guia dos procedimentos aduaneiros do transporte maritimo de curta distância

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Direcção-Geral Direcção-Geral Fiscalidade e União Aduaneira Energia e Transportes Guia dos procedimentos aduaneiros no transporte marítimo de curta distância DOCUMENTO DE TRABALHO DOS SERVIÇOS DA COMISSÃO

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Page 1: Guia dos Procedimentos Aduaneiros do Transporte Maritimo de Curta Distância

Direcção-Geral Direcção-Geral Fiscalidade e União Aduaneira Energia e Transportes

Guia dos procedimentos aduaneiros no transporte

marítimo de curta distância DOCUMENTO DE TRABALHO DOS SERVIÇOS DA COMISSÃO

Page 2: Guia dos Procedimentos Aduaneiros do Transporte Maritimo de Curta Distância

COMISSÃO DAS COMUNIDADES EUROPEIAS

Bruxelas, 29.5.2002 SEC(2002) 632

DOCUMENTO DE TRABALHO DOS SERVIÇOS DA COMISSÃO

Guia dos procedimentos aduaneiros no transporte marítimo de curta distância

Terceira versão de trabalho revista Actualizado em 14 de Janeiro de 2004

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DOCUMENTO DE TRABALHO DOS SERVIÇOS DA COMISSÃO

Guia dos procedimentos aduaneiros no transporte marítimo de curta distância

RESUMO

O propósito deste Guia é explicar de forma factual às partes interessadas como se aplica a regulamentação aduaneira comunitária no transporte marítimo de curta distância, com o objectivo de facilitar a sua utilização.

Essencial para compreender a regulamentação aduaneira aplicável a este modo de transporte é a distinção entre território aduaneiro comunitário, em que as mercadorias se encontram sob jurisdição da Comunidade, e território aduaneiro não-comunitário, não abrangido por essa jurisdição. A introdução de mercadorias no território aduaneiro da Comunidade implica a aplicação da legislação comunitária e nacional conexa, que pode ser do domínio financeiro (direitos e outras imposições fiscais), da política comercial (política agrícola comum, por exemplo) ou do interesse público (embargo, protecção de marcas comerciais, patentes, etc.).

Este princípio aduaneiro aplica-se indistintamente a todos os modos de transporte, trate-se do rodoviário, do ferroviário, do aéreo ou do marítimo, e não se pode esperar que varie consoante o modo.

Os efeitos da introdução de mercadorias no território aduaneiro da Comunidade diferem, contudo, consoante o estatuto aduaneiro das mercadorias, ou seja, consoante sejam tratadas como mercadorias comunitárias (o que significa que todas as formalidades aduaneiras foram cumpridas) ou não (mercadorias não-comunitárias). O presente guia explica esta distinção e descreve as condições e meios de prova do estatuto comunitário.

No transporte de mercadorias, a perda do estatuto comunitário é um aspecto importante para as mercadorias (comunitárias) que deixaram o território aduaneiro da Comunidade num ponto apenas para nele voltarem a entrar noutro ponto.

No caso, por exemplo, do transporte rodoviário, em que normalmente os camiões não saem do território aduaneiro da Comunidade, um camião deixa este território quando atravessa a fronteira com um país terceiro, mesmo que o seu destino final seja um ponto nesse mesmo território.

Quando zarpa de um porto comunitário rumo a outro, um navio sai do território aduaneiro da Comunidade para logo aí voltar a entrar à chegada ao segundo porto, onde terão lugar os procedimentos adequados.

Em 1998, foi introduzido no transporte marítimo de curta distância um novo conceito, o de "serviço de linha regular", que dispensa a obrigação de provar o estatuto das mercadorias comunitárias transportadas. A natureza deste serviço permite equipará-lo a uma ponte que, no seu percurso, um camião atravessa na Comunidade, sendo o navio, neste caso, simultaneamente o camião e a ponte.

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Depois de explicar o estatuto aduaneiro das mercadorias, o guia descreve os princípios e regras básicos dos principais regimes aduaneiros: o regime de importação, na medida em que interessa ao transporte marítimo de curta distância, e o regime de exportação.

O guia aborda ainda de forma pormenorizada o regime de trânsito aplicável a certas mercadorias transportadas num "serviço de linha regular", incluindo os dois níveis de simplificação de que o transporte marítimo de curta distância poderá beneficiar.

Descreve igualmente os procedimentos normais e simplificados aplicados pelas autoridades aduaneiras nos diferentes Estados-Membros. No seu conjunto, os procedimentos simplificados têm muito a oferecer em termos de economia de tempo, dinheiro e burocracia.

A Comissão espera que os operadores tirem partido das soluções flexíveis disponíveis no quadro da regulamentação aduaneira que melhor sirvam as suas necessidades. Espera também suscitar um debate de fundo das questões que interessam ao transporte marítimo de curta distância.

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Introdução

O transporte marítimo de curta distância e as alfândegas: aspectos práticos e procedimentos

O presente Guia tem dois objectivos. Primeiro, descrever, em benefício dos interessados no transporte marítimo de curta distância, os vários requisitos processuais dos serviços aduaneiros da UE aplicáveis às suas actividades. Segundo, criar as bases para uma discussão informada deste tema. Faz muito que as partes interessadas vêm defendendo que as formalidades aduaneiras tornam o transporte marítimo de curta distância mais complexo, lento e oneroso do que seria necessário. A Comissão Europeia considera, todavia, que a procura de soluções adequadas requer uma delimitação mais precisa das áreas problemáticas.

Com o presente Guia pretende-se, portanto, proporcionar aos interessados neste modo de transporte não apenas assistência no cumprimento dos requisitos aduaneiros aplicáveis mas também uma base para a discussão dos aspectos práticos. É a esta luz que o Guia deve ser visto, sendo bem vindos comentários sobre as várias questões abordadas.

Pano de fundo

Os portos comunitários são a linha divisória entre os territórios aduaneiros comunitário e não-comunitário, cuja passagem produz certos efeitos que, por sua vez, originam a intervenção da Alfândega. Os controlos aduaneiros aos navios que entram ou saem dos portos comunitários são disso reflexo. Como não é possível a Alfândega ter a certeza de que um navio que entra num porto comunitário não escalou um porto de um país terceiro durante a sua viagem, o transporte marítimo de curta distância, que pode encaminhar mercadorias de estatuto comunitário ou não-comunitário ou remessas mistas, de importação, exportação ou trânsito, estará em princípio sujeito aos mesmos controlos que o transporte marítimo de longa distância.

Existem contudo procedimentos simplificados (de controlo) a que o transporte marítimo de curta distância poderá recorrer. O presente Guia descreve os procedimentos normais e simplificados e os requisitos que devem ser preenchidos para se poder beneficiar dos segundos. Mais concretamente, uma vez que um serviço de transporte marítimo de curta distância tenha sido autorizado como serviço de linha regular, esse reconhecimento poderá permitir a simplificação dos procedimentos documentais e outros aplicáveis aos navios que o efectuam. Subsiste, todavia, a questão dos diferentes tratamentos aduaneiros resultantes do estatuto das mercadorias e do regime em que são transportadas. Nem sempre de fácil compreensão, estes diferentes tratamentos aduaneiros e os cenários que lhes dão origem são explicados no Guia e apresentados de forma resumida no fluxograma que figura na página 13. O objectivo é clarificar a sua aplicação e permitir que os interessados no transporte marítimo de curta distância avaliem os seus efeitos nas suas próprias actividades.

Declaração de exoneração de responsabilidade

O presente Guia é um documento explicativo, não constituindo uma declaração oficial da Comissão Europeia sobre a legislação e a regulamentação aduaneiras aplicáveis na Comunidade Europeia.

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ÍNDICE

Estatuto das mercadorias 7

Situação A: Mercadorias comunitárias transportadas no interior da CE 14

Situação B: Mercadorias não-comunitárias introduzidas na CE, desalfandegadas e introduzidas em livre prática como mercadorias comunitárias 16

Situação C: Mercadorias introduzidas na CE e colocadas numa zona franca antes de desalfandegadas e introduzidas em livre prática 18

Situação D: Mercadorias exportadas da CE 20

Situação E: Mercadorias transportadas através do território da CE ao abrigo do regime de trânsito ou outro regime suspensivo 23

Lista de definições 39

Anexos 46

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O que é a União Aduaneira?

Depois da criação da Comunidade Económica Europeia (CEE) em 1958, um dos primeiros objectivos fixados pelos seis Estados-Membros fundadores foi o estabelecimento de uma união pautal que abolisse os direitos aduaneiros sobre as trocas comerciais entre Estados-Membros.

A União Aduaneira, concluída em 1968, teve dois efeitos essenciais:

(a) aboliu os direitos aduaneiros nas trocas comerciais entre os Estados-Membros e

(b) introduziu uma pauta aduaneira comum, isto é, uma pauta única aplicável em toda a CEE para as mercadorias importadas de países terceiros.

A legislação aduaneira subsequente criou uma maior harmonização administrativa no sector, culminando em 1988 com a introdução do Documento Administrativo Único (DAU), que veio substituir os mais de 100 formulários anteriormente utilizados nos Estados-Membros. Este documento, ou as partes dele apropriadas, é utilizado nos procedimentos aduaneiros aplicáveis ao transporte marítimo de curta distância, mas a Alfândega poderá aceitar alternativas que tenham por base documentos comerciais.

As autoridades aduaneiras dos Estados-Membros

Cada porto comunitário que movimenta mercadorias que devam passar na Alfândega dispõe de pelo menos uma estância aduaneira. Esta poderá localizar-se na zona portuária ou nas proximidades do porto. As autoridades aduaneiras dos Estados-Membros da UE aplicam a legislação aduaneira comunitária, frequentemente executada e complementada por regras nacionais, e fornecem informações sobre os respectivos procedimentos e requisitos aduaneiros. As regras podem ser obtidas nos sítios Web indicados no Anexo VI.

Antes de passar à descrição dos diferentes procedimentos aduaneiros pertinentes para o transporte marítimo de curta distância, convém explicar o conceito de "estatuto das mercadorias".

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ESTATUTO DAS MERCADORIAS

O que é o estatuto das mercadorias e por que é importante?

O estatuto aduaneiro das mercadorias1 tem um papel fundamental no domínio aduaneiro: para explicar os vários procedimentos aduaneiros, é essencial compreender esse estatuto, prova do qual poderá ser exigida.

Em termos do seu estatuto, as mercadorias dividem-se em duas categorias:

– mercadorias comunitárias e

– mercadorias não-comunitárias.

Mercadorias comunitárias:

• mercadorias inteiramente obtidas no território aduaneiro da Comunidade Europeia; ou

• importadas de países ou territórios que não fazem parte do território aduaneiro da Comunidade e introduzidas em livre prática; ou

• obtidas ou produzidas na Comunidade a partir das mercadorias a que se refere o segundo travessão ou das mercadorias a que se referem os primeiro e segundo travessões.

Mercadorias não-comunitárias:

• todas as outras mercadorias, incluindo mercadorias comunitárias que tenham perdido este estatuto.

NB: As mercadorias comunitárias cujo estatuto comunitário não possa ser provado, quando exigido, são consideradas mercadorias não-comunitárias.

Relativamente às mercadorias em livre prática, é sempre exigida prova do estatuto comunitário à chegada a um porto?

Sim, excepto se as mercadorias comunitárias forem transportadas entre portos situados no território aduaneiro da Comunidade num ‘serviço de linha regular autorizado’ (ver Anexo I).

Quando pode ser estabelecido o estatuto comunitário das mercadorias?

As circunstâncias em que pode ser estabelecido o estatuto comunitário das mercadorias (se for caso disso) são as seguintes:

(1) as mercadorias procedem de outro Estado-Membro e não atravessaram o território de um país terceiro; ou

(2) as mercadorias procedem de outro Estado-Membro, tendo atravessado o território de um país terceiro e sido transportadas a coberto de um documento de transporte único emitido num Estado-Membro; ou

1 Artigo 4º, nºs 6-8, do Código Aduaneiro Comunitário (CAC)

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(3) as mercadorias são objecto de transbordo num país terceiro para um meio de transporte distinto do de carregamento inicial e a coberto de um novo documento de transporte. O novo documento de transporte deve ser acompanhado de cópia do documento original referente ao transporte entre o Estado-Membro de partida e o Estado-Membro de destino.

Não se aplicando o exposto atrás, considera-se que as mercadorias têm estatuto não-comunitário.

Como pode ser provado o estatuto comunitário?

O estatuto comunitário das mercadorias pode ser provado por2:

• um documento T2L (exemplar 4 do Documento Administrativo Único);

• um documento T2LF (exemplar 4 do DAU, para as mercadorias transportadas de, para ou entre partes do território aduaneiro da Comunidade em que não são aplicáveis as disposições da Directiva 77/388/CEE (IVA)3;

• uma factura ou documento de transporte devidamente preenchido, relativo exclusivamente às mercadorias comunitárias, com a indicação da sigla T2L/T2LF consoante o caso;

• um manifesto da companhia de navegação, completado e visado pela estância competente, com a indicação “C” para as mercadorias comunitárias, “F” para as mercadorias expedidas de, para ou entre territórios não-fiscais, e “N” para as outras mercadorias (num ‘outro’ serviço de transporte marítimo);

• o manifesto da companhia de navegação, quando se utilizem os procedimentos simplificados de trânsito (nível 2), com a indicação do código “C” para as mercadorias comunitárias;

• um talão de caderneta TIR ou livrete ATA4 exibindo a sigla T2L e visado pela Alfândega;

• as chapas de matrícula e os documentos de registo dos veículos a motor matriculados num Estado-Membro, se estes estabelecerem claramente o estatuto comunitário dos veículos;

• uma declaração do estatuto comunitário para as embalagens, recipientes, paletes e outro equipamento similar, excluindo contentores, devolvidos vazios de outros Estados-Membros, salvo se houver dúvidas;

• uma declaração do estatuto comunitário para as bagagens que acompanham os passageiros (mercadorias desprovidas de carácter comercial); suficiente, salvo se houver dúvidas;

2 Artigos 5º e 9º-12º, Apêndice II, da Convenção; n.º 1 do artigo 314º-C do DAC - Disposições de

aplicação do Código Aduaneiro Comunitário 3 Ilhas Anglo-Normandas, Ilhas Canárias, Departamentos Ultramarinos Franceses: Guadalupe, Martinica,

Guiana e Reunião, Monte Athos, Ilhas Åland 4 O livrete ATA é um documento aduaneiro internacional utilizado para a importação temporária de

mercadorias destinadas a fins específicos, por exemplo apresentações, exposições e feiras, como material profissional e amostras comerciais.

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• o Documento Administrativo de Acompanhamento (DAA), previsto no Regulamento (CEE) n.º 2719/92, para mercadorias em livre prática sujeitas a impostos especiais de consumo;

• um documento T2M para os produtos da pesca, e os produtos deles obtidos a bordo, capturados por navios comunitários fora das águas territoriais de um país ou território que não pertença ao território aduaneiro da Comunidade;

• uma etiqueta especial afixada nas embalagens postais e documentos de acompanhamento, quando tais embalagens são transportadas de/para ou entre territórios não-fiscais; sem essa etiqueta, presume-se do seu estatuto comunitário (incluindo as encomendas postais), quando transportadas de um ponto a outro ponto do território aduaneiro da Comunidade;

• um documento que certifique o estatuto comunitário de mercadorias que se encontram numa zona ou entreposto francos;

• um exemplar de controlo T5 (quando a exportação da Comunidade é proibida ou está sujeita a restrições, direitos de exportação ou outras imposições).

Os documentos e regras que estabelecem o estatuto das mercadorias não podem ser utilizados para mercadorias cujas formalidades de exportação foram cumpridas (excepto no caso de mercadorias para exportação para um país da EFTA ou de Visegrado ao abrigo do procedimento de trânsito T2) ou que foram sujeitas ao regime de aperfeiçoamento activo (sistema de draubaque).

NOTA: As mercadorias comunitárias sujeitas ao procedimento de trânsito comunitário interno mantêm o estatuto comunitário.

Utilização do manifesto da companhia de navegação para prova do estatuto comunitário das mercadorias

Quando se utilizarem manifestos da companhia de navegação (em ‘outros’ serviços de transporte marítimo, ver ponto A2 na página 14) para prova do estatuto comunitário das mercadorias, tais manifestos devem conter as seguintes informações:

• firma e endereço completo da companhia de navegação;

• nome do navio;

• local e data de carga das mercadorias;

• local de descarga.

Para cada remessa:

• a referência do conhecimento ou outro documento comercial;

• número, natureza, marcas e números de referência dos volumes;

• a designação comercial normal das mercadorias, com um grau de pormenor suficiente para permitir a sua identificação;

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• a massa bruta em quilogramas;

• os números de identificação dos contentores, se for o caso;

• os seguintes indicadores do estatuto das mercadorias, consoante o caso:

– ‘C’ (equivalente a T2L), para mercadorias cujo estatuto comunitário pode ser provado;

– ‘F’ (equivalente a T2LF), para mercadorias cujo estatuto comunitário pode ser provado, expedidas de, para ou entre partes do território aduaneiro da Comunidade em que não são aplicáveis as disposições da Directiva 77/388/CEE;

– ‘N’, para todas as outras mercadorias.

A pedido da companhia de navegação, o manifesto, preenchido e assinado, será visado pela estância competente.

PROCEDIMENTOS SIMPLIFICADOS

Prova do estatuto comunitário por um expedidor autorizado

Desde que sejam preenchidas certas condições, as autoridades aduaneiras podem autorizar uma pessoa, o “expedidor autorizado”, a utilizar documentos T2L e documentos comerciais como documentos de prova do estatuto sem que para isso os tenha de apresentar para visto à estância competente (ver também página 29, ‘Expedidor autorizado’).

Prova do estatuto comunitário e utilização de manifestos electrónicos

As companhias de navegação que tenham estatuto de expedidor autorizado podem ser autorizadas a não elaborar o manifesto que serve para demonstrar o estatuto comunitário das mercadorias até ao dia seguinte ao da largada do navio, mas devem fazê-lo antes da chegada deste ao porto de destino.

1. A autorização será concedida apenas às companhias de navegação que preencham as seguintes condições:

• utilizam um sistema de transferência electrónica de dados para transmitir as informações do manifesto entre os portos de partida e de destino;

• estão estabelecidas ou têm uma filial regional num Estado-Membro e

• efectuam um número significativo de serviços entre os Estados-Membros da CE em itinerários reconhecidos.

Para as condições de concessão do estatuto de expedidor autorizado, ver página 29.

2. O manifesto deve ser aprovado pela Alfândega previamente à sua utilização e deve conter, no mínimo, as seguintes informações:

(1) firma e endereço completo da companhia de navegação,

(2) nome do navio,

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(3) local e data de carregamento das mercadorias,

(4) local de descarga

e, para cada remessa:

(1) a referência do conhecimento ou outro documento comercial;

(2) número, natureza, marcas e números de referência dos volumes;

(3) a designação comercial normal das mercadorias, com um grau de pormenor suficiente para permitir a sua identificação;

(4) a massa bruta em quilogramas;

(5) os números de identificação dos contentores, se for o caso;

• os seguintes indicadores do estatuto das mercadorias, consoante o caso:

– ‘C’ (equivalente a T2L), para mercadorias cujo estatuto comunitário pode ser provado;

– ‘F’ (equivalente a T2LF) para mercadorias cujo estatuto comunitário pode ser provado, expedidas de, para ou entre partes do território aduaneiro da Comunidade em que não são aplicáveis as disposições da Directiva 77/388/CEE;

– ‘N’, para todas as outras mercadorias.

Um exemplar do manifesto será apresentado às autoridades aduaneiras, contra pedido, no porto de partida, o mais tardar no dia útil seguinte ao da largada do navio e, em qualquer caso, antes da chegada deste ao porto de destino.

3. Um exemplar do manifesto deve ser apresentado às autoridades aduaneiras no porto de destino.

PROCEDIMENTOS NORMAIS

Para a importação, exportação e trânsito de mercadorias no território da CE existem procedimentos aduaneiros normais. Estes aplicam-se a todos os serviços de transporte marítimo, salvo se a companhia de navegação que os efectua estiver autorizada a utilizar procedimentos simplificados.

Procedimentos simplificados para a importação e a exportação

Os regulamentos comunitários5 relativos à simplificação dos procedimentos para a importação e a exportação deixam as regras de execução ao critério das autoridades aduaneiras dos Estados-Membros. A sua autorização é necessária para se poderem utilizar estes procedimentos (ver Anexo II).

5 Artigo 76º do CAC e artigos 253º-278º do DAC

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Procedimentos simplificados para o trânsito

Apenas podem beneficiar de autorização da Alfândega para utilizarem procedimentos simplificados de trânsito os serviços de linha regulares autorizados. Estes procedimentos são descritos nas páginas 26 a 37.

Page 14: Guia dos Procedimentos Aduaneiros do Transporte Maritimo de Curta Distância

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Procedimentos aduaneiros comunitários seleccionados

Mercadorias: apresentadas à

Alfândega no porto

Mercadorias transportadas através da Comunidade para o local

de desalfandegamento

Mercadorias sujeitas a um regime de trânsito

CD

Mercadorias armazenadas numa

zona franca

Mercadorias desalfandegadas a

posteriori e introduzidas em livre

prática

Mercadorias desalfandegadas e

introduzidas em livre prática

Mercadorias saídas da CE

Serviço de linha regular autorizado: presunção do estatuto comunitário das

mercadorias em trânsito e sua apresentação à Alfândega

Serviço não-regular de transporte

marítimo ('outro'): documento de prova

do estatuto comunitário exigido

Mercadorias comunitárias ou em

trânsito

A

Mercadorias comunitárias

B

Mercadorias desalfandegadas e

introduzidas em livre prática, reexportadas ou sujeitas ao regime

de trânsito

Mercadorias não-comunitárias

Mercadorias exportadas da CE

E

Mercadorias saídas da CE ou

sujeitas a um regime de trânsito

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SITUAÇÃO A:

MERCADORIAS COMUNITÁRIAS TRANSPORTADAS NO INTERIOR DA CE

Para efeitos dos procedimentos aduaneiros, há duas categorias de operadores de transporte marítimo de curta distância na CE segundo prestem:

• A1 - ‘serviço de linha regular autorizado’. Uma companhia de navegação requer à autoridade aduaneira competente autorização para um ‘serviço de linha regular autorizado’. As condições que uma companhia de navegação deve preencher para beneficiar dessa autorização figuram no Anexo I. Uma vez concedida a autorização, a companhia de navegação passa a dispor da vantagem de não estar obrigada a provar o estatuto comunitário das mercadorias, salvo prova em contrário pela Alfândega6.

• A2 - serviços não-regulares de transporte marítimo (‘outros’). Quando um prestador de serviços não seja elegível para obter, ou não o deseje, uma autorização de ‘serviço de linha regular’, o serviço integrará a categoria ‘outros’. Neste caso, exige-se prova do estatuto comunitário das mercadorias transportadas.

PROCEDIMENTO

‘Serviço de linha regular autorizado’

Um ‘serviço de linha regular autorizado’ constitui, na prática, uma ponte de transporte de mercadorias entre portos comunitários. A prova do estatuto comunitário das mercadorias não é necessária quando estas são transportadas num ‘serviço de linha regular autorizado’.

No entanto, quando esse serviço transporta igualmente mercadorias ao abrigo do procedimento T1 (trânsito externo) ou T2F (trânsito interno), estas devem ser apresentadas à estância aduaneira de destino ou ao destinatário autorizado (ver página 29), consoante o caso. A lista das estâncias aduaneiras de passagem está disponível no endereço: http://europa.eu.int/comm/taxation_Customs/dds/en/csrdhome.htm.

‘Outros’ serviços de transporte marítimo

Apresentação das mercadorias

Relativamente a todos os ‘outros’ serviços de transporte marítimo de mercadorias comunitárias, à chegada a um porto comunitário é obrigatória a comunicação da chegada das mercadorias às autoridades aduaneiras, da forma prescrita7.

Todas as mercadorias que cheguem a um porto comunitário devem ser descarregadas num cais aprovado pela Alfândega e apresentadas às autoridades aduaneiras. Essa apresentação deve ser feita:

6 Um serviço de linha regular autorizado pode igualmente transportar mercadorias não-comunitárias ou

mercadorias comunitárias para, de ou entre partes do território aduaneiro da Comunidade em que não são aplicáveis as disposições da Directiva 77/388/CEE (IVA). Nestes casos, deve ser emitida uma declaração de trânsito T1 ou T2F, respectivamente, e se se aplicar o procedimento normal de trânsito, deve ser prestada uma garantia.

7 Artigos 37º-57º do CAC

Page 16: Guia dos Procedimentos Aduaneiros do Transporte Maritimo de Curta Distância

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• pela pessoa que introduziu as mercadorias no território aduaneiro da Comunidade; ou

• pela pessoa que assume a responsabilidade pelo transporte das mercadorias daí em diante.

Os elementos relativos aos cais aprovados podem ser obtidos junto das autoridades aduaneiras nacionais dos Estados-Membros8.

Declaração sumária

As mercadorias devem ser apresentadas junto com uma declaração sumária, conforme descrito adiante para a situação B.

Pode dispensar-se a apresentação?

Não.

Descarga e armazenagem de mercadorias

As mercadorias apenas podem ser descarregadas de um navio após a sua apresentação, a entrega de uma declaração sumária e a permissão da Alfândega, e devem sê-lo em locais por esta aprovados. Os elementos relativos aos locais aprovados podem ser obtidos junto das autoridades aduaneiras nacionais dos Estados-Membros. Em situações de emergência, as mercadorias poderão ser descarregadas sem permissão por razões de segurança. No entanto, a Alfândega deve ser informada logo que as mercadorias tenham sido descarregadas. A Alfândega poderá igualmente exigir a descarga de mercadorias para as submeter a um exame.

8 Artigos 182º-189º do DAC

Page 17: Guia dos Procedimentos Aduaneiros do Transporte Maritimo de Curta Distância

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SITUAÇÃO B:

MERCADORIAS NÃO-COMUNITÁRIAS INTRODUZIDAS NA CE, DESALFANDEGADAS E INTRODUZIDAS EM LIVRE PRÁTICA COMO

MERCADORIAS COMUNITÁRIAS

PROCEDIMENTO

Apresentação e declaração sumária

A apresentação realiza-se da forma indicada para a situação A. A declaração sumária é efectuada da forma a seguir indicada.

Declaração sumária

As mercadorias devem ser apresentadas junto com uma ‘declaração sumária’, contendo as informações que as identificam. A declaração deve normalmente ser entregue na mesma estância aduaneira a que foram apresentadas as mercadorias e deverá ser feita:

• pela pessoa que transportou as mercadorias para a Comunidade;

• pela pessoa que assume a responsabilidade pelo transporte das mercadorias daí em diante;

• pela companhia de navegação; ou

• pelo representante de qualquer das entidades atrás referidas.

A Alfândega poderá aceitar documentos comerciais ou registos informáticos, desde que estes contenham os elementos necessários. São exemplo de documentos comerciais aceitáveis:

• conhecimentos;

• manifestos dos contentores;

• listas de carga;

• manifestos; e

• registos das remessas (em sistemas de inventário informatizados).

Para se saber que documentos comerciais são aceitáveis, deverá contactar-se a estância aduaneira do local de descarga.

Normalmente, a apresentação das mercadorias e a entrega da declaração sumária são combinadas. Se estiverem cumpridas as formalidades necessárias para a atribuição às mercadorias de um destino aduaneiro (e.g. introdução em livre prática, sujeição a um regime suspensivo, inutilização, reexportação) antes de dever ser feita a declaração, a Alfândega poderá dispensar a apresentação da declaração sumária. Para se saber se essa dispensa é aceitável, deverá contactar-se a estância aduaneira do local de descarga.

Page 18: Guia dos Procedimentos Aduaneiros do Transporte Maritimo de Curta Distância

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São permitidas operações de baldeação/aliviamento?

Sim. Quando é necessário transferir carga de um navio importador ancorado em águas profundas para embarcações mais pequenas, por exemplo batelões, para entrega em terra, a Alfândega poderá autorizar tais operações. A estância aduaneira do local de descarga deve ser contactada para se acordarem os processos de transporte das mercadorias para um cais aprovado. A Alfândega determinará as condições aplicáveis e especificará o itinerário que as mercadorias deverão seguir.

Há restrições ao movimento das mercadorias após a sua descarga?

Sim. Após a apresentação das mercadorias e a entrega da declaração sumária, as mercadorias passam a estar em depósito temporário até lhes ser atribuído um destino aduaneiro (e.g. introdução em livre prática). Enquanto em depósito temporário, as mercadorias não podem ser removidas, abertas ou examinadas sem permissão da Alfândega e apenas podem ser movimentadas de um modo que as não altere. As mercadorias devem ser armazenadas exclusivamente em locais aprovados pela Alfândega, designados por ‘armazéns de depósito temporário’.

Os cais e armazéns de trânsito existentes nos portos podem ser aprovados para fins de depósito temporário, sob reserva de determinadas condições. Estas podem obtidas junto das autoridades aduaneiras nacionais dos Estados-Membros.

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SITUAÇÃO C:

MERCADORIAS INTRODUZIDAS NA CE E COLOCADAS NUMA ZONA FRANCA ANTES DE DESALFANDEGADAS E INTRODUZIDAS EM LIVRE PRÁTICA

O que é uma zona franca?

Uma zona franca é uma zona especial do território aduaneiro da Comunidade, na qual:

• relativamente às mercadorias não-comunitárias, se considera, para efeitos dos direitos de importação e das medidas de política comercial, que as mesmas estão fora do território aduaneiro da Comunidade, na condição de não se destinarem a introdução em livre prática, a sujeição a um regime aduaneiro conducente à constituição de uma dívida aduaneira ou a utilização ou consumo na zona. O pagamento do IVA fica suspenso enquanto as mercadorias aí permanecerem, embora este imposto seja geralmente devido pelo fornecimento de bens ou serviços à zona.

• relativamente às mercadorias comunitárias, se pode considerar que as mesmas foram exportadas, previamente à sua efectiva exportação, tendo em conta a aplicação das medidas normalmente associadas à exportação (e.g. restituições à exportação, reembolso ou dispensa do pagamento de direitos aduaneiros).

Que tipos de zonas francas existem?

As zonas francas variam segundo a forma como são efectuados os controlos aduaneiros. Basicamente, as zonas francas podem ser controladas de dois modos9:

Quando uma zona franca é fechada, os controlos são fundamentalmente exercidos numa barreira física (vedação). Neste caso, classifica-se de zona franca de ‘controlo do tipo I’.

Quando uma zona franca é um espaço aberto, os controlos são fundamentalmente exercidos de acordo com os requisitos do regime de entreposto aduaneiro. Neste caso, classifica-se de zona franca de ‘controlo do tipo II’.

Que mercadorias podem ser colocadas numa zona franca?

Em princípio, podem ser colocadas numa zona franca mercadorias de todos os tipos, independentemente da sua qualidade e origem, sem prejuízo da legislação noutros domínios (e.g. exclusão de mercadorias sujeitas a restrições por motivos de segurança, etc.). As autoridades aduaneiras podem igualmente exigir que as mercadorias que apresentem perigo ou possam deteriorar outras mercadorias ou que necessitem, por outras razões, de instalações especiais, sejam colocadas em locais especialmente equipados para as receber.

PROCEDIMENTO

Colocação de mercadorias numa zona franca

Controlo do tipo I: As mercadorias são geralmente colocadas em zonas francas de ‘controlo do tipo I’ em virtude da sua entrada física na zona directamente de um país terceiro por via

9 Artigos 166º-181º do CAC e artigos 799º-814º do DAC; Lista das zonas francas em: JO C 50/2002

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marítima. Em geral, as mercadorias que entram numa zona franca de controlo do tipo I não carecem de apresentação às autoridades aduaneiras nem de uma declaração aduaneira.

Controlo do tipo II: As mercadorias a colocar em zonas francas de ‘controlo do tipo II’ têm de ser apresentadas à Alfândega (incluindo a entrega de uma declaração sumária) e ser objecto de uma declaração aduaneira. A entrada física de mercadorias numa zona franca do tipo II por si só não lhes confere o estatuto de mercadorias de zona franca.

Funcionamento das zonas francas

Controlo do tipo I: As mercadorias colocadas numa zona franca deste tipo devem dar entrada na ‘contabilidade de existências’, a qual deve ser aprovada pelas autoridades aduaneiras. A contabilidade de existências deve permitir a identificação das mercadorias pela Alfândega e registar os respectivos movimentos. Para esse efeito, deve incluir elementos como a designação das mercadorias e a sua quantidade e as referências dos documentos de transporte.

As mercadorias objecto de transbordo no interior de uma zona franca não têm de dar entrada na contabilidade de existências. Os documentos relativos à operação de transbordo devem, contudo, estar à disposição da Alfândega.

Controlo do tipo II: As mercadorias colocadas numa zona franca deste tipo devem igualmente dar entrada na ‘contabilidade de existências’, permitindo que a Alfândega as identifique e controle os seus movimentos. A informação que deve figurar nessa contabilidade é contudo bastante mais detalhada do que a exigida para as zonas francas do tipo I, já que nela se baseia toda a actividade de fiscalização da Alfândega. Assim, na contabilidade de existências devem figurar as seguintes informações:

• elementos constantes das declarações aduaneiras,

• o modo de atribuição de outro destino aduaneiro,

• os elementos relativos a levantamentos temporários, etc..

Levantamento de mercadorias das zonas francas

Quando as mercadorias saem de uma zona franca para serem introduzidas em livre prática, o procedimento aplicável é o mesmo que para a situação B. Se as mercadorias forem sujeitas a um regime de trânsito, o procedimento aplicável é o mesmo que para a situação E. Excepto em certos casos, não é necessária a declaração aduaneira para mercadorias não-comunitárias reexportadas de uma zona franca, bastando a notificação prévia das autoridades aduaneiras. Esta notificação é desnecessária caso se trate da reexportação de mercadorias não-comunitárias que não foram descarregadas ou que são objecto de transbordo. Relativamente às mercadorias comunitárias exportadas de uma zona franca, o procedimento aplicável é o mesmo que para a situação D.

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SITUAÇÃO D:

MERCADORIAS EXPORTADAS DA CE

Em que casos se exige a declaração de exportação?

A declaração de exportação é necessária no caso de mercadorias comunitárias exportadas para um país terceiro ou para uma parte do território aduaneiro da Comunidade em que não aplicáveis as disposições da Directiva 77/388/CEE (IVA).

Esta declaração tem as seguintes finalidades:

• o pagamento dos direitos de exportação aplicáveis;

• a concessão de restituições à exportação;

• o reembolso ou dispensa do pagamento de certos impostos, nomeadamente o IVA;

• a fiscalização dos movimentos das mercadorias que podem ser objecto de licenças, proibidas ou sujeitas a restrições e

• a compilação de dados estatísticos comerciais oficiais.

Qual a diferença entre estância de exportação e estância de saída?

A estância de exportação é a estância aduaneira onde é apresentada a declaração de exportação. A estância de saída para as mercadorias exportadas por mar é a última estância aduaneira a que é presente o navio antes de as mercadorias abandonarem o território aduaneiro da Comunidade. Tratando-se de um contrato de transporte único, no entanto, a estância de saída é a estância aduaneira do local em que a companhia de navegação recebe as mercadorias para transporte para um país terceiro ao abrigo do contrato de transporte único. Uma estância aduaneira pode ser simultaneamente estância de exportação e de saída.

PROCEDIMENTOS NORMAIS E SIMPLIFICADOS

Para a exportação de mercadorias, como para a importação ou a expedição entre Estados-Membros, existem procedimentos normais e simplificados que podem ser utilizados sob certas condições (para os procedimentos simplificados, ver Anexo II).

Procedimento normal

O declarante deve apresentar as mercadorias, a declaração de exportação e, quando necessário, a autorização ou licença de exportação à estância de exportação:

• em que o exportador está estabelecido; ou

• em que as mercadorias são embaladas ou carregadas para exportação.

Só há excepções a esta regra por motivos devidamente justificados. São exemplos:

• alteração de contrato e

• desvio das mercadorias do seu destino original.

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O facto de a estância aduaneira se encontrar fechada quando da operação de exportação não é motivo aceitável para a apresentação da declaração de exportação noutro local.

A estância aduaneira a que foram apresentadas as mercadorias e a declaração de exportação autorizará a saída das mercadorias para exportação na condição de estas abandonarem o território aduaneiro da Comunidade no estado em que se encontravam à altura da aceitação da declaração. O exemplar 3 da declaração e as mercadorias serão por fim apresentadas à estância aduaneira do porto de saída, a qual se deve certificar que as mercadorias apresentadas correspondem às declaradas e fiscalizar a sua saída física.

Algumas autoridades aduaneiras utilizam sistemas electrónicos para as declarações aduaneiras. As respectivas informações podem ser obtidas junto das autoridades aduaneiras nacionais dos Estados-Membros.

Uma pessoa que pretenda pedir restituições à exportação deve:

• apresentar a declaração de exportação à estância aduaneira competente, no local em que as mercadorias irão ser embarcadas para exportação, e

• informar a referida estância do início das operações de carga e da sua duração estimada, com pelo menos 24 horas de antecedência ou no prazo eventualmente fixado pelas autoridades aduaneiras.

Em tal caso, o local de carregamento é:

• tratando-se de mercadorias a exportar em contentores, o local em que são acondicionadas nos contentores;

• tratando-se de mercadorias exportadas a granel, em sacos, caixas de cartão, caixas, garrafas, etc., o local em que são carregadas no meio de transporte que vai deixar o território aduaneiro da Comunidade.

Que significa a data de aceitação de uma declaração de exportação?

A data efectiva do procedimento de exportação é a data de aceitação pela Alfândega da declaração de exportação. As mercadorias não podem ser removidas do local da apresentação até que a Alfândega autorize a sua saída e ficam sob fiscalização aduaneira até deixarem o território aduaneiro da Comunidade. A data de aceitação é importante dado o efeito que pode ter nos custos de exportação, nas restituições à exportação ou na concessão de licenças.

Qual o procedimento aplicável quando as mercadorias saem da Comunidade via um Estado-Membro que não o de exportação?

O desalfandegamento de mercadorias que chegam a uma estância de saída de um Estado-Membro sem prova da aceitação da declaração de exportação pela estância aduaneira de exportação competente pode ser protelado. Salvo por motivos devidamente justificados, as formalidades de exportação devem ser cumpridas na estância aduaneira de exportação competente. Tal situação implica o retorno das mercadorias a esta estância para efeitos de apresentação.

Quando as mercadorias são declaradas para exportação num Estado-Membro mas saem do território aduaneiro da Comunidade via outro Estado-Membro, deve normalmente

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acompanhá-las até à estância de saída um exemplar 3 do DAU devidamente visado (para indicar que já foram cumpridas no país de exportação as formalidades de exportação relativas à remessa considerada).

No entanto, quando mercadorias a exportar por mar são entregues à companhia de navegação para transporte ao abrigo de um contrato de transporte único, a estância competente do local de entrega das mercadorias é igualmente a estância de saída.

Não é obrigatório que o exemplar 3 do DAU acompanhe as mercadorias para além da estância de saída. O documento de transporte (por exemplo, a guia de remessa ou o manifesto) receberá o carimbo “EXPORT”, a vermelho, da Alfândega na estância de saída. Passa então a ser, para a Alfândega, a prova de que foi dada autorização de saída das mercadorias para exportação, bem como o comprovativo comercial de que as mercadorias foram exportadas da Comunidade.

Exportação de mercadorias na sequência do trânsito comunitário

Nos casos em que, para mercadorias serem exportadas, se deva utilizar um procedimento de trânsito comunitário, a estância de partida visará todos os exemplares do documento de trânsito com o carimbo ‘EXPORT’ a vermelho, após o que o exemplar 3 do DAU será igualmente visado e entregue à pessoa que apresentou as mercadorias.

Nota: Os documentos e regras que estabelecem o estatuto das mercadorias não podem ser utilizados para mercadorias cujas formalidades de exportação foram cumpridas (excepto no caso de mercadorias para exportação para um país da EFTA ou de Visegrado ao abrigo do procedimento de trânsito T2) ou que foram sujeitas ao regime de aperfeiçoamento activo (sistema de draubaque10).

Proibição ou restrição da exportação de certas mercadorias

A exportação de certas mercadorias é proibida ou está sujeita a restrições. Podem ser obtidas informações detalhadas junto das autoridades aduaneiras nacionais dos Estados-Membros.

10 Mercadorias no seu estado inalterado objecto de formalidades aduaneiras quando da exportação para

países terceiros com vista ao apuramento do regime de aperfeiçoamento activo para obtenção de reembolso ou dispensa do pagamento dos direitos aduaneiros.

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SITUAÇÃO E:

MERCADORIAS TRANSPORTADAS ATRAVÉS DO TERRITÓRIO DA CE AO ABRIGO DO REGIME DE TRÂNSITO OU OUTRO REGIME SUSPENSIVO

As mercadorias não-comunitárias que entrem na Comunidade num determinado ponto mas se destinem a introdução em livre prática noutro local devem ser sujeitas a um regime de trânsito.

Qual a função do trânsito?

O trânsito é uma importante facilidade aduaneira à disposição dos operadores de transporte e dos importadores, que permite que mercadorias atravessem um determinado território sem pagarem os direitos normalmente devidos nem serem objecto de medidas de política comercial à entrada ou saída11 desse território (‘trânsito puro’). Por oposição ao requisito tradicional de pagamento de direitos de importação e outros, reembolsados depois à saída das sucessivas fronteiras territoriais, o trânsito constitui um procedimento mais simples em termos administrativos e mais económico para o transporte de mercadorias entre territórios aduaneiros.

Permite igualmente o transporte de mercadorias para um ponto do território aduaneiro da Comunidade onde se processará (para introdução em livre prática como mercadorias comunitárias) o desalfandegamento (trânsito ‘interno’ ou ‘de proximidade’). Este tipo de trânsito é particularmente importante para a Comunidade, na qual um território aduaneiro único se conjuga com uma multiplicidade de territórios fiscais. Neste sistema de trânsito, as mercadorias podem circular do ponto de entrada na Comunidade para o ponto de desalfandegamento no país em que devem ser satisfeitas as obrigações aduaneiras e fiscais.

Além destas duas funções principais, o regime de trânsito é também utilizado para transferir de uma parte do território aduaneiro para outra mercadorias que estão sujeitas a outro regime aduaneiro suspensivo ou em relação às quais esse regime foi apurado (embora existam procedimentos de transferência alternativos).

As regras de trânsito aplicam-se até que as mercadorias cheguem a uma estância de destino autorizada (ou ao destinatário autorizado). As mercadorias podem ser sujeitas ao regime de trânsito comunitário quando entram na Comunidade ou a um procedimento de trânsito internacional12 antes de entrarem na Comunidade.

QUE TIPOS DE TRÂNSITO EXISTEM NA CE?

Transportes Internacionais Rodoviários (TIR)

De acordo com a legislação comunitária, o regime de trânsito TIR só é aplicável na Comunidade para operações de trânsito que:

• se iniciem e/ou terminem no exterior da Comunidade;

11 Ver atrás 12 Normalmente, regime de trânsito comum ou TIR

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• ou respeitem a remessas de mercadorias a descarregar no território aduaneiro da Comunidade e que são transportadas conjuntamente com mercadorias a descarregar num país terceiro;

• ou se efectuem entre dois pontos da Comunidade passando pelo território de um país terceiro. Como muitos itinerários de transporte marítimo de curta distância fazem parte de um serviço porta-a-porta multimodal, o regime TIR pode ser de grande utilidade para o sector. Este regime assenta na emissão de cadernetas TIR, que permitem que veículos rodoviários ou contentores sob selagem aduaneira atravessem um ou mais países em rota para o seu destino com um mínimo de formalidades aduaneiras a cumprir.

As disposições relativas ao regime TIR não afectam a obrigação de apresentação de declarações de exportação do DAU.

A caderneta TIR constitui simultaneamente um documento aduaneiro e uma garantia. Cada caderneta tem um número de referência individualizado e consiste em 4, 6, 14 ou 20 talões. O número de talões indica o número de países que podem ser atravessados em trânsito (país de partida e país de destino incluídos), o que significa que uma caderneta de 6 talões, por exemplo, será válida para o trânsito por 3 países.

Uma caderneta TIR é válida para uma única operação TIR. Uma vez esta concluída, a estância aduaneira de destino das mercadorias devolverá ao motorista a caderneta TIR devidamente visada.

Utilização da caderneta TIR para prova do estatuto comunitário

Quando mercadorias de estatuto comunitário são transportadas a coberto de uma caderneta TIR, o declarante deve inscrever a sigla “T2L” na casa reservada à designação das mercadorias, juntamente com a sua assinatura, em todos os talões da caderneta pertinentes e apresentará esta às autoridades competentes para visto.

Quando uma caderneta TIR abranja simultaneamente mercadorias comunitárias e não-comunitárias, as duas categorias devem ser indicadas separadamente, reservando-se a sigla “T2L” para as mercadorias comunitárias.

Trânsito comunitário

O regime de trânsito comunitário aplica-se apenas à circulação de mercadorias no interior da Comunidade13. É o regime de trânsito mais frequentemente utilizado na Comunidade.

O regime de trânsito comunitário é um regime aduaneiro suspensivo, que permite o movimento de mercadorias não-comunitárias de um ponto para outro do território da Comunidade, bem como a expedição de mercadorias cujo estatuto comunitário pode ser provado de, para ou entre partes do território aduaneiro da Comunidade em que não são aplicáveis as disposições da Directiva 77/388/CEE (IVA).

O regime de trânsito comunitário é gerido pelas administrações aduaneiras dos vários Estados-Membros por meio de uma rede de estâncias aduaneiras, denominadas 'estâncias de partida', 'estâncias de garantia', 'estâncias de passagem' e 'estâncias de destino'.

13 E, com excepções, às destinadas a Andorra e São Marinho.

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O regime de trânsito comunitário tem início na estância de partida e termina com a apresentação das mercadorias e da declaração de trânsito14 à estância de destino (ou ao destinatário autorizado). Um exemplar devidamente visado da declaração de trânsito é devolvido pela Alfândega à estância de partida (ou a uma estância centralizadora do Estado-Membro de partida). Ao recebê-lo, a Alfândega do Estado-Membro de partida apurará a declaração de trânsito e desonerará o responsável principal das suas obrigações, salvo se tiver sido constatada uma irregularidade.

No transporte marítimo de curta distância pode utilizar-se, quando adequado, o procedimento normal de trânsito comunitário. É também possível utilizar procedimentos simplificados de trânsito (ver Anexo III).

Em que casos é o regime de trânsito comunitário obrigatório?

O regime de trânsito comunitário é obrigatório nos caso de:

• Mercadorias não-comunitárias não introduzidas em livre prática nem sujeitas a outro regime aduaneiro que permita a circulação na Comunidade (‘procedimento T1’);

• Mercadorias comunitárias transportadas para, de ou entre partes do território aduaneiro da Comunidade em que não são aplicáveis as disposições da Directiva 77/388/CEE (IVA) (‘procedimento T2F’).

Trânsito comum15

O regime de trânsito comum, muito parecido com o regime de trânsito comunitário, é utilizado para o trânsito de mercadorias entre os 15 Estados-Membros da UE, os países da EFTA e os países de Visegrado16. Este regime pode ser utilizado pelos agentes económicos para facilitar a circulação de mercadorias de uma Parte Contratante para outra. Não é contudo obrigatório (ver Anexo IV).

Quando se utilize o regime de trânsito comum para mercadorias comunitárias sujeitas a uma medida comunitária que envolva a sua exportação para um país da EFTA ou um país terceiro via o território de um país da EFTA, e.g. produtos agrícolas comunitários (mercadorias PAC), as mercadorias devem ser sujeitas ao ‘procedimento T1’.

Note-se que, no âmbito do regime de trânsito comum, não há, para o transporte marítimo, ‘serviços de linha regulares autorizados’ nem procedimentos simplificados de trânsito.

O que é o procedimento normal de trânsito?

Este é o procedimento que devem utilizar os operadores que ainda não dispõem de experiência do regime nem são elegíveis para um procedimento simplificado ou que são utilizadores ocasionais do regime de trânsito. O procedimento normal de trânsito envolve:

14 O termo “declaração de trânsito" tem dois sentidos: 1. O acto pelo qual uma pessoa manifesta, da forma

prescrita, a sua intenção de sujeitar mercadorias ao regime de trânsito; 2. O(s) documento(s) utilizado(s) como declaração de trânsito, i.e. “formulários da declaração de trânsito”.

15 Convenção CE/EFTA relativa a um regime de trânsito comum, de 20 de Maio de 1987 16 Países da EFTA (Associação Europeia de Comércio Livre): Islândia, Noruega, Suíça e Liechtenstein.

Países de Visegrado: Hungria, Polónia, República Checa e República Eslovaca

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• a apresentação das mercadorias à Alfândega para exame, quando é feita a declaração de trânsito;

• a apresentação das mercadorias e dos documentos que as acompanham à ou às estâncias de passagem e à estância de destino;

• a prestação de uma garantia, válida exclusivamente para uma operação de trânsito, de montante equivalente ao valor dos direitos aduaneiros e outras imposições aplicáveis (‘garantia isolada’);

• a obrigação de selagem do meio de transporte, do contentor ou da embalagem para efeitos de identificação;

• a obrigação de seguir um itinerário economicamente justificado ou mesmo (no caso das mercadorias que apresentam risco de fraude acrescido) um itinerário vinculativo;

• o estabelecimento de um prazo para a apresentação das mercadorias à estância de destino, tendo em conta o itinerário e o meio de transporte utilizado.

O papel do responsável principal

Um dos elementos essenciais do trânsito comunitário é o responsável principal. Trata-se do operador responsável pela operação de trânsito.

O responsável principal indica a sua intenção de realizar uma operação de trânsito efectuando uma declaração de trânsito. Compete-lhe apresentar as mercadorias intactas (com selos intactos, se for caso disso) juntamente com a declaração de trânsito à estância de destino (ou ao destinatário autorizado) no prazo fixado, bem como o pagamento dos direitos e de outras imposições aplicáveis em caso de irregularidade. Compete-lhe ainda a prestação de uma garantia que cubra o montante dos direitos e demais imposições, cujo pagamento fica suspenso durante o movimento das mercadorias, salvo se houver dispensa de garantia.

É do interesse do prestador de serviços obter dos seus clientes declarações escritas relativas às remessas, incluindo o estatuto das mercadorias17.

PROCEDIMENTOS SIMPLIFICADOS DE TRÂNSITO

Como o regime de trânsito só é exigido para as mercadorias T1 ou T2F transportadas num ‘serviço de linha regular autorizado’, apenas estes serviços podem fazer uso dos procedimentos simplificados de trânsito, sob reserva do preenchimento dos critérios a seguir enunciados.

Quais os critérios gerais de utilização de um procedimento simplificado?

Note-se que só os ‘serviços de linha regulares autorizados’ podem ser elegíveis para os procedimentos simplificados de trânsito, devendo contudo estar preenchidos os seguintes critérios:

17 Seria conveniente os prestadores de serviços constituírem um seguro para a eventualidade de receberem

dos seus clientes informações erróneas, que lhes permita recuperar eventuais direitos cobrados pela Alfândega.

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• o requerente da autorização deverá estar estabelecido na Comunidade;

• o prestador do serviço deverá utilizar regularmente os dispositivos de trânsito ou poder demonstrar à Alfândega que está em condições de satisfazer os requisitos aplicáveis ou que, na qualidade de destinatário autorizado, recebe regularmente mercadorias sujeitas ao regime de trânsito;

• o prestador não cometeu infracções graves ou repetidas à legislação aduaneira ou fiscal;

• a Alfândega dispõe da capacidade de fiscalizar o procedimento de trânsito e efectuar os controlos sem um ónus administrativo desproporcionado;

• o prestador mantém uma escrita que possibilita às autoridades aduaneiras um controlo eficaz.

Que simplificações estão disponíveis?

Desde que todas as condições estejam preenchidas, o ‘serviço de linha regular autorizado’ pode ser autorizado a fazer uso de uma das seguintes simplificações18:

• utilização de uma garantia global ou de uma dispensa de garantia;

• listas de carga especiais;

• utilização de selos de modelo especial;

• dispensa da obrigação de utilização de um itinerário vinculativo para mercadorias que apresentam risco de fraude acrescido;

• expedidor autorizado e destinatário autorizado;

• simplificações especiais em matéria de trânsito para o transporte marítimo (nível 1 ou nível 2);

• outras simplificações possíveis com base em acordos bilaterais ou multilaterais entre países.

Garantia global e dispensa de garantia19

A garantia normal de trânsito é uma garantia isolada que cobre uma única operação de trânsito. Um operador pode, contudo, ser autorizado, sob certas condições, a utilizar uma garantia global ou uma dispensa de garantia para várias operações de trânsito.

Os ‘serviços de linha regulares autorizados’ igualmente autorizados a utilizar os procedimentos simplificados de trânsito dos níveis 1 ou 2 não carecem de garantia para as mercadorias T1 ou T2F que transportem.

18 Note-se que nem todas estas simplificações serão pertinentes para os serviços de linha regulares

autorizados. São todavia aqui referidas, já que, num contexto intermodal de que o transporte marítimo de curta distância faça parte, poderão ser utilizados outros modos de transporte.

19 Artigos 379º a 384º do DAC

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Quando o responsável principal num procedimento de trânsito comunitário é uma autoridade pública (uma pessoa colectiva de direito público ou uma instituição de direito público), não é necessária garantia. Todavia, se a autoridade pública se rege pelo direito privado (e.g. uma sociedade por quotas ou uma sociedade anónima), não há dispensa de garantia20.

As organizações internacionais podem igualmente beneficiar de uma dispensa desde que preencham as seguintes condições:

• terem sido estabelecidas por Governos ou Estados, um dos quais, pelo menos, seja Estado-Membro da Comunidade Europeia;

• não exercerem actividades económicas que entrem em concorrência com as actividades de empresas privadas estabelecidas na Comunidade.

Listas de carga especiais

As autoridades competentes podem autorizar os responsáveis principais a utilizar listas de carga especiais que não obedeçam aos requisitos normais a que devem obedecer estas listas21.

Para que se possa fazer uso desta simplificação, as listas de carga devem satisfazer os seguintes critérios:

(1) ser emitidas por empresas que utilizem, na sua escrita, um sistema de tratamento electrónico ou automático de dados;

(2) estar concebidas e ser preenchidas de modo a poderem ser utilizadas sem dificuldade pelas autoridades competentes.

Selos especiais22

As autoridades aduaneiras podem autorizar os responsáveis principais a utilizar, nos meios de transporte ou volumes, selos especiais, cujo modelo deverá ser especificado na autorização. Esta simplificação é válida apenas para operações de trânsito com início no país emissor da autorização. A autorização de utilização de selos especiais deve ser apresentada sempre que o solicite a estância de partida.

Dispensa de utilização de um itinerário vinculativo para o transporte de mercadorias que apresentam risco de fraude acrescido23

As autoridades competentes podem dispensar os responsáveis principais da obrigação de respeitarem um itinerário prescrito, cujo objectivo é assegurar que as autoridades aduaneiras possam determinar a qualquer momento a localização das remessas.

Esta autorização é válida apenas para operações de trânsito com início no país que a emitiu.

A autorização deve ser redigida em pelo menos dois exemplares, um dos quais é conservado pelas autoridades competentes, e deve ser apresentada sempre que o solicite a estância de partida.

20 N.º 4 do artigo 189º do CAC 21 Artigo 385º e Anexo 44A do DAC 22 Artigo 386º e Anexo 46A do DAC 23 Artigo 387º do DAC

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Expedidor autorizado

Um expedidor autorizado é uma pessoa autorizada, pelas autoridades competentes, a efectuar operações de trânsito sem ter de apresentar as mercadorias e a declaração de trânsito correspondente à estância de partida.

Para obter o estatuto de expedidor autorizado, um operador deve satisfazer as condições gerais aplicáveis e dispor de uma garantia global ou ser titular de uma dispensa de garantia24.

Nos termos da legislação de trânsito, os expedidores autorizados serão obrigados a utilizar sistemas de tratamento de dados para comunicar com a estância de partida e apresentar os documentos de trânsito logo que a estância de partida esteja ligada ao novo sistema de trânsito informatizado (NSTI). No entanto, os expedidores autorizados anteriormente a 31 de Março de 1999 ficarão dispensados desta obrigação até uma data a decidir pelas autoridades aduaneiras ou até 31 de Março de 2004.

Destinatário autorizado

Esta simplificação permite que um operador receba mercadorias nas suas instalações ou outros locais especificados sem ter de apresentar essas mercadorias e os exemplares 4 e 5 da declaração de trânsito à estância de destino.

24 Artigo 398º do DAC

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Procedimento simplificado do nível I - Manifesto(s)

APENAS serviços de linha regulares autorizados Garantia desnecessária

Companhia de navegação = Responsável principal Manifesto individual = Declaração de trânsito

Carregamento do navio

Manifesto

Elaboração em 2 exemplares dos manifestos individuais

que servirão de declarações de trânsito,

a visar pela estância de partida

Trânsito comunitário

Trânsito comunitário

T1 Mercadorias não-comunitárias

T2F Mercadorias não

fiscais

Estância de partida

Acompanha as mercadorias

Apresentação das mercadorias e do manifesto que serve

de declaração de trânsito à estância de destino

Obtenção da autorização das autoridades competentes

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Procedimento simplificado - Nível I Apenas serviços de linha regulares autorizados

Garantia desnecessária Companhia de navegação = responsável principal

Manifesto individual = declaração de trânsito

Navio

Manifesto de carga, para

todas as mercadorias

Elaboração em 2 exemplares de manifestos separados, que servirão de declarações de trânsito a visar no porto de partida pelas

autoridades, que conservarão um exemplar

Manifesto T1 para as mercadorias comunitárias

Manifesto T2F paraas mercadorias a que se refere o n.º 1 do

artigo 340º-C do DAC

Apresentação de um exemplar dos manifestos às autoridades no porto de destino

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Procedimento simplificado - Nível 1

Apenas serviços de linha regulares autorizados

Garantia desnecessária Companhia de navegação = responsável principal

Manifesto individual = declaração de trânsito

Navio

Manifesto de carga, para

todas as mercadorias

Elaboração em 2 exemplares de manifestos separados, que servirão de declarações de trânsito a visar no porto de partida pelas

autoridades, que conservarão um exemplar

Manifesto T1 para as mercadorias comunitárias

Manifesto T2F paraas mercadorias a que se refere o n.º 1 do

artigo 340º-C do DAC

Apresentação de um exemplar dos manifestos às autoridades no porto de destino

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SIMPLIFICAÇÃO DO NÍVEL 125

Para que um ‘serviço de linha regular autorizado’ possa utilizar o procedimento simplificado do nível 1 terá de ser obtida a autorização das autoridades competentes. A companhia de navegação será o responsável principal pelos movimentos considerados, ficará vinculada às regras de trânsito e deverá utilizar como declaração de trânsito o manifesto do navio.

Quando uma operação de transporte inclua mercadorias sujeitas ao procedimento de trânsito comunitário externo e mercadorias sujeitas ao procedimento de trânsito comunitário interno, deve haver para cada categoria de mercadorias um manifesto distinto.

O manifesto em papel deve conter as seguintes informações:

• data e assinatura de um representante habilitado da companhia de navegação;

• a sigla "T1" ou "T2F", identificadora do tipo de declaração de trânsito;

• firma e endereço completo da companhia de navegação;

• nome do navio;

• local de carga e local de descarga das mercadorias;

• para cada remessa:

– a referência do conhecimento;

– número, natureza, marcas e números de referência dos volumes;

– a designação comercial normal das mercadorias, com um grau de pormenor suficiente para permitir a sua identificação;

– a massa bruta em quilogramas;

– os números de identificação dos contentores, se for o caso.

25 Artigo 447º do DAC

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Procedimento simplificado do nível II - Manifesto único APENAS serviços de linha regulares autorizados

Garantia desnecessária Companhia de navegação = Responsável principal

Manifesto único para todas as mercadorias = Declaração de trânsito

Obtenção da autorização das autoridades competentes

Carregamento do navio

Manifesto único

Porto de descarga

TF

T1

TD

C

x (exportação)

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Procedimento simplificado - Nível 2

Apenas serviços de linha regulares autorizados

Garantia desnecessária Companhia de navegação = responsável principal

Manifesto individual = declaração de trânsito

Navio

Elaboração em 2 exemplares do manifesto, que servirá de declaração de trânsito a visar no

porto de partida pelas autoridades, que conservarão um exemplar

Manifesto de carga para todas as mercadorias

T1 (mercadorias sujeitas ao regime de trânsito comunitário externo)

TF (mercadorias sujeitas ao regime de trânsito comunitário interno conforme previsto no n.º 1 do artigo 340º-C do DAC

TD (mercadorias já sujeitas a outro regime de trânsito)

C (mercadorias comunitárias não sujeitas a um regime de trânsito e cujo estatuto pode ser justificado)

X (mercadorias comunitárias destinadas a exportação e não sujeitas a um regime de trânsito)

Apresentação de um exemplar do manifesto às autoridades no porto de

destino

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PROCEDIMENTO DO NÍVEL 226

Uma companhia de navegação estabelecida ou com representação no território aduaneiro da Comunidade e que preste um ‘serviço de linha regular autorizado’ pode ser autorizada a utilizar o procedimento simplificado do nível 2 se efectuar um número significativo de viagens regulares entre Estados-Membros.

A companhia de navegação (responsável principal) é autorizada a utilizar um único manifesto, no qual deve inscrever, à frente das adições relevantes, o estatuto das mercadorias - T1, TF, TD, C (para mercadorias comunitárias) ou X.

As mercadorias serão codificadas com a sigla "TD" quando:

• já estiverem sujeitas a um regime de trânsito formal (T1, T2, T2F, caderneta TIR, livrete ATA, formulário 302 NATO, etc.); ou

• são transferidas para o regime de aperfeiçoamento activo a coberto de cópia da autorização emitida ou de documentos comerciais ou administrativos contendo a sigla "AA"; ou

• são transportadas ao abrigo do regime de entreposto aduaneiro ou de importação temporária.

A sigla "TD" deve ser inscrita à frente de cada uma das adições que integra o manifesto único ou o manifesto de grupagem. Em todos os casos, a companhia de navegação inscreverá a sigla "TD" no conhecimento ou outro documento comercial pertinente, junto com uma referência ao regime efectivo, a data do documento de trânsito ou transferência e a denominação da estância aduaneira de partida. O operador que utiliza o procedimento de trânsito (ou transferência) é responsável pelos movimentos considerados.

A companhia de navegação deve registar o estatuto das remessas nos seus registos comerciais e cópias dos manifestos.

Considera-se terminado o regime de trânsito comunitário quando o manifesto e as mercadorias são apresentados às autoridades aduaneiras no porto de destino (porto de descarga).

A estância aduaneira de destino comunicará à estância de partida, num lapso de tempo razoável, as eventuais discrepâncias ou irregularidades observadas.

Se a prova do estatuto for conservada nos registos comerciais da companhia no porto de partida, e não houver dúvidas quanto ao estatuto comunitário das mercadorias à chegada ao porto de destino, a indicação do estatuto no manifesto dá direito a que as mercadorias circulem livremente até ao seu destino na Comunidade.

As autoridades aduaneiras no porto de destino devem, contudo, verificar o estatuto comunitário declarado por meio de controlos a posteriori baseados na avaliação dos riscos e, se necessário, de inquirições junto das autoridades competentes no porto de partida.

26 Artigo 448º do DAC

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37

Estão previstos outros ‘casos especiais’?

Quando várias remessas de mercadorias transportadas por mar são objecto de grupagem, cada adição da grupagem deve ser objecto de contrato entre o expedidor e a empresa de grupagem. Constitui prova desse contrato a guia de remessa, o conhecimento do transitário, nomeadamente no modelo aprovado pela Federação Internacional de Agentes Transitários (FIATA), ou outro documento comercial acordado entre ambos.

O transporte marítimo da remessa grupada é efectuado ao abrigo de um contrato entre a empresa de grupagem e a companhia de navegação. Constitui prova do contrato o conhecimento do transportador, a carta de porte marítimo ou outro documento comercial acordado e aceite por ambas.

A remessa grupada deve ser ainda objecto de um manifesto específico, preparado pela empresa de grupagem, consistindo numa descrição analítica de todos os volumes que integram a remessa com as referências de cada guia de remessa, conhecimento ou outro documento comercial, consoante o caso.

Quando uma companhia de navegação transporte remessas grupadas ao abrigo de um conhecimento estabelecido pelo transportador, uma carta de porte marítimo ou outro documento comercial, admite-se que a companhia não esteja necessariamente a par do conteúdo das remessas27.

Tais remessas podem ser aceites nas seguintes condições:

• a empresa de grupagem compromete-se a registar o estatuto das remessas individuais nos seus registos comerciais;

• a empresa de grupagem fornece à companhia de navegação uma lista de carga de grupagem com as seguintes informações:

(1) firma e endereço completo da companhia de navegação;

(2) nome do navio;

(3) local de carregamento;

(4) local de descarga;

(5) a referência do conhecimento ou outro documento comercial;

e, para cada remessa:

(1) número, natureza, marcas e números de referência dos volumes e massa bruta em quilogramas;

(2) a designação comercial normal das mercadorias, com um grau de pormenor suficiente para permitir a sua identificação;

(3) os números de identificação dos contentores, se for o caso;

27 Não válido para o transporte de mercadorias perigosas, que devem ser declaradas separadamente.

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• a companhia de navegação aplicará, para efeitos do trânsito comunitário, o estatuto mais elevado constante da lista de carga a todas as mercadorias que integram a remessa grupada.

Quando a companhia de navegação utilizar o procedimento simplificado de trânsito do nível 1, o transporte de grupagem deve ser indicado no manifesto correspondente ao estatuto mais elevado registado na lista de carga correspondente, e.g. se a grupagem integrar mercadorias T1, TD e mercadorias comunitárias, essa indicação deve figurar no manifesto T1.

Quando a companhia de navegação utilizar o procedimento do nível 2, o estatuto mais elevado constante da lista de carga correspondente deve figurar no manifesto sob a menção "grupagem", e.g. se a grupagem integrar mercadorias T1, utilizar T1; se integrar mercadorias TF e C, utilizar TF.

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Lista de definições

Afretamento A locação da totalidade ou de parte de um navio

Expedidor autorizado Pessoa autorizada a efectuar operações de trânsito sem ter de apresentar as mercadorias e a declaração de trânsito à estância de partida

Destinatário autorizado Pessoa autorizada a receber, nas suas instalações ou noutros locais especificados, mercadorias sujeitas a um regime de trânsito sem ter de apresentar essas mercadorias e os exemplares 4 e 5 da declaração de trânsito à estância de destino

Trânsito comunitário Regime aduaneiro suspensivo que permite a circulação de mercadorias entre dois pontos na Comunidade

Código Aduaneiro Comunitário (CAC)

Regulamento (CEE) n.º 2913/92 do Conselho, de 12 de Outubro de 1992, que estabelece o Código Aduaneiro Comunitário

Mercadorias comunitárias Mercadorias:

• inteiramente obtidas no território aduaneiro da Comunidade

• importadas de países ou territórios que não fazem parte do território aduaneiro da Comunidade e introduzidas em livre prática

• obtidas ou produzidas no território aduaneiro da Comunidade, quer exclusivamente a partir das mercadorias referidas no segundo parágrafo quer a partir das mercadorias referidas no primeiro e segundo parágrafos

Território aduaneiro da Comunidade

O território aduaneiro da Comunidade inclui:

– a Alemanha, com excepção da Ilha de Helgoland e do território de Busingen

– a Áustria

– a Bélgica

– a Dinamarca, com excepção das Ilhas Faroé e da Gronelândia

– a Espanha, com excepção de Ceuta e de Melilha

– a Finlândia (incluindo as Ilhas Åland)

– a França (incluindo o Mónaco e os departamentos ultramarinos de Guadalupe, Guiana Francesa, Martinica e Reunião), com excepção dos territórios ultramarinos e de

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São Pedro e Miquelon e Mayotte

– a Grécia

– a Irlanda

– a Itália, com excepção dos municípios de Livigno e Campione d'Italia, bem como das águas nacionais do lago de Lugano situadas entre a margem e a fronteira política da zona entre Ponte Tresa e Porto Ceresio

– o Luxemburgo

– o território europeu dos Países Baixos

– Portugal

– o Reino Unido da Grã-Bretanha e da Irlanda do Norte, bem como as Ilhas Anglo-Normandas e a Ilha de Man

– a Suécia

A partir de 1 de Maio de 2004, o território aduaneiro da Comunidade passa também a incluir:

– Chipre

– a Eslovénia

– a Estónia

– a Hungria

– a Letónia

– a Lituânia

– Malta

– a Polónia

– a República Checa

– a República Eslovaca

União Aduaneira A formação, a partir de dois ou mais territórios aduaneiros, de um território aduaneiro único

Comunidade Europeia (CE) Os Estados-Membros da CE são a Alemanha, a Áustria, a Bélgica, a Dinamarca, a Espanha, a Finlândia, a França, a Grécia, a Irlanda, a Itália, o Luxemburgo, os Países Baixos, Portugal, o Reino Unido e a Suécia.

A partir de 1 de Maio de 2004, a Comunidade passará a incluir também Chipre, a Eslovénia, a Estónia, a Hungria, a Letónia, a Lituânia, Malta, a Polónia, a República Checa e a República Eslovaca.

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Associação Europeia de Comércio Livre (EFTA)

Grupo de países que compreende a Islândia, a Noruega, a Suíça e o Liechtenstein

Mercadorias introduzidas em livre prática

Mercadorias inteiramente originárias da CE ou mercadorias importadas para a CE relativamente às quais todas as formalidades de importação foram cumpridas e todos os direitos aduaneiros ou outras imposições foram pagos e não reembolsados total ou parcialmente

Garantia Tipo de caução destinada a assegurar a cobrança dos direitos e outras imposições, prestada pelo responsável principal

Disposições de aplicação do Código (DAC)

Regulamento (CEE) n.º 2454/93 da Comissão, de 2 de Julho de 1993, que fixa determinadas disposições de aplicação do Regulamento (CEE) n.º 2913/92 do Conselho que estabelece o Código Aduaneiro Comunitário

Manifesto do nível 1 O manifesto que os ‘serviços de linha regulares autorizados’ podem utilizar como declaração de trânsito para mercadorias T1 ou T2F

Manifesto do nível 2 O manifesto único que os ‘serviços de linha regulares autorizados’ podem utilizar como declaração de trânsito e em que o estatuto das mercadorias em trânsito é inscrito à frente das adições consideradas

Baldeação/aliviamento Um método de descarga de navios no mar ou fora dos portos, normalmente de grandes navios-tanque para outros mais pequenos, que depois seguem para o porto de descarga

Novo sistema de trânsito informatizado - NSTI

O novo sistema de trânsito informatizado (NSTI) é utilizado desde 1 de Julho de 2003. O NSTI substitui as declarações de trânsito do DAU, mas ainda não inclui procedimentos simplificados baseados na utilização do manifesto. Nos próximos anos, o objectivo é dotar o sistema dos procedimentos de trânsito simplificados baseados no manifesto

‘Territórios não-fiscais’ Territórios que fazem parte do território aduaneiro da Comunidade mas não do seu território fiscal (IVA), conforme definido na Directiva 77/388/CEE. São eles: as Ilhas Åland, as Ilhas Anglo-Normandas, as Ilhas Canárias, Guadalupe, a Guiana Francesa, Martinica, Monte Athos e Reunião

Estância de partida Estância aduaneira autorizada onde as mercadorias são sujeitas ao regime de trânsito (ver também expedidor autorizado)

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Estância de destino Estância aduaneira autorizada onde as mercadorias e o documento de trânsito devem ser apresentados para pôr fim ao regime (ver também destinatário autorizado)

Estância de saída (ponto de saída) A estância aduaneira competente no local em que as mercadorias são tomadas a cargo no âmbito de um contrato de transporte único por companhias ferroviárias, administrações postais, companhias aéreas ou companhias de navegação para serem transportadas para um país terceiro.

Exemplo: Contrato único Helsínquia-Roterdão-Nova Iorque: a estância de saída é Helsínquia, quer a linha Helsínquia-Roterdão constitua ou não um serviço regular de transporte marítimo.

Caso não haja um contrato único, a estância de saída é a última estância aduaneira antes da saída das mercadorias do território aduaneiro da Comunidade.

Exemplo: Helsínquia-Roterdão-Nova Iorque, sem contrato único: a estância de saída é Helsínquia, se a linha Helsínquia-Roterdão não constituir um serviço regular de transporte marítimo, ou Roterdão, se a linha Helsínquia-Roterdão constituir um serviço regular.

No caso de mercadorias transportadas por mar ao abrigo de um documento de controlo T5, a estância de destino é a estância responsável pelo porto em que as mercadorias são carregadas pela primeira vez num navio que efectua um serviço não regular.

Exemplo: Helsínquia-Roterdão-Nova Iorque: a estância de destino é Helsínquia, se a linha Helsínquia-Roterdão não constituir um serviço regular, ou Roterdão, se a linha Helsínquia-Roterdão constituir um serviço regular.

Estância de garantia A estância, designada pelas autoridades competentes de cada país, onde deve ser prestada a garantia

Estância de passagem • a estância aduaneira situada no ponto de saída do território aduaneiro da Comunidade, quando as mercadorias saem deste território no decurso de uma operação de trânsito via uma fronteira entre um Estado-Membro e um país terceiro que não seja da EFTA; ou

• a estância aduaneira situada no ponto de entrada no território aduaneiro da Comunidade, quando as mercadorias atravessam o território de um país terceiro no decurso de uma operação de trânsito

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Responsável principal O titular da autorização de utilização do procedimento de trânsito comunitário externo

Manifesto renano O regime relativo ao manifesto renano aplica-se ao transporte fluvial no Reno e seus afluentes para efeitos da passagem de fronteiras nacionais mediante a apresentação do manifesto renano

Documento Administrativo Único (DAU)

Um formulário de vários exemplares utilizado na Comunidade, na EFTA e nos países de Visegrado para controlo das importações, exportações e mercadorias em trânsito.

Trata-se de um documento em oito partes, com os seguintes exemplares:

• Exemplar 1: conservado pelas autoridades do Estado-Membro em que são cumpridas as formalidades de exportação (eventualmente expedição) ou de trânsito comunitário;

• Exemplar 2: utilizado para as estatísticas do Estado-Membro de exportação. Pode igualmente ser utilizado para as estatísticas do Estado-Membro de expedição no caso de trocas comerciais entre partes do território aduaneiro da Comunidade sujeitas a regimes fiscais diferentes;

• Exemplar 3: devolvido ao exportador depois de visado pelos serviços aduaneiros;

• Exemplar 4: conservado pela estância de destino após a operação de trânsito comunitário ou como documento T2L com o objectivo de certificar o carácter comunitário das mercadorias;

• Exemplar 5: exemplar de devolução para o regime de trânsito comunitário;

• Exemplar 6: conservado pelas autoridades do Estado-Membro em que são cumpridas as formalidades no destino;

• Exemplar 7: utilizado para as estatísticas do Estado-Membro de destino (para as formalidades no destino), incluindo no caso de trocas comerciais entre partes do território aduaneiro da Comunidade sujeitas a regimes fiscais diferentes;

• Exemplar 8: devolvido ao destinatário depois de visado pelos serviços aduaneiros.

As autoridades aduaneiras nacionais fornecem várias

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combinações do maço de oito exemplares consoante a finalidade a que se destinem.

Formulário suplementar do DAU Formulário utilizado como complemento dos exemplares do DAU quando a remessa diz respeito a várias adições

Lista de carga combinada de exportação/trânsito do DAU

Formulário utilizado como complemento dos exemplares do DAU para a exportação e o trânsito quando a remessa diz respeito a várias adições

Lista de carga especial Documento comercial que pode ser utilizado em lugar dos formulários suplementares do DAU como complemento do DAU quando a remessa diz respeito a várias adições

Estatuto Estatuto aduaneiro das mercadorias, que permite distinguir entre mercadorias comunitárias e mercadorias não-comunitárias

T1 Declaração, no documento de trânsito comunitário, de que as mercadorias estão sujeitas ao regime de trânsito comunitário externo

T2 Declaração, no documento de trânsito comunitário, de que as mercadorias têm estatuto comunitário e circulam no interior da CE, para ou via um país da EFTA ou de Visegrado ou via um país terceiro ao abrigo do regime de trânsito comunitário interno

T2F Declaração, no documento de trânsito comunitário, de que as mercadorias comunitárias circulam de, para ou entre partes do território aduaneiro da Comunidade em que não são aplicáveis as disposições da Directiva 77/388/CEE (IVA) (‘territórios não-fiscais’) ao abrigo do regime de trânsito comunitário interno

T2L Documento comprovativo do estatuto comunitário das mercadorias

T2LF Documento que prova o estatuto comunitário de mercadorias expedidas de, para ou entre partes do território aduaneiro da Comunidade em que não são aplicáveis as disposições da Directiva 77/388/CEE (IVA) (‘territórios não-fiscais’)

TD Abreviatura utilizada no manifesto do nível 2 para indicar que as mercadorias estão sujeitas a um outro regime

TF Abreviatura utilizada no manifesto do nível 2 para indicar que as mercadorias circulam de ou para um dos territórios não-fiscais da Comunidade

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Declaração de trânsito Acto pelo qual uma pessoa manifesta, nas formas e modalidades prescritas, a vontade de sujeitar mercadorias ao regime de trânsito.

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ANEXO I

‘Serviço de linha regular autorizado’: Lista de verificação geral da elegibilidade

• O requerente deve estar estabelecido num Estado-Membro e prestar serviços de linha regulares

• O requerente não pode ter cometido infracções graves ou repetidas à legislação aduaneira ou fiscal

• O requerimento deve ser apresentado por escrito, assinado e datado, e deve incluir os elementos de prova exigidos28 e indicar qual o procedimento simplificado solicitado

• O requerimento deve ser apresentado no país em que o requerente está estabelecido

• A autorização destina-se a navios específicos que operam num itinerário determinado29

• As autoridades devem ser informadas de qualquer alteração que possa influir na continuação ou no teor da autorização concedida (mudança de navio ou de itinerário).

‘Serviços de linha regulares autorizados’30

O que é um ‘serviço de linha regular autorizado’?31

Um ‘serviço de linha regular autorizado’ é um serviço de transporte de mercadorias em navios que navegam exclusivamente entre portos situados no território aduaneiro da Comunidade e não podem ser procedentes, ter como destino ou fazer escala em pontos fora desse território ou em zonas francas de controlo do tipo I (i.e. controlo baseado principalmente na existência de uma vedação) de portos desse território. Este conceito aplica-se apenas ao transporte porto-a-porto, não abrangendo o transporte das mercadorias do porto de chegada para o interior. Esta parte da operação de transporte é realizada no âmbito do regime de trânsito comunitário ou do regime TIR se consistir num transporte rodoviário com passagem ou término num país terceiro.

A menos que haja indícios claros do contrário, assume-se que as mercadorias transportadas num ‘serviço de linha regular autorizado’ têm estatuto comunitário.

Para as mercadorias ‘não introduzidas em livre prática’ transportadas num ‘serviço de linha regular autorizado’ são necessárias a documentação relativa ao trânsito comunitário e uma garantia. Para mercadorias sujeitas aos procedimentos simplificados de trânsito dos níveis 1 e 2 não é necessária garantia.

28 Informações sobre os registos contabilísticos da actividade comercial e a frequência com que é utilizado

o regime de trânsito e outras informações úteis para que a autoridade competente possa determinar se as obrigações previstas podem ser cumpridas.

29 Ver espécime no Anexo V 30 Este conceito de serviço regular não deve ser confundido com a expressão "serviço regular" utilizada no

sector dos transportes marítimos. 31 Artigo 313º-A do DAC

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Quais as vantagens do ‘serviço de linha regular autorizado’?

• Relativamente às mercadorias comunitárias, não é necessária prova do seu estatuto. Note-se que em relação às mercadorias não-comunitárias se deve utilizar o regime de trânsito;

• Relativamente ao trânsito, podem utilizar-se os procedimentos simplificados dos níveis 1 e/ou 2, o que apresenta a vantagem de:

(a) o sistema se basear no(s) manifesto(s) do prestador de serviços;

(b) não ser exigida a garantia de trânsito comunitário para as mercadorias T1 ou T2F;

(c) reduzir o volume de documentação, visto o manifesto substituir os vários documentos de trânsito.

Se a maior parte da carga transportada for constituída por mercadorias T1, um ‘serviço de linha regular autorizado’ implicará um maior volume de documentação aduaneira do que um serviço da categoria "outros".

No entanto, as companhias de navegação que obtenham autorização para prestar um ‘serviço de linha regular autorizado’ podem obviar à apresentação de formulários T1 para cada remessa T1 candidatando-se a utilizar um procedimento simplificado de trânsito, o que lhes permite substituir os diferentes documentos de trânsito pelo(s) manifesto(s).

Um ‘serviço de linha regular autorizado’ não está obrigado a utilizar procedimentos simplificados de trânsito. Em tal caso, quando o serviço transportar mercadorias T1 ou T2F, aplica-se o procedimento normal, utilizando o DAU/NSTI e uma garantia.

A quem é feito o requerimento para autorização de um ‘serviço de linha regular’?

O requerimento deve ser apresentado às autoridades aduaneiras do Estado-Membro em que a companhia de navegação que presta o serviço está estabelecida (ver lista do Anexo VI para os contactos com as autoridades aduaneiras nacionais).

Afretamentos parciais

Tratando-se de um afretamento parcial, o requerimento para autorização de um serviço regular deve ser apresentado pelo locador ou afretador, ou o seu representante, e definir o serviço regular, i.e. especificar o(s) navio(s) a utilizar no serviço regular e os portos de escala. As autoridades aduaneiras competentes podem pedir as informações que considerem necessárias para tratamento do pedido.

Nota importante:

Quando uma companhia de navegação transporta mercadorias comunitárias ao abrigo do procedimento simplificado do nível 2, estas mercadorias levam no manifesto o código “C”. No entanto, se forem subsequentemente objecto de transbordo num porto comunitário para um navio que não presta um serviço regular, podem perder esse estatuto. Esta situação coloca problemas no porto comunitário de destino final.

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Em tais casos, a prova do estatuto das mercadorias no porto comunitário de destino final consiste num documento T2L, emitido e autenticado pelas autoridades competentes, em última instância no porto de transbordo.

Recomenda-se que, nesta situação, a prova do estatuto acompanhe as mercadorias desde o início da operação de transporte.

Em alternativa, a prova pode consistir no manifesto da companhia de navegação (ver “Estatuto das mercadorias”).

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ANEXO II

Os procedimentos simplificados de importação e exportação podem incluir32:

• a aceitação de declarações incompletas ou de declarações não acompanhadas de todos os documentos necessários para o regime aduaneiro considerado;

• a apresentação de uma declaração simplificada, com a apresentação a posteriori de uma declaração suplementar;

• a importação ou exportação de mercadorias das instalações do interessado ou outros locais designados ou aprovados pelas autoridades aduaneiras.

Algumas autoridades aduaneiras dos Estados-Membros usam sistemas electrónicos para facilitar os procedimentos simplificados. Além das simplificações previstas nos regulamentos comunitários, as autoridades aduaneiras dos Estados-Membros podem estabelecer as suas próprias simplificações, desde que compatíveis com as políticas comunitárias. Os elementos relativos a estas simplificações podem ser obtidos junto das autoridades aduaneiras nacionais.

32 Regulamentos (CEE) nºs 2913/92 e 2454/93 do Conselho, artigos 253.º-278.º

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ANEXO III

Exemplos de itinerários marítimos e procedimentos de trânsito conexos

Descreve-se a seguir um conjunto de casos típicos ilustrativos do tipo de procedimento aplicável e dos documentos necessários.

1. Exemplo 1: Dunquerque/Roterdão num ‘serviço de linha regular autorizado’

• Procedimento normal de trânsito: garantia obrigatória

O regime de trânsito comunitário é obrigatório para mercadorias provenientes de países terceiros. É emitida uma declaração de trânsito T1 (exemplares 1, 4 e 5 do DAU) e prestada uma garantia.

Para mercadorias comunitárias sujeitas a impostos especiais de consumo é emitido um documento de acompanhamento específico (DAA).

NOTA: Para as mercadorias comunitárias em livre prática o regime de trânsito comunitário não é obrigatório.

Procedimento simplificado de trânsito: garantia desnecessária

O estatuto aduaneiro das mercadorias deve ser indicado nos manifestos da forma a seguir indicada.

(nível 1 – manifesto distinto por categoria de trânsito):

• "T1" para mercadorias sujeitas ao procedimento de trânsito comunitário externo;

• "T2F" para mercadorias sujeitas ao procedimento de trânsito comunitário interno expedidas de, para ou entre partes do território aduaneiro da Comunidade em que não são aplicáveis as disposições da Directiva 77/388/CEE;

ou (nível 2 – manifesto único):

• "C" para mercadorias comunitárias;

• "T1" para mercadorias provenientes de países terceiros;

• "TD" para mercadorias já em circulação no âmbito de um regime de trânsito (e.g. caderneta TIR) ou outro regime;

• "X" para mercadorias comunitárias destinadas a exportação.

2. Exemplo 2: Génova/Marselha num serviço não-regular

Considera-se que todas as mercadorias que chegam a Marselha são mercadorias não-comunitárias.

• Para mercadorias comunitárias (à excepção das sujeitas a impostos especiais de consumo) embarcadas em Génova: emissão de um documento T2L ou utilização

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como documento comprovativo do estatuto, a pedido da companhia de navegação, de um manifesto com o indicador "C".

• Para mercadorias comunitárias sujeitas a impostos especiais de consumo embarcadas em Génova: entrega do documento administrativo de acompanhamento (DAA) Para estas mercadorias não é exigido um documento T2L complementar.

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ANEXO IV

Convenções Trânsito Comum e DAU

Em 1987 a Comunidade Europeia e os países da EFTA33 celebraram duas convenções. Estas facilitam a importação, exportação e circulação de mercadorias de, para e entre a Comunidade e os países da EFTA. Uma das Convenções (Convenção CE/EFTA relativa a um regime de trânsito comum, de 20 de Maio de 1987, JO L 226 de 18.8.1987, com as alterações que lhe foram introduzidas), estabelece um regime de trânsito comum e a outra (Convenção CE/EFTA relativa à simplificação das formalidades no comércio de mercadorias [incluindo o Documento Administrativo Único - DAU - para utilização nesse comércio], JO L 134 de 22.5.1987, com as alterações que lhe foram introduzidas) prevê a simplificação das formalidades de importação, exportação e trânsito. No presente Guia, estas convenções são referidas respectivamente por “Convenção” e “Convenção DAU”. O formulário DAU é preenchido com um documento T1 ou T2 para indicar qual o procedimento de trânsito aplicável.

33 Associação Europeia de Comércio Livre: Países membros - Islândia, Noruega, Suíça e Liechtenstein.

Países de Visegrado: Hungria, Polónia, República Checa e República Eslovaca

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ANEXO V

Certificado de ‘serviço de linha regular autorizado’

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ANEXO VI

Fontes de informação geral

União Europeia

http://europa.eu.int/comm/taxation_Customs/Customs/Customs.htm Direcção-Geral Fiscalidade e União Aduaneira (TAXUD) da União Europeia http://europa.eu.int/comm/taxation_Customs/Customs/transit/index_en.htm Sítio Web "Trânsito" da TAXUD

Sítios Web das autoridades aduaneiras nacionais

Alemanha: http://www.Zoll-D.de/ Customs Information Centre: mailto:[email protected]

Áustria: http://www.bmf.gv.at/ Bélgica: http://www.minfin.fgov.be/index.html Bulgária: http://www.customs.government.bg/ Chipre: http://www.mof.gov.cy/ce Dinamarca: http://www.toldskat.dk/ Eslovénia: http://www.carina.si Espanha: http://www.aeat.es/inicio.htm Estónia: http://www.customs.ee/ Finlândia: http://www.tulli.fi/ França: http://www.finances.gouv.fr/DGDDI/ Grécia: http://www.gsis.gov.gr/ Hungria: http://www.vam.hu/ Irlanda: http://www.revenue.ie/ Islândia: http://www.tollur.is/english/default.htm Itália: http://www.finanze.it/dogane/ Letónia: http://www.vid.gov.lv/ Lituânia: http://www.cust.lt/ Luxemburgo: http://www.etat.lu/DO/ Malta: http://www.business-line.com/depofcus/ Noruega: http://www.toll.no/ Países Baixos: http://www.belastingdienst.nl/ Polónia: http://www.guc.gov.pl/ Portugal: http://www.dgaiec.min-financas.pt/sitedgaiecinternet/index.html Reino Unido: http://www.hmce.gov.uk/

National Advice Service: 0845 010 9000 República Checa: http://www.cs.mfcr.cz/ República Eslovaca: http://www.colnasprava.sk/ Roménia: http://www.customs.ro/

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Suécia: http://www.tullverket.se Suíça: http://www.zoll.admin.ch/ Turquia: http://www.gumruk.gov.tr/

Outros:

Organização Mundial das Alfândegas: http://www.wcoomd.org/ie/index.html

Convenção TIR - ONU: http://www.unece.org/trans/Welcome.html