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Guia da V APD Subsídio para as Assembleias Paroquiais, Forâneas, Arquidiocesana e Regionais

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Guia da V APDSubsídio para as Assembleias Paroquiais,

Forâneas, Arquidiocesana e Regionais

ORAÇÃO DA V ASSEMBLEIA DO POVO DE DEUS

Senhor, nosso Deus, Pai de misericórdia, que sempre estivestes próximo a nós, revelando-nos vosso rosto de

amor. No cumprimento de vosso desejo de estar, de modo definitivo, junto à nossa humanidade, enviaste-nos vosso Filho, a Palavra que se fez carne, inaugurando, em nosso meio, o vosso Reino de justiça, de misericórdia e de paz.

Animados pelo Espírito de vosso Filho, queremos, sempre mais, ficar parecidos com Ele, e, por nossos gestos e

palavras, cumprir com melhor empenho nossa missão de discípulos e discípulas e de anunciadores do Evangelho.

Ajudai-nos, com vossa graça, a discernir os sinais de nosso tempo, fazendo da V Assembleia do Povo de Deus,

da Arquidiocese de Belo Horizonte, momento fecundo de escuta de vossa Palavra, de conversão e de busca de novos horizontes para a evangelização. Que Maria, mãe da Piedade e discípula primeira, acompanhe-nos nesse caminho e nos inspire no acolhimento da vossa Palavra.

Por Cristo, Senhor nosso, Amém!

2Guia da V Assembleia do Povo de Deus

EXPEDIENTE

Publicação deVicariato Episcopal para a Ação Pastoral

da Arquidiocese de Belo Horizonte

CoordenaçãoPe. Aureo Nogueira de Freitas

OrganizaçãoFelipe Magalhães Francisco

Tânia da Silva Mayer

ProduçãoComissão de Assessoria Permanente

Comissão Arquidiocesana de PublicaçõesComissão Arquidiocesana de Liturgia

ColaboraçãoPatrícia Prado de Paula

Lorena Alves

Revisão OrtográficaMaria Lúcia Carvalho Alves

Revisão FinalFelipe Magalhães Francisco

Vicariato Episcopal para a Ação Pastoral daArquidiocese de Belo Horizonte

Avenida Brasil, 2079 / 4º andar - FuncionáriosCEP.: 30140-002 - Belo Horizonte/MG

Tel.: 3269-3105 - Fax: 3269-3164E-mail: [email protected]

3 Guia da V Assembleia do Povo de Deus

Sumário

Orientações ............................................................................ 5

Apresentação .......................................................................... 7

capítulo 1Texto motivador para a V Assembleia do Povo de Deus – 2016 ......................................................... 9

Primeira Parte: Por que e para que uma Assembleia? ........ 10

capítulo 2 ............................................................................... 21Processos Específicos da V APD, em nível Paroquial ........ 21Processos Específicos da V APD, em nível Forâneo........... 21Processos Específicos da V APD, em nível

Arquidiocesano ............................................................... 22Processos Específicos da V APD, em nível Regional,

para elaboração dos Planos Pastorais ............................... 24

anexos

I - Roteiro Celebrativo das Assembleias ............................... 25 II - Celebração da Vigília de Pentecostes .............................. 27 III - Solenidade do Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo .... 32 IV - Calendário Arquidiocesano - V APD ............................. 33

Comissão de Assessoria Permanente .................................... 37

Contatos .............................................................................. 39

5 Guia da V Assembleia do Povo de Deus

Orientações

» A Carta Pastoral de Convite-convocação, do Arcebispo Metro-politano, Dom Walmor, seja distribuída para todas as comuni-dades da paróquia. Nos avisos da comunidade, motivem-se os fiéis para que a leiam e a meditem;

» O Texto Motivador para a V APD, presente neste Guia, deve ser amplamente divulgado entre os conselhos, entre as pasto-rais e os movimentos. Que sejam propiciados momentos de estudo e discussão do mesmo;

» Em cada Região Episcopal haja uma Comissão própria para a organização da APD. Cuide-se para que seja constituída de clé-rigos e leigos, de modo colegial.

» Entre os meses de janeiro e abril, de 2016, estará disponível, no site da Arquidiocese, um questionário para participação de todos os fiéis. Que haja divulgação do mesmo nas celebrações, nas pastorais etc. A paróquia deve possibilitar acesso à internet para aquelas pessoas que não tenham acesso ou que tenham di-ficuldades com meios eletrônicos, e queiram responder o ques-tionário. Para os casos em que, de maneira alguma, for possível o acesso à internet, entrar em contato com o Vicariato Episco-pal para a Ação Pastoral, para saber como proceder nesses casos específicos;

» Para cada domingo do mês de maio, serão disponibilizados Ro-teiros de Reflexão, para uso de todas as comunidades, que fa-rão uma ligação entre a liturgia dominical e a APD;

» Este Guia propõe um roteiro celebrativo para a Vigília de Pen-tecostes, para todas as comunidades da Arquidiocese. As comu-nidades podem usá-lo, com a criatividade que lhes é própria. Há, ainda, uma sugestão para a Celebração de Corpus Christi, que será celebrada em nível forâneo;

» A APD envolve as etapas: paroquial, fornânea, regional e a dio-cesana. Para cada etapa, há processos específicos, conforme in-dicaremos mais adiante. Para essas assembleias, propomos um roteiro celebrativo, contendo Salmo e leitura bíblica, específi-cos para cada nível;

6Guia da V Assembleia do Povo de Deus

» Seja de conhecimento e uso de toda a comunidade a Oração da V APD. Que ela seja proferida de modo pessoal ou de modo coletivo por todos os fiéis, nas pastorais e movimentos, nos conselhos e nas celebrações, no decorrer de todo o ano. A mes-ma orientação vale para o Hino, que estará disponível no site da Arquidiocese (como canto final, para os casos de Celebra-ção);

» Atente-se para outras possíveis comunicações que serão envia-das às paróquias, por meio de cartas, informes e outros.

» Mais informações e orientações, nos contatos: [email protected] // 3269-3105/3114.

7 Guia da V Assembleia do Povo de Deus

Apresentação

Caro irmão e irmã!

Ao apresentar o “Guia Pastoral” da nossa V Assembleia do Povo de Deus, em nossa Arquidiocese, arde no coração a profética e ousada palavra do papa Francisco, na sua Exortação Apostólica Evangelho da Alegria, no n. 27:

Sonho com uma opção missionária capaz de transfor-mar tudo, para que os costumes, os estilos, os horários, a linguagem e toda a estrutura eclesial se tornem um canal proporcionado mais à evangelização do mundo atual que à autopreservação. A reforma das estruturas, que a conversão pastoral exige só se pode entender nes-te sentido: fazer com que todas elas se tornem mais missionárias, que a pastoral ordinária em todas as suas instâncias seja mais comunicativa e aberta, que coloque os agentes pastorais em atitude constante de “saída” e, assim, favoreça a resposta positiva de todos aqueles a quem Jesus oferece a sua amizade.

Temos, agora, um tempo propício para tornar realidade esse “apelo”, que encontra sua inspiração no que há de mais genuíno na vida e ministério de Jesus de Nazaré. Sejamos, pois, ousados e comprometidos com esse apelo do Espírito à nossa Igreja.

Nossa Assembleia fará seu caminho, pela feliz providência, ao longo do ano da Misericórdia. Não restam dúvidas de que isso é um sinal dos tempos para toda a nossa comunidade arquidiocesa-na. Somos convidados a avaliar, refletir, discernir e decidir nossas Diretrizes da Ação Evangelizadora, tendo como pano de fundo os mais sofridos e excluídos da nossa Igreja e da sociedade.

Que todos nós, para além das nossas necessárias participações no processo metodológico da nossa Assembleia, disponhamo-nos a sair do nosso comodismo e, inseridos no coração da humanidade,

8Guia da V Assembleia do Povo de Deus

missionariamente, tomemos a iniciativa de ir em direção às pes-soas, aproximando-nos de todas, acompanhando-as, ajudando-as a frutificar, celebrando com alegria a vida de Cristo.

Pe. Aureo Nogueira de FreitasVigário Episcopal para a Ação Pastoral

9 Guia da V Assembleia do Povo de Deus

capítulo 1

Texto motivador para a V Assembleia

do Povo de Deus – 2016

“Ele nos enviou para anunciar o Reino de Deus”

(Lc 9,2).

A cada quatro anos, a Arquidiocese de Belo Horizonte vem consolidando o costume de realizar uma ampla Assembleia do Povo de Deus (APD), para, juntos, revermos o caminho feito e planejar as próximas etapas, ajustando os passos e o rumo da cami-nhada, sempre em vista de sua grande meta: sermos fiéis ao Reino de Deus. Em 2016, realizaremos a V APD. Toda a Arquidiocese é convidada a participar dessa grande mobilização, contribuindo para que a Assembleia não seja apenas um evento, mas o momento oportuno para lançar as sementes, que se frutificarão em nossas ações pastorais. As reflexões que vêm a seguir querem motivar a participação e a contribuição de todos os membros dessa Igreja, para que a V APD alcance seus objetivos.

A V Assembleia do Povo de Deus é a oportunidade que temos para refletir sobre todo o caminho percorrido por nossa Arquidioce-se, ao longo da sua história, sobretudo, a partir das Diretrizes da Ação Evangelizadora (2013-2016), a fim de que possamos, com o olhar crítico da fé, prosseguir dialogando com as realidades de nosso mun-do atual, para qualificar nossa ação pastoral, frente à essas realidades. Avaliando o caminho percorrido até aqui, poderemos discernir sobre quais passos mais poderemos dar, sempre animados e inspirados pelo Espírito Santo, e à luz da Palavra de Deus. Palavra essa que é fonte e baliza a caminhada da Igreja, tornando possível novo vigor profético aos ministérios leigos e ordenados, em vista da formação de comu-nidades em redes participativas, nas quais todos tenham consciência da cidadania eclesial e corresponsabilidade batismal.

10Guia da V Assembleia do Povo de Deus

Por que e para que uma Assembleia?

1 – Discernir os sinais do nosso tempo, à luz do Espírito Santo

1. Para sermos fiéis ao Evangelho, precisamos estar atentos às interpelações do Espírito Santo, à vitalidade profética de nossa fé e aos sinais do nosso tempo. De modo especial, a partir de 1990, com Projetos de Evangelização e APDs, elaboração de Diretrizes e Planos de Pastoral regional, concretizamos uma caminhada nova em nossa Arquidiocese. Tudo em vista de responder, mais eficaz-mente, aos desafios do nosso tempo, na complexa realidade dos 28 municípios que compõem essa Igreja arquidiocesana. Graças ao vigor do Espírito Santo, que renova a vida da Igreja, já conseguimos dar importantes passos no sentido de sermos, cada vez mais, uma Igreja viva, participativa, corresponsável, missionária e servidora. A seguir, destacamos alguns deles1:

» a implementação dos Vicariatos Especiais da Ação Pastoral, da Comunicação e Cultura e da Ação Social e Política;

» a definição das três dimensões da evangelização, inspiradas nos três “retratos” da comunidade de Jerusalém, traçados pelos Atos dos Apóstolos:2 a sustentação da fé, na dimensão da “es-piritualidade encarnada”; a comunhão fraterna, na dimensão da “renovação da vida comunitária”; e o serviço aos outros, na di-mensão da “inserção social”;

» a elaboração dos Planos Pastorais pelas próprias Regiões Epis-copais e Vicariatos Especiais, a partir das Diretrizes aprovadas para toda a Arquidiocese, dando um rosto mais específico e local às ações evangelizadoras em cada uma dessas instâncias, etc.

Destacamos, ainda, alguns dos compromissos assumidos por nós, ao longo de nossa história arquidiocesana:

» a clareza de colocar a Palavra de Deus em primeiro lugar; » o compromisso de articular as comunidades em rede e de dar-

1 Cf. Diretrizes da Ação Evangelizadora da Arquidiocese de Belo Horizonte (DAE-ABH), ns. 26-27.2 Cf. At 2,42-47; 4,32-35; 5,12-16.

11 Guia da V Assembleia do Povo de Deus

-lhes dinamicidade, inspirados pela rica experiência das Comu-nidades Eclesiais de Base (CEBs);

» o empenho em organizar melhor e fazer funcionar os diversos conselhos, pastorais e administrativos;

» o esforço para oferecer formação integral e de qualidade para todos; » o propósito de reconhecer, organizar e ampliar os ministérios

leigos, legitimando, sobretudo, a participação das mulheres; » a capacitação dos ministros ordenados, para que se dediquem

ao específico de sua missão.

2. Ainda temos muito que avançar, pois não é difícil, hoje, re-conhecer a necessidade urgente de mudanças na Igreja. Tornarmo--nos, cada vez mais, uma Igreja sempre a caminho, “em saída”, “em reforma permanente” e “mãe de coração aberto”, como diz o Papa Francisco3, não é algo simples e fácil. Exige concretizar um corajoso processo de “conversão pastoral”4 da vida e das estruturas de nossa Igreja. Na prática, então, o que precisa mudar?

3. Ressaltamos, a seguir, algumas interpelações percebidas no caminho. Por exemplo, o crescente desinteresse das pessoas pela nossa Igreja, como apontam os dados dos últimos censos do IBGE e de pesquisas da própria Arquidiocese.5 Entre 2000 e 2010, na Arquidiocese de Belo Horizonte, o percentual de católicos caiu de 68,1% para 57,7%. E, entre os que têm até 29 anos de idade, o percentual de católicos diminuiu mais ainda, em alguns municípios de nossa Arquidiocese.

4. No gráfico a seguir, vemos que, em Belo Horizonte, de 2000 para 2010, a faixa de católicos até 29 anos diminuiu 11 pontos percentuais (de 66,4% para 55,4%). Mas, no mesmo período, a redução foi mais expressiva nos outros quatro maiores municípios da Arquidiocese: foi de 15,8 pontos percentuais em Betim; 12,9 em Contagem; 15,5 em Ribeirão das Neves e 14,7 em Santa Luzia. Por que a Igreja Católica está sendo menos atraente, especialmen-te para essa faixa etária que inclui os jovens?

3 Em sua Exortação Apostólica “A Alegria do Evangelho” (Evangelii Gaudium - sigla: EG). Cf. os ns. 20-24; 26, 30, 46-49.4 Como insiste o Documento de Aparecida (sigla: DA). Cf. os ns. 365, 366, 368 e 370.5 Cf. a pesquisa “Valores e Religião nos municípios da Arquidiocese de Belo Horizonte”, de 2011.

12Guia da V Assembleia do Povo de Deus

66,4 62,9 64,9 61,6 62,755,4

47,152,0

46,1 48,0

0,0

10,0

20,0

30,0

40,0

50,0

60,0

70,0

BeloHorizonte

Betim Contagem Ribeirãodas Neves

Santa Luzia

2000

2010

Percentuais de católicos com até 29 anos de idade nos cinco municí-pios mais populosos da Arquidiocese de Belo Horizonte.Fonte: IBGE - Censo Demográfico 2010

5. Outro exemplo é a interpelação que diz respeito ao engaja-mento direto e efetivo das pessoas que já frequentam a Igreja, mas que não se envolvem na pastoral. Hoje em dia, percebe-se o quão é fundamental a participação das pessoas nos diversos setores da sociedade, pois, quando conquistam autonomia e assumem res-ponsabilidades, elas experimentam visível crescimento humano. Se, cada vez mais cedo, nelas são despertados o desejo e a consci-ência de se tornarem sujeitos nos processos nos quais se encontram envolvidas, tanto mais, elas sentirão o valor de sua contribuição, junto à sociedade como um todo; junto à Igreja; junto à comuni-dade; e junto aos demais grupos aos quais elas pertençam. Por que as pessoas têm mais dificuldades em se envolverem na dinâmica pastoral que nos setores da sociedade?

6. Há interpelações relacionadas à articulação interna das es-truturas e serviços de nossa Igreja, tais como: dar mais centralida-de à Palavra de Deus, experimentando-a, de fato, no cotidiano de nossa vida, de modo pessoal e comunitário; criar e valorizar mais ministérios leigos, como instrumentos de evangelização; desburo-cratizar os serviços; ampliar e aprofundar a colegialidade, com a dinamização dos diversos Conselhos Pastorais e Administrativos;

13 Guia da V Assembleia do Povo de Deus

efetivar a rede de comunidades nas paróquias, superando o mo-delo paroquial tradicional que, geralmente, centraliza os serviços e os recursos; perceber a dimensão sociopolítica da fé cristã; pro-mover a inserção mais clara e contundente dos cristãos na trans-formação social, na cultura do cuidado com o planeta, nossa Casa Comum; e muitas outras ações que requerem novas estruturas e dinâmicas.

2. Deixar-nos conduzir pela força profética da Palavra

7. Para responder às interpelações do nosso tempo, buscamos luz na Palavra de Deus e nas orientações de nossos Pastores. No ho-rizonte das primeiras comunidades do Novo Testamento, percebe-mos que, desde o início, era despertada, nos discípulos e discípulas de Jesus, a consciência de que, pelo Batismo, todos formam e são, de fato, Igreja em missão e ação transformadoras.6 Paulo insistia que, no corpo eclesial, cada membro é importante, qualquer que seja sua função, e deve atuar em vista do bem e do crescimento de todo o corpo.7 Quem abraçava a fé cristã era chamado a deixar-se transformar pelo Evangelho8; a preparar-se para participar, zelar e cuidar da missão; testemunhar e comprometer-se fielmente no seguimento de Jesus, no ensinamento dos Apóstolos, na dinâmica das comunidades cristãs e na construção de uma nova socieda-de justa, inclusiva e solidária.9 Tudo isso se destinava ao anúncio e crescimento do Reino de Deus no mundo.10 Para realizar essa missão, quando se apresentou nova necessidade, o discernimento, à luz do Espírito Santo, levou a Igreja a criar novos ministérios e serviços.11

8. Desde o Concílio Vaticano II até hoje, nossos Pastores vêm conclamando a todos os batizados a participarem ativamente no processo de mudanças na Igreja e na Sociedade, comprometendo--se com o espírito ecumênico, com a realização da fraternidade e

6 Cf. Mt 9,35-38; Jo 15,5; 1 Pd 2,1-5.7 Cf. 1 Cor 12,12-31.8 Cf. Mc 10,35-45; Mt 20,20-28.9 Cf. Mt 5,13-16; At 2,42-47; 4,32-35.10 Cf. Lc 9,2; 10,9-11; Mt 10,7; 13,19-23.11 O ministério dos diáconos, chamados “Os Sete” (cf. At 6,1-6).

14Guia da V Assembleia do Povo de Deus

da justiça e com a missão de evangelizar.12 Vários teólogos e teólo-gas, há tempos, vêm nos alertando para os riscos à evangelização, quando continuamos a insistir, comodamente, no modelo tradi-cional de pastoral e de paróquia.13 Do mesmo modo, as lideranças pastorais e os leigos, de modo geral, pertencentes aos vários Con-selhos da Igreja, ou não, têm expressado a sua compreensão por urgentes mudanças nos vários segmentos da Igreja, como fruto de profundas reflexões, acerca desse assunto, nos grupos e comunida-des, aos quais pertencem.

9. Em nossos dias, o Papa Francisco vê como um dos desa-fios eclesiais o fato de os leigos e as leigas, a imensa maioria do Povo de Deus, encontrarem dificuldades para tomar consciência de sua identidade e assumir a sua missão batismal. Seja na vida da Igreja, seja na transformação da sociedade, talvez não tenham se preparado, devidamente, para conquistar a fé adulta e assumir as responsabilidades dela consequentes. Muitas vezes, mesmo aque-les que são mais capacitados não encontram espaço em suas co-munidades para exercerem seu papel, “por causa de um excessivo clericalismo que os mantêm à margem das decisões”14. O Papa também exorta cada Igreja Particular, sob a guia de seu bispo, a se tornar uma Igreja decididamente toda ministerial, participativa e missionária.15

10. A partir dos sinais dos tempos e da força da Palavra, chega-se à conclusão de que a Igreja, como comunidade autêntica de fé, é chamada a ser, sempre mais, uma Igreja “da Palavra”, “de pala-vra” e, ela mesma, uma “Igreja-palavra”:

12 Por exemplo, o documento conciliar Lumen Gentium (ver especialmente os ns. 9-17 e 30-32); o Documento de Aparecida; o Documento 100 da CNBB; as Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora - 2011-2015; as Diretrizes da Ação Evangelizadora da Arquidiocese de Belo Horizonte - 2011-2015; a Exortação Apostólica Evangelii Gaudium, dentre muitos outros.13 Por exemplo: ANTONIAZZI, A. Os ministérios na Igreja hoje: perspectivas teológicas. Petrópolis: Vozes, 1977, e Por que o panorama religioso no Brasil mudou tanto?. São Paulo: Paulus, 2004; LIBANIO, J. B. Igreja contemporânea: encontro com a modernidade. São Paulo: Loyola, 2000; As lógicas da cidade: o impacto sobre a fé e sob o impacto da fé. São Paulo: Loyola, 2001; Olhando para o futuro: prospectivas teológicas e pastorais do cristianismo na América Latina. São Paulo: Loyola, 2003, e Qual o futuro do cristianismo?. São Paulo: Paulus, 2006.14 Cf. EG n. 102.15 Cf. EG n. 30.

15 Guia da V Assembleia do Povo de Deus

» Será “Igreja da Palavra” ao manter-se fiel à Palavra originária, voltando-se permanentemente para sua missão de, desde os mais pobres, “anunciar e testemunhar o Reino de Deus” 16;

» Será uma “Igreja de palavra” ao tornar-se testemunha viva da mensagem do Ressuscitado, que a conclama a converter-se, pastoralmente; a encarnar-se nas várias situações existenciais dos seus filhos e filhas, falando-lhes ao coração. Para isso, im-porta abrir-se continuamente aos sopros do Espírito Santo; or-ganizar-se em rede de comunidades; cultivar espaços de diálogo fraterno para a crítica e a autocrítica; sair do casulo da autor-referencialidade; e renovar-se, constantemente, para cumprir a missão de se colocar a serviço da humanidade;

» Será uma “Igreja-palavra” ao tornar-se, ela mesma, um “sa-cramento ou sinal do Reino de Deus, instrumento da íntima união com Deus e da unidade de todo o gênero humano”.17 Uma Igreja toda ministerial e servidora, na qual cada membro da Igreja experimente o chamado batismal do seguimento de Jesus, e assuma a responsabilidade de testemunhar a lógica li-bertadora do amor ao próximo e o colocar-se a serviço uns dos outros, pela prática da justiça, da misericórdia e da inclusão de todos, na igual dignidade de filhos e filhas de Deus.

3. Comprometer-nos com o anúncio e a construção do Reino

11. Reconhecemos que o modelo tradicional de paróquia e de pastoral é o que ainda predomina em nossa Arquidiocese. Nesse modelo, o agente principal e central é o padre. Está sobre ele a responsabilidade de administrar todos os sacramentos, de pregar o Evangelho, de cuidar das finanças paroquiais, de preocupar-se com construções e reformas, de organizar e de acompanhar as pastorais. Nesse modelo, quase sempre é o padre quem toma decisões, esta-belece regras e planeja as ações, até mesmo, em alguns casos, nas paróquias onde há os Conselhos Pastorais consultivos e deliberati-vos e o Conselho Administrativo.

12. Há muito esse modelo tradicional de paróquia e de pasto-ral já não responde aos desafios de evangelizar no contexto social em que vivemos. Não favorece uma Igreja missionária, que sai ao

16 Cf. Lc 9,2; 4,18.17 LG n. 1.

16Guia da V Assembleia do Povo de Deus

encontro das pessoas, mas, reforça uma “pastoral de manutenção”, favorecendo o cultivo de postura eclesial de acomodação, espe-rando que as pessoas venham até ela. Tampouco cria para o laicato oportunidades de envolvimento, participação, diálogo e autono-mia, aos quais todos têm direito, como membros da Igreja.

13. O grande desafio é construir outro modelo de organiza-ção eclesial que favoreça a participação e a corresponsabilidade de todos. Embora sejam poucas, em nossa Arquidiocese, a rede de comunidades das CEBs concretiza um jeito novo de ser Igreja, no qual é capaz de efetivar diálogo fértil entre a leitura comunitária da Bíblia e as interpelações das realidades vividas. Numa autêntica unidade entre fé cristã e vida, essa experiência eclesial oportunizou avanços significativos na consolidação de dinâmicas participativas, surgimentos de lideranças eclesiais e sociais, criação de grupos de reflexão bíblica, grupos de fé e política, pastorais sociais, caminha-das ecumênicas em defesa da dignidade da vida, associações de moradores, cooperativas, dentre outros.

14. Reconhecemos também que, tanto na espiritualidade pes-soal quanto na vida comunitária, na maioria das vezes, a Palavra de Deus ainda não é tão valorizada quanto o Sacramento da Eu-caristia. A vital necessidade de ambas é assim enfatizada por São Jerônimo: “Sendo a carne do Senhor verdadeiro alimento e o seu sangue verdadeira bebida, o nosso único bem é comer a sua car-ne e beber o seu sangue, não apenas no mistério eucarístico, mas também na leitura da Escritura”.18 Também o Concílio Vaticano II afirma: “A Igreja sempre tomou e distribuiu aos fiéis o pão da vida, quer da mesa da Palavra de Deus, quer do Corpo de Cristo”.19

15. Por conseguinte, torna-se urgente darmos passos firmes na direção da conscientização e qualificação do laicato, a fim de que ele possa exercer, nos diversos âmbitos de sua atuação no mundo, também o seu papel de servidor da Palavra na comunidade. De fato, por força do seu Batismo, todo cristão e cristã se torna se-meador da Palavra, nos diversos lugares onde se encontre. Esse é seu ministério comum, que perpassa as diversas realidades da vida eclesial: desde o “falar de Jesus” a alguém, favorecendo seu encon-tro com o Senhor, passando pela catequese, pela preparação para

18 Carta 53 a Paulina.19 Constituição Dogmátic Dei Verbum, n. 21.

17 Guia da V Assembleia do Povo de Deus

os sacramentos, pela participação na celebração eucarística, pela orientação espiritual, pelo testemunho da vida cristã, pelo cultivo da mística cristã e da oração, pelos grupos de reflexão, pelos gru-pos de fé e política, pela formação teológica em nível bíblico, sis-temático, litúrgico e pastoral, pela criação de novas comunidades, até às diversas organizações pastorais e outros serviços à própria Igreja e à sociedade.

16. Por outro lado, a centralidade da Palavra apresenta novas interpelações para o ministério dos leigos e das leigas. Os Minis-tros e Ministras da Palavra, já atuantes em várias comunidades, geralmente atuam na presidência das Celebrações da Palavra, es-pecialmente quando não há o presbítero, ou, então, na proclama-ção das leituras bíblicas na liturgia. No entanto, a compreensão do Ministério da Palavra precisa estender-se para além da liturgia. É preciso entender a Catequese e a participação nos Círculos Bíbli-cos e na Leitura Orante da Bíblia como autêntica oportunidade para exercer o Ministério da Palavra, bem como em outros servi-ços pastorais. Entretanto, esse e os demais ministérios leigos não deveriam ser compreendidos apenas como uma espécie de conces-são ou exercício de “suplência”, por faltar presbíteros, mas, como verdadeiro fruto da unção e vocação batismal de todos e todas de anunciar a Palavra.

17. O Ministério da Palavra torna-se importante serviço para a criação e articulação da rede de comunidades. Aqui, adquire cen-tralidade o protagonismo dos leigos e das leigas na Igreja, com o laicato assumindo o papel principal na missão evangelizadora. Essa nova perspectiva ministerial precisará, porém, ser incentivada, acolhida e reconhecida oficialmente em nossas comunidades, pa-róquias, foranias e regiões episcopais; nas pastorais, nos conselhos, nos grupos e movimentos eclesiais, em constante oração, discer-nimento e revisão, como pleno exercício da cidadania eclesial do laicato. Esse passo implica em profunda mudança de mentalidade no caminho ministerial tradicional da Igreja e no cultivo corajoso e confiante de abertura ao novo.

18. Outro grande desafio é o fascínio que o modelo neopente-costal de Igreja vem exercendo sobre um grande número de nos-sos fiéis e de ministros ordenados. Muitas vezes esse modelo tem uma visão bem estreita da evangelização, voltada para interesses imediatos e numa perspectiva excessivamente individualista, de-

18Guia da V Assembleia do Povo de Deus

vocionista e intimista, que adormece as consciências. Tal modelo passa a impressão de eficaz, perante as comunidades, porque atrai muitas pessoas, sobretudo por meio da música, mas, esse mesmo modelo comporta o grande risco de tornar essas pessoas alienadas, equivocadas na sua relação com Deus, pois elas passam a vê-Lo a seu serviço

19. Além dos exemplos citados, a V APD quer também des-cobrir outras questões e interpelações, a partir da escuta do Povo de Deus. Todas as forças vivas da Arquidiocese devem se envolver nesse processo. Uma vez identificados os desafios mais urgentes, precisamos, corajosamente, empreender as mudanças necessárias. Sabemos, porém, que isso não se faz da noite para o dia, mas, sim, por um caminho que se vai trilhando, em constante revisão, envol-vendo pessoas, grupos, comunidades e as instâncias de toda a Ar-quidiocese. Sabemos, também, que isso só se concretiza se partir de cada um e de cada uma de nós, pois somos chamados a oferecer nossas vidas pela construção do Reino.

19 Guia da V Assembleia do Povo de Deus

Sugestões de leituras para aprofundamento:

ALMEIDA, Antônio José de. Paróquia, comunidades e pas-toral urbana. São Paulo: Paulinas, 2009.

BRIGHENTI, Agenor; CARRANZA, Brenda (Org.). Igreja, comunidade de comunidades – Seminário do INP. Brasília: CNBB, 2009.

CARRANZA, Brenda; MARIZ, Cecília; CAMURÇA, Mar-celo (Org.). Novas comunidades católicas. Aparecida: Ideias e Letras, 2009.

CELAM. A Igreja na atual transformação da América La-tina à luz do Concílio: conclusões de Medellín. Petrópolis: Vozes, 1977.

______. III Conferência Geral do Episcopado Latino-Ame-ricano: a evangelização no presente e no futuro da América Latina. Puebla: conclusões. Petrópolis: Vozes, 1979.

______. IV Conferência Geral do Episcopado Latino-Ameri-cano (Santo Domingo): nova evangelização, promoção huma-na, cultura cristã: documento de trabalho. Edição didática elaborada por João B. Libanio, sj. São Paulo: Loyola, 1993.

______. Documento de Aparecida: texto conclusivo da V Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano. São Paulo: Paulus; Paulinas; Brasília: CNBB, 2007.

CNBB. Diretrizes da Ação Evangelizadora da Igreja no Bra-sil. São Paulo: Paulus, 2010.

CONCÍLIO VATICANO II. Constituições, decretos e [> completar]

PAPA FRANCISCO. Exortação Apostólica Evangelii Gau-dium, sobre o anúncio do Evangelho no mundo atual. Pauli-nas: São Paulo, 2013.

______. Encíclica Laudato Si’, sobre o cuidado com a casa comum. Paulinas: São Paulo, 2015.

21 Guia da V Assembleia do Povo de Deus

capítulo 2 1

Processos Específi cos da V APD, em nível Paroquial

Objetivos: estudo do Texto-base para a V APD2; discussão e votação dos desafios e propostas a serem encaminhados; eleição de dois leigos representantes das paróquias para a Assembleia Ar-quidiocesana.

Pessoas convocadas: O Pároco/Administrador Paroquial; os Vigários Paroquiais; os Conselheiros Paroquiais, Comunitários e Administrativos; as Lideranças Pastorais e de Movimentos; os/as Religiosos/as que residem na paróquia. Seja aberta para toda a co-munidade paroquial.

Dinâmica de funcionamento: Sejam reservados os seguintes momentos: de oração, em profunda escuta da Palavra de Deus, norte para a missão evangelizadora; de apresentação do espírito e dos objetivos da assembleia, se possível com assessoria especializa-da; de amplo diálogo entre todos os participantes e discernimento das urgências pastorais, bem como de avaliação, em forma de gru-pos de trabalho e de plenária; de votação, levando-se em conta o espírito de comunhão nas decisões e encaminhamentos, seguida da imediata divulgação, entre os participantes, daquilo que foi votado.

Processos Específi cos da V APD, em nível Forâneo

Objetivos: conhecimento dos desafios e propostas apresenta-dos no Texto-base e, a partir disso, elaboração de proposições para as Diretrizes da Ação Evangelizadora da Arquidiocese de Belo Ho-

1 As informações presentes nesse capítulo se inspiram em: Guia Arquidiocesa-no para órgãos colegiados IV: Assembleias, publicado em 2015.2 Esse Texto-base será preparado a partir da síntese das contribuições de toda a Arquidiocese, a partir, sobretudo, dos questionários respondidos online.

22Guia da V Assembleia do Povo de Deus

rizonte, indicando prioridades, urgências e destaques para toda a Arquidiocese.

Pessoas convocadas: O Vigário Forâneo; os Párocos e Admi-nistradores Paroquiais; os Conselheiros Paroquiais leigos; os repre-sentantes de Pastorais, Movimentos e Associações, organizados em nível forâneo.

Dinâmica de funcionamento: Sejam reservados os seguintes momentos: de oração, em profunda escuta da Palavra de Deus, norte para a missão evangelizadora; de apresentação do espírito e dos objetivos da assembleia, se possível com assessoria especia-lizada; de amplo diálogo entre todos os participantes e discerni-mento das urgências pastorais, bem como de avaliação, em forma de grupos de trabalho e de plenária; de votação, levando-se em conta o espírito de comunhão nas decisões e encaminhamentos, seguida da imediata divulgação, entre os participantes, daquilo que foi votado.

Processos Específi cos da V APD, em nível Arquidiocesano

Objetivo: votação das Diretrizes da Ação Evangelizadora da Arquidiocese de Belo Horizonte para o quadriênio 2017-2020.

Pessoas convocadas: Participam, “ex officio”, da assembleia (cf. Cân. 463):

a) O Sr. Arcebispo Metropolitano, que a preside.b) Os Bispos Auxiliares;c) O Vigário Geral, os Vigários Episcopais Regionais e Especiais e

o Vigário Judicial; d) O Reitor do Seminário Arquidiocesano.e) O Assistente Sacerdotal.f) Os membros do Conselho Pastoral Arquidiocesano;g) Os membros do Conselho Presbiteral;h) Os Párocos, Administradores Paroquiais e Vigários Paroquiais;i) Dois Leigos/as de cada Paróquia da Arquidiocese, de acordo

com a proporcionalidade, escolhidos dentre os membros do Conselho Pastoral Paroquial (CPP).

23 Guia da V Assembleia do Povo de Deus

j) Os Coordenadores das Pastorais organizadas em âmbito arqui-diocesano, de acordo com sua representação nos Conselhos dos Vicariatos Episcopais Regionais e Especiais.

k) Dois representantes de cada Etapa de Formação do Seminário Arquidiocesano Coração Eucarístico de Jesus (Propedêutico, Filosofia e Teologia), por eles escolhidos.

l) Os coordenadores das Fundações e Entidades da Arquidioce-se de Belo Horizonte, a saber: Sociedade Mineira de Cultura, Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, Diretor do Instituto Dom João Resende Costa, Sistema Arquidiocesano de Ensino, FUMARC, Fundação João Paulo II, Sociedade do Espírito Santo, Fundação Hospitalar N. Sra. de Lourdes. Poderão ser convidados a participar, como observadores:

a) O Presidente da Conferência dos Religiosos do Brasil, regional BH;

b) Os Superiores e Superioras Gerais e Provinciais que têm sua sede no território da Arquidiocese de Belo Horizonte;

c) O Presidente da Associação Nacional das Escolas Católicas, Re-gional Minas Gerais (ANEC);

d) Os Diretores dos Institutos de Filosofia e Teologia na Arquidio-cese de Belo Horizonte (ISTA e FAJE);

e) Ministros ou membros de outras Igrejas ou Comunidades Ecle-siais que fazem parte do CONIC;

f) Pessoas especialmente convidadas pelo Sr. Arcebispo Metropo-litano.

Dinâmica de funcionamento: A realização dessa Assembleia será norteada por um Cronograma próprio, levando-se em con-sideração as circunstâncias do momento. O Cronograma deve estabelecer critérios de representatividade, dinâmica, horários, intervenções, votações. Em função de seu caráter participativo, todas as questões propostas devem ser submetidas à livre discus-são dos membros da Assembleia (cf. Cân. 465). Uma vez votadas e aprovadas as Diretrizes da Assembleia, essas serão chanceladas pelo Arcebispo Metropolitano e promulgadas sob sua autoridade, na data prevista no calendário.

24Guia da V Assembleia do Povo de Deus

Processos Específi cos da V APD, em nível Regional, para elaboração

dos Planos Pastorais

Objetivo: Elaboração dos Planos Pastorais pelas Regiões e Vi-cariatos Especiais

Pessoas convocadas:a) para as Regiões: O Bispo referencial; o Vigário Episcopal; os

Vigários Forâneos; os Párocos e Administradores Paroquiais; os Conselheiros Forâneos leigos; os representantes de Pastorais, Movimentos e Associações, organizados em nível regional.

b) para os Vicariatos Especiais: O Bispo referencial; o Vigário Epis-copal; e os Conselheiros dos Vicariatos; as Instâncias vinculadas aos Vicariatos; e outros convidados pelo Vigário Episcopal.

Dinâmica de funcionamento: Sejam reservados os seguintes momentos: de oração, em profunda escuta da Palavra de Deus, norte para a missão evangelizadora; de apresentação do espírito e dos objetivos da assembleia, se possível com assessoria especializa-da; de amplo diálogo entre todos os participantes e discernimento das urgências pastorais, bem como de avaliação, em forma de gru-pos de trabalho e de plenária; de votação dos Planos Pastorais, nos anos em que há APD, levando-se em conta o espírito de comunhão nas decisões e encaminhamentos, seguida da imediata divulgação, entre os participantes, daquilo que foi votado.

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anexos

I

Roteiro Celebrativo das Assembleias

1. Canto inicial: A nós descei divina luz!

A nós descei, divina Luz!A nós descei, divina Luz!Em nossas almas acendeiO amor, o amor de Jesus!Em nossas almas acendeiO amor, o amor de Jesus!

1. Vinde, Santo Espírito, e do céu mandaiLuminoso raio, luminoso raio!Vinde, Pai dos pobres, doador dos dons,Luz dos corações, luz dos corações!Grande defensor, em nós habitaiE nos confortai, e nos confortai!Na fadiga, pouso; no ardor, branduraE na dor, ternura, e na dor, ternura!

2. Ó Luz venturosa, divinais clarõesEncham os corações, encham os corações!Sem um tal poder, em qualquer viventeNada há de inocente, nada há de inocente!Lavai o impuro e regai o seco,Sarai o enfermo, sarai o enfermo!Dobrai a dureza, aquecei o frioLivrai do desvio, livrai do desvio!

3. Aos fiéis que oram, com vibrantes sons,Dai os sete dons, dai os sete dons!Dai virtude e prêmio, e, no fim dos dias,

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Eterna alegria, eterna alegria!Aleluia, aleluia, aleluia, aleluia!Aleluia, aleluia, aleluia, aleluia!

2. Recordação de nossa caminhada

3. Salmodia

Assembleia Paroquial: Sl 1.Assembleia Forânea: Sl 40 (39).Assembleia Arquidiocesana: Sl 67 (66).Assembleia Regional: Sl 41 (40).

4. Leitura Bíblica

Assembleia Paroquial: Lc 8,19-21.Assembleia Forânea: Lc 5,1-11.Assembleia Arquidiocesana: Lc 4,14-22a.Assembleia Regional: Lc 10,1-9.

5. Preces espontâneas

Pai-nosso ... pois vosso é o Reino, o poder e a glória para sempre.

6. Oração da V APD (no verso da capa).

7. Bênção

Que o Deus da vida nos dê a graça de vivermos em comunhão e no serviço do seu povo. Que ele derrame sobre nós a sua miseri-córdia, agora e sempre. Amém!

Louvado seja nosso Senhor Jesus Cristo!- Para sempre seja louvado!

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II

Celebração da Vigília de Pentecostes1

Sentido Litúrgico:

Tendo sido glorificado, Jesus derrama seu Espírito sobre os que nele creem e sacia a sede daqueles que o procuram. Na certeza de que o Espírito intercede em nosso favor, façamos da V Assembleia do Povo de Deus, oportunidade de construirmos, juntos, caminhos de unidade e conversão à Palavra Divina.

Refrão Meditativo:

“Indo e vindo, trevas e luz...Tudo é graça, Deus nos conduz!”

Abertura:

Na Celebração Eucarística ou Celebração da Palavra, a aber-tura acontece com a procissão de entrada. Para isso, indicamos o canto “Nós estamos aqui reunidos, como estavam em Jerusalém...”.

No caso do Ofício Divino das Comunidades, a abertura aconte-ce com o presidente cantando uma frase e a assembleia repetindo-a:

- Verdadeiramente ressurgiu Jesus,- Cantemos aleluia! Resplandece a luz!

- Venham, ó nações, ao Senhor cantar!- Ao Deus do universo venham festejar!

1 O roteiro que propomos pode tanto ser usado para a Celebração Eucarística ou da Palavra, bem como para o Ofício Divino das Comunidades. Para cada caso, observar as indicações que aparecem em itálico. Esse roteiro é uma pro-posta a ser acolhida pelas comunidades, tendo em vista a realidade de cada uma.

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- Seu amor por nós, firme para sempre,- Sua fidelidade dura eternamente!

- Venham e cantemos com muita alegria,- Espírito Divino brilhou neste dia!

(Pode-se acender velas previamente entregues para a assembleia)

- O amor de Deus em nós derramado,- Qual Mãe consoladora já nos foi doado.

- Tua luz, Senhor, clara como o dia- É chama que incendeia e traz alegria.

(Pode-se oferecer incenso ou ervas cheirosas)

- Suba nosso incenso a ti, ó Senhor!- Nesta santa vigília, oferta de louvor!

- Nossas mãos orantes para os céus subindo- Cheguem como oferenda ao som deste hino!

(Terminando a oferta)

- Glória ao Pai e ao Filho e ao Santo Espírito,- Glória à Trindade Santa, glória ao Deus bendito!

- Aleluia, irmãs, aleluia, irmãos!- Suba do mundo inteiro, a Deus, louvação!

Momento de Recordação da Vida:

Quem preside, com as palavras que seguem, ou outras seme-lhantes, convida as pessoas a apresentarem, de maneira breve, os acontecimentos da vida cotidiana. Não são intenções ou pedidos, são apenas narrações de fatos da nossa vida, contados com simpli-cidade, para que dialoguem com o Senhor durante a celebração.

Nessa noite, busquemos perceber o quanto as trevas que nos envolvem não são capazes de apagar o clarão da luz de Deus. Os

29 Guia da V Assembleia do Povo de Deus

acontecimentos de nossa vida estão plenos da presença de Deus. Recordemos estas visitas do Senhor, partilhando os fatos que nos parecem mais significativos.

Tempo para conversa.

Ato Penitencial: (Para os casos em que se opte pela realização da Celebração

Eucarística ou Celebração da Palavra)

Presidente: Senhor, que, subindo ao céu, presenteaste-nos com o dom do Espírito, tende piedade de nós

Assembleia: Senhor, tende piedade de nós.

Pres.: Cristo, que dais a vida a todas as coisas com o poder da vossa palavra, tende piedade de nós.

Assembleia: Cristo, tende piedade de nós.

Pres.: Senhor, Rei do universo e Senhor dos séculos, tende pie-dade de nós.

Assembleia: Senhor, tende piedade de nós.

Conclusão: Deus, todo-poderoso, tenha compaixão de nós, perdoe os nossos pecados e nos conduza à vida eterna. Amém.

Leituras Bíblicas:

Sugestões:

» Gn 11, 1-9 - “Foi chamada Babel, porque foi aí que o Senhor confundiu a linguagem de todo o mundo.”

» Rm 8, 22-27 - “O Espírito intercede em nosso favor com gemi-dos inefáveis”Jo 7, 37-39 - “Jorrarão rios de água viva.”

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Salmo103:Na Celebração Eucarística ou Celebração da Palavra, o Sl apa-

rece como resposta à primeira leitura. Se for celebrado o Ofício Divino, o Sl aparece após o Hino.

Enviai o vosso Espírito, Senhor,e da terra toda a face renovai.

Bendize, ó minha alma, ao Senhor!Ó meu Deus e meu Senhor, como sois grande!Quão numerosas, ó Senhor, são vossas obras!Encheu-se a terra com as vossas criaturas!

Se tirais o seu respiro, elas pereceme voltam para o pó de onde vieram.Enviais o vosso espírito e renasceme da terra toda a face renovais.

Que a glória do Senhor perdure sempre,e alegre-se o Senhor em suas obras!Hoje, seja-lhe agradável o meu canto,pois o Senhor é a minha grande alegria!

Oração da Comunidade:

Pres.: Elevemos a Deus nossas preces e peçamos seu auxílio, rezando:

Dai-nos, ó Pai, o vosso Espírito de amor!

Senhor, que nos enriquecestes com vosso Espírito, dai-nos a graça da unidade cristã, a fim de que tenhamos a mesma linguagem de amor manifestada plenamente em vosso Filho Jesus.

Senhor, vinde em auxílio da nossa fraqueza e aumentai em nós a esperança, para que jamais desistamos diante das dificuldades, no vosso seguimento.

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Senhor, saciai vossos filhos e filhas com a água viva do vosso Espírito, para que sirvamos nossos irmãos e irmãssedentos de justiça, misericórdia e acolhimento.

Senhor, que vosso Espírito nos conduza,durante todo o processo da V APD,para que nossas palavras e obrassejam convertidas pela vossa Palavra de vida.

Pres.: Deus, que instruístes os corações dos vossos fiéis, com a luz do Espírito Santo, fazei que apreciemos retamente todas as coisas, segundo o mesmo Espírito, e gozemos sempre de vossa ma-terna consolação. Por Cristo, nosso Senhor. Amém!

(No caso de Celebração Eucarística ou Celebração da Palavra, o rito segue como de costume nas comunidades. Para o Ofício Divi-no das Comunidades, o que segue abaixo)

Pai-nosso... pois vosso é o Reino, o poder e a glória para sempre!

Bênção e despedida:

O Deus que derramou em nossos corações o seu amor, encha--nos de alegria e consolação, agora e para sempre. Amém!

- Louvado seja nosso Senhor Jesus Cristo.Para sempre seja louvado!

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III

Solenidade do Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo1

Sentido Litúrgico

(Após a saudação inicial do presidente, com a devida resposta de toda a assembleia, o animador diz o Sentido litúrgico).

Irmãos e irmãs,

A vida de Jesus de Nazaré foi inteira doação ao próximo, sem exclusões. Ele entregou seu Corpo e Sangue como oferta de amor ao Pai e à humanidade. No banquete eucarístico, somos alimenta-dos e transformados nesse Corpo.

Como Igreja, Corpo de Cristo, a Arquidiocese de Belo Hori-zonte se reúne na V Assembleia do Povo de Deus, a fim de que, juntos, tracemos caminhos de unidade e conversão à Palavra que se fez Carne.

1 As celebrações dessa Solenidade serão realizadas em cada Forania de nossa Arquidiocese. Esse será um importante momento, no qual estreitaremos nossa comunhão de Igreja que celebra, de forma conjunta, a sua fé, e no qual reafir-maremos a dimensão colegial de nossa pastoral, em vista da V APD. As Foranias preparem com zelo e com criatividade a liturgia dessa Solenidade.

33 Guia da V Assembleia do Povo de Deus

IV

Calendário Arquidiocesano - V APD

DEZEMBRO/2015

» Carta Pastoral do Arcebispo abrindo a V Assembleia do Povo de Deus

» Dia 1º: Assembleia do Clero da Arquidiocese - Apresentação da metodologia da V APD

» Dia 13: Abertura da V Assembleia do Povo de Deus e do Ano Santo da Misericórdia na Arquidiocese

JANEIRO A ABRIL/2016

» Campanha de sensibilização e divulgação da V APD através dos Meios de Comunicação da Arquidiocese e públicos

» Disponibilização dos meios eletrônicos de participação dos fiéis e da sociedade com opiniões e sugestões para a V APD

» Disponibilização do Guia da V APD com “Texto-Motivador”

FEVEREIRO E MARÇO/2016

» Avaliação dos Planos de Pastoral (Regionais/Vicariatos/Fora-nias/Paróquias)

34Guia da V Assembleia do Povo de Deus

MAIO/2016

» Dia 15: Vigília de Pentecostes na intenção da V APD em to-das as comunidades eclesiais

» Dia 26: Festa de Corpus Christi na perspectiva da V APD, em todas as Foranias.

JUNHO/2016

» Dia 04: Assembleias paroquiais, com o “Texto-Base da V APD”

JULHO/2016

» Dia 30: Assembleias das Foranias, com eleição dos vigários forâneos para o triênio 2017-2019

SETEMBRO/2016

» Dia 03: Assembleias das Regiões Episcopais e dos Vicariatos Especiais (com indicações de nomes para seus respectivos vi-gários episcopais para o triênio 2017-2019)

OUTUBRO/2016

» Dia 15: Assembleia Arquidiocesana: votação das proposições finais para as Diretrizes da Ação Evangelizadora da Arquidio-cese para o Quadriênio 2017-2020.

35 Guia da V Assembleia do Povo de Deus

NOVEMBRO/2016

» Elaboração dos Planos de Pastoral das Regiões Episcopais e dos Vicariatos Especiais para o quadriênio 2017-2020

» Assembleias de aprovação dos planos de pastoral das Regiões Episcopais e dos Vicariatos Especiais para o quadriênio 2017-2020

» Início do ministério dos novos vigários episcopais e forâneos

DEZEMBRO/2016

» Início do ministério dos novos membros dos Conselhos Epis-copal e Presbiteral Arquidiocesano na assembleia geral do clero (triênio 2017-2019)

» Dia 8: Solenidade da Imaculada Conceição – Promulgação das Diretrizes da Ação Evangelizadora da Arquidiocese e dos Planos de Pastoral pelo Arcebispo Metropolitano

FEVEREIRO A ABRIL/2017

» Processos de renovação dos órgãos colegiados (cf. Guia para esses órgãos vol. 1)

» Elaboração dos Planos de Pastoral das Foranias e comunida-des Paroquiais.

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Comissão de Assessoria Permanente

» Pe. Aureo Nogueira de Freitas - Vigário Episcopal para a Ação Pastoral

» Dom João Justino de Medeiros Silva - Bispo-Auxiliar Refe-rencial

» Patrícia Prado de Paula - Secretária de Planejamento Pastoral

» Pe. Márcio Antônio de Paiva - Representante do Secretariado de Formação

» Robson Sávio Reis Souza - Representante do NESP

» Paulo Sérgio Soares - Representante do CEGIPAR

» Maria Lúcia Carvalho Alves - Representante da Comissão Ar-quidiocesana de Publicações

» Felipe Magalhães Francisco- Representante da Comissão Ar-quidiocesana de Publicações

» Tânia da Silva Mayer - Representante da Comissão Arquidio-cesana de Publicações

» Dalca do Couto Gonçalves - Representante da RENSC

» Frei Adilson Corrêa da Silva, OFM - Representante da RENSE

» Thais de Castro Luz - Representante da RENSE

» Neuza Silveira de Souza - Representante da RENSP

» Maria Margareth Pereira - Representante do VEASP

» Marize de Oliveira M. Furtado - Representante do VEASP

» Ir. Maria Alba Veja - Representante do VECC

» Maria Goretti Gabrich F. Freire Ramos - Representante do VECC

» Edward Neves M. B. Guimarães - Representante do Observa-tório da Evangelização-PUC Minas

39 Guia da V Assembleia do Povo de Deus

Contatos

1. Arquidiocese de Belo Horizontewww.arquidiocesebh.org.br

2. Vicariato Episcopal para a Ação PastoralTel.: 3269-3105/3114 – [email protected]

3. Vicariato Episcopal para a Ação Social e PolíticaTel.: 3422-7010

4. Vicariato Episcopal para a Comunicação e CulturaTel.: 3469-2500/3469-3709

5. Região Episcopal Nossa Senhora AparecidaTel.: 3383-8212

6. Região Episcopal Nossa Senhora da ConceiçãoTel.: 3422-1785

7. Região Episcopal Nossa Senhora da EsperançaTel.: 3317-6201

8. Região Episcopal Nossa Senhora da PiedadeTel.: 3423-3731/3423-3439

Produção gráfica

Rua Diamante, 1.100 - B. São Joaquim | Contagem (MG)

Tel.: (31) 3249.7400

| [email protected]

VICARIATO EPISCOPAL PARA A

AÇÃO PASTORAL

www.arquidiocesebh.org.brMais informações: (31) 3269-3105

HINO DA V ASSEMBLEIA DO POVO DE DEUSL: Tânia da Silva Mayer

M: Luiz Henrique da Silva Mayer

Povo reunido em Assembleia,Tua Palavra arde em nosso coração.“Sair ao mundo” é o compromisso,

Da Igreja Viva, em estado de missão.

Bendito sejas, ó Senhor, Deus de Bondade.Tu nos congregas: diferentes na unidade.Os nossos dons partilharemos entre nós,

De mãos unidas ouviremos Tua voz.

Ser tua Igreja, a Ti pedimos, ó Senhor.Anunciar o Evangelho do Amor;

Plantar o Reino de justiça e liberdade,Fazer na terra germinar fraternidade.

Nós caminhamos as estradas do teu Filho,Somos teu povo, teu rebanho, a Ti seguimos.

No Lava-Pés compreendemos a missão:O maior seja o que serve aos irmãos.

Ser sal da terra e luz da libertação,Como estrelas, proclamar a salvação.

E renascidos pelo banho batismal,Sejamos luz que brilha, ofuscando o mal.

E com alegria nós aqui nos reunimos,Somos o corpo do teu Filho Jesus Cristo,

Em comunhão com o Espírito Divino.Juntos, na Fé, nós entoamos este hino.