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Psicologia da Educação UNIDADE 2

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Psicologia da Educação

UNIDADE 2

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PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO

UNIDADE 2

Boas vindas!

Primeiramente queremos dar as boas vindas a você, aluno de Psicologia da educação. Esperamos que a unidade 1 tenha sido bem explorada por você e que tenha tido ótimo desempenho nas atividades realizadas.

Estudamos alguns conceitos importantes para o desenvolvimento do seu aprendizado, como o conceito de Psicologia, de aprendizagem e de educação. Vimos que a Psicologia da educação, disciplina aqui em pauta, trata de conceitos que perpassam duas grandes áreas de conhecimento: Psicologia e Educação.

Embora o sistema educacional tenha passado por muitas transformações, é um campo de conhecimento que necessita ainda de pesquisas e estudos. É o ser humano que aprende e ensina, é ele que educa e é educado.

Como é um ser social, está constantemente influenciando e sendo influenciado por esse contexto social. Desse modo, podemos dizer que esse campo necessita sempre ampliar seus estudos, porque está constantemente em transformação.

A unidade 1 ainda possibilitou a você, aluno de Psicologia da Educação, conhecer as bases filosóficas da psicologia, bem como discutir as mudanças ocorridas no processo de educação e a história da psicologia da educação no Brasil.

Ao estudar na unidade referida o conceito de aprendizagem, você pode agora entender que essa aprendizagem possui produtos. São três os produtos da aprendizagem:

§ Cognitivos

§Afetivos

§Motores

A unidade 2 se propõe, inicialmente, a discutir os produtos afetivos e motores da aprendizagem. Posteriormente, você poderá estudar alguns conceitos de inteligência e o conceito de inteligências múltiplas.

Continuando os estudos será possível discutir sobre memória, prontidão e maturação, conceitos importantes para a Psicologia da Educação, uma vez que as pessoas não possuem a mesma condição de aprendizagem e que podem estar vivenciando fases de desenvolvimento diferentes.

Lembramos que o ser humano aprende durante toda a sua vida e nos diversos contextos que estiver inserido, não apenas em salas de aula. Esperamos que esta unidade seja tão proveitosa para você quanto foi a unidade 1. Queremos ressaltar a importância de você ler o guia de estudos e seguir as recomendações aqui contidas, uma vez que estas são essenciais para o bom aproveitamento na disciplina. Também faz-se necessário lembrar que as leituras aqui recomendadas são obrigatórias, bem como os vídeos e leitura dos demais links indicados para você aluno.

Bons estudos!

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PsiCoLoGia da EdUCaÇÃo

Queremos iniciar dando as boas vindas e desejando um excelente estudo a você aluno.

Desejamos que suas expectativas sejam alcançadas e que você alcance os objetivos aqui propostos para a unidade em questão.

Como mencionamos anteriormente, a unidade 2 vai abordar:

üOs produtos afetivos e motores da educaçãoüInteligência e inteligências múltiplasüMemóriaüProntidão e maturação

Vamos nesse momento estudar sobre os produtos da educação.

Parece interessante refletir um pouco sobre o conceito de produto, o termo produto nos remete a pensar em resultado, Desse modo podemos entender que a aprendizagem traz alguns resultados, como os resultados cognitivos, mas também afetivos e motores.

Os produtos cognitivos da aprendizagem podemos definir como resultantes da aprendizagem cognitiva e são eles conceitos e princípios aprendidos.

Como as experiências cognitivas são geralmente acompanhadas de experiências afetivas, como prazer e satisfação, por exemplo, podemos dizer que essas aprendizagens, cognitiva e afetiva, ocorrem ao mesmo tempo.

Ficou claro para você o que são os produtos cognitivos? São os conceitos e princípios aprendidos.

Então o que seriam os produtos afetivos? Podemos dizer que nossa experiência de aprendizagem não é apenas cognitiva, aprendemos conceitos, mas também desenvolvemos atitudes e valores, sendo estes os produtos afetivos da aprendizagem.

E o que chamamos de produtos motores da aprendizagem? Quanto aos produtos motores, estes são resultantes de treinamento e prática, e são respostas musculares. Então podemos dizer que os produtos motores da aprendizagem são habilidades e hábitos adquiridos.

O Centro Educacional Barão do Cerro Azul, situada em Ivaiporâ, no Estado do Pará, é uma escola de administração estadual que desenvolveu um projeto que utiliza jogos pedagógicos, no qual podemos entender melhor os produtos da aprendizagem.

Você deve assistir ao video de 15 minutos, da TV Paulo Freire, enviado em 2011 para o youtube. Ele mostra um projeto desenvolvido no Centro Educacional Barão do Cerro Azul, em Ivaiporã/PA. O vídeo apresenta o projeto e a traz a apreciação de professores e alunos sobre o que foi desenvolvido na escola.

Queremos destacar também que o projeto foi desenvolvido por um professor da disciplina de Educação Física, mostrando uma atuação interdisciplinar. No relato dos professores e alunos percebemos com

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clareza as questões afetivas relacionadas ao projeto.

Assistindo ao vídeo, você pode perceber pelas falas dos alunos e professores que a aprendizagem cognitiva ocorre simultaneamente a afetiva e motora, como dito anteriormente nesse guia.

Fica o seguinte questionamento:

O que é mais importante: o processo de aprendizagem ou os produtos?

Existem várias perspectivas sobre esse questionamento, com posicionamentos diferentes sobre essa questão. No presente guia consideramos importante tanto os produtos como o processo de aprendizagem. É necessário compreender os processos para poder obter os resultados esperados, tendo em mente que essa questão não pode ser respondida de forma simples porque a aprendizagem é um processo complexo que necessita ser abordado e compreendido em sua complexidade.Como já estudamos anteriormente, a aprendizagem é um processo e enquanto tal se relaciona com outros fenômenos e processos como a inteligência, a prontidão para aprendizagem e a maturação. Nesse momento, vamos estudar sobre inteligência e sua participação no processo de aprendizagem.

inTELiGÊnCia

A inteligência é um tema de interesse da Psicologia desde os seus primórdios. Foi uma temática bastante e que impulsionou várias pesquisas relacionadas aos testes psicológicos. Essas, por sua vez, contribuíram muito para o desenvolvimento da Psicologia enquanto ciência.

Nesse momento, quero que você aluno observe a seguinte charge. Vamos tentar entender do que estamos falando quando usamos o termo inteligência.

Fonte: https://educacaolibertaria.wordpress.com/charges-libertarias/

Observando a charge acima, podemos nos perguntar o que possibilitou a personagem Mafalda procurar seus pais e fazer a pergunta sobre o valor da dívida. De qual processo psicológico ela fez uso? O que levou Mafalda a acreditar que devia aos pais um valor em dinheiro?

Como você pode perceber, Mafalda precisou pensar sobre a informação recebida da TV para elaborar o

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questionamento feito aos pais. Ela escutou a informação da TV e elaborou um questionamento para tentar entender uma situação do cotidiano.

Os cientistas procuram compreender como resolvemos os problemas com os quais nos deparamos. Pensamos sobre a vida e as situações que enfrentamos muitas vezes tentando entender o que está ocorrendo naquela situação, embora nenhuma pergunta tenha sido feita sobre a situação em pauta.

Existe uma preocupação, que não é de hoje, em estudar o pensamento humano, sendo a inteligência um dos aspectos mais investigados.

Importante, desde já, destacar que não existe um conceito unificado de inteligência, essa compreensão ou conceito depende da abordagem teórica utilizada, ou melhor, da concepção de inteligência.

Os psicólogos se dividiram em dois grandes blocos quanto a compreensão da cognição humana:

1. Abordagem da Psicologia diferencial, que compreende a inteligência como um conjunto de habi-lidades que poderia ser medida por meio de testes psicológicos. Essa abordagem baseia-se na tradição positivista da psicologia.

2. Abordagem dinâmica, na qual a inteligência passa a ser um adjetivo que qualifica o que a pessoa produz cognitiva e intelectualmente. Desse modo, um resultado de inteligência abaixo da média em um teste de inteligência, não significa pouca inteligência, mas que possivelmente a pessoa avaliada está enfrentando ou vivendo algumas situações que estão levando a uma baixa produ-ção intelectual.

Como dito anteriormente são várias concepções de inteligência. Vamos inicialmente entender um pouco o papel dos testes e o desenvolvimento deles, porque foram instrumentos muito utilizados no contexto da educação. Esse uso ocorreu durante determinado momento histórico e muito contribuiu para o desenvolvimento dos testes de inteligência.

Os testes inicialmente eram utilizados para identificar os níveis de inteligência objetivando verificar quem teria maior condição de aprendizado.

Vários psicólogos contribuíram para os estudos sobre inteligência: Galton com seus estudos sobre hereditariedade, Binet com sua escala de inteligência para crianças e Wechsler, com suas escalas de inteligência para crianças e adultos.

Vamos entender um pouco a contribuição de cada um deles:

Galton acreditava que a hereditariedade era determinante, porque observava que as pessoas aparentadas com pessoas bem sucedidas eram também bem sucedidas, o que Galton não considerava era o acesso que essas pessoas tinham a situações que, de certa forma, favoreciam para que eles fossem bem sucedidos, como o acesso a educação, por exemplo. A grande contribuição de Galton não está em suas conclusões nas pesquisas, mas, na padronização de instrumentos de medida. Galton trabalhava mensurando habilidades sensoriais, acreditando que essa era a forma mais indicada para estudar inteligência, mas como seu trabalho era submetido a rigorosas condições de avaliação, sob um rigoroso padrão, essa padronização muito contribuiu para o desenvolvimento dos testes de inteligência.

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Binet, por sua vez, contribuiu com a elaboração de uma escala de inteligência para crianças com itens que avaliavam raciocínio abstrato no lugar de capacidades sensoriais. A Escala desenvolvida por Binet e Simon, foi elaborada partindo de uma solicitação do governo francês de avaliar as crianças para identificar aquelas que precisariam de treinamento especial nas escolas. A escala elaborada por esses estudiosos avaliava o “nível mental” ou “idade mental” da criança. De acordo com Weiten (2002, p. 256), “ a idade mental de uma criança indicava que ela apresentava capacidade mental típica de uma criança de mesma idade cronológica”. Os estudos de Binet foram ampliados pela universidade de Stanford, que atualizou a escala dele mesmo, após sua morte.

Wechsler, outro nome de peso no desenvolvimento dos testes, contribuiu construindo inicialmente uma escala de inteligência para adultos e depois outra para crianças. Essa escala apresentou duas grandes inovações: a escala era menos dependente da capacidade verbal do avaliando e era avaliada com um esquema de pontuação diferente baseado na distribuição normal, diferente dos testes utilizados até então que tomavam como base o QI – quociente de inteligência.

Os testes de inteligência, ou melhor, de quoeficiente intelectual (QI) ficaram muito conhecidos e foram usados em larga escala pelas escolas e empresas a fim de avaliar os alunos e sua condição de aprendizagem ou definir contratações de trabalho. A inteligência era então supervalorizada.

Os testes de inteligência, assim como o conceito, também passaram por grandes mudanças desde sua concepção até o que é avaliado e as formas de avaliação.

Estamos falando de avaliação da inteligência, mas o que é inteligência?

O filósofo Aristóteles, que criou o termo Psicologia, propôs um modelo de inteligência no qual o ser humano teria dois intelectos, um intelecto ativo, que analisaria as informações captadas pelo intelecto passivo, esse por sua vez, receberia as impressões dos sentidos.

Então vamos discutir um pouco o conceito de inteligência, lendo o artigo intitulado A Função Adverbial de “Inteligência”: Definições e Usos em Psicologia, de autoria de Jorge M. Oliveira Castro e Karina M. de Oliveira Castro, ambos da Universidade de Brasília. O artigo está publicado na base de dados do Scielo e você deve ler obrigatoriamente o trecho que se dedica ao uso da “inteligência” em psicologia. A leitura indicada possibilitará uma compreensão dos conceitos de inteligência. É a inteligência que nos permite resolver as questões do cotidiano, das mais simples as mais complexas.

Temos ainda algumas perguntas em aberto:

Existem níveis de inteligência?

Por outro lado, se esses níveis existem, como influenciam na aprendizagem?

Fica ainda outra questão: Será que só existe um tipo de inteligência?

Recomendo que você faça a leitura desse capítulo, para entender essas questões. Importante destacar que a leitura do presente guia, não substitui a leitura dos demais recursos recomendados. Ainda faz-se necessário lembrar que o aprendizado não depende apenas da inteligência, o processo é mais complexo e merece ser estudado e compreendido em sua complexidade.

Quando estudamos as inteligências múltiplas, vamos entendendo que os seres humanos são diferentes em

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suas formas de lidar com as situações do cotidiano, que possuem capacidades, potenciais e habilidades diferentes. São esses seres humanos que frequentam as escolas e que necessitam ser compreendidos em seus processos de aprendizagem.

Recomendo a você que, após a leitura da teoria das inteligências múltiplas em seu livro texto, assista a entrevista exibida no programa Diversidade da TV Itararé de Campina Grande/PB, que é afiliada a TV Cultura. O vídeo tem duração de aproximadamente 5 minutos e está disponível no link abaixo.

Agora que você compreendeu o conceito de inteligência e estudou sobre diversas inteligências, precisamos pensar sobre outros aspectos que também fazem parte da aprendizagem. A inteligência favorece o aprendizado, mas não é o único processo responsável por ele, a memória também tem seu papel e importância.

MEMÓRia

A memória é o processo que permite ao ser humano codificar, armazenar e recuperar dados. Muitas vezes esquecemos nomes de pessoas ou fatos. Existem ocasiões nas quais, fazemos grande esforço para lembrar de algo e outras que lembramos quase automaticamente do que queremos, sem esforço para que as lembranças cheguem.

No passado a memória era muito valorizada nas escolas, como exemplo, podemos pensar na exigência de decorar fórmulas matemáticas e tabuada. Na atualidade, a compreensão do conteúdo por parte do aluno, tem sido mais valorizada ficando a memorização como uma consequência dessa compreensão.

Então vamos entender do que estamos falando, quanto usamos o termo memória e como ocorre esse processo. Você aluno, já se perguntou como as informações entram na memória. A memória possui três processos básicos, são eles:

§Codificação§Armazenamento§Recuperação

A entrada de informação é responsabilidade do processo de codificação, que é o momento no qual a informação é registrada. Após o registro da informação, ela é armazenada, ou seja, é mantida na memória e posteriormente ela é recuperada no processo de recuperação, quando buscamos algum dado e ele é lembrado.

No processo de codificação, a atenção é um fator de importância, pois o registro na memória depende da atenção demandada ao fato ou situação. A atenção é a seleção do estímulo. Geralmente lembramos com maior facilidade dos fatos ou situações ou pessoas sobre as quais demandamos atenção. Nossa atenção é seletiva, ou seja, nós selecionamos consciente ou inconscientemente a que iremos destinar atenção. Essas serão as situações ou fatos mais facilmente lembrados no futuro.

Alguns teóricos tratam de níveis de processamento ao estudar memória, ou seja, a entrada de informação pode ser processada de diferentes níveis: nível superficial, nível intermediário e nível profundo.

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No nível mais superficial de codificação, a codificação é estrutural e enfatiza a estrutura física do estímulo, enquanto no nível intermediário a codificação é fonética, na qual se enfatiza os sons das palavras e, no nível mais profundo, a codificação é semântica, ocorre por meio do significado do estímulo verbal. Podemos dizer que a associação a imagens e ou a elaboração, que consiste em ligar um estímulo a outro na hora da codificação, são fatores que favorecerão o processo de memorização.

Mas na memória temos ainda o armazenamento da informação. Fica a pergunta: Como as informações são armazenadas na memória?

Para explicar a armazenagem de informação, teóricos fazem analogia entre as informações armazenadas pelos computadores e as armazenadas pela memória humana. As teorias do processamento da informação tratam de três armazenagens na memória, são elas:

1. Sensorial

2. Curto prazo

3. Longo prazo

A memória sensorial está relacionada aos sentidos e geralmente dura uma fração de segundos. A memória de curto prazo possui pequena capacidade e curta duração de armazenamento. A memória de longo prazo, por sua vez, possui capacidade ilimitada e pode manter informações por longo período de tempo.

O terceiro processo é a recuperação, quando a informação é resgatada da memória. O resgate da informação geralmente ocorre sem muito esforço, mas existem formas de estimular o desenvolvimento da memória.

Recomendo que você aluno, leia o artigo indicado no link, para aprofundar seus conhecimentos sobre memória. O texto Memória, cognição e educação: implicações mútuas; foi elaborado por Amâncio da Costa Pinto da Faculdade de Psicologia e de C. da Educação da Universidade do Porto. O texto amplia os conteúdos aqui trabalhados.

Como já vimos os processos de memória e aprendizagem são interdependentes, será que compreender esses dois processos psicológicos é suficiente para uma boa atuação na educação. A resposta a esse questionamento é não. Outros processos precisam ser também estudados.

Todos estão prontos para aprender as mesmas coisas? Por que será que as crianças não conseguem entender determinados conceitos abstratos quando ainda são muito pequenas?

Essas questões nos levam a pensar na questão da maturação e da prontidão, conteúdos importantes para a Psicologia da Educação.

MaTURaÇÃo

O ser humano nasce muito dependente dos cuidados de outro ser humano, alguns dos nossos comportamentos são instintivos, mas a maioria deles são constituídos a partir da interação social. Podemos refletir sobre o pensamento e a linguagem, processos que dependem diretamente da interação com outros seres humanos para se desenvolver, mas que, vale ressaltar, dependem também de um

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processo de maturação do organismo.

Um bebê, por exemplo, consegue se comunicar, mas não tem condições de se comunicar usando o sistema de linguagem utilizado pelos adultos, a linguagem vai se desenvolvendo aos poucos. Da mesma forma, o pensamento. Uma criança muito pequena tem dificuldade de entender conceitos abstratos, porque ainda está desenvolvendo o pensamento, só conseguirá essa compreensão com o desenvolvimento.

No processo de aquisição e desenvolvimento da linguagem, faz-se necessário o desenvolvimento neural e a maturação do aparelho vocal do bebê. Com a aprendizagem não é diferente. Crianças muito pequenas não conseguem aprender determinados conceitos ou conteúdos porque ainda não estão prontas para isso.

Parece importante, nesse momento, que você aluno, reflita sobre o processo de desenvolvimento. Processo que se estende por todas as etapas de vida do ser humano, desde sua concepção até sua morte.

Esse desenvolvimento pode ser percebido facilmente nos aspectos físicos, mas não se resume e eles. No desenvolvimento interagem simultaneamente as condições orgânicas, estruturais e os estímulos ambientais. O desenvolvimento é contínuo e envolve dois outros processos como discutiremos a seguir, a maturação e a aprendizagem.

A maturação é caracterizada por mudanças estruturais sob influencia da hereditariedade. A maturação ocorre independente de treinamento ou estimulação por parte do ambiente. Podemos dizer que a aprendizagem vai ocorrer quando a pessoa estiver madura o suficiente. Quando observamos os bebês, fica fácil perceber isso. Não é possível um bebê de poucos meses ficar de pé sozinho ou andar. Do mesmo no modo que não conseguimos ensinar uma criança muito pequena a ler. Essa maturação precisa ser compreendida e respeitada nos processos de aprendizagem, pois é importante que o organismo esteja maduro o suficiente para que a aprendizagem ocorra.

§Mas o que é mesmo maturação?

§Maturação e desenvolvimento são a mesma coisa?

§E crescimento?

§Qual a diferença entre crescimento e desenvolvimento?

Vamos estudar esses três conceitos para compreender a relação deles com a aprendizagem.

Desenvolvimento é um processo de crescimento, no qual o ser humano enfrenta mudanças em várias esferas: física, cognitiva, emocional e comportamental.

Esse desenvolvimento ocorre durante toda a vida dos seres humanos e é estudado em fases que possuem suas características próprias e específicas. Entretanto é importante destacar que cada criança possui suas características individuais, o que significa dizer que as fases de desenvolvimento serão vivenciadas mais cedo ou mais tarde, de acordo com as características de cada criança, não é o fator idade que será por si só determinante da fase.

Quando falamos de crescimento, nos referimos aos aspectos biológicos, tais como estatura, peso e

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mudanças biológicas no corpo. Vale destacar que os processos de crescimento e desenvolvimento estão inter-relacionados e sofrem grandes influencias dos fatores genéticos e ambientais. Mesmo em relação ao crescimento, que se destacam as questões genéticas, os fatores ambientais e suas variações não podem ser descartados.

Podemos dizer que os aspectos nutricionais, as condições geográficas, sociocultural e sócio econômicas são importantes, nos processos de crescimento e desenvolvimento.

Recomendo que seja lido o caderno de referência do esporte, da UNESCO, da página 16 a 19, para aprofundar os conhecimentos sobre crescimento e desenvolvimento. O caderno está disponível no link indicado abaixo.

Discutimos os conceitos de crescimento e desenvolvimento, mas como vimos, cada criança tem seu ritmo de crescimento e desenvolvimento. Não é diferente com a maturação.

Maturação está relacionada as questões biológicas como estrutura e funções das células, está ligada ainda a aspectos físicos e evolutivos. O melhor momento para iniciar uma aprendizagem é quando a pessoa atingiu a maturação necessária para aquele aprendizado, o que como já percebemos, vai ser variável de uma pessoa para outra.

Várias experiências foram realizadas em estudos com o objetivo de compreender a aprendizagem. Esses mostraram que iniciar muito cedo um treinamento, tentando antecipar as fases, só revelou que os resultados serão os mesmos se compararmos crianças que tiveram esse treinamento antecipado e crianças que foram trabalhadas sendo respeitada sua fase de desenvolvimento.

Além da maturação, é importante a prontidão para aprender, que significa ter uma preparação e um interesse para aprender aquele conteúdo. Nesse processo a experiência anterior em relação ao conteúdo estudado vai favorecer o aprendizado.

A página do portal de educação, indicada no link, apresenta o conteúdo de prontidão e relaciona com o desenvolvimento de algumas funções específicas.

O processo de aprendizagem, como dito anteriormente se relaciona com a maturação e prontidão para aprendizagem, com o crescimento do indivíduo e a fase de desenvolvimento que ele vivencia. Lembrando sempre que cada sujeito tem seu ritmo e características pessoais que devem ser respeitadas em seu processo educacional.

Ao longo dessa unidade, estudamos a inteligência e por meio dos estudos foi possível aprender que ela não é determinante por si só da aprendizagem. Compreendemos também que essa inteligência pode ser estimulada e que sofre grande influencia do ambiente.

Na atualidade, a teoria das inteligências múltiplas tem sido muito discutida e valorizada, possibilitando uma ampliação no leque de competências, que podem e devem ser desenvolvidas pelas escolas.

A unidade 2, que está chegando ao fim, permitiu ainda uma discussão sobre os produtos afetivos e motores da aprendizagem.

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Você aluno, deve realizar todas as leituras aqui recomendadas porque estas irão possibilitar um adequado aproveitamento da disciplina. Também foram recomendados vídeos que devem ser assistidos com o objetivo de favorecer seu aproveitamento.

Queremos ainda ressaltar a necessidade de fazer a leitura na íntegra do capítulo 2, do livro texto da disciplina.

È necessário que você visite todos os links indicados no presente guia de estudos, bem como realizar as leituras, atividades e exercícios aqui recomendados.

Como estamos chegando ao final da desta unidade, é importante lembrar a necessidade de você ter domínio dos conteúdos aqui estudados.

Finalizando essa etapa, você deve continuar seus estudos com a unidade 3, o que significa dizer que cumpriu 50% do seu percurso na disciplina Psicologia da Educação.

A unidade 3 vai inicialmente abordar como a experiência anterior pode influenciar na educação, ou melhor, como ela pode ser favorável ao processo educacional. Depois irá se dedicar aos estudos da inadaptação escolar. Podemos observar em nosso cotidiano, que existe uma preocupação na atualidade em trabalhar também aspectos da própria instituição escolar e da família como importantes, nesse processo de adaptação.

Ainda na unidade 3 iniciaremos os estudos e as contribuições de teóricos de peso para a Psicologia da Educação. O primeiro a ser estudado será Skinner e a escola behaviorista. Depois estudaremos a escola behaviorista e a aprendizagem.

Para finalizar o condicionamento operante e a escola neo-behaviorista, aguardamos você na unidade 3, mas esperamos que seu estudo tenha sido proveitoso e que obtenha um bom desempenho ao longo de sua disciplina.

Mais uma vez queremos ressaltar a importância de realizar as leituras, os exercícios e atividades propostas.

No ambiente virtual de aprendizagem você encontrará atividade referente a unidade 3, bem como encontrará sempre ao final das unidades, atividades que deverão ser realizadas no ambiente virtual de aprendizagem. Essas atividades são importantes e necessárias para seu aproveitamento na disciplina.

Releia os conteúdos que sentir alguma dificuldade de compreensão ou que achar mais complexo.

Desejamos que retorne em breve para iniciar a unidade 3 e dar continuidade a sua disciplina. Lembre-se: um horário regular para os estudos deve ser seu aliado no ensino a distancia.

Nos encontramos na unidade 3.

Até breve!