gravidez na adolescencia e seus fatores criticos na … · e este dado, aliado à inexperiência e...

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM ATENÇÃO BÁSICA EM SAÚDE DA FAMILIA ARMANDO MARQUES DE OLIVEIRA GRAVIDEZ NA ADOLESCENCIA E SEUS FATORES CRITICOS NA ÁREA DE ABRANGÊNCIA DO PSF SÃO SEBASTIÃO CONSELHEIRO LAFAIETE/MINAS GERAIS 2016

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS

CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM ATENÇÃO BÁSICA EM SAÚDE DA FAMILIA

ARMANDO MARQUES DE OLIVEIRA

GRAVIDEZ NA ADOLESCENCIA E SEUS FATORES CRITICOS NA ÁREA DE ABRANGÊNCIA DO PSF SÃO SEBASTIÃO

CONSELHEIRO LAFAIETE/MINAS GERAIS 2016

ARMANDO MARQUES DE OLIVEIRA

GRAVIDEZ NA ADOLESCENCIA E SEUS FATORES CRITICOS NA ÁREA DE ABRANGÊNCIA DO PSF SÃO SEBASTIÃO

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao

curso de Especialização em Atenção Básica em

Saúde da Família, Universidade Federal Do

Triângulo Mineiro, para obtenção do certificado de

especialista.

Orientadora: Profª. Me. Grace Kelly Naves de

Aquino Favarato

CONSELHEIRO LAFAIETE/MINAS GERAIS 2016

ARMANDO MARQUES DE OLIVEIRA

GRAVIDEZ NA ADOLESCENCIA E SEUS FATORES CRITICOS NA ÁREA DE ABRANGÊNCIA DO PSF SÃO SEBASTIÃO

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao curso de

Especialização em Atenção Básica em Saúde da Família,

Universidade Federal de Minas Gerais, para obtenção do

certificado de especialista.

Orientadora: Profª. Me.Grace Kelly Naves de Aquino Favarato

Banca Examinadora:

Prof. Me. Grace Kelly Naves de Aquino Favarato- Orientadora- Universidade Federal

do Triângulo Mineiro/ UFTM

Profa. Dra. Regina Maura Rezende – Universidade Federal do Triângulo Mineiro - UFTM

Aprovado em Uberaba: 15/06/2016

RESUMO

As modificações decorrentes da adolescência demandam uma maior atenção dos

familiares e profissionais de saúde que participam deste processo, uma vez que é

nessa faixa etária (dos 12 aos 19 anos, em geral) que as descobertas da

sexualidade se manifestam com maior intensidade. De acordo com a Organização

Mundial da Saúde, a primeira relação sexual ocorre aos 15 anos em 22% dos casos,

e este dado, aliado à inexperiência e incertezas características desta fase tornam a

gravidez na adolescência, e a contaminação por doenças sexualmente

transmissíveis um problema de saúde pública. Diante do exposto, e, em especial

dos casos de gestação entre as adolescentes na área de abrangência do PSF São

Sebastião, este estudo teve como objetivo desenvolver um plano de ação que visa

evitar ou adiar a gestação precoce. A elaboração do plano foi norteada pelo

Planejamento Estratégico Situacional, bem como por pesquisa bibliográfica acerca

do tema, o que tornou possível a criação de um plano de intervenção, que objetiva

propor soluções que visam postergar a gravides precoce entre adolescentes.

Palavras-chave: Gravidez na adolescência, atenção básica à saúde, promoção de

saúde.

ABSTRACT

The changes resulting from adolescence demand greater attention from family and

health professionals who participate in this process, since it is in this age group (12 to

19 years in general) that sexuality findings manifest with greater intensity. According

to the World Health Organization, the first sexual intercourse occurs at 15 in 22% of

cases, and this data combined with the inexperience and uncertainty characteristics

of this phase make teenage pregnancy and contamination by sexually transmitted

diseases a health problem public. Given the above, and in particular the cases of

pregnancy among adolescents in the coverage area of the PSF San Sebastian, this

study aimed to develop an action plan that aims to avoid or postpone early gestation.

The preparation of the plan was guided by the Situational Strategic Planning, as well

as literature on the subject, which made possible the creation of an action plan,

which aims to propose solutions aimed at delaying early Expecting among

adolescents.

Keywords: Adolescent pregnancy, primary health care, health promotion.

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.

PSF Programa Saúde da Família.

SIAB Sistema de Informação de Atenção Básica.

ECA Estatuto da Criança e do Adolescente.

OMS Organização Mundial de Saúde.

ESF Equipe de Saúde da Família.

IDH Índice de Desenvolvimento Humano.

DST Doença Sexualmente Transmissível.

SciELO Scientific Eletronic Library Online.

HIV Vírus da Imunodeficiência Humana .

ACS Agente Comunitário de Saúde.

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO 8

2 JUSTIFICATIVA 10

3 OBJETIVO 11

4 METODOLOGIA 12

5 BASES CONCEITUAIS 13

6 PLANO OPERATIVO DE INTRERVENÇÃO 16

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS 21

REFERÊNCIAS 22

1. INTRODUÇÃO

A gravidez na adolescência tem se destacado como um problema de saúde

pública em diversos países, devido ao elevado risco de morbi-mortalidade materna e

infantil, e por constituir um possível evento desestruturador da vida das

adolescentes.

De acordo com o quinto relatório anual do State of the World's Mothers

(2004), intercorrências na gestação e parto se destacam como principal causa de

morte entre adolescentes de 15 e 19 anos em vários países em desenvolvimento,

além disso, bebês de mães adolescentes têm maior risco de apresentar

prematuridade e baixo peso ao nascer e, por conseguinte, maior chance de morte do

que filhos gerados por mães adultas.

Outro fator importante é a evasão escolar das adolescentes e, na maioria dos

casos, a consequente redução das oportunidades de qualificação profissional e de

acesso ao mercado de trabalho.

De acordo com Robin et al (2004) países como Estados Unidos da América

tem criado propostas de intervenção no sentido de reverter os índices de gravidez

na adolescência. Porém, o aumento da taxa de fecundidade entre esse grupo, bem

como o número de óbitos maternos registrados demonstram a necessidade de

adequação das políticas de contracepção, planejamento familiar e atenção pré-natal

praticadas.

Para a área de abrangência do PSF São Sebastião, foi elaborado um quadro

com a definição das possíveis causas e consequências da gestação precoce, para

que fosse possível chegar à base do problema, conforme segue.

CAUSAS CONSEQUENCIAS

Atividade sexual precoce Descontinuidade dos estudos escolares

Desconhecimento da Saúde Reprodutiva Risco de mortalidade materno-infantil

Não utilização de métodos

contraceptivos

Não realização do pré-natal de forma

adequada

Falta de projetos Aumento do numero de DST

Estrutura familiar Comprometimento da saúde do recém-

nascido

Falta de lazer Aumento da ociosidade, em uma fase

importante de transição entre infância e

vida adulta, se tornando mais vulnerável

aos riscos da idade (como consumo de

drogas, criminalidade e gravidez na

adolescência).

Fonte: Oliveira, 2016

A partir da enumeração das causas e consequências, definiram-se como “nós

críticos“ a serem discutidos: 1) Acesso ao conhecimento/ à saúde (nível de

informação); 2)Projeto educacional/ profissional; 3)Estrutura familiar; 4)Áreas de

lazer/ ociosidade; 5)Estrutura dos serviços de saúde.

2. JUSTIFICATIVA

Após uma análise realizada pela equipe do PSF São Sebastião, observamos

algumas fragilidades voltadas para a parte física/estrutural (condição dos

consultórios, acessibilidade á unidade de saúde, entre outros), bem como a

vulnerabilidade de alguns grupos/perfis de pacientes atendidos pelo PSF como, por

exemplo, pacientes com doenças osteomusculares e pacientes com alto uso de

psicotrópicos. Dentre esses grupos, destacou-se o elevado percentual de gravidez

na adolescência, tema escolhido como objeto desta projeto de intervenção devido a

sua relevância social, ao impacto na vida das adolescentes e da comunidade e aos

riscos de contaminação de doenças sexualmente transmissíveis.

x

3. OBJETIVOS

3.1 Objetivo Geral

Criar um projeto de intervenção a fim de reduzir a incidência da gravidez indesejada

entre adolescentes.

3.2 Objetivos específicos

1. Revisar os estudos sobre gravidez na adolescência que enfoquem os principais

aspectos biológicos e psicossociais que interferem na vida de adolescentes

grávidas;

2. Propor condições que gerem ações de promoção à saúde no âmbito de PSF

voltadas para a população jovem em relação à saúde sexual e reprodutiva

4. METODOLOGIA

A partir de uma reunião com a equipe do PSF São Sebastião, foi selecionado

como tema de estudo a gravidez na adolescência e seus fatores críticos.

Para melhor compreensão acerca do problema a ser enfrentado a fim de uma

maior assertividade em sua solução, foi realizada uma busca bibliográfica utilizando

os descritores gravidez na adolescência, atenção à saúde, saúde da família, taxas,

índices e coeficientes, promoção da saúde, política de promoção da saúde,

programas nacionais de saúde, programas de planejamento familiar, planos e

programas de saúde.

Após a pesquisa, fundamentou-se o Planejamento Estratégico Situacional

(PES), bem como o Plano de Intervenção.

x

5. BASES CONCEITUAIS

5.1 Dados epidemiológicos da gravidez na adolescência

Conforme o relatório “Situação da População Mundial 2004”, elaborado pelo

Fundo das Nações Unidas para a População, em São Paulo a taxa é de 86 filhos por

grupo de 1.000 adolescentes, na faixa mais escolarizada. Já a média de gestações

entre meninas paulistas e fluminenses menos escolarizadas (até 4 anos de estudo)

é de 314 por 1.000. No caso das mais escolarizadas é uma média superior à da

Europa em todas as classes sociais (20 nascimentos por grupo de 1.000) e mesmo

da América Central (76 nascimentos por 1.000). Já o número verificado no Brasil

entre as adolescentes de menor escolaridade é o maior dos 153 países que constam

do relatório. Supera inclusive a média da África Central, que é de 200 nascimentos

por 1.000 mulheres (Góis, 2004).

De acordo com Dimenstein (2005, p. 12), 26% das adolescentes brasileiras

engravidam antes dos 20 anos. Segundo o autor, “todos os anos, um milhão de

brasileiras muito jovens, a imensa maioria delas pobres, tornam-se mães ainda mais

vulneráveis para continuar os estudos e educar os filhos”.

Informações do Sistema Único de Saúde (SUS) mostram que o grupo de

adolescentes entre dez a catorze anos não tem apresentado diminuição no índice de

natalidade verificado entre outras faixas etárias. (Suwwan, 2005).

5.2 Efeitos sociais e familiares de uma gravidez na adolescência

A gravidez na adolescência é um problema crescente no Brasil e no mundo, e

quanto mais precoce a gestação, maiores são os prejuízos físicos, psicológicos e

sociais para a mãe e para o bebê. Em geral, a adolescente precisa abandonar os

estudos e nem sempre consegue retornar, o que dificulta sua profissionalização e

ingresso no grupo de pessoas economicamente ativas, contribuindo com a

perpetuação da pobreza e exclusão social. Agravando ainda mais as condições de

vida dessas pessoas, na maioria das vezes a adolescente terá de assumir a

maternidade sozinha, sem o apoio do pai da criança, que não tem recursos e nem

maturidade para assumir a paternidade. (YAZLLE; FRANCO; MICHELAZZO, 2009).

O aspecto sócio cultural associado à gravidez na adolescência tem como

pilares a exacerbação do erotismo, banalização das relações e coisificação do corpo

e da pessoa, acrescida da crise ética social, o que prejudica a definição do que é

normal no processo de adolesce. A crise ética acomete tanto crianças quanto

adolescentes que passam grande parte do seu tempo nas escolas, desta forma,

torna-se um grande desafio educa-los afetiva e sexualmente, formando-os homens e

mulheres responsáveis nesse contexto adverso. (ABERASTURY; KNOBEL, 1981).

A satisfação das curiosidades das crianças a respeito da sexualidade

contribui para que o desejo de saber seja impulsionado ao longo da vida, diminuindo

a ansiedade e tensão inerentes às mesmas sobre o assunto. Para minimizar esses

efeitos negativos, cabe as escolas a criação de um espaço em que as crianças

esclareçam dúvidas e formulem novas questões. (GURGEL et al, 2008).

Abortamento espontâneo, parto prematuro, diabetes gestacional, dificuldade

de amamentação, restrição de crescimento intrauterino e depressão pós-parto são

complicações de maior incidência em gestantes adolescentes. Maus tratos,

descuidos, desnutrição e acidentes domiciliares também ocorrem mais em crianças

filhas de mães adolescentes. (YAZLLE; FRANCO; MICHELAZZO, 2009).

De acordo com a OMS (2008), o medo e as incertezas levam muitas

adolescentes a procurar um aborto clandestino. Souza et al (2001) complementam

que as curetagens decorrentes de abortos mal feitos aumentam proporcionalmente

ao surgimento de casos de gravidez nessa faixa etária.

Como forma de prevenção, é necessário primeiramente se inserir no mundo

desses adolescentes, para entender a melhor forma de intervir, além de criar

políticas destinadas a esse grupo, que vão diferir de acordo com as demandas

locais, características sociais e econômicas da comunidade e perfil epidemiológico,

entre outros fatores. Vale ressaltar que as ações de prevenção podem se dar no

ambiente escolar, na idade adequada a cada tipo de política, e no lar, e devem

incluir a participação ativa desses jovens. (GUIMARÃES; ALVES; VIEIRA, 2005).

Estas políticas de prevenção devem ratificar a responsabilidade tanto do

homem quanto da mulher neste processo, e não devem se limitar apenas a

orientações, mas oferecer acesso a informação e a métodos contraceptivos, que vão

protegê-los também de doenças sexualmente transmissíveis. (ALVES; BRANDÃO,

2009).

As políticas já existentes buscam atender a adolescente numa visão

biopsicossocial, enfatizar a promoção à saúde e prevenção dos agravos através do

diagnóstico precoce, e promover o tratamento e reabilitação, para proporcionar uma

melhora da qualidade de vida do adolescente e de sua família.

6. PLANO OPERATIVO DE INTERVENÇÃO

O plano operativo de intervenção foi criado a partir dos estudos e observação

da esquie do PSF São Sebastião, e da participação de atores sociais, que

contribuíram com propostas articuladas e estruturadas para elaboração de um novo

modelo de atenção a essa crescente demanda.

Diante dessa nova proposta de trabalho, alguns objetivos para o plano de

intervenção foram estabelecidos, sempre norteados pelo aumento e melhoria da

comunicação entre essas jovens através de visitas domiciliares, escolares, entre

outras.

Construiu-se, portanto, uma tabela, que descreve de forma organizada os

“nós críticos” da estrutura de atenção existente, são eles acesso ao conhecimento,

estrutura familiar, áreas de lazer, estruturas dos serviços de saúde e projeto

educacional/profissional

Nó crítico Operação/Projeto Resultado esperado Produtos esperados

Recursos necessários

Acesso ao conhecimento

Saber +: Aumentar o nível de informação dos jovens sobre vida sexual, gravidez, DST, métodos contraceptivos.

População adolescente mais informada

Avaliação do nível de informação da população adolescente sobre sexualidade; Programa de Saúde reprodutiva na Escola; capacitação dos ACS e de profissionais de saúde.

Cognitivo ➔

conhecimento sobre o tema e sobre estratégias de comunicação e pedagógicas;

Organizacional ➔

organização da

agenda; Político ➔

articulação intersetorial (parceria com o setor educação) e mobilização social

Estrutura Familiar “Conhecendo sua Família”

Adesão de membros da família, sobretudo pais, para discutirem problemas cotidianos na educação dos filhos.

Fortalecer as relações entre pais e filhos.

➔ articulação

intersetorial (parceria com o setor educação) e mobilização social;

➔serviço de

psicologia; palestras

Áreas de lazer “Final de semana na praça”

Programação de eventos no final de semana na praça para reduzir a ociosidade dos jovens

Diminuir a vulnerabilidade dos jovens a fatores de risco; melhorar a convivência familiar

Cognitivo ➔

conhecimento sobre o tema e sobre estratégias de comunicação e pedagógicas;

Organizacional ➔

organização da

agenda; Político ➔

articulação intersetorial (parceria com o setor educação) e mobilização social

Desenho de operações para os “Nós críticos” do problema gravidez na adolescência

Nó crítico Operação/Projeto Resultado esperado Produtos esperados

Recursos necessários

Estrutura dos serviços de saúde

“Saúde na Adolescência”

Melhorar o acesso do adolescente à profissionais de saúde, sobretudo, ao ginecologista e ao pediatra(mães adolescentes)

Melhorar o acesso dos jovens a métodos contraceptivos; Reduzir complicações maternoinfantis.

Treinamento da equipe multidisciplinar; Serviço de ginecologia e pediatria

Projeto educacional/ Profissional

“Profissão : adolescente”

Identificar adolescentes que abandonaram os estudos ou que estão sob algum risco social ou econômico

Diminuir o abandono escolar da gestante adolescente ou mesmo do pai adolescente que abandono os estudos para trabalhar e sustentar a nova família.

Treinamento de ACS; Fazer parcerias com professores, diretor da escola; serviço de assistência social; Parcerias com as industrias locais

Fonte: Oliveira, 2016

Identificação dos recursos críticos

Operações/Projeto Recursos críticos

Acesso ao conhecimento

Político ➔ conseguir o espaço no carro de som da cidade;

articulação intersetorial (parceria com o setor educação) e mobilização social

Financeiro ➔ para aquisição de recursos audiovisuais, folhetos

educativos, etc.

Organizacional ➔ organização da agenda dos diversos

profissionais envolvidos; Lugar para ministrar palestras Estrutura Familiar Político ➔ articulação intersetorial e aprovação dos projetos;

Articulação entre os setores da saúde e adesão dos profissionais.

Organizacional ➔ organização da agenda dos diversos

profissionais envolvidos;

Áreas de lazer Organizacional ➔ organização da agenda;

Político ➔ articulação intersetorial (parceria com o setor

educação) e mobilização social;

Financeiro ➔ recursos necessários para a estruturação do serviço

(custeio e equipamentos);

Organizacional ➔ mobilização social

Estrutura dos serviços de saúde

Político ➔ articulação intersetorial e aprovação dos projetos;

Financeiro ➔ recursos necessários para a estruturação do serviço

(custeio e salário dos profissionais).

Organizacional ➔ organização da agenda dos diversos

profissionais envolvidos;

Projeto educacional/ Profissional

Político ➔ articulação entre os empresários locais, adesão dos

profissionais.

Organizacional ➔ mobilização social em torno das questões do

desemprego e abandono escolar

Fonte:

Análise da Viabilidade

Operações/ Projetos

Recursos críticos Recursos críticos críticos Ator que controla

Motivação

Ações estratégicas

Acesso ao conhecimento

Político ➔ conseguir o

espaço no carro de som da cidade; articulação intersetorial (parceria com o setor educação) e mobilização social

Financeiro ➔ para

aquisição de recursos audiovisuais, folhetos educativos, etc.

Organizacional ➔

organização da agenda dos diversos profissionais envolvidos; Lugar para ministrar palestras

Setor de comunicação social Secretário de Saúde Secretária de educação

Favorável Favorável Favorável

Não é necessária

Estrutura Familiar

Político ➔ articulação

intersetorial e aprovação dos projetos; Articulação entre os setores da saúde e adesão dos profissionais.

Organizacional ➔

Secretário municipal de Saúde Serviço de Psicologia

Indiferente Favorável

Apresentar o projeto

organização da agenda dos diversos profissionais envolvidos;

Áreas de lazer

Organizacional ➔

organização da agenda;

Político ➔ articulação

intersetorial (parceria com o setor educação) e mobilização social;

Financeiro ➔ recursos

necessários para a estruturação do serviço (custeio e equipamentos);

Organizacional ➔

mobilização social

Prefeito Municipal Secretário de Saúde Associações de bairro Secretários de Planejamento, Ação Social, Educação, Cultura e Lazer, ONGs, Sociedade Civil, DefesaSocial, Judiciário

Favorável Indiferente Algumas instituições são favoráveis e outras são indiferentes

Apresentar o projeto Apoio das associações Apresentar o projeto Apoio das associações

Estrutura dos serviços de saúde

Político ➔ articulação

intersetorial e aprovação dos projetos;

Financeiro ➔ recursos

necessários para a estruturação do serviço (custeio e salário dos profissionais).

Organizacional ➔

organização da agenda dos diversos profissionais envolvidos;

Prefeito Municipal Secretário de Saúde Fundo Nacional de Saúde

Favorável Favorável Indiferente

Apresentar projeto de estruturação da rede de saúde.

Projeto educacional/ Profissional

Político ➔ articulação entre

os empresários locais, adesão dos profissionais.

Organizacional ➔

mobilização social em torno das questões do desemprego e abandono escolar

Empresários locais Secretaria de saúde Secretaria de educação Associação de bairros

Favorável Favorável Favorável Favorável

Fonte: Oliveira, 2016

4. Plano Operativo de intervenção

Operações Resultados Produtos Ações Estratégicas

Responsável Prazo

Acesso ao conhecimento

Aumentar o nível de informação dos jovens sobre vida sexual, gravidez, DST, métodos contraceptivos.

Avaliação do nível de informação da população adolescente sobre vida sexual e seus riscos à saúde; campanha educativa no carro de som local; Programa de Saúde Escolar; capacitação dos ACS e dos pais.

Thamara

Inicio em 3 meses.

Estrutura Familiar Adesão de membros da família, sobretudo pais, para discutirem problemas cotidianos na educação dos filhos.Fortalecimento dos laços familiares.

Palestra psicólogo; Atendimento individual

Apresentar o projeto ao secretário de saúde.

Erica

Inicio em 4 meses.

Áreas de lazer Diminuir a vulnerabilidade dos jovens a fatores de risco;Diminuir ociosidade;melhorar a convivência familiar

Programação de eventos no final de semana

Apresentar projeto ao prefeito

Karoline Inicio em 3 meses.

Estrutura dos serviços de saúde

Melhorar o acesso do adolescente à profissionais de saúde, sobretudo, ao ginecologista e ao pediatra(mães adolescentes)

Melhorar o acesso dos jovens a métodos contraceptivos; Reduzir complicações maternoinfantis.

Dra. Marcia e Dr. Inacio

Inicio em 4 meses.

Projeto educacional/ Profissional

Identificar adolescentes que abandonaram os estudos ou que estão sob algum risco social ou econômico

Diminuir o abandono escolar da gestante adolescente ou mesmo do pai adolescente que abandono os estudos para trabalhar e sustentar a nova família.

Tainá e Isabel Inicio em 4 meses.

Fonte: Oliveira, 2016

7. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este estudo demonstrou quão desafiadora e problemática é a questão da

sexualidade entre os jovens no PSF São Sebastião, e como a equipe se empenhou

em mudar essa realidade, visto que a gravidez precoce é um problema de saúde

publica, e merece que se desenvolvam politicas especificas de prevenção e de apoio

às famílias que já possuem gestantes nessa faixa etária.

As principais dificuldades encontradas foram o acesso ao conhecimento,

estrutura familiar, áreas de lazer e opções culturais, sistema de saúde e programas

educacionais e profissionais.

Dentre os fatores que contribuem com a fragilidade e o crescente índice de

gestação precoce, destaca-se a carência de informações reais e de fácil

compreensão sobre os métodos contraceptivos existentes e sua utilização, além de

estimular o seu uso.

Nesse contexto, torna-se necessário colocar esses adolescentes no papel de

protagonistas, oferecer informação a respeito antes mesmo que estes iniciem sua

vida sexual, criar campanhas educativas que interessem e alcancem esses jovens,

através de rádio, realização de atividades de lazer que diminuam a ociosidade neste

grupo, visitas domiciliares e escolares e a capacitação de toda a equipe do PSF São

Sebastião.

O plano de intervenção proposto, na medida em que rastreia de perto os

motivos determinantes da alta incidência de gravidez na adolescência na região em

questão, cria condições para a análise e solução da situação de fragilidade

existente. Isto graças ao desenvolvimento do diagnóstico elaborado considerando a

realidade local, o que viabiliza uma atuação forte e decisiva nos focos

desencadeadores do problema.

REFERÊNCIAS

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Porto Alegre; Artes Médicas; 1981.

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Ações Programáticas Estratégicas Saúde do adolescente: competências e

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BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de

Atenção Básica. Atenção ao pré-natal de baixo risco / Ministério da Saúde.

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Editora do Ministério da Saúde, 2012. 318 p.: il. – (Série A. Normas e Manuais

Técnicos) (Cadernos de Atenção Básica, n° 32).

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria Executiva. Subsecretaria de Planejamento

e Orçamento. Sistema de Planejamento do SUS : Uma construção coletiva : Plano

Nacional de Saúde (PNS) 2008/2009-2011 / Ministério da Saúde, Secretaria

Executiva, Subsecretaria de Planejamento e Orçamento. – Brasília: Ministério da

Saúde, 2010. 168 p. – (Série B. Textos Básicos de Saúde) (Série Cadernos de

Planejamento; v. 9).

CAMPOS, Francisco Carlos Cardoso de; FARIA, Horácio Pereira de; SANTOS, Max

André dos. Planejamento e avaliação das ações em saúde. NESCON/UFMG - 2 Ed.

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DIMENSTEIN, G. Gravidez de adolescentes tem cura. Folha de São Paulo, 13

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