grupo de trabalho 2 – recursos minerais relatório das ... · pulverizada a exploração dos...

33
CÂMARA DOS DEPUTADOS COMISSÃO DE MINAS E ENERGIA Anexo II, Pavimento Térreo, Ala C, Sala 60 CEP 70160-900 Telefones: (61) 3216-6712/6713/6714 FAX: 3216-6720 Grupo de Trabalho 2 – Recursos Minerais Relatório das Atividades Coordenação: Deputado Vitor Penido Brasília, Setembro de 2007

Upload: lydien

Post on 01-Dec-2018

216 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

CÂMARA DOS DEPUTADOS COMISSÃO DE MINAS E ENERGIA

Anexo II, Pavimento Térreo, Ala C, Sala 60

CEP 70160-900 Telefones: (61) 3216-6712/6713/6714 FAX: 3216-6720

Grupo de Trabalho 2 – Recursos MineraisRelatório das Atividades

Coordenação: Deputado Vitor Penido

Brasília, Setembro de 2007

CÂMARA DOS DEPUTADOS COMISSÃO DE MINAS E ENERGIA

Anexo II, Pavimento Térreo, Ala C, Sala 60

CEP 70160-900 Telefones: (61) 3216-6712/6713/6714 FAX: 3216-6720

RELATÓRIO DAS ATIVIDADESGRUPO DE TRABALHO Nº 2 – RECURSOS MINERAIS

I – INTRODUÇÃO

Ao assumir a Presidência da Comissão de Minas e Energia, o

Senhor Deputado José Otávio Germano, ouvidos os integrantes da Comissão e da

Consultoria Legislativa, resolveu criar Grupos de Trabalho assim relacionados:

Grupo 1 – Recursos Energéticos, tendo como temas a matriz

energética nacional; o gás natural, tendo como enfoque destacado o seu marco

regulatório; biocombustíveis e combustíveis fósseis;

Grupo 2 – Recursos Minerais, tendo como temas prioritários o

carvão mineral, a mineração em terras indígenas e os órgãos institucionais –

DNPM e CPRM;

Grupo 3 – Recursos Hídricos, abrangendo os temas:

disponibilidade de geração de energia elétrica e sua expansão; gestão,

planejamento e controle dos recursos hídricos e regime jurídico de águas públicas

e particulares;

Grupo 4 – Questões Institucionais, centradas nos temas:

Integração energética com o Mercosul; incentivos fiscais e redução da carga;

Grupo 5 – Assuntos de Regulação: abordando temas relacionados

com as Agências Reguladoras.

A coordenação dos vários grupos ficou a cargo de componentes da

Mesa da Comissão e de Parlamentares que se apresentaram voluntariamente.

Coordenam, pois, os Grupos os Senhores Deputados Eduardo

Valverde, Vitor Penido, Eduardo Gomes, Neudo Campos e Arnaldo Jardim.

Para integrar os vários grupos, foram abertas cinco listas, com a

observação de que cada parlamentar poderia participar de tantos grupos quantos

CÂMARA DOS DEPUTADOS COMISSÃO DE MINAS E ENERGIA

Anexo II, Pavimento Térreo, Ala C, Sala 60

CEP 70160-900 Telefones: (61) 3216-6712/6713/6714 FAX: 3216-6720

lhe aprouvesse e que a possibilidade de adesão era estendida a todo e qualquer

parlamentar, independentemente de integrar ou não a Comissão de Minas e

Energia.

II – O GRUPO 2 – RECURSOS MINERAIS

Ao Grupo 2 aderiram, num primeiro momento, a Senhora Deputada

Bel Mesquita, e os Senhores Deputados Carlos Alberto Leréia, José Fernando

Aparecido de Oliveira, Luiz Paulo Vellozo Lucas, João Pizzolatti, Ernandes

Amorim e Márcio Junqueira.

Na primeira reunião realizada, o grupo decidiu ouvir o Senhor

Senador Eliseu Resende, o Senhor José Mendo Mizael de Souza, Ex-

Presidente do Instituto Brasileiro de Mineração – Ibram, o Senhor Paulino Cícero

de Vasconcelos, Ex-Ministro de Minas e Energia e Ex-Presidente da Comissão

de Minas e Energia, o Senhor Fernando Luiz Zancan, Presidente da Associação

Brasileira do Carvão Mineral – ABCM, o Senhor Rodolpho Tourinho, Ex-Senador

e Ex-Ministro de Minas e Energia e os Senhores Cláudio Scliar, Secretário de

Geologia, Mineração e Transformação Mineral do Ministério de Minas e Energia,

Miguel Antônio Cedraz Nery, Diretor-Geral do Departamento Nacional de

Produção Mineral – DNPM e Agamenon Dantas, Diretor-Presidente da

Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais – CPRM.

A Secretaria da CME assim registrou o transcorrer da primeira

reunião:

ATA DA PRIMEIRA REUNIÃO

DO GRUPO DE TRABALHO Nº 2 – RECURSOS MINERAIS

REALIZADA EM 26 DE ABRIL DE 2007

Às nove horas e trinta minutos do dia vinte e seis de abril de dois mil e sete,

reuniu-se o Grupo de Trabalho nº 2 – Recursos Minerais, no gabinete da

Presidência da Comissão de Minas e Energia, com a presença dos Senhores

CÂMARA DOS DEPUTADOS COMISSÃO DE MINAS E ENERGIA

Anexo II, Pavimento Térreo, Ala C, Sala 60

CEP 70160-900 Telefones: (61) 3216-6712/6713/6714 FAX: 3216-6720

Deputados Vitor Penido, Coordenador, Airton Roveda, Bel Mesquita, Edinho Bez,

José Fernando Aparecido de Oliveira e Zé Geraldo. Dando início à reunião, o

Senhor Coordenador cumprimentou os presentes e, em seguida, discorreu sobre a

necessidade de o Grupo de Trabalho realizar reunião com autoridades do setor de

mineração, com o objetivo de adquirir conhecimentos técnicos que conduziriam à

consistente elaboração de Requerimentos solicitando audiências públicas, bem

como de Projetos de Lei sobre a temática que lhe dizia respeito. Tendo havido a

anuência dos presentes, o Deputado Vitor Penido marcou para o próximo dia

quinze de maio a reunião de que se trata, com a participação do Senhor Senador

Eliseu Resende, membro titular da Comissão de Serviços de Infra-Estrutura do

Senado Federal e Ex-Presidente da Comissão de Minas e Energia da Câmara dos

Deputados. Com a palavra a Deputada Bel Mesquita, esta sugeriu que outras

reuniões da espécie fossem realizadas, a fim de se obterem os subsídios

necessários antes da realização das audiências públicas, uma vez que, durante

estas, muitas vezes não se conseguiam respostas às indagações. Acatada a

sugestão, foram definidos como convidados para as próximas reuniões o Senhor

José Mendo Mizael de Souza, Presidente da empresa J. Mendo Consultoria Ltda.

e Ex-Vice-Presidente do Instituto Brasileiro de Mineração – Ibram, e o Senhor

Paulino Cícero de Vasconcellos, Ex-Ministro de Estado de Minas e Energia e Ex-

Presidente da Comissão de Minas e Energia da Câmara dos Deputados. O

Deputado Edinho Bez sugeriu que também fosse convidado o Senhor Fernando

Luiz Zancan, Presidente da Associação Brasileira de Carvão Mineral-ABCM e

Secretário-Executivo do Sindicato da Indústria da Extração do Carvão do Estado

de Santa Catarina. Na seqüência, o Senhor Coordenador apresentou a sugestão

para que, encerrada a fase de realização dessas reuniões, fosse elaborado

Projeto de Lei com o objetivo de intensificar a fiscalização sobre a atividade da

exploração de minérios no País, ressaltando a ação conjunta com o Departamento

Nacional de Produção Mineral-DNPM em cada Estado. Concedida a palavra ao

Deputado José Fernando Aparecido de Oliveira, este reforçou a opinião de que

CÂMARA DOS DEPUTADOS COMISSÃO DE MINAS E ENERGIA

Anexo II, Pavimento Térreo, Ala C, Sala 60

CEP 70160-900 Telefones: (61) 3216-6712/6713/6714 FAX: 3216-6720

seria necessária a reestruturação do setor mineral brasileiro, estabelecendo-se

novo modelo institucional em que ocorreria a transformação do DNPM em agência

reguladora, a Agência Nacional de Mineração. O Parlamentar lembrou que já

havia manifestado tal entendimento em seu Requerimento de Indicação nº

37/2007, atendido pela CME mediante Ofício nº 144/07, que, no último dia vinte e

oito de março, encaminhou à Mesa Diretora desta Casa a INC nº 268/07, para as

devidas providências. O Deputado José Fernando Aparecido de Oliveira informou,

ainda, haver apresentado o Requerimento nº 62/2007, que solicita audiência

pública para tratar da compensação financeira pela exploração de recursos

minerais e também propor mudanças na legislação, com a participação de

diversas autoridades e Governadores de Estado. Na oportunidade, o Deputado

Vitor Penido observou que um número excessivo de convidados não se mostrava

adequado ao eficiente debate nas audiências públicas. Ao final da discussão, o

Senhor Coordenador manifestou o entendimento de que o Grupo de Trabalho

decidiria sobre a inclusão em pauta de Requerimentos e Projetos de Lei

pertinentes à sua temática somente após a realização das reuniões técnicas de

que se tratou. ENCERRAMENTO: Nada mais tendo havido a tratar, o Senhor

Coordenador encerrou a reunião às dez horas e trinta minutos. E, para constar,

eu, _______________ Damaci Pires de Miranda, Secretária, lavrei a presente Ata,

que, depois de lida e aprovada, será assinada pelo Coordenador do Grupo de

Trabalho nº 2 – Recursos Minerais, _______________. Deputado Vitor Penido.

As reuniões foram sempre iniciadas com uma apresentação

e exposição dos objetivos do Grupo de Trabalho.

Senador Eliseu Resende – S. Exª. foi responsável, quando

Deputado, pela relatoria das proposições que vieram a tornar-se as leis criadoras

da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis - ANP, da

Agência Nacional de Águas – ANA, da Agência Nacional de Transportes

CÂMARA DOS DEPUTADOS COMISSÃO DE MINAS E ENERGIA

Anexo II, Pavimento Térreo, Ala C, Sala 60

CEP 70160-900 Telefones: (61) 3216-6712/6713/6714 FAX: 3216-6720

Terrestres – ANTT, da Agência Nacional de Transportes Aquaviários – ANTAQ,

além de registrar em seu curriculum o desempenho da função de Diretor Geral do

Departamento Nacional de Estradas de Rodagem, de Ministro dos Transportes e

dirigente de empresas de mineração e de energia e Presidente da Comissão de

Minas e Energia.

Com ele, buscou o grupo obter uma apreciação do setor mineral e

de sua estrutura institucional.

S. Exª. teceu considerações sobre as características do setor

elétrico, do setor petrolífero e do setor mineral, ressaltando que, enquanto os

primeiros têm as concessões outorgadas mediante licitação, por envolverem

serviços públicos, o setor mineral assenta-se na figura da prioridade, já que a

produção mineral não se enquadra naqueles serviços.

Dispôs-se a “atualizar-se” e voltar a encontrar-se com o grupo para

abordagem mais pragmática.

No tocante ao Departamento Nacional de Produção Mineral,

observou que qualquer alteração da estrutura e na hierarquia dependeria de

iniciativa do Senhor Presidente da República e que a maior ou menor visibilidade

do setor depende da vontade política dos governantes.

Concordou que a existência de órgãos intermediários entre o

Ministro de Estado e o DNPM resulta em descensão na escala hierárquica deste

último.

A Secretaria da CME assim registrou em ata a segunda reunião:

ATA DA SEGUNDA REUNIÃO

DO GRUPO DE TRABALHO Nº 2 – RECURSOS MINERAIS

REALIZADA EM 15 DE MAIO DE 2007

Às dezesseis horas e dez minutos do dia quinze de maio de dois mil e sete,

reuniu-se o Grupo de Trabalho nº 2 – Recursos Minerais, no gabinete do Senador

CÂMARA DOS DEPUTADOS COMISSÃO DE MINAS E ENERGIA

Anexo II, Pavimento Térreo, Ala C, Sala 60

CEP 70160-900 Telefones: (61) 3216-6712/6713/6714 FAX: 3216-6720

Eliseu Rezende, no Senado Federal, com a presença dos Senhores Deputados

Vítor Penido, Coordenador, Bel Mesquita e Urzeni Rocha. Compareceu, também,

à reunião o Senhor Gerobal Guimarães, Consultor Legislativo da área de minas e

energia da Consultoria Legislativa da Câmara dos Deputados. Dando início à

reunião, o Senhor Coordenador cumprimentou os presentes e, em seguida,

concedeu a palavra ao Senador Eliseu Rezende, membro titular da Comissão de

Serviços de Infra-Estrutura do Senado Federal, que traçou o histórico da

mineração no Brasil e as características intrínsecas ao setor, como a de ser o

mais tradicional do País e a de sempre haver estado a cargo da iniciativa privada,

diferentemente, neste último caso, do setor de petróleo e de demais monopólios

públicos definidos pela própria Constituição Federal. O Parlamentar considerou,

ainda, a diversidade de minérios existentes no País, o que havia tornado

pulverizada a exploração dos recursos minerais no Brasil e, também, de baixo

custo. O Parlamentar, em seguida, declarou-se favorável à transformação do

Departamento Nacional de Produção Mineral – DNPM em agência reguladora,

pelo fato de as riquezas do solo pertencerem à União, com possibilidade de

autorização para sua exploração, pois, respeitados os compromissos cumpridos

pelo Governo, a criação da agência para a área de mineração, a exemplo da

Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis-ANP, regularia o

Setor. Essa medida, continuou o Senador, transformaria o atual alvará de lavra1

em contrato de exploração do mineral explorado, evitando, assim, a especulação

comercial do referido alvará concedido. O Senador considerou, também, a

possibilidade, tratando-se da criação de agência, de licitação das jazidas

catalogadas relevantes para o País, com vistas à concessão de licença de

exploração. Com a palavra a Deputada Bel Mesquita, esta questionou se haveria

jazidas economicamente viáveis, ao tempo em que solicitou ao Senador

sugestões de procedimentos práticos para que o Grupo levasse a efeito as

considerações ora apontadas para o setor. Concedida a palavra ao Deputado

1 Portaria de Lavra = Concessão de Lavra

CÂMARA DOS DEPUTADOS COMISSÃO DE MINAS E ENERGIA

Anexo II, Pavimento Térreo, Ala C, Sala 60

CEP 70160-900 Telefones: (61) 3216-6712/6713/6714 FAX: 3216-6720

Urzeni Rocha, este ressaltou a necessidade de ações que visariam ao

aperfeiçoamento legislativo, com o objetivo de reestruturar o setor mineral

brasileiro. Na oportunidade, o Deputado Vítor Penido observou a importância de o

Senador Eliseu Rezende propor rotinas mais céleres, no âmbito federal, a fim de

que o Grupo oferecesse subsídios necessários à tomada de medidas com vistas à

promoção do desenvolvimento do setor, de forma a contribuir efetivamente para a

economia nacional, tendo o Senador concordado em envidar esforços nesse

sentido. Ao final da discussão, o Deputado Vítor Penido marcou para o próximo

dia vinte e três de maio reunião com a participação do Senhor José Mendo Mizael

de Souza, Ex-Presidente e Ex-Secretário do Instituto Brasileiro de Mineração –

IBRAM, convidado em razão do seu notório saber acerca do setor de mineração.

ENCERRAMENTO: Nada mais tendo havido a tratar, o Senhor Coordenador

encerrou a reunião às dezessete horas e vinte minutos. E, para constar, eu,

_______________ Suely Afonso Ferreira, Secretária, lavrei a presente Ata, que,

depois de lida e aprovada, será assinada pelo Coordenador do Grupo de Trabalho

nº 2 – Recursos Minerais, _______________ Deputado Vítor Penido.

Eng. José Mendo Mizael de Souza – Engenheiro de Minas e

Metalurgia e autor da estruturação do Instituto Brasileiro de Mineração – IBRAM,

seja na função de Secretário Executivo, seja no cargo de Presidente da instituição,

atualmente dirigindo a J.Mendo Consultoria.

S. Sª. distribuiu o artigo de sua autoria inserido na publicação “O

Novo Governo e os Desafios do Desenvolvimento”, coordenado Portaria de Lavra

= Concessão de Lavra pelos Senhores Antônio Dias Leite e João Paulo dos Reis

Velloso.

Ato contínuo, discorreu sobre as peculiaridades do setor mineral,

as tendências mundiais e ressaltou o papel secundário desempenhado pelo Setor

Mineral dentro da estrutura do Ministério de Minas e Energia, defendendo o

CÂMARA DOS DEPUTADOS COMISSÃO DE MINAS E ENERGIA

Anexo II, Pavimento Térreo, Ala C, Sala 60

CEP 70160-900 Telefones: (61) 3216-6712/6713/6714 FAX: 3216-6720

desmembramento do Ministério em dois: Ministério de Energia e Ministério de

Minas. Recebeu com simpatia a transformação do DNPM em agência.

A Secretaria da CME assim registrou a terceira reunião:

ATA DA TERCEIRA REUNIÃO

DO GRUPO DE TRABALHO Nº 2 – RECURSOS MINERAIS

REALIZADA EM 23 DE MAIO DE 2007

Às quatorze horas e cinqüenta minutos do dia vinte e três de maio de dois mil

esete, reuniu-se o Grupo de Trabalho nº 2 – Recursos Minerais, no gabinete da

Presidência da Comissão de Minas e Energia, com a presença dos Senhores

Deputados Vitor Penido, Coordenador, Bel Mesquita e Carlos Alberto Leréia.

Compareu, também, à reunião o Senhor Gerobal Guimarães, Consultor Legislativo

da área de minas e energia da Consultoria Legislativa da Câmara dos Deputados.

Dando início à reunião, o Senhor Coordenador cumprimentou os presentes e, em

seguida, concedeu a palavra ao Palestrante, o Senhor José Mendo Mizael de

Souza, Ex-Presidente e Ex-Secretário do Instituto Brasileiro de Mineração –

IBRAM, que teceu comentários a respeito da situação preexistenteno setor

mineral. O Palestrante passou, em seguida, a expor suas reflexões sobre as

mudanças a serem realizadas na atividade de mineração. Nesse sentido,

considerou que, se não for perene o processo de mudanças a ocorrer na atividade

mineral, estas poderão trazer instabilidade e insegurança para o setor, ainda que

estabelecidas em prol dos seus agentes. O Palestrante declarou,ainda, ser

desfavorável ao fato de a fiscalização da Contribuição Financeira pela Exploração

Mineral-CFEM ficar a cargo do Departamento Nacional de Produção Mineral–

DNPM, em que pesasse ser essa a contraprestação devida à União, como

proprietária das riquezas do solo, pela utilização econômica dos recursos minerais

em seus respectivos territórios. Essa situação, ao modo de ver do Expositor,

estaria represando o exercício da atividade mineral, pois o Órgão deveria ter como

atribuição apenas fiscalizar a atividade mineral em si, e não matéria financeira. O

CÂMARA DOS DEPUTADOS COMISSÃO DE MINAS E ENERGIA

Anexo II, Pavimento Térreo, Ala C, Sala 60

CEP 70160-900 Telefones: (61) 3216-6712/6713/6714 FAX: 3216-6720

Palestrante considerou necessária a criação de um conselho nacional de política

de mineração, com vistas à formulação de diretrizes para o setor. Afirmou, na

seqüência, ser essencial a implantação de sistema de auditoria de conformidade

para o setor, que objetivaria a avaliação da adequação da unidade auditada face

à legislação e aos regulamentos aplicados. Esse sistema também funcionaria

como cartório, ou seja, como instrumento legal de informações sobre as

autorizações de concessões efetuadas na área de mineração, o que tornaria mais

ágil o setor, esclareceu o Expositor. O Palestrante observou, ainda, a importância

da internacionalização da mineração, tendo em vista a globalização da economia

mundial. Com a palavra, a Deputada Bel Mesquita informou que o DNPM

fiscalizava a atividade mineral, como o exercício regular da atividade de pesquisa

e lavra, e que, quando foi transformado em Autarquia, passou a fiscalizar,

também, a receita do CFEM. Na oportunidade, o Deputado Vitor Penido observou

que as ações do Ministério de Minas e Energia, em sua maioria, se destinavam ao

setor elétrico, o que fazia com que o setor de mineração fosse relegado a uma

condição inferior. Nesse contexto, acrescentou o Parlamentar, a criação da

Secretaria de Geologia, Mineração e Transformação Mineral, no âmbito daquela

Pasta, teria rebaixado o DNPM a Órgão de segundo escalão do Governo Federal,

o que dificultava a condução de políticas para o setor por parte daquele órgão. Ao

final da discussão, os parlamentares perguntaram ao palestrante sobre quais

seriam os pontos cruciais para o desenvolvimento do setor no País, a que o

Senhor José Mendo respondeu, sucintamente, serem, prioritariamente, o serviço

geológico nacional como provedor de recursos para a geofísica, o desafio da infra-

estrutura inexistente em áreas mineradas e a qualidade ambiental a ser defendida

no contexto sócioeconômico. Em seguida, o Deputado Vitor Penido concluiu que o

problema da mineração não se verificava em nenhuma questão específica, mas

em se estabelecer uma política para o setor, com vistas à gestão de todas as

áreas intrínsecas ao setor de mineração e, assim, encontrar um caminho que leve

o País, definitivamente, a minerar. Finalmente, o Senhor José Mendo declarou que

CÂMARA DOS DEPUTADOS COMISSÃO DE MINAS E ENERGIA

Anexo II, Pavimento Térreo, Ala C, Sala 60

CEP 70160-900 Telefones: (61) 3216-6712/6713/6714 FAX: 3216-6720

o investidor, por seu turno, necessitava saber se deveria ou não minerar no

território nacional, e em quais condições isso se daria. ENCERRAMENTO: Nada

mais tendo havido a tratar, o Senhor Coordenador encerrou a reunião às

dezesseis horas e quarenta e quatro minutos minutos, marcando outra para o

próximo dia trinta de maio, com a participação do Senhor Paulino Cícero, Ex-

Ministro de Minas e Energia. E, para constar, eu, _______________ Suely Afonso

Ferreira, Secretária, lavrei a presente Ata, que, depois de lida e aprovada, será

assinada pelo Coordenador do Grupo de Trabalho nº 2 – Recursos Minerais,

_______________ Deputado Vitor Penido.

Paulino Cícero de Vasconcelos – Ministro de Estado de Minas e

Energia, Presidente da Comissão de Minas e Energia e Parlamentar por várias

legislaturas. Iniciando sua fala, S Exª. confessou que é tamanha a complexidade

do setor elétrico que pouco tempo sobra para a área de mineração. Mostrou-se

favorável à criação do Ministério de Minas, confessando, entretanto, que tal não

basta. É necessário que o Governo eleja o setor mineral como prioritário.

Sintonizado com o Engenheiro José Mendo Mizael de Souza,

considerou uma iniciativa plausível a transformação do DNPM em agência

reguladora.

A Secretaria da CME assim registrou a o desenrolar da quarta

reunião:

ATA DA QUARTA REUNIÃO

DO GRUPO DE TRABALHO Nº 2 – RECURSOS MINERAIS,

REALIZADA EM 30 DE MAIO DE 2007

Às quinze horas e dez minutos do dia trinta de maio de dois mil e sete, reuniu-se o

Grupo de Trabalho nº 2 – Recursos Minerais, no gabinete da Presidência da

Comissão de Minas e Energia, com a presença dos Senhores Deputados Vitor

Penido, Coordenador; Bel Mesquita; José Fernando Aparecido de Oliveira; Ciro

CÂMARA DOS DEPUTADOS COMISSÃO DE MINAS E ENERGIA

Anexo II, Pavimento Térreo, Ala C, Sala 60

CEP 70160-900 Telefones: (61) 3216-6712/6713/6714 FAX: 3216-6720

Pedrosa; Marcio Junqueira e Ernandes Amorim. Compareu, também, à reunião o

Senhor Gerobal Guimarães, Consultor Legislativo da área de minas e energia da

Consultoria Legislativa da Câmara dos Deputados. Dando início à Reunião, o

Senhor Coordenador cumprimentou os presentes e, em seguida, concedeu a

palavra ao Senhor Paulino Cícero, que apresentou um panorama do setor de

minas e energia, ao tempo em que defendeu o desmembramento do Ministério de

Minas e Energia em duas pastas, visto que considerava o setor de energia bem

assistido pelo Governo Federal, mas o setor de mineração carente de mudanças

urgentes. Na sua opinião, para o Brasil competir no mercado internacional, havia

que se revisar o Código Brasileiro de Mineração, considerado ultrapassado pelo

Ex-Ministro. O desafio seria, portanto, no seu entender, proceder à reforma efetiva

do Código, com vistas a sua atualização, por meio de projeto de lei, de forma a

agilizar o licenciamento mineral. Na época em que havia sido Ministro de Minas e

Energia, declarou, promovera mudanças importantes, que haviam conferido maior

celeridade à liberação de licenças minerais, embora reconhecesse a necessidade

de, ainda, avançar nessa direção. Concedida a palavra ao Deputado Marcio

Junqueira, este declarou considerar generalizado o problema do setor, que carecia

de solução mais pragmática, de forma a tornar práticas as decisões tomadas. Em

seguida, concedeu-se a palavra ao Deputado Ernandes Amorim, que intitulou-se

representante dos garimpeiros, pequenos mineradores considerados alijados do

desenvolvimento do setor mineral, os quais esperavam ser incluídos no processo

em questão, em decorrência da presumida reorganização do setor. Na seqüência,

o Senhor Coordenador observou ser importante o Poder Executivo envidar

esforços no sentido do melhoramento do setor. Logo após, o Senhor Paulino

Cícero defendeu o fortalecimento do Departamento Nacional de Produção Mineral

- DNPM, que possuía, em seu quadro, reduzido número de geólogos para atuar

em todo o território nacional. Tratava-se, no seu entender, de Departamento

estratégico para o País, mas que, havia três2 anos, não realizava concurso público

2 Trinta anos (três décadas)

CÂMARA DOS DEPUTADOS COMISSÃO DE MINAS E ENERGIA

Anexo II, Pavimento Térreo, Ala C, Sala 60

CEP 70160-900 Telefones: (61) 3216-6712/6713/6714 FAX: 3216-6720

para ingresso de servidores no Órgão. Com a palavra, a Deputada Bel Mesquita

questionou quais seriam as medidas mais urgentes a serem tomadas quanto ao

setor mineral. Nesse sentido, o Palestrante reiterou a necessidade de maior

atenção ao setor por parte do Poder Executivo e afirmou que, a exemplo, no

período em que havia sido Ministro, já existiam estudos que sugeriam a existência

de um grande reservatório de gás natural na região do Médio São Francisco.

Destacou que, se viesse a se confirmar esse fato, o Brasil deveria repensar toda a

sua matriz energética. Ao final da discussão, o Deputado Vitor Penido marcou

para o próximo dia treze de junho a reunião com a participação do Senhor

Fernando Zancan, Presidente da Associação Brasileira de Carvão Mineral.

ENCERRAMENTO: Nada mais tendo havido a tratar, o Senhor Coordenador

encerrou a reunião às dezesseis horas e doze minutos. E, para constar, eu,

_______________ Suely Afonso Ferreira, Secretária, lavrei a presente Ata, que,

depois de lida e aprovada, será assinada pelo Coordenador do Grupo de Trabalho

nº 2 – Recursos Minerais, _______________ Deputado Vitor Penido.

Fernando Luiz Zancan – Engenheiro de Minas e especialista em

carvão, dirigindo presentemente a Associação Brasileira do Carvão Mineral –

ABCM. Franqueada a palavra, S. Sª. expôs a situação do aproveitamento do

carvão mineral no mundo, ressaltando que a China vem hoje inaugurando u’a

média de uma usina térmica por semana e consumindo mais de dois bilhões de

toneladas de carvão por ano, enquanto que os Estados Unidos da América

consomem anualmente mais de um bilhão de toneladas deste energético.

Ressaltou S. Sª. a anemia de nossa indústria carvoeira e a pouca

expressão que desempenha o carvão em nossa matriz energética.

Registrou que nossos recursos humanos que detinham o

conhecimento do carvão mineral, na área da geologia e da mineração,

envelheceram, retiraram-se das lides, ou mesmo faleceram, restando um temor

CÂMARA DOS DEPUTADOS COMISSÃO DE MINAS E ENERGIA

Anexo II, Pavimento Térreo, Ala C, Sala 60

CEP 70160-900 Telefones: (61) 3216-6712/6713/6714 FAX: 3216-6720

bastante justificado de que, a persistir a tendência, careceremos de mão-de-obra

especializada quando o aproveitamento do carvão se fiz mister.

Reiterou que a tecnologia disponível permite o aproveitamento do

carvão com rigoroso respeito ao meio ambiente, tanto na etapa de lavra como na

geração de energia elétrica, ou em gaseificação e coqueificação.

Dispôs-se a fazer uma palestra formal à Comissão de Minas e

Energia, quando for assim for decidido pela CME.

Deixou cópia, em meio magnético, da palestra pronunciada.

A Secretaria da CME assim registrou o andamento da quinta

reunião:

ATA DA QUINTA REUNIÃO

DO GRUPO DE TRABALHO Nº 2 – RECURSOS MINERAIS,

REALIZADA EM 13 DE JUNHO DE 2007

Às quinze horas do dia treze de junho de dois mil e sete, reuniu-se o Grupo de

Trabalho nº 2 – Recursos Minerais, no gabinete da Presidência da Comissão de

Minas e Energia, com a presença dos Senhores Deputados Vítor Penido,

Coordenador; Carlos Alberto Leréia; José Fernando Aparecido de Oliveira; Marcio

Junqueira; e Zé Geraldo. Compareu, também, à reunião o Senhor Gerobal

Guimarães, Consultor Legislativo da área de minas e energia da Consultoria

Legislativa da Câmara dos Deputados. Dando início à Reunião, o Senhor

Coordenador cumprimentou os presentes e, em seguida, concedeu a palavra ao

Senhor Fernando Luiz Zancan, Presidente da Associação Brasileira de Carvão

Mineral – ABCM. Este apresentou um panorama do setor carbonífero e defendeu

a proposta de o País repensar sua política energética em relação à extração de

carvão. O Deputado Vítor Penido observou a necessidade de o Brasil dar

continuidade ao processo de mineração e política do carvão mineral, ao que o

Senhor Fernando Zancan argumentou sobre a carência de visão estratégica do

planejamento para o setor. Nesse sentido, o Deputado Zé Geraldo questionou

CÂMARA DOS DEPUTADOS COMISSÃO DE MINAS E ENERGIA

Anexo II, Pavimento Térreo, Ala C, Sala 60

CEP 70160-900 Telefones: (61) 3216-6712/6713/6714 FAX: 3216-6720

qual seria a tendência energética para os próximos anos. O Senhor Fernando

Zancan respondeu que o biodiesel ficaria focado na produção dos combustíveis

líquidos e não seria usado na produção de termelétricas, área em que o carvão

seria aproveitado. Concedida a palavra ao Senhor Márcio Junqueira, este

consultou o Expositor sobre a propalada suposta poluição causada pelo mineral

ao meio ambiente. O Senhor Fernando Zancan refutou a tese de que a indústria

carvoeira era poluente, esclarecendo que não era essa a realidade que se tinha no

mundo inteiro, e afirmou já existirem tecnologias menos poluentes para o carvão,

que representa 40% da energia elétrica gerada no mundo. O Expositor afirmou

que, nos países com maior rigor ambiental, não há restrição ao uso de carvão e

que uma simples análise de custo de segurança energética seria suficiente para

adotarem-se as melhores práticas ambientais disponíveis, com vistas à solução

dos possíveis problemas do setor. O carvão é, no seu entender, o combustível

mais barato e disseminado do Planeta, devendo o Brasil, portanto, organizar a sua

cadeia produtiva para o uso do mineral como fonte energética. O Senhor

Fernando Zancan enumerou uma série de utilidades para o uso do carvão: na

indústria siderúrgica (setenta por cento da produção de aço no mundo utilizam o

carvão); na indústria carboquímica, ou seja, na produção de fertilizantes e de

hidrogênio; na produção derivada da indústria petroquímica; e até para os

combustíveis líquidos, como diesel e gasolina, que poderiam ser produzidos a

partir do carvão. O Senhor Fernando Luiz Zancan esclareceu, em seguida, a

importância do carvão como fonte de energia, que já estaria cumprindo uma

função estratégica, pois, a exemplo, há dois projetos de usinastérmicas em

andamento, com vistas a evitar problemas com abastecimento de energia até o

ano de dois mil e dez. O Palestrante ajuntou haver dois ou três projetos detentores

de licenciamento ambiental, que poderiam entrar em funcionamento a partir de

dois mil e onze ou dois mil e doze. Na sua opinião, o aproveitamento do carvão no

Brasil era ínfimo, já que o mineral representa apenas 1% (um por cento) de nossa

geração de energia elétrica, diante dos mil e quatrocentos e quinze megawatts

CÂMARA DOS DEPUTADOS COMISSÃO DE MINAS E ENERGIA

Anexo II, Pavimento Térreo, Ala C, Sala 60

CEP 70160-900 Telefones: (61) 3216-6712/6713/6714 FAX: 3216-6720

(1.415 MW) de energia que o País produz - menos que a futura geração de uma

usina térmica em fase de construção em Veneza, na Itália. Segundo o Expositor, o

aproveitamento da cadeia produtiva do carvão e de seus derivados dar-se-ia na

medida em que houvesse estudos sobre a extração de gás e sobre a gaseificação

de carvão. Ademais, enfatizou que o Brasil dominava as tecnologias para o

aproveitamento do carvão, restando apenas a gaseificação ser mais desenvolvida,

em que pesasse o Brasil haver paralisado as pesquisas científicas no início da

década de oitenta. Esse fato tornava necessário retomar as pesquisas para obter-

se melhor tecnologia, pois, segundo afirmou, o Brasil havia “dado as costas“ às

pesquisas sobre o aproveitamento do carvão, não tendo viabilizado mais

incentivos à formação de novos profissionais. O primeiro passo para que haja a

retomada da exploração de carvão e para mostrar que o mineral é viável, seria

trabalhar com vistas à mudança da imagem do carvão, o que seria, segundo o

expositor, uma imagem do século XIX, isto é, de uma indústria poluente e

ultrapassada. O segundo passo seria organizar a cadeia produtiva e permitir que

ela trabalhasse de forma integrada. Nesse sentido, a criação da Associação

Brasileira de Carvão Mineral havia envolvido todos os produtores e os geradores

de carvão no planejamento estratégico, em que os principais pontos eram as

ações de pesquisa e de desenvolvimento e a formação de recursos humanos.

Adicione-se a isso o trabalho conjunto com o Ministério de Ciência e Tecnologia,

com vistas à criação de programa para discutir tecnologias de carvão. O expositor

acrescentou que, na mesma direção, o Ministério de Minas e Energia estava

discutindo a forma de implantação imediata de alguns projetos de carvão, como

aqueles já licenciados ambientalmente no Rio Grande do Sul, garantindo-se o

desenvolvimento sustentável ambientalmente. Concedida a palavra ao Deputado

Márcio Junqueira, este solicitou providências com vistas à formatação de

audiência pública sobre a matéria, por considerar o setor importante para o País,

carente de maior divulgação. Em seguida, concedida a palavra ao Deputado Zé

Geraldo, este anuiu à solicitação feita. Na seqüência, o Senhor Coordenador

CÂMARA DOS DEPUTADOS COMISSÃO DE MINAS E ENERGIA

Anexo II, Pavimento Térreo, Ala C, Sala 60

CEP 70160-900 Telefones: (61) 3216-6712/6713/6714 FAX: 3216-6720

observou ser importante a divulgação do Seminário sobre “O Papel dos

Combustíveis Fósseis na Sustentabilidade e Segurança Energética”, com a

presença de diversos especialistas no tema, a ser realizado pela Comissão de

Serviços de Infra-Estrutura do Senado Federal, com a participação da Comissão

de Minas e Energia da Câmara, no próximo dia vinte e sete de junho de dois mil e

sete. Com a palavra, a Deputada Bel Mesquita reclamou a tomada de medidas

mais urgentes junto ao setor mineral, em particular com relação ao maior

aproveitamento do carvão. Nesse sentido, o Palestrante reiterou a necessidade de

maior atenção ao setor, por parte do Poder Executivo. Ao final da discussão, o

Deputado Vítor Penido afirmou que aquela reunião havia contribuído para melhor

compreensão da importância do carvão e de suas potencialidades, ao tempo em

que marcou para o próximo dia vinte de junho nova reunião, com a participação do

Senhor Rodolpho Tourinho, Ex-Ministro de Minas e Energia. ENCERRAMENTO:

Nada mais tendo havido a tratar, o Senhor Coordenador encerrou a reunião às

dezesseis horas e quarenta e cinco minutos. E, para constar, eu,

_______________ Suely Afonso Ferreira, Secretária, lavrei a presente Ata, que,

depois de lida e aprovada, será assinada pelo Coordenador do Grupo de Trabalho

nº 2 – Recursos Minerais, _______________ Deputado Vitor Penido.

Rodolpho Tourinho S. Exª. discorreu longamente sobre

aCompensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais – CFEM,

afirmando que decisões judiciais que estão sendo ultimadas permitirão que,

simultaneamente, os beneficiários – União, Estados e Municípios – sejam mais

bem remunerados e, até, que as alíquotas, em alguns casos, sejam diminuídas.

Acha que a cobrança da CFEM poderia ser diferenciada, levando em

consideração a economicidade dos depósitos.

Concordou que o setor elétrico praticamente exaure a capacidade

de gestão do ministério, sendo procedente a idéia de criar-se um Ministério de

Minas. Como o Sr. Paulino Cícero de Vasconcelos, S. Exª ressaltou que a mera

CÂMARA DOS DEPUTADOS COMISSÃO DE MINAS E ENERGIA

Anexo II, Pavimento Térreo, Ala C, Sala 60

CEP 70160-900 Telefones: (61) 3216-6712/6713/6714 FAX: 3216-6720

criação de um ministério próprio para Geologia e Mineração não basta. É

necessária a eleição do setor mineral como prioritário, e que medidas adicionais

sejam tomadas.

A Secretaria da CME assim registrou o andamento da sexta

reunião:

ATA DA SEXTA REUNIÃO

DO GRUPO DE TRABALHO Nº 2 – RECURSOS MINERAIS,

REALIZADA EM 20 DE JUNHO DE 2007

Às quinze horas e dez minutos do dia vinte de junho de dois mil e sete, reuniu-se o

Grupo de Trabalho nº 2 – Recursos Minerais, no gabinete da Presidência da

Comissão de Minas e Energia, com a presença dos Senhores Deputados Vítor

Penido, Coordenador; Bel Mesquita e Edinho Bez. Compareceu, também, à

reunião o Senhor Gerobal Guimarães, Consultor Legislativo da área de minas e

energia da Consultoria Legislativa da Câmara dos Deputados. Dando início à

Reunião, o Senhor Coordenador cumprimentou os presentes e, em seguida,

concedeu a palavra ao Senhor Rodolpho Tourinho, Ex-Ministro de Minas e

Energia, que apresentou breve e recente histórico do setor de mineração e, em

especial, da questão da excessiva tributação indireta, que, segundo ele,

desestimulava o produtor ao encarecer a produção. Em sua Exposição, defendeu

a divisão do Ministério de Minas e Energia em duas pastas e a criação de agência

para regulamentar a atividade mineradora, o que proporcionaria avanços

significativos para o setor. Concedida a palavra, a Deputada Bel Mesquita

asseverou que referido Ministério, na realidade, abarcava duas matérias

divergentes, visto que o produto da mineração era, em sua essência, diferente do

da geração de energia elétrica. Concedida a palavra, o Deputado Edinho Bez

afirmou que, em nível ministerial, a mineração estava sempre em segundo plano,

considerando que as hidrelétricas revestiam-se de maior grau de importância para

os governantes. O Coordenador do Grupo, Deputado Vítor Penido, questionou a

tão propalada necessidade de criação de agência, em face de aquelas já

CÂMARA DOS DEPUTADOS COMISSÃO DE MINAS E ENERGIA

Anexo II, Pavimento Térreo, Ala C, Sala 60

CEP 70160-900 Telefones: (61) 3216-6712/6713/6714 FAX: 3216-6720

existentes em outros setores o serem apenas “no papel” e da existência, portanto,

de confusão de atribuições com os respectivos órgãos do Poder Executivo. O Sr.

Rodolpho Tourinho contrapôs-se a essa conjetura, ao afirmar que os órgãos

públicos existentes atuavam em direção à execução e as agências, por sua vez,

agiam no sentido de proporcionar a devida regulação do setor. Em continuação,

este afirmou que todo o setor precisava passar por uma grande reformulação, o

que envolveria a idealização de novo modelo de tributação. Em seguida, o

Deputado Vítor Penido asseverou que, sem impostos, os municípios não

sobrevivem, e que, portanto, no momento em que as mineradoras obtivessem alta

produtividade, haveria a possibilidade de se tributar em mais larga escala.

Segundo ele, a questão do licenciamento ambiental é problemática, tanto para a

área de energia quanto para o setor de mineração, havendo a necessidade de o

Governo ter entendimento muito claro para se promover o crescimento econômico,

sem agressão ao meio ambiente. O Palestrante enfatizou haver muito, ainda, a ser

feito quanto às reservas indígenas, como a realocação da população e as

necessárias condições de infraestrutura para tal, pois, ao contrário do que se

esperava, estas populações não haviam se ajustado naturalmente ao processo

resultante da mineração nessas reservas. Nesse momento, o Deputado Vítor

Penido observou a falta de código para o setor. O Senhor Rodolpho Tourinho

afirmou não ter dúvidas sobre a necessidade de criação do novo código de minas.

Ao final da discussão, o Deputado Vítor Penido enfatizou que aquela reunião havia

contribuído muitíssimo para a obtenção de maiores subsídios e de informações

sobre o setor de mineração. ENCERRAMENTO: Nada mais tendo havido a tratar,

o Senhor Coordenador encerrou a reunião às dezesseis horas e trinta minutos. E,

para constar, eu, _______________ Suely Afonso Ferreira, Secretária, lavrei a

presente Ata, que, depois de lida e aprovada, será assinada pelo Coordenador do

Grupo de Trabalho nº 2 – Recursos Minerais, _______________ Deputado Vítor

Penido.

CÂMARA DOS DEPUTADOS COMISSÃO DE MINAS E ENERGIA

Anexo II, Pavimento Térreo, Ala C, Sala 60

CEP 70160-900 Telefones: (61) 3216-6712/6713/6714 FAX: 3216-6720

Cláudio Scliar, Secretário de Geologia, Mineração e

Transformação Mineral do Ministério de Minas e Energia.

Fez uma ampla retrospectiva da evolução do setor mineral

brasileiro, dos seus entraves e uma alentada dissertação sobre as medidas que

estão sendo estudadas e tomadas.

Em seguida, convidou os Senhores Reginaldo Leão Neto, Chefe de

Gabinete do Presidente da Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais –

CPRM e o Senhor Antônio Fernando Rodrigues, Diretor da Diretoria de

Desenvolvimento e Economia Mineral do Departamento Nacional de Produção

Mineral, a complementarem as informações que acabara de prestar.

A Secretaria da CME assim registrou a sétima reunião:

ATA DA SÉTIMA REUNIÃO

DO GRUPO DE TRABALHO Nº 2 – RECURSOS MINERAIS,

REALIZADA EM 11 DE JULHO DE 2007

Às quinze horas e dez minutos do dia onze de julho de dois mil e sete, reuniu-se o

Grupo de Trabalho nº 2 – Recursos Minerais, no gabinete da Presidência da

Comissão de Minas e Energia, com a presença dos Senhores Deputados Vítor

Penido, Coordenador; e Bel Mesquita, Membro. Compareceram, também, à

reunião os Senhores Cláudio Scliar, Secretário de Geologia, Mineração e

Transformação Mineral do Ministério de Minas e Energia; Reginaldo Leão Neto,

Chefe de Gabinete do Diretor-Presidente da Companhia de Pesquisa de Recursos

Minerais - CPRM; Antônio Fernando Rodrigues, Diretor da Diretoria de

Desenvolvimento e Economia Mineral do Departamento Nacional de Produção

Mineral - DNPM; e os Senhores Gerobal Guimarães e João Santos Coelho Neto,

respectivamente Consultor e Ex-Consultor Legislativo da área de minas e energia

da Consultoria Legislativa da Câmara dos Deputados. Dando início à Reunião, o

Senhor Coordenador cumprimentou os presentes e, em seguida, concedeu a

CÂMARA DOS DEPUTADOS COMISSÃO DE MINAS E ENERGIA

Anexo II, Pavimento Térreo, Ala C, Sala 60

CEP 70160-900 Telefones: (61) 3216-6712/6713/6714 FAX: 3216-6720

palavra ao Senhor Cláudio Scliar, que argumentou acerca da importância da

geologia para a Mineração e apresentou histórico da situação estrutural do DNPM,

que, segundo ele, tem migrado da passividade para a modernidade, apoiado pela

significativa participação da Ex-Ministra de Minas e Energia, Senhora Dilma

Rousseff. Em continuação, ressaltou as dificuldades históricas de apoio

governamental para reforço do Setor. Com a palavra, o Senhor Antônio Fernando

Rodrigues asseverou sobre a necessidade de retomada do levantamento

geológico e aerogeofísico e de criação do Conselho Nacional de Geologia, que

exercerá importante papel na análise das questões concernentes ao Setor de

Mineração. O Convidado destacou, contudo, os avanços do Setor, alcançados por

meio de convênios, de criação da Secretaria de Geologia Mineração e

Transformação Mineral, do trabalho conjunto com as universidades e, ainda, do

lançamento do programa Geologia para o Brasil, apoiado pelo Governo Lula. Ele

acrescentou que, em dois mil e seis, promoveu-se junto ao Governo grande

discussão acerca da mineração e da energia, que resultou em definição de metas

a serem atingidas, sobretudo com o empenho de políticas públicas. O Deputado

Vítor Penido, em referência ao aproveitamento mineral, enfatizou o dever de

efetivá-lo de forma responsável, em contraponto ao radical discurso de

preservação de terras indígenas, de vez que o dispositivo da Constituição que

prevê mineração nessas áreas está ainda pendente de regulamentação. O Senhor

Cláudio Scliar, em seguida, fez referência à Importância de se definirem planos de

previsibilidade econômica da geologia, da mineração e da transformação mineral

para o futuro. Concedida a palavra ao Senhor Antônio Fernando Rodrigues, este

apresentou observações a respeito da carência financeira e de conhecimento

tecnológico do DNPM, bem como do incremento da competitividade da indústria

mineral brasileira. O Senhor Cláudo Scliar, em resposta ao Coordenador quanto à

suficiência do DNPM, afirmou que o Departamento tem resolvido significativos

passivos, tendo, porém, reforçado a questão das excessivas demandas; a

necessidade de se promover a adequada capacitação qualitativa e quantitativa de

CÂMARA DOS DEPUTADOS COMISSÃO DE MINAS E ENERGIA

Anexo II, Pavimento Térreo, Ala C, Sala 60

CEP 70160-900 Telefones: (61) 3216-6712/6713/6714 FAX: 3216-6720

recursos humanos e de laboratórios; e a urgência de se promoverem mudanças

estruturais, como uma nova reorganização nacional do Setor, por regiões.

Prosseguindo, a Deputada Bel Mesquita manifestou-se favoravelmente às

colocações feitas pelos expositores e confirmou a proposta do Grupo de

Mineração de tentar desemperrar o trâmite dematérias ligadas à mineração. A

Deputada asseverou, ainda, a essencialidade da troca de experiências,

considerando a vastidão do alcance da mineração em todos os setores da

economia. O Senhor Antônio Fernando Rodrigues, em seguida, discorreu com

referência à falta de preparo político para defender o meio ambiente e a

geodiversidade, e quanto à importância destes para a sociedade. Na Seqüência, o

Senhor Reginaldo Leão Neto afirmou que até mil novecentos e oitenta, não havia,

no País, políticas públicas e que, apesar da grande alavancada, no mesmo

período, somente em mil novecentos e oitenta e oito a Constituição Federal havia

provido o País de mandamento reconhecendo o conhecimento geológico como

função do Estado, que, no seu entender, é o meio viabilizador de toda a atividade

mineral. Em conseqüência, continuou o expositor, a carência de profissionais de

geologia, aliada a outros parâmetros do meio físico, impede igualmente os

avanços do ordenamento territorial do País. A Deputada Bel Mesquita prosseguiu,

enfatizando a necessidade de se criar novas faculdades de ensino de geologia, e

o Senhor Reginaldo Leão Neto discorreu acerca do papel da CPRM como braço

do Governo para se criarem políticas permanentes de Estado. Nesse sentido, o

Deputado Vítor Penido falou a respeito da omissão do Estado no controle do

ordenamento territorial. O Senhor Reginaldo Leão Neto ponderou, então, a

importância da infra-estrutura para alavancar a indústria mineral e da existência de

projetos para essa atividade. O Senhor Gerobal Guimarães enfatizou a

importância do homem para se fazerem pesquisas geológicas in loco. O Senhor

João Santos Coelho ressaltou que os entraves de reestruturação do DNPM

sempre foram de encontro à vontade política final, no âmbito do Poder Executivo.

No mesmo sentido, o Deputado Vítor Penido testemunhou sobre situação

CÂMARA DOS DEPUTADOS COMISSÃO DE MINAS E ENERGIA

Anexo II, Pavimento Térreo, Ala C, Sala 60

CEP 70160-900 Telefones: (61) 3216-6712/6713/6714 FAX: 3216-6720

semelhante vivida, no que se refere à eficiência da vontade política. O Senhor

Cláudio Scliar concluiu, enfatizando a necessidade de se repensar a estrutura do

DNPM, o que considera necessário para elevar a competitividade do Setor. O

Deputado Vítor Penido encerrou a reunião, concluindo que o debate havia

contribuído muitíssimo para a obtenção de maiores de informações sobre o setor

de mineração. ENCERRAMENTO: Nada mais tendo havido a tratar, o Senhor

Coordenador encerrou a reunião às dezesseis horas e trinta minutos. E, para

constar, eu, _______________ Sandra Regina Furtado Ávila, Secretária, lavrei a

presente Ata, que, depois de lida e aprovada, será assinada pelo Coordenador do

Grupo de Trabalho nº 2 – Recursos Minerais, _______________ Deputado Vítor

Penido.

Dr. Nelson José Hubner Moreira, Ministro de Estado de Minas e

Energia. Após ouvir um resumo dos trabalhos desenvolvidos pelo Grupo de

Trabalho 2 – Recursos Minerais e as principais observações feitas pelos

convidados anteriormente ouvidos, teceu suas considerações, em que ressaltou

que o setor elétrico é tão complexo e problemático que, realmente, sobra pouco

tempo para dedicar-se ao setor mineral, que, aliás, acostumou-se a andar sozinho.

Considerou procedentes alterações na estrutura institucional e que

a legislação mineral também está necessitando de atualização.

A Secretaria da CME assim registrou a oitava reunião:

ATA DA OITAVA REUNIÃO

DO GRUPO DE TRABALHO Nº 2 – RECURSOS MINERAIS,

REALIZADA EM 21 DE AGOSTO DE 2007

Às quatorze horas e vinte e quatro minutos do dia vinte e um de agosto de dois mil

e sete, reuniu-se o Grupo de Trabalho nº 2 – Recursos Minerais, no gabinete do

Senhor Nelson Hubner Moreira, Ministro de Minas e Energia, com a presença do

CÂMARA DOS DEPUTADOS COMISSÃO DE MINAS E ENERGIA

Anexo II, Pavimento Térreo, Ala C, Sala 60

CEP 70160-900 Telefones: (61) 3216-6712/6713/6714 FAX: 3216-6720

Senhor Deputado Vitor Penido, Coordenador; e da Deputada Bel Mesquita.

Compareceram, ainda, à reunião o Deputado José Otávio Germano, Presidente da

Comissão de Minas e Energia, e os Senhores Cláudio Scliar, Secretário de

Geologia, Mineração e Transformação Mineral do Ministério de Minas e Energia; o

Senhor Carlos Nogueira da Costa Junior, Secretário Adjunto de Geologia,

Mineração e Transformação Mineral do Ministério de Minas e Energia; o Senhor

Francisco Romário Wojcicki, Secretário Adjunto da Área de Planejamento e

Desenvolvimento Energético do Ministério de Minas e Energia; e o Senhor

Gerobal Guimarães, Consultor Legislativo da área de minas e energia da

Consultoria Legislativa da Câmara dos Deputados. Dando início à Reunião, o

Senhor Coordenador cumprimentou os presentes, fazendo um périplo da

organização da CME quanto à divisão em Grupos de Trabalho. Apresentou, em

seguida, uma rápido esclarecimento sobre os temas que vêm sendo abordados

pelo Grupo de Trabalho de Mineração e sobre a decisão de se ouvir algumas

pessoas relacionadas a eles. Iniciando o debate, indagou ao Senhor Ministro

sobre o que ele considerava ser importante para a área de mineração, ou qual o

caminho a ser tomado dentro da competência legislativa do Congresso. O Senhor

Ministro asseverou a importância de se retomar o problema da mineração em

terras indígenas, por estarem bastante avançadas e maduras as discussões sobre

este assunto e por já haver uma proposta acertada. Esclareceu que, em princípio,

pensava-se em encaminhar um só projeto, mas, pela complexidade, decidiu-se

separar as propostas. Uma delas abordaria o problema da exploração de

diamantes em terras indígenas, como o que ocorre na reserva Roosevelt, que

seria um procedimento envolvendo corrupção em diversos níveis; esclareceu que

a extração do diamante naquela reserva estava sendo feito de forma ilegal. A

outra proposta abordaria a questão dos recursos hídricos em terras indígenas. O

Sr. Ministro disse que o projeto sobre mineração seria bastante amplo e detalhado

e estaria sendo coordenado pelo Ministério da Justiça, ao passo que o projeto

sobre recursos hídricos seria mais simples. Em seguida, o Senhor Ministro

CÂMARA DOS DEPUTADOS COMISSÃO DE MINAS E ENERGIA

Anexo II, Pavimento Térreo, Ala C, Sala 60

CEP 70160-900 Telefones: (61) 3216-6712/6713/6714 FAX: 3216-6720

perguntou ao Sr. Cláudio Scliar, Secretário de Geologia, Mineração e

Transformação Mineral do Ministério de Minas e Energia, se o projeto estaria

pronto para ser encaminhado, ou se ainda haveria alguma questão pendente a ser

tratada no âmbito governamental. O Sr. Cláudio Scliar respondeu que o projeto

vem sendo coordenado pelo Ministério da Justiça e que, do ponto de vista do

Poder Executivo, haveria um anteprojeto de lei sobre a questão da mineração.

Disse, ainda, que foi criada recentemente uma Comissão Nacional de Política

Indigenista, que seria uma instância onde participariam todos os povos indígenas

do país. O Sr. Cláudio apresentou o Sr. Carlos Nogueira, Geólogo e Secretário

Adjunto do Ministério, e o Sr. Romário, Secretário Adjunto da Área de

Planejamento do Ministério. Dando seguimento, o Sr. Cláudio disse haver uma

diferenciação expressiva entre a atividade mineral e a atividade energética

exercida em terra indígena pelos empreendimentos energéticos, tanto em termos

de número de empreendimentos, como também por possuírem histórias distintas;

a atividade mineira possuiria um número muito maior de empreendimentos do que

a atividade energética. Outra diferença seria o perfil claro da atividade energética,

ao passo que o da mineira seria muito diversificado, oscilando desde a argila, de

valor muito baixo, até o diamante, de valor mais elevado. Isso justificaria a

apresentação de dois projetos distintos, pois, no Congresso Nacional,

provavelmente, haveria também posições antagônicas a esse respeito. A

Deputada Bel Mesquita acrescentou que essa diferenciação corroboraria a tese de

divisão em dois Ministérios, um de Minas e outro de Energia. O Deputado Vitor

Penido indagou ao Sr. Nelson se ele, na qualidade de Ministro, considerava viável

a divisão do Ministério. O Sr. Ministro respondeu que considera importante haver

menos Ministérios, porém com maior amplitude de gestão e pessoas com maior

liderança e representatividade na condução das pastas. Argumentou que, quando

se aumenta muito o número de órgãos executivos, criam-se áreas de

sombreamento, perdendo-se o foco principal. A área de mineração, segundo ele,

não absorveria muito o Ministério, por estar vinculada à iniciativa privada e às

CÂMARA DOS DEPUTADOS COMISSÃO DE MINAS E ENERGIA

Anexo II, Pavimento Térreo, Ala C, Sala 60

CEP 70160-900 Telefones: (61) 3216-6712/6713/6714 FAX: 3216-6720

grandes corporações, requerendo uma mínima presença do Estado, presença

esta que se daria mais em termos de regulação. Ressaltou, ainda, que, mais

importante do que discutir a divisão do Ministério, seria a rediscussão do Código

de Mineração, que não poderia tornar-se uma construção eterna e imutável.

Segundo o Ministro, existem pessoas que, apesar de amparadas por um direito

minerário, não seguem nenhuma orientação, em termos de política de

desenvolvimento econômico do País. O Deputado Vitor Penido observou que uma

Secretaria de Minas, por exemplo, alteraria pouco a estrutura já existente, o custo

seria o mesmo, mas haveria maior velocidade e autonomia. Dando continuidade, o

Ministro esclareceu que a área de energia absorve muito o trabalho do Ministério

por causa do modo como a legislação está ordenada; a área mineral seria mais

tranqüila, por causa da forte presença da iniciativa privada. O Dr. Cláudio Scliar

acrescentou que algumas das maiores empresas do país seriam as da área de

energia e estariam ligadas ao Ministério de Minas e Energia. Na seqüência, o Dep.

Vitor Penido perguntou quais seriam as razões do entrave na legislação mineral,

tendo o Ministro respondido que seria a inércia, só surgindo idéias à medida que

surgissem os problemas. O Sr. Coordenador expôs a dificuldade de se discutirem

as alíquotas em razão das pressões, e pediu que o Ministro fizesse uma

comparação com outros países que também são produtores. O Ministro disse

perceber que, quando em um determinado país se quer desenvolver um setor

específico, criam-se incentivos; no Brasil as diferenças de alíquotas seriam muito

grandes, segundo estudos que havia recebido sobre este assunto; disse também

ser necessário haver um equilíbrio entre a arrecadação e a atratividade do

negócio. O Deputado Vitor Penido fez uma comparação com a situação do

garimpo do ouro, mencionando o problema do contrabando e explicando que este

pode aumentar, caso se eleve muito a alíquota; também disse haver momentos

em que é necessário incentivar e em outros não, pois o valor de mercado

satisfaria plenamente. Comentou sobre a assertiva de que a carga tributária

brasileira seria elevada, mas indagou se seria assim em todas as áreas. O Sr.

CÂMARA DOS DEPUTADOS COMISSÃO DE MINAS E ENERGIA

Anexo II, Pavimento Térreo, Ala C, Sala 60

CEP 70160-900 Telefones: (61) 3216-6712/6713/6714 FAX: 3216-6720

Ministro questionou o problema da má distribuição de recursos no Brasil. A Dep.

Bel Mesquita acrescentou à discussão a informação de que alguns países

negociavam os royalties caso a caso. O Presidente da CME, Deputado José

Otávio Germano, entremeou a discussão para destacar que sua presença na

reunião seria para, em nome de toda a Comissão, exaltar o trabalho que vem

sendo realizado pelo Grupo de Trabalho, sob a Coordenação do Deputado Vitor

Penido; também agradeceu a maneira respeitosa, qualificada e harmoniosa com

que o Ministério tem se relacionado com a Comissão de Minas e Energia e com

ele próprio. Afirmou, ainda, crer que o resultado do trabalho do Grupo subsidiará o

Ministério no trato de importantes questões do setor mineral. O Sr. Ministro

retribuiu os agradecimentos, salientando que a porta de entrada do Ministério no

Congresso seria a Comissão de Minas e Energia. O Deputado José Otávio

Germano acrescentou que a Comissão, por ter caráter técnico, tem conseguido

deixar um pouco de lado discussões de cunho meramente político, para fazer um

trabalho de âmbito nacional e atuar de forma suprapartidária. A Deputada Bel

Mesquita ponderou que a discussão sobre a mineração em terras indígenas iria

além do aspecto legal em si, pois passaria pela filosofia do tratamento com o índio

e acrescentou que os parlamentares precisariam estar bem instruídos para discutir

o assunto, não só com os demais Deputados, mas com o mundo, pois haveria

valores e princípios sérios a serem discutidos, envolvendo a preservação da

cultura indígena e a manutenção de sua qualidade de vida. A Deputada levantou o

problema da Amazônia Legal que, apesar de ter sido criada como um instrumento

de desenvolvimento, constituir-se-ia hoje em um dos grandes impeditivos.

Acrescentou que, se houver quem defenda a proibição de mineração em terras

indígenas devido à exploração do índio, eles precisarão defender o projeto sob o

ponto de vista da integridade do país e da riqueza de seu subsolo, ao lado da

preservação da cultura indígena. O Sr. Ministro sugeriu que se fizesse uma

reunião específica para discutir esses aspectos mencionados pela Deputada em

outra oportunidade. O Sr. Carlos Nogueira fez uma observação de que somente

CÂMARA DOS DEPUTADOS COMISSÃO DE MINAS E ENERGIA

Anexo II, Pavimento Térreo, Ala C, Sala 60

CEP 70160-900 Telefones: (61) 3216-6712/6713/6714 FAX: 3216-6720

se conheciam 9% do território nacional, em termos de potencial geológico,

especialmente na Amazônia e, ainda, que muitas vezes as reservas indígenas não

eram conhecidas porque a Funai não permitia que se entrasse nelas. Ele informou

que o último evento geológico de que se tinha notícia seria Carajás, que fora

descoberto antes de 1970. A Deputada Bel Mesquita enfatizou a necessidade de

se passar o conhecimento técnico para os Deputados, a fim de prepará-los para

defender o Projeto. O Consultor Legislativo, Sr. Gerobal Guimarães, afirmou que o

Ministro tem autoridade para cancelar licenças de lavra que não atendessem ao

interesse nacional; também sugeriu que se resgatasse um trabalho que havia sido

feito, no âmbito do Congresso Nacional, sobre o Estatuto do Índio, para o qual

foram realizadas Audiências Públicas e foram ouvidos índios, indigenistas e

autoridades do Poder Executivo. O Sr. Consultor disse, ainda, que a CFEM não é

o imposto sobre a mineração e sim o ICMS; que haveria Estado cobrando 35% de

ICMS sobre projetos de mineração e de energia; que os recursos da CFEM

deveriam ser destinados à União que, por sua vez, resolveu distribuir tais recursos

entre Estados e Municípios. O Sr. Cláudio Scliar ponderou que todas as cidades

mineradoras sofrem com a incidência da lei Kandir e não com a CFEM; que o

papel fundamental da CFEM seria fundamentar as políticas energéticas dos

Estados e Municípios; que o maior problema do Ministério seria a judicialização e

que, por tal razão, a outorga on-line seria vital para o bom andamento dos

procedimentos necessários à lavra, assim como a modernização da legislação.

Também acrescentou que, do ponto de vista governamental, seria necessário um

DNPM mais qualificado e dotado de pessoal capacitado para as mudanças que se

fazem necessárias à modernização do setor mineral. O Deputado Vitor Penido

indagou ao Ministro se o DNPM seria o órgão mais importante na função

fiscalizatória do setor ou se melhor seria deixá-lo a cargo da função de regulação.

O Sr. Ministro respondeu que o DNPM teria mais um perfil de agência, carecendo

de blindagem para exercer mais fortemente este papel, capacitando o setor na

atração de novos investimentos. O Dr. Gerobal fez uma observação sobre a

CÂMARA DOS DEPUTADOS COMISSÃO DE MINAS E ENERGIA

Anexo II, Pavimento Térreo, Ala C, Sala 60

CEP 70160-900 Telefones: (61) 3216-6712/6713/6714 FAX: 3216-6720

necessidade de se ter bastante cuidado com a alteração do Código de Mineração,

pois o excesso de emendas poderia descaracterizá-lo. ENCERRAMENTO: Nada

mais tendo havido a tratar, o Senhor Coordenador encerrou a reunião às quinze

horas e vinte e cinco minutos. E, para constar, eu, _______________ Damaci

Pires de Miranda, Secretária, lavrei a presente Ata, que, depois de lida e

aprovada, será assinada pelo Coordenador do Grupo de Trabalho nº 2 – Recursos

Minerais, _______________ Deputado Vítor Penido. Em todas as reuniões, após

a apresentação dos convidados, a palavra era franqueada para que os presentes

tecessem considerações sobre a abordagem feita pelo convidado e sobre

assuntos pertinentes.

III – CONSIDERAÇÕES

Embora a escolha dos palestrantes tenha sido consensual, as

declarações de cada um, individualmente, lembram o adágio latino “quot

homines, tot sententiae” ou “quot capita, tot sensus” ao constatar-se que

houve enorme dispersão de sugestões e diagnósticos.

Tal aspecto não invalida as reuniões, tendo em vista que foi

coletado material suficiente para que esta Comissão de Minas e Energia se

debruce sobre ele, buscando aprofundar cada aspecto em particular.

Não obstante as assertivas acima, houve um consenso: o setor

mineral é o “patinho feio” da estrutura governamental. Ex-Ministros e o atual

Ministro de Minas e Energia convergiram, ao relatar que, por ser tamanha a

complexidade do setor de energia, pouco tempo sobra para o setor mineral.

A decorrência, nesse caso, seria a de desmembrar o Ministério de

Minas e Energia em Ministério de Minas e Ministério de Energia, resultando daí,

segundo alguns palestrantes, dois ministérios fortes e importantes, pelo menos

mais importantes que muitos dos ministérios existentes.

CÂMARA DOS DEPUTADOS COMISSÃO DE MINAS E ENERGIA

Anexo II, Pavimento Térreo, Ala C, Sala 60

CEP 70160-900 Telefones: (61) 3216-6712/6713/6714 FAX: 3216-6720

Observou-se que foi montada uma estrutura dentro do Ministério de

Minas e Energia – Secretaria de Geologia, Mineração e Transformação Mineral –,

que comporta nada menos que quatro diretorias e cinco coordenações, restando

ao DNPM e à CPRM um papel de coadjuvantes, no âmbito do Ministério.

Insistiu-se no ponto de que o DNPM, após longo jejum, de mais de

trinta anos, vem contratando pessoal para o preenchimento de seus cargos. O que

se vê é que, dividido irmãmente, o número de geólogos para cada Estado não

passaria de meia dúzia; quantidade esta que, para Estados como Minas Gerais,

São Paulo, Bahia, etc. seria irrisória. No primeiro caso, cada geólogo seria

responsável pela fiscalização e acompanhamento das atividades de pesquisa

mineral em cerca de duzentos Municípios!

O caso dos engenheiros de minas é muito mais grave.

Concluiu-se que a dedicação do DNPM em fiscalizar o

recolhimento da CFEM não encerra objetivo de concorrer com a Secretaria da

Receita Federal, mas de realizar alguma coisa que esteja a seu alcance, visto que

diárias, passagens e toda a infra-estrutura necessária têm sido negadas àquele

Departamento.

As tentativas de comparação da estrutura tributária brasileira com a

de outros países esbarram em muitos aspectos diferentes. O empresário nacional,

além de enfrentar uma carga ímpar no mundo, vê-se obrigado a arcar com os

custos do treinamento de mão-de-obra, de implantação de infra-estrutura, com as

demoras causadas pela chamada “prepotência de guichê”3 e por legislações

excessivamente intrincadas. Estas são alheias à legislação mineral que muitos

querem ver alteradas. Diagnostica-se que o emperramento dá-se fora do âmbito

da mineração.

De qualquer maneira, ficou claro que a culpa pela existência de

gargalos na mineração não está na legislação, mas na sua aplicação, ou, como

3 Denomina-se “prepotência de guichê” à mania de nossos atendentes de sobreporem-se às leis e às normasvigentes ou criá-las ao sabor do próprio estado de espírito

CÂMARA DOS DEPUTADOS COMISSÃO DE MINAS E ENERGIA

Anexo II, Pavimento Térreo, Ala C, Sala 60

CEP 70160-900 Telefones: (61) 3216-6712/6713/6714 FAX: 3216-6720

diriam os norte-americanos: “the singer, not the song.” Não é a música, mas o

cantor que, por diversos motivos, muitos dos quais lhe são estranhos, desafina.

O abandono do carvão mineral e sua degradação no âmbito dos

energéticos não advêm de suas características, mas de uma visão distorcida e

imposta por pessoas leigas ao assunto. Como esclareceu o Engenheiro Zancan,

em sua palestra, a lavra, o beneficiamento e a utilização do carvão mineral podem

dar-se em condições de respeito ao meio ambiente, em observação a preceitos

tecnológicos e científicos. Países como China e Estados Unidos utilizam-se de

carvões minerais na escala do bilhão de toneladas a cada ano e não têm sido

crucificados por assim agirem.

Das palestras ouvidas, pode-se concluir que o aproveitamento de

certos bens minerais poderia ser feito sob a outorga, fiscalização e controle de

Estados e Municípios, com pequenos ajustes (PEC) no texto constitucional (Art.

176), ou por meio de lei complementar (art. 23).

Tal não consistiria em inovação, uma vez que o Código de Águas

já, de há muito, previa a interação das unidades da federação nessas situações.

Palestrantes assinalaram que, a rigor, não há terras indígenas e,

sim, terras habitadas pelos índios, cabendo ao legislador 3 Denomina-se

“prepotência de guichê” à mania de nossos atendentes de sobreporem-se às leis e

às normas vigentes ou criá-las ao sabor do próprio estado de espírito estabelecer

as regras de convivência, levando em conta o grau de relacionamento com o não-

índio, e as peculiaridades de cada região, tribo e meio ambiente.

O Departamento Nacional de Produção Mineral já é uma autarquia

reguladora e aplicadora da legislação mineral. Seu status é o de uma agência

plena. Mudar-lhe o nome de Departamento para Agência serviria tão somente

para jogá-lo mais e mais no esquecimento e ostracismo, uma vez que a sigla

DNPM é conhecida em tudo o mundo.

CÂMARA DOS DEPUTADOS COMISSÃO DE MINAS E ENERGIA

Anexo II, Pavimento Térreo, Ala C, Sala 60

CEP 70160-900 Telefones: (61) 3216-6712/6713/6714 FAX: 3216-6720

IV – CONCLUSÕES

Conforme se propôs o Grupo 2 – Recursos Minerais, a CME já

pode realizar as audiências ou um seminário, comportando vários painéis, para

que todos os integrantes da Comissão participem de uma avaliação do setor

mineral como um todo, das regras para a realização da mineração em terra

indígena, da sua reestruturação organizacional, da retomada da utilização ótima

do carvão mineral e do alçamento da mineração e da geologia a um grau elevado

de importância e prioridade.

Do ponto de vista de legislação, há que se adaptar o Código de

Mineração para que documentos sejam recebidos e diplomas sejam expedidos on

line.

Há necessidade de dotar o DNPM de maior força para coibir os

abusos e obrigar os titulares a seguirem o plano de pesquisa e o de bom

aproveitamento.

Há, ainda, que ensejar as competências concorrentes de Estados e

Municípios, para que fiscalizem, registrem e acompanhem as concessões de

direitos de pesquisa e exploração de recursos minerais em seus territórios.

De igual forma, há que se estudar a procedência em alterar a

Constituição Federal para propiciar aos Estados e Municípios que autorizem

pesquisa e concedam lavra de algumas substâncias de importância local.

A mineração em terras indígenas deve merecer atenção imediata,

eis que, das poucas unanimidades encontradas nas conversas mantidas com os

convidados e com especialistas do setor, foi a de que, para o caso em questão, é

preferível uma lei com algumas lacunas à não-lei.

No geral, todos os que foram ouvidos externaram a preocupação

com a estabilidade das normas e regulamentos que gerem o setor mineral,

lembrando que muitas jazidas são exploradas por períodos não raramente

CÂMARA DOS DEPUTADOS COMISSÃO DE MINAS E ENERGIA

Anexo II, Pavimento Térreo, Ala C, Sala 60

CEP 70160-900 Telefones: (61) 3216-6712/6713/6714 FAX: 3216-6720

superiores ao milênio, não resistindo, pois, sua viabilidade a bruscas alterações

legais e tributárias.

O distanciamento do DNPM e da CPRM e, de resto, da ANP e da

Aneel do nível maior de decisão – Ministro de Estado, pela interposição de

secretarias exageradamente amplas, resulta em enfraquecimento daquelas

instituições, com esmaecimento de todos os setores envolvidos.

Este é um dos assuntos que estão ao aguardo de iniciativas da

Comissão de Minas e Energia.

Brasília, de de 2007

Deputado Vitor Penido

Coordenador