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GUIA DO VEREADOR EMPREENDEDOR A confiança que você deposita na pequena empresa, o eleitor deposita nas urnas.

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GUIADO VEREADOR EMPREENDEDOR

A confiança que você deposita na pequena empresa, o eleitor deposita nas urnas.

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GUIA DO VEREADOR EMPREENDEDOR

Políticas Públicas Municipais de Apoio às Micro e Pequenas Empresas

GUIA DO VEREADOR EMPREENDEDOR

Coordenação geral do Guia

Silvério Crestana – Assessoria de Políticas Públicas

Conteúdo e produção

Flávia Guerra Barbieri – FGB ConsultValdeci Neves – Expansão DeltaMariam Dimitri – Dimitri & Martins ConsultoriaJulia Sant’AnnaAli Ahmad Hassan – U.O. Gestão do Conhecimento Maria Regina Machado – Revisão

Design gráfico

Victor Nosek

SEBRAE SP

Conselho Deliberativo

Presidente

Fábio de Salles Meirelles (FAESP)

ACSP Associação Comercial de São PauloANPEI Associação Nacional de PD&E das Empresas Inovadoras Banco Nossa Caixa S.A.FAESP Federação da Agricultura do Estado de São PauloFIESP Federação das Indústrias do Estado de São PauloFECOMERCIO Federação do Comércio do Estado de São PauloParqTec Fundação Parque de Alta Tecnologia de São CarlosIPT Instituto de Peasquisas TecnológicasSecretaria de Estado de Ciência, Tecnologia, Desenvolvimento Econômico e TurismoSEBRAE Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas EmpresasSINDIBANCOS Sindicato dos Bancos do Estado de São PauloCEF Superintendência Estadual da Caixa Econômica FederalBB Superintendência Estadual do Banco do Brasil

Diretor Superintendente

Ricardo Luiz Tortorella

Diretores Operacionais

José Milton Dallari SoaresPaulo Eduardo Stabille de Arruda

Gerentes Executivos

Alessandro Paes dos ReisRegina Maria Borges BartolomeiWaldir Catanzaro

Assessoria De Políticas Públicas

Silvério Crestana – GerenteJosé Sávio J. HenriqueJúlio César DuranteJosé Alberto Andrade Cunha NetoDulcineide RezendeAndréa de Araújo DiasPedro Orlando Galletta Filho

Unidade Organizacional De Gestão Do Conhecimento

Manfredo Archimor Paes – Gerente

UNIÃO DOS VEREADORES DO ESTADO DE SÃO PAULO (UVESP)

Presidente de Honra

Walter Feldman – São PauloDiretoria Executiva

Presidente: Sebastião MisiaraSuperintendente-executivo: Paulo MarcondesSuperintendente de Comunicação: Silvia Melo

1º Vice-presidente: Nequinho Desanti (Santana Parnaíba)2º Vice-presidente: Celso Alves (Aparecida)

Secretária geral: Maria Terezinha de Jesus Pedrosa (S. J. Boa Vista)Diretores: Eugenio José Zuliani (Olímpia) Rodrigo Antonio Correa (Santa Fé do Sul)

Tesoureiro-executivo: Osvaldo Caiel Filho (Barretos)Diretoras do Defam

Fátima Yao (Capão Bonito), Aparecida Benedita Rodrigues (Rio Claro),

Maria das Graças Berardo (Orlândia) e Reinalma Montalvão (Caçapava)

Diretor-executivo e de relações com os estados

Rogelio Barcheti (Avaré)Conselho fiscal

Roberto Abe (Campos do Jordão), Maria Augusta Lopes Vilarinho (Barretos),

Paulo Roberto Saponga de Oliveira (Itapeva), Manoel Kenji Chicaoka (Registro) e

Francisco Antonio Paes (Palmares Paulista)Suplentes conselho fiscal

Ademir Cleto (Tatuí), Elpidio Tencarte (Andradina),

Silvia Maria Guilardi (Águas de São Pedro), João Boesso Neto (Boracéia),

José Faleiros de Almeida Filho (Barretos) Assessores de comunicação regional

Dickinson Girardi (Barretos), Francisco Arten (S. J. Boa Vista)Assessora de relações públicas: Luciana Viana (Praia Grande)

Departamento jurídico: Marcelo Aparecido Coutinho (Areias), Silvio Gontijo de Abreu (Barretos), João Batista Costa (Holambra)

Coordenadores Regionais:

Agnaldo Moreno (Santana Parnaíba), Andre Luiz Crepaldi (Martinópolis), Andre Queiroz Guimarães (Louveira), Anésio Ferreira de Campos (Cajamar),

Antonio Edvaldo Costa “Dunga” (Araçatuba), Antonio Marcos Gava Junior (Barra Bonita), Aparecido Fernandes Junior (Avaré),

Carlos Alberto Soares (Penápolis), Carlos Domingos Pupin (Batatais), Djalma Rodrigues (Arandu), Edmilson Francisco Chulé Ferreira (Capão Bonito),

Elio Donizete Jardim (Tuiuti), Ercias Muniz (Juquiá), Erick Carbonari (Itatiba), Etelvino Nogueira (São Roque), Fábio Borges Barbosa (Apiaí),

Francisco Eduardo Rossi (Dracena), Geraldo Oliveira Campos (Alumínio), Gustavo Sarzi Sartori (Bragança Paulista), Helio Godoy (Sorocaba),

Hélio Keichi Mori (São Miguel Arcanjo), Iram Daier Brunhani (Holambra), Ivaldo Sobral de Luna (Presidente Epitácio), Jamil Ono (Andradina),

João Malveste (Orlandia), Joao Rodrigo Morales (Iaras), João Trida (Praia Grande), Joaquim Ortega “Chiquito” (Mirandópolis), Joel Bernardo Lima (Guapiara),

José Carlos Borgo (Jaú), José Eduardo Pinheiro Candeo (Jales), José Fernando de Oliveira (B. J. dos Perdões), José Geraldo Celestino de Oliveira (Itatinga),

José Geraldo Pacheco da Cunha Filho (Porto Feliz), José Ricardo Cardozo Barreto (Avaré), José Ricardo Dias (Santo André),Julio César Marques Dias (Candido Mota),

Leandro da Silva (Igarapava), Luiz Antonio de Moraes “Maguila” (Porto Ferreira), Luiz Carlos Mota (São José dos Campos),

Marcos Silveira (Tarumã), Maria Augusta Lopes Vilarinho (Barretos), Mario Acácio Ancona (Amparo),Maurício Massao Ogawa (Garça),

Nelson Luiz Benevenutto (Novo Horizonte), Osmarino Leite (Rancharia), Paulo Gama (Suzano), Paulo Sassaki (Ibiúna), Paulo Tarzã (Itapeva),

Plínio Cesar Firmino (São Simão), Pollyana F. G. Winther Araújo (Taubaté), Ronaldo Herculano (Itatiba), Salomão Jorge Cury (Colina),

Silvia Maria Abade Guilardi (Águas de São Pedro), Vagner de Paiva Casadei (Lins), Valter Cavina (Marília), Witter Francisco Soffner (Dois Córregos).

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GUIA DO VEREADOR EMPREENDEDOR

Políticas Públicas Municipais de 1 Apoio às Micro e Pequenas Empresas

GUIADO VEREADOR

EMPREENDEDOR

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GUIA DO VEREADOR EMPREENDEDOR

Políticas Públicas Municipais de 2 Apoio às Micro e Pequenas Empresas

Este é um documento histórico para os Vereadores. A Uvesp aceitou o desafio de formular o “Guia do Vereador Empreendedor” junto com o Sebrae-SP como contribuição inestimável aos candidatos às eleições de 2008. Defendemos nestas páginas idéias que contribuirão para acelerar o desenvolvimento sustentável e valorizar o papel do Vereador como agente de mudanças.

O Vereador bem informado é um atento agente de desenvolvimento local, intimamente vinculado à base de produção, à base da força do trabalho. Acima de tudo, é uma liderança comprometida com o bem-estar social do seu povo.

A missão do Vereador do futuro é lutar pela melhoria da qualidade dos serviços públicos, pela otimização de recursos arrecadados no combate ao desemprego. É ouvir o contribuinte, interpretar seus anseios, lutar pelo ingresso dos empreendedores na formalidade e dar forma às soluções que conduzirão ao atendimento das demandas populares. As ações possíveis são muitas. Os resultados, com a ajuda de cada Vereador, serão promissores.

A Uvesp cumpre seu papel de articulador de forças ao atuar em parceria com o Sebrae-SP e aproximar os Vereadores das leis municipais que podem fomentar a criação de novas empresas.

As idéias estão neste Guia e tornam os caminhos infinitamente mais curtos e mais baratos para a consolidação do desenvolvimento sustentável. Se transformada em base de consultas para os candidatos aos legislativos municipais, a publicação poderá criar um olhar diferente sobre a ação legislativa. O próximo mandato poderá ser um marco na emancipação político-financeira dos municípios brasileiros.

Sebastião MisiaraPresidente da Uvesp

“Cabe à Uvesp levar o Vereador a entender que a Câmara Municipal não pode ser gargalo inibidor da criação da micro e pequena empresa e que o pequeno empresário, é, na maioria dos casos, um lider no município. Além de geradora de emprego e renda, a micro e pequena empresa é também um fator decisivo de legitimidade da economia de mercado.”

CRIANDO UM OLHAR DIFERENTE

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GUIA DO VEREADOR EMPREENDEDOR

Quanto maior for a participação dos pequenos negócios na renda gerada, maior será a distribuição da riqueza no município.

Políticas Públicas Municipais de 3 Apoio às Micro e Pequenas Empresas

MENSAGEM AOS CANDIDATOS

A sociedade globalizada faz com que novas formas de pensar e agir sejam necessárias para o desenvolvimento sustentável das nações. É preciso transformar boas idéias em soluções viáveis, sempre no sentido de atender aos anseios da população, e em sintonia com a modernidade.

O desenvolvimento pelo viés do empreendedorismo é algo novo, que deve ser compreendido e irradiado em suas possibilidades, para estimular a concepção de propostas inovadoras, com o poder de transformar realidades.

Neste contexto, o vereador é a principal ponte entre a comunidade e o poder público e tem muito a contribuir para o fortalecimento da cultura empreendedora, geração de trabalho e renda em sua cidade.

O desenvolvimento municipal seguramente passa pelo apoio aos micro e pequenos negócios. No Brasil são as micro e pequenas empresas que geram a maior parte dos postos formais de trabalho. Segundo o IBGE mais de 57% das pessoas com carteira assinada estão empregadas em estabelecimentos como farmácias, padarias, lojas, lanchonetes, pequenas fábricas, confecções e pequenas propriedades rurais.Elas estão entranhadas no tecido social brasileiro, e são vetores da melhoria da qualidade de vida, da dignidade e da prosperidade.

Em outubro de 2007, o Sebrae-SP e a UVESP realizaram um seminário para debater a inserção dos temas relacionados ao empreendedorismo e às micro e pequenas empresas, nas eleições municipais deste ano, e optou-se pela elaboração de um Guia descrevendo boas práticas que são lideradas por vereadores e que ajudam a mudar a realidade de seus municípios.

A consolidação dos resultados do seminário, apresentadas neste Guia do Vereador Empreendedor, demonstrou que as questões levantadas não se restringem a alguns municípios ou regiões do estado de SP. Boa parte das demandas se origina na necessidade de uma postura mais empreendedora para os vereadores e vereadoras, seja estimulada pela oportunidade de desenvolvimento presente no cenário macroeconômico brasileiro ou pela restrição imposta pela nova legislação relativa ao exercício do mandato.

Acreditamos que este Guia poderá ser de boa utilidade para inspirar os candidatos inovadores, que estejam acompanhando os acontecimentos referentes ao crescimento do país, e que queiram contribuir para que seu município aproveite as janelas de oportunidade que se abrem.

Fábio de Salles MeirellesPresidente do Conselho Deliberativo do Sebrae-SP

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GUIA DO VEREADOR EMPREENDEDOR

Políticas Públicas Municipais de 4 Apoio às Micro e Pequenas Empresas

As Câmaras Municipais são as instituições brasileiras que mais discutem e enfrentam as contradições e dificuldades da comunidade. E os Vereadores constituem os líderes mais próximos da população, convivendo com seus sonhos, necessidades e frustrações. E por esta aproximação tornam-se os maiores conhecedores da realidade dos pequenos negócios nos municípios. Portanto, acreditamos que Vereadores com visão empreendedora e inovadora podem contribuir muito para melhorar o ambiente empreendedor das cidades.

O crescimento constante do desempenho das micro e pequenas empresas no desenvolvimento da economia brasileira faz surgir uma demanda por políticas públicas de fomento ao empreendedorismo. É neste contexto que o legislativo exerce papel fundamental, ao formular leis que incentivem o desenvolvimento das pequenas empresas, que respondem hoje por 99% das empresas registradas no Estado de São Paulo e 20% do PIB.

Neste Guia do Candidato Empreendedor para Vereadores reunimos os pontos de convergência entre o que os diretores da União dos Vereadores do Estado de São Paulo e os técnicos do Sebrae-SP apostam como possíveis políticas públicas de apoio aos pequenos negócios, que podem auxiliar na construção da plataforma política dos Vereadores. Apresentamos aqui exemplos de iniciativas de sucesso, privilegiando temas que contribuam para o desenvolvimento das pequenas empresas e, por conseqüência, para o crescimento sustentável das cidades.

Nosso objetivo é que este cardápio de informações sirva de apoio para a construção de modelos de ações que acelerem o crescimento do município, independentemente dos gestores que estarão à frente delas, para que os projetos implantados por eles tenham continuidade pelos seus sucessores.

Ricardo Luiz TortorellaDiretor Superintendente do Sebrae-SP

Paulo Eduardo Stabile de ArrudaDiretor Técnico do Sebrae-SP

José Milton Dallari SoaresDiretor Administrativo-Financeiro do Sebrae-SP

O VEREADOR EMPREENDEDOR

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GUIA DO VEREADOR EMPREENDEDOR

Políticas Públicas Municipais de 5 Apoio às Micro e Pequenas Empresas

POR QUE APOIAR OS PEQUENOS NEGÓCIOS? ...............................................6 1. Vereador como agente de desenvolvimento .....................................................7 2. A razão da inclusão produtiva ..................................................................................8 3. Pequenos negócios promovem a distribuição de renda e ajudam a fixar a riqueza na região ...................................................10 4. Diferenças entre as pequenas cidades e as de maior porte ............................12 5. Lei Geral Municipal: o novo estatuto da pequena empresa ............................14

POLÍTICAS DE APOIO AOS PEQUENOS NEGÓCIOS .................................17 1. Facilitar a abertura e o funcionamento de micro e pequenas empresas ......18 2. Oferecer tratamento tributário favorecido e diferenciado às micro e pequenas empresas ................................................................................................20 3. Planejar e estruturar o desenvolvimento do município com sustentabilidade ambiental ...........................................................................22 4. Promover o desenvolvimento de mercados e o uso do poder de compras do município .......................................................................................25 5. Incentivar programas de sustentabilidade ambiental .......................................28 6. Ampliar o acesso à tecnologia ............................................................................31 7. Fortalecer o associativismo ..................................................................................34 8. Facilitar o acesso ao crédito e aos serviços financeiros ...............................36 9. Desenvolver a educação empreendedora e a capacitação profissional .......38 10. Liderar as mudanças e transformações no município: o que o Vereador pode e não pode fazer ............................................................40

COMO ESTRUTURAR O MUNICÍPIO PARA APOIAR OS PEQUENOS NEGÓCIOS .....................................................................................43 Passo a passo para o Vereador empreendedor defender um programa de apoio aos pequenos negócios durante o seu mandato ...................................44

ÍNDICE

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GUIA DO VEREADOR EMPREENDEDOR

Políticas Públicas Municipais de 6 Apoio às Micro e Pequenas Empresas

POR QUE APOIAR

OS PEQUENOS NEGÓCIOS?

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GUIA DO VEREADOR EMPREENDEDOR

Políticas Públicas Municipais de 7 Apoio às Micro e Pequenas Empresas

Em nossa história, as Câmaras Municipais sempre buscaram traduzir os anseios populares. Aos poucos, homens e mulheres eleitos livremente, se organizaram para realizar as aspirações políticas de seus representados. Um passado de árduas lutas.

Hoje os Legislativos Municipais têm a consciência das desafiantes responsabilidades que lhes incumbem: promover o desenvolvimento socioeconômico e abrir perspectivas de progresso em todos os setores da cidade.

Como primeiro agente político do país e mais próximo do cidadão, o Vereador deve ter presente o seu dever para com a sociedade, qual seja contribuir para a geração de empregos e bem-estar social da população. Chegou a vez de cada Vereador mostrar a sua força de forma criativa, sua capacidade de ser um empreendedor político atento às oportunidades que podem se traduzir em conquistas para o seu município.

1. VEREADOR COMO AGENTE DE DESENVOLVIMENTO

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GUIA DO VEREADOR EMPREENDEDOR

Políticas Públicas Municipais de 8 Apoio às Micro e Pequenas Empresas

A principal razão para apoiar os pequenos negócios é a inclusão produtiva. Mais empresas, mais empregos, mais cidadania. Os resultados na economia local não deixam dúvidas: uma política integrada de apoio aos pequenos negócios tem a capacidade de gerar bons números sobre o crescimento da renda, dos empregos e da arrecadação para os municípios.

Os pequenos negócios são 99% de todas as empresas paulistas, oferecem quase 60% das oportunidades de emprego e representam cerca de 20% do produto interno bruto (PIB). De acordo com a Lei Geral, as microempresas são as que faturam até R$ 240 mil por ano e empresas de pequeno porte são as que obtém de R$240 mil a R$ 2,4 milhões de faturamento bruto anual.

O desemprego afeta a vida da população e a economia de um município. No caso do Brasil, são exatamente as micro e pequenas empresas as maiores geradoras de postos formais de trabalho. Em 1996, este segmento oferecia 50,6% das oportunidades. Sua participação relativa cresceu 13% em 2002, quando os micro e pequenos negócios empregavam 57,2% dos trabalhadores com carteira assinada, segundo o IBGE.

Além dos trabalhadores formalmente empregados, mais de 13 milhões de brasileiros se sustenta realizando atividades informais sem carteira assinada ou trabalhando por conta própria. É importante destacar que as empresas informais geram relações informais com seus fornecedores, compradores e, conseqüentemente, com seus trabalhadores, resultando em empregos informais e sem os benefícios trabalhistas garantidos por lei. O apoio aos micro e pequenos negócios estimula a legalização de empresas.

De 2000 a 2004, segundo a Relação Anual de Informações Sociais (Rais) do Governo Federal, foram criadas no país mais de 924 mil novas empresas formais, sendo 910 mil de micro e pequeno porte. Com isso, a participação total das micro e pequenas empresas chegou a 5 milhões, ou seja, 98,4% do total de empresas em atividade no país. Apesar dos animadores números, no Estado São Paulo 29% dos novos micro e pequenos negócios são encerrados antes mesmo de completar um ano de existência. Em cinco anos, 56% deles já foram extintos.

2. A RAZÃO DA INCLUSÃO PRODUTIVA

Número de pessoas ocupadas nas empresas formais

Fonte: IBGE, Cadastro Central de Empresas - CEMPRE; elaboração SEBRAE – UED.

Micro e Pequenas Empresas

Médias e Grandes Empresas

Percentual

50,6%

49,4%

Em milhõesde pessoas

15,8

11,8

Percentual

57,2%

42,8%

Em milhõesde pessoas

10,9

10,7

1996 2002

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GUIA DO VEREADOR EMPREENDEDOR

Políticas Públicas Municipais de 9 Apoio às Micro e Pequenas Empresas

Em resumo, o apoio aos pequenos negócios revela muitas vantagens como estratégia para promover o desenvolvimento do município: • As micro e pequenas empresas geram quase a metade do total de empregos formais (com carteira assinada) criados no país. Cada estabelecimento tem poucos empregados, mas, juntos, eles se tornam os principais empregadores da cidade.

• Os pequenos negócios necessitam de políticas simples e de baixo custo cujos resultados são expressivos na geração de renda e trabalho. Exemplos: reduzir a burocracia e a carga de tributos municipais, criar incentivos fiscais para a implantação e expansão de negócios, organizar as atividades informais, entre outras.

• Inclusão social e produtiva: os pequenos negócios absorvem pessoas com poucos anos de escolaridade ou sem acesso a programas de qualificação profissional, dando oportunidades a parcelas desfavorecidas da população.

Mercado Municipal de Barretos

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Políticas Públicas Municipais de 10 Apoio às Micro e Pequenas Empresas

O Brasil está entre os países com os piores índices de distribuição de renda do mundo. Poucos têm muito e muitos não têm quase nada: os 10% mais ricos da população detêm 75% da renda produzida no país.

Por esses e outros motivos o apoio aos pequenos negócios pode ser visto como uma estratégia de melhor distribuição de renda. A legalização das empresas – seguida da formalização da situação de seus funcionários – e a produção de riqueza de forma menos concentrada mostram como o investimento em pequenos negócios é fundamental para os municípios que querem se desenvolver de forma mais igualitária e com inclusão social.

Além das grandes diferenças entre a renda de ricos e pobres, também se pode observar no Estado de São Paulo altos índices de desigualdade regional. Isso significa que, enquanto algumas cidades têm altas receitas e melhores condições de se desenvolver, outras enfrentam grandes limitações orçamentárias. Uma das estratégias utilizadas para combater a desigualdade regional é buscar a fixação das riquezas nos municípios.

Um exemplo é o setor rural. É preciso pensar na permanência do agricultor no campo e na construção positiva e complementar entre o rural e o urbano nas cidades paulistas. Os municípios precisam se articular com os governos do Estado e da União para obter os melhores resultados da produção agrícola sem diminuir as oportunidades para os pequenos produtores rurais. O Estado de São Paulo tem se destacado na produção de cana-de-açúcar, laranja, grãos, carnes, frutas. É necessário planejamento para que as políticas públicas possam estimular a diversificação de culturas da produção paulista.

Situação semelhante ocorre nos centros urbanos. Muitas cidades não conseguem oferecer empregos para todos e é comum que trabalhadores se desloquem diariamente para municípios vizinhos, contribuindo para a produção de riqueza e arrecadação de outro lugar

3. PEQUENOS NEGÓCIOS PROMOVEM A DISTRIBUIÇÃO DE RENDA E AJUDAM A FIXAR A RIQUEZA NA REGIÃO

Quanto maior for a participação dos pequenos negócios na renda gerada, maior será a distribuição da riqueza no município.

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GUIA DO VEREADOR EMPREENDEDOR

Políticas Públicas Municipais de 11 Apoio às Micro e Pequenas Empresas

em virtude da escassez de empregos locais. Sem empresas empregadoras não há estímulo para a expansão do comércio e dos serviços. Um ciclo muito negativo para a economia local: empregos e compras não acontecem na cidade. O ideal é que o dinheiro circule na cidade. Os pequenos negócios são a forma mais eficiente de se iniciar o processo de fixação da riqueza local em qualquer segmento da economia. Investidores de fora também são bem-vindos, desde que também ajudem a fortalecer os pequenos negócios locais. Ficam os investimentos, os empregos, o melhor atendimento à população, entre outros benefícios.

O município que realizar um bom diagnóstico da economia vai ajudar a identificar vocações, potencialidades e oportunidades de negócios. O Sebrae-SP, Seade, IBGE, CEPAM, Secretarias e as universidades paulistas já possuem perfis municipais, indicadores e diagnósticos fáceis de serem utilizados. Para mais informações, visite o Observatório da Micro e Pequena Empresa em http://www.sebraesp.com.br ou http://www.seade.gov.br/produtos/perfil/Também é necessário avaliar o potencial de compras da cidade. Uma política de compras públicas pode fortalecer os negócios e promover a competitividade local. Prefeitura, Câmara Municipal, hospitais, escolas etc. podem comprar no próprio município e fortalecer a economia da cidade. Em pouco tempo a melhoria da oferta e da qualidade de produtos e serviços atrai os consumidores. Em conseqüência do melhor resultado das vendas das empresas são gerados mais empregos. Dessa forma é possível incrementar a economia do município, fixando a riqueza onde ela é produzida e proporcionando qualidade de vida aos cidadãos.

Municípios vizinhos que vivem problemas semelhantes podem implantar programas comuns de desenvolvimento. Esta também é uma alternativa para fixar a riqueza na região. Juntos serão mais fortes e mais capazes de oferecer oportunidades a investidores. Bons exemplos surgem de Consórcios Intermunicipais, sendo eles das mais diversas finalidades.

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GUIA DO VEREADOR EMPREENDEDOR

Políticas Públicas Municipais de 12 Apoio às Micro e Pequenas Empresas

O Brasil possui 5.564 municípios. Poucos, no entanto, conquistaram os avanços econômicos e sociais desejados. Faltam recursos financeiros para enfrentar os principais desafios: saúde, educação, infra-estrutura, segurança e desenvolvimento.

Parte da solução para este complexo problema vem da iniciativa privada: empregos geram renda, que movimentam a economia local, que aumentam a arrecadação de tributos, que possibilitam mais investimentos públicos. Um ciclo positivo e sustentável. Mas para que as empresas possam dar sua contribuição ao desenvolvimento precisam de um ambiente favorável aos negócios, ou seja, menos burocracia, tributação justa e estímulos à competitividade.

Com base em dados do IBGE, 72% dos municípios do Brasil têm população inferior a 20 mil habitantes. Com algumas exceções, essas 4.002 cidades do país mantêm uma economia estimulada e sustentada em torno dos pequenos negócios. Apesar da importância desta constatação, classificar as cidades usando como critério o número de habitantes não garante o sucesso da política de apoio ao setor empresarial. Não há dúvidas de que cidades pequenas e grandes exigem políticas diferenciadas. Entretanto, no que se refere ao apoio aos pequenos negócios como estratégia complementar de promoção do desenvolvimento, as ações se diferenciam pelo perfil empresarial e não pelo tamanho das cidades.

Análise da densidade empresarial possibilita ação estratégica

Não há uma política “para cidades pequenas” e outra “para cidades grandes”. A criação de políticas locais de apoio aos pequenos negócios deve ser planejada de acordo com o perfil

4. DIFERENÇAS ENTRE AS PEQUENAS CIDADES E AS DE MAIOR PORTE

Seja qual for o tamanho da cidade, apostar nos pequenos negócios é uma estratégia vencedora para promover o desenvolvimento.

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GUIA DO VEREADOR EMPREENDEDOR

Políticas Públicas Municipais de 13 Apoio às Micro e Pequenas Empresas

empresarial da cidade. Os tipos principais de municípios listados a seguir auxiliam nesta classificação.

Cidade com muitos pequenos negócios e sem grandes empresas:

Este é o perfil da maioria das cidades brasileiras. Grande parte dos casos observados mostra que dar prioridade a ações que beneficiem o surgimento e a expansão dos pequenos negócios é uma estratégia de sucesso para a geração de mais empregos, aumento da formalidade, atração de investimentos sustentáveis e fortalecimento da economia local. Cidade com poucos negócios e poucas grandes empresas:

Há cidades onde se instalaram uma ou duas grandes empresas. Nesses contextos, as companhias costumam impulsionar o desenvolvimento econômico do município por meio da geração de emprego e da cadeia produtiva criada no entorno delas. Em muitos casos, o progresso da cidade torna-se diretamente relacionado à prosperidade das grandes empresas. Apoiar pequenos negócios significa, portanto, não apenas defender-se dos riscos da dependência como também criar estratégias de desenvolvimento produtivo sustentável buscando identificar o perfil do município em questão. Cidade com poucos pequenos negócios e sem grandes empresas:

Com raras exceções, essas são cidades estagnadas, onde a economia local depende da renda dos aposentados e dos empregos da Prefeitura. Especialmente nesses casos, o apoio aos pequenos negócios mostra-se como o primeiro passo para reativar a economia, evitar o êxodo e garantir aumento de arrecadação. Cidade com muitos pequenos negócios e muitas grandes empresas:

Com estruturas econômicas e produtivas mais complexas, essas cidades representam 28% das existentes no Brasil. Nesses casos, uma análise mais específica sobre cada situação é necessária. De qualquer forma, os pequenos negócios são importantes mecanismos de combate aos altos índices de desemprego observados nesses contextos.

Os tipos principais de municípios listados são uma interpretação do cenário geral, mas não podem ser o único instrumento de planejamento. Ainda assim fica evidente que o estímulo aos pequenos negócios mostra-se útil aos gestores públicos dos diferentes perfis municipais pela promoção da redução dos riscos de dependência, pelo estímulo à reativação da economia estagnada ou como estratégia de inclusão social e produtiva.

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GUIA DO VEREADOR EMPREENDEDOR

Políticas Públicas Municipais de 14 Apoio às Micro e Pequenas Empresas

Desde a Constituição de 1988, o tratamento adequado à realidade das micro e pequenas empresas é previsto na lei maior do país. Desde então, foram aprovadas algumas legislações que asseguram benefícios para as empresas de menor porte, processo que culminou com a Lei Geral da Micro e Pequena Empresa. Sancionada pelo presidente da República em 2006, esta lei complementar prevê a unificação e simplificação da arrecadação de impostos, a criação de mecanismos que priorizem micro e pequenos negócios como fornecedores de compras governamentais, a simplificação na abertura e no encerramento de empresas, entre outras medidas.

Essa nova Lei deve ser regulamentada por estados e municípios. É essencial que a lei saia do papel. No Estado de São Paulo mais de 60 municípios já sancionaram uma Lei Geral Municipal e mais de cem municípios estão elaborando suas leis. Além de facilitar a vida das empresas, a implantação da Lei Geral no município estimula a formalização dos negócios e resulta em aumento da arrecadação. No médio prazo, os pequenos negócios se tornarão os principais propulsores do desenvolvimento municipal, fazendo com que a economia local aqueça e tenha maior dinâmica. Os primeiros sinais do aumento da arrecadação com o Simples Nacional foram percebidos a partir de julho de 2007. Além disso, a elevação da atividade econômica estimulará o aumento da cota de recursos federais destinados ao Fundo de Participação dos Municípios, o que também beneficiará a capacidade administrativa local.Esta arrancada para o desenvolvimento no município pode e deve ser liderada pelo Vereador. A falta de recursos em grande parte das cidades não impede a realização de ações que dêem início a este círculo virtuoso do crescimento por meio do estímulo às micro e pequenas empresas. Neste guia, o candidato empreendedor encontrará alguns caminhos que poderão auxiliá-lo a incluir os pequenos negócios no seu plano para o desenvolvimento local.

O objetivo fundamental da Lei Geral é viabilizar uma série de incentivos para o estabelecimento e a manutenção dos negócios no setor. Com a criação da Lei Geral Municipal, gestores locais poderão aplicar em suas cidades os mecanismos de tratamento diferenciado que proporcionam:

• regime unificado de apuração e recolhimento dos tributos; • desoneração tributária; • simplificação do processo de abertura, alteração e encerramento das micro e pequenas empresas;• facilitação do acesso ao crédito e ao mercado; • preferência às micro e pequenas empresas nas compras públicas;

5. LEI GERAL MUNICIPAL: O NOVO ESTATUTO DA PEQUENA EMPRESA

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• estímulo à inovação tecnológica; • incentivo ao associativismo.

Até maio de 2008, 362 dos 5.564 municípios do país já haviam aprovado suas respectivas leis. No mesmo período o Estado de São Paulo contabilizou 62 entre as 645 cidades paulistas onde a Lei Geral Municipal já é uma realidade. Bons modelos de Leis estão disponíveis. Bons exemplos são Itararé, o primeiro município paulista a regulamentar a Lei Geral, e Barretos, que obteve destaque na última edição do Prêmio Sebrae Prefeito Empreendedor.

Caso seu município ainda não tenha aprovado a Lei Geral Municipal, indique ao Executivo os passos que devem ser seguidos:

1º Promover a formação de uma equipe para regulamentá-la, buscando a participação de representantes dos empresários, da Câmara dos Vereadores e das Secretarias municipais.

MAPA DA REGULAMENTAÇÃO DA LEI GERAL NOS MUNICÍPIOS PAULISTASAtualizado em 19/05/2008

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2º Definir o foco do apoio aos pequenos negócios de acordo com a vocação de cada município.

3º Escolher os principais artigos da Lei Geral Municipal que devem ser imediatamente implementados. 4º Redigir e formatar a proposta de regulamentação.

5º Articular a discussão e aprovação na Câmara Municipal.

6º Sancionar a lei e investir na divulgação das novidades para empresários e sociedade em geral.

7º Tirar a lei do papel. Articular com instituições estaduais e federais a oferta de serviços de crédito, tecnologia etc. previstos na legislação municipal.

Para participar das discussões e solucionar dúvidas sobre a Lei Geral, procure o Sebrae mais próximo ou visite o site http://leigeral.sp.sebrae.com.br/

Debate sobre a Lei Geral Municipal na Câmara de Rancharia

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POLÍTICAS DE APOIO AOS

PEQUENOS NEGÓCIOS

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Os projetos de desenvolvimento local baseados no incentivo à atuação de micro e pequenas empresas não é responsabilidade apenas do Executivo, mas de todos os atores políticos municipais.

A pesquisa Doing Business, realizada pelo Banco Mundial, atualizada em 2007, mostra que entre todos os países da América do Sul apenas Bolívia, Equador e Venezuela têm pior cenário que o Brasil para a realização de negócios. Dos 178 países pesquisados, o Brasil é o 122o colocado. O mapa do Planeta dos Negócios pode ser visitado em:

http://rru.worldbank.org/businessplanet/

Entre os motivos que interferem na legalização de empresas e seu funcionamento pleno estão a dificuldade de abertura, formalização e expansão de suas atividades. O excesso de burocracia e os altos custos do processo, além de favorecerem a sonegação, inibem a legalização dos empreendimentos, estimulando de maneira decisiva o crescimento da informalidade.

A Lei Geral da Micro e Pequena Empresa compatibiliza e integra procedimentos legais de distintos órgãos e esferas de governo, estratégias que já vinham sendo desenvolvidas em alguns estados e municípios do país. A novidade é que a simplificação no tratamento da burocracia poderá agora ser ampliada aos três âmbitos de governo: municipal, estadual e federal.

Confira abaixo algumas das medidas que fazem parte da lei e foram desenvolvidas visando à desburocratização. O apoio dos Vereadores é fundamental para que elas sejam regulamentadas nos municípios por meio da Lei Geral Municipal.

• Criar a Sala do Empreendedor para estabelecer a unicidade no processo de registro e de legalização das empresas. Isso evita a duplicidade de exigências e diminui o tempo para a abertura de negócios. • Divulgar informações, orientações e instrumentos, de forma integrada e consolidada, que permitam pesquisas prévias às etapas de registro, alteração e baixa dos micro e pequenos negócios.• Simplificar e uniformizar as exigências quanto à segurança sanitária, metrologia, controle ambiental e prevenção contra incêndios, para os fins de registro e legalização.• Dispensar a vistoria prévia e instituir o Alvará de Funcionamento Provisório pelo município, caso a atividade apresente baixo grau de risco, hipótese em que a vistoria se realizará após o início das atividades.

1. FACILITAR A ABERTURA E OFUNCIONAMENTO DE MICRO E PEQUENAS EMPRESAS

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• Reunir todos os órgãos municipais na Sala do Empreendedor, agilizando e desburocratizando o atendimento ao empresário.• Sugerir a adoção de leis que limitem o tempo de abertura e de encerramento das micro e pequenas empresas. Alguns programas já implantados dão prazo de 5 dias para o processo.

As reformas precisam da participação do legislativo municipal. Por meio de frentes parlamentares os Vereadores podem interagir com o Executivo e garantir a regulamentação dos dispositivos acima.

Os pequenos negócios formais e informais são os maiores geradores de postos de trabalho no país. A fórmula de sucesso é simples. Quanto mais fácil for gerir uma empresa, maiores serão as oportunidades de emprego em um município e melhor será a distribuição de renda.

Benefícios esperados:

• mais empresas abertas e formalizadas;• melhor comunicação entre empresários e poder público;• diminuição de custos operacionais e tempo para abertura e encerramento de negócios;• aumento da arrecadação municipal.

Desburocratização pioneiraDepois de várias tentativas de atrair grandes empresas, Itararé voltou-se ao apoio a micro e pequenos negócios em 2006. O município mostrou habilidade política em investir no setor sendo a primeira cidade do Estado de São Paulo a promulgar a Lei Geral Municipal. Atualmente, os alvarás de funcionamento dos estabelecimentos em processo de criação são expedidos na hora da apresentação dos documentos necessários para a abertura de uma empresa. Com o caminho traçado, Itararé investiu em parcerias para a capacitação profissional, além de projetos de reciclagem, patrulha agrícola e renovação do distrito industrial.

Distrito industrial de Itararé

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Políticas de redução de tributos, associadas a outras medidas de apoio, buscam aumentar a taxa de formalização de micro e pequenas empresas. Aplicadas a segmentos específicos, estas políticas fortalecem a vocação municipal e contribuem para o desenvolvimento local. Essas ações são iniciativa do Executivo. No entanto os Vereadores podem participar das discussões desde o início da formulação do projeto de lei.

A Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas já prevê avanços nesse sentido. Por meio dela, foi criado o regime especial unificado de arrecadação de tributos e contribuições no âmbito nacional. O Simples Nacional, ou Supersimples, como é mais conhecido, reduz a complexidade no pagamento de impostos, incorporando o ISS (municipal) e o ICMS (estadual) ao conjunto de tributos federais que formam o Simples (IRPJ, IPI, PIS, Cofins, CSLL e INSS).

Outras medidas tributárias que podem ser aplicadas aos pequenos negócios em seu município:

• cobrança proporcional do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU): quanto menor o porte da empresa, menor o imposto e vice-versa; • cobrança do IPTU com desconto proporcional à contratação de novos colaboradores, especialmente em atividades intensivas em mão-de-obra;• isenção das taxas de licença de localização, de inscrição cadastral, de licenciamento e de vigilância sanitária, de licenciamento e controle ambiental para MPE;• criação do tributo revitalização - desconto no pagamento de tributos municipais para estimular ações de recuperação e embelezamento de prédios;• redução do ISS para empresas enquadradas no Simples Nacional, respeitando o piso de 2%. • valores diferenciados de ISS para setores empresariais estratégicos.

A criação ou isenção de taxas é um tema que merece toda a atenção do Vereador. Em muitos municípios onde os recursos próprios para investimentos em obras e projetos são escassos, são criadas taxas que oneram a atividade empresarial. Os pequenos negócios pagam mais tributos e perdem competitividade. É importante que o Vereador tenha conhecimento sobre taxas de alvará, de letreiro, de renovação e de fiscalização de seu município.

A renúncia fiscal também deve ser vista com cautela, uma vez que há riscos de redução da receita municipal sem a certeza de que a implantação de novos negócios gerará uma quantidade compensadora de empregos. Em alguns casos, o município pode deixar de

2. OFERECER TRATAMENTO TRIBUTÁRIO FAVORECIDO E DIFERENCIADO ÀS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS

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arrecadar, a empresa não gerar empregos e faltar receita para investir no atendimento aos cidadãos. Mas a redução de tributos diferenciados para os pequenos negócios reverte-se em formalização de empresas e geração de receita para o município. É importante fazer estudo com uma equipe técnica para avaliar os impactos antes de aprovar uma legislação ampla de isenção fiscal.

Benefícios esperados:

• maior arrecadação em médio prazo;• maior satisfação e apoio do empresariado ao poder público;• maior índice de legalização de empresas.

Desoneração em consensoEm Osasco, a revisão tributária envolveu não apenas o Legislativo e o Executivo, mas contou com a participação de diferentes setores da sociedade civil por meio do Fórum Municipal de Desenvolvimento Econômico Sustentado. A redução da alíquota do ISS para 81 categorias beneficiou 13.721 microempresas. Além disso, a revisão tributária fez baixar o IPTU de mais de 93% dos 7,6 mil estabelecimentos contribuintes. A desoneração se reverteu em maior arrecadação para o município que foi investida nas ações da agenda positiva de desenvolvimento, tais como: incubadora de empreendimentos solidários, posto Osasco Legal e muitas outras.

Posto Osasco Legal

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O Vereador pode atuar de diversas formas na promoção de estratégias de desenvolvimento de seu município baseadas nas atividades de micro e pequenas empresas. Por ser o representante direto do povo, o Vereador tem entre suas principais funções acompanhar o dia-a-dia da população de sua cidade e buscar a integração entre os diversos grupos da sociedade e o poder público. Para que isso aconteça de maneira bem-sucedida, é necessário trabalhar a partir de diagnósticos, levantamentos e propostas de ações considerando a vocação e a realidade local, com suas características próprias e limitações.

É comum que as necessidades de mercado surjam naturalmente. Entretanto, muitas atividades cujo potencial econômico é identificado por meio de estudos específicos necessitam de incentivos para se iniciarem.

Em geral, a apresentação de um plano de desenvolvimento sistêmico que conte com um orçamento específico e descreva ações e parceiros envolvidos é uma atividade realizada pelo Poder Executivo. Mas há exemplos de casos em que o projeto de desenvolvimento baseado no apoio aos pequenos negócios surgiu de sugestões do Legislativo. Abaixo, segue uma lista de sugestões sobre como o Vereador pode contribuir para o desenvolvimento local nas suas funções de legislador, fiscalizador, administrador e assessor:

• Participar ativamente da elaboração ou atualização do Plano Diretor e do Plano Plurianual (PPA) do município.• Apresentar projeto de lei que cria data comemorativa do empreendedorismo. Uma ação política que cria mais oportunidades para o debate do tema por autoridades públicas e civis do município.• Como fiscalizador, pode buscar garantir que o orçamento municipal priorize investimentos para a promoção da economia local.• O Vereador também é responsável pela forma como a Câmara Municipal é administrada. Um projeto de resolução pode sugerir a reestruturação física e de recursos humanos da instituição, priorizando a capacitação dos funcionários para o tratamento de questões sobre o desenvolvimento local. • Criar uma frente parlamentar em prol das micro e pequenas empresas.• Por meio de indicação, o Vereador realiza seu papel de assessoramento, sugerindo medidas de interesse público a partir da observação de demandas existentes na sociedade. A criação de consórcios interrmunicipais de desenvolvimento econômico – buscando parcerias com vizinhos para atrair investimentos e divulgar o potencial turístico, por exemplo – é uma ação que pode ser realizada.

3. PLANEJAR E ESTRUTURAR O MUNICÍPIO PARA O DESENVOLVIMENTO

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Um grave problema enfrentado por municípios brasileiros, sobretudo por aqueles situados no interior do país, refere-se à inexistência de infra-estrutura e serviços públicos adequados para o desenvolvimento de atividades econômicas. A produção de uma cidade não pode prosperar sem que sejam boas as condições de estradas, pontes, rede de esgoto, rede de abastecimento de água, telefonia, internet banda larga, comunicação, energia elétrica, coleta de águas pluviais, distribuição de gás e os serviços de segurança, saúde e educação. Investir em projetos simples e baratos pode trazer grandes benefícios para o desenvolvimento de micro e pequenas empresas.

Empresária de São João da Boa Vista

Planejando para crescerO município de São João da Boa Vista é pioneiro na implantação de uma ampla estratégia de planejamento para o desenvolvimento. Por intermédio da Câmara Setorial de Indústria, a cidade deu início em 2006 a um programa de revitalização de micro e pequenos negócios. As 21 empresas que aderiram à primeira etapa do projeto receberam um diagnóstico de seu processo de produção e gestão, além de sugestões de melhorias que contribuiriam para o seu crescimento. Por meio da Agência de Desenvolvimento, o governo também realiza um projeto de captação de empresas, as quais recebem doações de área com infra-estrutura completa, isenção de tributos, entre outros.

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Veja abaixo algumas sugestões do que pode ser levado a discussão na Câmara Municipal:

• implantação de mercados municipais;• construção de espaço para realização de feiras de negócios;• articulação pública-privada para melhorar o acesso à Internet;• parcerias com empresas privadas interessadas em investir em telecomunicações;• apoio a programas de qualificação e saúde do trabalhador.

Benefícios esperados:

• Promover o crescimento de maneira planejada.• Identificar a vocação da cidade para a atividade produtiva.• Gerar bom ambiente para a realização de negócios.

Debate Câmara Municipal

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Desonerar os empresários e desburocratizar o processo de abertura e encerramento de negócios são fatores importantes para promover o desenvolvimento local, mas o sucesso de todo o processo depende principalmente da capacidade do empreendedor de alcançar os mercados. Sem vender seus produtos é impossível se manter, gerar empregos e movimentar a economia.

Ações políticas devem também buscar mecanismos que priorizem as micro e pequenas empresas como fornecedoras de bens e serviços. Com isso, o dinheiro circula na própria cidade, cria mercado para os pequenos e fortalece a economia local.

Promover o desenvolvimento do mercado local, regional e exportação

A promoção das empresas locais pode contar com a ajuda do poder público para ampliar os espaços de comércio. Nesse sentido, há uma série de medidas que o Vereador pode adotar para ajudar a conectar empresários e clientes:

• Apoiar a realização de feiras e exposições que atraiam consumidores das regiões próximas e estimulem a produção local.• Apoiar a organização de missões comerciais que levem ao município potenciais agentes de mercado e a divulgação dos produtos locais.• Organizar grupos e associações de produtores com objetivos comerciais conjuntos.• Estimular compra e venda de produtos entre as empresas locais.

A competição global pode também oferecer novas possibilidades de mercado, conectando os produtores de seu município com o mundo inteiro.

Além de verificar se o seu município já incorporou tais medidas, o Vereador pode também se tornar um promotor de estratégias de exportação e sugerir a realização de parcerias para a contratação de empresas especializadas em comércio exterior para estudarem o potencial de exportação dos produtos locais

Priorizar as pequenas empresas nas compras governamentais

Uma das estratégias públicas mais eficientes para promover o mercado local é criar incentivos às micro e pequenas empresas para a participação em licitações públicas. Um dos capítulos da Lei Geral é inteiramente dedicado a esta questão. Veja abaixo que benefícios podem ser concedidos ao setor com a regulamentação da Lei Geral Municipal:

4. PROMOVER O DESENVOLVIMENTO DE MERCADOS E O USO DO PODER DE COMPRAS DO MUNICÍPIO

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• No município que regulamentar a Lei Geral as compras de até R$ 80 mil são preferenciais para as micro e pequenas empresas.• Com a regulamentação, a comprovação de regularidade fiscal dos pequenos negócios será exigida apenas no momento de assinatura do contrato com o governo. Essa medida simplifica o processo de licitação, uma vez que apenas das vencedoras se confere as certidões de regularidade fiscal.• A Lei Geral Municipal permite, ainda, a preferência na contratação de pequenas empresas em caso de empate.

Bom exemplo de casaAltinópolis tinha um mercado enfraquecido pelo costume de seus habitantes de comprar “fora de casa”. O município observou, então, que precisava dar o exemplo e buscou potencializar a economia local priorizando os negócios da cidade nas compras governamentais. O volume das aquisições públicas no próprio município, que estava estacionado em R$ 600 mil e envolvia apenas 30 fornecedores, elevou-se para R$ 3,9 milhões e abrangeu um número muito maior de empresas locais, em especial as de micro e pequeno porte. O aumento das compras no município significou o incremento de R$ 150 mil por mês nas receitas do comércio local.

Altinópolis

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O Sebrae-SP estima que as mudanças provoquem um aumento considerável de mercado. O setor, que atualmente fornece 17% das compras governamentais, passaria a ser responsável por 30% delas, o que indicaria uma injeção de recursos financeiros na economia de cerca de R$ 17 bilhões por ano só no Estado de São Paulo. Além dos mecanismos sugeridos pela Lei Geral, a Prefeitura e a Câmara dos Vereadores podem criar instrumentos alternativos para dar um impulso em favor dos micro e pequenos negócios:

• alocar verbas de compra de merendas diretamente às escolas, que priorizariam fornecedores locais;• por meio de um site na internet ou anúncios em outdoors, a Prefeitura pode aumentar a divulgação de processos licitatórios, tornando-os mais inclusivos.

Políticas de expansão de mercado e, mais especificamente, de inclusão em processos de compras governamentais beneficiam diretamente os empreendedores locais e fazem a economia crescer.

Benefícios esperados:

• Geração de emprego e renda.• Dinamização do comércio local.• Aumento da qualidade dos produtos oferecidos e de seu valor agregado.• Aumento da arrecadação.

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Gerar lucros e conservar o meio ambiente. Essa combinação que até recentemente não parecia possível pode ser implantada em nível municipal e ajudar a promover o desenvolvimento local. A preservação do planeta depende de ações do dia-a-dia dos cidadãos e principalmente do poder público. Se isso puder ser feito em conjunto com as medidas de promoção de crescimento econômico, ainda melhor.

Há muito a fazer na gestão ambiental municipal. A Constituição de 1988 autoriza municípios a legislar sobre esse tema no que diz respeito a eventos que aconteçam em seu território e que têm interesse direto com a sua população.

Os debates de nível municipal relacionados ao meio ambiente são os mais variados e vão desde a coleta de lixo ou proteção de mananciais à concessão de autorização para a instalação de uma indústria. Além dos problemas de caráter urbano, há questões no âmbito rural, como a depredação do solo, a mineração mal-planejada e o uso de agrotóxicos.

O Vereador pode ser o responsável por levar à agenda pública a questão ambiental. Veja algumas idéias que podem ser colocadas em prática:

• Criar o Conselho Municipal de Meio Ambiente.• Apresentar projeto de lei para a criação do IPTU Verde, estimulando moradores a preservar áreas verdes através de descontos no imposto.• Averiguar a existência de instrumentos de política ambiental em seu município, como um projeto cuidadoso de zoneamento, principalmente da região rural. Para isso é importante conhecer o Plano Diretor da cidade e ficar atento às suas revisões.• Buscar mecanismos de capacitação de funcionários da Prefeitura para avaliação de impacto ambiental.• Viabilizar o desenvolvimento de um consórcio ambiental com os municípios vizinhos para tratar da busca de soluções para problemas em torno do manejo de recursos hídricos e do lixo.• Reunir representantes de associações para planejar uma estratégia de educação civil ambiental, promovendo reciclagem e economia de energia.• Sugerir a criação de programas de coleta seletiva, promovendo a geração de emprego e renda.• Procurar meios de integração aos avanços na produção bioenergética de acordo com o perfil de seu município.• Promover o ecoturismo onde existem atrativos naturais ou estrutura voltada para o turismo.• Verificar a possibilidade de criar Áreas de Preservação Ambiental (APA) nas cabeceiras dos rios e matas ciliares.

5. INCENTIVAR PROGRAMAS DE SUSTENTABILIDADE AMBIENTAL

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É importante que haja uma integração ao debate com as outras esferas de governo por meio de do Sistema Nacional de Meio Ambiente (Sisnama), órgão que integra União, estados e municípios em torno do tema. Muitas vezes entender o conjunto de instrumentos jurídicos não é tarefa simples, e buscar assessoria nesse sentido pode ser útil para alcançar competência e cooperação. Órgãos como o Instituto Brasileiro de Administração Municipal (Ibam) oferecem cursos na área de gestão ambiental dirigidos a técnicos municipais.

Segundo dados do Ministério do Meio Ambiente (MMA), até 2006 apenas 8% dos municípios brasileiros possuíam secretarias, fundo, conselho ou legislação ambiental. Diante disso, foi criado o Programa Nacional de Capacitação de Gestores Ambientais (PNC), uma inciativa conjunta do MMA, estados e prefeituras que busca fortalecer o

Reciclagem de blocos em São Carlos

Mais árvores e menos impostoAs ruas de São Carlos estão bem mais arborizadas depois que o IPTU Verde foi instituído na cidade. Contribuintes que tiverem árvores em suas calçadas ou áreas permeáveis no seu terreno obtêm descontos de até 4% no imposto predial. A política que incentiva a participação da sociedade na preservação do meio ambiente e no embelezamento da cidade já apresenta bons resultados. Após a criação do IPTU Verde, houve um aumento significativo na distribuição de mudas pelo Horto Municipal. A reciclagem também é uma iniciativa muito valorizada, com destaque para os blocos de concreto.

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papel do município neste tema. Representantes das prefeituras têm recebido treinamento em todo país sobre elementos práticos de licenciamento e gestão ambiental. Seu município já faz parte deste programa? Para ampliar a agenda ambiental do Estado de São Paulo, o governo lançou o Programa Município Verde, que prioriza a transferência de recursos às cidades que cumprirem metas relacionadas à política de meio ambiente estadual. Para saber como participar e tomar a dianteira deste projeto em seu município, visite:

http://www.ambiente.sp.gov.br/municipioverde/

Em Birigui, por exemplo, projetos ambientais beneficiam a natureza e o bolso dos cidadãos. Em 2007, um conjunto habitacional equipado com coletores de energia solar foi entregue a moradores de baixa renda com a previsão de economizar até 50% nas despesas com a conta de luz. Birigui tornou-se o primeiro município brasileiro a ser convertido numa cidade solar, o que foi possível por uma lei municipal que incentiva as construtoras a adotar a energia solar nos empreendimentos imobiliários. Como se vê, há muito o que um Vereador pode fazer para transformar sua cidade em exemplo para todo o país.

As questões ambientais estão em ascensão e há muito sendo debatido no âmbito público. Municípios já podem se inserir no mercado de crédito de carbono, negociando a venda de carbono a países estrangeiros. Um fundo criado pela Prefeitura com esta verba pode ser voltado ao desenvolvimento sustentável. Dessa forma, o município se insere no debate global, aumenta sua arrecadação e investe em sustentabilidade.

Benefícios esperados:

• Cidade mais bonita.• Preservação do futuro.• Melhoria da qualidade de vida da população.• Aumento do potencial turístico.• Maior arrecadação.• Inclusão no debate político sobre meio ambiente.

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O acesso a tecnologia é extremamente importante para um projeto de desenvolvimento local baseado na geração de emprego e renda. Por meio dele, micro e pequenos negócios podem se tornar mais competitivos, com produtos de melhor qualidade.

Quando se fala em tecnologia, algumas pessoas tendem a pensar em máquinas sofisticadas e computadores de última geração. Em muitos municípios, no entanto, avanço tecnológico significa a compra de tratores por agricultores familiares organizados em cooperativas.

Ter acesso a tecnologia significa ter mais informação e mais capacidade de produção. As melhorias observadas tanto no processo produtivo quanto nas características do produto geram maior valor agregado, que levam a lucros maiores e representam um diferencial a favor do empreendedor.

Algumas das principais questões sobre acesso a tecnologia são a utilização da internet e de outras fontes de informação e comunicação; o conhecimento de modernas técnicas de produção agrícola; a utilização de ferramentas que aumentem a capacidade produtiva; a aplicação de procedimentos que melhorem a qualidade de produtos e serviços.

Veja algumas das possíveis ações:

• formular uma política municipal para inovação e acesso a tecnologia em parceria com universidades e órgãos de assistência e pesquisa rural, como a Embrapa, ITAL e IAC.• criar fundos e legislações de incentivo que ajudem a melhorar o acesso a tecnologia. Conforme previsto na Lei Geral, os fundos podem garantir 20% dos recursos para micro e pequenas empresas.• estimular o desenvolvimento de incubadoras de empresas e parques tecnológicos. As incubadoras possibilitam o desenvolvimento de empresas de alta capacidade de inovação com menor índice de mortalidade.• buscar assessoria em instituições especializadas na qualificação empresarial.• criar projetos coletivos de investimento em pesquisa e aquisição de equipamentos e maquinário modernos. • desenvolver projetos regionais e municipais de investimento e educação tecnológica em parceria com o governo do estado.• buscar apoio em institutos e agências para que os produtos com perfil de exportação se adaptem às mais diversas normas exigidas pelos mercados externos, sejam elas sanitárias, metrológicas ou ambientais. Procurar o Instituto de Pesquisas Tecnológicas pode ser o primeiro passo. Visite o site:

http://www.ipt.br/atendimento/poderPublico/.

Estão previstos na Lei Geral os incentivos para investimentos em inovação com a alocação

6. AMPLIAR O ACESSO A TECNOLOGIA

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de um mínimo de 20% dos recursos federais, estaduais e municipais aplicados em pesquisa, desenvolvimento e capacitação tecnológica exclusivamente aos pequenos negócios por parte de instituições públicas de fomento à tecnologia. O Sebrae estima que, por força deste dispositivo, poderá ser destinado anualmente R$ 3 bilhões aos pequenos negócios em todo o país.

A Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas reconhece o investimento em tecnologia como prioritário.

Inovando para crescerEm parceria com o governo do estado, São José dos Campos criou em 2006 seu Parque Tecnológico para promover o contato direto entre empresas, instituições de pesquisa e o mercado. O Centro de Desenvolvimento de Tecnologia em Aeronáutica foi implantado no parque e oferece um curso de especialização. Já em 2007, o município formalizou o Arranjo Produtivo Local Aeroespacial, que reúne empresários, gestores públicos e pesquisadores na realização de consultorias, treinamento, compras e vendas conjuntas.

Incubadora de empresas de São José dos Campos

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Como principal ponte entre o poder público e o cidadão comum, o Vereador precisa estar atento às possibilidades de captação dos recursos oferecidos. Para isso, é importante que tenha capacidade de reunir a população em torno de uma agenda de desenvolvimento tecnológico.

Benefícios esperados:

• Geração de empregos de alta qualificação.• Aumento da qualidade de produtos e serviços oferecidos.• Aumento do valor agregado da produção.• Maior capacitação local.• Menor dependência de oscilações externas.

Enxerto de mudas em Novo Horizonte

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Com o passar dos anos, a estrutura econômica de uma cidade vai se tornando mais complexa. Num contexto onde a competição é cada vez mais acirrada, o associativismo mostra-se como uma boa estratégia de organização de entidades dos mais diversos tipos.

A valorização das atividades de micro e pequenas empresas passa pelo apoio dos órgãos públicos à construção e à manutenção de associações que ajudarão também na identificação de necessidades, potencialidades e vocações do município.

Se por qualquer motivo o Legislativo quiser mobilizar os empresários de sua cidade, fica muito fácil se isso for feito em parceria com uma associação empresarial. O mesmo se aplica para artesãos, feirantes ou agricultores familiares que possuem uma entidade própria. Por meio de associações, sejam elas de empreendedores formais ou informais, os Vereadores podem facilitar a criação de espaços de participação e de diálogo com a sociedade civil.

Então, é fundamental apoiar e valorizar as associações já existentes ou novas. E o Vereador tem um importante papel nesse sentido. Priorizando o atendimento coletivo, ele ajuda a sociedade a se articular.

Entre as estratégias para fomentar o associativismo, o Vereador pode:

• Apresentar projetos de lei que visem ao apoio a setores produtivos.• Sugerir a criação de um programa municipal de incentivo a associações para conceder assistência técnica e administrativa, apoiar a busca por mercado e capacitação tecnológica.• Estimular o fornecimento, por parte da iniciativa privada, de equipamentos para aprimorar as atividades de cooperativados. Um triturador de embalagens plásticas, por exemplo, pode ser usado por muitos catadores de lixo e servir como um estímulo simples, porém concreto, ao cooperativismo. Uma outra estratégia prevista na Lei Geral diz respeito à criação de consórcios para a compra e venda de produtos pelas empresas de pequeno porte. O objetivo principal desta ação é fazer com que micro e pequenas empresas aumentem sua competitividade e sua inserção nos novos mercados por meio de ganhos de escala e redução de custos operacionais.

As chamadas centrais de compra são exemplo vivo do que está na lei. Por meio delas, pequenos comerciantes do varejo negociam com fornecedores preços melhores já que a compra pode ser feita em larga escala. Um estudo realizado em 2004 (pela consultoria Gouvêa de Souza & MD) indicou a existência de 188 centrais de compra no país, que já naquela época representavam a associação de mais de 11 mil pontos-de-venda.

7. FORTALECER O ASSOCIATIVISMO

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Benefícios esperados:

• Melhorar a capacidade de articulação de demandas sociais.• Estimular a inserção conjunta em novos mercados.• Promover relações de solidariedade e fortalecimento de vínculos produtivos.

Posto de Atendimento ao Empreendedor de Embu

Estimulando a uniãoComo forte estímulo ao associativismo, foi criada em Embu a Casa do Empreendedor. A instituição abriga uma série de cooperativas locais e conta com a parceria da Associação Comercial, Industrial e de Serviços de Embu, da Faculdade de Taboão da Serra e do Instituto de Pesquisa, Desenvolvimento e Fortalecimento das Ações Sociais, entre outros. Com a Casa do Empreendedor, houve uma expansão de 40% no número de novos negócios no município.

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Nos últimos cinco anos apenas 36% das micro e pequenas empresas tomaram empréstimos, o que comprova a dificuldade que enfrentam para realizar seus projetos. Os governantes podem contribuir com políticas públicas para a criação de uma nova cultura financeira. O estímulo ao crédito é um dos pontos tratados pela Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas, que prevê políticas de apoio ao crédito por parte do Executivo, autorização de linhas de crédito pelos bancos, que poderão se articular com entidades representativas das empresas para desenvolver programas de treinamento gerencial e tecnológico. A lei também prevê a utilização de recursos financeiros do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) em cooperativas de crédito destinadas aos pequenos negócios. Uma pesquisa do Vox Populi para o Sebrae revela que os empresários de pequenos negócios acham que o estímulo à facilitação do crédito é o segundo ponto mais importante da Lei Geral.

As micro e pequenas empresas contam hoje com várias fontes de financiamento em bancos públicos, tais como: Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, Nossa Caixa, além do Banco do Povo Paulista e dos bancos privados. Mas boa parte das empresas não consegue preencher as exigências dos bancos, que envolvem uma série de garantias reais e fiador. Os empreendedores informais também enfrentam restrições para obter crédito bancário.

Os Vereadores poderão, portanto, estimular a aproximação entre bancos e empresários conhecendo melhor algumas iniciativas que vêm se consolidando no mercado como instrumentos de apoio aos empreendedores:

• Cooperativas de crédito formadas por empresários do próprio município com o objetivo de reduzir as tarifas bancárias e criar uma nova alternativa de investimento, além de manter a poupança no local.• Sistema de Garantias de Crédito, uma alternativa prevista na Lei Geral. Grupos de empreendedores asseguraram garantias aos empréstimos tomados junto a bancos e instituições de microcrédito. Servem para substituir as garantias tradicionais, como máquinas, equipamentos e imóveis. • Banco do Povo Paulista e outras instituições de microcrédito emprestam também para negócios informais, e podem ser dinamizados com indicações de Vereadores.

Em alguns casos, o Vereador pode ter papel fundamental no desenvolvimento dessas estratégias. Pode ser de sua autoria o projeto de lei que autoriza a instalação de uma unidade do Banco do Povo em sua cidade. Dessa forma, o programa, que em muitos municípios já está em vigor, terá o fundo de investimento dirigido especificamente ao município em questão, facilitando o acesso ao crédito.

8. FACILITAR O ACESSO AO CRÉDITO E AOS SERVIÇOS FINANCEIROS

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O Vereador preocupado com a questão do crédito a micro e pequenos empresários também precisa estar a par dos empréstimos concedidos por meio do FAT. Para mais informações visite:

http://www.mte.gov.br/fat/default.asp

Benefícios esperados: • Maiores chances de sucesso dos pequenos negócios.• Melhores condições de obtenção de empréstimo.• Oferta de crédito para empreendedores informais.• Abertura, estruturação e expansão de negócios.

Casa do artesão de Lins

Criando capitalDepois de identificar que um dos entraves ao desenvolvimento de pequenos negócios era a falta de acesso ao crédito, a cidade de Lins criou o Fundo Municipal de Desenvolvimento Solidário, Econômico e Tecnológico. Por lei, pelo menos 20% de suas verbas devem ser destinadas a iniciativas associativistas. Em 2007, o fundo tinha R$ 200 mil de reserva. Um ano depois, este valor havia triplicado, chegando a R$ 630 mil.

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O acesso a informação e conhecimento pode ser a chave para o sucesso de muitos projetos. Num mundo de economias cada vez mais competitivas e integradas, uma boa idéia é cada vez mais valorizada. A capacitação é, portanto, a melhor forma de dar ferramentas para estimular boas idéias e transformá-las em realidade. Por meio da criação de programas de educação empreendedora, os municípios podem capacitar estudantes, trabalhadores e candidatos a empresário de acordo com as vocações do município. Mais atentos e cientes das condições de produção e logística local, eles darão grandes contribuições à economia.

Veja abaixo algumas idéias de políticas de estímulo à capacitação profissional e ao empreendedorismo:

• Propor um projeto de lei para incluir o empreendedorismo no ensino fundamental com o objetivo de transformar a visão de futuro das comunidades.• Oferecer cursos para melhorar as habilidades profissionais de empresários e trabalhadores.• Garantir que os treinamentos estejam integrados com as vocações e atividades produtivas do município.• Propor um programa de bolsas de estudos a trabalhadores em parceria com as empresas locais.

Para citar alguns bons exemplos, o empreendedorismo já é disciplina escolar em municípios como São José dos Campos (SP), Santa Fé do Sul (SP), Lins (SP), Três Passos (RS), Santa Rita do Sapucaí (MG) e Guarapuava (PR). Nessas cidades, os alunos já se mostram socialmente mais ativos e com maior ímpeto para iniciar negócios. As atividades se expandem também para fora das salas de aula. A prefeitura de São José dos Campos, por exemplo, criou a Feira do Jovem Empreendedor Joseense, onde os alunos expõem ao mercado suas idéias de negócio. Santa Fé do Sul (SP) liderou o projeto da Prefeitura Mirim. Fornecendo noções gerais da cidade, além de tratar de aspectos sobre turismo e empreendedorismo, os educadores estimulam as crianças a pensarem como cidadãos e futuros agentes de mercado.

Para contribuir para a qualificação dos profissionais que já atuam nos negócios da cidade, é importante que o Vereador conheça a fundo a produção local. Um bom diagnóstico do município pode mostrar quais setores e profissões mais precisam de gente preparada. Nesse sentido, um relatório publicado pelo governo de São Paulo é uma grande contribuição aos projetos de capacitação. Na Caravana do Trabalho foi produzido um novo diagnóstico

9. DESENVOLVER A EDUCAÇÃO EMPREENDEDORA E A CAPACITAÇÃO PROFISSIONAL

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para o Programa Estadual de Qualificação Profissional, as oportunidades de trabalho nas regiões administrativas estaduais foram investigadas para que fossem definidos os cursos profissionalizantes que devem ser priorizados de acordo com as características locais. Para mais informações, visite o site:

http://www.emprego.sp.gov.br/diagnostico/menu.htm.

Benefícios esperados:

• fortalecimento da cultura empreendedora;• empresários e funcionários mais bem treinados.• empresas mais eficientes.• mercado mais atualizado às tendências.• estímulo ao surgimento e ao fortalecimento de lideranças locais.• integração da educação formal com a educação para o trabalho, formando cidadãos empreendedores.

Projeto Braços Abertos de Ribeirão Preto

Da sala de aula para o mercadoNo projeto Braços Abertos, 16 turmas de adolescentes entre 14 e 16 anos têm aulas de relações comerciais, vendas e empreendedorismo no Senac de Riberão Preto. O projeto é reconhecido pelo Ministério Público do Trabalho como o melhor programa de aprendizagem do país em órgão governamental. Além dos módulos teóricos, os jovens realizam estágios em empresas. A maioria sai do curso com emprego garantido.

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Há um enorme espaço político de ação ainda não explorado por grande parte dos Vereadores. A maioria dos eleitores não sabe que o legislador municipal tem um importante papel como agente de mudança e que a sua atividade vai muito além da administração de demandas sociais e assistenciais da comunidade.

Cabe ao Vereador garantir que a administração municipal esteja sendo realizada de maneira ética e financeiramente sustentável. Sem o Vereador, o prefeito não pode aprovar leis. O orçamento municipal não pode ser implantado sem o seu voto, por exemplo.

Uma das principais atribuições do Vereador é elaborar leis de interesse do município. São poucas as matérias cujo Executivo tem exclusividade de apresentação de projeto de lei. Há muito espaço, portanto, para agir. Outra importante função diz respeito a seu papel como fiscalizador, por meio do qual o Vereador controla a gestão dos recursos pelo Executivo. O legislador é também o principal elo de ligação entre o Executivo e a comunidade.

10. LIDERAR AS MUDANÇAS E TRANSFORMAÇÕES NO MUNICÍPIO: O QUE O VEREADOR PODE E O QUE NÃO PODE

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Debate da UVESP na Câmara Municipal de Porto Ferreira

Mudanças legislativas realizadas no Brasil nas últimas décadas vêm acarretando importantes transformações no comportamento das Câmaras Municipais. A Lei de Responsabilidade Fiscal, por exemplo, fez aumentar em muito o papel do Vereador na administração pública, uma vez que o município não pode gastar mais do que arrecada e que cabe também ao Legislativo zelar por este compromisso. O Vereador criativo pode ser ativo na produção de leis voltadas ao desenvolvimento local. Cabe ao Vereador garantir que o que está dando certo deve ser mantido ou mesmo continuado. A fiscalização é uma ótima ferramenta para isso e também serve como fortalecimento e valorização do papel do Vereador.

Um agente de mudanças não é apenas aquele que cria leis, mas também o que garante que as leis já aprovadas sejam seguidas e que gerem frutos de desenvolvimento. Por isso, é importante que se tenha um bom conhecimento das leis já vigentes no município para jogar a favor da legislação.

Um bom exemplo nesse sentido vem da Câmara Municipal de São Paulo. Um projeto de emenda à Lei Orgânica enviado ao Legislativo com a assinatura de mais de 400 organizações participantes do movimento apartidário Nossa São Paulo foi aprovado na Câmara, obrigando os próximos prefeitos a divulgarem o Plano de Metas de seu governo. A medida, que mostrou a interação bem-sucedida entre Vereadores e a população, cria condições práticas para a sociedade acompanhar e cobrar resultados do Executivo.

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Para ser capaz de fazer uma avaliação crítica consistente dos projetos que passam pela Câmara, o Vereador pode contar com a ajuda de uma equipe multidisciplinar capaz de analisar cuidadosamente a matéria. Especialistas de diversas formações - direito, economia, urbanismo etc. - emitem pareceres a respeito dos projetos de lei em tramitação. Esses relatórios ficam disponíveis para toda a casa legislativa, uma vez que a equipe não é subordinada a nenhum gabinete e serve a todos. Obviamente, manter uma equipe depende de verba administrativa. Caso não tenha condições de manter uma consultoria permanente, a Câmara pode contratar serviços esporádicos.

O Vereador tem algumas possibilidades de aprimoramento e capacitação para o cumprimento de seu mandato. A Uvesp oferece capacitação e informação qualificada. Para mais informações, visite o site:

http://www.uvesp.com.br

A motivação para a vida política costuma ser o desejo de mudança. Vereadores chegam às Câmaras com a crença de que é possível fazer diferente. Mas ao assumir o cargo, o desconhecimento e a complexidade da função afastam muitos legisladores dos seus objetivos, deixando-os presos a questões cotidianas. Querer mudar e saber como fazê-lo é a chave para o sucesso de um bom mandato.

São inúmeras as maneiras criativas e simples de se tornar um Vereador ativo e engajado no desenvolvimento local de maneira coordenada e eficaz. Basta começar.

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COMO ESTRUTURAR O MUNICÍPIO PARA APOIAR

OS PEQUENOS NEGÓCIOS

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A leitura do capítulo anterior oferece dicas e caminhos para a criação de políticas específicas (redução da burocracia, geração de empregos, criação de programas de sustentabilidade ambiental etc.). A seguir, sugerimos um “Passo a Passo” para o Vereador empreendedor implantar um programa de apoio aos pequenos negócios durante seu mandato.

1. Formar uma comissão legislativa sobre micro e pequenas empresas

Por meio de um projeto de resolução, o Vereador pode sugerir a formação de uma comissão legislativa especial sobre micro e pequenas empresas. Caberá à comissão iniciar processo de investigação sobre as atuais condições de atuação dos pequenos negócios principalmente no que diz respeito a tributos, compras municipais e outros temas públicos de direta relação com o mercado. A formação de um grupo de Vereadores dispostos a se dedicar à questão é o primeiro estágio.

2. Chamar o Executivo para debate

De posse das informações reunidas, a comissão poderá convidar representantes da Prefeitura para debater possibilidades de ação conjunta. A integração entre os Vereadores e secretários municipais poderá dar bons frutos.

3. Elaborar um diagnóstico do setor produtivo e estratégias de capacitação

Integradas, autoridades do Legislativo e do Executivo poderão se dedicar a elaborar um diagnóstico sobre as capacidades produtivas do município. O trabalho conjunto poderá gerar melhores possibilidades de financiamento para contratação de consultorias externas.

4. Buscar alianças com representantes da população

Associações de empresários, sindicatos e demais representantes da população municipal serão extremamente importantes para desenvolver um programa realmente condizente com as necessidades locais.

O diálogo estabelecido de forma organizada poderá gerar mais satisfação e apoio popular, o que facilitará a elaboração do programa de apoio a micro e pequenas empresas e sua tramitação.

5. Buscar cooperação com agentes externos

Buscar apoio do governo do estado poderá ser útil para encontrar estratégias de financiamento de ações públicas. A realização de consórcios intermunicipais deverá fortalecer a iniciativa e angariar ainda mais apoio.

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Entrar em contato com universidades e centros de pesquisa interessados em estabelecer incubadoras e parques tecnológicos por meio de parcerias poderá gerar ainda mais adeptos aos planos do município.

6. Desenvolver programa de apoio a micro e pequenas empresas

Com uma ampla base de apoio, sustentada por atores internos, externos, governamentais e de mercado, o programa tem maiores chances de ser desenvolvido de maneira mais eficaz e eficiente. Já contando com ampla adesão, a iniciativa terá apelo político e será tratada como prioritária.

7. Garantir acompanhamento

Uma vez aprovado, o programa precisa contar com acompanhamento contínuo para garantir que todos estejam fazendo a sua parte. A força política do Vereador é um dos principais fatores para o Executivo priorizar suas ações. Quando implantado, o programa necessitará de aprimoramentos. É função do Vereador garantir que todo o trabalho não seja esquecido para que a iniciativa possa gerar frutos constantes.

Grupo de trabalho elaborando a Lei Geral Municipal de Jaboticabal

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Este trabalho baseia-se em um histórico de atuação do Sebrae-SP nos municípios paulistas e foi elaborado a partir de discussões com a União de Vereadores do Estado de São Paulo (Uvesp) e técnicos do Sebrae-SP. O conteúdo começou a ser desenvolvido no dia 31 de outubro de 2007 com técnicos, dirigentes e Vereadores de todas as regiões:

Adelson José Ribeiro/Ass. Parlamentar de Sorocaba; Ademir Cleto/Vereador de Tatuí; Almira Ribas Garms/Vereadora de Paraguaçu; Amauri do Amaral Campos/Uvesp – Jornal do Interior; André Queiroz Guimarães/Vereador de Louveira; Anésio de Campos/Uvesp; Antonio Marcos Gava Júnior/Vereador de Barra Bonita; Camila Alcântara Souza/Ass. de Imprensa Câmara Municipal Itararé; Carlos Peixoto/Vereador de Taubaté; Edgar Nobrega Gomes/Vereador de São Caetano do Sul; Edgar de Souza/Vereador Câmara de Lins; Élio Donizeti de Lima Jardim/Vereador de Tuiuti; Ercias Muniz de Lima/Vereador de Juquiá; Flávia Guerra Barbieri/consultora Uvesp; Helio Aparecido de Godoy/Vereador de Sorocaba; Iroá Nogueira Lima Carvalho/Sebrae-SP; José Alberto Andrade Cunha Neto/Sebrae-SP; José Canedo Jr/Sebrae-SP; José Carlos Cavalcante/Sebrae-SP; José Donisete de Camargo/Presidente da Câmara Municipal de Itararé; José Edinardo Esguetini/Presidente Câmara Municipal de Matão; José Fernando de Oliveira/Vereador de Bom Jesus dos Perdões; José Ricardo Dias/Vereador de Santo André; José Sávio J. Henrique/Sebrae-SP; Julio Cesar Durante/Sebrae-SP; Luiz Antonio de Moraes/Vereador de Porto Ferreira; Luiz Carlos Mota/Vereador de São José dos Campos; Marcelo Mambrini/Vereador de Franca; Marco Antonio Alves Jorge – KIM/Presidente da Câmara Municipal de Americana; Marco Aurélio Manaf/Sebrae-SP; Marcos Gomes Godinho/Gabinete do Vereador Edgar – Câmara Municipal de São Caetano do Sul; Maria Eugenia Ruiz Borba/Sebrae-SP; Mariana Camargo Marques/Sebrae-SP; Marimar Guidorzi de Paula/Sebrae-SP; Maurício Lazari da Silva/Vereador de Nova Campina; Milton Dallari/Sebrae-SP; Paulo Eduardo Stabile de Arruda/Sebrae-SP; Paulo Eugenio Pereira Junior/Vereador de Mauá; Paulo Fiorilo/Vereador de São Paulo; Paulo Marcondes/Uvesp; Paulo Roberto Saponga de Oliveira/Secretaria do Meio Ambiente; Reinaldo Correia/Imprensa Câmara Municipal de Matão; Ricardo E. Covello/Sebrae-SP; Ricardo Tortorella/Sebrae-SP; Roberto Bergamaschi/Ass. Vereador Paulo Eugênio – Câmara Municipal de Mauá; Roberto Carlos Calez/Vereador de Penápolis; Rodrigo Antonio Correa/Vereador de Santa Fé do Sul; Sebastião Misiara/Presidente Uvesp; Silvana Resende/Vereadora de Ribeirão Preto; Silvério Crestana/Sebrae-SP; Silvia Mello/Uvesp; Valdeci Neves/consultor Expansão Delta; Valter Moura Júnior/Associação Comercial e Industrial de São Bernardo do Campo.

A versão final foi aprovada no dia 28 de maio de 2008 com a participação de um Grupo de Trabalho constituído por técnicos, dirigentes e Vereadores:

Ali Ahmad Hassan/Sebrae-SP; Anésio Ferreira de Campos/Vereador de Cajamar; Antonio Marcos Gava Júnior/Vereador de Barra Bonita; Flávia Guerra Barbieri/ Uvesp; José Sávio J. Henrique/Sebrae-SP; Julia Sant’Anna/ jornalista FGB Consult; Luiz Antonio de Moraes “Maguila”/Vereador de Porto Ferreira; Luiz Carlos Mota/Vereador de São José dos Campos; Paulo Marcondes/Uvesp; Roberto Carlos Calez/Vereador de Penápolis; Rodrigo Antonio Correa/Vereador de Santa Fé do Sul; Witter Francisco Soffner/Vereador de Dois Córregos.

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Consulte também outras publicações de políticas públicas do Sebrae – SP 1. Guia do Candidato Empreendedor – Prefeito. Sebrae-SP 2008 2. Prêmio Sebrae Prefeito Empreendedor – Guia Paulista 2007/2008 3. Como e por que implantar a Lei Geral Municipal. São Paulo. 2007 4. Manacá em Flor – Programa de Formação de lideranças municipais em políticas públicas de apoio às micro e pequenas empresas. 2006/2007 5. Prêmio Sebrae Prefeito Empreendedor – Guia Paulista 2005/2006 6. Prefeito Empreendedor – Parceiro dos Pequenos Negócios. Sebrae-SP e CEPAM. 2006 7. Políticas Públicas Municipais de apoio às Micro e Pequenas Empresas. São Paulo, 2005 8. Temas em Debate: As Micro e Pequenas Empresas e as Compras Governamentais. São Paulo, 2004. 9. A Força do Manacá. Programa de formação de lideranças municipais em políticas públicas de apoio às micro e pequenas empresas. 2004 10. Prêmio Sebrae Prefeito Empreendedor – Guia Paulista 2003/2004 11. Prêmio Sebrae Prefeito Empreendedor – Guia Paulista 2001/2002

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Copyrigth 2008, Sebrae-SP Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas no Estado de São PauloÉ PERMITIDA A REPRODUÇÃO TOTAL OU PARCIAL MEDIANTE A CITAÇÃO DA FONTE.

SEBRAE-SPAssessoria de Políticas PúblicasRua Vergueiro, 1.117 19o andar

Paraíso CEP 01504-001 São Paulo SPwww.sebraesp.com.br

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

Guia do vereador empreendedor : políticas públicas municipais de apoio às micro e pequenas empresas / [organizadores Silvério Crestana, Flávia Guerra Barbieri]. – – São Paulo : SEBRAE, 2008.

Realização: Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de São Paulo (SEBRAE-SP) e UVESP - União dos Vereadores do Estado de São Paulo.

1• Empreendedorismo 2• Planejamento regional – Brasil – São Paulo (Estado) 3• Profissionais – Qualificação 4• Vereador Empreendedor – Guias – São Paulo (Estado) I• Crestana, Silvério. II• Barbieri, Flávia Guerra.

08 - 05 160 CDD - 352. 34098161

Índices para catálogo sistemático: 1• São Paulo : Estado : Vereadores empreendedores :

Guias 352.34098161

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ALTO TIETÊAv. Francisco Ferreira Lopes, 345Vila LavíniaCEP 08735-970 Mogi das CruzesTel/Fax: (11) 4722-8244

ARAÇATUBARua Cussy de Almeida Júnior, 1.167B. HigienópolisCEP 16010-400 Tel.: (18) 3622-4426 Fax: (18) 3622-2116

BAIXADA SANTISTAAvenida Dona Ana Costa, 416/418 GonzagaCEP 11060-002 Santos Tel.: (13) 3289-5818 Fax: (13) 3289-4644

BARRETOSAv. Treze, 767 Centro CEP 14780-270Tel/Fax: (17) 3323-2899

BAURUAv. Duque de Caxias, 20-20 Vila CárdiaCEP 17011-066Tel.: (14) 3234-1499 Fax: (14) 3234-2012

BOTUCATURua Dr. Cardoso de Almeida, 2.015 Lavapés CEP 18.602-130 Tel/Fax: (14) 3815-9020

CAPITAL LESTER. Monte Serrat, 427 Tatuapé CEP 03312-000Tel/Fax: (11) 2225-2177

CAPITAL NORTER. Dr. Olavo Egídio, 690 SantanaCEP 02037-001Tel.: (11) 2976-2988 Fax: (11) 2950-7992

CAPITAL OESTER. Pio XI, 675 LapaCEP 05060-000Tel/Fax: (11) 3832-5210

CAPITAL SULR. Adolfo Pinheiro, 712 Santo AmaroCEP 04734-001Tel/Fax: (11) 5522-0500

CENTRO PAULISTAAvenida Espanha, 284 Centro CEP 14801-130 AraraquaraTel.: (16) 3332-3590 Fax: (16) 3332-3566Rua XV de Novembro, 1.677 Centro CEP 13560-240 São Carlos Tel/Fax: (16) 3372-9503 FRANCA Rua Ângelo Pedro, 2.337 São JoséCEP 14403-416Tel.: (16) 3723-4188 Fax: (16) 3723-4483

GRANDE ABC Rua Cel. Fernando Prestes, 47 Santo AndréCEP 09020-110Tel/Fax: (11) 4990-1911

GUARATINGUETÁRua Duque de Caxias, 100 CentroCEP 12501-030Tel.: (12) 3132-6777 Fax: (12) 3132-2740

GUARULHOSRua Luiz Faccini, 441 CentroCEP 07110-000Tel/Fax: (11) 6440-1009

MARÍLIAAv. Sampaio Vidal, 45 BarbosaCEP 17501-441Tel.: (14) 3422-5111 Fax: (14) 3413-3698 OSASCORua Primitiva Vianco, 640 CentroCEP 06016-004Tel/Fax: (11) 3682-7100

OURINHOSAv. Horácio Soares, 1.012 Jd. PaulistaCEP 19907-020Tel/Fax: (14) 3326-4413

PIRACICABAAv. Independência, 527 Centro CEP 13419-160Tel.: (19) 3434-0600 Fax: (19) 3433-8281

PRESIDENTE PRUDENTERua Major Felício Tarabay, 408 CentroCEP 19010-051Tel.: (18) 3222-6891 Fax: (18) 3221-0377

As experiências de municípios que decidiram apoiar os pequenos negócios estão descritas em detalhes no site do Sebrae www.sebrae.com.brMais informações podem ser obtidas nas unidades do Sebrae-SP

RIBEIRÃO PRETORua Inácio Luiz Pinto, 280 Alto da Boa VistaCEP 14025-680Tel.: (16) 3621-4050 Fax: (16) 3621-8241

SÃO JOÃO DA BOA VISTARua Getúlio Vargas, 507 CentroCEP 13870-100Tel.: (19) 3622-3166 Fax: (19) 3622-3209

SÃO JOSÉ DO RIO PRETO Rua Dr. Presciliano Pinto, 3.184 Jd. Alto Rio PretoCEP 15020-000Tel.: (17) 3222-2777 Fax: (17) 3222-2999

SÃO JOSÉ DOS CAMPOSRua Santa Clara, 690 Vila AdyannaCEP 12243-630Tel.: (12) 3922-2977 Fax: (12) 3922-9165

SOROCABARua Cesário Mota, 60 CentroCEP 18035-200Tel.: (15) 3224-4342 Fax: (15) 3224-4435

SUDESTE PAULISTAAv. Andrade Neves, 1811 Jardim ChapadãoCEP 13070-000 CampinasTel.: (19) 3243.0277 Fax: (19) 3242-6997 Rua Suiça, 149 Jardim CicaCEP 13206-770 JundiaíTel.: (11) 4587-3540 Fax: (11) 4587-3554

SUDOESTE PAULISTARua Ariovaldo de Queiroz Marquez, 100 CentroCEP 18400-560 ItapevaTel.: (15) 3522-4444 Fax: (15) 3522-4120

VALE DO RIBEIRARua José Antonio de Campos, 297 CentroCEP 11900-000 RegistroTel/Fax: (13) 3821-7111

VOTUPORANGARua Wilson de Souza, 4405 San RemoCEP 15502-052Tel.: (17) 3421-8366 Fax: (17)3421-5353

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EM RESUMO, APOIAR OS PEQUENOS NEGÓCIOS SIGNIFICA:

1. Facilitar a abertura e o funcionamento de pequenas empresas é estimular o crescimento. O excesso de burocracia atrapalha o empreendedorismo. Quanto mais empresas, mais emprego e mais desenvolvimento.

2. Tratamento tributário favorecido e diferenciado a micro e pequenas empresas estimula a produtividade. A expansão dos novos negócios será comprovada com o aumento da arrecadação de impostos a médio prazo.

3. Planejar custa pouco e abre espaço para diversos potenciais não explorados.

4. O poder público pode ser o maior cliente dos pequenos negócios. A competição é grande, mas com boas idéias e estímulo um município pode se destacar como pólo produtivo.

5. Unidos e organizados, os setores produtivos locais têm maior poder de barganha e ação. Com a troca e a integração de atividades complementares, todos só têm a ganhar.

6. O poder público pode estimular a facilitação de concessão ao crédito. O acesso a capital inicial precisa ser defendido para que iniciativas de pequenos negócios com grande potencial não sejam desperdiçadas.

7. Criatividade e tecnologia juntas funcionam a serviço do crescimento. Ter acesso à tecnologia significa ter maior capacidade de produção com maior valor agregado.

8. No mundo competitivo, educação é tudo. Funcionários e empresários capacitados produzem melhor e fazem o município crescer junto com eles.

9. Fazer a cidade prosperar e conservar o meio ambiente é uma receita que dá certo. Mediante políticas ambientais bastante práticas, o município pode atrair turistas, promover o bem-estar e gerar recursos.

10. O mandato na Câmara Municipal é dinâmico e criativo. Conhecendo bem o município e os instrumentos legislativos, o Vereador pode inovar.

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COMPROMISSOS DE CAMPANHA

Candidato

Município

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