grupo umbuzeiro resgata tradição das cantigas de roda

2
Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas Ano 8 • nº1582 Junho/2014 Porteirinha Grupo Umbuzeiro resgata tradição das Cantigas de Roda Jogar versos, cantar, dançar e relembrar as cantigas, são formas simples encontradas pelo Grupo Umbuzeiro para encantar o público e resgatar uma tradição tão importante para a região. As cantigas de roda nas décadas de 60 e 70 eram usadas pelos jovens que se conheciam melhor através dos versos e danças. Naquele tempo os namoros eram diferentes, nem sequer podiam pegar na mão, e os versos eram estratégias que os jovens usavam para enviar mensagens a sua paquera: “Menino da camisa verde venha cá meu namorado, do tempo que eu te amo, já podia ser casado”. “Alecrim na beira d'água ele puba, mas não cai, aquela moreninha vai ser a nora do meu pai”. Estes versos são exemplos de mensagens que tinham por objetivo a conquista e a diversão. O grupo tem suas apresentações regionais, não firmam em um só local. Onde visa dar mais visibilidade as Cantigas. Desde de sua primeira apresentação em 2013, o grupo ganhou força e não parou mais. A cada dia surgem novos convites. Sendo apresentações marcadas por versos cantados e coreografias que retratam maravilhosamente bem a história da região e seus principais movimentos culturais. Acompanhado pelos músicos Geraldo Gomes, na sanfona, Amintas Luiz e Samuel, nos instrumentos de corda, Ednalva, conhecida como Deda, com ajuda de Amintas Luiz no vocal, o grupo segue caminhando firme demonstrando que as cantigas de roda não perdem seu espaço. “Geraldo entrou na roda pra dançar o miudinho, tirou Deluz para não dançar sozinho” Dezoito participantes dançam em pares, que são: Oscarino e Ana, Galego e Nenza, Geraldo e Deluz, Edson Lucas e Ana Maria, Danilo e Maria José, Jorge e Elem, Adinalson e Regiane, também, Izac, Janine, Reginaldo e Gilcimaria. E hoje, por onde o grupo tem feito suas apresentações, vem trazendo verdadeiras lembranças de tempos de muitas alegrias. Este resgate tem a colaboração carinhosa e participação efetiva do Senhor Oscarino Aguiar Cordeiro, também diretor do Sindicato, e idealizador deste projeto que já resgatou mais de 40 cantigas e 100 versos. “Não vai não meu bem, que lá tem ladeira, sê escorrega e cai, quebra o galho da roseira” Grupo Umbuzeiro Cantigas de Roda

Upload: articulacaosemiarido

Post on 23-Jul-2016

222 views

Category:

Documents


3 download

DESCRIPTION

O Grupo Umbuzeiro Cantigas de Roda tem suas apresentações em vários lugares da Serra Geral, mostrando os encantos dos versos e das cantigas em apresentações com coreografias que retrata bem os momentos vividos pelos jovens nos anos 60 e 70.

TRANSCRIPT

Page 1: Grupo Umbuzeiro resgata tradição das Cantigas de Roda

Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas

Ano 8 • nº1582

Junho/2014

Porteirinha

Grupo Umbuzeiro resgata tradição das Cantigas de RodaJogar versos, cantar, dançar e relembrar as cantigas, são formas simples encontradas pelo Grupo Umbuzeiro para encantar o público e resgatar uma tradição tão importante para a região. As cantigas de roda nas décadas de 60 e 70 eram usadas pelos jovens que se conheciam melhor através dos versos e danças. Naquele tempo os namoros eram diferentes, nem sequer podiam pegar na mão, e os versos eram estratégias que os jovens usavam para enviar

mensagens a sua paquera: “Menino da camisa verde venha cá meu namorado, do tempo que eu te

amo, já podia ser casado”. “Alecrim na beira d'água ele puba, mas não cai, aquela moreninha vai ser

a nora do meu pai”. Estes versos são exemplos de mensagens que tinham por objetivo a

conquista e a diversão.O grupo tem suas apresentações regionais, não firmam em um só local. Onde visa dar mais visibilidade as Cantigas. Desde de sua primeira apresentação em 2013, o grupo ganhou força e não parou mais. A cada dia surgem novos convites. Sendo apresentações marcadas por versos cantados e coreografias que retratam maravilhosamente bem a história da região e seus principais movimentos culturais. Acompanhado pelos músicos Geraldo Gomes, na sanfona, Amintas Luiz e Samuel, nos instrumentos de corda, Ednalva, conhecida como Deda, com ajuda de Amintas Luiz no vocal, o grupo segue caminhando firme demonstrando que as cantigas de roda não perdem seu espaço.“Geraldo entrou na roda pra dançar o miudinho, tirou Deluz para não dançar sozinho” Dezoito participantes dançam em pares, que são: Oscarino e Ana, Galego e Nenza, Geraldo e Deluz, Edson Lucas e Ana Maria, Danilo e Maria José, Jorge e Elem, Adinalson e Regiane, também, Izac, Janine, Reginaldo e Gilcimaria.

E hoje, por onde o grupo tem feito suas apresentações, vem trazendo verdadeiras lembranças de tempos de muitas alegrias. Este resgate tem a colaboração carinhosa e participação efetiva do Senhor Oscarino Aguiar Cordeiro, também diretor do Sindicato, e idealizador deste projeto que já resgatou mais de 40 cantigas e 100 versos.

“Não vai não meu bem, que lá tem ladeira, sê escorrega e cai, quebra o galho da roseira”

Grupo Umbuzeiro Cantigas de Roda

Page 2: Grupo Umbuzeiro resgata tradição das Cantigas de Roda

Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas Articulação Semiárido Brasileiro – Minas Gerais

Para o casal Senor Oscarino e Dona Ana, da comunidade da Lagoa município de Serranópolis de Minas, “O grupo Umbuzeiro Cantigas de Roda, lembra das festas juninas, natalinas e do padroeiro da comunidade, dos anos 60 quando não existia aparelho de som, as festas eram animadas por pessoas da região, nas cantigas de roda, folias de reis, catira, coco e quadras, rimas criadas pelos então cantores da região envolvendo jovens, crianças e adultos.Cantiga:“Requebra Chiquinha, ô balanceia meu bem, como é bom balancear, o amor que agente tem”

“Cravo branco no cabelo todo mundo quer cheirar, quem é dono não ciúma, quem não é quer ciumar”

Cantiga: “Ô minha caninha verde o minha verde caninha, hoje eu vou à sua casa, pra você não vir na minha” “ Ô tirai rai rai ô tirai rai rai”

Cantiga: “Periquito maracanã, dinheiro minha sinhá, sete anos sete meses custa muito de chegar, vai chegando vai chegando, vai chegando de vagar, vai fastando vai fastando, cada um pro seu luar, nos pés nos pés, nas mãos nas mãos, balanceia esta rochinha e um aperto de mão”

“Menininha bonitinha me dê água pra beber, não é sede não é nada é vontade de te ver”“Em cima daquela serra tem um ninho de beija flor, quem achar não pega não, que é princípio de amor”;

Antônio Oliveira de Aguiar (Galego) diz: “Eu lembro bem das cantigas de roda no tempo da mocidade, quando as famílias se reuniam para a rezar do terço, depois do café com biscoito, os mais velhos iam bater papo e nós formávamos uma roda e começávamos a jogar versos, cantava Atirei o pau no gato, requebra Chiquinha, fui no tororó, ciranda cirandinha, e nessa brincadeira ficávamos horas inteirinhas. Então veio o senhor Oscarino com a ideia de resgatar essa cultura, convidou minha esposa Nenza e eu para ajudar a formar um Grupo de Cantigas de roda, e nós aceitamos, depois outras pessoas foram convidadas e hoje somos o Grupo Cantigas de Roda, levando essa cultura às pessoas que relembram seu tempo de mocidade e também mostram as antigas tradições a essa nova geração.

Cantiga: “Tece Seu José, tece o coroché, tece e bate o pé, bate palma no coroché, ai ai moreninha, roda lá com quem quiser”Cantiga: “Roda baiana baiana roda mais eu, quem te ama perde tempo, quem casa contigo é eu”

As Cantigas de Roda populares tradicionais não podem ser esquecidas, afinal elas foram de fundamental importância para a formação cultura e social, fez parte da identidade cultural do povo Porteirinhense e de toda a região Norte Mineira.

Realização Apoio

Uma das coreografia do grupo

Casal Senhor Oscarino e Dona Ana