

do ponteiro ou haste

1.4.E.A.2Perda de

estanqueidade por trinca no

cilindro

1.4.H.A.2Vedação avariada

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243

Árvore de Falha de um Comutador de Derivação em Carga

CA

US

AF

AL

HA

FU

NC

ION

AL

CO

MP

ON

EN

TE

SU

BS

IST

EM

AS

IST

EM

A

1.6Mecanismo de Acionamento

1.5.BManômetro

1.4Sistema de secagem, selagem e

estanqueidade

1.5.FVedações

1.2Seletor

1.5.E.ANão conduzir o fluxo

de óleo

1.3Proteção

1.5.D.B.1Perda de

estanqueidade

1.5.F.A.1Juntas de vedação avariadas

1.5.E.A.1Tubulação avariada

1.5.C.ANão acionar a bomba

após a comutação

1.5.B.A.1Vazamento da

glicerina interna

1.5.B.ANão indicar

corretamente a pressão do sistema

1.5.C.A.2Atuação do relé

térmico

1.5.A.ANão reter umidade ou partículas residuais da

comutação

1.5.D.ANão abrir ou não

fechar

1.5.A.A.1Saturação do

elemento filtrante

1.5.DVálvulas

1.7Transmissão

1.5.AElemento filtrante

1.5.ETubulações

1.5.CAcionamento

1.5.D.A.1Travamento da

válvula

1.5.F.ANão assegurar a estanqueidade

1.1Chave de carga

Chave de derivação em Carga

1.5Sistema de filtragem

1.5.C.A.1Queima do motor

1.5.C.A.4Desarme do

disjuntor

1.5.C.A.3Contatora danificada

1.5.D.BVazamento de óleo

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244

Árvore de Falha de um Comutador de Derivação em Carga

CA

US

AF

AL

HA

FU

NC

ION

AL

CO

MP

ON

EN

TE

SU

BS

IST

EM

AS

IST

EM

A

1.6Mecanismo de Acionamento

1.6.A.A.1Falha no motor ou circuito de força

1.4Sistema de secagem, selagem e

estanqueidade

1.2Seletor

1.3Proteção

1.6.BComando e

Proteção

1.7.A.A.1Quebra de

engrenagens

1.6.B.ANão controlar e não proteger o ciclo de

comutação

1.7.B.ANão transmitir o

movimento

1.6.B.B.1Falha na coroa potenciométrica

ou coroa de paralelismo

1.7.ACaixa de

engrenagens

1.7.A.ANão transmitir o

movimento entre as hastes

1.6.C.A.1Perda de vedação

1.7.BHastes

1.6.AMotor redutor

1.6.B.A.1Falha nos

componentes dos circuitos de

comando e de controle

1.6.CArmário

1.6.A.ANão acionar o

mecanismos de transmissão

1.6.C.ANão abrigar e proteger

contra intempéries

1.7.B.A.1Quebra de haste

1.7Transmissão

1.1Chave de carga

Chave de derivação em Carga

1.5Sistema de filtragem

1.6.A.A.2Quebra ou

rompimento dos componentes

mecânicos

1.6.B.BNão indicar

remotamente o TAP ou não efetuar a

lógica de paralelismo

1.7.A.A.2Avaria no

acoplamento

1.7.A.A.3Avaria do rolamento

1.6.C.A.1Queima da

resistência de aquecimento

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245

8.5 Padrões e Referências CIGRÉ

A tabela 8.5 descreve algumas referências e padrões CIGRÉ aplicáveis a manutenção do

transformador:

TABELA 8.5 – Referências e Padrões CIGRÉ aplicáveis a Manutenção de Transformadores

Identificação Título Descrição

CIGRÉ#445 2011 Guide for Transformer Maintenance Guia de Manutenção de Transformadores, estratégias, processos, componentes, testes elétricos e reparos.

CIGRÉ#170 2000 Static Electrification in Power Transformers

Características da eletricidade estática de materiais usados no caminho do fluxo magnético e adjacências, métodos para mitigação, testes, limites recomendados.

CIGRÉ #227 2003

(WG A2.18)

Life Management Techniques for Power Transformers

Identificação de falhas (causas, relatórios), Metodologias para gestão da vida útil (baseado em condição, baseado na função), técnicas de diagnóstico e monitoramento, recomendações de avaliação da condição, Operação de Transformadores (processo)

CIGRÉ #248 Economics of Transformer Gestão de Riscos, especificação e compra, Operação e Manutenção, Processo de decisão – Reparo X Substituição.

CIGRÉ #296 2006

(JTFD1.01/

Recent developments in DGA Interpretation

Nível de gás em serviço, stray gassing do óleo, formação de gás.

CIGRÉ #298 2006

(WG A2.23)

Transformer Life time Data Management Dados de transformadores em empresas da indústria de energia elétrica, dados de categorias, quantidades, qualidade, dinâmica, gestão dos dados de vida útil.

CIGRÉ #323 2007

(D1.01.10)

Ageing of Cellulose in Mineral Oil Insulated Transformers

Material, processo de envelhecimento, fatores de influência, produtos de degradação, gestão de vida útil e diagnóstico.

CIGRÉ #342 2008

(WG A2.26)

Mechanical conditioning assessment of transformer windings

Recursos e vantages da Análise de Resposta em frequência, práticas; Guia de interpretação.

CIGRÉ #343 2008

(WG A2.27)

Recommendations for condition monitoring and condition facilities for transformers

Revisão de sensores, dados e recomendações para monitoramento da condição; Sumário de recomendações para monitoramento da condições e testes de fábrica.

CIGRÉ #349 2008

(WG A2.30)

Moisture Equilibrium and Moisture Migration within Transformer Insulation Systems

Entendimento da Mitigação da umidade durante sobrecargas, processo de secagem e reparo em campo.

CIGRÉ #378 2009

(WG A2.32)

Copper Sulphide in Transformer Insulation

Descrição do fenômeno do enxofre corrosivo em transformadores, diagnóstico e técnicas de mitigação.

CIGRÉ #409 2010

(D1.01.15)

Report on Gas Monitor for Oil-filled Electrical Equipment

Descrição de monitores de gás para transformadores, princípios de operação, aplicação e avaliação.

CIGRÉ #413 2010

(TF D1.01.12)

Insulating Oil Regeneration and Dehalogenation

Descrição do material isolante de transformadores, degradação e contaminação do óleo isolante, tratamento e regeneração do óleo isolante, aspectos de segurança e saúde.

CIGRÉ #414

2010

(D1.01.14)

Dielectric Response Diagnostic for Transformer Windings

Influência de tipos diferentes de isolamento sólido e produtos de envelhecimento na resposta dielétrica com exemplo de casos.

CIGRÉ TF D1-01-15 DGA in LTCs Em desenvolvimento.

CIGRÉ WG D2.28 # 507 2012

Comunication Architeture for IP-based Substatio Applications

Uma compilação das expectativas e solicitações dos usuários do sistema operacional sobre os serviços existentes no novo ambiente de rede de subestações. Orientações sobre como escolher uma arquitetura de rede otimizada.

IEC60422- 2005 Mineral insulating oil in electrical Descrição dos testes no óleo isolante e seu significado,

Page 248: Guia>ÌManutencao >Ì Transformadores >Ì Potência · 4.7 Transformadores de Corrente..... 73 4.8 Comutadores de Derivação em Carga ..... 74 4.8 ... Transformadores de Potência”,

246

equipment – Supervision and maintenance guide

intervalos de teste no óleo, critério dos resultados do teste no óleo isolante (novos e em serviço), análise dos resultado dos restes, ações recomendadas, tratamento do óleo isolante.

IEC60599 – 1999 am1-2007

Mineral oil-impregnated electrical equipment in service – Guide to the interpretation of dissolved and free gases analysis

Mecanismo de formação dos gases, tipos de falhas, interpretação, valores típicos.

IEEE Std C57.93 2007

IEEE Guide for Installation of Liquid- Immersed Power Transformers

Comissionamento de transformadores, testes e tarefas de manutenção, intervalos de testes e tarefas.

IEEE Std C57.104-

2008

IEEE Guide for the Interpretation of Gasses Generated in Oil-Immersed

Transformers (ANSI)

Teoria geral da decomposição do óleo isolante, tipos de falhas, Orientações para gases e taxa de geração de gases (normal, atenção e valores perigosos), interpretações.

IEEE Std C57.106-

2006

IEEE Guide for Acceptance and Maintenance of Insulating Oil in Equipment

Significância e descrição dos testes no óleo isolante, valores limite para óleos novos e em serviço para diferentes classes de tensão.

IEEE Std C57.140-

2006

Guide for the Evaluation and Reconditioning of Liquid Immersed Power Transformer

Extensão da vida útil de transformadores: manutenção e diagnóstico do óleo isolante, regeneração do óleo, testes, etc.

IEEE Draft Guide

PC57.143/Draft 21

Guide for the Application for Monitoring Liquid Immersed Transformers and Components”

Em desenvolvimento.

IEEE Std 62-1995 To become Guide PC57 .152/

Draft 2 May 2008

IEEE Guide for Diagnostic Field Testing of Electric Power Apparatus – Part 1: Transformer, Regulators, and Reactors

Relação de testes de diagnóstico, técnicas de testes e testes para enrolamentos, buchas, fluídos isolantes, comutador de taps, núcleo, tanque e dispositivos associados, resultados típicos, sugestão de limites (incluindo testes no óleo isolante), analise de resultado de testes.

IEEE Std C57.637-

1995 (R2007)

Guide for the Reclamation of Insulating Oil and Criteria for its use

Tratamento de óleo mineral isolante usado por métodos físico e químico, classificação de óleo envelhecido, critérios para reuso, processo de tratamento e regeneração.