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Guia não vinculativo de boas práticas para a aplicação da Directiva 2002/44/CE (Vibrações mecânicas no trabalho) Comissão Europeia

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Page 1: Guia vibrações

Guia não vinculativo de boas práticas para a aplicação da Directiva 2002/44/CE

(Vibrações mecânicas no trabalho)

KE-70-07-108-PT-C

http://ec.europa.eu/social/

As publicações da Direcção-Geral do Emprego, Assuntos Sociais e Igualdade de Oportunidades interessam-lhe?

Pode descarregá-las em:http://ec.europa.eu/employment_social/emplweb/publications/index_pt.cfm

ou assiná-las gratuitamente pela Internet:http://ec.europa.eu/employment_social/sagapLink/dspSubscribe.do?lang=en

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Pode assiná-la pela Internet em:http://ec.europa.eu/employment_social/emplweb/news/esmail_en.cfm

ISBN 978-92-79-07545-2

Comissão Europeia

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Como obter publicações comunitárias?

As publicações para venda produzidas pelo Serviço da Publicações estão disponíveis na EU Bookshop (http://bookshop.europa.eu/), podendo encomendá-las através do agente de vendas da sua preferência.

Também pode solicitar uma lista da nossa rede mundial de agentes de vendas através do fax (352) 2929-42758.

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Guia de boas práticas não vinculativo para a aplicação da Directiva 2002/44/CE relativa

às prescrições mínimas de segurança e saúde respeitantes à exposição dos trabalhadores aos riscos devidos

aos agentes físicos (vibrações)

Comissão Europeia

Direcção-Geral do Emprego, Assuntos Sociais e Igualdade de Oportunidades

Unidade F.4

Texto original concluído em Agosto de 2007

Page 4: Guia vibrações

Nem a Comissão Europeia nem qualquer pessoa que actue em seu nome são responsáveis pelo uso que possa ser feito com as informações contidas nesta publicação.

© 1: Health & Safety Laboratory - UK

© 2: FreeFoto.com

© 3: Freephoto1.com

© 4: Health & Safety Laboratory - UK

Encontram-se disponíveis numerosas outras informações sobre a União Europeia na rede Internet, via servidor Europa (http://europa.eu)

© Comunidades Europeias, 2009

Reprodução autorizada mediante indicação da fonte

Uma ficha bibliográfica figura no fim desta publicação

Luxemburgo: Serviço das Publicações Oficiais das Comunidades Europeias, 2009

ISBN 978-92-79-07545-2

Printed in Luxembourg

Impresso em papel branqueado sem cloro

EUROPE DIRECT é um serviço que o/a ajuda a encontrar

respostas às suas perguntas sobre a União Europeia

Número verde único (*):00 800 6 7 8 9 10 11

(*) Alguns operadores de telecomunicações móveis não autorizam o acesso a números 00 800 ou podem sujeitar estas chamadas telefónicas a pagamento

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A criação de mais empregos sempre foi um objectivo da União Europeia. Este objectivo foi adoptado oficialmente pelo Conselho no Conselho Europeu de Lisboa, em Março de 2000, sendo um dos elementos-chave da melhoraria da qualidade do emprego.

A adopção de medidas legislativas forma parte do compromisso de integrar a saúde e a segurança dos trabalhadores no trabalho na abordagem global do bem-estar no trabalho. Neste âmbito, a Comissão Europeia combina diversos instrumentos a fim de consolidar uma verdadeira cultura de prevenção do risco.

O presente guia de boas práticas é um desses instrumentos.

A Directiva 2002/44/CE do Parlamento Europeu e do Conselho relativa à exposição dos trabalhadores aos riscos devidos aos agentes físicos (vibrações) visa introduzir, a nível comunitário, prescrições mínimas de protecção dos trabalhadores que, no âmbito da sua actividade laboral, estão expostos aos riscos devidos a vibrações.

A Directiva 2002/44/CE estabelece valores-limite de exposição e valores de acção da exposição. Além disso, especifica as obrigações das entidades patronais em matéria de determinação e avaliação dos riscos, estabelece as medidas a tomar para reduzir ou evitar a exposição e pormenoriza o modo de dar informação e formação aos trabalhadores. Qualquer entidade patronal que pretenda realizar obras que impliquem riscos devidos a uma exposição a vibrações deverá aplicar uma série de medidas de protecção antes e durante essas obras.

A directiva obriga também os Estados-Membros a implementarem um sistema adequado de controlo da saúde dos trabalhadores expostos a riscos devidos a vibrações. A avaliação e a análise dos riscos devidos à exposição a vibrações e a implementação das medidas de protecção podem ser complicadas. O presente «guia de boas práticas» não vinculativo facilitará a avaliação dos riscos devidos à exposição a vibrações transmitidas ao sistema mão-braço, a identificação dos controlos para eliminar ou reduzir a exposição e a introdução de sistemas que impeçam a ocorrência e a progressão de lesões.

PREÂMBULO

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ÍndicE

Agradecimentos ............................................................................................................................ 6

PARTE 1 GUIA DE BOAS PRáTICAS SOBRE VIBRAçõES TRANSMITIDAS .. AO SISTEMA MãO BRAçO ........................................................................................ 7

Capítulo 1 introdução ......................................................................... 11

Capítulo 2 avaliação dos riscos ............................................................ 15

Capítulo 3 eliminação ou redução da exposição ..................................... 23

Capítulo 4 vigilância da saúde ............................................................. 31

Anexos A - H .................................................................................... 33

Índice alfabético ................................................................................. 53

PARTE 2 GUIA DE BOAS PRáTICAS SOBRE VIBRAçõES .. TRANSMITIDAS AO CORPO INTEIRO ......................................................................... 55

Capítulo 1 Introdução ......................................................................... 59

Capítulo 2 Avaliação dos riscos ............................................................ 63

Capítulo 3 Eliminação ou redução da exposição ..................................... 73

Capítulo 4 Vigilância da saúde ............................................................. 79

Anexos A – H .................................................................................... 81

Índice alfabético ................................................................................. 103

TExTO DA DIRECTIVA 2002/44/CE .......................................................................... 105

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O presente guia foi produzido por:

ISVR: Professor M.J. Griffin & Dr H.V.C. Howarth Institute of Sound and Vibration Research Universidade de Southampton, Reino Unido

HSL: Mr P M Pitts Health and Safety Laboratory Reino Unido

BGIA: Dr S Fischer & Mr U Kaulbars Berufsgenossenschaftliches Institut für Arbeitsschutz, Alemanha

INRS: Dr P.M. Donati Institut National de Recherche et de Sécurité, França

HSE: Mr P.F. Bereton Health and Safety Executive Reino Unido

O presente guia foi elaborado sob a supervisão de:

Unidade «Saúde, Segurança e Higiene no Trabalho» da Direcção-Geral «Emprego, Assuntos Sociais e Igualdade de Oportunidades» da Comissão Europeia.

Grupo de Trabalho «Vibrações», mandatado pelo Comité Consultivo para a Segurança e a Saúde no Local de Trabalho.

Nota: Os autores do projecto agradecem ainda a informação utilizada na elaboração do presente guia, proveniente de dois projectos financiados pela UE, a saber:

VIBRISKS: Risks of Occupational Vibration Exposures (Riscos de Exposição Profissional a Vibrações), EC FP5 projecto n.º QLK4-2002-02650.

VINET: Research Network on Detection and Prevention of Injuries due to Occupational Vibration Exposures (Rede de Investigação sobre a Detecção e Prevenção de Lesõess devidos a Exposição Profissional a Vibrações), EC Biomed II projecto n.º BMH4-CT98-3251.

AgRAdEciMEntOs

1 Decisão do Conselho de 22 de Julho de 2003 (JO C 128 de 13.9.2003, p. 1)

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Parte 1 Guia de boas práticas sobre Vibrações Transmitidas ao Sistema Mão Braço

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ÍNDICE cAPÍtULO 1 intROdUçãO ............................................................................................................................................ 11

cAPÍtULO 2 RAvALiAçãO dOs RiscOs ....................................................................................................................... 15

2.1 PRincÍPiOs fUndAMEntAis dA AvALiAçãO dOs RiscOs .................................................................................... 15

2.2 dEtERMinAçãO dA dURAçãO dA ExPOsiçãO ................................................................................................ 18

2.3 AMPLitUdE dA viBRAçãO ............................................................................................................................ 19

2.3.1 Utilização de dados do fabricante sobre a emissão ................................................. 19

2.3.2 Utilização de outras fontes de dados .................................................................... 20

2.3.3 Medição da amplitude da vibração ..................................................................... 20

2.4 cáLcULO dAs ExPOsiçõEs diáRiAs às viBRAçõEs .......................................................................................... 22

2.4.1 Exposição diária a vibrações............................................................................... 22

2.4.2 Exposições parciais a vibrações ........................................................................... 22

2.4.3 Incerteza das avaliações da exposição diária ........................................................ 22

cAPÍtULO 3 ELiMinAçãO OU REdUçãO dA ExPOsiçãO ......................................................................................... 23

3.1 ELABORAçãO dE UMA EstRAtégiA dE cOntROLO ........................................................................................... 23

3.2 cOnsULtA E PARticiPAçãO dOs tRABALhAdOREs ............................................................................................ 24

3.3 cOntROLOs dOs RiscOs ............................................................................................................................ 25

3.3.1 Introdução de outros métodos de trabalho .............................................................. 25

3.3.2 Selecção do equipamento .................................................................................. 25

3.3.3 Política de compras ........................................................................................... 25

3.3.4 Concepção do posto de trabalho ......................................................................... 26

3.3.5 Formação e informação aos trabalhadores ............................................................ 27

3.3.6 Horários de trabalho .......................................................................................... 27

3.3.7 Medidas colectivas ............................................................................................ 27

3.3.8 Vestuário e protecção individual ........................................................................... 28

3.3.9 Manutenção ..................................................................................................... 28

3.4 MOnitORizAçãO E REAvALiAçãO ................................................................................................................. 29

3.4.1 Como saber se os controlos das vibrações transmitidas ao sistema mão-braço estão a funcionar? .............................................................................. 29

3.4.2 Quando preciso de repetir a avaliação dos riscos? ................................................. 29

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cAPÍtULO 4 vigiLÂnciA dA sAúdE ............................................................................................................................ 31

4.1 QUAndO é nEcEssáRiA A vigiLÂnciA dA sAúdE? .......................................................................................... 31

4.2 QUE REgistOs sãO nEcEssáRiOs?................................................................................................................ 31

4.3 QUE fAzER sE fOR idEntificAdA UMA LEsãO? ................................................................................................ 31

AnExO A Resumo das responsabilidades definidas pela directiva 2002/44/CE................................................. 33

AnExO B Que é uma vibração?? ................................................................................................................................ 34

AnExO c Riscos para a saúde, sinais e sintomas ..................................................................................................... 37

AnExO d Ferramentas para calcular as exposições diárias .................................................................................... 38

AnExO E Exemplos ....................................................................................................................................................... 43

AnExO f Técnicas de vigilância da saúde ................................................................................................................. 45

AnExO g Glossário ....................................................................................................................................................... 47

AnExO h Bibliografia ................................................................................................................................................... 48

ÍndicE ALfABéticO .......................................................................................................................................................... 53

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As vibrações transmitidas ao sistema mão-braço são transmitidas através da palma e dedos da mão (ver Anexo B). Os trabalhadores cujas mãos estão regularmente expostas a vibrações transmitidas ao sistema mão-braço podem sofrer lesões nos tecidos das mãos e braços que provocam os sintomas colectivamente conhecidos como síndroma das vibrações transmitidas ao sistema mão-braço (ver Anexo C).

Os riscos das vibrações transmitidas ao sistema mão-braço afectam pessoas de muitas indústrias e profissões. Os riscos aumentam muito com a utilização de equipamento de vibrações mais elevadas e com a utilização prolongada e regular desse equipamento. No entanto, há investigações que mostraram que os perigos das vibrações podem ser controlados e os riscos reduzidos através de uma boa gestão. Mostraram ainda que os custos desses controlos não são necessariamente elevados e podem geralmente ser compensados pelos benefícios de os trabalhadores se manterem com saúde. Além disso, as medidas de controlo das vibrações têm, em muitos casos, levado a uma melhor eficiência.

A Directiva «Vibrações» (Directiva 2002/44/CE – ver caixa «Bibliografia suplementar») estabelece padrões mínimos para o controlo dos riscos resultantes das vi-brações transmitidas ao sistema mão-braço. A Directiva «Vibrações» exige que os Estados-Membros da União Europeia implementem legislação nacional para apli-car os requisitos da Directiva o mais tardar até 6 de

Julho de 2005. A legislação nacional pode aplicar dispo-sições mais favoráveis do que as exigidas pela directiva e não deve reduzir a protecção concedida aos trabalhado-res por qualquer legislação nacional preexistente.

A Directiva «Vibrações» estabelece um valor de acção da exposição para a exposição diária a vibrações acima do qual as entidades patronais são obrigadas a controlar os riscos de transmissão de vibrações ao sistema mão-braço da sua força de trabalho e um valor-limite de exposição acima do qual os trabalhadores não podem ser expostos2:

um valor de acção da exposição diária de 2,5 m/s²•

dum valor-limite da exposição diária de 5 m/s².•

No entanto, há algum risco de lesões devidas à transmissão de vibrações ao sistema mão-braço no caso de exposições abaixo do valor de acção da exposição. A Directiva «Vibrações» atribui às entidades patronais responsabilidades quanto a garantir que os riscos resultantes de vibrações

transmitidas ao sistema mão-braço são eliminados ou reduzidos a um mínimo. Essas responsabilidades estão resumidas no Anexo A.

A Directiva «Vibrações» é uma directiva específica da directiva-quadro (Directiva 89/391/CEE - ver a caixa «Bibliografia suplementar») e, assim, muitos dos requisitos

cAPÍtULO 1 intROdUçãO

A Directiva 2002/44/CE da UE (Directiva‘Vibrações’) atribui às entidades patronais as responsabilidades de garantir a eliminação ou redução ao mínimo dos riscos derivados das vibrações transmitidas ao sistema mão-braço (responsabilidades resumidas no Anexo A).

O presente guia destina-se a ajudar as entidades patronais a identificar os perigos derivados das vibrações transmitidas ao sistema mão-braço,a avaliar as exposições e os riscos, bem como a estabelecer medidas para proteger a saúde e a segurança dos trabalhadores expostos aos riscos devidos a vibrações transmitidas ao sistema mão-braço.

O guia deve ser lido conjuntamente com a Directiva «Vibrações» ou com a legislação nacional que aplica os requisitos dessa directiva.

2 Os Estados-Membros podem (após consultar os parceiros sociais) aplicar períodos transitórios para o valor-limite de exposição durante um período de cinco anos a partir de 6 de Julho de 2005. (Os Estados-Membros podem alargar esse periodo por mais quatro para as máquinas agrícolas e florestais). Os períodos transitórios apenas se aplicam à utilização de máquinas fornecidas antes de 6 de Julho de 2007 para as quais (tendo em conta todos os meios técnicos ou organizativos disponíveis para controlar o risco) o valor-limite de exposição não possa ser respeitado.

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da Directiva «Vibrações» resultam da directiva-quadro e fazem-lhe referência específica. O presente guia ajudará as entidades patronais no cumprimento da Directiva «Vibrações», uma vez que se aplica às vibrações transmitidas ao sistema mão-braço. O guia pretende cobrir a metodologia utiliza-da para determinar e avaliar riscos; para escolher e usar correctamente o equipamento de trabalho, para

a optimização de métodos e a implementação de me-didas de protecção (medidas técnicas e/ou organiza-tivas) na base de uma análise de riscos prévia. Este guia dá também pormenores sobre o tipo de formação e informação a fornecer aos trabalhadores envolvidos e propõe soluções eficazes para as restantes matérias abordadas na Directiva 2002/44/CE. A estrutura des-te guia está indicada no fluxograma da Figura 1.

Bibliografia suplementar:

Directiva «Vibrações”:

Directiva 2002/44/CE do Parlamento Europeu e do Conselho, de 25 de Junho de 2002, relativa às prescrições mínimas de segurança e saúde respeitantes à exposição dos trabalhadores aos riscos devidos aos agentes físicos (vibrações) (Décima sexta directiva especial na acepção do n.º 1 do artigo 16.º da Directiva 89/391/CEE)

Publicada no Jornal Oficial das Comunidades Europeias L 177 de 6 de Julho de 2002, p.13)

Directiva-quadro:

Directiva 89/391/CEE do Conselho, de 12 de Junho de 1989, relativa à aplicação de medidas destinadas a promover a melhoria da segurança e da saúde dos trabalhadores no trabalho.

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Avaliação do risco Capítulo 2

Eliminação ou redução da exposição Capítulo 3

Viglância da saúde Capítulo 4

Princípios da avaliação dos riscos 2.1

Elaboração de uma estratégia de controlo 3.1

Acompanhamento e reavaliação 3.4

Quando é necessária a vigilância da saúde? 4.1

Que registos são necessários? 4.2

Que fazer se for identificada uma lesão? 4.3

Repetição da avaliação dos riscos 3.5

Duração da exposição 2.2

Controlos dos riscos 3.3

Consulta e participação dos trabalhadores 3.2

Os controlos estão a funcionar?

Cálculo da exposição diária 2.4

Amplitude das vibrações 2.3

Dados do fabricante Outras fontes Medição

Exposição diária às vibrações - A(8)

Introdução de outros métodos de trabalhoSelecção do equipamentoPolítica de comprasConcepção de tarefas e processosFormação/informação dos trabalhadoresHorários de trabalhoMedidas colectivasVestuário e protecção pessoalManutençâo

Avaliação das exposições diárias

figURA 1: fLUxOgRAMA dAs viBRAçõEs tRAnsMitidAs AO sistEMA MãO-BRAçO

Vibrações transmitidas ao sistema mão-braço

no trabalho

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A avaliação dos riscos deve:

identificar onde pode haver um risco derivado de •vibrações transmitidas ao sistema mão-braço;

calcular as exposições dos trabalhadores e •compará-las com o valor de acção da exposição e o valor-limite de exposição;

identificar os controlos de risco disponíveis;•

identificar os passos que pretende dar para controlar •e monitorizar os riscos de transmissão de vibrações ao sistema mão-braço;

registar a avaliação, os passos •que foram dados e a respectiva eficácia.

Um ponto de partida é considerar o trabalho que está a ser executa-do, os processos envolvidos e as ferramentas e equipamentos utiliza-dos, e perguntar: «A empresa utili-za equipamento manual, guiado à mão ou alimentado manualmente?»

Se for o caso, pode precisar de gerir as exposições a vibrações. No Quadro 1 são apresentadas algumas perguntas para ajudá-lo a decidir se é necessário tomar mais qualquer medida. A Figura 2 apresenta exemplos de amplitudes das vibrações de algumas ferramentas e máquinas que criam os riscos.

É importante manter os trabalhadores e os seus representantes envolvidos e informados no processo de avaliação do risco de vibrações. Uma parceria eficiente com os trabalhadores ajudará a garantir que a informação usada para a avaliação do risco se baseia em avaliações realistas do trabalho que está a ser executado e do tempo

gasto para fazer esse trabalho.

Os factores que governam a exposição diária de uma pessoa às vibrações são a amplitude (nível) ponderada em frequência da vibração e o período de tempo durante o qual a pessoa lhe está exposta. Quanto maior a amplitude ou quanto mais longa a exposição, tanto maior será a exposição dessa pessoa às vibrações.

cAPÍtULO 2 RAvALiAçãO dOs RiscOs

O objectivo da avaliação do risco de vibrações transmitidas ao sistema mão-braço é permitir à entidade patronal tomar uma decisão válida acerca das medidas necessárias para prevenir ou controlar de forma adequada os riscos derivados da exposição dos trabalhadores a vibrações transmitidas ao sistema mão-braço.

Neste capítulo apresentamos o modo como a entidade patronal pode concluir se poderá ter algum problema com a exposição do sistema mão-braço a vibrações nas suas instalações de trabalho, sem necessidade de uma medição ou de qualquer conhecimento detalhado de como fazer a avaliação da exposição.

2.1 PRincÍPiOs fUndAMEntAis dA AvALiAçãO dOs RiscOs

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QUAdRO 1 – ALgUMAs PERgUntAs PARA AjUdAR A dEcidiR sE é nEcEssáRiO tOMAR MAis QUALQUER MEdidA

Algumas perguntas para ajudar a decidir se é necessário tomar mais qualquer medida

Algumas ferramentas de movimento rotativo podem ultrapassar o valor de acção da exposição no espaço de cerca de meia hora, pelo que se deve certamente tomar medidas caso algum trabalhador as utilize durante mais de cerca de 2 horas por dia.

São utilizadas ferramentas de impacto ou de percussão (ou seja, ferramentas com acção de martelo)?

Com ferramentas de impacto ou de percussão, os níveis de vibração são provavelmente muito mais elevados do que com ferramentas de movimento rotativo. Algumas ferramentas com acção de martelo podem exceder o valor de acção da exposição no espaço de poucos minutos, pelo que se deve certamente tomar medidas caso algum trabalhador as utilize durante mais de cerca de meia hora por dia.

Os fabricantes ou fornecedores das ferramentas fazem algum aviso quanto a um risco derivado das vibrações?

Se são utilizadas ferramentas eléctricas manuais que possam pôr os utilizadores em risco de lesões provocadas por vibrações, o fabricante deve fazer o aviso correspondente no respectivo manual.

Há quaisquer ferramentas vibratórias que causem formigueiro ou entorpecimento nas mãos durante ou após a utilização?

O formigueiro ou entorpecimento das mãos podem ser visíveis durante ou após a utilização de uma ferramenta eléctrica e são um indicador de risco de vibrações transmitidas ao sistema mão-braço derivado da utilização dessa ferramenta durante muito tempo.

Há algum trabalhador exposto a vibrações que já tenha comunicado sintomas de síndroma das vibrações transmitidas ao sistema mão-braço?

Sinais de síndroma das vibrações transmitidas ao sistema mão-braço significam que é necessário gerir as exposições às vibrações. Os sintomas, quando estão ligados a exposições abaixo do valor de acção, podem identificar trabalhadores particularmente susceptíveis a riscos de transmissão de vibrações ao sistema mão-braço.

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Aceleração ahv (m/s²)

Serras decorrente

Martelos debritagem

Roçadeiras

Martelosdemolidores

Rectificadoras

Trituradoras

Berbequins porpercussão

Minimum

25. percentil

75. percentil

Maximum

Chaves deaperto porpercussão

Cinzéismecânicos

Calcadores

Martelospneumáticos

Martelosde perfurar

Lixadoras

Serrasde corrente

Calcadoresvibratórios

figURA 2: ExEMPLOs dE AMPLitUdEs dAs viBRAçõEs PARA fERRAMEntAs cOMUnsj gamas de valores de vibração para equipamento comum no mercado da ue. estes dados são apenas para ilustração.

para mais pormenores, ver o anexo b.

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Para avaliar a exposição diária a vibrações, é necessária uma estimação do tempo em que os operadores das ferramentas estão expostos à vi-bração. A experiência tem mostrado que isto é frequentemente sobrestimado durante a avalia-ção do risco.

Neste capítulo analisamos qual a informação sobre o tempo de exposição que é necessária e o modo de determiná-la.

Antes de poder estimar a exposição diária a vibrações, A(8), é preciso conhecer a duração diária total da exposição à vibração de cada ferramenta ou o processo utilizado. Só se deve contar o tempo em que o trabalhador está exposto à vibração; não se deve contar um período em que um trabalhador tenha pousado o equipamento ou em que esteja a segurá-lo sem estar em funcionamento.

O tempo de contacto é o tempo durante o qual as mãos estão efectivamente expostas à vibração proveniente da ferramenta ou da peça. Frequentemente, este perío-do é muito inferior ao «tempo de trabalho» e é habitu-almente sobrestimado pelos operadores. O método utilizado para estimar os tempos de gatilho/arranque? de-pende frequentemente de a utili-zação da ferramenta ser contínua ou intermitente:

Operação contínua da ferramen-ta:

Exemplo: utilização de um triturador para eliminar grandes quantidades de um material durante várias horas.

Observar o trabalho durante uma parte representativa do dia de trabalho e registar durante quanto desse tempo a ferramenta está em funcionamento. Para tal, pode ser útil um cronómetro ou um registo em vídeo.

Operação intermitente das ferramentas:

Exemplo: Utilização de chave de aperto por percussão para apertar porcas das rodas de veículos.

Talvez se tenha acesso a informação sobre o número de operações realizadas durante o dia de trabalho (por exem-plo, o número de componentes acabados por dia). Se se estimar a duração média de uma operação, observando o ritmo de trabalho durante um período escolhido como amostra, pode-se então calcular a duração diária total.

No nosso exemplo da chave de aperto por percussão, talvez seja conhecido o número de rodas desmontadas e substituídas por dia e o número de porcas por roda, e também é necessário saber quanto tempo leva habitu-almente a tirar ou substituir uma porca.

Os padrões de trabalho têm também de ser cuidadosa-mente levados em conta. É possível, por exemplo, que alguns trabalhadores só usem ferramentas vibratórias du-

rante certos períodos de um dia ou de uma semana. Devem ser estabelecidos padrões de utilização habitual, pois serão um importante factor no cál-

culo da exposição provável do trabalhador às vibrações.

Bibliografia suplementar:

EN ISO 5349-2:2001 Mechanical vibration — Measurement and evaluation of human exposure to hand-transmitted vibration. Part 2: Practical guidance for measurement at the workplace.

CEN/TR 15350 Mechanical vibration — Guideline for the assessment of exposure to hand-transmitted vibration using available information including that provided by manufacturers of machinery (Vibrações mecânicas – Orientações para a avaliação da exposição a vibrações transmitidas pela mão usando informação disponível, incluindo a fornecida pelos fabricantes das máquinas)

2.2 dEtERMinAçãO dA dURAçãO dA ExPOsiçãO

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O risco das vibrações transmitidas ao sistema mão-braço baseia-se no ahv, o valor total da aceleração ponderada em frequência, que é dado pela raiz quadrada da soma dos quadrados da aceleração, ponderada em frequência, dos três eixos ortogonais, x, y e z:

zy

O valor é calculado no ponto em que a vibração penetra na mão (ver o Anexo B).

A informação sobre a vibração utilizada para a avaliação da vibração tem de corresponder tanto quanto possível às emissões prováveis de vi-brações do equipamento que se pretende utilizar da forma que se pretende utilizar.

A informação sobre a vibração utilizada para a ava-liação da vibração tem de corresponder tanto qu-anto possível às emissões prováveis de vibrações do equipamento que se pretende utilizar da forma que se pretende utilizar.

2.3.1 Utilização de dados do fabricante sobre a emissão

A Directiva «Máquinas» (Directiva 2006/42/CE e, anteriormente, Di-rectiva 98/37/CE, revogada) defi-ne os requisitos essenciais de saúde e segurança para as máquinas vendidas na União Europeia, incluindo os requisitos específicos relativos à vibração.

Entre outros requisitos, a Directiva «Máquinas» obriga os fabricantes, importadores e fornecedores de máquinas a fornecerem informações sobre as emissões de vibrações ao nível da mão. Estas informações sobre a emissão de vibrações devem ser dadas nas informações ou instru-ções que acompanham a máquina.

Os valores de emissão de vibrações declarados pelo fabricante são normalmente obtidos de acordo com có-

digos europeus harmonizados dos ensaios de vibrações produzidos por entidades de normalização europeias ou internacionais e (desde 2005) com base na EN ISO 20643. São exemplos a série EN ISO 8662 para as ferramentas pneumáticas e outras não eléctricas e a sé-rie EN 60745 para as ferramentas eléctricas.

Os valores de emissão declarados permitem aos com-pradores comparar as máquinas ensaiadas com o mes-mo código do teste normalizado. Os valores de emis-são podem mostrar se há grandes diferenças entre máquinas, para se poderem evitar as ferramentas com altas vibrações.

Os dados sobre as emissões fornecidos pelo fabrican-tes podem também indicar o nível provável de vibração transmitida às mãos de um trabalhador ao utilizar uma determinada ferramenta eléctrica. Isto pode ser útil para ajudar a calcular a exposição diária e fazer uma ava-liação de riscos.

Actualmente, os códigos dos ensaios de vibrações ten-dem a subestimar a vibração das ferramentas quando estas são utilizadas no local de trabalho e baseiam-se habitualmente em medições num único eixo de vibra-ção. A CEN/TR 15350 aconselha que, para o cálculo do risco, o valor de emissão declarado pelo fabricante seja multiplicado, na maioria dos casos, por um factor dependente do tipo de ferramenta:

Ferramentas com motor de combustão: x1

Ferramentas pneumáticas: x1,5 a x2

Ferramentas eléctricas: x1,5 a x2

Se os fabricantes declaram valores de emissão inferiores a 2,5 m/s², então um valor de 2,5 m/s² deve ser usado e multiplicado pelo factor apropriado.

Na CEN/TR 15350 são dadas mais informações so-bre estes factores de multiplicação. Se não houver me-lhor informação e for dada uma série de factores multi-plicadores, deve ser usado o valor mais alto.

Actualmente, estão a ser revistos muitos códigos euro-peus harmonizados dos ensaios de vibrações. A revisão dos códigos dos ensaios deverá levar a melhores valores de emissão, que não serão directamente comparáveis com dados de emissão anteriores, mas deverão fornecer um guia mais preciso da vibração no local de trabalho.

2.3 AMPLitUdE dA viBRAçãO

Bibliografia suplementar:

EN 12096:1997 Mechanical vibration — Declaration and verification of vibration emission values

EN ISO 20643:2005 Mechanical vibration — Hand-held and hand-guided machinery. Principles for evaluation of vibration emission

CEN/TR 15350: 2005 Mechanical vibration — Guideline for the assessment of exposure to hand-transmitted vibration using available information including that provided by manufacturers of machinery

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2.3.2 Utilização de outras fontes de dadosHá outras fontes de informação sobre as amplitudes das vibrações que são frequentemente suficientes para se saber se o valor de acção da exposição ou o valor-limite de exposição são susceptíveis de ser ultrapassados.

Uma associação comercial ou equivalente num dado sector pode ter também dados úteis sobre as vibrações e na Internet há bases de dados internacionais sobre vibrações que podem responder às necessidades. Para algumas entidades patronais, isto pode ser suficiente para uma primeira avaliação do risco de vibrações.

Outras fontes de dados sobre vibrações podem ser consultores especializados e organismos públicos. Al-guns dados podem também ser encontrados em várias publicações técnicas ou científicas e na Internet e alguns dados sobre vibrações típicas na utilização real podem estar disponíveis nos sítios Web dos fabricantes. Dois sítios Web europeus com dados-padrão dos fabricantes sobre a emissão de vibrações, juntamente com alguns valores medidos na «utilização real» de uma série de máquinas, são:

h t t p ://www.v ib ra t i o n .db . umu . s e/HavSok .aspx?lang=en

http://www.las-bb.de/karla/

O ideal seria utilizar as informações sobre vibrações relativas ao equipamento (marca e modelo) que se pre-tende utilizar. No entanto, se as mesmas não estiverem disponíveis, pode-se também utilizar informações rela-tivas a equipamento similar, como ponto de partida, substituindo-as por dados com valores mais precisos quando estes estiverem disponíveis.

Ao escolher informações publicadas sobre as vibrações, os factores que é preciso ter em conta ao fazer a escolha são, entre outros, os seguintes:

o tipo de equipamento (por exemplo, martelo pneu-•mático),

a classe de equipamento (por exemplo, potência •ou tamanho),

a fonte de energia (por exemplo, motor pneumático, •hidráulico, eléctrico ou de combustão)

a tarefa para que o equipamento foi utilizado ao •produzir-se a informação sobre as vibrações,

det arbejde, udstyret blev anvendt til ved måling af •de pågældende vibrationsdata

o tipo de material sobre o qual foi utilizado.•

Ao utilizar dados publicados sobre as vibrações, é aconse-lhável tentar comparar dados de duas ou mais fontes.

2.3.3 Medição da amplitude da vibração Em muitas situações, não será necessário medir as amplitudes das vibrações. No entanto, é importante saber quando se devem realizar medições.

Em muitas situações, não será necessário medir as amplitudes das vibrações. No entanto, é importante saber quando se devem realizar medições.

Pode, por vezes, não ser possível, obter informação adequada (dos fornecedores de equipamento ou de outras fontes) sobre a vibração produzida por uma ferramenta ou um processo de trabalho. Nesse caso pode ser necessário fazer medições da vibração no local de trabalho.

A medição de uma vibração é uma tarefa difícil e complexa. Pode-se optar por fazer as medições pelos próprios serviços ou recorrer a um consultor especiali-zado. Em qualquer caso, é importante que quem quer que faça as medições tenha suficiente competência e experiência.

O que é que se mede?

A exposição pessoal às vibrações transmitidas ao sis-tema mão-braço deve ser avaliada usando o método definido na Norma Europeia EN ISO 5349-1:2001, sendo dadas orientações práticas detalhadas sobre a utilização do método de medição da vibração no local de trabalho na EN ISO 5349-2:2001.

A amplitude da vibração exprime-se em termos da acele-ração ponderada em frequência da superfície do punho da ferramenta ou peça de trabalho que está em contacto com a mão (ver Anexo B) e exprime-se em metros por segundo ao quadrado (m/s²).

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Medições das vibrações

As medições devem fazer-se de modo a obterem-se valores de vibração representativos da vibração média de uma ferramenta ou processo ao longo do período de trabalho do operador. Assim, é importante que as condições de operação e os períodos de medição sejam seleccionados de modo a obtê-los.

Nos casos em que se seguram as ferramentas com as duas mãos, as medições têm de ser feitas em ambas as posições das mãos, utilizando-se o valor mais elevado para determinar a exposição às vibrações.

Bibliografia suplementar:

EN ISO 5349-1:2001 Mechanical vibration — Measurement and evaluation de human exposure to hand-transmitted vibration — Part 1: General requirements (Vibrações mecânicas – Medição e avaliação da exposição pessoal às vibrações transmitidas pela mão. Parte 1: Prescrições gerais)

EN ISO 5349-2:2001 Mechanical vibration — Measurement and evaluation de human exposure to hand-transmitted vibration — Part 2: Practical guidance for measurement at the workplace (Vibrações mecânicas – Medição e avaliação da exposição pessoal às vibrações transmitidas pela mão. Parte 2: Orientação prática para a medição no local de trabalho)

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Bibliografia suplementar:

EN ISO 5349-2:2001 Mechanical vibration — Measurement and evaluation de human exposure to hand-transmitted vibration — Part 2: Practical guidance for measurement at the workplace (Vibrações mecânicas – Medição e avaliação da exposição pessoal às vibrações transmitidas pela mão. Parte 2: Orientação prática para a medição no local de trabalho)

2.4 cáLcULO dAs ExPOsiçõEs diáRiAs às viBRAçõEs

A avaliação da exposição diária a vibrações de-pende tanto do nível da vibração como da dura-ção da exposição.

Neste capítulo analisamos a forma como a expo-sição diária a vibrações é calculada a partir das informações sobre a amplitude da vibração e dos tempos de exposição.

No Anexo D são indicadas algumas ferramentas para simplificar o cálculo das exposições diárias e a gestão dos tempos de exposição e no Anexo E são apresentados exemplos de cálculo das exposi-ções diárias a vibrações.

2.4.1 Exposição diária a vibraçõesA exposição diária a vibrações, A(8), calcula-se a partir de uma amplitude e um tempo de exposição. Tal como a amplitude da vibração, a exposição diária a vibrações expressa-se em metros por segundo ao quadrado (m/s²). No Anexo E são dados exemplos do cálculo das exposições diárias às vibrações.

2.4.2 Exposições parciais a vibraçõesSe um trabalhador estiver exposto a mais de uma fonte de vibração (porque, por exemplo, utiliza duas ou mais ferramentas ou processos diferentes durante o dia), as exposições parciais a vibrações calculam-se a partir da amplitude e da duração de cada um(a). Os valores das vibrações parciais são combinados de forma a darem o valor total da exposição diária, A(8), para essa pessoa. No Anexo E é dado um exemplo do cálculo das exposições diárias a vibrações.

Cada exposição parcial a vibrações representa o con-tributo de uma fonte particular de vibração (ferramenta ou processo) para o total da exposição diária do traba-lhador. O conhecimento dos valores das exposições parciais ajuda a decidir quanto às prioridades: as ferra-

mentas ou processos com maiores valores de exposição parcial a vibrações são os que devem ter prioridade nas medidas de controlo.

2.4.3 Incerteza das avaliações da exposição diáriaA incerteza da avaliação da exposição a vibrações depende de muitos factores (ver EN ISO 5349-2:2001), nomeadamente:

incerteza quanto ao instrumento/calibração,•

precisão dos dados da fonte (por exemplo, dados •do fabricante sobre a emissão),

variação dos operadores da máquina (por exemplo, •experiência, técnica de operação ou compleição física),

capacidade do trabalhador para reproduzir, du-•rante as medições, o trabalho típico,

repetibilidade da tarefa laboral,•

factores ambientais (por exemplo, ruído, tempera-•tura),

variações na máquina (por exemplo, é necessária •manutenção, a máquina foi aquecida?),

desgaste dos componentes inseridos ou dos •abrasivos (por exemplo, a lâmina da serra está afiada, o disco abrasivo está gasto?).

Quando se mede a amplitude da vibração e o tempo de exposição, as incertezas associadas à avaliação de A(8) podem significar que o valor calculado pode variar entre 20% acima e 40% abaixo do valor real. Se o tempo de exposição ou a amplitude da vibra-ção forem apenas estimados — por exemplo, com base nas informações do trabalhador (tempo de ex-posição) ou do fabricante (amplitude) —, então a in-certeza na avaliação da exposição diária pode ser muito superior.

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Para controlar o risco é preciso ter uma estratégia que conduza de forma eficaz a uma redução da exposi-ção a vibrações transmitidas ao sistema mão-braço.

Neste capítulo analisamos o processo de elabora-ção de uma estratégia de controlo, incluindo a for-ma de estabelecer prioridades para as actividades de controlo.

A avaliação de riscos deve permitir a identificação de métodos para o controlo da exposição. Ao avaliar as ex-posições a vibrações, deve-se pensar nos processos de trabalho que as causam. Compreender as razões pelas quais os trabalhadores estão expostos a vibrações ajuda-rá a identificar métodos para reduzi-las ou eliminá-las.

As fases importantes neste processo de gestão são:

identificação das principais fontes de vibração;•

classificação das mesmas em termos da sua contri-•buição para o risco;

identificação e avaliação de soluções potenciais •em termos de praticabilidade e custos;

estabelecimento de metas que possam realistica-•mente ser alcançadas;

afectação de prioridades e estabelecimento de um •«programa de acção»;

definição das responsabilidades de gestão e afec-•tação dos recursos adequados;

implementação do programa;•

monitorização dos progressos;•

avaliação do programa.•

A abordagem a seguir para reduzir os riscos de transmissão de vibrações ao sistema mão-braço

dependerá de aspectos práticos dos processos de cada empresa e dos níveis correntes de exposição.

Pode também ser necessário adaptar os controlos para os trabalhadores que sejam particularmente vulneráveis a lesões, como, por exemplo, os trabalhadores que sejam mais susceptíveis de lesões provocadas por vibrações e apresentem sinais de desenvolver uma lesão mesmo com exposições abaixo do valor de acção da exposição.

Exemplo: Utilização da exposição parcial a vibrações para classificar os riscos.

Um trabalhador siderúrgico usa duas ferramentas, um triturador com uma emissão de vibrações de 7m/s² durante a utilização e um martelo de britagem com uma emissão de 16m/s² durante a utilização. O triturador é utilizado durante um total de 2 ½ horas por dia, o martelo de britagem durante 15 minutos:

• Triturador (7 m/s² durante 2,5 horas):

A1(8) = 3,9 m/s²

•Martelodebritagem(16m/s²durante15 minutos): A2(8) = 2,8 m/s²

Exposição total: A(8) = 4,8 m/s2

Embora o martelo de britagem tenha uma amplitu-de de vibração superior à do triturador, os valores da exposição parcial indicam que a utilização do triturador corresponde a uma maior proporção da exposição total do trabalhador às vibrações. As-sim, para começar, o triturador deve constituir o alvo principal da redução de riscos.

cAPÍtULO 3 ELiMinAçãO OU REdUçãO dA ExPOsiçãO

A avaliação de riscos ajudará a planear as medidas necessárias para prevenir ou controlar adequadamente a exposição dos trabalhadores a vibrações transmitidas ao sistema mão-braço.

Neste capítulo mostramos como se pode desenvolver uma estratégia de controlo, estabelecer prioridades para as actividades de controlo, implementar controlos de risco e monitorizar a eficácia desses controlos.

3.1 ELABORAçãO dE UMA EstRAtégiA dE cOntROLO

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A gestão bem sucedida dos riscos assenta no apoio e no envolvimento dos trabalhadores, especialmente dos seus representantes. Os representantes podem constituir um canal eficaz de comunicação com a mão-de-obra e ajudar os trabalhadores a compreenderem e a utiliza-rem as informações sobre a saúde e a segurança.

Embora algumas soluções para o controlo das vibra-ções transmitidas ao sistema mão-braço sejam bas-tante simples, outras exigirão mudanças na forma como o trabalho está organizado. Essas mudanças só podem ser eficazmente realizadas em consulta com os representantes dos trabalhadores.

Uma consulta eficaz assenta no seguinte:

partilhar com os trabalhadores as informações •pertinentes sobre saúde e segurança;

dar aos trabalhadores oportunidade de exprimir •as suas opiniões e de contribuir em tempo opor-

tuno para a resolução das questões de saúde e segurança;

valorizar e levar em conta as opiniões dos traba-•lhadores.

A consulta pode levar a identificar melhores soluções de controlo que sejam bem aceites pelos trabalhado-res. A eficácia das medidas de controlo dependerá dos trabalhadores. Em função de uma formação e supervisão adequadas, os trabalhadores têm o de-ver de fazer uma utilização correcta das máquinas e de cooperar com a entidade patronal para poderem estar certos de que o ambiente e condições de traba-lho são seguros, de modo a que os riscos para a segurança e a saúde sejam minimizados e, se possí-vel, eliminados. O processo de consulta incentiva o envolvimento e a cooperação dos trabalhadores nas medidas de controlo, garantindo assim uma maior probabilidade de os controlos serem implementados com êxito.

A directiva-quadro prevê a seguinte hierarquia para implementar um programa de medidas preventivas:

1. evitar os riscos;

2. avaliar os riscos que não possam ser evitados:

3. combater os riscos na origem;

4. adaptar o trabalho ao homem, especialmente no que se refere à concepção dos postos de trabalho, bem como à escolha dos equipamentos de trabalho e dos métodos de trabalho e de produção, tendo em vista, nomeadamente, atenuar o trabalho monótono e o trabalho cadenciado e reduzir os efeitos destes sobre a saúde;

5. ter em conta o estádio de evolução da técnica;

6. substituir o que é perigosa pelo que é isento de perigo ou menos perigoso;

7. planificar a prevenção com um sistema coerente que integre a técnica, a organização do trabalho, as condições de trabalho, as relações sociais e a influência dos factores ambientais no trabalho;

8. dar prioridade às medidas de protecção colectiva em relação às medidas de protecção individual;

9. dar instruções adequadas aos trabalhadores.

3.2 cOnsULtA E PARticiPAçãO dOs tRABALhAdOREs

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Para controlar o risco, é necessário eliminar ou reduzir a exposição a vibrações transmitidas ao sistema mão-braço. Pode também ser viável to-mar medidas para reduzir a probabilidade de lesões. Provavelmente, um controlo eficaz base-ar-se-á numa combinação de vários métodos..

Neste capítulo analisamos a engenharia, a ges-tão e outros métodos que devem ser considerados quando se procuram soluções de controlo.

3.3.1 Introdução de outros métodos de trabalho

Talvez haja possibilidade de encontrar métodos de tra-balho alternativos que eliminem ou reduzam a exposi-ção a vibrações. Isto pode envolver a mecanização ou automatização de tarefas ou a sua substituição por pro-cessos de trabalho alternativos. Para manter actualiza-dos os métodos disponíveis, é conveniente fazer regula-mente uma verificação através de:

3 associação comercial;

3 outros contactos no sector;

3 fornecedores de equipamento

3 boletins profissionais.

3.3.2 Selecção do equipamento

É preciso garantir que o equipamento seleccionado ou afectado às tarefas é adequado e funciona de modo eficiente. Um equipamento inadequado ou de capaci-dade insuficiente levará provavelmente muito mais tem-po a acabar a tarefa e exporá os trabalhadores a vibra-ções mais tempo do que o necessário.

Uma selecção cuidadosa dos consumíveis (por exemplo, abrasivos para trituradores e lixadoras) ou acessórios de ferramentas (como brocas, cinzéis e lâminas de serras) pode afectar a exposição às vibrações. Alguns fabricantes fornecem acessórios concebidos para reduzir a exposição a vibrações.

Para se manter actualizado sobre ferramentas, consumí-veis e acessórios disponíveis, é conveniente fazer regu-lamente uma verificação através de:

fornecedores de equipamento;•

associação comercial;•

outros contactos no sector;•

boletins profissionais.•

3.3.3 Política de compras É necessário garantir que o departamento de compras tem uma política quanto à compra de equipamento adequado, que leve em conta tanto a emissão de vibra-ções como os requisitos operacionais.

Os fabricantes de ferramentas eléctricas (e os importado-res, fornecedores e empresas de aluguer de ferramentas) deverão poder ajudar na selecção das ferramentas mais adequadas e mais seguras para as necessidades particu-lares de cada empresa. Devem fornecer informações e conselhos úteis acerca da vibração, selecção e gestão das ferramentas. Têm o dever de reduzir os riscos deriva-dos da vibração a um mínimo e de prestar informações sobre a gestão dos riscos das vibrações que não tenham conseguido eliminar na fase de concepção.

Qualquer fornecedor de ferramentas eléctricas para utili-zação na Europa tem de cumprir a Directiva «Máquinas (Directiva 2006/42/CE que revoga a Directiva 98/37/CE), que obriga ao fornecimento de informa-ções sobre:

a emissão de vibrações (tal como referidas no ma-•nual de instruções);

a incerteza da medida.•

Além disso, o fornecedor poderá prestar assistência ou aconselhamento técnicos sobre:

quaisquer aplicações do equipamento que se supo-•nha aumentarem o risco de lesões pela transmissão de vibrações ao sistema mão-braço;

como usar o equipamento de forma segura e quais-•quer requisitos de formação nesse sentido;

qualquer formação (para operadores, pessoal de •manutenção, etc.) recomendada para controlar as exposições a vibrações transmitidas ao sistema mão-braço;

como usar o equipamento para tarefas específicas;•

a necessidade de qualquer equipamento de protec-•ção individual ao operar as máquinas;

como manter a ferramenta em boas condições;•

quaisquer características para redução da vibração.•

3.3 cOntROLOs dOs RiscOs

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A nova Directiva «Máquinas» obriga os fabricantes ou fornecedores de máquinas a indicarem o seguinte no manual de instruções:

«indicações acerca das vibrações transmitidas pela máquina aos membros superiores:

«valor total das vibrações a que estão •expostos os membros superiores, se for igual ou superior a 2,5 m/s2. Se esse nível não ultrapassar 2,5 m/s2, o facto deve ser mencionado»

Ao seleccionar as ferramentas, é também necessário considerar factores ergonómicos e outros, como:

peso da ferramenta;•

concepção e conforto do punho;•

força de preensão;•

facilidade de utilização e manuseamento;•

frio resultante da superfície da pega ou do ar de •exaustão das ferramentas pneumáticas;

ruído e•

poeiras.•

Os fabricantes ou fornecedores podem estar dispostos a emprestar ferramentas de amostra para um teste. É con-veniente usar essa oportunidade e levar em conta as opi-niões dos trabalhadores com base nos testes práticos. A eficácia da ferramenta é importante: uma ferramenta que leve muito tempo a fazer o trabalho não será muito popu-lar e poderia levar a uma maior exposição às vibrações do que uma ferramenta eficaz com uma maior amplitude de vibração. No entanto, ferramentas demasiado poten-tes para a tarefa poderiam levar a uma exposição a amplitudes de vibrações demasiado elevadas.

3.3.4 Concepção do posto de trabalho

Calibradores e punhos antivibráticos

Os calibradores e ajudas similares que integrem supor-tes antivibráticos podem ajudar a evitar a necessidade de segurar as superfícies vibratórias.

Os punhos «antivibráticos» podem reduzir a vibração, mas uma selecção incorrecta deste tipo de punho pode, na realidade, aumentar a vibração na mão, pelo que só devem ser usados punhos aprovados pelo fabricante da ferramenta.

Materiais resilientes

Enrolar borracha ou outros materiais resilientes em volta de punhos vibratórios pode melhorar o conforto, mas dificilmente reduzirá de forma significativa a vibração

nas frequências que mais contam quando se calcula a exposição. Se não houver uma selecção cuidadosa, os materiais resilientes podem amplificar a vibração em algumas frequências, aumentando, de facto, a exposi-ção às vibrações.

Força de preensão e força de carga

A redução da força de preensão e da força de carga exercida através da mão reduz a vibração que passa para a mão e o braço do utilizador. Estas forças podem ter de suportar a ferramenta ou peça de trabalho, con-trolar ou guiar a máquina ou atingir elevadas taxas de trabalho. No entanto, as forças realmente aplicadas podem ser superiores ao que é necessário para um tra-balho eficaz, devido a uma selecção incorrecta do equipamento, manutenção inadequada, formação insu-ficiente ou deficiente concepção do posto de trabalho.

Alguns métodos para reduzir a força de preensão e a força de carga são:

quando há peças de trabalho pesadas que são tri-•turadas à mão em trituradores com pedestal, o apoio para toda a peça significará que o trabalha-dor só precisa de o guiar até à roda, em vez de suportar todo o peso;

podem ser usadas cadeias tensoras (por vezes cha-•madas equilibradores) e manipuladores para supor-te das ferramentas vibratórias, como brocas pesa-das, trituradores, chaves de aperto, máquinas de pregar (em alguns casos) e cinzéis pneumáticos, dispensando o operador de suportar o peso da fer-ramenta;

variações da textura e do material da superfície da •pega podem permitir que o operador use uma me-nor força para segurar e controlar a ferramenta;

a utilização de técnicas como o bench-felling na sil-•vicultura, em que a serra de corrente escorrega ao longo do toro durante a desramação, em vez de se segurar em todo o peso da serra em permanência.

3.3.5 Formação e informação aos trabalhadores É importante fornecer aos operadores e supervisores in-formações sobre:

as potenciais lesões devidas ao equipamento de •trabalho em utilização;

os valores-limite de exposição e os valores de ac-•ção da exposição;

os resultados da avaliação do risco de vibrações e •de quaisquer medições das mesmas;

as medidas de controlo que estão a ser usadas •para eliminar ou reduzir os riscos resultantes da transmissão de vibrações ao sistema mão-braço;

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práticas de trabalho seguras que minimizem a ex-•posição às vibrações mecânicas;

porquê e como detectar e notificar sinais de uma •lesão;

porquê e como informar que há máquinas a preci-•sar de manutenção;

como e quando desmantelar ferramentas inseridas •ou consumíveis que contribuam para um excesso de exposições às vibrações;

as circunstâncias em que os trabalhadores têm di-•reito à vigilância da saúde.

Será necessário confiar nos operadores de ferramentas e processos vibratórios para tornar eficazes as medidas de controlo. A implementação das medidas de controlo deve ser feita em consulta com os trabalhadores e os seus representantes. Os trabalhadores têm o dever de cooperar quando são tomadas medidas para cumprir as directivas europeias relativas à saúde e à seguran-ça.

Os trabalhadores devem receber formação em técnicas de trabalho, para poderem, por exemplo, evitar agarrar, empurrar ou guiar as ferramentas com demasiada força e garantir que as ferramentas são operadas de forma segura e com a máxima eficácia. Precisam também de formação para reconhecer quando uma máquina está a precisar de manutenção.

Com algumas ferramentas, as mãos do operador têm de estar na posição correcta para evitar uma maior exposi-ção às vibrações. Muitas ferramentas em que as vibrações foram reduzidas, como martelos demolidores com punhos suspensos, produzem altas emissões de vibrações, se o operador empurrar para baixo com demasiada força en-quanto opera com essas ferramentas (os martelos pneumá-ticos podem também produzir uma alta emissão de vibra-ções, se a ferramenta for levantada durante a operação para, por exemplo, tirar a broca de um buraco).

O fabricante deve dar indicações quanto a quaisquer requisitos de formação, podendo disponibilizar forma-ção para os operadores. Os trabalhadores podem tam-bém ser incentivados a apoiar a ferramenta, tanto quan-to possível, no material que está a ser trabalhado (ou, no caso de peças de trabalho manuais, em qualquer suporte fornecido) e a segurá-la com leveza, mas com segurança.

Serão necessárias formação e supervisão para garantir que os trabalhadores se estão a proteger a si próprios contra o desenvolvimento de uma doença relacionada com vibrações. Devem ser incentivados a comunicar quaisquer sintomas que possam ser associados à vibra-ção ou à utilização de ferramentas eléctricas, etc. Se estiverem a participar num programa de vigilância da saúde, isso pode constituir uma oportunidade para uma discussão personalizada sobre o perigo das vibrações e a forma de reduzir o risco de lesão.

Os trabalhadores devem também ser informados sobre o impacto que actividades não relacionadas com o tra-

balho podem ter para a saúde. Devem ser incentivados a deixar de fumar ou a fumar menos, pois o fumo pode prejudicar a circulação sanguínea. Os trabalhadores devem também estar conscientes de que a utilização de ferramentas eléctricas para trabalho feito pelo próprio em casa ou actividades como andar de motocicleta se somarão às exposições diárias às vibrações, aumentan-do assim o risco de desenvolver uma lesão por vibra-ções transmitidas ao sistema mão-braço.

3.3.6 Horários de trabalhoPara controlar os riscos resultantes da vibrações transmi-tidas ao sistema mão-braço pode ser necessário limitar o tempo que os trabalhadores estão expostos à vibra-ção resultante de algumas ferramentas ou processos. Recomenda-se que o trabalho seja planificado para evi-tar que os trabalhadores estejam expostos à vibração durante períodos longos e contínuos.

É preciso assegurar que novos padrões de trabalho sejam adequadamente supervisados, para garantir que os trabalhadores não regressam a padrões de tra-balho anteriores. Se os trabalhadores forem pagos segundo os resultados, os sistemas devem ser concebi-dos de modo a evitar um trabalho intensivo por alguns trabalhadores, com poucos intervalos na exposição.

3.3.7 Medidas colectivasQuando diversas empresas partilham um local de traba-lho, as várias entidades patronais têm de cooperar na implementação das disposições relativas à segurança e saúde. Isto pode significar, por exemplo, que uma das empresas se responsabilize pela compra ou aluguer de máquinas de baixa vibração, quando as máquinas são partilhadas entre muitos adjudicatários a trabalhar num estaleiro de construção.

3.3.8 Vestuário e protecção individualO equipamento de protecção individual é um último domínio para a protecção contra os perigos no traba-lho e só deve ser considerado como um meio de contro-lo a longo prazo, após terem sido exploradas todas as outras opções.

Protecção contra a vibração

As luvas comercializadas como «antivibráticas» ou «an-tivibração» devem ter a marca CE, indicando que fo-ram ensaiadas e consideradas como cumprindo os re-quisitos da EN ISO 10819:1997. No entanto, esta norma não indica dados de desempenho detalhados para as luvas, pelo que é necessário avaliar separada-mente a protecção dada pelas luvas antivibráticas, como previsto na directiva de 1992 relativa aos equi-pamentos de protecção individual no trabalho.

As luvas antivibráticas não proporcionam uma redução significativa do risco a frequências inferiores a 150Hz

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(9000 rotações por minuto). Isto significa que, para a maioria das ferramentas manuais eléctricas, a redução da amplitude ponderada em frequência da vibração propor-cionada pelas luvas antivibráticas é negligenciável. As luvas antivibráticas podem proporcionar alguma redução do risco de vibrações no caso das ferramentas que ope-ram a altas velocidades de rotação (ou que produzem vibrações a altas frequências) e que não são agarradas com muita força. No entanto, esta redução do risco não pode ser facilmente quantificada, pelo que normalmente não se pode confiar nas luvas para se conseguir protec-ção contra as vibrações transmitidas ao sistema mão-bra-ço.

Protecção contra o frio

Uma baixa temperatura do corpo au-menta o risco de dedo branco, devido à diminuição da circulação sanguínea. Assim, no caso de tempo frio, deve-se evitar trabalhar no exterior, se for possí-vel. Se se tiver de trabalhar no exterior, então pode-se recorrer a algumas má-quinas, como as serras de corrente, que têm punhos aquecidos para aju-dar a manter as mãos quentes.

A temperatura num local de trabalho interior deve proporcionar um conforto razoável sem necessidade de vestuá-rio especial e ser normalmente de pelo menos 16º C. Devem-se evitar máqui-nas que possam arrefecer as mãos, como, por exemplo, máquinas com caixa de aço ou ferramentas pneumáticas que expulsem o ar de exaustão para as mãos do operador.

Se o frio fizer aumentar o risco de transmissão de vibra-ções ao sistema mão-braço, deve ser fornecido vestuá-rio quente e luvas. As luvas e outro vestuário devem ser avaliados em função de terem o tamanho adequado e

da sua eficácia para manterem as mãos e o corpo quentes e secos nas condições de trabalho.

3.3.9 ManutençãoA manutenção regular das ferramentas eléctricas e outro equipamento de trabalho ajudará frequentemente a manter as amplitudes das vibrações ao nível mínimo necessário, pelo que se deve:

manter bem afiadas as ferramentas de corte;•

reparar os trituradores correctamente, •seguindo as recomendações do fabri cante;

lubrificar quaisquer peças móveis, • de acordo com as recomendações do fabricante;

substituir as peças gastas;•

fazer verificações da calibragem e as • correcções necessárias;

substituir os suportes antivibráticos e os • punhos suspensos antes de se deterio rarem (procurar sinais de deterioração ou de fissuras, de aumento de volume, de amolecimento ou de endurecimen to, nos apoios em borracha);

verificar e substituir amortecedores de • vibrações, mancais e engrenagens defeituosos;

afiar os dentes das serras de corrente • e manter a tensão da corrente

correcta;

afinar os motores. •

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A gestão da exposição às vibrações é um pro-cesso contínuo. É necessário garantir que os sis-temas de controlo estão a ser usados e a dar os resultados esperados.

Neste capítulo analisamos a forma de monitori-zar os controlos das vibrações e o momento de repetir a avaliação dos riscos.

3.4.1 Como saber se os controlos das vibrações transmitidas ao sistema mão-braço estão a funcionar?

Será necessário rever periodicamente os controlos das vibrações transmitidas ao sistema mão-braço, para garantir que continuam a ser pertinentes e eficazes. É preciso:

Verificar regularmente que gestores e trabalhadores •continuam a realizar o programa de controlos intro-duzido;

Falar regularmente com os gestores, supervisores, •trabalhadores e representantes da segurança ou dos trabalhadores sobre se há quaisquer problemas de vibrações com o equipamento ou a forma como está a ser usado;

Verificar os resultados da vigilância da saúde e •discutir com o responsável pela saúde no trabalho se os controlos parecem ser eficazes ou precisam de ser mudados.

3.4.2 Quando preciso de repetir a avaliação dos riscos?Será necessário reavaliar os riscos derivados da vibração, e a forma de controlá-los, sempre que houver no local de trabalho alterações que possam afectar o nível de exposição, tais como:

a introdução de máquinas ou processos diferentes•

alterações no padrão ou nos métodos de trabalho•

alterações no número de horas trabalhadas com o •equipamento vibratório

a introdução de novas medidas de controlo das •vibrações.

Será também necessário reavaliar os riscos, se houver indicações (por exemplo, vindas da vigilância da saúde) de que os controlos existentes não são eficazes.

O grau da reavaliação dependerá da natureza das alterações e do número de pessoas por elas afectadas. Uma alteração no número de horas ou nos padrões de trabalho pode exigir um novo cálculo da exposição diária para os trabalhadores afectados, mas não mudará necessariamente as amplitudes das vibrações. A introdução de novas máquinas ou processos pode exigir uma reavaliação total.

É conveniente rever a avaliação dos riscos e das práticas de trabalho a intervalos regulares, mesmo que nada tenha mudado de uma forma evidente. Pode, num dado ramo, haver novas tecnologias, concepções de ferramentas ou formas de trabalhar que permitam reduzir mais os riscos.

3.4 MOnitORizAçãO E REAvALiAçãO

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Os Estados-Membros devem adoptar disposições para assegurar uma adequada vigilância da saúde dos trabalhadores nos casos em que a avaliação do risco de transmissão de vibrações ao sistema mão-braço indicar um risco para a sua saúde. O serviço de vigilância da saúde, incluindo os requisitos especificados para os registos de saúde e a sua disponibilidade, será introduzido de acordo com a legislação e/ou a prática nacional.

As entidades patronais devem proporcionar as medidas adequadas de vigilância da saúde nos casos em que a avaliação revele riscos para a saúde dos trabalhadores. A vigilância da saúde deve ser prevista para os trabalhadores que estejam em risco de lesões provocadas por vibrações, se:

a exposição dos trabalhadores às vibrações for tal •que permita estabelecer uma ligação entre essa exposição e uma doença identificável ou efeitos nocivos para a saúde,

houver probabilidade de a doença ou os efeitos •ocorrerem nas condições particulares de trabalho de um trabalhador e

houver técnicas válidas que permitam detectar a •doença ou os efeitos nocivos para a saúde.

De qualquer modo, os trabalhadores cuja exposição diária a vibrações exceda o valor de acção da exposição diária têm direito a uma vigilância apropriada da saúde.

Os Estados-Membros estabelecerão disposições para garantir que, para cada trabalhador sujeito a vigilância da saúde, sejam criados e mantidos actualizados registos individuais de saúde. Os registos de saúde conterão um resumo dos resultados dos exames de vigilância da saúde realizados. Os registos serão mantidos de forma adequada a permitir qualquer consulta numa data ulterior, levando em conta a sua confidencialidade.

Serão enviadas cópias dos registos adequados à autoridade competente, se esta o solicitar. Cada trabalhador terá acesso, se o solicitar, aos registos de saúde que lhe digam pessoalmente respeito.

4.3 QUE fAzER sE fOR idEntificAdA UMA LEsãO?

Se os resultados da vigilância da saúde revelarem que um trabalhador sofre de uma doença ou de uma afecção identificáveis que sejam consideradas por um médico ou um profissional de cuidados de saúde no trabalho como resultante da exposição a vibrações mecânicas no trabalho:

Informações para o trabalhador

O trabalhador deve ser informado, pelo médico ou por outra pessoa devidamente qualificada, dos resultados da vigilância da saúde a que foi sujeito. Em particular, os trabalhadores devem ser informados e aconselhados sobre qualquer vigilância da saúde a que se devam submeter após o final da exposição.

cAPÍtULO 4 VigiLÂnciA dA sAúdE

A vigilância da saúde diz respeito à aplicação de procedimentos sistemáticos, regulares e adequados para a despistagem de doenças profissionais e à adopção de medidas em função dos resultados. Os objectivos são, antes de mais, proteger a saúde dos trabalhadores (nomeadamente pela identificação e protecção dos trabalhadores mais vulneráveis), mas também verificar a eficácia a longo prazo das medidas de controlo.

A vigilância da saúde é claramente uma competência dos Estados-Membros e, além disso, há diferenças nas práticas nesta matéria na União Europeia. Não é intenção do presente guia fornecer orientações definitivas a este respeito. Neste capítulo reafirmamos os requisitos em matéria de vigilância da saúde previstos na Directiva «Vibrações» revemos algumas das técnicas de avaliação disponíveis.

Algumas técnicas de vigilância da saúde relacionadas com lesões do sistema mão-braço são descritas no Anexo F.

4.1 QUAndO é nEcEssáRiA A vigiLÂnciA dA sAúdE?

4.2 QUE REgistOs sãO nEcEssáRiOs?

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Informações para a entidade patronal

A entidade patronal deve ser informada de quaisquer resultados significativos obtidos no âmbito da vigilância da saúde, levando em conta a necessária confidenciali-dade médica.

Acções da entidade patronal

Rever a avaliação dos riscos de transmissão de •vibrações ao sistema mão-braço.

Rever as medidas previstas para eliminar ou reduzir •os riscos devidos à exposição do sistema mão-braço às vibrações.

Ter em conta o parecer do profissional de cuidados •de saúde no trabalho ou de outra pessoa devidamente

qualificada ou da autoridade competente ao aplicar quaisquer medidas necessárias para eliminar ou reduzir os riscos da exposição do sistema mão-braço às vibrações, incluindo a possibilidade de afectar o trabalhador a uma função alternativa na qual não haja riscos de mais exposição.

Prever uma vigilância contínua da saúde e um •exame do estado de saúde de qualquer outro trabalhador que tenha tido uma exposição similar. Nestes casos, o médico ou o profissional de cuidados de saúde no trabalho ou a autoridade competente podem propor que os trabalhadores expostos sejam sujeitos a um exame médico.

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Quadro A.1 - Resumo das responsabilidades definidas pela Directiva 2002/44/CE

Artigo da directiva

Quem Quando Requisito

Artigo 4 Entidade patronal

Risco potencial de vibrações transmitidas ao sistema mão-braço

Determinação e avaliação do risco:3 Recorrer a pessoas ou serviços que sejam competentes

para avaliar o risco de transmissão de vibrações ao sistema mão-braço

3 Dispor de uma avaliação dos riscos3 Identificar as medidas a tomar para controlar a exposição

dos trabalhadores e informação e formação dos mesmos3 Manter actualizada a avaliação dos riscos

Artigo 5 Entidade patronal

Riscos devidos à vibração

Eliminação ou redução da exposição:3 Tomar medidas de carácter geral para eliminar as

exposições ou reduzi-las a um mínimo.Exposições acima do valor de acção da exposição

3 Estabelecer e aplicar um programa de medidas para eliminar, ou reduzir a um mínimo, as exposições a riscos de transmissão de vibrações ao sistema mão-braço

Exposições acima do valor-limite de exposição

3 Tomar medidas imediatas para prevenir a exposição acima do valor limite

3 Apurar as razões pelas quais o valor limite das expo-sições foi ultrapassado

Trabalha-dores em situação particular de risco

3 Adaptação às necessidades dos trabalhadores em situ-ação particular de risco

Artigo 6 Entidade patronal

Trabalha-dores em risco de vibrações transmitidas ao sistema mão-braço

Informação e formação dos trabalhadores:3 Para todos os trabalhadores expostos a riscos de

transmissão de vibrações ao sistema mão-braço.

Artigo 7 Entidade patronal

Trabalha-dores em risco de vibrações transmitidas ao sistema mão-braço

Consulta e participação dos trabalhadores:3 Consultar, de forma equilibrada e em tempo útil, os

trabalhadores e os seus representantes sobre a avaliação dos riscos, as medidas de controlo, a vigilância da saúde e a formação.

Artigo 8 Médico ou pessoa devidamen-te qualificada

Em caso de doença Vigilância da saúde:3 Informar o trabalhador dos resultados da vigilância da

saúde3 Dar informações e recomendações ao trabalhador sobre

qualquer exame de saúde a que ele se deva submeter após o final da exposição

3 Transmitir à entidade patronal os resultados mais significativos das medidas de vigilância da saúde

Entidade patronal

Em caso de doença 3 Rever a avaliação de riscos3 Prosseguir com a eliminação ou redução dos riscos3 Reexaminar o estado de saúde dos trabalhadores que

tenham estado expostos de forma semelhanteEntidade patronal

Exposições acima do valor de acção da exposição

3 Os trabalhadores têm direito a uma vigilância da saúde adequada

AnExO A Resumo das responsabilidades definidas pela directiva 2002/44/CE

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AnExO B O que é uma vibração?

B.1 O QUE é UMA viBRAçãO?

As vibrações surgem quando um corpo oscila devido a forças externas e internas (ver Figura B.1). No caso das vibrações transmitidas ao sistema mão-braço, o punho de uma máquina ou a superfície da peça de trabalho vibra rapidamente e esse movimento é transmitido à mão e ao braço.

B.2 O QUE sE MEdE?Uma vibração define-se pela sua amplitude e frequência. A ampli-tude de vibração poderia ex-pressar-se como a deslocação da vibração (em metros), a velo-cidade da vibração (em metros por segundo) ou a aceleração da vibração (em metros por segundo por segundo ou m/s²). Na sua maioria, os transdutores de vibrações produzem um resultado que está relacionado com a aceleração; assim, a acele-ração tem sido tradicionalmente utilizada para descre-ver a vibração.

Para obter uma imagem completa da vibração sobre uma superfície, a vibração tem de ser medida em três eixos, como ilustrado na Figura B.2.

B.3 O QUE é A fREQUênciA E A POndERAçãO EM fREQUênciA?A frequência é o número de vezes por segundo que o corpo vibratório se desloca para a frente e para trás. Exprime-se em ciclos por segundo, habitualmente mais conhecido como hertz (cuja abreviatura é Hz). No caso das ferramentas rotativas, a frequência dominante é habitualmente determinada pela velocidade de rotação da ferramenta (habitualmente expressa pelo número de rotações por minuto ou rpm; dividindo as rpm por 60, tem-se a frequência em Hz).

Para as vibrações transmitidas ao sistema mão-braço, as frequências consideradas como importantes variam entre cerca de 8 Hz e 1000 Hz. No entanto, como o risco de lesão da mão não é igual em todas as frequências, usa-se a ponderação em frequência para representar a probabilidade de lesão resultante das diferentes frequências. Assim, a aceleração ponderada diminui quando a frequência aumenta. Para as vibrações transmitidas ao sistema mão-braço, só se usa uma ponderação da curva de frequência para o conjunto dos três eixos.

B.4 QUE PARÂMEtROs dA viBRAçãO sãO UsAdOs PARA A AvALiAçãO dA ExPOsiçãO?A partir de cada eixo de vibração mede-se a aceleração ponderada em frequência, que é dada pela raiz quadrada da soma dos quadrados da aceleração, que se designa por . O valor utilizado para a avaliação da exposição é o valor total das vibrações, que combina os três valores de para os eixos x, y e z, usando a fórmula:

zy

Alguns exemplos dos valores totais das vibrações de ferramentas eléctricas manuais comuns são indicados Figura B.3.

Figura B.1 Vibrações transmitidas ao sistema mão-braço

Figura B.2 - Eixos da medição de vibrações transmitidas ao sistema mão-braço

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figURA B.3 ExEMPLOs dE AMPLitUdEs dAs viBRAçõEs dE fERRAMEntAs cOMUns Dados baseados em medições das vibrações no local de trabalho para os valores totais das vibrações ahv (ver Capítulo 2.3) pelo HSL e o INRS entre 1997 e 2005. Estes dados são apenas para ilustração e podem não ser

representativos da utilização das máquinas em todas as circunstâncias. O 25.º e o 75.º pontos percentis indicam a amplitude da vibração que é igual ou superior a 25% ou 75% dos casos.

0 5 10 15 20 25 30 35

Exemplos 25. e 75. percentis

Aceleração ahv (m/s2)

Serras decorrente

Martelos debritagem

Roçadeiras

Martelosdemolidores

Rectificadoras

Trituradoras

Berbequins porpercussão

Chaves deaperto porpercussão

Cinzéismecânicos

Calcadores

Martelospneumáticos

Martelosde perfurar

Lixadoras

Serrasde corrente

Calcadoresvibratórios

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B.5 QUE instRUMEntOs dEvEM sER UtiLizAdOs?

O equipamento de medição das vibrações transmitidas ao sistema mão-braço deve cumprir as especificações da EN ISO 8041:2005 quanto aos instrumentos de me-dição das vibrações transmitidas ao sistema mão-braço. É importante que os acelerómetros (transdutores de vi-

brações) sejam cuidadosamente seleccionados. A vi-bração em máquinas manuais e guiadas à mão pode ser muito elevada e pode facilmente sobrecarregar transdu-tores inadequados. A fixação de transdutores aos punhos da máquina requer sistemas de montagem que sejam rí-gidos, leves e compactos. Para mais informações e orien-tações sobre a selecção de transdutores e métodos de montagem, consultar a EN ISO 5349-2:2001.

Bibliografia suplementar:

EN ISO 5349-2:2001 Mechanical vibration — Measurement and evaluation de human exposure to hand-transmitted vibration — Part 2: Practical guidance for measurement at the workplace workplace (Vibrações mecânicas – Medição e avaliação da exposição pessoal às vibrações transmitidas pela mão. Parte 2: Orientação prática para a medição no local de trabalho)

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AnExO c Riscos para a saúde, sinais e sintomas

Os trabalhadores regularmente expostos a um ex-cesso de vibrações transmitidas ao sistema mão-braço podem, a longo prazo, sofrer de perturba-ções da circulação sanguínea nos dedos e com as funções neurológicas e locomotoras da mão e do braço. Utiliza-se o termo síndroma das vibrações transmitidas ao sistema mão-braço para designar estas patologias de carácter complexo.

A síndroma das vibrações transmitidas ao sistema mão-braço tem impacto na vida social e familiar. Os problemas periódicos com a circulação sanguínea não vão ocorrer apenas durante o trabalho, mas tam-bém, por exemplo, quando se está a lavar o carro ou a assistir a uma prova desportiva ao ar livre. Pode tornar-se difícil executar tarefas diárias como, por exemplo, aboto-ar uma peça de roupa com botões pequenos.

As patologias vasculares, patologias neurológicas e ano-malias ósseas e articulares causadas por uma vibração dos braços transmitida pelas mãos são doenças profissio-nais reconhecidas em vários países europeus.

c.1 PAtOLOgiAs vAscULAREs

Em trabalhadores expostos a uma vibração dos braços transmitida pelas mãos podem ocorrer episódios em que os dedos ficam brancos, o que habitualmente é desencadeado por uma exposição ao frio. Este sintoma é causado por uma interrupção temporária da circula-ção sanguínea nos dedos.

Para descrever as patologias vasculares induzidas por vibrações têm sido usados vários termos:

dedo morto ou dedo branco,•

fenómeno de Raynaud de origem profissional, •

dedo branco induzido por vibrações.•

Inicialmente, ficam brancas as pontas de um ou mais dedos, mas, com a continuação da exposição às vibra-ções, esse embranquecimento pode estender-se à base dos dedos. Quando o fluxo sanguíneo volta aos dedos (o que habitualmente se deve ao calor ou a uma massa-gem local), os dedos ficam vermelhos, frequentemente com sensação de dor. É mais frequente os dedos ficarem brancos no Inverno do que no Verão. A duração varia com a intensidade dos estímulos de vibração, podendo ir de alguns minutos a mais de uma hora.

Se a exposição às vibrações continuar, o embranqueci-mento torna-se mais frequente, afectando mais dedos. Es-ses episódios podem verificar-se durante todo o ano mes-mo com pequenas reduções da temperatura. Durante essas fases, o trabalhador afectado pode sofrer de uma perda completa do tacto e da destreza manual, o que

pode interferir com a actividade laboral, aumentan-do o risco de lesões graves devido a acidentes.

Estudos epidemiológicos mostraram que a pro-babilidade e a severidade do embranquecimen-to são influenciadas pelas características da ex-posição às vibrações e da duração da exposição, o tipo de ferramenta e processo de trabalho, as condições ambientais (temperatura, circulação do ar, humidade, ruído), alguns facto-res biodinâmicos e ergonómicos (força de pre-ensão, força de carga, posição do braço) e

várias características individuais (susceptibilidade indivi-dual, doenças e agentes como o fumo e certos medica-mentos que afectam a circulação periférica).

c.2 PAtOLOgiAs nEUROLógicAs

Os trabalhadores expostos a uma vibração dos braços transmitida pelas mãos podem sentir formigueiro e entorpe-cimento nos dedos e mãos. Se a exposição às vibrações continuar, estes sintomas tendem a piorar e podem interferir com a capacidade de trabalho e as actividades diárias. Os trabalhadores expostos a vibrações podem apresentar uma redução da sensação normal de tacto e temperatura, assim como uma diminuição da destreza manual.

c.3 sÍndROMA dO túnEL cARPELAR

A investigação epidemiológica de trabalhadores mostrou também que a utilização de ferramentas vibratórias em com-binação com movimentos repetitivos, como a preensão de objectos de modo forçado e com posturas desadequadas pode aumentar o risco de síndroma do túnel carpelar.

c.4 PAtOLOgiAs MúscULO-EsQUELéticAs

Os trabalhadores com exposição prolongada a vibra-ções podem queixar-se de fraqueza muscular, dores nas mãos e braços e redução da força muscular. Estas pato-logias parecem relacionar-se com factores de stress er-gonómico resultante de um trabalho manual pesado.

Foi detectada uma ocorrência excessiva de osteoartrite do pulso e do cotovelo, bem como o endurecimento de tecido mole (ossificação) nos pontos de ligação dos ten-dões, sobretudo no cotovelo, em mineiros, trabalhado-res de construção de estradas e operadores de ferra-mentas de percussão a trabalhar com metais.

Outras patologias relacionadas com o trabalho foram rela-tadas em trabalhadores expostos a vibrações, como a infla-mação de tendões (tendinite) e respectivas baínhas nos membros superiores e a contractura de Dupuytren, uma do-ença dos tecidos fasciais da palma da mão.

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d.1 fERRAMEntAs BAsEAdAs nA intERnEt

Para simplificar o processo de cálculo da exposição diária a vibrações, estão disponíveis algumas calculadoras baseadas na Internet, como, por exemplo:

http://www.hse.gov.uk/vibration/hav/vibrationcalc.htm

h t t p : / / w w w . d b . u m u . s e / k a l k y l a t o r .aspx?calc=hav&lang=en

h t t p ://www.hvbg .de/d/b ia/p ra/so f twa/kennwertrechner/index.html

d.2 gRáficO dA ExPOsiçãO diáRiA

O gráfico da Figura D.1 fornece um método alternativo simples para procurar as exposições diárias ou exposições parciais a vibrações sem necessidade de uma calculadora.

Basta procurar no gráfico, sobre uma linha A(8), o ponto em que a linha da amplitude da vibração intersecta linha do tempo de exposição ou o ponto de uma linha A(8) imediatamente acima dessa intersecção.

A área verde da Figura D1 indica exposições provavel-mente abaixo do valor de acção da exposição. Estas

exposições não devem ser assumidas como “seguras”. Pode haver um risco de lesão por transmissão de vibra-ções ao sistema mão-braço para exposições abaixo do valor de acção da exposição, pelo que algumas expo-sições incluídas na área verde podem causar lesões provocadas por vibrações a alguns trabalhadores, es-pecialmente após muitos anos de exposição.

d.3 nOMOgRAMA dA ExPOsiçãO diáRiA

O nomograma da Figura D.2 fornece um método alternativo simples para obter exposições diárias às vibrações sem usar as equações. Para cada ferramenta ou processo:

1. Desenhar uma linha que vá desde um ponto na escala do lado esquerdo (que representa a amplitude da vibração) até um ponto na escala do lado direito (que representa o tempo de exposição);

2. Fazer a leitura das exposições parciais no ponto em que as linhas cruzam a escala central;

3. Achar o quadrado de cada valor parcial de exposição a vibrações;

4. Somar o valor de todos os quadrados;

5. Achar a raiz quadrada do resultado para ter o valor global da exposição diária a vibrações A(8).

AnExO d Ferramentas para calcular as exposições diárias

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figURA d.1 gRáficO dA ExPOsiçãO diáRiA

Tempo de exposição (hh:mm)

Exemplo:4m/s2 durante 4 h 30 min

dà A(8)=3m/s2

A(8)=10m/s2

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A(8)=2,5m/s2

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0:30

1:00

1:30

2:00

2:30

3:00

3:30

4:00

4:30

5:00

5:30

6:00

6:30

7:00

7:30

8:00

8:30

9:00

9:30

10:0

0

0

2

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12

14

16

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figURA d.2 nOMOgRAMA dA ExPOsiçãO dO sistEMA MãO-BRAçO às viBRAçõEs

Exposição 1 Exposição 1

Exposição 2 Exposição 2

Exposição 3 Exposição 3

Exposição 4 Exposição 4

Exposição 5 Exposição 5

Ai(8)

∑Ai(8)2 = n = ∑ni =

A(8) = ∑Ai(8)2 = A(8) =

Ai(8)2 ni

Instruções:Para cada exposição traçar uma linha entre a aceleraçãoo ponderada e o tempo deexposição. Ler a exposição a vibrações A(8)I, ou os pontos de exposição ni, no pontoem que a linha cruza a escala central. Escrever os valores no quadro respectivoabaixo.

Para os valores de A(8):Elevar ao quadrado e somar os valores de A(8). Achar a raíz quadrada do resultado para obter a exposição diária às vibrações A(8)

Para os valores de n,:Somar os valores dos resultados para obter um total dos pontos diários, nUsar a escala central para converter o valor de n para A(8)

Aceleração ponderada

ahv (m/s2)

Pontos deExposição aVibraçõesni

Tempo deEposiçãoDiária

T

ExposiçãoParcial a

VibraçõesAi(8) (m/s2)

Valor limite de exp. 5 m/s2

Valor de acção da exp. 2,5 m/s2

Minutos

40

60

10080

30

20

15

8

654

3

2

1

10H

oras

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1,0

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0,8

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0,1

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d.4 sistEMA dE POntOs dE ExPOsiçãO

A gestão da exposição a vibrações transmitidas ao sis-tema mão-braço pode ser simplificada usando-se um sistema de «pontos» de exposição. Para qualquer ferra-menta ou processo, o número de pontos de exposição acumulados numa hora (PE,1h em pontos por hora) pode ser obtido a partir da amplitude da vibração ahv em m/s², usando:

PE,1h = 2a2hv

Os pontos de exposição são simplesmente adicionados, pelo que se pode fixar um número máximo de pontos de exposição para qualquer trabalhador durante um dia.

Os resultados da exposição correspondentes aos valores de acção e aos valores-limites da exposição são:

valor de acção da exposição (2,5 m/s²) = •100 pontos;

valor-limite de exposição (5 m/s²) = 400 • pontos.

80007600720068506500615058005450510048004500420039003650340031502900265024002200200018001600145013001150980845720605500405320245180

2019,5

1918,5

1817,5

1716,5

1615,5

1514,5

1413,5

1312,5

1211,5

1110,5

109,5

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76,5

65,5

54,5

43,5

32,5

6763605754514845434038353330282624222018171514121198765433221

20019018017016015514513513012011510598918578726661555045413632282521181513108653

4003803603403253052902702552402252101951801701551451301201101009081726456494236302520161296

80076072068565061558054551048045042039036534031529026524022020018016014513011598857261504132251813

1600150014501350130012501150110010009609008407857306756255755304854404003603252902552251951701451201008164493625

24002300215020501950185017501650155014501350125012001100100094086579572566060054048543538534029525521518015012096745438

320030502900275026002450230022002050190018001700155014501350125011501050970880800720650580510450390340290240200160130987250

4000380036003400325030502900270025502400225021001950180017001550145013001200110010009058107256405654904253603052502051601259063

480045504350410039003700345032503050290027002500235022002050190017501600145013001200110097086577067559050543036530024519014511075

6400610058005500520049004600435041003850360033503150290027002500230021001950175016001450130011501000900785675575485400325255195145100 125

5m 15m 30m 1h 2h 3h 4h 5h 6h 8h 10h

Ace

lera

ção

(m/s

²)

Tempo de exposição diária

figURA d.3 QUAdRO dOs POntOs dE ExPOsiçãO (vALOREs ARREdOndAdOs)

Em geral, o número de pontos de exposição,PE é definido por:

horas

em que ahv a amplitude da vibração em m/s² e T é o tempo de exposição em horas.

Em alternativa, a Figure D.3 indica um método simples para achar os pontos de exposição.

A exposição diária A(8) pode ser calculada a partirdo ponto de exposição, usando:

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Algumas entidades patronais que trabalham com fabri-cantes e fornecedores de máquinas desenvolveram um sistema com as cores verde/amarelo/vermelho dos se-máforos, em que cada ferramenta está claramente mar-cada com uma codificação das cores para as vibra-ções transmitidas ao sistema mão-braço, em função da amplitude esperada da vibração de cada máquina du-rante a utilização, estando um exemplo deste sistema de codificação ilustrado no Quadro D.1.

Aos trabalhadores é dada formação sobre o sistema de codificação das cores, pelo que podem seleccio-

nar rapidamente as ferramentas vibratórias e saber durante quanto tempo podem usar a ferramenta.

O êxito do sistema das cores dos semáforos depende da qualidade dos dados usados para determinar a cor com que cada máquina é classificada. O sistema das cores dos semáforos pode basear-se em medições ou na decla-ração do fabricante sobre a emissão de vibrações. Se se usar o valor da emissão de vibrações, esse valor deve ser multiplicado por um factor entre 1 e 2, para levar em conta a incerteza nos resultados obtidos nos ensaios de emissões normalizados (ver Capítulo 2.3.1).

A utilização de uma máquina «verde» indica que as exposições estarão provavelmente abaixo do valor de

acção ou do valor-limite de exposi-ção. Estas exposições não devem ser assumidas como «seguras». Pode haver um risco de lesão por transmis-são de vibrações ao sistema mão-braço para exposições abaixo do valor de acção da exposição e têm de ser usados outros controlos de gestão para garantir que os traba-lhadores recebem formação para compreender e operar o sistema cor-rectamente, que os sistemas são efectivamente usados de forma cor-recta e que os trabalhadores em ris-

co não desenvolvem sintomas de síndroma das vibra-ções transmitidas ao sistema mão-braço.

QUAdRO d.1 ExEMPLO dE cOdificAçãO cOM As cOREs dOs sEMáfOROs

Código da cor Tempo para alcançar o VAE

(2,5 m/s²)

Tempo para alcançar o VLE

(5 m/s²)

Vermelho Inferior a 30 minutos Inferior a 2 horas

Amarelo 30 minutos a 2 horas 2 a 8 horas

Verde Mais de 2 horas Mais de 8 horas

d.5 sistEMA dAs cOREs dOs sEMáfOROs

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E.1 QUAndO sE UsA APEnAs UMA MáQUinA

A exposição diária a vibrações, A(8), de um trabalhador que execute um processo ou opere uma ferramenta pode ser calculada a partir da amplitude e do tempo de exposição, usando a equação:

em que ahv é a amplitude da vibração (em m/s²), T é a duração diária da exposição à amplitude da vibração ahv e T0 é o período de referência de oito horas. Tal como a amplitude da vibração, a exposição diária a vibrações exprime-se em unidades de metros por segundo ao quadrado (m/s²).

Exemplo

Um trabalhador florestal usa uma máquina corta-mato durante um total de 4½ horas por dia. A vibração da máquina corta-mato, quando em funcionamento, é de 4 m/s². A exposição diária A(8) é:

Esta exposição diária de 3 m/s² fica acima do valor de acção da exposição, mas abaixo do valor-limite de exposição.

E.2 QUAndO sE UsA MAis dO QUE UMA MáQUinA

Se um trabalhador estiver exposta a mais do que uma fonte de vibrações, as exposições parciais a vibrações são calculadas a partir da amplitude e duração de cada fonte.

O total da exposição diária a vibrações pode ser calculado a partir dos valores da exposição parcial a vibrações, usando a fórmula:

em que A1(8), A2(8), A3(8), etc. são os valores da exposição parcial a vibrações relativos às diferentes fontes de vibrações.

AnExO E exemplos

Exemplo

Um rebarbador utiliza três ferramentas durante um dia de trabalho:

1. Uma afiadora angular: 4 m/s² durante 2,5 horas

2. Uma fresadora angular 3 m/s² durante 1 hora

3. Um martelo de britagem: 20 m/s² durante 15 minutos

As exposições parciais às vibrações para as três tarefas são:

1. Afiadora:

2. Fresadora:

3. Martelo:

A exposição diária a vibrações é então:

A(8) = AAfia (8)2 + AFres (8)2 + AMart (8)2

= 2,2 2 + 1,12 + 3,52

= 4,8 + 1,2 + 12,3 = 18,3 = 4,3 m/s2

Esta exposição diária de 4,3 m/s² está acima do valor de acção da exposição, mas abaixo do valor-limite de exposição.

2,5

8

A (8) = 3 = 1,1 m/s21

8

A (8) = 20 = 3,5 m/s215

8x60

Afia

Fres

Mart

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Caso e disponha dos valores da aceleração em m/s2:

Passo 1: Determinar os valores em pontos para cada tare-fa ou máquina, usando a Figura D.3 para procu-rar os pontos de exposição com base no valor da aceleração e no tempo de exposição.

Passo 2:Somar os pontos por máquina para obter o total de pontos diários.

Passo 3: O mais elevado dos valores dos três eixos é a exposição diária a vibrações, em pontos.

Exemplo

Um rebarbador utiliza três ferramentas durante um dia de trabalho:

1. Uma afiadora angular: 4m/s² durante

2½ horas

2. Uma fresadora angular: 3 m/s² durante

1 hora

3. Um martelo de britagem: 20 m/s² durante

15 minutos

Passo 1: Os pontos de exposição são, a partir da Figura D.3:

Afiadora angular (2½ horas de utilização)

4m/s² durante 3* horas = 96 pontos

Fresadora angular (1 hora de utilização)

3m/s² durante 1 hora = 18 pontos

Martelo de britagem (15 minutos de utilização)

20 m/s² durante 15 minutos = 200 pontos

*As 2½ horas não estão indicadas na Figura D.3, pelo que se usa o valor imediatamente superior (3 horas). Passo 2: Os pontos da exposição diária a vibrações, para cada máquina, são: 96 + 96 + 18 + 200 = 314 pontos

Passo 3: A exposição diária a vibrações é de 314 pontos, ou seja, acima dos 100 pontos do valor de acção da exposição, mas abaixo dos 400 pontos do valor-limite de exposição.

Caso se disponha de dados sobre os pontos por hora:

Passo 1: Determinar os valores em pontos por hora para cada máquina ou operação, a partir dos dados do fabricante, de outras fontes ou por medição.

Passo 2: Para cada máquina ou operação, achar os pon-tos diários, multiplicando o número de pontos por hora pelo número de horas de utilização da má-quina.

Passo 3: A soma dos valores dos pontos de cada máqui-nas ou operação é a exposição diária a vibra-ções em pontos.

Exemplo

Um rebarbador utiliza três ferramentas durante um dia de trabalho:

1. Uma afiadora angular: 4m/s² durante 2½ horas

2. Uma fresadora angular: 3 m/s² durante 1 hora

3. Um martelo de britagem: 20 m/s² durante 15 minutos

Passo 1: Os valores para estas máquinas, em pontos por hora, são:

Afiadora angular

Fresadora angular

Martelo de britagem

32 pontos 18 pontos 800 pontos

Passo 2: Os pontos de exposição são:

Afiadora angular

(2½ horas de utiliz.)

Fresadora angular

(1 hora de utiliz.)

Martelo de britagem

(15 minutos de util.)

32 x 2,5 = 80 18 x 1 = 18 800 x 0,25 = 200

Passo 3: Os pontos da exposição diária a vibrações, para cada máquina, são:

Passo 4: 80 + 18 + 200 = 298 pontos

Passo 5: A exposição diária a vibrações é de 298 pontos, ou seja, acima dos 100 pontos do valor de acção da exposição, mas abaixo dos 400 pontos do valor-limite de exposição.

E.3 ExPOsiçãO diáRiA: A(8), UsAndO O sistEMA dE POntOs dE ExPOsiçãO ((Nota: Trata-se do mesmo exemplo que no Anexo E.2, usando o método dos pontos de exposição.)

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A vigilância da saúde pode consistir numa avaliação da anamnese de um trabalhador em conjunção com um exa-me físico realizado por um médico ou um profissional de cuidados de saúde com qualificação adequada.

Para a vigilância da saúde relativamente às vibrações transmitidas ao sistema mão-braço há questionários dispo-níveis a partir de várias fontes (por exemplo, a secção VIBGUIDE de: http://www.humanvibration.com/EU/EU_index.htm).

f.1 A AnAMnEsE

A anamnese deve centrar-se no seguinte:

antecedentes familiares,•

antecedentes sociais, incluindo o hábito de fumar e •de consumir bebidas alcoólicas,

antecedentes profissionais, incluindo actividades pro-•fissionais passadas e actuais com exposição a vibra-ções transmitidas ao sistema mão-braço, empregos anteriores com exposição a agentes neurotóxicos ou angiotóxicos e quaisquer actividades de lazer que envolvam a utilização de ferramentas ou máquinas vibratórias.

antecedentes clínicos pessoais.•

f.2 O ExAME fÍsicO

Um exame físico deve analisar em pormenor os siste-mas vasculares, neurológicos e músculo-esqueléticos periféricos, devendo ser realizado por um médico qualificado.

f.3 tEstEs cLÍnicOs

Em geral, os testes clínicos não fornecem uma prova fiável de lesões provocadas por vibrações; no entanto, podem ajudar a excluir outras causas de sintomas similares aos da síndroma das vibrações transmitidas ao sistema mão-braço ou a monitorizar a progressão da lesão.

Entre os testes do sistema vascular periférico contam-se o teste de Lewis-Prusik, o teste de Allen e o teste de Adson.

Entre os testes do sistema nervoso periférico contam-se a avaliação da destreza manual (por exemplo, reconhecer e apanhar moedas), o teste de Roos, o teste de Phalen e o sinal de Tinel (para a compressão do túnel cárpico).

f.4 ExAMEs vAscULAREs

A avaliação vascular da síndroma das vibrações transmi-tidas ao sistema mão-braço baseia-se principalmente em testes de provocação induzida pelo frio: avaliação das mudanças de cor do dedo, registo dos tempos de recupe-ração da temperatura na pele do dedo e medição da pressão sanguínea sistólica do dedo. Podem também ser úteis outros testes de diagnóstico não-invasivos, como uma sonografia Doppler do fluxo sanguíneo e da tensão nos braços e nos dedos.

f.5 ExAMEs nEUROLógicOs

A avaliação neurológica da síndroma das vibrações transmitidas ao sistema mão-braço inclui diversos testes:

Limiares de percepção de vibrações•

Sensibilidade táctil (detecção da falha, monofilamen-•tos)

Limiares de percepção de temperaturas•

Velocidades de condução nervosa nos membros su-•periores e inferiores

Electromiografia •

Destreza da ponta dos dedos (Purdue pegboard).•

AnExO f Técnicas de vigilância da saúde

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f.6 ExAMEs dA fORçA MUscULAR

A avaliação da força muscular na mão pode ser reali-zada com um dinamómetro para medir a força de pre-ensão e um dinamómetro de pinçamento para medir a força de pinçamento.

f.7 ExAMEs RAdiOLógicOs

Inos países em que a osteoartropatia dos membros su-periores provocada por vibrações é reconhecida como doença profissional, são habitualmente exigidas radio-

grafias dos ombros, cotovelos, pulsos e mãos para um diagnóstico radiológico de problemas a nível dos ossos e das articulações.

f.8 tEstEs LABORAtORiAis

Dem alguns casos podem ser necessárias análises do sangue e da urina para distinguir as patologias provo-cadas por vibrações de outras perturbações vasculares ou neurológicas.

Bibliografia suplementar:

ISO 13091-1:2001 Mechanical vibration — Vibrotactile perception thresholds for the assessment of nerve dysfunction — Part 1: Methods of measurement at the fingertips (Vibrações mecânicas – Limiares de percepção vibrotáctil para a avaliação da disfunção nervosa – Parte 1: Métodos de medição na ponta dos dedos)

ISO 14835-1:2005 Mechanical vibration and shock — Cold provocation tests for the assessment of peripheral vascular function — Part 1: Measurement and evaluation of finger skin temperature (Vibrações e choque mecânicos – Testes de provocação pelo frio para avaliação da função vascular periférica – Parte 1: Medição e avaliação da temperatura da pele dos dedos)

ISO 14835-2:2005 Mechanical vibration and shock — Cold provocation tests for the assessment de peripheral vascular function — Part 2: Measurement and evaluation de finger systolic blood pressure (Vibrações e choque mecânicos – Testes de provocação pelo frio para avaliação da função vascular periférica – Parte 2: Medição e avaliação da pressão sanguínea sistólica nos dedos)

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Vibrações transmitidas ao sistema mão-braço Vibração mecânica que, quando transmitida ao sistema mão-braço humano, leva a riscos para a saúde e a segurança dos trabalhado-res, em particular patologias vasculares, ós-seas ou ligamentosas, neurológicas ou mus-culares

Emissão de vibrações declarada Valor das vibrações fornecido pelos fabrican-tes das máquinas para indicar a vibração que se deverá verificar nessas máquinas. O valor de emissão de vibrações declarado deve ser obtido através da utilização de um código de ensaios normalizado e tem de ser incluído nas instruções da máquina.

Ponderação em frequência Correcção aplicada às medições das vibra-ções (frequentemente, usando um filtro) para ter em conta o facto de o risco de danos físicos depender da frequência assumida. Para as vi-brações transmitidas ao sistema mão-braço uti-liza-se a ponderação Wh (definida na EN ISO 5349-1:2001).

Exposição diária a vibrações, A(8) Valor total das vibrações equivalente em ener-gia a 8 horas para um trabalhador, em metros por segundo ao quadrado (m/s²), incluindo todas as exposições do sistema mão-braço às vibrações durante o dia.

Exposição parcial a vibrações, Ai(8) Contributo da operação i para a exposição diária a vibrações em m/s². A exposição par-cial a vibrações diz respeito à exposição diá-ria de cada ferramenta ou processo i (quando um trabalhador apenas está exposto às vibra-ções de uma ferramenta ou de um processo, a exposição diária a vibrações é igual à exposi-ção parcial a vibrações).

Vigilância da saúde Programa de exames de saúde aos trabalha-dores para diagnóstico precoce de patologias resultantes de actividades laborais.

Valor de acção da exposição Valor da exposição pessoal diária a vibrações de 2,5 m/s², acima do qual os riscos da expo-sição às vibrações têm de ser controlados.

Valor-limite de exposição Valor da exposição pessoal diária a vibrações de 5 m/s², acima do qual os trabalhadores não devem ser expostos.

Tempo de exposição Período diário em que um trabalhador está ex-posto a uma fonte de vibrações.

AnExO g Glossário

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h.1 diREctivAs dA UEDirectiva 2002/44/CE do Parlamento Europeu e do Conselho, de 25 de Junho de 2002, relativa às prescri-ções mínimas de segurança e saúde respeitantes à expo-sição dos trabalhadores aos riscos devidos aos agentes físi-cos (vibrações) (décima sexta directiva especial na acepção do n.° 1 do artigo 16.° da Directiva 89/391/CEE)

Directiva 89/391/CEE do Conselho, de 12 de Junho de 1989, relativa à aplicação de medidas destinadas a pro-mover a melhoria da segurança e da saúde dos trabalha-dores no trabalho.

Directiva 2006/42/CE do Parlamento Europeu e do Conselho, de 17 de Maio de 2006, relativa às máqui-nas e que altera a Directiva 95/16/CE (reformulação).

Directiva 98/37/CE do Parlamento Europeu e do Con-selho, de 22 de Junho de 1998, relativa à aproximação das legislações dos Estados-Membros respeitantes às má-quinas (revogada pela Directiva 2006/42/CE).

Directiva 89/686/CEE: Directiva do Conselho, de 21 de Dezembro de 1989, relativa à aproximação das le-gislações dos Estados-Membros respeitantes aos equipa-mentos de protecção individual, com a redacção que lhe foi dada pelas Directivas 93/68/CEE, 93/95/CEE e 96/58/CE

Directiva 89/656/CEE do Conselho, de 30 de Novem-bro de 1989, relativa às prescrições mínimas de seguran-ça e de saúde para a utilização pelos trabalhadores de equipamentos de protecção individual no trabalho (tercei-ra Directiva especial, na acepção do n.º 1 do artigo 16.º da Directiva 89/391/CEE)

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Comité Europeu de Normalização (2001) Mechanical vibration — Measurement and evaluation of human expo-sure to hand-transmitted vibration — Part 2: Practical gui-dance for measurement at the workplace (Vibrações me-cânicas – Medição e avaliação da exposição pessoal às vibrações transmitidas pela mão. Parte 2: Orientação prá-tica para a medição no local de trabalho) EN ISO 5349-2:2001.

Comité Europeu de Normalização (1996) Vibração e cho-que mecânicos. Vibração mão-braço. Método para a me-dição e a avaliação da transmissibilidade da vibração das luvas na palma da mão NP EN ISO 10819:2001 (Ed. 1)

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Comité Europeu de Normalização (2005) Vibrações me-cânicas. Máquinas sustentadas ou guiadas à mão. Princí-pios para medição da emissão das vibrações EN ISO 20643:2005

Comité Europeu de Normalização (1995) Hand-arm vi-bration — Guidelines for vibration hazards reduction — Part 1: Engineering methods by design of machinery (Vi-brações transmitidas ao sistema mão-braço – Orientações para a redução dos riscos de vibrações – Parte 1: Méto-dos de engenharia pelo desenho das máquinas) CEN/CR 1030-1:1995

Comité Europeu de Normalização (1995) Hand-arm vi-bration — Guidelines for vibration hazards reduction — Part 2: Management measures at the workplace (Vibra-ções transmitidas ao sistema mão-braço – Orientações para a redução dos riscos de vibrações – Parte 2: Medi-das de gestão no local de trabalho) CEN/CR 1030-2:1995

Comité Europeu de Normalização (2005) Mechanical vibration — Guideline for the assessment of exposure to hand-transmitted vibration using available information in-cluding that provided by manufacturers of machinery (Vi-brações mecânicas – Orientação para a avaliação da exposição a vibrações transmitidas pelas mãos usando as informações disponíveis, incluindo as fornecidas pelos fa-bricantes das máquinas) CEN/TR 15350: 2005

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ISO 13091-1:2001 Mechanical vibration — Vibrotactile perception thresholds for the assessment of nerve dysfunc-tion —Part 1: Methods of measurement at the fingertips (Vibrações mecânicas – Limiares de percepção vibrotáctil para a avaliação da disfunção nervosa – Parte 1: Méto-dos de medição na ponta dos dedos)

ISO 13091-2:2003 Mechanical vibration — Vibrotactile perception thresholds for the assessment of nerve dysfunc-tion — Part 2: Analysis and interpretation of measurements at the fingertips (Vibrações mecânicas – Limiares de per-

AnExO h Bibliografia

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cepção vibrotáctil para a avaliação da disfunção nervosa – Parte 2: Análise e interpretação das medições na ponta dos dedos)

ISO 14835-1:2005 Mechanical vibration and shock — Cold provocation tests for the assessment of peripheral vascular function — Part 1: Measurement and evaluation of finger skin temperature (Vibrações e choque mecânicos – Testes de provocação pelo frio para avaliação da fun-ção vascular periférica – Parte 1: Medição e avaliação da temperatura da pele dos dedos)

ISO 14835-2:2005 Mechanical vibration and shock — Cold provocation tests for the assessment of peripheral vascular function — Part 2: Measurement and evaluation of finger systolic blood pressure (Vibrações e choque me-cânicos – Testes de provocação pelo frio para avaliação da função vascular periférica – Parte 2: Medição e ava-liação da pressão sanguínea sistólica nos dedos)

ISO/TS 15694:2004 Mechanical vibration and shock — Measurement and evaluation of single shocks transmit-ted from hand-held and hand-guided machines to the hand-arm system (Vibrações e choque mecânicos – Me-dição e avaliação de cada tipo de choques transmitidos ao sistema mão-braço por máquinas sustentadas e guia-das à mão)

ISO/TR 22521:2005 Portable hand-held forestry machi-nes — Vibration emission values at the handles — Com-parative data in 2002 (Máquinas florestais sustentadas à mão portáteis – Valores da emissão de vibrações nos pu-nhos – Dados comparativos em 2002)

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acção de martelo ................................................16

aceleração ponderada pela frequência .............19, 34

acelerómetros ......................................................36

amplitude .............................................. 20, 34, 41

amplitude da vibração ....................................41, 68

anamnese .....................................................45, 96

associação comercial .............................. 20, 25, 69

avaliação de riscos ........................................19, 33

avaliação do risco de vibrações .......................15, 26

C

cadeias tensoras ..................................................26

calculadoras baseadas na Internet ....................38, 86

chave de impacto ..........................................18, 35

classificação .......................................................23

codificação das cores ..........................................42

códigos dos testes de vibrações .......................16, 68

concepção do posto de trabalho ............................26

consulta e participação ...................................33, 61

Contractura de Dupuytren ......................................37

controlos dos riscos ........................................13, 61

D

dados do fabricante sobre a emissão ................19, 22

de impacto .........................................................16

de percussão ................................................16, 37

dedo branco induzido por vibrações.......................37

directiva ...................................................8, 25, 32

directiva-quadro ...................................... 11, 24, 60

duração da exposição............................. 13, 22, 37

E

emissão de vibrações .............................. 19, 20, 47

entorpecimento ..............................................16, 37

equilibradores .....................................................26

estratégia de controlo .............................. 13, 23, 61

exame físico ..................................................45, 96

exames da força muscular .....................................46

exames neurológicos ............................................45

exames radiológicos ............................................46

exames vasculares ...............................................45

exposição às vibrações ..................................25, 37

exposição diária a vibrações .............. 22, 31, 44, 47

exposição parcial a vibrações .................. 22, 43, 47

exposições parciais a vibrações .......................22, 43

F

fabricante ........................................ 19, 25, 42, 68

Fenómeno de Raynaud ............................ 37, 49, 50

ferramentas de movimento rotativo ..........................16

força de preensão e força de carga .......................26

formação e informação ............................ 13, 27, 61

formação e supervisão ....................................24, 27

formigueiro ...................................................16, 37

fornecedor ............................................. 20, 26, 75

fraqueza muscular ................................................37

frequência ................................. 19, 20, 28, 34, 47

frequência dominante ...........................................34

H

horários de trabalho .......................................27, 61

I

incerteza ......................................................22, 42

L

limiares de percepção de vibrações ........................45

luvas antivibrações ...............................................28

M

manutenção ..................................................29, 61

materiais resilientes ...............................................26

medição .......................................................44, 61

medição da amplitude da vibração ..................20, 69

médico qualificado ..............................................45

medidas colectivas ...............................................13

ÍndicE ALfABéticO

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monitorização e reavaliação .................................23

N

nomograma ..................................... 38, 40, 86, 88

O

operação contínua da ferramenta ...........................18

operação intermitente das ferramentas .....................18

P

padrões de trabalho ................................ 18, 27, 29

patologias músculo-esqueléticas ........................37, 98

patologias neurológicas ..................................37, 47

patologias vasculares ...........................................37

política de compras ........................................13, 25

ponderação da frequência ....................................34

protecção individual ................................ 24, 27, 48

Purdue pegboard .................................................45

R

reavaliação ........................................... 13, 29, 61

registos de saúde .................................................31

representantes dos trabalhadores ............................24

responsabilidades segundo a Directiva ..............11, 23

riscos para a saúde ........................................31, 37

S

selecção do equipamento ...............................13, 25

sensibilidade táctil ................................................45

síndroma das vibrações transmitidas ao sistema mão-braço.............................. 11, 18, 37

síndroma do túnel carpelar ..............................27, 45

sistema de cores dos semáforos ................. 11, 15, 23

sistema de pontos de exposição ................ 41, 89, 94

suportes antivibrações ...........................................26

T

tendinite .............................................................37

testes clínicos .......................................................45

testes de provocação induzida pelo frio .............46, 49

testes laboratoriais ................................................46

V

valor de acção da exposição ............. 20, 23, 27, 31

valor de emissão declarado ...................................19

valor total das vibrações .......................... 34, 46, 96

valor-limite de exposição .................... 11, 20, 27, 33

vestuário .............................................................27

vestuário quente ...................................................28

vibração ...................................................1, 21, 25

vibração média ...................................................21

vigilância da saúde ........................................13, 45

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Parte 2 Guia de boas práticas sobre Vibrações transmitidas ao corpo inteiro

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ÍndicE cAPÍtULO 1 intROdUçãO ..................................................................................................................................................... 59

cAPÍtULO 2 AvALiAçãO dOs RiscOs ................................................................................................................................ 63

2.1 PRincÍPiOs fUndAMEntAis dA AvALiAçãO dOs RiscOs .......................................................................................... 63

2.2 dEtERMinAçãO dA dURAçãO dA ExPOsiçãO ....................................................................................................... 67

2.3 dEtERMinAçãO dA AMPLitUdE dA viBRAçãO ........................................................................................................ 68

2.3.1 Utilização de dados sobre a emissão do fabricante .................................................................... 68

2.3.2 Utilização de outras fontes de dados .......................................................................... 69

2.3.3 Medição da amplitude da vibração ........................................................................... 69

2.4 cáLcULO dAs ExPOsiçõEs diáRiAs às viBRAçõEs ................................................................................................. 71

2.4.1 Avaliação da exposição diária às vibrações A(8) e do VDV ........................................... 71

2.4.2 Incerteza das avaliações da exposição diária .............................................................. 71

cAPÍtULO 3 ELiMinAçãO OU REdUçãO dA ExPOsiçãO ................................................................................................ 73

3.1 ELABORAçãO dE UMA EstRAtégiA dE cOntROLO .................................................................................................. 73

3.2 cOnsULtA E PARticiPAçãO dOs tRABALhAdOREs ................................................................................................... 74

3.3 cOntROLO dOs RiscOs ..................................................................................................................................... 74

3.3.1 Introdução de outros métodos de trabalho .................................................................... 74

3.3.2 Selecção do equipamento ........................................................................................ 74

3.3.3 Política de compras .................................................................................................. 74

3.3.4 Concepção de tarefas e processos ............................................................................. 75

3.3.5 Medidas colectivas .................................................................................................. 75

3.3.6 Formação e informação dos trabalhadores .................................................................. 76

3.3.7 Programação do trabalho ......................................................................................... 76

3.3.8 Manutenção ........................................................................................................... 76

3.3.9 Suspensão dos assentos ............................................................................................ 76

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3.4 MOnitORizAçãO E REAvALiAçãO dAs viBRAçõEs ................................................................................................. 77

3.4.1 Como saber se os controlos das vibrações transmitidas ao corpo inteiro estão a funcionar? . 77

3.4.2 Quando preciso de repetir a avaliação dos riscos? ....................................................... 77

cAPÍtULO 4 vigiLÂnciA dA sAúdE .................................................................................................................................... 79

4.1 QUAndO é nEcEssáRiA A vigiLÂnciA dA sAúdE? ................................................................................................ 79

4.2 QUE REgistOs sãO nEcEssáRiOs? ..................................................................................................................... 79

4.3 QUE fAzER sE fOR idEntificAdA UMA LEsãO? ...................................................................................................... 79

AnExO A Resumo das responsabilidades definidas na Directiva 2002/44/CE ......................................................... 81

AnExO B O que é uma vibração? ...................................................................................................................................... 82

AnExO C Riscos para a saúde, sinais e sintomas .............................................................................................................. 85

AnExO D Ferramentas para calcular as exposições diárias ............................................................................................. 86

AnExO E Exemplos de exposição diária ............................................................................................................................ 90

AnExO F Técnicas de vigilância da saúde ......................................................................................................................... 96

AnExO G Glossário .............................................................................................................................................................. 97

AnExO H Bibliografia ........................................................................................................................................................... 98

ÍndicE ALfABéticO .................................................................................................................................................................. 103

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As vibrações transmitidas ao corpo inteiro devem-se a vi-brações transmitidas através do assento ou dos pés pelas máquinas ou veículos do local de trabalho (ver Anexo B). A exposição a níveis elevados de vibrações transmitidas ao corpo inteiro pode pôr em risco a saúde e a seguran-ça, sabendo-se que podem provocar ou agravar lombal-gias e outras patologias (ver Anexo C). Os riscos são maiores quando a amplitude das vibrações é elevada, os períodos de exposição são longos, frequentes, e regula-res, e as vibrações comportam choques e sacudidelas violentos.

A exposição a vibrações transmitidas ao corpo inteiro ocorre geralmente em actividades laborais como por exemplo a agricultura, a construção e as actividades ex-tractivas, podendo no entanto ocorrer noutros lugares, a saber, na estrada em veículos pesados, no mar em peque-nas embarcações e no ar em alguns helicópteros. As vi-brações transmitidas ao corpo inteiro não atingem apenas aqueles que trabalham sentados, por exemplo os motoris-tas, podendo também afectar as pessoas que trabalham de pé, como no caso dos trabalhos realizados com má-quinas trituradoras de betão.

As lombalgias podem ser causadas por factores ergonó-micos, tais como a movimentação manual de cargas ou as posturas incómodas. Estes factores podem ser pelo me-nos tão importantes quanto a própria exposição às vibra-ções. As lesões lombares podem, naturalmente, ser provo-cadas por actividades de trabalho ou outras, independentemente da utilização de veículos. A fim de abordar com êxito o problema das lesões lombares em

motoristas e operadores de máquinas ou ferramentas por-táteis, é importante identificar e analisar o conjunto de todos os factores coadjuvantes.

A Directiva «Vibrações» (Directiva 2002/44/CE – ver caixa «Bibliografia suplementar») estabelece padrões mí-nimos para o controlo dos riscos resultantes das vibrações transmitidas ao corpo inteiro. A Directiva «Vibrações» exi-ge que os Estados-Membros da União Europeia imple-mentem legislação nacional para aplicar os requisitos da Directiva o mais tardar até 6 de Julho de 2005. A legisla-ção nacional pode aplicar disposições mais favoráveis do que as exigidas pela directiva e não deve reduzir a protecção concedida aos trabalhadores por qualquer le-gislação nacional preexistente.

A Directiva «Vibrações» estabelece valores de acção de exposição, acima dos quais as entidades patronais são obrigadas a controlar os riscos de transmissão de vibra-ções ao corpo inteiro da sua força de trabalho e um va-lor-limite de exposição acima do qual os trabalhadores não podem ser expostos1:

um valor de acção de exposição diária de 0,5 m/s² •(ou, à escolha do Estado-Membro, um valor de dose de vibrações de 9,1 m/s1,75);

um valor-limite da exposição diária de 1,15 m/s² •(ou, à escolha do Estado-Membro, um valor de dose de vibrações de 21 m/s1,75).

A Directiva «Vibrações» atribui às entidades patronais as responsabilidades de garantir a eliminação ou redução

cAPÍtULO 1 intROdUçãO

A Directiva 2002/44/CE da UE (Directiva «Vibrações») atribui às entidades patronais as responsabilidades de garantir a eliminação ou redução ao mínimo dos riscos derivados das vibrações transmitidas ao corpo inteiro (estas responsabilidades estão resumidas no Anexo A).

O presente guia destina-se a ajudar as entidades patronais a identificar os perigos derivados das vibrações transmitidas ao corpo inteiro, a avaliar as exposições e os riscos, bem como a estabelecer medidas para proteger a saúde e segurança dos trabalhadores expostos aos riscos devidos a vibrações transmitidas ao corpo inteiro.

O Guia deve ser lido conjuntamente com a Directiva «Vibrações» ou com a legislação nacional que aplica os requisitos dessa directiva.

1 No que se refere ao valor-limite de exposição, os Estados-Membros podem, após consulta dos parceiros sociais, aplicar um período transitório de cinco anos a partir 6 de Julho de 2005 (os Estados-Membros têm a faculdade de alargar este período por mais quatro anos no que se refere aos equipamentos utilizados nos sectores agrícola e silvícola). Os períodos transitórios aplicam-se apenas à utilização de equipamentos de trabalho que tenham sido postos à disposição dos trabalhadores até 6 de Julho de 2007 (tendo em conta todos os meios técnicos ou organizacionais de controlo do risco) e que não permitam respeitar os valores-limite de exposição.

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ao mínimo dos riscos derivados da transmissão de vibrações ao corpo inteiro. Estas responsabilidades es-tão resumidas no Anexo A.

A Directiva «Vibrações» é uma di-rectiva específica da directiva-qua-dro (Directiva 89/391/CEE - ver a caixa «Bibliografia suplemen-tar») e, assim, muitos dos requisitos da Directiva «Vibrações» resultam da directiva-quadro e fazem-lhe referência específica.

O presente guia ajudará as entidades patronais no cumprimento da Directiva «Vibrações», uma vez que se

aplica às vibrações transmitidas ao corpo inteiro. O guia pretende cobrir a metodologia utilizada para de-terminar e avaliar riscos; para escolher e usar correcta-mente o equipamento de trabalho, para a optimização de métodos e a implementação de medidas de protec-ção (medidas técnicas e/ou organizativas) na base de uma análise de riscos prévia. Este guia dá também por-menores sobre o tipo de formação e informação a for-necer aos trabalhadores envolvidos e propõe soluções eficazes para as restantes matérias abordadas na Direc-tiva «Vibrações». A estrutura deste guia está indicada no fluxograma da Figura 1.

Bibliografia suplementar:

Directiva «Vibrações»:

Directiva 2002/44/CE do Parlamento Europeu e do Conselho, de 25 de Junho de 2002, relativa às prescrições mínimas de segurança e saúde respeitantes à exposição dos trabalhadores aos riscos devidos aos agentes físicos (vibrações) (décima sexta directiva especial na acepção do n.º 1 do artigo 16.º da Directiva 89/391/CEE).

(Publicada no Jornal Oficial das Comunidades Europeias L 177 de 6 de Julho de 2002, p. 13)

Directiva-Quadro:

Directiva 89/391/CEE do Conselho, de 12 de Junho de 1989, relativa à aplicação de medidas destinadas a promover a melhoria da segurança e da saúde dos trabalhadores no trabalho.

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Avaliação dos riscos Capítulo 2

Eliminação ou reduçõo da exposição Capítulo 3

Vigilância da saúde Capítulo 4

Princípios da avaliação dos riscos 2.1

Elaboração de uma estratégia de controlo 3.1

Acompanhamento e reavaliação 3.4

Quando é necessária a vigilância da saúde? 4.1

Que registos são necessários? 4.2

Que fazer se for identificada uma lesão? 4.3

Repetição da avaliação dos riscos 3.5

Duração da exposição 2.2

Controlos dos riscos 3.3

Consulta e participação dos trabalhadores 3.2

Os controlos estão a funcionar?

Cálculo da exposição diária 2.4

Amplitude das vibrações 2.3

Dados do fabricanteOutras fontesMedição

Exposição diária às vibrações - A(8)Valor da dose de vibrações - VDV

Introdução de outros métodos de trabalhoSelecção do equipamentoPolítica de comprasConcepção de tarefas e processosMedidas colectivasFormação/informação dos trabalhadoresHorários de trabalhoManutençãoSuspensão de assentos

Avaliação das exposições diárias

figURA 1 fLUxOgRAMA dAs viBRAçõEs tRAnsMitidAs AO cORPO intEiRO

Vibrações transmitidas ao corpo inteiro no trabalho

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A avaliação dos riscos deve:

identificar os eventuais riscos de saúde ou segurança •que tenham como causa ou factor agravante as vi-brações transmitidas ao corpo inteiro;

calcular as exposições dos trabalhadores e compa-•rá-las com o valor de acção de exposição e o valor-li-mite de exposição;

identificar os controlos de risco disponíveis;•

identificar os passos que se pretende dar para contro-•lar e monitorizar os riscos devidos a vibrações trans-mitidas ao corpo inteiro; e

registar a avaliação, os passos que foram dados e a •respectiva eficácia.

Associados às vibrações transmitidas ao corpo inteiro, outros factores ergonómicos podem contribuir para provo-car lombalgias, a saber:

posturas incómodas durante a condução ou o mane-•jo das máquinas;

estar sentado durante longos perío-•dos sem poder

disposição inadequada dos disposi-•tivos de controlo, obrigando o con-dutor/operador a esticar-se ou tor-cer-se;

má visibilidade da operação, o que •obriga o operador a torcer-se e esti-car-se para poder ver conveniente-mente;

levantamento e transporte manuais de cargas pesadas•

ter sistematicamente de subir para uma cabina eleva-•da ou de difícil acesso, ou de saltar para fora dela.

Todos estes factores podem, por si só, provocar lombalgias. Contudo, o risco será maior caso o trabalhador esteja ex-posto a um ou mais destes factores e, simultaneamente, a vibrações transmitidas ao corpo inteiro. Por exemplo:

estar exposto à transmissão de vibrações ao corpo •inteiro durante longos períodos sem poder mudar de posição;

estar exposto à transmissão de vibrações ao corpo •inteiro e sentado numa postura de estiramento ou tor-ção (p. ex., olhar por cima do ombro para controlar o funcionamento das máquinas acopladas);

estar exposto à transmissão de vibrações ao corpo •inteiro e, simultaneamente, executar tarefas que im-pliquem o levantamento e o transporte manuais de cargas pesadas.

Factores ambientais, como a tempera-tura, podem aumentar mais ainda o risco de lombalgias ou traumatismos da coluna vertebral.

Todos estes factores devem ser con-siderados em conjunto nos planos destinados a minimizar os riscos de lombalgias. Devem ser estabelecidas regras e orientações relativas ao trans-porte manual de cargas se este factor for importante na actividade laboral dos trabalhadores.

cAPÍtULO 2 AvALiAçãO dOs RiscOs

O objectivo da avaliação dos riscos devidos a vibrações transmitidas ao corpo inteiro é permitir à entidade patronal tomar uma decisão válida acerca das medidas necessárias para prevenir ou controlar de forma adequada os riscos derivados da exposição dos trabalhadores a vibrações transmitidas ao corpo inteiro.

Neste capítulo apresentamos o modo como a entidade patronal pode concluir se poderá haver algum problema com a exposição do corpo inteiro a vibrações nas suas instalações, sem necessidade de uma medição nem quaisquer conhecimentos detalhados sobre como fazer a avaliação da exposição.

2.1 PrincíPios fundamentais da avaliação dos riscos

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Como ponto de partida para a avaliação dos riscos con-vém analisar o trabalho efectuado, bem como os proces-sos, as máquinas e os equipamentos utilizados. No Qua-dro 1 são apresentadas algumas perguntas para ajudá-lo a decidir se é necessário tomar mais alguma medida.

Todos os tipos de veículo em movimento são susceptíveis de transmitir vibrações ao corpo inteiro do condutor. Os riscos para saúde aumentam quando os trabalhadores

estão expostos a níveis elevados de vibrações transmiti-das ao corpo inteiro numa base regular e duradoura. A Figura 2 apresenta alguns veículos associados à transmis-são de vibrações ao corpo inteiro e a riscos ergonómicos. Recorde-se que a exposição às vibrações transmitidas ao corpo inteiro pode também ocorrer em actividades distin-tas da condução, como por exemplo nos casos em que os trabalhadores estão de pé em plataformas vibratórias.

QUAdRO 1 – ALgUMAs PERgUntAs PARA AjUdAR A dEcidiR sE é nEcEssáRiO tOMAR MAis MEdidAs

Conduz veículo todo-o-terreno?

A probabilidade de exposição a níveis elevados de vibrações transmitidas ao corpo inteiro é maior no caso de trabalhadores que, na sua actividade laboral, em conduzem veículos em superfícies irregulares, nomeadamente veículos todo-o-terreno tais como tractores, motos quatro e camiões com caixa basculante.

Conduz ou trabalha, diariamente e por períodos longos, com máquinas que vibram?

Os factores que determinam a exposição diária de um trabalhador a vibrações são a amplitude (nível) das vibrações e o tempo de exposição às mesmas. Quanto mais durar a exposição, maior será o risco de exposição a vibrações.Jo længere eksponeringstid, jo større risiko for vibrationsbetingede skader

Conduz veículos que não foram concebidos para o pavimento em causa?

Alguns veículos industriais, como os empilhadores, não têm suspensão nas rodas e são equipados com pneus sólidos que lhes fornecem a estabilidade necessária para operar com segurança. Desde que sejam conduzidos em superfícies regulares, os níveis das vibrações transmitidas ao corpo inteiro não são, em princípio, elevados. Contudo, se forem conduzidos em superfícies inadequadas (por exemplo, um empilhador concebido para ser utilizado em armazém está a ser utilizado numa zona de carga no exterior), podem dar origem a níveis elevados de vibrações transmitidas ao corpo inteiro.

Conduz em estradas em mau estado?

Desde que as estradas estejam em boas condições, a maioria dos veículos rodoviários será responsável por níveis relativamente baixos de vibrações transmitidas ao corpo inteiro. Automóveis, furgonetas e camiões com cabinas suspensas de concepção moderna não são em geral susceptíveis de apresentar riscos de vibrações transmitidas ao corpo inteiro em estradas em boas condições. Contudo, os veículos com suspensão menos eficaz, tais como os camiões de estrutura rígida, podem dar origem a níveis elevados de vibrações transmitidas ao corpo inteiro especialmente no caso de condução em pisos degradados ou quando não transportarem carga.

Bibliografia suplementar:

Directiva «Movimentação manual de cargas»:

Directiva 90/269/CEE do Conselho, de 29 de Maio de 1990, relativa às prescrições mínimas de segurança e de saúde respeitantes à movimentação manual de cargas que comportem riscos, nomeadamente dorso-lombares, para os trabalhadores (quarta directiva especial na acepção do n.º 1 do artigo 16.º da Directiva 89/391/CEE)

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Está exposto a choques (ou sacudidelas)?

Pensa-se que o maior risco derivado da exposição às vibrações é o que decorre da exposição a vibrações resultantes de choques. Estas vibrações podem ser devidas ao piso degradado das estradas, a velocidade excessiva para o piso em causa ou à instalação incorrecta da suspensão dos assentos. As gadanhas podem gerar níveis elevados de vibrações por choque em pisos difíceis. Alguns veículos com cargas muito pesadas podem transmitir choques e sacudidelas ao condutor ao serem efectuadas travagens bruscas.

Tem de adoptar posturas incómodas ou executar tarefas de movimentação manual de cargas?

A concepção desadequada da cabina ou a má visibilidade podem ter como resultado estiramentos e torções, podendo ainda confinar o condutor à mesma posição durante longos períodos. Estas más condições ergonómicas, combinadas com a exposição a vibrações transmitidas ao corpo inteiro ou não, podem provocar lombalgias e outras patologias músculo-esqueléticas.

Os fabricantes da maquinaria dão avisos sobre os riscos decorrentes das vibrações transmitidas ao corpo inteiro?

No caso de uma máquina susceptível de expor o utilizador a riscos devidos a vibrações, o fabricante deve avisá-lo disso no manual de instruções.

Os trabalhadores queixam-se de problemas nas costas?

A existência de lombalgias significa que é necessário gerir os riscos ergonómicos e a exposição às vibrações.

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figURA 2 - ExEMPLOs dE AMPLitUdEs dAs viBRAçõEs dE EQUiPAMEntO cOMUM Gamas de valores de vibração para equipamentos comuns no mercado da ue. estes dados são apenas para

ilustração. para mais pormenores, ver o Anexo B.Aceleração (m/s²)

Minimum

25. percentil

75. percentil

Máximo

Retroescavadora-carregadora c/rodas

Cilindro -compactador c /rolo

Cilindro -compactadorc/duplo rolo

Tractor de rastos

Camião com caixabasculante

Camião articulado

Escavadora derodas

Escavadora<25t

Escavadora>25t

Tractor agrícola

Pavimentadora deasfalto/espalhadora

Grua florestal

Segadeira florestal

Empilhador decontrapeso

Empilhador - order picker

Empilhadorrectráctil

NiveladoraPorta-paletes

c/plataforma para o operador

Porta-paletes elevadoresc/plataforma p/operador

Gadanha

Tractor rebocador

Pá carregadora de rodas

0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 1,4 1,6 1,8 2,0

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Para avaliar a exposição diária dos trabalhadores às vibrações, é necessária uma estimação do tempo durante o qual os operadores das máquinas estão expostos à fonte de vibração.

Neste capítulo analisamos qual a informação sobre o tempo de exposição que é necessária e o modo de determiná-la.

Antes de poder estimar a exposição diária a vibrações [A(8) ou VDV], é preciso conhecer a duração diária total da exposição à vibração de cada veículo ou máquina utilizados. Convém ter o cuida-do de utilizar dados que sejam com-patíveis com os dados disponíveis relativamente à amplitude das vi-brações, ou seja, se os dados rela-tivos aos valor das vibrações se basearem em medições feitas com a máquina em funcionamento, então mede-se o tempo durante o qual o tra-balhador está exposto às vibrações.

Ao serem interrogados sobre a duração diária habitu-al da exposição às vibrações, os operadores de má-quinas ou veículos indicam geralmente um valor que compreende períodos sem exposição, como por exem-plo tempos de carga do camião e de espera.

Geralmente, a vibração de um veículo em circulação tem um papel preponderante na exposição às vibra-ções. No entanto, algumas exposições verificam-se so-bretudo no âmbito de operações executadas enquanto o veículo está parado, como no caso das máquinas escavadoras e segadeiras florestais.

Os padrões de trabalho têm também de ser analisados cuidadosamente. Por exemplo, pode dar-se o caso de alguns trabalhadores

só poderem trabalhar com máquinas du-rante certos períodos do dia. Devem

ser estabelecidos padrões de utiliza-ção habitual, pois serão um importan-te factor no cálculo da exposição provável de um trabalhador a vibra-ções.

2.2 determinação da duração da exPosição

Bibliografia suplementar:

Norma EN 14253:2003 (Ed. 1). Mechanical vibration. Measurement and evaluation of occupational exposure to whole-body vibration with reference to health. Practical guidance (Vibrações mecânicas. Medição e cálculo da exposição profissional às vibrações transmitidas ao corpo inteiro no que diz respeito à saúde - Orientações práticas).

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A amplitude da vibração transmitida ao corpo intei-ro é o maior dos valores da aceleração ponderada em frequência determinados para cada um dos três eixos ortogonais (1,4awx, 1,4awy ou awz) para um trabalhador sentado ou de pé.

A informação a utilizar na avaliação das vibrações deve ser tão adaptada quanto possível ao compor-tamento provável da máquina utilizada no que re-speita a vibrações (tanto as especificações da má-quina como o seu modo de utilização).

Neste capítulo analisamos a forma como a vibração pode ser estimada a partir dos dados do fabricante, de outras fontes de dados publicados e da medição no local de trabalho.

2.3.1 Utilização de dados sobre a emissão do fabricanteA Directiva «Máquinas (Directiva 2006/42/CE e, ante-riormente, Directiva 98/37/CE, revogada) define os re-quisitos essenciais de saúde e segurança para as máqui-nas vendidas na União Europeia, incluindo os requisitos específicos relativos à vibração.

Entre outros requisitos, a Directiva «Máquinas» obriga os fabricantes, importadores e fornecedores de máquinas a fornecerem informações sobre todos os riscos devidos à vibração, bem como os valores relativos à emissão de vibrações transmitidas ao corpo inteiro pelas máquinas móveis. Estes elementos sobre a emissão de vibrações devem ser dados nas informações ou instruções que acompanham a máquina.

EOs dados relativos à emissão de vibrações obedecem geralmente aos códigos de ensaio de vibração europeus harmonizados produzidos por organismos de normaliza-ção europeus ou internacionais. Não obstante, são muito

poucas as normas específicas para as máquinas actual-mente disponíveis e quando as há, como no caso dos veículos pesados, as diferenças entre máquinas em con-corrência directa são amiúde inferiores a 50%.

2.3 dEtERMinAçãO dA AMPLitUdE dA viBRAçãO

Bibliografia suplementar:

EN 1032:2003 (Ed. 2) Vibrações mecânicas. Ensaio de máquinas móveis para determinação do valor da emissão de vibração.

EN 12096:1997 (Ed. 1) Vibrações mecânicas — Declaração e verificação dos valores da emissão de vibração.

CEN/TR Primeiro projecto, Munique (Março de 2005) - Vibrações mecânicas - Directrizes para a avaliação da exposição a vibrações transmitidas ao corpo inteiro em máquinas de terraplenagem. Utilização de dados harmonizados medidos por institutos, organizações e fabricantes internacionais.

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2.3.2 Utilização de outras fontes de dadosHá outras fontes de informação sobre as amplitudes das vibrações que são muitas vezes suficientes para se sa-ber se o valor de acção ou o valor-limite de exposição são susceptíveis de ser ultrapassados.

Uma associação comercial ou equivalente num dado sector pode ter também dados úteis sobre as vibrações e na Internet há bases de dados internacionais sobre vibrações que podem responder às necessidades. Para algumas entidades patronais, isto pode ser bastante para procederem a uma primeira avaliação da exposi-ção à vibração.

Outras fontes de dados sobre vibrações podem ser con-sultores especializados, associações comerciais, fabri-cantes e organismos públicos. Podem ainda ser encon-trados alguns dados em várias publicações técnicas ou científicas e na Internet. Indicamos em seguida dois sí-tios web europeus com dados normalizados sobre a emissão de vibrações, produzidos pelos fabricantes, juntamente com alguns valores medidos em «condições reais de utilização» para uma série de máquinas:

h t t p ://www.v ib ra t i o n .db . umu . s e/HavSok .aspx?lang=en

http://www.las-bb.de/karla/

O ideal seria utilizar as informações sobre vibrações relativas ao equipamento (marca e modelo) que se pre-tende utilizar. No entanto, se as mesmas não estiverem disponíveis, pode-se também utilizar informações relati-vas a equipamento similar, como ponto de partida, substituindo-as por dados com valores mais precisos quando estes estiverem disponíveis.

Ao escolher informações publicadas sobre as vibra-ções, os factores que é preciso ter em conta ao fazer a escolha são, entre outros, os seguintes:

o tipo de equipamento (por exemplo, empilhador);•

a classe de equipamento (por exemplo, potência •ou tamanho);

a fonte de energia (por exemplo, motor eléctrico ou •de combustão);

quaisquer características antivibráticas (por exem-•plo, sistemas de suspensão, cabina suspensa, as-sentos);

a tarefa para que o equipamento foi utilizado ao •produzir-se a informação sobre as vibrações;

a velocidade a que se operou;•

o tipo de superfície em que foi utilizado.•

Ao utilizar dados publicados sobre as vibrações, é acon-selhável tentar comparar dados de duas ou mais fontes.

2.3.3 Medição da amplitude da vibração

Em muitas situações, não será necessário medir as amplitudes das vibrações. No entanto, é importante saber quando se devem realizar medições.

Neste capítulo analisamos aquilo que é medido, onde se mede as vibrações e de que modo se comunicam as medições.

Os dados do fabricante e as informações provenientes de outras fontes podem dar indicações úteis sobre a exposi-ção do operador da máquina às vibrações. Contudo, a exposição às vibrações transmitidas ao corpo inteiro está muito dependente da qualidade do piso das estradas, das velocidades dos veículos, bem como de outros factores, tais como o modo de operar o veículo. Por conseguinte, pode ser necessário confirmar a avaliação inicial da expo-sição, efectuando medições dos valores de vibração.

Pode-se optar por fazer as medições pelos próprios servi-ços ou recorrer a um consultor especializado. Em qual-quer caso, é importante que quem quer que faça as me-dições tenha suficiente competência e experiência.

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O que é que se mede?

A exposição pessoal às vibrações transmitidas ao corpo inteiro deve ser avaliada usando o método definido na norma internacional ISO 26311:1997, sendo dadas orientações práticas detalhadas sobre a utilização do mé-todo de medição da vibração no local de trabalho na norma EN 14253:2003 (Ed. 1).

O valor eficaz da amplitude da vibração é expresso em termos da aceleração ponderada em frequência no as-sento de um trabalhador sentada ou aos pés de um traba-lhador de pé (ver Anexo B), em metros por segundo ao quadrado (m/s²). O valor eficaz da amplitude da vibra-ção representa a aceleração média durante o período de medição. Para avaliar a exposição utiliza-se o valor efi-caz mais elevado medido segundo os três eixos ortogo-nais (1,4awx, 1,4awy ou awz).

O valor de dose de vibração (ou VDV) proporciona uma medida alternativa da exposição à vibração. O VDV é uma medida que foi desenvolvida para fornecer indica-ções mais precisas dos riscos devidos a vibrações com choques. O VDV é expresso em metros por segundo ele-vados a 1,75 (m/s1,75) e, ao contrário do valor eficaz da amplitude de vibração, o VDV medido é um valor cumula-

tivo, ou seja, aumenta com o tempo de medição. Por conseguinte, no que se refere a toda e qualquer medição de VDV, é importante conhecer o período durante qual o valor foi medido. Para avaliar a exposição utiliza-se o valor eficaz mais elevado medido segundo os três eixos ortogonais (1,4awx, 1,4awy ou awz).

Medição das vibrações

As medições devem ser feitas de modo a obterem-se valo-res de vibração representativos da vibração que ocorre ao longo do período de trabalho do operador. Assim, é importante que as condições operacionais e os períodos de medição sejam seleccionados de modo a obtê-los.

Recomenda-se que, sempre que possível, as medições sejam feitas durante períodos de pelo menos 20 minutos; caso seja necessário fazer medições mais curtas, estas devem ser de pelo menos três minutos e, se possível, ser repetidas para se obter um tempo total de medição total de mais de 20 minutos [consultar a norma EN 14253:2003 (Ed. 1) para mais informações]. É preferí-vel efectuar medições mais longas, de duas horas ou mais (por vezes é possível fazer medições durante a metade ou a totalidade de um dia útil).

Bibliografia suplementar:

Norma EN 14253:2003 (Ed. 1). Mechanical vibration. Measurement and evaluation of occupational exposure to whole-body vibration with reference to health. Practical guidance (Vibrações mecânicas. Medição e cálculo da exposição profissional às vibrações transmitidas ao corpo inteiro no que diz respeito à saúde - Orientações práticas).

CEN/TR Primeiro projecto, Munique (Março de 2005) - Vibrações mecânicas - Directrizes para a avaliação da exposição a vibrações transmitidas ao corpo inteiro em máquinas de terraplenagem. Utilização de dados harmonizados medidos por institutos, organizações e fabricantes internacionais.

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2.4 cáLcULO dAs ExPOsiçõEs diáRiAs às viBRAçõEs

A avaliação da exposição diária a vibrações de-pende tanto da amplitude da vibração como da duração da exposição.

Neste capítulo analisamos a forma como a exposi-ção diária a vibrações é calculada a partir das in-formações sobre a amplitude da vibração e dos tempos de exposição.

No Anexo D apresentam-se algumas ferramentas destinadas a simplificar o cálculo das exposições diárias e gerir os tempos de exposição.

No Anexo E são dados exemplos de cálculos da exposição diária às vibrações e dos VDV.

2.4.1 Avaliação da exposição diária às vibrações A(8) e do VDVPara avaliar a exposição diária às vibrações pode ser utilizada uma das duas medidas apresentadas em segui-da, ou ambas:

a) Exposição diária às vibrações, A(8) ou

b) Valor de dose de vibrações, VDV

Ambas as medidas dependem do valor de vibração me-dido. Para determinar o A(8), também é necessário o tem-po de exposição. Tal como a amplitude da vibração, a exposição diária a vibrações é expressa em i metros por segundo ao quadrado (m/s²).

Se o VDV for medido durante um período de medição inferior a um dia de trabalho completo (como será normal-mente o caso), será necessário extrapolar a medição re-sultante.

No Anexo E são dadas instruções e exemplos de cálculos das A(8) e dos VDV.

2.4.2 Incerteza das avaliações da exposição diáriaA incerteza da avaliação da exposição a vibrações depende de muitos factores (ver norma EN 14253:2003), nomeadamente:

incerteza quanto ao instrumento/calibração;•

precisão dos dados da fonte (por exemplo, dados •do fabricante sobre a emissão);

variação dos operadores das máquinas (por exem-•plo experiência, velocidades ou estilos de condu-ção);

capacidade do trabalhador para reproduzir, duran-•te as medições, o trabalho habitual;

repetibilidade da tarefa laboral•

factores ambientais (por exemplo, chuva, vento, •temperatura);

variações nos sistemas mecânicos e de suspensão •(por exemplo, é necessária manutenção, a máqui-na foi aquecida?).

Quando se mede a amplitude da vibração e o tempo de exposição, as incertezas associadas à avaliação da A(8) e do VDV podem significar que o valor calculado pode variar entre 20% acima e 40% abaixo do valor real. Se o tempo de exposição ou a amplitude da vibra-ção forem apenas estimados — por exemplo, com base nas informações do trabalhador (tempo de exposição) ou do fabricante (amplitude) — então a incerteza na avalia-ção da exposição diária pode ser muito superior.

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A avaliação dos riscos deve permitir a identificação de métodos para o controlo da exposição. Ao avaliar as exposições a vibrações, deve-se pensar nos processos de trabalho que as causam. Compreender as razões pelas quais os trabalhadores estão expostos a vibra-ções ajudará a identificar métodos para reduzi-las ou eliminá-las.

As fases importantes neste processo de gestão são:

identificação das principais fontes de vibração;•

identificação das principais fontes de vibração com •choques;

classificação das mesmas em termos da sua contri-•buição para a exposição;

identificação e avaliação de soluções potenciais em •termos de praticabilidade e custos;

estabelecimento de metas que possam realisticamen-•te ser alcançadas;

definição de prioridades e estabelecimento de um •«programa de acção»;

definição das responsabilidades de gestão e afecta-•ção dos recursos adequados;

implementação do programa;•

monitorização dos progressos;•

avaliação do programa.•

A abordagem a seguir para reduzir os riscos derivados das vibrações transmitidas ao corpo inteiro dependerá de aspectos práticos dos processos de cada empresa e dos níveis correntes de exposição.

Pode também ser necessário adaptar os controlos para os trabalhadores que sejam particularmente vulnerá-veis ao risco, como, por exemplo, os trabalhadores que sejam mais susceptíveis de sofrer de patologias devidas às vibrações e apresentem sinais de estar a

desenvolvê-las mesmo com exposições abaixo do va-lor de acção de exposição.

cAPÍtULO 3 ELiMinAçãO OU REdUçãO dA ExPOsiçãO

Para controlar a exposição é preciso ter uma estratégia que conduza de forma eficaz a uma redução da exposição a vibrações transmitidas ao corpo inteiro.

Neste capítulo analisamos o processo de elaboração de uma estratégia de controlo, incluindo a forma de estabelecer prioridades para as actividades de controlo.

A Directiva-Quadro prevê a seguinte hierarquia para implementar um programa de medidas pre-ventivas:

a) evitar os riscos;

b) avaliar os riscos que não possam ser evita-dos;

c) combater os riscos na fonte;

d) adaptar o trabalho ao homem, especialmente no que se refere à concepção dos postos de trabalho, bem como à escolha dos equipa-mentos de trabalho e dos métodos de trabalho e de produção, tendo em vista, nomeadamen-te, atenuar o trabalho monótono e o trabalho cadenciado e reduzir os efeitos destes sobre a saúde;

e) ter em conta o estádio de evolução da técni-ca;

f) substituir o que é perigosa pelo que é isento de perigo ou menos perigoso;

g) planificar a prevenção com um sistema coe-rente que integre a técnica, a organização do trabalho, as condições de trabalho, as relações sociais e a influência dos factores ambientais no trabalho

h) dar prioridade às medidas de protecção co-lectiva em relação às medidas de protecção individual;

i) dar instruções adequadas aos trabalhado-res.

3.1 ELABORAçãO dE UMA EstRAtégiA dE cOntROLO

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3.2 cOnsULtA E PARticiPAçãO dOs tRABALhAdOREs

A gestão bem sucedida dos riscos assenta no apoio e no envolvimento dos trabalhadores, especialmente dos seus representantes. Os representantes podem constituir um ca-nal eficaz de comunicação com a mão-de-obra e ajudar os trabalhadores a compreenderem e a utilizarem as infor-mações sobre a saúde e a segurança.

As lombalgias podem ser devidas a uma combinação de factores, incluindo a exposição a vibrações transmitidas ao corpo inteiro, pelo que poderão ser necessárias várias soluções diferentes. Algumas soluções podem ser relativa-mente óbvias. Outras soluções exigirão que se altere a forma como o trabalho está organizado. Muitas vezes estas questões só podem ser tratadas eficazmente em con-sulta com representantes dos trabalhadores.

Uma consulta eficaz assenta no seguinte:

partilhar com os trabalhadores as informações perti-•nentes sobre saúde e segurança;

dar aos trabalhadores a oportunidade de exprimirem •as suas opiniões e de contribuírem em tempo oportu-no para a resolução das questões de saúde e segu-rança;

valorizar e levar em conta as opiniões dos trabalha-•dores.

A consulta pode levar a identificar melhores soluções de controlo, que sejam bem aceites pelos trabalhadores. A eficácia das medidas de controlo dependerá dos traba-lhadores. Em função de uma formação e supervisão ade-quadas, os trabalhadores têm o dever de fazer uma utili-zação correcta das máquinas e de cooperar com a entidade patronal para poderem estar certos de que o ambiente e as condições de trabalho são seguros, de modo a que os riscos para a segurança e a saúde sejam minimizados e, se possível, eliminados. O processo de consulta incentiva o envolvimento e a cooperação dos trabalhadores nas medidas de controlo, garantindo assim uma maior probabilidade de os controlos serem levado a cabo com êxito.

3.3 cOntROLO dOs RiscOs

Para controlar a exposição, é necessário evitar ou reduzir a exposição a vibrações transmitidas ao corpo inteiro. Pode também ser viável tomar medidas para reduzir a probabilidade de vir a sofrer lesões, ou de estas se agravarem. Provavelmente um controlo eficaz basear-se-á numa combinação de vários métodos.

Neste capítulo analisamos a engenharia, a gestão e outros métodos que convém ter em conta na procura de soluções de controlo.

3.3.1 Introdução de outros métodos de trabalhoPode ser possível encontrar métodos de trabalho alternati-vos que evitem ou reduzam exposição às vibrações, como o transporte de materiais por correia transportadora em vez da utilização de máquinas móveis. Para estar actuali-zado quanto aos métodos disponíveis, convém consultar regularmente:

a associação comercial correspondente;•

outros contactos na indústria;•

fornecedores de equipamento;•

boletins profissionais.•

3.3.2 Selecção do equipamento

Convém certificar-se de que o equipamento seleccionado ou atribuído é apropriado às tarefas a executar e funciona de modo eficiente. O equipamento inadequado ou de capacidade insuficiente é susceptível de alongar conside-ravelmente o tempo de execução da tarefa e aumentar desnecessariamente a exposição dos trabalhadores às vibrações.

Escolha máquinas com cabinas e comandos de controlo cuja disposição tenha sido concebida para que o opera-dor possa conservar uma postura correcta sem precisar de torcer excessivamente o corpo ou permanecer em pos-turas incómodas.

A selecção de pneus pode ser importante; os pneus ab-sorverão alguns efeitos da irregularidade do piso. Contu-do, os pneus não podem absorver a vibração provocada pelas bossas e buracos maiores e os pneus macios em piso irregular podem amplificar as oscilações verticais dos veículos. Os pneus têm de ser seleccionados para que o veículo se possa adaptar a pisos mais irregulares.

3.3.3 Política de comprasCertifique-se de que os serviços responsáveis seguem uma política quanto à compra de equipamento adequado, que leve em conta as questões de saúde e segurança, nomeadamente: emissão de vibrações, factores ergonó-micos e visão do condutor, bem como os requisitos opera-cionais da empresa.

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Qualquer fornecedor de máquinas para utilização na UE deve cumprir a Directiva «Máquinas» (Directiva 2006/42/CE que revoga a Directiva 98/37/CE). De acordo com esta directiva, a máquina deve ser pro-jectada e fabricada para que os riscos resultantes das vibrações produzidas pela máquina sejam reduzidos ao nível mais baixo tendo em conta o progresso técnico e a disponibilidade de meios de redução das vibra-ções, nomeadamente na sua fonte. Estabelece ainda que o banco deve ser concebido para reduzir as vibra-ções transmitidas ao condutor ao nível mais baixo razo-avelmente possível.

O fornecedor deve fornecer informações relativas a quaisquer riscos apresentados pela máquina, incluindo os relativos à transmissão de vibrações ao corpo inteiro. A informação sobre vibrações deve incluir:

a emissão de vibrações (de acordo com o manual •de instruções);

a incerteza da medida.•

Além disso, o fornecedor poderá prestar assistência ou aconselhamento técnicos sobre:

quaisquer circunstâncias nas quais a máquina pos-•sa transmitir vibrações ao corpo inteiro acima do valor de acção de exposição;

quaisquer circunstâncias nas quais a máquina pos-•sa transmitir vibrações ao corpo inteiro acima do valor-limite de exposição;

qualquer formação especializada (para conduto-•res, pessoal de manutenção, etc.) recomendada para efeitos do controlo da exposição a vibrações transmitidas ao corpo inteiro;

como conservar a máquina em bom estado;•

informação que indique que o banco instalado no •veículo reduz as vibrações transmitidas ao condutor ao nível mais baixo razoavelmente possível;

quaisquer opções que estejam disponíveis e sejam •recomendadas para controlo das vibrações trans-mitidas ao corpo inteiro em utilizações específicas da máquina.

A Directiva «Máquinas» obriga os fabricantes ou fornecedores de máquinas a fornecer, no manual de instruções:

«indicações acerca das vibrações transmitidas pela máquina (…) a todo o corpo»:

•«mais alto valor médio quadrático da aceleração ponderada a que está exposto todo o corpo, se for igual ou superior a 0,5 m/s2. Se esse nível não ultrapassar 0,5 m/s2, o facto deve ser mencionado».

3.3.4 Concepção de tarefas e processosAs tarefas laborais devem ser concebidas de forma a:

manter a exposição às vibrações transmitidas ao •corpo inteiro ao nível mais baixo possível;

reduzir ao mínimo o período diário de exposição a •vibração excessiva;

evitar a exposição a choques violentos e•

fazer com que a postura de trabalho não aumente •os riscos de lombalgias.

Em muitos casos, deslocar-se em pisos difíceis ou irregu-lares é o factor principal da exposição às vibrações. A exposição às vibrações pode ser reduzida e controlada do seguinte modo:

minimizando as distâncias a percorrer;•

limitando a velocidade dos veículos;•

melhorando o piso das estradas (removendo obstá-•culos, tapando buracos, nivelando as superfícies percorridas pelos veículos, etc.);

prevendo um assento suspenso adequado, em fun-•ção do peso do condutor.

É vital adoptar uma boa postura para minimizar os ris-cos de lesão ao conduzir. A postura pode ser melhora-da do seguinte modo:

melhorando a visão dos condutores a partir da ca-•bina (para minimizar a torção das costas e do pes-coço);

reposicionando os comandos da máquina (para •minimizar os estiramentos),

prevendo um assento adaptado a todos os condu-•tores que utilizam o veículo, ao espaço disponível na cabina e à tarefa a executar;

utilizando cintos de segurança para manter o con-•dutor na melhor posição, permitindo-lhe ter as cos-tas apoiadas.

3.3.5 Medidas colectivasNo caso de estarem presentes diversas empresas no mesmo local de trabalho, as várias entidades patronais têm de cooperar na aplicação das medidas no domínio da saúde, segurança e higiene no trabalho. Isto pode significar, por exemplo, a necessidade de assegurar a adequada manutenção de uma estrada, a fim de con-trolar a exposição às vibrações por parte dos trabalha-dores de outra empresa que opere no mesmo local.

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3.3.6 Formação e informação dos trabalhadoresÉ importante fornecer aos operadores e supervisores informação sobre:

as potenciais lesões devidas ao •equipamento

os valores-limite de exposição e va-•lores de acção de exposição;

os resultados da avaliação dos ris-•cos de vibrações e de quaisquer medições das mesmas;

as medidas de controlo que estão a ser usadas •para eliminar ou reduzir riscos devidos as vibra-ções transmitidas ao corpo inteiro;

as práticas de trabalho seguras que minimizem a •exposição a vibrações;

porquê e como detectar e notificar os sinais de le-•são;

as circunstâncias em que os trabalhadores têm di-•reito à vigilância da saúde.

Os trabalhadores devem ser formados em técnicas de condução que minimizem a exposição às vibrações. Devem ser sensibilizados para os efeitos da velocidade de condução e, caso haja limites de velocidade, para os motivos que os justificam.

Caso os veículos estejam equipados com sistemas de suspensão dos assentos, convém explicar aos conduto-res como regulá-los de acordo com o seu peso. Tam-bém é necessário explicar-lhes como regular os demais controlos do assento (posição, altura, inclinação do es-paldar do assento, etc.) a fim de se alcançar a postura mais cómoda.

Condutores e técnicos de manutenção têm de receber for-mação para saberem quando é necessário procederem à manutenção ou substituição das componentes da máquina que afectam a exposição às vibrações e a postura, como ,por exemplo, o sistema de suspensão do assento.

Os trabalhadores devem igualmente ser informados so-bre as consequências das actividades não laborais em matéria de riscos para a saúde. Para reduzir os riscos de vir a sofrer de lombalgias, os trabalhadores devem ser incentivados a manter uma boa condição física, bem como a prevenir os riscos decorrentes de activida-des não laborais, como, por exemplo, utilizar métodos errados para levantar pesos ou permanecer em posturas incorrectas durante longos períodos.

3.3.7 Programação do trabalho Para controlar os riscos das vibrações transmitidas ao corpo inteiro, poder ser necessário limitar o tempo du-rante o qual os trabalhadores estão expostos às vibra-ções de alguns veículos ou máquinas.

3.3.8 Manutenção

A manutenção regular de veículos, reboques e vias de circulação con-tribuirá para reduzir ao mínimo a amplitude das vibrações e os cho-ques, sendo por isso conveniente:

proceder à manutenção do •piso das estradas;

substituir as peças usadas (in •cluindo a suspensão dos assen-tos);

verificar e substituir os amortecedores, rolamentos e •engrenagens defeituosos;

afinar os motores;•

verificar o estado dos pneus e certificar-se de que •estão insuflados às pressões adequadas às condi-ções do piso e da carga;

lubrificar os sistemas de suspensão do assento e •outros sistemas semelhantes.

3.3.9 Suspensão dos assentos

O fornecedor deve fornecer informação sobre os as-sentos adequados para os veículos. Os assentos com suspensão nem sempre são apropriados, mas os fabri-cantes das máquinas devem pôr à disposição assen-tos concebidos para reduzir ao mínimo as vibrações transmitidas ao condutor.

Caso estejam previstos assentos com suspensão, é importante que essa suspensão seja apropriada ao veículo. Uma má selecção dos sistemas de suspen-são dos assentos pode facilmente resultar numa ex-posição às vibrações superior à que se verificaria sem suspensão. Todos os sistemas de suspensão dos assentos amplificam uma determinada gama de fre-quências. Se as frequências dominantes da vibração do veículo se situarem nesta gama de amplificação, a suspensão do assento agrava-rá a exposição do condutor às vibrações. As normas EN ISO 7096:2000 (Ed. 1), EN ISO 5007 e EN 13490:2001 (Ed. 1) apresentam critérios de desempenho, respecti-vamente, para má-quinas de terra-p l e n a g e m , tractores agríco-las com rodas e camiões indus-triais, concebidos para garantir o desempenho ade-quado da suspensão dos assentos.

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O sistema de suspensão deve igualmente ser selec-cionado para que, em condições habituais de utiliza-ção, o assento não seja susceptível de atingir o fim de curso superior ou inferior. Isso provocaria vibra-ções com choque, assim aumentando o risco de lom-balgias.

A suspensão do assento deve ser facilmente acessível e ajustável ao peso e tamanho do operador. A regulação da altura, da posição longitudinal e do espaldar do as-sento são particularmente importantes. A concepção dos estofos dos assentos deve também obedecer aos princí-pios ergonómicos.

Bibliografia suplementar:

CEN/TR CEN/TR 15172-1:2005, Whole-body vibration – Guidelines for vibration hazards reduction – Part 1: Engineering methods by design of machinery (Vibrações transmitidas ao corpo inteiro – Directrizes para a redução de riscos devidos às vibrações – Parte 1: Medidas técnicas na concepção das máquinas).

CEN/TR 15172-2:2005, Whole-body vibration – Guidelines for vibration hazards reduction – Part 2: Management measures at the workplace (Vibrações transmitidas ao corpo inteiro – Directrizes para a redução dos riscos devidos às vibrações – Parte 1: Medidas de gestão no local de trabalho).

Uma vez que a gestão da exposição às vibrações é um processo contínuo, é necessário garantir que os sistemas de controlo estão a ser usados e a dar os resultados esperados.

Neste capítulo analisamos a forma de monitori-zar os controlos das vibrações e o momento de repetir a avaliação dos riscos.

3.4.1 Como saber se os controlos das vibrações transmitidas ao corpo inteiro estão a funcionar?

Será necessário rever periodicamente os controlos das vibrações transmitidas ao corpo inteiro, para garantir que continuam a ser pertinentes e eficazes. É preciso:

verificar regularmente que gestores e trabalhadores •continuam a realizar o programa de controlos intro-duzido;

conversar regularmente com os trabalhadores, com •o pessoal responsável e com os representantes de trabalhadores sobre os eventuais problemas rela-cionados com as vibrações ou com as posturas de-vidos aos veículos ou às máquinas ou ao modo como estão a ser operados;

verificar os resultados da vigilância da saúde e •abordar com o prestatário dos serviços de saúde a questão de saber se os controlos são eficazes ou têm de ser modificados.

3.4.2 Quando preciso de repetir a avaliação dos riscos?

Será necessário reavaliar os riscos derivados da vibra-ção, e a forma de controlá-los, sempre que houver no lo-cal de trabalho alterações que possam afectar o nível de exposição, tais como:

a introdução de máquinas ou processos diferentes;•

alterações no padrão ou nos métodos de trabalho;•

alterações no número de horas trabalhadas com o •equipamento vibratório;

introdução de novas medidas de controlo das vibra-•ções.

Será também necessário reavaliar os riscos, se houver in-dicações (por exemplo, vindas da vigilância da saúde) de que os controlos existentes não são eficazes.

O grau da reavaliação dependerá da natureza das alte-rações e do número de pessoas por elas afectadas. Uma alteração no número de horas ou nos padrões de traba-lho pode exigir um novo cálculo da exposição diária para os trabalhadores afectados, mas não mudará neces-sariamente as amplitudes das vibrações. A introdução de novas máquinas ou veículos pode exigir uma reavaliação total.

É conveniente rever a avaliação dos riscos e das práti-cas de trabalho a intervalos regulares, mesmo que nada tenha mudado de uma forma evidente. Pode, num dado ramo, haver novas tecnologias, concepções de máqui-nas ou formas de trabalhar que permitam reduzir mais os riscos.

3.4 MOnitORizAçãO E REAvALiAçãO dAs viBRAçõEs

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4.1 QUAndO é nEcEssáRiA A vigiLÂnciA dA sAúdE?

Os Estados-Membros devem adoptar disposições para assegurar uma adequada vigilância da saúde dos traba-lhadores nos casos em que os resultados da avaliação das vibrações transmitidas ao corpo inteiro revelem riscos para a saúde dos mesmos. Essas disposições, incluindo os requisitos especificados para os registos clínicos e para a possibilidade de os consultar, devem ser tomadas nos termos da legislação e/ou práticas nacionais.

Nos casos em que a avaliação revele riscos para saúde dos trabalhadores, as entidades patronais devem propor-cionar as medidas adequadas de vigilância da saúde. A vigilância da saúde deve ser prevista para os trabalhado-res que estejam em risco de lesões devidas às vibrações, se:

a exposição dos trabalhadores a vibrações for tal •que permita estabelecer uma relação entre essa ex-posição e uma doença identificável ou efeitos noci-vos para a saúde;

houver probabilidades de que a doença e os efeitos •nocivos resultem das condições de trabalho particula-res do trabalhador, e

houver existam técnicas válidas que permitam detec-•tar a doença ou os efeitos nocivos para a saúde;

em todo o caso, os trabalhadores cuja exposição •diária ultrapasse o valor de acção têm direito a uma vigilância da saúde adequada.

4.2 QUE REgistOs sãO nEcEssáRiOs?Os Estados-Membros devem aprovar disposições para assegurar que seja elaborado e mantido actualizado um registo de saúde para cada trabalhador sujeito a vigilância da saúde. Estes registos contêm um resumo dos resultados dos exames de saúde realizados. Os registos serão mantidos numa forma adequada a permi-tir uma consulta posterior, tendo em conta a sua confi-dencialidade.

Serão fornecidas cópias dos registos adequados à au-toridade competente, a seu pedido. O trabalhador deve, a seu pedido, ter acesso ao registo de saúde que lhe diga pessoalmente respeito.

4.3 QUE fAzER sE fOR idEntificAdA UMA LEsãO?Se os resultados da vigilância da saúde revelarem que um trabalhador sofre de uma doença ou de uma afec-ção identificáveis que sejam consideradas, por um mé-dico ou um profissional de cuidados de saúde no traba-lho, como resultantes da exposição a vibrações mecânicas no trabalho:

Informações para o trabalhador

O trabalhador deve ser informado, pelo médico ou por outra pessoa devidamente qualificada, do resultado que lhe diga pessoalmente respeito. Em particular, os trabalhadores devem ser informados e aconselhados

cAPÍtULO 4 vigiLÂnciA dA sAúdE

A vigilância da saúde diz respeito à aplicação de procedimentos sistemáticos, regulares e adequados de despistagem de doenças profissionais, bem como à adopção de medidas em função dos resultados. Os objectivos são, antes de mais, proteger a saúde dos trabalhadores (nomeadamente pela identificação e protecção dos trabalhadores mais vulneráveis), mas também verificar a eficácia a longo prazo das medidas de controlo.

A vigilância da saúde é claramente uma competência dos Estados-Membros e, além disso, há diferenças nas práticas nesta matéria na União Europeia. Não é intenção do presente guia fornecer orientações definitivas a este respeito. Neste capítulo reafirmamos os requisitos em matéria de vigilância da saúde previstos na Directiva «Vibrações» revemos algumas das técnicas de avaliação disponíveis.

Algumas técnicas de vigilância da saúde respeitantes às lesões provocadas pelas vibrações transmitidas ao corpo inteiro são descritas no Anexo F.

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sobre a eventual vigilância da saúde a que devam sub-meter-se após o final da exposição.

Informações para a entidade patronal

A entidade patronal deve ser informada de quaisquer da-dos significativos obtidos no âmbito da vigilância da saú-de, tendo em conta o necessário segredo médico;

Acções da entidade patronal

Rever a avaliação dos riscos derivados de vibra-•ções.

Rever as medidas previstas para eliminar ou reduzir •os riscos devidos à exposição a vibrações transmiti-das ao corpo inteiro.

Ter em conta o parecer do profissional de cuidados •de saúde no trabalho ou de outra pessoa devida-mente qualificada ou da autoridade competente ao aplicar quaisquer medidas consideradas necessá-rias para eliminar ou reduzir os riscos devidos à exposição a vibrações transmitidas ao corpo intei-ro, incluindo a possibilidade de afectar o trabalha-dor em causa a uma função alternativa na qual não haja riscos de mais exposição, e

Prever uma vigilância contínua da saúde e provi-•denciar no sentido de um exame do estado de saúde de todos os outros trabalhadores que te-nham tido uma exposição similar. Nestes casos, o médico, o profissional de cuidados de saúde no trabalho ou a autoridade competente podem pro-por que os trabalhadores expostas sejam sujeitos a um exame médico.

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Quadro 1 Resumo das responsabilidades definidas na Directiva 2002/44/CE

Artigo da Directiva

Quem Quando Requisito

Artigo 4 Entidade patronal

Risco potencial de vibrações transmitidas ao corpo inteiro

Determinação e avaliação dos riscos:3 Recorrer a pessoas ou serviços competentes para avaliar o

risco de transmissão de vibrações ao corpo inteiro.3 Dispor de uma avaliação dos riscos.3 Identificar as medidas a tomar para o controlo da exposição

dos trabalhadores, bem como para a informação e formação dos mesmos.

3 Manter actualizada a avaliação dos riscos.Artigo 5 Entidade

patronalRiscos devidos à vibração

Eliminação ou redução da exposição:3 Tomar medidas de carácter geral para eliminar os riscos ou

para reduzi los ao mínimoExposições acima do valor de acção de exposição

3 Estabelecer e implementar um programa de medidas destinadas a eliminar ou reduzir ao mínimo a exposição a vibrações transmitidas ao corpo inteiro

Exposições acima do valor-limite de exposição

3 Tomar medidas imediatas para prevenir a exposição acima do valor-limite

3 Apurar as razões pelas quais o valor limite de exposição foi ultrapassado

Trabalhadores em situações particulares de risco

3 Adaptar-se às necessidades dos trabalhadores em situações particulares de risco

Artigo 6 Entidade patronal

Trabalhadores sujeitos ao risco devido a vibrações transmitidas ao corpo inteiro

Informação e formação dos trabalhadores:3 Para todos os trabalhadores expostos riscos de vibrações

transmitidas ao corpo inteiro.

Artigo 7 Entidade patronal

Trabalhadores sujeitos ao risco devido a vibrações transmitidas ao corpo inteiro

Consulta e participação dos trabalhadores:3 Consultar, de uma forma equilibrada e em tempo útil, os

trabalhadores e os seus representantes sobre a avaliação dos riscos, as medidas de controlo, a vigilância da saúde e a formação.

Artigo 8 Médico ou outra pessoa devidamente qualificada

Em caso de doença

Vigilância da saúde:3 Informar o trabalhador dos resultados da vigilância da

saúde3 Dar informações e recomendações ao trabalhador sobre

quaisquer exames de saúde a que deva submeter-se após o final da exposição.

3 Apresentar à entidade patronal os resultados mais significativos das medidas de vigilância da saúde

Entidade patronal

Em caso de doença

3 Rever a avaliação dos riscos3 Prosseguir com a eliminação ou redução dos riscos3 Reexaminar o estado de saúde dos trabalhadores que

tenham estado expostos de forma semelhante.Entidade patronal

Exposições acima do valor de acção de exposição

3 Os trabalhadores têm direito a uma adequada vigilância da saúde

AnExO A Resumo das responsabilidades definidas na Directiva 2002/44/CE

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AnExO B O que é uma vibração?

B.1 WhAt is viBRAçãO?Há vibrações quando um corpo se move para a frente e para trás devido a forças externas e inter-nas (ver Figura B.1). No caso das vibrações transmitidas ao corpo inteiro, aquilo que vibra pode ser o assento de um veícu-lo ou a plataforma na qual um trabalhador está de pé, sendo esse movimento transmitido no corpo do condutor.

B.2 O QUE sE MEdE?Uma vibração define-se pela sua amplitude e frequência. O valor de vibração pode ser expresso pela deslocação de vibração (em metros), velocidade de vibração (em me-tros por segundo) ou aceleração de vibração (em metros por segundo por segundo ou m/s²). Não obstante, a maioria dos transdutores de vibração produz uma resulta-do relacionado com a aceleração (o resultado está de-pendente da força que actua numa massa fixa no transdu-tor e, para uma massa fixa, força e aceleração estão directamente relacionadas); assim, utiliza-se tradicional-mente a aceleração para descrever a vibração.

O transdutor de vibração mede a aceleração numa única direcção, pelo que para se obter uma ideia mais comple-ta da vibração numa superfície, são necessários três trans-dutores: um em cada eixo tal como ilustrado na Figura B.2.

B.3 O QUE é A fREQUênciA E A POndERAçãO EM fREQUênciA?A frequência é o número de vezes por segundo que o corpo vibratório se desloca para trás e para a frente. Ex-prime-se por em ciclos por segundo, habitualmente mais conhecidos por hertz (cuja abreviatura é Hz).

Para as vibrações transmitidas ao corpo inteiro, as fre-quências consideradas como importantes variam entre 0,5Hz e 80Hz. No entanto, como o risco de lesão não é igual em todas as frequências, usa-se a ponderação em frequência para representar a probabilidade de lesão re-sultante das diferentes frequências. Consequentemente, a aceleração ponderada diminui quando a frequência au-menta. Para a vibração transmitida ao corpo inteiro, são utilizadas duas ponderações em frequência distintas. Uma delas (ponderação Wd) aplica-se aos dois eixos laterais x e y e a outra (ponderação Wk) aplica-se ao eixo z relativo às vibrações verticais.

Ao considerar os riscos para saúde devidos a vibrações transmitidas ao corpo inteiro, é necessário aplicar um fac-tor multiplicador adicional aos valores de vibração pon-derados em frequência. Para os dois eixos horizontais (x e y) os valores de aceleração são multiplicados pelo fac-tor 1,4. Para o eixo vertical (z), os valores de aceleração são multiplicados pelo factor 1,0.

B.4 QUE PARÂMEtROs dA viBRAçãO sãO UsAdOs PARA A AvALiAçãO dA ExPOsi çãO?A Directiva «Vibrações» autoriza dois métodos de avalia-ção da vibração:

a exposição diária, A(8 ) – correspondendo à acele-•ração equivalente contínua, para um período de oito horas, o valor A(8) baseia-se na aceleração eficaz ponderada, sendo expresso em m/s²; e

o valor de dose de vibração (VDV), que corresponde •a uma dose cumulativa, baseada na quarta raiz do sinal de aceleração, sendo expresso em m/s1,75.

Ambos os parâmetros A(8) e VDV são definidos na norma ISO 2631-1:1997.

A Figura B.3 mostra alguns exemplos de amplitudes de vibração para máquinas e veículos comuns.

B.5 QUE instRUMEntOs dEvEM sER UtiLizAdOs?Os instrumentos de medição das vibrações transmitidas ao corpo inteiro devem cumprir as especificações da nor-ma EN ISO 8041:2005 (Ed. 1). Figura B.2 Eixos de medição da vibração

Figura B.1 Vibração transmitida ao corpo inteiro

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figURA B.3 ExEMPLOs dE AMPLitUdEs dE viBRAçãO PARA MáQUinAs cOMUns

Exemplos de medições de vibrações no local de trabalho relativas aos valores mais elevadosdas vibrações axiais, efectuadas pelo INRS (em colaboração com a CRAM e a Prevencem) e o

HSL and RMS Vibration Test Laboratory entre 1997 e 2005. Estes dados são fornecidos apenas atítulo de ilustração e podem não ser representativos da utilização das máquinas em todas ascircunstâncias.Os percentis 25 e 75 indicam a amplitude da vibração que é igual ou superior a 25% ou 75% dos casos.

0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 1,2 1,4 1,6 1,8 2

Exemplos

25. e 75. percentis

Retroescavadoracarregadora c/rodas

Cilindro -compactador c/rolo

Cilindro -compactador c/duplo rolo

Tractor de rastos

Camião com caixabasculante

Camião articulado

Escavadora derodas

Escavadora<25t

Escavadora>25t

Tractor agrícola

Pavimentadora deasfalto/espalhadora

Grua florestal

Segadeira florestal

Empilhador decontrapeso

Empilhador - orderpicker

Empilhador rectráctil

NiveladoraPorta-paletes

c/plataforma para ooperador

Porta-paleteselevadores

c/plataforma para o

Gadanha

Tractor rebocador

Pá carregadora derodas

Aceleração (m/s²)

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Bibliografia suplementar:

ISO 2631-1:1997 Mechanical vibration and shock – Evaluation of human exposure to whole-body vibration – Part 1: General requirements (Vibrações mecânicas e choques - Avaliação da exposição pessoal às vibrações transmitidas ao corpo inteiro - Parte 1: Prescrições gerais)

EN 14253:2003 Mechanical vibration — Measurement and calculation of occupational exposure to whole-body vibration with reference to health — Practical guidance (Vibrações mecânicas. Medição e cálculo da exposição profissional às vibrações transmitidas ao corpo inteiro no que diz respeito à saúde - Orientações práticas).

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AnExO c Riscos para a saúde, sinais e sintomas

c.1 EfEitOs dAs viBRAçõEs tRAnsMitidAs AO cORPO intEiRO

A transmissão das vibrações ao corpo depende da postu-ra. Os efeitos das vibrações são por conseguinte comple-xos. A exposição a vibrações transmitidas ao corpo intei-ro dá origem a movimentos e forças no corpo humano susceptíveis de:

causar desconforto;•

afectar negativamente o rendimento;•

agravar lombalgias preexistentes e•

apresentar riscos em matéria de saúde e segurança.•

As vibrações de baixa frequência do corpo podem provo-car enjoo.

Segundo estudos epidemiológicos sobre a exposição pro-longada às vibrações transmitidas ao corpo inteiro, os riscos para a saúde são elevados, principalmente no que respeita à coluna lombar, mas também ao pescoço e aos ombros. Alguns estudos relataram ainda que as vibrações afectam o sistema digestivo, o aparelho reprodutor femini-no e o sistema venoso periférico.

c.2 LOMBALgiAs E PAtOLOgiAs dAs cOstAs, dOs OMBROs E dO PEscOçO

Os resultados dos estudos epidemiológicos mostram uma taxa de prevalência mais elevada das lombalgias, da hérnia discal e da espondilose nos grupos ex-postos a vibrações transmitidas ao corpo inteiro. Estima-se que uma maior duração e intensidade da exposição às vibrações aumentam o risco, ao passo que os períodos de repouso o dimi-nuem. Muitos condutores queixam-se também de problemas nos ombros e no pescoço, em-bora os estudos epidemiológicos sejam incon-clusivos a este respeito.

As lombalgias e as patologias das costas, dos ombros ou do pescoço não são específicas da exposição às vibrações. Há muitos factores sus-ceptíveis de induzir confusão tais como a postura de trabalho, as características antropométricas, o tónus muscular, a carga de trabalho físico e a sus-ceptibilidade individual (idade, antecedentes, for-ça muscular, etc.).

A condução de máquinas móveis não implica apenas a exposição a vibração transmitidas ao corpo inteiro, mas também a diversos outros factores de tensão para as cos-tas, os ombros ou o pescoço. Os mais importantes são:

estar sentado durante longos períodos em posturas •forçadas;

estar sentado durante longos períodos em posturas •inadequadas;

torção frequente da coluna vertebral;•

necessidade de adoptar posturas com a cabeça vira-•da ou inclinada;

Levantamento e manipulação frequentes de materiais •(condutores de camiões de entrega de mercado-rias),

traumatismos;•

movimentos bruscos;•

condições climatéricas adversas e•

stress.•

Em alguns países e em certas condições, as lombalgias que atingem os trabalhadores expostos a vibrações trans-mitidas ao corpo inteiro são consideradas uma doença profissional.

c.3 OUtRAs PAtOLOgiAs

Permanece em aberto a questão de saber se a ex-posição a vibrações transmitidas ao corpo inteiro pode provocar patologias do aparelho digestivo ou

circulatório ou ter efeitos adversos no aparelho repro-dutor. Em alguns casos foi observada um aumento da

prevalência das queixas gastrointestinais, úlceras pépti-cas e gastrites em condutores dos veículos que vibram. As vibrações transmitidas ao corpo inteiro parecem ser um factor que, combinado com a postura sentada pro-longada dos condutores contribui para a ocorrência de veias varicosas e de hemorróidas. Alguns estudos assi-nalaram efeitos no aparelho digestivo, nos órgãos do aparelho reprodutor feminino e no sistema venoso periférico. Um estudo revelou uma taxa de morte neo-natal superior à esperada nos bebés dados à luz por mulheres expostas a vibrações no sector dos transportes.

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d.1 fERRAMEntAs BAsEAdAs nA intERnEt

Para simplificar o processo de cálculo da exposição diá-ria a vibrações, estão disponíveis algumas calculadoras baseadas na Internet, como, por exemplo:

www.hse.gov.uk/vibration/wbv/wholebodycalc.htm

www.dguv.de/bgia/de/pra/softwa/kennwertrechner/index.jsp

d.2 gRáficO dA ExPOsiçãO diáRiA

O gráfico da Figura D.1 fornece um método alternativo simples para procurar as exposições diárias ou exposi-ções parciais a vibrações sem necessidade de uma calcu-ladora.

Basta procurar no gráfico sobre uma linha A(8) o ponto em que a linha da amplitude de vibração (kaw)max intersec-ta a linha do tempo de exposição, ou o ponto da linha A(8) imediatamente acima dessa intersecção (o factor k é 1,4 para os eixos x e y ou 1,0 para eixo z, ou seja, o eixo vertical).

A área verde da Figura D1indica exposições provavel-mente abaixo do valor de acção de exposição. Estas ex-posições não devem ser assumidas como «seguras». Pode

haver um risco de lesão por transmissão de vibrações ao corpo inteiro para exposições abaixo do valor de acção de exposição, pelo que algumas exposições incluídas na área verde podem causar lesões provocadas por vibra-ções a alguns trabalhadores, especialmente após muitos anos de exposição.

d.3 nOMOgRAMA dA ExPOsiçãO diáRiA

O nomograma da Figura D.2 fornece um método alterna-tivo simples para obter exposições diárias às vibrações sem usar as equações.

a) Na linha da esquerda procurar o ponto corresponden-te à amplitude da vibração (utilizar a escala do lado esquerdo para os valores dos eixos x e y; a escala do lado direito para os valores do eixo z).

b) Traçar uma linha que vá desde um ponto na escala do lado esquerdo (que representa a amplitude da vibra-ção) até um ponto na escala do lado direito (que re-presenta o tempo de exposição).

Fazer a leitura das exposições parciais no ponto em que as linhas se cruzam com a escala central.

AnExO d Ferramentas para calcular as exposições diárias

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figURA d.1 gRáficO dA ExPOsiçãO diáRiA

Tempo de exposição (hh:mm)

0:00

0:30

1:00

1:30

2:00

2:30

3:00

3:30

4:00

4:30

5:00

5:30

6:00

6:30

7:00

7:30

8:00

8:30

9:00

9:30

10:0

0

0

0,2

0,4

0,6

0,8

1

1,2

1,4

1,6

1,8

2

2,2

2,4

2,6

2,8

3

3,2

3,4

3,6

3,8

4

A(8)=2,0m/s2

A(8)=1,8m/s2

A(8)=1,6m/s2

A(8)=1,4m/s2

A(8)=1,2m/s2

A(8)=1,0m/s2

A(8)=0,8m/s2

A(8)=0,6m/s2

A(8)=0,4m/s2

A(8)=0,2m/s2

A(8)=1,15m/s2

A(8)=0,5m/s2

Exemplo:1,2m/s2 por 4 horas 30 min da A(8)=0,9m/s2

(ka w

) max

(m/s

2 )

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figURA d.2 nOMOgRAMA PARA Os vALOREs dE A(8)

0,4

4

3

0,3

0,2

0,15

0,1

2

1,0

0,8

0,6

6

0,5

5

1,5

4

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2

1,5

1,0

0,8

0,6

0,5

0,4

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0,1

8

6

5

4

0,4

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0,2

1,0

0,1

0,8

8

10

0,6

1,00,8

0,60,5

6

1,5

4

5

3

2

8

10

6

1,5

0,15

A a Ti (8) =

8 horashv

Exposição avibrações parciais

Ai(8)(m/s2)

Aceleraçãoponderada

aw (m/s2)

Tempo deexposição

diáriaT

Valor-limite de exposição 1,15 m/s²

Valor-limite de exposição 0,5 m/s² Minutos

40

60

10080

30

20

15

8

654

3

2

1

10H

oras

Usar estaescala para

os eixosx- y-

Usar estaescala para

o eixo z

Instruções:

Para cada exposição t raçar uma l inha entre a aceleraçãoo ponderada e o tempo de exposição. Ler a exposição a vibrações A(8); ou os pontos de exposição n,; no ponto em que a linha cruza a escala central. Escrever os valores no quadro respectivo abaixo.

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d.4 sistEMA dE POntOs dE ExPOsiçãO

A gestão da exposição a vibrações transmitidas ao corpo inteiro pode ser simplificada usando-se um sistema de «pontos» de exposição. Para qualquer veículo ou máqui-na em funcionamento, o número de pontos de exposição acumulados numa hora (PE,1h em pontos por hora) pode ser obtido a partir da amplitude da vibração aw em m/s² e do factor k (1,4 para os eixos x e y ou 1,0 para o eixo z) utilizando:

PE,1h = 50(kaw)2

Os pontos de exposição são simplesmente adicionados, pelo que se pode fixar um número máximo de pontos de exposição para qualquer trabalhador durante um dia.

Os resultados da exposição correspondentes aos valores de acção e aos valores-limites da exposição são:

valor de acção de exposição (0,5 m/s²) = 100 pon-•tos;

Valor-limite de exposição (1,15 m/s²) = 529 pon-•tos.

Em geral, o número de pontos de exposição, PE, é definido por:

em que aw é a amplitude da vibração em m/s², T é o tempo de exposição em horas e k é o factor multiplicador de 1,4 para os eixos x e y ou de 1,0 para o eixo z.

Em alternativa, a Figure D.3 indica um método simples para achar os pontos de exposição.

A exposição diária A(8) pode ser calculada a partir do ponto de exposição, usando:

figURA d.3 QUAdRO dOs POntOs dE ExPOsiçãO (vALOREs ARREdOndAdOs)

Ace

lera

ção

x k

(m/s

²)

2 50 100 200 400 600 800 1000 1200 1600 2000 2400

1,9 45 90 180 360 540 720 905 1100 1450 1800 2150

1,8 41 81 160 325 485 650 810 970 1300 1600 1950

1,7 36 72 145 290 435 580 725 865 1150 1450 1750

1,6 32 64 130 255 385 510 640 770 1000 1300 1550

1,5 28 56 115 225 340 450 565 675 900 1150 1350

1,4 25 49 98 195 295 390 490 590 785 980 1200

1,3 21 42 85 170 255 340 425 505 675 845 1000

1,2 18 36 72 145 215 290 360 430 575 720 865

1,1 15 30 61 120 180 240 305 365 485 605 725

1 13 25 50 100 150 200 250 300 400 500 600

0,9 10 20 41 81 120 160 205 245 325 405 485

0,8 8 16 32 64 96 130 160 190 255 320 385

0,7 6 12 25 49 74 98 125 145 195 245 295

0,6 5 9 18 36 54 72 90 110 145 180 215

0,5 3 6 13 25 38 50 63 75 100 125 150

0,4 2 4 8 16 24 32 40 48 64 80 96

0,3 1 2 5 9 14 18 23 27 36 45 54

0,2 1 1 2 4 6 8 10 12 16 20 24

15m 30m 1h 2h 3h 4h 5h 6h 8h 10h 12h

Tempo de exposição diária

8 horas

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Passo 1: Determinar os três valores eficazes das acelera ções ponderadas em frequência awx, awy e awz, com base nos dados do fabricante, de outras fontes ou de medição.

Passo 2: Achar as exposições diárias nas três direcções, x, y e z aplicando as fórmulas:

exp

exp

exp

em que

3 Texp é a duração diária da exposição à vi bração e

3 T0 é o período de referência de oito horas.

Passo 3: O valor mais elevado de Ax(8), Ay(8) og Az(8) corresponde à exposição diária à vibração.

AnExO E Exemplos de exposição diária

E.1 ExPOsiçãO diáRiA: A(8), nO cAsO dE UMA únicA tAREfA

Exemplo

Um condutor conduz uma segadeira

florestal durante 6½ horas por dia.

Passo 1: Os valores da vibração no assento são:

• Eixo x: 0,2 m/s²

• Eixo y: 0,4 m/s²

• Eixo z: 0,25 m/s²

Passo 2: Logo, os VDV nos eixos x, y e z são:

Passo 3: A exposição diária A(8) equivale ao mais elevado destes valores. Neste caso, trata-se do eixo y: 0,5m/s² (ou seja, o valor de acção de exposição)

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Se um trabalhador estiver exposto a mais de uma fonte de vibrações (porque, por exemplo, utiliza duas ou mais má-quinas distintas ou executa actividades diferentes durante o dia), calculam-se as exposições parciais a vibrações a partir da amplitude e da duração relativas a cada um dos eixos e a cada exposição. Os valores das vibrações par-ciais são combinados de forma a darem o valor total da exposição diária, A(8), para esse trabalhador e para cada um dos eixos. Neste caso, a exposição diária às vibrações corresponde ao mais elevado dos valores obti-dos nos três eixos.

Passo 1: Determinar os três valores eficazes das acele-rações ponderadas em frequência awx, awy og awz para cada tarefa ou veículo, com base nos dados do fabricante, de outras fontes ou das medições.

Passo 2: Para cada veículo ou tarefa, achar as exposi-ções diárias parciais nas três direcções, x, y e z, utilizando:

exp

exp

exp

em que

3 Texp é a duração diária da exposição às vibrações e

3 T0 é o período de referência de oito horas.

Cada exposição parcial a vibrações representa o contri-buto de uma fonte particular de vibração (máquina ou actividade) para o total da exposição diária do trabalha-dor. O conhecimento dos valores das exposições parciais ajuda a decidir quanto às prioridades: as máquinas ou actividades com maiores valores de exposição parcial a vibrações são os que devem ter prioridade nas medidas de controlo.

Passo 3: Para cada eixo (j), a exposição diária total a vibrações pode ser calculada a partir dos valo-res da exposição parcial a vibrações, usando a fórmula:

Aj8) = Aj1(8)2 + Aj2(8)2 + Aj3(8)2 + …

em que Aj1(8), Aj2(8), Aj3(8) etc. são os valores da exposi-ção parcial a vibrações relativos às diferentes fontes de vibrações.

Passo 4: A exposição diária à vibração equivale ao va-lor mais elevado de Ax(8), Ay(8) og Az(8) er dagseksponeringen.

Exemplo

Um condutor gasta por dia 1 hora a carregar um camião de mercadorias com uma pequena empilhadora e, de seguida, 6 horas ao volante.

Passo 1: Os valores da vibração no assento são:

Empilhadora Camião

3 eixo x: 0,5 m/s²

3 eixo y: 0,3 m/s²

3 eixo z: 0,9 m/s²

3 x-aksen: 0,2 m/s²

3 y-aksen: 0,3 m/s²

3 z-aksen: 0,3 m/s²

Passo 2: Logo, as exposições diárias nos eixos x, ye z são:

Empilhadora

Camião

Ax, Empilhadora

Ay, Empilhadora

Az, Empilhadora

Ax, camião

Ay, camião

Az, camião

Passo 3: A exposição diária às vibrações, para cada eixo, é:

Passo 4: A exposição diária do condutor a vibrações transmitidas ao corpo inteiro A(8) equivale ao mais elevado dos valores obtidos. Neste caso, trata-se dos eixos y ou z: 0,4 m/s2, ou seja ligeiramente abaixo do valor de acção de exposição.

E.2 ExPOsiçãO diáRiA: A(8), nO cAsO dE hAvER MAis dE UMA tAREfA

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Passo 1: Determinar os três VDV, VDVx, VDVy and VDVz.ponderados em frequência (Nota – A comunica-ção dos VDV está menos divulgada do que a dos valores eficazes, não tendo os fabricantes a obrigação de o fazer, pelo que é mais provável que os VDV provenham de medições e não de publicações).

Passo 2: Achar as exposições diárias nas três direcções, x, y e z aplicando as fórmulas:

em que:

3 Tmeas é o período de medição, e

3 Texp é a duração diária de exposição às vi-brações.

Passo 3: O VDV diário equivale ao valor mais elevado de VDVexp,x, VDVexp,y og VDVexp,z.

E.3 ExPOsiçãO diáRiA: vdv, nO cAsO dE UMA únicA tAREfA

Exemplo

Um condutor conduz uma segadeira florestal durante 6½ horas por dia.

Passo 1: Os VDV medidos no assento durante um período de medição de 2 horas são:

3 Eixo x: 3 m/s1,75

3 Eixo y: 5 m/s1,75

3 Eixo z: 4 m/s1,75

Passo 2: Achar as exposições diárias nas três direcções, x, y e z aplicando as fórmulas:

Passo 3: O VDV diário é o mais elevado destes valores. Neste caso, trata-se do eixo y: 9,4 m/s1,75, ou seja, ligeiramente acima do VDV correspondente ao valor de acção de exposição.

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Se uma pessoa estiver exposta a mais de uma fonte de vibrações (porque, por exemplo, utiliza duas ou mais má-quinas distintas ou executa actividades diferentes durante o dia), calculam-se as exposições parciais a vibrações a partir da amplitude e da duração relativas a cada um dos eixos e para cada uma das exposições. Os VDV parciais são combinados de forma a darem o VDV total diário, para esse trabalhador pessoa e para cada um dos eixos. O VDV diário corresponde então ao mais elevado dos valores obtidos em cada um dos três eixos.

Passo 1: Determinar os três VDV, VDVx, VDVy e. VDVz.pon-derados em frequência para cada tarefa ou veí-culo

Passo 2: Determinar os VDV parciais nas três direcções, x, y e z aplicando as fórmulas:

em que:

3 Tmeas é o período de medição, e

3 Texp é a duração diária de exposição às vibrações.

Passo 3: Para cada eixo (j), o VDV diário total pode ser calculado a partir dos valores da exposição par-cial a vibrações, usando a fórmula:

VDVj = ( VDVj14 + VDVj2

4 + VDVj34 + K )1/4

em que VDVj1, VDVj2, VDVj3 etc. são os valores da expo-sição parcial a vibrações relativos às diferentes fontes de vibração.

Passo 4: O VDV diário equivale ao valor mais elevado de VDVx, VDVy and VDVz

Exemplo

Um condutor gasta por dia 1 hora a carregar um camião de mercadorias com uma pequena empilhadora e, de seguida, 6 horas ao volante.

Passo 1: Os valores da vibração no assento, medidos por um período de 1 hora na empilhadora e de 6 horas no camião, são:

Empilhadora Camião

3 Eixo x: 6 m/s1,75

3 Eixo y: 4 m/s1,75

3 Eixo z: 12 m/s1,75

3 Eixo x: 4 m/s1,75

3 Eixo y: 5 m/s1,75

3 Eixo z: 6 m/s1,75

Passo 2: Logo, os VDV parciais para os eixos x, y e z são:

Empilhadora

Camião

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camião

camião

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Passo 3: A exposição diária a vibrações, para cada eixo é:

VDVx = ( 84 + 64)1/4 = 9 m/s1,75

VDVy = ( 64 + 84)1/4 = 9 m/s1,75

VDVz = ( 124 + 74)1/4 = 12 m/s1,75

Passo 4: A exposição diária do condutor a vibra-ções transmitidas ao corpo inteiro equiva-le ao mais elevado dos valores obtidos. Neste caso, trata-se do valor para o eixo z: 12 m/s1,75, ou seja, entre o VDV do valor de acção de exposição e o VDV do valor-limite de exposição.

E.4 ExPOsiçãO diáRiA: vdv, nO cAsO dE hAvER MAis dE UMA tAREfA

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Caso se disponha dos valores da aceleração em m/s²:

Passo 1: Determinar os valores em pontos para cada tare-fa ou veículo, usando a Figura D.3 para procu-rar os pontos de exposição com base no valor da aceleração, no factor k e no tempo de expo-sição.

Passo 2: Para cada eixo, somar os pontos para se obter o total de pontos diários por eixo.

Passo 3: O mais elevado dos valores dos três eixos é a exposição diária a vibrações, em pontos.

Exemplo

Um condutor gasta por dia 1 hora a carregar um camião de mercadorias com uma pequena empilhadora e, de seguida, 6 horas ao volante.

Passo 1: As exposições diárias nos eixos x, y e z são:

Empilhadora

3 Eixo x: 0,5 x 1,4 = 0,7

3 Eixo y: 0,3 x 1,4 = 0,42

3 Eixo z: 0,9Pontos após uma hora de trabalho (ver Figura D.3)3 0,7 m/s² i 1 hora = 25 pontos

3 0,5* m/s² i 1 hora = 13 pontos

3 0,9 m/s² i 1 hora = 41 pontos

* 0,42 m/s² não está representado na Figura D.3 e, por isso, usa-se o valor superior mais próximo 0,5 m/s².

Camião de mercadorias

3 Eixo x: 0,2 x 1,4 = 0,28

3 Eixo y: 0,3 x 1,4 = 0,42

3 Eixo z: 0,3Pontos após 6 horas de trabalho (ver Figura D.3)3 0,3* m/s² i 6 horas = 27 pontos

3 0,5* m/s² i 6 horas = 75 pontos

3 0,3 m/s² i 6 horas = 27 pontos

* Os valores exactos das vibrações não estão indicados na Figura D.3, e, por isso, usam- se os valores imediatamente superiores.

Passo 2: Os pontos relativos à exposição diária a vibrações, para cada eixo, são:

Eixo x = 25 + 27 = 52 pontos Eixo y = 13 + 75 = 88 pontos Eixo z = 41 + 27 = 68 pontos

Passo 3: A exposição diária do condutor a vibrações transmitidas ao corpo inteiro equivale ao mais elevado dos valores obtidos em pontos. Neste caso, trata-se do valor para o eixo y: 88 pontos, ou seja, abaixo do valor de acção de exposição, que é de 100 pontos.

Caso se disponha de dados sobre os pontos por hora:

Passo 1: Determinar os valores em pontos por hora para cada tarefa ou veículo, a partir dos dados do fabricante, de outras fontes ou por medição.

Passo 2: Para cada veículo ou tarefa, determinar os pon-tos diários, multiplicando o número de pontos por hora pelo número de horas de utilização da máquina.

Passo 3: Para cada eixo, somar os pontos por máquina para obter o total de pontos diários por eixo.

Passo 4: O mais elevado dos valores dos três eixos é a exposição diária a vibrações, em pontos.

Exemplo

Um condutor gasta por dia 1 hora a carregar um camião de mercadorias com uma pequena empilhadora e, de seguida, 6 horas ao volante.

Passo 1: Os valores dos pontos por hora no assento são:

Empilhadora Camião

3 Eixo x: 25

3 Eixo y: 9

3 Eixo z: 41

3 Eixo x: 4

3 Eixo y: 9

3 Eixo z: 5

Notas:

3 Os factores k factors estão incluidos nos valores dos pontos por hora (ver Anexo D.4).3 Os valores dos pontos por hora foram arredondados ao número inteiro mais próximo.

E.5 ExPOsiçãO diáRiA: A(8), UsAndO O sistEMA dE POntOs dE ExPOsiçãO (Nota: Trata-se do mesmo exemplo que no Anexo E.2, usando o método dos pontos de exposição.)

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Passo 2: Logo, os pontos de exposição diária para os eixos x, y e z são:

Empilhadora (1 horas de trabalho)

Camião (6 horas de trabalho)

3Eixo x: 25 x 1 = 25

3 Eixo y: 9 x 1 = 9

3 Eixo z: 41 x 1 = 41

3 Eixo x: 4 x 6 = 24

3 Eixo y: 9 x 6 = 54

3Eixo z: 5 x 6 = 30

Passo 3: Os pontos relativos à exposição diária a vibrações, para cada eixo, são:

Eixo x = 25 + 24 = 49 pontos

Eixo y = 9 + 54 = 63 pontos

Eixo z = 41 + 30 = 71 pontos

Passo 4: A exposição diária do condutor a vi-brações transmitidas ao corpo inteiro equivale ao mais elevado dos valores obtidos. Neste caso, trata-se do valor para o eixo z: 71 pontos, ou seja, abai-xo do valor de acção de exposição, que é de 100 pontos.

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A vigilância da saúde pode consistir numa avaliação da anamnese de um trabalhador em conjunção com um exa-me físico realizado por um médico ou um profissional de cuidados de saúde com qualificação adequada.

Para a vigilância da saúde relativamente às vibrações transmitidas ao corpo inteiro há questionários disponíveis a partir de várias fontes (por exemplo, a secção VIBGUI-DE de: http://www.humanvibration.com/EU/EU_index.htm).

A anamnese

A anamnese deve centrar-se no seguinte:

antecedentes familiares;•

antecedentes sociais, incluindo hábitos tabágicos, •consumo de álcool e exercício físico;

antecedentes profissionais, incluindo a actividade •profissional passada e actual com exposição a vibra-ções transmitidas ao corpo inteiro, posturas de traba-lho, levantamento de materiais e outros factores de stress para as costas relacionados com o trabalho e levantamento de materiais e outros factores de stress para as costas relacionados com o trabalho e

antecedentes clínicos pessoais.•

O exame físico

O exame físico poder incluir:

exame da coluna vertebral e a avaliação dos efeitos •dolorosos da flexão e extensão anterior e laterais;

teste de elevação da perna em extensão;•

exame neurológico periférico (reflexos do tendão ro-•tuliano e do tendão de Aquiles e sensibilidade da perna e do pé);

sinais de fraqueza muscular (extensão dos quadri-•ceps, flexão/extensão do dedo grande do pé);

teste de força das costas;•

sinais de Waddel de dor não orgânica.•

AnExO f TécnIcas de vIgIlâncIa da saúde

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Vibrações transmitidas ao corpo inteiro Vibrações mecânicas que, quando transmitidas

ao corpo inteiro, implicam riscos para a saúde e a segurança dos trabalhadores, em especial lombalgias e traumatismos da coluna verte-bral.

Emissão de vibrações declarada Valor das vibrações fornecido pelos fabricantes

das máquinas para indicar a vibração que se deverá verificar nessas máquinas. O valor de emissão de vibrações declarado deve ser obti-do através da utilização de um código de en-saios normalizado e tem de ser incluído nas instruções da máquina.

Ponderação em frequência Filtro aplicado às medições da vibração para

simular a dependência do risco de traumatismo físico em relação à frequência à frequência. São utilizadas duas ponderações para as vi-brações transmitidas ao corpo inteiro:

• Wd para as vibrações horizontais para a frente e para trás (x) e laterais (y), e

• Wk para o eixo vertical (z).

Exposição diária às vibrações, A(8) Valor total das vibrações equivalente em ener-

gia a 8 horas para um trabalhador, em metros por segundo ao quadrado (m/s2), incluindo

todas as exposições do corpo inteiro às vibra-ções durante o dia.

Valor de dose de vibrações, VDV Uma dose cumulativa, baseada na quarta raiz do sinal de aceleração elevado à quarta. O VDV é expresso em m/s1,75.

Vigilância da saúde Um programa de exames de saúde aos traba-

lhadores para o diagnóstico precoce de pato-logias resultantes das actividades laborais.

Valor de acção de exposição Valor relativo à exposição diária de um traba-

lhador às vibrações, A(8), de 0,5m/s2, ou ao VDV diário do trabalhador de 9,1m/s1,75, aci-ma do qual os riscos decorrentes da exposição às vibrações têm de ser controlados2.

Valor–limite de exposição Valor relativo à exposição diária de um traba-

lhador às vibrações, A(8), de 1,15m/s2, ou ao VDV diário do trabalhador de 21m/s1,75, acima do qual os trabalhadores não devem ser expostos.2

Período de exposição Período diário em que um trabalhador está ex-

posto a uma fonte de vibrações.

AnExO g Glossário

2 Os Estados-Membros podem escolher entre utilizar o valor A(8) ou o VDV para estabelecer os valores de acção e os valores-limite d exposição.

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h.1 diREctivAs dA UEDirectiva 2002/44/CE do Parlamento Europeu e do Conselho, de 25 de Junho de 2002, relativa às prescri-ções mínimas de segurança e saúde respeitantes à expo-sição dos trabalhadores aos riscos devidos aos agentes físicos (vibrações) (décima sexta directiva especial na acepção do n.º 1 do artigo 16.º da Directiva 89/391/CEE).

Directiva 89/391/CEE do Conselho, de 12 de Junho de 1989, relativa à aplicação de medidas destinadas a pro-mover a melhoria da segurança e da saúde dos trabalha-dores no trabalho.

Directiva 2006/42/CE do Parlamento Europeu e do Conselho, de 17 de Maio de 2006, relativa às máqui-nas e que altera a Directiva 95/16/CE (reformulação).

Directiva 98/37/CE do Parlamento Europeu e do Con-selho, de 22 de Junho de 1998, relativa à aproximação das legislações dos Estados-Membros respeitantes às má-quinas (revogada pela Directiva 2006/42/CE).

Directiva 90/269/CEE do Conselho, de 29 de Maio de 1990, relativa às prescrições mínimas de segurança e de saúde respeitantes à movimentação manual de cargas que comportem riscos, nomeadamente dorso-lombares, para os trabalhadores (quarta directiva especial na acep-ção do n.º 1 do artigo 16.º da Directiva 89/391/CEE).

h.2 nORMAs

Normas europeiasComité Europeu de Normalização (1997) Mechanical vibration — Declaration and verification of vibration emis-sion values (Vibrações mecânicas – Declaração e verifica-ção dos valores das emissões de vibrações) EN 12096:1997.

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transmitidas ao corpo inteiro no que diz respeito à saúde - Orientações práticas).EN 14253:2003.

Comité Europeu de Normalização (2003)Vibrações me-cânicas. Ensaio de máquinas móveis para determinação do valor da emissão de vibrações.EN 1032:2003 (Ed. 2).

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AnExO h Bibliografia

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www.hse.gov.uk/vibration/wbv/wholebodycalc.htmCalculadora da exposição

www.dguv.de/bgia/de/pra/softwa/kennwertrechner/index.jsp

Calculadora da exposição

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A

A(8) ...................................................................67

aceleração .........................................................75

aceleração ponderada em frequência ...............19, 68

amplitude .....................................................22, 64

amplitude da vibração ..........................................68

amplitudes das vibrações ......................................68

anamnese .....................................................45, 96

avaliação dos riscos ................................ 13, 29, 81

avaliação dos riscos derivados de vibrações ............80

C

choques e sacudidelas ....................................59, 65

Concepção de tarefas e processos ............ 13, 61, 75

condutores ..........................................................76

Consulta e participação ..................... 24, 33, 61, 74

controlos das vibrações ...................................29, 77

D

deslocação ...................................................34, 82

Directiva «Máquinas» ......................... 19, 25, 68, 75

Directiva «Movimentação manual de cargas»: ..........64

Directiva «Vibrações»: .....................................11, 31

Directiva-Quadro ...........................................12, 60

duração da exposição....................................19, 61

E

emissão de vibrações .....................................19, 47

estratégia de controlo .....................................23, 73

exame físico ..................................................45, 96

exposição diária a vibrações .................... 11, 45, 67

Exposição diária às vibrações, A(8), .......... 18, 22, 75

Exposição diária: A(8) ....................................43, 90

Exposição diária: VDV ..........................................92

F

fabricantes ....................................... 19, 25, 42, 68

factores ergonómicos ......................................37, 74

Formação e informação ........................... 13, 27, 61

fornecedor ....................................................25, 74

frequência ........................... 19, 20, 28, 34, 47, 70

I

importadores .................................................19, 68

Incerteza ......................................................22, 42

Introdução de outros métodos ................... 13, 61, 74

L

lesões devidas às vibrações ...................................79

Lombalgias ...................................................65, 85

M

manipulação ...............................................85, 111

manutenção ........................................... 22, 28, 71

máquinas .....................................................68, 74

Medição ......................................................70, 91

médico ........................................................70, 79

Medidas colectivas ........................................13, 61

N

Nomograma .................................... 38, 40, 86, 88

O

ombros ...............................................................85

P

padrões de trabalho ................................ 18, 27, 67

pescoço .......................................................75, 85

Política de compras ........................................13, 61

ponderação em frequência ..............................47, 97

ponderação Wd .................................................82

ponderação Wk ..................................................82

postura ...............................................................76

posturas .............................................................77

posturas forçadas .................................................85

posturas inadequadas ...........................................85

Programação do trabalho .....................................76

ÍndicE ALfABéticO

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registo de saúde ..................................................79

S

Selecção do equipamento ...............................13, 74

Sistema de pontos de exposição ............... 43, 89, 94

suspensão do assento ...........................................76

Suspensão dos assentos ........................................76

T

técnicas de condução...........................................76

torção ..........................................................75, 85

V

valor de acção de exposição ..........................81, 92

valor de acção de exposição diária .......................59

valor de dose de vibrações .............................59, 97

Valor de dose de vibrações, VDV. ......................71,96

valor eficaz da amplitude da vibração ....................70

valor-limite da exposição diária ........................11, 59

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diREctivA 2002/44/CE dO PARLAMEntO EUROPEU E dO cOnsELhO

de 25 de Junho de 2002 relativa às prescrições mínimas de segurança e saúde respeitantes à exposição dos trabalhadores aos riscos devidos aos agentes físicos (vibrações) (décima sexta directiva especial na acepção do n.o 1 do artigo 16.o da Directiva 89/391/CEE)

O PARLAMENTO EUROPEU E O CONSELHO DA UNIãO EUROPEIA,

Tendo em conta o Tratado que institui a Comunidade Eu-ropeia, e, nomeadamente, o n.o 2 do seu artigo 137.o,

Tendo em conta a proposta da Comissão (1), apresenta-da após consulta ao Comité Consultivo para a seguran-ça, higiene e protecção da saúde no local de trabalho,

Tendo em conta o parecer do Comité Económico e So-cial (2),

Após consulta ao Comité das Regiões,

Deliberando nos termos do artigo 251.o do Tratado (3), tendo em conta o projecto comum aprovado em 8 de Abril de 2002 pelo Comité de Conciliação,

Considerando o seguinte:

(1) De acordo com o Tratado, o Conselho pode adoptar, por meio de directivas, prescrições mínimas com vista a promover a melhoria, nomeadamente das condi-ções de trabalho, a fim de garantir um melhor nível de protecção da segurança e da saúde dos trabalhado-res.Essas directivas devem evitar impor disciplinas ad-ministrativas, financeiras e jurídicas contrárias à cria-ção e ao desenvolvimento de pequenas e médias empresas.

(2) A comunicação da Comissão relativa ao seu progra-ma de acção para a aplicação da Carta comunitária dos direitos sociais fundamentais dos trabalhadores prevê que sejam estabelecidas prescrições mínimas de saúde e segurança respeitantes à exposição dos trabalhadores aos riscos devidos aos agentes físicos.Em Setembro de 1990, o Parlamento Europeu adop-tou uma resolução sobre este programa de acção (4) que convidou, nomeadamente, a Comissão a elabo-rar uma directiva especial no domínio dos riscos asso-

ciados ao ruído e às vibrações bem como a qualquer outro agente físico no local de trabalho.

(3) Numa primeira fase, será necessário introduzir medi-das que protejam os trabalhadores contra os riscos devidos às vibrações, atendendo aos seus efeitos so-bre a saúde e a segurança dos trabalhadores, nome-adamente às perturbações musculo-esqueléticas, neu-rológicas e vasculares que provocam.Essas medidas visam não só garantir a saúde e a segurança de cada trabalhador considerado isoladamente, mas também criar uma plataforma mínima de protecção para o conjunto dos trabalhadores, que evitará possíveis dis-torções de concorrência.

(4) A presente directiva fixa prescrições mínimas, o que dá aos Estados-Membros a possibilidade de manter ou adoptar disposições mais favoráveis para a protec-ção dos trabalhadores, em particular no que se refere à fixação de valores inferiores para o valor diário que desencadeia a acção ou para o valor-limite de expo-sição diária a vibrações.A execução da presente di-rectiva não pode justificar uma regressão em relação à situação existente em cada Estado-Membro.

(5) Um sistema de protecção contra as vibrações deve li-mitar-se a estabelecer, sem pormenores inúteis, os ob-jectivos a atingir, os princípios a respeitar e os valores fundamentais a utilizar, a fim de permitir aos Estados-Membros aplicar de forma equivalente as prescrições mínimas.

(6) A redução da exposição às vibrações é conseguida mais eficazmente pela adopção de medidas preventi-vas desde a fase de concepção dos postos e locais de trabalho, bem como pela selecção do equipamen-to e dos processos e métodos de trabalho, de modo a reduzir prioritariamente os riscos na origem.As dis-posições relativas ao equipamento e aos métodos

1 JO C 77 de 18.3.1993, p. 12, e JO C 230 de 19.8.1994, p. 3. 2 JO C 249 de 13.9.1993, p. 28.3 Parecer do Parlamento Europeu de 20 de Abril de 1994 (JO C 128 de 9.5.1994, p. 146), confirmado em 16 de Setembro de 1999 (JO

C 54 de 25.2.2000, p. 75), posição comum do Conselho de 25 de Junho de 2001 (JO C 301 de 26.10.2001, p. 1) e decisão do Parlamento Europeu de 23 de Outubro de 2001 (ainda não publicada no Jornal Oficial).Decisão do Parlamento Europeu de 25 de Abril de 2002 e decisão do Conselho de 21 de Maio de 2002.

4 JO C 260 de 15.10.1990, p. 167.

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de trabalho contribuem, pois, para a protecção dos trabalhadores que os utilizam.

(7) As entidades patronais devem adaptar-se ao pro-gresso técnico e aos conhecimentos científicos em matéria de riscos associados à exposição a vibra-ções, com vista a melhorar a protecção da seguran-ça e da saúde dos trabalhadores.

(8) No que diz respeito aos sectores da navegação ma-rítima e aérea, na situação actual da técnica não é possível respeitar em todos os casos os valores-limite de exposição relativos às vibrações transmitidas a todo o organismo.É, pois, necessário prever possibi-lidades de derrogação devidamente justificadas.

(9) Sendo a presente directiva uma directiva especial na acepção do n.o 1 do artigo 16.o da Directiva 89/391/CEE do Conselho, de 12 de Junho de 1989, relativa à aplicação de medidas destinadas a promover a melhoria da segurança e da saúde dos trabalhadores no trabalho (5), esta última directi-va aplica-se ao domínio da exposição dos trabalha-dores às vibrações, sem prejuízo de disposições mais rigorosas e/ou específicas previstas na presen-te directiva.

(10) A presente directiva constitui um elemento concreto no âmbito da realização da dimensão social do mercado interno.

(11) As medidas necessárias à execução da presente di-rectiva serão aprovadas nos termos da Decisão 1999/468/CE do Conselho, de 28 de Junho de 1999, que fixa as regras de exercício das compe-tências de execução atribuídas à Comissão (6),.

ADOPTARAM A PRESENTE DIRECTIVA:

SECçãO I

DISPOSIÇÕES GERAIS

Artigo 1

Objectivo e âmbito de aplicação

1. A presente directiva, que constitui a décima sexta directiva especial na acepção do n.o 1 do artigo 16.o da Directiva 89/391/CEE, estabelece pres-crições mínimas em matéria de protecção dos traba-lhadores contra os riscos para a sua segurança e saúde resultantes ou susceptíveis de resultar da expo-sição a vibrações mecânicas.

2. As prescrições da presente directiva aplicam-se às actividades nas quais os trabalhadores estão ou po-dem estar expostos, durante o trabalho, a riscos de-vidos a vibrações mecânicas.

3. A Directiva 89/391/CEE aplica-se plenamente a todo o domínio referido no n.o 1, sem prejuízo de

disposições mais rigorosas e/ou específicas previs-tas na presente directiva.

Artigo 2

Definições

Para efeitos da presente directiva, entende-se por:

a) «Vibrações transmitidas ao sistema mão-braço», as vibrações mecânicas que, quando transmitidas ao sistema mão-braço, implicam riscos para a saúde e para a segurança dos trabalhadores, em especial perturbações vasculares, lesões osteo-articulares, ou perturbações neurológicas ou musculares;

b) «Vibrações transmitidas a todo o organismo», as vi-brações mecânicas que, quando transmitidas a todo o organismo, implicam riscos para a saúde e para a segurança dos trabalhadores, em especial patolo-gia da região lombar e lesões da coluna vertebral.

Artigo 3

Valores-limite de exposição e valores de exposição que desencadeiam a acção

1. Para as vibrações transmitidas ao sistema mão-bra-ço:

a) O valor-limite de exposição diária normalizada, correspondente a um período de referência de 8 horas, é fixado em 5 m/s2;

b) O valor de exposição diária normalizada, cor-respondente a um período de referência de 8 horas, que desencadeia a acção é fixado em 2,5 m/s2.

A exposição dos trabalhadores às vibrações transmiti-das ao sistema mão-braço é avaliada ou medida com base nas disposições constantes do ponto 1 da parte A do anexo.

2. Para as vibrações transmitidas a todo o organismo:

a) O valor-limite de exposição diária normalizada, correspondente a um período de referência de 8 horas, é fixado em 1,15 m/s2 ou, à escolha do Estado-Membro, num valor de dose de vibrações de 21 m/s1,75;

b) O valor de exposição diária normalizada, corres-pondente a um período de referência de 8 ho-ras, que desencadeia a acção é fixado em 0,5 m/s2 ou, à escolha do Estado-Membro, num va-lor de dose de vibrações de 9,1 m/s1,75.

A exposição dos trabalhadores às vibrações transmiti-das a todo o organismo é avaliada ou medida com base nas disposições constantes do ponto 1 da parte B do anexo.

5 JO L 183 de 29.6.1989, p. 1. 6 JO L 184 de 17.7.1999, p. 23.

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SECçãO II

OBRIGAÇÕES DAS ENTIDADES PATRONAIS

Artigo 4

Determinação e avaliação dos riscos

1. No cumprimento das obrigações estabelecidas no n. 3 do artigo 6.o eno n.o 1 do artigo 9.o da Direc-tiva 89/391/CEE, a entidade patronal avalia e, se necessário, mede os níveis de vibrações mecânicas a que os trabalhadores se encontram expostos.A medição deve ser efectuada nos termos do ponto 2 da parte A ou do ponto 2 da parte B do anexo da presente directiva, conforme adequado.

2. O nível de exposição às vibrações mecânicas pode ser avaliado por meio da observação das práticas de trabalho específicas e recorrendo às informações pertinentes sobre o nível provável de vibrações cor-respondente ao equipamento ou ao tipo de equipa-mento utilizado nas condições de trabalho em cau-sa, incluindo informações fornecidas pelo fabricante do material.Esta operação é diversa da medição, que exige o emprego de aparelhos específicos e de metodologia apropriada.

3. A avaliação e a medição mencionadas no n. 1 de-vem ser planificadas e efectuadas pelos serviços competentes a intervalos apropriados, tendo espe-cialmente em conta as disposições do artigo 7.o da Directiva 89/391/CEE, relativas às competências (pessoas ou serviços) necessárias.Os dados obtidos a partir da avaliação e/ou medição do nível de exposição às vibrações mecânicas devem ser con-servados de forma a que possam ser posteriormente consultados.

4. Em conformidade com o disposto no n.3 do artigo 6.o da Directiva 89/391/CEE, a entidade empre-gadora, ao proceder à avaliação dos riscos, deve dar especial atenção aos seguintes aspectos:

a) Nível, tipo e duração da exposição, incluindo a exposição a vibrações intermitentes ou a cho-ques repetidos;

b) Valores-limite de exposição e valores de exposi-ção que desencadeiam a acção estabelecidos no artigo 3.o da presente directiva;

c) Efeitos sobre a saúde e a segurança dos traba-lhadores sujeitos a riscos especialmente sensí-veis;

d) Efeitos indirectos sobre a segurança dos traba-lhadores resultantes de interacções entre as vibra-ções mecânicas e o local de trabalho ou outros equipamentos;

e) Informações prestadas pelos fabricantes do equi-pamento de trabalho de acordo com as disposi-ções das directivas comunitárias aplicáveis;

f) Existência de equipamentos alternativos concebi-dos para reduzir os níveis de exposição às vibra-ções mecânicas;

g) Prolongamento da exposição a vibrações trans-mitidas a todo o organismo para além do horá-rio de trabalho, sob a responsabilidade da enti-dade patronal;

h) Condições de trabalho específicas, tais como trabalho a baixas temperaturas;

i) Informação apropriada resultante da vigilância da saúde, incluindo informação publicada, na medida do possível.

5. entidade patronal deve dispor de uma avaliação dos riscos, nos termos da alínea a) do n.o 1 do arti-go 9.o da Directiva 89/391/CEE, e identificar as medidas a tomar nos termos dos artigos 5.o e6.o da presente directiva.A avaliação dos riscos deve ser registada em suporte adequado de acordo com a legislação e as práticas nacionais e pode incluir uma justificação por parte da entidade patronal que demonstre que a natureza e a dimensão dos riscos relacionados com as vibrações mecânicas tornam desnecessária uma avaliação mais pormenorizada dos mesmos.A avaliação dos riscos deve ser regular-mente actualizada, especialmente nos casos em que tenha havido alterações significativas que a possam desactualizar, ou em que os resultados da vigilância da saúde demonstrem a sua necessidade.

Artigo 5

Disposições com vista a evitar ou reduzir a exposição

1. Tendo em conta o progresso técnico e a disponibili-dade de medidas de controlo dos riscos na fonte, os riscos resultantes da exposição a vibrações mecâni-cas devem ser eliminados na fonte ou reduzidos ao mínimo.

A redução destes riscos baseia-se nos princípios gerais de prevenção estabelecidos no n.o 2 do artigo 6.o da Directiva 89/391/CEE.

2. Com base na avaliação dos riscos a que se refere o artigo 4.o, sempre que sejam excedidos os valores de exposição estabelecidos no n.o 1, alínea b), e no n.o 2, alínea b), do artigo 3.o,a entidade patronal estabelece e implementa um programa de medidas técnicas e/ou organizacionais destinadas a reduzir ao mínimo a exposição a vibrações mecânicas e os riscos que dela resultam, tomando em consideração, nomeadamente:

a) Métodos de trabalho alternativos que permitam reduzir a exposição a vibrações mecânicas;

b) A escolha de equipamento de trabalho adequa-do, bem concebido do ponto de vista ergonómi-co e que, tendo em conta o trabalho a efectuar, produza o mínimo de vibrações possível;

c) A instalação de equipamento auxiliar destinado a reduzir o risco de lesões provocadas pelas vi-

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brações, por exemplo assentos que amorteçam eficazmente as vibrações transmitidas a todo o organismo e pegas que reduzam as vibrações transmitidas ao sistema mão-braço;

d) Programas adequados de manutenção do equi-pamento de trabalho, do local de trabalho e das instalações existentes no local de trabalho;

e) Concepção e disposição dos locais e postos de trabalho;

f) Informação e formação adequadas dos traba-lhadores para que utilizem correctamente e de forma segura o equipamento de trabalho, por forma a reduzir ao mínimo a sua exposição a vibrações mecânicas;

g) Limitação da duração e da intensidade da expo-sição;

h) Horário de trabalho apropriado, com períodos de repouso adequados;

i) O fornecimento aos trabalhadores expostos de vestuário que os proteja do frio e da humidade.

3. Os trabalhadores não podem em caso algum ser sujeitos a exposições acima do valor-limite de expo-sição.

Se, apesar das medidas postas em prática pela entidade patronal nos termos do disposto na presente directiva, o valor-limite de exposição for ultrapassado, a entidade patronal tomará medidas imediatas para reduzir a exposição para valores inferiores ao valor-limite de exposição, determinará as razões por que o valor-limite de exposição foi ultrapassado e corrigirá as medidas de protecção e prevenção em conformidade, por forma a evitar que o valor-limite de exposição seja novamente ultrapassado.

4. Nos termos do disposto no artigo 15 da Directiva 89/391/CEE, a entidade patronal adapta as me-didas referidas no presente artigo às necessidades dos trabalhadores sujeitos a riscos especialmente sensíveis.

Artigo 6

Informação e formação dos trabalhadores

Sem prejuízo dos artigos 10.o e 12.o da Directiva 89/391/CEE, a entidade patronal deve assegurar que os trabalhadores expostos a riscos devidos a vibra-ções mecânicas no local de trabalho e/ou os seus re-presentantes recebam informações e formação de acor-do com o resultado da avaliação dos riscos prevista no n.o 1 do artigo 4.o da presente directiva, em especial no que se refere a:

a) Medidas tomadas nos termos da presente directiva para eliminar ou reduzir ao mínimo os riscos resul-tantes de vibrações mecânicas;

b) Valores-limite de exposição e valores de exposição que desencadeiam a acção;

c) Resultados das avaliações e medições das vibra-ções mecânicas efectuadas nos termos do artigo 4.o da presente directiva e lesões que possam resul-tar do equipamento de trabalho utilizado;

d) Utilidade e forma de detectar e notificar indícios de lesões;

e) Circunstâncias em que os trabalhadores têm direito à vigilância da saúde;

f) Práticas de trabalho seguras para minimizar a expo-sição a vibrações mecânicas.

Artigo 7

Consulta e participação dos trabalhadores

A consulta e a participação dos trabalhadores e/ou dos seus representantes relativamente às matérias abran-gidas pela presente directiva são efectuadas nos termos do artigo 11.o da Directiva 89/391/CEE.

SECçãO III

DISPOSIÇÕES DIVERSAS Artigo 8

Vigilância da saúde

1. Sem prejuízo do artigo 14. da Directiva 89/391/CEE, os Estados-Membros devem aprovar disposições para assegurar uma adequada vigilância da saúde dos trabalhadores de acordo com os resultados da avaliação dos riscos prevista no n.°1do artigo 4.° da presente directiva, quando estes resultados reve-larem a existência de um risco para a sua saúde.Essas disposições, incluindo os requisitos especifica-dos para os registos de saúde e para a possibilida-de de os consultar, devem ser tomadas nos termos da legislação e/ou práticas nacionais..

A vigilância da saúde, cujos resultados devem ser tomados em consideração para efeitos da aplicação de medidas de prevenção no local de trabalho em questão, visa a prevenção e o diagnóstico precoce de qualquer afecção relacionada com a exposição a vibrações mecânicas.A vigilância é adequada sempre que:

– a exposição dos trabalhadores a vibrações seja tal que permita estabelecer uma relação entre essa ex-posição e uma doença identificável ou efeitos noci-vos para a saúde,

– seja provável que a doença e os efeitos nocivos re-sultem das condições de trabalho particulares do trabalhador, e existam técnicas válidas que permi-tam detectar a doença ou os efeitos nocivos para a saúde.

Em todo o caso, os trabalhadores expostos a níveis de vibrações mecânicas acima dos valores enunciados no n.°1, alínea b), e no n.° 2, alínea b), do artigo 3.° têm direito a uma vigilância da saúde adequada.

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2. Os Estados-Membros devem aprovar disposições para assegurar que seja elaborado e actualizado um registo de saúde para cada trabalhador sujeito a vigilância da saúde em conformidade com o n.° 1.Os registos de saúde devem conter um resumo dos resultados da vigilância da saúde efectuada e ser conservados de forma que permita a sua poste-rior consulta, tendo em conta a necessária confiden-cialidade.

Serão fornecidas cópias dos registos adequados à autoridade competente, a seu pedido.O trabalha-dor deve, a seu pedido, ter acesso ao registo de saúde que lhe diga pessoalmente respeito.

3. Se os resultados da vigilância da saúde revelarem que um trabalhador sofre de uma doença ou de uma afecção identificáveis que sejam consideradas, por um médico ou por um especialista em doenças pro-fissionais, como resultantes da exposição a vibra-ções mecânicas no local de trabalho:

a) O trabalhador deve ser informado, pelo médico ou por outra pessoa devidamente qualificada, do resultado que lhe diga pessoalmente respeito, incluindo informações e recomendações sobre a eventual vigilância da saúde a que deverá sub-meter-se após o final da exposição;

b) A entidade patronal deve ser informada sobre qualquer tipo de dados significativos obtidos no âmbito da vigilância da saúde, tendo em conta o necessário segredo médico;

c) A entidade patronal deve:

– rever a avaliação dos riscos realizada nos termos do artigo 4.°

– rever as medidas previstas para eliminar ou reduzir os riscos nos termos do artigo 5.o, ter em conta o parecer do responsável pela saú-de e higiene no local de trabalho ou de outra pessoa devidamente qualificada ou da auto-ridade competente ao aplicar quaisquer me-didas consideradas necessárias para eliminar ou reduzir os riscos nos termos do artigo 5.o, incluindo a possibilidade de atribuir ao traba-lhador em causa uma função alternativa na qual não haja riscos de mais exposição, e

– prever uma vigilância da saúde contínua e providenciar no sentido de um exame das con-dições de saúde de qualquer outro trabalha-dor que tenha estado exposto de forma seme-lhante.Nestes casos, o médico, o especialista de doenças profissionais ou a autoridade com-petente podem propor que as pessoas expos-tas sejam sujeitas a exame médico.

Artigo 9

Período transitório

No que se refere à execução das obrigações previstas no n.° 3 do artigo 5.°, os Estados-Membros, após con-

sulta aos parceiros sociais, de acordo com a legislação ou as práticas nacionais, terão a faculdade de fazer uso de um período transitório de cinco anos, no máxi-mo, a contar de 6 de Julho de 2005, quando forem utilizados equipamentos de trabalho que tenham sido postos à disposição dos trabalhadores antes de 6 de Julho 2007 e que não permitam respeitar os valores-li-mite de exposição tendo em conta os últimos progressos técnicos e/ou a implementação de medidas organiza-cionais.No que se refere aos equipamentos utilizados nos sectores agrícola e silvícola, os Estados-Membros terão a faculdade de prorrogar até mais quatro anos o período transitório.

Artigo 10

Derrogações

1. No respeito dos princípios gerais da protecção da segurança e da saúde dos trabalhadores, os Esta-dos-Membros podem, para os sectores da navega-ção marítima e aérea, e em condições devidamente justificadas, derrogar o disposto no n.o 3 do artigo 5.o, no que diz respeito às vibrações transmitidas a todo o organismo, quando, tendo em conta o esta-do da técnica e as características específicas dos locais de trabalho, não seja possível respeitar o va-lor-limite de exposição apesar da implementação de medidas técnicas e/ou organizacionais.

2. Caso a exposição dos trabalhadores a vibrações mecânicas seja habitualmente inferior aos valores de exposição enunciados no n.° 1, alínea b), e no n.° 2, alínea b), do artigo 3.°, mas varie acentuada-mente de um momento para outro e possa ocasio-nalmente exceder o valor-limite de exposição, os Estados-Membros podem igualmente conceder der-rogações do disposto no n.° 3 do artigo 5.° Toda-via, o valor médio da exposição às vibrações calcu-lado durante um período de 40 horas deve permanecer inferior ao valor-limite de exposição e devem existir provas de que os riscos resultantes des-te tipo de exposição são inferiores aos riscos resul-tantes de um nível de exposição correspondente ao valor-limite.

3. As derrogações previstas nos n. os 1 e 2 são autori-zadas pelos Estados-Membros, após consulta aos parceiros sociais, de acordo com a legislação e as práticas nacionais.Estas derrogações devem ser acompanhadas de condições que garantam que os riscos delas resultantes serão reduzidos ao mínimo, atendendo às circunstâncias do caso, e que os tra-balhadores em questão beneficiarão de vigilância da saúde reforçada.Estas derrogações serão reana-lisadas de quatro em quatro anos e revogadas logo que desapareçam as circunstâncias que lhes tenham dado origem.

4. De quatro em quatro anos, os Estados-Membros transmitem à Comissão a lista das derrogações pre-vistas nos n.os 1e 2, indicando pormenorizadamente as circunstâncias e as razões que os levaram a con-ceder essas derrogações.

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Artigo 11

Alterações técnicas

As alterações de natureza estritamente técnica a introdu-zir no anexo são aprovadas pelo procedimento de re-gulamentação a que se refere o n.° 2 do artigo 12.°, em função:

a) Da aprovação de directivas em matéria de harmoni-zação técnica e de normalização no que se refere à concepção, construção, fabrico ou realização de equipamentos e/ou locais de trabalho;

b) Do progresso técnico, da evolução das normas ou especificações europeias harmonizadas mais apro-priadas e da evolução dos conhecimentos no domínio das vibrações mecânicas.

Artigo 12

Comité

1. A Comissão é assistida pelo comité previsto no n.° 2 do artigo 17.o da Directiva 89/391/CEE.

2. Sempre que se faça referência ao presente número, são aplicáveis os artigos 5.° e 7.° da Decisão 1999/468/CE, tendo-se em conta o disposto no seu artigo 8.°

O período previsto no n.o 6 do artigo 5.° da Decisão 1999/468/CE é de três meses.

3. O comité aprovará o seu regulamento interno.

SECçãO IV

DISPOSIÇÕES FINAIS Artigo 13

Relatórios

De cinco em cinco anos, os Estados-Membros apresen-tam à Comissão um relatório sobre a aplicação prática das disposições da presente directiva, indicando o pon-to de vista dos parceiros sociais.O relatório conterá uma descrição das melhores práticas para prevenir as vibrações prejudiciais para a saúde e de outras formas de organizar o trabalho, bem como dos esforços efec-tuados pelos Estados-Membros para as divulgar.

Com base nesses relatórios, a Comissão faz um balan-ço da aplicação da presente directiva, tendo em conta nomeadamente a investigação e os conhecimentos científicos no domínio, e informa o Parlamento Europeu, o Conselho, o Comité Económico e Social e o Comité Consultivo para a segurança, higiene e protecção da saúde no local de trabalho, propondo, se necessário, alterações.

Artigo 14

Transposição

1. Os Estados-Membros devem aprovar as disposições legislativas, regulamentares e administrativas neces-sárias para dar cumprimento à presente directiva até 6 de Julho de 2005 e informar imediatamente a

Comissão desse facto.Devem incluir igualmente uma lista indicando pormenorizadamente as razões do regime transitório adoptado pelos Estados-Membros, nos termos do artigo 9.°

Quando os Estados-Membros aprovarem essas dis-posições, estas devem incluir uma referência à pre-sente directiva ou ser acompanhadas dessa referên-cia aquando da sua publicação oficial. As modalidades dessa referência serão aprovadas pe-los Estados-Membros.

2. Estados-Membros devem comunicar à Comissão as disposições de direito interno já aprovadas ou que vierem a aprovar nas matérias reguladas pela pre-sente directiva.

Artigo 15

Entrada em vigor

A presente directiva entra em vigor no dia da sua publi-cação no Jornal Oficial das Comunidades Europeias.

Artigo 16

Destinatários

Os Estados-Membros são os destinatários da presente directiva. Feito no Luxemburgo, em 25 de Junho de 2002.

Pelo Parlamento Europeu O Presidente

P.COX

Pelo Conselho O Presidente

J.MATAS I PALOU

ANExO

A. VIBRAÇÕES TRANSMITIDAS AO SISTEMA MÃO-BRAÇO

1. Avaliação da exposição

A avaliação do nível de exposição às vibrações transmi-tidas ao sistema mão-braço baseia-se no cálculo do va-lor da exposição diária normalizada num período de referência de 8horas, A (8) expressa como raiz quadra-da da soma dos quadrados (valor total) dos valores efi-cazes da aceleração ponderada em frequência, deter-minados segundo as coordenadas ortogonais a hwx, a hwy, a hwz, tal como definido nos capítulos 4 e 5 e no anexo A da norma ISO 5349-1 (2001).

A avaliação do nível de exposição pode ser efectuada através de uma estimativa baseada nas informações re-lativas ao nível de emissão dos equipamentos de traba-lho utilizados fornecidas pelos fabricantes destes mate-riais e da observação das práticas de trabalho específicas, ou por medição.

2. Medição

Quando se procede à medição nos termos do n.° 1 do artigo 4.°:

a) Os métodos utilizados podem incluir a amostragem, que deverá ser representativa da exposição pessoal do trabalhador às vibrações mecânicas em questão; os métodos e aparelhos utilizados devem ser adapta-

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dos às características próprias das vibrações mecâni-cas a medir, ao ambiente circundante e às caracterís-ticas do aparelho de medida, em conformidade com a norma ISO 5349-2 (2001);

b) No caso de aparelhos que devam ser seguros com ambas as mãos, as medições serão efectuadas em cada mão.A exposição é determinada por referên-cia ao valor mais elevado; serão igualmente forneci-das informações sobre a outra mão.

3. Interferências

O disposto no n.° 4, alínea d), do artigo 4.° aplica-se em especial no caso de as vibrações mecânicas interfe-rirem com a manipulação correcta dos comandos ou com a leitura dos aparelhos indicadores.

4. Riscos indirectos

O disposto no n.o 4, alínea d), do artigo 4.o, aplica-se em especial no caso de as vibrações mecânicas interfe-rirem com a estabilidade das estruturas ou com o bom estado e a segurança dos elementos de ligação.

5. Equipamentos de protecção individual

Os equipamentos de protecção individual contra as vi-brações transmitidas ao sistema mão-braço podem con-tribuir para o programa de medidas referido no n.° 2 do artigo 5.°

B. VIBRAÇÕES TRANSMITIDAS A TODO O ORGANISMO

1. Avaliação da exposição

A avaliação do nível de exposição às vibrações baseia-se no cálculo da exposição diária A (8) expressa como aceleração contínua equivalente para um período de 8 horas, calculada como o mais elevado dos valores efi-cazes, ou o mais elevado dos valores de dose de vibra-ção (VDV) das acelerações ponderadas em frequência determinadas segundo os três eixos ortogonais (1,4 awx, 1,4 awy,awz, para um trabalhador sentado ou em pé), de acordo com os capítulos 5, 6 e 7, com o anexo A e com o anexo B da norma ISO 2631-1 (1997).

A avaliação do nível de exposição pode ser efectuada através de uma estimativa baseada nas informações re-lativas ao nível de emissão dos equipamentos de traba-lho utilizados fornecidas pelos fabricantes destes mate-

riais e da observação das práticas de trabalho específicas, ou por medição.

Os Estados-Membros têm a faculdade de, no que se re-fere à navegação marítima, considerar apenas as vibra-ções de frequência superior a 1 Hz.

2. Medição

Quando se procede à medição nos termos do n.o 1 do artigo 4.o, os métodos utilizados podem incluir a amos-tragem, que deverá ser representativa da exposição pes-soal do trabalhador às vibrações mecânicas em ques-tão.Os métodos utilizados devem ser adaptados às características próprias das vibrações mecânicas a me-dir, ao ambiente circundante e às características do apa-relho de medida.

3. Interferências

O disposto no n.o 4, alínea d), do artigo 4.o, aplica-se em especial no caso de as vibrações mecânicas interfe-rirem com a manipulação correcta dos comandos ou com a leitura dos aparelhos indicadores.

4. Riscos indirectos

O disposto no n.o 4, alínea d), do artigo 4.o, aplica-se em especial no caso de as vibrações mecânicas interfe-rirem com a estabilidade das estruturas ou com o bom estado e a segurança dos elementos de ligação.

5. Extensão da exposição

O disposto no n.o 4, alínea g), do artigo 4.o, aplica-se em especial quando, dada a natureza da actividade, o trabalhador beneficia de instalações de repouso supervi-sadas pela entidade empregadora; salvo em caso de força maior, as

vibrações transmitidas a todo o organismo nessas insta-lações devem ser reduzidas para um nível compatível com o seu objectivo e condições de utilização.

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Guia não vinculativo de boas práticas para a aplicação da Directiva 2002/44/CE (Vibrações mecânicas no trabalho)

Luxemburgo: Serviço das Publicações Oficiais das Comunidades Europeias

2009 — 111 pp. — 21 x 29,7 cm

ISBN 978-92-79-07545-2

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Guia não vinculativo de boas práticas para a aplicação da Directiva 2002/44/CE

(Vibrações mecânicas no trabalho)

KE-70-07-108-PT-C

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