guia pratico

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A foto na capa, mostrando um beija-flor tesourão (Eupetomena macroura), foi gentilmente cedida para a presente publicação por Johan Dalgas Frisch e Christian Adam Dalgas Frisch, autores de Jardim dos beija-flores (São Paulo, Dalgas-Ecoltec, 1995).

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Page 1: Guia pratico

A foto na capa, mostrando um beija-flor tesourão (Eupetomenamacroura), foi gentilmente cedida para a presente publicação

por Johan Dalgas Frisch e Christian Adam Dalgas Frisch, autoresde Jardim dos beija-flores (São Paulo, Dalgas-Ecoltec, 1995).

Page 2: Guia pratico

Guia Prático do Observador

de Aves

Autor:

Márcio Amorim Efe

Prefácio:

Edison Baptista Chaves

Apoio:

CEMAVE / IBAMA

1999

SUMÁRIO

PrefácioSeja um naturalista amador e melhore sua qualidade de vida..............................3

I - Características morfológicas das aves e seus ambientes

- Características principais............................................................................6

- Diversidade estrutural das aves..................................................................7

- DIversidade de hábitats...............................................................................8

- DIversidade alimentar..................................................................................9

- Migração....................................................................................................10

- Tipos de ninho...........................................................................................12

- Tipos de ovo..............................................................................................15

- Tipos de filhotes.........................................................................................15

II - Técnicas e equipamentos para observação de aves

- Como observar..........................................................................................16

- Binóculos...................................................................................................16

- Lunetas......................................................................................................17

- Máquina Fotográfica..................................................................................17

- Gravador....................................................................................................17

- Roupas e comportamentos adequados.....................................................18

- Quando Observar......................................................................................19

- O que observar..........................................................................................19

- Identificação, livro de texto e guias de campo...........................................24

III - Avifauna existente na região da Serra do Tabuleiro.....................27

IV - Sobre a PROAVES..................................................................................38

V - Sobre o Autor............................................................................................40

Page 3: Guia pratico

Prefácio

Seja um naturalista amador emelhore sua qualidade de vida

"No f inal, conservaremos apenas o que amamos, amaremosapenas o que compreendemos, compreenderemos apenas o que noshouver sido ensinado." Baba Dioum, conservacionista senegalêscitado no exemplar de fev/99 do National Geographic Magazine.

A observação de aves é uma alternativa de lazer que ainda

não tem muita divulgação no Brasil. A PROAVES aceitou o

desafio de ser parceira da Rede Plaza de Hotéis na iniciativa

pioneira de divulgar sistematicamente, com uma orientação

Especializada, esse hobby que tanto atrai as pessoas nos países

desenvolvidos. Por ser uma atividade que traz estímulo

intelectual, a observação de aves é muito gratificante para seus

Aficcionados. Também envolve caminhadas ao ar livre, com

maior ou menor grau de dificuldade e contato com a natureza.

Ou seja, reúne ingredientes que reconhecidamente são

fundamentais para melhorar a qualidade de vida das pessoas.

Em lugares como os Estados Unidos e Canadá, os

observadores de aves há tempo já estão organizados em

Associações. Reúnem-se para a prática e aperfeiçoamento de

suas habilidades de localizar e identificar as diferentes espécies

de aves nos r espec t i vos háb i ta ts , obse rvando seu

comportamento e mantendo cuidadosos registros. Estes grupos

organizam saídas de campo e viagens, publicam periódicos

i n f o r m a t i v o s , p r o m o v e m n ã o a p e n a s pa l e s t r a s c o m

especialistas, como outros eventos variados para divulgar suas

atividades e a proteção da natureza. O contato com grande

variedade de éspécies é um dos aspectos valorizados por esses

ornitófilos, havendo competição quanto ao número de espécies

3

efetivamente observadas pela pessoa ao longo da sua vida.

Consideram que uma lista pessoal de espécies observadas

chega a um nível respeitável quando registra de 300 a 400

espécies de aves, sendo que há muitos ornitófilos mais viajados

com listas superiores a 700 (a América do Norte tem mais de 850

e s p é c i e s d e a v e s ) . E m c a t e g o r i a e s t ã o o s

campeoníssimos que já observaram quase todas aves

conhecidas, mais de 7.000 espécies Há também associações

especializadas que reúnem observadores com interesse

específico em determinada espécie ou em um grupo particular,

como aves diurnas de rapina, ou pertencentes a um hábitat

específico como a costa marítima, ou de certa família, ou de

hábitos migratórios, etc.

Essas pessoas, organizadas em quase uma centena de

sociedades ornitológicas, birding clubs, secções da Sociedade

Audubon, e associações profissionais, movimentam um setor

respeitável da economia, pois para aprofundar -se em seu hobby

procuram literatura especializada (manuais, guias de campo,

periódicos, mapas), discos, fitas de áudlo e vídeo, equipamento

óptico, fotográfico, de filmagem e gravação, e artigos para

prover com abrigo, alimento e água, as aves silvestres que

freqüentam seus quintais. Para começar, porém, basta um

binóculo adequado.

O americano Roger Tory Peterson, o decano dos

Observadores de aves, afirmou, na década de 70, que,

dependendo do critério utilizado para definir uma pessoa

como observador de aves (isto é, que grau de envolvimento

na atividade deve ser considerado como suficiente para

arrolar a pessoa na categoria), estimava o número de

aficcionados, nos Estados Unidos, em algo entre dois

milhões e quarenta milhões de pessoas

4

Page 4: Guia pratico

O Brasil, com suas mais de 1.677 espécies de aves já

ident i f icadas, oferece invejáveis oportunidades para o

observador de aves. No Parque Estadual da Serra do Tabuleiro

há registros de mais de 250 espécies de aves. No Hotel Plaza

Caldas da Imperatriz, cercado por paradisíacos jardins e pela

Mata Atlântica, desfrutando os benefícios de águas termais de

qualidades internacionalmente reconhecidas, você pode

iniciar-se nesse esplêndido hobby que é a observação de aves.

Melhore sua qualidade de vida: percorra nossos jardins ou

escolha as trilhas na mata, e comece agora mesmo a fazer

anotações em sua caderneta de campo!

Edison Baptista Chaves

Diretor da Rede Plaza de Hotéis

5

I - Características Morfológicas das Aves e seus

Ambientes

- Características principais

As aves são seres vivos que pertencem ao grupo dos

vertebrados e apresentam características marcantes que as

separam dos outros animais.

Todas as aves apresentam BICO, porém outros animais

como o ornitorrinco e a tartaruga também possuem estruturas

semelhantes.

Todas as aves apresentam ASAS, que podem ter a função de

vôo ou natação. No entanto, os morcegos também possuem

asas e as utilizam para voar.

Os filhotes das aves desenvolvem-se em OVOS, entretanto

as cobras, tartarugas e jacarés, reproduzem-se da mesma

maneira.

Como vimos, apesar destas características serem mais

comumente lembradas por todos, quando nos referimos às

aves, elas não são, individualmente, as características

que separam as aves dos out ros grupos an imais .

A única característica que é exclusiva das aves e, portanto,

está presente em todas as espécies do grupo e ausente nos

demais grupos animais, é a PENA.

Com função de permitir o vôo e promover isolamento

térmico, as penas cobrem o corpo das aves e podem ser

divididas em:

�Penas de contorno=> pequenas penas e penugens existentes

que cobrem o corpo e tem como função principal a proteção e o

isolamento térmico.

�Penas de vôo=> principais penas das asas e cauda,

responsáveis pelo vôo.

�Penas de adorno=> penas modificadas com a função de atrair

6

Page 5: Guia pratico

o parceiro na época do acasalamento.

�Penas sonoras=> penas modificadas para a produção de sons.

Utilizadas também na época do acasalamento.

�Cerdas=> penas modif icadas em forma de "pelos",

semelhantes a bigodes em algumas espécies. Têm função

protetora e sensitiva, utilizadas para auxiliar a captura de

insetos.

- Diversidade estrutural das aves

As diversas espécies de aves estão adaptadas para a

sobrevivência nos diversos ecossistemas existentes no Planeta.

Por isso, ao longo de sua evolução, desenvolveram diversos

mecanismos de adaptação aos ambientes onde vivem. Algumas

dessas adaptações podem ser visualizadas nas várias formas de

bico, asas, caudas e pés das aves.

Tipos de bicos

Os tipos de bicos estão relacionados ao tipo de alimento que

a ave consome e a maneira como esse é obtido e aproveitado.

Algumas aves podem apresentar bicos finos e pontudos

para a captura de peixes, (martim-pescador, garças, aves

marinhas), achatados e largos para filtrar a água ou pastar no

fundo dos rios e lagos, como as marrecas e patos.

Os gaviões e corujas apresentam bicos fortes, curvos e

pontudos, utilizados para rasgar a carne de suas presas.

Os beija-flores têm bicos finos e longos, curvos ou retos que

são usados para alcançar o néctar no interior das flores

Os papagaios, periquitos e araras possuem bicos fortes e

curtos e podem quebrar frutos duros.

Alguns passarinhos possuem bicos pequenos e finos, porém

potentes no aproveitamento de grãos, insetos e frutos.

7

Tipos de asas

De acordo com o ambiente onde vivem, as aves apresentam

asas que facilitem seu deslocamento em busca de alimentos,

sítios reprodutivos ou na defesa de seu território.

As grandes aves que vivem em ambientes abertos e voam

alto apresentam asas grandes e largas e desenvolvem vôos

batidos e pesados. Como exemplo podemos citar o urubu, o

tuiuiú, a cegonha, a garça-branca-grande, o colhereiro, o

flamingo, etc.

As aves menores, que vivem em meio à mata, em florestas

densas, como a maioria dos passarinhos, geralmente,

apresentam asas pequenas que dão agilidade e rapidez

n e c e s s á r i a s a o d e s l o c a m e n t o e n t r e a s á r v o r e s .

As aves caçadoras como os falcões, apresentam asas pequenas

e pontiagudas que se fecham em forma de flecha e desenvolvem

extrema rapidez durante o mergulho em direção às presas.

Tipos de pés

Os pés estão adaptados para o deslocamento no solo ou na

água, de acordo com o ambiente onde a ave vive.

Aves aquáticas e marinhas podem apresentar membranas

entre os dedos ou ao longo dos mesmos, que auxiliam na

natação ou na caminhada por cima da vegetação aquática.

Aves de solo como os inhambús e macucos possuem pernas

curtas e dedos grossos.

Aves predadoras têm fortes dedos e unhas afiadas,

utilizadas para capturar e sustentar a presa enquanto se

alimentam ou carregam-na em vôo.

-Diversidade de hábitats

As aves estão presentes nos vários ecossistemas brasileiros

e de acordo com o tipo de ambiente onde vivem podem

ser agrupadas em:

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Page 6: Guia pratico

�Aves silvícolas=> a maioria dos passeriformes que vivem

em ambientes florestados como a Floresta Amazônica, a Mata Atlântica, as Matas de Araucárias, Caatinga, Cerrado e

Campos Rupestres.

�Aves aquáticas=> abrangendo as aves que vivem em ambientes dulcícolas como rios, lagos e banhados. Ex: Garças, marrecas, colhereiro, flamingo, etc.

�Aves marinhas=> costeiras ou oceânicas, abrangendo aves que dependem do mar para obter alimento (peixes e

crustáceos) ou das ilhas para se reproduzirem.

�Aves limícolas=> abrangendo maçaricos e batuíras que freqüentam lagunas e manguezais enterrando seus bicos no

fundo lodoso em busca de pequenos organismos.

- Diversidade alimentar

As aves apresentam diversas formas e estratégias de obter o alimento necessário para a sua sobrevivência, podendo utilizar

diversos tipos de itens alimentares.

Algumas aves apresentam hábitos generalistas, ou seja, alimentam-se de uma grande variedade de alimento, como por exemplo a gralha. Porém a maioria das espécies têm hábitos alimentares mais restritos.

De acordo com o hábito alimentar, podemos agrupar as aves em:

�Frugívoros=> alimentam-se de frutos e frutas. Ex: sanhaçu, saíras, sabiás, etc.

�Granívoros=> alimentam-se de grãos e sementes tais como arroz, capim, alpiste, milho, etc. Ex: coleiros, pombas, rolinhas, canários, bico-de-lacre, etc.

9

�Insetívoros=> alimentam-se de insetos que capturam em vôo

ou no solo. Ex: bem-te-vi, suiriri, andorinhas, bacuraus, etc.

�Nectarívoros=> sugam o nectar das flores. Ex.: beija-flores e

sebinhos.

�Carnívoros=> alimentam-se de carne de animais vivos. São os

grandes predadores. Ex: gaviões, falcões e águias.

�Piscívoros=> alimentam-se de peixes. Ex.: atobás, garças brancas,martim-pescador, trinta-réis, águia-pescadora, etc.

�Detritívoros ou Necrófagos=> alimentam-se de carne de

animais mortos. Realizam a limpeza do ambiente natural. Ex.:

urubu-comum e gaivotão.

�Onívoros=> têm hábi tos genera! is tas , apresentam

alimentação bastante diversificada, podem comer insetos,

frutos, grãos, etc. Ex.:gralha, pardal. Pombo-doméstico.

- Migração

A migração é caracterizada como um deslocamento cíclico,

ou seja, uma espécie migratória passa uma parte do ano em um

determinado local se reproduzindo e terminada a reprodução, a

maioria dos adultos e seus filhotes voam para outro local onde

passam outra parte do ano descansando e alimentando-se.

Quando novamente aproxima-se a época da reprodução, as

aves adultas e maturas sexualmente, retornam ao primeiro

local para se reproduzirem, e assim reiniciam o ciclo

novamente.

Os dois locais, na maioria dos casos, são as áreas de

reprodução e de descanso reprodutlvo e a característica sazonal

da migração é responsável pela delimitação da época do ano em

que as aves permanecem nos dois locais.

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Page 7: Guia pratico

Helmut Sick, em seu livro Ornitologia Brasileira afirma que

"de um modo geral o principal ponto que atrai as aves para o

Brasil, não é a temperatura mais elevada dos trópicos e

subtrópicos, mas a maior quantidade de alimentos nas regiões

quentes onde influi decididamente a sucessão dos períodos de

chuva e seca."

Esse deslocamento horizontal pode ser dividido em

pequenos (migrações locais), médios (migrações regionais ou

neotropicais) e grandes ( inter-continentais). Além do

deslocamento horizontal, pode ocorrer também migrações

verticais, na qual as áreas de reprodução e descanso

reprodutivo estão localizadas por exemplo no alto e no pé da

serra e as aves passam um período do ano no topo da montanha

e outro período na base da montanha.

Para exemplificar o fenômeno da migração das aves,

podemos citar a migração dos maçaricos do ártico que

reproduzem-se durante a primavera e verão do hemisfério norte

(junho a setembro) nas regiões do norte do Canadá. Após os

filhotes já estarem criados, toda a população alça vôo em

direção ao hemisfério sul. Durante a primavera, verão e parte do

outono no hemisfério sul (setembro a maio), esses maçaricos

concentram-se na região sul do Brasil e Argentina, e

permanecem ali, alimentando-se, mudando a plumagem e

ganhando peso para a viagem de volta. Em meados de maio, os

maçaricos, já com a plumagem reprodutiva completa e bem

a l i m e n t a d o s , a l ç a m v ô o d e v o l t a a o C a n a d á

para reproduzirem-se novamente. Terminado o período

reprodutivo, o ciclo novamente se inicia.

É comum que durante sua estada no Brasil, as aves

procedentes de zonas temperadas do globo costumem mudar

de plumagem.

Às aves que, realizam esses tipos de deslocamentos

periódicos e sazonais, chamamos de MIGRATÓRIAS. Para o

estudo destas aves migratónas a técnica mais comum é o uso do

Anilhamento.

11

O anilhamento é uma técnica centenária utilizada para amarcação das aves, e consiste na colocação de anéis metálicos(anilhas) no tarso das aves, gravados com a caixa postal doCentro de Anilhamento do País, no caso do Brasil, oCEMAVE/IBAMA (C.P. 034 BRASÍLIA- DF) Além da caixa postal,vem gravado também um código que nunca se repete efunciona como um documento de identidade para a avemarcada. No Brasil, o código é formado por uma letra e cincoalgarismos

Após a marcação e a tomada de dados, a ave é novamentesolta e o pesquisador e o CEMAVE passam então a depender deoutros pesquisadores e pessoas comuns, que encontrem a aveanilhada, para a obtenção do retorno de informações tais como:o destino da ave após a migração, quais os locais e ambientespor onde a ave passa, quanto tempo a ave vive, quanto tempodepois a ave retoma ao local de anilhamento, etc

Por isso a divulgação dessa técnica e a motivação daspessoas em participar do processo, escrevendo e informando aoCEMAVE quando do encontro de uma ave anilhada é muitoimportante.

Ao encontrar uma ave anilhada você deve anotar o código(letra e número) a data, o local de encontro e enviar asinformações para a caixa postal do CEMAVE/ IBAMA.

Outra técnica também utilizada e de custo mais elevado é acolocação de microtransmissores de sinais de rádio ou sinais desatélite na ave e posterior acompanhamento dos sinais durantesua migração.

Outras espécies permanecem em seu local de origemdurante o ano todo, como é o caso da maioria dos passarinhos.Essas aves são chamadas de RESIDENTES.

- Tipos de ninhosAs aves utilizam seus ninhos para a postura dos ovos,

incubação e cuidado com os filhotes. Na época da-reprodução é a

casa e maternidade da ave.

Podemos encontrar ninhos de várias formas e tamanhos e

construídos com diversos materiais. Citamos a seguir alguns tipos

que podem ser encontrados.

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Page 8: Guia pratico

Ninhos pouco elaborados

1. Ovos colocados no solo. Ex: quero-quero, inhambús,

Bacuraus.

2 Cavidades existentes em árvores. Ex papagaios, araras,

arapaçus.

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Ninhos bem elaborados

3. Construídos com barro em forma de forno. Ex. João-de-barro.

4. Construídos com gravetos, apoiados ou pendurados. Ex:.

pombas, sabiás e a maioria dos passarinhos.

5. Construídos com fios, teias e musgos em forma de tigela. Ex.:

beija-flor, balança-rabo-de-máscara.

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Page 9: Guia pratico

No entanto existem aves que não constroem ninhos e colocamseus ovos diretamente sobre o solo nu (batuíras, talha-mar, avesde praia) ou sobre galhos e tronco de árvores (urutau). Existemaquelas que aproveitam ninhos abandonados de outras aves,como é o caso de algumas andorinhas que utilizam o ninho dojoão-de-barro. Outras são consideradas parasitas, pois colocamseus ovos em ninhos de outras aves ainda em fase de choco para que seus filhotes sejam criados por elas. Ex: chopim ou pássaro-preto.Um caso interessante é o do pingüim-imperador, onde omacho assume a incubação e devido ao solo congelado, o únicoovo permanece todo o tempo sobre os pés da ave, em contato com o ventre, que fornece o calor necessário para a incubação.

- Tipo de ovos

Os ovos também podem variar na forma, no tamanho e nacoloração.

Quanto à forma, podem existir ovos esféricos, cônicos ouovais. O tamanho varia de acordo com o tamanho da ave e acoloração pode ser uniforme (branco, azulado) ou com váriaspintas e manchas.

A coloração é importante na camuflagem dos ovos,principalmente aqueles colocados diretamente no solo nu.

- Tipos de filhotes

No que diz respeito ao tipo de dependência dos filhotes aoscuidados dos pais, eles podem ser separados em muitodependentes (Nidícolas) ou pouco dependentes (Nidífugos).

Os filhotes nidícolas nascem nús (sem penas), com os olhosfechados. Permanecem por longos períodos no ninho e precisamconstantemente dos cuidados dos pais. Ex: garças, pombas e amaioria dos passarinhos.

Os filhotes nidífugos apresentam um desenvolvImentobastante rápido. Já nascem cobertos de plumas, com os olhosabertos e com três ou quatro dias de vida já abandonam o ninho,mas ainda continuam sendo alimentados pelos pais. Ex:marrecas, aves migratórias.

15

II -Técnicas e Equipamentos para

Observação de Aves

As aves são animais relativamente fáceis de serem

observados na natureza e sempre despertaram muito interesse

tanto dos pesquisadores como dos amadores, principalmente

devido à beleza de suas cores e à sonoridade de seus cantos.

O Brasil apresenta em torno de 1.679 espécies diferentes de

aves e é considerado atualmente o segundo país com maior

diversidade de aves no mundo.

A observação de aves em países da América do Norte e

Europa é uma prática bastante difundida e reúne milhares de

adeptos.

No Brasil este hobby começa a ganhar força e para isso

prec isamos es ta r p reparados . Nesse cap í tu lo se rão

apresentadas as principais técnicas e os equipamentos mais

utilizados na observação de aves.

- Como observar

Apesar da grande movimentação e da relativa facilidade que

as aves apresentam em se expor, para se observar os detalhes e

as características importantes para se chegar a identificação

das espécies, é necessário, na maioria dos casos, o auxílio de

equipamentos ópticos que permitam a aproximação adequada.

- Binóculos

Os binóculos devem ser escolhidos de acordo com o ambiente

onde serão usados e apresentam grande variedade de tamanhos,

materiais e preços

Para ambiente de mata são ideais os binóculos de aumento

entre 7 e 8vezes. Ex: 7x20; 7x35; 8x30.

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Page 10: Guia pratico

Para ambientes abertos, os melhores binóculos devemapresentar aumento entre 10 e 20 vezes. Ex: lOx50;20x40.Podem ser grandes, pesados e de ferro, hoje em dia os maisrecomendados são os menores, mais leves e emborrachados.

- LunetasSão utilizadas em ocasiões específicas como a observação de

ninhos, de aves distantes em ambientes abertos ou paraobservações prolongadas de uma determmada espécie.

Podem apresentar uma ou duas lentes oculares e tambémvariam no aumento, marcas e preços. Necessitam do auxílio de umtripé para mantê-las firmes.

A util ização destes equipamentos é bastante fácil esemelhante ao uso de máquinas fotográficas. Ao avistar uma ave oequipamento deve ser apontado para a mesma. Em seguidaregula-se o botão de foco até se obter melhor nitidez na imagem da ave observada.

- Máquina fotográficaUma boa forma de economizar tempo de observação e

conseguir capturar mais facilmente e com maior precisão asmformações visuais a respeito da ave é através do uso de máquinas fotográficas. Uma boa foto pode ajudar muito na identificação da espécie.

A tecnologia na produção de máquinas fotográficas está muito avançada e podem ser encontradas máquinas com os maismodernos recursos em lentes, automatização e tipos de filmes.Porém vale lembrar que as aves são seres extremamente ágeis e, nocaso de ambientes florestados, nem sempre são visualizadas emlocais com luminosidade suficiente para a fotografia. Portanto, esterecurso deve ser utilizado como forma secundária, não eliminando

o uso do binóculo.

- GravadorEm ambientes de mata fechada e escura, a grande maioria

das espécies de passarinhos tornam-se difíceis de serem

visualizadas. Na maioria dos casos, é mais comum se perceber

sua presença através de seu canto.

17

Sendo assim, utilizamos um artifício e um equipamento

al ternat ivo para obtermos sucesso na observação e,

conseqüentemente, identificação da espécie.

Para o uso em campo, os melhores gravadores são os

portáteis, tão pequenos que podem ser levados no bolso. Tanto

podem utilizar fitas normais como micro-fitas. Precisam, porém,

ter uma boa qualidade de gravação O gravador pode ser usado

para atrair uma ave através da técnica do play-back.

A técnica consiste na atração da ave através da voz da

própria ave. Ou seja, ao se ouvir a vocalização de uma ave no

campo, aponta-se o microfone do gravador para a direção do

contato e grava-se a voz. Em seguida, volta-se a fita até o inicio

da gravação e toca-se então o canto gravado As aves na

maiona das vezes os machos, cantam geralmente para atrair

seus parceiros ou para mostrar aos outros que aquele ali é seu

território. Sendo assim, quando ela ouve uma voz de outro

indivíduo da mesma espécie e do mesmo sexo, na maioria das

vezes, a tendência é que essa ave inicie um comportamento

frenético na intenção de se aproximar do outro indivíduo e se

mostrar para ele. Com isso, aquela ave que não havia sido

visualizada pelo observador, agora torna-se mais ativa e de fácil

avistagem. Porém esta técnica deve ser usada com cautela para

aves raras e não deve ser usada para atrair espécies ameaçadas

de extinção. Por ser estressante é potencialmente perigoso para

a ave. Além da técnica do play-back, a vocalização gravada será

importante também para a identificação da espécie.

- Roupas e comportamento adequadosEstando a ave em seu ambiente natural, ela está acostumada

com tudo que existe em seu redor e por isso é capaz de perceber

qualquer movimento ou vulto estranho ao seu ambiente. Sendo

assim, para conseguirmos obter sucesso em nossa observação é

essencial que se esteja vestido adequadamente, com roupas

leves e camufladas, de cores cinza, verde ou marrom.

18

Page 11: Guia pratico

É importante que se tenha a máxima cautela no caminhar,evitando galhos secos que possam fazer barulho e mantendo-seem silêncio.

O observador é antes de mais nada um amante da naturezae conserva consigo o respeito por ela, portanto todas as regrasde proteção, carinho e cuidados com o ambiente natural devemser seguidas. Além do mais, temos de ser o mais imperceptívelpossível. Afora isso uma boa dose de paciência é essencial parao sucesso na observação.

- Quando ObservarTeoricamente podemos avistar aves a qualquer hora do dia e

época do ano, porém existem momentos mais adequados queoutros. Os melhores períodos do dia para se observar aves são noinício da manhã, até aproximadamente 10 horas (horário solar) eao final da tarde entre 16 e 18 horas. Nesses dois períodos as avesapresentam maior at iv idade na busca do a l imento, nadelimitação e defesa do território e na corte reprodutiva.

Os meses do ano mais adequados são os da primavera e verãoquando a grande maioria das aves estão em período reprodutivo etornam-se mais at ivas devido às at ividades de côrte ealimentação dos filhotes

Porém quando se trata de aves migratórias, devemosconhecer previamente a época em que a espécie se encontra nolocal que pretendemos realizar a observação.

- O que ObservarA observação detalhada de uma ave tem como objetivo

a captura da maior quantidade de informações possíveis paraque se possa, posteriormente, proceder a identificação maisfacilmente.

Ao se visualizar uma ave deve-se, primeiramente fazer umaavaliação a respeito do tamanho e forma da ave. Para isso costuma- se comparar com alguma outra ave conhecida Ex: do tamanho deum pardal, menor que um pombo, com a forma de um sabiá.

19

Um dos caracteres mais importantes para a identificação das espécies é a colocação da plumagem e a respectiva distribuição de cores ao longo do corpo. Portanto esta é a informação mais importante a ser coletada pelo observador. Para notar estas informações utiliza-se uma caderneta de campo com o desenho de uma ave, o qual será preenchido durante a observação.

20

Page 12: Guia pratico

O esquema abaixo apresenta a divisão do corpo da ave com os respectivos nomes técnicos para que você possa preencher

seu desenho de forma correta.

21 22

ADAPTADO DO LIVRO “FIELD GUIDE TO THE BIRDS OF NORTH AMERICANATIONAL GEOGRAPHIC SOCIETY”

Page 13: Guia pratico

Além das cores da plumagem é importante também anotar

a existência e a coloração de todos os detalhes verificados, tais

como:

� faixa na asa ou na cauda

� máscaras

� pintas, manchas, estrias

� cor do bico, dos pés, do olho

� forma de bico

Outras informações secundárias importantes a serem

coletadas dizem respeito ao comportamento da ave no

momento da observação e ambiente em que ela encontrava-se,

bem como a altura na mata. Ex: pulando de galho em galho e

balançando a cauda; pousada comendo frutos no topo das

árvores; pulando entre raízes e galhos junto ao solo em mata

secundária.

As aves são animais bastante ágeIs e ativos, o que na

maioria dos casos pode dificultar a observação de todos os

detalhes da ave. Por isso é importante lembrar que a observação

deve ser rápida e precisa. Durante a fração de segundos em que

a ave permanece à frente do observador, o mesmo deve

memonzar o máximo de características a respeito da coloração

da plumagem, forma do bico e tamanho da ave e, só depois

abandone a observação para passar as características

memorizadas para caderneta de campo, preenchendo o

desenho com as informações. Feito isso, caso a ave ainda esteja

no local, proceda a uma nova observação e continue coletando

outras informações.

Vale ressaltar que a gravação da vocalização da ave

observada também será de suma importância para a

Identificação da espécie.

23

Identificação, Livros texto e Guias de campo

Após a coleta dos dados e o preenchimento do desenho, oobservador está pronto para efetuar a identificação da espécie.

No caso das aves, a identificação é feita através dacomparação dos desenhos da caderneta de campo com livrosespecializados que podem ser divididos em dois tipos:

�L iv ros tex tos=> l i v ros espec ia l i zados que contéminformações mais completas e detalhadas sobre aves dedeterminados grupos ou reg iões , maior ên fase àscaracterísticas, de forma descritiva.

�Guias de Campo=> livros especializados que contéminformações básicas sobre aves de uma determinada região oupaís, dando maior ênfase à apresentação de desenhos ou fotosdas espécies.Abaixo segue uma listagem de alguns livros importantes paraobservadores que pretendem atuar no Brasil.

�Livros textos

Título Ornitologia BrasileiraAutor Helmut SickEd: Nova Fronteira

Título: As aves em Santa CatarinaAutor:Lenir Alda do RosárioEd: FATMA

�Guias de campo - geral

Título: A guide to the birds of VenezuelaAutor RMde Schauensee and W P PhelpsEd: Princeton DP

Título South American Birds: a photographic aid toIdentificationAutor: J.S. Dunning and RSRidgleyEd: Harrowood

24

Page 14: Guia pratico

Título A guide to the birds of ColombiaAutor S. Hilty and W Brown Ed Princeton DP

Título: Guia para la identificacion de las aves de Argentina yUruguayAutor: T Narosky and D. Yzurieta

Título Aves Silvestres do Rio Grande do SulAutor: William Belton Ed: FZB-RS

�Guias de campo-Aves de rapina

Título A photographic guide to the birds of prey of southern,central and east AfricaAutor D.Allan Ed NewHolland

�Guias de campo - Aves limícolas

Título The hamlyn photographic guide to the waders of theworldAutor D.Rosair and D.Cottridge Ed Hamlyn

Título: Shorebirds: an identification guideAutor PHayman, J. Marchant and T PraterEd: Cristopher Helm

�Guias de campo - Aves marinhas

Título: Seabirds an identificatlon guideAutor P Harrison Ed: Cristopher Helm

Título: Seabirds of the world a photographic guideAutor: P Harrison Ed: Cristopher Helm

Título: Photographic handbook of the seabirds of the worldAutor J. Enticott and D. Tipling Ed Newholland

.Guias de campo-Aves aquáticas

Título Wildfowl an identification guideAutor S. Madge and H Burn Ed Cristopher Helm

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Portanto para a identificação da espécie, o observador

deverá buscar nos livros, a foto, o desenho ou o texto que

representa a ave observada. Deve-se levar em conta porém,

que no caso de livros que apresentam as aves em forma de

desenhos, estes muitas vezes não representam fielmente as

cores vistas na natureza, mas a maioria preocupa-se em

manter a fidelidade na distribuição das cores e detalhes de

cada espécie.

A identificação das aves através do canto gravado pelos

observadores pode ser realizada através comparação com

discos e fitas com vozes de aves Abaixo segue uma listagem

com os discos mais conhecidos:

�Aves brasi leiras I , I I , I I I , IV,V de Johan Dalgas Fr ish

�Guia Sonoro das Aves do Brasil do Professor Jacques

Vielliard UNICAMP

�Sons da Mata Atlântica da Fundação O BOTICÁRIO

A identificação se completa quando o observador

consegue descobrir o nome vulgar e/ou o nome científico da

ave observada.

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III - Avifauna existente na região daSerra do Tabuleiro

Segundo o trabalho "A avifauna do Parque Estadual daSerra do Tabuleiro, Santa Catarina, Brasil e as implicaçõespara sua conservação", realizado nas dependências do HotelPlaza Caldas de Imperatriz e regiões adjacentes por Jorge L.B. Albuquerque e Fernando M Brüggemann e publicado em1996, nas páginas 47 a 68 do volume 18 nº1 da Acta BiologicaLeopoldensia, foram registrados para a área um total de 270espécies de aves, o que representa 45% das aves existentesem Santa Catarina. A seguir é apresentada a lista das avesregistradas pelos autores nas regiões de Caldas de Imperatrize Serra do Tabuleiro.

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IV - Sobre a PROAVES

Desde os primórdios as aves vêm atraindo a atenção dos

homens, seja pela beleza de suas cores ou pelos seus melodiosos

cantos.

O Brasil é o segundo país do mundo em diversidade de aves

(1679 espécies descritas até o momento), suas dimensões

continentais, diferenças regionais e uma variedade de

ecossistemas refletem uma grande riqueza de fauna e flora

Existem no mundo cerca de 10.000 espécies de aves, distribuídas

nos mais variados ambiente.

São inúmeros os motivos que geram o interesse na

conservação das aves, como a capacidade das aves em responder

às modificações ambientais que as classifica como excelentes

indicadores da qualidade de um ambiente.

Dentro deste contexto, foi fundada em 1991, a PROAVES,

sociedade civil de direito privado, sem fins lucrativos, com sede e

foro na cidade de Brasília, Distrito Federal

Tem como símbolo o Guará, Eudocimus ruber, e foi criada com

o objetivo de promover esforços para a conservação das aves no

Brasil. Vem viabillzando suas ações através de parcerias com

instituições privadas e governamentais, tais como:

CEMAVE- Centro de Pesquisas para Conservação das Aves

Silestres, órgão vinculado ao IBAMA - desde 1992 trabalha em

conjunto no desenvolvimento do Projeto "Conservação das Aves

silvestres no Brasil", direcionando suas ações à grupos de

interesses prioritários para conservação da avifauna.

Grupo Monsanto e Dextron Consultoria Empresarial no

Projeto Tuiuiú no Pantanal Matogrossense, quando o Brasil foi o

primeiro país da América do Sul a utillzar emissores de sinais de

satélite, o que conferiu à PROAVES o I Prêmio Monsanto Pledge 94.

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IWRB - International Waterfowl and Wetlands ResearchBureau, na viabilização do Censo Neotropical de AvesAquáticas, coordenado pelo Escritório Neotropical da WA -Wetlands for the Americas e na confecção do Boletim do Grupode Estudos de Aves Limícolas, da Sociedade Brasileira deOrnitologia.

COPESUL - Companhia Petroquímica do Sul e SMAM -Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Porto Alegre noProjeto de Estudos da Avifauna nos Parques Urbanos doMunicípio de Porto Alegre -RS.

Fundação O BOTICÁRIO de Proteção à Natureza no projeto"Monitoramento do cisne-de-pescoço-preto e do capororoca noRio Grande do Sul", espécies consideradas em risco.

Fundação LORO Parque e IBAMA na "Recuperação daAriranha-azul, Cianopsitta spixii" em Curaçá na Bahia, a espéciemais ameaçada de extinção do mundo.

IBAMA, FURNAS E ELETRONORTE na área deplanejamento de Unidades de Conservação elaborando osPlanos de Manejo do parque Nacional da Chapada dosVeadeiros, em Goiás, da Reserva Biológica do Gurupi noMaranhão e do Parque Nacional do Araguaia em Tocantins

FUNBIO- Fundo Braslleiro para a Biodiversidade e IBAMAno projeto de proteção e conservação de ecossistemas; ReservasParticulares de Patrimônio Natural- RPPN.

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V - Sobre o autor

Márcio Amorim Efe é natural da cidade do Rio de Janeiroformou-se em Bacharel em Biologia Marinha em 1993 pela

Universidade Federal do Rio de Janeiro.Iniciou seu aperfeiçoamento profissional como estagiário doLaboratório de Ornitologia do Departamento de Zoologia da

UFRJ, onde desenvolveu pesquisas em Ilhas do Rio de Janeiro eSul da Bahla (Parque Nacional Marinho dos Abrolhos), orientadopelos professores Elias Pacheco Coelho, Luiz Antônio Pedreira

Gonzaga e pela Bióloga Vânia Soares AlvesAlém das atividades e projetos do Laboratório de

Ornitologia, participou como colaborador eventual de inúmerasexpedições promovidas pelo CEMAVE/IBAMA

Culminou sua participação na UFRJ com a apresentação desua monografia intitulada "Dinâmica alimentar do Atobá-

Marrom nas regiões de Cabo Frio e Abrolhos"Mesmo antes disso, em março de 1993,foi convidado pelo

Centro de Pesquisas para Conservação das Aves -CEMAVE/IBAMA, a coordenar as pesquisas do Projeto

Andorinhas do Mar, desenvolvido em conjunto com a AVIDEPATrabalhou no Projeto entre 1993 e 1996, desenvolvendo

atividades nas ilhas do Espírito Santo, sul da Bahia, São Paulo,Santa Catarina e no Parque Nacional daLagoa do Peixe, no Rio Grande do Sul.

A partir de setembro de 1996 mudou-se para Florianópolisonde colaborou com a equipe da SPEA, responsável pelo

monitoramento e gerenciamento daReserva Biológica Marinha do Arvoredo

Em 1998 foi convidado a ir para Porto Alegre e atuar comoexecutor dos projetos do CEMAVE nas regiões sul e sudeste doBrasil, à frente da Coordenadoria Regional Sul/Sudeste como

parte de um convênio com a PROAVES.Em 1999,reiniciou suas atividades acadêmicas no curso de

Pós-graduação, nível de Mestrado, no Departamento deBiociências da PUC RS.

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Page 22: Guia pratico

A OBSERVAÇÃO DE AVES, atividade muito difundi-

da nos países da América do Norte e Europa, é uma

forma alternativa de lazer ainda não muito difundida

no Brasil. A Associação Brasileira para Conservação das

Aves - PROAVES aceitou o desafio de ser parceira da

REDE PLAZA DE HOTÉIS no desenvo lv imento do

"Projeto de Implantação do Turismo de Observação de

Aves no Sul do Brasil", iniciativa inédita no Brasil que

tem também o apoio do Centro de Pesquisas para

Conservação das Aves Silvestres - CEMAVE / IBAMA.

Por ser uma atividade que traz estímulo intelectual, a

Observação de aves é muito gratif icante para seus

aficcionados, principalmente por envolver caminhadas

ao a r l i v re e con ta to com a na tu reza , r eun indo

ingredientes que reconhecidamente são fundamentais

para a melhoria da qualidade de vida.

Neste Guia, foram reunidas informações sobre as

principais características das aves e seus ambientes,

ut i l izando uma l inguagem de fác i l entendimento e

demonstrando de forma prática as técnicas e equipa.

mentos necessários para que o Observador de Aves

possa atingir seu objetivo final, a identif icação das

Espécies.