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GUERRA DO CONTESTADOLUIZ ALVESCuritibanos SC 2009

GUERRA DO CONTESTADO

PrefcioPossumos amigo leitor, diversos historiadores dentro de nosso estado, outros estados e at em muito outros pases. Uns transformam os jagunos do contestado em marginais, outros em infelizes miserveis, e tantos outros, levam os acontecimentos s suas regies. Os historiadores no escrevem que, a Guerra do Sculo no um fato centralizado numa s cidade ou regio. Simplesmente, foi rebeldia jaguna contra todo sentido de injustia, detonado pelo corrupto poder republicano, onde cada cidade, cada regio, se manteve juntas, unidas nos ideais e pensamento, umas transparentes e outras ocultamente. Os jagunos do contestado diante desse imenso Brasil foram os nicos que tiveram a coragem de assumir as suas contrariedades com a poltica na poca. Os fatos histricos eram para nos encher de orgulho, e envaidecer a alma, mas no meus amigos, com certeza muitos sentem vergonha de seus antepassados. O mundo republicano jogou-os h dezenas de anos beira da marginalidade, empurrando em nossa garganta abaixo a grande mentira do sculo. As cidades como, Curitibanos, Irani, Palmas, Campos Novos, Lebom Rgis, Canoinhas, Porto Unio, Caador, Joaaba, Lages, Santa Ceclia, Rio Negro, Mafra, Unio da Vitria, General Carneiro e dezenas de outras cidades entre as divisas Rio Grande do Sul, Paran e Argentina,

LUIZ ALVES

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foram por dcadas discriminadas pelo governo estadual e federal. As cidades onde nasceu revolta foram sempre vigiadas de perto pelo poder federal, chegando ao ponto de serem ceifados os seus direitos polticos estaduais e federais. O medo do poder republicano era constante e nos ordenaram, assim como gado em direo a um matadouro, no sendo possvel dar asas aos humildes rebeldes porque tinham receio em querer voar... Com liberdade novamente. A lio que os jagunos nos deixaram, com certeza foi que, no importa se voc um cordeiro diante de inmeros lees, o sentido de liberdade, verdade e justia esta acima at da prpria morte, porque se voc no lutar frente de tudo isso, j estar morto por dentro. Nunca deveremos sentir vergonha de nossos Jagunos, mas nos orgulhar de seus feitos hericos. Logicamente os jagunos tiveram muitas falhas e erros, mas se comparar as inmeras causas da Guerra do Sculo ver com toda certeza que, foram levados a uma guerra impossvel de vencer, ou que os levaria a seu completo genocdio. Existe uma antiga filosofia que diz: Os fins justificam os meios ou No importa quantos morrero sem razo, o importante razo em estar sempre com os vitoriosos ou tambm, A razo do capitalismo selvagem e o poder neurtico, sempre jogar na mentira todos os que se opuserem em seu caminho ambicioso.

LUIZ ALVES

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Razes da Guerra do ContestadoForam inmeras as causas que acenderam o estopim que levou a Guerra do Sculo, o famoso contexto do contestado. Aps a queda da monarquia, o pas estava completamente falido e sem nenhum recurso financeiro, porque os Imperadores sempre adotaram o regime Feudalista que enforcava mortalmente o panorama de igualdade social, levando os menos favorecidos a terem somente uma opo, trabalhar como escravos com uma mnima bonificao mensal aos protegidos do regime imperialista. A lei do ventre livre foi a primeira grande derrota dos senhores de engenho, que tiraria de suas mos o filete de ouro, a futura mo-de-obra produtiva. Em 1888 a princesa Isabel legaliza a lei urea, abolindo todo e qualquer regime de escravido. O que levou os senhores de engenho ao completo desespero, e consecutivamente ao princpio de sua falncia econmica, privando-os dos luxos nos sales da corte imperial. Pois, a partir daquele momento humanitrio histrico, teriam de pagar por seus servios braais, no obrig-los a trabalhar e nem coloc-los no tronco para serem aoitados. E na calada da noite em 1889, os parlamentares, polticos provincianos, empresrios e comerciantes, ministros e os marechais das foras armadas compram dos Estados Unidos da Amrica um regime republicano corrompido, corrupto e capitalista, que levaria toda a populao brasileira a mais completa misria social e econmica. A monarquia cai e tomaLUIZ ALVES Pgina 4

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posse o poder republicano. Parlamentares, ministros e os marechais julgavam ter em suas mos um pas rico e prspero, mas encontram um pas em completa falncia econmica e social. E, outra vez compram dos Estados Unidos da Amrica a idia de venda de ttulos coronelistas aos senhores de engenhos, visando economicamente tir-los desse buraco sem fim. Em meio a todo esse caos da repblica, em 1893 o almirante Custdio de Melo revolta-se, tendo sob o seu comando vrios navios de guerra ancorados em pontos estratgicos do Rio de Janeiro. Convoca todos os poderes na poca a lutar por novas eleies republicanas, sob a ameaa de detonar os seus canhes contra tudo e todos. A revolta armada fora o Presidente Marechal Floriano Peixoto e parlamentares, a convocarem eleies urgentemente, contendo no ambiente podrido da manipulao de convenincia e o cheiro podre de corrupo. Os Estados Unidos fazem a sua parte no acordo, faltando somente que o poder republicano do pas fazer agora a sua parte. Nesse momento histrico se inicia o maior de todos os pecados capitais: empresas pblicas e empresas privadas que comandavam a economia so vendidas aos empresrios americanos. O pas, que j estava naufragado na completa misria econmica e social, acaba se transformando praticamente numa sucata ambulante e quase sem nenhum valor comercial. Os empresrios americanos como sempre, so filantrpicos e humanitrios com o resto do mundo, assim como as nuvens de gafanhotos so com as plantaes, firmam um contrato com o poder republicano na construo de umaLUIZ ALVES Pgina 5

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ferrovia do estado de So Paulo ao estado do Rio Grande do Sul, cobrando a simples bagatela de vinte contos de ris por quilmetro construdo, depois reajustado por quarenta contos de ris, alm de terem a posse de quinze quilmetros em ambos os lados da ferrovia, onde poderiam explorar todos os recursos naturais e povoar com emigrantes europeus. S que o governo republicano brasileiro se esquece que, dentro dos limites da ferrovia construda, e nesses trinta quilmetros, j moravam famlias que herdaram as propriedades de seus antepassados, pela prpria lei natural e verdadeira eram os donos, no precisando de nenhum papel para provar que aquelas terras eram suas. Na poca da construo, chegam uma autoridade do governo, representante do grupo Farquhar e os seus pistoleiros, dizendo que a terra onde nasceu o seu bisav, seu av, seu pai, ele e todos os seus filhos no era mais sua, porque tinham comprado do governo e teria de sair das terras, porque j tinham vendido aos emigrantes estrangeiros. Caros leitores imaginem s como fica a cabea de um simples caboclo, nascido e criado no serto brasileiro. Com toda certeza, deixaria qualquer um que no tem sangue de barata, furioso e perderia a sua prpria razo e at poderia levar o acontecimento s ltimas conseqncias. E foi o que realmente aconteceu, desencadeando a Guerra do Sculo. Veremos agora o outro lado da questo, a emigrao de europeus no sul do pas. O grupo Farquhar tinha feito um negcio da China, cria na Europa uma grande propaganda enganosa na venda de acres de terra num pas de futuro. Os acres so comercializados a peso de ouro aos emigrantes, sendoLUIZ ALVES Pgina 6

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que j estavam desanimados com a crise e a guerra em seu continente, havendo diversas naes falidas ou a beira da falncia social e econmica. Os emigrantes chegam ao sul do pas em banheiras flutuantes, que o grupo chamava-o de navio, viajando na mesma situao deplorvel dos navios negreiros que trouxeram escravos do continente africano. E quando os emigrantes chegam ao sul do pas, do de cara com a dura realidade, vendo sua frente uma terra praticamente despida de recursos naturais, logicamente com um solo de grande riqueza em recursos agropecurios. Mas mesmo assim, uma terra virgem, que com certeza teria muito trabalho frente para deix-la igual terra dos sonhos. E no decorrer de sua rdua batalha diria, em tornar a terra produtiva, surgem caboclos revoltados, dizendo que aquela propriedade era sua e a queriam de volta, e que se fosse preciso iriam at as ltimas conseqncias. Caros leitores, com quem os emigrantes iriam reclamar? O grupo Farquhar j estava construindo a ferrovia Madeira Mamor no Amazonas, tiram e levam centenas de cargas de madeiras nobres em navios para o continente europeu e americano e que os seus legtimos proprietrios se contentem com o osso que lhes deixaram. Iriam reclamar com o poder republicano na poca? Sendo que os parlamentares e polticos provincianos estavam mais preocupados em gastarem a sua fortuna com a alta sociedade parisiense, com o status de novos milionrios. Reclamar com o Presidente da Republica na poca? O mesmo estava mais preocupado em saber qual cobra seria a que lhe morderia primeiro, porque as tentativas de golpes de estado eram uma constante. O presidente tinha umaLUIZ ALVES Pgina 7

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nao falida em suas mos, mesmo assim a concorrncia era enorme. Como se no bastasse os parlamentares boicotaram o seu governo, ainda um conjunto de empresrios brasileiros, europeus e americanos patrocinaram revolues centralizadas, visando desestabilizar o atual governo. Isso sem contar com a rivalidade entre os marechais e almirantes nas foras armadas brasileira. Naquela poca o nosso pas enfrentava um verdadeiro caos interno, transformando-se numa torre de babel e tendo em seu poder uma grande caixa de pandora. O contrato do governo republicano com o grupo Farquhar consta que, o contratante forneceria toda mo-de-obra bruta na construo da ferrovia e para o desmatamento, nos estados de So Paulo at o Rio Grande do Sul. Os cargos administrativos ficariam com os empresrios americanos, alm de pagar vinte e aps quarenta contos de ris, cedendo o direito de explorar o transporte na linha frrea por vinte anos, tendo exclusividade e direito na renovao do contrato. Como no Brasil existia pouca mo-de-obra bruta, devido ser tarefa dos escravos libertos e o governo no querer que essa bomba explodisse em suas mos, pois os escravos libertos no eram confiveis para a realizao do servio. A opo que lhe restou, foi fechar um acordo com marginais da sociedade de So Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e os jagunos de Conselheiro na guerra de Canudos, garantindo-lhes que seriam postos em liberdade se cumprissem a sua parte. Mas ao final da ferrovia, deixam um tero jogado a sua prpria sorte e na completa misria num serto desconhecido, enquanto os parlamentares, republicanos e o grupo Farquhar saem transportando muitos bas abarrotados deLUIZ ALVES Pgina 8

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ouro. A opo que restou a esses miserveis, excludos da sociedade foi adaptar-se nessa terra estranha, trabalhar para os emigrantes europeus ou servir de jagunos a algum coronel. Aos demais, restou ir para a terra que vertia leite e mel, melhor dizendo, o Arraial de Bom Jesus do Taquaru. Um dos principais pivs no conflito do sculo, na minha humilde viso, foi o coronel Albuquerque - intendente da vila de Curitibanos. O coronel era um forte comerciante e dono de terras, possuindo uma fortuna bastante considervel. Era um homem que tinha ambio pelo poder provinciano e tambm um temperamento violento, se fosse contrariado. Era portador de uma mania obsessiva em perseguio poltica, julgando que os seus adversrios polticos queriam lhe tomar o poder. E para complicar mais a situao o coronel era compadre do governador de Santa Catarina, tambm piv do conflito armado. Se o coronel fosse pelo menos um pouco inteligente e se estivesse preocupado com a misria social da vila, com toda certeza no teria acontecido o conflito no contestado. Os coronis Felippe Schimidt e Vidal Ramos, governadores de Santa Catarina, tambm tiveram uma expressiva participao nos assassinatos dos errantes do sculo, por terem enviado tropas de soldados estaduais para exterminar, a at ento fantica irmandade pacfica. Outro ponto crucial foi cobrana tributria, que gerou mais revolta entre os pequenos fazendeiros e comerciantes, ocasionados pelo desleixo de ambos os governos na demarcao de limites entre os dois estados sulistas. frente dessa ociosidade dos governos paranaense e catarinense, acaba se transformadoLUIZ ALVES Pgina 9

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numa terra de ningum, onde os pequenos fazendeiros e comerciantes teriam de pagar os seus impostos duas vezes.

1-Coronel Felippe Schimidt Outros governantes que acenderam o estopim da revolta foram o Dr. Afonso Alves de Camargo e Carlos Cavalcnti do Paran, que tambm ficaram ociosos com a demarcao de limites entre os estados, devido no cobrar dos parlamentares e nem do prprio Presidente da Repblica, uma soluo definitiva para o problema. E para alterar mais o fato conflituoso, Dr. Afonso prestava servios de assistncia jurdica ao grupo Farquhar, causa principal na revolta dos caboclos no contestado. O governador Afonso trabalhava pelos seus prprios interesses e particulares, ficando ocioso com a crescente misria social no serto, empurrando os sertanejosLUIZ ALVES Pgina 10

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excludos da sociedade corrupta e capitalista, a uma guerra impossvel de vencer. Em suas vises, nem que para isso os cordeiros levassem o caso at as ltimas conseqncias, foi o que de fato aconteceu, a guerra do sculo.

2-Monge Joo Maria DAgostin A onipresena da Igreja Catlica Apostlica Romana nos sertes da rea contestada foi outro motivo muito marcante que agravou o conflito. O santo, Frei Rogrio, fez com toda certeza, a sua parte como apstolo de Cristo, mas uma simples andorinha sozinha no faz vero diante da imensido do serto catarinense. Levaria vrios anos para o santo padre visitar os vilarejos mais distantes, o povo ficaria merc de diversasLUIZ ALVES Pgina 11

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supersties e de mitos espirituais que dominavam a crendice popular do humilde caboclo. Como toda a populao do contestado encontrava-se esquecida pela Igreja Catlica, h muito tempo, se entregam s crendices populares diante de sua fragilidade espiritual. Nesse momento entram os benzedores e curandeiros, principia com o monge Joo Maria DAgostin que peregrinou seis anos aps a Revoluo Farroupilha, entre os anos de 1851 a 1856. O monge era uma pessoa muito inteligente, receitava poes e chs naturais, aconselhava o humilde sertanejo e tambm fazia previses. O santo monge segundos os depoimentos na poca foi em direo Sorocaba no estado de So Paulo, aps nada mais consta de concreto. Devido ao abandono da regio do rio Iguau at os campos de Palmas, o ditador paraguaio Francisco Solano Lpes decide invadir e tomar o territrio em Novembro de 1864, visando presentear uma cortes alem que conheceu em Paris, inclusive possuir um eixo de ligao com o Oceano Atlntico, facilitando o comrcio da nao emergente. O conflito se estende at Novembro de 1870 com a morte de Solano Lpes. Vrios oficiais do alto comando, anos mais tarde viriam a proclamar a repblica no Brasil. Evitando novas invases estrangeiras, povoam a regio com emigrantes europeus, simpatizantes e familiares de polticos, inclusive centenas de oficiais e soldados que participaram na Guerra do Paraguai. Outro fato importante, nesse conflito foi os milhares de escravos negros, com a promessa de ganhar a sua liberdade. Nos anos de 1893 a 1895 quando acontecia a Revoluo Federalista, nascida no Rio Grande do Sul, tendoLUIZ ALVES Pgina 12

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como objetivo que o marechal Floriano Peixoto destitusse o presidente Jlio de Castilhos, concedendo-lhes o sagrado direito poltico e financeiro na provncia, alm de estar aliado ao saudosismo Monrquico. Aparece na rea contestada outro monge de nome Atans Marcaff, muito idntico ao monge Joo Maria, o qual os sertanejos acreditavam ser o mesmo santo.

3-Monge Atans Marcaff O monge Atans tambm era muito inteligente, benzia, receitava poes e chs naturais, aconselhava e fazia muitas previses aos sertanejos. Os mais spticos que no acreditavam ser o monge Joo Maria, julgavam que era a encarnao do santo profeta.LUIZ ALVES Pgina 13

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Aproveitando as peregrinaes dos monges: Joo Maria DAgostin e Atans Marcaff, ou Joo Maria de Jesus na rea do conflito, inesperadamente surge Miguel Lucena Boaventura, vulgo Jos Maria, intitulando-se irmo do santo profeta, mas na realidade era um benzedor mstico vindo da vila de Campos Novos. Jos Maria era mais um visionrio e fantico com as idias monarquistas e revolucionrias, tinha um pouco de instruo intelectual, sabia usar as palavras ao que lhe convinha, conforme os seus revolucionrios pensamentos. Sendo assim, incentivou o corao doentio e mstico que os desesperanados sertanejos tinham, desencadeando a guerra do contestado. O Jos Maria foi um mal necessrio no instante e que marcou o tempo de um povo esquecido pela Igreja e pelo poder republicano. A notcia da construo da ferrovia percorreu os quatro cantos do pas, sendo um colrio para os olhos de grileiros de terra e coronis inescrupulosos. Como se no bastassem s ameaas de pistoleiros do grupo Farquhar, surgem diversos grileiros patrocinados por inmeros coronis, que os ameaavam de morte se no deixassem as suas propriedades. E aps, vendiam a um preo insignificante ao grupo Farquhar, com isso aumentando a tenso no contestado. A misria social na rea contestada levava a populao menos favorecida a um mar de sacrifcios dirios, assim como todos os matutos caboclos do serto. Muitos perderam a posse de terras, e ainda os republicanos queriam tirar tambm a sua dignidade, como ser humano. Pois na longa histria do Brasil, todos os seus governantes olhavam sempreLUIZ ALVES Pgina 14

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as suas ambies e gula pelo poder, e naquela poca no iria ser diferente da atual. Certos estavam os ditados populares antigos: Todos os polticos so cegos porque nunca vem as necessidades e os anseios da nao ou Todo poltico no tem crebro porque depois de eleito esquecem as propostas de campanha e quem os elegeu. O sertanejo no tinha nenhuma perspectiva melhor de vida, porque os governantes no lhes davam essa opo, tendo somente a escolha em sobreviverem as suas vidas miserveis no presente que tinham frente. Caros amigos, as causas da guerra do contestado foram muitas, mas esse acontecimento histrico deixou inmeras seqelas que at nos dias de hoje nos apavora, mediante tanta injustia sofrida por esse povo do serto, com a sua humildade intelectual, sua simplicidade de vida que no continha quase nenhuma ambio. A meu ver, meus amigos, os eternos causadores da guerra do contestado montaram a mentira do sculo ao resto do pas, forando os jagunos a lutar por seus direitos violentados, construindo uma grande armadilha para eles em seus mnimos detalhes, jogando-os na descrena popular por mais de noventa anos. Meus amigos, para que vocs tenham uma explcita idia dos fatos, a imprensa dos Estados Unidos e os pases da Europa deram muitas manchetes em seus jornais, como uma injustia imperdovel ao que se estava fazendo com o povo humilde do serto. Eram polticos corruptos e empresrios desumanos que jogavam na lama o verdadeiro sentimento humano. Uns poucos historiadores so merecedores de crditos, se esforaram ao mximo para reverter situao, eLUIZ ALVES Pgina 15

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hoje o Brasil e todo o mundo conhecem a histria que anteriormente era: Os errantes do sculo e agora conhecida como: Os injustiados do sculo.

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Cronologia da Guerra do ContestadoSetembro de 1835 - Explode a Revoluo Farroupilha no Rio Grande do Sul. Fevereiro de 1845 - Finda a Revoluo Farroupilha com tratado de Ponche Verde. Junho de 1849 - Chega ao Porto de Santos, o monge Joo Maria DAgostin, que peregrina at 1856 na regio do contestado. Novembro de 1864 - Explode a Guerra do Paraguai. Maro de 1870 - Finda a Guerra do Paraguai, com a morte do ditador Solano Lpez. Novembro de 1889 - O poder republicano derruba o imprio brasileiro. Novembro de 1889 - Com a repblica, cresce a tenso poltica no contestado. Dezembro de 1889 - O grupo Farquhar inicia a construo da Ferrovia de So Paulo ao Rio Grande do Sul. Janeiro de 1890 - Comea o desmatamento do grupo Farquhar em So Paulo. Novembro 1890 - Chegam os primeiros emigrantes no Porto de Santos. Junho de 1891 - Peregrina na regio do contestado o monge Atans Marcaff, que confundido com o antigo Joo Maria.LUIZ ALVES Pgina 17

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Dezembro de 1892 - Frei Rogrio entra em discusso com o monge, devido ao grande fanatismo dos caboclos. Janeiro de 1893 - O monge parte rumo ao Morro Encantado do Tai. Fevereiro de 1893 - Explode a Revoluo Federalista no Rio Grande do Sul.

4-Frei Rogrio Neuhaus Dezembro de 1894 - Comeam a expulsar os sertanejos na regio do contestado. Maio de 1895 - Inicia a frente da ferrovia no Rio Grande do Sul. Maio de 1895 - A frente do Paran encontra-se prximo de Santa Catarina. Julho de 1895 - Chega outro navio de emigrantes no Porto de Santos.LUIZ ALVES Pgina 18

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Julho de 1895 - Os primeiros emigrantes comeam a transformar as terras de seus sonhos. Agosto de 1895 - Finda a Revoluo Federalista. Novembro 1895 - Inicia a Revolta de Canudos. Outubro de 1897 - Finda a Revolta de Canudos, com a morte de Antnio Conselheiro. Dezembro de 1901 - Os republicanos cobram de Percival Farquhar o progresso da Ferrovia Sul. Abril de 1902 - O governador Amrico Lobo do Paran envia fiscais para cobrar imposto no contestado. Janeiro de 1903 - Coronis e o grupo Farquhar expulsam os sertanejos de suas terras. Abril de 1903 - O governador Felippe Schimidt de Santa Catarina envia fiscais para cobrar imposto no contestado. Fevereiro de 1904 - Inicia o desmatamento e a construo de vrias serrarias no contestado. Julho de 1907 - Inicia a ferrovia Madeira Mamor no Amazonas. Janeiro de 1908 - Os republicanos cobram os progressos de ambas as ferrovias de Percival Farquhar e associados. Agosto de 1909 - Nasce o Arraial dos miserveis e dos excludos. Maro 1910 - Os republicanos visitam a ferrovia Madeira Mamor. Novembro de 1910 - O marinheiro negro Joo Cndido Felisberto, apoiado por outros excludos ameaam detonar o Rio de Janeiro se suas reivindicaes no fossem aceitas. Ou seja, uma sociedade igualitria.LUIZ ALVES Pgina 19

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Novembro de 1910 - Inicia o desmatamento no Amazonas. Novembro de 1910 - Chega o primeiro navio com emigrantes europeus no Amazonas. Novembro de 1910 - Finda a Ferrovia Sul. Um tero dos empregados abandonado no contestado. Janeiro 1911 - Inicia mais uma revolta de funcionrios na Madeira Mamor. Maio de 1912 - Abandonam a ferrovia Madeira Mamor, devido morte de Percival Farquhar e seis mil funcionrios.

5-Monge Jos Maria Junho de 1912 - Miguel Lucena Boaventura, Jos Maria e os demais simpatizantes criam a cidade Santa de Taquaru.

LUIZ ALVES

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Agosto de 1912 - O intendente da vila de Curitibanos envia a guarda municipal para debandar os fanticos do Taquaru. Agosto de 1912 - Jos Maria e os demais lderes ao saberem do envio da guarda municipal, decidem evitar o confronto armado e fogem para os Campos do Irani. Setembro de 1912 - Jos Maria e os membros da irmandade de So Sebastio chegam ao Irani e recebido pelo coronel Miguel Fragoso. Outubro de 1912 - Os governadores do Paran, Carlos Cavalcnti e Afonso Alves de Camargo, so informados que os Campos de Irani so invadidos por Catarinenses. Ento, envia uma tropa para prender os invasores, com a finalidade de trazlos amarrados como gado Curitiba. Outubro de 1912 - No confronto armado dos fanticos com o regimento de segurana do Paran, morrem o lder Jos Maria e o coronel Joo Gualberto, alm de dezenas de fanticos e soldados. O novo lder dos fanticos, o velho Euzbio, manda enterrar os mortos, inclusive Jos Maria, e retornam ao Arraial de Taquaru. Outubro de 1912 - Os governadores do Paran enviam outra tropa militar rea de conflito, visando proteger Palmas e regio, bem como, recolher e trazer Curitiba os corpos do coronel e dos soldados mortos no confronto. Dezembro de 1912 - Os governadores Carlos e Afonso enviam o deputado Ulbaldino de Amaral ao Rio de Janeiro, levando a acusao de que o governador Vidal Ramos de Santa Catarina estava incentivando os invasores na rea do contestado, assim desestabilizando o seu governo.LUIZ ALVES Pgina 21

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Dezembro de 1913 - O lder dos fanticos, Euzbio, cumpre a palavra dada a Jos Maria antes de sua morte, onde deveriam criar outro reduto em Taquaru, que ressuscitaria e traria o exrcito encantado de So Sebastio, assim fazendo a guerra santa contra os Demnios da repblica. Dezembro de 1913 - O coronel Albuquerque da vila de Curitibanos notifica a atual situao no Taquaru ao coronel Vidal Ramos, informando que os fanticos de Jos Maria estavam se reunindo novamente e tinha certeza absoluta que trariam instabilidade no serto contestado. Dezembro de 1913 - O coronel Vidal Ramos envia o capito Adalberto de Menezes, o desembargador Slvio Gonzaga, o capito Almeida e o capito Euclides de Castro para o Taquaru, comandando uma tropa de duzentos e vinte soldados e aproximadamente sessenta civis, sendo que a maioria dos civis deserta, ficando somente quinze para o confronto. Dezembro de 1913 - Os lderes no comando dos fanticos surpreendem as tropas republicanas e os sobreviventes so obrigados a debandar desordenadamente em direo ao litoral catarinense para no serem trucidados pela fria dos fanticos. Janeiro de 1914 - O coronel Zacarias de Paula Xavier envia um mensageiro ao coronel Albuquerque, informando-lhe a respeito da derrota dos soldados republicanos no Taquaru. Contrariado pelo recente acontecimento, manda a guarda municipal apreender o carregamento do comerciante Praxedes nos campos de Monte Alegre, que vinha da loja Hoepcke de Blumenau. Praxedes vai vila, tentando recuperar a suaLUIZ ALVES Pgina 22

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mercadoria apreendida, mas ferido pelo coronel Albuquerque, coronel Virglio Pereira e os seus capangas, sendo imediatamente preso, morrendo trs dias depois devido a seus graves ferimentos.

6-Coronel Francisco Ferreira de Albuquerque Janeiro de 1914 - Os lderes dos fanticos resolvem receber a comitiva republicana de paz em Taquaru, composta pelo deputado federal Manoel Correia de Freitas, coronel Henrique Rupp, coronel Antnio Rocha Tico e trs parentes confinados no reduto. Como no chegam a um acordo, a comitiva retira-se do reduto decepcionada, sabendo que ainda morreria muita gente inocente.LUIZ ALVES Pgina 23

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Fevereiro de 1914 - Em conseqncia da presso poltica, o coronel Vidal Ramos retira-se do governo Catarinense, assumindo sua cadeira no senado federal. Assume o governo o coronel Felippe Schimidt, tendo ordens do presidente Hermes da Fonseca de agir com extremo rigor contra os fanticos. Envia outra expedio militar ao Taquaru, sob o comando geral do tenente coronel Dinarte de Aleluia Pires, auxiliado pelo desembargador Slvio, capito Lebon Rgis, capito Matos Costa, tenente coronel Adalberto de Menezes no comando de setecentos e cinqenta soldados e uma artilharia de montanha. Fevereiro de 1914 - Sabedores do ataque republicano, os lderes dos fanticos preparam os seus piquetes de vaqueanos na defesa do reduto. Aps vrios dias de constantes bombardeios, os lderes mandam levar os sobreviventes ao reduto de Caraguat, aproveitando a tempestade que caiu a noite inteira. O exrcito republicano entra no reduto destrudo pelas centenas de granadas, vem somente corpos mutilados e despedaados em todos os cantos, inclusive de velhos, mulheres e crianas. Fevereiro de 1914 - Os sobreviventes do reduto de Taquaru chegam a Caraguat, parecendo andrajos humanos, onde so bem recebidos pelo lendrio Elias de Moraes e os demais lderes. A partir daquele momento, Elias eleito comandante interino da irmandade de So Sebastio. Maro de 1914 - A nova comitiva republicana de paz encontra-se na vila de Perdiz Grande, onde entram em contato com um dos fanticos, marcando uma reunio pacfica. A comitiva era composta pelo deputado federal Manoel CorreiaLUIZ ALVES Pgina 24

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de Freitas, os capites Adalberto, Lebon Rgis e Matos Costa. Outra vez, a comitiva retira-se decepcionada com a misso de paz, pois no chegam a um acordo.

7-Capito Matos Costa Maro de 1914 - O comandante Elias resolve atac-los de surpresa com os seus piquetes de vaqueanos, as tropas republicanas sob o comando do tenente coronel Gameiro e o capito Zaluar, estacionada na estao do Rio Caador. Tambm atacam as tropas republicanas sob o comando do capito Matos Costa, estacionada no Arroio da Canhada Funda. Os sobreviventes das duas tropas so obrigados a debandar, se encontrando em Perdiz Grande, aps seguem de trem para Curitiba.LUIZ ALVES Pgina 25

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Abril de 1914 - frente da vitria dos guerreiros de Caraguat, Elias de Moraes e os demais lderes fanticos, decidem criar novos redutos: Taquaru, Irani, Bom Sossego, Santa Maria, Pedras Brancas, So Sebastio, Tamandu, Poo Negro, Reinchardt, Raiz da Terra, Coruja, Traio, Cemitrio, Conrado Glober, Aleixo, Igncio, Tapera, Perdizes, Perdizinhas, Buti Verde, So Pedro, Ferreiros, Pinheiros, Pinhalzinho. Tambm so criados redutos nas proximidades do Rio Canoas, Rio Iguau, Campos da Lapa e barrancas do Uruguai. Abril de 1914 - Diante da derrota republicana de Caraguat, o coronel Gameiro dispensado, assumindo provisoriamente a regio militar o tenente coronel Adolpho de Carvalho, at a chegada do general Carlos Frederico de Mesquita, designado pelo ministro da guerra Vespasiano de Albuquerque. Assim que assume o comando, ele pressionado pelo coronel Felippe de Santa Catarina e Carlos Cavalcnti do Paran, que solicitam uma ao imediata contra os fanticos. Abril de 1914 - Elias e os demais lderes definem abandonar o reduto de Caraguat, distribuindo os confinados para outros redutos, devido a uma epidemia de tifo e prevendo um forte ataque dos republicanos. Maio de 1914 - O general Mesquita define o plano de ataque contra os fanticos. A coluna do capito Matos Costa encontra os redutos de Caraguat e Perdizinhas abandonados. Incendeiam e se retiram para Perdiz Grande, onde esperam novas ordens. Enquanto a coluna do general Mesquita constri a ponte improvisada no Rio Timbzinho, atacam Santo Antnio e os demais redutos naquela regio.LUIZ ALVES Pgina 26

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Maio de 1914 - A coluna do general Mesquita entra em confronto com os pares de Frana e os piquetes de vaqueanos, so obrigados a recuar para no serem todos chacinados, retomando o ataque contra os fanticos, mas so forados a recuar novamente. Quando conseguem montar a artilharia pesada, os fanticos se obrigam a recuar. O general decide no acampar nas proximidades, ordena aos oficiais e soldados para se retirar Vila Nova de Timb. No caminho, os piquetes dos fanticos os atacam de surpresa, fazendo-os retirar em direo de Porto Unio. Junho de 1914 - Assim que chega regio militar, o general Mesquita pede demisso ao ministro da guerra, sendo substitudo pelo capito Matos Costa. O fato no agrada os governadores, os coronis das provncias, os parlamentares estaduais e federais, to pouco o presidente Hermes, por ser um pacificador e simpatizante dos fanticos no contestado. Junho de 1914 Com o assassinato do herdeiro do trono da ustria, Francisco Ferdinando, antigas rixas polticas e vrios pases ganham fora militar. Explode a 1 o Guerra Mundial, o inferno desaba sobre o velho mundo, trazendo morte, fome e misria. Julho de 1914 - O comandante Elias ordena que Bonifcio Jos dos Santos - Bonifcio Papudo - ataque a vila de Canoinhas. No ataque vila, so mortos vrios soldados, vigilantes e simpatizantes. Incendeiam dezenas de casas, deixando a vila completamente destruda. Agosto de 1914 - O novo inspetor militar decide investigar pessoalmente as causas do conflito rebelde no contestado. Disfara-se de caixeiro viajante, dentista, palhao,LUIZ ALVES Pgina 27

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barbeiro, mgico e improvisa outras profisses ambulantes. Conhece todos os lderes fanticos, inclusive os reais motivos da guerra no contestado, onde tinha muita gente importante no poder provinciano, estadual, federal, ministros e empresas estrangeiras que eram os principais interessados no conflito. Agosto de 1914 - Manoel Alves de Assumpo Rocha no reduto de Bom Sossego nomeado imperador da Monarquia Sul Brasileira. O comandante Elias envia quatro carroas, o Alemozinho e o Tavares e vrios guerreiros para buscar armas na loja Hoepcke na capital Catarinense. Agosto de 1914 - O ministro da guerra Vespasiano, convoca o capito Matos Costa para prestar depoimento sobre as suas denncias no parlamento federal, no Rio de Janeiro. Em seu depoimento apresenta provas concretas contra os coronis das provncias, governos estaduais e do parlamento federal. Setembro de 1914 - Chico Alonso e outros lderes, no comando de trezentos fanticos incendeiam dezenas de pilhas de madeiras, a estao, casas dos empregados da serraria Calmon - Lumber Company, destroem tambm uma locomotiva da empresa Americana. Setembro de 1914 - Aleixo e duzentos fanticos incendeiam e destroem a vila de So Joo. Setembro de 1914 - Bob Helling, scio gerente da Lumber Company informa o capito Matos Costa do ataque fantico serraria Calmon e solicita que tome alguma providncia sobre o acontecido. Ele deixa o coronel Dinarte no comando da regio militar, parte de trem com uma tropa de dois sargentos e sessenta soldados.LUIZ ALVES Pgina 28

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Venuto soube da vinda do capito serraria Lumber Company, decide fazer uma tocaia no caminho, onde matam o capito Matos Costa e dez soldados, sendo esta a ltima chance de paz no serto contestado.

8-Pilhas de Madeira Lumber Company Setembro de 1914 - Elias de Moraes, comandante interino dos fanticos, ao saber que Venuto matou covardemente o capito Matos Costa, revolta-se, ordena a Adeodato Ramos executar Venuto, o que acontece num capo de mato no Vale de Santa Maria. Setembro de 1914 - A morte do pacifista capito Matos Costa, cai como bomba entre os republicanos no Rio de Janeiro, fazendo com que o presidente Hermes da Fonseca e o ministro da guerra, Vespasiano de Albuquerque tomassem umaLUIZ ALVES Pgina 29

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atitude mais radical. Os dois decidem enviar rea de conflito, o general Fernando setembrino de Carvalho, oficial veterano da guerra de Canudos, no interior do serto Baiano.

9-Intendncia de Curitibanos Incendiada em 1914 Setembro de 1914 - Elias de Moraes rene-se com os demais lderes dos inmeros redutos, onde foram unnimes que deveriam confiscar nas fazendas e vilas prximas, objetos valiosos ou animais e alimentos, devido a centenas de famlias que aderiam irmandade. Os objetos de valor tinham a finalidade de comprar armas nas lojas Hoepcke, em Blumenau ou Florianpolis. Castelhano, Chico Ventura, Paulino Pereira da Silva, irmos Sampaio, Benedito Chato, Olegrio Ramos e quinhentos guerreiros atacam e incendeiam a vila deLUIZ ALVES Pgina 30

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Curitibanos, em represlia pela morte do comerciante Praxedes Damasceno no incio do ano. O coronel Albuquerque deixa Marcos G. Farias e o Major Euclides F. Albuquerque na intendncia, fugindo para Blumenau com a mulher Laurinda Oliveira de Albuquerque, os filhos Tiago, Elvira, Iracy e Orival. Tempos depois, o coronel Albuquerque assume o seu cargo de vice-governador. Outubro de 1914 - Coronel Felippe de Santa Catarina e Carlos Cavalcnti do Paran renem-se com os demais coronis das provncias, com o objetivo de se encontrar com o general Setembrino, cobrando uma soluo definitiva ao problema fantico, agora j intitulado de jagunos de Jos Maria. Outubro de 1914 - Elias de Moraes prevendo um forte ataque republicano contra a irmandade afasta do comando os lderes religiosos e entrega a liderana a seus comandantes de briga, experientes em vrias situaes adversas. Finda o controle fantico, inicia o ciclo jaguno. Novembro de 1914 - O lder Chico Alonso ataca a vila do Rio das Antas. Adeodato Ramos aproveitando o tumulto do confronto mata-o covardemente, com a ambio de assumir o comando dos pares de Frana e ficar com a sua mulher. Em seguida manda um de seus vaqueanos, matar nas proximidades dos Campos de Monte Alegre, a sua mulher Maria Firmina e a sua sogra. Novembro de 1914 - Apoiado por todo o poder coronelista, o corrupto coronel Fabrcio Vieira das Neves, rene os mais conhecidos chefes de piquetes de vaqueanos, incumbe-os de acompanhar as foras federais e localizar oLUIZ ALVES Pgina 31

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reduto dos jagunos. A partir desse instante, nascem os piores bandidos legalistas da poca, inclusive aproveitam para exterminar os seus desafetos. Dezembro de 1914 - O lder Elias ordena que Bonifcio Papudo ataque com os seus guerreiros, a vila de Canoinhas, que novamente destruda e incendiada, espalhando a violncia e o terror pelos jagunos de Jos Maria. Janeiro de 1915 - Em Curitiba, general Setembrino rene-se com os seus oficiais, repassa-lhes os seus planos em detalhes, informando-os que as tropas teriam ajuda dos piquetes legalistas, profundos conhecedores da regio contestada. O plano desagrada os oficiais, mas no tm outra opo, a no ser cumprir as ordens de seu superior. Janeiro de 1915 - O major Taurino de Resende no comando de oitocentos soldados e com os piquetes de Pedro Vieira e Fabrcio Vieira ataca o reduto de Pinhalzinho, liderado por Antnio Tavares. Ele e os confinados sobreviventes so obrigados a fugir, do contrrio seriam todos exterminados. O major Taurino assume o controle e manda incendiar todos os pequenos barracos. Janeiro de 1915 - O major prossegue ao reduto de So Jos, liderado pelo bandoleiro Josefino, que tambm assume o controle e incendeia o local. Janeiro de 1915 - O tenente coronel Raul DEstillac Leal no comando de 600 soldados e o piquete de Joo Alves de Oliveira, assume o controle do reduto de Pinheiros de Henrique Wolland - Alemozinho, depois o incendeia. Janeiro de 1915 - Alemozinho com Chica Pelega ferida no confronto, pede refgio entre os Kaigang, onde soLUIZ ALVES Pgina 32

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muito bem recebidos pelo cacique Cau. Dias depois, o piquete de Pedro Ruivo ataca a aldeia, tendo o objetivo de exterminlos, jogando a culpa nos jagunos da irmandade de So Sebastio. Mas so surpreendidos pelos ndios e obrigados a fugir do confronto, do contrrio o caador os transformaria em caa. Janeiro de 1915 - O comandante Elias refora a vigilncia no reduto de Santa Maria, temendo um ataque surpresa, como os outros foram destrudos. E para complicar mais a situao, os foragidos dos redutos destrudos procuram abrigo no vale. Surge uma epidemia de tifo, levando morte dezenas de confinados. No desespero, manda os lderes espirituais intensificarem o ciclo de rezas, visando amenizar o sofrimento e pedir uma soluo a seus santos contra os Demnios da repblica. Fevereiro de 1915 - Alemozinho decide buscar abrigo e proteo para Chica Pelega no Quilombo dos Negros, proximidades do Rio Canoas, assim cumprindo a misso designada pelo Monge Joo Maria DAgostin. O lder do Quilombo, o velho Garipuna - Pai Veio, promete dar abrigo a Chica, e Alemozinho parte em direo de Curitibanos. Fevereiro de 1915 - Coluna Sul - o coronel Estillac Leal no comando de mil e quinhentos soldados, dez oficias e trs piquetes de vaqueanos legalistas, encontram-se acampados nos arredores de Curitibanos. Alemozinho apresenta-se como capito das foras especiais do exrcito, informando que forneceria as localizaes dos redutos, tendo o aval do poder republicano, para deix-lo tentar acabar com o conflito deLUIZ ALVES Pgina 33

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maneira pacfica. Nesse instante histrico, iniciava o desmoronamento do mundo jaguno. Fevereiro de 1915 - Em conseqncia dos redutos destrudos, Elias e os lderes decidem abandonar os pequenos, emigrando para os redutos maiores e mais bem localizados. Com essa manobra ttica, evitaria que se destrussem com facilidade, evitando tambm que emigrassem desordenadamente Santa Maria, porque este j se encontrava superlotado. Fevereiro de 1915 - A destruio de vrios redutos, onde foram feitos centenas de prisioneiros e levados vila de Canoinhas. O general Setembrino telegrafa aos lderes republicanos, solicitando ordens do que fazer com os quase mil prisioneiros, pois no tinham nenhuma condio de alimentlos. Recebe a resposta tempo depois, dando-lhe carta branca para solucionar o problema. O general pressionado pelos governadores dos dois estados, parlamentares e coronis das provncias, decide extermin-los, queimam e jogam as cinzas no Desfiladeiro da morte e do Diabo, nos arredores da Canoinhas. Maro de 1915 - Coluna Norte - O tenente coronel Onofre Ribeiro no comando de oitocentos soldados, trs oficiais e um piquete de vaqueano legalista destroem os redutos de Colnia Vieira, Aleixo, Timbzinho, So Sebastio e Piedade. O major Taurino de Resende no comando de oitocentos soldados, trs oficiais e dois piquetes de vaqueanos legalistas destri os redutos de Cemitrio, Francisco Salvador, Estanislau Schumann, Guilherme Helmich. O capito Euclides de Castro no comando de novecentos soldados, dois oficiais eLUIZ ALVES Pgina 34

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dois piquetes de vaqueanos legalistas destroem Guarita de Conrado Glober, Passo de Joo Vargeano, Boliche de Joo Santos e de Sebastio Campos. Maro de 1915 - Os irmos Ventura e os seus piquetes nas proximidades de Porto Unio descarrilam uma locomotiva e dezenas de vages, que transportava toras para serraria Lumber Company. Euzbio, Manoel Rocha, Cirino e Benedito Chato e os seus piquetes nas proximidades dos Campos de Monte Alegre, descarrilam uma locomotiva e dezenas de vages, que transportava toras tambm para a serraria. Aleixo e o irmo Igncio com os seus piquetes destroem e incendeiam a serraria Lumber. Benedito, Paulino Pereira e os seus piquetes destroem e incendeiam o armazm de Guilherme Gaertner e a estao do Rio Caador. Depois do ataque violento, todos os piquetes retornam ao vale sagrado de Santa Maria. Maro de 1915 - O ministro Caetano de Farias envia cinco avies para fazer reconhecimento areo na regio do contestado, mas no transporte trs avies so completamente destrudos pelas fagulhas da locomotiva vapor; um Parrascal Morane e um Bleriot so recuperados. O coronel alemo Ricardo Kirk faria o reconhecimento de Canoinhas at a regio de Palmas, enquanto o tenente Ernesto Dariolli faria o reconhecimento de Canoinhas a Curitibanos. Nos arredores de Porto Unio, o coronel Kirk tem uma pane em sua aeronave, tenta fazer um pouso forado, mas bate violentamente contra um pinheiro, morrendo instantaneamente. Nas proximidades de Curitibanos, falta combustvel na aeronave do tenente Dariolli, obrigando-o a fazer um pouso forado na vila. Com o auxlio do coronel Marcos G. Farias e major Euclides F. AlbuquerqueLUIZ ALVES Pgina 35

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reabastece a aeronave e retorna a Canoinhas. Com a trgica morte do coronel Kirk, os planos de reconhecimento areo so suspensos.

10-General Setembrino, Coronel Kirk, Tenente Dariolli e os Oficiais Maro de 1915 - Coluna oeste - O tenente coronel no comando de mil e quinhentos soldados, dois oficiais e trs piquetes de vaqueanos legalistas vasculham os arredores de Unio da Vitria, vila de Rio das Antas, Nova Galcia, serraria Calmon e serraria Lumber. Em seguida recebem ordens de marchar para a estao Caador, onde deveriam reconstru-la. Maro de 1915 - Coluna Leste - O tenente coronel Jlio Csar no comando de quinhentos soldados, um oficial e um piquete de vaqueano legalista percorrem os arredores da vila de Papanduva. frente de vrias tentativas frustradas, improvisam acampamento na vila. O major Taurino deLUIZ ALVES Pgina 36

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Resende no comando de quinhentos soldados, dois oficiais e um piquete de vaqueanos legalista percorre os arredores da vila de Rio Negro. No conseguindo o objetivo, improvisam acampamento na vila. O capito Tertuliano Potyguara no comando de quinhentos soldados, dois oficiais e um piquete de vaqueano percorrem as cercanias de vila de Itaipolis. Como tambm no obtiveram sucesso, improvisam acampamento na vila. Maro de 1915 - O capito Henrique Wolland Alemozinho - pede a seu amigo Carneirinho que siga a coluna sul, enquanto tenta convencer os lderes da irmandade no sentido norte. Tempo depois, ele chega ao novo reduto Piedade de Bonifcio Papudo e recebido com hostilidade. Explica a sua histria em detalhes, a real situao e as conseqncias se continuassem com os seus planos. Foi convicto que seriam todos exterminados da face da terra, porque as quatro colunas do general Setembrino tinham sete mil soldados e quase cinco mil vaqueanos legalistas. Aps segue para os novos redutos de Francisco Salvador, Estanislau Schumann, Conrado Glober, Reinchardt, seguindo na direo aos demais no sul do estado. Maro de 1915 - Coluna sul - A frente do coronel Estillac Leal no comando de quinhentos soldados, seis oficiais e o piquete do lendrio Lau Fernandes, seguem em direo ao vale de Santa Maria. Alemozinho e Carneirinho tentam convenc-los a depor as armas, pedem que todos os confinados retornem as suas casas, assim evitaria milhares de mortes desnecessrias. Alemozinho conta que tinha recebido a misso do prprio So Joo Maria. Maria Rosa confirma a veracidade de suas palavras. Apesar de saber do fato, insistem noLUIZ ALVES Pgina 37

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confronto com as tropas republicanas. Elias de Moraes coordena o plano no confronto com a frente do coronel Estillac Leal, enquanto ele e a sua tropa se encontravam a caminho do reduto. Houve o confronto dos jagunos com as tropas do coronel Estillac Leal, obrigando-os a recuar at a vila de Buti Verde. Dias depois, decide formar o cerco na nica entrada do reduto, assim forando-os a se entregar quando houvesse escassez de alimentos, o que aconteceria dias depois.

11-Capito Henrique Wolland, Carneirinho e jagunos Maro de 1915 - O lder dos pares de Frana, Adeodato Ramos, aproveitando a vitria contra as tropas republicanas, declara a todos os membros de Santa Maria, que foi incumbido pelo seu Jos Maria para comandar a GuerraLUIZ ALVES Pgina 38

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Santa. A partir dessa data histrica, inicia-se o mais violento e sangrento episdio contra os confinados da irmandade de So Sebastio. Assim que tomou o comando geral, manda matar o possvel concorrente ao cargo, Antoninho Vidente. Maro de 1915 - Coluna Oeste - a frente do capito Tertuliano Albuquerque Potyguara, no comando de quinhentos soldados, dois oficiais e um piquete de vaqueano legalista destroem e incendeiam os redutos de Igncio Lima, Aleixo Lima, Maria Rosa, Tamandu e Traio. Maro de 1915 - Alemozinho tenta convencer os lderes dos redutos: Maria Rosa, Tomazinho, Pinhalzinho, Tapera, Guarda dos Crespos, Negro Olegrio, So Miguel, Perdizes, So Sebastio, Guarda dos Quadros, Taquaru, Rio das Pedras, Caadorzinho, Irmos Sampaio, Campos de Irani e Campos de Palmas. Aps retorna ao Quilombo Capo dos Negros, com o objetivo de levar Chica Pelega novamente aldeia Kaigang nos arredores de Papanduva. Prximos da aldeia ouvem tiros naquela direo, correm para auxiliar os ndios que se encontram sobre ataque do piquete de Pedro Ruivo. O plano do coronel Fabrcio Vieira era exterminar os ndios Kaigang, jogando a culpa nos jagunos de Jos Maria, assim como fizeram na aldeia dos Xocleng nos arredores de Canoinhas. Com o inesperado reforo, os vaqueanos sobreviventes so obrigados a fugir, Chica Pelega e Alemozinho ferem gravemente Pedro Ruivo, mas conseguem escapar. Maro de 1915 - Coluna sul - A frente do capito Vieira da Rosa no comando de quinhentos soldados, seis oficiais e dois piquetes de vaqueanos legalistas destroem,LUIZ ALVES Pgina 39

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incendeiam e exterminam os cento e cinqenta prisioneiros do reduto de Taquaru. Destroem e incendeiam tambm os redutos de So Sebastio, s que dessa vez no conseguem fazer nenhum prisioneiro. Seguem para o reduto Guarda dos Quadros de Chico Pitoca, onde depois de violento combate, matam o seu lder e fazem duzentos e trinta prisioneiros. O capito Rosinha pretendia extermin-los, mas diante de uma forte discusso com os chefes dos piquetes, decide levar os prisioneiros para Curitibanos. Os oitenta e um feridos so mortos e queimados com grimpas no capo da mortandade, proximidades do Rio Marombas. Abril de 1915 - A frente dos milhares de prisioneiros feitos nas dezenas de confrontos com os jagunos, o general Setembrino envia o seu ajudante de ordens, Antnio Guilhon Florianpolis, solicitando ordens, pois no tinham recursos financeiros e menos ainda condies de mant-los na priso. Temendo que a imprensa liberal fosse buscar provas concretas contra eles, sobre a chacina no Desfiladeiro do Diabo, Desfiladeiro da Morte e de Curitibanos, as autoridades decidem liberar os recursos, pois era muita gente para se exterminar, assim, permanecendo no anonimato. Abril de 1915 - Alemozinho chega ao novo reduto de Pinhalzinho, onde consegue convencer os lderes a deporem as armas. Entrega trs mil fanticos ao oficial no comando de Papanduva, o coronel Jlio Csar. A frente do capito Potyguara, dois oficiais e um piquete de vaqueano legalista, destroem e incendeiam o reduto Traio, Faxinal, Reinchardt. No reduto Caador tm um ferrenho combate com os pares de Frana e vrios piquetes de jagunos, mas enfim assumem oLUIZ ALVES Pgina 40

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reduto, tambm o incendeia. A lder Maria Rosa resolve abandonar reduto de Perdizinhas, buscando proteo em Santa Maria. Abril de 1915 - A frente do capito Potyguara confronta-se com os jagunos, forando-os a abandonar o reduto Perdizinhas, refugiando-se em Santa Maria. O capito ordena a seus soldados incendiar o reduto, seguindo para Santa Maria. Abril de 1915 - O comandante interino Adeodato Manoel Ramos desespera-se com os mais recentes acontecimentos, inclusive com o cerco republicano na entrada do vale. Prevendo a queda da irmandade de So Joo Maria, implanta um regime autoritrio e desumano em Santa Maria. A epidemia de Tifo e a falta de alimentos levam dezenas de pessoas morte. No vendo outro jeito, mata covardemente o lder Aleixo Lima na frente de todos, visando implantar o terror nos confinados, evitando uma debandada geral. O coronel Potyguara envia Carneirinho a intimar os lderes a depor as armas e a se entregar, onde seriam tratados como prisioneiros de guerra. Do contrrio, deveriam liberar os doentes, mulheres, velhos e as crianas, evitando assim muitas mortes desnecessrias. O comandante Adeodato, aps longa discusso com os lderes, decide liberar quase dois mil confinados. Assim que chegam ao acampamento republicano, o coronel Estillac Leal manda matar vrias reses para alimentar os famintos. A lder Maria Rosa e a sua famlia resolvem abandonar Santa Maria, refugiando-se nos arredores do morro do Tai. O lder Benedito tambm abandona o reduto com suaLUIZ ALVES Pgina 41

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famlia e amigos, refugiando-se nas proximidades do Arraial de Taquaru. Em conseqncia dessas fugas, mata friamente o lder Joaquim Germano. Dias depois, Adeodato Ramos libera mais mil e quinhentos confinados, visando suportar mais tempo o cerco republicano, porque em sua viso eram bocas inteis. Em seguida abandona o reduto, com o objetivo de surpreender as tropas republicanas. A frente do capito Potyguara entra no reduto de Santa Maria no sentido oeste e encontra-o completamente abandonado. Adeodato e os seus piquetes atacam de surpresa, pegando as tropas num fogo cruzado. O capito envia um mensageiro a frente do coronel Estillac Leal, requisitando tropas de apoio. Diante da demora do reforo militar, a sua frente tem dezenas de baixas, pela primeira vez se encontra numa situao desesperadora. Mas enfim chega o reforo, assim fazendo que Adeodato e os seus piquetes debandarem desordenadamente. Em conseqncia da demora do reforo, os dois oficiais no comando discutem violentamente, mas so contidos pelos outros oficiais. Aps, o coronel ordena para que incendeiem o reduto, retornando a vila de Canoinhas. Abril de 1915 - Alemozinho consegue convencer os lderes: Estanislau Schumann, Guilherme Reinchardt, Sebastio Campos, Bonifcio Papudo e Francisco Salvador, que se entregam com dois mil confinados ao general Setembrino em Canoinhas. Em conversa particular, Alemozinho pede para o general retirar o seu nome nos relatrios militares, destruir a pasta de identidade militar noLUIZ ALVES Pgina 42

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alto comando militar do Rio de Janeiro, inclusive apresentar ao ministro a sua demisso. Aps, ele pede tambm para no constar o nome de Chica Pelega nos relatrios de prisioneiros, pois pretendia levla para o Rio de Janeiro, levando uma vida normal e no completo anonimato. No dia seguinte, o general Setembrino recebe ordens do presidente Venceslau Brs e do ministro da guerra Caetano de Farias, que deveria fazer um relatrio dos prisioneiros e aps libert-los. Aproveitando, informa ao ministro que a sua misso na regio do contestado estava cumprida e pedia para retornar ao Rio de Janeiro, deixando que os governadores terminassem de pacificar os sertes de Santa Catarina e Paran. Abril de 1915 - Alemozinho retorna a aldeia Kaigang, em seguida parte com Chica Pelega para o Rio de Janeiro. A partir desse momento, morre no quase anonimato, o lder jaguno e capito republicano Henrique Wolland, e a lder guerreira Chica Pelega de Taquaru. Maio de 1915 - Capito Vieira da Rosa, tendo apoio dos chefes de piquetes de vaqueanos legalistas, decidem acabar definitivamente com os poucos focos dos jagunos de Jos Maria. Apoiados pelos governadores e os coronis das provncias, implantam o famoso confisco de guerra, onde teriam o direito de posse dos objetos de valor em suas conquistas. Maio de 1915 - Os lderes, Manoel Padilha e Sebastio Campos montam o reduto de Pedras Brancas, tendo aproximadamente mil pessoas confinadas. Olegrio Ramos e os irmos Ventura montam o reduto de Guarda dos Santos, tendoLUIZ ALVES Pgina 43

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aproximadamente oitocentas pessoas confinadas. Adeodato Ramos monta o reduto de So Miguel, tendo aproximadamente mil pessoas confinadas, inclusive Elias de Moraes, Maria do Carmo, Conceio e os pares de Frana. Os lderes, Manoel Morais, Manoel Lira de Jesus e Corado Glober montam o reduto de So Pedro, s margens do Rio Timb, tendo aproximadamente trs mil pessoas confinadas, agora contando com os confinados do reduto de So Miguel. Os lderes, Manoel Rocha e Euzbio Ferreira dos Santos montam o reduto de Poo Preto, nas proximidades de Vila Nova do Timb, tendo aproximadamente cento e cinqenta pessoas confinadas. Junho de 1915 - A lder guerreira Maria Rosa prevendo a existncia de muitas mortes nos novos redutos, que tinha no comando geral o inescrupuloso Adeodato Ramos, decide retornar com a sua famlia para o reduto de Pedras Brancas. O capito Vieira da Rosa no comando de trezentos soldados da guarda nacional e o piquete de vaqueano de Francisco Geraldo destri e incendeia o reduto de Pedras Brancas, chacinando todos os trezentos prisioneiros. Setembro de 1915 - Estabelecidos no Rio de Janeiro, Henrique Wolland e Chica Pelega sobrevivem no mais completo anonimato. Na visita ao estdio fotogrfico do marido, escuta a conversa dele e do ex-ministro Rui Barbosa, onde afirma que o senador Pinheiro Machado foi um dos principais culpados pelo envio de tropas regio contestada, onde morreram toda a sua famlia. Chica passa a planejar uma maneira de vingar a morte deles e informa-se sobre os passos do senador. Dias depois, mata-o juntamente com seus seisLUIZ ALVES Pgina 44

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capangas em frente ao parlamento, morrendo definitivamente a guerreira e nascendo a tradicional mulher naquela poca. Novembro de 1915 - A lder Maria Rosa retira a sua famlia do reduto de So Pedro, refugiando-se nos arredores de Canoinhas, na fazenda de Silvrio Bastos. O capito Euclides de Castro no comando de trezentos soldados da guarda nacional e o piquete de Lau Fernandes destri e incendeia o reduto de Guarda dos Santos e Poo Preto, fazendo diversos prisioneiros. Dezembro de 1915 - O comandante Adeodato Ramos monta o reduto de So Sebastio, s margens do Rio Timb, tendo aproximadamente mil pessoas confinadas. O lendrio Lau Fernandes no comando de duzentos vaqueanos destri e incendeia a reduto, fazendo centenas de prisioneiros, levandoos para Canoinhas. Dezembro de 1915 - Elias de Moraes no comando do reduto So Pedro, soube da destruio do reduto de So Sebastio, decide reforar as suas defesas para evitar surpresas desagradveis. O capito Euclides de Castro no comando de trezentos soldados e do piquete de Lau Fernandes destri e incendeia o reduto de So Pedro, fazendo centenas de prisioneiros. Dezembro de 1915 - A lder Maria Rosa e a sua famlia se entregam ao oficial no comando de Canoinhas, o capito Euclides de Castro, em seguida Elias de Sousa deixa-a aos cuidados de Silvrio Bastos. Ele faz novo registro de nascimento, criando-a como fosse a sua prpria filha. O mundo Jaguno desmorona, milhares de confinados se entregam s autoridades legais em diversas regies doLUIZ ALVES Pgina 45

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contestado. Adeodato em fuga, em Perdiz Grande encontra-se com o velho Euzbio, mata-o covardemente pela derrota aos republicanos. O coronel Fabrcio Vieira das Neves manda que Pedro Ruivo e os seus vaqueanos, montem uma tocaia na estrada principal de Lages a Vacaria. Pedro Ruivo cumpre as ordens, chacina covardemente o lendrio Elias de Moraes e toda a sua famlia. Outubro de 1916 - O governador coronel Felippe Schimidt de Santa Catarina, o governador Afonso Alves de Camargo do Paran, ministros, parlamentares e o presidente Venceslau Brs chegam a um acordo sobre as divisas dos dois estados. Mas para que isso se tornasse uma realidade, foi necessrio morrerem mais de dez mil caboclos, quase dois mil soldados republicanos, aproximadamente mil e quinhentos vaqueanos legalistas e quase trs mil civis que habitavam a regio contestada. Coronel Fabrcio Vieira das Neves e Pedro Ruivo so presos no quartel na Lapa, soltos tempos depois, devido falta de provas. Agosto de 1916 - O lendrio Adeodato Ramos encurralado num capo de mato no vale de Santa Maria, vendo que era impossvel romper o bloqueio dos vaqueanos, acaba se entregando. Ele encaminhado para cadeia de Curitibanos. Dezembro de 1916 - O comandante dos jagunos da irmandade de So Sebastio levado a julgamento a portas fechadas, somente presentes as autoridades locais e das provncias do contestado, onde foi condenado a trinta anos de priso pelo Juiz de direito Guilherme Abry e pelo promotor de justia Marclio da Cruz Maia. Ao escutar a sentena AdeodatoLUIZ ALVES Pgina 46

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joga o seu chapu para o alto, exclama irnico: - Trinta anos, eu dou at risada! Imediatamente transferido para a priso de Lages, onde tinha maior segurana.

12-Adeodato Manoel Ramos Preso em Desterro Dezembro de 1917 - O coronel Henrique Paes de Almeida Filho tenta contratar o jaguno Conrado Glober, imediatamente recusa a empreitada, mas ao saber que a vtima era o coronel Albuquerque, informa ao mensageiro que faria o servio de graa e com todo prazer. Aproveitando que o coronel Albuquerque e o seu filho Euclides, iriam naquele dia buscar uma vaca de leite na fazenda do coronel VirglioLUIZ ALVES Pgina 47

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Pereira, Conrado monta uma tocaia no Capo da Mortandade. Ele aponta para o alvo e atira duas vezes, matando-o instantaneamente. Major Euclides ao ver o seu pai cair ferido, corre desesperadamente para Curitibanos, visando buscar ajuda. Nesse histrico dia, morre um dos principais culpados na chacina dos miserveis da regio do contestado. No mesmo ms, Adeodato Ramos consegue fugir da priso, aproveitando a chuva torrencial que caa noite. Sendo capturado num boliche beira de estrada, completamente bbado. Devido presso dos coronis locais, transferido para a priso em Florianpolis. Novembro de 1918 - frente de sucessivas derrotas dos austracos e alemes para os aliados, assinam o Tratado de Armistcio de Compiegne, deixando um saldo de treze milhes de mortos e vinte milhes de feridos. Alm de fazer um enorme rastro de destruio em diversos pases. Os alemes so obrigados a pagarem pesadas dvidas de guerra, inclusive acabam perdendo parte de seu territrio. Janeiro de 1923 - Adeodato Ramos aos poucos tenta ganhar a confiana dos carcereiros, aproveitando o descuido da sentinela, ataca-o e toma o seu fuzil. O fato no passou despercebido, o major Trujilo de Mello ordena que pare. Adeodato instintivamente aponta o seu fuzil em direo ao major, mas estava vazio e o mesmo no acontece com o fuzil do major. Sem saber, Adeodato tinha cado numa armadilha republicana, sendo exterminado o ltimo jaguno de Jos Maria. Ele ainda levado para a enfermaria, mas no agenta o ferimento, morrendo minutos depois, sendo enterrado numaLUIZ ALVES Pgina 48

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simples cova como indigente. Nesse dia histrico, morre o flagelo de Deus e nasce a lenda no contestado.

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Principais Personagens na Guerra do ContestadoIrmandade de So Sebastio: Elias de Moraes Elias de Sousa - Maria Rosa de Sousa - Francisco Alonso de Sousa - Euzbio Ferreira dos Santos - Praxedes Gomes Damasceno - Joaquim Gomes Damasceno - Benedito Pedro de Oliveira (Chato) - Cirino Pedro de Oliveira (Chato) - Elias de Melo - Miguel Lucena Boaventura (Jos Maria) - Henrique Wolland (Alemozinho) - Manoel Alves de Assumpo da Rocha - Maria do Carmo - Chica Pelega - Conceio Margarida - Terezinha - Clementina - Guilherme Helmich Agostinho Saraba (Castelhano) - Francisco Paes de Farias (Chico Ventura) - Manoel Teixeira (Maneco) - Joaquim Germano - Gustavo Reinchardt - Irmos Sampaio - Bonifcio Jos dos Santos (Bonifcio Papudo) - Antnio Tavares Jnior Francisco Salvador - Juca Ruivo - os videntes Teodora e Joaquim dos Santos (Neta e filho de Euzbio) - Sebastio Campos - Guilherme Paes de Farias (Guilherme Ventura) Delfino Pontes - Murilo Gomes - Joo Paes de Farias (Joo Ventura) - Tobias Loureno de Sousa - Adeodato Manoel Ramos - Olegrio Ramos (Negro Olegrio) - Francisco Maria Camargo (Chico Pitoca) - Benevenuto Alves de Lima (Venuto Baiano) - Conrado Glober - Manoel Lira de Jesus - Manoel Germano - Igncio Gonalves de Lima - Aleixo Gonalves de Lima - Francelsio Sutil de Oliveira - Honrio de AlbuquerqueLUIZ ALVES Pgina 50

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- Joaquim Gonalves de Lima - Maria Alves Moreira - Silvrio Bastos - Manoel Morais (Pai Velho) - Paulino Pereira da Silva - Paulino Ribeiro - Francisco de Almeida - Cipriano de Almeida - Henrique Hass - Estanislau Schumann - Vacariano Nabor - Carneirinho e pouco mais de vinte mil fanticos e jagunos. Contou com o apoio dos coronis, Henrique Paes de Almeida (pai), Henrique Paes de Almeida (filho) e Miguel Fragoso, Domingos Soares e uma dezena de coronis nas muitas provncias. Coronis e Autoridades: Coronel Francisco Ferreira de Albuquerque - Coronel Virglio Pereira - Coronel Marcos Gonalves de Farias - Coronel Jos Rauen - Coronel Domingos de Oliveira Lemos - Coronel Zacarias de Paula Xavier - Juiz de Direito Guilherme Abry - Promotor de Justia Marclio da Cruz Maia - os Capites Joo Alves Sampaio - Joo da Cruz Maia - Leogdio Vicente Mello - Major Euclides Ferreira de Albuquerque - Major Altino Gonalves de Farias - Major Joo Severo Gomes - Major Simpliciano de Almeida - Major Graciliano T. de Almeida - Major Firmino de Almeida - Major Henrique de Almeida Filho - Major Salvador Calomeno Coronel Henrique Rupp - Coronel Virglio Antunes - Coronel Manoel Tomaz Vieira - Coronel Manoel Fabrcio Vieira Coronel Fabrcio Vieira das Neves - Coronel Vidal Ramos Coronel Felippe Schimidt - Dr. Afonso Alves de Camargo Carlos Cavalcnti - Coronel Emiliano Ramos - Belisrio Ramos - Senador Pinheiro Machado - Senador Lauro Mller Deputado Federal Manoel Correia de Freitas - Antnio Rocha Tico - Deputado Ulbaldino de Amaral - Diocleciano Martyr LUIZ ALVES Pgina 51

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Deputado Sidnei Gonalves - Ministro Rui Barbosa - Virgilio Martinho de Melo - Miguel Francisco Driessen - Joo Severo de Oliveira - Jos Knol, Jos Custdio de Melo - Aristides de Oliveira Lemos - Diogo Alves Ribeiro - Alzerino Waldomiro de Almeida. Oficiais Republicanos: Tenente Coronel Joo Gualberto Gomes de S Filho - Tenente Coronel Busse Desembargador Slvio Gonzaga - Capito Adalberto de Menezes - Capito Mauricio Antnio de Melo - Capito Esperidio de Almeida - Ministro da Justia Rivadvia da Cunha Corra - Capito Euclides de Castro - Capito Zaluar Tenente Coronel Dinarte de Aleluia Pires - Major Trujilo de Melo - Capito Lebon Rgis - os Presidentes: Marechal Deodoro da Fonseca - Marechal Floriano Peixoto - Nilo Peanha - Rodrigues Alves - Afonso Pena - Hermes da Fonseca - Venceslau Brs - Capito Joo Teixeira de Matos Costa Major Janurio Cortes - Tenente Coronel Vidal de Oliveira Ramos - Tenente Coronel Castelo Branco Tenente Coronel Jos Carneiro - Tenente Coronel Jos Capitulino Freire Gameiro - Tenente Coronel Adolpho de Carvalho - General Carlos Frederico de Mesquita - Ministro da guerra Vespasiano de Albuquerque - Ministro da guerra Caetano Jos de Farias Tenente Coronel Campos - General Fernando Setembrino de Carvalho - Tenente Coronel Francisco Raul DEstillac Leal Capito Tertuliano Albuquerque Potyguara - Capito Vieira da Rosa Arajo - Tenente Coronel Henrique Rupp - Major Taurino de Resende - Tenente Coronel Jlio Csar - Tenente Coronel Onofre Ribeiro - Tenente Coronel Eduardo Scrates LUIZ ALVES Pgina 52

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Major Furtado Paiva - Tenente Jos Pereira da Rosa - Tenente Joaquim Souza Reis - Tenente Herculano Teixeira de Assumpo - Tenente Walfredo Ermlio - Tenente Antnio Guilhon - Dr. Rabelo Pinto - Tenente Joaquim Ribeiro Tenente Salvador Pinto Ribeiro -Capito Francisco Alves Pinto - Sargento Carlos Pinkensleper - Tenente Belizrio Caetano Ferreira Leite, comandaram as vrias expedies, tendo um total de quase doze mil soldados. Aps a sada do General Setembrino, assumiu a inspetoria da dcima primeira regio militar, o Coronel Sebastio Baslio Pirro. So usados pela primeira vez no mundo, os avies Parrascal Morone de 50 cavalos e um Morane Saulnier de 90 cavalos no reconhecimento areo, com o Coronel alemo Ricardo Kirk, o Tenente italiano Ernesto Dariolli. Os outros trs avies, um Bleriot de 80 cavalos e dois Parrascal Morane de 50 cavalos destrudo pelas fagulhas da locomotiva a vapor. Piquetes de Vaqueanos Legalistas: Manoel Fabrcio Vieira - Fabrcio Vieira das Neves - Capito Vieira da Rosa Arajo - Salvador Pinheiro - Pedro Vieira - Leocdio Camargo - Joo Alves de Oliveira - Virglio Pereira - Tobias Ricardo Antnio Camargo - Francisco A. Bueno - Joo Correia Sobrinho - Pedro Leo Carvalho (Pedro Ruivo) - David Padeiro - Nicolau Fernandes e muitos outros que formavam mais de trs mil Vaqueanos. Outros Personagens: Joo Maria DAgostin - Anats Marcarf (Joo Maria de Jesus) - Frei Pedro Sinzing - Frei Rogrio Neuhaus - Frei Amando Bahlmann - Frei Dimas WolffLUIZ ALVES Pgina 53

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- Frei Gaspar Flesch - Frei Candido Spannagel - Frei Menandro kamps - Frei Solano Schimidt - Frei Redento Kullmann - Frei Bruno Heuser - Bispo Joo Francisco Braga - Bispo Duarte Leopoldo e Silva - Os comerciantes Guilherme Gaertner e Antnio Rossi - os filhos do Coronel Albuquerque, Tiago, Elvira, Iracy e Orival Ferreira de Albuquerque - Joo Goetten Sobrinho - Os diretores da Lumber Company and Colonization, Brazil Railway Company, Percival Farquhar, Ernesto Bishop, Henry Wismaster e Jaime Bishop - Famlia Garipuna, Santos e Lima do Quilombo Capo dos Negros - Os Kaigang: cacique Cond, Vir, Cau e Jqui - Fortunato Branco - Artur de Paula e Sousa - Francisco Hass - Antnio Lyk - Lus Skyna Saturnino Maia - Macrio Maia - Miguel Valle - Conrado Wagner - Miguel Stocker - Vitorino Jos Silveira - Incio Briaveltaki - Antnio Francisco Pasela - Arlindo Bessa - Pedro Schiffer - Roberto Andrs Guilleron - Simpliciano Ferreira Guimares - Pedro Nicolau Werner - Leopoldo Steffen Roberto Enlke - Dr. Mileto Tavares Cunha Barreto - Joo Nikisch - Joaquim Prudente - Joo Loureno - Henrique Ramos.

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Regio ContestadaRedutos dos Fanticos: Arraial do Taquaru I - II e III - So Jos - Caraguat - Santo Antnio - Perdizinhas Campos do Irani - Perdiz Grande - Santa Maria - Pedras Brancas - Pacincia - Pinheiros - Pinhalzinho - Timbzinho Bom Sossego - Tamandu - Caador - Caadorzinho - Poo Preto - Reinchardt - Raiz da Serra - Coruja - Traio Cemitrio - Conrado Glober - Aleixo - Igncio - Tapera Perdizes - Buti Verde - So Pedro - Ferreiros - Colnia Vieira - So Sebastio - Piedade - Passo de Joo Vargeano - Boliche de Joo Santos - Sebastio Campos - Estanislau Schumann Francisco Salvador - Guilherme Helmich - Negro Olegrio Tomazinho - Guarda dos Crespos - So Miguel - So Pedro Guarda dos Quadros - Rio das Pedras - Irmos Sampaio Campos de Palmas - Campos de Monte Alegre - Faxinal e tambm nas proximidades dos Rios Canoas, Iguau e barrancas do Uruguai. Cidades e Vilas Envolvidas no Conflito: Curitibanos - Campos Novos - Anita Garibaldi - Herval Velho - Herval DOeste - Joaaba - Tangar - Videira - Caador - Xanxer Concrdia - Pinheiro Preto - Chapec - Tai - Palmitos - gua Doce - Pinhalzinho - Rio das Antas - Matos Costa - Trs Barras - Timbzinho - Timb Grande - So Cristvo do Sul - Ponte Alta do Sul - Ponte Alta do Norte - Nova Galcia - Santa Ceclia - Lebon Rgis - Papanduva - Monte Alegre - MonteLUIZ ALVES Pgina 55

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Castelo - Mafra - Porto Unio - So Bento do Sul - Rio Negro Canoinhas - Jangada do Sul - Felippe Schimidt - Irati - Unio da Vitria - Capito Malet - General Carneiro So Mateus Palmas - Irani - Lages - Correia Pinto - Otcilio Costa - So Jos do Cerrito - Frei Rogrio - Fraiburgo - Brunpolis - Monte Carlo e proximidades do Rio Canoas - Lageadinho - Fachinal Paulista - Passa Dois - Perdizinhas - Taquaru - Rio Correntes - Cabaais de Baixo - Cabaais do Meio - Cabaais de Cima Lajeado Raso - Marombinhas - Rio das Pedras - Campo belo Restinga Seca - Capo Alto - Campos dos Pires - So Joo Calmon - Rio Marombas do Caador - Buti Verde - Serra da Esperana - Tapera - Rio dos Crespos - Serra do Espigo, expandindo at a divisa da Argentina.

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BibliografiaAlves, Luiz Revoluo Farroupilha Fundo Agropecurio de Desenvolvimento PMC 2008 Curitibanos SC. Alves, Luiz Revolta dos Excludos Imprensa Oficial do Estado de Santa Catarina 2009 Curitibanos SC. Alves, Luiz Guerreiros do Serto Volume I e II Romance no Publicado 2005 Curitibanos SC. Alves, Luiz Heris da Liberdade Secretaria de Estado de Turismo, Cultura e Esporte 2008 Curitibanos SC. Assumpo, Herculano Teixeira A Campanha do Contestado Imprensa Oficial do Estado 1917 Belo Horizonte MG. Autores Diversos Maria Rosa Edio dos Autores 2005 Curitibanos SC. Autores Diversos Formar Dinamismo a Servio da Cultura Bibliografias Editora Cobralil 1970 Rio de Janeiro RJ. Borelli, Mrio Jos Contestado Secretaria de Educao e Cultura Grfica IOESC s. d. Florianpolis SC. Busato, Gualdino D. Revoluo Farroupilha Edio do Autor 1995 Curitibanos SC. Construo da Ferrovia Madeira Mamor Museu da USP Site Internet 2006 So Paulo SP.

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Cunha, Euclides Os Sertes Editora Record 1998 Rio de Janeiro RJ. Cadorin, Adlcio Anita - Guerreira das Repblicas UDESC e IOESC 1999 Florianpolis SC. Collor, Lindolfo Garibaldi e a Guerra dos Farrapos Editora Globo 1938 Porto Alegre RS. Contestado - Fundao Roberto Marinho 1987 - Rio de Janeiro RJ. Derengoski, Paulo Ramos O Desmoronamento do Mundo Jaguno FCC Edies 1986 Florianpolis SC (Foto: 01). Ferreira, Jos Roberto Martins Histria Didtica Editora FDT 1950 So Paulo SP. Gallo, Ivone Ceclia Dvila O Contestado O Sonho do Milnio Igualitrio Editora UNICAMP 1999 Campinas SP. Gerson, Brasil Garibaldi e Anita - Guerreiros do Liberalismo Editora Souza 1953 Rio de janeiro RJ. Guerra do Contestado - Documentrios RBS/TV s/d - Blumenau SC. Kruker, Giovana A. Estudos Sociais - Municpio de Curitibanos Grfica IOESC 1999 Florianpolis SC. Lemos, Zlia Andrade Curitibanos na Histria do Contestado Imprensa Oficial do Estado 1977 Florianpolis SC. Lima, Joo Francisco Anita Garibaldi - Herona dos Dois Mundos Editora Paulista 1977 So Paulo SP.

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Monteiro, Douglas Teixeira Os Errantes do Novo Sculo Livraria Duas Cidades 1974 Rio de Janeiro RJ. Moraes, Aldair Goeten Fatos Importantes da Histria de Curitibanos Secretaria da Indstria, Comrcio e Turismo da Prefeitura 2007 Curitibanos SC (Foto da Contra Capa). Museu Antnio Granemann de Souza (Acervo) Prefeitura Municipal de Curitibanos SC (Fotos: da Capa/04/06/09). Pizza, Walter F, Herculano Gomes Mathias e Nilso Thom Contestado Imprensa Oficial do Estado 1986 Florianpolis SC (Fotos: 05/07/08/10/11/12). Pradi, Cirila de Menezes Chica Pelega do Taquaru Imprensa Oficial do Estado 2000 Florianpolis SC. Rau, Wolfgang Ludwig A Vida e Morte de Jos e Anita Garibaldi Edio do Autor 1989 Laguna SC. Rau, Wolfgang Ludwig Anita Garibaldi - Entre o Amor e a Guerra Documentrio TV SENAC 1999 Florianpolis SC. Revoluo Federalista - Diversos Autores - Site Internet 2006 Porto Alegre - RS. Revolta das Chibatas H. Acker Site Internet 2006 Fundao Carioca de Cultura Rio de Janeiro RJ. Sachet, Celestino e Srgio Histrias de Santa Catarina - O contestado Editora Sculo Catarinense 2001 Florianpolis SC. Thom, Nilson Tradies Folclricas da Regio do Contestado Jornal A Imprensa Catarinense 1984 Caador SC.

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Stulzer, Frei Aurlio A Guerra dos Fanticos Editora Vozes 1982 Petrpolis RJ. Valente, Valentin Anita Garibaldi Herona por Amor Editora Soma 1949 So Paulo SP. Varnhagen, Francisco Adolfo Histria Geral do Brasil Editora Melhoramentos 1962 So Paulo SP. Zumblick, Walter Aninha do Bento Edio Prefeitura de Tubaro 1980 Tubaro SC.


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