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IX JORNADA do HISTEDBR * UFPA * Belém-PA, de 07 a 09/07/2010 Grupo de Estudos e Pesquisas “História, Sociedade e Educação no Brasil” 1

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IX JORNADA do HISTEDBR * UFPA * Belém-PA, de 07 a 09/07/2010

Grupo de Estudos e Pesquisas “História, Sociedade e Educação no Brasil” 1

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HISTÓRIA, EDUCAÇÃO E MEMÓRIA DA EDUCAÇÃO DO CAMPO DA AMAZÔNIA PARAENSE

NEILA SILVA REIS *Universidade Federal do Pará[email protected]

O trabalho objetiva apresentar um breve pontuar sobre de pesquisa de campo com fontes históricas daeducação paraense em escolas de Localidades Rurais no nordeste – Castanhal e Santa Izabel e naTransamazônica, região oeste, entre Municípios de Altamira e Uruará, com recorte para Medicilândia eUruará.Para este trabalho reflexão sobre algumas Escolas rurais do Município de Santa Izabel do Pará. Ametodologia utilizada é a análise documental e pesquisa de campo. Os principais resultados da pesquisa,até o momento, estão organizados, preliminarmente, na forma de Catálogo de Fontes Históricas daEducação das Escolas do Campo no nordeste e transamazônica paraense, em Caderno de Fotografias,para futura socialização por meio de CD-rom. Está presente na sua organização, depoimentos deentrevistados e sinopse de fontes documentais de instituições públicas e privadas, visitadas e catalogadas,como: Secretaria Municipal de Educação de Castanhal e Santa Izabel do Pará, Uruará e Medicilândia,Secretaria Executiva do Estado –SEDUC, Conselho Estadual de Educação – CEE, Instituto de Colonizaçãoe Reforma Agrária – INCRA, Associação Regional das Casas Familiares Rurais – ARCARFAR, CENTUR eUFPA e de entrevistas de atores sociais, como: professores e algumas lideranças locais e regionais.

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A EDUCAÇÃO DO CORPO E O MÉTODO NATURAL DE GEORGES HÉBERT NAS DÉCADAS DE30 E 40.

EDILSON LAURENTINO DOS SANTOS*Universidade Federal de Pernambuco

[email protected]

A presente pesquisa pretende analisar as influências e contribuições para a educação brasileira, do MétodoNatural de Educação Física, idealizado pelo educador francês Georges Hébert, na primeira metade doséculo XX. Utilizaremos a Teoria do Processo Civilizador de Norbert Elias, buscando analisar/interpretar asmudanças ocorridas na configuração da Educação Física brasileira, a partir de um período histórico, quecorresponde à constituição e o reconhecimento da mesma como área do conhecimento na história daeducação no Brasil. Poderemos considerar o período entre 1900, onde os primeiros discursos pedagógicossobre Educação Física são vinculados a questões médico-higienistas e as aulas não eram vistas comoparte do trabalho da escola, até 1961, quando a nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional tornaobrigatória a Educação Física no ensino primário. Neste período também ocorreram influências de váriasmetodologias de ensino oriundas da Europa, como por exemplo, os métodos educacionais de ginásticasueca, francesa, alemã, dinamarquesa e calistenia, que foram aplicadas nas escolas brasileiras e serviramde base para constituir e configurar a Educação Física como a conhecemos hoje. Para isso analisaremosas fontes documentais, definindo um marco temporal entre as décadas de 30 e 40, e dentre elas as própriasobras de George Hébert, como também as leis vigentes no período, livros, revistas e artigos disponíveis noBrasil. Consideramos que esta pesquisa possibilitará uma discussão teórica e conceitual bastantesignificativa, pelo fato da mesma trazer em seu objeto de estudo referências diversas, que proporcionarádialogar com outras áreas do conhecimento, para além da Educação e da Educação Física, como porexemplo, a Sociologia, a História, a Filosofia, dentre outras. Acreditamos também que a mesma nosproporcionará uma maior aproximação com a Teoria do Método Natural de Georges Hébert, onde estasdescobertas servirão para ampliar o referencial teórico e de pesquisa na História da Educação e daEducação Física brasileira.

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A IBÉRIA SOB OLHAR DA PERIFERIA: ESCRAVIDÃO, UTOPIA E INSTRUÇÃO EM MANOELBOMFIM

JEAN CARLO CARVALHO COSTA*Universidade Federal da Paraiba

[email protected]

AMANDA GALVÍNCIO SOUSAUniversidade Federal da [email protected]

MAÍRA LEWTCHUK ESPINDOLAUniversidade Federal da Paraíba

[email protected]

O período da escravidão é entendido por alguns intelectuais brasileiros do século XIX e início do XX, comoum momento “torpe” da nossa história, reconfigurado via Abolição, no entanto, ainda persistente, no períodopós-escravocrata. Dentre estes, é destaque Manoel Bomfim (1868-1932), e o seu “A América Latina: malesde origens”, texto, à época, considerado anti-imperialista e anti-globalização, escrito em 1905. Nessa obra,Bomfim argumenta que o trabalho escravo, implantado na América do Sul, pelas metrópoles Ibéricas, estavaestreitamente ligado ao processo parasitário dessas nações em suas colônias, sugerindo uma sui generisteoria evolutiva que o justificava. A nosso ver, a tese bomfiniana do “parasitismo social” pode serconsiderada central na obra desse autor, pois é a partir dessa metáfora, que ele elabora uma interpretaçãoancorada nas noções de dominador e dominado, tendo a ela subjacente a idéia de compreender osprocessos formadores da nacionalidade dessas sociedades e basilar do elemento transformador e deruptura com a tradição ibérica que deveria caracterizar a dinâmica brasileira, presentificando, àquelemomento, debate histórico contemporâneo, sobre as relações entre a América Latina e a Ibéria. O seudiagnóstico do atraso é alicerçado por esse processo parasitário que caracteriza o processo civilizadoribérico e que tem na instituição escravocrata a sua origem. A condição imposta pelo trabalho escravo gerou,assim, efeitos desastrosos para formação dessas nações, trazendo à baila implicações históricasperniciosas, em especial, políticas e sociais. A esse diagnóstico, a interpretação de Manoel Bomfim gestouuma inovadora compreensão do caráter emancipatório da educação, confundindo-se, àquele momento, comas ambigüidades políticas e sociais que identificavam o processo de modernização. Dessa forma, oargumento dessa intervenção é a idéia de que esses “efeitos gerais” causados pelo parasitismo ibérico,posteriormente, influenciaram o descompasso existente entre as nações Sul- Américas e as naçõesdenominadas “adiantadas”, sendo a educação o diagnóstico que minimizaria esse hiato. O texto bomfinianodesdobra-se, por um lado, em elemento utópico associado à educação que alimenta as geraçõescontemporâneas e, por outro, nos convida a re-pensar a não consolidada dialogicidade política e culturalque democratizaria ainda mais as relações entre Brasil e Ibéria.

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A INSTITUCIONALIZAÇÃO DO ENSINO NO ESTADO DO PARÁ E AS REFORMAS EDUCATIVASMATERIZALIZADA NOS GRUPOS ESCOLARES

RENATO PINHEIRO COSTA *UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ

[email protected]

PAULO SÉRGIO ALMEIDA CORRÊAUniversidade Federal do Pará

[email protected]

Analisando o interior do contexto da educação paraense percebe-se que sua trajetória iniciada ainda noperíodo colonial sofreu muitas mudanças, mas as principais características de sua estrutura pautada naorganização do Estado ainda hoje são perceptíveis na organização do ensino desenvolvida nas escolaspertencentes a sua rede. Deste modo o presente trabalho que objetiva atualizar a discussão em torno docontexto das reformas educativas na primeira republica e suas implicações para a organização do sistemade ensino do Pará, amparado na pesquisa sobre os Grupos Escolares entre o início do século XIX e final doséculo XX, visa também, refletir a presença das instituições de ensino na organização social, cultural,curricular, política, paisagística dos municípios que compõem o Estado. Neste sentido serão exploradasfontes como mensagens de governos, artigos científicos, periódicos, livros e iconografias, a fim deevidenciar que essas unidades federadas do sistema educacional foram se desenvolvendo simultaneamentea organização do Estado Republicano, ou seja, à medida que o Estado era construído, as instituições deensino iam sendo implantadas, até mesmo, como meio de legitimar a forma de governo assunta ao poder.Destarte, a investigação toma com método a pesquisa bibliográfica e documental a fim de fundamentar osdados de sua produção. Como forma de estruturar tal investigação questiona: Como se efetivou a inserçãodos Grupos Escolares no sistema de ensino do Pará e que implicações trouxeram à estrutura social dessaunidade federada segundo os Discursos Governamentais? O programa educacional do Estado do Paráacompanhou o mesmo projeto desenvolvido pelo Governo Republicano? O desenvolvimento da políticaeducacional do Estado do Pará atendia a algum principio ideológico político? A difusão do sistema de ensinonos municípios do Estado do Pará, com a construção de Grupos Escolares e nomeação de professores,atendia a algum programa governamental, ou acompanhava as necessidades educacionais da população?

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A INTRODUÇÃO DA RACIONALIDADE CIENTÍFICA NA PRODUÇÃO E NA EDUCAÇÃO EM SÃOPAULO

MANOEL NELITO MATHEUS NASCIMENTO *Centro Universitário Salesiano - UNISAL

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Este trabalho analisa o processo de introdução da racionalidade científica na produção e na educação noEstado de São Paulo nas décadas iniciais do século XX. Empresários e intelectuais promoveram aintrodução dos princípios tayloristas no Brasil, na produção e formação técnico-profissional. Aracionalização das atividades humanas associada ao uso de métodos e instrumentos da higiene, fisiologia epsicologia visava ter o homem certo no lugar certo com vista a obter o máximo de produtividade. Nasescolas técnicas foram introduzidos os testes de seleção ou provas psicotécnicas com a finalidade declassificação dos alunos de acordo com as aptidões requeridas pela indústria. Como forma de ampliar ocontrole da classe trabalhadora e aumentar a produtividade foram desenvolvidas experiências na EscolaProfissional de Mecânica (EPM) e no Serviço de Ensino e Seleção Profissional (SESP), organizado pelaEstrada de Ferro Sorocabana em 1930. Os responsáveis pelas atividades desenvolvidas em torno dainstrução racional e do movimento pela administração científica se organizaram e fundaram em 1931, o“Instituto de Organização Racional do Trabalho – IDORT”. Em 1934 o Centro Ferroviário de Ensino eSeleção Profissional (CFESP) foi criado por decreto estadual, e constituído pelas ferrovias e pelo Governodo Estado de São Paulo. O avanço na aplicação da Organização Científica do Trabalho no ensino técnicoprovocou, ao longo da década de 1920, o debate sobre a qualificação do trabalhador, contrapondo duasposições. Uma representada pelos defensores da formação integral do operário e outra, dos liberaisreformadores e dos educadores da renovação educacional que defendiam a racionalização da educação.No início da década de 1930, a hegemonia dos liberais reformadores e dos educadores da renovaçãoeducacional possibilitou que as contribuições de Roberto Mange fossem introduzidas na rede pública deensino profissional através do Código de Educação implantado por Fernando de Azevedo em 1933. Oprocesso de racionalização da formação técnico-profissional se consolidou em 1942, com a Lei Orgânica doEnsino Industrial, que organizou um sistema de ensino profissional para a indústria e a criação do ServiçoNacional de Aprendizagem Industrial – SENAI, transferindo para o setor privado a responsabilidade pelaformação e qualificação da mão-de-obra necessária para a expansão da industrialização.

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A PRODUÇÃO DE CONHECIMENTO ACADÊMICO NA DÉCADA DE 1990: UMA REALIDADECOMPLEXA SOB A LÓGICA DIALÉTICA

JANE MARIA SANTOS *Universidade Federal de Uberlândia

[email protected]

CARLOS ALBERTO LUCENAUniversidade Federal de Uberlândia

[email protected]

FABIANE SANTANA PREVITALLIUniversidade Federal de Uberlândia

[email protected]

O estudo aqui apresentado é fruto de reflexões e debates desenvolvidos a partir da temática “História,trabalho e Educação”. Nessa perspectiva, possui como objetivo, problematizar dialeticamente ascontradições da produção de conhecimento científico na universidade a partir da década de 1990,contextualizado pela atual formação econômico-social, na qual impera o modo de produção capitalista esuas respectivas tendências mercadológicas, que por sua vez, são transpostas para a esfera educacional.Nesse sentido, a partir do referencial teórico-metodológico norteado pelo materialismo histórico dialético,focado nas mudanças sócio-econômicas que dinamizam as relações sociais, desenvolve-se aconcretização deste trabalho, no intuito contribuir para com a reflexão e o entendimento da relação entre aprodução científica e a sociedade capitalista delineada pelas mudanças sociais, políticas e econômicasocorridas a partir da década de 1990. Para isso foi realizada uma pesquisa bibliográfica das principaiscontribuições teóricas que dissertam sobre essa temática, que subsidiaram a tentativa de compreender aprodução de conhecimento acadêmico, a partir de uma percepção materialista e histórica deste objeto. Comisso, os pesquisadores da universidade, ou “produtores de conhecimento”, de maneira consciente ouinconsciente em relação à lógica mercadológica da produtividade intelectual que lhes é imposta, são levadosa perceber que suas possibilidades concretas de sobrevivência econômica, bem como de visibilidade e/oustatus, perpassam pela elaboração de “produtos” vendáveis, não em razão do conteúdo em si, mas de suaaplicabilidade imediata. Em síntese, essas reflexões demonstraram que, a produção de conhecimento nauniversidade atual implica no desenvolvimento de condições cada vez mais abrangentes, de garantir areprodutibilidade do capital, que por sua vez somente se concretiza via reprodução da força de trabalho.Com as discussões aqui desenvolvidas foi possível depreender que se tratou de mais uma tentativa deanalisar uma das pontas de um iceberg gigantesco, que por sua vez demanda estudos minuciosos, nosquais é possível se lançar o desafio de pensar e repensar sobre a produção do conhecimento no seu berço,que por sua vez é polêmico e tendencioso: a universidade.

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A RELAÇÃO PROFESSOR-ALUNO NA CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO: ESTUDO DECASO NO INSTITUTO BOM PASTOR

JESSICA ANDREZA SANTOS *

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O presente estudo teve como objetivo identificar como se dão as relações professor-alunona construção do conhecimento por parte dos alunos e professores da escolaInstituto Bom Pastor. Para desenvolver a pesquisa a metodologia do trabalho foidesenvolvida através do uso de recursos bibliográficos e observação direta no localescolhido para se realizar a investigação, com alunos e professores da 2º série doEnsino Médio durante as aulas de Sociologia cedidas pela professora da turma.Dentre os procedimentos metodológicos foi feita coleta de dados com dois modelosde questionários, um para os professores, outro para os alunos com perguntasfechadas e abertas, e em seguida esses dados foram analisados com base nosreferenciais teóricos desenvolvidos no decorrer do trabalho. O trabalho buscourefletir acerca dos dados obtidos, verificou-se que tanto os alunos quanto osprofessores, percebem a importância de se construir uma boa relação para umdesenvolvimento positivo do processo de ensino-aprendizagem; entretanto osmesmos atores divergem na idéia de que se tenha na prática uma relação dediálogo e compreensão entre esses sujeitos. Do ponto de vista dos alunos essarelação ainda é conflituosa tornando-se um complicador a construção doconhecimento.Palavras-chaves:

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ANÁLISE DO CONTEÚDO DA HISTÓRIA DE CANUDOS NO LIVRO DIDÁTICO DISTRIBUÍDO NAESCOLA PÚBLICA

EUDES MATA VIDAL *Universidade do Estado da Bahia

[email protected]

GLAUCIA SILVA MOURAUNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA

[email protected]

(autor) Eudes Mata Vidal (Mestrando - PPGEDUC -UNEB)(Co-autora)Glaucia Silva de Moura (Mestranda - PPGEDUC-UNEB-CAPES)

A presente pesquisa é resultado da monografia de conclusão do curso de Pedagogia no ano de 2007, naUniversidade do Estado da Bahia (UNEB) e teve como objetivo discutir, analisar e criticar sobre o tipo deideologias subjacentes ao texto sobre a história de Canudos registrado no livro didático da escola pública.Neste trabelho é abordado os conceitos de tempo, narração e periodização para se entender a construçãoda ciência histórica e sua divulgação através da pesquisa e do ensino de História por entender aimportância destes conceitos para fundamentar o conhecimento histórico elaborado em diferentes épocasda humanidade e principalmente na construção dessa aera do conhecimento no Brasil do século XVIII e XIX.Este último período marca a época do surgimento do arrial de Canudos. Sobre o ensino da ciência história apartir do final do século XIX, se discute como no Brasil seu ensino foi sendo influenciado pelas concepçõespedagógica e os interesses políticos que repercutiam no tipo de história a ser ensinada para as populações.Este trabalho também traz marcante história de Canudos e sua peregrinação pelos sertões do nordestebrasileiro, tratando de historicizar brevemente todo seu processo. Finalizando com a discussão dasexpedições contra Canudos e o seu grande impacto na sociedade brasileira, visto que sua proposta desociedade, construída por seu líder Antônio Conselheiro juntamente com seus seguidores, osconselheiristas, tornou-se causa de grande terror para a classe dominante da época. Situação que levou ogoverno a confrontar-se contra os conselheiristas até a destruição total de Canudos. Por fim, sãoanalisados a partir da abordagem metodológica pós-estruturalista, Análise de Conteúdo, para secompreender como os livros didáticos distribuídos na escola pública registram a história de Canudos e qualas ideologias que embazam o conhecimento sobre esse acontecimento e a crítica sobre o discurso textual eseu impacto para a construção social e política dos sujeitos em formação nas escolas públicas. Para estetrabalho foram usados Marco Antonio Villa, José Calasans, Euclides da Cunha que trazem registros eanalises sobre Canudos. Marilena Chauí e sua discussão sobre ideologia. Laurence Bardin e a discussãosobre análise de Conteúdo e os livros didáticos distribuídos em Escolas Estaduais de Salvador, entre osanos 2000 E 2007.

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AS CONTRIBUIÇÕES DE JOHN LOCKE NO PENSAMENTO EDUCACIONAL CONTEMPORÂNEO

TERESA KAZUKO TERUYA *Universidade de [email protected]

ALINE MONIQUE CARVALHOISAL-Instituto Superior de Educação da América Latina

[email protected]

MÁRCIA GOMES ELEUTÉRIO DA LUZUniversidade Estadual de Maringá

[email protected]

Este artigo analisa as contribuições de John Locke, o pai do empirismo britânico, no pensamentoeducacional contemporâneo. Para situar o pensamento de Locke, recorremos a uma breve biografia, aosacontecimentos históricos do século XVII e relações entre a educação e o empirismo, em uma perspectivahistórica. Esse pensador expressou idéias acerca da educação para seu tempo e, no entanto, aindainfluencia o ensino da escola contemporânea brasileira. Uma das grandes contribuições de John Locke parao pensamento liberal é a sua concepção de libertar o homem para ações de diversas ordens, desde queesse tenha conhecimento, disciplina mental e física para responder às exigências da sociedade burguesa.Concluímos que o ideário liberal de Locke está presente nos diversos segmentos de nossa sociedade queatribuem à educação contemporânea uma possibilidade de alcançar o mérito e a ascensão social.

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AS LIÇÕES CÍVICAS DE BORGES DOS REIS NO LIVRO DIDÁTICO

MARIA CRISTINA DANTAS PINA *Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia

[email protected]

JOAQUIM ANTONIO DE NOVAIS FILHOUniversidade Estadual do Sudoeste da Bahia

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O objetivo deste texto é analisar o sentido da história pátria construída por Antônio Alexandre Borges dosReis, no seu livro didático “A Grande Pátria Brazileira”, publicado em 1917 para ser utilizado no ensinoprimário. Professor do ginásio da Bahia, editor e autor de manuais didáticos desde os anos finais do séculoXIX, Borges dos Reis também publicou na revista do Instituto Geográfico e Histórico da Bahia artigos sobreos indígenas da Bahia e sobre a catequese e os jesuítas. A intenção neste trabalho é entender obra/autorno seu contexto de produção e identificar no discurso didático os caminhos de construção de tradiçõescívicas e patrióticas escolhidas para serem lembradas pela juventude brasileira. Para tanto, recorremos aanálise do conteúdo da obra, relacionando-o com referências bibliográficas (HOBSBAWN, E. & RANGER, T.(2002);ANDERSON, B. (2008); BITTENCOURT, C. (2007); FONSECA, T. N. de L. (2004), dentre outros).Inicialmente apresentamos os capítulos e o caminho percorrido pelo autor na narrativa da história brasileira,identificando os elementos simbólicos e conceituais que fundamentam sua visão de história e de mundo. Emseguida analisamos o rol de personagens por ele citados e descritos, homens considerados dignos delembrança, que é matéria do último capítulo, no sentido de entender as escolhas e justificativas do autor naseleção exposta sobre a temática. O exame de “A Grande Patria Brazileira” confirma a relação entrememória e nação identificado nos livros didáticos de história deste período. Neste livro especificamente,essa relação evidencia-se na seleção do que é considerado digno de ser lembrado e repetido. Confirmandoseu papel na manutenção e difusão de discursos nacionalistas a obra apresenta uma narrativa que delimitaum território onde se desenrola a história da nação. História que transmite a idéia de coletividade eharmonia, logo, os conflitos de classes ou de raça quando não são habilmente substituídos aparecemdistantes de suas repercussões sociais mais profundas, e tem seus beneméritos líderes destacados eapontados como modelo cívico. A narrativa de Borges dos Reis, ao elencar os modelos que a mocidade dagrande pátria brasileira deve seguir, deixa de fora uma série de personalidades que não seriam adequadas asua apresentação de uma sociedade harmônica. Mesmo personalidades cultuadas pelo movimentorepublicano histórico, como Tiradentes e Frei Caneca, não aparecem de forma destacada no livro de Borgesdos Reis. Fica então a questão do engajamento e envolvimento do autor com o movimento republicano naBahia. A obra analisada nos faz considerar que Borges dos Reis defendeu um republicanismo específico.

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CONTRADIÇÕES ENTRE GLOBALIZAÇÃO E EDUCAÇÃO FORMAL BRASILEIRA: CONTEXTOSHISTÓRICOS E POLÍTICOS

RENATA LOPES DA SILVA *Faculdade de Telêmaco Borba

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A análise dos processos de mudança engendrados no contexto histórico, político e produtivo da sociedadebrasileira são necessárias a fim de revelar suas contradições. O presente texto discute a problemática quefundamenta a necessidade de contínuas investigações sobre a complexidade histórica do presente, arealidade contraditória em que a Educação está posta, bem como essa Educação pode ser entendida etransformada no contexto sócio-histórico e assumir uma postura contrária à lógica do capital. Abordamos opapel da globalização e do “globalitarismo” termo cunhado por Milton Santos, fazendo um paralelo com aEducação formal brasileira contemporânea. Alicerçados nos pressupostos teórico-metodológicos da teoriamarxiana, situamos a problemática no contexto macroestrutural, relacionando-a com as particularidades dosconceitos estudados, buscando fazer um paralelo com a totalidade, a luta de classes, a contradição e ahegemonia. Utilizamo-nos de fontes primárias dos teóricos que embasam a presente análise. O presentetrabalho é resultado das análises empreendidas ao longo do Mestrado em Educação, desenvolvido naUniversidade Estadual de Ponta Grossa-UEPG, sob a orientação da professora Doutora Maria Isabel MouraNascimento. O texto aponta a relevância do estudo do contexto histórico e político em que a Educaçãoformal brasileira está posta, fornece subsídios analíticos para o entendimento deste contexto históricocontemporâneo em que se encontram as políticas voltadas para a Educação formal brasileira e em que sãopostuladas discussões sobre a sua transformação. Ressalta também a necessidade do enfrentamentoteórico e metodológico voltado para o debate sobre a história da educação, da sociedade brasileiracontemporânea, da educação formal brasileira e das políticas educacionais.

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CONTRAPONTO ENTRE AS POLITICAS PUBLICAS LIBERAIS PARA EDUCAÇÃO E A TEORIALIBERTARIA: UM PENSAR SOBRE EDUCAÇÃO INTEGRAL

CAREN VICTORINO RÉGIS *Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro

[email protected]

LUIZ RENATO DIAS GOMES PADILHAUniversidade Federal do Estado do Rio de Janeiro

[email protected]

Buscamos articular nesse artigo como o estado neoliberal se apropria de bandeiras históricas dosmovimentos sociais (nesse caso o libertário) para construir suas políticas publicas em beneficio daburguesia com um discurso ameno que possa vir a agradar o proletariado que em meio a necessidade dosacrifício do seu cotidiano se vêem “de mãos atadas” e acabam por se contentar com políticasassistencialistas por parte do governo. Trabalhamos a questão da educação integral, como esta é tratadaatualmente pelo estado neoliberal e como foi pensada e praticada inicialmente pelos militantes socialistas etrabalhadores no inicio do século XX. Utilizamos como metodologia a leitura seguida de discussão dediversos escritos sobre a questão da educação integral levantada pelos anarquistas e articulamos com umdos projetos de lei que implementam a educação em tempo integral. Refletindo como essa teoria construídae consolidada no inicio do século XX é trabalhada pelo Estado nos dias de hoje. Pudemos perceber oquanto foi distorcida a teoria inicial para que pudesse ser adequada ao modelo de produção capitalista eservir ao sistema neoliberal.

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DE “TIO BIMBA” A “SR. QUADRO DE HONRA”: CONSIDERAÇÕES ACERCA DA EDUCAÇÃOFORMAL E NÃO FORMAL NAS OBRAS DE DALCIDIO JURANDIR

LETICIA SOUTO PANTOJA *Universidade Federal do pará

[email protected]

Por várias décadas, a historiografia da educação no Brasil, privilegiou pesquisas focadas no estudo dosfatos históricos considerados relevantes para a construção de um modelo de educação formal, escolar etutelada pelo Estado.Deixou-se de lado, a análise da ação cotidiana dos sujeitos sociais envolvidos nos fenômenos educativos ea reflexão sobre outros saberes adquiridos fora do ambiente escolar. As fontes de pesquisa, se limitavam adocumentos oficiais produzidos por entes do poder público, além de manuais pedagógicos cujos discursoseram legitimados em razão da postulada competência técnica.Hoje, no contexto de uma emergente historiografia preocupada em revisitar as múltiplas vivências daeducação, surgem estudos direcionados a novos objetos, abordagens e fontes de pesquisa.Assim, a educação articulada fora do espaço escolar e envolvendo práticas, saberes e conhecimentosoriundos principalmente das camadas populares, revela-se objeto fecundo para pesquisa.Por outro lado, a literatura, enquanto veículo discursivo que propaga certas percepções intencionais darealidade histórica e dos sujeitos sociais que a subscrevem, mostra-se fonte documental importante para seentender um pouco da realidade educacional em certo espaço-tempo. Nesta perspectiva, as vozes queecoam das narrativas deixam de ser vistas exclusivamente como relatos ficcionais, para serem apreendidasem seu caráter simbólico, ideológico e projetivo.As obras escritas pelo literato Dalcídio Jurandir, no Ciclo do Extremo Norte, se articulam a essa discussãopois permitem ao pesquisador local conhecer um pouco das representações a respeito da educação formale dos saberes não escolares difundidas na sociedade paraense, das décadas de 20 e 30, do século XX.Os escritos dalcidianos, permeados de evocações, memórias e descrições detalhadas dos valores quesustentavam certas imagens acerca da importância da escola e da escolarização para ‘ascender na vida’ e‘civilizar-se’, dão a conhecer outros discursos que implícita ou explicitamente asseguravam a diferenciaçãoentre o saber formal e outros saberes presentes à época citada.Pelo teor das narrativas se verifica que os segmentos aburguesados estabeleciam dicotomias entre aeducação formal e não formal, valorizando o saber escolarizado em detrimento de outras formas de sabercotidianamente articuladas entre a população mais pobre da capital do estado do Pará.Práticas habituais relacionadas ao aprendizado da medicina popular, pautadas no conhecimento do acervoherbário da região e apreendidas oralmente por diversas gerações; ofícios oriundos de artes ensinadas noespaço doméstico; práticas de sociabilidade em torno de danças e formas de lazer provenientes de antigastradições indígenas ou negras; fazeres culinários aprendidos no contato diário com os costumes deimigrantes que circulavam pela capital paraense; figuram entre aqueles conhecimentos havidos na região eque eram desprezados pelas camadas mais ricas da população.

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EDUCAÇÃO E MOVIMENTO OPERÁRIO NO BRASIL: A ORGANIZAÇÃO DOSTRABALHADORES DURANTE A REPÚBLICA VELHA.

MARCO ANTONIO OLIVEIRA GOMES*Universidade Federal de Rondô[email protected]

MAGALI REGINA BORDINRede Estadual de Ensino de São Paulo

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O objetivo deste trabalho é o de analisar a história do movimento operário em São Paulo e suasperspectivas de educação durante a República Velha. Apesar das dificuldades de organização, num contextode adversidades, como a repressão patronal e estatal, salários reduzidos e falta de qualquer direitotrabalhista assegurado, os trabalhadores não ficaram inertes e passivos, mas organizaram de diferentesformas através das correntes presentes no interior do movimento operário, tais como o socialismo,anarquismo e comunismo. O estudo desta trajetória, à luz do materialismo histórico, permite a compreensãoda importância dada a educação como forma de instrumentalização dos trabalhadores em sua luta comoclasse social.

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EDUCAÇÃO E TRABALHO: AS TRANSFORMAÇÕES OCORRIDAS NO PERFIL DOSTRABALHADORES MEDIANTE A EXPANSÃO DA AGROINDUSTRIA CANAVIEIRA NA REGIÃO

DO TRIÂNGULO MINEIRO PÓS 2000

CINVAL FILHO DOS REIS *Universidade Federal de Uberlândia

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O presente trabalho consiste numa pesquisa de mestrado em andamento, pertencente ao Programa dePós-Graduação em Educação da Universidade Federal de Uberlândia, no eixo “Políticas e Gestão emEducação. Busca analisar analisar, como as mudanças no mundo do trabalho, no que diz respeito àreestruturação produtiva e as novas relações interfirmas estão se relacionando com a formação da força detrabalho voltada para a indústria sucroalcooleira mediante a expansão da produção da monocultura decana-de-açúcar em Minas Gerais, na região do Triângulo Mineiro após a década de 2000. Haja visto queessa expansão está vinculada a uma política pública de produção de bicombustíveis, associada a umademanda internacional por busca de novos insumos. Assim, torna-se necessário problematizar a dimensãoeducacional deste processo em que pese à formação dos trabalhadores frente às inovações técnicas eorganizacionais que vem sendo implementadas na produção sucroalcooleira no triangulo mineiro.

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EDUCAÇÃO PARA O TRABALHO E PARA A CIVILIZAÇÃO NO PARÁ DA VIRADA DO SÉCULOXIX PARA O XX

FRANCIANE LACERDA *Universidade Federal do Pará

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Na virada do século XIX para o XX, o Estado do Pará experimenta mudanças econômicas importantes como apogeu e crise das exportações do látex, ao mesmo tempo em que ganha força e se constituem projetosde colonização agrícolas voltados para a criação de núcleos coloniais com migrantes nacionais eestrangeiros, objetivando-se ampliar e melhorar a agricultura do Estado. Nesse contexto, a educação para aformação de trabalhadores disciplinados, empenhados no amanho da terra e no amor à pátria seráfundamental. Esta comunicação partindo da experiência da implementação de escolas nos núcleos coloniaise do ideário educacional voltado para os grupos menos privilegiados da população, visa refletir sobre ossignificados da educação no Pará da virada do século XIX para o XX. Para tanto utilizo como referencial ocaminho indicado por Carlo Ginzburg, ao propor ao historiador possibilidades de compreensão da sociedadea partir de “indícios” individuais que podem revelar compreensões acerca da sociedade. As Fontes utilizadasna pesquisa são jornais correspondentes ao período, Relatórios e Mensagens do poderes públicosparaenses, discursos, e livro utilizado em escolas públicas do Pará do ano de 1898. A pesquisa permitecompreender os significados dados pelos poderes públicos paraenses a educação na virada do século XIXpara o XX, ao mesmo tempo em que permite entender as práticas sociais dos envolvidos nesse processotomando como referência especialmente os moradores dos núcleos coloniais e os jovens dos grupos menosprivilegiados.

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EDUCAÇÃO PROFISSIONAL COMO ESTRATÉGIA BURGUESA PARA A FORMAÇÃO DE UM“NOVO OPERÁRIO” BRASILEIRO: ANÁLISE DOS ANOS 1930 E 1940

ERALDO LEME BATISTA *Unicamp

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Neste texto analisaremos a questão da educação profissional no Brasil, nos anos 1930 e 1940, comoestratégia da burguesia industrial para a formação de um “novo” homem fabril, “novo” operário, quecontribuísse para a constituição de uma sociedade “harmônica”, sem “conflitos”, “sem classes” e de “pazsocial”, contribuindo para uma sociedade desenvolvida, industrial. Observamos que a burguesia industrial,criou o IDORT (Instituto de Organização Racional do Trabalho) com o objetivo de sistematizar e difundir suasidéias, principalmente as idéias pautadas na organização e racionalização do trabalho, sob orientação dospressupostos tayloristas. Tratava-se também de elaborar um projeto educacional profissional, comoestratégia para controlar a classe trabalhadora, exercer o controle sobre os mesmos, instrumentalizá-los eprepará-los para serem cidadãos dóceis e desprovidos das idéias que “contaminavam” a sociedade doperíodo. Para tanto fazia-se necessário também, contrapor-se as idéias socialistas, comunistas eanarquistas neste período histórico, o que a revista IDORT irá fazer muito bem, ao difundir no meio industriale na sociedade, a visão industrial de sociedade.Ao analisarmos os documentos do IDORT, fica evidente, que a preocupação fundamental com a educaçãoprofissional para a formação de trabalhadores “brasileiros” para a indústria, estava também ligada com apolítica de substituição dos trabalhadores estrangeiros, por trabalhadores brasileiros, pois esses não tinhamidéias “estranhas” (anarquismo, socialismo, comunismo). A educação profissional tinha um papelfundamental, segundo os membros do IDORT, para a constituição de uma sociedade sem conflitos, saudávele pelo consentimento de classe, orientando e disciplinando os trabalhadores. Conforme os próprios dizeresda revista de 1938 “ “Ordem, ordem, ordem! Disciplina, disciplina, disciplina! Educação, educação,educação! (...) É preciso educar o empregador. É preciso educar e disciplinar o operário. É precisoorganizar a empresa”. Neste período, estava em curso, a política de “banir” do chão da fábrica e do país(prisão, extradição, deportação) as lideranças políticas e sindicais, de origem européia. Entendemos queestava claro o projeto industrial burguês, que buscava a construção hegemônica de seu pensamento eprojeto nacional, buscando enfraquecer setores da economia agrário-exportador, bem como enfraquecer ostrabalhadores, cooptando, fragmentando e perseguindo lideranças sindicais, com apoio do Estado,principalmente no período do Estado Novo. Entendemos que o IDORT, foi o principal instrumento deelaboração, divulgação e defesa das idéias da burguesia industrial, neste período histórico.

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EDUCAÇÃO SUPERIOR, TRABALHO DOCENTE E CAPITALISMO NO BRASIL:PROBLEMATIZANDO O ENSINO À DISTÂNCIA (EÀD)

LALO WATANABE MINTO *Universidade Estadual de Campinas

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O trabalho pretende discutir as transformações no campo educacional brasileiro à luz da reestruturação domodo capitalista de produção na contemporaneidade. O enfoque do estudo é a educação superior e o papelnela exercido pelo Ensino à Distância, que se constitui numa das formas principais de adequação, hoje, docampo educacional brasileiro às determinações do capital e da acumulação em escala global. Nessesentido, analisam-se as consequências das políticas de ensino à distância na formação, nas relações detrabalho e nas relações entre o público e o privado na educação superior brasileira. O referencial teórico-metodológico utilizado é o marxismo.As principais conclusões do trabalho são as de que: 1) o ensino à distância tornou-se, hoje, a principalfronteira de expansão dos negócios privados na educação superior brasileira, nas suas várias dimensões:educação-serviço, educação-insumo para o capital e, ainda, como campo da reprodução social quemovimenta um amplo conjunto de mercadorias, potencializadas agora pelas "tecnologias" pressupostas nosprojetos de ensino à distância; 2) o ensino à distância e as reformas para o ensino superior nas últimasdécadas se complementam; 3) é preciso desmistificar a linguagem e a ideologia que buscam legitimar aadoção do EàD como suposta solução para os problemas educacionais brasileiros.

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FAZER O MESTRE E O DISCÍPULO CIDADÃO: REVISTAS PEDAGÓGICAS E IDENTIDADE DOPROFESSOR REPUBLICANO (1900-1919)

MARICILDE OLIVEIRA COELHO *Universidade Federal do Pará

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RODRIGO ANTONIO SILVAUniversidade Federal do Pará

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A comunicação aqui apresentada é resultado parcial do projeto de pesquisa “Revistas Pedagógicas e aidentidade do professor republicano (1900-1919)” que vem sendo desenvolvida desde 2009, com acolaboração do Programa de Apoio ao Recém Doutor – PARD, da Pro - Reitoria de Pesquisa da UFPA. Napesquisa fez-se o levantamento e análise das revistas A Escola (1900-1905), O Ensino (1911-1912) e OEnsino 2ª fase (1918-1919), e tem o objetivo de identificar a construção progressiva da imagem, função epoder do professor no período inicial da República brasileira. No desenvolvimento da pesquisa, notou-se queos órgãos governamentais ressaltavam o civismo e o método intuitivo como diretrizes para o trabalho doprofessor republicano. O professor moderno e republicano deveria estar atualizado sobre os mais novosmétodos educacionais e também contribuir para o progresso da sociedade brasileira. Representado como oiluminador, a função do professor se constitui no compromisso de amor à pátria.

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HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO AGRÍCOLA NO SÉCULO XIX: FORMAÇÃO GESTORA E OPERÁRIANO BRASIL.

RODRIGO SARRUGE MOLINA *Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP)

[email protected]

HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO AGRÍCOLA NO SÉCULO XIX: FORMAÇÃO GESTORA E OPERÁRIA NOBRASIL.

Rodrigo Sarruge MolinaMestrando pelo Programa de Pós-Graduação/FE/UNICAMPAgencia Financiadora: [email protected]

Profa. Dra. Mara Regina M. JacomeliOrientadora e docente da FE/[email protected]

HISTEDBR/ GT UNICAMP

Resumo

Este artigo tem o objetivo de investigar o surgimento dos projetos desenvolvidos para a sociedade brasileirano campo da pesquisa e educação agrícola ou agronômica ao longo do séc. XIX. Durante o processo depesquisa, constatou-se que a gênese da educação agronômica institucionalizada no Brasil se encontranesse período, especialmente em sua segunda metade, onde ocorreram transformações estruturaisfundamentais, como a mudança do regime político com a proclamação da República, a transição do trabalhoescravo para o livre e a reestruturação do sistema produtivo com a introdução de maquinários eaperfeiçoamento dos aparatos de comunicação e a criação de instituições que colaboraram para aformatação desse novo quadro para o Brasil.Essa modernização colaborou para que o Estado e a iniciativa privada fizessem alguns esforços para acriação de instituições de pesquisa e ensino agrícola, visando a formatação de um campo maisracionalizado que pudesse competir em nível internacional com as colônias imperiais do norte e de algumasex-colônias. Esses projetos implicaram na dualidade do ensino agrícola, onde os níveis de ensinosecundário e o superior foram destinados a formação das classes dirigentes, já os níveis elementares eprimários foram destinados ao adestramento de operários agrícolas.No entanto, constatou-se que a maior parte das escolas agronômicas no século XIX e inicio do XXfracassaram e muitas fecharam suas portas. Existem três fatores fundamentais que são nossas hipótesesde pesquisa e que podem explicar esse fenômeno: 1-Soluções de curto prazo foram mais viáveiseconomicamente para os fazendeiros e governo, que não queriam perder tempo e capital no investimentocom a qualificação de mão de obra nacional, assim, a política foi a da substituição da mão de obra escravapela liberta imigrante e a introdução de quadros dirigentes empresariais e científicos importadosprincipalmente da Europa e dos Estados Unidos; 2- Falta de prestígio e mercado de trabalho para o diploma

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de agrônomo, já que a elite tinha mais interesses pelos títulos tradicionais, como o de direito e de medicina;3-Cultura tradicionalista e conservadora de grande parte da camada ruralista brasileira, apegada aolatifúndio, a monocultura de exportação, calcada na abundância do trabalho barato do escravo, na riquezade terras novas e férteis, o que não exigia muito investimento em educação e pesquisa agronômica.

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HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO E DA ESCOLA BRASILEIRA: UMA PEÇA “ENCENADA” EM UM“CENÁRIO” POLÍTICO – ECONÔMICO NACIONAL?

FABIANA ANDREA BARBOSA VAZ*pontifícia universidade católica do paráná

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O presente texto, fruto do primeiro capítulo de uma dissertação de Mestrado a qual reconstruiu a história daformação de professores no início do século XX em uma Escola Normal do interior do Paraná, pretendeabordar a educação brasileira desde a instituição dos colégios jesuíticos até a década de 30 do século XIX,quando se têm registros das primeiras escolas destinadas à formação de professores da ex-colônia dePortugal. Nesta perspectiva, através de uma pesquisa bibliográfica, apoiada em autores como ALENCAR(1996), DEL PRIORI (2002), HILSDORF (2003), RIBEIRO (1998), ROMANELLI (2001), SODRÉ (1973),VILLELA (2003), dentre outros, procurou-se reconstruir a história da educação brasileira em umaperspectiva de totalidade, nos âmbitos educacionais, políticos e econômicos a fim de demonstrar asinterferências externas nas ações da educação brasileira no período demarcado. Para se compreender aedificação da sociedade brasileira, fez-se necessário um olhar para os componentes desta formação, asinterferências externas e internas que interagiram concomitantemente para a solidificação do país, e,fundamentalmente, o papel exercido pela educação na construção do Brasil. Após se observar a colcha deretalhos que foi a educação no Brasil desde sua colonização, certos papéis ficaram muito bem definidos:excluídos e excludentes. Pôde-se perceber que houve instrução no país, mas uma instrução alienada,exclusiva, pois havia motivos políticos para que se promovessem mais de trezentos anos de alienaçãocultural. Dessa forma, herdou-se um quadro não muito alentador no Brasil pós-independência. Uma terra deinfinitas riquezas naturais, mas com um povo que foi relegado ao trabalho braçal e às primeiras letrasquando havia a possibilidade. Um povo, que de forma predominante, não teve acesso a sabereshistoricamente construídos e que aceitou o lugar que lhe cabia neste vasto mundo. Parafraseando JoãoCabral de Melo Neto: Severinos iguais em tudo e na sina...

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HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO POLÍTICA DO MOVIMENTO SOCIAL DE LUTA CONTRA A AIDS

ROBERTO KENNEDY GOMES FRANCO*Universidade Estadual do Piauí/Universidade Federal do Ceará

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No doutorado, objetivamos socializar algumas reflexões desenvolvidas, na perspectiva do materialismohistórico-dialético, acerca do caráter político-educativo do Movimento Social de Luta Contra a AIDS,especificamente a memória-histórica de politização de ativistas da Rede Nacional de Pessoas Vivendo comHIV/AIDS – RNP+ Brasil. Nestes termos, o caráter político-educativo do Movimento Social de Luta Contra aAIDS, particularmente a experiência associativista da RNP+Brasil, mesmo limitada em suas reivindicações eações, é importante por constituir oposição aos interesses da lógica capitalista de mercantilização dasaúde, estrutura esta que, pela retirada da responsabilidade social do Estado na oferta de direitos humanosfundamentais como educação e saúde, vem de maneira dramática produzindo ainda mais precarização nosistema de saúde público brasileiro e multiplicando a vulnerabilidade social dos segmentos menos instruídose com baixa renda, gerando ainda mais pobreza e desemprego. Os ativistas da RNP+, mediante sua práxisde educação política em saúde, ao mostrarem-se conscientes da necessidade de luta social contra osantagonismos em tempo de AIDS, ou seja, exploração, miséria, fome, analfabetismo, exclusão, desempregoestrutural, opressão de todas as formas alternativas de viver, entre outras mazelas sociais, afirmativamentetornam possível a gradativa retomada da dignidade humana. Metodologicamente a pesquisa se efetiva combase na interlocução de fontes diversas (orais e escritas) a respeito das contradições sociais do HIV/AIDSno cenário histórico em curso na transição do século XX para o XXI. Temos, entretanto, interesse especialpela memória oral, pois, as entrevistas permitem obter e desenvolver conhecimentos novos e fundamentaranálises com base no trabalho de criação de fontes inéditas sobre a experiência social do aprender a vivere conviver em tempos de HIV/AIDS. Ao tempo em que investigamos a memória oral do adoecimento sob aperspectiva histórica da educação, objetivamos registrar analiticamente as trajetórias de formação daconsciência política de ativistas em luta contra o HIV/AIDS. Esta memória socialmente compartilhada do HIVpossibilita desenvolver procedimentos interpretativos que possibilitem estudar as formas pelas quais sujeitoshistoricamente situados educam dialeticamente seus modos políticos de viver o corpo em adoecimento. Naqualidade de território pedagógico para o aprendizado político de luta e resistência, este novo movimentosocial apresenta também como resultado de pesquisa uma reflexão histórica sobre a possibilidade de gruposmarginalizados pela experiência de adoecimento, uma vez organizados, forjaram uma consciênciacontestadora.

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HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO: MOVIMENTO DE EDUCAÇÃO DE BASE EM MATO GROSSO EM1960

DÉBORA ROBERTA BORGES *Universidade Federal de Mato Grosso

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Este trabalho tem a finalidade de divulgar uma pesquisa que está sendo desenvolvida junto ao GEM (Grupode Pesquisa em História e Memória da Educação), do Instituto de Educação, da Universidade Federal deMato Grosso (UFMT), cujo propósito é estudar as características próprias ao Movimento de Educação deBase (MEB) em Mato Grosso. Esta pesquisa justifica-se pela necessidade de suprir a lacuna existente naliteratura educacional brasileira sobre as particularidades do MEB neste estado, durante a década de 1960.Naquele momento, o país passava por uma crise política, logo após a renúncia de Jânio Quadros e possede João Goulart na Presidência da República. Em seu governo, Goulart propôs um pacote de reformas debase, que incluía a reforma educacional. Para educação, a reforma proposta pelo Ministro Darcy Ribeirovisava combater o analfabetismo a partir das experiências do educador Paulo Freire. Neste contextopolítico, a “educação popular” pode ser entendida como a educação que deveria ser gratuita, universal e deacesso a todos, considerada como parte do processo de solução dos problemas sociais brasileiros pormeio da ampliação do número de eleitores provenientes das camadas economicamente desfavorecidas dapopulação. Em outras palavras, significava uma educação voltada para a crítica social, utilizada tanto paraalfabetização quanto para formação de consciência política. O MEB é considerado um dos movimentos afavor da educação popular que surgiram em várias partes do Brasil no início da década de 1960. Teve suafundação na Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) em 1961, era uma iniciativa da Igrejaapoiada pelo Governo Federal com recursos financeiros e com funcionários. O objetivo desse movimentoera levar educação elementar, por meio da utilização de recursos radiofônicos, à população dos estados noNorte, Nordeste e Centro-Oeste que não havia freqüentado a escola primária na idade consideradaadequada. No estado de Mato Grosso houve, neste período, a organização das Comunidades Eclesiais deBases (CEB’s) como expressão de movimentos sociais organizados. As informações obtidas até o momentosugerem que, no estado de Mato Grosso, o MEB atuou por meio da Rádio Bom Jesus de Cuiabá. Osmonitores do MEB transmitiam aulas radiofônicas que poderiam ser acompanhadas com cartilhas. Atravésdestas aulas, buscava-se levar alfabetização e conscientização a maiores parcelas da populaçãoeconomicamente desfavorecida.

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HISTÓRIA, EDUCAÇÃO E CULTURA NO SINDICATO DOS TRABALHADORES GRÁFICOS DOESTADO DO CEARÁ – SINTIGRACE

TÂNIA SERRA AZUL MACHADO BEZERRA*Universidade Federal do Piauí/Universidade Federal do Ceará

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Este escrito constitui parte de nossas análises de Doutoramento ao investigarmos o percurso histórico-educativo de um grupo de trabalhadores em formação política e práxis de resistência no Sindicato dosTrabalhadores Gráficos do Ceará. O SINTIGRACE, frente à precarização e a fragmentação das lutasproletárias contemporâneas, apresentou-se para nós como espaço laboratorial que permitiu a apreensão doconceito consciência de classe como categoria real e histórica. A escolha ocorreu pelo fato destesindivíduos, em tempos de individualização, dedicarem-se a uma autoformação - grupo de estudos eatividades de trabalhadores norteados por princípios marxistas - que, em caráter dialógico e reflexivo, emnossa compreensão/conclusão, constituem ciclos de cultura e luta. Analisamos essa experiência em seusentido concreto com base no método dialético, refletindo sobre os aspectos contraditórios desse cenáriode antagonismo social. O caminho investigativo objetivou descobrir as leis peculiares ao surgimento edesenvolvimento dessa ação político-formativa que fertiliza a constituição de uma atitude crítico-combativa,ao que concluímos em resultado de pesquisa, como consciência de classe. Neste sentido, no que se refereà História, Educação e Cultura no SINTIGRACE, as reflexões norteadoras de nossas análises buscaramrespostas para algumas indagações: qual o significado da ação sócio-educativa que vivenciam? Qual é opapel histórico da educação e dos sindicatos na formação e no desenvolvimento da consciência de classedesses trabalhadores? Que cultura pode ser (re)inventada no seio da classe trabalhadora? Comoprocedimento metodológico utilizamos a interlocução de fontes diversas (orais e escritas), a respeito destavivência coletiva que busca no domínio de si possibilidades de uma luta engajada e consciente detrabalhadores. Dialogamos, portanto, com narrativas do grupo em estudo, demonstrando que a história daslutas e resistências sociais é registro vivo na memória de militantes que, dia a dia, se debatem com ascontradições, antagonismos, rupturas e permanências. Os elementos apontados neste texto versam sobreconclusões ainda parciais. Entretanto, vale ressaltar que, em busca de esclarecimento e conscientizaçãopolítica, o grupo de estudos/ações no SINTIGRACE investe seus esforços em autoformação,compreendendo a educação como forte aliada para a práxis de luta.

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HISTÓRIA, TRABALHO E EDUCAÇÃO: RELAÇÕES DO SENAI PONTA GROSSA NESTECONTEXTO

KELLY CRISTINA CAMPONES *

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MARIA ISABEL MOURA NASCIMENTOUniversidade Estadual de Ponta Grossa

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Esta pesquisa de dissertação de mestrado é um estudo cujo ponto de partida são os determinanteshistóricos da relação trabalho e educação, e o ponto de chegada é a criação do Serviço Nacional deAprendizagem Industrial em Ponta Grossa - Pr. O trabalho insere-se no complexo debate das repercussõesdas transformações econômicas, sociais e históricas do início do século XX até a fundação do primeiroSenai na região. Sabendo que o SENAI é uma entidade que participou de grande parte da história brasileira,desde sua época agrária, inicio da industrialização até a intensa industrialização dos dias atuais, e que omesmo surgiu ou seja, em razão de uma necessidade de profissionalização, ligada diretamente ao ambienteindustrial, percebemos que o processo de globalização e o avanço tecnológico, provoca, cada vez mais,mudanças no setor econômico, social e cultural do Brasil. Tais mudanças atingiram a totalidade da estruturaprodutiva e vêm transformando progressivamente a sociedade industrial em sociedade do conhecimento. Eé com esta visão que o SENAI procura manter seus talentos humanos qualificados para o enfrentamentodas demandas de qualificação industrial e da sociedade brasileira. Sabemos que a educação profissional éuma modalidade de ensino que atrai o interesse de pesquisadores educacionais por permitir a elaboraçãode inúmeros questionamentos e por ter uma importância, pelo fato de desenvolver suas ações através doscontextos que compõem o universo no qual está inserida. Com o estudo do Serviço Nacional deAprendizagem Industrial da cidade de Ponta Grossa busca-se compreender as relações de transformaçõesde produção e do trabalho no Brasil e consequentemente na referida cidade. Desta forma, poderemosampliar os estudos e pesquisas referentes ao ensino profissionalizante e por conseguinte no tocante aotema trabalho e educação, principalmente no município de Ponta Grossa. Utiliza-se como pressupostometodológico, a abordagem histórica da relação trabalho e educação fundamentada no materialismohistórico.

Palavras- chaves: ensino- aprendizagem, Senai, trabalho, educação,história da educação.

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IMPRECISÕES DA ESCOLA MISTA PARAENSE NOS PRIMEIROS ANOS DA REPÚBLICA

CLARICE NASCIMENTO MELO*Universidade Federal do Pará

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A instalação do regime republicano não significou uma ruptura com os projetos de sociedade e educaçãofundados durante o império. Isso é possível notar por meio das propostas de organização do ensinodiscutidas e realizadas logo nos primeiros anos de mudança no poder político, onde as marcas da “velha”sociedade são indeléveis nos “novos” projetos, exibindo uma contradição entre um discurso modernizante epráticas conservadoras. Com essa percepção intenciona-se, neste estudo, privilegia-se como objeto deestudo as escolas mistas paraenses, apresentando os meandros de sua inserção no projeto republicano,problematizando suas imprecisões em relação à junção de meninas e meninos no mesmo tempo e espaçoescolar, apontando momentos de recusa, desde 1889 até a sua incorporação nos grupos escolares, em1901. A pesquisa histórica utiliza-se do método indiciário, que busca sinais dos movimentos contraditóriosna montagem da escola mista nas fímbrias dos documentos de governo, como Leis, Decretos e relatórios.Destaca-se, o protagonismo das mulheres – professoras e alunas – na permanência da escola mistaparaense. Com a intenção de conter a ordem moral nas escolas que admitia meninos e meninas, foi dada apreferência pela regência de professoras, o que ampliou a participação das mulheres na educação.Desnaturalizando a escolarização de meninos e meninas em uma só escola, a ascensão numérica dasescolas mistas no ensino primário cooperou com a desestabilização da separação de sexos no âmbito daformação de professores. Também nesse nível de ensino a co-educação dos sexos conviveu com aceites erestrições, entrecortadas pela vontade de modernizar a educação e por conceitos tradicionais que aatrelavam ao passado. Com o ideal de organizar escolas em que homens e mulheres possuíssem educaçãodiferenciada em tempo, espaço e saberes, o governo republicano paraense, escapando às já consolidadasexperiências do ensino misto, se iniciou em legislar sobre a formação docente, com a criação de duasEscolas Normais, uma para professores, outra para professoras. Assim como na instrução primária e naformação de professores, a escola mista viveu entre aceites e recusas também na vida dos gruposescolares, que nasceram como proposta modernizadora de difusão de uma nova cultura escolar, emconexão com o projeto nacional republicano. Esse princípio esteve presente nos primeiros gruposescolares, criados a partir de 1899. Somente em 1901 as cadeiras mistas foram criadas, iniciando pelointerior do Estado, até a capital. Com esses elementos, conclui-se que as escolas mistas republicanas, comsingularidades e restrições, consolidaram a desestruturação de padrões pedagógicos, morais eprofissionais rígidos, os quais redimensionaram e foram redimensionados pelos lugares e ações demulheres.

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INSTITUIÇÕES ESCOLARES PÚBLICAS DOS CAMPOS GERAIS - PR (1941-1950)

MAYARA SUTIL DE OLIVEIRA *Universidade Estadual de Ponta Grossa

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MARIA ISABEL MOURA NASCIMENTOUniversidade Estadual de Ponta Grossa

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Este estudo teve como objetivo compreender as Instituições Escolares Públicas dos Campos Gerais e osfatores que contribuíram para a implementação. È importante ressaltar que a história regional contémsingularidades e particularidades, que são específicas do objeto da pesquisa, dado que os Campos Gerais éuma região oriunda da imigração e rota dos tropeiros. Dessa forma, devido à complexidade da regiãodelimitou-se por estudar as Instituições Escolares no período do Estado Novo, para tanto foi precisoinvestigar diversos municípios da região, pois, os Campos Gerais é composto por: Arapoti, Campo doTenente, Cândido de Abreu ,Castro, Ipiranga, Jaguariaíva, Ortigueira, Piraí do Sul, Porto Amazonas,Reserva, Balsa Nova, Campo Largo, Carambeí, Imbaú, Ivaí, Lapa, Palmeira, Ponta Grossa e Rio Negro.Assim, buscou-se compreender o processo de institucionalização, interesses e organização em parte dosCampos Gerais. Este estudo se integra ao projeto de “Levantamento e Catalogação das Fontes Primárias eSecundárias da Educação Brasileira” desenvolvido pelo HISTEDBR- Grupo de Estudos e Pesquisas“História, Sociedade e Educação no Brasil .O período histórico para este estudo é de 1941 a 1950, destemodo a primeira atividade desta pesquisa consistiu no trabalho de levantamento, coleta e catalogação dasfontes relativas às instituições que integram o período analisado. Essa atividade foi realizada considerandoa ordem cronológica de criação das seguintes Instituições Escolares: Grupo Escolar Professor AmalioPinheiro – Ponta Grossa (1942), Grupo Escolar José Elias da Rocha – Ponta Grossa (1944), ColégioEstadual D. Alberto Gonçalves – Palmeira (1947), e Colégio Estadual Jorge Queiroz Netto – Piraí do Sul(1948).As análises desses materiais foram feitas partindo do pressuposto que o homem é um ser histórico edialético.Contudo, percebeu-se que os Grupos Escolares decorre de fatores políticos, econômicos eideologias governamentais.

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JESUÍTAS, MORADORES E COLÉGIOS NA AMAZÔNIA COLONIAL

RAFAEL CHAMBOULEYRON *Universidade Federal do Pará

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RAIMUNDO MOREIRA NEVES NETOUniversidade Federal do Pará[email protected]

Falar de ensino jesuítico, não significa somente pensar o ensino da doutrina e das escolas nas aldeias deíndios livres, espaços privilegiados da missão jesuítica na América portuguesa, desde meados do séculoXVI. Igualmente fundamental foi a reflexão sobre o ensino dos filhos dos moradores e os primeiros intentosde formar noviços da terra. Esta experiência, por outro lado, deve ser pensada para além da mera questãodo ensino, pois significava também refletir sobre as formas de inserção da Ordem no mundo português quese criava com a ocupação da Amazônia; os colégios que a Companhia fundou nas cidades de Belém e SãoLuís ganham aí um papel central. O objetivo deste trabalho é o de compreender a relação das atividades deensino dos padres jesuítas na Amazônia colonial com as formas políticas e econômicas por meio das quaisse articularam na região. Parte-se do princípio de que a missão do Maranhão se transformou com a própriaexperiência missionária do Novo Mundo (em seus aspectos espirituais e temporais), o que implicou umasérie rearticulações que permitiram a manutenção da Companhia de Jesus e a estrutura que viabilizava asua existência nas conquistas, no período de meados do século XVII a meados do século XVIII. Asprincipais fontes utilizadas são a correspondência dos religiosos, suas crônicas, bem como documentosproduzidos pela Coroa e as autoridades do Estado do Maranhão e Pará. A pesquisa sugeriu que o ensinoorganizado pela Companhia de Jesus deve ser compreendido, para além de uma tradição que se conformoudentro da Ordem, a partir das formas pelas quais os jesuítas se inseriram no universo colonial, o quesignifica considerar o sentido político e econômico de seu apostolado.

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KARL MARX: CONSIDERAÇÕES ACERCA DE SEU PENSAMENTO

ROSILENE DE LIMA *Universidade Estadual de Maringá

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LIGIANE APARECIDA DA SILVAUniversidade Estadual de Maringá

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MARIA CRISTINA GOMES MACHADOUniversidade Estadual de Maringá

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O presente estudo objetiva investigar como se configuram algumas concepções de um dos maioresintelectuais do século XIX, o alemão Karl Marx (1818-1883). Para tanto, considera-se conveniente, em umprimeiro momento, situar o referido autor no debate efervescente do período em questão. Nesse momento,pretende-se clarificar alguns conceitos acerca do pensamento de Marx, tais como: sua concepção desociedade, entendida pelas condições materiais da existência humana, bem como a forma de estudá-la, aqual o autor entende como melhor; a concepção de homem, entendido como um ser social e histórico; e suaconcepção de história, que parte do movimento histórico em sua totalidade e é condicionada pelas relaçõesde produção estabelecidas pelo homem. Apresenta-se ainda, algumas premissas do materialismo históricode Marx, tais como a impossibilidade da separação entre indivíduo e sociedade, sociedade e natureza e arelação entre sociedade e natureza como intercâmbio. Num segundo momento, investiga-se o conceito depráxis delineado por alguns autores e, em especial, por Marx, tendo em vista que essa abordagem nospropicia pensar na maneira como o autor concebe o homem em sua relação com a natureza. Por fim,analisa-se a concepção de Karl Marx acerca das leis que regem a sociedade, as quais estão estritamenteligadas ao desenvolvimento de suas forças produtivas, pois se entende de suma importância acompreensão do movimento histórico da sociedade tendo por base a sua materialidade.

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O DEBATE DA INSTRUÇAO NO IMPÉRIO – RECORTES DA LEGISLAÇÃO NA PERSPECTIVA DEMOACYR

LUIZ ANTONIO DE OLIVEIRA *Universidade Estadual de Maringá

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MARIA CRISTINA GOMES MACHADOUniversidade Estadual de Maringá

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O DEBATE DA INSTRUÇAO NO IMPÉRIO – RECORTES DA LEGISLAÇÃO NA PERSPECTIVA DEMOACYR .

RESUMOTrata-se de estudo que analisa as contribuições de Primitivo Moacyr (1869- 1942) sobre o processo deconstrução da escola pública primária no Brasil. Neste caso, procurou-se observar como Primitivo Moacyrsitua o debate e desenrolar da instrução pública primária durante o período imperial na constituição dohomem nacional que aquele período estava a exigir. Homem que se diferencia ao longo do período, de formaque a perspectiva anterior aos anos 1850 é diferenciada do que se encontra após essa data, dadas asnovas configurações da história nacional. As discussões situam-se na legislação educacional de então, etem como fontes as produções do autor referentes aos período. Desta forma o texto está organizado emconsiderações gerais; legislação imperial da instrução e considerações finais. O texto procura apontar comoa atuação oficial no processo de constituição da escola brasileira situa-se desde os tempos imperiaisexplicitada na fundamentação político-social elaborada pelas elites nacionais em cada momento específico.Desta forma, a matriz política no Império engendrou um liberalismo e o positivismo que assumiram em terrasbrasileiras conotações específicas, constituinte de um cenário que define o modelo de controle do processopolítico e social tal qual se apresentava, onde o conceito de escola pública aos poucos foi sendo definido.Nesse sentido, a proposição educacional adquiriu discursos e estruturas mentais relativas a taisconotações, na medida em que sua função primordial era a manutenção da ordem e a instauração daobediência ao status quo social e às autoridades por parte da população branca e livre. Na versão deMonarquia parlamentar que aqui foi implantada, não se deve ver uma versão casuística, mas constituída noquadro situacional local, no qual só ao seu final a discussão da ampliação social da instrução se impôs.

Palavras-chave: História da Educação; Educação Pública; História dos Intelectuais; Escola Pública;Primitivo Moacyr.

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O IDEARIO REPUBLICANO E A PROPAGAÇÃO DA ESCOLA PÚBLICA ENTRE 1889-1894

JORGE UILSON CLARK *FAFIPAR

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O presente artigo tem como principal objetivo retomar as discussões sobre o início da República no Brasil ea conseqüente difusão do ideário republicano, associando este episódio à propagação da escola pública nopaís entre 1889 e 1894, a partir do trabalho de pesquisa junto à produções científicas e documentoshistóricos. Neste sentido, optamos por rediscutir o surgimento do movimento republicano, ainda no períodoimperial, articulando-o com o abolicionismo e a presença de uma doutrina liberal-democrática fortalecidapelo desgaste do monarquismo. Estes fatores resultaram em mudanças no cenário educacional brasileiro,com o estímulo ao surgimento de instituições escolares públicas e a forte influência do ideário positivistanas reformas educacionais que se sucederiam desde o início da República ao período conhecido como“Republica do Café com Leite”. Desta forma, a monarquia brasileira sucumbiria conjuntamente com seusistema educacional, dando lugar a um projeto educacional que objetivava, entre outras coisas, o progressoindustrial e a formação para o trabalho.

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O MUSEU PEDAGÓGICO E O PROJETO COLUMBIA: PROCESSO DE GUARDA EDIGITALIZAÇÃO DO ACERVO DOCUMENTAL

MARIA CRISTINA NUNES CABRAL *Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia

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ANA PALMIRA BITTENCOURT SANTOS CASIMIROUniversidade Estadual do Sudoeste da Bahia

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BEATRIZ QUEIROZ SANTOSUniversidade Estadual do Sudoeste da Bahia

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DANIELA MOURA ROCHA DE SOUZAUniversidade Estadual do Sudoeste da Bahia

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LÍVIA DIANA ROCHA MAGALHÃESUniversidade Estadual do Sudoeste da Bahia

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SULEINE MEIRA SERTÃOUniversidade Estadual do Sudoeste da Bahia

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No ano de 2004, um grupo de pesquisadores do Museu Pedagógico da UESB, em parceria com estudiososda PUC-SP, UFSCAR e UNICAMP se propuseram a revisitar o Projeto de Pesquisas Sociais no Estado daBahia, Colúmbia University. O mencionado projeto, iniciado em 1949 por Anísio Teixeira quando este eraSecretário de Educação e Saúde na Bahia visava estudar as comunidades habitadas em áreas rurais daBahia e adquirir conhecimentos sobre a sociedade e a cultura dos habitantes da zona rural da Bahia. Emâmbito local, participaram os intelectuais Thales de Azevedo e Luiz de Aguiar Costa Pinto, dentre outros e,pela Universidade de Colúmbia, Charles Wagley coordenou os doutorando Anthony Leeds, Marvin Harris,William Hutchinson, e Benjamin Zimmerman, os quais desenvolveram pesquisas em torno da modernização,desenvolvimentismo, democratização das raças, cultura e educação em três regiões da Bahia: Recôncavo,Chapada e Sertão. Nesse pôster, evidenciaremos o trabalho das bolsistas de iniciação científica que estãoordenando a documentação e dos pesquisadores que tem trabalhado na coleta e guarda do acervodocumental. O trabalho das bolsistas envolve os recortes temáticos e se encontra ainda em processo decoleta e análise do acervo encontrado. A pesquisa é organizada por temática e local de busca para, emseguida, passar para o processo de digitalização. Esse último procedimento teve início no mês de setembrode 2009, com a finalidade, de preservar e facilitar a disponibilização de livros e textos, fontes primárias esecundárias do projeto para os pesquisadores. No processo de digitalização, os primeiros documentosprimários e secundários escaneados foram: os documentos coletados no CPDOC no Rio de Janeiro, fontesjornalísticas baianas, do período em foco, e fontes primárias no Arquivo Público no município de Rio deContas. Ao lado disso, digitalizamos fontes primárias, ou seja, textos escritos pelos sujeitos envolvidos napesquisa realizada na década de 1950, textos secundários, bem como transcrevemos depoimentos departicipantes ainda vivos do referido Projeto, como o da Profa. Dra. Josildeth Consorte, auxiliar de pesquisado doutorando Marvin Harris e mais tarde pesquisadora do Projeto. O “Projeto Columbia” conta com o apoiofinanceiro da FAPESB, UESB e também com o espaço físico do Museu Pedagógico/UESB que atua comodepositário do patrimônio bibliográfico e documental deste projeto, e é responsável pelo banco de dados.

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Todo esse material, digitalizado ou não, já nos permitiu identificar o contexto no qual o Projeto sedesenvolveu, os principais fatos históricos acontecidos, os participantes e a trajetória de alguns deles, astemáticas dos pesquisadores envolvidos e, em breve, se tornará um acervo de acesso público.Principalmente com o objetivo de publicar e disponibilizar para as gerações futuras.

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O TRABALHO DOCENTE: PAUPERIZAÇÃO, PRECARIZAÇÃO E PROLETARIZAÇÃO

HÉLIO CLEMENTE FERNANDES *Universidade Estadual do Oeste do Paraná

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PAULINO JOSÉ ORSOUniversidade Estadual do Oeste do Paraná

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Neste artigo apresentamos alguns elementos que permitem melhor entender, caracterizar e definir o trabalhodocente na atualidade. Partimos do pressuposto de que tudo está em constante movimento e mudança, emcontínuo devir, o que não poderia ser diferente com o trabalho, com a educação e com o trabalho docente.Neste sentido, a partir de uma perspectiva histórica, analisamos como a sociedade foi se transformando ecomo estas mudanças foram exercendo influências sobre a educação e o trabalho docente, alterando suaforma, suas condições e os interesses que a permeiam. Tendo em vista isso, procuramos precisar melhorcomo se define e caracteriza o trabalho docente na atualidade tomando como referência os embates entrecapital e trabalho, fazendo uma discussão acerca do trabalho docente a partir das categorias: pauperização,precarização e proletarização.

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REFORMAS EDUCACIONAIS DA DÉCADA DE 1990 - INCORPORADAS PELO GOVERNO DOESTADO DE SÃO PAULO - QUE MAIS INCIDIRAM NO TRABALHO DOCENTE

CATARINA ANDRÉ HAND *Universidade de Sorocaba

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Reformas Educacionais da década de 1990 - incorporadas pelo Governo do Estado de São Paulo - quemaisincidiram no Trabalho Docente

A década de 1980 finalizou-se com uma imensa diminuição do poder aquisitivo dos salários dos professoresda rede pública estadual paulista, baixa eficiência do sistema de ensino, professores desmotivados, índiceselevados de repetência dos alunos, precariedade nas instalações físicas das escolas.

Debates sobre diferentes concepções na educação iniciaram em 1986, durante o Governo Montoro e,nessa fase, considerado de transição, até a promulgação da Nova LDBEN, algumas reformas significativas,aqui citadas, ocorreram na rede pública estadual.

Iniciou-se nesse período, no Estado de São Paulo, um governo de orientação neoliberal que perdura até osdias atuais. A partir da Nova Lei, são discutidas aqui as principais reformas efetuadas e/ou incorporadaspelo governo estadual que mais incidiram no Trabalho Docente.

Esta pesquisa incorpora e subsidia minha Dissertação de Mestrado que refere-se à implantação doCurrículo Oficial no Estado de São Paulo, intitulado “Resistência e Conformismo no Trabalho do Professor:Implantação da Proposta Curricular do Estado de São Paulo”, cujo objeto de estudo de estudo, “Implantaçãoda Proposta Curricular no/do Estado de São Paulo” é especial por tratar de assunto atual e de extremaimportância entre as reformas educacionais adotadas pelo Estado de São Paulo.

O referencial teórico-metodológico é análise do ponto de vista social marxista dos fatos que desencadearamas reformas, bem como dos documentos e discursos oficiais utilizados.

Ainda não obtivemos resultados concretos visto a pesquisa ter iniciado no 2º.semestre de 2008, comprevisão de término para Dezembro/2010, mas temos convicção que faz-se necessário o surgimento de umapolítica educacional que rompa com os limites impostos por um ideário neoliberal que enjaula o homem e asociedade.

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SOCIEDADE E EDUCAÇÃO NO SÉCULO XIX. ALGUMAS CONSIDERAÇÕES.

LIGIANE APARECIDA DA SILVA *Universidade Estadual de Maringá

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MARIA CRISTINA GOMES MACHADOUniversidade Estadual de Maringá

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ROSILENE DE LIMAUniversidade Estadual de Maringá

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O objetivo deste trabalho é fazer uma reflexão sobre a sociedade ocidental do século XIX e sua concepçãode homem e de educação, procurando destacar algumas diferenças entre este período e os séculosantecedentes. Por meio de autores que, de formas diferenciadas, fizeram uma leitura do período analisado,buscou-se compreender as questões sociais e educacionais que marcaram esse momento histórico e ocaracterizaram de maneira distinta dos demais. Ao enfatizar questões como o conceito de liberdade, deeducação, a situação da classe trabalhadora e as contradições da sociedade capitalista, já presentes noperíodo, importantes teóricos nos deixaram elementos que possibilitam o levantamento de algumasconsiderações sobre o discurso da época. Observa-se que alguns viam as contradições daquela sociedadede forma acrítica, sem discutir questões relevantes, como a exploração da força de trabalho e a miséria queassolava a classe trabalhadora, enquanto outros discutiam as mazelas que o sistema capitalista teriadesencadeado juntamente com todo o desenvolvimento das forças produtivas. Refletir sobre as leiturasfeitas pelos homens da época e sua concepção de sociedade e educação é o que pretende este trabalho.

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TRABALHO E EDUCAÇÃO NA AGROINDÚSTRIA SUCROALCOOLEIRA NA REGIÃO DOTRIÂNGULO MINEIRO/BRASIL A PARTIR DA DÉCADA DE 1990

FABIANE SANTANA PREVITALLI *Universidade Federal de Uberlândia

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CINVAL FILHO DOS REISUniversidade Federal de Uberlândia

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FLORENCE ROCHA VERÇOSA PEREIRAUniversidade Federal de Uberlândia

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PABLO GUILHERME MARCELINO PEREIRAUniversidade Federal de Uberlândia

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O artigo discute resultados parciais de pesquisa que vem sendo realizada no setor sucroalcooleiro,Triângulo Mineiro/Brasil, problematizando-se a relação entre mudança tecnológica, trabalho e educação nobojo do processo de reestruturação produtiva deste setor agroindustrial e suas implicações sobre a classetrabalhadora local, envolvendo assalariados urbanos e rurais e assentados no que se refere àgestão/controle da força de trabalho, demandas de qualificação profissional, organização e representaçãopolítica dos trabalhadores a partir da década de 1990.

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A INTEGRAÇÃO DA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL COM A EDUCAÇÃO BÁSICA DE JOVENS EADULTOS: ASPECTOS HISTÓRICOS DE SUA EXPANSÃO E ORGANIZAÇÃO CURRICULAR NO

IFMA.

LÍCIA CRISTINA ARAÚJO DA HORA*Instituto Federal do Maranhão

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O presente artigo tem por foco apresentar reflexões iniciais acerca da implementação da educaçãoprofissional integrada à educação básica de jovens e adultos (EJA), no âmbito do Proeja no Instituto Federaldo Maranhão. A possibilidade de reconfiguração do campo da educação de jovens e adultos, mobilizada peloDecreto nº. 5.840 recoloca como imperativo a necessidade de pesquisas que identifiquem o papel daescolarização associada com qualificação profissional no cotidiano destes sujeitos. Este trabalho tem comoobjetivo analisar a formação do trabalhador tomando como eixo o trabalho como princípio educativo na suadimensão ontológica, evidenciando algumas de suas contradições e as propostas estabelecidas naspolíticas públicas voltadas para EJA o trabalhador na modalidade PROEJA. O trabalho em fase inicial temcomo procedimento metodológico a pesquisa de campo e pesquisa bibliográfica. Na busca do entendimentodas contradições inseridas na organização curricular utilizou-se como método de análise a perspectivadialética, com uso das categorias história, totalidade, trabalho, qualificação profissional, educação,competências, empregabilidade e contradição. A pesquisa bibliográfica abrangeu aspectos históricos doprocesso de expansão da educação de jovens e adultos e da educação profissional no Maranhão,documentos oficiais que normatizam as políticas e programas voltados para EJA e para o PROEJA, assimcomo projetos de cursos em andamentos e estruturas curriculares. A Pesquisa de Campo em curso, buscacontemplar Campus do Instituto Federal do Maranhão que estejam acumulando experiências com oprogramas no tempo de um ano ou mais, buscando incorporará entrevistas com alunos e docentes nasseguintes linhas de investigação: análise do currículo dos cursos ofertados para modalidade EJA e do Cursode especialização de educação de jovens e adultos para docentes, buscando perceber o discursoempreendido para estruturação do trabalho como princípio educativo, perfil dos alunos, professores eprofissionais que atuam no PROEJA (concepção de escola, concepção de mundo, qualificação, jornada detrabalho, profissão, percepções acerca do curso, metodologia), visão sobre as mudanças do trabalho e daescola, relação entre trabalho e educação. O desafio de materializar em espaço e tempo a articulaçãotrabalho e educação está posto ao governo, a política educacional a escola e aos educadores. Espera-seque a dimensão trabalho dentro do processo de formação humana não seja subsumida à retórica dosdocumentos oficiais. É importante que a categoria trabalho ganhe sentido para os professores quetrabalham diretamente com os jovens e adultos.

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A PRÁTICA PEDAGÓGICA DE UMA PROFESSORA DE EDUCAÇÃO FÍSICA: MERGULHANDONO UNIVERSO DE UMA ESCOLA PÚBLICA NO ESTADO DO AMAPÁ/AP.

MARIA DA CONCEIÇÃO DOS SANTOS COSTA *Escola Estadual Zolito de Jesus Nunes

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Este estudo é um recorte da dissertação de mestrado que interpreta o cotidiano de uma professora deEducação Física em uma escola pública do Estado do Amapá/AP. Optamos pela etnografia educativa porpossibilitar, nos espaços educativos, revelar as debilidades, sinalizar as necessidades e/ou prepararcaminho para as mudanças. Encontramos na categoria: “Os projetos da Escola e sua inserção na EducaçãoFísica” a revelação de um cotidiano que influencia diretamente o planejamento do componente curricularEducação Física. Concluímos que é necessário dar vozes aos fatos silenciados na escola como oenvolvimento que a professora faz acontecer no dia-a-dia, abraçando vários projetos, mesmo que estesinterfiram em suas aulas.

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AS REPRESENTAÇÕES DOS PROFESSORES DE EDUCAÇÃO FÍSICA EM SINOP E OSDESDOBRAMENTOS HISTÓRICOS DA LEI DE DIRETRIZES E BASES

ANA CARRILHO ROMERO GRUNENNVALDT *Universidade Federal do Mato Grosso

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BEATRIZ DIAS KAPPUniversidade Federal do Mato Grosso

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JOSÉ TARCÍSIO GRUNENNVALDTUniversidade Federal do Mato Grosso

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IRENE CARRILLO ROMERO BEBERUniversidade Estadual do Mato Grosso

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Passados mais de dez anos desde a implementação da Lei de Diretrizes de Bases (Lei nº 9394/96) quequalifica a Educação Física como componente curricular é possível de se encontrar entendimentos diversose muitas vezes contraditórios acerca do conceito de Educação Física e deste como um componentecurricular inserido e circunscrito no universo vivido da escola. A produção deste ensaio é resultado de umaoportunidade de investigação propiciada por um projeto de pesquisa e extensão atrelado a Sigproj/UFMT/Sinop, no intuito de levantar algumas das perspectivas das práticas e dos entendimentos dos professoresde Educação Física na rede estadual de ensino no município de Sinop a cerca da Educação Física Escolar.A pesquisa teve como objetivo investigar e levantar dados sobre a prática pedagógica dos professores edas condições objetivas para realização das aulas de Educação Física no interior das escolas. Nolevantamento foram utilizados como instrumentos para coleta de dados: a) entrevista semi-estruturada paraobtenção de dados junto aos professores; b) roteiro para levantamento de equipamentos, materiais einstalações e; c) registro fotográfico das condições físicas e materiais das escolas. As respostas dosprofessores evidenciaram a existência de um variado leque de entendimentos acerca do conceito deEducação Física, a sua maioria tem o conhecimento da relação entre Educação Física - componentecurricular, mas suas afirmações não evidenciam o reconhecimento das implicações que esteposicionamento traz para a sua prática pedagógica. Neste sentido, ao considerar o processo dereestruturação da Educação Física na escola devemos atentar para o lugar que ocupa o professor, queapesar dos esforços dependidos por estes, nem sempre esta intencionalidade se materializa na organizaçãodo seu trabalho pedagógico. Os entrevistados identificam uma lacuna entre a prática do professor deeducação física e demais componentes curriculares, mas que há uma “maior” valorização das suas práticas,indicando a necessidade da constituição de um processo de formação continuada destes professores, paraque este componente curricular se consolide no universo escolar, bem como se criem espaços de escuta ediscussão com os demais componentes curriculares da escola como sinaliza a própria LDB. Nesse sentidosugere-se que haja aproximação entre as instituições formadoras e as unidades escolares para o fomentodo debate e propostas das novas leituras da Educação Física na educação básica.

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JOSÉ VERÍSSIMO E A EDUCAÇÃO FÍSICA NO PARÁ

NEY FERREIRA FRANÇA *Universidade do estado Pará[email protected]

Este trabalho é parte da dissertação de mestrado realizada no programa de pós-graduação (mestrado) daUniversidade do estado do Pará- UEPA. Ele tem por objeto analisar criticamente a concepção de educaçãofísica de José Veríssimo defendida principalmente em duas obras, quais sejam, “notícia geral sobre ocolégio americano” e “educação nacional”, mostrando assim sua participação na implementação daeducação física nas escolas do Pará.Isto é importante, pois pouco ou nada se tem pesquisado sobre este tema em na última década do séculoXIX, no Pará, também por que ele pode indicar como se deu este processo e também pela importância queteve o intelectual José Veríssimo para a educação e educação física no estado do Pará.Para tanto é necessário buscar as múltiplas determinações do fenômeno para a construção de uma sínteseque permita alcançar compreender melhor o objeto, que precisa ser entendido num contexto local e nacionaldaquele período.A partir da análise das obras a cima citadas e de outras que tratam da educação e educação física noséculo XIX, e do contexto político e social do final deste no âmbito nacional e local, far-se-á uma buscapelos princípios e valores nos quais estava baseada sua concepção de educação e sociedade. Por isso,buscando analisar as múltiplas determinações que condicionaram a educação física ser da forma que era enão de outra, tentou-se construir uma síntese que pudesse se aproximar ao máximo da realidade na qualestava imersa revelando toda a riqueza de elementos presentes.Neste sentido, além das obras de José Veríssimo já referenciadas também contribuíram para este estudoobras como: “A escola pública: História e historiografia” (200), cujos organizadores são José C. Lombardi,Demerval e Mª Saviani; Educação física no Brasil: A história que não se conta. (1994) de Lino castellaniFilho; “Educação Física: Raízes europeias e Brasil” (1996) de Carmem Lúcia Soares e “A pedagogia naescola e no exército” (1999) de Amarílio Ferreira Neto.Pelo material analisado observou-se que a concepção de educação física estava compreendida nos marcosde um projeto de educação liberal modernizador compreendendo uma educação física que pudessedisciplinar.

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LAZER E CURRÍCULO: UM OLHAR SOBRE O CURSO DE EDUCAÇÃO ÍSICA DA UNIVERSIDADEDO ESTADO DO PARÁ ENTRE 1999-2008

GUSTAVO MANESCHY MONTENEGRO *Universidade Fedral do Pará

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O presente artigo é resultado de pesquisa desenvolvida no III Curso de Especialização em Lazer realizadopelo Curso de Educação Física da Universidade do Estado do Pará (UEPA), tendo por objetivo analisar aformação na área do lazer no currículo do curso em questão durante o período de 1999 à 2008. Ametodologia abordou uma pesquisa participante, abordagem qualitativa, técnica e coleta de dados:entrevista semi-estruturada, análise do discurso e observação participante. Participaram como sujeitos dapesquisa quatro professores que trabalharam com a temática do lazer durante o período destacado. Oproblema: Como ocorreu a formação na área do lazer no currículo do curso de Educação Física da UEPA noperíodo de 1999 à 2009?. Resultados: A formação no lazer foi realizada por meio da disciplina Fundamentosdo Lazer I, que se fundamenta na indissociabilidade entre ensino-pesquisa e extensão. No entanto, valedestacar que nem todos os professores realizaram essa ação, percebendo-se a necessidade deconsolidá-la, embora exista uma prática em comum entre eles, que entende o lazer como um direito social, enão somente como descanso e diversão.

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LITERATURA DE CORDEL: RECURSO DIDÁTICO NO ENSINO DE HISTÓRIA

GERALDO MAGELLA DE MENEZES NETO*Universidade Federal do Pará[email protected]

O objetivo do presente trabalho é o de discutir a utilização da literatura de cordel como recurso didático noensino de História. Um dos desafios dos professores em sala de aula é o de colocar em prática oconhecimento adquirido na universidade, estimulando a pesquisa e não apenas a mera transmissão deconhecimento. Assim, várias práticas educativas são adotadas pelos professores, que também devemconsiderar as propostas expressas nos currículos da disciplina. Desse modo, a literatura de cordel se insereno debate de currículo e práticas educativas. As fontes utilizadas são folhetos da editora Guajarina, deBelém do Pará, das décadas de 30 e 40. O objetivo é possibilitar aos alunos o contato com uma fonte denatureza distinta daquela encontrada nos livros didáticos. O cordel permite uma maior participação dosalunos nas aulas, com o método da leitura coletiva, e o estímulo à pesquisa, analisando os discursos dospoetas diante dos acontecimentos. Desse modo, o cordel pode representar uma nova linguagem para oensino de História.

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O CURRÍCULO NA ÓTICA DOS PROFESSORES DA EDUCAÇÃO BÁSICA

ZIZELDA LIMA FERNANDES*Universidade Est. do Sudoeste da Bahia

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Este artigo se origina de um estudo desenvolvido no Projeto de Pesquisa “ O Museu na Escola” , cujasanálises partem de descrições on-line feitas por professores da educação básica em torno de questões quepermeiam o cotidiano escolar. Recorremos às ‘falas’ dos professores que se aproximam do estudoproposto, procurando compreender, essencialmente, qual o currículo que a escola pública defende para oseu aluno. Nessa perspectiva propomos um estudo cujo foco está para o currículo como construção social.

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PAULO FREIRE EM DEBATE: DOCENTE E A PEDAGOGIA DA AUTONOMIA

JANAINA LUCIA RODRIGUES *Universidade Federal de Mato Grosso

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DÉBORA ROBERTA BORGESUniversidade Federal de Mato Grosso

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Este artigo apresenta uma reflexão sobre a ação do educador em um modelo de educação que conduza oeducando a autonomia. Para leitura teórica foi utilizada a perspectiva de Paulo Freire (1996) e suascontribuições a prática educativa de uma Pedagogia da Autonomia bem como com autores de estimávelvalor para temática como: Foucault (2007), Rogers (1985). Enfatiza-se a importância de se pensar empráticas educativas que proporcione mudanças significativas no modelo de educação atual. As analisesapontam que quando o educador tem uma relação autêntica com o educando, pautada na ética e norespeito, valorizando as diversas experiências que cada aluno traz por meio de sua realidade e estimulaeste aluno à curiosidade crítica isso conduz o educando a autonomia no seu processo de construção doconhecimento, e gera mudanças significativas no contexto social e no papel da escola que deixa de ser ummeio de reprodução dos ideais do Estado e passa um espaço do discurso-ação.

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PEDAGOGIA HISTÓRICO-CRÍTICA E TRANSMISSÃO DO CONHECIMENTO SOBRE O ESPORTENA EDUCAÇÃO FÍSICA

LEONARDO DOCENA PINA *

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Buscando reafirmar a necessidade de transmissão do saber sistematizado como parte do processo dedesmitificação do esporte na escola, este texto articula-se aos esforços de atualização e concretização deuma prática pedagógica orientada pelos fundamentos teóricos e metodológicos da pedagogia crítico-superadora. Para isso, apresenta uma experiência pedagógica desenvolvida com alunos matriculados nooitavo ano da educação básica de uma rede pública municipal do Estado do Rio de Janeiro. O processopedagógico em questão adotou o método dialético apresentado pela Pedagogia Histórico-Crítica. Partiu-sedo entendimento de que a apropriação do conhecimento historicamente acumulado e mais desenvolvidosobre o esporte reforça o papel da escola, de socializar o saber sistematizado. O processo pedagógicodesenvolvido possibilitou a apropriação de elementos culturais necessários para atribuir um novo significadoao esporte.

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POLÍTICAS DE AVALIAÇÃO: ALGUNS REFLEXOS NA REDE ESCOLAR DO MUNICÍPIO DA RIODE JANEIRO EM 2009

HENRIQUE DIAS GOMES DE NAZARETH *Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro

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RENATA DA SILVA SOUZAUniversidade Federal do Estado do Rio de Janeiro

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No presente texto nos propomos a expor algumas reflexões sobre as políticas de avaliação implantadas nomunicípio do Rio de Janeiro no ano de 2009, suas relações com as avaliações externas nacionais einternacionais, suas tendências na prática educativa e o discurso em defesa da qualidade da educação queserve de justificativa para essas ações.Escolhemos esse ano porque foi marcante para a educação do município. Na medida em que houvemudança de gestão na prefeitura do Rio de Janeiro e na secretaria de educação, assumindorespectivamente Eduardo Paes e Claudia Costin.Eduardo Paes em sua campanha enfatizou as mudanças que faria na área da educação, principalmente coma revogação do sistema de ciclos, denominado pela mídia de “aprovação automática”.Ao longo do ano, além da revogação da “aprovação automática” uma série de políticas de avaliação foiinstituída ou intensificada e pelo seu caráter centralizador parece estar redefinido o contexto educacional dacidade carioca.Para compreender melhor essa questão almejamos os seguintes objetivos: (a) fazer um histórico daimplementação das políticas de avaliação no município do Rio de Janeiro no ano de 2009 por meio dosjornais O globo e O dia; (b) apontar tendências na prática educativa a partir dessas políticas e; (c) identificare compreender os conceitos de educação de qualidade presentes no contexto dessas políticas.E nos valemos dos seguintes procedimentos metodológicos: pesquisa bibliográfica sobre as temáticas quepermeiam o tema abordado; coleta e análise de materiais do jornal O Globo e O Dia; e análise dos relatórioscedidos por alunas que desenvolveram estágio supervisionado em uma escola da rede municipal durante oano de 2009.

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A INSTITUCIONALIZAÇÃO DOS COLÉGIOS AGRÍCOLAS

VERA LUCIA MARTINIAK *Universidade Estadual de Ponta Grossa

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Esta pesquisa tem por objetivo analisar as transformações econômico-sociais que vem ocorrendo naagroindústria, buscando o entendimento sobre a relação trabalho e educação no ensino agrícolaparanaense. A problemática da pesquisa busca compreender como as transformações nas relações deprodução impactaram os processos de formação escolar e qualificação profissional da força de trabalhoutilizada no setor agrícola no Paraná. Pretende-se abordá-lo a partir de uma perspectiva histórica, na buscada compreensão de como as transformações nas relações de produção se relacionam com as demandaspor qualificação profissional, e como as Instituições Escolares e os Órgãos normativos da educaçãocorrespondem frente a esse contexto. O período demarcado para este estudo considera as transformaçõesdas relações de produção no setor agroindustrial e a institucionalização dos colégios agrícolas no Paranáno período de 1930 a 1945. O referencial teórico-metodológico é fornecido pelo materialismo históricodialético como forma de entender uma realidade em movimento, com todas as suas leis que assim aapresentam, entre o mundo do trabalho e educação. Nesta pesquisa foram utilizados documentos, fontesprimárias e secundárias referentes ao estudo encontrados nos arquivos públicos do Estado do Paraná eacervos particulares. A utilização de documentos como decretos, códigos, relatórios tiveram como critérioapresentar as indicações legais e políticas do Estado. Já as fontes bibliográficas foram utilizadas paraconstruir a base de entendimento e análise das fontes primárias, que abordam e descrevem as questões aoredor das quais desenvolvessem as relações do mundo do trabalho e a educação. Por meio da análise dasfontes primárias e secundárias delineou-se alguns resultados, entre eles que as instituições destinadas aoensino agrícola têm em sua trajetória a marca do assistencialismo e da formação através do trabalho,preparando o trabalhador rural com conhecimentos básicos sobre técnicas agrícolas que atendessem asnovas relações do capital.

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ACADEMIA DO BARRO BRANCO: A HISTÓRIA DA CRIAÇÃO E IMPLANTAÇÃO DA ESCOLA DEFORMAÇÃO DOS OFICIAIS DA FORÇA PÚBLICA PAULISTA NA REPÚBLICA

ENIO ANTONIO DE ALMEIDA *Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP

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MARA REGINA MARTINS JACOMELIUnicamp

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A presente dissertação elucida a história da instituição de ensino militar paulista, Academia do BarroBranco, localizada na zona norte da capital, notadamente quanto ao momento da criação dessa escola deformação de oficiais da então Força Pública, fato ocorrido em 1913 com a publicação da Lei Estadual quecriava o Curso Especial Militar, com a colaboração de uma missão estrangeira de instrução militar. Essegrupo foi contratado pelo governo estadual paulista junto ao exército francês, e seus trabalhos se iniciaramem 1906. Como verificamos na pesquisa, a criação da Academia visou à manutenção da hegemonia políticada oligarquia cafeeira do oeste paulista em todo país. A atual Academia do Barro Branco é o local onde sãoformados os profissionais da área de segurança pública, responsáveis pelo comando dos policiais militaresque atuam em todas as cidades do Estado de São Paulo no atendimento emergencial da população emcasos de crimes e outras demandas públicas, bem como no policiamento ostensivo para preservar aquiloque o capitalismo define como ordem pública. Essa escola militar, portanto, resulta de um processo históricoiniciado a partir da profissionalização da então Força Pública durante a República Velha, empreendimentoeivado do ideário republicano e demais ideologias que permeavam o discurso educacional da época.Metodologicamente, para a elaboração do trabalho, foi procedido amplo levantamento bibliográfico sobre operíodo e a temática; recorrendo-se também às fontes primárias relativas à criação e implementação daAcademia. Em seus capítulos, verificam-se a contextualização histórica na transição Império-República, ohistórico da força policial paulista até o período de interesse da pesquisa e a inserção do objeto de estudona legislação da época; descreve-se a invernada do Barro Branco – local escolhido para a instalação daescola pesquisada e analisa-se a evolução curricular do Curso de Formação de Oficiais.

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AS REPRESENTAÇÕES DOS PROFESSORES: MEMÓRIA DA FORMAÇÃO DOCENTE NOINSTITUTO DE EDUCAÇÃO DE CAMPOS DOS GOYTACAZES

LIÉTE OLIVEIRA ACCÁCIO *Universidade Estadual do Norte Fluminense

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REGINA MÁRCIA GOMES CRESPOInstituto Superior de Educação Prof. Aldo Muylaert

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Neste artigo comenta-se a formação docente no Instituto de Educação de Campos dos Goytacazes, nasdécadas de 1950 a 1970, a partir do contexto e com base nas narrativas de um grupo de professores quedesenvolvem suas histórias de vida ligadas ao espaço da instituição escolar. Utilizam-se como fontesdocumentos institucionais, periódicos, livros de matrículas de alunos e entrevistas com antigas alunas dainstituição objeto de estudo. Organizam-se as linhas de pensamento a partir da concepção de cidade-lugarcomo espaço privilegiado para surgimento do sujeito, como situação composta de circunstâncias quepromovem a reconstituição do itinerário da formação docente em Campos dos Goytacazes, e através dospercursos da memória dos professores formados pelo Instituto de Educação. Isso possibilita fazeraproximações e analogias para visualizar o contexto da instituição escolar como uma cidade, portadora decultura interna, com hierarquia própria, relações comunitárias, objetivos sociais definidos, destinados àformação docente. A Escola Normal surge em 1895, no Liceu de Humanidades de Campos, quando a cidadeapresenta paisagem de florescimento econômico, gerado pela abertura comercial, com a ruptura do pactocolonial, implantação do modelo agrário exportador e produção da cana de açúcar na região norte do Estadodo Rio de Janeiro, que redesenha o espaço sócio-geográfico. Sofre processos de extinção e reativação até1955 quando, em diretrizes polêmicas, o curso normal é transferido para unidade escolar construída ao finalda década de 1940 em bairro periférico, considerado rural, sendo criado o Instituto de Educação. Na históriada profissão docente, o lugar da escola aparece na instituição memória, nas rotinas de trabalho, noexercício de funções, em lugares e objetos ancorados num tempo, num espaço. As histórias de vida, comofio condutor de procedimentos, possibilitam aos sujeitos da pesquisa expressarem as imagens que marcama escolha profissional, o cotidiano escolar e a atuação como professoras, incorporando os movimentos querecolocam professores no centro dos debates educativos e problemáticas da investigação. Nos relatosorais busca-se, na perspectiva metodológica, um caminho para melhor compreender o que cada professorasugere ao narrar sua trajetória. Desse modo, as imagens do lugar de formação, com prédio moderno,espaçoso, funcionários exigentes, professores competentes e práticas produtivas marcam a trajetória dosantigos alunos e ficam nas lembranças e nos objetos guardados como tesouros recolhidos. As possíveiscríticas às políticas educacionais ficam desvanecidas, apagadas pela visão pontual da lembrança queidealiza um momento, um lugar. Ao considerar aspectos da espacialidade humana e geográfica do cursonormal, no dimensionamento do Instituto de Educação de Campos dos Goytacazes, percebem-se ospolêmicos movimentos de avanços e recuos na construção da formação docente.

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EDUCAÇÃO PROFISSIONAL: DISCUSSÕES SOBRE A INSTITUCIONALIDADE DO SENAC NAAMAZÔNIA PARAENSE

ERBIO SANTOS SILVA *UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ

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Esse trabalho é produto das discussões travadas na disciplina Políticas Púlicas Educacionais do Programade Pós-Graduação da UFPA e reflete além dos fundamentos da disciplina o objeto de estudo do autor dotexto, que na busca por discutir o papel do SENAC/PA na Amazônia paraense perpassa por um longoprocesso de leitura e discussão sobre esta instituição. Assim, esse texto é produto de um trabalhobibliográfico pautado nas discussões de autores como Freire (1996), Franco (2004), Pucci (1994), Ianni(1995), Antunes (2001), Arretche (2007), Evangelista (2004) e documental com base nos relatóriosinstitucionais de 2006 a 2009. Portanto, expressa parte da identidade de seu objeto de estudo e pauta-seem um olhar crítico, que ora apresenta, ora analisa os dados e posicionamentos institucionais no DR/PA. Aopção por este estudo se justifica exatamente na perspectiva de dar sentido e aprofundamento àsdiscussões que servirão à materialidade de minha dissertação de mestrado. Logo, oportunamente travaalgumas discussões que praticamente seriam inevitáveis, tais como: a relação público-privado, a condiçãocidadã no papel do SENAC e ainda a concepção de gestão institucional. O texto se encerra com algumaspistas, mas não se conclui por considerar que essa temática demanda um debate mais aprofundado.

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ENSINO SECUNDÁRIO E INDISCIPLINA NO LICEU CUIABANO EM MATO GROSSO (1900 A1920)

MARINEIDE OLIVEIRA SILVA *Universidade Federal de Mato Grosso

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DÉBORA ROBERTA BORGESUniversidade Federal de Mato Grosso

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ELTON CASTRO RODRIGUES DOS SANTOSUNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

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Buscou-se com este trabalho, realizar um levantamento documental que pudesse desvelar como o LiceuCuiabano, primeira instituição de ensino público secundário de Mato grosso, considerava a indisciplinaescolar cometida pelos estudantes, no período compreendido entre 1900 a 1920. O pressupostofundamental deste trabalho é a de que somente ao estudar o passado, pode-se encontrar vestígios paraentender alguns problemas da atualidade que assolam o cotidiano das escolas, entre estes, o da indisciplinaescolar. A fundamentação teórica pautou-se nos estudos de Foucault (1987), Elias (1989), Luckesi (1999),Siqueira (2000), Zanelli (2002), Sá e Siqueira (2006), Di Santos (2007), dentre outros autores que tratam datemática em estudo. Teoricamente, para esse trabalho, realizou-se o método histórico em que se analisaramfontes documentais no Arquivo Público de Mato Grosso, como: jornais, Relatórios de Diretores e inspetoresda Instrução Pública, Atas Escolares e o Regimento interno do Liceu Cuiabano, Legislação do Ensino eMensagens dos Presidentes da Província de Mato Grosso, no intuito de elucidar como a indisciplina escolarera tratada entre os anos de 1900 a 1920. O estudo mostrou que com a transformação social e odesenvolvimento educacional, os castigos físicos passaram a não faz mais parte dos instrumentos legais decoerção das escolas. O mecanismo punitivo escolar passou a utilizar os castigos de morais. As análisesdocumentais mostram que no Liceu Cuiabano havia um regimento interno, com inúmeros artigosprincipalmente o artigo 12, destinado somente aos castigos, em previa com suspensão ou até mesmoexpulsão, os estudantes que praticassem condutas consideradas como indisciplina. Este documento davapoder para que o diretor do Liceu Cuiabano decidisse o castigo a ser aplicado em cada caso. Os delitoseram registrados em ata, sendo uma cópia enviada aos pais dos discentes. A indisciplina sob a óticadocumental parece significar a violação de regras estabelecidas entre as pessoas que visam garantir aordem na vida comunal. A problemática da indisciplina na escola desperta interesse, na medida em que sedesvelam as redes de relações que a compõem.

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ESCOLA MUNICIPAL “PROFESSOR PLÁCIDO CARDON”: A ORGANIZAÇÃO ESCOLAR NAPERIFERIA DO BAIRRO DA RONDA DE PONTA GROSSA – PARANÁ. 1964 – 2009.

CIRLEI FRANCISCA GOMES CARNEIRO *Universidade Estadual de Ponta Grossa

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CARLA ADRIANA MENEGOTTOUniversidade Estadual de Ponta Grossa

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Este estudo traz como objetivo a indissolubilidade do ensino, da pesquisa e da extensão, numa articulaçãocom os estudos do Grupo de Trabalho de Ponta Grossa – HISTDBR. As atividades universitárias, docentese discentes centraram-se na recuperação do conhecimento geo-histórico da Ronda, bairro situado nacidade de Ponta Grossa, Estado do Paraná, Brasil. Em fins do Século XIX e inícios do XX, um dos locais dePonta Grossa, que ficava entre um divisor de águas, era o espaço tropeiro de pernoite e de descanso dogado vacum, cavalar e muar que procediam do Rio Grande do Sul com destino à Feira de Sorocaba (SãoPaulo), cuja segurança desses animais era a “ronda” feita pelos peões da tropa. Foi precisamente nessesespaços, entre os arroios, que se originou a Ronda, subúrbio de Ponta Grossa. Nessa organizaçãoespacial, a qual o bairro da Ronda é parte do todo que integra a cidade de Ponta Grossa, - inicialmente,formada por imigrantes e seus descendentes e, posteriormente, na segunda metade do Século XX, haver apresença da população afro-brasileira - é que se desenvolveram as atividades de pesquisa direcionada àEscola Municipal “Professor Plácido Cardon” - Educação Infantil e Ensino Fundamental. Nesse sentido, oestudo visou demonstrar as mudanças ocorridas na referida Escola, a qual localizada na periferia do “CentroCívico” de Ponta Grossa, revelou-se um espaço educacional portador de um saber histórico aliado ao saberpopular do bairro da Ronda. O método e a técnica da História Oral foram os instrumentos utilizados, pois,segundo Alessando Portelli, os “historiadores se tornam cientes de que do encontro entre pesquisadores eentrevistados resulta um trabalho conjunto, em que aquele que ouve e aquele que relata têm igual valor”.Assim sendo, o próprio termo referencia que a história evoca uma narrativa do passado; a oral indica ummeio de expressão, cuja idéia refere-se às suas dimensões narrativas e linguísticas. Para tanto, com basenessas categorias conceituais, as atividades de pesquisa resultaram em questionamentos sobre osurgimento, desenvolvimento e consolidação não só do Bairro da Ronda, como, também, da EscolaPresbiteriana da Ronda. Ao longo das atividades e em contato com as fontes escritas (documentosescolares), as orais (entrevistas com famílias e professores) e as fotográficas (espaço urbano do bairro eespaço escolar), recuperou-se o “saber fazer e/ou maneiras de fazer” das relações de poder/saber deprofessores, pedagogos, e diretores em contraposição ao aprender/saber de alunos advindos de umapopulação com desigualdades sociais no bairro ponta-grossense da Ronda. Esta investigação priorizou operíodo de 1964 a 2009, datas balizas que correspondem à criação da Escola origens do Bairro da Ronda eda escola, além das práticas de pesquisa da Universidade Estadual de Ponta Grossa.

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ESCOLA PÚBLICA NOTURNA NO INTERIOR MINEIRO_ ARTICULAÇÃO DO PODER LOCAL

BETÂNIA DE OLIVEIRA LATERZA RIBEIRO*Universidade Federal de Uberlândia

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CLAUDIA OLIVEIRA CURY VILELAUniversidade Federal de Uberlândia

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VALÉRIA APARECIDA DE LIMAUniversidade Federal de Uberlândia

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O presente trabalho debruça – se sobre uma escola noturna pública em Ituiutaba, no interior das Gerais. Em1937, na cidadela da região do Triângulo Mineiro, origina-se a escola advinda da luta do movimento negrode Ituiutaba, contando com o apoio da “Legião Negra”. Intencionavam lutar para defender interesses daraça, buscando a alfabetização de adultos trabalhadores. Em 1941, prefeito Jaime Veloso Meinberg criacomo escola primária da sede da cidade de Ituiutaba a Escola Municipal “Machado de Assis”, mudando adenominação da Escola 13 de Maio para Machado de Assis, objeto em que se incide essa pesquisa.Objetivando clarificar o movimento histórico da Escola Noturna Machado de Assis, desvelando o pioneirismodesta instituição pública, sua importância e o que foi efetivado pelo verbo político e social do poder local domunicípio, relativo à escola noturna, a metodologia adotada propôs arrolamento e análise de fontesimpressas, das décadas de 40 e 50, e o confrontamento dessas, com fontes orais de remanescentes doperíodo em estudo e de documentos oficias como atas da Câmara Municipal de Ituiutaba e LegislaçãoEducacional. Delimitou-se, como marco temporal as décadas de 40 e 50, considerando-se a hipótese deque, nesse período, a escola surgiu e emergiu, consolidando-se no cenário educacional local. Optou-se porfonte primária as atas da Câmara Municipal de Ituiutaba e como fontes secundárias o Jornal “Folha deItuiutaba”, jornais e revistas que citam a referida instituição e a história de Ituiutaba, e a legislação referenteà educação desse período. Nesse momento, Ituiutaba viveu tempos dinâmicos, de progresso, que podemser acompanhados pelas páginas da “Folha de Ituiutaba”, como elucidado na pesquisa. Constatou-se que,nesse tempo em que o analfabetismo era tido como vergonha nacional, a escola primária noturna ofereciaao poder local a possibilidade de diminuir o índice de analfabetos e “controlar” os indivíduos que afrequentavam; e aos sujeitos que produziam cotidianamente a escola, a oportunidade de se tornaremcidadãos com maiores perspectivas no cenário municipal que se ascendia. Do movimento promovido pelacomunidade negra resultou-se a escola noturna e foi preciso esperar até o final de 50 para que essa vissesua relevância ser constatada, quando a sociedade política e econômica dominante na cidade interioranaviu-se beneficiada pela educação que abastecia o município de indivíduos mais “úteis”.

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GRUPO ESCOLAR PROFESSOR SERAPIÃO: INÍCIO DA ESCOLARIZAÇÃO DO ENSINOPRIMÁRIO DE 1913 A 1930 NA REGIÃO DO VALE DO IGUAÇU

VALÉRIA APARECIDA SCHENA *Faculdade Estadual de Filosofia Ciências e Letras

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MÁRCIA MARLENE STENTZLERFaculdade Estadual de Filosofia,Ciências e Letras

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No Brasil, o modelo de Grupo Escolar, foi implantado pela primeira vez no Estado de São Paulo em 1893.Este tipo de instituição previa uma organização didático-pedagógica que estabelecia modificaçõesprofundas e precisas na didática, no currículo e na distribuição espacial de seus edifícios. A construção deedifícios específicos para os grupos escolares foi uma das preocupações das administrações dos Estadosque tinha no urbano o espaço o privilegiado para a sua edificação, em especial nas capitais e nas cidadeseconomicamente prósperas. No Paraná a criação dos grupos escolares começa em 1903, em Curitiba,tendo como modelo a estrutura do grupo escolar de São Paulo. E no município de União da Vitória os gruposescolares surgiam em meados de 1913. Pretende-se estudar os fatores que contribuíram na implantaçãodos grupos escolares do antigo primário na região do Vale do Iguaçu mais especificamente no município deUnião da Vitória, através de uma análise da perspectiva histórica da estruturação destes grupos, nosseguintes aspectos: a política educacional dos governos, mudanças na sociedade que contribuíram para aprofissionalização docente, em especial da Cidade de União da Vitória-PR, no período que compreende oinício do século XX, e dentre este período as décadas de 1913 a 1930. Esse recorte historiográfico condizalém da escolarização nos Grupos Escolares, o início do magistério, que data de 1917 o primeiroeducandário de Ensino Normal: O Colégio Santos Anjos Escola da ordem das Irmãs “Servas do EspíritoSanto”. E em 1927 da abertura de uma Escola pública para o Ensino Normal em Porto União Grupo EscolarProfessor Balduíno Cardoso. Além disso, a expansão do ensino público e conseqüentemente do quadrodocente para além do primário deveu-se também ao modelo de ascensão social com forte ênfase naescolaridade média e superior como condição para a disputa de postos ou funções oferecidas pelo mercadode trabalho em franco processo de industrialização.

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GRUPO ESCOLAR “PADRE ANCHIETA” - PRÁTICAS ESCOLARES NAS TRILHAS DA CIDADE(1934 – 1971)

ADRIANA APARECIDA ALVES DA SILVA *Universidade de Sorocaba

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Este artigo é fruto da dissertação de mestrado e tem como objetivo apresentar uma das facetas da históriado Grupo Escolar “Padre Anchieta” (1934 – 1971) enfatizando as práticas escolares nas trilhas da cidade dePilar do Sul – SP. Relata a construção da escola e de suas práticas que está intimamente ligada àconstrução física e simbólica da cidade, isto é, analisa o Grupo Escolar “Padre Anchieta” inserido nocotidiano da cidade. O período investigado 1934 - 1971 refere-se ao ano de fundação do Grupo Escolar“Padre Anchieta” e o ano da última turma matriculada antes da Lei de Diretrizes e Bases 5692/1971 queredefiniu as escolas e também porque é um momento onde processo de urbanização da cidade seintensifica. Para investigar a história do Grupo Escolar “Padre Anchieta” enfatizando suas práticas, nesseperíodo, foi necessário compreender a lógica e os espaços dessa cidade e utilizar diversas fontes, escritas,orais e iconográficas que foram garimpadas nos mais diversos espaços da cidade como arquivos oficiais eguardados pessoais. Então a pesquisa foi construída a partir dos relatos de pessoas envolvidas emdiferentes momentos e posições, fotos e outros documentos. A análise foi norteada pelo diálogo entre asfontes considerando que a história é construída por seres reais vivendo relações de dominação esubordinação e que o conhecimento histórico é capaz de apreender e incorporar as experiências vividas poresses sujeitos vivendo situações e relações sociais. Desta forma podemos concluir destacando algunspontos da investigação como: as relações entre os diferentes agentes escolares, a prática comum deutilizar os castigos morais e físicos, as diversas campanhas escolares, rotina e praticas de sala de aula, aarquitetura escolar, e as formas que o Grupo Escolar “Padre Anchieta” incorporou o ideário republicano, a“formação integral”, para nortear suas práticas escolares.

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MINHA ESCOLA MEU PEDACINHO DE CHÃO

CLARISSA BORBA PRIETO *Universidade Estadual de Ponta Grossa

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O presente trabalho propõe-se a dissertar sobre as conclusões auferidas por meio da pesquisa intituladaMinha Escola Meu Pedacinho de Chão que buscou compreender, mesmo que parcialmente, a educação naregião dos Campos Gerais - PR, baseando-se, para tal, em levantamento, catalogação, digitalização eanalise das fontes documentais primárias e secundárias, além da criação de um banco de dados paradisponibilização do material encontrado. Esta pesquisa insere-se no projeto de pesquisa “Levantamento eCatalogação das Fontes Primárias e Secundárias da Educação Brasileira” desenvolvido pelo Grupo deEstudos e Pesquisas “História, Sociedade e Educação no Brasil”, o HISTEDBR, através do Grupo deTrabalho localizado na Universidade Estadual de Ponta Grossa. Neste trabalho foram resgatados oscontextos históricos, políticos, sociais e econômicos que embasaram a criação das instituições escolarespúblicas investigadas, no período de 1904 a 1940, analisando-os, numa perspectiva histórico-materialista.Por fim concluiu-se que a educação na região dos Campos Gerais paranaenses foi produzida para:assegurar o progresso econômico na região, por meio da qualificação do trabalhador; para educarmoralmente para a vida urbana, além de higienizar e para formar os futuros eleitores.

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O DISCURSO DO FRACASSO ESCOLAR NA PEDAGOGIA CRÍTICA

MARIA DO SOCORRO N. QUEIROGA *UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

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Este ensaio é parte de uma discussão desenvolvida em Tese de Doutorado, tratando dos discursos sobrefracasso escolar, no contexto mais amplo do discurso sobre as crianças com trajetórias minoritárias naescola. No trato com a análise dos discursos utilizei como ferramenta teórica central a analítica de MichelFoucault −, sobretudo sua importante contribuição sobre as relações de poder e a produção de saber, e aperspectiva histórico-sociológica de Norbert Elias e Philippe Arriès, suportes fundamentais para ametodologia adotada, qual seja: a arqueologia do conceito de fracasso escolar; sua invenção atrelada àsrelações de poder instituídas no Brasil nos anos 1960/1980. Compreendendo os discursos sobre o fracassoescolar como maquinarias de governo da infância, analiso-os como formas de disciplinamento fabricadaspara regular as trajetórias individuais e como forma de controle da população, em diferentes temposhistóricos. Na Tese elegi três séries históricas nas quais as trajetórias escolares das crianças sãosignificadas de diferentes formas: na série da “eugenia”, desde finais do século XIX até as quatro primeirasdécadas do século XX; a série do “planejamento”, compreendida entre os anos 1960/1980, e, finalmente asérie da “eficácia”, entre os anos 1980 até a contemporaneidade. Para este artigo, faço um recorte para umtempo histórico particular, ou seja, no intervalo entre os anos 1960/1970, na série do “planejamento”, naqual predomina o discurso do fracasso escolar na perspectiva da governamentalidade militarista, a qualbusca capturar os sujeitos através dos saberes produzidos, sobretudo no campo “psi” e pedagógico. Acentralidade das discussões, contudo, será a produção do discurso do fracasso escolar na pedagogiacrítica.

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O FLÂNEUR VISITA A ESCOLA NORMAL DE PIRACICABA/SP EM 1913

TONY HONORATO *Universidade Estadual Paulista - FCL

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Este ensaio, inspirado nos escritos de Walter Benjamin, propõe-se refletir, a partir da flanerie, uma tramasocial presente na modelar Escola Normal Primária de Piracicaba, interior do Estado de São Paulo. Paratanto, fantasmagoricamente, laçamos um flâneur para narrar experiências vividas em um acontecimentopiracicabano do ano de 1913. Utilizou-se da fotografia como fonte.

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O PROJETO MUSEU PEDAGÓGICO NA ESCOLA E A INTERLOCUÇÃO COM O COTIDIANOESCOLAR: REFLEXÕES ACERCA DAS DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM NA EDUCAÇÃO

BÁSICA EM VITÓRIA DA CONQUISTA-BA

EDILEUZA ALVES DE CASTRO *Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia

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EDNA LÉLIA ALVES F. DIASUniversidade Estadual do Sudoeste da Bahia

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KALINE DE BRITO VIANAUniversidade Estadual do Sudoeste da Bahia

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LÍVIA DIANA ROCHA MAGALHÃESUniversidade Estadual do Sudoeste da Bahia

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SUELEN GOMES DE SENAUniversidade Estadual do Sudoeste da Bahia

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O Museu Pedagógico da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia - UESB, há dois anos estádesenvolvendo o projeto: “O Museu Pedagógico na Escola”, financiado pela FAPESB, em 2008, com oobjetivo de estudar entre outros aspectos, o cotidiano escolar da educação básica em quatro escolas deVitória da Conquista e de uma cidade circunvizinha, buscando estabelecer um diálogo entre ospesquisadores do MP e os professores das referidas escolas, por meio da construção de um banco dedados que é armazenado no site do Museu Pedagógico, por meio de computadores instalados nas escola.Os professores têm a função de registrar sempre que puderem, suas inquietações, comentários, críticas queeles consideram que estão permeado ou dificultando o andamento das atividades educacionais nas escolasque ministram aulas. Dentre os principais problemas apontados nos registros coletados pelas bolsistas deiniciação científica, concernentes ás práticas escolares, que do ponto de vista, dos professores veminibindo o processo educacional nas escolas é a dificuldade de aprendizagem, observada em váriasdisciplinas, como por exemplo, história e matemática. Existem queixas de professores relacionadas a faltade curiosidade dos alunos pela disciplina história, como também em relação a dificuldade que os mesmostem de interpretar os textos históricos e as sentenças matemáticas. A dificuldade de interpretação éapontada como sendo um problema muito grave, por, não se restringir apenas à matemática, e sim tambémas demais disciplinas. Uma outra questão destacada nos registros dos professores, como sendo uma dascausadoras da dificuldade de aprendizagem é a indisciplina. Esta se constitui em um problema encontradona maioria das escolas e tem angustiado os docentes, que deixam transparecer em seus relatos um certodesanimo e inquietação, através de reticentes indagações, que mais comparecem nas entrelinhas, sobre aspossíveis soluções para esse problema, uma vez que vem afetando o desempenho escolar e, porconseguinte a própria cultura escolar, quando a violência também aparece atrelada a mesma, fazendo partedesse mesmo cotidiano. A Pesquisa vem confirmando a visão de que cada escola possui sua própria culturae que esta é construída historicamente nas manifestações do seu cotidiano, através dos processossincrônicos e diacrônicos e que adentrar nesse universo ainda se constitui em um desafio para ospesquisadores interessados em estudar as questões relacionadas ao cotidiano das instituições escolares,que por hora, buscam superar as distâncias entre o ambiente acadêmico e o escolar, propondo, portanto,

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uma primeira interlocução com o cotidiano escolar, em Vitória da Conquista, através desse projeto, que játem propiciado importantes análises e resultados, que futuramente tem a intenção de ser organizado,visando apontar a situação da escola em nossa região e indicar algumas políticas públicas estaduais emunicipais.

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O SIGNIFICADO SÓCIO-HISTÓRICO DO INSTITUTO BENJAMIN CONSTANT NA CIDADE DEMANAUS (1889-1930)

ERILANE DE SOUZA GUIMARÃES *UNIVERSIDADE DE SOROCABA

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Esta pesquisa se realiza dentro de uma perspectiva descritiva e analítica com o objetivo de recuperar osfragmentos da história e memória do Instituto Benjamin Constant, no período delimitado. O Instituto,enquanto objeto de estudo, viveu seu apogeu na cidade de Manaus. Em sua existência do final do séculoXIX até o início do século XX, teve como precursores o estabelecimento Orphanologico Amazonense e oAsylo Orphanologico Elisa Souto, até a sua transformação em Instituto Benjamin Constant (1892). Aindahoje permanece uma referência à população, seja pela suntuosidade arquitetônica que atualmente abriga umcentro estadual de informática ou, pelas lembranças de um trabalho realizado em tempos passados, quandorecebia em suas dependências as meninas (entre seis a quatorze anos) órfãs, filhas de funcionáriospúblicos e de artistas, que para lá eram encaminhadas, permanecendo no estabelecimento até vinte e umanos, com exceção das que casavam antes ou, por algum motivo, não fosse mais conveniente suapermanência no orfanato. Ao resgatar esse conhecimento pela História da Educação, a pesquisa preserva omodelo educativo marcado eminentemente por uma cultura religiosa, que oferecia às meninas o ensino dasprimeiras letras e de prendas domésticas, préstimos estabelecidos como necessários para a formação daboa mãe e esposa virtuosa, e que correspondiam ao papel da mulher como primeira educadora. O grandedesafio da pesquisa está em enfrentar a deficiência de sistematização e organização de documentosescritos e materiais iconográficos relacionados a essa instituição. A pesquisa se desenvolve pela leitura daliteratura a respeito, pela garimpagem e sistematização dos documentos escritos e materiais iconográficos,caminho pelo qual se extrai, de acordo com Ginzburg (1989), evidências, indícios e pistas referentes àspráticas escolares do Instituto Benjamin Constant, para que as futuras gerações reconheçam as bases queconsolidaram a educação amazonense. O desenrolar da pesquisa se baseia nos pressupostos teóricos dacultura escolar e na forma como eles permitem construir a consciência histórica, com o intuito de preservarparte da memória educacional local. Julia (2001), preconiza a importância da análise dos conteúdosensinados e das práticas escolares, afirmando que cada instituição de ensino é peculiar, ou seja, cadainstituição é única, singular nas suas normas estabelecidas e suas práticas desenvolvidas num determinadoespaço e época, onde são produzidos novos costumes e hábitos, que devem ser investigados. Com issoespera despertar o interesse de professores, pesquisadores, acadêmicos e da comunidade civil, para avalorização das práticas escolares desenvolvidas em Manaus. Além disso, preservar a história e a memóriada educação regional, seus saberes e fazeres sócio-histórico-culturais e ampliar a produção científicadevem ser compromisso perene dos que pesquisam e se interessam pela História da Educação.

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OS FAZERES DA ESCOLA PRIMÁRIA: IDEAIS POSITIVISTAS GARANTINDO A IMPLANTAÇÃODO NACIONALISMO

ROSELI BILOBRAN KLEIN *Faculdade Estadual de Filosofia, Ciências e Letras de União da Vitória - PR

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Devido ao avanço das ciências naturais, particularmente das biológicas e fisiológicas do século XIX, há umatentativa de aplicar os princípios utilizados por estas à filosofia. O progresso da industrialização, na visão deAugusto Comte, o fundador do positivismo, emanou um sentimento de insegurança com a possibilidade deum desenvolvimento desenfreado que não pudesse controlar devidas manifestações de descontentamentoentre os vários segmentos sociais, desta forma, o projeto maior do positivismo foi fundar esta física social,a sociologia, com seus estudos da estática social (ordem) e da dinâmica social (progresso social). E, estacorrente filosófica penetrou no Brasil num momento em que seus dirigentes estavam ávidos para implantarum nacionalismo particular, inspirados na formação da moral, no acesso dos indivíduos à educação comconhecimentos científicos e necessários para garantir uma população mais culta e polida. Isto poderiaacontecer por intermédio da educação inculcando este sentimento. Este é o objetivo deste trabalho,resgatar atas escolares que registram estas práticas educativas no ambiente da escola, durante esteperíodo histórico, e que relatam situações vivenciadas tendo como pano de fundo o projeto do nacionalismoà luz do positivismo.

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RECONSTRUÇÃO HISTÓRICA DAS INSTITUIÇÕES ESCOLARES PÚBLICAS DOS CAMPOSGERAIS - PR (1904-1950)

MARIA ISABEL MOURA NASCIMENTO *Universidade Estadual de Ponta Grossa

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O presente projeto de pesquisa tem o propósito de contribuir para a produção do conhecimento na área daHistória da Educação Brasileira, através da reconstrução histórica das Instituições Escolares Publicas naRegião dos Campos Gerais, no Estado do Paraná. O projeto de pesquisa enfoca o período compreendidoentre o início da República até a metade do século XX, que foi muito importante para o desenvolvimento doEstado do Paraná e para a História da Educação Brasileira. Neste período ocorreu a criação dos primeirosgrupos escolares públicos na região dos Campos Gerais - PR, como concretização do importante papel daeducação no processo de desenvolvimento e modernização a sociedade brasileira. O problema objeto dainvestigação proposta neste projeto diz respeito, essencialmente, ao resgate de fontes primárias dasInstituições Escolares Públicas, e a partir destas fontes reconstruir a História da Educação. Esta propostade pesquisa parte de nossa preocupação com a recuperação, manutenção e registro da documentação dasInstituições Escolares, que estão em precárias condições de conservação. São fontes primáriasfundamentais para a compreensão da institucionalização, constituição e implantação das primeiras escolasna região e para a reconstrução histórica. Com este trabalho junto às escolas das cidades participantes doprojeto estaremos contribuindo para desvelar parte da história da cidade e da região através de um trabalhocientífico, com o compromisso de promover o fortalecimento dos laços de pertencimento. Os resultados dapesquisa serão disponibilizados em um catálogo com o acervo de fontes coletadas e os verbetes produzidossobre cada Instituição Escolar, para ser disponibilizado na forma impressa em papel, e na forma digitalizadaem CD-Rom. Desta forma, espera-se que este material constitua-se em fonte de informações para asatividades de ensino, pesquisa e extensão das várias Instituições de Ensino Superior, em especial doParaná. Ele fornecerá à comunidade científica, especificamente da área da educação, elementos para oavanço do conhecimento sobre a História da Educação na Região, bem como, as condições necessáriasque possibilitarão o surgimento de novas pesquisas na área.

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“IDEÁRIO REPUBLICANO NOS CAMPOS GERAIS: A CRIAÇÃO DO GRUPO ESCOLARCONSELHEIRO JESUÍNO MARCONDES (1907)”

LUCIA MARA DE LIMA PADILHA*Universidade Estadual de Ponta Grossa

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O presente trabalho refere-se à pesquisa de mestrado, do programa de Pós-Graduação em Educação daUniversidade Estadual de Ponta Grossa - PR, sobre o grupo escolar “Conselheiro Jesuíno Marcondes”, nacidade de Palmeira nos Campos Gerais – Paraná. Trata-se de uma instituição regional de ensino a partir daqual se procurou estabelecer relações entre o contexto nacional e o local, uma vez que está dentro doprojeto republicano de instauração de Grupos Escolares no país, cujo objetivo era a expansão daescolarização visando reduzir o alto índice de analfabetismo e de forma ideológica, doutrinar e “civilizar” asociedade. Por ser uma instituição criada numa região com várias colônias de imigrantes, procurou-setambém verificar as questões mais gerais no contexto da sociedade, do Estado, da organização dasclasses e grupos sociais dominantes que influenciaram nas relações de adaptação desses imigrantes nopaís. Para dar conta dessa problemática e compreendê-la foram elencadas as categorias de análise(Estado, Trabalho, Educação), com os quais se procurou aproximar do objeto em estudo, no caso o grupoescolar inaugurado na cidade de Palmeira - PR (1907). O estudo foi estruturado e organizado a partir dospressupostos teórico-metodológicos do materialismo histórico e dialético, que propõe para a investigaçãode determinado objeto que se parta das condições concretas de existência, superando as concepçõesidealistas e metafísicas da história. O procedimento metodológico adotado para o desenvolvimento dapesquisa foi, inicialmente a realização do levantamento das fontes documentais e iconográficas, como: Leis,Decretos, Regulamentos, Portarias, Atas de reuniões, fotografias, mapas, desenhos e Jornais da época,encontrados no Grupo Escolar em estudo, no Museu da cidade de Palmeira, na Casa da Memória de PontaGrossa, no Arquivo Público do Paraná – PR e no Museu Campos Gerais - PR, e posteriormente, aorganização desse material devidamente copiado e digitalizado em um banco de dados específico que foiarmazenado em um CD-ROM. Uma cópia desse material, entregue juntamente com a versão final dapesquisa, está disponibilizada no “Centro de Documentação On-line” na pagina do Grupo de pesquisaHISTEDBR- Campos Gerais , de modo a colaborar com outras pesquisas em História da Educação. Apesquisa foi dividida em três capítulos: “O ideário republicano no Brasil”; “Os Campos Gerais e a formaçãoda cidade de Palmeira”; “O Grupo Escolar Conselheiro Jesuíno Marcondes”. Conclui-se que o presentetrabalho permitiu uma melhor compreensão do projeto republicano de instauração dos grupos escolares nopaís, cujo objetivo era a expansão da escolarização como forma de dar instrução ao povo, quediferentemente dos discursos, se deu de forma lenta e de acordo com os interesses políticos de cadaregião, sempre atrelado aos interesses de classes.

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A INSERÇÃO DA MULHER NO MERCADO FORMAL DE TRABALHO NA ÁREA DA EDUCAÇÃO

APARECIDA LUVIZOTTO MEDINA MARTINS ARRUDA *Universidade de [email protected]

No período recente, tem surgido uma tendência de ingresso de mulheres em funções tradicionalmenteocupadas por homens, conforme divulgado pelo relatório da Organização Internacional do Trabalho (2004).Em outro estudo sobre o emprego feminino no Estado de São Paulo (Mulher e Trabalho, 2002) da FundaçãoSEADE, foi destacado que as mulheres chegaram a dobrar sua participação no total de cargos de direção,na década de 90 (de 12,1 % para 24,4 %). O mercado de trabalho está muito competitivo e nele a mulher sedestaca, em grande parte na área educacional, chegando a altos postos, como a reitoria. Zuleica LopesCavalcanti de Oliveira, afirma “Não há dúvida sobre os avanços inequívocos alcançados pelas mulheresbrasileiras no espaço público do trabalho durante o século XX”. Como tem sido reiterado na literatura, aassociação entre a escolaridade e a participação das mulheres no mercado de trabalho é intensa, porém,continua a discriminação. Maria Rosa Lombardi, escreve: “Em geral, essa discriminação não é explícita, oque torna mais difícil para as mulheres identificá-la e reagir a ela. Invariavelmente a discriminação parte doshomens, normalmente, dos colegas de profissão que estão no mesmo nível”. Portanto, pesquisar sobre ainserção feminina no mundo profissional da Educação e avaliar o seu grau de satisfação e os conflitos queesta realidade causa, será gratificante. O presente trabalho abordará o movimento histórico da mão-de-obrafeminina na área da Educação, no período de 1990 a 2008, detalhando as condições de trabalho em que sedeu o aumento da presença feminina, contrapondo as oportunidades de emprego das mulheres em relaçãoàs dos homens. Olhar para a inserção da mulher no contexto educacional brasileiro atual, mesmo que dentrodos limites de uma década, pode constituir-se num importante instrumento para uma análise das relações degênero e das conquistas femininas. Um fator que interfere nas relações da mulher com o trabalho são oscuidados com a família e a dificuldade de conciliar as atividades. Os argumentos são que o problema daascensão de mulheres a postos hierárquicos mais elevados ocorre devido à falta de disponibilidade integralà carreira profissional. Esses argumentos, todavia, estão impregnados de conceitos tradicionais sobre opapel social da mulher, e as particularidades de ser sujeito feminino continuam a ser usadas para justificaras formas de sua exploração. Tal análise será desenvolvida a partir dos dados da Relação Anual deInformações Sociais, do Ministério do Trabalho e Emprego, dados estatísticos do INEP, da FundaçãoSEADE e do IBGE. Elizabeth Kurtz Marques, ressalta que o contingente feminino “não quer mais um bico,tampouco o trabalho informal, mas ao contrário, deseja a realização pessoal, almeja ser sujeito ativo eparticipante da sociedade e, principalmente, quer liberdade para ser autor de sua vida”.

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A MÍDIA BRASILEIRA COMO INSTRUMENTO DE INTERDIÇÃO DOS NEGROS NO ACESSO AOENSINO SUPERIOR

VIVIAN JAQUELINE LIMA VIANA*Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia

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Este artigo tem como objetivo o estudo da Mídia escrita e sua influência na formação da opinião pública ena propagação do racismo. No decorrer deste estudo analisamos sete Revistas de grande circulaçãonacional (VEJA e ÉPOCA), em busca de detectar a presença de discursos racistas que venham de encontroàs políticas de ação afirmativa. A Mídia enquanto veículo de informação de largo alcance, é um instrumentoeficaz na formação da opinião pública e pode ser um mecanismo que deponha contra ou a favor de práticasracistas e preconceituosas contra negros e afro-descendentes, dependendo do discurso adotado por essemeio de comunicação de massa. Este estudo apontou que as Revistas analisadas, servem ao interesse deuma classe hegemônica e por isso apresentam discursos racistas de combate as políticas de açãoafirmativas.

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A RESPONSABILIDADE SOCIAL E O PARADIGMA DA INCLUSÃO: IDEOLOGIAS ARTICULADASAO PROJETO DA “DIREITA PARA O SOCIAL”

ANDRÉ SILVA MARTINS *UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA

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LEONARDO DOCENA PINA

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Este trabalho faz parte de um estudo mais amplo que analisa as práticas políticas destinadas ao processode legitimação da burguesia enquanto classe dirigente no Brasil de hoje, bem como as estratégiasempregadas por esta classe na afirmação da sociabilidade capitalista nesse início de século. O textoapresenta o movimento da classe burguesa nesse processo através da análise de formulações eproposições sobre inclusão social do Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade social. No que dizrespeito ao referencial de análise, incorporamos as formulações gramscianas, especialmente aquelas quese dedicam a apreender a configuração do Estado moderno, as relações de hegemonia e as mudançasqualitativas presentes no capitalismo monopolista. O processo de análise revela que o Instituto Ethosincorporou o “paradigma da inclusão” à responsabilidade social, constituindo, assim, mais uma estratégiapara legitimar o suposto papel a ser desempenhado pelo empresário moderno nos dias de hoje: o da “direitapara o social”. Ao defender o paradigma inclusão como forma de construção do consenso, o Instituto Ethosconfirma, na prática social concreta, que os processos de dominação burguesa na atualidade ocorrem pormeio de estratégias cada vez mais refinadas, pois, ao mesmo tempo em que reafirmam, num patamarsuperior, a condição do empresariado como classe dirigente, difundem um conjunto de referências materiaise simbólicas que asseguram e legitimam, como válidas, as bases do modo de produção capitalista daexistência.

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A VOZ DO GÊNERO QUASE AUSENTE NA DOCÊNCIA EM FÍSICA DA UFPA

MARIA DA CONCEIÇÃO GEMAQUE DE MATOS*Universidade Federal do Pará

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RESUMOEste trabalho tem o objetivo de identificar as dificuldades enfrentadas pelos docentes implicados com aefetivação das propostas curriculares destinadas à formação do licenciado em Física da UniversidadeFederal do Pará, entre 1970 e 2005, em função do gênero a que pertencem. Para tal, fez-se uso dasnarrativas das docentes através de entrevista semiestruturada. O artigo primeiro descreve a presença dogênero feminino no cenário paraense na educação básica, para em um segundo momento identificar apresença da mulher na referida Licenciatura, e a seguir dar voz as docentes atuantes neste curso,procurando identificar as discriminações e barreiras vivenciadas por elas no exercício da docência.

Palavras-Chave: Educação, docência, gênero.

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ACESSO E PERMANÊNCIA DE INDÍGENAS NA EDUCAÇÃO SUPERIOR DO AMAZONAS: UMESTUDO DA COTAS PARA ÍNDIOS DA UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS – UEA.

MARCOS ANDRÉ FERREIRA ESTÁCIO*UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS

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No Estado Democrático de Direito, o direito à educação é estabelecido enquanto princípio de igualdade que,para ser assegurado, necessita da indispensável atuação do Poder Público, entidade que regula o sistemade defesa contra as interferências ou ausências do poder estatal, representando assim, os interesses dasociedade civil. Porém, no atual contexto brasileiro, as políticas neoliberais adotadas, principalmente a partirda década de 1990, trazem como centralidade a reforma do Estado e, na área da educação, estes ideaisapontam para a desresponsabilização do Estado em relação à educação pública, e é neste período que seiniciam os debates sobre as políticas de ações afirmativas no Brasil. A presente pesquisa objetivacompreender as políticas de ações afirmativas de ingresso e permanência no ensino superior, para ospovos indígenas, implementadas na Universidade do Estado do Amazonas – UEA, a partir da Lei Estadual nº2.894, de 31 de maio de 2004, a qual dispõe sobre as vagas oferecidas em concursos vestibulares da UEA,determinando a reserva de um percentual de vagas, por curso, para serem preenchidas, exclusivamente, porcandidatos pertencentes às etnias indígenas localizadas no Estado do Amazonas. A metodologia utilizada éde natureza qualitativa ilustrada por dados quantitativos, do tipo documental, bibliográfica e a pesquisa decampo foi realizada nos cursos de licenciatura da Escola Normal Superior da UEA. Parte-se dacompreensão de que as ações afirmativas são um conjunto de políticas públicas e privadas de carátercompulsório, facultativo ou voluntário, concebidas com vistas ao combate à discriminação racial, de gênero,por deficiência física e de origem nacional, bem como para corrigir ou mitigar os efeitos presentes dadiscriminação praticada no passado, tendo por objetivo a concretização do ideal da efetiva igualdade deacesso a bens fundamentais. Já a política pública é entendida compreendida como um fenômeno social,integrante de um todo amplo e complexo, denominado de realidade social, a qual é marcada porcondicionantes sócio-históricos em constante processo de transformação. Logo, as ações afirmativasdevem almejar não apenas coibir a discriminação do presente, mas, sobretudo, eliminar os efeitospersistentes da discriminação do passado, os quais tendem a se perpetuar, e mais, no ensino superiordevem se constituir como práticas interdependentes e complementares, relativas às experiências evivências sociais, políticas culturais dos atores sócio-educacionais, visando, tanto o acesso quanto apermanência dos atendidos pelas respectivas políticas. E assim, o efeito mais visível dessas ações, alémdo estabelecimento da diversidade e representatividade propriamente ditas, é o de eliminar as barreirasinvisíveis que emperram o avanço de negros, mulheres, indígenas, quilombolas, independentemente daexistência ou não de política oficial tendente a subalternizá-los.

IX JORNADA do HISTEDBR * UFPA * Belém-PA, de 07 a 09/07/2010

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EM BUSCA DE UMA HISTÓRIA DO CORPO: “POR CAUSA DA MULHER”(?)

MARIA HELENA LIRA *Universidade Federal de Pernambuco

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A temática em pauta faz parte das primeiras discussões de uma pesquisa de doutorado acerca da educaçãodo corpo de meninos e meninas nos processos civilizadores estabelecidos em escolas confessionais. Paraeste artigo levantamos uma discussão preliminar acerca do corpo e das relações de gênero enquantocategorias úteis para análises historiográficas. Trazemos enquanto provocação para a construção danarrativa a música “Super-homem – A canção” de Gilberto Gil, composta em 1979. No nosso ponto de vistaessa música destaca o universo feminino e masculino de forma interdependente, o que possibilitou suaapreciação em articulação com autores que discutem corpo e gênero.

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GÊNERO E MATERNIDADE: AS NORMALISTAS E SUAS PRÁTICAS ESCOLARES NO GRUPOESCOLAR ILDEFONSO MASCARENHAS DA SILVA (1940 A 1950) NO INTERIOR DAS GERAES

VALÉRIA APARECIDA DE LIMA *Universidade Federal de Uberlândia

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BETÂNIA DE OLIVEIRA LATERZA RIBEIROUniversidade Federal de Uberlândia

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CLARISSA BETANHO INÁCIOUNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA

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CLAUDIA OLIVEIRA CURY VILELAUniversidade Federal de Uberlândia

[email protected]

LELIA APARECIDA AZEVEDO SILVAUNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLANDIA

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MARIA ANGELICA PEREIRA BASTOSuniversidade federal de [email protected]

A presente pesquisa se estrutura a partir do projeto intitulado“Modernização e Educação Pública no interiordo Brasil:estudo de caso no Triângulo Mineiro(1930-1960)”, aprovado pela FAPEMIG no ano 2009. Oobjetivo geral desta pesquisa é analisar a gênese do Grupo Escolar Ildefonso Mascarenhas da Silva. Osobjetivos específicos são compreender as condições de trabalho das professoras primárias e entender aspráticas escolares no magistério vinculadas a maternidade no referido grupo. A metodologia utilizada foientrevista semi-estruturada com professoras primárias da primeira turma do Grupo Escolar IldefonsoMascarenhas da Silva de 1947. Utilizaram-se na pesquisa arquivos pessoais, álbum de fotografia particularde professoras,documentação oficial da escola, como atas, recibos, telegramas de governadores, e daleitura e análise do Jornal local intitulado”Folha de Ituiutaba”no período selecionado. Os resultados doestudo demonstram que a gênese do Grupo Escolar Ildefonso Mascarenhas da Silva, apresentouprecariedade de condições de trabalho no referido grupo. Seu primeiro prédio era no centro da cidade,porém com péssimas condições de funcionamento e durante mais de uma década, o referido grupo ficousendo acolhido por prédios que não lhes eram próprio.Neste processo, compreende-se que as práticasescolares das professoras do grupo escolar estavam vinculadas a maternidade. Assim, o trabalho docenteera visto como extensão do lar, uma vez que o magistério era considerado como vocação e a professorajamais era identificada como uma profissional, sendo seu trabalho comparado a uma missão.Compreende-se nas entrevistas realizadas neste estudo que as mesmas delineiam as qualidadesnecessárias para as professoras primárias, vistos como instrumentos a serviço da unidade moral e políticada nação, responsáveis pela formação de “homens e almas”. A alegria e a satisfação das mulheresdeveriam estar sempre presentes, na medida em que assumiram o compromisso com a nação. Nestaperspectiva, conclui-se que na década ora estudada as práticas das professoras primárias estavamvinculadas as funções de mãe e professora abnegada, feliz e lutadora.

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INFÂNCIA HOSPITALIZADA E LITERATURA INFANTIL: OS ENCANTOS DE SYLVIA ORTHOFNAS BORDAS DA FORMAÇÃO LEITORA

GLAUCIA SILVA MOURA *UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA

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EUDES MATA VIDALUniversidade do Estado da Bahia

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Esse pôster, configura-se em uma abordagem acerca do projeto de pesquisa intitulado “InfânciaHospitalizada e Literatura Infantil: os encantos de Sylvia Orthof nas bordas da formação leitora” selecionadopara o Programa de Pós-Graduação em Educação e Contemporaneidade/PPGEduc da Universidade doEstado da Bahia - UNEB, Campus I tem suas raízes em minha experiência acadêmica quando agente deleitura do projeto de extensão Rodapalavra, que se constitui em um grupo de formação de leitores. Essareferida pesquisa realiza uma investigação acerca do contexto das crianças hospitalizadas e no queconcerne a formação de leitores no ambiente hospitalar, através dos estudos da literatura de Sylvia Orthof,renomada autora infantil brasileira. O objeto deste estudo é entender como se constrói a narrativa de SylviaOrthof para contribuir com a formação leitora de crianças em contexto hospitalar. No entanto, é precisorefletir acerca das políticas públicas educacionais que atendem essa infância hospitalizada. A pesquisa(auto) biográfica será o caminho metodológico que dará conta desse estudo, através de pesquisa empírica,recorrendo a recursos metodológicos contemporâneos como blogs e também à contação de histórias,diários e entrevistas narrativas. A fundamentação teórica se apoiará, principalmente, nos estudos de PhilipieAriès sobre a história social da infância e da família, nas pesquisas sobre criança hospitalizada e escolashospitalares de Eneida Fonseca Simões, na abordagem de Ricardo Burg Ceccim sobre escuta sensívelpedagógica e na literatura infantil de Sylvia Orthof.

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O IMAGINÁRIO SOCIAL SOBRE O NEGRO EXPRESSO EM JORNAIS MATO-GROSSENSE (1888A 1920)

ELTON CASTRO RODRIGUES DOS SANTOS*UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

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DÉBORA ROBERTA BORGESUniversidade Federal de Mato Grosso

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MARINEIDE OLIVEIRA SILVAUniversidade Federal de Mato Grosso

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Atualmente as questões étnicas raciais no Brasil, estão sendo debatidas em diversas áreas deconhecimento, entre elas a História e a História da Educação. Percebe-se que com a abolição daescravatura, a sociedade brasileira parece ter sofrido grandes transformações, já que os negros, agoralivres, passariam a “ter direitos” como qualquer outro cidadão. Foi para entender as transformações sociaisocorridas em Mato Grosso, pós abolição da escravatura, que elaborou-se um trabalho com objetivo dedesvelar, por meio de mapeamento em jornais que abordavam a temática do dia 13 de maio, no períodoentre 1888 a 1920, preconceitos e discriminações referentes a população negra no seio da sociedademato-grossense. A fundamentação teórica pautou-se nos estudos de Fernandes (1972), DaMatta (1987),Chartier (1987), Lopes (2005), Teixeira (2006) Zandona (2008), Cruz (2009), dentre outros autores quetratam da temática em foco. Utilizou-se para a realização desse trabalho o método histórico, em que seanalisaram diversos jornais, disponíveis no banco de dados do Arquivo Público de Mato Grosso. Osresultados indicam que os jornais tinham uma importante missão, a de disseminar a ideologia dominantepara que os negros se sentissem eternamente gratos pela assinatura da Lei Áurea e não interferissem naordem social vigente. Os dados indicaram que para entender as complexas relações que tecem a sociedadee que nelas são tecidas, como também os fenômenos que acontecem no interior da mesma, neste caso, asquestões étnicas, não basta olhar os fenômenos da atualidade, pois é no passado que pode se encontrar,diversas hipóteses e quem sabe até respostas, para explicar as complexas e tumultuadas relações sociaisestabelecidas em nosso país.

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A FORMAÇÃO CONTINUADA DE PROFESSORES DE EDUCAÇÃO FÍSICA DA REDE ESTADUALDE EDUCAÇÃO DO AMAPÁ: A VISÃO DOS PROFESSORES

MARIA DO SOCORRO DOS SANTOS MENDONÇA*UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAPÁ

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MARIA DA CONCEIÇÃO DOS SANTOS COSTAEscola Estadual Zolito de Jesus Nunes

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ResumoEste artigo tem como objetivo central analisar os encontros de formação continuada realizados naConstrução das Diretrizes Curriculares para a Educação Física no Estado do Amapá, a partir da visão dosprofessores. Para isso, utilizamos a metodologia qualitativa crítica, que permite um plano de trabalho abertoe flexível. Encontramos as categorias de análise: troca de experiência, planejamento e ausência de políticapública. Apontamos as possibilidades e os limites levando em consideração os referenciais destacadospelos professores: de sua realidade, de seus saberes e perspectivas.

ResumenEsto articulo tiene como objetivo analisar los encuentros de formación permanente realizados para laconstrucción de Directrices Curriculares para la educación fisica en el Estado do Amapá, desde una visiónde los profesores. Asi que utilizamos la metodologia cualitativa critica, que permite un plan de trabajo abiertoy flexible. Encuentramos las categorias de analises cambios de experiencia, palnificación e ausencia depolitica publica. Subrayamos que las posibilidades y los limites considerando los referenciales apuntados porlos profesores: de su realidad, de sus saberes y perspectivas.

Palabras clave: Formación permanente – Educación Fisica – Propuesta Curricular

AbstractThis article aims to analyze, according to the teacher’s point of view, the continuing formation meetingspromoted on the Curriculum Guidelines Construction for Physical Education at the Amapá State. In order todo this, we use the critical qualitative methodology; which allows an open and flexible working plan. We foundthe categories of analysis: experience exchange, planning, and lack of public policy. We point out thepossibilities and the limits, taking into consideration the references made by the teachers: their realities, theirknowledge, and their perspectives.

Keywords: Continuing Formation – Physical Education – Curriculum Guidelines

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A FORMAÇÃO DE DOCENTES EM UNIÃO DA VITÓRIA-PR NA DÉCADA DE 1970

JULIANE APARECIDA VLADCOVSKI *Faculdade Estadual de Filosofia Ciencias e Letras

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VALÉRIA APARECIDA SCHENAFaculdade Estadual de Filosofia Ciências e Letras

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Neste estudo, optou-se por fazer uma pesquisa oral buscando compreender os fatores determinantes dahistória do curso de formação de docentes do Colégio Estadual Túlio de França, em União da Vitória,Estado do Paraná, especificamente, na década de 1970. Por meio de entrevista com duas professorasdesta época rica em fatos marcantes da nossa história educacional e, com uma técnica no Grupo deEstrutura de Funcionamento da Secretaria da Educação do Estado do Paraná, que era responsável peloscursos de Implantação da Lei Federal 5.692/71 aos professores da nossa região. Recuperamos dimensõesperdidas através da fala destas três educadoras, que não podem passar despercebidos pela nossa região.A preocupação em recuperar essa história iniciou-se em 2009 como tema de pesquisa exploratória,documental e de campo, do Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Colegiado de Pedagogia, naFaculdade Estadual de Filosofia, Ciências e Letras de União da Vitória. No início, a proposta era apenasconsultar as fontes bibliográficas que descreviam as teorias pedagógicas que influenciaram na formação dedocentes naquele período. Como também, o que instituição da Lei nº 5.692/71 e quais foram os fatores quedeterminaram o desaparecimento das Escolas Normais. Em seguida, foi possível desenvolver uma análisedetalhada de suas raízes mais profundas e por isso, no presente estudo, priorizamos a pesquisa de campo.Cabe enfatizar ainda que, segundo as entrevistas concedidas pelas professoras que atuaram nesta épocana educação paranaense, descrevem que: apesar da década de 1970 possuir uma história tensa nomagistério, foi possível rever fatos importantes que construíram um novo olhar sobre a formação docenteem nosso município.

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A HISTÓRIA DA FORMAÇÃO DO TRABALHADOR DOCENTE NO BRASIL: MESTRE,PROFESSOR, EDUCADOR, MEDIADOR DO SABER, TUTOR.

ALBERTINA PAES SARMENTO *Universidade de Sorocaba

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Resumo: O trabalho docente tem sido alvo de muitas críticas na sociedadecontemporânea devido aos baixos resultados nas avaliações realizadas nas escolas nosúltimos anos. Nesta perspectiva temos presenciado uma grande insatisfação nestesprofissionais demonstrando dificuldade em entender seu trabalho e sua identidadeprofissional devido as constantes transformações e mudanças que vem ocorrendo emsuas atribuições profissionais e concepções pedagógicas. A proposta desta pesquisa éfazer um levantamento histórico sobre esta questão enfatizando as concepções etendências na atualidade e, conhecer através da verificação em documentos oficiais eliteratura brasileira as exigências e orientações estabelecidas aos trabalhadores docentese sua formação na última década do século XX e início do século XXI. A formação dodocente, objeto deste estudo foi escolhida por ser um assunto que tem sido motivo demuitos questionamentos na sociedade. Tem-se inclusive, levantado a hipótese que énecessário rever a organização dos cursos de formação de professores. As mudanças nomundo do trabalho interferem no modo de ser e existir das pessoas exigindo portantotransformações na forma de pensar a formação humana. Jacques Delors no livro“Educação, um tesouro a descobrir” diz que: “o trabalho docente deve contribuir parapreparar os jovens, para o futuro, e enquanto agente de mudança, favorecer acompreensão mútua, a tolerância, despertar a curiosidade, a autonomia, estimular origor intelectual e criar as condições necessárias para o sucesso da educação formal e daeducação permanente’. Rosa Maria Torres em “Tendências da formação docente nosanos 90” escreve: “Não há articulação entre conteúdo e método, entre saber geral esaber pedagógico: com isso, perde-se a oportunidade preciosa de abordar, de formaindissociada, os conteúdos e o respectivo tratamento didático, condição para umaadequada formação docente.” Neste trabalho é feito o levantamento entre as condiçõesinstituídas e as da realidade. Não se pode ignorar que no meio desta dialética existe umprofissional sensível que desempenha um papel importante na sociedade e que indaga: otrabalho docente é intelectual, operacional ou social?

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A UNIVERSIDADE ABERTA PARA A TERCEIRA IDADE NA UEPG: TRABALHO E FORMAÇÃODOCENTE

RITA DE CÁSSIA DA SILVA OLIVEIRA *Universidade Estadual de Ponta Grossa

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FLÁVIA DA SILVA OLIVEIRAFaculdade União

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PAOLA ANDRESSA SCORTEGAGNAUniversidade Estadual de Ponta Grossa

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O fenômeno do envelhecimento constitui um fato real que é constatado também na sociedade brasileira. Apopulação do Brasil tem apresentado um crescimento acelerado no número de idosos, sendo evidenciadotambém a ampliação da longevidade, resultando num número maior de centenários. A terceira idade constituium segmento da população brasileira que aos poucos tem recebido maior atenção da sociedade política ecivil. O Estatuto do Idoso (Lei 10.741/03) foi elaborado para garantir os direitos básicos da cidadania destesegmento etário. Constituído por 118 artigos, entre os quais prescreve o direito à educação por parte doidoso, o incentivo à criação das Universidades Abertas para a Terceira Idade, além de registrar aimportância de conteúdos acerca do envelhecimento nos diferentes graus de ensino. As Instituições deEnsino Superior, nas suas funções de ensino, pesquisa e extensão têm assumido sua responsabilidadesocial com relação aos idosos, oferecendo diferentes programas e realizando pesquisas sobre o tema.Baseada na concepção da educação permanente, a Universidade Estadual de Ponta Grossa criou em 1992a UATI (Universidade Aberta para a Terceira Idade). Assim, tornou-se relevante a formação do professor,com características específicas para a docência desse segmento etário. Os objetivos desse estudo foramidentificar as principais características do professor que atua na UATI/UEPG. Realizou-se uma pesquisabibliográfica, descritiva, com pesquisa de campo utilizando como instrumento um questionário aosprofessores deste curso. A pesquisa revelou que é insipiente nos cursos de licenciatura da UEPG aformação específica para atuar com o aluno idoso, entretanto os professores que participam do curso comodocente estão motivados e buscam a sua própria formação específica.

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DESAFIOS E COMPROMISSOS POLÍTICOS E SOCIAIS DOS PROFESSORES UNIVERSITÁRIOSBRASILEIROS NA CONTEMPORANEIDADE.

CARLOS BAUER SOUZA *Universidade Nove de [email protected]

Com este artigo nada acadêmico e características panfletárias, produzido no bojo das reflexões econstrução da pesquisa A classe operária vai ao campus. Esboço de história social, trabalho precário,resistência e ousadia na universidade brasileira contemporânea, parto do pressuposto de que devemosfomentar questões polêmicas, nos permitindo, assim, indagar criticamente sobre o nosso próprio papel noprocesso de formação intelectual e política em curso no interior da universidade brasileira nacontemporaneidade. Quiçá, ao mesmo tempo, possamos contribuir com o questionamento e a recusacoletiva da sua transformação numa mera relação de subordinação ao regime da acumulação e dareprodução do capital.

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HISTÓRIA DA ARTE E APROPRIAÇÕES CONTEMPORÂNEAS: UMA METODOLOGIA DEENSINO EM CONSTRUÇÃO

EMERSON DIONISIO GOMES DE OLIVEIRA *Universidade de Brasília

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O presente trabalho procurou refletir sobre a prática de ensino que utiliza obras de artes visuais, indiciadasdentro do vocabulário da arte contemporânea, para a construção de um processo comparativo que explicitaleituras, releituras e apropriações de estilos e estéticas visuais do passado. Tal prática mira no confrontoentre os elementos da linguagem visual oriundos da tradição classificatória da história da arte ocidental –barroco, maneira, neoclássico, romantismo, modernismo etc. –, apropriados pelos artistas contemporâneos.Nesse confronto explicitam-se usos, jogos, críticas e procedimentos realizados pelos artistas, ao mesmotempo em que se evidencia a história constitutiva dos valores da disciplina História da Arte dentro docontexto sócio-histórico brasileiro. Para tanto, indica-se nesta pesquisa, em uma primeira abordagem, o usodesse método comparativo na formação de professores, a partir do curso de Licenciatura em ArtesPlásticas da Universidade de Brasília, e a produção de conhecimento por meio da História da Arte. Nessetocante, a prática metodológica abriu outros questionamentos: o estatuto artístico em diferentes momentoshistóricos; o papel do artista diante das fontes visuais do passado; o sentido de autoria e suas restriçõesculturais; o processo narrativo do passado por meio de fontes visuais derivadas; a hierarquia dos gêneros esuportes; a circulação e a percepção de obras derivadas; a memória como elemento conceitual mediador; opapel das instituições de arte e sua relação com as instituições de ensino; e, sobretudo; o próprio conceitode apropriação.

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IDENTIDADES E SABERES NA FORMAÇÃO DOCENTE DOS ALUNOS DO CURSO DEFILOSOFIA DA UFPA.

MICHELLY KARLA MARIA FERNANDES CHAVES *UNIVERSIDADE DA AMAZÔ[email protected]

Este trabalho apresentado consiste em uma análise sobre a identidade e os saberes dos alunos do curso defilosofia da Universidade Federal do Pará, na qual traz a fundamentação teórica de vários autores queabordam a importância da identidade e saberes para a formação docente. A pesquisa tem como base aanálise bibliográfica, com a fundamentação de Pimenta, Tardif, Libâneo, Nóvoa, Campos, Guimarães,Rocha, Silva, Handke, Brezezinski. Objetivando traçar a construção, superação e realce do profissional daeducação e da construção de uma identidade crítica e que irá poder contar com um educar dialético eproblematizador, ou seja, a construção de uma docência crítica e política e que se alcançará uma sociedadebem formada e intelectualizada como um todo.

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JÚLIA WANDERLEY: PRIMEIRA PROFESSORA DIPLOMADA NO PARANÁ

NILVAN LAURINDO SOUSA *Universidade Estadual de Ponta Grossa

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MARIA ISABEL MOURA NASCIMENTOUniversidade Estadual de Ponta Grossa

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Este trabalho tem como objetivo a catalogação da produção intelectual da Professora Júlia Wanderlei queteve uma formação socialista, colaborou com jornais curitibanos, sobretudo, “O artista” e “Operário Livre”,pelo período de 1892 a 1917 divulgando as doutrinas de Pestalozzi, noticiando as recentes conquistacientíficas e abordando temas relativos à questão social, muitas vezes assinados com o pseudônimo deAugusta de Souza. Sendo um estudo da História da Educação, através da abordagem historiográfica paraque se possa tornar público a ordem social vigente. A presente pesquisa visa ainda a análise da produçãodesta educadora, as correntes filosóficas a qual estava vinculada, tem o propósito de contribuir para aampliação do conhecimento na área de história da Educação no Paraná e no Brasil. A presente temáticatambém vem ao encontro das discussões do Grupo de Pesquisa “História, sociedade e Educação nosCampos Gerais – PR – HISTEDBR/UEPG. A pesquisa apresenta originalidade e ineditismo na catalogaçãodos escritos na imprensa desta importante educadora no Paraná, objetivando uma reunião de seus escritos,a análise e reflexão de sua produção intelectual, bem como inseri-la no contextos dos Intelectuais da época,propõe ainda o resgate do método de redação elaborado por ela em 1912.

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O TRABALHO DE PROFESSORES NO PROCESSO DE IMPLEMENTAÇÃO DO CURRÍCULO PORCOMPETÊNCIAS

JOELMA LÚCIA VIEIRA PIRES *Universidade Federal de Uberlândia (UFU)

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O artigo é sobre o trabalho de professores no processo de implementação do currículo por competências emuma escola da rede estadual de São Paulo que mantém parceria com uma empresa. Tivemos como objetivoverificar se a implementação de tal currículo modifica o trabalho dos professores e quais são as principaismudanças. A pesquisa qualitativa e fundamentada no método histórico-dialético foi realizada por meio deobservações, análise de documentos oficiais e de entrevistas. O processo de implementação do currículopor competências modifica a organização do trabalho dos professores, uma vez que o ensino é organizadopor meio de projetos. Tais projetos são impostos pela Secretaria de Estado da Educação e têm comoreferência a adequação dos conteúdos das disciplinas ao tratamento de problemas sociais emergentes.Dessa perspectiva, a autonomia dos professores é atingida quanto ao desenvolvimento do conteúdo da suadisciplina e o seu controle no processo de elaboração do conhecimento com os estudantes é prejudicado. Oconhecimento é fragmentado e reduzido de maneira pragmática e utilitária de acordo com a lógica daracionalidade técnica e da produtividade do âmbito mercadológico. Sendo assim, o trabalho do professor éreestruturado para a reafirmação de tal lógica, de acordo com os princípios do setor privado eenfraquecimento do espaço público. Nesse contexto, a atuação do professor perde expressão políticacoletiva e individual. No entanto, por meio da sua resistência, alguns professores apropriam e resignificam ocurrículo por competências. Dessa forma, revelam a originalidade instituinte da sua prática educativa e asua autonomia relativa.

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PDE DO PARANÁ: UMA POLÍTICA DE FORMAÇÃO CONTINUADA E DE VALORIZAÇÃO DACARREIRA DOCENTE NA REDE PÚBLICA ESTADUAL

DENISE ROSANA SILVA MORAES *Universidade Estadual do Oeste do Parana

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TERESA KAZUKO TERUYAUniversidade de [email protected]

As siglas são as mesmas. O Plano de Desenvolvimento da Educação é o PDE nacional e o Programa deDesenvolvimento Educacional é o PDE do Paraná. A Secretaria de Estado da Educação do Paranáarticulada à Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, lançou no ano de 2007, oPrograma de Desenvolvimento Educacional – PDE do Paraná. Trata-se de uma política educacional deformação continuada de professoras e professores da rede pública de educação do Estado.9 Para executaresta política, o PDE do Paraná promove uma interlocução entre a escola pública e a universidade visando àmelhoria da qualidade da Educação Básica no Estado. O Programa propõe materializar o plano de carreirado magistério, aprovado no ano de 2004, e abre inscrições para selecionar professores/as a ingressar noPDE a fim de progredir na carreira. Entretanto, no discurso do Governo, o PDE vai além da simplesprogressão, porque visa a realização de uma ampla melhoria na qualidade da educação oferecida ascrianças, aos jovens e aos adultos das escolas públicas do Estado. O objetivo deste artigo é compreenderas diretrizes e encaminhamentos do PDE do Paraná no período de 2007 a 2009. Este Programa inaugurauma nova concepção de formação continuada que integra à política de valorização do professorado queatuam na Rede Pública de Ensino do Estado do Paraná. O referencial teórico metodológico dessainvestigação baseia-se nos estudos de Freire, Saviani e Snyders entre outros, para analisar os documentosoficiais disponibilizados no site www.diadiaeducacao.pr.gov.br. A proposta de trabalho trouxe reflexõesacerca da prática docente nas escolas, contribuindo com a possibilidade de uma nova práxis escolar. OPDE do Paraná viabiliza a formação continuada contando com docentes, funcionários e estrutura física dasuniversidades públicas. Como resultado dessa formação orientada pelos/as docentes universitários, os/asprofessores/as PDE estão produzindo material didático–pedagógico e artigos científicos disponibilizados nosite do Portal Educacional do Estado do Paraná. Concluímos que se trata de uma proposta inovadora eainda não encontramos modelos públicos similares. É uma possibilidade real de integração entre a formaçãoda graduação e a formação continuada.

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TRABALHO DOCENTE E ENSINO DE HISTÓRIA NO LIMIAR DA REFORMA DOS ANOS 90 DOSÉCULO XX.

CLEONICE MARIA VIEIRA *Universidade de Sorocaba

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A pesquisa tem por objetivo investigar, analisar e problematizar as influências da prática pedagógica dopassado no exercício da docência atual, buscando identificar fatores que podem ter corroborado para aexistência de uma provável dicotomia entre a praxe formal e a real. Considerando que a diretriz da Reformados anos 90 (século XX) visa à formação com enfoque para o desenvolvimento de habilidades ecompetências, em atendimento a atual conjuntura social, política e econômica, procura averiguar se há uma“herança profissional”, e qual sua dimensão, a partir das mudanças instituídas pela Reforma constituindo-sedesta feita, num paradoxo de propósitos de formação. É freqüente nos depararmos nas escolas, com umcenário didático pedagógico que não se enquadra ao viés metodológico, preconizado pela diretrizeducacional da referida Reforma. Tal quadro tem revelado incoerências, em relação aos procedimentosdidáticos pedagógicos adotados pelos docentes do Ensino Médio de História e as orientaçõesmetodológicas prescritas nos documentos oficiais da mesma. Essa situação coloca em suspenso a realrepresentatividade destes documentos em relação ao fazer docente e conseqüentemente na produção desaberes junto aos discentes. A observação deste cenário despertou o interesse em estudar a disciplina deHistória, no contexto das propostas educacionais engendradas sob a ótica da reforma da educação e aquestão da apropriação desta por parte do docente do Ensino Médio no exercício de seu trabalho junto aosdiscentes: como ele concebia e ensinava História e se houve mudanças em âmbito teórico e empírico emrelação a sua conduta pedagógica, a partir da implantação da Reforma em questão. Os documentos oficiaisprovenientes desta Reforma teriam influenciado o fazer docente e em que medida?O campo de investigação para o exame das relações e mediações entre o trabalho docente, o ensino deHistória e as orientações oficiais, está delimitado à pesquisa de escolas da Diretoria de Ensino da Regiãode Votorantim, interior de São Paulo. O estudo, portanto identifica as práticas formativas e sua influência noexercício da docência, assim como suas conseqüências quanto à produção de saberes junto aoseducandos. Pelo mesmo caminho procura encontrar possíveis inconsistências destas práticas pedagógicasem relação ao atual contexto político-educacional, assim como, vislumbrar a real representatividade dosdocumentos oficiais e da própria Reforma. Teoricamente, baseada nos próprios termos do texto oficial, apesquisa encontra apoio nas concepções de Dermeval Saviani, Newton Duarte, Ialê Faleiros, AliceCassimiro Lopes e Selva Guimarães Fonseca.A pesquisa se limita à década 90 do século XX, tem como fonte para o seu desenvolvimento, livros paraconsultas bibliográficas, documentos oficiais, oriundos da Reforma Educacional, supracitada, e dadosprovenientes da pesquisa de campo.

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A CIDADE-RIO EM DALCÍDIO JURANDIR E MILTON HATOUM

TÂNIA MARIA PEREIRA SARMENTO-PANTOJA*Universidade Federal do Pará

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O presente trabalho pretende analisar as configurações da cidade nos romances Belém do Grão Pará eDois irmãos, com o objetivo de verificar como as estratégias da ficção podem favorecer a recuperação doselementos históricos e culturais.

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A MEMÓRIA NA RECONSTRUÇÃO DA HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO.

MARTA COUTINHO CAETANO*UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ

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Este trabalho é parte da pesquisa de Mestrado em História da Educação, em curso, realizada pelo programade Pós-Graduação da Universidade Federal do Ceará, o qual busca analisar memórias de pescadoresartesanais, um esboço da diversidade, para construção da história da educação, este estudo retratarásobre a memória para construção da história de educação da Ilha Tabatinga em Abaetetuba PA, focando aeducação para diversidade, seja na escola, ou na prática da cotidiana da pesca. Tem por objetivos, analisaras narrativas orais de pescadores artesanais, para entender a história de educação em sua localidade, eidentificar quais saberes e práticas utilizadas para ensinar e aprender seja na escola, ou na atividadepesqueira dentro da Ilha estudada. A ilha Tabatinga na região de Abaetetuba está sendo utilizada como lócusda pesquisa, rodeadas de rios, as localidades não dispõem de área de várzea, logo todas as casas sãoacima dos rios, que formam grandes avenidas líquidas. A análise da pesquisa é construída em doismomentos: (i) registro das narrativas, análise documental da localidade e região e (ii) análise e inferências,sobre conhecimentos e prática educacional. Tomou-se como base, o levantamento bibliográfico depesquisas e autores especializados na temática de História da Educação e optou-se pela gravação in lócudas narrativas, para análise do conteúdo gravado. A pesquisa possibilitou um contato maior com oconhecimento de populações tradicionais da região de Abaetetuba, e referenciando um caráter singular dadoa educação na ilha, o pescador considera importante a educação, mas admite que sempre aprendeu com avida e natureza, e assim ensinou seus filhos, primeiro aprendem a pescar e posteriormente vão à escola,ressaltando, a educação do passado e do presente, em que estruturava um ensino na cidade, distante darealidade dos pescadores, e hoje no presente, a escola da ilha, que chega até seus filhos. Logo, osentrevistados, acreditam que o conhecimento escolar dentro da ilha, poderá auxiliar, na relação com aprática cotidiana.

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CONHECENDO O ACERVO DO CENTRO DE MEMÓRIA DA EDUCAÇÃO EM PERNAMBUCO:UMA AÇÃO PROMOVIDA PELA EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA

MARGARETE MARIA SILVA *universidade federal de pernambuco

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ANDREA CARLA AGNES SILVA PINTOUNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

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MARIA THEREZA DIDIER MORAESUNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

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Este trabalho visa apresentar e discutir uma experiência vivenciada com o projeto de extensão“Conhecendo o acervo do Centro de Memória da Educação em Pernambuco - CEMEPE: Catalogação eOficinas Temáticas” realizado pelo Núcleo de Estudos e Pesquisas sobre História da Educação e Ensino deHistória em Pernambuco. Embasada nos pressupostos da Nova História cultural as atividades de extensãose constituíram primeiramente no processo de catalogação e divulgação virtual do acervo do Centro deMemória da Educação em Pernambuco - CEMEPE. De forma paralela, foram realizadas oficinas temáticascom professores das séries iniciais do ensino fundamental de uma escola municipal do Recife. O objetivodestas oficinas foi abranger as questões da história, da educação, dos lugares da memória e dasinstituições escolares. Além disso, visavam possibilitar que os alunos pudessem conhecer aspectos dahistória do espaço em que estão situados: a escola. Como culminância do projeto foram realizadasexposições com materiais do acervo do CEMEPE e produções dos alunos. Pudemos assim, com esta açãoorganizar um banco de dados para as pesquisas em História da Educação; construir junto aos docentes umnovo olhar sobre os bens históricos-culturais que são produzidos no cotidiano escolar; e propiciar que osalunos participassem da constituição da memória escolar, revelando sentimentos e percepções acerca daescola.

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HISTÓRIA E MEMÓRIA: INSTITUIÇÕES ESCOLARES NA REGIÃO OESTE DO PARANÁ

JOÃO CARLOS DA SILVA *Universidade Estadual do Oestde o Paraná

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Este artigo, resultado das atividades pesquisa do grupo HISTEDBR/GT- Cascavel, PR, discuti areconstrução histórica das Instituições Escolares Publicas na Região Oeste do Paraná. Pretendemos, apartir do resgate das fontes primárias das Instituições Escolares Públicas reescrever a História daEducação da Região Oeste do Paraná. O registro da documentação das Instituições Escolares, muitasvezes encontra-se em precárias condições de conservação, cuja documentação guarda registros históricossobre as primeiras escolas de Cascavel e região. Com base em alguns autores como Lombardi (2004),Saviani (2007), este artigo procura pontuar alguns elementos da pesquisa historiográfica a partir do campotemático, denominado história das instituições escolares. As instituições escolares surgem para atenderdeterminadas necessidades humanas, contudo não é toda e qualquer necessidade que requer a existênciade uma instituição. O desafio de compreender uma instituição em suas múltiplas determinações edimensões, consiste em creditar-lhe um novo sentido, com outros elementos, que até então não haviam sidoapresentados à instituição, resignificando, portanto, sua identidade histórica. O resgate das fontes dasInstituições Escolares ganha significado na medida em que traz a expressão de sujeitos ou grupos sociaisespecíficos, que representam um contexto histórico determinado, sendo relevantes para compreensão daHistória da Educação de uma sociedade. As instituições escolares, salvo exceções, não têm a práticacontinua de preservação de fontes. Temos verificado em pesquisas anteriores, que a manutenção dasfontes pelas escolas públicas não é muito diferente da maioria dos acervos de Instituições Escolares dorestante do país, com documentação dispersa, deteriorando-se e sendo perdida.

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MODERNIDADE E MODERNIZAÇÃO NA IMPRENSA MINEIRA REPUBLICANA NOS ANOS 50.

CLAUDIA OLIVEIRA CURY VILELA*Universidade Federal de Uberlândia

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BETÂNIA DE OLIVEIRA LATERZA RIBEIROUniversidade Federal de Uberlândia

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VALÉRIA APARECIDA DE LIMAUniversidade Federal de Uberlândia

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Esta pesquisa tem por objetivo identificar e analisar os aspectos da modernidade e modernização emItuiutaba, Minas Gerais; representados no Jornal Folha de Ituiutaba, na década de 50, período de punjançaeconômica na cidade interiorana; buscando por este viés, melhor entendimento dos conceitos modernidadee modernização. No procedimento metodológico, utilizou-se do acervo particular da família do Sr. ErcílioDomingues da Silva, proprietário e diretor do referido Jornal, que na década em estudo circulavam emItuiutaba, sendo um dos principais impressos da região. O jornal esteve presente como fonte de pesquisa etambém e principalmente como objeto de investigação, onde o trabalho bibliográfico foi relevante paraentendimento dos conceitos aqui investigados, proporcionando melhor análise das notas jornalísticas. Asprincipais descobertas desse estudo evidenciam que não só no interior mineiro, mas no Brasil, os avançostecnológicos e a modernização não assistem a todos os cidadãos na mesma proporção. Acaba-se gerandodesigualdade e miséria. A modernidade ora se ajusta ao processo de modernização, ora opõe-se a ele,levando-nos a um embaraço em que chegamos a considerar o progresso e os avanços tecnológicos comofortes traços de “modernidade plena”, vislumbrando erroneamente na modernização o acalanto, para aschagas da humanidade, que se diz moderna e que procura resposta para suas frustrações na efemeridadedas conquistas fúteis e que não conseguem preencher o vazio da civilização contemporânea. Não se temdúvida de que a modernização nos seduz e seus aspectos fazem a notícia atraente, mas é preciso ir além,para não nos deixarmos “emburrecer” e chegar à “cegueira”, que faz da humanidade vítima de seuprogresso.

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RELEITURAS HISTORIOGRÁFICAS NA SALA DE AULA: A HISTÓRIA AMBIENTAL NAAMAZÔNIA COLONIAL, MÉTODOS E PERSPECTIVAS.

DAVISON HUGO ALVES *Universidade Federal do Pará

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RAQUEL ALVES SILVAUniversidade Federal do Pará

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O Ensino de História desde a década de 80,vem passando por uma reformulação em relação aos seusaspectos didáticos do professor na sala de aula, o conhecimento histórico através da pesquisa, começa aganhar destaque no ambiente acadêmico e com isso o método de ensino aprendizagem acaba mudando,devido o surgimento de novas tendências historiográficas, a história ambiental surge nesse contexto demudança de concepção sobre o ensino de história, esta comunicação tem por objetivo analisar o ensino deestudo amazônicos, para o 7º e 8º ano de ensino fundamental, acerca da historiografia ambiental noambiente amazônico colonial, usando a narrativa dos viajantes como uma forma de representar a historia,saindo daquele contexto de memorização dos fatos históricos, fazendo introduzir na sala um método queleva o aluno a ter interesse pela disciplina, através da transposição didático (adaptação de textoshistoriográficos – narrativas de viajantes), tendo como base as diversas formas de abordagem do assunto,os padres missionários do século XVll e XVlll, Pe. João Daniel (1722- 1776), que na obra ‘’O Tesourodescoberto do Rio Amazonas’’,faz uma descrição detalhada sobre temas centrais como a natureza, osíndios e a cultura da região, o Pe. Felipe Bettendorf (1627- 1698), onde este descreve a ocupação doespaço amazônico pelo colonizador português, na obra “Crônicas dos padres da companhia de Jesus doEstado do Maranhão”, demonstram como podemos perceber a realidade da Amazônia Colonial, comoresultados espera-se que o trabalho contribua para auxiliar o material didático do professor de estudosamazônicos, que a partir do registro deixado pelos cronistas, possam compreender o ambiente amazônico.

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AGRICULTURA E ENSINO NA AMAZÔNIA DO SÉCULO XIX: A ESCOLA DE PRIMEIRAS LETRASNA COLÔNIA BENEVIDES

FRANCIVALDO ALVES NUNES *Universidade Federal do Pará

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Nos propomos analisar o processo de implantação de instituições públicas de ensino nos espaços decolonização agrícola na Amazônica da segunda metade do século XIX, na perspectiva de um programa deeducação voltado para afirmação de uma nacionalidade, disseminação de valores associados a idéia deprogresso e civilização, assim como a necessidade de suplantar os costumes indígenas, concebidos pelasautoridades imperiais como selvagens e não condizentes com os valores adotados pela sociedademoderna. Neste caso, a escola de ensino de primeiras letras na Colônia Benevides e os discursos devalorização da agricultura em detrimento de outras atividades econômicas, a exemplo do extrativismo, serãoanalisados no contexto dos projetos educacionais do Segundo Reinado, quase sempre caracterizados pelaidéia de formação de cidadãos úteis a si e a pátria, ou seja, trabalhadores disciplinados, tementes a Deus eao Estado.

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A HISTORIOGRAFIA EM CONSTRUÇÃO NOS PROCESSOS DE ENSINO E PESQUISA DAHISTÓRIA DA EDUCAÇÃO NO BRASIL

MARIA DE FATIMA FELIX ROSAR *Universidade Federal do Maranhão

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MARIA REGINA MARTINS CABRALDoutoranda na Faculdade de Educação da USP

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MIRIAM SANTOS DE SOUSAUNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO

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O presente texto pretende, inicialmente, fazer um breve resgate da historiografia da história da educaçãoque tem sido construída no Brasil, destacando diferentes períodos, em que grupos de pesquisa, em diversosespaços institucionais, sob perspectivas teórico-metodológicas plurais, dedicaram-se ao ensino e pesquisada História da Educação. Destaca-se num segundo momento, de que modo as leituras de alguns autoresfundamentais para a construção da historiografia crítica produzem formas de apropriação de seus conceitose categorias fundamentais que vão se diluindo, sob a ótica de outras tendências historiográficas,distanciando-se de suas matrizes epistemológicas, de acordo com procedimentos de pesquisa que reforçamo ecletismo e o relativismo no processo de elaboração de análises históricas.

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HISTÓRIA, HISTORIOGRAFIA E EDUCAÇÃO: PRESSUPOSTOS TEÓRICO-METODOLÓGICOS

JEFERSON ANIBAL GONZALEZ *Faculdade de Educação/Universidade Estadual de Campinas

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O presente trabalho foi desenvolvido a partir das leituras e discussões realizadas durante a disciplinaMetodologias da História e Educação, ministrada pelo Prof. Dr. José Luis Sanfelice ao longo do segundosemestre de 2009 no programa de pós-graduação em Educação da FE/UNICAMP. A exposição está dividaem três partes. Na primeira discuti-se brevemente as questões referentes ao conceito de História e àsescolas históricas. Posteriormente, identifica-se a concepção de História sustentada pelo materialismohistórico, contrapondo-a ao paradigma pós-moderno. Por fim, ressalta-se os pressupostos teórico-metodológicos da pesquisa histórico-educacional.

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O PAPEL IDEALIZADO PARA A FACULDADE DE FILOSOFIA, CIÊNCIAS E LETRAS DAUNIVERSIDADE DE SÃO PAULO EM SUA CRIAÇÃO

PAULINO JOSÉ ORSO *Universidade Estadual do Oeste do Paraná

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Uma das observações feitas por Karl Marx nas Teses sobre Feuerbach foi de que ao longo da História aFilosofia tem se prestado mais à interpretação da sociedade de diferentes maneiras do que paratransformá-la. Entretanto, diga-se de passagem, que quando se fala em transformação, nem sempresignifica que ela está voltada para a superação das condições sociais existentes, para a superação dasociedade de classes. Muitas vezes ela tem sido pensada exatamente no sentido contrário, no sentido deconservação do status quo. Este, por exemplo, foi o papel atribuído à Filosofia na Faculdade de Filosofia,Ciências e Letras – FFCL – da Universidade de São Paulo – USP, destinada a construir e consolidar umprojeto burguês de educação e sociedade no Brasil. Isto é o que pretendemos trazer à tona neste artigo, nomomento em que pretendemos explicitar o papel atribuído à FFCL inerente ao projeto de criação daUniversidade brasileira, a Universidade de São Paulo, pensada e organizada para servir de modelo àsdemais universidades a serem criadas a partir daí. No entanto, para compreender o papel exercido pelaFFCL da USP na criação da Universidade Brasileira é preciso ter presente as circunstâncias em que ela foicriada. Por isso, faremos um recuo para recuperarmos a história pregressa que levou à criação dauniversidade e também analisaremos seus desdobramentos e implicações na formação dos acadêmicos.

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OS PRINCÍPIOS HISTÓRICO-FILOSÓFICOS QUE FUNDAMENTAM O PROJETO EDUCATIVO DOMOVIMENTO DOS TRABALHADORES RURAIS SEM TERRA – MST

LUIZ BEZERRA NETO *Universidade Federal de São Carlos

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O texto apresentado é parte do relatório de pesquisa preliminar, financiado pela FAPESP e que buscadiscutir os princípios histórico-filosóficos que fundamentam as propostas de educação no MST, suaconcepção educacional e sua visão de mundo, visto que esse Movimento entende como inexorável areforma da educação, adaptada e adequada às condições do meio rural e entendida, a partir dessepressuposto, como instrumento capaz de libertar a classe trabalhadora da exploração a que está submetida,provendo assim o acesso ao saber àqueles que foram de alguma forma, excluídos da sociedade capitalista.A necessidade de se aprofundar neste tema surgiu a partir do estudo desenvolvido durante a pesquisarealizada para a obtenção do título de mestre, momento em que me dediquei a analisar as práticaseducativas e formativas do MST e as experiências de formação desenvolvidas no interior desse movimento.Ao ingressar no programa de doutorado da Faculdade de Educação da UNICAMP, procurei verificar oporquê de propostas semelhantes às do MST, apresentadas na primeira metade do século XX, não teremsido implementadas, ou pelo menos, não terem atingido os resultados esperados à época, ocasionando oretorno de sua apologia na atualidade.Ao buscar compreender seus pressupostos, pude verificar que este movimento padece de alguns problemasque estão na origem de sua formação, dado que ao aderir ao comunitarismo-cristão e ao pragmatismo,consubstanciado num ecletismo pedagógico fica impossibilitado de compreender a realidade a partir darelação dialética propugnada pelo materialismo histórico, que pretendem aderir.

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POLÍTICAS PÚBLICAS PARA A EDUCAÇÃO INFANTIL- MUNICIPIO DE PONTA GROSSA/PR

MARISLEI ZAREMBA MARTINS *SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO DE PONTA GROSSA

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ELIZABETH REGINA STREISKY DE FARIASPREFEITURA MUNICIPAL DE PONTA GROSSA

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O município de Ponta Grossa- PR em cumprimento a LDB 9394/96 realizou em 2005 o primeiro concursopúblico para profissionais de educação infantil, com certeza esse foi um marco para a educaçãopontagrossense. Desde o período de 2005 a preocupação com a qualidade do atendimento à educaçãoinfantil vem tomando dimensões que apontam para a expansão desse atendimento. Os professorespossuem formação mínima exigida pela LDB, o espaço de formação continuada objetiva a alternância dateoria com a prática, possibilitando a compreender a concepção de infância.. O papel do professor, como omediador que orienta e organiza as atividades e dirige o processo de construção dos conhecimentosbaseia-se nos dois eixos: o cuidar e o educar. O atendimento às crianças com necessidades especiais foicontemplado na Proposta Pedagógica procurando promover a integração entre os aspectos físicos,emocionais, afetivos, cognitivos e sociais da criança. Nesta perspectiva, a base da prática pedagógicapauta-se no exercício da cidadania, no respeito à dignidade e aos direitos das crianças, consideradas nassuas diferenças individuais, sociais, econômicas, culturais, étnicas, religiosas e outras; no direito da criançaa brincar, o atendimento aos cuidados essenciais associados à sobrevivência e ao desenvolvimento de suaidentidade e autonomia.

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A FORMAÇÃO DE PROFESSORES CATARINENSES NA DÉCADA DE 1960 E 1970: ENTREPROPOSIÇÕES E REALIZAÇÕES

LETICIA CARNEIRO AGUIAR *Universidade do Sul de Santa Catarina

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Este trabalho tem como finalidade apresentar os resultados de estudos realizados sobre a política deformação de professores em Santa Catarina nas décadas de 1960 e 1970. É um estudo de naturezadocumental que, sob uma perspectiva histórica como orientação metodológica, procura analisar o discursoda política de formação docente da rede pública estadual de ensino, e que privilegiou como fontesdocumentais as leis e os planos educacionais governamentais. Destaca-se que esse período representoupara Santa Catarina um marco no seu processo de modernização econômica, com uma forte intervençãoestatal favorecedora da acumulação privada de capital e a adoção do binômio educação/desenvolvimentocomo eixo das políticas públicas. O acentuado desenvolvimento econômico em curso produziu o aumento dapopulação urbana, um aumento do leque de empregos nos setores secundários e terciários, expressando anecessidade da ampliação dos níveis de escolarização. Amplia-se a rede escolar, sobretudo, a do nívelprimário. Por conta da necessidade de formar professores para o primeiro nível da escolarização,expandiu-se a rede escolar de nível médio, sobretudo, as Escolas Normais, evidenciando também anecessidade da preparação de professores em cursos superiores. Até o início dos anos de 1960 aformação de professores acontecia nas Escolas Normais de nível ginasial e colegial, e somente a partir de1960 começaram a surgir os primeiros cursos de licenciatura. Entretanto, apesar da grande expansão dasEscolas Normais nos anos de 1960 (215 cursos normais no período de 1961 a 1969), que exigia umsignificativo contingente de professores com formação superior, em realidade, ocorreu que este nível deformação foi pouco considerado quanto às exigências de ingresso e de exercício profissional na redeestadual de ensino. O discurso da política educacional no período em questão era o da eliminação de toda equalquer admissão de professores não habilitados para atuar no sistema estadual de ensino, e do estímuloaos municípios para reduzirem o ingresso de não habilitados nos seus quadros de magistério. Mas, naprática, ocorreu o inverso, sendo que os leigos eram designados para o magistério sem serem submetidosaos exames de suficiência ou terem a mínima qualificação exigida em lei. Esses “exames de suficiência”, jáprevistos na LDB/1961, correspondiam à “verdadeira” forma com que a maioria desses professores estavasendo habilitada para o exercício da docência. Tal fato representava um flagrante descaso para com aqualidade da escola freqüentada pela maioria da população, aliado à sistemática desvalorização profissionale degradação econômico-social dos profissionais da educação, revelando o descompromisso do Estadopara com a efetiva democratização social e econômica do conjunto da sociedade. Assim, a verdadeirapolítica de formação de professores foi a de “não ter política” de elevação dessa formação para níveissuperiores.

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A POLÍTICA EDUCACIONAL PARA JOVENS E ADULTOS NO PARANÁ: SEJAM ELES LIVRESOU PRIVADOS DE LIBERDADE

ANA LUCIA TOMAZ CARDOSO *Universidade Estadual de Maringá

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A V Conferencia Internacional de Educação para Jovens e Adultos ocorrida em 1997, emHamburgo/Alemanha, argumenta que a Educação de Jovens e Adultos é um poderoso argumento em favorda democracia, da justiça, da igualdade, do desenvolvimento socioeconômico e científico, além de ser umrequisito fundamental na construção de uma sociedade mais justa, menos desigual, na qual resultaria nocaso do Brasil, na inclusão do conjunto de brasileiros, vítimas da história excludente de nosso país. Otrabalho tem como objeto de estudo a Educação de Jovens e Adultos no Sistema Penitenciário do Paraná,tendo como ponto de partida à reforma educacional ocorrida no país na última década do século XX, sob acoordenação do Ministério da Educação e influenciada pelos organismos multilaterais e a novareconfiguração do capital no mundo do trabalho. O objetivo é contribuir no debate sobre a Educação deJovens e Adultos, centrando a discussão no processo de escolarização ofertada a jovens e adultos livres ouprivados temporariamente de liberdade, no período delimitado, tendo como fio condutor a questãoescolarização versus ressocialização, no contexto da globalização do capital. Dois procedimentospreliminares de investigação antecederam a construção deste trabalho. Com o objetivo de assimilar asinformações e conhecimentos disponíveis sobre o objeto da pesquisa, realizamos uma revisão bibliográficae um histórico sobre a educação de jovens e adultos no Brasil, no Paraná e nas unidades penaisparanaenses. O segundo procedimento foi à coleta de documentos oficiais referentes à Educação deJovens e Adultos no Paraná e a implantação dos Centros de Educação Básica de Jovens e Adultos nasunidades penais. Nesse itinerário histórico, foi possível compreender que o fenômeno do analfabetismo e daexclusão escolar, a que uma grande parte da população brasileira e paranaense está submetida, tem suasraízes na desigualdade social gerada pelas relações capitalistas de produção que, incessantemente, cria erecria escolaridade inconclusa, permeada pelas mazelas produzidas pelos mecanismos excludentes, ou seja,pela má distribuição de renda. Analfabetismo, baixa escolaridade e pobreza estão fortementecorrelacionados. Nesse contexto, considerar a educação de jovens e adultos como uma via para solucionaros problemas de baixa escolaridade de uma parcela da população paranaense e consequentemente dosproblemas sociais parece mascarar as mazelas presentes no mercado de trabalho e as contradições dasrelações sociais capitalistas.

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AS POLÍTICAS DE PLANEJAMENTO PARA O DESENVOLVIMENTO DA AMAZÔNIA E SEUSREFLEXOS NA POLÍTICA EDUCACIONAL DO AMAZONAS NOS ANOS 1960.

JUÇARA LOBATO SILVA *Universidade Estadual de Campinas

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O presente texto trata de informações preliminares acerca da pesquisa em andamento sobre as políticaseducacionais no Amazonas dos anos de 1960. Fazemos incursões sobre as políticas de planejamento paraa Amazônia e sistematizamos algumas informações para compreender as influências daquelas sobre aspolíticas educacionais. Reportamos-nos principalmente aos anos iniciais do regime civil-militar, focalizandoas iniciativas do primeiro governo deste período no Amazonas.Os projetos econômicos para a Amazôniaestão intrinsecamente vinculados às tentativas para usufruto dela que enquanto “região” está sujeita àsalterações e reconfigurações para atingir tal objetivo que não pôde e, até hoje não pode, prescindir dasações de planejamento, vias instituições do Estado, devido à complexidade dos espaços de diversidadecultural, biológica, econômica e social constituídos por interesses internos e externos quecontraditoriamente interagem entre si. Em contexto amazonense, temos dificuldades de informações sobre oquadro educacional. Vamos expor aqui, algumas informações sobre as dimensões de como foramprogramadas as estratégias em termos generalizados para o Estado analisando o relatório da SPVEA emais especificamente o Relatório de Governo Estadual de 1964.

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DESENVOLVIMENTO HISTÓRICO DA INSTRUÇÃO PÚBLICA EM GOIÁS

JAQUELINE VELOSO PORTELA DE ARAÚJO *Universidade Federal de São Carlos/Universidade Federal de Goiás

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ANDERSON DE BRITO RODRIGUESUniversidade Federal de Goiá[email protected]

Este trabalho insere-se nas discussões realizadas pelo grupo de estudosPsicologia, Sociedade e Educação, da Universidade Federal de Goiás. A escrita dopresente texto articula-se às pesquisas realizadas pelos autores na Universidade Federalde Goiás. O presente artigo objetiva problematizar algumas características do processode desenvolvimento da instrução pública no Estado de Goiás. O recorte histórico refereseao tempo compreendido entre os anos de 1787 e 1888. O trabalho ora apresentadotem caráter historiográfico, utiliza-se de fontes documentais referentes à história daeducação no Estado de Goiás, tais como regulamentos de instrução e periódicos daépoca, os quais foram buscados junto ao Arquivo Histórico Estadual de Goiás.

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DO MESTRE AO SERVIDOR ESTATAL: TRAÇOS DA PROFISSÃO DOCENTE NA PARAÍBAIMPERIAL

MELÂNIA MENDONÇA RODRIGUES *Universidade Federal de Campina Grande

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ISLAYNE MONALISA DA SILVA MEDEIROSUNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE

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Integrando um processo de pesquisas acerca do trabalho docente em escolas das redes públicas de ensinofundamental da Paraíba, e articulando política e história da educação, o trabalho procede a um esforço dereconstrução histórica da profissionalização do magistério público na Paraíba, remontando ao período doBrasil Império, quando o professor de primeiras letras passa à condição de servidor estatal. Norteado pelacategoria da profissionalização, o estudo recorre a estudos documentais para discutir os dispositivos dalegislação educacional do período de 1835 a 1889, referentes à regulamentação da profissão, à dimensãodidático-pedagógica e ao cotidiano escolar do professor primário. Quanto à regulamentação da profissão,abordam-se os dispositivos legais relativos à formação, ao ingresso na profissão e à remuneração doprofessor primário, constatando-se: o estabelecimento da necessidade de formação na escola normal,criada no período; a determinação legal da exigência do concurso público como forma de ingresso naprofissão e a fixação de ordenados por meio de lei. O estudo demonstra, no entanto, fragilidades naefetivação de tais dispositivos legais. No tocante à dimensão didático-pedagógica, destaca-se anormatização de procedimentos e a subsunção dos conteúdos a um caráter moralizador, aliadas a uma certaautonomia do professor quanto ao conteúdo, à implementação do ensino mútuo e à precariedade dascondições materiais de ensino. Por fim, em se tratando do cotidiano escolar, percebe-se a influência dareligião, conjugada a princípios de caráter civilizatório, assim como uma intensa normatização atinente àconduta dos alunos. Em uma tentativa de síntese, o trabalho permite considerar que os avanços observadosesbarram na precariedade das condições de vida e trabalho dos professores primários e se imbricam àinsuficiência do financiamento público e à intensificação do controle do Estado sobre o trabalho docente.

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EFEITOS DA POLÍTICA DE AMPLIAÇÃO DA ESCOLARIDADE OBRIGATÓRIA EM PONTAGROSSA: UM ESTUDO DO PERÍODO 2001 – 2008

SIMONE DE FÁTIMA FLACH *Universidade Federal de São Carlos

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O texto aqui apresentado tem o objetivo de relatar dados preliminares de pesquisa em andamento sobre oprocesso de ampliação da escolaridade obrigatória no município de Ponta Grossa – Paraná no período2001 – 2008. Para tanto, optou-se por um referencial teórico-metodológico que tem o compromisso deexplicitar as contradições da relação educação e sociedade em seu movimento histórico. Dessa formapretende-se possibilitar subsídios teóricos e práticos para a discussão sobre a política de ampliação daescolaridade – ensino fundamental de 9 anos no contexto brasileiro. As análises empreendidas têmdemonstrado que a ampliação do ensino fundamental para 9 anos de duração necessita de um planejamentopolítico educacional que possibilite à classe trabalhadora não apenas a inclusão de seus filhos naescolaridade obrigatória, mas a melhoria da aprendizagem, a justiça social e o exercício da cidadania. Noentanto, a política educacional em curso não tem possibilitado alterações significativas na realidadeconcreta.

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ELEIÇÃO E FORMAÇÃO DE DIRETORES DE ESCOLAS MUNICIPAIS: A LEGISLAÇÃO E ASPRATICAS DA REDE MUNICIPAL DE ENSINO DE PONTA GROSSA

TERESA JUSSARA LUPORINI *Secretaria Municipal de Educação de POnta Grossa

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A eleição de diretores tem-se revelado tema polêmico e desafiador no contexto das políticas educacionais.O presente trabalho pretende discutir as diferentes atribuições dos gestores em nível de sistema e dasunidades unidades escolares assim como a experiência realizada no sistema escolar de ensino de PontaGrossa-Pr, descrevendo a sistemática de seleção de diretores para atuar em escolas dos anos iniciais. Ametodologia utilizada, sob a forma de aplicação de questionários e acompanhamento da formaçãocontinuada, por meio de grupo de estudo mensal, revelam práticas do cotidiano escolar que se colocamcomo desafios na atuação dos diretores da referida rede municipal de ensino, descrevendo e analisandocomo historicamtne tem-se configurado.

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GESTÃO DOS SISTEMAS DE ENSINO NO AMAPÁ: EM BUSCA DE ELEMENTOS HISTÓRICOSPARA ANÁLISE

ANDRÉ LINS DE MELO *Universidade Federal do Amapá

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EFIGENIA DAS NEVES BARBOSA RODRIGUESUniversidade Vale do Acaraú[email protected]

LAYSALA CRISTINA LIMA ROSÁRIOUniversidade Federal do Amapá

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OTO JOÃO PETRYUniversidade Federal do Estado do Amapá

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RESUMO: O presente artigo objetiva apontar que a história dos processos de gestão dos sistemas deensino municipais no Estado do Amapá não está isenta dos movimentos mais globais que estão interferindonos sistemas de ensino na América Latina e no Brasil e que têm na descentralização, em especial a que sedá via municipalização, uma estratégia de desestruturação desses sistemas de ensino e de valorização demodelos de gestão condizentes com as demandas produtivas do sistema capitalista. Por meio de pesquisarealizada através de entrevista e análise da literatura relacionada ao tema deste artigo, procurou-sesinalizar a necessidade de mais estudos sobre o eixo: gestão dos sistemas de ensino no Estado do Amapá,sem perder de vista os aspectos históricos envolvidos nesse processo tanto no âmbito municipal como noestadual, utilizando como principal recorte histórico a década de 1990 e anos iniciais do século XXI. Dentrodessa lógica a descentralização tem sido entendida como estratégia de desestruturação de setoreseconômicos e de serviços de caráter estatal. Os estudos sobre descentralização têm mostrado que hápoucas provas de que seja eficaz essa política e de que há provas consideráveis de que não aumentamnem a eficiência, nem e eficácia e nem a participação local. Nesse caso, há que se ter dúvida sobre oprocesso de descentralização do sistema educacional em curso, e posturas mais críticas a respeito dediscursos que defendem esse processo sob o lema da “autonomia e participação”, pois segundo o quetodas as evidências empíricas mostram até o momento é que o que está sendo pensado e implantado narede pública são adequações às tendências gerais do capitalismo contemporâneo, com especial ênfase nareorganização das funções administrativas e da gestão da escola, assim como do processo de trabalho doseducadores, envolvidas com a formação das futuras gerações da classe trabalhadora, tendo em vista aredução de custos e de tempo. O que podemos perceber a princípio é que o processo de descentralizaçãono Amapá, no sentido restrito ao campo administrativo e de recursos financeiros demorou quase oito anosdepois de sua transformação constitucional em Estado para se efetivar, ou melhor, para dar seus primeirose concretos passos.

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HISTÓRIA DA POLÍTICA LOCAL E SUA INTERFACE COM A GESTÃO EDUCACIONAL : OPROGRAMA ESCOLA CIDADÃ NA REDE MUNICIPAL DE ENSINO DE UBERLÂNDIA (2001-2004)

VILMA APARECIDA SOUZA *Universidade Federal de Uberlândia

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O presente trabalho teve como objeto de investigação a experiência de implementação da gestãodemocrática que ocorreu na rede municipal de Uberlândia – MG por meio da implementação de diretrizes doPrograma Escola Cidadã. Teve como objetivo refletir sobre as políticas educacionais implementadas para aconsolidação da gestão democrática do ensino público e suas implicações no processo de democratizaçãoda educação. As fontes orais referem-se a uma amostra de trinta e dois sujeitos da RME/UDI (gestores daSecretaria Municipal de Educação e da escola, docentes e funcionários) que participaram da experiência deimplementação da gestão democrática na periodização selecionada. Os dados das fontes orais foramconfrontados com os dados advindos das fontes documentais primárias. A documentação encontra-se emarquivos distintos: o Arquivo Público de Uberlândia (documentação pública produzida pela AdministraçãoMunicipal), o Arquivo da Secretaria Municipal de Educação (SME) e os arquivos de oito escolas municipais.Em relação à metodologia, por meio da pesquisa documental, foram coletadas informações sobre a trajetóriada política em Uberlândia e o processo de implantação da gestão democrática na RME/UDI. Foramaplicadas entrevistas semi-estruturadas a amostra dos sujeitos envolvidos. O trabalho estruturou-se em trêspartes: uma com as informações do município de Uberlândia, enfocando o contexto da política local. Pormeio de um resgate histórico da Administração do Executivo, buscou-se mapear a trajetória da política emUberlândia com o intuito de apontar as rupturas e continuidades no período de 2001 a 2004. Na segundaparte, são apresentados dados sobre a história da educação no município com informações sobre aestrutura da RME/UDI. Por fim, passa-se à análise da implementação das ações do Programa EscolaCidadã. Os resultados da pesquisa permitem inferir que os objetivos do Programa Escola Cidadã foramatingidos de forma parcial. A inviabilidade dos objetivos do Programa refere-se à ausência de uma políticaeducacional consistente e a presença de uma política partidária local historicamente submeteu a concepçãode educação a interesses político-partidários. Além disso, concepções autoritárias e práticascentralizadoras arraigadas na estrutura e organização do sistema escolar sedimentaram um campo poucofértil para a consolidação de mecanismos e políticas educacionais voltados para a gestão democrática.

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O PÚBLICO E O PRIVADO NO ENSINO AGRÍCOLA NO MARANHÃO: DO INÍCIO AO RURALISMOPEDAGÓGICO

JEAN MAGNO MOURA DE SÁ *INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO MARANHÃO

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O presente artigo visa historicizar o ensino agrícola no Estado Maranhão, com foco na relação entre opúblico e o privado nessa política educacional. O objeto de estudo constitui-se na história do ensino agrícolano Maranhão. O referencial teórico-metodológico primou pela visualização da contradição inerente aosurgimento e desenvolvimento dessa política educacional como oferta do Estado brasileiro com fortepreponderância patrimonialista em suas estruturas. A periodização escolhida foi o início dessa modalidadeeducacional nos primórdios do Brasil Colônia até o surgimento da Escola Agrotécnica Federal de São Luiz,isto é, até o período conhecido como ruralismo pedagógico. Como fontes para o presente trabalho optou-sepela utilização de produções consolidadas no campo da história da educação, trabalhos de pós-graduação,legislação da época e outros documentos oficiais e não-oficiais relativos ao período em foco. O resultadoatingido constata que a relação entre o público e o privado nessa esfera educacional, por um lado fez comque o Estado se omitisse, quando não instado pelo setor produtivo agrário, de ofertar essa modalidadeeducacional. Por outro, moldou a oferta dessa política educacional segundo os anseios da elite agráriaquando o interesse se fez manifesto em cobranças ao Estado, seja na construção de estabelecimentos,seja na própria configuração do ensino agrícola como política pública.

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PARÂMETROS INSTITUCIONAIS DE AVALIAÇÃO ADOTADOS PELA CAPES E A FORMAÇÃODOS ARQUIPÉLAGOS DE EXCELÊNCIA NOS PROGRAMAS DE PÓS-GRADUAÇÃO EM

EDUCAÇÃO

PAULO SÉRGIO ALMEIDA CORRÊA*Universidade Federal do Pará

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Analisou-se a sistemática avaliativa adotada pela CAPES e sua interferência na dinâmica daPós-Graduação brasileira. Questionou-se em que medida os parâmetros avaliativos adotados pela CAPESincidem na formação de hierarquias e na distribuição do poder científico entre ambientes acadêmicosdestinados à formação dos pesquisadores em educação? Inspecionou-se em fontes bibliográficas osaspectos referentes à cronologia dos processos avaliativos e as características nas quais se fundamentamos distintos paradigmas implantados pela CAPES, tendo como subsídio os escritos de autores envolvidoscom o conceito de campo científico em Pierre Bourdieu e aqueles devotados à temática da avaliação doSistema Nacional de Pós-Graduação, tais como: Almeida e Pimenta; Cury; Hostins; Meneghel, Robl eWassem; Horta; Horta e Moraes; Trzesniack; Lopes; Sacardo; Simões, a fim de apreender algumas dascríticas elaboradas por esses teóricos. Fez-se uso dos arquivos eletrônicos http://www.anped.org.br;http://www.cbce.org.br; http://www.scielo.br; http://www.sinprominas.org.br; http://www.fiocruz.br;http://www.perspectiva.ufsc.br. Houve a catalogação de um total de 12 (doze) artigos, cuja publicaçãoocorreu entre os anos de 1993-2008, portanto, um intervalo cronológico de 15 (quinze) anos. Dessecômputo, 4 (quatro) trabalhos tiveram como instituição de origem a ANPED, representando 33,33%; outras 4(quatro) pesquisas eram provenientes do Scielo, com média de 33,33%; o simprominas, a rbceonline, afiocruz e a perspectiva armazenavam cumulativamente 33,33%, ou seja, 1 (um) texto cada, correspondentea 8,33% por produto. Apoiado na lógica de seletividade dos melhores talentos oriundos do ensino degraduação, o espaço pós-graduado se organiza com base no mérito a fim de justificar as formas dedistribuição dessimétricas do poder acadêmico, criando, com esta prática, distintos níveis de qualidade nopreparo dos pesquisadores brasileiros. A política avaliativa da CAPES tem priorizado entre seus indicadoresa produção científica assentada em periódicos de qualidade. Desse modo, quanto mais ampla for a inserçãointernacional dos docentes vinculados aos Programas, mais elevados se tornam os benefícios decorrentesdesse fluxo de capital acadêmico, o qual é posto em circulação pelas autoridades científicas interessadasno reconhecimento e prestígio social entre a comunidade de seus representantes.

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PERÍODOS DE DESENVOLVIMENTISMO: UMA BREVE ANÁLISE HISTÓRICO-COMPARATIVAENTRE AS POLÍTICAS EDUCACIONAIS DO GOVERNO JUSCELINO KUBITSCHEK (1956-1961) E

DO GOVERNO LUIS INÁCIO LULA DA SILVA (2003-2008).

CAIO AUGUSTO TOLEDO PADILHA *Universidade Estadual de Campinas

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JORGE UILSON CLARKFAFIPAR

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O presente artigo traz à baila uma análise histórico-comparativa entre as políticas educacionais do governoJuscelino Kubitschek (1956-1961) e do governo Luis Inácio Lula da Silva (2003-2008). Para tal,estabelecemos uma breve rememoração do período nacional-desenvolvimentista, ressaltando aspectosconsiderados importantes acerca do contexto político da época e principalmente, focando no ideário queenvolvia o campo educacional à época. Utilizamos este mesmo procedimento como base para analisarmos oatual governo e assim, estabelecermos um breve e hipotético comparativo entre dois períodos distintos dahistória, mas caracterizados pela lógica desenvolvimentista impulsionada por políticas de incentivo aocrescimento econômico e permeados pelo populismo, como característica marcante de seus governantes.Procuramos ainda estabelecer uma análise que não levasse em consideração somente a elaboração destaspolíticas, mas também ressaltasse seus objetivos e suas conseqüências para a realidade brasileira. Destaforma, ofertamos mais um estudo à Academia, retomando discussões acerca de um período aindatimidamente estudado (o nacional-desenvolvimentista) e promovendo o diálogo entre diferentes épocas noque diz respeito à história das políticas educacionais.

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POLÍTICA EDUCACIONAL, MODERNIDADE E INTELECTUAIS NA PARAHYBA DA PRIMEIRAREPÚBLICA: O IMAGINÁRIO SOCIAL SOBRE A EDUCAÇÃO

MAÍRA LEWTCHUK ESPINDOLA *Universidade Federal da Paraíba

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JEAN CARLO CARVALHO COSTAUniversidade Federal da Paraiba

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Este artigo é fruto do nosso trabalho dissertativo que tem por objetivo principal investigar como as idéiascirculantes sobre a educação colocadas por alguns intelectuais brasileiros foram gestadas nas leis e nasmensagens do Presidente do Estado do período de 1912 a 1918 na Parahyba. Para compreendermosmelhor essa temática, tomamos como ponto de partida algumas questões que se tornaram pano de fundodas investigações desses intelectuais, como as relativas à Escola Moderna, à emergência da modernidade,à existência, ou não, de um povo brasileiro e à formação da identidade nacional. Nesse período, muitosintelectuais brasileiros mostravam uma preocupação com relação à “formação nacional”, estabelecendo,assim, certo consenso sobre a necessidade de uma instrução elementar. Nesse sentido, as políticaseducacionais implementadas tentaram concretizar mudanças no contexto escolar para sintetizar as idéiascirculantes na sociedade brasileira. Utilizarmos a pesquisa documental, pois, entendemos que na pesquisahistórica o significado proveniente da análise dos documentos de fontes primárias, no nosso caso osarquivos estaduais, é sempre aberto a revisões, pois depende de várias variáveis como a época em que foiproduzido e o lugar do pesquisador. Separamos duas mensagens apresentadas à Assembléia Legislativa daParahyba ambas proferidas pelo Presidente do Estado Castro Pinto, uma em 1º de outubro de 1913 e outraem 1º de setembro de 1914, e as analisamos a partir de três categorias centrais: reforma estrutural(ampliação e criação de escolas e laboratório; aquisição de materiais didáticos e mobiliários); reformapedagógica, na qual incluímos as questões ligadas à educação moderna e aos sujeitos da educação (aeducação feminina e o ensino noturno); educação cívica de fundamental importância para construção docaráter nacional. Percebemos que apesar de um entusiasmo por parte do Presidente do Estado em relaçãoà educação, há uma desilusão com as reformas educacionais ocorridas após a declaração da República,fato esse que corrobora com as análises de Savianni, o qual destaca que apesar de todo o ânimo com aeducação na Primeira República não foi possível instalar, nesse período, um sistema educacional pordiversos motivos entre eles os ligados às questões econômicas e a falta de responsabilidade do governofederal com todos os níveis de ensino.

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POLÍTICAS DE EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS: CEHELENA

ALCINÉIA ISABEL MACIEL DE MATTOS *Prefeitura Municipal de Educação de Ponta Grossa

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A inserção ao mundo letrado para o jovem e o adulto é um desafio constante diante dos processosexcludentes. Conscientes da responsabilidade social com essa demanda da sociedade extremamentesignificativa na cidade de Ponta Grossa, a Secretaria Municipal de Educação, ao assumir a gestão2005-2008, concentrou ações efetivas no processo de regularização de vida escolar dos alunosmatriculados na Educação de Jovens e Adultos, criando o Centro Municipal Professora Helena Kolody. OCEHELENA, como é chamado tem como grande desafio proporcionar o acesso à escolarização, suapermanência e a conclusão com sucesso, como direito do cidadão, uma vez que se entende que a EJA éparte constitutiva da Educação Básica e é reconhecida como direito público subjetivo em referência aoEnsino Fundamental. Construir uma Proposta Pedagógica diferenciada e desafiante tornou-se um momentode reflexão e busca de novas políticas em nosso município. Criou-se o Centro que oferta a Fase I do EnsinoFundamental através de Espaços Descentralizados em Escolas Municipais e Projetos Descentralizados emInstituições e Entidades que desejam desenvolver essa modalidade. Além dessas ações, possibilita-se aexecução de Exames Supletivos a nível de conclusão do Ensino Fundamental – Fase I, para maiores dequinze anos. Dessa forma, o CEHELENA tem por finalidade a formação de jovens e adultos como sujeitossócio-históricos-culturais, com conhecimentos e experiências acumuladas, respeitando o tempo próprio deformação e aprendizagem de cada um, contribuindo para a ressignificação da concepção de mundo e dospróprios educandos através do desenvolvimento do raciocínio lógico e a capacidade de utilizarconhecimentos científicos, tecnológicos e sócio-históricos, contribuindo efetivamente para o pleno exercícioda cidadania.

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PROGRAMA ESCOLA ATIVA EM SERGIPE: APONTAMENTOS PRELIMINARES

MARIA CRISTINA DOS SANTOS BEZERRA*Universidade Federal de São Carlos

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O presente texto origina-se de pesquisa em desenvolvimento objetivando refletir sobre o Programa EscolaAtiva no Estado de Sergipe. Trata-se de uma estratégia metodológica criada para combater a reprovação eo abandono da sala de aula pelos alunos das escolas multisseriadas do campo do primeiro ciclo do EnsinoFundamental das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste. Analisa as bases históricas e ideológicas doprograma e sua vinculação com os organismos internacionais no atual contexto de desenvolvimento docapitalismo.

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Grupo de Estudos e Pesquisas “História, Sociedade e Educação no Brasil” 123

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REFORMA DA EDUCAÇÃO NO PARANÁ: IDEAIS EDUCACIONAIS DE CEZAR PRIETOMARTINEZ PARA A INSTRUÇÃO PÚBLICA EXPRESSOS NOS RELATÓRIOS DE 1920 A 1922.

MÁRCIA MARLENE STENTZLER *Faculdade Estadual de Filosofia,Ciências e Letras

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VALÉRIA APARECIDA SCHENAFaculdade Estadual de Filosofia Ciências e Letras

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Para o Paraná, no início do Século XX vieram várias etnias, constituindo neste Estado uma grandediversidade cultural. O projeto para a instrução pública nesse período, tinha perspectiva racionalizadoracomo base para o planejamento e construção da identidade para a educação no Estado, como parte de umprojeto modernizador da sociedade e atrelado às necessidades do capitalismo. A década de 20 marcou acultura e a sociedade pelas reformas educacionais em diversos Estados brasileiros. O Estado do Paraná,em 1920, com Cezar Prieto Martinez, foi o segundo no Brasil a propor a Reforma Educacional. Esseeducador paulista foi convidado a ser o Diretor da Instruçao Púlbica com fins remodelação do aparelhoescolar existente. A postura do educador, sua concepção de sociedade e desenvolvimento contribuirampara o investimento público na escola primária e formação de professores alfabetizadores. Nesse estudoanalisamos relatórios elaborados por Cezar Prieto Martinez e pelo Presidente do Estado, Dr. CaetanoMunhoz da Rocha, visando compreender a prática educacional e a preparação dos professores para aInstrução Pública. Alguns questionamentos movem essa reflexão: Em que medida os relatórios escritos porMartinez contribuíram para difundir a idéia de mudança na Educação paranaense? Como posicionava-se oPresidente do Estado frente ao trabalho de Martinez? Como foi a oferta de instrução pública na região doVale do Iguaçu? Trata-se de uma investigação histórico/educacional e buscamos alicerce para as análisesem teóricos da história cultural. Nesta reflexão, tendo por base Bloch e Chartier, buscamos compreender aformação de uma nova demanda sócio/educacional naquele momento histórico. Ao entretecer ideais deCezar Prieto Martinez com as necessidades da sociedade paranaense, expressos em relatórios entre 1920e 1922 buscamos também dados referentes ao desenvolvimento da educação na região do Vale do Iguaçu,onde atualmente desenvolve-se o trabalho de catalogação de fontes históricas por meio do Núcleo deEstudos e Pesquisas do HISTEDBR em União da Vitória – NUCATHE. Os documentos estudados mostram aconvicção de Martinez em busca de mudança no trabalho do professor e na concepção de educação, tendoo apoio do poder executivo estadual em relação ao investimento para a instrução pública paranaense, comdifusão de escolas e o aproveitamento máximo do orçamento. A luta naquele momento histórico não erapara instrução integral a todos, mas ensinar a ler e escrever. Como a intenção da proposta modernizadoraera introduzir novos métodos de ensino, aparelhando o sistema escolar existente, o foco principal na regiãosul do Paraná foi aumentar o número de crianças nas escolas e garantir que as escolas funcionassemseguindo as orientações emanadas do poder público estadual.

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Grupo de Estudos e Pesquisas “História, Sociedade e Educação no Brasil” 124

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REFORMAS DE POLÍTICAS EDUCACIONAIS NO CONTEXTO DAS NOVAS FORMAS DEPRODUÇÃO CAPITALISTA E O TRABALHO DOCENTE NA ESCOLA

JEFFERSON CARRIELLO CARMO *Universidade Católica Dom Bosco

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REFORMAS DE POLÍTICAS EDUCACIONAIS NO CONTEXTO DAS NOVAS FORMAS DE PRODUÇÃOCAPITALISTA E O TRABALHO DOCENTE NA ESCOLA

O objetivo desse texto é investigar, resumidamente, as reformas educacionais e como essas vêm sendosubmetidas às mudanças das novas formas de produção bem como as suas implicações para o trabalhodocente na escola. O procedimento de análise foi bibliográfico de cunho histórico/analítico descritivo, com afinalidade de investigar algumas das discussões já existentes sobre a temática e apontar alguns outroscaminhos de pesquisa.Primeiramente verificou que, as novas formas de produção capitalista a partir da crise fordista/taylorista nospaíses de capitalismo avançado presenciaram de forma crescente e profunda as transformações naestrutura da produção o que impulsionou o capital a adotar novos procedimentos na organização produtivo-tecnológica.Em segundo, verificou-se, que às reformas educacionais a partir dos nos anos de 1990 teve como um dosseus eixos a educação para a eqüidade social. Essa constatação mostrou que a organização e a gestão daeducação pública passa a ter como um dos imperativos dos sistemas escolares formar os indivíduos para aempregabilidade. Verificou-se, ainda, que no cerne das Reformas está a expressão transformação produtivacom eqüidade, produzida pelos organismos internacionais pertencentes na ONU, cujo “espírito” estápresente na nova regulação das políticas educacionais e os conceitos de produtividade, eficácia,excelência e eficiência, cuja repercussão se faz na formação docente. Por fim, identificou-se, que asReformas Educacionais de formação docente na ótica das novas formas de produção capitalista trazem àluz algumas conseqüências para a profissão docente, tais como: a possível neutralização da coletividadedocente; nesse contexto o ensino reforça um procedimento histórico e econômico entre capital e escola nãoindo para além de sua função de qualificar a força de trabalho; neutraliza as relações ou diferenças declasse, converte os problemas sociais em problemas individuais através da distribuição de sançõespositivas ou negativas; disfarça, mascara a desigualdade das relações sociais e produtivas acentuando acisão social, como apenas uma diferenciação natural entre as pessoas, o resultado disto é a construção daideologia meritocrática; cria um espaço institucional escolar cada vez mais, fragmentado que dicotomiza amediação necessária para construção do indivíduo emancipado.Palavras chaves: História, Reforma educacional; Política Educacional, Escola; Mundo do Trabalho.

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Grupo de Estudos e Pesquisas “História, Sociedade e Educação no Brasil” 125

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SOBRE A HISTORIOGRAFIA DA REFORMA UNIVERSITÁRIA DE 1968

ROLDÃO RIBEIRO BARBOSA *Universidade Federal do Piauí

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Faz-se uma síntese das principais produções historiográficas que tratam o tema “Reforma Universitária de1968”. Após 40 anos do fato histórico, portanto com uma visão relativamente de longa duração,concorda-se com a posição que defende que essa reforma deixou um legado positivo para a sociedade,mas que esse legado, muito mais que aos interesses econômicos das elites golpistas, deve ser atribuído àluta de resistência cívica de estudantes e professores, principalmente da década de 1960, que lutaram comdenodo apontando um rumo adequado para a universidade trilhar em vista do desenvolvimento autônomo daNação. Basta para tanto ver as motivações para o golpe civil-militar, os antecedentes históricos da reforma,o contexto e o processo de elaboração do projeto de lei da Reforma Universitária, bem como as leiturasreflexivas que são feitas pela comunidade acadêmica à distância de hoje.

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TRAJETÓRIAS HISTÓRICAS DAS POLÍTICAS PÚBLICAS PARA A EDUCAÇÃO NA TERCEIRAIDADE

PAOLA ANDRESSA SCORTEGAGNA *Universidade Estadual de Ponta Grossa

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FLÁVIA DA SILVA OLIVEIRAFaculdade União

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RITA DE CÁSSIA DA SILVA OLIVEIRAUniversidade Estadual de Ponta Grossa

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No contexto mundial, o envelhecimento configura-se como um fator de grande influência e tem provocadomudanças significativas nos contextos socioeconômicos e políticos nas diferentes sociedades napós-modernidade. Na caminhada histórica das políticas publicas, identifica-se uma ausência deespecificidades para o segmento etário da terceira idade, no recorte educacional. Desta maneira, objetivourefletir sobre a trajetória histórica na constituição das políticas públicas no aspecto educativo, que hojevislumbramos na sociedade brasileira. A educação ao longo da vida prevista pela Unesco, embasa osdiferentes espaços educativos para o idoso. Entretanto, diante da demanda populacional que ora seapresenta, o idoso não tem sido contemplado adequadamente nestas políticas, na qual percebe-seiniciativas isoladas, em especial, nas universidades voltadas para cunho especificamente educativo,superando a tendência assistencialista ou por lazer, responsáveis pela marginalização e fortalecimento deestereótipos negativos e limitadores da velhice. Dentre estes preconceitos em relação à velhice,encontra-se a incapacidade para aprendizagem, sem fundamento científico e que por estas iniciativasteórico-práticas, entre as quais as universidades abertas para a terceira idade, registram a inconsistência eestimulam a superação deste preceito. A Constituição Federal de 1988, considera o idoso, nos Artigos 205,229 e 230, a medida como o considera como um indivíduo em pleno exercício da sua cidadania.Especificamente na questão educacional, o Plano Nacional de Educação de 2001, coloca dentre as suasmetas, a educação para a terceira idade, num espaço específico, com profissionais, materiais e métodosdestinados para este público. As Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação de Jovens e Adultos,cita o idoso, incluindo-o na categoria de adulto, não especificando as demandas deste grupo etário.

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