guia de sax - introdução ao estudo de saxofone erudito

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Autor: Marcos Oliveira – Todos os direitos estão em processo de registro na Biblioteca Nacional. A venda deste material é proibida. Impressão é permitida. _11 Introdução ao Estudo de Saxofone erudito Introdução, O Saxofone, O Inventor, Família do Saxofone, Música Sacra e Erudita, A Palheta simples, Movimento, A Embocadura, Saxofonista Erudito, Vocabulário Musical, Dicas de conservação, Digitação. DEUS SEJA LOUVADO.

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Page 1: GUIA DE SAX - Introdução ao Estudo de Saxofone erudito

Autor: Marcos Oliveira – Todos os direitos estão em processo de registro na Biblioteca Nacional. A venda deste material é proibida. Impressão é permitida.

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Introdução ao Estudo de

Saxofone erudito

Introdução, O Saxofone, O Inventor, Família do Saxofone, Música Sacra e Erudita,

A Palheta simples, Movimento, A Embocadura, Saxofonista Erudito,

Vocabulário Musical, Dicas de conservação, Digitação.

DEUS SEJA LOUVADO.

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Autor: Marcos Oliveira – Todos os direitos estão em processo de registro na Biblioteca Nacional. A venda deste material é proibida. Impressão é permitida.

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AGRADECIMENTOS Dedico este trabalho inteiramente a Deus, pela sua obra na minha vida e oportunidade de aprendizado da música!

Ao Senhor Deus por tornar tudo isto possível, me indicando caminhos com a Sua luz, alegrando-me com os novos descobrimentos e por

afirmar continuamente a Sua graça em meu coração; e este trabalho que tem um só propósito: de O louvarmos com todo o nosso ser.

PORQUE SAXOFONE ERUDITO?

Desde o início do século 20, o saxofone foi usado quase que exclusivamente para a música americana, o Jazz, e por causa deste forte apelo,

até os dias de hoje, o seu estudo deve ter orientação dirigida à execução com interpretação solene dos hinos sacros. Por isto, desenvolva seu

estudo e domine o seu instrumento para tocar partituras clássicas, que são os nossos hinos, e por isto usa-se o termo: saxofone erudito.

Algo errado? Colabore: Avise caso encontre alguma informação incorreta ou inprecisa, isto evitará prejuízos no aprendizado de iniciantes.

Senhore(a)s Saxofonistas: Toda e qualquer colaboração e sugestão para a melhoria deste material será bem-vinda, incluindo as críticas.

Convido você leitor a desfrutar este material com toda a sensibilidade, afim de colher bons frutos junto a seu instrutor-saxofonista.

A sua atenção dispensada por chegar aqui já demonstra o seu interesse em se desenvolver, com humildade, para elevar louvores à Deus.

Boa leitura!

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ÍNDICE

AGRADECIMENTOS ................................................................................................ 2

PORQUE SAXOFONE ERUDITO?.......................................................................... 2

INTRODUÇÃO............................................................................................................ 4

O SAXOFONE ............................................................................................................. 5

O CORPO DO SAXOFONE .......................................................................................... 5

A BOQUILHA ............................................................................................................. 6

A PALHETA ............................................................................................................... 6

O INVENTOR.............................................................................................................. 7

FATOS DA HISTÓRIA ................................................................................................. 8

SUA INVENÇÃO.......................................................................................................... 9

EXIBIÇÃO EM ORQUESTRA ..................................................................................... 10

PATENTE – ADOLPHE SAX...................................................................................... 10

CURIOSIDADES....................................................................................................... 12

FAMÍLIA DO SAXOFONE...................................................................................... 13

MÚSICA SACRA E ERUDITA................................................................................ 14

MÚSICA SACRA....................................................................................................... 14

MÚSICA ERUDITA....................................................................................................15

NO BRASIL...............................................................................................................16

A PALHETA SIMPLES ............................................................................................17

MOVIMENTO............................................................................................................18

PRINCÍPIOS BÁSICOS ...............................................................................................18

DEFININDO “POSTURA” ..........................................................................................19

MAUS HÁBITOS........................................................................................................20

A EMBOCADURA.....................................................................................................21

O MODO CORRETO ..................................................................................................21

CONHECENDO A BOQUILHA ....................................................................................24

SAXOFONISTA ERUDITO......................................................................................27

VOCABULÁRIO MUSICAL ....................................................................................28

DICAS DE CONSERVAÇÃO ...................................................................................29

DIGITAÇÃO...............................................................................................................31

ESQUEMA DE DIGITAÇÃO ........................................................................................32

CONSIDERAÇÕES IMPORTANTES ............................................................................32

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INTRODUÇÃO Você vai descobrir o saxofone e aprender a tocar e aperfeiçoar a técnica!

O objetivo deste documento de “Introdução ao Estudo de Saxofone erudito” é de

divulgar e esclarecer os tópicos mais importantes, facilitando o aprendizado do

instrumento aos nossos irmãos em Cristo.

Lembre-se: sempre com o acompanhamento de um instrutor-saxofonista.

O requisito primordial para a eficácia do seu aprendizado é a dedicação cuidadosa para

que haja progressos efetivos. A orientação de um professor contribui para fatores vitais.

A página sobre a digitação é surpreendente e está completa para ser usada com qualquer

tipo de Saxofone, e é facilitada para estudantes iniciantes

Está comprovado que todo instrumento é difícil de aprender quando não existe o estudo

e a dedicação. Por isto, estude com vontade e determinação, lute por seu objetivo, e

como acontecerá em qualquer outro instrumento, suas possibilidades de aprendizado e

aperfeiçoamento serão ilimitados, principalmente os benefícios que são resultados

positivos na arte musical e na parte espiritual.

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O SAXOFONE

O saxofone é um instrumento de sopro, também conhecido simplesmente como “sax”, foi inventado em 1840 pelo belga Adolphe Sax, um

respeitado fabricante de instrumentos, que viveu na França no século XIX. Possui uma palheta simples, elaborada com uma cana (bambu)

especial que produz um timbre que o caracteriza como um instrumento da família das Madeiras.

O Corpo do Saxofone

O Saxofone é um instrumento fabricado em metal, geralmente latão, com uma mecânica semelhante à do clarinete e à da flauta.

É composto basicamente por um tubo cônico com 26 orifícios que têm as aberturas controladas por 23 chaves vedadas com sapatilhas

geralmente de couro (nas versões mais modernas) e uma boquilha onde se acopla uma palheta geralmente de bambu (instrumento de palheta

simples).

A família dos saxofones é bem extensa, mas o desenho é semelhante a todos, sendo de forma similar a um cachimbo ou ainda reto,

dependendo do tamanho.

O saxofone propriamente dito é composto por duas partes distintas.

� O corpo e o cachimbo, também conhecido como Todel.

� A "boca" do sax onde sai o som recebe o nome de: campana.

� É no Todel é que se encaixa a boquilha.

Feito isso, encaixa-se o Todel no orifício correspondente e aperte a presilha existente ali. Pronto.

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A boquilha

A boquilha é a peça que se encaixa na ponta do saxofone e na qual é fixada a palheta.

Seu funcionamento é semelhante ao de um apito, que gera as vibrações que irão percorrer o corpo do

instrumento e as quais se tornarão o som típico do saxofone. As boquilhas podem ser fabricadas dos

mais diversos materiais: massa plástica, metais, acrílico, madeira, vidro e até mesmo osso, contudo as de

massa plásticas e de metais são as mais utilizadas. Opte pelas de: massa plástica, yamaha.

O formato das boquilhas também pode variar bastante, tanto externamente quanto internamente.

Alterações nos formatos implicam em alterações significativas do som produzido, e devido à este fato a

escolha da boquilha é uma decisão muito pessoal para cada saxofonista. Não existe um padrão entre as

fábricas. A “grosso modo” duas medidas internas são definidas: a altura da abertura e a sua

profundidade. Quanto maior for a abertura e menor a profundidade, mais estridente será o som

produzido, já o contrário resulta num som abafado e pequeno.

A palheta

A palheta é a responsável pela emissão do som no saxofone, assim como as cordas para um violino.

Ao soprarmos a boquilha é gerada uma coluna de ar que faz vibrar a palheta, produzindo o som.

As palhetas são fabricadas com madeira, geralmente cana ou bambu, porém existem palhetas sintéticas criadas pela engenharia

moderna. Existem numerações para determinar o nível de dureza de uma palheta, mas esta numeração não é padronizada, varia de

fabricante para fabricante. Quanto mais dura é a palheta maior é o esforço para a emissão da nota, contudo menor é o esforço para

manter o controle da afinação. Opte por palhetas de bambu sem revestimento, da marca “Vandoren” ou “Rico” por exemplo.

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O INVENTOR

Antoine Joseph Sax (6 de Novembro de 1814 - 4 de Fevereiro de 1894), mais conhecido como Adolphe foi

um construtor de instrumentos belga, conhecido por ter inventado o saxofone..

Adolphe nasceu em Dinant, uma cidade no vale de Meuve na Bélgica. O pai, Charles-Joseph Sax, também era

construtor de instrumentos. Adolphe começou a construir cedo os seus instrumentos. Quando deixou a escola,

Sax começou as experiências para descobrir novos instrumentos.

Adolphe começou sua educação formal na Royal School of Singing em Bruxelas. Lá ele também estudou

flauta e clarinete. O pai de Adolphe concentrou suas energias na sua fábrica de instrumentos para ir ganhando a

vida, enquanto Adolphe ia experimentando novos designs com a finalidade de criar novos instrumentos.

Adolphe terminou em 1834 o aperfeiçoamento do clarinete-baixo, também conhecido como clarone, que patenteou apenas com 20 anos de

idade. Talvez daí viesse a idéia de fabricar um novo instrumento, pois o formato do clarone e o do sax são bem semelhantes.

Mas o primeiro sax nasceu quando Adolphe adaptou uma palheta de um clarinete ao bocal de um oficlide (um predecessor da tuba em forma

de U). O resultado foi um sax-baixo. A partir deste, Adolphe Sax criou o restante da família. O sax é um dos poucos instrumentos que foram

"inventados".

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Fatos da história

Historiadores estão de acordo que Adolphe Sax projetou e construiu o sax por volta de 1840. O esboço básico deste instrumento nunca

mudou, embora muitos aperfeiçoamentos tenham sido feitos.

Dessa incrível habilidade criativa nasceram o Sax Horn (uma espécie de tuba) e os saxofones.

Depois de um período de tragédia familiar onde seu pai, Charles, viu oito de seus filhos morrerem, pai e filho se dedicaram exclusivamente

ao trabalho, entorpecendo a dor da perda. Porém, a viagem a Paris teve um efeito duradouro em Adolphe e ele não pôde esperar pela

oportunidade de voltar. Ele recebeu várias ofertas de trabalho, das quais ele aceitou algumas em Londres e St Petersburgo. Finalmente, ele

foi atraído para voltar a Paris pela oferta de trabalho para o Serviço Militar francês. Quase imediatamente depois da chegada dele em Paris,

Sax começou a trabalhar na sua família de cornetas teclada.

Em 1841, mudou-se para Paris, onde continuou a trabalhar na construção e invenção de instrumentos. Em 12 de julho do mesmo ano, Sax é

entrevistado por seu amigo Hector Berlioz, compositor e escritor do artigo, na "Paris Magazine" (jornal de debates), descrevendo sua nova

invenção: o SAXOFONE: "Melhor que qualquer outro instrumento, o saxofone é capaz de modificar seu som a fim de lhe dar as qualidades

convenientes, e de lhe conservar a igualdade perfeita em toda sua extensão. Eu o fiz em cobre, e em forma de cone parabólico. O saxofone

tem boquilha com palheta simples como embocadura, uma digitação próxima à da flauta e à do clarinete, e podemos, se quisermos, colocar-

lhe todas as digitações possíveis", diz Sax.

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Sua invenção

O primeiro saxofone, afinado em Dó (grave) foi apresentado pela primeira vez em 1841 ao compositor francês Hector Berlioz, que ficou

fascinado com o timbre, versatilidade e mecânica do instrumento. No ano seguinte, Sax mudou-se para Paris para dar a conhecer a sua

invenção. Uma inteira família de saxofones surge nesta altura – 14 ao todo – de diferentes tamanhos e afinações.

Em 1844, o saxofone é exibido pela primeira vez na "Paris Industrial Exibicion" e, no dia 3 de fevereiro do mesmo ano, Hector Berlioz

esboça o arranjo do coral Chant Sacre , no qual inclui o saxofone. "Nenhum instrumento que conheço possui essa estranha sonoridade situada

no limite do silêncio", afirma H. Berlioz.

Ainda em dezembro desse ano , é apresentada a primeira obra original para saxofone, inserido na orquestra de George Kastner, "Opera Laster

King of Judá" ("O Último Rei de Judá"), no Conservatório de Paris. Em 1845, Sax tirando vantagem da situação de que a banda de infantaria

francesa possuia uma falta de qualidade, ele recomendou ao Ministro de Guerra que uma competição fosse feita entre uma faixa com

instrumentos tradicionais e uma com os seus instrumentos. Ele refaz a Banda Militar, substituindo o oboé, fagote e trompas francesas por

instrumento de sua invenção: saxofones, saxhorns em Bb e Eb, produzindo maior homogeneidade sonora; essa idéia foi um sucesso, e a faixa

de sax subjugou a audiência. Dali em diante os saxes foram adotados na música militar francesa.

Só a partir de 1845, porém, o saxofone é introduzido de modo generalizado nas bandas, e tal fenômeno tem por base uma história curiosa:

Por volta desse ano (1845) as bandas militares francesas ainda usavam o instrumental tradicional das orquestras, sem saxofone. Sax resolveu

então apresentar um desafio – colocar frente a frente, em despique, 2 bandas, uma com saxofones e outra com o instrumental tradicional.

Reza a história que o sucesso estrondoso que obteve a banda de Sax, com 28 músicos ( a banda militar francesa tinha 35) foi de tal ordem,

que nesse mesmo dia o saxofone foi introduzido oficialmente no instrumental das bandas militares francesas. Daqui até à sua generalização

pelas bandas de todo o mundo foi apenas um pequeno passo.

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Exibição em orquestra

O saxofone aparece pela primeira vez na orquestra em 1846. No início do Século XX, alguns compositores escreveram solos para saxofone e

orquestra como a "Rhapsody" (1903) de Claude Debussy e a "Fantasia Para Saxofone Soprano e Orquestra" de Heitor Villa Lobos. Villa

Lobos escreveu ainda diversas peças para câmara, onde aparece o saxofone como os Choros #3, 6, 7, 8, 10, 11 e 12.

Patente – Adolphe Sax

Em 1846 na França, Adolphe Sax já tinha concebido, ao menos no papel, uma gama completa de saxofones (do sopranino até o sub-

contrabaixo). O sax foi patenteado em 1846 incluindo 14 variações. Apesar de nunca se tornarem instrumentos de orquestra, o saxofone fez

sua fama, e lhe garantiu um trabalho pedagógico no Conservatório de Paris de 1858 até 1867, onde começou a lecionar e propagar os

ensinamentos do instrumento.

Enquanto isto, um outro fabricante de instrumentos (semelhante ao sax) atacou a legitimidade de suas patentes e fez uma longa campanha

contra Adolphe Sax e sua empresa, levando-o à falência por duas vezes (em 1856 e 1873). Adolphe sobreviveu aos ataques até que, em 1870,

sua patente expirou e qualquer um pôde fazer sax.

Sofria de câncer labial (entre 1853 e 1858), mas teve uma plena recuperação. Antonie Joseph, conhecido como Adolphe Sax, morreu no dia 4

de Fevereiro de 1894 com 80 anos de idade, em Paris (França). Foi enterrado no Cemitério de Montmartre.

Desde então, vários são os tipos de sax que existem no mundo musical e que dão uma variedade de sons e timbres nos diferentes estilos

musicais onde o sax é inserido.

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Nova era – Século 20

Muitos compositores começaram, entretanto a compor para saxofone, mas seriam necessários mais 75 anos para que o saxofone começasse a

ser usado em estilos musicais mais populares como, por exemplo, do domínio da música de dança.

Para ser usado nestes novos domínios de expressão musical, o saxofone teria que ser "adaptado" ou modificado de modo que o seu timbre

melancólico, suave e balanceado pudesse "competir" com o som mais estridente e agreste dos trompetes, com o ruído das percussões e com

os ambientes acústicos próprios dos locais onde a música era tocada. Assim, a boquilha do saxofone foi encurtada e tornada mais retilínea,

conferindo ao timbre do instrumento novas propriedades. O jazz tornou-se, desde então, o meio por excelência de rentabilização do potencial

tímbrico deste instrumento.

Hoje em dia, quase ninguém fica indiferente ao som do saxofone e toda a gente, mesmo aqueles que não estão ligados ao meio musical,

consegue reconhecer o seu som único! Apesar de na música erudita e sinfônica o saxofone não se apresentar com papel de destaque, é usado

em quase todos os domínios e formas de música, desde o Jazz à música de dança, passando pela música filarmônica, étnica, etc.

Nas bandas filarmônicas, é comum encontrarem-se 4 tipos de saxofones que são os mais populares hoje em dia, dado que dos 14 modelos

apresentados por Sax apenas alguns sobreviveram.

Os saxofones que se encontram nas bandas filarmônicas hoje em dia são: O Saxofone Alto (afinado em Mi b) cuja ação é essencialmente

melódica, o Saxofone Tenor (afinado em Si b) cujo som grave se presta a uma utilização mais harmônica/contra-melódica, o Saxofone

Soprano (afinado em Si b) cujo timbre mais "metálico" o leva a uma utilização frequentemente em uníssono com os metais (nomeadamente

trompetes) e o Saxofone barítono (afinado em Mi b) que, sendo dos instrumentos que atuam no registro mais grave, se juntam às tubas e

contra-baixos na sustentação harmônica das obras musicais.

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CURIOSIDADES

Costuma-se abreviar a palavra Saxofone, para facilitação oral ou escrita, empregando-se o termo Sax. Assim, comumente, vamos encontrar

as expressões Sax Soprano, Sax Alto, Sax Tenor, e assim por diante, o que é logicamente correto.

Há, ainda, tipos estranhíssimos de saxofones, chamados de "membros exóticos" da família, como por exemplo:

� Saxello: é o saxofone soprano curvo, com a campânula aberta como um sino, ficando, mediante esta conformidade, com tamanho

reduzidíssimo. Foi utilizado pelo saxofonista Benny Maupin, em gravação com Herbie Hancock, no ano de 1970, o que o tornou mais

conhecido. Uma das maiores autoridades, na execução deste tipo de instrumento,é o saxofonista e clarinetista Bob Wilber.

� Slide Saxophone: tipo particularíssimo do saxofone soprano em Si bemol, de difícil execução, lançado por Snub Mosley por volta de

1920.

� Stritch: tipo de Saxofone Alto, modificado pelo saxofonista Rahsaan Roland Kirk.

� Manzello: Tipo de Saxello, também com adaptações e modificações, efetuadas por Rahsaan Roland Kirk.

� Flexafone: Tipo de Saxofone, idealizado por Roland Kirk, cujas características ainda não pudemos completar.

� C-Melody Sax: tipo de Saxofone Tenor em Dó, usado nas décadas dos anos 20 e 30. Possui uma sonoridade intermediária, entre os

Saxofones Alto e Tenor. Atualmente, em desuso, é disputado como relíquia pelos colecionadores.

Cédula belga em homenagem a Adolphe Sax:

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FAMÍLIA DO SAXOFONE

Os saxofones são instrumentos transpositores, ou seja, a nota escrita não é a mesma nota que ouvimos (som real ou nota de efeito). Assim, para

podermos ouvir uma nota equivalente ao dó de um piano é necessário escrever notas diferentes dependendo em qual tonalidade o saxofone é

armado. A família dos saxofones mais utilizada atualmente é composta por:

� Soprano, em Sib

� Alto ou contralto, em Mib

� Tenor, em Sib

� Barítono, em Mib

� Baixo, em Sib

Há outros modelos mais raros que foram caindo em desuso, exemplo:

� Sopranino, em Fá e Mib

� Soprano, em Dó (não transpositor)

� Mezzo-Soprano, em Fá

� "Melody", em Dó (transpositor à oitava)

� Contra-Baixo, em Mib

� SubContra-Baixo(Tubax), em Mib e Sib

A diferença básica entre eles é o tamanho: o tubo pode variar de centímetros, como no sopranino, a vários metros, como no contra-baixo.

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MÚSICA SACRA E ERUDITA

Música Sacra

“A palavra de Cristo habite em vós abundantemente, em toda a sabedoria, ensinando-vos e admoestando-vos

uns aos outros, com salmos, hinos e cânticos espirituais, cantando ao SENHOR com graça em vosso

coração.” [Colossenses 3:16]

A música sacra, no sentido mais usado, é a música erudita aplicada em cultos religiosos.

As principais formas de música sacra foram escritas no mínimo para quatro vozes, baseadas ainda em modos.

A expressão foi usada pela primeira vez na Idade Média, quando se decidiu que deveria haver uma teoria

musical distinta para a música das missas e a música do culto, a sua forma mais antiga foi o canto gregoriano.

A música sacra foi desenvolvida em todas as épocas da história da música ocidental, desde o Renascimento (Arcadelt, Des Près, Palestrina),

passando pelo Barroco (Bach - Magnificat > BWV 243, Haendel > Judas Maccabaeus HWV 63), pelo Classicismo (Mozart > Réquiem em

Ré menor, KV 626, Haydn, Nunes Garcia), pelo Romantismo (Brahms > Ein Deutsches Requiem (Réquiem Alemão) Op. 45, Bruckner,

Gounod, César Franck, Saint-Saëns) e finalmente o Modernismo (Penderecki, Amaral Vieira).

Sempre eram peças baseadas em textos religiosos - quase sempre em latim, com “salmos cantados”.

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Música Erudita

Música clássica ou música erudita (do latim, eruditus, "educado" ou "instruído") ou ainda,

“música séria” é um termo amplo utilizado para se referir à música estudada, em forma, estilo e

analisada dentro das tradições seguindo cânones preestabelecidos no decorrer da história da

música; produzida (ou baseada) nas tradições da música secular e litúrgica ocidental,

englobando um período amplo que vai, aproximadamente, do século IX até a atualidade.

Esse manuscrito célebre na forma de coração (foto), foi copiado por volta de 1475 por Jean de

Montchenu, protonotário e conselheiro do arcebisbo de Genebra. Este fólio é um rondó para

três vozes de autoria do músico franco-flamengo Iohannes Regis (c.1430-1485). O texto diz: "Se quereis que vosso seja, Pensai que vos

amarei, E lealmente vos servirei, Enquanto viva ou seja".

Existe uma definição de que a música erudita seria a música feita durante o período de 1750 a 1830, em especial a de Haydn, Mozart e

Beethoven. Neste período a música mais mencionada é a da Escola Clássica Vienense, refletindo a importância de Viena como capital

musical da Europa nesse período.

O termo "música clássica" só apareceu no início do século XIX, numa tentativa de se "canonizar" o período que vai de Bach até Beethoven

como uma era de ouro.

Nesse sentido a música clássica implica a antítese da música romântica feita em fins do século 17 e início do século 19, em que a ênfase

recaía sobre os sentimentos, as paixões e o exótico, em lugar da razão, da contenção e de esteticismo da arte clássica.

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No Brasil

A Música Erudita, ou Clássica, ou de Concerto, no Brasil começa nos primeiros séculos de colonização

portuguesa. Com a chegada de D. João VI no Brasil, houve um grande impulso às atividades musicais.

A corte estava bem servida por músicos do quilate de José Maurício Nunes Garcia (destacou-se como o primeiro

grande compositor brasileiro) e Marcos Portugal, quando aqui chega, logo após a Missão Artística, o austríaco

Sigismund von Neukomm (1778 – 1858). Aluno predileto de Haydn, Neukomm residiu no Brasil entre 1816 a

1821, período durante o qual compôs 45 obras, e foi professor de música do príncipe Dom Pedro e do autor do hino

nacional, Francisco Manoel da Silva.

Mas mesmo com todas as obras feitas por estes compositores, ainda no século 19, falar em música erudita

brasileira era motivo de riso. Nessa época ignorava-se compositores como Alberto Nepomuceno e Brasílio Itiberê

da Cunha, exatamente por causa da excessiva brasilidade de suas composições, e admitia-se Carlos Gomes.

É a partir de Villa-Lobos que o Brasil descobre a música erudita, e o país passa a produzir talentos em série:

Lorenzo Fernandez, Francisco Mignone, Radamés Gnatalli, Camargo Guarnieri, Guerra-Peixe e Cláudio Santoro.

Atualmente o Brasil ainda não percebeu o devido valor da música clássica ou erudita ou de concerto, talvez por

causa de nossa história ou de nossa situação político-econômica. Os músicos eruditos e os artistas em geral são

"uma espécie de Quixotes, que lutam contra os moinhos de ventos". (Almanaque da Música - UOL)

José Maurício Nunes Garcia nasceu no Rio de Janeiro a 22/091767, morreu em 18/04/1830. Filho de Apolinário Nunes Garcia, branco, e Victória Maria da Cruz, filha de escravos. Desde cedo se revelou talentoso para a música, compôs sua primeira obra em 1783, aos 16 anos. Aprendeu música com Salvador José de Almeida Faria, músico mineiro. Foi um dos maiores nomes de música colonial brasileira. Nomeado cantor da Capela Real com 42 anos, e integrou a orquestra da mesma instituição como timbaleiro (1823) e depois, como segundo violoncelo (1825), na corte. Também tocava violino, piano e órgão, além de organizar e dirigir conjuntos musicais. Destacou-se também como regente e promotor do ensino organizado de música no país.

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A PALHETA SIMPLES

ANTES DE USAR

Mergulhe a palheta na água por 3 minutos antes de usá-la. Não é necessário deixar por muito tempo, pois a saliva também ajudará neste

processo. Quando não estiver em uso a palheta deve permanecer em local seco e protegido. Nunca toque com uma palheta totalmente seca.

REQUISITOS DE UMA BOA PALHETA DUPLA

1. ESTABILIDADE: por exemplo – você deve executar um Dó grave afinado, sem falhas no timbre (sem forçar e sem desafinar).

Deve executar as outras notas em sintonia com todos registros com pouca mudança na embocadura.

2. RESPOSTA: a palheta deverá responder bem nos registros (graves e agudos) com pouco esforço.

3. TIMBRE: a palheta deve produzir um timbre “escuro” de qualidade, sem muito esforço labial, o que pode restringir a estabilidade e a

resposta. Não tome o vício de morder a boquilha. Se movimentar-se não perca o equilíbrio e a posição da boquilha na boca.

PREVENÇÃO

É muito importante ter uma ou mais palhetas de reserva, pois a ponta é muito fácil de ser danificada.

Existem muitos tipos de palhetas para a venda no mercado.

SOBRE COMPRA DE PALHETAS

Cada um tem suas próprias preferências, e desejo de conhecer outros tipos de palhetas. Escolha aquela em que você consegue tirar novas

graves e agudas com a mesma facilidade, sem falhas na afinação e com pouco esforço. Use boquilhas de massa plástica ou resina.

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MOVIMENTO

A principal abordagem sobre a técnica do Saxofone inicia-se com o movimento.

Quando nós tocamos qualquer instrumento, ou simplesmente quando estamos respirando, é uma atividade que existe uma quantidade de

movimento. E desde o início deste estudo, deve-se ter atenção na qualidade do seu “movimento”, pois isto afetará drasticamente a qualidade

do seu “aprendizado”, por isto lembre-se: faça o controle de movimentos, pois tudo afetará sua performance.

Princípios básicos

• Desenvolver conhecimento sobre o mapeamento de movimentos de seu corpo. Explore a qualidade de seu movimento

• Aplicar a correção de postura, atentando para pescoço, coluna e braços, eliminando todas as formas de 'stress muscular', eliminar a

ansiedade para obter controle total da postura correta.

• Encontrar e focar-se em um "local de centralização" e iniciar sua concentração, durante toda execução musical.

• Eliminar de seu vocabulário o uso de palavras que têm conotação negativa, quer seja no seu ensino musical ou no seu dia-a-dia.

• Através de sua auto-avaliação com sensibilidade, você estará mais preparado para avaliar todos os movimentos ao seu redor, e aprenderá

a reconhecer a diferença entre o movimento natural, o equilibrado, e de respiração e circulação; julgando quando for necessário realizar

mudanças e melhorias, como: equilíbrio, leveza, potência, fluidez e liberdade. Sempre adotando o seu "padrão pessoal".

• No caso de saxofone contralto ou tenor, use o apoio da correia no pescoço e posicione o saxofone ao lado de sua perna.

Todos os pontos citados farão a diferença no modo de tocar, no estilo e desempenho, e no seu crescimento como músico.

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Definindo “Postura”

É a ação envolvendo o ajuste contínuo de vários tipos de posições do corpo.

“O quê”

A postura é muito importante, e a primeira percepção do certo/errado está no sentido da respiração: a tomada de fôlego e sopro para o ar

'correr' livremente e com facilidade através de seu instrumento. Se houver obstruções na sua postura, você vai sentir muitas tensões

desconfortáveis que dificultará o seu aprendizado. Sua postura, em geral, não deve ser de uma 'estátua', isto cria tensões nas pernas, quadris,

tronco, braços, mãos, pescoço e cabeça.

“Como?”

Pergunte a si mesmo: “Eu me sinto confortável?”. Quando a resposta é “não”, é porque você está sentindo dor ou cansaço. Encontre a

melhor forma de tocar. Conscientize-se na diferença que existe entre o que é natural usando o seu “padrão pessoal”, e sem maus hábitos.

“Quando?”

Você deve coordenar a parte superior do corpo para criar um padrão de respiração natural e fácil. Após praticar sinta-se relaxado e

confortável, lembre-se de não apertar os lábios, não adquirir hábitos incorretos ou desabar sua postura. Cada indivíduo tem o seu padrão de

movimento constante no espaço, por isto, é muito importante você tocar seu instrumento com a sua postura pessoal.

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Maus hábitos

Lembre-se que nunca deve praticar estes vícios, que são todos maus hábitos.

Então vamos eliminar os maus hábitos antes de continuar, são eles:

• Alterar a sua postura natural quando pegar o seu instrumento, por exemplo, ao tocar o Sax, arqueando suas costas ou levantando seus

ombros.

• Ter uma postura que é demasiadamente estreita ou larga (tal como muito curvado), criando uma tensão desnecessária no tronco.

• Relaxar muito ou tensionar muito o tórax (movimentar-se) quando inalar ou exalar o ar.

• Tocar ou estudar com a boca machucada, você precisará se adaptar e criará vícios ruins.

• Inalar (inspiração) a sua capacidade máxima de ar, pois isto prejudica o controle de saída (expiração) do fluxo de ar.

• Praticar estudo por mais de 4 horas por dia, ou sessões práticas muito longas.

• Utilizar postura e/ou esforço que atrapalham sua técnica, tornando-o resistente, cansativo e tenso.

• Cortar bruscamente o som da última nota de uma frase musical.

• Respirar durante as frases, ou antes, da vírgula (,). Se o fizer e mesmo que sobre ar, respire na vírgula novamente.

• Fixar a postura em parte do seu corpo. Exemplos: encostado em uma parede, de perna cruza, em pé só com apoio do lado direito, etc.

Podemos corrigir os maus hábitos antes de aparecerem em nossas ações. Seja auto-crítico e esteja sempre atento.

Durante o estudo do instrumento seu instrutor-saxofonista deverá lembrá-lo de outras dicas que julgar relevantes.

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A EMBOCADURA

A maneira de se colocar a boquilha na boca é chamada de “embocadura”.

Sabemos que existem vários tipos de embocaduras, como também há diferentes boquilhas e palhetas.

Mas aqui apresentamos um padrão equilibrado e único para o nosso próprio uso. O mesmo conjunto (embocadura, boquilha e palheta) não

funciona bem com outro saxofonista e vice-versa, justamente pela diversificação de lábios, arcadas dentárias e cavidade bucal.

O modo correto

Usando o apoio dos dentes superiores na boquilha. Saxofonistas modernos adotam o uso do apoio dos dentes para dar firmeza à embocadura,

pois o lábio não tem a consistência de um dente.

Apoiando os dentes superiores na boquilha

Quando somente usamos os lábios para segurar a boquilha em nossa boca, sem o uso dos dentes superiores, a afinação fica seriamente

comprometida em passagens rápidas ou de intervalos distantes, e o músico não tem domínio dos graves e tampouco dos agudos, pois não

trabalha os harmônicos, que necessitam da precisão de abertura feita com o apoio dos dentes (tanto para os graves como para os agudos).

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Não deve-se usar os lábios para apoiar a boquilha

Desse modo, a sonoridade é pequena e a resistência muito baixa. Ainda assim, o músico tira um “som bonito”, não se engane! O efeito dura

pouco, pois o lábio não tem resistência para manter o som ou segurar a afinação.

Como saber se a embocadura está firme?

Toque a nota relaxando o maxilar, para fazer com que ela desça meio tom. Esta deverá ser a sua posição de embocadura. Você deve afinar as

outras notas da escala em relação a esta nota relaxada, mantendo a afinação entre elas sem tensionar o maxilar. Desse modo, terá muito mais

campo dinâmico e de inflexões tonais.

O LÁBIO INFERIOR DEVE ESTAR LIGERIRAMENTE VIRADO ENTRE A PALHETA E OS DENTES

É INDICADO O USO DO APOIO DOS DENTES SUPERIORES NA BOQUINA

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A primeira nota

Não se esqueça de nunca "bater'' a língua para começar o som no sax. Você deve colocar o ar em movimento por dentro do saxofone

emitindo a sílaba “hoo”, utilizando somente o diafragma que colocará em movimento o ar parado, criando uma corrente de ar que projetará o

seu som. Assim você conseguirá articulá-lo à vontade, sem o perigo de “engarrafar” o ar dentro do sax.

Caso venha sentir algum tipo de dor, consulte seu dentista, pois isso não é normal, e você pode estar com algum problema.

Palhetas – Dicas de colocação da Palheta na Boquilha

Passos para o Sucesso

1. Deve-se alinhar bem o eixo da palheta com o eixo da boquilha e a ponta da palheta deve estar alinhada com a ponta da boquilha.

2. Depois de acertar bem os alinhamentos fixe-a com a braçadeira de forma que a palheta fique bem presa, mas não aperte-a demais.

3. Caso a palheta não apresente bom som, experimente colocá-la um pouco para fora ou para dentro, mas confie sempre nos seus

ouvidos e lábios.

4. Após isso fixe a boquilha no seu instrumento de forma que a palheta fique para baixo. Se esse encaixe não for confortável,

providencie a troca da cortiça para que fique do tamanho adequado à sua boquilha.

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Posicionamento da Palheta na Boquilha

Nada é mais pessoal do que uma boquilha.

Boquilhas possuem diferentes combinações de materiais, tamanhos, largura, grandes ou pequenos orifícios e câmaras internas de várias

formas. Todos estes aspectos produzem uma diferença no som, e cada combinação possui efeitos diferentes de acordo com a abertura.

Imagine todas as possibilidades; no fim, a escolha de uma boquilha dependerá do discernimento do saxofonista.

Conhecendo a boquilha

Como isto funciona?

Em outras palavras, quanto menos a palheta estiver em contato com a boquilha, maior liberdade ela terá para vibrar.

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Deslizando a palheta para frente (como no gráfico " A ") reduz a área de contato (face plana) e aumenta a área para a palheta vibrar. Deste

modo você adquire um som mais luminoso (leve, alegre, solto). Você pode tentar isto com uma palheta que acha muito dura.

Se você achar o som muito luminoso (leve, alegre, solto), você pode reajustar a palheta um pouco mais para trás, ou pode apertar o parafuso

da frente da presilha. Ou, no caso de uma presilha de um único parafuso, deslizar e apertar

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Deslizando a palheta para trás (como no gráfico " B "), acontece exatamente o oposto. Há uma área maior da palheta que está em contato

com a boquilha e uma pequena área para vibrar. Deste modo você adquire um som mais escuro (mais pesado, forte, duro). E você pode tentar

isto com uma palheta que achou muito suave.

Prefira sempre o som escuro. Porém, se você achar que o som ficou muito escuro, reajuste a palheta deslizando um pouco ou vá soltando o

parafuso da frente da presilha.

Uma dica é posicionar a presilha para trás (no caso de um único parafuso)

Consulte o seu instrutor-saxofonista para obter mais dicas interessantes.

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SAXOFONISTA ERUDITO

Estão sugeridas abaixo atitudes que lhe permitirão uma educação musical voltada à execução de música erudita/sacra, tal como os nossos

hinos. O seu instrutor-saxofonista contribuirá com novas dicas, por enquanto anote:

� Não se esqueça de nunca "bater'' a língua para iniciar o som no saxofone (exceto se houver muita dificuldade ou início do estudo).

Use a respiração apoiada no diafragma, e faça a articulação “HOO” para iniciar a execução de notas, tocar uma partitura, etc.

� Para executar os Hinos Sacros da CCB, use o 1º. Parafuso meio frouxo, sem apertar muito, para que o som fique radiante e doce, com

a palheta mais solta, para permitir a execução dos hinos de forma sutil e leve, ou seja, com um sentimento solene.

� Enxugue sempre as palhetas após seu uso e tenha o hábito de guardá-las em local adequado. Isto faz com que a palheta fique

protegida e evita que ela empene, e também dure mais tempo.

� Dê preferência ao uso de palhetas leves, de tamanho a partir de 1” até no máximo ½”. Marcas indicadas: Rico Royal ou Vandoren.

� Mantenha seu instrumento sempre limpo e conservado. Evite emprestar a estranhos ou curiosos, pois o mecanismo é sensível e

mesmo um profissional saxofonista pode prejudicar o mecanismo por falta de atenção.

� Os instrumentos novos costumam vir com boquilhas, e essas em geral são boas para quem está iniciando, mas com alguns meses de

estudo, procure uma boquilha mais adequada às suas ambições musicais. Marca indicada: Boquilha Yamaha 5C de Acrílico (para

palhetas ½”) ou Yamaha 4C de Acrílico (para palhetas de 2” em diante). Encontre a sua preferência pessoal, sempre lembrando que

irá tocar hinos sacros de louvores e súplicas a Deus.

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VOCABULÁRIO MUSICAL

Antes de iniciar

Precisamos eliminar de do vocabulário convencional algumas palavras que têm conotação negativa, afim de criar um “vocabulário musical”.

Como em qualquer arte, a percepção musical é formada no início do estudo de diversos componentes que formam a nossa ética musical, e se

usarmos termos com conotação negativa, isto pode afetar negativamente em 90% de nossas atitudes.

Para tanto apresentaremos aqui as palavras, frases e termos a reconsiderar, e vamos localizar os termos substitutos.

Termo negativo Possível termo de substituição

Ataque/Atacar (a nota) Início, começo, começando, tocar.

Pressão do ar Resistência, Fluxo de ar, Sustentação.

Pegar, agarrar Segurar, controlar.

Executar “Too” Executar “Doo”, “Daa”, “Hoo” (Articulações eruditas)

Manter (o ar) Sustentar, esperar, aguardar.

Controle (de quê?) Preparação de, a sua orientação, a sensibilização.

Podemos acrescentar outros termos substitutos de acordo a necessidade.

Lembre-se: em toda a nossa vida palavras saudáveis é igual a atitudes saudáveis.

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DICAS DE CONSERVAÇÃO

Para a limpeza do sax é preciso de cuidado nos detalhes e do uso de produtos a serem usados.

A limpeza é importantíssima para o aproveitamento do instrumento, além de ser higiênico para o saxofonista. É essencial na limpeza do sax

uma flanela macia, limpa e seca. Também é importante o uso de uma escova específica para a boquilha.

Você pode optar por utilizar uma escova secadora que absorve a umidade do interior do sax, ou utilizar uma ferramenta para secagem, tal

como um lenço com uma tira comprida presa no seu centro e na outra extremidade da tira um peso que é utilizado para passar pelo interior

do instrumento a fim de proceder sua secagem e limpeza do sax.

Após usar o sax

Ao terminar de tocar o seu saxofone, passe uma flanela macia por todo o instrumento, corpo e chaves, retirando todo vestígio de umidade e

marcas de digitais para total limpeza. É importante ter o cuidado de não deixar essa flanela enroscar nos mecanismos, a fim de evitar

qualquer dano ao seu instrumento.

Esse cuidado evitará que o brilho e o acabamento de seu instrumento sejam atacados por substâncias contidas na transpiração. Se a limpeza

for feita regularmente, seu instrumento terá uma aparência de novo por muitos anos. Limpe cuidadosamente, com um pincel, a poeira entre

as chaves, tomando cuidado para que as mesmas não sejam danificadas.

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Lave a boquilha: Outro ponto importante na limpeza do sax é sempre lavar a boquilha após o uso do sax. Para isso é bom utilizar uma

escova cilíndrica com cabo, especifica para a limpeza de boquilhas. Também pode se usar sabão neutro ou gel dental.

Limpeza das palhetas: Para a limpeza das palhetas, lavar somente com água e secá-la cuidadosamente com um pano macio já é suficiente.

Uso de produtos

Na limpeza do sax evite a utilização de polidores e outros produtos abrasivos no sax, pois podem desgastar o acabamento do instrumento,

seja ele laqueado, niquelado, prateado ou dourado.

Alguns fabricantes sugerem a utilização de cera automotiva, tipo Grand Prix, para a limpeza do sax, mas o ideal é evitar usar qualquer tipo de

produto, substituindo tudo por uma flanela macia, limpa e seca.

Conclusão

Faça da limpeza do sax uma rotina.

Dessa forma seu instrumento estará sempre limpo e bem cuidado, tornando sua atividade musical mais proveitosa.

A limpeza do sax é “mais” que uma atividade higiênica, pois permitirá a conservação do seu instrumento por mais tempo.

Capriche na limpeza e seja cuidadoso.

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DIGITAÇÃO

Siga este tópico junto com um instrutor-saxofonista.

Pronto, chegamos no ponto mais desejado. Tocar o Saxofone.

Após seguir todos os passos anteriores sobre a embocadura, palheta e etc, vamos ao que realmente

interessa. Aqui está definida a forma mais prática para aprender a digitação do saxofone (ilustração ao

lado), e iniciar a praticar as primeiras lições do método de aprendizado do instrumento.

Digitação do saxofone

Estas informações incluem esclarecimentos para todos saxofonistas iniciantes de qualquer tipo de sax:

sopranino, soprano, contralto (alto), tenor e barítono.

Posição dos dedos

É muito importante obedecer a postura correta, pois irá determinar os resultados e a qualidade do seu aprendizado.

A posição correta dos dedos sobre as teclas começa com o primeiro dedo da mão esquerda, mantenha os

dedos curvos, e a ponta dos dedos no centro das chaves.

Dedique-se. Estude e pratique muito para aprender as posições!

MÃO ESQUERDA

MÃO DIREITA

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Esquema de digitação

No mapeamento das chaves a seguir, os textos que representam as possibilidades de notas/recursos, e a figura que representa as chaves.

T Eb D Ff1Bb23G# C# B Bb|E C Bb1f#2F#3Eb C

Existem muitas referências sobre o estudo avançado e a digitação do saxofone, com variações, trilhos, tremolos, multifônicos e microtons.

Mas aqui, vamos começar com a tabela facilitada com todas as digitações indicadas para estudantes iniciantes.

Considerações importantes

1- Antes de começar a emitir notas em seu instrumento: relaxe, tome sua postura, aplique as dicas de movimento, use de respiração calma

com o uso do diafragma e lembre-se e não adquirir maus hábitos (verbais e corporais).

2- Realize todos os primeiros exercícios de digitação com o acompanhamento de um instrutor-saxofonista.

3- Inicie com uma palheta leve (“1,5”), praticando a mesma nota repetidas vezes para decorar a posição dos dedos nas chaves.

4- Pratique executando notas de longa duração, sem forçar a emissão da nota, sem aumentar o volume exageradamente.

5- Não execute melodias ou qualquer partitura por mais simples que seja antes de conhecer toda a tessitura do instrumento e de alcançar um

amadurecimento de sua embocadura.

No início, estude todos os dias até 2 horas por dia, faça intervalos de descanso.

A disciplina é a primeira qualidade verificada em qualquer músico.

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“Louvai ao Senhor

Cantai ao Senhor um cântico novo,

E o Seu louvor na congregação dos santos.”

Salmos 149, 1

Este documento tem o fiel objetivo de esclarecer as principais dúvidas sobre o saxofone, eliminar dúvidas, elucidar as pessoas e

assim motivá-lo ao início do aprendizado deste instrumento a qualquer pessoa, sem restrições ou quaisquer discriminações.

Colabore com a sua sugestão para a melhoria deste material, idéias e críticas também são bem-vindas.

Ao estudar qualquer instrumento, faça com vontade e determinação, lutando para aperfeiçoar o seu aprendizado na música, pois

assim teremos a possibilidade de nos aperfeiçoar como pessoas e exaltar o nosso DEUS com toda a nossa alma e o nosso coração.

Deus abençoe a sua escolha. Marcos Oliveira.

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