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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE FACULDADE DE NUTRIÇÃO EMÍLIA DE JESUS FERREIRO CURSO DE GRADUAÇÃO EM NUTRIÇÃO GRAZIELE VASCONCELOS FERREIRA OFICINAS EDUCATIVAS PARA MERENDEIRAS DE ESCOLAS MUNICIPAIS DE NITERÓI: APLICAÇÃO DE METODOLOGIAS ATIVAS. NITERÓI 2016

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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE

FACULDADE DE NUTRIÇÃO EMÍLIA DE JESUS FERREIRO

CURSO DE GRADUAÇÃO EM NUTRIÇÃO

GRAZIELE VASCONCELOS FERREIRA

OFICINAS EDUCATIVAS PARA MERENDEIRAS DE ESCOLAS MUNICIPAIS DE

NITERÓI: APLICAÇÃO DE METODOLOGIAS ATIVAS.

NITERÓI

2016

GRAZIELE VASCONCELOS FERREIRA

OFICINAS EDUCATIVAS PARA MERENDEIRAS DE ESCOLAS MUNICIPAIS DE

NITERÓI: APLICAÇÃO DE METODOLOGIAS ATIVAS.

Trabalho de conclusão de curso

apresentado ao Curso de Graduação em Nutrição

da Faculdade de Nutrição Emília de Jesus Ferreiro

da Universidade Federal Fluminense, com o

requisito parcial à obtenção do título de Bacharel

em Nutrição.

Orientadora:

Profª Dra ROSEANE MOREIRA SAMPAIO BARBOSA

Co-orientadora:

Profa Dra DANIELE DA SILVA BASTOS SOARES

Niterói, RJ

2016

GRAZIELE VASCONCELOS FERREIRA

OFICINAS EDUCATIVAS PARA MERENDEIRAS DE ESCOLAS MUNICIPAIS DE

NITERÓI: APLICAÇÃO DE METODOLOGIAS ATIVAS.

Trabalho de conclusão de curso da

Graduação em Nutrição da Faculdade de Nutrição

Emília de Jesus Ferreiro da Universidade Federal

Fluminense, com o requisito parcial à obtenção do

título de Bacharel em Nutrição.

BANCA EXAMINADORA

_________________________________________________________

Profª Drª Roseane Moreira Sampaio Barbosa

FACULDADE DE NUTRIÇÃO-UFF

_________________________________________________________

Profª Drª Daniele Mendonça Ferreira

FACULDADE DE NUTRIÇÃO-UFF

__________________________________________________________

Niterói, RJ

2016

Dedico este trabalho a Deus por sua maravilhosa graça e

à minha família por estar sempre ao meu lado e apoiar

a minha escolha.

AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus por estar comigo em todo tempo e por me permitir viver um

sonho e alcançar meu objetivo.

Aos meus pais, por serem a minha torre forte e por toda dedicação destinada

à minha formação. A graduação é minha e a realização de um sonho é nossa.

Ao meu irmão, que mesmo tão jovem soube me ajudar nos momentos difíceis

e me consolou com um abraço.

Ao meu noivo, João Vitor, por sempre estar ao meu lado e pela paciência

durante os últimos cinco anos. Todas as palavras de incentivo me fizeram melhorar.

Obrigada por cada abraço e carinho nos momentos difíceis.

Não posso me esquecer dos meus amigos e colegas de faculdade. Cada um

na sua essência, cultura, religião e personalidade fizeram com que eu me tornasse a

pessoa que sou hoje.

Agradeço a cada professor que se fez presente durante a graduação. Em

especial, a professora Roseane pela dedicação, paciência e carinho dedicada à este

trabalho.

Ao GEPASE por me proporcionar a experiência de elaborar um trabalho tão

especial.

Ás merendeiras do município de Niterói que aceitaram o convite de participar

deste trabalho.

Aos amigos e irmãos em Cristo que torceram e oraram por mim.

Enfim, quero agradecer a todos os Nutricionistas que participaram da minha

caminhada. Profissionais dos estágios, monitoria e projeto de extensão.

Obrigada!

RESUMO

O Programa Nacional de Alimentação escolar (PNAE) é o mais antigo programa em vigência no país e tem por objetivos: contribuir no crescimento e desenvolvimento biopsicossocial, na aprendizagem, no rendimento escolar e na formação de hábitos saudáveis e atua como política promotora da Segurança Alimentar e Nutricional. A merendeira é o profissional responsável pela produção de refeição dentro das Unidades de Alimentação e Nutrição Escolar e exerce um papel fundamental para atingir os objetivos do PNAE. A responsabilidade das merendeiras dentro das UANE tem apontado a necessidade de capacitações contínuas e permanentes, sendo importante para promover mudanças comportamentais no processo de trabalho dessas profissionais e garantir adequação nas condições higiênico-sanitárias. A metodologia ativa tem sido empregada em capacitações e trabalham a problematização como estratégias de ensino - aprendizagem, objetivando examinar e refletir suas práticas por meio dos problemas. Este trabalho teve o objetivo de elaborar oficinas educativas com aplicação de metodologias ativas para merendeiras no município de Niterói. O desenvolvimento das oficinas foi dividido em blocos utilizando metodologias ativas: rodas de conversa, dramatização, atividades práticas oficina de técnica e dietética. A análise das falas compreendeu-se pelo tratamento dos dados através da análise de conteúdos, posterior a uma pré-análise. Para obter uma avaliação das oficinas pelas merendeiras foi construído um instrumento de avaliação da oficina para aperfeiçoamento, obtenção de melhores resultados de organização, metodologia e conteúdo, além de um questionário semi-estruturado. As oficinas aconteceram em dois dias diferentes, no primeiro dia estiveram presentes 5 merendeiras e no segundo 4 merendeiras de escolas pertencentes ao pólo 2 e 4 do município de Niterói. As oficinas aconteceram no Laboratório de Técnica Dietética da Faculdade de Nutrição Emília de Jesus Ferreiro com carga horária de três horas. A execução das oficinas foi dividida em 4 partes: dramatização, oficina ‘’mãos limpas’’, higienização e de hortaliças e frutas e oficina culinária. Ao analisar as falas ditas durante o momento de discussão das oficinas realizadas, pode-se conhecer diversas dificuldades vividas pelas profissionais que atuam em escolas diferentes e que um problema está estreitamente ligado ao outro. Durante o desenvolvimento das oficinas pode-se perceber a importância do uso das metodologias ativas, devido ao ambiente facilitador para discussão sobre as dificuldades vivenciadas pelas merendeiras. Na avaliação das oficinas, a maioria classificou os conteúdos utilizados como muito bom e gostaram das atividades. A partir deste estudo foi possível concluir que a aplicação de metodologias ativas em capacitações para merendeiras foi eficaz para reconhecer as dificuldades vividas por essas profissionais e por promover um ambiente aberto para a troca de experiências e conhecimento. Por meio da avaliação das atividades feita pelas merendeiras, percebeu-se que o uso das metodologias ativas foi bem aceito, demonstrando a necessidade de se replicar oficinas que tenham essa característica.

Palavras chave: Alimentação escolar, merendeira, capacitação em serviço.

ABSTRACT

The National Program of School Feeding (PNAE) is the oldest program in force in the country and aims to: contribute to the growth and biopsychosocial development, learning, school performance and the formation of healthy habits and acts as promoter policy Food Safety and Nutrition. The cooks is the professional responsible for the production of meal within the School Feeding and Nutrition Unit and plays a key role in achieving the objectives of the PNAE. The responsibility of the cooks in the UANE has indicated the need for continuous and ongoing training, it is important to promote behavioral changes in the work process of these professionals and ensure adequacy in sanitary conditions. The active methodology has been used in training and work the questioning as a teaching - learning strategies, aiming to examine and reflect their practices through problems. This work aimed to develop education with the application of active methodologies for cooks in Niterói. The development of the workshops was divided into blocks using active methods: conversation circles, drama, activities practices technical workshop and dietetics. The analysis of the speeches realized by the processing of data through content analysis, subsequent to a pre-analysis. For an evaluation of the workshops by cooks it was built a tool for assessing workshop for improvement, achieving better results of organization, methodology and content, as well as a questionnaire with open and closed questions. The workshops took place on two different days, the first day was attended by 5 cooks and second 4 cooks schools belonging to the pole 2 and 4 the city of Niterói. The workshops took place in Dietetics Technical Laboratory of the School of Nutrition Emilia Jesus Ferreiro with a schedule of three hours. The execution of the workshops was divided into 4 parts: drama, workshop “clean hands” hygiene and fruits and vegetables and cooking workshop. By analyzing the spoken words during the time of discussion of the workshops, we can meet various difficulties experienced by professionals working in different schools and that a problem is closely linked to each other. During the development of the workshops can realize the importance of using active methods, due to the enabling environment for discussion of the difficulties experienced by cooks. In the evaluation of the workshops, most classified the contents used as very good and enjoyed the activities. Based on this study it was concluded that the application of active methodologies in training for cooks was effective to recognize the difficulties experienced by these professionals and promote an open environment for the exchange of experiences and knowledge. Through the evaluation of the activities done by the cooks, it was noticed that the use of active methodologies was well accepted, demonstrating the need to replicate workshops that have this feature.

Keywords: School food, cooks, inservice training.

SUMÁRIO

1- INTRODUÇÃO p.10

2- REFERENCIAL TEÓRICO p. 12

2.1- PROGRAMA NACIONAL DE ALIMENTAÇÃO ESCOLAR (PNAE) p.12

2.2- SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL E O PNAE p.13

2.3- UNIDADES DE ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO ESCOLAR (UANE) p. 14

2.4- METODOLOGIAS ATIVAS p. 15

3- OBJETIVOS p.17

3.1- OBJETIVOS ESPECÍFICOS p.17

4- METODOLOGIA p.17

4.1- ELABORAÇÃO DAS OFICINAS EDUCATIVAS PARA MERENDEIRAS p.17

4.2- ELABORAÇÃO DE MATERIAL EDUCATIVO p. 17

4.3- ANÁLISE DAS FALAS DAS MERENDEIRAS p. 18

4.4- AVALIAÇÃO DAS OFICINAS COM AS MERENDEIRAS p.18

5- RESULTADOS E DISCUSSÕES p.18

6- CONCLUSÃO p. 28

7- REFERÊNCIAS p. 29

8- APÊNDICES p.35

8.1- OFICINAS ELABORADAS E APLICADAS p. 35

8.2- AVALIAÇÃO p.41

8.3- CARTILHA p.42

LISTA DE SIGLAS

PNAE- Programa Nacional de Alimentação Escolar

SAN- Segurança Alimentar e Nutricional

UANE- Unidade de Alimentação e Nutrição Escolar

PAE- Programa de Alimentação Escolar

FNDE- Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação

CAE- Conselho de Alimentação Escolar

CONSEA- Conselho Nacional de Segurança Alimentar

LOSAN- Lei Orgânica de Segurança Alimentar e Nutricional

PNSAN- Política Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional

10

1- INTRODUÇÃO

O Programa Nacional de Alimentação escolar (PNAE) é o mais antigo

programa em vigência no país e tem por objetivos: contribuir no crescimento e

desenvolvimento biopsicossocial, na aprendizagem, no rendimento escolar e na

formação de hábitos saudáveis (BRASIL, 2015). O PNAE atua como política

promotora da Segurança Alimentar e Nutricional (SAN), pois por meio deste tem-se

a oportunidade de garantir aos escolares, independente da sua origem, o acesso a

uma alimentação adequada de forma permanente (BRASIL, 2009b).

A merendeira é o profissional responsável pela produção de refeição dentro

das Unidades de Alimentação e Nutrição Escolar e exerce um papel fundamental

para atingir os objetivos do PNAE (MORAIS, 2013). Está envolvida em todas as

etapas do processo produtivo de refeições, iniciando pelo recebimento de

mercadorias, passando por todas as etapas necessárias ao preparo até a

distribuição da refeição aos escolares (MIRON et al., 2009). A responsabilidade das

merendeiras dentro das UANE tem apontado a necessidade de capacitações

contínuas e permanentes, sendo importante para promover mudanças

comportamentais no processo de trabalho dessas profissionais (COSTA et al.,

2002).

Apesar da capacitação para merendeiras ser preconizada pela legislação

brasileira e por dispositivos normativos do PNAE, a falta de capacitações para essas

profissionais tem sido associada às inadequações referentes à falta de higiene

pessoal, ao pré-preparo dos alimentos e armazenamento de gêneros alimentícios

em UANE estudadas.

As capacitações destinadas às merendeiras têm como base a pedagogia

tradicional. Essa corrente pedagógica repercute na passividade do ouvinte e falta de

atitude crítica, distância da teoria da prática e falta de ‘’problematização’’da realidade

Bordenave (1999). Alguns trabalhos desenvolvidos têm demonstrado a diferença

obtida nas capacitações, nas quais a prática pedagógica se inverte, sendo utilizadas

estratégias da pedagogia problematizadora. Oriunda da pedagogia crítica, na

pedagogia problematizadora, a educação é mediada pela realidade em que o

educando e o educador se encontra, tornando possível a aprendizagem a ponto de

11

transformar a realidade, estabelecendo diálogo.

A metodologia ativa tem sido empregada em capacitações e trabalham a

problematização como estratégias de ensino - aprendizagem, objetivando examinar

e refletir suas práticas por meio dos problemas (MITRE et al., 2008). Rodas de

conversas, peças teatrais, palestras interativas e aulas práticas têm sido inseridas

nas capacitações com o objetivo de associar a teoria e a prática, diferentemente das

capacitações tradicionais (SHIMITZ et al., 2008; LEITE et al., 2011).

Avaliando a necessidade de promover mudanças comportamentais para a

adequação das condições higiênico-sanitárias por meio de capacitações para

merendeiras com a utilização de metodologia ativa, este trabalho teve por objetivo

elaborar oficinas educativas para merendeiras de escolas públicas do município de

Niterói, com posterior avaliação das falas através de análise de conteúdo e

avaliação das oficinas pelas merendeiras.

12

2- REFERENCIAL TEÓRICO

2.1- PROGRAMA NACIONAL DE ALIMENTAÇÃO ESCOLAR (PNAE)

O Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) é o mais antigo

programa brasileiro destinado à alimentação escolar e a Segurança Alimentar e

Nutricional (SAN) no país (BRASIL, 2015).

O PNAE teve origem em 1944 com objetivo principal de reduzir a deficiência

nutricional de estudantes carentes do país. Atualmente, o programa tem por

objetivos: contribuir no crescimento e desenvolvimento biopsicossocial, na

aprendizagem, no rendimento escolar e na formação de hábitos saudáveis.

(BRASIL, 2015). Gerenciado pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento Escolar

(FNDE), tem caráter universalista por atender aos alunos matriculados nas escolas

de educação básica das escolas públicas, federais, filantrópicas, comunitária e

confessionais do país (BRASIL, 2015; SANTOS, 2007).

Em 1994, com a publicação da Lei 8.913 de 12 de julho, houve a

descentralização do programa com o estabelecimento de convênios com estados e

municípios para o repasse de recursos financeiros, criação do Conselho de

Alimentação Escolar (CAE) em cada estado e município do país e definição do

nutricionista como o profissional habilitado para a elaboração do cardápio do PAE

(Programa de Alimentação Escolar) (BRASIL, 1994).

O Conselho de Alimentação Escolar (CAE) é um órgão colegiado de caráter

fiscalizador, permanente, deliberativo e de assessoramento, criado para

acompanhar a execução do PNAE, agindo como um controlador social. O CAE

deve ser composto por sete membros titulares com nomeação de respectivos

suplentes. Dentre as competências citadas na lei 11.947 de 16 de junho de 2009, o

CAE deve zelar pela qualidade dos alimentos, em especial quanto às condições

higiênicas, bem como a aceitabilidade dos cardápios oferecidos (BRASIL, 2009b;

BRASIL, 2015).

A atuação do profissional nutricionista no PNAE deu-se desde o início da

institucionalização da política de alimentação escolar no Brasil. Durante as quatro

décadas de execução do programa, o nutricionista foi apontado como o profissional

responsável pela confecção dos cardápios do PAE, no entanto a inserção do

13

nutricionista com base em dispositivos legais só ocorreu nos primeiro anos da

década de 90 (CHAVES et al., 2013).

Em 2006, a publicação da Resolução nº 32 pelo FNDE estabeleceu as

normas para a execução do PNAE e definiu a responsabilidade técnica do programa

ao nutricionista (BRASIL, 2006a). Em 2010, a resolução nº 465 destinada a orientar

a atuação do nutricionista dentro do programa foi publicada pelo Conselho Federal

de Nutricionistas (CFN) dispondo das atribuições e estabelecendo o parâmetro

numérico mínimo de referência para o PNAE. A resolução define no Art. 3º as

atividades obrigatórias do nutricionista, dentre elas está a função de orientar e

supervisionar as atividades relativas à higienização de ambientes e armazenamento

de alimentos (BRASIL, 2010).

2.2 - SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL E O PNAE

A construção da SAN tem sido desenvolvida há mais de duas décadas. O

avanço do país nas ações de alimentação e nutrição ocorreu com a instituição do

salário mínimo, programas de abastecimento, alimentação escolar, dentre outras. A

proposta de um sistema e de uma política Nacional de Segurança Alimentar e

Nutricional teve origem em dois eventos realizados na década de 80. Esses dois

eventos tinham a proposta de criar o Conselho Nacional de Segurança Alimentar

(CONSEA) contemplando as ações da dimensão da SAN (BRASIL, 2009a).

Apesar da proposta de uma política Nacional de Segurança alimentar ter

iniciado na década de 80, a instituição da política se deu ano de 2006 com a

publicação da Lei Orgânica de Segurança Alimentar e Nutricional (LOSAN)

determinando a criação do Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional

(SISAN), com vista a assegurar o direito a alimentação adequada, e a formulação de

uma política nacional intersetorial: a Política Nacional de Segurança Alimentar e

Nutricional (PNSAN) (BRASIL, 2009a; BRASIL, 2006c).

De acordo com a LOSAN, a abrangência da SAN deve incluir a promoção da

saúde, alimentação e nutrição em todos os grupos populacionais em vulnerabilidade

social no país e a garantia da qualidade biológica, sanitária, nutricional e tecnológica

dos alimentos. (BRASIL, 2006c)

No processo evolutivo do PNAE, o programa passou a ter destaque como

política promotora da SAN por meio da implementação do Fome Zero, em 2003

(CHAVES et al., 2013). Por meio do PNAE tem-se a oportunidade de garantir aos

14

escolares, independente da sua origem, o acesso a uma alimentação adequada de

forma permanente (BRASIL, 2009b).

A primeira diretriz definida pela PNSAN se caracteriza pela promoção

universal à alimentação adequada e tem alimentação escolar como um dos

programas e ações principais de responsabilidade do governo federal. Da mesma

forma o PNAE define como diretriz o direito à alimentação escolar, objetivando a

garantia da SAN dos alunos (BRASIL, 2009a; BRASIL, 2015). Desta forma, O PNAE

atua como política promotora da SAN, considerando o atendimento das diretrizes

definidas pela LOSAN.

2.3- UNIDADES DE ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO ESCOLAR (UANE)

A alimentação coletiva é representada pelas atividades de alimentação e

nutrição e podem ser classificadas como: institucionais - situadas dentro de

empresas, escolas e outras instituições e tem como principal característica a

clientela fixa, e comerciais – representadas por restaurantes abertos ao público

(ABREU E SPINELLI, 2013).

As Unidades de Alimentação e Nutrição Escolares (UANE) são classificadas

como institucionais e tem por objetivo ofertar uma alimentação adequada nos

aspectos nutricionais e higiênicos sanitários. As UANE estão situadas dentro das

escolas e são de grande importância devido à clientela que atendem (VILA et al.,

2014).

A merendeira é o profissional responsável pela produção de refeição dentro

das UANE e, está envolvida em todas as etapas do processo produtivo de refeições,

iniciando pelo recebimento de mercadorias, passando por todas as etapas

necessárias ao preparo até a distribuição da refeição aos escolares (MORAIS,

2013). Apesar de haver uma desvalorização da profissão devido a pouca

qualificação e o baixo nível de escolaridade, as merendeiras exercem papel

fundamental para a execução das ações desenvolvidas pelo PNAE e, tem sob a sua

responsabilidade compreender todo o processo da produção de refeição e o caráter

social do programa (CARVALHO et al., 2008; MIRON et al., 2009).

A responsabilidade das merendeiras dentro das UANE tem apontado a

necessidade de capacitações contínuas e permanentes, sendo importante para

promover mudanças comportamentais no trabalho dessas profissionais. A

compreensão da vivência das merendeiras é importante para aproximar a

15

abordagem das capacitações com as práticas do seu processo de trabalho (COSTA

et al., 2002).

2.4- METODOLOGIAS ATIVAS

A legislação RDC nº 216/2004 preconiza a capacitação dos responsáveis pela

manipulação dos alimentos e define que a mesma deve abordar os contaminantes

alimentares, as doenças transmitidas por alimentos, manipulação higiênica dos

alimentos e boas práticas de fabricação (BRASIL, 2004). A capacitação é um dos

meios mais eficazes e econômicos para corrigir as inadequações existentes na

manipulação de alimentos (COLOMBO, 2009).

A capacitação de profissionais envolvidos com a alimentação escolar está

prevista nos dispositivos normativos do PNAE, com o objetivo de produzir e oferecer

alimentos saudáveis (BRASIL, 2009b; BRASIL, 2006b).

Alguns estudos que analisaram as condições higiênico-sanitárias em UANE

no Brasil enfatizam a importância de maior investimento em capacitação para

manipuladores de alimentos, e que esta é a melhor alternativa para promover

mudanças comportamentais dos manipuladores e garantir adequação nas condições

higiênico-sanitárias (LOPES et al., 2015; OLIVEIRA, M. et al., 2008).

As capacitações destinadas às merendeiras têm como base a pedagogia

tradicional. Esta se baseia na exposição teórica, onde um locutor torna-se

responsável por transmitir todo o ensino pré-determinado, sendo este visto como

único condutor do processo educativo (PEREIRA, 2003). Essa corrente pedagógica

repercute na passividade do ouvinte e falta de atitude crítica, distância da teoria da

prática e falta de ‘’problematização’’da realidade (BORDENAVE,1999). Alguns

trabalhos desenvolvidos têm demonstrado a diferença obtida nas capacitações, nas

quais a prática pedagógica se inverte, sendo utilizadas estratégias da pedagogia

problematizadora (LEITE et al.,2011;SHIMITZ et al.,2008). Essa vertente surgiu da

pedagogia crítica, que surgiu nas décadas de 70 e 80. Na pedagogia

problematizadora, a educação é mediada pela realidade em que o educando e o

educador se encontra, tornando possível a aprendizagem a ponto de transformar a

realidade, estabelecendo diálogo. Segundo Freire (2001), o diálogo é a ponte para a

verdadeira comunicação, onde os interlocutores estão em mesmo nível de atividade

e igualdade.

As metodologias ativas trabalham a problematização como estratégias de

16

ensino - aprendizagem, objetivando examinar e refletir suas práticas por meio dos

problemas. Nas capacitações que não utilizam as metodologias ativas,

normalmente, tem-se a dissociação da teoria da prática, o que promove apenas a

reprodução do conhecimento teórico adquirido e a desvalorização de novas formas

de execução e das críticas construtivas que essas podem gerar. A utilização de

metodologias ativas no processo de ensino-aprendizagem facilita a abordagem do

assunto e, posteriormente, a execução na prática (MITRE et al., 2008).

Shimitz et al. (2008) ao realizarem uma capacitação para educadores e donos

de cantina escolar, proporam uma metodologia seguindo uma abordagem que

estimulava os participantes a terem a iniciativa para questionar, descobrir e

compreender os assuntos abordados durante o curso e aplicaram um instrumento

para avaliar a metodologia empregada. Os autores utilizaram palestras interativas,

discussões, atividades dinâmicas, jogos, apresentações, aulas práticas

demonstrativas, aulas práticas na produção de preparações e peças teatrais ludo-

pedagógicas para trabalhar temas da promoção da alimentação saudável e higiene

pessoal, alimentar e ambiental.

Leite et al. (2011) desenvolveram um curso de formação para merendeiras de

escolas estaduais da Bahia com a mesma proposta metodológica. O curso foi

estruturado em três partes: sondagem, desenvolvimento do curso e avaliação da

metodologia empregada. Durante a aplicação do curso, os autores utilizaram

teatros, exposição dialogada, oficinas, dinâmicas de grupo e atividades divididas em

grupo. Os resultados deste trabalho mostraram a satisfação com o curso e da

metodologia empregada utilizada, concluindo que é possível orientar a construção

de um novo modelo de formação.

17

3- OBJETIVOS

3.1- OBJETIVO GERAL

Elaborar oficinas educativas para merendeiras de escolas públicas do

município de Niterói.

3.2- OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Elaborar e aplicar oficinas educativas

Elaborar material educativo.

Avaliar os conhecimentos sobre as práticas de manipulação de alimentos por

meio da análise das falas das merendeiras.

Identificar as dificuldades laborais do cotidiano das merendeiras.

Avaliar as oficinas educativas com as merendeiras.

4- METODOLOGIA

4.1- ELABORAÇÃO E APLICAÇÃO DE OFICINAS EDUCATIVAS PARA AS

MERENDEIRAS

Com base nos resultados obtidos na aplicação da lista de verificação de

Boas Práticas para Manipulação de Alimentos nas UANE em um município do Rio

de Janeiro, observou-se algumas inadequações que subsidiaram a elaboração das

oficinas (CAVALCANTI,2014). As principais inconformidades foram àquelas

relacionadas com o trabalho realizado pelas merendeiras como lavagem incorreta

das mãos, uso inadequado do uniforme e o armazenamento inadequado dos

alimentos refrigerados. O desenvolvimento das oficinas foi dividido em blocos

utilizando metodologias ativas: dramatização, rodas de conversas e atividades

práticas. (Apêndice 1)

4.2- ELABORAÇÃO DE MATERIAL EDUCATIVO

Com objetivo de oferecer um material informativo para as merendeiras, foi

construída uma cartilha com linguagem simples para facilitar o entendimento

contendo algumas informações para auxiliar na execução correta de algumas

funções desempenhadas pelas merendeiras. Foram incluídas informações sobre a

correta lavagem de mãos, o passo a passo para fazer a diluição com a concentração

18

correta para desinfecção das hortaliças e frutas e as instruções sobre

armazenamento de alimentos perecíveis e estocáveis, de acordo com a legislação

RDC nº 216 de 15 de setembro (BRASIL, 2004). (Apêndice 3)

4.3- ANÁLISE DAS FALAS DAS MERENDEIRAS

No decorrer das oficinas com as merendeiras foram realizadas rodas de

conversa para que as mesmas se sentissem à vontade para discursar sobre as

problemáticas enfrentadas no seu cotidiano profissional mediante as diversas

situações apresentadas nas quatro oficinas. De acordo com Minayo (2008) a fala

dos sujeitos da pesquisa revela condições estruturais, sistemas de valores, normas

e símbolos.

A análise das falas compreendeu-se pelo tratamento dos dados através da

análise de conteúdos, posterior a uma pré-análise, assim como definido por Minayo

(2008). As oficinas foram gravadas e as falas das merendeiras transcritas e

organizadas em categorias, procurando-se identificar as principais problemáticas

vivenciadas por essas profissionais ao que se refere à execução das atividades

desenvolvidas dentro das UANE.

4.4- AVALIAÇÃO DAS OFICINAS COM AS MERENDEIRAS

Para avaliar a oficina com as merendeiras foi elaborado um instrumento de

avaliação para aperfeiçoamento, obtenção de melhores resultados de organização,

metodologia e conteúdo, baseado no instrumento de avaliação utilizado por Leite et

al. (2011). No instrumento continha uma avaliação da dimensão conceitual e do

material didático utilizado nas oficinas, onde era possível classificá-los em muito bom

a ruim. Também, havia perguntas abertas e fechadas, e sugestões. (Apêndice 2)

5- RESULTADOS E DISCUSSÕES

As oficinas foram reproduzidas em dois dias diferentes: uma no dia dezessete

de março e a outra no dia oito de julho, ambas no ano de 2015. No primeiro dia,

participaram 5 merendeiras de escolas integrantes do pólo 4, e no segundo dia, 4

merendeiras de escolas pertencentes ao pólo 2 e 4 do município de Niterói. As

oficinas aconteceram no Laboratório de Técnica Dietética da Faculdade de Nutrição

19

Emília de Jesus Ferreiro com carga horária de três horas. Primeiramente foi

realizada uma breve apresentação dos participantes presentes: professores e alunos

integrantes do Grupo de Extensão e Pesquisa em Alimentação e Saúde Escolar

(GEPASE) e as merendeiras. No segundo momento, as merendeiras foram

convidadas a assistir uma apresentação teatral que foi composta por situações

cotidianas das UANE. A apresentação foi encenada por alunos bolsistas do

GEPASE e abordou os seguintes temas: uso correto do uniforme, lavagem correta

das mãos, conversa durante a manipulação dos alimentos, armazenamento de

produtos refrigerados, validade de produtos enlatados, sobras, contaminação

cruzada, descongelamento correto dos alimentos, recebimento e armazenamento de

mercadorias.

As encenações eram pausadas para que fosse possível a análise dos erros

presentes na cena e discussão destes junto às merendeiras.

Durante o desenvolvimento da dramatização (oficina 1) foi possível perceber

que as merendeiras têm a compreensão dos erros cometidos que acontecem no

decorrer das etapas do processo produtivo, pois identificaram todos os erros

encenados. No primeiro bloco da dramatização as participantes identificaram os

seguintes erros: a falta de higienização das mãos, a presença de adornos (brinco,

anel e relógio), o uniforme inadequado, unhas compridas e pintadas, a entrada na

cozinha sem uniforme, touca mal colocada. No segundo bloco, os erros citados

foram o uso de produtos vencidos, o armazenamento de sobras, o descongelamento

da carne e o armazenamento de produtos prontos com aqueles que estão em fase

de pré-preparo. E, no terceiro bloco, as participantes identificaram a inadequação no

armazenamento da carne após o recebimento .

Nos momentos das pausas para a discussão dos erros identificados na

encenação pode-se perceber a importância do uso das metodologias ativas. As

merendeiras se sentiram a vontade para falar sobre as dificuldades vivenciadas e

explicar o porquê da presença de tantas inadequações nas UANE.

Ao analisar as falas durante o momento de discussão das oficinas realizadas,

pode-se conhecer diversas dificuldades vivenciadas pelas merendeiras que atuam

em escolas diferentes e que um problema está estreitamente ligado ao outro.

(Quadro 1)

Uma fragilidade relatada pelas merendeiras foi a falta de equipamentos e/ou a

má conservação dos mesmos. Oliveira, M. et al. (2008) ao analisar as condições

20

higiênico-sanitárias das cozinhas de creches pública e filantrópicas da cidade de

São Paulo encontraram equipamentos em mau estado de conservação em 40% das

UANE integrantes do estudo.

As merendeiras relataram dificuldade para organizar as geladeiras e freezers,

pois estes se encontram em número reduzido ou em situação precária e não

atendem a demanda da UANE, consequentemente, revelaram ter dificuldades para

executar o descongelamento de carnes segundo o preconizado pela legislação

vigente devido à falta de refrigeradores.

Alguns estudos realizados no país mostraram que o descongelamento em

temperatura ambiente é uma prática executada nas UANE. Em Salvador (BA),

68,9% nas escolas estudadas realizavam o descongelamento em temperatura maior

que 5ºC. Um estudo em Itaqui (RS) encontrou as mesmas condições: 36% das

escolas não atendiam ao preconizado pela legislação (VILA et al., 2014; CARDOSO

et al., 2010)

Ferreira et al. (2013), em estudo realizado nas escolas públicas de Maceió

(AL), também encontraram 42,5% de inadequação para o pré-preparo dos

alimentos. Em boa parte das escolas avaliadas, os alimentos eram descongelados

fora da temperatura correta. De acordo com legislação 216/04, o descongelamento

deve ser realizado sobre refrigeração, com temperatura menor que 5ºC ou em forno

microondas quando o alimento for submetido imediatamente à cocção (BRASIL,

2004).

A utilização do uniforme completo foi outra questão citada como dificuldade.

Há uma cobrança frente ao uso adequado do uniforme, mas o Município não

encaminha os uniformes em quantidade suficiente às escolas. Houve relatos

referentes à qualidade ruim do uniforme e por isso eles não possuem durabilidade.

Alguns estudos que avaliaram as boas práticas em UANE revelaram que a

falta de utilização do uniforme ou o uso de uniformes mal conservados é uma

inadequação presente, assim como a presença de adornos, fazendo com que os

manipuladores se encontrem fora do recomendado pela RDC 216/04 (LOPES et al.,

2015; OLIVEIRA, A. et al., 2012). São José et al., (2008) encontraram 71,4% de

inadequação para os manipuladores de uma UANE em Florestal, Minas Gerais,

destacando o uso de uniforme incompleto. Em estudo conduzido em Maceió, (AL)

30% dos manipuladores das escolas não utilizavam touca de proteção para o cabelo

(Ferreira et al.,2013).

21

Após a dramatização, as merendeiras participaram das oficinas ‘’Mãos

limpas’’ (oficina 2). Em uma roda de conversa, as merendeiras foram questionadas

quanto às dificuldades enfrentadas em relação à correta lavagem de mãos. Quando

questionadas sobre as exigências necessárias para higienização das mãos, algumas

merendeiras relataram não ter um local específico para higienizar as mãos e não ter

o sabonete específico na escola em que trabalham. Outras já relataram que

estabeleceram um local determinado com sabonete e papel toalha e que criaram o

hábito de lavar as mãos durante as etapas do processo produtivo. As merendeiras

abordaram o fato de não ter conhecimento sobre o sabonete bactericida

disponibilizado pelo Município.

Após a conversa, foi utilizado o produto Handwashing®, que aparentemente

não aparece na pele. O produto passado nas mãos é visível na luz fluorescente,

sendo assim foi possível simular uma contaminação por bactérias.

A oficina de ‘’Mãos limpas’’ trouxe um relato importante porque algumas

merendeiras tinham o entendimento que a lavagem de mãos apenas com água era o

suficiente, sendo assim foi feito o esclarecimento que nas trocas das atividades

dentro das UANE é necessário a lavagem das mãos com sabonete bactericida.

Alguns estudos que avaliaram as instalações e equipamentos apontaram a

ausência de local específico para a lavagem de mãos, sabão líquido inodoro,

produto antisséptico e papel toalha não reciclado (VILA et al., 2014; LEITE et al.,

2011; OLIVEIRA, M. et al., 2008).

Colombo (2009), ao avaliar o conhecimento de merendeiras em Santa fé, PR,

sobre higiene e boas práticas de fabricação na produção de alimentos, apontou que

94% das merendeiras entrevistadas relataram lavar as mãos corretamente, mas não

souberam relatar o procedimento executado no dia-a-dia. Ferreira et al.(2013),

observaram que nenhum dos manipuladores das escolas lavavam as mãos

adequadamente. Geralmente, não higienizavam as mãos habitualmente ou as

lavava usando apenas água ou água e sabonetes inadequados, tais como

detergentes e sabonetes perfumados, embora esses produtos não sejam permitidos

em áreas de manipulação de alimentos.

Em seguida, as merendeiras foram divididas em grupos e alocadas nas

bancadas do laboratório de técnica e dietética. Foram ofertadas algumas hortaliças e

frutas, bacias com capacidade de 3 litros, água sanitária concentração 2,0 - 2,5%,

água corrente e filtrada para que as participantes fizessem a higienização dos

22

alimentos distribuídos. Ao término da atividade, discutiu-se a higienização de

hortaliças e frutas. As merendeiras foram questionadas, a fim de se ter

conhecimento sobre as dificuldades para que a higienização das frutas e hortaliças

ofertadas na UANE seja adequada e eficiente.

Nesta oficina identificou-se a dificuldade das merendeiras em relação às

hortaliças que deveriam passar pelo processo de desinfecção, o uso adequado do

produto para desinfecção das hortaliças e frutas, bem como o tempo que esses

alimentos devem permanecer de molho na solução sanitizante.

Estudo conduzido nas escolas públicas do ensino fundamental em Salvador,

Bahia no ano de 2005, os manipuladores revelaram higienizar os vegetais crus, mas

as técnicas relatadas eram distintas. Quanto ao uso de agentes sanificante ou

sanitizante, observou-se que a diluição e o tempo de contato do alimento com a

solução estavam não conformes (CARDOSO et al., 2010).

Outro estudo realizado na região Centro-Oeste do Brasil, 37,2% das UANE

avaliadas, as frutas e hortaliças não eram submetidas ao processo de correto de

higienização. Os manipuladores utilizavam apenas água, água e sabão e/ou vinagre.

(ALMEIDA et al., 2014). A higienização de frutas e hortaliças adequadas reduz a

quantidade de microorganismos patogênicos para um valor equivalente com a

imunidade do organismo (SILVA, 2005).

A última oficina teve por objetivo discutir a importância do uso da ficha técnica

em alimentação para coletividades para padronização das preparações oferecidas.

De acordo com a definição da resolução nº380/2005, ficha técnica de preparação:

É um formulário de especificações de preparações dietéticas

destinado aos registros dos componentes de preparação e suas

quantidades per capita, das técnicas culinárias e dietéticas

empregadas, do custo direto e indireto, do cálculo de nutrientes e de

outras informações, a critério do serviço ou da unidade de

alimentação e nutrição (BRASIL, 2005).

Foram ofertadas duas amostras de três hortaliças: chuchu, abóbora e couve-

mineira para degustação. Todas as hortaliças foram coccionadas de modo a ter uma

23

característica sensorial diferente entre as duas amostras: abóbora cozida e abóbora

cozida por mais tempo; chuchu com quantidade adequada de sal e chuchu com

muito sal e couve-mineira com quantidade adequada de óleo e couve mineira com

muito óleo. As merendeiras apresentaram facilidade em identificar as diferenças

existentes nas amostras, principalmente, de couve mineira e abóbora. Justifica-se a

facilidade porque a análise sensorial destas amostras poderia ser feita visualmente.

No caso das amostras do chuchu, as merendeiras reconheceram a preparação que

tinha mais sal.

Na discussão em relação à padronização das preparações, as merendeiras

citaram a importância da ficha técnica de preparação, mas apontaram a dificuldade

do uso da mesma dentro da rotina das UANE. Algumas merendeiras revelaram que

as crianças percebem a diferença no sabor da refeição com as mudanças dos

turnos: ‘’ É muito bacana sim. Mas é muito difícil. Cada um tem um jeito de cozinhar.

Aí quando a gente, às vezes, quer estabelecer algumas coisas, acha que é metida’’,

‘’Essa diferença há. As crianças percebem quando uma cozinhou e quando a outra

cozinhou.’’

Uma questão importante apresentada na fala de algumas merendeiras foi a

falta de comunicação com a comunidade escolar (Quadro 1). As merendeiras

revelaram que não há uma boa relação com a direção ou com a secretaria das

escolas e isso dificulta a troca de informações sobre cursos e sobre atividades que

acontecem no espaço escolar.

Em um trabalho realizado com merendeiras de escolas estaduais de

Chapecó, SC, um pequeno número de participantes respondeu ter problemas

quanto à relação com outros profissionais da escola e salienta que a baixa

escolaridade é um dos motivos para a dificuldade de comunicação com a equipe

(TEO et al., 2010).

A proposta metodológica utilizada na aplicação das oficinas trouxe boas

reflexões para todos os participantes e a oportunidade delas de dividirem suas

dúvidas e expor as suas rotinas de trabalho entre elas. E, ainda, revelou deficiências

nos cursos de capacitação que elas costumam participar.

Os momentos de discussão durante os intervalos da dramatização e as rodas

de conversa motivaram a troca de conhecimento através da escuta, o que não

acontece em cursos baseados apensas na teoria. Segundo Leitão (1995), a

verdadeira troca de saberes e construção coletiva do conhecimento são

24

conquistadas por meio da escuta, compreensão e valorização da experiência de vida

do indivíduo.

25

Quadro 1. Fala das merendeiras em relação às dificuldades laborais divididas por

obtidas durantes as oficinas divididas por categoria.

EQUIPAMENTOS

‘‘A gente lá tem uma geladeira industrial que acaba armazenando legume, fruta e às vezes a carne que vai ser preparada pro dia seguinte. ’’

‘’Tem três geladeiras, mas duas está toda ferrada, não é de hoje. Não tiram e também não consertam. ’’

‘’Panela de pressão explodiu na cozinha. Não mandaram panela de pressão. ’’

‘’O liquidificador industrial queimou e não conserta.Tudo funciona pela metade.’’

‘’ Na escola que eu to agora ta em falta de geladeira. A gente tenta organizar do melhor modo, mas ainda ta precisando de mais uma geladeira. ‘’

PRÉ-

PREPARO

‘’O pré-preparo a gente sabe que tem que ser feito em geladeira, mas nem sempre a geladeira ta vazia pra você poder ta fazendo o descongelamento. Tem que fazer do lado de fora. A gente sabe que não é certo’’

‘’Aí realmente tem que tirar a carne e colocar na vasilha com água.’’

‘’A questão da carne? É descongelada do lado de fora também, porque não tem condição. ’’

‘’A gente bota na panela, deixa pro outro dia e mesmo assim quando chega lá ainda ta congelado.’’

UNIFORME

‘’ O uniforme é a mesma situação. Tudo rasgado... Aí o que acontece? A calça já não dá mais pra usar. Ou leva pra emendar na costureira ou vai comprar aí fora. Chegar também não chega.’’

‘’Eles deterioram muito rápido. A gente tem que jogar fora. Ainda tem que ouvir piadinha: Ué? Já acabou o uniforme?

LAVAGEM DE MÃOS

Área exclusiva para lavagem de mãos

‘’Pra isso lá só tem a pia do banheiro que é usado só pelos funcionários da cozinha. ’’

Sabonete

‘’A gente pode confiar naquele rosinha? ’’

‘’Eu não tenho sabão específico. Álcool em gel tem. ’’

Higienização das mãos

‘’Enquanto a gente ta produzindo, ta usando água e ta lavando.’’

‘’ Mas a gente só higieniza mesmo quando sai da cozinha e entra de novo . Porque quando a gente ta produzindo, ta produzindo. ’’

HIGIENIZAÇÃO DE FRUTAS E HORTALIÇAS

‘’Lá na minha escola a gente usa vinagre tanto na frutas quanto nas verduras... ’’

‘’ A orientação que a gente teve na oficina é que a gente tinha que lavar as frutas com hipoclorito, mas a gente não recebe não. ’’

‘’Eu lavaria e colocaria de molho. Eu deixo uns dez minutinhos e lavo. ’’

‘’Essa água clorada, tipo assim, a gente tem que fazer e utilizar logo. Não posso deixar já feita e guardar não né? Só na hora?’’

FALTA DE COMUNICAÇÃO

COM A COMUNIDADE

ESCOLAR

‘’Mas curso, nem sempre chega à cozinha as informações do curso. Isso é uma dificuldade muito grande. É difícil dentro das escolas de repente até a comunicação da secretaria para a cozinha. A gente só sabe das coisas em cima da hora’’.

26

A maioria das merendeiras avaliou à dimensão conceitual e o material

didático aplicado nas oficinas como muito bom. Todas gostaram das atividades. As

perguntas, nas quais, as participantes podiam descrever o que mais gostou e o que

menos gostou apresentou pontos importantes sobre o desenvolvimento das oficinas.

(Quadro 2)

Leite et al. (2011), ao avaliarem a metodologia empregada em uma

capacitação para merendeiras, também encontrou resultados positivos na avaliação

do curso aplicado. Quanto ao método de ‘’explicação’’ 90% das participantes

consideraram o curso como ótimo e, salientou que o bom nível de comunicação e

interação entre a equipe condutora e as participantes foi fator fundamental para o

resultado positivo.

Ao avaliar as oficinas para educadores e donos de cantina escolar, Shimitz et

al. (2011) demonstraram em seus resultados que 74% dos educadores avaliaram os

conceitos, atividades e discussão como ótimo e 75% também consideram como

ótimo a linguagem, o conteúdo, a abordagem e a organização das oficinas.

Quadro 2. Apontamentos das merendeiras sobre as atividades realizadas durante o dia.

O que mais gostou? O que menos gostou?

‘’Da comunicação aberta para merendeiras’’

‘’Reforço das práticas de higienização’’

‘’Sempre tudo que é visto é de grande

aproveitamento’’

‘’É importante dividir e multiplicar, replicando

com nossos pares. ’’

‘’Degustação’’

‘’Da troca de informações, da dinâmica feita

pelas alunas (dramatização) que nos ajudou a

levantar erros e acertos do nosso cotidiano. ’’

‘’A troca de informações bem favorável em

comparação às unidades escolares. A

diferença entre as escolas da mesma rede. ’’

‘’Da degustação: aprender que com pouca

diferença o gosto e o cheiro mudam

completamente’’

‘’Calor’’

‘’De parar os temas para ficar reclamando de

problemas internos e que não está na

responsabilidade dos palestrantes resolverem.

Acho que perde tempo!’’

‘’O fato de quando compartilhamos as

experiências ter ouvido da Nutricionista da FME

que os utensílios são ou poderiam estar sendo

mal utilizados. Não há curso para utilizarmos os

equipamentos que temos nas cozinhas’’.

‘’Calor, sala toda fechada, sem ar condicionado.’’

27

A fala de uma das merendeiras demonstrou insatisfação com a interrupção da

discussão dos temas para falar sobre os problemas internos vividos dentro das

escolas. Ao avaliar os aspectos negativos citados pelas merendeiras, Leite et al.

(2011) descreveram que 3,8% das participantes citarem o comportamento das

merendeiras do grupo.

No item o ‘’que mais gostou’’, pode-se observar a importância da aplicação de

oficinas práticas e com espaço aberto para a discussão. A oficina culinária também

trouxe boas avaliações.

Uma capacitação realizada para merendeiras de escolas estaduais de Porto

Alegre (RS) utilizando metodologias ativas como aula expositiva dialogada, dinâmica

de grupo e oficina culinária, teve como pontos positivos a troca de experiências entre

as participantes e esclarecimento das dúvidas existentes (MOULIN1, 2007 apud

LEITE et al., 2011).

¹MOULIN, Cileide Cunha. Relatório de capacitações da subcoordenação de educação permanente: Centro Colaborador em Alimentação e Nutrição Escolar - CECANE - Sul. Porto Alegre: Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 2007.

28

6- CONCLUSÃO

A partir deste estudo foi possível concluir que a aplicação de metodologias

ativas em capacitações para merendeiras foi eficaz para reconhecer as dificuldades

vividas por essas profissionais e por promover um ambiente aberto para a troca de

experiências e conhecimento.

A análise da fala das merendeiras permitiu identificar o conhecimento sobre

as boas práticas de manipulação de alimentos por parte das merendeiras e

diagnosticar problemas existentes nas UANE, e que estes estão envolvidos tanto

com as práticas individuais quanto aos problemas relacionados à estrutura e

comunicação com a comunidade escolar e o Município.

Por meio da avaliação das atividades feita pelas merendeiras, percebeu-se

que o uso das metodologias ativas foi bem aceito, demonstrando a necessidade de

se replicar oficinas que tenham essa característica.

29

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VILA, Carla Vanez Dias; SILVEIRA, Joice Trindade; ALMEIDA, Lana Carneiro.

Condições higiênico-sanitárias de cozinhas de escolas públicas de Itaqui, Rio

Grande do Sul, Brasil. Revista Vigilância Sanitária em Debate, v. 2, n.2, p.67-74,

2014.

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8- APÊNDICES

8.1- OFICINAS ELABORADAS E APLICADAS

OFICINA 1- DRAMATIZAÇÃO

Objetivos: Tornar possível a visualização de erros cometidos no dia-a-dia pelas

merendeiras e identificar o seu conhecimento sobre os próprios erros cometidos e

de que forma corrigi-los.

Desenvolvimento: As encenações devem ser pausadas para que as merendeiras

sejam questionadas sobre os erros cometidos durante a encenação.

1ª Encenação: Higiene pessoal

Um aluno entra na cozinha e começa a falar com outro aluno sobre o cardápio do

dia:

Aluno 1: - Hoje é salada de cenoura ralada com milho não é isso? (chegando no

trabalho)

Aluno 2: - Sim! Já higienizei as cenouras e só falta descascar

Aluno 1: - Ok ! Vou colocar meu uniforme.

Narrar a Ação: A merendeira vai até o banheiro e troca de roupa

O aluno 1 (merendeira) coloca uma calça, uma blusa, o jaleco e a touca. E volta

para cozinha. (O aluno 1 em questão deve estar com a touca mal colocada e usando

brinco e relógio).

Narrador: Voltando para cozinha o aluno começa a ralar a cenoura. ( o aluno lava

as mãos sem usar sabonete líquido)

Aluno 1: - Menina, você acredita que eu peguei o ônibus hoje lotado. Tive que me

virar várias vezes para conseguir segurar naquele ferro.

Aluno 2: - Tá muito difícil vir trabalhar! O engarrafamento está horrível! (trabalhar a

questão da conversa durante a manipulação dos alimentos).

Narrador: Identificação dos erros: Discursar sobre o uso inadequado do uniforme,

sobra à lavagem incorreta das mãos.

Deixar as participantes falar primeiro, e em seguida, discursar sobre os temas:

uso inadequado do uniforme, lavagem das mãos e conversa durante a manipulação

dos alimentos.

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O uso inadequado do uniforme.

O uso correto do uniforme é essencial para que o alimento seja preparado

sem nenhuma chance de contaminação e para que vocês estejam protegidas de

qualquer acidente. Caso caia um brinco ou qualquer parte de um adereço na

refeição que está sendo preparada, pode ser prejudicial à criança que vai realizar a

refeição na escola.

A legislação sanitária atual (RDC 216) que dispõe sobre o regulamento

técnico de boas práticas para serviços de alimentação diz que os manipuladores

devem usar cabelos presos e protegidos por redes, toucas ou outro acessório

apropriado para esse fim, não sendo permitido o uso de barba. As unhas devem

estar curtas e sem esmalte ou base. Durante a manipulação, devem ser retirados

todos os objetos de adorno pessoal e a maquiagem.

Pensem vocês: se vocês chegassem a um laboratório para coletar sangue.

Vocês gostariam de ver o técnico sem uniforme ou com aquele em mau estado?

Lavagem das mãos

Até chegarmos ao trabalho passamos por vários lugares. Colocamos a mão

em dinheiro, no ônibus, no corrimão da escada, na porta do lugar onde trabalhamos.

Enfim, a nossa mão, apesar de muitas vezes não percebermos, está suja e pode

contaminar os alimentos e os utensílios que serão utilizados no preparo das

refeições das crianças.

A lavagem só com água pode até tirar a sujeira mais visível, mas não

higieniza. A legislação mais uma vez nos diz o procedimento que devemos cumprir:

Os manipuladores devem lavar cuidadosamente as mãos ao chegar ao trabalho,

antes e após manipular alimentos, após qualquer interrupção do serviço, após tocar

materiais contaminados, após usar os sanitários e sempre que se fizer necessário.

Devem ser afixados cartazes de orientação aos manipuladores sobre a correta

lavagem e antisepsia das mãos e demais hábitos de higiene, em locais de fácil

visualização, inclusive nas instalações sanitárias e lavatórios.

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Conversa durante a manipulação dos alimentos

Os manipuladores não devem fumar, falar desnecessariamente, cantar,

assobiar, espirrar, cuspir, tossir, comer, manipular dinheiro ou praticar outros atos

que possam contaminar o alimento, durante o desempenho das atividades.

Devemos falar apenas o necessário para o desenvolvimento das funções

dentro das UANE (Unidade de Alimentação e Nutrição Escolar)

2ª Encenação: Armazenamento dos alimentos

Aluno 2 : - Vou lá pegar a lata de milho para colocar na salada.

Narrador: O aluno 2 pega a lata de milho e percebe que tem 4 latas. Uma lata

venceu no dia anterior, mas está em perfeito estado. Ele vai para a cozinha e

pergunta:

Aluno 2: - Cara, essa lata aqui venceu ontem. Será que tem problema a gente usar?

Aluno 1: - Aah ! Acho que não! Lá em casa eu uso e ninguém morreu até hoje. Abre

aí e vê como está!

Aluno 2:- Abre a lata e diz: Está com cheiro de milho. Vamos usar!

Aluno 1: - Está muito quente né? Vou colocar a salada um pouquinho no congelador

de carnes pra gelar mais rápido!

Aluno 2: - Isso ! As crianças gostam dela bem geladinha!

Narrador: Depois de servir o almoço, o aluno 2 percebe que sobrou salada e diz:

Aluno 2: - Vamos guardar para amanhã um pouco de salada de cenoura para o

Marquinho? Cenoura é a única coisa que ele come bem!

Aluno 1: - Guarda sim! Tanta gente passando fome e a gente vai ficar jogando

comida fora?

Aluno 2: - Vou guardar naquela geladeira que nós colocamos as carnes para

descongelar.

Aluno 1: - Falando nisso! Tira a carne da geladeira e coloca em uma bacia com

água. Amanhã tem que fazer frango ensopado e a gente não colocou pra

descongelar!

Aluno 2: - Ahh ! Mas não tem problema não descongela rapidinho!

Deixar as participantes falar primeiro, e em seguida, discursar sobre os temas:

produtos vencidos e sobras de alimentos.

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Produtos vencidos

Apesar de ter apenas um dia de vencimento, temos que lembrar que produtos

enlatados têm grandes prazos de validade. Desde o momento que foi produzido até

a data de vencimento passa muito tempo.

Sobras

Para que as sobras sejam armazenadas para consumo posterior, deve-se ter

muito cuidado com a temperatura e o tempo que elas ficaram exposta a esta

temperatura. As refeições que são quentes devem ser mantidas no mínimo á 65º C

durante o tempo de distribuição. Quando elas são armazenadas, devem ser

mantidas a 8ºC por no máximo 24 horas.

3ª Encenação: Recebimento de gêneros alimentícios

Aluno 1: - Hoje é dia de recebimento de carnes e de produtos perecíveis.

Aluno 2: - É verdade. Temos que arrumar tudo!

Narrador: As caixas de carne chegam primeiro. A merendeira (aluno 1) vê a data

de validade presente do lado de fora da caixa e assina a nota fiscal.

Aluno 1: - Estava achando a dispensa suja. Acho melhor a gente limpar as

prateleiras antes de guardar tudo.

Aluno 2: - Concordo a carne está geladinha ainda.

Narrador: As merendeiras levam mais de 30 minutos para arrumar e limpar a

dispensa.

Deixar as participantes falar primeiro, e em seguida, discursar sobre os temas:

recebimento, armazenamento e devolução dos gêneros alimentícios.

Recebimento

É importante que se tenha atenção à data de validade do produto e que se

abra a embalagem para ver se o produto está em bom estado, verificando até

aqueles que estão no fundo da caixa.

Armazenamento

Quando recebemos uma mercadoria resfriada ou congelada, primeiramente

devemos guardá-la para depois executarmos as outras tarefas. Apesar de aparentar

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que está na temperatura adequada, não podemos ter certeza que a carne está na

temperatura ideal para que não haja crescimento de microrganismos.

Aluno 1: - Hoje é dia de receber as frutas da semana. Temos que receber mamão,

laranja e maçã.

Narrador: Ao receber as frutas, as merendeiras percebem que o mamão está

mofado.

Aluno 2: - Olha como está esse mamão! Mas não temos mais nada para colocar no

lugar!

Aluno 1: - Já sei! A maçã está boa. A gente manda o mamão de volta e pede para

mandar uma nova caixa e colocamos laranja amanhã.

Devolução de gêneros perecíveis

Quando uma a situação assim acontecer, deve-se mandar o produto de volta

para o fornecedor. É melhor tentar colocar outra fruta no lugar, mesmo essa se

repita na semana, do que servir uma fruta que não está adequada ao consumo.

DEVEMOS SEMPRE LEMBRAR QUE ESTAMOS LINDANDO COM

CRIANÇAS E QUE NÃO PODEMOS FAZER ALGUMAS COISAS QUE FAZEMOS

EM NOSSAS CASAS!

OFICINA 2- MÃOS LIMPAS

Objetivo: Discutir com as participantes as dificuldades encontradas para correta

lavagem de mãos.

Desenvolvimento: Roda de conversa sobre a lavagem das mãos, tomando o

cuidado para não causar o constrangimento dos participantes. Questionamento

sobre as seguintes questões:

Em que momento vocês acham importante lavarem as mãos?

Qual sabonete que vocês utilizam para lavagem das suas mãos?

Como é realizada a secagem das mãos?

O que dificulta a higienização das mãos?

Existe um lugar específico para lavagem das mãos?

Após a conversa, executar a oficina “Mãos Limpas’’. Nesta atividade, as

merendeiras irão passar um produto do kit Handwashing®, que aparentemente não

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aparece na pele. O produto passado nas mãos é visível na luz fluorescente, sendo

assim será possível simular a mão contaminada por bactérias.

Materiais para oficina:

- Kit Handwashing®

OFINA 3 - PREPARO DE SOLUÇÃO PARA DESINFECÇÃO DE FRUTAS E

HORTALIÇAS.

Objetivo: Simular a higienização de hortaliças pelas merendeiras

Desenvolvimento: Pedir às participantes que façam a higienização de hortaliças de

acordo como elas executam no seu dia a dia. Após a execução da atividade, avaliar

se as participantes executaram a higienização corretamente e corrigir os possíveis

erros.

Roda de Conversa

Quais as dificuldades para se realizar a desinfecção das hortaliças durante o

processo de produção de refeições?

Vocês sabem quais hortaliças e frutas devem passar pelo processo de

desinfecção?

Como vocês realizam as diluições do produto de desinfecção disponíveis em

suas UANE?

OFICINA 4 - TÉCNICA E DIETÉTICA

Objetivo: Discutir a importância do uso da ficha técnica ou receituário padrão em

alimentação para coletividades, especialmente o público infantil pela formação do

hábito alimentar, para padronização das preparações oferecidas

Desenvolvimento: Apresentar para degustação preparações de alimentos

padronizadas (realizadas com fichas técnicas) e preparações semelhantes com

excesso de sal, de gordura e com textura muito amolecida e muito ressecada.

Preparações:

1- Abóbora cozida e abóbora muito cozida (despedaçando).

2- Couve refogada e couve refogada com muito óleo.

3- Chuchu refogado e chuchu refogado muito salgado.

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8.2- AVALIAÇÃO DA OFICINA

Este é um instrumento de avaliação da oficina para aperfeiçoamento,

obtenção de melhores resultados de organização, metodologia e conteúdo para

próximos encontros. A sua opinião é muito importante.

MUITO BOM BOM REGULAR RUIM

DIMENSÃO CONCEITUAL

Relevância do tema

O evento atendeu às suas expectativas em relação ao conteúdo

Os conhecimentos obtidos na oficina: - são úteis para o seu desenvolvimento profissional

- são aplicáveis ao seu trabalho na escola

- foram de fácil entendimento

MATERIAL DIDÁTICO

Utilização de material de apoio (vídeo,slides, etc)

O conteúdo do material distribuído correspondeu aos objetivos

O material entregue é adequado às atividades desenvolvidas

Você gostou da atividade de hoje?

( ) sim ( ) não

O que você mais gostou?

O que você menos gostou?

Sugestões:

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8.3- CARTILHA

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