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Faculdade de Letras Departamento de Linguística e Filologia Programa de Pós-Graduação em Linguística GUIA PARA TRABALHOS MONOGRÁFICOS ORIGINAIS Maria Carlota Rosa Rio de Janeiro 1º semestre de 2017

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Faculdade de Letras

Departamento de Linguística e Filologia

Programa de Pós-Graduação em Linguística

GUIA PARA TRABALHOS MONOGRÁFICOS ORIGINAIS

Maria Carlota Rosa

Rio de Janeiro

1º semestre de 2017

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UFRJ/ Programa de Pós-Graduação em Linguística

Prof. Maria Carlota Rosa

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GUIA PARA TRABALHOS MONOGRÁFICOS ORIGINAIS

Maria Carlota Rosa

─ Agora escreva: Capítulo Primeiro.

O Visconde escreveu e ficou à espera do resto.

Emília, de testinha franzida, não sabia como começar.

Isso de começar não é fácil. Muito mais simples é acabar. Pinga-se um

ponto final e pronto; ou então escreve-se um latinzinho: FINIS. Mas começar

é terrível. Emília pensou, pensou, e por fim disse:

─ Bote um ponto de interrogação; ou, antes, bote vários pontos de

interrogação. Bote seis ...

O Visconde abriu a boca.

─ Vamos, Visconde. Bote aí seis pontos de interrogação ─ insistiu a

boneca. Não vê que estou indecisa interrogando-me a mim mesma?

E foi assim que as “Memórias da Marquesa de Rabicó” principiaram

dum modo absolutamente imprevisto.

Capítulo Primeiro

? ? ? ? ? ? ?

Emília contou os pontos e achou sete.

─ Corte um, ordenou.

O Visconde deu um suspiro e riscou o último ponto, deixando só os seis

encomendados.

─ Bem ─ disse Emília. Agora ponha um ... um ... um ...

O Visconde escreveu três uns, assim: 1, 1, 1.

Emília danou.

─ Pedacinho de asno! Não mandei escrever nada. Eu ainda estou

pensando. Eu ia dizer que escrevesse um ponto final depois dos seis pontos

de interrogação.

Monteiro LOBATO, Memórias da Emília

Quantas vezes, como a personagem de Monteiro Lobato, face a um papel

em branco ou a uma tela de computador aberta num arquivo novo ainda vazio, não

concluímos que “o começo é difícil [....]. Há tantos caminhos que não sei qual

escolher. Posso começar de mil modos”. Em razão da dificuldade ─ muito

comum ─ em escrever um trabalho de fôlego (como os trabalhos finais de

mestrado e doutorado, o exame de qualificação, a monografia final) no que

respeita à organização, no que se segue se procura ajudar a diminuir um pouco

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essa sensação. Não se fala do conteúdo, porque o pressuposto é que haja muita

dedicação à pesquisa no correr do curso. O conjunto de orientações pode ser usado

na preparação de trabalhos das disciplinas do Programa, mas também na

elaboração da tese ou da dissertação. Por que razão se fala em artigos, então?

Porque os trabalhos acadêmicos de cada disciplina podem servir de exercício

prévio à submissão de um artigo original a um periódico da área. No caso de

preparação de um artigo, além destas recomendações bem gerais, é necessário

observar as normas específicas e a checklist da publicação. E por que se fala em

original? Porque há vários tipos de textos acadêmicos, e artigos originais, assim

como as teses, são um tipo específico que se distingue, por exemplo, dos artigos

de revisão (review article).

Artigos originais - publicam pesquisa original inédita

Artigos de revisão - publicam uma avaliação crítica e sistematizada da literatura

já existente sobre dado tema

Ver MEYER, 2009.

Os comentários a seguir têm como suporte a macro-organização do texto

científico resultante de pesquisa original, que contempla componentes pré-

textuais, elementos textuais e elementos pós-textuais. Para questões referentes à

formatação, como capa, lombada da capa, ficha catalográfica, folha de aprovação

remete-se para a Resolução nº 2 de 2002 do CEPG/Conselho de Ensino para

Graduados e Pesquisa da UFRJ, na página da PR-21.

1 Disponível em http://www.pr2.ufrj.br/. Procurar CEPG/ Resoluções. Essa Resolução foi

modificada pela Res. CEPG 01/2016, no tocante aos exemplares a serem entregues: “Art. 10 Todo

o candidato ao título de mestre ou doutor, após aprovação no ato da defesa de dissertação de

Mestrado ou tese de Doutorado, deve entregar, ao Programa respectivo, um exemplar

encadernado em capa dura, na versão final, acompanhado de uma cópia em meio digital”.

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Além do cuidado com essas partes, é necessário observar a linguagem e

estilo, quadros e tabelas. Por fim, algumas sugestões para quando o sentimento é

semelhante àquele da Emília ao começar suas memórias.

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1. ELEMENTOS PRÉ-TEXTUAIS

São os elementos que antecedem o corpo do trabalho. São eles:

o capa,

o folha de rosto*,

o folha de aprovação,

o folha da ficha catalográfica,

o dedicatória,

o agradecimentos*,

o resumo em português*,

o resumo em língua estrangeira,

o resumo numa terceira língua,

o palavras-chaves*,

o sinopse,

o sumário,

o epígrafe

o listas de siglas

o lista de abreviaturas,

o lista de ilustrações,

o lista de quadros e

o lista de tabelas.

Aqueles itens assinalados com asterisco têm de estar presentes em

qualquer trabalho; os demais entram na dissertação e na tese, obrigatoriamente

(como a capa, a folha de aprovação) ou de forma opcional, seja em acordo com

uma necessidade específica (como a lista de abreviaturas), seja por questões

relacionadas à vida do autor (caso da dedicatória).

1.1. A folha de rosto

Na Faculdade de Letras da UFRJ os trabalhos da pós-graduação devem

apresentar uma folha de rosto, onde entram as informações necessárias para a

identificação do aluno, disciplina, professor responsável, período e unidade.

Exemplo a seguir. As imagens autorizadas da Minerva, símbolo da UFRJ, estão

na página da UFRJ, de onde podem ser extraídas. É só clicar na imagem a seguir,

pressionando a tecla “Control”:

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No caso de dissertações ou teses, a Resolução CEPG 02/2002

disciplina a formatação de todo o trabalho.

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Na folha de rosto entram dois aspectos relevantes: lá estão o título e a

autoria do texto.

1.1.1. O TÍTULO

• Refere o que está realmente no trabalho? (Volte a ele depois de

escrever todo o trabalho e confira se ainda acha que está bom).

• Atualmente títulos muito longos são estranhos, embora fossem uma

prática comum no passado. Um exemplo, o famoso dicionário do Pe.

Raphael Bluteau, publicado ao longo de quase uma década no século

XVIII, tem o título indicado a seguir:

BLUTEAU, Raphael. 1712-1721. Vocabulario Portuguez, e Latino,

aulico, anatomico, architectonico,bellico, botanico, brasilico, comico,

critico, chimico, dogmatico, dialectico, dendrologico, ecclesiastico,

etymologico, economico, florifero, forense, fructifero, geographico,

geometrico,gnomonico, hydrographico, homonymico,hierologico,

ichtiologico, indico, isagogico, laconico, liturgico, lithologico, medico,

musico meteorologico, nautico, numerico, neoterico, orthographico,

optico, ornithologico, poetico, philologico, pharmaceutico, quidditativo,

qualitativo, quantitativo, rhetorico, rustico, romano, symbolico,

synonimoco, syllabico,theologico, terapteutico, technologico, uranologico,

xenophonico, zoologico, Autorizado com exemplos dos melhores escritores

Portuguezes, e Latinos. Coimbra: Collegio das Artes da Companhia de

Jesus.

1.1.2. A AUTORIA

• Quem fez?

• Informar vínculo institucional e e-mail de contacto (visite a página da

intranet-UFRJ e, se quiser, crie um e-mail institucional) .

• Para trabalhos em coautoria, especificar a parte de cada coautor.

o A autoria não é um presente, mas a responsabilidade pública

sobre o que está ou será publicado.

o Jamais alguém pode ser incluído como autor por cortesia.

o Jamais alguém pode ser incluído como autor sem saber que seu

nome está coonestando o trabalho de outrem.

o Ter apenas digitado o texto, por exemplo, não faz de ninguém

um coautor, mas, certamente, trata-se de alguém que tem de

estar nos agradecimentos.

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o Os critérios na ordem de apresentação dos coautores podem

ser justificados, caso solicitado?

▪ Discuta com o grupo essa ordenação dos nomes.

▪ Em geral o primeiro autor é aquele que mais

contribuiu.

▪ Os demais autores podem ser apontados em ordem

alfabética ou na ordem de importância da contribuição

─ mas essa é uma decisão conjunta do grupo.

o O International Committee of Medical Journals Editors

(ICMJE) indica quatro critérios que têm de ser satisfeitos por

cada autor:

▪ Contribuições substanciais para a concepção e

planejamento do trabalho, ou a aquisição, análise ou

interpretação de dados para o trabalho; E

▪ Redação prévia ou revisão crítica no que respeita ao

conteúdo intelectual; E

▪ Aprovação final da versão a ser publicada; E

▪ Concordância em poder ser encarregado por todos os

aspectos do trabalho, assegurando que questões relativas à

precisão e integridade de qualquer parte do trabalho sejam

apropriadamente investigadas e resolvidas.

• Autorias que fogem às boas práticas acadêmicas:

o Autoria e/ou coautoria “convidada” (guest authors) - pessoas que têm seus

nomes incluídos como autores em um trabalho do qual não participaram. As

razões para esta prática são as mais variadas, como agradar a pessoas

hierarquicamente superiores, aumentar as chances de publicação do

trabalho com a inclusão de nomes de maior prestígio e reconhecimento

científico ou, ainda, troca de favores. Esta também é uma estratégia usada

para multiplicar a produção científica, por meio do estabelecimento de

“acordos de reciprocidade” entre pesquisadores que incluem os nomes um

do outro em seus trabalhos. Este tipo de autoria tem sido reportado como

existente entre 17% e 33% dos artigos publicados.

o Autoria e/ou coautoria “pressionada” - ocorre quando o responsável por

um grupo exige a inclusão de seu nome em todos os trabalhos realizados por

membros de sua equipe, mesmo naqueles onde sequer leu a redação final.

Muitas vezes, esta ação é considerada uma “tradição departamental”, já

bastante enraizada e que naturalmente vai sendo transmitida, sem que haja

necessidade de que esta pressão seja explícita.

o Autoria e/ou coautoria “fantasma” - não inclusão de indivíduos que

participaram de etapas importantes do estudo. Com muita frequência,

alunos e outros profissionais, como estatísticos, embora tenham contribuído

significativamente para a pesquisa não são incluídos. As razões para este

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tipo de prática também são diversas e, geralmente, as mais desonestas. Por

exemplo, um funcionário de uma companhia escreve um artigo de revisão

com o objetivo de promover um produto. Pesquisadores respeitados são

convidados a assumir a responsabilidade da autoria do manuscrito e

submetê-lo à publicação, em troca de honorários e sem revelar qualquer tipo

de conflito de interesse. Outros motivos para autoria fantasma são

desentendimentos e disputas por posições entre pesquisadores. Há também

casos em que o autor não quer ter seu nome relacionado ao artigo, pois os

resultados do estudo não são favoráveis às indústrias com as quais o

pesquisador mantém bom relacionamento, o que poderia prejudicar

financiamentos futuros. Um levantamento realizado mostrou que 11% dos

artigos publicados em seis revistas “peer-reviewed” envolviam autoria

fantasma.

Extraído de MONTEIRO, Rosangela et al. 2004.

• O trabalho foi apresentado antes? Igual ou em outra versão? Onde?

Em geral a informação sobre versões prévias é introduzida em forma

de nota.

1.2. FICHA CATALOGRÁFICA

É gerada automaticamente no formulário disponibilizado pelo SiBI-UFRJ,

disponível em:

http://xn--fichacatalogrfica-jpb.sibi.ufrj.br/

1.3. AGRADECIMENTOS ACADÊMICOS

• O nome apontado é de alguém que contribuiu acadêmica ou

financeiramente para o trabalho?

• Especifique a colaboração de cada uma das pessoas na lista de

agradecimentos.

• Os agradecimentos são acadêmicos; sendo assim têm de estar listados

nos agradecimentos:

o no caso de bolsista, a agência de fomento (indique o número

do auxílio);

o o orientador:

▪ se não houver agradecimentos ao orientador, fica

implícito que orientador e orientando estavam em

guerra;

▪ se o agradecimento vier lá pelo meio de uma lista

enorme de agradecimentos acadêmicos, ou se também

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aparecerem como orientadores os orientandos de

doutorado do orientador, fica implícito que o

orientador não orientou;

▪ (Vale a pena deixar o registro do mal-estar para a

posteridade?)

o a instituição em que o trabalho foi desenvolvido (o Programa

de Linguística da UFRJ; também outra instituição em que

tenha feito estágio, bolsa sanduíche...);

o se houve liberação no trabalho, diminuição de carga horária,

os responsáveis pela liberação;

o leitores de versões prévias:

▪ ponto delicado, porque esses leitores podem não estar

de acordo com a versão final, e os agradecimentos

podem levar a crer que sim (o que pode desagradar a

algumas dessas pessoas quando se tinha a intenção

oposta). Há duas possibilidades de solução, não

necessariamente excludentes:

• pedir autorização por escrito para o

agradecimento;

• incluir algo como “os problemas que vierem a

ser encontrados devem ser colocados na minha

conta”.

• É muito estranho abrir uma dissertação, tese ou qualquer outro

trabalho acadêmico e encontrar agradecimentos não acadêmicos,

como os exemplos a seguir, reais, que expõem desnecessariamente e

num contexto inapropriado a intimidade do autor:

o À minha cadela, que sempre quando eu estava triste me alegrou

(mesmo sem dizer uma palavra) com todo o seu amor.

o Aos meus amigos que acreditaram em mim.

o Às minhas tias que sempre se alegram com minhas conquistas

acadêmicas e pessoais.

o Primeiro de tudo, gostaria de agradecer a Deus por manter a minha

mãe ao meu lado.

o Agradeço ao meu namorado, XXXXX, com quem eu sei que passarei

o resto da minha vida.

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(E os amigos do café antes das aulas? As tias? Chame-os para uma

comemoração.)

• Outro problema delicado: é caso de agradecimento ou de coautoria?

Vale ler os artigos:

MONTEIRO, Rosangela et al. 2004. Critérios de autoria em trabalhos

científicos: um assunto polêmico e delicado. Revista Brasileira de Cirurgia

Cardiovascular [online].19 (4): III-VIII. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0102-76382004000400002&script=sci_arttext

>

MONTENEGRO, Mano R. & ALVES, Venâncio A. Ferreira. Critérios de

autoria e coautoria em trabalhos científicos. Acta Botanica Brasilica [online].

1997, 11 (2): 273-276 . Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0102-33061997000200014&script=sci_arttext>

1.4. RESUMO/ ABSTRACT/ RESUMÉ/ RESUMEN

• Reflete o conteúdo do texto?

• Lembre-se de que, especialmente no caso de artigos, muita gente só

lê essa parte do trabalho (até porque muitas publicações só permitem

acesso à íntegra do trabalho por meio de pagamento em dólares). Os

pontos centrais do trabalho têm de estar lá, a saber:

▪ objetivo,

▪ metodologia ,

▪ principais conclusões.

• Se a pesquisa passou pela aprovação de um CEP/ Comitê de Ética em

Pesquisa, o número de registro ao final do resumo.

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KRZYZANOWSKI; FERREIRA; MEDEIROS (2005:61)

1.5. PALAVRAS-CHAVES OU DESCRITORES

• de TRÊS a SEIS palavras ou expressões, em vocabulário controlado da

área de conhecimento, se houver;

• sem siglas não desenvolvidas: a função das palavras-chaves é a

recuperação da informação. OT, por exemplo, pode ser Teoria da

Otimalidade, mas, lançada num mecanismo de busca retorna,

basicamente, Old Testament; MCI não traz Modelo Cognitivo

Idealizado, mas um monte de máquinas de salgadinhos.

2. ELEMENTOS TEXTUAIS

Constituem o corpo do trabalho. Incluem a introdução, a metodologia, os

resultados, a discussão e a conclusão.

2.1. INTRODUÇÃO

Num trabalho de disciplina ou num artigo, dois ou três parágrafos, que

terão de indicar:

• o objetivo (Por que fiz esse trabalho?)

• alguém já tratou do tema? (Em que meu trabalho é original?)

• hipótese(s);

• a linha teórica do trabalho;

• a organização do trabalho.

A introdução é também uma justificativa de seu trabalho. Por que as

pessoas deveriam ler o que escreveu?

(a) qual a contribuição teórica do trabalho, em que medida ele avalia,

desenvolve ou inova ideias existentes?

(b) qual a contribuição de seus dados, do recorte que foi imposto aos

enunciados?

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(c) quais as razões para ter usado determinada técnica ou método

para a produção do conhecimento, do modo como os dados foram

coletados, organizados ou trabalhados?

Subdivida o trabalho em seções, que podem e devem ser

estruturadas em subseções, todas numeradas.

• A evitar:

• formulações vagas, que não permitem ao leitor

perceber de que trata o trabalho;

• desculpas antecipadas pela análise rasa que vai

apresentar ao leitor.

Alguns exemplos desses problemas, que levam ao desinteresse do leitor (e

à rejeição de um manuscrito):

o O objetivo deste trabalho é estudar “X”, focalizando PROBLEMAS

[Quais? Por quê?] referentes a esse tema...

o ALGUMAS PROPOSTAS DE ANÁLISE SERÃO DISCUTIDAS [Por que essas

algumas e não outras algumas?].

o Vamos abordar ALGUNS PROBLEMAS ligados a ....

o Este estudo tem como propósito abordar BREVEMENTE ...

o Buscaremos explicitar [o quê] de forma clara e sem nos

aprofundarmos muito, uma vez que o espaço para o trabalho é

muito pequeno... [O leitor que já fique preparado...]

• Num artigo, a revisão da literatura pode estar na introdução ou

ser deixada para a discussão.

• Na revisão da bibliografia sobre o tema, aponte o que é relevante para

o que vai focalizar; não faz sentido mencionar um autor só para falar

mal dele.

• Uma revisão bibliográfica pressupõe que os textos comentados foram

lidos, não que se procurou um atalho apenas resumindo os

comentários de uma revisão da literatura que um outro autor fez.

• Não comente textos que não leu, de que tem conhecimento pela

resenha que leu em algum autor: se a referência é de segunda mão,

cabem apenas as palavras de quem leu o texto de fato, o que será

assinalado por APUD, preposição latina que significa ‘em’. A evitar,

por conseguinte, casos como o do exemplo a seguir:

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O estudo das cores básicas de Berlin & Kay (1969, apud DUQUE,

2012) contribuiu significativamente para rediscutir o conceito

estruturalista da arbitrariedade do signo linguístico, pautada na

afirmação de que cada linguagem recorta a realidade de maneira

diversa. O estudo das cores evidenciou que há um inventário

universal de onze cores focais mais representativas nas línguas em

geral, e que seus membros não têm o mesmo status, há flexibilidade

na categorização das cores.

• A indicação Apud (lat. ‘em’) vem numa informação no padrão Apud

X, em que X é o autor lido pelo A. que estamos lendo.

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2.2. MATERIAIS E MÉTODOS (Como foi feito seu trabalho?);

o os dados têm que fonte?

o o tamanho da amostra

▪ Leitura recomendada:

NARO, Anthony & BRAGA, Maria Luiza. De quantos

falantes preciso?

2.3. RESULTADOS ( O que descobriu?)

2.4. DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

o os resultados confirmam a hipótese inicial?

o contradizem/confirmam propostas de outros autores?

Discussion: suggested format

Summarise results with respect to original question in the introduction

Acknowledge shortcomings

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Describe other related work

Explain why opposing evidence may be discounted

Summarise with conclusions

Liz WAGER, 2012. Writing the research paper

2.5. CONCLUSÃO o As conclusões seguem-se de tudo aquilo de que se tratou antes. o Não entram aí tópicos novos, não focalizados anteriormente,

surgidos do nada como um Deus ex machina acadêmico.

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3. ELEMENTOS PÓS-TEXTUAIS

3.1. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

• Anote as referências bibliográficas com cuidado, para que esta

parte do trabalho não contenha títulos ou autores com erros, ou

que não contemple parte dos trabalhos no corpo do texto porque

foram esquecidos.

• Ao citar, indique a fonte da citação de modo conciso no corpo

do trabalho: sobrenome do autor (jamais o prenome!) e, entre

parênteses, mas separados por dois pontos, o ano da edição

utilizada (que pode diferir do ano da impressão) e a(s) página(s).

Por que a indicação da página é importante?

o O leitor deve poder encontrar a obra e o trecho que você

citou ou a que se reportou, para confirmar a fidedignidade

do que está exposto, ou para procurar saber mais sobre as

ideias de um dado autor.

Monteiro (1986: 89).

o Nas referências bibliográficas constarão todas as

informações necessárias para que se saiba que, no caso do

exemplo, nos estamos reportando a

MONTEIRO, José Lemos. 1986. Morfologia portuguesa. Fortaleza:

EDUFC, 1987. 218pp.

o Se sua edição de Bloomfield, por exemplo, é de 1996, mas a

obra é de 1914, sem revisão posterior, não diga “Segundo

Bloomfield (1996)”, mas “Segundo Bloomfield (1914)” .

o Por que isso é importante? Porque situa o leitor quanto ao

momento histórico em que determinado trabalho que você

refere foi escrito.

• Nas referências bibliográficas entram APENAS os títulos de

trabalhos citados ou referidos no corpo do trabalho. Não há,

portanto, uma seção referências básicas. E por essa razão

não recebe a denominação bibliografia.

• Num trabalho de disciplina, não deixe que as referências

deponham contra você, evidenciando que nenhuma das leituras

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indicadas pelo Professor foi feita, e que você trabalhou tão-

somente com textos recomendados em semestres anteriores, em

textos para outra disciplina ou, pior, sem qualquer pesquisa.

• Se o trabalho trata das categorias em Aristóteles, um dos

pressupostos é que Aristóteles seja autor fundamental para o

desenvolvimento do trabalho.

3.2. Anexos

Anexo é “texto ou documento não elaborado pelo autor, que serve de

fundamentação, comprovação e ilustração” ABNT NBR 14724:2011

3.3. Apêndices

Apêndice é “texto ou documento elaborado pelo autor, a fim de

complementar sua argumentação, sem prejuízo da unidade nuclear do trabalho”. ABNT NBR 14724:2011

3.4. Glossário

4. LINGUAGEM, ESTILO

• A linguagem de um texto acadêmico é formal e segue as regras

ortográficas vigentes.

• Cada parágrafo deve ter um tópico, desenvolvido no parágrafo; por

isso parágrafos constituídos de uma frase apenas são estranhos.

• A linguagem de um texto acadêmico busca a precisão. Assim:

o especifique sempre a que autores ou obras se refere, ao

invés de apontar fontes vagas, como no exemplo a seguir

ALGUNS autores/ gramáticos afirmam que...

▪ Afinal: que autores você leu? São autores com

peso na área, ou é uma apostila do vestibular, um

livro escolar...?

o Demonstre com clareza suas ideias e seus objetivos

▪ se nem você souber sobre o que está escrevendo, o

trabalho será muito confuso;

o A avaliação de suas análises/ ideias cabe ao leitor. Cabe a

você argumentar contra uma análise/ proposta ou a favor

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dela. Pode, por conseguinte, banir de seu trabalho frases

como:

ACHO/ JULGO/ CONSIDERO a proposta de Mattoso Camara Jr VÁLIDA/

INTERESSANTE.;

Este trabalho constitui, portanto, UMA CONTRIBUIÇÃO ORIGINAL....

o Escuse argumentos falaciosos, como:

É ÓBVIO/EVIDENTE que ....

TODOS SABEM que....

A posição do autor é REACIONÁRIA/ DE VANGUARDA ...

o Sua argumentação, se bem conduzida, levará o leitor a

concluir isso.

o Por fim: um adjetivo (evidente, óbvio, original...) não

substitui sua argumentação.

• Uma pesquisa não é uma longa cópia. Citar é diferente de copiar.

• Traduzir, neste caso, é uma variação de copiar. Como no exemplo a

seguir, em que o texto em amarelo é tradução literal do texto a seguir,

a referência a Quirk & Greenbaum (1973) é equivocada e o uso de

APUD está incorreto.

Ainda segundo Quirk e Greenbaum (1973: 20. apud), é necessário dispensar

alguma atenção às duas classes adicionais, numerais e interjeições, que

apresentam dificuldades similares quanto à classificação tanto como da

classe fechada quanto como da classe aberta. Os numerais, sejam os

cardinais / one, two, three / ou os ordinais / first, second, third /, devem ser

colocados em algum lugar entre os itens de classe aberta e os de classe

fechada, pois assemelham-se aos primeiros pelo fato deles comporem uma

classe de adesão infinita, e por outro lado, lembram o últimos pelo fato das

relações semânticas entre eles serem mutuamente exclusivas e mutuamente

definidas. As interjeições, por sua vez, podem ser considerada uma classe

fechada, alegando-se que aquelas que são totalmente institucionalizadas são

em número reduzido. Mas ao contrário das classes fechadas, elas são

gramaticalmente periférica, ou seja, elas não entram em construções com

outras classes de palavras, e elas são apenas vagamente ligadas à frases com

quem podem ser ortograficamente ou fonologicamente associadas.

Tradução de AN-244 Phrasal Syntax seminar Marosán Lajos Parts of Speech

de Tarr Dániel, 1995

In:

https://www.google.com/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=1&

cad=rja&ved=0CDcQFjAA&url=http%3A%2F%2Fwww.tarrdaniel.com%

2Fdocuments%2FEnglish%2FPartsOfSpeech.doc&ei=G5w7UaWzJoqG9Q

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TklIDoAw&usg=AFQjCNFwnG4AxYZ1ZHxGx61N65lZrfarKw&sig2=e

QCOmvo4TH_0UA5vKUZ__g&bvm=bv.43287494,d.eWU

Some mention must be finally made of two additional classes, numerals and

interjections, which are common in the difficulty of classifying them as either

closed or open classes. Numerals whether the cardinal numerals /one, two,

three/, or the ordinal numerals /first, second, third/, must be placed

somewhere between open-class and closed-class items: they resemble the

former in that they make up a class of infinite membership; but they resemble

the latter in that the semantic relations among them are mutually exclusive

and mutually defining. Interjections might be considered a closed class on

the grounds that those that are fully institutionalized are few in number. But

unlike the closed classes, they are grammatically peripheral - they do not

enter into constructions with other word classes, and they are only loosely

connected to sentences with which they may be orthographically or

phonologically associated.

• Qualquer trecho copiado de uma obra tem de vir entre aspas, com clara

indicação da obra e da página de onde foi retirado (ver anotações

acerca de referências bibliográficas), deixando claro o que é a citação

e o que é o texto do autor do trabalho. E deve ser explicado por você.

• No caso de não haver citação, mas referência a trabalho alheio, mesmo

indicando claramente a fonte (autor, ano, página) ao referir-se a outro

autor, apresente as ideias dele com a sua redação, não com a dele, de

modo a que seu texto não venha a parecer uma cópia sem aspas.

5. FIGURAS, TABELAS E ILUSTRAÇÕES

• A finalidade de gráficos é facilitar a leitura, não embelezar a página.

• Alguns exemplos de como atrapalhar a leitura com uma tabela:

http://www.smashingmagazine.com/2010/05/10/imagine-a-pie-chart-

stomping-on-an-infographic-forever/

• Evite gráficos simples, como aquele a seguir, cujo conteúdo poderia

ser expresso numa frase curta.

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• Explique gráficos e tabelas.

• Estar na internet não significa não ter dono.

• Em manuscritos para publicação, reproduzir imagens, tabelas,

gráficos já publicados (na internet ou papel) cobertos por direito

autoral --- mesmo que sejamos nós os autores, mas seja a editora a

detentora dos direitos --- requer a autorização do detentor do direito

autoral (o que costuma ser caro).

6. SUGESTÕES

Por onde começar?

Comece descrevendo a metodologia em detalhe: como foi feito o trabalho?

Como foi constituído o corpus? É representativo? Qual a faixa etária da

população pesquisada? Se houver experimentos:

o quais as características dos participantes?

o qual o desenho do experimento?

o que procedimentos foram empregados?

Que resultados encontrou?

O que esses resultados significam? Faça a discussão dos resultados: confirmam

outros estudos? Trazem algo de novo?

Volte para a introdução, ajustando-a à nova perspectiva do problema.

Reveja o título: ainda está adequado?

Para desenvolver a Introdução – algumas sugestões

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1. Um ponto provocativo

One of the spontaneous complaints of many older people is of difficulty remembering

names, both the proper names of people and places and the common names of objects

and things. The complaint is typically that the speaker knows the elusive name but that it

‘‘just won’t come’’ (Cohen & Faulkner, 1986; Reason & Lucas, 1984). Research suggests

that word retrieval problems of this sort do not become significant until individuals reach

their 70s (Albert, Heller, & Milberg, 1988; Borod, Goodglass, & Kaplan, 1980; Nicholas,

Obler, Albert, & Goodglass, 1985), but that after that point problems can be detected in

the retrieval of common names (Albert et al., 1988; Au, Joung, Nicholas, Obler, Kass, &

Albert, 1995; Borod et al., 1980; Maylor, 1995; Nicholas et al., 1985), proper names

(Burke, MacKay, Worthley, & Wade, 1991; Cohen & Faulkner, 1986; Maylor, 1990,

1995), and verbs (Nicholas et al., 1985).

In a test which involves naming pictures of objects, an elderly person will succeed in

naming some items but struggle to recall the names of others. If there is a degree of

consistency in which items older people have difficulty naming and which they find

relatively easy, then it is possible to ask whether properties of the objects or their names

can be identified which affect the ease or difficulty of naming. If such properties can be

identified they should tell us something about the causes of naming problems in the

elderly.

Catherine HODGSON & Andrew W. ELLI. 1998. Last in, first to go: Age of acquisition

and naming in the elderly. Brain and Language 64, 146–163 (1998)

Nowadays, most adults probably write using a computer. Intensive use of word

processing programs and the handy tools they contain (copy/paste, automatic spelling

checks, etc.) is likely to modify high-level cognitive functions such as text composition

(see Cochran-Smith, 1991). The present study deals with a more basic aspect of computer

writing: the effects of dramatic motor changes resulting from the use of a keyboard

instead of a pen. Computers are now being increasingly used at school, even at the

preschool level, by very young children. If children happen to learn to write with a

keyboard before they master handwriting, will this affect the way they perceive written

language?

Marieke LONGCAMP, Marie-Thérèse ZERBATO-POUDOU, Jean-Luc VELAY. 2005.

The influence of writing practice on letter recognition in preschool children: A

comparison between handwriting and typing. Acta Psychologica 119 (2005) 67–79

2. Estatísticas

As estatísticas referentes aos índices de analfabetismo no Brasil revelam um dos mais

graves problemas sociais no país, não obstante esforços empreendidos pelo governo ou

pela sociedade, principalmente a partir do século XX, com o crescimento da população

residente em áreas urbanas. A preocupação com a solução desse problema está expressa

na “Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional”, aprovada em 1996. Essa lei, que

é a matriz da política educacional brasileira, estabelece, em seu artigo 32, que o ensino

fundamental, obrigatório e gratuito, que hoje em dia vem sendo ampliado de 8 para 9

anos nos sistemas estaduais de ensino, deve se voltar para o desenvolvimento da

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capacidade de aprender por meio do pleno domínio da leitura, da escrita e do cálculo.

Consiste, pois, em uma salvaguarda legal de que todos os brasileiros sejam introduzidos

na cultura de letramento, à qual têm acesso, historicamente, parcelas restritas da

população brasileira. A Tabela 1 mostra a taxa de analfabetismo dos brasileiros de 15

anos ou mais por grupos de idade, no período de 1998/2003.

Stella Maris BORTONI-RICARDO. 2006. Métodos de alfabetização e consciência

fonológica: o tratamento de regras de variação e mudança. SCRIPTA 9 (18): 201-220, 1º

sem. 2006.

3. Afirmação com detalhes históricos

Os estudos de língua no Brasil, especialmente de Língua Portuguesa, podem ser

divididos em duas épocas, localizando na fundação das Faculdades de Filosofia (1934

em São Paulo e 1939 no Rio de Janeiro) o marco divisor.

Ataliba CASTILHO. 1962. Estudos linguísticos no Brasil.

4. Uma citação De acordo com Mollica (2004, p.13), o preconceito linguístico tem sido um ponto

bastante debatido na área, uma vez que se nota ainda a predominância de “práticas

pedagógicas assentadas em diretrizes maniqueístas do tipo certo/errado”, que tomam

como referência o padrão culto. Para a autora, os estudos sociolinguísticos “oferecem

valiosa contribuição no sentido de destruir preconceitos linguísticos e de relativizar a

noção de erro, ao buscar descrever o padrão real que a escola, por exemplo, procura

desqualificar e banir como expressão linguística natural e legítima”.

SALOMÃO, 2011.

5 . Uma história No verão de 1969, quando tinha 11 anos, comprei um sistema estéreo na loja de som

perto de casa. Desembolsei os 100 dólares que tinha recebido aparando a grama dos

jardins vizinhos naquela primavera, a 75 cents a hora. Passava longas tardes no meu

quarto ouvindo discos: Cream, Rolling Stones, Chicago, Simon e Garfunkel, Bizet,

Tchaikovdky, George Shearing e o saxofonista Boots Randolph. Não colocava o volume

muito alto [....] mas ainda assim era barulho demais para meus pais. [....] Aqueles fones

mudaram para sempre meu modo de ouvir música.

LEVITIN, Daniel J. 2006. A música no seu cérebro.: a ciência de uma obsessão humana.

Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2010.

Para concluir – algumas sugestões

1. Resuma os principais pontos apresentados.

2. Tire conclusões dos exemplos que apresentou.

3. Retome a tese

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REFERÊNCIAS

ABNT . BNR 14724. Informação e documentação — Trabalhos acadêmicos —

Apresentação. Disponível em:

<http://www.oabce.org.br/arquivos/2011-05-03_20-36-06-ABNT-2011.pdf >

BORTONI-RICARDO, Stella Maris. 2006. Métodos de alfabetização e

consciência fonológica: o tratamento de regras de variação e mudança. SCRIPTA

9 (18): 201-220, 1º sem. 2006.

BLUTEAU, Raphael. 1712-1721. Vocabulario Portuguez, e Latino, aulico,

anatomico, architectonico,bellico, botanico, brasilico, comico, critico, chimico,

dogmatico, dialectico, dendrologico, ecclesiastico, etymologico, economico,

florifero, forense, fructifero, geographico, geometrico,gnomonico,

hydrographico, homonymico,hierologico, ichtiologico, indico, isagogico,

laconico, liturgico, lithologico, medico, musico meteorologico, nautico,

numerico, neoterico, orthographico, optico, ornithologico, poetico, philologico,

pharmaceutico, quidditativo, qualitativo, quantitativo, rhetorico, rustico, romano,

symbolico, synonimoco, syllabico,theologico, terapteutico, technologico,

uranologico, xenophonico, zoologico, Autorizado com exemplos dos melhores

escritores Portuguezes, e Latinos. Coimbra: Collegio das Artes da Companhia de

Jesus.

CASTILHO, Ataliba. 1962. Estudos linguísticos no Brasil: notas para sua

história. Disponível em:

< http://seer.fclar.unesp.br/alfa/article/download/3198/2925 >

HODGSON, Catherine & ELLI, Andrew W. 1998. Last in, first to go: Age of

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INTERNATIONAL COMMITTEE OF MEDICAL JOURNALS EDITORS/

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(orgs). Preparação de revistas científicas: Teoria e Prática. São Paulo,

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