grassroots · da fifa™, o desenvolvimento do futebol é central em nossa atuação. a fifa...
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2 Conteúdos | Grassroots
Trajetória do jogador sem a bola
Trajetória do jogador com a bola
Trajetória da bola (de um passe ou chute)
Treinador
Designação de jogadores
Posição dos jogadores
A, B, C, D
A1, A2
LEGENDA
Masculino e feminino
As referências ao gênero masculino e feminino neste manual - relativas aos
técnicos, jogadores, etc. -, aplicam-se (para simplifi car a leitura) tanto para
homens quanto para mulheres.
Tradução do termo Grassroots
A tradução adotada neste manual para o termo Grassroots foi iniciação
ao futebol. O termo adotado em espanhol é futebol de base. No entanto,
o termo futebol de base em português refere-se às categorias de base de
clubes de futebol geralmente direcionadas apenas a atletas talentosos,
com comprovada vocação esportiva. A interpretação adotada de iniciação
ao futebol visa enfatizar o caráter inclusivo da proposta e refere-se a um
programa voltado para todas as crianças, independentemente do seu nível de
habilidade. Ao longo do texto, o termo Grassroots foi mantido quando em
referência ao nome próprio do programa da FIFA, assim denominado.
3Conteúdos | Grassroots
Mensagem de boas-vindas 5
A filosofia do Programa Grassroots 9
O treinador-educador 13
Características das crianças e a abordagem educacional 23
Organização de festivais esportivos 35
Organização de torneios 45
A sessão de treinamento da iniciação do futebol 53
Jogos reduzidos 65
Fundamentos técnicos do futebol 71
Exemplos de exercícios e formas de jogos 77
Futsal e futebol de praia 99
A estrutura do Programa de Grassroots nas associações-membro 115
Criar vínculos com governos e outras organizações 123
Concepção de um plano de Grassroots 131
Anexos 143
Conteúdos
7Mensagem de boas-vindas | Grassroots
Mensagem de boas-vindas
Embora a FIFA provavelmente seja melhor conhecida por organizar a Copa do Mundo
da FIFA™, o desenvolvimento do futebol é central em nossa atuação. A FIFA investe
uma grande quantidade de recursos para cumprir esse compromisso pela saúde futura
do futebol em todo o mundo - do futebol de base a torneios de elite.
O programa de Futebol de Base da FIFA incentiva meninos e meninas a jogar e se
divertir com o futebol sem restrições. Ele foca em aproveitar o esporte por meio de
partidas com times pequenos, ensino das habilidades básicas de futebol, exercícios e,
fi nalmente, fair play.
Entre 2011 e 2016, a FIFA investiu USD 17,2 milhões em atividades de futebol para
jovens e de base, sendo que 83 por cento foram para a educação na área de futebol
de base em todo o mundo. Entretanto, o desenvolvimento do futebol de base não
signifi ca somente auxílio fi nanceiro; ele também envolve um compromisso muito
maior em estabelecer a infraestrutura necessária para permitir que associações-
membro, treinadores e participantes assumam um papel ativo no futebol.
Esperamos que este manual seja útil para todos aqueles que desejam de se envolver
no futebol de base, e que você se junte à FIFA na nossa missão de inspirar a nova
geração a se divertir praticando esse lindo esporte. Agradecemos a sua contribuição
para o desenvolvimento do futebol e desejamos sucesso em todas as suas atividades
no futebol de base.
Pelo esporte. Pelo mundo.
10 A fi losofi a do programa Grassroots | Grassroots
“Desenvolver o jogo” é uma das três abordagens adotadas
pela FIFA ao implementar sua missão. Isso está expressado
como principal objetivo de seu Programa de Grassroots:
permitir que o futebol seja conhecido pelo maior número
possível de pessoas. A melhor maneira de se atrair novos
jogadores para o esporte é dar-lhes acesso ao futebol em
seu próprio ambiente, qualquer que seja sua idade, sexo,
condição física, cor da pele, religião ou origem étnica.
O futebol do Programa Grassroots é futebol para todos.
O programa Grassroots da FIFA visa envolver meninos e
meninas, nas idades de 6 a 12 anos, através da iniciativa de
clubes, comunidades e escolas.
O conceito chave do programa é reunir o maior número de
pessoas possível através do futebol.
O conceito chave do programa é reunir o maior número de
pessoas possível através do futebol.
Ele incentiva a troca e a partilha de valores humanos e,
naturalmente, promove o prazer de jogar este maravilhoso
esporte. Para algumas pessoas, a iniciação ao futebol é um
ponto de convergência de atividades recreativas, ao passo que
para outros é uma prática esportiva organizada, com treina-
mentos e jogos, inseridos na estrutura de um clube ou escola.
Naturalmente, nem todos os jovens jogadores se tornarão
as estrelas do futuro, e nem todos possuem as habilidades
necessárias para se tornarem jogadores profi ssionais. Por
este motivo, esta visão da iniciação ao futebol, não são
aplicadas sessões de treinamento extremamente intensas ou
o ensino de táticas muito complicadas ou avançadas.
11A fi losofi a do programa Grassroots | Grassroots
Jogar é a melhor forma de se aprender.
Acima de tudo, os jovens devem se divertir.
Os elementos essenciais da iniciação ao futebol são as
relações humanas, o espírito de equipe e a diversão.
O conceito de aprender através do jogo, enquanto guiado
por um treinador-educador, visa especifi camente alcançar
o jovem e criar um processo para orientá-lo no futuro. O
treinador-educador deve ser dinâmico, tolerante, apaixonado
e motivador. Ao mesmo tempo, deve sempre respeitar as
características psicológicas, fi siológicas e físicas das crianças.
As crianças não são adultos em miniatura.
O futebol é a principal atividade recreativa de inúmeras
crianças em todo mundo. É uma ferramenta excepcional
para a integração social e um excelente meio de expressão.
O Programa de Grassroots da FIFA oferece a todos a
oportunidade de jogar futebol sem discriminação e sem a
necessidade de maiores infraestruturas.
O programa da FIFA pode complementar as iniciativas de
confederações e associações membro que já estabeleceram
programas de Grassroots.
O Programas Grassroots da FIFA foi redigido em cooperação
com as associações membro e envolve todos os interessados
que se ocupam da educação esportiva em seus respectivos
países. (governos, organizações não governamentais, comu-
nidades, escolas, etc.).
O Programa Grassroots é para todos, por todos, em
todos os lugares do mundo.
14 O treinador-educador | Grassroots
“A juventude prefere ser estimulada ao invés de ser instruída.” Johann Wolfgang von Goethe
15O treinador-educador | Grassroots
A criança deve ser o centro de interesse do treinador-educa-
dor, o qual tem por principal e essencial missão assegurar o
desenvolvimento da criança em diferentes âmbitos: educa-
cional, psicológico, social e esportivo.
O treinador-educador deve conhecer o jogo e os jogadores.
Naturalmente, um treinador-educador não sabe tudo, mesmo
em sua própria área de atuação. No entanto, ele deve ter
uma boa compreensão da mensagem que quer transmitir.
Vitórias e derrotas não são nada comparadas com o que
o futebol pode promover em termos de valores sociais e
humanos, assim como uma ajuda vital na formação de
futuros cidadãos e sua inserção na sociedade.
O futebol pode ser uma ferramenta maravilhosa na transmis-
são de valores como respeito, solidariedade, ajuda mútua,
compartilhamento, etc.
Vontade de ensinar, vontade de compartilhar, vontade
de doar, vontade de se dedicar às pessoas. Esta é a
missão do treinador-educador: uma vocação.
A missão educacional de um treinador-educador é essencial-
mente transmitir conhecimento e habilidades sociais. Para
atingir isso, ele deve conhecer a criança, compreender suas
“A natureza indica que as crianças devem ser crianças antes de se tornarem adultos. Se tentarmos alterar esta ordem natural, elas alcançarão a idade adulta prematuramente, mas sem substância ou força.” Jean-Jacques Rousseau
características e levar em conta sua idade e capacidades.
Em resumo, ele deve ensinar através do encorajamento e da
realização.
A brincadeira deve ser a principal atividade das crianças.
É uma necessidade essencial, inata em todas as crianças.
Assim, os principais objetivos do Programa de Grasroots são
iniciar as crianças no futebol e estimular sua prática através
do jogo.
O futebol com um número menor de jogadores, em campos
reduzidos, atende a essas duas necessidades. Em campos
reduzidos, os jovens jogadores tocam na bola com mais
frequência e aprendem a controlá-la e usá-la e portanto,
adaptam melhor o jogo às capacidades fi siológicas das
crianças.
A missão do treinador-educador é promover o aprendizado
através do jogo, que é um modo agradável para a criança
aprender. Além disso, ele é também um modo excelente
de desenvolver as habilidades psicomotoras, permitindo
a criança relaxar e superar seus medos. Ele encoraja as
crianças tanto a tomar decisões e correr riscos, quanto a ser
criativo.
Trata-se, simplesmente, de divertir-se jogando Futebol, com-
partilhando o momento.
16 O treinador-educador | Grassroots
… usa atividades para ensinar e dar formação
às crianças.
… dá instruções que são adequadas às faixas
etárias das crianças.
… ajuda os jovens a amadurecerem, e
tornarem-se homens e mulheres.
… orienta os jovens e serve como modelo e
exemplo.
… escuta e dá atenção aos jovens.
… mantém contato com a família e/ou a escola
dos jovens.
… assume todas as responsabilidades
pedagógicas.
… aborda todos os aspectos do jogo.
… é responsável pela segurança e primeiros
socorros.
… enfatiza o lado lúdico e sempre organiza
pequenos jogos
O treinador-educador …
17O treinador-educador | Grassroots
Perfi l do treinador-educador
O treinador-educador, em seu papel de formador, tem como
vocação despertar o interesse e iniciar na prática do futebol
todos meninos e meninas que querem descobrir os prazeres
desse esporte.
Para alcançar os objetivos relacionados a esse papel de
formador, a missão do treinador-educador na sua “escola de
futebol” deve ser a seguinte:
– acolher sem discriminar todos as crianças a partir de 6
anos de idade.
– promover, desde a mais tenra idade, uma educação
esportiva baseada no respeito e no jogo limpo.
– desenvolver uma mentalidade baseada no prazer de jogar
e na vontade de melhorar.
Sem ser um especialista, o treinador-educador deve possuir
determinados conhecimentos básicos:
Conhecimento das crianças:
– Aspectos gerais de desenvolvimento motor de acordo
com a idade da criança
– Relacionamento, comportamento, comunicação e lingua-
gem adequadas.
Conhecimentos pedagógicos de ensino e
organização:
– Os métodos de ensino
– Organização de uma sessão de treinamento de futebol
– Organização de um torneio
– Organização de um festival esportivo
Conhecimentos básicos de futebol:
– Pequenos jogos / jogos reduzidos
– Como organizar pequenas partidas de futebol e exercícios
– Ensino das técnicas básicas do futebol
18 O treinador-educador | Grassroots
Conhecimento das crianças:
O treinador-educador
- Aspectos gerais do desenvolvimento
motor de acordo com a idade da criança
- Relacionamento, comportamento,
comunicação e linguagem adequadas.
Conhecimentos básicos de futebol:
- Jogos reduzidos
- Partidas de treinamento
- Ensino das técnicas de deslocamentos
Conhecimentos didático pedagógicos de ensino e organização:
- Os métodos de ensino
- Organização de uma sessão de futebol
- Organização de um torneio
- Organização de um festival esportivo
GRASSROOTS
19O treinador-educador | Grassroots
Cinco fundamentos para o êxito na prática do futebol
Uma escola de futebol é um ambiente no qual as crianças
devem se sentir felizes e valorizadas:
1. Sentir-se seguro
Proteger as crianças de possíveis danos físicos e emocionais.
Uma criança que não se sente segura encontrará difi culdade
para sentir-se contente e divertir-se com as atividades.
2. Sentir-se acolhido
Acolher as crianças de qualquer idade, sexo, nível técnico,
porte físico, cultura ou idioma. O futebol é um ambiente no
qual não deve haver discriminação de qualquer natureza.
3. Sentir-se um “bom jogador”
Toda criança deve sentir-se capaz. Por essa razão, as crianças
devem sempre ser encorajadas, destacando-se os pontos
positivos ao invés dos pontos negativos.
4. Sentir-se como membro de um grupo
É essencial para a criança ser parte de um grupo e sentir-se
aceita pela equipe
5. Sentir-se importante
As crianças têm necessidade do reconhecimento de seus
sucessos. Elas devem ser encorajadas a serem criativas e a se
expressarem.
A parceria com os pais
O treinador-educador deve também tentar estabelecer uma
parceria respeitosa com os pais dos jogadores. De acordo
com a cultura familiar da comunidade onde a iniciação ao
futebol se desenvolve, os pais podem, por vezes, reagir
exageradamente face ao desempenho de sua criança, e,
em outras situações, podem ser úteis para cooperar com
o treinador-educador. Por exemplo, colaborando com o
transporte das crianças para treinamentos e jogos. Faz parte
do papel do treinador-educador desenvolver uma relação
saudável com as famílias. Abaixo seguem algumas dicas
úteis para o treinador-educador lidar com os pais:
– No início da sessão ou começo de um evento tal como um
festival ou um torneio, assegure-se de esclarecer aos pais
os princípios educacionais de um Programa Grassroots e
dê instruções acerca do comportamento adequado para
torcerem para seus fi lhos.
– Assegure-se de que você compreende e leva em consi-
deração a cultura familiar local da comunidade onde o
programa se desenvolve. Um treinador-educador deve
considerar todas as tradições particulares, crenças e com-
portamento das famílias.
– Estabeleça diálogos individuais com os pais para dar-lhes
algum retorno positivo sobre o desenvolvimento e com-
portamento de seus fi lhos.
– Gostar de trabalhar com crianças.
– Conhecer as crianças.
– Ser um ponto de referência para as crianças.
– Ser exigente, mas tolerante nos momentos certos.
– Saber escutar as crianças.
– Manter a comunicação.
– Promover a autoconfi ança das crianças e tranquilizá-las.
– Desenvolver o espírito de equipe.
– Encorajar os indivíduos a ter iniciativa e a assumir riscos.
– Destacar o “espírito do jogo” ao invés dos erros.
– Ensinar sempre encorajando.
– Gritar constantemente e ser agressivo.
– Tratar as crianças como adultos ou pedir-lhes para jogar como tais.
– Esquecer que a principal motivação das crianças é jogar futebol.
– Dar explicações que sejam muito longas.
– Apresentar objetivos técnicos que sejam muito avança-dos para a idade da criança.
– Organizar apenas exercícios repetitivos e monótonos.
– Concentrar em um exercício por períodos muito longos.
– Interromper o jogo constantemente para correções.
– Criticar um participante na frente do grupo.
– Esquecer de equilibrar os times.
– Colocar muita ênfase nos resultados.
As METAS do treinador-educador Comportamentos que devem ser evitados
20 O treinador-educador | Grassroots
– O treinador-educador pode organizar palestras educativas
e reuniões com os pais para discutir assuntos importantes
sobre as crianças, tais como: hábitos alimentares, pre-
venção de lesões, higiene pessoal, hábitos saudáveis, e
apoio emocional no esporte.
Tal como está detalhado nos códigos de conduta, é neces-
sário que os treinadores-educadores e os pais trabalhem
juntos para garantir um ambiente de alegria e bem-estar no
Programa Grassroots.
Códigos de conduta
O treinador-educador tem grande infl uência sobre os jovens
jogadores envolvidos com a iniciação ao futebol. A partir
do momento que os treinadores educadores passam muito
tempo com as crianças, sua própria conduta e comporta-
mento determinará, invariavelmente, a atitude e a conduta
das crianças. Por esta razão, o treinador-educador deve sem-
pre ter atitudes positivas e ser um exemplo de atitude para
todos os participantes, tanto no seu aspecto físico como nas
relações emocionais e sociais.
O treinador-educador não deve ser visto apenas como
um especialista ou técnico de futebol, mas deve ser visto,
também, como um guia, um educador e um exemplo a ser
seguido.
O código das crianças
– Jogue visando sua própria satisfação e não apenas para
agradar seus pais ou treinadores.
– Divirta-se, se aperfeiçoe e se desenvolva através do futebol.
– Aprenda e respeite as regras do jogo e as regras de convi-
vência do grupo.
– Integre-se ao grupo e seja um bom companheiro.
– Respeite seus oponentes.
– Aceite as decisões dos árbitros e de seu treinador
– Mostre espírito esportivo em todas as circunstâncias.
O código dos pais
– Lembre-se de que as crianças jogam futebol para sua
própria satisfação, não para satisfação dos pais.
– Encoraje as crianças a sempre respeitar as Leis do jogo.
– Nunca reprima uma criança por um erro técnico ou por
perder uma partida.
– Lembre-se de que as crianças aprendem com os exemplos.
– Encoraje sempre ambas as equipes.
– Parabenize ambas equipes, independentemente do resul-
tado da partida.
– Ajude a eliminar a violência física ou verbal do futebol.
– Respeite as decisões dos treinadores-educadores e árbi-
tros, e ensine às crianças a fazer o mesmo.
– Apoie, encoraje e ajude os voluntários, os treinadores-
educadores, e os organizadores. Sem eles, as crianças não
teriam a oportunidade de jogar futebol.
– Valorize o jogo limpo em todas as circunstâncias.
O código dos árbitros
– Compreenda que arbitrar uma partida para crianças é
completamente diferente de arbitrar uma partida para
adultos.
– Proteja as crianças física e emocionalmente.
– Enfatize o espírito esportivo do jogo ao invés dos erros e
faltas.
– Não interfi ra excessivamente na partida.
– Deixe as crianças jogarem.
– Explique as razões das faltas quando cometidas e ensine
as regras do jogo quando as crianças errarem.
– Se um jogador cometer um erro, permita-lhe repetir a
ação explicando-lhe qual foi o erro cometido.
– Não tolere linguagem inapropriada.
– Seja consistente, objetivo e educado ao indicar a faltas.
– Tenha uma atitude pedagógica ao arbitrar; explique o
porquê das infrações.
– Mantenha uma atitude positiva e alegre.
– Mantenha o espírito esportivo em todas as circunstâncias.
– Peça às crianças para se cumprimentarem antes e depois
da partida.
“Bons pais ajudam seus fi lhos a serem bons jogadores; pais excelentes ajudam seus fi lhos a serem excelentes pessoas.” Dietmar Samulski
21O treinador-educador | Grassroots
Trabalho voluntário
Os voluntários devem também conhecer os princípios do
Programa de Grassroots. Quanto mais eles souberem sobre
os aspectos educacionais e o objetivo participativo do
trabalho, mais qualifi cados eles estarão para ajudar os parti-
cipantes, os treinadores-educadores, os árbitros, e os pais.
O trabalho voluntário é um aspecto muito importante no
desenvolvimento da iniciação ao futebol, e as associações
membro deveriam esforçar-se para recrutar voluntários para
ajudar nos projetos. Esses voluntários podem ser os pais, pro-
fessores ou líderes comunitários. Mesmo se os voluntários não
tiverem um papel formal na estrutura da associação membro,
sua participação pode ser crucial para o sucesso do Programa
de Grassroots no país. Alguns voluntários fi cam contentes em
ajudar com as tarefas administrativas, enquanto outros pre-
ferem organizar torneios e festivais ou simplesmente ajudar
com a organização de transporte para as crianças.
Segurança e prevenção de acidentes: dez tarefas
importantes para os treinadores-educadores
1. Fornecer um ambiente seguro
As instalações esportivas devem sempre garantir a segurança
das crianças. As condições atmosféricas desfavoráveis
devem ser levadas em conta durante todas as atividades de
iniciação ao futebol.
2. Instalações e equipamentos esportivos apropriados
e seguros
As normas de uso dos equipamentos devem ser sempre
respeitadas. Todo equipamento deve ser mantido em boas
condições e devem ser apropriados para a categoria do
jogador envolvido (bolas de futebol nº 4, por exemplo).
3. Atividades planejadas
Sessões de treinamento mal planejadas podem resultar em
lesões. Deve-se ensinar habilidades técnicas de maneira
progressiva. Deve-se tomar cuidados especiais com o ensino
de algumas técnicas que envolvam risco de lesão (cabeceio
ou técnicas defensivas, por exemplo).
4. Monitorar os jogadores que se contundem ou se
tornam temporariamente incapacitados
Os jogadores contundidos ou que apresentem uma
incapacidade temporária devem ser poupados dos exercícios
que possam causar-lhes danos.
5. Dividir as equipes de acordo com a idade e
características das crianças
Inicialmente, é necessário defi nir as faixas etárias das
crianças e suas diferentes categorias. Posteriormente
pode-se diferenciar os grupos a partir do nível da habilidade,
não apenas conforme a idade, mas também levando em
conta a altura, o peso e a maturidade. A experiência e a
habilidade também podem ser consideradas.
6. Informe às crianças e aos pais sobre os riscos
inerentes ao esporte
Os riscos inerentes ao futebol só podem ser aceitos
legalmente pelas crianças – ou seus pais / guardiães – se elas
os conhecem, compreendem e assumem.
7. Atividades monitoradas de perto
O campo de jogo deve ser devidamente monitorado para
garantir que seja o mais seguro possível.
8. Conhecimentos de primeiros socorros
Os treinadores-educadores devem ter um conhecimento
básico de primeiros socorros e devem manter-se atualizados.
A assistência médica adequada deve estar disponível durante
as atividades organizadas e nada que possa agravar uma
lesão deve ser feito.
9. Estabelecer regras claras de comportamento para as
atividades e como elas devem ser cumpridas
Antes de qualquer atividade, deve-se comunicar as
regras claramente, descrevendo como elas funcionam e o
comportamento que se espera das crianças.
10. Reunir informações essenciais sobre a saúde das
crianças
Os treinadores-educadores devem ter informações básicas
sobre a saúde das crianças (fi cha individual com dados físicos
e médicos) e os riscos envolvidos, de modo que eles possam
tomar as medidas necessárias caso aconteça algum acidente
no treinamento.
A missão essencial do treinador-educador é garantir a
proteção das crianças, não apenas para o bem dos próprios
participantes, mas também para tranquilizar os pais. Uma
vez que há um grande número de crianças, tanto meninos
quanto meninas, que participam de atividades de futebol,
sua proteção dever ser prioritária. Ninguém deve fi car sem
supervisão. Se conduzidos corretamente, os procedimentos
para a proteção das crianças não lhes impedirá que se
divirtam jogando futebol.
24 Características das crianças e a abordagem pedagógica | Grassroots
Ao crescer, as crianças passam por diferentes etapas. Elas
não têm os mesmos comportamentos ou as mesmas neces-
sidades, e nem se desenvolvem do mesmo modo. Por essas
razões, é importante conhecer as características específi cas
e as prioridades de cada uma das etapas da infância e da
adolescência, levando em conta os aspectos psicológicos,
fi siológicos e físicos.
O treinador-educador deve compreender que os jovens não
são pequenos adultos. Os estágios do crescimento e desen-
volvimento de uma criança devem ser levados em conta de
modo a garantir a melhor abordagem possível.
É responsabilidade do treinador-educador conhecer esses
pontos essenciais e colocar em prática os resultados apro-
priados em cada caso particular.
É importante considerar o desenvolvimento físico de cada
jovem jogador, e distinguir sua idade cronológica de sua
idade física e maturacional.
Além disso, algumas crianças começam a jogar futebol
depois dos 6-8 anos. Desse modo, é importante para o
treinador-educador respeitar o nível da criança e ter uma
abordagem positiva para encorajar o aprendizado.
O treinador-educador orienta as crianças jogando
futebol, e não as trata como jogadores profi ssionais de
futebol.
A abordagem pedagógica
1. Preparar a sessão
– Plano de treino/aula
– Conhecimento geral de futebol
– Estabelecimento dos objetivos a serem atingidos
– Escolha dos exercícios de acordo com as capacidades das
crianças
A escola de futebol é também a escola da vida
25Características das crianças e a abordagem pedagógica | Grassroots
– Preparação do espaço e do tempo dos exercícios
– Adequar as instruções conforme o nível das crianças
– Desenvolvimento gradual dos exercícios, levando em conta
o nível de habilidade das crianças
– Repetição de exercícios e memorização de situações pelas
crianças
– Avaliação dos exercícios e da aprendizagem das crianças
2. Organizar a sessão de treinamento
– Delimitação da área do jogo, fornecendo um espaço
adequado
– Material didático, bolsa de primeiros socorros
– Organização de exercícios e jogos: distribuição de coletes,
movimento e rotatividade dos jogadores, etc.
– Organização das equipes. É importante que as equipes
sejam equilibradas quando competem entre si para asse-
gurar que as crianças permaneçam motivadas.
– Nível dos jogadores.
– Características físicas dos jogadores.
– Diversidade, adaptando as regras, se necessário.
– Desenvolvimento progressivo dos exercícios e dos jogos.
– Duração e repetição dos exercícios.
– Períodos de descanso e hidratação das crianças.
3. Motivar a sessão
– Explicações simples e gerais dos objetivos da sessão
– Apresentação dos conteúdos
– Organização dos times e/ou grupos de trabalho em
estações
– Estabelecer os exercícios
• Posicionar os jogadores
• Mostrar o exercício
• Executar o exercício, controlando o tempo
– Motivação durante os exercícios
• Pedagogia do encorajamento
• Monitorar a compreensão dos exercícios e a qualidade
da execução
• Corrigir os exercícios individualmente e/ou coletivamente
• Controle contínuo do tempo e do espaço
• Busca da qualidade técnica
– Motivação durante os jogos
• Pedagogia do encorajamento
• Permitir a continuidade do jogo com poucas intervenções
• Encorajar a iniciativa individual
• Promover a criatividade
• Controle contínuo do tempo e do espaço
• Manter o equilíbrio técnico entre as equipes
4. Concluindo a sessão
– Reagrupar e tranquilizar as crianças
– Avaliação, discussão, recomendações
– Introdução à sessão seguinte
– Guardar o equipamento
– Organizar a saída das crianças
26 Características das crianças e a abordagem pedagógica | Grassroots
Etapas do desenvolvimento e características
Crianças de 6-8 anos – Sessão de treinamento
Características das crianças Papel do treinador-educador
Jogos reduzidos
Equipes equilibradas
Jogos motivacionais
Técnicas básicas
Futebol 4/5
Alternância de partidas, jogos motivacionais e
exercícios
Gosto pelo jogo
Desenvolvimento rápido
Concentração limitada
Imitação
Joga para ele/ela
Demonstração
Supervisionar, proteger e motivar
Intervenção limitada
Encorajamento
Linguagem simples e expressiva
27Características das crianças e a abordagem pedagógica | Grassroots
Características das crianças Conteúdo do treinamento
– Frágil e em pleno crescimento, difi culdades coordenativas
– Atenção e concentração limitada no tempo
– Grande facilidade para a imitação (memória visual)
– Gosta de jogar, joga para ele/ela mesmo(a). Egocentrismo
– Gosto pelo jogo
Apenas uma criança
– Técnicas básicas de futebol, exercícios coordenativos
– Jogos motivacionais, familiarização com a bola
– Jogos reduzidos: 4 contra 4, 5 contra 5
– Alternar partidas, jogos motivacionais e exercícios
– Grupos ou equipes equilibradas
Jogar, desfrutar
– Orienta, protege e motiva os jogos
– Demonstra os exercícios
– Linguagem simples e expressiva
– Intervenção limitada / deixar jogar
– Pedagogia do encorajamento
Divertir-se jogando futebol
O papel do treinador-educador
28 Características das crianças e a abordagem pedagógica | Grassroots
Etapas do desenvolvimento e suas características
Crianças de 9-10 anos – Sessão de treinamento
Futebol 7
Jogos reduzidos
Fundamentos do futebol
Velocidade, energia, reação,
coordenação
Jogos de treinamento
Equipes equilibradas
Alternância de partidas, jogos,
exercícios
Técnica
Memória visual
Coordenação melhorada
Resistência e velocidade melhoradas
Vontade de aprender
Espírito de grupo
Capacidade de discussão
Auto-confi ança
Metodologia, técnicas de ensino
Liderança
Organização, comunicação
Espírito de equipe
Encorajamento
Demonstração, correção
Conhecimento do futebol
Características das crianças O papel do treinador-educador
29Características das crianças e a abordagem pedagógica | Grassroots
– Metodologia, técnicas de ensino
– Liderança afetiva e técnica
– Capacidade de organização e comunicação
– Promoção do espírito de equipe
– Conhecimento geral do futebol
– Demonstração, implementação, correção
– Pedagogia do encorajamento
Aprender jogando
Papel do treinador-educador
Características das crianças Conteúdo do treinamento
– Aumento da resistência, da velocidade e da força
– Coordenação melhorada
– Boa memória visual
– Boa autoconfi ança
– Capacidade de discussão
– Vontade de aprender e descobrir
– Espírito coletivo
Uma criança em uma equipe de amigos
– Técnicas básicas (fundamentos do futebol)
– Organização básica da equipe
– Velocidade, energia, reação, coordenação
– Jogos de treinamento
– Partidas reduzidas: 5 contra 5, 7 contra 7 (conforme o nível das crianças)
– Alternância entre partidas, jogos de treinamento, exercícios
– Grupos e equipes equilibradas
Jogar, descobrir, experimentar
30 Características das crianças e a abordagem pedagógica | Grassroots
Etapas do desenvolvimento e suas características
Crianças de 11-12 anos – Sessão de treinamento
Futebol 9
Velocidade, energia, reação
Fundamentos do futebol
Organização da equipe
Jogos reduzidos
Criatividade
Coordenação
Princípios gerais do jogo
Motivação
Iniciativa individual
Vontade de aprender
Coordenação melhorada
Mudanças físicas
Espírito competitivo
Afi rmação de si mesmo
Espírito de equipe
Atenção melhorada
Capacidade de discussão
Metodologia, técnicas de ensino
Espírito de equipe
Comportamento
Conhecimento do futebol
Linguagem técnica
Ensinar jogando
Motivação
Encorajamento
Demonstração, correção
Características das crianças O papel do treinador-educador
31Características das crianças e a abordagem pedagógica | Grassroots
Características das crianças Conteúdo do treinamento
– Mudanças físicas signifi cativas
– Melhor equilíbrio e coordenação
– Memória visual e auditiva melhorada
– Espírito crítico e capacidade de discussão
– Atenção melhorada
– Vontade de aprender
– Afi rmação de sí mesmo
– Desenvolvimento do espírito competitivo
– Espírito de equipe
Um jogador na equipe
– Velocidade, energia e reação
– Coordenação
– Técnicas básicas (fundamentos do futebol)
– Organização básica da equipe (3-2-3)
– Os princípios gerais do jogo e motivação
– Controle do espaço e deslocamentos
– Partidas reduzidas: 5 contra 5, 7 contra 7, 9 contra 9 (conforme o nível das crianças)
– Promover a criatividade
– Encorajar os indivíduos a tomar iniciativa
Jogar e participar
– Metodologia, técnicas de ensino
– Criação do espírito de equipe
– Qualidade do comportamento
– Conhecimento do futebol
– Linguagem técnica
– Ensinar jogando
– Motivação da equipe
– Demonstração, implementação, correção
– Pedagogia do encorajamento
Um jogador de futebol em uma equipe
Papel do treinador-educador
32 Características das crianças e a abordagem pedagógica | Grassroots
O Futebol misto
Durante muitos anos, vários países não permitiram que os
mais jovens jogassem o futebol misto por razões culturais.
Jovens meninas poderiam somente jogar futebol com
outras meninas, independentemente da diferença de idade
entre elas. Hoje, no campo da educação, muitos países já
adotaram escolas mistas, nas quais as crianças não são mais
separadas por gênero, mas por idade ou nível acadêmico. A
participação mista dos mais jovens no esporte e no futebol
seguiu o mesmo caminho.
Cabe destacar que certos países permitem a participação
mista no futebol até a idade de 12 anos, enquanto outros
não impõem nenhuma restrição, o que explica porque,
nestes últimos anos, o futebol tem crescido tanto.
Permitir que meninos e meninas joguem juntos contribui
para sua emancipação, melhora a tolerância e promove o
respeito mútuo.
Ao jogar com os meninos, as meninas adquirem uma ima-
gem mais positiva de si mesmas, aumentam sua autoestima
e conhecem melhor suas habilidades.
A participação mista no futebol engloba todas as formas
de competição nas quais, os meninos e as meninas, ou
jogam juntos, ou uns contra os outros. Em outras palavras,
podemos usar o termo “futebol misto” para nos referir a
qualquer um dos seguintes casos:
– uma equipe de meninos que joga contra uma equipe de
meninas;
– uma equipe mista (meninos e meninas) joga contra uma
equipe de meninos;
– uma equipe mista (meninos e meninas) joga contra uma
equipe de meninas;
– uma equipe mista (meninos e meninas) joga contra outra
equipe mista.
Permitir o futebol misto pelo menos até a idade de
12 anos – onde for possível e tendo em mente a estrutura
das diferentes sociedades e as possibilidades educacionais
e culturais disponíveis – contribuirá enormemente para o
desenvolvimento do futebol como um todo.
33Características das crianças e a abordagem pedagógica | Grassroots
Crescimento
As crianças crescem em ritmos diferentes, segundo a fase
de desenvolvimento que atravessam. Em geral, as caracterís-
ticas sexuais começam a se desenvolver aos 11 anos e meio
para as meninas, e aos 12 anos e meio para os meninos. Os
primeiros sinais são o desenvolvimento dos seios nas meni-
nas, e o crescimento dos testículos nos meninos.
O crescimento anual da altura aumenta de 5 cm antes da
puberdade, para 7-9 cm durante o pico de crescimento
puberal. Em média, esse pico de crescimento é experimen-
tado pelas meninas na idade de 12 anos, e pelos meninos
na idade de 14 anos. No entanto, as diferenças de cresci-
mento antes da idade de 12 anos não deveriam impedir
que meninos e meninas joguem juntos. Os treinadores-edu-
cadores deveriam, todavia, considerar a diferença entre as
idades cronológicas e biológicas, assim como qualquer caso
de puberdade precoce, de modo a assegurar que os grupos
estejam bem equilibrados.
Primeira infância
Infância Puberdade
Começa a puberdade
Termina o crescimento
Meninas: 12 Meninos: 14
Pico de crescimento
Taxa de crescimento durante as diferentes etapasPico de crescimento: diferença entre meninas e meninos
Taxa
de
cres
cim
ento
(cm
/ a
no
)
36 Organização de festivais esportivos | Grassroots
O festival
– Os festivais Grassroots da FIFA são eventos de um dia
com o objetivo de introduzir a prática do futebol ao
maior número possível de meninos e meninas, através
de diferentes atividades. As crianças farão a prática de
exercícios, fundamentos básicos e jogos reduzidos de
modo que todos os participantes tenham a oportunidade
de serem envolvidos. O festival esportivo é organizado
para meninos e meninas nas idades de 6 a 12 anos
e envolve o maior número possível de crianças, sem
distinção de origem étnica, religião, origem social ou
habilidade no futebol.
– O número de equipes e as instalações disponíveis
determinam o espaço requerido para o festival.
– O número de equipes determinará a organização e
a quantidade de campos e de estações de atividades
(exercícios técnicos e jogos reduzidos).
– Duração de um festival: o máximo de duas horas e meia
(incluindo intervalos). Os jogadores não devem jogar mais
tempo do que o indicado para sua idade (ver página 43), e
a duração de cada estação do circuito de exercícios/jogos
deve ser de 8 a 12 minutos.
Atividades
– As equipes se deslocam de uma estação para outra (ver
diagramas).
– As crianças não devem permanecer na mesma estação ao
fi nal de uma atividade. Ao contrário, elas devem se mover
de uma estação para outra na direção indicada. Deve-se
também garantir uma rotatividade dos goleiros e dos
jogadores reservas.
– Apenas as crianças e os responsáveis pelas equipes são
autorizados a fi car nos campos. Os pais e os torcedores
não estão autorizados a entrar no campo. (“Deixem as
crianças jogarem!”).
– Não há árbitros. Os treinadores-educadores das equipes
supervisionam os jogos a partir da beira do campo. Por
essa razão, os campos devem estar próximos uns dos
outros.
– O organizador do festival pode indicar um treinador-edu-
cador para controlar a estação de exercício. Caso contrário,
esse papel é assumido pelo próprio treinador da equipe.
Não são exigidas habilidades especiais ou formações espe-
cífi cas (ver o capítulo “Exemplo de exercícios”).
– Os resultados não são registrados. Não há tabela de
classifi cação!
– Devem haver intervalos para permitir às crianças se recu-
perarem e se hidratarem.
– É essencial que o festival tenha um ambiente animado,
com estações motivantes, envolvendo as crianças e os
responsáveis pela organização das atividades.
Jogos e exercícios
– As dimensões dos campos de futebol dependem do
número de jogadores, da sua idade e do nível de
habilidade.
– As áreas dos campos e estações devem ser marcadas e
numeradas.
– As dimensões dos gols e os objetivos de cada exercício
podem variar em cada campo.
– As partidas podem ser jogadas com ou sem goleiros.
– As estações são localizadas entre os campos ou próximos
a eles (ver: organização dos campos).
– O número de estações (1-4) depende dos objetivos e do
espaço disponível para o festival.
– O objetivo principal das estações é a técnica.
– As estações devem ser supervisionadas (por treinadores-
educadores qualifi cados).
– O coordenador deve especifi car os tipos de estações/
exercícios.
Equipamento
– Podem ser usados todos os tipos de gols. Dimensão
máxima: 5 m x 2 m
– Na marcação dos campos, podem ser usados fi tas, cones,
pratinhos ou linhas
– Coletes de várias cores; um conjunto de coletes por
atividade
– Bolas de futebol: número 4
– Jogos: uma bola por partida + gols
– Estações: dependem do exercício (bolas, coletes, cones,
pratinhos, gols pequenos)
Participantes
– Cada equipe tem um treinador-educador responsável (se
possível).
– As equipes não devem ter mais do que sete jogadores
(meninos e meninas).
– Se possível, deve-se ter apenas uma faixa etária por
festival.
– As crianças nas idades de 6 a 10 anos podem jogar em
equipes mistas.
37Organização de festivais esportivos | Grassroots
Organização
– Divulgar o evento e sistema de inscrição das equipes
– Organizar as informações a serem enviadas às equipes
participantes
– Conforme o número de equipes, estabelecer o número de
campos e estações e o plano para o rodízio das equipes
(enviar cópias aos responsáveis pelas equipes)
– Preparar o programa e o horário das atividades
– Planejar e organizar as instalações e os equipamentos
– Organizar o pessoal
– Organizar os campos e os exercícios (pessoal e responsáveis
pelas equipes, se estiverem presentes)
– Garantir a disponibilidade de bolsa de primeiros socorros e
da hidratação para as crianças
O papel do coordenador durante o festival
Acolhida e informação
– O coordenador recebe os responsáveis pelas equipes e os
treinadores-educadores.
– Antes do início das atividades, o coordenador informa às
equipes a respeito da organização dos campos, do reveza-
mento das equipes e da duração de cada estação.
– Cada responsável de equipe deve receber um plano da
organização dos campos/estações e do revezamento
das equipes para garantir que o festival transcorra
corretamente.
– O coordenador deve destacar as regras do jogo limpo,
dentro e fora do campo, referindo-se principalmente aos
pais e a outros adultos.
– Organização de logística (material, água, distribuição das
equipes, etc).
– Ensaio do festival.
Durante o festival
– O coordenador deve posicionar-se no centro do espaço
destinado ao festival.
– Esta posição deve ser o melhor local para facilitar o con-
tato com todos os responsáveis pelas equipes (responder a
perguntas, dar instruções, etc).
– O organizador controla a duração de cada rodízio de
estação e indica, com um sinal sonoro, o início e o fi m dos
jogos e exercícios.
Final do festival e avaliação
– Ao fi nal do festival, o coordenador chamará todas as
equipes e responsáveis para que se reúnam no centro do
local do festival.
– O coordenador fará um discurso de encerramento (agra-
decimentos às crianças por sua participação e esforço,
valorização do jogo limpo e, também, agradecimentos aos
responsáveis pelas equipes, aos pais, aos torcedores, etc).
– Os responsáveis pelas equipes também serão convidados
para discursar e fazer uma breve análise do festival.
– Todos os envolvidos devem usar o aprendizado para
melhorar futuros festivais, otimizando a organização, a
implementação e a qualidade das atividades (estações,
exercícios técnicos, jogos).
38 Organização de festivais esportivos | Grassroots
Possíveis confi gurações
É possível haver diferentes confi gurações e tamanhos de
festivais, dependendo do número de crianças envolvidas, da
área disponível para jogos, do número de campos e estações
e do lançamento do evento. Tal como se dá na organização
de torneios, as características das diferentes faixas etárias
também determinarão a duração do festival, incluindo a
acolhida das crianças, os descansos entre atividades, o rodí-
zio de uma estação para a outra, a reunião após o festival e
o discurso de encerramento. O festival como um todo não
deve durar mais do que duas horas e meia.
Organização com 6 equipes - Futebol de 7
Rodada Campo A Campo B Campo C Campo D
1 1 contra 2 3 4 contra 5 6
2 6 contra 1 2 3 contra 4 5
3 5 contra 6 1 2 contra 3 4
4 4 contra 5 6 1 contra 2 3
5 3 contra 4 5 6 contra 1 2
6 2 contra 3 4 5 contra 6 1
AA(partida)
B(exercício))
D(exercício)
C(partida)(partida)
As partidas e os exercícios acontecem nos campos A, B, C
e D. Há duas equipes para cada campo, e uma equipe por
exercício. Os exercícios podem admitir, por exemplo, partidas
de 1 contra 1 ou 2 contra 2, ou exercícios técnicos (variando
de uma estação a outra)
39Organização de festivais esportivos | Grassroots
Rodada Campo A Campo B Campo C Campo D Campo E Campo F
1 1 contra 2 3 4 5 contra 6 7 8
2 8 contra 1 2 3 4 contra 5 6 7
3 7 contra 8 1 2 3 contra 4 5 6
4 6 contra 7 8 1 2 contra 3 4 5
5 5 contra 6 7 8 1 contra 2 3 4
6 4 contra 5 6 7 8 contra 1 2 3
7 3 contra 4 5 6 7 contra 8 1 2
8 2 contra 3 4 5 6 contra 7 8 1
Organização com 8 times - Futebol de 7
As partidas A e D são jogadas no campo principal, enquanto
os exercícios B, C, E e F são realizados ao redor. Há duas
equipes para cada campo e uma equipe por exercício. Os
exercícios podem envolver, por exemplo, jogos de 1 contra
1 ou 2 contra 2 ou exercícios técnicos (variando de uma
estação a outra)
rodízio sugerido
A(Partida)
F(Exercícioio)
B(ExercícioEx )
D(Partida)
E(Exercícioio)
C(ExercícioEx )
40 Organização de festivais esportivos | Grassroots
Rodada Campo A Campo B Campo C Campo D Campo E
1 1 contra 6 2 + 7 3 contra 8 4 + 9 5 contra 10
2 7 contra 5 8 + 1 9 contra 2 10 + 3 6 contra 4
3 4 contra 8 5 + 9 1 contra 10 2 + 6 3 contra 7
4 9 contra 3 10 + 4 6 contra 5 7 + 1 8 contra 2
5 10 contra 2 6 + 3 7 contra 4 5 + 8 9 contra 1
AA(Partida)
BB(Exercício)
CCC(Partida))
E(Partida)rtida)
D(Exercício)(Exerc
AA(Partida)
BB(Exercício)
CCC(Partida))
E(Partida)rtida)
D(Exercício)(Exerc
Organização com 10 times - Futebol de 5
As equipes 1, 2, 3, 4 e 5 movimentam-se da esquerda para a
direita, enquanto as equipes 6, 7, 8, 9 e 10 movimentam-se
da direita para a esquerda (ver diagrama). Há duas equipes
para cada campo. Os exercícios podem admitir, por exemplo,
jogos de 1 contra 1 ou 2 contra 2 ou exercícios técnicos
(variando de uma estação para outra). Organização de cam-
pos e exercícios:
A = partida / B = exercício técnico / C = partida /
D = exercício técnico / E = partida.
rodízio sugerido
41Organização de festivais esportivos | Grassroots
rodízio sugerido
Rodada Campo A Campo B Campo C Campo D Campo E Campo F
1 1 contra 7 2 + 8 3 contra 9 4 + 10 5 contra 11 6 + 12
2 6 contra 8 1 + 9 2 contra 10 3 + 11 4 contra 12 5 + 7
3 5 contra 9 6 + 10 1 contra 11 2 + 12 3 contra 7 4 + 8
4 4 contra 11 5 + 12 6 contra 7 1 + 8 2 contra 9 3 + 10
5 3 contra 12 4 + 7 5 contra 8 6 + 9 1 contra 10 2 + 11
6 2 contra 7 3 + 8 4 contra 9 5 + 10 6 contra 11 1 + 12
AA(Partida)
FF(Exercício)
BB(Exercício)o)
EE(Partida)(
C(Partida)rtida)
D(Exercício)(Exerc
AA(Partida)
FF(Exercício)
BB(Exercício)o)
EE(Partida)(
C(Partida)rtida)
D(Exercício)(Exerc
Organização com 12 times - Futebol de 5
As equipes 1, 2, 3, 4, 5 e 6 movimentam-se da esquerda
para a direita, enquanto as equipes 7, 8, 9, 10, 11 e 12
movimentam-se da direita para a esquerda (ver diagrama).
Há duas equipes para cada campo. Nos exercícios podem
haver, por exemplo, jogos de 1 contra 1 ou 2 contra 2 ou
exercícios técnicos (variando de uma ofi cina a outra).
Organização de campos e ofi cinas: A = partida /
B = exercício técnico / C = partida / D = exercício técnico /
E = partida / F = exercício técnico
42 Organização de festivais esportivos | Grassroots
AA(Partida)
GG(Partida)
B(Exercício)o)
HH(Exercí-(Exercí
cio)
D(Exercí-(Exercí-
cio)i )
F(Exercício)(E
C(Partida)rtida)
E(Partida)(Parti
AA(Partida)
GG(Partida)
BB(Exercício)o)
HH(Exercí-Exercí
cio)
D(Exercí-(Exercí-
cio)i )
FF(Exercício)(E
C(Partida)rtida)
E(Partida)(Parti
Rodada Campo A Campo B Campo C Campo D Campo E Campo F Campo G Campo H
1 1 contra 9 2 + 10 3 contra 11 4 + 12 5 contra 13 6 + 14 7 contra 15 8 + 16
2 8 contra 10 1 + 11 2 contra 12 3 + 13 4 contra 14 5 + 15 6 contra 16 7 + 9
3 7 contra 11 8 + 12 1 contra 13 2 + 14 3 contra 15 4 + 16 5 contra 9 6 + 10
4 6 contra 12 7 + 13 8 contra 14 1 + 15 2 contra 16 3 + 9 4 contra 10 5 + 11
Na rodada seguinte, as equipes 9 a 16 movem dois campos/estações para não encontrar as mesmas equipes novamente
5 5 contra 14 6 + 15 7 contra 16 8 + 9 1 contra 10 2 + 11 3 contra 12 4 + 13
6 4 contra 15 5 + 16 6 contra 9 7 + 10 8 contra 11 1 + 12 2 contra 13 3 + 14
7 3 contra 16 4 + 9 5 contra 10 6 + 11 7 contra 12 8 + 13 1 contra 14 2 + 15
8 2 contra 9 3 + 10 4 contra 11 5 + 12 6 contra 13 7 + 14 8 contra 15 1 + 16
As equipes 1, 2, 3, 4, 5,6 7 e 8 movimentam-se da esquerda
para a direita, enquanto as equipes 9, 10, 11, 12, 13, 14,
15 e 16 movimentam-se da direita para a esquerda (ver
diagrama). Há duas equipes para cada campo. Os exercícios
podem conter, por exemplo, jogos de 1 contra 1 ou 2 contra
2 ou exercícios técnicos (variando de uma ofi cina a outra).
Organização de campos e exercícios: A = partida /
B = exercício técnico / C = partida / D = exercício técnico /
E = partida / F = exercício técnico / G = partida /
H = exercício técnico
Observações / Sugestões:
Se houver mais equipes, é possível organizar dois festivais
paralelos:
Festival com 16 equipes = 2 campos com 8 equipes
Festival com 20 equipes = 2 campos com 10 equipes
Festival com 24 equipes = 2 campos com 12 equipes
Organização com 16 equipes - Futebol de 5
rodízio sugerido
43Organização de festivais esportivos | Grassroots
Festivais Grassroots em grande escala
Em certas ocasiões, organizam-se festivais em grande
escala, pelo fato da atraírem um grande número de
crianças em alguns países, chegando a envolver às vezes
mais de mil participantes. Mesmo no ambiente da escola,
um grande número de crianças participa das atividades
(festivais e torneios) no dia do Grassroots. Os princípios
mais importantes para se organizar festivais em larga escala
podem ser resumidos como se segue:
– trabalho em equipe
– responsabilidades claramente defi nidas entre todos os
treinadores-educadores
– participação dos pais e voluntários
– organizar as crianças em equipes equilibradas e por
categoria de idade
– variação nos exercícios técnicos
– instruções que motivem
Duração do festival
Deve-se considerar o esforço total (tempo real de jogo) das
crianças por categoria de idade, levando-se em conta suas
características fisiológicas, físicas e mentais.
– 6-8 anos: 45-60 minutos de esforço (1 hora)
– 9-10 anos: 60-75 minutos de esforço (1 hora e 15
minutos)
– 11-12 anos: 75-90 minutos de esforço (1 hora e 30
minutos)
Exemplo: Festival com 2 partidas/jogos e 4 exercícios para
crianças de 9 a 10 anos
– Número total de atividades = 6
– Esforço máximo = 60-75 minutos
– 60-75 minutos divididos por 6 = 10-12 minutos por
partida e exercício
Indicaciones sobre la duración de las actividades según las confi guraciones en función de los grupos de edad y
el tamaño del festival.
Organizar um Festival Grassroots leva mais tempo do que
organizar um torneio, já que os procedimentos são diferentes.
Normalmente, se dá um tempo de descanso quando as equi-
pes fazem rodízio de um exercício ou campo a outro, assim
como durante as explicações e demonstrações dadas pelo
treinador-educador. Em alguns casos, devido às condições
climáticas, um período de descanso mais longo deve ser dado
para permitir às crianças beber água e se recuperarem.
Em tais casos, pode-se dar um intervalo maior na metade do
festival. Sua duração varia e é decidida pelo organizador. Os
treinadores-educadores também necessitam de um descanso
devido ao fato do festival poder durar de duas a três horas,
e até mesmo mais, se houver muitas crianças e o festival for
organizado através de várias rodadas.
Configurações Campos
&
exercícios
Atividades Total de
atividades
por equipe
Rodízio 6-8 anos
45-60
minutos
9-10 anos
60-75
minutos
11-12 anos
75-90
minutos
6 equipes 2 campos
2 exercícios
4 jogos reduzidos
2 exercícios técnicos6
7-10’
atividade
10-12’
atividade
12-15’
atividade
8 equipes 2 campos
4 exercícios
4 jogos reduzidos
4 exercícios técnicos8
5-7’
atividade
7-10’
atividade
10-12’
atividade
10 equipes 3 campos
2 exercícios
3 jogos reduzidos
2 exercícios técnicos5
9-12’
atividade
12-15’
atividade
15-18’
atividade
12 equipes 3 campos
3 exercícios
3 jogos reduzidos
3 exercícios técnicos6
7-10’
atividade
10-12’
atividade
12-15’
atividade
16 equipes 4 campos
4 exercícios
4 jogos reduzidos
4 exercícios técnicos8
5-7’
atividade
7-10’
atividade
10-12’
atividade
46 Organização de torneios | Grassroots
IntroduçãoAo se organizar torneios com a fi losofi a do Programa
Grassroots da FIFA, deve-se reconhecer que o aspecto com-
petitivo e os resultados não são questões cruciais. Deve-se
enfatizar os conceitos de jogo e diversão.
Por essa razão, os treinadores-educadores envolvidos na
organização de torneios devem sempre considerar:
– o equilíbrio das equipes no que diz respeito ao nível de
desempenho das crianças (rendimento);
– o justo envolvimento de todos os participantes quanto ao
tempo jogado;
– a duração das partidas, dependendo de seu número, faixa
etária e nível dos jogadores;
– o nível de competitividade entre os adversários a cada
rodada em função dos resultados anteriores;
– as regras do jogo limpo dentro e fora do campo;
– as características de cada faixa etária.
Segue, aqui, uma indicação do tempo de esforço total de
cada faixa etária, levando-se em conta as características fi sio-
lógicas, físicas e mentais das crianças:
– 6-8 anos: 45-60 minutos de esforço (1 hora)
– 9-10 anos: 60-75 minutos de esforço (1 hora de
15 minutos)
– 11-12 anos: 75-90 minutos (1 hora e 30 minutos)
Organização de torneios: duas fórmulas básicas
– sistema de rodízio simples (cada equipe joga apenas uma
vez contra cada uma das outras equipes)
– sistema de rodízio duplo (cada equipe joga duas vezes
contra cada uma das outras equipes) - partidas em casa &
fora de casa
O cálculo do número total de partidas a serem organizadas,
assim como o número de partidas que cada equipe jogará
durante o torneio, indicará a duração de cada partida,
levando em conta o número de equipes, a faixa etária, o
nível de habilidade dos jogadores e o número de mini-cam-
pos disponível. As condições climáticas também devem ser
levadas em consideração.
1. (Número total de equipes) x (número total de equipes - 1)
= número total de partidas a ser organizado em um
sistema de rodízio duplo
Exemplo: (3 equipes) x (3-1) = 6 partidas
2. Número total de partidas (do rodízio duplo) / 2 = número
de partidas em um sistema de rodízio simples
Exemplo: 6 partidas / 2 = 3 partidas
Ao organizar um torneio com três equipes, a duração de
cada partida será diferente conforme o uso do sistema de
rodízio simples ou duplo. Deve-se, também, levar em con-
sideração o tempo disponível para o torneio, assim como o
período de descanso nos intervalos das partidas e entre as
diferentes partidas.
3. Com um número maior de equipes em um torneio, o
sistema de rodízio simples é predominante e, com pou-
cas equipes, o sistema de rodízio duplo é mais usado. O
objetivo é dar um tempo de jogo justo e razoável a cada
equipe e a cada jogador, conforme sua faixa etária.
Exemplo: 5 equipes (10/11 anos) – dois campos de
futebol 7, jogando um sistema de rodízio simples
– (5 equipes) x (5-1) = 20 partidas em um sistema de rodízio
duplo (cada equipe joga 8 partidas)
– 20 partidas / 2 = 10 partidas em um sistema de rodízio
simples (cada equipe joga 4 partidas)
– Duração total do torneio: 1 hora (60 minutos)
– Duração de uma partida: 60 minutos / 10 partidas =
6 minutos x 2 campos = 12 minutos
– Tempo de jogo para cada equipe e jogador: 4 partidas x
12 minutos = 48 minutos
– Tempo de descanso no intervalo da partida: 2 minutos por
partida: 10 partidas / 2 campos x 2 minutos = 10 minutos
47Organização de torneios | Grassroots
Diferentes formatos de torneios3 equipes (1 mini-campo)
Partidas em cada e fora de casa
(sistema de rodízio duplo)
3 equipes (2 fases)
Fase Partida
1
A – B
C – A
B – C
2
B – A
A – C
C – B
4 partidas por equipe
4 equipes (1 mini-campo)
Cada equipe joga uma vez com as outras três equipes
(sistema de rodízio simples)
4 equipes (1 fase)
Rodada Partida
11 A – B
2 C – D
23 B – C
4 D – A
35 B – D
6 A – C
3 partidas por equipe
5 equipes (1 fase)
Cada equipo juega contra los otros cuatro (liga a par-
tido único), un equipo espera en cada ronda (descansa)
5 equipes (1 fase)
Rodada Partida
1
1 A – B
2 C – D
Descanso E
2
3 B – E
4 C – A
Descanso D
3
5 E – A
6 D – B
Descanso C
4
7 C – E
8 A – D
Descanso B
5
9 D – E
10 B – C
Descanso A
4 partidas por equipe
48 Organização de torneios | Grassroots
6 equipes (divididas em 2 grupos de 3 equipes) /
2 campos (sistema de rodízio simples)
1) Primeira fase com dois grupos de três equipes:
Dois grupos de três equipes, cada equipe joga com as outras
duas.
– - Grupo G1 = A, B e C
– - Grupo G2 = D, E e F
2) Segunda fase:
Dois grupos de três equipes, cada equipe joga com as outras
duas equipes.
– Grupo V: os vencedores dos grupos G1 e G2 + a melhor
segunda colocada
Grupo P: as outras três equipes
6 equipes (primeira fase)
Grupo Partida
G1 1 A – B
G2 2 D – E
G1 3 C – A
G2 4 F – D
G1 5 B – C
G2 6 E – F
2 partidas por equipe
6 equipes (primeira fase)
Grupo Partida
G1 1 A – B
G2 2 D – E
G1 3 C – A
G2 4 F – D
G1 5 B – C
G2 6 E – F
G1 7 B – A
G2 8 E – D
G1 9 A – C
G2 10 D – F
G1 11 C – B
G2 12 F – E
4 partidas por equipe
Rodada fi nal V Rodada fi nal P
A 1o Gr. A D 2o Gr. A / B
B 1o Gr. B E 3o Gr. A
CMelhor 2o Gr. A / B
F 3o Gr. B
Rodada fi nal – organização das partidas
Grupo Partida
V 1 B – C
P 2 D – E
V 3 C – A
P 4 F – D
V 5 A – B
P 6 E – F
2 partidas por equipe
Solução 1:
Uma única partida entre as equipes
Solução 2:
Partidas em casa e fora de casa (sistema de rodízio duplo)
49Organização de torneios | Grassroots
8 equipes (divididas em 2 grupos de 4 equipes) /
2 campos (sistema de rodízio simples)
1) Primeira fase: dois grupos cada equipe joga com
as outras três
Grupo 1: 4 equipes
Rodada Partida
11 A – B
2 C – D
23 B – C
4 D – A
35 B – D
6 A – C
3 partidas por equipe
Grupo 2: 4 equipes
Rodada Partida
11 E – F
2 G – H
23 F – G
4 H – E
35 F – H
6 E – G
3 partidas por equipe
Se há apenas um campo disponível, as partidas dos Grupos
1 e 2 são jogadas alternadamente.
2) Segunda fase:
Dois grupos de quatro equipes, cada equipe joga contra as
outras três
– Grupo V: com os dois primeiros colocados de cada grupo
– Grupo P: com os dois últimos colocados de cada grupo
Grupo V Grupo P
A 1o Gr. 1 E 3o Gr. 1
B 1o Gr. 2 F 3o Gr. 2
C 2o Gr. 1 G 4o Gr. 1
D 2o Gr. 2 H 4o Gr. 2
Colocações 1 a 4
Grupo V: 4 equipes
Rodada Partida
11 A – D
2 B – C
23 A – C
4 D – B
35 C – D
6 A – B
3 partidas por equipe
Colocações 5 a 8
Grupo P: 4 equipes
Rodada Partida
11 E – H
2 F – G
23 E – G
4 H – F
35 G – H
6 E – F
3 partidas por equipe
Se há apenas um campo disponível, as partidas dos Grupos
V e P são jogadas alternadamente.
50 Organização de torneios | Grassroots
16 equipes (divididas em 4 grupos de 4 equipes) /
4 campos (sistema de rodízio simples)
Primeira fase: quatro grupos cada equipe joga uma
vez com as outras três
Grupo 1: Equipes A, B, C e D
Grupo 2: Equipes E, F, G e H
Grupo 3: Equipes I, J, K e L
Grupo 4: Equipes M, N, O e P
Segunda fase
Dois grupos V com os dois primeiros colocados de cada grupo, e dois grupos P com os dois últimos colocados de cada grupo.
Segunda rodada V1 Segunda rodada V2
A 1o Gr. 1 E 1o Gr. 3
B 1o Gr. 2 F 1o Gr. 4
C 2o Gr. 3 G 2o Gr. 1
D 2o Gr. 4 H 2o Gr. 2
.
Grupo 1: 4 equipes
Rodada Partida
11 A – B
2 C – D
23 B – C
4 D – A
35 B – D
6 A – C
3 partidas por equipe
Segunda rodada P1 Segunda rodada P2
A 3o Gr. 1 E 3o Gr. 3
B 3o Gr. 2 F 3o Gr. 4
C 4o Gr. 3 G 4o Gr. 1
D 4o Gr. 4 H 4o Gr. 2
As partidas dos Grupos P1, P2, V1 e V2 são jogadas
alternadamente
Semi-fi nais
1º partida: Vencedor grupo V1 contra segundo grupo V2
2º partida: Vencedor grupo V2 contra segundo grupo V1
Finais
3º / 4º lugares: os dois perdedores das semi-fi nais
1º / 2º lugares: os dois vencedores das semi-fi nais
51Organização de torneios | Grassroots
Duração
A forma de disputa, o número de campos, o número de
partidas, o nível dos jogadores e outros fatores, tais como as
condições climáticas, ajudarão o treinador-educador a avaliar
o tempo adequado para se organizar os torneios. Seguem
abaixo algumas indicações de duração de partidas em
relação a diferentes faixas etárias e número de jogadores:
Número de jogadores
6-8 anos 9-10 anos 11-12 anos 12-14 anos ou mais
3 contra 3y 4 contra 4
2 x 3 minutos2 x 4 minutos
2 x 5 minutos 2 x 5 minutos2 x 7 minutos
2 x 5 minutos2 x 7 minutos
5 contra 5 2 x 5 minutos2 x 7 minutos
2 x 7 minutos 2 x 7 minutes2 x 10 minutos
2 x 7 minutos2 x 10 minutos
6 contra 6e 7 contra 7
x 2 x 7 minutos2 x 10 minutos2 x 12 minutos
2 x 7 minutos2 x 10 minutos2 x 12 minutos
2 x 7 minutos2 x 10 minutos2 x 12 minutos
8 contra 8e 9 contra 9
x x 2 x 10 minutos2 x 12 minutos2 x 15 minutos
2 x 10 minutos2 x 12 minutos2 x 15 minutos
Tempo de descanso
Intervalo: 1-2 minutosEntre partidas5-7 minutos
Intervalo: 1-2 minutosEntre partidas5-7 minutos
3 contra 3 / 7 contra 7
Intervalo: 1-2 minutosEntre partidas5-7 minutos
8 contra 8 / 9 contra 9
Intervalo:5-10 minutosEntre partidas5-10 minutos
3 contra 3 / 7 contra 7
Intervalo: 1-2 minutosEntre partidas5-7 minutos
8 contra 8 / 9 contra 9
Intervalo:5-10 minutosEntre partidas5-10 minutos
54 A sessão de iniciação ao futebol | Grassroots
A iniciação ao futebol não se limita a festivais esportivos
e torneios, mas se organiza, também, como atividade de
treinamento para crianças em clubes, escolas e asso-
ciações comunitárias.
Mesmo nesses espaços, onde a prática de futebol é muito
estruturada, a sessão de treinamento não deve nunca des-
considerar a necessidade das crianças de jogarem. Junto
com os objetivos pedagógicos de iniciação, aprendizado
ou aperfeiçoamento das técnicas de futebol de acordo
com as faixas etárias, a sessão de treinamento deve tam-
bém oferecer às crianças um ambiente onde elas possam
se expressar e se desenvolver através do jogo.
A estrutura da sessão de treinamento
Para realizar seu duplo objetivo, a sessão deve ser estru-
turada de tal modo que alterne entre jogos e exercícios
baseados no método “global-analítico-global” (GAG).
Aquecimento
No início da sessão, recomenda-se uma brincadeira rela-
cionada ao futebol praticada de forma lúdica e motivante.
A coordenação neuromuscular, com e sem a bola, deve
sempre acontecer imediatamente após o jogo motivacio-
nal, e constitui-se como a segunda parte do aquecimento.
A fase de abertura da sessão não deve exceder a 15
minutos.
Primeiro jogo
A primeira fase da parte principal da sessão é consti-
tuída de um ou dois jogos temáticos que destacarão seu
objetivo mais importante. Durante essa parte, o treinador-
educador enfatiza o principal assunto do treino, intervindo
e explicando o tema da sessão. Esta primeira parte de
jogos dura cerca de 15 minutos.
Exercícios e instruções
Uma vez que, através do jogo, as crianças identifi caram o
objetivo, exercícios analíticos garantirão que o movimento
técnico seja repetido e certos detalhes sejam corrigidos. O
papel do treinador-educador durante essa parte analítica
da sessão é muito importante, uma vez que ele/ela deve
demonstrar, observar, corrigir e encorajar.
A parte analítica dura entre 12 e 15 minutos.
Segundo jogo
O segundo jogo pode ser dirigido e/ou livre e deve ofere-
cer às crianças a possibilidade de aplicar o que praticaram
em situações reais de “partida”. Durante essa parte da
Escolha dos jogos e exercícios
Equipamento para o treino
Organização do campo
Objetivo da sessão Número de criançasAvaliar o treino
Avaliação geralSessão de
Iniciação do FutebolNível de habilidade
das crianças
55A sessão de iniciação ao futebol | Grassroots
sessão, o treinador-educador dá às crianças mais liberdade
de expressão, ao permitir-lhes jogar sem interferir dema-
siadamente. Esse jogo será o mais longo da sessão (20-25
minutos).
Relaxamento
A parte de relaxamento deve cumprir seus objetivos
de baixa intensidade, assim como também satisfazer a
necessidade de jogar das crianças. Portanto, ela deve ser
composta de um ou dois jogos de baixa intensidade.
Esta parte dura entre 5 e 10 minutos.
A alternância entre os métodos global e analítico pode ser
repetida uma ou duas vezes durante uma sessão com o
mesmo tema.
As primeiras impressões são sempre importantes para as
crianças. Por esse motivo, o treinador-educador deve fami-
liarizar-se com todos os exercícios e deve, previamente,
preparar o treinamento com objetivos específi cos. As
sessões de treinamento devem ser desenhadas conforme
as habilidades dos participantes. O treinador-educador
deve comunicar às crianças que elas estão genuinamente
realizando algo. Essa realização tornará a sessão mais
satisfatória e cheia de oportunidades para o jogo e para
o aprendizado. No entanto, o treinador-educador deve
estar preparado para adaptar o treino e os exercícios se
considerar que as mudanças aumentarão a motivação e o
envolvimento das crianças. Seguem abaixo algumas ques-
tões que guiarão o treinador-educador ao preparar uma
sessão de treinamento:
Objetivos:
– O que quero obter com este treino/aula?
– Qual é o objetivo do treino/aula?
Exercícios:
– Quantas crianças participarão do treino/aula?
– As crianças se divertirão com os jogos e exercícios?
– Elas aprenderão alguma coisa?
– Quais são os melhores jogos e exercícios para se atingir os
objetivos da sessão?
– O nível dos jogos e exercícios é adequado para as habilida-
des das crianças?
– Posso explicar e demonstrar os jogos e exercícios de modo
claro e preciso, sendo compreendido pelas crianças?
– Tenho equipamento sufi ciente para a sessão? Se não,
posso adaptá-la ao equipamento disponível?
Estrutura da sessão de iniciação ao futebol
Global
Jogo:preparar o local
(Identifi cação)
Formato de jogo
Formato de partida
Analítico
Adaptar
Praticar
Repetir
Aprender
Global
Jogo:Formato de
jogo (FJ)+
Formato de partida (FP)
Relaxa-mento
Aquecimento
56 A sessão de iniciação ao futebol | Grassroots
– Há espaço sufi ciente para desenvolver os jogos e exercícios
preparados?
– Como as crianças podem ajudar-me a melhorar a sessão?
A estrutura da sessão de iniciação ao futebol deve ser
adaptada para satisfazer as necessidades das crianças. O
aquecimento e o relaxamento devem ser apresentados às
crianças como jogos, onde elas possam se divertir ao fazer
exercícios físicos (aquecimento e relaxamento).
A parte principal da sessão consistirá em jogos e exer-
cícios. Esses devem abranger uma gama de atividades
e devem ser variados; e, o que é mais importante, as
atividades devem abranger os objetivos que o treinador-
educador estabeleceu para a sessão. O treino/aula deve,
principalmente, incluir jogos reduzidos, uma vez que as
crianças aprendem melhor jogando. Dessa forma, elas se
divertirão e aprenderão a gostar de futebol.
Deve-se ter o cuidado de não considerar as crianças como
pequenos adultos, evitando-se, assim, copiar as sessões
que tenham sido preparadas para adultos.
Quanto ao equipamento, o treinador-educador deve ser
capaz de se adaptar às diferentes situações encontradas
e buscar soluções alternativas baseadas em seu conheci-
mento e experiência. O equipamento deve ser verifi cado
antes da chegada das crianças, assegurando-se que esteja
disponível e preparado para a sessão. Embora a FIFA
forneça um conjunto de equipamentos para cada pro-
jeto de futebol Grassroots, pode ser o caso de não haver
equipamento sufi ciente. Pode haver falta de coletes ou
cones, por exemplo, ou alguma criança pode não ter um
calçado adequado. No entanto, o sucesso da sessão não
depende do equipamento, mas, ao contrário, da atitude
e das habilidades do treinador-educador em tirar o maior
proveito da situação.
É importante manter os pais informados a respeito dos
exercícios praticados; eles valorizam o fato de serem infor-
mados sobre as atividades praticadas por suas crianças.
Em alguns casos, os pais podem ajudar o treinador-educa-
dor a conduzir a sessão. É uma boa ideia conversar com os
pais a respeito de seu papel e de suas responsabilidades,
envolvendo-os no projeto.
57A sessão de iniciação ao futebol | Grassroots
Organização de uma sessão de iniciação ao futebol
Sessão para crianças menores de 10 anos.
Duração: 1 hora
Recomendações:
– Garantir que as atividades sejam jogos reduzidos e que as
crianças tenham bastante contato com a bola.
– Permitir muita liberdade nos jogos.
– Não dar muita importância aos resultados dos jogos e não
elaborar uma classifi cação.
– Equilibrar as equipes e os grupos, mudando os jogos se as
diferenças nos resultados forem excessivas.
– Encorajar todas as crianças.
– As crianças devem jogar se divertindo; encoraje-as, mas
não intervenha muito.
Fase 1 Fase 2 Fase 3
Aquecimento Alternância de exercícios, jogos introdutórios, partidas Recuperação
Iniciar Jogos reduzidosTécnicas básicas
de futebolPartidas reduzidas Relaxamento
10-15 min 15-20 min 10-15 min 15-20 min 5 min
Exercícios técnicosJogos de iniciaçãoJogos reduzidos
Jogos de iniciaçãoExercícios de corrida
e movimentocom bola
4 contra 4, 5 contra 5
Relaxamento individual
Capacidades psicomotoras
2 contra 2, 3 contra 3 outros jogos estruturados
sequências de jogos
Conteúdos de futebol, circuitos, controle, condução da bola,
passes, chutes
JOGO LIVRE RECUPERAÇÃO
Coordenação Aspecto lúdicoEstímulo cognitivo
e técnicoAspecto lúdico
Relaxamento físico e mental
EDUCAÇÃO – MÉTODO DE ENSINO
Descoberta Orientada
Descoberta Orientada
ImitaçãoEspontaneidade
CriatividadeDiscussão
Expressão livre Expressão livreDescoberta Orientada
Expressão livreRecolhimento do material
Organização
Organização Organização Organização
Avaliação
Animação Encorajamento
Demonstração Observação
Animação Encorajamento
Correção
Animação Encorajamento Avaliação
Correção
58 A sessão de iniciação ao futebol | Grassroots
Fase 1 Fase 2 Fase 3
Aquecimento Coordenação / Velocidade – Fundamentos Jogos Recuperação
IniciarCoordenação /
Velocidade
Técnicas básicas de futebol
ouPartidas reduzidas
Partidas reduzidas
Relaxamento
10-15 min 10 min 15-20 min 20-25 min 5 min
Exercícios técnicos Jogos reduzidos
Conteúdos de futebol, circuitos com e
sem bola, ofi cinas
Exercícios de corrida e movimentocom bola, ofi cinas
7 contra 7Relaxamento
Individual
Capacidades psicomotoras
Capacidades psicomotoras
Circuitos,técnicos, controle, condução,
da bola, chutes, sequências
JOGO LIVRE RECUPERAÇÃO
2 contra 2, 3 contra 3, 4 contra 4, 5 contra 5,
outros jogos estruturados,
sequências de jogos
Aspecto lúdicoRelaxamento
físico e mental
EDUCAÇÃO – MÉTODO DE ENSINO
Descoberta orientadaMelhora Coordenação
Equilíbrio Estabilidade
ImitaçãoEspontaneidade,
CriatividadeDiscussão
Expressão livreDesenvolvimento
velocidade / vivacidade/Reação
Descoberta orientadaIniciação
Memorização
Expressão livreIniciativa individual
Recolhimento do material
OrganizaçãoOrganização Organização Organização
Avaliação
Demonstração Demonstração Observação
Animação
Animação Animação
AvaliaçãoCorreção Correção
Sessão para crianças menores de 12 anos –
duração: 1 hora e 30 minutos.
Recomendações:
– Dar muita liberdade durante o jogo, fomentar a iniciativa
individual.
– Dar prioridade à técnica e ao jogo; as crianças devem ter
muito contato com a bola.
– Propor exercícios progressivos e jogos adaptados, com
instruções precisas e simples.
– Formar equipes e grupos equilibrados, e modifi car
os jogos se as diferenças de resultados se tornarem
excessivas.
– Minimizar os resultados e enfatizar o modo como o fute-
bol é jogado.
– Enfatizar a qualidade e a propriedade da execução dos
exercícios, ao invés da quantidade ou intensidade.
– Encorajar todas as crianças.
59A sessão de iniciação ao futebol | Grassroots
Frequência e duração
A frequência das sessões depende da idade e da experiência
das crianças. As escolas de futebol podem programar uma
ou duas sessões por semana, enquanto os clubes forma-
dores geralmente organizam um máximo de três sessões
semanais para crianças menores de 12 anos.
A duração da sessão de treinamento pode ser reduzida
devido a condições metereológicas adversas (calor, frio,
chuva, vento, etc). Portanto, o treinador-educador deve
adaptar a sessão conforme a idade e o nível técnico das
crianças, assim como de acordo com o clima.
O jogo
JOGAR é a grande alegria da infância; é através do jogo que
as crianças podem ser elas mesmas. Está comprovado que
JOGAR é uma maneira de desenvolver diferentes aspectos
do comportamento físico, afetivo e mental.
O conceito de competição não é eliminado, mas é essen-
cial que as estruturas de competição apresentadas sejam
apropriadas às características comportamentais das crianças.
A abordagem consiste em oferecer situações básicas e
simples que sejam acessíveis às crianças e que venham de
encontro às suas motivações.
A abordagem da iniciação ao futebol pode ser resumida
como segue:
– Antes de tudo é um JOGO
– Deve se apresentar sempre como um JOGO
– Deve ser simplifi cado e adaptado às características das
crianças
– A iniciação ao futebol apresenta os dois conceitos básicos
do futebol: cooperação e oposição
– A iniciação ao futebol é um ótimo meio de desenvolvi-
mento físico, motor, psicomotor, mental e social
AB
C
AB
CD
61A sessão de iniciação ao futebol | Grassroots
AquecimentoO jogo do gaviãoOs jogadores se colocam em linha, cada um com uma bola. Outro jogador, sem bola, se coloca em frente a eles. Ele é o “gavião”. A um sinal, os jogadores tentam chegar ao outro lado do campo controlando a bola com os pés. O gavião tenta pegar tantos jogadores quanto possível tocando-lhes no ombro. Contam-se os pontos. Cada jogador reveza para ocupar o lugar do gavião.
Pontos essenciais da sessão de treinamento:
Partida 12 contra 2 / 3 contra 3: cruzar a linhaOs jogadores são divididos em equipes de dois ou três (de acordo com o número de crianças). Um ponto é marcado ao cruzar a linha de gol com a bola nos pés. Duração: 1-2 minutos. Faz-se a alternância de equipes para variar os adversários.
ExercícioCondução da bola e passeFormam-se grupos de pelo menos três jogadores. O jogador A conduz a bola usando o lado interno do pé esquerdo, dá a volta em torno do cone e passa para o jogador B, ainda usando o lado interno do pé esquerdo. O jogador A corre para ocupar o lugar do jogador B. O jogador B conduz a bola usando o pé direito, dá a volta em torno do cone e passa para o jogador C com o lado interno do pé direito e corre para ocupar o lugar do jogador C, e assim por diante.
Partida 24 contra 4 (com goleiro)Duas equipes de quatro jogadores se defrontam em um campo proporcional ao nível das crianças (com goleiro e reservas). Se houver crianças sufi cientes, é possível fazer um torneio de três equipes. Jogo livre; o treinador-educador intervém minimamente; encoraja-se o drible.
Para concluirPartida de precisãoCada jogador tem uma bola. Os jogadores se colocam a uma certa distância de uma linha traçada no campo. Em seguida, cada um bate na bola tentando lançá-la tão próximo quanto possível da linha. Aquele que lançá-la o mais próximo marca um ponto. A partida se compõe de várias rodadas.
6-8 anos de idade: condução da bola e passe
– Condução da bola com o pé esquerdo e com o pé direito– Controle da bola, muitos contatos com a bola– Passes com o lado interno dos pés direito e esquerdo
A B
C
a) b)
62 A sessão de iniciação ao futebol | Grassroots
9-10 anos de idade: controle, condução da bola e passe
Pontos essenciais:
Aquecimentoa) Dez passes Formam-se quatro equipes distribuídas em campos de dimensões
apropriadas. O objetivo é dar tanto passes quanto possíveis. Em primeiro lugar, joga a equipe amarela; em seguida, joga a equipe azul. Os passes são contados. Duração: aproximadamente 1 minuto para cada equipe.
b) Controle da bola Uma bola para cada jogador: exercícios de coordenação.
Partida 12 contra 2 + 4 jogadores exterioresUma partida de 2 contra 2 é organizada (amarelos contra azuis) com quatro jogadores neutros adicionais (em branco), nos lados do campo. Contam-se os números de passes. Quando uma equipe retoma a posse da bola, a contagem se reinicia do zero. Dois campos podem ser formados. Uma variação é usar dois ou três jogadores neutros.
ExercícioControle, condução da bola e passeFormam-se grupos de pelo menos três jogadores. O jogador A dribla os cones em zigue zague e, em seguida, passa com o lado interno do pé direito para o jogador B. O jogador A corre para ocupar o lugar do jogador B. O jogador B passa pelo zigue zague e passa com o lado interno do pé esquerdo para o jogador C, e corre para ocupar o lugar do jogador C, e assim por diante.
Partida 27 contra 7 (com goleiro)Duas equipes de sete jogadores se defrontam em um campo de futebol 7 (com goleiro e reservas). Jogo livre; o treinador-educador intervém minimamente.Objetivo: promover os passes. Movimentações construídas pelo centro ou pelas laterais; aspectos ofensivos e defensivos.
Para concluirA centopeiaOs jogadores são distribuídos em duas ou três fi las. O último jogador conduz a bola para a frente da fi la usando seus pés (os outros jogadores não se movem). Ao chegar ao inicio da fi la, passa a bola para o último jogador, que traz a bola para a frente da fi la, e assim por diante. A “centopeia” que primeiro cruzar a linha vence. Deixe as regras do jogo bem claras. Mudança de direção: mude o pé para retornar na direção oposta.
– Passes rasteiros usando o lado interno do pé direito e esquerdo
– Observar o posicionamento dos colegas
– Manter controle da bola
G
G G
A BCG
DE
G G
63A sessão de iniciação ao futebol | Grassroots
11-12 anos de idade: trabalho diante do golAquecimentoa) Voleios Formam-se duas equipes. A bola é golpeada de voleio e agarrada
com as mãos. Todos os jogadores atuam como goleiro.b) Controle da bola Uma bola para dois jogadores: exercícios de coordenação.
Pontos essenciais: – Passes rasteiros e chutes a gol, usando o lado interno dos pés direito e esquerdo
– Observação dos companheiros e da meta (visão de jogo)
– Controla contínuo da bola
Partida 15 contra 5 + 2 alas por equipeUma partida de 5 contra 5 é organizada (amarelos contra azuis); cada equipe tem alas colocados em cada um dos extremos da área de ataque. O objetivo dos jogadores é recorrer aos alas o máximo possível. Quando um ala recebe a bola, ele pode entrar no jogo. O jogador que passa a bola para o ala torna-se o ala seguinte. Se o ala recebe a bola do goleiro, não há mudanças; o ala passa a bola de volta para um companheiro de equipe e permanece na ala de ataque.
ExercícioCondução da bola e tiro ao golFormam-se grupos de pelo menos seis jogadores. O jogador A faz o zigue zague, contorna o último cone e chuta a gol com o pé direito. O jogador B faz o zigue zague, contorna o último cone e chuta com o pé esquerdo. Os jogadores mudam de lado após cada chute. O goleiro é substituído após várias séries de chutes.
Partida 23 contra 3 (com goleiro)Duas equipes de três jogadores se confrontam em um campo de dimensões apropriadas (com goleiro e reservas). Jogo livre. Substituições regulares. Partida jogada em ritmo forte.Objetivos: movimentações rápidas, iniciativa no ataque, transição ataque / defesa e envolvimento dos goleiros no jogo.
Para concluirO rei dos pênaltisFormam-se dois grupos. Organiza-se uma série eliminatória de pênaltis: se um jogador marca, ele avança para a rodada seguinte. Os dois vencedores são os “reis dos pênaltis”. Pode-se alternar os goleiros, e as fi las de espera devem ser evitadas.
66 Jogos reduzidos | Grassroots
Os jogos reduzidos são muito benéfi cos para os participantes.
Os estudos realizados mostram que as crianças se divertem e
aprendem mais jogando com poucos jogadores e com regras
adaptadas. Tocam na bola com mais frequência, aprendem
mais rapidamente e tomam mais decisões durante a partida
(requer maior concentração, visto que a bola nunca está
muito distante do jogador). As crianças também se envolvem
mais com a partida (mais movimento e prática) e gostam
muito mais do que se jogarem em grandes espaços. Menos
jogadores no campo e equipes menores garantem que cada
participante tenha mais atenção individual. Há também mais
oportunidades de se marcar gols (que é o que as crianças
querem), e os goleiros entram em ação com mais frequên-
cia (exceto nas partidas de futebol de 4, nas quais não há
goleiros). As crianças também se envolvem mais nas ações de
ataque e defesa, uma vez que dessa forma se expõem mais
à ampla gama de situações do futebol. Elas se divertem e
aprendem mais.
Estatísticas
As estatísticas respaldam os benefícios das partidas reduzi-
das em comparação ao futebol de 11. Algumas delas
mostram que:
– Os jogadores tocam a bola cinco vezes mais no futebol de
4 e 50% mais no futebol de 7.
– Os jogadores se encontram três vezes mais em situações
de 1 contra 1 no futebol de 4 e duas vezes mais no fute-
bol de 7.
– Em média, no futebol de 4, se marca um gol a cada
2 minutos e, no futebol de 7, um gol a cada 4 minutos.
– As intervenções dos goleiros são entre duas a quatro vezes
mais frequentes no futebol de 7 do que no futebol de 11.
– A bola fi ca fora do jogo durante 8% do tempo no futebol
de 4, 14% no futebol de 7 e 34% no futebol de 11.
Benefícios
Nos jogos reduzidos, todos os jogadores:
– recebem a bola com mais frequência;
– têm mais oportunidades de marcarem gols;
– têm liberdade para jogar;
– são sempre motivados pelo treinador-educador;
– são apoiados por seus pais e treinadores-educadores.
Jogar por diversão
Para as crianças, jogar é o mais importante e o fazem por
mero prazer. Os jogos e as partidas constituem uma parte
essencial do treinamento, e as crianças aprendem melhor
jogando. O jogo melhora suas habilidades e autonomia,
facilita a iniciativa e a tomada de decisão (criatividade) e
também melhora o relacionamento com os colegas. Do
ponto de vista tático, envolve visão de jogo, princípios
básicos de ataque e de defesa. No entanto, cada sessão de
iniciação ao futebol deve incluir um período de jogo livre. O
treinador-educador se retira nesse momento e mantém certa
distância. Assim, as crianças poderão jogar sem restrição e
colocar em prática as habilidades que aprenderam.
A área de jogo
É importante levar em consideração a dimensão do campo.
Este deve ser adaptado à idade, à habilidade e ao número
de jogadores. É difícil jogar em um campo pequeno com um
grande número de jogadores, pois requer muita habilidade
técnica e visão de jogo. Em geral, não se pode presumir que
crianças na idade de 6 a 12 anos tenham essas habilidades.
Elas têm características diferentes conforme seu desenvol-
vimento físico e técnico. Por essas razões, nem todos os
jogos reduzidos são recomendados para todas as idades. É
importante seguir um desenvolvimento progressivo no qual
as crianças começam com partidas reduzidas de futebol de
4 (sem goleiros) e, eventualmente, terminam por jogar o
futebol de 9.
IdadeJogos reduzidos
6-8 anos 9-10 anos 11-12 anos
4 contra 4 X X X
5 contra 5 X X X
7 contra 7 X X
9 contra 9 X
67Jogos reduzidos | Grassroots
Gols (traves) / equipamento
O tamanho dos gols deve corresponder à idade e à habi-
lidade das crianças. Crianças pequenas = gols pequenos;
crianças grandes = gols maiores. Se possível, use gols com
redes. As redes tornam as partidas mais agradáveis. Se há
apenas traves de futebol de 7 disponíveis, elas podem ser
reduzidas usando-se marcadores. Caso contrário, pode-se
marcar as traves usando discos, cones ou estacas. Deve-se,
também, facilitar a distinção das duas equipes e fornecer um
número sufi ciente de coletes de cores diferentes.
Técnica do jogo
As habilidades técnicas, tal como manter a posse da bola,
chutar a gol, passar, dominar, correr com a bola, driblar e
cabecear, são todas usadas no jogo. A pressão dos adver-
sários ajuda a fazer com que elas sejam aprendidas e
melhoradas. É importante garantir que todos os componen-
tes do jogo sejam trabalhados. Se, por exemplo, enfatiza-se
o drible num treinamento, o formato das atividades deve ser
cuidadosamente escolhido para promover o drible.
Formatos de jogos reduzidos
O futebol consiste basicamente em duas ideias: marcar gols
e impedir que os adversários o façam. O melhor modo de
destacar esses objetivos é usar formatos de jogos reduzidos
adaptados e aplicados a diferentes exercícios.
– O menor formato de jogo é 1 contra 1.
– Neste formato, focalizam-se os aspectos técnicos do drible
e da proteção da bola.
– As crianças devem também aprender a impor sua pre-
sença e a usar seu corpo corretamente.
– É, simplesmente, “eu e a bola”!
Tão logo um outro participante é incluído no exercício (2
contra 1), a situação muda. A criança pode agora passar
a bola e deve decidir (por si mesma) qual opção escolher:
manter a bola ou passá-la?
O nível seguinte, com vários adversários e companheiros,
requer maior visão, maior noção do jogo coletivo e da
criatividade. Quanto maior o número de participantes, mais
complexo o jogo se torna. Por essa razão, é importante levar
em conta as idades das crianças, permitindo-lhes progredir
dos jogos reduzidos até jogos em campos maiores.
Outro argumento chave: em jogos reduzidos, as crianças
tocam a bola com mais frequência e não podem se “escon-
der”. Ao contrário, elas devem buscar a bola ativamente. Os
jogos reduzidos são muito intensos, e sua duração deve ser
sempre controlada pelo treinador-educador. Quando houver
68 Jogos reduzidos | Grassroots
jogadores reservas, eles devem estar disponíveis ao lado do
campo para serem usados com regularidade; isso permite
que o ritmo da partida / exercício continue intenso.
Pode-se também usar formatos sem goleiros, dependendo
da idade e da habilidade das crianças. Inicialmente, é impor-
tante garantir que gols possam ser marcados com facilidade.
Isso encoraja as crianças a chutar a gol, ao mesmo tempo
que lhes ensina algumas técnicas. Os participantes mais
avançados necessitam de maior oposição e devem aprender
a marcar gols quando estão sob pressão. Em um nível mais
avançado, isso requer uma melhor técnica, demandando,
assim, a inclusão dos goleiros. É importante também ensinar
algumas táticas aos goleiros. Os jogos reduzidos são perfei-
tos para lhes ensinar a respeito do aspecto tático do jogo
(chutes a gol, situações de pressão, as oportunidades de se
iniciar ataques ou contra ataques, etc).
Em resumo, os jogadores tocam muito mais vezes a bola em
jogos reduzidos. Eles dão mais passes e se enfrentam em
situações de 1 contra 1 mais frequentemente. As repetições
de situações nas quais devem tomar decisões ajudam as
crianças a aprender e a vivenciar experiências positivas. Sua
participação ativa no jogo aumenta sua satisfação em jogar.
O jogo fi ca mais fácil de ser entendido e, principalmente,
elas se divertem e têm liberdade de expressão com a bola
nos pés.
Exemplos de organização
Princípios:
Em um campo ofi cial de futebol de 11, podem caber quatro
a seis campos de futebol de 5. Nestes, pode-se disputar par-
tidas simultâneas, assim como jogos escolares ou exercícios.
Em um terreno cujo tamanho seja a metade do padrão,
podem caber dois a três campos de futebol de 5. Nestes,
pode-se disputar partidas simultâneas, assim como jogos ou
exercícios.
Recomenda-se:
– usar as linhas normais: linha da área, linha do gol e área
do gol do campo de futebol de11;
– usar cones para sinalizar a demarcação das áreas da
partida de 5 contra 5 (não é necessário traçar linhas
adicionais).
69Jogos reduzidos | Grassroots
Iniciação aos sistemas de jogo em espaços reduzidos
O desafi o técnico de um jogador contra outro é parte central
do jogo, uma vez que as qualidades individuais dos jogado-
res estão em questão. Em nossa fi losofi a de jogo, devemos
levar em conta o espírito de equipe e recomendamos jogar
futebol coletivamente, mas é também necessário adaptar e
descobrir diferentes situações da partida usando exercícios
específi cos nos quais o objetivo é o confronto de 1 contra 1.
Consequentemente, uma partida de 1 contra 1 dá a duas
crianças a oportunidade de desenvolver suas táticas indi-
viduais básicas: atacar e defender. Falaremos mais sobre
o posicionamento avançado uma vez que os jogadores
adquiram experiência sufi ciente para serem capazes de se
colocarem em espaço aberto (anexo B).
Para começar a organizar partidas em campos reduzidos,
damos informações gerais em relação à idade das crianças e
às diferentes dimensões dos campos de jogo. Deve-se também
considerar que o nível de compreensão e de habilidade para
ler o jogo, com frequência, determinará qual dimensão de
campo utilizar. A sugestão relativa ao número de jogadores de
acordo com o campo de jogo depende da proposta elaborada
durante o desenvolvimento do plano de treinamento.
Dependendo dos objetivos, pode-se argumentar que todo tipo
de campo pode ajudar a melhorar a qualidade do jogo.
O número de jogadores depende, principalmente, da
infraestrutura disponível, assim como dos objetivos a serem
alcançados. Consequentemente, todos os tipos de organi-
zação são vistos como positivos se há uma ligação direta
entre o objetivo e o tipo de jogo ou exercício praticado.
Uma transição lógica de sistemas de jogo seria, por exem-
plo, que a partida de 3 contra 3 se torne, eventualmente, 9
contra 9, passando por várias confi gurações intermediárias,
tais como 4 contra 4, 5 contra 5, 6 contra 6, 7 contra 7 e 8
contra 8. Ter uma vantagem numérica também oferece uma
grande fl exibilidade tática.
O quadro da página 66 mostra que o campo de jogo que
os jogadores usarão depende da sua idade, mas também
do número de participantes e, especialmente, das suas
qualidades.
Apenas o treinador-educador é capaz de julgar o nível dos
jogadores e, portanto, de decidir os formatos de partidas a
serem usados.
72 Técnicas básicas do futebol | Grassroots
O controle da bola é o fundamento de todos os aspectos
do futebol e a fonte de motivação para os jovens jogadores,
visto que a posse da bola os faz sentir bem. A habilidade
para controlar a bola é a chave para vários outros
fundamentos. As “embaixadinhas” ou “chutinhos” com a
bola no ar também são um bom modo de praticar o controle
da bola, familiarizar-se com ela e ganhar confiança.
De um modo geral, não é difícil dominar uma habilidade
técnica, mas torna-se mais difícil na medida em que as
condições do jogo mudam.
Portanto, um jogador somente pode dominar a técnica de
controle da bola se ele coordena as várias partes de seu
corpo.
Além disso, o aspecto do aprendizado depende do número
de repetições, considerando que há várias combinações
disponíveis com relação ao método a ser usado.
Na medida em que um jovem jogador se desenvolve, sua
habilidade técnica garantirá os fundamentos para o bom
desenvolvimento do seu jogo e lhe permitirá experimentar
toda a satisfação que o futebol pode proporcionar.
Na iniciação ao futebol, as técnicas básicas podem ser
divididas em quatro categorias:
– Controlar a bola
– Conduzir a bola
– Passar a bola
– Chutar
1. Controlar a bola
a. O controle direto
b. O controle aéreo ou “embaixada”
O controle direto
Controlar a bola é dominá-la. E fazê-lo apropriadamente
significa que um movimento será bem sucedido. Os
movimentos de controle a serem focados são: domínio
direto e domínio em movimento - o que introduz a
velocidade ao jogo.
O controle aéreo ou “embaixada”
Se repetido regularmente, o toque desenvolve as habilidades
de destreza, coordenação e equilíbrio nos jovens jogadores.
Essas habilidades favorecem a aquisição mais rápida de
outras técnicas.
2. Conduzir a bola
a. Sem obstáculos
b. Com obstáculos = drible
Conduzir a bola
É assim que um indivíduo se move com a bola no espaço
livre. Quando um jogador está conduzindo a bola bem, ele
está no controle o tempo todo: isso requer bom equilíbrio e
excelente estabilidade. Conduzir a bola mantendo a cabeça
em pé permite receber informação e realizar corretamente a
jogada que a partida requer.
Dribles
É assim que um indivíduo se move entre os adversários ou
obstáculos. O drible permite ao jogador com a posse da bola
transpor um ou mais oponentes ao:
– fazer uma manobra e assumir riscos;
– preparar uma ação coletiva;
– ganhar tempo para permitir apoio dos companheiros de
equipe;
– enganar um oponente (o conceito de “fi nta”).
3. Passar a bola
Esta é a ação de passar a bola para um companheiro. É uma
parte essencial do jogo coletivo. Passar a bola permite à
equipe:
– manter a posse da bola;
– construir as ações ofensivas;
– mudar a direção do jogo;
– contra atacar;
– dar uma assistência ou passe decisivo.
Os cruzamentos são um tipo de passe que podem ser longos
ou curtos, normalmente resultando em uma finalização.
Servem como o último passe ou assistência.
4. Chute a golEsta é uma ação que tem o objetivo de finalizar a bola para
o gol do adversário. É a culminância de um ataque, que é a
finalidade do futebol.
73Técnicas básicas do futebol | Grassroots
O chute a gol requer qualidades técnicas (bater bem na
bola, precisão), qualidades físicas (potência, coordenação,
equilíbrio) e qualidades mentais (determinação, audácia,
autoconfiança).
5. Técnicas especiais
– Cabeceios
– Voleios
– Técnicas defensivas
– Fintas
– Técnicas de goleiros
Cabeceios
Cabeceios podem ser associados ao controle da bola (toque
e domínio), ao passe e à finalização.
O cabeceio é uma habilidade essencial para ações ofensivas
e defensivas.
Voleios
Envolve diretamente bater uma bola aérea, sem qualquer
controle prévio:
– antes que ela toque o solo (voleio);
– logo que ela toca o solo (meio-voleio).
Técnicas de defesa
– Roubar a bola do adversário
– Interceptar o passe quando ela está com a equipe
contrária (interceptação)
– Lutar pela bola contra o adversário dentro dos limites
permitidos pelas Regras do Jogo (duelo defensivo)
É essencial para o jogador aprender a não entrar de primeira
e defender-se de pé.
Fintas
A fi nta pode ser feita com ou sem a bola, dependendo da
situação do jogo. Quando um jogador defronta-se com um
adversário durante um drible, a fi nta é uma habilidade útil
para transpor o adversário com a bola. Quando o jogador
não está de posse da bola, a fi nta é útil para se desvencilhar
do adversário, tirar vantagem de uma determinada posição
no jogo, e livrar-se da marcação de um oponente.
Técnicas de goleiros
El guardameta
O papel do goleiro é impedir que a bola entre em seu gol.
Ele é o único jogador da equipe que pode pegar a bola
com as mãos, mas apenas na área em torno de sua meta,
conhecida como área de pênalti.
O treinamento especial do goleiro é um processo de longo
prazo, que começa na iniciação e somente termina quando
ele se aposenta. Esse treinamento passa por certas etapas:
– os primeiros passos a partir da opção de ser tornar um
goleiro
– a aprendizagem das técnicas básicas do goleiro
– o desenvolvimento das qualidades físicas essenciais do
goleiro
– a aquisição da força mental
Técnicas básicas de goleiro - 6-10 anos
Preparação técnica
– primeiro contato com a bola, primeira experiência “no
gol”
– aprendizado gradual das técnicas de goleiro
– iniciação ao jogo da bola com os pés
Preparação física
– qualidades físicas (resistência, velocidade, coordenação,
fl exibilidade, etc) são desenvolvidas através de diferentes
jogos
Preparação psicológica
– respeito ao treinador-educador, colegas de equipe,
adversários e árbitros
– aprendizado de fi car “sozinho” no gol
– aprendizado de fazer do gol a “fortaleza” a ser defendida
– desenvolvimento da coragem (não ter medo da bola)
11-12 anos
Preparação técnica
– desenvolvimento e prática constante das técnicas
adquiridas
– mudança para o “campo grande” e para o “gol grande”
– aprendizado com bolas altas
– melhoramento do jogo com os pés
– entendimento do papel do goleiro na equipe
– aumento gradual do nível de difi culdade das situações
encontradas
74 Técnicas básicas do futebol | Grassroots
Preparação física
– desenvolvimento de qualidades físicas específi cas
(resistência, velocidade, fl exibilidade, relaxamento), através
de exercícios específi cos
– exercícios de coordenação, com e sem bola
Preparação psicológica
– tomar decisões, assumir seu papel de comando
– manter o autocontrole e permanecer calmo
– manter a concentração
– fazer do gol e da área o seu território
Preparação técnica para goleiros
Posicionamento
– posição inicial
– movimentações
– retomada de posição
As intervenções do goleiro
– agarrar a bola (no solo, meia altura, alta, de um rebote, etc)
– diferentes formas de saltar
– bolas altas
– um contra um
– atos de reação rápida (velocidade de reação)
A distribuição
– lançamentos com os pés (no solo, voleio, meio voleio)
– arremessos com as mãos
– lançamentos e recursos com os pés após o retorno da bola
por um companheiro
Faltas e escanteios
– como posicionar a barreira
– conhecer a posição do goleiro
– usar a comunicação com os companheiros
Os princípios táticos individuais
As táticas básicas começam a tomar forma tão logo a
criança é capaz de compreender como colocar-se no espaço
de jogo e quando ela pode tomar diferentes decisões depen-
dendo da situação de jogo. Na mente da criança, o jogo é
muito importante, e todas as suas decisões se baseiam em
atacar para marcar gols.
Ao nível da iniciação ao futebol, a importância deste com-
ponente do jogo não pode ser supervalorizada, uma vez que
a criança nesta faixa etária, frequentemente, não consegue
prever o que acontecerá após uma determinada situação de
tomada de decisão.
Através do jogo, a criança vivencia diferentes situações e
desenvolve a criatividade, o que, naturalmente, inclui a
criação de espaços e a tomada de decisões.
O tipo de jogo permite à criança desenvolver suas capa-
cidades de percepção, o que acentuará suas habilidades
psicomotoras. Consequentemente, os movimentos com e
sem a bola criam a ideia de tática.
Esta cultura começa a se desenvolver tão logo a criança
aprende como ler um jogo, o que a leva a encontrar soluções
para o jogo individual e coletivo. O movimento de jogado-
res cria um jogo fl uido de ataque e defesa, cujo objetivo da
equipe é demonstrar sua superioridade marcando gols e não
tomando gols.
Portanto, quanto mais estímulos um jogador tiver e quanto
mais ele exercitar suas habilidades perceptivas, maior o des-
envolvimento de seu raciocínio tático.
Princípios gerais
– Todos os jogadores devem ajudar seus companheiros.
– Todos participam do ataque.
– Todos participam da defesa.
– A defesa começa tão logo se perde a bola.
As principais táticas individuais são princípios simples que
um jogador aprende de modo a tomar as melhores decisões
durante um momento particular do jogo.
Como ensinar a tática
– Permitir que as crianças joguem (jogos reduzidos, etc)
– Dar conteúdo (cultura tática)
– Criar situações relevantes (jogos temáticos)
– Criar situações/problemas (ataque/defesa com instruções
para os jogadores)
– Criar o jogo livre ou dirigido com refl exão e diálogo com
os jogadores
75Técnicas básicas do futebol | Grassroots
Comportamento durante as partidas
Há duas situações em uma partida que requerem
comportamentos diferentes:
Principais táticas individuais de ataque
– Quando houver uma oportunidade, desenvolver o jogo e
não deixar que os companheiros se desmarquem em vão.
– Procurar desmarcar-se sempre que estiver sem posse de
bola.
– Passar e fi car em posição para:
• ajudar um companheiro;
• pedir a bola;
• apoiar um companheiro.
– Evitar confrontos desnecessários. É melhor transpor um
oponente rapidamente, passando ou driblando.
Quando estiver diante de um adversário:
– proteger a bola do lado contrário à posição do adversário;
– livrar-se de seu oponente usando arranques rápidos, fi ntas e
mudanças súbitas de direção;
– mudar o lado do jogo da esquerda para direita e vice versa;
– quando necessário, conduzir a bola próxima do corpo;
– evitar conduzir a bola por muito tempo. A progressão pode
ser feita com passes curtos e longos;
– fazer passes longos ao companheiro em boa posição;
– evitar jogar no meio da sua metade do campo próximo ao
seu gol. Se a bola é perdida, pode ser perigoso;
– não enviar a bola para locais com muitos jogadores; passá-la
a um companheiro que esteja em um espaço livre;
– passar a bola a um companheiro melhor posicionado;
– sempre apoiar um companheiro que tenha a bola;
– ir de encontro à bola; não esperá-la chegar até você;
– ter cuidado ao deixar a bola passar sem controlá-la, porque
o adversário pode chegar primeiro;
– valorizar o drible contra um adversário (dependendo da
situação);
– jogar de modo sensato, simples e útil. Isto é o mais difícil de
se realizar e é assim que se reconhece um bom jogador.
Principais táticas individuais de defesa
– Sempre se manter entre um adversário e seu próprio gol.
– Sempre observar o seu adversário e a bola.
– Tentar anular o ataque do adversário o mais que possível,
marcando-o.
– Retardar o ataque, fechando os espaços e pressionando a
bola.
– Antecipar e pegar a bola antes de seu adversário. Caso não
consiga, retarde-o quando ele receber a bola.
– Lutar por todas as bolas.
– Tentar abordar o adversário pelo mesmo lado da bola ou
pelo lado por onde ele fará o passe.
– Quando a bola for alta, procurar antecipar o salto antes que
seu adversário.
– Não driblar em sua própria área de meta.
– Se perder a bola, lutar para recuperá-la.
– Evitar entrar de primeira. Esperar até que o adversário mude
o apoio dos pés para abordá-lo.
– Nunca dar as costas a um atacante.
– Forçar os adversários em direção à linha lateral.
– Seguir atentamente o jogo, mesmo se a bola estiver
distante.
– Um bom defensor nunca desiste.
– O goleiro deve mandar em sua área.
Quando a equipe tem posse de bola
• Mover ofensivamente
• Desmarcar-se
• Proporcionar ajuda-apoio ao jogador que tem a posse de bola
• Utilizar-se de passes, dribles e fi nalizações
Quando a equipe não tem posse de bola
• Retornar para atrás da linha da bola
• Retardar a progressão do adversário
• Marcar
• Interceptar / antecipar
• Situações de 1x1
78 Exemplos de exercícios e jogos | Grassroots
Part
ida
Part
idaJogo
dirigidoJogo reduzido
Situação de jogo
Exercício
Global – Analítico – Global
Métodos de ensino:
O conteúdo de qualquer sessão de treinamento deve sempre
ser adaptado visando ao jogo.
Tudo que se propõe como método de ensino, seja para
iniciantes ou para o aperfeiçoamento dos jogadores, deve
refl etir a realidade do jogo.
Os métodos mais conhecidos são:
– Exercício analítico: um método que permite aos jogado-
res repetir um movimento técnico, ou o comportamento
individual e/ou de equipe no que diz respeito a deter-
minado conteúdo técnico-tático. Este método propõe
o trabalho analítico, uma vez que o treinador-educador
pode demonstrar, observar e corrigir cada detalhe. Em
geral, ele é executado sem adversários ou apenas com
adversários passivos.
– Situações de jogo: um método de ensino que usa uma
situação bem defi nida do jogo para que o treinador-
educador possa corrigir, melhorar ou aperfeiçoar. Ele
permite ao treinador-educador controlar o número de
repetições, permite aos jogadores experimentarem dife-
rentes possibilidades e dá a oportunidade de interromper
a movimentação e fazer os ajustes necessários.
– Jogos reduzidos: toda partida entre duas equipes com
o mesmo número de jogadores ou utilizando vantagem
numérica (jogos de treinamento), em um campo reduzido.
É também o tipo de treinamento que mais se aproxima do
próprio jogo.
– Partida dirigida: jogo ou partida controlada pelo treina-
dor-educador, que aplica suas recomendações e conselhos
e intervém quando quer focalizar uma questão específi ca.
Aqui estão alguns exemplos de exercícios que podem ser
usados para diferentes atividades da iniciação ao futebol. A
difi culdade varia de uma a três estrelas, dependendo da com-
plexidade do exercício. Os exercícios devem, gradualmente, se
tornar mais difíceis. Deve-se considerar a idade dos jogadores,
o equipamento, a organização, o espaço disponível, etc. O
treinador-educador deve também considerar as circunstâncias
individuais, de modo que possa fazer o melhor uso dos recur-
sos, e garantir que as crianças possam realizar os exercícios.
Classifi cação dos exercícios
– Jogos de iniciação / estafetas / jogos de coordenação
(circuitos)
– Exercícios técnicos
– Jogos de treinamento (1 contra 2, 2 contra 3, etc)
– Jogos reduzidos (1 contra 1, 2 contra 2, 3 contra 3, etc)
A BC
3
21
A BC
3
21
A BC
2
1
79Exemplos de exercícios e jogos | Grassroots
1º grupo técnico Passar e controlar a bola
Organização / material3 jogadores (o ideal) ou mais1 bola (mais outra de reserva)2 conesMáxima duração do exercício: 6 - 8 minutos
Aspectos do treinamentoPassar com a parte interna do pé, com o pé esquerdo e com o direitoIr de encontro à bola para dominarManter a bola próxima ao corpoJogadores de mesmo nível fazem o exercício juntosOrientações (cabeça em pé, observar o colega)Diferenciação (passe, domínio e deslocamento)
2º Exercício Difi culdade:
– A passa para B, B passa para A, primeiro com o pé direito, em seguida com o esquerdo, etc. (1).1. B domina a bola com o pé esquerdo e conduz ao redor do cone com o pé direito (2).Passe com o pé direito (3).2. Domínio de bola para o pé direito e condução ao redor do cone com o pé esquerdo. Passar a bola com o pé esquerdo.3. Primeiro para a esquerda, em seguida para a direita, etc.
– O jogador persegue a bola até o outro lado.– O jogador corre ao encontro da bola para recebê-la e
controlá-la.Variação: desmarcar-se (do adversário) antes de receber a bola.
3º Exercício Difi culdade:
– Igual ao exercício 2.– Jogadores ocupam os lugares dos cones.– Leve pressão do marcador ao controlar a bola, conduzir e
passar.
1º Exercício Difi culdade:
– A passa para B, B passa para A (1, 2).1. Apenas com o pé direito.2. Apenas com o pé esquerdo.3. Primeiro com o pé esquerdo, em seguida com o direito, etc.
– O jogador persegue a bola até o outro lado.– O jogador corre ao encontro da bola para recebê-la e
controlá-la.Variação: desmarcar-se (de um adversário) antes de receber a bola.
D AB1
2
4
C
E3
D AB1
2
4
C
E3
A’
80 Exemplos de exercícios e jogos | Grassroots
2º Grupo técnico Chute a gol (aumentando a difi culdade)
Organização / material5 jogadores (o ideal) ou maisVárias bolas (2 crianças, 1 bola)3 conesMáxima duração do exercício: 8 - 10 minutos
2º Exercício Difi culdade:
– Igual ao exercício 1.– A torna-se um defensor (a caminho do outro lado),
primeiro passivo, depois ativo.
1º Exercício Difi culdade:
– A passa para B com o pé esquerdo (1).– B controla a bola e conduz com a esquerda na direção
de A (2).– B conduz a bola ao redor do cone com seu pé esquerdo
(3) e chuta com o esquerdo (4).
Em seguida, a partir do lado contrário:– C passa para D.– D controla a bola e conduz com a direita na direção de
C.– D conduz a bola ao redor do cone com seu pé direito e
chuta com o direito.
Aspectos do treinamentoPassar e chutar com a parte interna do pé, rasteiro, com o pé esquerdo e com o direitoManter a bola próxima ao corpoJogadores de mesmo nível fazem o exercício juntosOrientação (cabeça em pé, obsevar o colega, buscando o gol)Diferenciação (passe, chute, domínio e deslocamento)Fintar ao driblar
A
B
C
2
1
3
4
5
A
B
C
2
1
B
2
81Exemplos de exercícios e jogos | Grassroots
3º Grupo técnico Passar, controlar e driblar
Organização / material3 jogadores (o ideal) ou mais1 bola (mais 1 reserva)6 conesMáxima duração do exercício: 6 - 8 minutos
2º Exercício Difi culdade:
– Igual ao exercício 1.– B controla a bola de costas para o cone e o contorna para
a direita com seu pé esquerdo. Em seguida, começa a driblar, etc.
– C controla a bola de costas para o cone e o contorna para a esquerda com seu pé direito.
3º Exercício Difi culdade:
– Igual ao exercício 2.– Jogadores ocupam os lugares dos cones.– Leve pressão ao controlar a bola, driblar e passar.
1º Exercício Difi culdade:
– A passa para B com o pé esquerdo (1).– B vai de encontro à bola para controlá-la e levá-la para a
esquerda (2), antes de driblar ao redor dos cones.– B passa com seu pé direito para C (3).– C vai de encontro à bola para controlá-la e levá-la para a
direita (4).– C passa para A com seu pé direito (5).– A vai de encontro à bola para controlá-la e levá-la para a
direita, antes de começar a driblar.
Aspectos do treinamentoPassar com a parte interna do pé, rasteiro, com o pé esquerdo e com o direitoIr de encontro à bola ao dominar o passePassos curtos ao driblar com a bolaBola diante do corpoCorpo entre a bola e o adversárioJogadores de mesmo nível fazem o exercício juntosOrientação (cabeça em pé, observar o colega)Diferenciação (passe, domínio e deslocamento)
A B
C
2
1
B A
C
2
1
A B
C
2
1
A B
C
2
1
82 Exemplos de exercícios e jogos | Grassroots
4º Grupo técnico Passar, controlar e driblar
Organização / material3 jogadores (o ideal) ou mais1 bola (mais 1 reserva)3 conesMáxima duração do exercício: 6 - 8 minutos
2º Exercício Difi culdade:
– Igual ao exercício 1.– B controla a bola de costas para o cone e o contorna,
variando pelo lado de dentro e pelo lado de fora. B, em seguida, começa a driblar os cones, etc.
3º Exercício Difi culdade:
– Igual ao exercício 2.– Jogadores ocupam os lugares dos cones.– Leve pressão ao controlar a bola, driblar e passar.
1º Exercício Difi culdade:
– A começa driblando ao redor do cone.– A, em seguida, passa para B.– B vai de encontro à bola, controla-a e dribla na direção de
C.– Driblar e passar com o pé esquerdo e com o pé direito.
Aspectos do treinamentoPassar com a parte interna do pé, com o pé esquerdo e com o direitoIr de encontro à bola ao controlar o passePassos curtos ao driblar com a bolaBola diante do corpoCorpo entre a bola e o adversárioJogadores de mesmo nível fazem o exercício juntosOrientação (cabeça em pé, observar o colega)Diferenciação (passe, controle e deslocamento)
A B
C
2
1
DE
3
4
A B
C
2
1
DE
3
A B
C
2
1
DE
43
83Exemplos de exercícios e jogos | Grassroots
5º Grupo técnico Chute a gol (aumentando a difi culdade)
Organização / material5 jogadores (o ideal) ou maisVárias bolas3 conesMáxima duração do exercício: 8 - 10 minutos
2º Exercício Difi culdade:
– A começa a driblar ao redor do cone com seu pé direito (1).
– A, em seguida, passa com seu pé direito para B e se desmarca (2).
– B vai de encontro à bola e passa para A que está desmarcado fazendo um passe um/dois. (3).
– A controla a bola e chuta (4), ou chuta de primeira.– B toma a bola e reinicia o exercício.– etc.
3º Exercício Difi culdade:
– A passa para B (1).– A corre ao redor do cone, se desmarca e se posiciona para
o passe de B (2).– B passa para A, seja à frente ou para seus pés (3).– A controla a bola ou chuta de primeira. (4).– B toma a bola e a passa para C e reinicia o exercício.– etc.
1º Exercício Difi culdade:
– A começa driblando ao redor do cone com seu pé direito (1).
– A, em seguida, chuta com seu pé direito (2).– B dribla no sentido horário ao redor do cone com seu pé
esquerdo.– B, em seguida, chuta com seu pé esquerdo.
Aspectos do treinamentoChutar / Passar com a parte interna do pé, rasteiro, com o pé esquerdo e com o direitoPassos curtos com a bolaBola próxima ao corpoJogadores de mesmo nível fazem o exercício juntosOrientação (cabeça em pé, observa o colega)Diferenciação (diferentes fi nalizações)
AB
C
2
1
3
AB
C
2
1
34
5
A
B
C
2
1
34
5
84 Exemplos de exercícios e jogos | Grassroots
6º Grupo técnico Driblar, passar e controlar
Organização / material3 jogadores (o ideal) ou mais1 bola (mais 1 reserva)9 conesMáxima duração do exercício: 6 - 8 minutos
2º Exercício Difi culdade:
– Igual ao exercício 1.– B recebe a bola de costas para o cone (3) e a conduz no
sentido horário ao redor do cone com seu pé esquerdo, usando passos curtos (4). B, em seguida, começa a driblar (5).
– Mesmo procedimento do outro lado, mas no sentido anti-horário usando o pé direito.
3º Exercício Difi culdade:
– Igual ao exercício 2.– Jogadores ocupam os lugares dos cones.– Leve pressão ao controlar a bola, driblar e passar.
1º Exercício Difi culdade:
– A começa driblando ao redor do cone (1).– A, em seguida, passa com seu pé direito para B (2).– B vai de encontro à bola, controla-a para a direita e dribla
os cones (3).– B, em seguida, passa com seu pé esquerdo para C.
Aspectos do treinamentoPassar com a parte interna do pé, rasteiro, com o pé esquerdo e com o direitoIr de encontro à bola ao controlar o passePassos curtos ao driblar com a bola (dar ritmo)Bola diante do corpoCorpo entre a bola e o adversárioJogadores de mesmo nível fazem o exercício juntosOrientação (cabeça em pé, observar o colega)Diferenciação (passe, controle e deslocamento)
A B
C
2
1
3
D
A BC
2
1
3
D
A BC
2
1
4
D
3
85Exemplos de exercícios e jogos | Grassroots
7º Grupo técnico Chute a gol (aumentando a difi culdade)
Organização / material5 jogadores (o ideal) ou mais1 bola (mais 1 reserva)9 conesMáxima duração do exercício: 8 - 10 minutos
2º Exercício Difi culdade:
– Igual ao exercício 1.– A dribla ao redor de um adversário ao invés de um cone
(2).
3º Exercício Difi culdade:
– Igual ao exercício 2.– O atacante (A) faz um passe um-dois com o goleiro: A
passa para o goleiro, que devolve para o atacante, que controla a bola e chuta (3).
– B começa a driblar (4).
1º Exercício Difi culdade:
– A começa driblando ao redor dos cones (1).– A, em seguida, chuta com seu pé direito (2).– B começa a driblar ao redor dos cones (3) e chuta com seu
pé esquerdo.
Aspectos do treinamentoChutar com a parte interna do pé, rasteiro, com o pé esquerdo e com o direitoPassos curtos ao driblar com a bola (dar ritmo)Bola diante do corpoCorpo entre a bola e o adversárioJogadores de mesmo nível fazem o exercício juntosOrientação (cabeça em pé, observar o colega)Diferenciação (chute a gol)
A
C
B
2
1
D 3
A
C
B
2
1
D
A
C
B
2
1
D
86 Exemplos de exercícios e jogos | Grassroots
8º Grupo técnico Driblar, passar e controlar
Organização / material4 jogadores (o ideal) ou mais2 bolas (mais 1 reserva)6 - 10 conesMáxima duração do exercício: 6 - 8 minutos
Aspectos do treinamentoPassar com a parte interna do pé, rasteiro, com o pé esquerdo e com o direitoIr de encontro à bola ao controlar o passePassos curtos ao driblar com a bola (dar ritmo)Bola diante do corpoCorpo entre a bola e o adversárioJogadores de mesmo nível fazem o exercício juntosOrientação (cabeça em pé, obsevar o colega)Diferenciação (passe, controle e deslocamento)
2º Exercício Difi culdade: –
– Igual ao exercício 1, mas com um adicional de dois cones de cada lado.
3º Exercício Difi culdade:
– Igual ao exercício 2, exceto que adversários entram nos lugares dos “ primeiros cones”.
– Os jogadores controlam a bola de costas para o adversário, voltam-se para dentro, contornam o marcador e reiniciam o exercício (3).
1º Exercício Difi culdade:
– Os jogadores A e B começam driblando ao redor dos cones, ao mesmo tempo (1).
– Em seguida, eles passam para C e D com seus pés esquerdo e direito respectivamente (2).
– C e D vão de encontro à bola (3) e driblam os cones.– Quando possível, os jogadores devem começar, conduzir
e passar ao mesmo tempo.
A
C
B
2
1
D
34
E
A
C
B
2
1
DE
AC
B
2
1
DE
87Exemplos de exercícios e jogos | Grassroots
9º Grupo técnico Driblar, passar e controlar
Organização / material6 jogadores (o ideal) ou mais2 bolas (mais 1 reserva)6 - 10 conesMáxima duração do exercício: 8 - 10 minutos
2º Exercício Difi culdade: –
– Igual ao exercício 1, mas com um adicional de dois cones de cada lado. Os jogadores devem driblar os cones.
3º Exercício Difi culdade:
– Igual ao exercício 2, mas com um passe um-dois antes de chutar a gol: A passa para B (2), que o devolve a A (3), que controla a bola e chuta (4).
1º Exercício Difi culdade:
– A conduz ao redor dos cones (1).– A, em seguida, chuta com seu pé esquerdo (2).– B, em seguida, conduz ao redor dos cones (1).– B, em seguida, chuta com seu pé direito (2).– etc.
Aspectos do treinamentoPassar com a parte interna do pé, rasteiro, com o pé esquerdo e com o direitoIr de encontro à bola ao controlar o passePassos curtos ao driblar com a bola (dar ritmo)Bola diante do corpoJogadores de mesmo nível fazem o exercício juntosOrientação (cabeça em pé, observar o colega)Diferenciação (chute a gol)
AB
C
2
13
AB
C
2
1
3
88 Exemplos de exercícios e jogos | Grassroots
10º Grupo técnico Driblar, passar e receber
Organização / material3 jogadores (o ideal) ou mais (2º exercício)1 bola (mais 1 reserva)8 conesMáxima duração do exercício: 6 - 8 minutos
2º Exercício Difi culdade: –
– Igual ao exercício 1.– A dribla ao redor de um adversário ao fi nal do zigue
zague (2). Seu corpo fi ca entre a bola e o adversário, e ele mantém a bola distante com seu pé esquerdo. Em seguida, passa para B (3), etc.
– Mesmo procedimento do outro lado, mas usando o pé direito.
1º Exercício Difi culdade: –
– A começa driblando ao redor dos cones (1).– A, em seguida, passa para B com seu pé esquerdo (2). B
vai de encontro à bola, controla-a (3) e em seguida dribla na direção de C.
– B, em seguida, passa para C com seu pé direito.
Aspectos do treinamentoPassar com a parte interna do pé, rasteiro, com o pé esquerdo e com o direitoIr de encontro à bola ao controlar o passePassos curtos ao driblar com a bola (dar ritmo)Bola diante do corpoCorpo entre a bola e o adversárioJogadores de mesmo nível fazem o exercício juntosOrientação (cabeça em pé, observar o colega)Diferenciação (passe, controle e deslocamento)
A
B
C
2
1
3
D
A
B
C
2
1
3
D4
A
B
C
2
1
3
D
89Exemplos de exercícios e jogos | Grassroots
11º Grupo técnico Chute a gol (aumentando a difi culdade)
Organização / material6 jogadores (o ideal) ou maisVárias bolas7 conesMáxima duração do exercício: 8 - 10 minutos
2º Exercício Difi culdade:
– Igual ao exercício 1.– B controla a bola e contorna o cone atrás dele (3). A bola
deve ser controlada e driblada com o pé esquerdo.– A se coloca no caminho de B, passivamente ou ativamente
(4).
3º Exercício Difi culdade:
– Igual ao exercício 2.– B controla a bola e dribla ao redor de um adversário atrás
dele (3). A bola deve ser controlada e driblada com o pé esquerdo.
1º Exercício Difi culdade:
– A começa driblando ao redor dos cones (1).– A, em seguida, passa com seu pé direito para B (2).– B controla a bola e chuta a gol (3).
Deslocamentos: A até B, B até C, C até D, D até A …
Aspectos do treinamentoChutar com a parte interna do pé, rasteiro, com o pé esquerdo e com o direitoPassos curtos ao driblar com a bola (dar ritmo)Bola diante do corpoCorpo entre a bola e o adversárioJogadores de mesmo nível fazem o exercício juntosOrientação (cabeça em pé, olhar o gol antes de fi nalizar)Diferenciação (chute a gol)
90 Exemplos de exercícios e jogos | Grassroots
2 contra 1 / 3 contra 2 / 4 contra 3 (+ goleiro)
– Gols menores do que o ofi cial (de futsal, por exemplo)– Goleiro / substitutos (opcionais)– Jogador extra é neutro (pertence ao time que tem posse da bola)
Objetivos:– Rápida transição da defesa para o ataque (e vice-versa)– Trabalho em equipe
4 contra 2 / 5 contra 3 (+ goleiro)
– Adaptar o tamanho do campo ao número de jogadores– Gols menores do que o ofi cial (de futsal, por exemplo)– Goleiro / substitutos (opcionais)– Jogador extra é neutro (pertence ao time com posse de bola)
Objetivos:– Rápida transição da defesa para o ataque (e vice-versa)– Trabalho em equipe– Manter a posse da bola
Formatos de jogos
1 contra 1 / 2 contra 2
– Gols pequenos (de tipos diversos)– Sem goleiro / substitutos opcionais
3 contra 3 / 4 contra 4 (+ goleiro)
– Gols menores do que o ofi cial (de futsal, por exemplo)– Goleiro opcional / com (substitutos)
Objetivos:– Dribles e fi ntas de 1 contra 1– Rápida transição da defesa para o ataque (e vice-versa)
Organização / materialAdaptar o tamanho do campo ao número de jogadoresGols pequenos (todo tipo) ou gols de futsalConesColetes em 2 ou 3 coresDuração da partida: 10 - 20 minutosQuanto menos jogadores, mais curta a partida
Aspectos do treinamentoJogadores de mesmo nível fazem o exercício juntosBuscar soluções, tomar decisões rápidasBuscar espaço, oferecer-se ao companheiro, correrAbrir e fechar espaçosTransitar rapidamente da defesa para o ataque (e vice-versa)Proteger o gol, recuperar a posse da bola rapidamenteFinalizarTrabalhar em equipe, manter a posse da bola (superioridade numérica)
91Exemplos de exercícios e jogos | Grassroots
Formatos de jogos
CampoA
CampoB
1 contra 1 + 4 / 2 contra 2 + 4
– Sem gols– Passar para o jogador de apoio neutro, devolver ao jogador do campo
Objetivos– Orientação em todas as direções– Trocar de 1 contra 1 para 5 contra 1 ou de 2 contra 2 para 6 contra 2
1 contra 1 + 2 (6 jogadores) / 2 contra 2 + (8 jogadores)3 contra 3 + 2 (10 jogadores)– Sem gols
Campo A: Passar para o jogador de apoio que está fora do mini campo e este devolver para o jogador em campo
Campo B (variação): Passar para o jogador de apoio, fazer a troca de posição entre o apoio e o jogador em campo (jogador de apoio conduz a bola para o interior do campo, enquanto o colega passa a ser apoio)
Objetivo– Reconhecer espaços e profundidade do campo
Organização / materialAdaptar o tamanho do campo ao número de jogadoresConesColetes em 2 ou 3 coresDuração da partida: 10 - 20 minutosQuanto menos jogadores, menor o tempo de jogo
Aspectos do treinamentoJogadores de mesmo nível fazem o exercício juntosBuscar soluções, tomar decisões rápidasUsar corretamente a técnicaTrabalhar em equipe, manter a posse da bola (superioridade numérica)Orientar-se em todas as direções
92 Exemplos de exercícios e jogos | Grassroots
Formatos de jogos
Organização / materialAdaptar o tamanho do campo ao número de jogadoresConesColetes em 2 coresDuração da partida: 10 - 20 minutosQuanto menos jogadores, menor o tempo de jogo
Aspectos do treinamentoJogadores de mesmo nível fazem o exercício juntosBuscar soluções, tomar decisões rápidasBuscar espaço, oferecer-se ao companheiro, correr livrementeManter uma visão geral do jogoCriar espaçosTrabalhar em equipe, manter a posse da bola (superioridade numérica)
5 contra 1 (sem mover-se)
– Sem gols– 5 jogadores externos, 1 jogador central– Os jogadores externos passam a bola entre si sem sair do seu lado do mini
campo
Objetivos– Orientar-se em todas as direções– Manter a posse da bola– Abrir espaços
5 contra 1 (movimentar-se, correr atrás da bola)
– Sem gols– Os jogadores externos passam a bola entre si e correm atrás da bola
(deixando suas posições)
Objetivos– Orientar-se em todas as direções– Manter a posse da bola– Abrir espaços– Trocar de posições
5 contra 1 (movimentar-se, correr para o lado oposto à bola)
– Sem gols– 5 jogadores externos, 1 jogador central– Os jogadores externos passam a bola entre si, deixam sua posição, mas
buscam outros espaços do campo diferentes do local da bola.
Objetivos– Orientar-se em todas as direções– Manter a posse da bola– Abrir espaços– Trocar posições, correr livremente– Ocupar todas as posições
93Exemplos de exercícios e jogos | Grassroots
Formatos de jogos
2 contra 2 / 3 contra 3 (através dos mini gols)
– Número aleatório de gols– Passar a bola entre os cones ou mini gols
Objetivo– Reconhecer os espaços e correr livremente
3 contra 3 / 4 contra 4 (através dos mini gols)
– Número aleatório de gols (cones / estacas)– Os jogadores se oferecem entre os cones– Controlar, conduzir e passar a bola. Quando possível, o colega se coloca
entre os cones para receber o passe.
Objetivo– Reconhecer os espaços e posições livres, correr livremente
Organização / materialAdaptar o tamanho do campo ao número de jogadoresCones ou estacas como golsColetes em 2 coresDuração da partida: 10 - 20 minutosQuanto menos jogadores, menor o tempo de jogo
Aspectos do treinamentoJogadores de mesmo nível fazem o exercício juntosBuscar soluções, tomar decisões rápidasBuscar espaço (orientação)Oferecer-se ao companheiro, correr livrementeUsar corretamente a técnica
94 Exemplos de exercícios e jogos | Grassroots
2 contra 2 / 3 contra 3 / 4 contra 4 (com um gol)
– Passar através do gol, de um lado a outro
Objetivos– Passar em um espaço limitado– Buscar soluções– Correr livremente
2 contra 2 / 3 contra 3 / 4 contra 4 (com um gol)
– Com um goleiro neutro– Chutar a gol
– Para jogadores mais avançados: passar a um companheiro através do gol
Objetivos– Chutar (ou passar) através de um espaço limitado– Buscar soluções
2 contra 2 / 3 contra 3 / 4 contra 4 (com um gol)
– Driblar através do gol (de pelo menos 5 metros), de um lado a outro
Objetivos– Driblar em um espaço limitado– Buscar soluções
Organização / materialAdaptar o tamanho do campo ao número de jogadoresCones ou estacas como golsColetes em 2 ou 3 coresDuração da partida: 10 - 20 minutosQuanto menos jogadores, menor o tempo de jogo
Aspectos do treinamentoJogadores de mesmo nível fazem o exercício juntosBuscar soluções, tomar decisões rápidasBuscar espaço (orientação)Oferecer-se ao companheiro, correr livrementeTransitar rapidamente da defesa para o ataque (e vice-versa)Evitar gols, rápida recuperação da bolaFinalizarUsar corretamente a técnica
Formatos de jogos
95Exemplos de exercícios e jogos | Grassroots
1 contra 1 / 2 contra 2 / 3 contra 3 / 4 contra 4 (com gols nas linhas laterais)
– Conduzir para transpor as linhas laterais (gols nas linhas laterais)– Caso se consiga passar a bola pelo gol na linha lateral, o jogo continua
automaticamente na outra direção (a equipe que o faz segue com a posse da bola)
Objetivos– Driblar em espaços abertos- Reconhecer espaços e profundidade do campo (orientação)
Organização / materialAdaptar o tamanho do campo ao número de jogadoresConesColetes em 2 coresDuração da partida: 10 - 20 minutosQuanto menos jogadores, menor o tempo de partida
Aspectos do treinamentoJogadores de mesmo nível fazem o exercício juntosBuscar soluções, tomar decisões rápidasBuscar espaçoOferecer-se ao companheiro, correr livrementeTransitar rapidamente da defesa para o ataque (e vice-versa)Usar corretamente a técnica
3 contra 3 / 4 contra 4 (com gols nas linhas laterais)
– Cada cor tem um jogador de apoio– Passar para o jogador de apoio através da linha lateral– O jogador de apoio passa a ser jogador do campo e pode conduzir a bola
para dentro do campo– Cada cor agora troca de lado e muda o jogador de apoio
Objetivos– Abrir e fechar espaços– Reconhecer espaços e profundidade no campo (orientação)– Correr livremente– Transitar rapidamente
Cam
bio
de
lado
Formatos de jogos
96 Exemplos de exercícios e jogos | Grassroots
2 / 2 contra 2 + 2 / 3 contra 3 + 2 / 4 contra 4 + 2 (com zonas)
– 2 gols com goleiros– 2 jogadores externos de cada equipe na zona de ataque ou na zona de
defesa– O goleiro também pode ser trocado– O atacante dribla na zona de ataque e não pode ser desafi ado pelo
defensor (1 contra 1 com o goleiro)– Os jogadores trocam de posição seguindo um passe para o jogador
externo, o qual torna-se um jogador do campo– Os jogadores não trocam de posição quando o goleiro joga a bola para
um jogador externo
Objetivos– Jogar pelas laterais– Quando trocar de goleiro: reocupar a zona de defesa que é liberada– Reconhecer espaços– Exercitar o melhor momento para fi nalizar a gol (1 contra 1 com o
goleiro)
1 contra 1 + 2 / 2 contra 2 + 2 / 3 contra 3 + 2 / 4 contra 4 + 2 (com zonas)
– 2 gols com goleiros– 2 jogadores externos de cada equipe na zona de ataque– Variação: os jogadores externos se encontram na zona de defesa– Os jogadores trocam de posição quando é dado um passe para o jogador
externo, o qual torna-se um jogador do campo– Os jogadores não trocam de posição quando o goleiro joga a bola para
um jogador externo
Objetivos– Jogar pelas laterais– Reconhecer espaços
Organização / materialAdaptar o tamanho do campo ao número de jogadoresGols menores que os ofi ciasConesColetes em 2 coresDuração da partida: 15 - 20 minutosQuanto menos jogadores, mais curta a partida
Aspectos do treinamentoJogadores de mesmo nível fazem o exercício juntosBuscar soluções, tomar decisões rápidasTransitar rapidamente da defesa para o ataqueOrientar-se em ambas as direçõesTentar atacar pelas lateraisFinalizar
Formatos de jogos
97Exemplos de exercícios e jogos | Grassroots
2 contra 2 / 3 contra 3 / 4 contra 4 (com zonas) - área para chutes a gol
– 2 gols com goleiros– 1 jogador de cada equipe na zona de ataque como ponto de passe– O jogador do meio campo faz um-dois com o jogador da zona de ataque Em seguida ele chuta a gol
Objetivos– Reconhecer e criar espaços– Criar uma superioridade numérica na área de ataque– Exercitar o tempo certo para fi nalizar (2 contra 1; dois atacantes contra o
goleiro)
2 contra 2 / 3 contra 3 / 4 contra 4 (com zonas) - Finalização
– 2 gols com goleiros– 1 jogador de cada equipe na zona de ataque– O jogador na zona de ataque recebe um passe do meio de campo– O atacante fi naliza– O jogador que fez o passe ao atacante do meio campo torna-se o
atacante
Objetivos– Reconhecer e criar espaços– Exercitar o momento certo para fi nalizar (1 contra 1 com o goleiro)
Organização / materialAdaptar o tamanho do campo ao número de jogadoresGols menores que os ofi ciaisConesColetes em 2 coresDuração da partida: 15 - 20 minutosQuanto menos jogadores, menor o tempo de jogoVariação das posições
Aspectos do treinamentoJogadores de mesmo nível fazem o exercício juntosBuscar soluções, tomar decisões rápidasTransitar rapidamente da defesa para o ataque (e vice-versa)Buscar o atacanteReconhecer e buscar espaçosFinalizar
Formatos de jogo
100 Futsal e futebol de praia | Grassroots
Conceito básico
Introdução
A enorme popularidade do futebol faz com que crianças do
mundo todo joguem em qualquer lugar, não importando
o número de jogadores. Com o passar do tempo, surgiram
algumas variações do futebol tradicional.
O futsal e o futebol de praia são as duas modalidades
aprovadas pela FIFA, reconhecendo seu potencial de
crescimento e sua popularidade mundial, sobretudo entre as
crianças.
Futsal
O futsal pode ser jogado em quadras abertas ou fechadas,
em superfícies planas e não abrasivas. Nas competições
nacionais, permite-se até mesmo o gramado artificial. A
principal diferença em relação aos outros formatos de
futebol reduzido é a bola: ela é menor e quica menos do
que a bola de futebol de campo.
Como já mencionado, o futebol praticado com jogos ou
partidas reduzidas promove mais contatos com a bola se
comparado ao futebol de 11. Quando se joga futsal, essa
diferença é ainda maior. Estudos mostraram que o quique
reduzido da bola de futsal - quando usada em superfície
apropriada - facilita o controle e o passe preciso. As
crianças podem manter a bola em jogo mais facilmente,
o que resulta em um número maior de contatos com a
bola, transições mais rápidas entre defesa e ataque e mais
tentativas de finalização. Um controle mais simples da
bola faz com que as crianças se sintam mais confiantes e
aumenta sua criatividade. Ao mesmo tempo, as crianças
tendem a ter menos medo da bola de futsal devido ao fato
dela quicar menos.
Pensando no desenvolvimento para um potencial futuro
no futebol de campo, o futsal oferece uma excelente
preparação para os mais jovens. Na prática do futsal,
pode-se realizar diversas transferências para o futebol de
campo. Pelo fato da bola ser mais pesada, sua prática
favorece o jogo rasteiro e contribui para a qualidade técnica,
principalmente, do passe e do chute.
Para os menores de 12 anos, recomenda-se a bola de futsal
nº 3, embora sua disponibilidade seja bem limitada.
Mas, mesmo sem essa bola tão particular, o futsal continua
acessível uma vez que pode ser praticado em uma
ampla variedade de instalações, como ginásios, escolas,
universidades e centros esportivos, as quais são também
utilizadas para a prática do basquete e do handebol.
Considerando sua natureza de prática em ginásios, o futsal
é particularmente apropriado para regiões geográficas onde
a chuva e o vento fortes ou a queda frequente de neve
dificultam o jogo ao ar livre. Nestas partes do mundo, pode
ser difícil e caro instalar e manter gramados naturais ou
artificiais. O ambiente interno seguro pode também oferecer
mais oportunidades para meninos e meninas interagirem
e facilitar o acesso ao esporte para determinados grupos
religiosos que se sintam mais confortáveis com a prática em
ambientes fechados.
Futebol de praia
Como o próprio nome sugere, o futebol de praia é jogado
em superfícies de areia. No entanto, sua prática não se limita
às praias naturais. Em muitos países, o futebol de praia é
jogado em campos construídos artificialmente e mesmo em
espaços fechados.
De modo semelhante a outras formas de jogo de futebol
reduzido, o futebol de praia oferece mais possibilidades aos
jogadores de terem contato com a bola, como resultado
do tamanho reduzido do campo e do menor número de
jogadores. Além disso, o futebol de praia pode oferecer uma
alternativa divertida para as crianças. A superfície macia
e irregular do campo faz com que seja mais difícil driblar,
passar ou chutar a gol, requerendo dos jogadores um bom
equilíbrio e coordenação para realizar qualquer ação técnica,
com ou sem a bola. Por isso, o futebol de praia provou
ser muito benéfico para as habilidades de coordenação
dos jogadores, tanto quanto para a velocidade de reação
dos jovens, visto que, na areia, a trajetória da bola é mais
imprevisível. Estas habilidades facilitam a futura aquisição de
aptidões técnicas em qualquer modalidade de futebol.
101Futsal e futebol de praia | Grassroots
Ao mesmo tempo, as crianças valorizam o fato de que é
menos doloroso cair na areia do que em superfícies mais
duras e, mesmo com pouca prática, elas começam a se
sentir mais confiantes.
Além disto, não são necessários muitos equipamentos
para se jogar futebol de praia, pois, conforme as Regras
do Jogo, ele é jogado com os pés descalços. Por último,
especialmente em países com longas costas ou em pequenas
ilhas onde as instalações para o futebol são limitadas, o
futebol de areia oferece uma alternativa atraente, uma vez
que a necessidade de infraestrutura é mínima.
Conclusão
Tanto o futsal quanto o futebol de praia podem ser
considerados complementares ao futebol de campo, uma
vez que eles simplesmente ampliam as opções de escolhas.
Em circunstâncias onde o espaço ou a infraestrutura é
limitado, as condições climáticas não são favoráveis ou as
longas interrupções de verão ou de inverno atrapalham
a prática de futebol, as duas modalidades oferecem às
crianças outras oportunidades de continuar jogando ao
longo de todo o ano.
102 Futsal e futebol de praia | Grassroots
Como organizar um festival
Como mencionado no capítulo “Organização de Festivais
Esportivos”, os principais fatores que influenciam a
organização de um festival são o número de crianças, faixa
etária, assim como o tempo de duração e as instalações
disponíveis. Obviamente, o tamanho dos espaços e
Solução 1
A(Exercício)
B(Partido)
C(Exercício)
E(Exercício)
A(Jogo)
D(Exercício)
B(Exercício)
C(Exercício)
Rodada Campo A Campo B v C
1 1 2 contra 3 4
2 4 1 contra 2 3
3 3 4 contra 1 2
4 2 3 contra 4 1
campos, seja para futsal ou futebol de praia, influenciará a
configuração de um festival.
Abaixo, encontram-se duas soluções possíveis para dividir um
campo para exercícios e jogos, ao se organizar um festival de
futsal ou de futebol de praia.
Solução 2
A B C D E
1 1 c 2 3 4 5 6
2 6 c 1 2 3 4 5
3 5 c 6 1 2 3 4
4 4 c 5 6 1 2 3
5 3 c 4 5 6 1 2
6 2 c 3 4 5 6 1
103Futsal e futebol de praia | Grassroots
Exemplos de exercícios
A filosofia da sessão de treinamento da iniciação ao
futebol descrita no capítulo correspondente neste manual
é a mesma para o futebol, o futsal ou o futebol de praia.
Vários exercícios que são usados no futebol podem também
ser aplicados numa sessão de iniciação ao futsal ou ao
futebol de praia. No entanto, as características destas duas
modalidades fazem com que os treinadores-educadores
dêem uma atenção especial para certos elementos, pois
podem determinar as escolhas dos conteúdos que farão
parte dos exercícios da sessão de treinamento.
Futsal
Como mencionado anteriormente, o futsal é jogado com
uma bola mais pesada do que a de futebol de campo.
Portanto, ao planejar uma sessão de iniciação ao futsal, os
treinadores-educadores devem levar em conta que o esforço
é maior na hora de passar ou chutar a bola de futsal, motivo
pelo qual os espaços e a duração dos exercícios deverão ser
adaptados.
Futebol de praia
Evidentemente, o elemento mais característico do futebol
de praia é a superfície irregular e macia. Sobre a areia, todo
movimento com ou sem a bola envolve grande esforço
físico e de coordenação por parte das crianças. Dessa forma,
recomenda-se aos treinadores-educadores escolher exercícios
simples, de modo que as crianças possam descobrir as
particularidades da superfície de forma prazerosa.
Abaixo, encontram-se alguns exercícios especialmente
planejados para o treinamento de futsal e de futebol de
praia.
104 Futsal e futebol de praia | Grassroots
Exercícios de futsal para crianças Condução da bola
Exercício 2 Idade: 6 - 8 Difi culdade:
– Igual ao exercício 1.– Condução; tentar tomar a bola de outros e, ao mesmo
tempo, proteger sua bola.
1. Tentar tomar a bola e chutá-la para fora da área.2. Tentar tomar a bola e chutá-la para o gol.
Exercício 1 Idade: 6 - 8 Difi culdade:
– Usar a área e o gol; começar com uma bola para cada criança.– Conduzir a bola usando a sola do pé; evitar contato com os
companheiros e suas bolas.
1. Com o pé direito.2. Com o pé esquerdo.3. Usando ambos os pés.
Exercício 3 Idade: 6 - 8 Difi culdade:
– Igual ao exercício 1.– Condução e proteção da bola.
1. Dois jogadores sem a bola tentam pegá-la dos outros (os jogadores trocam de papéis entre atacante / defensor) e assim sucessivamente.
2. Dois jogadores sem a bola tentam tomá-la dos outros, que a protegem e movimentam, levando-a para fora da área no menor tempo possível.
Organização / materialVárias bolas (uma para cada jogador)
Aspectos do treinamentoConduzir a bola próxima dos pésManter a cabeça levantada durante a conduçãoObservar toda a área de jogo do exercícioProteger a bola
1
1 2
2
1
1 2
2
1
1 2
2
105Futsal e futebol de praia | Grassroots
Exercícios de futsal para crianças Passes e ocupação de espaços
Exercício 1 Idade: 6 - 8 Difi culdade:
– Colocar cones em círculo (um cone a mais do que o número de jogadores) e variar a distância entre os cones de acordo com a idade das crianças.
– Tocar e movimentar sem oposição: fazer um passe para outro jogador e correr para o cone livre.1. Passar a bola com o lado interno do pé direito e controlar a
bola com a sola do pé.2. Passar a bola com o lado interno do pé esquerdo e
controlar a bola com a sola do pé.3. Passes e controle livres com a sola do pé.
Exercício 2 Idade: 6 - 10 Difi culdade:
– Igual ao exercício 1.– Tocar e movimentar com dois toques.
1. Passar a bola com o lado interno do pé direito e controlar a bola com a sola do pé.
2. Passar a bola com o lado interno do pé esquerdo e controlar a bola com a sola do pé.
3. Passes e controle livres com a sola do pé.
Exercício 3 Idade: 6 - 10 Dfi culdade:
– Igual ao exercício 1.– Tocar e movimentar com oposição. Um jogador atua como
defensor. Tirar um cone do círculo. Este jogador tenta interceptar um passe; ele, então, troca de posição com o jogador cujo passe ele interceptou.
1. Passes livres.2. Dois toques.
Organização / material1 bola (mais outras de reserva)Número de cones: número de jogadores + 1
Aspectos do treinamentoPasses com a parte interna do péControle com a sola do péManter a cabeça em péVelocidade de deslocamento
A
B
C
106 Futsal e futebol de praia | Grassroots
Exercício 1 Idade: 11 - 12 Difi culdade:
– Duas fi las na mesma posição, uma em cada metade da quadra. Cada criança com uma bola. A primeira criança faz um passe, desloca-se e chuta a gol antes de se juntar à outra linha após pegar a sua bola.
– Passe curto e rasteiro: o jogador A faz um passe curto no espaço de modo que o jogador B desloca-se da outra fi la, controla a bola, chuta e junta-se à fi la oposta. O jogador A se move em direção ao gol, recebe um passe do jogador C e fi naliza com um chute.
1. Sem goleiro.2. Com goleiro (todas as crianças revezam como goleiro).
Organização / materialVárias bolas (uma para cada jogador)
Aspectos do treinamentoCoordenação espaço-temporalVelocidade de deslocamentoPrecisão no passe
Exercícios de futsal para crianças Passe e chute
A
B
C
107Futsal e futebol de praia | Grassroots
Exercício 2 Idade: 11 - 12 Difi culdade:
– Igual ao exercício 1.– Passe curto e aéreo: como no exercício anterior, mas com um
passe alto de modo que a criança chute de primeira.
1. Sem goleiro.2. Com goleiro (todas as crianças revezam como goleiro).
Organização / materialVárias bolas (uma para cada jogador)
Aspectos do treinamentoCoordenação espaço-temporalVelocidade de deslocamentoPrecisão no passe
Exercícios de futsal para crianças Passe e chute
A
B
C
108 Futsal e futebol de praia | Grassroots
Exercícios de futsal para crianças Passe e chute
Exercício 3 Idade: 11 - 12 Difi culdade:
– Igual ao exercício 1.– Passe longo e rasteiro: o jogador A se desloca para o outro
lado para receber um passe longo do jogador B e chutar a gol.
1. Controle e chute sem goleiro.2. Controle e chute com goleiro.3. Chute sem goleiro.4. Chute com goleiro.
Organização / materialVárias bolas (uma para cada jogador)
Aspectos do treinamentoCoordenação espaço-temporalVelocidade de deslocamentoPrecisão no passe
A
B
109Futsal e futebol de praia | Grassroots
Organização / material1 bola por grupoCones
Aspectos do treinamentoCondução da bola usando ambos os pés e tocando na bola o maior número de vezes possívelCorpo ereto e cabeça em pé
Exercícios de futebol de praia para crianças Condução de bola
Exercício 1 Idade: 6 - 12 Difi culdade:
– As crianças são divididas em grupos iguais, e dois grupos fi cam um em frente ao outro em cada lado, como mostra o diagrama.
– O jogador A dribla através dos cones. Ao chegar do outro lado, ele toma seu lugar ao fi nal da fi la, e o jogador B recebe a bola e dribla de volta através dos cones.
A
B
C
1
2
110 Futsal e futebol de praia | Grassroots
Organização / material1 bola por grupoCones
Aspectos do treinamentoPasses sobre a areia apenas quando a bola está sobre um monte de areia (para evitar lesões nos dedos).Exercitar o passe e a condução com ambos os pés.A bola pode ser levantada no ar para sair da areia durante a condução para então ser passada.
Exercícios de futebol de praia para crianças Condução de bola e passe
Exercício 2 Idade: 6 - 12 Difi culdade:
– As crianças são divididas em grupos iguais, e dois grupos fi cam um em frente ao outro em cada lado, como mostra o diagrama.
– Passes: o jogador A conduz até o meio e passa a bola para o jogador B. O jogador A continua e corre para o lado oposto. O jogador B controla o passe, conduz até o meio e passa a bola para o jogador C.
A
B
C
1
2
3
4
111Futsal e futebol de praia | Grassroots
Organização / material1 bola por grupoCones
Aspectos do treinamentoPasses sobre a areia apenas quando a bola está sobre um monte de areia (para evitar lesões nos dedos).Passar e conduzir com ambos os pés.A bola pode ser levantada no ar para sair da areia durante a condução para então ser passada.
Exercícios de futebol de praia para crianças Condução de bola e passe
Exercício 3 Idade: 10 - 12 Difi culdade:
– Igual ao exercício 1.– Passes: o jogador A conduz até o meio e passa a bola ao
jogador B. O jogador B passa de volta ao jogador A e corre em direção ao grupo no lado oposto. Antes do jogador A juntar-se ao fi nal da fi la no lado oposto, ele passa a bola de volta na trajetória do jogador B. O jogador B continua o exercício da mesma maneira.
1
112 Futsal e futebol de praia | Grassroots
Organização / material1 bola por grupoCones
Aspectos do treinamentoO exercício também pode ser realizado como uma competição entre as fi las.O goleiro pode ser trocado. Todas as crianças devem jogar nesta posição uma vez.
Exercícios de futebol de praia para crianças Prática de faltas diretas
Exercício 4 Idade: 6 - 12 Difi culdade:
– As crianças são divididas em quatro grupos, e cada grupo tem uma bola.
– Este exercício se refere à prática de falta direta na areia. Fazer um monte de areia, colocar a bola sobre ele e chutar.
1
2
3
4
A
C
113Futsal e futebol de praia | Grassroots
Organização / material1 bola por grupoCones
Aspectos do treinamentoTrocar o goleiro a cada 3 - 4 minutosEstimular o chute de primeira. Cuidados com o chute de primeira na areia (risco de lesão).
Exercícios de futebol de praia para crianças Passar e chutar
Exercício 5 Idade: 6 - 12 Difi culdade:
– As crianças são divididas em três grupos de frente para o gol. Cada grupo tem uma bola. O treinador-educador dá os passes.
– O jogador A passa a bola para o treinador-educador (C) e continua sua corrida preparando-se para chutar. O treinador-educador joga a bola exatamente na trajetória do jogador. Ele chuta de primeira e em seguida retorna para a fi la.
116 Estrutura da iniciação ao futebol nas associações-membro | Grassroots
O objetivo da organização de estruturas de iniciação ao
futebol nas associações-membro é oferecer para o maior
número possível de meninos e meninas a oportunidade de
jogar futebol sem restrições.
Cada associação deve contar com um diretor técnico
nacional, responsável por todas as questões técnicas na
associação.
O responsável pela iniciação ao futebol trabalha sob
o comando do diretor técnico e é encarregado pelo
departamento de iniciação ao futebol, com duas missões
principais:
– a organização de torneios e festivais
– a formação de treinadores de futebol com formação
específi ca para a iniciação
Algumas associações-membro mais avançadas em seus
planos de desenvolvimento podem implementar estruturas
descentralizadas a níveis regional e local, com pessoas
encarregadas de dirigir a estrutura de projetos de iniciação
ao futebol.
A base da estrutura é formada por escolas e clubes.
Os treinadores-educadores são essenciais e indispensáveis
para o êxito do programa nacional de iniciação ao futebol:
eles devem aprender a organizar festivais, promover
torneios e trabalhar com crianças para garantir o sucesso do
programa.
117Estrutura da iniciação ao futebol nas associações-membro | Grassroots
Exemplo de uma estrutura organizacional
O departamento de iniciação ao futebol se situa dentro do
departamento técnico da associação-membro, no mesmo
nível que outros programas, como o futebol feminino e
o futsal. A associação-membro deve, quando possível,
incorporar as organizações de futebol regionais e locais, uma
vez que elas têm vínculos mais fortes com escolas, clubes e
comunidades.
Estrutura técnica de uma associação-membro (exemplo)
Essas estruturas descentralizadas, apoiadas por seus próprios
departamentos técnicos, podem assumir ou auxiliar o
departamento técnico da associação em qualquer atividade
regional ou local que for implementada.
Estructura técnica de la asociación miembro
Treinador da 1ª equipe e equipes
olímpicasDiretor técnico nacional
Departamento elite
Seleções nacionais juvenis
Sub-14 Sub-15 Sub-16
Sub-17 Sub-18 Sub-20
Seleções femininas 1ª equipe, Sub-20, Sub-17 e
Sub-15
Seleções nacionais de futebol de praia
Selecciones de fútsal
Departamento de futebol feminino
– Recreação e amizade– Saúde e condição física– Integração social– Ligas, torneios
Departamento de futsal e futebol de praia
– Diversão– Importante para o
desenvolvimento dos jovens
– Quadras ou ginásios– Ligas, torneios
Departamento de avaliação, análise de desempenho e documentaçãoAvaliação, pesquisa, publicações, etc.
Departamento médicoAcesso a todos os jogadores de todas as idades
Treinamento e competição
Aberto para a sociedade: organização e participação em eventos e atividades das autoridades locais, organizações nacionais, ONGs, escolas, universidades e patrocinadores.
Departamento amador
– Aumentar o número de participantes (jogadores federados) e garantir sua permanência no esporte
– Sistema de ligas
Departamento de educação Cursos de qualifi cação e reciclagem para treinadores, treinadores-educadores e
instrutores
Departamento de iniciação ao futebolOferecer às crianças de 6 a 12 anos a oportunidade de jogar futebol sem restrição
e guiar os mais talentosos até o futebol de elite
118 Estrutura da iniciação ao futebol nas associações-membro | Grassroots
Estrutura de um departamento de iniciação ao futebol
– Diretor do departamento + responsável pela iniciação ao
futebol
– Membros da associação
– Representantes das autoridades públicas (Ministério do
Esporte e da Educação, por exemplo)
– Treinadores-educadores
– Pais
– Representantes do futebol feminino
Organização básica da iniciação ao futebol no departamento técnico
Iniciação ao Futebol+
Futebol amador+
Futebol feminino
Formação de treinadores
Licenças C, B, A e Pro
Diretor técnico
Departamento técnico com três unidades específi cas
Iniciação ao futebolDesenvolvimento de categorias de base
Diretor técnico
Formaçãode treinadores
Futebol Feminino
Unidade de iniciação ao
futebol6 - 12 anos
Diretor técnico
Unidade de de-senvolvimento de categorias de base
12 - 20 anos
Unidade de futebol
feminino
Unidade de formação
de treinadores
Unidade defutebol de
elite
Departamento técnico com mais unidades
119Estrutura da iniciação ao futebol nas associações-membro | Grassroots
A relação entre associações-membro, clubes e escolas
A implementação de um programa de futebol nas escolas
somente é possível com o apoio total das instituições de
educação. As escolas são as únicas responsáveis habilitadas
para organizar atividades esportivas nas escolas primárias.
Portanto, é necessário que as associações-membro
colaborem com um programa comum através, por
exemplo, da criação de uma comissão de esporte
composta pela associação e as escolas, fi rmando uma
parceria que especifi que o papel e as atribuições de
cada uma.
Podem tomar parte diferentes colaboradores:
– professores
– pais
– responsáveis pelos clubes
– treinadores-educadores
120 Estrutura da iniciação ao futebol nas associações-membro | Grassroots
Educação
Responsável de iniciação ao futebol
Escolas
Festivais, torneios
Comunidades
Clubes
O responsável pela iniciação ao futebol
O papel do responsável pela iniciação ao futebol é essencial
para o sucesso do programa. Ele é responsável por todas as
atividades que envolvem a iniciação ao futebol, tais como:
– organização de torneios e festivais
– desenvolvimento das estruturas de iniciação ao futebol em
escolas, clubes e comunidades
– coordenação geral das atividades
– elaboração do calendário de atividades
– estabelecimento de reuniões com os representantes
regionais e locais
– contato regular com escolas e clubes
– treinamento e capacitação dos treinadores-educadores
Se possível, neste cargo deve estar uma pessoa com sólida
experiência em iniciação ao futebol e conhecimento técnico
suficiente para encorajar seu desenvolvimento. Acima de
tudo, ele deve ser um EDUCADOR..
124 Estabelecimento de vínculos com o governo e outras organizações | Grassroots
Qual é o vínculo com o governo?
Nenhum governo pode negligenciar o esporte e os benefí-
cios que ele pode trazer para a população. O futebol pode
ser veículo para a promoção da saúde, da educação, do espí-
rito de equipe e do jogo limpo. Estes conceitos são também
importantes para os objetivos do governo nacional, pois são
valores defendidos pelas sociedades modernas.
Os objetivos de um programa de iniciação ao futebol são
semelhantes aos valores promovidos por muitos países:
– Oferecer os meios para a prática esportiva em qualquer
local: na rua, nas escolas, nos clubes, etc. O futebol deve
ser acessível a todos, sem distinção de gênero, raça ou
nível social.
– Permitir às crianças jogarem juntas. O futebol promove a
comunicação e a troca de experiências.
– O esporte é bom para a saúde e transmite mensagens
importantes, tais como bem estar, uma vida equilibrada e
sentir bem fi sicamente.
– O esporte pode ser uma ferramenta para a educação ao
ensinar o cumprimento das Regras do Jogo, a prática de
exercícios e jogos organizados, o respeito pelos adversá-
rios e companheiros, o desejo de se superar,a alegria de
vencer e saber lidar com o estresse da derrota, etc.
– O esporte é parte da vida e está associado à diversão, ao
prazer e à emoção.
Por que os relacionamentos com os governos são
importantes?
Geralmente, o futebol é praticado em clubes. O grau de
estrutura oferecido pelos clubes depende da situação
econômica do país e do nível de desenvolvimento do futebol
(popularidade, formas de fi nanciamento, recursos humanos,
voluntários e estruturas das associações).
No entanto, o futebol não é apenas praticado nos clubes,
pois, por ser universal, é jogado em todo lugar. A recente
cobertura do futebol de rua pela mídia e o desenvolvimento
do futsal, às vezes associados aos subúrbios das grandes
cidades, nos faz lembrar que o futebol é jogado em qual-
quer lugar onde os jovens têm a liberdade de se expressar e
os meios de comprar ou fazer uma bola. As escolas são um
terreno fértil para os jogadores de futebol, uma vez que o
esporte é matéria de currículo na maior parte dos sistemas
educacionais.
Por estas razões, vê-se que o esporte, e particularmente o
futebol, se integra naturalmente nos programas governa-
mentais. Por exemplo:
– O Ministério da Educação pode promover programas de
futebol no currículo escolar, os quais podem ser reforçados
através de intercâmbios e jogos entre escolas. O Ministério
pode até mesmo organizar, por exemplo, torneios nacionais
de futebol.
125Estabelecimento de vínculos com o governo e outras organizações | Grassroots
– O Ministério da Juventude e do Esporte pode facilitar o
acesso às estruturas esportivas nacionais e promover progra-
mas para os jovens (dia da criança, festivais esportivos, etc).
– O Ministério da Saúde pode associar a prática do futebol à
promoção do bem estar, de uma vida equilibrada, da edu-
cação alimentar e de mensagens contra o uso de drogas e
outras substâncias danosas, etc.
– A política urbana e até mesmo programas sociais em áreas
rurais podem ser incentivados através da organização de
festivais esportivos, contratação de treinadores-educadores,
oferecendo aos jovens oportunidades de socialização.
– A situação do gênero: encorajar a prática do futebol para
ambos os sexos e o futebol misto para as crianças.
Quem são os colaboradores em potencial?
Os ministérios encarregados da educação, saúde, juven-
tude e esporte têm maior potencial para envolvimento nos
programas de iniciação ao futebol. Deve-se considerar que
as pastas dos ministérios e outros departamentos governa-
mentais diferem conforme o país. Dessa forma, os seguintes
ministérios são abordados apenas como exemplo:
Ministério da Educação Ministério da Educação
O Ministério administra a maioria dos estabelecimentos
educacionais do país, elaborando programas educacionais e
proporcionando os recursos necessários.
As vantagens das redes escolares podem ser identifi cadas
como segue:
– Acesso a todas as escolas do país, incluindo aquelas
situadas em regiões pouco acessíveis, zonas rurais ou ilhas
remotas.
– O benefício do uso da rede de relacionamento entre as
escolas: a organização de jogos, torneios, treinamento, a
distribuição de material, relatórios de atividades, etc.
– O envolvimento potencial de professores - qualifi cados
em esportes ou não - para oferecer conteúdos esportivos.
Uma cooperação de alta qualidade pode ser estabelecida,
incluindo a capacitação de professores e seu envolvimento
em competições escolares e ligas regionais.
– A relação com os clubes: encaminhar aos clubes aque-
las crianças mais interessadas em uma prática regular,
fazendo com que os treinadores-educadores participem
das atividades das escolas.
É importante estabelecer uma relação com esse Ministério,
particularmente em países em desenvolvimento, onde a
prática do esporte não é totalmente consistente ou devi-
damente estruturada. A situação econômica, por vezes,
difi culta o acesso às estruturas (mesmo em um nível muito
básico) e, acima de tudo, impede a compra de material
esportivo, sobretudo das bolas de futebol.
Nota: Em alguns países, nem todas as escolas são adminis-
tradas pelo Ministério da Educação, como, por exemplo, as
ligadas a comunidades religiosas ou escolas internacionais
fi nanciadas por outros países. É importante notar que os
programas de iniciação ao futebol evitam a segregação e
integram, também, estas escolas.
Ministério da Juventude e Esporte
A relação com este Ministério é igualmente importante, em
particular com relação aos aspectos abaixo:
– Estruturas esportivas: o acesso e manutenção destas estru-
turas são essenciais para jogos escolares e para clubes e
associações que não têm suas próprias instalações.
– Disponibilizar treinadores-educadores para capacitação de
novos treinadores e professores e para a supervisão dos
programas de futebol: treinamento, jogos, torneios, etc.
Ministério da Saúde
É importante estimular as crianças a terem atitudes saudá-
veis. Os programas de iniciação ao futebol são excelentes
para transmitir a mensagem de que a saúde e o esporte
andam juntos, como por exemplo:
– Prevenção do uso de substâncias ilegais ou danosas
– Boa alimentação, higiene e hábitos saudáveis
O Ministério pode também dar uma assistência mais direta,
como por exemplo:
– Oferta de serviços médicos (enfermeiros, médicos ou trei-
nadores) nos acontecimentos esportivos
– Oferta de médicos para exames gerais das crianças
– Oferta de medicamentos ou equipamentos de primeiros
socorros para escolas, jogos e torneios
126 Estabelecimento de vínculos com o governo e outras organizações | Grassroots
Outras organizações governamentais
Outras organizações governamentais podem se envolver na
implementação do programa de iniciação ao futebol. Por
exemplo:
– Estados e municípios: integrar o programa nas atividades
regionais e das comunidades, etc.
– Órgãos de preservação ambiental: associar os programas
de futebol ao respeito pela natureza, à proteção das fon-
tes de água potável, à administração de resíduos, etc.
– Organizações de proteção às mulheres: participação e luta
contra a discriminação sexual, encorajando as meninas a
jogarem futebol, etc.
Outros parceiros não-governamentais
Comunidades e associações de bairro
As comunidades locais são a base da vida social em muitos
países. Pode-se estabelecer uma relação diretamente com as
mesmas, dependendo de sua importância.
Neste caso, aplicam-se todas as questões descritas anterior-
mente para os governos:
– O uso de áreas de propriedade das comunidades ou
associações
– A assistência dos departamentos de esporte das comuni-
dades ou associações de bairro
– A rede de escolas administradas pelas comunidades e
associações de bairro
As ONGs
Com frequência, as organizações não-governamentais se
benefi ciam da ajuda do estado ou de organizações externas
(Unicef, Cruz Vermelha, União Europeia, etc) e atuam em
benefício do governo em setores muito específi cos, espe-
cialmente em projetos de desenvolvimento e de assistência.
Estas organizações têm objetivos que podem ser associados
às atividades de desenvolvimento do futebol, como por
exemplo:
– Cursos de capacitação em primeiros socorros oferecidos
pela Cruz Vermelha, durante as sessões de capacitação de
treinadores-educadores e professores
– Campanhas sanitárias da Unicef (contra a malária, por
exemplo) ligadas a eventos escolares ou comunitários
Parcerias com organizações estrangeiras para fi nanciamento
do programa
Ministério da Educação
• Escolas primárias
• Meninos e meninas (6 - 12 anos)
• Instrutores esportivos
• Professores de Educação Física
• Campos de futebol e quadras
• Ginásios
Ministério da Deporte Juventude e Esporte
• Política de esporte do governo
• Departamento de Esporte
• Educadores e funcionários do governo
• Infraestruturas esportivas
• Unidades de medicina esportiva
• Suporte fi nanceiro e logístico
• Relação de proximidade com as federações esportivas, com o Comitê Olímpico Nacional e com os outros ministérios
Ministério da Saúde
• Saúde das crianças
• Primeiros socorros
• Assistência médica
• Certifi cados de medicina esportiva
• Promoção da saúde através do esporte
Associação-membro
FIFA
127Estabelecimento de vínculos com o governo e outras organizações | Grassroots
Patrocinadores
Muitos patrocinadores podem estar interessados em vin-
cular sua imagem a um programa de iniciação ao futebol.
Associar sua imagem ao esporte e à saúde, à educação da
juventude, a um programa nacional, etc, são elementos
atraentes para a publicidade de uma empresa.
A natureza do patrocínio pode tomar várias formas. As mais
comuns são o material esportivo (com uma logomarca ou
mensagem comercial), a entrega de prêmios e a contribuição
fi nanceira (em troca de cobertura da mídia).
Os passos a serem tomados
Antes de fazer qualquer contato com um organismo gover-
namental ou não-governamental, é essencial estabelecer uma
proposta que garanta que o programa é viável.
O programa de iniciação ao futebol / Grassroots
As seguintes etapas devem ser observadas:
– O escopo do projeto deve ser aprovado pelo comitê exe-
cutivo da associação-membro.
– O programa deve fazer parte dos planos de longo prazo
da associação, durante pelo menos quatro anos, e deve
integrar o plano de desenvolvimento de longo prazo ela-
borado conjuntamente com ofi cinas de desenvolvimento
da FIFA.
– O programa deve, especialmente, fornecer: os objetivos,
os meios de mensuração, critérios de avaliação, os conteú-
dos esportivos, o plano de ação e o orçamento.
– O programa deve se valer dos recursos do departamento
técnico da associação, assim como envolver as ligas esco-
lares, amadoras ou comunitárias, etc.
– O relatório fi nal deve receber a aprovação do comitê exe-
cutivo da associação nacional.
Nota: A participação de colaboradores do setor privado,
inclusive de ONGs, é positiva para o relatório.
A relação com o governo
Durante as reuniões com os ministérios, é importante respei-
tar os seguintes pontos:
– Preparar uma apresentação concisa e efetiva do projeto ou
uma apresentação em vídeo, se apropriado.
– Apresentar o programa de modo objetivo, através da
ideia de que ele é benéfi co para todos, isto é, que tanto
o Ministério como o futebol em seu sentido mais amplo
sairão ganhando com ele (além dos benefi ciários diretos,
tal como se apresenta nos objetivos do programa).
– Mostrar o interesse em colaborar com um programa de
sucesso, demonstrando o compromisso de todas as partes.
– Apresentar os outros colaboradores do programa, públicos
e privados, sem esquecer a FIFA e a confederação, se for
o caso.
– Elaborar um calendário comum de reuniões e ações, em
especial durante a fase inicial.
– No caso de se criar um comitê de gestão, propor que o
Ministério tenha um membro participante (nota: sempre
verifi car se a maioria dos membros do comitê está com-
prometida com o futebol; não se deve perder o controle
do programa em benefício de outros grupos).
– Propor a redação de um protocolo de intenção ou con-
trato cujo conteúdo seja aprovado.
Nota: Se as leis do país permitirem e em caso de necessi-
dade, deve-se requerer o apoio do Ministério para isenções
de impostos de importação de material esportivo.
Comunidades
• Associações locais
• Municípios
• Bairros / cidades / estados
• Lugarejos
• Pais
• Instalações locais
• etc.
ONG
• Programas de juventude
• Programas de assistência
• Grupos de vulnerabilidade social
• Integração social
• Programas educacionais
• Campanhas antidrogas
• Luta contra a pobreza etc.
Patrocinadores
• Hotéis, bancos, empresas
• Organizadores de eventos e personalidades
• Infraestruturas esportivas
• Suporte fi nanceiro e logístico
• Projetos de futebol Grassroots
• etc.
128 Estabelecimento de vínculos com o governo e outras organizações | Grassroots
O convênio
O convênio deve ser simples e objetivo, de modo a evi-
tar qualquer problema de interpretação. Deve-se evitar o
envolvimento de um terceiro grupo, por exemplo, uma liga
de futebol ou um departamento de Ministério. A associação-
membro e o Ministério devem estar diretamente envolvidos.
Proposta de conteúdo:
– Nomes das duas partes
– Apresentar de forma concisa, seja 1) cada uma das partes
e seus interesses em instituir o programa, ou 2) o interesse
comum de ambas as partes.
– O objeto do convênio com a lista das obrigações de cada
parte
– A duração do convênio e as condições em caso de rescisão
– A data de início do convênio
– Atividades de monitoramento: um relatório sobre o ano
anterior e o plano de ação para o ano seguinte
– A possível prorrogação do convênio
– Métodos para a solução de litígios
– A fi rma de ambas as partes
132 Elaboração de um plano de iniciação ao futebol | Grassroots
A elaboração de um plano de iniciação ao futebol é o
marco estratégico para o lançamento, a divulgação e o
acompanhamento das atividades da iniciação ao futebol
através do país. Ele é o resultado de muito estudo, pesquisa
e avaliação. O plano estabelece as metas e ações que
permitirão alcançar com êxito os objetivos definidos e
é implementado pelo departamento técnico com uma
contínua avaliação do progresso e da adaptação de certos
pontos necessários para se alcançar tais objetivos.
No entanto, um planejamento efetivo requer um processo
que envolva a participação de todas as partes envolvidas. No
caso do programa de iniciação ao futebol, é essencial que as
relações e as parcerias sejam criadas tanto com o governo
quanto com outras corporações de modo a assegurar sua
continuidade a médio e longo prazos.
A primeira etapa da elaboração do plano consiste em
compreender exatamente o que se espera atingir. Deve-
se implantar um monitoramento efetivo e um sistema de
avaliação como garantia de que os programas obtenham os
resultados esperados.
Os objetivos devem ser:
Específicos
Mensuráveis
Viáveis
Realistas
Programados
É muito importante analisar a situação da iniciação ao
futebol do país antes de começar um programa. O contexto
pode variar consideravelmente entre diferentes associações-
membro. O pessoal envolvido na elaboração do programa
deve se adaptar a cada situação. Deve-se considerar
determinadas questões antes de se lançar um programa,
de modo que os objetivos e as diretrizes do programa
Grassroots da FIFA sejam respeitados.
Diretrizes
Análise da situação de um país
– População
– Organização técnico administrativa: nacional, estadual e
local
– Sistema educacional
– Política desportiva
– Existência de estrutura de iniciação ao futebol
– Infraestruturas e instalações esportivas
– Vínculos entre a associação-membro e os ministérios
governamentais
A prática do futebol
– O estudo das manifestações do futebol no país, em todos
os estados e regiões, mostrará a extensão de sua prática
em todos os setores.
– Avaliar as instalações disponíveis em todos os setores, em
especial nas zonas rurais, levantam dados cruciais, tais
como o número de crianças que têm acesso a estas estru-
turas e em quais condições.
– A disponibilidade de treinadores-educadores e de material
e os diferentes formatos de torneios organizados em todo
o país indicarão as necessidades por setor.
– Um programa pode ser lançado em vários setores ao
mesmo tempo. Outra possibilidade é organizar um semi-
nário para se estudar a viabilidade e a melhor estratégia
de lançamento do programa.
– É importante analisar se há vínculos ofi ciais entre os mem-
bros da associação, as ligas, os clubes, as comunidades e
as escolas.
– A garantia de continuidade do programa Grassroots nas
zonas rurais e em outras regiões deve ser baseada na
estabilidade dos envolvidos, incluindo as comunidades
e os ministérios/secretarias da Saúde, da Juventude e do
Esporte e da Educação. Estes órgãos não devem estar
apenas presentes, mas também ser ativos no trabalho que
visa a um objetivo comum.
O planejamento
1. OBJETIVO: o que é preciso fazer?
2. ESTRATÉGIA: como se pretende atingir o objetivo?
3. META: o que será alcançado?
4. RESPONSABILIDADE: quem será responsável por atingir a meta?
5. CALENDÁRIO: quando o objetivo será atingido?
6. FINANCIAMENTO: qual será o seu custo?
133Elaboração de um plano de iniciação ao futebol | Grassroots
Análisis de las necesidades
– Treinadores-educadores: quantidade e qualifi cações
– Desenvolvimento da iniciação ao futebol
– Atividades: competições, torneios e festivais
– Equipamento e material
– Infraestrutura
– Comitê de iniciação ao futebol
Plano de médio e longo prazo
Metas
– Apresentar a iniciação ao futebol para os meninos e as
meninas (6 - 12 anos)
– Promover a fi losofi a da iniciação ao futebol
– Desenvolver as atividades da iniciação ao futebol
– Aumentar a participação nos programas de iniciação ao
futebol
– Melhorar as instalações para treinamento e jogos
– Formar professores (inclusive mulheres) para se tornarem
treinadores-educadores
– Encorajar os pais e voluntários a se envolverem
– Estabelecer vínculos e construir relações entre todos os
colaboradores
– Implantar uma estrutura legítima para o desenvolvimento
da iniciação ao futebol
– Captar audiência e divulgar o programa
– Buscar patrocinadores e parceiros
As etapas de implementação
– Informações iniciais: treinadores-educadores, professores,
pais, etc.
– União dos principais atores: comitê executivo, secretarias,
parceiros, pessoas chave, etc
– Preparação e apresentação de um plano de
desenvolvimento
– Seminários e reuniões de assessoria: associações-membro,
ministérios, patrocinadores, etc
– Envio do plano defi nitivo: departamento técnico da
associação
– Aprovação: associação-membro / FIFA
– Lançamento do plano: programa Grassroots
– Plano para implementação: plano de desenvolvimento de
curto, médio e longo prazos
134 Elaboração de um plano de iniciação ao futebol | Grassroots
Princípios para um programa de iniciação ao futebol
bem-sucedido a nível nacional
– PESQUISA: a necessidade de consulta de todos os patroci-
nadores de modo a assegurar que todos os pontos de vista
sejam levados em conta e, se possível, representados no plano
– PARTICIPAÇÃO: o aumento do número de pessoas envol-
vidas no esporte
– QUALIDADE: a vontade de melhorar e desenvolver o
esporte em todos os níveis; oferta de suporte técnico de
alta qualidade
– RESPONSABILIDADE SOCIAL: o oferecimento de
uma alternativa à vida cotidiana das crianças de áreas
desfavorecidas
– IGUALDADE: a garantia de que as áreas menos desen-
volvidas do esporte (futebol feminino, jogadores com
incapacidades/defi ciências, futebol em escolas) recebam
apoio e serviços apropriados
– PARCERIAS: o reconhecimento de que o desenvolvi-
mento do futebol requer uma abordagem de parceria que
envolva todos os setores do esporte e da sociedade
Metas
– Estabelecer uma unidade de iniciação ao futebol dentro
do departamento técnico da associação-membro
– Estabelecer objetivos sobre os seguintes temas:
• Iniciação ao futebol
• Escolas de futebol
• Futebol em comunidades
• Formação dos treinadores-educadores
• Organização de jogos, competições e festivais
– Preparar um plano detalhado para o desenvolvimento nos
níveis local, regional e nacional
135Elaboração de um plano de iniciação ao futebol | Grassroots
Objetivos a serem alcançados (3 anos)
– Aumentar a participação (meninos e meninas de 6 - 12
anos)
– Melhorar os padrões de nível dos treinadores-educadores
e aumentar o número de cursos
– Organizar mais festivais e torneios (diferentes formatos
adaptados ao contexto local)
– Melhorar a comunicação e desenvolver as relações com os
parceiro;, melhorar as instalações esportivas
– Encorajar os professores, voluntários e pais a colaborarem
– Estabelecer uma unidade profi ssional para o
desenvolvimento da iniciação ao futebol dentro do
departamento técnico
METAS
Estabelecer objetivos específicos sobre os seguintes temas:
– Iniciação ao futebol
– Futebol em comunidades
– Formação dos treinadores-educadores
– Organização de partidas, competições e festivais
– Preparação de um plano detalhado para o
desenvolvimento nos níveis local, regional e nacional
Organización de un plan de desarrollo de 3 años
Objetivos Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 3 (II)
Repercussão Local Regional Nacional Nacional
Estrutura Implantar:– uma unidade de
desenvolvimento de iniciação ao futebol
– um comitê de gestão
Estabelecer:– um departamento de
iniciação ao futebol, em cada estado organizado
– criar vínculos com as comunidades
Implantar um departamento de iniciação ao futebol dentro do departamento da associação membro
Empregar pessoal qualifi cado (ex.:coordenadores locais, diretores de iniciação ao futebol, etc.)
Participação Lançar programa piloto nas escolas primárias
Desenvolver atividades de iniciação ao futebol nas escolas primárias
Introduzir competições de futebol 4, 5, 7 e 9
Introduzir futsal e futebol de praia Promover o futebol nas comunidades
Treinadores-educadores
Cursos de formação de iniciação ao futebol para professores e jovens treinadores-educadores
Desenvolver mais cursos de formação para diferentes grupos
Aumentar o acesso à formação de treinadores-educadores (professores, pais, etc)
Aumentar o número de cursos de formação de treinadores-educadores
Atividades Lançar o programa de iniciação ao futebolTorneios e festivais
Desenvolver torneios e festivais entre escolas primárias da região
Criar um torneio nacional entre as escolas primárias para diferentes grupos de idade e festivais nacionais
Introduzir outros torneios e festivais (futsal, futebol de praia)
Equipamento Uso das instalações, material e equipamento
Melhorar o material e as instalações existentesCriar vínculos com o governo
Ampliar as instalações existentes e construir novas
Melhorar o material e as instalações existentes
– Firmar convênios com ministérios/secretarias, em especial
com o ministério/secretaria da Educação
136 Elaboração de um plano de iniciação ao futebol | Grassroots
Exemplos de planos de desenvolvimento de iniciação ao futebol
OBJETIVO: Aumentar a participação e formar os professores
Atividade TáticaParceiro
Estratégico/Responsabilidade
Meta Resultado
Atividades intraescolaresOBJETIVO: criar oportunidades para que alunos de 6 a 12 anos joguem
Treinadores e professores de Educação Física ajudam a escola e realizam atividades de iniciação ao futebol (torneios e festivais)
– Ministério da Juventude e do Esporte
– Ministério da Educação / instalações esportivas
– Associação-membro / competência técnica
2 escolas por mês – Criar relações com escolas
– Promoção de atividades de iniciação ao futebol
Atividades interescolares
Torneio de futebol 5 e 7 – Ministério da Juventude e do Esporte
– Ministério da Educação / disponibilidade de professores de Educação Física
– Associação membro / supervisão e monitoramento
Todas as escolas 2 equipes por escola
Estabelecer atividades regulares de iniciação ao futebol10-15 crianças de cada escola participam do torneio
Formação de professores
Cursos de treinadores de iniciação ao futebol
– Departamento de Desenvolvimento da FIFA / Confederação / material didático e de treinamento
– Departamento técnico da associação / formação de treinadores
25-30 professores por curso
Formar novos treinadores-educadoresSustentabilidade do programa
Se a iniciação ao futebol não for encorajada, o futebol de alto nível sofrerá as consequências.
137Elaboração de um plano de iniciação ao futebol | Grassroots
INDICADORES CHAVE DO DESEMPENHO: o número de
crianças participantes durante o ano / número de professores
seguindo o programa de treinamento
OBJETIVO: Garantir que todos os alunos das escolas
primárias, meninos e meninas, tenham oportunidade de
desfrutar de sessões de iniciação ao futebol durante o
horário escolar. Oferecer atividade física saudável através de
minifutebol / jogos reduzidos / futsal
Atividade TáticaSócio
Estratégico /Responsabilidade
Meta Resultado
Melhorar a comunicação com escolas primárias mediante um protocolo de acordo entre a associação e o Ministério da Educação
– O departamento técnico deve melhorar a imagem do futebol escolar
– Informar sobre os benefícios que o esporte traz, em especial o futebol, para a sociedade, a educação e a saúde
– Ministério da Educação /
– Pessoal de Educação Física
– Associação-Membro / departamento técnico
– Jovens treinadores
Todas as escolas primárias
Criar relações com escolas e professores,assim como com os pais
Promoção da iniciação ao futebolcomo atividade social educativa e saudável
Aumentar o número de mini-campos e outras instalações para partidas de minifutebol e de futsal
Hora do almoço: – mini-futebol – Futsal – Torneios de – iniciação ao futebol – Festivais de iniciação ao futebol
– Ministério da Juventude e do Esporte / política desportiva
– Ministério da Educação / programa educativo esportivo
– Governo local / desenvolvimento e manutenção de instalações esportivas
Todas as escolas primárias
Estabelece atividades regulares de iniciação ao futebol
Maximiza a participação e atividades adequadas para meninos e meninas
Alertar para a importância da saúde para os jovens Fomentar a redução da obesidade infantil
– Trabalhar com pessoal da saúde
– Organizar sessões de promoção da saúde
– Ministério da Saúde / campanha de conscientização
– Agentes de saúde / estilos de vida saudáveis
Incluir o futebol no currículo para meninos e meninas
Aumentar a consciência das crianças e dos pais sobre a importância da saúde
Luta contra a obesidade e enfermidades relacionadas a diabetes
138 Elaboração de um plano de iniciação ao futebol | Grassroots
INDICADORES CHAVE DO RENDIMENTO: o número de
crianças participantes durante o ano / número de escolas
envolvidas no programa
Futebol na escola
Mais escolas=
Mais participantes
Mais participantes=
Mais voluntários=
Mais pais=
Mais envolvimento das comunidades
Captar participantesnas escolas
Motivação,sensibilização
Introdução à iniciação ao futebol
Base de participantesaumenta
AUMENTAR APARTICIPAÇÃO
Criar parcerias
Mais professores envolvidos
Mais pais envolvidos
Mais pais envolvidos
Encorajar os professores a se envolverem com as equipesAjudar a formar professoras
Formar professores para serem treinadores-educadores
Envolver os paisUsar as associações de pais
EDUCAR PROFESSORES
E PAIS
139Elaboração de um plano de iniciação ao futebol | Grassroots
Formatos de competição
Aumentar gradualmenteo tamanho dos campos
Jogos reduzidos
Torneios efestivais
Equipes mistasPromoção do futsal
Educar e entreter
Não fazer competições eliminatórias
Participação de todasas crianças
MAIS COMPETIÇÕES
Treinadores-educadores
Instalações de treinamento e de jogo
Formaçõesespecífi cas
Facilitar o acessoà formação
Aumentar o númerode treinadores-educadores
Campos de jogoseguros
Aumentar o acesso amais campos de jogo
Acesso para todos
Diferentes formaçõesDirecionadas às idades
Formação continuada detreinadores-educadores
Formação de novostreinadores-educadores
Mais instalações
Mais campos ede melhor qualidade
Mais equipamentoe material
AUMENTAR O NÚMERO DE CURSOS DE FORMAÇÃO
INVESTIR NAS INSTALAÇÕES
140 Elaboração de um plano de iniciação ao futebol | Grassroots
Recomendações
As principais recomendações para se ter uma promoção
bem sucedida do programa de iniciação ao futebol são as
seguintes:
– O futebol deve estar ao alcance de todos, sem discrimi-
nação de sexo, raça ou classe social. Qualquer pessoa
que queira jogar futebol deve saber que é possível fazê-lo
em sua escola ou comunidade, usando as instalações
disponíveis.
– Os treinadores-educadores formados devem garantir
que todos respeitem as normas de comportamento
e de disciplina necessárias. É necessário um enfoque
sócio psicológico para o êxito do desenvolvimento dos
jovens, especialmente daqueles provenientes de meios
desfavorecidos.
– Todas as crianças têm direito aos serviços de educação e
de saúde, independentemente da formação que recebe-
ram e da origem de suas famílias. Estes são os principais
elementos que devem ser levados em consideração.
Deve-se perguntar aos jovens sobre seu progresso na
escola, como cuidam de sua saúde e sobre a participação
de seus pais em seu cotidiano.
– Deve-se encorajar o desenvolvimento de relações entre
crianças de diferentes origens culturais, religiosas e
geográfi cas, a fi m de se reduzir as diferenças entre elas
e aumentar o respeito dentro e fora do campo de jogo.
A atitude deve ser sempre a de enfatizar o jogo limpo
quando há situações difíceis no campo, quando se avaliam
as vitórias e as derrotas e de modo a se ter uma visão posi-
tiva e aprender com todas as circunstâncias.
Marketing e patrocínio
Com frequência, o treinador-educador desempenha várias
funções, não apenas a de treinador. Às vezes, deve atuar na
função de motorista, massagista ou roupeiro. Do mesmo
modo, um treinador-educador deve ter conhecimentos de
gestão para controlar e captar recursos para o programa de
iniciação ao futebol. Portanto, é útil que ele tenha algum
conhecimento básico de marketing e de patrocínio que
ajudem na sustentabilidade do programa.
Há algumas oportunidades interessantes de fazer com que
o programa de iniciação ao futebol seja autossufi ciente.
Algumas são simples estratégias, como pedir aos comercian-
tes locais a doação de bolas de futebol. Há também opções
mais complexas, como fazer do patrocínio corporativo a
primeira fonte de fi nanciamento. Em geral, os eventos e
programas esportivos oferecem às empresas incontáveis
oportunidades para lançar, mostrar e distinguir, premiar
funcionários da empresa, fornecer entretenimento para
clientes atuais e/ou clientes em potencial, aumentar a expo-
sição na mídia, acentuar ou mudar a imagem e atingir novos
segmentos do mercado e canais de distribuição.
O primeiro passo para buscar um patrocinador é decidir o
que o programa de iniciação ao futebol tem para oferecer a
uma empresa. Quais benefícios podem ser mostrados para
tornar o programa atraente? Alguns exemplos de bene-
fícios são: incluir nome e logomarca nos comunicados de
imprensa, criar kits promocionais, folhetos promocionais,
páginas na internet, pôsteres, uniformes de voluntários e de
pessoal, espaço para exibição de produtos, oportunidades
de pesquisas de mercado, acesso a banco de dados, etc. É
importante garantir que realmente se pode oferecer todos
os benefícios que se propõe.
O passo seguinte é fazer contato ou identifi car a pes-
soa certa da empresa com potencial para colaborar.
Continuando, deve-se mostrar à empresa que este patro-
cínio trará retorno. Uma boa estratégia é oferecer pacotes
progressivos de longo prazo e considerar também a opção
do investimento da empresa ser através do fornecimento de
produtos em espécie, como bens ou serviços (bebidas, cami-
setas, material de publicidade, etc.) em troca dos benefícios
de patrocínio.
Por último, é fundamental recordar que a melhor maneira
de obter patrocinadores é renovando contratos já existentes.
Isto signifi ca que é indispensável servir os patrocinadores e
tratá-los como os bens mais preciosos. Para produzir uma
boa documentação do programa, é necessário tirar foto-
grafi as de cada passo e manter atualizados comunicados
à imprensa e relatórios das ações do programa. Um bom
relato pode garantir a renovação do patrocínio. Quanto mais
a empresa se sentir parte do programa de iniciação ao fute-
bol e mais benefícios receber, mais predisposta estará para
continuar apoiando o programa.
144 Anexos | Grassroots
ANEXO A. Regras do Jogo e regulamento de jogos reduzidosDimensões dos campos - jogos de futebol
4 contra 4 Mínimo: 12 m x 20 m Máximo: 15 m x 25 m
5 contra 5 Mínimo: 20 m x 30 m Máximo: 25 m x 35 m
7 contra 7 Mínimo: 30 m x 45 m Máximo: 35 m x 50 m
9 contra 9 Mínimo: 45 m x 60 m Máximo: 50 m x 67 m
9-99-99-
7-7
7-7
5-5
5-5
5-5
5-5
4-44-4 4-44-4
4-4 4-4
4-4 4-4
4-44 4-44
145Anexos | Grassroots
Formatos dos jogos
Formato de jogo por faixa etária Tamanho do campo
6 - 8 anos
4 contra 4 sem goleiro (4 contra 4) De 12 m x 20 m a 15 m x 25 m
4 contra 4 com goleiro (3+1 contra 3+1) De 12 m x 20 m a 15 m x 25 m
5 contra 5 De 20 m x 30 m a 25 m x 35 m
9 - 10 anos
4 contra 4 sem goleiro (4 contra 4) De 12 m x 20 m a 15 m x 25 m
4 contra 4 com goleiro (3+1 contra 3+1) De 12 m x 20 m a 15 m x 25 m
5 contra 5 De 20 m x 30 m a 25 m x 35 m
7 contra 7 De 30 m x 45 m a 35 m x 50 m
11 - 12 anos
4 contra 4 sem goleiro (4 contra 4) De 12 m x 20 m a 15 m x 25 m
4 contra 4 com goleiro (3+1 contra 3+1) De 12 m x 20 m a 15 m x 25 m
5 contra 5 De 20 m x 30 m a 25 m x 35 m
7 contra 7 De 30 m x 45 m a 35 m x 50 m
9 contra 9 De 45 m x 60 m a 50 m x 67 m
Duração das partidas em um torneio
Depende do formato da atividade e do tempo disponível. O tempo total jogado
(em outras palavras, de todas as partidas de uma equipe) deve equivaler, aproxi-
madamente, a uma partida completa.
6-8 anos
2 x 15 a 20 min
9-10 anos
2 x 20 a 25 min
11-12 anos
2 x 25 a 30 min
Equipamento
Gols: Dimensão máxima: 5 m x 2 m. Estacas e cones podem ser
usados na falta de gols. Gols de futsal também podem ser
usados (3 m x 2 m).
Para a segurança das crianças, gols (principalmente os mais
pesados e de grandes dimensões) devem ser fi xados de tal
modo que os jogadores e os torcedores não possam movê-los.
146 Anexos | Grassroots
Bolas de futebol: Número 4
As linhas são marcadas de acordo com o espaço disponível
(5 contra 5, 7 contra 7, 9 contra 9). Requer-se uma de meio
campo no 4 contra 4, mas não há necessidade da área de
pênalti.
Futebol de 4 e de 5
Existem várias opções conforme se use goleiro ou não:
– 4 contra 4 sem goleiro nem gol (conservar a bola, jogo de
passes, atravessar a linha)
– 4 contra 4 sem goleiro, com gols pequenos (2 ou 4)
– 3 contra 3 com goleiro
– 4 contra 4 com goleiro
As cinco vantagens do futebol de 4 ou de 5
– As crianças descobrem o futebol através da diversidade de
jogos oferecidos.
– Oportunidade para um grande número de meninos e
meninas jogarem.
– Espírito de festival sem hipercompetitividade (estafetas,
sessões de treinamento, atividades lúdicas, etc).
– Ajuda para o desenvolvimento intelectual, emocional e
motor das crianças.
– A prioridade é jogar, não ganhar.
Os cinco princípios que se deve enfatizar durante a
prática
– Proponer solo juegos.
– Evitar todas las formas de competición y de clasifi cación.
– Valorar y hacer jugar a todos los niños por igual.
– Preparar y organizar las sesiones y los festivales.
– Ofrecer supervisión de gran calidad (importancia del
aspecto humano).
Futebol de 4
O campo
– 4 contra 4 sem goleiro, de 12 m x 20 m a 15 m x 25 m
– 4 contra 4 com goleiro, de 12 m x 20 m a 15 m x 25 m
– Quatro cones ou estacas situados cada um a 3 m do cor-
ner, sobre a linha lateral, podem ser usados para indicar as
duas áreas de pênalti sem marcar as linhas. Nesta área, o
goleiro pode usar as mãos.
– Marca do pênalti: 4 metros do gol.
– Se não há gols, usar cones e estacas situados a 3 m um do
outro.
Equipes
– Uma equipe é formada por quatro jogadores (meninos e
meninas) sem goleiro. Se uma equipe joga com goleiro,
terá apenas três jogadores de campo.
– Podem-se fazer substituições em qualquer momento da
partida.
– Os jogadores substituídos podem retornar ao campo
substituindo outros.
– Em festivais, todos os jogadores devem participar em
condições de igualdade.
As Regras do Jogo
São usadas as seguintes regras de futebol:
– Todas as faltas são diretas.
– Não há impedimentos.
– Haverá pênalti se o juiz marcar uma falta grave dentro da
área.
– Início do jogo, faltas, tiros de meta, escanteio: adversários
devem estar a 3 m de distância.
– Bola de futebol: nº 4
– Árbitro: arbitragem educativa (sem apito) de fora do campo.
Futebol de 5
Campo
– 5 contra 5 de 20 m x 30 m a 25 m x 35 m
– Quatro cones ou estacas situados cada um a 4 m do cor-
ner, sobre a linha lateral, podem ser usados para indicar as
duas áreas de pênalti sem marcar as linhas. Nesta área, o
goleiro pode usar as mãos.
– Marca do pênalti: 5 metros do gol.
– Se não há gols, usar cones e estacas situados a 4 m um do
outro.
Equipes
– Uma equipe é formada por cinco jogadores (meninos e
meninas), sendo um o goleiro.
– Podem-se fazer substituições em qualquer momento da
partida.
– Os jogadores substituídos podem retornar ao campo
substituindo outros.
– Em festivais, todos os jogadores devem participar em
condições de igualdade.
147Anexos | Grassroots
As Regras do Jogo
São usadas as seguintes regras de futebol:
– Todas as faltas são diretas.
– Não há impedimentos.
– Haverá pênalti se o juiz marcar uma falta grave dentro da
área.
– Início do jogo, faltas, tiros de meta, escanteio: adversários
devem estar a 4 m de distância.
– Escanteios, tiro de meta: adversários devem estar a 4 m de
distância.
– Bola de futebol: nº 4
– Árbitro: arbitragem educativa (sem apito) de fora do
campo.
Futebol de 7
Sete razões para jogar o futebol de 7
– Pode ser adaptado a campos menores
– Permite jogar um grande número de meninos e meninas
– Facilita uma boa transição entre o futebol de 5 e o futebol
de 9
– Inicia os conceitos de zonas de jogo e as posições dos
jogadores
– Desenvolve o jogo em equipe
– Introduz as regras mais complexas
– Promove a superação e a aprendizagem
As sete regras a serem usadas durante a prática
– Garantir que todas as crianças joguem e se divirtam
– Permitir muita liberdade no jogo
– Não destacar os resultados e enfatizar a forma na qual se
joga
– Usar as relações (amigos) para criar um espírito de equipe
– Não permitir que o treinamento seja apenas físico (sempre
usar a bola)
– Priorizar a técnica e o jogo
– Propor exercícios progressivos e jogos adaptados
O campo
– 7 contra 7 - 30 m x 45 m a 35 m x 50 m
– Quatro cones ou estacas situados cada um a 10 m do cor-
ner, sobre a linha lateral, podem ser usados para indicar as
duas áreas de pênalti sem marcar as linhas. Nesta área, o
goleiro pode usar as mãos.
– Marca do pênalti: 8 metros do gol.
– Se não há gols, usar cones e estacas situados a 6 m um do
outro.
Equipes
– Uma equipe é formada por sete jogadores (meninos e
meninas), um dos quais é o goleiro.
– Podem-se fazer substituições em qualquer momento da
partida, quando a bola não está em jogo, com a apro-
vação do treinador-educador.
– Os jogadores substituídos podem retornar ao campo
substituindo outros.
– Em festivais, todos os jogadores devem participar em
condições de igualdade.
As Regras do Jogo
São usadas as seguintes regras de futebol:
– Todas as faltas são diretas.
– Haverá pênalti se o juiz marcar uma falta grave dentro da
área.
– Início do jogo, faltas, tiros de meta, escanteio: adversários
devem estar a 6 m de distância.
– Impedimento: determinado por uma linha imaginária que
passa pela marca do pênalti.
– Bola de futebol: nº 4
– Duração máxima do jogo: 50 minutos. Sem prorrogação.
– Árbitro: arbitragem educativa (sem apito) de fora do
campo.
148 Anexos | Grassroots
Futebol de 9
Nove razões para jogar o futebol de 9
– Pode ser adaptado às instalações existentes
– Permite jogar um grande número de meninos e meninas
– Facilita uma boa transição entre o futebol 7 e o futebol 11
– Permite um posicionamento mais distribuído no campo
– Garante um melhor equilíbrio entre as linhas de defesa,
meio campo e ataque
– Desenvolve o uso pelas laterais
– Enfatiza o jogo ofensivo
– Desenvolve respostas individuais e coletivas adaptadas
– Promove a superação e a aprendizagem
Os métodos de ensino envolvem o treinamento com o
aprendizado das formações básicas e com a utilização
de comportamentos durante a partida.
El fútbol 9 contribuye al aprendizaje gracias a la reducción
de la superfi cie de juego:
– Aumenta las oposiciones y el número de duelos en rela-
ción con el fútbol 7.
– Impone también la realización de gestos técnicos más
precisos y limitados en el tiempo.
– Por tanto, el entrenador-educador debe dar mayor impor-
tancia al aprendizaje de las técnicas (control, conducción
y disparo). Controlar el balón con las diferentes partes
del cuerpo durante el partido constituye la parte más
importante de las sesiones de entrenamiento. El entrena-
dor-educador también puede enseñar las bases del partido
organizado a través de los diversos formatos:
– Selección de un sistema de juego coherente.
– Colocación de los jugadores.
– Organización del sistema (desplazamiento coordinado de los
jugadores, circulación del balón, cubrir al adversario, etc.).
O campo
– 9 contra 9 de 45 m x 60 m a 50 m x 67 m.
– Estas dimensões correspondem aproximadamente à
metade do campo de futebol de 11.
– As dimensões dos gols são de 6 x 2 metros
(aproximadamente).
– A marca do pênalti está situada a 9 metros do gol.
– O círculo central tem 6 metros de raio.
Equipes
– Uma equipe é formada por nove jogadores (meninos e
meninas), um dos quais é o goleiro.
– Podem-se fazer substituições em qualquer momento da
partida, quando a bola não está em jogo, com a apro-
vação do treinador-educador.
– Os jogadores substituídos podem retornar ao campo
substituindo outros.
– Em festivais, todos os jogadores devem participar em
condições de igualdade.
As Regras do Jogo
São usadas as seguintes regras:
– Todas as faltas são diretas.
– Haverá pênalti se o juiz marcar uma falta grave dentro da
área.
– Início do jogo, faltas, tiros de meta, escanteio: adversários
devem estar a 6 m de distância.
– Impedimento: igual ao futebol 11, embora a área de
impedimento seja marcada pela linha de fundo, as linhas
laterais e uma linha paralela a 13 metros da linha de
fundo.
– Bola de futebol: nº 4
– Duração máxima do jogo: 60 minutos. Sem prorrogação.
– Árbitro: arbitragem educativa (sem apito) de fora do
campo.
149Anexos | Grassroots
Arbitragem
– Uma boa conversa com os jogadores de ambas as equipes
e com os treinadores antes da partida é sempre bem
vinda. Um árbitro de iniciação ao futebol é também um
educador.
– Evitar mostrar cartões amarelos em uma partida de
iniciação ao futebol. Se há um ato de indisciplina,
tentar primeiro falar com o jogador ou com seu
treinador-educador.
– Nunca se deve mostrar o cartão vermelho. Ao invés de
expulsar um jogador, é melhor pedir ao treinador-educa-
dor para substituí-lo.
6 - 8 anos
– Sem árbitros (treinadores-educadores ao lado do campo -
deixem as crianças jogarem!)
9 - 10 anos
– Árbitro opcional (com ou sem árbitros)
11 - 12 anos
– Com árbitros
Futebol de 7 e de 9
– Regra de impedimento: idêntica ao futebol 11, embora a
área de impedimento seja marcada pela linha do gol, as
linhas laterais e uma linha paralela a 13 metros da linha do
gol (ver diagrama).
9m13m
Impedimento: jogador diante da bola den-
tro da área de impedimento.
Impedimento: jogador diante da bola den-
tro da área de impedimento.
Não há impedimento: jogador dentro da área
de impedimento, mas atrás da bola.
Não há impedimento: jogador diante da bola,
mas não dentro da área de impedimento.
Fuera de juego No hay fuera de juego
150 Anexos | Grassroots
Jogo limpo
– Organizar a acolhida e a despedida para todas as equipes
no início e ao fi nal do torneio.
– Apertar as mãos antes e depois de cada partida, tanto
jogadores como treinadores-educadores.
Espectadores
– Distância da beira do campo (por segurança): 2 - 3 m
– Não deve haver espectadores (nem pais) na área reservada
para os treinadores-educadores e as crianças.
Cuidados médicos e primeiros socorros
– Deve-se sempre ter um estojo de primeiros socorros
próximo ao campo.
– Garantir acesso imediato aos números de telefones de
emergência: ambulância e hospital.
– Organizar intervalos para hidratação (encorajar beber água
com frequência e em pequenas quantidades). Quantidade
ideal de água: 200 ml a cada 15 - 20 min.
– Os jogadores devem se aquecer antes da partida. Todas as
crianças devem fazê-lo juntas, se possível.
– Fazer relaxamento depois da partida (todos juntos, como
atividade de jogo limpo).
– Fixar os gols de modo que não possam ser movidos nem
cair.
151Anexos | Grassroots
ANEXO B. Organização básica de 7 contra 7 e de 9 contra 9
Cada sistema de jogo baseia-se nas diferentes virtudes e
limitações dos jogadores para produzir um modo efi ciente
de jogar. Por outro lado, na iniciação ao futebol infantil, a
ideia de sistemas de jogo não é o importante, em especial
para a tenra idade. Por isso, fala-se com frequência de vari-
ação de formatos de jogo e de jogos reduzidos, uma vez que
outros fatores interferem, tais como a superfície do campo,
o número de jogadores e suas habilidades.
De fato, as crianças não têm capacidade de concentração, e
este grupo de idade tem como característica ser egoísta.
Portanto, a principal regra da iniciação ao futebol diz res-
peito ao uso de um bom método que dará às crianças um
sentido de liberdade que incentive sua criatividade e as faça
descobrir diferentes posições e espaços no campo de jogo.
Nesta faixa etária, a ideia de sistemas de jogo não tem
importância alguma, e a atividade dos jogadores pode se
1-3-3 1-3-1-2
resumir em evitar buscar a bola de forma embolada.
É possível melhorar a organização de um jogo controlando o
número de jogadores, usando jogadores que são capazes de
lidar com os espaços disponíveis, de compreender o jogo de
ataque e o jogo de defesa.
Formação básica (futebol de 7)
– O sucesso do futebol de 7 depende, além das habilidades
técnicas, de se estabelecer uma formação simples
compreendida por todos os jogadores.
– O treinador-educador pode desenvolver as bases de uma
partida organizada através dos diferentes formatos de
jogo:
– Seleção de uma formação coerente de jogo
– Posição dos jogadores
– Organização da formação
152 Anexos | Grassroots
Comportamento durante as partidas
Há duas situações em uma partida que requer comporta-
mentos diferentes.
Formação básica (futebol de 9)
O êxito do futebol de 9 depende de se implantar uma
formação simples compreendida por todos os jogadores (ver
exemplo abaixo).
Quando a equipe tem a posse da bola (ataque)
• Progredir
• Desmarcar-se
• Apoiar o jogador com a posse de bola
• Dar passes
• Dribles
• Chutes
Quando a equipe não tem a posse da bola (defesa)
• Recuar atrás da linha da bola
• Retardar o avanço do adversário
• Marcar geral
• Realização interceptações e antecipações
• Marcar no 1 contra 1
Características:
– Formação em três linhas: equilíbrio, melhor ocupação do
campo
– Jogo pelas laterais (alas e defensores em 1-3-2-3 / meio
campistas e defensores em 1-3-3-2)
– Desenvolvimento do jogo ofensivo (mais chutes)
1-3-2-3 1-3-3-2
153Anexos | Grassroots
ANEXO C. Código Fair Play da FIFA
Código Fair Play
O Código Fair Play da FIFA para o futebol envolve todos os
princípios desportivos, morais e éticos que a FIFA defende
e os quais continuará a defender no futuro, a despeito das
infl uências e pressões que venha a enfrentar.
As 10 regras de ouro não apenas servem de crença para a
FIFA enquanto órgão governante do futebol mundial, mas
também reforçam o sentido de fraternidade e de coope-
ração entre os membros da família do futebol mundial.
1. Jogue limpo
Vencer não tem valor se a vitória é conquistada de forma
injusta e desonesta. Trapacear é fácil, mas não traz satis-
fação. Jogar limpo requer coragem e caráter, traz mais
satisfação e tem sua recompensa, mesmo quando se perde
a partida. Jogar limpo traz respeito, enquanto trapacear traz
apenas vergonha. Lembre-se: é apenas um jogo, e os jogos
não têm sentido a não ser se são jogados de modo limpo.
2. Jogue para ganhar, mas aceite a derrota com
dignidade
Qualquer partida tem por fi nalidade a vitória. Nunca comece
a jogar com a intenção de perder. Quem não joga para
ganhar trapaceia o adversário, engana o espectador e passa
por tolo. Nunca se renda a adversários fortes, mas nunca
relaxe contra os fracos. É um insulto para qualquer adversá-
rio jogar sem colocar todo seu empenho na partida. Jogue
para ganhar, até o apito fi nal, mas lembre-se, ninguém
ganha o tempo todo. Ganham-se algumas partidas, perdem-
se outras. Aprenda a perder com dignidade, não procure
desculpas para a derrota. As verdadeiras razões falarão por
si mesmas. Saúde os vencedores de bom grado e não culpe
o árbitro ou qualquer outra pessoa. Disponha-se a fazer mel-
hor da próxima vez. Bons perdedores ganham mais respeito
do que maus ganhadores.
3. Siga as Regras do Jogo
Todo jogo precisa de regras para conduzi-lo, sem regras
haveria um caos. As regras de futebol são simples e fáceis de
aprender. Tenha certeza de aprendê-las para compreender
melhor o jogo. Compreendendo melhor o jogo, você será
um melhor jogador. É igualmente importante compreender
o espírito das regras. Elas são elaboradas para tornar o jogo
mais divertido para jogar e assistir. Mantendo-se conforme
as regras, o jogo será mais agradável.
4. Respeite os adversários, os companheiros, os
árbitros, os ofi ciais e os espectadores
Jogo limpo signifi ca respeito. Respeito faz parte do jogo.
Sem adversários não pode haver partida. Todos têm os
mesmos direitos, incluindo o direito de ser respeitado.
Companheiros também são colegas. Forme uma equipe na
qual todos são igualmente respeitados. Os árbitros estão
presentes para manter a disciplina e o jogo limpo. Sempre
aceite suas decisões sem discutir e os ajude a proporcio-
nar a todos os participantes um jogo mais agradável. Os
ofi ciais também fazem parte do jogo e devem, portanto, ser
respeitados. Os espectadores criam o ambiente do jogo, eles
querem ver uma partida na qual se joga limpo, mas devem
também se comportar bem e com respeito.
5. Promova os interesses do futebol
O futebol é o esporte mais importante do mundo, mas ele
sempre precisa da ajuda de todos para manter essa impor-
tância. Pense no interesse do futebol antes do seu próprio
interesse; pense como suas ações podem afetar a imagem
do jogo; fale sobre as coisas positivas dele; encoraje outras
pessoas a jogar e também serem bons espectadores; ajude
outros a se divertirem com o futebol tanto quanto você; seja
um embaixador do jogo.
6. Estime aqueles que defendem a boa reputação do
futebol
A boa reputação do futebol sobrevive porque a maioria
das pessoas que gostam dele é honesta e justa. Às vezes,
alguém faz algo excepcional que merece nosso reconheci-
mento especial. Ele deve ser valorizado e seu bom exemplo,
divulgado. Isto encoraja outros a agirem da mesma maneira.
Ajude a promover a imagem do futebol divulgando suas
boas ações.
154 Anexos | Grassroots
7. Rejeite a corrupção, as drogas, o racismo, a
violência, as apostas e outros males que representam
uma ameaça para nosso esporte
A grande popularidade do futebol às vezes o torna vulne-
rável a interesses negativos externos. Fique alerta e repudie
as tentações para as drogas ou para a trapaça. As drogas
não têm lugar no futebol, em nenhum outro esporte ou
na sociedade como um todo. Diga não às drogas. Ajude a
eliminar o racismo e a intolerância no futebol. Trate todos
os jogadores e toda pessoa igualmente, sem distinção de
religião, raça, sexo ou nacionalidade. Mostre tolerância zero
para apostas nos jogos dos quais participe, pois isto afeta
negativamente sua habilidade no jogo e pode criar um con-
fl ito de interesses . Mostre que o futebol não quer violência,
principalmente da parte dos espectadores. O futebol é
esporte e esporte é paz.
8. Ajude outros a resistir a pressões para a corrupção
É possível que você fi que sabendo que companheiros ou
outras pessoas conhecidas estão sendo atraídas de algum
modo para trapacear ou para ter um comportamento
julgado inaceitável. Elas precisam de ajuda, não hesite
em apoiá-las. Dê-lhes força para resistir, faça com que se
recordem do compromisso com seus companheiros e com o
próprio jogo de futebol. Promova a solidariedade, como uma
defesa sólida no campo de jogo.
9. Denuncie aqueles que procuram desacreditar nosso
esporte
Se você tem certeza de que alguém está tentando fazer
outros trapacear ou se comportar de modo inaceitável, não
se envergonhe em combatê-lo. É melhor expô-lo e expulsá-
lo antes que cometa qualquer dano. É igualmente desonesto
ser cúmplice de um ato desonesto, não basta dizer não.
Denuncie aquelas pessoas culpadas que estão tentando
prejudicar nosso esporte, antes que elas convençam outros
a dizer sim.
10. Use o futebol para melhorar o mundo
O futebol tem um poder extraordinário que pode ser usado
para tornar este mundo um lugar melhor no qual todos pos-
sam viver. Use essa característica poderosa para promover
a paz, a igualdade, a saúde e a educação para todos. Faça
com que o jogo seja melhor, leve-o para o mundo e você
estará assim tornando o mundo melhor.
Aperto de mãos antes e depois da partida
Em 2003, o Comitê Executivo da FIFA aprovou um anexo à
estratégia do Fair Play e se comprometeu a fazer maiores
esforços para estimular o jogo limpo nas partidas.
Uma parte crucial desse compromisso foi a decisão de intro-
duzir o aperto de mãos não apenas antes do chute inicial,
mas também ao fi nal de cada partida. O Comitê Executivo
decidiu, com efeito imediato, incorporar esse gesto ao fi nal
de todos os torneios da FIFA.
Os objetivos do aperto de mãos após as partidas são:
– estabelecer um fi nal apropriado e digno para a partida,
fechando-se assim um ciclo completo - procedimento de
abertura / procedimento de encerramento;
– garantir um fi nal “ofi cial” através de um gesto que mostra
respeito mútuo e que deve estar presente no verdadeiro
espírito do jogo;
– oferecer a possibilidade dos árbitros e das equipes deixa-
rem o campo mais ou menos “juntos”;
– garantir que os jogadores enviem uma mensagem positiva
aos torcedores: “Apesar da dura luta, as emoções, o
desapontamento ou a frustração, ainda somos amigos.
Agradecemos aos nossos adversários e aos árbitros pelo
bom jogo e aceitamos o resultado. Portanto, mantenha-
mos a calma e recordemos que seja o que for que esteja
em jogo em uma partida, ela é, em última instância,
apenas um jogo a ser seguido conforme as Leis do Jogo e
não criemos confl ito ao seu término”;
– garantir que esse procedimento de dois minutos permita
acalmar os ânimos antes das entrevistas da televisão, as
quais acontecem imediatamente após o fi nal da partida.
O procedimento para o aperto de mãos após a partida
– O árbitro apita o fi nal da partida.
– Os árbitros se reúnem no círculo central.
– Acenam para as equipes se juntarem a eles.
– Os capitães das duas equipes se responsabilizam em reunir
todos os jogadores em linha atrás deles.
– Os dois capitães iniciam o aperto de mãos, com as duas
equipes os seguindo conforme o procedimento antes da
partida. Os jogadores não têm que se alinhar de forma
precisa e devem também apertar as mãos dos árbitros.
155Anexos | Grassroots
Após os apertos de mãos, os jogadores acenam para os
torcedores e deixam o campo junto com os árbitros.
Este procedimento está sendo implementado ao fi nal de
todos os torneios da FIFA e, ao mesmo tempo, todas as
associações-membro e confederações são estimuladas a
introduzir este gesto em nível nacional e regional.
A proteção das crianças
Como afi rmado anteriormente, uma política que garanta
a proteção das crianças deve formar a base de todas as
iniciativas de iniciação ao futebol promovidas pelas asso-
ciações-membro. Esta política deve defi nir claramente a
proteção da criança - o que é aceitável para a associação-
membro e o que não é; o procedimento para reclamações e
sugestões e o papel da associação. Deve-se também notar
que o programa de proteção da criança pode ser uma ferra-
menta útil para o desenvolvimento das relações com outros
colaboradores, tais como o governo e patrocinadores.
Uma vez que há diferenças no contexto de cada país, estas
diretivas deverão ser adaptadas à situação particular de cada
associação-membro.
ANEXO D. Estudo de caso
ILHAS MAURÍCIO
Programa piloto Grassroots em Ilhas Maurício
2009 - 2011 / 2012 - 2015
Introdução ao estudo de caso
Em maio de 2009, o programa piloto Grassroots da FIFA foi
lançado nas Ilhas Maurício. Ele visava aumentar a parti-
cipação tanto de meninos como de meninas na iniciação
ao futebol e, sem dúvida, representou uma solução bem
sucedida para se implementar atividades de futebol nas 303
escolas primárias existentes na ilha, incluindo as 15 escolas
em Rodrigues.
Em geral, atividades esportivas eram praticamente inexisten-
tes no currículo das escolas primárias, e só era dada atenção
aos conhecimentos acadêmicos. Maurício tem também uma
das taxas mais altas de diabetes e doenças não-contagiosas.
Dessa forma, a falta de atividades e cultura esportivas desde
a infância era uma das maiores causas citadas pelas autori-
dades da saúde.
O plano estratégico durante o período de 2009 - 2011 foi
implementar um torneio de futebol interescolar e usar eta-
pas diferentes para se difundir entre os participantes tanto
a saúde como os valores educacionais, sociais e culturais do
esporte em geral e do futebol em particular.
Em 2012, o programa evoluiu para uma atividade esportiva
reconhecida e admitida por todas as escolas primárias. A
partir de 2012, festivais de iniciação ao futebol serão orga-
nizados nas escolas primárias em toda ilha. O número de
crianças que participará desta atividade complementar, nos
próximos quatro anos, é estimado em torno de 50 mil.
Isso foi possível através de uma parceria entre a Associação
de Futebol de Maurício, o Ministério da Juventude e do
Esporte e o Ministério da Saúde e Qualidade de Vida. Os
dois maiores patrocinadores - Coca-Cola e Allsports Limited
- também estão inteiramente envolvidos no processo. O
estudo destaca as principais etapas para a completa implan-
tação do programa (2009 - 2011), assim como o plano de
desenvolvimento de longo prazo da iniciação ao futebol
(2012 - 2015).
156 Anexos | Grassroots
Perfi l do país 5 zonas educativas y 13 regiones deportivas
O sistema educacional
O sistema educacional de Maurício é baseado no modelo
britânico, tendo evoluído da forma privada para a pública.
As crianças iniciam a escola primária aos 5 anos de idade,
onde estudam durante seis anos. O sistema educacional está
marcado por uma longa tradição elitista, com uma cultura
• Localização: Sudeste da África(800 km a Leste de Madagascar)
• Nome ofi cial: República de Maurício
• Capital: Port Louis
• Área: 2.000 km2
• População: 1.240.827 habitantes
• Mulheres: 629.114 / Homens: 611.713
• Idade da população: 0 - 14: 24,4 % 15 - 64: 69,1 %
• Taxa da população com estudos primários: 97 %
de competição e pressão sobre os estudantes, tanto no nível
primário como no secundário.
Entre as 303 escolas primárias, há 49 escolas subsidiadas
pela Igreja Católica e 26 centros privados. As 228 escolas
restantes são todas estatais ou públicas.
Lista de escolas primárias por zona educacional e regiões esportivas
Zonas educacionais
Regiões esportivas
Escolas governamentais
Escolas católicas
Escolasprivadas
Total
Zona 1 1. Port Louis2. Pamplemousse3. Riv. Rempart
282322
7NIL3
nenhuma53
352828
73 10 8 91
Zona 2 4. Flacq5. Moka6. B.B / R. Hill
291812
844
nenhuma32
372518
59 16 5 80
Zona 3 7. Savanne8. Grand Port9. Curepipe
142412
354
nenhumanenhuma
4
172920
50 12 4 66
Zona 4 10. Q. Bornes11. Vac. Phoenix12. Riv. Noire
111411
123
531
171915
36 6 9 51
Zona 5 10 5 nenhuma 15
Total 228 49 26 303
157Anexos | Grassroots
A prática de futebol
Desde 1990 têm-se aplicado planos técnicos de desenvolvi-
mento do futebol e progressivamente criadas estruturas de
treinamento regionais para jovens sub-13, sub-15 e sub-17.
A partir de 16 anos, determinados jogadores são escolhidos
pelo Centro Nacional de Treinamento, onde se submetem a
treinamentos cinco vezes por semana. O restante das seleções
nacionais de base se reúne nos fi ns de semana e feriados.
O futebol de jovens é organizado através de 13 regiões
esportivas. Há instalações de treinamento em toda ilha.
Também está em curso o programa de formação dos treina-
dores desde 1990.
Estruturas de futebol em Maurício 1990 - 2008
Seleções nacionais Seleções regionais
23
20
19
18
17
16
15
14
13
12
11
10
9
8
Sub-23
Sub-20
Sub-19
Clubes 1ª divisão
Clubes 2ª divisão
Centro Nacional de Treinamento
Centro Nacional de Treinamento sub-17 (13)
Centro Nacional de Treinamento sub-15 (13)
64 academias de futebol: 12/13 e 14/15 anos
64 escolas de futebol para iniciantes de 8 a 11 anos ADF
Sub-10
Sub-12
Sub-13
Sub-15
Sub-17
Sub-20
SeniorClubes
Sub-12
Sub-13
Sub-15
Sub-16
Sub-17
Na base da pirâmide: “64 escolas de futebol para aproximadamente 1.500 crianças iniciantes - AFD”
de 8 a 11 anos de idade.
158 Anexos | Grassroots
Análise da situação
“Se a iniciação ao futebol não for encorajada, o futebol
de alto nível sofrerá as consequências.”
Embora as estruturas de treinamento para jovens estejam
estabelecidas desde 1990, era difícil descobrir jovem talentos
uma vez que as escolas primárias careciam de um futebol
organizado. Por outro lado, os clubes da 1ª Divisão não tin-
ham uma política de treinamento para jovens e não puderam
custear a instalação de centros de treinamento. A criação
de 64 AFDs pelo Ministério da Juventude e do Esporte pode
apenas acomodar em torno de 1.500 jogadores de um total
potencial de 3.000 (100 por escola primária). Como as bases
do futebol eram limitadas, o futuro era também limitado.
Análise de necessidades
– Desenvolvimento da iniciação ao futebol e aumento da
participação tanto de meninos como de meninas
– Organização de atividades de futebol (torneios, festivais)
para alunos de escolas primárias
– Material e equipamento de treinamento (bolas, min-igols,
coletes, cones e marcadores, etc)
– Treinadores-educadores especializados em futebol iniciação
– Envolvimento de professores, pais e voluntários nas
atividades
– Patrocinadores
– Estrutura de iniciação ao futebol no departamento técnico
– Estrutura descentralizada nas regiões esportivas
Etapas da implantação
– Consultas, seminários e reuniões com todos os parceiros
– Criação de um comitê de direção e preparação de um
escopo do programa
– Preparação e apresentação de um plano de desenvolvi-
mento pelo departamento técnico
– Entrega à FIFA de um plano geral pela associação-membro
– Aprovação do Departamento de Desenvolvimento Técnico
da FIFA
– Lançamento do programa de iniciação ao futebol
– Implantação do plano de desenvolvimento de médio prazo
– Monitoramento e adaptação
Plano de desenvolvimento da iniciação ao futebol de médio prazo 2009 - 2011
2009 2010 2011 Objectives
Programa Lançamento do programa piloto FIFA Grassroots
FIFA Grassroots fase 2
FIFA Grassroots fase 3
Introducir el fútbol base en las escuelas primarias
Categorias 10 / 11 anos 8 / 9 anos: meninos10 / 11 anos: meninos
8 / 9 anos: meninos10 / 11 anos: meninos12 anos: meninos7 / 12: meninas
Aumento da participação de meninos e meninas
Participação de escolas primárias
276 / 298 287 / 300 262 / 302 De 1 a 4 faixas etárias por escola
Escola de futebol MCB
50 meninas Programa piloto para meninas nas escolas
100 meninas da escola MCB
Dar às crianças pobres a oportunidade de participar
Número de participantes
3.312 6.060 8.564 Previsão: 9.600 crianças
159Anexos | Grassroots
Objetivos
– Desenvolver um torneio de futebol interescolar em três
fases
– Promover a fi losofi a da iniciação ao futebol
– Promover jogos reduzidos: 5 contra 5 e 7 contra 7
– Aumentar progressivamente a participação, com o envolvi-
mento de diferentes faixas etárias, tanto de meninos como
de meninas
– Formar professores de Educação Física e jovens treinadores
– Encorajar pais e voluntários a se envolverem
– Estabelecer uma estrutura de iniciação ao futebol legítima
dentro do departamento técnico
– Identifi car jovens talentos, tanto meninos como meninas
O programa piloto FIFA Grassroots surgiu no momento
certo, e seu resultado tem sido bastante positivo. De aproxi-
madamente 1.500 meninos nas 64 escolas AFDs, o número
de crianças participando do torneio de Grassroots aumentou
para 8.564 em apenas três anos, resultando numa base de
futebol mais ampla. No total, 17.986 alunos de nível primá-
rio participaram dos três torneios realizados.
O torneio interescolar de futebol
O torneio interescolar de futebol (futebol de 5 e futebol de 7) é organizado anualmente, do final de abril ao
final de junho, e cada escola pode ser representada por 44 alunos (quatro equipes de quatro categorias).
Participação por faixa etária: 2009 - 2011
Resultado do plano de médio prazo (2009 - 2011)
Programa piloto FIFA Grassroots
2009 2010 2011
Escolas 276 287 292
Categorias 10/11 anos: meninos 8/9 e 10/11 anos:meninos
8/9 e 10/11 anos: meninos
9/12 anos: meninas
Equipes 276 574 804
Jogos 838 1.696 2.241
Participantes 3.312 (50 meninas)Rodrigues: 12
6.060 (60 meninas)Rodrigues: 12
8.564 (1.540 meninas)
Rodrigues: 38
Treinadores-educadores
nenhum 61Educação físicaRodrigues: 25
32Educação física e
treinadores
Faixa etária 2009 2010 2011 Total
Meninos 8/9 anos nenhum 2.556 2.390 4.946
Meninos 10/11 anos 3.312 3.444 3.144 9.900
Meninos 12 anos nenhum nenhum 1.490 1.490
Meninas 9/12 anos 50 60 1.540 1.650
Total 3.362 6.060 8.564 17.986
160 Anexos | Grassroots
Plano de desenvolvimento da iniciação ao futebol de
longo prazo (2012 - 2015)
O torneio interescolar de futebol tem funcionado com êxito
para as quatro faixas etárias, sendo que ainda há espaço
para o aumento da participação para até 12.080, se todas as
escolas forem representadas nas quatro categorias de idade.
A participação de meninas pode também crescer se as esco-
las forem representadas por duas equipes, de 8/9 e 10/12
anos, aumentando o total para 15.100 meninos e meninas
até 2013. Uma vez que apenas 44 alunos de cada escola
podem participar do torneio, há necessidade de se encontrar
outras formas de atingir o restante da população escolar.
Organizar um “festival Grassroots” nas escolas é uma
atividade complementar que deve ser desenvolvida a longo
prazo. Seu objetivo é oferecer aos alunos de idade de 8 a 12
anos, tanto meninos como meninas, igualdade de oportuni-
dade para jogar. A meta é aumentar a participação até uma
média de 200 crianças por escola.
Programa piloto “Festivais Grassroots na escola”
Para estudar a viabilidade do programa, quatro festivais
Grassroots foram organizados em quatro escolas diferentes.
O objetivo foi:
1. Promover o Grassroots como atividade social,
educacional e saudável
2. Criar vínculos com escolas, professores e pais
3. Maximizar a participação de meninos e meninas
O resultado da fase piloto (2010 - 2011) é de que ela cativou
os alunos, animou os professores e pais a se envolverem,
aumentou a motivação e a consciência sobre os benefí-
cios do programa. O Ministério da Educação e os Recursos
Humanos concordou em implementar os festivais Grassroots
em 64 escolas primárias a partir de 2012:
– 36 escolas públicas
– 20 escolas católicas
– 8 escolas privadas
O “Plano de desenvolvimento do futebol iniciação de longo prazo 2012 - 2015” trabalhará com 256 escolas até 2015,
com uma média de participação em torno de 200 alunos por escola. Estima-se que em torno de 50 mil crianças participarão
do programa.
2012 2013 2014 2015
Programa FIFA Grassroots
fase 4
FIFA Grassroots
fase 5
FIFA Grassroots
fase 6
FIFA Grassroots
fase 7
Categorias Meninos 8/9 anos
10/11 e 12 anos
Meninas 10/12 anos
Meninos 8/9 anos
10/11 e 12 anos
Meninas 8/9 anos
10/12 anos
Meninos 8/9 anos
10/11 e 12 anos
Meninas 8/9 anos
10/12 anos
Chicos 8/9 años
10/11 y 12 años
Chicas 8/9 y 10/12 años
Torneios (máximo) 12.080 15.100 15.100 15 100
Escolas primárias 302 302 302 302
Formato da
competição
– futebol 5
– futebol 7
Futebol 5
meninos e meninas
8/9 anos
Futebol 7
10/11 e 12 anos
Futebol 5
meninos e meninas
8/9 anos
Futebol 7
10/11 e 12 anos
Futebol 5
meninos e meninas
8/9 anos
Futebol 7
10/11 e 12 anos
Futebol 5
meninos e meninas
8/9 anos
Futebol 7
10/11 e 12 anos
Em festivais escolares 64 escolas (6.400-
12.800)
128 escolas (12.800-
25.600)
192 escolas (19.200-
38.400)
256 escolas (25.600-
51.200)
161Anexos | Grassroots
Sustentabilidade do programa
A sustentabilidade do programa depende de muitos fatores:
– Legítima estrutura de iniciação ao futebol dentro do
departamento técnico da associação-membro
– Termo de compromisso entre os parceiros estratégicos
– Apoio contínuo da FIFA, do governo, da associação-mem-
bro e dos patrocinadores
– Estabilidade da associação-membro
– Monitoramento e adaptação apropriados de longo prazo
– Acompanhamento adequado de talentos emergentes
como consequência da iniciação ao futebol
Avaliação do programa piloto
Os resultados do programa piloto podem ser resumidos
através dos seguintes indicadores de rendimento:
1. Aumento de la participación de niños y niñas:
17 986 alumnos de primaria han participado en el
programa desde su implantación.
4 000
3 000
2 000
1 000
02009 2010 2011
10/12 anos: meninos
8/9 anos: meninos
9/12 anos: meninas
12 anos: meninos
162 Anexos | Grassroots
2. Estrutura de iniciação ao futebol no departamento técnico
da associação-membro: estabeleceu-se uma estrutura específica
de modo a preparar, coordenar e monitorar todo o processo.
Departamento técnico
Coordenador Geral del programa GR
Coordenador de Futebol Feminino
Coordenador GR
3 regiões esportivas
Inspetor por zona
Treinador regio-nal / professores
de Educação Física
3 regiões esportivas
Inspetor por zona
Treinador regio-nal / professores
de Educação Física
3 regiões esportivas
Inspetor por zona
Treinador regio-nal / professores
de Educação Física
3 regiões esportivas
Inspetor por zona
Treinador regio-nal / professores
de Educação Física
1 região esportiva
Treinador rregional
Professores de Educação
Física
3. Treinadores-educadores formados
– 93 treinadores-educadores, a maioria professores de
Educação Física
– Seminários de treinamento e cursos de atualização
anuais
4. Introdução do futebol feminino nas escolas:
1.540 meninas (9 a 12 anos) participaram da edição de
2011 e 200 dos festivais Grassroots nas escolas
5. Repercusión del programa piloto en el fomento del
fútbol
– criar vínculos com as escolas
– criar parcerias com todas as organizações envolvidas
– promover o jogo em geral
– estabelecer bases mais amplas para o futebol
– identificar jovens talentos - meninos e meninas
– incentivar o desenvolvimento do futebol feminino
desde o nível da iniciação ao futebol
– envolver pais e voluntários
– melhorar as instalações de treinamento e de jogos
Para concluir, pode-se dizer que o programa piloto
teve como resultado um desenvolvimento positivo do
futebol nas Ilhas Maurício e contribuiu enormemente
para a criação de um ambiente atraente para todos
aqueles interessados no jogo de futebol, sejam
crianças, treinadores-educadores, professores ou pais.
Zona educativa 1 Zona educativa 2 Zona educativa 3 Zona educativa 4 Zona educativa 5
163Anexos | Grassroots
ANEXO E. FUTEBOL DE RUA
Muitos jogadores de ponta já afi rmaram que começaram
a desenvolver suas habilidades no futebol de rua. A criati-
vidade e o espírito livre do futebol de rua devem também
fazer parte do programa de iniciação ao futebol. Na reali-
dade, o futebol de rua, o futsal e o futebol de praia podem
integrar as atividades de um festival Grassroots.
Estudos científi cos afi rmam que os grandes jogadores de
futebol passaram muitas horas de sua infância jogando
futebol de rua ou participando de jogos sem a supervisão de
um treinador. Quanto mais tempo se passa em contato com
a bola, maiores as oportunidades de aprendizado incidental.
Este ambiente também dá aos jogadores a oportunidade de
aprender, seja copiando ou desafi ando seus companheiros.
Em um programa de iniciação ao futebol, é possível usar os
minijogos de futebol de rua como uma atividade ou uma
estação de exercício, em um festival. Os treinadores podem
também sugerir o futebol de rua como “dever de casa”, em
que as crianças são estimuladas a jogar com seus vizinhos,
pais, irmãos e irmãs. Naturalmente, a urbanização está
reduzindo as oportunidades das crianças jogarem o futebol
de rua com segurança. Todavia, a satisfação e a autonomia
que essa prática traz fazem com que as crianças se mant-
enham ativas e se socializem com os amigos e vizinhos do
bairro, ao invés de permanecerem trancadas em casa ocupa-
das com seus jogos eletrônicos.
164 Anexos | Grassroots
Presidente: Joseph S. Blatter
Secretário Geral: Jérôme Valcke
Endereço: Fédération Internationale de Football Association
FIFA-Strasse 20
Apdo. postal
8044 Zúrich
Suiza
Telefone: +41-(0)43-222 7777
Fax: +41-(0)43-222 7878
Internet: www.FIFA.com
Grassroots
Criação: Departamento de Educação e Desenvolvimento Técnico da FIFA
Autores: Departamento de Educação e Desenvolvimento Técnico da FIFA
Gráfi ca: Produção da FIFA / mbDesign, Zurich
Traduções: Departamento de Traduções da FIFA / Hurst & Freelancers
Fotos: Arquivo da FIFA / The Football Association Ltd.
Impressão: RVA Druck und Medien, Altstätten, Suiza 7.12 RVA 3’000 JNE/JDI/MBE