guia prático do agente comunitário de saúde

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  • 1. MINISTRIO DA SADEGUIA PRTICO DO AGENTECOMUNITRIODE SADEBraslia DF 2009

2. MINISTRIO DA SADESecretaria de Ateno Sade Departamento de Ateno BsicaGUIA PRTICO DO AGENTECOMUNITRIODE SADE Srie A. Normas e Manuais Tcnicos Braslia DF2009 3. 2009 Ministrio da Sade.Todos os direitos reservados. permitida a reproduo parcial ou total desta obra, desde que citada a fonte e que no seja para venda ouqualquer fim comercial.A responsabilidade pelos direitos autorais de textos e imagens dessa obra da rea tcnica.A coleo institucional do Ministrio da Sade pode ser acessada, na ntegra, na Biblioteca Virtual em Sade do Ministrio da Sade:http://www.saude.gov.br/bvsSrie A. Normas e Manuais TcnicosTiragem: 1 edio 2009 235.000 exemplaresElaborao, distribuio e Informaes:Colaborao:Ministrio da sadeSecretaria de Ateno a SadeCoordenao de Gesto da Ateno Bsica/DAB:Departamento de Ateno Bsica Antonio Garcia Reis JuniorEdifcio Premium SAF Sul Quadra 2- Lotes 5/6- Bloco II Charleni Ins SchererSubsolo Brasilia- DF 70.070-600Cristiano BusatoTel: (61) 3306-8044Izabeth Cristina Campos da Silva FariasHome page: www.saude.gov.br/dabSamantha Pereira FranaE-mail: [email protected] rea Tcnica de Sade da Pessoa com Deficincia/DAPE:Superviso Geral:Erika PisaneschiClaunara Schilling MendonaMaria Alice Correia Pedotti Samara KielmannCoordenao Geral:Aline Azevedo da Silva Coordenao-Geral da Poltica de Alimentao e Nutrio/DAB:Lauda Baptista Barbosa Bezerra de Melo Ana Beatriz VasconcellosNulvio Lermen Junior Gisele Ane Bortolini Helen Alto DuarReviso Tcnica: Natacha ToralAna Lucia da Costa MacielJoseane Prestes de Souza Coordenao Nacional de Sade Bucal/DAB:Lainerlani Simoura de AlmeidaJanaina Rodrigues CardosoThas Severino da SilvaMrcio Ribeiro GuimaresElaborao Tcnica:Coordenao Nacional de Sade do Idoso/DAPE:Aline Azevedo da Silva Elen Oliveira PerninArlete Aparecida Spoladore PistelliFabiana RegolinLauda Baptista Barbosa Bezerra de MeloSandra Mara AnesiImpresso no Brasil / Printed in Brazil Ficha CatalogrficaBrasil. Ministrio da Sade. Secretaria de Ateno Sade. Departamento de Ateno Bsica. Guia prtico do agente comunitrio de sade / Ministrio da Sade, Secretaria de Ateno Sade, Departamento de AtenoBsica. Braslia : Ministrio da Sade, 2009. 260 p. : il. (Srie A. Normas e Manuais Tcnicos) ISBN 978-85-334-1645-1 1. Educao em sade. 2. Agente comintrio de sade (ACS). 3. Ateno sade. I. Ttulo. II. Srie. CDU 614-057.182(036)Catalogao na fonte Coordenao-Geral de Documentao e Informao Editora MS OS 2009/0393Ttulos para indexao:Em ingls: Guide the work of Community Health AgentEm espanhol: Guia Del Trabajo Del Agente Comunitrio de la Salud 4. SUMRIOApresentao....................................................................9A famlia e o trabalho do ACS....................................... 11Registro Civil de Nascimento edocumentao bsica................................................... 15Sade da criana............................................................ 25A criana no primeiro ms de vida.................................................... 28Triagem neonatal . .................................................................................. 39Sade bucal na criana.......................................................................... 41Acompanhamento do crescimento edesenvolvimento da criana................................................................ 46Caderneta de Sade da Criana......................................................... 47Informaes importantes a serem verificadasse constam na Caderneta de Sade da Criana............................ 48Programa Bolsa-Famlia ........................................................................ 58Orientaes alimentares para a criana........................................... 58Obesidade em criana........................................................................... 61Prevenindo acidentes na infncia...................................................... 68Situaes em que voc deve orientar a famlia aprocurar o servio de sade o mais rpido possvel................... 74Sade do adolescente................................................... 75Esquema vacinal...................................................................................... 78 .Sexualidade................................................................................................ 79Sade bucal no adolescente................................................................ 84Transtornos alimentares........................................................................ 87Sade do adulto............................................................ 91 5. Esquema vacinal do adulto.................................................................. 92Hbitos alimentares saudveis........................................................... 93Atividade fsica........................................................................................101Doenas crnicas: o que o ACS pode e deve fazer....................103Doenas sexualmente transmissveis e Aids................................120Sade bucal no adulto.........................................................................125Sade do homem..................................................................................126Sade da mulher....................................................................................132Ateno ao idoso...................................................................................157Sade mental............................................................... 185Introduo................................................................................................186Ansiedade.................................................................................................188Depresso.................................................................................................190Uso abusivo de lcool e outras drogas..........................................192Ateno pessoa com deficincia. ............................ 199.As crianas com deficincia...............................................................205Deficincia visual ..................................................................................210Deficincia intelectual ........................................................................212As deficincias nos adolescentes e adultos.................................213.Orientaes para famlias com pessoas acamadas... 219Violncia familiar......................................................... 223Violncia contra a mulher...................................................................226Violncia contra a criana e o adolescente..................................228. 6. Os sinais de alerta em relao ao agressor . ................................230Violncia contra o idoso......................................................................231Violncia contra pessoas portadoras dedeficincia fsica e mental...................................................................232Preveno da violncia familiar........................................................233Atribuies frente violncia familiar............................................234Doenas transmitidas por vetores:mosquitos, insetos, moluscos e outros...................... 239Dengue......................................................................................................242Esquistossomose (xistosomose, xistose, xistosa,doena dos caramujos, barriga dgua e doenade Manson-Piraj da Silva).................................................................246Malria.......................................................................................................248Tracoma.....................................................................................................250Alguns conceitos importantes..........................................................252Referncias................................................................... 255 7. GUIA PRTICO PARA O AGENTE COMUNITRIO DE SADEAPRESENTAOAPRESENTACONo processo de fortalecimento do Sistema nico de Sade (SUS), oagente comunitrio de sade (ACS) tem sido um personagem muitoimportante realizando a integrao dos servios de sade da Aten-o Primria Sade com a comunidade.Atualmente so mais de 200 mil em todo o Brasil desenvolvendoaes de promoo e vigilncia em sade, contribuindo para a me-lhoria da qualidade de vida das pessoas.O Ministrio da Sade reconhece que o processo de qualificao dosagentes deve ser permanente e nesse sentido apresenta esta publi-cao, com informaes atualizadas relacionadas aos temas mais fre-quentes do seu cotidiano.O Guia Prtico do Agente Comunitrio de Sade, elaborado pelo De-partamento de Ateno Bsica, tem como objetivo oferecer subs-dios para o desenvolvimento do trabalho do ACS.Seu formato foi pensado para facilitar a consulta e o manuseio prin-cipalmente durante as visitas domiciliares, auxiliando no esclareci-mento de dvidas de forma objetiva.Esperamos que este material contribua para o fortalecimento de seutrabalho, desejando sucesso na tarefa de acompanhar os milhes defamlias brasileiras. 9 8. A famlia e o trabalho do ACS11 9. MINISTRIO DA SADE / Secretaria de Ateno Sade / Departamento de Ateno Bsica A famlia a primeira e mais importante influncia na vida das pesso- as. na famlia que adquirimos os valores, os usos e os costumes que iro formar nossa personalidade e bagagem emocional. Podemos chamar de famlia um grupo de pessoas com vnculos afe- tivos, de consanguinidade e de convivncia. As famlias vm se transformando ao longo do tempo, acompanhan- do as mudanas religiosas, econmicas, sociais e culturais. Hoje exis- tem vrias formas de organizao familiar, como: famlias com unies estveis, reconstitudas, de casais do mesmo sexo, de casais que mo- ram em casas separadas etc. H ainda famlias que no tm a presen- a da me, do pai ou de ambos. Muitas vezes nesses casos, os avs assumem a responsabilidade em cuidar da famlia. A famlia o ponto de partida para o trabalho do ACS na comunidade. Por isso, preciso identificar e compreender a formao e como fun- cionam as famlias da sua rea de abrangncia. A seguir, alguns itens que podem colaborar na identificao da organizao e funcionamento das famlias.12 10. GUIA PRTICO PARA O AGENTE COMUNITRIO DE SADE IDENTIFIQUEO grau de parentesco entre os membros da famlia;Os membros agregados;A funo de cada membro na famlia: na diviso do trabalho domstico,na diviso das despesas, na identificao daquele que o alicerce emocional eespiritual;Os valores, preconceitos, costumes e religiosidade, principalmente os quepodem interferir no cuidado com a sade;Presena de conflitos entre os membros da famlia e como so resolvidosesses conflitos;Os tipos de trabalho de seus membros;O papel do homem e da mulher na famlia;Quem exerce o papel de liderana na famlia;Se todos os membros da famlia possuem documentos: Certido deNascimento, CPF, Carteira de Identidade, Carteira de Trabalho, ou outros quefavoream a consolidao de sua cidadania. 13 11. Registro Civil de Nascimentoe documentao bsica 15 12. MINISTRIO DA SADE / Secretaria de Ateno Sade / Departamento de Ateno Bsica Voc pode encontrar na sua rea de atuao pessoas que no pos- suem Certido de Nascimento e outros documentos bsicos de ci- dadania. Isso faz com que esses brasileiros deixem de ter acesso a oportunidades e at mesmo aos programas sociais do governo. Na visita domiciliar, importante que voc identifique as pesso- as sem Registro Civil e sem documentao. Registro Civil de Nascimento Sem o Registro Civil de Nascimento, uma pessoa, para todos os efei- tos legais, no possui nome, sobrenome, nacionalidade, no existe para o Estado e no pode ter outros documentos como: Carteira de Trabalho, Ttulo de Eleitor, CPF, Carteira de Identidade, Habilitao de Motorista, Passaporte etc. No possvel tambm ter direito a: fazer matrcula na escola, fundo de garantia por tempo de servio, aposentadoria, licena-materni- dade etc. No pode participar dos programassociais como Bolsa-Famlia, Luz para Todos,entre outros, nem realizar casamento ci-vil, fazer alistamento militar e comprarum imvel com escritura. comum encontrar grupos de populao especficos sem documentao, como ospovos indgenas, ciganos, quilombolas, trabalhadores rurais, catadores de papel, pessoas em situao de rua, pessoas debaixa renda e aqueles que moram afasta-dos dos cartrios. Os povos indgenas tm o direito, mas no so obrigados, ao Regis- tro Civil de Nascimento.16 13. GUIA PRTICO PARA O AGENTE COMUNITRIO DE SADE preciso estar atento para as crianas nascidas e que no foram re-gistradas aps os 90 dias de vida.A Declarao de Nascido Vivo (DNV) o documento que emitidopelo estabelecimento de sade onde a criana nasceu. Esse documen-to deve ser levado ao cartrio para ser feito o Registro Civil de Nas-cimento (RCN) e emitida a Certido de Nascimento. O registro ficano cartrio. A certido fica com a pessoa que fez o registro. Pai, av,padrinho ou amigo pode faz-lo. O Registro Civil de Nascimento feito uma nica vez em livro no cartrio, gratuito para todos osbrasileiros, assim como a primeira Certido de Nascimento forne-cida pelo cartrio.O Registro Civil de Nascimento gratuito, mesmo quando feito aps o prazo legal, que de 15 dias. Esse prazo se amplia para at trs meses nos lugares com mais de 30 quilmetros de distncia da sede do cartrio (artigos 30 e 50 da Lei n 6.015/73; art. 1 da Lei n 9.265/96; art. 45 da Lei n 8.935/94). As penalidades aos profissionais registradores esto previstas na Lei n 8.935/94, disponvel em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L8935.htm17 14. MINISTRIO DA SADE / Secretaria de Ateno Sade / Departamento de Ateno Bsica O Registro Civil de Nascimento feito no cartrio de Registro Civil do local (vila, povoado, cidade) onde a criana nasceu, somente nos primeiros 90 dias. Aps esse prazo, o registro s poder ser feito no cartrio mais prximo de onde a pessoa mora. A segunda via da Certido de Nascimento s gratuita para aque- les reconhecidamente pobres, de acordo com a Lei n 9.534/97. Documentos necessrios para fazer o Registro Civil de Nascimento:Se os pais so casados:Via amarela da Declarao de Nascido Vivo, fornecida pelo hospital;Certido de Casamento;Presena do pai ou da me.Se os pais no so casados:Via amarela da Declarao de Nascido Vivo, fornecida pelo hospital;Um documento de identidade dos pais, por exemplo, Certido de Nascimento ouCarteira de Identidade;O pai e a me devem estar presentes. Se o pai no estiver presente, a me s fazo registro com o nome paterno se tiver uma procurao do pai para esse fim. Sema procurao, ela pode registrar apenas em seu nome e, a qualquer tempo, o paipode ir ao cartrio para registrar a paternidade. Se a criana no nasceu no hospital e no tem a Declarao de Nascido Vivo, os pais devem ir ao cartrio com duas testemunhas maiores de idade que confirmem a gravidez e o parto. Os pais no registrados devem primeiramente se registrar para de- pois registrar o filho.18 15. GUIA PRTICO PARA O AGENTE COMUNITRIO DE SADEOs pais menores de 18 anos no emancipados devero ir ao cart-rio, acompanhados de seus pais ou representantes legais.Quem pode ser o representante legal? Se a criana ou adolescente no tem os pais, o av ou av ser seu representante legal. Na falta dos avs, outro parente prximo po- der requerer a guarda ao juiz. Se a criana estiver em situao de risco, o Conselho Tutelar poder intervir e encaminhar pedido ao promotor de Justia, que requerer ao juiz a nomeao de um re- presentante legal ou abrigamento da criana ou adolescente.Para o registro civil para os maiores de 90 dias sem a DNV, voc, ACS,deve recomendar que a famlia procure o cartrio mais prximo desua residncia para obter mais informaes de como proceder. Des-tacamos que, mesmo assim, o 1 RCN continua sendo gratuito. importante guardar e preservar a certido original, pois serutilizada por toda a vida do cidado.Caso seja necessrio ter acesso a uma segunda via da Certido deNascimento, basta solicitar a emisso de outra certido no cartrioonde a pessoa foi registrada. Nesse caso ser cobrada uma taxa, ano ser que o solicitante seja reconhecidamente pobre, conforme jexplicado. Documentao bsica: Cadastro de Pessoa Fsica (CPF); Carteira de Trabalho e Previdncia Social CNTPS; Registro Geral (RG) ou Carteira de Identidade. 19 16. MINISTRIO DA SADE / Secretaria de Ateno Sade / Departamento de Ateno Bsica DOCUMENTOS NE- DOCUMENTAOPARA QUE SERVECESSRIOS PARA OBSERVAESBSICASOLICITAOCadastro de Identifica o con-Certido de Nasci- preciso pagar umaPessoa Fsica tribuinte pessoa mento, original outaxa para emisso doCPF fsica diante da cpia autenticada.carto do CPF.Receita Federal. Os maiores de 18O Programa Nacional obrigatrio para anos devem apre-de Documentao daabertura de contas sentar o Ttulo deTrabalhadora Rural doem bancos e para Eleitor. O nmero Ministrio do Desen-obter crdito. do CPF o mesmovolvimento Agrrio para toda a vida. fornece gratuitamente o RG, CPF e CTPS, nos mutires itinerantes. A Caixa Econmica Fe- deral (se for usuria do Bolsa-Famlia) e o Banco do Brasil (se for benefi- ciria do Pronaf1 ) forne- cem o CPF com iseno da taxa. Continua...20 17. GUIA PRTICO PARA O AGENTE COMUNITRIO DE SADEContinuao DOCUMENTOS NE-DOCUMENTAOPARA QUE SERVE CESSRIOS PARAOBSERVAES BSICASOLICITAO Carteira de o documento que Para os solteiros: feita pelas Secreta-Identidade/ registra as caracte- Certido de Nasci-rias Estaduais de Se- Registro Geral rsticas individuais mento, original ougurana Pblica. RG de cada pessoa, fotocpia autenti- Em alguns Estados gra-com fotografia cada. tuita, em outros no.e impresses di- Para os casados:Os menores de 16 anosgitais. Contm o Certido de Casa- devem estar acompa-nome completo, mento, original ounhados de seus respon-nome dos pais, lo- fotocpia autenti-sveis: pai, me, tutor,cal de nascimento cada.guardio ou acompa-( n at u r a l i d a d e ) Aqueles que tive- nhante nomeado peloe data de nasci- ram alterao dejuiz da vara da infnciamento. sobrenome aps oe juventude. Menores casamento devem de 16 anos casados ou ainda levar foto- emancipados no pre- grafias 3x4, iguais e cisam de autorizao recentes. do responsvel. Se quiserem que Em caso de roubo, pre- conste o nmero ciso apresentar cpia ou do CPF, preciso original do boletim de apresent-lo quan-ocorrncia, alm de Cer- do solicitar a iden-tido de Nascimento ou tidade. Certido de Casamento, originais ou fotocpias autenticadas. Continua... 21 18. MINISTRIO DA SADE / Secretaria de Ateno Sade / Departamento de Ateno Bsica Continuao DOCUMENTOS NE-DOCUMENTAO PARA QUE SERVE CESSRIOS PARAOBSERVAESBSICASOLICITAOCarteira de Vale tambm como Certido de Nasci- fornecida gratuita-Trabalho edocumentode mento ou Carteiramente nas Superin-Previdncia identificao. de Identidade e CPF.tendncias Regionais Social obrigatria para Fotografia 3x4. do Trabalho, nas Agn- CTPS comprovar a re- Somente maiorescias de Atendimentolao de trabalho de 14 anos podero ao Trabalhador e nosremunerado e obter a CTPS. municpios que tmonde se registramconvnio com o Mi-o contrato de tra- nistrio do Trabalho ebalho, as frias e Emprego.as alteraes no Se for perdida, ex-salrio. traviada ou roubada,Com a CTPS, ouma nova via pode sertrabalhador ca-tirada, apresentando,dastrado nos pro-alm das fotos e docu-gramas PIS, PASEP. mentos, o boletim deEsse nmero de ocorrncia policial.inscrio permiteSe estiver danificada,que o trabalhadorrasgada, se tiver perdaconsulte e saque de foto ou de pginasbenefcios sociais importantes, precisoquando tiver direito apresentar a antigaa eles.para pedir uma nova. 1 Pronaf Programa Nacional de Agricultura Familiar22 19. GUIA PRTICO PARA O AGENTE COMUNITRIO DE SADE23 20. Sade da criana 25 21. MINISTRIO DA SADE / Secretaria de Ateno Sade / Departamento de Ateno Bsica O acompanhamento de crianas uma etapa fundamental e priori- tria de seu trabalho. Voc vai acompanhar todas as crianas de sua rea de atuao, desenvolvendo aes de preveno de doenas e agravos e de promoo sade. Entre as aes de preveno das doenas e promoo sade, esto o incentivo ao cumprimento do calendrio vacinal, a busca ativa dos faltosos s vacinas e consultas, a preveno de acidentes na infncia, o incentivo ao aleitamento materno, que uma das estratgias mais eficazes para reduo da morbimortalidade (adoecimento e morte) infantil, possibilitando um grande impacto na sade integral da criana. Os problemas que surgem durante a infncia so responsveis por graves consequncias para os in- divduos, e sua atuao certamentecontribuir para minimizar o apareci- mento desses problemas. A seguir orientaes que devem ser dadas durante a visita domiciliar s fam- lias onde h crianas.26 22. GUIA PRTICO PARA O AGENTE COMUNITRIO DE SADECrianas recm-nascidas (0 a 28 dias), verificar: Os dados de identificao do nascimento por meio da caderneta da criana; Se j foi feito o teste do pezinho; Se j foram realizadas as vacinas BCG, hepatite B; Se a criana j evacuou ou est evacuando regularmente; Os cuidados com o coto umbilical; A presena de sinais comuns em recm-nascidos (na pele, na cabea, no trax, no abdome e genitlias), regurgitao, soluos, espirros e fazer as orientaes; Higiene do corpo, higiene da boca, presena de assaduras, frequncia das trocas de fraldas; A alimentao aleitamento materno exclusivo ou outro tipo e identificar eventuais dificuldades em relao ao aleitamento; Sono, choro; Agendamento da consulta de acompanhamento na Unidade Bsica de Sade (UBS).Para todas as crianas: Observar o relacionamento da me, dos pais ou da pessoa que cuida da criana, avaliando, entre outros, cuidados realizados com a criana, o banho, a alimentao (inclusive mamadas), as trocas de fraldas; Solicitar a Certido de Nascimento; Verificar o grau de escolaridade da me; Solicitar a caderneta da criana e verificar: esquema de vacinao, cresci- mento e desenvolvimento; Observar sinais de risco; Observar sinais indicativos de violncia; Ref Reforar as orientaes feitas pela UBS; Verificar se a famlia est inscrita no Programa Bolsa-Famlia.27 23. MINISTRIO DA SADE / Secretaria de Ateno Sade / Departamento de Ateno Bsica A CRIANA NO PRIMEIRO MS DE VIDA A criana desde o nascimento at completar 28 dias de vida chama- da de recm-nascida, sendo totalmente dependente dos cuidados dos pais. importante que os cuidados com o recm-nascido, mesmo os mais simples, sejam feitos pela me. No entanto, outras pessoas podem ajudar no cuidado com a criana: o pai, a av, a vizinha ou a comadre. Nessa fase qualquer doena pode se tornar grave. Voc pode colaborar conversando com os pais, esclarecendo suas dvidas e diminuindo suas preocupaes. Lembre-se de que a me tambm est se recuperando e se acostumando a uma nova situa- o, mesmo que ela j tenha outros filhos. Observando os cuidados da me com o beb no banho, nas mama- das, na troca de fraldas, voc pode- r perceber o tipo de ateno que dada criana e assim orientar me- lhor a me e a famlia. Caractersticas fsicas do recm-nascido Os bebs nascem vermelhinhos, amassados, inchados, alguns com a cabea pontuda, o nariz achatado e os olhos vesgos. Essas caracte- rsticas so normais neles e somem at o primeiro ano de vida. Algumas marcas podem aparecer na pele resultantes do trabalho de parto, independentemente da habilidade da pessoa que fez o parto. No o caso de se preocupar, pois elas vo desaparecer com o tempo.28 24. GUIA PRTICO PARA O AGENTE COMUNITRIO DE SADEPeso:Normalmente os bebs nascem com peso entre 2,5 kg e 4 kg e suaaltura fica entre 47 e 54 centmetros.Por que o peso to importante?Por que o peso ao nascer pode ser um indicativo de algum problemade sade durante a gestao.Depois o peso e a altura vo marcar o incio do crescimento do beb,agora fora da barriga da me e, claro, com as caractersticas herda-das dos pais.Aqueles que nascem com menos de 2,5 kg tm maiores riscos de apre-sentar problemas. Podem ser prematuros, que nasceram antes da hora.Podem tambm ser crianas que por diversas razes, como desnutri-o da me, infeces da me durante a gravidez, me fumante du-rante a gravidez ou por outras razes, nasceram no tempo certo, mascom baixo peso. Por outro lado, no podemos nos esquecer dos bebsque nasceram acima de 4 kg, que pode ser um indicativo de me queapresentou diabetes gestacional.Todos esses bebs precisam ser acompanhados com mais frequnciapor voc e pelos demais profissionais da UBS, pois geralmente preci-sam de cuidados especiais.Perda de peso naturalNos primeiros dias de vida, o beb perde peso e isso normal. Perdelquido e elimina as primeiras fezes (mecnio). Ele est se acostuman-do ao novo ambiente. Deve recuperar seu peso em mais ou menos10 dias. 29 25. MINISTRIO DA SADE / Secretaria de Ateno Sade / Departamento de Ateno BsicaPele: Sua pele avermelhada e recoberta por uma camada de gordura, que serve de proteo e aumenta sua resistncia a infeces. delicada e fina, ento preciso ter muito cuidado com a higiene.Podem ter pelos finos e longos nas costas, orelhas e rosto, que desaparecem apsuma semana do nascimento;Podem aparecer alguns pontinhos no nariz como se fossem pequenas espinhas,que no se deve espremer, pois podem inflamar. Eles desaparecem em cerca deum ou dois meses;Podem apresentar manchas avermelhadas espalhadas pelo corpo, que umareao da pele ao ambiente, e tambm logo desaparecem;Se o beb apresentar colorao amarelada em qualquer intensidade, orientarpara procurar a UBS, porque pode ser ictercia.Cabea: A cabea do recm-nascido sofre presso intensa durante o trabalho de parto, que, s vezes, adquire uma forma diferente do normal. O beb pode ainda nascer com o rosto inchado e com manchas. So alteraes que desaparecem em poucos dias. O beb pode apresentar um inchao no couro cabeludo, como uma bolha, devido compresso da cabea para dilatar o colo do tero. Quando o parto natural, comum isso acontecer com o beb. A moleira tambm uma caracterstica do recm-nascido, no de- vendo ser motivo de preocupao. Ela nada mais que uma regio mais mole na parte de cima dos ossos da cabea que ainda no esto emendados. Isso ocorre para facilitar a passagem da cabea do beb pelo canal vaginal na hora do parto. A moleira importante para que a cabea do beb continue crescendo, acompanhando o crescimen- to do crebro. Ela vai se fechando aos poucos, num processo que s se completa por volta dos 18 meses de vida.30 26. GUIA PRTICO PARA O AGENTE COMUNITRIO DE SADECasquinhas no couro cabeludoSo comuns nos recm-nascidos essas casquinhas, que no incomodamem nada o beb. O importante manter a cabea limpa e seca.Orientar para no tentar tir-las a seco e verificar se as orientaes daUBS esto sendo realizadas. Com o tempo elas desaparecem natural-mente. Caso voc sinta um cheiro desagradvel na cabea do beb, preciso encaminh-lo para a UBS.A criana pode nascer com dentes, que geralmente no tem o forma-to de um dente normal. No se deve tentar tir-los, e sim encaminharo beb para o dentista na UBS.Trax e abdome:Alguns bebs podem nascer com as mamas aumentadas porque os hormnios dame passaram por meio do cordo umbilical. Isso natural. Voc deve orientar ame para no espremer, pois, alm de machucar, pode inflamar. Informe que asmamas iro diminuir aos poucos;A barriga do beb alta e grande, e na respirao ela sobe e desce (respiraoabdominal);O coto umbilical esbranquiado e mido, que vai ficando seco e escuro, at cair;Os braos e pernas parecem curtos em relao ao corpo.Genitais:Em alguns meninos os testculos podem ainda no ter descido to-talmente, parecendo o saco um pouco murcho; outros podem sergrandes e duros, parecendo estar cheios de lquido. Mantendo-sequalquer uma dessas situaes, orientar para procurar a UBS.Nas meninas pode haver sada de secreo esbranquiada ou um pe-queno sangramento pela vagina. Isso ocorre devido passagem dehormnios da me. Nesses casos, oriente que uma situao passa- 31 27. MINISTRIO DA SADE / Secretaria de Ateno Sade / Departamento de Ateno Bsica geira e recomende a higiene local, sempre da frente para trs, ou seja, da vagina em direo ao nus, e no o contrrio. Funcionamento intestinal: Nas primeiras 24 horas de vida, os recm-nascidos eliminam o mec- nio (que verde bem escuro, quase preto e grudento, parecendo gra- xa), depois as fezes se tornam esverdeadas e, posteriormente, ama- reladas e pastosas. As crianas amamentadas no peito costumam apresentar vrias evacuaes por dia, com fezes mais lquidas. Se o beb est ganhando peso, mamando bem, mesmo evacuando vrias vezes ao dia, isso no significa diarreia. Alguns bebs no evacuam todos os dias e chegam a ficar at uma semana sem evacuar. Se, apesar desse tempo, as fezes estiverem pas- tosas e a criana estiver mamando bem, isso no um problema. Se o beb est mamando s no peito e fica alguns dias sem evacuar, no se deve dar frutas, laxantes ou chs. importante orientar a me que nesse perodo no se trata de doena, procurando tranquiliz-la. Urina: Os bebs urinam bastante. Isso indica que esto mamando o sufi- ciente. Quando ficam com as fraldas sem ser trocadas por muito tem- po, por exemplo, a noite toda, o cheiro da urina pode ficar forte, mas na maioria das vezes no significa problema de sade. Sono: Na primeira semana, o recm-nascido dorme de 15 a 20 horas por dia, porm alguns no dormem entre as mamadas, ficando acorda- dos por vrias horas. Para que o beb no troque o dia pela noite, importante lembrar32 28. GUIA PRTICO PARA O AGENTE COMUNITRIO DE SADEda luminosidade. fundamental proporcionarum ambiente claro e arejado durante o dia, eescuro e acolhedor durante a noite.Um recm-nascido, durante seu primeiroms de vida, passa a maior parte do tempodormindo. Muitos estudos afirmam que emmdia um beb dorme um mnimo de 12horas e um mximo de 20 horas dirias. possvel dar um ritmo ao sono do beb?Durante o primeiro ms muito difcil,mas com o tempo o sono durante a noitese torna predominante.Muitas vezes, porm, pode acontecer de obeb trocar a noite pelo dia.Voc pode orientar os familiares a manter as janelas abertas para queo beb possa perceber a claridade do dia, no diminuir os barulhoscostumeiros da casa, mant-lo brincando, conversando, chamandosua ateno e noite fazer o contrrio. Orientar os familiares a levaro beb para o bero somente noite e evitar acender as luzes parano distra-lo.Choro:O choro uma manifestao natural. Depois do nascimento, o bebtem que se adaptar a uma srie de mudanas: novas sensaes, no-vos sons, roupas, banhos... No , portanto, de se estranhar o fato deele chorar.O beb se comunica pelo choro sempre que se sentir desconfort-vel ou estiver com fome, sede, frio, fralda molhada, roupa apertada,coceira, clica ou irritao por excesso de barulho. No usar medica-33 29. MINISTRIO DA SADE / Secretaria de Ateno Sade / Departamento de Ateno Bsica mentos para evitar o choro. Certamente, um remdio sempre til o aconchego do colo da me. Porm, se por qualquer motivo ela achar que o beb est cho- rando demais e desconfiar que haja algo errado com ele, oriente a lev-lo logo UBS para receber a orientao adequada. Conforme a me for conhecendo o seu beb, conseguir distinguir os diferentes choros, isto , o significado de cada uma de suas ma- nifestaes. No comeo, porm, vai ter que pensar numa poro de motivos, at acertar a causa.Raramente o beb chora sem que haja uma razo. Ele podechorar quando se encontrar em algumas dessas situaes: Fome: o beb chora muito, nenhum carinho consegue acalm-lo e j se passaram algumas horas da ltima mamada: fome. Ele s se tranquilizar depois que estiver satisfeito. Desconforto: o beb fica incomodado quando sua fralda est molhada. Alm disso, a clica, o calor e o frio so tambm situaes de desconforto. Dor: nos primeiros meses so normais as clicas provocadas porque engole ar durante as mamadas. O choro de dor agudo, inconsolvel e repentino. Algumas medidas podem ajudar a acalmar a dor, como massagens na barriga, movimentar as pernas em direo ao corpo e encostar a barriga do beb na barriga da me. Solido: o beb gosta de companhia e ao sentir a falta da me ele chora muito. Ela deve peg-lo no colo, dar carinho e ateno. Voc pode orientar que ele chora no por um capricho, mas por uma necessidade de aconchego e carinho. Frio: muitas vezes ao trocar ou dar banho em um beb ele comea a chorar. Isso pode ser pela sensao de frio e de nudez repentina. A me deve cobri-lo com uma toalha para acalm-lo. Agitao: o recm-nascido sofre diferentes estmulos: barulhos, luzes, calor, frio etc. E em certos momentos de maior tenso ele pode manifestar uma crise deContinua...34 30. GUIA PRTICO PARA O AGENTE COMUNITRIO DE SADEContinuaochoro. Nesse caso deve-se dar colo e carinho. Alguns bebs choram antes de dor-mir. Voc deve orientar a no deix-lo chorar pensando que assim cair no sonopelo cansao, pois ele precisa de tranquilidade e carinho para dormir.Clicas:Em geral, comeam no fim da terceira semana de vida e vo at o fimdo terceiro ms. O beb chora e se contorce, melhora quando sugao peito e volta a chorar. Isso faz com que a me pense que fome epode lev-la a substituir o leite materno por mamadeira.Voc deve orientar para que a me e familiares no confundam a ne-cessidade de sugar, que melhora por um tempo as clicas, com a fome.Orientar ainda a no usar medicamentos sem orientao da equipede sade, pois podem ser perigosos para o beb, por conter substn-cias que podem causar sonolncia.Para aliviar as clicas por alguns momentos, orientar para fazer massa-gens na barriga no sentido dos ponteiros do relgio e movimentar aspernas em direo barriga. Fazer compressas secas e mornas, acon-chegar o beb no colo da me tambm podem ajudar a acalmar a dor.Regurgitao: comum e consiste na devoluo frequente de pequeno volume deleite logo aps as mamadas. Quase sempre, o leite volta ainda semter sofrido ao do suco gstrico. Se o ganho de peso do beb forsatisfatrio, uma situao normal.Soluos e espirros:Os soluos so frequentes quando a criana est descoberta e comfrio, na hora do banho e s vezes aps as mamadas. No provoca ne-35 31. MINISTRIO DA SADE / Secretaria de Ateno Sade / Departamento de Ateno Bsica nhum mal e param sozinhos. Os espirros ocorrem frequentemente e no devem ser atribudos a resfriados. Hidratao: As crianas amamentadas exclusivamente no seio no necessitam de gua, chs, sucos ou outros leites que no o do peito nos intervalos das mamadas. Quando a criana estiver tomando mamadeira, oferecer nos interva- los gua filtrada e fervida. Orientaes a serem dadas sobre os cuidados com o beb No banho: Deve ser dirio e nos horrios mais quentes, podendo ser vrias ve- zes no dia, principalmente nos lugares de clima quente. Sempre com gua morna, limpa e sabonete neutro. importante testar a tempe- ratura da gua antes de colocar a criana no banho. Enxugar bem, principalmente nas regies de dobras, para evitar as assaduras. No usar perfume, leos industrializados e talco na pele do beb, pelo risco de aspirao do talco e por causar alergias. As unhas do beb devem ser cortadas para evitar arranhes e ac- mulo de sujeiras. Na troca de fraldas: A cada troca de fraldas, limpar com gua morna e limpa, mesmo que o beb s tenha urinado. No deixar passar muito tempo sem troc- las, pois o contato das fezes ou da urina com a pele delicada do beb36 32. GUIA PRTICO PARA O AGENTE COMUNITRIO DE SADEprovoca assaduras e irritaes. No usar talco ou perfume, pois po-dem causar alergias.Uma medida que pode ajudar a melhorar a assadura deixar o bebsem fraldas para tomar banho de sol, at as 10 horas da manh eaps as 16 horas, por cinco minutos. O sol tem uma ao de mataros micro-organismos e ajuda a proteger a pele dairritao provocada pelo contato da urina edas fezes.Nos casos em que as assaduras no apre-sentarem melhora, isso pode dever-se dermatite por fralda, que uma irrita- ,o na pele causada pelo contato coma urina e fezes retidas pelas fraldas eplsticos. observada uma verme-lhido de pele, com descamao,aspecto brilhante e, eventualmente,com pontinhos elevados, e fica res-trita s regies cobertas pelas fraldas.Nesses casos, orientar para procurar aUBS, para identificar a causa e iniciar otratamento.Com o umbigo:O coto umbilical cair espontaneamente entre o 5 e o 14 dia devida. Alguns recm-nascidos apresentam um umbigo grosso e gela-tinoso, que poder retardar sua queda at em torno de 25 dias. Podeocorrer discreto sangramento aps a queda do coto umbilical, queno requer cuidados especiais.Os cuidados com o coto umbilical so importantes para evitar infec-es. A limpeza deve ser diria durante o banho e deixar sempre seco.37 33. MINISTRIO DA SADE / Secretaria de Ateno Sade / Departamento de Ateno Bsica No se devem usar as faixas ou esparadrapos, pois no deixam o um- bigo secar, alm de dificultar a respirao do beb. Tambm no se deve colocar no local ervas, fumo, frutas, moedas ou qualquer outro objeto. Se observar o aparecimento de secreo, sangue ou cheiro desagrad- vel no coto umbilical, preciso orientar que a me leve o beb UBS. Hrnia umbilical: uma alterao na cicatriz umbilical. Aps a queda do coto umbili- cal, quando o beb chora, possvel ver que o umbigo fica estufado. Orientar a no usar faixas, esparadrapos ou colocar moedas, pois no tm nenhum efeito e podem dificultar a respirao do beb ou cau- sar irritao na pele. Na grande maioria dos casos a hrnia umbilical regride naturalmente sem necessidade de qualquer interveno. De qualquer forma, deve-se orientar para procurar a UBS para avaliao. Hrnia inguinal: uma bola que aparece na virilha, principalmente quando o beb chora. Caso seja confirmada a presena da hrnia, o tratamento ci- rrgico e voc deve orientar para procurar a UBS. Outros cuidados: A higiene do ambiente, das roupas, dos objetos usados pelo beb muito importante, considerando que ele tem poucas defesas e pode ter infeces. preciso, ento, orientar para que as pessoas tenham o entendimento da relao da sujeira com a presena de micro-orga- nismos causadores de doenas. Quem cuida do beb deve lavar bem as mos, com gua e sabo, antes e depois de cada cuidado.38 34. GUIA PRTICO PARA O AGENTE COMUNITRIO DE SADEAs roupas e fraldas devem ser bem lavadas, enxaguadas e, sempreque possvel, colocadas ao sol para secar e devem ser passadas comferro quente. Orientar para lav-las com sabo neutro e evitar o usode amaciantes.Ao perceber as condies de vida da famlia na visita domiciliar, vocpode verificar a possibilidade de deixar a casa mais arejada e ilumina-da. Estudar em conjunto com a famlia formas de diminuir a poeira efumaa (foges lenha e cigarros) dentro da casa.Nos locais onde h malria, filariose, dengue, febre amarela e doenade Chagas, necessrio o uso de mosquiteiros. Sua orientao e aotambm podem ser complementadas pelas do agente de controlede endemias.TRIAGEM NEONATALO teste do pezinho, da orelhinha e do olhinho fazem parte do Progra-ma Nacional de Triagem Neonatal (recm-nascido), criado em 2001pelo Ministrio da Sade, com objetivo de diagnosticar diversas do-enas e a tempo de fazer o tratamento precocemente, reduzindo oueliminando sequelas, como o retardo mental, surdez e cegueira.Teste do pezinhoVoc deve orientar a sua realizao imediatamenteentre o terceiro e o stimo dia de vida do beb.A partir desse prazo, oriente para fazer o exame o mais cedo possvel, preferencialmente dentro de 30dias aps o nascimento.39 35. MINISTRIO DA SADE / Secretaria de Ateno Sade / Departamento de Ateno Bsica O exame revela doenas que podem causar graves problemas ao desenvolvimento e crescimento do beb, que so irreversveis se no diagnosticadas elogo tratadas. Por isso a importncia da sua realizao o mais cedo possvel. Teste da orelhinha um exame que pode detectar precocemente se o beb tem algum problema de audio. Ele realizado no prprio berrio, quando o beb est quieto dormindo, de preferncia nas primeiras 48 horas de vida, mas pode ser feito aps alguns meses de vida, em outro servi- o de sade conveniado, se a maternidade no tiver fonoaudilogos para realizar o exame. O exame no di, no incomoda, no acorda o beb, barato, fcil de ser realizado, no tem contraindicao e eficaz para detectar pro- blemas auditivos. Informe-se na sua UBS de referncia se o exame da orelhinha est disponvel na rede do SUS do municpio e onde realizado. Teste do olhinho Tambm conhecido como exame do reflexo vermelho, ele pode de- tectar diversos problemas nos olhos, o mais importante a catarata congnita. Deve ser realizado de preferncia ainda na maternidade, mas pode ser feito na UBS pelo mdico treinado, nos trs primeiros anos de vida.40 36. GUIA PRTICO PARA O AGENTE COMUNITRIO DE SADESADE BUCAL NA CRIANADesde os primeiros dias de vida, a adoo de cuidados com a sadebucal deve ser estimulada e motivada pelos profissionais da equipede sade. A prtica de hbitos de vida saudveis ir prevenir o apa-recimento de doenas bucais na primeira infncia, repercutindo napromoo sade para toda a vida.Nesse primeiro momento, deve-se ouvir a famlia e observar o com-portamento do recm-nascido. Orientar as dvidas que os pais e osfamiliares tiverem, como: aleitamento materno; uso de bicos e chu-petas; suco digital (chupar o dedo); higiene bucal; uso de cremedental; alimentao; e manifestaes mais frequentes.Dentio de leiteDurante a vida possumos dois tipos diferentes de dentio: a de leitee a permanente. Os dentes de leite aparecem por volta dos seis mesesde vida. Geralmente os dentes inferiores surgem primeiro que os su-periores e sempre aparecem aos pares, um esquerdo e outro direito.Para que servem os dentes de leite? Mastigar; Falar; Sorrir; Guiam os dentes permanentes para nascerem; Guardam o lugar dos dentes permanentes; A Ajudam as arcadas dentrias a se desenvolverem (devi- do ao exerccio muscular propiciado pela mastigao); Servem para comearmos a aprender a ter higiene bucal.41 37. MINISTRIO DA SADE / Secretaria de Ateno Sade / Departamento de Ateno BsicaOs dentes de leite so em nmero de 20:Oito incisivos: ficam na frente, sendo tanto superior quanto inferiorQuatro caninos: ao lado dos incisivosOito molares: ficam atrs dos caninos, no fundo da boca Os dentes de leite devem ser bem cuidados, para que pos-samos ter os permanentes saudveis. Higiene bucal Os bons hbitos alimentares e de higiene bucal na famlia iro in- terferir no comportamento das crianas. Por essa razo, o ACS deve orientar a famlia nos cuidados da higiene bucal e ainda na mudana de alguns hbitos alimentares, como a reduo do uso do acar no leite, em sucos ou chs. A limpeza da cavidade bucal deve ser iniciada antes mesmo da erupo dos dentes. Deve-se orientar a utilizao de um tecido limpo (gaze ou fralda) umedecido em gua filtrada ou fervida, mas em temperatura ambiente, massageado suavemente a gengiva. Alm de higienizar a cavidade bucal, esse procedimen- to tem o objetivo de condicionar o bebe adoo de hbitos saudveis futuramente.Escovao: Com o aparecimento do primeiro dente, inicia-se a fase do uso da escova dental, que dever ser de cabea pequena e as cerdas arre- dondadas e macias, mas sem a pasta de dente. O creme dental com flor s dever ser utilizado quando a criana souber cuspir comple- tamente o seu excesso. Criana que ainda no sabe cuspir no deve usar pasta de dente com42 38. GUIA PRTICO PARA O AGENTE COMUNITRIO DE SADEflor, pois ela pode engolir essa pasta e vir a ter um problema conhe-cido como fluorose, que o aparecimento de manchas esbranquia-das e/ou m formao dentria. Seguir as recomendaes da equipede Sade Bucal quanto quantidade segura de creme dental paraa criana e a frequncia de escovao, pois isso fundamental paraprevenir a crie precoce e a fluorose. At que a criana adquira coordenao motora, o cuidado com sua higiene bucal dever ser delegado aos seus pais ou responsveis.Dica: o que limpa o dente a ao da escovao, e no a pasta dedente. Por isso, orientar para colocar pouca pasta de dente na escova(quantidade equivalente a um gro de arroz cru).Fio dental:O uso do fio dental to importante quanto o uso da escova de dente.Ele garante a retirada dos restos de alimentos entre os dentes e daplaca bacteriana. O seu uso deve ser estimulado na medida em quea criana for crescendo e iniciado assim que se estabelecer o espaoentre dois dentes.Na sade bucal o ACS deve ainda reforar a importncia de uma ali-mentao saudvel, sem acar. Incentivar o consumo de frutas, le-gumes e verduras e evitar alimentos industrializados (refrigerantes,bolachas, salgadinhos, balas, doces, chocolates).Orientar a me, o pai ou quem cuida da criana para ir regularmenteao servio de sade para avaliao e preveno de crie. 43 39. MINISTRIO DA SADE / Secretaria de Ateno Sade / Departamento de Ateno Bsica Alteraes em sade bucal mais frequentes nas crianasCandidase bucal: Conhecida como sapinho, uma doena infecciosa causada por fungos. Apresenta-se como uma placa esbranquiada e mole que recobre a lngua, bochecha ou palato mole (cu da boca mais poste- rior). A candidase encontrada com maior frequncia em bebs en- tre zero e trs meses de idade. Caso voc ou a me identifique esses sinais, oriente a procurar a UBS.Lngua geogrfica: So reas lisas localizadas na lngua com margens limitadas e bem definidas que imitam o formato de um mapa, por esse motivo que se denomina de lngua geogrfica. O ACS pode ficar tranquilo ao ser questionado sobre essa manifestao bucal, pois ela no necessita de nenhum tratamento. Porm, em caso de dvida, sempre comu- nique sua equipe e discuta sobre o caso para ter mais informaes.Gengivite de erupo: uma inflamao localizada na gengiva devido ao surgimento dos primeiros dentes de leite. O beb pode sentir dor, febre e recusa alimentao. Deve-se orientar a me e familiares que essa situao comum e que o beb pode ficar irritado, mais choroso e precisar de mais carinho e ateno. O ACS pode indicar algumas medidas casei- ras, como ch gelado de camomila ou malva e procurar o dentista da rea.Hematoma de erupo: uma leso de colorao azulada na regio do dente que est nas-44 40. GUIA PRTICO PARA O AGENTE COMUNITRIO DE SADEcendo. Os pais, geralmente, ficam preocupados devido colorao,mas importante tranquiliz-los, pois no dolorido e no necessitade tratamento.Informaes importantes sobre a sade bucal: O QUE OBSERVAR COMO ORIENTAR O QUE FAZER As crianas que mamam no Porque o movimento de suco queEstimular o aleitamento materno peito tm melhor desenvolvi- a criana faz para mamar fortaleceexclusivo at os seis meses de vida. mento da fala, da respirao e os msculos da face (rosto). da formao da dentio. O uso de mamadeiras. Deve-se desestimular o uso de Orientar a me, o pai ou quemmamadeira por qu?cuida da criana para utilizar um- Com o uso prolongado da mama- copinho em vez de mamadeira.deira, a criana acostuma com umaalimentao mole e adocicada,recusando futuramente comerfrutas e verduras, importantes paraa sade bucal.- O beb exercita pouco os msculosda face, prejudicando o desenvolvi-mento dos msculos faciais.- Se a mamadeira for mal lavada,h risco de contaminao do leite. Mes que usam a mamadeiraEsse hbito aumenta o risco deNo se deve aumentar o orifcio do como recurso para acalmar edesenvolver crie pelo acmulo de bico da mamadeira, isso aumenta adormecer a criana. leite na boca.o fluxo de leite fazendo com queOrientar, desde as primeirasa criana se satisfaa nutricional-visitas, a me, o pai ou quem cuida mente em menor tempo e comda criana para no menor esforo, fato que prejudicautilizar mamadeira. o impulso de suco fundamentalpara o desenvolvimento da face ecavidade bucal.Continua... 45 41. MINISTRIO DA SADE / Secretaria de Ateno Sade / Departamento de Ateno Bsica ContinuaoO QUE OBSERVAR COMO ORIENTARO QUE FAZERCriana que vai dormir noite Quando a criana dorme,Orientar para limpar a boca, asem a higienizao da boca.tem uma diminuio da saliva,gengiva e a lngua com um tecido reduzindo a proteo natural que ela macio (gaze ou fralda) umedecido exerce sobre os dentes, aumen- em gua filtrada ou fervida, fazen- tando o risco de formao de crie,do movimentos suaves. A limpeza tambm conhecida como crie da da boca fundamental noite, mamadeira. mas tambm deve ser feita apscada mamada.Uso contnuo Vai afetar o posicionamento dosOrientar para no dar ada chupeta.dentes e da lngua, o que traz chupeta para a criana. dificuldades para a criana engolir a saliva, os alimentos e a respirar pelo nariz corretamente. ATENO: o ACS deve identificar e conhecer o servio de sade bu- cal disponvel na sua rea de abrangncia, para orientar s famlias sobre como ter acesso a esse servio. ACOMPANHAMENTO DO CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO DA CRIANA Crescimento o aumento do corpo como um todo. A altura faz parte do cresci- mento, que a medida em centmetros, e o peso, em quilogramas. Desenvolvimento o amadurecimento das funes do corpo. o que faz com que a criana aprenda a segurar objetos, relacionar sons e comportamen- tos, falar, andar, coordenar seus movimentos e aes, sentir, pensar e se relacionar com os outros e com o meio a sua volta.46 42. GUIA PRTICO PARA O AGENTE COMUNITRIO DE SADEO acompanhamento do crescimento e do desenvolvimento da crian-a faz parte da consulta na UBS e tambm deve ser acompanhadopor voc durante a visita domiciliar (VD). Na VD importante obser-var como as mes lidam com seus filhos: se conversam com eles, sebrincam. No necessrio que ela fique o tempo todo em casa, mas importante que quem a substituir possa ter tempo para conversarcom a criana, mesmo durante os trabalhos de casa.CADERNETA DE SADE DA CRIANAA Caderneta de Sade da Criana existe para acompanhar e ava-liar o crescimento e desenvolvimento e a sade da criana at os 10anos. Existe uma caderneta para meninas e outra para meninos por-que o seu crescimento diferente.Voc pode ter uma cpia da ficha vacinal e do grfico de crescimentode cada criana, essa cpia conhecida como carto sombra ou car-to espelho. Isso lhe ajudar no acompanhamento sobre a sade e ocrescimento e desenvolvimento da criana, a cada visita. 47 43. MINISTRIO DA SADE / Secretaria de Ateno Sade / Departamento de Ateno Bsica INFORMAES IMPORTANTES A SEREM VERIFICADAS SE CONSTAM NA CADERNETA DE SADE DA CRIANA No Brasil, a Caderneta de Sade da Criana considerada um docu- mento. Ela contm diversas instrues, entre elas: dados de identifi- cao da criana, orientaes relacionadas ao crescimento e desen- volvimento, amamentao e calendrio vacinal.Dados de identificao e do nascimento da criana:Nome completo da criana e dos pais;Local onde mora (no se esquecer de indicar um ponto que ajude a encontrar acasa da criana);Como nasceu: se em hospital, centro de parto natural ou em casa, com parteira;se foi parto normal ou cesrea; qual o peso e o comprimento; qual o APGAR (quevaria de 0 a 10 e quanto mais alto melhores foram as condies do nascimento);qual o permetro ceflico (que a medida da cabea da criana, que na maioriados recm-nascidos fica entre 32 e 36 cm). Grficos de crescimento para crianas Interpretao dos grficos de crescimento para crianas: O estado nutricional, em todas as fases da vida, avaliado a partir de dados de peso e altura. Para saber se a pessoa ser classificada como saudvel, necessrio que se faam comparaes com uma referncia baseada em uma populao saudvel. Uma das maneiras de realizar essa comparao por meio de grficos. A Caderneta de Sade da Criana e a do Adolescente apresentam grficos para essa avaliao. As curvas de peso para idade, altura para idade e ndice de Massa Corporal (IMC) para idade mostram se o peso, a altura e o IMC da criana ou adolescente esto compatveis com os valores de48 44. GUIA PRTICO PARA O AGENTE COMUNITRIO DE SADEpessoas que se encontram na mesma idade.Para usar esses grficos, algumas informaes so necessrias, deacordo com o grfico utilizado: peso, estatura, idade e sexo. Os me-ninos tm grficos na cor azul, enquanto as meninas tm grficos nacor rosa. Fique atento tambm para o fato de que cada grfico sedestina a uma faixa etria diferente: alguns grficos so para crianasmenores de dois anos, outros para crianas entre dois e cinco anosincompletos e outros grficos para crianas de cinco a dez anos deidade.Peso para idadeEsse grfico faz uma avaliao do peso de acordo com a idade dapessoa no momento da avaliao. Para utiliz-lo, o primeiro passo pesar a criana ou adolescente. Depois disso, anote o valor do pesocom a data. Alm do peso, necessrio saber a idade da criana emanos e meses. muito importante que meninos e meninas tenhamos grficos certos, j que o desenvolvimento e o crescimento sodiferentes para os dois grupos. Com os valores de peso e idade nasmos, abra o grfico.A seguir, temos como exemplo um grfico de peso para idade paramenores de cinco anos. Note que ele azul, ento se refere a ummenino. Na linha horizontal (deitada), esto descritos os valores deidade; nessa linha, localize a idade da criana. Na linha vertical (dep), esto descritas as medidas de peso em quilogramas; localize opeso da criana encontrado na pesagem. Marcados os dois pontos,faa uma linha horizontal saindo da marcao do peso e uma linhavertical saindo da idade da pessoa. As duas linhas devem se cruzar.Esse ponto onde as linhas se cruzam ir proporcionar a classificaodo estado nutricional dessa criana no dia em que se realizou a pe-sagem.49 45. MINISTRIO DA SADE / Secretaria de Ateno Sade / Departamento de Ateno Bsica Aps colocar o ponto no grfico de peso por idade, necessrio fazer avaliao dessa informao, conforme a descrio abaixo: Abaixo da linha do -3 (equivalente ao percentil 0,1): peso muito baixo para a idade; Acima ou sobre a linha do -3 (equivalente ao percentil 0,1) e abaixo da linha do -2 (equivalente ao percentil 3): o peso est baixo para a idade; Acima ou sobre a linha do -2 (equivalente ao percentil 3) e abaixo ou sobre a linha do +2 (equivalente ao percentil 97): o peso est adequado para a idade; Acima da linha do +2 (equivalente ao percentil 97): o peso est elevado para a idade. Tanto as situaes de muito baixo peso e baixo peso como os casos de peso elevado para idade devem ser encaminhados a sua equipe de sade para consulta. Estatura para idade Esse grfico faz uma avaliao da altura com a idade da pessoa no momento da avaliao. Para utilizar o grfico, o primeiro passo me- dir a altura da criana ou adolescente. Depois disso, anote o valor da altura com a data. Alm da altura, necessrio saber a idade da50 46. GUIA PRTICO PARA O AGENTE COMUNITRIO DE SADEcriana em anos e meses.A seguir, temos como exemplo um grfico de estatura para idade.Note que ele rosa, ento se refere a uma menina. Na linha horizon-tal (deitada), esto descritos os valores de idade; nessa linha, localizea idade da criana. Na linha vertical (de p), esto descritas as medi-das de altura em centmetros; localize a altura avaliada. Marcados osdois pontos, faa uma linha horizontal saindo da altura e uma linhavertical saindo da idade. As duas linhas devem se cruzar. Esse pontoonde as linhas se cruzam ir proporcionar a classificao do estadonutricional dessa criana no dia em que se realizou a avaliao.Aps colocar o ponto no grfico de estatura por idade, necessriofazer avaliao dessa informao conforme a descrio abaixo: Abaixo da linha do -3 (equivalente ao percentil 0,1): a altura est muito baixa para a idade; Acima ou sobre a linha do -3 (equivalente ao percentil 0,1) e abaixo da linha do -2 (equivalente ao percentil 3): a altura est baixa para a idade; Acima ou sobre a linha do -2 (equivalente ao percentil 3): a altura est adequada para a idade. 51 47. MINISTRIO DA SADE / Secretaria de Ateno Sade / Departamento de Ateno Bsica Crianas ou adolescentes que so classificados abaixo da linha do -2 devem ser encaminhados para consulta com um profissional da equipe de sade. IMC para idade O IMC (ndice de Massa Corporal) avalia a proporo entre o peso e altura e pode ser avaliado de acordo com a idade do nascimento at os 19 anos. Para utilizar o grfico, o primeiro passo medir a altura da criana ou adolescente; depois, deve-se obter o peso da pessoa no momento da avaliao. Anote o valor da altura e do peso com a data. Para essa avaliao, tambm necessrio saber a idade em anos e meses. Com os valores de altura e peso, calcule o IMC a partir da seguinte frmula: Peso (em quilos) IMC =Altura x Altura Note que a medida do peso deve estar em quilogramas e a da altura em metros. Portanto, divida o valor do peso pelo quadrado da altura, isto , a medida da altura multiplicada por ela mesma. A seguir, temos como exemplo um grfico de IMC para idade para indivduos dos 5 aos 19 anos. Note que o grfico azul, ento se refere a um menino. Na linha horizontal (deitada), esto descri- tos os valores de idade; nessa linha, localize a idade da criana ou adolescente. Na linha vertical (de p), esto descritos os valores de IMC; localize o valor do IMC calculado. Marcados os dois pontos, faa uma linha horizontal saindo do valor de IMC e uma linha ver- tical saindo da idade. As duas linhas devem se cruzar. Esse ponto onde as linhas se cruzam ir proporcionar a classificao do estado nutricional dessa criana ou adolescente no dia em que se realizou a avaliao.52 48. GUIA PRTICO PARA O AGENTE COMUNITRIO DE SADEAps colocar o ponto no grfico de IMC por idade, necessrio fazeravaliao dessa informao conforme a descrio abaixo:Abaixo da linha do -3 (ou do percentil 0,1): IMC muito baixo para a idade;Acima ou sobre a linha do -3 (equivalente ao percentil 0,1) e abaixo da linha do-2 (equivalente ao percentil 3): o IMC est baixo para a idade;Acima ou sobre a linha do -2 (equivalente ao percentil 3) e abaixo ou sobre alinha do +2 (equivalente ao percentil 97): o IMC est adequado para a idade;Acima da linha do +2 (equivalente ao percentil 97): o IMC est elevado para aidade; a criana ou adolescente apresenta excesso de peso.ATENO: deve-se estar sempre atento para a evoluo do cresci-mento da criana. Se a linha de crescimento registrada no grfico decrescimento estiver descendo ao longo dos atendimentos, trata-sede um sinal de alerta, j que a criana est se aproximando de umasituao de baixo peso por idade ou de baixa estatura por idade. Damesma forma, caso uma criana apresente um contnuo ganho depeso e estiver se aproximando cada vez mais das linhas superiores dogrfico, o caso tambm requer uma ateno maior. 53 49. MINISTRIO DA SADE / Secretaria de Ateno Sade / Departamento de Ateno Bsica Para mais informaes sobre esse assunto, consulte a Caderneta de Sade da Criana, Caderno de Ateno Bsica (CAB) de Sade da Criana e os materiais do Sistema de Vigilncia Alimentar e Nutricio- nal (Sisvan), disponveis no site: www.saude.gov.br/nutricao. Atividades Para acompanhar o desenvolvimento da criana, preciso observar as atividades que a maioria delas capaz de fazer nas diferentes ida- des. Procure ter acesso a essa parte da Caderneta, que o mdico e a enfermeira preenchem.Para as crianas com baixo ou muito baixo peso e elevadopeso, preciso conversar mais com os pais, para saber como o dia a dia delas:Como brincam; como se alimentam; como est a curva de peso;se tomam sol; se brincam ao ar livre; se ficam doentes; quem tomaconta; o que os pais e/ou cuidadores ensinam e conversam; setm acesso gua limpa e tratada; se o quintal e a rua so limpos.Essas crianas iro precisar de mais visitas domiciliares e deveroser orientadas para procurar a UBS. Vacinas da crianaEsquema de vacinao da criana: A vacinao uma importante ao para diminuir doenas e mortes por doenas infecciosas. Voc dever solicitar a Caderneta de Sade da Criana e verificar o esquema vacinal.54 50. GUIA PRTICO PARA O AGENTE COMUNITRIO DE SADEObs.: o esquema vacinal pode ser alterado de tempos em tem-pos ou sofrer adaptaes regionais. Recomenda-se que voc sem-pre converse com a enfermeira ou com o mdico da sua equipepara se manter atualizado(a) sobre o esquema vacinal adotadoem seu municpio.IDADE VACINASDOSESDOENAS EVITADASBCG-IDDose nica Formas graves de tuberculoseAo nascerVacina contra hepatite B1 1 doseHepatite B1 ms Vacina contra hepatite B2 doseHepatite BVORH (vacina oral de rotavrus humano)2 1 doseDiarreia por rotavrusVOP (vacina oral contra plio)1 dosePoliomielite (paralisia infantil)2 mesesDifteria, ttano, coqueluche, menin-Vacina Tetravalente (DPT+Hib)31 dosegite e outras infeces causadas por Haemophilus influenza tipo bVORH (vaciona oral de rotavrus humano)4 2 dose Diarreia por rotavrusVOP (vacina oral contra plio) 2 dose Poliomielite (paralisia infantil)4 mesesDifteria, ttano, coqueluche, menin-Vacina Tetravalente (DTO+Hib) 2 dosegite e outras infeces causadas por Haemophilus influenza tipo bVOP (vacina oral contra plio)3 dosePoliomielite (paralisia infantil) Difteria, ttano, coqueluche, menin-6 meses Vacina Tetravalente (DTO+Hib) 3 dosegite e outras infeces causadas por Haemophilus influenza tipo bVacina contra hepatite B3 doseHepatite B IDADE VACINAS DOSES DOENAS EVITADAS9 meses Vacina contra febre amarela5Dose inicial Febre amarela12 mesesSRC (trplice oral) 1 doseSarampo, rubola e caxumbaVOP (vacina oral contra plio)ReforoPoliomielite (paralisia infantil)15 mesesDPT (trplice bacteriana) 1 reforo Difteria, ttano e coquelucheDPT (trplice bacteriana) 2 Reforo Difteria, ttano e coqueluche4-6 anosSRC (trplice oral) ReforoSarampo, rubola e caxumba10 anos Vacina contra febre amarela ReforoFebre amarela11A primeira dose da vacina contra hepatite B deve ser administrada na maternidade, nas primeiras 12horas de vida do recm-nascido. O esquema bsico se constitui de trs doses, com intervalos de 3055 51. MINISTRIO DA SADE / Secretaria de Ateno Sade / Departamento de Ateno Bsica dias da primeira para a segunda dose e 180 dias da primeira para a terceira dose. 2 possvel administrar a primeira dose da vacina oral de rotavrus humano a partir de 1 ms e 15 dias a 3 meses e 7 dias de idade (6 a 14 semanas de vida). 3 O esquema de vacinao atual feito aos 2, 4 e 6 meses de idade com a vacina tetravalente e dois reforos com a trplice bacteriana (DTP). O primeiro reforo aos 15 meses e o segundo, entre 4 e 6 anos. 4 possvel administrar a segunda dose da vacina oral de rotavrus humano a partir de 3 meses e 7 dias a 5 meses e 15 dias de idade (14 a 24 semanas de vida). O intervalo mnimo preconizado entre a primeira e segunda dose de quatro semanas. 5 A vacina contra febre amarela est indicada para crianas a partir dos 9 meses de idade que residam ou que iro viajar para rea endmica (Estados: AP, TO, MA, MT, MS, RO, AC, RR, AM, PA, GO e DF), rea de transio (alguns municpios dos Estados: PI, BA, MG, SP, PR, SC e RS) e rea de risco potencial (al- guns municpios dos Estados: BA, ES e MG). Se viajar para reas de risco, vacinar contra febre amarela 10 dias antes da viagem. Observaes gerais:Em relao vacinao, voc deve orientar para procurar a UBS as crianas que:No tiverem a marca (cicatriz) da vacina BCG no brao direito, aps seis meses daaplicao da vacina;No tiverem o registro da aplicao de qualquer uma das vacinas na Caderneta daCriana;Tiverem informaes sobre aplicaes de vacinas que no estejam registradas naCaderneta;No compareceram no dia agendado pela UBS para a vacinao;Apresentarem qualquer queixa aps a aplicao da vacina.ATENO: as etapas de cicatrizao da pele aps a aplicao da vacina BCG:Em torno da segunda semana, palpa-se uma pequena rea endurecida;Da quinta sexta semana, o centro da rea endurecida comea a amolecer,formando uma crosta (casca);Quando a crosta cai, deixa em seu local uma pequena leso, que desaparece lenta-mente entre a 8 e a 10 semana. Em alguns casos, a cicatrizao mais demorada,podendo se prolongar at o quarto ms, raramente alm do sexto ms.56 52. GUIA PRTICO PARA O AGENTE COMUNITRIO DE SADEVoc dever orientar a me sobre as fases da cicatrizao da vacina.Alm disso, orientar a manter o local da aplicao limpo, utilizandogua e sabo, e que no se deve colocar nenhum tipo de medica-mento, nem cobrir a leso com curativo.Qualquer dvida quanto cicatrizao da vacina BCG, encaminhar acriana, a me ou o responsvel sua equipe de SF ou UBS. Ateno: a aplicao de uma ou mais vacinas, no mesmo dia, no oferece nenhum risco criana. A Caderneta de Sade da Criana registra o peso e as ati- vidades, mostra se a criana est com as vacinas em dia, se adoece muito e do que adoece. 57 53. MINISTRIO DA SADE / Secretaria de Ateno Sade / Departamento de Ateno Bsica PROGRAMA BOLSA-FAMLIA Voc deve verificar se a famlia est inscrita no programa. Caso exis- tam famlias que se enquadrem nos critrios de incluso e no este- jam no programa, voc deve orientar como se inscrever. O Programa Bolsa-Famlia define que as famlias beneficirias devem cumprir algumas aes na rea da sade e educao (condicionali- dades), que so: manter as crianas e adolescentes em idade escolar frequentando a escola e realizar os cuidados bsicos em sade, ve- rificao do calendrio de vacinao, para as crianas entre zero e seis anos, e da agenda pr e ps-natal para as gestantes e mes em amamentao. Essas condicionalidades devem ser acompanhadas por voc e pelas equipes. Podem fazer parte do Programa Bolsa-Famlia as famlias com renda mensal at R$ 120,00 (cento e vinte reais) por pessoa devidamente cadastradas no Cadastro nico para Programas Sociais (Cadnico). Se a famlia se encaixa numa das faixas de renda definidas pelo pro- grama, deve procurar o setor responsvel pelo Programa Bolsa-Fa- mlia no municpio (geralmente ligado Secretaria de Assistncia Social), em porte dos documentos pessoais (ttulo de eleitor ou CPF), para se cadastrar no Cadnico. ORIENTAES ALIMENTARES PARA A CRIANA Nos primeiros seis meses, o beb s deve receber o leite materno. Ele deve ser oferecido todas as vezes que o beb quiser, inclusive noite. Aps os seis meses, introduzir novos alimentos, continuando com o aleitamento materno at os dois anos ou mais. A partir dos seis meses, as papas de frutas, legumes, carnes e cereais58 54. GUIA PRTICO PARA O AGENTE COMUNITRIO DE SADEpodem ser feitas com alimentos da regio.No incio o beb come em pouca quantidade e coloca parte da comi-da para fora, at aprender a engolir e se acostumar com o gosto donovo alimento. importante orientar os cuidadores do beb a terempacincia em caso de resistncia na aceitao de um novo alimento.Insistir na oferta de oito a dez vezes.Para mais informaes, consultar o Caderno de Ateno Bsica Sade da Criana Aleitamento Materno e Alimentao Comple- mentar, os Dez passos para Alimentao Saudvel Guia Ali- mentar para Crianas Menores de Dois Anos ou, ainda, o Guia Prtico de Preparo de Alimentos para Crianas Menores de 12 Me- ses que no Podem Ser Amamentadas, disponveis on-line no site www.saude.gov.br/dab.Voc deve orientar sobre:A limpeza no preparo dos alimentos vai evitar diarreias e outras infeces;Lavar bem as mos com gua e sabo antes de preparar os alimentos;Os alimentos devem sempre ser cobertos ou tampados;Aos seis meses, as crianas devem receber papas de frutas, e as papas salgadasdevem conter no mnimo um alimento de cada grupo. Exemplo de papa: abbo-ra, carne, arroz, feijo e espinafre;As frutas devem ser lavadas, descascadas e amassadas, para que fiquem na con-sistncia de papa. No passar a fruta na peneira ou no liquidificador nem acres-centar acar. A criana tem que se acostumar a comer alimentos de diferentesconsistncias. As papas salgadas oferecidas no almoo a partir de seis meses eas papas oferecidas no jantar a partir dos sete meses tambm no devem serliquidificadas, e sim amassadas com o garfo;Aos seis meses, a criana que mama no peito deve receber, alm do leite maternoem livre demanda, ou sempre que sentir fome, uma papa de fruta no meio da ma-nh, uma papa salgada na hora do almoo e uma papa de fruta no meio da tarde; 59 55. MINISTRIO DA SADE / Secretaria de Ateno Sade / Departamento de Ateno Bsica Aos sete meses, a crianas que mamam no peito j pode receber duas papas salgadas por dia e duas papas de fruta; Aos 10 meses, a criana j pode receber a alimentao bsica da famlia, desde que no muito condimentada; A partir dos 12 meses, a criana que mama no peito deve fazer uma refeio ao acordar, dois lanches por dia e duas refeies bsicas por dia (almoo e jantar); As verduras devem ser descascadas e cozidas no vapor ou em pouca gua e com pouco sal. Depois devem ser amassadas com o garfo e ficar com consistncia de papa; Deve-se evitar dar criana acar, frituras, enlatados, caf, ch mate, refrige- rantes nos primeiros anos de vida. Esses alimentos podem causar ou ser fator de predisposio a excesso ou baixo peso, anemia, alergia alimentar e crie. Alm de fazer com que as crianas percam o interesse por alimentos na sua forma natural; A papa salgada deve conter um alimento do grupo dos cereais ou tubrculos (inhame, car, aipim/macaxeira/mandioca), um das hortalias (folhas ou legu- mes) e um do grupo dos alimentos de origem animal (frango, boi, peixe, midos, ovos) ou das leguminosas (feijo, soja, lentilha, gro-de-bico); Midos ou fgado devem ser oferecidos no mnimo uma vez na semana para a preveno da anemia; Aps o consumo de papas salgadas, indicado o consumo de meio copo de suco de fruta natural ou uma poro pequena de fruta para aumentar a absoro do ferro presente nas refeies e ajudar na preveno da anemia; Durante o dia e no intervalo das refeies, as crianas devem receber gua pura, limpa, filtrada ou fervida. Os sucos devem ser oferecidos apenas aps as papas salgadas (almoo e jantar); O leite artificial deve ser preparado no mximo uma hora antes de ser oferecido. No aproveitar sobras de outros horrios. Crianas at seis meses que recebem outro leite que no o materno devem consumir no mximo 400 ml por dia.60 56. GUIA PRTICO PARA O AGENTE COMUNITRIO DE SADEOBESIDADE EM CRIANAA obesidade no apenas um problema esttico (beleza) que inco-moda por causa das brincadeiras dos colegas.Pode-se definir obesidade como o grau de armazenamento de gor-dura no organismo associado a riscos para a sade, devido a sua rela-o com o aparecimento e complicaes de algumas doenas comodiabetes, hipertenso e outros problemas cardacos.O ganho de peso alm do necessrio devido a hbitos alimenta-res errados, questes genticas, estilo de vida sedentrio, dis-trbios psicolgicos, problemas na convivncia familiar, entreoutros.Costuma-se pensar que as crianas obesas ingerem grande quan-tidade de comida. Essa afirmativa nem sempre verdadeira, pois aobesidade no est relacionada apenas com a quantidade, mas como tipo de alimentos consumidos frequentemente.Atividades fsicasAlm da alimentao, a vida sedentria facilitada pelos avanos tec-nolgicos (computadores, televiso, videogames etc.) tambm fa-tor para a presena da obesidade.Hoje em dia, devido ao medo da violncia urbana, entre outros mo-tivos, as crianas costumam ficar horas paradas em frente TV ououtro equipamento eletrnico e quase sempre com um pacote debiscoito ou sanduche regado a refrigerantes.A prtica regular de atividade fsica proporciona muitos benefcios,entre eles o aumento da autoestima, do bem-estar, a melhoria dafora muscular, fortalecimento dos ossos e pleno funcionamento dosistema de defesa do organismo sistema imunolgico.61 57. MINISTRIO DA SADE / Secretaria de Ateno Sade / Departamento de Ateno Bsica Voc pode colaborar na promoo prtica regular de atividade f- sica e utilizao dos espaos pblicos que facilitem a incorporao dessa prtica no cotidiano. Ansiedade No so apenas os adultos que sofrem de ansiedade provocada pelo estresse do dia a dia. As crianas e os jovens tambm so alvos desse sintoma, causado por preocupaes em semanas de prova na escola ou pela tenso do vestibular, entre outros. Algumas pessoas em situ- aes de ansiedade comem em excesso. Fatores genticos Algumas pesquisas j revelaram que, se um dos pais obeso, o filho tem maiores chances de se tornar obeso, e essas chances dobram no caso de os dois pais serem obesos. Em todas as fases da vida, o importante ter uma alimentaosaudvel, que : Adequada em quantidade e qualidade; Variada; Segura; Disponvel; Atrativa; Que respeita a cultura alimentar.Para ter uma alimentao saudvel, no preciso ex-cluir coisas gostosas, mas preciso saber equilibrar, evi-tando os exageros e o consumo frequente de alimentosaltamente calricos.62 58. GUIA PRTICO PARA O AGENTE COMUNITRIO DE SADE preciso tambm desmistificar a ideia de que tudo que gostoso engorda e caro. Uma alimentao rica em ali-mentos pouco calricos pode ser saborosa e caber nooramento familiar.Orientaes importantes que podem ser dadas por voc: Os alimentos de diferentes grupos devem ser distribudos em pelo menos trs refeies e dois lanches por dia; Os alimentos como cereais (arroz, milho), tubrculos (batatas), razes (mandioca/ macaxeira/aipim), pes e massas devem ser distribudos nas refeies e lanches do seu filho ao longo do dia; Legumes e verduras devem compor as refeies da criana. As frutas podem ser distribudas nas refeies, sobremesas e lanches; Feijo com arroz deve ser consumido todos os dias ou no mnimo cinco vezes por semana; Leite e derivados como queijo e iogurte devem compor a alimentao diariamen- te, nos lanches. Carnes, aves, peixes ou ovos devem compor a refeio principal da criana; Alimentos gordurosos e frituras devem ser evitados. A preferncia deve ser por alimentos assados, grelhados ou cozidos; Refrigerantes e sucos industrializados, balas, bombons, biscoitos doces e recheados, salgadinhos e outras guloseimas no dia a dia devem ser evitados ou consumidos o mnimo possvel; Diminuir a quantidade de sal na comida; A criana deve beber bastante gua e sucos naturais de frutas durante o dia, de pre- ferncia nos intervalos das refeies, para manter a hidratao e a sade do corpo;63 59. MINISTRIO DA SADE / Secretaria de Ateno Sade / Departamento de Ateno BsicaA criana deve ser ativa, evitando-se que ela passe muitas horas assistindo TV,jogando videogame ou brincando no computador. Alimentos que so importantes e devem fazer parte da alimentao diria da criana:GRUPO O QUE EXEMPLOS1So aqueles que do energia Arroz; fub; farinha de mandioca; macarro; Cereais, tubrcu- s crianas para falar, brincar, batata; mandioca; aveia; po; milho.los e razes correr.2 So importantes para o cresci- Feijo; frango; peixe; ovo; midos; lentilha; car- Carnes e legumi- mento e recuperao das clulas ne; marisco; soja; ervilha; fava; tremoo.nosas do corpo. 3 So importantes, pois contribuem Abbora; jerimum; couve; cenoura; espinafre;Verduras e para proteger a sade e diminuir beterraba; caruru; taioba; frutas; brcolis; alfa-frutas o risco de vrias doenas. ce; pepino; tomate. Nas visitas domiciliares, voc deve fazer orientaes para a promo- o sade, reforando as orientaes quanto ao aleitamento mater- no exclusivo, alimentao, a manter o esquema de vacinao sempre atualizado, medidas para higiene e cuidado com a criana e o acom- panhamento do crescimento e desenvolvimento. Assim estar contribuindo para a manuteno e promoo sade das crianas das famlias que moram na sua rea de atuao. Doena diarreica aguda (DDA) uma doena que pode ser causada por bactrias, vrus e parasitos, caracterizada principalmente pelo aumento do nmero de evacua- es, com fezes aquosas (lquidas) ou de pouca consistncia. Em alguns casos, h presena de muco e sangue. A criana tambm pode ter nusea, vmito, febre e dor abdominal. Tem durao entre64 60. GUIA PRTICO PARA O AGENTE COMUNITRIO DE SADE2 e 14 dias. importante sua atuao imediata para evitar que ocorraa desidratao.A DDA uma das importantes causas de adoecimento e morte noBrasil e est diretamente relacionada s precrias condies de vidae sade dos indivduos, em consequncia da falta de saneamento b-sico, desnutrio crnica, entre outros fatores.A transmisso pode ocorrer em virtude da ingesto de gua e ali-mentos contaminados e por contato com objetos contaminados(exs.: utenslios de cozinha, acessrios de banheiros, equipamentoshospitalares) ou de pessoa para pessoa (ex.: mos contaminadas) ede animais para as pessoas.As moscas, formigas e baratas podem contaminar, principalmente, osalimentos e utenslios. Locais de uso coletivo, como escolas, creches,hospitais e penitencirias, apresentam maior risco de transmisso.Se durante uma VD voc constata ou informado que h uma crian-a com diarreia, voc deve buscar saber:A idade;H quantos dias est com diarreia e o nmero de vezes ao dia de evacuao;Se h presena de sangue nas fezes;Se tambm est com febre, vmito e h quantos dias;Analisar o entorno do domiclio, se a famlia utiliza gua tratada, se tem acesso aesgotamento sanitrio;Se h outros casos.Um dos tratamentos para DDA a hidratao, que tem o objetivo dereidratar ou evitar a desidratao. Pode ser feita por via oral ou pormeio de soro na veia.Ao constatar os sinais relatados acima, voc j deve orientar o au-mento do consumo de lquidos disponveis no domiclio prefe-65 61. MINISTRIO DA SADE / Secretaria de Ateno Sade / Departamento de Ateno Bsica rencialmente leite materno (em menores de dois anos) e soro de reidratao oral (SRO); na falta desses, soro caseiro, chs, cozimento de farinha de arroz e gua de coco. Esses lquidos devem ser usados aps cada evacuao ou vmito. Se o vmito dificultar a aceitao, deve-se oferecer a soluo em colheres, a cada um ou dois minutos, aumentando o volume de lquido gradualmente. A alimentao habitual deve ser mantida, evitando alimentos muito gordurosos. No caso de a criana estar com os olhos fundos, ausncia de lgrima, bebendo lquidos rapidamente ou com dificuldade de beber, apre- sentar sangue nas fezes ou febre alta, ela dever ser orientada a pro- curar imediatamente a UBS. importante ressaltar que os refrigerantes no devem ser utilizados, pois, alm de no fazer efeito como hidratantes, podem agravar a diarreia. Medidas de preveno e controle:Orientar/desenvolver:Melhoria da qualidade da gua (quadro a seguir);Destino adequado de lixo e dejetos;Aes de controle de moscas, formigas e baratas;Medidas de higiene e de manipulao de gua e alimentos;Aes de educao em sade, particularmente em reas de elevada incidncia dediarreia, so fundamentais;Participar da articulao com escolas, creches, hospitais, penitencirias para odesenvolvimento de orientaes e campanhas especficas.66 62. GUIA PRTICO PARA O AGENTE COMUNITRIO DE SADEDosagem e tempo de contato do hipoclorito de sdio a 2,5% (guasanitria) segundo o volume de gua para consumo humano a sertratado no domiclio.Melhoria da gua domiciliar por meio de medidas simples:Volume de Hipoclorito de sdio a 2,5%Tempo de contatoguaDosagem Medida prtica Dois copinhos 1.000 litros100 ml descartveis de caf 200 litros15 mUma colher de sopa30 minutos 20 litros 2 mlUma colher de sopa 1 litro 0,08 ml Duas gotas Fonte: Manual integrado de vigilncia epidemiolgica da clera, Braslia 2008.Preparo do soro caseiro e da soluo de reidratao oral para controle da DDA: Como preparar o soro caseiro com a colher-medida: Encher bem um copo grande com gua limpa, fervida e em temperatura ambiente; Colocar a medida pequena e rasa de SAL; Colocar duas medidas e rasas de ACAR; Mexer bem e oferecer criana aps cada evacuao. Como preparar a soluo de reidratao oral: Dissolver o contedo de um pacote de sal reidratante em um litro de gua limpa e fervida, em temperatura ambiente; Depois de pronto, o soro pode ser usado por um perodo de 24 horas. Aps esse perodo jogar fora e preparar outro soro; O soro s pode ser misturado em gua, no acrescentar acar ou outra substncia para melhorar o seu gosto. 67 63. MINISTRIO DA SADE / Secretaria de Ateno Sade / Departamento de Ateno Bsica Atuao do ACS no controle das doenas diarreicas agudas:Identificar os casos e encaminh-los UBS para diagnstico e tratamento;Identificar sinais e/ou situaes de risco em casos de diarreias e orientar sobreo tratamento da gua para consumo humano, o destino dos dejetos e o lixoresidencial;Acompanhar os pacientes e orient-los quanto necessidade na continuidade dotratamento;Vigiar constantemente e de forma responsvel;Antecipar os movimentos da criana;Manter a criana sempre sob suas vistas;Evitar deixar sob o cuidado de outras crianas;Desenvolver aes educativas, levando informaes e orientaes s famlias e aosindivduos, identificando as medidas de preveno e controle das doenas diarrei-cas;Orientar a populao informando-a sobre a doena, seus sinais e sintomas, riscose formas de transmisso;Atuar como agente mobilizador da comunidade em parceria com as lideranascomunitrias chamando ateno das pessoas para a importncia da participaode todos em campanhas e mutires no combate s doenas diarreicas agudas. PREVENINDO ACIDENTES NA INFNCIA Evitar acidentes na in- fncia uma tarefa im- portante para os pais e responsveis. Os aci- dentes esto entre as cinco principais causas68 64. GUIA PRTICO PARA O AGENTE COMUNITRIO DE SADEde morte na infncia e podem comprometer o futuro e o desenvolvi-mento da criana. As crianas convivem com muitos riscos e perigosdiariamente.Voc deve informar que os acidentes no so fatalidades nem obrasdo destino. Na sua maioria podem ser evitados. Informaes que devem ser passadas sobre cuidados gerais na preveno de acidentes: Manter o ambiente seguro retirando o que representa risco; Guardar fora do alcance da criana objetos pontiagudos e cortantes (facas, tesou- ras, chaves de fenda), produtos qumicos de limpeza, remdios, objetos pequenos que possam ser ingeridos ou inalados, objetos que possam cair, sacos plsticos, cordes e fios capazes de sufoc-la; cuidado especial com lcool etlico e outros produtos inflamveis, inclusive isqueiros e fsforos; No deix-las perto do fogo; T Tampar as tomadas que esto ao alcance das crianas, para evitar choques eltricos.Voc deve alertar sobre os principais acidentes na infncia e asmaneiras de evit-los.Acidentes com o beb de colo e o modo de evit-los Os acidentes mais frequentes nessa faixa etria so: Queimaduras com gua do banho ou alimentos quentes; ueimaduras Enforcamento com cordes de chupetas; Afogamento no banho; Intoxicao por erro na dose de medicamento; toxicao Quedas do trocador, andador/andaj ou da cama. uedasPara evitar as queimaduras, basta criar o h-,bito de experimentar a temperatura da gua 69 65. MINISTRIO DA SADE / Secretaria de Ateno Sade / Departamento de Ateno Bsica antes do banho e experimentar os alimentos antes de oferec-los ao beb. Para evitar enforcamentos, no colocar fios ou prendedores para amarrar a chupeta e, se for utiliz-los, deixe-os curtos para evitar que se enrolem em torno do pescoo da criana. Nunca os amarre ao re- dor do pescoo, como colares. Para evitar afogamentos, nunca deixe a criana sozinha na banheira (mesmo que se sinta bem) e se possvel utilize os assentos prprios de borracha antiderrapante. Para evitar intoxicao, nunca administre os medicamentos sem ex- pressa ordem do mdico, e use seringa ou dosador para a poro recomendada. Para evitar as quedas, necessrio manter vigilncia constante. Nun- ca espere que o beb no v rolar, porque ele pode comear a fazer isso a qualquer momento. Mesmo a colocao de objetos, como tra- vesseiros ou pequenas grades no trocador, no substitui a vigilncia responsvel. Cuidados com a criana que engatinha e andaA partir do momento em que a criana comea a engatinhar ou a andar,triplicam os perigos. Alm dos riscos anteriores, esto:Intoxicaes por medicamentos, produtos de limpeza, raticidas, plantas orna-mentais e derivados do petrleo, que ficam ao alcance das crianas;Sufocao com sacos plsticos;Choques em fios e tomadas;Mordeduras e picadas por animais peonhentos;Ferimentos cortantes e perfurantes;Queimaduras no fogo;Ingesto ou inalao de pequenos objetos (moedas, clips, tampinhas);70 66. GUIA PRTICO PARA O AGENTE COMUNITRIO DE SADEQuedas de alturas;Acidentes automobilsticos;Afogamentos.Para evitar as intoxicaes acidentais, guardar os produtos peri-gosos em locais altos, completamente fora do acesso das crianas.No usar locais baixos protegidos por chaves, porque, no dia a dia, muito fcil esquecer uma porta aberta. Um descuido pode ser fatal.Eliminar da casa as plantas venenosas. As mais responsveis por in-toxicaes em crianas so: comigo-ningum-pode, mamona, saia-branca, copo-de-leite, costela-de-ado, espirradeira, dama-da-noite,bico-de-papagaio, oficial-de-sala, os cogumelos e as folhas da bata-ta e do tomate, aveloz. Existe, ainda, lista muito grande de vegetaiscapazes de provocar envenenamentos. Procure conhecer as plantastxicas da sua regio para orientar as famlias. Evite colocar produtosde limpeza em frascos de doces, garrafas de refrigerantes ou de su-cos, pois a criana no vai saber distinguir que o contedo daquelaembalagem no pode ser consumido.Uma das medidas para evitar a sufocao esconder os sacos plsti-cos em local de difcil acesso.Para evitar os choques eltricos, coloque as tomadas em lugaresmais altos ou tampe-as com protetores de plstico.Para evitar atropelamentos, no acostumar a criana a brincar pertode ruas ou rodovias onde passam carros. O adulto deve sempre segu-rar na mo da criana quando estiver em locais com movimento decarros, motos, bicicleta.Para evitar acidentes automobilsticos, no levar crianas no colo,e sim sempre no banco traseiro, na cadeira apropriada ou assentoinfantil e com cinto de segurana.Para evitar mordeduras e picadas, no armazenar entulho ou obje-tos velhos e imprestveis, que podem servir de ninho a animais pe-71 67. MINISTRIO DA SADE / Secretaria de Ateno Sade / Departamento de Ateno Bsica onhentos. Da mesma forma, no deixar o mato crescer no quintal. Usar repelente conforme orientao mdica e cortinado sempre que possvel. Para evitar ferimentos, esconder objetos cortantes e perfurantes, como facas e tesouras. Para evitar queimaduras no fogo, utilizar apenas as bocas traseiras e nunca deixar os cabos das panelas voltados para frente, de modo que a criana possa alcan-los. Retirar os botes que controlam o gs, evitando que a criana abra o gs acidentalmente e provoque um desastre. Para evitar a inalao, no deixar pequenos objetos ao alcance da criana. Ela pode colocar na boca, engolir e ir para os pulmes. Aten- o para os brinquedos pequenos. Para evitar quedas de alturas, cuidar para no deixar as janelas aber- tas ou mveis prximos s janelas. Impedir o acesso s escadas e sa- cadas. O tanque de lavar roupa um local muito perigoso. Verificar se est bem preso na parede, pois a criana pode se pendurar nele e derrub-lo sobre si mesma. Para evitar afogamentos, no permitir a entrada de uma criana na gua sem a superviso de um adulto. Evitar que as crianas brin- quem prximas a poos, cacim- bas, tanques, crregos ou valo.No deixe sua criana sozinha:Sobre o trocador (mesa, cmoda);Na cama;No banho;Em casa ou sob os cuidados deoutra criana.72 68. GUIA PRTICO PARA O AGENTE COMUNITRIO DE SADECuidados com as crianas maioresA criana maior, que vai rua sozinha, est sujeita a uma srie deacidentes graves que s podem ser evitados por meio de uma orien-tao clara, firme e convincente. Nesse caso, esto: Queimaduras por fogos de artifcio; Acidentes com armas de fogo; Quedas de rvores, muros, brinquedos de velocidade (patins, bicicletas e skates); Ferimentos cortantes e perfurantes; Acidentes de trnsito; Afogamentos.Para evitar queimaduras com fogos de artifcio, alm da orientao,o ideal que os adultos no usem para dar o bom exemplo.Para evitar os acidentes com armas de fogo, o melhor no ter ar-mas em casa, pois sempre se corre o risco delas carem nas mos dascrianas. Em caso em que isso no puder ser evitado, devem ser guar-dadas em locais extremamente seguros.Para evitar as quedas de brinquedo de velocidade (bicicleta, veloc-pede), compre os materiais de segurana recomendados (capacetes,joelheiras, cotoveleiras) e s permita a sua utilizao em locais prote-gidos (nunca na rua).Para evitar afogamentos, no nadar em locais desconhecidos, longeda margem e orientar a no mergulhar de cabea na gua.Para andar sozinho na rua, a p ou de bicicleta, a criana deve estarefetivamente treinada, conhecer e obedecer s regras de trnsito,para evitar que se envolva em acidentes. 73 69. MINISTRIO DA SADE / Secretaria de Ateno Sade / Departamento de Ateno Bsica SITUAES EM QUE VOC DEVE ORIENTAR A FAMLIA A PROCURAR O SERVIO DE SADE O MAIS RPIDO POSSVEL Criana molinha, gemente, parada, com choro fraco. aquela que no demonstra interesse pelo o que ocorre ao seu redor, ela no olha quando chamada; Criana que vomita tudo (alimentos, lquidos e medicamentos); Criana que no mama; Criana com tosse ou com dificuldade para respirar (rudo ao respirar, apare- cimento das costelas ao respirar tiragem intercostal, batimento de asa de nariz); Criana com diarreia (trs ou mais evacuaes lquidas ou semilquidas em 24 horas) com sinais de desidratao: est inquieta, irritada, com sede, olhos fundos, sinal da prega (a pele volta lentamente ao estado anterior quando com os dedos polegar e indicador so usados para levantar a pele); Emagrecimento acentuado, ps inchados, palma da mo muito plida; Peso baixo para a idade (abaixo do percentil 3 da Caderneta de Sade da Criana); Criana com secreo no ouvido; Presena de placas brancas na garganta e com mau cheiro; Presena de bolhas com pus na garganta; Umbigo vermelho com secreo amarelada; Presena de sangue nas fezes; Criana com febre (temperatura acima de 38 C). Ateno: voc deve informar imediatamente a equipe de sade se na visita domiciliar encontrar a criana com alguma situao acima descrita. Deve ainda reforar com a me, o pai ou quem cuida da criana as orientaes dadas pela UBS.74 70. Sade do adolescente 75 71. MINISTRIO DA SADE / Secretaria de Ateno Sade / Departamento de Ateno Bsica A adolescncia uma etapa da vida compreendida entre a infncia e a fase adulta, marcada por um complexo processo de crescimento e desenvolvimento fsico, moral e psicolgico. A lei brasileira considera adolescente a faixa etria de 12 a 18 anos. Para mais informaes, consultar o Estatuto da Criana e do Adoles- cente Lei n 8.069, de 13/7/1990, disponvel em: www.planalto.gov.br/ccivil/LEIS/L8069.htm Conforme j abordado, seu trabalho requer uma relao de vnculo e confiana. Para trabalhar com adolescentes, essa relao funda- mental. Entender a fase pela qual esto passando, estar disponvel para ouvi-los, dentro da sua realidade, respeitar a diversidade de ideias, sem julgar. A promoo sade e preveno de agravos para o adolescente deve ser desenvolvida pela equipe em integrao com diferentes instituies na comunidade, como a escola, ao social, cultura, grupos de jovens, de arte, capoeira, hip hop, entre outros. Deve-se aproveitar para divulgar informaes, ajudando no esclare- cimento de dvidas e na sensibilizao da comunidade.V