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GRASSROOTS

Grassroots

2 Conteúdos | Grassroots

Trajetória do jogador sem a bola

Trajetória do jogador com a bola

Trajetória da bola (de um passe ou chute)

Treinador

Designação de jogadores

Posição dos jogadores

A, B, C, D

A1, A2

LEGENDA

Masculino e feminino

As referências ao gênero masculino e feminino neste manual - relativas aos

técnicos, jogadores, etc. -, aplicam-se (para simplifi car a leitura) tanto para

homens quanto para mulheres.

Tradução do termo Grassroots

A tradução adotada neste manual para o termo Grassroots foi iniciação

ao futebol. O termo adotado em espanhol é futebol de base. No entanto,

o termo futebol de base em português refere-se às categorias de base de

clubes de futebol geralmente direcionadas apenas a atletas talentosos,

com comprovada vocação esportiva. A interpretação adotada de iniciação

ao futebol visa enfatizar o caráter inclusivo da proposta e refere-se a um

programa voltado para todas as crianças, independentemente do seu nível de

habilidade. Ao longo do texto, o termo Grassroots foi mantido quando em

referência ao nome próprio do programa da FIFA, assim denominado.

3Conteúdos | Grassroots

Mensagem de boas-vindas 5

A filosofia do Programa Grassroots 9

O treinador-educador 13

Características das crianças e a abordagem educacional 23

Organização de festivais esportivos 35

Organização de torneios 45

A sessão de treinamento da iniciação do futebol 53

Jogos reduzidos 65

Fundamentos técnicos do futebol 71

Exemplos de exercícios e formas de jogos 77

Futsal e futebol de praia 99

A estrutura do Programa de Grassroots nas associações-membro 115

Criar vínculos com governos e outras organizações 123

Concepção de um plano de Grassroots 131

Anexos 143

Conteúdos

Mensagem de boas-vindas

6 Mensagem de boas-vindas | Grassroots

7Mensagem de boas-vindas | Grassroots

Mensagem de boas-vindas

Embora a FIFA provavelmente seja melhor conhecida por organizar a Copa do Mundo

da FIFA™, o desenvolvimento do futebol é central em nossa atuação. A FIFA investe

uma grande quantidade de recursos para cumprir esse compromisso pela saúde futura

do futebol em todo o mundo - do futebol de base a torneios de elite.

O programa de Futebol de Base da FIFA incentiva meninos e meninas a jogar e se

divertir com o futebol sem restrições. Ele foca em aproveitar o esporte por meio de

partidas com times pequenos, ensino das habilidades básicas de futebol, exercícios e,

fi nalmente, fair play.

Entre 2011 e 2016, a FIFA investiu USD 17,2 milhões em atividades de futebol para

jovens e de base, sendo que 83 por cento foram para a educação na área de futebol

de base em todo o mundo. Entretanto, o desenvolvimento do futebol de base não

signifi ca somente auxílio fi nanceiro; ele também envolve um compromisso muito

maior em estabelecer a infraestrutura necessária para permitir que associações-

membro, treinadores e participantes assumam um papel ativo no futebol.

Esperamos que este manual seja útil para todos aqueles que desejam de se envolver

no futebol de base, e que você se junte à FIFA na nossa missão de inspirar a nova

geração a se divertir praticando esse lindo esporte. Agradecemos a sua contribuição

para o desenvolvimento do futebol e desejamos sucesso em todas as suas atividades

no futebol de base.

Pelo esporte. Pelo mundo.

A filosofia do programa

Grassroots

10 A fi losofi a do programa Grassroots | Grassroots

“Desenvolver o jogo” é uma das três abordagens adotadas

pela FIFA ao implementar sua missão. Isso está expressado

como principal objetivo de seu Programa de Grassroots:

permitir que o futebol seja conhecido pelo maior número

possível de pessoas. A melhor maneira de se atrair novos

jogadores para o esporte é dar-lhes acesso ao futebol em

seu próprio ambiente, qualquer que seja sua idade, sexo,

condição física, cor da pele, religião ou origem étnica.

O futebol do Programa Grassroots é futebol para todos.

O programa Grassroots da FIFA visa envolver meninos e

meninas, nas idades de 6 a 12 anos, através da iniciativa de

clubes, comunidades e escolas.

O conceito chave do programa é reunir o maior número de

pessoas possível através do futebol.

O conceito chave do programa é reunir o maior número de

pessoas possível através do futebol.

Ele incentiva a troca e a partilha de valores humanos e,

naturalmente, promove o prazer de jogar este maravilhoso

esporte. Para algumas pessoas, a iniciação ao futebol é um

ponto de convergência de atividades recreativas, ao passo que

para outros é uma prática esportiva organizada, com treina-

mentos e jogos, inseridos na estrutura de um clube ou escola.

Naturalmente, nem todos os jovens jogadores se tornarão

as estrelas do futuro, e nem todos possuem as habilidades

necessárias para se tornarem jogadores profi ssionais. Por

este motivo, esta visão da iniciação ao futebol, não são

aplicadas sessões de treinamento extremamente intensas ou

o ensino de táticas muito complicadas ou avançadas.

11A fi losofi a do programa Grassroots | Grassroots

Jogar é a melhor forma de se aprender.

Acima de tudo, os jovens devem se divertir.

Os elementos essenciais da iniciação ao futebol são as

relações humanas, o espírito de equipe e a diversão.

O conceito de aprender através do jogo, enquanto guiado

por um treinador-educador, visa especifi camente alcançar

o jovem e criar um processo para orientá-lo no futuro. O

treinador-educador deve ser dinâmico, tolerante, apaixonado

e motivador. Ao mesmo tempo, deve sempre respeitar as

características psicológicas, fi siológicas e físicas das crianças.

As crianças não são adultos em miniatura.

O futebol é a principal atividade recreativa de inúmeras

crianças em todo mundo. É uma ferramenta excepcional

para a integração social e um excelente meio de expressão.

O Programa de Grassroots da FIFA oferece a todos a

oportunidade de jogar futebol sem discriminação e sem a

necessidade de maiores infraestruturas.

O programa da FIFA pode complementar as iniciativas de

confederações e associações membro que já estabeleceram

programas de Grassroots.

O Programas Grassroots da FIFA foi redigido em cooperação

com as associações membro e envolve todos os interessados

que se ocupam da educação esportiva em seus respectivos

países. (governos, organizações não governamentais, comu-

nidades, escolas, etc.).

O Programa Grassroots é para todos, por todos, em

todos os lugares do mundo.

O treinador–educador

14 O treinador-educador | Grassroots

“A juventude prefere ser estimulada ao invés de ser instruída.” Johann Wolfgang von Goethe

15O treinador-educador | Grassroots

A criança deve ser o centro de interesse do treinador-educa-

dor, o qual tem por principal e essencial missão assegurar o

desenvolvimento da criança em diferentes âmbitos: educa-

cional, psicológico, social e esportivo.

O treinador-educador deve conhecer o jogo e os jogadores.

Naturalmente, um treinador-educador não sabe tudo, mesmo

em sua própria área de atuação. No entanto, ele deve ter

uma boa compreensão da mensagem que quer transmitir.

Vitórias e derrotas não são nada comparadas com o que

o futebol pode promover em termos de valores sociais e

humanos, assim como uma ajuda vital na formação de

futuros cidadãos e sua inserção na sociedade.

O futebol pode ser uma ferramenta maravilhosa na transmis-

são de valores como respeito, solidariedade, ajuda mútua,

compartilhamento, etc.

Vontade de ensinar, vontade de compartilhar, vontade

de doar, vontade de se dedicar às pessoas. Esta é a

missão do treinador-educador: uma vocação.

A missão educacional de um treinador-educador é essencial-

mente transmitir conhecimento e habilidades sociais. Para

atingir isso, ele deve conhecer a criança, compreender suas

“A natureza indica que as crianças devem ser crianças antes de se tornarem adultos. Se tentarmos alterar esta ordem natural, elas alcançarão a idade adulta prematuramente, mas sem substância ou força.” Jean-Jacques Rousseau

características e levar em conta sua idade e capacidades.

Em resumo, ele deve ensinar através do encorajamento e da

realização.

A brincadeira deve ser a principal atividade das crianças.

É uma necessidade essencial, inata em todas as crianças.

Assim, os principais objetivos do Programa de Grasroots são

iniciar as crianças no futebol e estimular sua prática através

do jogo.

O futebol com um número menor de jogadores, em campos

reduzidos, atende a essas duas necessidades. Em campos

reduzidos, os jovens jogadores tocam na bola com mais

frequência e aprendem a controlá-la e usá-la e portanto,

adaptam melhor o jogo às capacidades fi siológicas das

crianças.

A missão do treinador-educador é promover o aprendizado

através do jogo, que é um modo agradável para a criança

aprender. Além disso, ele é também um modo excelente

de desenvolver as habilidades psicomotoras, permitindo

a criança relaxar e superar seus medos. Ele encoraja as

crianças tanto a tomar decisões e correr riscos, quanto a ser

criativo.

Trata-se, simplesmente, de divertir-se jogando Futebol, com-

partilhando o momento.

16 O treinador-educador | Grassroots

… usa atividades para ensinar e dar formação

às crianças.

… dá instruções que são adequadas às faixas

etárias das crianças.

… ajuda os jovens a amadurecerem, e

tornarem-se homens e mulheres.

… orienta os jovens e serve como modelo e

exemplo.

… escuta e dá atenção aos jovens.

… mantém contato com a família e/ou a escola

dos jovens.

… assume todas as responsabilidades

pedagógicas.

… aborda todos os aspectos do jogo.

… é responsável pela segurança e primeiros

socorros.

… enfatiza o lado lúdico e sempre organiza

pequenos jogos

O treinador-educador …

17O treinador-educador | Grassroots

Perfi l do treinador-educador

O treinador-educador, em seu papel de formador, tem como

vocação despertar o interesse e iniciar na prática do futebol

todos meninos e meninas que querem descobrir os prazeres

desse esporte.

Para alcançar os objetivos relacionados a esse papel de

formador, a missão do treinador-educador na sua “escola de

futebol” deve ser a seguinte:

– acolher sem discriminar todos as crianças a partir de 6

anos de idade.

– promover, desde a mais tenra idade, uma educação

esportiva baseada no respeito e no jogo limpo.

– desenvolver uma mentalidade baseada no prazer de jogar

e na vontade de melhorar.

Sem ser um especialista, o treinador-educador deve possuir

determinados conhecimentos básicos:

Conhecimento das crianças:

– Aspectos gerais de desenvolvimento motor de acordo

com a idade da criança

– Relacionamento, comportamento, comunicação e lingua-

gem adequadas.

Conhecimentos pedagógicos de ensino e

organização:

– Os métodos de ensino

– Organização de uma sessão de treinamento de futebol

– Organização de um torneio

– Organização de um festival esportivo

Conhecimentos básicos de futebol:

– Pequenos jogos / jogos reduzidos

– Como organizar pequenas partidas de futebol e exercícios

– Ensino das técnicas básicas do futebol

18 O treinador-educador | Grassroots

Conhecimento das crianças:

O treinador-educador

- Aspectos gerais do desenvolvimento

motor de acordo com a idade da criança

- Relacionamento, comportamento,

comunicação e linguagem adequadas.

Conhecimentos básicos de futebol:

- Jogos reduzidos

- Partidas de treinamento

- Ensino das técnicas de deslocamentos

Conhecimentos didático pedagógicos de ensino e organização:

- Os métodos de ensino

- Organização de uma sessão de futebol

- Organização de um torneio

- Organização de um festival esportivo

GRASSROOTS

19O treinador-educador | Grassroots

Cinco fundamentos para o êxito na prática do futebol

Uma escola de futebol é um ambiente no qual as crianças

devem se sentir felizes e valorizadas:

1. Sentir-se seguro

Proteger as crianças de possíveis danos físicos e emocionais.

Uma criança que não se sente segura encontrará difi culdade

para sentir-se contente e divertir-se com as atividades.

2. Sentir-se acolhido

Acolher as crianças de qualquer idade, sexo, nível técnico,

porte físico, cultura ou idioma. O futebol é um ambiente no

qual não deve haver discriminação de qualquer natureza.

3. Sentir-se um “bom jogador”

Toda criança deve sentir-se capaz. Por essa razão, as crianças

devem sempre ser encorajadas, destacando-se os pontos

positivos ao invés dos pontos negativos.

4. Sentir-se como membro de um grupo

É essencial para a criança ser parte de um grupo e sentir-se

aceita pela equipe

5. Sentir-se importante

As crianças têm necessidade do reconhecimento de seus

sucessos. Elas devem ser encorajadas a serem criativas e a se

expressarem.

A parceria com os pais

O treinador-educador deve também tentar estabelecer uma

parceria respeitosa com os pais dos jogadores. De acordo

com a cultura familiar da comunidade onde a iniciação ao

futebol se desenvolve, os pais podem, por vezes, reagir

exageradamente face ao desempenho de sua criança, e,

em outras situações, podem ser úteis para cooperar com

o treinador-educador. Por exemplo, colaborando com o

transporte das crianças para treinamentos e jogos. Faz parte

do papel do treinador-educador desenvolver uma relação

saudável com as famílias. Abaixo seguem algumas dicas

úteis para o treinador-educador lidar com os pais:

– No início da sessão ou começo de um evento tal como um

festival ou um torneio, assegure-se de esclarecer aos pais

os princípios educacionais de um Programa Grassroots e

dê instruções acerca do comportamento adequado para

torcerem para seus fi lhos.

– Assegure-se de que você compreende e leva em consi-

deração a cultura familiar local da comunidade onde o

programa se desenvolve. Um treinador-educador deve

considerar todas as tradições particulares, crenças e com-

portamento das famílias.

– Estabeleça diálogos individuais com os pais para dar-lhes

algum retorno positivo sobre o desenvolvimento e com-

portamento de seus fi lhos.

– Gostar de trabalhar com crianças.

– Conhecer as crianças.

– Ser um ponto de referência para as crianças.

– Ser exigente, mas tolerante nos momentos certos.

– Saber escutar as crianças.

– Manter a comunicação.

– Promover a autoconfi ança das crianças e tranquilizá-las.

– Desenvolver o espírito de equipe.

– Encorajar os indivíduos a ter iniciativa e a assumir riscos.

– Destacar o “espírito do jogo” ao invés dos erros.

– Ensinar sempre encorajando.

– Gritar constantemente e ser agressivo.

– Tratar as crianças como adultos ou pedir-lhes para jogar como tais.

– Esquecer que a principal motivação das crianças é jogar futebol.

– Dar explicações que sejam muito longas.

– Apresentar objetivos técnicos que sejam muito avança-dos para a idade da criança.

– Organizar apenas exercícios repetitivos e monótonos.

– Concentrar em um exercício por períodos muito longos.

– Interromper o jogo constantemente para correções.

– Criticar um participante na frente do grupo.

– Esquecer de equilibrar os times.

– Colocar muita ênfase nos resultados.

As METAS do treinador-educador Comportamentos que devem ser evitados

20 O treinador-educador | Grassroots

– O treinador-educador pode organizar palestras educativas

e reuniões com os pais para discutir assuntos importantes

sobre as crianças, tais como: hábitos alimentares, pre-

venção de lesões, higiene pessoal, hábitos saudáveis, e

apoio emocional no esporte.

Tal como está detalhado nos códigos de conduta, é neces-

sário que os treinadores-educadores e os pais trabalhem

juntos para garantir um ambiente de alegria e bem-estar no

Programa Grassroots.

Códigos de conduta

O treinador-educador tem grande infl uência sobre os jovens

jogadores envolvidos com a iniciação ao futebol. A partir

do momento que os treinadores educadores passam muito

tempo com as crianças, sua própria conduta e comporta-

mento determinará, invariavelmente, a atitude e a conduta

das crianças. Por esta razão, o treinador-educador deve sem-

pre ter atitudes positivas e ser um exemplo de atitude para

todos os participantes, tanto no seu aspecto físico como nas

relações emocionais e sociais.

O treinador-educador não deve ser visto apenas como

um especialista ou técnico de futebol, mas deve ser visto,

também, como um guia, um educador e um exemplo a ser

seguido.

O código das crianças

– Jogue visando sua própria satisfação e não apenas para

agradar seus pais ou treinadores.

– Divirta-se, se aperfeiçoe e se desenvolva através do futebol.

– Aprenda e respeite as regras do jogo e as regras de convi-

vência do grupo.

– Integre-se ao grupo e seja um bom companheiro.

– Respeite seus oponentes.

– Aceite as decisões dos árbitros e de seu treinador

– Mostre espírito esportivo em todas as circunstâncias.

O código dos pais

– Lembre-se de que as crianças jogam futebol para sua

própria satisfação, não para satisfação dos pais.

– Encoraje as crianças a sempre respeitar as Leis do jogo.

– Nunca reprima uma criança por um erro técnico ou por

perder uma partida.

– Lembre-se de que as crianças aprendem com os exemplos.

– Encoraje sempre ambas as equipes.

– Parabenize ambas equipes, independentemente do resul-

tado da partida.

– Ajude a eliminar a violência física ou verbal do futebol.

– Respeite as decisões dos treinadores-educadores e árbi-

tros, e ensine às crianças a fazer o mesmo.

– Apoie, encoraje e ajude os voluntários, os treinadores-

educadores, e os organizadores. Sem eles, as crianças não

teriam a oportunidade de jogar futebol.

– Valorize o jogo limpo em todas as circunstâncias.

O código dos árbitros

– Compreenda que arbitrar uma partida para crianças é

completamente diferente de arbitrar uma partida para

adultos.

– Proteja as crianças física e emocionalmente.

– Enfatize o espírito esportivo do jogo ao invés dos erros e

faltas.

– Não interfi ra excessivamente na partida.

– Deixe as crianças jogarem.

– Explique as razões das faltas quando cometidas e ensine

as regras do jogo quando as crianças errarem.

– Se um jogador cometer um erro, permita-lhe repetir a

ação explicando-lhe qual foi o erro cometido.

– Não tolere linguagem inapropriada.

– Seja consistente, objetivo e educado ao indicar a faltas.

– Tenha uma atitude pedagógica ao arbitrar; explique o

porquê das infrações.

– Mantenha uma atitude positiva e alegre.

– Mantenha o espírito esportivo em todas as circunstâncias.

– Peça às crianças para se cumprimentarem antes e depois

da partida.

“Bons pais ajudam seus fi lhos a serem bons jogadores; pais excelentes ajudam seus fi lhos a serem excelentes pessoas.” Dietmar Samulski

21O treinador-educador | Grassroots

Trabalho voluntário

Os voluntários devem também conhecer os princípios do

Programa de Grassroots. Quanto mais eles souberem sobre

os aspectos educacionais e o objetivo participativo do

trabalho, mais qualifi cados eles estarão para ajudar os parti-

cipantes, os treinadores-educadores, os árbitros, e os pais.

O trabalho voluntário é um aspecto muito importante no

desenvolvimento da iniciação ao futebol, e as associações

membro deveriam esforçar-se para recrutar voluntários para

ajudar nos projetos. Esses voluntários podem ser os pais, pro-

fessores ou líderes comunitários. Mesmo se os voluntários não

tiverem um papel formal na estrutura da associação membro,

sua participação pode ser crucial para o sucesso do Programa

de Grassroots no país. Alguns voluntários fi cam contentes em

ajudar com as tarefas administrativas, enquanto outros pre-

ferem organizar torneios e festivais ou simplesmente ajudar

com a organização de transporte para as crianças.

Segurança e prevenção de acidentes: dez tarefas

importantes para os treinadores-educadores

1. Fornecer um ambiente seguro

As instalações esportivas devem sempre garantir a segurança

das crianças. As condições atmosféricas desfavoráveis

devem ser levadas em conta durante todas as atividades de

iniciação ao futebol.

2. Instalações e equipamentos esportivos apropriados

e seguros

As normas de uso dos equipamentos devem ser sempre

respeitadas. Todo equipamento deve ser mantido em boas

condições e devem ser apropriados para a categoria do

jogador envolvido (bolas de futebol nº 4, por exemplo).

3. Atividades planejadas

Sessões de treinamento mal planejadas podem resultar em

lesões. Deve-se ensinar habilidades técnicas de maneira

progressiva. Deve-se tomar cuidados especiais com o ensino

de algumas técnicas que envolvam risco de lesão (cabeceio

ou técnicas defensivas, por exemplo).

4. Monitorar os jogadores que se contundem ou se

tornam temporariamente incapacitados

Os jogadores contundidos ou que apresentem uma

incapacidade temporária devem ser poupados dos exercícios

que possam causar-lhes danos.

5. Dividir as equipes de acordo com a idade e

características das crianças

Inicialmente, é necessário defi nir as faixas etárias das

crianças e suas diferentes categorias. Posteriormente

pode-se diferenciar os grupos a partir do nível da habilidade,

não apenas conforme a idade, mas também levando em

conta a altura, o peso e a maturidade. A experiência e a

habilidade também podem ser consideradas.

6. Informe às crianças e aos pais sobre os riscos

inerentes ao esporte

Os riscos inerentes ao futebol só podem ser aceitos

legalmente pelas crianças – ou seus pais / guardiães – se elas

os conhecem, compreendem e assumem.

7. Atividades monitoradas de perto

O campo de jogo deve ser devidamente monitorado para

garantir que seja o mais seguro possível.

8. Conhecimentos de primeiros socorros

Os treinadores-educadores devem ter um conhecimento

básico de primeiros socorros e devem manter-se atualizados.

A assistência médica adequada deve estar disponível durante

as atividades organizadas e nada que possa agravar uma

lesão deve ser feito.

9. Estabelecer regras claras de comportamento para as

atividades e como elas devem ser cumpridas

Antes de qualquer atividade, deve-se comunicar as

regras claramente, descrevendo como elas funcionam e o

comportamento que se espera das crianças.

10. Reunir informações essenciais sobre a saúde das

crianças

Os treinadores-educadores devem ter informações básicas

sobre a saúde das crianças (fi cha individual com dados físicos

e médicos) e os riscos envolvidos, de modo que eles possam

tomar as medidas necessárias caso aconteça algum acidente

no treinamento.

A missão essencial do treinador-educador é garantir a

proteção das crianças, não apenas para o bem dos próprios

participantes, mas também para tranquilizar os pais. Uma

vez que há um grande número de crianças, tanto meninos

quanto meninas, que participam de atividades de futebol,

sua proteção dever ser prioritária. Ninguém deve fi car sem

supervisão. Se conduzidos corretamente, os procedimentos

para a proteção das crianças não lhes impedirá que se

divirtam jogando futebol.

Características das crianças

e abordagem pedagógica

24 Características das crianças e a abordagem pedagógica | Grassroots

Ao crescer, as crianças passam por diferentes etapas. Elas

não têm os mesmos comportamentos ou as mesmas neces-

sidades, e nem se desenvolvem do mesmo modo. Por essas

razões, é importante conhecer as características específi cas

e as prioridades de cada uma das etapas da infância e da

adolescência, levando em conta os aspectos psicológicos,

fi siológicos e físicos.

O treinador-educador deve compreender que os jovens não

são pequenos adultos. Os estágios do crescimento e desen-

volvimento de uma criança devem ser levados em conta de

modo a garantir a melhor abordagem possível.

É responsabilidade do treinador-educador conhecer esses

pontos essenciais e colocar em prática os resultados apro-

priados em cada caso particular.

É importante considerar o desenvolvimento físico de cada

jovem jogador, e distinguir sua idade cronológica de sua

idade física e maturacional.

Além disso, algumas crianças começam a jogar futebol

depois dos 6-8 anos. Desse modo, é importante para o

treinador-educador respeitar o nível da criança e ter uma

abordagem positiva para encorajar o aprendizado.

O treinador-educador orienta as crianças jogando

futebol, e não as trata como jogadores profi ssionais de

futebol.

A abordagem pedagógica

1. Preparar a sessão

– Plano de treino/aula

– Conhecimento geral de futebol

– Estabelecimento dos objetivos a serem atingidos

– Escolha dos exercícios de acordo com as capacidades das

crianças

A escola de futebol é também a escola da vida

25Características das crianças e a abordagem pedagógica | Grassroots

– Preparação do espaço e do tempo dos exercícios

– Adequar as instruções conforme o nível das crianças

– Desenvolvimento gradual dos exercícios, levando em conta

o nível de habilidade das crianças

– Repetição de exercícios e memorização de situações pelas

crianças

– Avaliação dos exercícios e da aprendizagem das crianças

2. Organizar a sessão de treinamento

– Delimitação da área do jogo, fornecendo um espaço

adequado

– Material didático, bolsa de primeiros socorros

– Organização de exercícios e jogos: distribuição de coletes,

movimento e rotatividade dos jogadores, etc.

– Organização das equipes. É importante que as equipes

sejam equilibradas quando competem entre si para asse-

gurar que as crianças permaneçam motivadas.

– Nível dos jogadores.

– Características físicas dos jogadores.

– Diversidade, adaptando as regras, se necessário.

– Desenvolvimento progressivo dos exercícios e dos jogos.

– Duração e repetição dos exercícios.

– Períodos de descanso e hidratação das crianças.

3. Motivar a sessão

– Explicações simples e gerais dos objetivos da sessão

– Apresentação dos conteúdos

– Organização dos times e/ou grupos de trabalho em

estações

– Estabelecer os exercícios

• Posicionar os jogadores

• Mostrar o exercício

• Executar o exercício, controlando o tempo

– Motivação durante os exercícios

• Pedagogia do encorajamento

• Monitorar a compreensão dos exercícios e a qualidade

da execução

• Corrigir os exercícios individualmente e/ou coletivamente

• Controle contínuo do tempo e do espaço

• Busca da qualidade técnica

– Motivação durante os jogos

• Pedagogia do encorajamento

• Permitir a continuidade do jogo com poucas intervenções

• Encorajar a iniciativa individual

• Promover a criatividade

• Controle contínuo do tempo e do espaço

• Manter o equilíbrio técnico entre as equipes

4. Concluindo a sessão

– Reagrupar e tranquilizar as crianças

– Avaliação, discussão, recomendações

– Introdução à sessão seguinte

– Guardar o equipamento

– Organizar a saída das crianças

26 Características das crianças e a abordagem pedagógica | Grassroots

Etapas do desenvolvimento e características

Crianças de 6-8 anos – Sessão de treinamento

Características das crianças Papel do treinador-educador

Jogos reduzidos

Equipes equilibradas

Jogos motivacionais

Técnicas básicas

Futebol 4/5

Alternância de partidas, jogos motivacionais e

exercícios

Gosto pelo jogo

Desenvolvimento rápido

Concentração limitada

Imitação

Joga para ele/ela

Demonstração

Supervisionar, proteger e motivar

Intervenção limitada

Encorajamento

Linguagem simples e expressiva

27Características das crianças e a abordagem pedagógica | Grassroots

Características das crianças Conteúdo do treinamento

– Frágil e em pleno crescimento, difi culdades coordenativas

– Atenção e concentração limitada no tempo

– Grande facilidade para a imitação (memória visual)

– Gosta de jogar, joga para ele/ela mesmo(a). Egocentrismo

– Gosto pelo jogo

Apenas uma criança

– Técnicas básicas de futebol, exercícios coordenativos

– Jogos motivacionais, familiarização com a bola

– Jogos reduzidos: 4 contra 4, 5 contra 5

– Alternar partidas, jogos motivacionais e exercícios

– Grupos ou equipes equilibradas

Jogar, desfrutar

– Orienta, protege e motiva os jogos

– Demonstra os exercícios

– Linguagem simples e expressiva

– Intervenção limitada / deixar jogar

– Pedagogia do encorajamento

Divertir-se jogando futebol

O papel do treinador-educador

28 Características das crianças e a abordagem pedagógica | Grassroots

Etapas do desenvolvimento e suas características

Crianças de 9-10 anos – Sessão de treinamento

Futebol 7

Jogos reduzidos

Fundamentos do futebol

Velocidade, energia, reação,

coordenação

Jogos de treinamento

Equipes equilibradas

Alternância de partidas, jogos,

exercícios

Técnica

Memória visual

Coordenação melhorada

Resistência e velocidade melhoradas

Vontade de aprender

Espírito de grupo

Capacidade de discussão

Auto-confi ança

Metodologia, técnicas de ensino

Liderança

Organização, comunicação

Espírito de equipe

Encorajamento

Demonstração, correção

Conhecimento do futebol

Características das crianças O papel do treinador-educador

29Características das crianças e a abordagem pedagógica | Grassroots

– Metodologia, técnicas de ensino

– Liderança afetiva e técnica

– Capacidade de organização e comunicação

– Promoção do espírito de equipe

– Conhecimento geral do futebol

– Demonstração, implementação, correção

– Pedagogia do encorajamento

Aprender jogando

Papel do treinador-educador

Características das crianças Conteúdo do treinamento

– Aumento da resistência, da velocidade e da força

– Coordenação melhorada

– Boa memória visual

– Boa autoconfi ança

– Capacidade de discussão

– Vontade de aprender e descobrir

– Espírito coletivo

Uma criança em uma equipe de amigos

– Técnicas básicas (fundamentos do futebol)

– Organização básica da equipe

– Velocidade, energia, reação, coordenação

– Jogos de treinamento

– Partidas reduzidas: 5 contra 5, 7 contra 7 (conforme o nível das crianças)

– Alternância entre partidas, jogos de treinamento, exercícios

– Grupos e equipes equilibradas

Jogar, descobrir, experimentar

30 Características das crianças e a abordagem pedagógica | Grassroots

Etapas do desenvolvimento e suas características

Crianças de 11-12 anos – Sessão de treinamento

Futebol 9

Velocidade, energia, reação

Fundamentos do futebol

Organização da equipe

Jogos reduzidos

Criatividade

Coordenação

Princípios gerais do jogo

Motivação

Iniciativa individual

Vontade de aprender

Coordenação melhorada

Mudanças físicas

Espírito competitivo

Afi rmação de si mesmo

Espírito de equipe

Atenção melhorada

Capacidade de discussão

Metodologia, técnicas de ensino

Espírito de equipe

Comportamento

Conhecimento do futebol

Linguagem técnica

Ensinar jogando

Motivação

Encorajamento

Demonstração, correção

Características das crianças O papel do treinador-educador

31Características das crianças e a abordagem pedagógica | Grassroots

Características das crianças Conteúdo do treinamento

– Mudanças físicas signifi cativas

– Melhor equilíbrio e coordenação

– Memória visual e auditiva melhorada

– Espírito crítico e capacidade de discussão

– Atenção melhorada

– Vontade de aprender

– Afi rmação de sí mesmo

– Desenvolvimento do espírito competitivo

– Espírito de equipe

Um jogador na equipe

– Velocidade, energia e reação

– Coordenação

– Técnicas básicas (fundamentos do futebol)

– Organização básica da equipe (3-2-3)

– Os princípios gerais do jogo e motivação

– Controle do espaço e deslocamentos

– Partidas reduzidas: 5 contra 5, 7 contra 7, 9 contra 9 (conforme o nível das crianças)

– Promover a criatividade

– Encorajar os indivíduos a tomar iniciativa

Jogar e participar

– Metodologia, técnicas de ensino

– Criação do espírito de equipe

– Qualidade do comportamento

– Conhecimento do futebol

– Linguagem técnica

– Ensinar jogando

– Motivação da equipe

– Demonstração, implementação, correção

– Pedagogia do encorajamento

Um jogador de futebol em uma equipe

Papel do treinador-educador

32 Características das crianças e a abordagem pedagógica | Grassroots

O Futebol misto

Durante muitos anos, vários países não permitiram que os

mais jovens jogassem o futebol misto por razões culturais.

Jovens meninas poderiam somente jogar futebol com

outras meninas, independentemente da diferença de idade

entre elas. Hoje, no campo da educação, muitos países já

adotaram escolas mistas, nas quais as crianças não são mais

separadas por gênero, mas por idade ou nível acadêmico. A

participação mista dos mais jovens no esporte e no futebol

seguiu o mesmo caminho.

Cabe destacar que certos países permitem a participação

mista no futebol até a idade de 12 anos, enquanto outros

não impõem nenhuma restrição, o que explica porque,

nestes últimos anos, o futebol tem crescido tanto.

Permitir que meninos e meninas joguem juntos contribui

para sua emancipação, melhora a tolerância e promove o

respeito mútuo.

Ao jogar com os meninos, as meninas adquirem uma ima-

gem mais positiva de si mesmas, aumentam sua autoestima

e conhecem melhor suas habilidades.

A participação mista no futebol engloba todas as formas

de competição nas quais, os meninos e as meninas, ou

jogam juntos, ou uns contra os outros. Em outras palavras,

podemos usar o termo “futebol misto” para nos referir a

qualquer um dos seguintes casos:

– uma equipe de meninos que joga contra uma equipe de

meninas;

– uma equipe mista (meninos e meninas) joga contra uma

equipe de meninos;

– uma equipe mista (meninos e meninas) joga contra uma

equipe de meninas;

– uma equipe mista (meninos e meninas) joga contra outra

equipe mista.

Permitir o futebol misto pelo menos até a idade de

12 anos – onde for possível e tendo em mente a estrutura

das diferentes sociedades e as possibilidades educacionais

e culturais disponíveis – contribuirá enormemente para o

desenvolvimento do futebol como um todo.

33Características das crianças e a abordagem pedagógica | Grassroots

Crescimento

As crianças crescem em ritmos diferentes, segundo a fase

de desenvolvimento que atravessam. Em geral, as caracterís-

ticas sexuais começam a se desenvolver aos 11 anos e meio

para as meninas, e aos 12 anos e meio para os meninos. Os

primeiros sinais são o desenvolvimento dos seios nas meni-

nas, e o crescimento dos testículos nos meninos.

O crescimento anual da altura aumenta de 5 cm antes da

puberdade, para 7-9 cm durante o pico de crescimento

puberal. Em média, esse pico de crescimento é experimen-

tado pelas meninas na idade de 12 anos, e pelos meninos

na idade de 14 anos. No entanto, as diferenças de cresci-

mento antes da idade de 12 anos não deveriam impedir

que meninos e meninas joguem juntos. Os treinadores-edu-

cadores deveriam, todavia, considerar a diferença entre as

idades cronológicas e biológicas, assim como qualquer caso

de puberdade precoce, de modo a assegurar que os grupos

estejam bem equilibrados.

Primeira infância

Infância Puberdade

Começa a puberdade

Termina o crescimento

Meninas: 12 Meninos: 14

Pico de crescimento

Taxa de crescimento durante as diferentes etapasPico de crescimento: diferença entre meninas e meninos

Taxa

de

cres

cim

ento

(cm

/ a

no

)

Organização de um festival

36 Organização de festivais esportivos | Grassroots

O festival

– Os festivais Grassroots da FIFA são eventos de um dia

com o objetivo de introduzir a prática do futebol ao

maior número possível de meninos e meninas, através

de diferentes atividades. As crianças farão a prática de

exercícios, fundamentos básicos e jogos reduzidos de

modo que todos os participantes tenham a oportunidade

de serem envolvidos. O festival esportivo é organizado

para meninos e meninas nas idades de 6 a 12 anos

e envolve o maior número possível de crianças, sem

distinção de origem étnica, religião, origem social ou

habilidade no futebol.

– O número de equipes e as instalações disponíveis

determinam o espaço requerido para o festival.

– O número de equipes determinará a organização e

a quantidade de campos e de estações de atividades

(exercícios técnicos e jogos reduzidos).

– Duração de um festival: o máximo de duas horas e meia

(incluindo intervalos). Os jogadores não devem jogar mais

tempo do que o indicado para sua idade (ver página 43), e

a duração de cada estação do circuito de exercícios/jogos

deve ser de 8 a 12 minutos.

Atividades

– As equipes se deslocam de uma estação para outra (ver

diagramas).

– As crianças não devem permanecer na mesma estação ao

fi nal de uma atividade. Ao contrário, elas devem se mover

de uma estação para outra na direção indicada. Deve-se

também garantir uma rotatividade dos goleiros e dos

jogadores reservas.

– Apenas as crianças e os responsáveis pelas equipes são

autorizados a fi car nos campos. Os pais e os torcedores

não estão autorizados a entrar no campo. (“Deixem as

crianças jogarem!”).

– Não há árbitros. Os treinadores-educadores das equipes

supervisionam os jogos a partir da beira do campo. Por

essa razão, os campos devem estar próximos uns dos

outros.

– O organizador do festival pode indicar um treinador-edu-

cador para controlar a estação de exercício. Caso contrário,

esse papel é assumido pelo próprio treinador da equipe.

Não são exigidas habilidades especiais ou formações espe-

cífi cas (ver o capítulo “Exemplo de exercícios”).

– Os resultados não são registrados. Não há tabela de

classifi cação!

– Devem haver intervalos para permitir às crianças se recu-

perarem e se hidratarem.

– É essencial que o festival tenha um ambiente animado,

com estações motivantes, envolvendo as crianças e os

responsáveis pela organização das atividades.

Jogos e exercícios

– As dimensões dos campos de futebol dependem do

número de jogadores, da sua idade e do nível de

habilidade.

– As áreas dos campos e estações devem ser marcadas e

numeradas.

– As dimensões dos gols e os objetivos de cada exercício

podem variar em cada campo.

– As partidas podem ser jogadas com ou sem goleiros.

– As estações são localizadas entre os campos ou próximos

a eles (ver: organização dos campos).

– O número de estações (1-4) depende dos objetivos e do

espaço disponível para o festival.

– O objetivo principal das estações é a técnica.

– As estações devem ser supervisionadas (por treinadores-

educadores qualifi cados).

– O coordenador deve especifi car os tipos de estações/

exercícios.

Equipamento

– Podem ser usados todos os tipos de gols. Dimensão

máxima: 5 m x 2 m

– Na marcação dos campos, podem ser usados fi tas, cones,

pratinhos ou linhas

– Coletes de várias cores; um conjunto de coletes por

atividade

– Bolas de futebol: número 4

– Jogos: uma bola por partida + gols

– Estações: dependem do exercício (bolas, coletes, cones,

pratinhos, gols pequenos)

Participantes

– Cada equipe tem um treinador-educador responsável (se

possível).

– As equipes não devem ter mais do que sete jogadores

(meninos e meninas).

– Se possível, deve-se ter apenas uma faixa etária por

festival.

– As crianças nas idades de 6 a 10 anos podem jogar em

equipes mistas.

37Organização de festivais esportivos | Grassroots

Organização

– Divulgar o evento e sistema de inscrição das equipes

– Organizar as informações a serem enviadas às equipes

participantes

– Conforme o número de equipes, estabelecer o número de

campos e estações e o plano para o rodízio das equipes

(enviar cópias aos responsáveis pelas equipes)

– Preparar o programa e o horário das atividades

– Planejar e organizar as instalações e os equipamentos

– Organizar o pessoal

– Organizar os campos e os exercícios (pessoal e responsáveis

pelas equipes, se estiverem presentes)

– Garantir a disponibilidade de bolsa de primeiros socorros e

da hidratação para as crianças

O papel do coordenador durante o festival

Acolhida e informação

– O coordenador recebe os responsáveis pelas equipes e os

treinadores-educadores.

– Antes do início das atividades, o coordenador informa às

equipes a respeito da organização dos campos, do reveza-

mento das equipes e da duração de cada estação.

– Cada responsável de equipe deve receber um plano da

organização dos campos/estações e do revezamento

das equipes para garantir que o festival transcorra

corretamente.

– O coordenador deve destacar as regras do jogo limpo,

dentro e fora do campo, referindo-se principalmente aos

pais e a outros adultos.

– Organização de logística (material, água, distribuição das

equipes, etc).

– Ensaio do festival.

Durante o festival

– O coordenador deve posicionar-se no centro do espaço

destinado ao festival.

– Esta posição deve ser o melhor local para facilitar o con-

tato com todos os responsáveis pelas equipes (responder a

perguntas, dar instruções, etc).

– O organizador controla a duração de cada rodízio de

estação e indica, com um sinal sonoro, o início e o fi m dos

jogos e exercícios.

Final do festival e avaliação

– Ao fi nal do festival, o coordenador chamará todas as

equipes e responsáveis para que se reúnam no centro do

local do festival.

– O coordenador fará um discurso de encerramento (agra-

decimentos às crianças por sua participação e esforço,

valorização do jogo limpo e, também, agradecimentos aos

responsáveis pelas equipes, aos pais, aos torcedores, etc).

– Os responsáveis pelas equipes também serão convidados

para discursar e fazer uma breve análise do festival.

– Todos os envolvidos devem usar o aprendizado para

melhorar futuros festivais, otimizando a organização, a

implementação e a qualidade das atividades (estações,

exercícios técnicos, jogos).

38 Organização de festivais esportivos | Grassroots

Possíveis confi gurações

É possível haver diferentes confi gurações e tamanhos de

festivais, dependendo do número de crianças envolvidas, da

área disponível para jogos, do número de campos e estações

e do lançamento do evento. Tal como se dá na organização

de torneios, as características das diferentes faixas etárias

também determinarão a duração do festival, incluindo a

acolhida das crianças, os descansos entre atividades, o rodí-

zio de uma estação para a outra, a reunião após o festival e

o discurso de encerramento. O festival como um todo não

deve durar mais do que duas horas e meia.

Organização com 6 equipes - Futebol de 7

Rodada Campo A Campo B Campo C Campo D

1 1 contra 2 3 4 contra 5 6

2 6 contra 1 2 3 contra 4 5

3 5 contra 6 1 2 contra 3 4

4 4 contra 5 6 1 contra 2 3

5 3 contra 4 5 6 contra 1 2

6 2 contra 3 4 5 contra 6 1

AA(partida)

B(exercício))

D(exercício)

C(partida)(partida)

As partidas e os exercícios acontecem nos campos A, B, C

e D. Há duas equipes para cada campo, e uma equipe por

exercício. Os exercícios podem admitir, por exemplo, partidas

de 1 contra 1 ou 2 contra 2, ou exercícios técnicos (variando

de uma estação a outra)

39Organização de festivais esportivos | Grassroots

Rodada Campo A Campo B Campo C Campo D Campo E Campo F

1 1 contra 2 3 4 5 contra 6 7 8

2 8 contra 1 2 3 4 contra 5 6 7

3 7 contra 8 1 2 3 contra 4 5 6

4 6 contra 7 8 1 2 contra 3 4 5

5 5 contra 6 7 8 1 contra 2 3 4

6 4 contra 5 6 7 8 contra 1 2 3

7 3 contra 4 5 6 7 contra 8 1 2

8 2 contra 3 4 5 6 contra 7 8 1

Organização com 8 times - Futebol de 7

As partidas A e D são jogadas no campo principal, enquanto

os exercícios B, C, E e F são realizados ao redor. Há duas

equipes para cada campo e uma equipe por exercício. Os

exercícios podem envolver, por exemplo, jogos de 1 contra

1 ou 2 contra 2 ou exercícios técnicos (variando de uma

estação a outra)

rodízio sugerido

A(Partida)

F(Exercícioio)

B(ExercícioEx )

D(Partida)

E(Exercícioio)

C(ExercícioEx )

40 Organização de festivais esportivos | Grassroots

Rodada Campo A Campo B Campo C Campo D Campo E

1 1 contra 6 2 + 7 3 contra 8 4 + 9 5 contra 10

2 7 contra 5 8 + 1 9 contra 2 10 + 3 6 contra 4

3 4 contra 8 5 + 9 1 contra 10 2 + 6 3 contra 7

4 9 contra 3 10 + 4 6 contra 5 7 + 1 8 contra 2

5 10 contra 2 6 + 3 7 contra 4 5 + 8 9 contra 1

AA(Partida)

BB(Exercício)

CCC(Partida))

E(Partida)rtida)

D(Exercício)(Exerc

AA(Partida)

BB(Exercício)

CCC(Partida))

E(Partida)rtida)

D(Exercício)(Exerc

Organização com 10 times - Futebol de 5

As equipes 1, 2, 3, 4 e 5 movimentam-se da esquerda para a

direita, enquanto as equipes 6, 7, 8, 9 e 10 movimentam-se

da direita para a esquerda (ver diagrama). Há duas equipes

para cada campo. Os exercícios podem admitir, por exemplo,

jogos de 1 contra 1 ou 2 contra 2 ou exercícios técnicos

(variando de uma estação para outra). Organização de cam-

pos e exercícios:

A = partida / B = exercício técnico / C = partida /

D = exercício técnico / E = partida.

rodízio sugerido

41Organização de festivais esportivos | Grassroots

rodízio sugerido

Rodada Campo A Campo B Campo C Campo D Campo E Campo F

1 1 contra 7 2 + 8 3 contra 9 4 + 10 5 contra 11 6 + 12

2 6 contra 8 1 + 9 2 contra 10 3 + 11 4 contra 12 5 + 7

3 5 contra 9 6 + 10 1 contra 11 2 + 12 3 contra 7 4 + 8

4 4 contra 11 5 + 12 6 contra 7 1 + 8 2 contra 9 3 + 10

5 3 contra 12 4 + 7 5 contra 8 6 + 9 1 contra 10 2 + 11

6 2 contra 7 3 + 8 4 contra 9 5 + 10 6 contra 11 1 + 12

AA(Partida)

FF(Exercício)

BB(Exercício)o)

EE(Partida)(

C(Partida)rtida)

D(Exercício)(Exerc

AA(Partida)

FF(Exercício)

BB(Exercício)o)

EE(Partida)(

C(Partida)rtida)

D(Exercício)(Exerc

Organização com 12 times - Futebol de 5

As equipes 1, 2, 3, 4, 5 e 6 movimentam-se da esquerda

para a direita, enquanto as equipes 7, 8, 9, 10, 11 e 12

movimentam-se da direita para a esquerda (ver diagrama).

Há duas equipes para cada campo. Nos exercícios podem

haver, por exemplo, jogos de 1 contra 1 ou 2 contra 2 ou

exercícios técnicos (variando de uma ofi cina a outra).

Organização de campos e ofi cinas: A = partida /

B = exercício técnico / C = partida / D = exercício técnico /

E = partida / F = exercício técnico

42 Organização de festivais esportivos | Grassroots

AA(Partida)

GG(Partida)

B(Exercício)o)

HH(Exercí-(Exercí

cio)

D(Exercí-(Exercí-

cio)i )

F(Exercício)(E

C(Partida)rtida)

E(Partida)(Parti

AA(Partida)

GG(Partida)

BB(Exercício)o)

HH(Exercí-Exercí

cio)

D(Exercí-(Exercí-

cio)i )

FF(Exercício)(E

C(Partida)rtida)

E(Partida)(Parti

Rodada Campo A Campo B Campo C Campo D Campo E Campo F Campo G Campo H

1 1 contra 9 2 + 10 3 contra 11 4 + 12 5 contra 13 6 + 14 7 contra 15 8 + 16

2 8 contra 10 1 + 11 2 contra 12 3 + 13 4 contra 14 5 + 15 6 contra 16 7 + 9

3 7 contra 11 8 + 12 1 contra 13 2 + 14 3 contra 15 4 + 16 5 contra 9 6 + 10

4 6 contra 12 7 + 13 8 contra 14 1 + 15 2 contra 16 3 + 9 4 contra 10 5 + 11

Na rodada seguinte, as equipes 9 a 16 movem dois campos/estações para não encontrar as mesmas equipes novamente

5 5 contra 14 6 + 15 7 contra 16 8 + 9 1 contra 10 2 + 11 3 contra 12 4 + 13

6 4 contra 15 5 + 16 6 contra 9 7 + 10 8 contra 11 1 + 12 2 contra 13 3 + 14

7 3 contra 16 4 + 9 5 contra 10 6 + 11 7 contra 12 8 + 13 1 contra 14 2 + 15

8 2 contra 9 3 + 10 4 contra 11 5 + 12 6 contra 13 7 + 14 8 contra 15 1 + 16

As equipes 1, 2, 3, 4, 5,6 7 e 8 movimentam-se da esquerda

para a direita, enquanto as equipes 9, 10, 11, 12, 13, 14,

15 e 16 movimentam-se da direita para a esquerda (ver

diagrama). Há duas equipes para cada campo. Os exercícios

podem conter, por exemplo, jogos de 1 contra 1 ou 2 contra

2 ou exercícios técnicos (variando de uma ofi cina a outra).

Organização de campos e exercícios: A = partida /

B = exercício técnico / C = partida / D = exercício técnico /

E = partida / F = exercício técnico / G = partida /

H = exercício técnico

Observações / Sugestões:

Se houver mais equipes, é possível organizar dois festivais

paralelos:

Festival com 16 equipes = 2 campos com 8 equipes

Festival com 20 equipes = 2 campos com 10 equipes

Festival com 24 equipes = 2 campos com 12 equipes

Organização com 16 equipes - Futebol de 5

rodízio sugerido

43Organização de festivais esportivos | Grassroots

Festivais Grassroots em grande escala

Em certas ocasiões, organizam-se festivais em grande

escala, pelo fato da atraírem um grande número de

crianças em alguns países, chegando a envolver às vezes

mais de mil participantes. Mesmo no ambiente da escola,

um grande número de crianças participa das atividades

(festivais e torneios) no dia do Grassroots. Os princípios

mais importantes para se organizar festivais em larga escala

podem ser resumidos como se segue:

– trabalho em equipe

– responsabilidades claramente defi nidas entre todos os

treinadores-educadores

– participação dos pais e voluntários

– organizar as crianças em equipes equilibradas e por

categoria de idade

– variação nos exercícios técnicos

– instruções que motivem

Duração do festival

Deve-se considerar o esforço total (tempo real de jogo) das

crianças por categoria de idade, levando-se em conta suas

características fisiológicas, físicas e mentais.

– 6-8 anos: 45-60 minutos de esforço (1 hora)

– 9-10 anos: 60-75 minutos de esforço (1 hora e 15

minutos)

– 11-12 anos: 75-90 minutos de esforço (1 hora e 30

minutos)

Exemplo: Festival com 2 partidas/jogos e 4 exercícios para

crianças de 9 a 10 anos

– Número total de atividades = 6

– Esforço máximo = 60-75 minutos

– 60-75 minutos divididos por 6 = 10-12 minutos por

partida e exercício

Indicaciones sobre la duración de las actividades según las confi guraciones en función de los grupos de edad y

el tamaño del festival.

Organizar um Festival Grassroots leva mais tempo do que

organizar um torneio, já que os procedimentos são diferentes.

Normalmente, se dá um tempo de descanso quando as equi-

pes fazem rodízio de um exercício ou campo a outro, assim

como durante as explicações e demonstrações dadas pelo

treinador-educador. Em alguns casos, devido às condições

climáticas, um período de descanso mais longo deve ser dado

para permitir às crianças beber água e se recuperarem.

Em tais casos, pode-se dar um intervalo maior na metade do

festival. Sua duração varia e é decidida pelo organizador. Os

treinadores-educadores também necessitam de um descanso

devido ao fato do festival poder durar de duas a três horas,

e até mesmo mais, se houver muitas crianças e o festival for

organizado através de várias rodadas.

Configurações Campos

&

exercícios

Atividades Total de

atividades

por equipe

Rodízio 6-8 anos

45-60

minutos

9-10 anos

60-75

minutos

11-12 anos

75-90

minutos

6 equipes 2 campos

2 exercícios

4 jogos reduzidos

2 exercícios técnicos6

7-10’

atividade

10-12’

atividade

12-15’

atividade

8 equipes 2 campos

4 exercícios

4 jogos reduzidos

4 exercícios técnicos8

5-7’

atividade

7-10’

atividade

10-12’

atividade

10 equipes 3 campos

2 exercícios

3 jogos reduzidos

2 exercícios técnicos5

9-12’

atividade

12-15’

atividade

15-18’

atividade

12 equipes 3 campos

3 exercícios

3 jogos reduzidos

3 exercícios técnicos6

7-10’

atividade

10-12’

atividade

12-15’

atividade

16 equipes 4 campos

4 exercícios

4 jogos reduzidos

4 exercícios técnicos8

5-7’

atividade

7-10’

atividade

10-12’

atividade

Organização de torneios

46 Organização de torneios | Grassroots

IntroduçãoAo se organizar torneios com a fi losofi a do Programa

Grassroots da FIFA, deve-se reconhecer que o aspecto com-

petitivo e os resultados não são questões cruciais. Deve-se

enfatizar os conceitos de jogo e diversão.

Por essa razão, os treinadores-educadores envolvidos na

organização de torneios devem sempre considerar:

– o equilíbrio das equipes no que diz respeito ao nível de

desempenho das crianças (rendimento);

– o justo envolvimento de todos os participantes quanto ao

tempo jogado;

– a duração das partidas, dependendo de seu número, faixa

etária e nível dos jogadores;

– o nível de competitividade entre os adversários a cada

rodada em função dos resultados anteriores;

– as regras do jogo limpo dentro e fora do campo;

– as características de cada faixa etária.

Segue, aqui, uma indicação do tempo de esforço total de

cada faixa etária, levando-se em conta as características fi sio-

lógicas, físicas e mentais das crianças:

– 6-8 anos: 45-60 minutos de esforço (1 hora)

– 9-10 anos: 60-75 minutos de esforço (1 hora de

15 minutos)

– 11-12 anos: 75-90 minutos (1 hora e 30 minutos)

Organização de torneios: duas fórmulas básicas

– sistema de rodízio simples (cada equipe joga apenas uma

vez contra cada uma das outras equipes)

– sistema de rodízio duplo (cada equipe joga duas vezes

contra cada uma das outras equipes) - partidas em casa &

fora de casa

O cálculo do número total de partidas a serem organizadas,

assim como o número de partidas que cada equipe jogará

durante o torneio, indicará a duração de cada partida,

levando em conta o número de equipes, a faixa etária, o

nível de habilidade dos jogadores e o número de mini-cam-

pos disponível. As condições climáticas também devem ser

levadas em consideração.

1. (Número total de equipes) x (número total de equipes - 1)

= número total de partidas a ser organizado em um

sistema de rodízio duplo

Exemplo: (3 equipes) x (3-1) = 6 partidas

2. Número total de partidas (do rodízio duplo) / 2 = número

de partidas em um sistema de rodízio simples

Exemplo: 6 partidas / 2 = 3 partidas

Ao organizar um torneio com três equipes, a duração de

cada partida será diferente conforme o uso do sistema de

rodízio simples ou duplo. Deve-se, também, levar em con-

sideração o tempo disponível para o torneio, assim como o

período de descanso nos intervalos das partidas e entre as

diferentes partidas.

3. Com um número maior de equipes em um torneio, o

sistema de rodízio simples é predominante e, com pou-

cas equipes, o sistema de rodízio duplo é mais usado. O

objetivo é dar um tempo de jogo justo e razoável a cada

equipe e a cada jogador, conforme sua faixa etária.

Exemplo: 5 equipes (10/11 anos) – dois campos de

futebol 7, jogando um sistema de rodízio simples

– (5 equipes) x (5-1) = 20 partidas em um sistema de rodízio

duplo (cada equipe joga 8 partidas)

– 20 partidas / 2 = 10 partidas em um sistema de rodízio

simples (cada equipe joga 4 partidas)

– Duração total do torneio: 1 hora (60 minutos)

– Duração de uma partida: 60 minutos / 10 partidas =

6 minutos x 2 campos = 12 minutos

– Tempo de jogo para cada equipe e jogador: 4 partidas x

12 minutos = 48 minutos

– Tempo de descanso no intervalo da partida: 2 minutos por

partida: 10 partidas / 2 campos x 2 minutos = 10 minutos

47Organização de torneios | Grassroots

Diferentes formatos de torneios3 equipes (1 mini-campo)

Partidas em cada e fora de casa

(sistema de rodízio duplo)

3 equipes (2 fases)

Fase Partida

1

A – B

C – A

B – C

2

B – A

A – C

C – B

4 partidas por equipe

4 equipes (1 mini-campo)

Cada equipe joga uma vez com as outras três equipes

(sistema de rodízio simples)

4 equipes (1 fase)

Rodada Partida

11 A – B

2 C – D

23 B – C

4 D – A

35 B – D

6 A – C

3 partidas por equipe

5 equipes (1 fase)

Cada equipo juega contra los otros cuatro (liga a par-

tido único), un equipo espera en cada ronda (descansa)

5 equipes (1 fase)

Rodada Partida

1

1 A – B

2 C – D

Descanso E

2

3 B – E

4 C – A

Descanso D

3

5 E – A

6 D – B

Descanso C

4

7 C – E

8 A – D

Descanso B

5

9 D – E

10 B – C

Descanso A

4 partidas por equipe

48 Organização de torneios | Grassroots

6 equipes (divididas em 2 grupos de 3 equipes) /

2 campos (sistema de rodízio simples)

1) Primeira fase com dois grupos de três equipes:

Dois grupos de três equipes, cada equipe joga com as outras

duas.

– - Grupo G1 = A, B e C

– - Grupo G2 = D, E e F

2) Segunda fase:

Dois grupos de três equipes, cada equipe joga com as outras

duas equipes.

– Grupo V: os vencedores dos grupos G1 e G2 + a melhor

segunda colocada

Grupo P: as outras três equipes

6 equipes (primeira fase)

Grupo Partida

G1 1 A – B

G2 2 D – E

G1 3 C – A

G2 4 F – D

G1 5 B – C

G2 6 E – F

2 partidas por equipe

6 equipes (primeira fase)

Grupo Partida

G1 1 A – B

G2 2 D – E

G1 3 C – A

G2 4 F – D

G1 5 B – C

G2 6 E – F

G1 7 B – A

G2 8 E – D

G1 9 A – C

G2 10 D – F

G1 11 C – B

G2 12 F – E

4 partidas por equipe

Rodada fi nal V Rodada fi nal P

A 1o Gr. A D 2o Gr. A / B

B 1o Gr. B E 3o Gr. A

CMelhor 2o Gr. A / B

F 3o Gr. B

Rodada fi nal – organização das partidas

Grupo Partida

V 1 B – C

P 2 D – E

V 3 C – A

P 4 F – D

V 5 A – B

P 6 E – F

2 partidas por equipe

Solução 1:

Uma única partida entre as equipes

Solução 2:

Partidas em casa e fora de casa (sistema de rodízio duplo)

49Organização de torneios | Grassroots

8 equipes (divididas em 2 grupos de 4 equipes) /

2 campos (sistema de rodízio simples)

1) Primeira fase: dois grupos cada equipe joga com

as outras três

Grupo 1: 4 equipes

Rodada Partida

11 A – B

2 C – D

23 B – C

4 D – A

35 B – D

6 A – C

3 partidas por equipe

Grupo 2: 4 equipes

Rodada Partida

11 E – F

2 G – H

23 F – G

4 H – E

35 F – H

6 E – G

3 partidas por equipe

Se há apenas um campo disponível, as partidas dos Grupos

1 e 2 são jogadas alternadamente.

2) Segunda fase:

Dois grupos de quatro equipes, cada equipe joga contra as

outras três

– Grupo V: com os dois primeiros colocados de cada grupo

– Grupo P: com os dois últimos colocados de cada grupo

Grupo V Grupo P

A 1o Gr. 1 E 3o Gr. 1

B 1o Gr. 2 F 3o Gr. 2

C 2o Gr. 1 G 4o Gr. 1

D 2o Gr. 2 H 4o Gr. 2

Colocações 1 a 4

Grupo V: 4 equipes

Rodada Partida

11 A – D

2 B – C

23 A – C

4 D – B

35 C – D

6 A – B

3 partidas por equipe

Colocações 5 a 8

Grupo P: 4 equipes

Rodada Partida

11 E – H

2 F – G

23 E – G

4 H – F

35 G – H

6 E – F

3 partidas por equipe

Se há apenas um campo disponível, as partidas dos Grupos

V e P são jogadas alternadamente.

50 Organização de torneios | Grassroots

16 equipes (divididas em 4 grupos de 4 equipes) /

4 campos (sistema de rodízio simples)

Primeira fase: quatro grupos cada equipe joga uma

vez com as outras três

Grupo 1: Equipes A, B, C e D

Grupo 2: Equipes E, F, G e H

Grupo 3: Equipes I, J, K e L

Grupo 4: Equipes M, N, O e P

Segunda fase

Dois grupos V com os dois primeiros colocados de cada grupo, e dois grupos P com os dois últimos colocados de cada grupo.

Segunda rodada V1 Segunda rodada V2

A 1o Gr. 1 E 1o Gr. 3

B 1o Gr. 2 F 1o Gr. 4

C 2o Gr. 3 G 2o Gr. 1

D 2o Gr. 4 H 2o Gr. 2

.

Grupo 1: 4 equipes

Rodada Partida

11 A – B

2 C – D

23 B – C

4 D – A

35 B – D

6 A – C

3 partidas por equipe

Segunda rodada P1 Segunda rodada P2

A 3o Gr. 1 E 3o Gr. 3

B 3o Gr. 2 F 3o Gr. 4

C 4o Gr. 3 G 4o Gr. 1

D 4o Gr. 4 H 4o Gr. 2

As partidas dos Grupos P1, P2, V1 e V2 são jogadas

alternadamente

Semi-fi nais

1º partida: Vencedor grupo V1 contra segundo grupo V2

2º partida: Vencedor grupo V2 contra segundo grupo V1

Finais

3º / 4º lugares: os dois perdedores das semi-fi nais

1º / 2º lugares: os dois vencedores das semi-fi nais

51Organização de torneios | Grassroots

Duração

A forma de disputa, o número de campos, o número de

partidas, o nível dos jogadores e outros fatores, tais como as

condições climáticas, ajudarão o treinador-educador a avaliar

o tempo adequado para se organizar os torneios. Seguem

abaixo algumas indicações de duração de partidas em

relação a diferentes faixas etárias e número de jogadores:

Número de jogadores

6-8 anos 9-10 anos 11-12 anos 12-14 anos ou mais

3 contra 3y 4 contra 4

2 x 3 minutos2 x 4 minutos

2 x 5 minutos 2 x 5 minutos2 x 7 minutos

2 x 5 minutos2 x 7 minutos

5 contra 5 2 x 5 minutos2 x 7 minutos

2 x 7 minutos 2 x 7 minutes2 x 10 minutos

2 x 7 minutos2 x 10 minutos

6 contra 6e 7 contra 7

x 2 x 7 minutos2 x 10 minutos2 x 12 minutos

2 x 7 minutos2 x 10 minutos2 x 12 minutos

2 x 7 minutos2 x 10 minutos2 x 12 minutos

8 contra 8e 9 contra 9

x x 2 x 10 minutos2 x 12 minutos2 x 15 minutos

2 x 10 minutos2 x 12 minutos2 x 15 minutos

Tempo de descanso

Intervalo: 1-2 minutosEntre partidas5-7 minutos

Intervalo: 1-2 minutosEntre partidas5-7 minutos

3 contra 3 / 7 contra 7

Intervalo: 1-2 minutosEntre partidas5-7 minutos

8 contra 8 / 9 contra 9

Intervalo:5-10 minutosEntre partidas5-10 minutos

3 contra 3 / 7 contra 7

Intervalo: 1-2 minutosEntre partidas5-7 minutos

8 contra 8 / 9 contra 9

Intervalo:5-10 minutosEntre partidas5-10 minutos

A sessão de iniciação ao

futebol

54 A sessão de iniciação ao futebol | Grassroots

A iniciação ao futebol não se limita a festivais esportivos

e torneios, mas se organiza, também, como atividade de

treinamento para crianças em clubes, escolas e asso-

ciações comunitárias.

Mesmo nesses espaços, onde a prática de futebol é muito

estruturada, a sessão de treinamento não deve nunca des-

considerar a necessidade das crianças de jogarem. Junto

com os objetivos pedagógicos de iniciação, aprendizado

ou aperfeiçoamento das técnicas de futebol de acordo

com as faixas etárias, a sessão de treinamento deve tam-

bém oferecer às crianças um ambiente onde elas possam

se expressar e se desenvolver através do jogo.

A estrutura da sessão de treinamento

Para realizar seu duplo objetivo, a sessão deve ser estru-

turada de tal modo que alterne entre jogos e exercícios

baseados no método “global-analítico-global” (GAG).

Aquecimento

No início da sessão, recomenda-se uma brincadeira rela-

cionada ao futebol praticada de forma lúdica e motivante.

A coordenação neuromuscular, com e sem a bola, deve

sempre acontecer imediatamente após o jogo motivacio-

nal, e constitui-se como a segunda parte do aquecimento.

A fase de abertura da sessão não deve exceder a 15

minutos.

Primeiro jogo

A primeira fase da parte principal da sessão é consti-

tuída de um ou dois jogos temáticos que destacarão seu

objetivo mais importante. Durante essa parte, o treinador-

educador enfatiza o principal assunto do treino, intervindo

e explicando o tema da sessão. Esta primeira parte de

jogos dura cerca de 15 minutos.

Exercícios e instruções

Uma vez que, através do jogo, as crianças identifi caram o

objetivo, exercícios analíticos garantirão que o movimento

técnico seja repetido e certos detalhes sejam corrigidos. O

papel do treinador-educador durante essa parte analítica

da sessão é muito importante, uma vez que ele/ela deve

demonstrar, observar, corrigir e encorajar.

A parte analítica dura entre 12 e 15 minutos.

Segundo jogo

O segundo jogo pode ser dirigido e/ou livre e deve ofere-

cer às crianças a possibilidade de aplicar o que praticaram

em situações reais de “partida”. Durante essa parte da

Escolha dos jogos e exercícios

Equipamento para o treino

Organização do campo

Objetivo da sessão Número de criançasAvaliar o treino

Avaliação geralSessão de

Iniciação do FutebolNível de habilidade

das crianças

55A sessão de iniciação ao futebol | Grassroots

sessão, o treinador-educador dá às crianças mais liberdade

de expressão, ao permitir-lhes jogar sem interferir dema-

siadamente. Esse jogo será o mais longo da sessão (20-25

minutos).

Relaxamento

A parte de relaxamento deve cumprir seus objetivos

de baixa intensidade, assim como também satisfazer a

necessidade de jogar das crianças. Portanto, ela deve ser

composta de um ou dois jogos de baixa intensidade.

Esta parte dura entre 5 e 10 minutos.

A alternância entre os métodos global e analítico pode ser

repetida uma ou duas vezes durante uma sessão com o

mesmo tema.

As primeiras impressões são sempre importantes para as

crianças. Por esse motivo, o treinador-educador deve fami-

liarizar-se com todos os exercícios e deve, previamente,

preparar o treinamento com objetivos específi cos. As

sessões de treinamento devem ser desenhadas conforme

as habilidades dos participantes. O treinador-educador

deve comunicar às crianças que elas estão genuinamente

realizando algo. Essa realização tornará a sessão mais

satisfatória e cheia de oportunidades para o jogo e para

o aprendizado. No entanto, o treinador-educador deve

estar preparado para adaptar o treino e os exercícios se

considerar que as mudanças aumentarão a motivação e o

envolvimento das crianças. Seguem abaixo algumas ques-

tões que guiarão o treinador-educador ao preparar uma

sessão de treinamento:

Objetivos:

– O que quero obter com este treino/aula?

– Qual é o objetivo do treino/aula?

Exercícios:

– Quantas crianças participarão do treino/aula?

– As crianças se divertirão com os jogos e exercícios?

– Elas aprenderão alguma coisa?

– Quais são os melhores jogos e exercícios para se atingir os

objetivos da sessão?

– O nível dos jogos e exercícios é adequado para as habilida-

des das crianças?

– Posso explicar e demonstrar os jogos e exercícios de modo

claro e preciso, sendo compreendido pelas crianças?

– Tenho equipamento sufi ciente para a sessão? Se não,

posso adaptá-la ao equipamento disponível?

Estrutura da sessão de iniciação ao futebol

Global

Jogo:preparar o local

(Identifi cação)

Formato de jogo

Formato de partida

Analítico

Adaptar

Praticar

Repetir

Aprender

Global

Jogo:Formato de

jogo (FJ)+

Formato de partida (FP)

Relaxa-mento

Aquecimento

56 A sessão de iniciação ao futebol | Grassroots

– Há espaço sufi ciente para desenvolver os jogos e exercícios

preparados?

– Como as crianças podem ajudar-me a melhorar a sessão?

A estrutura da sessão de iniciação ao futebol deve ser

adaptada para satisfazer as necessidades das crianças. O

aquecimento e o relaxamento devem ser apresentados às

crianças como jogos, onde elas possam se divertir ao fazer

exercícios físicos (aquecimento e relaxamento).

A parte principal da sessão consistirá em jogos e exer-

cícios. Esses devem abranger uma gama de atividades

e devem ser variados; e, o que é mais importante, as

atividades devem abranger os objetivos que o treinador-

educador estabeleceu para a sessão. O treino/aula deve,

principalmente, incluir jogos reduzidos, uma vez que as

crianças aprendem melhor jogando. Dessa forma, elas se

divertirão e aprenderão a gostar de futebol.

Deve-se ter o cuidado de não considerar as crianças como

pequenos adultos, evitando-se, assim, copiar as sessões

que tenham sido preparadas para adultos.

Quanto ao equipamento, o treinador-educador deve ser

capaz de se adaptar às diferentes situações encontradas

e buscar soluções alternativas baseadas em seu conheci-

mento e experiência. O equipamento deve ser verifi cado

antes da chegada das crianças, assegurando-se que esteja

disponível e preparado para a sessão. Embora a FIFA

forneça um conjunto de equipamentos para cada pro-

jeto de futebol Grassroots, pode ser o caso de não haver

equipamento sufi ciente. Pode haver falta de coletes ou

cones, por exemplo, ou alguma criança pode não ter um

calçado adequado. No entanto, o sucesso da sessão não

depende do equipamento, mas, ao contrário, da atitude

e das habilidades do treinador-educador em tirar o maior

proveito da situação.

É importante manter os pais informados a respeito dos

exercícios praticados; eles valorizam o fato de serem infor-

mados sobre as atividades praticadas por suas crianças.

Em alguns casos, os pais podem ajudar o treinador-educa-

dor a conduzir a sessão. É uma boa ideia conversar com os

pais a respeito de seu papel e de suas responsabilidades,

envolvendo-os no projeto.

57A sessão de iniciação ao futebol | Grassroots

Organização de uma sessão de iniciação ao futebol

Sessão para crianças menores de 10 anos.

Duração: 1 hora

Recomendações:

– Garantir que as atividades sejam jogos reduzidos e que as

crianças tenham bastante contato com a bola.

– Permitir muita liberdade nos jogos.

– Não dar muita importância aos resultados dos jogos e não

elaborar uma classifi cação.

– Equilibrar as equipes e os grupos, mudando os jogos se as

diferenças nos resultados forem excessivas.

– Encorajar todas as crianças.

– As crianças devem jogar se divertindo; encoraje-as, mas

não intervenha muito.

Fase 1 Fase 2 Fase 3

Aquecimento Alternância de exercícios, jogos introdutórios, partidas Recuperação

Iniciar Jogos reduzidosTécnicas básicas

de futebolPartidas reduzidas Relaxamento

10-15 min 15-20 min 10-15 min 15-20 min 5 min

Exercícios técnicosJogos de iniciaçãoJogos reduzidos

Jogos de iniciaçãoExercícios de corrida

e movimentocom bola

4 contra 4, 5 contra 5

Relaxamento individual

Capacidades psicomotoras

2 contra 2, 3 contra 3 outros jogos estruturados

sequências de jogos

Conteúdos de futebol, circuitos, controle, condução da bola,

passes, chutes

JOGO LIVRE RECUPERAÇÃO

Coordenação Aspecto lúdicoEstímulo cognitivo

e técnicoAspecto lúdico

Relaxamento físico e mental

EDUCAÇÃO – MÉTODO DE ENSINO

Descoberta Orientada

Descoberta Orientada

ImitaçãoEspontaneidade

CriatividadeDiscussão

Expressão livre Expressão livreDescoberta Orientada

Expressão livreRecolhimento do material

Organização

Organização Organização Organização

Avaliação

Animação Encorajamento

Demonstração Observação

Animação Encorajamento

Correção

Animação Encorajamento Avaliação

Correção

58 A sessão de iniciação ao futebol | Grassroots

Fase 1 Fase 2 Fase 3

Aquecimento Coordenação / Velocidade – Fundamentos Jogos Recuperação

IniciarCoordenação /

Velocidade

Técnicas básicas de futebol

ouPartidas reduzidas

Partidas reduzidas

Relaxamento

10-15 min 10 min 15-20 min 20-25 min 5 min

Exercícios técnicos Jogos reduzidos

Conteúdos de futebol, circuitos com e

sem bola, ofi cinas

Exercícios de corrida e movimentocom bola, ofi cinas

7 contra 7Relaxamento

Individual

Capacidades psicomotoras

Capacidades psicomotoras

Circuitos,técnicos, controle, condução,

da bola, chutes, sequências

JOGO LIVRE RECUPERAÇÃO

2 contra 2, 3 contra 3, 4 contra 4, 5 contra 5,

outros jogos estruturados,

sequências de jogos

Aspecto lúdicoRelaxamento

físico e mental

EDUCAÇÃO – MÉTODO DE ENSINO

Descoberta orientadaMelhora Coordenação

Equilíbrio Estabilidade

ImitaçãoEspontaneidade,

CriatividadeDiscussão

Expressão livreDesenvolvimento

velocidade / vivacidade/Reação

Descoberta orientadaIniciação

Memorização

Expressão livreIniciativa individual

Recolhimento do material

OrganizaçãoOrganização Organização Organização

Avaliação

Demonstração Demonstração Observação

Animação

Animação Animação

AvaliaçãoCorreção Correção

Sessão para crianças menores de 12 anos –

duração: 1 hora e 30 minutos.

Recomendações:

– Dar muita liberdade durante o jogo, fomentar a iniciativa

individual.

– Dar prioridade à técnica e ao jogo; as crianças devem ter

muito contato com a bola.

– Propor exercícios progressivos e jogos adaptados, com

instruções precisas e simples.

– Formar equipes e grupos equilibrados, e modifi car

os jogos se as diferenças de resultados se tornarem

excessivas.

– Minimizar os resultados e enfatizar o modo como o fute-

bol é jogado.

– Enfatizar a qualidade e a propriedade da execução dos

exercícios, ao invés da quantidade ou intensidade.

– Encorajar todas as crianças.

59A sessão de iniciação ao futebol | Grassroots

Frequência e duração

A frequência das sessões depende da idade e da experiência

das crianças. As escolas de futebol podem programar uma

ou duas sessões por semana, enquanto os clubes forma-

dores geralmente organizam um máximo de três sessões

semanais para crianças menores de 12 anos.

A duração da sessão de treinamento pode ser reduzida

devido a condições metereológicas adversas (calor, frio,

chuva, vento, etc). Portanto, o treinador-educador deve

adaptar a sessão conforme a idade e o nível técnico das

crianças, assim como de acordo com o clima.

O jogo

JOGAR é a grande alegria da infância; é através do jogo que

as crianças podem ser elas mesmas. Está comprovado que

JOGAR é uma maneira de desenvolver diferentes aspectos

do comportamento físico, afetivo e mental.

O conceito de competição não é eliminado, mas é essen-

cial que as estruturas de competição apresentadas sejam

apropriadas às características comportamentais das crianças.

A abordagem consiste em oferecer situações básicas e

simples que sejam acessíveis às crianças e que venham de

encontro às suas motivações.

A abordagem da iniciação ao futebol pode ser resumida

como segue:

– Antes de tudo é um JOGO

– Deve se apresentar sempre como um JOGO

– Deve ser simplifi cado e adaptado às características das

crianças

– A iniciação ao futebol apresenta os dois conceitos básicos

do futebol: cooperação e oposição

– A iniciação ao futebol é um ótimo meio de desenvolvi-

mento físico, motor, psicomotor, mental e social

60 A sessão de iniciação ao futebol | Grassroots

AB

C

AB

CD

61A sessão de iniciação ao futebol | Grassroots

AquecimentoO jogo do gaviãoOs jogadores se colocam em linha, cada um com uma bola. Outro jogador, sem bola, se coloca em frente a eles. Ele é o “gavião”. A um sinal, os jogadores tentam chegar ao outro lado do campo controlando a bola com os pés. O gavião tenta pegar tantos jogadores quanto possível tocando-lhes no ombro. Contam-se os pontos. Cada jogador reveza para ocupar o lugar do gavião.

Pontos essenciais da sessão de treinamento:

Partida 12 contra 2 / 3 contra 3: cruzar a linhaOs jogadores são divididos em equipes de dois ou três (de acordo com o número de crianças). Um ponto é marcado ao cruzar a linha de gol com a bola nos pés. Duração: 1-2 minutos. Faz-se a alternância de equipes para variar os adversários.

ExercícioCondução da bola e passeFormam-se grupos de pelo menos três jogadores. O jogador A conduz a bola usando o lado interno do pé esquerdo, dá a volta em torno do cone e passa para o jogador B, ainda usando o lado interno do pé esquerdo. O jogador A corre para ocupar o lugar do jogador B. O jogador B conduz a bola usando o pé direito, dá a volta em torno do cone e passa para o jogador C com o lado interno do pé direito e corre para ocupar o lugar do jogador C, e assim por diante.

Partida 24 contra 4 (com goleiro)Duas equipes de quatro jogadores se defrontam em um campo proporcional ao nível das crianças (com goleiro e reservas). Se houver crianças sufi cientes, é possível fazer um torneio de três equipes. Jogo livre; o treinador-educador intervém minimamente; encoraja-se o drible.

Para concluirPartida de precisãoCada jogador tem uma bola. Os jogadores se colocam a uma certa distância de uma linha traçada no campo. Em seguida, cada um bate na bola tentando lançá-la tão próximo quanto possível da linha. Aquele que lançá-la o mais próximo marca um ponto. A partida se compõe de várias rodadas.

6-8 anos de idade: condução da bola e passe

– Condução da bola com o pé esquerdo e com o pé direito– Controle da bola, muitos contatos com a bola– Passes com o lado interno dos pés direito e esquerdo

A B

C

a) b)

62 A sessão de iniciação ao futebol | Grassroots

9-10 anos de idade: controle, condução da bola e passe

Pontos essenciais:

Aquecimentoa) Dez passes Formam-se quatro equipes distribuídas em campos de dimensões

apropriadas. O objetivo é dar tanto passes quanto possíveis. Em primeiro lugar, joga a equipe amarela; em seguida, joga a equipe azul. Os passes são contados. Duração: aproximadamente 1 minuto para cada equipe.

b) Controle da bola Uma bola para cada jogador: exercícios de coordenação.

Partida 12 contra 2 + 4 jogadores exterioresUma partida de 2 contra 2 é organizada (amarelos contra azuis) com quatro jogadores neutros adicionais (em branco), nos lados do campo. Contam-se os números de passes. Quando uma equipe retoma a posse da bola, a contagem se reinicia do zero. Dois campos podem ser formados. Uma variação é usar dois ou três jogadores neutros.

ExercícioControle, condução da bola e passeFormam-se grupos de pelo menos três jogadores. O jogador A dribla os cones em zigue zague e, em seguida, passa com o lado interno do pé direito para o jogador B. O jogador A corre para ocupar o lugar do jogador B. O jogador B passa pelo zigue zague e passa com o lado interno do pé esquerdo para o jogador C, e corre para ocupar o lugar do jogador C, e assim por diante.

Partida 27 contra 7 (com goleiro)Duas equipes de sete jogadores se defrontam em um campo de futebol 7 (com goleiro e reservas). Jogo livre; o treinador-educador intervém minimamente.Objetivo: promover os passes. Movimentações construídas pelo centro ou pelas laterais; aspectos ofensivos e defensivos.

Para concluirA centopeiaOs jogadores são distribuídos em duas ou três fi las. O último jogador conduz a bola para a frente da fi la usando seus pés (os outros jogadores não se movem). Ao chegar ao inicio da fi la, passa a bola para o último jogador, que traz a bola para a frente da fi la, e assim por diante. A “centopeia” que primeiro cruzar a linha vence. Deixe as regras do jogo bem claras. Mudança de direção: mude o pé para retornar na direção oposta.

– Passes rasteiros usando o lado interno do pé direito e esquerdo

– Observar o posicionamento dos colegas

– Manter controle da bola

G

G G

A BCG

DE

G G

63A sessão de iniciação ao futebol | Grassroots

11-12 anos de idade: trabalho diante do golAquecimentoa) Voleios Formam-se duas equipes. A bola é golpeada de voleio e agarrada

com as mãos. Todos os jogadores atuam como goleiro.b) Controle da bola Uma bola para dois jogadores: exercícios de coordenação.

Pontos essenciais: – Passes rasteiros e chutes a gol, usando o lado interno dos pés direito e esquerdo

– Observação dos companheiros e da meta (visão de jogo)

– Controla contínuo da bola

Partida 15 contra 5 + 2 alas por equipeUma partida de 5 contra 5 é organizada (amarelos contra azuis); cada equipe tem alas colocados em cada um dos extremos da área de ataque. O objetivo dos jogadores é recorrer aos alas o máximo possível. Quando um ala recebe a bola, ele pode entrar no jogo. O jogador que passa a bola para o ala torna-se o ala seguinte. Se o ala recebe a bola do goleiro, não há mudanças; o ala passa a bola de volta para um companheiro de equipe e permanece na ala de ataque.

ExercícioCondução da bola e tiro ao golFormam-se grupos de pelo menos seis jogadores. O jogador A faz o zigue zague, contorna o último cone e chuta a gol com o pé direito. O jogador B faz o zigue zague, contorna o último cone e chuta com o pé esquerdo. Os jogadores mudam de lado após cada chute. O goleiro é substituído após várias séries de chutes.

Partida 23 contra 3 (com goleiro)Duas equipes de três jogadores se confrontam em um campo de dimensões apropriadas (com goleiro e reservas). Jogo livre. Substituições regulares. Partida jogada em ritmo forte.Objetivos: movimentações rápidas, iniciativa no ataque, transição ataque / defesa e envolvimento dos goleiros no jogo.

Para concluirO rei dos pênaltisFormam-se dois grupos. Organiza-se uma série eliminatória de pênaltis: se um jogador marca, ele avança para a rodada seguinte. Os dois vencedores são os “reis dos pênaltis”. Pode-se alternar os goleiros, e as fi las de espera devem ser evitadas.

Jogos reduzidos

66 Jogos reduzidos | Grassroots

Os jogos reduzidos são muito benéfi cos para os participantes.

Os estudos realizados mostram que as crianças se divertem e

aprendem mais jogando com poucos jogadores e com regras

adaptadas. Tocam na bola com mais frequência, aprendem

mais rapidamente e tomam mais decisões durante a partida

(requer maior concentração, visto que a bola nunca está

muito distante do jogador). As crianças também se envolvem

mais com a partida (mais movimento e prática) e gostam

muito mais do que se jogarem em grandes espaços. Menos

jogadores no campo e equipes menores garantem que cada

participante tenha mais atenção individual. Há também mais

oportunidades de se marcar gols (que é o que as crianças

querem), e os goleiros entram em ação com mais frequên-

cia (exceto nas partidas de futebol de 4, nas quais não há

goleiros). As crianças também se envolvem mais nas ações de

ataque e defesa, uma vez que dessa forma se expõem mais

à ampla gama de situações do futebol. Elas se divertem e

aprendem mais.

Estatísticas

As estatísticas respaldam os benefícios das partidas reduzi-

das em comparação ao futebol de 11. Algumas delas

mostram que:

– Os jogadores tocam a bola cinco vezes mais no futebol de

4 e 50% mais no futebol de 7.

– Os jogadores se encontram três vezes mais em situações

de 1 contra 1 no futebol de 4 e duas vezes mais no fute-

bol de 7.

– Em média, no futebol de 4, se marca um gol a cada

2 minutos e, no futebol de 7, um gol a cada 4 minutos.

– As intervenções dos goleiros são entre duas a quatro vezes

mais frequentes no futebol de 7 do que no futebol de 11.

– A bola fi ca fora do jogo durante 8% do tempo no futebol

de 4, 14% no futebol de 7 e 34% no futebol de 11.

Benefícios

Nos jogos reduzidos, todos os jogadores:

– recebem a bola com mais frequência;

– têm mais oportunidades de marcarem gols;

– têm liberdade para jogar;

– são sempre motivados pelo treinador-educador;

– são apoiados por seus pais e treinadores-educadores.

Jogar por diversão

Para as crianças, jogar é o mais importante e o fazem por

mero prazer. Os jogos e as partidas constituem uma parte

essencial do treinamento, e as crianças aprendem melhor

jogando. O jogo melhora suas habilidades e autonomia,

facilita a iniciativa e a tomada de decisão (criatividade) e

também melhora o relacionamento com os colegas. Do

ponto de vista tático, envolve visão de jogo, princípios

básicos de ataque e de defesa. No entanto, cada sessão de

iniciação ao futebol deve incluir um período de jogo livre. O

treinador-educador se retira nesse momento e mantém certa

distância. Assim, as crianças poderão jogar sem restrição e

colocar em prática as habilidades que aprenderam.

A área de jogo

É importante levar em consideração a dimensão do campo.

Este deve ser adaptado à idade, à habilidade e ao número

de jogadores. É difícil jogar em um campo pequeno com um

grande número de jogadores, pois requer muita habilidade

técnica e visão de jogo. Em geral, não se pode presumir que

crianças na idade de 6 a 12 anos tenham essas habilidades.

Elas têm características diferentes conforme seu desenvol-

vimento físico e técnico. Por essas razões, nem todos os

jogos reduzidos são recomendados para todas as idades. É

importante seguir um desenvolvimento progressivo no qual

as crianças começam com partidas reduzidas de futebol de

4 (sem goleiros) e, eventualmente, terminam por jogar o

futebol de 9.

IdadeJogos reduzidos

6-8 anos 9-10 anos 11-12 anos

4 contra 4 X X X

5 contra 5 X X X

7 contra 7 X X

9 contra 9 X

67Jogos reduzidos | Grassroots

Gols (traves) / equipamento

O tamanho dos gols deve corresponder à idade e à habi-

lidade das crianças. Crianças pequenas = gols pequenos;

crianças grandes = gols maiores. Se possível, use gols com

redes. As redes tornam as partidas mais agradáveis. Se há

apenas traves de futebol de 7 disponíveis, elas podem ser

reduzidas usando-se marcadores. Caso contrário, pode-se

marcar as traves usando discos, cones ou estacas. Deve-se,

também, facilitar a distinção das duas equipes e fornecer um

número sufi ciente de coletes de cores diferentes.

Técnica do jogo

As habilidades técnicas, tal como manter a posse da bola,

chutar a gol, passar, dominar, correr com a bola, driblar e

cabecear, são todas usadas no jogo. A pressão dos adver-

sários ajuda a fazer com que elas sejam aprendidas e

melhoradas. É importante garantir que todos os componen-

tes do jogo sejam trabalhados. Se, por exemplo, enfatiza-se

o drible num treinamento, o formato das atividades deve ser

cuidadosamente escolhido para promover o drible.

Formatos de jogos reduzidos

O futebol consiste basicamente em duas ideias: marcar gols

e impedir que os adversários o façam. O melhor modo de

destacar esses objetivos é usar formatos de jogos reduzidos

adaptados e aplicados a diferentes exercícios.

– O menor formato de jogo é 1 contra 1.

– Neste formato, focalizam-se os aspectos técnicos do drible

e da proteção da bola.

– As crianças devem também aprender a impor sua pre-

sença e a usar seu corpo corretamente.

– É, simplesmente, “eu e a bola”!

Tão logo um outro participante é incluído no exercício (2

contra 1), a situação muda. A criança pode agora passar

a bola e deve decidir (por si mesma) qual opção escolher:

manter a bola ou passá-la?

O nível seguinte, com vários adversários e companheiros,

requer maior visão, maior noção do jogo coletivo e da

criatividade. Quanto maior o número de participantes, mais

complexo o jogo se torna. Por essa razão, é importante levar

em conta as idades das crianças, permitindo-lhes progredir

dos jogos reduzidos até jogos em campos maiores.

Outro argumento chave: em jogos reduzidos, as crianças

tocam a bola com mais frequência e não podem se “escon-

der”. Ao contrário, elas devem buscar a bola ativamente. Os

jogos reduzidos são muito intensos, e sua duração deve ser

sempre controlada pelo treinador-educador. Quando houver

68 Jogos reduzidos | Grassroots

jogadores reservas, eles devem estar disponíveis ao lado do

campo para serem usados com regularidade; isso permite

que o ritmo da partida / exercício continue intenso.

Pode-se também usar formatos sem goleiros, dependendo

da idade e da habilidade das crianças. Inicialmente, é impor-

tante garantir que gols possam ser marcados com facilidade.

Isso encoraja as crianças a chutar a gol, ao mesmo tempo

que lhes ensina algumas técnicas. Os participantes mais

avançados necessitam de maior oposição e devem aprender

a marcar gols quando estão sob pressão. Em um nível mais

avançado, isso requer uma melhor técnica, demandando,

assim, a inclusão dos goleiros. É importante também ensinar

algumas táticas aos goleiros. Os jogos reduzidos são perfei-

tos para lhes ensinar a respeito do aspecto tático do jogo

(chutes a gol, situações de pressão, as oportunidades de se

iniciar ataques ou contra ataques, etc).

Em resumo, os jogadores tocam muito mais vezes a bola em

jogos reduzidos. Eles dão mais passes e se enfrentam em

situações de 1 contra 1 mais frequentemente. As repetições

de situações nas quais devem tomar decisões ajudam as

crianças a aprender e a vivenciar experiências positivas. Sua

participação ativa no jogo aumenta sua satisfação em jogar.

O jogo fi ca mais fácil de ser entendido e, principalmente,

elas se divertem e têm liberdade de expressão com a bola

nos pés.

Exemplos de organização

Princípios:

Em um campo ofi cial de futebol de 11, podem caber quatro

a seis campos de futebol de 5. Nestes, pode-se disputar par-

tidas simultâneas, assim como jogos escolares ou exercícios.

Em um terreno cujo tamanho seja a metade do padrão,

podem caber dois a três campos de futebol de 5. Nestes,

pode-se disputar partidas simultâneas, assim como jogos ou

exercícios.

Recomenda-se:

– usar as linhas normais: linha da área, linha do gol e área

do gol do campo de futebol de11;

– usar cones para sinalizar a demarcação das áreas da

partida de 5 contra 5 (não é necessário traçar linhas

adicionais).

69Jogos reduzidos | Grassroots

Iniciação aos sistemas de jogo em espaços reduzidos

O desafi o técnico de um jogador contra outro é parte central

do jogo, uma vez que as qualidades individuais dos jogado-

res estão em questão. Em nossa fi losofi a de jogo, devemos

levar em conta o espírito de equipe e recomendamos jogar

futebol coletivamente, mas é também necessário adaptar e

descobrir diferentes situações da partida usando exercícios

específi cos nos quais o objetivo é o confronto de 1 contra 1.

Consequentemente, uma partida de 1 contra 1 dá a duas

crianças a oportunidade de desenvolver suas táticas indi-

viduais básicas: atacar e defender. Falaremos mais sobre

o posicionamento avançado uma vez que os jogadores

adquiram experiência sufi ciente para serem capazes de se

colocarem em espaço aberto (anexo B).

Para começar a organizar partidas em campos reduzidos,

damos informações gerais em relação à idade das crianças e

às diferentes dimensões dos campos de jogo. Deve-se também

considerar que o nível de compreensão e de habilidade para

ler o jogo, com frequência, determinará qual dimensão de

campo utilizar. A sugestão relativa ao número de jogadores de

acordo com o campo de jogo depende da proposta elaborada

durante o desenvolvimento do plano de treinamento.

Dependendo dos objetivos, pode-se argumentar que todo tipo

de campo pode ajudar a melhorar a qualidade do jogo.

O número de jogadores depende, principalmente, da

infraestrutura disponível, assim como dos objetivos a serem

alcançados. Consequentemente, todos os tipos de organi-

zação são vistos como positivos se há uma ligação direta

entre o objetivo e o tipo de jogo ou exercício praticado.

Uma transição lógica de sistemas de jogo seria, por exem-

plo, que a partida de 3 contra 3 se torne, eventualmente, 9

contra 9, passando por várias confi gurações intermediárias,

tais como 4 contra 4, 5 contra 5, 6 contra 6, 7 contra 7 e 8

contra 8. Ter uma vantagem numérica também oferece uma

grande fl exibilidade tática.

O quadro da página 66 mostra que o campo de jogo que

os jogadores usarão depende da sua idade, mas também

do número de participantes e, especialmente, das suas

qualidades.

Apenas o treinador-educador é capaz de julgar o nível dos

jogadores e, portanto, de decidir os formatos de partidas a

serem usados.

Técnicas básicas de futebol

72 Técnicas básicas do futebol | Grassroots

O controle da bola é o fundamento de todos os aspectos

do futebol e a fonte de motivação para os jovens jogadores,

visto que a posse da bola os faz sentir bem. A habilidade

para controlar a bola é a chave para vários outros

fundamentos. As “embaixadinhas” ou “chutinhos” com a

bola no ar também são um bom modo de praticar o controle

da bola, familiarizar-se com ela e ganhar confiança.

De um modo geral, não é difícil dominar uma habilidade

técnica, mas torna-se mais difícil na medida em que as

condições do jogo mudam.

Portanto, um jogador somente pode dominar a técnica de

controle da bola se ele coordena as várias partes de seu

corpo.

Além disso, o aspecto do aprendizado depende do número

de repetições, considerando que há várias combinações

disponíveis com relação ao método a ser usado.

Na medida em que um jovem jogador se desenvolve, sua

habilidade técnica garantirá os fundamentos para o bom

desenvolvimento do seu jogo e lhe permitirá experimentar

toda a satisfação que o futebol pode proporcionar.

Na iniciação ao futebol, as técnicas básicas podem ser

divididas em quatro categorias:

– Controlar a bola

– Conduzir a bola

– Passar a bola

– Chutar

1. Controlar a bola

a. O controle direto

b. O controle aéreo ou “embaixada”

O controle direto

Controlar a bola é dominá-la. E fazê-lo apropriadamente

significa que um movimento será bem sucedido. Os

movimentos de controle a serem focados são: domínio

direto e domínio em movimento - o que introduz a

velocidade ao jogo.

O controle aéreo ou “embaixada”

Se repetido regularmente, o toque desenvolve as habilidades

de destreza, coordenação e equilíbrio nos jovens jogadores.

Essas habilidades favorecem a aquisição mais rápida de

outras técnicas.

2. Conduzir a bola

a. Sem obstáculos

b. Com obstáculos = drible

Conduzir a bola

É assim que um indivíduo se move com a bola no espaço

livre. Quando um jogador está conduzindo a bola bem, ele

está no controle o tempo todo: isso requer bom equilíbrio e

excelente estabilidade. Conduzir a bola mantendo a cabeça

em pé permite receber informação e realizar corretamente a

jogada que a partida requer.

Dribles

É assim que um indivíduo se move entre os adversários ou

obstáculos. O drible permite ao jogador com a posse da bola

transpor um ou mais oponentes ao:

– fazer uma manobra e assumir riscos;

– preparar uma ação coletiva;

– ganhar tempo para permitir apoio dos companheiros de

equipe;

– enganar um oponente (o conceito de “fi nta”).

3. Passar a bola

Esta é a ação de passar a bola para um companheiro. É uma

parte essencial do jogo coletivo. Passar a bola permite à

equipe:

– manter a posse da bola;

– construir as ações ofensivas;

– mudar a direção do jogo;

– contra atacar;

– dar uma assistência ou passe decisivo.

Os cruzamentos são um tipo de passe que podem ser longos

ou curtos, normalmente resultando em uma finalização.

Servem como o último passe ou assistência.

4. Chute a golEsta é uma ação que tem o objetivo de finalizar a bola para

o gol do adversário. É a culminância de um ataque, que é a

finalidade do futebol.

73Técnicas básicas do futebol | Grassroots

O chute a gol requer qualidades técnicas (bater bem na

bola, precisão), qualidades físicas (potência, coordenação,

equilíbrio) e qualidades mentais (determinação, audácia,

autoconfiança).

5. Técnicas especiais

– Cabeceios

– Voleios

– Técnicas defensivas

– Fintas

– Técnicas de goleiros

Cabeceios

Cabeceios podem ser associados ao controle da bola (toque

e domínio), ao passe e à finalização.

O cabeceio é uma habilidade essencial para ações ofensivas

e defensivas.

Voleios

Envolve diretamente bater uma bola aérea, sem qualquer

controle prévio:

– antes que ela toque o solo (voleio);

– logo que ela toca o solo (meio-voleio).

Técnicas de defesa

– Roubar a bola do adversário

– Interceptar o passe quando ela está com a equipe

contrária (interceptação)

– Lutar pela bola contra o adversário dentro dos limites

permitidos pelas Regras do Jogo (duelo defensivo)

É essencial para o jogador aprender a não entrar de primeira

e defender-se de pé.

Fintas

A fi nta pode ser feita com ou sem a bola, dependendo da

situação do jogo. Quando um jogador defronta-se com um

adversário durante um drible, a fi nta é uma habilidade útil

para transpor o adversário com a bola. Quando o jogador

não está de posse da bola, a fi nta é útil para se desvencilhar

do adversário, tirar vantagem de uma determinada posição

no jogo, e livrar-se da marcação de um oponente.

Técnicas de goleiros

El guardameta

O papel do goleiro é impedir que a bola entre em seu gol.

Ele é o único jogador da equipe que pode pegar a bola

com as mãos, mas apenas na área em torno de sua meta,

conhecida como área de pênalti.

O treinamento especial do goleiro é um processo de longo

prazo, que começa na iniciação e somente termina quando

ele se aposenta. Esse treinamento passa por certas etapas:

– os primeiros passos a partir da opção de ser tornar um

goleiro

– a aprendizagem das técnicas básicas do goleiro

– o desenvolvimento das qualidades físicas essenciais do

goleiro

– a aquisição da força mental

Técnicas básicas de goleiro - 6-10 anos

Preparação técnica

– primeiro contato com a bola, primeira experiência “no

gol”

– aprendizado gradual das técnicas de goleiro

– iniciação ao jogo da bola com os pés

Preparação física

– qualidades físicas (resistência, velocidade, coordenação,

fl exibilidade, etc) são desenvolvidas através de diferentes

jogos

Preparação psicológica

– respeito ao treinador-educador, colegas de equipe,

adversários e árbitros

– aprendizado de fi car “sozinho” no gol

– aprendizado de fazer do gol a “fortaleza” a ser defendida

– desenvolvimento da coragem (não ter medo da bola)

11-12 anos

Preparação técnica

– desenvolvimento e prática constante das técnicas

adquiridas

– mudança para o “campo grande” e para o “gol grande”

– aprendizado com bolas altas

– melhoramento do jogo com os pés

– entendimento do papel do goleiro na equipe

– aumento gradual do nível de difi culdade das situações

encontradas

74 Técnicas básicas do futebol | Grassroots

Preparação física

– desenvolvimento de qualidades físicas específi cas

(resistência, velocidade, fl exibilidade, relaxamento), através

de exercícios específi cos

– exercícios de coordenação, com e sem bola

Preparação psicológica

– tomar decisões, assumir seu papel de comando

– manter o autocontrole e permanecer calmo

– manter a concentração

– fazer do gol e da área o seu território

Preparação técnica para goleiros

Posicionamento

– posição inicial

– movimentações

– retomada de posição

As intervenções do goleiro

– agarrar a bola (no solo, meia altura, alta, de um rebote, etc)

– diferentes formas de saltar

– bolas altas

– um contra um

– atos de reação rápida (velocidade de reação)

A distribuição

– lançamentos com os pés (no solo, voleio, meio voleio)

– arremessos com as mãos

– lançamentos e recursos com os pés após o retorno da bola

por um companheiro

Faltas e escanteios

– como posicionar a barreira

– conhecer a posição do goleiro

– usar a comunicação com os companheiros

Os princípios táticos individuais

As táticas básicas começam a tomar forma tão logo a

criança é capaz de compreender como colocar-se no espaço

de jogo e quando ela pode tomar diferentes decisões depen-

dendo da situação de jogo. Na mente da criança, o jogo é

muito importante, e todas as suas decisões se baseiam em

atacar para marcar gols.

Ao nível da iniciação ao futebol, a importância deste com-

ponente do jogo não pode ser supervalorizada, uma vez que

a criança nesta faixa etária, frequentemente, não consegue

prever o que acontecerá após uma determinada situação de

tomada de decisão.

Através do jogo, a criança vivencia diferentes situações e

desenvolve a criatividade, o que, naturalmente, inclui a

criação de espaços e a tomada de decisões.

O tipo de jogo permite à criança desenvolver suas capa-

cidades de percepção, o que acentuará suas habilidades

psicomotoras. Consequentemente, os movimentos com e

sem a bola criam a ideia de tática.

Esta cultura começa a se desenvolver tão logo a criança

aprende como ler um jogo, o que a leva a encontrar soluções

para o jogo individual e coletivo. O movimento de jogado-

res cria um jogo fl uido de ataque e defesa, cujo objetivo da

equipe é demonstrar sua superioridade marcando gols e não

tomando gols.

Portanto, quanto mais estímulos um jogador tiver e quanto

mais ele exercitar suas habilidades perceptivas, maior o des-

envolvimento de seu raciocínio tático.

Princípios gerais

– Todos os jogadores devem ajudar seus companheiros.

– Todos participam do ataque.

– Todos participam da defesa.

– A defesa começa tão logo se perde a bola.

As principais táticas individuais são princípios simples que

um jogador aprende de modo a tomar as melhores decisões

durante um momento particular do jogo.

Como ensinar a tática

– Permitir que as crianças joguem (jogos reduzidos, etc)

– Dar conteúdo (cultura tática)

– Criar situações relevantes (jogos temáticos)

– Criar situações/problemas (ataque/defesa com instruções

para os jogadores)

– Criar o jogo livre ou dirigido com refl exão e diálogo com

os jogadores

75Técnicas básicas do futebol | Grassroots

Comportamento durante as partidas

Há duas situações em uma partida que requerem

comportamentos diferentes:

Principais táticas individuais de ataque

– Quando houver uma oportunidade, desenvolver o jogo e

não deixar que os companheiros se desmarquem em vão.

– Procurar desmarcar-se sempre que estiver sem posse de

bola.

– Passar e fi car em posição para:

• ajudar um companheiro;

• pedir a bola;

• apoiar um companheiro.

– Evitar confrontos desnecessários. É melhor transpor um

oponente rapidamente, passando ou driblando.

Quando estiver diante de um adversário:

– proteger a bola do lado contrário à posição do adversário;

– livrar-se de seu oponente usando arranques rápidos, fi ntas e

mudanças súbitas de direção;

– mudar o lado do jogo da esquerda para direita e vice versa;

– quando necessário, conduzir a bola próxima do corpo;

– evitar conduzir a bola por muito tempo. A progressão pode

ser feita com passes curtos e longos;

– fazer passes longos ao companheiro em boa posição;

– evitar jogar no meio da sua metade do campo próximo ao

seu gol. Se a bola é perdida, pode ser perigoso;

– não enviar a bola para locais com muitos jogadores; passá-la

a um companheiro que esteja em um espaço livre;

– passar a bola a um companheiro melhor posicionado;

– sempre apoiar um companheiro que tenha a bola;

– ir de encontro à bola; não esperá-la chegar até você;

– ter cuidado ao deixar a bola passar sem controlá-la, porque

o adversário pode chegar primeiro;

– valorizar o drible contra um adversário (dependendo da

situação);

– jogar de modo sensato, simples e útil. Isto é o mais difícil de

se realizar e é assim que se reconhece um bom jogador.

Principais táticas individuais de defesa

– Sempre se manter entre um adversário e seu próprio gol.

– Sempre observar o seu adversário e a bola.

– Tentar anular o ataque do adversário o mais que possível,

marcando-o.

– Retardar o ataque, fechando os espaços e pressionando a

bola.

– Antecipar e pegar a bola antes de seu adversário. Caso não

consiga, retarde-o quando ele receber a bola.

– Lutar por todas as bolas.

– Tentar abordar o adversário pelo mesmo lado da bola ou

pelo lado por onde ele fará o passe.

– Quando a bola for alta, procurar antecipar o salto antes que

seu adversário.

– Não driblar em sua própria área de meta.

– Se perder a bola, lutar para recuperá-la.

– Evitar entrar de primeira. Esperar até que o adversário mude

o apoio dos pés para abordá-lo.

– Nunca dar as costas a um atacante.

– Forçar os adversários em direção à linha lateral.

– Seguir atentamente o jogo, mesmo se a bola estiver

distante.

– Um bom defensor nunca desiste.

– O goleiro deve mandar em sua área.

Quando a equipe tem posse de bola

• Mover ofensivamente

• Desmarcar-se

• Proporcionar ajuda-apoio ao jogador que tem a posse de bola

• Utilizar-se de passes, dribles e fi nalizações

Quando a equipe não tem posse de bola

• Retornar para atrás da linha da bola

• Retardar a progressão do adversário

• Marcar

• Interceptar / antecipar

• Situações de 1x1

Exemplos de exercícios e jogos

78 Exemplos de exercícios e jogos | Grassroots

Part

ida

Part

idaJogo

dirigidoJogo reduzido

Situação de jogo

Exercício

Global – Analítico – Global

Métodos de ensino:

O conteúdo de qualquer sessão de treinamento deve sempre

ser adaptado visando ao jogo.

Tudo que se propõe como método de ensino, seja para

iniciantes ou para o aperfeiçoamento dos jogadores, deve

refl etir a realidade do jogo.

Os métodos mais conhecidos são:

– Exercício analítico: um método que permite aos jogado-

res repetir um movimento técnico, ou o comportamento

individual e/ou de equipe no que diz respeito a deter-

minado conteúdo técnico-tático. Este método propõe

o trabalho analítico, uma vez que o treinador-educador

pode demonstrar, observar e corrigir cada detalhe. Em

geral, ele é executado sem adversários ou apenas com

adversários passivos.

– Situações de jogo: um método de ensino que usa uma

situação bem defi nida do jogo para que o treinador-

educador possa corrigir, melhorar ou aperfeiçoar. Ele

permite ao treinador-educador controlar o número de

repetições, permite aos jogadores experimentarem dife-

rentes possibilidades e dá a oportunidade de interromper

a movimentação e fazer os ajustes necessários.

– Jogos reduzidos: toda partida entre duas equipes com

o mesmo número de jogadores ou utilizando vantagem

numérica (jogos de treinamento), em um campo reduzido.

É também o tipo de treinamento que mais se aproxima do

próprio jogo.

– Partida dirigida: jogo ou partida controlada pelo treina-

dor-educador, que aplica suas recomendações e conselhos

e intervém quando quer focalizar uma questão específi ca.

Aqui estão alguns exemplos de exercícios que podem ser

usados para diferentes atividades da iniciação ao futebol. A

difi culdade varia de uma a três estrelas, dependendo da com-

plexidade do exercício. Os exercícios devem, gradualmente, se

tornar mais difíceis. Deve-se considerar a idade dos jogadores,

o equipamento, a organização, o espaço disponível, etc. O

treinador-educador deve também considerar as circunstâncias

individuais, de modo que possa fazer o melhor uso dos recur-

sos, e garantir que as crianças possam realizar os exercícios.

Classifi cação dos exercícios

– Jogos de iniciação / estafetas / jogos de coordenação

(circuitos)

– Exercícios técnicos

– Jogos de treinamento (1 contra 2, 2 contra 3, etc)

– Jogos reduzidos (1 contra 1, 2 contra 2, 3 contra 3, etc)

A BC

3

21

A BC

3

21

A BC

2

1

79Exemplos de exercícios e jogos | Grassroots

1º grupo técnico Passar e controlar a bola

Organização / material3 jogadores (o ideal) ou mais1 bola (mais outra de reserva)2 conesMáxima duração do exercício: 6 - 8 minutos

Aspectos do treinamentoPassar com a parte interna do pé, com o pé esquerdo e com o direitoIr de encontro à bola para dominarManter a bola próxima ao corpoJogadores de mesmo nível fazem o exercício juntosOrientações (cabeça em pé, observar o colega)Diferenciação (passe, domínio e deslocamento)

2º Exercício Difi culdade:

– A passa para B, B passa para A, primeiro com o pé direito, em seguida com o esquerdo, etc. (1).1. B domina a bola com o pé esquerdo e conduz ao redor do cone com o pé direito (2).Passe com o pé direito (3).2. Domínio de bola para o pé direito e condução ao redor do cone com o pé esquerdo. Passar a bola com o pé esquerdo.3. Primeiro para a esquerda, em seguida para a direita, etc.

– O jogador persegue a bola até o outro lado.– O jogador corre ao encontro da bola para recebê-la e

controlá-la.Variação: desmarcar-se (do adversário) antes de receber a bola.

3º Exercício Difi culdade:

– Igual ao exercício 2.– Jogadores ocupam os lugares dos cones.– Leve pressão do marcador ao controlar a bola, conduzir e

passar.

1º Exercício Difi culdade:

– A passa para B, B passa para A (1, 2).1. Apenas com o pé direito.2. Apenas com o pé esquerdo.3. Primeiro com o pé esquerdo, em seguida com o direito, etc.

– O jogador persegue a bola até o outro lado.– O jogador corre ao encontro da bola para recebê-la e

controlá-la.Variação: desmarcar-se (de um adversário) antes de receber a bola.

D AB1

2

4

C

E3

D AB1

2

4

C

E3

A’

80 Exemplos de exercícios e jogos | Grassroots

2º Grupo técnico Chute a gol (aumentando a difi culdade)

Organização / material5 jogadores (o ideal) ou maisVárias bolas (2 crianças, 1 bola)3 conesMáxima duração do exercício: 8 - 10 minutos

2º Exercício Difi culdade:

– Igual ao exercício 1.– A torna-se um defensor (a caminho do outro lado),

primeiro passivo, depois ativo.

1º Exercício Difi culdade:

– A passa para B com o pé esquerdo (1).– B controla a bola e conduz com a esquerda na direção

de A (2).– B conduz a bola ao redor do cone com seu pé esquerdo

(3) e chuta com o esquerdo (4).

Em seguida, a partir do lado contrário:– C passa para D.– D controla a bola e conduz com a direita na direção de

C.– D conduz a bola ao redor do cone com seu pé direito e

chuta com o direito.

Aspectos do treinamentoPassar e chutar com a parte interna do pé, rasteiro, com o pé esquerdo e com o direitoManter a bola próxima ao corpoJogadores de mesmo nível fazem o exercício juntosOrientação (cabeça em pé, obsevar o colega, buscando o gol)Diferenciação (passe, chute, domínio e deslocamento)Fintar ao driblar

A

B

C

2

1

3

4

5

A

B

C

2

1

B

2

81Exemplos de exercícios e jogos | Grassroots

3º Grupo técnico Passar, controlar e driblar

Organização / material3 jogadores (o ideal) ou mais1 bola (mais 1 reserva)6 conesMáxima duração do exercício: 6 - 8 minutos

2º Exercício Difi culdade:

– Igual ao exercício 1.– B controla a bola de costas para o cone e o contorna para

a direita com seu pé esquerdo. Em seguida, começa a driblar, etc.

– C controla a bola de costas para o cone e o contorna para a esquerda com seu pé direito.

3º Exercício Difi culdade:

– Igual ao exercício 2.– Jogadores ocupam os lugares dos cones.– Leve pressão ao controlar a bola, driblar e passar.

1º Exercício Difi culdade:

– A passa para B com o pé esquerdo (1).– B vai de encontro à bola para controlá-la e levá-la para a

esquerda (2), antes de driblar ao redor dos cones.– B passa com seu pé direito para C (3).– C vai de encontro à bola para controlá-la e levá-la para a

direita (4).– C passa para A com seu pé direito (5).– A vai de encontro à bola para controlá-la e levá-la para a

direita, antes de começar a driblar.

Aspectos do treinamentoPassar com a parte interna do pé, rasteiro, com o pé esquerdo e com o direitoIr de encontro à bola ao dominar o passePassos curtos ao driblar com a bolaBola diante do corpoCorpo entre a bola e o adversárioJogadores de mesmo nível fazem o exercício juntosOrientação (cabeça em pé, observar o colega)Diferenciação (passe, domínio e deslocamento)

A B

C

2

1

B A

C

2

1

A B

C

2

1

A B

C

2

1

82 Exemplos de exercícios e jogos | Grassroots

4º Grupo técnico Passar, controlar e driblar

Organização / material3 jogadores (o ideal) ou mais1 bola (mais 1 reserva)3 conesMáxima duração do exercício: 6 - 8 minutos

2º Exercício Difi culdade:

– Igual ao exercício 1.– B controla a bola de costas para o cone e o contorna,

variando pelo lado de dentro e pelo lado de fora. B, em seguida, começa a driblar os cones, etc.

3º Exercício Difi culdade:

– Igual ao exercício 2.– Jogadores ocupam os lugares dos cones.– Leve pressão ao controlar a bola, driblar e passar.

1º Exercício Difi culdade:

– A começa driblando ao redor do cone.– A, em seguida, passa para B.– B vai de encontro à bola, controla-a e dribla na direção de

C.– Driblar e passar com o pé esquerdo e com o pé direito.

Aspectos do treinamentoPassar com a parte interna do pé, com o pé esquerdo e com o direitoIr de encontro à bola ao controlar o passePassos curtos ao driblar com a bolaBola diante do corpoCorpo entre a bola e o adversárioJogadores de mesmo nível fazem o exercício juntosOrientação (cabeça em pé, observar o colega)Diferenciação (passe, controle e deslocamento)

A B

C

2

1

DE

3

4

A B

C

2

1

DE

3

A B

C

2

1

DE

43

83Exemplos de exercícios e jogos | Grassroots

5º Grupo técnico Chute a gol (aumentando a difi culdade)

Organização / material5 jogadores (o ideal) ou maisVárias bolas3 conesMáxima duração do exercício: 8 - 10 minutos

2º Exercício Difi culdade:

– A começa a driblar ao redor do cone com seu pé direito (1).

– A, em seguida, passa com seu pé direito para B e se desmarca (2).

– B vai de encontro à bola e passa para A que está desmarcado fazendo um passe um/dois. (3).

– A controla a bola e chuta (4), ou chuta de primeira.– B toma a bola e reinicia o exercício.– etc.

3º Exercício Difi culdade:

– A passa para B (1).– A corre ao redor do cone, se desmarca e se posiciona para

o passe de B (2).– B passa para A, seja à frente ou para seus pés (3).– A controla a bola ou chuta de primeira. (4).– B toma a bola e a passa para C e reinicia o exercício.– etc.

1º Exercício Difi culdade:

– A começa driblando ao redor do cone com seu pé direito (1).

– A, em seguida, chuta com seu pé direito (2).– B dribla no sentido horário ao redor do cone com seu pé

esquerdo.– B, em seguida, chuta com seu pé esquerdo.

Aspectos do treinamentoChutar / Passar com a parte interna do pé, rasteiro, com o pé esquerdo e com o direitoPassos curtos com a bolaBola próxima ao corpoJogadores de mesmo nível fazem o exercício juntosOrientação (cabeça em pé, observa o colega)Diferenciação (diferentes fi nalizações)

AB

C

2

1

3

AB

C

2

1

34

5

A

B

C

2

1

34

5

84 Exemplos de exercícios e jogos | Grassroots

6º Grupo técnico Driblar, passar e controlar

Organização / material3 jogadores (o ideal) ou mais1 bola (mais 1 reserva)9 conesMáxima duração do exercício: 6 - 8 minutos

2º Exercício Difi culdade:

– Igual ao exercício 1.– B recebe a bola de costas para o cone (3) e a conduz no

sentido horário ao redor do cone com seu pé esquerdo, usando passos curtos (4). B, em seguida, começa a driblar (5).

– Mesmo procedimento do outro lado, mas no sentido anti-horário usando o pé direito.

3º Exercício Difi culdade:

– Igual ao exercício 2.– Jogadores ocupam os lugares dos cones.– Leve pressão ao controlar a bola, driblar e passar.

1º Exercício Difi culdade:

– A começa driblando ao redor do cone (1).– A, em seguida, passa com seu pé direito para B (2).– B vai de encontro à bola, controla-a para a direita e dribla

os cones (3).– B, em seguida, passa com seu pé esquerdo para C.

Aspectos do treinamentoPassar com a parte interna do pé, rasteiro, com o pé esquerdo e com o direitoIr de encontro à bola ao controlar o passePassos curtos ao driblar com a bola (dar ritmo)Bola diante do corpoCorpo entre a bola e o adversárioJogadores de mesmo nível fazem o exercício juntosOrientação (cabeça em pé, observar o colega)Diferenciação (passe, controle e deslocamento)

A B

C

2

1

3

D

A BC

2

1

3

D

A BC

2

1

4

D

3

85Exemplos de exercícios e jogos | Grassroots

7º Grupo técnico Chute a gol (aumentando a difi culdade)

Organização / material5 jogadores (o ideal) ou mais1 bola (mais 1 reserva)9 conesMáxima duração do exercício: 8 - 10 minutos

2º Exercício Difi culdade:

– Igual ao exercício 1.– A dribla ao redor de um adversário ao invés de um cone

(2).

3º Exercício Difi culdade:

– Igual ao exercício 2.– O atacante (A) faz um passe um-dois com o goleiro: A

passa para o goleiro, que devolve para o atacante, que controla a bola e chuta (3).

– B começa a driblar (4).

1º Exercício Difi culdade:

– A começa driblando ao redor dos cones (1).– A, em seguida, chuta com seu pé direito (2).– B começa a driblar ao redor dos cones (3) e chuta com seu

pé esquerdo.

Aspectos do treinamentoChutar com a parte interna do pé, rasteiro, com o pé esquerdo e com o direitoPassos curtos ao driblar com a bola (dar ritmo)Bola diante do corpoCorpo entre a bola e o adversárioJogadores de mesmo nível fazem o exercício juntosOrientação (cabeça em pé, observar o colega)Diferenciação (chute a gol)

A

C

B

2

1

D 3

A

C

B

2

1

D

A

C

B

2

1

D

86 Exemplos de exercícios e jogos | Grassroots

8º Grupo técnico Driblar, passar e controlar

Organização / material4 jogadores (o ideal) ou mais2 bolas (mais 1 reserva)6 - 10 conesMáxima duração do exercício: 6 - 8 minutos

Aspectos do treinamentoPassar com a parte interna do pé, rasteiro, com o pé esquerdo e com o direitoIr de encontro à bola ao controlar o passePassos curtos ao driblar com a bola (dar ritmo)Bola diante do corpoCorpo entre a bola e o adversárioJogadores de mesmo nível fazem o exercício juntosOrientação (cabeça em pé, obsevar o colega)Diferenciação (passe, controle e deslocamento)

2º Exercício Difi culdade: –

– Igual ao exercício 1, mas com um adicional de dois cones de cada lado.

3º Exercício Difi culdade:

– Igual ao exercício 2, exceto que adversários entram nos lugares dos “ primeiros cones”.

– Os jogadores controlam a bola de costas para o adversário, voltam-se para dentro, contornam o marcador e reiniciam o exercício (3).

1º Exercício Difi culdade:

– Os jogadores A e B começam driblando ao redor dos cones, ao mesmo tempo (1).

– Em seguida, eles passam para C e D com seus pés esquerdo e direito respectivamente (2).

– C e D vão de encontro à bola (3) e driblam os cones.– Quando possível, os jogadores devem começar, conduzir

e passar ao mesmo tempo.

A

C

B

2

1

D

34

E

A

C

B

2

1

DE

AC

B

2

1

DE

87Exemplos de exercícios e jogos | Grassroots

9º Grupo técnico Driblar, passar e controlar

Organização / material6 jogadores (o ideal) ou mais2 bolas (mais 1 reserva)6 - 10 conesMáxima duração do exercício: 8 - 10 minutos

2º Exercício Difi culdade: –

– Igual ao exercício 1, mas com um adicional de dois cones de cada lado. Os jogadores devem driblar os cones.

3º Exercício Difi culdade:

– Igual ao exercício 2, mas com um passe um-dois antes de chutar a gol: A passa para B (2), que o devolve a A (3), que controla a bola e chuta (4).

1º Exercício Difi culdade:

– A conduz ao redor dos cones (1).– A, em seguida, chuta com seu pé esquerdo (2).– B, em seguida, conduz ao redor dos cones (1).– B, em seguida, chuta com seu pé direito (2).– etc.

Aspectos do treinamentoPassar com a parte interna do pé, rasteiro, com o pé esquerdo e com o direitoIr de encontro à bola ao controlar o passePassos curtos ao driblar com a bola (dar ritmo)Bola diante do corpoJogadores de mesmo nível fazem o exercício juntosOrientação (cabeça em pé, observar o colega)Diferenciação (chute a gol)

AB

C

2

13

AB

C

2

1

3

88 Exemplos de exercícios e jogos | Grassroots

10º Grupo técnico Driblar, passar e receber

Organização / material3 jogadores (o ideal) ou mais (2º exercício)1 bola (mais 1 reserva)8 conesMáxima duração do exercício: 6 - 8 minutos

2º Exercício Difi culdade: –

– Igual ao exercício 1.– A dribla ao redor de um adversário ao fi nal do zigue

zague (2). Seu corpo fi ca entre a bola e o adversário, e ele mantém a bola distante com seu pé esquerdo. Em seguida, passa para B (3), etc.

– Mesmo procedimento do outro lado, mas usando o pé direito.

1º Exercício Difi culdade: –

– A começa driblando ao redor dos cones (1).– A, em seguida, passa para B com seu pé esquerdo (2). B

vai de encontro à bola, controla-a (3) e em seguida dribla na direção de C.

– B, em seguida, passa para C com seu pé direito.

Aspectos do treinamentoPassar com a parte interna do pé, rasteiro, com o pé esquerdo e com o direitoIr de encontro à bola ao controlar o passePassos curtos ao driblar com a bola (dar ritmo)Bola diante do corpoCorpo entre a bola e o adversárioJogadores de mesmo nível fazem o exercício juntosOrientação (cabeça em pé, observar o colega)Diferenciação (passe, controle e deslocamento)

A

B

C

2

1

3

D

A

B

C

2

1

3

D4

A

B

C

2

1

3

D

89Exemplos de exercícios e jogos | Grassroots

11º Grupo técnico Chute a gol (aumentando a difi culdade)

Organização / material6 jogadores (o ideal) ou maisVárias bolas7 conesMáxima duração do exercício: 8 - 10 minutos

2º Exercício Difi culdade:

– Igual ao exercício 1.– B controla a bola e contorna o cone atrás dele (3). A bola

deve ser controlada e driblada com o pé esquerdo.– A se coloca no caminho de B, passivamente ou ativamente

(4).

3º Exercício Difi culdade:

– Igual ao exercício 2.– B controla a bola e dribla ao redor de um adversário atrás

dele (3). A bola deve ser controlada e driblada com o pé esquerdo.

1º Exercício Difi culdade:

– A começa driblando ao redor dos cones (1).– A, em seguida, passa com seu pé direito para B (2).– B controla a bola e chuta a gol (3).

Deslocamentos: A até B, B até C, C até D, D até A …

Aspectos do treinamentoChutar com a parte interna do pé, rasteiro, com o pé esquerdo e com o direitoPassos curtos ao driblar com a bola (dar ritmo)Bola diante do corpoCorpo entre a bola e o adversárioJogadores de mesmo nível fazem o exercício juntosOrientação (cabeça em pé, olhar o gol antes de fi nalizar)Diferenciação (chute a gol)

90 Exemplos de exercícios e jogos | Grassroots

2 contra 1 / 3 contra 2 / 4 contra 3 (+ goleiro)

– Gols menores do que o ofi cial (de futsal, por exemplo)– Goleiro / substitutos (opcionais)– Jogador extra é neutro (pertence ao time que tem posse da bola)

Objetivos:– Rápida transição da defesa para o ataque (e vice-versa)– Trabalho em equipe

4 contra 2 / 5 contra 3 (+ goleiro)

– Adaptar o tamanho do campo ao número de jogadores– Gols menores do que o ofi cial (de futsal, por exemplo)– Goleiro / substitutos (opcionais)– Jogador extra é neutro (pertence ao time com posse de bola)

Objetivos:– Rápida transição da defesa para o ataque (e vice-versa)– Trabalho em equipe– Manter a posse da bola

Formatos de jogos

1 contra 1 / 2 contra 2

– Gols pequenos (de tipos diversos)– Sem goleiro / substitutos opcionais

3 contra 3 / 4 contra 4 (+ goleiro)

– Gols menores do que o ofi cial (de futsal, por exemplo)– Goleiro opcional / com (substitutos)

Objetivos:– Dribles e fi ntas de 1 contra 1– Rápida transição da defesa para o ataque (e vice-versa)

Organização / materialAdaptar o tamanho do campo ao número de jogadoresGols pequenos (todo tipo) ou gols de futsalConesColetes em 2 ou 3 coresDuração da partida: 10 - 20 minutosQuanto menos jogadores, mais curta a partida

Aspectos do treinamentoJogadores de mesmo nível fazem o exercício juntosBuscar soluções, tomar decisões rápidasBuscar espaço, oferecer-se ao companheiro, correrAbrir e fechar espaçosTransitar rapidamente da defesa para o ataque (e vice-versa)Proteger o gol, recuperar a posse da bola rapidamenteFinalizarTrabalhar em equipe, manter a posse da bola (superioridade numérica)

91Exemplos de exercícios e jogos | Grassroots

Formatos de jogos

CampoA

CampoB

1 contra 1 + 4 / 2 contra 2 + 4

– Sem gols– Passar para o jogador de apoio neutro, devolver ao jogador do campo

Objetivos– Orientação em todas as direções– Trocar de 1 contra 1 para 5 contra 1 ou de 2 contra 2 para 6 contra 2

1 contra 1 + 2 (6 jogadores) / 2 contra 2 + (8 jogadores)3 contra 3 + 2 (10 jogadores)– Sem gols

Campo A: Passar para o jogador de apoio que está fora do mini campo e este devolver para o jogador em campo

Campo B (variação): Passar para o jogador de apoio, fazer a troca de posição entre o apoio e o jogador em campo (jogador de apoio conduz a bola para o interior do campo, enquanto o colega passa a ser apoio)

Objetivo– Reconhecer espaços e profundidade do campo

Organização / materialAdaptar o tamanho do campo ao número de jogadoresConesColetes em 2 ou 3 coresDuração da partida: 10 - 20 minutosQuanto menos jogadores, menor o tempo de jogo

Aspectos do treinamentoJogadores de mesmo nível fazem o exercício juntosBuscar soluções, tomar decisões rápidasUsar corretamente a técnicaTrabalhar em equipe, manter a posse da bola (superioridade numérica)Orientar-se em todas as direções

92 Exemplos de exercícios e jogos | Grassroots

Formatos de jogos

Organização / materialAdaptar o tamanho do campo ao número de jogadoresConesColetes em 2 coresDuração da partida: 10 - 20 minutosQuanto menos jogadores, menor o tempo de jogo

Aspectos do treinamentoJogadores de mesmo nível fazem o exercício juntosBuscar soluções, tomar decisões rápidasBuscar espaço, oferecer-se ao companheiro, correr livrementeManter uma visão geral do jogoCriar espaçosTrabalhar em equipe, manter a posse da bola (superioridade numérica)

5 contra 1 (sem mover-se)

– Sem gols– 5 jogadores externos, 1 jogador central– Os jogadores externos passam a bola entre si sem sair do seu lado do mini

campo

Objetivos– Orientar-se em todas as direções– Manter a posse da bola– Abrir espaços

5 contra 1 (movimentar-se, correr atrás da bola)

– Sem gols– Os jogadores externos passam a bola entre si e correm atrás da bola

(deixando suas posições)

Objetivos– Orientar-se em todas as direções– Manter a posse da bola– Abrir espaços– Trocar de posições

5 contra 1 (movimentar-se, correr para o lado oposto à bola)

– Sem gols– 5 jogadores externos, 1 jogador central– Os jogadores externos passam a bola entre si, deixam sua posição, mas

buscam outros espaços do campo diferentes do local da bola.

Objetivos– Orientar-se em todas as direções– Manter a posse da bola– Abrir espaços– Trocar posições, correr livremente– Ocupar todas as posições

93Exemplos de exercícios e jogos | Grassroots

Formatos de jogos

2 contra 2 / 3 contra 3 (através dos mini gols)

– Número aleatório de gols– Passar a bola entre os cones ou mini gols

Objetivo– Reconhecer os espaços e correr livremente

3 contra 3 / 4 contra 4 (através dos mini gols)

– Número aleatório de gols (cones / estacas)– Os jogadores se oferecem entre os cones– Controlar, conduzir e passar a bola. Quando possível, o colega se coloca

entre os cones para receber o passe.

Objetivo– Reconhecer os espaços e posições livres, correr livremente

Organização / materialAdaptar o tamanho do campo ao número de jogadoresCones ou estacas como golsColetes em 2 coresDuração da partida: 10 - 20 minutosQuanto menos jogadores, menor o tempo de jogo

Aspectos do treinamentoJogadores de mesmo nível fazem o exercício juntosBuscar soluções, tomar decisões rápidasBuscar espaço (orientação)Oferecer-se ao companheiro, correr livrementeUsar corretamente a técnica

94 Exemplos de exercícios e jogos | Grassroots

2 contra 2 / 3 contra 3 / 4 contra 4 (com um gol)

– Passar através do gol, de um lado a outro

Objetivos– Passar em um espaço limitado– Buscar soluções– Correr livremente

2 contra 2 / 3 contra 3 / 4 contra 4 (com um gol)

– Com um goleiro neutro– Chutar a gol

– Para jogadores mais avançados: passar a um companheiro através do gol

Objetivos– Chutar (ou passar) através de um espaço limitado– Buscar soluções

2 contra 2 / 3 contra 3 / 4 contra 4 (com um gol)

– Driblar através do gol (de pelo menos 5 metros), de um lado a outro

Objetivos– Driblar em um espaço limitado– Buscar soluções

Organização / materialAdaptar o tamanho do campo ao número de jogadoresCones ou estacas como golsColetes em 2 ou 3 coresDuração da partida: 10 - 20 minutosQuanto menos jogadores, menor o tempo de jogo

Aspectos do treinamentoJogadores de mesmo nível fazem o exercício juntosBuscar soluções, tomar decisões rápidasBuscar espaço (orientação)Oferecer-se ao companheiro, correr livrementeTransitar rapidamente da defesa para o ataque (e vice-versa)Evitar gols, rápida recuperação da bolaFinalizarUsar corretamente a técnica

Formatos de jogos

95Exemplos de exercícios e jogos | Grassroots

1 contra 1 / 2 contra 2 / 3 contra 3 / 4 contra 4 (com gols nas linhas laterais)

– Conduzir para transpor as linhas laterais (gols nas linhas laterais)– Caso se consiga passar a bola pelo gol na linha lateral, o jogo continua

automaticamente na outra direção (a equipe que o faz segue com a posse da bola)

Objetivos– Driblar em espaços abertos- Reconhecer espaços e profundidade do campo (orientação)

Organização / materialAdaptar o tamanho do campo ao número de jogadoresConesColetes em 2 coresDuração da partida: 10 - 20 minutosQuanto menos jogadores, menor o tempo de partida

Aspectos do treinamentoJogadores de mesmo nível fazem o exercício juntosBuscar soluções, tomar decisões rápidasBuscar espaçoOferecer-se ao companheiro, correr livrementeTransitar rapidamente da defesa para o ataque (e vice-versa)Usar corretamente a técnica

3 contra 3 / 4 contra 4 (com gols nas linhas laterais)

– Cada cor tem um jogador de apoio– Passar para o jogador de apoio através da linha lateral– O jogador de apoio passa a ser jogador do campo e pode conduzir a bola

para dentro do campo– Cada cor agora troca de lado e muda o jogador de apoio

Objetivos– Abrir e fechar espaços– Reconhecer espaços e profundidade no campo (orientação)– Correr livremente– Transitar rapidamente

Cam

bio

de

lado

Formatos de jogos

96 Exemplos de exercícios e jogos | Grassroots

2 / 2 contra 2 + 2 / 3 contra 3 + 2 / 4 contra 4 + 2 (com zonas)

– 2 gols com goleiros– 2 jogadores externos de cada equipe na zona de ataque ou na zona de

defesa– O goleiro também pode ser trocado– O atacante dribla na zona de ataque e não pode ser desafi ado pelo

defensor (1 contra 1 com o goleiro)– Os jogadores trocam de posição seguindo um passe para o jogador

externo, o qual torna-se um jogador do campo– Os jogadores não trocam de posição quando o goleiro joga a bola para

um jogador externo

Objetivos– Jogar pelas laterais– Quando trocar de goleiro: reocupar a zona de defesa que é liberada– Reconhecer espaços– Exercitar o melhor momento para fi nalizar a gol (1 contra 1 com o

goleiro)

1 contra 1 + 2 / 2 contra 2 + 2 / 3 contra 3 + 2 / 4 contra 4 + 2 (com zonas)

– 2 gols com goleiros– 2 jogadores externos de cada equipe na zona de ataque– Variação: os jogadores externos se encontram na zona de defesa– Os jogadores trocam de posição quando é dado um passe para o jogador

externo, o qual torna-se um jogador do campo– Os jogadores não trocam de posição quando o goleiro joga a bola para

um jogador externo

Objetivos– Jogar pelas laterais– Reconhecer espaços

Organização / materialAdaptar o tamanho do campo ao número de jogadoresGols menores que os ofi ciasConesColetes em 2 coresDuração da partida: 15 - 20 minutosQuanto menos jogadores, mais curta a partida

Aspectos do treinamentoJogadores de mesmo nível fazem o exercício juntosBuscar soluções, tomar decisões rápidasTransitar rapidamente da defesa para o ataqueOrientar-se em ambas as direçõesTentar atacar pelas lateraisFinalizar

Formatos de jogos

97Exemplos de exercícios e jogos | Grassroots

2 contra 2 / 3 contra 3 / 4 contra 4 (com zonas) - área para chutes a gol

– 2 gols com goleiros– 1 jogador de cada equipe na zona de ataque como ponto de passe– O jogador do meio campo faz um-dois com o jogador da zona de ataque Em seguida ele chuta a gol

Objetivos– Reconhecer e criar espaços– Criar uma superioridade numérica na área de ataque– Exercitar o tempo certo para fi nalizar (2 contra 1; dois atacantes contra o

goleiro)

2 contra 2 / 3 contra 3 / 4 contra 4 (com zonas) - Finalização

– 2 gols com goleiros– 1 jogador de cada equipe na zona de ataque– O jogador na zona de ataque recebe um passe do meio de campo– O atacante fi naliza– O jogador que fez o passe ao atacante do meio campo torna-se o

atacante

Objetivos– Reconhecer e criar espaços– Exercitar o momento certo para fi nalizar (1 contra 1 com o goleiro)

Organização / materialAdaptar o tamanho do campo ao número de jogadoresGols menores que os ofi ciaisConesColetes em 2 coresDuração da partida: 15 - 20 minutosQuanto menos jogadores, menor o tempo de jogoVariação das posições

Aspectos do treinamentoJogadores de mesmo nível fazem o exercício juntosBuscar soluções, tomar decisões rápidasTransitar rapidamente da defesa para o ataque (e vice-versa)Buscar o atacanteReconhecer e buscar espaçosFinalizar

Formatos de jogo

Futsal e futebol de praia

100 Futsal e futebol de praia | Grassroots

Conceito básico

Introdução

A enorme popularidade do futebol faz com que crianças do

mundo todo joguem em qualquer lugar, não importando

o número de jogadores. Com o passar do tempo, surgiram

algumas variações do futebol tradicional.

O futsal e o futebol de praia são as duas modalidades

aprovadas pela FIFA, reconhecendo seu potencial de

crescimento e sua popularidade mundial, sobretudo entre as

crianças.

Futsal

O futsal pode ser jogado em quadras abertas ou fechadas,

em superfícies planas e não abrasivas. Nas competições

nacionais, permite-se até mesmo o gramado artificial. A

principal diferença em relação aos outros formatos de

futebol reduzido é a bola: ela é menor e quica menos do

que a bola de futebol de campo.

Como já mencionado, o futebol praticado com jogos ou

partidas reduzidas promove mais contatos com a bola se

comparado ao futebol de 11. Quando se joga futsal, essa

diferença é ainda maior. Estudos mostraram que o quique

reduzido da bola de futsal - quando usada em superfície

apropriada - facilita o controle e o passe preciso. As

crianças podem manter a bola em jogo mais facilmente,

o que resulta em um número maior de contatos com a

bola, transições mais rápidas entre defesa e ataque e mais

tentativas de finalização. Um controle mais simples da

bola faz com que as crianças se sintam mais confiantes e

aumenta sua criatividade. Ao mesmo tempo, as crianças

tendem a ter menos medo da bola de futsal devido ao fato

dela quicar menos.

Pensando no desenvolvimento para um potencial futuro

no futebol de campo, o futsal oferece uma excelente

preparação para os mais jovens. Na prática do futsal,

pode-se realizar diversas transferências para o futebol de

campo. Pelo fato da bola ser mais pesada, sua prática

favorece o jogo rasteiro e contribui para a qualidade técnica,

principalmente, do passe e do chute.

Para os menores de 12 anos, recomenda-se a bola de futsal

nº 3, embora sua disponibilidade seja bem limitada.

Mas, mesmo sem essa bola tão particular, o futsal continua

acessível uma vez que pode ser praticado em uma

ampla variedade de instalações, como ginásios, escolas,

universidades e centros esportivos, as quais são também

utilizadas para a prática do basquete e do handebol.

Considerando sua natureza de prática em ginásios, o futsal

é particularmente apropriado para regiões geográficas onde

a chuva e o vento fortes ou a queda frequente de neve

dificultam o jogo ao ar livre. Nestas partes do mundo, pode

ser difícil e caro instalar e manter gramados naturais ou

artificiais. O ambiente interno seguro pode também oferecer

mais oportunidades para meninos e meninas interagirem

e facilitar o acesso ao esporte para determinados grupos

religiosos que se sintam mais confortáveis com a prática em

ambientes fechados.

Futebol de praia

Como o próprio nome sugere, o futebol de praia é jogado

em superfícies de areia. No entanto, sua prática não se limita

às praias naturais. Em muitos países, o futebol de praia é

jogado em campos construídos artificialmente e mesmo em

espaços fechados.

De modo semelhante a outras formas de jogo de futebol

reduzido, o futebol de praia oferece mais possibilidades aos

jogadores de terem contato com a bola, como resultado

do tamanho reduzido do campo e do menor número de

jogadores. Além disso, o futebol de praia pode oferecer uma

alternativa divertida para as crianças. A superfície macia

e irregular do campo faz com que seja mais difícil driblar,

passar ou chutar a gol, requerendo dos jogadores um bom

equilíbrio e coordenação para realizar qualquer ação técnica,

com ou sem a bola. Por isso, o futebol de praia provou

ser muito benéfico para as habilidades de coordenação

dos jogadores, tanto quanto para a velocidade de reação

dos jovens, visto que, na areia, a trajetória da bola é mais

imprevisível. Estas habilidades facilitam a futura aquisição de

aptidões técnicas em qualquer modalidade de futebol.

101Futsal e futebol de praia | Grassroots

Ao mesmo tempo, as crianças valorizam o fato de que é

menos doloroso cair na areia do que em superfícies mais

duras e, mesmo com pouca prática, elas começam a se

sentir mais confiantes.

Além disto, não são necessários muitos equipamentos

para se jogar futebol de praia, pois, conforme as Regras

do Jogo, ele é jogado com os pés descalços. Por último,

especialmente em países com longas costas ou em pequenas

ilhas onde as instalações para o futebol são limitadas, o

futebol de areia oferece uma alternativa atraente, uma vez

que a necessidade de infraestrutura é mínima.

Conclusão

Tanto o futsal quanto o futebol de praia podem ser

considerados complementares ao futebol de campo, uma

vez que eles simplesmente ampliam as opções de escolhas.

Em circunstâncias onde o espaço ou a infraestrutura é

limitado, as condições climáticas não são favoráveis ou as

longas interrupções de verão ou de inverno atrapalham

a prática de futebol, as duas modalidades oferecem às

crianças outras oportunidades de continuar jogando ao

longo de todo o ano.

102 Futsal e futebol de praia | Grassroots

Como organizar um festival

Como mencionado no capítulo “Organização de Festivais

Esportivos”, os principais fatores que influenciam a

organização de um festival são o número de crianças, faixa

etária, assim como o tempo de duração e as instalações

disponíveis. Obviamente, o tamanho dos espaços e

Solução 1

A(Exercício)

B(Partido)

C(Exercício)

E(Exercício)

A(Jogo)

D(Exercício)

B(Exercício)

C(Exercício)

Rodada Campo A Campo B v C

1 1 2 contra 3 4

2 4 1 contra 2 3

3 3 4 contra 1 2

4 2 3 contra 4 1

campos, seja para futsal ou futebol de praia, influenciará a

configuração de um festival.

Abaixo, encontram-se duas soluções possíveis para dividir um

campo para exercícios e jogos, ao se organizar um festival de

futsal ou de futebol de praia.

Solução 2

A B C D E

1 1 c 2 3 4 5 6

2 6 c 1 2 3 4 5

3 5 c 6 1 2 3 4

4 4 c 5 6 1 2 3

5 3 c 4 5 6 1 2

6 2 c 3 4 5 6 1

103Futsal e futebol de praia | Grassroots

Exemplos de exercícios

A filosofia da sessão de treinamento da iniciação ao

futebol descrita no capítulo correspondente neste manual

é a mesma para o futebol, o futsal ou o futebol de praia.

Vários exercícios que são usados no futebol podem também

ser aplicados numa sessão de iniciação ao futsal ou ao

futebol de praia. No entanto, as características destas duas

modalidades fazem com que os treinadores-educadores

dêem uma atenção especial para certos elementos, pois

podem determinar as escolhas dos conteúdos que farão

parte dos exercícios da sessão de treinamento.

Futsal

Como mencionado anteriormente, o futsal é jogado com

uma bola mais pesada do que a de futebol de campo.

Portanto, ao planejar uma sessão de iniciação ao futsal, os

treinadores-educadores devem levar em conta que o esforço

é maior na hora de passar ou chutar a bola de futsal, motivo

pelo qual os espaços e a duração dos exercícios deverão ser

adaptados.

Futebol de praia

Evidentemente, o elemento mais característico do futebol

de praia é a superfície irregular e macia. Sobre a areia, todo

movimento com ou sem a bola envolve grande esforço

físico e de coordenação por parte das crianças. Dessa forma,

recomenda-se aos treinadores-educadores escolher exercícios

simples, de modo que as crianças possam descobrir as

particularidades da superfície de forma prazerosa.

Abaixo, encontram-se alguns exercícios especialmente

planejados para o treinamento de futsal e de futebol de

praia.

104 Futsal e futebol de praia | Grassroots

Exercícios de futsal para crianças Condução da bola

Exercício 2 Idade: 6 - 8 Difi culdade:

– Igual ao exercício 1.– Condução; tentar tomar a bola de outros e, ao mesmo

tempo, proteger sua bola.

1. Tentar tomar a bola e chutá-la para fora da área.2. Tentar tomar a bola e chutá-la para o gol.

Exercício 1 Idade: 6 - 8 Difi culdade:

– Usar a área e o gol; começar com uma bola para cada criança.– Conduzir a bola usando a sola do pé; evitar contato com os

companheiros e suas bolas.

1. Com o pé direito.2. Com o pé esquerdo.3. Usando ambos os pés.

Exercício 3 Idade: 6 - 8 Difi culdade:

– Igual ao exercício 1.– Condução e proteção da bola.

1. Dois jogadores sem a bola tentam pegá-la dos outros (os jogadores trocam de papéis entre atacante / defensor) e assim sucessivamente.

2. Dois jogadores sem a bola tentam tomá-la dos outros, que a protegem e movimentam, levando-a para fora da área no menor tempo possível.

Organização / materialVárias bolas (uma para cada jogador)

Aspectos do treinamentoConduzir a bola próxima dos pésManter a cabeça levantada durante a conduçãoObservar toda a área de jogo do exercícioProteger a bola

1

1 2

2

1

1 2

2

1

1 2

2

105Futsal e futebol de praia | Grassroots

Exercícios de futsal para crianças Passes e ocupação de espaços

Exercício 1 Idade: 6 - 8 Difi culdade:

– Colocar cones em círculo (um cone a mais do que o número de jogadores) e variar a distância entre os cones de acordo com a idade das crianças.

– Tocar e movimentar sem oposição: fazer um passe para outro jogador e correr para o cone livre.1. Passar a bola com o lado interno do pé direito e controlar a

bola com a sola do pé.2. Passar a bola com o lado interno do pé esquerdo e

controlar a bola com a sola do pé.3. Passes e controle livres com a sola do pé.

Exercício 2 Idade: 6 - 10 Difi culdade:

– Igual ao exercício 1.– Tocar e movimentar com dois toques.

1. Passar a bola com o lado interno do pé direito e controlar a bola com a sola do pé.

2. Passar a bola com o lado interno do pé esquerdo e controlar a bola com a sola do pé.

3. Passes e controle livres com a sola do pé.

Exercício 3 Idade: 6 - 10 Dfi culdade:

– Igual ao exercício 1.– Tocar e movimentar com oposição. Um jogador atua como

defensor. Tirar um cone do círculo. Este jogador tenta interceptar um passe; ele, então, troca de posição com o jogador cujo passe ele interceptou.

1. Passes livres.2. Dois toques.

Organização / material1 bola (mais outras de reserva)Número de cones: número de jogadores + 1

Aspectos do treinamentoPasses com a parte interna do péControle com a sola do péManter a cabeça em péVelocidade de deslocamento

A

B

C

106 Futsal e futebol de praia | Grassroots

Exercício 1 Idade: 11 - 12 Difi culdade:

– Duas fi las na mesma posição, uma em cada metade da quadra. Cada criança com uma bola. A primeira criança faz um passe, desloca-se e chuta a gol antes de se juntar à outra linha após pegar a sua bola.

– Passe curto e rasteiro: o jogador A faz um passe curto no espaço de modo que o jogador B desloca-se da outra fi la, controla a bola, chuta e junta-se à fi la oposta. O jogador A se move em direção ao gol, recebe um passe do jogador C e fi naliza com um chute.

1. Sem goleiro.2. Com goleiro (todas as crianças revezam como goleiro).

Organização / materialVárias bolas (uma para cada jogador)

Aspectos do treinamentoCoordenação espaço-temporalVelocidade de deslocamentoPrecisão no passe

Exercícios de futsal para crianças Passe e chute

A

B

C

107Futsal e futebol de praia | Grassroots

Exercício 2 Idade: 11 - 12 Difi culdade:

– Igual ao exercício 1.– Passe curto e aéreo: como no exercício anterior, mas com um

passe alto de modo que a criança chute de primeira.

1. Sem goleiro.2. Com goleiro (todas as crianças revezam como goleiro).

Organização / materialVárias bolas (uma para cada jogador)

Aspectos do treinamentoCoordenação espaço-temporalVelocidade de deslocamentoPrecisão no passe

Exercícios de futsal para crianças Passe e chute

A

B

C

108 Futsal e futebol de praia | Grassroots

Exercícios de futsal para crianças Passe e chute

Exercício 3 Idade: 11 - 12 Difi culdade:

– Igual ao exercício 1.– Passe longo e rasteiro: o jogador A se desloca para o outro

lado para receber um passe longo do jogador B e chutar a gol.

1. Controle e chute sem goleiro.2. Controle e chute com goleiro.3. Chute sem goleiro.4. Chute com goleiro.

Organização / materialVárias bolas (uma para cada jogador)

Aspectos do treinamentoCoordenação espaço-temporalVelocidade de deslocamentoPrecisão no passe

A

B

109Futsal e futebol de praia | Grassroots

Organização / material1 bola por grupoCones

Aspectos do treinamentoCondução da bola usando ambos os pés e tocando na bola o maior número de vezes possívelCorpo ereto e cabeça em pé

Exercícios de futebol de praia para crianças Condução de bola

Exercício 1 Idade: 6 - 12 Difi culdade:

– As crianças são divididas em grupos iguais, e dois grupos fi cam um em frente ao outro em cada lado, como mostra o diagrama.

– O jogador A dribla através dos cones. Ao chegar do outro lado, ele toma seu lugar ao fi nal da fi la, e o jogador B recebe a bola e dribla de volta através dos cones.

A

B

C

1

2

110 Futsal e futebol de praia | Grassroots

Organização / material1 bola por grupoCones

Aspectos do treinamentoPasses sobre a areia apenas quando a bola está sobre um monte de areia (para evitar lesões nos dedos).Exercitar o passe e a condução com ambos os pés.A bola pode ser levantada no ar para sair da areia durante a condução para então ser passada.

Exercícios de futebol de praia para crianças Condução de bola e passe

Exercício 2 Idade: 6 - 12 Difi culdade:

– As crianças são divididas em grupos iguais, e dois grupos fi cam um em frente ao outro em cada lado, como mostra o diagrama.

– Passes: o jogador A conduz até o meio e passa a bola para o jogador B. O jogador A continua e corre para o lado oposto. O jogador B controla o passe, conduz até o meio e passa a bola para o jogador C.

A

B

C

1

2

3

4

111Futsal e futebol de praia | Grassroots

Organização / material1 bola por grupoCones

Aspectos do treinamentoPasses sobre a areia apenas quando a bola está sobre um monte de areia (para evitar lesões nos dedos).Passar e conduzir com ambos os pés.A bola pode ser levantada no ar para sair da areia durante a condução para então ser passada.

Exercícios de futebol de praia para crianças Condução de bola e passe

Exercício 3 Idade: 10 - 12 Difi culdade:

– Igual ao exercício 1.– Passes: o jogador A conduz até o meio e passa a bola ao

jogador B. O jogador B passa de volta ao jogador A e corre em direção ao grupo no lado oposto. Antes do jogador A juntar-se ao fi nal da fi la no lado oposto, ele passa a bola de volta na trajetória do jogador B. O jogador B continua o exercício da mesma maneira.

1

112 Futsal e futebol de praia | Grassroots

Organização / material1 bola por grupoCones

Aspectos do treinamentoO exercício também pode ser realizado como uma competição entre as fi las.O goleiro pode ser trocado. Todas as crianças devem jogar nesta posição uma vez.

Exercícios de futebol de praia para crianças Prática de faltas diretas

Exercício 4 Idade: 6 - 12 Difi culdade:

– As crianças são divididas em quatro grupos, e cada grupo tem uma bola.

– Este exercício se refere à prática de falta direta na areia. Fazer um monte de areia, colocar a bola sobre ele e chutar.

1

2

3

4

A

C

113Futsal e futebol de praia | Grassroots

Organização / material1 bola por grupoCones

Aspectos do treinamentoTrocar o goleiro a cada 3 - 4 minutosEstimular o chute de primeira. Cuidados com o chute de primeira na areia (risco de lesão).

Exercícios de futebol de praia para crianças Passar e chutar

Exercício 5 Idade: 6 - 12 Difi culdade:

– As crianças são divididas em três grupos de frente para o gol. Cada grupo tem uma bola. O treinador-educador dá os passes.

– O jogador A passa a bola para o treinador-educador (C) e continua sua corrida preparando-se para chutar. O treinador-educador joga a bola exatamente na trajetória do jogador. Ele chuta de primeira e em seguida retorna para a fi la.

Estrutura da iniciação ao futebol

nas associações-membro

116 Estrutura da iniciação ao futebol nas associações-membro | Grassroots

O objetivo da organização de estruturas de iniciação ao

futebol nas associações-membro é oferecer para o maior

número possível de meninos e meninas a oportunidade de

jogar futebol sem restrições.

Cada associação deve contar com um diretor técnico

nacional, responsável por todas as questões técnicas na

associação.

O responsável pela iniciação ao futebol trabalha sob

o comando do diretor técnico e é encarregado pelo

departamento de iniciação ao futebol, com duas missões

principais:

– a organização de torneios e festivais

– a formação de treinadores de futebol com formação

específi ca para a iniciação

Algumas associações-membro mais avançadas em seus

planos de desenvolvimento podem implementar estruturas

descentralizadas a níveis regional e local, com pessoas

encarregadas de dirigir a estrutura de projetos de iniciação

ao futebol.

A base da estrutura é formada por escolas e clubes.

Os treinadores-educadores são essenciais e indispensáveis

para o êxito do programa nacional de iniciação ao futebol:

eles devem aprender a organizar festivais, promover

torneios e trabalhar com crianças para garantir o sucesso do

programa.

117Estrutura da iniciação ao futebol nas associações-membro | Grassroots

Exemplo de uma estrutura organizacional

O departamento de iniciação ao futebol se situa dentro do

departamento técnico da associação-membro, no mesmo

nível que outros programas, como o futebol feminino e

o futsal. A associação-membro deve, quando possível,

incorporar as organizações de futebol regionais e locais, uma

vez que elas têm vínculos mais fortes com escolas, clubes e

comunidades.

Estrutura técnica de uma associação-membro (exemplo)

Essas estruturas descentralizadas, apoiadas por seus próprios

departamentos técnicos, podem assumir ou auxiliar o

departamento técnico da associação em qualquer atividade

regional ou local que for implementada.

Estructura técnica de la asociación miembro

Treinador da 1ª equipe e equipes

olímpicasDiretor técnico nacional

Departamento elite

Seleções nacionais juvenis

Sub-14 Sub-15 Sub-16

Sub-17 Sub-18 Sub-20

Seleções femininas 1ª equipe, Sub-20, Sub-17 e

Sub-15

Seleções nacionais de futebol de praia

Selecciones de fútsal

Departamento de futebol feminino

– Recreação e amizade– Saúde e condição física– Integração social– Ligas, torneios

Departamento de futsal e futebol de praia

– Diversão– Importante para o

desenvolvimento dos jovens

– Quadras ou ginásios– Ligas, torneios

Departamento de avaliação, análise de desempenho e documentaçãoAvaliação, pesquisa, publicações, etc.

Departamento médicoAcesso a todos os jogadores de todas as idades

Treinamento e competição

Aberto para a sociedade: organização e participação em eventos e atividades das autoridades locais, organizações nacionais, ONGs, escolas, universidades e patrocinadores.

Departamento amador

– Aumentar o número de participantes (jogadores federados) e garantir sua permanência no esporte

– Sistema de ligas

Departamento de educação Cursos de qualifi cação e reciclagem para treinadores, treinadores-educadores e

instrutores

Departamento de iniciação ao futebolOferecer às crianças de 6 a 12 anos a oportunidade de jogar futebol sem restrição

e guiar os mais talentosos até o futebol de elite

118 Estrutura da iniciação ao futebol nas associações-membro | Grassroots

Estrutura de um departamento de iniciação ao futebol

– Diretor do departamento + responsável pela iniciação ao

futebol

– Membros da associação

– Representantes das autoridades públicas (Ministério do

Esporte e da Educação, por exemplo)

– Treinadores-educadores

– Pais

– Representantes do futebol feminino

Organização básica da iniciação ao futebol no departamento técnico

Iniciação ao Futebol+

Futebol amador+

Futebol feminino

Formação de treinadores

Licenças C, B, A e Pro

Diretor técnico

Departamento técnico com três unidades específi cas

Iniciação ao futebolDesenvolvimento de categorias de base

Diretor técnico

Formaçãode treinadores

Futebol Feminino

Unidade de iniciação ao

futebol6 - 12 anos

Diretor técnico

Unidade de de-senvolvimento de categorias de base

12 - 20 anos

Unidade de futebol

feminino

Unidade de formação

de treinadores

Unidade defutebol de

elite

Departamento técnico com mais unidades

119Estrutura da iniciação ao futebol nas associações-membro | Grassroots

A relação entre associações-membro, clubes e escolas

A implementação de um programa de futebol nas escolas

somente é possível com o apoio total das instituições de

educação. As escolas são as únicas responsáveis habilitadas

para organizar atividades esportivas nas escolas primárias.

Portanto, é necessário que as associações-membro

colaborem com um programa comum através, por

exemplo, da criação de uma comissão de esporte

composta pela associação e as escolas, fi rmando uma

parceria que especifi que o papel e as atribuições de

cada uma.

Podem tomar parte diferentes colaboradores:

– professores

– pais

– responsáveis pelos clubes

– treinadores-educadores

120 Estrutura da iniciação ao futebol nas associações-membro | Grassroots

Educação

Responsável de iniciação ao futebol

Escolas

Festivais, torneios

Comunidades

Clubes

O responsável pela iniciação ao futebol

O papel do responsável pela iniciação ao futebol é essencial

para o sucesso do programa. Ele é responsável por todas as

atividades que envolvem a iniciação ao futebol, tais como:

– organização de torneios e festivais

– desenvolvimento das estruturas de iniciação ao futebol em

escolas, clubes e comunidades

– coordenação geral das atividades

– elaboração do calendário de atividades

– estabelecimento de reuniões com os representantes

regionais e locais

– contato regular com escolas e clubes

– treinamento e capacitação dos treinadores-educadores

Se possível, neste cargo deve estar uma pessoa com sólida

experiência em iniciação ao futebol e conhecimento técnico

suficiente para encorajar seu desenvolvimento. Acima de

tudo, ele deve ser um EDUCADOR..

121Estrutura da iniciação ao futebol nas associações-membro | Grassroots

Estabelecimento de vínculos com o

governo e outras organizações

124 Estabelecimento de vínculos com o governo e outras organizações | Grassroots

Qual é o vínculo com o governo?

Nenhum governo pode negligenciar o esporte e os benefí-

cios que ele pode trazer para a população. O futebol pode

ser veículo para a promoção da saúde, da educação, do espí-

rito de equipe e do jogo limpo. Estes conceitos são também

importantes para os objetivos do governo nacional, pois são

valores defendidos pelas sociedades modernas.

Os objetivos de um programa de iniciação ao futebol são

semelhantes aos valores promovidos por muitos países:

– Oferecer os meios para a prática esportiva em qualquer

local: na rua, nas escolas, nos clubes, etc. O futebol deve

ser acessível a todos, sem distinção de gênero, raça ou

nível social.

– Permitir às crianças jogarem juntas. O futebol promove a

comunicação e a troca de experiências.

– O esporte é bom para a saúde e transmite mensagens

importantes, tais como bem estar, uma vida equilibrada e

sentir bem fi sicamente.

– O esporte pode ser uma ferramenta para a educação ao

ensinar o cumprimento das Regras do Jogo, a prática de

exercícios e jogos organizados, o respeito pelos adversá-

rios e companheiros, o desejo de se superar,a alegria de

vencer e saber lidar com o estresse da derrota, etc.

– O esporte é parte da vida e está associado à diversão, ao

prazer e à emoção.

Por que os relacionamentos com os governos são

importantes?

Geralmente, o futebol é praticado em clubes. O grau de

estrutura oferecido pelos clubes depende da situação

econômica do país e do nível de desenvolvimento do futebol

(popularidade, formas de fi nanciamento, recursos humanos,

voluntários e estruturas das associações).

No entanto, o futebol não é apenas praticado nos clubes,

pois, por ser universal, é jogado em todo lugar. A recente

cobertura do futebol de rua pela mídia e o desenvolvimento

do futsal, às vezes associados aos subúrbios das grandes

cidades, nos faz lembrar que o futebol é jogado em qual-

quer lugar onde os jovens têm a liberdade de se expressar e

os meios de comprar ou fazer uma bola. As escolas são um

terreno fértil para os jogadores de futebol, uma vez que o

esporte é matéria de currículo na maior parte dos sistemas

educacionais.

Por estas razões, vê-se que o esporte, e particularmente o

futebol, se integra naturalmente nos programas governa-

mentais. Por exemplo:

– O Ministério da Educação pode promover programas de

futebol no currículo escolar, os quais podem ser reforçados

através de intercâmbios e jogos entre escolas. O Ministério

pode até mesmo organizar, por exemplo, torneios nacionais

de futebol.

125Estabelecimento de vínculos com o governo e outras organizações | Grassroots

– O Ministério da Juventude e do Esporte pode facilitar o

acesso às estruturas esportivas nacionais e promover progra-

mas para os jovens (dia da criança, festivais esportivos, etc).

– O Ministério da Saúde pode associar a prática do futebol à

promoção do bem estar, de uma vida equilibrada, da edu-

cação alimentar e de mensagens contra o uso de drogas e

outras substâncias danosas, etc.

– A política urbana e até mesmo programas sociais em áreas

rurais podem ser incentivados através da organização de

festivais esportivos, contratação de treinadores-educadores,

oferecendo aos jovens oportunidades de socialização.

– A situação do gênero: encorajar a prática do futebol para

ambos os sexos e o futebol misto para as crianças.

Quem são os colaboradores em potencial?

Os ministérios encarregados da educação, saúde, juven-

tude e esporte têm maior potencial para envolvimento nos

programas de iniciação ao futebol. Deve-se considerar que

as pastas dos ministérios e outros departamentos governa-

mentais diferem conforme o país. Dessa forma, os seguintes

ministérios são abordados apenas como exemplo:

Ministério da Educação Ministério da Educação

O Ministério administra a maioria dos estabelecimentos

educacionais do país, elaborando programas educacionais e

proporcionando os recursos necessários.

As vantagens das redes escolares podem ser identifi cadas

como segue:

– Acesso a todas as escolas do país, incluindo aquelas

situadas em regiões pouco acessíveis, zonas rurais ou ilhas

remotas.

– O benefício do uso da rede de relacionamento entre as

escolas: a organização de jogos, torneios, treinamento, a

distribuição de material, relatórios de atividades, etc.

– O envolvimento potencial de professores - qualifi cados

em esportes ou não - para oferecer conteúdos esportivos.

Uma cooperação de alta qualidade pode ser estabelecida,

incluindo a capacitação de professores e seu envolvimento

em competições escolares e ligas regionais.

– A relação com os clubes: encaminhar aos clubes aque-

las crianças mais interessadas em uma prática regular,

fazendo com que os treinadores-educadores participem

das atividades das escolas.

É importante estabelecer uma relação com esse Ministério,

particularmente em países em desenvolvimento, onde a

prática do esporte não é totalmente consistente ou devi-

damente estruturada. A situação econômica, por vezes,

difi culta o acesso às estruturas (mesmo em um nível muito

básico) e, acima de tudo, impede a compra de material

esportivo, sobretudo das bolas de futebol.

Nota: Em alguns países, nem todas as escolas são adminis-

tradas pelo Ministério da Educação, como, por exemplo, as

ligadas a comunidades religiosas ou escolas internacionais

fi nanciadas por outros países. É importante notar que os

programas de iniciação ao futebol evitam a segregação e

integram, também, estas escolas.

Ministério da Juventude e Esporte

A relação com este Ministério é igualmente importante, em

particular com relação aos aspectos abaixo:

– Estruturas esportivas: o acesso e manutenção destas estru-

turas são essenciais para jogos escolares e para clubes e

associações que não têm suas próprias instalações.

– Disponibilizar treinadores-educadores para capacitação de

novos treinadores e professores e para a supervisão dos

programas de futebol: treinamento, jogos, torneios, etc.

Ministério da Saúde

É importante estimular as crianças a terem atitudes saudá-

veis. Os programas de iniciação ao futebol são excelentes

para transmitir a mensagem de que a saúde e o esporte

andam juntos, como por exemplo:

– Prevenção do uso de substâncias ilegais ou danosas

– Boa alimentação, higiene e hábitos saudáveis

O Ministério pode também dar uma assistência mais direta,

como por exemplo:

– Oferta de serviços médicos (enfermeiros, médicos ou trei-

nadores) nos acontecimentos esportivos

– Oferta de médicos para exames gerais das crianças

– Oferta de medicamentos ou equipamentos de primeiros

socorros para escolas, jogos e torneios

126 Estabelecimento de vínculos com o governo e outras organizações | Grassroots

Outras organizações governamentais

Outras organizações governamentais podem se envolver na

implementação do programa de iniciação ao futebol. Por

exemplo:

– Estados e municípios: integrar o programa nas atividades

regionais e das comunidades, etc.

– Órgãos de preservação ambiental: associar os programas

de futebol ao respeito pela natureza, à proteção das fon-

tes de água potável, à administração de resíduos, etc.

– Organizações de proteção às mulheres: participação e luta

contra a discriminação sexual, encorajando as meninas a

jogarem futebol, etc.

Outros parceiros não-governamentais

Comunidades e associações de bairro

As comunidades locais são a base da vida social em muitos

países. Pode-se estabelecer uma relação diretamente com as

mesmas, dependendo de sua importância.

Neste caso, aplicam-se todas as questões descritas anterior-

mente para os governos:

– O uso de áreas de propriedade das comunidades ou

associações

– A assistência dos departamentos de esporte das comuni-

dades ou associações de bairro

– A rede de escolas administradas pelas comunidades e

associações de bairro

As ONGs

Com frequência, as organizações não-governamentais se

benefi ciam da ajuda do estado ou de organizações externas

(Unicef, Cruz Vermelha, União Europeia, etc) e atuam em

benefício do governo em setores muito específi cos, espe-

cialmente em projetos de desenvolvimento e de assistência.

Estas organizações têm objetivos que podem ser associados

às atividades de desenvolvimento do futebol, como por

exemplo:

– Cursos de capacitação em primeiros socorros oferecidos

pela Cruz Vermelha, durante as sessões de capacitação de

treinadores-educadores e professores

– Campanhas sanitárias da Unicef (contra a malária, por

exemplo) ligadas a eventos escolares ou comunitários

Parcerias com organizações estrangeiras para fi nanciamento

do programa

Ministério da Educação

• Escolas primárias

• Meninos e meninas (6 - 12 anos)

• Instrutores esportivos

• Professores de Educação Física

• Campos de futebol e quadras

• Ginásios

Ministério da Deporte Juventude e Esporte

• Política de esporte do governo

• Departamento de Esporte

• Educadores e funcionários do governo

• Infraestruturas esportivas

• Unidades de medicina esportiva

• Suporte fi nanceiro e logístico

• Relação de proximidade com as federações esportivas, com o Comitê Olímpico Nacional e com os outros ministérios

Ministério da Saúde

• Saúde das crianças

• Primeiros socorros

• Assistência médica

• Certifi cados de medicina esportiva

• Promoção da saúde através do esporte

Associação-membro

FIFA

127Estabelecimento de vínculos com o governo e outras organizações | Grassroots

Patrocinadores

Muitos patrocinadores podem estar interessados em vin-

cular sua imagem a um programa de iniciação ao futebol.

Associar sua imagem ao esporte e à saúde, à educação da

juventude, a um programa nacional, etc, são elementos

atraentes para a publicidade de uma empresa.

A natureza do patrocínio pode tomar várias formas. As mais

comuns são o material esportivo (com uma logomarca ou

mensagem comercial), a entrega de prêmios e a contribuição

fi nanceira (em troca de cobertura da mídia).

Os passos a serem tomados

Antes de fazer qualquer contato com um organismo gover-

namental ou não-governamental, é essencial estabelecer uma

proposta que garanta que o programa é viável.

O programa de iniciação ao futebol / Grassroots

As seguintes etapas devem ser observadas:

– O escopo do projeto deve ser aprovado pelo comitê exe-

cutivo da associação-membro.

– O programa deve fazer parte dos planos de longo prazo

da associação, durante pelo menos quatro anos, e deve

integrar o plano de desenvolvimento de longo prazo ela-

borado conjuntamente com ofi cinas de desenvolvimento

da FIFA.

– O programa deve, especialmente, fornecer: os objetivos,

os meios de mensuração, critérios de avaliação, os conteú-

dos esportivos, o plano de ação e o orçamento.

– O programa deve se valer dos recursos do departamento

técnico da associação, assim como envolver as ligas esco-

lares, amadoras ou comunitárias, etc.

– O relatório fi nal deve receber a aprovação do comitê exe-

cutivo da associação nacional.

Nota: A participação de colaboradores do setor privado,

inclusive de ONGs, é positiva para o relatório.

A relação com o governo

Durante as reuniões com os ministérios, é importante respei-

tar os seguintes pontos:

– Preparar uma apresentação concisa e efetiva do projeto ou

uma apresentação em vídeo, se apropriado.

– Apresentar o programa de modo objetivo, através da

ideia de que ele é benéfi co para todos, isto é, que tanto

o Ministério como o futebol em seu sentido mais amplo

sairão ganhando com ele (além dos benefi ciários diretos,

tal como se apresenta nos objetivos do programa).

– Mostrar o interesse em colaborar com um programa de

sucesso, demonstrando o compromisso de todas as partes.

– Apresentar os outros colaboradores do programa, públicos

e privados, sem esquecer a FIFA e a confederação, se for

o caso.

– Elaborar um calendário comum de reuniões e ações, em

especial durante a fase inicial.

– No caso de se criar um comitê de gestão, propor que o

Ministério tenha um membro participante (nota: sempre

verifi car se a maioria dos membros do comitê está com-

prometida com o futebol; não se deve perder o controle

do programa em benefício de outros grupos).

– Propor a redação de um protocolo de intenção ou con-

trato cujo conteúdo seja aprovado.

Nota: Se as leis do país permitirem e em caso de necessi-

dade, deve-se requerer o apoio do Ministério para isenções

de impostos de importação de material esportivo.

Comunidades

• Associações locais

• Municípios

• Bairros / cidades / estados

• Lugarejos

• Pais

• Instalações locais

• etc.

ONG

• Programas de juventude

• Programas de assistência

• Grupos de vulnerabilidade social

• Integração social

• Programas educacionais

• Campanhas antidrogas

• Luta contra a pobreza etc.

Patrocinadores

• Hotéis, bancos, empresas

• Organizadores de eventos e personalidades

• Infraestruturas esportivas

• Suporte fi nanceiro e logístico

• Projetos de futebol Grassroots

• etc.

128 Estabelecimento de vínculos com o governo e outras organizações | Grassroots

O convênio

O convênio deve ser simples e objetivo, de modo a evi-

tar qualquer problema de interpretação. Deve-se evitar o

envolvimento de um terceiro grupo, por exemplo, uma liga

de futebol ou um departamento de Ministério. A associação-

membro e o Ministério devem estar diretamente envolvidos.

Proposta de conteúdo:

– Nomes das duas partes

– Apresentar de forma concisa, seja 1) cada uma das partes

e seus interesses em instituir o programa, ou 2) o interesse

comum de ambas as partes.

– O objeto do convênio com a lista das obrigações de cada

parte

– A duração do convênio e as condições em caso de rescisão

– A data de início do convênio

– Atividades de monitoramento: um relatório sobre o ano

anterior e o plano de ação para o ano seguinte

– A possível prorrogação do convênio

– Métodos para a solução de litígios

– A fi rma de ambas as partes

129Estabelecimento de vínculos com o governo e outras organizações | Grassroots

Elaboração de um plano de iniciação

ao futebol

132 Elaboração de um plano de iniciação ao futebol | Grassroots

A elaboração de um plano de iniciação ao futebol é o

marco estratégico para o lançamento, a divulgação e o

acompanhamento das atividades da iniciação ao futebol

através do país. Ele é o resultado de muito estudo, pesquisa

e avaliação. O plano estabelece as metas e ações que

permitirão alcançar com êxito os objetivos definidos e

é implementado pelo departamento técnico com uma

contínua avaliação do progresso e da adaptação de certos

pontos necessários para se alcançar tais objetivos.

No entanto, um planejamento efetivo requer um processo

que envolva a participação de todas as partes envolvidas. No

caso do programa de iniciação ao futebol, é essencial que as

relações e as parcerias sejam criadas tanto com o governo

quanto com outras corporações de modo a assegurar sua

continuidade a médio e longo prazos.

A primeira etapa da elaboração do plano consiste em

compreender exatamente o que se espera atingir. Deve-

se implantar um monitoramento efetivo e um sistema de

avaliação como garantia de que os programas obtenham os

resultados esperados.

Os objetivos devem ser:

Específicos

Mensuráveis

Viáveis

Realistas

Programados

É muito importante analisar a situação da iniciação ao

futebol do país antes de começar um programa. O contexto

pode variar consideravelmente entre diferentes associações-

membro. O pessoal envolvido na elaboração do programa

deve se adaptar a cada situação. Deve-se considerar

determinadas questões antes de se lançar um programa,

de modo que os objetivos e as diretrizes do programa

Grassroots da FIFA sejam respeitados.

Diretrizes

Análise da situação de um país

– População

– Organização técnico administrativa: nacional, estadual e

local

– Sistema educacional

– Política desportiva

– Existência de estrutura de iniciação ao futebol

– Infraestruturas e instalações esportivas

– Vínculos entre a associação-membro e os ministérios

governamentais

A prática do futebol

– O estudo das manifestações do futebol no país, em todos

os estados e regiões, mostrará a extensão de sua prática

em todos os setores.

– Avaliar as instalações disponíveis em todos os setores, em

especial nas zonas rurais, levantam dados cruciais, tais

como o número de crianças que têm acesso a estas estru-

turas e em quais condições.

– A disponibilidade de treinadores-educadores e de material

e os diferentes formatos de torneios organizados em todo

o país indicarão as necessidades por setor.

– Um programa pode ser lançado em vários setores ao

mesmo tempo. Outra possibilidade é organizar um semi-

nário para se estudar a viabilidade e a melhor estratégia

de lançamento do programa.

– É importante analisar se há vínculos ofi ciais entre os mem-

bros da associação, as ligas, os clubes, as comunidades e

as escolas.

– A garantia de continuidade do programa Grassroots nas

zonas rurais e em outras regiões deve ser baseada na

estabilidade dos envolvidos, incluindo as comunidades

e os ministérios/secretarias da Saúde, da Juventude e do

Esporte e da Educação. Estes órgãos não devem estar

apenas presentes, mas também ser ativos no trabalho que

visa a um objetivo comum.

O planejamento

1. OBJETIVO: o que é preciso fazer?

2. ESTRATÉGIA: como se pretende atingir o objetivo?

3. META: o que será alcançado?

4. RESPONSABILIDADE: quem será responsável por atingir a meta?

5. CALENDÁRIO: quando o objetivo será atingido?

6. FINANCIAMENTO: qual será o seu custo?

133Elaboração de um plano de iniciação ao futebol | Grassroots

Análisis de las necesidades

– Treinadores-educadores: quantidade e qualifi cações

– Desenvolvimento da iniciação ao futebol

– Atividades: competições, torneios e festivais

– Equipamento e material

– Infraestrutura

– Comitê de iniciação ao futebol

Plano de médio e longo prazo

Metas

– Apresentar a iniciação ao futebol para os meninos e as

meninas (6 - 12 anos)

– Promover a fi losofi a da iniciação ao futebol

– Desenvolver as atividades da iniciação ao futebol

– Aumentar a participação nos programas de iniciação ao

futebol

– Melhorar as instalações para treinamento e jogos

– Formar professores (inclusive mulheres) para se tornarem

treinadores-educadores

– Encorajar os pais e voluntários a se envolverem

– Estabelecer vínculos e construir relações entre todos os

colaboradores

– Implantar uma estrutura legítima para o desenvolvimento

da iniciação ao futebol

– Captar audiência e divulgar o programa

– Buscar patrocinadores e parceiros

As etapas de implementação

– Informações iniciais: treinadores-educadores, professores,

pais, etc.

– União dos principais atores: comitê executivo, secretarias,

parceiros, pessoas chave, etc

– Preparação e apresentação de um plano de

desenvolvimento

– Seminários e reuniões de assessoria: associações-membro,

ministérios, patrocinadores, etc

– Envio do plano defi nitivo: departamento técnico da

associação

– Aprovação: associação-membro / FIFA

– Lançamento do plano: programa Grassroots

– Plano para implementação: plano de desenvolvimento de

curto, médio e longo prazos

134 Elaboração de um plano de iniciação ao futebol | Grassroots

Princípios para um programa de iniciação ao futebol

bem-sucedido a nível nacional

– PESQUISA: a necessidade de consulta de todos os patroci-

nadores de modo a assegurar que todos os pontos de vista

sejam levados em conta e, se possível, representados no plano

– PARTICIPAÇÃO: o aumento do número de pessoas envol-

vidas no esporte

– QUALIDADE: a vontade de melhorar e desenvolver o

esporte em todos os níveis; oferta de suporte técnico de

alta qualidade

– RESPONSABILIDADE SOCIAL: o oferecimento de

uma alternativa à vida cotidiana das crianças de áreas

desfavorecidas

– IGUALDADE: a garantia de que as áreas menos desen-

volvidas do esporte (futebol feminino, jogadores com

incapacidades/defi ciências, futebol em escolas) recebam

apoio e serviços apropriados

– PARCERIAS: o reconhecimento de que o desenvolvi-

mento do futebol requer uma abordagem de parceria que

envolva todos os setores do esporte e da sociedade

Metas

– Estabelecer uma unidade de iniciação ao futebol dentro

do departamento técnico da associação-membro

– Estabelecer objetivos sobre os seguintes temas:

• Iniciação ao futebol

• Escolas de futebol

• Futebol em comunidades

• Formação dos treinadores-educadores

• Organização de jogos, competições e festivais

– Preparar um plano detalhado para o desenvolvimento nos

níveis local, regional e nacional

135Elaboração de um plano de iniciação ao futebol | Grassroots

Objetivos a serem alcançados (3 anos)

– Aumentar a participação (meninos e meninas de 6 - 12

anos)

– Melhorar os padrões de nível dos treinadores-educadores

e aumentar o número de cursos

– Organizar mais festivais e torneios (diferentes formatos

adaptados ao contexto local)

– Melhorar a comunicação e desenvolver as relações com os

parceiro;, melhorar as instalações esportivas

– Encorajar os professores, voluntários e pais a colaborarem

– Estabelecer uma unidade profi ssional para o

desenvolvimento da iniciação ao futebol dentro do

departamento técnico

METAS

Estabelecer objetivos específicos sobre os seguintes temas:

– Iniciação ao futebol

– Futebol em comunidades

– Formação dos treinadores-educadores

– Organização de partidas, competições e festivais

– Preparação de um plano detalhado para o

desenvolvimento nos níveis local, regional e nacional

Organización de un plan de desarrollo de 3 años

Objetivos Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 3 (II)

Repercussão Local Regional Nacional Nacional

Estrutura Implantar:– uma unidade de

desenvolvimento de iniciação ao futebol

– um comitê de gestão

Estabelecer:– um departamento de

iniciação ao futebol, em cada estado organizado

– criar vínculos com as comunidades

Implantar um departamento de iniciação ao futebol dentro do departamento da associação membro

Empregar pessoal qualifi cado (ex.:coordenadores locais, diretores de iniciação ao futebol, etc.)

Participação Lançar programa piloto nas escolas primárias

Desenvolver atividades de iniciação ao futebol nas escolas primárias

Introduzir competições de futebol 4, 5, 7 e 9

Introduzir futsal e futebol de praia Promover o futebol nas comunidades

Treinadores-educadores

Cursos de formação de iniciação ao futebol para professores e jovens treinadores-educadores

Desenvolver mais cursos de formação para diferentes grupos

Aumentar o acesso à formação de treinadores-educadores (professores, pais, etc)

Aumentar o número de cursos de formação de treinadores-educadores

Atividades Lançar o programa de iniciação ao futebolTorneios e festivais

Desenvolver torneios e festivais entre escolas primárias da região

Criar um torneio nacional entre as escolas primárias para diferentes grupos de idade e festivais nacionais

Introduzir outros torneios e festivais (futsal, futebol de praia)

Equipamento Uso das instalações, material e equipamento

Melhorar o material e as instalações existentesCriar vínculos com o governo

Ampliar as instalações existentes e construir novas

Melhorar o material e as instalações existentes

– Firmar convênios com ministérios/secretarias, em especial

com o ministério/secretaria da Educação

136 Elaboração de um plano de iniciação ao futebol | Grassroots

Exemplos de planos de desenvolvimento de iniciação ao futebol

OBJETIVO: Aumentar a participação e formar os professores

Atividade TáticaParceiro

Estratégico/Responsabilidade

Meta Resultado

Atividades intraescolaresOBJETIVO: criar oportunidades para que alunos de 6 a 12 anos joguem

Treinadores e professores de Educação Física ajudam a escola e realizam atividades de iniciação ao futebol (torneios e festivais)

– Ministério da Juventude e do Esporte

– Ministério da Educação / instalações esportivas

– Associação-membro / competência técnica

2 escolas por mês – Criar relações com escolas

– Promoção de atividades de iniciação ao futebol

Atividades interescolares

Torneio de futebol 5 e 7 – Ministério da Juventude e do Esporte

– Ministério da Educação / disponibilidade de professores de Educação Física

– Associação membro / supervisão e monitoramento

Todas as escolas 2 equipes por escola

Estabelecer atividades regulares de iniciação ao futebol10-15 crianças de cada escola participam do torneio

Formação de professores

Cursos de treinadores de iniciação ao futebol

– Departamento de Desenvolvimento da FIFA / Confederação / material didático e de treinamento

– Departamento técnico da associação / formação de treinadores

25-30 professores por curso

Formar novos treinadores-educadoresSustentabilidade do programa

Se a iniciação ao futebol não for encorajada, o futebol de alto nível sofrerá as consequências.

137Elaboração de um plano de iniciação ao futebol | Grassroots

INDICADORES CHAVE DO DESEMPENHO: o número de

crianças participantes durante o ano / número de professores

seguindo o programa de treinamento

OBJETIVO: Garantir que todos os alunos das escolas

primárias, meninos e meninas, tenham oportunidade de

desfrutar de sessões de iniciação ao futebol durante o

horário escolar. Oferecer atividade física saudável através de

minifutebol / jogos reduzidos / futsal

Atividade TáticaSócio

Estratégico /Responsabilidade

Meta Resultado

Melhorar a comunicação com escolas primárias mediante um protocolo de acordo entre a associação e o Ministério da Educação

– O departamento técnico deve melhorar a imagem do futebol escolar

– Informar sobre os benefícios que o esporte traz, em especial o futebol, para a sociedade, a educação e a saúde

– Ministério da Educação /

– Pessoal de Educação Física

– Associação-Membro / departamento técnico

– Jovens treinadores

Todas as escolas primárias

Criar relações com escolas e professores,assim como com os pais

Promoção da iniciação ao futebolcomo atividade social educativa e saudável

Aumentar o número de mini-campos e outras instalações para partidas de minifutebol e de futsal

Hora do almoço: – mini-futebol – Futsal – Torneios de – iniciação ao futebol – Festivais de iniciação ao futebol

– Ministério da Juventude e do Esporte / política desportiva

– Ministério da Educação / programa educativo esportivo

– Governo local / desenvolvimento e manutenção de instalações esportivas

Todas as escolas primárias

Estabelece atividades regulares de iniciação ao futebol

Maximiza a participação e atividades adequadas para meninos e meninas

Alertar para a importância da saúde para os jovens Fomentar a redução da obesidade infantil

– Trabalhar com pessoal da saúde

– Organizar sessões de promoção da saúde

– Ministério da Saúde / campanha de conscientização

– Agentes de saúde / estilos de vida saudáveis

Incluir o futebol no currículo para meninos e meninas

Aumentar a consciência das crianças e dos pais sobre a importância da saúde

Luta contra a obesidade e enfermidades relacionadas a diabetes

138 Elaboração de um plano de iniciação ao futebol | Grassroots

INDICADORES CHAVE DO RENDIMENTO: o número de

crianças participantes durante o ano / número de escolas

envolvidas no programa

Futebol na escola

Mais escolas=

Mais participantes

Mais participantes=

Mais voluntários=

Mais pais=

Mais envolvimento das comunidades

Captar participantesnas escolas

Motivação,sensibilização

Introdução à iniciação ao futebol

Base de participantesaumenta

AUMENTAR APARTICIPAÇÃO

Criar parcerias

Mais professores envolvidos

Mais pais envolvidos

Mais pais envolvidos

Encorajar os professores a se envolverem com as equipesAjudar a formar professoras

Formar professores para serem treinadores-educadores

Envolver os paisUsar as associações de pais

EDUCAR PROFESSORES

E PAIS

139Elaboração de um plano de iniciação ao futebol | Grassroots

Formatos de competição

Aumentar gradualmenteo tamanho dos campos

Jogos reduzidos

Torneios efestivais

Equipes mistasPromoção do futsal

Educar e entreter

Não fazer competições eliminatórias

Participação de todasas crianças

MAIS COMPETIÇÕES

Treinadores-educadores

Instalações de treinamento e de jogo

Formaçõesespecífi cas

Facilitar o acessoà formação

Aumentar o númerode treinadores-educadores

Campos de jogoseguros

Aumentar o acesso amais campos de jogo

Acesso para todos

Diferentes formaçõesDirecionadas às idades

Formação continuada detreinadores-educadores

Formação de novostreinadores-educadores

Mais instalações

Mais campos ede melhor qualidade

Mais equipamentoe material

AUMENTAR O NÚMERO DE CURSOS DE FORMAÇÃO

INVESTIR NAS INSTALAÇÕES

140 Elaboração de um plano de iniciação ao futebol | Grassroots

Recomendações

As principais recomendações para se ter uma promoção

bem sucedida do programa de iniciação ao futebol são as

seguintes:

– O futebol deve estar ao alcance de todos, sem discrimi-

nação de sexo, raça ou classe social. Qualquer pessoa

que queira jogar futebol deve saber que é possível fazê-lo

em sua escola ou comunidade, usando as instalações

disponíveis.

– Os treinadores-educadores formados devem garantir

que todos respeitem as normas de comportamento

e de disciplina necessárias. É necessário um enfoque

sócio psicológico para o êxito do desenvolvimento dos

jovens, especialmente daqueles provenientes de meios

desfavorecidos.

– Todas as crianças têm direito aos serviços de educação e

de saúde, independentemente da formação que recebe-

ram e da origem de suas famílias. Estes são os principais

elementos que devem ser levados em consideração.

Deve-se perguntar aos jovens sobre seu progresso na

escola, como cuidam de sua saúde e sobre a participação

de seus pais em seu cotidiano.

– Deve-se encorajar o desenvolvimento de relações entre

crianças de diferentes origens culturais, religiosas e

geográfi cas, a fi m de se reduzir as diferenças entre elas

e aumentar o respeito dentro e fora do campo de jogo.

A atitude deve ser sempre a de enfatizar o jogo limpo

quando há situações difíceis no campo, quando se avaliam

as vitórias e as derrotas e de modo a se ter uma visão posi-

tiva e aprender com todas as circunstâncias.

Marketing e patrocínio

Com frequência, o treinador-educador desempenha várias

funções, não apenas a de treinador. Às vezes, deve atuar na

função de motorista, massagista ou roupeiro. Do mesmo

modo, um treinador-educador deve ter conhecimentos de

gestão para controlar e captar recursos para o programa de

iniciação ao futebol. Portanto, é útil que ele tenha algum

conhecimento básico de marketing e de patrocínio que

ajudem na sustentabilidade do programa.

Há algumas oportunidades interessantes de fazer com que

o programa de iniciação ao futebol seja autossufi ciente.

Algumas são simples estratégias, como pedir aos comercian-

tes locais a doação de bolas de futebol. Há também opções

mais complexas, como fazer do patrocínio corporativo a

primeira fonte de fi nanciamento. Em geral, os eventos e

programas esportivos oferecem às empresas incontáveis

oportunidades para lançar, mostrar e distinguir, premiar

funcionários da empresa, fornecer entretenimento para

clientes atuais e/ou clientes em potencial, aumentar a expo-

sição na mídia, acentuar ou mudar a imagem e atingir novos

segmentos do mercado e canais de distribuição.

O primeiro passo para buscar um patrocinador é decidir o

que o programa de iniciação ao futebol tem para oferecer a

uma empresa. Quais benefícios podem ser mostrados para

tornar o programa atraente? Alguns exemplos de bene-

fícios são: incluir nome e logomarca nos comunicados de

imprensa, criar kits promocionais, folhetos promocionais,

páginas na internet, pôsteres, uniformes de voluntários e de

pessoal, espaço para exibição de produtos, oportunidades

de pesquisas de mercado, acesso a banco de dados, etc. É

importante garantir que realmente se pode oferecer todos

os benefícios que se propõe.

O passo seguinte é fazer contato ou identifi car a pes-

soa certa da empresa com potencial para colaborar.

Continuando, deve-se mostrar à empresa que este patro-

cínio trará retorno. Uma boa estratégia é oferecer pacotes

progressivos de longo prazo e considerar também a opção

do investimento da empresa ser através do fornecimento de

produtos em espécie, como bens ou serviços (bebidas, cami-

setas, material de publicidade, etc.) em troca dos benefícios

de patrocínio.

Por último, é fundamental recordar que a melhor maneira

de obter patrocinadores é renovando contratos já existentes.

Isto signifi ca que é indispensável servir os patrocinadores e

tratá-los como os bens mais preciosos. Para produzir uma

boa documentação do programa, é necessário tirar foto-

grafi as de cada passo e manter atualizados comunicados

à imprensa e relatórios das ações do programa. Um bom

relato pode garantir a renovação do patrocínio. Quanto mais

a empresa se sentir parte do programa de iniciação ao fute-

bol e mais benefícios receber, mais predisposta estará para

continuar apoiando o programa.

141Elaboração de um plano de iniciação ao futebol | Grassroots

Anexos

144 Anexos | Grassroots

ANEXO A. Regras do Jogo e regulamento de jogos reduzidosDimensões dos campos - jogos de futebol

4 contra 4 Mínimo: 12 m x 20 m Máximo: 15 m x 25 m

5 contra 5 Mínimo: 20 m x 30 m Máximo: 25 m x 35 m

7 contra 7 Mínimo: 30 m x 45 m Máximo: 35 m x 50 m

9 contra 9 Mínimo: 45 m x 60 m Máximo: 50 m x 67 m

9-99-99-

7-7

7-7

5-5

5-5

5-5

5-5

4-44-4 4-44-4

4-4 4-4

4-4 4-4

4-44 4-44

145Anexos | Grassroots

Formatos dos jogos

Formato de jogo por faixa etária Tamanho do campo

6 - 8 anos

4 contra 4 sem goleiro (4 contra 4) De 12 m x 20 m a 15 m x 25 m

4 contra 4 com goleiro (3+1 contra 3+1) De 12 m x 20 m a 15 m x 25 m

5 contra 5 De 20 m x 30 m a 25 m x 35 m

9 - 10 anos

4 contra 4 sem goleiro (4 contra 4) De 12 m x 20 m a 15 m x 25 m

4 contra 4 com goleiro (3+1 contra 3+1) De 12 m x 20 m a 15 m x 25 m

5 contra 5 De 20 m x 30 m a 25 m x 35 m

7 contra 7 De 30 m x 45 m a 35 m x 50 m

11 - 12 anos

4 contra 4 sem goleiro (4 contra 4) De 12 m x 20 m a 15 m x 25 m

4 contra 4 com goleiro (3+1 contra 3+1) De 12 m x 20 m a 15 m x 25 m

5 contra 5 De 20 m x 30 m a 25 m x 35 m

7 contra 7 De 30 m x 45 m a 35 m x 50 m

9 contra 9 De 45 m x 60 m a 50 m x 67 m

Duração das partidas em um torneio

Depende do formato da atividade e do tempo disponível. O tempo total jogado

(em outras palavras, de todas as partidas de uma equipe) deve equivaler, aproxi-

madamente, a uma partida completa.

6-8 anos

2 x 15 a 20 min

9-10 anos

2 x 20 a 25 min

11-12 anos

2 x 25 a 30 min

Equipamento

Gols: Dimensão máxima: 5 m x 2 m. Estacas e cones podem ser

usados na falta de gols. Gols de futsal também podem ser

usados (3 m x 2 m).

Para a segurança das crianças, gols (principalmente os mais

pesados e de grandes dimensões) devem ser fi xados de tal

modo que os jogadores e os torcedores não possam movê-los.

146 Anexos | Grassroots

Bolas de futebol: Número 4

As linhas são marcadas de acordo com o espaço disponível

(5 contra 5, 7 contra 7, 9 contra 9). Requer-se uma de meio

campo no 4 contra 4, mas não há necessidade da área de

pênalti.

Futebol de 4 e de 5

Existem várias opções conforme se use goleiro ou não:

– 4 contra 4 sem goleiro nem gol (conservar a bola, jogo de

passes, atravessar a linha)

– 4 contra 4 sem goleiro, com gols pequenos (2 ou 4)

– 3 contra 3 com goleiro

– 4 contra 4 com goleiro

As cinco vantagens do futebol de 4 ou de 5

– As crianças descobrem o futebol através da diversidade de

jogos oferecidos.

– Oportunidade para um grande número de meninos e

meninas jogarem.

– Espírito de festival sem hipercompetitividade (estafetas,

sessões de treinamento, atividades lúdicas, etc).

– Ajuda para o desenvolvimento intelectual, emocional e

motor das crianças.

– A prioridade é jogar, não ganhar.

Os cinco princípios que se deve enfatizar durante a

prática

– Proponer solo juegos.

– Evitar todas las formas de competición y de clasifi cación.

– Valorar y hacer jugar a todos los niños por igual.

– Preparar y organizar las sesiones y los festivales.

– Ofrecer supervisión de gran calidad (importancia del

aspecto humano).

Futebol de 4

O campo

– 4 contra 4 sem goleiro, de 12 m x 20 m a 15 m x 25 m

– 4 contra 4 com goleiro, de 12 m x 20 m a 15 m x 25 m

– Quatro cones ou estacas situados cada um a 3 m do cor-

ner, sobre a linha lateral, podem ser usados para indicar as

duas áreas de pênalti sem marcar as linhas. Nesta área, o

goleiro pode usar as mãos.

– Marca do pênalti: 4 metros do gol.

– Se não há gols, usar cones e estacas situados a 3 m um do

outro.

Equipes

– Uma equipe é formada por quatro jogadores (meninos e

meninas) sem goleiro. Se uma equipe joga com goleiro,

terá apenas três jogadores de campo.

– Podem-se fazer substituições em qualquer momento da

partida.

– Os jogadores substituídos podem retornar ao campo

substituindo outros.

– Em festivais, todos os jogadores devem participar em

condições de igualdade.

As Regras do Jogo

São usadas as seguintes regras de futebol:

– Todas as faltas são diretas.

– Não há impedimentos.

– Haverá pênalti se o juiz marcar uma falta grave dentro da

área.

– Início do jogo, faltas, tiros de meta, escanteio: adversários

devem estar a 3 m de distância.

– Bola de futebol: nº 4

– Árbitro: arbitragem educativa (sem apito) de fora do campo.

Futebol de 5

Campo

– 5 contra 5 de 20 m x 30 m a 25 m x 35 m

– Quatro cones ou estacas situados cada um a 4 m do cor-

ner, sobre a linha lateral, podem ser usados para indicar as

duas áreas de pênalti sem marcar as linhas. Nesta área, o

goleiro pode usar as mãos.

– Marca do pênalti: 5 metros do gol.

– Se não há gols, usar cones e estacas situados a 4 m um do

outro.

Equipes

– Uma equipe é formada por cinco jogadores (meninos e

meninas), sendo um o goleiro.

– Podem-se fazer substituições em qualquer momento da

partida.

– Os jogadores substituídos podem retornar ao campo

substituindo outros.

– Em festivais, todos os jogadores devem participar em

condições de igualdade.

147Anexos | Grassroots

As Regras do Jogo

São usadas as seguintes regras de futebol:

– Todas as faltas são diretas.

– Não há impedimentos.

– Haverá pênalti se o juiz marcar uma falta grave dentro da

área.

– Início do jogo, faltas, tiros de meta, escanteio: adversários

devem estar a 4 m de distância.

– Escanteios, tiro de meta: adversários devem estar a 4 m de

distância.

– Bola de futebol: nº 4

– Árbitro: arbitragem educativa (sem apito) de fora do

campo.

Futebol de 7

Sete razões para jogar o futebol de 7

– Pode ser adaptado a campos menores

– Permite jogar um grande número de meninos e meninas

– Facilita uma boa transição entre o futebol de 5 e o futebol

de 9

– Inicia os conceitos de zonas de jogo e as posições dos

jogadores

– Desenvolve o jogo em equipe

– Introduz as regras mais complexas

– Promove a superação e a aprendizagem

As sete regras a serem usadas durante a prática

– Garantir que todas as crianças joguem e se divirtam

– Permitir muita liberdade no jogo

– Não destacar os resultados e enfatizar a forma na qual se

joga

– Usar as relações (amigos) para criar um espírito de equipe

– Não permitir que o treinamento seja apenas físico (sempre

usar a bola)

– Priorizar a técnica e o jogo

– Propor exercícios progressivos e jogos adaptados

O campo

– 7 contra 7 - 30 m x 45 m a 35 m x 50 m

– Quatro cones ou estacas situados cada um a 10 m do cor-

ner, sobre a linha lateral, podem ser usados para indicar as

duas áreas de pênalti sem marcar as linhas. Nesta área, o

goleiro pode usar as mãos.

– Marca do pênalti: 8 metros do gol.

– Se não há gols, usar cones e estacas situados a 6 m um do

outro.

Equipes

– Uma equipe é formada por sete jogadores (meninos e

meninas), um dos quais é o goleiro.

– Podem-se fazer substituições em qualquer momento da

partida, quando a bola não está em jogo, com a apro-

vação do treinador-educador.

– Os jogadores substituídos podem retornar ao campo

substituindo outros.

– Em festivais, todos os jogadores devem participar em

condições de igualdade.

As Regras do Jogo

São usadas as seguintes regras de futebol:

– Todas as faltas são diretas.

– Haverá pênalti se o juiz marcar uma falta grave dentro da

área.

– Início do jogo, faltas, tiros de meta, escanteio: adversários

devem estar a 6 m de distância.

– Impedimento: determinado por uma linha imaginária que

passa pela marca do pênalti.

– Bola de futebol: nº 4

– Duração máxima do jogo: 50 minutos. Sem prorrogação.

– Árbitro: arbitragem educativa (sem apito) de fora do

campo.

148 Anexos | Grassroots

Futebol de 9

Nove razões para jogar o futebol de 9

– Pode ser adaptado às instalações existentes

– Permite jogar um grande número de meninos e meninas

– Facilita uma boa transição entre o futebol 7 e o futebol 11

– Permite um posicionamento mais distribuído no campo

– Garante um melhor equilíbrio entre as linhas de defesa,

meio campo e ataque

– Desenvolve o uso pelas laterais

– Enfatiza o jogo ofensivo

– Desenvolve respostas individuais e coletivas adaptadas

– Promove a superação e a aprendizagem

Os métodos de ensino envolvem o treinamento com o

aprendizado das formações básicas e com a utilização

de comportamentos durante a partida.

El fútbol 9 contribuye al aprendizaje gracias a la reducción

de la superfi cie de juego:

– Aumenta las oposiciones y el número de duelos en rela-

ción con el fútbol 7.

– Impone también la realización de gestos técnicos más

precisos y limitados en el tiempo.

– Por tanto, el entrenador-educador debe dar mayor impor-

tancia al aprendizaje de las técnicas (control, conducción

y disparo). Controlar el balón con las diferentes partes

del cuerpo durante el partido constituye la parte más

importante de las sesiones de entrenamiento. El entrena-

dor-educador también puede enseñar las bases del partido

organizado a través de los diversos formatos:

– Selección de un sistema de juego coherente.

– Colocación de los jugadores.

– Organización del sistema (desplazamiento coordinado de los

jugadores, circulación del balón, cubrir al adversario, etc.).

O campo

– 9 contra 9 de 45 m x 60 m a 50 m x 67 m.

– Estas dimensões correspondem aproximadamente à

metade do campo de futebol de 11.

– As dimensões dos gols são de 6 x 2 metros

(aproximadamente).

– A marca do pênalti está situada a 9 metros do gol.

– O círculo central tem 6 metros de raio.

Equipes

– Uma equipe é formada por nove jogadores (meninos e

meninas), um dos quais é o goleiro.

– Podem-se fazer substituições em qualquer momento da

partida, quando a bola não está em jogo, com a apro-

vação do treinador-educador.

– Os jogadores substituídos podem retornar ao campo

substituindo outros.

– Em festivais, todos os jogadores devem participar em

condições de igualdade.

As Regras do Jogo

São usadas as seguintes regras:

– Todas as faltas são diretas.

– Haverá pênalti se o juiz marcar uma falta grave dentro da

área.

– Início do jogo, faltas, tiros de meta, escanteio: adversários

devem estar a 6 m de distância.

– Impedimento: igual ao futebol 11, embora a área de

impedimento seja marcada pela linha de fundo, as linhas

laterais e uma linha paralela a 13 metros da linha de

fundo.

– Bola de futebol: nº 4

– Duração máxima do jogo: 60 minutos. Sem prorrogação.

– Árbitro: arbitragem educativa (sem apito) de fora do

campo.

149Anexos | Grassroots

Arbitragem

– Uma boa conversa com os jogadores de ambas as equipes

e com os treinadores antes da partida é sempre bem

vinda. Um árbitro de iniciação ao futebol é também um

educador.

– Evitar mostrar cartões amarelos em uma partida de

iniciação ao futebol. Se há um ato de indisciplina,

tentar primeiro falar com o jogador ou com seu

treinador-educador.

– Nunca se deve mostrar o cartão vermelho. Ao invés de

expulsar um jogador, é melhor pedir ao treinador-educa-

dor para substituí-lo.

6 - 8 anos

– Sem árbitros (treinadores-educadores ao lado do campo -

deixem as crianças jogarem!)

9 - 10 anos

– Árbitro opcional (com ou sem árbitros)

11 - 12 anos

– Com árbitros

Futebol de 7 e de 9

– Regra de impedimento: idêntica ao futebol 11, embora a

área de impedimento seja marcada pela linha do gol, as

linhas laterais e uma linha paralela a 13 metros da linha do

gol (ver diagrama).

9m13m

Impedimento: jogador diante da bola den-

tro da área de impedimento.

Impedimento: jogador diante da bola den-

tro da área de impedimento.

Não há impedimento: jogador dentro da área

de impedimento, mas atrás da bola.

Não há impedimento: jogador diante da bola,

mas não dentro da área de impedimento.

Fuera de juego No hay fuera de juego

150 Anexos | Grassroots

Jogo limpo

– Organizar a acolhida e a despedida para todas as equipes

no início e ao fi nal do torneio.

– Apertar as mãos antes e depois de cada partida, tanto

jogadores como treinadores-educadores.

Espectadores

– Distância da beira do campo (por segurança): 2 - 3 m

– Não deve haver espectadores (nem pais) na área reservada

para os treinadores-educadores e as crianças.

Cuidados médicos e primeiros socorros

– Deve-se sempre ter um estojo de primeiros socorros

próximo ao campo.

– Garantir acesso imediato aos números de telefones de

emergência: ambulância e hospital.

– Organizar intervalos para hidratação (encorajar beber água

com frequência e em pequenas quantidades). Quantidade

ideal de água: 200 ml a cada 15 - 20 min.

– Os jogadores devem se aquecer antes da partida. Todas as

crianças devem fazê-lo juntas, se possível.

– Fazer relaxamento depois da partida (todos juntos, como

atividade de jogo limpo).

– Fixar os gols de modo que não possam ser movidos nem

cair.

151Anexos | Grassroots

ANEXO B. Organização básica de 7 contra 7 e de 9 contra 9

Cada sistema de jogo baseia-se nas diferentes virtudes e

limitações dos jogadores para produzir um modo efi ciente

de jogar. Por outro lado, na iniciação ao futebol infantil, a

ideia de sistemas de jogo não é o importante, em especial

para a tenra idade. Por isso, fala-se com frequência de vari-

ação de formatos de jogo e de jogos reduzidos, uma vez que

outros fatores interferem, tais como a superfície do campo,

o número de jogadores e suas habilidades.

De fato, as crianças não têm capacidade de concentração, e

este grupo de idade tem como característica ser egoísta.

Portanto, a principal regra da iniciação ao futebol diz res-

peito ao uso de um bom método que dará às crianças um

sentido de liberdade que incentive sua criatividade e as faça

descobrir diferentes posições e espaços no campo de jogo.

Nesta faixa etária, a ideia de sistemas de jogo não tem

importância alguma, e a atividade dos jogadores pode se

1-3-3 1-3-1-2

resumir em evitar buscar a bola de forma embolada.

É possível melhorar a organização de um jogo controlando o

número de jogadores, usando jogadores que são capazes de

lidar com os espaços disponíveis, de compreender o jogo de

ataque e o jogo de defesa.

Formação básica (futebol de 7)

– O sucesso do futebol de 7 depende, além das habilidades

técnicas, de se estabelecer uma formação simples

compreendida por todos os jogadores.

– O treinador-educador pode desenvolver as bases de uma

partida organizada através dos diferentes formatos de

jogo:

– Seleção de uma formação coerente de jogo

– Posição dos jogadores

– Organização da formação

152 Anexos | Grassroots

Comportamento durante as partidas

Há duas situações em uma partida que requer comporta-

mentos diferentes.

Formação básica (futebol de 9)

O êxito do futebol de 9 depende de se implantar uma

formação simples compreendida por todos os jogadores (ver

exemplo abaixo).

Quando a equipe tem a posse da bola (ataque)

• Progredir

• Desmarcar-se

• Apoiar o jogador com a posse de bola

• Dar passes

• Dribles

• Chutes

Quando a equipe não tem a posse da bola (defesa)

• Recuar atrás da linha da bola

• Retardar o avanço do adversário

• Marcar geral

• Realização interceptações e antecipações

• Marcar no 1 contra 1

Características:

– Formação em três linhas: equilíbrio, melhor ocupação do

campo

– Jogo pelas laterais (alas e defensores em 1-3-2-3 / meio

campistas e defensores em 1-3-3-2)

– Desenvolvimento do jogo ofensivo (mais chutes)

1-3-2-3 1-3-3-2

153Anexos | Grassroots

ANEXO C. Código Fair Play da FIFA

Código Fair Play

O Código Fair Play da FIFA para o futebol envolve todos os

princípios desportivos, morais e éticos que a FIFA defende

e os quais continuará a defender no futuro, a despeito das

infl uências e pressões que venha a enfrentar.

As 10 regras de ouro não apenas servem de crença para a

FIFA enquanto órgão governante do futebol mundial, mas

também reforçam o sentido de fraternidade e de coope-

ração entre os membros da família do futebol mundial.

1. Jogue limpo

Vencer não tem valor se a vitória é conquistada de forma

injusta e desonesta. Trapacear é fácil, mas não traz satis-

fação. Jogar limpo requer coragem e caráter, traz mais

satisfação e tem sua recompensa, mesmo quando se perde

a partida. Jogar limpo traz respeito, enquanto trapacear traz

apenas vergonha. Lembre-se: é apenas um jogo, e os jogos

não têm sentido a não ser se são jogados de modo limpo.

2. Jogue para ganhar, mas aceite a derrota com

dignidade

Qualquer partida tem por fi nalidade a vitória. Nunca comece

a jogar com a intenção de perder. Quem não joga para

ganhar trapaceia o adversário, engana o espectador e passa

por tolo. Nunca se renda a adversários fortes, mas nunca

relaxe contra os fracos. É um insulto para qualquer adversá-

rio jogar sem colocar todo seu empenho na partida. Jogue

para ganhar, até o apito fi nal, mas lembre-se, ninguém

ganha o tempo todo. Ganham-se algumas partidas, perdem-

se outras. Aprenda a perder com dignidade, não procure

desculpas para a derrota. As verdadeiras razões falarão por

si mesmas. Saúde os vencedores de bom grado e não culpe

o árbitro ou qualquer outra pessoa. Disponha-se a fazer mel-

hor da próxima vez. Bons perdedores ganham mais respeito

do que maus ganhadores.

3. Siga as Regras do Jogo

Todo jogo precisa de regras para conduzi-lo, sem regras

haveria um caos. As regras de futebol são simples e fáceis de

aprender. Tenha certeza de aprendê-las para compreender

melhor o jogo. Compreendendo melhor o jogo, você será

um melhor jogador. É igualmente importante compreender

o espírito das regras. Elas são elaboradas para tornar o jogo

mais divertido para jogar e assistir. Mantendo-se conforme

as regras, o jogo será mais agradável.

4. Respeite os adversários, os companheiros, os

árbitros, os ofi ciais e os espectadores

Jogo limpo signifi ca respeito. Respeito faz parte do jogo.

Sem adversários não pode haver partida. Todos têm os

mesmos direitos, incluindo o direito de ser respeitado.

Companheiros também são colegas. Forme uma equipe na

qual todos são igualmente respeitados. Os árbitros estão

presentes para manter a disciplina e o jogo limpo. Sempre

aceite suas decisões sem discutir e os ajude a proporcio-

nar a todos os participantes um jogo mais agradável. Os

ofi ciais também fazem parte do jogo e devem, portanto, ser

respeitados. Os espectadores criam o ambiente do jogo, eles

querem ver uma partida na qual se joga limpo, mas devem

também se comportar bem e com respeito.

5. Promova os interesses do futebol

O futebol é o esporte mais importante do mundo, mas ele

sempre precisa da ajuda de todos para manter essa impor-

tância. Pense no interesse do futebol antes do seu próprio

interesse; pense como suas ações podem afetar a imagem

do jogo; fale sobre as coisas positivas dele; encoraje outras

pessoas a jogar e também serem bons espectadores; ajude

outros a se divertirem com o futebol tanto quanto você; seja

um embaixador do jogo.

6. Estime aqueles que defendem a boa reputação do

futebol

A boa reputação do futebol sobrevive porque a maioria

das pessoas que gostam dele é honesta e justa. Às vezes,

alguém faz algo excepcional que merece nosso reconheci-

mento especial. Ele deve ser valorizado e seu bom exemplo,

divulgado. Isto encoraja outros a agirem da mesma maneira.

Ajude a promover a imagem do futebol divulgando suas

boas ações.

154 Anexos | Grassroots

7. Rejeite a corrupção, as drogas, o racismo, a

violência, as apostas e outros males que representam

uma ameaça para nosso esporte

A grande popularidade do futebol às vezes o torna vulne-

rável a interesses negativos externos. Fique alerta e repudie

as tentações para as drogas ou para a trapaça. As drogas

não têm lugar no futebol, em nenhum outro esporte ou

na sociedade como um todo. Diga não às drogas. Ajude a

eliminar o racismo e a intolerância no futebol. Trate todos

os jogadores e toda pessoa igualmente, sem distinção de

religião, raça, sexo ou nacionalidade. Mostre tolerância zero

para apostas nos jogos dos quais participe, pois isto afeta

negativamente sua habilidade no jogo e pode criar um con-

fl ito de interesses . Mostre que o futebol não quer violência,

principalmente da parte dos espectadores. O futebol é

esporte e esporte é paz.

8. Ajude outros a resistir a pressões para a corrupção

É possível que você fi que sabendo que companheiros ou

outras pessoas conhecidas estão sendo atraídas de algum

modo para trapacear ou para ter um comportamento

julgado inaceitável. Elas precisam de ajuda, não hesite

em apoiá-las. Dê-lhes força para resistir, faça com que se

recordem do compromisso com seus companheiros e com o

próprio jogo de futebol. Promova a solidariedade, como uma

defesa sólida no campo de jogo.

9. Denuncie aqueles que procuram desacreditar nosso

esporte

Se você tem certeza de que alguém está tentando fazer

outros trapacear ou se comportar de modo inaceitável, não

se envergonhe em combatê-lo. É melhor expô-lo e expulsá-

lo antes que cometa qualquer dano. É igualmente desonesto

ser cúmplice de um ato desonesto, não basta dizer não.

Denuncie aquelas pessoas culpadas que estão tentando

prejudicar nosso esporte, antes que elas convençam outros

a dizer sim.

10. Use o futebol para melhorar o mundo

O futebol tem um poder extraordinário que pode ser usado

para tornar este mundo um lugar melhor no qual todos pos-

sam viver. Use essa característica poderosa para promover

a paz, a igualdade, a saúde e a educação para todos. Faça

com que o jogo seja melhor, leve-o para o mundo e você

estará assim tornando o mundo melhor.

Aperto de mãos antes e depois da partida

Em 2003, o Comitê Executivo da FIFA aprovou um anexo à

estratégia do Fair Play e se comprometeu a fazer maiores

esforços para estimular o jogo limpo nas partidas.

Uma parte crucial desse compromisso foi a decisão de intro-

duzir o aperto de mãos não apenas antes do chute inicial,

mas também ao fi nal de cada partida. O Comitê Executivo

decidiu, com efeito imediato, incorporar esse gesto ao fi nal

de todos os torneios da FIFA.

Os objetivos do aperto de mãos após as partidas são:

– estabelecer um fi nal apropriado e digno para a partida,

fechando-se assim um ciclo completo - procedimento de

abertura / procedimento de encerramento;

– garantir um fi nal “ofi cial” através de um gesto que mostra

respeito mútuo e que deve estar presente no verdadeiro

espírito do jogo;

– oferecer a possibilidade dos árbitros e das equipes deixa-

rem o campo mais ou menos “juntos”;

– garantir que os jogadores enviem uma mensagem positiva

aos torcedores: “Apesar da dura luta, as emoções, o

desapontamento ou a frustração, ainda somos amigos.

Agradecemos aos nossos adversários e aos árbitros pelo

bom jogo e aceitamos o resultado. Portanto, mantenha-

mos a calma e recordemos que seja o que for que esteja

em jogo em uma partida, ela é, em última instância,

apenas um jogo a ser seguido conforme as Leis do Jogo e

não criemos confl ito ao seu término”;

– garantir que esse procedimento de dois minutos permita

acalmar os ânimos antes das entrevistas da televisão, as

quais acontecem imediatamente após o fi nal da partida.

O procedimento para o aperto de mãos após a partida

– O árbitro apita o fi nal da partida.

– Os árbitros se reúnem no círculo central.

– Acenam para as equipes se juntarem a eles.

– Os capitães das duas equipes se responsabilizam em reunir

todos os jogadores em linha atrás deles.

– Os dois capitães iniciam o aperto de mãos, com as duas

equipes os seguindo conforme o procedimento antes da

partida. Os jogadores não têm que se alinhar de forma

precisa e devem também apertar as mãos dos árbitros.

155Anexos | Grassroots

Após os apertos de mãos, os jogadores acenam para os

torcedores e deixam o campo junto com os árbitros.

Este procedimento está sendo implementado ao fi nal de

todos os torneios da FIFA e, ao mesmo tempo, todas as

associações-membro e confederações são estimuladas a

introduzir este gesto em nível nacional e regional.

A proteção das crianças

Como afi rmado anteriormente, uma política que garanta

a proteção das crianças deve formar a base de todas as

iniciativas de iniciação ao futebol promovidas pelas asso-

ciações-membro. Esta política deve defi nir claramente a

proteção da criança - o que é aceitável para a associação-

membro e o que não é; o procedimento para reclamações e

sugestões e o papel da associação. Deve-se também notar

que o programa de proteção da criança pode ser uma ferra-

menta útil para o desenvolvimento das relações com outros

colaboradores, tais como o governo e patrocinadores.

Uma vez que há diferenças no contexto de cada país, estas

diretivas deverão ser adaptadas à situação particular de cada

associação-membro.

ANEXO D. Estudo de caso

ILHAS MAURÍCIO

Programa piloto Grassroots em Ilhas Maurício

2009 - 2011 / 2012 - 2015

Introdução ao estudo de caso

Em maio de 2009, o programa piloto Grassroots da FIFA foi

lançado nas Ilhas Maurício. Ele visava aumentar a parti-

cipação tanto de meninos como de meninas na iniciação

ao futebol e, sem dúvida, representou uma solução bem

sucedida para se implementar atividades de futebol nas 303

escolas primárias existentes na ilha, incluindo as 15 escolas

em Rodrigues.

Em geral, atividades esportivas eram praticamente inexisten-

tes no currículo das escolas primárias, e só era dada atenção

aos conhecimentos acadêmicos. Maurício tem também uma

das taxas mais altas de diabetes e doenças não-contagiosas.

Dessa forma, a falta de atividades e cultura esportivas desde

a infância era uma das maiores causas citadas pelas autori-

dades da saúde.

O plano estratégico durante o período de 2009 - 2011 foi

implementar um torneio de futebol interescolar e usar eta-

pas diferentes para se difundir entre os participantes tanto

a saúde como os valores educacionais, sociais e culturais do

esporte em geral e do futebol em particular.

Em 2012, o programa evoluiu para uma atividade esportiva

reconhecida e admitida por todas as escolas primárias. A

partir de 2012, festivais de iniciação ao futebol serão orga-

nizados nas escolas primárias em toda ilha. O número de

crianças que participará desta atividade complementar, nos

próximos quatro anos, é estimado em torno de 50 mil.

Isso foi possível através de uma parceria entre a Associação

de Futebol de Maurício, o Ministério da Juventude e do

Esporte e o Ministério da Saúde e Qualidade de Vida. Os

dois maiores patrocinadores - Coca-Cola e Allsports Limited

- também estão inteiramente envolvidos no processo. O

estudo destaca as principais etapas para a completa implan-

tação do programa (2009 - 2011), assim como o plano de

desenvolvimento de longo prazo da iniciação ao futebol

(2012 - 2015).

156 Anexos | Grassroots

Perfi l do país 5 zonas educativas y 13 regiones deportivas

O sistema educacional

O sistema educacional de Maurício é baseado no modelo

britânico, tendo evoluído da forma privada para a pública.

As crianças iniciam a escola primária aos 5 anos de idade,

onde estudam durante seis anos. O sistema educacional está

marcado por uma longa tradição elitista, com uma cultura

• Localização: Sudeste da África(800 km a Leste de Madagascar)

• Nome ofi cial: República de Maurício

• Capital: Port Louis

• Área: 2.000 km2

• População: 1.240.827 habitantes

• Mulheres: 629.114 / Homens: 611.713

• Idade da população: 0 - 14: 24,4 % 15 - 64: 69,1 %

• Taxa da população com estudos primários: 97 %

de competição e pressão sobre os estudantes, tanto no nível

primário como no secundário.

Entre as 303 escolas primárias, há 49 escolas subsidiadas

pela Igreja Católica e 26 centros privados. As 228 escolas

restantes são todas estatais ou públicas.

Lista de escolas primárias por zona educacional e regiões esportivas

Zonas educacionais

Regiões esportivas

Escolas governamentais

Escolas católicas

Escolasprivadas

Total

Zona 1 1. Port Louis2. Pamplemousse3. Riv. Rempart

282322

7NIL3

nenhuma53

352828

73 10 8 91

Zona 2 4. Flacq5. Moka6. B.B / R. Hill

291812

844

nenhuma32

372518

59 16 5 80

Zona 3 7. Savanne8. Grand Port9. Curepipe

142412

354

nenhumanenhuma

4

172920

50 12 4 66

Zona 4 10. Q. Bornes11. Vac. Phoenix12. Riv. Noire

111411

123

531

171915

36 6 9 51

Zona 5 10 5 nenhuma 15

Total 228 49 26 303

157Anexos | Grassroots

A prática de futebol

Desde 1990 têm-se aplicado planos técnicos de desenvolvi-

mento do futebol e progressivamente criadas estruturas de

treinamento regionais para jovens sub-13, sub-15 e sub-17.

A partir de 16 anos, determinados jogadores são escolhidos

pelo Centro Nacional de Treinamento, onde se submetem a

treinamentos cinco vezes por semana. O restante das seleções

nacionais de base se reúne nos fi ns de semana e feriados.

O futebol de jovens é organizado através de 13 regiões

esportivas. Há instalações de treinamento em toda ilha.

Também está em curso o programa de formação dos treina-

dores desde 1990.

Estruturas de futebol em Maurício 1990 - 2008

Seleções nacionais Seleções regionais

23

20

19

18

17

16

15

14

13

12

11

10

9

8

Sub-23

Sub-20

Sub-19

Clubes 1ª divisão

Clubes 2ª divisão

Centro Nacional de Treinamento

Centro Nacional de Treinamento sub-17 (13)

Centro Nacional de Treinamento sub-15 (13)

64 academias de futebol: 12/13 e 14/15 anos

64 escolas de futebol para iniciantes de 8 a 11 anos ADF

Sub-10

Sub-12

Sub-13

Sub-15

Sub-17

Sub-20

SeniorClubes

Sub-12

Sub-13

Sub-15

Sub-16

Sub-17

Na base da pirâmide: “64 escolas de futebol para aproximadamente 1.500 crianças iniciantes - AFD”

de 8 a 11 anos de idade.

158 Anexos | Grassroots

Análise da situação

“Se a iniciação ao futebol não for encorajada, o futebol

de alto nível sofrerá as consequências.”

Embora as estruturas de treinamento para jovens estejam

estabelecidas desde 1990, era difícil descobrir jovem talentos

uma vez que as escolas primárias careciam de um futebol

organizado. Por outro lado, os clubes da 1ª Divisão não tin-

ham uma política de treinamento para jovens e não puderam

custear a instalação de centros de treinamento. A criação

de 64 AFDs pelo Ministério da Juventude e do Esporte pode

apenas acomodar em torno de 1.500 jogadores de um total

potencial de 3.000 (100 por escola primária). Como as bases

do futebol eram limitadas, o futuro era também limitado.

Análise de necessidades

– Desenvolvimento da iniciação ao futebol e aumento da

participação tanto de meninos como de meninas

– Organização de atividades de futebol (torneios, festivais)

para alunos de escolas primárias

– Material e equipamento de treinamento (bolas, min-igols,

coletes, cones e marcadores, etc)

– Treinadores-educadores especializados em futebol iniciação

– Envolvimento de professores, pais e voluntários nas

atividades

– Patrocinadores

– Estrutura de iniciação ao futebol no departamento técnico

– Estrutura descentralizada nas regiões esportivas

Etapas da implantação

– Consultas, seminários e reuniões com todos os parceiros

– Criação de um comitê de direção e preparação de um

escopo do programa

– Preparação e apresentação de um plano de desenvolvi-

mento pelo departamento técnico

– Entrega à FIFA de um plano geral pela associação-membro

– Aprovação do Departamento de Desenvolvimento Técnico

da FIFA

– Lançamento do programa de iniciação ao futebol

– Implantação do plano de desenvolvimento de médio prazo

– Monitoramento e adaptação

Plano de desenvolvimento da iniciação ao futebol de médio prazo 2009 - 2011

2009 2010 2011 Objectives

Programa Lançamento do programa piloto FIFA Grassroots

FIFA Grassroots fase 2

FIFA Grassroots fase 3

Introducir el fútbol base en las escuelas primarias

Categorias 10 / 11 anos 8 / 9 anos: meninos10 / 11 anos: meninos

8 / 9 anos: meninos10 / 11 anos: meninos12 anos: meninos7 / 12: meninas

Aumento da participação de meninos e meninas

Participação de escolas primárias

276 / 298 287 / 300 262 / 302 De 1 a 4 faixas etárias por escola

Escola de futebol MCB

50 meninas Programa piloto para meninas nas escolas

100 meninas da escola MCB

Dar às crianças pobres a oportunidade de participar

Número de participantes

3.312 6.060 8.564 Previsão: 9.600 crianças

159Anexos | Grassroots

Objetivos

– Desenvolver um torneio de futebol interescolar em três

fases

– Promover a fi losofi a da iniciação ao futebol

– Promover jogos reduzidos: 5 contra 5 e 7 contra 7

– Aumentar progressivamente a participação, com o envolvi-

mento de diferentes faixas etárias, tanto de meninos como

de meninas

– Formar professores de Educação Física e jovens treinadores

– Encorajar pais e voluntários a se envolverem

– Estabelecer uma estrutura de iniciação ao futebol legítima

dentro do departamento técnico

– Identifi car jovens talentos, tanto meninos como meninas

O programa piloto FIFA Grassroots surgiu no momento

certo, e seu resultado tem sido bastante positivo. De aproxi-

madamente 1.500 meninos nas 64 escolas AFDs, o número

de crianças participando do torneio de Grassroots aumentou

para 8.564 em apenas três anos, resultando numa base de

futebol mais ampla. No total, 17.986 alunos de nível primá-

rio participaram dos três torneios realizados.

O torneio interescolar de futebol

O torneio interescolar de futebol (futebol de 5 e futebol de 7) é organizado anualmente, do final de abril ao

final de junho, e cada escola pode ser representada por 44 alunos (quatro equipes de quatro categorias).

Participação por faixa etária: 2009 - 2011

Resultado do plano de médio prazo (2009 - 2011)

Programa piloto FIFA Grassroots

2009 2010 2011

Escolas 276 287 292

Categorias 10/11 anos: meninos 8/9 e 10/11 anos:meninos

8/9 e 10/11 anos: meninos

9/12 anos: meninas

Equipes 276 574 804

Jogos 838 1.696 2.241

Participantes 3.312 (50 meninas)Rodrigues: 12

6.060 (60 meninas)Rodrigues: 12

8.564 (1.540 meninas)

Rodrigues: 38

Treinadores-educadores

nenhum 61Educação físicaRodrigues: 25

32Educação física e

treinadores

Faixa etária 2009 2010 2011 Total

Meninos 8/9 anos nenhum 2.556 2.390 4.946

Meninos 10/11 anos 3.312 3.444 3.144 9.900

Meninos 12 anos nenhum nenhum 1.490 1.490

Meninas 9/12 anos 50 60 1.540 1.650

Total 3.362 6.060 8.564 17.986

160 Anexos | Grassroots

Plano de desenvolvimento da iniciação ao futebol de

longo prazo (2012 - 2015)

O torneio interescolar de futebol tem funcionado com êxito

para as quatro faixas etárias, sendo que ainda há espaço

para o aumento da participação para até 12.080, se todas as

escolas forem representadas nas quatro categorias de idade.

A participação de meninas pode também crescer se as esco-

las forem representadas por duas equipes, de 8/9 e 10/12

anos, aumentando o total para 15.100 meninos e meninas

até 2013. Uma vez que apenas 44 alunos de cada escola

podem participar do torneio, há necessidade de se encontrar

outras formas de atingir o restante da população escolar.

Organizar um “festival Grassroots” nas escolas é uma

atividade complementar que deve ser desenvolvida a longo

prazo. Seu objetivo é oferecer aos alunos de idade de 8 a 12

anos, tanto meninos como meninas, igualdade de oportuni-

dade para jogar. A meta é aumentar a participação até uma

média de 200 crianças por escola.

Programa piloto “Festivais Grassroots na escola”

Para estudar a viabilidade do programa, quatro festivais

Grassroots foram organizados em quatro escolas diferentes.

O objetivo foi:

1. Promover o Grassroots como atividade social,

educacional e saudável

2. Criar vínculos com escolas, professores e pais

3. Maximizar a participação de meninos e meninas

O resultado da fase piloto (2010 - 2011) é de que ela cativou

os alunos, animou os professores e pais a se envolverem,

aumentou a motivação e a consciência sobre os benefí-

cios do programa. O Ministério da Educação e os Recursos

Humanos concordou em implementar os festivais Grassroots

em 64 escolas primárias a partir de 2012:

– 36 escolas públicas

– 20 escolas católicas

– 8 escolas privadas

O “Plano de desenvolvimento do futebol iniciação de longo prazo 2012 - 2015” trabalhará com 256 escolas até 2015,

com uma média de participação em torno de 200 alunos por escola. Estima-se que em torno de 50 mil crianças participarão

do programa.

2012 2013 2014 2015

Programa FIFA Grassroots

fase 4

FIFA Grassroots

fase 5

FIFA Grassroots

fase 6

FIFA Grassroots

fase 7

Categorias Meninos 8/9 anos

10/11 e 12 anos

Meninas 10/12 anos

Meninos 8/9 anos

10/11 e 12 anos

Meninas 8/9 anos

10/12 anos

Meninos 8/9 anos

10/11 e 12 anos

Meninas 8/9 anos

10/12 anos

Chicos 8/9 años

10/11 y 12 años

Chicas 8/9 y 10/12 años

Torneios (máximo) 12.080 15.100 15.100 15 100

Escolas primárias 302 302 302 302

Formato da

competição

– futebol 5

– futebol 7

Futebol 5

meninos e meninas

8/9 anos

Futebol 7

10/11 e 12 anos

Futebol 5

meninos e meninas

8/9 anos

Futebol 7

10/11 e 12 anos

Futebol 5

meninos e meninas

8/9 anos

Futebol 7

10/11 e 12 anos

Futebol 5

meninos e meninas

8/9 anos

Futebol 7

10/11 e 12 anos

Em festivais escolares 64 escolas (6.400-

12.800)

128 escolas (12.800-

25.600)

192 escolas (19.200-

38.400)

256 escolas (25.600-

51.200)

161Anexos | Grassroots

Sustentabilidade do programa

A sustentabilidade do programa depende de muitos fatores:

– Legítima estrutura de iniciação ao futebol dentro do

departamento técnico da associação-membro

– Termo de compromisso entre os parceiros estratégicos

– Apoio contínuo da FIFA, do governo, da associação-mem-

bro e dos patrocinadores

– Estabilidade da associação-membro

– Monitoramento e adaptação apropriados de longo prazo

– Acompanhamento adequado de talentos emergentes

como consequência da iniciação ao futebol

Avaliação do programa piloto

Os resultados do programa piloto podem ser resumidos

através dos seguintes indicadores de rendimento:

1. Aumento de la participación de niños y niñas:

17 986 alumnos de primaria han participado en el

programa desde su implantación.

4 000

3 000

2 000

1 000

02009 2010 2011

10/12 anos: meninos

8/9 anos: meninos

9/12 anos: meninas

12 anos: meninos

162 Anexos | Grassroots

2. Estrutura de iniciação ao futebol no departamento técnico

da associação-membro: estabeleceu-se uma estrutura específica

de modo a preparar, coordenar e monitorar todo o processo.

Departamento técnico

Coordenador Geral del programa GR

Coordenador de Futebol Feminino

Coordenador GR

3 regiões esportivas

Inspetor por zona

Treinador regio-nal / professores

de Educação Física

3 regiões esportivas

Inspetor por zona

Treinador regio-nal / professores

de Educação Física

3 regiões esportivas

Inspetor por zona

Treinador regio-nal / professores

de Educação Física

3 regiões esportivas

Inspetor por zona

Treinador regio-nal / professores

de Educação Física

1 região esportiva

Treinador rregional

Professores de Educação

Física

3. Treinadores-educadores formados

– 93 treinadores-educadores, a maioria professores de

Educação Física

– Seminários de treinamento e cursos de atualização

anuais

4. Introdução do futebol feminino nas escolas:

1.540 meninas (9 a 12 anos) participaram da edição de

2011 e 200 dos festivais Grassroots nas escolas

5. Repercusión del programa piloto en el fomento del

fútbol

– criar vínculos com as escolas

– criar parcerias com todas as organizações envolvidas

– promover o jogo em geral

– estabelecer bases mais amplas para o futebol

– identificar jovens talentos - meninos e meninas

– incentivar o desenvolvimento do futebol feminino

desde o nível da iniciação ao futebol

– envolver pais e voluntários

– melhorar as instalações de treinamento e de jogos

Para concluir, pode-se dizer que o programa piloto

teve como resultado um desenvolvimento positivo do

futebol nas Ilhas Maurício e contribuiu enormemente

para a criação de um ambiente atraente para todos

aqueles interessados no jogo de futebol, sejam

crianças, treinadores-educadores, professores ou pais.

Zona educativa 1 Zona educativa 2 Zona educativa 3 Zona educativa 4 Zona educativa 5

163Anexos | Grassroots

ANEXO E. FUTEBOL DE RUA

Muitos jogadores de ponta já afi rmaram que começaram

a desenvolver suas habilidades no futebol de rua. A criati-

vidade e o espírito livre do futebol de rua devem também

fazer parte do programa de iniciação ao futebol. Na reali-

dade, o futebol de rua, o futsal e o futebol de praia podem

integrar as atividades de um festival Grassroots.

Estudos científi cos afi rmam que os grandes jogadores de

futebol passaram muitas horas de sua infância jogando

futebol de rua ou participando de jogos sem a supervisão de

um treinador. Quanto mais tempo se passa em contato com

a bola, maiores as oportunidades de aprendizado incidental.

Este ambiente também dá aos jogadores a oportunidade de

aprender, seja copiando ou desafi ando seus companheiros.

Em um programa de iniciação ao futebol, é possível usar os

minijogos de futebol de rua como uma atividade ou uma

estação de exercício, em um festival. Os treinadores podem

também sugerir o futebol de rua como “dever de casa”, em

que as crianças são estimuladas a jogar com seus vizinhos,

pais, irmãos e irmãs. Naturalmente, a urbanização está

reduzindo as oportunidades das crianças jogarem o futebol

de rua com segurança. Todavia, a satisfação e a autonomia

que essa prática traz fazem com que as crianças se mant-

enham ativas e se socializem com os amigos e vizinhos do

bairro, ao invés de permanecerem trancadas em casa ocupa-

das com seus jogos eletrônicos.

164 Anexos | Grassroots

Presidente: Joseph S. Blatter

Secretário Geral: Jérôme Valcke

Endereço: Fédération Internationale de Football Association

FIFA-Strasse 20

Apdo. postal

8044 Zúrich

Suiza

Telefone: +41-(0)43-222 7777

Fax: +41-(0)43-222 7878

Internet: www.FIFA.com

Grassroots

Criação: Departamento de Educação e Desenvolvimento Técnico da FIFA

Autores: Departamento de Educação e Desenvolvimento Técnico da FIFA

Gráfi ca: Produção da FIFA / mbDesign, Zurich

Traduções: Departamento de Traduções da FIFA / Hurst & Freelancers

Fotos: Arquivo da FIFA / The Football Association Ltd.

Impressão: RVA Druck und Medien, Altstätten, Suiza 7.12 RVA 3’000 JNE/JDI/MBE

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