guia o empresário do terceiro milênio

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A EMPRESA DO TERCEIRO MILÊNIO A EMPRESA DO TERCEIRO MILÊNIO A EMPRESA DO TERCEIRO MILÊNIO O EMPRESÁRIO DO TERCEIRO MILÊNIO

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Page 1: Guia O Empresário do Terceiro Milênio

1A EMPRESA DO TERCEIRO MILÊNIO

A EMPRESA DO TERCEIRO MILÊNIO

A EMPRESA DO TERCEIRO MILÊNIO

Realização

Parceria O EMPRESÁRIO DOTERCEIRO MILÊNIO

Page 2: Guia O Empresário do Terceiro Milênio

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Prefácio Desde a sua criação, em 2004, o Conselho Paranaense de Cidadania Empresarial - CPCE tem dedicado sua atenção e competências para contribuir com a solução, no plano das organizações empresariais, dos graves problemas que afetam a sustentabilidade do planeta. O consenso é que os empresários devem participar ativamente dessa temática, visto que sustentabilidade é o novo nome para desenvolvimento. Por isso, o mundo está exigindo de nós um esforço extra em favor não só da sustentabilidade ambiental, como também da sustentabilidade das relações humanas e das organizações humanas. O certo é que, como agente responsável pela cadeia de produção, o empresariado pode e deve enfatizar a questão do exercício da responsabilidade social. Por óbvio, não está ao nosso alcance construir o paraíso. Podemos, no entanto, nos empenhar para melhorar nosso mundo e estilo de vida. Estamos vivendo um dos mais importantes momentos de mudança na história e ele gira em torno da sustentabilidade. Não devemos esperar que apenas os governos e as organizações não-governamentais liderem as transformações que precisam acontecer. Todos devemos nos inserir neste processo. Nos fóruns do Conselho, as reflexões sempre aconteceram com o intuito de pesquisar, analisar e propor medidas que pudessem ser praticadas pelos empresários no exercício dessa responsabilidade. O guia “O EMPRESÁRIO DO TERCEIRO MILÊNIO”, formulado de modo objetivo e pragmático, é mais um importante passo nessa direção. Exemplos deste tipo são muito importantes nesta nova era e espero sinceramente que esta publicação nos ajude na tarefa de integrar as necessidades empresariais com os imperativos do desenvolvimento sustentável da nossa sociedade.

Rodrigo da Rocha LouresPresidente

Sistema Federação das Indústrias do Estado do Paraná

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Sumário

OBJETIVO 6CONSELHO PARANAENSE DE CIDADANIA EMPRESARIAL 6PRINCÍPIOS DO PACTO GLOBAL – UM COMPROMETIMENTO MUNDIAL 7OBJETIVOS DE DESENVOLVIMENTO DO MILÊNIO – ODM 9O EMPRESÁRIO DO TERCEIRO MILÊNIO 13Ame o seu Trabalho 3Valorize o Ser Humano 3Promova a Capacitação Profissional 3Desenvolva Liderança 3Saiba Gerenciar o Tempo 3Invista na Qualidade de Vida do Colaborador 3Invista na Qualidade de Vida do Empresário 3A Empresa do Terceiro Milênio 3Ambiente Físico da Empresa 3Informatize a Empresa 3Cultura de Inovação 3Comunicação na Empresa 3Conheça o Cliente e o Mercado 3Qualidade no atendimento ao Cliente 3Invista no Marketing da Empresa 3Responsabilidade Social e Ambiental 3Comércio Justo 3Controle seus Custos, Despesas e Compras 3Controle as Vendas 3Gerenciamento Financeiro 3Desenvolva Parcerias 3Faça do Banco seu Parceiro 3A Importância das Entidades de Classe 3O Contrato Social e o Processo Sucessório 3Encerrar uma Empresa que não dá Lucro é um Bom Negócio 3Lei Geral da Micro e Pequena Empresa 3METAS E INDICADORES DOS OBJETIVOS DO MILÊNIO 3BIBLIOGRAFIA E FONTES DE PESQUISA 3SITES DE INFORMAÇÃO E SUPORTE 3

Apresentação Este é um Guia de distribuição gratuita, focado nos empresários das micro, pequenas e médias empresas, que oferece uma visão macro de gerenciamento para a sustentabilidade da empresa. As micro e pequenas empresas correspondem a 95% do total de organizações no Paraná, participando de forma expressiva na economia do Estado. São responsáveis por mais de 50% dos empregos com carteira assinada e participam de 24% do PIB. No entanto, uma série de dificuldades, inclusive de capacitação, faz com que muitas delas fechem as portas nos primeiros anos de atividade, sendo que a média de mortalidade é em torno de 25%, ou seja, a cada quatro empresas abertas, uma não prospera. Para ajudar as empresas paranaenses a prosperarem e tornarem-se autossustentáveis, o Núcleo de Competência Comércio, Serviços e de apoio ao Desenvolvimento do Conselho Paranaense de Cidadania Empresarial (CPCE) desenvolveu este Guia por meio da geração coletiva de idéias. O Guia promove orientação e qualificação para empresários sobre questões econômicas e socioambientais que motivam os gestores à mudança de postura, fundamentada nos Princípios do Pacto Global e nos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM). Este material é utilizado no Programa “Empresa do Terceiro Milênio”, desenvolvido pelo CPCE em parceria com o Movimento Nacional para Reestruturação das Empresas Brasileiras (MNREB), que auxilia empresas a se adequarem, através de consultorias em diversas áreas, como capacitação, gestão, balanço socioambiental, planejamento tributário e societário, acesso a crédito, voluntariado, inovação e marketing, visando a sustentabilidade empresarial. Nas próximas páginas você vai conhecer quais os pré-requisitos e o que fazer para que sua organização atue como “Empresa do Terceiro Milênio”. Boa leitura.

Bem-vindo, Empresário do Terceiro Milênio!

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PRINCÍPIOS DO PACTO GLOBAL UM COMPROMETIMENTO MUNDIAL O Pacto Global é uma iniciativa desenvolvida pela Organização das Nações Unidas (ONU), com o objetivo de mobilizar a comunidade empresarial internacional para a adoção, em suas práticas de negócios, de valores fundamentais e internacionalmente aceitos nas áreas de direitos humanos, relações de trabalho, meio ambiente e combate à corrupção, refletidos em 10 princípios. Essa iniciativa conta com a participação de agências das Nações Unidas, empresas, sindicatos, organizações não-governamentais e demais parceiros necessários para a construção de um mercado global mais inclusivo e igualitário. Hoje já são mais de 5.200 organizações signatárias articuladas por 150 redes ao redor do mundo. As empresas participantes do Pacto Global são diversificadas e representam diferentes setores da economia, regiões geográficas e buscam gerenciar seu crescimento de uma maneira responsável, que contemple os interesses e preocupações de suas partes interessadas - incluindo funcionários, investidores, consumidores, organizações militantes, associações empresariais e comunidade. O Pacto Global não é um instrumento regulatório, um código de conduta obrigatório ou um fórum para policiar as políticas e práticas gerenciais. É uma iniciativa voluntária que procura fornecer diretrizes para a promoção do crescimento sustentável e da cidadania, através de lideranças corporativas comprometidas e inovadoras. Esses princípios se relacionam com os Objetivos do Desenvolvimento do Milênio (ODM). Ao incorporá-los à gestão empresarial, as organizações estão colocando em prática ações de Responsabilidade Social e Ambiental.

OBJETIVO O objetivo deste Guia é motivar os empresários para reflexão e inspirá-los para uma nova cultura empreendedora que gere empresas voltadas não somente ao lucro, mas que priorize o ser humano na empresa e esta na comunidade em que se insere, fundamentada nos Princípios do Pacto Global

e nos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM).

CONSELHO PARANAENSE DE CIDADANIA EMPRESARIAL O Conselho Paranaense de Cidadania Empresarial – CPCE do Sistema FIEP foi instalado em dezembro de 2004, com a missão de congregar as potencialidades e competências empresariais para promover o desenvolvimento sustentável do Paraná. A realização de parcerias é fundamental para melhoria e ampliação das ações de responsabilidade social. O CPCE estabelece mecanismos de apoio às empresas que têm interesse em investir na área socioambiental, bem como orienta sobre o investimento social privado e apóia a formação de empresários paranaenses comprometidos com os Princípios do Pacto Global e dos ODM para a prática da responsabilidade social e ambiental. O Conselho Superior, formado pelos Presidentes das 180 Instituições que compõe o CPCE, reúnem-se duas vezes ao ano para deliberarem sobre as ações propostas pelos Núcleos de Competências, integrados pelos representantes indicados por estes Presidentes que reúnem-se em Fóruns mensais de acordo com o setor de atividade da instituição. Os Núcleos de Competências - Indústrias e Sindicatos; Comércio, Serviços e de apoio ao Desenvolvimento; Instituições de Ensino Superior e Organizações do Terceiro Setor - permitem a transferência de competências empresariais entre os agentes envolvidos, tem como desafio adicionar valor às instituições, influenciar políticas públicas que promovem o desenvolvimento sustentável do Paraná, elaborar e articular projetos sociais, culturais, ambientais e de voluntariado para o alcance dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio no Estado do Paraná. O Fórum dos Coordenadores dos Núcleos ocorre todos os meses e a cada quatro meses todos os Núcleos reúnem-se no Fórum de Desenvolvimento para apresentação dos projetos do CPCE para construção de uma rede de conhecimento.

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O que a empresa pode fazer?1. Emitir uma clara declaração de apoio ao Pacto Global e seus dez princípios, e publicamente advogar o Pacto Global. Isso significa:

a) Informar os funcionários, acionistas, consumidores e fornecedores da sua adesão ao Pacto Global;b) Acessar a página web do Pacto Global (www.unglobalcompact.org) para conhecer as formas de integrar o Pacto Global e os dez princípios nos programas de desenvolvimento corporativo e treinamento;c) Incorporar os princípios do Pacto Global na declaração da missão da empresa;d) Incluir o compromisso com o Pacto Global no Relatório Anual e em outros documentos publicados pela empresa;e) Emitir comunicados para a imprensa (press-releases) para tornar o compromisso público.

OBJETIVOS DE DESENVOLVIMENTO MILÊNIO - ODM Os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio foram inspirados na reunião da Cúpula do Milênio, na ONU, no ano 2000. Na ocasião, os líderes mundiais discutiram sobre população, meio ambiente, direitos humanos e desenvolvimento social para a construção de um mundo mais pacífico, próspero e justo, através de ações e resultados concretos a serem atingidos até 2015. O trabalho desenvolvido pelo Movimento Nós Podemos Paraná é reconhecido nacional e internacionalmente. Em setembro 2008, o Movimento foi a única experiência da América Latina a ser apresentada no encontro promovido pela ONU, em Nova York. Outro reconhecimento foi a indicação do presidente do Sistema FIEP, Rodrigo da Rocha Loures, para assumir a Secretaria Executiva do Movimento Nacional pela Cidadania e Solidariedade - Nós Podemos. O destaque paranaense incentivou ainda outros estados a criarem movimentos regionais em prol dos ODM. Os primeiros a se estruturarem foram o Nós Podemos Paraíba, Nós Podemos Brasília e Nós Podemos Minas Gerais. São oito Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, desdobrados em 18 metas e 48 indicadores que descrevem o que é necessário fazer para reduzir a pobreza e atingir o desenvolvimento sustentável em 25 anos, no período de 1990 a 2015. O Brasil, em conjunto com outros 190 países membros da ONU, assinou a Declaração de compromisso. No final deste Guia, há uma compilação das metas e indicadores dos ODM. A seguir, uma breve descrição de cada um dos oitos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio:

Os 10 princípios do Pacto Global

Princípios de Direitos Humanos, baseados na Declaração Univer-sal dos Direitos Humanos - 1948

1 Respeitar e proteger os direitos humanos

2 Impedir violações de direitos humanos

Princípios do Trabalho Decente, baseados nas Convenções da OIT

3 Apoiar a liberdade de associação no trabalho

4 Abolir o trabalho forçado

5 Abolir o trabalho infantil

6 Eliminar a discriminação no ambiente de trabalho

Princípios de Proteção Ambiental, baseados na Declaração da Rio 92 sobre Meio Ambiente e De-senvolvimento

7Apoiar uma abordagem preventiva aos desafios am-bientais

8 Promover a responsabilidade ambiental

9Encorajar tecnologias que não agridem o meio am-biente

Princípio Anticorrupção, baseado na Convenção da ONU Contra a Corrupção

10Combater a corrupção em todas as suas formas, in-clusive extorsão e propina

Objetivos O objetivo do Pacto Global é encorajar o alinhamento das políticas e práticas empresariais com os valores e os objetivos aplicáveis internacionalmente e universalmente acordados. Estes valores principais foram separados em dez princípios chave, nas áreas de direitos humanos, direitos do trabalho, proteção ambiental e combate à corrupção.

Como aderir? Uma organização que queira assinar e se engajar no Pacto Global pode fazê-lo da seguinte forma:

1. Preencher no papel oficial da empresa a carta modelo de adesão e a ficha organizacional.2. Repassar a carta preenchida ao principal executivo da organização que deverá assinar. 3. Preencher o Formulário de Adesão no site www.pactoglobal.org.br/pactoglobal.aspx e anexar a carta de signação ao Pacto Global.

A carta de boas vindas, assim como todas as comunicações do Pacto Global, será enviada para os e-mails cadastrados na ficha organizacional enviada junto à carta de signação.

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Objetivo 4: Reduzir a mortalidade infantil “No Brasil, a cada 1.000 crianças que nascem, 28 morrem antes do primeiro ano de vida.”

No mundo, 11 milhões de bebês morrem de causas diversas todos os anos. Esse ainda é um número escandaloso, mesmo tendo diminuído desde 1980, quando as mortes somavam 15 milhões de crianças. O caminho para reduzir esse número, depende de muitos e variados meios, recursos, políticas e programas dirigidos não só às crianças, mas também às famílias e comunidades. Um desafio fundamental é o acesso à água potável pelas populações carentes. Os esforços podem ser decisivos para a redução da incidência de doenças causadas por infecções transmitidas pela água contaminada.

Objetivo 5: Melhorar a saúde das gestantes “No Brasil, morrem mais de duas mães a cada 1.000 nascimentos.”

O objetivo da redução da mortalidade materna só será alcançado com a promoção integral da saúde das mulheres em idade reprodutiva. A presença de pessoal qualificado na hora do parto será o reflexo do desenvolvimento de sistemas integrados de saúde pública.

Objetivo 6: Combater o HIV/Aids, a malária e outras doenças“O Brasil tem o maior número de casos de malária das Américas, sendo o terceiro lugar do mundo em incidência dessa doença.”

Em grandes regiões do mundo, epidemias vêm destruindo gerações e cerceando qualquer possibilidade de desenvolvimento. Parar a expansão das doenças e depois reduzir sua incidência dependerá, fundamentalmente, do acesso da população à informação, aos meios de prevenção e aos meios de tratamento, sem descuidar da criação de condições ambientais e nutritivas que estanquem os ciclos de reprodução das doenças.

Objetivo 1: Acabar com a fome e a miséria“No Brasil, há alimentos suficientes para alimentar toda a população. Apesar disso, 29% das pessoas estão abaixo da linha da pobreza e apresentam deficiência alimentar.”

Cerca de 1,2 bilhão de pessoas sobrevivem com menos do equivalente a um dólar por dia. Tal situação já começou a mudar em pelo menos 43 países, entre eles o Brasil, cujos povos somam 60% da população mundial. Nesses lugares, houve avanços em relação à meta de reduzir pela metade o número de pessoas que ganham quase nada e, por falta de emprego e de renda, são vulneráveis à fome.

Objetivo 2: Educação básica de qualidade para todos“O Brasil é o sétimo país do mundo em número de analfabetos. Dezoito milhões de brasileiros nunca passaram pela escola.”

Estão fora da escola 113 milhões de crianças no mundo. Entretanto, há exemplos concretos de que é possível diminuir o problema. Depois da matrícula, levará algum tempo para aumentar o número dos que completam o ciclo básico, mas o resultado será um número maior de adultos alfabetizados e capazes de contribuir para a sociedade como cidadãos e profissionais. O Brasil praticamente já atingiu a meta de incluir todas as crianças na escola. Assim, o esforço é pela melhoria da qualidade do ensino e pela ampliação do número de anos de estudo.

Objetivo 3: Igualdade entre os sexos e valorização da mulher“No Brasil, as mulheres chegam a ganhar até 40% menos que os homens para exercer o mesmo trabalho.”

Dois terços dos analfabetos do mundo são mulheres e 80% dos refugiados são mulheres e crianças. No Brasil, o nível de escolaridade das mulheres já é maior que o dos homens e elas são quase a metade da população economicamente ativa. O objetivo é combater o preconceito, ampliando as chances das mulheres no mercado de trabalho, com melhores empregos, equivalência ao salário dos homens para iguais funções e acesso a cargos de direção.

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O EMPRESÁRIO DO TERCEIRO MILÊNIO“Sou um só, mas ainda assim sou um. Não posso fazer tudo, mas posso fazer alguma coisa. E, por não poder fazer tudo, não me recusarei a fazer o pouco que posso... o que eu faço, é uma gota no meio de um oceano, mas sem ela, o oceano será menor...”Madre Teresa de Calcutá

Sustentabilidade: condução dos negócios e uso de recursos naturais considerando o direito

à vida das gerações futuras. Criação de Susie Pontarolli e Allan Krelling

A árvore foi escolhida justamente para representar as empresas e organizações porque ela é um ser vivo. Tal como a árvore, as empresas nascem, crescem, respiram evoluem e sobrevivem ou morrem, de acordo com uma série de fatores que influenciam o seu desenvolvimento. O “Empresário do Terceiro Milênio” deverá ser comprometido com a sustentabilidade do planeta. A sua empresa precisará ser economicamente viável, ambientalmente correta e socialmente justa. Para que isso ocorra é necessário que a empresa aplique as informações

Objetivo 7: Qualidade de vida e respeito ao meio ambiente “Apesar de o Brasil ter aproximadamente 12% de toda a água doce do planeta, 22 milhões de pessoas não têm acesso à água de boa qualidade.”

Um bilhão de pessoas no planeta ainda não tem acesso à água potável. A água e o saneamento são dois fatores ambientais básicos para a qualidade da vida humana. Junto com as florestas, as fontes energéticas, o ar e a biodiversidade, compõem o amplo leque de recursos naturais de que dispomos e de cuja existência e manutenção adequada dependemos nós e todas as demais formas de vida do planeta. Sem a adoção de políticas e programas ambientais, nada se conserva em grande escala, assim como sem a posse segura de suas terras e habitações, poucos se dedicarão à conquista de condições mais limpas e sadias para seu próprio entorno.

Objetivo 8: Todo mundo trabalhando pelo desenvolvimento“Muitas vezes, a solução de um problema pode servir de resposta para outros, principalmente quando pessoas, escolas, governos, sociedade civil, empresas e organizações sociais trabalham juntos.”

Muitos países pobres gastam mais com os juros de suas dívidas do que para superar seus problemas sociais. Já se abrem perspectivas, no entanto, para a redução desta dívida externa. Os objetivos levantados para atingir esta meta levam em conta uma série de fatores estruturais, que limitam o potencial para o desenvolvimento da imensa maioria dos países do Sul do planeta. Entre os indicadores escolhidos, está a ajuda oficial para a capacitação dos profissionais que pensarão e negociarão as novas formas de organização da economia e de distribuição de riqueza. Atualmente, muitos brasileiros trabalham de maneira individual, são autônomos. A falta de registro do negócio impede o trabalhador informal ter acesso ao crédito bancário, a emissão de notas fiscais, a assessoria contábil gratuita, a contratação de um ajudante, a obtenção de alvará de funcionamento, além da cobertura previdenciária. A Lei complementar 128/2008, facilitou para o trabalhador informal, que fatura até 36 mil reais por ano, a se tornar um Empreendedor Individual e contar com a ajuda do Governo Federal, da Previdência Social e do SEBRAE para fazer o seu empreendimento crescer e prosperar.

SUSTENTABILIDADE

- Comitê de Auditoria

Stakeholders

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contidas na Árvore da Sustentabilidade Empresarial.O texto a seguir poderá auxiliá-lo na busca deste propósito:

O Empresário do Terceiro Milênio caminha de mãos dadas com o progresso no desenvolvimento sustentável. Assim, neste pano de fundo ideológico global, figuram duas plataformas éticas básicas: O Pacto Global e os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, ambas das Nações Unidas. Conhecer e aplicar os Princípios do Pacto Global e os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio são fundamentais no cotidiano de qualquer empresa moderna e inovadora.Em 1987, o Relatório da Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento, definiu que a Sustentabilidade está em suprir as necessidades da geração presente, sem afetar a habilidade das gerações futuras de suprir suas necessidades. A Árvore da Sustentabilidade Empresarial apresenta, em sua copa, três dimensões que sempre deverão caminhar juntas: A dimensão econômica, social e ambiental.os principais tópicos atrelados aos três vértices da sustentabilidade: Social , Ambiental e Econômico. Não há como gerir uma organização sem que estas três dimensões estejam perfeitamente integradas e agindo sinergicamente no nível estratégico da organização. A gestão equilibrada da organização nestas três dimensões permitirá que ela se desenvolva e dê frutos à sociedade onde ela está inserida. Tais frutos se manifestarão como lucro responsável, que garantirá sua sobrevivência e longevidade. Na ala da Responsabilidade Social, o empresário deve ficar atento aos itens que tratam da Interação com a Comunidade, como a prática de ações e desenvolvimento de projetos sociais, além do apoio a Políticas Públicas, Voluntariado Corporativo e Filantropia. Na ala da Responsabilidade Ambiental, a preocupação do empresário moderno está justamente na preservação dos recursos naturais, relacionando os processos e produtos da empresa nos conceitos da Eco-Eficiência. Outra ação importante é o mapeamento de todas as partes interessadas, prestigiando o diálogo com os fornecedores, clientes e público interno. Uma ação extremamente relevante é empresa focada em seus fornecedores críticos, ou seja, ter o conhecimento e informação das empresas fornecedoras que podem colocar em risco o seu próprio negócio.

Um dos valores que deve estar inserido no pensamento do “Empresário do Terceiro Milênio” é a Transparência em suas atividades. Para que isso aconteça, o empresário poderá utilizar ferramentas de fácil acesso a todos, como elaboração do Balanço Social - modelo IBASE ou ETHOS e relatórios de sustentabilidade como o GRI (Global Reporting Initiative). O GRI é a principal ferramenta de comunicação do desempenho social, ambiental e econômico das organizações. É atualmente o mais completo e mundialmente difundido. Seu processo de elaboração contribui para o engajamento das partes interessadas da organização, a reflexão dos principais impactos, a definição dos indicadores e a comunicação com os públicos de interesse. Nas raizes da Árvore da Sustentabilidade Empresarial, muitas vezes não claramente percebidos e/ou verbalizados encontram-se quesitos relevantes para que a Empresa do Terceiro Milênio se desenvolva de forma sólida e equilibrada. Tais itens, que funcionam como uma série de referenciais éticos próprios, que guiam sua conduta e alimentam o seu desenvolvimento, são manifestados por meio dos valores subjacentes ao negócio, sua missão, sua visão, além da aplicação de um código de conduta e políticas específicas de relacionamento com os diversos públicos ligados à empresa. O Código de Conduta, além de elaborado, deverá ser discutido constante e abertamente com todas as partes interessadas. Os Valores, Missão e Visão da empresa, também devem ser dialogados principalmente com o público interno, de forma aberta, transparente e objetiva. Para a eficácia de uma melhor definição nesses itens, questões como “Como estou”, “Para onde eu vou” e “Como eu vou” são de suma importância. No jardim, fornecendo nutrientes para o desenvolvimento e evolução da árvore, estão as pessoas. De maneira mais incisiva, a força de trabalho direta que comtempla empregados, estagiários, terceirizados e contratados que prestam serviços nas dependências da organização, enfim, todos responsáveis pelo seu dia a dia. No limite extremo, do ponto de vista de uma organização verdadeiramente sustentável e socialmente responsável, devem estar incluídas todas as pessoas que atuam na sua cadeia produtiva. E por fim, a prática da Governança e as Políticas Corporativas em prol da Sustentabilidade: do exercício da Cidadania, das práticas da Diversidade e de Relacionamento com Fornecedores, além de serem fundamentais na estratégia de negócios da empresa moderna, acarretam na consciência das pessoas com responsabilidade individual e na melhor qualidade de vida.As orientações a seguir poderão auxiliá-lo na busca deste propósito.

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Não trabalhe apenas por dinheiro. O dinheiro é conseqüência de um trabalho feito com dedicação e paixão. Saiba exatamente o que você gosta de fazer e qual a sua vocação, pois as maiores probabilidades de sucesso estão ligadas às áreas nas quais você possui afinidades. Dedique-se de

cérebro, coração e alma ao seu empreendimento. Tenha prazer em trabalhar e não tenha medo de trabalhar muito. Estabeleça metas ousadas e se esforce para alcançá-las. Lembre-se: Seja empresário somente quando dispuser de tempo para o negócio e/ou pessoas de confiança para gerenciar a empresa.

“A melhor pessoa do mundo no negócio ou no cargo errado ainda tem alguma chance. O melhor negócio ou cargo do mundo com a pessoa errada não tem chance nenhuma.” Jack Welch

Segundo Humberto Maturana, o amar é a única emoção que abre o escutar, o ouvir. O amar é honesto, respeita a si mesmo e está inteiro onde estiver. O fundamento de conduta ética do amar é não fazer nada que prejudique o outro e estar em busca da sustentabilidade. Crie condições para que os colaboradores se realizem no campo profissional e pessoal, assim o desempenho e o comprometimento são maximizados gerando desenvolvimento de competências e espaço para intra-empreender. Não é possível desvincular estas duas condições de ser humano sem prejuízo, tanto para a empresa quanto para o colaborador. Crie na organização um ambiente propício à inovação e incentive a troca de informações entre os mais diversos níveis da empresa. Valorizar as pessoas significa assegurar seu desenvolvimento, bem estar e satisfação, criando práticas produtivas para atrair e reter talentos dentro de um clima organizacional participativo e agradável, com consequente comprometimento do colaborador com a organização. Tenha sempre o bom

Valorize o Ser Humano“Não podemos buscar realização

para nós mesmos e esquec

er do

progresso e prosper

idade para

nossa comunidade.”

Cesar Chavez

hábito de criticar particularmente e elogiar publicamente. São fatores fundamentais para a automotivação e autonomia do colaborador, o conhecimento da Missão e Valores da organização e o acesso às informações necessárias ao desenvolvimento de sua função. Quando o colaborador entende o processo como um todo e o objetivo de determinada tarefa, obtém-se o comprometimento.

O empresário deve investir na própria formação profissional para aprimoramento

contínuo da gestão do empreendimento. A empresa é a junção do intelecto de

todas as pessoas que a compõem, direcionadas pela Visão e Missão da empresa. Em todos os

níveis, a organização deve se cercar de profissionais capacitados, investindo na qualificação de todos os colaboradores. Em contrapartida, a empresa terá um maior comprometimento do grupo, alcançando excelência nos produtos e serviços disponibilizados. A maioria das empresas começa com o sonho de um empreendedor. Conforme a empresa vai crescendo e ganhando corpo, o empreendedor percebe que seu conhecimento, muitas vezes focado somente no negócio, não é suficiente para manter o empreendimento. Este é o momento da contratação de mão-de-obra qualificada. Lembre-se de que “não existe um exército de uma pessoa só.” O próprio empreendedor deve continuamente qualificar-se, buscando conhecimentos nas mais diversas áreas, pois, caso contrário, devido à velocidade do mundo moderno, poderá ficar desatualizado e, como conseqüência, levar a organização a ficar fora do mercado. Os empresários e colaboradores devem se atualizar através de feiras e congressos, tanto nacionais quanto internacionais, da leitura de revistas especializadas, de gerenciamento, de economia e utilizar a internet como ferramenta de estudo e pesquisa.

Promova a Capacitação Profissional

Ame o seu trabalho

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“O único lugar aonde o

sucesso vem antes do

trabalho é no dicionário.”

Albert Einstein

“A imaginação é mais

importante que o

conhecimento.”

Albert Einstein

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de início e término, e procure cumpri-los. Faça um acompanhamento contínuo da agenda, verifique a ocorrência das falhas e qual o motivo que inviabilizou o cumprimento dos horários. Se tiver algum impedimento para cumprir um compromisso agendado, comunique sua ausência ou seu atraso o mais rápido possível, em respeito às outras pessoas. Para os eventos não agendados, avalie a possibilidade de encaixá-los em sua agenda sem detrimento dos seus compromissos já formalizados. Na impossibilidade, agende uma data conveniente com os envolvidos. Mesmo que somente por educação, tente atender a todas as pessoas e solicitações, se possível de uma forma polida e padrão para todos. Se não lhe for conveniente atender um compromisso não agendado, retorne posteriormente uma ligação a esta pessoa e agende a visita em outro horário, porém, seja objetivo, imponha limites e mantenha os horários. As reuniões são extremamente importantes para o desenvolvimento da empresa, oferecem a troca de informações, posicionamento dos projetos, soluções e direcionamentos da organização, porém elas devem ser rápidas, com pauta e horários definidos e formalização dos resultados através das atas. Encontre um ponto de equilíbrio, pois o excesso de reuniões e a falta de objetividade são extremamente prejudiciais para a empresa. Um grande fator de desmotivação da participação em reuniões é decorrente da falta de resultados obtidos com as mesmas. É imperativo acompanhar e cobrar os resultados compromissados.

A qualidade de vida do colaborador é, em grande parte, responsabilidade dele próprio. O colaborador deve preferir uma alimentação saudável, afastar-se dos vícios, praticar esportes e dormir o necessário para estar preparado e com energia necessária para enfrentar mais um dia de trabalho. Deve tirar férias regulares e investir constantemente em seu progresso profissional. O empresário, por sua vez, deve incentivar e promover programas que melhorem a qualidade de vida de todos. Citamos, entre muitos, os programas de ginástica laboral, anti-tabagismo, prevenção do alcoolismo e gravidez precoce, primeiros socorros e prevenção de acidentes domésticos. São programas simples e de baixo custo que podem ser implementados por

Identifique e forme talentos transformando-os em líderes na sua empresa. Os líderes devem ser exemplos para a organização, oferecendo uma postura ética, transparente, baseada no respeito e na confiança mútua, atendendo as necessidades de todos da empresa, dos colaboradores, dos clientes e fornecedores As lideranças inovadoras buscam potencializar a capacidade de inovação dos colaboradores, por meio de um modelo e rotina organizacional adotados na gestão de seus recursos intelectuais, financeiros, tecnológicos e humanos, implantando a prática da cultura de inovação e têm papel chave no processo de inovação dentro das empresas. Para isto são desenvolvidas habilidades nos profissionais para:

criar ambientes organizacionais propícios à inovação;•assumir e aceitar o risco;•provocar mudanças;•enxergar as mudanças como oportunidade de criar novos negócios, de •

INOVAR;conduzir as organizações de forma receptiva à inovação;•promover a inovação, o crescimento e o sucesso das organizações.•

A ação da liderança propiciar a manutenção dos objetivos da organização, levando em conta as relações com todas as partes interessadas, de forma a obter seu comprometimento para concretizar a Visão e Missão da organização. Cabe ainda ao líder a responsabilidade de manter o moral da equipe elevada, utilizando mecanismos justos e éticos para este fim. Esses princípios éticos devem ser base de um sistema de gestão eficaz que se aplica a todos: clientes, fornecedores, acionistas, proprietários, órgãos do governo, sindicatos ou outras partes interessadas.

O tempo é um componente que nunca pode

ser recuperado. A otimização do tempo é um exercício que deve ser constantemente praticado e almejado. Registre previamente em uma agenda todos os compromissos, determinando os horários

Invista na Qualidade de Vida do Colaborador “Cada um pensa em mudar

a humanidade, mas ninguém

pensa em mudar a si mesmo.”

Leon Tolstoi

18 19

Saiba Gerenciar o Tempo“O seu bem mais valioso, mas

deteriorável é o seu tempo. Seja

sempre pontual. Líderes de verdade

não deixam os outros esperando.”

Walter Merryweather

Desenvolva Liderança“Comandar é servir,

nada mais e nada menos.”

André Malraux

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o quanto é suficiente. O empresário deve ainda ter a coragem de responder a si mesmo o por quê e para que de tanta dedicação, definindo limites que busquem o equilíbrio entre as atividades empresariais e sua vida pessoal. Em momento algum estamos desestimulando o crescimento das empresas, apenas lembrando que tudo é proporcional. Maiores empresas normalmente geram maiores lucros e maiores “dores de cabeça.” É importante encontrar o ponto de equilíbrio no tamanho da empresa e, na medida em que ela vai crescendo, o caminho mais indicado é o da profissionalização, com o domínio dos processos administrativos, financeiros e contábeis, promovendo uma descentralização de poder de forma a garantir alguma qualidade de vida do empreendedor. O bem mais precioso do ser humano é a sua saúde e, muitas vezes, as pessoas só descobrem esta verdade tardiamente.

A vantagem competitiva das empresas é representada cada vez mais pela qualidade na gestão, baseada em critérios como planejamento estratégico, inovação, liderança, inserção de mestres e doutores, informação e conhecimento do negócio, excelência no atendimento e fidelização de clientes, inteligência emocional no trato com as pessoas, sistematização e domínio dos processos administrativos e produtivos, instalações modernas e gestão dos resultados. No cenário atual e nos cenários futuros que se desenham, cada vez mais a inovação passa a ser aliada a competitividade e sustentabilidade das empresas. O salto do conhecimento científico para a inovação, no âmbito das empresas, depende de um diálogo sinérgico e efetivo entre academia e empresas.

O ambiente físico da organização é muito importante para o bem estar do ser humano, influenciando diretamente no desempenho dos colaboradores e com grandes reflexos na visibilidade da empresa junto aos seus

todas as empresas. A qualidade de vida dos colaboradores muitas vezes está ligada à forma como ele administra as suas finanças. Um colaborador endividado, de forma geral, apresenta dificuldades em permanecer focado em seu trabalho. Assim, é uma boa prática promover orientações no âmbito do gerenciamento

financeiro do colaborador, aconselhando-o, por exemplo, a não ser avalista ou fornecer seu nome para compras de terceiros. A empresa poderá ainda criar uma política de auxílio financeiro para atender os casos emergenciais. É desnecessário dizer que a mão-de-obra formal, salários justos e pontuais, valorização das pessoas, treinamento contínuo, transparência e ética do gestor, tanto interna quanto externamente, refletem diretamente na qualidade de vida dos colaboradores. O salário deve estar em conformidade com a atividade exercida pelo colaborador, com o custo de vida local, com risco e complexidade da profissão e com a capacidade financeira da empresa. Em circunstâncias normais, um salário justo é a quantia necessária para que o empregado possa ter uma vida com dignidade. Todas estas ações e atitudes resultam em uma equipe motivada e com orgulho da empresa. Adicione um produto ou serviço de qualidade e terá uma empresa de sucesso.

Para se sentir completo, o ser humano necessita se manter equilibrado, tanto no âmbito material, quanto no emocional e espiritual. A profissão de empresário, muitas vezes, impõe excesso de trabalho, ausência do convívio familiar e de férias regulares. Isto leva a uma significativa perda de qualidade de vida e gera grande estresse, decorrente muitas vezes de não saber

A Empresa do Terceiro Milênio

“A maior responsabilidade social

das empresas é prospe

rar, gerar

empregos, trabalhar de forma

justa, ética e compromissada com a

comunidade na qual se insere.”

Heitor Côrtes Netto e Clóvis

Mainardi Ferreira

20

Invista na Qualidade de Vida do Empresário

“O que você vai fazer com a vida que

lhe foi dada de presente? Com certeza

esta será uma questão importante no

futuro. Então faça com que esta questão

seja importante também no presente.”

Velha Benção do Oriente Médio

21

Ambiente Físico da Empresa“Crie seu próprio estilo vi

sual,

deixe-o ser único para você e,

contudo, identificável para os

outros.”Orson Welles

Page 12: Guia O Empresário do Terceiro Milênio

2222 23

Tenha como pilar gerencial da empresa a Cultura de Inovação. E não se iluda, porque o primeiro que tem de acreditar na Cultura da Inovação é o próprio administrador do negócio. Se o empresário não tem esta característica, nada irá mudar. Reforçamos que “a empresa tem a cara do dono”. Marc Giget, um dos mais conhecidos especialistas em inovação da Europa, defende que a inovação é um lugar de encontro entre cultura técnica, sociológica, filosófica, histórica, humanista criativa, estética e que todo inovador deve ter consciência para engajar-se na concepção e na implementação de inovações com forte valor agregado. Os grandes filósofos têm um pensamento simples, claro, genérico, atemporal, “operacional” e foram em sua maioria, grandes inventores, inclusive na vida cotidiana. Do parafuso à linguagem numérica, devemos a eles numerosas inovações muito concretas e que estão a serviço da sociedade. A inovação também é a arte de implementar. O inovador é um mestre de obras da realização, organização, da repartição do trabalho, do planejamento. Incentive a troca de informações, tenha uma gestão democrática e propicie que os colaboradores participem do direcionamento estratégico da organização. É muito importante que os gestores aceitem e promovam esta cultura de inovação. O empresário nunca deve perder o contato com o “chão de fábrica”, deve cooperar para inovar, incentivar a busca pela excelência, sempre ter o desejo de fazer as coisas de uma maneira nova e diferente, ter coragem de arriscar e ser tolerante ao erro bem intencionado.

Ter o respeito humano como espinha dorsal da sua empresa fará com que erre menos na formação de uma equipe compromissada com a organização. Para instaurar a prática sistemática da cultura de inovação, e mantê-la competitiva ao longo do tempo, é importante desenvolver competências como intra-empreendedorismo, criatividade e estimular os colaboradores na criação de ambientes inovativos que contribuam com o processo de inovação na empresa.

clientes e fornecedores. Portanto, programe-se para manter a empresa sempre bem instalada e aparelhada. Faça um fundo de reservas para reformas e invista permanentemente nas instalações e infraestrutura. É motivo de satisfação para os clientes acompanhar o crescimento e as melhorias da empresa com as quais eles se relacionam.

Na decisão do processo de informatização deve ser considerada a possibilidade de que uma escolha incorreta do sistema, do processo de implantação, possa causar um transtorno operacional, prejuízos financeiros e da imagem da organização. Realize um levantamento junto ao seu Sindicato, ou seu concorrente, por exemplo, para verificar qual a solução de informatização mais adequada para o seu caso, evitando gastos desnecessários. Lembre-se que, na maioria dos casos, não é preciso adquirir equipamentos de última geração para a execução de atividades rotineiras. Esta é uma maneira de obter os grandes benefícios da informatização a baixo custo. Utilize um bom sistema de gestão e controle, cuja aquisição/implantação pode aparentemente ter um custo elevado, mas com eliminação das perdas e com os ganhos na gestão e melhoria dos controles da empresa, serão rapidamente recuperados, caso as informações e estatísticas disponibilizadas sejam consistentes. Um erro comum, porém óbvio, é realizar investimentos em sistemas e não tirar proveito das informações e consultas disponíveis. Os sistemas, relatórios, consultas e controles, por si só não têm razão de existir. É necessário um constante e contínuo trabalho dos gestores, analisando e acompanhando as informações, que servirão de base para as tomadas de decisão. Sempre que possível, opte pelos processos e procedimentos mais simples e que normalmente têm a maior chance de serem implantados. Analise por exemplo, os itens mais importantes, utilizando o princípio de Pareto, que nos sugere despender apenas 20% dos recursos para resolver 80% dos problemas.

A EMPRESA DO TERCEIRO MILÊNIO

Cultura da Inovação

Mercado

Empresário

Empresa

INOVAÇÃO

Informatize a Empresa “Eu não temo os computadores.

Eu temo a ausência deles.”

Isaac Asimov

Cultura de Inovação “Não resista a mudanças; elas

são eternas. Tenha coragem de

arriscar, isto é essencial.”

Karl Johnson

Page 13: Guia O Empresário do Terceiro Milênio

2424

Existem inúmeros programas de comunicação entre os mais diversos níveis da empresa que podem e devem ser implantados. A grande maioria destes programas, para não dizer a sua totalidade, apresenta resultados positivos. Como exemplo, citamos:

Café da Manhã com o Presidente:• em datas regulares, os gestores convidam certo número de colaboradores de uma mesma área, ou de diversas áreas da empresa, para uma conversa informal e descontraída no café da manhã.

Visita dos Familiares:• com freqüência determinada, são sorteados alguns funcionários para mostrar a empresa aos seus familiares. Desta maneira, a empresa passa a ser vista como uma extensão da casa e da família.

Palavra do Presidente:• reunião informal, na qual os gestores fazem uma exposição simples e objetiva da empresa para todos os colaboradores.

Informativos e Murais: • através dos murais, a empresa deve manter os funcionários permanentemente informados, através de comunicados que podem ser afixados junto ao relógio de ponto, refeitório e banheiros.

Uma importante ferramenta é a Pesquisa de Clima Organizacional que dever ser realizada anualmente. Ela é um termômetro das relações internas da empresa e fornece subsídios e direcionamentos aos Programas de Treinamento.

Amplie sua visão de quem realmente é seu concorrente. Muitas vezes, o seu concorrente não é aquele que está no mesmo segmento em que sua empresa atua. Tenha o hábito de planejar e pesquisar o mercado e não encare estes recursos e tempo despendido como inúteis ou como burocracia. O entendimento, tanto do cliente, quanto do mercado, permite conhecer as necessidades atuais e futuras, perpetuando a organização e estabelecendo relações duradouras, o que normalmente se traduzirão em lucro. Estes conhecimentos vão ajudá-lo a

Comunicação na Empresa “Reunir-se é um começo

,

permanecer juntos é um

progresso, e trabalhar

juntos é sucesso.”

Henry Ford

Conheça o Cliente e o Mercado

“A informação é tudo. Se você

sabe mais que todos, pensou mais a

respeito e assimilou o

que realmente

importa no seu negócio, você

terá

sucesso.” Jeffrey Klein

O QUEO MERCADO QUER?

O QUE O MERCADO

PRECISA?QUEM SÃO MEUS

CONCORRENTES?

incrementar as características e atributos do seu produto ou serviço, que o diferenciarão da concorrência. Sempre é época de inovar, pesquisar e aprender, e não somente quando ocorrem crises.O foco no mercado mantém a organização atenta às mudanças, principalmente, em relação aos concorrentes e à postura dos clientes, antecipando suas demandas e necessidades, atingindo novos segmentos e preferências com consequente fidelização à marca, ao produto ou à organização. É essencial para o sucesso de uma

organização ter agilidade e pró-atividade, adaptando-se às novas tendências do ambiente externo, aos desenvolvimentos tecnológicos, aos requisitos legais e estar atento às mudanças estratégicas dos concorrentes.

A política empresarial, baseada em parceria, visa

atender o cliente com qualidade e satisfazê-lo, o que não se resume a tratá-lo bem, com cortesia, é muito mais do que isso. Significa manter seu foco no foco do cliente, acrescentar benefícios aos produtos e serviços objetivando superar as expectativas, pois, para a maioria dos clientes, a qualidade do produto e/ou serviço é mais importante do que seu preço. A implantação de um serviço orientado ao cliente requer um absoluto comprometimento da organização inteira, começando pela diretoria e finalizando na portaria. Este modelo de gestão requer uma maior autonomia e apoio ao pessoal de linha de frente, assegurando a perfeita coordenação e interação entre todos os departamentos. É fundamental o treinamento e padronização do atendimento de todos aqueles que têm um contato com os clientes. Atualmente os vendedores devem ser consultores de negócios, estabelecendo um canal de comunicação direto entre o cliente e a empresa. As críticas e sugestões devem ser transformadas em melhorias de produtos e serviços, resultando, assim, na fidelização do cliente. Em outras palavras, tem que se estabelecer uma parceria não só com o cliente, mas também com seu funcionário, já que sua cooperação e fundamental para o sucesso de qualquer plano de atendimento. Se uma empresa não procurar conhecer seu cliente para atender suas necessidades e expectativas, certamente haverá um concorrente que o fará.

Qualidade no atendimento ao Cliente

25

“O sorriso é o caminho mais curto entre duas pessoas.”Victor Borge

Page 14: Guia O Empresário do Terceiro Milênio

2626 27

A empresa deve desenvolver o marketing olhando seus produtos e/ou serviços como se fossem os clientes e, ao mesmo tempo, realizar ações inteligentes que tornem os clientes menos sensíveis ao preço. Marca é uma promessa que se faz ao coração e à mente do cliente. Conquiste as pessoas para que se tornem leais defensoras do seu produto e sejam seus clientes. Atue de forma honesta, verdadeira e ética, senão promoverá o efeito contrário ao desejado. As empresas devem estabelecer uma comunicação efetiva com seu público-alvo, escutando e antecipando os anseios e necessidades dos clientes. O uso eficiente das ferramentas de comunicação pode despertar a consciência do cliente sobre os benefícios do produto ou serviço. Uma caixa de sugestão é uma forma simples e econômica de conhecer as opiniões dos clientes e as possibilidades de melhoria.

Outras possibilidades de comunicação efetiva são: Pesquisa de satisfação;•SAC – Serviço de Atendimento ao Cliente;•Mala direta, física ou por e-mail;•Propaganda;•Assessoria de imprensa;•Promoção no ponto de venda.•

Ao investir em comunicação, uma das ferramentas do Marketing, a empresa precisa estar atenta à relação custo benefício que a mesma trará. Alguns cuidados básicos devem ser considerados:

Quando e quanto deve ser gasto em comunicação?•Quais os objetivos da comunicação?•Que tipo de mensagem e estratégia criativa será usada?•Como avaliar o retorno do investimento em comunicação?•Quem é o público-alvo? •

Invista em todas as ferramentas viáveis para construir uma relação duradoura com os clientes. Hoje em dia, por exemplo, ter um site bem elaborado na Internet é quase imprescindível, mas tenha o cuidado de mantê-

Invista no Marketing da Empresa

“Marketing é fazer com qu

e

toda a empresa olhe com os

olhos dos seus clientes.”

Peter Drucker

lo sempre atualizado, oferecendo respostas rápidas e consistentes. Nunca deixe o cliente sem resposta, atendendo prioritariamente às reclamações de forma profissional e atenciosa.

Lembre-se que habitamos um Planeta emprestado das próximas gerações

Por isso, a responsabilidade de cada um de nós e de nossas empresas, vai muito além do que

estamos habituados a nos preocupar. As organizações devem apresentar uma

relação ética e transparente com todos os públicos com os quais ela se relaciona. Devem estar voltadas para o desenvolvimento

sustentável da sociedade, com ações que resultem na valorização do ser humano e na preservação dos recursos ambientais e culturais para as futuras gerações. Respeitar a diversidade e promover a redução das desigualdades sociais deve ser parte integrante da estratégia das organizações, atendendo aos Princípios do Pacto Global e aos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio. A empresa deve buscar o desenvolvimento sustentável identificando os impactos socioambientais que possam ser de responsabilidade das suas instalações, dos seus processos produtivos e dos seus produtos e serviços. Com base neste estudo, a empresa deve executar ações preventivas ou corretivas visando eliminar ou minimizar esses impactos em todo o ciclo de vida das instalações, produtos e serviços. Adicionalmente, as empresas, independente do seu porte, devem buscar a preservação dos ecossistemas, a conservação dos recursos não renováveis e o uso racional dos recursos renováveis, além do atendimento e superação dos requisitos legais e regulamentares a ela associados. A Responsabilidade Social e Ambiental reconhece a comunidade como parte integrante da organização, com necessidades e expectativas que precisam ser identificadas, compreendidas e atendidas. Trata-se de um constante exercício da consciência moral e cívica da organização, resultante da ampla compreensão do papel da empresa no desenvolvimento social. Citamos, por exemplo, o cumprimento do Estatuto do Idoso “Art. 41. É assegurada a reserva, para os idosos, nos termos da lei local, de 5% (cinco por cento) das vagas nos estacionamentos públicos e privados, as quais deverão ser posicionadas de

A EMPRESA DO TERCEIRO MILÊNIO

A EMPRESA DO TERCEIRO MILÊNIO

Responsabilidade Social e Ambiental

“Participar de ações sociais é

a única forma de devolver à

sociedade aquilo que ela nos deu

como participação no mercado.”

Adolfo Rolim Amaro

Page 15: Guia O Empresário do Terceiro Milênio

2828 29

forma a garantir a melhor comodidade ao idoso.” E o cumprimento do Decreto 5.296 – dezembro/2004 Art. 25. “Nos estacionamentos externos ou internos das edificações de uso público ou de uso coletivo, ou naqueles localizados nas vias públicas, serão reservados, pelo menos, 2% (dois por cento) do total de vagas para veículos que transportem Pessoa com Deficiência física ou visual definidas neste Decreto, sendo assegurada, no mínimo, uma vaga, em locais próximos à entrada principal ou ao elevador, de fácil acesso à circulação de pedestres, com especificações técnicas de desenho e traçado conforme o estabelecido nas normas técnicas de acessibilidade da NBR 9050”. Citamos também a Lei de Cotas Nº 8.213, de 24 de julho de 1991, no Art. 93. que diz “a empresa com 100 (cem) ou mais empregados está obrigada a preencher de 2% (dois por cento) a 5% (cinco por cento) dos seus cargos com beneficiários reabilitados ou Pessoas com Deficiência, habilitadas, na seguinte proporção: destina até 5% (cinco por cento) das vagas para trabalhadores com deficiência em empresas com mais de cem funcionários. Assim, empresas com até 200 empregados deverão reservar 2% (dois por cento) das vagas para atender à Lei. De 201 a 500 trabalhadores, a cota é de 3% (três por cento), de 501 a mil funcionários, 4% (quatro por cento) das vagas para pessoas com deficiência e de 1.001 empregados em diante, 5% (cinco por cento)”; e a Lei do Menor Aprendiz n° 10.097 no Art. 429 “os estabelecimentos de qualquer natureza são obrigados a empregar e matricular nos cursos dos Serviços Nacionais de Aprendizagem, número de aprendizes equivalente a 5% (cinco por cento), no mínimo, e 15% (quinze por cento), no máximo, dos trabalhadores existentes em cada estabelecimento, cujas funções demandem formação profissional”. O empresário, os colaboradores e a própria empresa podem utilizar a Lei Federal nº 8.069 de 13/07/90, que regulamenta a renúncia fiscal de parte dos recursos destinados ao Imposto de Renda para o Fundo dos Direitos da Criança e do Adolescente - FIA. A lei possibilita o redirecionamento de até 6% do IR devido para Pessoas Físicas que declaram em modelo completo e para as Pessoas Jurídicas que operam em regime de lucro real, até 1% do IR devido, limitado à alíquota de 15%. Com o objetivo de facilitar o recolhimento do valor a ser destinado ao FIA, o Conselho Paranaense de Cidadania Empresarial, por meio do site www.fundoproinfancia.org.br disponibiliza informações e permite a emissão do boleto bancário em favor do Conselho dos Direitos da Criança e Adolescente para aplicação em projetos cadastrados e aprovados pelos Conselhos. As empresas devem encontrar a sua vocação e meios para promover o desenvolvimento social da comunidade na qual se inserem. Lembre-se: o que é pouco para alguns, pode ser muito para outros. Portanto, participe! A empresa socialmente responsável se torna um exemplo e motivo de

influência em outras organizações públicas ou privadas a se tornarem parceiras nestes propósitos. Cabe a ela também estimular as pessoas a se engajarem em atividades sociais e trabalhos voluntários. O respeito à individualidade, ao sentimento coletivo e à liberdade de associação, assim como a adoção de políticas não-discriminatórias e de proteção das minorias, são regras básicas nas relações da organização com as pessoas e intimamente ligadas aos ODM.

A responsabilidade social também passa por uma visão municipalista, com a utilização, sempre que possível, de produtos e serviços disponibilizados pela comunidade na qual a organização está inserida. Desta maneira, há um aumento de arrecadação no município, geração de novos empregos e desenvolvimento regional.

INCENTIVOS FISCAIS PARA O INVESTIMENTO SOCIAL PRIVADOPessoa Jurídica: É possível utilizar até 6% do IR devido para dedução fiscal, somando 1% do IR -FIA, 1% do IR - Lei de Incentivo ao Esporte e 4% do IR - Lei Rouanet . No caso dos incentivos voltados às OSCIP, EUPF e EEP, a dedução não pode exceder a 2% do lucro operacional. É possível também utilizar a dedução de 20% do ISS e 20% do IPTU.

Pessoa Física: A dedução total permitida é de 6% do IR Devido, somando aquela direcionada à Lei de Incentivo ao FIA, Lei Rouanet e a Lei de Incentivo ao Esporte. É possível também utilizar a dedução de 20% do ISS e 20% do IPTU para projetos Socioculturais, não possível para Projetos Esportivos.

Page 16: Guia O Empresário do Terceiro Milênio

30 31

Quem pode utilizar o incentivo fiscal

Imposto Para onde você pode destinar parte do seu imposto devido

Pessoa jurídica Pessoa física

IR - Imposto de Renda

Projetos aprovados pelos Conselhos Federal, Estadu-al ou Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescen-te - FIA

Com recolhimento do im-posto com base no lucro real

Com declaração de ajuste anual por meio do formulá-rio completo

Projetos Desportivos e Pa-radesportivos previamente aprovados pelo Ministério do Esporte

Com recolhimento do im-posto com base no lucro real

Com declaração de ajuste anual por meio do formulá-rio completo

Projetos Socioculturais apro-vados pelo Ministério da Cultura: Lei Rouanet e Lei do Audiovisual

Com recolhimento do im-posto com base no lucro real

Com declaração de ajuste anual por meio do formulá-rio completo

Entidades OSCIP ou Enti-dades de Utilidade Pública Federal-EUPF

Com recolhimento do im-posto com base no lucro real

Incentivo não previsto para pessoas físicas

Entidades de Ensino e Pes-quisa –EEP - criadas nos ter-nos da Lei n.º 9.249/95

Com recolhimento do im-posto com base no lucro real

Incentivo não previsto para pessoas físicas

ISS – Imposto sobre Serviço de qualquer natureza

Projetos Socioculturais apro-vados pela Comissão de Me-cenato de Curitiba

Contribuinte do ISS em Curitiba

Contribuinte do ISS em Curitiba

IPTU - Imposto sobre Propriedade Predial e Territorial Urbana

Projetos Socioculturais apro-vados pela Comissão de Me-cenato de Curitiba

Contribuinte do IPTU em Curitiba

Contribuinte do IPTU em Curitiba

Projetos Esportivos aprova-dos pela Comissão de Incen-tivo ao Esporte de Curitiba – lei complementar 40/2001

Sindicatos e Entidades Ci-vis sem fins econômicos de qualquer natureza, que utili-zam o imóvel próprio e não são proponentes dos proje-tos aprovados, contribuintes do IPTU em Curitiba

Incentivo não previsto para pessoas físicas

A

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G

H

I

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Limite do incentivo fiscal % do incentivo fis-cal em relação ao valor investido

Procedimento

Pessoa jurídica Pessoa física

Até 1% do IR devido Até 6% do IR devido

100% Pagar o Boleto Bancário em nome do Conselho Fe-deral, Estadual ou Municipal da Criança e do Ado-lescente, identificando o Projeto aprovado.www.fundoproinfancia.org.br

Até 1% do IR devido Até 6% do IR devido

100% Depósito na conta específica do Projeto Esportivo aprovado pelo Ministério do Esporte ou compra de ingressos para distribuição gratuita.www.sesipr.org.br/sesiesporte

Até 4% do IR devido Até 6% do IR devido

Variável confor-me a natureza do projeto.

Depósito na conta específica do Projeto Cultural aprovadowww.sesipr.org.br/sesicultural

2% do lucro opera-cional (antes de com-putada a dedução)

Incentivo não previsto para pes-soas físicas

Doação: 74% até 100%

Depósito na conta da entidade beneficiada

1,5% do lucro opera-cional (antes de com-putada a dedução)

Incentivo não previsto para pes-soas físicas

Patrocínio: 64% até 100%

Depósito na conta da entidade beneficiada

20% do ISS devido100% do valor do projeto com limite aproximado de 80 mil reais por projeto, podendo ser pago em até 24 meses.

20% do ISS de-vido

100% do valor do projeto com limi-te aproximado de 80 mil reais por projeto

100% Com orientações da Secretaria Municipal da Fazen-da preencher a carta de intenção de dedução fiscal para obter a “certidão de incentivo” que autoriza o depósito na conta do projeto.

20% do IPTU devido100% do valor do projeto com limite aproximado de 80 mil reais por projeto, podendo ser pago em até 24 meses.

20% do IPTU devido100% do valor do projeto com lim-ite aproximado de 80 mil reais por projeto

100% Com orientações da Secretaria Municipal da Fazen-da para preencher a carta de intenção de dedução fiscal para obter a “certidão de incentivo” que auto-riza o depósito na conta do projeto.

100% do IPTU devido33,33% pago em até 6 vezes dependendo do valor do projeto e66,66% ficará isento de pagamento.

Incentivo não previsto para pes-soas físicas

100% Até 10/02, data do vencimento do IPTU à vista, ob-ter orientações na Secretaria de Esporte e Lazer-SMEL. Nas“ Ruas da Cidadania” ou na Prefeitura Municipal -Departamento de Rendas Imobiliárias preencher o requerimento e anexar o carnê do IPTU/ Estatuto /atas de eleição da diretoria/balan-cete do mês anterior. Após aprovada a “solicitação de depósito” a SMEL encaminhará o nº da c/c do projeto para depósito.www.sesipr.org.br/sesiesporte

Colaboração: FERNANDO MÂNICA, Doutor em Direito pela USP, Coordenador de Ensino do Instituto ADVCOM.

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B

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Page 17: Guia O Empresário do Terceiro Milênio

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O Balanço Social é um mecanismo utilizado pelas empresas para tornarem públicas as suas intenções e compromissos, visando à transparência de suas ações no exercício da responsabilidade social empresarial (RSE), trazendo informações qualitativas e quantitativas. Sua publicação oferece uma proposta de diálogo com os diferentes públicos envolvidos no negócio da empresa que o adota: público interno, fornecedores, consumidores/clientes, comunidade, meio ambiente, governo e sociedade. Relatório de Sustentabilidade Empresarial, Balanço Social Corporativo, Relatório Social e Relatório Socioambiental são outros nomes utilizados pelas organizações, especialistas e acadêmicos para designar o material informativo sobre a situação da organização em relação a questões sociais e ambientais. (OLIVEIRA, 2008). O Balanço Social (ZARPELON, 2006) tem como foco demonstrar publicamente que a intenção da organização não é somente a geração de lucros com um fim em si mesmo, mas o desempenho social. Este é obtido através do compromisso e da responsabilidade para com a sociedade, por meio da prestação de contas do seu desempenho sobre o uso e a apropriação de recursos que originalmente não lhe pertenciam. Também do ponto de vista da melhoria da imagem da organização, o Balanço Social é um mecanismo bastante utilizado. O Instituto Ethos (2009) afirma que o Balanço Social é um meio de dar transparência às atividades corporativas, de modo a ampliar o diálogo da organização com a sociedade. É também uma ferramenta de gestão da responsabilidade social, pela qual a empresa entende de que forma sua gestão atende à sua visão e a seus compromissos estabelecidos em relação ao tema da Responsabilidade Social Empresarial (RSE), e em direção à sustentabilidade. A proposta é de que o relatório contenha informações sobre o perfil do empreendimento, histórico da empresa, seus princípios e valores, governança corporativa, diálogo com partes interessadas e indicadores de desempenho econômico, social e ambiental. (ETHOS, 2009). O relatório deve apresentar também um demonstrativo do Balanço Social desenvolvido pelo Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (Ibase), iniciativas de interesse da

Balanço SocialResolução do Conselho Federal de Contabilidade - CFC nº. 1003 de

19.08.2004 (DOU de 06.09.2004) aprovou a Norma Brasileira de

Contabilidade – NBC T 15 que dispõe sobre as informações de Natureza

Social e Ambiental.

sociedade (projetos sociais) e de promoção da responsabilidade social em nível local, nacional e global, entre outros indicadores de desempenho da gestão como geração de riqueza, produtividade e investimentos. (ETHOS, 2009).

Comércio Justo ou “Fair Trade” é uma parceria comercial baseada em diálogo, transparência e respeito, que

busca maior equidade no comércio internacional. Ele contribui para o desenvolvimento sustentável através de

melhores condições de troca e a garantia dos direitos para produtores e trabalhadores marginalizados, principalmente do Hemisfério Sul. O principal objetivo é estabelecer um contato direto entre o produtor e o comprador e tirá-los da dependência de atravessadores e das instabilidades do mercado global de commodities, evidenciando que a relação comercial entre eles precisa obedecer a princípios precisos para que possa ser considerada justa. Esta é a definição de Fair Trade, usada pela International Federation of Alternative Trade – IFAT -, cujos princípios mais relevantes são:

Transparência, ética e co-responsabilidade na gestão da cadeia produtiva •e comercial;

Relação de longo prazo que ofereça treinamento, apoio aos produtores e •acesso às informações do mercado, proporcionando suporte e qualidade de vida do produtor;

Pagamento de preço justo no recebimento do produto, além de •um bônus, que deve beneficiar toda a comunidade. Existência de financiamentos, quando necessário;

Produtores organizados democraticamente (em cooperativas, por •exemplo);

Respeito à legislação e normas nacionais e internacionais em •conformidade os Princípios do Pacto Global e com os ODM;

Respeito e proteção ao meio ambiente, aos direitos humanos, às •mulheres, às crianças e aos povos indígenas, mesmo em detrimento do lucro.

Comércio Justo“O único homem que nunca

comete erros

é aquele que nunca faz coisa alguma.

Não tenha medo de errar, pois você

aprenderá a não cometer duas vezes o

mesmo erro.” Roosevelt

Page 18: Guia O Empresário do Terceiro Milênio

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risco, lembrando do dito popular: “Nunca coloque todos os ovos em uma única cesta e nem todas as cestas em uma única mesa.”

Lucro é o objetivo de qualquer empresa comercial, é ele que a mantém viva, que financia as ampliações, que gera investimentos e progresso social. O lucro abusivo, ou o foco única e exclusivamente nele, é uma política desastrosa se considerarmos a necessidade de uma sociedade mais justa. Se um segmento tem lucros exorbitantes, conseqüentemente, alguém está pagando a conta. Um rígido controle gerencial e contábil da empresa pode promover melhor rentabilidade e sustentabilidade da organização. Mesmo nos períodos de bonança, é aconselhável manter uma estrutura enxuta, com o menor custo fixo possível, em concordância com os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio na questão da manutenção de uma vida digna dos trabalhadores. É comum as micro e pequenas empresas não terem um controle rigoroso e confundir as contas da empresa com as contas do empresário , o que leva ao descontrole no Capital de Giro da empresa. É sempre bom lembrar que a Pessoa Jurídica deve ser sempre forte financeiramente. Empresas com Capital de Giro saudável têm maiores oportunidades de crescimento e de realizar bons negócios. Assim, capitalizadas, elas estão menos suscetíveis às crises externas que ocorrem, naturalmente, de tempos em tempos. Mantenha controle rígido sobre os pagamentos realizados e nunca delegue o pagamento de tributos, impostos, INSS, FGTS, etc a terceiros. Para um melhor controle de sua empresa, solicite anualmente ao seu contador as certidões negativas dos órgãos estadual, federal, municipal e cartorial, averiguando a existência de débitos não conhecidos.

Negócios são redes de relacionamentos. Cultive parcerias de longo prazo com

fornecedores e estabeleça estratégias que conquistem a fidelidade dos clientes. Crie o hábito de desenvolver atividades em

Controle dos custos e despesas deve ser realizado não somente em épocas de crise, mas a qualquer tempo na vida da empresa. Quando ocorrem sobras de recursos, há uma tendência para despesas que, em tempos de crise, dificilmente seriam realizadas. Sendo assim, sempre questione se tal gasto é realmente necessário. Em relação às compras, o importante é comprar bem. Comprar bem significa ter preço, prazo e forma de pagamentos diferenciados de tal forma que o estoque gire o mais rapidamente possível e que seja despendido o mínimo possível de capital próprio para a manutenção dos estoques. Vale lembrar a frase de Peter Drucker: “A compra é tão importante quanto a venda, e as melhores vendas podem não compensar ou cobrir uma compra medíocre.” Perceba que, para a administração de uma empresa de qualquer tamanho, o gestor precisa ter o máximo de informações que suporte um rígido controle dos custos, preços e despesas da empresa. Normalmente, as micro e pequenas empresas não conseguem boas negociações pelo baixo volume de suas compras. Uma solução neste caso é a compra conjunta ou cotizada entre empresas – Arranjos Produtivos Locais (APLs)- muitas vezes concorrentes, porém visando unir forças para gerar ganhos a todos.

É relevante lembrar que, tanto na venda, quanto na compra, a negociação deve ser boa para todos os envolvidos. A boa venda é decorrência de uma boa compra, da qualidade do produto, do preço justo, do atendimento diferenciado, das instalações adequadas, da pontualidade na entrega, da seriedade e transparência nas relações. Todos estes elementos colaboram para tornar os clientes fiéis à marca, ao produto e à organização. Quem agir de forma diferente será excluído pelo próprio mercado. Como uma medida importante, evite concentrar suas vendas em um único cliente ou produto, principalmente se for para o Governo. Limite o seu

Controle seus Custos,Despesas e Compras “A boa negociação é aquela

que é vantajosa para todas

as partes.” Anônimo

Controle as Vendas“Seus cliente

s menos

satisfeitos são a sua maior

fonte de aprendizado.”

Bill Gates

Gerenciamento Financeiro“Você não pode fazer as ondas

desaparecerem, mas você pode

aprender como atravessá-las.”

Anônimo

Desenvolva Parcerias“Nunca perca a fé na humanidade,

pois ela é como um oceano. Só

porque existem algumas gotas de

água suja nele, não quer dizer que

ele esteja sujo por completo.”

Ghandi

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conjunto com outras organizações, otimizando a utilização dos recursos, aproveitando o melhor das competências de cada uma delas e trazendo benefícios para todos. Essas parcerias podem ser com clientes, fornecedores, organizações de cunho social, ou mesmo com competidores, e são baseadas em benefícios mútuos claramente identificados. As organizações modernas reconhecem que o sucesso pode depender das parcerias que elas desenvolvem. É importante saber quem são nossos concorrentes. No mundo globalizado, por exemplo, uma atividade que hoje possui uma participação sólida no mercado, pode repentinamente, devida a concorrência de produtos importados, ficar rapidamente fora do mercado. As parcerias são usualmente estabelecidas para atingir um objetivo estratégico, para a entrega de um produto ou serviço ou para a otimização de recursos e competências. Desta forma, as parcerias ocorrem por um determinado período que envolve a negociação, com o claro entendimento das funções de cada parte, assim como os benefícios resultantes para elas. Os relacionamentos baseados em confiança mútua, respeito, diálogo e predisposição às mudanças, geram comprometimento e facilitam o alcance dos objetivos. Outra maneira de desenvolver a sua empresa é fazer parcerias com universidades locais utilizando mão-de-obra de estagiários que precisam praticar os conhecimentos adquiridos em sala de aula, permitindo ainda, “oxigenar” a empresa com idéias acadêmicas atualizadas e também participar do Conselho Paranaense de Cidadania Empresarial – Sistema FIEP para realizar projetos socioambientais em parcerias com outras 180 instituições.

O banco pode ser um parceiro importante para alavancar o crescimento da empresa. A palavra endividamento normalmente transmite uma conotação pejorativa. Essa idéia, até justificável, foi formada por longos anos de juros abusivos que inviabilizavam a captação de recursos no sistema financeiro. Os bancos, inclusive o BNDES, priorizavam as grandes empresas, sendo muito escassos os recursos financeiros destinados às micro e pequenas empresas. Isto contribuiu para uma estagnação no país. Desde a implantação do Plano Real, esta situação vem se revertendo e direcionando o Brasil ao processo de crescimento.

É muito importante conhecer as linhas de crédito governamentais disponíveis ao seu ramo de atividade, pois normalmente elas apresentam taxas mais atraentes. Estas linhas são intermediadas pelos bancos comerciais públicos ou privados. Com relação aos bancos comerciais, avalie qual a instituição lhe oferece maiores vantagens. Preferencialmente, recorra aos financiamentos bancários quando forem destinados a projetos que resultem em aumento de faturamento. Ir ao banco para cobrir rombos de caixa pode ser perigoso, pois o mínimo descontrole é a morte anunciada da empresa. Em caso de extrema necessidade, procure soluções alternativas, como por exemplo, a venda de ativos ou capitalização através da inclusão de novos sócios. Regra de ouro: quanto maior a urgência na obtenção dos recursos, maiores serão as taxas praticadas. Assim, programe-se com antecedência e faça uma avaliação comparativa das linhas de crédito oferecidas pelos bancos.

As entidades de classe podem fornecer informações importantes para o gerenciamento da empresa. Você ficará surpreso em perceber que muitos dos problemas e incertezas que possui são

semelhantes ao de outros empresários. A troca de informações é importante para o fortalecimento das organizações. Não se filie apenas à associação da qual sua empresa faz parte, una-se a várias Associações de Classe, Sindicatos, Câmaras de Comércio. Esta participação é muito importante como instrumento de relacionamento, podendo agregar valor ao seu negócio. As Federações das Indústrias e do Comércio, o SESI, o SENAI, o IEL, o SENAC, o SESC, e o SEBRAE são entidades altamente capacitadas e profissionalizadas, que prestam relevantes serviços aos empresários, à comunidade e ao país e são grandes fomentadoras de conhecimento em diversas áreas.

Faça do Banco seu Parceiro“Um tropeço

pode

evitar uma queda.”

Thomas Fuller

A Importância das Entidades de Classe“Devemos aprender a viver

juntos como irmãos, ou perecer

juntos como tolos.”

Martin Luther King

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Formalize adequadamente o Contrato Social, que deve conter claramente as regras, direitos, deveres e atribuições que deverão ser seguidas pelos sócios, seja no caso de dissolução, inclusão, exclusão ou alteração da sociedade. A falta das regras claras só será percebida quando da eventual dissolução da sociedade que, muitas vezes, ocorre de forma litigiosa. Uma sugestão importante é ter descrito no Contrato Social, o impedimento da empresa e dos sócios para serem avalistas em outros negócios, evitando a possibilidade de por em risco sua própria empresa. Em caso de sucessão, é importantíssimo ter regras claras que irão nortear o processo, definindo, por exemplo, se vai ser seguida a linha da profissionalização da empresa ou quais serão as regras para a entrada de familiares na condução do negócio. Estatisticamente, 30% das empresas sobrevivem à segunda geração, 15% à terceira e apenas 4% à quarta geração. Vários fatores podem causar problemas que levam a esses índices. Por exemplo: a empresa foi fundada com o objetivo de gerar recursos para atender às necessidades familiares de dois sócios. Com a vinda dos filhos e netos, muitas vezes, a empresa não gera lucro para atender tantas famílias. Uma alternativa para evitar os problemas sucessórios é a Governança Corporativa e profissionalizar a empresa, nesse caso, os herdeiros irão receber dividendos proporcionais aos lucros da empresa das cotas que possuem.

Quando a empresa não se apresenta rentável e foram tomadas todas as atitudes e cuidados necessários para recuperá-la, deve-se tomar a decisão de encerrar as atividades. Encare esta difícil atitude como uma alternativa para o começo de um novo negócio. Gerencie a empresa com uma visão profissional focada no negócio e não de forma sentimental. No caso do encerramento de uma empresa que não

dá lucro, seja rápido em cessar as perdas não deixando aumentar o prejuízo que nos lembra a frase de Peter Druker: “Às vezes, o progresso mais significativo consiste em encerrar uma atividade, muito embora tenha sido iniciada recentemente. A atividade poderá ser do tamanho errado ou poderá estar situada em local errado, ou também pode, no final das contas, tornar-se evidente que ela não é a mais apropriada.”

A Lei Geral é o novo Estatuto Nacional das Microempresas e das Empresas de Pequeno Porte. Instituída pela Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006, vem estabelecer normas gerais relativas ao tratamento a ser dispensado às Microempresas (ME) e às Empresas de Pequeno Porte (EPP), nos termos dos artigos 146, 170 e 179 da Constituição Federal. Mais informações, acesse www.leigeral.com.br

Os principais benefícios previstos na Lei Geral são:Unificação de apuração e recolhimento dos impostos e contribuições da União, •

dos estados e dos municípios, inclusive com simplificação das obrigações fiscais acessórias;

Desburocratização;•Desoneração tributária das receitas de exportação e substituição tributária;•Dispensa do cumprimento de certas obrigações trabalhistas e previdenciárias;•Simplificação do processo de abertura, alteração e encerramento das MPEs;•Facilitação do acesso ao crédito e ao mercado;•Preferência nas compras públicas;•Estímulo à inovação tecnológica;•Incentivo ao associativismo na formação de consórcios para fomentação de •

negócios;Incentivo à formação de consórcios para acesso a serviços de segurança e medicina •

do trabalho;Regulamentação da figura do pequeno empresário, criando condições para sua •

formalização;Parcelamento de dívidas tributárias para adesão ao Simples Nacional.•

Protesto de títulos Direito de pagar apenas os emolumentos do tabelião, nada de acréscimos a título •

de taxas, custas e contribuições para o Estado, carteira de previdência, fundo de custeio, fundo do TJ, de associação de classe, etc;

Encerrar uma Empresa que não dá Lucro é um Bom Negócio

“Nada é mais difícil e,

portanto, tão precioso, do

que ser capaz de decidir.”

Napoleão Bonaparte

O Contrato Social e o Processo Sucessório

“Sábio é o pai que conh

ece o

seu próprio filho.”

William Shakespeare

Lei Geral da Micro e Pequena Empresa

“Podemos jogar pedras, reclamar

delas, tropeçar nelas, escalá-las, ou

construir com elas”.

William Arthur Ward

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Não poderá ser exigido cheque de emissão bancária;•Cancelamento do registro do processo não precisa da anuência do credor, salvo no •

caso de impossibilidade de apresentação do documento original.

Regime Tributário ÚnicoRegime único tributário (SIMPLES NACIONAL);•Desenvolvimento;•Sociedade de Propósito Específico (LC 128/2008, Art. 56).•

ResultadosRedução da taxa de mortalidade das MPEs: em 2007, de cada 100 novas MPEs •

abertas, 27 não completaram 1 ano. Há dez anos, 35 não completavam;Formalização: aumento das MPEs formais e, pela primeira vez, empregos formais •

no Brasil são maiores que empregos sem carteira de trabalho. Em 2007, 2,4 milhões de pessoas ingressaram no mercado formal de trabalho;

As micro e pequenas empresas geram ocupações;•As micro e pequenas empresas distribuem renda; •Contribuem para a geração de impostos (15% da arrecadação ISS provém de MPEs •

optantes Simples);Estão mais próximas e dependem mais das condições dadas no município.•Autêntica reforma tributária;•Concretiza as diretrizes políticas da constituição;•Coloca as MPE como protagonista do desenvolvimento;•Transforma o ambiente hostil ao desenvolvimento de empresas;•Instrumento poderoso na geração do desenvolvimento - criação de emprego e •

renda utilizando a força da MPE.

METAS E INDICADORES DOS OBJETIVOS DO MILÊNIO

Objetivo 1 Metas Indicadores

Acabar com a fome e a miséria

1. Reduzir pela metade, até 2015, a proporção da popula-ção com renda inferior a um dólar por dia.

1. Proporção da população que ganha menos de um dólar por dia.2. Índice de hiato de pobreza (incidência x grau de pobreza).3. Participação dos 20% mais pobres da população na renda ou no consumo nacional.

2. Reduzir pela metade, até 2015, a proporção da popula-ção que sofre de fome.

4. Prevalência de crianças (com menos de 5 anos) abaixo do peso5. Proporção da população que não atinge o nível mínimo de crescimento dietético de calorias.

Objetivo 2 Meta Indicadores

Educação básica de qualidade para todos

3. Garantir que, até 2015, todas as crianças, de ambos os se-xos, terminem o ciclo comple-to de ensino básico.

6. Taxa líquida de matrícula no ensino primário.7. Proporção de alunos que iniciam o 1º e atingem o 5º ano.8. Taxa de alfabetização na faixa etária de 15 a 24 anos.

Objetivo 3 Meta Indicadores

Igualdade entre os sexos e valorização da mulher

4. Eliminar a disparidade entre os sexos no ensino fundamen-tal e médio até 2015.

9. Razão meninos/meninas no ensino básico, médio e superior.10. Razão entre mulheres e homens alfabetizados na faixa etária de 15 a 24 anos.11. Percentagem de mulheres assalariadas no setor não-agrícola.12. Proporção de mulheres exercendo mandatos no parlamento nacional.

Objetivo 4 Meta Indicadores

Reduzir a mortalidade infantil

5. Reduzir em dois terços, até 2015, a mortalidade de crian-ças menores de 5 anos.

13. Taxa de mortalidade de crianças menores de 5 anos.14. Taxa de mortalidade infantil.15. Proporção de crianças de 1 ano vacinadas contra o sarampo.

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Objetivo 5 Meta Indicadores

Melhorar a saúde das gestantes

6. Reduzir em três quartos, até 2015, a taxa de mortalidade materna.

16. Taxa de mortalidade materna.17. Proporção de partos assistidos por profissionais da saúde qualificados.

Objetivo 6 Metas Indicadores

Combater o HIV/Aids, a malária e outras doenças

7. Até 2015, ter detido e come-çado a reverter a propagação do HIV/Aids.8. Até 2015, ter detido e co-meçado a reverter à propa-gação da malária e de outras doenças.

18. Taxa de prevalência de HIV/AIDS entre mulheres grávidas na faixa etária de 15 a 24 anos.19. Utilização de anticoncepcionais.20. Número de crianças órfãs devido à AIDS.21. Taxas de prevalência e mortalidade ligadas à ma-lária.22. Proporção da população das zonas de risco que utilizam meios de proteção e tratamento eficazes contra a malária.23. Taxas de prevalência e de mortalidade ligadas à tuberculose.24. Proporção de casos de tuberculose detectados e curados no âmbito de tratamentos de curta duração sob vigilância direta.

Objetivo 7 Metas Indicadores

Qualidade de vida e respeito ao meio ambiente

9. Integrar os princípios do de-senvolvimento sustentável nas políticas e programas nacio-nais e reverter à perda de re-cursos ambientais até 2015.10. Reduzir à metade, até 2015, a proporção da popula-ção sem acesso sustentável à água potável segura.11. Até 2020, ter alcançado uma melhora significativa nas vidas de pelo menos 100 mi-lhões de habitantes de bairros degradados.

25. Proporção da área de terras cobertas por florestas.26. Área de terras protegidas para manter a diversida-de biológica.27. PIB por unidade de dispêndio de energia (como padrão para a eficiência energética).28. Emissões de Dióxido de Carbono (per capita) (Duas outras formas de medir a poluição atmosférica: destruição da Camada de Ozônio e a acumulação de gases causadores do aquecimento global).29. Proporção da população com acesso sustentável a uma fonte de água tratada.30. Proporção de pessoas com acesso a saneamento público de qualidade.31. Proporção de pessoas com acesso ao direito de propriedade. (A separação entre urbano e rural de vá-rios dos indicadores acima talvez seja relevante para monitorar o progresso na qualidade de vida dos ha-bitantes das favelas).

Objetivo 8 Meta Indicador

Todo mundo trabalhando pelo desen-volvimento

12. Avançar no desenvolvi-mento de um sistema comer-cial e financeiro aberto, ba-seado em regras, previsível e não-discriminatório.(Inclui um compromisso com a boa governança, o desen-volvimento e a redução da pobreza).

Ajuda Pública para o Desenvolvimento - [ODA] Offi-cial Development Assistance32. Ajuda Pública para o Desenvolvimento (APD) como porcentagem da renda nacional bruta dos pa-íses doadores membros da OCDE/Comitê de Ajuda ao Desenvolvimento - CAD (meta de 0,7% no total e 0,15% para os PMA).

13. Atender às necessidades especiais dos países menos desenvolvidos.(Inclui: regime isento de direi-tos e não sujeito a quotas para as exportações dos países me-nos desenvolvidos; um progra-ma reforçado de redução da dívida dos países pobres mui-to endividados (PPME) e anu-lação da dívida bilateral oficial; e uma ajuda pública para o desenvolvimento mais gene-roso aos países empenhados na luta contra a pobreza).

33. Proporção de APD para serviços sociais básicos (educação básica, cuidados de saúde primária, nutri-ção, água salubre e saneamento).34. Proporção da APD sem vínculo.35. Proporção da APD para o meio ambiente nos paí-ses insulares em desenvolvimento.36. Proporção da APD para o setor de transporte em países insulares.Acesso a Mercados37. Proporção das exportações (por valores e excluin-do armas) livres de taxas ou quotas.38. Tarifas médias e quotas para produtos agrícolas, têxteis e vestuários.39. Subsídios agrícolas domésticos e para exporta-ções nos países da OCDE.40. Proporção da APD para promover o comércio.

14. Atender às necessidades especiais dos países sem aces-so ao mar e dos pequenos Es-tados insulares em desenvol-vimento(Por meio do Programa de Ação para o Desenvolvi-mento Sustentável dos Pe-quenos Estados Insulares em Desenvolvimento e as conclusões da vigésima se-gunda sessão extraordiná-ria da Assembléia Geral).

35. Proporção da APD para o meio ambiente nos paí-ses insulares em desenvolvimento.36. Proporção da APD para o setor de transporte em países insulares.

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15. Tratar de forma ampla o problema da dívida dos países em desenvolvimento, fazendo uso de medidas nacionais e internacionais, tornando suas dívidas sustentáveis a longo prazo.

Sustentabilidade de Dívidas41. Proporção de cancelamento de débitos bilaterais dos PPME – países pobres muito endividados.42. Percentual de Serviço de dívida por exportação de produtos e serviços.43. Proporção da APD concedida para aliviar dívidas.44. Número de países que alcançam os pontos deci-sivos e conclusivos dos PPME.

16. Em cooperação com os países em desenvolvimento, formular e executar estratégias que permitam trabalho digno e produtivo aos jovens.

45. Taxa de desemprego entre os jovens com idade de 15 a 24 anos.

17. Em cooperação com as empresas farmacêuticas, pro-porcionar o acesso a medica-mentos essenciais nos países em vias de desenvolvimento.

46. Proporção da população com acesso a medica-mentos essenciais de forma sustentável.

18. Em cooperação com o se-tor privado, tornar acessíveis os benefícios das novas tec-nologias, especialmente nos setores de informação e co-municações.

47. Linhas telefônicas por 1.000 habitantes.48. Computadores pessoais por 1.000 habitantes.

BIBLIOGRAFIA E FONTES DE PESQUISA

Sistema Federação das Indústrias do Estado do Paraná - www.fiepr.org.br

Conselho Paranaense de Cidadania Empresarial - www.cpce.org.br

Conf. Nacional das Entidades de Micro Pequena Empresas Industriais – www.conampi.com.br

Dept. Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos - www.dieese.org.br

EmpresaBrasil! – Empreendedorismo - www.empresabrasil.com.br

Fairtrade Labelling Organizations International – www.fairtrade.net

Federação do Comércio do Estado do Paraná - www.fecomerciopr.com.br

Fundação Nacional de Qualidade – www.fnq.org.br

IBGE- Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - www.ibge.gov.br

Instituto Empreender Endeavor Brasil – www.iee.org.br

Lei Federal nº 8.069 de 13/07/90 – Funcriança - www.fundoproinfancia.org.br

Lei Geral da Micro e Pequena Empresa – www.leigeral.com.br

Marxists Internet Archive – www.marxists.org

Ministério da Saúde – www.saude.gov.br

Nós Podemos Paraná – www.nospodemosparana.org.br

Núcleo de Manufatura Avançada - www.numa.org.br

Portal do Marketing – www.portaldomarketing.com.br

Portal do Voluntário – www.portaldovoluntario.org.br

Portal Sebrae Paraná – www.sebraepr.com.br

Portal Sebrae São Paulo – www.sebraesp.com.br

Prefeitura da Cidade de Maringá – www.maringa.pr.gov.br

Princípios do Pacto Global – www.pactoglobal.org.br

Sebrae – www.sebrae.com.br

Universia Brasil - www.universia.com.br

Universidade de Brasília - www.unb.br

Universidade de Campinas – www.unicamp.br

Universidade de São Paulo – www.usp.br

Livro Gestão Estratégica do Movimento Nacional Para Reestruturação das Empresas Brasileiras -

MNREB, com supervisão de José Tiago Rodrigues

Livro Vida com Qualidade – Prof. Gretz

Publicação Conceitos Fundamentais da Excelência em Gestão – FNQ

Revista Seu Sucesso – Editora Europa, edições de nov/06 e abr/07

Revista Pequenas Empresas & Grandes Negócios, edição abr/07

Revista Exame PME – edição especial out/05

Cultura da Inovação e sua Implementação Empresarial - Marc Giget

Biologia Cultural - Humberto Maturana e Ximena D´Avila

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www.abong.org.brwww.acaovoluntaria.org.brwww.bcb.gov.br/?CIDADAOwww.bndes.gov.brwww.conampi.com.brwww.copel.com www.cpce.org.brwww.dieese.org.brwww.empresabrasil.com.brwww.ethos.org.brwww.fairtrade.netwww.fapesp.brwww.fcc.org.brwww.fecomerciopr.com.brwww.fiepr.org.brwww.fiepr.org.br/fundoproinfanciawww.fiesp.org.brwww.fnq.org.brwww.gife.org.brwww.guiatrabalhista.com.br/legislacao/lei10097_2000.htmwww.ibge.gov.brwww.iee.org.brwww.ielpr.org.br

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SITES DE INFORMAÇÃO E SUPORTE CONSELHO PARANAENSE DE CIDADANIA EMPRESARIAL

Conselho SuperiorPresidente de Honra Mario De Mari

Presidente Rodrigo Costa da Rocha Loures

Fórum de Desenvolvimento Coordenador Ramón Andrés Dória

Núcleo Executivo Coordenadora Carla Mocellin

Fórum de Coordenação Coordenador Eduardo Damião da Silva

Núcleo Comércio, Serviço e de apoio ao Desenvolvimento

Coordenador Sérgio Luiz Cequinel Filho

Vice-coordenadora Regina C. R. A. Zanchi

Este guia é trabalho voluntário, redigido e elaborado por:Heitor Côrtes Netto Saint Germain Panificadora e Confeitaria

Clóvis Mainardi Ferreira Infinity Consultoria Empresarial

Equipe de Projeto:Valdemir A. Martins CEF Caixa Econômica Federal

Sérgio Luiz Cequinel Filho eSilvana Oliveira Geara

COPEL Companhia Paranaense de Energia

Carla Mocellin eElaine Cristina de Andrade

CPCE Conselho Paranaense de Cidadania Empresarial

Patrícia Pinheiro Comunicação e Relatórios Sociais

Fabricio Fontolan Fonfisa Engenharia

Fabrizio Paiva HSBC Bank Brasil S.A.

Estefano Ulandowski Instituto Eko

Ligia Neves da Silva Itaipu Binacional

Izabela Lima Kraft Foods Brasil S.A.

Regina C. R. A. Zanchi eJosé Luis S. Karam

MNREB - Movimento Nacional para Reestruturação das Empresas Brasileiras

João Carlos Regis Régis Advocacia e Consultoria

Carlos Ogliari Volvo do Brasil Veículos Ltda.

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A EMPRESA DO TERCEIRO MILÊNIO

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Parceria O EMPRESÁRIO DOTERCEIRO MILÊNIO