guia de arquitectura - sul e ilhas de portugal (excerto)

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288 obras / coordenadas GPS / mapas

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Page 1: Guia de Arquitectura - Sul e Ilhas de Portugal (excerto)
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Ficha técnica

TituloGuia de Arquitectura, Sul e Ilhas de Portugal - 1ª Edição

Autoria, Documentação e Organização de ConteúdosTraço Alternativo - Arquitectos Associados LdaNuno Campos e Patrícia Matos

Texto de ApresentaçãoÁlvaro Siza Vieira

TextosNuno Campos e Patrícia Matos

TraduçãoIncubadora id, LdaFernando Torres e Ana Antunes

Design GráficoAgitatoHugo Maia

Consultoria de GestãoValue Added Partners, Consultoria Estratégica e FinanceiraAntónio Vale

ProduçãoAgitatoTraço Alternativo - Arquitectos Associados Lda

EdiçãoTraço Alternativo - Arquitectos Associados Lda

ImpressãoGráfica Maia Douro S.A.

DistribuiçãoVida Económica

Depósito Legal325078/11

ISBN978-972-788-403-2

Page 3: Guia de Arquitectura - Sul e Ilhas de Portugal (excerto)

1974 - 2011

BejaÉvoraFaroLisboaSetúbalAçores - Região Autónoma dos AçoresMadeira - Região Autónoma da Madeira

Traço Alternativo - Arquitectos Associados, Lda

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Apresentação Álvaro Siza VieiraPresentation

Porquê um guia de arquitectura?...Why an architectural guide?...

Sobre o processo de elaboração e selecção...On the process of the elaboration and selection...

IntuiçãoIntuition

Beja

Évora

Faro

Lisboa

Setúbal

Açores - Região Autónoma dos Açores

Madeira - Região Autónoma da Madeira

índice | obrasindex | works

índice | obras e autoresindex | works and authors

contactos autoresauthor contacts

créditos fotográficosphoto credits

contactos fotógrafosphotographer contacts

contactos câmaras municipaiscity council contacts

contactos marcasbrand contacts

índiceindex

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6 GUIASDEARQUITECTURA.COM

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GUIASDEARQUITECTURA.COM 7

The publication of a Guide to Contemporary Architecture in Portugal is of evident usefulness. The first volume, already published, refers to the north and centre of the country, ilustrating through maps, photographs and texts, a significant selection of works built since 1974.

I can personally foresee the interest the publication of this Guide will arouse, considering the frequent visits to my studio, with the intent to obtain information on how to find known Works, of mine and by other architects. It often happens that neither I nor whoever can attend the visitors has information regarding some, equally searched for, Works.

The demand for Architectural Guides, not only by architects, seems to now accompany the habit and generalized joy of travelling. The tourist that used to almost exclusively search for monuments and the environment of the historical centres now reveals broader interests, whenever the environments and the Architecture outside the centre presents comparable quality.

That search is a sign and stimulus to not treat the city as if it is divided in two: heritage and outskirts. It is from the dialogue between the conserved heritage and what is newly built (that will be the heritage of tomorrow, if we now demand the environment we are entitled to) that consolidates and builds the quality of one and the other.

The usefulness of an Architectural Guide, that I refer in regard to the already published volume is even more evident when extended to cover the South and Islands of Portugal.

Porto, 19th of November of 2010Álvaro Siza

É de utilidade evidente a publicação de um Guia de Arquitectura Contemporânea em Portugal. O primeiro volume, já editado, refere-se ao norte e centro do país, apresentando através de mapas, fotografias e textos uma significativa selecção de obras realizadas a partir de 1974.

Posso pessoalmente prever o interesse que despertará a publicação deste Guia, considerando as frequentes visitas ao meu estúdio, com o objectivo de colher informação sobre como encontrar e visitar obras de que há conhecimento, da minha autoria como de outros arquitectos. Sobre algumas, igualmente procuradas, acontece não ter informação eu próprio ou quem possa atender os visitantes.

A procura de Guias de Arquitectura, não só por parte de arquitectos, acompanha hoje o hábito e gosto generalizados de viajar. O turista que antes procurava quase exclusivamente os monumentos e o ambiente dos centros históricos revela agora interesses mais abrangentes, sempre que os ambientes e a Arquitectura fora do centro expõem qualidade comparável.

Essa procura é sinal e estímulo para que não se cuide da cidade como se partida em duas: património e periferia. É pelo diálogo entre o património conservado e o que se faz de novo (o que será património amanhã, se exigirmos hoje o ambiente a que temos direito) que se consolida e constrói a qualidade de um e de outro.

A utilidade de um Guia de Arquitectura, que refiro em relação ao volume já editado é ainda mais evidente quando alargado ao Sul e Ilhas de Portugal.

Porto, 19 de Novembro de 2010 Álvaro Siza

Apresentação PresentationÁlvaro Siza Vieira Álvaro Siza Vieira

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As razões que motivaram a elaboração deste guia foram essencialmente razões de ordem prática.

Ver obras de arquitectura in loco sempre foi para nós uma necessidade, um prazer, e porque não dizê-lo: um vício.

Porém, sempre que regressávamos das inúmeras viagens, que tinham por objectivo ver obras de arquitectura, verificávamos que tínhamos perdido metade do tempo à procura das mesmas!...

Se a viagem tinha como destino uma cidade específica, ainda era possível com alguma sorte encontrar guias com pequenos mapas, mas se as viagens eram feitas tendo por base um dado país, as informações disponíveis nos guias cingiam-se às moradas e pouco mais.

Essa lacuna revela-se catastrófica, pois é frustrante para quem tem pouco tempo, não conseguir ver tudo aquilo que deseja, e se vê obrigado a fazer imensos quilómetros sob stress à procura de determinadas obras.

Recordo uma viagem realizada à Suíça, com o intuito de conhecer essencialmente as obras de Herzog & De Meuron e de Peter Zumthor, e de termos perdido uma manhã inteira à procura do estúdio de Rémy Zaugg, uma pequena obra de Herzog & De Meuron bastante divulgada, mas que ninguém nas imediações conhecia, pois era propriedade privada e encontrava-se murada. É verdade que um GPS teria sido útil, mas o seu uso não estava ainda vulgarizado em 2002.

Foi por pura sorte que conseguimos encontrar a rua. Entusiasmados tocámos à campainha, tendo o próprio Rémy Zaugg vindo ao portão da propriedade. Explicámos que vínhamos de Portugal, e que tínhamos perdido toda a manhã à procura da obra, com o intuito de a visitar. Simpaticamente ele lamentou o facto, e de seguida informou-nos que não seria possível visitá-la. Decepcionados, compreendemos a situação e partimos.Eram três horas da tarde e o dia na Suíça, em Abril, não permite muitas mais horas de luz. Com a intenção de rentabilizar essas horas, decidimos ver uma obra localizada a poucos quilómetros dali, que descobrimos num guia de arquitectura suíça. Os autores da obra eram desconhecidos e as fotos pouco esclarecedoras, não dando para averiguar se efectivamente era

Porquê um guia de arquitectura?...

merecedora de uma visita. Contudo, arriscámos. Perante o edifício, que nos parecia ser o que constava no guia, ficamos desiludidos, como acontece mais vezes do que o desejável. Perder tempo desta forma é inglório! Como devem calcular a frustração era grande: tinha sido um dia inútil.

Todavia, foi nesse mesmo dia, já na presença de um bom café, que surgiu a ideia de concebermos um guia de arquitectura que respondesse de forma eficaz aos anseios de quem gosta de visitar obras de arquitectura: um guia com boas obras ou pelo menos obras merecedoras de uma curta visita, com fotos esclarecedoras (nada de fotos com intuitos artísticos, essas têm lugar noutro tipo de publicações), com informação sobre o tipo de visita possível, com mapas bem desenhados e com coordenadas GPS. Um guia fiável e prático, que para além de possibilitar a selecção das obras, contivesse alguma informação que permitisse contextualizar as mesmas no tempo e no espaço.

Sim, esse seria um guia perfeito para Portugal, país que apresenta excelentes obras de arquitectura, que é visitado por milhares de arquitectos vindos de todo o mundo e que ainda não possuía nenhuma publicação do género.

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The reasons that motivated the elaboration of this guide were essentially practical ones.

To us, visiting architectural works in loco has always been a need, a pleasure, and why not say it: an addiction.

Although, whenever we returned from the countless trips, whose objective was to see architectural works, we discovered that we had spent half of our time looking for them!...

If the trip had a specific city as its destiny, with a little luck, it was sometimes possible to find guides with small maps but, if the trip was done with an entire country in mind, the information provided in the guides would be very little more than listed addresses.

That lack of information becomes catastrophic, as it is very frustrating for someone with little time, not to see all that is desired, and finds ones-self forced to travel many kilometers under stress to search for certain works.

I recall a trip to Switzerland, with the intent to essentially get to know the works by Herzog & De Meuron and Peter Zumthor, and having spent an entire morning looking for the Rémy Zaugg studio, a small building by Herzog & De Meuron, that although widely published, no one in the proximities seemed to know of because it was an enclosed private property. It’s true that a GPS would have been helpful, but its use was not yet common in 2002.

It was through sheer luck that we managed to find the street. Enthusiastic we rang the doorbell, and the Rémy Zaugg himself came to the gate of the property. We explained that we had come from Portugal, and had spent the whole morning looking for the studio, with the intent to visit it. Zaugg kindly lamented the fact and then informed us that it would not be possible to visit the studio. Although disappointed, we understood the situation and left. It was three in the afternoon and in April, in Switzerland, the day does not allow for many more hours of light. With the intent to make the most of those hours, we decided to visit a building we discovered in a Swiss architectural guide, located just a few kilometers away. The building’s authors were unknown and the photos quite unclear, making it impossible to determine whether it would be worth the visit. Nevertheless, we risked it.

Standing before the building that seemed to be the one in the guide, we were disappointed, as it happens more often than desired. To waste time this way is inglorious! As you can imagine frustration was high: it had been a useless day.

It was on that very day, however, amidst a good cup of coffee, that we came to the idea of developing an architectural guide that would efficiently respond to the yearnings of those who enjoy visiting architectural works: a guide with good works or at least worthy of a quick visit, with enlightening photographs (not photos of artistic intent, those find their place in other publications), with information regarding the type of possible visit available, with well drawn maps and GPS coordinates. A trustworthy and practical guide, that not only contained a selection of works, but compiled some information that helped contextualize them in time and space. Yes, that would be a perfect guide for Portugal. A country that possesses excellent architectural works, is visited by thousands of architects from all over the world and had no publication of this kind yet.

Why an architectural guide?...

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Depois do momento revelador na Suíça em 2002, descrito no texto anterior, outras viagens se seguiram sucedendo-se os mesmos problemas. Continuávamos convictos da necessidade de uma publicação deste género, mas por motivos profissionais e pessoais o projecto continuava na gaveta.

Só em 2006 decidimos avançar.Depois de um árduo período de pesquisa (1), reservámos algumas semanas para viajar por Portugal, visitando e fotografando centenas de obras.Fizemos milhares de quilómetros, ficamos a conhecer muito bem o país e a realidade da sua arquitectura.

A selecção das obras, corresponde, por uma questão de organização do próprio guia, a um período balizado no tempo. Pareceu-nos fazer sentido proceder a uma espécie de check-up da produção arquitectónica do país pós-revolução 25 de Abril de 1974 (começo do período democrático em Portugal).Se no início do processo ficámos com dúvidas sobre a quantidade de material disponível, rapidamente percebemos que teríamos de desdobrar o guia em dois volumes. O critério que definiu a divisão foi meramente geográfico. O primeiro volume teria por base o Porto e iria abranger o Norte e Centro do país; o segundo volume teria por base Lisboa e abrangeria o Sul, Madeira e os Açores.

As obras seleccionadas obedeceram a critérios de qualidade (2), sendo essencialmente obras de equipamentos públicos por dois motivos: por um lado, pelo seu carácter de excepção e, por outro, por serem facilmente visitáveis pelo exterior e pelo interior. Foram também incluídas algumas obras privadas, cujo programa é sobretudo habitação, onde a possibilidade de serem visitadas exteriormente foi determinante (as obras que, apesar da sua qualidade, não se localizam junto de uma via pública ou que sejam muradas, não foram incluídas). Fazendo o balanço final deste projecto, concluímos que este foi fundamental, até decisivo, para a nossa formação como arquitectos. Conhecemos lugares, pessoas e obras inesperadas. Depois desta experiência sentimo-nos ampliados. É este o desafio que lançamos com o guia.

Como dificilmente poderá visitar todas as obras no período de apenas algumas semanas, recomendamos que utilize critérios de selecção (essencialmente no

Sobre o processo de elaboração e selecção...

caso de ser um visitante estrangeiro) e que tenha este guia no porta-luvas do automóvel, pois pode revelar-se proveitoso tê-lo por perto naquelas pequenas viagens que por vezes temos de realizar dentro do país.

Por último, se o seu interesse é ser um arquitecto ou um apreciador de arquitectura, com maior espírito crítico e com uma intuição mais rica e apurada, então o uso deste guia é obrigatório.

(1) Fizemos uma longa e exaustiva pesquisa que procurou incluir todas as publicações nacionais e estrangeiras que divulgam a arquitectura em Portugal. De seguida, embrenhámo-nos num meio ainda mais prolífero como a Internet, onde conseguimos descobrir algumas obras de arquitectos mais jovens e ainda pouco conhecidos. Por fim, fizemos trabalho de campo, ou seja, não nos limitámos a ir directamente às obras que já estavam seleccionadas mas “passeámos” pelos diferentes distritos e encontrámos algumas surpresas muito agradáveis (e outras nem tanto…). Apesar de todo o nosso esforço, é possível que algumas obras tenham escapado às nossas buscas, motivo pelo qual pedimos desculpa. Convém ainda referir que apenas foram seleccionadas obras concluídas e que algumas foram retiradas da publicação a pedido dos seus autores.

(2) A selecção das obras obedeceu a critérios de qualidade arquitectónica inerentes aos autores deste guia. Essa qualidade é por vezes difícil de descrever e ainda mais de justificar, pois é analisada simultaneamente por dois prismas que podem mesmo ser antagónicos. De um lado, temos a necessária racionalidade teórica que é a base da formação de qualquer arquitecto e, do outro, temos o incontornável campo sensitivo. Se um aponta os elementos concretos e as opções projectuais e construtivas, o outro divaga por elementos de índole mais abstracta e pessoal. Tudo isso desperta no foro interior de cada um reacções insuspeitas muito difíceis de explicar. A selecção das obras reflecte esta problemática. Em última instância talvez aconteça o mesmo que em relação à música: comove ou não? Acreditamos que dependendo dos autores a selecção seria certamente algo diferente. Porém, esta é, com as consequências que daí advêm, a nossa selecção.

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On the process of the elaboration and selection...

After the revealing moment in Switzerland back in 2002, described in the aforementioned text, other trips followed with the occurrence of the same problems.

We remained convicted of the necessity of a publication of this kind, but because of professional and personal reasons the project remained in the drawer.

Only in 2006 did we decide to go ahead.After an arduous research period (1), we reserved a few weeks to travel through Portugal, visiting and photographing hundreds of works.We drove thousands of kilometers, got to know the country and its architectural reality very well.

The selection of works corresponds, for the guides’ organizational purpose, to a period bound in time. It seemed to make sense to perform a kind of check-up of the national architectural production, post-revolution of the 25th of April of 1974 (the beginning of democracy in Portugal).If in the beginning of the project we had doubts about the quantity of material available, we rapidly became aware that we would have to divide the guide into two volumes. The criteria that defined the division of the guide was merely geographical. The first volume would focus on Porto and include the north and centre of the country; the second volume would be centered on Lisbon and include the southern region, Madeira and Azores.

The selected works complied with quality criteria (2), most are public facilities for two reasons, on one hand, for their character of exception, on the other because can be easily visited both outside and inside the buildings. Some private works were also included, mainly residential, where the possibility of being visited from the outside was determinant (works that, regardless of their quality, are not close to a public access or are enclosed, were not included).As a final balance of this project, we conclude that it was fundamental, even decisive, to our development as architects. We got to know unexpected places, people and works. After this experience we felt enlarged. This is the challenge we launched with the guide.

As it would be difficult to visit all the works in a period of only a few weeks, we recommend that you use selective criteria (essentially in the case of foreign visitors) and to always carry this guide in the glove compartment of your car, as it may prove to be handy during those little trips that we often have to take within the country.

Finally, if your interest is to be an architect or an appreciator of architecture, with a wider critical spirit and an enriched and refined intuition, then the use of this guide is compulsory.

(1) We made an exhaustive research that intended to include all the national and international publications that promote architecture in Portugal.Then, we entered into a more prolific media such as the internet, where we managed to discover some works by younger and less known architects. Finally, we did field work, which means we did not limit ourselves to go directly to the buildings that were selected but “wondered” through different districts and found some pleasant surprises (others not so much...). Despite all our efforts, it is possible that some works may have escaped our search, for which we apologize. It should be mentioned that only finished works were selected and that some were removed from publication at the request of their authors. Those requests are based on problems (that all architects, unfortunately experience with greater or minor extent) of respect for the project during the construction of the work or later with their appropriation/inhabitancy.

(2) The selection of works complied with architectural quality criteria inherent to the authors of this guide. That quality is often hard to describe and more so to justify, as it is simultaneously analyzed in two prisms that can be antagonistic. On one side, we have the necessary theoretical rationality that is the basis of every architects training, on the other, we have the inevitable sensitive field. If one accounts for concrete elements and the design and constructive options, the second wanders through more abstract and personal elements. All of this, triggers inside each person unsuspected reactions that are difficult to explain. It may even result in something similar to what happens with music: does it move you or not? We believe that depending on the authors, the selection would most likely be different. This is however, with all the consequences that it may entail, our selection.

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12 GUIASDEARQUITECTURA.COM

No complexo emaranhado de fragmentos (histórias, conhecimentos, curiosidades, ocorrências, …) que constitui a nossa memória, há aqueles que se assumem como faróis, norteando por vezes a nossa existência e condicionando o destino.

Um desses fragmentos, para além de implicações estruturantes no nosso percurso profissional, foi o principal responsável por um conjunto alargado de viagens que empreendemos e, por conseguinte, pelas pessoas que hoje somos.

A leitura do livro “Imaginar a Evidência”, de Álvaro Siza, foi determinante e esteve na origem do projecto “Guias de Arquitectura”. Nesse livro, Álvaro Siza Vieira sugere que a arquitectura se faz por intuição afirmando que: “o arquitecto trabalha manipulando a memória, disso não tenho dúvida, conscientemente mas a maioria das vezes subcons-cientemente. O conhecimento, a informação, o estudo dos arquitectos e da história da arquitectura tendem ou devem tender a ser assimilados, até se perderem no inconsciente ou no subconsciente de cada um” (1998:37).

É possível afirmar que criar significa evocar aquilo que a memória escreveu dentro de nós, e que o talento é algo que pode ser trabalhado – potenciando a nossa intuição. A afirmação de Ludwig van Beethoven que “o nosso trabalho é resultado de 2% de génio e 98% de transpiração” tem implícita esta ideia.Tal objectivo pode ser alcançado de múltiplas formas: folheando revistas, lendo livros, navegando em sites com conteúdos de arquitectura, enfim, temos ao nosso dispor inúmeras ferramentas. Porém, há uma que se apresenta como mais eficiente, mais enriquecedora e que propicia resultados mais interessantes: visitar obras de arquitectura.

Se o gosto pelas viagens já existia, esta “revelação” motivou-nos a viajar incessantemente. Ver arquitectura, para além de se ter tornado um prazer, transformou-se numa necessidade. Visitar uma obra de arquitectura acaba por solicitar a atenção dos nossos sentidos, podendo conduzir até, se a obra conseguir agitar as nossas emoções, a um acto de extremo prazer. É possível experienciar uma sensação de alienação só comparável à leitura de um bom livro ou à visualização de um bom filme.Para a formação de um arquitecto as vantagens que poderão resultar deste investimento são imensas.

Intuição

Isto porque, só percorrendo uma obra se apura o nosso sentido das proporções e da sua justeza; da materialidade e do resultado das opções que a fundamentam; da imaterialidade ou da capacidade de a luz habitar cada espaço; da tectónica e do rigor que esteve na base da pormenorização construtiva que fundamentou e que conduziu à concretização física da obra; da análise das patologias com o intuito de perceber o que funcionou mal para assim evitar repetir os mesmos erros; da resolução do pesadelo das infra-estruturas (quem visitou o Museu de Arte Romana em Mérida pôde constatar a mestria com que este tema foi abordado); dos requisitos de funciona-lidade e da interpretação que se fez do programa; do conceito e dos pressupostos que estiveram na génese do projecto; da inserção topográfica e da forma como foi manipulado o terreno e que intenções estiveram por detrás dessa manipulação; das relações com a envolvente próxima, seja com o sítio ou com o contexto mais alargado; do sistema de relações que a obra estabelece entre os elementos que a configuram; da forma como as aberturas são realizadas; dos cuidados bioclimáticos e de sustentabilidade; enfim, cada arquitecto terá o seu universo referencial que pode ajudar a conduzir a visita.

É essencial, no mínimo, colocar as seguintes questões:A obra está bem pensada?...Está bem desenhada?...Está bem pormenorizada?...Na procura destas e de outras respostas será possível percepcionar as qualidades inerentes à obra.

O objectivo será sempre o mesmo: aprender potenciando a intuição, para que possamos abordar o acto de projectar com mais confiança e maior rigor.

Por último, desejamos óptimas viagens a todos aqueles que vierem a utilizar este guia como matriz. Ter o guia por perto, por exemplo no porta-luvas do automóvel, pode revelar-se uma óptima ideia. Visitando a plataforma www.guiasdearquitectura.com poderá descarregar um ficheiro com as coordenadas GPS para instalar no seu dispositivo de navegação por satélite.

Boas viagens!

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In the complex intricacy of fragments (stories, unders-tandings, curiosities, occurences,…) that constitute our memory, there are those which stand like beacons, often guiding our existence and conditioning our destiny.

One of those fragments, beyond having structural implications in our professional path, was responsible for a wide range of travels we undertook and, consequently, for whom we are today.

Reading the book “Imagine the Evidence”, by Álvaro Siza, was determinant and laid the track for the “Architectural Guides” project.

In that book, Alvaro Siza Vieira suggests that architecture is done by intuition affirming that: “the architect works by manipulating memory, of that I have no doubt, consciously but most often subconsciously. Knowledge, information, the study of architects and architectural history tend or should tend to be assimilated, until they are lost in each person’s unconscious or subconsciousness”(1993:37).

It is possible to affirm that creating means evoking that which memory wrote inside us, and that talent is something that can be worked – potentiating our intuition.This idea is implicit in Ludwig van Beethoven’s affirmation that “our work is 2% genius and 98% perspiration”.

Such objective can be grasped in various ways: flicking magazines, reading books, visiting web-sites with architectural content, ultimately, we have at our disposal an uncountable number of tools. However, there is one that seems to be more efficient, more enriching and provides more interesting results: visiting architectural works.

If the joy for travelling already existed, this “revelation” motivated us to travel incessantly. Seeing architecture, beyond becoming a pleasure, it turned into a necessity.Visiting an architectural work calls on the attention of our senses, capable of leading to, if the work manages to agitate our emotions, an act of great pleasure.It is possible to experience a sensation of alienation only comparable to reading a good book or watching a good movie.The advantages, regarding the training of an architect, which may result from this investment, are immense.This because, only by traveling through a work can we find our sense of proportion and its exactness; of the materiality and the result of options that substantiate

it; the immateriality or the capacity of light inhabiting each space; the tectonics and the rigour that was at the base of constructive detailing that drove to the physical construction of the work; the analysis of the pathologies with the intent to understand what didn’t work right and so avoid making the same mistakes; the resolution of the nightmare that are infra-structures (those who visited the Museum of Roman Art in Merida can verify the mastery with which this subject was approached); the functional requirements and the interpretation that is made of the program; of the concept and the presuppositon that were in the genesis of the project; the topographic insertion and way the land was manipulated and what intentions were behind that manipulation; the relations with the close surroundings, be it with the place or wider context; the relations the work establishes between the elements that define it; the way the openings are made; the bioclimatic cares and those with sustainability, ultimately, each architect has his own referential universe that may help to guide the visit.

It is essential, at least, to place the following questions:Is the work well thought?...Is it well designed?...Is it well detailed?...In the search for these and other answers it is possible to perceive the qualities inherent to the work.

The objective will always be the same: learning whilst potentiating intuition, so that we can take on the act of designing with more confidence and greater rigour.

At last, we wish all those that will come to use this guide as a matrix, great travels.Having the guide close at hand, in the glove-box for example, may prove to become a great idea.

Visit the platform www.guiasdearquitectura.com where you may download a file with the GPS coordinates to install in your satellite navigation device.

Good travels!

Intuition

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14 GUIASDEARQUITECTURA.COM

BEJA

O distrito de Beja apresenta um número reduzido de obras seleccionadas, resultado sobretudo da sua interioridade.

O recentemente inaugurado Lagar do Marmelo de Oliveira da Serra, do arquitecto Ricardo Bak Gordon, constitui o principal ícone arquitectónico do distrito.

Na cidade de Beja, Hestnes Ferreira desenvolveu dois projectos que, apesar de contarem já com algumas décadas de existência, se assumem como duas obras inusitadas e que devem motivar uma visita.

Ainda nesta cidade, o parque de estacionamento e o parque urbano são dois projectos que se diferenciam.Em Cuba, uma pequena vila alentejana, encontram-se duas obras dignas de registo: o Pavilhão Desportivo e o edifício da Caixa Geral de Depósitos.

Em Alvito, a Biblioteca Municipal constituiu uma agradável surpresa, assim como a Igreja desenhada por Vítor Figueiredo em Albergaria dos Fusos.

Em Moura, os arquitectos Aires Mateus projectaram um edifício de habitação e comércio que justifica uma visita a esta pacata cidade alentejana.

Viajar pelas estradas desérticas do Alentejo, tendo como cenário paisagens extraordinárias, gente simples e ávida por dois dedos de conversa, pequenos restaurantes com menus excepcionais, pode resultar numa experiência única, e por essa razão esta região merece realmente que se lhe dediquem alguns dias de férias.

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The district of Beja presents a reduced number of selected works, mostly due to its inland location.

The recently inaugurated Lagar do Marmelo de Oliveira da Serra, by architect Ricardo Bak Gordon, constitutes the main architectural icon of the district.

In the city of Beja, Hestnes Ferreira developed two projects that, although or because their existence extends a few decades, claim the role for two unusual works and should motivate a visit.

Still in this city, the car park and the urban park are two differentiating projects.In Cuba, a small village in Alentejo, two works worth registering can be found: The Sports Pavilion and the Caixa Geral de Depósitos building.

In Elvito, the Municipal Library constituted a pleasant surprise, as was the church designed by Vitor Figueiredo in Albergaria dos Fusos.

In Moura, architects Aires Mateus designed a residential and commercial building that is sufficient to motivate a visit to this calm city in Alentejo.

Travelling through the deserted streets of Alentejo, with an extraordinary landscape, people who are simple and eager for a chat, small restaurants with exceptional menus, can result in a unique experience. And so this region really deserves to have a few days of your holidays dedicated to it.

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BEJA

Arquitectura | ArchitectureEugénio Castro Caldas e Nuno TávoraLocalização | LocalizationRua dos Lobos, AlvitoVisita | VisitInterior | ExteriorInside | Outside

Arquitectura | ArchitectureVitor Figueiredo e Jorge Cruz PintoLocalização | LocalizationRua de Vila Alva, Albergaria dos FusosVisita | VisitInterior | ExteriorInside | Outside

BE0

1B

E02

Igreja de Albergaria dos Fusos1990 - 1993 | Cuba

GPS. 38° 17.015’N | 7° 56.056’W

Biblioteca Municipal de Alvito1999 - 2003 | Alvito

GPS. 38° 15.354’N | 7° 59.547’W

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GUIASDEARQUITECTURA.COM 17

BEJA

Arquitectura | ArchitectureJoão Paulo Conceição e Miguel PimentelLocalização | LocalizationRua Serpa Pinto, CubaVisita | VisitInterior | ExteriorInside | Outside

Arquitectura | ArchitectureJorge Cruz Pinto e Cristina MantasLocalização | LocalizationEstrada da Circunvalação, CubaVisita | VisitInterior | ExteriorInside | Outside

BE0

3B

E04

Caixa Geral de Depósitos de Cuba1985 - 1988 | Cuba

GPS. 38° 9.982’N | 7° 53.461’W

Pavilhão Desportivo de Cuba1991 - 2003 | Cuba

GPS. 38° 10.345’N | 7° 53.544’W

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24 GUIASDEARQUITECTURA.COM

ÉVORA

Apesar de pertencer ainda ao Alentejo, Évora beneficia de uma maior proximidade à capital do país, apresentando uma dinâmica que se reflecte também no considerável número de obras seleccionadas.

O Bairro da Malagueira, projecto emblemático no percurso profissional de Álvaro Siza, é um local de paragem obrigatória.O novo complexo das Artes da Universidade de Évora, de Inês Lobo Arquitectos e Ventura Trindade Arquitectos, merece igualmente uma visita.

Gonçalo Byrne desenhou em Évora três edifícios para habitação e comércio. O Museu de Évora, o Convento da Nossa Senhora dos Remédios, a Escola Superior de Agronomia e o Hotel do Espinheiro são também obras em evidência nesta cidade.

No Vimieiro, o pequeno Museu “O Mundo Rural” constitui uma surpresa. Em Arraiolos, José Paulo dos Santos foi o responsável pela recuperação da Pousada Nª Sr.ª da Assunção.

O Fluviário de Mora é um projecto insólito e corajoso desenvolvido pelo atelier Promontório.

Neste distrito merece também destaque a nova Aldeia da Luz no Alqueva. Na nova aldeia, além do museu, do cemitério e da igreja, foram construídos outros equipamentos colectivos, num processo que se pretendia que fosse participativo, tendo por lema: “nem património, nem tábua rasa”.

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Although still belonging to the Alentejo, Évora benefits from a bigger proximity to the country’s capital, presenting a dynamic that is reflected in the considerable amount of selected works.

The Malagueira Neighbourhood, an emblematic project in Álvaro Siza’s professional path, is a compulsory stopover.The new Arts Complex of the University of Évora, by Inês Lobo Architects and Ventura Trindade Architects, also deserves a visit.

Gonçalo Byrne designed three residential and commercial buildings in Évora.The Museum of Évora, the Convent of Our Lady of Remedies, the Tertiary School of Agronomy and the Espinheiro Hotel are also evident works in this city.

In Vimeiro, the small Museum “O Mundo Rural “ constitutes a surprise.In Arraiolos, José Paulo dos Santos was responsible for the renovation of the Pousada Nª Sr.ª da Assunção hotel.

The Fluviarium of Mora is an uncommon and courageous project developed by the Promontorio Office.

In this district the new Aldeia da Luz deserves to be highlighted. In the new village, as well as the museum, cemetery and church, other collective equipments were built, in a process that was intended to be participatory, having as its motto: “neither heritage, nor tabula rasa”.

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ÉVORA

Escola Superior de Agronomiada Herdade da Mitra1993 - 1995 | Évora

GPS. 38° 31.669’N | 8° 1.100’W

Estação Biológica do Garducho2006 - 2009 | Mourão

GPS. 38° 13.700’N | 7° 9.501’W

EV02

EV01

Arquitectura | ArchitectureVítor FigueiredoLocalização | LocalizationHerdade da Mitra, ÉvoraVisita | VisitInterior | ExteriorInside | Outside

Arquitectura | ArchitectureJoão Maria Ventura TrindadeLocalização | LocalizationHerdade dos Guizos, MourãoVisita | VisitInterior | ExteriorInside | Outside

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ÉVORA

EV03

Arquitectura | ArchitecturePedro Pacheco e Marie Clément/João Figueira, Pedro Bandeira, Luís Miguel Fareleira, José Miguel Rodrigues e Ana Luísa Rodrigues /Pedro George e AssociadosLocalização | LocalizationAldeia da Luz, MourãoVisita | VisitInterior | Exterior / Inside | Outside

Em 2002 foi inaugurada a Nova Aldeia da Luz, construída de raiz a dois quilómetros da antiga que foi desmantelada e submersa pela albufeira do Alqueva. A barragem do Alqueva é a maior da Europa. Foi construída com o objectivo de regadio para toda a zona do Alentejo, prevendo-se que introduza a médio prazo alterações no clima típico desta região.Na nova aldeia, para além de 210 habitações, foram construídos vários equipamentos colectivos, destacando-se o Museu, a Igreja, a Capela, o Cemitério, a Praça de touros, o Depósito de água, a Unidade de Saúde e os “Lavadouros”.Os arquitectos autores do plano evidenciaram um enorme bom senso ao renunciar em parte aos seus axiomas académicos e ao trabalhar com a população num processo que se pretendia participativo, tendo por lema: “nem património, nem tábua rasa”.O Museu, principal equipamento da nova aldeia, foi inaugurado em 2003 e procura através do seu espólio perpetuar o passado histórico da antiga aldeia submersa pela albufeira.

The New Aldeia da Luz was inaugurated in 2002, built from scratch 2km away from the old one which, was desmantled and submersed by the Alqueva reservoir.The Alqueva dam is the largest in Europe. It was built with the objective to irrigate the entire Alentejo region, forseeing that it will introduce mid-term changes to the typical climate of this region.In the new village, along with the 210 houses, various collective equipments were built, of which we highlight the Museum, the Church, the Chapel, the Cemetery, the Bullfighting Arena, the Water tank, the Health Centre and the “Lavadouros”.The architects authors of the plan evidentiated great sense when renouncing part of their academic axiomas and by working with the population in a process that was intended to be participatory, having as a motto:”neither heritage, nor nabula rasa”.The Museum, main equipment of the new village, was opened in 2003 and searches to perpetuate, through its assets, the historic past of the old village submersed by the reservoir.

Aldeia da Luz1996 - 2003 | Mourão

GPS. 38° 20.657’N | 7° 22.871’W

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FARO

O distrito de Faro concentra junto à orla costeira a totalidade das obras seleccionadas, permitindo assim constatar a forte assimetria existente entre o litoral e o interior do distrito.

No extremo sudeste de Sagres, é possível visitar o promontório de Sagres, alvo de uma intervenção nos anos noventa, projecto do arquitecto João Carreira.

Em Lagos, destaque para a Marina de Lagos concebida por Gonçalo Byrne.Próximo da cidade de Portimão, o Centro de Congressos do Arade, obra do arquitecto Miguel Arruda, justifica uma visita.

A portagem da A2, projecto dos irmãos Aires Mateus, assume-se como um marco simbólico à entrada no Algarve.

Em Albufeira, o atelier Promontorio desenhou o Tivoli Vitoria Hotel e uma das fases do empreen-dimento Pine Cliffs.Na Quinta do Lago, é possível observar arquitecturas muito diversas, distinguindo-se pelo seu arrojo conceptual a habitação projectada por Souto Moura nos anos oitenta.

Em Faro, Gonçalo Byrne assina os projectos do Teatro Municipal de Faro e da Pousada de Estoi. Carrilho da Graça readaptou o Convento de S. Francisco para Escola de Hotelaria.

Em Tavira, o mesmo arquitecto foi o autor do projecto da Biblioteca Municipal.

Em Cabanas de Tavira, o Forte de S. João da Barra, recuperado pelos arquitectos Victor Mestre e Sofia Aleixo, oferece turismo de natureza num espaço pitoresco.

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The district of Faro concentrates on its coastal front all of the selected works, and thus allowing to perceive the strong asymmetry that exists between the districts coast and inland.

In Sagres’ extreme Southeast, it is possible to visit the Sagres promontorium, subject to an intervention in the nineties, with a project by architect João Carreira.

In Lagos, we highlight the Lagos Marina conceived by Gonçalo Byrne.Near the city of Portimão, the Arade Congress Centre, work by architect Miguel Arruda, justifies a visit.

The A2 toll square, designed by the brothers Aires Mateus, assumes itself as a symbolic mark at Algarves entrance.

In Albufeira, the Promontório office designed the Tivoli Vitoria Hotel and one of the phases of the Pine Cliffs Estate.At Quinta do Lago, it is possible to observe diverse architectures, where the house designed by Souto Moura in the eighties, stands out due to its conceptual dareness,.

In Faro, Gonçalo Byrne signs the projects for the Faro Municipal Theatre and the Pousada de Estoi hotel. Carrilho da Graça re-adapted the S. Francisco Convent into a Hospitality School.

In Tavira, the same architect was the author of the Municipal Library.

In Cabanas de Tavira, the S. João da Barra Fort, restored by architects Victor Mestre e Sofia Aleixo, offers nature tourism in a picturesque space.

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FARO

Fortaleza de Sagres1987 - 1997 | Vila do Bispo

GPS. 37° 0.086’N | 8° 56.868’W

Ampliação e Remodelação daEscola EB1 de Odiáxere2006 | Lagos

GPS. 37° 9.020’N | 8° 39.176’W

Arquitectura | ArchitectureJoão CarreiraLocalização | LocalizationRua da Fortaleza, SagresVisita | VisitInterior | ExteriorInside | Outside

Arquitectura | ArchitectureMarco Costa, Osvaldo Sousa, Rui Vargas e Vítor Vilhena I ORV ArquitecturaLocalização | LocalizationTravessa São João de Deus, OdiáxereVisita | VisitInterior Condicionado | ExteriorInside Conditioned | Outside

FA01

FA02

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FARO

Escola Primária de LagosAmpliação da EB1 n.º32000 - 2006 | Lagos

GPS. 37° 6.423’N | 8° 40.915’W

Arquitectura | ArchitectureMarco Costa, Osvaldo Sousa, Rui Vargas e Vítor Vilhena I ORV ArquitecturaLocalização | LocalizationAvenida da República, LagosVisita | Visit Interior Condicionado | ExteriorInside Conditioned | Outside

FA04

Parque da Cidade de Lagos2003 - 2009 | Lagos

GPS. 37° 5.818’N | 8° 40.430’W

Arquitectura | ArchitectureArkhétypos: Carlos Ribeiro, João Jácome,Bernardo Faria, Pedro Cortez e Nuno Guerreiro; Proap (Arquitectura Paisagista): João Ferreira Nunes, Carlos RibasLocalização | LocalizationRua José Afonso, LagosVisita | VisitExterior / Outside

FA03

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LISBOA

O distrito de Lisboa é o que apresenta o maior número de obras. O facto de a capital do país pertencer a este distrito e contribuir com uma série de equipamentos emblemáticos, desde os construídos para a Expo 98, passando pelos maiores Museus do País, por alguns dos principais Estabelecimentos de Ensino e pelas maiores Salas de Espectáculos, justifica esta situação.

Se nos anos oitenta o pós-modernismo assumiu protagonismo, conduzindo à proliferação de arquitecturas diversas e inspiradas em modelos de diferentes proveniências, em que o complexo das Amoreiras se assume como o principal ícone desse período algo controverso, os anos noventa e a primeira década do presente século presentearam-nos com um conjunto de obras de elevada qualidade.

Siza Vieira foi o responsável pela recuperação do Chiado e pelo projecto do Pavilhão de Portugal na Expo 98. O evento da Exposição Mundial de 1998 proporcionou a oportunidade para a construção de alguns equipa-mentos inusitados, como o Oceanário, a Gare do Oriente e o Pavilhão Atlântico.Em Belém, evidencia-se o imponente Centro Cultural de Belém da autoria de Vittorio Gregotti e Manuel Salgado.Em Algés, Gonçalo Byrne desenha o Centro de Coordenação e Controlo de Tráfego Marítimo do Porto de Lisboa.Em Campolide, os arquitectos Aires Mateus projectaram a reitoria da Universidade Nova de Lisboa.Carrilho da Graça assina um conjunto de obras bastante diversificado, destaca-se a Escola Superior de Comunicação, o Núcleo Arqueológico do Castelo de São Jorge, o Museu do Oriente e o Novo Centro de Coordenação Operacional da BRISA em Carcavelos.

As diferenças entre a arquitectura apresentada pelos arquitectos provenientes da escola do Porto e da escola de Lisboa, nestas últimas duas décadas, esbateram-se de forma considerável.

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The Lisbon district presents the most elevated number of Works.The fact that the capital of the country belongs to this district and contributes to a series of emblematic equipment, from those built for the Expo’98, through the biggest Museums of the Country, along with some of the major Education Establishments and the largest Entertainment Halls, justifies this situation.

If in the eighties post-modernism assumed protagonism, leading to the proliferation of diverse architectures inspired in models from different origins, where the Amoreiras complex stands as the main icon of that somewhat controversial period, the nineties and the first decade of this century offered us a set of works of elevated quality.

Siza Vieira was responsible for the recuperation of the Chiado and the Portuguese Pavilion at the Expo’98.The World Exhibition of 1998 brought the opportunity to build some unusual equipments, such as the Oceanarium, the Orient Station and the Atlantic Pavilion.In Belém, the imponent Belém Cultural Centre by Vittorio Gregotti and Manuel Salgado stands out. In Algés, Gonçalo Byrne designs the Maritime Traffic Control and Coordination Centre of the Port of Lisbon.In Campolide, architects Aires Mateus designed the Headmaster building of the Universidade Nova of Lisbon.Carrilho da Graça signs a diversified set of works, highli-ghting the Tertiary School of Comunication, the Archeo-logical Nucleus of the S. Jorge Castle, The Museum of the Oriente and BRISA’s New Centre of Operational Coordination in Carcavelos.

The differences between the architecture presented by architects from the school of Oporto and the school of Lisbon, in these last two decades have diminished considerably.

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LISBOA

Museu do Neo-Realismo2001 - 2007 | Vila Franca de Xira

GPS. 38° 57.320’N | 8° 59.320’W

Núcleo Sede do Museu Municipal de Vila Franca de Xira1998 - 2002 | Vila Franca de Xira

GPS. 38° 57.230’N | 8° 59.254’W

Arquitectura | ArchitectureAlcino SoutinhoLocalização | LocalizationRua Alves Redol, Vila Franca de XiraVisita | VisitInterior | ExteriorInside | Outside

Arquitectura | ArchitectureCândido Chuva GomesLocalização | LocalizationRua Serpa Pinto, Vila Franca de XiraVisita | VisitInterior | ExteriorInside | Outside

L001

L002

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LISBOA

L003

Casas Mortuárias de Alhandra2004 - 2008 | Vila Franca de Xira

GPS. 38° 55.741’N | 9° 0.523’W

Arquitectura | ArchitecturePedro Matos Gameiro com Carlos Crespo e João TrindadeLocalização | LocalizationRua de Herculano Galhardo, AlhandraVisita | VisitInterior Condicionado | ExteriorInside Conditioned | Outside

L004

Centro Cultural do Bom Sucesso2002 - 2009 | Vila Franca de Xira

GPS. 38° 54.213’N | 9° 2.809’W

Arquitectura | ArchitectureMiguel ArrudaLocalização | LocalizationRua Fonte S. Romão, AlvercaVisita | VisitInterior | ExteriorInside | Outside

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SETÚBAL

O distrito de Setúbal apresenta uma enorme hetero-geneidade de obras.

Em Almada e na Costa da Caparica, Manuel Graça Dias e Egas José Vieira assinam três projectos com pressupostos e resultados bastante diferenciados.

No Barreiro, os ARX projectaram a Escola Superior de Tecnologia

Em Grândola e Alcácer do Sal a dupla Aires Mateus apresenta duas soluções bastante distintas para a mesma função.

Em Palmela, Cristina Guedes e Francisco Vieira de Campos desenvolveram dois projectos para a Inapal.Em Setúbal, o atelier Risco concebeu a Praça José Afonso e Álvaro Siza a intemporal Escola Superior de Educação.

Em Tróia, o atelier Risco foi responsável pelo edifício da Marina e o Tróia Design Hotel, Apart-Hotel, Centro de Conferências, Centro de Espectáculos e SPA teve a assinatura do atelier Promontorio.

Em Santiago do Cacém, Paula Santos desenha Miróbriga e os irmãos Aires Mateus a nova Pousada.

Por fim, em Sines, Aires Mateus projectaram o Centro de Artes de Sines, uma das obras mais surpreendentes deste distrito.

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The district of Setúbal offers an enormous heterogeneity of works.

In Almada and the Costa da Caparica, Manuel Graça Dias and Egas José Vieira sign three projects with very different premises and results.

In Barreiro, ARX designed the Tertiary School of Technology .

In Grândola and Alcácer do Sal the duo Aires Mateus presents two quite distint solutions for the same function.

In Palmela, Cristina Guedes and Francisco Vieira de Campos developed two projects for Inapal.In Setubal, the Risco office conceived the José Afonso Square and Álvaro Siza the timeless Tertiary School of Education.

In Tróia, the Risco office was responsible for the marina building and the Troia Design Hotel, Apart-Hotel, Conference Centre, Theatre and Spa has Promontorio’s signture.

In Santiago do Cacém, Paula Santos designs Miróbriga and the brothers Aires Mateus the new Pousada.

At last, in Sines, Aires Mateus designed the Sines Arts Centre, one of the most surprising works in this district.

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SETÚBAL

Teatro Azul1998 - 2004 | Almada

GPS. 38° 40.579’N | 9° 9.608’W

Museu da Cidade de Almada1999 - 2002 | Almada

GPS. 38° 40.055’N | 9° 9.649’W

Arquitectura | ArchitectureManuel Graça Dias e Egas José Vieira, com Gonçalo Afonso DiasLocalização | LocalizationAvenida Professor Egas Moniz, AlmadaVisita | VisitInterior | Exterior Inside | Outside

Arquitectura | ArchitectureVictor Mestre e Sofia AleixoLocalização | LocalizationPraça João Raimundo, AlmadaVisita | VisitInterior | ExteriorInside | Outside

SE01

SE02

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SETÚBAL

SE03

SE04

Instituto Superior de Ciências da Saúde - Universidade Egas Moniz1996 - 1997 | Almada

GPS. 38° 40.018’N | 9° 12.014’W

ICPA - Instituto de Cardiologia Preventiva de Almada2008 - 2010 | Almada

GPS. 38° 39.990’N | 9° 11.839’W

Arquitectura | ArchitectureManuel Graça Dias e Egas José VieiraLocalização | LocalizationRua Bairro da Figueira, CaparicaVisita | VisitInterior | Exterior Inside | Outside

Arquitectura | ArchitectureARIPA - Ilídio Pelicano Arquitectos SALocalização | LocalizationRua do Facho, CaparicaVisita | VisitInterior | Exterior Inside | Outside

Page 34: Guia de Arquitectura - Sul e Ilhas de Portugal (excerto)

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AÇORES

Os Açores apresentam uma diversidade paisagística e cultural sobejamente rica que por si só justifica uma visita às suas nove ilhas.

A produção arquitectónica é caracterizada pela heterogeneidade das soluções e linguagens.

No conjunto das ilhas, destacam-se São Miguel e o Pico como as ilhas com maior número de obras a visitar. O Faial e a Terceira apresentam alguns projectos dignos de registo e na Graciosa, nas Flores e no Corvo a selecção restringe-se a uma obra por ilha.

As qualidades naturais presentes são recorren-temente salvaguardadas e enaltecidas. Diferentes arquitectos perante os mais diversos programas são subjugados pela riqueza paisagística, projectando com um cuidado extremo pelo existente e pela sua preservação.

São exemplos relevantes desta abordagem projectual o Centro de Monitorização e Investigação das Furnas dos arquitectos Aires Mateus, o Centro de Visitantes da Gruta das Torres dos SAMI Arquitectos e o Centro de Interpretação do Vulcão dos Capelinhos do arquitecto Nuno Ribeiro Lopes.

Nas zonas mais urbanas, essas qualidades naturais são mais escassas e por isso menos referenciais, estando a identidade das obras menos relacionada com essa realidade paisagística.

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The Azores present a scenic and cultural diversity exceedingly rich that on its own justifies a visit to the islands.

The architectural production is characterized by the heterogeneity of the solutions and languages.

In the set of islands, São Miguel and Pico stand out as the islands with the largest number of works to visit. Faial and Terceira present some works worthy of registering and in Graciosa, Flores and Corvo the selection comes to a single work per island.

The natural qualities present are recurringly salvaged and praised. Different architects before the most diverse programs are overcome by the richness of the landscape, designing with an extreme care for the existing and its preservation.

Relevant examples of this architectural approach are the Centre of Monitorization and Observation of Furnas by architects Aires Mateus, The Visitors Centre of the Torres Caves by SAMI architects and the Centre of Interpretation of the Volcano of Capelinhos by architect Nuno Ribeiro Lopes.

In the more urban areas, these natural qualities are scarcer and so less referenced, so that the works are less related with that landscape reality.

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AÇORES

Piscinas da Povoação2004 - 2008 | São Miguel

GPS. 37° 44.984’N | 25° 15.292’W

Complexo TurísticoFurnas Lake Villas2003 - 2004 | São Miguel

GPS. 37° 44.978’N | 25° 19.457’W

Arquitectura | ArchitectureBarbosa & GuimarãesLocalização | LocalizationRua do Complexo Desportivo, PovoaçãoVisita | VisitInterior | ExteriorInside | Outside

Arquitectura | ArchitectureLuis Almeida e Sousa e Fernando Jorge MonteiroLocalização | LocalizationEstrada Regional do Sul, Lagoa das FurnasVisita | VisitInterior Condicionado | ExteriorInside Conditioned | Outside

AZ01

AZ02

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AÇORES

AZ03

Centro de Monitorização e Investigação das Furnas2004 - 2010 | São Miguel

GPS. 37° 45.209’N | 25° 20.439’W

Arquitectura | ArchitectureAires MateusLocalização | LocalizationLagoa das FurnasVisita | VisitInterior | ExteriorInside | Outside

O centro é constituído por dois edifícios, volumes compactos e simples, revestidos com a pedra basáltica local. O Observatório das Furnas e Centro de Investigação é o maior dos dois edifícios e possui três alas que encerram um pátio central. O edifício foi concebido como uma escultura - um bloco de matéria-prima que intencionalmente se recortou para captar a luz.O edifício de alojamento temporário para investi-gadores é aquele que se apresenta formalmente como o mais simples, possui uma planta compartimentada em quatro unidades e um telhado inclinado também revestido à mesma pedra das paredes exteriores. Cada uma das fachadas sofreu uma subtracção volumétrica. Essas perfurações no volume foram revestidas a madeira e permitem a penetração da luz e o acesso a cada uma das unidades.Existe uma hierarquia de alturas estabelecida entre os quatro espaços, relacionada com a orientação solar de cada unidade.O projecto pretende, segundo os autores, “evocar a arquitectura e a paisagem dos Açores, procurando através da forma e do material incorporar a memória colectiva desta ilha e do arquipélago”.

The centre is composed of two buildings, compact and simple volumes, covered with local basalt stone.The Observatorium of Furnas and the investigation centre is the largest of the two buildings and has three wings that enclose a central courtyard.The building was conceived like a sculpture – a block of prime material that was intentionally cut to capture light.The building that houses temporary residences for investi-gators is the one that presents itself as formally simpler, it has a plan that is partitioned in four units and a sloped roof covered in the same stone as the exterior walls.Each one of the façades suffered volumetric subtraction. Those perforations in the volume were covered in wood and allow the penetration of light and the access to each of the units.There is a height hierarchy established between the four spaces, related to each of the unit’s solar orientation.The project intends, according to its authors, “evoke architecture and the landscape of the Azores, searching through form and material to incorporate a collective memory of the island in the archipelago”.

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MADEIRA

A Madeira possui um enquadramento socio- -económico muito próprio, facto que permitiu um desenvolvimento muito acelerado nas últimas décadas. A forte aposta no turismo apresenta-se como uma mais-valia, tendo porém acarretado alguns efeitos nefastos provocados pela forte especulação dos promotores.

A produção arquitectónica é intensa mas bastante dicotómica. A morfologia acentuada levanta problemas diversos que os madeirenses têm constantemente de enfrentar – o uso do automóvel é essencial na Ilha.

A dificuldade de deslocação entre pontos, por vezes bastante próximos, tem sido colmatada pela abertura de túneis. Esta nova realidade não só beneficiou as populações das zonas menos urbanas como potenciou o aparecimento de obras relevantes em pontos bastante isolados.

A Casa das Mudas e o Pavilhão do Vulcanismo de S. Vicente, do arquitecto Paulo David, são exemplos dessa descentralização.

Apesar das suas notáveis qualidades naturais nem sempre serem tidas em consideração, a Madeira apresenta características excepcionais que possibilitaram acontecimentos únicos. A presença no Funchal da única obra em Portugal do arquitecto Óscar Niemeyer, o Casino Park Hotel, é um desses acontecimentos.

Em Porto Santo, pode ser visitado o Hotel Porto Santo - Spa do Atelier Bugio e o Posto de Turismo e Centro de Artesanato do gabinete PAL.

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Madeira possesses a very unique socio-economical guideline, a fact that allowed for a very accelerated growth in the last few decades. The strong bet on tourism has shown to be a gain, having however caused some harmful effects provoked by the strong real estate speculation.

The architectural production is intense and quite dichotomic. The accentuated morphology arises several problems that the people from Madeira have to encounter constantly – the use of automobiles are essential on the island.

The difficulty to travel between places, sometimes quite close, has been solved by the opening of tunnels. This new reality has not only benefited the populations in less urban areas but, also made possible the appearance of relevant works in very isolated places.

The Casa das Mudas and the S. Vicente Volcanism Pavilion, by architect Paulo David, are examples of that decentralization.

Although its notable natural qualities aren’t always taken into account, Madeira presents exceptional characteristics that allowed for unique happenings. The presence in Funchal of the only work by Oscar Niemeyer in Portugal, the Park Hotel Casino, is one of those happenings.

In Porto Santo, you can visit the Hotel Porto Santo - Spa by the Bugio Office and the Tourism Office and Handcraft Centre by PAL architects.

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MADEIRA

Arquitectura | ArchitectureRui Campos Matos e Vasco Cardoso Marques CMARQLocalização | LocalizationÁgua de Pena, MachicoVisita | VisitInterior | ExteriorInside | Outside

Parque Desportivo e ClubeNáutico de Água de Pena2004 - 2007 | Madeira

GPS. 32° 42.406’N | 16° 45.945’W

MA0

1

Reabilitação do Solardo Ribeirinho para Instalaçãodo Arquivo Histórico Municipal2003 - 2005 | Madeira

GPS. 32° 43.088’N | 16° 46.018’W

Arquitectura | ArchitectureVictor Mestre e Sofia AleixoLocalização | LocalizationRua do Ribeirinho, MachicoVisita | VisitInterior | ExteriorInside | Outside

MA0

2

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MADEIRA

Arquitectura | ArchitectureRui Campos Matos e Vasco Cardoso Marques CMARQLocalização | LocalizationEstrada Regional 207, Santo da SerraVisita | VisitInterior | ExteriorInside | Outside

Estalagem do Santo da Serra1999 - 2001 | Madeira

GPS. 32° 43.355’N | 16° 48.913’W

MA0

3

Igreja do Caniçal1994 - 1999 | Madeira

GPS. 32° 44.311’N | 16° 44.154’W

Arquitectura | ArchitectureJoão Francisco CairesLocalização | LocalizationCaniçalVisita | VisitInterior | ExteriorInside | Outside

MA0

4