guerra fria

26
GUERRA FRIA – BIPOLARIZAÇÃO DO MUNDO 1947 - 1991 O mundo pós-Segunda Guerra dividiu-se em dois grandes blocos: capitalistas de um lado, liderados pelos EUA (Estados Unidos da América), e socialistas do outro, encabeçados pela extinta URSS (União das Repúblicas Socialistas Soviéticas). Assim tinha início a chamada Guerra Fria, que recebeu esse nome por não ser uma simples guerra de luta corpo a corpo, do combate direto. Essa foi uma guerra ideológica e psicológica e a "paz" estava garantida através da posse da arma mais temida do momento: a bomba nuclear. As ideologias opostas buscavam arrebanhar adeptos: os capitalistas pregavam o consumo e o livre comércio; os socialistas defendiam a coletivização da economia sob os cuidados do Estado. A base de todas as relações era medida pelo medo de que a bomba atômica fosse novamente utilizada, lembrando Hiroshima e Nagasaki. DÉCADA DE 1940 Doutrina Truman (1947)

Upload: wesley-germano-otavio

Post on 21-Jun-2015

102 views

Category:

Education


0 download

DESCRIPTION

Guerra Fria

TRANSCRIPT

Page 1: Guerra fria

GUERRA FRIA – BIPOLARIZAÇÃO DO MUNDO

1947 - 1991

O mundo pós-Segunda Guerra dividiu-se em dois grandes blocos:

capitalistas de um lado, liderados pelos EUA (Estados Unidos da América), e

socialistas do outro, encabeçados pela extinta URSS (União das Repúblicas

Socialistas Soviéticas). Assim tinha início a chamada Guerra Fria, que recebeu

esse nome por não ser uma simples guerra de luta corpo a corpo, do combate

direto. Essa foi uma guerra ideológica e psicológica e a "paz" estava garantida

através da posse da arma mais temida do momento: a bomba nuclear.

As ideologias opostas buscavam arrebanhar adeptos: os capitalistas

pregavam o consumo e o livre comércio; os socialistas defendiam a

coletivização da economia sob os cuidados do Estado.

A base de todas as relações era medida pelo medo de que a bomba

atômica fosse novamente utilizada, lembrando Hiroshima e Nagasaki.

DÉCADA DE 1940

Doutrina Truman (1947)

Doutrina Truman é o nome dado a uma política externa implantada

durante o governo Truman e direcionada ao bloco de países capitalistas no

período pré-Guerra Fria. Tal doutrina tinha como objetivo impedir a expansão

do socialismo, especialmente em nações capitalistas consideradas frágeis.

Com o fim da Segunda Guerra Mundial, a Europa ficou destruída e

enfraquecida política e economicamente, com isso emergiram duas potências

mundiais, Estados Unidos e União Soviética, que representavam o capitalismo

e o socialismo, respectivamente.

Page 2: Guerra fria

Ao sair da Guerra, a União Soviética aspirava ampliar a atuação do

socialismo, a começar pelo leste europeu. Ao perceber a expansão do

socialismo, liderada pelos soviéticos, o britânico Winston Churchill começou a

motivar todos os capitalistas a criarem estratégias com intuito de conter tal

avanço.

O governo norte-americano declarou apoio a essa iniciativa, o

presidente Harry S. Truman, no dia 12 de março de 1947, proferiu diante do

Congresso Nacional um agressivo discurso, afirmando que os países

capitalistas deveriam se defender da ameaça socialista.

A partir dessa declaração se consolidou a Doutrina Truman, e, para

alguns estudiosos, começou a Guerra Fria, espalhando pelo mundo uma

rivalidade entre capitalistas e socialistas.

Plano Marshall (1947)

O Plano Marshall (oficialmente European Recovery Program, ou

Programa de Recuperação Europeia) recebeu esse nome graças a seu

idealizador, o general George Catlett Marshall, antigo Chefe do Estado-Maior

do Exército dos EUA e, à época do lançamento do plano, secretário de Estado

do presidente estadunidense Henry Truman. O Plano Marshal foi um ambicioso

projeto de empréstimos e doações financeiras realizados pelos EUA e seus

capitalistas aos países europeus devastados pela Segunda Guerra Mundial.

A solução pensada com o Plano Marshall era fazer uma campanha

contra o comunismo a partir da reconstrução econômica dos países,

reestruturando suas indústrias e aumentando rapidamente o nível de consumo

de suas populações.

Entre 1948, ano em que entrou em vigor o Plano Marshall, e 1951, ano

em que foi encerrado, cerca de 18 bilhões de dólares foram entregues aos

países europeus aderentes ao plano através de doações e empréstimos. Para

Page 3: Guerra fria

executar o plano, os EUA criaram a Administração da Cooperação Econômica

(Economic Cooperation Administration, ECA, na sigla em inglês.)

O dinheiro obtido com o plano de ajuda financeira foi utilizado na

compra de combustíveis, máquinas, veículos, matérias-primas, alimentos,

rações e fertilizantes. Entre os maiores credores dessa ação estavam a

Inglaterra (3,2 bilhões); França (2,7 bilhões); Itália (1,5 bilhão) e Alemanha (1,4

bilhão). Essa ação foi de grande benefício para os Estados Unidos, que

desenvolveu sua economia com a grande demanda gerada pelas nações

europeias.

A oferta de ajuda econômica também foi oferecida à URSS, mas foi

recusada já que Stalin pretendia reestruturar as economias de sua zona de

influência sem o apoio do capitalismo ocidental. Frente a isso, os países

europeus criaram, em 1948, a Organização Europeia de Organização

Econômica (OECE), embrião do que viria a ser a Organização para

Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Dessas iniciativas

surgiriam ainda o Mercado Comum Europeu e, posteriormente, a União

Europeia.

Principais objetivos do Plano Marshall

- Possibilitar a reconstrução material dos países capitalistas destruídos

na Segunda Guerra Mundial;

- Recuperar e reorganizar a economia dos países capitalistas,

aumentando o vínculo deles com os Estados Unidos, principalmente através

das relações comerciais;

- Fazer frente aos avanços do socialismo presente, principalmente, no

leste europeu e comandado pela extinta União Soviética.

Resultados:

O Plano Marshall foi exitoso e possibilitou, nas décadas de 1950 e

1960, a recuperação econômica de grande parte dos países beneficiados. Para

Page 4: Guerra fria

os Estados Unidos o resultado também foi muito positivo, pois aumentou as

exportações norte-americanas para a Europa Ocidental, além de expandir a

influência política dos EUA sobre a região.

Com os países capitalistas fortalecidos, ficou mais fácil e seguro para o

bloco capitalista fazer frente ao socialismo durante a Guerra Fria.

O Plano Marshall serviu ainda para a constituição do que viria a ser

conhecido como o Estado de Bem-Estar Social, em que parte dos serviços

necessários à população (saúde, educação, seguro-desemprego etc.) era

oferecida pelo Estado. Dessa forma, os capitalistas ocidentais enfrentavam a

influência soviética com a melhoria das condições econômicas da população.

RDA e RFA (1949)

A Alemanha pós-Segunda Guerra foi dividida em quatro partes a serem

cuidadas pelos seguintes países: EUA, França, Inglaterra e URSS. França e

Inglaterra passaram o controle de suas partes aos EUA. Assim, a Alemanha

ficou dividida em duas partes: uma aos cuidados capitalistas dos EUA,

chamada de RFA (República Federalista da Alemanha), e outra aos cuidados

socialistas da URSS, chamada de RDA (República Democrática da Alemanha).

OTAN (1949)

Com o fim da Segunda Guerra Mundial, em 1945, teve início a

chamada Guerra Fria, conflito ideológico entre Estados Unidos da América

(EUA – capitalista) e União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS –

socialista).

Cada superpotência visava proteger seus regimes político-ideológicos

e expandir a área de influência. Sendo assim, alguns tratados e alianças

internacionais foram estabelecidos, como a OTAN.

Page 5: Guerra fria

A OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte) ou NATO (North

Atlantic Treaty Organization) é uma organização militar que se formou no ano

de 1949. A OTAN existe e atua até os dias de hoje, com o objetivo de garantir a

segurança militar no continente europeu e exercer influências nas decisões

geopolíticas da região.

Países que faziam parte: Estados Unidos da América (EUA), Canadá,

Bélgica, Dinamarca, França, Holanda, Islândia, Itália, Luxemburgo, Noruega,

Portugal, Reino Unido, Grécia Alemanha, Espanha, Polônia, República Tcheca,

Hungria, Bulgária, Estônia, Letônia, Lituânia, Romênia, Eslováquia, Eslovênia,

Croácia, Albânia e Turquia, além da Macedônia, que é um país aspirante.

Uma das principais intervenções da OTAN foi a operação militar na

antiga Iugoslávia, em 1999. Onde tropas foram enviadas para coibir a tentativa

de limpeza étnica comandada pelo então presidente iugoslavo Slobodan

Milosevic contra os albaneses em Kosovo. Porém, essa ação provocou a morte

de aproximadamente 1,2 mil civis, além de ter sido realizada sem a aprovação

do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas, sendo

considerado um desrespeito às normas internacionais. Era uma aliança militar

formada apenas por países ocidentais e capitalistas, tendo os Estados Unidos

como principal líder. Essa organização tinha como principal objetivo inibir o

avanço do bloco socialista no continente europeu, fornecendo apoio militar para

as nações integrantes da OTAN.

COMECON (1949)

O Conselho para Assistência Econômica Mútua era um plano de ajuda

financeira a países socialistas, liderado pela URSS.

Revolução Chinesa (1949)

A Revolução Chinesa foi um movimento político, social, econômico e

cultural ocorrido na China no ano de 1911. Liderada pelo médico, político e

Page 6: Guerra fria

estadista chinês Sun Yat-sen. Este movimento nacionalista derrubou a Dinastia

Manchu do poder.

Causas: China antes da revolução

No século XIX, no contexto do imperialismo, a China era dominada e

explorada pelas potências europeias, principalmente pelo Reino Unido. Esta

potência imperialista, além de explorar a China economicamente, interferia nos

assuntos políticos e culturais da China. Os imperadores da Dinastia Manchu

eram submissos à dominação europeia. 

A distribuição das terras produtivas chinesas também era um outro

problema para o país, pois quase 90% estavam nas mãos de grandes

proprietários rurais (espécies de senhores feudais).

Entre 1898 e 1900 um ato de rebeldia contra a dominação estrangeira

ocorreu na China. Os boxers fizeram uma revolta de caráter nacionalista que

foi duramente reprimida pelas tropas estrangeiras. Este conflito ficou conhecido

como Guerra dos Boxers.

Em 1908, Sun Yat-sen fundou o Partido Nacionalista (Kuomintang) cujo

principal objetivo era fazer oposição à monarquia e ao domínio europeu no

país. 

A Revolução Nacionalista

Em 1911, com o apoio de grande parte dos militares chineses, Sun

Yat-sen foi proclamado primeiro presidente da República Chinesa. Porém, em

várias regiões do país comandadas por grandes proprietários rurais ocorreram

resistências, mergulhando a China num longo período de guerra civil. 

Em 1925, com a morte de Sun Yat-sen, ocorreu uma disputa pelo

controle do Kuomintang, que acabou por se fundir com o Partido Comunista

Chinês. 

Page 7: Guerra fria

Em 1927, o general Chiang Kai-shek assumiu o poder do Kuomintang

e, no comando das tropas chinesas, começou a combater os opositores da

República, entre eles os grandes proprietários rurais e comunistas.

Os conflitos entre nacionalistas e comunistas ficou suspenso apenas

na Segunda Guerra Mundial, quando combateram, juntos, o Japão que tentava

conquistar a China. Com o término do conflito mundial e a expulsão dos

japoneses do território chinês, as tropas nacionalistas de Chiang Kai-shek

voltaram a perseguir e combater os comunistas de Mao Tse-tung, reiniciando o

conflito armado.

A Revolução Comunista 

Em outubro de 1949, foi implantado o regime comunista na china

através do Partido Comunista Chinês (PCC), liderado por Mao Tsé-Tung.

Fundou a República Popular da China através da abolição da propriedade

privada, coletivização da agricultura e repressão violenta e brutal contra

opositores desse sistema.

Curiosidade: O culto à personalidade do líder é uma característica

comum aos governos comunistas.

DÉCADA DE 1950

Guerra da Coreia(1950)

A Guerra da Coreia foi um conflito armado entre Coreia do Sul e Coreia

do Norte. Ocorreu entre os anos de 1950 e 1953. Teve como pano de fundo a

disputa geopolítica entre Estados Unidos (capitalismo) e União Soviética

(socialismo). Foi o primeiro conflito armado da Guerra Fria, causando

apreensão no mundo todo, pois houve um risco eminente de uma guerra

nuclear em função do envolvimento direto entre as duas potências militares da

época.

Page 8: Guerra fria

Causas da Guerra

- Divisão ocorrida na Coreia, após o fim da Segunda Guerra Mundial.

Após a rendição e retirada das tropas japonesas, o norte passou a ser aliado

dos soviéticos (socialista), enquanto o sul ficou sob a influência norte-

americana (capitalista). Esta divisão gerou conflitos entre as duas Coreias.

- Após diversas tentativas de derrubar o governo sul-coreano, a Coreia

do Norte invadiu a Coreia do Sul em 25 de junho de 1950. As tropas norte-

coreanas conquistaram Seul (capital da Coreia do Sul).

O desenvolvimento da guerra

- Logo após a invasão norte-coreana, as Nações Unidas enviaram

tropas para a região a fim de expulsar os norte-coreanos e devolver o comando

de Seul para os sul-coreanos.

- Os Estados Unidos entraram na guerra ao lado da Coreia do Sul,

enquanto a China (aliada da União Soviética) enviou tropas para a zona de

conflito para apoiar a Coreia do Norte.

- Em 1953, a Coreia do Sul, apoiada por Estados Unidos e outros

países capitalistas, apresentava várias vitórias militares.

- Sangrentos conflitos ocorreram em território coreano, provocando a

morte de aproximadamente 4 milhões de pessoas, sendo que a maioria era

composta por civis.

Cessar-Fogo da Guerra na Coreia (1953)

- Em julho de 1953, o governo norte-americano ameaçou usar armas

nucleares contra Coreia do Norte e China caso a guerra não fosse finalizada

com a rendição norte-coreana.

Page 9: Guerra fria

- Em 28 de março de 1953, Coreia do Norte e China aceitaram a

proposta de paz das Nações Unidas.

- Em 27 de julho de 1953, o tratado de paz foi assinado e decretado a

fim da guerra.

Pós-guerra

Com o fim da guerra, as duas Coreias permaneceram divididas e os

conflitos geopolíticos continuaram, embora não fossem mais para a área

militar. Atualmente a Coreia do Norte permanece com o regime comunista,

enquanto a Coreia do Sul segue no sistema capitalista.

Macarthismo (1953)

“Caça às bruxas”: perseguição realizada pelo governo norte americano

às pessoas acusadas de comunismo e de conspiração contra o governo. Estas

pessoas eram investigadas e perseguidas a partir do sistema do senador

Joseph McCarthy.

Pacto de Varsóvia (1955)

Os países socialistas, em 1955, criaram o Pacto de Varsóvia, cujo

objetivo era o mesmo da OTAN, no entanto, era composto por países

socialistas.

Era liderado pela União Soviética e surgiu no contexto da Guerra Fria,

momento da história em que houve uma grande corrida armamentista entre

países socialistas e capitalistas.

O Pacto de Varsóvia, também conhecido como Tratado de Varsóvia foi

um acordo de cooperação militar iniciado em 17 de maio de 1955 pelos oito

Page 10: Guerra fria

países que formavam o Bloco do Leste (países socialistas). Recebeu este

nome, pois o tratado foi firmado na cidade de Varsóvia (Polônia). A sede da

aliança militar ficava na cidade de Moscou.

Principais objetivos

Ser um bloco militar que pudesse fazer frente à OTAN (Organização do

Tratado do Atlântico Norte), composta por países capitalistas e liderada pelos

Estados Unidos. Proteger os países membros de um possível ataque militar da

OTAN. Defesa mútua em caso de ataque a algum país membro. Organizar

militarmente os países do Bloco do Leste. Foi estabelecido um Estado Maior

conjunto que serviria para coordenar os esforços nacionais em caso de guerra.

Evitar uma declaração de guerra entre os países membros e as potências

ocidentais.

Países membros

União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (líder), Bulgária, Polônia,

Tchecoslováquia, Hungria, República Democrática Alemã (Alemanha Oriental),

Albânia e Romênia.

O fim do Pacto de Varsóvia ocorreu na cidade de Praga, em 1º de

julho de 1991, por causa das mudanças que ocorreram no leste europeu,

principalmente na União Soviética, a partir de 1989, e com isso o pacto deixou

de fazer sentido.

Conferência de Bandung (1955)

O Terceiro Mundo não alinhado: países da África e Ásia que não se

encontravam ao lado nem dos EUA e tampouco da URSS.

Nikita Krushchev (1955)

Novo presidente da URSS, que dá início à chamada “Coexistência

Pacífica”, ou seja, a aproximação e diálogo com os EUA.

Page 11: Guerra fria

Sputnik (1957)

Primeiro satélite russo lançado na órbita terrestre. Ponto positivo na

Corrida Espacial (disputa pelo desenvolvimento tecnológico e exploração

espacial) para URSS.

Revolução Cubana (1959)

A Revolução Cubana foi um movimento popular, que derrubou o

governo do presidente Fulgêncio Batista, em janeiro de 1959. Com o processo

revolucionário foi implantado em Cuba o sistema socialista, com o governo

sendo liderado por Fidel Castro.

Cuba antes da revolução: causas da revolução

Antes de 1959, Cuba era um país que vivia sob forte influência dos

Estados Unidos. As indústrias de açúcar e muitos hotéis eram dominados por

grandes empresários norte-americanos. Os Estados Unidos também

influenciavam muito na política da ilha, apoiando sempre os presidentes pró-

Estados Unidos. Do ponto de vista econômico, Cuba seguia o capitalismo com

grande dependência dos Estados Unidos. Era uma ilha com grandes

desigualdades sociais, pois grande parte da população vivia na pobreza. Todo

este contexto gerava muita insatisfação nas camadas mais pobres da

sociedade cubana, que era a maioria.

A organização da revolução

Fidel Castro era o grande opositor do governo de Fulgêncio Batista. De

princípios socialistas, planejava derrubar o governo e acabar com a corrupção

e com a influência norte-americana na ilha. Conseguiu organizar um grupo de

guerrilheiros enquanto estava exilado no México.

Page 12: Guerra fria

Em 1957, Fidel Castro e um grupo de cerca de 80 combatentes

instalaram-se nas florestas de Sierra Maestra. Os combates com as forças do

governo foram intensos e vários guerrilheiros morreram ou foram presos.

Mesmo assim, Fidel Castro e Ernesto Che Guevara não desistiram e mesmo

com um grupo pequeno continuaram a luta. Começaram a usar transmissões

de rádio para divulgar as idéias revolucionárias e conseguir o apoio da

população cubana.

O apoio popular

Com as mensagens revolucionárias, os guerrilheiros conseguiram o

apoio de muitas pessoas. Isto ocorreu, pois havia muitos camponeses e

operários desiludidos com o governo de Fulgêncio Batista e com as péssimas

condições sociais (salários baixos, desemprego, falta de terras, analfabetismo,

doenças). Muitos cubanos das cidades e do campo começaram a entrar na

guerrilha, aumentando o número de combatentes e conquistando vitórias em

várias cidades. O exército cubano estava registrando muitas baixas e o

governo de Batista sentia o fortalecimento da guerrilha.

A tomada do poder e a implantação do socialismo

No primeiro dia de janeiro de 1959, Fidel Castro e os revolucionários

tomaram o poder em Cuba. Fulgêncio Batista e muitos integrantes do governo

fugiram da ilha.

O governo de Fidel Castro tomou várias medidas em Cuba, como, por

exemplo, nacionalização de bancos e empresas, reforma agrária, expropriação

de grandes propriedades e reformas nos sistemas de educação e saúde. O

Partido Comunista dominou a vida política na ilha, não dando espaço para

qualquer partido de oposição.

Com estas medidas, Cuba tornou-se um país socialista, ganhando

apoio da União Soviética dentro do contexto da Guerra Fria.

Page 13: Guerra fria

Até hoje os ideais revolucionários fazem parte de Cuba, que é

considerado o único país que mantém o socialismo plenamente vivo. Com a

piora no estado de saúde de Fidel Castro em 2007, Raul Castro, seu irmão,

passou a governar oficialmente Cuba, em fevereiro de 2008

Guerra do Vietnã (1959)

A Guerra do Vietnã foi um conflito armado que começou no ano de

1959 e terminou em 1975. As batalhas ocorreram nos territórios do Vietnã do

Norte, Vietnã do Sul, Laos e Camboja. Esta guerra pode ser enquadrada no

contexto histórico da Guerra Fria.

O Vietnã havia sido colônia francesa e no final da Guerra da Indochina

(1946-1954) foi dividido em dois países. O Vietnã do Norte era, comandado por

Ho Chi Minh, possuindo orientação comunista pró União Soviética. O Vietnã do

Sul, uma ditadura militar, passou a ser aliado dos Estados Unidos e, portanto,

com um sistema capitalista. 

Causas da Guerra

A relação entre os dois Vietnãs, em função das divergências políticas e

ideológicas, era tensa no final da década de 1950. Em 1959, vietcongues

(guerrilheiros comunistas), com apoio de Ho Chi Minh e dos soviéticos,

atacaram uma base norte-americana no Vietnã do Sul. Este fato deu início a

guerra. 

Entre 1959 e 1964, o conflito restringiu-se apenas ao Vietnã do Norte e

do Sul, embora Estados Unidos e também a União Soviética prestassem apoio

indireto.

Intervenção militar dos Estados Unidos

Em 1964, os Estados Unidos resolveram entrar diretamente no conflito,

enviando soldados e armamentos de guerra. Os soldados norte-americanos

Page 14: Guerra fria

sofreram num território marcado por florestas tropicais fechadas e grande

quantidade de chuvas. Os vietcongues utilizaram táticas de guerrilha, enquanto

os norte-americanos empenharam-se no uso de armamentos modernos,

helicópteros e outros recursos. 

Invasão norte-vietnamita

No final da década de 1960, era claro o fracasso da intervenção norte-

americana. Mesmo com tecnologia avançada, não conseguiam vencer a

experiência dos vietcongues. Para piorar a situação dos Estados Unidos, em

1968, o exército norte-vietnamita invadiu o Vietnã do Sul, tomando a

embaixada dos Estados Unidos em Saigon. O Vietnã do Sul e os Estados

Unidos responderam com toda força. É o momento mais sangrento da guerra.

Protestos e o fim da guerra

No começo da década de 1970, os protestos contra a guerra

aconteciam em grande quantidade nos Estados Unidos. Jovens, grupos

pacifistas e a população em geral iam para as ruas pedir a saída dos Estados

Unidos do conflito e o retorno imediato das tropas. Neste momento, já eram

milhares os soldados norte-americanos mortos no conflito. A televisão

mostrava as cenas violentas e cruéis da guerra. 

Sem apoio popular e com derrotas seguidas, o governo norte-

americano aceita o Acordo de Paris, que previa o cessar-fogo, em 1973. Em

1975, ocorre a retirada total das tropas norte-americanas. É a vitória do Vietnã

do Norte.

Resultados da Guerra

O conflito deixou mais de 1 milhão de mortos (civis e militares) e o

dobro de mutilados e feridos. A guerra arrasou campos agrícolas, destruiu

casas e provocou prejuízos econômicos gravíssimos no Vietnã.

Page 15: Guerra fria

O Vietnã foi reunificado em 2 de julho de 1976 sob o regime comunista,

aliado da União Soviética. 

Curiosidade: Umas das armas de guerra mais utilizadas pelos norte-

americanos foi um produto químico conhecido como napalm, uma substância

que grudava na pele, queimando até os músculos.

DÉCADA DE 1960

Construção do muro de Berlim (1961)

Um muro de aproximadamente 65 km de extensão foi construído na

noite de 13 de agosto de 1961, dividindo a cidade de Berlim ao meio.

Idealizado pelo governo socialista da URSS, o muro separou o lado Oriental do

Ocidental da cidade alemã, impedindo que moradores do lado socialista

passassem para o lado capitalista. A construção do muro de Berlim tornou

explícita a divisão bipolar do mundo da Guerra Fria e a chamada “Cortina de

Ferro”. O muro dividiu não só a cidade e o país, mas também famílias inteiras.

Quem ousasse atravessá-lo corria o risco de ser preso e até mesmo morto.

Crise dos Mísseis em Cuba (1962)

Esse foi um dos momentos de maior tensão da Guerra Fria, quando

forças norte-americanas e soviéticas quase estouraram uma guerra de fato.

Mísseis soviéticos foram instalados em Cuba e posicionados em direção aos

EUA. De 14 a 28 de outubro de 1962, o mundo todo fixou atenção no

desenrolar dessa história. Os presidentes Kennedy, dos EUA, e Kruschev, da

URSS, reuniram-se para resolver o impasse. Os soviéticos acabaram por

retirar os mísseis e os ânimos se acalmaram.

Primavera de Praga (1968)

Page 16: Guerra fria

O partido comunista da Tchecoslováquia liderado por Alexander

Dubcek promoveu reformas políticas, econômicas e sociais que desagradaram

os países pertencentes ao Pacto de Varsóvia, que não demoraram em

posicionarem tanques de guerra nas ruas de sua capital, Praga, para garantir o

controle do governo soviético sobre o país. Protestos pacíficos marcaram esse

período de convivência entre o governo anticomunista de Praga e as tropas

soviéticas, que permaneceram na capital Tcheca até 1990.

Homem na Lua (1969)

No dia 20 de junho de 1969 os EUA superam os Russos ao Enviar

homens até a Lua.

A Corrida Espacial estava ganha pelos capitalistas.

DÉCADA DE 1970

Escândalo Watergate (1974)

O escândalo político de espionagem envolvendo o presidente

americano Richard Nixon durante as eleições ficou conhecido como Watergate,

devido ao complexo de escritórios onde se reunia o Partido Democrata para

discutir as eleições. Escutas foram colocadas em Watergate em 1972 e, em

1974, as provas contra o presidente Nixon, do Partido Republicano, eram

inquestionáveis. O presidente se retratou em rede nacional e pediu

afastamento do cargo.

Revolução Iraniana (1979)

O regime político do Xá Reza Pahlevi, com bases ditatoriais e

influência ocidental, foi derrubado pela Revolução Islâmica em 1979, liderada

pelo aiatolá Khomeini, líder religioso e ex-prisioneiro político, até então exilado

na França. Khomeini assume o poder no Irã, tornando-o uma teocracia

islâmica.

Page 17: Guerra fria

Guerra Soviética do Afeganistão (1979 - 1989)

Ao longo da década de 1970, a URSS tentou influenciar o governo do

Afeganistão, apoiando partidos políticos que defendiam a criação de um Estado

Socialista no país. Porém, inúmeros grupos rebeldes disputavam o poder

dentro do país e não reconheciam a autoridade do governo apoiado pela

URSS. A invasão soviética, iniciada em 1979, tinha como objetivo combater

esses grupos e assegurar o controle socialista do governo. Após dez anos de

lutas, o exército soviético se retirou do país e reconheceu a derrota no conflito.

Por isso, a Guerra do Afeganistão é comparada por muitos com a Guerra do

Vietnã, já que URSS sofreu uma derrota semelhante a dos norte-americanos e

perdeu o controle da região após o conflito.

DÉCADA DE 1980

Mikhail Gorbatchev (1985)

O líder progressista russo assume o poder na URSS, liderando

programas de abertura como a Perestroika (reconstrução econômica) e a

Glasnost (abertura política).

Queda do muro de Berlim (1989)

Em 9 de novembro de 1989, o chamado “muro da vergonha” ruía. Dois

anos antes, o presidente americano Ronald Reagan havia pedido ao então

presidente da URSS: “Sr. Gorbatchev, derrube o muro”. A passagem de um

lado para o outro foi liberada e as pessoas, sem saber muito bem como

proceder, saíram às ruas e ocuparam o muro, numa mistura de felicidades e

crença num mundo que começava a surgir.

DÉCADA DE 1990

Page 18: Guerra fria

Fim da URSS (1991)

Independência das Repúblicas Socialistas Soviéticas e Criação da CEI

(Comunidade dos Estados Independentes), formada pelos países que antes

compunham a URSS. Era o fim da Guerra Fria e do Socialismo Soviético.

Page 19: Guerra fria

BIBLIOGRAFIA

http://www.brasilescola.com/geografia/doutrina-truman.htm

http://www.historiadomundo.com.br/idade-contemporanea/plano-

marshall.htm

http://www.suapesquisa.com/guerrafria/plano_marshall.htm

http://www.trabalhosfeitos.com/ensaios/Otan-e-Pacto-De-

Varsóvia/44982217.html

http://guiadoestudante.abril.com.br/aventuras-historia/otan-x-

pacto-varsovia-435069.shtml