guia das moradias estudantis de ouro preto

90
das moradias estudantis de OURO PRETO GUIA Tiago Santos Farias

Upload: tiago-farias

Post on 19-Mar-2016

234 views

Category:

Documents


3 download

DESCRIPTION

Ouro Preto

TRANSCRIPT

Page 1: Guia das Moradias Estudantis de Ouro Preto

das moradiasestudantis de OURO PRETO

GUIA

Tiago Santos Farias

Page 2: Guia das Moradias Estudantis de Ouro Preto
Page 3: Guia das Moradias Estudantis de Ouro Preto

3

Tiago Santos Farias

das moradiasestudantis de OURO PRETO

GUIA

Page 4: Guia das Moradias Estudantis de Ouro Preto

4

Page 5: Guia das Moradias Estudantis de Ouro Preto

5

O projeto elaborado é um editorial sobre nas mo-radias estudantis de Ouro Preto.

Foi desenvolvido um guia contendo informações acer-ca destas repúblicas, com o objetivo de ser usado pelo estudante/vestibulando que queria ingressar nesse uni-verso estudantil rico e cheio de novas situações.

O guia servirá como suporte para sua experiência quanto à vivência nas repúblicas e pesquisa sobre a história e regras das mesmas.

O Conceito expressado em todo o editorial é a inter-ferência/inserção. Traduzindo a inclusão do jovem estu-dante em um mundo diferente do que vivia até então.

Possui o formato de um caderno estudantil e em suas páginas, estão incorporadas imagens de Ouro Preto e dos quadros dos padrinhos(ex-alunos das repúbli-cas), existem interveções de caráter jovens(pop arte, desenho livre, etc) e muitas vezes inacabadas(espacos para anexação de informações externas), dando ao usuário a liberdade de interferir ele próprio no mate-rial, com informações e outros processos que venham a acrescentar sua experiência.

O guia aos poucos vai tomando a ‘cara’ do usuário, traduzindo suas particularidades e ao final ganha um caráter único, ao diferenciar-se do que era e ao tomar uma nova ‘roupagem’ e conteúdo interferido.

Anexo ao editorial, vem um mapa, que serve como índice e ao mesmo tempo localização dos en-dereços das moradias.

Seguem papéis avulsos para anotações e clipes para anexações de conteúdos externos.

As moradias estudantis de Ouro Preto es-pera por você.

Prepare-se para uma nova aventura e boa sorte!

Apresentação

Page 6: Guia das Moradias Estudantis de Ouro Preto

6

Page 7: Guia das Moradias Estudantis de Ouro Preto

7

CAPÍTULO I

DA ASSOCIAÇÃO E SEUS FINS

Art. 1º - A ASSOCIAÇÃO DOS ANTIGOS ALUNOS DA ESCOLA DE MINAS, com a sigla A3EM, fundada em 12.10.1942, com denominação de Associação dos Ex-Alunos da Escola de Minas, em Ouro Preto, Estado de Minas Gerais, com foro nesta cidade, de duração ilimitada e sem finalidade lucrativa, destina-se a:

a) manter estreitos laços en-tre a Escola de Minas da Universi-dade Federal de Ouro Preto e seus Ex-Alunos;

b) pugnar pela defesa dos in-teresses da Escola e de suas tradi-ções;

c) contribuir, na medida de suas possibilidades, para o mais com-pleto aparelhamento da Escola e maior aperfeiçoamento dos seus cursos;

d) desenvolver entre seus as-sociados um sadio espírito e coope-ração e fraternidade;

e) contribuir, colaborando com a administração da Escola, para maior brilhantismo das festividades e comemorações da mesma, em especial das de seu aniversário;

f) defender os interesses dos Engenheiros;

g) manter estreito intercâm-bio com as Sociedades de Ex-Alunos da Escola de Minas de Ouro Preto (SEMOP´s), atualmente existentes e as que vierem a ser criadas;

h) dar apoio aos Ex-Alunos em suas atividades públicas e privadas;

i) contribuir, quando soli-citada pela Diretoria da Escola de Minas, na solução de dificuldades e problemas supervenientes;

j) promover anualmente a in-

ESTATUTO DA ASSOCIAÇÃO DOS ANTIGOS ALUNOS DA ESCOLA DE MINAS (A3EM)

Page 8: Guia das Moradias Estudantis de Ouro Preto

8

dicação do Ex-Aluno que mais se tenha distinguido, no ano ante-rior, em qualquer campo de ati-vidade humana, a fim de que seja laureado pela Diretoria da Escola de Minas, em sessão solene comemo-rativa do aniversário da Escola na forma de regimento específico;

k) restabelecer o antigo prêmio ao aluno da Escola de Minas que obtiver o primeiro lugar em seu curso, com a denominação de “Prêmio Escola de Minas”, a ser regido por regimento aprovado em Assembléia Geral;

l) escolher, anualmente, para o ano seguinte, um Ex-Aluno para ser o orador em nome dos ex-alunos nas festividades comemora-tivas do aniversário da Escola de Minas, segundo regimento especí-fico;

m) promover e apoiar ini-ciativas que visem fortalecer os valores culturais e de nacionali-dade da venerável cidade de Ouro Preto.

Art. 2º - A sede social da A3M é a Casa do Antigo Aluno da Escola de Minas (CA2EM), em Ouro Preto, Estado de Minas Gerais, entidade esta que é filiada à A3EM, devendo, ainda, ser criada uma sede campestre no Parque do Itacolomi, onde deverão ser insta-ladas facilidades várias, nos campos da astronomia, geologia, mineralogia, botânica, etc, visando o desenvolvi-mento do ensino e da pesquisa da Es-cola de Minas.

Art. 3º - O ano social da A3EM co-meça no dia 13 de outubro de cada ano e termina a 12 de outubro do ano se-guinte.

Art. 4º - Tem a Associação persona-lidade jurídica distinta da de seus associados, que, por isso mesmo, não respondem subsidiariamente pelas obrigações por ela assumidas, sendo certo que os seus representantes le-gais respondem perante os sócios pe-los atos que praticarem no desempenho de seus cargos.

Art. 5º - Com recursos próprios ou provenientes de doação, poderá a Asso-ciação, a critério da Diretoria, conce-

Page 9: Guia das Moradias Estudantis de Ouro Preto

9

der bolsas de estudos a alunos da Escola de reconhecido valor e desprovidos de recursos suficientes à sua manutenção.

Art. 6º - A A3EM é filiada à Federação Brasi-leira de Associações de Engenheiros (FEBRAE) e terá representação no Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia de Minas Gerais e nos órgãos universitários que venham a comportá-la, nos termos dos Estatutos e Re-gimentos da UFOP.

CAPÍTULO II

DOS ASSOCIADOS

Art. 7º - O quadro social da A3EM, constituído de um número não limitado de associados, compreenderá as seguintes categorias de sócios:

a) Associados efetivos;

b) Associados cooperadores;

c) Associados honorários;

d) Associados contribuintes.

Parágrafo 1º - Na categoria de associados efetivos, consideram-se os antigos alunos da Escola de Minas, portadores de diploma de quaisquer de seus cursos regulares, que manifestem expressamente, o desejo de integrarem o quadro social, como também engenheiros formados em outras instituições congêneres, no país e no exterior, que manifestarem interesse em pertencer à A3EM.

Parágrafo 2º - Considerar-se-ão asso-ciados cooperadores os membros do corpo docente da Escola de Minas que, não tendo pertencido em tempo algum a seu corpo dis-cente, manifestem, expressamente, o dese-jo de pertencerem à Associação.

Parágrafo 3º - Serão associados honorá-rios as pessoas que, por terem prestado relevantes serviços à classe dos enge-nheiros, à Escola de Minas ou à A3EM, venham a merecer, por isto, da Assembléia Geral esta distinção.

Parágrafo 4º - Na categoria associa-dos contribuintes, consideram-se os

Page 10: Guia das Moradias Estudantis de Ouro Preto

10

ex-alunos da Escola de Minas não portadores de diploma de algum de seus cursos regulares, que mani-festem, expressamente, o desejo de integrarem o quadro social. Com excessão do direito de votar e ser votada, a esta categoria são conservados todos os outros direi-tos pertinentes às três categorias precedentes.

Art. 8º - Constituem direitos dos associados efetivos, cooperadores, honorários e contribuintes, sem pre-juizo do parágrafo 4º do Artigo 7º.

a) apresentar, nas sessões da Assembléia Geral dos asso-ciados as proposições que jul-garem de interesse da Associa-ção e participar dos debates e votação de

todas as matérias submetidas à deliberação do plenário;

b) votar e ser votado para os cargos de direção da A3EM e para membro das comissões per-manentes ou especiais da As-sembléia Geral;

c) convocar sesseões ex-traordinárias da Assembléia Geral, em requerimento à Di-retoria, devidamente motivado e assinado por 45 sócios, pelo menos;

d) inscrever-se no quadro de quaisquer organismos so-ciais filiados à A3EM, sejam de finalidade culturais, assisten-ciais, recreativas ou quaquer outra.

Art. 9º - São deveres dos associados efetivos, cooperadores, honorários e contribuintes:

a) comparecer às sessões da Assembléia Geral a que sejam convocados, quando não ocorram razões impeditivas relevantes;

b) desempenhar os cargos da direção da A3EM, para que forem eleitos, salvo quando apresen-tarem motivos de recusa da in-cumbência;

c) participar das co-missões e desincumbirem-se das missões para que sejam designados ou eleitos, nos termos deste Estatuto;

d) cumprir as demais obrigações que lhes caibam, por força deste Estatuto ou de resoluções especiais da Assembléia Geral;

e) contribuir com a anuidade, fixada pela Assem-bléia Geral Ordinária, de acordo com o disposto na le-tra “g” do Art. 12º deste Estatuto.

Parágrafo 1º - A exclusão de associados dar-se-á por:

a) pedido formal do as-sociado;

b) por decisão da Dire-toria quando se tratar de ato julgado desabonador pra-ticado pelo associado, ca-bendo recurso para a Assem-bléia Geral.

CAPÍTULO III

DOS ORGÃOS SOCIAIS DA A3EM

Art. 10º - São órgãos sociais da A3EM:

a) Assembléia Geral;

b) Diretoria;

c) Conselho Fiscal.

DA ASSEMBLÉIA GERAL

Art. 11º - A Assembléia Geral, instância administrativa superior da A3EM, realizará um sessão ordi-nária por ano, por ocasião do ani-versário da Escola, e as sessões extraordinárias que sejam convoca-das para fins específicos, por ini-ciativa da Diretoria ou do Conselho Fiscal ou a requerimento, devida-mente motivado, de 45 associados, pelo menos.

Page 11: Guia das Moradias Estudantis de Ouro Preto

11

Parágrafo único – sempre que possível, as sessões da Assembléia Geral se realizarão na Escola de Minas.

Art. 12º - Compete à Assembléia Geral:

a) deliberar sobre alteração ou reforma deste Estatuto;

b) eleger e empossar, em sessão ordinária, os membros da Diretoria e os do Conselho Fiscal da Associação;

c) destituir a Diretoria em As-sembléia Geral Extraordinária bem como ao Conselho Fiscal da Associa-ção;

d) discutir e votar, em sessão ordinária, o relatório anual do Pre-sidente e o parecer do Conselho Fis-cal, relativo à prestação de contas da Tesouraria;

e) resolver, em grau de recur-so, sobre as decisões da Diretoria Geral;

f) eleger, dentre os membros, seus representantes no Conselho Re-gional de Engenharia e Arquitetura da 4ª Região, na Federação Brasi-leira de Associações de Engenheiros (FEBRAE) e nos órgãos universitários ou escolares que os comportem, bem como, quando for o caso, os respec-tivos suplentes;

g) fixar anualmente a anuidade a ser paga pelos sócios;

h) manifestar-se sobre assuntos de interesse geral que lhes sejam submetidos, deliberando sobre pro-vidências a eles relativas, que con-sidere cabíveis e oportunas, a serem encaminhadas pela A3EM;

i) participar da comemoração do aniversário da Escola, concorrendo, na medida do possivel, para o seu maior brilhantismo.

Art. 13º - Independe de convocação a Assembléia Geral Ordinária, que deverá ter lugar nas comemorações do aniversário da Escola.

Art. 14º - A convocação para qualquer sessão extraordinária da Assembléia Geral será feita por meio de edital afixado em lugares convenientes da Escola e, na medida

Page 12: Guia das Moradias Estudantis de Ouro Preto

12

do possivel, divulado pelos orgãos de publicidade locais e regionais.

Parágrafo único – O edital mencionado neste artigo deverá incluir a 1ª e 2ª convocações, mencionando a ordem do dia da sessão e indicando o local, a data e o horário em que ela deva realizar-se e poderá conter ainda quaisquer outros esclarecimentos ou informações que se considerem de interesse para o caso.

Art. 15º - A Assembléia Geral se instalará e deliberará, em primeira convocação, com a presença mínima de 40 de seus membros e em segunda, com qualquer número de sócios presentes, uma hora depois.

Art. 16º - As sessões da Assembléia Geral serão presididas e secretariadas, respectivamente, pelo Presidente e pelo primeiro Secretário da A3EM ou por seus substitutos legais.

DA DIRETORIA

Art. 17º - Compor-se-á a Diretoria da A3EM dos seguintes membros:

a) Presidente;b) 1º Vice-Presidente;c) 2º Vice-Presidente:

Presidentes das SEMOP’s Regionais (representativos);d) 1º Secretário;e) 2º Secretário;f) 1º Tesoureiro;g) 2º Tesoureiro;h) Diretor do Departamento

de Atividades Sociais e Culturais;i) Diretor do Departamento

de Patrimônio;

Parágrafo único – O mandato dos membros da Diretoria, cujo exercício não será remunerado, terá a duração de quatro anos, salvo o dos que forem eleitos para completar o exercício, admitindo-se a reeleição.

Art. 18º - Compete à Diretoria:

a) deliberar sobre atos de administração não conferidos especificamente a cada membro da Diretoria;b) cumprir e fazer cumprir

as deliberações da Assembléia

Page 13: Guia das Moradias Estudantis de Ouro Preto

13

Geral;c) deliberar sobre a concessão

das bolsas de estudo, previstas no artigo 5º deste Estatuto;d) praticar os demais atos de

sua atribuição, nos termos deste Estatuto.

Art. 19º - Compete ao Presidente:

a) representar a entidade, ativa e passivamente , judicial e extra judicialmente, e superintender todas as atividades da entidade;b) presidir as reuniões da

Diretoria e as sessões da Assembléia Geral, com voto de desempate;c) nomear e demitir empregados;d) assinar cheques e documentos

financeiros, juntamente com o primeiro Tesoureiro;e) autorizar o pagamento de

despesas;f) designar comissões, quando

necessário;g) rubricar todos os livros

da entidade, lavrando os termos de abertura e encerramento;h) designar representantes

da A3EM na comissão dos festejos comemorativos do aniversário de fundação da Escola;i) apresentar, anualmente,

à Assembléia Geral, relatório circunstanciado de todo o movimento da entidade;j) designar membro provisório

da Diretoria, até a Assembléia Geral imediata;k) praticar todos os demais atos

que sejam de sua atribuição, por força deste Estatuto ou por delberação da Assembléia Geral ou da Diretoria;l) delegar poderes concernentes

às funções de sua competência.

Art. 20º - Compete ao 1º Vice-Presidente substituir o Presidente em suas faltas e impedimentos e auxiliá-lo quando por ele solicitado.

Parágrafo 1º - Compete aos Vice-Presidentes, Presidentes do SEMOP participarem das reuniões de Diretoria e manter imformadas as SEMOP’s Regionais das atividades da A3EM.

Art. 21º - Compete ao 1º Secretário:

a) secretariar as sessões da Assembléia Geral e da Diretoria, e

Page 14: Guia das Moradias Estudantis de Ouro Preto

14

lavrar as respectivas atas em livro próprio;b) preparar a

correspondência da entidade, tendo sob sua guarda os livros e documentos respectivos;c) manter atualizado

o cadastro de associados e entidades congêneres para promover intercâmbio com as mesmas;d) executar e dirigir

os serviços que lhe forem cometidos pela Diretoria ou pelo Presidente;e) organizar o fichário da

entidade, catalogando assuntos de interesse da Escola, da Associação e dos seus Associados;f) enviar comunicações

aos Associados que completarem vinte e cinco e cinquenta anos de formatura, sugerindo que as comemorações destas datas sejam feitas por ocasião das festividades do aniversário da Escola.

Art. 22º - Compete ao 2º Secretário:

a) substituir o 1º Secretário em seus impedimentos e auxiliá-lo no desempenho de suas atribuições.

Art. 23º - Compete ao 1º Tesoureiro:

a) firmar cheques ou documentos bancários com o Presidente;b) tratar com os

concessionários de serviços da A3EM, velando pelo exato cumprimento das cláusulas contratuais que envolvem interesses econômico-financeiros da entidade;c) fiscalizar valores e

títulos da A3EM;d) arrecadar os

rendimentos, inclusive as mensalidades ou anuidades dos sócios;e) efetuar os pagamentos

autorizados pelo Presidente;f) organizar e manter em dia

a escrita financeira, fornecendo os esclarecimentos e informações que lhe forem solicitados pelos órgãos sociais;g) apresentar à Assembléia

Geral Ordinária de outubro

Page 15: Guia das Moradias Estudantis de Ouro Preto

15

o balanço da situação financeira da entidade;h) apresentar balancetes

mensais, quando solicitado pela Diretoria.

Art. 24º - Compete ao 2º Tesoureiro:

a) substituir o 1º Tesoureiro quando de seu impedimento e auxiliá-lo no desempenho de suas atribuições.

Art. 25º - Compete ao Diretor do Departamento de Atividades Sociais e Culturais (DASC):

a) promover atividades sociais e culturais da A3EM criando condições e motivações para os associados;b) desempenhar outras atividades

por delegação do Presidente ou da Diretoria.

Art. 26º - Compete ao Diretor do Departamento de Patrimônio (DDT):

a) zelar pelo patrimônio da A3EM;b) desempenhar outras atividades

por delegação do Presidente ou da Diretoria.

Art. 27º - A Diretoria reunir-se-á, por convocação do Presidente, em dia, hora e local por ele designados.

Parágrafo único – As decisões da Diretoria serão tomadas por maioria de votos, com a presença mínima de 6 (seis) de seus membros executivos, inclusive o Presidente ou seu substituto legal, podendo este exercer o direito do desempate.

Art. 28º - Das decisões da Diretoria caberá recurso para a Assembléia Geral da A3EM.

DO CONSELHO FISCAL

Art. 29º - O Conselho Fiscal constituir-se-á de 3 (três) membros efetivos e igual número de suplentes , eleitos por quatro anos, pela Assembléia Geral Ordinária da A3EM, podendo ser reeleitos.

Art. 30º - Compete ao Conselho Fiscal:

a) fiscalizar o exercício financeiro e o patrimônio da entidade;b) examinar os livros,

documentos, balanços anuais,

Page 16: Guia das Moradias Estudantis de Ouro Preto

16

conferir o caixa e emitir parecer a ser submetido à Assembléia Geral Ordinária da A3EM.

CAPÍTULO IV

DAS DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 31º - A associação terá um distintivo oficial conforme modelo aprovado pela Assembléia Geral.

Art. 32º - Será indicado, anualmente, pela Assembléia Geral da A3EM, um orador que falará em nome de entidade, na sessão comemorativa do aniversário da Escola.

Art. 33º - A Diretoria deverá elaborar um regimento interno, de conformidade com as disposições deste Estatuto, incluindo as penalidades que poderão se impostas aos Associados. Este regulamento interno, que deverá ser aprovado pela Assembléia Geral da A3EM, poderá sofrer modificações, porém, quando tal acontecer, será apreciado e aprovado pela mesma Assembléia Geral.

Art. 34º - Qualquer reforma ou alteração do presente Estatuto somente poderá ser feita em Assembléia Geral da A3EM.

Art. 35º - No caso de dissolução da entidade, deliberada por maioria absoluta de votos em Assembléia Geral, o acervo da A3EM passará a pertencer à Fundação Gorceix ou a outra entidade similar de apoio à Escola de Minas.

CAPÍTULO V

DAS DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS

Art. 36º - Este Estatuto entrará em vigor na data de seu registro no cartório de Registro de Pessoas Jurídicas, substituindo plenamente o Estatuto então vigente.

Aprovado na Assembléia Geral ExtraordináriaRealizada em 29 de março de 2003, na

salade Mecânica da Escola de Minas.

Engº Marcos de Vasconcellos BastosPresidente da A3EM

Engº João Epifanio de Andrade LimaSecretário da A3EM

Page 17: Guia das Moradias Estudantis de Ouro Preto

17

Page 18: Guia das Moradias Estudantis de Ouro Preto

18

Page 19: Guia das Moradias Estudantis de Ouro Preto

19

As diversas gerações de aquarianos construíram e reconstruíram suas ações e identidades ao longo do tempo. E só foi possível pela interação dos morado-res com seus colegas, ex-alunos e demais partici-pantes no propício espaço da República, pois é ali que cotidianamente se extrai lições e exemplos a partir do aprendizado de superação individual e coletiva. E é fundamental ressaltar que os atuais moradores da Aquarius são os responsáveis por todo o patri-mônio da República, que foi construído e recons-truído pelo trabalho e sacrifício de vários outros aquarianos. Porém, o mais importante é perceber as novas conquistas e o trabalho feito atualmente pelos moradores superam muitas falhas, dificulda-des e desatenção daqueles que não mais habitam a Aquarius. Muito do que foi pensado, iniciado ou até mesmo deixado de lado pelos antigos moradores está sendo feito pelos atuais moradores.

A República Aquarius foi fundada no período em que o Brasil tinha seu Estado controlado por forças conservadoras e autoritárias, o que implicava num forte esquema de repres-são aos movimentos sociais. Era 1969. A educação superior também passava por importantes ajustes, sobretudo através de um grupo que projetava uma reforma universitária, assim como de uma comissão que estudava medidas para diminuir os movimentos estudantis nas universidades brasileiras, pre-sidida pelo General Meira Mattos.

República Aquarius

História

Page 20: Guia das Moradias Estudantis de Ouro Preto

20

Após o restabelecimento de todo o movimento es-tudantil no Brasil depois das intervenções e dificulda-des criadas pelos artífices do golpe de 1964, o DAEM (Diretório Acadêmico da Escola de Minas de Ouro Preto) passou a ter mais espaço para atuação. Pri-meiro pelo trabalho de base desenvolvido junto aos estudantes. Segundo pela proposta de ações que a gestão 1967/1968 apresentou. E uma das bandeiras foi a conquista de novas casas para “repúblicas”.

Um acampamento por vários dias na Praça Tira-dentes foi montado, em 1967, quando se buscou mobilizar os estudantes, e ao mesmo tempo pressio-nar a Escola de Minas para o problema da moradia estudantil. A justificativa do Diretório para o movi-mento era o seguinte: “temos diversas repúblicas com ameaça de despêjo; temos colegas morando em verdadeiros padieiros sem a mínima condição de higiene; temos conhecimento da admissão dos no-vos colegas de 68” (Boletim do Diretório Acadêmico nº 4, novembro de 1967).

Para César Maia (atual Prefeito do Rio de Janeiro) – Tesoureiro do DAEM na gestão 67/68 –, a questão das repúblicas era um dos tópicos da luta: “A gente teve um conflito com a Escola que era mais amplo, não sei se era regimento ou se era regulamento; casas para estudantes, certamente. E aí se acampou na Escola de Ouro Preto, que fez um grande sucesso” (Depoimento a Otávio Luiz Machado, Rio de Janeiro, 28/01/2003).

Page 21: Guia das Moradias Estudantis de Ouro Preto

21

A Escola de Minas cedeu aos estudantes e liberou recursos para novas repúblicas. A par-tir daí uma Comissão nomeada pela Assembléia Escolar inte-grada pelo Presidente do DAEM e pelos professores Moacyr do Amaral Lisboa e Washington Mo-raes de Andrade buscou dar an-damento à aplicação da verba liberada pela Escola no valor de NCr$200.000,00, imediatamen-te após as negociações em torno do fim do acampamento. Havia um impasse quanto a forma de se conseguir casas para serem transformadas em “repúblicas”, pois não se sabia como resolver a questão com a compra, o alu-guel ou a construção de novas casas. Mas, a opção pela compra de novas casas foi a forma en-contrada, pois não se teria tem-po para construir casas diante da entrada de novos calouros em 1968. A oferta de velhas casas e casarões para venda era eleva-do em Ouro Preto neste período, pois a cidade não se recuperara ainda da crise econômica provo-cada pela transferência da capi-tal de Minas Gerais de Ouro Preto para Belo Horizonte, em 1897.

Page 22: Guia das Moradias Estudantis de Ouro Preto

22

Um tema que ainda está presente na memória cole-tiva dos estudantes daquele período foi a compra de casas dos próprios professores da Escola, conforme denúncia do próprio DAEM:

“Pois bem colegas, para surpreza e decepção nos-sa, assistimos nos meados de outubro, o Doutor Wa-shignton, após mudar para casa de propriedade da Escola, enviar proposta ao Diretor oferecendo a sua casa para a comissão comprar, ao mesmo tempo pe-dia o seu afastamento desta, por se julgar suspeito, no caso de vir a ter de decidir sôbre a compra de seu imóvel. Ao nosso ver, o que é suspeito, é o Dr. Washington, depois de trabalhar tantos meses como membro da citada comissão e de vetar a compra de certas casas, oferecer a Escola à casa de sua pro-priedade, que apresenta os mesmos inconvenientes, daquelas às quais se opôs com seu veto. Votamos contra a compra do referido imóvel pelo prêço de NCr$44.100,00. tendo o Dr. Moacyr votado a favor, e o Dr. Washington sendo impedido de dar se pare-cer, foi encaminhado o processo ao Diretor Geral da Escola para que desse a palavra final. Autorizou-se a compra” (Boletim do Diretório Acadêmico nº 4, no-vembro de 1967).

E também da demora da direção da Escola em solucionar o problema urgente da falta de repú-blicas para uma parcela dos estudantes era uma das preocupações:

Page 23: Guia das Moradias Estudantis de Ouro Preto

23

“Assim, Já são decorridos 45 dias dêsde que acam-pamos na Praça Tiradentes exigindo locais de mora-dia. Ainda permanece vivo em nossa memória, que encerramos o nosso movimento, tendo em vista as medidas tomadas e as promessas feitas pela Esco-la. A Assembléia Escolar reunida no dia 20 de mâr-ço, em sessão extraordinária, destacava uma verba de NCr$100.000,00, para amenizar a situação e ainda ficou estabelecido, que o senhor Diretor, dentro dos próximos 15 dias, apresentaria à mesma Assembléia, um projeto visando solucionar o problema de uma vez por tôdas” (Boletim do Diretório Acadêmico, sd).

Dessas reivindicações podemos indicar as “repúblicas” conquistadas pelo movimento neste espaço de tempo, mas de acordo com a escrituração nos cartórios: 1967 (Adega, TX); 1968 (Aquarius, Deuses, Jardim de Alá, Pulgatório, Baviera, Ninho do Amor, Nau Sem Rumo); 1969 (Poleiro dos Anjos, Espigão, Boite Casablanca); 1970 (Casa Nova, Cassino); 1971 (Marragolo). A UFOP ainda construiu e/ou comprou diversos outros imóveis nas décadas de 1970 e 1980.

Uma data aproximada de fundação propriamente dita da Aquarius é 20 de agosto de 1969, quando vários estudantes passaram a morar na casa ainda em refor-mas pela Universidade. Alguns dos seus primeiros mo-radores foram: Evandro Bomtempo, Roberto Brandão, Botiô, Campolina, Teófilo, Norival, Luiz Romano Russo, Quinquinha, José Wilson e Pinga.

Page 24: Guia das Moradias Estudantis de Ouro Preto

24

A fundação da Aquarius ocorreu em um momento também delicado em outras partes do mundo, nos con-turbados anos de 1968 e 1969. Diversos episódios de transformação, redefinição e mudanças nos campos po-líticos, sociais e culturais se impunham. Em plena Guer-ra do Vietnã, em 1969, o público de Woodstock a conde-na, junto a uma mistura de música, LSD, rebeldia, amor livre, conflito de gerações e em plena busca da paz e da liberdade para o mundo. Os conceitos são revistos, a mentalidade presente apresenta arranhões, quando não cisões, e essa busca por um mundo melhor, mais humano, livre, justo, diferente e para todos se torna ao mesmo tempo um desafio e uma causa a seguir.

Por estarem vivendo na chamada “Era de Aquarius”, os primeiros moradores deram ao nome da República o últi-mo termo, embora a República fosse apelida por alguns estudantes como “Argélia”. Ou seja, o país que recebeu diversos militantes expulsos do país pela ditadura, a Re-pública aceitava diversos estudantes que haviam sido “rejeitados” por outras repúblicas.

Além da conquista das “repúblicas”, a luta nos primeiros anos foi para se consolidar as casas como “repúblicas” autônomas. O reitor da en-tão recém-criada Universidade Federal de Ouro Preto, que ocupava também o cargo de Diretor da Escola de Minas, professor Antônio Pinheiro Filho, buscava intervir na orientação interna das “repúblicas”. Deve-se ressaltar que no período da ditadura militar as inúmeras intervenções nas “repúblicas” tanto da direção dos órgãos escolares como dos órgãos de repressão e de informação do Estado militar. Um dos primei-ros atos foi a tentativa de desalojamento dos moradores da república Gaiola de Ouro. Para justificar o ato, o Reitor/Diretor salientou que os moradores teriam três opções de moradia:

Page 25: Guia das Moradias Estudantis de Ouro Preto

25

1) ocupar as vagas deixadas pelos estudantes desligados pelo Reitor/Diretor baseado no Decreto-Lei 477, Lincoln Ramos Viana e Pedro Carlos Garcia Costa, respectiva-mente moradores das repúblicas Canaan e Castelo dos Nobres; 2) Ocupar as vagas que foram cria-das através da ampliação das ca-sas da Rua do Paraná; 3) Ocupar as vagas que foram criadas atra-vés da ampliação da República Ba-viera (Ofício do Diretor datado de 21 de novembro de 1969).

E buscou desalojar os estudan-tes da República Marragolo, que se situava na Rua Cel. Alves, 55. Esta residência havia pertencido ao professor Domingos Fleury da Rocha, e estava sendo cedida ao uso de profissionais do convênio PLANFAP – Ministério das Minas e Energia. Desta maneira, o Pro-fessor Pinheiro determinava, em ofício, a ida de 14 alunos da Mar-ragolo para a casa da rua Sal-vador trópia, nº 2, enquanto os outros três restantes deveriam ir para a República Aquarius, Rua do Paraná, nº 26 (Ofício de 19 de novembro de 1971).

Page 26: Guia das Moradias Estudantis de Ouro Preto

26

Quanto a esta atitude, houve uma reação imedia-ta do Diretório Acadêmico da Escola de Minas:

“A atitude arbitrária dessa Diretoria em nomear alunos indistintamente para outras moradias, violan-do um dos mais sagrados princípios que regem os estudantes desta Casa, quando se podia entrar em cordiais entendimentos, causou a todos repugnân-cia estando os moradores da república em questão dispostos a não efetuar a mudança enquanto não fôr resolvido satisfatòriamente e nos devidos têrmos, o problema em pauta. Temos a salientar que já bastam as provações por que passaram êstes colegas antes e quando nesta república se instalaram. (...) não é demais salientar que a escolha dos novos colegas nas repúblicas é de inteira competência e interesse dos elementos veteranos, com que conviverão, não cabendo portanto interferência de elementos alheios a estas pequenas comunidades. A convivência entre sêres humanos não pode ser imposta” (Ofício DAEM, de 23 de novembro de 1971).

A República Aquarius soube superar todas as dificuldades para se afirmar como uma autên-tica casa de estudantes. E foi se consolidan-do em diversas áreas por meio das diversas turmas de estudantes que foram compondo a casa. Pela interação, pelo diálogo e pela articu-lação dos seus diversos moradores foi possível construir um importante patrimônio cultural da cidade de Ouro Preto. E a República atuou e atua em diversas frentes.

Um dos importantes campeonatos de fute-bol de salão da Universidade Federal de Ouro Preto, o “Torneio do Centenário”, em 1976, foi conquistado pela Aquarius.

Page 27: Guia das Moradias Estudantis de Ouro Preto

27

Na política universitária, não foram poucos os aquarianos que marcaram sua atuação em conselhos da Universidade, tais como o CEPE e o CUNI, bem como em entidades estudantis como DAEM, CAEM, SICEG, Comissão do REMOP, DEC, CACIC, SICEM e outras

No plano acadêmico, os vários moradores que passaram ou vivem na casa foram ou são bolsistas em atividades de pesquisa (CNPq, FAPEMIG, UFOP e outras agências), de extensão, estágios, bem como de entidades como empresa Junior, revistas acadêmicas etc. Ou mesmo envolvidos em atividades acadêmicas como voluntários.

Enfim, a reinterpretação da história da casa e a criatividade para assumir novos desafios são próprios das repúblicas de Ouro Preto. Experiências acumuladas dosadas com a leitura correta da nova realidade transformam sonhos em realidade.

[1] Ex-aluno da Aquarius (formado em 2000). Historiador, pes-quisador-associado ao Laboratório Histórico da UFOP (LPH/UFOP), Mestrando do Programa de Pós-Graduação em Sociologia da Uni-versidade Federal de Pernambuco (PPGS/UFPE) e pesquisador na UFPE com a pesquisa nacional “A Engenharia Nacional, Estudantes e Educação Superior: a Memória Reabilitada”.E-mail para críticas e sugestões: [email protected]

Page 28: Guia das Moradias Estudantis de Ouro Preto

28

Page 29: Guia das Moradias Estudantis de Ouro Preto

29

Foi fundada no dia 19 de setembro de 1982. Nesta ocasião, a sua fundação deu-se junta-mente com a de outras Repúblicas situadas no Campus Universitário. Embora fundada no mês de setembro, a Arte & Manha comemora o seu aniversário no dia 12 de outubro, uma festa conhecida em todo o Brasil, quando se come-mora além do aniversário desta, o aniversário da Escola de Minas. Por este motivo, a festa do Doze não é exclusiva da nossa República.

Já com mais de duas décadas de fundação, a Arte & Manha é uma das Repúblicas Fede-rais mais novas de Ouro Preto. Segundo relatos dos antigos moradores, tradicionalmente cha-mados de ex-alunos, quando fundada a Repú-blica era masculina. Por existir muitos proble-mas com a moradia estudantil na década de 80, houve uma reivindicação dos alunos quan-to a esta questão, o que culminou na época com a construção das chamadas Repúblicas do Campus. Mesmo com a construção de novas Repúblicas, o número de vagas para mulheres era insuficiente. Em razão disto, no ano de 86, os então moradores da Arte & Manha abriram uma exceção. Concordaram que duas mulhe-res morassem temporariamente na República, até então masculina. Em virtude do ótimo rela-cionamento dessas com os demais moradores, elas foram alçadas à posição de moradoras, ganhando a condição de morarem por tempo indeterminado e desta forma abrindo oportu-nidades para que outras mulheres pudessem morar na Arte & Manha, tornando-a então uma República Mista. Este fato foi único dentre to-das as Repúblicas de Ouro Preto.

República Arte & Manha

História

Page 30: Guia das Moradias Estudantis de Ouro Preto

30

Hoje, a Arte & Manha, a exemplo de outras Repúbli-cas tem três coisas tidas como tradicionais e incorpo-radas à sua própria história: a comemoração do seu aniversário, o processo de escolha e a manutenção de um forte vínculo com os estudantes que moraram na República, os ex-alunos. O aniversário da República como já foi citado se dá no dia 19 de setembro, mas a festa é feita do dia 12 de outubro. É uma festa re-alizada todos os anos e conta com a participação dos moradores, de ex-alunos e dos amigos da República. O processo de escolha é o período, geralmente um se-mestre letivo, em que o calouro, chamado de “bixo”, é avaliado pelos moradores. Numa ocasião, geralmente no final do semestre letivo, os moradores reúnem-se e cada um decide sobre a efetivação ou não do “bixo”, que uma vez escolhido passa a ser morador. Pesa na escolha a interação do “bixo” com a República, desde a sua amizade com os moradores até a sua preocu-pação com a história da República. Já os ex-alunos são aquelas pessoas que moraram na República e que, apesar de formadas, ainda mantém um forte vínculo com a casa, sempre aparecendo em todas as ocasiões importantes da República. Na festa de formatura de cada um deles, há a inauguração de um quadrinho que fica exposto num local próprio da casa.

Page 31: Guia das Moradias Estudantis de Ouro Preto

31

Page 32: Guia das Moradias Estudantis de Ouro Preto

32

Page 33: Guia das Moradias Estudantis de Ouro Preto

33

Se encontra no Centro da cidade histórica de Ouro Preto, localizada na Rua das Mercês nº. 247, onde se encontram um conjunto de outras 9 repúblicas, no total de 10, o qual damos o nome de Vila dos Tigres. A nossa casa oferece em suas dependências:

Apareça para um bate-papo e conheça os atuais bangaloenses.

“Nóis que é Bangalô, nóis que é jóia, os homi são do contra, mas as muié apóia... e como apóia!”

Uma escola para a vida...

Em meados do primeiro semestre de 1976, em 26 de abril, uma segunda-feira, jovens estudan-tes da Escola de Minas de Ouro Preto, vindos da cidade de São Sebastião do Paraíso-MG, tiveram a honra de fundar uma nova república em Ouro Pre-to, situada à Rua das Mercês, 247.Vieram eles, em grupo de nove pessoas, pois já moravam juntos, nos fundos de uma casa, em quartos alugados, no então “Beco dos Bois”. Era uma época em que fal-tavam casas e sobravam estudantes. Ao saberem da intenção da Reitoria em adquirir algumas ca-sas, começaram a “batalhar”, de todas as formas, a obtenção de uma delas, conseguindo após algum tempo, realizar aquele grande sonho de morar em uma república da Escola de Minas, vindo a resi-dir nesta casa que, a princípio, seria destinada a professores.Nascia, assim, a nossa querida Repú-blica Bangalô, dando início a uma grande família. Começou, a partir desta data, toda uma história de convivência, de alegrias e tristezas, de festas e estudos, que se desenrola até hoje.Gerações pos-teriores de estudantes percorreram esta mesma trilha e souberam manter viva esta chama, não a deixando apagar através dos anos, conservando e

República Bangalô

História

Page 34: Guia das Moradias Estudantis de Ouro Preto

34

melhorando não só as instalações físi-cas (e como melhoraram) mas, prin-cipalmente, preservando vivo o “es-pírito bangaloense”, depois de mais de duas décadas, sempre fiel àque-las raízes.Quantos bangaloenses já passaram por aqui, deixando marcas inapagáveis de suas peculiaridades! Pessoas que chegaram aqui de uma forma e foram embora, anos depois, de outra, levando consigo um tipo de aprendizado que vai muito além da-quele que se adquiri nos livros: o de tomar as rédeas da própria vida para reinventá-la a cada novo dia. Os pés fincados no chão da esperança e o olhar, alegre e determinado, em di-reção ao horizonte. Tudo isto possível pela convivência diária de uns com os

outros. Um aprendizado recíproco. Coisas que só Ouro Preto pode ensinar: a solida-riedade, o companheirismo até nas farras, o respeito à opinião do outro, o acolhi-mento, a compreensão e, muitas vezes, o abraço fraterno e silencioso. A alegria e a fé na vida, características marcantes do “espírito bangaloense”, vividas e facil-mente identificadas desde os primeiros até os moradores atuais. Características lembradas, ainda, a todo instante, pelos ex-alunos que sempre retornam para re-viver alguns destes raros momentos má-gicos, onde se partilham sonhos, dores e

Page 35: Guia das Moradias Estudantis de Ouro Preto

35

encantos, em diversas ocasiões, principalmente, nas festas do Doze.Nos últimos anos surgiu uma grande novidade entre nós: a possibilidade de estreitar ainda mais os nossos conta-tos, na convivência com os nossos familiares, dentro de nossa própria e querida República Bangalô, em uma confraterniza-ção anual que acontece no mês de novembro, chamada entre nós de “Festa dos Pais”. Nesta ocasião, todos os familiares dos atuais moradores vêm até a república para rever seus filhos e irmãos. Assim, acabam por sentir o sabor de viver, por alguns dias, a incrível condição de ser um aluno da Escola de Minas de Ouro Preto. Momentos de rara beleza, repletos de emoção, marcando o coração de todos os que participam, como de-monstram aqueles familiares que já estiveram aqui em anos anteriores, naqueles dias.O caminho é longo e ele se faz ao caminhar... A família bangaloense se amplia a cada ano, cres-

Page 36: Guia das Moradias Estudantis de Ouro Preto

36

cendo o número de ex-alunos e a maioria manten-do contato permanente com a república. E embora não estejamos mais, a todo momento, sob o mes-mo teto, como muitos dos que passaram por aqui já estiveram, basta um simples telefonema, um encontro casual, para que todas estas lembranças venham à tona e retornem à memória com força total. Então o dia se ilumina e, nesta hora, só nos resta dizer o que já disse um dos ex-alunos uma vez: “só quem viveu é que sabe...”

Page 37: Guia das Moradias Estudantis de Ouro Preto

37

Page 38: Guia das Moradias Estudantis de Ouro Preto

38

Page 39: Guia das Moradias Estudantis de Ouro Preto

39

República Federal Masculina, a Bastilha foi fundada em abril de 1982 e localiza-se no Campus Universitário da UFOP com mais 17 repúblicas.

Conta com inúmeros ex-alunos dos mais variados cursos, sendo uma casa com tradição, respeito e amizade dentro da cidade de Ouro Preto.

Possuímos infra-estrutura completa; máquina de lavar, computa-

dores em rede conectados à internet, TV à cabo, área de chur-rasqueira, quartos mobiliados, além de comadre todos os dias.

Estamos com vagas para calouros de qualquer curso.

República Bastilha

História

Page 40: Guia das Moradias Estudantis de Ouro Preto

40

Apareçam para um bate papo!

Segundo relato dos fundadores da República Bastil-ha, havia um grande problema de moradia para os estudantes da UFOP na década de 1980. Diante tal problema a reitoria da universidade comprometeu-se a construir casas para os estudantes.

No início de 1982, as dez primeiras casas estavam

prontas no bairro Morro do Cruzeiro (ao lado do cam-pus da UFOP), estando mais quatro em construção e projeto para mais duas. Para ocupação foi feita uma lista de estudantes que desejavam morar nestas ca-sas, feita pelos próprios estudantes junto com as enti-dades estudantis, sendo esta aceita pela universidade.

Page 41: Guia das Moradias Estudantis de Ouro Preto

41

Page 42: Guia das Moradias Estudantis de Ouro Preto

42

Page 43: Guia das Moradias Estudantis de Ouro Preto

43

República Canaan

História

A República Federal CANAAN foi fundada em meados da década de 20, a data exata de sua fundação se perdeu no tempo devido ao incên-dio ocorrido no antigo fórum de Ouro Preto e a falta de registros em outros órgãos.

A República Federal CANAAN, inicialmente, pertencia à Associação da Antiga Casa do Estu-dante de Ouro Preto (CEOP). Porém em 1976, a CANAAN foi doada a recém criada Universidade Federal de Ouro Preto (o ato de doação é meio duvidoso), com o intuito de pagar, saldar uma dívida e visando que a Universidade pudesse manter a casa em boas condições, já que a CEOP não estava em boas condições financeiras de manter a República em condições adequadas.

A primeira localização da República foi na Rua Henry Gorceix, 96, Centro Histórico, onde hoje é a Sede da Antiga Casa do Ex-Aluno de Ouro Preto. Posteriormente, a mesma mudou-se para a Rua das Flores, Centro Histórico.

Em 1949, após um incêndio, a Universidade Federal de Ouro Pre-to comprou/reformou uma casa histórica situada na Rua Xavier da Veiga, nº 29, Centro Histórico, ao lado da casa onde abrigava o antigo Arquivo Público Mineiro e transferiu a República Federal CANAAN para lá.

O nome “CANAAN” tem sua raiz na palavra “Cana” (vulgo nome dado a bebida mais popular bra-sileira, a cachaça). Esse nome foi dado à República, pois essa era a maior companheira daqueles pri-meiros moradores que bravamente enfrentavam as sombrias e frias noites ouropretanas.

Page 44: Guia das Moradias Estudantis de Ouro Preto

44

Hoje, por vezes, o nome “CANAAN” é também associado à “Canaã” - terra sa-grada prometida por DEUS a Moisés e seus seguidores, segundo passagens Bíblicas.

Ao se falar da República Federal CANAAN fala-se de participações históricas como as manifestações estudantis na década de 60 quando, acuados pela repressão do Sistema Ditador, os estudantes realizaram reuniões secretas no porão da Republica e foram, por vezes, taxados de comunistas pela comunidade chegando ao ponto de terem sido “vitimas” da polícia.

No inicio da década de 70, foi realizado o Primeiro Festival de Inverno de Ouro Preto, pensando em uma inovação, os moradores da época montaram um “bote-quim” no porão da República, onde can-tavam e abrigavam os visitantes da noite boêmia ouropretana.

Page 45: Guia das Moradias Estudantis de Ouro Preto

45

Page 46: Guia das Moradias Estudantis de Ouro Preto

46

Page 47: Guia das Moradias Estudantis de Ouro Preto

47

República Casa Nova

História

Fundada no dia 21 de Abril de 1973, situ-ada inicialmente na Praça Juvenal Santos, 31, próximo à matriz do Pilar, o prédio que se-ria para alojamento de professores da UFOP foi ocupado com o apoio do DAEM (Diretório Acadêmico da Escola de Minas) por estudantes de engenharia e farmácia.

Sendo o prédio de dois andares e em função da má distribuição de seus cômodos, o mesmo foi dividido em duas novas repúblicas: sendo o andar superior a República Casanova e o andar inferior a República Cassino. A partir daí, tendo como novo endereço a Praça Barão do Rio Branco, 46, passou então a fazer parte das Repúblicas da “Praia do Circo”.

Page 48: Guia das Moradias Estudantis de Ouro Preto

48

Ao longo desse tempo a Casanova sofreu três grandes reformas estruturais, sendo a primeira em 1988, então com 15 anos, consistente na con-strução de uma área externa para churrascos e afins. Dez anos depois, em comemoração ao seu Jubileu de Prata, nova vida foi dada a sua boate, sala de televisão e cozinha. Recentemente, em 2006, uma nova sala de TV foi construída em um andar superior da casa, dando mais espaço para a boate e cozinha.

A República teve como fundadores Antônio Carlos de Matos, Antônio Carlos Teixeira Pizzi-olo, Caio Antônio de Carvalho, Celso Machado, Ciro Gonçalves Sobrinho, Eônio Milagres, Eliseo Mário, Grimaldo Dutra dos Santos Leal, Jorge Adílio Penna, Gilson Borges, Mozart de Alcântara, Pietro Sciavicco, Sebastião Scaramuzza, Silvério Furtado Rosa e Robertson Abdala.

O nome Casanova foi dado em homenagem ao grande e lendário conquistador Gionanni Giacomo Casanova (1725-1798). Nascido em Veneza, Itália. Entre suas atividades foi seminarista, jornalista, escritor, diplomata, músico, empresário, espião, soldado, presidiário, bibliotecário e fugitivo.

E, ao que tudo indica, a escolha deste nome se justifica pela perpetuação das peripécias deste personagem até os dias de hoje, conforme se percebe de recente trecho extraído do jornal Fol-ha de São Paulo:

Page 49: Guia das Moradias Estudantis de Ouro Preto

49

“Mais rápido que ele só a fama de conquistador, que invadiu salões, excitando a curiosidade femi-nina e a contabilidade. Registros de cunho lendário chegam a lhe atribuir a conquista de até 5.575 mulheres”. Isso significaria uma nova conquista a cada três dias!

Em 39 anos Giacomo Casanova levou para cama 122 mulheres. Não foi tanto assim. Don Juan fez o mesmo com 100 na França, 91 na Turquia e, na Espanha, 1.003. Mas Casanova existiu em carne e osso, como aventureiro e memorialista.

Condenado pela Inquisição por magia, libertin-agem e ateísmo, ele passa dezessete meses onde os prisioneiros só saíam para serem sepultados. Por extrema ousadia e astúcia, Casanova se evade

na madrugada de primeiro de novembro de 1757. O prisioneiro foragido esconde-se na casa do brigadeiro encarregado de sair ao seu encalço. Uma casa aconchegante, na qual recebe os favores da mulher do oficial.

Mas nem todas caíram nos braços de Casanova, Marianne, suíça, foi a única mulher que além de rejeitá-lo também o arruinou. Em 4 de Junho de 1798 morreu Casanova, o maior amante de todos os tempos que dominou com tanto carinho a arte da sedução.

E viva a Casanova!

Page 50: Guia das Moradias Estudantis de Ouro Preto

50

Page 51: Guia das Moradias Estudantis de Ouro Preto

51

República Doce Mistura

História

A República Doce Mistura foi fundada no dia

15 de abril de 1982 pela união das repúblicas

Bomboniere e Mistura Fina, por isso o nome Doce Mistura. Assim, Bombons e Finíssimas tornaram-se Doçuras.

As Doçuras fundadoras são: Ana Luzia Magalhães Souza Maria de Fátima Costa Denise Natali Kumaira Maria Januária de O. Profeta Elisa da Silva Lemos Maria Tereza de F. Fialho Girlândia Aparecida Alves Selma de Fátima Melo Ivana Márcia F. de Oliveira Silvana da Silveira Jacqueline M. Laranjeiras Solange Duarte Kátia Reis Dutra Vera Cristina Vaz Lanza Maria Ângela Castro Paes Virgínia Rodrigues C. Resende Maria Cristina Alves Fontes

Page 52: Guia das Moradias Estudantis de Ouro Preto

52

A Doce Mistura, localizada no Campus Uni-

versitário, é uma das tradicionais repúblicas de Ouro Preto. Federal, porém, administrada e mantida por suas moradoras,a república par-ticipa do processo cultural ouropretano devido às suas tradições:

21 de Abril: comemoração oficial do ani-versário da república

Batalha de vaga: processo de escolha de calouras

Forte vínculo com ex-alunas e amigos. Festas : Carnaval, festa da Camisa, 21 de

Abril, formaturas e ceia de natal.

Há anos, a República Doce Mistura preserva sua essência valorizando o companheirismo e amizade. Não somos apenas uma república, aqui formamos uma grande família!

Page 53: Guia das Moradias Estudantis de Ouro Preto

53

HINO

Doce, doce amor,Onde tens andado,Diga por favor,Doce, doce amor,Doce, doce amor,Que eu vou te encontrar,Meu bem seja onde for.

Está fazendo uma semana,Que sem mais e nem menos eu perdi você,Mas não sei determinar ao certo,Qual foi a razão meu bem vem me dizer,

Doce, doce amor onde tens andado,Diga por favor doce, doce amor,Doce, doce amor que eu vou te encontrar,Meu bem seja onde for,Já andei por todos os lugares,Que antigamente ia te encontrar,E nas ruas que passava só lembrava você,Que foi embora sem me avisar,Doce, doce amor onde tens andado,Diga por favor doce, doce amor,Doce, doce amor que eu vou te encontrar,Meu bem seja onde for.

Doce, doce amor onde tens andadoDiga por favor doce, doce amorDoce, doce amor que eu vou te encontrarMeu bem seja onde for

Page 54: Guia das Moradias Estudantis de Ouro Preto

54

Page 55: Guia das Moradias Estudantis de Ouro Preto

55

República Gaiola de Ouro

História

No ano de 1976, alunos da Escola de Minas de Ouro Preto em dificuldades de moradia na cidade, apresentaram junto ao reitor da UFOP uma solicitação formal para a aquisição de uma residên-cia para moradia. A casa, onde outrora residira o visconde de Ouro Preto, Affonso Celso de Assis Figueiredo (vulgo Onça), situ-ada à rua Direita, 167, foi-lhes oficialmente entregue em 28 de novembro de 1977, data em que foi escrito o Termo de Abertura do Livro de Atas, cuja transcrição se encontra abaixo:

“Este livro contém os acontecimentos e fatos discutidos em re-

união dos membros da república “Gaiola de Ouro”, em forma de ata, o estatuto da república, bem como, quaisquer resoluções to-madas nestas, as quais, serão relatadas em caráter de adendos.

Convém destacar aqui, que trata-se de um ressurgimento da antiga República que tempos outrora, fazia parte das já várias Repúblicas existentes.

Page 56: Guia das Moradias Estudantis de Ouro Preto

56

Um outro destaque se diz, com relação à data de fundação desta República, ou seja, dia 28 de novembro de 1977, data da entrega da República aos novos Pássaros da Gaiola de Ouro.

Ouro Preto, 28 de novembro de 1977.”

Começava aí a história da República Gaiola de Ouro. Como relata o livro de atas, no início, como não havia hi-erarquia, os quartos foram sorteados e os móveis da casa foram comprados com o dinheiro arrecadado por uma rifa, que foi vendida entre amigos e familiares dos fundadores. Infelizmente, alguns dos alunos fundadores deixaram a república antes de se formarem. Para ocupar seus lugares, outros alunos aderiram a esta gloriosa família de Pássaros, que em conjunto lutaram pelo crescimento da República.

Page 57: Guia das Moradias Estudantis de Ouro Preto

57

Apesar de considerada jovem, a República Gaio-la de Ouro integra o cenário das Repúblicas Fed-erais mais tradicionais de Ouro Preto, ajudando a construir e fixar na história este importante e peculiar sistema de moradia estudantil no Brasil.

Page 58: Guia das Moradias Estudantis de Ouro Preto

58

Page 59: Guia das Moradias Estudantis de Ouro Preto

59

República Jardim de Alá

História

Localizada em um dos melhores pontos da ci-dade: entre a praça Tiradentes e a Feira de Arte-sanato em Pedra-sabão, a Jardim de Alá é uma das repúblicas mais tradicionais de Ouro Preto, há 45 anos oferecendo ao estudante um ambiente muito bem estruturado para a vida acadêmica e o desenvolvimento de novas amizades.

A casa conta com uma infra-estrutura capaz de receber muitos estudantes. Nossa casa possui:

- 8 quartos montados com cama, mesa e guarda-roupas;

- 6 banheiros, sendo 3 equipados com chuveiro;

- 4 computadores em rede, conectados à inter-net banda larga;

- Quarto de estudos onde estão disponíveis computadores e uma mini-biblioteca;

Para o conforto e descontração dos moradores, televisão por assinatura com campeonato bra-sileiro, churrasqueira, boite, terraço com ampla área para festas.

Page 60: Guia das Moradias Estudantis de Ouro Preto

60

Como tradicional república ouro pretana, possuímos um hino em homenagem a nossa casa:

Subi a torre da igrejaToquei o badalo do sinoDesci castigando homem, mulher e meninoSeu padre me perguntouPor que bebes tanto, seu moço?E eu lhe respondiVou bebendo e vou vivendo,Por que Alá é pai e a cachaça vai!

Jardim de Alá - 1964/2010

Foi no ano da Graça de Nosso Senhor Jesus Cristo, de 1964 (ano da Gloriosa), que lá pelas bandas da Rua do Carmo, na Paróquia da Matriz de Nossa Senhora do Pilar na Cidade de Vila Rica de Ouro Preto, da província das Minas Gerais que se teve a idéia de edificar uma fortaleza...

Edificação própria que abrigasse e reunisse valentes cavaleiros convocados a aprenderem, com laboriosos professores a difícil arte do con-hecimento do engenho. E que após, anos de estu-dos e perdas infinitas de noites em claro, sobre as mais de cem folhas de sebentas, poderiam orgul-har-se além do título de doutor, pertencerem em definitivo a Irmandade da casa Mestra de Gorceix, e pudessem também, ter sua merecida alcova de repouso de guerreiro...

Sentinela essa, com a missão primordial, de for-jar desbravadores e defensores do conhecimento mundano e acadêmico, daria guarida, por vezes, a tão belas jovens moiçolas que viessem as pla-gas ouropretanas, em busca da felicidade e lábia daqueles nobres estudantes, de disponíveis e va-gabundos corações...

E então, surgiu lá pelos lados, da ladeira da Cor-onel Alves, um harém, edificado pelas pilastras do saber, inspirado na vetusta Escola de Minas e concretado com uma argamassa de cachaça, cer-veja e gororoba feita pela cumadre, ajudado pelos afagos das mãos de odaliscas faceiras... nascia assim, esse oásis de liberdade, cultura, e “diver-timento “ em tão dura e difícil época! - A REPÚ-BLICA JARDIM DE ALÁ.

Bem! A história começa assim...

A idéia de reunir um grupo de estudantes do Curso pré-vestibular (Anexo) da Escola de Mi-nas que até então moravam na pensão Maia (também conhecida como Sétimo Céu) para for-marem uma república, começou no segundo se-

Page 61: Guia das Moradias Estudantis de Ouro Preto

61

mestre de 1964, com o aluguel de um imóvel, sito à Rua Coronel Alves, 65 pertencente a uma conhecida figura da época, Srta. Thaís Andrade, vulgo “Moby Dick”.

Os principais idealizadores foram o estu-dante de engenharia Antônio Alonso Ribeiro, o Baixo, e os cascudos Roberto Rocha Borba, o Faraó ; Eduardo Batista Sarcinelli, o Siri que arregimentaram Antônio Bruno, o Ave; Home-ro Ferreira Jr., e Antônio Rocha Abelha, o Taca; para juntos cotizarem o aluguel da nova casa. Estavam aí a primeira fornada do pedigree da dinastia dos sultões.

Após o consenso da turma - JARDIM DE ALÁ - a república precisava de uma placa que a iden-tificasse, a qual foi tomada “emprestada”, da Viação Santa Cruz, que ficava na esquina da igreja do Carmo com a Praça Tiradentes. Era a rodoviária da época.

Page 62: Guia das Moradias Estudantis de Ouro Preto

62

No decorrer do ano de 1964, novos sultões foram convocados, móveis foram doados e ad-quiridos e, em 1965, num dia de verão, os re-publicanos receberam a visita inusitada de belas modelos fotográficos, provenientes da capital para uma campanha publicitária de calçados de uma grande loja. Entra a República na mídia, e sobram goteiras no telhado,.. pois as fotos foram feitas sobre o velho casarão. Nesse mesmo ano a Escola de Minas comprou o imóvel e os novos calouros deixaram de pagar aluguel.

Em 1968, com a idéia de criação da Universi-dade e a nova reitoria à ser instalada na antiga casa do Dr. Fleury da Rocha, ao lado da Repúbli-ca, a Escola de Minas resolveu transferir tal corja de estudantes, para um outro imóvel seu, sito a Rua Amália Bernhaus, 44, atual endereço...

Era um sobrado simples de cinco quartos, coz-inha com fogão à lenha, quintal com um galin-heiro vizinho...e a sombra do Chico de Baixo. Em 1971, construíram mais 05 quartos.

Causos e mais causos fazem parte dos anais da casa de Alá: dentre eles estão a dos “ratos” que habitavam tão distinta moradia - Não é que um dos sultões acabando de receber a mesada, com-prou um queijo e quando resolveu comer, não havia nada na geladeira! Movimentos coletivos dos sultões originaram uma reunião e a caça ao “rato”, já que é inadmissível não assumir os atos praticados (Norma Republicana). Nesta reunião, o dono do queijo muito bravo com ratos ante-riores, alegou ter colocado veneno com intuito de captura do”roedor”. Veio então um silêncio??? Para surpresa de todos, mais tarde “alguém” começou a passar mal... enfim os sultões gargal-havam, pois um detalhe importante nesta oper-ação, o queijo não continha veneno algum...

Page 63: Guia das Moradias Estudantis de Ouro Preto

63

Outro causo - A dos móveis para nova sala da República - Ni qui foi avistada uma pilha de tábuas de madeira de lei, que se-riam destinadas a restauração da Igreja do Chico de Baixo, nosso vizinho, alguns sultões sugeriram um ajutório por parte do Santo. Contrariando o sagrado desejo de doação espontânea, o conflito “religioso” foi instaurado. Depois de confabulações e preparativos, os sultões pegaram em ar-mas: munidos de cachaça, violão, lanterna, e um cronômetro os intrépidos republica-nos partem para a santa missão de busca e apreensão do material para a confecção daqueles móveis. A tática usada foi; a noite, enquanto uma dupla de policiais rondavam as obras do barroco em ciclos cronomet-rados no mesmo sentido, os ágeis sultões com um sinalizador realizavam a operação cuidadosamente planejada. A carpintaria da Escola tratou de fazer os benditos móveis...

E a história continua, vai sendo vivida, lembrada, e escrita, no dia a dia e hoje, os moradores constroem um “causo” que será lembrado no amanhã...

Nossa JARDIM DE ALÁ, foi, é, e será... sentida, participada, convivida num tempo de atividades, amigos...São tradições que sobrevivem, que se formam...

Como está escrito no livro de formatura da turma de 1976 - “...são saudades dos nossos tempos de república, onde os golos de cachaça são mais quentes, os acordes dos violões são mais sonoros e os bondes são mais vibrantes...”

Como está escrito em uma dedicatória na galeria de re-tratos dos nossos ex: “das reuniões, das ferrações até as tantas, das cantorias e dos amores, das desilusões aos dissabores, não olvidaremos ó Casa Amiga, da nossa mo-rada, das cachaçadas, das nossas noitadas”.

São saudades de nossos tempos de REPÚBLICA JARDIM DE ALÁ onde o espírito de união, de amizade configura o nosso patrimônio.

Page 64: Guia das Moradias Estudantis de Ouro Preto

64

Page 65: Guia das Moradias Estudantis de Ouro Preto

65

A história começa no ano de 1955. A casa, situada à rua do Ouvidor n° 129 no centro de Ouro Preto, era de propriedade de uma tradicional família ouropretana. Esta casa foi colocada a venda por seus proprietários e somado a isso, existia o desejo, por parte do di-retório acadêmico da Escola de Farmácia, de comprar uma casa para transformá-la em república de estu-dantes de farmácia.

Em uma visita do então presidente Juscelino Kubt-schek a Ouro Preto, o C.A. do curso de farmácia teve a oportunidade de se reunir com o mesmo e solicitar uma verba para a compra da tão sonhada casa.

Com os recursos fornecidos por Jucelino Kubt-schek, a casa foi adquirida e transformada em repú-blica. Os primeiros moradores foram escolhidos em sorteio realizado pelo diretório acadêmico, sendo os membros deste excluídos do processo de seleção. Assim se tornara realidade a república e necessi-tava de um nome. Daí surgiu a idéia de nomeá-la de MARACANGALHA, palavra que significa festa, e na época, não saia da boca dos que moravam e nem dos que a freqüentavam, pois era o nome de uma das músicas de Dorival Caimmy, cantanda sempre em todas as festas da república.

Em 10 de outubro de 1955, começou a história e as várias estórias pertencentes ao acervo da REPÚBLICA MARACANGALHA.

República Maracangalha

História

Page 66: Guia das Moradias Estudantis de Ouro Preto

66

Hinos

Hino solene Foi numa linda manhã Onde o sol de ouro clareou Na rua do ouvidor, 129 Aqui em ouro preto A linda flor desabrochou Foi então que se criou (2x) Uma comissão docente Para se classificar A beleza permanente Na frente vem josé badini Do lado vem senhor godoy Que ficaram estarrecidos Com a rainha dos heróis Maracangalha, oh que paixão És partes da minha vida Pedaço do coração

Autoria: Lúcio Soldatti (Foca)

Salve, Salve Salve, Salve A Maraca O Que Nois Que É Bebedera A Turma Toda Reunida A Turma Toda Reunida Na Boate Do Chicão Na Boate Do Chicão Tem Muié E Pastelão Tem Cerveja Tem Cachaça Tem Camofa Pa Disgraça E As Mulheres Lá Da Praça

Autoria desconhecida

Page 67: Guia das Moradias Estudantis de Ouro Preto

67

A Lenda do Menino

Reza a lenda que a Maracangalha antes de se tornar uma repú-blica, era habitada por uma família composta por 3 pessoas: pai , mãe e filho. Essa família foi acometida por tuberculose, uma doença ainda sem cura naquela época. O procedimento padrão do órgão de saúde daquela época era manter as pessoas em confina-mento dentro de suas próprias casas e abastecer estes com produ-tos de 1° necessidade a fim de evitar a proliferação da doença.

Após a morte de seus pais, o menino passou a viver sozinho na casa recebendo sua comida em um prato por baixo da porta. De-pois de um certo tempo, o agente de saúde percebeu que o prato não era removido, e resolveu verificar o que estava acontecendo. Ao entrar na casa o agente teve uma surpresa: nenhuma das in-úmeras janelas e portas, antes lacradas, haviam sido abertas e o menino jamais foi encontrado vivo ou morto. Os familiares do menino retiraram todos os móveis da casa deixando fixo na parede um quadro pintado (porque na época não existia fotografia) re-tratando o rosto do menino.

Com o passar do tempo a Escola de Farmácia tornou-se propri-etária da casa e esta foi transformada em república de estudantes de farmácia. Alguns estudantes contam que em ocasiões nas quais o quadro foi retirado do seu lugar fenômenos desconhecidos ocor-riam dentro da casa. Somado a isto, existem relatos de pessoas, que em sã consciência, presenciaram aparições do menino.

Page 68: Guia das Moradias Estudantis de Ouro Preto

68

Page 69: Guia das Moradias Estudantis de Ouro Preto

69

República Necrotério

História

A República Necrotério foi fundada em 1958 por Nélio Coura Cenachi, Marcos Tadeu Vaz de Melo, Luciano Tavares Siqueira, Jonas Dos Reis Fonseca e Antônio Alves de Carvalho Coursin. A princípio era uma República particular e localizava-se numa casa que havia sido o necrotério da Santa Casa de Misericórdia de Ouro Preto na rua Padre Rolim, quase em frente à Santa Casa. Este é o motivo pelo o qual a República se chama Necrotério.

No final de 1965, fortes chuvas derrubaram o morro ao lado da Santa Casa e a República foi seriamente afetada. A Escola de Mi-nas havia comprado a casa numero dois da rua do Pilar e a cedeu aos moradores da República Necrotério, a partir daí, apenas estu-dantes de engenharia da UFOP passariam a morar na República, isto porque na antiga casa havia um aluno da Escola de Farmácia. Porém a casa estava em reforma e os moradores se instalaram um tempo num alojamento da Escola de Minas onde se localiza a atual República Gaiola de Ouro, na rua Direita.

Em 22 de maio de 1972 houve o primeiro casamento numa Repú-blica de Ouro Preto e foi na Necrotério. Em janeiro de 1977, a Repú-blica Necrotério voltou à rua Direita (para o alojamento da Escola) para uma outra reforma da casa, ficando neste lugar mais um tem-po. Após essa reforma, até os dias atuais, a República Necrotério não saiu mais da rua do Pilar número dois.

Page 70: Guia das Moradias Estudantis de Ouro Preto

70

Tradições A República Necrotério é uma república tradicional de

Ouro Preto e acolhe estudantes de engenharia da Escola de Minas - UFOP desde 1958 ajudando-os no que for possível.

Para ser um DEPHUMPTU (morador da República Necrotério) o calouro tem que passar por um período de adaptação.

A República Necrotério é sem dúvidas a segunda família de quem mora nela

Localização A República Necrotério localiza-se no centro histórico de Ouro

Preto, a três minutos a pé da Praça Tiradentes, onde há muita facilidade de acesso às partes históricas da cidade como museus, igrejas e serviços úteis como lojas, farmácias, lanchonetes, res-taurantes, minimercados, agências dos Correios e bancárias. E ainda contamos com a vista completa do estacionamento do Centro de Artes e Convenções da UFOP, onde se realiza a con-centração do Bloco do Caixão e os melhores shows organizados pela Prefeitura Municipal.

O imóvel da República Necrotério é de propriedade da Escola de Minas da Universidade Federal de Ouro Preto - UFOP e esta situado à rua do Pilar, número 02, Centro.

Page 71: Guia das Moradias Estudantis de Ouro Preto

71

Hino Necrotério, NecrotérioLá, na Rua do Pilar, é do Pilar Necrotério, NecrotérioQue vocês vão adorar Nóis mesmo cantaNóis mesmo escutaNóis mesmo aplaudeNóis semos auto - suficiente E viva NÓIS!!!

Page 72: Guia das Moradias Estudantis de Ouro Preto

72

Page 73: Guia das Moradias Estudantis de Ouro Preto

73

República Parságada

História

No dia 14 de abril de 1982 é formada uma das tradi-cionais repúblicas de Ouro Preto: A República Pasárga-da. Dentre seus fundadores estão: Cassiano José Vieira Neto(Degas), Ivanir Luiz de Oliveira(Costelo’s), Sérvio Túlio Portela(Tulipa), José Daniel Gonçalves Vieira(Formigão), Marcelo Tardin Alves(PDS).

O nome Pasárgada vem do poema do grande Manuel Ban-deira: “Vou-me embora prá Pasárgada”. Bandeira escreveu esse poema para materializar o que ele consideraria como paraíso na terra; onde todas as coisas são feitas para deix-ar todos felizes. É como diz o verso:“Vou-me embora pra Pasárgada/Lá sou amigo do rei”.

É dentro desse contexto que foi formada a ideologia da República. Receber as pessoas bem faz com que a Repú-blica se torne mais forte e mais alegre, acolhendo todos que estão dispostos a fazer amizades.

Page 74: Guia das Moradias Estudantis de Ouro Preto

74

Hino

Vou-me Embora pra PasárgadaVou-me embora pra PasárgadaLá sou amigo do reiLá tenho a mulher que eu queroNa cama que escolhereiVou-me embora pra PasárgadaVou-me embora pra PasárgadaAqui eu não sou felizLá a existência é uma aventuraDe tal modo inconseqüenteQue Joana a Louca de EspanhaRainha e falsa dementeVem a ser contraparenteDa nora que eu nunca tiveE como farei ginásticaAndarei de bicicletaMontarei em burro braboSubirei no pau-de-seboTomarei banhos de mar!E quando estiver cansadoDeito na beira do rioMando chamar a mãe-d’águaPra me contar as históriasQue no tempo de eu meninoRosa vinha me contarVou-me embora pra PasárgadaEm Pasárgada tem tudoÉ outra civilizaçãoTem um processo seguroDe impedir a concepçãoTem telefone automáticoTem alcalóide à vontadeTem prostitutas bonitasPara a gente namorarE quando eu estiver mais tristeMas triste de não ter jeitoQuando de noite me derVontade de me matar- Lá sou amigo do rei -Terei a mulher que eu queroNa cama que escolhereiVou-me embora pra Pasárgada

Manuel Bandeira

Page 75: Guia das Moradias Estudantis de Ouro Preto

75

Page 76: Guia das Moradias Estudantis de Ouro Preto

76

Page 77: Guia das Moradias Estudantis de Ouro Preto

77

República Peripatus

História

A República Peripatus foi fundada, então, no dia vinte e um de Abril do ano de 1982. Foi formada pela un-ião de duas repúblicas particulares, cujos nomes eram Scorpions e Sui generis.

Junto com o nascimento da Peripatus a então recém contratada “comadre” da casa, Maria Aparecida Noel da Costa, Cida, que desde então, grande amiga de to-dos que por aqui passaram e ainda passam, se tornou um símbolo da união e dos bons momentos que todos viveram por aqui ao longo anos.

A república foi batizada pelo nome Peripatus em hom-enagem a um “bichinho”, na verdade um elo da ev-olução, considerado a transição da classe dos Anelídios para a classe dos Artrópodes, esse “bichinho” é con-hecido pelo seu nome científico, perypathus accacioi, e pertence à classe dos onicofaros. As mais recentes pesquisas sobre essa espécie relatam que o perypathus accacioi é encontrado apenas na Reserva do Tripuí, lo-calizada na região da cidade de Ouro Preto, daí origina o nome Peripatus.

Quando foi fundada, na República Peripatus havia 20 moradores; denominados por nós, moradores atuais, de “ex-alunos fundadores”. Esta república abriga estu-dantes de todos os cursos de graduação da UFOP.

A “Peri”, nome o qual é carinhosamente chamada, é uma república federal masculina cuja organização cara-cteriza-se por princípios como a autogestão, autono-mia, isegoria e cooperação. Existe, portanto, uma auto-suficiência dos estudantes em relação à universidade; a gestão interna baseia-se na democracia direta; há um estímulo à autonomia e liberdade do indivíduo cujo pro-jeto de vida tende conjugar-se com o grupo, com base na cooperação, solidariedade e apoio mútuo.

As “repúblicas” de Ouro Preto não são lugares im-postos pelas condições econômicas e sociais dos estu-dantes, pois a seleção dos novos moradores pelos es-tudantes considera a possibilidade de trocas de capitais culturais e sociais.

Page 78: Guia das Moradias Estudantis de Ouro Preto

78

As FestasCom o intuito de arrecadar fundos

para a manutenção desta casa, os mo-radores realizam várias festas durante o ano, a qual destaca-se:

— Carnaval: são cinco dias de muita festa, “golo”, Bloco Cabrobró, gente bon-ita, som alto e tudo mais que um carna-val universitário pode proporcionar!

— Bloco Cabrobró: juntamente com outras 5 repúblicas amigas, a Peripatus foi fundadora do Bloco Cabrobró. Com muito esforço e dedicação, hoje o Cab-robró esta entre os 3 maiores blocos de Ouro Preto, contando com mais de 5000 foliões e acompanha o melhor carnaval de Minas Gerais, o de Ouro Preto; nosso querido bloco sai no domingo de carna-val e já faz parte da tradição carnavales-ca desta cidade. O Bloco Cabrobró en-contra-se hoje totalmente desvinculado da Peripatus e das demais repúblicas, mas continua sua tradição no carnaval ouro pretano.

A Peripatus promove outras festas que, por excelência, promove a aproximação e a cri-ação de vínculos entre seus moradores, ex-alunos, amigos e Ouro Preto em geral, desta forma formando e mantendo seu grande cír-culo de amizades; destas destacamos:

— Festa do 21 de Abril - O aniversário da república; nesta data ocorre confraternização de toda a “Família Peripatus”: moradores, ex-alunos e amigos desta casa. Nesta festa ocor-rem vários fatos especiais, como: - Homena-gens aos ex-alunos por terem completado 5, 10, 20 anos de formados; - Tradicional jogo de futebol: Ex-Alunos x Moradores; Campe-onato de Truco;

— Inauguração de Quadrinhos de Amigos da República: esse evento acontece quando algum amigo (a) é convidado a inaugurar seu quadrinho com foto em nossa república como retribuição à amizade prestada a casa nos anos de convivência em Ouro Preto;

— Formatura: sempre quando um morador atinge sua formatura, no dia de sua colação de grau, o formando realiza na república a tradicional “Festa de Formatura”, nesse dia o formando passa por um momento muito especial, o momento da inauguração de seu quadrinho de Ex-Aluno na “Galeria dos Peri-patanos”, que somente quem já presenciou pode dizer o quanto especial é.

Page 79: Guia das Moradias Estudantis de Ouro Preto

79

Atualmente, após anos de trabalho e conquista de seus moradores, a república oferece um enorme con-forto tanto no aspecto físico quanto no emocional, lu-gar onde encontramos muito além de amigos, e sim irmãos. E para representar bem isso, segue abaixo a seguinte estrofe:

“Peripatanos, irmãos, amigos, confidentes; com-panheiros na luta acadêmica, de festas (Que festas!); companheiros de risadas e choros, de um violão, de um papo aberto, de idéias contrárias; mas sempre com o mesmo objetivo, buscando sempre o mesmo ideal, para não ser apenas uma república, e sim uma Família, A FAMÍLIA PERIPATUS”.

Page 80: Guia das Moradias Estudantis de Ouro Preto

80

Page 81: Guia das Moradias Estudantis de Ouro Preto

81

José Oscar Costa de Andrade.

“Cheguei a Ouro Preto, pela primeira vez e para estudar, em fevereiro de 1963, matriculado no 1º ano do curso científico do Colégio Arquidiocesano; Colégio de Cima para os estudantes da época. Colégio de Baixo era o Alfredo Ba-eta que ficava na Barra.

Desde esta época, me chamava a atenção, dentre as repú-blicas de estudantes, uma de nome Poleiro dos Anjos, um sobrado, o primeiro à esquerda de quem desce a Rua da Escadinha rumo a Igreja do Pilar. Sua característica era di-versas caveiras de boi com seus respectivos chifres depen-duradas do lado de fora da casa, em diversos níveis. Sua placa característica sustentava o escudo da Escola de Minas, com um anjo com auréola e tudo e um garfo na mão (talvez insinuando um anjo mau...).

Passando no vestibular de fevereiro de 1966, fui convi-dado e aceitei ir morar na dita e saudosa república, para onde fui em abril/1966.

Compunham a república nesta época:- Ângelo Bertti, Diamantina, formou - se em Eng. de Minas

em fins de 1966;- Odilon Martins Caldeira, São Domingos do Prata, for-

mou - se em Eng. Metalúrgica em fins de 1966. Trabalhou e se aposentou na USIMINAS, onde tive o prazer de conviver com ele por muito tempo.

- José Vinícius Garcia de Araújo ,São Domingos do Prata, formou - se em Eng. Metalúrgica em fins de 1966. Trabalhou na Belgo Mineira em J. Monlevade, onde reside até hoje.

- Eurípedes Hill ,Sabará , formou - se em Eng. Metalúrgica em fins de 1966.

- José Carlos Tambellini , Amparo , SP. Havia entrado para a escola no ano anterior, mas foi meu colega de sala a partir de 1966.

- José Oscar Costa de Andrade, Congonhas.

República Poleiro dos Anjos

História

Page 82: Guia das Moradias Estudantis de Ouro Preto

82

Moramos neste local até junho/1968 e nesta época eu e Tambellini cursávamos o 3º ano da escola e a república era formada por:

- José Carlos Tambellini; Amparo, SP, Eng. Metalúrgica.

- José Oscar Costa de Andrade; Congonhas; Engª Metalúrgica.

- Rogério Nogueira de Miranda; C. Lafaiete; Engª Minas.

- Áder Chaves Coelho; Mariana; Engª Minas- Ronaldo Rubatino. C. Lafaiete, Graduação, De-

pois Engª Civil.- Francisco Froes; Belo Horizonte ,Graduação, De-

pois Engª Civil.- Rúbens Cleto de Souza; Araguarí , Graduação

(Depois fez Metalurgia).

Como o Tambellini era presidente do REMOP e isto facilitava contato com o Diretório Acadêmico e os Diretores da Escola, e em 1967 ~ 68 o problema de moradia dos estudantes se agravou muito, a Es-cola começou a comprar casas e distribuir para a formação de repúblicas. Pelo seu relacionamento, o Tambellini conseguiu que ganhássemos a casa da Rua Santa Efigênia para o Poleiro dos Anjos, já que a casa da Rua da Escadinha era alugada por nós.

Assim, numa quinta- feira, feriado de Corpus Christi de 1968, (possivelmente junho) a República Poleiro dos Anjos se mudou da Rua da Escadinha para a Rua Santa Efigênia, levando toda a sua equipe e a placa antiga. Só abrimos mão das caveiras.

No fim do ano de 1970 formamos eu, José Oscar e o Tambellini. E a república continua até hoje com o carinho de todos que a preservaram e preservam.

Page 83: Guia das Moradias Estudantis de Ouro Preto

83

Assim, se vocês me permitem, e com este depoimento, a República na Rua Santa Efigênia fez 36 anos em junho/2004. A vida total do Poleiro dos Anjos eu não conheço, mas assegurar- lhes que a conheci em 1963, assim tem seguramente mais de 41 anos.

Não pude comparecer este ano à festa que vocês organizaram, mas prometo estar presente na próxima oportunidade. Agradeço aos convites enviados e por telefone.Desejo a todos muita saúde e feli-cidades; e que mantenham o bom nome que nossa república tinha nos seus primórdios... República de FERRADÔ...

Belo Horizonte, 13 de Outubro de 2004.”

Page 84: Guia das Moradias Estudantis de Ouro Preto

84

Page 85: Guia das Moradias Estudantis de Ouro Preto

85

República Território Xavante

História

A história da República TX não se faz diferente das demais ao que diz respeito à sua criação e estruturação. Foi no dia 21 de Setembro de l961 que à Rua da Escadinha n° 31, sete estu-dantes vindos em sua grande parte do estado do Mato Grosso, de uma região pantaneira próxima de uma tribo de índios Xa-vantes se uniram para o surgimento da República. Logo em seguida, precisamente em 1964, a República Território Xavante se transfere para a Rua das Lages, hoje Conselheiro Quintiliano, n° 294, onde permanece até os dias de hoje cada vez mais amadurecendo a sua história. De fato, a história se sustentou com o passar dos anos, e o que “Carabina”, vulgo Sebastião Dias do Carmo, “Duvidoso”, Aldo Wany Ribeiro Grossi, “Tororó”, Elmer Prata Salomão, “Tiú”, Idair Alves Brandão, “Hipotenusa”, Agildo Alves Peixoto, “4-Rodas”, Frederico Pereira Laier e “Pom-bo”, Jorge Salomão Filho fizeram para solidar a existência da casa persiste ainda entre os atuais moradores fortificando a identidade dos republicanos.

A união já era consagrada e em 1967, com a ajuda do xavante “Pombo”, a República passa a pertencer à matri-arca Escola de Minas e se integra de uma vez por todas ao contexto de Ouro Preto.

Com o passar dos anos, os primeiros xavantes começaram a compor a galeria de fotos dos ex-alunos e outros começaram a se juntar aos “texanos”, outra definição para o morador da casa, estendendo ainda mais os relacionamentos de amizade e fraternidade. A relação familiar cotidiana ainda é marcada pela presença das “comadres”, que durante todo o tempo de existência da república, orgulhosamente só houve três, inter-pretaram muito bem seus papéis de “zeladora” da República e incansavelmente o de “mãe”. Dona Maria e a Dona Tereza es-tiveram presentes por vários anos e somente deixaram a casa após as respectivas aposentadorias e a Cida que ainda per-manece com muita dedicação por mais de oito anos.

O cuidado pela casa sempre foi prioritário e em 1975 ini-ciou-se uma grande reforma que levou os moradores a deixar a República durante este período, levando-os a se dividirem entre as repúblicas vizinhas Sparta, FG e Marragolo. A volta foi festejada com muita cerveja e churrasco.

Page 86: Guia das Moradias Estudantis de Ouro Preto

86

Em l986 toda a família xavante se reuniu para as comemorações pelas bodas de prata da Repú-blica, dando forças à uma grande confraterniza-ção que trouxe ex-alunos, seus familiares e ami-gos da casa para “bebemorarem” e se integrarem ainda mais àquela história que já se fazia dura-doura. As festividades foram animadas com mui-ta cerveja, churrasco, futebol e muitos encontros que propiciaram longas e divertidas conversas.

Assim se comprova o resultado mais valioso que só é percebido por aqueles que moraram em uma república, souberam dividir espaço na sala cheia para um bate-papo enquanto assistiam TV até tardes horas da noite e ou saiam com os colegas da república para as “noitadas” de Ouro Preto. Estes, levam todas essas experiências e histórias para onde quer que vá, aumentando a saudade e a vontade de voltar e se sentir em casa.

Page 87: Guia das Moradias Estudantis de Ouro Preto

87

Hino

Ser um texano é estar sempre relem-brando o que fez

Não, importa os anos, que se passar-am e se aqui estamos outra vez

Ouro Preto continua, relíquia patrimônio do país

Sustentando em suas ruas nossa histo-ria e a República TX

Recordar é uma forma de viverQuantos porres já tomamos de cairE nossos bondes ao anoitecer faziam a

turma se unirPor isso eu sou feliz e até peço bis, TX

TX TX TXSer um texano é estar sempre relem-

brando o que fezNão, importa os anos, que se passar-

am e se aqui estamos outra vezOuro Preto continua, relíquia

patrimônio do paísSustentando em suas ruas nossa histo-

ria e a República TXTX, TX... TX!É outro lar em que minha vida encontreiAonde alegre vivo a relembrarMomentos que aqui passeiPor isso eu sempre quis, gritar por esse

pais TX TX TXPor isso eu sempre quis, gritar por esse

pais TX TX TXTX TX TX TX

Page 88: Guia das Moradias Estudantis de Ouro Preto
Page 89: Guia das Moradias Estudantis de Ouro Preto
Page 90: Guia das Moradias Estudantis de Ouro Preto