guia prático para a elaboração de trabalhos acadêmicos
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Danilo Da Cás
GUIA PRÁTICO
para elaboração
de
trabalhos acadêmicos
Danilo Da Cás
GUIA PRÁTICO
para elaboração
de
Trabalhos acadêmicos
São Paulo Outubro
2008
©Copyright 2008 by Jubela Livros Ltda ©Copyright 2008 by Danilo Da Cas Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida sem autorização prévia e escrita de
Jubela Livros Ltda. .
Este manual é uma cortesia do autor e da editora para os leitores do livro “MANUAL TEÓRICO-PRÁTICO PARA ELABORAÇÃO METODOLÓGICA DE TRABALHOS ACADÊMICOS” e não pode ser vendido. Outubro de 2008 Produção: Ensino Profissional Editora
Editor Responsável: Fábio Luis Dias
Organização: Norma Lucia Alves Dias
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D edicam os este trabalho a todos aqueles
que, incansavelm ente, trabalham na form ação do
intelecto da juventude, esperançosa e prom issora,
capaz de criar um a ciência nova que produza o
bem -estar da hum anidade.
PREFÁCIO
Após uma longa experiência em Metodologia da Pesquisa Científica, ligada
à administração de aulas e orientação de trabalhos acadêmicos (TCC, Dissertação e
Tese), chegou o momento de consolidar os conhecimentos e as práticas dessas atividades
neste livro que é uma homenagem aos que foram meus alunos e um legado intelectual
que lhes sirva de estímulo a prosseguirem na longa trajetória da busca de conhecimentos
feita com base científica.
A obra para não ser extensa demais foi dividida em duas partes:
1ª MANUAL TEÓRICO-PRÁTICO para a elaboração metodológica de
trabalhos acadêmicos: impressa, contém todos os elementos básicos para o
desenvolvimento de um trabalho acadêmico, do projeto de pesquisa à redação final do
mesmo.
2ª GUIA PRÁTICO para a elaboração de trabalhos acadêmicos disponível
no link da Editora Ensino Profissional, constante na contracapa do MANUAL, pode ser
acessado gratuitamente. Ele tem três capítulos complementares do MANUAL e sete
capítulos com conteúdos novos destinados ao aprimoramento dos acadêmicos e de seus
trabalhos. A meu convite, esta obra foi enriquecida com a colaboração graciosa de três
respeitados profissionais:
• Profª. Roberta Ribeiro Moura Padoan, docente de Informática do
Instituto de Ensino Superior de Bauru (cap. 7).
• Prof. Dr. Francisco Gouvêa Júnior, docente do Departamento de
Ciências Biológicas da Universidade Estadual Paulista, do Campus
de Bauru (cap. 2).
• Prof. Dr. Luís Francisco da Cruz, docente do Departamento de
Matemática da Universidade Estadual Paulista, do Campus de
Bauru (cap. 3).
A colaboração dos três profissionais contribuiu para ampliar e enriquecer a
obra, dando-lhe maior abrangência e possibilitando apresentação de trabalhos
acadêmicos de maior qualidade. Fico-lhes muito agradecido pela valiosa contribuição.
O teor do GUIA PRÁTICO será de grande utilidade para o acadêmico nas
suas atividades universitárias; para o pós-graduando será fundamental na orientação de
seu trabalho acadêmico formal (Dissertação ou Tese), pois contém todos os elementos e
diretrizes necessários para, com segurança, levar a bom termo sua tarefa.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ........................................................................................................................... 08 CAPÍTULO 1 PROJETO DE PESQUISA ......................................................................................................... 11
1.1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 12 1.1.1 Conceituação ................................................................................................................ 12 1.1.2 Objetivos ....................................................................................................................... 12
1.2 DESENVOLVIMENTO ....................................................................................................... 13 1.2.1 Escolha do assunto: diretrizes práticas ...................................................................... 13 1.2.2 Definição delimitação do tema - problema -.............................................................. 16
1.2.2.1Conceituação......................................................................................................... 16 1.2.2.2 Delimitação .......................................................................................................... 16 1.2.2.3 Problema ............................................................................................................. 17
1.2.3 Justificativa ................................................................................................................. 18 1.2.3.1 Conceituação........................................................................................................ 18 1.2.3.2 Razão pessoal ..................................................................................................... 18 1.2.3.3 Razão científica ................................................................................................... 20
1.2.4 Objetivos ...................................................................................................................... 20 1.2.4.1 Conceituação ....................................................................................................... 20 1.2.4.2 Rol de objetivos e sua caracterização ................................................................. 21
1.2.5 Hipóteses ..................................................................................................................... 23 1.2.5.1 Conceituação ......................................................................................................... 23 1.2.5.2 Fases de elaboração ............................................................................................. 24
1.2.6 Metodologia ................................................................................................................. 27 1.2.6.1 Conceituação ....................................................................................................... 27 1.2.6.2 Procedimentos ..................................................................................................... 28
1.2.7 Fundamentação teórica .............................................................................................. 29 1.2.7.1 Conceituação ....................................................................................................... 29 1.2.7.2 Indicações práticas .............................................................................................. 29
1.2.8 Introdução .................................................................................................................... 32 1.2.8.1 Conceituação ....................................................................................................... 32 1.2.8.2 Estrutura .............................................................................................................. 32
1.2.8.2.1 Conceituação preliminar ............................................................................... 32 1.2.8.2.2 Caracterização do assunto – tema – problema ........................................... 33 1.2.8.2.3 Materiais e métodos ou pressupostos metodológicos ................................. 35 2.8.2.4 Fundamentação teórica ou revisão da literatura ............................................. 35 2.8.2.5 Visão-síntese do trabalho formal ..................................................................... 35
1.2.8.3 Questionamentos ................................................................................................... 35 1.2.9 Referências .................................................................................................................. 36 1.2.10 Cronograma ............................................................................................................... 36
1.2.10.1 Requisitos básicos ............................................................................................. 36 1.2.10.2 Cronograma descritivo-analítico ........................................................................ 38 1.2.10.3 Cronograma sintético ......................................................................................... 41
1.2.11 Apêndices .................................................................................................................. 42 1.2.12 Anexos ....................................................................................................................... 46 1.2.13 Ficha financeira ou previsão orçamentária ........................................................... 46
1.3CONCLUSÃO ..................................................................................................................... 47 1.4 QUESTIONÁRIO REFLEXIVO-ANALÍTICO ...................................................................... 47
CAPÍTULO 2 PESQUISA EM MATEMÁTICA .................................................................................................. 50
2.1 Introdução ....................................................................................................................... 51 2.2 Pesquisa em Matemática Pura ...................................................................................... 52 2.3 Pesquisa em matemática aplicada ............................................................................... 54
2.4 Considerações finais ..................................................................................................... 57 CAPÍTULO 3 PESQUISA DE LABORATÓRIO ................................................................................................ 58
3.1 Introdução ......................................................................................................................... 59 3.2 Conceituação de pesquisa em laboratório .................................................................... 59 3.3 Objetivos ........................................................................................................................... 61 3.4 Organização geral do laboratório ................................................................................... 61
3.4.1 Rotinas de laboratório ............................................................................................... 61 3.4.2 Equipamentos ........................................................................................................... 61 3.4.3 Segurança ................................................................................................................. 62
3.5 Organização de um experimento .................................................................................... 62 3.5.1 Iniciando um experimento ......................................................................................... 62 3.5.2 Criando grupos controle e experimental ................................................................... 63 3.5.3 Coletando e anotando os dados ............................................................................... 64 3.5.4 Tabulando e analisando os resultados ..................................................................... 64 3.5.5 Apresentando os resultados ..................................................................................... 65 3.5.6 Discutindo os resultados e concluindo a pesquisa ................................................... 65
3.6 Conclusão ......................................................................................................................... 65 3.7 Um exemplo de pesquisa ................................................................................................ 66
CAPÍTULO 4 TRAMENTO DOS DADOS E ELABORAÇÃO DOS RESULTADOS ........................................ 68
4.1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 69 4.1.1 Conceituação ............................................................................................................... 69 4.1.2 Objetivos ....................................................................................................................... 69
4.2 DESENVOVLVIMENTO ..................................................................................................... 69 4.2.1 Tabulação ...................................................................................................................... 69
4.2.1.1 Conceituação ....................................................................................................... 69 4.2.1.2 Primeira etapa ..................................................................................................... 69 4.2.1.3 Segunda etapa .................................................................................................... 70
4.2.2 Interpretação e discussão dos resultados ..................................................................... 70 4.3 ONCLUSÃO ....................................................................................................................... 71 4.4 QUESTIONÁRIO REFLEXIVO-ANALÍTICO ...................................................................... 72
CAPÍTULO 5 CONOGRAFIA: normas para a apresentação de ilustrações ............................................... 73
5.1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 74 5.1.1 Conceituação ................................................................................................................ 74 5.1.2 Objetivos ....................................................................................................................... 74
5.2 DESENVOLVIMENTO ....................................................................................................... 74 5.2.1 Tipos .............................................................................................................................. 74 5.2.2 Algumas normas ........................................................................................................... 75
5.2.2.1 ABNT ................................................................................................................... 75 5.2.2.2 Normas para a elaboração e apresentação de quadros ..................................... 76 5.2.2.3 Procedimentos para o uso de figuras .................................................................. 77
5.3 CONCLUSÃO .................................................................................................................... 78 5.4 QUESTIONÁRIO REFLEXIVO-ANALÍTICO....................................................................... 78
CAPÍTULO 6 ICONOGRAFIA: normas para a apresentação tabular .......................................................... 80
6.1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 81 6.1.1 Conceituação ................................................................................................................ 81 6.1.2 Objetivos ....................................................................................................................... 81
6.2 DESENVOLVIMENTO ....................................................................................................... 81 6.2.1 Conceitos básicos ......................................................................................................... 81 6.2.2 Normas para a elaboração de uma tabela .................................................................... 82
6.2.3 Diagramação de uma tabela ........................................................................................ 85 6.2.4 Recomendações gerais ................................................................................................ 86 6.2.5 Quadro sinótico: normas a apresentação tabular ......................................................... 87
6.3 CONCLUSÃO .................................................................................................................... 88 6.4 QUESTIONÁRIO REFLEXIVO-ANALÍTICO....................................................................... 88 6.5 EXERCÍCIO ........................................................................................................................ 88
CAPÍTULO 7 ELEMENTOS VISUAIS NUM TRABALHO ACADÊMICO ......................................................... 89
7.1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 90 7.1.1 Conceituação ................................................................................................................ 90 7.1.2 Objetivo ......................................................................................................................... 90
7.2 DESENVOLVIMENTO ....................................................................................................... 90 7.2.1 Tabela ........................................................................................................................... 90 7.2.2 Gráficos ......................................................................................................................... 95
7.2.2.1 Gráfico tipo colunas ............................................................................................. 96 7.2.2.2 Gráfico tipo barras ............................................................................................... 107 7.2.2.3 Gráfico tipo linhas ................................................................................................ 108 7.2.2.4 Gráfico tipo pizza ................................................................................................. 111
7.3. CONCLUSÃO ................................................................................................................... 112 CAPÍTULO 8 ESTRUTURA DE UM TRABALHO ACADÊMICO FORMAL: - Monografia, Dissertação e Tese – visão-síntese ........................................................... 113
8.1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 114 8.2 DESENVOLVIMENTO ....................................................................................................... 114
8.2.1 Elementos pré-textuais ................................................................................................. 115 8.2.2 Elementos textuais ........................................................................................................ 116 8.2.3 Elementos pós-textuais ................................................................................................. 116
CAPÍTULO 9 CONSTRUÇÃO DE UMA TEORIA CIENTÍFICA: fatos - leis – teoria ..................................... 117
9.1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 118 9.1.1 Justificativa .................................................................................................................... 118 9.1.2 Objetivos ....................................................................................................................... 118
9.2 DESENVOLVIMENTO ....................................................................................................... 118 9.2.1 Conceitos básicos ......................................................................................................... 118 9.2.2 Condições para unificar o conhecimento e suas funções ............................................. 120
9.2.2.1 Conceituação ....................................................................................................... 120 9.2.2.2 Funções ............................................................................................................... 121
9.2.3 Estrutura de uma teoria ................................................................................................. 122 9.2.4 Características das ciências factuais ............................................................................ 123 9.2.5 Construção de uma teoria científica .............................................................................. 125 9.2.6 Características de uma teoria científica ........................................................................ 125 9.2.7 Quadro sinótico: construção de uma teoria científica .................................................... 127 9.2.8 Organograma da construção de uma teoria científica ................................................... 128
9.3 CONCLUSÃO .................................................................................................................... 129 9.4 QUESTIONÁRIO REFLEXIVO-ANALÍTICO ...................................................................... 129 9.5 EXERCÍCIO ........................................................................................................................ 129
CAPÍTULO 10 NORMAS DE REFERÊNCIA E DOCUMENTAÇÃO .................................................................. 130 10.1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 131
10.1.1 Conceituação ............................................................................................................. 131 10.1.2 Objetivos .................................................................................................................... 131
10.2 DESENVOLVIMENTO .................................................................................................... 131 10.2.1 Definições básicas ..................................................................................................... 131
10.2.2 Elementos da referência e localização ...................................................................... 133 10.2.3 Regras gerais de apresentação ................................................................................. 133 10.2.4 Abrangência do teor do capítulo ................................................................................ 133 10.2.5 Modelo de referência .................................................................................................. 134
10.2.5.1 Monografia como um todo ................................................................................ 134 10.2.5.2 Monografia no todo em meio eletrônico ........................................................... 134 10.2.5.3 Parte da monografia ......................................................................................... 134 10.2.5.4 Parte da monografia em meio eletrônico .......................................................... 135 10.2.5.5 Publicação periódica: coleção, fascículo, número de revista, jornal ................ 135 10.2.5.6 Evento como um todo ....................................................................................... 136
10.2.6 Patente ....................................................................................................................... 137 10.2.7 Documento jurídico .................................................................................................... 137
10.2.7.1 Legislação ......................................................................................................... 137 10.2.7.2 Jurisprudência .................................................................................................. 138 10.2.7.3 Doutrina ............................................................................................................ 138 10.27.4 Documento jurídico eletrônico ........................................................................... 139
10.2.8 Imagem em movimento ............................................................................................. 139 10.2.9 Documento iconográfico ............................................................................................ 139
10.2.9.1 Elementos ......................................................................................................... 139 10.2.9.2 Documento iconográfico em meio eletrônico ................................................... 140
10.2.10 Documento cartográfico ........................................................................................... 140 10.2.10.1 Elementos ......................................................................................................... 140 10.2.10.2 Documento cartográfico em meio eletrônico .................................................... 140
10.2.11 Documento sonoro ................................................................................................... 141 10.2.11.1 Elementos ....................................................................................................... 141 10.2.11.2 Documento sonoro em parte .......................................................................... 141
10.2.12 Partitura .................................................................................................................... 141 10.2.12.1 Elementos ......................................................................................................... 141 10.2.12.2 Partitura em meio eletrônico ............................................................................. 142
10.2.13 Documento tridimensional ........................................................................................ 142 10.2.13.1 Conceito e elementos ..................................................................................... 142 10.2.13.2 Documento de acesso exclusivo em meio eletrônico .................................... 142
10.2.14 Transcrição de elementos ........................................................................................ 143 10.2.14.1 Autoria ........................................................................................................ 143 10.2.14.2 Título e subtítulo ......................................................................................... 144 10.2.14.3 Títulos de periódicos .................................................................................. 144 10.2.14.4 Edição ......................................................................................................... 144 10.2.14.5 Local ........................................................................................................... 145 10.2.14.6 Editora ........................................................................................................ 145 10.2.14.7 Data ............................................................................................................ 146 10.2.14.8 Descrição física .......................................................................................... 147 10.2.14.9 Ilustrações ................................................................................................ 148 10.2.14.10 Dimensões ............................................................................................... 148 10.2.14.11 Série e coleções ....................................................................................... 148 10.2.14.12 Notas ........................................................................................................ 148
10.2.15 Ordenação das referências ...................................................................................... 149 10.2.15.1 Sistema alfabético .......................................................................................... 149 10.2.15.2 Sistema numérico ........................................................................................... 150
10.2.16 Quadro sinótico: normas de referência e documentação ........................................ 151 10.3 CONCLUSÃO ................................................................................................................. 152 10.4 QUESTIONÁRIO REFLEXIVO-ANALÍTICO.................................................................... 152 10.5 EXERCÍCIO ..................................................................................................................... 152
REFERÊNCIAS ......................................................................................................................... 153
9
INTRODUÇÃO
O pesquisador ao desenvolver suas pesquisas, o universitário ao
efetivar seus trabalhos acadêmicos, ambos devem pôr em prática as
recomendações do decálogo do pesquisador feitas por Bittar (2005, p. 237-238):
“1. jamais cesses de desbravar as sendas do conhecimento, consciente que estás da
infinitude do trabalho científico e da sua importância para a humanidade;
2. jamais permitas que interesses escusos atravessem os ideais científicos de todo
empreendimento de que participes direta ou indiretamente;
3. jamais descuides da ética na manipulação das fontes de pesquisa, evitando causar danos a
outrem, ou mesmo extrair conhecimentos em prejuízo alheio, lesando direitos autorais ou
trapaceando projetos de terceiros, sabendo que todo o empreendimento científico possui
como limite a dignidade humana;
4. aposta na esperança não no brilho ou no glamour de teus escritos, mas na esperança de
que teus estudos possam iluminar mentes e formar consciências;
5. esparge teus conhecimentos, não os reservando somente para teu deleite pessoal, mas
difundindo-os aos que te cercam;
6. fomenta o estudo naqueles que ainda não se estimularam a desbravar os domínios da
ciência e do conhecimento;
7. contribui com tua pesquisa para a solução de carências sociais e para o desenvolvimento
de tua nação;
8. evita que tua linguagem se torne o empecilho para o acesso e a leitura, ou o entendimento,
de tuas posturas teóricas;
9. evita afirmar aquilo de que não estás convicto, e faz de tua palavra o instrumento para a
elucidação crítica e construtiva das questões que abordas;
10. persiste no ideal que te alimenta a buscar o que ainda não se conhece, ou a aperfeiçoar o
que já se fez, com vistas ao amadurecimento dos saberes humanos e à progressão das
perspectivas científicas, e engrandece tuas técnicas de pesquisa e estudo, com vistas à
obtenção de sempre melhores resultados”.
10
O GUIA PRÁTICO para a elaboração dos trabalhos acadêmicos foi
idealizado para a consecução dos seguintes objetivos:
• Auxiliar os acadêmicos e os pesquisadores iniciantes na elaboração e
execução metodológica de seu projeto de pesquisa.
• Contribuir na elaboração e na organização dos resultados.
• Propiciar elementos para traduzir os resultados em tabelas.
• Subsidiar a pesquisa em Matemática.
• Fornecer elementos para desenvolver uma pesquisa de laboratório.
• Indicar os procedimentos para a representação gráfica dos resultados.
• Sugerir idéias básicas sobre como construir uma teoria científica.
• Oferecer subsídios na organização e na confecção das referências e
da documentação.
• Consolidar os conhecimentos sobre metodologia científica que dão
sustentação às atividades da pesquisa e da produção de
conhecimentos científicos.
Ele é um complemento do MANUAL TEÓRICO-PRÁTICO para a elaboração
metodológica de trabalhos acadêmicos e destina-se a consolidar os conhecimentos da
Metodologia Científica e sua aplicação nas atividades acadêmicas do universitário,
sobretudo, na pesquisa científica.
O GUIA PRÁTICO para a elaboração dos trabalhos acadêmicos foi
idealizado não como um livro, mas como um LINK para complementar o conteúdo do
MANUAL TEÓRICO-PRÁTICO. Servirá de reforço e de consolidação de aprendizagem da
Metodologia da Pesquisa Científica, de modo especial, para o iniciante, que se depara com
algumas dificuldades de assimilar e aplicar as normas na elaboração do projeto de
pesquisa e na produção de conhecimentos científicos.
Uma pesquisa quando é organizada com procedimentos e recursos
adequados, viabilizada por um projeto de pesquisa, executada com métodos próprios na
coleta de dados e elaboração e na discussão dos resultados, produz conhecimentos
científicos e faculta uma redação dos mesmos de forma coerente.
O conteúdo do GUIA PRÁTICO para a elaboração de trabalhos acadêmicos,
em parte, complementa o MANUAL TEÓRICO-PRÁTICO para a elaboração
metodológica de trabalhos acadêmicos e tem dois tipos de conteúdo. Um, apresenta
elementos de complementares do teor do MANUAL PRÁTICO, relacionado com os
seguintes capítulos:
Projeto de pesquisa.
11
Tratamento dos dados e elaboração dos dados.
Estrutura de um trabalho acadêmico formal (Monografia, Dissertação e
Tese): uma visão-síntese.
O outro, apresenta conteúdos novos ou diferenciados para auxiliar aos
acadêmicos na elaboração de seus trabalhos:
Pesquisa em Matemática.
Pesquisa de laboratório.
Iconografia: normas para a apresentação das ilustrações.
Iconografia: normas para a apresentação tabular .
Elementos visuais num trabalho acadêmico.
Elementos visuais num trabalho acadêmico.
Construção de uma teoria científica: fatos, leis e teoria.
Normas de referência e documentação.
GUIA PRÁTICO para a elaboração de trabalhos acadêmicos foi
estruturado e desenvolvido, sobretudo, para auxiliar os acadêmicos e os pesquisadores
iniciantes na elaboração de seus trabalhos formais. Para tanto, foram desenvolvidos, em
complementação ao MANUAL TÉRICO-PRÁTICO, os seguintes assuntos: projeto de
pesquisa; instrumentos para a coleta de dados; iconografia; representação gráfica em
trabalhos acadêmicos; construção de uma teoria científica e normas de referência e
documentação.
12
Capítulo 1
PROJETO
DE
PESQUISA
Um projeto de pesquisa bem elaborado tem várias funções, dentre elas:
define e planeja para o próprio orientado o caminho a ser seguido no desenvolvimento
do trabalho de pesquisa e reflexão, explicitando as etapas a serem alcançadas, os
instrumentos e estratégias a serem usados [...] impor-se uma disciplina de trabalho não
só na ordem dos procedimentos lógicos mas também em termos de organização do
tempo, de seqüência de roteiros e cumprimentos de prazos (SEVERINO, 2002, P. 159).
13
1.1 INTRODUÇÃO
1.1.1 Conceituação
Uma pesquisa científica que reúna as condições de criteriosa, consistente e
coerente, parte sempre de um projeto, metodologicamente, estruturado e fundamentado
em referenciais evidenciados no meio científico ou acadêmico. Nunca se faz uma pesquisa
científica sem antes ter elaborado um projeto técnica e metodologicamente elaborado.
1.1.2 Objetivos
As indicações práticas contidas neste capítulo visam auxiliar e orientar,
passo a passo, o acadêmico ou o pesquisador iniciante para:
• Complementar o capítulo 8 do MANUAL TEÓRICO-PRÁTICO para
elaboração de trabalhos acadêmicos.
• Estruturar o projeto de pesquisa com maior segurança na compreensão,
na adoção e na aplicação dos princípios científicos.
• Escolher, definir e delimitar, de forma completa e adequada, o tema-
problema objeto da pesquisa.
• Estabelecer, de forma consistente, os objetivos e as hipóteses da
pesquisa.
• Selecionar os procedimentos metodológicos e os instrumentos
necessários à coleta de dados e tratamento dos resultados.
• Escolher a fundamentação teórica adequada para dar embasamento à
pesquisa.
• Estruturar a introdução do trabalho acadêmico formal de maneira
adequada de modo que favoreça ao leitor a compreensão do teor
da pesquisa.
• Organizar as referências ou a documentação de acordo com os
procedimentos da Associação Brasileira de Normas Técnicas
(ABNT).
14
• Elaborar um cronograma da organização, execução à redação final do
trabalho acadêmico formal e seu encaminhamento.
1.2 DESENVOLVIMENTO
1.2.1 Escolha do assunto: diretrizes práticas
Escolha do assunto é um processo de madura reflexão e análise diante de
uma opção dentre várias que se apresentam ao intelecto do acadêmico ou do pesquisador
para, ao final, tomar uma decisão centrada num tema que represente significado de
relevante importância e de grande atrativo para o estudo.
A escolha do assunto – tema – precisa preencher vários requisitos ou
critérios para assegurar ao acadêmico ou ao pesquisador, certa segurança de acerto na
escolha do tema e da exeqüibilidade de um projeto de pesquisa, por isso a escolha deve:
• Recair sobre um assunto de relevante significado, que mereça uma
pesquisa a fim de produzir conhecimentos novos e de contribuir na
solução de um problema.
• Apresentar características de inédito, algo novo, não pesquisado.
• Ter identificação com os interesses do pesquisador a fim de despertar
todo o dinamismo necessário para a busca da literatura básica que
dará sustentação à execução ao projeto de pesquisa.
• Possibilitar a contribuição para o aprimoramento e enriquecimento do
saber do pesquisador.
• Ser exeqüível a execução da pesquisa mediante o emprego da
metodologia adequada e recursos necessários.
• Contribuir na produção de novos conhecimentos necessários ou úteis à
vida acadêmica ou à sociedade.
A escolha do assunto, em princípio, o acadêmico ou o pesquisador deve
começar com o atendimento dos pressupostos, abaixo relacionados, a fim de garantir a
eficiência da pesquisa:
• Formação acadêmica ou intelectual em relação ao assunto objeto da
pesquisa.
15
• Análise à exaustão do tema procurando estudá-lo nas várias dimensões
e enfoques para caracterizar seus elementos constitutivos ou
estruturais e definir o seu sentido exato.
• Organização seqüencial das tarefas a executar e só passar para a
seguinte quando a anterior for concluída.
• Existência de fontes e recursos para levar a bom termo a pesquisa.
• Interesse e, até certa empolgação, pelo tema da pesquisa quer seja por
motivo pessoal, quer seja por motivo profissional.
• Dedicação e persistência na superação dos obstáculos e na
continuidade do trabalho, encarando-o como um desafio para
manter atuante a força da motivação até à conclusão e à defesa do
trabalho formal acadêmico.
• Vontade e decisão de empregar todos os esforços para levar a bom
termo a pesquisa para: produzir conhecimentos novos, sanar falhas
e lacunas existentes e constituir um avanço no saber.
• Respeito à Ética e aos princípios científicos na busca da verdade.
• Uso de todos os meios e recursos para o levantamento das fontes dos
dados e dos métodos a serem usados até à exaustão.
• Previsão do tempo, dos recursos e dos meios em relação à execução e
à extensão da pesquisa prevendo o seu término em tempo hábil,
sem prejudicar a qualidade do trabalho.
• Domínio da metodologia científica básica para executar a pesquisa e
sustentar a argumentação lógica.
• Organização e registro no levantamento preliminar das fontes, dos
métodos e dos recursos necessários à execução da pesquisa.
• Escolha um tema deve recair numa área de interesse da ciência para
que seu desenvolvimento possa contribuir na perspectiva sócio-
acadêmico-científica.
• Afinidade com a orientação para: estabelecer condições de diálogo e de
esclarecimentos necessários ao desenvolvimento e ao
aprimoramento da pesquisa; fazer as adequações estruturais
exigidas pelo desenvolvimento do trabalho; executar as diretrizes
estabelecidas na efetivação segura e eficiente do trabalho científico.
• Decisão final deve resultar de madura reflexão; metódica análise e
síntese, minuciosa comparação com assuntos afins com o objetivo
16
de fixar o tema escolhido e, por vias de conseqüência, desenvolvê-lo
com segurança, abrangência e consistência.
A partir dos procedimentos citados por Costa (2005, p. 120) em relação à
escolha adequada do tema objeto de uma pesquisa e sua melhor definição, seguem as
seguintes práticas para sua seleção mais segura e consistente:
• Observação direta do comportamento dos fatos e dos fenômenos da
realidade histórica ou científica.
• Reflexão madura sobre o assunto a escolher.
• Senso comum, isto é, vivência do cotidiano da grande maioria ou da sua
concepção empírica sobre o tema, fruto da sua experiência.
• Experiência pessoal consolidada ao longo de sua existência relacionada
com o tema.
• Analogias ou associações com temas afins mediante a adoção de
alguns critérios para evidenciar os elementos análogos ou
associativos em função dos pontos similares.
• Observação – levantamento - em documentos, em fontes para
evidenciar elementos relacionados com o tema.
• Participação ou freqüência em: seminários, debates, mesas redondas,
conferências ou em cursos.
• Análise de controvérsias ou polêmicas em torno do assunto em voga.
• Observações das informações divulgadas através dos mais variados
meios de comunicação os quais podem empírica ou cientificamente,
de uma forma ou de outra, divulgar conhecimentos sobre o tema.
Por fim, Costa (2005, p 120) conclui:
Por conseguinte, múltiplas são as formas de se escolher um tema, mas é preciso que haja o interesse do pesquisador em assim acontecer, esforçando-se ao máximo para fazer a melhor opção para si, a instituição onde pesquisa e sua comunidade.
Pessoa (2005, p. 38-39) sugere fazer alguns questionamentos os quais
podem contribuir para escolha do tema da pesquisa:
Que assunto você gostaria que fosse abordado numa palestra?
Que assunto poderia ler para despertar minha atenção?
Qual o assunto em que tenho certa bagagem de conhecimentos e interesse
de desenvolvê-los?
Que aspectos do tema não abordados pela comunidade científico-
acadêmica poderiam ser desenvolvidos?
17
Qual é o tema em que tenho pouco conhecimento mas gostaria de
pesquisar ?
Gostaria de ser referência na comunidade científico-acadêmica em relação
ao tema?
Que tema me chamou mais atenção durante o curso?
Podem ocorrer várias respostas. Opte por aquela que tem maior número de
requisitos, critérios que reúna o maior número de pressupostos e diretrizes acima.
1.2.2 Definição e delimitação do tema - problema -
1.2.2.1 Conceituação
A definição do tema pode ser feita em vários enfoques. Para isso, o
acadêmico ou o pesquisador deve usar dicionários (vernáculo, latino e, se possível, grego)
por representarem um grande auxílio na busca do significado do tema (denotativo e
semântico) para chegar a uma conceituação completa e definitiva que norteará o
enunciado do título (subtítulo, se necessário) da pesquisa. Todos os termos do título do
tema devem ter sua adequada conceituação e descrição a fim de dar uma noção exata do
assunto da pesquisa.
Definir o tema significa: analisar sua natureza e seu teor; fazer sua
descrição circunscrita dentro de certos limites; levantar seus componentes estruturais e
seus atributos; explicar seu sentido léxico-etimológico; expor com precisão as idéias nele
contidas e extraídas mediante madura reflexão.
O tema assume um título que, quando necessário, pode constar um
subtítulo para melhor delimitar o teor do mesmo.
Algumas indicações práticas: leituras, reflexões, análises sobre o tema-
problema para, em seguida, fazer sua descrição expansiva, busca de todos seus
elementos constitutivos. Retomar o material escrito, fazer nova análise e reflexão para
separar aquilo que é mais consistente e que pode constituir a definição a fim de consolidá-
la.
1.2.2.2 Delimitação
A delimitação do tema – natureza e teor – abrange vários aspectos:
18
Temporalidade, situação nos limites do tempo, na época, com o objetivo de
respeitar suas características e previsão do tempo necessário para a execução do projeto.
Localização, quando for o caso, no espaço onde ocorreu o fato.
Público-alvo especializado ou leigo para direcionar a linguagem a ser usada
na redação da pesquisa.
Linha filosófico-metodológica a adotar na execução do projeto e na
elaboração dos dados, na organização e redação dos resultados.
Viabilidade com base na proposta e nos recursos possíveis para a
execução cabal da pesquisa.
Extensão – abrangência – e profundidade no trato do assunto a ser
pesquisado e da área a qual ele está vinculado cujos componentes podem traduzir sua
complexidade.
Contextualização do tema em função da realidade sócio-cultural e científico-
tecnológica.
Localização do tema dentro de uma área do conhecimento científico.
Extensão e profundidade que o tema deve atingir.
1.2.2.3 Problema
A partir da definição, o tema passa a ser formulado como um problema
mediante o emprego de vários questionamentos na tentativa de estabelecer relações entre
o problema e as variáveis que o produziram, e de verificar a possibilidade de seu
equacionamento mediante a experimentação e aplicação dos procedimentos
metodológicos.
A formulação clara do problema consolida a definição, a abrangência do
tema da pesquisa, sua situação contextual e seu enquadramento dentro de uma área
científica. Ao mesmo tempo, contribui para a elaboração da justificativa da pesquisa e da
busca do referencial teórico.
Para elaborar o enunciado do problema são sugeridas algumas indicações
práticas:
• Fazer variados questionamentos em relação ao tema e suas antíteses,
sua origem, suas conseqüências e suas possíveis soluções.
• Fazer tentativas de reunir elementos a fim de equacioná-lo.
• Diagnosticar deficiências, dificuldades para a definição e consolidação
das idéias básicas do problema.
19
• Apontar para possíveis hipóteses de tipificação do problema, de
procedimentos a adotar na sua solução.
• Delinear o tipo de procedimentos para a execução cabal da pesquisa a
fim de ampliar, consolidar conhecimentos existentes e criar novos
sobre o assunto.
• Fazer reflexões para tipificar o problema, circunscrevê-lo dentro de seus
limites, identificar fatores que possam contribuir para seu
equacionamento.
Há uma série de questões que podem ser feitas que contribuem para a
caracterização do problema e seu equacionamento:
Como posso superar as dificuldades na definição completa do problema?
Caso o problema não for pesquisado, que conseqüências poderão ocorrer
para mim ou para a comunidade acadêmica?
Se o problema for pesquisado metodologicamente, que benefícios poderão
advir para a sociedade e a comunidade científica?
Em que área do conhecimento posso enquadrar o problema a pesquisar?
Quais princípios da revisão da literatura posso adotar no equacionamento
do problema enunciado?
Que princípios lógicos, filosóficos e éticos vou considerar para propor
soluções do problema?
Tenho condições intelectuais, materiais e científicas na propositura de
medidas que equacionem o problema?
1.2.3 Justificativa
1.2.3.1 Conceituação
Justificar é dar uma resposta às indagações sobre as razões que levaram o
acadêmico ou o pesquisar ao se decidir para realizar uma pesquisa sobre um determinado
tema. É a argumentação para demonstrar as razões da sua decisão. A motivação é
representada por duas dimensões.
1.2.3.2 Razão pessoal
20
As justificativas de ordem pessoal – subjetivas ou conotativas - são
representadas, dentre outras, pelas seguintes razões:
• Ampliar ou fundamentar os conhecimentos pessoais para estabelecer
sua segurança.
• Satisfazer vontade de demonstrar a capacidade de aceitar e superar o
desafio representado pela efetivação de uma pesquisa.
• Buscar auto-afirmação perante si mesmo e perante a comunidade
acadêmica e científica.
• Obter reconhecimento da banca examinadora e das comunidades
científica e acadêmica.
• Comprovar competência em lidar com as complexas atividades exigidas
no desenvolvimento de um trabalho científico, sobretudo com
aquelas relacionadas com os procedimentos metodológicos.
• Demonstrar importância e necessidade da pesquisa em relação ao
desenvolver.
• Adquirir e consolidar a experiência acadêmica e científica com o
desenvolvimento de uma pesquisa.
• Aumentar e consolidar prestígios pessoal, acadêmico ou científico.
• Sentir identificação e, até certa atração, pelo assunto objeto da
pesquisa.
Para auxiliar o pesquisador iniciante ou o acadêmico inexperiente a
expressar suas razões pessoais em relação ao objeto de sua pesquisa são apresentados
vários exemplos:
O assunto da pesquisa despertou minha motivação e provocou um grande
interesse para desenvolvê-lo tendo em vista que ele se identifica com minhas posições
intelectuais. Ao mesmo tempo, a importância, a atualidade e a aplicabilidade do assunto
na minha atividade profissional e intelectual despertou minha atenção e vontade para
desenvolvê-lo.
O tema surgiu de forma instigante, despertou minha atenção e aceitei o fato
como um desafio, pois a execução do projeto de pesquisa resultará um aperfeiçoamento
pessoal e profissional.
O problema da pesquisa despertou minha preocupação, uma vez que
posso, com minha pesquisa, contribuir na solução, parcial ou total, do problema. Por isso
fiquei convencido da importância de executar o projeto de pesquisa e alcançar os objetivos
propostos, dada a relevância do assunto.
21
Eu preciso superar meus temores e inibições. Se os outros acadêmicos ou
pesquisadores puderam, eu também posso; portanto, vou me dedicar com afinco no
desenvolvimento desta pesquisa, necessária para demonstrar minha capacidade de
resolver problemas.
O cientista não nasce, ele se faz pelo enfrentamento das dificuldades do
cotidiano pelas pequenas conquistas diuturnas conseguidas na base da raça e do esforço
persistente na aplicabilidade da metodologia científica.
1.2.3.3 Razão científica
As justificativas científicas - teórico-práticas ou denotativas – são
caracterizadas, dentre outras, pelas seguintes razões:
• Produzir novos conhecimentos mediante o emprego dos procedimentos
científicos na execução do projeto de pesquisa.
• Contribuir com o avanço do saber mediante a produção de novos
conhecimentos, da realização de descobertas e elaboração de
novos procedimentos a serem adotados na pesquisa científica.
• Elaborar uma teoria científica devidamente comprovada.
• Corrigir falhas ou preencher lacunas nos conhecimentos existentes.
• Comprovar ou complementar uma teoria.
• Testar novos procedimentos para dar mais segurança na execução de
projetos de pesquisa ou para propor mudanças nos métodos
existentes.
As razões de ordem científica podem ser expostas de várias formas, como:
A execução de uma pesquisa é uma maneira de contribuir para o
desenvolvimento do saber e para a solução de problemas existentes ou potenciais
mediante a execução metodológica do projeto de pesquisa.
A ciência precisa evoluir e necessita de pesquisadores, de toda ordem, para
produzir novos conhecimentos, fazer novas descobertas, apresentar soluções para os
problemas existentes.
1.2.4 Objetivos
1.2.4.1 Conceituação
22
Os objetivos estabelecem os alvos a serem atingidos com a execução
metodológica do projeto de pesquisa. Ao mesmo tempo, eles acenam, implicitamente,
para a razão de ser da pesquisa e dos procedimentos que devem ser adotados a fim de
alcançar os alvos propostos.
O enunciado dos objetivos parte da definição e delimitação clara e objetiva
do tema e do problema, bem como da sua justificativa. Eles funcionam como ponto de
partida e de chegada de uma pesquisa.
O acadêmico, o principiante na pesquisa deve limitar-se, mais ou menos, a
três ou quatro objetivos específicos, tendo em vista a dificuldade da coleta de dados
correspondentes a todos eles.
Os objetivos podem ser de duas categorias:
• Geral, tem uma abrangência ampla do alvo a ser atingido no final da
pesquisa.
• Específicos são elaborados a partir da particularização ou do
desdobramento do objetivo geral e tem como funções o
direcionamento da pesquisa e a delimitação da sua abrangência. É
fundamental que eles sejam bem pertinentes com o objeto da
pesquisa e viáveis de serem atingidos.
Para tornar mais prática a elaboração dos objetivos segue um exemplo: as
classes do Ensino Médio da escola X apresentam baixo rendimento escolar.
Objetivo geral:
Diagnosticar o problema na tentativa de caracterizar possíveis causas do
baixo rendimento e viáveis medidas de solução.
Objetivos específicos:
Avaliar o plano de ensino em relação ao programa a ser desenvolvido, às
estratégias de execução e ao processo de avaliação.
Analisar o comportamento disciplinar dos alunos na sala de aula.
Pesquisar o interesse dos alunos pelo estudo em função de seu futuro
profissional.
Fazer um levantamento das condições, dos recursos e do método de
estudo do aluno em sua casa.
Analisar relação professor X aluno e dos procedimentos didáticos.
Observar o uso de recursos pedagógicos adotados pelo professor na
administração de suas aulas.
Propor sugestões na solução do problema.
23
1.2.4.2 Rol de objetivo e sua caracterização
Conforme Mezzaroba e Monteiro(2004, p. 156), é preciso alertar o
acadêmico ou o pesquisador iniciante para não confundir o objetivo com o problema, este
motiva a pesquisa, enquanto com aquele se pretende “sempre esclarecer, verificar,
examinar alguma coisa, objeto, lei,dentro de determinados parâmetros”.
Santos (Ap. SILVA; SILVEIRA, 2007, p.172) sugere um conjunto de verbos
que podem auxiliar na elaboração e no enunciado dos objetivos específicos, conforme rol
abaixo e seus desdobramentos e de acordo com a natureza do objeto da pesquisa.
”Conhecer: apontar, citar, empregar, conhecer, definir, relatar.
Compreender: concluir, deduzir, iluminar, diferenciar, discutir, interpretar.
Aplicar: desenvolver, empregar, organizar, praticar, traçar.
Analisar: comparar, criticar, debater, diferencial, examinar.
Realizar síntese: compor, construir, especificar, formular, reunir.
Avaliar, contrastar, medir”.
Para exemplificar e evidenciar a complexidade e a diversidade da
elaboração dos objetivos foi montado, em forma de quadros, um variado rol analítico de
“objetivos de aprendizagem que indicam desempenho”, conforme Concepção do Projeto
Científico (2006, p. 9-10):
1 CONHECIMENTO: relaciona-se com a aquisição do saber sob as mais variadas ações
� Citar
� Definir
� Descrever
� Detalhar
� Distinguir
� Enunciar
� Enumerar
� Explicar o significado
� Identificar
� Nomear
� Reconhecer � Selecionar termos ou
fatos relevantes sobre um assunto
2 COMPREENSÃO: relaciona-se com a apreensão dos conceitos e sua aplicação
� Calcular
� Conceituar
� Explicar
� Demonstrar � Descrever � Distinguir
� Exemplificar
� Interpretar
� Traduzir
3 APLICAÇÃO: relaciona-se com a aplicação de procedimentos na solução de problemas
� Agrupar
� Calcular
� Empregar
� Manipular
� Produzir
� Provar
24
� Compor � Operar � Resolver
4 ANÁLISE: relaciona-se com a capacidade de verificar as idéias e suas relações
� Analisar
� Distinguir
características de novos conceitos
� Diferenciar
� Especificar
� Explicar cada fase e seu inter-relacionamento
� Inferir
� inter-relacionar
� Selecionar hipóteses
� Refletir
5 SÍNTESE: relaciona-se com a capacidade de agrupar conhecimentos
� Construir
� Conceber
� Extrapolar
� Narrar
� Planejar
� Produzir
� Provar
� Reconstruir
� Sintetizar
6 AVALIAÇÃO: relaciona-se com a capacidade de julgar com aplicação de critérios de valor
� Avaliar
� Constatar
� Criticar e duvidar
� Fundamentar
� Interpretar
� Julgar
� Questionar
� Rejeitar
� Verificar
1.2.5 Hipóteses
1.2.5.1 Conceituação
Hipóteses1 são afirmações prévias, provisórias ou apriorísticas que
integram um projeto de pesquisa, resultantes de madura reflexão sobre o tema-problema
da pesquisa que devem ser submetidas à comprovação mediante a experimentação. Elas
contribuem para desencadear os procedimentos metodológicos, a elaboração dos
resultados e a discussão dos mesmos.
Segundo Appolinário (2004, p.108) hipótese é uma “proposição provisória
acerca de um fenômeno, fato ou relação entre variáveis”.
1 Hipótese (gr. ypótesis = ψποτεσισ) = base, alicerce || fig. fundamento, princípio de alguma coisa || base de
um raciocínio, hipótese, pensamento fundamental, tema || assunto de uma obra de arte, pretexto (PEREIRA, 1984, p.597).
25
É preciso ter uma noção clara da conceituação da hipótese. Em decorrência
disso Marconi e Lakatos (2004, p. 136-137), com base em vários autores, tentaram dar
uma visão conceitual mais ampla; por isso, é necessário que essa fase da pesquisa seja
segura e consolidada. Segue, abaixo, uma síntese do elenco das definições, ao longo de
um período histórico:
• Proposição como uma forma de dar resposta a um problema enunciado
(PARDINAS, 1969, p. 132).
• Resposta hipotética a um definido problema (BOURDON;
LAZARSFELD, 1979, I p. 48).
• Suposição provisória de um problema que precisa submeter-se a um
processo de verificação (RUDIO, 1978, p. 78).
• Proposição antecipadora de comprovação de uma realidade objeto da
pesquisa (TRUJILLO, 1974, p. 132).
• Tentativa de explicação de uma suposição ou conjectura fundamentada
que precisa submeter-se a uma comprovação científica (S. e B.
WEBB. In MANN, 1970, p. 45).
• Exteriorização de conjecturas que acenam para a efetivação da
pesquisa (SCHRADER 1974, p. 47).
• Relação conjectural de variáveis transformando-se em “sentença
declarativas” no relacionamento entre variáveis que devem ser
testadas (KERLINGER, 1980, p. 38).
• Proposição aceita provisoriamente mediante o emprego da Lógica e
dos métodos para chegar à comprovação (SELLTIZ et al., 1965 p.
48).
1.2.5.2 Fases de elaboração
A elaboração e o enunciado das hipóteses percorrem uma trajetória
fundamentada numa metodologia própria, consolidada na lógica e projetada na efetiva
experimentação em busca de sua efetivação.
Na prática, o levantamento, a elaboração e o enunciado das hipóteses
seguem uma série de fases:
1 Ler e analisar, reflexivamente, a definição e delimitação do tema – problema -, a justificativa e
os objetivos. (Após o enunciado das hipóteses, esses quatro elementos formarão a proposta da
26
pesquisa e comporão parte da introdução).
2 Fazer reflexões e raciocínios sobre o tema e o problema a partir de um variado
questionamento a fim de buscar suas respostas mais convincentes.
3 Analisar as respostas do questionamento na tentativa de consolidá-las em conjecturas
mediante a argumentação e selecionar as mais prováveis de enunciado.
4 Analisar as conjecturas na tentativa de torná-las em opiniões mediante a argumentação lógica
e verificar a viabilidade de sua experimentação e transformá-las em afirmações fundamentadas.
5 Consolidar as afirmações em hipóteses com o auxílio do embasamento teórico, elaborar seu
enunciado e montar um esquema de experimentação a fim de comprová-las ou não.
6 Comprovar hipóteses significa fazer experimentos e ou testes para produzir conhecimentos ou
verdades cujo conjunto, organizado e hierarquizado, forma uma teoria científica. É o momento
de levantar e analisar os possíveis procedimentos de experimentos ou testes para se verificar
sua comprovação ou não.
A revisão dos três itens iniciais do projeto de pesquisa (definição do tema-
problema, justificativa e objetivos) contribui para o enunciado das hipóteses que é
expresso em afirmações como se fossem um prenúncio das conclusões.
A hipótese, em geral, contém uma presunção de solução do problema,
embora provisória, mas com certa probabilidade a partir da experimentação.
A partir do exemplo dos objetivos específicos (p. 21) podem ser formuladas,
entre outras, as seguintes hipóteses:
Deve haver uma inadequação de vários Planos de Ensino com o nível de
diversas classes.
A Didática praticada por um boa parte dos professores está aquém do
necessário.
Há falta de recursos didático-pedagógicos ou, se existem, não são usados
adequadamente.
O desinteresse dos alunos tem origem na desvinculação do teor de ensino
com o mundo do trabalho.
27
O aluno está desinteressado porque o ensino que lhe é ministrado pouco ou
nada tem a ver com o seu futuro.
O baixo resultado da aprendizagem é também decorrente da própria escola
que não oferece atrativos, estímulos ou incentivos para o ensino de qualidade nela
ministrado.
Enunciados os objetivos e as hipóteses, agora é chegado o momento de se
pensar na coleta dos dados relativos aos dois itens. Para isso é preciso estudar a
montagem dos instrumentos da referida coleta a fim de se comprovar ou não as hipóteses,
pois esses itens são os dois pilares básicos de uma pesquisa. Por isso, o enunciado deve
ser claro, objetivo e seu número, na justa medida faculte sua comprovação mediante a
experimentação.
Hipóteses bem formuladas podem auxiliar a opção metodológica e indicar
possibilidades de respostas a serem buscadas ou caminhos a serem seguidos. As
hipóteses são consistentes quando, executada a pesquisa, chega-se a sua comprovação,
facultando o enunciado das conclusões.
Dependendo da complexidade do assunto da pesquisa recomenda-se que
se elabore mais de uma hipótese, porém com a condição de que cada uma possa ser
cabalmente testada. Para isso, após madura reflexão sobre o tema e detida análise do
mesmo, organizar um bom elenco de hipóteses para, em seguida se verificar as mais
pertinentes ao objeto da pesquisa, as mais importantes e as mais viáveis de serem
testadas em busca de sua comprovação.
Conforme Fachin (2006, p. 62), para a elaboração de uma hipótese são
necessários três requisitos, a saber:
enquadramento baseado num referencial teórico; conhecimento da metodologia científica por parte do pesquisador e existência de condições no pesquisador para ‘fazer observações analíticas das hipóteses em função das suas variáveis’.
As hipóteses constituem um dos elementos fundamental no projeto de
pesquisa; por isso, nunca é demais insistir sobre sua elaboração que deve ser consistente
e pertinente ao objeto da pesquisa. Para tanto, a autora acima citada (p. 65-66) aponta
para um conjunto de requisitos básicos que devem ser observados na formulação e
enunciado de cada hipótese:
a) deve ser conceitualmente exata, explicada por definições manuais e
operacionais;
b) a redação de seu enunciado deve ser em forma de sentença declarativa;
c) deve ser específica e com referências empíricas;
28
d) deve estar necessariamente vinculada a métodos e técnicas que se
ajustem à pesquisa;
e) sua relação deve ser com teoria de base, ou seja, explicitada pela
formulação do problema;
f) estabelecer relação com duas ou mais variáveis;
g) deve ser concisa, na sua formulação, e ter a menor quantidade possível
de palavras;
h) nunca deve contradizer o seu enunciado e
i) deve servir como esclarecimento do fato (objeto) estudado.
A comprovação das hipóteses numa pesquisa científica exige
procedimentos: métodos a adotar, possivelmente o emprego de dois grupos, um
experimental (GE) e um outro, de controle (GC); elementos que devem ser adotados no
controle e na análise na execução dos procedimentos a empregar na comprovação;
consistência a coerência dos resultados devem ser provadas e possíveis conclusões que
podem ser extraídas.
A trajetória do raciocínio científico segundo Fachin (2006, p. 64-65) tem
inicio com a opinião, prossegue com a conjectura e se consolida na hipótese, que se
traduz no seguinte ciclo (trajetória ascendente na esquerda; descendente na direita):
H I P Ó T E S E
SISTEMA DE HIPÓTESES
CONCLUÍDO
CONCEITOS OPERACIONAIS
CONSTRUÇÃO DAS VARIÁVEIS TESTES MENSURÁVEIS
CONSTRUÇÃO DAS HIPÓTESES HIPÓTESES CORRESPONDEM À
EXPECTATIVA
LEVANTAMENTO DO PROBLEMA COMPROVAÇÃO DAS HIPÓTESES
OBSERVAÇÃO DOS FATOS ACEITAÇÃO DAS HIPÓTESES
DOMÍNIO SOBRE O ASSUNTO REJEIÇÃO DAS HIPÓTESES
29
NOVO CICLO
1.2.6 Metodologia
1.2.6.1 Conceituação
A metodologia da pesquisa científica indica ou representa o conjunto de
procedimentos adotados na:
• Elaboração ou estruturação sólida do projeto de pesquisa.
• Execução segura do mesmo.
• Tabulação correta dos dados levantados, análise e organização dos
resultados.
• Interpretação objetiva dos resultados e sua sistematização.
• Discussão lógica dos resultados (análise, argumentação, prova).
• Redação em linguagem científica.
1.2.6.2 Procedimentos
Para se iniciar a seleção e a adequação da metodologia da pesquisa
científica é necessário ler, analisar, de forma minuciosa, os quatro elementos básicos da
proposta da pesquisa (definição e delimitação do tema - problema -, justificativa, objetivos
e hipóteses) para adequar os procedimentos da seleção das técnicas a adotar, conforme
as peculiaridades dos elementos que compõem o objeto da pesquisa.
O estudo, a análise e a aplicação da metodologia da pesquisa científica
devem partir dos procedimentos indicados por Bunge (Ap. APPOLINÁRIO, 2006, p. 132-
133), os quais funcionam como pré-requisitos na identificação e consolidação do problema
e, por vias de conseqüência, a ordenação e seleção dos métodos para o seu
equacionamento. Para isso, segue um conjunto de etapas. Para a solução do problema
não há necessidade de fazer o percurso de todas as etapas. A trajetória da solução de um
problema perpassa pelas seguintes etapas:
a) Identificação de um problema: verificação da existência de um fato ou
fenômeno que, à primeira vista, não pode ser explicado.
30
b) Especificação do problema: caracterização ou definição clara e precisa
do problema que exige explicação.
c) Tentativa de enquadramento do problema: levanta conhecimentos pré-
existentes sobe o assunto, dados empíricos, referencial teórico, instrumentos de
mensuração ou procedimentos [...] que possam contribuir na solução do problema.
d) Tentativa de solução do problema: através dos elementos obtidos na
alínea anterior; caso contrário, prossiga-se para a etapa seguinte.
e) Geração de novas idéias: elaboração de uma teoria e de hipótese,
podendo produzir novos dados empíricos na busca da solução do problema.
f) Obtenção de uma solução: mediante a aplicação criteriosa e coordenada
das ações anteriores.
g) Análise das conseqüências da solução: decorrente da solução
encontrada, da possibilidade de fazer prognósticos e previsões de fatos futuros; da
análise dos efeitos que a solução do problema pode trazer para as teorias
existentes.
h) Prova da solução: comprovação da eficiência da solução; caso contrário,
prossiga-se para o item seguinte.
i) Correção da solução: mediante a elaboração de novas hipóteses ou
teorias para dar início a um novo ciclo de pesquisa.
A metodologia (materiais e métodos) é elaborada conforme a natureza do
objeto da pesquisa, bem como a seleção dos instrumentos da coleta de dados. Devem ser
previstos procedimentos na montagem do projeto de pesquisa e dos instrumentos da
coleta de dados; na execução do projeto de pesquisa através do uso dos instrumentos da
coleta de dados; na tabulação dos dados e na organização dos resultados; na discussão
dos mesmos e na elaboração da redação do trabalho acadêmico.
1.2.7 Fundamentação teórica
1.2.7.1 Conceituação
A fundamentação teórica é também denominada de: revisão da literatura,
embasamento teórico ou revisão bibliográfica. A escolha da denominação do título
depende da preferência de cada autor dos manuais ou das obras de Metodologia da
Pesquisa Científica. Em resumo todas as denominações têm uma conceituação
coincidente que pode ser assim expressa:
31
É a busca, na literatura existente, dos elementos que contribuam para o
desenvolvimento da pesquisa, traçando as diretrizes, acenando para os procedimentos
metodológicos, sustentado as hipóteses, mostrando o rumo para atingir os objetivos e
consolidando os conhecimentos a serem produzidos, os quais, concretizados, constituirão uma
nova teoria científica.
1.2.7.2 Indicações práticas
Algumas indicações práticas:
• Partir do título e da definição do tema – problema – levantar os autores
referenciais que tratam do assunto cuja aceitação é pacífica nos
meios acadêmicos e científicos.
• Levar em conta os objetivos e as hipóteses de onde sairão os títulos dos
capítulos ou das seções, fazendo uma lista dos mesmos.
• Fundamentar cada capítulo ou tópico em um ou mais autores com o
respectivo registro na ficha correspondente a cada item.
• Comparar a proposta da pesquisa com os trabalhos mais evidenciados
em relação ao tema objeto da pesquisa.
• Buscar na revisão da literatura os elementos necessários ao
desenvolvimento sólido da pesquisa como: teoria, fundamentação,
métodos, argumentos, provas e similares.
• Fichar as obras referenciais, indicando suas vinculações com os itens
da pesquisa, a partir da ficha catalográfica, sobretudo das palavras-
chave.
Exemplo: A educação nas constituições brasileiras (1823-1988).
A educação nas constituições brasileiras 1823-1988 / Osmar Fávero (org.). – Campinas, SP: Autores Associados, 1996. – (Coleção memória e educação). Vários autores ISBN 85-85701-34-X 1. Assembléia Constituinte – Brasil. 2. Constituições – Brasil - História. 3 Educação –
Brasil - História I. Fávero, Osmar. II. Série. 96-2565 CDD-379.81
32
• Fazer um levantamento (rol) criterioso e crítico das referências
bibliográficas existentes e atualizadas nas bibliotecas providas, na
Internet, nos periódicos científicos, nos bancos de teses das
universidades, consignando cada levantamento sistematizado em
fichas próprias.
Exemplo: Lopes (2002, p. 8-9) mostra como deve ser caracterizada, de
forma crítica, cada fonte consultada:
Segundo ENGENHEER (1999), o Brasil possui 5.507 municípios onde se encontram, aproximadamente, 157 milhões de habitantes distribuídos pelos seus 8.547.303 k de área. Entretanto, das 100 experiências de coleta seletiva realizadas no Brasil, apenas 20 alcançaram resultados promissores, de acordo com GRIMBERG & BLAUTH (1998). A primeira cidade brasileira a implantar a coleta seletiva foi à cidade de Niterói-RJ em 1985. A partir de 1988, outras prefeituras abraçaram a idéia, como Curitiba-PR, Florianópolis-SC, São Paulo-SP, Belo Horizonte-MG, Porto Alegre-RS, entre outras. A maioria desses programas voltou-se para o material reciclável, visando lucros, e quase nenhuma para o aproveitamento da parte orgânica, apesar de representar 50% do lixo. Diante disso, as experiências em compostagem são raras. Essas considerações possibilitam uma melhor compreensão das dificuldades, da complexidade e da importância das atuais experiências para os programas futuros da coleta seletiva.
• Estabelecer o ponto inicial e a seqüência dos itens (capítulos, seções),
mediante a elaboração de um formato estrutural provisório do
trabalho a ser efetivado pela pesquisa.
• Iniciar a leitura seguindo o roteiro dos itens do formato estrutural nas
fontes levantadas, começando com a leitura do sumário, do resumo
e da introdução da obra para verificar a linha filosófico-metodológica
do autor e o teor da mesma. Para tanto, a leitura deve ser feita de
forma crítico-analítica.
• Analisar de forma crítica as fontes e, conforme seu teor, organizá-las
segundo sua natureza se são primárias (originais), secundárias
(conteúdo modificado) ou terciárias (conteúdo analítico das fontes
primárias ou secundárias).
• Organizar as fichas dos assentamentos conforme os itens do formato
estrutural provisório da pesquisa a natureza deles: resumo, análise,
comentário, citações, cada uma contendo a identificação da fonte.
Exemplo:
1 Ficha resumo
33
1.1 Identificação Autor:............. - Título:..............– Edição: ..... – Local: ..... – Editora: ......... – Ano:......
1.2 Resumo: síntese do assunto resumido 1.3 Crítica: apreciação do assunto expressa num parecer do pesquisador. 1.4 Referência: para cada resumo.
2 Ficha de citações
2.1 Identificação
FÁVERO, Osmar (org.). A educação nas constituições brasileiras 1823-1988. Campinas, SP: Autores Associados, 1996. – (Coleção memória e educação).
2.2 Citação: Tratou-se de adequar o projeto educacional, em todos os níveis e em todas as modalidades do ensino e da formação profissional, ao novo projeto nacional. Para tanto, princípios, diretrizes, experiências, mecanismos e instrumentos foram abandonados, extintos ou substituídos (p. 253).
COSTA, Nelson N. Monografia jurídica brasileira. Rio de Janeiro: Forense, 2005.
A pesquisa inicial bibliográfica será com a consulta dos sumários dos livros, para efetuar uma pré-seleção de textos relacionados com a hipótese do trabalho. Os periódicos e as revistas especializadas também precisam ser consultadas, escolhendo-se os artigos pertinentes ao assunto pesquisado. [...]. Não obstante, torna-se importante a organização de um fichário de apontamentos, com cada ficha contendo os dados bibliográficos completos do texto [...] bem como o resumo do seu conteúdo [...] (p.133).
A revisão da literatura feita de forma minuciosa, criteriosa e crítica poderá
contribuir para: a complementação da definição e delimitação do tema; o aprimoramento
dos objetivos e das hipóteses; a revisão dos procedimentos metodológicos e a
estruturação mais completa da introdução do trabalho científico.
1.2.8 Introdução
1.2.8.1 Conceituação
A introdução não é somente destinada para dar início ao projeto de
pesquisa mas, sobretudo, para servir de abertura de todo trabalho acadêmico e, de modo
especial, de um trabalho acadêmico formal (Monografia, Dissertação,Tese) cuja introdução
tem a função de apresentar o trabalho ao leitor.
34
1.2.8.2 Estrutura
1.2.8.2.1 Conceituação preliminar
A introdução possui um uma estrutura sólida com uma elaboração própria e
diferenciada que aborde, em suma: a caracterização do tema e do problema através de
definição e delimitação do tema e do problema com abrangência a justificativa, os
objetivos e as hipóteses; a abordagem dos procedimentos metodológicos adotados na
execução do projeto, de forma criteriosa e minuciosa; a fundamentação do trabalho numa
revisão crítica da literatura relacionada ao assunto da pesquisa e a visão-síntese do
trabalho a desenvolver.
Seria muito difícil iniciar um projeto redigindo a introdução, por isso
aconselha-se que seja feita ao final do mesmo, de posse de todos os seus elementos
estruturais, pois ela representa uma síntese dos mesmos.
Costa (2005, p. 146) sugere que a introdução seja resultante , sobretudo, de
três conjuntos:
• Idéias por definição destinadas a conceituar e a caracterizar o tema e o
problema.
• Idéias por contraste (antítese) destinadas a estabelecer os opostos dos
conceitos elaborados na definição.
• Idéias por comparação destinadas a estabelecer relações do tema com
seus elementos ou com um tema afim.
1.2.8.2.2 Caracterização do assunto - tema - problema
A definição do tema – problema - significa fazer sua explanação, clara e
objetiva, para deixar bem identificados os elementos componentes do objeto da pesquisa.
Conforme Mezzaroba e Monteiro (2004,p. 143), “o tema se identifica com o próprio objeto
da pesquisa; é, de forma geral, o assunto de que se vai pesquisar”. A caracterização do
tema-problema - do projeto da pesquisa, que envolve os quatro elementos iniciais,
constitui redação inicial da introdução do trabalho acadêmico formal.
Após madura reflexão sobre o tema da pesquisa e visualizando a estrutura
dos seus elementos componentes, o pesquisador ou o acadêmico pode mencionar a
complexidade do tema, tendo em vista a diversidade dos elementos estruturais e das
dificuldades que encontrará para a coleta de dados e na elaboração dos resultados.
35
É bom acenar para a área em que a pesquisa se situa ou se vincula, e a
importância da aplicação dos novos conhecimentos em decorrência dos resultados que a
pesquisa trará para a sociedade.
É importante mencionar a que público o trabalho se destina.
A justificativa vai enfocar duas vertentes, uma de ordem pessoal
(subjetiva), e outra, científica (denotativa).
O acadêmico ou o pesquisador deve explicitar os motivos ou as razões de
ordem pessoal que o levaram a escolher o tema da pesquisa, a perspectiva que o tema
contribuirá para o seu aprimoramento intelectual e profissional. O lado emotivo deve ser a
força motriz que impulsionará o acadêmico ou o pesquisador a acreditar no seu potencial
para levar a bom termo a pesquisa para a qual, desde que surgiu o assunto, sentiu uma
atração ou uma vontade para desenvolvê-lo, que se transformou em convicção. Nessa
perspectiva, Mezzaroba e Ribeiro (2004, p. 144) afirmam: “Faça a escolha da pesquisa
passar pelo filtro de suas emoções antes de tratá-la de modo racional”. Ao mesmo tempo,
pode ter sentido uma preocupação com o tema que despertou a responsabilidade de
pesquisá-lo e a convicção de contribuir com a produção de novos conhecimentos.
Percebeu, outrossim, que a pesquisa do tema é algo importante e necessário cuja
omissão traria um prejuízo para si e para a sociedade. As motivações para o
desenvolvimento do tema da pesquisa podem nascer: da experiência do exercício da
profissão, de um fato do dia-a-dia que causou uma forte impressão, dos conflitos
existenciais, das contradições sociais e políticas.
As razões científicas devem ser efetivadas mediante a apresentação dos
motivos de ordem racional, objetiva e denotativa que levam o acadêmico ou o pesquisar a
enveredar pelo caminho da pesquisa do assunto escolhido. Em decorrência disso, vê a
tarefa como um desafio a enfrentar na construção de novos conhecimentos, na solução de
um problema ou na busca das provas da afirmação de uma verdade, com base nos
procedimentos metodológicos. Além do mais, deve encarar o objeto da pesquisa como
uma possibilidade de dar uma contribuição ao avanço do saber e se julgar capaz de fazê-
lo com o emprego da fundamentação teórica, da adoção de metodologia apropriada e do
emprego do máximo empenho pessoal e, se necessário, do auxílio de um orientador
experiente.
36
O momento de embasar a justificativa científica é importante para o
acadêmico ou o pesquisador porque deve verificar o estágio de desenvolvimento dos
conhecimentos sobre o tema escolhido de sua pesquisa, a fim de tentar a possibilidade de
produzir novos conhecimentos, de implementar os existentes, de preencher algumas
lacunas ou de sanar algumas falhas existentes em relação aos mesmos. Tais
circunstâncias devem levá-lo a assumir compromisso de honra de dar sua parcela de
contribuição para o enriquecimento ou ampliação dos conhecimentos relacionados com o
objeto de sua pesquisa.
O tema estando bem amadurecido, o acadêmico ou o pesquisador deve
demonstrar a necessidade, a viabilidade e a importância da realização da pesquisa, a
partir do seu convencimento e dos recursos existentes (pessoais, técnicos, científicos,
financeiros, acesso às fontes referenciais), pois as razões apresentadas, tanto pessoais
(subjetivas ou conotativas), quanto científicas (objetivas, denotativas), contribuem para sua
convicção relacionada com a viabilidade, a importância e a necessidade de levar a bom
termo sua pesquisa, convencerá seu leitor de acreditar nos resultados apresentados no
seu trabalho científico formal.
Os objetivos (geral e específicos) são abordados de forma descritiva,
descritos com clareza e objetividade, pois eles ensejam a elaboração dos instrumentos da
coleta de dados, a organização e a discussão dos resultados e a estruturação do trabalho.
Isso faculta ao leitor entender a abrangência do teor do relatório da pesquisa.
As hipóteses também devem ser descritas de maneira a tornar seu teor
claro e objetivo; pois, além de facultar ao leitor maior entendimento do objeto da pesquisa,
complementa a proposta da pesquisa contida nos três elementos iniciais e os
procedimentos necessários para a coleta de dados.
Os quatro elementos iniciais do projeto da pesquisa (definição e delimitação
do tema-problema, justificativa, objetivos hipóteses) constituem a proposta da pesquisa.
1.2.8.2.3 Materiais e métodos ou pressupostos metodológicos
Os materiais e métodos ou pressupostos metodológicos envolvem a
descrição completa dos meios, recursos, instrumentos, técnicas na montagem do projeto e
métodos na execução da pesquisa, na coleta dos dados, na elaboração e redação dos
resultados. Este tópico viabiliza a execução da proposta da pesquisa.
37
1.2.8.2.4 Fundamentação teórica ou revisão da literatura (Ver tóp.
1.2.7, p. 29-32)
A fundamentação teórica ou revisão da literatura ou embasamento teórico
destina-se a dar sustentação ao pesquisador na organização e execução de sua pesquisa,
bem como, na elaboração dos conhecimentos produzidos pela mesma. Este tópico dá
suporte à proposta e à execução da pesquisa, propicia elementos na sustentação da tese
a ser demonstrada ao final da pesquisa.
1.2.8.2.5 Visão-síntese do trabalho formal
A visão-síntese do trabalho formal é estruturada com tópicos básicos
estruturais do seu teor, resultado da pesquisa, começando com os títulos dos capítulos ou
das seções que compõem o trabalho, e pode ser assim expressa: o trabalho é composto
de ... capítulos; o primeiro aborda ................................................; o segundo,
...............................................; o terceiro, .............................................. e, finaliza
concluindo....................................................
1.2.8.3 Questionamentos
A elaboração e a redação, de forma coerente e consistente, da introdução
são consolidadas pelas respostas do questionamento abaixo:
É importante pesquisar o assunto objeto do projeto de pesquisa? Por quê?
Quais são as idéias estruturais básicas do tema e do problema?
Esgotei a conceituação ou a caracterização do assunto com base na
revisão da literatura e nos léxicos?
Refleti ou raciocinei o suficiente para consolidar as idéias estruturais ou os
elementos básicos do tema e do problema?
São passíveis de comprovação os elementos estruturais, as idéias básicas
evidenciadas na definição?
São coerentes e consistentes os objetivos e as hipóteses em relação ao
tema e ao problema e na sua viabilização?
É completa a metodologia adotada? É estruturada de modo a abranger
todos os elementos da pesquisa evidenciados na proposta?
38
É estruturada com autores, os mais evidenciados e representativos sobre o
assunto a fundamentação teórica ou a revisão da literatura? Como foi feita a análise crítica
das fontes? Que meios ou que instrumentos vou adotar para o registro dos vários
apontamentos ou dados (resumo, citações, comentários, parecer)?
Muitos outros questionamentos poderiam ser feitos; porém, o acadêmico, a
partir de seu tema e de seu problema, ambos bem definidos, pode fazer seus
questionamentos possíveis para aclarar melhor seu assunto, estruturar de forma coerente,
consistente a redação da introdução e executar com mais segurança seu projeto de
pesquisa.
1.2.9 Referências
Para relacionar as referências de forma metódica e minuciosa de acordo
com a ABNT, o assunto é abordado no capítulo 10, p. 131-154, deste GUIA PRÁTICO.
1.2.10 Cronograma
1.2.10.1 Requisitos básicos
Em complementação ao capítulo 8 do MANUAL TEÓRICO-PRÁTICO, p.
101-118, seguem alguns subsídios para auxiliar o acadêmico ou o pesquisador iniciante.
Cronograma de uma pesquisa é a descrição detalhada da elaboração de
todas as tarefas necessárias, dentro de um determinado tempo, desde a organização do
projeto da pesquisa à conclusão do relatório e sua entrega à instituição que deve examiná-
lo ou submetê-lo a uma banca examinadora.
A seqüência das principais tarefas de um projeto de pesquisa é constituída
pelos seguintes passos:
1 Escolha do assunto - tema-problema – que envolve um conjunto de
tarefas: leituras acompanhadas de análises, reflexões, registros dos conceitos e
resenhas; consultas a dicionários para levantar os significados dos termos (do ponto
de vista léxico, etimológico, semântico) do assunto selecionado, em busca do
conceito adequado do tema e redação da definição do tema-problema.
39
2 Leituras, resumos, anotações sobre o tema-problema para fazer um
estudo aprofundado a fim de estabelecer sua delimitação e extrair os elementos
básicos que irão constituir o objeto da pesquisa.
3 Montagem do projeto de pesquisa, constituído pelos seguintes tópicos:
3.1 definição e delimitação do tema-problema.
3.2 justificativa pessoal (subjetiva, conotativa) e científica (objetiva,
denotativa).
3.3 objetivos gerias e especiais.
3.4 hipóteses consistentes.
3.5 materiais e métodos adequados à coleta de dados.
3.6 fundamentação teórica ou revisão da literatura, a mais atualizada e
consistente em relação ao objeto da pesquisa.
3.7 introdução contendo:
3.7.1 caracterização do tema-problema, (definição justificativa,
objetivos e hipóteses).
3.7.2 metodologia e instrumentos para a coleta de dados.
3.7.3 revisão da literatura que deve fundamentar a pesquisa.
3.7.4 Visão-síntese do conteúdo do relatório.
3.8 referências de conformidade com a ABNT.
3.9 cronograma organizado de forma detalhada contendo todas as
tarefas, da concepção do tema ao depósito do relatório.
3.10 apêndices e anexos caso existirem.
3.11 ficha financeira opcional, quando a pesquisa não envolve recursos
de instituições patrocinadoras.
4 Elaboração dos instrumentos da coleta de dados, do pré-teste aos
definitivos (questionário, formulário de entrevista, roteiro de observação); elaboração
das normas de aplicação dos instrumentos, dos critérios de análise, de tabulação
dos dados e de sistematização dos resultados.
5 Pesquisa bibliográfica no referencial teórico selecionado para consolidar
os procedimentos, fundamentar os resultados da pesquisa.
6 Aplicação experimental, ou piloto, dos instrumentos de coleta de dados
a fim de aprimorá-los e de consolidá-los.
7 Aplicação dos instrumentos da coleta de dados seguindo as normas
elaboradas para que não haja nenhum elemento que possa prejudicar a
coleta de dados.
40
8 Análise do material aplicado a fim de elaborar estratégias na
quantificação e tabulação dos dados e organizar os resultados em categorias, com
base na proposta da pesquisa.
9 Análise dos resultados organizando-os em seções que constituirão um
roteiro do relatório, seguido da discussão, da argumentação e juntada de provas.
10 Elaboração da iconografia.
11 Elaboração da redação provisória, seção, por seção, feita de forma
consistente guiada pela Lógica e das normas redacionais de um trabalho científico.
12 Revisão da redação, levando em conta a estrutura (elementos pré-
textuais, textuais e pós-textuais), para dar ao trabalho o formato definitivo.
13 Redação final.
14 Encadernação dos exemplares do trabalho a serem encaminhados.
15 Encaminhamento ou depósito junto à instituição destinatário do trabalho
ou para defesa pública de um título acadêmico.
Existem duas formas de montagem de um cronograma de pesquisa: 1º
Cronograma descritivo-analítico e 2º Cronograma sintético que serão exemplificados a
seguir.
1.2.10.2 Cronograma descritivo-analítico
O cronograma descritivo-analítico tem todas suas tarefas descritas,
seqüencialmente, dentro de frações iguais de tempo (bimestre, trimestre ou quadrimestre)
até à conclusão final do trabalho e seu depósito na instituição que vai defendê-lo. Segue
um exemplo de execução cuja fração temporal é bimestral.
1º BIMESTRE. Escolha do assunto, tema-problema, é a fase da definição e
da delimitação dos mesmos, para tanto devem ser cumpridos os seguintes passos:
1 Fazer um levantamento prévio de fontes, a fim de fazer leituras, análises
do tema, na tentativa de entendê-lo, enquadrá-lo dentro de um contexto
conceitual; consultar dicionários (português, latim, etimológico, até grego, se
possível) para conceituar, com base etimológica, semântica e léxica, o termo
que identifica o tema da pesquisa, em toda sua abrangência e profundidade.
41
2 Manter os registros das leituras sobre os significados e os conceitos dos
termos para, em seguida, iniciar a redação provisória da natureza e da extensão do
tema e seus desdobramentos conceituais e estruturais básicos a fim de bem definir e
caracterizar o tema-problema.
3 Proceder à análise do material coletado ou produzido para separar os
conceitos mais significativos na elaboração da definição e da delimitação do tema-
problema.
4 Abordar a importância e o significado da efetivação da pesquisa, dada a
necessidade dos conhecimentos por ela produzidos.
2º BIMESTRE. Leituras seletivas em relação ao tema-problema seguindo
um roteiro de itens pré-estabelecidos a partir da definição e delimitação do tema-problema
e registrando em fichas próprias o material lido relacionado com o tema da pesquisa cujo
registro deve constar em fichas próprias, conforme indicações abaixo:
1ª Ficha catalográfica, o registro dos dados contidos nela serve de
orientação do acadêmico ou do pesquisador, por ela conter palavras-chave da
natureza do teor da obra, as quais funcionam como elemento indicador ao leitor,
auxiliando-o na seleção do material a ser lido por causa da sua relação com o tema
da pesquisa.
2ª Ficha bibliográfica, nela devem ser registrados todos os elementos
informativos que irão constituir o rol das referências ao final da obra.
3ª Ficha de resumo, nela são registradas as resenhas de partes da obra
que irão contribuir na fundamentação ou na elaboração de uma seção do trabalho
acadêmico. Algumas normas devem ser observadas: início da ficha, registro da
referência da obra (autor – SOBRENOME, Nome -. Título. Edição. Cidade em que foi
editada: Editora, ano da publicação). Em cada resumo, aconselha-se que seja
registrada a página de onde foi extraído, pois numa eventualidade, caso seja
necessária uma conferência, fica fácil sua localização.
4ª Ficha de citações, nela são transcritos trechos menores e maiores do
que três linhas. Normas: (Ver item 2.3 acima, normas para registrar a ficha de
resumo). Além delas é preciso, após cada citação, registrar a página de onde foi
extraída, o nome do autor original; quando for citação de citação, isto é, o autor da
obra citou um outro autor, procede-se da seguinte maneira: AUTOR do texto citado,
Apud ou Ap. AUTOR da obra que citou o trecho do autor mencionado, ano, p. ... .
Os demais elementos bibliográficos vão aparecer nas referências.
42
Orientação ao acadêmico ou ao pesquisador iniciante, sugere-se que ao
longo das suas leituras, ao mesmo tempo em que fizer os registros nas diversas fichas,
adote uma outra, onde registre nela elementos que possam contribuir para esboçar ou
desenvolver o projeto de sua pesquisa.
3º BIMESTRE. Montagem do projeto de pesquisa é a fase fundamental na
qual deve ser executado todo um conjunto de atividades necessárias a sua elaboração.
Caso sejam cumpridas com rigor científico essas atividades, em parte está assegurada
uma eficiente execução. Para isso é necessária a continuidade das leituras no referencial
teórico selecionado. Nessa fase há uma seqüência de passos que devem ser executados
com muito afinco e dedicação, conforme rol abaixo:
1º Rever a definição e delimitação do tema-problema.
2º Elaborar a justificativa sob a ótica pessoal (subjetiva, conotativa) e
científica (objetiva, denotativa), sobretudo, demonstrar a necessidade da efetivação
da pesquisa dada sua importância e contribuição para o avanço do saber.
3º Refletir detidamente sobre as razões e a responsabilidade de executar a
pesquisa e a produção de novos conhecimentos e com isso, ensejar o surgimento
dos objetivos (geral e específicos) e elaborá-los, após madura reflexão, pois os
objetivos indicam o ponto de partida e o ponto de chegada de uma pesquisa,
mediante a aplicação dos procedimentos adequados.
4º Enunciar, a partir dos conhecimentos acumulados (definição e
delimitação do tema-problema, justificativa da pesquisa e objetivos), as hipóteses
cuja elaboração exige um longo processo de reflexão, análise, conjecturas, opiniões,
afirmações, mediante a lógica, provas, argumentos com os quais possam ser
enunciadas as hipóteses consistentes, viáveis e testáveis mediante a
experimentação.
5º Selecionar os procedimentos metodológicos para poder executar com
segurança e eficiência a pesquisa. Para tanto é preciso elaborar os instrumentos de
coleta de dados para executar a pesquisa de campo (questionário, roteiro de
entrevista e de observação). A pesquisa bibliográfica segue procedimentos
semelhantes aos passos praticados no segundo semestre só que mais especificados
em função dos objetivos e das hipóteses.
6º Rever a seleção das fontes que compõem o rol das obras componentes
da revisão da literatura para ampliá-las, se for necessário.
43
7º Redigir a introdução, que posteriormente, com algumas
complementações, se transformará na introdução do trabalho acadêmico,
estruturado com os seguintes tópicos:
7.1 Caracterização do assunto contendo a definição e delimitação do
tema-problema, justificativa, objetivos e hipóteses de forma
dissertada, a importância do trabalho.
7.2 Procedimentos metodológicos e instrumentos adotados para o
desenvolvimento da pesquisa.
7.3 Fundamentação teórica ou revisão da literatura que fundamentou o
trabalho
7.4 Visão-síntese do teor do trabalho acadêmico formal.
8º Relacionar as fontes referenciais rigorosamente de acordo com as
normas da ABNT (6023, ago. 2002).
9º Relacionar as fontes referenciais básicas que serão ampliadas ao longo
da pesquisa.
10º Relacionar os apêndices (instrumentos da coleta de dados) e anexos
(elementos complementares de autores diversos).
11º Preencher a documentação exigida, (quando for o caso), pelo órgão
financiador, patrocinador da pesquisa ou que concedeu bolsa ou ajuda de custo para
o desenvolvimento da pesquisa.
1.2.10.3 Cronograma sintético
No cronograma sintético as tarefas constam numa seqüência, cada uma
efetivada dentro de uma fração de tempo igual, desenvolvidas durante um determinado
período e registradas dentro de um quadro, do início ao final da pesquisa.
Exemplo de um cronograma sintético cujas tarefas são descritas seqüencialmente ao longo de
frações iguais de tempo até à data do depósito do trabalho junto à instituição onde será defendido.
TEMPO \
TAREFAS
1º
BIM
2º
BIM
3º
BIM
4º
BIM
5º
BIM
6º
BIM
7º
BIM
8º
BIM
9º
BIM
10º
BIM
11º
BIM
12º
BIM
13º
BIM
14º
BIM
Escolha do tema g
Leituras – Anotações g g g
Montagem do projeto
Elabor./instrumentos
g g
44
Pesquisa bibliográfica g g g
Aplicação piloto e
consolidação dos
instrumentos
g
Coleta de dados g
Análise do material
coletado - Tabulação
g g
Análise dos resultados
Elaboração da iconografia
g
Redação dos resultados g
Análise – discussão dos
resultados – provas
g
Redação provisória g
Revisão-Complementação g
Redação final g
Encadernação g
Entrega - depósito g
1.2.11 Apêndices
Os apêndices são complementos de um trabalho acadêmicos (Artigo, TCC,
Dissertação, Tese) produzidos ou elaborados pelo próprio autor, com base nos dados
coletados ou ideados a partir dos mesmos. Os apêndices são constituídos por quadros,
tabelas, gráficos, imagens, questionários, roteiros de entrevista ou de observação,
produzidos por outros autores.
Exemplos:
1 Tabela das contribuições científicas foi elaborada a partir dos dados
levantados relativos às descobertas científicas entre 1759-1808.
2 Quadro dos componentes curriculares do Curso de Medicina da
Universidade de Coimbra. Nos Estatutos de 1772 as matérias componentes estavam
mencionadas em vários itens, foram ordenadas, seqüencialmente, com seus
complementos pelo autor da Tese.
45
EXEMPLO 1
Tabela 15 - Número das contribuições científico-tecnológicas que concorreram para o
desenvolvimento das Ciências e para o progresso do conhecimento humano, período entre 1759-1808: nas áreas do saber, nos vários países da Europa a da América.
46
DESCOBERTAS
PAÍSES
MAT.
ASTR.
FÍS
QUÍM.
CNB.
MED.
TECN.
TOT.
%
ALEMANHA 04 04 01 07 - 02 - 18 09.4
ESTADOS UNIDOS - - - - - - 04 04 02.1
ÁUSTRIA - - - - - 01 01 00.5
BÉLGICA - - - - - 01 01 00.5
DINAMARCA 01 - - - - - - 01 00.5
ESCÓCIA 01 - 01 - - 02 04 08 04.2
FRANÇA 28 06 07 16 06 04 14 81 42.4
HOLANDA - - 01 01 01 - - 03 01.6
INGLATERRA 02 08 08 13 02 01 14 48 25.1
ITÁLIA - 01 02 01 02 04 01 11 05.6
SUÉCIA - - - 12 - - - 12 06.3
SUÍÇA 01 - - - 01 - 01 03 01.6
TOTAL 37 19 20 50 12 13 40 191 100
% 19.44 09.9 10.5 26.2 06.3 06.8 20.9 100 100
FONTE: Quadro montado com dados extraídos em Delta Larousse, 1970: 1630-1637; em Holanda, 1978, p. 219-245.
LEGENDA: MAT.= Matemática - ASTR. = Astronomia - FÍS. = Física - QUÍM. = Química CNB. = Ciências Naturais e Biológicas - MED. = Medicina - TECN.= Tecnologia
47
EXEMPLO 2
22 QUADRO CURRICULAR DO CURSO DE MEDICINA DA UNIVERSIDADE DE COIMBRA APÓS
A REFORMA UNIVERSITÁRIA DE 1772. DURAÇÃO DO CURSO: 05 ANOS.
AN. CADEIRAS - DISCIPLINAS COMPLEMENTOS AUTOR
1°
METÉRIA MÉDICA
História Médica História Natural - Química - Laboratório Jardim Botânico - Estágio Princípios de Química e Física Farmácia
CHRANTZ LINEU
2°
ANATOMIA OPERAÇÕES CIRÚRGICAS ARTE OBSTETRÍCIA
História - Osteologia Esplancnologia - Angiologia Adenologia - Miologia Prática Anatômica em cadáveres e em animais (Teatro de Anatomia) História - Ataduras - Ligaduras Métodos - Prática - Instrumentos Partos
HISTER
3°
TEORIA MÉDICA INSTITUIÇÕES MÉDICO- CIRÚRGICAS
História e Prolegômenos Regras e Métodos de estudo médico Experiências e observações Princípios gerais do Corpo Humano, de: Física, Química, Botânica e Farmácia Fisiologia - Patologia - Semiótica Higiene - Arte Terapêutica
CARVALHEIRO ALEXANDRINO
4°
TERAPÊUTICA AFORISMOS PRÁTICA DE HOSPITAL
Regras dos curativos História - Introdução à matéria Organização e Metodologia Análise dos Aforismos Estudo e comentários Princípios físico-patológicos Febres exantemáticas [*] Febres nervosas e malignas Doenças convulsivas Área Médico-Cirúrgica
GALENO HIPÓCRATES VAN SWIETEN FOESIO E BOERHAAVE
5°
MEDICINA PRÁTICA MÉDICO-CIRÚRGICA
Estágio e Residência: - Examinar pacientes - Aplicar tratamento - Visitar e observar doentes - Elaborar relatórios - Praticar métodos estudados - Praticar a ética médica
SIDENHAM HIPÓCRATES
FONTE: CÁS, História da Universidade Luso-Brasileira no período colonial: Universidade de fato (1572-1822), p. 267. [*] Erupção cutânea ⇒ sarampo, escarlatina, erisipela e outras.
48
1.2.12 Anexos
1.2.13 Ficha financeira ou previsão orçamentária
A previsão dos custos ou dos gastos de uma pesquisa torna-se necessária
quando se trata de demonstrar um órgão patrocinador ou fornecedor de uma bolsa o custo
total da pesquisa. A demonstração deve ser detalhada, mediante a apresentação dos
comprovantes obtidos através de tomadas de preços de três empresas.
Appolinário (2005, p. 247) apresenta um exemplo aleatório de orçamento de
uma pesquisa:
ITEM VALOR UNITÁRIO TOTAL (R$)
I Despesa com pessoal - Coordenador do projeto (1) - Pesquisador Assistente (1) - Estagiários (2) - Encargos
2.500,00/mês 1.500,00/mês 500,00/mês ----------------
30.000,00 18.000,00 12.000,00 33.000,00
Subtotal 93.000,00
II Materiais e equipamentos - Computador (2) - Impressora (1) - Aparelho de videocassete (1)
4.500,00 480,00 399,00
9.000,00 480,00 399,00
Subtotal 9.879,00
III Material de consumo - Papel A4 (20 pacotes) - Cartuchos de tinta (5) - Fitas de Vídeo VHS (12) - Canetas (10) - Lápis (10)
9,80 87,50 5,60 0,90 0,80
196,00 437,50 67,20 9,00 1,80
Subtotal 711,00
IV Outras despesas (Diversos) - Aluguel de sala (1) - Passagem aérea (2) - Diária e hospedagem (2 x 5 dias)
280,00
75,00 500,00
3.360,00 1.350,00 5.000,00
Subtotal 9.710,00
V Despesas finais - Encadernações (10) - Provisão para despesas gerais
45,00 ---------
450,00 1.000,00
Subtotal 1.450,00
TOTAL GERAL DO PROJETO 114.750,00
Observação: podem ser incluídas outras despesas como: serviços de terceiros, telefone, fax, passagens,
despesas com alimentação, hospedagem, despesas necessárias decorrentes da pesquisa.
49
1.2.3 CONCLUSÃO
Um projeto de pesquisa para ser eficiente precisa de vários requisitos
essenciais. Dentre eles, destacam-se:
• Um assunto – tema – definido de forma lógica, sistemática e abrangente
dentro dos parâmetros da natureza do tema e das possibilidades de
sua efetivação.
• Os objetivos estabelecidos de forma clara, coerente com o tema da
pesquisa e consistentes, possibilitando sua concretização ao final da
pesquisa.
• As hipóteses enunciadas após madura reflexão e de exaustivos
estudos, possibilitando sua comprovação mediante a
experimentação e a aplicação da metodologia apropriada.
• Os pressupostos metodológicos concretizados numa criteriosa seleção
dos métodos apropriados ao tema da pesquisa que facultem a
obtenção de resultados consistentes.
• A revisão da literatura - fundamentação teórica – feita de forma crítica
para selecionar o suporte teórico e científico que contribua para a
efetivação de uma pesquisa sólida e consistente.
1.2.4 QUESTIONÁRIO REFLEXIVO-ANALÍTICO
01 Levou na devida conta os pressupostos indicadores na escolha do tema relacionado
ao assunto da pesquisa?
02 Foi suficiente o processo reflexivo-analítico em relação à natureza e ao teor do tema
escolhido a fim de propiciar sua definição adequada e completa?
03 Amadureceu, de forma suficiente, a escolha do tema a fim de torná-lo consistente,
propiciando sua segurança e sua convicção de uma decisão acertada?
04 Definiu o tema – problema – de forma denotativa, objetiva e completa de modo a
evidenciar seus componentes estruturais e a propiciar total compreensão da natureza
dos mesmos?
05 Usou, para tanto, as fontes referenciais, os dicionários como auxílio na elaboração
adequada, completa e hermenêutica da definição e delimitação do tema?
50
06 Foi, devidamente, explicitado e delimitado o teor do tema dentro dos parâmetros
operacionalizáveis de modo a obter, com a execução do projeto, resultados concretos
e convincentes, isto é, conhecimentos consistentes, descoberta da verdade ou
correção de um erro?
07 Empregou todos os questionamentos possíveis sobre o tema a fim de enunciar o
problema com clareza em busca de seu equacionamento?
08 Foi devidamente consolidada a justificativa dentro das perspectivas pessoal
(subjetiva, conotativa) e racional – técnico-científica – (objetiva, denotativa)?
09 Foram enunciados os objetivos (gerais e específicos) após madura análise e
reflexão sobre a definição do tema – problema – de modo a torná-los coerentes com
a proposta e a concretização da pesquisa?
10 Analisou os objetivos na perspectiva de sua operacionalização mediante a adoção de
procedimentos adequados?
11 São coerentes, consistentes e abrangentes os objetivos anunciados em relação à
proposta da pesquisa, à execução e à conclusão da mesma?
12 Foram elaboradas as hipóteses em decorrência de um estudo aprofundado do tema
da pesquisa de modo a tornar seu enunciado claro, objetivo e consolidado?
13 Pensou, ao elaborar as hipóteses, nos procedimentos que deviam ser usados para
sua comprovação?
14 Procurou as respostas dos questionamentos constantes no item, 2.5.2, do capítulo 8
do MANUAL TEÓRICO-PRÁTICO (p. 110).
15 Foram às hipóteses embasadas, solidamente, na revisão da literatura, nos objetivos
e na adequação dos métodos para testar sua comprovação?
16 Pretende elaborar um projeto para que tipo de pesquisa: de campo? De laboratório?
Bibliográfica?
19 Analisou, detidamente, a metodologia (instrumentos e equipamentos) adequada a
empregar na execução do seu projeto para o tipo de pesquisa selecionado?
20 Os métodos (instrumentos e equipamentos) selecionados vão conseguir comprovar
as hipóteses e efetivar os objetivos da pesquisa?
21 Seguiu, criteriosamente, todas as fases indicadas para a elaboração das hipóteses
constantes no item 1.2.5, p. 23-26, de modo a enunciá-las de forma objetiva e
consistente?
22 Fez um levantamento completo e seleção criteriosa das fontes referenciais a fim de
fundamentar suas hipóteses e vinculá-las à proposta da pesquisa?
23 É suficiente o conjunto as fontes levantadas para a consolidação do projeto e sua
execução para chegar a resultados fidedignos?
51
24 Seguiu as indicações práticas em relação à revisão a da literatura para boa
fundamentação do seu projeto, execução e conclusão da proposta da sua pesquisa?
Elas contribuíram de forma eficiente para essa tarefa?
25 Estruturou de forma completa a introdução do seu trabalho científico de modo a
conter todos os elementos estruturais da proposta da pesquisa?
26 Fez menção da metodologia científica adotada e do tipo de revisão da literatura
selecionada? Ela expressa bem o teor objeto da pesquisa?
27 Deu, ao final, uma visão síntese do conteúdo que deve ser desenvolvido ao longo da
pesquisa?
28 As referências foram registradas em conformidade com as normas da ABNT
“Normas de referências e documentação”? (Ver cap. 10, p. 131-153).
29 Fez seu cronograma de forma criteriosa, envolvendo todas as tarefas de uma
pesquisa, com um intervalo de tempo suficiente entre uma e outra tarefa?
30 Respondeu a todas as questões aqui postas?
Caso afirmativo, pode considerar seu projeto como ótimo, pois está consolidado e
pode ser executado com segurança.
52
Capítulo 2
PESQUISA
EM
MATEMÁTICA
Luiz Francisco da Cruz*
Jamais considere seus estudos como uma obrigação, mas como uma oportunidade
invejável para aprender a conhecer a influência libertadora da beleza do reino do
espírito, para seu próprio prazer pessoal e para proveito da comunidade à qual seu
futuro trabalho pertencer (Einstein).
(*) Docente do Departamento de Matemática – Campus da UNESP - Bauru
53
2.1 Introdução
A tecnologia se desenvolve num ritmo alucinante. Novas tecnologias são
anunciadas quase que diariamente, principalmente depois da era da informática,
aliás, setor que mais se desenvolve nos nossos dias. Aquilo que é novidade hoje,
em um ano passa ser obsoleto. Isso faz com que o tempo do desenvolvimento de
uma teoria matemática e sua utilização seja cada vez menor.
A Matemática é uma ciência de múltipla aplicação. Ela está presente em
todas as outras ciências, campos de pesquisas e no quotidiano de nossas vidas.
Várias pesquisas são realizadas hoje nas áreas centrais da Matemática e
importantes resultados estão sendo desenvolvidos. Portanto, espera-se que estes
resultados sejam apresentados em periódicos de maior divulgação, para que
alguém encontre um modelo real em que tais teorias possam ser aplicadas.
O Universo dos problemas matemáticos os quais não temos a menor
idéia de como resolvê-los é inesgotável. Ao mesmo tempo, a toda hora, as outras
ciências, colaborando com a Matemática, sugerem uma série de novos problemas
matemáticos cuja solução é relevante e ainda desconhecida.
A Matemática, num certo sentido, é uma arte. O matemático desenvolve
a Teoria Matemática através da sua intuição do que é fundamental e profundo em
Matemática. A análise e a engenhosidade na obtenção da solução de um problema
matemático possuem um valor estético intrínseco. Uma série de resultados se
encaixam “magicamente” num resultado final que, ou surpreende, ou encanta ou
nos coloca uma pulga atrás da orelha: será que isto é mesmo verdade? A
demonstração matemática é enfim o que vai precisar se o resultado está certo ou
errado. Ela desempenha o papel que a experiência desempenha na Física. É ela o
referencial da veracidade ou não do resultado matemático. Exatamente por causa
da prova matemática, um resultado matemático é eterno. É válido hoje como
também será válido daqui a milhares de anos. Mas isso só é possível com a
Pesquisa em Matemática.
De um modo geral existem três linhas de pesquisa em matemática:
Educação Matemática, Matemática Pura e Matemática Aplicada. A primeira
54
intimamente ligada à linha de pesquisa em Ensino e Educação, as quais já estão
contempladas em capítulos anteriores, portanto, vamos nos ater as duas últimas.
2.2 Pesquisa em Matemática Pura
É importante ressaltar ao leitor que estamos nos referindo às pesquisas
matemática realizadas nos centros de pós-graduação, dando uma continuidade
aos estudos realizados na graduação, com objetivo de desenvolver uma
dissertação de mestrado ou uma tese de doutorado. Pesquisas isoladas, no caso
de pesquisadores já formados também podem ocorrem, mas não é objetivo deste
capítulo.
A pesquisa realizada em Matemática Pura compreende, basicamente,
três grandes áreas: Álgebra, Análise, Geometria e Topologia. Cada uma destas
grandes áreas se divide em subáreas. Dentro da Álgebra existem linhas de
pesquisa em Álgebra Comutativa, Formas Quadráticas, etc. Na Análise são várias
as linhas de pesquisa como, por exemplo: Equações Diferenciais (Ordinárias,
Funcionais e Parciais), Equações Integrais, Teoria da Aproximação, entre outras.
Já em Geometria e Topologia encontramos subáreas como Geometria Diferencial,
Singularidades, Topologia Algébrica, e outras.
Pesquisa em Matemática Pura é "árida". Desenvolver resultados
inéditos nesta área é um grande desafio, mesmo para os grandes matemáticos.
Apesar de existirem muitos problemas insolúveis ainda na matemática, teorias para
serem desenvolvidas e outras para serem melhores, resultados considerados
inéditos e de grande expressão, pela comunidade científica, não aparecem com
freqüência, muito pelo contrário.
Assim, de uma forma geral, os centros de pesquisas têm adotado uma
postura no que se referem, principalmente, as dissertações de mestrado e as teses
de doutorado, considerando estas como sendo o início da carreira de um professor
pesquisador.
Geralmente as dissertações de mestrado são análises, investigações,
novas abordagens e aplicações de artigos científicos já consagrados, mesmo parte
deste ou mesmo apenas um capítulo ou um tópico. Cabe ao professor orientador,
com sua experiência, orientar o aluno na escolha de um determinado assunto a ser
55
pesquisado, que seja de afinidade com linha de pesquisa do mesmo, para que este
trabalho seja considerado e julgado como uma dissertação de mestrado pela
banca examinadora.
Uma vez definido o assunto, o aluno deverá fazer uma revisão
bibliográfica completa, consultando novos artigos científicos, livros, revistas, etc.,
para tomar ciência sobre tudo o que já foi produziu sobre o assunto de sua
pesquisa, com o objetivo de se aprofundar no tema escolhido, não repetir
procedimentos já realizados em outros trabalhos e ter contato com as opiniões e
conclusões de outros pesquisadores sobre as dificuldades apresentadas, as
conclusões importantes, comentários sobre a viabilidade do prosseguimento da
pesquisa e questões que ficaram em aberto, as quais poderiam ser melhor
exploradas.
Depois da revisão bibliográfica concluída o aluno terá uma noção exata
sobre o que realmente deverá desenvolver no seu trabalho, ter a segurança de
estar pesquisando algo que traga, efetivamente, alguma contribuição para a área
de pesquisa em questão.
Passando para a etapa de desenvolvimento do tema escolhido, na qual
devem constar toda a metodologia utilizada, os procedimentos, as argumentações
pertinentes, os cálculos e as demonstrações matemáticas, quando for o caso, ou
seja, tudo aquilo que metodologicamente seja necessário para que os objetivos
propostos sejam alcançados. É importante que tudo esteja muito bem
fundamentado e explicado para que um futuro leitor seja capaz de entender o que
está sendo proposto e tenha condições de reproduzir o que se pretende.
Nesta etapa, muitas vezes são percebidas novas propriedades, novas
metodologias, regras adicionais, generalizações até então não percebidas, fazendo
com que o trabalho tome um novo rumo. Não é difícil encontrar relatos de
pesquisas que mudaram radicalmente de objetivos por descobrirem novos fatos
durante este processo. Aliás, as grandes descobertas foram por acaso. Ao se
pesquisar um determinado assunto, acaba-se encontrando outros mais relevantes.
No entanto, é necessário determinar um final. Às vezes a pesquisa pode
gerar um assunto que demandaria vários anos de investigação e isso nem sempre
é possível, ou quase nunca é possível quando se trata da elaboração de uma
56
dissertação de mestrado. Portanto, o orientador e o aluno deverão decidir o tanto e
até quando prosseguir com a pesquisa.
As teses de doutorado em matemática pura passam pelos mesmos
procedimentos de elaboração das dissertações de mestrado com alguns poucos
pontos distintos. Os centros de pós-graduação exigem que os temas das teses de
doutorado sejam inéditos e nunca publicados. Em matemática pura isso não é
muito fácil. No entanto, o que temos observado são trabalhos que propõem, para
assuntos já pesquisados, uma nova metodologia, propriedades adicionais, uma
continuidade e aprofundamento em determinadas pesquisas em aberto,
generalizações de alguns tópicos de certas teorias. Na verdade, há muito que fazer
e há muito que se pensar. Os especialistas, no caso os orientadores, com certeza
sabem muito bem os assuntos relevantes que merecem ser pesquisados.
2.3 Pesquisa em Matemática Aplicada
Como o próprio nome diz, a Matemática Aplicada é a aplicação dos
conhecimentos matemáticos em outras ciências e campos de pesquisas, bem
como na própria matemática, contribuindo para melhorias, soluções de problemas
e propondo novas metodologias.
Atualmente a tendência de todas as Ciências é cada vez mais utilizarem
a matemática em função do desenvolvimento de Modelos Matemáticos e Modelos
Matemáticos Computacionais que descrevem como um fator determinante nas
suas aplicações, métodos os fenômenos (determinísticos ou aleatórios) naturais de
maneira adequada.
Não é difícil encontrarmos aplicações da Matemática Aplicada em
campos como a Física, Biologia, Computação, Agronomia, Engenharias, Mercado
Financeiro, entre outros. Até na Medicina a Matemática Aplicada está presente. De
um modo geral, podemos dizer que ela vem atuando em todas as áreas. Daí sua
grande versatilidade e sua grande importância.
A pesquisa em Matemática Aplicada compreende diversas áreas, entre
elas podemos citar algumas como: Análise Numérica, Computação Científica,
Sistemas Dinâmicos e Equações Diferenciais, Física Matemática, Computação
Gráfica e Geometria Computacional, Métodos Computacionais de Otimização,
57
Investigação Operacional, Matemática Computacional, e Financeira,
Biomatemática, entre outras.
Diferentemente da Matemática Pura, a Matemática Aplicada trabalha
com modelos matemáticos, ou seja, desenvolvimentos e procedimentos
matemáticos que são capazes de descreverem e interpretarem os fenômenos
físicos ou fenômenos quotidianos.
Esses modelos são construídos baseando-se nas informações do
fenômeno que se deseja controlar ou do problema de se deseja solucionar. As
variáveis e constantes que influenciam no fenômeno devem estar bem definidas e
consideradas. As variáveis que devem ser controladas, com certeza são elas que
descrevem, matematicamente, o fenômeno dentro do modelo. De uma forma
quase que geral, modelos matemáticos aplicados possuem, basicamente, três
etapas principais. A primeira é a transformação ou interpretação das variáveis
físicas e/ou lingüísticas em variáveis matemáticas, chamadas de variáveis de
entrada. A segunda, que seria a parte principal do modelo é o desenvolvimento
matemático que determina a solução pretendida. A terceira e última etapa é a
transformação ou interpretação da solução matemática apresentada pelo modelo,
em variáveis físicas e lingüísticas, chamadas de variáveis de saída.
As dissertações de mestrado e as teses de doutorado em Matemática
Aplicada, seguem quase o mesmo padrão. A exemplo da Matemática Pura, as
dissertações, geralmente, são construções de modelos mais simples, não
necessariamente inéditos. Já as teses de doutorado são modelos mais
sofisticados, inéditos e nunca publicados. Pelo menos essas são as exigências dos
centros de pós-graduação.
Do mesmo modo e pelas mesmas razões, como já descrito
anteriormente, a Revisão Bibliográfica é de fundamental importância para tomar
ciência daquilo que já foi produzido sobre o tema de sua pesquisa.
Uma vez concluída a Revisão Bibliográfica, a próxima etapa é o capítulo
de Materiais e Métodos. É nesta etapa que será, realmente, desenvolvido o Modelo
Matemático do trabalho proposto.
A parte dos Materiais é uma descrição de todos os equipamentos
utilizados na pesquisa com especificações técnicas dos aparelhos, procedência e
dados de fabricação, inclusive licença de softwares originais. Locais da realização
58
da pesquisa como instituições, laboratórios, empresas, indústrias, etc., devem ser
especificados. Informações geográficas e climáticas (quando for o caso) dos locais
e regiões onde foram coletados os dados também fazem parte deste capítulo.
Em Métodos serão descritos com detalhes e muito bem fundamentados,
todos os passos da construção do modelo matemático. Deve ser apresentado
numa seqüência lógica contendo os desenvolvimentos matemáticos,
demonstrações, justificativas e citações bibliográficas, para que o leitor possa
entender o modelo proposto e seja capaz de reproduzi-lo.
As experiências e simulações realizadas para a verificação dos
resultados apresentados pelo modelo, nem sempre são feitas em situações reais.
Isso ocorre porque, muitas vezes, o modelo se destina a uma aplicação industrial,
hospitalar, empresarial ou a algum setor onde as atividades não podem ser
interrompidas para realizações de testes e simulações. È muito raro algum setor
destes disponibilizarem, mesmo que apenas uma pequena parte, as dependências
do seu estabelecimento, ou uma pequena linha de produção.
Outra dificuldade encontrada são as coletas de dados. Nem sempre, ou
quase nunca, esses setores fornecem espontaneamente dados, manuais técnicos,
resultados de simulações, ou informações que julguem relevantes e venham expor
os segredos da sua produção. O mercado é muito competitivo e certas
informações são guardadas sob sete chaves.
Por outro lado, os laboratórios das universidades nem sempre estão
totalmente equipados para a realização dos experimentos necessários. Assim, em
Matemática Aplica, é muito comum a realização dos testes e simulações em
computadores, os quais, hoje em dia, possuem software capaz de tais
procedimentos.
Na parte de Resultados e Discussão devem ser apresentadas as
simulações e os experimentos realizados para a comprovação da eficiência do
modelo. Tabelas e figuras explicativas e comparativas devem ser claras
apresentando os resultados obtidos nas simulações. Fazer uma discussão
detalhada apontando os pontos positivos e negativos do modelo. Discutir a
viabilidade de utilização, o custo-benefício de implementação e, se for o caso, uma
análise comparativa com modelos tradicionais existentes é sempre interessante.
59
2.4 Considerações Finais
Por maior que tenha sido o progresso científico, o homem é dono de um
conhecimento parcial, tanto do meio que o cerca como de si próprio. Como domina
uma realidade restrita é dono de uma verdade limitada e se espera que os maiores
conhecimentos sejam sempre os que estão por acontecer. Daí a importância da
investigação científica.
A ciência tem como objetivo principal proporcionar, cada vez mais, uma
melhor condição de vida a humanidade. Os pesquisadores são os responsáveis
em dominar as ciências e através delas, realizarem as grandes descobertas e
produzirem resultados e soluções.
Portanto, cabe a eles divulgarem suas pesquisas para que a
comunidade científica possa ter conhecimento de tudo aquilo que se produz, não
desperdiçar tempo e dinheiro em pesquisas já realizadas e ter referências para
futuras pesquisas. Se uma pesquisa não é divulgada, ela não fará parte do acervo
disponível. Isto é omissão de conhecimento. No mínimo uma falta de ética
profissional imperdoável.
60
Capítulo 3
PESQUISA
DE
LABORATÓRIO Dr. Francisco Gouvêa Júnior2 *
Mantenho seis honestos serviçais.
(Ensinaram-me tudo o que sei);
Seus nomes são: O Quê, Por quê,
Quando, Como, Onde e Quem.
Rudyard Kipling (1902)
2 Agradeço às Profas. Dras. Rita Cássia Menegati Dornelles e Rosa Mary Stopa, pela valiosa colaboração na
revisão técnica e a Profa. Vera Alice de Fátima Vargas, pelo prestimoso auxílio na revisão gramatical.
61
( * ) Docente do Departamento de Ciências Biológicas da FC - UNESP - Bauru
3.1 Introdução
A curiosidade é uma das características mais peculiares do ser humano. O
interesse em desvendar e decifrar a razão e a natureza das coisas provavelmente tenha
sido o embrião do que hoje se chama pesquisa. A simples observação dos fenômenos
naturais pelos povos antigos como, por exemplo, a correlação dos solstícios de verão e
inverno com épocas de plantio e colheita, já poderia ser considerada uma forma incipiente
e empírica de pesquisa. Certamente, apesar de fundamentarem-se exclusivamente na
necessidade de sobrevivência ou em questões religiosas, quando o fenômeno não parecia
ter uma razão plausível, tais fatos acabavam por se constituir em um ou mais conceitos, os
quais eram passados para as gerações seguintes. Isto constitui um dos pilares da
pesquisa, ou seja, criar conhecimentos e conceitos para, em seguida, transmiti-los.
Avançando no tempo, pode-se citar como, Galileu Galilei, ao construir sua
primeira luneta e observar a Lua, em 1609, pode caminhar no sentido de confirmar a teoria
de que a Terra não era o Centro do Universo, proposta anteriormente por Nicolau
Copérnico. Da mesma forma, a observação da queda de uma maçã por Newton, em 1666,
foi um dos passos para o estudo e exemplificação das teorias iniciais sobre da Lei da
Gravidade.
Estas observações feitas por Newton e Galileu, em suas respectivas
épocas, foram frutos de suas curiosidades. O aprofundamento, desenvolvimento e a
corroboração de suas teorias somente seriam possíveis a partir da criação de
metodologias científicas que, dentre vários fatores, incluiriam a elaboração de modelos
experimentais cabíveis de reprodutibilidade, a criação e o aprimoramento de instrumentos
científicos capazes de evidenciar fenômenos não observáveis de forma direta, enfim, do
desenvolvimento de estudos em laboratórios. Exemplificando, as observações feitas por
Galileu Galilei, somadas aos de refração óptica de Newton e de outros estudiosos, foram
essenciais no desenvolvimento dos potentes telescópios e microscópios que a ciência
dispõe atualmente para o estudo dos macro e microcosmo e, para que isto fosse possível,
suas teorias foram analisadas, reproduzidas e desenvolvidas em laboratórios de estudos.
62
3.2 Conceituação da pesquisa em laboratório
Inicialmente, deve-se entender o que vem a ser um laboratório, uma vez
que sua definição não é tão simples como aparenta a princípio. Os laboratórios podem ser
definidos de várias formas: os de área básica, como por exemplo, de fisiologia, de
genética, de anatomia ou, de forma mais específica, como de fisiologia do sistema
reprodutor, de genética de fungos ou de neuroanatomia humana, sendo que esta última
definição amplia e fornece uma visão mais clara do ele realmente faz.
Outra maneira de definir os laboratórios leva em consideração a sua relação
com as ciências básicas e aplicadas. Aqueles voltados para as ciências básicas,
fundamentalmente, trabalham no sentido de produzir o conhecimento, ao passo que
aqueles direcionados às ciências aplicadas utilizam os conhecimentos obtidos pelos
primeiros para o desenvolvimento e aplicação de um produto e geração de novas
tecnologias. Como exemplo, em um laboratório de ciências básicas constata-se que uma
determinada substância de ocorrência na natureza possui um efeito potencializador sobre
a contração uterina enquanto que em um laboratório de ciências aplicadas utiliza-se deste
conhecimento para a produção de um fármaco que pode auxiliar no trabalho de parto.
Além desses, há um tipo de laboratório mais específico, o de pesquisa
clínica, que envolve experimentos com seres humanos ou células de pacientes, com a
finalidade de investigar uma doença, uma síndrome, ou até mesmo uma função orgânica
normal. Esses laboratórios, geralmente, estão ligados a faculdades de medicina.
Independente das suas definições, o ponto fundamental e comum da
realização de pesquisa científica em um tipo específico de laboratório é a possibilidade do
pesquisador poder reproduzir as condições de um fenômeno a ser estudado e observá-lo
sob controle. Dessa forma, ao pesquisador cabe o controle sobre as variáveis
relacionadas ao experimento, modificando-as de acordo com os objetivos propostos em
seu trabalho.
Em outras palavras, a pesquisa em laboratório permite ao pesquisador,
através do método científico, interferir artificialmente na produção do fato, do fenômeno ou
processo ou, ainda, artificializar o ambiente.
63
Geralmente, a pesquisa em laboratório envolve a pesquisa experimental e
requer a elaboração de um protocolo de acordo com o(s) objetivo(s) da pesquisa, um
roteiro que será repetido tantas vezes quantas forem necessárias, com a mínima variação
possível entre eles, a fim de responder a uma ou mais hipóteses levantadas inicialmente.
Assim, a pesquisa experimental consiste em experimentar, fazer experiência, onde o fato,
o fenômeno ou o processo da realidade é reproduzido de forma controlada, com objetivo
de descobrir os fatores que o produzem ou que por ele sejam produzidos, observando as
questões éticas, material a ser coletado, duração, custos, recursos humanos e financeiros
disponíveis.
Os experimentos são geralmente feitos por amostragem e, os resultados
válidos para uma amostra, por indução, são válidos também para o universo.
3.3 Objetivos
Os objetivos fundamentais deste texto são os de levantar e descrever os
tópicos básicos, ao quais os interessados em iniciar um trabalho de pesquisa em um
laboratório de ciências devem estar atentos, bem como, minimizar as dificuldades quase
sempre encontradas ao se depararem com um ambiente laboratorial.
3.4 Organização geral do laboratório
3.4.1 Rotinas de laboratório
Todo iniciante em um trabalho de pesquisa no laboratório deve estar ciente
de que se trata de um ambiente de uso comum e, por essa razão, existem regras que
deverão ser seguidas para o andamento adequado do seu projeto, bem como os projetos
dos demais. Assim, o estabelecimento de horários de trabalho, a limpeza, a organização e
conservação das bancadas, equipamentos, vidrarias e outros materiais, devem ser
seguidos e executados rotineiramente com segurança. Nem sempre o horário de trabalho
no laboratório seguirá o horário comercial, muitas vezes se prolonga em função do
experimento que está sendo realizado ou da disponibilidade de determinado equipamento,
dentre outros fatores.
64
Manter o ambiente organizado é uma questão importante. Nada mais
frustrante do que se necessitar de um determinado material e ou equipamento e encontrá-
los sujos, fora do lugar de costume ou inoperantes.
Sintetizando-se, é de uma rotina adequada e harmoniosa que depende o
bom andamento do trabalho em um ambiente laboratorial.
3.4.2 Equipamentos
Quaisquer laboratórios, desde os mais simples até os mais complexos,
possuem equipamentos e materiais que lhe são específicos. É fundamental a
familiarização com os equipamentos que serão utilizados para o desenvolvimento do
projeto, uma vez que o bom andamento e confiabilidade dos resultados obtidos em muito
dependerá da sua correta manipulação, utilização e entendimento dos dados que eles
fornecem.
O avanço tecnológico tem permitido o desenvolvimento de equipamentos
cada vez mais específicos, no entanto, nada mais inconsistente do que analisar o
resultado de um deles sem se conhecer os princípios básicos a partir dos quais eles foram
obtidos. Assim, ao se deparar com um novo equipamento, nada melhor do que ler o seu
manual e familiarizar-se com os princípios físicos, químicos ou outros, nos quais eles se
baseiam, para a realização das leituras e emissão dos dados.
3.4.3 Segurança
Seja qual for o tipo de laboratório em que se está atuando, ele contará com
materiais, equipamentos de precisão e substâncias diversas, que poderão ser
contaminantes, de risco biológico, inflamáveis, dentre várias. Dessa forma, atenção
especial deve ser dada às regras universais de segurança, tanto sua quanto dos demais e
do meio ambiente. Elas envolvem: não comer, beber ou fumar; usar vestimentas
confortáveis e adequadas; usar sapatos fechados; usar avental longo de algodão somente
dentro do laboratório e não fora dele; não pipetar com a boca e nunca descartar
substâncias e materiais de risco diretamente na pia ou no lixo.
Além destas regras fundamentais outras poderão ser aplicadas,
considerando-se uma ou mais especificidades do laboratório, como por exemplo, o uso de
vestimentas especiais durante a manipulação de material radioativo.
65
3.5 Organização de um experimento
3.5.1 Iniciando um experimento
A pesquisa em laboratório, como já mencionado, consiste em experimentar,
em se fazer experiências. A razão dessa experimentação é criar ou elaborar meios para
se testar a validade da hipótese prévia. Em outras palavras: - O que é preciso fazer para
verificar se uma questão aventada é procedente? Tomando como exemplo a hipótese de
que uma substância extraída de determinada planta possua ou não efeito psicotrópico, a
experimentação na área básica somente poderá ser realizada em animais de laboratório.
Para o seu desenvolvimento, além da escolha do animal, será necessária a elaboração de
um protocolo de experimentação, aprovado pelo comitê de ética experimental, que
determinará: as doses da substância a ser administrada; os horários das administrações;
os equipamentos para os testes de ansiedade; os intervalos de tempo entre as
administrações e os testes, dentre outros. Nesse momento, está-se realizando o
delineamento do experimento, que é de fundamental importância para o levantamento
inicial dos materiais e equipamentos que serão necessários para o desenvolvimento
adequado da experimentação. Em suma, inicialmente se faz uma pergunta e, a partir
dela, inicia-se o esboço do que será necessário para testá-la em ambiente experimental,
com controle da situação e utilização de instrumental específico e preciso.
Embora pareçam simples a princípio, alguns experimentos iniciais terão que
ser realizados – os denominados experimentos pilotos. Estes experimentos têm a
finalidade de minimizar imprevistos que poderão surgir no decorrer da pesquisa, pois,
nada mais frustrante do que se chegar à metade de um projeto e ter que encerrá-lo por
uma falha que poderia ter sido sanada no início. Considere-se também o fato de que eles
serão úteis para que o iniciante adquira as habilidades motoras para a execução dos
experimentos.
Mesmo tomando esse cuidado, inevitavelmente, os imprevistos poderão
surgir no decorrer do desenvolvimento da pesquisa, fato que pode ser salutar no sentido
de modificar ou mudar o rumo da pesquisa ou até adicionar algo a ela, ou seja, um
acontecimento ou resultado inesperado nem sempre é produto de erro metodológico,
podendo ser uma resposta específica naquele momento e que poderá dar origem a uma
nova hipótese. Em outras palavras, é mais conveniente avaliar cautelosamente um
resultado diferente daqueles que estão sendo obtidos do que lhe atribuir um erro
inexplicável e descartá-lo.
66
3.5.2 Criando os grupos controle e experimental
Para se testar qualquer hipótese, especialmente na área das Ciências
Biológicas é necessário criar um grupo controle para cada variável a ser testada. A
finalidade deste procedimento é a de verificar o que ocorre sem a introdução da variável.
Tomando o mesmo exemplo já citado sobre o possível efeito psicotrópico de uma
substância extraída de determinada planta, a validação dos resultados obtidos no grupo de
animais experimentais, ou seja, que receberam a substância, somente poderá ocorrer se
comparados aos resultados de um grupo de animais que não a recebeu, ou ao qual foi
administrado soro fisiológico.
3.5.3 Coletando e anotando os dados
Com o protocolo experimental delineado, os materiais e equipamentos
definidos e a técnica dominada, a coleta de dados passa a ser um trabalho de repetição e
rotineiro. As experimentações serão repetidas tantas vezes quantas forem necessárias,
considerando o número de indivíduos de cada amostra propostos no projeto e, em
algumas vezes, os experimentos deverão ser realizados em duplicatas ou até em
triplicatas.
Em todos os casos, é conveniente ter à mão um roteiro a ser seguido – o
protocolo experimental, que nada mais é do que a descrição, passo a passo, dos
procedimentos a serem seguidos em cada experimento, o mais fielmente possível. Este
cuidado tem por finalidade minimizar fatores de variação entre os experimentos e
aumentar a fidedignidade dos resultados.
Tão importante quanto coletar os dados obtidos pelos experimentos é
anotá-los adequadamente. Para isto, nada melhor do que um caderno do tipo brochura.
Esta menção pode parecer estranha diante dos inúmeros recursos de informática
disponíveis atualmente, porém, o risco de perda dos valiosos dados será muito menor.
Além disto, qualquer ocorrência ou observação durante a realização de cada experimento
poderá ser facilmente anotada.
3.5.4 Tabulando e analisando os dados
67
Ao final da coleta, ou quando se dispõe de uma quantidade significativa de
dados, dá-se início à fase de tratamento dos mesmos. Atualmente, encontra-se uma
grande variedade de programas computadorizados que, em muito, facilitam o trabalho.
Eles permitem ao pesquisador uma fácil tabulação dos dados e rápida análise estatística.
A única atenção e cuidado necessários referem-se ao tipo de análise a ser escolhida e,
principalmente, ao entendimento dos resultados que ela fornece. Há cerca de duas
décadas o tratamento dos dados, desde a sua tabulação até a análise estatística, era
realizado no papel, contando somente com o auxílio de máquina de calcular e
demandando muito tempo. A informatização dos procedimentos estatísticos eliminou essa
dificuldade, no entanto, novamente ressalta-se a necessidade de se saber o quê
significam os resultados fornecidos por esta ou aquela análise estatística. Recomenda-se
ao iniciante pouco familiarizado com a estatística, uma breve análise dos dados que
obteve utilizando o Teste “t”, que, embora relativamente simples, permitirá uma maior
compreensão e assimilação sobre o que a análise estatística pode proporcionar ao seu
estudo.
3.5.5 Apresentando os resultados
Os resultados obtidos pela análise estatística são, como para o tratamento
dos dados, facilmente apresentados e de diversas formas. A escolha de uma ou outra
forma de representação é muito particular, mas deve recair naquela que melhor destaque
os resultados. Alguns pesquisadores preferem apresentá-los somente em tabelas, outros
em gráficos. Independentemente do tipo escolhido, todas as formas devem ser auto-
explicativas, buscando facilitar o entendimento para o leitor.
3.5.6 Discutindo os resultados e concluindo a pesquisa
Toda pesquisa laboratorial e experimental tem como objetivo final responder
a uma hipótese inicial. Para que esta resposta seja dada e aceita cientificamente é
necessário um referencial teórico que lhe dê suporte. Da mesma forma que, ao se iniciar
uma pesquisa, busca-se na literatura a existência de teorias ou conceitos que
fundamentarão o trabalho, após a obtenção de novos resultados, novos referenciais
teóricos serão necessários para discutir o que se obteve.
No entanto, apesar da necessidade deste suporte, a discussão permite ao
realizador da pesquisa certa liberdade de expressão, logicamente que sem fugir do rigor
68
científico, uma vez que é possível acontecer de um determinado resultado não ter uma
referência concreta e definitivamente comprovada na bibliografia levantada.
Por fim, todo o trabalho realizado desde o início da pesquisa, que pode ter
levado meses ou anos, deve ser concluído. Nela, o pesquisador se restringe a dizer em
poucas linhas a que ponto o trabalho o conduziu e, para escrevê-la, deve-se estar atento
ao(s) objetivo(s) que foram inicialmente propostos. É comum se observar certa frustração
em iniciantes na pesquisa laboratorial, especialmente quando há um resultado final
considerado não estatisticamente significante. No entanto, convém lembrar que toda
pesquisa parte da hipótese nula, ou seja, da não existência de diferenças e, portanto, as
conclusões onde as diferenças não aparecem, possuem o mesmo valor científico.
3.6 Conclusão
Um ambiente de laboratório é um dos locais mais excitantes e agradáveis
para o pesquisador. Nele é possível aplicar os conhecimentos adquiridos, desenvolvê-los
e gerar novos conhecimentos. Apesar de toda sua complexidade, da sua rigidez de regras,
da exigência de disciplina, de horários muitas vezes não usuais, do longo tempo de
dedicação, nele se concentram pessoas com objetivos afins, que discutem, compartilham
idéias e formam uma organização social complexa que têm a pesquisa experimental como
suporte – e recompensa, para a geração e transmissão de conhecimentos.
3.7 Um Exemplo de Pesquisa em Laboratório
O resumo abaixo apresentado é fruto do trabalho de pesquisa experimental
em laboratório realizado por uma acadêmica do Curso de Graduação – Licenciatura em
Ciências Biológicas e que resultou na apresentação dos resultados em congresso de
iniciação científica e na sua monografia de conclusão de curso.
69
O anil sintético tem sido utilizado como método contraceptivo em animais domésticos no meio rural, o que leva ao questionamento sobre sua ação na reatividade do músculo liso do ducto deferente e na condução espermática. Estão presentes nessa musculatura adrenoceptores α1 e β2, cuja ativação causa contração e relaxamento, respectivamente.
Verificar se a incubação do ducto deferente de ratos em solução de anil sintético influencia a sua reatividade à adrenalina.
Os ductos deferentes de nove ratos foram isolados e preparados para registro in vitro da contração isotônica longitudinal. Como controle, a reatividade de cada ducto foi testada pela determinação da curva dose-resposta induzida pela adrenalina. Seguiu-se o mesmo procedimento para cada ducto, após lavagem, descanso e 20 minutos de incubação em solução de anil 0,0025%, formando o grupo experimental. Determinou-se os parâmetros de pD2 e responsividade relativa (ρ) para ambos os grupos.
A análise estatística mostrou uma redução significativa (p<0,05) nos parâmetros de pD2, em média e erro-padrão, de 5,40 ± 0,03 para 4,61 ± 0,17 (gráf. 01 ) e de ρ (gráf. 02) de 0,5 ± 0,04 para 0,25 ± 0,07, nos grupos controle e experimental, respectivamente.
A análise dos resultados permite concluir que o anil sintético em concentrações de 0,0025%, diminui a reatividade da musculatura lisa do ducto deferente à adrenalina, caracterizando um bloqueio não-competitivo.
10 -8 10 -7 10 -6 10 -5 10 -4 10 -30
25
50
75
100ControleAnil Sintético
Log Doses Adrenalina
% d
e co
ntr
ação
Gráfico 01 – Curva logarítimica dose-resposta à adrenalina dos grupos controle e incubado com anil sintético, em média e erro-padrão (n=09).
Gráfico 02 – Responsividade relativa do grupo controle e experimental. * Diferença estatisticamente significante (p < 0,05) n=09
Controle Anil BaCl 2
0
25
50
75
100
% d
e co
ntr
ação
* *
INTRODUÇÃO
OBJETIVOS
MATERIAIS E MÉTODOS
RESULTADOS
CONCLUSÃO
EEFFEEIITTOO DDOO AANNIILL SSIINNTTÉÉTTIICCOO SSOOBBRREE AA RREEAATTIIVVIIDDAADDEE DDAA MMUUSSCCUULLAATTUURRAA LLIISSAA DDOO DDUUCCTTOO DDEEFFEERREENNTTEE DDEE RRAATTOOSS WWIISSTTAARR..
C. R. Silva; F. GouvêaC. R. Silva; F. Gouvêa--JRJRLaboratório de Fisiologia e FarmacologiaLaboratório de Fisiologia e Farmacologia
Departamento de Ciências Biológicas Departamento de Ciências Biológicas –– Faculdade de Ciências Faculdade de Ciências –– UNESP/BauruUNESP/Bauru
70
Capítulo 4
TRATAMENTO
DOS DADOS E ELABORAÇÃO
DOS RESULTADOS
71
Momento excitante para o pesquisador aquele em que se encontra enfim
posse de seus dados em que se esforça em ver ‘no que isso vai dar’! Mas impressão
inicial se verifica amiúde decepcionante, sobretudo para aqueles que, menos
experientes, não estão prevenidos: os dados ainda estão em bruto, não “dão” quase
em nada. Os fatos e os números nunca falam espontaneamente, e a tarefa do
pesquisador acha-se longe de ser finalizada. Falta-lhe muito a fazer antes que possa
fechar o círculo que liga o que emergirá da sua investigação ao problema que a
lançou. Por enquanto, ele está sempre na etapa da verificação eu deve ainda estudar
seus dados relação à hipótese, isto é, proceder à análise e à interpretação das
informações colhidas para, em seguida, chegar à etapa da conclusão.
Mas análise e interpretação não são imediatamente possíveis. Os dados
que o pesquisador tem em mão são, de momento, apenas materiais brutos: [...].
Esses dados precisam ser preparados para se tornarem utilizáveis na construção de
saberes. O pesquisador deve organizá-los, podendo descrevê-los, transcrevê-los,
ordená-los, codificá-los, agrupá-los em categorias [...]. Somente então ele poderá
proceder às análises e interpretações que o levarão às suas conclusões (LAVILLE;
DIONNE, 1999 p. 197).
4.1 INTRODUÇÃO
4.1.1 Conceituação
Esta é um das fases fundamentais de uma pesquisa, nela os dados são
tabulados e agrupados, metodologicamente, conforme sua natureza, e representados em
tabelas, gráficos e imagens a fim de melhor interpretá-los mediante a análise minuciosa e
criteriosa para sistematizá-los, de forma concreta, nos resultados a serem discutidos e
representados.
4.1.2 Objetivos
As orientações práticas contidas neste capítulo visam:
• Ampliar e consolidar as normas anteriormente estudadas.
72
• Facilitar a elaboração dos dados e sistematizá-los em resultados.
4.2 DESENVOLVIMENTO
4.2.1 Tabulação
4.2.1.1 Conceituação
A tabulação das alternativas do questionário, a quantificação das respostas e
a elaboração dos dados – representadas pela totalização de cada item - seguem etapas
distintas, feitas criteriosamente com métodos apropriados para assegurar que os
resultados sejam a lídima expressão dos respondentes (amostragem ou universo) do
questionário da pesquisa.
4.2.1.2 Primeira etapa
A primeira etapa é levada a efeito mediante a execução de várias tarefas
dentre elas:
Fazer uma análise preliminar dos questionários para estabelecer estratégias
de tabulação.
Totalizar a primeira questão de cada questionário, registrando num
questionário não respondido cada alternativa assinalada, adotando o quadradinho cortado
por uma diagonal, correspondendo cada traço uma resposta, totalizando cinco.
Estabelecer as categorias das respostas livres, registrando-as numa folha específica.
Respostas idênticas ou com sentido igual, porem redigidas de forma diferente e as
diferentes são assinaladas como o mesmo sistema das alternativas sugeridas.
Adotar o mesmo procedimento com as demais questões.
Registrar comentários resultantes das análises preliminares a tabulação das
respostas dos questionários.
4.2.1.3 Segunda etapa
A segunda etapa é levada a efeito mediante a execução de várias tarefas
dentre elas:
73
Organizar os resultados por grupos de categorias.
Ordenar as respostas dos grupos de categorias em ordem numérica
decrescente, bem como as respostas livres.
Montar tabelas, gráficos e ilustrações, conforme faculta a natureza do
assunto.
Estabelecer relação entre s resultados e a proposta da pesquisa
Fazer anotações e comentários, numa folha À parte, seguindo a seqüência
da estrutura prévia organizada do trabalho.
Consolidar os resultados a partir da ordenação dos dados em categorias e
em função da proposta da pesquisa.
Tentar estruturar as seções ou capítulos, mesmo que provisoriamente, para
facilitar a etapa seguinte.
4.2.2 Interpretação e discussão dos resultados
A interpretação e a discussão dos resultados são levadas a efeito mediante a
execução de várias tarefas, a partir dos resultados da proposta da pesquisa:
• Analisar os resultados constituídos pelo registro fiel da interpretação dos
dados organizados, sistematizados e estudados, de conformidade
com a proposta da pesquisa, mediante a aplicação de vários
procedimentos metodológicos para serem consolidados em
conhecimentos científicos.
• Verificar a existência de inter-relação entre as categorias, com base na
proposta da pesquisa.
• Fundamentar a análise lógica, de forma minuciosa e metodológica, em
relação aos resultados consolidados de cada questão, a partir da
proposta inicial da pesquisa.
• Fazer uma análise crítica dos resultados com vistas a extrair deles os
conhecimentos com o uso de vários métodos, sobretudo com a
aplicação da análise lógica, indutiva e dedutiva.
• Buscar subsídios para consolidar os conhecimentos inferidos ou
produzidos com base na análise dos resultados e confrontar o
domínio sobre o tema pesquisado com vistas à ampliação dos
conhecimentos existentes..
74
• Construir uma linha de argumentação com provas, deduções induções,
reflexões em relação aos resultados com o objetivo de sistematizar e
consolidar os conhecimentos, na tentativa de estruturar uma teoria
científica.
• Consolidar os conhecimentos mediante a argumentação e a
demonstração da prova na busca dos resultados finais, consistentes
e coerentes, como forma de preparação da redação dos
conhecimentos produzidos em decorrência da pesquisa cuja
sistematização resulta numa teoria científica.
Uma discussão lógico-metodológica dos resultados de uma pesquisa pode
contribuir para a redação do trabalho científico de forma coerente e consistente, para a
compreensão da leitura do seu texto redigido, para evidenciar as conclusões ou
considerações finais lógicas e fundamentadas e, sobretudo, transmitir segurança sobre os
conhecimentos produzidos e servir de referencial para outras pesquisas.
4.3 CONCLUSÃO
A elaboração consistente de um trabalho científico depende da forma -
metodologia – adotada na coleta e, sobretudo, no tratamento dos dados e da organização
dos resultados, facultando ao pesquisador sua análise e discussão, sua argumentação e
prova. Tais procedimentos facilitam o enunciado de sua conclusão,
4.4 QUESTIONÁRIO REFLEXIVO-ANALÍTICO
01 Fez uma análise preliminar dos instrumentos preenchidos da coleta de dados antes
de iniciar a tabulação?
02 Adotou e seguiu procedimentos adequados para fazer a quantificação dos dados?
0 3 Executou de forma completa as tarefas correspondentes à primeira etapa da
quantificação dos dados?
04 Organizou as categorias dos resultados com base em que critérios?
05 Montou tabelas dentro dos padrões estabelecidos pelo IBGE?
06 Elaborou gráficos condizentes com os resultados de forma técnico-estética? Eles
contribuem com o teor qualitativo do assunto da sua pesquisa e com a fidedignidade
dos seus resultados?
75
07 Fez análise, comentários e anotações ao longo da elaboração dos dados e
organização dos resultados?
08 Organizou o roteiro do seu trabalho ou o aprimorou ao longo da realização das
tarefas de quantificação dos dados e da elaboração dos resultados?
09 Analisou os resultados da pesquisa com base em que métodos? Foi completa e
consistente essa análise?
10 Consolidou os resultados mediante o emprego de que métodos?
11 Seguiu as orientações do capítulo 11 do MANUAL TEÓRICO-PRÁTICO (A Lógica
num trabalho científico: redação à luz dos pressupostos lógicos, p. 147-157)?
12 Buscou subsídios na revisão da literatura que fundamentou sua pesquisa para
consolidar, discutir e provar seus resultados?
13 Consolidou os conhecimentos – a teoria – decorrentes dos resultados da pesquisa
com base em que métodos? Em que argumentos? Em que provas? Os
procedimentos adotados foram suficientes para a demonstração da verdade e
chegar às conclusões consistentes da sua pesquisa?
Capítulo 5
ICONOGRAFIA
normas para a apresentação
76
das ilustrações
Conforme provérbio chinês “uma imagem vale por mil palavras”, dá bem
a dimensão do valor uma ilustração contida num trabalho científico.
Uma imagem que evidencie o significado de uma mensagem que ela
transmite consolida, ratifica e enfatiza a parte da pesquisa que ela ilustra.
Dada a importância da ilustração contida num trabalho acadêmico, seu
uso deve ser adequado e na justa medida para poder contribuir, evidenciar,
complementar seu conteúdo redigido.
5.1 INTRODUÇÃO
5.1.1 Conceituação
Iconografia é a arte de representar dados através de imagem para ilustrar
algo, isto é, no caso resultados de um trabalho científico.
O termo tem sua origem no grego:
Eikon = ícone, imagem, retrato ou quadro.
Grafe = desenho, quadro, arte de escrever (desenhar).
A ilustração de um trabalho acadêmico implica numa arte de apresentar os
resultados de uma pesquisa através de gráficos dos mais variados tipos (em especial,
tabelas, quadros, figuras, gráficos) , levando em conta que uma imagem é mais eloqüente
do que uma descrição retórica, literária.
Uma ilustração – iconografia - em trabalho científico exige arte na sua
realização; proporcionalidade e estética na sua apresentação; exige objetividade, clareza,
evidência dos dados que representa.
77
5.1.2 Objetivos
A explanação deste capítulo visa alcançar os seguintes objetivos:
• Conscientizar o acadêmico sobre a existência dos vários tipos de
ilustrações e sobre o seu uso como um elemento fundamental na
compreensão e fundamentação dos seus trabalhos científicos.
• Ressaltar a importância e a necessidade do uso adequado dos gráficos
nos seus trabalhos, pois eles contribuem para sua melhor
interpretação e seu maior enriquecimento.
5.2 DESENVOLVIMENTO
5.2.1 Tipos
A ABNT NBR 14724:2005 menciona um rol de tipos de ilustrações que
podem ser usadas nos trabalhos científicos, como: desenho, esquemas, fluxogramas,
gráficos, mapas, organogramas, plantas, quadros, retratos e outros.
Entre as ilustrações que podem ser usadas nos trabalhos científicos citam-
se:
Fotos, em preto e branco, coloridas e acompanhadas das respectivas
legendas explicativas.
Filmes, documentários usados como complemento ou como confirmação
dos resultados.
CD-rom, contendo os mais variados informes e as mais diversas ilustrações
em relação ao trabalho científico, anexado ao texto, na parte interna da contracapa.
Desenhos dos mais variados tipos, esquemas, coloridos ou não, usados
para ilustrar e ressaltar os resultados.
Quadros, ilustrações semelhantes às tabelas, porém diferenciados delas
por conterem mais palavras do que números e têm suas laterais fechadas.
Tabelas (Ver capítulo anterior).
Gráficos, informações representadas de várias formas, sendo as mais
usadas: colunas, barras, histogramas e os vetores.
Gravuras, caracterizadas por serem ilustrações extraídas de obras
pesquisadas cujo teor consolida a informação escrita do trabalho.
Organogramas e fluxogramas representam uma estrutura organizacional e
sua fluência.
78
Figuras compõem o conjunto de ilustrações, imagens.
Lâminas, caracterizadas por uma folha ou chapa que contenha algo
pintado, gravado ou retratado ou uma publicação composta por uma só folha.
5.2.2 Algumas normas
5.2.2.1 A ABNT
O órgão normativo prescreve:
Os identificadores das ilustrações devem constar na parte inferior dos
gráficos. Porém o IBGE (1993, p. 45-6) os coloca na parte superior, bem como a
Universidade Federal do Paraná (2001, p. 31-33) e Instituto Paranaense de
Desenvolvimento Econômico e social (2001, p. 23-41). Acrescente-se a essas menções, a
norma da própria ABNT, acima citada, (2005, p. 7) afirmando que “o projeto gráfico é da
responsabilidade do seu autor”.
A designação denominada de gráfico ou de figura, seguida do número (em
continuidade dos anteriores) deve ser separada do título por um hífen.
O título deve ser grafado de forma sucinta e clara, localizado o mais
próximo possível de sua menção do texto.
Exemplo:
Gráfico 2 – RESULTADOS OBTIDOS PELOS ALUNOS DO BRASIL NO EXAME DO ENADE/2005 DE UM TOTAL DE 40 PONTOS
f
12
11
10
09
08
07
06
05
04
03
02
01
PONTOS 11-13 14-15 16-17 18-19 20-21 22-23 24-25 26-27 28-29
79
5.2.2.2 Normas para a elaboração e apresentação dos quadros
Para a inclusão ou confecção de quadros ilustrativos nos trabalhos
acadêmicos deve-se seguir as seguintes normas:
Denominação: QUADRO seguido do número (inicial ou em continuidade) e
do hífen.
Título grafado, de preferência, em caixa alta (caracteres maiúsculos),
tamanho dos caracteres menor do que o do corpo do trabalho e sem ponto final.
Representação feita por linhas horizontais para separar:
O cabeçalho - cadeiras e especificações, linhas das informações.
As células contendo indicações: ano, complementos e autores.
As linhas verticais para separar a coluna indicadora (nome das cadeiras).
As células que contêm os dados ou números (ano, desdobramentos da
cadeira e o nome dos autores correspondentes).
As laterais são fechadas.
Exemplo:
QUADRO 10 – GRADE CURRICULAR DO CURSO – FACULDADE – DE MATEMÁTICA DA UNIVERSIDADE DE COIMBRA, ORGANIZADA A PARTIR DA REFORMA DE 1772. DURAÇÃO DO CURSO: 04 ANOS.
CADEIRAS/
ESPECIFICAÇÕES ANO COMPLEMENTOS AUTORES
GEOMETRIA
1º
Aritmética Geometria Elementar Trigonometria plana Metafísica História Natural
EUCLIDES ARQUIMEDES PROCLO LINEU
ÁLGEBRA
2º
Álgebra Elementar Geometria Elementar Cálculo Infinitesimal Cálculo diferencial e Integral Metafísica Geometria Sublime e Transcendental Física Experimental
EUCLIDES BEZOUT BEZOUT PROCLO EUCLIDES MUSKAEN E BROEK
[...] [...] [...] [...]
FONTE: Quadro montado com dados extraídos dos ESTATUTOS, 1772, v. III, Ap. CÁS (1996, p. 294). NOTAS: O quadro acima refere à Tese defendida na UNESP – Marília Prof. Danilo Da Cás:
UNIVERSIDADE LUSO-BRASILEIRA: Universidade de fato (1572-1822), 1996.
80
Dimensão quando ultrapassar o espaço da folha, adotar o mesmo
procedimento usado na tabela (cap. II, Manual., p. 47-48).
Notas e observações registrá-las no rodapé do quadro (Ver normas
adotadas nas tabelas, p. 76).
5.2.2.3 Procedimentos para o uso de figuras
Figuras são constituídas por um conjunto de elementos ilustrativos
(desenhos, imagens, estampas, mapas, plantas, lâminas, pirâmide etária, diagrama,
fluxograma, cronograma) que contribuem para consolidar, demonstrar e visualizar os
resultados de uma parte da pesquisa ou trabalho científico para propiciar uma melhor
compreensão. Sua apresentação deve seguir algumas normas:
Denominação grafa-se FIGURA, número, seguido do hífen, de forma
semelhante aos procedimentos adotados na designação da tabela ou do quadro.
Elaboração pelo autor do trabalho, feita em papel vegetal para que, ao
copiá-la, fiquem preservados os detalhes e a resolução perfeita da figura.
Título seus dizeres devem ser breves, objetivos, claros e precisos por ser
explicativo do teor da figura.
Legenda colocada logo abaixo da figura, deve ser clara, precisa e objetiva.
Fonte grafa em caixa alta, AUTOR (sobrenome), ano, página.
Notas de rodapé da figura, ver os procedimentos adotados no gráfico ou no
quadro.
Exemplo de um cronograma:
QUADRO 9 – SUGESTÃO DE UM CRONOGRAMA PARA O DESENVOLVIMENTO DE UMA PESQUISA
81
TEMPO /
TAREFAS
1º
BIM
2º
BIM
3º
BIM
4º
BIM
5º
BIM
6º.
BIM
7º
BIM
8º
BIM
9º
BIM
10º
BIM
11º
BIM
12º
BIM
13º
BIM
14º
BIM
Levantamento das fontes g Leituras g g Montagem do projeto g Seleção da metodologia g Levantamento de dados g g Tabulação dos dados g Análise dos dados g Organização/iconografia g Redação provisória g g Revisão g Redação final g
5.3 CONCLUSÃO
A iconografia localizada - no corpo do trabalho ou nos seus complementos –
contribui para suas ilustração e melhor compreensão do seu teor. Para tanto, deve se
adequada e usada de forma criteriosa a fim de visualizar ou de consolidar os resultados da
pesquisa.
5.4 QUESTIONÁRIO REFLEXIVO-ANALÍTICO
01 Quais foram os critérios adotados para a seleção das ilustrações (tipos e número)
para consolidar sua pesquisa?
02 Quais foram os requisitos que levou em conta na elaboração das ilustrações?
03 Quais foram os tipos de ilustrações selecionados para elucidar ou consolidar os
resultados do seu trabalho?
04 Os tipos de ilustrações selecionados e incorporados na seu relatório da pesquisa são
os mais adequados e convincentes?
05 Os identificadores das ilustrações constantes na parte inferior das mesmas são
completos, não deixando dúvidas sobre sua origem ou sua autoria?
06 A designação - número, título – está redigida de forma sintética e objetiva, é clara,
completa quanto ao seu teor?
07 Na elaboração das ilustrações seguiu rigorosamente as normas exigidas?
08 A inclusão de uma ilustração extraída de alguma fonte, fez as devidas referências,
respeitando a produção intelectual de outrem ou da sua autoria?
82
09 O uso das ilustrações foi feito de forma adequada e moderada?
83
Capítulo 6
ICONOGRAFIA:
normas
para a apresentação tabular
Um gráfico originado de dados bem consolidados de uma tabela, sua
imagem e sua mensagem tornam seu significado evidente. A ela também se aplica o
provérbio chinês “uma imagem que vale por mil palavras” pois sua comunicação
simples, direta e evidente é captada imediato, quase que intuitivamente por quem a
vê. Por isso sua elaboração e apresentação devem estar dentro das normas
técnico-estéticas a fim de que o teor de sua mensagem seja captado como que
intuitivamente, para em seguida deter-se na análise lógico-reflexiva do seu teor.
84
6.1 INTRODUÇÃO
6.1.1 Conceituação
Tabela representa a síntese dos dados, metodologicamente, coletados,
totalizados e organizados de uma pesquisa com o objetivo de visualizar as informações e
de propiciar uma leitura e interpretação imediatas.
Um trabalho científico consolida suas informações, conclusões e provas em
tabelas, quadros, gráficos e ilustrações. Seu uso deve obedecer a um conjunto de
requisitos estabelecidos pelos órgãos técnicos que estão consolidados nas “Normas de
Apresentação Tabular” (IBGE, 1993, p. 7-30) e complementados pela ABNT NBR 6024,
maio 2003 (numeração progressiva das seções de um documento escrito) e NBR 5892,
agosto de 1989 (normas para datar).
6.1.2 Objetivos
Este capítulo visa alcançar os seguintes objetivos:
• Apresentar uma síntese das normas estabelecidas pelo IBGE.
• Informar os acadêmicos, os pesquisadores e os orientadores sobre o
uso correto dessas normas na ilustração dos trabalhos científicos.
6.2 DESENVOLVIMENTO
6.2.1 Conceitos básicos
Tabela é uma forma de apresentação de informações expressas em dados
numéricos dentro de espaços e com seus elementos identificadores.
Espaços são constituídos por três grandes áreas componentes da tabela
(topo, centro e rodapé), conforme o demonstra a ilustração, a seguir.
Topo espaços (cabeçalho, coluna, linha e célula) destinados ao registro dos
termos identificadores e dos dados numéricos.
Rodapé espaço destinado a registrar as informações complementares:
fonte, nota geral, nota específica, índice.
85
Exemplo:
Tabela 15 - Número das contribuições científico-tecnológicas que concorreram [...]. (Cf. p. 27).
CABEÇALHO
Indicadores das categorias das colunas
Cabeçalho dos indicadores das colunas numéricas
Colunas da totalização de do percentual de cada
categoria
Contém os termos identificadores
das categorias da pesquisa ou os dados coletados
Espaço vertical
Contém os dados numéricos
Total
%
Linha da totalização das colunas
Células com a totalização de cada coluna
Células com a totalização das informações e do total
do percentual
RODAPÉ reservado para registrar (quando necessário):
� Fonte que originou os dados. � Nota geral explicativa do conteúdo da tabela. � Nota específica destinada a esclarecer um elemento da tabela. � Índice remissivo “símbolo remissivo atribuído a algum elemento de uma tabela que
necessita de uma nota específica.”
6.2.2 Normas para a elaboração de uma tabela
Identificação numérica (algarismo arábico) é seqüencial e tem início com o
termo Tabela seguido do número, do travessão e do Título da tabela. A numeração deve
obedecer às normas da ABNT (NBR 6024, maio 2003, numeração progressiva das seções
de um documento escrito).
Título escrito no topo, contendo os elementos indicadores básicos da
natureza e da delimitação temporal (período) e espacial (localização geográfica) dos
dados numéricos, sem uso de abreviaturas.
Moldura contém os espaços ou as áreas para efetivar o registro de todas as
informações necessárias à compreensão, de todos os dados numéricos correspondentes
às informações, da totalização de cada elemento indicador da categoria do cabeçalho, da
totalização de cada coluna e do percentual de cada categoria.
A estruturação da moldura é composta de, no mínimo, de três traços
horizontais e paralelos que limitam áreas específicas, contendo cada uma sua função para
conter dados específicos (Ver exemplo acima).
86
A tabela é aberta nas suas laterais; não contém traços verticais quando
trata de um só assunto. Na existência de mais de uma informação, ou quando a
informação é muito extensa, faz-se uma segunda coluna na folha, em ordem decrescente
em cada folha separadas com um traço vertical.
Exemplo:
Tabela 3 – Taxa de crescimento anual da população residente, em ordem decrescente, por Municípios do Estado de Alagoas, no período 1980-1991 (IBGE, 1993, p. 47)
Município
Taxa de crescimento anual (%)
Município
Taxa de crescimento anual (%)
Piranhas 8,44 Campo Grande 7,07 Barra de São Miguel 7,05 [...]
Penedo 3,26 Messias 3,19 Cajueiro 3,03 [...]
Cabeçalho da tabela é a área destinada para complementar o teor do título
e especificar o conteúdo ou os indicadores das colunas. O indicador da coluna deve ser
claro, sucinto e específico (Ver exemplo acima).
Indicadores de linha – coluna do cabeçalho da tabela – trazem as
categorias objeto da pesquisa. Os indicadores devem ser grafados com palavras ou
notações, de forma clara e concisa para favorecer a compreensão.
Unidades de medida são redigidos no espaço próprio da área do cabeçalho
e podem ser expressas em dado numérico, em porcentagem, em símbolo e/ou em
elementos similares.
Exemplos: m = metro; R$ = Real (moeda); % = porcentagem; ‰ dado
numérico proporcional por mil; 1/1000 = dado dividido por mil ou representa uma escala.
Os dados numéricos sempre devem ser expressos em algarismos arábicos.
A substituição dos dados numéricos deve adotar as seguintes convenções:
• - dado numérico equivalente a zero.
• .. não se aplica dado numérico.
• ... dado numérico não disponível.
• x dado numérico omitido para evitar a individualização.
• 0 - 0,0 - 0,00 – etc. dado igual a zero depois de feito o arredondamento
de um dado positivo.
87
• -0 - -0,0 - -0,00 – etc. dado igual a zero depois de feito o
arredondamento de um dado negativo.
Quando uma tabela apresentar sinais convencionais, na nota geral devem
ser decodificados.
Quando a tabela contiver alguma chamada em suas colunas, será explicada
na nota específica.
A nota remissiva deve ser feita em algarismo arábico entre parênteses, ou
entre colchetes ou em exponencial.
Quando contiver mais de uma nota: iniciar seu registro de cima para baixo,
da esquerda para a direita e ordem crescente.
Fonte consignada na primeira linha do rodapé com indicação do sobrenome
da pessoa, ou nome da instituição da origem dos dados registrados. Em ambos os casos,
citar o ano e a página. O registro completo da fonte é feito nas referências bibliográficas
ao final do trabalho.
Na ocorrência da alteração dos dados numéricos, o responsável deve ser
identificado.
Nota geral registrada no rodapé da tabela, após a fonte, é usada sempre
que for necessário complementar alguma informação ou dar algum esclarecimento.
Nota específica registrada, também, no rodapé logo após a nota geral, é
adotada para esclarecer algum indicador específico. Sendo mais do que uma, segue-se o
mesmo procedimento da nota geral.
As indicações de tempo, quando for série consecutiva, apresentam dados
numéricos relacionados a ocorrências ao longo de vários anos, registram-se seus limites
separados por hífen (1999-2005). Quando apresenta dados ocorridos dentro de alguns
meses, exemplo: junho a outubro, dentro do mesmo ano, o registro é feito da seguinte
forma: 30.06.2002-10.10.2002. Quando a ocorrência aconteceu no último semestre de um
ano e concluiu no primeiro semestre do outro ano, o registro é feito da seguinte maneira:
segundo semestre de 2005 e primeiro semestre de 2006.
Apresentação de classe de freqüência consignada com clareza e sem
ambigüidade, por extenso. Quando de sua impossibilidade registra-se abreviada com
legenda ou com notação no rodapé. Toda a classe apresenta um extremo inferior, um
intervalo e um extremo superior. O registro usual as classes inicial e final são fechadas.
Exemplo: notas de aproveitamento escolar:
� 0-2
� 3-4
88
� 5-6
� 7-8
� 9-10
O arredondamento dos índices numéricos, quando for feito deve ser
mencionado esse fato. O arredondamento é efetivado para reduzir o tamanho das casas
que compõem a fração:
Exemplos:
Arredondamentos de notas nas provas bimestrais: 9,65 = 9,5; 8,85 = 9,0. O
arredondamento ocorre para a casa mais próxima.
Arredondamento nos índices percentuais: 20,2587 = 20,26%.
6.2.3 Diagramação de uma tabela
Quando a tabela for extensa demais e precisa de várias páginas para seu
registro total, caso sendo possível, pode-se adotar a divisão da folha em duas colunas; se
mesmo assim não for suficiente, continuar na página seguinte, mediante o cumprimento
dos seguintes requisitos:
� Manter o teor do título no topo e o cabeçalho e seus indicadores da
tabela.
Exemplo:
Tabela 3 – Taxa de crescimento anual da população residente, em ordem decrescente, por Municípios do Estado de Alagoas, no período 1980-1991 (IBGE, 1993, p. 47)
Continua
Município
Taxa de crescimento anual (%)
Município
Taxa de crescimento anual
(%)
Piranhas 8,44 Campo Grande 7,07 Barra de São Miguel 7,05 [...]
Penedo 3,26 Messias 3,19 Cajueiro 3,03 [...]
Registrar na segunda página ou nas seguintes: continuação.
Exemplo:
89
Tabela 3 – Taxa de crescimento anual da população residente, em ordem decrescente, por Municípios do Estado de Alagoas, no período 1980-1991 (IBGE, 1993, p. 48)
Continuação
Município
Taxa de crescimento anual (%)
Município
Taxa de crescimento anual
(%)
São Sebastião 2,03 Passo do Camaragibe 1,99 São Miguel dos Campos 1,99 [...]
Pão de Açúcar 1.17 Minador Negrão 3,19 Monteirópolis 3,03
[...]
Registrar na última folha: conclusão e as notas do rodapé.
Exemplo:
Tabela 3 – Taxa de crescimento anual da população residente, em ordem decrescente, por Municípios do Estado de Alagoas, no período 1980-1991 (IBGE, 1993, p. 49)
Conclusão
Município
Taxa de crescimento anual (%)
Município
Taxa de crescimento
anual (%)
[...]
São José do Laje 0,00 Jaculpe - 0,00 Novo Lino - 0,00
[...]
Chã Preta - 1,67 Pindoba - 2,93
Fonte: Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE Notas: Dados numéricos arredondados.
Sinais convencionais utilizados: 0,00 Dado numérico igual a zero resultante de arredondamento de dado numérico originalmente
positivo. -0,00 Dado numérico igual a zero resultante de arredondamento de dado numérico originalmente
negativo.
6.2.4 Recomendações gerais
Algumas recomendações feitas aos usuários em relação às tabelas são
necessárias a fim de padronizá-las e torná-las mais práticas:
Estruturá-la para que caiba inteira numa folha.
Organizá-la com o número de células maior do que daquelas dos sinais
convencionais.
Quantificá-la com os itens numéricos, outros ou outras, não superiores ao
das categorias.
90
Redigi-la com caracteres uniformes.
6.2.5 Quadro sinótico: normas para a apresentação tabular
TÓPICO SÚMULA
INTRODUÇÃO Conceituação:
A tabela consolida as informações, (resultados e discussão) e conclusões.
Referencial: IBGE (1993) – ABNT NBR 6024, 2003) e NBR 5892 (1989).
Objetivos:
Apresentar síntese do documento do IBGE.
Orientar os usuários para o uso das normas.
DESENVOVLVIMENTO:
CONCEITOS BÁSICOS
Tabela é uma forma de apresentar informações numéricas.
Espaços:
- Topo estruturado com cabeçalho, coluna, linha e célula.
- Rodapé destinado às informações complementares (fonte, notas - geral e
específica - índice remissivo).
NORMAS PARA A
ELABORAÇÃO
Identificação numérica: algarismo arábico seqüencial.
Título: numerado; estruturado com os elementos básicos do assunto.
Moldura: espaços limitados para o registro dos dados numéricos.
Estruturação: três traços horizontais e paralelos.
Tabela aberta: nas laterais.
Cabeçalho: indicador das informações das colunas.
Indicadores de linha: indicador da coluna.
Unidade de medida: unidade padrão adotada (m, R$, %).
Substituição de dos numéricos: por símbolos ou convenções (-, .. - ..., x, o).
Chamada da coluna: explicada na nota específica.
Nota remissiva: registro numérico.
Fonte: citação do nome da pessoa ou da instituição que originou os dados.
Nota geral: complemento de informação.
Nota específica: esclarecimento de um indicador específico.
Indicação do tempo: registro temporal da informação.
Apresentação da classe de freqüência: registro claro do indicador da coluna.
Arredondamento dos índices numéricos: aproximação da terceira casa após a
vírgula para a unidade mais próxima (acima ou abaixo).
DIAGRAMAÇÃO Apresentação, sempre que possível, numa só folha, até em duas colunas.
Sendo mais de uma página:
- No alto da tabela, primeira página, escrever: continua.
- No alto da tabela, segunda página, escrever continuação ou conclusão.
RECOMENDAÇÕES
GERAIS NA
CONFECÇÃO DAS
Caber numa folha.
Estruturar células numéricas em número superior ao dos sinais convencionais .
Cuidar para que a informação numérica de outros ou outras seja reduzida.
91
TABELAS Ser redigida com caracteres uniformes.
6.3 CONCLUSÃO
O cumprimento das normas de apresentação tabular, além de padronizar o
formato do trabalho acadêmico, serve para demonstrar a preocupação do autor com a
clareza, a objetividade e a fundamentação do seu trabalho.
O importante não é só ilustrar o trabalho com iconografia tabular, mas a
forma correta e discreta de como usá-la.
6.4 QUESTIONÁRIO REFLEXIVO-ANALÍTICO
01 Tem noção clara sobre o valor o significado de uma tabela e de sua representação
gráfica dentro de um trabalho científico?
02 Como pode ser consolidado um trabalho científico?
03 Tem noção completa dos conceitos básicos sobre tabela, seus componentes
estruturais e sua representação gráfica?
04 Elaborou suas tabelas dentro das normas estabelecidas pelo órgão competente
(IBGE)?
05 Diagramou de que forma suas tabelas? As informações constantes do título? No
cabeçalho? No rodapé?
06 Como procedeu quando uma tabela extensa não coube numa página?
07 Seguiu as recomendações gerais quando organizou suas tabelas?
08 Elaborou de que forma seus gráficos? Empregou, para isso, todos os recursos para
apresentá-los de maneira técnico-estética?
09 Selecionou um número limitado e os mais significativos gráficos para fundamentar
seu trabalho acadêmico?
6.5 EXERCÍCIO
Faça um levantamento de três tabelas nas obras da biblioteca ou nas
Teses, Dissertações ou Monografias que contenham tabelas que se aproximem do padrão
estabelecido neste capítulo e faça uma análise minuciosa para:
Registrar a presença das normas cumpridas pelo autor do trabalho.
Registrar a ausência das normas não cumpridas pelo autor do trabalho.
92
Emitir seu parecer fundamentado em critérios de avaliação.
Capítulo 7
ELEMENTOS VISUAIS
NUM
TRABALHO ACADÊMICO Roberta Ribeiro Soares Moura Padoan*
A utilidade de estar trabalhando com gráfico é identificar mais rapidamente
comportamento de valores numa possível comparação, sendo muito mais interessante que
verificar esses mesmos dados numa tabela descritiva (MANZANO, 2001).
93
(*) Docente de Informática do IESB – Instituto do Ensino Superior de Bauru.
7.1 INTRODUÇÃO 7.1.1 Conceituação
Elementos visuais constituem a substância básica daquilo que vemos. Para uma
boa composição visual é necessário saber direcionar a atenção de quem vê para pontos
importantes do gráfico.
7.1.2 Objetivo Tornar fácil a tarefa de converter números de tabelas em gráficos e conseguir informar muito mais. 7.2 DESENVOLVIMENTO 7.2.1 Tabela Através de uma tabela definida por uma planilha de dados (no caso utilizando o Excel), como mostra a figura 1.1, podem-se criar gráficos ilustrativos para o trabalho de pesquisa.
94
Figura 1.1 – Planilha com dados lançados MATERIAIS, 1º semestre e 2º semestre. O total será calculado através do somatório dos dados em linha do 1º
semestre e 2º semestre, que estão selecionados e, em seguida, clica-se no ícone
que se encontra na barra de ferramentas padrão, como mostra a figura 1.2.
Figura 1.2 – Somatório de valores O resultado ficará como mostra figura 1.3.
95
Figura 1.3 – Resultado do somatório de valores em linha do 1º semestre com 2º semestre. Basta agora fazer uma cópia do resultado nas células seguintes. Com o mouse no
canto inferior direito da célula calculada, quando esta ficar com o sinal visualizado pela
seta, como mostra a figura 1.4.
Figura 1.4 – Sinal característico para cópia de células com cálculo. Basta arrastar o mouse até o último item de cálculos, no caso lápis de cor (caixa
36), como mostra figura 1.5 e os totais estarão calculados.
Figura 1.5 – resultados dos somatórios.
96
Os mesmos passos podem ser utilizados para se calcular os totais por semestre e
total geral, como mostra figura 1.6.
Figura 1.6 – Totalizando a planilha.
A porcentagem será calculada, utilizando-se a fórmula para divisão do Excel, cada
valor em linha do total será dividido pelo total geral que no caso é 1495, como mostra a
figura 1.7.
Figura 1.7 – Cálculo de porcentagem (%).
97
Após o cálculo, se a célula não estiver formatada para %, os valores serão
representados com casas decimais, como mostra a figura 1.8.
Figura 1.8 – resultado em decimais.
Para que apareçam em porcentagem (%), seleciona-se os campos após os
cálculos e clica-se no botão que se encontra na barra de ferramentas de
formatação, como mostra a figura 9.
Figura 1.9 – resultado em porcentagem (%).
• Selecionar os dados da tabela materiais e porcentagem (%), para construção do
gráfico.
98
• Selecione primeiro com mouse as células contendo os materiais e em seguida
pressione a tecla <CTRL>, selecione as células da porcentagem (%), como mostra
figura 1.10.
Figura 1.10 – Seleção de dados para construção do gráfico.
7.2.2 Gráficos
Os gráficos ilustram os resultados da pesquisa.
O gráfico demonstrativo poderá ser montado, seguindo os seguintes passos:
• A partir dos dados selecionados, clique no ícone (Assistente de
gráfico), na barra de ferramentas padrão e escolha na guia Tipos padrão um tipo
de gráfico.
• Poderão ser utilizados até quatro etapas para a construção do gráfico.
• Para cada tipo existem vários subtipos, escolha o que lhe
agradar (etapa 1) e clicar em , como mostra a figura 2.1.
99
Figura 2.1 – Tipos de gráficos.
7.2.2.1 Gráfico tipo colunas
A partir da seleção do tipo de gráfico, seguir os passos do assistente (até 4 etapas): • Selecione o subtipo que for mais interessante e tecle. • Na guia Intervalo de dados, poderá ser selecionado o gráfico por colunas,
como mostra a figura 2.1.1:
100
Figura 2.1.1 – Gráfico por colunas.
• Ou por linhas, como mostra a figura 2.1.2.:
101
Figura 2.1.2 – Gráfico por linhas.
• Na guia série, podem ser feitas algumas alterações com relação aos
itens descritos na tabela, como mostra a figura 2.1.3.
Figura 2.1.3 – Alteração de itens da série, o item deverá estar selecionado.
• Trocar a série lápis na opção nome para “lápis preto”.
• Nos rótulos do eixo das categorias (X): coloca-se o título: MATERIAIS
EM ESTOQUE, como mostra a figura 2.1.4.
102
Figura
2.1.4 – Alteração de itens da série.
• Clique em (etapa 3),
podem-se visualizar as alterações como indicativo nas setas, figura
2.1.5:
103
Figura 2.1.5 – Visualização das alterações da guia série.
• Na guia título, pode-se inserir um título para o gráfico e também títulos
para o eixo das categorias (X) e eixo dos valores (Y), como indicativo
nas setas, da figura 2.1.6:
Figura 2.1.6
• A guia eixos, figura 2.1.7.
104
Figura 2.1.7 – Eixos selecionados. Se tirar seleção, exclui informações com relação aos eixos X (título: MATERIAIS
EM ESTOQUE) e Y(as porcentagens da guia), como mostra as setas da figura 2.1.8.
Figura 2.1.8 – Sem informações nos eixos.
• A guia linhas de grade poderão tirar linhas da grade como indicativo na
seta, da figura 2.1.9.
105
Figura 2.1.9 Ou inserir mais linhas na grade, como mostra figura 2.1.10.
Figura 2.1.10
• A guia legenda, poderá excluir a legenda do gráfico, como indicativo nas
setas, da figura 2.1.11.
106
Figura 2.1.11.
Ou mudá-la de posição, como indicativo nas setas da figura 2.1.12.
Figura 2.1.12.
• A guia rótulo de dados, pode inserir informações no gráfico, dependendo
da necessidade, como indicativo nas setas da figura 2.1.13.
107
Figura 2.1.13.
• Na guia tabela de dados, as informações dos rótulos de dados (guia
anterior) podem ser mostradas de outra forma se ativadas nesta guia,
como mostra a figura 2.1.14.
Figura 2.1.14.
A tabela definida, seguindo critérios de melhor definição.
Clique em a fim de passar para a etapa 4:
• Se escolher a opção, como objeto em: figura 2.1.15 o gráfico será
inserido no Excel junto à tabela da planilha.
108
Figura 2.1.15
Clicando-se em concluir, obtém-se o seguinte resultado, como figura 2.1.16.
Figura 2.1.16
O gráfico pode ser transferido para o texto de pesquisa selecionando-o da
planilha, copiando-o e colando-o no editor de texto, no local onde deve ficar o gráfico
demonstrativo.
Mas, se escolher a opção como nova planilha, figura 2.1.17, ela será inserida
como uma nova planilha:
109
Clicando-se em concluir teremos o seguinte resultado: Figura 2.1.17
Clicando-se em concluir, é obtido o seguinte resultado, como mostra a figura 2.1.18.
110
Figura 2.1.18
O gráfico pode ser transferido para o texto de pesquisa, selecionando-o da
planilha, copiando-o e colando-o no editor de texto, no local onde deverá ficar o gráfico
demonstrativo.
7.2.2.2 Gráfico tipo barras
Com os dados da tabela selecionados, clique no ícone (assistente de
gráfico), na barra de ferramentas padrão e escolha, na guia tipos padrão, o tipo de
gráfico de Barras, como na figura 2.2.1.
Figura 2.2.1 – Seleção do gráfico de barras.
111
Seguindo os mesmos passos do gráfico tipo colunas, o gráfico resultante será
como mostra a figura 2.2.2.
Figura 2.2.2 – Gráfico tipo barras.
7.2.2.3 Gráfico tipo linhas
Com os dados da tabela selecionados, clique no ícone (assistente de gráfico), na barra de ferramentas padrão e escolha, na guia tipos padrão, o tipo de gráfico linha, como na figura 2.3.1.
112
Figura 2.3.1 – Seleção do gráfico de linha.
Seguir os mesmos passos do gráfico tipo colunas, o gráfico resultante será como
mostra a figura 2.3.2.
Figura 2.3.2 – Gráfico tipo linha.
As informações do gráfico podem ter seu alinhamento, fonte e cor modificados,
basta clicar com o botão direito do mouse sobre elas e selecionar opção formatar eixo [...]
(válido para qualquer tipo de gráfico), como mostra a figura 2.3.3.
113
Figura 2.3.3 – Trocando alinhamento do eixo.
Modifica-se então seu eixo, como mostra seta da figura 2.3.4.
Figura 2.3.4 – Alteração do eixo do texto. O gráfico será apresentado como mostra a figura 2.3.5.
114
Figura 2.3.5 – Gráfico em linha alterado, posição do eixo e cor da fonte.
7.2.2.4 Gráfico pizza
Com os dados da tabela selecionados, clique no ícone (assistente de gráfico),
na barra de ferramentas padrão e escolha, na guia tipos padrão, o tipo de gráfico
Pizza, como na figura 2.4.1.
Figura 2.4.1 – Seleção do gráfico pizza.
115
Seguindo os mesmos passos do gráfico tipo colunas, o gráfico resultante será
como mostra a figura 2.4.2.
Figura 2.4.2 – Gráfico tipo pizza.
Não se esqueça, para qualquer tipo de gráfico escolhido, salvar o arquivo.
7.3 CONCLUSÃO
Um trabalho acadêmico ilustrado com elementos visuais consolida as informações
nele contidas e facilita sua melhor compreensão.
116
Capítulo 8
ESTRUTURA
DE UM TRABALHO ACADÊMICO
FORMAL
Monografia - Dissertação - Tese:
uma visão síntese
O valor de um trabalho científico, além de ser constituído por um
conteúdo de alto valor acadêmico e de ter uma aprimorada apresentação, deve
apresentar uma estrutura completa, de conformidade com as normas vigentes.
Embora ela seja uma formalidade, ela muito contribui para evidenciar a preocupação
do autor em cuidar da apresentação estrutural formal.
117
8.1 INTRODUÇÃO
A apresentação estrutural de um trabalho acadêmico formal tem base na
ABNT NBR 14724 (dez. 25, válida a partir de 30 jan. 2006) que regula as exigências
(elementos obrigatórios e opcionais) da organização, elaboração e apresentação dos
trabalhos acadêmicos formais.
A norma, acima citada, além da Dissertação e Tese, menciona outros
trabalhos, subentende-se que a Monografia esteja incluída (p.1).
Embora a apresentação dos trabalhos acadêmicos formais tenha sido tratada
de maneira mais ampla no capítulo 12, p. 159-172 no MANUAL TEÓRICO-PRÁTICO, aqui é
descrita em forma de um quadro sinótico para que o acadêmico tenha uma visão de síntese,
facultando-lhe maior e rápida compreensão a fim de:
• Adaptar o formato estrutural do seu trabalho de pesquisa às normas.
• Decidir quais os elementos opcionais e quais inovações vai incluir no
mesmo, tendo em vista que ”o projeto gráfico é de responsabilidade do
autor”, conforme ABNT acima citada (p.7).
8.2 DESENVOLVIMENTO
118
8.2.1 Elementos pré-textuais
OBRIGATÓRIOS OPCIONAIS
1.1 CAPA ...................................................................
� Nome do autor � Título (subtítulo quando houver) � Número do volume (quando for mais do que um) � Local (cidade onde será entregue o trabalho) � Ano da apresentação � ....................................................................
NOME DA INSTITUIÇÃO LOMBADA (NBR 12225: 2003)
1.2 FOLHA DE ROSTO 1.2.1 No anverso: � Nome do autor � Título (subtítulo se houver) � Natureza do trabalho:
Monografia – Dissertação – Tese Objetivo: grau acadêmico a alcançar Nome da instituição Orientador
� Local � Data
1.2.2 No verso: � Ficha catalográfica (Consultar um profissional habilitado
responsável pela Biblioteca)
1.3 .......................................................................... FOLHA DA ERRATA
1.4 FOLHA DE APROVAÇÃO � Nome do autor do trabalho � Título (subtítulo se houver) do trabalho � Natureza e objetivo do trabalho � Nome da instituição � Área de concentração � Data de aprovação � Nome, titulação, vinculação institucional e assinatura dos
membros da banca Observações: - Assinaturas e data serão efetivadas após a aprovação do
candidato. - A relação dos nomes da banca, começa com o nome do
orientador do trabalho
1.5 ................................................................................... FOLHA DA DEDICATÓRIA
1.6 .................................................................................... FOLHA/ AGRADECIMENTOS
1.7 .................................................................................... FOLHA DA EPÍGRAFE
1.8 RESUMO EM LÍNGUA VERNÁCULA Extensão: aproximadamente, 500 a 1.500 palavras, correspondendo a meia a uma e meia página
1.9 RESUMO EM LÍNGUA ESTRANGEIRA (Versão) MONOGRAFIA
1.10 SUMÁRIO � Rol pormenorizado de todas as seções
1.11 ................................................................................ LISTA DE ILUSTRAÇÕES
119
(Quadros – Tabelas – Figuras)
1.12 ............................................................................... LISTA DE ABREVIATURAS
1.13 ................................................................................ LISTA DE SÍMBOLOS
8.2.2 Elementos textuais
OBRIGATÓRIOS OPCIONAIS
2.1 INTRODUÇÃO 2.1.1 Estrutura: Caracterização do tema
- Definição e delimitação do assunto - Registro das principais idéias a desenvolver - Descrição da razão da escolha do assunto - Descrição sucinta dos objetivos - Descrição sucinta das hipóteses - Menção sobre a importância dos conhecimentos a elaborar - Alusão às fontes a pesquisar e aos métodos a empregar para desenvolver o trabalho - Visão síntese do teor do trabalho
Materiais e métodos Fundamentação teórica, ou embasamento teórico ou revisão da literatura
2.2 DESENVOLVIMENTO 2.2.1 Resultados
Relatório organizado em seções (capítulos, tópicos conforme a teor da proposta da pesquisa).
2.2.2 Discussão dos resultados mediante o uso dos métodos adequados e da argumentação fundamentada de acordo com a natureza da pesquisa:
- Indutivo – Dedutivo - Analítico – sintético - Epistemológico - Lógico- - Histórico - E outros
2.2.3 Conclusão (ou considerações finais e/ou recomendações)
TABELA(S)
QUADRO(S)
ILUSTRAÇÃO(ÕES)
APÊNDICE(S)
ANEXO(S)
8.2.3 Elementos pós-textuais
OBRIGATÓRIOS OPCIONAIS
3.1 Referências
3.2 ........................................................................................... GLOSSÁRIO
3.3 .......................................................................................... APÊNDICE(S)
3.4 ........................................................................................ ANEXO(S)
3.5 ........................................................................................ ÍNDICES - Alfabético remissivo dos assuntos - Onomástico em ordem alfabética
120
FONTE: Quadro elaborado com base na NBR 14720, de janeiro de 2006.
121
Capítulo 9
CONSTRUÇÃO
DE UMA
TEORIA CIENTÍFICA:
fatos - leis – teoria
Todo conhecimento é útil. Como o fundamento da moral é a utilidade,
é possível afirmar que a utilidade do conhecimento o torna ético por definição.
Nesse sentido, não há conhecimento inútil, já que a ação de conhecer está
voltada para proporcionar felicidade, prazer e satisfazer a sociedade. [...]. O
conhecimento é útil porque, como outras ações éticas do ser humano,
corresponde à necessidade de uma política desejável, aquela que nos leva a
buscar a felicidade de nossos semelhantes e nela sentir o prazer de sua
realização no outro (VOGT, Ap. PESQUISA FAPESP. São Paulo: [s. n.],
dezembro, 2005, nº 118, p. 21).
122
9.1 INTRODUÇÃO
9.1.1 Justificativa
O acadêmico, de posse do tratamento dos resultados (tabulação,
organização, análise e interpretação dos dados), está em condições de tentar esboçar a
estrutura de uma teoria científica, já que sua pesquisa é um trabalho científico e tem de ser
estruturado a partir de resultados.
9.1.2 Objetivos
O desenvolvimento desse capítulo visa alcançar os seguintes objetivos:
• Transmitir os conceitos básicos sobre os elementos constitutivos
necessários para se desencadear o início de uma teoria.
• Esclarecer as condições para a unificação dos conhecimentos.
• Evidenciar a estrutura de uma teoria científica.
• Destacar as características essenciais de uma teoria científica.
• Exercitar o acadêmico a esboçar uma teoria científica sobre o assunto
do seu quotidiano.
9.2 DESENVOLVIMENTO
9.2.1 Conceitos básicos
A construção de uma teoria científica pode ter as mais diversas origens.
Pode partir de um fato, de uma conjectura, de uma hipótese, de um conhecimento
empírico, de um senso comum sobre determinado assunto, de uma teoria ou de uma lei
existentes que possuam aberturas para desdobramentos, permitindo derivações,
inferências, conjecturas que se transformarão em hipóteses.
A partir delas, mediante a aplicação dos procedimentos científicos
adequados, da leitura, da reflexão, do levantamento de dados, da organização sistemática,
da análise e discussão dos resultados, conforme a natureza do objeto pesquisado,
123
facultam a elaboração de uma teoria científica cuja construção é complexa e obedece a
todo um sistema metodológico. Seu ponto de partida é a conceituação dos termos básicos
que a constituem:
FATO é uma realidade verdadeira, definitiva, inquestionável e auto-
evidente.
LEI é a fórmula geral que enuncia uma relação constante entre
fenômenos de uma mesma ordem; lei natural. Ex. Lei de Newton, de Darwin, de
Lavoisier, etc.
TEORIA é algo especulativo e pesquisado cuja comprovação se torna
fato, lei, corpo de conhecimentos.
TEORIA é a relação factual estruturada, hierarquizada e consolidada em
conceitos, em leis, em verdades, em axiomas e em postulados decorrentes da
comprovação da científica.
Teoria é ”um sistema de proposições ou hipóteses que foram constatadas
como válidas” (FERRARI, 1982, p. 116).
É um “corpus” de conhecimentos e de conjecturas sujeito a contínuas
modificações (Idem).
Segundo Vargas (1985, p. 162), a teoria: origina-se na capacidade humana
de ver, através dos fenômenos, uma forma, uma ordem, o sistema de leis que os torna
logicamente compreensíveis [..]. É uma capacidade de ‘intuição´ das essências [...].
De acordo com o autor acima citado (p. 163), “fazer teoria consistia, assim,
originariamente, em descobrir nas coisas ou eventos reais sua unidade, sua especificidade,
sua ordem, seu substrato íntimo – isto é, sua natureza”.
Kaplan (Ap. LAKATOS; MARCONI, 1985, p. 116) define teoria como sendo:
um meio para interpretar, criticar e unificar leis estabelecidas, modificando-as para se adequarem a dados não previstos quando de sua formação e para orientar a tarefa de descobrir generalizações novas e mais amplas.
Uma teoria científica pode ser descrita ou conceituada a partir da visão de
Abbagnano (2000):
• É formada a partir de hipótese(s). Tal fato sofreu resistências nos
séculos XIX e XX. Claude Bernard acredita ser indispensável partir
dela(s) para o pesquisador poder elaborar sua idéia como uma
interpretação antecipada e para deduzir, logicamente, os
conseqüentes. Duhem, [...] “as hipóteses devem ser tais que, em seu
124
conjunto seja possível deduzir matematicamente conseqüências que
representem, com aproximação eficiente, o conjunto de leis
experimentais”.
• É estruturada com um corpo de conhecimentos e baseada na
observação e no emprego de metodologia adequada.
• Inclui, além do procedimento hipotético, os métodos específicos que
permitem verificar a confirmação da verdade científica.
• Não é somente uma explicação do “domínio dos fatos”, mas um
instrumento de classificação e de previsão. Em decorrência disso,
“sua validade está relacionada com sua capacidade de cumprir suas
funções a que se destina”.
Em suma, uma teoria é científica quando: oferece um conjunto conceitual;
unifica, de forma sistemática, conteúdos diversos e tem abrangência com
um grau de confiabilidade (Id., 2000, p. 392-393).
Senso comum (sensus comunis) é a acepção ou um conjunto de conceitos
da maioria sobre determinado assunto ou objeto. Para Aristóteles, segundo o autor acima
citado (2000, p. 872-873), o senso comum é constituído por duas funções: a de construir a
consciência da sensação (“sentir o sentir”) e a de perceber as sensações comuns dos
sentidos, do movimento, do sono. Para os escritores clássicos latinos o senso comum
assume um conceito voltado para os costumes, o modo de falar e de viver. Segundo Vico,
senso comum “é um juízo sem reflexão sentido por toda uma ordem, todo um povo, toda
uma nação, ou por todo o gênero humano” .
O Empirismo é uma teoria filosófica que afirma que todo conhecimento
humano se origina da experiência quotidiana acumulada (sensação e percepção) e tida
como verdadeira, com base no princípio: “nada existe no intelecto, sem que antes tenha
passado pelos sentidos”.
9.2.2 Condições para unificar o conhecimentos e suas funções
9.2.2.1 Conceituação
Teorias, fatos e leis participam, de forma específica, na construção e na
sistematização dos conhecimentos e exercem, de forma individualizada, influência nas
condições de sua efetivação, ampliação e consolidação, bem como nas suas funções de
seus produtos.
125
Uma teoria unifica uma área de conhecimento desde que: possua um
esquema simples de interpretação e explanação; contenha um corpo conceitual
amplamente desenvolvido e evidencie um “substractum” lógico que permita integração de
um corpo de fatos ou de conhecimentos aparentemente desconexos.
9.2.2.2 Funções
Uma teoria, em construção ou construída, segundo Lakatos e Marconi
(1985, p. 110-118), tem as funções de:
Orientar os objetivos no direcionamento, na limitação e na especificação do
campo da ciência e da metodologia a ser adotada.
Oferecer um sistema de conceitos, princípios e postulados para, na seleção
e sistematização dos fatos, propiciar a construção de um corpo de conhecimentos
consistentes. Barbosa Filho (Ap. LAKATOS; MARCONI, 1985, p. 111) estabelece as
funções da classificação dos fatos nas teorias das Ciências Sociais:
• Representar os fatos, emitindo sua verdadeira concepção. Ex.:
membros de uma sociedade, posição (fato) = status (conceito).
• Fornecer um universo vocabular científico próprio de cada área
científica, facilitando a compreensão dos fenômenos e a
comunicação entre os cientistas. Ex.: mudança cultural =
aculturação, sincretismo, transculturação.
• Resumir a explicação dos fenômenos, sua concepção e correlação. Ex.:
classe social – conjunto de fenômenos oriundos, sobretudo, dos
processos de produção, os conflitos [...].
Resenhar conhecimentos acumulados para a elaboração de novos,
mediante generalizações, inter-relações, conjecturas e hipóteses.
Prever novos fatos ou novos fenômenos ou sua projeção a partir da
comprovação das hipóteses relacionadas a uma realidade. Exemplo: os benefícios dos
avanços da tecnologia que dão origem a outras inovações.
Descobrir lacunas, contradições, controvérsias e omissões nos
conhecimentos existentes no momento da elaboração de sua reestruturação
(preenchimento, respostas, implementação).
Ter uma estrutura com base num sistema de conceitos, “de explanação,
descrição e de explicação. Tais elementos dão à teoria uma estrutura solidamente
consistente”.
126
Os fatos relacionados às teorias contribuem para: iniciar a atividade
científica com vistas à busca de conhecimentos os quais podem dar origem a uma nova
teoria ou à complementação de uma existente; reformular ou rejeitar uma teoria construída
de forma inconsistente; contribuir para a redefinição, o esclarecimento ou a consolidação
das teorias existentes, com base em novos conhecimentos e tornar os conceitos mais
claros e objetivos, facultando, conseqüentemente, um entendimento melhor da teoria.
Há uma relação entre fato e teoria. Fato é o elemento que dá
origem à reflexão, à experimentação e à pesquisa com o objetivo de descobrir
e consolidar a verdade (a lei) para, a partir dela, construir uma teoria que
representa a organização sistematizada do saber sobre determinado assunto
produzido pela pesquisa. As teorias formuladas ou as existentes,
estruturadas mediante a aplicação dos procedimentos científicos têm as funções de:
sintetizar os fenômenos pesquisados sobre determinado assunto;
estabelecer a regularidade da ocorrência de um fenômeno e fazer a
previsão ou a simulação de outras ocorrências ou de novas situações.
9.3.3 Estrutura de uma teoria
Quem se propõe a elaborar uma teoria científica deve levar em conta os
objetivos estabelecidos por Hegenberg (1976, p. 80, 2 v): “Teorias são elaboradas com
certos objetivos mais ou menos claros. Entre eles, o de sistematizar o conhecimento, de
explicar os acontecimentos, de incrementar o saber e de possibilitar mais segura avaliação
de hipóteses”.
Para estruturar uma teoria científica, um pesquisador deve seguir algumas
normas básicas, sobretudo as sugeridas pelo autor acima citado (p. 80-85):
• Levar em consideração o princípio metodológico: “não deixar de
procurar leis universais e não deixar de tentar obter sistemas
teóricos coerentes, a fim de não desistir e de apresentar explicações
causais de quaisquer acontecimentos”. (HEGENBERG, 1976, p. 81,
2 v.).
• Destacar as variáveis relevantes, os dados singulares e as hipóteses
unificadoras, pois elas estabelecem relações com as variáveis e
explicam os dados singulares.
• Distinguir, nas teorias, o conteúdo da forma, a interpretação da estrutura
lógica.
127
• Levar em conta os aspectos formal, material ou semântico, na prática
significada.
• Enfatizar a coerência, pois ela exige a existência de um “universo de
discurso comum”, um conjunto referencial coerente.
• Manter uma “unidade conceptual” a fim de permitir o uso de método
dedutivo, embora por si mesmo ele seja insuficiente.
• Adotar premissas precisas, claras e ricas a fim de o pesquisador poder
extrair conseqüências e formulações numericamente significativas.
• Utilizar conceitos quantitativos assegurando a precisão e a riqueza dos
pressupostos a fim de: “ampliar o domínio das variáveis, a extensão
dos conceitos e sua abstração, fazendo com que apareçam as
numerosas vinculações entre si e seus predicados”.
• Sistematizar os elementos a partir dos pressupostos para deles serem
deduzidos os resultados explicáveis de forma coerente, permitindo a
elaboração de uma teoria, sua compatibilização com outras teorias e
a compreensão da realidade.
• “Em suma, as teorias podem ser elaboradas, remodeladas,
reconstruídas logicamente, aplicadas – e mesmo olvidadas ou
destruídas”. A reformulação de uma teoria científica processa-se
mediante a adoção dos seguintes procedimentos: o ponto de partida
é um conhecimento prévio denominado de “matriz geradora”; os
conceitos usados não dependem apenas da teoria a estruturar, mas
do conhecimento e das técnicas existentes; a reformulação nem
sempre apresenta resultados satisfatórios e, ao final, as teorias
ganham status e “são acolhidas, explicadas, permitem previsões e
efetuam, em síntese, o ajuste intelectual do homem com seu
contorno”.
9.2.4 Características das ciências factuais
Segundo Ferrari (1982, p. 08-15), as ciências factuais, materiais ou
empíricas “são aquelas que se preocupam com coisas, recursos e processos” que
empregam, com mais ênfase, os métodos acima mais que a conjeturação.
O conhecimento científico empírico, decorrente das Ciências
Fáticas, apresenta o seguinte conjunto de características:
128
• Trabalha com fatos.
• Usa os métodos analítico-sintéticos, de observação e de
experimentação.
• Constrói um saber genérico com base em características comuns dos
fatos e das suas leis gerais.
• Apresenta-se como sistemático com base em referências, teorias,
hipóteses e elementos que conceituam aspectos relacionais.
• É acumulativo em relação aos conhecimentos existentes mediante o
emprego do processo da síntese seletiva.
• Pode, eventualmente, ser falível por não se apresentar, de imediato,
como definitivo, completo e inquestionável.
• É verificável mediante experimentação que testar sua veracidade.
• É explicativo sob as mais diferentes formas (descritiva, dedutiva,
indutiva e lógica).
• É preditivo pois faculta a prospecção e a previsão.
9.2.5 Construção de uma teoria científica
Para a construção de uma teoria científica adota-se o rol de procedimentos
usados na elaboração de um projeto de pesquisa, na sua execução e na sua elaboração:
• Observação de um fato, de um objeto a ser pesquisado.
• Formulação das conjecturas via reflexão, raciocínio e lógica.
• Elaboração da definição do problema, da sua delimitação e dos seus
componentes básicos.
• Formulação da justificativa pessoal e científica do tema.
• Organização dos objetivos gerais e específicos.
• Estruturação das hipóteses via reflexão, raciocínio e lógica.
• Construção e seleção, de materiais, métodos e instrumentos de
abordagem para a coleta de dados com base na proposta inicial.
• Experimentação mediante o levantamento de dados com a
comprovação das hipóteses via testes e outros procedimentos
adequados.
• Organização dos dados, com a finalidade de se fazer uma rigorosa
classificação em categorias e de se proceder a uma análise dos
mesmos.
129
• Fundamentação do tema num referencial teórico mediante o processo
de revisão da literatura.
• Organização do roteiro estrutural dos resultados e da argumentação na
tentativa de consolidar a teoria, traduzida num corpo organizado de
conhecimentos e baseada nas provas concretas.
• Realização de estudos e de análises para a elaboração das
generalizações e das abstrações necessárias.
• Redação final da teoria de forma sistematizada, hierárquica, coerente
como um corpo de conhecimentos consistentes.
Pode-se, também, construir uma teoria científica na linha metodológica com
base nos procedimentos universais adotados para a produção de conhecimentos,
mediante a aplicação dos mais variados métodos, com destaque aos seguintes: derivação,
indução, dedução, epistemológico, demonstrativo e transposição.
Pode-se construir uma teoria científica na linha lógico-descritiva nas ciências
factuais, mediante o uso dos vários métodos existentes, dentre eles: indutivo, dedutivo,
hipotético-dedutivo, de observação e de experimentação.
9.2.6 Características essenciais de um teoria científica
Uma teoria para ser científica deve reunir uma série indispensável de
requisitos, destacando-se os seguintes:
• Estrutura lógica, coerente e consistente. Sob o ponto de vista interno,
suas hipóteses devem ser devidamente comprovadas; sob o ponto
de vista externo, a teoria deve ser demonstrada pela explanação
adequada de seu conteúdo, pela contrastação de seus elementos
em relação à antítese e pela possibilidade de conter predição de
inferências.
• Ratificação das normas empíricas consolidadas na comprovação das
hipóteses; na validação “a priori” de seu teor por ser testada
empiricamente (indução e dedução) e na confirmação total da
comprovação das hipóteses, gerando a sustentabilidade da teoria
construída.
• Validade universal das hipóteses que deram origem à teoria estruturada
com base nos princípios, nos referenciais, e nas leis universais,
ensejando generalizações também universais.
130
• Sistema de referências que, por ter sido estruturado de forma
metodológica ela se torne um paradigma pelos seus conceitos
sólidos, pela sua linha lógica, pela comprovação de suas hipóteses.
A “desiderata” estabelece os requisitos de uma teoria bem estruturada,
permite que a teoria se a torne confiável porque:
• Proporciona metodologia apropriada para produzir conhecimentos.
• Organiza a estrutura analítica dos conteúdos e os ordena de forma
lógica, hierárquica e consistente.
• Explica, generaliza, e sintetiza os conhecimentos.
• Faz previsões e projeções de fatos.
• Reforça a contrastabilidade das verdades com os erros.
• Busca descobrir possíveis lacunas nos conhecimentos existentes a fim
de preenchê-las, ou erros para saná-los.
• Sugere medidas e procedimentos para produzir e consolidar
conhecimentos.
• Contribui para ampliar o campo do saber.
• Orienta e fundamenta as novas pesquisas, as novas teorias.
Maior eficiência e coesão de uma teoria são asseguradas pela efetivação
dos seguintes elementos básicos: consistência, completitude, independência, coerência
semântica e adequação às regras da interpretação.
131
9.2.7 Quadro sinótico: construção de uma teoria científica
TÓPICO SÚMULA
CONCEITUAÇÃO DE TEORIA
A construção tem diversas origens: fato, conjectura, hipótese, conhecimento empírico. “É um sistema de proposições ou hipóteses que foram constatadas como válidas (plausíveis) e sustentáveis” (FERRARI, 1982, p. 116). Uma teoria, segundo Abbagnano (2000, p. 392-293) é: Formada a partir de hipóteses – Estruturada como um corpo de conhecimentos – Baseada em métodos específicos – Considerada como Instrumento de classificação e de previsão – Alicerçada num conjunto conceitual – Dotada de confiabilidade.
CONDIÇÕES PARA UNIFICAR
CONHECIMENTOS
Unificam-se conhecimentos quando há: um esquema de interpretação – Um corpo de conhecimentos - Um conteúdo lógico. Lakatos e Marconi (1985, p. 110-118) indicam as funções de uma teoria: Orientar os objetivos – Oferecer um sistema de conceitos – Resenhar conhecimentos – Prever novos conhecimentos – Descobrir lacunas nos conhecimentos – Ter uma estrutura básica de conceitos. Os fatos relacionados às teorias contribuem para: Iniciar atividade científica – Reformular ou rejeitar um teoria – Contribuir para uma redefinição de uma teoria – Tornar os conceitos mais claros. As teorias existentes têm a função de: Sintetizar os fenômenos pesquisados –Estabelecer regularidade da ocorrência do fenômeno.
ESTRUTURA DE UMA TEORIA
Normas básicas para estruturar uma teoria, conforme Hegenber (1976, p. 80, v. 2): Levar em conta o princípio metodológico “procurar as leis universais [...] sistemas teóricos coerentes [...] explicações causais de quaisquer acontecimentos” [...] – Destacar variáveis relevantes – Distinguir o conteúdo da forma – Levar em conta os aspectos formais – Enfatizar a coerência – Manter a unidade conceptual – Adotar as premissas precisas – Utilizar os conceitos quantitativos – Sistematizar os elementos. Métodos adotados para a construção de uma teoria das ciências factuais: indutivo, dedutivo, hipotético-dedutivo, observação e experimentação.
CARACTERÍSTICAS
DAS CIÊNC. FACTUAIS
Conceito: ciências factuais, segundo Ferrari (1982, p. 08-15) “são aquelas que se preocupam com coisas, recursos e processos” e que empregam os vários métodos na produção do conhecimento científico empírico. Características: Trabalham com fatos – Usam métodos analítico-sintéticos – Constroem saber genérico – Apresentam-se como sistemáticas – São acumulativas – Podem, eventualmente, ser falíveis – São verificáveis – São explicativas – São preditivas.
CONSTRUÇÃO
Segue os procedimentos semelhantes aos de um projeto de pesquisa: Observação – Formulação de conjecturas – Elaboração da definição do Problema – Formulação da justificativa – Organização dos objetivos – Estruturação das Hipóteses – Seleção dos métodos e instrumentos – Experimentação – Organização dos dados – Fundamentação teórica – Organização da estrutura do relatório – Realização de estudos e de análises – Redação final.
Estrutura lógica consistente – Ratificação das normas empíricas mediante a comprovação das hipóteses – Validade universal das hipóteses – Sistema de referências pela sua estrutura metodológica
132
CARACTERÍSTAS DE UMA
TEOR. CIENTÍFICA
“Desiderata”: uma teoria pode ser considerada científica quando: Proporciona metodologia – Organiza a estrutura analítica – Explica, generaliza conhecimentos –- Faz previsões – Reforça a contrastabilidade das verdades com os erros – Busca descobrir possíveis lacunas – Sugere medidas – Contribui para ampliar o saber – Orienta novas pesquisas e novas teorias.
9.2.8 Organograma da construção de uma teoria científica
ORGANOGRAMA DE UM TCC3 => TEORIA
=> DOUTRINA: é um conjunto de conhecimentos
(verdades, princípios e leis) produzido e organizado
metodologicamente de modo a formar um todo
coerente na demonstração da verdade científica.
TCC =>
TEORIA =>
FATO (assunto) => Dados => coleta e consolidação. => Relatório => descrição dos dados => Discussão => argumentação, demonstração e
prova => LEIS. =>Conclusão => consolidação da(s) verdade(s), do(s)
princípio(s) e da(s) lei(s) => TEORIA.
E S T R U T U R A
INTRODUÇÃO=>
PROPOSTA => Definição do assunto e sua delimitação. => Enunciado dos objetivos e das hipóteses. => Execução do projeto: Materiais e Métodos.
- Instrumento de coleta de dados. - Coleta de dados. - Elaboração e sistematização dos dados.
=> Visão síntese do conteúdo do TCC.
DESENVOLVIMENTO =>
RESULTADOS – Relatório => Descrição sistematizada dos dados por categoria e de
forma hierárquica. DISCUSSÃO
=> Seguir o roteiro dos resultados. => Reflexão, argumentação, demonstração e raciocínio
para construir a prova. => Consolidação e sustentabilidade das verdades e dos
3 De forma semelhante aplica-se, também, à Dissertação e à Tese.
133
princípios resultantes da demonstração.
CONCLUSÃO => CONSOLIDAÇÃO DA TEORIA
9.3 CONCLUSÃO
A construção de uma teoria científica, a partir de um elemento matriz, é uma
tarefa complexa. Do pesquisador é exigido, inicialmente, que tenha conceitos básicos bem
fundamentados num referencial teórico. Em seguida é preciso que ele estabeleça
condições para unificar os conhecimentos em relação ao assunto da teoria a construir,
organize um roteiro dos elementos básicos da teoria e siga um roteiro para a construção de
uma teoria científica.
9.4 QUESTIONÁRIO REFLEXIVO-ANALÍTICO
01 Tem noção clara sobre a origem e o início da elaboração de uma teoria científica?
02 Empregou todos os procedimento adequados, abrangentes e consistente ao iniciar a
construção de uma teoria científica ?
03 Refletiu o suficiente sobre os conceitos dos termos básicos constitutivos de uma teoria
científica?
04 Tem noção clara sobre quando uma teoria é científica?
05 Tem noção clara e objetiva de como os fatos e as leis podem dar origem a uma nova
teoria?
06 Tem entendimento objetivo sobre as funções decorrentes de uma teoria em construção
ou já elaborada?
07 Está bem assimilada e fundamentada a estrutura de uma teoria científica?
08 Tem conhecimento completo das características das ciências factuais?
09 Tem segurança em relação aos passos a serem dados na trajetória da construção de
uma teoria científica?
10 Tem conhecimento sólido sobre as principais características de uma teoria científica?
11 Foi difícil , após todo esse percurso, esboçar uma teoria científica?
9.4 EXERCÍCIO
134
Com base nos tópicos, 9.2.5 e 9.2.6, p. 125-126, tente esboçar uma teoria
científica a partir de um assunto de livre escolha.
Capítulo 10
NORMAS
DE REFERÊNCIA
E DOCUMENTAÇÃO
Um dos principais itens ao se analisar uma Tese, após ter verificado
seu conteúdo, é analisar suas referências quanto à natureza, pertinência,
atualização, excelência e valor bem como sua forma de apresentação dentro das
normas vigentes.
Um trabalho acadêmico será tanto mais fidedigno quanto mais
excelentes forem as fontes referenciais que lhe deram embasamento, sustentação e
segurança ao seu desenvolvimento. Por isso, todo acadêmico ou pesquisador ao
escolher o tema de sua pesquisa deve, preliminarmente, fazer um exaustivo
levantamento do referencial teórico para, em seguida, fazer detida análise crítica
dele e selecionar as fontes as mais adequadas e tidas como referenciais pela sua
excelência para vinculá-las ao seu objeto de pesquisa.
135
10.1 INTRODUÇÃO
10.1.1 Conceituação
A parte formal de referenciar a informação e a documentação de um
trabalho acadêmico ou científico é uma tarefa complexa, dependendo da natureza e da
origem das fontes e da revisão da literatura. O acadêmico e o pesquisador defrontam-se
com dificuldades na fase da redação do referencial e, para ajudá-lo a superá-las, elaborou-
se uma síntese da NBR, 6023, ago. 2002 (informação e documentação – referências e
elaboração), complementada pela NBR 6032: 1989 (abreviação de títulos de periódicos e
publicações seriadas), pela NBR, 10020: 2002 (informação e documentação – citações em
documentos – apresentação) e pela NBR 10522:1988 (abreviação na descrição
bibliográfica – procedimento).
10.1.2 Objetivos
O desenvolvimento desse capítulo visa atingir os seguintes objetivos:
• Transmitir os conceitos básicos sobre referência e documentação que
devem ser considerados na elaboração das referências dos
trabalhos acadêmicos.
• Auxiliar o acadêmico na elaboração correta da diversidade e da
complexidade das referências de seus trabalhos acadêmicos e
formais (TCC, Dissertação e Tese).
10.2 DESENVOLVIMENTO
10.2.1 Definições básicas
136
A atividade de referenciar, isto é, fazer o rol das informações básicas das
fontes pesquisadas, mencionadas e consultadas é uma tarefa complicada para o
acadêmico e ao pesquisador. Para superar esse problema, a ABANT editou um caderno
(AGO, 2002, NBR 6023) toda a orientação necessária. Para facilitar fez-se um resumo,
conforme teor, a seguir.
• Autor: é a pessoa ou um grupo de pessoas que respondem pelo
conteúdo da obra ou trabalho.
• Autor entidade: é a instituição ou grupo de instituições ou organizações
ou empresa que respondem pela publicação.
• Capítulo, seção ou parte: constituem a sucessão de itens que dividem
o trabalho.
• Documento: é um trabalho que contém uma informação completa sobre
determinado assunto e que serve para consulta (impresso,
manuscrito, sonoro, imagem), para o levantamento de dados de uma
pesquisa.
• Edição: são os exemplares produzidos a partir de uma matriz ou
original, podendo ser reeditado.
• Editora: é a casa publicadora ou instituição responsável pela impressão
da obra.
• Monografia: é um “documento constituído de uma só parte ou de um
número preestabelecido de partes que se complementam”.
• Publicação periódica: é uma publicação constituída de unidades
sucessivas, numéricas e contínuas por tempo indeterminado (Jornal,
revista).
• Observação: não confundir com uma coleção que trata de um
determinado assunto, distribuído por um conjunto de volumes
numerados.
• Referência: é um conjunto padrão de elementos de identificação
individual de uma obra.
• Separata: é uma publicação de parte de um trabalho que mantenha as
características do original e que contenha a denominação de
“separata”.
• Subtítulo: é uma informação complementar ao título.
• Suplemento: é um documento adicionado ao principal com o fim de
complementá-lo ou de aperfeiçoá-lo.
137
• Título: é a palavra, expressão ou frase que identifica a natureza do
assunto contido na obra ou no trabalho acadêmico.
10.2.2 Elementos da referência e localização
Elementos essenciais: são constituídos pelos identificadores que dão
suporte à identificação específica de cada um deles conforme sua natureza.
Elementos complementares: são elementos adicionados aos essenciais que
possibilitam caracterizar melhor o documento.
As informações referenciais podem ser registradas no rodapé, no fim do
texto ou do capítulo, na lista de referências ou antecedendo os resumos. As resenhas ou
as recensões (recenseamento, cotejamento de um texto publicado com o original, lista).
10.2.3 Regras gerais de apresentação
As normas adotadas na apresentação das referências seguem as seguintes
diretrizes:
Normas padronizadas: tanto nos elementos essenciais, quanto nos
complementares, devem ser apresentados seqüencialmente.
Estrutura de cada referência deve conter todos os elementos necessários,
conforme item 5, abaixo.
Alinhamento das informações: deve ser feito à esquerda de forma a
identificar individualmente cada documento, em espaço simples no registro de todas
informações, porém, duplo, separando uma da outra.
Pontuação: segue o padrão internacional, as abreviaturas devem estar de
acordo com as normas da ABNT (NBR 10520).
Recurso tipográfico (negrito, grifo ou itálico): quando adotado deve seguir
um padrão único em todo o documento.
10.2.4 Abrangência do teor do capítulo
138
Este capítulo é minucioso e abrangente em relação às normas de referência
e documentação, contendo os seguintes itens: Monografia como um todo - Monografia no
todo em meio eletrônico - Parte da monografia - Publicações periódicas - Documentos
jurídicos: legislação, jurisprudência e doutrina - Documento jurídico eletrônico - Imagem em
movimento - Documento iconográfico - Documento cartográfico - Documento sonoro -
Partitura - Documento tridimensional - Transcrição de documentos - Ordenação das
referências.
10.2.5 Modelo de referência
10.2.5.1 Monografia no todo
Conceituação: diversas fontes, como livro, folheto, trabalho acadêmico (TCC, Dissertação e Tese), manual, guia, catálogo, enciclopédia, dicionário, etc. Ela tem dois enfoques:
Elementos essenciais: autor ou autores, título e subtítulo (se houver), edição, local, editora e data da publicação.
(Elementos complementares: ilustrador, tradutor, revisor, adaptador, compilador, etc.); informações sobre características físicas do suporte material, páginas, volumes, ilustrações, dimensões, série editorial, notas e ISBN (International, Standard Book Numbering). Exemplo: GOMES, L. G. F. F. Novela e sociedade no Brasil. Niterói: EdUF, 1998. 137 ., 21 cm. (Coleção Antropologia e Ciência Política, 15). Bibliografia: p. 131. ISBN 85-7285-068-8.
10.2.5.2 Monografia no todo em meio eletrônico
A monografia em meio eletrônico: é representada pelo disquete, CD-ROM, on line, segue a referência padrão, acrescida da informação específica. Exemplo: KOOGAN, André; HOUAISS, Antonio (Ed.). Enciclopédia e dicionário digital 93. Direção geral de André Koogan Breikmam. São Paulo: Delta: Estadão, 1988. 5 CD-ROMN.
Obra foi acessada via on line: a referência tem um formato especial, no lugar da editora é transcrito o site, entre abertura angulares, precedidas de: Disponível em: <site>. Seguida da expressão: Acesso em: data Exemplo:
ALVES, Castro. Navio negreiro. [S.I.]: Virtual Books, 2000. Disponível em: <http://www.terra.com.br/virtualbooks/freeboopk/porLport2/>. Acesso: em 10 jan. 2002, 16.30.30.
10.2.5.3 Parte da Monografia
Parte de monografia: efetivada mediante a inclusão de um capítulo, volume, ou outras partes de um trabalho com autoria própria. A referência segue o padrão: autor ou autores, título da parte, seguida do “In”, e da referência da monografia, finalizando com o número da paginação.
139
Exemplo: CAMPOS, M. Malta. A formação de professores para crianças de 0 a 10 anos. In BICUDO, Maria Viggiani et alii (orgs.). Formação do educador e avaliação educacional. São Paulo: Ed. UNESP, 1999, vol. 2.
Os elementos complementares: quando necessários, devem ser acrescentados para dar uma identificação mais clara do documento. Exemplo:
ROMANO, Giovanni. Imagens da juventude na era moderna. In LEVI, G.; SCHMIDT, J. (Org.). História dos jovens 2. São Paulo: Companhia das Letras, 1996, -. 7-16.
10.2.5.4 Parte da Monografia em meio eletrônico
Parte da monografia em meio eletrônico: o registro dos elementos gerais segue o padrão; o
específico, isto é, o meio eletrônico (disquete, CD-Rom, on line e similares), são
usadas as expressões: Disponível em <Site>. Acesso em..... Exemplo:
SÃO PAULO (Estado). Secretaria do Meio Ambiente. Tratados e organizações em matéria do meio ambiente. In: ____. Entendendo o meio ambiente. São Paulo, 1999. v. 1. Disponível em: <http://www.bdt.org.br/sma/entendendo/atual.htm>. Acesso em: 8 mar. 1999.
10.2.5.5 Publicação periódica: coleção, fascículo, número de revista,
jornal
Fontes: obtidas via computador: autor(es), título e subtítulo (da parte ou do todo da obra), dados da edição, dados da publicação (local, editor, data) nos mesmos padrões para os modelos acima apresentados. Publicação como um todo Exemplos:
REVISTA BRASILEIRA DE GEOGRAFIA. Rio de Janeiro: IBGE, 1939-. Trimestral. Absorveu Boletim Geográfico do IBGE. Índice acumulado, 1939-1983. ISSN4 0034-723X.
SÃO PAULO MEDICAL JOURNAL = REVISTA PULISTA DE MEDICINA. São Paulo: Associação Paulista de Medicina, 1941-. Bimestral. ISSN 00350362.
Partes da revista, boletim e similares: correspondente ao volume, ao caderno ou ao fascículo.
Elementos essenciais: título, local da publicação, título da parte, (se houver), local da publicação, editora, numeração do ano e/ou volume, numeração do fascículo, as informações de períodos e datas de sua publicação e as particularidades que identificam a parte e notas.
Exemplo: DINHEIRO, São Paulo: Ed. Três, n. 148, 28 jun. 2000.
Artigo e/ou material de revista, boletim e similares. Elementos essenciais: Autor (es) (se houver), título do artigo ou matéria, subtítulo (se houver), título da publicação, local da
4 ISSN: International Standard Serial Number = Número Internacional Normalizado de Publicações Seriadas.
140
publicação, número correspondente ao volume e/ou ano, fascículo ou número, paginação inicial e final do artigo ou da matéria, informações de período ou data de publicação. Exemplos: COSTA, V. R. À margem da lei: o Programa comunidade solidária. Em Paula-Revista da Faculdade de Serviço Social da UERJ, Rio de Janeiro, n. 12, p.131-148, 1998.
GURGEL, C. Reforma do Estado e segurança publica. Política e Administração. Rio de Janeiro, v. 3, n. 2, p. 15-21, set. 1997.
TOURINHO NETO, F. C. Dano ambiental. Consulex-Revista Jurídica, Brasília, DF, ano 1, p. 18-23, fev. 1997.
Artigo e/ou material de jornal, boletim e similares em meio eletrônico. Obras “on line”: registrar os elementos essenciais sobre o endereço eletrônico, apresentado entre os sinais < >, precedido da expressão “Disponível em:” e data do acesso ao documento, seguido da expressão “Acesso em:”. Exemplos: SILVA M. M. L. Crimes da era digital. Net, Rio de Janeiro, nov. 1998. Seção Ponto de Vista. Disponível em: <http://www.brazilnet.com.br/brasilrevistas.htm>. Acesso em: 28 nov. 1998. RIBEIRO, P. S. G. Adoção à brasileira: uma análise sócio-jurídica. Datavenia, São Paulo, ano 3, n. 18, ago. 1998. disponível em: <http//www.datavenia.inf.br/frameartig.html>. Acesso em: 10 set. 1998.
Artigo ou matéria de jornal que abrange comunicações, editorial, entrevistas, recensões, resenhas e similares deve constar os elementos essenciais: Autor (es) (se houver), título do jornal local da publicação, seção, caderno ou parte do jornal, paginação correspondente. Exemplo: NAVES, P. Lagos andinos dão banho de beleza. Folha de São Paulo, São Paulo, 28 jun. 1999. Folha Turismo, Caderno 8, p. 13.
Artigo de jornal em meio eletrônico: (Obras “on line”, disquetes, CD-ROM): registrar os elementos essenciais sobre o endereço eletrônico, apresentado entre os sinais < >, precedido da expressão “Disponível em:” e data do acesso ao documento, seguido da expressão “Acesso em:”. Exemplo: SILVA, Ives Gandra da. Pena de morte para o nascituro. O Estado de São Paulo. São Paulo, 19 de set. 1998. Disponível em: <http://ww.providafamilia.org/pena_morte_nascituro.htm>. Acesso em: 25 nov.1998.
10.2.5.6 Evento como um todo
Evento como um todo: abrange o conjunto de trabalhos ou documentos apresentados num evento e reunidos formando atas, anais, resultados do mesmo.
Elementos essenciais: nome do evento, numeração (se houver), ano, local de realização, título e subtítulo (se houver), seguido dos dados do local da publicação, editora e data.
Elementos complementares: denominações de seções ou divisões do evento, indicação de quantidade de volumes, ou partes, indicações de responsabilidade.
141
Anais de congresso Exemplos: SIMPÓSIO BRASILEIRO DE REDES DE COMPUTADORES, 13., 1995, Belo Horizonte. Anais [...]. Belo Horizonte: UFMG, 1995, 665 p. Procedings de encontro: IUFOST INTERNATIONAL SYMPOSIUM ON CHIMICAL CHANGES DURING FOOD PROCESSING, 1994, Valencia. Procedings [...] Valencia: Instituto de Agroquimica y tecnologia de Alimentos, 1997.
Resumos de encontro
Exemplo: REUNIÃO ANUAL DA SOCIEDADE DE QUÍMICA, 20., 1997, Poços de Caldas. Química: academia, indústria, sociedade: livro de resumos. São Paulo: Sociedade Brasileira de Química, 1997.
Resumo de trabalho de congresso Exemplo:
MARTIN NETO, L.; BAYER, C. MIELNICZUK, J. Alterações qualitativas da matéria orgânica e os fatores determinantes da sua estabilidade num solo podzóico vermelho-escuro em diferentes sistemas de manejo. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE CIÊNCIA DE BANCO DE SOLO, 26., 1997, Rio de Janeiro. Resumos [...] Rio de Janeiro: Sociedade Brasileira de Ciências do Solo, 1997, p. 443, ref. 6-141.
Trabalho publicado em anais do congresso Exemplo:
BRAYNER, A. R. A; MEDEIROS, C. B. Incorporação do tempo em SGBD orientado a objetos: In SIMPÓSIO BRASILEIRO DE BANCO DE DADOS, 9., 1994, São Paulo. Anais [...] São Paulo: USP, 1994, p. 16-29.
Em meio eletrônico: ver item 4.5.6, acima. Exemplo:
CONGRESSO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA DA UFPe, 4., 1996, Recife. Anais eletrônicos [...] Recife: UFPe, 1996. Disponível em: <http://www.propesq.ufpe.br/anais/anais/htm>. Acesso em: 21 jan.1997.
10.2.6 Patente
Os elementos essenciais: constituídos pela entidade responsável, e/uo autor, pelo título, pelo número da patente e datas (do período do registro). Exemplo:
EMBRAPA. Unidade de Apoio, Pesquisa e Desenvolvimento de Instrumentação Agropecuária (São Carlos). Paulo Estevão Cruvinel. Medidor digital multissensor de temperatura para solos. BR n. PI 8903105-9, 26 jan. 1989, 30 maio 1995.
10.2.7 Documento jurídico
142
10.2.7.1 Legislação
Vasta gama de tipos de normas legais: Constituição Federal, Os códigos, as Leis Complementares, as Leis Ordinárias, as Medidas Provisórias, os Decretos, Resoluções, Portarias, Instruções.
Elementos essenciais: jurisdição, título, numeração, data e dados da publicação. A Constituição e suas emendas têm um formato próprio: entre o nome da jurisdição acrescenta-se a palavra Constituição, ano da promulgação entre parênteses. Exemplos:
SÃO PAULO (Estado). Decreto nº 42.822, de 20 de janeiro de 1998. Lex: coletânea de legislação e jurisprudência, São Paulo, v. 62, n. 3, p. 217-220, 1998.
BRASIL. Medida provisória nº 1.569, de 11 de dezembro de 1997. Poder Executivo, Brasília, DF, 14 de dezembro de 1997. Seção 1, p. 29514. BRASIL, Congresso. Senado. Resolução nº 17, de 1991. Coleção de Leis da República Federativa do Brasil, Brasília, DF, v. 183, p. 1156-1157, maio/jun. 1991.
BRASIL. Constituição (1988). Emenda constitucional nº 9, de 9 de novembro de 1995. Lex: legislação federal e marginalia. São Paulo, v. 59, p. 1966, out./dez. 1995.
Elementos complementares, quando necessários. Exemplos:
SÃO PAULO (Estado). Decreto nº 42.822, de 20 de janeiro de 1998. Dispõe sobre desativação de unidade administrativa de órgãos da administração direta e das autarquias do Estado e dá outras providências correlatas. Lex: coletânea de legislação e jurisprudência, São Paulo, v. 62, nº 3, p. 217-220, 1998.
BRASIL. Medida provisória nº 1.569-9, de 11 de dezembro de 1997. Estabelece multa em operações de importação, e dá outras providências. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Poder Executivo, Brasília, DF, 14 dez. 1997. Seção 1, p. 292514.
BRASIL. Congresso. Senado. Resolução nº 17, de 1991. Autoriza o desbloqueio das Letras financeiras do Tesouro do Estado do Rio Grande do Sul, através de revogação do parágrafo 2º, do artigo 1º da Resolução nº 72, de 1990. Coleção de Leis da República Federativa do Brasil, Brasília, DF, v. 183, p. 1156-1157, maio/jun. 1991.
10.2.7.2 Jurisprudência (decisões: súmulas, enunciados, acórdãos, sentenças e similares)
Elementos essenciais: jurisdição, órgão judiciário competente, natureza da decisão, número, partes envolvidas, relator, local, data e dados da publicação. Exemplos: BRASIL. Supremo Tribunal Federal. Súmula nº 14. In______. Súmulas. São Paulo: Associação dos Advogados do Brasil, 1994, p. 16. BRASIL. Superior Tribunal de Justiça. Hábeas-corpus nº 181.636-1, da 6ª Câmara Civil do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, Brasília, DF, 6 de dezembro de 1994. Lex: jurisprudência do STJ e Tribunais Regionais Federais, São Paulo, v. 10, n. 103, p. 236-240, mar. 1998.
Elementos complementares, quando necessários.
Exemplo: BRASIL. Superior Tribunal de Justiça. Processual Penal. Hábeas-corpus.
143
Constrangimento ilegal. Habeas-corpus nº 181.636-1, da 6ª Câmara Civil do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, Brasília, DF, 6 de dezembro de 1994. Lex: jurisprudência do STJ e Tribunais Regionais Federais, São Paulo, v. 10, n. 103, p. 236-240, mar. 1998.
10.2.7.3 Doutrina (discussão técnica sobre questões legais, esclarecimentos e similares).
7.3.1 Exemplo: BARRIOS, Raimundo G. de. Ministério Público: sua legitimação frente ao Código do Consumidor: Revista Trimestral de Jurisprudência dos Estados, São Paulo, v. 19, n. 139, p. 57-72, ago. 1995.
10.2.7.4 Documento jurídico eletrônico
Segue procedimentos análogos das referências das outras fontes. Exemplos:
LEGISLAÇÃO brasileira: normas jurídicas federais, bibliografia brasileira de Direito. 7. ed. Brasília, DF: Senado Federal, 1999, 1 CD-ROM. Inclui resumos padronizados das normas jurídicas editadas entre janeiro de 1946 e agosto de 1999, assim como textos integrais de diversas normas.
BRASIL. Lei nº 9.887, de 7 de dezembro de 1999. Altera a legislação tributária federal. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 8 dez. 1999. Disponível em: <http://www.truenetm.com.br/jurisnet/sumusSTF.html>. Acesso em: nov. 1998.
10.2.8 Imagem em movimento
Elementos essenciais: título, diretor, produtor, local, produtora, data e especificação do suporte em unidades físicas.
Exemplo:
OS PERIGOS do uso de tóxicos. Produção de Jorge Ramos de Andrade. São Paulo: CERAVI, 198. 1 videocassete.
Elementos complementares: todas as informações sobre o documento. Exemplo: CENTRAL do Brasil. Direção: Walter Salles Júnior. Produção: Martire de Clermont-Tonerre e Arthur Cohn. Intérpretes: Fernanda Montenegro; Marília Pêra; Vinicius de Oliveira;Sônia Lira; Othon Bastos; Matheus Nachtergaelle e outros. Roteiro: Marcos Bernstein, João Emanuel Carneiro e Walter Salles Júnior. [S.l.]: Lê Studdio Canal; Riofilme; MACT Productions, 1998. 1 bobina cinematográfica (106 min.), son., color., 35 min.
10.2.9 Documento iconográfico
10.2.9.1 Elementos Abrangência dos documentos: pintura, gravura, ilustração, fotografia, desenho,
transparência e similares. Elementos essenciais: autor, título (inexistente, atribuir uma denominação ou fazer constar a
144
expressão sem título; ambos os casos, entre colchetes). Exemplo: KOBAYASHI, K. Doença dos Xavantes. 1980. 1 fotografia.
Elementos complementares: acréscimo de outra informações. Exemplo: KOBAYASHI, K. Doença dos Xavantes. 1980. 1 fotografia, color., 16cmx56 cm.
10.2.9.2 Documento iconográfico em meio eletrônico:
O documento iconográfico deve seguir os mesmos padrões do documento do iconográfico comum, com acréscimo das informações específicas em relação à descrição física (Disquete, CD-ROM e similares). Se for on line, seguir os procedimentos próprios. Exemplos:
VASO. TIFF. 1999. Altura:1083 pixels. Largura: 827 pixels. 300 dpi. 32 BIT CMMYK. 3.5 Mb. Formato TIFF bitmap. Compactado. Disponível em: <C:Carol\VASO.tiff>. Acesso em 28 out. 1999.
ESTAÇÃO da Cia. Paulista com locomotiva elétrica e linhas de bitola larga. 1 fotografia, p&b. In LOPES, Eduardo L. V. Memória fotográfica de Araraquara. Araraquara: Prefeitura do Município de Araraquara, 1999. 1CD-ROM.
10.2.10 Documento cartográfico
10.2.10.1 Elementos
Elementos essenciais: constituídos pelo(s) autor(es), título, local, data da publicação, indicação da escala e outras informações complementares. Exemplos: ATLAS Mirador Internacional. Rio de Janeiro: Enciclopédia Britânica do Brasil, 1981. 1 Atlas. Escalas variam.
INSTITUTO GEOGRÁFICCO E CARTOGRÁFICO (São Paulo, SP). Regiões do governo do Estado de São Paulo. 1994. 1 Atlas. Escala 1:2.000.
Elementos complementares: outras informações.
Exemplos: BRASIL e parte de América do Sul: mapa político, escolar, rodoviário, turístico e regional. São Paulo: Michalany, 1981. 1 mapa, colo., 79 cm x 95 cm. Escala 1.600.000.
LANSAT TM5: imagem de satélite. São José dos Campos: Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais. 19817-1988. 1 fotografia aérea. Escala 1:100.000. Canais 3, 4 e composição colorida 3, 4 e 5.
10.2.10.2 Documento cartográfico em meio eletrônico
O documento cartográfico em meio eletrônico: segue o padrão com acréscimo dos dados
145
específicos (disquete, CD-ROM, on line e similares). Sendo on line, segue o padrão próprio. Exemplos:
ESTADOS UNIDOS. National Oceanic and Atmospheric Administration. 19999071318.GIF. Itajaí: UNIVALI, 1999. 1 imagem de satélite. 557 Kb. GOES-08: SE. 13 jul. 1999, 17,45Z, IRO4. 1 disquete 3½ pol. MAPA de ubicación: vista ampliada. Buenos Aires: Dirección de Salud y Acción Social de la Armada, c2001, 1 mapa, color. Escala indeterminável. Dsponível em; <http://www.diba.org/turismo/hotesews/ushuaia/ ubicación2.htm>. Acesso em 13 jan. 2002.
10.2.11 Documento sonoro
10.2.11.1 Elementos
Definição: documentos sonoros são compostos por disco, CD, cassete, rolo e similares. Elementos essenciais: são representados pelo(s) compositor(es), intérprete(s), título, local da
edição, gravadora e data, especificação do suporte. Exemplos:
ALCIONE. Ouro e cobre. São Paulo: RCA Victor. p. 1988. 1 disco. Elementos complementares outras informações, quando necessárias.
Exemplo: ALCIONE. Ouro e cobre. Direção artística: Miguel Propschi. São Paulo; RCA, Victor, p1988. 1 disco sonoro (45 min.), 33 1/3 rpm., estéreo., 12 pol.
10.2.11.2 Documento sonoro em parte
Elementos essenciais: são constituídos pelo(s) compositor(es), intérprete(s), pela faixa da gravação, Título, seguidos da expressão In:, e da referência de todo o documento sonoro, informando, ao final, a faixa. Exemplo: GINO, A. Toque macio. Intérprete: Alcione. In: ALCIONE. Ouro e cobre. São Paulo: RCA Victor, p1988. 1 disco sonoro. Lado A, faixa 1.
Elementos complementares: outras informações quando necessárias.
Exemplo:
GINO, A. Toque macio. Intérprete: Alcione. In: ALCIONE. Ouro e cobre. Direção: Miguel Propschi. São Paulo: RCA Victor, p1988. 1 disco sonoro 45 min., 33 1/3 rpm, estéreo., 12 pol. Lado A, faixa 1 (4 min 3 s).
10.2.12 Partitura
10.2.12.1 Elementos
Elementos essenciais: são constituídos pelos componentes: autor(es), título, local, editora, data, designação específica e indicação do instrumento. Exemplo:
146
BARTÓK, Bela. O mandarin maravilhoso. Wien: Universal, 1952, 1 partitura. Orquestra.
Elementos complementares: outras informações quando necessárias.
Exemplo: BARTÓK, Bela. O mandarin maravilhoso: op. 19. Wien: Universal, 1952, 1 partitura. Orquestra.
10.2.12.2 Partitura em meio eletrônico
Partitura em meio eletrônico: referenciar dentro do padrão acima, com acréscimo dos dados específicos do suporte físico (disquete, CD-ROM, on line, e similares). Quando on line seguir o procedimento específico. Exemplo: OLIVA, Marcos; MOCOTÉO, Tiago. Fervilhar: frevo. [19-?]. 1 partitura. Piano. Disponível em: <http://openlink.br.inter.net/picolinol/partitur.htm>. Aceso em: 5 jan. 2002.
10.2.13 Documento tridimensional
10.2.13.1 Conceito e elementos
Conceituação: é representado por escultura, maquete, objetos em geral, peças de museu (fósseis, animais empalhados) e similares.
Elementos essenciais: que devem constar: autor(es), título (se inexistente, atribuir uma denominação, ou usar a expressão: Sem título), data. Exemplo: DUCHAMP, Marcel. Escultura para viajar. 1918. 1 escultura variável.
Elementos complementares outras informações, quando necessárias. Exemplo: DUCHAMP, Marcel. Escultura para viajar. 1918. 1 escultura variável, borracha colorida e cordel. Original destruído. Cópia por Richard Hamilton, feita por ocasião da retrospectiva de Duchamp na Tate Gallery (Londres) em 1966. Coleção de Arturo Schwarz. Tradução de Sculpture for travelling.
10.2.13.2 Documento de acesso exclusivo em meio eletrônico (exige
base de dados, site, programas e similares)
Elementos essenciais: que devem constar: autor(es), título do serviço, versão, descrição física do meio eletrônico. Sendo on line, segue o padrão próprio. Exemplos: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ. Biblioteca Central. Normas.doc. Curitiba, 1998, 5 disquetes.
147
ÁCAROS no Estado de são Paulo. In: FUNDAÇÃO TROPICAL DE PESQUISAS E TECNOLOGIA “ANDRÉ TOSELO”. Base de Dados Tropical. 1985. Disponível em: <http://www.bdt.fat.org.br/acaro/sp/>. Acesso em: 20 maio 2002.
Elementos complementares: outras informações quando necessárias.
Exemplos: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ. Biblioteca Central. Normas.doc. Normas para apresentação de trabalhos. Curitiba, 1998, 5 disquetes 3½ pol. Word for Windows 7.0.
GALERIA virtual de arte do Vale do Paraíba. São José dos Campos: Fundação Cultural Cassiano Ricardo, 1988. Apresenta reproduções virtuais de obras de artistas plásticos do Vale do Paraíba. Disponível em: <http://www.virtualvale.com.br/galeria>. Acesso em: 27 nov. 1998.
10.2.14 Transcrição de elementos
10.2.14.1 Autoria Entrada a partir do nome, pessoal ou de entidade, tendo como referência o Código de
Catalogação Anglo-Americana em vigência. Autor pessoal: pelo sobrenome, letras maiúsculas, seguido do prenome outros sobrenomes
abreviados, ou não. Quando for mais de um autor, separar os nomes com ponto e vírgula. Exemplos: MORAES, Irany Novah; CORREA NETO, Alípio.Metodização da pesquisa científica. São Paulo: Edigraf/USP, 1970.
MENANDRO, P. R. M.; TRINDADE, Z. A.; BORLOTI, E. B. (orgs.). Pesquisa em psicologia: recriando método. Vitória: UFES/CAPES, 1999.
Existência de mais de três: após o primeiro autor usa-se a expressão et al. (et alii) = e outros. Existência de vários autores: porém, explicitamente, um é o coordenador ou o organizador,
a entrado com o nome dele. Exemplo:
HIRANO, Sedi (org.). Pesquisa social: projeto e planejamento. São Paulo: T. A. Queiroz, 1979.
Existência de registros: de outras responsabilidades (tradutor, revisor, ilustrador ou similares) pode ser acrescentada a informação logo após o título. Exemplo:
TURABIAN, Kate L. Manual de redação: monografias, teses e dissertações. Tradução Vera Rinoldi. São Paulo: Martins Fontes,2000.
Autor entidade: representado por um órgão oficial, por uma entidade, empresa ou um evento. Exemplos:
BRASIL. MINISTÉRIO D EDUCAÇÃO. Reforma da educação superior: confirmando princípios e consolidando diretrizes da reforma da educação superior. Documento II. Brasília, DF: MEC, 2004.
148
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 10520: Informação e documentação: citações em documentos: apresentação. Rio de Janeiro, 2002.
Autoria desconhecida: registra-se o nome da obra. Exemplo:
INTRODUÇÃO e intuição do pensamento científico. Ciência e cultura. São Paulo: Sociedade Brasileira para o Progresso de Ciência, 27, (1):2-10,27, (3): 237-243, 1975.
10.2.14.2 Título e subtítulo
Ambos devem ser referenciados como aparecem grafados na obra ou no trabalho. Exemplo:
LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marinha de Andrade. Metodologia do trabalho cientifico: procedimentos básicos, pesquisa bibliográfica, projeto e relatório, publicações e trabalhos científicos. São Paulo: Atlas, 1983.
Ambos exageradamente longos: pode-se adotar a supressão de parte dos mesmos. Exemplo:
LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marinha de Andrade. Metodologia do trabalho cientifico: procedimentos básicos [...]. São Paulo: Atlas, 1983.
Grafados em mais de uma língua: registra-se somente o primeiro que for grafado. Exemplo:
SÃO PAULO MEDICAL JOURNAL = REVISTA PAULISTA DE MEDICINA. São Paulo: Associação Paulista de Medicina, 1941-. Bimensal. ISSN 0035-0362.
10.2.14.3 Títulos de periódicos
Elementos essenciais: Autor (es) (caso existam), título do jornal local da publicação Exemplo:
LEAL, L. N. MP fiscaliza com autonomia total. Jornal do Brasil, Rio de Janeiro, p. 3, 25 abr. 1999.
Inexistência de título: tomar como referência uma palavra ou frase que identifique o teor da obra. Exemplo: SIMPÓSIO BRASILEIRO DE AQUICULTURA, 1., 1978. Recife. [Trabalhos apresentados]. Academia Brasileira de Ciências, 1980.ii, 412 p.
149
10.2.14.4 Edição
Indicação da edição: é obrigatório seu registro. Exemplo: FOLSCHEID, Dominique; WEENEBURGER, Jean-Jacques. Metodologia filosófica. 2. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2002
Indicação de acréscimos, de emendas: ou de complementos. Exemplo: FOLSCHEID, Dominique; WEENEBURGER, Jean-Jacques. Metodologia filosófica. Tradução de Paulo Neves. 2. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2002. (Ferramentas).
Versão do documento eletrônico: considerá-la como edição. Exemplo: ASTROLOGY source. Version 1.0A. Seattle.Multicom Publishing, c1994. 1 CD-ROM.
102.14.5 Local
Nome do local, registro obrigatório. Exemplo:
GIL, Antônio Carlos. Métodos e técnicas da pesquisa social. 4. ed. São Paulo: Atlas, 1994.
Nomes homônimos: para evitar confusão acrescentar ao nome a sigla da unidade da Federação: Viçosa, AL; Viçosa, MG e Viçosa, RJ.
Mais de um local para a mesma editora: a escolha recairá sobre o nome de mais destaque. Exemplo: SWOKOWSKI, E. W.; FLORES, V. R. L. F.; MORENO, M. Q. Cálculo de geometria analítica. Tradução de Alfredo Alves de Faria. Revisão técnica Antonio Pertence Júnior. 2. ed. São Paulo: Makron Books do Brasil, 1994, 2 v.
14.5.4 Nome do local não aparece: mas com possibilidade de identificação, coloca-se o nome entre colchetes. Exemplo: LAZARINI NETO, Sylvio. Cria e recria. [São Paulo]: SDF Editores, 1994, 108 p.
Impossibilidade de identificar o nome do local: usa-se a expressão sine loco (S. l.). Exemplo: KRIEGER, Gustavo.; NOVAES, Luís Antonio; FARIA, Tales. Todos os sócios do presidente. 3. ed. [S.l.]: Scritta, 1992, 195, p.
10.2.14.6. Editora
150
O nome da editora registrado como figura: no documento, abreviando e dispensando palavras, quando possível. Exemplo: MARCÍLIO Maria Luíza. História da escola em São Paulo e no Brasil. São Paulo: Imprensa Oficial do Estado de São Paulo: Instituto Fernand Braudel, 2005.
Mais de uma editora: são registradas as duas, com seus respectivos locais. Sendo três, registra-se somente aquela que tiver destaque. Exemplo: VALERIEN, Jean; DIAS, José Augusto. Gestão da escola fundamental: subsídios para análise e sugestão de aperfeiçoamento. 8.ed. São Paulo: Cortez [Paris]: UNESCO; [Brasília]: Ministério da Educação e Cultura, 2002.
Sem identificação da editora: usa-se a expressão sine nomine (s.n.). Exemplo: LA SALLE, Jean-Baptiste de. Conduite des écoles chrétiennes. Édition du manuscrit français 1759 da la Bilbiothèque Nationale de Paris Introdution et Notes comparatives avec l´édition princeps de 1720. Paris: [s.n.], [1951].
Nem editor nem editora podem ser identificados: na sua ausência são usadas as duas expressões. Exemplo: CARVALHO: Guido Ivan de. Ensino Superior: legislação e jurisprudência. 3. ed. [S.l.: s. n.], 1971.
Editora é a mesma pessoa do editor: omite-se o nome dela. Exemplo; UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA. Catálogo de graduação, 1994-1995. Viçosa, MG, 1994. 385 p.
10.2.14.7 Data
Data registrada com algarismos arábicos: quando não for explicitada usar a data de publicação, da distribuição, o copirraite, da impressão, do depósito (da apresentação), ou outra que for possível localizar dentro da obra, como a do prefácio. Exemplos: Um ano ou outro ........................................ [1940 ou 1941] Data provável .............................................. [1958?] Data certa, porém não indicada no local ..... [1930] Com intervalos menores de dez anos ......... [entre 1928 e 1937] Data aproximada ......................................... [1945] Década certa ............................................... [194-] Década provável ..........................................[196-?] Século certo .................................................
Exemplo: TORRINHA, Francisco. Dicionário Português-latino. Porto (Portugal): Editorial Domingos Barreira, [1939].
Coleção volumes editados em datas diferentes: registra-se a data do primeiro e do último
151
volume. Exemplo: LEITE, Serafim, S. J. História da companhia de Jesus no Brasil. Do século XVI ao século XVIII. Suplemento biográfico, índice geral. Lisboa: Portugália; Rio de Janeiro: Civilização Brasileira; Instituto Nacional do Livro, 1938-1950, 10 v.
Coleção de periódico Exemplo: NOSSA HISTÓRIA. São Paulo:Vera Cruz, 2003-. Mensal.
Coleção de periódicos encerrada: o registro das datas é o inicial e final. Exemplo: O CRUZEIRO. Rio de Janeiro: Tecnoprint, 1940-1961. Semanal.
Indicação dos meses e as divisões do ano ou dos períodos. Exemplo: CAMARGO, E. A. S. P. et al. Educação direito de cidadania e mercadoria. Educação & sociedade. Campinas, v. 84, p. 727-731, set. 2003.
Estação ao invés do mês. Exemplo: MANSILLA, H. C. F. La controversia entre universalismo y particularismo em la filosofia de la cultura. Revista Latinoamericana de Filosofia, Buenos Aires, v. 24, n. 2, primavera 1998.
10.2.14.8 Descrição física
Registro do número de páginas: faz-se a consignação do número da última página. Exemplo:
GOMES, Ângela de Castro (Org.). Capanema: o ministro e seu ministério. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2000, 276 p.
Obra publicada em vários volumes: ou unidades físicas, adota-se o algarismo arábico para indicar o número de unidades, seguido da letra v. (volume). Exemplo:
LEITE, Serafim, S. J. História da companhia de Jesus no Brasil. Do século XVI ao século XVIII. Suplemento biográfico, índice geral. Lisboa: Portugália; Rio de Janeiro: Civilização Brasileira; Instituto Nacional do Livro, 1938-1950, 10 v.
Discordância entre o número de volumes bibliográficos: do número dos físicos. Exemplo: SILVA, De Plácido E. Vocabulário Jurídico. 4. ed. Rio de Janeiro: Forense, 1996, 5 v. em 3.
14.8.4 Partes referenciadas: devem-se registrar a página inicial e a final, precedida da letra p. ou f.
152
Exemplo: CURY,Carlos Roberto Jamil; NOGUEIRA, Maria Alice. O atual discurso dos protagonistas das redes de ensino. In: CUNHA, Luís Antonio (org.). Escola pública, escola particular a democratização do ensino. São Paulo: Cortez, 1985, p. 65-93.
Irregularidade na numeração: deve-se fazer menção ao referenciar. Exemplo: MARQUES, M. P.; LANZELOTTE, R. G. Banco de dados e hipermídia: construindo um metamodelo par ao Projeto Portinari. Rio de Janeiro: PUC, Departamento de informática, 1993. paginação irregular.
10.2.14.9 Ilustrações
Indicação por duas abreviaturas: simples il.; colorida, il. color. Exemplo: FIGUEIRA, Divalte Garcia. História: novo ensino médio. 2. ed. São Paulo: Ática, 2003, il. Color.
10.2.14.10 Dimensões
Registro das dimensões das obras: é opcional. Exemplo: TEIXEIRA, Anísio. Educação não é privilégio. 5. ed. Comentada por Maria Cassim. Rio de Janeiro: UFRJ, 1994. 252 p., 140 X 210cm.
10.2.14.11 Séries e coleções
Registro de série ou coleções: é opcional. Exemplo: GHIRALDELLI JÚNIOR, Paulo. História da educação. São Paulo: Cortez, 1991. – (Coleção Magistério – 2º Grau. Série formação do professor).
10.2.14.12 Notas
Notas são informações complementares: quando necessárias são incluídas ao final da referência sem ênfase ou destaque a fim de dar destaque à obra. Exemplo: LUCKESI, Cipriano Carlos. Filosofia da educação. São Paulo: Cortez, 1990 – (Coleção magistério – 2º grau. Série formação do professor).
Documentos traduzidos: têm seu registro referenciado quando a tradução vem mencionada. Exemplo: LAVILLE, Christian; DIONNE, Jean. A construção do saber: manual de metodologia da pesquisa em ciências humanas. Tradução de Heloísa Monteiro e Francisco
153
Settineri. Porto Alegre: Artes Médicas; Belo Horizonte: UFMG, 1999.
Separatas: têm seu registro referencial conforme consta na publicação. Exemplo: AMAZÔNIA: ainda é possível salvar? Percorremos a floresta para revelar as tragédias e conhecer as experiências que poderão preservar a mais rica biodiversidade do planeta Grandes Reportagens. O Estado de São Paulo. São Paulo: novembro e dezembro de 2007. 122 p.
Registro dos trabalhos acadêmicos: (TCC, Dissertações e Teses) deve conter tipo de documento, grau acadêmico, local e data da defesa. Exemplo: COSTA, Lair de Queiroz. Um jogo em grupos co-operativos para a construção do conceito de número inteiros e para abordagem dos conteúdos: procedimentos, conteúdos e normas. Campinas , SP: [s.n.], 2003. Tese (Doutorado em Matemática) Universidade Estadual de Campinas, São Paulo, 2003.
Outras notas complementares: como ISBN, redução, afins, sua menção é feita quando houver necessidade. Exemplo: ABEU, Mariza. Organização da educação nacional na constituição e na LDB. Ed. Ijuí: Ed. Unijuí, 2002. – 160 p. – (Coleção educação). ISBN 85-7429-016-5.
1.2.15 Ordenação das referências Ordenação das referências: segue o padrão estabelecido pela NBR 10520, podendo ser
adotados um dos dois sistemas: alfabético e o numérico.
10.2.15.1 Sistema alfabético
Localização: as referências são localizadas ao final do trabalho, artigo ou capítulo, em rigorosa ordem alfabética, com entrada do sobrenome do autor, em caixa alta com alinhamento à esquerda, conforme NBR 10520. As chamadas no texto feitas a partir do sobrenome do autor, ano; ao final do texto, entre parênteses, em caixa alta, data. Exemplos: Dentro do texto: Segundo Abreu (2002), o Plano Municipal de educação [...]. Ao final de uma citação:
O livro didático, de forma alguma, deve ser instrumento descartável no processo de ensino. Ele é um instrumento importante, desde que tem a possibilidade de registrar e manter registrada, com fidelidade e permanência, a mensagem. O que está escrito permanece escrito, não é tão perecível quanto à memória viva. Através do livro, o educando terá possibilidade de se reportar, quantas vezes quiser, ou
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necessitar, mantendo sempre sobre ele uma posição crítica (LUCKESI, 1990, p. 144).
Caso especial: ocorre na referência à repetição seguida do autor, com obra diferente, ou com a mesma obra, na mesma página, digitar um traço sublinear correspondente a seis toques. Mesmo autor com a mesma obra. Exemplo: LEITE, Serafim, S. J. História da companhia de Jesus no Brasil. Século XVI, o estabelecimento. Lisboa: Portugália; Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1938, v. I, t. I.
______. Suma histórica da companhia de Jesus no Brasil. (Assistência de Portugal), 1540-1760. Lisboa: Investigação de ultramar, 1965.
Mesmo autor e mesma obra: no lugar da obra repetir o traço, colocando um ponto entre o autor e a obra. Exemplo: LEITE, Serafim. Suma histórica da companhia de Jesus no Brasil. (Assistência de Portugal), 1540-1760. Lisboa: Investigação de ultramar, 1965. ______. (Assistência de Portugal), 1540-1760. Lisboa: Investigação de ultramar, 1965
10.2.15.2. Sistema numérico
Conceituação: é adotado na ordem seqüente das citações do texto, quando somente contiver nome de autores. Exemplos: 1 SAVIANI, Dermeval. A nova lei da educação: trajetória, limites e perspectivas. Campinas: Autores associados, 1997.
2 CUNHA, Luís Antônio. O ensino de ofícios artesanais e manufatureiros no Brasil escravocrata. São Paulo: UNESP, 2000.
3 VALERIEN, Jean; DIAS, José Augusto. Gestão da escola fundamental: subsídios para a análise e sugestão de aperfeiçoamento. 8. ed. São Paulo: Cortez [Paris]: UNESCO; [Brasília] Ministério da Educação e Cultura, 2002.
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10.2.16 Quadro sinótico. Normas de referência e documentação
TÓPICO SÚMULA
DEFINIÇÃO Referenciar é consignar os itens indicadores de uma obra: autoria, título, edição, local da publicação, editora e ano.
ELEMENTOS DE REFERÊNCIA
Elementos identificadores essenciais e complementares. Informações referenciais são registradas no rodapé, no fim do capítulo ou da obra.
REGRAS PADRONIZADAS
Seguir as normas institucionalizadas pela ABNT. Estrutura da referência, alinhamento à esquerda, pontuação padrão internacional, empregos dos recursos tipográficos.
MODELO DE
REFERÊNCIA
Monografia: livro, folheto, TCC, Dissertação, Tese, no meio eletrônico, CD-ROM, on line (site) - Publicação periódica: edição, fascículo, número de revista, jornal. - Dados: autor, título, subtítulo, edição, local, editor, data. - Artigo ou matéria de jornal em meio eletrônico, além dos dados identificadores, registrar o endereço eletrônico usando as expressões: Disponível em: <site>. Acesso em: data. – Evento: nome, número, ano, local, título (subtítulo), local da publicação, editora, ano.
PATENTE Autor, título (subtítulo), número da patente, data (período do registro).
DOCUMENTO JURÍDICO
Legislação: Constituição Federal, Códigos, Leis (Complementar e Ordinárias), Medida Provisória, Jurisprudência (decisões) doutrina (interpretação hermenêutica das leis).
Elementos: jurisdição, título, data, dados da publicação. Jurisprudência: súmulas, enunciados, acórdãos, sentenças e similares. Doutrina: discussão técnica e esclarecimentos sobre questões legais. Documentos jurídicos em meio eletrônico: Disponível em: <site>. Acesso em: data.
IMAGEM EM MOVIMENTO
Dados: título, diretor, produtor, local, produtora, data especificação do suporte em unidades físicas e outras informações.
DOCUMENTO ICONOGRÁFICO
Abrange: pintura, gravura, ilustrações, desenho, transparência e similares. Dados: autor, título (se ausente e atribuir um nome, ambas as situações, grafadas entre
colchetes). Em meio eletrônico: seguir a norma. DOCUMENTO
CARTOGRÁFICO Dados: autor, título, local, data da publicação, indicação da escala, outras informações
complementares DOCUMENTO
SONORO Dados: compositor(es), intérprete(s), título, local de edição, gravadora, data,
especificação do suporte, informações complementares (duração, rotações, tempo, estéreo).
PARTITURA Dados: autor(es), título, local, editora, data, designação específica (1 partitura),
instrumento (quarteto, orquestra, banda).
DOCUMENTO RIDIMENSIONAL
Representado por escultura, maquete, objetos em geral, peças de museu e similares Dados: Autor(es), título (se ausente, atribuir ou [sem título]), data, complementos, outras
informações (coleção, proprietário, dimensões, tradução das informações) Meio eletrônico: autor(es), título do serviço, versão, descrição física do meio eletrônico.
156
TRANSCRIÇÃO DOS
ELEMENTOS
Autoria, CCAA (Código de Catalogação Anglo-Americana. Mais de três autores usar uma das expressões: et al. (et alii), ou outros, ou org. ou coord., conforme o caso); tradutor, revisor, ilustrador (quando existirem essas informações).
Título e subtítulo quando longo pode-se adotar uma supressão de parte de um deles. Periódicos: autor, título do jornal, local da publicação, data. Edição: registro obrigatório. Ex. 2. ed. Local: quando da existência de homônimo acrescentar a sigla da unidade da federação.
Quando ausente, porém é possível identificá-la, grafá-la entre colchetes [São Paulo]. Quando ausente grafar S. l. (Sine loco).
Editora: no caso de duas, registrá-las. Ausência, grafar S. n. (sine nomine) entre colchetes. Na ocorrência da ausência do local e da editora grafar [S. l.: S. n.).
Data: da publicação, da distribuição, do copirraite, da impressão, do depósito. Coleção: registra o número de primeiro e do último. Coleção de periódicos: título, local, editora, ano, período (anual, mensal), indicação do
volume, de páginas e do mês. Descrição física: número de páginas, do volume,em algarismos arábicos. Ilustrações: abreviadas il. coloridas. Dimensões: grafadas em milímetros, em algarismos arábicos: Ex. 140mm X 210mm. Série ou notas registro opcional no final da referência. Ex. Série magistério. Ordenação das referências: sistema alfabético, sistema numérico, conforme o caso.
10.3 CONCLUSÃO
O processo da aplicação das normas de referência e documentação é uma
tarefa meticulosa e complexa que exige um cuidado especial para que a obra esteja dentro
dos parâmetros estabelecidos, caso contrário, a ausência do formal prejudica o valor da
mesma.
10.4 QUESTIONÁRIO REFLEXIVO-ANALÍTICO
01 O que significa referenciar?
02 Quais são as regras básicas de apresentação?
03 Quais são os elementos essenciais e complementares para referenciar uma
Monografia?
04 Como referenciar parte de uma tese, por exemplo, um capítulo?
05 Como fazer a referência de uma revista?
06 Como referenciar uma matéria de jornal em meio eletrônico?
07 Quais são os elementos essenciais e complementares para referencia a matéria de
um congresso?
08 Quais são os elementos para referenciar a Constituição Federal?
09 Quais são os elementos essenciais e complementares para referenciar imagem em
movimento?
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10 Quais são os elementos essenciais e complementares para referenciar um
documento iconográfico?
11Como referenciar um documento cartográfico?
12 Como referenciar um documento sonoro?
13 Como referenciar um documento tridimensional?
14 Como referenciar uma obra que tem seu título grafado em língua vernácula e em
língua estrangeira?
15 Como referenciar uma obra que não tem a cidade da edição e o nome da editora?
16 Como referenciar uma obra traduzida, que tenha ilustrador e faça parte de uma
coleção ou de uma série?
10.5 EXERCÍCIO
Ir à biblioteca para fazer um levantamento de dez tipos de referências.
REFERÊNCIAS ALVES, Rubem. Filosofia da ciência: introdução ao jogo e suas regras. 8. ed. São Paulo: Brasiliense, 1986. ANDRADE, Maria M. de. Redação científica: elaboração do tcc passo a passo. São Paulo: Factash, 2007. ANDRADE-ROCHA, F. T. Pesquisa em laboratório clínico: conceitos básicos e um estímulo para novos pesquisadores. Newslab, no. 69, p. 86-101, 2005. ASSIS, A. K. T. A. Newton e suas grandes obras: o principia e o óptica. In: ALMEIDA, M. J. P. M. e SILVA, H. C. Silva (Eds). Linguagens, Leituras e Ensino da Ciência. Campinas: Mercado de Letras/Associação de Leitura do Brasil, 1998. p. 37-52. ______. Introdução à metodologia do trabalho científico: elaboração de trabalhos de graduação. 5. ed. São Paulo: Atlas, 1995. ANGEL, Jaime G. Metodología y técnica de la investigación jurídica. 2. ed. Bogotá: Temis 1980. APPOLINÁRIO, Fabio. Dicionário de metodologia científica: um guia para a produção do conhecimento científico. São Paulo: Atlas, 2004. ARENDT, Hannah. A vida do espírito: o pensar, o querer, o julgar. Rio de Janeiro: Relume Dumará, 1992. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6021: informação e documentação: publicação periódica científica impressa: apresentação. Rio de Janeiro, maio 2003, 9 p. BARKER, K. Na bancada: manual de iniciação científica em laboratórios de pesquisas biomédicas. Porto Alegre: Artmed Editora, 2002. ______. NBR 6022: informação e documentação: apresentação: artigo em publicação periódica. Rio de Janeiro, maio 2003, 5 p.
158
______. NBR 6023: informação e documentação: referências: elaboração – ago 2002, 24 p. ______. NBR 6024: informação e documentação: numeração progressiva das seções de um documento escrito: apresentação. Rio de Janeiro, maio 2003, 3 p. ______. NBR 6025: informação e documentação: revisão de originais e provas, apresentação. Rio de Janeiro, set 2002, 5 p. ______. NBR 6027: informação e documentação: sumário: apresentação. Rio de Janeiro, maio, 2003, 2 p. ______. NBR 6028: informação e documentação: resumo:apresentação. Rio de Janeiro, nov. 2003, 2 p. ______. NBR 6029: informação e documentação: livros e folhetos: apresentação. Rio de Janeiro, set. 2002, 9 p. ______. NBR 6032: abreviação de título de periódicos e publicações seriadas: procedimentos. Rio de Janeiro, ago. 1989, 9 p. ______. NBR 6033: ordem alfabética. Rio de Janeiro, abril 1989, 9 p. ______. NBR 8064: gestão de qualidade e garantia da qualidade: terminologia. Rio de Janeiro, dez. 1994, 14 p. ______.NBR 10520: informação e documentação: citações e documentos: apresentação. Rio de Janeiro, ago. 2002, 7 p. ______. NBR 10521: enumeração internacional para o livro: ISBN: procedimento. Rio de Janeiro, out. 1988, 2 p. ______. NBR 10522: abreviaturas na descrição bibliográfica. Rio de Janeiro, out 1988, 11 p. ______.NBR 10524: preparação da folha de rosto: procedimento. Rio de Janeiro, out. 1988, 4 p. ______.NBR 10719: informação e documentação: apresentação de relatórios técnico-científicos. Rio de Janeiro, ago. 1989, 9 p. ______. NBR 12225: informação e documentação: lombada: apresentação. Rio de Janeiro, maio 2003, 2p. ______. NBR 12256: apresentação de originais. Rio de Janeiro, 1992, 4 p. ______. NBR 12676: Método para análise de documentos – determinação de seus assuntos e seleção de termos de indexação. Rio de Janeiro: 1992, 4 p. ______. NBR 14724: informação e documentação: trabalhos acadêmicos: apresentação. Rio de Janeiro, 2005 (válida a partir de 30-01-2006), 9 p. ASTI VERA, Armando. Metodologia da pesquisa científica. Porto Alegre: Globo, 1976. AZEVEDO, Carlos A. M.; AZEVEDO, Ana G. de. Metodologia científica: contributos práticos para a elaboração de trabalhos acadêmicos. 4. ed. Porto: C. Azevedo, 1998. BACHRACH, Arthur. Introdução à pesquisa psicológica. São Paulo: Herder, 1969. BARRASS, Robert. Os cientistas precisam escrever: guia de redação para cientistas, engenheiros e estudantes. 2. ed. São Paulo: T.A. Queiroz, 1986.
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