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Guia da OTAN FAAP 2013

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2

De toda forma, não é provável que uma pessoa que tenha vivido este século extraordinário se abstenha de julgar. O difícil é compreender.

Eric Hobsbawm

Alea Jacta Est

(A Sorte está Lançada)

Julio César

3

1. Carta de Apresentação

Sejam Bem-vindos ao Conselho da Organização do Atlântico Norte mais Rússia

do Fórum FAAP 2013!

Os senhores foram convocados para uma das experiências mais marcantes de

suas vidas.

Este guia foi escrito cuidadosamente levando em consideração o entendimento

dos delegados para o nosso jogo de guerra. Tanto no comitê quanto a organização do

Fórum FAAP, prezamos para o total aproveitamento dos participantes desta

experiência. Para que esta seja o mais agradável possível e igualmente proveitosa é

necessário o empenho e dedicação dos senhores tanto na leitura do guia e nos estudos

prévios, quanto durante os dias de operação.

Desejamos ótimos estudos e um excelente jogo de guerra.

Até maio de 2013,

Isabella Jardanovsky Strozberg

Karina Stange Calandrin

Peter Sturken Fernandes

4

2. Histórico do Comitê

A Organização do Tratado do Atlântico Norte é uma aliança militar – constituída

de 28 países – criada para manter a segurança mútua de seus membros. Ela se formou

em abril de 1949, a partir do Tratado de Washington (GUIMARÃES, MEIRELES &

NELSON, 2005, p.58), e pode ser vista como o braço militar do Plano Marshall de

reconstrução da Europa no pós Segunda Grande Guerra (Kennedy apud Pereira &

Alencar, 2004, p.85). Ou seja, enquanto o Plano Marshall permeava o âmbito

econômico, o Tratado de Washington asseguraria ao resto da Europa Ocidental que a

União Soviética não ocupasse o lugar de possível “supremacia” do continente almejado

pela Alemanha Nazista. Todavia, assinado o Plano Marshall (em junho de 1947), Stalin

impôs1 regimes de partido único em seis países da Europa Oriental aumentando sua área

de controle, incluindo Tchecoslováquia, Polônia e Alemanha Oriental (Pereira &

Alencar, 2004, p.84). Isto despertou nos Estados Unidos e na Europa Ocidental um

sentimento de desconfiança e o reconhecimento da necessidade de algo ser feito no

âmbito militar.

Assim sendo, delegações de doze países se reuniram em Washington para criar

um sistema de segurança baseado na aliança entre os pares (GUIMARÃES, MEIRELES

& NELSON, 2005, p.58). A assinatura do Tratado “fez nascer uma aliança de países

independentes com um interesse comum: manter a paz e defender sua liberdade por

meio da solidariedade política e defesa militar adequada, e, se necessário, repelir todas

as formas de agressão.”(Idem, Ibidem)

1 Wrap up session by NATO Secretary General, Jaap de Hoop Scheffer. Disponível em < http://www.nato.int/docu/speech/2005/s050414q.htm >. Tradução nossa, Acesso em 30/08/2012.

5

A OTAN tem uma estrutura civil e uma militar2. O órgão de maior autoridade é

o Conselho do Atlântico Norte (NAC), que se reúne ao menos uma vez por semana3. O

Conselho tem “autoridade política e poder de decisão efetivos”4, e sua autoridade deriva

diretamente do Tratado do Atlântico Norte. O NAC tem a responsabilidade de criar

organizações subsidiárias para auxiliar seus trabalhos ou assumir responsabilidades em

questões específicas como planejamento de defesa, estratégia nuclear ou questões

militares5. Um desses órgãos é o Comitê Militar.

O Comitê Militar (MC) é a mais alta autoridade militar da Organização6 , e

trabalha sob os auspícios políticos do Conselho do Atlântico Norte. Oficiais militares de

alta patente7, agindo em nome de seus Chefes de Defesa, servem como Representantes

Militares para a OTAN e são os membros deste Comitê. Seu papel é aconselhar outros

órgãos da OTAN em questões militares. Em poucas palavras, o papel do MC é dizer às

autoridades políticas da OTAN quais as medidas militares consideradas necessárias para

a defesa comum da aliança. A Islândia, por exemplo, que não tem forças armadas, é

representada por um oficial civil8. A França, por ter se retirado da estrutura militar

integrada da aliança em 1966, envia ao MC um observador sem poder de voto. Contudo,

a França tem representação plena no NAC, que tem autoridade para aprovar todos os

documentos importantes do MC.

2 Para organogramas da OTAN, com todas as suas agências e divisões. Disponível em < http://www.nato.int/structur/structure.htm > e < http://www.nato.int/issues/restructuring/chart.htm > Acesso em 30/08/2012. 3 The North Atlantic Council. Disponível em < http://www.nato.int/docu/handbook/2001/hb070101.htm > Acesso em 30/08/2012. 4 Idem 5 Idem 6 The Military Committee. Disponível em < http://www.nato.int/docu/handbook/2001/hb1101.htm > Acesso em 30/08/2012. 7 Para uma lista dos Representantes Militares Disponível em < http://www.nato.int/cv/milrep/cv-mlrp.htm > Acesso em 30/08/2012. 8 Idem

6

Como em qualquer órgão da Aliança, as decisões no MC são tomadas por

consenso, o que na prática significa que “não existe votação na OTAN”9 - “um voto

formal no qual os governos expressem sua posição não é feito”(GALLIS, 2003, p.3.

Tradução nossa). Isto é, a cada membro (com exceção da França) é concedido poder de

veto; contudo, a menos que uma delegação expresse seu voto contra, uma decisão

apresentada será tomada.

Algumas vezes, um governo oposto a uma decisão irá abster de pronunciar-se

por não desejar isolamento político, isto é, “vetar sozinho”. Isto aconteceu com a

Bélgica na decisão de providenciar sistemas defensivos para a Turquia pouco antes da

intervenção no Iraque em 2003(Idem, Ibidem, p.2); e com a Grécia quando da decisão

de agir em Kosovo (Idem, Ibidem, p.3).

Os Representantes Militares agem em capacidade nacional, representando os

interesses de seus países - embora se mantendo abertos para negociações de modo que

os objetivos da aliança como um todo sejam alcançados. O Comitê provê orientação aos

dois Comandantes Estratégicos (SCs) da OTAN – Supremo Comandante Aliado Europa

(SACEUR) e Supremo Comandante Aliado Transformações (SACT) - cujos

representantes frequentam as reuniões. De fato, o MC desenvolve uma avaliação anual

das forças e capacidades dos países e de áreas que posem risco para os interesses da

aliança. Em tempos de crise, tensão ou guerra, o MC ganha responsabilidades adicionais

– aconselhar ao NAC e ao DPC (Comitê de Planejamento de Defesa) sobre a situação

militar, e fazer recomendações sobre i) o uso de forças militares, ii) a implementação de

planos de contingência e iii) as regras de engajamento apropriadas. Regras de

engajamento são os constrangimentos sobre o uso da força visando, por exemplo, à

redução de danos colaterais durante uma determinada operação. Elas dizem quando e 9 Consensus decision-making at NATO Disponível em < http://www.nato.int/issues/consensus/index.html > Tradução nossa, Acesso em 30/08/2013.

7

como uma força está autorizada a abrir fogo. Estas regras são uma das mais claras

expressões de constrangimentos políticos no emprego de forças armadas.

O MC se reúne pelo menos uma vez por semana (toda quinta-feira, logo após as

reuniões semanais do NAC, que acontecem nas quartas)10. O Presidente do Comitê

Militar é escolhido pelos Chefes de Defesa e age exclusivamente em capacidade

internacional (isto é, não representa os interesses de nenhum país em específico11). Seu

mandato dura três anos.

Antes de tudo a OTAN também é um aliança política, promovendo valores como

democracia e unindo os países quando o assunto é segurança.12

Atuaram sobre o contato humano entre a Europa e a África o constante estado de

guerra (que, entretanto, não excluiu nunca a miscigenação [...] entre as duas raças,

muito menos o intercurso entre as duas culturas) [...]; a atividade guerreira, que se

compensava do intenso esforço militar relaxando-se, após a vitória, sobre o trabalho

agrícola e industrial dos cativos de guerra, sobre a escravidão ou a semi-escravidão

dos vencidos. Hegemonias e subserviências essas que não se perpetuavam;

revezavam-se. (FREYRE apud. FRANÇA, CALANDRIN, NERY; 2012)

2.1. OPERAÇÕES PRECEDENTES

Para melhor entendimento da operação da OTAN no Afeganistão é necessário

estudar as outras operações anteriormente desenvolvidas pela Organização.

2.1.1. Operação Deep Water

10 The Military Committee: NATO's senior military authority. Disponível em < http://www.nato.int/issues/military_committee/index.html > Acesso em 31/08/2012. 11 The Chairman of the Military Committee. Disponível em < http://www.nato.int/docu/handbook/2001/hb110101.htm > Acesso em 31/08/2012. 12 What is NATO disponível em < http://www.nato.int/cps/en/SID-6FB74E73-5725EA9C/natolive/what_is_nato.htm> Acesso em 16/10/2012.

8

Durante a Guerra Fria três operações tiveram destaque, a saber: Operação

Counter Punch, Operação Strike Back e Operação Deep Water. Para este guia de

estudos cabe destacar a maior delas.

A Operação Deep Water se deu em 1957 e foi um exercício naval realizado no

Mar Mediterrâneo a fim de proteger os Dardanelos (estreito noroeste da Turquia ligando

o mar Egeu ao mar de Mármara) de uma invasão Soviética. Este exercício contou

também com um ataque nuclear aéreo em Gallipoli (península no noroeste da Turquia,

na antiga Trácia), refletindo o “Guarda-Chuva Nuclear” da OTAN política utilizada

para equiparar poder com as operações terrestres da URSS. 13

O exercício foi conduzido pela Allied Forces Southern Europe (AFSOUTH) e

comandos subordinado (Naval Striking e Support Forces Southern Europe). Um total de

noventa e seis navios participaram da operação. 14

O auge da operação foi o desembarque de oito mil fuzileiros navais no Golfo de

Saros, próximo da Gallipoli, a partir de uma força tarefa de trinta e oito navios e o apoio

aéreo do porta aviões da Sexta Frota Americana.

2.1.2. Intervenção na Bósnia-Herzegovina

Durante a Guerra da Bósnia (1992), resultante da fragmentação da Iugoslávia, a

OTAN interviu em quatro operações: Operação Deny Flight (perpassada pela Operação

Sky Monitor), Operação Sharp Guard (substituiu a Operação Maritime Guard),

Operação Deliberate Force e Operação Joint Endeavor.

A primeira envolveu o fortalecimento de uma ordem das Nações Unidas

proibindo a circulação de aviões na área da Bósnia-Herzegovina, no fim da operação os

aviões da OTAN tinham executado 100420 missões. 15

13 Life disponível em < http://books.google.com.br/books?id=ZFYEAAAAMBAJ&pg=PA56&hl=pt-BR#v=onepage&q&f=false> Acesso em 16/10/2012 14 The first steps disponível em < http://www.nato.int/archives/1st5years/chapters/3.htm> Acesso em 16/10/2012

9

Esta foi a primeira intervenção militar direta da OTAN, marcado pelo dia 28 de

fevereiro de 1994 na batalha aérea de Banja Luka. Esta também foi a primeira operação

conjunta da OTAN com a ONU, apesar disso, uma certa desconfiança permaneceu

depois que dois peacekeepers da ONU foram sequestrados na Bósnia após um

bombardeio da OTAN. 16

A operação Sharp Guard correspondeu a um multi bloqueio naval do Mar

Adriático entre a OTAN e a União da Europa Ocidental. Foram envolvidos navios de

quatorze países para efetuar tal bloqueio. Esta operação substituiu uma operação

unilateral por parte dos Estados Unidos. 17

A operação Deliberate Force teve como objetivo minar a capacidade militar do

Exército da República Srpska que atuava na Guerra Da Bósnia. A operação foi realizada

entre 30 de Agosto e 20 de Setembro de 1995, envolvendo 400 aeronaves e 5.000

pessoas de 15 nações. (CLARK, 1996)

Por fim, a maior operação foi a Joint Endeavor (IFOR). Esta era a operação que

executava os tratados da Paz de Dayton. Os acordos tiveram três objetivos principais: a

interrupção das hostilidades, autorização do programa militar e civil que entrou em

vigor, e no estabelecimento de um governo bósnio central. O papel específico da IFOR

foi programar os anexos militares do Acordo-Quadro Geral para a Paz (GFAP) na

Bósnia-Herzegovina. (CODY, 2005)

2.1.3. Operação Essential Harvest

15 Operação Deny Flight Disponível em <http://news.google.com/newspapers?id=wFJSAAAAIBAJ&sjid=ijYNAAAAIBAJ&pg=6182,4353660&dq=deny+flight+mirage+adriatic&hl=en> Acesso em 16/10/2012 16 Idem 17 Operação Sharp Guard Disponível em <http://nl.newsbank.com/nl-search/we/Archives?p_product=NR&d_origin=transcripts&z=NR&p_theme=nr&p_action=search&p_maxdocs=200&p_topdoc=1&p_text_direct-0=0F574E769146EAE6&p_field_direct-0=document_id&p_perpage=10&p_sort=YMD_date:D&s_trackval=GooglePM> Acesso em 16/10/2012

10

A Operação Essential Harvest ou Task Force Harvest foi a operação executada

pela OTAN na Macedônia. Foram investidas 4800 tropas na missão. Foi marcada pela

Batalha de Tetovo, envolvendo o exército da Macedônia e insurgentes da Albânia.

2.1.4. Kosovo Force (KFOR)

Trata-se de uma operação militar desenvolvida durante a guerra do Kosovo,

perpassado pela desintegração da Iugoslávia. A operação se deu entre a República

Federal da Iugoslávia (FRY) e o exército de Liberação do Kosovo (KLA).

Para a operação foram utilizadas 5609 tropas que ainda ocupam a região, mas

em breve devem ser retiradas.

2.1.5. Operação Ocean Shield

A operação Ocean Shield consiste em uma missão desenvolvida pela OTAN no

Chifre da África contra a pirataria, que foi precedida pela Operação Allied Protector. 18

2.1.6. Operação Freedom Falcon

Esta operação foi executada durante a Guerra Civil da Líbia em 2011, contra o

ditador Muammar Gaddafi. Autorizado pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas

na Resolução 1973 a OTAN passou a intervir a fim de promover a segurança dos civis.

A missão se encerrou em outubro de 2011 com a morte do ditador. 19

2.2.OTAN + RÚSSÍA

A Federação Russa, maior país do mundo, dona de um arsenal nuclear

significativo, herdeira do legado que sempre representou o “grande adversário” da

OTAN, não pode ser ignorada.

18 Operação Ocean Shield Disponível em <http://www.manw.nato.int/page_operation_ocean_shield.aspx> Acesso em 17/10/2012 19 Guerra Civil Líbia Disponível em <http://www.bbc.co.uk/news/world-africa-15516795> Acesso em 17/10/2012

11

Em 1997, um acordo de “relações mútuas, cooperação e segurança” foi assinado

entre a Aliança e Moscou20 . O acordo já previa que a OTAN e a Rússia não se

consideram adversárias, que ambas compartilham certos objetivos, e que elas desejam

“construir uma Europa estável, pacífica e sem divisões”21. Em sua parte III (denominada

Áreas para Consulta e Cooperação), o acordo prevê colaboração em “combater o

terrorismo e o tráfico de drogas”. Com o tempo, a ênfase no combate ao terrorismo foi

aumentando, culminando no Plano de Ação OTAN-Rússia de Combate ao Terrorismo

(2004), que prevê uma série de medidas para prevenir, combater e administrar as

consequências de ataques terroristas.

O acordo de 1997 criou um Conselho Permanente OTAN-Rússia, de modo que

as consultas com o país são frequentes. A Rússia possuía até mesmo uma delegação

(sem poder de voto) no Conselho do Atlântico Norte nas operações em Kosovo em

1999.

Da mesma forma, nosso congresso também contará com a visita de uma

delegação das Forças Armadas da Federação Russa. Os representantes devem avaliar o

andamento da cooperação da Aliança com Moscou e se certificarem que tem algo a

dizer para nossos parceiros. Incluir este tópico no relatório final pode ser vital para um

combate eficaz ao terrorismo.

Evidentemente, alguns membros da OTAN podem ter relações menos estreitas

ou mais problemáticas com a Rússia. Caberá aos representantes identificar as relações

bilaterais mais difíceis - e alcançar uma proposta de relacionamento que seja coerente,

representando os interesses da Aliança como um todo.

20 Founding Act on Mutual Relations, Cooperation and Security between NATO and the Russian Federation. Paris, maio de 1997 Disponível em < http://www.nato.int/docu/basictxt/fndact-a.htm > Acesso em 05/08/2012. 21 Idem

12

3. Histórico do Tema

3.1.HISTÓRICO DA OPERAÇÃO: OCUPAÇÃO DA OTAN E ISAF (2001

– presente)

O Afeganistão ou Republica Islâmica do Afeganistão teve início em 1709

quando começaram as atividades políticas na região. Durante toda sua existência, este

país foi palco de muitas guerras e conflitos e até hoje é muito influenciado por outros

países. Em 1978, após a Revolução Marxista no país, o Afeganistão viveu durante nove

anos, conflitos entre prós soviéticos e contra soviéticos (estes apoiados pelos EUA). Já

na década de 1990 houve a Guerra Civil do Afeganistão, a ascensão e queda do poder

extremista talibã e a Guerra do Afeganistão22. Desde sua existência, o Afeganistão sofre

instabilidade política e econômica permanentes, agravadas cada vez mais pelas invasões

ou ataques ao país. Junto a isto, esta região é, em partes, dominada por uma das maiores

organizações terroristas do mundo, a Al-Qaeda, apoiando os talibãs contra governos

ocidentais, principalmente os Estados Unidos, já que elas preconizam os norte-

americanos agem contra os desejos mulçumanos da região.

A OTAN já estava interferindo em alguns países como a Bósnia-Herzegovina e

Kosovo com o objetivo de garantir certa segurança nacional e internacional. Porém com

o ataque terrorista em 11 de setembro de 2001 nos Estados Unidos, sua credibilidade se

abalou perante a comunidade internacional. Antes deste ataque, os EUA nunca haviam

sofrido um ataque dentro de seu território e era respeitado por promover uma

manutenção da segurança nacional e internacional23.

22 A história do Afeganistão. Disponível em < http://www.infoescola.com/afeganistao/historia-do-afeganistao/> Visto em 17/10/2012 23 A atuação da OTAN diante da crise regional do Afeganistão após o atentado ao World Trade Center em 2001. Disponível em < http://www.ambitojuridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=7800 > Acesso em 17/10/2012

13

Com o atentado de 11 de setembro e o reconhecimento pela organização

terrorista Al- Qaeda, a OTAN, liderada pelos Estados Unidos encaminhou tropas ao

país. Os EUA já estavam decididos a atacar, pois acreditavam que o líder da

organização terrorista, Osama Bin Laden estava escondido nesta região, porém só

tiveram a ajuda da OTAN a partir da premissa de que deveriam disseminar as ameaças

terroristas24. Mesmo com seus esforços em garantir a segurança na região, a entrada de

tropas da OTAN não foi bem aceita tanto por membros da comunidade internacional,

principalmente no âmbito da Organização das Nações Unidas (ONU), como os próprios

afegãos, que sentiram sua soberania sendo ameaçada. Assim, a credibilidade da OTAN

foi questionada, levando suas ações a serem julgadas com mais apreensão.

Para a OTAN, o objetivo dessa intervenção era de ajudar a organizar o Estado

afegão internamente e garantir sua segurança, contendo os terroristas. Antes da invasão

em 2001, foi criada a ISAF (International Security Assistance Force), uma missão de

segurança feita pela própria organização dentro do território afegão25. Inicialmente esta

tinha o objetivo de garantir a segurança de Cabul (capital do Afeganistão) e áreas

próximas, ajudando na consolidação do Governo Transitório Afegão, liderado por

Hamid Karzai, escolhido como líder por participantes de uma conferencia promovida

pela ONU na Alemanha em 2001. Entretanto, em 2003, viu-se a necessidade de estender

as regiões vigiadas pela ISAF e com o apoio do novo líder, a missão de segurança se

estendeu por todo país26.

24 A atuação da OTAN diante da crise regional do Afeganistão após o atentado ao World Trade Center em 2001. Disponível em < http://www.ambitojuridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=7800 > Acesso em 15/10/2012 25 From the NATO and Afghanistan: throught transition and beyond. Disponível em <http://natolibguides.info/transition > Tradução nossa. Acesso em 15/10/2012 26 Rumsfeld apoia extensão do mandato da Isaf em Cabul. Disponível em < http://www.publico.pt/Mundo/rumsfeld-apoia-extensao-do-mandato-da-isaf-em-cabul-1164880 > Acesso em 15/10/2012

14

As forças operacionais da OTAN também estão envolvidas no treinamento de

tropas afegãs para que estas, em 2013, assumam o trabalho de fazer a segurança do

próprio país. Há também a perspectiva para que em 2014 todas as tropas internacionais

saiam do país, deixando que este assuma o controle total27.

3.2. GUERRA DO AFEGANISTÃO: OCUPAÇÃO SOVIÉTICA

O Afeganistão, em toda sua história, sempre foi um país com predomínio

mulçumano e de muitas dissidências e grupos extremistas. Durante 1953 e 1963, o

Afeganistão se viu diante do comando de Mohammad Daoud Khan, porém em 1973,

Khan organizou um golpe militar, abolindo a monarquia e tomando o poder. Este

governo era caracterizado por muita repressão e mortes de participantes do Partido

Democrático Popular do Afeganistão (PDPA), causaram revoltas populares na capital

Cabul. Devido a essa insatisfação do povo, em 1978, membros do PDPA mataram Khan

e o secretário geral do partido assumiu a presidência do país, Nur Muhammad Taraki28.

Porém, as revoltas ainda continuaram, pois o partido, que era de cunho marxista,

começou a implantar reformas desta natureza e a população, que era de maioria islâmica

não ficou satisfeita. As revoltas, em 1979, se espalharam pelo país dando início a uma

guerra civil que no mesmo ano matou o presidente Taraki, fazendo com que o vice,

Hafizullah Amin tomasse o poder. Mesmo com mais um novo presidente em menos de

uma década, a revolta esmagou seu governo. Em dezembro de 1979, o exército

vermelho da URSS invadiu o Afeganistão com a premissa de derrubar o novo

governante, dado com incapaz de lidar com os revoltosos mujahidin29. Executado, os

27 NATO and Afghanistan. Disponível em < http://www.nato.int/cps/en/natolive/69772.htm > Acesso em 17/10/2012 28 A República Democrática do Afeganistão. Disponível em < http://www.infoescola.com/afeganistao/historia-do-afeganistao/> Acesso em 18/10/2012 29 December 1979 – February 1980: Occupation. Disponível em < Moslems Condemn Soviet Invasion of Afghanistan",Pittsburgh Post-Gazette, January 29, 1980 > Acesso em 18/10/2012

15

soviéticos colocaram Babrak Karmal no poder30. Perante o mundo, a invasão dos

soviéticos foi explicada como algo necessário para que o regime comunista no país

fosse preservado e que houvesse uma contenção dos grupos revoltosos. Tropas

soviéticas dominaram algumas regiões, porém, o exército afegão ajudou os mujahidin a

controlar maior parte do território. Os rebeldes afegãos tiveram o apoio dos Estados

Unidos, Paquistão e outros países mulçumanos31.

Em 1986, os soviéticos tiraram Karmal do poder e o substituíram por

Mohammed Najibullah que tentou fazer um acordo de reconciliação com os mujahidin.

A guerra deixou de ser totalmente terrestre quando, o grupo de rebeldes extremistas

começou a receber mísseis e atacar fortemente os soviéticos. Em 1988, Mikhail

Gorbatchev decidiu retirar suas tropas com base em uma trégua negociada e em 1989

todas as bases e militares soviéticos haviam saído do país. A intervenção soviética no

país foi o estopim para que a URSS entrasse em declínio devido aos enormes gastas

militares. Porém o conflito no Afeganistão estava longe de terminar, uma vez que com a

saída dos soviéticos, o país entrou em uma guerra civil entre as facções mujahidin e o

exército do então presidente Mohammed Najibullah. Logo depois o governo começou a

entrar em colapso devido a constantes ataques dos mujahidin. O governo comunista

ainda recebia armamentos e financiamento da União Soviética, porém perderam ainda

mais o poder quando um de seus generais, Abdul Rashid Dostum, mudou para o lado

dos mujahidin mas Najiibullah se manteve no poder até 1992.32

2.2.1. Guerra civil afegã (1989 – 1996)

30 Babrak Kramal. Disponível em < http://www.infoescola.com/afeganistao/historia-do-afeganistao/l> Acesso em 18/10/2012 31 A intervenção Soviética. Disponível em < http://www.infoescola.com/afeganistao/historia-do-afeganistao/ > Acesso em 18/10/2012 32 Babrak Kramal. Disponível em < http://www.infoescola.com/afeganistao/historia-do-afeganistao/> Acesso em 18/10/2012

16

Durante o período de 1992 a 1996, o Afeganistão se deparou em uma feroz

guerra civil. Após a queda de Mohammed Najibullah, os partidos afegãos assinaram um

acordo de não agressão e paz, chamado de Acordo de Peshawar33. Este acordo também

instituiu o Estado Islâmico Afegão. Porém o grupo Hezb-e Islami liderado por

Gulbuddin Hekmatyar não aceitou e foi o responsável por enorme ataque de foguetes

contra Cabul. Então, Dostum começou a atacar Hekmatyar e os dois entraram em uma

briga com mísseis e foguetes que mataram milhares de pessoas34.

Cada vez mais o país estava se dividindo em diversas etnias. Em 1992,

Burhanuddin Rabbani assumiu o poder em plena guerra civil e elegeu como seu

Ministro da Defesa Ahmad Shah Massoud35. Em 1993, o então presidente ainda não

tinha domínio total da cidade de Cabul, que também era dominada por diversas facções

militares. Neste mesmo ano, Rabbani criou a Operação Afshar, que foi uma operação

militar contra o líder Hekmatya da facção Hezb-e Islami na qual atacou o Distrito de

Afshar para tentar dominar parte da cidade e ter mais reconhecimento no governo36.

Entretanto, neste mesmo ano, Hekmatya e Rabbani fizeram um acordo de paz até que

fosse feita uma eleição em 1994 e mesmo assim durante esse período, muitos ataques

tomaram conta do país37. Em agosto de 1994, o grupo Talibã emergiu no cenário com o

33 Civil War in Afghanistan ( 1992-1996). Foreing interference. Disponível em < ^ a b c "Blood-Stained Hands, Past Atrocities in Kabul and Afghanistan's Legacy of Impunity". Human Rights Watch.> Acesso em 18/10/2012 34 1992-April/May. Civil War in Afghanistan. Disponivel em < ^ Urban, Mark (1992-04-28). "Afghanistan: power struggle". PBS. Retrieved 2007-07-27. > Acesso em 18/10/2012 35 Civil War in Afghanistan. June/ July. Disponivel em < http://www.infoescola.com/afeganistao/historia-do-afeganistao/> Acesso em 18/10/2012 36 Civil War in Afghanistan.Afshar. Disponível em < http://www.infoescola.com/afeganistao/historia-do-afeganistao/> Acesso em 18/10/2012 37 1994 – January/ June. Disponível em < ^ a b Afghanistan Justice Project. "Casting Shadows: War Crimes and Crimes Against Humanity, 1978-2001." 2005. Accessed at http://www.afghanistanjusticeproject.org/ > Acesso em 18/10/2012

17

apoio paquistanês e começou rapidamente a se revoltar e ter vitórias contra Dostum e

Massoud38

2.2.2. Regime Talibã (1996 – presente)

Com as diversas frentes de guerra, o país começou a enfrentar uma condição

caótica. Foi neste momento, em 1995 que o grupo Talibã aumentou muito sua

popularidade e começou a tomar conta de parte da capital. No final de seu mandato,

Rabbani se recusou a sair do poder e somente no final de 1995 que os Talibãs dão um

ultimato para que este saia do governo39.

A mudança não foi pacífica, pois os Talibãs jogaram foguetes em Cabul

ameaçando ainda mais o governo e matando muitos civis. O grupo Talibã, que começou

com o propósito de salvar as pessoas, passou a realizar grandes ataques e a massacrar a

população. Em 7 de março de 1996, Hekmatya e Rabbani fizeram um acordo para

conter a expansão Talibã e diversos membros dos dois partidos foram mortos ou

desapareceram. Massoud firmou-se como o líder militar da Frente da União Islâmica

para a Salvação do Afeganistão, a Aliança do Norte e junto com Dostum queriam conter

os ataques talibãs 40 . Apesar disso, o grupo extremista ganhava cada vez mais

popularidade e chegou a tomar conta de quase todo território afegão nos anos 2000.

Dostum viu-se forçado a abandonar o Afeganistão, e Massoud foi assassinado em 9 de

setembro de 2001.

38 1994 – July/ December. Disponível em < ^ Shaffer, Brenda (2006). The Limits of Culture: Islam and Foreign Policy. MIT Press. pp. 267. ISBN 978-0262693219. "Pakistani involvement in creating the movement is seen as central" > ou < ^ Forsythe, David P. (2009). Encyclopedia of human rights (Volume 1 ed.). Oxford University Press. pp. 2. ISBN 978-0195334029. "In 1994 the Taliban was created, funded and inspired by Pakistan" > Acesso em 18/10/2012 39 1995. Civil War in Afghanistan. Disponível em < ^ Research Directorate Documentation, information and Research Branch, Immigration and Refugee Board, "Quesiton and Answer Series: Afghanistna: Chronology of Events January 1995–February 1997," Ottawa. > Acesso em 18/10/2012 40 Civil War in Afghanistan. 1996. Disponível em < http://www.infoescola.com/afeganistao/historia-do-afeganistao/> Acesso em 18/10/2012

18

O Talibã tentou impor uma interpretação estrita da lei islâmica, a Sharia, e depois

foram apontados como partidários dos mujahideen, principalmente por abrigar a rede

de Osama bin Laden, a Al-Qaeda. O grupo Talibã sofre com uma tremenda falta de

reconhecimento internacional, não só pelos massacres e ataques terrorista, mas também

pela falta de interesse em agir de acordo com o direito internacional, exibindo seus

efeitos publicamente, a exemplo de quando mataram o presidente Mohammad

Najibullah e o deixaram pendurado em um poste em frente ao complexo das Nações

Unidas no Afeganistão. O grupo conseguiu se manter no poder até 2001 e desde 2004, o

grupo tenta se reestabelecer no território41.

3.3.A EVOLUÇÃO DA GUERRA MODERNA

O conceito de guerra moderna nasceu com a paz de Westphália em 1648, tratado

que colocou fim à guerra dos 30 anos. Depois desse tratado o Estado passou a possuir o

monopólio legítimo do uso da força. 42

A primeira geração da guerra é a chamada de linha e coluna (line and column),

onde as batalhas eram todas corpo-a-corpo e tinham caráter formal. Esse tipo de guerra

durou de 1648 a 1860. A importância desse tipo de guerra é dada pelo nascimento da

questão de ordem da estratégia militar. A partir dela nasceram conceitos como o

uniforme, a continência e a hierarquia. 43

Com o aperfeiçoamento das armas e da estrutura bélica, esse tipo de guerra se

tornou inviável, dando origem à segunda geração da guerra.

41 Islamic Emirate of Afghanistan. Disponível em < http://www.infoescola.com/afeganistao/historia-do-afeganistao/ > Acesso em 18/10/2012 42 Compreendendo a Guerra de Quarta Geração. Disponível em <http://www.ecsbdefesa.com.br/fts/MR%20WSLind.pdf> Acesso em 19/07/2012 43 Idem

19

A segunda geração foi desenvolvida pelo exército francês durante a primeira

guerra mundial. O poder de fogo era sincronizado para a infantaria, carros de combate e

artilharia em uma “batalha conduzida”, em que o comandante era visto como um

maestro.44

A questão da ordem permanecia intimamente ligada à cultura da guerra, o que

era um alívio para os oficiais.

Este tipo de guerra segue o mesmo padrão utilizado até hoje pelos Estados

Unidos, por isso sua importância é tão grande. Se observarmos a guerra do Iraque e a

do Afeganistão podemos perceber esse tipo de guerra - para os estadunidenses a guerra

é “por aço no alvo”. 45

A terceira geração da guerra também é um fruto da primeira guerra mundial,

dessa vez criado pelo exército alemão, a famosa guerra relâmpago (blitzkrieg). Esta

guerra não é baseada no poderio militar em si, mas na velocidade e na surpresa. O

ataque dá pela retaguarda do inimigo e seu princípio é causar o colapso. Na defesa, é

atrair o inimigo para cortar a retirada. Esta guerra é não linear. 46

A cultura de guerra também muda na terceira geração. O general foca no

resultado, nos fins; e não internamente, como no processo.

Na quarta geração, a mais importante para o nosso estudo, há a maior mudança

desde a paz de Westphália, uma vez que o Estado perde o monopólio sobre a guerra. A

guerra agora é dominada por grupos não ligados ao Estado, como os grupos terroristas:

44 Idem 45 Idem 46 Idem

20

Hamas, Hezbollah, AL-Qaeda e etc. Na guerra da quarta geração não são os estados que

entram em conflito, mas sim de grupos subnacionais. 47

3.4. TERRORISMO TRANSNACIONAL

Terrorismo é um termo amplamente utilizado nos discursos atuais tanto pela

mídia, como por delegações oficiais. Sua origem remonta do século I d.C., quando se

tem registros de um grupo de judeus radicais (os sicários) que, por meio de atos

violentos, atacavam a população civil da região que era favorável ao domínio romano.

No século XI, outro registro importante pode ser considerado, quando uma seita

muçulmana passou a se dedicar a acabar com seus inimigos no Oriente Médio.48

Na Europa, o terrorismo moderno teve sua origem no século XIX, porém via-se

como principal inimigo o Estado, portanto seus ataques não tinham como alvo civis e

sim chefes de Estado.49

Com novas tecnologias, no século XX, o alcance tanto destrutivo quanto de

influência sofreu um aumento antes inimaginável, assim, houve o aumento

extraordinário no número de grupos e ataques terroristas.50

O sentido mais moderno da palavra divide terrorismo em quatro níveis

diferentes: o terrorismo revolucionário, o terrorismo nacionalista, o terrorismo de

Estado e o terrorismo de organizações criminosas.

O terrorismo revolucionário tem como seus praticantes os chamados

guerrilheiros, são exemplos os maoístas, castristas, trotskistas e leninistas, como os

praticantes das Farc. O terrorismo nacionalista tem como objetivo a criação de um

47 Idem 48 Brasil Escola. Disponível em <http://www.brasilescola.com/historia/terrorismo.htm> Acesso em 19/10/2012. 49 Idem 50 Idem

21

Estado dentro de outro, assim as organizações bascas e curdas estão classificadas dentro

desse grupo. O terrorismo de Estado é tanto o terrorismo praticado contra sua própria

população, como também a perseguição a estrangeiros, o xenofobismo. Já o último tipo

é caracterizado como tendo como objetivo fins religiosos ou econômicos.51

Tendo em vista a ampliação do repertório acerca dos grupos terroristas, algumas

organizações serão explicadas e citadas a seguir:

Abbu Sayyaf Group (ASG) é uma organização terrorista atuante principalmente

nas Filipinas. Seu objetivo é a separação de uma pequena região no sul do país. O grupo

islâmico teve sua fundação na década de 90 e foi responsável por várias mortes de civis

e militares filipinos. Desde 2001, uma aliança entre Filipinas e EUA foi assinada para

combater a organização, porém, o exército americano não pode realizar operação

alguma em território filipino, sendo somente responsável pelo treinamento no combate

aos terroristas.52

Al-Qaeda é considerado o grupo terrorista de maior ameaça aos Estados Unidos,

uma vez que, foram os responsáveis pelos ataques dos 11 de setembro em território

americano. Com a guerra do Afeganistão, suas bases e líderes foram deslocados para o

Paquistão. Seu nome vem da tradução do árabe para e busca livrar os países

muçulmanos da influência ocidental, criando bases e conceitos próprios. Sua origem

remonta do grupo de oposição ao exército soviético que buscava invadir o Afeganistão

em torno de 1979, e tem como fundador Bin Laden. Como não há quartel general, as

operações do grupo se espalham por mais de 100 países, com uma maior atuação na

região do Paquistão e na fronteira desse país com o Afeganistão. Como líder desde sua

fundação, Osama Bin Laden era o principal articulador de seus planos, em especial o 51Brasil Escola. Disponível em <http://www.brasilescola.com/historia/terrorismo.htm> Acesso em 19/10/2012. 52Time. Disponível em <http://www.time.com/time/world/article/0,8599,1927124,00.html> Acesso em 19/10/2012.

22

ataque as torres gêmeas e ao pentágono, tornando-o por alguns anos um dos homens

mais procurados pelo governo americano. Com sua morte, em primeiro de maio de

2011, a organização tem como líder Ayman Al-Zawahiri.53

Euskadi Ta Askatasuna (ETA) é um grupo terrorista separatista que busca a

independência da região basca, atualmente localizada na Espanha e França. O grupo se

formou em 1959, com membros dissidentes do partido nacionalista basco. Em princípio,

era um dos mais fortes grupos de oposição a ditadura de Francisco Franco, na Espanha,

época com que contava com apoio expressivo da população, contudo, após a queda do

regime, continuou seus ataques com a mesma maneira e agredindo civis com até mais

intensidade, o que causou sua queda de popularidade. A partir de 1978, houve a

tentativa de criação de um braço político ao grupo, o Batasuna, porém, devido a

atentados com muitas mortes, esse foi considerado ilegal pela justiça espanhola. A

organização anunciou em 2006 um cessar-fogo, porém esse foi rompido com um

atentado no final do mesmo ano.54

Fatah Al Islam é uma organização terrorista tecnicamente nova, criada em 2006,

mas que foi rapidamente levada em consideração quando, em 2007, praticou um dos

piores casos de violência no Líbano desde sua Guerra Civil. É formada palestinos

baseados no Líbano, esses buscam a formação de um Estado palestino.55

Hamas é um grupo extremista que busca a criação de um Estado palestino,

visando assim à destruição do Estado de Israel. O grupo possui em sua história,

profundos desentendimentos com o Fatah, apesar de ambos lutarem por uma mesma

causa. Em 2011, esses conseguiram firmar um acordo de reconciliação. Conta com um 53 CFR. Disponível em <http://www.cfr.org/terrorist-organizations/al-qaeda-k-al-qaida-al-qaida/p9126> Acesso em 19/10/2012. 54 Blogvisão. Disponível em <http://blogvisao.wordpress.com/2007/06/07/uma-breve-histria-do-ptria-basca-e-liberdade/> Acesso em 19/10/2012. 55 BBC. Disponível em <http://www.bbc.co.uk/news/world-middle-east-10979788> Acesso em 19/10/2012.

23

braço político e com vários sistemas de ajuda a população palestina, principalmente na

faixa de gaza. Desde 2006, só vem utilizando ataques com foguetes ao território

israelense, deixando assim as antigas técnicas de ataques suicidas.56

Hezbollah é um grupo armado e político libanês, seu objetivo é a criação de um

Estado Islâmico Libanês e a destruição do Estado de Israel. Foi criado em 1982 durante

a guerra civil do Líbano, porém vem ganhando mais influência no cenário político do

país, conquistando em eleições recentes até 11 cadeiras de 30 do parlamento. O braço

armado é mantido na busca pela recuperação e guarda de todos e qualquer território

libanês ocupado.57

Hizbul Mujahideen é um grupo armado que atua na região da Caxemira e de

Jammu, tanto na área indiana quanto na paquistanesa. Procura a emancipação da região

e sua integração ao Paquistão. Esse grupo islâmico foi fundado em 1989 e seus

atentados contam com grande número de vítimas.58

Irish Republican Army (IRA) é um grupo terrorista atuante na região da Irlanda

do Norte. É um grupo formado por católicos que buscavam a separação da região do

Reino Unido e assim sua incorporação a Irlanda. Seu principal descontentamento se da

devido ao Reino Unido ter a maioria protestante. Em 2002, anunciou um cessar-fogo e

que entregaria todas as suas armas desfazendo assim a organização, boa parte das armas

já foram entregues.59

Jaish-e-Mohammed (JEM) é um grupo terrorista situado no Paquistão, tem como

principal objetivo a anexação da Caxemira ao país e a expulsão de todas as tropas 56 The Jerusalem Fund. Disponível em <http://www.thejerusalemfund.org/carryover/documents/charter.html> Acesso em 19/10/2012. 57 Infoescola. Disponível em <http://www.infoescola.com/historia/hezbollah/> Acesso em 19/10/2012. 58 South Asia Terrorism Portal. Disponível em <http://www.satp.org/satporgtp/countries/india/states/jandk/terrorist_outfits/hizbul_mujahideen.htm> Acesso em 19/10/2012. 59 UOL. Disponível em <http://educacao.uol.com.br/historia/ira-exercito-republicano-irlandes-atuou-contra-protestantes-na-irlanda.jhtm> Acesso em 19/10/2012.

24

estrangeiras do Afeganistão. Declarou abertamente guerra aos Estados Unidos. Nos

últimos anos vem deixando de lado seu objetivo na índia e se voltando somente para o

Afeganistão.60

Jemaah Islamiyah (JI) é um grupo terrorista que atua no Sudeste Asiático,

principalmente na Indonésia. Começou a realizar ataques em 1999 e busca a formação

de um Estado islâmico com regiões de Tailândia, Malásia, Cingapura, Brunei, Indonésia

e o sul das Filipinas.61

Partiya Karkerên Kurdistan (PKK) é uma organização terrorista curda que busca

a independência do chamado Curdistão, região hoje que abrange países como Iraque,

Armênia e principalmente a Turquia. Fundado em 1978, possui um braço armado e um

político, esse se alto considerando o único representante do povo curdo. Formou o

próprio parlamento curdo na Europa, esse busca uma solução política para a questão.62

Tigres de Liberação do Tamil Eelam é um grupo terrorista que visa à separação

de uma parte da ilha do Sri Lanka criando assim o Estado Tâmil. Esse praticava ações

extremas e com tremenda violência no país, porém fortes investidas contra esse grupo

foram tomadas.63

Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) corresponde a um grupo

guerrilheiro que visava a princípio a formação de um Estado socialista na Colômbia,

porém sua atuação no comércio e tráfico de drogas é mundialmente problemático.

Durante a década de 90, chegou a dominar 40% do território colombiano. Tem como

um dos principais aspectos o seqüestro de civis. Em 2012 foi restabelecida a conversa 60 National Counterterrorism Center. Disponível em <http://www.nctc.gov/site/groups/jem.html> Acesso em 19/10/2012. 61 National Counterterrorism Center. Disponível em <http://www.nctc.gov/site/groups/ji.html> Acesso em 19/10/2012. 62 Insegurança Pública. Disponível em <http://inseguranapblica.blogspot.com.br/2009/07/partido-dos-trabalhadores-do-curdistao.html> Acesso em 19/10/2012. 63Página Vermelha. Disponível em <http://www.paginavermelha.org/noticias/101115-sri-lanka-licoes-da-derrota.htm> Acesso em 19/10/2012.

25

entre seus lideres e o governo para um tratado de paz, após várias baixas seguidas em

sua liderança.64

O Talibã também é um grupo terrorista de grande atuação. Apesar de possuírem

praticamente o mesmo nome, correspondem a duas facções diferentes, que embora

sejam aliadas e possuam interesses semelhantes, podem ser entendidas de modo diverso.

Uma delas é o Talibã paquistanês, Tehrik-i-Taliban Pakistan (TTP), atuante

principalmente o Paquistão e responsável por atentados como a explosão de um carro-

bomba na Times Square em maio de 2010 e o atentado a garota paquistanesa de 14

anos, em 2012. O segundo grupo é o Talibã afegão, organização combatida

efetivamente na guerra do Afeganistão. 65 Ou seja, esse último será o de maior

importância para nosso comitê.

O grupo surgiu em 1994, no sul do território do Afeganistão. O país passava por

uma complexa guerra civil, e como nessa região não havia um governante certo, o

Talibã conseguiu se desenvolver e ganhar adeptos, utilizando da cultura local e dos

pensamentos islâmicos. Em 1996, com financiamento paquistanês, finalmente

consegue, por meio da luta armada, tomar Cabul, dando início a um período de governo

da organização.66

Durante seu governo, o Talibã impôs a lei islâmica ao Estado. Assim, mulheres

foram banidas das escolas e proibidas de estudar e até mesmo sair de suas casas.

Música, televisão e esportes foram também banidos do país e entre outros atos de total

quebra dos direitos humanos. 67

64 Brasil Escola. Disponível em <http://www.brasilescola.com/historia/farc.htm> Acesso em 19/10/2012. 65 CNN. Disponível em <http://edition.cnn.com/2012/10/17/world/asia/pakistan-taliban-profile/index.html> Acesso em 30/10/2012. 66 G1. Disponível em <http://g1.globo.com/Sites/Especiais/Noticias/0,,MUL1233340-16107,00-TALIBA+E+FRUTO+DE+VACUO+DE+PODER+APOS+ANOS+DE+CONFLITO+NO+AFEGANISTAO.html> Acesso em 30/10/2012. 67 Idem

26

Logo veio sua aproximação com a AL-Qaeda e Osama Bin Laden, fator chave

para a saída do poder no final de 2001, com a invasão do exército americano em

represália aos atentados de 11 de setembro do mesmo ano. O grupo busca hoje a

retomada do poder no Afeganistão e a destruição completa dos valores do mundo

Ocidental, atuando de maneira clandestina por todo o território afegão.68

3.5. GUERRA AO TERROR

A Guerra ao Terror é uma iniciativa de combate ao terrorismo no mundo iniciada

pelos Estados Unidos69. Ganhou vazão em 2001 após o ataque ao World Trade Center ,

em 11 de setembro. Foi a partir do então presidente americano George W. Bush que se

iniciou essa caçada ao terrorismo em escala global. Foram mobilizados diferentes

esforços simultâneos na Guerra ao Terror, no plano político-

diplomático, econômico, militar e de inteligência ou contra-inteligência70.

No começo desta iniciativa houve um impasse entre os Estados Unidos e seus

aliados da OTAN com países como China e Rússia. Os EUA e seus aliados definiram

quais grupos terroristas e Estados seriam considerados seus inimigos, ação que nem a

China nem a Rússia apoiaram. Para estes, o separatismo e o extremismo são sinônimos

de terrorismo, criando assim a Organização de Cooperação de Xangai para tentar

combatê-los71.

Muitos analistas e membros da comunidade internacional chegaram a alegar que,

dentre outras coisas, a iniciativa estadunidense de tentar combater o terrorismo

funcionava como discurso legitimador para outro objetivo de caráter material: a meta de

controlar a maior produção de petróleo do mundo. Outro fator apontado por alguns

68 Idem 69 Guerra ao Terror. Disponível em < httphttp://www.infoescola.com/afeganistao/historia-do-afeganistao/> Acesso em 21/11/2012 70 Idem 71 Idem

27

como sendo o real objetivo desta política agressiva contra grupos terroristas de países

no Oriente Médio é que as guerras não teriam um caráter defensivo contra o terrorismo

e sim de ofensiva para os Estados Unidos tentarem garantir o balanço poder na região.

Este poder se daria pela expansão de bases militares americanas em diversas partes do

mundo, garantindo assim o controle de áreas estratégicas. 72

Em 2011, os Estados Unidos começaram a retirar suas tropas do Afeganistão, palco

do início da “Guerra ao Terror”. Logo após essa retirada de pequena parte dos soldados,

o presidente Barack Obama anunciou a retirada de um terço do contingente norte-

americano. 73

4. PONDERAÇÕES

Atualmente a função da OTAN no Afeganistão é finalizar a operação iniciada

em 2001 até 2014, data final da retirada das tropas.

Os delegados do Conselho do Atlântico Norte devem se lembrar de que a

unanimidade é um fator de crucial importância na hora de aprovar ordens de guerra,

pois como representantes de apenas um país deverão elaborar ordens eficientes que

levem em consideração a questão da pressão do tempo e agilidade nas decisões.

Os objetivos centrais deste comitê enquanto um Jogo de Guerra são: maior

esclarecimento sobre o potencial de cada representação do comitê, implementação de 72 10 anos de Guerra ao Terror: um balanço. Disponível em

<http://www.pco.org.br/conoticias/ler_materia.php?mat=31866> Acesso em 21/11/2012

73 Guerra ao Terror. Disponivel em < CECEÑA, Ana E. (2002) "A batalha do Afeganistão". p. 222-249.

in: CECEÑA, A. E. & SADER, Emir (2002) A Guerra infinita. Buenos Aires: Clacso; Petrópolis, RJ: Ed.

Vozes > , < KLARE, Michael (2004) "Sangue por petróleo: a estratégia energética de Bush e Cheney". p.

201-223. in: LEYS, C. & PANITCH, L. (orgs.) O novo desafio Imperial. CLACSO, 2006.>, < FUSER,

Igor (2007) "O petróleo do Golfo Pérsico, ponto-chave da estratégia global dos Estados Unidos". p. 87-

102. In: FRATI, Mila. (org.). Curso de formação em política internacional. São Paulo, SP: Ed. Fundação

Perseu Abramo> Acesso em 21/11/2012

28

um sistema mais claro e definição de ordens e comandos dos representantes. O

mecanismo usualmente implementado em comitês do gênero não prevê nenhum

formato específico e os diretores não têm por hábito conversar com os delegados para

entender suas ordens. Mesmo em jogos de guerra promovidos pelas Forças Armadas, os

instrutores estão constantemente em contato com os participantes, de modo a entender

completamente o que estes pretendem com suas ordens; a adoção de uma relação

temporal clara. Muitos comitês implodem porque os delegados não conseguem produzir

suas decisões rapidamente. É preciso dar mais atenção a um aspecto muito importante

de um comitê militar: a pressão do tempo. Submeter os representantes à demanda

intelectual de se tomar decisões complexas rapidamente é fundamental para a qualidade

da experiência.

5. DOCUMENTO DE POSIÇÃO OFICIAL (DPO)

O Documento de Posição Oficial do comitê OTAN+Rússia deve conter

primeiramente uma explanação sobre as circunstâncias do país na Guerra ao Terror e na

Guerra do Afeganistão. E posteriormente uma verdadeira tática de guerra para definir os

próximos passos a serem tomados pelo comitê. Essa seção deve ser extremamente

detalhada, em relação à movimentação de tropas, número de tropas, utilização de caças

e bombardeiros, utilização de engenheiros e especialistas, e deve demonstrar

conhecimento quanto a geografia da região. Encorajamos a presença de um mapa no

DPO expondo como a operação da delegação será executada.

A nota atribuída ao documento levará em consideração estes itens, de modo que

a falta de algum deles ou a má explicação da tática militar levará a perda de pontos.

6. PANORAMAS

29

Países Membros Tropas Enviadas Ao

Afeganistão

Área de Atuação no

Afeganistão

Alemanha 4737

Comando Regional da Capital,

Comando Regional do Norte:

Mazar-e Sharif, Líder da Operação

Kunduz e Fayzabad

Bélgica 283

Comando Regional da Capital,

Comando Regional do Norte:

Kunduz e Comando Regional do Sul:

Kandahar (F16)

Canadá 950 Comando Regional da Capital

Croácia 260 Comando Regional da Capital,

Comando Regional do Norte

Dinamarca 613

Comando Regional da Capital,

Comando Regional do Sudoeste:

Helmand

Espanha 1450

Comando Regional da Capital,

Comando Regional do Oeste, Líder

da Operação Qala-i-Naw

30

Estados Unidos 68000

Comando Regional da Capital,

Comando Regional do Leste,

Comando Regional do Oeste: Farah,

Comando Regional do Sul: Qalat e

Uruzgan, Líder da Operação Farah,

Asadabad, Gardez, Jalalabad, Khost,

Nuristan, Mehtar Lam, Panjshir,

Sharana, Ghazni e Líder em

Coperação na Operação Tarin Kowt

Estônia 155

Comando Regional da Capital,

Comando Regional do Sudoeste:

Helmand

França 2418 Comando Regional do Leste:

Kandahar e Aeródromos de Cabul

Grécia 12 Complexo do Aeroporto

Internacional de Cabul

Hungria 555 Comando Regional da Capital

Islândia 3 Comando Regional da Capital

Itália 4000

Comando Regional da Capital,

Comando Regional do Oeste: Heart,

Líder da Operação Heart

Países Baixos 500 Comando Reginal da Capital,

Comando Regional do Sul

31

Polônia 1800 Comando Regional da Capital,

Comando Regional do Leste: Ghazni

Portugal 141 Comando Regional da Capital

Reino Unido 9500

Comando Regional da Capital,

Comando Regional do Sul,

Comando Regional do Sudoeste:

Helmand, Líder da Operação

Lashkar Gah

República Tcheca 422 Comando Regional da Capital, Líder

da Operação Logar

Romênia 1762 Comando Regional da Capital,

Comando Regional do Sul: Zabul

Turquia 1328 Comando Regional da Capital, Líder

da Operação Wardak e Jawzjan

Outros Países

Rússia - -

Países Observadores

Afeganistão - -

Jordânia 0 Aeródromos de Kandahar

Paquistão - -

Ucrânia 25 Comando Regional da Capital

32

7. GUIA TÁTICO

Uma simulação visa tentar reviver uma série de fatos pré-determinados dentro de

um espaço tempo também pré-determinado, a fim de estudar certa situação da história

ou da atualidade.

Porém, para que a simulação tenha uma ligação com a realidade e preserve o

valor pedagógico existem algumas regras que necessitam ser seguidas.

7.1.Jogos

“Jogos são situações que podem ser analisadas formalmente e envolvam

interações entre agentes racionais que se comportam estrategicamente” (FIANNI,

2004).

Os jogos são amplamente utilizados como ferramentas de ensino no mundo todo

há décadas, já que desenvolvem as mais diversas habilidades dos jogadores.

Como os jogos, no geral, visam um objetivo (vencer), os jogadores se mantêm

atentos às regras e a estratégia para a vitória. A partir deste dado a adoção dos jogos em

academias militares se tornou comum, estimulando a criatividade e motivados por

interesses opostos condicionados por um conjunto de regras.

A Teoria dos Jogos utiliza de certas técnicas de descrição e análise permitindo

um envolvimento maior com as estratégias do jogo.

7.2. O que é um Jogo de Guerra?

“Jogo de Guerra é um modelo ou simulação de guerra cujo funcionamento não

envolve as atividades de forças militares reais, e cuja sequência de eventos afeta e, por

sua vez, é afetada pelas decisões tomadas pelos jogadores representando os lados

adversários” (PERLA, 1990, tradução nossa).

Num jogo de guerra existem fases. A primeira é a criação de um documento

expondo suas intenções em forma de preparação ao jogo. (ver DPO). A segunda etapa

33

engloba a exposição de uma situação-problema, que no nosso caso foi feito durante este

guia todo. Um jogo de guerra tem por sua característica treinar a parte estratégica da

guerra, não a utilização de equipamentos e excluindo também os outros tipos de comitês

simulados como políticos, econômicos, jurídicos, sociais e etc.

7.3. Limitações do Jogo de Guerra

Diferente das regras do debate que estão descritas no guia de regras, nesta seção

do guia aprenderemos como se dará o jogo de guerra propriamente dito.

Ao longo das décadas cujo uso dos jogos de guerra cresceu vertiginosamente, as

limitações foram sendo descobertas, porém com o aperfeiçoamento da técnica hoje os

jogos são praticamente ilimitados, exceto no que tange aos efeitos psicológicos dos

soldados na guerra. O cansaço e a pressão são amplamente explorados nos jogos de

guerra, mas os efeitos não são, evidentemente, os mesmos de estar numa guerra de

verdade.

Aqueles que conduzem o jogo, no caso os diretores do comitê, tendem a

minimizar o máximo possível suas reações em relação ao andamento do jogo e ao

resultado das batalhas; muitas vezes a parcialidade dos condutores pode mudar os

rumos do jogo tirando o valor da experiência. (idem)

Contudo nenhuma dessas limitações tira o valor de um jogo de guerra, o

aprendizado é o mesmo de uma guerra real; ou até maior, pois os erros podem ser

corrigidos sem maiores danos.

8. TEORIZAÇÃO

8.1.Elementos essenciais

8.1.1. Propósito

O propósito do jogo é um dos elementos essenciais para a execução do mesmo,

significa qual seria a função da atividade. No caso deste jogo de guerra, o propósito é o

34

combate ao talibã no Afeganistão. É muito importante que o propósito esteja bem claro

e definido, para que seja possível determinar os demais elementos do jogo.

8.1.2. Cenário

O cenário corresponde ao espaço geográfico onde se encontra o jogo de guerra,

condicionando as decisões também a características climáticas, topográficas, etc.

Quanto maior for a realidade das operações mais fidedigno é o jogo. No nosso caso o

cenário é o Afeganistão.

8.1.3. Situação

São todas as características do local e conjuntura da guerra, os antecedentes,

situação econômica, política, social, etc. Toda a situação da guerra do Afeganistão e a

operação da OTAN está bem descrita por todo o guia de estudos.

Nosso jogo de guerra pode ser definido como:

Didático: porque explora a familiarização com o processo decisório e a estrutura

básica da guerra;

Local: a operação se desenvolverá como parte de um Teatro de Operações;

Hipotético: porque possui uma base histórica;

Prospectivo: deriva de uma projeção de tempo corrente com possíveis

desdobramentos para um futuro que pode ou não se concretizar;

Estratégico: porque os jogadores possuem altas patentes e o nível de decisões é

global;

Unilateral: os jogadores representam apenas uma parte do jogo, cabendo às

respostas ao GRUCON (grupo de controle);

Semirrígido: o GRUCON pode interferir no resultado das batalhas, porém

sempre seguindo as regras do jogo;

35

Fechado: os jogadores tem pouquíssima informação sobre o oponente em

relação a número de homens, distribuição destes homens, armas e etc.

8.2. Regras do Jogo de Guerra

Os jogadores serão distribuídos em dois grupos: civis (chefes de estado e

governo) e militares (Ministros de Guerra e Defesa, Chefes do Estado-Maior, militares

de alta patente). (PERLA, 1990)

O GRUCON tem três divisões: Moderadores, Peritos e Célula-Branca. Os

moderadores são os diretores que ficam dentro do comitê conduzindo o jogo, o perito

fica quase que exclusivamente no GRUCON e organiza as reações ao jogo e as

operações do comitê e a Célula-Branca representa o opositor à operação.

Após a passagem de regras será dado o primeiro MOVIMENTO, ou seja, a

tarefa que deverá ser executada e a partir da execução desta tarefa as reações irão

acontecendo de forma que o jogo vá se desenrolando.

DICIONÁRIO DE TERMOS MILITARES

i. AÇÃO (militar): Ato ou efeito de fazer algo utilizando meios militares restrito

no campo tático. A ação pode ser ofensiva ou defensiva.

ii. ACERTO CASUAL (ou acerto feliz): Acerto eventual que desestrutura o

oponente, minando a sua capacidade.

iii. ACOMPANHAR: Obtenção de informações sobre o oponente. O mesmo que

sombrear.

iv. AERONAVE: Descrição genérica de veículo que circula no ar.

v. AEROTÁTICA: Operação executada no ar.

vi. AEROVIA: Espaço aéreo controlado por radares.

vii. ÁGUAS TERRITORIAIS: Extensão desde o território até às águas interiores.

36

viii. ALCANCE EFICAZ: Distância máxima que uma arma consegue alcançar com

precisão.

ix. ALCANCE MÁXIMO: Distância máxima que uma arma consegue alcançar.

x. ALERTA NO AR: Situação de prontidão de aeronaves no espaço aéreo

determinado.

xi. ALERTA NO SOLO: Idem, porém em terra.

xii. ALTITUDE DE VOO: Distância vertical de uma aeronave em voo.

xiii. ALVO: Designação genérica do objeto que se quer destruir ou abater.

xiv. ASSALTO: Fase final do ataque ou ataque curto, violento e preciso.

xv. ATAQUE COORDENADO: Ação cronometrada, simultânea e com mais de

uma unidade de ataque.

xvi. ATAQUE DELIBERADO: Ataque que deve ser realizado com o máximo de

precisão.

xvii. ATAQUE URGENTE: Ataque que deve ser conduzido com o máximo de

rapidez.

xviii. AVIÃO DE ATAQUE: Avião de Combate que possui como característica

básica a capacidade de realizar ações ofensivas contra alvos na superfície.

xix. AVIÃO DE BOMBARDEIO : Avião de Combate destinado a efetuar

bombardeio aéreo.

xx. AVIÃO DE CAÇA: Avião de Combate destinado a destruir aviões inimigo em

combate aéreo.

xxi. AVIÃO DE COMBATE: Avião destinado a executar ações de combate podendo

ser de Ataque, de Bombardeio, de Caça, Caça-Bombardeiro, etc.

xxii. AVIÃO DE INTERCEPTAÇÃO: Avião de Caça que tem por função interceptar

as incursões aéreas inimigas.

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xxiii. AVIÃO DE PATRULHA: Avião de grande autonomia de voo, destinado a

realizar operações de patrulha, podendo, complementarmente, executar ações de

ataque.

xxiv. AVIÃO DE RECONHECIMENTO : Avião que tem por função realizar

reconhecimentos e enviar observações de uma área, podendo,

complementarmente, executar de ataque.

xxv. AVIÃO DE TRANSPORTE : Avião destinado ao transporte aéreo militar.

xxvi. AVIÃO TANQUE: Avião destinado ao reabastecimento no ar de outros aviões.

xxvii. AVIÃO TORPEDEIRO:Avião de Ataque destinado a efetuar ataques com

torpedos.

xxviii. BANDA: Conjunto de canhões que um navio pode atirar a bordo.

xxix. BATALHA DECISIVA: Batalha naval que as perdas são imensas que

incapacitam o lado que perdeu de continuar lutando.

xxx. BLOQUEAR: Cercar com forças militares

xxxi. BLOQUEIO NAVAL: Impedir que navios e barcos saiam de determinada costa

ou dimensão de costa.

xxxii. BRIEFFING: Resumo de certa situação.

xxxiii. CARRO DE COMBATE ANFÍBIO: Veículo blindado armado, normalmente

com obus e metralhadora.

xxxiv. CARRO DE COMBATE LAGARTA ANFIBIO: Veículo blindado, destinado

ao transporte de tropas e de carga no Movimento Navio-Terra.

xxxv. COBERTURA: Proteção à uma força ou comboio, seja por navios, aeronaves ou

tropas.

xxxvi. COMANDO: Oficiais altamente treinados para fazer ataques surpresas.

xxxvii. COMBOIO: Grupo de viaturas organizadas, dispondo ou não de escolta.

38

xxxviii. DANO: Efeito da ação sobre o poder combatente do inimigo.

xxxix. DEFESA AEREA: Em sentido restrito consiste na defesa de ataques de

aeronaves por meio de aeronaves.

xl. DEFESA AEROESPACIAL : É o conjunto de ações destinadas a assegurar o

exercício da soberania no espaço aéreo da nação, impedindo seu uso para a

prática de atos hostis ou contrários aos objetivos nacionais.

xli. DEFESA ANTIAEREA: Em sentido restrito, consiste na defesa de ataques de

aeronaves pelo emprego de meios fixos móveis na superfície.

xlii. DEFESA INTERNA: Conjunto de ações e medidas, em nível operacional,

empreendidas nos campos político e militar, visando a prevenir, reprimir ou

eliminar ações exercidas com a participação direta ou indireta de agentes de

estratégia adversa que ameacem ou comprometam a segurança interna.

xliii. DEFESA NUCLEAR: Conjunto de medidas destinadas a anular ou reduzir os

efeitos de um ataque nuclear.

xliv. ESCOLTA: Força naval que acompanha os navios de guerra.

xlv. ESQUADRA: Organização composta de navios, aviões e força de fuzileiros.

xlvi. ESTRATÉGIA: Ato de prever o emprego de estruturas e meios a fim de atingir

um objetivo.

xlvii. FOGO DE COBERTURA: Fogo desencadeado antes do desembarque, a fim de

cobrir operações de preparação.

xlviii. FOGO DE DESTRUIÇÃO: Fogo preciso, desencadeado com a finalidade de

destruir um alvo, normalmente um objeto material.

xlix. FOGO DE INQUIETAÇÃO : Fogo de cadência menor que a do fogo de

neutralização, destinado a infligir perdas, ou, pela ameaça de perdas, a

prejudicar a movimentação do inimigo.

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l. FOGO DE INTERDIÇÃO: Fogo realizado com o propósito de destruir ou

neutralizar as comunicações inimigas, pontes, entroncamentos, estradas,

impedindo a organização da defesa e o envio de tropas de reforço para área de

combate.

li. FOGO DE NEUTRALIZAÇÃO: Fogo desencadeado para produzir perdas e

danos capazes de reduzir por algum tempo a eficiência combativa do inimigo.

lii. FOGO DIRETO: Fogo desencadeado sobre um alvo utilizando-se o próprio alvo

como ponto de visada para as alças dos canhões ou para a alça diretora.

liii. FOGO INDIRETO: Fogo feito sobre um alvo usando outro ponto como ponto

de visada. Por não ser diretamente visível o alvo, este tipo de fogo requer

Espotagem aérea ou em terra.

liv. FOGO RÁPIDO: Fogo cuja cadência dos sucessivos disparos ou salvas não é

retardada.

lv. HELIPONTO: Área de pouso de helicópteros

lvi. HELIPORTO: Helipontos públicos dotados de facilidades para o pouso.

lvii. MANOBRA ESTRATÉGICA: Manobra realizada para atender a um propósito

estratégico.

lviii. MANOBRA EVASIVA: Manobra realizada com uma unidade ou força naval a

fim de escapar ao inimigo.

lix. MANOBRA TÁTICA: Manobra realizada para atender a um propósito tático.

lx. OPERAÇÃO: Conjunto de ações.

lxi. PODER NACIONAL: União de todas as forças que dispõem a nação

lxii. PONTO DE IMPACTO: Ponto em que a trajetória do torpedo intercepta a

derrota do alvo.

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lxiii. PONTO DE PARTIDA: Ponto de controle aéreo na extremidade exterior do

sistema de raias de aproximação.

lxiv. RAIO DE AÇÃO: 1. (Aeronave) - Distância que uma aeronave pode afastar-se

de uma determinada base para cumprir uma tarefa específica e regressar ao

mesmo local de decolagem com determinada reserva de combustível.2. (Navio) -

Distância que um navio pode navegar sem ultrapassar determinado nível mínimo

de reserva de combustível.3. (Bomba ou Mina) - Raio de círculo dentro do qual

qualquer alvo será destruído ou seriamente avariado por sua explosão.

lxv. TAREFA: Ação operativa específica atribuída por superior a um subordinado ou

assumida por este e que, quando adequadamente executada, cumprirá ou

contribuirá para o cumprimento da sua missão ou da do superior.

lxvi. TÁTICA: Arte de dispor, movimentar e empregar as forças militares em

presença do inimigo ou durante a batalha.

lxvii. TEATRO DE GUERRA: Todo o espaço geográfico – terrestre, marítimo e aéreo

– que seja ou possa ser diretamente envolvido nas operações militares de uma

guerra.

lxviii. TEATRO DE OPERAÇÕES (TO) : Parte do Teatro de Guerra necessário à

condução de operações militares para o cumprimento de determinada missão. 74

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