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GRUPO TÉCNICO INCUMBIDO DE PROPOR E ACOMPANHAR ESTUDOS E PROJETOS DE PESQUISA QUE TENHAM POR OBJETIVO O CONTROLE DA MOSCA-DOS-ESTÁBULOS Resolução SAA - 53, de 17-8-2016 Relatório Final de Atividades 2018

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GRUPO TÉCNICO INCUMBIDO DE PROPOR E ACOMPANHAR ESTUDOS E PROJETOS DE PESQUISA QUE TENHAM POR OBJETIVO O CONTROLE DA

MOSCA-DOS-ESTÁBULOS

Resolução SAA - 53, de 17-8-2016

Relatório Final de Atividades 2018

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GRUPO TÉCNICO DA MOSCA-DOS-ESTÁBULOS

MEMBROS NOMEADOS:

I – Edna Clara Tucci, portadora do R.G. 7.632.281-6, do Instituto Biológico - IB,

da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios APTA;

II - Fernanda Calvo Duarte, portadora do R.G. 23.066.566-4, do Instituto

Biológico, da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios APTA;

III - Ricardo Ferrari Silva, portador do R.G. 24.885.881-6, da Coordenadoria de

Defesa Agropecuária – EDA São Paulo;

IV – Paulo Henrique Selbmann Sampaio, portador do R.G. 11.257.394, da

Coordenadoria de Defesa Agropecuária;

V – Luiz Henrique Barrochelo, portador do R.G. 29.655.224- 0, da

Coordenadoria de Defesa Agropecuária – EDA Araçatuba;

VI – Rita Coelho Gonçalves, portadora do R.G. 29.237.853- 1, da

Coordenadoria de Defesa Agropecuária – EDA São Paulo;

VII – Cláudio C.P. Menezes, portador do R.G. 9.927.857-4, da Coordenadoria

de Assistência Técnica Integral - CATI;

VIII - Sidney Ezídio Martins, portador do R.G. 6.151.885-2, da Coordenadoria

de Assistência Técnica Integral - CATI;

IX- Rejane Cecília Ramos, portadora do R.G. 4.435.996-2, do Instituto de

Economia Agrícola, da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios

APTA;

X - Kátia Nachiluk, portadora do R.G. 4.435.996-2, do Instituto de Economia

Agrícola, da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios APTA

XI - José Eduardo Marcondes Almeida, portador do R.G. 19.314.549-2, do

Instituto Biológico - IB, da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios

APTA.

MEMBRO CONVIDADO:

Paulo Henrique Duarte Cançado – EMBRAPA Gado de Corte

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OBJETIVOS E ATRIBUIÇÕES:

O Secretário de Agricultura e Abastecimento, com fundamento no artigo

44, inciso I, alínea g, do Decreto 43.142, de 02-06-1998, e diante da

apresentação do relatório elaborado pelo Grupo de Trabalho instituído pela

Resolução SAA 36, de 18-09-2015 sugerindo as ações a serem implementadas

com a finalidade de diminuir os impactos na região oeste do Estado de São

Paulo, que causam graves problemas sanitários, econômicos e sociais em

razão da proliferação causados pela mosca-dos-estábulos, Resolve:

Artigo 1º - Constituir Grupo Técnico incumbido de divulgar os resultados

obtidos dos trabalhos realizados pelo Grupo Técnico criado pela Resolução

SAA 36, de 18-09-2015 e propor e acompanhar estudos e projetos de pesquisa

que tenham como objetivo estabelecer medidas eficazes de controle da mosca

Stomoxys calcitrans, conhecida pelo nome comum de mosca-dos-estábulos.

Artigo 2° - O Grupo Técnico terá entre suas atribuições:

I - Propor a celebração de convênios, termos de cooperação técnica e

parcerias com outros órgãos e instituições, públicas e privadas, para

implementação das medidas previstas no relatório final do Grupo de Trabalho

criado na mencionada Resolução.

II - Desenvolver ações para capacitação e difusão de conhecimento perante

entidades públicas, privadas e produtores rurais, voltadas à disseminação das

informações resultantes do aludido relatório final.

III - Propor e acompanhar estudos e projetos de pesquisa científica aplicada, na

busca de soluções eficazes para o controle da mosca-dos-estábulos.

IV - Propor ações que fomentem o uso de novas tecnologias voltadas ao

controle da mosca-dos-estábulos.

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CONTEÚDO

Página

1. INTRODUÇÃO ................................................................................................5

2. RESOLUÇÃO SAA – 53, de 17-8-2016...........................................................7

3. DETALHAMENTO DAS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS.............................8

4. PROGRAMA DE CONTROLE E PREVENÇÃO DE SURTOS DA MOSCA-

DOS-ESTÁBULOS (Stomoxys calcitrans) CAUSADOR DE DANO À

POPULAÇÃO OU À PECUÁRIA ......................................................................20

4.1. Resolução SAA - 38, de 3-7-2017 - Cria o programa de controle e

prevenção de surtos da mosca-dos-estábulos (Stomoxys calcitrans) causador

de dano à população ou à pecuária...................................................................20

4.2. Portaria Conjunta CATI/CDA - 2, de 16-8-2017 - Os Coordenadores da

Assistência Técnica Integral – CATI e da Defesa Agropecuária – CDA, em

atendimento ao artigo 8º, da Resolução SAA 38, de 3 de julho de 2.017, que

criou o programa de controle e prevenção de surtos da mosca-dos-estábulos

(Stomoxys calcitrans) causadores de dano à população ou à pecuária,

Resolvem dispor sobre os procedimentos a serem seguidos pelos seus

servidores, para fiel execução do programa......................................................27

4.3. Treinamento de técnicos da CATI e da CDA- “Mosca-dos-Estábulos:

Situação Epidemiológica e Aplicação da Resolução SAA - 38, 3-7-

2017...................................................................................................................30

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS...........................................................................33

ANEXOS:

I – Relatório Final do Grupo Técnico incumbido de estudar a razão da

proliferação e os prejuízos causados pela mosca-dos-estábulos e propor

soluções para esse problema - Resolução SAA - 36, de 18-9-2015.

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1. INTRODUÇÃO

Os primeiros surtos da mosca-dos-estábulos sobre os rebanhos no

Estado de São Paulo foram registrados no ano de 2008, em municípios de

região noroeste. Estas ocorrências tinham em comum o fato de afetarem

rebanhos localizados em propriedades próximas a áreas de plantio de cana-de-

açúcar fertirrigadas com vinhaça, e em especial, onde a colheita ocorria de

forma mecanizada, apresentada como a grande mudança que despontava na

época no manejo da colheita das unidades sucroalcooleiras, que durante

décadas havia sido realizado após a queima da cana-de-açúcar. Toda essa

situação representava um grande desafio aos produtores, em especial aos

pecuaristas, assim como aos técnicos extensionistas, que se encontravam

impotentes em relação ao controle dessa praga que se mostrava altamente

resistente ao uso dos inseticidas existentes no mercado e provocava estresse

acentuado nos animais determinando grande perda de peso, problemas

reprodutivos e queda abrupta da produção leiteira, aumentando a ocorrência de

doenças e óbitos, especialmente entre os animais jovens.

Nos primeiros anos dos surtos poucos conhecimentos existiam sobre a

verdadeira relação entre a mosca-dos-estábulos e os subprodutos das

unidades sucroalcooleiras. Em resposta às intensas reclamações e relatos dos

técnicos da extensão rural que chegavam ao conhecimento da Secretaria da

Agricultura e Abastecimento, em 25 de maio2010, o Instituto Biológico realiza o

“Encontro técnico sobre mosca-dos-estábulos associada à vinhaça no cultivo

da cana de açúcar”, que tinha como objetivo esclarecer alguns pontos sobre o

assunto, contudo, o evento demonstrou que ainda existia um grande caminho a

ser percorrido para o controle desta praga. No debate final do evento, concluiu-

se que devido à complexidade do problema, pelo envolvimento de diferentes

áreas do conhecimento, tais como Agronomia, Medicina Veterinária, Ecologia,

Epidemiologia e Meio Ambiente, foi proposto o encaminhamento ao Sr

Secretário da Agricultura, um documento solicitando a formação de uma

comissão estadual para solucionar o problema. Tal solicitação foi encaminhada

ao Diretor Técnico do Instituto Biológico em junho de 2010.

Os surtos do inseto se sucederam em diversos municípios do Estado

durante os anos que se seguiram, causando graves prejuízos ao setor

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pecuário, provocando o abandono da atividade por parte de muitos pecuaristas

que tinham seus rebanhos afetados pelas seguidas infestações. Até que no

ano de 2015, a Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São

Paulo, constituiu o Grupo Técnico criado pela Resolução SAA - 36, de 18-9-

2015, formado por técnicos especialistas, os quais juntamente com os

diferentes segmentos do setor produtivo estudaram o problema e propuseram

medidas para o controle da mosca-dos-estábulos. Este grupo realizou diversas

reuniões com representantes de todos os setores envolvidos no problema,

tendo a grande contribuição do pesquisador Paulo Henrique Duarte Cançado –

EMBRAPA Gado de Corte, especialista no assunto. Ao término das atividades

deste grupo foi então apresentado um relatório final no ano de 2016 (ANEXO1).

O relatório finalizado apresenta todos os trabalhos realizados pelo grupo e

contém toda revisão de literatura existente sobre o assunto, destacando o fato

da existência de poucas pesquisas sobre a mosca-dos-estábulos, em especial

da correlação dos surtos deste inseto com as atividades sucroalcooleiras. O

grupo estabeleceu as seguintes conclusões:

Existência de forte relação entre a proliferação da mosca-dos-estábulos,

em altas populações, em áreas próximas à cultura da cana-de-açúcar

onde se utiliza a fertirrigação com vinhaça e colheita mecanizada;

Não existência, atual, solução técnica definitiva para o problema;

Necessidade urgente de pesquisas científicas na área;

As ações para minimizar o problema devem ser adotadas por ambas as

partes, pecuaristas e usineiros. Ações unilaterais tem pouca chance de

sucesso.

Objetivando a continuidade das ações apresentadas no Relatório Final

do Grupo Técnico incumbido de estudara razão da proliferação e os prejuízos

causa dos pela mosca-dos-estábulos e propor soluções para esse problema-

Resolução SAA - 36, de 18-9-2015, em agosto de 2016, foi constituído o Grupo

Técnico criado pela Resolução SAA - 53, de 17-8-2016, incumbido de propor e

acompanhar estudos e projetos de pesquisa que tenham por objetivo o controle

da mosca-dos-estábulos.

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2. RESOLUÇÃO SAA – 53, de 17-8-2016

Agricultura e Abastecimento GABINETE DO SECRETÁRIO Resolução

SAA - 53, de 17-8-2016. Constitui Grupo Técnico incumbido de propor e

acompanhar estudos e projetos de pesquisa que tenham por objetivo o controle

da mosca-dos-estábulos. O Secretário de Agricultura e Abastecimento, com

fundamento no artigo 44, inciso I, alínea g, do Decreto 43.142, de02-06-1998, e

diante da apresentação do relatório elaborado pelo Grupo de Trabalho

instituído pela Resolução SAA 36, de18-09-2015 sugerindo as ações a serem

implementadas com a finalidade de diminuir os impactos na região oeste do

Estado de São Paulo, que causam graves problemas sanitários, econômicos e

sociais em razão da proliferação causados pela mosca-dos-estábulos, Resolve:

Artigo 1º - Constituir Grupo Técnico incumbido de divulgar os resultados

obtidos dos trabalhos realizados pelo Grupo Técnico criado pela Resolução

SAA 36, de 18-09-2015 e propor e acompanhar estudos e projetos de pesquisa

que tenham como objetivo estabelecer medidas eficazes de controle da mosca

Stomoxys calcitrans, conhecida pelo nome comum de mosca-dos-estábulos.

Artigo 2° - O Grupo Técnico terá entre suas atribuições: - Propor a celebração

de convênios, termos de cooperação técnica e parcerias com outros órgãos e

instituições, públicas e privadas, para implementação das medidas previstas no

relatório final do Grupo de Trabalho criado na mencionada Resolução.II -

Desenvolver ações para capacitação e difusão de conhecimento perante

entidades públicas, privadas e produtores rurais, voltadas à disseminação das

informações resultantes do aludido relatório final. III - Propor e acompanhar

estudos e projetos de pesquisa científica aplicada, na busca de soluções

eficazes para o controle da mosca-dos-estábulos. IV - Propor ações que

fomentem o uso de novas tecnologias voltadas ao controle da mosca-dos-

estábulos. Artigo 3º – O Grupo de Trabalho ora instituído será composto pelos

seguintes membros e sua coordenação será exercida por Fernanda Calvo

Duarte: I – Edna Clara Tucci, portadora do R.G. 7.632.281-6, do Instituto

Biológico - IB, da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios APTA;II -

Fernanda Calvo Duarte, portadora do R.G. 23.066.566-4,do Instituto Biológico,

da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios APTA;III - Ricardo Ferrari

Silva, portador do R.G. 24.885.881-6, da Coordenadoria de Defesa

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Agropecuária – EDA São Paulo; IV – Paulo Henrique Selbmann Sampaio,

portador do R.G.11.257.394, da Coordenadoria de Defesa Agropecuária; V –

Luiz Henrique Barrochelo, portador do R.G. 29.655.224-0, da Coordenadoria de

Defesa Agropecuária – EDA Araçatuba; VI – Rita Coelho Gonçalves, portadora

do R.G. 29.237.853-1, da Coordenadoria de Defesa Agropecuária – EDA São

Paulo; VII – Cláudio C.P. Menezes, portador do R.G. 9.927.857-4,da

Coordenadoria de Assistência Técnica Integral - CATI;VIII - Sidney Ezídio

Martins, portador do R.G. 6.151.885-2,da Coordenadoria de Assistência

Técnica Integral - CATI;IX- Rejane Cecília Ramos, portadora do R.G.

4.435.996-2, do Instituto de Economia Agrícola, da Agência Paulista de

Tecnologia dos Agronegócios APTA;X - Kátia Nachiluk, portadora do R.G.

4.435.996-2, do Instituto de Economia Agrícola, da Agência Paulista de

Tecnologia dos Agronegócios APTA e XI - José Eduardo Marcondes Almeida,

portador do R.G.19.314.549-2, do Instituto Biológico - IB, da Agência Paulista

de Tecnologia dos Agronegócios APTA. Artigo 4° - Para o desenvolvimento de

suas atividades, o Grupo poderá convidar técnicos dos quadros da

Administração Pública Estadual e da iniciativa privada de notória

especialização na matéria, sem que para isto, caiba qualquer ônus à esta

Secretaria. Artigo 5º - O prazo para apresentação dos resultados é de150 dias,

contados a partir da definição do plano de trabalho e poderá ser prorrogado,

desde que devidamente justificado. Artigo 6º - Esta resolução entra em vigor na

data de sua publicação. (PSAA 13.727/2015).

3. DETALHAMENTO DAS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS

As atividades do Grupo iniciaram em setembro de 2016, com uma série

de reuniões realizadas nas datas descritas a seguir:

- Primeira reunião - realizada em 09 de setembro de 2016 (Instituto Biológico);

- Segunda reunião – realizada em 05 de outubro de 2016 (Instituto Biológico);

- Terceira reunião – realizada em 17 de novembro de 2016 (Instituto Biológico);

- Quarta reunião – realizada em 07 de março de 2017 (Instituto Biológico);

- Quinta reunião – realizada em 08 de junho de 2017 (Sede da SAA);

- Sexta reunião – realizada em 22 de agosto de 2017 (Instituto Biológico).

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Durante as reuniões, a situação das infestações pela mosca-dos-

estábulos sobre os rebanhos em diversos municípios do Estado de São Paulo

foi amplamente discutida entre os técnicos, destacando a necessidade do

fomento às pesquisas relacionadas ao assunto e da elaboração de um

procedimento padrão que permitisse a notificação das ocorrências de surtos,

recomendação das medidas de controle que se fizessem necessárias para

cada situação, com a possibilidade de autuação dos responsáveis, quando da

ausência de acatamento das ações de controle e prevenção.

O grupo técnico apresentou a iniciativa de propor e acompanhar estudos

e projetos de pesquisa visando o controle da mosca-dos-estábulos, para

diferentes instituições de pesquisa presentes no Estado de São Paulo. A

tentativa de articulação com pesquisadores para se propor um projeto temático

foi apresenta e discutida em diversas reuniões. Entretanto, há que se destacar

o especial empenho do Gabinete em discussões com a FAPESP para o

fomento de projetos visando o controle da mosca-dos-estábulos. No mesmo

sentido, o Gabinete propôs o estudo de nematódeos entomopatogênicos (NEP)

como agentes de controle biológico da mosca-dos-estábulos. Tal iniciativa está

em curso, dependendo do estabelecimento de uma criação de Stomoxys

calcitrans no Centro Experimental Central do Instituto Biológico.

Foto 1. 1ª Reunião do Grupo Técnico constituído pela Resolução SAA- 53, de 17-8-

2016 realizada no Instituto Biológico, São Paulo, 09 de setembro de

2016.

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Foto 2. 1ª Reunião do Grupo Técnico constituído pela Resolução SAA- 53, de 17-8-

2016 realizada no Instituto Biológico, São Paulo, 09 de setembro de 2016.

Foto 3. Reunião da 6ª Reunião do Grupo Técnico realizada na Sede da Secretaria da

Agricultura e Abastecimento, São Paulo, 08 de junho de 2017.

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O grupo técnico realizou diversas atividades de capacitação e

treinamento sobre o controle da mosca-dos-estábulos em diversos municípios

do Estado de São Paulo, tendo como público pecuaristas, representantes do

setor sucroalcooleiro, técnicos e demais representantes dos diferentes

segmentos envolvidos. Durante estas atividades foram recomendadas as

principais ações a serem implementadas, visando o controle das infestações

pela mosca-dos-estábulos sobre os animais, tendo como finalidade principal a

redução dos impactos determinados pelos constantes surtos desta praga.

As atividades de capacitação realizadas ao longo do Estado foram de

fundamental importância para difusão do conhecimento entre os

representantes das entidades públicas, privadas e produtores rurais, visando à

disseminação das informações abordadas no relatório final.

Foto 4. Evento de capacitação sobre o controle da mosca-dos-estábulos apresentado

pelo Méd. Vet. Sidney Ezídio Martins, em Ribeirão Preto, 18 de agosto de 2016.

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Foto 5. Evento de capacitação sobre o controle da mosca-dos-estábulos apresentado

pelo Méd. Vet. Sidney Ezídio Martins, em Piracicaba, 24 de agosto de 2016.

Foto 6. Abertura de evento de capacitação sobre o controle da mosca-dos-estábulos,

apresentado pelo Secretário de Agricultura, Arnaldo Jardim, em Lençóis Paulista, 02

de setembro de 2016.

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Foto 7. Evento de capacitação sobre o controle da mosca-dos-estábulos, apresentado

pelo Méd. Vet. Sidney Ezídio Martins, em Ourinhos, 16 de setembro de 2016.

Foto 8. Evento de capacitação sobre o controle da mosca-dos-estábulos apresentado

pelo Méd. Vet. Claudio Camacho P. Menezes, em Herculândia, 22 de novembro de

2016.

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Foto 9. Evento de capacitação sobre o controle da mosca-dos-estábulos apresentado

pelo Méd. Vet. Sidney Ezídio Martins, em Fernandópolis, 25 de novembro de 2016.

Foto 10. Evento de capacitação sobre o controle da mosca-dos-estábulos

apresentado pelo Méd. Vet. Claudio Camacho P. Menezes, em Andradina, 15 de

dezembro de 2016.

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Foto 11. Evento de capacitação sobre o controle da mosca-dos-estábulos

apresentado pelo Méd. Vet. Claudio Camacho P. Menezes, em Paraguaçu Paulista, 10

de maio de 2017.

Foto 12. Evento de capacitação sobre o controle da mosca-dos-estábulos

apresentado pelo Méd. Vet. Sidney Ezídio Martins, em Lutécia, 11 de maio de 2017.

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Foto 13. Evento de capacitação sobre o controle da mosca-dos-estábulos

apresentado pelo Méd. Vet. Sidney Ezídio Martins, em Barretos, 23 de maio de 2017.

Foto 14. Evento de capacitação sobre o controle da mosca-dos-estábulos

apresentado pelo Méd. Vet. Sidney Ezídio Martins, em Barretos, 12 de Julho de 2017.

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Foto 15. Evento de capacitação sobre o controle da mosca-dos-estábulos

apresentado pelo Méd. Vet. Claudio Camacho P. Menezes, em Valentim Gentil, 27 de

julho de 2017.

Foto 16. Evento de capacitação sobre o controle da mosca-dos-estábulos

apresentado pelo Méd. Vet. Claudio Camacho P. Menezes, em Paraguaçu Paulista, 04

de agosto de 2017.

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Os membros do grupo técnico também trabalharam na divulgação de todas

as informações e conhecimentos relativos ao controle da mosca-dos-estábulos

através das mais distintas formas de mídia, em especial a televisão, o rádio, os

jornais e os sites da internet.

Foto 17. Entrevista sobre o controle da mosca-dos-estábulos apresentado pelo Méd.

Vet. Sidney Ezídio Martins, em Santo Antônio do Aracanguá, 16 de maio de 2017.

Foto 18. Divulgação de evento sobre a mosca-dos-estábulos na internet, CATI

Online,18 de novembro de 2016.

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O grupo técnico visitou a unidade da Usina COFCO em Potirendaba para

acompanhar in loco a aplicação da técnica de concentração da vinhaça e

consequente redução do volume do efluente, tendo como finalidade a avaliação

dessa tecnologia como possível método de controle da mosca-dos-estábulos.

Foto 19. Demonstração prática da aplicação da vinhaça concentrada em área de

cana-de-açúcar da COFCO em Potirendaba, 19 de abril de 2017.

A tecnologia de concentração da vinhaça empregada pela unidade da

COFCO em Potirendaba demonstrou ser uma importante ferramenta no

controle dos surtos da mosca-dos-estábulos, uma vez que, ao concentrar o

efluente e aplicá-lo na linha da lavoura, torna quase nula a possibilidade de

empoçamento sob a palhada, reduzindo a possibilidade da formação de

criadouros para as larvas da mosca-dos-estábulos. Dessa forma, o grupo

considerou fundamental que maiores estudos sejam realizados a fim de avaliar

essa tecnologia no controle dos surtos do inseto.

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4. PROGRAMA DE CONTROLE E PREVENÇÃO DE SURTOS DA MOSCA-

DOS-ESTÁBULOS (Stomoxys calcitrans) CAUSADOR DE DANO À

POPULAÇÃO OU À PECUÁRIA.

As atividades de capacitação realizadas pelos membros do grupo

técnico em diversos municípios do Estado de São Paulo proporcionaram a

observação das diferentes necessidades apresentadas pelos pecuaristas

afetados pelo problema, relacionadas principalmente a quem eles deviam

recorrer quando da ocorrência dos surtos e das necessidades dos técnicos de

campo, sejam eles da extensão ou da defesa, com relação de que maneira

registrar e relatar as ocorrências de surtos, quais as principais recomendações

de controle nas diferentes situações e como notificar e autuar os responsáveis,

quando do não acatamento e aplicação das medidas sanitárias recomendadas.

Nesse sentido, o programa de controle e prevenção de surtos da mosca-dos-

estábulos (Stomoxys calcitrans) causador de dano à população ou à pecuária,

criado através da Resolução SAA - 38, de 3-7-2017, forneceu um mecanismo

padrão, formato especialmente para o atendimento e implementação das

principais medidas sanitárias de controle e prevenção dos surtos da mosca-

dos-estábulos no Estado de São Paulo. Em seguida, objetivando a fiel

execução do programa os coordenadores da CATI e da CDA, juntamente com

o grupo técnico elaboram a Portaria Conjunta CATI/CDA - 2, de 16-8-2017,

estabelecendo os procedimentos a serem seguidos.

4.1. Resolução SAA - 38, de 3-7-2017 - Cria o programa de controle e prevenção de surtos da mosca-dos-estábulos (Stomoxys calcitrans) causador de dano à população ou à pecuária. O Secretário de Agricultura e Abastecimento, considerando o disposto no artigo

1º, inciso I, da Lei estadual 10.670, de 24-10-2000, no artigo 2º, inciso I, no

artigo 3º, e no artigo 4º, § 2º, do Decreto estadual 45.781, de 27-04-2001, e

Considerando os termos do Decreto estadual 41.608, de 24-02-1997, que

dispõe sobre a reorganização da Coordenadoria de Assistência Técnica

Integral – CATI, Resolve:

Artigo 1º - Fica criado, com fundamento no artigo 3º, do Decreto estadual

45.781, de 27-04-2001, o programa de controle e prevenção do surto da

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mosca-dos-estábulos (Stomoxys calcitrans) causador de dano à população ou

à pecuária, consoante descrito no Anexo, desta Resolução.

Parágrafo único – A implementação do referido Programa contará com a

participação de todas as unidades da Secretaria de Agricultura e

Abastecimento.

Artigo 2º - Os servidores da Secretaria de Agricultura e Abastecimento, que

tiverem conhecimento da existência de surto de mosca-dos-estábulos

(Stomoxys calcitrans), deverão seguir os procedimentos de controle e

prevenção da praga, estabelecidos no Anexo I desta resolução, comunicando a

ocorrência do surto ao respectivo Escritório de Defesa Agropecuária – EDA.

Parágrafo único – Recebida notícia da existência de surto da mosca-dos-

estábulos, o Escritório de Defesa Agropecuária-EDA, imediatamente, deverá

informar a CETESB e a Prefeitura Municipal.

Artigo 3º - No prazo máximo de 4 dias, a partir da conclusão do relatório

técnico de atendimento, consoante previsto no Anexo I, desta Resolução,

servidor da Secretaria de Agricultura e Abastecimento deverá retornar, nos

locais com elevado potencial para geração de surto de mosca-dos-estábulos,

para verificar a adoção das providências determinadas.

Artigo 4º - Após a constatação de que trata o artigo 3º, deverá ser iniciado

acompanhamento das ações de controle da mosca-dos-estábulos, que não

será inferior a 30 dias, devendo a área ser vistoriada 1 vez por semana, no

mínimo, elaborando-se os relatórios respectivos.

Artigo 5º - Servidor da Secretaria de Agricultura e Abastecimento deverá

verificar, no entorno dos surtos de mosca-dos-estábulos, a existência de outras

propriedades de produção pecuária com baixo potencial para geração de tais

surtos, para que sejam estabelecidas as medidas de controle e prevenção da

praga.

Artigo 6º - Na hipótese de as ações não surtirem os efeitos esperados, deverão

os servidores diligenciar na identificação de novos surtos da mosca-dos-

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estábulos, repetindo os procedimentos estabelecidos nesta Resolução, quando

identificado novo surto.

Artigo 7º - Nas regiões de ocorrência de surto da mosca-dos-estábulos, deverá

ser mantido programa permanente de monitoramento e educação sanitária

objetivando a prevenção de novos surtos.

Artigo 8º - As Coordenadorias de Assistência Técnica Integral e de Defesa

Agropecuária, por Portaria Conjunta, deverão estabelecer os procedimentos

necessários para fiel execução desta Resolução.

Artigo 9º – Na ausência de acatamento das ações de controle e prevenção,

deverão ser impostas as medidas previstas na Lei estadual 10.670, de 24-10-

2000, regulamentada pelo Decreto 45.781, de 27-04-2001.

Artigo 10º- Esta resolução entra em vigor na data de sua publicação (Processo

SAA 6815/2017).

ANEXO I

Para fins dos procedimentos previsto neste Anexo, considera-se:

a) Surto de mosca-dos-estábulos: aumento súbito na população de mosca-dos-

estábulos que infesta os animais, com número superior a 10 moscas por pata,

por animal, ou quando houver monitoramento com armadilhas, aumento súbito

na população de mosca-dos-estábulos com número superior a 270

moscas/armadilha/semana em fazendas pecuárias ou 70

moscas/armadilha/semana em usinas.

b) Foco de proliferação ou local de reprodução: local onde a mosca-dos-

estábulos coloca seus ovos e ocorre o desenvolvimento de suas larvas até o

estágio de pupa.

c) Locais com elevado potencial para geração de surtos de mosca-dos-

estábulos: locais onde sabidamente se produz, armazena ou processa grande

quantidade de matéria orgânica vegetal e, portanto, tem elevado potencial para

geração de surtos, tais como, palhada de cana-de-açúcar umedecida com

vinhaça, bordas de empoçamento de vinhaça, pátio de torta de filtro, acúmulo

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de cama de frango, restos alimentares e dejetos acumulados em

confinamentos (corte ou leite) pecuários de grande porte, outros locais com

elevado acúmulo de resíduos ou subprodutos de origem orgânica.

d) Locais com baixo potencial para geração de surtos de mosca-dos-estábulos:

locais onde sabidamente se produz, armazena ou processa pequena

quantidade de matéria orgânica vegetal e, portanto, tem reduzido potencial

para geração de surtos, tais como restos alimentares e dejetos de pequenos

estabelecimentos, criações extensivas de animais, outros locais com pequeno

acúmulo de resíduos ou subprodutos de origem orgânica.

A: PROCEDIMENTOS PARA O CONTROLE E PREVENÇÃO DOS SURTOS

DE MOSCA-DOS-ESTÁBULOS

O Técnico da Unidade da Secretaria de Agricultura e Abastecimento, seja da

Coordenadoria de Defesa Agropecuária ou da Coordenadoria de Assistência

Técnica Integral, ao ser comunicado da ocorrência de surto de mosca-dos-

estábulos (Stomoxys calcitrans), deverá seguir os seguintes procedimentos:

1 - Constatar a existência de infestação das moscas-dos- -estábulos;

2 - Identificar as possíveis causas do surto e locais com elevado potencial para

geração de surtos de mosca-dos-estábulos;

3 - Recomendar as medidas necessárias para eliminação dos surtos de

moscas-dos-estábulos e prevenção de novos surtos (locais com elevado

potencial para geração de surtos de mosca-dos-estábulos);

4 - Encaminhar o relatório das visitas técnicas/vistorias e das providências

tomadas nos (itens 1,2,3 acima), no prazo máximo de 72 horas após

comunicação, para o Escritório de Defesa Agropecuária (EDA), que por sua

vez encaminhará o relatório, informando o surto de mosca-dos-estábulos

(Stomoxys calcitrans) para a CETESB e às Prefeituras Municipais;

5 - Verificar a existência de outras propriedades de produção pecuária no

entorno dos surtos de mosca-dos-estábulos, para estabelecimento de medidas

de controle da reprodução da mosca dos estábulos (Locais com baixo potencial

para geração de surtos de mosca-dos-estábulos).

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B: MEDIDAS SANITÁRIAS PARA O CONTROLE E PREVENÇÃO DOS

SURTOS DE MOSCA-DOS-ESTÁBULOS

I – MEDIDAS SANITÁRIAS PARA CONTROLE DOS SURTOS

MEDIDAS SANITÁRIAS PARA ELIMINAÇÃO DE LARVAS DA MOSCA-DOS-

ESTÁBULOS NO CASO DE PROLIFERAÇÃO EM ÁREAS DE APLICAÇÃO

DE VINHAÇA

- Suspender a aplicação de vinhaça em locais encharcados por chuvas ou

prévias aplicações de vinhaça;

- Eliminar as poças de vinhaça em no máximo 48 horas, pelo uso de

escarificação do solo ou outro método;

- Aplicar cal/calcário nos locais onde ocorreram os empoçamentos (sugestão).

MEDIDAS SANITÁRIAS PARA ELIMINAÇÃO DE LARVAS DE MOSCAS-DOS-

ESTÁBULOS NO CASO DE PROLIFERAÇÃO EM TORTA-DE-FILTRO

- Revolver, no mínimo 2 vezes por semana, todo o material das leiras de torta-

de-filtro de modo a obter mistura homogênea;

- Delimitar a altura das leiras a 1,5m e de acordo com o equipamento

revolvedor;

- Regular o equipamento utilizado para o revolvimento da leira, de modo que

toda a torta-de-filtro seja revolvida desde o nível do solo.

MEDIDAS SANITÁRIAS PARA ELIMINAÇÃO DA LARVA DE MOSCA-DOS-

ESTÁBULOS NO CASO DE PROLIFERAÇÃO EM CAMA DE FRANGO E

OUTROS ADUBOS ORGÂNICOS

- Não permitir o acúmulo de resíduos orgânicos;

- Nos locais de acúmulo de cama de frango ou outros adubos orgânicos,

revolver todo o material orgânico, no mínimo duas vezes por semana, de modo

a obter mistura homogênea e/ ou acomodar sob lona plástica de fundo escuro,

devidamente vedado;

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- Aplicar larvicidas regularmente registrados no MAPA para utilização em

instalações de uso exclusivamente pecuário;

- Eliminar todo e qualquer acúmulo de umidade;

- Limitar a altura das leiras a 1,5m.

II –MEDIDAS SANITÁRIAS PARA PREVENÇÃO DE INFESTAÇÃO.

MEDIDAS SANITÁRIAS PARA PREVENIR A OCORRÊNCIA DE SURTOS

POPULACIONAIS DA MOSCA-DOS-ESTÁBULOS RELACIONADAS À

APLICAÇÃO DE VINHAÇA

- Evitar a aplicação de vinhaça em locais previamente encharcados pela chuva,

prevenindo empoçamentos;

- Reduzir ou fracionar a lâmina de aplicação da vinhaça, evitando o excesso de

umidade na palhada;

- Realizar escarificação/subsolagem da palha antes da aplicação da vinhaça,

permitindo sua rápida absorção pelo solo;

- Eliminar vazamentos e empoçamentos através da modernização e

manutenção da infra-estrutura de distribuição da aplicação de vinhaça;

- Trocar os anéis de vedação das tubulações móveis por anéis de dupla

vedação. Os anéis de dupla vedação sempre que apresentarem sinais de

desgaste ou corrosão deverão ser substituídos;

- Vistoriar as áreas após a aplicação de vinhaça em até 48 horas para verificar

possíveis locais de empoçamentos e tomar providências e medidas

(escarificação, aplicação de cal/calcário) para sua completa drenagem;

- Eliminar, revestir e limpar os canais abertos de distribuição de vinhaça;

- Monitorar de forma constante a flutuação populacional de mosca utilizando

armadilhas reflexivas (alzinite) ou similares com eficiência comprovada;

- Monitorar constantemente a flutuação populacional de mosca em locais de

desenvolvimento larval com armadilhas de emergência;

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- Formar equipe responsável (ou contratar suporte técnico especializado) para

elaboração de procedimentos, execução e monitoramento das medidas de

controle e registro das ações e ocorrências;

- Realizar queima profilática “pós-colheita” nos locais com elevado risco de

proliferação de mosca-dos-estábulos – Resolução Conjunta SAA/SMA 01, de

16-09-2016.

MEDIDAS SANITÁRIAS TÉCNICAS PARA PREVENIR OCORRÊNCIA DO

SURTO DE MOSCA-DOS-ESTÁBULOS RELACIONADAS A TORTA-DE-

FILTRO, CAMA DE FRANGO E OUTROS ADUBOS ORGÂNICOS

- Revolver constantemente os locais de acúmulo dos materiais orgânicos em

compostagem, conforme já detalhado;

- Eliminar o uso de cama de frango no entorno (raio de 15km) de áreas com

aplicação de vinhaça);

- Sempre utilizar adubos orgânicos curtidos.

III – MEDIDAS SANITÁRIAS PARA CONTROLE E PREVENÇÃO DA

PROLIFERAÇÃO DE MOSCA-DOS-ESTÁBULOS NAS PROPRIEDADES

COM ATIVIDADE PECUÁRIA:

- Eliminar o acúmulo de matéria orgânica, principalmente esterco e camas de

animais estabulados;

- Manejar adequadamente o sistema de “compost barn” e similares nas

leiterias;

- Limpeza sistemática de dejetos animais e resíduos alimentares,

principalmente em sistema de confinamento e produção

leiteira;

- Evitar o acúmulo de umidade próximo a locais de armazenamento de

resíduos e dejetos;

- Realizar a drenagem do terreno;

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- Eliminar vazamentos nos bebedouros e reservatórios de água;

- Utilizar armadilhas para controle (tipo bandeira) e outros métodos de controle;

- Manter áreas sempre limpas, evitando o acúmulo de fezes e urina nos

estábulos.

MEDIDAS SANITÁRIAS EM GRANJAS AVÍCOLAS:

- A cama de frango deve ser bem manejada durante toda a criação evitando o

acúmulo de umidade e cascas;

- A cama de frango, a após a criação de cada lote deve ser amontoada e

fermentada por 10 dias, para eliminação de possíveis contaminantes;

- Toda a cama de frango deve ser destinada para compostagem;

- As aves mortas deverão ser retiradas diariamente e encaminhadas para

compostagem onde serão transformadas em fertilizantes orgânicos;

- Proceder com o manejo adequado do esterco de galinhas poedeiras.

4.1. Portaria Conjunta CATI/CDA - 2, de 16-8-2017 -Os Coordenadores da

Assistência Técnica Integral – CATI e da Defesa Agropecuária – CDA, em

atendimento ao artigo 8º, da Resolução SAA 38, de 3 de julho de 2.017,

que criou o programa de controle e prevenção de surtos da mosca-dos-

estábulos (Stomoxys calcitrans) causadores de dano à população ou à

pecuária, Resolvem dispor sobre os procedimentos a serem seguidos

pelos seus servidores, para fiel execução do programa.

Artigo 1º - Os servidores das Coordenadorias de Assistência Técnica Integral e

de Defesa Agropecuária deverão adotar os seguintes procedimentos para o

controle e prevenção da mosca-dos-estábulos:

1- Recebimento do requerimento - Anexo I;

2- Protocolo Agridoc:2.1- Na descrição do Protocolo deverá estar padronizado

“Requerimento de vistoria – Mosca dos Estábulos, Local e nome do

Interessado e Propriedade”;

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3- Realização de Vistorias (Anexo II), fazendo as recomendações necessárias,

se o for o caso, das medidas sanitárias de controle e prevenção dos surtos de

mosca-dos-estábulos, definidas no Anexo da Resolução SAA 38, de 3/7/2017

(Anexos III, IV e V):

3.1- Para constatação do surto de mosca-dos-estábulos;

3.2- Para identificação dos locais com elevado potencial para geração de

surtos da mosca-dos-estábulos;

4- Emissão do relatório técnico com fotografias:

4.1- O relatório técnico (Anexo II) deverá ser sucinto, porém deverá conter

informações adicionais relevantes para permitir que a fiscalização chegue ao

potencial criador, contendo, se possível, fotografias;

5- Encaminhamento de oficio à Coordenadoria de Defesa Agropecuária – CDA,

no prazo máximo de 72 (setenta e duas) horas:

5.1- Este oficio deverá ser enviado pelo Diretor do EDR ao Diretor do EDA. No

caso do relatório ter sido elaborado pela CDA, o diretor do EDA comunicará ao

diretor do EDR.

6- A CDA autuará expediente contendo:

6.1- Protocolo;

6.2- Relatório;

6.3- Oficio;

6.4- Documentos gerados em seguida;

7- No prazo máximo de 4 (quatro) dias, a partir da conclusão do relatório

técnico de vistoria – mosca-dos-estábulos – item 3, preferencialmente o

servidor da SAA, que fez as vistorias do item 3, deverá retornar nos locais para

verificar a adoção das providências determinadas.

8- A CDA notificará a Prefeitura Municipal e a CETESB para, se possível,

agendar fiscalização conjunta - Anexo VI;

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8.1- Realizada a fiscalização, proceder abertura de FORM-IN.

9- A CDA notificará o responsável - Anexo VII;

10- Acompanhamento das ações de controle da mosca-dos-estábulos, por

período não inferior a 30 (trinta) dias, deverá ser realizado preferencialmente

pelo servidor que fez as vistorias do item 3 – Anexos VIII, IX e X.

10.1- 1ª semana, com respectivo relatório;

10.2- 2ª semana, com respectivo relatório;

10.3- 3ª semana, com respectivo relatório;

10.4- 4ª semana, com respectivo relatório.

11- Verificação, no entorno dos surtos de mosca-dos-estábulos, a existência de

outras propriedades de produção pecuária com baixo potencial para geração

de tais surtos, para que sejam estabelecidas as medidas de controle e

prevenção da praga;

12- Conclusão FORM-COM;

13- Na ausência de acatamento das ações de controle e prevenção do surto de

mosca-dos-estábulos, a CDA procederá a autuação do responsável pelo

potencial criador, por descumprir ordem sanitária prevista no item 16, “b” – “b.

Descumprir as determinações de ordem sanitária” c.c artigos 6º e 13, I, do

decreto 45.781/2011;

14- Proceder com abertura de Processo de Auto de Infração – AI;

15- Incorporar expediente ao processo;

16- Aguardar recurso;

17- Encaminhar ao CEDESA.

Artigo 2º - Esta portaria entra em vigor na data de sua publicação (PSAA

6.815/2017).

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4.3. Treinamento de técnicos da CATI e da CDA- “Mosca-dos-Estábulos:

Situação Epidemiológica e Aplicação da Resolução SAA - 38, 3-7-2017”

Objetivando o nivelamento das informações, entre os técnicos da CATI e

da CDA, realizou-se entre os dias 12 e 13 de setembro de 2017 o treinamento

intitulado “Mosca-dos-Estábulos: Situação Epidemiológica e Aplicação da

Resolução SAA - 38, 3-7-2017”. O evento teve como palestrantes os membros

do grupo técnico e como convidado especial Méd. Vet. PhD. Antonio Thadeu

Medeiros de Barros – Pesquisador da Embrapa Gado de Corte/MS.

O evento contou com a importante participação do Eng. Agrº João

Brunelli Júnior (Coordenador da CATI), Méd. Vet. Fernando Gomes Buchala

(Coordenador da CDA), Sr. Sergio Murilo Hermógenes (Assessor Parlamentar

da SAA) e do Eng. Agrº. José Luiz Fontes (Diretor da Assessoria Técnica do

Gabinete da SAA).

Foto 20. Abertura do evento “Mosca-dos-Estábulos: Situação Epidemiológica e

Aplicação da Resolução SAA - 38, 3-7-2017”, realizada pelo Eng. Agrº. José Luiz

Fontes, Jaboticabal, 12 de setembro de 2017.

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Foto 21. Palestra durante o evento “Mosca-dos-Estábulos: Situação Epidemiológica e

Aplicação da Resolução SAA - 38, 3-7-2017”, apresentada pelo Méd. Vet. Sidney

Ezídio Martins, Jaboticabal, 12 de setembro de 2017.

Foto 22. Palestra durante o evento “Mosca-dos-Estábulos: Situação Epidemiológica e

Aplicação da Resolução SAA - 38, 3-7-2017”, apresentada pelo Méd. Vet. Claudio

Camacho P. Menezes, Jaboticabal, 12 de setembro de 2017.

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Foto 23. Palestra durante o evento “Mosca-dos-Estábulos: Situação Epidemiológica e

Aplicação da Resolução SAA - 38, 3-7-2017”, apresentada pelo Méd. Vet. Luiz

Henrique Barrochelo, Jaboticabal, 12 de setembro de 2017.

Foto 24. Palestra durante o evento “Mosca-dos-Estábulos: Situação Epidemiológica e

Aplicação da Resolução SAA - 38, 3-7-2017”, apresentada pelo Méd. Vet. PhD.

Antonio Thadeu Medeiros de Barros, Jaboticabal, 13 de setembro de 2017.

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5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os surtos da mosca-dos-estábulos que se sucederam nos últimos 10

anos em diversos municípios do Estado de São Paulo demonstraram a

fundamental importância do emprego de práticas de manejo adequadas para

os diferentes subprodutos e resíduos, gerados tanto pelo setor sucroalcooleiro,

quanto pelo setor pecuário. O impacto econômico das altas infestações deste

inseto sobre os rebanhos é imensurável e extremamente prejudicial para a

sustentabilidade das atividades pecuárias nas áreas afetadas. Embora, muito

se tenha discutido sobre o assunto, com os representantes das diferentes

instituições de pesquisa presentes no Estado, o que ainda se observa é a

grande necessidade de que ocorram maiores estudos relacionados a mosca-

dos-estábulos, objetivando elucidar muitos pontos ainda desconhecidos,

especialmente no que tange ao desenvolvimento de métodos mais eficazes

para o controle desta praga.

Durante o período de trabalho do grupo técnico, ocorreu a participação

de diversos representantes do setor sucroalcooleiro, tais como, a UNICA, a

UDOP, entre outras, intercedendo junto aos seus associados, para orientação

sobre a necessidade da aplicação de medidas de controle, visando minimizar o

problema. Concomitantemente, todo um trabalho foi realizado junto aos

pecuaristas, em diversas regiões do Estado, objetivando a conscientização

sobre a importância da aplicação de medidas sanitárias em suas propriedades

para o fortalecimento do processo de controle desta praga.

A aplicação do Programa de controle e prevenção de surtos da mosca-

dos-estábulos (Stomoxys calcitrans) causador de dano à população ou à

pecuária será fundamental para a redução dos impactos sanitários,

econômicos e sociais provocados pelos surtos deste inseto.

São Paulo, 05 de Abril de 2018.