grandes filósofos brasileiros

Upload: jcschemidt7751

Post on 12-Jul-2015

6.992 views

Category:

Documents


1 download

TRANSCRIPT

GRANDES FILSOFOS BRASILEIROS

Neste espao esto reunidos grandes Filsofos Brasileiros e algumas de suas expressivas obras e idias.

Boa leitura.

ANTNIO CARVALHO FILHO Antnio Carvalho Filho, mais conhecido como Antnio Carvalho (Lavras, 21 de maro de 1946 17 de maio de 2008) foi um radialista, jornalista e filsofo brasileiro. Desde de cedo Carvalho j se interesseva por Direito, mas a rea em que mais conseguiu o carinho de seus ouvintes foram com suas "Palavras de Reflexo", nos ltimos anos de sua vida, quando reunia condies fsicas para cuidar de seus programas, Antnio Carvalho sempre aconselhava seus ouvintes com rara sabedoria e forma de expresso, costumava dizer que os seres humanos tinham muito o que evoluir, tanto psicologicamente quanto at mesmo fisicamente, tambm comentava sobre Astrologia e religies, e pregrava que independente de sua crena, voc deve ser uma pessoa mais evoluda possvel. Carvalho era integrante da Sociedade Brasileira de Eubiose, onde se busca formas de viver em paz com a Humanidade e a Natureza, tambm integrava a Assosiao Sub-Secreta da Maonaria e tambm trabalhava em suas filosofias. Uma de suas filosofias mais marcantes era de que, quando falecermos, iramos depositar todas as nossas experincias em vida em nossa alma para retornarmos, tambm dizia em tom de brincadeira que as pessoas criminosas eram as que tinham reencarnado poucas vezes ainda. Antnio Carvalho Filho faleceu no dia 17 de Maio de 2008, deixando uma esposa e dois filhos.

1

LVARO VIEIRA PINTO

lvaro Vieira Pinto nasceu em Campos (Rio de Janeiro, Brasil), no dia 11 de novembro de 1909. lvaro Vieira Pinto faleceu no Rio de Janeiro no dia 11 de junho de 1987. Principais obras Sete lies sobre educao de adultos. O Conceito de Tecnologia. (2 Vol.) A Questo da Universidade. Cincia e Existncia.

ANTNIO CCERO

Antonio Cicero Correa Lima filsofo e escritor brasileiro. Livros de que autor Ensaios

[1]

(Rio de Janeiro, 1945) compositor, poeta,

O mundo desde o fim. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1995. Finalidades sem fim. Ensaios sobre poesia e arte. So Paulo: Companhia das Letras, 2005. Poesia (tambm publicadas em Portugal) Guardar. Rio de Janeiro: Record, 1996 e Vila Nova do Famalico: Quase, 2002. A cidade e os livros. Rio de Janeiro, Record, 2002 e Vila Nova do Famalico: Quase, 2006

2

Livros que concebeu e organizou O relativismo enquanto viso do mundo (em colaborao com Waly Salomo), Rio de Janeiro, Francisco Alves, 1994. MORAES, Vincius de. Nova antologia potica (em colaborao com Eucana Ferraz), So Paulo: Companhia das Letras, 2003.

APOLINRIO PORTO-ALEGRE

Apolinrio Jos Gomes Porto-Alegre (Rio Grande, 29 de agosto de 1844 Porto Alegre, 23 de maro de 1904) foi um escritor, historigrafo, filsofo, poeta e jornalista brasileiro. considerado um dos mais importantes autores nascidos no estado do Rio Grande do Sul. Juntamente com um grupo de republicanos e liberais funda, no dia 18 de junho do ano de 1868, na cidade de Porto Alegre, a Sociedade Prtenon Literrio, de carter romntico e regionalista. A Sociedade comeou a publicar, em 1869, um peridico intitulado "Revista Mensal". O peridico teve vrias interrupes e vrios nomes. So eles: Revista Mensal; Revista do Prtenon Literrio; Revista Contempornea. Foi neste peridico que Apolinrio Porto-Alegre comeou a publicar seus primeiros trabalhos, como romances, contos, crticas, poesias, peas de teatro, etc. A Sociedade durou at o ano de 1880.

3

Murmrios do Guaba Um grupo de autores resolvem abandonar a Sociedade Prtenon Literrio, por volta do ano de 1870. Eles decidem, ento, criar um novo peridico intitulado Murmrios do Guaba. O foco da publicao era o Rio Grande do Sul, mais especificamente, suas histria, tradies, literatura, msica, entre outros. Apolinrio inicia, ento, a colaborar com os textos presentes no Murmrios do Guaba, rompendo com o Prtenon Literrio. Durante este perodo escrevendo, Apolinrio, muitas vezes, assumiu os pseudnimos de Iriema ou Bocaccio. Colaborou com o jornal A Imprensa, o primeiro jornal republicano dirio do estado, fundado por seu irmo Apeles. Durante a Exposio Brasileira-Allem criticou duramente a Carlos von Koseritz pelo modo que a exposio foi conduzida. O escritor ainda escreveria para vrias revistas e jornais. Destacam-se: A Reforma; A Democracia; A Federao; Gazeta de Porto Alegre; Jornal do Commercio; O Guarani; O Industrial. Viso e atuao poltica Apolinrio Porto-Alegre era entusiasta da repblica. Fundou o Club Republicano, convidando amigos, conhecidos e pessoas em geral, que dividissem os mesmos ideais. No entanto, desentendimentos internos fizeram com que ele abandonasse o clube, fundando logo depois a Unio Nacional, com o apoio do Partido Liberal. Tempos depois, a Unio Nacional mudou o seu nome para Partido Federalista.

4

No ano de 1889, aps a proclamao da repblica no Brasil, Apolinrio PortoAlegre se alia Silveira Martins que lutava contra o governo do marechal Deodoro da Fonseca. Mudanas e refgios Abalado com a morte de uma filha, Amrica, de 12 anos de idade, em 1891, e de sua mulher Elisa Gama quatro meses depois, com quem era casado desde 1874 e teve 8 filhos, o escritor muda-se para Casa Branca ( onde se dizia ter funcionado o quartelgeneral e hospital dos farrapos durante o cerco que mantiveram cidade) . Aps o contra-golpe vitorioso de Jlio de Castilhos em junho de 1892, foi preso em 4 de julho junto com outros opositores e libertado alguns dias depois. No jornal A Reforma iniciou virulenta campanha contra o governo. No entanto, teve que se refugiar em Santa Catarina e em Montevidu, devido as perseguies impostas pela Revoluo Federalista de 1893. Retornou ao Rio Grande do Sul com a pacificao de 1895, onde continuou a trabalhar como jornalista. Enfrentando problemas financeiros extremos, faleceu no ano de 1904, na Santa Casa de Misericrdia de Porto Alegre, vtima de tuberculose. Obra A obra de Apolinrio Porto-Alegre possui como caractersticas o regionalismo e o romantismo. O Rio Grande do Sul a temtica de vrias publicaes, sendo sua principal O Vaqueano, de 1872. Alguns crticos afirmam que a obra foi inspirado no livro O Gacho, de Jos de Alencar. Conto Paisagens (1874) Historiografia Histria da Revoluo de 1935

5

Poesia Poesias bromlias (com o pseudnimo de Iriema) (1874) Cabila (1874) Flores da morte (pstumo) (1904) Romance Os palmares (1869) O vaqueano (1872) Feitio de uns beijos (1873) Lulucha (publicano na revista O Guarani) (1874) Crioulo do pastoreio (1875) Teatro Cham e Jaf (drama) (1868) Benedito (comdia) (1872) Sensitiva (drama) (1873) Mulheres! (comdia) (1873) Jovita (colaborao de Menezes Paredes) Contribuies Dicionrio, de Caldas Aulete Dicionrio de vocbulos brasileiros, de Beaurepaire-Rohan Razes do portugus falado no Brasil Vocabulrio sul-riograndense, de Romaguera Correia

ARSNIO PALCIO Arsnio Palcio foi um anarquista nascido no Brasil. Era poeta, filsofo e escritor. Foi o principal responsvel pela publicao das revistas anarquistas cratas,

6

Arte e Vida e Phrometeu, com redao na cidade de So Paulo nas dcadas de 1910 e 1920.

AUTERIVES MACIEL JNIOR

Auterives Maciel Jnior (Vitria da Conquista, 18 de Janeiro de 1965) um filsofo e professor brasileiro. Bibliografia Os Pr-Socrticos - A inveno da Razo, Odysseus, Rio de Janeiro, (ISBN 85-88023-20-2), 2003 - (Release da obra). A Questo da Interpretao no Sculo XX: Nietzsche, Freud e Heidegger, in: A Psicanlise e o Pensamento Moderno, apres. HERZOG, Regina, UFRJ, Rio de Janeiro, 2000 (Release). Polifonias - clnica, poltica e criao, Org. (et allii), Rio de Janeiro, 2005.

BENEDITO NUNES

Benedito Jos Viana da Costa Nunes (Belm, 21 de novembro de 1929) um filsofo e escritor brasileiro. Obras O drama da linguagem - Uma leitura de Clarice Lispector, 1989; O tempo na narrativa, 1988; Introduo Filosofia da Arte, 1989; O Dorso do Tigre (Coleo Debates - ensaios literrios e filosficos), 1969; Joo Cabral de Melo Neto (Coleo Poetas Modernos do Brasil), 1974;

7

BENTO PRADO JNIOR

Bento Prado de Almeida Ferraz Jnior, conhecido como Bento Prado, ou Prado Jr. (Ja, 21 de agosto de 1937 So Carlos, 12 de janeiro de 2007), foi professor de Filosofia na Universidade de So Paulo, posteriormente, na Universidade Federal de So Carlos, filsofo, escritor, professor, crtico literrio, tradutor e poeta brasileiro. tido, por muitos, como um dos maiores ensastas da filosofia brasileira. Em 1985, publicou "Alguns Ensaios: Filosofia, Literatura e Psicanlise", obra com que comeou a se destacar como escritor. Foi colaborador da Unicamp, a Unesp e a PUC e professor emrito da USP Cassao, exlio, retorno Foi aposentado compulsoriamente pela ditadura militar em abril de 1969, na ao conduzida pelo ento ministro da Justia, Gama e Silva, na verdade reitor licenciado da universidade, contra seus prprios colegas, inclusive o vice-reitor em exerccio, Hlio Loureno. Bento Prado Jr. foi cassado juntamente com seu colega Jos Arthur Giannotti e autoexilou-se na Frana, de onde somente retornou no final dos anos 70, para lecionar, primeiro na Pontifcia Universidade Catlica de So Paulo e depois na UFSCar, onde se tornou titular. Suas obras "Presena e Campo Transcendental: Conscincia e Negatividade na Filosofia de Bergson", Edusp, 1989 "Filosofia da Psicanlise", Brasiliense, 1991 "Alguns Ensaios", Paz e Terra, 2000 "Erro, Iluso, Loucura" Editora 34, 2004 "A retrica de Rousseau e outros ensaios", organizado por FRANKLIN DE MATTOS, COSAC NAIFY, 2008

8

CAIO PRADO JNIOR

Caio da Silva Prado Jnior (So Paulo, 11 de fevereiro de 1907 So Paulo, 23 de novembro de 1990) foi um historiador, gegrafo, escritor, poltico e editor brasileiro. As suas obras inauguraram, no pas, uma tradio historiogrfica identificada com o marxismo, buscando uma explicao diferenciada da sociedade colonial brasileira. Publicou, em 1933, a sua primeira obra - Evoluo Poltica do Brasil -, uma tentativa de interpretao da histria poltica e social do pas. Em 1934, ano de implantao da Universidade de So Paulo (USP), juntamente com os professores Pierre Deffontaines, Luis Flores de Morais Rego e Rubens Borba de Morais, Caio Prado Jnior participou da fundao da Associao dos Gegrafos Brasileiros - AGB, primeira entidade cientca de carter nacional. Em 1942 publicou o clssico Formao do Brasil Contemporneo - Colnia, que deveria ter sido a primeira parte de uma coletnea sobre a evoluo histrica brasileira, a partir do perodo colonial. Entretanto, os demais volumes jamais foram escritos. Em 1966 foi eleito o Intelectual do Ano, com a conquista do Prmio Juca Pato, concedido pela Unio Brasileira de Escritores, devido publicao, naquele ano, do polmico A revoluo brasileira, uma anlise dos rumos do pas aps o movimento de 1964. Obras 1933: Evoluo poltica do Brasil 1934: URSS - um novo mundo 1942: Formao do Brasil Contemporneo 1945: Histria Econmica no Brasil 1952: Dialtica do Conhecimento

9

CARLOS ROBERTO VELHO CIRNE LIMA

Carlos Roberto Velho Cirne Lima, tambm referido como Carlos Cirne Lima (Porto Alegre, 1931) um filsofo dialtico contemporneo brasileiro [1]. "A inteno do autor tentar reconstruir um sistema neoplatnico de Filosofia que evite os erros cometidos por Hegel, o ltimo dos grandes autores sistemticos. O autor apia-se em Hegel, sim, mas procura corrigir os erros entrementes apontados, especialmente o necessitarismo que perpassa todo o sistema, o esmagamento do indivduo. Ele coloca a explicitao correta do que seja contradio" citado da contracapa do livro Depois de Hegel. Obras (lista parcial) Depois de Hegel. Uma reconstruo crtica do sistema neoplatnico (2006) Dialtica e auto-organizao (2003, organizador, com Luiz Rohden)- ISBN: 8574311456 Ns e o Absoluto (2001, organizador, com R. C. Costa e C. Almeida) Dialtica para Todos (2005) CD-ROM feito em parceria com Alpio Lippstein, Maurcio N.Santos, Carlos Dohrn e Maria Tomaselli Dialtica para Principiantes (1996) CELSO CHARURI

Celso Charuri (So Paulo, 11 de junho de 1940 Sorocaba, 20 de dezembro de 1981) foi um mdico e filsofo[1], conhecido por ter idealizado e criado a Pr-Vida.

10

Dr. Celso afirma que o meio produto do homem[3] e que, portanto, seres com a percepo ampliada e com seu potencial mental, psquico e espiritual desenvolvido, poderiam construir um mundo mais digno. Para alcanar aquilo que ele chamou de integrao csmica, o homem deve ampliar sua conscincia, atingindo um estado que permitir uma manifestao diferenciada no meio em que atua. Dr. Celso sempre defendeu idias como Cooperao e Solidariedade que, segundo ele, so a expresso do propsito da construo de um Mundo Bem Melhor, e ressaltou que a Justia trar a Liberdade e a Paz[4]. Para dar esse exemplo de que um homem melhor faz um meio melhor, em 1979 fundou a Central Geral do Dzimo, entidade com fins no-econmicos que realiza doaes a entidades assistenciais e que, segundo a prpria instituio[5], j havia realizado mais de 5.400 doaes ao completar 25 anos de existncia, em 2004. Publicaes Como Vai a Sua Mente?, PC Editorial, 2001.

ERNILDO STEIN

Ernildo Jacob Stein (Santa Rosa, 12 de julho de 1934) filsofo, professor e escritor brasileiro. Livros publicados/organizados ou edies Seis estudos sobre Ser e Tempo. 3. ed. Petrpolis: Editora Vozes, 2006. v. 3. 149 p. Sobre a verdade. Iju: Uniju, 2006. 328 p. Pensar pensar a diferena. 2. ed. Iju: Uniju, 2006. v. 1. 196 p. Mundo Vivido: Das vicissitudes e dos usos de um conceito da fenomenologia. 1. ed. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2004. v. 1. 193 p. Exerccios de Fenomenologia - limites de um paradigma. 1. ed. Iju: Editora Uniju, 2004. v. 1. 352 p. 11

ESTVO DE REZENDE MARTINS

Estevo Chaves de Rezende Martins (1947) um filsofo, historiador e professor universitrio brasileiro. As suas investigaes e textos concentram-se em temas relacionados com a histria da filosofia, teoria e metodologia da histria, bem como com a histria das relaes internacionais. Participou do Comit Cientfico Internacional que organizou da Historia General de Amrica Latina, uma coleo de nove volumes sobre a histria do subcontinente, patrocinada pela Unesco. Estevo Martins foi - juntamente com Hctor Prez Brignoli - co-organizador do volume final de tal coleo, volume o qual se intitula Teora y metodologa en la Historia de Amrica Latina (2006). Escritos (seleo) (2007) Cultura e Poder. 2. ed. So Paulo: Saraiva, 152 pp., ISBN 9788502064515. (2007) "Tempo e memria: a construo social da lembrana e do esquecimento". In: Liber Intellectus, Goinia, v. 1, n. 1, pp. 1-15. (2006) "Histria e teoria na era dos extremos". In: Fnix. Revista de Histria e Estudos Culturais, Uberlndia, v. 3, n. 2, pp. 1-19. (2004) "Histria". In: Crtica na Rede, Lisboa. (1976). Studien Zu Kants Freiheitsauffassung in der Vorkritischen Periode (1747-1770). Mnchen; Augsburg: Blasaditsch, 325 pp.

EUDORO DE SOUSA Eudoro de Sousa (Lisboa, 1911 Braslia, 1987) foi um filsofo e professor universitrio luso-brasileiro, um dos fundadores da Universidade de Braslia (UnB). 12

EVALDO COUTINHO Evaldo Bezerra Coutinho (Pernambuco, 23 de julho de 1911 Recife, 12 de maio de 2007) foi um advogado e filsofo brasileiro, fundador dos Cursos de Arquitetura e Urbanismo e Filosofia da UFPE. autor de nove livros sobre filosofia, esttica da arte, arquitetura e cinema. Ficou famosa a sua expresso de sua autoria Deus arquiteto, que mostra a importncia da concepo da arquitetura. [1][2] O pensamento de Coutinho sempre esteve ligado ao cinema (Diegese) e arquitetura.[3] Obras O ser e estar em ns O lugar de todos e os lugares A imagem autnoma A articidade do ser A subordinao ao nosso existir FRANCISCO CAVALCANTI PONTES DE MIRANDA Francisco Cavalcanti Pontes de Miranda (Macei, 23 de abril de 1892 Rio de Janeiro, 22 de dezembro de 1979) foi um jurista, filsofo, matemtico e escritor brasileiro. Autor de livros no campo da Matemtica, Sociologia, Psicologia, Poltica, Poesia, Filosofia e sobretudo Direito, tem obras publicadas em portugus, alemo, francs, espanhol e italiano. O seu Tratado de Direito Privado, de 60 volumes, concludo em 1970, de 30 mil pginas, a obra mais conhecida de Pontes de Miranda, cuja produo bibliogrfica abrange 144 volumes, das quais 128 so estudos jurdicos. Suas primeiras obras - margem do direito (1912) e A moral do futuro (1913) - foram poca elogiadas pelos juristas Clvis Bevilqua, Ruy Barbosa e pelo crtico literrio Jos Verssimo.

13

considerado o parecerista mais citado na jurisprudncia brasileira. Sua biblioteca pessoal (16.000 volumes e fichrio) hoje integra o acervo do Supremo Tribunal Federal. Paulatinamente, desde a dcada de 1990, suas obras esto sendo atualizadas e retornando ao mercado editorial brasileiro, principalmente pelas Editoras Bookseller e Forense, alm das Editoras BH e Servanda. Autor de influncia alem, introduziu novos mtodos e concepes no Direito brasileiro, nos ramos da Teoria Geral do Direito, Filosofia do Direito, Direito Constitucional, Direito Internacional Privado, Direito Civil, Direito Comercial e Direito Processual Civil. Bibliografia 1. 2. 3. 4. 5. A Ao Rescisria contra as Sentenas A Ao Rescisria Margem do Direito: ensaios de Psicologia Jurdica A Moral do Futuro A Sabedoria da Inteligncia: teses e antteses

FRANCISCO LORENZ Frantiek Lorenz (24 de dezembro de 1872 24 de maio de 1957), tambm conhecido como Francisco Valdomiro Lorenz ou simplesmente Francisco Lorenz foi um poliglota e filsofo tcheco nascido em Zbislav, no Imprio Austro-Hngaro (hoje Repblica Tcheca). Lorenz foi um dos primeiros esperantistas do mundo. Capaz de comunicar-se em mais de 100 idiomas. Traduziu livros do snscrito, hebraico, grego antigo, ingls, francs, italiano, chins, japons, rabe. Chegou a transportar uma passagem do Evangelho de So Joo em 70 idiomas (captulo 3, versculo 16). Estudou o aramaico, volapuque, tupi-guarani, maia e outros. Nascido em bero pobre, nunca encontrou facilidades para o estudo. Apesar da vida simples do seu pai (moleiro), aos 17 anos conhecia todas as lnguas eslavas, o latim, o hebraico e o grego.

14

Vivendo sob um regime poltico restritivo, seu esprito livre no poderia suportar as podas religiosas e os conceitos anti-democrticos do Governo Federal da ustria, sob o qual a ento Checoslovquia estava submetida. Em 1891, o poliglota migrou para o Brasil. No Brasil, Lorenz viveu primeiro no Rio de Janeiro, em Minas Gerais e depois no Rio Grande do Sul. Em 1894, j em Dom Feliciano, casou-se com Ida Krascheffski. Uma jovem alem que viera para o Brasil com 7 anos. Lorenz morreu em Dom Feliciano, Rio Grande do Sul, em 1957. Ao longo de sua vida, publicou mais de 36 livros em 40 lnguas e foi o introdutor e uma das figuras mais proeminentes do movimento esperantista no Brasil. Bibliografia Contos e Aplogos, Editora Pensamento, 1918, So Paulo Chamas de dio e a Luz do Puro Amor, (Vida de Joo Huss), Ed. Pensamento, 1940, So Paulo. O Filho de Zanoni, Ed. Pensamento, So Paulo Moises e Siphorah, Poema pico da vida de Moises e sua mulher Siphorah, Ed. "Pensamento", 1920, So Paulo A Sorte Revelada pelo horscopo Cabalstico, Ed. Pensamento, 1926, So Paulo. GABRIELE GREGGERSEN Gabriele Greggersen mestre e doutora em Histria eFilosofia da Educao pela Faculdade de Educao da Universidade de So Paulo, sob orientao do Dr. [Luiz Jean Lauand][1] e ps-doutora na rea de Histria das Mentalidades pelo Instituto de Estudos Avanados da Universidade de So Paulo. Desde cedo, interessou-se pela imaginao e o ldico como "pontes significativas" para a compreenso e aprendizado de assuntos complexos como a tica, a metafsica e a teologia. Para isso, inspira-se em filsofos e telogos como o britnico [C.S. Lewis][2], seus inspiradores como [Gilbert Keith Chesterton][3], [Gorge 15

MacDonald][4] e Rudof Otto, seu amigo e tambm autor de fico J.R.R. Tolkien e o alemo [Josef Pieper][5].

GERD BORNHEIM Gerd Alberto Bornheim (Caxias do Sul, 19 de novembro de 1929 - Rio de Janeiro, 5 de setembro de 2002) foi um filsofo, professor e escritor brasileiro. Dedicou diversos trabalhos filosofia moderna e contempornea, destacandose por seus estudos sobre Jean-Paul Sartre e Martin Heidegger. Apontado na Histria da Filosofia Contempornea de J. Hirschberger como um dos expoentes da filosofia brasileira, tambm um dos responsveis pela recepo do pensamento de Heidegger em seu pas, como vemos na biografia de Heidegger assinada por Rdiger Safranski (2000). Outro de seus importantes interesses foi o teatro, ao qual dedicou livros (um deles, esttica de Bertolt Brecht) e artigos de jornal. Bornheim faleceu em 2002, no Rio de Janeiro. Obras Aspectos Filosficos do Romantismo. Instituto Estadual do Livro, 1959. Martin Heidegger: Ltre et le Temp. Sorbone, 1976. Dialtica: Teoria e Prtica. Globo, 1977. O Idiota e o Esprito Objetivo. Porto Alegre: Globo, 1980. Introduo ao Filosofar: o Pensamento Filosfico em Bases Existenciais. So Paulo: Globo, 1989. Brecht: a Esttica do Teatro. Graal, 1992. Metafsica e Finitude. So Paulo: Perspectiva, 2001. Livros sobre o autor OLIVEIRA, Joo Vicente Ganzarolli. Arte e Beleza em Gerd Bornheim. Rio de Janeiro: EdUERJ, 2003.

16

GILDA DE MELLO E SOUZA Gilda de Mello e Souza (So Paulo, 1919 - So Paulo, 25 de dezembro de 2005) foi uma filsofa, crtica literria, ensasta e professora universitria brasileira. Colaborou na produo da revista Clima, juntamente com seu futuro esposo Antonio Candido. Recebe o ttulo de Doutora em Cincias Sociais com a defesa da tese intitulada A moda no sculo XIX, publicada em 1952. Em 1954 passa a ser encarregada da disciplina de Esttica no Departamento de Filosofia da USP, departamento que seria dirigido por Gilda entre os anos de 1969 e 1972. Aposenta-se em 1973 e torna-se Professora Emrita da Faculdade de Filosofia, Letras e Cincias Humanas da USP em 1999. Estudou especialmente a obra de Mrio de Andrade. Com Antonio Candido, teve trs filhas: Ana Lusa Escorel, Laura de Mello e Souza e Marina de Mello e Souza. Gilda morreu em 25 de dezembro de 2005, aos 86 anos. Bibliografia (crtica) O tupi e o alade: uma interpretao de Macunama, livro de referncia no estudo de Macunama Mrio de Andrade, obra escogida Exerccios de leitura Os melhores poemas de Mrio de Andrade (seleo e apresentao) O esprito das roupas: a moda no sculo XIX A idia e o figurado

HENRIQUE CLUDIO DE LIMA VAZ Henrique Cludio de Lima Vaz, S.J. (Ouro Preto, 24 de agosto de 1921 Belo Horizonte, 23 de maio de 2002) foi um padre jesuta, professor, filsofo e humanista brasileiro. 17

Nos anos 60 tornou-se mentor da Juventude Universitria Catlica (JUC) e da Ao Popular, na sua primeira fase. Num cenrio agitado e confuso como o da poca, os artigos de Lima Vaz tiveram o impacto de uma lufada de ar puro sobre uma gerao crist, que se sentia asfixiada por uma tradio religiosa alheia aos desafios polticos e culturais do seu tempo. Lima Vaz soube como ningum oferecer uma anlise crtica do pensamento marxiano numa atitude intelectual firme e aberta ao debate, criticando todo reducionismo intra-histrico pelo chamado transcendncia, mas, ao mesmo tempo, questionando a posio tradicional a partir do pensamento dialtico. A religio e a f, para Lima Vaz, no eram algo extrnseco com o qual se relacionava: nelas vivia e delas se alimentava espiritualmente. Por isso ele afirmava no experimentar conflitos interiores a respeito da compatibilidade entre suas convices religiosas e sua vocao de filsofo. Desde o incio deixou-se guiar pela diretriz de Santo Agostinho: cr para entenderes e entende para creres. Desta forma, seu trabalho filosfico manteve-se rigorosamente dentro das exigncias metdicas e doutrinais da razo. E, todas as vezes que atingia as fronteiras onde a razo se encontra com a f essa linha divisria era explicitamente traada. Nos seus ltimos trabalhos buscou analisar a realidade sociocultural contempornea e a crise da modernidade sob os aspectos filosficos, ticos, polticos e religiosos. Nestas suas investigaes, tomou posio no debate de idias a respeito do sentido transcendente da existncia humana e dos rumos de nossa civilizao. Sua sntese filosfica pessoal apoiava-se em trs grandes influncias: Plato, Toms de Aquino e Hegel. Mas, seu autor predileto , sem dvida, Toms de Aquino. Lima Vaz via na obra de Toms de Aquino, especialmente na sua metafsica, tal profundidade, lucidez e equilbrio nas questes fundamentais que, ainda hoje, suas intuies so, segundo Lima Vaz, capazes de fecundar a reflexo. E, nesta unio fecunda de elementos antigos, como a metafsica de Toms de Aquino, e perspectivas renovadoras, com nfase na dialtica hegeliana, Lima Vaz colocava-se em busca de uma vida tica, onde fosse possvel a realizao da humanidade na liberdade, na verdade, na beleza e na justia. Nos seus ltimos escritos Lima Vaz busca recuperar a idia de sistema no sentido da articulao ordenada do pensamento, sem a qual no h leitura coerente da

18

realidade, e a filosofia se esvai em gratuitos jogos de linguagem. A partir desta idia de sistema Lima Vaz constri, principalmente, sua Antropologia Filosfica e sua tica Filosfica. Seu ltimo livro, Razes da Modernidade, prope para o nosso tempo, tempo de incertezas e de renovadas articulaes, o humanismo teocntrico como itinerrio para a realizao plena do ser humano em sua existncia pessoal e social. Cultivou numa vida recolhida, simples, sem ostentao, impondo-se um ritmo de trabalho disciplinado e austero. Padre Vaz veio a falecer em Belo Horizonte no dia 23 de Maio de 2002, devido a complicaes ps-operatrias. Bibliografia Livros 1. Loyola, 1986 2. 3. 4. Escritos de Filosofia II: tica e Cultura, So Paulo: Loyola, 1988. Escritos de Filosofia III: Filosofia e Cultura, So Paulo, 1997. Escritos de Filosofia IV: Introduo tica Filosfica I, So Escritos de Filosofia I: Problemas de Fronteira, So Paulo:

Paulo: Loyola, 1999. 5. Escritos de Filosofia V: Introduo tica Filosfica II, So

Paulo: Loyola, 2000. Obras sobre Lima Vaz 1. pp.29-50 2. pp.31-54. 3. AQUINO, M. F. Metafsica da subjetividade e linguagem I, AQUINO, M. F. Experincia e Sentido II, Sntese, n.50, 1990, AQUINO, M. F. Experincia e Sentido I, Sntese, n.47, 1989,

Sntese, n.61, 1993, pp. 199-218. 4. AQUINO, M. F. Metafsica da subjetividade e linguagem II,

Sntese, n.67, 1994, pp. 495-528. 5. AQUINO, M. F. Metafsica da subjetividade e linguagem III,

Sntese, n.71, 1995, pp. 453-488.

19

HERCULANO PIRES

Jos Herculano Pires (Avar, SP, 25 de setembro de 1914, So Paulo, SP, 9 de maro de 1979) foi um jornalista, filsofo, educador e escritor brasileiro. Destacou-se como um dos mais ativos continuadores do espiritismo no Brasil. Traduziu os escritos de Allan Kardec e escreveu tanto estudos filosficos quanto obras literrias inspirados na doutrina esprita. A maior caracterstica do conjunto de suas obras a luta por demonstrar a consistncia do pensamento esprita e defender a valorizao dos aspectos crtico e investigativo da proposta sistematizada por Kardec. Escreveu 81 livros. Em seus ensaios nota-se a preocupao em combater interpretaes e tradues deturpadas das obras de Kardec, inclusive aquelas que surgiram no seio do movimento esprita brasileiro ao longo do sculo XX. Ele defendia o conceito de pureza doutrinria segundo o qual era preciso preservar a doutrina de todo tipo de influncia mstica, esotrica ou meramente cultural religiosa. Em monografias filosficas, a exemplo de Introduo Filosofia Esprita, Herculano Pires se prope a esclarecer a contribuio do espiritismo para o desenvolvimento da Filosofia, em especial no tocante ao sentido da existncia humana. Contrape-se frontalmente ao niilismo e ao existencialismo materialista. A maioria das obras de autoria de Herculano Pires atualmente publicada pela Editora Paidia (da famlia de Herculano Pires), fundada pelo filsofo paulista na dcada de 1970 para publicar suas obras. A sua traduo dos livros de Kardec tem sido editada por vrias editoras, a exemplo da Livraria Allan Kardec Editora, da Editora Argentina e da Federao Esprita do Estado de So Paulo (FEESP).

20

Bibliografia RIZZINI, Jorge. J. Herculano Pires, o apstolo de Kardec. So Paulo: Paideia, 2000. 282p. ISBN 0000035491

HUBERTO ROHDEN Huberto Rohden (So Ludgero, 1893 1981) foi um filsofo, educador e telogo catarinense, radicado em So Paulo. Precursor do espiritualismo universalista, escreveu mais de 100 obras (ao final da vida, condensadas em 65 livros), onde franqueou leitura ecumnica de temticas espirituais e abordagem espiritualista de questes pertinentes Pedagogia, Cincia e Filosofia, enfatizando o autoconhecimento, auto-educao e a auto-realizao. Propositor da filosofia univrsica, por meio da qual defendia a harmonia csmica e a cosmocracia: autogoverno pelas leis ticas universais, conexo do ser humano com a conscincia coletiva do universo e florescimento da essncia divina do indivduo, reconhecendo que deve assumir as conseqncias dos atos e buscar a reforma ntima, sem atribuir autoridade eclesistica o poder de eliminar os dbitos morais do fiel. Trao marcante no pensamento de Huberto Rohden na Filosofia brasileira do sculo XX a acentuada preocupao com controvrsias do campo da tica e da Pedagogia, prprias da sociedade moderna, e o estudo da metafsica fundamentado na anlise comparada de religies e filosofias espiritualistas do Ocidente e Oriente. Atualmente publicados pela Editora Martin Claret (So Paulo), os livros foram tambm editados pelas editoras Vozes (Petrpolis), Unio Cultural (So Paulo), Globo (Porto Alegre), Freitas Bastos (Rio de Janeiro) e Fundao Alvorada (So Paulo), entre outras. Fundador da Instituio Cultural e Beneficente Alvorada (1952), lecionou na Universidade de Princeton (Estados Unidos da Amrica), American

21

University, de Washington D.C. (EUA), e na Universidade Mackenzie (So Paulo, SP). Proferiu palestras nos Estados Unidos, ndia e Portugal. Tradutor do Novo Testamento, da Bhagavad Gita e do Tao Te Ching, preocupou-se em edit-los a preos populares, de modo que facilitasse a democratizao do conhecimento. Ao longo da vida revisou, atualizou e reescreveu o conjunto dos escritos. Pioneirismo Nas obras de meados do sculo XX, Huberto Rohden j abordava temas que s a partir do final daquele sculo comeariam a se tornar recorrentes na literatura espiritualista brasileira: a cidadania e a conscincia csmicas; a auto-educao como principal meio de auto-iluminao; a cosmocracia (autogoverno de acordo com a tica universal); a felicidade via exerccio contnuo do autoconhecimento e auto-realizao; a espiritualidade de cunho laico, temporal, ecumnico e universalista. Apesar de ser, como intelectual, o principal precursor brasileiro do espiritualismo universalista e de ter obras com boa distribuio e a preos populares, ainda pouco conhecido e divulgado, na comunidade espiritualista do Brasil, o papel pioneiro de Huberto Rohden no mbito do espiritualismo universalista. Bibliografia Coleo Filosofia Universal O Pensamento Filosfico da Antigidade A Filosofia Contempornea O Esprito da Filosofia Oriental

22

JANURIO LUCAS GAFFRE Janurio Lucas Gafre (Bag, 19 de setembro de 1878 Rio de Janeiro, 4 de dezembro de 1917) foi um filsofo brasileiro do Direito. Foi um dos primeiros pensadores brasileiros a escrever sobre a aplicao da filosofia kantiana no campo do Direito. Bibliografia Janurio Lucas Gaffre. A teoria do conhecimento de Kant. Rio de Janeiro. Typographia do Jornal do Commercio de Rodrigues & Comp., 1909. Reeditado na Coleo Pensadores Gachos: Janurio Lucas Gaffre. A teoria do conhecimento de Kant. Porto Alegre: Edipucrs, 2000. (Coleo Pensadores Gachos, 6). 206 pp.

JOO CRUZ COSTA Joo Cruz Costa (So Paulo, SP, 1904 - So Paulo, SP, 1978), foi um filsofo brasileiro. Obras 1942 - Ensaios sobre a Vida e a Obra de Francisco Sanches; 1956 - Contribuio Histria das Idias no Brasil.

JOS GUILHERME MERQUIOR Jos Guilherme Merquior (Rio de Janeiro, 22 de abril de 1941 Rio de Janeiro, 7 de janeiro de 1991) foi um diplomata, filsofo, socilogo e escritor brasileiro.

23

Professor universitrio, foi um pensador que se definia politicamente como um liberal social. o maior pensador do liberalismo no Brasil. Escritor prolfico, foi membro da Academia Brasileira de Letras. Publicou pela Editora Oxford e era reconhecido nos altos crculos acadmicos europeus, travando contato e amizade com diversos intelectuais de renome. Ernest Gellner foi orientador da tese de doutorado em sociologia pela London School of Economics (o terceiro doutoramento). Polmata humanista, escrevia com autoridade e enorme erudio sobre quase todos os temas das Cincias Humanas, tendo iniciado o ofcio pblico de escritor como crtico literrio. O alicerce da obra escrita o que se chamaria de Culturologia, ou mais especificamente, Histria das Idias, menos como tributria do monismo de Arthur O. Lovejoy, e mais da Geistgeschichte alem. Ao lado de Roberto Campos trabalhou no governo Collor como um dos principais idelogos. Obras Em portugus 1963: Poesia do Brasil, (antologia com Manuel Bandeira) 1965: Razo do Poema 1969: Arte e Sociedade em Marcuse, Adorno e Benjamin 1972: A astcia da mmese 1972: Saudades do Carnaval

Em castelhano 2005: El Comportamiento de Las Musas: Ensayos sobre literatura brasilea y portuguesa. 1964-1989

24

LEANDRO KONDER Leandro Augusto Marques Coelho Konder (Petrpolis, 3 de janeiro de 1936) um filsofo marxista brasileiro. Tem 21 livros publicados, e os que mais se destacam so A derrota da dialtica, Flora Tristan Uma vida de mulher, uma paixo socialista, Walter Benjamin O marxismo da melancolia, Fourier O socialismo do prazer Vida e obra, O que dialtica, O futuro da filosofia da prxis. Publicou tambm os romances A morte de Rimbaud e Bartolomeu.

LEONEL FRANCA Leonel Edgard da Silveira Franca (So Gabriel, 6 de janeiro de 1893 Rio de Janeiro, 3 de setembro de 1948) foi um sacerdote catlico e professor brasileiro. Algumas de suas obras so: Noes de histria da filosofia, de 1918; Apontamentos de qumica geral, de 1919; A Igreja, a Reforma e a Civilizao, de 1922; Pensamentos espirituais, publicada postumamente em 1949.

LUS ALBERTO DE BONI Luis Alberto De Boni (Bom Jesus, 30 de Janeiro de 1940) um filsofo e escritor brasileiro.. um dos mais importantes pesquisadores brasileiros sobre a imigrao italiana no Brasil, sendo autor de inmeras obras neste campo. tambm um prolfico autor de obras nos campos da Filosofia, especialmente na rea de Filosofia Medieval, e da Teologia. Bibliografia: 25

Filosofia Toms de York (+1260): Sobre a eternidade do mundo. In: Jos Antnio de C. R. de Souza. (Org.). Idade Mdia: Tempo do mundo - Tempo dos homens - Tempo de Deus. - ed. Porto Alegre: EST, 2006, v. 1, p. 93-100. Um captulo de Histria da Filosofia no Brasil. In: Jos Antnio de C. R. de Souza. (Org.). Idade Mdia: Tempo do mundo - Tempo dos homens Tempo de Deus. - ed. Porto Alegre: EST, 2006, v. 1, p. 10-12. A Idade Mdia, a Histria e o Imaginrio. In: Gregorio Piaia. (Org.). Entre Histria e Imaginrio. 1 ed. Porto Alegre: Edipucrs, 2006, v. , p. 7-19. O imperador do doloroso reino. In: Nythamar de Oliveira; Draiton Gonzaga de Souza. (Org.). Hermenutica e Filosofia Primeira. 1 ed. Iju: Uniju, 2006, v. 1, p. 189-206. O no poder do papa em Guilherme de Ockham. Veritas, Porto Alegre, v. 51, n. 203, p. 113-128, 2006. Tradues J. B. Metz. Teologia Poltica. Porto Alegre: EST, 1976. H. Herrmann. Igreja, Matrimnio e Divrcio. Porto Alegre: Sulina, 1977. Toms de Aquino. Suma Teolgica. 11 vol. 5.256 pp. + 116 pp. Trad. de Alexandre Correa, [Reviso da traduo por Luis Alberto de Boni] 3. ed. Porto Alegre: EST/Sulina, 1980-1981. So Boaventura. Obras escolhidas. [com Jerkovic, J.; Schneider, S.]. Introd. L. A. De Boni e Mesquita Pimentel. Porto Alegre: EST-Sulina, 1983. 489 pp. Boaventura, So. Carta sobre a imitao de Cristo, pp. 496-76 in So Boaventura Obras escolhidas...

26

LUS SRGIO COELHO DE SAMPAIO Lus Srgio Coelho Sampaio (Rio de Janeiro, 10 de novembro de 1933 2003) foi um filsofo, professor e escritor brasileiro. Foi membro da ABF (Academia Brasileira de Filosofia), fundador do IPGAP (Instituto de Polticas Governamentais e Assessoramento Parlamentar) e tambm fundador e ex-Presidente do Instituto Cultura-Nova. Obras A Permanente Revoluo do Analgico ao Convencional Rio de Janeiro. Parcialmente publicado no Jornal do Brasil em 7 de setembro de 1980. As Lgicas da Diferena Rio de Janeiro, Embratel, 1984. Informtica e Cultura Rio de Janeiro, Embratel, 1984. Notas sobre a Significao da Teoria Axiomtica dos Grupos. Rio de Janeiro, Embratel, 1984. Noes sobre Angelologia Rio de Janeiro, Embratel, 1984.

LUIZ VILELA Luiz Vilela (Ituiutaba, 1942) um filsofo e escritor brasileiro. Estudos sobre a sua obra j so vrios nas universidades brasileiras, com alguns trabalhos tambm no exterior. Destacam-se O dilogo da compaixo na obra de Luiz Vilela, de Wania Majadas, lanado em 2000, e a tese Faces do conto de Luiz Vilela, de Rauer, defendida em 2006 na Unesp de Araraquara. Escreveu o conto Feliz Natal que narra a histria de um homem que se esconde de todos no dia do natal, tem um final imprevisvel Obras Tremor de terra (contos, 1967) No bar (contos, 1968)

27

Tarde da noite (contos, 1970) Os novos (romance, 1971) O fim de tudo (contos, 1973)

MRCIA TIBURI Marcia Angelita Tiburi (Vacaria, 6 de abril de 1970) uma artista plstica, professora de Filosofia e escritora brasileira. Seus principais temas so tica, esttica e filosofia do conhecimento. Publicou livros de filosofia, entre eles a antologia As Mulheres e a Filosofia e O Corpo Torturado, alm de Uma outra histria da razo. Pela editora Escritos publicou, em co-autoria, Dilogo sobre o Corpo, em 2004, e individualmente Filosofia Cinza - a melancolia e o corpo nas dobras da escrita. Em 2005 publicou Metamorfoses do Conceito e o primeiro romance da srie Trilogia ntima, Magnlia, que foi finalista do Prmio Jabuti em 2006. No mesmo ano lanou o segundo volume A Mulher de Costas. Escreve tambm para jornais e revistas especializados assim como para a grande imprensa. Livros publicados TIBURI, M. A. . Filosofia em Comum - Para ler junto. 1. ed. Rio de Janeiro: Record, 2008. v. 1. 186 p. TIBURI, M. A. . A Mulher de Costas - Trilogia ntima Vol. 2 (romance). Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2006. v. 1. 160 p. TIBURI, M. A. . METAMORFOSES DO CONCEITO - TICA E DIALTICA NEGATIVA EM THEODOR ADORNO. 1. ed. Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2005. v. 1. 272 p. TIBURI, M. A. . Magnlia. - Trilogia ntima Vol. 1 (romance). Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2005. TIBURI, M. A. ; KEIL, Ivete . DILOGO SOBRE O CORPO. 1. ed. Porto Alegre: Escritos, 2004. v. 1. 192 p.

28

MRCIO BILHARINHO NAVES Mrcio Bilharinho Naves (Uberaba, 1952) um filsofo marxista brasileiro. Principais obras Marx cincia e revoluo (So Paulo/Campinas,

Moderna/Editora da Unicamp, 2000; 2 edio: So Paulo, Quartier Latin, 2008) Marxismo e direito um estudo sobre Pachukanis (So Paulo, Boitempo, 2000; 2 edio: So Paulo, Boitempo, 2008) mao o processo da revoluo (so paulo, brasiliense, 2005)

MARILENA CHAUI

Marilena Chaui durante palestra na Semana do Conhecimento UFMG Marilena de Sousa Chaui (So Paulo, 4 de setembro de 1941) uma historiadora de filosofia brasileira. Chaui autora de vrios livros, dentre os quais destacam-se: "Represso Sexual", "Da Realidade sem Mistrios ao Mistrio do Mundo", "Brasil: Mito Fundador e Sociedade Autoritria", "Professoras na Cozinha", "Introduo Histria da Filosofia", "Experincia do Pensamento", "Escritos Sobre a Universidade", "Filosofia: Volume nico", "Convite Filosofia", "O que Ideologia", "Poltica em Espinosa" , "A Nervura do Real", "Espinosa: Uma Filosofia de Liberdade", "Brasil: Mito fundador e sociedade autoritria", "Cidadania Cultural", "Simulacro e poder". Obteve o seu doutorado com uma tese sobre o filsofo Baruch de Espinosa. reconhecida, no s pela sua produo acadmica, mas pela participao efetiva no contexto do pensamento e da poltica brasileira. J foi secretria municipal da Cultura na cidade de So Paulo durante o mandato da ex-prefeita Luiza Erundina (1988-1992). A obra escrita, caracterizada pelo didatismo, obtm um sucesso aprecivel. O best-seller "O que Ideologia" (Ed. Brasiliense, Coleo Primeiros Passos) j vendeu mais de cem mil exemplares [1] bastante acima da mdia de vendas dos livros no Brasil.

29

Obras Represso Sexual Da Realidade sem Mistrios ao Mistrio do Mundo Brasil: Mito Fundador e Sociedade Autoritria Professoras na Cozinha Introduo Histria da Filosofia Experincia do Pensamento Escritos Sobre a Universidade Filosofia: Volume nico Convite Filosofia O que Ideologia Poltica em Espinosa A Nervura do Real Espinosa: Uma Filosofia de Liberdade Brasil: Mito fundador e sociedade autoritria' Cidadania Cultural", "Simulacro e poder

MRIO FERREIRA DOS SANTOS Mrio Ferreira dos Santos (Tiet, 3 de janeiro de 1907 11 de abril de 1968) foi um filsofo brasileiro, criador de um sistema filosfico a que chamou Filosofia Concreta. Escreveu muitos livros sobre vrias reas do conhecimento como Filosofia, Psicologia, Oratria, Ontologia e Lgica, publicados com recursos prprios sob o nome "Enciclopdia de Cincias Filosficas e Sociais", com o lucro que teve em tradues de filsofos alemes para o portugus, muito populares no Brasil em meados do sculo XX. Segundo Mrio Ferreira dos Santos, sua Filosofia Concreta seria completamente baseada na lgica, no havendo possibilidade de discordncia de seus pressupostos, a que chamou "temas", de forma que o primeiro tema seria a fundamentao de toda a sua filosofia: "Alguma coisa h, e o nada absoluto no h". Comentrios aos Versos ureos - 111 pg. Livro sobre Deus - 269 pg.

30

Filosofias da Afirmao e da Negao - 170 pg. Filosofia da Crise - 190 pg. Filosofia e Cosmoviso - 224 pg. Filosofia concreta dos valores - 135 pg. Interpretao do Apocalipse de So Joo - 129 pg. Invaso vertical dos brbaros - 98 pg. Isagoge - 85 pg. Lgica e Dialtica - 231 pg. Origem dos grandes erros filosficos - 124 pg. Tratado de Simblica - 147 pg. Sociologia Fundamental e tica Fundamental - 200 pg; A Sabedoria da Unidade - 186 pg. MRIO OSRIO MARQUES Mrio Osorio Marques, por um perodo conhecido como Frei Matias de So Francisco de Paula, (So Francisco de Paula, 22 de janeiro de 1925 Iju, 14 de dezembro de 2002) foi um sacerdote franciscano e professor brasileiro.. Obras Suas principais obras so Trigo e Regio, Um estudo de Caso, 1972; Sociologia Geral, 1974; Universidade Emergente, o Ensino Superior Brasileiro em Iju (RS), 1984; Conhecimento e Educao, 1988; Pedagogia, a Cincia do Educador, 1990; Entre os 20 e 25 anos, quando realizava os estudos filosficos e teolgicos, Mario Osorio Marques (Frei Matias de So Francisco de Paula) organizou, tambm, um dicionrio de Filosofia Lexicon Philosophicum em latim, em trs volumes manuscritos, o qual permanece indito, podendo os originais serem encontrados na biblioteca da famlia.

31

MATIAS AIRES Matias Aires Ramos da Silva de Ea (So Paulo, 27 de maro, 1705 1763) foi um filsofo e escritor brasileiro. Escreveu obras em francs e latim e foi tambm tradutor de clssicos latinos. considerado por muitos o maior nome da filosofia de lngua portuguesa do seu tempo. Em Reflexes sobre a Vaidade dos Homens, cuja primeira edio de 1752, o autor tece suas reflexes a partir do trecho bblico extrado do Eclesiastes: Vanitas vanitatum et omnia vanitas, ou seja, "Vaidade das vaidades, tudo vaidade".

MIGUEL LEMOS Miguel Lemos (Niteri, 1854 Petrpolis, 1917) foi um filsofo brasileiro, de orientao positivista. Obras O apostolado positivista no Brasil (com Teixeira Mendes) O positivismo e a escravido moderna Pequenos ensaios positivistas Lus de Cames A questo de limites entre o Brasil e a Argentina Ortografia positivista MIGUEL REALE Miguel Reale (So Bento do Sapuca, 6 de novembro de 1910 So Paulo, 14 de abril de 2006) foi um filsofo, jurista, educador e poeta brasileiro e um dos lderes do integralismo no Brasil. pai do tambm jurista Miguel Reale Jnior. Conhecido como formulador da Teoria Tridimensional do Direito, onde a trade fato, valor e norma jurdica compe o conceito de Direito. Em linhas muito simples, um determinado fato desvalorado ou valorado atravs de uma norma jurdica.

32

Autor, entre outros, de Filosofia do Direito e de Lies Preliminares do Direito, obras clssicas do pensamento filosfico-jurdico brasileiro. Co-fundador do Instituto de Filosofia Brasileira de Lisboa, Portugal. Organizador de sete Congressos Brasileiros de Filosofia (1950 a 2002) e do VIII Congresso Interamericano de Filosofia (Braslia, 1972). Relator especial nos XII, XIII e XIV Congressos Internacionais de Filosofia (Veneza, 1958, Cidade do Mxico, 1963, e Viena, 1968). Conferencista especialmente convidado pelo XVI Congresso

Internacional (Dsseldorf, Alemanha, 1978) e XVIII (Brighton, Reino Unido, 1988). Organizador e presidente do II Congresso Brasileiro de Filosofia Jurdica e Social (So Paulo, 1986) e dos III e IV Congressos (Joo Pessoa, Paraba, 1988/1990).

Filosofia geral Atualidades de um mundo antigo (1936) A doutrina de Kant no Brasil (1949) Filosofia em So Paulo (1962) Horizontes do Direito e da Histria (1956) Introduo e Notas aos Cadernos de Filosofia de Diogo Antonio Feij (1967) Filosofia do Direito Fundamentos do Direito (1938) Filosofia do Direito (1953) Teoria Tridimensional do Direito (1968) O Direito como experincia (1968) Lies preliminares de Direito (1973)

NEWTON DA COSTA Newton Carneiro Affonso da Costa (Curitiba, 16 de setembro de 1929) um matemtico, lgico e filsofo brasileiro, de reputao internacional devido 33

principalmente aos seus trabalhos em lgica. Conseguiu trs graduaes pela Universidade Federal do Paran: em 1952 formou-se em engenharia civil, e em 1955 e 1956 obteve o bacharelado e licenciatura em Matemtica ambos pela Faculdade de Filosofia, Cincias e Letras. Lgicas paraconsistentes Em sistemas lgicos paraconsistentes a existncia de proposies

contraditrias no implica na trivialidade dos sistemas. As implicaes destes sistemas lgicos tem importncia acadmica e prtica tanto para os fundamentos quanto para as aplicaes de cincias como direito, matemtica, fsica e engenharia. Ser um dos criadores desta lgica no-clssica (tpico da lgica) deu parte do reconhecimento internacional que o Professor Da Costa granjeou. Os conhecidos clculos Cn de da Costa foram amplamente generalizados e ampliados pelas Lgicas da Inconsistncia Formal investigados por Walter A. Carnielli, Marcelo E. Coniglio e Joo Marcos. Juntamente com seu colega (e ex-orientando), o lgico Walter A. Carnielli, professor da UNICAMP, da Costa deu uma contribuio original Lgica Dontica. Da Costa e Carnielli mostraram que uma lgica menos rgida que a lgica clssica pode dar uma nova resposta aos chamados paradoxos denticos. Esta contribuio ao debate reconhecida no verbete Deontic Logic da Stanford Enc. of Philosophy. Teoria da Quase Verdade Da Costa com alguns de seus colaboradores, estendeu o conceito escolstico de verdade, formulando, maneira de Alfred Tarski, uma noo, a teoria da quase verdade ou verdade parcial que ento aplicou aos fundamentos da cincia. Fundamentos da matemtica e da fsica O mtodo axiomtico uma ferramenta que estende a compreenso a respeito dos limites e desdobramentos das teorias. As pesquisa de Da Costas incluem teoria dos modelos, teoria de Galois, axiomatizao da mecnica quntica e da relatividade restrita e teoria da complexidade.

34

Da Costa juntamente com o fsico Francisco A. Dria axiomatizou, utilizando o predicado de Suppes, vrias teorias fsicas, chegando a resultados importantes como o da incompletude ou indecidibilidade de certas proposies da teoria de sistemas dinmicos, em sua verso axiomatizada. Este resultado tambm foi estendido para o equilbrio de Nash. P=NP? O problema P=NP? um dos problemas mais importantes da teoria da computao e relaciona-se diretamente com a limitao do poder de processamento dos computadores, entre outras questes de aplicao prtica. Juntamente com Francisco A. Dria, Da Costa publicou dois artigos que condicionam a consistncia do problema P=NP? teoria de conjuntos ZFC. Os resultados obtidos so similares aos obtidos por outros autores e a comunidade cientfica ainda est avaliando estes resultados. Linhas de pesquisa Anlise matemtica Anlise superior Fundamentos da matemtica Sistemas formais inconsistentes Fundamentos da teoria das categorias Teoria dos conjuntos no-cantorianas Fundamentos da probabilidade Inferncia indutiva Estrutura da cincia reas de atuao Lgica lgebra Relatividade e Gravitao

35

Livros N.C.A. da Costa, Lgica Indutiva e Probabilidade. HucitecEdUSP, 2a. ed., So Paulo, 1993. N.C.A. da Costa, Logique Classique et Non-Classique. Paris, Masson, 1997. N.C.A. da Costa, O conhecimento cientfico. So Paulo, Discurso Editorial, 2a. Ed., 1999. N.C.A. da Costa and S. French, Science and Partial Truth: A Unitary Approach to Models and Scientific Reasoning. (Oxford Studies in philosophy of science), oxford university press, 2003.

NILDO VIANA Nildo Silva Viana (Goinia, 6 de maio de 1965) um socilogo e filsofo brasileiro. Sua obra abrange alguns temas bsicos, tal como a sociologia, filosofia, marxismo, sociedade contempornea, epistemologia, violncia, neoliberalismo, valores, arte, psicologia, representaes cotidianas, psicanlise, autogesto social. Representante de uma corrente crtica da sociologia, das cincias humanas, filosofia e pensamento poltico contemporneo, de orientao marxista, numa verso libertria de marxismo. Karl Marx e Karl Korsch so as principais influncias em seu pensamento. Seus textos partem de uma anlise marxista da sociedade, enfatizando a categoria de totalidade e a luta de classes como principais recursos heursticos para a pesquisa engajada no processo de transformao social. Sua orientao intelectual considerada por alguns como "multidisciplinar", mas, no entanto, ele mesmo a qualifica de "adisciplinar", neologismo que quer dizer fora do espao da diviso do trabalho intelectual e da especializao, tal como expresso em seu artigo: Universidade e Especializao: O Ovo da Serpente. por isso que ele aborda as mais variadas temticas, objetos de estudo de variadas disciplinas, e trabalha a categoria de totalidade como fundamental.

36

Principais obras Estado, democracia e cidadania; A conscincia da Histria; Escritos metodolgicos de Marx; Inconsciente coletivo e materialismo histrico; Heris e super-heris no mundo dos quadrinhos;

Principais teses Este pensador parte da discusso sobre materialismo histrico para desenvolver suas teses. Em A Conscincia da Histria, ele segue a linha de Lukcs e Korsch, tanto na forma (so "ensaios") quanto no contedo (a viso crtica do marxismo ocidental e uma forte influncia hegeliana). Ele discute questes como a relao entre base e superestrutura, entre materialismo histrico e dialtico e realiza a crtica das interpretaes leninista e social-democracia da dialtica marxista. Esta obra se insere na tradio chamada "historicista", "hegeliana" e "esquerdista" do marxismo, o que demarca sua diferena em relao a outras posies consideradas marxistas, tal como o marxismo-leninismo, a social-democracia e se filia tradio das tendncias crticas e esquerdistas do marxismo (especialmente o chamado comunismo de conselhos). Ele parte do pensamento de Marx para reconsiderar a questo do capitalismo e da explorao, realizando uma anlise crtica da democracia, da cidadania e do Estado, para apresentar as possibilidades de transformao social, baseando-se no princpio da autogesto social. Ele aborda em sua obra Estado, Democracia e Cidadania, todos estes aspectos do desenvolvimento da poltica institucional no capitalismo de forma polmica. Na continuidade de suas teses, ele apresenta uma teoria dos Partidos Polticos, mostrando o carter burocrtico destas instituies, em seu livro O Que so partidos polticos. Ele apresenta uma definio rigorosa de partido poltico, e ultrapassa as costumeiras obras descritivas sobre este fenmeno, abordando-o de forma explicativa. Este texto um complemento de Estado, Democracia e Cidadania, e como os demais, uma obra polmica e crtica. 37

Uma de suas teses principais reside na concepo de que a histria do capitalismo pode ser analisado em termos da sucesso de "regimes de acumulao". Desenvolvendo as teses da "Escola da Regulao" e de Rabah Benakouche, ele discute exaustivamente a noo de regime de acumulao e embora faa uma anlise dos regimes de acumulao que se sucederam na histria, ele focaliza e desenvolve uma anlise mais pormenorizada do regime de acumulao integral, o atual regime de acumulao do capitalismo contemporneo. Em sua abordagem, o regime de acumulao fundada na luta de classes, de acordo com sua viso marxista. Ele desenvolve, numa sries de artigos, uma anlise da sociedade moderna, tal como a violncia nas escolas, reforma universitria no Brasil, proposta de reduo da idade penal no Brasil, partindo de sua concepo de acumulao integral. A sua concepo poltica aponta para um "marxismo libertrio", inspirado, fundamentalmente, em Anton Pannekoek e Karl Korsch, realizando uma crtica da social-democracia e do bolchevismo, e apontando a autogesto social via conselhos operrios como o meio de libertao humana. Para ele, o marxismo no est em crise, mas to-somente o pseudomarxismo expresso na social-democracia e no bolchevismo, pois o verdadeiro marxismo, libertrio, radical, sempre foi marginal. Ele compartilha com Pannekoek e outros pensadores, a tese de que a Rssia no instituiu um socialismo e sim um "capitalismo de Estado". Em textos como A Crise do Pseudomarxismo e O Capitalismo de Estado da URSS, ele desenvolve tais teses e no artigo O Marxismo Libertrio de Anton Pannekoek e em O que Autogesto, entre outros textos, apresenta sua concepo de emancipao humana. A sua tese a de que a emancipao da classe operria obra da prpria classe operria e assim que se descobre o movimento real de transformao social e o processo de constituio da sociedade autogerida. A tese exposta neste artigo ganha sistematicidade e aprofundamento em seu livro Manifesto Autogestionrio, publicado em 2008. Partindo desta perspectiva, ele desenvolve uma anlise sobre as mais variadas temticas, abordando a filosofia, a sociologia, os super-heris dos quadrinhos, a violncia, o marxismo, os valores, entre vrios outros, sendo fiel a sua crtica da diviso do trabalho intelectual e da especializao. Ele apresenta, em A Filosofia e Sua Sombra, uma definio precisa de filosofia e discute seus temas fundamentais, apresenta a tese polmica do "fim da filosofia", fundamentando-se em Marx e Marcuse, aps apontar o

38

"lado sombrio da filosofia". Em seu livro sobre Heris e Super-Heris no mundo dos quadrinhos apresenta uma anlise sociolgica-psicanaltica destes personagens, relacionando-os com a axiologia e o inconsciente coletivo, bem como analisando o processo histrico de sua formao, contribuindo, assim, com a sociologia das histrias em quadrinhos. No livro Os valores na sociedade moderna, aborda teoricamente o conceito de valores e busca distinguir entre os valores axiolgicos" e os "valores axionmicos". Uma de suas ltimas teses a polmica idia do fim do marxismo, segundo a qual o marxismo no estaria em crise e sim aproximando-se do seu fim. Para ele, o que est em crise o pseudomarxismo expresso no bolchevismo, na socialdemocracia e no "marxismo acadmico" e no o marxismo autntico. Este sempre teria sido marginal na sociedade capitalista e, portanto, o abandono desta concepo na contemporaneidade nada mais que o abandono de suas deformaes. O marxismo autntico, ao contrrio, tende a se fortalecer com a ascenso das lutas operrias e se realizar, chegando, portanto, ao seu fim. Toda sua obra est voltada para a teoria da autogesto social, buscando analisar criticamente a sociedade capitalista e seu processo de reproduo e as lutas de classes, inclusive as lutas culturais, no seu interior e apontando para a necessidade de uma nova sociedade, fundada na autogesto social. Principais influncias Este pensador demonstra, em seus escritos, algumas influncias fundamentais e outras menos relevantes. Em matria de concepo poltica, alm da obra de Marx, possvel notar em seu pensamento a influncia de Anton Pannekoek, Karl Korsch, Otto Rhle, entre outros representantes do comunismo de conselhos. No aspecto metodolgico, as maiores influncias so Marx e Korsch, bem como na discusso sobre marxismo, pois baseado em Korsch e sua definio de marxismo como "expresso terica do movimento operrio" que ele ir distinguir entre marxismo autntico e pseudomarxismo. Tambm as obras de Erich Fromm, Jean Barrot, Maurcio Tragtenberg, Freud, Marcuse, Robert Michels, entre outros, tambm so importantes em suas formulaes, tal como o anarquismo, principalmente Daniel Gurin e Mikhail Bakunin. A psicanlise tambm exerce grande influncia sobre seu pensamento, e ele produziu algumas obras tentando estabelecer uma sntese entre marxismo autntico e psicanlise. As obras de Freud e Fromm so as mais citadas por ele em sua produo 39

voltada para questes psicanalticas. Mas outros psicanalistas esto presentes em sua anlise, tal como Reich, Jung e outros. Assim, as influncias mais importantes no seu pensamento so o marxismo (de Marx e alguns outros que ele denomina "marxismo autntico"), psicanlise e anarquismo. Dados de Edio dos livros A Esfera Artstica: Marx, Weber, Bourdieu e a Sociologia da Arte (Porto Alegre: Zouk, 2007); A conscincia da Histria (Goinia: Edies Combate, 1997; 2a edio, revista e ampliada, Rio de Janeiro: Achiam, 2007); Escritos metodolgicos de Marx(Goinia: Edies Germinal (1998, 2001), reeditado: Goinia: Alternativa, 2007); Tropicalismo - A ambivalncia de um movimento artstico (Rio de Janeiro: Corifeu, 2007); O Fim do Marxismo e outros ensaios (So Paulo: Giz Editorial, 2007).

OLAVO DE CARVALHO Olavo Luiz Pimentel de Carvalho (Campinas, 29 de abril de 1947) filsofo, jornalista e ensasta brasileiro. O primeiro livro foi lanado em 1980 e chama-se A imagem do homem na astrologia, um livro sobre astrologia. Em 1996, publica o livro que o torna conhecido, O imbecil coletivo: atualidades inculturais brasileiras, no qual critica o meio cultural e intelectual brasileiro. A partir da cresceram os artigos e crticas a pessoas e organizaes de esquerda e, da mesma forma, tem recebido tambm muitas crticas de vrios setores. Trabalhou em revistas e peridicos tais como Bravo!, Primeira Leitura, O Globo, poca e Zero Hora, tendo sido demitido destes trs ltimos[4]. Atualmente colunista no Jornal do Brasil e do Dirio do Comrcio, peridico mantido pela Associao Comercial de So Paulo. Em 2002, lanou, com o apoio financeiro da Associao Comercial de So Paulo, o site de notcias conservador Mdia Sem Mscara. Desde 2005 reside nos Estados Unidos. 40

Caractersticas da obra De acordo com o prprio Olavo de Carvalho, o principal elemento do pensamento "a defesa da interioridade humana contra a tirania da autoridade coletiva, sobretudo quando escorada numa ideologia cientfica"[5], ideologias aqui entendidas, na obra do autor, como o positivismo, cientificismo, evolucionismo, comunismo e socialismo, entre outras. Segundo Carvalho, haveria um vnculo indissolvel entre a objetividade do conhecimento e a autonomia da conscincia individual. Para o autor, a conscincia individual comprometida quando usada de forma exclusiva como critrio de validade do saber para uso de uma classe, como, por exemplo, a "classe acadmica", ou a "classe intelectual". recorrente na obra a assertiva de que o mais slido abrigo da conscincia individual contra a alienao estaria nas antigas tradies espirituais e simblicas: taosmo, judasmo, cristianismo e islamismo. No obstante, alguns crticos apontam que o autor nunca se deteve na questo das tradies espirituais no serem propriamente criaes da conscincia individual, mas consistirem em empreendimentos etnogrficos e, portanto, coletivos. Outros crticos questionam tambm, o que julgam ser seletividade do autor ao deixar de lado de a anlise tradies espirituais como o hindusmo, o zoroastrismo, o budismo etc. Olavo de Carvalho tambm procura identificar novas formas de interpretao para os smbolos e ritos das tradies espirituais j mencionadas, tornando-as matrizes de um sistema de pensamento filosfico e cientfico, que pode ser usado na resoluo de problemas atuais da cultura e da civilizao. Um exemplo desse sistema de resoluo de problemas o breve ensaio intitulado Os Gneros Literrios: Seus Fundamentos Metafsicos, no qual o pensador emprega o simbolismo dos tempos verbais de certas lnguas sacras (v.g. rabe, hebraico, snscrito e grego antigo) para refundamentar e ressignificar as distines entre os gneros literrios. Outro exemplo Uma Filosofia Aristotlica da Cultura Introduo Teoria dos Quatro Discursos, obra na qual o autor busca promover uma reinterpretao 41

dos escritos lgicos de Aristteles, sustentando a existncia, entre a Potica, a Retrica, a Dialtica e a Lgica, de princpios comuns que subentenderiam uma cincia unificada do discurso, na qual encontrar-se-iam respostas a muitas questes atuais de interdisciplinaridade. A propsito, a obra e o legado filosfico do estagirita so habitualmente citadas e discutidas nos escritos de Olavo de Carvalho, sendo esta uma das influncias intelectuais mais visveis. Da obra publicada de Olavo de Carvalho no Brasil destaca-se tambm o O Jardim das Aflies - De Epicuro Ressurreio de Csar: Ensaio sobre o Materialismo e a Religio Civil, trabalho no qual sustenta a existncia de interconexes principiolgicas entre Epicurismo e Marxismo. tambm nesse trabalho que Carvalho elege certos smbolos e arqutipos primordiais da humanidade como o Leviat e o Behemoth bblicos, a cruz do Cristianismo, o khien e o khouen da tradio chinesa do I Ching, entre outros, para erigir as bases estruturais de uma Filosofia da Histria, com vistas a dar sentido e unicidade obra escrita, extremamente frtil em textos, apostilas, ensaios, videoaulas e artigos esparsos (e as respectivas compilaes), mas carecedora de livros estruturados, no sentido estrito do termo. A tcnica narrativa de O Jardim das Aflies relativamente simples: partindo de um evento aparentemente menor e quotidiano, Carvalho toma-o como case para demonstrar as relaes entre o pequeno e o grande, o quotidiano e o eterno, o mundano e o erudito, o secular e o sacro e outras dicotomias. Tal estrutura, mediante giros concntricos e hiprboles, aambarcaria, no entender do autor, o horizonte de toda a cultura ocidental. Por essa e outras razes, o Jardim considerado, por certos crticos, o livro mais bem estruturado (do ponto de vista narrativo) do filsofo, contrastando com a imagem habitual de Carvalho como cronista poltico e pelas coletneas impressas de ensaios, polmicas culturais e artigos esparsos, como O Imbecil Coletivo: Atualidades Inculturais Brasileiras e A Longa Marcha da Vaca para o Brejo: O Imbecil Coletivo II, que primeiro o notabilizaram (positiva ou negativamente) perante o grande pblico, para fora de um crculo - relativamente inicitico - de estudantes e alunos dos cursos.

42

Os alvos da crtica do autor Olavo de Carvalho costuma fazer em seus livros, ensaios e artigos fortes crticas a uma parte da academia e elite intelectual (principalmente a brasileira). Marilena Chau e Emir Sader so, nesse tocante, alvos bastante habituais. Ao citar estes e outros autores, Carvalho denuncia o que considera serem, conforme o caso, aparelhamento e patrulhamento ideolgico, imposturas acadmicas e falcias intelectuais, como aqueles que levem em considerao exclusiva as massas, o materialismo e o culto ao Estado, em detrimento do indivduo e da liberdade de conscincia. Carvalho tambm costuma criticar a postura do establishment acadmico e intelectual para com seu trabalho, que normalmente criticado por ser desprovido de titulao e ctedra acadmicas que lhe dem justificao formal. Olavo costuma responder tais crticas alegando ser um autodidata e partidrio do homeschooling. Olavo de Carvalho, a despeito de seu passado de militante comunista, na juventude, tambm um crtico mordaz de movimentos polticos de esquerda, do Socialismo, dos movimentos sociais e das organizaes globalistas. Nesse contexto, so habitualmente alvos da crtica de Olavo de Carvalho, em trabalhos e artigos, entidades como a Fundao Ford, a Fundao Rockefeller, o Council of Foreign Relations, o Frum Social Mundial e a Indymedia e indivduos como Barack Obama [6] [7] George Soros e Al Gore e, no Brasil, o Foro de So Paulo, a CNBB, o MST e o Partido dos Trabalhadores, entre outros. Ultimamente, Carvalho tem se dedicado, a estudar o movimento abortista e o ativismo gay (e as respectivas manifestaes em territrio brasileiro) que, segundo o autor, estariam integrados a movimentos e fluxos maiores de internacionalizao e massificao de valores materialistas, segundo agendas que seriam ditadas pela burocracia internacional, notadamente a Organizao das Naes Unidas. Majoritariamente, as crticas feitas a Olavo de Carvalho abordam a ausncia de titulao acadmica em Filosofia e, no caso de artigos jornalsticos ou sobre temas contemporneos brasileiros e internacionais, o que se costuma reputar como conspiracionismo e alarmismo anticomunista. 43

O autor responde tais crticas alegando que a maioria das previses quanto a atualidade poltica brasileira teriam se cumprido, tais como expostas em obras como A Nova Era e a Revoluo Cultural: Fritjof seura & Antonio Gramsci (1994) e nos artigos publicados em jornais. Divulgao cientfica e cultural Olavo de Carvalho coordenador de sries editoriais (como a Biblioteca de Filosofia da Editora Record e os Ensaios Reunidos de Otto Maria Carpeaux, pela Editora Topbooks), tendo escrito um nmero considervel de prefcios, posfcios, anotaes e introdues a obras de pensadores e intelectuais diversos, como o prprio Otto Maria Carpeaux, Jos Osvaldo de Meira Penna, Constantin Noica, Alain Peyrefitte, Jean-Franois Revel, Eugen Rosenstock-Huessy, Mrio Ferreira dos Santos e outros. Seja por meio de artigos e colunas, seja por meio de seminrios e cursos, Olavo divulgador da obra de pensadores tidos por ele como pouco discutidos ou estudados no Brasil, tais como Xavier Zubiri, Eric Voegelin (cuja traduo de A Nova Cincia da Poltica, por Jos Viegas, considerada falha e irregular por Carvalho), alm de Bernard Lonergan, Ren Girard, Viktor Frankl, Karl Kraus, Leopold Szondi, Jacob Burckhardt e outros. Livros publicados A imagem do homem na astrologia. So Paulo: Jvpiter. 1980. O crime da Madre Agnes ou A confuso entre espiritualidade e psiquismo. So Paulo: Speculum. 1983. Questes de simbolismo astrolgico. So Paulo: Speculum. 1983 Universalidade e abstrao e outros estudos. So Paulo: Speculum. 1983. Astros e smbolos. So Paulo: Nova Stella. 1985.

44

OLGRIA MATOS Olgria Chain Feres Matos professora titular da Universidade Federal de So Paulo (UNIFESP), sendo a criadora e coordenadora do seu curso de Filosofia. Antes disso foi professora titular de Teoria das Cincias Humanas no Departamento de Filosofia da Faculdade de Filosofia Letras e Cincias Humanas da Universidade de So Paulo, aposentando-se em 2005. estudiosa da Escola de Frankfurt.

OSWALDO GIACIA JNIOR

Oswaldo Giacia Jnior um filsofo e professor brasileiro, atualmente livre docente na Universidade Estadual de Campinas Perspicaz estudioso de Nietzsche (reconhecido internacionalmente por tal alcunha), bem como do idealismo alemo e de seus desdobramentos contemporneos diversos, dos quais o pensamento de Michel Foucault, Hans Kelsen, Carl Schmitt, Giorgio Agamben etc. Obras Pequeno Dicionrio de Filosofia Contempornea, ed. Publifolha 2006, 183 pg., ISBN 8 57 402717 0 Sonhos e Pesadelos da Razo Esclarecida: Nietzsche e a Modernidade, ed. UPF 2005, 220 pg., ISBN 8 57 515262 9 Nietzsche Como Psiclogo, ed. UNISINOS 2004, 152 pg., ISBN 8 57 431074 3 Nietzche e para Alm de Bem e Mal, ed. Jorge Zahar 2002, 76 pg., ISBN 8 57 110667 3 Nietzsche, ed. Publifolha 2000, 92 pg., ISBN 8 57 402212 8

45

OSWALDO PORCHAT PEREIRA Oswaldo Porchat Pereira ( um filsofo brasileiro, fundador do neopirronismo. autor, dentre outros, de Cincia de dialtica em Aristteles e Rumo ao ceticismo, ambos nas livrarias. considerado, por alguns, o nico filsofo brasileiro, no sentido de algum que possui idias filosficas prprias e as defende, e no apenas estuda a histria da filosofia[carece de fontes?].

PAULO ARANTES Paulo Eduardo Arantes (So Paulo, 1942) um filsofo brasileiro. Doutor em Filosofia pela Universidade de Paris IV (Paris-Sorbonne), professor aposentado pela Universidade de So Paulo, um importante pensador marxista. Dirige a coleo Zero Esquerda da Editora Vozes e a Coleo Estado de Stio da Boitempo. autor de uma respeitvel obra que associa o rigor da filosofia hegeliana e marxista com anlises sociolgicas e antropolgicas da realidade cultural do Brasil. Principais Publicaes 1981 - Hegel: a ordem do tempo. 1992 - Um ponto cego no projeto moderno de Jrgen Habermas. 1992 - Sentimento da dialtica. 1994 - Um departamento francs de ultramar. 1996 - Ressentimento da dialtica.

46

PAULO GHIRALDELLI JR. Paulo Ghiraldelli Jr. (So Paulo, 23 de agosto de 1957) um filsofo brasileiro. Filho e neto de homens de letras, ele adotou a vida intelectual muito jovem, trabalhando em jornais e, depois, em escolas de todo tipo e lugar. Possui uma definio peculiar sobre a funo da filosofia que, segundo Ghiraldelli, a desbanalizao do banal. Atuao Filosofia, filosofia da educao e histria da educao. Filosofia e atualidade A formao filosfica inicial de Paulo Ghiraldelli Jr. se deu no mbito do marxismo e, depois, na Escola de Frankfurt. Lendo e estudando filosofia analtica, avanou em direo ao pragmatismo e adentrou na cultura americana. Tendo trabalhado em filosofia e filosofia da educao sob inspirao de Richard Rorty (1931-2007) e Donald Davidson (1917-2003), tornou-se amigo de ambos, tendo publicado junto com o primeiro o Ensaios pragmatistas sobre subjetividade e verdade (Rio de Janeiro: DPA, 2001). Filsofo interessado nos clssicos, ele mantm um apreo pelas leituras em torno de Scrates, seguindo de perto a produo de helenistas, em especial a obra de Gregory Vlastos. Nesta rea, contribuiu para desfazer uma srie de equvocos sobre o elenkhos e a maiutica na historiografia socrtica brasileira. Conhecido pela sua maneira original de filosofar, que articula pragmatismo e Escola de Frankfurt, Paulo Ghiraldelli inovou no campo tanto dos estudos mais tcnicos em filosofia, com abordagens novas sobre Davidson e seu papel no pragmatismo (veja: O que pragmatismo. So Paulo: Brasiliense, 2007) e sobre o corpo e suas relaes com a filosofia e a sociedade, ele passou a ser lido e procurado como filsofo de grande capacidade inovadora e de fala didtica e compreensiva. Como filsofo, Paulo Ghiraldelli Jr. tornou-se conhecido pela sua definio de que a filosofia a "desbanalizao do banal". Alm disso, foi bem recebido em crculos

47

especializados por causa de seus estudos originais sobre filosofia do corpo, a saber, a defesa da tese de que a ps-modernidade lana o corpo como um duplo, mquina e Eu, para substituir a antiga figura moderna do "sujeito e do indivduo". No campo da filosofia da educao criou uma proposta prpria, a das "narrativas redescritivas", defendidas em edies recentes do livro O que pedagogia (So Paulo: Brasiliense, 2007). Paulo Ghiraldelli tem se mantido como um dos filsofos mais lidos e mais polmicos do Brasil, continuando seus trabalhos nas duas reas. Publicou nos ltimos anos: Caminhos da filosofia (DPA, 2005), Histria da educaao brasileira (Cortez, 2005) e Filosofia da educao (tica, 2006). Desenvolve com sua esposa, Francielle Maria Chies Ghiraldelli o projeto da TV Filosofia, uma TV online que funciona 24 horas por dia no Portal Brasileiro da Filosofia. A TV Filosofia tem um programa ao vivo chamado "Fil das 10?, todas as noites. Pode ser visto na parte de TV do filosofia.pro.br ou direto no canal da TV Filosofia. O filsofo um crtico e polemista vigoroso, atuando em jornais importantes. Escreve regularmente no jornal O Estado de So Paulo, abordando temas sociais, polticos e educacionais. Seus blogs so muito procurados: Ghiraldelli.pro.br e http://ghiraldelli.blogspot.com Livros publicados Educao e movimento operrio.(1987) So Paulo: Cortez. Educao fsica progressista.(1987) So Paulo: Loyola O que pedagogia.(1987) So Paulo: Brasiliense Histria da educao.(1990) So Paulo: Cortez Pedagogia e luta de classes.(1991) Ibitinga: Humanidades

PLNIO SALGADO Plnio Salgado (So Bento do Sapuca, 22 de janeiro de 1895 So Paulo, 8 de dezembro de 1975) foi um jornalista, intelectual e filsofo brasileiro que ajudou a fundar a Ao Integralista Brasileira, tornando-se o chefe deste movimento nacional. O

48

Integralismo de Plnio Salgado configurou-se como o maior movimento nacionalista da histria do Brasil. Nos anos 50, Plnio foi candidato a presidente da repblica pelo Partido de Representao Popular, mas foi derrotado por Juscelino Kubitschek. Dos anos 60 em diante, notabilizou-se por seu conservadorismo e seu apoio ao regime militar brasileiro. Prestigiado entre os militares, chegou a escrever lucrativos compndios de Educao Moral e Cvica para o regime. Entrevistado sobre a Semana de 22, movimento notoriamente rebelde do qual participou, em 1972 Salgado destacou seu discurso no Tiro de Guerra, que falava em Ordem, Hierarquia e Autoridade. Morreu em 1975 em Braslia, como deputado ligado ao regime militar vigente. Glauber Rocha chegou a denunciar a ligao dos integralistas com o regime militar vigente em um de seus filmes dos anos 70, acusando-os de fascismo. Plnio Salgado foi adversrio do comunismo sendo que sua principal obra a respeito foi: Doutrinas e Tticas do Comunismo. Pensamento No centro do pensamento social e poltico de Plnio Salgado, est o Homem Integral. Nele se alicera a sua Doutrina do Integralismo Brasileiro. Escreveu Plnio Salgado: "acima dos regimes, que tudo prometem, existe o prprio Homem, cuja personalidade cumpre preservar, e acima do Homem existe o seu Criador, para cujo seio devemos dirigir os nossos passos na terra, atravs de to curta passagem por este mundo" [1]. Ou ainda: "A pessoa Humana, para ns, ponto de partida e de chegada de todas as cogitaes sociais e polticas, o fundamento dos grupos naturais, a fonte do direito e da independncia das Naes" [2]. Plnio Salgado combateu o que considerou concepes mutiladoras ou unilaterais do homem, com destaque para o Individualismo, o Colectivismo, e o Estatismo. Essas concepes provinham de vrias fontes: de um lado, havia o pensamento proveniente de Jean-Jacques Rousseau e de forma geral dos Enciclopedistas; de outro, o "optimismo liberalista de Locke"; e, de outro lado ainda, o "pessimismo totalitarista" de Hobbes.

49

O Individualismo "parte de Rousseau e termina em Nietzsche"[4] [5]

[3]

, nele se

incluindo tanto o positivismo de Comte, "criando uma divindade irreal no culto de uma humanidade abstracta" William James[6]

, como o evolucionismo de Spencer

ou o pragmatismo de

. O colectivismo provinha tambm de Rousseau, desembocando em

Marx, enquanto o totalitarismo provinha sobretudo de Hobbes. Estas concepes unilaterais do homem, e outras ainda de menor importncia, sintetizou-as Plnio Salgado no seguinte trecho: "Uns viram no homem apenas sua realidade econmica; o Homem-Econmico de Marx. Outros s viram a realidade poltica; o Homem Cvico das democracias agnsticas. Outros s viram as realidades do prazer sensual; o Homem Pansexualista de Freud. Outros s viram as realidades dos impulsos violentos e dominadores; o Super-Homem de Nietzsche. Outros s viram as realidades de diferenciao do plasma germinativo; e engendraram o HomemRaa de Gumplowicz, de Ratzenhoffer, de Houston Chamberlain e de Gobineau. Anteriormente, Rousseau e Locke haviam considerado apenas a bondade natural do ser humano, ao passo que Hobbes considerou somente a maldade natural da nossa Espcie"[7] Para Plnio Salgado, a consequncia dessas concepes mutiladas do Homem a produo de monstros: "O monstro Indivduo, o monstro Colectividade, o monstro Estado, o monstro Raa, o monstro Liberdade." [8] Pela valorizao do Homem, segundo Cristo, via Plnio Salgado a forma de restaurar a Democracia ameaada pelos totalitarismos contemporneos: "Se a Democracia a livre expresso da personalidade humana, preciso buscar nas razes do Homem o princpio vital do sistema poltico a que ele aspira." "A vida da Democracia est na alma de cada cidado". [9] Plnio Salgado segundo os seus detractores O escritor Jorge Amado descreve o que ele pensa ser Plnio Salgado na obra "Vida de Luis Carlos Prestes - O cavaleiro da esperana": Nunca, em todo mundo, incluindo o futurismo de Marinetti no fscio italiano, incluindo as teorias rias do nazismo alemo, nunca se escreveu tanta idiotice, tanta cretinice, em to m literatura, como o fez o integralismo no Brasil. Foi um momento 50

onde maior que o ridculo s era a desonestidade. Plnio Salgado, fhrer de opereta, messias de teatro barato, tinha o micrbio da m literatura. Tendo fracassado nos seus plgios de Oswald de Andrade, convencido que no nascera para copiar boa literatura, plagia nesses anos o que h de pior em letra de frma no mundo. a literatura mais imbecil que imaginar se possa. Luis Carlos Prestes, reconhece, aps o fim de sua coluna, que Plnio e o Integralismo foram os principais responsveis por sua derrota. Produo literria Tabor (poesias), 1919. A Anta e o curupira (poesia), 1926. O estrangeiro (romance), 1926. Discurso s estrelas (crnicas), 1926. Literatura e poltica (ensaio), 1927. O curupira e o carao ( colaborao com Cassiano Ricardo e Menotti del Picchia). Literatura Gacha (ensaio), 1928. O esperado (romance), 1931. Oriente (viagem), 1932. O Cavaleiro de Itarar (romance), 1933. A voz do oeste (ensaio), 1933. Vida de Jesus (relato), 1942. O rei dos reis (ensaio), 1945. A aliana do sim e do no (romance), sem data. Minha segunda priso e meu exlio (dirio). Reconstruo do homem (ensaio), 1983. e muitas obras de poltica e religio, entre outras Bibliografia Sacerdos, O Homem Integral e o Estado Integral (Uma introduo filosofia poltica de Plnio Salgado), So Paulo, Editora Voz do Oeste, 1987. A Vida de Jesus; Psicologia da Revoluo; O Que Integralismo; Madrugada do Esprito; Quarta Humanidade; Integralismo Perante a Nao.

51

RAIMUNDO TEIXEIRA MENDES Raimundo Teixeira Mendes (Caxias, 5 de janeiro de 1855 Rio de Janeiro, 1927) foi um filsofo e matemtico brasileiro, autor da bandeira nacional republicana. A importncia de Teixeira Mendes reside na sua vigorosa e contnua atuao poltica, filosfica, social e religiosa, baseada nos princpios propostos pelo filsofo francs Augusto Comte, isto , no Positivismo, em sua verso religiosa (a Religio da Humanidade). Assim como o companheiro, amigo e, a partir de certa altura, cunhado Miguel Lemos, Teixeira Mendes inicialmente aderiu obra estritamente filosfica de Comte, ou seja, ao "Sistema de Filosofia Positiva", recusando o "Sistema de Poltica Positiva". Todavia, a partir de uma viagem de estudos que Miguel Lemos empreendeu a Paris, em que se converteu Religio da Humanidade, Teixeira Mendes foi convencido pelo amigo da correo da obra religiosa de Comte e a partir da iniciou uma longa e importante carreira apostlica e poltica, influenciando os eventos sociais no Brasil, a partir de sua atuao na Igreja Positivista do Brasil, sediada no Rio de Janeiro (ento capital do Imprio e, depois, da Repblica). Enquanto Miguel Lemos era o Diretor da Igreja, Teixeira Mendes tornou-se seu vice-Diretor. Ao longo da dcada de 1880 Miguel Lemos e Teixeira Mendes empreenderam uma atividade de propaganda do Positivismo e de interpretao da realidade sciopoltico-econmica brasileira luz da doutrina comtiana, o que, em termos prticos, significou, naquele momento, na defesa da abolio da escravatura, da proclamao da repblica, na separao entre a Igreja e o Estado e na instituio geral de reformas que permitissem a "incorporao do proletariado sociedade" (ou seja, a incluso social, no jargo comtiano). Em 1888 a abolio da escravatura veio coroar de xito parcial seus esforos, juntamente com diversos outros lderes e agitadores abolicionistas. Todavia, sua importncia tornou-se realmente grande em 1889, quando o tambm positivista religioso Benjamin Constant Botelho de Magalhes liderou o movimento que destituiu o Gabinete do Visconde de Ouro Preto e proclamou a Repblica, no amanhecer do dia 15 de novembro.

52

Imediatamente aps a proclamao da Repblica, Miguel Lemos e Teixeira Mendes reuniram-se com Benjamin Constant para avaliar o movimento e a situao e apoiar ou no o novo regime. Embora preferissem outra direo para os acontecimentos, a nova repblica tinha o apoio da Igreja Positivista. Quatro dias aps a proclamao, no dia 19 de novembro, Teixeira Mendes apresentou ao governo provisrio, por meio do Ministro da Agricultura, o tambm positivista Demtrio Ribeiro, um projeto de bandeira nacional republicana, em substituio ao projeto anterior, cpia servil da bandeira estadunidense (apenas com as cores trocadas). Esse projeto atualizou a bandeira imperial, mantendo o verde e o amarelo - indicando com isso a permanncia da sociedade brasileira - e substituindo o braso imperial pela esfera armilar com uma idealizao do cu do dia 15 de novembro e o dstico "Ordem e Progresso" (da autoria de Augusto Comte) - indicando a evoluo para um regime poltico aperfeioado e o esprito que deveria animar esse novo regime. O projeto foi prontamente aceito. Nas dcadas seguintes a atuao de Teixeira Mendes fez somente crescer, com a participao nos mais importantes eventos polticos da nova repblica: a separao entre a Igreja e o Estado, a revolta da vacina, a negociao dos limites territorias (por obra do Baro do Rio Branco), a participao do Brasil na I Guerra Mundial, a legislao trabalhista (ento inexistente), o respeito s mulheres, a proteo dos animais e inmeros outros. Embora desde 1905 Teixeira Mendes tenha assumido a liderana da Igreja Positivista, em substituio a Miguel Lemos, que se encontrava enfermo, no abandonou o ttulo de "vice-Diretor" do Apostolado, mesmo em 1917, quando Lemos faleceu. Sua morte, em 1927, parece pressagiar igualmente o fim de uma etapa do regime que ajudou a criar: aquilo que os historiadores posteriores chamariam de "Repblica Velha" deixaria de existir trs anos depois. Enterrado no cemitrio S. Joo Batista, no Rio de Janeiro, seu cortejo fnebre parou a cidade do Rio. RAIMUNDO DE FARIAS BRITO

53

Farias Brito (1862-1917), escritor e filsofo brasileiro. Raimundo de Farias Brito (So Benedito, CE, Brasil, 24 de julho de 1862 Rio de Janeiro, 16 de janeiro de 1917) foi um escritor e filsofo brasileiro, sendo considerado como um dos maiores nomes do pensamento filosfico do pas e autor de uma das mais completas obras filosficas produzidas originalmente no Brasil, onde identificou os planos do conhecimento e do ser, voltando dogmaticamente metafsica tradicional, de carter espiritualista. Filosofia Muito religioso, em suas primeiras obras criticou a filosofia da poca, a seu ver dissolvente, propondo-se a combater o materialismo, a teoria da evoluo e o relativismo, pregando um Deus como um princpio que explica a natureza e serve de base ao mecanismo da ordem moral na sociedade. Nas obras seguintes evoluiu para um espiritualismo mais pronunciado, abandonando o naturalismo inicial. O pensamento do filsofo poderia ser resumido nas seguintes palavras: H pois a luz, h a natureza e h a conscincia. A natureza Deus representado, a luz Deus em sua essncia e a conscincia Deus percebido. Obras A obra filosfica de Farias Brito compe-se de duas trilogias: Finalidade do mundo A Filosofia como Atividade Permanente do Esprito (1895) A Filosofia Moderna (1899) Evoluo e Relatividade (1905) Ensaios sobre a Filosofia do Esprito A Verdade como Regra das Aes (1905) A Base Fsica do Esprito (1912)

54

O Mundo Interior (1914)

RENATO JANINE RIBEIRO Renato Janine Ribeiro (Araatuba, 9 de dezembro de 1949) um filsofo brasileiro. Atualmente professor-titular da cadeira de tica e Filosofia Poltica da Faculdade de Filosofia, Letras e Cincias Humanas da Universidade de So Paulo (FFLCH-USP). Renato Janine um filsofo brasileiro conhecido sobretudo por seus trabalhos sobre o pensador ingls Thomas Hobbes, acerca da cultura poltica nas sociedades ocidentais dissidentes (entre as quais inclui o Brasil e a Amrica Latina) e por sua participao no debate poltico brasileiro. Desde 1993, professor titular de tica e Filosofia Poltica da Faculdade de Filosofia, Letras e Cincias Humanas da Universidade de So Paulo (FFLCH), onde comeou a lecionar em 1975, tendo-se porm afastado do exerccio deste cargo em 2004 para assumir a Diretoria de Avaliao da Capes, rgo legalmente incumbido da avaliao e eventual fechamento dos programas de ps-graduao existentes no Brasil . Seu trabalho intelectual pode-se dividir em duas fases principais. A primeira marcada por seus estudos sobre Thomas Hobbes, filsofo ingls do sculo XVII que comeou a estudar em 1968, ao mesmo tempo que a ditadura militar se endurecia no Brasil, com a promulgao do Ato Institucional nmero 5, em dezembro daquele ano, o qual fechou o Congresso e suspendeu as liberdades polticas e cvicas. Janine sentiu particular interesse pelo pensamento de Hobbes, por defender um Estado autoritrio e forte mas sem as desculpas usuais nos regimes de exceo. Estudou na Sorbonne, onde concluiu seu mestrado em 1973. Neste trabalho, publicado em 1978 com o ttulo de A Marca do Leviat reeditado em 2003 pela Ateli Editorial, procura ver quais so as brechas que existem dentro de um poder que pretende ser forte como o Estado hobbesiano, e identifica duas. A primeira o fato de que, no havendo controle popular sobre o Estado, a nica forma de assegurar que o soberano no abuse de sua autoridade o risco da revoluo, que funciona como um termostato do poder. Embora a revoluo seja detestada por Hobbes e no possa ser conceituada por ele, funciona como um controle en creux dos descaminhos do poder. A segunda a impossibilidade, em que se

55

encontra Hobbes, apesar de pessoalmente monarquista, de dar escolha do melhor regime poltico um estatuto to rigorosamente dedutivo quanto o que emprega nas demais questes polticas. Numa segunda fase, aps o doutoramento, procurou fazer uso do conhecimento filosfico para refletir sobre a sociedade atual e seus antecedentes. Assim, escreveu ensaios sobre o medo na Revoluo Francesa e em Stendhal e, sobretudo a partir de 1989, com o incio autoritrio do governo Fernando Collor, procurou o que entendia ser a aplicao da melhor filosofia poltica de nosso tempo s condies de uma sociedade carente de democracia. Ao longo da dcada de 1990 escreveu vrios ensaios a esse respeito mas, gradualmente, passou convico de que uma sociedade ocidental dissidente (como a brasileira) no apenas deve ser esclarecida pela filosofia poltica moderna e contempornea como tambm, e sobretudo, pode contestar e alterar princpios fundamentais desse pensamento hegemnico da poltica, que caracterizou como norte-atlntico. Assim, se reconhece o dficit democrtico da sociedade dissidente, considera por outro lado que ela no pode ser entendida como simplesmente atrasada, ou necessitando ser preenchida por contedos j dados e testados no Atlntico Norte. No seu entender, a principal contribuio que se pode dar teoria poltica atual a nfase maior nos afetos. Estes teriam sido desqualificados medida mesma que se construiu a poltica moderna, a partir do sculo XVI, com o primado do Estado de direito, da razo e do objetivo de uma certa imparcialidade, que tem seu modelo no juiz. Com isso, os afetos foram deportados para o Oriente, fazendo ressurgir, com nova carga significativa (e altamente negativa), a figura antiga do dspota oriental. Autor de diversos livros e ensaios, entre eles: A marca do Leviat (1978), A ltima razo dos reis - ensaios de filosofia e poltica (1993), Ao leitor sem medo Hobbes escrevendo contra o seu tempo (1999), A etiqueta no antigo regime (1999), A sociedade contra o social: o alto custo da vida pblica no Brasil (2000) e A universidade e a vida atual (2003). Janine tambm participa da poltica cientfica brasileira, tendo sido membro da Diretoria e do Conselho da Sociedade Brasileira para o Progresso da Cincia (SBPC), do Conselho Deliberativo do CNPq e ocupando atualmente a Diretoria de Avaliao da Capes. Concorreu em 2003 presidncia da SBPC, na nica eleio da entidade em que 56

trs candidatos disputaram esse cargo, perdendo por um por cento dos votos[carece defontes?]

. Fez sua campanha pela Internet e a curiosidade que nos votos eletrnicos

empatou com o candidato Candotti, que acabou vencendo por 30 votos nas cdulas em papel. O relato de sua campanha est no livro Por uma nova poltica, editado no mesmo ano pela Ateli Editorial. Polmica Embora afirme no gostar de polmicas e considerar que elas dificultam o autntico debate das questes sociais e polticas[1]

, Janine envolveu-se, voluntria ou

involuntariamente, na discusso do assassinato da criana Joo Hlio Fernandes Vieitis, de seis anos, que foi arrastado por sete quilmetros no asfalto, em fevereiro de 2007, at dele s restarem trapos irreconhecveis. O crime estarreceu o Pas. A me fora assaltada por quatro jovens (e um menor de idade), que no lhe permitiram que soltasse o menino do cinto de segurana, de modo que ele foi esfolado porque o carro o arrastava preso ao cinto. Vrios passantes alertaram os assassinos, que responderam tratar-se de um boneco de S. Joo. Convidado pelo jornal Folha de S. Paulo, Janine afirmou em 18 de fevereiro de 2007[2]

que o carter hediondo do crime o levava a pr