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Curso Melhor Gestão Melhor Ensino Grupo 4- Rubem Alves Aparecida Cecília Silva Gouveia Daniela Ap. Teodoro de Souza Daniela Querobina de Jesus Fernanda de Almeida Guidini Jurandir Zolin

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Curso Melhor GestãoMelhor Ensino

Grupo 4- Rubem AlvesAparecida Cecília Silva GouveiaDaniela Ap. Teodoro de SouzaDaniela Querobina de JesusFernanda de Almeida GuidiniJurandir Zolin

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Situação de aprendizagem- Traços argumentativos

Tema: Necessidade de isolar-se.

Objetivo: trabalhar e desenvolver habilidades de leitura, escrita, fala e escuta por meio de um trabalho desenvolvido com textos de gêneros distintos, mas que estão que estão focados em um mesmo tema. Desenvolver competências e capacidades de compreensão que estimulem a ativação de conhecimento de mundo, antecipação de conteúdos, checagem de hipóteses,

comparação de informações, recuperação do contexto e elaboração de apreciações estéticas e de valores.

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Conteúdo: leitura de coletânea de textos sobre o tema “necessidade de isolar-se”

Série: 8ᵃ série/ 9 *ano

Habilidades: Leitura, escrita, fala e escuta.

Tempo previsto: 8 aulas

Recursos: dicionário, rádio, livro didático, lousa, giz e apagador.

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Estratégias

1ᵃ aula: aula interativa com participação dialógica do aluno. Leitura individual de um trecho do conto “Pausa”, de Moacyr

Scliar, seguida de uma discussão para realização da antecipação ou predição de conteúdos; leitura do texto na íntegra para

checagem de hipóteses.

2ᵃ e 3ᵃ aulas: Leitura, análise e comparação de textos. Leitura individual do artigo As pessoas que gostam de ficar

sozinhas e o mundo, de Liliane Prata e apresentação da música Quero ficar só, de Elizeth Cardoso, focados no mesmo tema;

após a apresentação dos textos realizaremos a comparação entre os textos; os alunos preencherão quadro comparativo para

sistematização de conteúdo.

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Quadro Comparativo

Informações Texto 1 Texto 2 Texto 3

Título

Nome do autor

Gênero

Onde o texto

foi publicado

Tema

Outras informações

que julgarem relevantes

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4ᵃ e 5ª aulas: Leitura e análise de imagem: apresentaremos aos alunos a charge de Diemer que traz novamente a questão do

isolamento de modo irônico e jocoso. Atividade em grupo: discussão sobre o tema e os textos; apresentação das impressões

e conclusões dos grupos; discussão sobre as características específicas de cada gênero textual.

6ᵃ aula: Entre expor dados e emitir opinião. Após as discussões sobre a coletânea, é preciso que os alunos se

posicionem formalmente sobre o tema. Para tanto, deverão primeiro construir uma síntese das leituras realizadas, utilizando

para isso as perguntas seguintes:

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1- Quem são os autores dos textos lidos?

2- Em que momentos os textos revelam o ponto de vista desses autores em relação ao tema? A opinião deles sobre o tema converge ou diverge?

3- Que argumentos eles utilizam para sustentar essa opinião?

4- Qual dos textos, em sua opinião, deixa mais claro o tema que está sendo discutido? Por quê?

5- Se fossem escrever sobre o tema isolamento, por qual gênero os alunos optariam? Por quê?

6- Se os textos fossem vistos isoladamente, teriam a mesma compreensão do tema e da opinião dos autores?

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7ª e 8ª aulas: Produção textual. Neste momento o aluno vai emitir a sua opinião produzindo um texto em que expresse a sua opinião sobre o tema discutido na coletânea. Posicionando-se me relação a opinião dos autores e em que medida o tema faz parte também de seu cotidiano. É importante que eles já utilizem alguns recursos argumentativos, tais como:

“Eu acho que o texto 3 é mais claro, porque...”

“O isolamento existe por causa da...”

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Avaliação

Exposição oral de dados e opiniões sobre textos lidos na roda de conversa; elaboração de síntese sobre traços argumentativos nos textos analisados; elaboração de texto a partir do entendimento de textos.

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Textos Texto 1: Conto

Trecho inicial do conto:

Pausa

Às sete horas o despertador tocou. Samuel saltou da cama, correu para o banheiro, fez a barba e lavou-se. Vestiu-se rapidamente e sem ruído. Estava na cozinha, preparando sanduíches, quando a mulher apareceu, bocejando:

- Vais sair de novo, Samuel?

Fez que sim com a cabeça. Embora jovem, tinha a fronte calva; mas as sobrancelhas eram espessas, a barba, embora recém-feita, deixava ainda no rosto uma sombra azulada. O conjunto era uma máscara escura.

- Todos os domingos tu sais cedo - observou a mulher com azedume na voz.

- Temos muito trabalho n o escritório – disse o marido, secamente.

Ela olhou os sanduiches:

- Por que não vens almoçar?

- Já te disse; muito trabalho. Não há tempo. Levo um lanche. A mulher coçava a axila esquerda. Antes que voltasse à carga. Samuel pegou o chapéu:

- Volto de noite.

As ruas ainda úmidas de cerração. Samuel tirou o carro da garagem. Guiava vagarosamente; ao longo do cais, olhando os guindastes, as barcaças atracadas.

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Depois da discussão apresentaremos o restante do conto

Estacionou o carro numa travessa quieta. Com o pacote de sanduíches debaixo do braço, caminhou apressadamente duas quadras. Deteve se ao chegar a um hotel pequeno e sujo. Olhou para os lados e entrou furtivamente. Bateu com as chaves do carro no balcão, acordando um homenzinho que dormia sentado numa poltrona rasgada. Era o gerente. Esfregando os olhos, pôs se de pé.

— Ah! Seu Isidoro! Chegou mais cedo hoje. Friozinho bom este, não é? A gente...

—Estou com pressa, seu Raul!—atalhou Samuel.

— Está bem, não vou atrapalhar. O de sempre. — Estendeu a chave.

Samuel subiu quatro lanços de uma escada vacilante. Ao chegar ao último andar, duas mulheres gordas, de chambre floreado, olharam no com curiosidade:

—Aqui, meu bem!—uma gritou, e riu: um cacarejo curto.

Ofegante, Samuel entrou no quarto e fechou a porta à chave. Era um aposento pequeno: uma cama de casal, um guarda roupa de pinho; a um canto, uma bacia cheia d'água, sobre um tripé. Samuel correu as cortinas esfarrapadas, tirou do bolso um despertador de viagem, deu corda e colocou o na mesinha de cabeceira.

Puxou a colcha e examinou os lençóis com o cenho franzido; com um suspiro, tirou o casaco e os sapatos, afrouxou a gravata. Sentado na cama, comeu vorazmente quatro sanduíches. Limpou os dedos no papel de embrulho, deitou se e fechou os olhos.

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Dormir.

Em pouco, dormia. Lá embaixo, a cidade começava a mover se: os automóveis buzinando, os jornaleiros gritando, os sons longínquos.

Um raio de sol filtrou se pela cortina, estampou um círculo luminoso no chão carcomido.

Samuel dormia; sonhava. Nu, corria por uma planície imensa, perseguido por índio montado a cavalo. No quarto abafado ressoava o galope. No planalto da testa, nas colinas do ventre, no vale entre as pernas, corriam. Samuel mexia se e resmungava. Às duas e meia da tarde sentiu uma dor lancinante nas costas. Sentou se na cama, os olhos esbugalhados: o índio acabava de trespassá lo com a lança. Esvaindo se em sangue, molhado de suor, Samuel tombou lentamente; ouviu o apito soturno de um vapor. Depois, silêncio.

Às sete horas o despertador tocou. Samuel saltou da cama, correu para a bacia, lavou se. Vestiu se rapidamente e saiu.

Sentado numa poltrona, o gerente lia uma revista.

—Já vai, seu Isidoro?

— Já — disse Samuel, entregando a chave. Pagou, conferiu o troco em silêncio.

—Até domingo que vem, seu Isidoro— disse o gerente.

— Não sei se virei — respondeu Samuel, olhando pela porta; a noite caía.

— O senhor diz isto, mas volta sempre — observou o homem, rindo.

Samuel saiu.

Ao longo do cais, guiava lentamente. Parou, um instante, ficou olhando os guindastes recortados contra o céu avermelhado. Depois, seguiu. Para casa."

SCLIAR, Moacyr. In: BOSI, Alfredo. O conto brasileiro contemporâneo.

São Paulo: Cutrix, 1997

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Texto 2: Artigo

As pessoas que gostam de ficar sozinhas e o mundo

Uns dez anos atrás, um amigo muito querido me disse que eu poderia viver tranquilamente numa caixa.

Estávamos conversando sobre solidão e ele disse que eu parecia gostar mais de viver sozinha do que com os outros. De fato, se penso nos momentos da minha vida em que me sinto mais feliz, mais plena, vou achar muitos instantes solitários. Talvez a maior parte da minha lista de prazeres pertença a esse grupo. Amo dirigir à noite por São Paulo; se tem algo que me deixa feliz é voltar da faculdade dirigindo sozinha e ouvindo música no carro. Me sinto tão bem quando como um doce, trabalho em casa há dois anos e passo o dia todo só e quase sempre me sentindo muito bem. Adoro ficar deitada lendo, amo ficar sozinha em casa escrevendo, vivo indo sozinha ao cinema, a um café.

Por causa da frase do meu amigo, fiquei com essa pulga atrás da orelha: eu, que sempre me considerei sociável, era na verdade uma eremita, para usar a palavra de uma amiga sobre mim? Ou: eu estou mais para gato do que para cachorro, para usar o termo de uma outra amiga?

O que nem eu nem meus amigos tínhamos pensado é que nós, as pessoas que gostam de ficar sozinhas, nunca estamos sós. Porque, mesmo quando não estamos com os outros, estamos interagindo com o mundo. E é isso que me dá prazer. Dirigir por São Paulo à noite num carro que comprei na concessionária, obedecendo às regras do trânsito, passando pelas pessoas na rua. Comendo um doce que alguém fez, trabalhando em casa usando msn e twitter, ouvindo música que outras pessoas produziram, entrevistando pessoas, lendo livros que outras pessoas escreveram, escrevendo e gostando de ser lida, vendo filmes e tomando cafés que as pessoas fizeram, esbarrando com pessoas na rua.

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Mesmo nós, as pessoas que se dão bem com a solidão, estamos com as pessoas o tempo todo, e como isso é bom. Não sei se vocês viram aquele filme Eu sou a Lenda, com o Will Smith. Eu nunca gostei muito de ficção científica, com algumas exceções – a mais notória delas talvez seja O exterminador do Futuro. Mas meu marido veio com esse filme em casa e me pediu para assistir 10 minutos com ele, e acabei não conseguindo parar de ver. Como fiquei impressionada com a terrível solidão do protagonista! Tive pesadelos com aquele filme, que me atrapalhou até a dirigir por um tempo, porque a todo momento eu ficava imaginando zumbis pulando no meu carro, haha.

Mas o que me motivou a escrever este post não foi a lembrança do diálogo com meu amigo, mas a leitura de uma entrevista com um médico que afirmava que há muito mais pessoas em coma e com a consciência funcionando do que a gente pensa. Porque estão estáveis no coma, esses pacientes não são mais submetidos a exames neurológicos – mas vários deles despertaram depois de alguns meses ou anos e estão lá, pensando normalmente, mas fechados em si mesmos, trancados. Num estado ainda mais dramático do que o do protagonista do filme O Escafandro e a Borboleta (história real baseada num editor da Elle francesa, assistiram?), essas pessoas não interagem com o mundo exterior nem com os olhos nem com nada: não enxergam, não se movem, algumas nem ouvem. Só pensam. Por cinco, dez, quinze anos. Imaginem que terrível seria viver assim, com o intelecto absolutamente normal, mas separado da maravilha que é interagir com o mundo?

Meu querido amigo estava completamente enganado sobre mim: eu odiaria viver numa caixa.Eu amo o mundo, e acho que todas as pessoas que gostam de ficar sozinhas também. Quem não amaria?

PRATA, Liliane em http://www.lilianeprata.com.br/2010/07/as-pessoas-que-gostam-de-ficar-sozinhas-e-o-mundo/

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Texto 3: Letra de música

Quero ficar só

(Elizeth Cardoso)

Quero ficar só, não desejo ninguém

Saiam todos de mim e passem muito bem

Não quero ver a noite, não quero ver o dia

E nem da minha sombra quero a companhia

Quero ficar só, não desejo ninguém

Saiam todos de mim e passem muito bem

Não quero ver a noite, não quero ver o dia

E nem da minha sombra quero companhia

Quero ficar só pra falar comigo o que eu preciso ouvir

E, ao menos uma vez, dizer tudo que sinto sem precisar fingir

Quero ficar só pra falar comigo o que eu preciso ouvir

E, ao menos uma vez, dizer tudo que sinto sem precisar fingir

Quero ficar só, não desejo ninguém

Saiam todos de mim e passem muito bem

Não quero ver a noite, não quero ver o dia

E nem da minha sombra quero companhia

E nem da minha sombra quero companhia

E nem da minha sombra quero companhia

http://www.letras.com.br/#!elizeth-cardoso/quero-ficar-so

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Texto 4: Charge