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GUIA DA CONSULTA DA CRIANA

lvaro Jorge Madeiro Leite Almir Castro Neves Filho Joo Joaquim Freitas do Amaral

Colaboradores

Nolia Leal Lima ngela da Silveira Kataoka

GUIA DA CONSULTA DA CRIANA

Agradecimentos rika Matos Ana Rosana Guedes Karennine Vieira Nogueira

SUMRIO

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12

Ensino de pediatria e atendimento s crianas Consulta do recm-nascido Consulta do recm-nascido at 2 meses Consulta da criana de 3 a 4 meses Consulta da criana de 5 a 6 meses Consulta da criana de 7 a 9 meses Consulta da criana de 10 a 12 meses Consulta da criana de 1 a ano a 1 ano e 6 meses Consulta da criana com 1 ano e 6 meses a 2 anos Consulta da criana com 3 a 5 anos Consulta da criana com 6 a 7 anos Consulta da criana com 8 a 10 anos

1 7 9 11 13 15 17 19 21 23 25 27 29 31 32 33 34

13 Curvas de crescimento 14 Marcos do desenvolvimento 15 Alimentao saudvel 16 Calendrio vacinal 17 Preveno de acidentes

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ENSINO DE PEDIATRIA E ATENDIMENTO S CRIANAS

1

lvaro Jorge Madeiro Leite

1.

CRIANA E MEDICINA PEDITRICA: encontros possveis

A Pediatria no dizer do Professor Pedro de Alcntara a Medicina da pessoa humana em desenvolvimento. Assim, a Pediatria se ocupa da totalidade dos problemas de sade de uma fase da vida, analogamente ao que se verifica com a Geriatria ao se debruar sobre os problemas de sade da pessoa em idade avanada. A conseqncia imediata de que a Pediatria no constitui uma especialidade mdica como tradicionalmente se costuma classificar. Ela no se restringe a um rgo ou conjunto de rgos, como por exemplo, outros campos: Otorrinolaringologia, Oftalmologia, Cardiologia, Pneumologia. Tampouco se restringe a um aparelho ou conjunto de aparelhos (Urologia, Ortopedia, Ginecologia, etc.). De modo marcante, a Pediatria est predestinada a oferecer um lugar especial s mes, uma vez que atravs delas (e da leitura que elas so capazes de empreender) que chegam ao mdico assistente, a traduo dos problemas de sade de seus filhos. Crianas sintetizam a fase da vida de mais intenso e inadivel desenvolvimento, fase em que o alicerce de toda uma vida se estrutura e se consolida. Portanto, cuidar de crianas nos impele a pensar em pessoas humanas dentro de uma teia de relaes que favorecem ou desfavorecem esse desenvolvimento. Crianas so produtos de projetos familiares, com destaque especial, aos projetos maternos, que podem ser bem ou mal sucedidos; so pessoas em fase de vulnerabilidade mxima e limitada autonomia. Portanto, alm de cuidados fsicos essenciais e de proteo, as crianas precisam ser contempladas em outras necessidades vitais para seu desenvolvimento mental e emocional, em particular, a necessidade de construir bons relacionamentos afetivos. Tais aspectos tornam a Medicina Peditrica um empreendimento humano e profissional de longo alcance, onde se mescla responsabilidade e prazer, uma disciplina mdica intelectual e afetivamente desafiadora. Complexa e ao mesmo tempo, sedutora. Isto se reflete nas mltiplas e diferentes habilidades que devem possuir ou adquirir os mdicos que cuidam de crianas. Vamos exemplificar tomando como anlise os diferentes conhecimentos e habilidades para atender uma criana de quatro meses de idade e outra de quatro anos de idade. Que dilogo possvel? Quais as caractersticas desse dilogo? Que questes preventivas e que questes psicossociais devem ser abordadas? Que habilidades so necessrias para realizar o exame clnico? Como contemplar as demandas familiares oriundas das mais diversas configuraes (renda, escolaridade, rede de apoio familiar, ambiente comunitrio)? Como contemplar, em especial, as demandas maternas em cada cenrio? E a autonomia de cada uma dessas crianas, como se manifesta na consulta? Todos esses aspectos embelezam o desafio de atender, integralmente, cada criana e suas circunstncias de vida singular, inscritas numa dinmica familiar e comunitria prprias. Aqui uma ressalva: no razovel exigir que no incio da formao clnica para atender crianas o aluno ou residente seja capaz de oferecer respostas adequadas demandas to complexas e multifacetadas. Claro est, que tais habilidades s so passveis de serem desenvolvidas ao longo do tempo e do processo individual de amadurecimento de cada aluno. O interesse e a dedicao por parte do aluno aliados disponibilidade de estrutura de ensino adequada so os elementos facilitadores da formao de um clnico experiente e habilitado para cuidar de crianas.

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2.

A CONSULTA NO AMBULATRIO CRIANA SAUDVEL: DILOGO MDICO-ME-CRIANA

O relacionamento do estudante ou residente que vai atender crianas deve ser precedido de alguns conhecimentos tcnicos e de algumas habilidades afetivas e comunicacionais (aqui falaremos com mais nfase da relao com as mes como representantes mais constantes nas consultas e devido s caractersticas do relacionamento especial que mantm com seus filhos): 1. O paciente (ou cliente) da Medicina Peditrica so as crianas. No entanto, crianas, em particular, as de menor idade, no tm autonomia, independncia nem linguagem verbal suficientes para estabelecer um padro de comunicao que possibilite um adequado desenrolar da entrevista clnica. Crianas precisam de adultos que traduzam seus problemas; essa contingncia mais um dos aspectos que a diferenciam da Medicina de Adultos. Como decorrncia, habilidades especficas so necessrias ao clnico para captar e desvendar a natureza dos problemas trazidos consulta. 2. Ateno especial deve ser dada fala das mes, o que implica em disponibilidade para escutar as preocupaes e aflies maternas. Freqentemente, precisamos estar atentos para identificar os reais motivos da consulta clnica e, para isso, precisamos aprender a acolher as demandas e o discurso das mes, ou seja, a partir da percepo materna que o estado de sade da criana (queixas, sinais, sintomas) nos ser apresentado. Em suma, constituinte de uma boa consulta saber distinguir o problema clnico da criana e a eventual leitura ansiosa ou distorcida que nos traz sua me; ambas as demandas precisam ser compreendidas e, consequentemente, abordadas adequadamente. Aqui, no significa destituir de validade percepo inadequada que pode ter a me sobre a sade de sua criana, e sim, ajud-la a entender a distino entre suas ansiedades e o problema da criana. Esse um aspecto indispensvel para estabelecer um relacionamento afetivo, de confiana e caminhar na perspectiva de uma consulta acolhedora de demandas onde a abordagem de possibilidades teraputicas tenha sucesso. 3. O estudante deve ter uma compreenso geral das necessidades especficas das crianas e das caractersticas da interao que devem estabelecer com elas, na dependncia da faixa de idade e da condio de gravidade clnica do problema de sade em foco. Assim, atender a uma criana de quatro meses de idade em visita de puericultura ou com uma ferida superficial na pele ou, uma criana de 15 meses com pneumonia exige abordagens tcnicas, afetivas e comunicacionais bastante distintas. Justificativas: crianas sadias ou doentes mobilizam distintos graus de ansiedade nas mes e em quem as atendem; so completamente diferentes as estratgias de comunicao e habilidades necessrias para realizar o exame clnico, que devemos utilizar com crianas sadias ou doentes ou com crianas de diversas faixas de idade. 4. A caracterstica das crianas de estarem em permanente processo de interao com outras pessoas, com trocas intersubjetivas, em distintas fases de crescimento fsico, de desenvolvimento mental e emocional trazem demandas especficas para o atendimento. No campo clnico, sobressaem-se a lgica da PREVENO e da ORIENTAO ANTECIPADA. Assim, alm de respostas aos problemas especficos de sade fsica (impetigo, amidalite, otite, diarria, etc.), tem lugar obrigatrio na consulta uma srie de estratgias de preveno e de orientao antecipadas. Recomendar teste do pezinho, recomendar uma vacina, o incio da escovao dentria, ateno s situaes cotidianas que favorecem acidentes, aspectos psicoprofilticos (angstia de separao, autonomia, birra) fazem parte desse elenco de intervenes. Tais demandas parecem exaustivas, principalmente as de ordem psico-emocional. No entanto, podem ser organizadas de maneira metdica (como veremos mais adiante). 5. O atendimento de crianas com demandas comportamentais ou psquicas (crianas excessivamente tmidas ou muito birrentas, com problemas disciplinares graves, alguns distrbios alimentares ou do sono, etc.) deve seguir a mesma lgica clnica da identificao de problemas de natureza mais grave ou complexa que extrapolam a capacidade resolutiva do clnico geral. Por exemplo, crianas com convulso afebril de repetio, infeco urinria complicada com grave refluxo vsico-ureteral, adenopatia cervical sugerindo linfoma devem ser corretamente identificadas e encaminhadas para os profissionais com habilidades especficas para resolver o problema em questo. Nos dois exemplos (problemas clnicos e problemas psico-emocionais), o clnico deve ser capaz de identific-los e no, de ignor-los e de dar uma destinao assistencial

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adequada. A articulao entre a complexidade e a gravidade do problema definir os limites do atendimento clnico geral e a necessidade do especialista.

3.

A CONSULTA NO AMBULATRIO CRIANA SAUDVEL CARACTERSTICAS DO ATENDIMENTO

A ateno sade da criana tem de ser coerente com o atributo fundamental da crianas: estar em intenso processo de crescimento e desenvolvimento. Assim, a assistncia deve ocorrer ao longo do tempo de maneira organizada atravs de um programa de visitas pr-agendadas e com a abertura para atendimento das intercorrncias, seja no mbito clnico seja no mbito mais amplo das necessidades da famlia. O projeto de atendimento s crianas deve comear durante a gravidez atravs de uma consulta realizada com a mulher grvida durante o pr-natal. Nesta oportunidade, inicia-se o relacionamento de confiana com os pais, base indispensvel para os encontros clnicos que esto por vir. Durante as consultas, o mdico deve estar atento aos fatores culturais, religiosos e socioeconmicos que poderiam influenciar a assistncia direta criana. Estes fatores so determinantes no grau de aceitao dos genitores em relao s futuras recomendaes e terapias relacionadas com a sade da criana. A avaliao adequada do significado desses fatores no fcil e requer do mdico sensibilidade para reconhecer as necessidades individuais da criana. importante que na 1 consulta, os pais reconheam o desejo sincero do mdico em conhecer bem a criana, sua famlia e seu ambiente. Tal aspecto propiciar o desenvolvimento de um relacionamento pediatra-criana-famlia como experincia compensadora para todos. Quando os pais levam uma criana sadia consulta, o mdico deve examinar a criana integralmente. Ao iniciar a consulta o aluno ou residente dever: Receber com empatia os pais. Pedir-lhes que fiquem a vontade ou sugerir que sentem. Verificar ou perguntar os nomes dos pais e da criana. Identificar se a primeira consulta da criana no ambulatrio ou se consulta de retorno. Iniciar a consulta com uma pergunta aberta. Exemplo: perguntar se a criana tem algum problema; que motivos os trazem consulta.

fundamental estabelecer um bom dilogo com os pais e a criana, utilizando-se de habilidades de comunicao verbal e no-verbal. Essa boa comunicao ajudar, desde o incio na confiana e segurana da me de uma boa parceria com o consultor e na sua aderncia s recomendaes e tratamentos propostos. Para isso o consultor deve: Escutar atentamente o que a me lhe diz. Usar palavras que a me possa entender. Dar tempo para que a me responda as perguntas. Fazer perguntas adicionais, caso a me no esteja segura das suas respostas. Usar tcnicas de comunicao verbal e no-verbal.

4.

CONSULTA NO AMBULATRIO GERAL

Para uma criana saudvel, a primeira consulta no ambulatrio deve ser realizada sete a dez dias aps a alta da maternidade. A tarefa aqui realizar uma histria clnica abrangente; tal estratgia necessita adequar-se proposta do servio de sade onde se est trabalhando.

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4.1.

HISTRIA PEDITRICA

Limitaes de tempo e excesso de pacientes so fatores a considerar na definio do sistema de registros a ser utilizado em um Ambulatrio Geral. Uma ateno abrangente a sade das crianas envolve: Identificar os motivos da consulta, a histria do problema atual, relaes entre o problema atual e eventuais problemas do passado. Estudo das condies familiares ou ambientais, pregressas ou atuais, que possam estar ou no interferindo no problema atual. Histria pessoal (eventos durante a gravidez, condies de nascimento, eventos perinatais, desenvolvimento, alimentao, vacinao, doenas). Abordagem integral: avaliao do crescimento, do desenvolvimento (neurolgico e psico-afetivo), da alimentao, da imunizao, do ambiente fsico, sade oral, sade sensorial (viso e audio). Prescrio peditrica: os itens da prescrio devem corresponder aos problemas identificados na abordagem integral. Como contedo mnimo, deve-se abordar: alimentao, imunizao, orientaes/recomendaes educacionais (promoo de sade, psicoprofilaxia) e medicamentos.

Podem-se utilizar pronturios semi-estruturados para facilitar o dinamismo da entrevista clnica. Alguns dados podem, inclusive, ser parcialmente preenchidos antes da consulta, por pessoal treinado. Um bom pronturio deve ter algumas caractersticas bsicas: a) Organizar, de maneira fcil, informaes longitudinais sobre a histria pessoal da criana (obsttrica, neonatal, patolgica atual e pregressa), histria familiar e sua dinmica (dados scioeconmicos, composio, dados da me e do pai, dados sobre os irmos, situaes ou eventos estressantes), condies de moradia e saneamento, etc. b) Possibilitar acompanhamento de problemas clnicos correlacionados entre si. Exemplos: uma criana com risco alrgico apresenta no 3 ms de vida, quadro clnico de dermatite atpica, configurando um risco aumentado de vir a se tornar asmtica. c) Facilitar a identificao de situaes de vulnerabilidade ou de risco precocemente; filhos de mes com baixa escolaridade, ambiente familiar desagregado, falta de acesso a gua potvel ou saneamento inadequado, baixa renda, freqncia a creche, mes muito jovens, podem configurar risco aumentado de ocorrncia de determinadas doenas. d) Acesso rpido informaes clnicas prvias e suas implicaes para a abordagem do problema atual; trs episdios de otite mdia supurativa em seis meses, segundo episdio de infeco urinria alta em menores de 6 anos. e) Organizar dados evolutivos sobre os diversos aspectos do atendimento integral ao desenvolvimento da criana (alimentao, estado nutricional, crescimento, desenvolvimento, dinmica familiar, vacinao, sade oral, viso, audio, preveno de acidentes). Pronturios semi-estruturados podem tornar a consulta mais harmnica e produtiva, permitindo um dilogo acolhedor das demandas maternas e uma perspectiva mais objetiva dos problemas de sade da criana. Tambm pode proporcionar uma localizao mais rpida dos aspectos evolutivos mais relevantes, e assim, destinar maior nfase para tais problemas ou passar rapidamente em revista reas que no parecem apontar para maiores preocupaes.

4.2.

O EXAME FSICO

Quando os pais levam uma criana sadia consulta, de bom alvitre examin-la integralmente; deter-se na queixa ou motivo imediato e aparente da consulta pode ser um equvoco, pode ser claramente insuficiente para responder s necessidades globais de uma criana. Adquirir um mtodo objetivo para examinar integralmente qualquer criana que chegue ao consultrio possibilita ampliar a eficcia da Medicina Peditrica e acolher expectativas das mes no clarificadas no incio da consulta. Uma criana de 4 anos de idade com queixa de feridas na perna esquerda, ao ser examinada integralmente, pode-se avaliar sua acuidade auditiva, a sade bucal, etc.

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Arte, magia, tcnica, sensibilidade. SEDUO! Aqui se expressam e organizam-se os mltiplos atributos que deve possuir um mdico que se prepara para atender crianas.

5.

ABORDAGEM DA CRIANA

Desde o incio da entrevista clnica, deve-se apresentar um comportamento de aproximao com a criana levando-se em conta a dimenso de sua individualidade; idade da criana, grau de vitalidade, nvel de ansiedade, so itens fundamentais nesse momento. Deve-se adotar um comportamento que facilite a comunicao com a criana, inclusive, que transmita-lhe segurana, afeto e disponibilidade para acolher suas angstias. Isto implica em dispensar um tempo e uma escuta adequada para sua efetivao. Deve-se obter o consentimento explcito da criana para a realizao do exame, marco tico fundamental na assistncia criana. No lado mais operacional pode-se tomar como referncia as diversas faixas de idade da criana e a gravidade clnica inerente ao problema para se ter uma orientao geral acerca do exame fsico das crianas. Neste documento, tratar-se- apenas da comunicao com crianas presumivelmente saudveis.

6.

PRESSUPOSIES

a) Crianas com idade inferior a 8-10 meses, comunicam-se facilmente e podem ser examinadas sem opor resistncias. b) O mesmo acontece com crianas com idade igual ou superior a 2-3 anos. Freqentemente, se consegue transmitir segurana para a criana e obter sua disponibilidade para o exame fsico. c) Para a faixa intermediria (de 8 meses at 2 ou 3 anos de idade), o exame fsico exige maiores habilidades afetivas e tcnicas de quem a atende. O exame, geralmente pode ser feito com tranqilidade se desde o incio da consulta a criana contemplada atravs de contato emptico, com troca de objetos, sorrisos e toques delicados; aqui, cresce em importncia as habilidades da comunicao no-verbal. Essas crianas podero ser examinadas no colo da me, deixando o exame com instrumentos, exame da cavidade oral, exame otolgico e outras prticas potencialmente atemorizantes para o final do exame. s vezes, pode-se inverter essa seqncia caso julgue-se que a criana est ansiosa pela expectativa do momento do exame com aparelhos. d) No demasiado insistir e reforar que uma boa interao com a criana desde o incio at a concluso do exame fundamental para uma boa propedutica e para obter a confiana de ambos, mes e crianas. Aqui, o examinador hbil exercita suas habilidades de comunicao com gentileza, proporcionando um ambiente afetuoso e amistoso para a criana e sua famlia. e) At os dois anos de idade, a criana dever ser examinada totalmente despida; aps essa idade, isto se far quando necessrio, de modo que a criana dispa-se por parte, mantendo as peas ntimas, que devero ser descobertas de modo corts e respeitoso. Mesmo em crianas menores, importante que o examinador, ainda que se valesse de brincadeiras, descreva os passos do exame, antecipando para a criana o procedimento a ser realizado (agora, eu vou ver o ouvidinho com esta luzinha aqui...). O que fazer quando, apesar dos esforos de seduo a criana no se deixa examinar? Talvez fruto de experincia traumatizantes no passado ou conseqncia da situao atual (dor, febre, fome, sono, etc.) essa situao venha a ocorrer, o que no deixa de ser frustrante para o examinador que sente certa falha em seu trabalho. Para a me tambm o , que sente um misto de vergonha de no poder controlar seu filho para o exame, decepo e dvida (ser que no est se deixando de ver algo importante?). De qualquer modo, essa situao pode ser extremamente rica em informaes acerca do desenvolvimento da criana e de seus padres interativos na famlia. Se a situao requer urgncia, necessria certa coero, e por vezes, o uso de conteno e atitudes firmes. Se se trata de um primeiro encontro de acompanhamento, onde o exame at menos importante que o contato inicial e a coleta de dados de anamnese, o examinador pode acertar com os pais um outro encontro breve, onde a ambientao e a retomada da interao com o mdico devem ser

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suficientes para vencer a resistncia inicial. De qualquer forma, deve-se, inclusive, recomendar aos pais evitar reprimendas, ameaas e punies (...Deixe s a gente chegar em casa, para voc ver... ou, hoje eu no compro mais refrigerantes, como prometido...). Em sntese, a abordagem da criana deve ser marcada por um profundo respeito e disponibilidade do mdico para receber a famlia e a criana, identificar o elemento de atrao consulta (uma queixa, um problema ou outra situao estressante), valorizar e explorar esse elemento, mas extrapolar o espao da consulta para o desenvolvimento de prticas de assistncia integral famlia no geral, e criana, em particular.

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CONSULTA DO RECM-NASCIDO

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A 1 consulta do recm-nascido (RN) deve ser realizada nas primeiras 24 horas de vida, de preferncia no ALOJAMENTO CONJUNTO. Se a visita do pr-natal tiver sido realizada, os pais e o mdico j se conhecem e a visita ao RN facilitada pela alegria da chegada do beb. Se o primeiro encontro ainda no aconteceu, o mdico deve se apresentar aos pais, de maneira simples e clara, permitindo que os pais fiquem vontade para expressarem e perguntarem o que desejarem. Geralmente, os pais esto ansiosos para saberem se o filho normal. Examinar a criana na presena dos pais um momento para esclarecer os aspectos peculiares do RN. Devem-se checar os dados relativos gravidez, pr-natal, parto e puerprio, bem como a histria materna e familiar.

EXAME CLNICO E ORIENTAES1. Crescimento Confira o peso, comprimento, e permetro ceflico. Classifique o RN quanto ao peso e idade gestacional, enfatizando o diagnstico nutricional. Comente os dados com os pais. 2. Desenvolvimento O RN apresenta atitude de flexo generalizada (hipertonia flexora dos quatro membros e hipotonia da musculatura cervical), movimenta os membros inferiores (extenso e flexo) em pedalagem cruzando-os. Pesquisar os reflexos presentes normalmente no RN: reflexo de suco, dos pontos cardeais (reflexo de voracidade), de Moro, tnico-cervical assimtrico (Magnus-Kleijn), de olhos de boneca, reflexo ccleo-palpebral. Teste a viso: o RN reage luz (fecha as plpebras ao incidirmos foco luminoso); Teste o reflexo vermelho; Teste a audio: reflexo ccleo-palpebral. 3. Alimentao Identifique expectativas, desejos e possibilidades em relao amamentao. Procure assistir uma mamada para poder analisar a PEGA e o POSICIONAMENTO - detalhes da tcnica adequada. Oriente: leite materno exclusivo (livre demanda). Reforce os benefcios da amamentao em relao mamadeira; caso a me esteja impossibilitada de amamentar, oriente sobre a preparao das frmulas especiais e sobre o uso do copinho ou da colherinha ao invs da mamadeira. 4. Vacinao As primeiras doses da vacina BCG-ID e contra Hepatite B devem ter sido ser aplicadas na maternidade. Caso contrrio providencie para que sejam aplicadas logo aps a consulta. Comente sobre o calendrio de vacinas para os primeiros dois anos de idade da criana. 5. Preveno de acidentes Para evitar queimadura verifique antes a temperatura da gua. Para evitar sufocao no usar talcos. No deixar que ele fique sozinho em cima de qualquer mvel, nem por um segundo. 6. Orientao aos pais Higiene: Oriente sobre o banho, os cuidados com o cordo umbilical, troca de fraldas, lavagem de roupas. Evitar uso de amaciante e de sabes irritantes (asseptol). O banho deve ser dado numa banheira ou bacia com gua morna e sabonete neutro. Sono: O RN pode dormir 15 a 20 horas/dia em perodos de 2 a 4 horas; deve ser colocado no bero ainda acordado; recomenda-se que ele durma de barriga para cima. Choro: Informe que normalmente a criana chora de 2 a 3 horas por dia; pea a me para tentar distinguir o choro de fome e o choro por outros motivos (frio, calor, fraldas molhadas). Aborde o problema leite fraco e leite insuficiente Identifique o estado de humor da me (tristeza). Peculiaridades do beb. Soluos e espirros so normais; fezes do RN (fezes lquido-pastosas, eventualmente esverdeadas, vrias vezes ao dia), reflexo gastroclico exacerbado; secreo mucide ou discreto sangramento vaginal, ingurgitamento mamrio. Retorno: Oriente sobre os problemas que devem levar os pais a procurar assistncia mdica antes da consulta agendada (febre, choro forte e demorado, tremores, ictercia). Oriente sobre os servios disponveis na cidade e sobre o modo de funcionamento do Ambulatrio ou Centro de Sade. Reforce sua disponibilidade para quaisquer perguntas ou preocupaes.

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PONTOS QUE DEVEM SER ABORDADOS NA CONSULTARevisar as observaes feitas na ficha do RN e aspectos da histria materna. Interrogar sobre a gravidez (consultas realizadas no pr-natal, intercorrncias, doenas, medicamentos, hbito de fumar, bebida alcolica, exames tipo VDRL, HIV, anemia) e sobre o parto e puerprio imediato (a criana lhe foi apresentada, como se deu o primeiro contato, emoes, a criana mamou, que impresso teve da criana). Estimular os pais a explorarem a caderneta de sade que a criana recebe ao ser vacinada. Perguntas que devem ser realizadas aos pais 1. Como a senhora est se sentindo? Como o pai da criana est se sentindo? 2. Quantos filhos vocs tm? Qual a idade dos outros filhos? Como eles esto se sentindo? 3. Como vai o beb? 4. O beb j mamou? Tomou outro leite, ch ou gua, alm do leite de peito? 5. A senhora j trocou as fraldas do beb? Ele j urinou? J evacuou? Como so as fezes do beb?

EXAME FSICO:O primeiro exame do recm-nascido deve ser feito com ateno para detectar malformaes que possam no ter sido detectadas na sala de parto e variaes da normalidade. Solicitar os testes de triagem para fenilcetonria e hipotireoidismo congnito. Peso Comprimento Permetro ceflico Sinais Vitais Cabea Fontanelas, olhos, boca, palato Pescoo Pele Anotados no grfico e explicado aos pais. Freqncia e padres respiratrios. Freqncia cardaca. Palpao de pulsos femorais. Cefalohematoma, bossa serossangnea, hemorragia conjuntival, prolas de Epstein so achados freqentes e benignos. Pesquisar torcicolo congnito e fratura de clavcula. Acrocianose de mos e ps, manchas monglicas, hemangiomas no pescoo, face, plpebras so achados normais. Verifique presena de ictercia. Aumento de mamas. Ausculta cardaca e pulmonar. Presena de sopros e de rudos adventcios. Observar sinais de hrnia umbilical. Verificar presena de vsceras abdominais; aumentadas (fgado 2-3 cm abaixo do RCD e ponta de bao so normais). Testculos na bolsa, prepcio estreito. Excluir genitlia ambgua. Verificar hrnia e hidrocele. Verificar luxao congnita do quadril (Manobra de Ortalani). P torto. Espinha bfida.

Trax Corao Abdome

Genitlia

Quadril Membros Coluna vertebral

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CONSULTA DO RECM-NASCIDO AT 2 MESES

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Esta a primeira visita que os pais fazem ao Ambulatrio ou Centro de Sade. Em geral, esto ansiosos para saberem o peso do beb. O desafio com que se deparam para interpretar o choro do beb aumenta o estresse e o cansao. Durante a consulta o profissional de sade deve observar o estado emocional dos pais. A comunicao deve ser direta e incluir empatia.

EXAME CLNICO E ORIENTAES1. Crescimento Confira o peso, comprimento, e permetro ceflico. Anote na ficha e caderneta de sade; mostre e comente com os pais. 2. Desenvolvimento (Observe/ Pergunte) O beb reconhece e acalma-se com a voz da me. Olha o rosto das pessoas que esto prximas. Presta ateno quando ouve sons e assusta-se com rudos inesperados e altos. Responde ao sorriso com um sorriso. 3. Alimentao Leite materno exclusivo (horrio livre). Saiba orientar as questes: Doutor, meu leite est secando, Doutor, meu leite no satisfaz meu beb, O meu leite d diarria no meu beb. Enfatize os pontos negativos do uso da mamadeira. Se a me estiver impossibilitada de amamentar a criana, oriente o uso de frmulas modificadas; nesse caso, o leite deve ser fornecido em copinho ou colherinha. 4. Vacinao A 2 dose da vacina contra Hepatite B deve ser dada no 1 ms de vida. Verifique se a BCG foi feita na maternidade. Caso contrrio, a vacina deve ser prescrita. Observe se h alguma reao local. 5. Preveno de acidentes No deixar que ele fique sozinho em cima de qualquer mvel, nem por um segundo. Nunca d remdio que no tenha sido receitado para ele. Verificar sempre a temperatura da gua antes do banho. Nunca usar talco, pois pode causar sufocao. Transportar a criana no banco de trs, em bero apropriado para transporte, fixado no banco. Evitar exposio excessiva ao sol. Evitar pequenos objetos ou brinquedos de pelcia no bero. Evitar balanar o beb. 6. Orientao aos pais Higiene: os cuidados durante o banho devem ser revisados; a higiene dos genitais deve ser demonstrada; estimule os pais a conversar com a criana (durante o banho, nas mamadas e nas trocas de fraldas) de maneira calma e carinhosa; evitar discusses, sons altos no ambiente da criana. O banho de sol deve ser iniciado a partir dos 30 dias de vida e no necessita ser dirio. Sono: A maioria fica acordada noite e dorme durante o dia. Choro: o choro pode ser mais intenso nas 1 6-8 semanas; pea a me para tentar distinguir o choro de fome e o choro por outros motivos (calor, frio, fralda molhada, assadura, clicas). Oriente os pais sobre a necessidade de adequada ateno aos irmos. Retorno: oriente sobre os problemas que devem levar os pais a procurar assistncia mdica antes da consulta agendada (febre, choro forte, diarria, sonolncia acentuada sinais de alerta ou perigo contidos na caderneta de sade).

Reforce a sua disponibilidade para quaisquer perguntas ou preocupao. PONTOS QUE DEVEM SER ABORDADOS NA CONSULTA

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Perguntas que devem ser feitas aos pais Como vo vocs? Como vai o beb? Vocs tem alguma preocupao com a sade do seu beb? O beb teve alguma doena no perodo anterior a esta consulta? Esteve hospitalizado? O beb dorme bem? Quantas horas ele dorme por dia? Quantas horas ele dorme sem acordar? O beb urina bem? Defeca bem? Quantas vezes o beb defeca por dia? Qual o aspecto das fezes? A senhora tem algum problema em cuidar do seu beb? Tem ajuda em casa para cuidar do beb? E durante a noite? 7. O seu beb est mamando bem? Quantas vezes ele mama por dia? E durante a noite? Quanto tempo o beb permanece mamando? A senhora tem algum problema com a amamentao do seu beb? 8. O seu beb fixa o olhar no rosto da senhora enquanto mama? 9. O beb se alimenta de outra coisa diferente do leite de peito (inquirir sobre chs, gua, complementaes). 10. O seu beb se assusta com sons altos? 11. O seu beb pisca os olhos se virado para a luz? 12. O beb segue o seu rosto, com o olhar, se voc estiver a 30 cm do rosto dele? 13. O Sr./Sra. tem alguma outra preocupao/questo em relao ao seu beb que gostariam de discutir? Se a histria familiar no foi anotada na 1 visita (da maternidade), verifique ocorrncia de: Anemia, inclusive anemia falciforme e talassemia, hemorragias. Doena cardaca. Hipercolesterolemia. Problemas emocionais (depresso, psicose). Violncia ou abuso sexual. Problemas com lcool ou drogas. 1. 2. 3. 4. 5. 6.

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CONSULTA DA CRIANA DE 2 A 4 MESES

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Com dois meses de idade a criana j responsiva aos pais sorrindo e vocalizando reciprocamente. Durante a consulta observe o relacionamento dos pais entre si e com a criana. Depresso materna neste perodo no esperada

EXAME CLNICO E ORIENTAES1. Crescimento Confira o peso, comprimento, permetro ceflico (PC) no grfico de crescimento, anote o percentil na ficha e caderneta de sade; mostre e comente com os pais. Idade (meses) aumento do peso aumento do comprimento aumento do PC 2 25 a 30g/d 3,5 cm/ms 2 cm/ms 3 16 a 20g/d 2,0 cm/ms 1 cm/ms 4 13 a 17g/d 1,5 cm/ms 1 cm/ms 2. Desenvolvimento (Observe/ Pergunte) Quando colocado de bruos, levanta a cabea e os ombros. Segue com os olhos pessoas e objetos que esto perto dele. Brinca com a voz e tenta conversar, vocalizando aaa, ggg, rrr. Descobre as mos, comea a brincar com elas e gosta de lev-las a boca. 3. Alimentao LM exclusivo (livre demanda); se a me vai voltar ao trabalho, estabelea com ela a melhor estratgia: ensine a ordenhar o leite e armazen-lo ou introduza novos alimentos na ausncia da me (4 meses). 4. Vacinao Aos dois e quatro meses: 1 e 2 doses da tetravalente (DTP + anti-H. influenzae), VOP (vacina oral contra plio), e 1 e 2 dose de VORH (vacina oral de rotavrus humano). Oriente sobre as reaes adversas das vacinas (considere anti-trmico 1 hora antes da tetravalente (DTP + Hib) ou logo em seguida; repita aps 4 a 6 horas). Apresente, para anlise de viabilidade dos pais, a possibilidade das vacinas anti-pneumoccica 7-valente e anti-meningoccica C. 5. Preveno de acidentes Transportar a criana no banco de trs, em bero apropriado para transporte, fixado no banco. Ajustar os lenis sob o colcho, cuidando para que o rosto do beb no tenha a possibilidade de ser encoberto por lenis, travesseiros e almofadas. No deixar a criana sozinha em rede, cama, sof ou trocador (ela pode rolar e cair). Os brinquedos devem ser de borracha resistente, lavveis, sem partes pequenas e desmontveis. O adulto no deve segurar o beb enquanto estiver cozinhando ou tomando lquidos muito quentes. 6. Orientao aos pais Oferecer chocalho, bichinhos coloridos; pendurar objetos coloridos no bero, mbiles; conversar com a criana de maneira calma; tocar e acariciar so essenciais para o bom desenvolvimento. Oriente os pais sobre a necessidade de adequada ateno com os irmos e de passeios do casal a ss.

Reforce a sua disponibilidade para quaisquer perguntas ou preocupao.

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PONTOS QUE DEVEM SER ABORDADOS NA CONSULTAPerguntas que devem ser feitas aos pais Como vo vocs? E como vai o beb? O Sr./Sra. tem alguma preocupao com a sade do seu beb? O beb teve alguma doena no perodo anterior a esta consulta? Esteve hospitalizado? O beb dorme bem? Quantas horas ele dorme por dia? Quantas horas ele dorme sem acordar? O beb urina bem? Defeca bem? Quantas vezes o beb defeca por dia? Qual o aspecto das fezes? A senhora tem algum problema em cuidar do seu beb? A senhora tem ajuda em casa para cuidar do beb? 7. O seu beb est mamando bem? Quantas vezes ele mama por dia? E durante a noite? A senhora tem algum problema com a amamentao do seu beb? 8. O beb se alimenta s com leite de peito (inquirir sobre uso de chs, gua, outras introdues)? 9. O Sr./Sra. tem alguma preocupao quanto ao peso do beb? E quanto ao sono? 10. O seu beb sorri (3 meses)? Emite sons (2 meses)? D risadas (4 meses) ? Seu beb brinca com as mos (4 meses)? 11. Vocs tm alguma outra preocupao/questo em relao ao seu beb que gostariam de discutir comigo? 1. 2. 3. 4. 5. 6.

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CONSULTA DA CRIANA DE 5 A 6 MESES

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Esta idade chamada de idade de ouro do lactente. A criana est sempre alegre, gosta de interagir com as pessoa, e, fcil de ser mantida em um lugar, no engatinha, no anda. O pediatra deve observar a relao entre os pais entre si e com a criana durante a consulta e o exame fsico.

EXAME CLNICO E ORIENTAES1. Crescimento Confira o peso, comprimento, permetro ceflico no grfico de crescimento, anote o percentil na ficha e caderneta de sade; mostre e comente com os pais. Aumento mdio do peso = 600g/ms; Comprimento aos 6 meses (aumentou 15cm desde o nascimento); Aumento mdio do PC = 1cm/ms 2. Desenvolvimento (Observe/ Pergunte) O beb est mais firme e j senta com apoio. Vira-se sozinho e rola de um lado para outro. Agarra argolas e chocalhos, segurando firme e resistindo se algum tenta tira-los de sua mo. Quando escuta um barulho, vira a cabea para achar de onde vem. 3. Alimentao Leite materno e introduo gradativa dos alimentos do 2 semestre: Lanches: manh e tarde suco de frutas ou papa de frutas (regional ou da estao); Almoo: papinha constituda de 3 colheres de sopa de cereal (arroz, fub, aveia) e 1 de leguminosas (feijo, lentilha) com verduras, legumes e protenas de origem animal (carne e/ou ovo), cozida sem sal (ou s 1 pitada) at consistncia de piro, acrescido de leo ou azeite na hora de servir. Se a criana mama no peito, a 2 refeio de sal (jantar) deve ser introduzida aos 7-8 meses. Na ausncia de leite de peito leites em p adaptados para o 2 semestre ou leite de vaca (em p ou fludo). Obs.: nas famlias com histria de atopia, alimentos com maior ndice de alergenicidade devem ser introduzidos mais tardiamente e terem suas partes mais alergnicas parcialmete neutralizadas (ex: cozimento). 4. Vacinao 3 dose da tetravalente (DTP + Hib), VOP (oral contra plio) e contra Hepatite B aos 6 meses de vida. 5. Preveno de acidentes No deixar a criana sozinha em casa, no carro, em cima da cama e de outros mveis. No deixar a criana sob cuidados de outra criana. No tomar deixar a criana sozinha no banho. Evitar brinquedos que possam soltar partes pequenas, pelo risco de sufocao. Transportar a criana no banco de trs, em bero apropriado para transporte, fixado no banco. 6. Orientao aos pais Sono e lazer: o lactente dorme 2 vezes durante o dia , e 10 h durante a noite; com o aparecimento da ansiedade de separao(6 meses) o beb resiste em ir para o bero; oriente os pais a no adormecer a criana no colo, coloc-la no bero ainda acordada e utilizar um brinquedo predileto de transio

Escovao de dentes: sem pasta dental aps as refeies. A linguagem pode ser estimulada atravs da conversao clara, calma e atenta.

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PONTOS QUE DEVEM SER ABORDADOS NA CONSULTAPerguntas que devem ser feitas aos pais Como vo vocs? E como vai o beb? O Sr./Sra. tem alguma preocupao com a sade do seu beb? O beb teve alguma doena no perodo anterior a esta consulta? Esteve hospitalizado? O beb dorme bem? Quantas horas ele dorme durante o dia? E durante a noite? Quantas horas ele dorme sem acordar? 5. O beb urina bem? Defeca bem? Quantas vezes o beb defeca por dia? Qual o aspecto das fezes? 6. A senhora tem algum problema em cuidar do seu beb? A senhora tem ajuda em casa para cuidar do beb? 7. A senhora trabalha fora de casa? Quem cuida do seu filho quando a senhora no est em casa? 8. O seu beb est mamando bem? Quantas vezes ele mama por dia? E durante a noite? 9. A senhora j introduziu algum alimento diferente do leite de peito na dieta do beb? Se sim, qual (is)? A senhora est tendo dificuldade em introduzir algum tipo de alimento na dieta do seu filho? 10. Quem alimenta seu filho quando a senhora est em casa? E quando no est? 12. A senhora acha que seu filho est ganhando peso? 13. A senhora tem alguma preocupao sobre o desenvolvimento do seu filho? 14. O seu beb senta com apoio (6 meses)? Senta sem apoio (7 meses)? 15. O seu beb balbucia sons (ba-ba, da-da, etc.)? 16. O seu beb passa objetos de uma mo para outra? 17. O seu beb reconhece a senhora/pai/irmos? Seu beb estranha as pessoas? 18. A senhora notou alguma forma de estrabismo? 19. A senhora acha que o seu filho pode lhe escutar? 20. O Sr./Sra tem alguma outra preocupao/questo em relao ao seu beb que gostariam de discutir comigo? 1. 2. 3.. 5.

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CONSULTA DA CRIANA DE 7 A 9 MESES

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Nesta idade, estranhar as pessoas muito freqente. O profissional de sade pode diminuir esta reao se dirigindo criana gradativamente, e iniciando o exame fsico no colo dos pais, pegando no p da criana e oferecendo um brinquedo para ela. O profissional de sade deve observar a relao dos pais entre si e com a criana durante a realizao da anamnese e do exame fsico.

EXAME CLNICO E ORIENTAES1. Crescimento Confira o peso, comprimento, permetro ceflico no grfico de crescimento, anote o percentil na ficha e caderneta de sade; mostre e comente com os pais. Aumento mdio de peso = 500g/ms; Aumento mdio do PC = 0,5cm/ms 2. Desenvolvimento (Observe/Pergunte) A criana fica sentada sem apoio. Engatinha ou se arrasta, precisando de espao no cho. Passa objetos de uma mo para outro. Gosta de ficar com quem conhece e pode estranhar pessoas desconhecidas. Repete sons como pa-pa, ma-ma, ba-ba. 3. Alimentao Amamentao continua importante (no amamentar muito prximo das refeies); estimular o uso de copos e colheres apropriados durante as refeies. Progressivamente respeitar os horrios das refeies. Duas papinhas com carne, verduras, cereal, leguminosa, leo, gema; papa de frutas e suco. Estimular a mastigao oferecendo: fatia de po integral, bolacha amolecidas no leite. Aos 10 meses: incluir clara cozida, peixe, fgado, doces caseiros. Obs.: nas famlias com histria de atopia, alimentos com maior ndice de alergenicidade devem ser introduzidos mais tardiamente e terem suas partes mais alergnicas parcialmete neutralizadas (ex: cozimento). 4. Vacinao Vacina contra febre-amarela (9 meses) aos residentes e viajantes que se destinam regio endmica. Para os residentes e viajantes a alguns municpios dos estados do PI, BA, MG, SP, PR, SC e RS (rea de transio entre a regio endmica e a indene de febre amarela), a vacinao dever ser antecipada para 6 meses de idade, em ocasies de surtos. 5. Preveno de acidentes Deixar fora do alcance da criana objetos pequenos, cortantes e de pontas agudas, medicamentos e produtos de limpeza. Proteger as tomadas e fios eltricos, para evitar choques. No usar andador, pois, alm de no ajudar no desenvolvimento, pode causar quedas graves. Manter sacos plsticos fora da criana, ela pode sufocar-se com eles. Transportar a criana no banco de trs, em bero apropriado para transporte, fixado no banco. Usar grades em escadas e degraus. Colocar em lugares adequados material de limpeza, inseticidas, remdios e cosmticos. 6. Orientao aos pais Escovao de dentes: sem pasta dental aps as refeies. Higiene: no deixar a criana s durante o banho; maior estmulo higiene dental. Sono: estabelecer um ritual para a hora de dormir; usar um objeto de transio (brinquedo predileto para levar para a cama); prevenir os pais para o choro de protesto pela separao deve ser manejado delicada e firmemente; evitar alimentaes noturnas, mama consoladora/mimadora. Disciplina: estimule os pais a estabelecer limites claros. Dizer no no momento adequado e remover a criana do local de perigo potencial e conversar com a criana de maneira calma.

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PONTOS QUE DEVEM SER ABORDADOS NA CONSULTAPerguntas que devem ser feitas aos pais 1. 2. 3. 4. Como vo vocs? E o beb como vai? O Sr./Sra. tem alguma preocupao com a sade do seu beb? Seu beb teve alguma doena no perodo anterior a esta consulta? Esteve hospitalizado? O beb dorme bem? Quantas horas ele dorme durante o dia? E durante a noite? Quantas horas ele dorme sem acordar? 5. O beb urina bem? Defeca bem? Quantas vezes o beb defeca por dia? Qual o aspecto das fezes? 6. A senhora tem algum problema em cuidar do seu beb? A senhora tem ajuda em casa para cuidar do beb? 7. A senhora trabalha fora de casa? Como ele reage no momento da separao? 8. Quem cuida do seu filho quando a senhora no est em casa? 9. O seu beb ainda mama? Quantas vezes ele mama por dia? E durante a noite? 10. Com vai o apetite de seu beb? A senhora est tendo dificuldade para aliment-lo? 11. Quem alimenta seu filho quando a senhora est em casa? E quando no est em casa? 12 A Sra. acha que seu filho est ganhando peso? 13. O Sr./Sra. notou alguma mudana na atividade do beb? Houve alguma mudana na personalidade tambm? Como o beb reage ao no? 14. Seu beb consegue ficar em p apoiado? Seu beb fala alguma palavra (slabas)? D tchau? 15.O Sr./Sra tem alguma outra preocupao/questo em relao ao seu beb que gostariam de discutir comigo?

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CONSULTA DA CRIANA DE 10 A 12 MESES

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EXAME CLNICO E ORIENTAES1. Crescimento Confira o peso, comprimento, permetro ceflico no grfico de crescimento, anote o percentil na ficha e caderneta de sade; mostre e comente com os pais. Desenvolvimento (Observe/ Pergunte): A criana fica em p, anda apoiando-se em mveis ou com a ajuda de uma pessoa. Bate palmas. Pode apontar com o dedo o que deseja pegar Diverte-se dando adeus. Pode estar falando uma ou duas palavras como mm, papa, d. Alimentao Passagem gradual para a refeio dos adultos, evitando guloseimas e industrializados. Apetite fisiologicamente reduzido nesta idade: no forar nem agradar para comer. Estimule a manuteno da amamentao; no h razo para suspender o leite de peito se isto for conveniente para a me e para a criana. Vacinao Conferir o calendrio vacinal: trs doses de VOP, tetravalente e anti-Hepatite B, duas doses rotavrus. Prescrever aos 12 meses a trplice viral (SRC) contra sarampo, rubola e caxumba. Apresentar aos pais a possibilidade das vacinas contra varicela e hepatite A. Preveno de acidentes No permitir que a criana tenha acesso sozinha a escadas e providencie barreiras de proteo. Colocar redes de proteo ou grades que possam ser abertas em caso de incndio. No deixe a criana sozinha perto de baldes, tanques, poos, banheiras, privadas e piscina. Manter a criana longe de fogo, fogo, aquecedor e ferro eltrico. Evitar que as pontas de toalhas fiquem ao alcance da criana. Orientao aos pais Escovao de dentes: sem pasta dental aps as refeies. Sono e lazer: Estabelecer horrio (+ 20h) e rotina de ir para cama: brinquedo predileto, leitura (use livros de figuras com uma s figura em cada pgina), pequeno ritual e beijo de boa noite. Diminuir luzes, sons e estmulos cerca de 30 minutos antes. Soneca de 1 hora de manh e 2 horas tarde. Estimule a criana a brincar sozinha e interagir com os pais e os irmos. Estimular o desenvolvimento da linguagem: nomeie os objetos comuns, aponte as partes do copo, converse bastante. Brincar ao ar livre (2 horas por dia) com gua, areia. Brinquedos de puxar, empurrar, encaixar, martelar, fazer barulho. Comportamento e disciplina: Considerar o comportamento de independncia como parte do desenvolvimento normal e no oposio ou desobedincia. Discutir a diferena entre disciplina e punio (ensino de regras e estabelecimento de limites). Ignorar (no fornecer o reforo positivo universal desta idade a ateno) os comportamentos inadequados e as crises de birra; evitar os no pode muito repetido; melhor retirar os objetos que a criana teima em mexer para fora de seu alcance; se a criana insiste num comportamento perigoso, diga firme no faa isso, coerncia e consistncia (= agir sempre igual). Ateno, agrados e elogios aos comportamentos adequados devem ser estimulados. normal a criana ter os ps aparentemente chatos e durante a marcha; os ps ficam levemente afastados e evertidos: estimular a andar descalo em areia, grama, terra, tapete (superfcies moles). Calados confortveis, flexveis e com a parte anterior larga.

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PONTOS QUE DEVEM SER ABORDADOS NA CONSULTAPerguntas que devem ser feitas aos pais 1. Como vo vocs? E o seu filho como vai? 2. O Sr./Sra. tem alguma preocupao com a sade do seu filho? 3. Seu filho teve alguma doena no perodo anterior a esta consulta? Esteve hospitalizado? 4. A senhora trabalha fora? Quem cuida/brinca/ alimenta seu filho quando a senhora no est em casa? Do que ele gosta de brincar? Qual o seu brinquedo favorito? 5. A senhora tem alguma dvida/preocupao sobre a alimentao do seu filho? Seu filho come bem? Quantas refeies seu filho faz ao dia? O que seu filho habitualmente come nas refeies (descrever os alimentos utilizados em cada refeio)? Seu filho j mostra interesse em se alimentar sozinho? 7. A senhora acha que seu filho est ganhando peso? 7. Seu filho j fica em p no bero/ apoiado na moblia da casa? J anda sozinho? 8. Seu filho balbucia sons (ba-ba, da-da, etc.)? Bate palminhas, d tchau? Reconhece o pai/ a me/ os irmos distncia? 9. O Sr/Sra. tem algum problema/questo que queiram discutir comigo hoje?

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CONSULTA DA CRIANA DE 1 ANO A 1 ANO E 6 MESES

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EXAME CLNICO E ORIENTAES1. Crescimento Confira o peso, comprimento, permetro ceflico no grfico de crescimento, anote o percentil na ficha e caderneta de sade, mostre e comente com os pais. 2. Desenvolvimento (Observe/Pergunte) A criana anda sozinha. Compreende bem o que lhe dizem, mas fala poucas palavras. Entende ordens simples como d um beijo na mame. Quer comer sozinha. Gosta de escutar pequenas histrias, msicas e de danar. Comea a fazer birra quando contrariada. 3. Alimentao:

A mesma da famlia, em pequenas pores em ambiente agradvel mesa. Evitar guloseimas, frituras, refrigerantes, industrializados e enlatados. Evitar alimentos fora do horrio das refeies.Estimular a comer sozinha e usar copo e xcara. Esclarecer que as necessidades calricas so reduzidas nesta fase: pouco apetite (desacelerao do crescimento, desenvolvimento da autonomia). 4. Vacinao Reforo da VOP (oral contra plio) e SRC (trplice bacteriana) aos 15 meses. Conferir o calendrio vacinal: trs doses de VOP, tetravalente e contra Hepatite B, duas doses de VORH (vacina oral de rotavrus humano). Uma dose da trplice viral (SRC). Reforo da VOP (oral contra plio) e DTP (trplice bacteriana). Considerar aplicao de vacinas fora do calendrio do ministrio, principalmente para crianas em creches ou escolinhas. 5. Preveno de acidentes. Guardar os medicamentos e materiais de limpeza em lugares altos. Produtos de limpeza nunca devem ser guardados em garrafas de refrigerantes ou de sucos. Usar as bocas de trs e manter os cabos das panelas voltados para o centro do fogo. Ao caminhar nas ruas, segurar a criana pela mo e conduzi-la na parte interna da calada. Transportar a criana no automvel no banco de trs em assentos apropriados. Usar protetores nas tomadas; no permitir que a criana fique sozinha na cozinha ou no banheiro. 6. Orientao aos pais Escovao de dentes: sem pasta dental aps as refeies. Crise de birra no respaldar a atitude (ausncia de reforo positivo) at que a birra passe; s depois dar ateno. Perda de flego manter a tranqilidade, pressionar a base do trax (para expulsar o ar) e/ou borrifar gua no rosto da criana. Impedir atitudes agressivas (bater, morder), no reagir com outra agresso; em seguida oferecer objetos que possa morder ou bater. Orientar sobre disciplina: estabelecimento de regras e limites. Reforo positivo para comportamentos adequados. Proibies verbais devem ser seguidas por reforo (segurar a criana, remover o objeto proibido, remover a criana da situao perigosa). Estimular a linguagem: ler livros, canes, figuras, conversas, nomear objetos e partes do corpo. S iniciar o treinamento esfincteriano se a criana j avisa que evacuou ou fraldas secas (melhor entre 18 e 24 meses). Brinquedos incluir escorregador, triciclo, blocos de construo, quebra-cabeas simples, livros com figuras, bonecas, bichinhos de pano, bolas moles, brinquedos musicais.

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PONTOS QUE DEVEM SER ABORDADOS NA CONSULTAPerguntas que devem ser feitas aos pais 1. 2. 3. 4. Como vo vocs? E o seu filho como vai? O Sr./Sra. tem alguma preocupao com a sade do seu filho? Seu filho teve alguma doena no perodo anterior a esta consulta? Esteve hospitalizado? A senhora trabalha fora de casa? Quem cuida/brinca/ alimenta seu filho quando a senhora no est em casa? A senhora tem alguma forma de supervisionar a ateno e cuidado da bab do seu filho? 5. De que seu filho gosta de brincar? Qual o seu brinquedo favorito? 6. Como a senhora descreveria o temperamento do seu filho: Obstinado? Agressivo? Passivo? Carinhoso? 7. Como seu filho sabe demonstrar carinho? 8 A senhora tem alguma dvida/preocupao sobre a alimentao do seu filho? Seu filho come bem? Quantas refeies seu filho faz ao dia? O que seu filho habitualmente come nas refeies (descrever os alimentos utilizados em cada refeio)? Seu filho j se alimenta sozinho? 9. A senhora acha que seu filho est ganhando peso? 10. Seu filho defeca bem? Urina bem? 11. Seu filho j anda sozinho? Seu filho anda normalmente? J corre? 12. Seu filho j diz algumas palavras? A senhora tem alguma preocupao com a maneira de seu filho falar? 13. A senhora acha que seu filho tem algum problema de viso? 14. A senhora est escovando os dentes do seu filho diariamente? 15. Quais os locais da casa que a senhora utiliza para guardar medicamentos, cosmticos, material de limpeza e inseticidas? 16. O Sr/Sra tem alguma outra preocupao/ questo, em relao ao seu filho, que gostaria de discutir comigo hoje?

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CONSULTA DA CRIANA DE 1 ANO E 6 MESES A 2 ANOS

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A criana de 2 anos anda sozinha e se comunica com frases curtas.; a maior parte da consulta a criana explora a sala de consulta ou senta em sua prpria cadeira, mas quando o pediatra vai examin-la ela corre para o colo de um dos pais . importante observar como os pais e a criana interagem entre si.

EXAME CLNICO E ORIENTAES1. Crescimento Confira o peso, comprimento, permetro ceflico no grfico de crescimento, anote o percentil na ficha e caderneta de sade, mostre e comente com os pais. 2. Desenvolvimento (Observe/Pergunte) Sobe escadas segurando o corrimo (2 ps em cada degrau); corre; come sozinho; abre a porta. Descobre que cada coisa tem um nome e pergunta o nome de tudo. Gosta de brincar com outras crianas. Fala frases de 3 palavras; usa pronome; vocabulrio de 50 palavras; as dislalias so normais. J pode vestir algumas roupas sozinho. Lava e seca as mos sozinho; escova os dentes com ajuda. Ajuda em tarefas simples da casa (guardar brinquedos com ajuda do adulto). Controle de esfncteres anal e vesical (durante o dia). 3. Alimentao A criana deve fazer 5-6 refeies/dia, sendo 2 ou 3 de leite ou frutas(aproximadamente 500ml de leite/dia, que pode ser substitudo em parte por queijo ou iogurte) e 2 de sal ; em cada refeio de sal: arroz, com ou sem feijo, massas ou feculentos, hortalias, 1 poro de carne, vsceras ou ovo. Oferecer fruta ou suco de frutas como sobremesa. A criana deve ser estimulada a comer sozinha; no forar a criana a comer e a no oferecer lanches no nutritivos (a criana tem o apetite diminudo). Evitar refrigerantes e frituras, industrializados, enlatados. Limitar guloseimas, doces. A famlia deve estar reunida nas refeies e a criana deve sentar mesa. 4. Preveno de acidentes No deixar a criana brincar em locais com trnsitos de veculos. No deixar a criana se aproximar de ces desconhecidos ou que estejam se alimentando. A criana deve andar no banco de trs do carro em assentos apropriados. A criana no deve brincar sozinha em escadas, piscinas e perto de janelas. Remdios, produtos de limpeza ee inseticidas devem ser guardado em locais seguros e de difcil acesso para criana. No deixar cadeiras ou bancos que sirvam de escada para outros mveis. Armas, objetos cortantes (tesouras, facas) devem ser guardadas em locais seguros e inacessveis para a criana. 5. Orientao aos pais Escovar os dentes com pasta sem flor (pequena poro gro de ervilha) aps as refeies. Lazer: Oriente os pais para supervisionar as brincadeiras e incentivar atividades fsicas (a criana muito curiosa e mexe em tudo); a criana gosta de brincar com 2 ou 3 crianas mais do que com um grupo. Disciplina: Os pais devem estimular a independncia da criana e oferecer alternativas. as crises de birra devem ser ignoradas; os pais devem impor limites e s dizer noquando for necessrio para no voltar atrs . O tempo e os programas de televiso devem ser limitados. Rotinas familiares devem ser estabelecidas para: hora das refeies, hora de dormir e hora de sair pela manh.

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PONTOS QUE DEVEM SER ABORDADOS NA CONSULTAPerguntas que devem ser feitas aos pais: Como vo vocs? E o seu filho como vai? O Sr./Sra. tem alguma preocupao com a sade do seu filho? Seu filho teve alguma doena no perodo anterior a esta consulta? Esteve hospitalizado? A senhora trabalha fora de casa? Quem cuida/brinca/ alimenta seu filho quando a senhora no est em casa? A senhora tem alguma forma de supervisionar a ateno e cuidados da bab do seu filho? 5. Do que seu filho gosta de brincar? Qual o seu brinquedo favorito? 6. Como seu filho interage com a me/pai/ irmos/outras pessoas? 7. Como a senhora descreveria o temperamento do seu filho: Obstinado? Agressivo? Passivo? Carinhoso? 8. Como seu filho reage quando ensinado ou disciplinado? Seu filho teimoso? Como o Sr./Sra. reage s teimosias e birras de seu filho? 9. Seu filho sabe demonstrar carinho? 10. Seu filho dorme bem? Ele costuma dormir durante o dia? Dorme no bero ou em cama? Quem coloca seu filho para dormir? Qual a rotina criada para levar criana para cama/bero? 11. A senhora tem alguma dvida/preocupao sobre a alimentao do seu filho? Seu filho come bem? Quantas refeies seu filho faz ao dia? O que seu filho habitualmente come nas refeies (descrever os alimentos utilizados em cada refeio)? Seu filho j se alimenta sozinho? 12. A senhora acha que seu filho est emagrecendo/engordando? 13. Seu filho defeca bem? Urina bem? Seu filho se mantem seco durante o dia? E durante a noite Faz sinal mencionando que precisa urinar/defecar? 14. Seu filho anda normalmente? J corre? Sobe escadas? Chuta a bola? 15. Seu filho j pronuncia que palavras? A senhora tem alguma preocupao com a maneira de seu filho falar? 16. A senhora acha que seu filho tem algum problema de viso? 17. A senhora est escovando os dentes do seu filho diariamente? 18. Quais os locais da casa que a senhora utiliza para guardar medicamentos, cosmticos, material de limpeza e inseticidas? 19. O Sr/Sra. tem alguma outra preocupao/ questo, em relao ao seu filho, que gostaria de discutir comigo hoje? 1. 2. 3. 4.

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CONSULTA DA CRIANA DE 3 A 5 ANOS

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A criana com 3 anos de tem uma imaginao frtil. A de 4 anos divertida, e geralmente egocntrica A de 5 muito falante e expressiva, e gosta de demonstrar suas habilidades. Dirija as questes primeiro para a criana e, ento, solicite os pais por mais informaes. Observe o comportamento da criana e dos pais durante toda a histria e exame fsico.

EXAME CLNICO E ORIENTAES1. Crescimento Confira o peso e comprimento no grfico de crescimento, anote o percentil na ficha e caderneta de sade; mostre e comente com os pais. Mensure a presso arterial e anote na ficha da criana. 2. Desenvolvimento Veste-se sozinha. Fala de forma clara e compreensvel; dislalias so normais. Pergunta muito por qu?, o que isto? Interage com jogos, gosta de ouvir histrias curtas.

Adquire excelentes habilidades motoras: anda, corre, salta no mesmo lugar, chuta a bola sobe e desce escadas alternando os ps. Escova os dentes sozinhos A maioria (70%) continente noite.Copia desenhos imitando crculos; desenham cabeo com alguns elementos (olhos, boca) para representar uma figura humana. Gosta de fantasiar e ensaiar papis sociais (pai/me, mdico/enfermeira); fala com brinquedos e sozinha. Alimentao A alimentao deve ser variada e constar de pelo menos 5 refeies/dia. A dieta deve ser balanceada, evitando-se opes no nutritivas (refrigerantes, enlatados, bombons, chocolates, industrializados, etc.). desejvel que as refeies aconteam na mesa com a famlia reunida, em horrios prdeterminados em um ambiente agradvel. Vacinao Administrar a 5 dose de DTP (2. reforo) e SRC (reforo) aos 4 anos. Considerar reforo da vacina contra varicela. Preveno de acidentes Para atravessar a rua, a criana deve estar de mo dada com um adulto. Mesmo que saiba nadar, no seguro deixar a criana sozinha em piscinas, lagos, rios ou mar. Mantenha-a sob observao constante em parques, supermercados, lojas e outros locais pblicos. A criana deve andar no banco de trs do carro em assentos apropriados. Produtos inflamveis (lcool e fsforos), facas, armas de fogo, remdios e venenos devem estar totalmente fora do alcance das crianas. Orientao aos pais Escovar os dentes aps as refeies. Sono: A criana dorme a noite inteira e no mesmo horrio. Os cochilos so variveis. Disciplina: Os pais devem encorajar a criana a ser independente, disciplinada e a ter uma relao positiva com os irmos; as conseqncias do mau comportamento devem ser explicadas; os pais devem determinar tarefas e elogiar quando elas forem cumpridas. Oriente os pais a no punirem a criana fisicamente, sob hiptese alguma. A televiso deve ser limitada e os pais devem assistir televiso com a criana. Comportamento: A criana divide os objetos espontaneamente. Orientar os pais para encorajar a comunicao, a curiosidade e a iniciativa; as crises de birra tendem a diminuir.

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PONTOS QUE DEVEM SER ABORDADOS NA CONSULTAPerguntas que podem ser feitas criana 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. Ol. Eu sou o ___. Como vai voc? Quantos anos voc tem? Voc vai ao colgio? Qual o nome do seu colgio? Como o nome da sua professora? Qual o nome de seu amigo? O que voc gosta de fazer? Do que voc gosta de brincar? Voc tem bab? Como o nome dela? O que voc gosta de comer?

Perguntas que devem ser feitas aos pais 1. Vocs tm alguma preocupao com a sade de seu filho? 2. Seu filho esteve doente no perodo anterior a esta consulta? Esteve hospitalizado? Sofreu algum acidente ou trauma ou perda? 3. Como vai o apetite de seu filho? Quantas refeies ele faz ao dia? O que ele come nestas refeies? Quantos copos de leite seu filho toma durante o dia? 4. Seu filho est ganhando/perdendo peso? 5. Existe histria familiar de hipercolesterolemia? Diabetes? 6. Como a senhora lidacom doces e guloseimas? 7. Seu filho se mantm seco durante o dia? E durante a noite? 8. A que horas seu filho vai para a cama noite? Quem o leva para a cama? Que horas acorda no outro dia? Seu filho dorme durante o dia? 9. Como seu filho interage com outras crianas? E com os pais? E com outros adultos (babs, professoras, etc.)? 10. Do que a Sra./o Sr. gosta de brincar com seu filho? Quantas horas por dia brincam com ele? E o pai? 11. Qual a atividade que a famlia gosta de realizar? 12. Seu filho j fala alguma coisa? O que? 13. Seu filho escuta bem? Seu filho enxerga bem? 14. Pergunte sobre habilidades motoras adquiridas. Pergunte sobre birras e como os pais reagem. 15. Vocs tm algum problema/ questo que gostariam de discutir comigo?

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CONSULTA DA CRIANA DE 6 A 7 ANOS

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Durante a consulta fale com a criana o mais que puder. Primeiro pergunte a criana e depois se dirija aos pais, em busca de confirmao ou mais informaes.

EXAME CLNICO E ORIENTAES1. Crescimento Confira o peso e o comprimento no grfico de crescimento, anote o percentil na ficha, mostre e comente com os pais. Mensure a presso arterial e anote na ficha da criana 2. Desenvolvimento A criana capaz de contar at 20; conhece o alfabeto; conta histria sobre evento pessoal. Bate palma 2 vezes estando os p fora do solo. Reproduz pelo menos 4, de 6 ritmos ouvido. capaz de repetir o gesto oposto ao do examinador. Discutir o desempenho escolar da criana quanto ao desenvolvimento cognitivo. A criana responsvel pela escovao correta dos dentes e uso de fio dental. A criana est interessada nas peculiaridades da reproduo, j conta piadas picantes. 3. Alimentao A criana deve fazer 3 refeies ao dia - incluindo caf da manh - e 2 lanches. A dieta deve ser balanceada sem comidas no nutritivas. As refeies devem ser realizadas com a famlia. 4. Preveno de acidentes A criana deve andar no banco de trs do carro em assentos apropriados e com cinto de segurana. A criana deve aprender a nadar. Evitar exposio demorada ao sol ou em horrios ofensivos pele. Ensinar criana atravessar a rua; no falar com/ ou pegar carona de estranhos; no aceitar bombons ou presentes de estranhos. A educao sexual deve ser realizada segundo o nvel de entendimento da criana. Os pais (por que no o pediatra?) devem advertir a criana sobre toques inapropriados. Os pais devem ensinar o endereo e o nome completo para a criana. 5. Orientao aos pais Sono: horrio e rotina de dormir devem ser estabelecidos. Comportamento e disciplina: Os pais devem estimular hbitos saudveis (leitura, esporte, boas amizades); as crianas devem ser realizadas tarefas dentro de casa. Os pais devem demonstrar afeto, carinho, orgulho e elogiar quando necessrio; elogios e repreenses devem ser feitos sem exageros; evitar surras ou outra forma de punio corprea. A independncia prpria da idade deve ser estimulada, mas com limites adequados. Lazer: As horas de lazer com a criana devem ser estimuladas com a famlia, e com os pais em separado. O horrio de televiso deve ser limitado. A criana deve escovar os dentes e utilizar fio dental; planejar visitas regulares ao dentista.

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PONTOS QUE DEVEM SER ABORDADOS NA CONSULTAPerguntas dirigidas criana 1. Como vai voc? Quantos anos voc tem? 2. Qual o colgio que voc vai? Em que ano voc est? Voc gosta do seu colgio/ Por qu? Voc gosta da sua professora? 3. Quais os nomes dos seus amigos no colgio? Com qual deles voc gosta de brincar mais? 4. De que voc gosta de brincar no colgio? E em casa? 5. Voc sente alguma dificuldade de realizar as tarefas do colgio? 6. Quem fica em casa com voc? Com quem voc gosta de brincar em casa? 7. O que voc gosta de comer? O que voc gosta de comer na hora do lanche? 8. Que horas voc vai dormir? 9. O que voc gosta de fazer antes de dormir? 10. Voc tem pesadelos? Quando voc tem medo que voc faz? 11. Qual o seu programa de televiso preferido 12. Voc tem mais alguma coisa que gostaria de me dizer hoje? Perguntas dirigidas aos pais 1. Vocs tm alguma preocupao em relao sade do seu filho? 2. Seu filho teve alguma doena, desde a ltima consulta? Esteve hospitalizado por algum motivo? Foi vtima de algum acidente ou trauma? Sofreu alguma perda de familiar ou amigo? 3. Seu filho tem se alimentado corretamente? Quantas refeies ele faz por dia? 4. Vocs notaram perda/ganho de peso? 5. Seu filho dorme bem durante a noite? Tosse ou ronca durante a noite? Quem o leva para dormir? Seu filho se mantm "seco" durante a noite? 6. Como seu filho interage com outras crianas? Com os irmos? Com os pais? E com outros adultos? 7. Quais as atividades que vocs gostam de realizar com seu filho (em separado pai/me)? 8. Quais as atividades que a famlia gosta de realizar junta? 9. Vocs tm alguma preocupao quanto ao comportamento do seu filho? 10. Quando seu filho desobedece alguma regra da casa, como punido? 11. Seu filho sabe expressar seus sentimentos de carinho? Alegria? Tristeza? Raiva? Medo? 12. Vocs tm algum problema/ questo que gostariam de discutir comigo?

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CONSULTA DA CRIANA DE 8 A 10 ANOS

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A criana nesta idade desenvolve uma relao positiva com o examinador; o pediatra deve dirigir grande parte das perguntas a ela e confirmar com os pais as respostas. Durante a consulta o pediatra deve observar a relao entre os pais e a criana.

EXAME CLNICO E ORIENTAES1. Crescimento Confira o peso e comprimento no grfico de crescimento, anote o percentil na ficha e caderneta de sade; mostre e comente com os pais. Mensure a presso arterial e anote na ficha da criana. 2. Desenvolvimento Deve estar na escola, lendo e escrevendo. A criana tem interesse por grupos de amigos e por atividades independentes da famlia. A criana tem o foco na sua imagem corporal. Esta idade, os amigos influenciam no modo de falar, sorrir e no comportamento. 3. Alimentao Oriente a criana sobre dieta adequada, estimule a criana a realizar um caf da manh adequado. A dieta deve ser balanceada sem comidas no nutritivas. O ideal so 3 refeies ao dia incluindo caf da manh. As refeies devem ser realizadas com a famlia. 4. Vacinao Prescrever reforo da dT (dupla bacteriana) contra difteria e ttano, ou trplice acelular (DPTa), que contempla coqueluche. Ambas requerem reforo a cada 10 anos, antecipado para cinco anos em caso de gravidez ou acidente com ferimentos de risco para o ttano. Checar se vacinas disponveis hoje existiam por ocasio do nascimento e primeiros meses de vida da criana pode ser necessrio atualizao do calendrio. 5. Preveno de acidentes Nunca deixe que a criana brinque nas lajes que no tenham muros de proteo. Nunca deixar que a criana brinque com fogueiras e fogos de artifcios. No deixe que solte pipas (arraia, papagaio) em locais com fios eltricos. Andar no banco de trs do carro em assentos apropriados e com cinto de segurana, at atingir 1,45 m. Usar capacete sempre que for andar de bicicleta ou de moto. Deve atravessar a rua acompanhada de um adulto, ensinando a ela os hbitos de segurana no trnsito. Destacar o comportamento da criana na rua (cuidado ao atravessar a rua; no falar com estranhos; no aceitar caronas ou presentes - incluindo bombons ou guloseimas - de estranhos). 6. Orientao aos pais Sono: condicionar o horrio e durao do sono (pelo menos 8 h/dia). Lazer: Os pais devem estimular hbitos saudveis (leitura, esporte, boas amizades); as horas de lazer com a criana devem ser estimuladas; as demonstraes de carinho e cuidado por parte dos pais devem ser estimuladas. Disciplina e Comportamento: a independncia prpria da idade deve ser estimulada, mas com limites adequados; elogios e repreenses devem ser feitos sem exageros; evitar surras ou outra forma de punio corprea. Devem ser realizadas tarefas dentro de casa; estimular os pais a ajudarem na tarefa da escola. O horrio e os programas de televiso devem ser limitados. A criana deve ser responsvel pela escovao dos dentes aps as refeies e antes de dormir.

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PONTOS QUE DEVEM SER ABORDADOS NA CONSULTAPerguntas dirigidas criana 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10. 11. 12. 13. 14. Como vai voc? Quantos anos voc tem? Qual o colgio que voc vai? Em que ano voc est? Voc gosta do seu colgio/ Por qu? Quais os nomes dos seus amigos no colgio? Com qual deles voc gosta de brincar mais? De que voc gosta de brincar no colgio? E em casa? Voc sente alguma dificuldade de realizar as tarefas do colgio? Quem fica em casa com voc? Com quem voc gosta de brincar em casa? Como o seu relacionamento com seus irmos? E com o seu pai? O que voc gosta de fazer com seu pai? E com sua me? O que voc gosta de comer? O que voc gosta de comer na hora do lanche? E no caf da manh? E no jantar? Que horas voc vai dormir? O que voc gosta de fazer antes de dormir? Voc tem pesadelos? Voc tem medo de alguma coisa? Quando voc tem medo, o que voc faz? Qual o seu programa de televiso preferido? Voc tem mais alguma coisa que gostaria de me dizer hoje?

Perguntas dirigidas aos pais 1. Vocs tm alguma preocupao em relao sade do seu filho? 2. Seu filho teve alguma doena, desde a ltima consulta? Esteve hospitalizado por algum motivo? Foi vtima de algum acidente ou trauma? Sofreu alguma perda de familiar ou amigo? 3. Seu filho tem se alimentado corretamente? Quantas refeies ele faz por dia? 4. Vocs notaram perda/ganho de peso? 5. Seu filho dorme bem durante a noite? Tosse ou ronca durante a noite? Seu filho se mantm "seco" durante a noite? 6. Como seu filho interage com outras crianas? Com os irmos? Com os pais? E com outros adultos? 7. Quais as atividades que vocs gostam de realizar com seu filho (em separado pai/me) 8. Quais as atividades que a famlia gosta de realizar junta? 9. Vocs tm alguma preocupao quanto ao comportamento do seu filho? 10. Quando seu filho desobedece alguma regra da casa, como voc procede? 11. Seu filho sabe expressar seus sentimentos de carinho? Alegria? Tristeza? Raiva? Medo? 12. Vocs tm algum problema/ questo que gostariam de discutir comigo?

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CURVAS DE CRESCIMENTO

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MARCOS DE DESENVOLVIMENTO

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IDADE

MARCOS DE DESENVOLVIMENTO

0 a < 2 meses Reflexo de Moro (abre e fecha os braos em resposta a estimulao). Reflexo ccleopalpebral (pisca os olhos em resposta a bater palmas). Reflexo fotomotor 2 meses Observa o rosto da me ou do observador (presta ateno). Segue objeto na linha mdia (balanando pompom acima do seu rosto). Reage ao som (chocalho do lado e prximo a orelha). Eleva a cabea (desencostando o queixo da superfcie). Dilogo me-beb (interao visual, sorriso e vocalizaes). Segura objetos (ao tocar a ponta dos dedos com um objeto). Ri, emitindo sons (gargalhada na presena ou ausncia). Sentado sustenta a cabea (cabea firme por alguns segundos). Tenta alcanar um brinquedo (tenta apanhar fora do seu alcance). Leva objetos a boca (com um objeto na mo, leva-o ate a boca). Volta-se para o som (objeto que produz som atrs da orelha). Vira-se sozinho (quando deitada vira-se de posio dorsal e ventral). Brinca de escondeesconde (procura quando desaparece). Transfere objetos de uma mo para outra. Duplica slabas (fala papa, dada, mama). Senta sem apoio (sentada sem o apoio das mos). Imita gestos previamente ensinados (por exemplo: bater palmas). Segura pequenos objetos com a ponta dos dedos em forma de pina. Jargo (conversao incompreensvel consigo mesma). Anda com apoio (como a mo, um basto, uma toalha, etc.). Executa gestos simples a pedido (tchau, bater palmas, chamar gato). Coloca blocos na caneca (coloca trs blocos aps demonstrao). Diz uma palavra (nome de membros da famlia ou de animais). Anda sem apoio (anda bem, com bom equilbrio, sem se apoiar). Pega objeto quando solicitado (atende pequenas ordens). Rabisca espontaneamente (em uma folha de papel sem pauta). Diz trs palavras (pergunte quantas palavras a criana fala). Anda para trs (observe se anda para trs aps demonstrao). Retira uma vestimenta (remove uma pea de roupa em casa). Constri torre de trs cubos (empilhar os cubos aps demonstrao). Aponta duas figuras (por exemplo, boneca, cachorro, gato, flor). Chuta a bola (verifique se chuta uma bola).

4 meses

6 meses

9 meses

12 meses

15 meses

18 meses

24 meses

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ALIMENTAO SAUDVEL

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Dez passos para crianas menores de 2 anos 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. Dar somente LM at os 6 meses, sem oferecer gua, chs ou qualquer outro alimento. A partir de 6 meses, introduzir de forma lenta e gradual outros alimentos, com LM at 2 anos. Aps 6 meses, dar AC 3 x ao dia se receber LM, e 5 x se estiver desmamada. A AC deve ser oferecida sem rigidez de horrio, respeitando a vontade da criana. A AC deve ser espessa e oferecida de colher; com aumento gradativo da consistncia. Oferecer diferentes alimentos ao longo do dia, com um alimentao variada e colorida. Estimular o consumo dirio de frutas, verduras e legumes nas refeies. Evitar acar, caf, enlatados, frituras, refrigerantes, balas, salgadinhos e outras guloseimas. Usar sal com moderao. 9. Cuidar da higiene no preparo do manuseio dos alimentos; garantir o seu armazenamento e conservao adequados. 10. Estimular a criana doente e convalescente a se alimentar, oferecendo sua alimentao habitual e seus alimentos preferidos, respeitando a sua aceitao.

Dez passos para crianas maiores de 2 anos 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10. Aumente e varie o consumo de verduras, legumes e oferea-os em 5 pores dirias. Oferea feijo pelo menos uma vez por dia, no mnimo quatro vezes por semana. Alimentos gordurosos devem ser evitados, podendo ser ofertados no mximo uma vez por semana. Modere o uso do sal. Procure oferecer pelo menos trs refeies e dois lanches por dia. Doces, bolos, biscoitos e outros alimentos ricos em acar devem ser evitados. Evite o consumo dirio de refrigerantes. Para que a criana aprecie a sua refeio, ela deve comer devagar e mastigar bem os alimentos. Mantenha o peso de seu filho dentro dos limites saudveis para a idade. Estimule seu filho para que seja ativo. No deixe seu filho passar muitas horas assistindo TV, jogando videogame ou brincando no computador.

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CALENDRIO VACINAL

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Ao nascer 1 ms 2 meses 4 meses 6 meses 9 meses 12 meses 15 meses 4 6 anos 10 anos Observaes:

BCG-ID, Hepatite B Hepatite B VOP + Tetravalente (DTP e Hib)1 + VORH VOP + Tetravalente (DTP e Hib)1 + VORH VOP + Tetravalente (DTP e Hib)1 + Hepatite B2 Febre Amarela3 SRC (trplice viral)4 VOP, DTP (trplice bacteriana) DTP (trplice bacteriana), SRC (trplice viral) Febre Amarela

1. A vacina conjugada tetravalente (DTP+Hib) substitui a DTP e a Hib para as crianas que iniciam esquema, aos 2, 4 e 6 meses de idade. Em caso de atraso de esquema, a partir de 1 ano de idade: usar uma nica dose da vacina Hib (at os 4 anos); fazer o esquema DTP apenas at os 6 anos e, a partir desta idade, substituir o produto pela dT (dupla adulto), inclusive para os reforos (item 6). 2. At 2003, a vacina contra hepatite B estar sendo oferecida aos menores de 20 anos. Em todo o pas vacinam-se grupos de risco em qualquer idade. 3. A vacina contra a febre amarela est indicada a partir dos 6 meses de idade aos residentes e viajantes que se destinam regio endmica (estados do Acre, Amazonas, Par, Amap, Roraima, Rondnia, Tocantins, Maranho, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Gois e no Distrito Federal). Para os residentes e viajantes a alguns municpios dos estados do Piau, Bahia, Minas Gerais, So Paulo, Paran, Santa Catarina e Rio Grande do Sul (rea de transio entre a regio endmica e a indene de febre amarela), a vacinao dever ser realizada a partir dos 9 meses, antecipada para a partir dos 6 meses de idade, em ocasies de surtos. A vacina requer uma dose de reforo a cada 10 anos. 4. Devem ser vacinadas todas as crianas de 1 a 11 anos de idade com a trplice viral. 5. A dT toxoide tetnico requer um reforo a cada 10 anos a partir dos 15 anos de idade, antecipado para cinco anos em caso de gravidez ou acidente com ferimentos de risco para o ttano. 6. s mulheres suscetveis. Garantir a situao vacinal atualizada contra o ttano

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PREVENO DE ACIDENTES

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Quadro 1. Tipos de acidentes, conforme fases de desenvolvimento Tipos de Acidentes Desenvolvimento Asfixia Totalmente dependente do adulto Quedas Segue objeto na linha mdia Queimaduras Eleva a cabea Intoxicaes Segura objetos. Afogamento Sentado sustenta a cabea 5 a 10 meses Aspirao Coloca tudo na boca Intoxicaes Senta Traumas em geral Engatinha Queimadura Fica de p com apoio Choque eltrico No tem medo de animais 1 ano Anteriores + Fica de p Acidentes de trnsito Anda Quedas Pode subir escadas 1 a 3 anos Anteriores + Atividade motora intensa Quedas Empilha objetos Mordedura Tem crises de birra 3 a 5 anos Anteriores + Corre Acidentes de trnsito Pula Quedas Comea a vestir-se sozinho 6 a 10 anos Anteriores + Conta e inventa histrias Acidentes esportivos Gosta de canes Agresses entre crianas Corre Traumatismo dentrio 10 a 15 anos Anteriores + Mudanas fsicas e psicolgicas Uso de drogas Risco de gravidez e DST Armas e violncia Tem impulsividade Fonte: Sociedade Brasileira de Pediatria. Segurana da Criana e do Adolescente. Belo Horizonte-MG, 2003, modificado por Joo Amaral e Antnio Carvalho da Paixo. Faixa etria RN a 4 meses

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Quadro 2. Medidas de preveno, conforme tipos de acidentes Quedas e Traumas Do colo do adulto manter a criana bem segura. Da cama ou bero - ter grades protetoras e observar altura Beb conforto utilizar sempre no nvel do piso, com cinto de segurana afivelado. Escadas e pisos lisos ter corrimo bilateral, portes de segurana, pisos antiderrapantes. Janelas tipo guilhotina ou basculante colocar trava de segurana. Traumas no mobilirio - evitar mveis de bordas pontiagudas ou cortantes. Vidros grandes em portas ou janelas devem estar identificados. Elevadores e escadas rolantes crianas s acompanhadas. rvores evitar a criana subir nas rvores, ser vigilante. Parquinhos observar tipo de brinquedos e utilizar sempre com vigilncia. gua de banho - testar a temperatura antes do banho com cotovelo. Lquidos ou alimentos quentes - no manusear com a criana no colo. Velas, isqueiros, fsforos no devem ser manuseados por crianas. Ferro de passar e aparelhos eletrodomsticos dificultar o acesso da criana. Frasco de lcool e produtos qumicos inflamveis nunca manter prximos a chamas e sempre fora do alcance das crianas. Banhos de sol antes das 10 e depois das 16 horas. Banho jamais deixar a criana sozinha. Piscinas, praias, rios, lagos sempre acompanhada e com vigilncia mxima. Baldes, bacias, piscinas de plstico com gua evitar o acesso das crianas e esvaziar aps o uso. Poos artesianos manter completamente fechados e fora do alcance das crianas. Talco no usar e no deixar o recipiente ao alcance da criana Cordo ou presilha de chupeta no devem ser utilizados. Sacos plsticos manter fora do alcance da criana. Caroos de frutas, balas, pequenos objetos sempre fora do alcance da criana. Lenis, mantas, cobertores sempre presos ao colcho. Travesseiros evitar o seu uso, em especial nos lactentes. Dar preferncia a produtos qumicos cujas embalagens disponham de tampa de segurana. Medicamentos apenas com orientao mdica, sempre fora do alcance, reler a receita antes de administrar a criana. Derivados de petrleo no armazenar em casa Plantas ornamentais verificar as txicas e evit-las como: saia branca, comigo ningum pode, oficial de sala, pinho paraguaio. Alimentos que podem deteriorar devem ser conservados em geladeira ou freezer, verificando a validade e experimentando antes.

Queimaduras

Afogamentos

Asfixias, sufocaes, engasgos

Intoxicaes

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Cont. Quadro 2. Medidas de preveno, conforme tipos de acidentes Fios descascados substitu-los imediatamente. Chaves com fusveis expostos substituir por disjuntores. Tomadas sempre que possvel ocultas ou com protetores. Corpos Gros de cereais, chiclete, balas duras, botes, colchetes, tachinhas, pregos, estranhos parafusos, agulhas, alfinetes, moedas, medalhinhas, nunca ao alcance de crianas, manter em armrios fechados. Brinquedos No devem ser pequenos, no podem destacar pequenas partes, no ter arestas cortantes, nem pontiagudas e no podem ser facilmente quebrveis. Triciclos e ou bicicleta apenas na poca correta com aprendizado seguro e uso de capacete. Outras causas Objetos perigosos facas, furadores, martelos, alicates, chaves de fenda, serra de acidente devem ser mantidos sempre fora do alcance da criana. Armas de fogo, punhais, canivetes - devem ser guardadas em locais seguramente inacessveis da criana. Animais no manter em casa animais de comportamento sabidamente agressivo ou de grande porte. Manter rigorosamente em dia a vacinao. Oriente a criana para evitar contato com animais estranhos. Fonte: Sociedade Brasileira de Pediatria. Segurana da Criana e do Adolescente. Belo Horizonte-MG, 2003, modificado por Joo Amaral e Antonio Carvalho da Paixo. Eltricos