guia prático para a elaboração de trabalhos acadêmicos

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Danilo Da Cás GUIA PRÁTICO para elaboração de trabalhos acadêmicos

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Page 1: Guia Prático Para a Elaboração De Trabalhos Acadêmicos

Danilo Da Cás

GUIA PRÁTICO

para elaboração

de

trabalhos acadêmicos

Page 2: Guia Prático Para a Elaboração De Trabalhos Acadêmicos

Danilo Da Cás

GUIA PRÁTICO

para elaboração

de

Trabalhos acadêmicos

São Paulo Outubro

2008

Page 3: Guia Prático Para a Elaboração De Trabalhos Acadêmicos

©Copyright 2008 by Jubela Livros Ltda ©Copyright 2008 by Danilo Da Cas Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida sem autorização prévia e escrita de

Jubela Livros Ltda. .

Este manual é uma cortesia do autor e da editora para os leitores do livro “MANUAL TEÓRICO-PRÁTICO PARA ELABORAÇÃO METODOLÓGICA DE TRABALHOS ACADÊMICOS” e não pode ser vendido. Outubro de 2008 Produção: Ensino Profissional Editora

Editor Responsável: Fábio Luis Dias

Organização: Norma Lucia Alves Dias

Direitos reservados por: Jubela Livros Ltda.

Rua Borja Castro nº25

Bairro: Cidade A. E. Carvalho – São Paulo – SP

Cep: 08223-340

Telefone: (11)2026-4053

Fax: (11)2026-4051

E-mail da Editora: [email protected]

Homepage: www.ensinoprofissional.com.br

Atendimento ao Consumidor: [email protected]

Contato com o Autor: [email protected]

Page 4: Guia Prático Para a Elaboração De Trabalhos Acadêmicos

D edicam os este trabalho a todos aqueles

que, incansavelm ente, trabalham na form ação do

intelecto da juventude, esperançosa e prom issora,

capaz de criar um a ciência nova que produza o

bem -estar da hum anidade.

Page 5: Guia Prático Para a Elaboração De Trabalhos Acadêmicos

PREFÁCIO

Após uma longa experiência em Metodologia da Pesquisa Científica, ligada

à administração de aulas e orientação de trabalhos acadêmicos (TCC, Dissertação e

Tese), chegou o momento de consolidar os conhecimentos e as práticas dessas atividades

neste livro que é uma homenagem aos que foram meus alunos e um legado intelectual

que lhes sirva de estímulo a prosseguirem na longa trajetória da busca de conhecimentos

feita com base científica.

A obra para não ser extensa demais foi dividida em duas partes:

1ª MANUAL TEÓRICO-PRÁTICO para a elaboração metodológica de

trabalhos acadêmicos: impressa, contém todos os elementos básicos para o

desenvolvimento de um trabalho acadêmico, do projeto de pesquisa à redação final do

mesmo.

2ª GUIA PRÁTICO para a elaboração de trabalhos acadêmicos disponível

no link da Editora Ensino Profissional, constante na contracapa do MANUAL, pode ser

acessado gratuitamente. Ele tem três capítulos complementares do MANUAL e sete

capítulos com conteúdos novos destinados ao aprimoramento dos acadêmicos e de seus

trabalhos. A meu convite, esta obra foi enriquecida com a colaboração graciosa de três

respeitados profissionais:

• Profª. Roberta Ribeiro Moura Padoan, docente de Informática do

Instituto de Ensino Superior de Bauru (cap. 7).

• Prof. Dr. Francisco Gouvêa Júnior, docente do Departamento de

Ciências Biológicas da Universidade Estadual Paulista, do Campus

de Bauru (cap. 2).

• Prof. Dr. Luís Francisco da Cruz, docente do Departamento de

Matemática da Universidade Estadual Paulista, do Campus de

Bauru (cap. 3).

A colaboração dos três profissionais contribuiu para ampliar e enriquecer a

obra, dando-lhe maior abrangência e possibilitando apresentação de trabalhos

acadêmicos de maior qualidade. Fico-lhes muito agradecido pela valiosa contribuição.

O teor do GUIA PRÁTICO será de grande utilidade para o acadêmico nas

suas atividades universitárias; para o pós-graduando será fundamental na orientação de

seu trabalho acadêmico formal (Dissertação ou Tese), pois contém todos os elementos e

diretrizes necessários para, com segurança, levar a bom termo sua tarefa.

Page 6: Guia Prático Para a Elaboração De Trabalhos Acadêmicos

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ........................................................................................................................... 08 CAPÍTULO 1 PROJETO DE PESQUISA ......................................................................................................... 11

1.1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 12 1.1.1 Conceituação ................................................................................................................ 12 1.1.2 Objetivos ....................................................................................................................... 12

1.2 DESENVOLVIMENTO ....................................................................................................... 13 1.2.1 Escolha do assunto: diretrizes práticas ...................................................................... 13 1.2.2 Definição delimitação do tema - problema -.............................................................. 16

1.2.2.1Conceituação......................................................................................................... 16 1.2.2.2 Delimitação .......................................................................................................... 16 1.2.2.3 Problema ............................................................................................................. 17

1.2.3 Justificativa ................................................................................................................. 18 1.2.3.1 Conceituação........................................................................................................ 18 1.2.3.2 Razão pessoal ..................................................................................................... 18 1.2.3.3 Razão científica ................................................................................................... 20

1.2.4 Objetivos ...................................................................................................................... 20 1.2.4.1 Conceituação ....................................................................................................... 20 1.2.4.2 Rol de objetivos e sua caracterização ................................................................. 21

1.2.5 Hipóteses ..................................................................................................................... 23 1.2.5.1 Conceituação ......................................................................................................... 23 1.2.5.2 Fases de elaboração ............................................................................................. 24

1.2.6 Metodologia ................................................................................................................. 27 1.2.6.1 Conceituação ....................................................................................................... 27 1.2.6.2 Procedimentos ..................................................................................................... 28

1.2.7 Fundamentação teórica .............................................................................................. 29 1.2.7.1 Conceituação ....................................................................................................... 29 1.2.7.2 Indicações práticas .............................................................................................. 29

1.2.8 Introdução .................................................................................................................... 32 1.2.8.1 Conceituação ....................................................................................................... 32 1.2.8.2 Estrutura .............................................................................................................. 32

1.2.8.2.1 Conceituação preliminar ............................................................................... 32 1.2.8.2.2 Caracterização do assunto – tema – problema ........................................... 33 1.2.8.2.3 Materiais e métodos ou pressupostos metodológicos ................................. 35 2.8.2.4 Fundamentação teórica ou revisão da literatura ............................................. 35 2.8.2.5 Visão-síntese do trabalho formal ..................................................................... 35

1.2.8.3 Questionamentos ................................................................................................... 35 1.2.9 Referências .................................................................................................................. 36 1.2.10 Cronograma ............................................................................................................... 36

1.2.10.1 Requisitos básicos ............................................................................................. 36 1.2.10.2 Cronograma descritivo-analítico ........................................................................ 38 1.2.10.3 Cronograma sintético ......................................................................................... 41

1.2.11 Apêndices .................................................................................................................. 42 1.2.12 Anexos ....................................................................................................................... 46 1.2.13 Ficha financeira ou previsão orçamentária ........................................................... 46

1.3CONCLUSÃO ..................................................................................................................... 47 1.4 QUESTIONÁRIO REFLEXIVO-ANALÍTICO ...................................................................... 47

CAPÍTULO 2 PESQUISA EM MATEMÁTICA .................................................................................................. 50

2.1 Introdução ....................................................................................................................... 51 2.2 Pesquisa em Matemática Pura ...................................................................................... 52 2.3 Pesquisa em matemática aplicada ............................................................................... 54

Page 7: Guia Prático Para a Elaboração De Trabalhos Acadêmicos

2.4 Considerações finais ..................................................................................................... 57 CAPÍTULO 3 PESQUISA DE LABORATÓRIO ................................................................................................ 58

3.1 Introdução ......................................................................................................................... 59 3.2 Conceituação de pesquisa em laboratório .................................................................... 59 3.3 Objetivos ........................................................................................................................... 61 3.4 Organização geral do laboratório ................................................................................... 61

3.4.1 Rotinas de laboratório ............................................................................................... 61 3.4.2 Equipamentos ........................................................................................................... 61 3.4.3 Segurança ................................................................................................................. 62

3.5 Organização de um experimento .................................................................................... 62 3.5.1 Iniciando um experimento ......................................................................................... 62 3.5.2 Criando grupos controle e experimental ................................................................... 63 3.5.3 Coletando e anotando os dados ............................................................................... 64 3.5.4 Tabulando e analisando os resultados ..................................................................... 64 3.5.5 Apresentando os resultados ..................................................................................... 65 3.5.6 Discutindo os resultados e concluindo a pesquisa ................................................... 65

3.6 Conclusão ......................................................................................................................... 65 3.7 Um exemplo de pesquisa ................................................................................................ 66

CAPÍTULO 4 TRAMENTO DOS DADOS E ELABORAÇÃO DOS RESULTADOS ........................................ 68

4.1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 69 4.1.1 Conceituação ............................................................................................................... 69 4.1.2 Objetivos ....................................................................................................................... 69

4.2 DESENVOVLVIMENTO ..................................................................................................... 69 4.2.1 Tabulação ...................................................................................................................... 69

4.2.1.1 Conceituação ....................................................................................................... 69 4.2.1.2 Primeira etapa ..................................................................................................... 69 4.2.1.3 Segunda etapa .................................................................................................... 70

4.2.2 Interpretação e discussão dos resultados ..................................................................... 70 4.3 ONCLUSÃO ....................................................................................................................... 71 4.4 QUESTIONÁRIO REFLEXIVO-ANALÍTICO ...................................................................... 72

CAPÍTULO 5 CONOGRAFIA: normas para a apresentação de ilustrações ............................................... 73

5.1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 74 5.1.1 Conceituação ................................................................................................................ 74 5.1.2 Objetivos ....................................................................................................................... 74

5.2 DESENVOLVIMENTO ....................................................................................................... 74 5.2.1 Tipos .............................................................................................................................. 74 5.2.2 Algumas normas ........................................................................................................... 75

5.2.2.1 ABNT ................................................................................................................... 75 5.2.2.2 Normas para a elaboração e apresentação de quadros ..................................... 76 5.2.2.3 Procedimentos para o uso de figuras .................................................................. 77

5.3 CONCLUSÃO .................................................................................................................... 78 5.4 QUESTIONÁRIO REFLEXIVO-ANALÍTICO....................................................................... 78

CAPÍTULO 6 ICONOGRAFIA: normas para a apresentação tabular .......................................................... 80

6.1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 81 6.1.1 Conceituação ................................................................................................................ 81 6.1.2 Objetivos ....................................................................................................................... 81

6.2 DESENVOLVIMENTO ....................................................................................................... 81 6.2.1 Conceitos básicos ......................................................................................................... 81 6.2.2 Normas para a elaboração de uma tabela .................................................................... 82

Page 8: Guia Prático Para a Elaboração De Trabalhos Acadêmicos

6.2.3 Diagramação de uma tabela ........................................................................................ 85 6.2.4 Recomendações gerais ................................................................................................ 86 6.2.5 Quadro sinótico: normas a apresentação tabular ......................................................... 87

6.3 CONCLUSÃO .................................................................................................................... 88 6.4 QUESTIONÁRIO REFLEXIVO-ANALÍTICO....................................................................... 88 6.5 EXERCÍCIO ........................................................................................................................ 88

CAPÍTULO 7 ELEMENTOS VISUAIS NUM TRABALHO ACADÊMICO ......................................................... 89

7.1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 90 7.1.1 Conceituação ................................................................................................................ 90 7.1.2 Objetivo ......................................................................................................................... 90

7.2 DESENVOLVIMENTO ....................................................................................................... 90 7.2.1 Tabela ........................................................................................................................... 90 7.2.2 Gráficos ......................................................................................................................... 95

7.2.2.1 Gráfico tipo colunas ............................................................................................. 96 7.2.2.2 Gráfico tipo barras ............................................................................................... 107 7.2.2.3 Gráfico tipo linhas ................................................................................................ 108 7.2.2.4 Gráfico tipo pizza ................................................................................................. 111

7.3. CONCLUSÃO ................................................................................................................... 112 CAPÍTULO 8 ESTRUTURA DE UM TRABALHO ACADÊMICO FORMAL: - Monografia, Dissertação e Tese – visão-síntese ........................................................... 113

8.1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 114 8.2 DESENVOLVIMENTO ....................................................................................................... 114

8.2.1 Elementos pré-textuais ................................................................................................. 115 8.2.2 Elementos textuais ........................................................................................................ 116 8.2.3 Elementos pós-textuais ................................................................................................. 116

CAPÍTULO 9 CONSTRUÇÃO DE UMA TEORIA CIENTÍFICA: fatos - leis – teoria ..................................... 117

9.1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 118 9.1.1 Justificativa .................................................................................................................... 118 9.1.2 Objetivos ....................................................................................................................... 118

9.2 DESENVOLVIMENTO ....................................................................................................... 118 9.2.1 Conceitos básicos ......................................................................................................... 118 9.2.2 Condições para unificar o conhecimento e suas funções ............................................. 120

9.2.2.1 Conceituação ....................................................................................................... 120 9.2.2.2 Funções ............................................................................................................... 121

9.2.3 Estrutura de uma teoria ................................................................................................. 122 9.2.4 Características das ciências factuais ............................................................................ 123 9.2.5 Construção de uma teoria científica .............................................................................. 125 9.2.6 Características de uma teoria científica ........................................................................ 125 9.2.7 Quadro sinótico: construção de uma teoria científica .................................................... 127 9.2.8 Organograma da construção de uma teoria científica ................................................... 128

9.3 CONCLUSÃO .................................................................................................................... 129 9.4 QUESTIONÁRIO REFLEXIVO-ANALÍTICO ...................................................................... 129 9.5 EXERCÍCIO ........................................................................................................................ 129

CAPÍTULO 10 NORMAS DE REFERÊNCIA E DOCUMENTAÇÃO .................................................................. 130 10.1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 131

10.1.1 Conceituação ............................................................................................................. 131 10.1.2 Objetivos .................................................................................................................... 131

10.2 DESENVOLVIMENTO .................................................................................................... 131 10.2.1 Definições básicas ..................................................................................................... 131

Page 9: Guia Prático Para a Elaboração De Trabalhos Acadêmicos

10.2.2 Elementos da referência e localização ...................................................................... 133 10.2.3 Regras gerais de apresentação ................................................................................. 133 10.2.4 Abrangência do teor do capítulo ................................................................................ 133 10.2.5 Modelo de referência .................................................................................................. 134

10.2.5.1 Monografia como um todo ................................................................................ 134 10.2.5.2 Monografia no todo em meio eletrônico ........................................................... 134 10.2.5.3 Parte da monografia ......................................................................................... 134 10.2.5.4 Parte da monografia em meio eletrônico .......................................................... 135 10.2.5.5 Publicação periódica: coleção, fascículo, número de revista, jornal ................ 135 10.2.5.6 Evento como um todo ....................................................................................... 136

10.2.6 Patente ....................................................................................................................... 137 10.2.7 Documento jurídico .................................................................................................... 137

10.2.7.1 Legislação ......................................................................................................... 137 10.2.7.2 Jurisprudência .................................................................................................. 138 10.2.7.3 Doutrina ............................................................................................................ 138 10.27.4 Documento jurídico eletrônico ........................................................................... 139

10.2.8 Imagem em movimento ............................................................................................. 139 10.2.9 Documento iconográfico ............................................................................................ 139

10.2.9.1 Elementos ......................................................................................................... 139 10.2.9.2 Documento iconográfico em meio eletrônico ................................................... 140

10.2.10 Documento cartográfico ........................................................................................... 140 10.2.10.1 Elementos ......................................................................................................... 140 10.2.10.2 Documento cartográfico em meio eletrônico .................................................... 140

10.2.11 Documento sonoro ................................................................................................... 141 10.2.11.1 Elementos ....................................................................................................... 141 10.2.11.2 Documento sonoro em parte .......................................................................... 141

10.2.12 Partitura .................................................................................................................... 141 10.2.12.1 Elementos ......................................................................................................... 141 10.2.12.2 Partitura em meio eletrônico ............................................................................. 142

10.2.13 Documento tridimensional ........................................................................................ 142 10.2.13.1 Conceito e elementos ..................................................................................... 142 10.2.13.2 Documento de acesso exclusivo em meio eletrônico .................................... 142

10.2.14 Transcrição de elementos ........................................................................................ 143 10.2.14.1 Autoria ........................................................................................................ 143 10.2.14.2 Título e subtítulo ......................................................................................... 144 10.2.14.3 Títulos de periódicos .................................................................................. 144 10.2.14.4 Edição ......................................................................................................... 144 10.2.14.5 Local ........................................................................................................... 145 10.2.14.6 Editora ........................................................................................................ 145 10.2.14.7 Data ............................................................................................................ 146 10.2.14.8 Descrição física .......................................................................................... 147 10.2.14.9 Ilustrações ................................................................................................ 148 10.2.14.10 Dimensões ............................................................................................... 148 10.2.14.11 Série e coleções ....................................................................................... 148 10.2.14.12 Notas ........................................................................................................ 148

10.2.15 Ordenação das referências ...................................................................................... 149 10.2.15.1 Sistema alfabético .......................................................................................... 149 10.2.15.2 Sistema numérico ........................................................................................... 150

10.2.16 Quadro sinótico: normas de referência e documentação ........................................ 151 10.3 CONCLUSÃO ................................................................................................................. 152 10.4 QUESTIONÁRIO REFLEXIVO-ANALÍTICO.................................................................... 152 10.5 EXERCÍCIO ..................................................................................................................... 152

REFERÊNCIAS ......................................................................................................................... 153

Page 10: Guia Prático Para a Elaboração De Trabalhos Acadêmicos

9

INTRODUÇÃO

O pesquisador ao desenvolver suas pesquisas, o universitário ao

efetivar seus trabalhos acadêmicos, ambos devem pôr em prática as

recomendações do decálogo do pesquisador feitas por Bittar (2005, p. 237-238):

“1. jamais cesses de desbravar as sendas do conhecimento, consciente que estás da

infinitude do trabalho científico e da sua importância para a humanidade;

2. jamais permitas que interesses escusos atravessem os ideais científicos de todo

empreendimento de que participes direta ou indiretamente;

3. jamais descuides da ética na manipulação das fontes de pesquisa, evitando causar danos a

outrem, ou mesmo extrair conhecimentos em prejuízo alheio, lesando direitos autorais ou

trapaceando projetos de terceiros, sabendo que todo o empreendimento científico possui

como limite a dignidade humana;

4. aposta na esperança não no brilho ou no glamour de teus escritos, mas na esperança de

que teus estudos possam iluminar mentes e formar consciências;

5. esparge teus conhecimentos, não os reservando somente para teu deleite pessoal, mas

difundindo-os aos que te cercam;

6. fomenta o estudo naqueles que ainda não se estimularam a desbravar os domínios da

ciência e do conhecimento;

7. contribui com tua pesquisa para a solução de carências sociais e para o desenvolvimento

de tua nação;

8. evita que tua linguagem se torne o empecilho para o acesso e a leitura, ou o entendimento,

de tuas posturas teóricas;

9. evita afirmar aquilo de que não estás convicto, e faz de tua palavra o instrumento para a

elucidação crítica e construtiva das questões que abordas;

10. persiste no ideal que te alimenta a buscar o que ainda não se conhece, ou a aperfeiçoar o

que já se fez, com vistas ao amadurecimento dos saberes humanos e à progressão das

perspectivas científicas, e engrandece tuas técnicas de pesquisa e estudo, com vistas à

obtenção de sempre melhores resultados”.

Page 11: Guia Prático Para a Elaboração De Trabalhos Acadêmicos

10

O GUIA PRÁTICO para a elaboração dos trabalhos acadêmicos foi

idealizado para a consecução dos seguintes objetivos:

• Auxiliar os acadêmicos e os pesquisadores iniciantes na elaboração e

execução metodológica de seu projeto de pesquisa.

• Contribuir na elaboração e na organização dos resultados.

• Propiciar elementos para traduzir os resultados em tabelas.

• Subsidiar a pesquisa em Matemática.

• Fornecer elementos para desenvolver uma pesquisa de laboratório.

• Indicar os procedimentos para a representação gráfica dos resultados.

• Sugerir idéias básicas sobre como construir uma teoria científica.

• Oferecer subsídios na organização e na confecção das referências e

da documentação.

• Consolidar os conhecimentos sobre metodologia científica que dão

sustentação às atividades da pesquisa e da produção de

conhecimentos científicos.

Ele é um complemento do MANUAL TEÓRICO-PRÁTICO para a elaboração

metodológica de trabalhos acadêmicos e destina-se a consolidar os conhecimentos da

Metodologia Científica e sua aplicação nas atividades acadêmicas do universitário,

sobretudo, na pesquisa científica.

O GUIA PRÁTICO para a elaboração dos trabalhos acadêmicos foi

idealizado não como um livro, mas como um LINK para complementar o conteúdo do

MANUAL TEÓRICO-PRÁTICO. Servirá de reforço e de consolidação de aprendizagem da

Metodologia da Pesquisa Científica, de modo especial, para o iniciante, que se depara com

algumas dificuldades de assimilar e aplicar as normas na elaboração do projeto de

pesquisa e na produção de conhecimentos científicos.

Uma pesquisa quando é organizada com procedimentos e recursos

adequados, viabilizada por um projeto de pesquisa, executada com métodos próprios na

coleta de dados e elaboração e na discussão dos resultados, produz conhecimentos

científicos e faculta uma redação dos mesmos de forma coerente.

O conteúdo do GUIA PRÁTICO para a elaboração de trabalhos acadêmicos,

em parte, complementa o MANUAL TEÓRICO-PRÁTICO para a elaboração

metodológica de trabalhos acadêmicos e tem dois tipos de conteúdo. Um, apresenta

elementos de complementares do teor do MANUAL PRÁTICO, relacionado com os

seguintes capítulos:

Projeto de pesquisa.

Page 12: Guia Prático Para a Elaboração De Trabalhos Acadêmicos

11

Tratamento dos dados e elaboração dos dados.

Estrutura de um trabalho acadêmico formal (Monografia, Dissertação e

Tese): uma visão-síntese.

O outro, apresenta conteúdos novos ou diferenciados para auxiliar aos

acadêmicos na elaboração de seus trabalhos:

Pesquisa em Matemática.

Pesquisa de laboratório.

Iconografia: normas para a apresentação das ilustrações.

Iconografia: normas para a apresentação tabular .

Elementos visuais num trabalho acadêmico.

Elementos visuais num trabalho acadêmico.

Construção de uma teoria científica: fatos, leis e teoria.

Normas de referência e documentação.

GUIA PRÁTICO para a elaboração de trabalhos acadêmicos foi

estruturado e desenvolvido, sobretudo, para auxiliar os acadêmicos e os pesquisadores

iniciantes na elaboração de seus trabalhos formais. Para tanto, foram desenvolvidos, em

complementação ao MANUAL TÉRICO-PRÁTICO, os seguintes assuntos: projeto de

pesquisa; instrumentos para a coleta de dados; iconografia; representação gráfica em

trabalhos acadêmicos; construção de uma teoria científica e normas de referência e

documentação.

Page 13: Guia Prático Para a Elaboração De Trabalhos Acadêmicos

12

Capítulo 1

PROJETO

DE

PESQUISA

Um projeto de pesquisa bem elaborado tem várias funções, dentre elas:

define e planeja para o próprio orientado o caminho a ser seguido no desenvolvimento

do trabalho de pesquisa e reflexão, explicitando as etapas a serem alcançadas, os

instrumentos e estratégias a serem usados [...] impor-se uma disciplina de trabalho não

só na ordem dos procedimentos lógicos mas também em termos de organização do

tempo, de seqüência de roteiros e cumprimentos de prazos (SEVERINO, 2002, P. 159).

Page 14: Guia Prático Para a Elaboração De Trabalhos Acadêmicos

13

1.1 INTRODUÇÃO

1.1.1 Conceituação

Uma pesquisa científica que reúna as condições de criteriosa, consistente e

coerente, parte sempre de um projeto, metodologicamente, estruturado e fundamentado

em referenciais evidenciados no meio científico ou acadêmico. Nunca se faz uma pesquisa

científica sem antes ter elaborado um projeto técnica e metodologicamente elaborado.

1.1.2 Objetivos

As indicações práticas contidas neste capítulo visam auxiliar e orientar,

passo a passo, o acadêmico ou o pesquisador iniciante para:

• Complementar o capítulo 8 do MANUAL TEÓRICO-PRÁTICO para

elaboração de trabalhos acadêmicos.

• Estruturar o projeto de pesquisa com maior segurança na compreensão,

na adoção e na aplicação dos princípios científicos.

• Escolher, definir e delimitar, de forma completa e adequada, o tema-

problema objeto da pesquisa.

• Estabelecer, de forma consistente, os objetivos e as hipóteses da

pesquisa.

• Selecionar os procedimentos metodológicos e os instrumentos

necessários à coleta de dados e tratamento dos resultados.

• Escolher a fundamentação teórica adequada para dar embasamento à

pesquisa.

• Estruturar a introdução do trabalho acadêmico formal de maneira

adequada de modo que favoreça ao leitor a compreensão do teor

da pesquisa.

• Organizar as referências ou a documentação de acordo com os

procedimentos da Associação Brasileira de Normas Técnicas

(ABNT).

Page 15: Guia Prático Para a Elaboração De Trabalhos Acadêmicos

14

• Elaborar um cronograma da organização, execução à redação final do

trabalho acadêmico formal e seu encaminhamento.

1.2 DESENVOLVIMENTO

1.2.1 Escolha do assunto: diretrizes práticas

Escolha do assunto é um processo de madura reflexão e análise diante de

uma opção dentre várias que se apresentam ao intelecto do acadêmico ou do pesquisador

para, ao final, tomar uma decisão centrada num tema que represente significado de

relevante importância e de grande atrativo para o estudo.

A escolha do assunto – tema – precisa preencher vários requisitos ou

critérios para assegurar ao acadêmico ou ao pesquisador, certa segurança de acerto na

escolha do tema e da exeqüibilidade de um projeto de pesquisa, por isso a escolha deve:

• Recair sobre um assunto de relevante significado, que mereça uma

pesquisa a fim de produzir conhecimentos novos e de contribuir na

solução de um problema.

• Apresentar características de inédito, algo novo, não pesquisado.

• Ter identificação com os interesses do pesquisador a fim de despertar

todo o dinamismo necessário para a busca da literatura básica que

dará sustentação à execução ao projeto de pesquisa.

• Possibilitar a contribuição para o aprimoramento e enriquecimento do

saber do pesquisador.

• Ser exeqüível a execução da pesquisa mediante o emprego da

metodologia adequada e recursos necessários.

• Contribuir na produção de novos conhecimentos necessários ou úteis à

vida acadêmica ou à sociedade.

A escolha do assunto, em princípio, o acadêmico ou o pesquisador deve

começar com o atendimento dos pressupostos, abaixo relacionados, a fim de garantir a

eficiência da pesquisa:

• Formação acadêmica ou intelectual em relação ao assunto objeto da

pesquisa.

Page 16: Guia Prático Para a Elaboração De Trabalhos Acadêmicos

15

• Análise à exaustão do tema procurando estudá-lo nas várias dimensões

e enfoques para caracterizar seus elementos constitutivos ou

estruturais e definir o seu sentido exato.

• Organização seqüencial das tarefas a executar e só passar para a

seguinte quando a anterior for concluída.

• Existência de fontes e recursos para levar a bom termo a pesquisa.

• Interesse e, até certa empolgação, pelo tema da pesquisa quer seja por

motivo pessoal, quer seja por motivo profissional.

• Dedicação e persistência na superação dos obstáculos e na

continuidade do trabalho, encarando-o como um desafio para

manter atuante a força da motivação até à conclusão e à defesa do

trabalho formal acadêmico.

• Vontade e decisão de empregar todos os esforços para levar a bom

termo a pesquisa para: produzir conhecimentos novos, sanar falhas

e lacunas existentes e constituir um avanço no saber.

• Respeito à Ética e aos princípios científicos na busca da verdade.

• Uso de todos os meios e recursos para o levantamento das fontes dos

dados e dos métodos a serem usados até à exaustão.

• Previsão do tempo, dos recursos e dos meios em relação à execução e

à extensão da pesquisa prevendo o seu término em tempo hábil,

sem prejudicar a qualidade do trabalho.

• Domínio da metodologia científica básica para executar a pesquisa e

sustentar a argumentação lógica.

• Organização e registro no levantamento preliminar das fontes, dos

métodos e dos recursos necessários à execução da pesquisa.

• Escolha um tema deve recair numa área de interesse da ciência para

que seu desenvolvimento possa contribuir na perspectiva sócio-

acadêmico-científica.

• Afinidade com a orientação para: estabelecer condições de diálogo e de

esclarecimentos necessários ao desenvolvimento e ao

aprimoramento da pesquisa; fazer as adequações estruturais

exigidas pelo desenvolvimento do trabalho; executar as diretrizes

estabelecidas na efetivação segura e eficiente do trabalho científico.

• Decisão final deve resultar de madura reflexão; metódica análise e

síntese, minuciosa comparação com assuntos afins com o objetivo

Page 17: Guia Prático Para a Elaboração De Trabalhos Acadêmicos

16

de fixar o tema escolhido e, por vias de conseqüência, desenvolvê-lo

com segurança, abrangência e consistência.

A partir dos procedimentos citados por Costa (2005, p. 120) em relação à

escolha adequada do tema objeto de uma pesquisa e sua melhor definição, seguem as

seguintes práticas para sua seleção mais segura e consistente:

• Observação direta do comportamento dos fatos e dos fenômenos da

realidade histórica ou científica.

• Reflexão madura sobre o assunto a escolher.

• Senso comum, isto é, vivência do cotidiano da grande maioria ou da sua

concepção empírica sobre o tema, fruto da sua experiência.

• Experiência pessoal consolidada ao longo de sua existência relacionada

com o tema.

• Analogias ou associações com temas afins mediante a adoção de

alguns critérios para evidenciar os elementos análogos ou

associativos em função dos pontos similares.

• Observação – levantamento - em documentos, em fontes para

evidenciar elementos relacionados com o tema.

• Participação ou freqüência em: seminários, debates, mesas redondas,

conferências ou em cursos.

• Análise de controvérsias ou polêmicas em torno do assunto em voga.

• Observações das informações divulgadas através dos mais variados

meios de comunicação os quais podem empírica ou cientificamente,

de uma forma ou de outra, divulgar conhecimentos sobre o tema.

Por fim, Costa (2005, p 120) conclui:

Por conseguinte, múltiplas são as formas de se escolher um tema, mas é preciso que haja o interesse do pesquisador em assim acontecer, esforçando-se ao máximo para fazer a melhor opção para si, a instituição onde pesquisa e sua comunidade.

Pessoa (2005, p. 38-39) sugere fazer alguns questionamentos os quais

podem contribuir para escolha do tema da pesquisa:

Que assunto você gostaria que fosse abordado numa palestra?

Que assunto poderia ler para despertar minha atenção?

Qual o assunto em que tenho certa bagagem de conhecimentos e interesse

de desenvolvê-los?

Que aspectos do tema não abordados pela comunidade científico-

acadêmica poderiam ser desenvolvidos?

Page 18: Guia Prático Para a Elaboração De Trabalhos Acadêmicos

17

Qual é o tema em que tenho pouco conhecimento mas gostaria de

pesquisar ?

Gostaria de ser referência na comunidade científico-acadêmica em relação

ao tema?

Que tema me chamou mais atenção durante o curso?

Podem ocorrer várias respostas. Opte por aquela que tem maior número de

requisitos, critérios que reúna o maior número de pressupostos e diretrizes acima.

1.2.2 Definição e delimitação do tema - problema -

1.2.2.1 Conceituação

A definição do tema pode ser feita em vários enfoques. Para isso, o

acadêmico ou o pesquisador deve usar dicionários (vernáculo, latino e, se possível, grego)

por representarem um grande auxílio na busca do significado do tema (denotativo e

semântico) para chegar a uma conceituação completa e definitiva que norteará o

enunciado do título (subtítulo, se necessário) da pesquisa. Todos os termos do título do

tema devem ter sua adequada conceituação e descrição a fim de dar uma noção exata do

assunto da pesquisa.

Definir o tema significa: analisar sua natureza e seu teor; fazer sua

descrição circunscrita dentro de certos limites; levantar seus componentes estruturais e

seus atributos; explicar seu sentido léxico-etimológico; expor com precisão as idéias nele

contidas e extraídas mediante madura reflexão.

O tema assume um título que, quando necessário, pode constar um

subtítulo para melhor delimitar o teor do mesmo.

Algumas indicações práticas: leituras, reflexões, análises sobre o tema-

problema para, em seguida, fazer sua descrição expansiva, busca de todos seus

elementos constitutivos. Retomar o material escrito, fazer nova análise e reflexão para

separar aquilo que é mais consistente e que pode constituir a definição a fim de consolidá-

la.

1.2.2.2 Delimitação

A delimitação do tema – natureza e teor – abrange vários aspectos:

Page 19: Guia Prático Para a Elaboração De Trabalhos Acadêmicos

18

Temporalidade, situação nos limites do tempo, na época, com o objetivo de

respeitar suas características e previsão do tempo necessário para a execução do projeto.

Localização, quando for o caso, no espaço onde ocorreu o fato.

Público-alvo especializado ou leigo para direcionar a linguagem a ser usada

na redação da pesquisa.

Linha filosófico-metodológica a adotar na execução do projeto e na

elaboração dos dados, na organização e redação dos resultados.

Viabilidade com base na proposta e nos recursos possíveis para a

execução cabal da pesquisa.

Extensão – abrangência – e profundidade no trato do assunto a ser

pesquisado e da área a qual ele está vinculado cujos componentes podem traduzir sua

complexidade.

Contextualização do tema em função da realidade sócio-cultural e científico-

tecnológica.

Localização do tema dentro de uma área do conhecimento científico.

Extensão e profundidade que o tema deve atingir.

1.2.2.3 Problema

A partir da definição, o tema passa a ser formulado como um problema

mediante o emprego de vários questionamentos na tentativa de estabelecer relações entre

o problema e as variáveis que o produziram, e de verificar a possibilidade de seu

equacionamento mediante a experimentação e aplicação dos procedimentos

metodológicos.

A formulação clara do problema consolida a definição, a abrangência do

tema da pesquisa, sua situação contextual e seu enquadramento dentro de uma área

científica. Ao mesmo tempo, contribui para a elaboração da justificativa da pesquisa e da

busca do referencial teórico.

Para elaborar o enunciado do problema são sugeridas algumas indicações

práticas:

• Fazer variados questionamentos em relação ao tema e suas antíteses,

sua origem, suas conseqüências e suas possíveis soluções.

• Fazer tentativas de reunir elementos a fim de equacioná-lo.

• Diagnosticar deficiências, dificuldades para a definição e consolidação

das idéias básicas do problema.

Page 20: Guia Prático Para a Elaboração De Trabalhos Acadêmicos

19

• Apontar para possíveis hipóteses de tipificação do problema, de

procedimentos a adotar na sua solução.

• Delinear o tipo de procedimentos para a execução cabal da pesquisa a

fim de ampliar, consolidar conhecimentos existentes e criar novos

sobre o assunto.

• Fazer reflexões para tipificar o problema, circunscrevê-lo dentro de seus

limites, identificar fatores que possam contribuir para seu

equacionamento.

Há uma série de questões que podem ser feitas que contribuem para a

caracterização do problema e seu equacionamento:

Como posso superar as dificuldades na definição completa do problema?

Caso o problema não for pesquisado, que conseqüências poderão ocorrer

para mim ou para a comunidade acadêmica?

Se o problema for pesquisado metodologicamente, que benefícios poderão

advir para a sociedade e a comunidade científica?

Em que área do conhecimento posso enquadrar o problema a pesquisar?

Quais princípios da revisão da literatura posso adotar no equacionamento

do problema enunciado?

Que princípios lógicos, filosóficos e éticos vou considerar para propor

soluções do problema?

Tenho condições intelectuais, materiais e científicas na propositura de

medidas que equacionem o problema?

1.2.3 Justificativa

1.2.3.1 Conceituação

Justificar é dar uma resposta às indagações sobre as razões que levaram o

acadêmico ou o pesquisar ao se decidir para realizar uma pesquisa sobre um determinado

tema. É a argumentação para demonstrar as razões da sua decisão. A motivação é

representada por duas dimensões.

1.2.3.2 Razão pessoal

Page 21: Guia Prático Para a Elaboração De Trabalhos Acadêmicos

20

As justificativas de ordem pessoal – subjetivas ou conotativas - são

representadas, dentre outras, pelas seguintes razões:

• Ampliar ou fundamentar os conhecimentos pessoais para estabelecer

sua segurança.

• Satisfazer vontade de demonstrar a capacidade de aceitar e superar o

desafio representado pela efetivação de uma pesquisa.

• Buscar auto-afirmação perante si mesmo e perante a comunidade

acadêmica e científica.

• Obter reconhecimento da banca examinadora e das comunidades

científica e acadêmica.

• Comprovar competência em lidar com as complexas atividades exigidas

no desenvolvimento de um trabalho científico, sobretudo com

aquelas relacionadas com os procedimentos metodológicos.

• Demonstrar importância e necessidade da pesquisa em relação ao

desenvolver.

• Adquirir e consolidar a experiência acadêmica e científica com o

desenvolvimento de uma pesquisa.

• Aumentar e consolidar prestígios pessoal, acadêmico ou científico.

• Sentir identificação e, até certa atração, pelo assunto objeto da

pesquisa.

Para auxiliar o pesquisador iniciante ou o acadêmico inexperiente a

expressar suas razões pessoais em relação ao objeto de sua pesquisa são apresentados

vários exemplos:

O assunto da pesquisa despertou minha motivação e provocou um grande

interesse para desenvolvê-lo tendo em vista que ele se identifica com minhas posições

intelectuais. Ao mesmo tempo, a importância, a atualidade e a aplicabilidade do assunto

na minha atividade profissional e intelectual despertou minha atenção e vontade para

desenvolvê-lo.

O tema surgiu de forma instigante, despertou minha atenção e aceitei o fato

como um desafio, pois a execução do projeto de pesquisa resultará um aperfeiçoamento

pessoal e profissional.

O problema da pesquisa despertou minha preocupação, uma vez que

posso, com minha pesquisa, contribuir na solução, parcial ou total, do problema. Por isso

fiquei convencido da importância de executar o projeto de pesquisa e alcançar os objetivos

propostos, dada a relevância do assunto.

Page 22: Guia Prático Para a Elaboração De Trabalhos Acadêmicos

21

Eu preciso superar meus temores e inibições. Se os outros acadêmicos ou

pesquisadores puderam, eu também posso; portanto, vou me dedicar com afinco no

desenvolvimento desta pesquisa, necessária para demonstrar minha capacidade de

resolver problemas.

O cientista não nasce, ele se faz pelo enfrentamento das dificuldades do

cotidiano pelas pequenas conquistas diuturnas conseguidas na base da raça e do esforço

persistente na aplicabilidade da metodologia científica.

1.2.3.3 Razão científica

As justificativas científicas - teórico-práticas ou denotativas – são

caracterizadas, dentre outras, pelas seguintes razões:

• Produzir novos conhecimentos mediante o emprego dos procedimentos

científicos na execução do projeto de pesquisa.

• Contribuir com o avanço do saber mediante a produção de novos

conhecimentos, da realização de descobertas e elaboração de

novos procedimentos a serem adotados na pesquisa científica.

• Elaborar uma teoria científica devidamente comprovada.

• Corrigir falhas ou preencher lacunas nos conhecimentos existentes.

• Comprovar ou complementar uma teoria.

• Testar novos procedimentos para dar mais segurança na execução de

projetos de pesquisa ou para propor mudanças nos métodos

existentes.

As razões de ordem científica podem ser expostas de várias formas, como:

A execução de uma pesquisa é uma maneira de contribuir para o

desenvolvimento do saber e para a solução de problemas existentes ou potenciais

mediante a execução metodológica do projeto de pesquisa.

A ciência precisa evoluir e necessita de pesquisadores, de toda ordem, para

produzir novos conhecimentos, fazer novas descobertas, apresentar soluções para os

problemas existentes.

1.2.4 Objetivos

1.2.4.1 Conceituação

Page 23: Guia Prático Para a Elaboração De Trabalhos Acadêmicos

22

Os objetivos estabelecem os alvos a serem atingidos com a execução

metodológica do projeto de pesquisa. Ao mesmo tempo, eles acenam, implicitamente,

para a razão de ser da pesquisa e dos procedimentos que devem ser adotados a fim de

alcançar os alvos propostos.

O enunciado dos objetivos parte da definição e delimitação clara e objetiva

do tema e do problema, bem como da sua justificativa. Eles funcionam como ponto de

partida e de chegada de uma pesquisa.

O acadêmico, o principiante na pesquisa deve limitar-se, mais ou menos, a

três ou quatro objetivos específicos, tendo em vista a dificuldade da coleta de dados

correspondentes a todos eles.

Os objetivos podem ser de duas categorias:

• Geral, tem uma abrangência ampla do alvo a ser atingido no final da

pesquisa.

• Específicos são elaborados a partir da particularização ou do

desdobramento do objetivo geral e tem como funções o

direcionamento da pesquisa e a delimitação da sua abrangência. É

fundamental que eles sejam bem pertinentes com o objeto da

pesquisa e viáveis de serem atingidos.

Para tornar mais prática a elaboração dos objetivos segue um exemplo: as

classes do Ensino Médio da escola X apresentam baixo rendimento escolar.

Objetivo geral:

Diagnosticar o problema na tentativa de caracterizar possíveis causas do

baixo rendimento e viáveis medidas de solução.

Objetivos específicos:

Avaliar o plano de ensino em relação ao programa a ser desenvolvido, às

estratégias de execução e ao processo de avaliação.

Analisar o comportamento disciplinar dos alunos na sala de aula.

Pesquisar o interesse dos alunos pelo estudo em função de seu futuro

profissional.

Fazer um levantamento das condições, dos recursos e do método de

estudo do aluno em sua casa.

Analisar relação professor X aluno e dos procedimentos didáticos.

Observar o uso de recursos pedagógicos adotados pelo professor na

administração de suas aulas.

Propor sugestões na solução do problema.

Page 24: Guia Prático Para a Elaboração De Trabalhos Acadêmicos

23

1.2.4.2 Rol de objetivo e sua caracterização

Conforme Mezzaroba e Monteiro(2004, p. 156), é preciso alertar o

acadêmico ou o pesquisador iniciante para não confundir o objetivo com o problema, este

motiva a pesquisa, enquanto com aquele se pretende “sempre esclarecer, verificar,

examinar alguma coisa, objeto, lei,dentro de determinados parâmetros”.

Santos (Ap. SILVA; SILVEIRA, 2007, p.172) sugere um conjunto de verbos

que podem auxiliar na elaboração e no enunciado dos objetivos específicos, conforme rol

abaixo e seus desdobramentos e de acordo com a natureza do objeto da pesquisa.

”Conhecer: apontar, citar, empregar, conhecer, definir, relatar.

Compreender: concluir, deduzir, iluminar, diferenciar, discutir, interpretar.

Aplicar: desenvolver, empregar, organizar, praticar, traçar.

Analisar: comparar, criticar, debater, diferencial, examinar.

Realizar síntese: compor, construir, especificar, formular, reunir.

Avaliar, contrastar, medir”.

Para exemplificar e evidenciar a complexidade e a diversidade da

elaboração dos objetivos foi montado, em forma de quadros, um variado rol analítico de

“objetivos de aprendizagem que indicam desempenho”, conforme Concepção do Projeto

Científico (2006, p. 9-10):

1 CONHECIMENTO: relaciona-se com a aquisição do saber sob as mais variadas ações

� Citar

� Definir

� Descrever

� Detalhar

� Distinguir

� Enunciar

� Enumerar

� Explicar o significado

� Identificar

� Nomear

� Reconhecer � Selecionar termos ou

fatos relevantes sobre um assunto

2 COMPREENSÃO: relaciona-se com a apreensão dos conceitos e sua aplicação

� Calcular

� Conceituar

� Explicar

� Demonstrar � Descrever � Distinguir

� Exemplificar

� Interpretar

� Traduzir

3 APLICAÇÃO: relaciona-se com a aplicação de procedimentos na solução de problemas

� Agrupar

� Calcular

� Empregar

� Manipular

� Produzir

� Provar

Page 25: Guia Prático Para a Elaboração De Trabalhos Acadêmicos

24

� Compor � Operar � Resolver

4 ANÁLISE: relaciona-se com a capacidade de verificar as idéias e suas relações

� Analisar

� Distinguir

características de novos conceitos

� Diferenciar

� Especificar

� Explicar cada fase e seu inter-relacionamento

� Inferir

� inter-relacionar

� Selecionar hipóteses

� Refletir

5 SÍNTESE: relaciona-se com a capacidade de agrupar conhecimentos

� Construir

� Conceber

� Extrapolar

� Narrar

� Planejar

� Produzir

� Provar

� Reconstruir

� Sintetizar

6 AVALIAÇÃO: relaciona-se com a capacidade de julgar com aplicação de critérios de valor

� Avaliar

� Constatar

� Criticar e duvidar

� Fundamentar

� Interpretar

� Julgar

� Questionar

� Rejeitar

� Verificar

1.2.5 Hipóteses

1.2.5.1 Conceituação

Hipóteses1 são afirmações prévias, provisórias ou apriorísticas que

integram um projeto de pesquisa, resultantes de madura reflexão sobre o tema-problema

da pesquisa que devem ser submetidas à comprovação mediante a experimentação. Elas

contribuem para desencadear os procedimentos metodológicos, a elaboração dos

resultados e a discussão dos mesmos.

Segundo Appolinário (2004, p.108) hipótese é uma “proposição provisória

acerca de um fenômeno, fato ou relação entre variáveis”.

1 Hipótese (gr. ypótesis = ψποτεσισ) = base, alicerce || fig. fundamento, princípio de alguma coisa || base de

um raciocínio, hipótese, pensamento fundamental, tema || assunto de uma obra de arte, pretexto (PEREIRA, 1984, p.597).

Page 26: Guia Prático Para a Elaboração De Trabalhos Acadêmicos

25

É preciso ter uma noção clara da conceituação da hipótese. Em decorrência

disso Marconi e Lakatos (2004, p. 136-137), com base em vários autores, tentaram dar

uma visão conceitual mais ampla; por isso, é necessário que essa fase da pesquisa seja

segura e consolidada. Segue, abaixo, uma síntese do elenco das definições, ao longo de

um período histórico:

• Proposição como uma forma de dar resposta a um problema enunciado

(PARDINAS, 1969, p. 132).

• Resposta hipotética a um definido problema (BOURDON;

LAZARSFELD, 1979, I p. 48).

• Suposição provisória de um problema que precisa submeter-se a um

processo de verificação (RUDIO, 1978, p. 78).

• Proposição antecipadora de comprovação de uma realidade objeto da

pesquisa (TRUJILLO, 1974, p. 132).

• Tentativa de explicação de uma suposição ou conjectura fundamentada

que precisa submeter-se a uma comprovação científica (S. e B.

WEBB. In MANN, 1970, p. 45).

• Exteriorização de conjecturas que acenam para a efetivação da

pesquisa (SCHRADER 1974, p. 47).

• Relação conjectural de variáveis transformando-se em “sentença

declarativas” no relacionamento entre variáveis que devem ser

testadas (KERLINGER, 1980, p. 38).

• Proposição aceita provisoriamente mediante o emprego da Lógica e

dos métodos para chegar à comprovação (SELLTIZ et al., 1965 p.

48).

1.2.5.2 Fases de elaboração

A elaboração e o enunciado das hipóteses percorrem uma trajetória

fundamentada numa metodologia própria, consolidada na lógica e projetada na efetiva

experimentação em busca de sua efetivação.

Na prática, o levantamento, a elaboração e o enunciado das hipóteses

seguem uma série de fases:

1 Ler e analisar, reflexivamente, a definição e delimitação do tema – problema -, a justificativa e

os objetivos. (Após o enunciado das hipóteses, esses quatro elementos formarão a proposta da

Page 27: Guia Prático Para a Elaboração De Trabalhos Acadêmicos

26

pesquisa e comporão parte da introdução).

2 Fazer reflexões e raciocínios sobre o tema e o problema a partir de um variado

questionamento a fim de buscar suas respostas mais convincentes.

3 Analisar as respostas do questionamento na tentativa de consolidá-las em conjecturas

mediante a argumentação e selecionar as mais prováveis de enunciado.

4 Analisar as conjecturas na tentativa de torná-las em opiniões mediante a argumentação lógica

e verificar a viabilidade de sua experimentação e transformá-las em afirmações fundamentadas.

5 Consolidar as afirmações em hipóteses com o auxílio do embasamento teórico, elaborar seu

enunciado e montar um esquema de experimentação a fim de comprová-las ou não.

6 Comprovar hipóteses significa fazer experimentos e ou testes para produzir conhecimentos ou

verdades cujo conjunto, organizado e hierarquizado, forma uma teoria científica. É o momento

de levantar e analisar os possíveis procedimentos de experimentos ou testes para se verificar

sua comprovação ou não.

A revisão dos três itens iniciais do projeto de pesquisa (definição do tema-

problema, justificativa e objetivos) contribui para o enunciado das hipóteses que é

expresso em afirmações como se fossem um prenúncio das conclusões.

A hipótese, em geral, contém uma presunção de solução do problema,

embora provisória, mas com certa probabilidade a partir da experimentação.

A partir do exemplo dos objetivos específicos (p. 21) podem ser formuladas,

entre outras, as seguintes hipóteses:

Deve haver uma inadequação de vários Planos de Ensino com o nível de

diversas classes.

A Didática praticada por um boa parte dos professores está aquém do

necessário.

Há falta de recursos didático-pedagógicos ou, se existem, não são usados

adequadamente.

O desinteresse dos alunos tem origem na desvinculação do teor de ensino

com o mundo do trabalho.

Page 28: Guia Prático Para a Elaboração De Trabalhos Acadêmicos

27

O aluno está desinteressado porque o ensino que lhe é ministrado pouco ou

nada tem a ver com o seu futuro.

O baixo resultado da aprendizagem é também decorrente da própria escola

que não oferece atrativos, estímulos ou incentivos para o ensino de qualidade nela

ministrado.

Enunciados os objetivos e as hipóteses, agora é chegado o momento de se

pensar na coleta dos dados relativos aos dois itens. Para isso é preciso estudar a

montagem dos instrumentos da referida coleta a fim de se comprovar ou não as hipóteses,

pois esses itens são os dois pilares básicos de uma pesquisa. Por isso, o enunciado deve

ser claro, objetivo e seu número, na justa medida faculte sua comprovação mediante a

experimentação.

Hipóteses bem formuladas podem auxiliar a opção metodológica e indicar

possibilidades de respostas a serem buscadas ou caminhos a serem seguidos. As

hipóteses são consistentes quando, executada a pesquisa, chega-se a sua comprovação,

facultando o enunciado das conclusões.

Dependendo da complexidade do assunto da pesquisa recomenda-se que

se elabore mais de uma hipótese, porém com a condição de que cada uma possa ser

cabalmente testada. Para isso, após madura reflexão sobre o tema e detida análise do

mesmo, organizar um bom elenco de hipóteses para, em seguida se verificar as mais

pertinentes ao objeto da pesquisa, as mais importantes e as mais viáveis de serem

testadas em busca de sua comprovação.

Conforme Fachin (2006, p. 62), para a elaboração de uma hipótese são

necessários três requisitos, a saber:

enquadramento baseado num referencial teórico; conhecimento da metodologia científica por parte do pesquisador e existência de condições no pesquisador para ‘fazer observações analíticas das hipóteses em função das suas variáveis’.

As hipóteses constituem um dos elementos fundamental no projeto de

pesquisa; por isso, nunca é demais insistir sobre sua elaboração que deve ser consistente

e pertinente ao objeto da pesquisa. Para tanto, a autora acima citada (p. 65-66) aponta

para um conjunto de requisitos básicos que devem ser observados na formulação e

enunciado de cada hipótese:

a) deve ser conceitualmente exata, explicada por definições manuais e

operacionais;

b) a redação de seu enunciado deve ser em forma de sentença declarativa;

c) deve ser específica e com referências empíricas;

Page 29: Guia Prático Para a Elaboração De Trabalhos Acadêmicos

28

d) deve estar necessariamente vinculada a métodos e técnicas que se

ajustem à pesquisa;

e) sua relação deve ser com teoria de base, ou seja, explicitada pela

formulação do problema;

f) estabelecer relação com duas ou mais variáveis;

g) deve ser concisa, na sua formulação, e ter a menor quantidade possível

de palavras;

h) nunca deve contradizer o seu enunciado e

i) deve servir como esclarecimento do fato (objeto) estudado.

A comprovação das hipóteses numa pesquisa científica exige

procedimentos: métodos a adotar, possivelmente o emprego de dois grupos, um

experimental (GE) e um outro, de controle (GC); elementos que devem ser adotados no

controle e na análise na execução dos procedimentos a empregar na comprovação;

consistência a coerência dos resultados devem ser provadas e possíveis conclusões que

podem ser extraídas.

A trajetória do raciocínio científico segundo Fachin (2006, p. 64-65) tem

inicio com a opinião, prossegue com a conjectura e se consolida na hipótese, que se

traduz no seguinte ciclo (trajetória ascendente na esquerda; descendente na direita):

H I P Ó T E S E

SISTEMA DE HIPÓTESES

CONCLUÍDO

CONCEITOS OPERACIONAIS

CONSTRUÇÃO DAS VARIÁVEIS TESTES MENSURÁVEIS

CONSTRUÇÃO DAS HIPÓTESES HIPÓTESES CORRESPONDEM À

EXPECTATIVA

LEVANTAMENTO DO PROBLEMA COMPROVAÇÃO DAS HIPÓTESES

OBSERVAÇÃO DOS FATOS ACEITAÇÃO DAS HIPÓTESES

DOMÍNIO SOBRE O ASSUNTO REJEIÇÃO DAS HIPÓTESES

Page 30: Guia Prático Para a Elaboração De Trabalhos Acadêmicos

29

NOVO CICLO

1.2.6 Metodologia

1.2.6.1 Conceituação

A metodologia da pesquisa científica indica ou representa o conjunto de

procedimentos adotados na:

• Elaboração ou estruturação sólida do projeto de pesquisa.

• Execução segura do mesmo.

• Tabulação correta dos dados levantados, análise e organização dos

resultados.

• Interpretação objetiva dos resultados e sua sistematização.

• Discussão lógica dos resultados (análise, argumentação, prova).

• Redação em linguagem científica.

1.2.6.2 Procedimentos

Para se iniciar a seleção e a adequação da metodologia da pesquisa

científica é necessário ler, analisar, de forma minuciosa, os quatro elementos básicos da

proposta da pesquisa (definição e delimitação do tema - problema -, justificativa, objetivos

e hipóteses) para adequar os procedimentos da seleção das técnicas a adotar, conforme

as peculiaridades dos elementos que compõem o objeto da pesquisa.

O estudo, a análise e a aplicação da metodologia da pesquisa científica

devem partir dos procedimentos indicados por Bunge (Ap. APPOLINÁRIO, 2006, p. 132-

133), os quais funcionam como pré-requisitos na identificação e consolidação do problema

e, por vias de conseqüência, a ordenação e seleção dos métodos para o seu

equacionamento. Para isso, segue um conjunto de etapas. Para a solução do problema

não há necessidade de fazer o percurso de todas as etapas. A trajetória da solução de um

problema perpassa pelas seguintes etapas:

a) Identificação de um problema: verificação da existência de um fato ou

fenômeno que, à primeira vista, não pode ser explicado.

Page 31: Guia Prático Para a Elaboração De Trabalhos Acadêmicos

30

b) Especificação do problema: caracterização ou definição clara e precisa

do problema que exige explicação.

c) Tentativa de enquadramento do problema: levanta conhecimentos pré-

existentes sobe o assunto, dados empíricos, referencial teórico, instrumentos de

mensuração ou procedimentos [...] que possam contribuir na solução do problema.

d) Tentativa de solução do problema: através dos elementos obtidos na

alínea anterior; caso contrário, prossiga-se para a etapa seguinte.

e) Geração de novas idéias: elaboração de uma teoria e de hipótese,

podendo produzir novos dados empíricos na busca da solução do problema.

f) Obtenção de uma solução: mediante a aplicação criteriosa e coordenada

das ações anteriores.

g) Análise das conseqüências da solução: decorrente da solução

encontrada, da possibilidade de fazer prognósticos e previsões de fatos futuros; da

análise dos efeitos que a solução do problema pode trazer para as teorias

existentes.

h) Prova da solução: comprovação da eficiência da solução; caso contrário,

prossiga-se para o item seguinte.

i) Correção da solução: mediante a elaboração de novas hipóteses ou

teorias para dar início a um novo ciclo de pesquisa.

A metodologia (materiais e métodos) é elaborada conforme a natureza do

objeto da pesquisa, bem como a seleção dos instrumentos da coleta de dados. Devem ser

previstos procedimentos na montagem do projeto de pesquisa e dos instrumentos da

coleta de dados; na execução do projeto de pesquisa através do uso dos instrumentos da

coleta de dados; na tabulação dos dados e na organização dos resultados; na discussão

dos mesmos e na elaboração da redação do trabalho acadêmico.

1.2.7 Fundamentação teórica

1.2.7.1 Conceituação

A fundamentação teórica é também denominada de: revisão da literatura,

embasamento teórico ou revisão bibliográfica. A escolha da denominação do título

depende da preferência de cada autor dos manuais ou das obras de Metodologia da

Pesquisa Científica. Em resumo todas as denominações têm uma conceituação

coincidente que pode ser assim expressa:

Page 32: Guia Prático Para a Elaboração De Trabalhos Acadêmicos

31

É a busca, na literatura existente, dos elementos que contribuam para o

desenvolvimento da pesquisa, traçando as diretrizes, acenando para os procedimentos

metodológicos, sustentado as hipóteses, mostrando o rumo para atingir os objetivos e

consolidando os conhecimentos a serem produzidos, os quais, concretizados, constituirão uma

nova teoria científica.

1.2.7.2 Indicações práticas

Algumas indicações práticas:

• Partir do título e da definição do tema – problema – levantar os autores

referenciais que tratam do assunto cuja aceitação é pacífica nos

meios acadêmicos e científicos.

• Levar em conta os objetivos e as hipóteses de onde sairão os títulos dos

capítulos ou das seções, fazendo uma lista dos mesmos.

• Fundamentar cada capítulo ou tópico em um ou mais autores com o

respectivo registro na ficha correspondente a cada item.

• Comparar a proposta da pesquisa com os trabalhos mais evidenciados

em relação ao tema objeto da pesquisa.

• Buscar na revisão da literatura os elementos necessários ao

desenvolvimento sólido da pesquisa como: teoria, fundamentação,

métodos, argumentos, provas e similares.

• Fichar as obras referenciais, indicando suas vinculações com os itens

da pesquisa, a partir da ficha catalográfica, sobretudo das palavras-

chave.

Exemplo: A educação nas constituições brasileiras (1823-1988).

A educação nas constituições brasileiras 1823-1988 / Osmar Fávero (org.). – Campinas, SP: Autores Associados, 1996. – (Coleção memória e educação). Vários autores ISBN 85-85701-34-X 1. Assembléia Constituinte – Brasil. 2. Constituições – Brasil - História. 3 Educação –

Brasil - História I. Fávero, Osmar. II. Série. 96-2565 CDD-379.81

Page 33: Guia Prático Para a Elaboração De Trabalhos Acadêmicos

32

• Fazer um levantamento (rol) criterioso e crítico das referências

bibliográficas existentes e atualizadas nas bibliotecas providas, na

Internet, nos periódicos científicos, nos bancos de teses das

universidades, consignando cada levantamento sistematizado em

fichas próprias.

Exemplo: Lopes (2002, p. 8-9) mostra como deve ser caracterizada, de

forma crítica, cada fonte consultada:

Segundo ENGENHEER (1999), o Brasil possui 5.507 municípios onde se encontram, aproximadamente, 157 milhões de habitantes distribuídos pelos seus 8.547.303 k de área. Entretanto, das 100 experiências de coleta seletiva realizadas no Brasil, apenas 20 alcançaram resultados promissores, de acordo com GRIMBERG & BLAUTH (1998). A primeira cidade brasileira a implantar a coleta seletiva foi à cidade de Niterói-RJ em 1985. A partir de 1988, outras prefeituras abraçaram a idéia, como Curitiba-PR, Florianópolis-SC, São Paulo-SP, Belo Horizonte-MG, Porto Alegre-RS, entre outras. A maioria desses programas voltou-se para o material reciclável, visando lucros, e quase nenhuma para o aproveitamento da parte orgânica, apesar de representar 50% do lixo. Diante disso, as experiências em compostagem são raras. Essas considerações possibilitam uma melhor compreensão das dificuldades, da complexidade e da importância das atuais experiências para os programas futuros da coleta seletiva.

• Estabelecer o ponto inicial e a seqüência dos itens (capítulos, seções),

mediante a elaboração de um formato estrutural provisório do

trabalho a ser efetivado pela pesquisa.

• Iniciar a leitura seguindo o roteiro dos itens do formato estrutural nas

fontes levantadas, começando com a leitura do sumário, do resumo

e da introdução da obra para verificar a linha filosófico-metodológica

do autor e o teor da mesma. Para tanto, a leitura deve ser feita de

forma crítico-analítica.

• Analisar de forma crítica as fontes e, conforme seu teor, organizá-las

segundo sua natureza se são primárias (originais), secundárias

(conteúdo modificado) ou terciárias (conteúdo analítico das fontes

primárias ou secundárias).

• Organizar as fichas dos assentamentos conforme os itens do formato

estrutural provisório da pesquisa a natureza deles: resumo, análise,

comentário, citações, cada uma contendo a identificação da fonte.

Exemplo:

1 Ficha resumo

Page 34: Guia Prático Para a Elaboração De Trabalhos Acadêmicos

33

1.1 Identificação Autor:............. - Título:..............– Edição: ..... – Local: ..... – Editora: ......... – Ano:......

1.2 Resumo: síntese do assunto resumido 1.3 Crítica: apreciação do assunto expressa num parecer do pesquisador. 1.4 Referência: para cada resumo.

2 Ficha de citações

2.1 Identificação

FÁVERO, Osmar (org.). A educação nas constituições brasileiras 1823-1988. Campinas, SP: Autores Associados, 1996. – (Coleção memória e educação).

2.2 Citação: Tratou-se de adequar o projeto educacional, em todos os níveis e em todas as modalidades do ensino e da formação profissional, ao novo projeto nacional. Para tanto, princípios, diretrizes, experiências, mecanismos e instrumentos foram abandonados, extintos ou substituídos (p. 253).

COSTA, Nelson N. Monografia jurídica brasileira. Rio de Janeiro: Forense, 2005.

A pesquisa inicial bibliográfica será com a consulta dos sumários dos livros, para efetuar uma pré-seleção de textos relacionados com a hipótese do trabalho. Os periódicos e as revistas especializadas também precisam ser consultadas, escolhendo-se os artigos pertinentes ao assunto pesquisado. [...]. Não obstante, torna-se importante a organização de um fichário de apontamentos, com cada ficha contendo os dados bibliográficos completos do texto [...] bem como o resumo do seu conteúdo [...] (p.133).

A revisão da literatura feita de forma minuciosa, criteriosa e crítica poderá

contribuir para: a complementação da definição e delimitação do tema; o aprimoramento

dos objetivos e das hipóteses; a revisão dos procedimentos metodológicos e a

estruturação mais completa da introdução do trabalho científico.

1.2.8 Introdução

1.2.8.1 Conceituação

A introdução não é somente destinada para dar início ao projeto de

pesquisa mas, sobretudo, para servir de abertura de todo trabalho acadêmico e, de modo

especial, de um trabalho acadêmico formal (Monografia, Dissertação,Tese) cuja introdução

tem a função de apresentar o trabalho ao leitor.

Page 35: Guia Prático Para a Elaboração De Trabalhos Acadêmicos

34

1.2.8.2 Estrutura

1.2.8.2.1 Conceituação preliminar

A introdução possui um uma estrutura sólida com uma elaboração própria e

diferenciada que aborde, em suma: a caracterização do tema e do problema através de

definição e delimitação do tema e do problema com abrangência a justificativa, os

objetivos e as hipóteses; a abordagem dos procedimentos metodológicos adotados na

execução do projeto, de forma criteriosa e minuciosa; a fundamentação do trabalho numa

revisão crítica da literatura relacionada ao assunto da pesquisa e a visão-síntese do

trabalho a desenvolver.

Seria muito difícil iniciar um projeto redigindo a introdução, por isso

aconselha-se que seja feita ao final do mesmo, de posse de todos os seus elementos

estruturais, pois ela representa uma síntese dos mesmos.

Costa (2005, p. 146) sugere que a introdução seja resultante , sobretudo, de

três conjuntos:

• Idéias por definição destinadas a conceituar e a caracterizar o tema e o

problema.

• Idéias por contraste (antítese) destinadas a estabelecer os opostos dos

conceitos elaborados na definição.

• Idéias por comparação destinadas a estabelecer relações do tema com

seus elementos ou com um tema afim.

1.2.8.2.2 Caracterização do assunto - tema - problema

A definição do tema – problema - significa fazer sua explanação, clara e

objetiva, para deixar bem identificados os elementos componentes do objeto da pesquisa.

Conforme Mezzaroba e Monteiro (2004,p. 143), “o tema se identifica com o próprio objeto

da pesquisa; é, de forma geral, o assunto de que se vai pesquisar”. A caracterização do

tema-problema - do projeto da pesquisa, que envolve os quatro elementos iniciais,

constitui redação inicial da introdução do trabalho acadêmico formal.

Após madura reflexão sobre o tema da pesquisa e visualizando a estrutura

dos seus elementos componentes, o pesquisador ou o acadêmico pode mencionar a

complexidade do tema, tendo em vista a diversidade dos elementos estruturais e das

dificuldades que encontrará para a coleta de dados e na elaboração dos resultados.

Page 36: Guia Prático Para a Elaboração De Trabalhos Acadêmicos

35

É bom acenar para a área em que a pesquisa se situa ou se vincula, e a

importância da aplicação dos novos conhecimentos em decorrência dos resultados que a

pesquisa trará para a sociedade.

É importante mencionar a que público o trabalho se destina.

A justificativa vai enfocar duas vertentes, uma de ordem pessoal

(subjetiva), e outra, científica (denotativa).

O acadêmico ou o pesquisador deve explicitar os motivos ou as razões de

ordem pessoal que o levaram a escolher o tema da pesquisa, a perspectiva que o tema

contribuirá para o seu aprimoramento intelectual e profissional. O lado emotivo deve ser a

força motriz que impulsionará o acadêmico ou o pesquisador a acreditar no seu potencial

para levar a bom termo a pesquisa para a qual, desde que surgiu o assunto, sentiu uma

atração ou uma vontade para desenvolvê-lo, que se transformou em convicção. Nessa

perspectiva, Mezzaroba e Ribeiro (2004, p. 144) afirmam: “Faça a escolha da pesquisa

passar pelo filtro de suas emoções antes de tratá-la de modo racional”. Ao mesmo tempo,

pode ter sentido uma preocupação com o tema que despertou a responsabilidade de

pesquisá-lo e a convicção de contribuir com a produção de novos conhecimentos.

Percebeu, outrossim, que a pesquisa do tema é algo importante e necessário cuja

omissão traria um prejuízo para si e para a sociedade. As motivações para o

desenvolvimento do tema da pesquisa podem nascer: da experiência do exercício da

profissão, de um fato do dia-a-dia que causou uma forte impressão, dos conflitos

existenciais, das contradições sociais e políticas.

As razões científicas devem ser efetivadas mediante a apresentação dos

motivos de ordem racional, objetiva e denotativa que levam o acadêmico ou o pesquisar a

enveredar pelo caminho da pesquisa do assunto escolhido. Em decorrência disso, vê a

tarefa como um desafio a enfrentar na construção de novos conhecimentos, na solução de

um problema ou na busca das provas da afirmação de uma verdade, com base nos

procedimentos metodológicos. Além do mais, deve encarar o objeto da pesquisa como

uma possibilidade de dar uma contribuição ao avanço do saber e se julgar capaz de fazê-

lo com o emprego da fundamentação teórica, da adoção de metodologia apropriada e do

emprego do máximo empenho pessoal e, se necessário, do auxílio de um orientador

experiente.

Page 37: Guia Prático Para a Elaboração De Trabalhos Acadêmicos

36

O momento de embasar a justificativa científica é importante para o

acadêmico ou o pesquisador porque deve verificar o estágio de desenvolvimento dos

conhecimentos sobre o tema escolhido de sua pesquisa, a fim de tentar a possibilidade de

produzir novos conhecimentos, de implementar os existentes, de preencher algumas

lacunas ou de sanar algumas falhas existentes em relação aos mesmos. Tais

circunstâncias devem levá-lo a assumir compromisso de honra de dar sua parcela de

contribuição para o enriquecimento ou ampliação dos conhecimentos relacionados com o

objeto de sua pesquisa.

O tema estando bem amadurecido, o acadêmico ou o pesquisador deve

demonstrar a necessidade, a viabilidade e a importância da realização da pesquisa, a

partir do seu convencimento e dos recursos existentes (pessoais, técnicos, científicos,

financeiros, acesso às fontes referenciais), pois as razões apresentadas, tanto pessoais

(subjetivas ou conotativas), quanto científicas (objetivas, denotativas), contribuem para sua

convicção relacionada com a viabilidade, a importância e a necessidade de levar a bom

termo sua pesquisa, convencerá seu leitor de acreditar nos resultados apresentados no

seu trabalho científico formal.

Os objetivos (geral e específicos) são abordados de forma descritiva,

descritos com clareza e objetividade, pois eles ensejam a elaboração dos instrumentos da

coleta de dados, a organização e a discussão dos resultados e a estruturação do trabalho.

Isso faculta ao leitor entender a abrangência do teor do relatório da pesquisa.

As hipóteses também devem ser descritas de maneira a tornar seu teor

claro e objetivo; pois, além de facultar ao leitor maior entendimento do objeto da pesquisa,

complementa a proposta da pesquisa contida nos três elementos iniciais e os

procedimentos necessários para a coleta de dados.

Os quatro elementos iniciais do projeto da pesquisa (definição e delimitação

do tema-problema, justificativa, objetivos hipóteses) constituem a proposta da pesquisa.

1.2.8.2.3 Materiais e métodos ou pressupostos metodológicos

Os materiais e métodos ou pressupostos metodológicos envolvem a

descrição completa dos meios, recursos, instrumentos, técnicas na montagem do projeto e

métodos na execução da pesquisa, na coleta dos dados, na elaboração e redação dos

resultados. Este tópico viabiliza a execução da proposta da pesquisa.

Page 38: Guia Prático Para a Elaboração De Trabalhos Acadêmicos

37

1.2.8.2.4 Fundamentação teórica ou revisão da literatura (Ver tóp.

1.2.7, p. 29-32)

A fundamentação teórica ou revisão da literatura ou embasamento teórico

destina-se a dar sustentação ao pesquisador na organização e execução de sua pesquisa,

bem como, na elaboração dos conhecimentos produzidos pela mesma. Este tópico dá

suporte à proposta e à execução da pesquisa, propicia elementos na sustentação da tese

a ser demonstrada ao final da pesquisa.

1.2.8.2.5 Visão-síntese do trabalho formal

A visão-síntese do trabalho formal é estruturada com tópicos básicos

estruturais do seu teor, resultado da pesquisa, começando com os títulos dos capítulos ou

das seções que compõem o trabalho, e pode ser assim expressa: o trabalho é composto

de ... capítulos; o primeiro aborda ................................................; o segundo,

...............................................; o terceiro, .............................................. e, finaliza

concluindo....................................................

1.2.8.3 Questionamentos

A elaboração e a redação, de forma coerente e consistente, da introdução

são consolidadas pelas respostas do questionamento abaixo:

É importante pesquisar o assunto objeto do projeto de pesquisa? Por quê?

Quais são as idéias estruturais básicas do tema e do problema?

Esgotei a conceituação ou a caracterização do assunto com base na

revisão da literatura e nos léxicos?

Refleti ou raciocinei o suficiente para consolidar as idéias estruturais ou os

elementos básicos do tema e do problema?

São passíveis de comprovação os elementos estruturais, as idéias básicas

evidenciadas na definição?

São coerentes e consistentes os objetivos e as hipóteses em relação ao

tema e ao problema e na sua viabilização?

É completa a metodologia adotada? É estruturada de modo a abranger

todos os elementos da pesquisa evidenciados na proposta?

Page 39: Guia Prático Para a Elaboração De Trabalhos Acadêmicos

38

É estruturada com autores, os mais evidenciados e representativos sobre o

assunto a fundamentação teórica ou a revisão da literatura? Como foi feita a análise crítica

das fontes? Que meios ou que instrumentos vou adotar para o registro dos vários

apontamentos ou dados (resumo, citações, comentários, parecer)?

Muitos outros questionamentos poderiam ser feitos; porém, o acadêmico, a

partir de seu tema e de seu problema, ambos bem definidos, pode fazer seus

questionamentos possíveis para aclarar melhor seu assunto, estruturar de forma coerente,

consistente a redação da introdução e executar com mais segurança seu projeto de

pesquisa.

1.2.9 Referências

Para relacionar as referências de forma metódica e minuciosa de acordo

com a ABNT, o assunto é abordado no capítulo 10, p. 131-154, deste GUIA PRÁTICO.

1.2.10 Cronograma

1.2.10.1 Requisitos básicos

Em complementação ao capítulo 8 do MANUAL TEÓRICO-PRÁTICO, p.

101-118, seguem alguns subsídios para auxiliar o acadêmico ou o pesquisador iniciante.

Cronograma de uma pesquisa é a descrição detalhada da elaboração de

todas as tarefas necessárias, dentro de um determinado tempo, desde a organização do

projeto da pesquisa à conclusão do relatório e sua entrega à instituição que deve examiná-

lo ou submetê-lo a uma banca examinadora.

A seqüência das principais tarefas de um projeto de pesquisa é constituída

pelos seguintes passos:

1 Escolha do assunto - tema-problema – que envolve um conjunto de

tarefas: leituras acompanhadas de análises, reflexões, registros dos conceitos e

resenhas; consultas a dicionários para levantar os significados dos termos (do ponto

de vista léxico, etimológico, semântico) do assunto selecionado, em busca do

conceito adequado do tema e redação da definição do tema-problema.

Page 40: Guia Prático Para a Elaboração De Trabalhos Acadêmicos

39

2 Leituras, resumos, anotações sobre o tema-problema para fazer um

estudo aprofundado a fim de estabelecer sua delimitação e extrair os elementos

básicos que irão constituir o objeto da pesquisa.

3 Montagem do projeto de pesquisa, constituído pelos seguintes tópicos:

3.1 definição e delimitação do tema-problema.

3.2 justificativa pessoal (subjetiva, conotativa) e científica (objetiva,

denotativa).

3.3 objetivos gerias e especiais.

3.4 hipóteses consistentes.

3.5 materiais e métodos adequados à coleta de dados.

3.6 fundamentação teórica ou revisão da literatura, a mais atualizada e

consistente em relação ao objeto da pesquisa.

3.7 introdução contendo:

3.7.1 caracterização do tema-problema, (definição justificativa,

objetivos e hipóteses).

3.7.2 metodologia e instrumentos para a coleta de dados.

3.7.3 revisão da literatura que deve fundamentar a pesquisa.

3.7.4 Visão-síntese do conteúdo do relatório.

3.8 referências de conformidade com a ABNT.

3.9 cronograma organizado de forma detalhada contendo todas as

tarefas, da concepção do tema ao depósito do relatório.

3.10 apêndices e anexos caso existirem.

3.11 ficha financeira opcional, quando a pesquisa não envolve recursos

de instituições patrocinadoras.

4 Elaboração dos instrumentos da coleta de dados, do pré-teste aos

definitivos (questionário, formulário de entrevista, roteiro de observação); elaboração

das normas de aplicação dos instrumentos, dos critérios de análise, de tabulação

dos dados e de sistematização dos resultados.

5 Pesquisa bibliográfica no referencial teórico selecionado para consolidar

os procedimentos, fundamentar os resultados da pesquisa.

6 Aplicação experimental, ou piloto, dos instrumentos de coleta de dados

a fim de aprimorá-los e de consolidá-los.

7 Aplicação dos instrumentos da coleta de dados seguindo as normas

elaboradas para que não haja nenhum elemento que possa prejudicar a

coleta de dados.

Page 41: Guia Prático Para a Elaboração De Trabalhos Acadêmicos

40

8 Análise do material aplicado a fim de elaborar estratégias na

quantificação e tabulação dos dados e organizar os resultados em categorias, com

base na proposta da pesquisa.

9 Análise dos resultados organizando-os em seções que constituirão um

roteiro do relatório, seguido da discussão, da argumentação e juntada de provas.

10 Elaboração da iconografia.

11 Elaboração da redação provisória, seção, por seção, feita de forma

consistente guiada pela Lógica e das normas redacionais de um trabalho científico.

12 Revisão da redação, levando em conta a estrutura (elementos pré-

textuais, textuais e pós-textuais), para dar ao trabalho o formato definitivo.

13 Redação final.

14 Encadernação dos exemplares do trabalho a serem encaminhados.

15 Encaminhamento ou depósito junto à instituição destinatário do trabalho

ou para defesa pública de um título acadêmico.

Existem duas formas de montagem de um cronograma de pesquisa: 1º

Cronograma descritivo-analítico e 2º Cronograma sintético que serão exemplificados a

seguir.

1.2.10.2 Cronograma descritivo-analítico

O cronograma descritivo-analítico tem todas suas tarefas descritas,

seqüencialmente, dentro de frações iguais de tempo (bimestre, trimestre ou quadrimestre)

até à conclusão final do trabalho e seu depósito na instituição que vai defendê-lo. Segue

um exemplo de execução cuja fração temporal é bimestral.

1º BIMESTRE. Escolha do assunto, tema-problema, é a fase da definição e

da delimitação dos mesmos, para tanto devem ser cumpridos os seguintes passos:

1 Fazer um levantamento prévio de fontes, a fim de fazer leituras, análises

do tema, na tentativa de entendê-lo, enquadrá-lo dentro de um contexto

conceitual; consultar dicionários (português, latim, etimológico, até grego, se

possível) para conceituar, com base etimológica, semântica e léxica, o termo

que identifica o tema da pesquisa, em toda sua abrangência e profundidade.

Page 42: Guia Prático Para a Elaboração De Trabalhos Acadêmicos

41

2 Manter os registros das leituras sobre os significados e os conceitos dos

termos para, em seguida, iniciar a redação provisória da natureza e da extensão do

tema e seus desdobramentos conceituais e estruturais básicos a fim de bem definir e

caracterizar o tema-problema.

3 Proceder à análise do material coletado ou produzido para separar os

conceitos mais significativos na elaboração da definição e da delimitação do tema-

problema.

4 Abordar a importância e o significado da efetivação da pesquisa, dada a

necessidade dos conhecimentos por ela produzidos.

2º BIMESTRE. Leituras seletivas em relação ao tema-problema seguindo

um roteiro de itens pré-estabelecidos a partir da definição e delimitação do tema-problema

e registrando em fichas próprias o material lido relacionado com o tema da pesquisa cujo

registro deve constar em fichas próprias, conforme indicações abaixo:

1ª Ficha catalográfica, o registro dos dados contidos nela serve de

orientação do acadêmico ou do pesquisador, por ela conter palavras-chave da

natureza do teor da obra, as quais funcionam como elemento indicador ao leitor,

auxiliando-o na seleção do material a ser lido por causa da sua relação com o tema

da pesquisa.

2ª Ficha bibliográfica, nela devem ser registrados todos os elementos

informativos que irão constituir o rol das referências ao final da obra.

3ª Ficha de resumo, nela são registradas as resenhas de partes da obra

que irão contribuir na fundamentação ou na elaboração de uma seção do trabalho

acadêmico. Algumas normas devem ser observadas: início da ficha, registro da

referência da obra (autor – SOBRENOME, Nome -. Título. Edição. Cidade em que foi

editada: Editora, ano da publicação). Em cada resumo, aconselha-se que seja

registrada a página de onde foi extraído, pois numa eventualidade, caso seja

necessária uma conferência, fica fácil sua localização.

4ª Ficha de citações, nela são transcritos trechos menores e maiores do

que três linhas. Normas: (Ver item 2.3 acima, normas para registrar a ficha de

resumo). Além delas é preciso, após cada citação, registrar a página de onde foi

extraída, o nome do autor original; quando for citação de citação, isto é, o autor da

obra citou um outro autor, procede-se da seguinte maneira: AUTOR do texto citado,

Apud ou Ap. AUTOR da obra que citou o trecho do autor mencionado, ano, p. ... .

Os demais elementos bibliográficos vão aparecer nas referências.

Page 43: Guia Prático Para a Elaboração De Trabalhos Acadêmicos

42

Orientação ao acadêmico ou ao pesquisador iniciante, sugere-se que ao

longo das suas leituras, ao mesmo tempo em que fizer os registros nas diversas fichas,

adote uma outra, onde registre nela elementos que possam contribuir para esboçar ou

desenvolver o projeto de sua pesquisa.

3º BIMESTRE. Montagem do projeto de pesquisa é a fase fundamental na

qual deve ser executado todo um conjunto de atividades necessárias a sua elaboração.

Caso sejam cumpridas com rigor científico essas atividades, em parte está assegurada

uma eficiente execução. Para isso é necessária a continuidade das leituras no referencial

teórico selecionado. Nessa fase há uma seqüência de passos que devem ser executados

com muito afinco e dedicação, conforme rol abaixo:

1º Rever a definição e delimitação do tema-problema.

2º Elaborar a justificativa sob a ótica pessoal (subjetiva, conotativa) e

científica (objetiva, denotativa), sobretudo, demonstrar a necessidade da efetivação

da pesquisa dada sua importância e contribuição para o avanço do saber.

3º Refletir detidamente sobre as razões e a responsabilidade de executar a

pesquisa e a produção de novos conhecimentos e com isso, ensejar o surgimento

dos objetivos (geral e específicos) e elaborá-los, após madura reflexão, pois os

objetivos indicam o ponto de partida e o ponto de chegada de uma pesquisa,

mediante a aplicação dos procedimentos adequados.

4º Enunciar, a partir dos conhecimentos acumulados (definição e

delimitação do tema-problema, justificativa da pesquisa e objetivos), as hipóteses

cuja elaboração exige um longo processo de reflexão, análise, conjecturas, opiniões,

afirmações, mediante a lógica, provas, argumentos com os quais possam ser

enunciadas as hipóteses consistentes, viáveis e testáveis mediante a

experimentação.

5º Selecionar os procedimentos metodológicos para poder executar com

segurança e eficiência a pesquisa. Para tanto é preciso elaborar os instrumentos de

coleta de dados para executar a pesquisa de campo (questionário, roteiro de

entrevista e de observação). A pesquisa bibliográfica segue procedimentos

semelhantes aos passos praticados no segundo semestre só que mais especificados

em função dos objetivos e das hipóteses.

6º Rever a seleção das fontes que compõem o rol das obras componentes

da revisão da literatura para ampliá-las, se for necessário.

Page 44: Guia Prático Para a Elaboração De Trabalhos Acadêmicos

43

7º Redigir a introdução, que posteriormente, com algumas

complementações, se transformará na introdução do trabalho acadêmico,

estruturado com os seguintes tópicos:

7.1 Caracterização do assunto contendo a definição e delimitação do

tema-problema, justificativa, objetivos e hipóteses de forma

dissertada, a importância do trabalho.

7.2 Procedimentos metodológicos e instrumentos adotados para o

desenvolvimento da pesquisa.

7.3 Fundamentação teórica ou revisão da literatura que fundamentou o

trabalho

7.4 Visão-síntese do teor do trabalho acadêmico formal.

8º Relacionar as fontes referenciais rigorosamente de acordo com as

normas da ABNT (6023, ago. 2002).

9º Relacionar as fontes referenciais básicas que serão ampliadas ao longo

da pesquisa.

10º Relacionar os apêndices (instrumentos da coleta de dados) e anexos

(elementos complementares de autores diversos).

11º Preencher a documentação exigida, (quando for o caso), pelo órgão

financiador, patrocinador da pesquisa ou que concedeu bolsa ou ajuda de custo para

o desenvolvimento da pesquisa.

1.2.10.3 Cronograma sintético

No cronograma sintético as tarefas constam numa seqüência, cada uma

efetivada dentro de uma fração de tempo igual, desenvolvidas durante um determinado

período e registradas dentro de um quadro, do início ao final da pesquisa.

Exemplo de um cronograma sintético cujas tarefas são descritas seqüencialmente ao longo de

frações iguais de tempo até à data do depósito do trabalho junto à instituição onde será defendido.

TEMPO \

TAREFAS

BIM

BIM

BIM

BIM

BIM

BIM

BIM

BIM

BIM

10º

BIM

11º

BIM

12º

BIM

13º

BIM

14º

BIM

Escolha do tema g

Leituras – Anotações g g g

Montagem do projeto

Elabor./instrumentos

g g

Page 45: Guia Prático Para a Elaboração De Trabalhos Acadêmicos

44

Pesquisa bibliográfica g g g

Aplicação piloto e

consolidação dos

instrumentos

g

Coleta de dados g

Análise do material

coletado - Tabulação

g g

Análise dos resultados

Elaboração da iconografia

g

Redação dos resultados g

Análise – discussão dos

resultados – provas

g

Redação provisória g

Revisão-Complementação g

Redação final g

Encadernação g

Entrega - depósito g

1.2.11 Apêndices

Os apêndices são complementos de um trabalho acadêmicos (Artigo, TCC,

Dissertação, Tese) produzidos ou elaborados pelo próprio autor, com base nos dados

coletados ou ideados a partir dos mesmos. Os apêndices são constituídos por quadros,

tabelas, gráficos, imagens, questionários, roteiros de entrevista ou de observação,

produzidos por outros autores.

Exemplos:

1 Tabela das contribuições científicas foi elaborada a partir dos dados

levantados relativos às descobertas científicas entre 1759-1808.

2 Quadro dos componentes curriculares do Curso de Medicina da

Universidade de Coimbra. Nos Estatutos de 1772 as matérias componentes estavam

mencionadas em vários itens, foram ordenadas, seqüencialmente, com seus

complementos pelo autor da Tese.

Page 46: Guia Prático Para a Elaboração De Trabalhos Acadêmicos

45

EXEMPLO 1

Tabela 15 - Número das contribuições científico-tecnológicas que concorreram para o

desenvolvimento das Ciências e para o progresso do conhecimento humano, período entre 1759-1808: nas áreas do saber, nos vários países da Europa a da América.

Page 47: Guia Prático Para a Elaboração De Trabalhos Acadêmicos

46

DESCOBERTAS

PAÍSES

MAT.

ASTR.

FÍS

QUÍM.

CNB.

MED.

TECN.

TOT.

%

ALEMANHA 04 04 01 07 - 02 - 18 09.4

ESTADOS UNIDOS - - - - - - 04 04 02.1

ÁUSTRIA - - - - - 01 01 00.5

BÉLGICA - - - - - 01 01 00.5

DINAMARCA 01 - - - - - - 01 00.5

ESCÓCIA 01 - 01 - - 02 04 08 04.2

FRANÇA 28 06 07 16 06 04 14 81 42.4

HOLANDA - - 01 01 01 - - 03 01.6

INGLATERRA 02 08 08 13 02 01 14 48 25.1

ITÁLIA - 01 02 01 02 04 01 11 05.6

SUÉCIA - - - 12 - - - 12 06.3

SUÍÇA 01 - - - 01 - 01 03 01.6

TOTAL 37 19 20 50 12 13 40 191 100

% 19.44 09.9 10.5 26.2 06.3 06.8 20.9 100 100

FONTE: Quadro montado com dados extraídos em Delta Larousse, 1970: 1630-1637; em Holanda, 1978, p. 219-245.

LEGENDA: MAT.= Matemática - ASTR. = Astronomia - FÍS. = Física - QUÍM. = Química CNB. = Ciências Naturais e Biológicas - MED. = Medicina - TECN.= Tecnologia

Page 48: Guia Prático Para a Elaboração De Trabalhos Acadêmicos

47

EXEMPLO 2

22 QUADRO CURRICULAR DO CURSO DE MEDICINA DA UNIVERSIDADE DE COIMBRA APÓS

A REFORMA UNIVERSITÁRIA DE 1772. DURAÇÃO DO CURSO: 05 ANOS.

AN. CADEIRAS - DISCIPLINAS COMPLEMENTOS AUTOR

METÉRIA MÉDICA

História Médica História Natural - Química - Laboratório Jardim Botânico - Estágio Princípios de Química e Física Farmácia

CHRANTZ LINEU

ANATOMIA OPERAÇÕES CIRÚRGICAS ARTE OBSTETRÍCIA

História - Osteologia Esplancnologia - Angiologia Adenologia - Miologia Prática Anatômica em cadáveres e em animais (Teatro de Anatomia) História - Ataduras - Ligaduras Métodos - Prática - Instrumentos Partos

HISTER

TEORIA MÉDICA INSTITUIÇÕES MÉDICO- CIRÚRGICAS

História e Prolegômenos Regras e Métodos de estudo médico Experiências e observações Princípios gerais do Corpo Humano, de: Física, Química, Botânica e Farmácia Fisiologia - Patologia - Semiótica Higiene - Arte Terapêutica

CARVALHEIRO ALEXANDRINO

TERAPÊUTICA AFORISMOS PRÁTICA DE HOSPITAL

Regras dos curativos História - Introdução à matéria Organização e Metodologia Análise dos Aforismos Estudo e comentários Princípios físico-patológicos Febres exantemáticas [*] Febres nervosas e malignas Doenças convulsivas Área Médico-Cirúrgica

GALENO HIPÓCRATES VAN SWIETEN FOESIO E BOERHAAVE

MEDICINA PRÁTICA MÉDICO-CIRÚRGICA

Estágio e Residência: - Examinar pacientes - Aplicar tratamento - Visitar e observar doentes - Elaborar relatórios - Praticar métodos estudados - Praticar a ética médica

SIDENHAM HIPÓCRATES

FONTE: CÁS, História da Universidade Luso-Brasileira no período colonial: Universidade de fato (1572-1822), p. 267. [*] Erupção cutânea ⇒ sarampo, escarlatina, erisipela e outras.

Page 49: Guia Prático Para a Elaboração De Trabalhos Acadêmicos

48

1.2.12 Anexos

1.2.13 Ficha financeira ou previsão orçamentária

A previsão dos custos ou dos gastos de uma pesquisa torna-se necessária

quando se trata de demonstrar um órgão patrocinador ou fornecedor de uma bolsa o custo

total da pesquisa. A demonstração deve ser detalhada, mediante a apresentação dos

comprovantes obtidos através de tomadas de preços de três empresas.

Appolinário (2005, p. 247) apresenta um exemplo aleatório de orçamento de

uma pesquisa:

ITEM VALOR UNITÁRIO TOTAL (R$)

I Despesa com pessoal - Coordenador do projeto (1) - Pesquisador Assistente (1) - Estagiários (2) - Encargos

2.500,00/mês 1.500,00/mês 500,00/mês ----------------

30.000,00 18.000,00 12.000,00 33.000,00

Subtotal 93.000,00

II Materiais e equipamentos - Computador (2) - Impressora (1) - Aparelho de videocassete (1)

4.500,00 480,00 399,00

9.000,00 480,00 399,00

Subtotal 9.879,00

III Material de consumo - Papel A4 (20 pacotes) - Cartuchos de tinta (5) - Fitas de Vídeo VHS (12) - Canetas (10) - Lápis (10)

9,80 87,50 5,60 0,90 0,80

196,00 437,50 67,20 9,00 1,80

Subtotal 711,00

IV Outras despesas (Diversos) - Aluguel de sala (1) - Passagem aérea (2) - Diária e hospedagem (2 x 5 dias)

280,00

75,00 500,00

3.360,00 1.350,00 5.000,00

Subtotal 9.710,00

V Despesas finais - Encadernações (10) - Provisão para despesas gerais

45,00 ---------

450,00 1.000,00

Subtotal 1.450,00

TOTAL GERAL DO PROJETO 114.750,00

Observação: podem ser incluídas outras despesas como: serviços de terceiros, telefone, fax, passagens,

despesas com alimentação, hospedagem, despesas necessárias decorrentes da pesquisa.

Page 50: Guia Prático Para a Elaboração De Trabalhos Acadêmicos

49

1.2.3 CONCLUSÃO

Um projeto de pesquisa para ser eficiente precisa de vários requisitos

essenciais. Dentre eles, destacam-se:

• Um assunto – tema – definido de forma lógica, sistemática e abrangente

dentro dos parâmetros da natureza do tema e das possibilidades de

sua efetivação.

• Os objetivos estabelecidos de forma clara, coerente com o tema da

pesquisa e consistentes, possibilitando sua concretização ao final da

pesquisa.

• As hipóteses enunciadas após madura reflexão e de exaustivos

estudos, possibilitando sua comprovação mediante a

experimentação e a aplicação da metodologia apropriada.

• Os pressupostos metodológicos concretizados numa criteriosa seleção

dos métodos apropriados ao tema da pesquisa que facultem a

obtenção de resultados consistentes.

• A revisão da literatura - fundamentação teórica – feita de forma crítica

para selecionar o suporte teórico e científico que contribua para a

efetivação de uma pesquisa sólida e consistente.

1.2.4 QUESTIONÁRIO REFLEXIVO-ANALÍTICO

01 Levou na devida conta os pressupostos indicadores na escolha do tema relacionado

ao assunto da pesquisa?

02 Foi suficiente o processo reflexivo-analítico em relação à natureza e ao teor do tema

escolhido a fim de propiciar sua definição adequada e completa?

03 Amadureceu, de forma suficiente, a escolha do tema a fim de torná-lo consistente,

propiciando sua segurança e sua convicção de uma decisão acertada?

04 Definiu o tema – problema – de forma denotativa, objetiva e completa de modo a

evidenciar seus componentes estruturais e a propiciar total compreensão da natureza

dos mesmos?

05 Usou, para tanto, as fontes referenciais, os dicionários como auxílio na elaboração

adequada, completa e hermenêutica da definição e delimitação do tema?

Page 51: Guia Prático Para a Elaboração De Trabalhos Acadêmicos

50

06 Foi, devidamente, explicitado e delimitado o teor do tema dentro dos parâmetros

operacionalizáveis de modo a obter, com a execução do projeto, resultados concretos

e convincentes, isto é, conhecimentos consistentes, descoberta da verdade ou

correção de um erro?

07 Empregou todos os questionamentos possíveis sobre o tema a fim de enunciar o

problema com clareza em busca de seu equacionamento?

08 Foi devidamente consolidada a justificativa dentro das perspectivas pessoal

(subjetiva, conotativa) e racional – técnico-científica – (objetiva, denotativa)?

09 Foram enunciados os objetivos (gerais e específicos) após madura análise e

reflexão sobre a definição do tema – problema – de modo a torná-los coerentes com

a proposta e a concretização da pesquisa?

10 Analisou os objetivos na perspectiva de sua operacionalização mediante a adoção de

procedimentos adequados?

11 São coerentes, consistentes e abrangentes os objetivos anunciados em relação à

proposta da pesquisa, à execução e à conclusão da mesma?

12 Foram elaboradas as hipóteses em decorrência de um estudo aprofundado do tema

da pesquisa de modo a tornar seu enunciado claro, objetivo e consolidado?

13 Pensou, ao elaborar as hipóteses, nos procedimentos que deviam ser usados para

sua comprovação?

14 Procurou as respostas dos questionamentos constantes no item, 2.5.2, do capítulo 8

do MANUAL TEÓRICO-PRÁTICO (p. 110).

15 Foram às hipóteses embasadas, solidamente, na revisão da literatura, nos objetivos

e na adequação dos métodos para testar sua comprovação?

16 Pretende elaborar um projeto para que tipo de pesquisa: de campo? De laboratório?

Bibliográfica?

19 Analisou, detidamente, a metodologia (instrumentos e equipamentos) adequada a

empregar na execução do seu projeto para o tipo de pesquisa selecionado?

20 Os métodos (instrumentos e equipamentos) selecionados vão conseguir comprovar

as hipóteses e efetivar os objetivos da pesquisa?

21 Seguiu, criteriosamente, todas as fases indicadas para a elaboração das hipóteses

constantes no item 1.2.5, p. 23-26, de modo a enunciá-las de forma objetiva e

consistente?

22 Fez um levantamento completo e seleção criteriosa das fontes referenciais a fim de

fundamentar suas hipóteses e vinculá-las à proposta da pesquisa?

23 É suficiente o conjunto as fontes levantadas para a consolidação do projeto e sua

execução para chegar a resultados fidedignos?

Page 52: Guia Prático Para a Elaboração De Trabalhos Acadêmicos

51

24 Seguiu as indicações práticas em relação à revisão a da literatura para boa

fundamentação do seu projeto, execução e conclusão da proposta da sua pesquisa?

Elas contribuíram de forma eficiente para essa tarefa?

25 Estruturou de forma completa a introdução do seu trabalho científico de modo a

conter todos os elementos estruturais da proposta da pesquisa?

26 Fez menção da metodologia científica adotada e do tipo de revisão da literatura

selecionada? Ela expressa bem o teor objeto da pesquisa?

27 Deu, ao final, uma visão síntese do conteúdo que deve ser desenvolvido ao longo da

pesquisa?

28 As referências foram registradas em conformidade com as normas da ABNT

“Normas de referências e documentação”? (Ver cap. 10, p. 131-153).

29 Fez seu cronograma de forma criteriosa, envolvendo todas as tarefas de uma

pesquisa, com um intervalo de tempo suficiente entre uma e outra tarefa?

30 Respondeu a todas as questões aqui postas?

Caso afirmativo, pode considerar seu projeto como ótimo, pois está consolidado e

pode ser executado com segurança.

Page 53: Guia Prático Para a Elaboração De Trabalhos Acadêmicos

52

Capítulo 2

PESQUISA

EM

MATEMÁTICA

Luiz Francisco da Cruz*

Jamais considere seus estudos como uma obrigação, mas como uma oportunidade

invejável para aprender a conhecer a influência libertadora da beleza do reino do

espírito, para seu próprio prazer pessoal e para proveito da comunidade à qual seu

futuro trabalho pertencer (Einstein).

(*) Docente do Departamento de Matemática – Campus da UNESP - Bauru

Page 54: Guia Prático Para a Elaboração De Trabalhos Acadêmicos

53

2.1 Introdução

A tecnologia se desenvolve num ritmo alucinante. Novas tecnologias são

anunciadas quase que diariamente, principalmente depois da era da informática,

aliás, setor que mais se desenvolve nos nossos dias. Aquilo que é novidade hoje,

em um ano passa ser obsoleto. Isso faz com que o tempo do desenvolvimento de

uma teoria matemática e sua utilização seja cada vez menor.

A Matemática é uma ciência de múltipla aplicação. Ela está presente em

todas as outras ciências, campos de pesquisas e no quotidiano de nossas vidas.

Várias pesquisas são realizadas hoje nas áreas centrais da Matemática e

importantes resultados estão sendo desenvolvidos. Portanto, espera-se que estes

resultados sejam apresentados em periódicos de maior divulgação, para que

alguém encontre um modelo real em que tais teorias possam ser aplicadas.

O Universo dos problemas matemáticos os quais não temos a menor

idéia de como resolvê-los é inesgotável. Ao mesmo tempo, a toda hora, as outras

ciências, colaborando com a Matemática, sugerem uma série de novos problemas

matemáticos cuja solução é relevante e ainda desconhecida.

A Matemática, num certo sentido, é uma arte. O matemático desenvolve

a Teoria Matemática através da sua intuição do que é fundamental e profundo em

Matemática. A análise e a engenhosidade na obtenção da solução de um problema

matemático possuem um valor estético intrínseco. Uma série de resultados se

encaixam “magicamente” num resultado final que, ou surpreende, ou encanta ou

nos coloca uma pulga atrás da orelha: será que isto é mesmo verdade? A

demonstração matemática é enfim o que vai precisar se o resultado está certo ou

errado. Ela desempenha o papel que a experiência desempenha na Física. É ela o

referencial da veracidade ou não do resultado matemático. Exatamente por causa

da prova matemática, um resultado matemático é eterno. É válido hoje como

também será válido daqui a milhares de anos. Mas isso só é possível com a

Pesquisa em Matemática.

De um modo geral existem três linhas de pesquisa em matemática:

Educação Matemática, Matemática Pura e Matemática Aplicada. A primeira

Page 55: Guia Prático Para a Elaboração De Trabalhos Acadêmicos

54

intimamente ligada à linha de pesquisa em Ensino e Educação, as quais já estão

contempladas em capítulos anteriores, portanto, vamos nos ater as duas últimas.

2.2 Pesquisa em Matemática Pura

É importante ressaltar ao leitor que estamos nos referindo às pesquisas

matemática realizadas nos centros de pós-graduação, dando uma continuidade

aos estudos realizados na graduação, com objetivo de desenvolver uma

dissertação de mestrado ou uma tese de doutorado. Pesquisas isoladas, no caso

de pesquisadores já formados também podem ocorrem, mas não é objetivo deste

capítulo.

A pesquisa realizada em Matemática Pura compreende, basicamente,

três grandes áreas: Álgebra, Análise, Geometria e Topologia. Cada uma destas

grandes áreas se divide em subáreas. Dentro da Álgebra existem linhas de

pesquisa em Álgebra Comutativa, Formas Quadráticas, etc. Na Análise são várias

as linhas de pesquisa como, por exemplo: Equações Diferenciais (Ordinárias,

Funcionais e Parciais), Equações Integrais, Teoria da Aproximação, entre outras.

Já em Geometria e Topologia encontramos subáreas como Geometria Diferencial,

Singularidades, Topologia Algébrica, e outras.

Pesquisa em Matemática Pura é "árida". Desenvolver resultados

inéditos nesta área é um grande desafio, mesmo para os grandes matemáticos.

Apesar de existirem muitos problemas insolúveis ainda na matemática, teorias para

serem desenvolvidas e outras para serem melhores, resultados considerados

inéditos e de grande expressão, pela comunidade científica, não aparecem com

freqüência, muito pelo contrário.

Assim, de uma forma geral, os centros de pesquisas têm adotado uma

postura no que se referem, principalmente, as dissertações de mestrado e as teses

de doutorado, considerando estas como sendo o início da carreira de um professor

pesquisador.

Geralmente as dissertações de mestrado são análises, investigações,

novas abordagens e aplicações de artigos científicos já consagrados, mesmo parte

deste ou mesmo apenas um capítulo ou um tópico. Cabe ao professor orientador,

com sua experiência, orientar o aluno na escolha de um determinado assunto a ser

Page 56: Guia Prático Para a Elaboração De Trabalhos Acadêmicos

55

pesquisado, que seja de afinidade com linha de pesquisa do mesmo, para que este

trabalho seja considerado e julgado como uma dissertação de mestrado pela

banca examinadora.

Uma vez definido o assunto, o aluno deverá fazer uma revisão

bibliográfica completa, consultando novos artigos científicos, livros, revistas, etc.,

para tomar ciência sobre tudo o que já foi produziu sobre o assunto de sua

pesquisa, com o objetivo de se aprofundar no tema escolhido, não repetir

procedimentos já realizados em outros trabalhos e ter contato com as opiniões e

conclusões de outros pesquisadores sobre as dificuldades apresentadas, as

conclusões importantes, comentários sobre a viabilidade do prosseguimento da

pesquisa e questões que ficaram em aberto, as quais poderiam ser melhor

exploradas.

Depois da revisão bibliográfica concluída o aluno terá uma noção exata

sobre o que realmente deverá desenvolver no seu trabalho, ter a segurança de

estar pesquisando algo que traga, efetivamente, alguma contribuição para a área

de pesquisa em questão.

Passando para a etapa de desenvolvimento do tema escolhido, na qual

devem constar toda a metodologia utilizada, os procedimentos, as argumentações

pertinentes, os cálculos e as demonstrações matemáticas, quando for o caso, ou

seja, tudo aquilo que metodologicamente seja necessário para que os objetivos

propostos sejam alcançados. É importante que tudo esteja muito bem

fundamentado e explicado para que um futuro leitor seja capaz de entender o que

está sendo proposto e tenha condições de reproduzir o que se pretende.

Nesta etapa, muitas vezes são percebidas novas propriedades, novas

metodologias, regras adicionais, generalizações até então não percebidas, fazendo

com que o trabalho tome um novo rumo. Não é difícil encontrar relatos de

pesquisas que mudaram radicalmente de objetivos por descobrirem novos fatos

durante este processo. Aliás, as grandes descobertas foram por acaso. Ao se

pesquisar um determinado assunto, acaba-se encontrando outros mais relevantes.

No entanto, é necessário determinar um final. Às vezes a pesquisa pode

gerar um assunto que demandaria vários anos de investigação e isso nem sempre

é possível, ou quase nunca é possível quando se trata da elaboração de uma

Page 57: Guia Prático Para a Elaboração De Trabalhos Acadêmicos

56

dissertação de mestrado. Portanto, o orientador e o aluno deverão decidir o tanto e

até quando prosseguir com a pesquisa.

As teses de doutorado em matemática pura passam pelos mesmos

procedimentos de elaboração das dissertações de mestrado com alguns poucos

pontos distintos. Os centros de pós-graduação exigem que os temas das teses de

doutorado sejam inéditos e nunca publicados. Em matemática pura isso não é

muito fácil. No entanto, o que temos observado são trabalhos que propõem, para

assuntos já pesquisados, uma nova metodologia, propriedades adicionais, uma

continuidade e aprofundamento em determinadas pesquisas em aberto,

generalizações de alguns tópicos de certas teorias. Na verdade, há muito que fazer

e há muito que se pensar. Os especialistas, no caso os orientadores, com certeza

sabem muito bem os assuntos relevantes que merecem ser pesquisados.

2.3 Pesquisa em Matemática Aplicada

Como o próprio nome diz, a Matemática Aplicada é a aplicação dos

conhecimentos matemáticos em outras ciências e campos de pesquisas, bem

como na própria matemática, contribuindo para melhorias, soluções de problemas

e propondo novas metodologias.

Atualmente a tendência de todas as Ciências é cada vez mais utilizarem

a matemática em função do desenvolvimento de Modelos Matemáticos e Modelos

Matemáticos Computacionais que descrevem como um fator determinante nas

suas aplicações, métodos os fenômenos (determinísticos ou aleatórios) naturais de

maneira adequada.

Não é difícil encontrarmos aplicações da Matemática Aplicada em

campos como a Física, Biologia, Computação, Agronomia, Engenharias, Mercado

Financeiro, entre outros. Até na Medicina a Matemática Aplicada está presente. De

um modo geral, podemos dizer que ela vem atuando em todas as áreas. Daí sua

grande versatilidade e sua grande importância.

A pesquisa em Matemática Aplicada compreende diversas áreas, entre

elas podemos citar algumas como: Análise Numérica, Computação Científica,

Sistemas Dinâmicos e Equações Diferenciais, Física Matemática, Computação

Gráfica e Geometria Computacional, Métodos Computacionais de Otimização,

Page 58: Guia Prático Para a Elaboração De Trabalhos Acadêmicos

57

Investigação Operacional, Matemática Computacional, e Financeira,

Biomatemática, entre outras.

Diferentemente da Matemática Pura, a Matemática Aplicada trabalha

com modelos matemáticos, ou seja, desenvolvimentos e procedimentos

matemáticos que são capazes de descreverem e interpretarem os fenômenos

físicos ou fenômenos quotidianos.

Esses modelos são construídos baseando-se nas informações do

fenômeno que se deseja controlar ou do problema de se deseja solucionar. As

variáveis e constantes que influenciam no fenômeno devem estar bem definidas e

consideradas. As variáveis que devem ser controladas, com certeza são elas que

descrevem, matematicamente, o fenômeno dentro do modelo. De uma forma

quase que geral, modelos matemáticos aplicados possuem, basicamente, três

etapas principais. A primeira é a transformação ou interpretação das variáveis

físicas e/ou lingüísticas em variáveis matemáticas, chamadas de variáveis de

entrada. A segunda, que seria a parte principal do modelo é o desenvolvimento

matemático que determina a solução pretendida. A terceira e última etapa é a

transformação ou interpretação da solução matemática apresentada pelo modelo,

em variáveis físicas e lingüísticas, chamadas de variáveis de saída.

As dissertações de mestrado e as teses de doutorado em Matemática

Aplicada, seguem quase o mesmo padrão. A exemplo da Matemática Pura, as

dissertações, geralmente, são construções de modelos mais simples, não

necessariamente inéditos. Já as teses de doutorado são modelos mais

sofisticados, inéditos e nunca publicados. Pelo menos essas são as exigências dos

centros de pós-graduação.

Do mesmo modo e pelas mesmas razões, como já descrito

anteriormente, a Revisão Bibliográfica é de fundamental importância para tomar

ciência daquilo que já foi produzido sobre o tema de sua pesquisa.

Uma vez concluída a Revisão Bibliográfica, a próxima etapa é o capítulo

de Materiais e Métodos. É nesta etapa que será, realmente, desenvolvido o Modelo

Matemático do trabalho proposto.

A parte dos Materiais é uma descrição de todos os equipamentos

utilizados na pesquisa com especificações técnicas dos aparelhos, procedência e

dados de fabricação, inclusive licença de softwares originais. Locais da realização

Page 59: Guia Prático Para a Elaboração De Trabalhos Acadêmicos

58

da pesquisa como instituições, laboratórios, empresas, indústrias, etc., devem ser

especificados. Informações geográficas e climáticas (quando for o caso) dos locais

e regiões onde foram coletados os dados também fazem parte deste capítulo.

Em Métodos serão descritos com detalhes e muito bem fundamentados,

todos os passos da construção do modelo matemático. Deve ser apresentado

numa seqüência lógica contendo os desenvolvimentos matemáticos,

demonstrações, justificativas e citações bibliográficas, para que o leitor possa

entender o modelo proposto e seja capaz de reproduzi-lo.

As experiências e simulações realizadas para a verificação dos

resultados apresentados pelo modelo, nem sempre são feitas em situações reais.

Isso ocorre porque, muitas vezes, o modelo se destina a uma aplicação industrial,

hospitalar, empresarial ou a algum setor onde as atividades não podem ser

interrompidas para realizações de testes e simulações. È muito raro algum setor

destes disponibilizarem, mesmo que apenas uma pequena parte, as dependências

do seu estabelecimento, ou uma pequena linha de produção.

Outra dificuldade encontrada são as coletas de dados. Nem sempre, ou

quase nunca, esses setores fornecem espontaneamente dados, manuais técnicos,

resultados de simulações, ou informações que julguem relevantes e venham expor

os segredos da sua produção. O mercado é muito competitivo e certas

informações são guardadas sob sete chaves.

Por outro lado, os laboratórios das universidades nem sempre estão

totalmente equipados para a realização dos experimentos necessários. Assim, em

Matemática Aplica, é muito comum a realização dos testes e simulações em

computadores, os quais, hoje em dia, possuem software capaz de tais

procedimentos.

Na parte de Resultados e Discussão devem ser apresentadas as

simulações e os experimentos realizados para a comprovação da eficiência do

modelo. Tabelas e figuras explicativas e comparativas devem ser claras

apresentando os resultados obtidos nas simulações. Fazer uma discussão

detalhada apontando os pontos positivos e negativos do modelo. Discutir a

viabilidade de utilização, o custo-benefício de implementação e, se for o caso, uma

análise comparativa com modelos tradicionais existentes é sempre interessante.

Page 60: Guia Prático Para a Elaboração De Trabalhos Acadêmicos

59

2.4 Considerações Finais

Por maior que tenha sido o progresso científico, o homem é dono de um

conhecimento parcial, tanto do meio que o cerca como de si próprio. Como domina

uma realidade restrita é dono de uma verdade limitada e se espera que os maiores

conhecimentos sejam sempre os que estão por acontecer. Daí a importância da

investigação científica.

A ciência tem como objetivo principal proporcionar, cada vez mais, uma

melhor condição de vida a humanidade. Os pesquisadores são os responsáveis

em dominar as ciências e através delas, realizarem as grandes descobertas e

produzirem resultados e soluções.

Portanto, cabe a eles divulgarem suas pesquisas para que a

comunidade científica possa ter conhecimento de tudo aquilo que se produz, não

desperdiçar tempo e dinheiro em pesquisas já realizadas e ter referências para

futuras pesquisas. Se uma pesquisa não é divulgada, ela não fará parte do acervo

disponível. Isto é omissão de conhecimento. No mínimo uma falta de ética

profissional imperdoável.

Page 61: Guia Prático Para a Elaboração De Trabalhos Acadêmicos

60

Capítulo 3

PESQUISA

DE

LABORATÓRIO Dr. Francisco Gouvêa Júnior2 *

Mantenho seis honestos serviçais.

(Ensinaram-me tudo o que sei);

Seus nomes são: O Quê, Por quê,

Quando, Como, Onde e Quem.

Rudyard Kipling (1902)

2 Agradeço às Profas. Dras. Rita Cássia Menegati Dornelles e Rosa Mary Stopa, pela valiosa colaboração na

revisão técnica e a Profa. Vera Alice de Fátima Vargas, pelo prestimoso auxílio na revisão gramatical.

Page 62: Guia Prático Para a Elaboração De Trabalhos Acadêmicos

61

( * ) Docente do Departamento de Ciências Biológicas da FC - UNESP - Bauru

3.1 Introdução

A curiosidade é uma das características mais peculiares do ser humano. O

interesse em desvendar e decifrar a razão e a natureza das coisas provavelmente tenha

sido o embrião do que hoje se chama pesquisa. A simples observação dos fenômenos

naturais pelos povos antigos como, por exemplo, a correlação dos solstícios de verão e

inverno com épocas de plantio e colheita, já poderia ser considerada uma forma incipiente

e empírica de pesquisa. Certamente, apesar de fundamentarem-se exclusivamente na

necessidade de sobrevivência ou em questões religiosas, quando o fenômeno não parecia

ter uma razão plausível, tais fatos acabavam por se constituir em um ou mais conceitos, os

quais eram passados para as gerações seguintes. Isto constitui um dos pilares da

pesquisa, ou seja, criar conhecimentos e conceitos para, em seguida, transmiti-los.

Avançando no tempo, pode-se citar como, Galileu Galilei, ao construir sua

primeira luneta e observar a Lua, em 1609, pode caminhar no sentido de confirmar a teoria

de que a Terra não era o Centro do Universo, proposta anteriormente por Nicolau

Copérnico. Da mesma forma, a observação da queda de uma maçã por Newton, em 1666,

foi um dos passos para o estudo e exemplificação das teorias iniciais sobre da Lei da

Gravidade.

Estas observações feitas por Newton e Galileu, em suas respectivas

épocas, foram frutos de suas curiosidades. O aprofundamento, desenvolvimento e a

corroboração de suas teorias somente seriam possíveis a partir da criação de

metodologias científicas que, dentre vários fatores, incluiriam a elaboração de modelos

experimentais cabíveis de reprodutibilidade, a criação e o aprimoramento de instrumentos

científicos capazes de evidenciar fenômenos não observáveis de forma direta, enfim, do

desenvolvimento de estudos em laboratórios. Exemplificando, as observações feitas por

Galileu Galilei, somadas aos de refração óptica de Newton e de outros estudiosos, foram

essenciais no desenvolvimento dos potentes telescópios e microscópios que a ciência

dispõe atualmente para o estudo dos macro e microcosmo e, para que isto fosse possível,

suas teorias foram analisadas, reproduzidas e desenvolvidas em laboratórios de estudos.

Page 63: Guia Prático Para a Elaboração De Trabalhos Acadêmicos

62

3.2 Conceituação da pesquisa em laboratório

Inicialmente, deve-se entender o que vem a ser um laboratório, uma vez

que sua definição não é tão simples como aparenta a princípio. Os laboratórios podem ser

definidos de várias formas: os de área básica, como por exemplo, de fisiologia, de

genética, de anatomia ou, de forma mais específica, como de fisiologia do sistema

reprodutor, de genética de fungos ou de neuroanatomia humana, sendo que esta última

definição amplia e fornece uma visão mais clara do ele realmente faz.

Outra maneira de definir os laboratórios leva em consideração a sua relação

com as ciências básicas e aplicadas. Aqueles voltados para as ciências básicas,

fundamentalmente, trabalham no sentido de produzir o conhecimento, ao passo que

aqueles direcionados às ciências aplicadas utilizam os conhecimentos obtidos pelos

primeiros para o desenvolvimento e aplicação de um produto e geração de novas

tecnologias. Como exemplo, em um laboratório de ciências básicas constata-se que uma

determinada substância de ocorrência na natureza possui um efeito potencializador sobre

a contração uterina enquanto que em um laboratório de ciências aplicadas utiliza-se deste

conhecimento para a produção de um fármaco que pode auxiliar no trabalho de parto.

Além desses, há um tipo de laboratório mais específico, o de pesquisa

clínica, que envolve experimentos com seres humanos ou células de pacientes, com a

finalidade de investigar uma doença, uma síndrome, ou até mesmo uma função orgânica

normal. Esses laboratórios, geralmente, estão ligados a faculdades de medicina.

Independente das suas definições, o ponto fundamental e comum da

realização de pesquisa científica em um tipo específico de laboratório é a possibilidade do

pesquisador poder reproduzir as condições de um fenômeno a ser estudado e observá-lo

sob controle. Dessa forma, ao pesquisador cabe o controle sobre as variáveis

relacionadas ao experimento, modificando-as de acordo com os objetivos propostos em

seu trabalho.

Em outras palavras, a pesquisa em laboratório permite ao pesquisador,

através do método científico, interferir artificialmente na produção do fato, do fenômeno ou

processo ou, ainda, artificializar o ambiente.

Page 64: Guia Prático Para a Elaboração De Trabalhos Acadêmicos

63

Geralmente, a pesquisa em laboratório envolve a pesquisa experimental e

requer a elaboração de um protocolo de acordo com o(s) objetivo(s) da pesquisa, um

roteiro que será repetido tantas vezes quantas forem necessárias, com a mínima variação

possível entre eles, a fim de responder a uma ou mais hipóteses levantadas inicialmente.

Assim, a pesquisa experimental consiste em experimentar, fazer experiência, onde o fato,

o fenômeno ou o processo da realidade é reproduzido de forma controlada, com objetivo

de descobrir os fatores que o produzem ou que por ele sejam produzidos, observando as

questões éticas, material a ser coletado, duração, custos, recursos humanos e financeiros

disponíveis.

Os experimentos são geralmente feitos por amostragem e, os resultados

válidos para uma amostra, por indução, são válidos também para o universo.

3.3 Objetivos

Os objetivos fundamentais deste texto são os de levantar e descrever os

tópicos básicos, ao quais os interessados em iniciar um trabalho de pesquisa em um

laboratório de ciências devem estar atentos, bem como, minimizar as dificuldades quase

sempre encontradas ao se depararem com um ambiente laboratorial.

3.4 Organização geral do laboratório

3.4.1 Rotinas de laboratório

Todo iniciante em um trabalho de pesquisa no laboratório deve estar ciente

de que se trata de um ambiente de uso comum e, por essa razão, existem regras que

deverão ser seguidas para o andamento adequado do seu projeto, bem como os projetos

dos demais. Assim, o estabelecimento de horários de trabalho, a limpeza, a organização e

conservação das bancadas, equipamentos, vidrarias e outros materiais, devem ser

seguidos e executados rotineiramente com segurança. Nem sempre o horário de trabalho

no laboratório seguirá o horário comercial, muitas vezes se prolonga em função do

experimento que está sendo realizado ou da disponibilidade de determinado equipamento,

dentre outros fatores.

Page 65: Guia Prático Para a Elaboração De Trabalhos Acadêmicos

64

Manter o ambiente organizado é uma questão importante. Nada mais

frustrante do que se necessitar de um determinado material e ou equipamento e encontrá-

los sujos, fora do lugar de costume ou inoperantes.

Sintetizando-se, é de uma rotina adequada e harmoniosa que depende o

bom andamento do trabalho em um ambiente laboratorial.

3.4.2 Equipamentos

Quaisquer laboratórios, desde os mais simples até os mais complexos,

possuem equipamentos e materiais que lhe são específicos. É fundamental a

familiarização com os equipamentos que serão utilizados para o desenvolvimento do

projeto, uma vez que o bom andamento e confiabilidade dos resultados obtidos em muito

dependerá da sua correta manipulação, utilização e entendimento dos dados que eles

fornecem.

O avanço tecnológico tem permitido o desenvolvimento de equipamentos

cada vez mais específicos, no entanto, nada mais inconsistente do que analisar o

resultado de um deles sem se conhecer os princípios básicos a partir dos quais eles foram

obtidos. Assim, ao se deparar com um novo equipamento, nada melhor do que ler o seu

manual e familiarizar-se com os princípios físicos, químicos ou outros, nos quais eles se

baseiam, para a realização das leituras e emissão dos dados.

3.4.3 Segurança

Seja qual for o tipo de laboratório em que se está atuando, ele contará com

materiais, equipamentos de precisão e substâncias diversas, que poderão ser

contaminantes, de risco biológico, inflamáveis, dentre várias. Dessa forma, atenção

especial deve ser dada às regras universais de segurança, tanto sua quanto dos demais e

do meio ambiente. Elas envolvem: não comer, beber ou fumar; usar vestimentas

confortáveis e adequadas; usar sapatos fechados; usar avental longo de algodão somente

dentro do laboratório e não fora dele; não pipetar com a boca e nunca descartar

substâncias e materiais de risco diretamente na pia ou no lixo.

Além destas regras fundamentais outras poderão ser aplicadas,

considerando-se uma ou mais especificidades do laboratório, como por exemplo, o uso de

vestimentas especiais durante a manipulação de material radioativo.

Page 66: Guia Prático Para a Elaboração De Trabalhos Acadêmicos

65

3.5 Organização de um experimento

3.5.1 Iniciando um experimento

A pesquisa em laboratório, como já mencionado, consiste em experimentar,

em se fazer experiências. A razão dessa experimentação é criar ou elaborar meios para

se testar a validade da hipótese prévia. Em outras palavras: - O que é preciso fazer para

verificar se uma questão aventada é procedente? Tomando como exemplo a hipótese de

que uma substância extraída de determinada planta possua ou não efeito psicotrópico, a

experimentação na área básica somente poderá ser realizada em animais de laboratório.

Para o seu desenvolvimento, além da escolha do animal, será necessária a elaboração de

um protocolo de experimentação, aprovado pelo comitê de ética experimental, que

determinará: as doses da substância a ser administrada; os horários das administrações;

os equipamentos para os testes de ansiedade; os intervalos de tempo entre as

administrações e os testes, dentre outros. Nesse momento, está-se realizando o

delineamento do experimento, que é de fundamental importância para o levantamento

inicial dos materiais e equipamentos que serão necessários para o desenvolvimento

adequado da experimentação. Em suma, inicialmente se faz uma pergunta e, a partir

dela, inicia-se o esboço do que será necessário para testá-la em ambiente experimental,

com controle da situação e utilização de instrumental específico e preciso.

Embora pareçam simples a princípio, alguns experimentos iniciais terão que

ser realizados – os denominados experimentos pilotos. Estes experimentos têm a

finalidade de minimizar imprevistos que poderão surgir no decorrer da pesquisa, pois,

nada mais frustrante do que se chegar à metade de um projeto e ter que encerrá-lo por

uma falha que poderia ter sido sanada no início. Considere-se também o fato de que eles

serão úteis para que o iniciante adquira as habilidades motoras para a execução dos

experimentos.

Mesmo tomando esse cuidado, inevitavelmente, os imprevistos poderão

surgir no decorrer do desenvolvimento da pesquisa, fato que pode ser salutar no sentido

de modificar ou mudar o rumo da pesquisa ou até adicionar algo a ela, ou seja, um

acontecimento ou resultado inesperado nem sempre é produto de erro metodológico,

podendo ser uma resposta específica naquele momento e que poderá dar origem a uma

nova hipótese. Em outras palavras, é mais conveniente avaliar cautelosamente um

resultado diferente daqueles que estão sendo obtidos do que lhe atribuir um erro

inexplicável e descartá-lo.

Page 67: Guia Prático Para a Elaboração De Trabalhos Acadêmicos

66

3.5.2 Criando os grupos controle e experimental

Para se testar qualquer hipótese, especialmente na área das Ciências

Biológicas é necessário criar um grupo controle para cada variável a ser testada. A

finalidade deste procedimento é a de verificar o que ocorre sem a introdução da variável.

Tomando o mesmo exemplo já citado sobre o possível efeito psicotrópico de uma

substância extraída de determinada planta, a validação dos resultados obtidos no grupo de

animais experimentais, ou seja, que receberam a substância, somente poderá ocorrer se

comparados aos resultados de um grupo de animais que não a recebeu, ou ao qual foi

administrado soro fisiológico.

3.5.3 Coletando e anotando os dados

Com o protocolo experimental delineado, os materiais e equipamentos

definidos e a técnica dominada, a coleta de dados passa a ser um trabalho de repetição e

rotineiro. As experimentações serão repetidas tantas vezes quantas forem necessárias,

considerando o número de indivíduos de cada amostra propostos no projeto e, em

algumas vezes, os experimentos deverão ser realizados em duplicatas ou até em

triplicatas.

Em todos os casos, é conveniente ter à mão um roteiro a ser seguido – o

protocolo experimental, que nada mais é do que a descrição, passo a passo, dos

procedimentos a serem seguidos em cada experimento, o mais fielmente possível. Este

cuidado tem por finalidade minimizar fatores de variação entre os experimentos e

aumentar a fidedignidade dos resultados.

Tão importante quanto coletar os dados obtidos pelos experimentos é

anotá-los adequadamente. Para isto, nada melhor do que um caderno do tipo brochura.

Esta menção pode parecer estranha diante dos inúmeros recursos de informática

disponíveis atualmente, porém, o risco de perda dos valiosos dados será muito menor.

Além disto, qualquer ocorrência ou observação durante a realização de cada experimento

poderá ser facilmente anotada.

3.5.4 Tabulando e analisando os dados

Page 68: Guia Prático Para a Elaboração De Trabalhos Acadêmicos

67

Ao final da coleta, ou quando se dispõe de uma quantidade significativa de

dados, dá-se início à fase de tratamento dos mesmos. Atualmente, encontra-se uma

grande variedade de programas computadorizados que, em muito, facilitam o trabalho.

Eles permitem ao pesquisador uma fácil tabulação dos dados e rápida análise estatística.

A única atenção e cuidado necessários referem-se ao tipo de análise a ser escolhida e,

principalmente, ao entendimento dos resultados que ela fornece. Há cerca de duas

décadas o tratamento dos dados, desde a sua tabulação até a análise estatística, era

realizado no papel, contando somente com o auxílio de máquina de calcular e

demandando muito tempo. A informatização dos procedimentos estatísticos eliminou essa

dificuldade, no entanto, novamente ressalta-se a necessidade de se saber o quê

significam os resultados fornecidos por esta ou aquela análise estatística. Recomenda-se

ao iniciante pouco familiarizado com a estatística, uma breve análise dos dados que

obteve utilizando o Teste “t”, que, embora relativamente simples, permitirá uma maior

compreensão e assimilação sobre o que a análise estatística pode proporcionar ao seu

estudo.

3.5.5 Apresentando os resultados

Os resultados obtidos pela análise estatística são, como para o tratamento

dos dados, facilmente apresentados e de diversas formas. A escolha de uma ou outra

forma de representação é muito particular, mas deve recair naquela que melhor destaque

os resultados. Alguns pesquisadores preferem apresentá-los somente em tabelas, outros

em gráficos. Independentemente do tipo escolhido, todas as formas devem ser auto-

explicativas, buscando facilitar o entendimento para o leitor.

3.5.6 Discutindo os resultados e concluindo a pesquisa

Toda pesquisa laboratorial e experimental tem como objetivo final responder

a uma hipótese inicial. Para que esta resposta seja dada e aceita cientificamente é

necessário um referencial teórico que lhe dê suporte. Da mesma forma que, ao se iniciar

uma pesquisa, busca-se na literatura a existência de teorias ou conceitos que

fundamentarão o trabalho, após a obtenção de novos resultados, novos referenciais

teóricos serão necessários para discutir o que se obteve.

No entanto, apesar da necessidade deste suporte, a discussão permite ao

realizador da pesquisa certa liberdade de expressão, logicamente que sem fugir do rigor

Page 69: Guia Prático Para a Elaboração De Trabalhos Acadêmicos

68

científico, uma vez que é possível acontecer de um determinado resultado não ter uma

referência concreta e definitivamente comprovada na bibliografia levantada.

Por fim, todo o trabalho realizado desde o início da pesquisa, que pode ter

levado meses ou anos, deve ser concluído. Nela, o pesquisador se restringe a dizer em

poucas linhas a que ponto o trabalho o conduziu e, para escrevê-la, deve-se estar atento

ao(s) objetivo(s) que foram inicialmente propostos. É comum se observar certa frustração

em iniciantes na pesquisa laboratorial, especialmente quando há um resultado final

considerado não estatisticamente significante. No entanto, convém lembrar que toda

pesquisa parte da hipótese nula, ou seja, da não existência de diferenças e, portanto, as

conclusões onde as diferenças não aparecem, possuem o mesmo valor científico.

3.6 Conclusão

Um ambiente de laboratório é um dos locais mais excitantes e agradáveis

para o pesquisador. Nele é possível aplicar os conhecimentos adquiridos, desenvolvê-los

e gerar novos conhecimentos. Apesar de toda sua complexidade, da sua rigidez de regras,

da exigência de disciplina, de horários muitas vezes não usuais, do longo tempo de

dedicação, nele se concentram pessoas com objetivos afins, que discutem, compartilham

idéias e formam uma organização social complexa que têm a pesquisa experimental como

suporte – e recompensa, para a geração e transmissão de conhecimentos.

3.7 Um Exemplo de Pesquisa em Laboratório

O resumo abaixo apresentado é fruto do trabalho de pesquisa experimental

em laboratório realizado por uma acadêmica do Curso de Graduação – Licenciatura em

Ciências Biológicas e que resultou na apresentação dos resultados em congresso de

iniciação científica e na sua monografia de conclusão de curso.

Page 70: Guia Prático Para a Elaboração De Trabalhos Acadêmicos

69

O anil sintético tem sido utilizado como método contraceptivo em animais domésticos no meio rural, o que leva ao questionamento sobre sua ação na reatividade do músculo liso do ducto deferente e na condução espermática. Estão presentes nessa musculatura adrenoceptores α1 e β2, cuja ativação causa contração e relaxamento, respectivamente.

Verificar se a incubação do ducto deferente de ratos em solução de anil sintético influencia a sua reatividade à adrenalina.

Os ductos deferentes de nove ratos foram isolados e preparados para registro in vitro da contração isotônica longitudinal. Como controle, a reatividade de cada ducto foi testada pela determinação da curva dose-resposta induzida pela adrenalina. Seguiu-se o mesmo procedimento para cada ducto, após lavagem, descanso e 20 minutos de incubação em solução de anil 0,0025%, formando o grupo experimental. Determinou-se os parâmetros de pD2 e responsividade relativa (ρ) para ambos os grupos.

A análise estatística mostrou uma redução significativa (p<0,05) nos parâmetros de pD2, em média e erro-padrão, de 5,40 ± 0,03 para 4,61 ± 0,17 (gráf. 01 ) e de ρ (gráf. 02) de 0,5 ± 0,04 para 0,25 ± 0,07, nos grupos controle e experimental, respectivamente.

A análise dos resultados permite concluir que o anil sintético em concentrações de 0,0025%, diminui a reatividade da musculatura lisa do ducto deferente à adrenalina, caracterizando um bloqueio não-competitivo.

10 -8 10 -7 10 -6 10 -5 10 -4 10 -30

25

50

75

100ControleAnil Sintético

Log Doses Adrenalina

% d

e co

ntr

ação

Gráfico 01 – Curva logarítimica dose-resposta à adrenalina dos grupos controle e incubado com anil sintético, em média e erro-padrão (n=09).

Gráfico 02 – Responsividade relativa do grupo controle e experimental. * Diferença estatisticamente significante (p < 0,05) n=09

Controle Anil BaCl 2

0

25

50

75

100

% d

e co

ntr

ação

* *

INTRODUÇÃO

OBJETIVOS

MATERIAIS E MÉTODOS

RESULTADOS

CONCLUSÃO

EEFFEEIITTOO DDOO AANNIILL SSIINNTTÉÉTTIICCOO SSOOBBRREE AA RREEAATTIIVVIIDDAADDEE DDAA MMUUSSCCUULLAATTUURRAA LLIISSAA DDOO DDUUCCTTOO DDEEFFEERREENNTTEE DDEE RRAATTOOSS WWIISSTTAARR..

C. R. Silva; F. GouvêaC. R. Silva; F. Gouvêa--JRJRLaboratório de Fisiologia e FarmacologiaLaboratório de Fisiologia e Farmacologia

Departamento de Ciências Biológicas Departamento de Ciências Biológicas –– Faculdade de Ciências Faculdade de Ciências –– UNESP/BauruUNESP/Bauru

Page 71: Guia Prático Para a Elaboração De Trabalhos Acadêmicos

70

Capítulo 4

TRATAMENTO

DOS DADOS E ELABORAÇÃO

DOS RESULTADOS

Page 72: Guia Prático Para a Elaboração De Trabalhos Acadêmicos

71

Momento excitante para o pesquisador aquele em que se encontra enfim

posse de seus dados em que se esforça em ver ‘no que isso vai dar’! Mas impressão

inicial se verifica amiúde decepcionante, sobretudo para aqueles que, menos

experientes, não estão prevenidos: os dados ainda estão em bruto, não “dão” quase

em nada. Os fatos e os números nunca falam espontaneamente, e a tarefa do

pesquisador acha-se longe de ser finalizada. Falta-lhe muito a fazer antes que possa

fechar o círculo que liga o que emergirá da sua investigação ao problema que a

lançou. Por enquanto, ele está sempre na etapa da verificação eu deve ainda estudar

seus dados relação à hipótese, isto é, proceder à análise e à interpretação das

informações colhidas para, em seguida, chegar à etapa da conclusão.

Mas análise e interpretação não são imediatamente possíveis. Os dados

que o pesquisador tem em mão são, de momento, apenas materiais brutos: [...].

Esses dados precisam ser preparados para se tornarem utilizáveis na construção de

saberes. O pesquisador deve organizá-los, podendo descrevê-los, transcrevê-los,

ordená-los, codificá-los, agrupá-los em categorias [...]. Somente então ele poderá

proceder às análises e interpretações que o levarão às suas conclusões (LAVILLE;

DIONNE, 1999 p. 197).

4.1 INTRODUÇÃO

4.1.1 Conceituação

Esta é um das fases fundamentais de uma pesquisa, nela os dados são

tabulados e agrupados, metodologicamente, conforme sua natureza, e representados em

tabelas, gráficos e imagens a fim de melhor interpretá-los mediante a análise minuciosa e

criteriosa para sistematizá-los, de forma concreta, nos resultados a serem discutidos e

representados.

4.1.2 Objetivos

As orientações práticas contidas neste capítulo visam:

• Ampliar e consolidar as normas anteriormente estudadas.

Page 73: Guia Prático Para a Elaboração De Trabalhos Acadêmicos

72

• Facilitar a elaboração dos dados e sistematizá-los em resultados.

4.2 DESENVOLVIMENTO

4.2.1 Tabulação

4.2.1.1 Conceituação

A tabulação das alternativas do questionário, a quantificação das respostas e

a elaboração dos dados – representadas pela totalização de cada item - seguem etapas

distintas, feitas criteriosamente com métodos apropriados para assegurar que os

resultados sejam a lídima expressão dos respondentes (amostragem ou universo) do

questionário da pesquisa.

4.2.1.2 Primeira etapa

A primeira etapa é levada a efeito mediante a execução de várias tarefas

dentre elas:

Fazer uma análise preliminar dos questionários para estabelecer estratégias

de tabulação.

Totalizar a primeira questão de cada questionário, registrando num

questionário não respondido cada alternativa assinalada, adotando o quadradinho cortado

por uma diagonal, correspondendo cada traço uma resposta, totalizando cinco.

Estabelecer as categorias das respostas livres, registrando-as numa folha específica.

Respostas idênticas ou com sentido igual, porem redigidas de forma diferente e as

diferentes são assinaladas como o mesmo sistema das alternativas sugeridas.

Adotar o mesmo procedimento com as demais questões.

Registrar comentários resultantes das análises preliminares a tabulação das

respostas dos questionários.

4.2.1.3 Segunda etapa

A segunda etapa é levada a efeito mediante a execução de várias tarefas

dentre elas:

Page 74: Guia Prático Para a Elaboração De Trabalhos Acadêmicos

73

Organizar os resultados por grupos de categorias.

Ordenar as respostas dos grupos de categorias em ordem numérica

decrescente, bem como as respostas livres.

Montar tabelas, gráficos e ilustrações, conforme faculta a natureza do

assunto.

Estabelecer relação entre s resultados e a proposta da pesquisa

Fazer anotações e comentários, numa folha À parte, seguindo a seqüência

da estrutura prévia organizada do trabalho.

Consolidar os resultados a partir da ordenação dos dados em categorias e

em função da proposta da pesquisa.

Tentar estruturar as seções ou capítulos, mesmo que provisoriamente, para

facilitar a etapa seguinte.

4.2.2 Interpretação e discussão dos resultados

A interpretação e a discussão dos resultados são levadas a efeito mediante a

execução de várias tarefas, a partir dos resultados da proposta da pesquisa:

• Analisar os resultados constituídos pelo registro fiel da interpretação dos

dados organizados, sistematizados e estudados, de conformidade

com a proposta da pesquisa, mediante a aplicação de vários

procedimentos metodológicos para serem consolidados em

conhecimentos científicos.

• Verificar a existência de inter-relação entre as categorias, com base na

proposta da pesquisa.

• Fundamentar a análise lógica, de forma minuciosa e metodológica, em

relação aos resultados consolidados de cada questão, a partir da

proposta inicial da pesquisa.

• Fazer uma análise crítica dos resultados com vistas a extrair deles os

conhecimentos com o uso de vários métodos, sobretudo com a

aplicação da análise lógica, indutiva e dedutiva.

• Buscar subsídios para consolidar os conhecimentos inferidos ou

produzidos com base na análise dos resultados e confrontar o

domínio sobre o tema pesquisado com vistas à ampliação dos

conhecimentos existentes..

Page 75: Guia Prático Para a Elaboração De Trabalhos Acadêmicos

74

• Construir uma linha de argumentação com provas, deduções induções,

reflexões em relação aos resultados com o objetivo de sistematizar e

consolidar os conhecimentos, na tentativa de estruturar uma teoria

científica.

• Consolidar os conhecimentos mediante a argumentação e a

demonstração da prova na busca dos resultados finais, consistentes

e coerentes, como forma de preparação da redação dos

conhecimentos produzidos em decorrência da pesquisa cuja

sistematização resulta numa teoria científica.

Uma discussão lógico-metodológica dos resultados de uma pesquisa pode

contribuir para a redação do trabalho científico de forma coerente e consistente, para a

compreensão da leitura do seu texto redigido, para evidenciar as conclusões ou

considerações finais lógicas e fundamentadas e, sobretudo, transmitir segurança sobre os

conhecimentos produzidos e servir de referencial para outras pesquisas.

4.3 CONCLUSÃO

A elaboração consistente de um trabalho científico depende da forma -

metodologia – adotada na coleta e, sobretudo, no tratamento dos dados e da organização

dos resultados, facultando ao pesquisador sua análise e discussão, sua argumentação e

prova. Tais procedimentos facilitam o enunciado de sua conclusão,

4.4 QUESTIONÁRIO REFLEXIVO-ANALÍTICO

01 Fez uma análise preliminar dos instrumentos preenchidos da coleta de dados antes

de iniciar a tabulação?

02 Adotou e seguiu procedimentos adequados para fazer a quantificação dos dados?

0 3 Executou de forma completa as tarefas correspondentes à primeira etapa da

quantificação dos dados?

04 Organizou as categorias dos resultados com base em que critérios?

05 Montou tabelas dentro dos padrões estabelecidos pelo IBGE?

06 Elaborou gráficos condizentes com os resultados de forma técnico-estética? Eles

contribuem com o teor qualitativo do assunto da sua pesquisa e com a fidedignidade

dos seus resultados?

Page 76: Guia Prático Para a Elaboração De Trabalhos Acadêmicos

75

07 Fez análise, comentários e anotações ao longo da elaboração dos dados e

organização dos resultados?

08 Organizou o roteiro do seu trabalho ou o aprimorou ao longo da realização das

tarefas de quantificação dos dados e da elaboração dos resultados?

09 Analisou os resultados da pesquisa com base em que métodos? Foi completa e

consistente essa análise?

10 Consolidou os resultados mediante o emprego de que métodos?

11 Seguiu as orientações do capítulo 11 do MANUAL TEÓRICO-PRÁTICO (A Lógica

num trabalho científico: redação à luz dos pressupostos lógicos, p. 147-157)?

12 Buscou subsídios na revisão da literatura que fundamentou sua pesquisa para

consolidar, discutir e provar seus resultados?

13 Consolidou os conhecimentos – a teoria – decorrentes dos resultados da pesquisa

com base em que métodos? Em que argumentos? Em que provas? Os

procedimentos adotados foram suficientes para a demonstração da verdade e

chegar às conclusões consistentes da sua pesquisa?

Capítulo 5

ICONOGRAFIA

normas para a apresentação

Page 77: Guia Prático Para a Elaboração De Trabalhos Acadêmicos

76

das ilustrações

Conforme provérbio chinês “uma imagem vale por mil palavras”, dá bem

a dimensão do valor uma ilustração contida num trabalho científico.

Uma imagem que evidencie o significado de uma mensagem que ela

transmite consolida, ratifica e enfatiza a parte da pesquisa que ela ilustra.

Dada a importância da ilustração contida num trabalho acadêmico, seu

uso deve ser adequado e na justa medida para poder contribuir, evidenciar,

complementar seu conteúdo redigido.

5.1 INTRODUÇÃO

5.1.1 Conceituação

Iconografia é a arte de representar dados através de imagem para ilustrar

algo, isto é, no caso resultados de um trabalho científico.

O termo tem sua origem no grego:

Eikon = ícone, imagem, retrato ou quadro.

Grafe = desenho, quadro, arte de escrever (desenhar).

A ilustração de um trabalho acadêmico implica numa arte de apresentar os

resultados de uma pesquisa através de gráficos dos mais variados tipos (em especial,

tabelas, quadros, figuras, gráficos) , levando em conta que uma imagem é mais eloqüente

do que uma descrição retórica, literária.

Uma ilustração – iconografia - em trabalho científico exige arte na sua

realização; proporcionalidade e estética na sua apresentação; exige objetividade, clareza,

evidência dos dados que representa.

Page 78: Guia Prático Para a Elaboração De Trabalhos Acadêmicos

77

5.1.2 Objetivos

A explanação deste capítulo visa alcançar os seguintes objetivos:

• Conscientizar o acadêmico sobre a existência dos vários tipos de

ilustrações e sobre o seu uso como um elemento fundamental na

compreensão e fundamentação dos seus trabalhos científicos.

• Ressaltar a importância e a necessidade do uso adequado dos gráficos

nos seus trabalhos, pois eles contribuem para sua melhor

interpretação e seu maior enriquecimento.

5.2 DESENVOLVIMENTO

5.2.1 Tipos

A ABNT NBR 14724:2005 menciona um rol de tipos de ilustrações que

podem ser usadas nos trabalhos científicos, como: desenho, esquemas, fluxogramas,

gráficos, mapas, organogramas, plantas, quadros, retratos e outros.

Entre as ilustrações que podem ser usadas nos trabalhos científicos citam-

se:

Fotos, em preto e branco, coloridas e acompanhadas das respectivas

legendas explicativas.

Filmes, documentários usados como complemento ou como confirmação

dos resultados.

CD-rom, contendo os mais variados informes e as mais diversas ilustrações

em relação ao trabalho científico, anexado ao texto, na parte interna da contracapa.

Desenhos dos mais variados tipos, esquemas, coloridos ou não, usados

para ilustrar e ressaltar os resultados.

Quadros, ilustrações semelhantes às tabelas, porém diferenciados delas

por conterem mais palavras do que números e têm suas laterais fechadas.

Tabelas (Ver capítulo anterior).

Gráficos, informações representadas de várias formas, sendo as mais

usadas: colunas, barras, histogramas e os vetores.

Gravuras, caracterizadas por serem ilustrações extraídas de obras

pesquisadas cujo teor consolida a informação escrita do trabalho.

Organogramas e fluxogramas representam uma estrutura organizacional e

sua fluência.

Page 79: Guia Prático Para a Elaboração De Trabalhos Acadêmicos

78

Figuras compõem o conjunto de ilustrações, imagens.

Lâminas, caracterizadas por uma folha ou chapa que contenha algo

pintado, gravado ou retratado ou uma publicação composta por uma só folha.

5.2.2 Algumas normas

5.2.2.1 A ABNT

O órgão normativo prescreve:

Os identificadores das ilustrações devem constar na parte inferior dos

gráficos. Porém o IBGE (1993, p. 45-6) os coloca na parte superior, bem como a

Universidade Federal do Paraná (2001, p. 31-33) e Instituto Paranaense de

Desenvolvimento Econômico e social (2001, p. 23-41). Acrescente-se a essas menções, a

norma da própria ABNT, acima citada, (2005, p. 7) afirmando que “o projeto gráfico é da

responsabilidade do seu autor”.

A designação denominada de gráfico ou de figura, seguida do número (em

continuidade dos anteriores) deve ser separada do título por um hífen.

O título deve ser grafado de forma sucinta e clara, localizado o mais

próximo possível de sua menção do texto.

Exemplo:

Gráfico 2 – RESULTADOS OBTIDOS PELOS ALUNOS DO BRASIL NO EXAME DO ENADE/2005 DE UM TOTAL DE 40 PONTOS

f

12

11

10

09

08

07

06

05

04

03

02

01

PONTOS 11-13 14-15 16-17 18-19 20-21 22-23 24-25 26-27 28-29

Page 80: Guia Prático Para a Elaboração De Trabalhos Acadêmicos

79

5.2.2.2 Normas para a elaboração e apresentação dos quadros

Para a inclusão ou confecção de quadros ilustrativos nos trabalhos

acadêmicos deve-se seguir as seguintes normas:

Denominação: QUADRO seguido do número (inicial ou em continuidade) e

do hífen.

Título grafado, de preferência, em caixa alta (caracteres maiúsculos),

tamanho dos caracteres menor do que o do corpo do trabalho e sem ponto final.

Representação feita por linhas horizontais para separar:

O cabeçalho - cadeiras e especificações, linhas das informações.

As células contendo indicações: ano, complementos e autores.

As linhas verticais para separar a coluna indicadora (nome das cadeiras).

As células que contêm os dados ou números (ano, desdobramentos da

cadeira e o nome dos autores correspondentes).

As laterais são fechadas.

Exemplo:

QUADRO 10 – GRADE CURRICULAR DO CURSO – FACULDADE – DE MATEMÁTICA DA UNIVERSIDADE DE COIMBRA, ORGANIZADA A PARTIR DA REFORMA DE 1772. DURAÇÃO DO CURSO: 04 ANOS.

CADEIRAS/

ESPECIFICAÇÕES ANO COMPLEMENTOS AUTORES

GEOMETRIA

Aritmética Geometria Elementar Trigonometria plana Metafísica História Natural

EUCLIDES ARQUIMEDES PROCLO LINEU

ÁLGEBRA

Álgebra Elementar Geometria Elementar Cálculo Infinitesimal Cálculo diferencial e Integral Metafísica Geometria Sublime e Transcendental Física Experimental

EUCLIDES BEZOUT BEZOUT PROCLO EUCLIDES MUSKAEN E BROEK

[...] [...] [...] [...]

FONTE: Quadro montado com dados extraídos dos ESTATUTOS, 1772, v. III, Ap. CÁS (1996, p. 294). NOTAS: O quadro acima refere à Tese defendida na UNESP – Marília Prof. Danilo Da Cás:

UNIVERSIDADE LUSO-BRASILEIRA: Universidade de fato (1572-1822), 1996.

Page 81: Guia Prático Para a Elaboração De Trabalhos Acadêmicos

80

Dimensão quando ultrapassar o espaço da folha, adotar o mesmo

procedimento usado na tabela (cap. II, Manual., p. 47-48).

Notas e observações registrá-las no rodapé do quadro (Ver normas

adotadas nas tabelas, p. 76).

5.2.2.3 Procedimentos para o uso de figuras

Figuras são constituídas por um conjunto de elementos ilustrativos

(desenhos, imagens, estampas, mapas, plantas, lâminas, pirâmide etária, diagrama,

fluxograma, cronograma) que contribuem para consolidar, demonstrar e visualizar os

resultados de uma parte da pesquisa ou trabalho científico para propiciar uma melhor

compreensão. Sua apresentação deve seguir algumas normas:

Denominação grafa-se FIGURA, número, seguido do hífen, de forma

semelhante aos procedimentos adotados na designação da tabela ou do quadro.

Elaboração pelo autor do trabalho, feita em papel vegetal para que, ao

copiá-la, fiquem preservados os detalhes e a resolução perfeita da figura.

Título seus dizeres devem ser breves, objetivos, claros e precisos por ser

explicativo do teor da figura.

Legenda colocada logo abaixo da figura, deve ser clara, precisa e objetiva.

Fonte grafa em caixa alta, AUTOR (sobrenome), ano, página.

Notas de rodapé da figura, ver os procedimentos adotados no gráfico ou no

quadro.

Exemplo de um cronograma:

QUADRO 9 – SUGESTÃO DE UM CRONOGRAMA PARA O DESENVOLVIMENTO DE UMA PESQUISA

Page 82: Guia Prático Para a Elaboração De Trabalhos Acadêmicos

81

TEMPO /

TAREFAS

BIM

BIM

BIM

BIM

BIM

6º.

BIM

BIM

BIM

BIM

10º

BIM

11º

BIM

12º

BIM

13º

BIM

14º

BIM

Levantamento das fontes g Leituras g g Montagem do projeto g Seleção da metodologia g Levantamento de dados g g Tabulação dos dados g Análise dos dados g Organização/iconografia g Redação provisória g g Revisão g Redação final g

5.3 CONCLUSÃO

A iconografia localizada - no corpo do trabalho ou nos seus complementos –

contribui para suas ilustração e melhor compreensão do seu teor. Para tanto, deve se

adequada e usada de forma criteriosa a fim de visualizar ou de consolidar os resultados da

pesquisa.

5.4 QUESTIONÁRIO REFLEXIVO-ANALÍTICO

01 Quais foram os critérios adotados para a seleção das ilustrações (tipos e número)

para consolidar sua pesquisa?

02 Quais foram os requisitos que levou em conta na elaboração das ilustrações?

03 Quais foram os tipos de ilustrações selecionados para elucidar ou consolidar os

resultados do seu trabalho?

04 Os tipos de ilustrações selecionados e incorporados na seu relatório da pesquisa são

os mais adequados e convincentes?

05 Os identificadores das ilustrações constantes na parte inferior das mesmas são

completos, não deixando dúvidas sobre sua origem ou sua autoria?

06 A designação - número, título – está redigida de forma sintética e objetiva, é clara,

completa quanto ao seu teor?

07 Na elaboração das ilustrações seguiu rigorosamente as normas exigidas?

08 A inclusão de uma ilustração extraída de alguma fonte, fez as devidas referências,

respeitando a produção intelectual de outrem ou da sua autoria?

Page 83: Guia Prático Para a Elaboração De Trabalhos Acadêmicos

82

09 O uso das ilustrações foi feito de forma adequada e moderada?

Page 84: Guia Prático Para a Elaboração De Trabalhos Acadêmicos

83

Capítulo 6

ICONOGRAFIA:

normas

para a apresentação tabular

Um gráfico originado de dados bem consolidados de uma tabela, sua

imagem e sua mensagem tornam seu significado evidente. A ela também se aplica o

provérbio chinês “uma imagem que vale por mil palavras” pois sua comunicação

simples, direta e evidente é captada imediato, quase que intuitivamente por quem a

vê. Por isso sua elaboração e apresentação devem estar dentro das normas

técnico-estéticas a fim de que o teor de sua mensagem seja captado como que

intuitivamente, para em seguida deter-se na análise lógico-reflexiva do seu teor.

Page 85: Guia Prático Para a Elaboração De Trabalhos Acadêmicos

84

6.1 INTRODUÇÃO

6.1.1 Conceituação

Tabela representa a síntese dos dados, metodologicamente, coletados,

totalizados e organizados de uma pesquisa com o objetivo de visualizar as informações e

de propiciar uma leitura e interpretação imediatas.

Um trabalho científico consolida suas informações, conclusões e provas em

tabelas, quadros, gráficos e ilustrações. Seu uso deve obedecer a um conjunto de

requisitos estabelecidos pelos órgãos técnicos que estão consolidados nas “Normas de

Apresentação Tabular” (IBGE, 1993, p. 7-30) e complementados pela ABNT NBR 6024,

maio 2003 (numeração progressiva das seções de um documento escrito) e NBR 5892,

agosto de 1989 (normas para datar).

6.1.2 Objetivos

Este capítulo visa alcançar os seguintes objetivos:

• Apresentar uma síntese das normas estabelecidas pelo IBGE.

• Informar os acadêmicos, os pesquisadores e os orientadores sobre o

uso correto dessas normas na ilustração dos trabalhos científicos.

6.2 DESENVOLVIMENTO

6.2.1 Conceitos básicos

Tabela é uma forma de apresentação de informações expressas em dados

numéricos dentro de espaços e com seus elementos identificadores.

Espaços são constituídos por três grandes áreas componentes da tabela

(topo, centro e rodapé), conforme o demonstra a ilustração, a seguir.

Topo espaços (cabeçalho, coluna, linha e célula) destinados ao registro dos

termos identificadores e dos dados numéricos.

Rodapé espaço destinado a registrar as informações complementares:

fonte, nota geral, nota específica, índice.

Page 86: Guia Prático Para a Elaboração De Trabalhos Acadêmicos

85

Exemplo:

Tabela 15 - Número das contribuições científico-tecnológicas que concorreram [...]. (Cf. p. 27).

CABEÇALHO

Indicadores das categorias das colunas

Cabeçalho dos indicadores das colunas numéricas

Colunas da totalização de do percentual de cada

categoria

Contém os termos identificadores

das categorias da pesquisa ou os dados coletados

Espaço vertical

Contém os dados numéricos

Total

%

Linha da totalização das colunas

Células com a totalização de cada coluna

Células com a totalização das informações e do total

do percentual

RODAPÉ reservado para registrar (quando necessário):

� Fonte que originou os dados. � Nota geral explicativa do conteúdo da tabela. � Nota específica destinada a esclarecer um elemento da tabela. � Índice remissivo “símbolo remissivo atribuído a algum elemento de uma tabela que

necessita de uma nota específica.”

6.2.2 Normas para a elaboração de uma tabela

Identificação numérica (algarismo arábico) é seqüencial e tem início com o

termo Tabela seguido do número, do travessão e do Título da tabela. A numeração deve

obedecer às normas da ABNT (NBR 6024, maio 2003, numeração progressiva das seções

de um documento escrito).

Título escrito no topo, contendo os elementos indicadores básicos da

natureza e da delimitação temporal (período) e espacial (localização geográfica) dos

dados numéricos, sem uso de abreviaturas.

Moldura contém os espaços ou as áreas para efetivar o registro de todas as

informações necessárias à compreensão, de todos os dados numéricos correspondentes

às informações, da totalização de cada elemento indicador da categoria do cabeçalho, da

totalização de cada coluna e do percentual de cada categoria.

A estruturação da moldura é composta de, no mínimo, de três traços

horizontais e paralelos que limitam áreas específicas, contendo cada uma sua função para

conter dados específicos (Ver exemplo acima).

Page 87: Guia Prático Para a Elaboração De Trabalhos Acadêmicos

86

A tabela é aberta nas suas laterais; não contém traços verticais quando

trata de um só assunto. Na existência de mais de uma informação, ou quando a

informação é muito extensa, faz-se uma segunda coluna na folha, em ordem decrescente

em cada folha separadas com um traço vertical.

Exemplo:

Tabela 3 – Taxa de crescimento anual da população residente, em ordem decrescente, por Municípios do Estado de Alagoas, no período 1980-1991 (IBGE, 1993, p. 47)

Município

Taxa de crescimento anual (%)

Município

Taxa de crescimento anual (%)

Piranhas 8,44 Campo Grande 7,07 Barra de São Miguel 7,05 [...]

Penedo 3,26 Messias 3,19 Cajueiro 3,03 [...]

Cabeçalho da tabela é a área destinada para complementar o teor do título

e especificar o conteúdo ou os indicadores das colunas. O indicador da coluna deve ser

claro, sucinto e específico (Ver exemplo acima).

Indicadores de linha – coluna do cabeçalho da tabela – trazem as

categorias objeto da pesquisa. Os indicadores devem ser grafados com palavras ou

notações, de forma clara e concisa para favorecer a compreensão.

Unidades de medida são redigidos no espaço próprio da área do cabeçalho

e podem ser expressas em dado numérico, em porcentagem, em símbolo e/ou em

elementos similares.

Exemplos: m = metro; R$ = Real (moeda); % = porcentagem; ‰ dado

numérico proporcional por mil; 1/1000 = dado dividido por mil ou representa uma escala.

Os dados numéricos sempre devem ser expressos em algarismos arábicos.

A substituição dos dados numéricos deve adotar as seguintes convenções:

• - dado numérico equivalente a zero.

• .. não se aplica dado numérico.

• ... dado numérico não disponível.

• x dado numérico omitido para evitar a individualização.

• 0 - 0,0 - 0,00 – etc. dado igual a zero depois de feito o arredondamento

de um dado positivo.

Page 88: Guia Prático Para a Elaboração De Trabalhos Acadêmicos

87

• -0 - -0,0 - -0,00 – etc. dado igual a zero depois de feito o

arredondamento de um dado negativo.

Quando uma tabela apresentar sinais convencionais, na nota geral devem

ser decodificados.

Quando a tabela contiver alguma chamada em suas colunas, será explicada

na nota específica.

A nota remissiva deve ser feita em algarismo arábico entre parênteses, ou

entre colchetes ou em exponencial.

Quando contiver mais de uma nota: iniciar seu registro de cima para baixo,

da esquerda para a direita e ordem crescente.

Fonte consignada na primeira linha do rodapé com indicação do sobrenome

da pessoa, ou nome da instituição da origem dos dados registrados. Em ambos os casos,

citar o ano e a página. O registro completo da fonte é feito nas referências bibliográficas

ao final do trabalho.

Na ocorrência da alteração dos dados numéricos, o responsável deve ser

identificado.

Nota geral registrada no rodapé da tabela, após a fonte, é usada sempre

que for necessário complementar alguma informação ou dar algum esclarecimento.

Nota específica registrada, também, no rodapé logo após a nota geral, é

adotada para esclarecer algum indicador específico. Sendo mais do que uma, segue-se o

mesmo procedimento da nota geral.

As indicações de tempo, quando for série consecutiva, apresentam dados

numéricos relacionados a ocorrências ao longo de vários anos, registram-se seus limites

separados por hífen (1999-2005). Quando apresenta dados ocorridos dentro de alguns

meses, exemplo: junho a outubro, dentro do mesmo ano, o registro é feito da seguinte

forma: 30.06.2002-10.10.2002. Quando a ocorrência aconteceu no último semestre de um

ano e concluiu no primeiro semestre do outro ano, o registro é feito da seguinte maneira:

segundo semestre de 2005 e primeiro semestre de 2006.

Apresentação de classe de freqüência consignada com clareza e sem

ambigüidade, por extenso. Quando de sua impossibilidade registra-se abreviada com

legenda ou com notação no rodapé. Toda a classe apresenta um extremo inferior, um

intervalo e um extremo superior. O registro usual as classes inicial e final são fechadas.

Exemplo: notas de aproveitamento escolar:

� 0-2

� 3-4

Page 89: Guia Prático Para a Elaboração De Trabalhos Acadêmicos

88

� 5-6

� 7-8

� 9-10

O arredondamento dos índices numéricos, quando for feito deve ser

mencionado esse fato. O arredondamento é efetivado para reduzir o tamanho das casas

que compõem a fração:

Exemplos:

Arredondamentos de notas nas provas bimestrais: 9,65 = 9,5; 8,85 = 9,0. O

arredondamento ocorre para a casa mais próxima.

Arredondamento nos índices percentuais: 20,2587 = 20,26%.

6.2.3 Diagramação de uma tabela

Quando a tabela for extensa demais e precisa de várias páginas para seu

registro total, caso sendo possível, pode-se adotar a divisão da folha em duas colunas; se

mesmo assim não for suficiente, continuar na página seguinte, mediante o cumprimento

dos seguintes requisitos:

� Manter o teor do título no topo e o cabeçalho e seus indicadores da

tabela.

Exemplo:

Tabela 3 – Taxa de crescimento anual da população residente, em ordem decrescente, por Municípios do Estado de Alagoas, no período 1980-1991 (IBGE, 1993, p. 47)

Continua

Município

Taxa de crescimento anual (%)

Município

Taxa de crescimento anual

(%)

Piranhas 8,44 Campo Grande 7,07 Barra de São Miguel 7,05 [...]

Penedo 3,26 Messias 3,19 Cajueiro 3,03 [...]

Registrar na segunda página ou nas seguintes: continuação.

Exemplo:

Page 90: Guia Prático Para a Elaboração De Trabalhos Acadêmicos

89

Tabela 3 – Taxa de crescimento anual da população residente, em ordem decrescente, por Municípios do Estado de Alagoas, no período 1980-1991 (IBGE, 1993, p. 48)

Continuação

Município

Taxa de crescimento anual (%)

Município

Taxa de crescimento anual

(%)

São Sebastião 2,03 Passo do Camaragibe 1,99 São Miguel dos Campos 1,99 [...]

Pão de Açúcar 1.17 Minador Negrão 3,19 Monteirópolis 3,03

[...]

Registrar na última folha: conclusão e as notas do rodapé.

Exemplo:

Tabela 3 – Taxa de crescimento anual da população residente, em ordem decrescente, por Municípios do Estado de Alagoas, no período 1980-1991 (IBGE, 1993, p. 49)

Conclusão

Município

Taxa de crescimento anual (%)

Município

Taxa de crescimento

anual (%)

[...]

São José do Laje 0,00 Jaculpe - 0,00 Novo Lino - 0,00

[...]

Chã Preta - 1,67 Pindoba - 2,93

Fonte: Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE Notas: Dados numéricos arredondados.

Sinais convencionais utilizados: 0,00 Dado numérico igual a zero resultante de arredondamento de dado numérico originalmente

positivo. -0,00 Dado numérico igual a zero resultante de arredondamento de dado numérico originalmente

negativo.

6.2.4 Recomendações gerais

Algumas recomendações feitas aos usuários em relação às tabelas são

necessárias a fim de padronizá-las e torná-las mais práticas:

Estruturá-la para que caiba inteira numa folha.

Organizá-la com o número de células maior do que daquelas dos sinais

convencionais.

Quantificá-la com os itens numéricos, outros ou outras, não superiores ao

das categorias.

Page 91: Guia Prático Para a Elaboração De Trabalhos Acadêmicos

90

Redigi-la com caracteres uniformes.

6.2.5 Quadro sinótico: normas para a apresentação tabular

TÓPICO SÚMULA

INTRODUÇÃO Conceituação:

A tabela consolida as informações, (resultados e discussão) e conclusões.

Referencial: IBGE (1993) – ABNT NBR 6024, 2003) e NBR 5892 (1989).

Objetivos:

Apresentar síntese do documento do IBGE.

Orientar os usuários para o uso das normas.

DESENVOVLVIMENTO:

CONCEITOS BÁSICOS

Tabela é uma forma de apresentar informações numéricas.

Espaços:

- Topo estruturado com cabeçalho, coluna, linha e célula.

- Rodapé destinado às informações complementares (fonte, notas - geral e

específica - índice remissivo).

NORMAS PARA A

ELABORAÇÃO

Identificação numérica: algarismo arábico seqüencial.

Título: numerado; estruturado com os elementos básicos do assunto.

Moldura: espaços limitados para o registro dos dados numéricos.

Estruturação: três traços horizontais e paralelos.

Tabela aberta: nas laterais.

Cabeçalho: indicador das informações das colunas.

Indicadores de linha: indicador da coluna.

Unidade de medida: unidade padrão adotada (m, R$, %).

Substituição de dos numéricos: por símbolos ou convenções (-, .. - ..., x, o).

Chamada da coluna: explicada na nota específica.

Nota remissiva: registro numérico.

Fonte: citação do nome da pessoa ou da instituição que originou os dados.

Nota geral: complemento de informação.

Nota específica: esclarecimento de um indicador específico.

Indicação do tempo: registro temporal da informação.

Apresentação da classe de freqüência: registro claro do indicador da coluna.

Arredondamento dos índices numéricos: aproximação da terceira casa após a

vírgula para a unidade mais próxima (acima ou abaixo).

DIAGRAMAÇÃO Apresentação, sempre que possível, numa só folha, até em duas colunas.

Sendo mais de uma página:

- No alto da tabela, primeira página, escrever: continua.

- No alto da tabela, segunda página, escrever continuação ou conclusão.

RECOMENDAÇÕES

GERAIS NA

CONFECÇÃO DAS

Caber numa folha.

Estruturar células numéricas em número superior ao dos sinais convencionais .

Cuidar para que a informação numérica de outros ou outras seja reduzida.

Page 92: Guia Prático Para a Elaboração De Trabalhos Acadêmicos

91

TABELAS Ser redigida com caracteres uniformes.

6.3 CONCLUSÃO

O cumprimento das normas de apresentação tabular, além de padronizar o

formato do trabalho acadêmico, serve para demonstrar a preocupação do autor com a

clareza, a objetividade e a fundamentação do seu trabalho.

O importante não é só ilustrar o trabalho com iconografia tabular, mas a

forma correta e discreta de como usá-la.

6.4 QUESTIONÁRIO REFLEXIVO-ANALÍTICO

01 Tem noção clara sobre o valor o significado de uma tabela e de sua representação

gráfica dentro de um trabalho científico?

02 Como pode ser consolidado um trabalho científico?

03 Tem noção completa dos conceitos básicos sobre tabela, seus componentes

estruturais e sua representação gráfica?

04 Elaborou suas tabelas dentro das normas estabelecidas pelo órgão competente

(IBGE)?

05 Diagramou de que forma suas tabelas? As informações constantes do título? No

cabeçalho? No rodapé?

06 Como procedeu quando uma tabela extensa não coube numa página?

07 Seguiu as recomendações gerais quando organizou suas tabelas?

08 Elaborou de que forma seus gráficos? Empregou, para isso, todos os recursos para

apresentá-los de maneira técnico-estética?

09 Selecionou um número limitado e os mais significativos gráficos para fundamentar

seu trabalho acadêmico?

6.5 EXERCÍCIO

Faça um levantamento de três tabelas nas obras da biblioteca ou nas

Teses, Dissertações ou Monografias que contenham tabelas que se aproximem do padrão

estabelecido neste capítulo e faça uma análise minuciosa para:

Registrar a presença das normas cumpridas pelo autor do trabalho.

Registrar a ausência das normas não cumpridas pelo autor do trabalho.

Page 93: Guia Prático Para a Elaboração De Trabalhos Acadêmicos

92

Emitir seu parecer fundamentado em critérios de avaliação.

Capítulo 7

ELEMENTOS VISUAIS

NUM

TRABALHO ACADÊMICO Roberta Ribeiro Soares Moura Padoan*

A utilidade de estar trabalhando com gráfico é identificar mais rapidamente

comportamento de valores numa possível comparação, sendo muito mais interessante que

verificar esses mesmos dados numa tabela descritiva (MANZANO, 2001).

Page 94: Guia Prático Para a Elaboração De Trabalhos Acadêmicos

93

(*) Docente de Informática do IESB – Instituto do Ensino Superior de Bauru.

7.1 INTRODUÇÃO 7.1.1 Conceituação

Elementos visuais constituem a substância básica daquilo que vemos. Para uma

boa composição visual é necessário saber direcionar a atenção de quem vê para pontos

importantes do gráfico.

7.1.2 Objetivo Tornar fácil a tarefa de converter números de tabelas em gráficos e conseguir informar muito mais. 7.2 DESENVOLVIMENTO 7.2.1 Tabela Através de uma tabela definida por uma planilha de dados (no caso utilizando o Excel), como mostra a figura 1.1, podem-se criar gráficos ilustrativos para o trabalho de pesquisa.

Page 95: Guia Prático Para a Elaboração De Trabalhos Acadêmicos

94

Figura 1.1 – Planilha com dados lançados MATERIAIS, 1º semestre e 2º semestre. O total será calculado através do somatório dos dados em linha do 1º

semestre e 2º semestre, que estão selecionados e, em seguida, clica-se no ícone

que se encontra na barra de ferramentas padrão, como mostra a figura 1.2.

Figura 1.2 – Somatório de valores O resultado ficará como mostra figura 1.3.

Page 96: Guia Prático Para a Elaboração De Trabalhos Acadêmicos

95

Figura 1.3 – Resultado do somatório de valores em linha do 1º semestre com 2º semestre. Basta agora fazer uma cópia do resultado nas células seguintes. Com o mouse no

canto inferior direito da célula calculada, quando esta ficar com o sinal visualizado pela

seta, como mostra a figura 1.4.

Figura 1.4 – Sinal característico para cópia de células com cálculo. Basta arrastar o mouse até o último item de cálculos, no caso lápis de cor (caixa

36), como mostra figura 1.5 e os totais estarão calculados.

Figura 1.5 – resultados dos somatórios.

Page 97: Guia Prático Para a Elaboração De Trabalhos Acadêmicos

96

Os mesmos passos podem ser utilizados para se calcular os totais por semestre e

total geral, como mostra figura 1.6.

Figura 1.6 – Totalizando a planilha.

A porcentagem será calculada, utilizando-se a fórmula para divisão do Excel, cada

valor em linha do total será dividido pelo total geral que no caso é 1495, como mostra a

figura 1.7.

Figura 1.7 – Cálculo de porcentagem (%).

Page 98: Guia Prático Para a Elaboração De Trabalhos Acadêmicos

97

Após o cálculo, se a célula não estiver formatada para %, os valores serão

representados com casas decimais, como mostra a figura 1.8.

Figura 1.8 – resultado em decimais.

Para que apareçam em porcentagem (%), seleciona-se os campos após os

cálculos e clica-se no botão que se encontra na barra de ferramentas de

formatação, como mostra a figura 9.

Figura 1.9 – resultado em porcentagem (%).

• Selecionar os dados da tabela materiais e porcentagem (%), para construção do

gráfico.

Page 99: Guia Prático Para a Elaboração De Trabalhos Acadêmicos

98

• Selecione primeiro com mouse as células contendo os materiais e em seguida

pressione a tecla <CTRL>, selecione as células da porcentagem (%), como mostra

figura 1.10.

Figura 1.10 – Seleção de dados para construção do gráfico.

7.2.2 Gráficos

Os gráficos ilustram os resultados da pesquisa.

O gráfico demonstrativo poderá ser montado, seguindo os seguintes passos:

• A partir dos dados selecionados, clique no ícone (Assistente de

gráfico), na barra de ferramentas padrão e escolha na guia Tipos padrão um tipo

de gráfico.

• Poderão ser utilizados até quatro etapas para a construção do gráfico.

• Para cada tipo existem vários subtipos, escolha o que lhe

agradar (etapa 1) e clicar em , como mostra a figura 2.1.

Page 100: Guia Prático Para a Elaboração De Trabalhos Acadêmicos

99

Figura 2.1 – Tipos de gráficos.

7.2.2.1 Gráfico tipo colunas

A partir da seleção do tipo de gráfico, seguir os passos do assistente (até 4 etapas): • Selecione o subtipo que for mais interessante e tecle. • Na guia Intervalo de dados, poderá ser selecionado o gráfico por colunas,

como mostra a figura 2.1.1:

Page 101: Guia Prático Para a Elaboração De Trabalhos Acadêmicos

100

Figura 2.1.1 – Gráfico por colunas.

• Ou por linhas, como mostra a figura 2.1.2.:

Page 102: Guia Prático Para a Elaboração De Trabalhos Acadêmicos

101

Figura 2.1.2 – Gráfico por linhas.

• Na guia série, podem ser feitas algumas alterações com relação aos

itens descritos na tabela, como mostra a figura 2.1.3.

Figura 2.1.3 – Alteração de itens da série, o item deverá estar selecionado.

• Trocar a série lápis na opção nome para “lápis preto”.

• Nos rótulos do eixo das categorias (X): coloca-se o título: MATERIAIS

EM ESTOQUE, como mostra a figura 2.1.4.

Page 103: Guia Prático Para a Elaboração De Trabalhos Acadêmicos

102

Figura

2.1.4 – Alteração de itens da série.

• Clique em (etapa 3),

podem-se visualizar as alterações como indicativo nas setas, figura

2.1.5:

Page 104: Guia Prático Para a Elaboração De Trabalhos Acadêmicos

103

Figura 2.1.5 – Visualização das alterações da guia série.

• Na guia título, pode-se inserir um título para o gráfico e também títulos

para o eixo das categorias (X) e eixo dos valores (Y), como indicativo

nas setas, da figura 2.1.6:

Figura 2.1.6

• A guia eixos, figura 2.1.7.

Page 105: Guia Prático Para a Elaboração De Trabalhos Acadêmicos

104

Figura 2.1.7 – Eixos selecionados. Se tirar seleção, exclui informações com relação aos eixos X (título: MATERIAIS

EM ESTOQUE) e Y(as porcentagens da guia), como mostra as setas da figura 2.1.8.

Figura 2.1.8 – Sem informações nos eixos.

• A guia linhas de grade poderão tirar linhas da grade como indicativo na

seta, da figura 2.1.9.

Page 106: Guia Prático Para a Elaboração De Trabalhos Acadêmicos

105

Figura 2.1.9 Ou inserir mais linhas na grade, como mostra figura 2.1.10.

Figura 2.1.10

• A guia legenda, poderá excluir a legenda do gráfico, como indicativo nas

setas, da figura 2.1.11.

Page 107: Guia Prático Para a Elaboração De Trabalhos Acadêmicos

106

Figura 2.1.11.

Ou mudá-la de posição, como indicativo nas setas da figura 2.1.12.

Figura 2.1.12.

• A guia rótulo de dados, pode inserir informações no gráfico, dependendo

da necessidade, como indicativo nas setas da figura 2.1.13.

Page 108: Guia Prático Para a Elaboração De Trabalhos Acadêmicos

107

Figura 2.1.13.

• Na guia tabela de dados, as informações dos rótulos de dados (guia

anterior) podem ser mostradas de outra forma se ativadas nesta guia,

como mostra a figura 2.1.14.

Figura 2.1.14.

A tabela definida, seguindo critérios de melhor definição.

Clique em a fim de passar para a etapa 4:

• Se escolher a opção, como objeto em: figura 2.1.15 o gráfico será

inserido no Excel junto à tabela da planilha.

Page 109: Guia Prático Para a Elaboração De Trabalhos Acadêmicos

108

Figura 2.1.15

Clicando-se em concluir, obtém-se o seguinte resultado, como figura 2.1.16.

Figura 2.1.16

O gráfico pode ser transferido para o texto de pesquisa selecionando-o da

planilha, copiando-o e colando-o no editor de texto, no local onde deve ficar o gráfico

demonstrativo.

Mas, se escolher a opção como nova planilha, figura 2.1.17, ela será inserida

como uma nova planilha:

Page 110: Guia Prático Para a Elaboração De Trabalhos Acadêmicos

109

Clicando-se em concluir teremos o seguinte resultado: Figura 2.1.17

Clicando-se em concluir, é obtido o seguinte resultado, como mostra a figura 2.1.18.

Page 111: Guia Prático Para a Elaboração De Trabalhos Acadêmicos

110

Figura 2.1.18

O gráfico pode ser transferido para o texto de pesquisa, selecionando-o da

planilha, copiando-o e colando-o no editor de texto, no local onde deverá ficar o gráfico

demonstrativo.

7.2.2.2 Gráfico tipo barras

Com os dados da tabela selecionados, clique no ícone (assistente de

gráfico), na barra de ferramentas padrão e escolha, na guia tipos padrão, o tipo de

gráfico de Barras, como na figura 2.2.1.

Figura 2.2.1 – Seleção do gráfico de barras.

Page 112: Guia Prático Para a Elaboração De Trabalhos Acadêmicos

111

Seguindo os mesmos passos do gráfico tipo colunas, o gráfico resultante será

como mostra a figura 2.2.2.

Figura 2.2.2 – Gráfico tipo barras.

7.2.2.3 Gráfico tipo linhas

Com os dados da tabela selecionados, clique no ícone (assistente de gráfico), na barra de ferramentas padrão e escolha, na guia tipos padrão, o tipo de gráfico linha, como na figura 2.3.1.

Page 113: Guia Prático Para a Elaboração De Trabalhos Acadêmicos

112

Figura 2.3.1 – Seleção do gráfico de linha.

Seguir os mesmos passos do gráfico tipo colunas, o gráfico resultante será como

mostra a figura 2.3.2.

Figura 2.3.2 – Gráfico tipo linha.

As informações do gráfico podem ter seu alinhamento, fonte e cor modificados,

basta clicar com o botão direito do mouse sobre elas e selecionar opção formatar eixo [...]

(válido para qualquer tipo de gráfico), como mostra a figura 2.3.3.

Page 114: Guia Prático Para a Elaboração De Trabalhos Acadêmicos

113

Figura 2.3.3 – Trocando alinhamento do eixo.

Modifica-se então seu eixo, como mostra seta da figura 2.3.4.

Figura 2.3.4 – Alteração do eixo do texto. O gráfico será apresentado como mostra a figura 2.3.5.

Page 115: Guia Prático Para a Elaboração De Trabalhos Acadêmicos

114

Figura 2.3.5 – Gráfico em linha alterado, posição do eixo e cor da fonte.

7.2.2.4 Gráfico pizza

Com os dados da tabela selecionados, clique no ícone (assistente de gráfico),

na barra de ferramentas padrão e escolha, na guia tipos padrão, o tipo de gráfico

Pizza, como na figura 2.4.1.

Figura 2.4.1 – Seleção do gráfico pizza.

Page 116: Guia Prático Para a Elaboração De Trabalhos Acadêmicos

115

Seguindo os mesmos passos do gráfico tipo colunas, o gráfico resultante será

como mostra a figura 2.4.2.

Figura 2.4.2 – Gráfico tipo pizza.

Não se esqueça, para qualquer tipo de gráfico escolhido, salvar o arquivo.

7.3 CONCLUSÃO

Um trabalho acadêmico ilustrado com elementos visuais consolida as informações

nele contidas e facilita sua melhor compreensão.

Page 117: Guia Prático Para a Elaboração De Trabalhos Acadêmicos

116

Capítulo 8

ESTRUTURA

DE UM TRABALHO ACADÊMICO

FORMAL

Monografia - Dissertação - Tese:

uma visão síntese

O valor de um trabalho científico, além de ser constituído por um

conteúdo de alto valor acadêmico e de ter uma aprimorada apresentação, deve

apresentar uma estrutura completa, de conformidade com as normas vigentes.

Embora ela seja uma formalidade, ela muito contribui para evidenciar a preocupação

do autor em cuidar da apresentação estrutural formal.

Page 118: Guia Prático Para a Elaboração De Trabalhos Acadêmicos

117

8.1 INTRODUÇÃO

A apresentação estrutural de um trabalho acadêmico formal tem base na

ABNT NBR 14724 (dez. 25, válida a partir de 30 jan. 2006) que regula as exigências

(elementos obrigatórios e opcionais) da organização, elaboração e apresentação dos

trabalhos acadêmicos formais.

A norma, acima citada, além da Dissertação e Tese, menciona outros

trabalhos, subentende-se que a Monografia esteja incluída (p.1).

Embora a apresentação dos trabalhos acadêmicos formais tenha sido tratada

de maneira mais ampla no capítulo 12, p. 159-172 no MANUAL TEÓRICO-PRÁTICO, aqui é

descrita em forma de um quadro sinótico para que o acadêmico tenha uma visão de síntese,

facultando-lhe maior e rápida compreensão a fim de:

• Adaptar o formato estrutural do seu trabalho de pesquisa às normas.

• Decidir quais os elementos opcionais e quais inovações vai incluir no

mesmo, tendo em vista que ”o projeto gráfico é de responsabilidade do

autor”, conforme ABNT acima citada (p.7).

8.2 DESENVOLVIMENTO

Page 119: Guia Prático Para a Elaboração De Trabalhos Acadêmicos

118

8.2.1 Elementos pré-textuais

OBRIGATÓRIOS OPCIONAIS

1.1 CAPA ...................................................................

� Nome do autor � Título (subtítulo quando houver) � Número do volume (quando for mais do que um) � Local (cidade onde será entregue o trabalho) � Ano da apresentação � ....................................................................

NOME DA INSTITUIÇÃO LOMBADA (NBR 12225: 2003)

1.2 FOLHA DE ROSTO 1.2.1 No anverso: � Nome do autor � Título (subtítulo se houver) � Natureza do trabalho:

Monografia – Dissertação – Tese Objetivo: grau acadêmico a alcançar Nome da instituição Orientador

� Local � Data

1.2.2 No verso: � Ficha catalográfica (Consultar um profissional habilitado

responsável pela Biblioteca)

1.3 .......................................................................... FOLHA DA ERRATA

1.4 FOLHA DE APROVAÇÃO � Nome do autor do trabalho � Título (subtítulo se houver) do trabalho � Natureza e objetivo do trabalho � Nome da instituição � Área de concentração � Data de aprovação � Nome, titulação, vinculação institucional e assinatura dos

membros da banca Observações: - Assinaturas e data serão efetivadas após a aprovação do

candidato. - A relação dos nomes da banca, começa com o nome do

orientador do trabalho

1.5 ................................................................................... FOLHA DA DEDICATÓRIA

1.6 .................................................................................... FOLHA/ AGRADECIMENTOS

1.7 .................................................................................... FOLHA DA EPÍGRAFE

1.8 RESUMO EM LÍNGUA VERNÁCULA Extensão: aproximadamente, 500 a 1.500 palavras, correspondendo a meia a uma e meia página

1.9 RESUMO EM LÍNGUA ESTRANGEIRA (Versão) MONOGRAFIA

1.10 SUMÁRIO � Rol pormenorizado de todas as seções

1.11 ................................................................................ LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Page 120: Guia Prático Para a Elaboração De Trabalhos Acadêmicos

119

(Quadros – Tabelas – Figuras)

1.12 ............................................................................... LISTA DE ABREVIATURAS

1.13 ................................................................................ LISTA DE SÍMBOLOS

8.2.2 Elementos textuais

OBRIGATÓRIOS OPCIONAIS

2.1 INTRODUÇÃO 2.1.1 Estrutura: Caracterização do tema

- Definição e delimitação do assunto - Registro das principais idéias a desenvolver - Descrição da razão da escolha do assunto - Descrição sucinta dos objetivos - Descrição sucinta das hipóteses - Menção sobre a importância dos conhecimentos a elaborar - Alusão às fontes a pesquisar e aos métodos a empregar para desenvolver o trabalho - Visão síntese do teor do trabalho

Materiais e métodos Fundamentação teórica, ou embasamento teórico ou revisão da literatura

2.2 DESENVOLVIMENTO 2.2.1 Resultados

Relatório organizado em seções (capítulos, tópicos conforme a teor da proposta da pesquisa).

2.2.2 Discussão dos resultados mediante o uso dos métodos adequados e da argumentação fundamentada de acordo com a natureza da pesquisa:

- Indutivo – Dedutivo - Analítico – sintético - Epistemológico - Lógico- - Histórico - E outros

2.2.3 Conclusão (ou considerações finais e/ou recomendações)

TABELA(S)

QUADRO(S)

ILUSTRAÇÃO(ÕES)

APÊNDICE(S)

ANEXO(S)

8.2.3 Elementos pós-textuais

OBRIGATÓRIOS OPCIONAIS

3.1 Referências

3.2 ........................................................................................... GLOSSÁRIO

3.3 .......................................................................................... APÊNDICE(S)

3.4 ........................................................................................ ANEXO(S)

3.5 ........................................................................................ ÍNDICES - Alfabético remissivo dos assuntos - Onomástico em ordem alfabética

Page 121: Guia Prático Para a Elaboração De Trabalhos Acadêmicos

120

FONTE: Quadro elaborado com base na NBR 14720, de janeiro de 2006.

Page 122: Guia Prático Para a Elaboração De Trabalhos Acadêmicos

121

Capítulo 9

CONSTRUÇÃO

DE UMA

TEORIA CIENTÍFICA:

fatos - leis – teoria

Todo conhecimento é útil. Como o fundamento da moral é a utilidade,

é possível afirmar que a utilidade do conhecimento o torna ético por definição.

Nesse sentido, não há conhecimento inútil, já que a ação de conhecer está

voltada para proporcionar felicidade, prazer e satisfazer a sociedade. [...]. O

conhecimento é útil porque, como outras ações éticas do ser humano,

corresponde à necessidade de uma política desejável, aquela que nos leva a

buscar a felicidade de nossos semelhantes e nela sentir o prazer de sua

realização no outro (VOGT, Ap. PESQUISA FAPESP. São Paulo: [s. n.],

dezembro, 2005, nº 118, p. 21).

Page 123: Guia Prático Para a Elaboração De Trabalhos Acadêmicos

122

9.1 INTRODUÇÃO

9.1.1 Justificativa

O acadêmico, de posse do tratamento dos resultados (tabulação,

organização, análise e interpretação dos dados), está em condições de tentar esboçar a

estrutura de uma teoria científica, já que sua pesquisa é um trabalho científico e tem de ser

estruturado a partir de resultados.

9.1.2 Objetivos

O desenvolvimento desse capítulo visa alcançar os seguintes objetivos:

• Transmitir os conceitos básicos sobre os elementos constitutivos

necessários para se desencadear o início de uma teoria.

• Esclarecer as condições para a unificação dos conhecimentos.

• Evidenciar a estrutura de uma teoria científica.

• Destacar as características essenciais de uma teoria científica.

• Exercitar o acadêmico a esboçar uma teoria científica sobre o assunto

do seu quotidiano.

9.2 DESENVOLVIMENTO

9.2.1 Conceitos básicos

A construção de uma teoria científica pode ter as mais diversas origens.

Pode partir de um fato, de uma conjectura, de uma hipótese, de um conhecimento

empírico, de um senso comum sobre determinado assunto, de uma teoria ou de uma lei

existentes que possuam aberturas para desdobramentos, permitindo derivações,

inferências, conjecturas que se transformarão em hipóteses.

A partir delas, mediante a aplicação dos procedimentos científicos

adequados, da leitura, da reflexão, do levantamento de dados, da organização sistemática,

da análise e discussão dos resultados, conforme a natureza do objeto pesquisado,

Page 124: Guia Prático Para a Elaboração De Trabalhos Acadêmicos

123

facultam a elaboração de uma teoria científica cuja construção é complexa e obedece a

todo um sistema metodológico. Seu ponto de partida é a conceituação dos termos básicos

que a constituem:

FATO é uma realidade verdadeira, definitiva, inquestionável e auto-

evidente.

LEI é a fórmula geral que enuncia uma relação constante entre

fenômenos de uma mesma ordem; lei natural. Ex. Lei de Newton, de Darwin, de

Lavoisier, etc.

TEORIA é algo especulativo e pesquisado cuja comprovação se torna

fato, lei, corpo de conhecimentos.

TEORIA é a relação factual estruturada, hierarquizada e consolidada em

conceitos, em leis, em verdades, em axiomas e em postulados decorrentes da

comprovação da científica.

Teoria é ”um sistema de proposições ou hipóteses que foram constatadas

como válidas” (FERRARI, 1982, p. 116).

É um “corpus” de conhecimentos e de conjecturas sujeito a contínuas

modificações (Idem).

Segundo Vargas (1985, p. 162), a teoria: origina-se na capacidade humana

de ver, através dos fenômenos, uma forma, uma ordem, o sistema de leis que os torna

logicamente compreensíveis [..]. É uma capacidade de ‘intuição´ das essências [...].

De acordo com o autor acima citado (p. 163), “fazer teoria consistia, assim,

originariamente, em descobrir nas coisas ou eventos reais sua unidade, sua especificidade,

sua ordem, seu substrato íntimo – isto é, sua natureza”.

Kaplan (Ap. LAKATOS; MARCONI, 1985, p. 116) define teoria como sendo:

um meio para interpretar, criticar e unificar leis estabelecidas, modificando-as para se adequarem a dados não previstos quando de sua formação e para orientar a tarefa de descobrir generalizações novas e mais amplas.

Uma teoria científica pode ser descrita ou conceituada a partir da visão de

Abbagnano (2000):

• É formada a partir de hipótese(s). Tal fato sofreu resistências nos

séculos XIX e XX. Claude Bernard acredita ser indispensável partir

dela(s) para o pesquisador poder elaborar sua idéia como uma

interpretação antecipada e para deduzir, logicamente, os

conseqüentes. Duhem, [...] “as hipóteses devem ser tais que, em seu

Page 125: Guia Prático Para a Elaboração De Trabalhos Acadêmicos

124

conjunto seja possível deduzir matematicamente conseqüências que

representem, com aproximação eficiente, o conjunto de leis

experimentais”.

• É estruturada com um corpo de conhecimentos e baseada na

observação e no emprego de metodologia adequada.

• Inclui, além do procedimento hipotético, os métodos específicos que

permitem verificar a confirmação da verdade científica.

• Não é somente uma explicação do “domínio dos fatos”, mas um

instrumento de classificação e de previsão. Em decorrência disso,

“sua validade está relacionada com sua capacidade de cumprir suas

funções a que se destina”.

Em suma, uma teoria é científica quando: oferece um conjunto conceitual;

unifica, de forma sistemática, conteúdos diversos e tem abrangência com

um grau de confiabilidade (Id., 2000, p. 392-393).

Senso comum (sensus comunis) é a acepção ou um conjunto de conceitos

da maioria sobre determinado assunto ou objeto. Para Aristóteles, segundo o autor acima

citado (2000, p. 872-873), o senso comum é constituído por duas funções: a de construir a

consciência da sensação (“sentir o sentir”) e a de perceber as sensações comuns dos

sentidos, do movimento, do sono. Para os escritores clássicos latinos o senso comum

assume um conceito voltado para os costumes, o modo de falar e de viver. Segundo Vico,

senso comum “é um juízo sem reflexão sentido por toda uma ordem, todo um povo, toda

uma nação, ou por todo o gênero humano” .

O Empirismo é uma teoria filosófica que afirma que todo conhecimento

humano se origina da experiência quotidiana acumulada (sensação e percepção) e tida

como verdadeira, com base no princípio: “nada existe no intelecto, sem que antes tenha

passado pelos sentidos”.

9.2.2 Condições para unificar o conhecimentos e suas funções

9.2.2.1 Conceituação

Teorias, fatos e leis participam, de forma específica, na construção e na

sistematização dos conhecimentos e exercem, de forma individualizada, influência nas

condições de sua efetivação, ampliação e consolidação, bem como nas suas funções de

seus produtos.

Page 126: Guia Prático Para a Elaboração De Trabalhos Acadêmicos

125

Uma teoria unifica uma área de conhecimento desde que: possua um

esquema simples de interpretação e explanação; contenha um corpo conceitual

amplamente desenvolvido e evidencie um “substractum” lógico que permita integração de

um corpo de fatos ou de conhecimentos aparentemente desconexos.

9.2.2.2 Funções

Uma teoria, em construção ou construída, segundo Lakatos e Marconi

(1985, p. 110-118), tem as funções de:

Orientar os objetivos no direcionamento, na limitação e na especificação do

campo da ciência e da metodologia a ser adotada.

Oferecer um sistema de conceitos, princípios e postulados para, na seleção

e sistematização dos fatos, propiciar a construção de um corpo de conhecimentos

consistentes. Barbosa Filho (Ap. LAKATOS; MARCONI, 1985, p. 111) estabelece as

funções da classificação dos fatos nas teorias das Ciências Sociais:

• Representar os fatos, emitindo sua verdadeira concepção. Ex.:

membros de uma sociedade, posição (fato) = status (conceito).

• Fornecer um universo vocabular científico próprio de cada área

científica, facilitando a compreensão dos fenômenos e a

comunicação entre os cientistas. Ex.: mudança cultural =

aculturação, sincretismo, transculturação.

• Resumir a explicação dos fenômenos, sua concepção e correlação. Ex.:

classe social – conjunto de fenômenos oriundos, sobretudo, dos

processos de produção, os conflitos [...].

Resenhar conhecimentos acumulados para a elaboração de novos,

mediante generalizações, inter-relações, conjecturas e hipóteses.

Prever novos fatos ou novos fenômenos ou sua projeção a partir da

comprovação das hipóteses relacionadas a uma realidade. Exemplo: os benefícios dos

avanços da tecnologia que dão origem a outras inovações.

Descobrir lacunas, contradições, controvérsias e omissões nos

conhecimentos existentes no momento da elaboração de sua reestruturação

(preenchimento, respostas, implementação).

Ter uma estrutura com base num sistema de conceitos, “de explanação,

descrição e de explicação. Tais elementos dão à teoria uma estrutura solidamente

consistente”.

Page 127: Guia Prático Para a Elaboração De Trabalhos Acadêmicos

126

Os fatos relacionados às teorias contribuem para: iniciar a atividade

científica com vistas à busca de conhecimentos os quais podem dar origem a uma nova

teoria ou à complementação de uma existente; reformular ou rejeitar uma teoria construída

de forma inconsistente; contribuir para a redefinição, o esclarecimento ou a consolidação

das teorias existentes, com base em novos conhecimentos e tornar os conceitos mais

claros e objetivos, facultando, conseqüentemente, um entendimento melhor da teoria.

Há uma relação entre fato e teoria. Fato é o elemento que dá

origem à reflexão, à experimentação e à pesquisa com o objetivo de descobrir

e consolidar a verdade (a lei) para, a partir dela, construir uma teoria que

representa a organização sistematizada do saber sobre determinado assunto

produzido pela pesquisa. As teorias formuladas ou as existentes,

estruturadas mediante a aplicação dos procedimentos científicos têm as funções de:

sintetizar os fenômenos pesquisados sobre determinado assunto;

estabelecer a regularidade da ocorrência de um fenômeno e fazer a

previsão ou a simulação de outras ocorrências ou de novas situações.

9.3.3 Estrutura de uma teoria

Quem se propõe a elaborar uma teoria científica deve levar em conta os

objetivos estabelecidos por Hegenberg (1976, p. 80, 2 v): “Teorias são elaboradas com

certos objetivos mais ou menos claros. Entre eles, o de sistematizar o conhecimento, de

explicar os acontecimentos, de incrementar o saber e de possibilitar mais segura avaliação

de hipóteses”.

Para estruturar uma teoria científica, um pesquisador deve seguir algumas

normas básicas, sobretudo as sugeridas pelo autor acima citado (p. 80-85):

• Levar em consideração o princípio metodológico: “não deixar de

procurar leis universais e não deixar de tentar obter sistemas

teóricos coerentes, a fim de não desistir e de apresentar explicações

causais de quaisquer acontecimentos”. (HEGENBERG, 1976, p. 81,

2 v.).

• Destacar as variáveis relevantes, os dados singulares e as hipóteses

unificadoras, pois elas estabelecem relações com as variáveis e

explicam os dados singulares.

• Distinguir, nas teorias, o conteúdo da forma, a interpretação da estrutura

lógica.

Page 128: Guia Prático Para a Elaboração De Trabalhos Acadêmicos

127

• Levar em conta os aspectos formal, material ou semântico, na prática

significada.

• Enfatizar a coerência, pois ela exige a existência de um “universo de

discurso comum”, um conjunto referencial coerente.

• Manter uma “unidade conceptual” a fim de permitir o uso de método

dedutivo, embora por si mesmo ele seja insuficiente.

• Adotar premissas precisas, claras e ricas a fim de o pesquisador poder

extrair conseqüências e formulações numericamente significativas.

• Utilizar conceitos quantitativos assegurando a precisão e a riqueza dos

pressupostos a fim de: “ampliar o domínio das variáveis, a extensão

dos conceitos e sua abstração, fazendo com que apareçam as

numerosas vinculações entre si e seus predicados”.

• Sistematizar os elementos a partir dos pressupostos para deles serem

deduzidos os resultados explicáveis de forma coerente, permitindo a

elaboração de uma teoria, sua compatibilização com outras teorias e

a compreensão da realidade.

• “Em suma, as teorias podem ser elaboradas, remodeladas,

reconstruídas logicamente, aplicadas – e mesmo olvidadas ou

destruídas”. A reformulação de uma teoria científica processa-se

mediante a adoção dos seguintes procedimentos: o ponto de partida

é um conhecimento prévio denominado de “matriz geradora”; os

conceitos usados não dependem apenas da teoria a estruturar, mas

do conhecimento e das técnicas existentes; a reformulação nem

sempre apresenta resultados satisfatórios e, ao final, as teorias

ganham status e “são acolhidas, explicadas, permitem previsões e

efetuam, em síntese, o ajuste intelectual do homem com seu

contorno”.

9.2.4 Características das ciências factuais

Segundo Ferrari (1982, p. 08-15), as ciências factuais, materiais ou

empíricas “são aquelas que se preocupam com coisas, recursos e processos” que

empregam, com mais ênfase, os métodos acima mais que a conjeturação.

O conhecimento científico empírico, decorrente das Ciências

Fáticas, apresenta o seguinte conjunto de características:

Page 129: Guia Prático Para a Elaboração De Trabalhos Acadêmicos

128

• Trabalha com fatos.

• Usa os métodos analítico-sintéticos, de observação e de

experimentação.

• Constrói um saber genérico com base em características comuns dos

fatos e das suas leis gerais.

• Apresenta-se como sistemático com base em referências, teorias,

hipóteses e elementos que conceituam aspectos relacionais.

• É acumulativo em relação aos conhecimentos existentes mediante o

emprego do processo da síntese seletiva.

• Pode, eventualmente, ser falível por não se apresentar, de imediato,

como definitivo, completo e inquestionável.

• É verificável mediante experimentação que testar sua veracidade.

• É explicativo sob as mais diferentes formas (descritiva, dedutiva,

indutiva e lógica).

• É preditivo pois faculta a prospecção e a previsão.

9.2.5 Construção de uma teoria científica

Para a construção de uma teoria científica adota-se o rol de procedimentos

usados na elaboração de um projeto de pesquisa, na sua execução e na sua elaboração:

• Observação de um fato, de um objeto a ser pesquisado.

• Formulação das conjecturas via reflexão, raciocínio e lógica.

• Elaboração da definição do problema, da sua delimitação e dos seus

componentes básicos.

• Formulação da justificativa pessoal e científica do tema.

• Organização dos objetivos gerais e específicos.

• Estruturação das hipóteses via reflexão, raciocínio e lógica.

• Construção e seleção, de materiais, métodos e instrumentos de

abordagem para a coleta de dados com base na proposta inicial.

• Experimentação mediante o levantamento de dados com a

comprovação das hipóteses via testes e outros procedimentos

adequados.

• Organização dos dados, com a finalidade de se fazer uma rigorosa

classificação em categorias e de se proceder a uma análise dos

mesmos.

Page 130: Guia Prático Para a Elaboração De Trabalhos Acadêmicos

129

• Fundamentação do tema num referencial teórico mediante o processo

de revisão da literatura.

• Organização do roteiro estrutural dos resultados e da argumentação na

tentativa de consolidar a teoria, traduzida num corpo organizado de

conhecimentos e baseada nas provas concretas.

• Realização de estudos e de análises para a elaboração das

generalizações e das abstrações necessárias.

• Redação final da teoria de forma sistematizada, hierárquica, coerente

como um corpo de conhecimentos consistentes.

Pode-se, também, construir uma teoria científica na linha metodológica com

base nos procedimentos universais adotados para a produção de conhecimentos,

mediante a aplicação dos mais variados métodos, com destaque aos seguintes: derivação,

indução, dedução, epistemológico, demonstrativo e transposição.

Pode-se construir uma teoria científica na linha lógico-descritiva nas ciências

factuais, mediante o uso dos vários métodos existentes, dentre eles: indutivo, dedutivo,

hipotético-dedutivo, de observação e de experimentação.

9.2.6 Características essenciais de um teoria científica

Uma teoria para ser científica deve reunir uma série indispensável de

requisitos, destacando-se os seguintes:

• Estrutura lógica, coerente e consistente. Sob o ponto de vista interno,

suas hipóteses devem ser devidamente comprovadas; sob o ponto

de vista externo, a teoria deve ser demonstrada pela explanação

adequada de seu conteúdo, pela contrastação de seus elementos

em relação à antítese e pela possibilidade de conter predição de

inferências.

• Ratificação das normas empíricas consolidadas na comprovação das

hipóteses; na validação “a priori” de seu teor por ser testada

empiricamente (indução e dedução) e na confirmação total da

comprovação das hipóteses, gerando a sustentabilidade da teoria

construída.

• Validade universal das hipóteses que deram origem à teoria estruturada

com base nos princípios, nos referenciais, e nas leis universais,

ensejando generalizações também universais.

Page 131: Guia Prático Para a Elaboração De Trabalhos Acadêmicos

130

• Sistema de referências que, por ter sido estruturado de forma

metodológica ela se torne um paradigma pelos seus conceitos

sólidos, pela sua linha lógica, pela comprovação de suas hipóteses.

A “desiderata” estabelece os requisitos de uma teoria bem estruturada,

permite que a teoria se a torne confiável porque:

• Proporciona metodologia apropriada para produzir conhecimentos.

• Organiza a estrutura analítica dos conteúdos e os ordena de forma

lógica, hierárquica e consistente.

• Explica, generaliza, e sintetiza os conhecimentos.

• Faz previsões e projeções de fatos.

• Reforça a contrastabilidade das verdades com os erros.

• Busca descobrir possíveis lacunas nos conhecimentos existentes a fim

de preenchê-las, ou erros para saná-los.

• Sugere medidas e procedimentos para produzir e consolidar

conhecimentos.

• Contribui para ampliar o campo do saber.

• Orienta e fundamenta as novas pesquisas, as novas teorias.

Maior eficiência e coesão de uma teoria são asseguradas pela efetivação

dos seguintes elementos básicos: consistência, completitude, independência, coerência

semântica e adequação às regras da interpretação.

Page 132: Guia Prático Para a Elaboração De Trabalhos Acadêmicos

131

9.2.7 Quadro sinótico: construção de uma teoria científica

TÓPICO SÚMULA

CONCEITUAÇÃO DE TEORIA

A construção tem diversas origens: fato, conjectura, hipótese, conhecimento empírico. “É um sistema de proposições ou hipóteses que foram constatadas como válidas (plausíveis) e sustentáveis” (FERRARI, 1982, p. 116). Uma teoria, segundo Abbagnano (2000, p. 392-293) é: Formada a partir de hipóteses – Estruturada como um corpo de conhecimentos – Baseada em métodos específicos – Considerada como Instrumento de classificação e de previsão – Alicerçada num conjunto conceitual – Dotada de confiabilidade.

CONDIÇÕES PARA UNIFICAR

CONHECIMENTOS

Unificam-se conhecimentos quando há: um esquema de interpretação – Um corpo de conhecimentos - Um conteúdo lógico. Lakatos e Marconi (1985, p. 110-118) indicam as funções de uma teoria: Orientar os objetivos – Oferecer um sistema de conceitos – Resenhar conhecimentos – Prever novos conhecimentos – Descobrir lacunas nos conhecimentos – Ter uma estrutura básica de conceitos. Os fatos relacionados às teorias contribuem para: Iniciar atividade científica – Reformular ou rejeitar um teoria – Contribuir para uma redefinição de uma teoria – Tornar os conceitos mais claros. As teorias existentes têm a função de: Sintetizar os fenômenos pesquisados –Estabelecer regularidade da ocorrência do fenômeno.

ESTRUTURA DE UMA TEORIA

Normas básicas para estruturar uma teoria, conforme Hegenber (1976, p. 80, v. 2): Levar em conta o princípio metodológico “procurar as leis universais [...] sistemas teóricos coerentes [...] explicações causais de quaisquer acontecimentos” [...] – Destacar variáveis relevantes – Distinguir o conteúdo da forma – Levar em conta os aspectos formais – Enfatizar a coerência – Manter a unidade conceptual – Adotar as premissas precisas – Utilizar os conceitos quantitativos – Sistematizar os elementos. Métodos adotados para a construção de uma teoria das ciências factuais: indutivo, dedutivo, hipotético-dedutivo, observação e experimentação.

CARACTERÍSTICAS

DAS CIÊNC. FACTUAIS

Conceito: ciências factuais, segundo Ferrari (1982, p. 08-15) “são aquelas que se preocupam com coisas, recursos e processos” e que empregam os vários métodos na produção do conhecimento científico empírico. Características: Trabalham com fatos – Usam métodos analítico-sintéticos – Constroem saber genérico – Apresentam-se como sistemáticas – São acumulativas – Podem, eventualmente, ser falíveis – São verificáveis – São explicativas – São preditivas.

CONSTRUÇÃO

Segue os procedimentos semelhantes aos de um projeto de pesquisa: Observação – Formulação de conjecturas – Elaboração da definição do Problema – Formulação da justificativa – Organização dos objetivos – Estruturação das Hipóteses – Seleção dos métodos e instrumentos – Experimentação – Organização dos dados – Fundamentação teórica – Organização da estrutura do relatório – Realização de estudos e de análises – Redação final.

Estrutura lógica consistente – Ratificação das normas empíricas mediante a comprovação das hipóteses – Validade universal das hipóteses – Sistema de referências pela sua estrutura metodológica

Page 133: Guia Prático Para a Elaboração De Trabalhos Acadêmicos

132

CARACTERÍSTAS DE UMA

TEOR. CIENTÍFICA

“Desiderata”: uma teoria pode ser considerada científica quando: Proporciona metodologia – Organiza a estrutura analítica – Explica, generaliza conhecimentos –- Faz previsões – Reforça a contrastabilidade das verdades com os erros – Busca descobrir possíveis lacunas – Sugere medidas – Contribui para ampliar o saber – Orienta novas pesquisas e novas teorias.

9.2.8 Organograma da construção de uma teoria científica

ORGANOGRAMA DE UM TCC3 => TEORIA

=> DOUTRINA: é um conjunto de conhecimentos

(verdades, princípios e leis) produzido e organizado

metodologicamente de modo a formar um todo

coerente na demonstração da verdade científica.

TCC =>

TEORIA =>

FATO (assunto) => Dados => coleta e consolidação. => Relatório => descrição dos dados => Discussão => argumentação, demonstração e

prova => LEIS. =>Conclusão => consolidação da(s) verdade(s), do(s)

princípio(s) e da(s) lei(s) => TEORIA.

E S T R U T U R A

INTRODUÇÃO=>

PROPOSTA => Definição do assunto e sua delimitação. => Enunciado dos objetivos e das hipóteses. => Execução do projeto: Materiais e Métodos.

- Instrumento de coleta de dados. - Coleta de dados. - Elaboração e sistematização dos dados.

=> Visão síntese do conteúdo do TCC.

DESENVOLVIMENTO =>

RESULTADOS – Relatório => Descrição sistematizada dos dados por categoria e de

forma hierárquica. DISCUSSÃO

=> Seguir o roteiro dos resultados. => Reflexão, argumentação, demonstração e raciocínio

para construir a prova. => Consolidação e sustentabilidade das verdades e dos

3 De forma semelhante aplica-se, também, à Dissertação e à Tese.

Page 134: Guia Prático Para a Elaboração De Trabalhos Acadêmicos

133

princípios resultantes da demonstração.

CONCLUSÃO => CONSOLIDAÇÃO DA TEORIA

9.3 CONCLUSÃO

A construção de uma teoria científica, a partir de um elemento matriz, é uma

tarefa complexa. Do pesquisador é exigido, inicialmente, que tenha conceitos básicos bem

fundamentados num referencial teórico. Em seguida é preciso que ele estabeleça

condições para unificar os conhecimentos em relação ao assunto da teoria a construir,

organize um roteiro dos elementos básicos da teoria e siga um roteiro para a construção de

uma teoria científica.

9.4 QUESTIONÁRIO REFLEXIVO-ANALÍTICO

01 Tem noção clara sobre a origem e o início da elaboração de uma teoria científica?

02 Empregou todos os procedimento adequados, abrangentes e consistente ao iniciar a

construção de uma teoria científica ?

03 Refletiu o suficiente sobre os conceitos dos termos básicos constitutivos de uma teoria

científica?

04 Tem noção clara sobre quando uma teoria é científica?

05 Tem noção clara e objetiva de como os fatos e as leis podem dar origem a uma nova

teoria?

06 Tem entendimento objetivo sobre as funções decorrentes de uma teoria em construção

ou já elaborada?

07 Está bem assimilada e fundamentada a estrutura de uma teoria científica?

08 Tem conhecimento completo das características das ciências factuais?

09 Tem segurança em relação aos passos a serem dados na trajetória da construção de

uma teoria científica?

10 Tem conhecimento sólido sobre as principais características de uma teoria científica?

11 Foi difícil , após todo esse percurso, esboçar uma teoria científica?

9.4 EXERCÍCIO

Page 135: Guia Prático Para a Elaboração De Trabalhos Acadêmicos

134

Com base nos tópicos, 9.2.5 e 9.2.6, p. 125-126, tente esboçar uma teoria

científica a partir de um assunto de livre escolha.

Capítulo 10

NORMAS

DE REFERÊNCIA

E DOCUMENTAÇÃO

Um dos principais itens ao se analisar uma Tese, após ter verificado

seu conteúdo, é analisar suas referências quanto à natureza, pertinência,

atualização, excelência e valor bem como sua forma de apresentação dentro das

normas vigentes.

Um trabalho acadêmico será tanto mais fidedigno quanto mais

excelentes forem as fontes referenciais que lhe deram embasamento, sustentação e

segurança ao seu desenvolvimento. Por isso, todo acadêmico ou pesquisador ao

escolher o tema de sua pesquisa deve, preliminarmente, fazer um exaustivo

levantamento do referencial teórico para, em seguida, fazer detida análise crítica

dele e selecionar as fontes as mais adequadas e tidas como referenciais pela sua

excelência para vinculá-las ao seu objeto de pesquisa.

Page 136: Guia Prático Para a Elaboração De Trabalhos Acadêmicos

135

10.1 INTRODUÇÃO

10.1.1 Conceituação

A parte formal de referenciar a informação e a documentação de um

trabalho acadêmico ou científico é uma tarefa complexa, dependendo da natureza e da

origem das fontes e da revisão da literatura. O acadêmico e o pesquisador defrontam-se

com dificuldades na fase da redação do referencial e, para ajudá-lo a superá-las, elaborou-

se uma síntese da NBR, 6023, ago. 2002 (informação e documentação – referências e

elaboração), complementada pela NBR 6032: 1989 (abreviação de títulos de periódicos e

publicações seriadas), pela NBR, 10020: 2002 (informação e documentação – citações em

documentos – apresentação) e pela NBR 10522:1988 (abreviação na descrição

bibliográfica – procedimento).

10.1.2 Objetivos

O desenvolvimento desse capítulo visa atingir os seguintes objetivos:

• Transmitir os conceitos básicos sobre referência e documentação que

devem ser considerados na elaboração das referências dos

trabalhos acadêmicos.

• Auxiliar o acadêmico na elaboração correta da diversidade e da

complexidade das referências de seus trabalhos acadêmicos e

formais (TCC, Dissertação e Tese).

10.2 DESENVOLVIMENTO

10.2.1 Definições básicas

Page 137: Guia Prático Para a Elaboração De Trabalhos Acadêmicos

136

A atividade de referenciar, isto é, fazer o rol das informações básicas das

fontes pesquisadas, mencionadas e consultadas é uma tarefa complicada para o

acadêmico e ao pesquisador. Para superar esse problema, a ABANT editou um caderno

(AGO, 2002, NBR 6023) toda a orientação necessária. Para facilitar fez-se um resumo,

conforme teor, a seguir.

• Autor: é a pessoa ou um grupo de pessoas que respondem pelo

conteúdo da obra ou trabalho.

• Autor entidade: é a instituição ou grupo de instituições ou organizações

ou empresa que respondem pela publicação.

• Capítulo, seção ou parte: constituem a sucessão de itens que dividem

o trabalho.

• Documento: é um trabalho que contém uma informação completa sobre

determinado assunto e que serve para consulta (impresso,

manuscrito, sonoro, imagem), para o levantamento de dados de uma

pesquisa.

• Edição: são os exemplares produzidos a partir de uma matriz ou

original, podendo ser reeditado.

• Editora: é a casa publicadora ou instituição responsável pela impressão

da obra.

• Monografia: é um “documento constituído de uma só parte ou de um

número preestabelecido de partes que se complementam”.

• Publicação periódica: é uma publicação constituída de unidades

sucessivas, numéricas e contínuas por tempo indeterminado (Jornal,

revista).

• Observação: não confundir com uma coleção que trata de um

determinado assunto, distribuído por um conjunto de volumes

numerados.

• Referência: é um conjunto padrão de elementos de identificação

individual de uma obra.

• Separata: é uma publicação de parte de um trabalho que mantenha as

características do original e que contenha a denominação de

“separata”.

• Subtítulo: é uma informação complementar ao título.

• Suplemento: é um documento adicionado ao principal com o fim de

complementá-lo ou de aperfeiçoá-lo.

Page 138: Guia Prático Para a Elaboração De Trabalhos Acadêmicos

137

• Título: é a palavra, expressão ou frase que identifica a natureza do

assunto contido na obra ou no trabalho acadêmico.

10.2.2 Elementos da referência e localização

Elementos essenciais: são constituídos pelos identificadores que dão

suporte à identificação específica de cada um deles conforme sua natureza.

Elementos complementares: são elementos adicionados aos essenciais que

possibilitam caracterizar melhor o documento.

As informações referenciais podem ser registradas no rodapé, no fim do

texto ou do capítulo, na lista de referências ou antecedendo os resumos. As resenhas ou

as recensões (recenseamento, cotejamento de um texto publicado com o original, lista).

10.2.3 Regras gerais de apresentação

As normas adotadas na apresentação das referências seguem as seguintes

diretrizes:

Normas padronizadas: tanto nos elementos essenciais, quanto nos

complementares, devem ser apresentados seqüencialmente.

Estrutura de cada referência deve conter todos os elementos necessários,

conforme item 5, abaixo.

Alinhamento das informações: deve ser feito à esquerda de forma a

identificar individualmente cada documento, em espaço simples no registro de todas

informações, porém, duplo, separando uma da outra.

Pontuação: segue o padrão internacional, as abreviaturas devem estar de

acordo com as normas da ABNT (NBR 10520).

Recurso tipográfico (negrito, grifo ou itálico): quando adotado deve seguir

um padrão único em todo o documento.

10.2.4 Abrangência do teor do capítulo

Page 139: Guia Prático Para a Elaboração De Trabalhos Acadêmicos

138

Este capítulo é minucioso e abrangente em relação às normas de referência

e documentação, contendo os seguintes itens: Monografia como um todo - Monografia no

todo em meio eletrônico - Parte da monografia - Publicações periódicas - Documentos

jurídicos: legislação, jurisprudência e doutrina - Documento jurídico eletrônico - Imagem em

movimento - Documento iconográfico - Documento cartográfico - Documento sonoro -

Partitura - Documento tridimensional - Transcrição de documentos - Ordenação das

referências.

10.2.5 Modelo de referência

10.2.5.1 Monografia no todo

Conceituação: diversas fontes, como livro, folheto, trabalho acadêmico (TCC, Dissertação e Tese), manual, guia, catálogo, enciclopédia, dicionário, etc. Ela tem dois enfoques:

Elementos essenciais: autor ou autores, título e subtítulo (se houver), edição, local, editora e data da publicação.

(Elementos complementares: ilustrador, tradutor, revisor, adaptador, compilador, etc.); informações sobre características físicas do suporte material, páginas, volumes, ilustrações, dimensões, série editorial, notas e ISBN (International, Standard Book Numbering). Exemplo: GOMES, L. G. F. F. Novela e sociedade no Brasil. Niterói: EdUF, 1998. 137 ., 21 cm. (Coleção Antropologia e Ciência Política, 15). Bibliografia: p. 131. ISBN 85-7285-068-8.

10.2.5.2 Monografia no todo em meio eletrônico

A monografia em meio eletrônico: é representada pelo disquete, CD-ROM, on line, segue a referência padrão, acrescida da informação específica. Exemplo: KOOGAN, André; HOUAISS, Antonio (Ed.). Enciclopédia e dicionário digital 93. Direção geral de André Koogan Breikmam. São Paulo: Delta: Estadão, 1988. 5 CD-ROMN.

Obra foi acessada via on line: a referência tem um formato especial, no lugar da editora é transcrito o site, entre abertura angulares, precedidas de: Disponível em: <site>. Seguida da expressão: Acesso em: data Exemplo:

ALVES, Castro. Navio negreiro. [S.I.]: Virtual Books, 2000. Disponível em: <http://www.terra.com.br/virtualbooks/freeboopk/porLport2/>. Acesso: em 10 jan. 2002, 16.30.30.

10.2.5.3 Parte da Monografia

Parte de monografia: efetivada mediante a inclusão de um capítulo, volume, ou outras partes de um trabalho com autoria própria. A referência segue o padrão: autor ou autores, título da parte, seguida do “In”, e da referência da monografia, finalizando com o número da paginação.

Page 140: Guia Prático Para a Elaboração De Trabalhos Acadêmicos

139

Exemplo: CAMPOS, M. Malta. A formação de professores para crianças de 0 a 10 anos. In BICUDO, Maria Viggiani et alii (orgs.). Formação do educador e avaliação educacional. São Paulo: Ed. UNESP, 1999, vol. 2.

Os elementos complementares: quando necessários, devem ser acrescentados para dar uma identificação mais clara do documento. Exemplo:

ROMANO, Giovanni. Imagens da juventude na era moderna. In LEVI, G.; SCHMIDT, J. (Org.). História dos jovens 2. São Paulo: Companhia das Letras, 1996, -. 7-16.

10.2.5.4 Parte da Monografia em meio eletrônico

Parte da monografia em meio eletrônico: o registro dos elementos gerais segue o padrão; o

específico, isto é, o meio eletrônico (disquete, CD-Rom, on line e similares), são

usadas as expressões: Disponível em <Site>. Acesso em..... Exemplo:

SÃO PAULO (Estado). Secretaria do Meio Ambiente. Tratados e organizações em matéria do meio ambiente. In: ____. Entendendo o meio ambiente. São Paulo, 1999. v. 1. Disponível em: <http://www.bdt.org.br/sma/entendendo/atual.htm>. Acesso em: 8 mar. 1999.

10.2.5.5 Publicação periódica: coleção, fascículo, número de revista,

jornal

Fontes: obtidas via computador: autor(es), título e subtítulo (da parte ou do todo da obra), dados da edição, dados da publicação (local, editor, data) nos mesmos padrões para os modelos acima apresentados. Publicação como um todo Exemplos:

REVISTA BRASILEIRA DE GEOGRAFIA. Rio de Janeiro: IBGE, 1939-. Trimestral. Absorveu Boletim Geográfico do IBGE. Índice acumulado, 1939-1983. ISSN4 0034-723X.

SÃO PAULO MEDICAL JOURNAL = REVISTA PULISTA DE MEDICINA. São Paulo: Associação Paulista de Medicina, 1941-. Bimestral. ISSN 00350362.

Partes da revista, boletim e similares: correspondente ao volume, ao caderno ou ao fascículo.

Elementos essenciais: título, local da publicação, título da parte, (se houver), local da publicação, editora, numeração do ano e/ou volume, numeração do fascículo, as informações de períodos e datas de sua publicação e as particularidades que identificam a parte e notas.

Exemplo: DINHEIRO, São Paulo: Ed. Três, n. 148, 28 jun. 2000.

Artigo e/ou material de revista, boletim e similares. Elementos essenciais: Autor (es) (se houver), título do artigo ou matéria, subtítulo (se houver), título da publicação, local da

4 ISSN: International Standard Serial Number = Número Internacional Normalizado de Publicações Seriadas.

Page 141: Guia Prático Para a Elaboração De Trabalhos Acadêmicos

140

publicação, número correspondente ao volume e/ou ano, fascículo ou número, paginação inicial e final do artigo ou da matéria, informações de período ou data de publicação. Exemplos: COSTA, V. R. À margem da lei: o Programa comunidade solidária. Em Paula-Revista da Faculdade de Serviço Social da UERJ, Rio de Janeiro, n. 12, p.131-148, 1998.

GURGEL, C. Reforma do Estado e segurança publica. Política e Administração. Rio de Janeiro, v. 3, n. 2, p. 15-21, set. 1997.

TOURINHO NETO, F. C. Dano ambiental. Consulex-Revista Jurídica, Brasília, DF, ano 1, p. 18-23, fev. 1997.

Artigo e/ou material de jornal, boletim e similares em meio eletrônico. Obras “on line”: registrar os elementos essenciais sobre o endereço eletrônico, apresentado entre os sinais < >, precedido da expressão “Disponível em:” e data do acesso ao documento, seguido da expressão “Acesso em:”. Exemplos: SILVA M. M. L. Crimes da era digital. Net, Rio de Janeiro, nov. 1998. Seção Ponto de Vista. Disponível em: <http://www.brazilnet.com.br/brasilrevistas.htm>. Acesso em: 28 nov. 1998. RIBEIRO, P. S. G. Adoção à brasileira: uma análise sócio-jurídica. Datavenia, São Paulo, ano 3, n. 18, ago. 1998. disponível em: <http//www.datavenia.inf.br/frameartig.html>. Acesso em: 10 set. 1998.

Artigo ou matéria de jornal que abrange comunicações, editorial, entrevistas, recensões, resenhas e similares deve constar os elementos essenciais: Autor (es) (se houver), título do jornal local da publicação, seção, caderno ou parte do jornal, paginação correspondente. Exemplo: NAVES, P. Lagos andinos dão banho de beleza. Folha de São Paulo, São Paulo, 28 jun. 1999. Folha Turismo, Caderno 8, p. 13.

Artigo de jornal em meio eletrônico: (Obras “on line”, disquetes, CD-ROM): registrar os elementos essenciais sobre o endereço eletrônico, apresentado entre os sinais < >, precedido da expressão “Disponível em:” e data do acesso ao documento, seguido da expressão “Acesso em:”. Exemplo: SILVA, Ives Gandra da. Pena de morte para o nascituro. O Estado de São Paulo. São Paulo, 19 de set. 1998. Disponível em: <http://ww.providafamilia.org/pena_morte_nascituro.htm>. Acesso em: 25 nov.1998.

10.2.5.6 Evento como um todo

Evento como um todo: abrange o conjunto de trabalhos ou documentos apresentados num evento e reunidos formando atas, anais, resultados do mesmo.

Elementos essenciais: nome do evento, numeração (se houver), ano, local de realização, título e subtítulo (se houver), seguido dos dados do local da publicação, editora e data.

Elementos complementares: denominações de seções ou divisões do evento, indicação de quantidade de volumes, ou partes, indicações de responsabilidade.

Page 142: Guia Prático Para a Elaboração De Trabalhos Acadêmicos

141

Anais de congresso Exemplos: SIMPÓSIO BRASILEIRO DE REDES DE COMPUTADORES, 13., 1995, Belo Horizonte. Anais [...]. Belo Horizonte: UFMG, 1995, 665 p. Procedings de encontro: IUFOST INTERNATIONAL SYMPOSIUM ON CHIMICAL CHANGES DURING FOOD PROCESSING, 1994, Valencia. Procedings [...] Valencia: Instituto de Agroquimica y tecnologia de Alimentos, 1997.

Resumos de encontro

Exemplo: REUNIÃO ANUAL DA SOCIEDADE DE QUÍMICA, 20., 1997, Poços de Caldas. Química: academia, indústria, sociedade: livro de resumos. São Paulo: Sociedade Brasileira de Química, 1997.

Resumo de trabalho de congresso Exemplo:

MARTIN NETO, L.; BAYER, C. MIELNICZUK, J. Alterações qualitativas da matéria orgânica e os fatores determinantes da sua estabilidade num solo podzóico vermelho-escuro em diferentes sistemas de manejo. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE CIÊNCIA DE BANCO DE SOLO, 26., 1997, Rio de Janeiro. Resumos [...] Rio de Janeiro: Sociedade Brasileira de Ciências do Solo, 1997, p. 443, ref. 6-141.

Trabalho publicado em anais do congresso Exemplo:

BRAYNER, A. R. A; MEDEIROS, C. B. Incorporação do tempo em SGBD orientado a objetos: In SIMPÓSIO BRASILEIRO DE BANCO DE DADOS, 9., 1994, São Paulo. Anais [...] São Paulo: USP, 1994, p. 16-29.

Em meio eletrônico: ver item 4.5.6, acima. Exemplo:

CONGRESSO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA DA UFPe, 4., 1996, Recife. Anais eletrônicos [...] Recife: UFPe, 1996. Disponível em: <http://www.propesq.ufpe.br/anais/anais/htm>. Acesso em: 21 jan.1997.

10.2.6 Patente

Os elementos essenciais: constituídos pela entidade responsável, e/uo autor, pelo título, pelo número da patente e datas (do período do registro). Exemplo:

EMBRAPA. Unidade de Apoio, Pesquisa e Desenvolvimento de Instrumentação Agropecuária (São Carlos). Paulo Estevão Cruvinel. Medidor digital multissensor de temperatura para solos. BR n. PI 8903105-9, 26 jan. 1989, 30 maio 1995.

10.2.7 Documento jurídico

Page 143: Guia Prático Para a Elaboração De Trabalhos Acadêmicos

142

10.2.7.1 Legislação

Vasta gama de tipos de normas legais: Constituição Federal, Os códigos, as Leis Complementares, as Leis Ordinárias, as Medidas Provisórias, os Decretos, Resoluções, Portarias, Instruções.

Elementos essenciais: jurisdição, título, numeração, data e dados da publicação. A Constituição e suas emendas têm um formato próprio: entre o nome da jurisdição acrescenta-se a palavra Constituição, ano da promulgação entre parênteses. Exemplos:

SÃO PAULO (Estado). Decreto nº 42.822, de 20 de janeiro de 1998. Lex: coletânea de legislação e jurisprudência, São Paulo, v. 62, n. 3, p. 217-220, 1998.

BRASIL. Medida provisória nº 1.569, de 11 de dezembro de 1997. Poder Executivo, Brasília, DF, 14 de dezembro de 1997. Seção 1, p. 29514. BRASIL, Congresso. Senado. Resolução nº 17, de 1991. Coleção de Leis da República Federativa do Brasil, Brasília, DF, v. 183, p. 1156-1157, maio/jun. 1991.

BRASIL. Constituição (1988). Emenda constitucional nº 9, de 9 de novembro de 1995. Lex: legislação federal e marginalia. São Paulo, v. 59, p. 1966, out./dez. 1995.

Elementos complementares, quando necessários. Exemplos:

SÃO PAULO (Estado). Decreto nº 42.822, de 20 de janeiro de 1998. Dispõe sobre desativação de unidade administrativa de órgãos da administração direta e das autarquias do Estado e dá outras providências correlatas. Lex: coletânea de legislação e jurisprudência, São Paulo, v. 62, nº 3, p. 217-220, 1998.

BRASIL. Medida provisória nº 1.569-9, de 11 de dezembro de 1997. Estabelece multa em operações de importação, e dá outras providências. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Poder Executivo, Brasília, DF, 14 dez. 1997. Seção 1, p. 292514.

BRASIL. Congresso. Senado. Resolução nº 17, de 1991. Autoriza o desbloqueio das Letras financeiras do Tesouro do Estado do Rio Grande do Sul, através de revogação do parágrafo 2º, do artigo 1º da Resolução nº 72, de 1990. Coleção de Leis da República Federativa do Brasil, Brasília, DF, v. 183, p. 1156-1157, maio/jun. 1991.

10.2.7.2 Jurisprudência (decisões: súmulas, enunciados, acórdãos, sentenças e similares)

Elementos essenciais: jurisdição, órgão judiciário competente, natureza da decisão, número, partes envolvidas, relator, local, data e dados da publicação. Exemplos: BRASIL. Supremo Tribunal Federal. Súmula nº 14. In______. Súmulas. São Paulo: Associação dos Advogados do Brasil, 1994, p. 16. BRASIL. Superior Tribunal de Justiça. Hábeas-corpus nº 181.636-1, da 6ª Câmara Civil do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, Brasília, DF, 6 de dezembro de 1994. Lex: jurisprudência do STJ e Tribunais Regionais Federais, São Paulo, v. 10, n. 103, p. 236-240, mar. 1998.

Elementos complementares, quando necessários.

Exemplo: BRASIL. Superior Tribunal de Justiça. Processual Penal. Hábeas-corpus.

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143

Constrangimento ilegal. Habeas-corpus nº 181.636-1, da 6ª Câmara Civil do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, Brasília, DF, 6 de dezembro de 1994. Lex: jurisprudência do STJ e Tribunais Regionais Federais, São Paulo, v. 10, n. 103, p. 236-240, mar. 1998.

10.2.7.3 Doutrina (discussão técnica sobre questões legais, esclarecimentos e similares).

7.3.1 Exemplo: BARRIOS, Raimundo G. de. Ministério Público: sua legitimação frente ao Código do Consumidor: Revista Trimestral de Jurisprudência dos Estados, São Paulo, v. 19, n. 139, p. 57-72, ago. 1995.

10.2.7.4 Documento jurídico eletrônico

Segue procedimentos análogos das referências das outras fontes. Exemplos:

LEGISLAÇÃO brasileira: normas jurídicas federais, bibliografia brasileira de Direito. 7. ed. Brasília, DF: Senado Federal, 1999, 1 CD-ROM. Inclui resumos padronizados das normas jurídicas editadas entre janeiro de 1946 e agosto de 1999, assim como textos integrais de diversas normas.

BRASIL. Lei nº 9.887, de 7 de dezembro de 1999. Altera a legislação tributária federal. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 8 dez. 1999. Disponível em: <http://www.truenetm.com.br/jurisnet/sumusSTF.html>. Acesso em: nov. 1998.

10.2.8 Imagem em movimento

Elementos essenciais: título, diretor, produtor, local, produtora, data e especificação do suporte em unidades físicas.

Exemplo:

OS PERIGOS do uso de tóxicos. Produção de Jorge Ramos de Andrade. São Paulo: CERAVI, 198. 1 videocassete.

Elementos complementares: todas as informações sobre o documento. Exemplo: CENTRAL do Brasil. Direção: Walter Salles Júnior. Produção: Martire de Clermont-Tonerre e Arthur Cohn. Intérpretes: Fernanda Montenegro; Marília Pêra; Vinicius de Oliveira;Sônia Lira; Othon Bastos; Matheus Nachtergaelle e outros. Roteiro: Marcos Bernstein, João Emanuel Carneiro e Walter Salles Júnior. [S.l.]: Lê Studdio Canal; Riofilme; MACT Productions, 1998. 1 bobina cinematográfica (106 min.), son., color., 35 min.

10.2.9 Documento iconográfico

10.2.9.1 Elementos Abrangência dos documentos: pintura, gravura, ilustração, fotografia, desenho,

transparência e similares. Elementos essenciais: autor, título (inexistente, atribuir uma denominação ou fazer constar a

Page 145: Guia Prático Para a Elaboração De Trabalhos Acadêmicos

144

expressão sem título; ambos os casos, entre colchetes). Exemplo: KOBAYASHI, K. Doença dos Xavantes. 1980. 1 fotografia.

Elementos complementares: acréscimo de outra informações. Exemplo: KOBAYASHI, K. Doença dos Xavantes. 1980. 1 fotografia, color., 16cmx56 cm.

10.2.9.2 Documento iconográfico em meio eletrônico:

O documento iconográfico deve seguir os mesmos padrões do documento do iconográfico comum, com acréscimo das informações específicas em relação à descrição física (Disquete, CD-ROM e similares). Se for on line, seguir os procedimentos próprios. Exemplos:

VASO. TIFF. 1999. Altura:1083 pixels. Largura: 827 pixels. 300 dpi. 32 BIT CMMYK. 3.5 Mb. Formato TIFF bitmap. Compactado. Disponível em: <C:Carol\VASO.tiff>. Acesso em 28 out. 1999.

ESTAÇÃO da Cia. Paulista com locomotiva elétrica e linhas de bitola larga. 1 fotografia, p&b. In LOPES, Eduardo L. V. Memória fotográfica de Araraquara. Araraquara: Prefeitura do Município de Araraquara, 1999. 1CD-ROM.

10.2.10 Documento cartográfico

10.2.10.1 Elementos

Elementos essenciais: constituídos pelo(s) autor(es), título, local, data da publicação, indicação da escala e outras informações complementares. Exemplos: ATLAS Mirador Internacional. Rio de Janeiro: Enciclopédia Britânica do Brasil, 1981. 1 Atlas. Escalas variam.

INSTITUTO GEOGRÁFICCO E CARTOGRÁFICO (São Paulo, SP). Regiões do governo do Estado de São Paulo. 1994. 1 Atlas. Escala 1:2.000.

Elementos complementares: outras informações.

Exemplos: BRASIL e parte de América do Sul: mapa político, escolar, rodoviário, turístico e regional. São Paulo: Michalany, 1981. 1 mapa, colo., 79 cm x 95 cm. Escala 1.600.000.

LANSAT TM5: imagem de satélite. São José dos Campos: Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais. 19817-1988. 1 fotografia aérea. Escala 1:100.000. Canais 3, 4 e composição colorida 3, 4 e 5.

10.2.10.2 Documento cartográfico em meio eletrônico

O documento cartográfico em meio eletrônico: segue o padrão com acréscimo dos dados

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145

específicos (disquete, CD-ROM, on line e similares). Sendo on line, segue o padrão próprio. Exemplos:

ESTADOS UNIDOS. National Oceanic and Atmospheric Administration. 19999071318.GIF. Itajaí: UNIVALI, 1999. 1 imagem de satélite. 557 Kb. GOES-08: SE. 13 jul. 1999, 17,45Z, IRO4. 1 disquete 3½ pol. MAPA de ubicación: vista ampliada. Buenos Aires: Dirección de Salud y Acción Social de la Armada, c2001, 1 mapa, color. Escala indeterminável. Dsponível em; <http://www.diba.org/turismo/hotesews/ushuaia/ ubicación2.htm>. Acesso em 13 jan. 2002.

10.2.11 Documento sonoro

10.2.11.1 Elementos

Definição: documentos sonoros são compostos por disco, CD, cassete, rolo e similares. Elementos essenciais: são representados pelo(s) compositor(es), intérprete(s), título, local da

edição, gravadora e data, especificação do suporte. Exemplos:

ALCIONE. Ouro e cobre. São Paulo: RCA Victor. p. 1988. 1 disco. Elementos complementares outras informações, quando necessárias.

Exemplo: ALCIONE. Ouro e cobre. Direção artística: Miguel Propschi. São Paulo; RCA, Victor, p1988. 1 disco sonoro (45 min.), 33 1/3 rpm., estéreo., 12 pol.

10.2.11.2 Documento sonoro em parte

Elementos essenciais: são constituídos pelo(s) compositor(es), intérprete(s), pela faixa da gravação, Título, seguidos da expressão In:, e da referência de todo o documento sonoro, informando, ao final, a faixa. Exemplo: GINO, A. Toque macio. Intérprete: Alcione. In: ALCIONE. Ouro e cobre. São Paulo: RCA Victor, p1988. 1 disco sonoro. Lado A, faixa 1.

Elementos complementares: outras informações quando necessárias.

Exemplo:

GINO, A. Toque macio. Intérprete: Alcione. In: ALCIONE. Ouro e cobre. Direção: Miguel Propschi. São Paulo: RCA Victor, p1988. 1 disco sonoro 45 min., 33 1/3 rpm, estéreo., 12 pol. Lado A, faixa 1 (4 min 3 s).

10.2.12 Partitura

10.2.12.1 Elementos

Elementos essenciais: são constituídos pelos componentes: autor(es), título, local, editora, data, designação específica e indicação do instrumento. Exemplo:

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146

BARTÓK, Bela. O mandarin maravilhoso. Wien: Universal, 1952, 1 partitura. Orquestra.

Elementos complementares: outras informações quando necessárias.

Exemplo: BARTÓK, Bela. O mandarin maravilhoso: op. 19. Wien: Universal, 1952, 1 partitura. Orquestra.

10.2.12.2 Partitura em meio eletrônico

Partitura em meio eletrônico: referenciar dentro do padrão acima, com acréscimo dos dados específicos do suporte físico (disquete, CD-ROM, on line, e similares). Quando on line seguir o procedimento específico. Exemplo: OLIVA, Marcos; MOCOTÉO, Tiago. Fervilhar: frevo. [19-?]. 1 partitura. Piano. Disponível em: <http://openlink.br.inter.net/picolinol/partitur.htm>. Aceso em: 5 jan. 2002.

10.2.13 Documento tridimensional

10.2.13.1 Conceito e elementos

Conceituação: é representado por escultura, maquete, objetos em geral, peças de museu (fósseis, animais empalhados) e similares.

Elementos essenciais: que devem constar: autor(es), título (se inexistente, atribuir uma denominação, ou usar a expressão: Sem título), data. Exemplo: DUCHAMP, Marcel. Escultura para viajar. 1918. 1 escultura variável.

Elementos complementares outras informações, quando necessárias. Exemplo: DUCHAMP, Marcel. Escultura para viajar. 1918. 1 escultura variável, borracha colorida e cordel. Original destruído. Cópia por Richard Hamilton, feita por ocasião da retrospectiva de Duchamp na Tate Gallery (Londres) em 1966. Coleção de Arturo Schwarz. Tradução de Sculpture for travelling.

10.2.13.2 Documento de acesso exclusivo em meio eletrônico (exige

base de dados, site, programas e similares)

Elementos essenciais: que devem constar: autor(es), título do serviço, versão, descrição física do meio eletrônico. Sendo on line, segue o padrão próprio. Exemplos: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ. Biblioteca Central. Normas.doc. Curitiba, 1998, 5 disquetes.

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147

ÁCAROS no Estado de são Paulo. In: FUNDAÇÃO TROPICAL DE PESQUISAS E TECNOLOGIA “ANDRÉ TOSELO”. Base de Dados Tropical. 1985. Disponível em: <http://www.bdt.fat.org.br/acaro/sp/>. Acesso em: 20 maio 2002.

Elementos complementares: outras informações quando necessárias.

Exemplos: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ. Biblioteca Central. Normas.doc. Normas para apresentação de trabalhos. Curitiba, 1998, 5 disquetes 3½ pol. Word for Windows 7.0.

GALERIA virtual de arte do Vale do Paraíba. São José dos Campos: Fundação Cultural Cassiano Ricardo, 1988. Apresenta reproduções virtuais de obras de artistas plásticos do Vale do Paraíba. Disponível em: <http://www.virtualvale.com.br/galeria>. Acesso em: 27 nov. 1998.

10.2.14 Transcrição de elementos

10.2.14.1 Autoria Entrada a partir do nome, pessoal ou de entidade, tendo como referência o Código de

Catalogação Anglo-Americana em vigência. Autor pessoal: pelo sobrenome, letras maiúsculas, seguido do prenome outros sobrenomes

abreviados, ou não. Quando for mais de um autor, separar os nomes com ponto e vírgula. Exemplos: MORAES, Irany Novah; CORREA NETO, Alípio.Metodização da pesquisa científica. São Paulo: Edigraf/USP, 1970.

MENANDRO, P. R. M.; TRINDADE, Z. A.; BORLOTI, E. B. (orgs.). Pesquisa em psicologia: recriando método. Vitória: UFES/CAPES, 1999.

Existência de mais de três: após o primeiro autor usa-se a expressão et al. (et alii) = e outros. Existência de vários autores: porém, explicitamente, um é o coordenador ou o organizador,

a entrado com o nome dele. Exemplo:

HIRANO, Sedi (org.). Pesquisa social: projeto e planejamento. São Paulo: T. A. Queiroz, 1979.

Existência de registros: de outras responsabilidades (tradutor, revisor, ilustrador ou similares) pode ser acrescentada a informação logo após o título. Exemplo:

TURABIAN, Kate L. Manual de redação: monografias, teses e dissertações. Tradução Vera Rinoldi. São Paulo: Martins Fontes,2000.

Autor entidade: representado por um órgão oficial, por uma entidade, empresa ou um evento. Exemplos:

BRASIL. MINISTÉRIO D EDUCAÇÃO. Reforma da educação superior: confirmando princípios e consolidando diretrizes da reforma da educação superior. Documento II. Brasília, DF: MEC, 2004.

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ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 10520: Informação e documentação: citações em documentos: apresentação. Rio de Janeiro, 2002.

Autoria desconhecida: registra-se o nome da obra. Exemplo:

INTRODUÇÃO e intuição do pensamento científico. Ciência e cultura. São Paulo: Sociedade Brasileira para o Progresso de Ciência, 27, (1):2-10,27, (3): 237-243, 1975.

10.2.14.2 Título e subtítulo

Ambos devem ser referenciados como aparecem grafados na obra ou no trabalho. Exemplo:

LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marinha de Andrade. Metodologia do trabalho cientifico: procedimentos básicos, pesquisa bibliográfica, projeto e relatório, publicações e trabalhos científicos. São Paulo: Atlas, 1983.

Ambos exageradamente longos: pode-se adotar a supressão de parte dos mesmos. Exemplo:

LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marinha de Andrade. Metodologia do trabalho cientifico: procedimentos básicos [...]. São Paulo: Atlas, 1983.

Grafados em mais de uma língua: registra-se somente o primeiro que for grafado. Exemplo:

SÃO PAULO MEDICAL JOURNAL = REVISTA PAULISTA DE MEDICINA. São Paulo: Associação Paulista de Medicina, 1941-. Bimensal. ISSN 0035-0362.

10.2.14.3 Títulos de periódicos

Elementos essenciais: Autor (es) (caso existam), título do jornal local da publicação Exemplo:

LEAL, L. N. MP fiscaliza com autonomia total. Jornal do Brasil, Rio de Janeiro, p. 3, 25 abr. 1999.

Inexistência de título: tomar como referência uma palavra ou frase que identifique o teor da obra. Exemplo: SIMPÓSIO BRASILEIRO DE AQUICULTURA, 1., 1978. Recife. [Trabalhos apresentados]. Academia Brasileira de Ciências, 1980.ii, 412 p.

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10.2.14.4 Edição

Indicação da edição: é obrigatório seu registro. Exemplo: FOLSCHEID, Dominique; WEENEBURGER, Jean-Jacques. Metodologia filosófica. 2. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2002

Indicação de acréscimos, de emendas: ou de complementos. Exemplo: FOLSCHEID, Dominique; WEENEBURGER, Jean-Jacques. Metodologia filosófica. Tradução de Paulo Neves. 2. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2002. (Ferramentas).

Versão do documento eletrônico: considerá-la como edição. Exemplo: ASTROLOGY source. Version 1.0A. Seattle.Multicom Publishing, c1994. 1 CD-ROM.

102.14.5 Local

Nome do local, registro obrigatório. Exemplo:

GIL, Antônio Carlos. Métodos e técnicas da pesquisa social. 4. ed. São Paulo: Atlas, 1994.

Nomes homônimos: para evitar confusão acrescentar ao nome a sigla da unidade da Federação: Viçosa, AL; Viçosa, MG e Viçosa, RJ.

Mais de um local para a mesma editora: a escolha recairá sobre o nome de mais destaque. Exemplo: SWOKOWSKI, E. W.; FLORES, V. R. L. F.; MORENO, M. Q. Cálculo de geometria analítica. Tradução de Alfredo Alves de Faria. Revisão técnica Antonio Pertence Júnior. 2. ed. São Paulo: Makron Books do Brasil, 1994, 2 v.

14.5.4 Nome do local não aparece: mas com possibilidade de identificação, coloca-se o nome entre colchetes. Exemplo: LAZARINI NETO, Sylvio. Cria e recria. [São Paulo]: SDF Editores, 1994, 108 p.

Impossibilidade de identificar o nome do local: usa-se a expressão sine loco (S. l.). Exemplo: KRIEGER, Gustavo.; NOVAES, Luís Antonio; FARIA, Tales. Todos os sócios do presidente. 3. ed. [S.l.]: Scritta, 1992, 195, p.

10.2.14.6. Editora

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O nome da editora registrado como figura: no documento, abreviando e dispensando palavras, quando possível. Exemplo: MARCÍLIO Maria Luíza. História da escola em São Paulo e no Brasil. São Paulo: Imprensa Oficial do Estado de São Paulo: Instituto Fernand Braudel, 2005.

Mais de uma editora: são registradas as duas, com seus respectivos locais. Sendo três, registra-se somente aquela que tiver destaque. Exemplo: VALERIEN, Jean; DIAS, José Augusto. Gestão da escola fundamental: subsídios para análise e sugestão de aperfeiçoamento. 8.ed. São Paulo: Cortez [Paris]: UNESCO; [Brasília]: Ministério da Educação e Cultura, 2002.

Sem identificação da editora: usa-se a expressão sine nomine (s.n.). Exemplo: LA SALLE, Jean-Baptiste de. Conduite des écoles chrétiennes. Édition du manuscrit français 1759 da la Bilbiothèque Nationale de Paris Introdution et Notes comparatives avec l´édition princeps de 1720. Paris: [s.n.], [1951].

Nem editor nem editora podem ser identificados: na sua ausência são usadas as duas expressões. Exemplo: CARVALHO: Guido Ivan de. Ensino Superior: legislação e jurisprudência. 3. ed. [S.l.: s. n.], 1971.

Editora é a mesma pessoa do editor: omite-se o nome dela. Exemplo; UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA. Catálogo de graduação, 1994-1995. Viçosa, MG, 1994. 385 p.

10.2.14.7 Data

Data registrada com algarismos arábicos: quando não for explicitada usar a data de publicação, da distribuição, o copirraite, da impressão, do depósito (da apresentação), ou outra que for possível localizar dentro da obra, como a do prefácio. Exemplos: Um ano ou outro ........................................ [1940 ou 1941] Data provável .............................................. [1958?] Data certa, porém não indicada no local ..... [1930] Com intervalos menores de dez anos ......... [entre 1928 e 1937] Data aproximada ......................................... [1945] Década certa ............................................... [194-] Década provável ..........................................[196-?] Século certo .................................................

Exemplo: TORRINHA, Francisco. Dicionário Português-latino. Porto (Portugal): Editorial Domingos Barreira, [1939].

Coleção volumes editados em datas diferentes: registra-se a data do primeiro e do último

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volume. Exemplo: LEITE, Serafim, S. J. História da companhia de Jesus no Brasil. Do século XVI ao século XVIII. Suplemento biográfico, índice geral. Lisboa: Portugália; Rio de Janeiro: Civilização Brasileira; Instituto Nacional do Livro, 1938-1950, 10 v.

Coleção de periódico Exemplo: NOSSA HISTÓRIA. São Paulo:Vera Cruz, 2003-. Mensal.

Coleção de periódicos encerrada: o registro das datas é o inicial e final. Exemplo: O CRUZEIRO. Rio de Janeiro: Tecnoprint, 1940-1961. Semanal.

Indicação dos meses e as divisões do ano ou dos períodos. Exemplo: CAMARGO, E. A. S. P. et al. Educação direito de cidadania e mercadoria. Educação & sociedade. Campinas, v. 84, p. 727-731, set. 2003.

Estação ao invés do mês. Exemplo: MANSILLA, H. C. F. La controversia entre universalismo y particularismo em la filosofia de la cultura. Revista Latinoamericana de Filosofia, Buenos Aires, v. 24, n. 2, primavera 1998.

10.2.14.8 Descrição física

Registro do número de páginas: faz-se a consignação do número da última página. Exemplo:

GOMES, Ângela de Castro (Org.). Capanema: o ministro e seu ministério. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2000, 276 p.

Obra publicada em vários volumes: ou unidades físicas, adota-se o algarismo arábico para indicar o número de unidades, seguido da letra v. (volume). Exemplo:

LEITE, Serafim, S. J. História da companhia de Jesus no Brasil. Do século XVI ao século XVIII. Suplemento biográfico, índice geral. Lisboa: Portugália; Rio de Janeiro: Civilização Brasileira; Instituto Nacional do Livro, 1938-1950, 10 v.

Discordância entre o número de volumes bibliográficos: do número dos físicos. Exemplo: SILVA, De Plácido E. Vocabulário Jurídico. 4. ed. Rio de Janeiro: Forense, 1996, 5 v. em 3.

14.8.4 Partes referenciadas: devem-se registrar a página inicial e a final, precedida da letra p. ou f.

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Exemplo: CURY,Carlos Roberto Jamil; NOGUEIRA, Maria Alice. O atual discurso dos protagonistas das redes de ensino. In: CUNHA, Luís Antonio (org.). Escola pública, escola particular a democratização do ensino. São Paulo: Cortez, 1985, p. 65-93.

Irregularidade na numeração: deve-se fazer menção ao referenciar. Exemplo: MARQUES, M. P.; LANZELOTTE, R. G. Banco de dados e hipermídia: construindo um metamodelo par ao Projeto Portinari. Rio de Janeiro: PUC, Departamento de informática, 1993. paginação irregular.

10.2.14.9 Ilustrações

Indicação por duas abreviaturas: simples il.; colorida, il. color. Exemplo: FIGUEIRA, Divalte Garcia. História: novo ensino médio. 2. ed. São Paulo: Ática, 2003, il. Color.

10.2.14.10 Dimensões

Registro das dimensões das obras: é opcional. Exemplo: TEIXEIRA, Anísio. Educação não é privilégio. 5. ed. Comentada por Maria Cassim. Rio de Janeiro: UFRJ, 1994. 252 p., 140 X 210cm.

10.2.14.11 Séries e coleções

Registro de série ou coleções: é opcional. Exemplo: GHIRALDELLI JÚNIOR, Paulo. História da educação. São Paulo: Cortez, 1991. – (Coleção Magistério – 2º Grau. Série formação do professor).

10.2.14.12 Notas

Notas são informações complementares: quando necessárias são incluídas ao final da referência sem ênfase ou destaque a fim de dar destaque à obra. Exemplo: LUCKESI, Cipriano Carlos. Filosofia da educação. São Paulo: Cortez, 1990 – (Coleção magistério – 2º grau. Série formação do professor).

Documentos traduzidos: têm seu registro referenciado quando a tradução vem mencionada. Exemplo: LAVILLE, Christian; DIONNE, Jean. A construção do saber: manual de metodologia da pesquisa em ciências humanas. Tradução de Heloísa Monteiro e Francisco

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Settineri. Porto Alegre: Artes Médicas; Belo Horizonte: UFMG, 1999.

Separatas: têm seu registro referencial conforme consta na publicação. Exemplo: AMAZÔNIA: ainda é possível salvar? Percorremos a floresta para revelar as tragédias e conhecer as experiências que poderão preservar a mais rica biodiversidade do planeta Grandes Reportagens. O Estado de São Paulo. São Paulo: novembro e dezembro de 2007. 122 p.

Registro dos trabalhos acadêmicos: (TCC, Dissertações e Teses) deve conter tipo de documento, grau acadêmico, local e data da defesa. Exemplo: COSTA, Lair de Queiroz. Um jogo em grupos co-operativos para a construção do conceito de número inteiros e para abordagem dos conteúdos: procedimentos, conteúdos e normas. Campinas , SP: [s.n.], 2003. Tese (Doutorado em Matemática) Universidade Estadual de Campinas, São Paulo, 2003.

Outras notas complementares: como ISBN, redução, afins, sua menção é feita quando houver necessidade. Exemplo: ABEU, Mariza. Organização da educação nacional na constituição e na LDB. Ed. Ijuí: Ed. Unijuí, 2002. – 160 p. – (Coleção educação). ISBN 85-7429-016-5.

1.2.15 Ordenação das referências Ordenação das referências: segue o padrão estabelecido pela NBR 10520, podendo ser

adotados um dos dois sistemas: alfabético e o numérico.

10.2.15.1 Sistema alfabético

Localização: as referências são localizadas ao final do trabalho, artigo ou capítulo, em rigorosa ordem alfabética, com entrada do sobrenome do autor, em caixa alta com alinhamento à esquerda, conforme NBR 10520. As chamadas no texto feitas a partir do sobrenome do autor, ano; ao final do texto, entre parênteses, em caixa alta, data. Exemplos: Dentro do texto: Segundo Abreu (2002), o Plano Municipal de educação [...]. Ao final de uma citação:

O livro didático, de forma alguma, deve ser instrumento descartável no processo de ensino. Ele é um instrumento importante, desde que tem a possibilidade de registrar e manter registrada, com fidelidade e permanência, a mensagem. O que está escrito permanece escrito, não é tão perecível quanto à memória viva. Através do livro, o educando terá possibilidade de se reportar, quantas vezes quiser, ou

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154

necessitar, mantendo sempre sobre ele uma posição crítica (LUCKESI, 1990, p. 144).

Caso especial: ocorre na referência à repetição seguida do autor, com obra diferente, ou com a mesma obra, na mesma página, digitar um traço sublinear correspondente a seis toques. Mesmo autor com a mesma obra. Exemplo: LEITE, Serafim, S. J. História da companhia de Jesus no Brasil. Século XVI, o estabelecimento. Lisboa: Portugália; Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1938, v. I, t. I.

______. Suma histórica da companhia de Jesus no Brasil. (Assistência de Portugal), 1540-1760. Lisboa: Investigação de ultramar, 1965.

Mesmo autor e mesma obra: no lugar da obra repetir o traço, colocando um ponto entre o autor e a obra. Exemplo: LEITE, Serafim. Suma histórica da companhia de Jesus no Brasil. (Assistência de Portugal), 1540-1760. Lisboa: Investigação de ultramar, 1965. ______. (Assistência de Portugal), 1540-1760. Lisboa: Investigação de ultramar, 1965

10.2.15.2. Sistema numérico

Conceituação: é adotado na ordem seqüente das citações do texto, quando somente contiver nome de autores. Exemplos: 1 SAVIANI, Dermeval. A nova lei da educação: trajetória, limites e perspectivas. Campinas: Autores associados, 1997.

2 CUNHA, Luís Antônio. O ensino de ofícios artesanais e manufatureiros no Brasil escravocrata. São Paulo: UNESP, 2000.

3 VALERIEN, Jean; DIAS, José Augusto. Gestão da escola fundamental: subsídios para a análise e sugestão de aperfeiçoamento. 8. ed. São Paulo: Cortez [Paris]: UNESCO; [Brasília] Ministério da Educação e Cultura, 2002.

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10.2.16 Quadro sinótico. Normas de referência e documentação

TÓPICO SÚMULA

DEFINIÇÃO Referenciar é consignar os itens indicadores de uma obra: autoria, título, edição, local da publicação, editora e ano.

ELEMENTOS DE REFERÊNCIA

Elementos identificadores essenciais e complementares. Informações referenciais são registradas no rodapé, no fim do capítulo ou da obra.

REGRAS PADRONIZADAS

Seguir as normas institucionalizadas pela ABNT. Estrutura da referência, alinhamento à esquerda, pontuação padrão internacional, empregos dos recursos tipográficos.

MODELO DE

REFERÊNCIA

Monografia: livro, folheto, TCC, Dissertação, Tese, no meio eletrônico, CD-ROM, on line (site) - Publicação periódica: edição, fascículo, número de revista, jornal. - Dados: autor, título, subtítulo, edição, local, editor, data. - Artigo ou matéria de jornal em meio eletrônico, além dos dados identificadores, registrar o endereço eletrônico usando as expressões: Disponível em: <site>. Acesso em: data. – Evento: nome, número, ano, local, título (subtítulo), local da publicação, editora, ano.

PATENTE Autor, título (subtítulo), número da patente, data (período do registro).

DOCUMENTO JURÍDICO

Legislação: Constituição Federal, Códigos, Leis (Complementar e Ordinárias), Medida Provisória, Jurisprudência (decisões) doutrina (interpretação hermenêutica das leis).

Elementos: jurisdição, título, data, dados da publicação. Jurisprudência: súmulas, enunciados, acórdãos, sentenças e similares. Doutrina: discussão técnica e esclarecimentos sobre questões legais. Documentos jurídicos em meio eletrônico: Disponível em: <site>. Acesso em: data.

IMAGEM EM MOVIMENTO

Dados: título, diretor, produtor, local, produtora, data especificação do suporte em unidades físicas e outras informações.

DOCUMENTO ICONOGRÁFICO

Abrange: pintura, gravura, ilustrações, desenho, transparência e similares. Dados: autor, título (se ausente e atribuir um nome, ambas as situações, grafadas entre

colchetes). Em meio eletrônico: seguir a norma. DOCUMENTO

CARTOGRÁFICO Dados: autor, título, local, data da publicação, indicação da escala, outras informações

complementares DOCUMENTO

SONORO Dados: compositor(es), intérprete(s), título, local de edição, gravadora, data,

especificação do suporte, informações complementares (duração, rotações, tempo, estéreo).

PARTITURA Dados: autor(es), título, local, editora, data, designação específica (1 partitura),

instrumento (quarteto, orquestra, banda).

DOCUMENTO RIDIMENSIONAL

Representado por escultura, maquete, objetos em geral, peças de museu e similares Dados: Autor(es), título (se ausente, atribuir ou [sem título]), data, complementos, outras

informações (coleção, proprietário, dimensões, tradução das informações) Meio eletrônico: autor(es), título do serviço, versão, descrição física do meio eletrônico.

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156

TRANSCRIÇÃO DOS

ELEMENTOS

Autoria, CCAA (Código de Catalogação Anglo-Americana. Mais de três autores usar uma das expressões: et al. (et alii), ou outros, ou org. ou coord., conforme o caso); tradutor, revisor, ilustrador (quando existirem essas informações).

Título e subtítulo quando longo pode-se adotar uma supressão de parte de um deles. Periódicos: autor, título do jornal, local da publicação, data. Edição: registro obrigatório. Ex. 2. ed. Local: quando da existência de homônimo acrescentar a sigla da unidade da federação.

Quando ausente, porém é possível identificá-la, grafá-la entre colchetes [São Paulo]. Quando ausente grafar S. l. (Sine loco).

Editora: no caso de duas, registrá-las. Ausência, grafar S. n. (sine nomine) entre colchetes. Na ocorrência da ausência do local e da editora grafar [S. l.: S. n.).

Data: da publicação, da distribuição, do copirraite, da impressão, do depósito. Coleção: registra o número de primeiro e do último. Coleção de periódicos: título, local, editora, ano, período (anual, mensal), indicação do

volume, de páginas e do mês. Descrição física: número de páginas, do volume,em algarismos arábicos. Ilustrações: abreviadas il. coloridas. Dimensões: grafadas em milímetros, em algarismos arábicos: Ex. 140mm X 210mm. Série ou notas registro opcional no final da referência. Ex. Série magistério. Ordenação das referências: sistema alfabético, sistema numérico, conforme o caso.

10.3 CONCLUSÃO

O processo da aplicação das normas de referência e documentação é uma

tarefa meticulosa e complexa que exige um cuidado especial para que a obra esteja dentro

dos parâmetros estabelecidos, caso contrário, a ausência do formal prejudica o valor da

mesma.

10.4 QUESTIONÁRIO REFLEXIVO-ANALÍTICO

01 O que significa referenciar?

02 Quais são as regras básicas de apresentação?

03 Quais são os elementos essenciais e complementares para referenciar uma

Monografia?

04 Como referenciar parte de uma tese, por exemplo, um capítulo?

05 Como fazer a referência de uma revista?

06 Como referenciar uma matéria de jornal em meio eletrônico?

07 Quais são os elementos essenciais e complementares para referencia a matéria de

um congresso?

08 Quais são os elementos para referenciar a Constituição Federal?

09 Quais são os elementos essenciais e complementares para referenciar imagem em

movimento?

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157

10 Quais são os elementos essenciais e complementares para referenciar um

documento iconográfico?

11Como referenciar um documento cartográfico?

12 Como referenciar um documento sonoro?

13 Como referenciar um documento tridimensional?

14 Como referenciar uma obra que tem seu título grafado em língua vernácula e em

língua estrangeira?

15 Como referenciar uma obra que não tem a cidade da edição e o nome da editora?

16 Como referenciar uma obra traduzida, que tenha ilustrador e faça parte de uma

coleção ou de uma série?

10.5 EXERCÍCIO

Ir à biblioteca para fazer um levantamento de dez tipos de referências.

REFERÊNCIAS ALVES, Rubem. Filosofia da ciência: introdução ao jogo e suas regras. 8. ed. São Paulo: Brasiliense, 1986. ANDRADE, Maria M. de. Redação científica: elaboração do tcc passo a passo. São Paulo: Factash, 2007. ANDRADE-ROCHA, F. T. Pesquisa em laboratório clínico: conceitos básicos e um estímulo para novos pesquisadores. Newslab, no. 69, p. 86-101, 2005. ASSIS, A. K. T. A. Newton e suas grandes obras: o principia e o óptica. In: ALMEIDA, M. J. P. M. e SILVA, H. C. Silva (Eds). Linguagens, Leituras e Ensino da Ciência. Campinas: Mercado de Letras/Associação de Leitura do Brasil, 1998. p. 37-52. ______. Introdução à metodologia do trabalho científico: elaboração de trabalhos de graduação. 5. ed. São Paulo: Atlas, 1995. ANGEL, Jaime G. Metodología y técnica de la investigación jurídica. 2. ed. Bogotá: Temis 1980. APPOLINÁRIO, Fabio. Dicionário de metodologia científica: um guia para a produção do conhecimento científico. São Paulo: Atlas, 2004. ARENDT, Hannah. A vida do espírito: o pensar, o querer, o julgar. Rio de Janeiro: Relume Dumará, 1992. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6021: informação e documentação: publicação periódica científica impressa: apresentação. Rio de Janeiro, maio 2003, 9 p. BARKER, K. Na bancada: manual de iniciação científica em laboratórios de pesquisas biomédicas. Porto Alegre: Artmed Editora, 2002. ______. NBR 6022: informação e documentação: apresentação: artigo em publicação periódica. Rio de Janeiro, maio 2003, 5 p.

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158

______. NBR 6023: informação e documentação: referências: elaboração – ago 2002, 24 p. ______. NBR 6024: informação e documentação: numeração progressiva das seções de um documento escrito: apresentação. Rio de Janeiro, maio 2003, 3 p. ______. NBR 6025: informação e documentação: revisão de originais e provas, apresentação. Rio de Janeiro, set 2002, 5 p. ______. NBR 6027: informação e documentação: sumário: apresentação. Rio de Janeiro, maio, 2003, 2 p. ______. NBR 6028: informação e documentação: resumo:apresentação. Rio de Janeiro, nov. 2003, 2 p. ______. NBR 6029: informação e documentação: livros e folhetos: apresentação. Rio de Janeiro, set. 2002, 9 p. ______. NBR 6032: abreviação de título de periódicos e publicações seriadas: procedimentos. Rio de Janeiro, ago. 1989, 9 p. ______. NBR 6033: ordem alfabética. Rio de Janeiro, abril 1989, 9 p. ______. NBR 8064: gestão de qualidade e garantia da qualidade: terminologia. Rio de Janeiro, dez. 1994, 14 p. ______.NBR 10520: informação e documentação: citações e documentos: apresentação. Rio de Janeiro, ago. 2002, 7 p. ______. NBR 10521: enumeração internacional para o livro: ISBN: procedimento. Rio de Janeiro, out. 1988, 2 p. ______. NBR 10522: abreviaturas na descrição bibliográfica. Rio de Janeiro, out 1988, 11 p. ______.NBR 10524: preparação da folha de rosto: procedimento. Rio de Janeiro, out. 1988, 4 p. ______.NBR 10719: informação e documentação: apresentação de relatórios técnico-científicos. Rio de Janeiro, ago. 1989, 9 p. ______. NBR 12225: informação e documentação: lombada: apresentação. Rio de Janeiro, maio 2003, 2p. ______. NBR 12256: apresentação de originais. Rio de Janeiro, 1992, 4 p. ______. NBR 12676: Método para análise de documentos – determinação de seus assuntos e seleção de termos de indexação. Rio de Janeiro: 1992, 4 p. ______. NBR 14724: informação e documentação: trabalhos acadêmicos: apresentação. Rio de Janeiro, 2005 (válida a partir de 30-01-2006), 9 p. ASTI VERA, Armando. Metodologia da pesquisa científica. Porto Alegre: Globo, 1976. AZEVEDO, Carlos A. M.; AZEVEDO, Ana G. de. Metodologia científica: contributos práticos para a elaboração de trabalhos acadêmicos. 4. ed. Porto: C. Azevedo, 1998. BACHRACH, Arthur. Introdução à pesquisa psicológica. São Paulo: Herder, 1969. BARRASS, Robert. Os cientistas precisam escrever: guia de redação para cientistas, engenheiros e estudantes. 2. ed. São Paulo: T.A. Queiroz, 1986.

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