guia dsa final igreja na américa do sul possui também um canal executivo. esse canal é de uso...

18
Televisão

Upload: vankhue

Post on 27-May-2018

213 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Televisão

guia_DSA_final.indd 133 2/2/2009 19:45:19

134 | Pontes de Esperança

Rede Novo Tempo de Televisão

TV Novo Tempo - O Canal da Esperança A Igreja Adventista possui uma rede mundial de televisão, “Hope Channel”, com sete ca-

nais globais, cobrindo os cinco continentes da terra. São 40 centros broadcasting, ou centros de

produções profissionais. As transmissões da rede global são redistribuídas por canais abertos, cabo,

internet, DTH como a SKY. O site da Hope Channel, para assistir ao vivo, é www.hopetv.org.

Na América do Sul, a igreja utiliza três canais de televisão: a TV Novo Tempo em portu-

guês, TV Nuevo Tiempo em espanhol e o Canal Executivo.

Tudo começou com o programa Está Escrito, que surgiu em 1956 nos Estados Unidos, com

o Pr. George Vandeman. No Brasil, a veiculação do programa teve início em 1991. Atualmente o

diretor e orador é o pastor Fernando Iglesias. Nos países hispanos o pastor Milton Peverini, orador

associado do Está Escrito realizou o primeiro programa em 1994 e hoje o programa é apresentado

pelo pastor Roberto Costa.

O primeiro programa religioso na televisão brasileira foi Fé para Hoje, cuja estréia acon-

teceu em 1962 com apresentação do pastor Alcides Campolongo. Este programa permanece até

hoje no ar pela TV Gazeta e Tv Novo Tempo, mantida pela Associação Paulista Sul.

Em 1996, aconteceu a primeira transmissão via satélite para o Brasil, de uma conferência

feita nos Estados Unidos sendo recebida somente por algumas congregações. Hoje, a Rede Novo

Tempo, pode alcançar milhões de pessoas. O sinal de televisão é enviado para dois satélites: o NSS

806, que, como já foi dito, distribui a programação para as três Américas, parte da Europa e norte

da África, e para o satélite IS-10, cobrindo Moçambique, Angola, e São Tomé e Príncipe, países de

fala portuguesa.

Somando-se o número de habitantes de todos os lugares que recebem o sinal, cerca de 2

bilhões de pessoas são telespectadores em potencial – basta configurar a antena parabólica para

a freqüência correta.

Na América do Sul também existem centenas de cidades que retransmitem a programa-

ção das emissoras em canal aberto, por operadoras a cabo regionais e pela SKY, canal 141, no

guia_DSA_final.indd 134 2/2/2009 19:45:19

Televisão | 135

Brasil. As transmissões são feitas com programação distinta em dois idiomas: em português pela

TV Novo Tempo e em espanhol, através da TV Nuevo Tiempo.

Canal Executivo A Igreja na América do Sul possui também um CANAL EXECUTIVO.

Esse canal é de uso exclusivo. Hoje possuímos aproximadamente 5 mil pontos de recepção

do sinal em igrejas, colégios, instituições e escritórios, e temos a meta de chegar a 10 mil pontos.

Através deste canal, são transmitidos programas especiais como: séries de evangelismo,

treinamentos, capacitações e apoio à transmissões ao vivo de qualquer parte da América do Sul.

Como receber o sinal Para receber o sinal da Rede Novo Tempo de Televisão, do Canal Executivo e da Rádio

Novo Tempo, em dois idiomas, português e espanhol, basta apenas adquirir uma antena para-

bólica e receptor homologado pela Rede Novo Tempo de Comunicação, sintonizar a freqüência

desejada e pronto.

Não há necessidade de se pagar nenhuma assinatura mensal. O sinal é transmitido vinte

quatro horas por dia, sete dias da semana, e poderá ser recebido em residências ou igrejas de qual-

quer parte da América do Sul, com exceção do Canal Executivo que tem programação específica

com dia e hora programada. Para maiores informações, visite o site www.novotempo.org.br.

A seguir, apresentamos os diâmetros recomendados, nome dos fornecedores e parâme-

tros para sintonizar cada um das cinco possibilidades.

FINALIDADETAMANHO MÍNIMO

FECHADAAlumínio/Fibra

ABERTATela

Retransmissores 2,10m 3,20m

Uso nas Igrejas 2,10m 3,20m

Uso Doméstico 1,60m 2,30m

guia_DSA_final.indd 135 2/2/2009 19:45:19

136 | Pontes de Esperança

Fornecedores

Fabricantes de Antena e LNBf: Embrasat, Telesystem e Zinwell

Fabricantes de Receptores: TecSys, Telesystem, VisionTec, Zinwell

Instalação empresas no Brasil: Telesystem, VisionTec, Zinwell

Especificações técnicas para codificar a antena

SATÉLITE: NSS 806 LOCALIZAÇÃO: 40.5°W

SATÉLITE NSS 806

Freqüência 3.676 MHz

Symbol Rate 5.900 MSps

F E C 2/3

TV

NOVO TEMPO - PORTUGUÊS

PID s DECIMAL HEXADECIMAL

PID Vídeo 0258 0102

PID Áudio 0259 0103

PID PCR 8188 1FFC

NUEVO TIEMPO - ESPAÑOL

PID s DECIMAL HEXADECIMAL

PID Vídeo 1156 0484

PID Áudio 1257 04E9

PID PCR 8190 1FFE

guia_DSA_final.indd 136 2/2/2009 19:45:19

Televisão | 137

RÁDIO

NOVO TEMPO - PORTUGUÊS

PID s DECIMAL HEXADECIMAL

PID Vídeo 8191 1FFF

PID Áudio 0267 0101

PID PCR 0266 0100

NUEVO TIEMPO - ESPAÑOL

PID s DECIMAL HEXADECIMAL

PID Vídeo 8191 1FFF

PID Áudio 0267 010A

PID PCR 0266 010B

Os Parâmetros do Canal Executivo

Freqüência 3679Mhz

Symbol Rate 2960Msps

F E C 3/4

PID Vídeo 0033Dec

PID Áudio 0034Dec

PID PCR 0033Dec

Link para calcular o apontamento de sua antena:

• http://www.brasilsatdigital.com.br/alinhe/index.php

Exemplo do apontamento para a Cidade de Brasília - Brasil:

Resultado dos Cálculos

Satélite: NSS 806

Cidade: Brasília

Latitude: -15.77º / Longitude: -47.92º

Azimute (Norte Verdadeiro): 25.6032 º

Azimute (Norte Magnético): 40.7499 º

Elevação da Antena: 69.587 º

Distância do Satélite: 36127.78 Km

Inclinação do LNB: 24.574 º

guia_DSA_final.indd 137 2/2/2009 19:45:19

138 | Pontes de Esperança

Como criar vídeos Desde a sua chegada ao Brasil, na década de 1950, até a recente popularização da in-

ternet, a televisão dominou absoluta como o meio de comunicação mais popular e que exerceu

maior influência e fascínio sobre profissionais e expectadores. Ainda hoje ela cria um encanto na

população, cada vez mais atraída pela variedade de canais e programas que atendem aos desejos

de gente de todas as idades, classes sociais e culturas. Mas esta situação de admiração diante da

telinha reflete apenas a realidade do expectador passivo.

As pessoas que fazem televisão convivem com outro contexto. Elas são instigadas a todo

instante para que sejam criativas e inovem com relevância. Sim, relevância! Se produzir progra-

mas para televisão ou vídeos é um trabalho complexo, realizá-los de maneira a contribuir constru-

tivamente com a sociedade é ainda mais difícil. Isso envolve a compreensão das reais necessida-

des humanas e a disposição para fazer um trabalho útil e não apenas entretenimento barato. Por

causa disso a missão que a Igreja Adventista possui de levar a mensagem da salvação a todos os

povos, línguas e nações é ainda mais desafiadora.

Além de enfrentar as dificuldades constantes da descoberta de idéias para novos for-

matos, os profissionais de televisão precisam superar as dificuldades naturais de produção. O

segredo do sucesso para quem quer trabalhar nessa área é encontrar uma boa idéia e conseguir

os meios para viabilizar a sua produção. A seguir será apresentado um esboço com algumas dicas

úteis para a produção de vídeo.

Para você que é diretor de Comunicação e está tendo acesso a este material, imagine que

que ele poderá ser usado para desenvolver programas a serem usados para a igreja, a fim de enri-

quecer programações como cultos JA e vigílias, preparar documentários para serem apresentados

no lugar de relatórios escritos, divulgar programas da igreja para outros públicos, para estruturar

reportagens e entrevistas gravadas etc. Tudo isso usando apenas alguns poucos equipamentos que,

hoje em dia não são tão difíceis de se conseguir, como pequenas câmeras filmadoras digitais.

O roteiro Em vídeo, tudo se inicia com o roteiro. Ele é a forma escrita de qualquer projeto audiovi-

sual. “O roteiro é a história contada com palavras, olhares, sons, movimentos, silêncios, pausas,

guia_DSA_final.indd 138 2/2/2009 19:45:19

Televisão | 139

imagens e emoções, engrenadas num conjunto incrivelmente complexo de interações entre os

elementos técnicos e artísticos e que possuem mil relações entre si.”¹ O roteiro é a materialização

do espetáculo audiovisual apresentado em um texto. Nele se antecipam todas as possibilidades

imaginadas e também se testam as implicações para a sua produção. Qualquer pessoa pode so-

nhar em produzir um vídeo, mas sua realização será infinitamente menos dificultosa se primeiro

for escrito um roteiro.

Como o nome indica, roteiro é uma rota, uma bússola, um caminho a ser seguido. Para se

alcançar o objetivo no fim da estrada é preciso seguir cada passo desse mapa. O cineasta Stanley

Kubrich, um dos grandes diretores da história do cinema, dizia que “se uma história não consegue

ser bem escrita ou pensada, não pode ser filmada”. A arte de escrever roteiros compreende a

organização harmônica das estruturas narrativas, de modo a prender a atenção do expectador

do começo ao fim da trama. E na execução do roteiro que todas as engrenagens são amarradas,

de modo a deixar a história com começo, meio e fim, valendo-se de técnicas como antecipação,

surpresa, pontos de viradas, clímax e resolução.

Mas, afinal, como se constrói um roteiro? É possível concebê-lo organizando-o através da

execução de algumas etapas.

1. Idéia Um bom roteiro começa sempre a partir de uma idéia ou de algum acontecimento que

provoca na mente do escritor a necessidade e também a importância de relatá-lo. A busca por

uma ótima “sacada” não é uma atividade fácil de se realizar. Você pode acompanhar algumas ma-

neiras de descobrir boas idéias na lista abaixo:

a) Produto da vivência de cada um. São as experiências pessoais, as histórias de vida,

as tragédias, superações, ou a pura observação do mundo e sua complexidade. Elas provêm da

nossa memória e são evocadas das experiências recentes, dos episódios de um passado remoto

ou extraídas do ambiente que nos rodeia. Selecionar idéias a partir da vivência é o ato de sonhar

acordado. Não depende de outras pessoas ou de fatores externos.

1. Essa definição de roteiro, bem como e algumas idéias contidas nesta seção, foram retiradas do livro Da Criação ao Roteiro, de Doc Comparato (São Paulo: Artemídia ROCCO, 1995).

guia_DSA_final.indd 139 2/2/2009 19:45:19

140 | Pontes de Esperança

b) Resultado da leitura e informação. Surge a parti r da cultura e do conhecimento. Pro-

vém de pesquisas em fontes interessantes, do acúmulo de informações, da análise de obras lite-

rárias, históricas, etc. Essa é, sem dúvida, a maior fonte de idéias para qualquer pessoa que deseja

ser criati va em vídeo. Todos os que aspiram ser bons roteiristas devem reconhecer que a leitura é

o melhor caminho para a aquisição de conhecimento e, conseqüentemente, para a elaboração de

óti mas idéias. Alguns autores dizem que as idéias são gratuítas e que apenas esperam os roteiris-

tas encontrá-las por meio da leitura.

Ilustração: Rascunhei uma idéia recentemente. É sobre pessoas que fazem algo de modo

extraordinário. Creio que dará um bom insti tucional para ser veiculado na TV Novo Tempo. A

idéia surgiu a parti r da convivência com a dona Neide. Conheci essa senhora há cerca de oito

anos, quando encomendei a ela um assado de espinafre. Depois que experimentei pela primei-

ra vez as suas iguarias, nunca mais deixei de comprar alguma coisa para ocasiões especiais.

Ao descobrir o seu passado percebi que ti nha uma boa idéia para um comercial insti tucional.

dona Neide é uma excelente cozinheira. Na década de 1960 ela trabalhava para uma impor-

tante família de usineiros da região de Limeira e Araras, interior de São Paulo. Nessa época,

o governador do Estado, Paulo Maluf, parti cipou de um almoço preparado por dona Neide e

depois de experimentar sua comida resolveu levá-la para cozinhar no Palácio dos Bandeiran-

tes. Algum tempo mais tarde, o presidente da República, General Emílio Garrastazu Médici,

após comer uma refeição preparada por dona Neide na sede do governo paulista, resolveu

levá-la para Brasília. Nossa personagem fi cou alguns anos cozinhando na Granja do Torto. Teve

a oportunidade de viajar para a Europa e Estados Unidos, acompanhando as família de sena-

dores e ministros. Hoje dona Neide está aposentada, mora em Engenheiro Coelho e faz uma

renda-extra, preparando iguarias para ocasiões especiais. A grande sacada desse episódio é

que dona Neide é um exemplo perfeito do que o sábio Salomão escreveu em Provérbios 22:29:

“Vês a um homem perito na sua obra? Perante reis será posto e não entre a plebe.” Acredito

que esta idéia dará um excelente vídeo sobre fazer algo bem feito. Servirá para esti mular os

jovens a se dedicarem no trabalho e nos estudos, confi ando que Deus tem uma promessa para

aqueles que fazem seu trabalho de modo extraordinário.

guia_DSA_final.indd 140 2/2/2009 19:45:19

Televisão | 141

Cuidado com o plágio! O plágio é a transcrição ipsis litteris de uma obra ou de um trecho

sem dar o devido crédito ao autor. A elaboração em cima da observação do mundo é diferente.

O autor explora assuntos comuns, a partir de idéias estabelecidas, mas faz isto a partir do seu

ponto de vista. As referências são apenas pontos de partida, devendo inclusive, ser citadas como

informações bibliográficas nos créditos da obra audiovisual.

c) Fruto da imaginação. Esta é uma maneira de criar um roteiro que pode dar certo, po-

rém é arriscada no sentido de que a imaginação pode estar desconectada da realidade das pesso-

as ou ser fruto dos devaneios do autor. Todo roteirista deve ser capaz de escrever mais do que os

seus próprios pensamentos. Contudo, é a imaginação que transforma uma informação adquirida

ou arquivada num banco de idéias em um excelente vídeo. Essa é a capacidade que a pessoa cria-

tiva tem de ver o que todo mundo viu e imaginar o que ninguém pensou. É o poder de manipular

os dados, de adaptar histórias, de observar um vazio nas grades de programação das emissoras e

preenchê-lo com uma sugestão impecável.

As idéias nascem com mais ou menos abundância a partir da curiosidade, dos questiona-

mentos e da inteligência de cada um. Há pessoas que observam tudo ao seu redor, que abando-

nam suas certezas e se relacionam de maneira interativa com tudo o que as rodeia.

DICA 1: O processo criativo não convive bem com algumas atitudes bloqueadoras,

tais como:

■ O conformismo com o que se é, ou que já está feito;

■ O autoritarismo, que impõe sempre a última palavra;

■ O medo do ridículo, que receia a opinião dos outros;

■ A intolerância contra o que é diferente ou tradicional;

■ O medo dos riscos envolvidos nas mudanças ou inovações;

■ A hostilidade das divergências, mesmo que benéficas;

■ A falta de avaliação das idéias e reflexões sobre elas;

■ Os sistemas normativos fechados que não admitem mudanças organizacionais.

guia_DSA_final.indd 141 2/2/2009 19:45:20

142 | Pontes de Esperança

DICA 2: Uma maneira de armazenar informações que podem virar um excelente projeto

de vídeo é desenvolver um arquivo de idéias. Você pode organizá-lo separando por áreas e reu-

nindo informações que serão gatilhos para a criatividade na hora de elaborar um roteiro. Faça isso

com versos bíblicos, recortes de revistas, trechos de livros, propagandas, reportagens, biografias,

etc. Outro dia, assistindo um documentário sobre a história dos jogos olímpicos, guardei dois

trechos que poderão me ajudar a desenvolver uma excelente idéia para um vídeo sobre perse-

verança. Quem não organiza as informações, as esquece rápido; portanto, aproveite esta dica e

comece hoje a registrar suas idéias em um bom arquivo.

2. Conflito ou trama Toda produção de vídeo deve considerar que a atenção do espectador é fortemente cap-

tada pela resolução de situações conflitantes. Desde os desenhos mais ingênuos até as superpro-

duções do cinema, a trama de um roteiro é a confrontação entre forças opostas através das quais a

ação se organiza e se desenvolve. Isto pode ocorrer por meio da luta entre o gato e o rato ou entre

um asteróide que vai destruir a terra e os cientistas que tentam explodi-lo. Os conflitos exploram a

dialética do homem, suas lutas internas e externas, as angústias, conquistas e frustrações.

Em geral, os conflitos predominantes nos roteiros são de três naturezas:

a) problemas humanos, caracterizados pela disputa profissional, pela formação da famí-

lia, por problemas financeiros, crimes, tragédias, guerras, terrorismo, etc.

b) conflitos entre forças ou problemas não-humanos. São as catástrofes naturais, como

enchentes, terremotos, pestilências, etc., muito exploradas nos filmes de ficção.

c) Conflito entre forças ou problemas internos. É o homem tentando superar suas limita-

ções, vencer uma deficiência, superar um desafio intelectual, a luta contra um vício ou contra a

dependência química e psíquica.

Encontrar e definir bem o conflito dentro de um roteiro é o grande teste para saber se a

história é interessante. Uma dica prática é a produção do story-line. Esse é o termo usado para

descrever o conflito-matriz do enredo. Ele deve ser expresso em poucas palavras, algo como três

a sete linhas. O story-line deve destacar que algo acontece, que traz conseqüências e, portanto,

guia_DSA_final.indd 142 2/2/2009 19:45:20

Televisão | 143

precisa de uma solução. Não se deve confundi-lo com a sinopse, que é a visão de conjunto e uma

descrição global do que trata o projeto.

DICA: O story line do fi lme insti tucional Velho Joga Fora, feito para a Igreja Adventi sta pe-

los alunos de publicidade do Unasp, turma de 2004, poderia ser escrito assim: “O índice crescente

de maus tratos aos idosos é assustador. Numa sociedade caracterizada pelo descartável, muitas

famílias pensam que podem fazer o mesmo com seus velhinhos. Afi nal, se jogamos objetos velhos

no lixo, o que fazer com os avós? ”

Agência: Curso de Publicidade e Propaganda - UnaspCliente: Igreja Adventi sta do Séti mo DiaProduto: Insti tucionalTítulo: Velho Joga Fora

Numa casa, mãe e fi lha fazem uma limpeza geral e jogam produtos velhos no lixo. O fi lho mais novo observa tudo e fi ca afl ito com o desti no do vovô.- Filha: Mãe, o que eu faço com o casaco xadrez? - Mãe: Se ti ver muito velho, joga fora!- Filha: E essa bolsa sem alça, o que eu faço?- Mãe: Se ti ver muito velha, joga fora!- Filha: E esse tênis, está com um cheiro horrível!- Mãe: Se ti ver muito velho, joga fora!- Mãe: Tudo que esti ver velho nesta casa é pra jogar fora!- Garoto: E o vovô?- Lett ering: No Brasil, cerca de 145 mil idosos, por ano, são maltratados e abandonados por suas famílias. - Filha: Acorda vovô, você está sonhando.

- Assinatura: Igreja Adventi sta do Séti mo Dia

guia_DSA_final.indd 143 2/2/2009 19:45:20

144 | Pontes de Esperança

NÃO SE ESQUEÇA: Em publicidade e propaganda, o confl ito ou a trama serve apenas

para destacar o produto, objeti vando aumentar suas vendas. Quando se trata de temas bíblicos

e ideológicos, esses mesmos confl itos ou tramas servem para fi xar a mensagem. A força deve

sempre se concentrar no conteúdo a ser transmiti do e não na trama em si mesma. É a abordagem

dos valores cristãos que enriquece projetos feitos para o evangelismo e sua fi xação deve ser o

principal objeti vo do vídeo.

3. Personagens São os personagens que dão vida ao roteiro. Ao escrever as primeiras linhas de uma idéia

deve-se ter em mente a presença desse elemento de ligação entre a criação audiovisual e o seu

público alvo. Ele é o elemento humano, comum entre autor e espectador. Uma vez concebida a

idéia, é fundamental criar os personagens em todas as dimensões. a) Os aspectos interiores, que

dão personalidade ao personagem : Através dessas informações, que podem ser totalmente ex-

plícitas ou apenas sugesti vas, revelam-se detalhes estratégicos para a compreensão e fi xação da

mensagem a ser transmiti da. b) Os aspectos exteriores: os seus relacionamentos, sua condição

guia_DSA_final.indd 144 2/2/2009 19:45:20

Televisão | 145

fi nanceira, o que faz para viver, como se relaciona com o patrão, com seu cônjuge, suas experi-

ências de vida, etc. Esses aspectos podem indicar sua autoridade para endossar a lição central

defendida no fi lme.

Agência: Curso de Publicidade e Propaganda - UnaspCliente: Igreja Adventi sta do Séti mo DiaProduto: Insti tucionalTítulo: Apressado

O personagem do filme Apressado criado pelos alunos de publicidade do Unasp, tur-ma de 2006, reflete bem a caracterização de um personagem. Um homem sempre com pressa, de tênis, bermuda, camisa e gravata. Ele tenta correr enquanto come e trabalha em seu notebook. Uma situação caricata da realidade de muita gente. O personagem, que simboliza o homem moderno, reflete confusão, falta de controle do trabalho e da vida pessoal.

guia_DSA_final.indd 145 2/2/2009 19:45:20

146 | Pontes de Esperança

4. Ação dramática Ação dramáti ca (ou estrutura dramáti ca) é a maneira como o roteirista explica sua histó-

ria para o público. É a estratégia mais criati va, harmoniosa e emocionante de narrar um episódio

em vídeo. Numa narrati va oral, os acontecimentos relatados parecem acontecer como um bloco,

sem divisões. Num projeto de vídeo para televisão, essa mesma história deve ser montada a parti r

de pequenos fragmentos, numa determinada ordem que reforce os pontos centrais estabelecidos

para fi xar a essência da mensagem e obter o máximo de atenção. Um produtor criati vo disti ngue-

se pela maneira como organiza e monta essas unidades.

A estrutura dramáti ca é divida em seqüências e planos. Os planos são a forma, o ân-

gulo, a distância, etc., pelos quais a câmera grava a cena. A seqüência é um conjunto de ce-

nas de um vídeo que se passam num só ambiente ou que se caracterizam por certa unidade

de ação. Uma das estruturas mais importantes na elaboração de um roteiro é a uti lização do

plot point (ponto de virada). Ele é um evento ou incidente que engancha na ação e a reverte

para frente e noutra direção. Ele defende a história e evita que ela perca a intensidade. Po-

de-se afi rmar que o sucesso de qualquer iniciati va em vídeo depende da clareza dos plot’s.

Agência: Talent

Cliente: Ipiranga

Produto: Postos Ipiranga

Título: Ambulância

Nos corredores de um pronto-socorro, médicos apreensivos empurram uma

maca com um paciente em estado grave e chegam até uma ambulância que está sendo

cuidadosamente lustrada por um funcionário.

- Funcionário: O quê? Colocar ele aqui? Que é isso gente, acabei de lavar!

(os dois médicos se olham sem entender)

- Funcionário: Gente, carro branco... suja! Quer que eu chame um táxi?

(o paciente solta um gemido de dor)

guia_DSA_final.indd 146 2/2/2009 19:45:20

Televisão | 147

- Funcionário: Tá vendo? Vai emporcalhar tudo lá dentro. (corta para imagens de um posto Ipiranga)Locução: Se você é apaixonado por carro como todo brasileiro, você tem de passar num posto Ipiranga.

Nota: Nesse caso, o plot point é a reação do motorista. Essa ati tude muda toda a lógica da história e serviu para surpreender, chamar a atenção e fi xar a mensagem que o co-mercial deseja transmiti r.

Para contar a sua história em vídeo, monte-a a parti r de pequenas partes. Tente imagi-

nar as cenas e sua relevância para a compreensão da mensagem. Existem vários ti pos de cenas:

a) cenas de exposição: esclarece os moti vos, os problemas, a trama central (cuidado para não ser

demasiadamente explicati vo e redundante). b) cenas de preparação: informam as complicações

que virão a seguir (não deixe que se perca a curiosidade). c) cenas de clímax: são o ponto alto da

trama, também conhecidas como cenas obrigatórias.

Ao trabalhar em uma idéia para vídeo, fi lme, documentário ou qualquer outro programa

para televisão, pense antes:

■ O assunto ou problema fi cam claros no princípio da estrutura? Eles são realmente

importantes?

■ Quantas cenas são necessárias para expor o problema?

■ Há credibilidade, relevância e interesse no assunto?

■ Quantos plot’s existem? São sufi cientes?

■ A crise ou problema estão bem colocados dentro da ação dramáti ca?

■ Quais são as cenas essenciais? De que maneira diferente se especifi ca o passar

do tempo?

■ O confl ito-matriz (base central da ação dramáti ca) está bem exposto na estrutura?

■ Esse confl ito está no local adequado? Ele é dramati camente forte?

■ A resolução do confl ito é sati sfatória ou deixa algo pendente no ar?

■ A maneira como foi desenvolvida a estrutura mostrou-se criati va, harmoniosa e convincente?

guia_DSA_final.indd 147 2/2/2009 19:45:20

148 | Pontes de Esperança

5. Diálogos O diálogo é o intercâmbio discursivo entre os personagens. É o corpo da comunicação

numa obra audiovisual. Serve para caracterizar os personagens, dar informações sobre a histó-

ria e posicionar a mensagem dentro da ação. As possibilidades de utilização dos diálogos e das

narrações são muito variadas, mas deve-se prestar atenção em alguns pontos fundamentais:

num vídeo o texto é para ser falado, o que o torna diferente de diálogos literários. A escolha

léxica precisa estar de acordo com a cultura do personagem. Cada classe social emprega sua

própria terminologia. Em vídeo a imagem predomina. Se algo pode ser mostrado, elimina-se

essa informação no diálogo.

É pela palavra que se move o mundo, que o político inflama a nação, que a criança emo-

ciona seus pais, ou que um mal-entendido destrói uma relação. Pela palavra Deus criou o mundo

e o pregador pode encaminhar pessoas a Jesus Cristo. A palavra é agente da emoção. Por meio da

palavra os personagens conferem o tom da trama, contando uma história ou dando informações

sobre um produto. Escrever bons textos pressupõe sensibilidade.

“A coisa dita qualifica quem diz. Assim, se você usa um diálogo rebuscado, repleto de ter-

mos ininteligíveis, podemos imaginar o seu personagem como um juiz, e não como um mecânico. Se

carrega nas gírias, ele pode ser jovem. Se o diálogo é repetido, cheio de clichês e cacoetes verbais,

pensamos em um jogador de futebol e não em um acadêmico. Com emoção exagerada, adjetivos

delicados que praticamente choram, pode ser uma garota que tomou um fora, nunca um machão.

Um diálogo com sotaque sempre remete a uma pessoa do interior. Assim, antes de construir a fala

do personagem, conheça-o. Conheça o seu perfil, a educação, o comportamento dos mais variados

tipos humanos, do traficante ao padre” (Tiago Barreto, Vende-se em 30 segundos p85.)

6. Trilha sonora “Se os olhos são as janelas da alma, os ouvidos são as portas que levam a ela”. Tiago

Barreto. A música tem a chave para abrir muitas portas e conduzir o espectador ao local onde

o roteirista imaginou para ele. O som traz consigo imagens, sensações, lembranças, traumas e

guia_DSA_final.indd 148 2/2/2009 19:45:20

Televisão | 149

valores guardados no mais íntimo da alma humana. A música não serve apenas para emocionar.

Ela pode contribuir para o riso, para a surpresa, para a misericórdia e para a reflexão. As trilhas

podem permanecer durante todo o vídeo ou podem figurar em pontos específicos, para aumen-

tar a dramaticidade. Como tudo num roteiro, a trilha deve ter uma razão para existir. Não deve

ser encaixada apenas porque é bonita. Em alguns casos, o máximo de impacto exige silencio.

Conclusão As considerações apresentadas neste capítulo não têm por objetivo resolver as dificulda-

des inerentes ao trabalho de produzir vídeos. Essa é tarefa árdua, para poucos. O foco deste texto

não foi direcionado aos produtores, cinegrafistas ou editores que realizam um trabalho técnico e

especializado, mas a todas as pessoas que têm boas idéias e podem contribuir para a criação de

projetos bem fundamentados, com boas idéias e olhares criativos sobre as necessidades humanas

e espirituais de nossos dias.

Com a facilidade de acesso aos equipamentos de vídeo, a tarefa de produzir não é a mais

difícil. Complexo é criar com inovação e conteúdo. Por essa razão o foco aqui não se concentrou

nas técnicas de edição ou iluminação, mas na reflexão sobre a criação, conteúdo e mensagem. Os

equipamentos são carros sem motorista. É preciso saber conduzi-los. Nenhuma câmera ou ilha

de edição será capaz de atingir o coração da alma ferida se uma mente criativa e iluminada pelo

Espírito Santo não lhe dirigir o olhar.

guia_DSA_final.indd 149 2/2/2009 19:45:20

150 | Pontes de Esperança

BibliografiaBARRETO, Tiago. Vende-se Em 30 segundos: manual do roteiro para filme publicitário. São Paulo:

Senac, 2004.

COMPARATO, Doc. Da Criação ao Roteiro. São Paulo: Editora Artemídia ROCCO, 1995.

REY, Marcos. O Roteirista Profissional – Televisão e Cinema. São Paulo: Editora Ática, 2001.

FIELD, Syd. Manual do Roteiro: os Fundamentos do texto cinematográfico – Rio de Janeiro: Objetiva, 2001.

AYAN, Jordan. AHA!.3ª Ed. São Paulo: Negocio Editora, 2001.

BARRETO, Roberto Menna. Criatividade no Trabalho e na Vida. 2ª Ed. São Paulo: Summus Editorial, 1997.

PREDEBON, José. Criatividade: Abrindo o lado Inovador da mente. 4ª Ed. São Paulo: Editora Atlas, 2002.

LEVINSON, Jay Conrad. Criatividade de Guerrilha. Rio de Janeiro: MAUAD, 2004.

DE MASI, Domenico. O Ócio Criativo. Rio de Janeiro: Sextante, 2000.

Fontes:

http://www.films.com.br/oito.htm•

http://www.roteirista.com/index.htm•

http://www.roteirosonline.com.br/Paginamestre.htm•

guia_DSA_final.indd 150 2/2/2009 19:45:20