gramsci conselhos de fábrica, sindicatos e partidos

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8/12/2019 Gramsci Conselhos de Fábrica, Sindicatos e Partidos http://slidepdf.com/reader/full/gramsci-conselhos-de-fabrica-sindicatos-e-partidos 1/201 Revista emestral o entro e studos verardo ias Ano " ulho Dezembro e 1978 CARA A5IAD Sindicalismo de Base, Comissões de ábrica emocracia A Greve os 700.000 A erança e Vargas As utas Operárias na República Velha Gramsci s Conselhos e ábrica

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Revista emestral o entro e studos verardo ias Ano " ulho Dezembro e 1978

CARA A5IAD Sindicalismo de Base, Comissões de ábrica emocracia

A Greve os 700.000

A erança e Vargas

As utas Operárias na República Velha

Gramsci s

Conselhos

e ábrica

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Conteúdo

Apresentação

Uma Homenagem A verardo Dias

Debate / Con j u ntu ra

O s perários omam alavra Debate om articipação e (Sindicalismo e ase, Comissões aco Bittar, o indicato os

de ábrica emocracia) Petroleiros e ampinas Paulínia, igode da hapa ) e Hélio da Chapa 3), da oposição sindical os metalúrgicos e São Paulo, azaré, é Pedro

Baixinho, a posição indical dos metalúrgicos e sasco

São ernardo: ma xperiência 4 ntrevista om uis nácio de indicalismo A utêntico da ilva Lula)

Cara ara om 7 onselho ditorial o Movimento perário e ara ara

Artigos

A uta ela Regulamentação o 98 ígia sório ilva Trabalho a rimeira República

A olítica e ontrole a lasse 07 Maria ilvia Duarte Hadler Operária o overno Vargas

O ltimo endaval: 115 Márcia e aula eite A Greve os 00.000 ydney érgio . olis

Sindicato omissões e 52 icardo Maranhão Fábrica: ma alsa lternativa

Documentos Conselhos e ábrica, 61 ntônio Gramsci Sindicatos artidos

O rograma os omissários 78 onselho e ábricas de eção e urim

Aparte

Raízes ociais aráter 89 écio ai

do

Movimento

studantil

Ilustrações O s ão orges Contra Ciça Fittipaldi o ragão a Maldade

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Cara ara

Revista Semestral o Centro e Estudos Everardo ias Ano — N' — ulho ezembro e 978

Diretor esponsável Adalberto e aula aranhos

Conselho Editorial

Redação dministração

Adalberto e aula aranhos Ângela Maria Araújo Franceschina Vilardo Márcia e aula eite Maria ilvia Duarte Hadler

Mondar

duardo

alverde Ruy e Quadros arvalho Sydney érgio ernando olis

Rua Rosa e usmão, 82 Campinas, P

Correspondência ara: Caixa ostal 1.216 13.100 ampinas, P

Concepção ráfica Claudia arvos

Impressão istribuição Editora ozes tda. Rua rei uís, 00 25.600 etrdpolis, J

CARA ARA ceita olaborações, mas e reserva

ireito

e

ublicar u

ão

s rtigos

espontaneamente nviados edação. Os onceitos mitidos m rtigos ssinados

são e bsoluta xclusiva esponsabilidade de eus utores.

As otos a apa mostram uas as muitas manifestações e rotesto a lasse perária

na Primeira epública. las oram originalmente ublicadas as evistas areta, de março e 913, on-Fon, e bril e 913,

e ntegram oleção o Arquivo Edgard Leuenroth, a NICAMP.

Registro o DPFSR/SP — rotocolo 62278

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Apresentação

Uma evista, omo ara Cara, que az a alavra, a rítica o

debate eu nstrumento e uta, ão oderia eixar e ntervir a discussão ue e rocessa oje obre ovimento perário o Brasil. s reves perárias, s uais e eguiram s aralisações dos médicos esidentes os rofessores, ão m inal os empos, uma lara emonstração e ue egime militar m rise ão mais consegue epresar, om ficácia e nos trás, movimento o- pular. e em erdade ue le em ôlego ongo, odendo, or- tanto, esistir inda or empo ndeterminado s ressões os mais diferentes etores a posição, egime, or utro ado, á ão vive s eus ias e splendor. orça, repotência, rbítrio representam, ada ez mais, nica esposta fetiva ue s onos do oder êm ar. ontraditoriamente, orém, rescimento o movimento e posição o egime he etira, elo menos m arte, a apacidade e manobra ara cionar ontade s eus parelhos repressivos. om istória a mão, onstatamos ue s egimes que e ssentam, undamentalmente, a orça a pressão êm os eus ias ontados. Afinal, omo á e isse, udo e ode azer com s aionetas, menos entar-se obre las.

Simultaneamente, mpério os elegos, ustentado or ma

legislação

indical

mposta

urante

itadura

o

stado

ovo, começa remer as ases. gitando s guas mais u menos estagnadas, espontam, qui li, om maior u menor igor, s oposições indicais mpenhadas m ôr baixo omínio os alsos líderes indicais, uja arreira e esenvolve ombra e ma s- trutura indical e nspiração ascista , or sso mesmo, nteira- mente ontrária os nteresses a lasse perária. Obrigados ole- cionar ilêncios urante ma onga oite e 4 nos, uja az ocial aparente ão ra enão ma spécie e az os emitérios, s e- tores mais ombativos o movimento perário oltam evantar

sua voz , lto om om, xigem m asta esse stado e oisas. N ão reciso aber er ola e ristal ara rognosticar ue, se s rabalhadores rasileiros, artir as itórias btidas ecen- temente om s reves a Grande ão Paulo, ontinuarem vançando em ireção s onquistas emocráticas, s elegos starão conde-

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nados. E, o aírem, om les airá ambém — em eixar auda- des — egislação indical igente, a ual ão marca egistrada.

Para ebater ustamente s elações ntre lasse perária, ovi- mento perário uta ela emocracia o rasil, oje, ue Cara Cara . bre spaço. Buscando umprir eu apel e sti- mular ebate olítico ubsidiar s etores mais onseqüentes da posição rasileira, oda evista — omeçar a eção e- bate/conjuntura, assando elos rtigos, té hegar os ocumentos históricos qui ublicados — em é incado a onjuntura rasi- leira. reocupação ue os orteou oi e ontribuir, ireta ou ndiretamente, ara iscutir ealidade s erspectivas o movimento perário o Brasil.

Os Operários Tomam Palavra ossa matéria entral, roduto

de m ebate o ual articiparam epresentantes e rês posi- ções indicais e metalúrgicos a Grande ão aulo m irigente sindical autêntico" e ampinas. untamente om ntrevista o presidente o Sindicato os Metalúrgicos e ão Bernardo o am- po — nde e eflagrou movimento revista ue epois e sten- deria utras idades — ebate ecoloca uestões mportantes para efinição e ovos umos a uta or m indicalismo e base, ela onstituição as omissões e ábrica ela onquista da emocracia. ara Cara com Movimento Operário define em a retensão e armos ltima alavra obre ssunto, osição do Conselho Editorial e ara

Cara. onge e retendermos res- crever ormas e onduta ara s perários, omo e ôssemos m punhado e luminados, osso bjetivo e ontribuir ara ue o movimento perário e ortaleça om ase as uas rganizações autônomas ndependentes.

Os rtigos ompõem, e erta orma, ma eqüência ógica, ten- dendo ma ronologia istórica. uta ela egulamentação o Trabalho a rimeira epública os ndica ue s utas perárias desenvolvidas esde inal o éculo assado té nício a écada

de 0 orçaram stado econhecer xistência — té ntão negada — a questão ocial" o Brasil. Esse econhecimento, on- tudo, as ircunstâncias m ue correu, evou stado conce- der" egislação ocial eclamada elos rabalhadores inculá-la à egislação indical, ntegrando, mbas, ma mesma ohtica: Política e ontrole a lasse perária o overno argas.

Como omper s ós a amisa-de-força epresentada ela stru- tura indical mplantada urante rimeiro overno argas? ma alternativa ue e onfigurou istoricamente pontava ara or- mação as organizações aralelas". ltimo endaval: reve dos 00.000, ealizada m 963, marcou m momento rivilegiado a luta ela uperação os imites mpostos ela egislação indical brasileira. Outra lternativa, ue anha orça tualmente, essalta a mportância as rganizações artir a ábrica omo lemento desagregador o indicalismo ficial: uestão nalisada m o-

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missões e ábrica indicato: ma alsa lternativa. eitor observará ue s erspectivas e nálise a elação ntre indicato e omissões u rupos e ábrica ão m anto uanto istintas

num

outro

rtigo,

uando

ão

onflitantes.

sso

ale

omo

m estímulo iscussão e m roblema rucial ara lasse perária brasileira.

Mesmo s ocumentos obre onselhos e ábrica, indicato Partido rograma os omissários e eção, mbora atados do nício o éculo eferidos mais e erto o ontexto a uta do movimento perário urinês, a tália, ão ublicados — ela primeira ez m ortuguês — omo ma ontribuição mais o debate. ão e rata, em equer ubliminarmente, e ropor transposição mecânica os onselhos e ábrica talianos ara

momento istórico ue ivemos o rasil. rata-se, sso im, e conhecer melhor ue ignificou oncretamente xperiência esses conselhos e ábrica ara, artir aí, ermos lguns lementos a mais ara efletir obre ormação ção as omissões e fábrica no Brasil, oje, uma ituação istórica ue ão , e orma alguma, mesma or ue assava tália os nos 0.

Abrindo echando ara Cara aparecem, m empos, s lus- trações ue econtam, numa nova erspectiva, luta 'Os ão orges Contra ragão a aldade. s lustrações stão spalhadas ela

revista, ntegrando-se s róprias assagens ue las imbolizam recriando, a partir do velho ema egundo ual união az a força, uma roposta e ção ssencialmente olítica: ecessária nião e rganização os ão orges ara ue les ossam omar e assalto ua.

Campinas, etembro e 978 O onselho ditorial

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Uma omenagem verardo ias

Uma ida e utas m efesa as iberdades emocráticas o

socialismo. sta , alvez, melhor íntese a iografia olítica e Everardo Dias, patrono o Centro e Estudos ue dita ara Cara. Transformando alavra scrita alada um ríete oltado ontra o espotismo as ligarquias as minorias pressoras, verardo Dias, militante o movimento perário rasileiro esde s rimeiras décadas este éculo, oi muito lém as meras alavras. alando, acima e udo, inguagem oncreta os atos a ção, estando na rática olítica ua ibra e perário ngajado a uta ela emancipação os rabalhadores, Everardo Dias e estacou ela ua participação, ntre utros contecimentos, as reves erais e 917 e 919, m ão aulo, a uta ontra ascismo, ntegralismo e itadura o stado ovo.

A risão — ão ma, em uas, mas muitas ezes — oi ugar a ue estinaram. eviciado arbaramente, onfinado os ampos de oncentração rasileiros, xpulso o aís, ara le etomar posteriormente, udo sso oi reço ago ela ua ombatividade na uta ontra ssociação ntre stado apital. ráfico, ex-tipógrafo o stado e ão aulo, verardo ias, omo isse Edgard euenroth, utro otável militante perário, vem a era-

ção

e 900, ue

rincipiou

riginou

s

squivas,

ímidas enta- tivas e rganização perária, um entido spírito e lasse, ão como té li e inha azendo — e eneficência u esistência".*

N o momento m ue s etores mais ombativos o movimento operário e ortalecem, rrancando, orça, o Estado urguesia alguns os ireitos té ntão egados lasse perária, everencia- mos, om sta dição e ara Cara, a memória e Everardo Dias e, or xtensão, e odos uantos ignificaram ua ida. onsa- grando-a uta ela emocracia perária.

Campinas, etembro e 978 O onselho ditorial

• f. dgard euenroth, Dados iográficos o utor", n verardo ias, istória das utas ociais o Brasil, São aulo, d. lfa-ômega, » d., 9 7 7 , . .

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Os Operários omam Palavra

Sindicalismo e ase, Comissões e Fábrica

e Democracia

Depois e assar or m rocesso ais u enos ento e acumulação e orças, movimento perário anhou orpo ste ano, esafiando ncredulidade e muitos pontando ara ovas perspectivas. azer m alanço o .O., oje, onfrontá-lo om M.O. o ré-64, iscutir ncaminhamento e uas utas o lano sindical olítico, oi ste bjetivo ue evou ara Cara a ro- mover, e ulho, m ão aulo, m ebate ara ual onvi- damos lgumas ideranças indicais autênticas" epresentantes e oposições indicais.

O ebate, ue e rolongou or oras, euniu acó Bittar, resi- dente o Sindicato os Petroleiros e Campinas Paulínia, mem- bros as posições indicais dos metalúrgicos e ão Paulo — Bigode (Cândido Hilário), ela hapa — enovação Hélio ombardi, pela Chapa — Oposição Sindical — e Osasco, ue ompareceu com rês epresentantes: azaré, Baixinho é Pedro. Acompanhan- do e erto s iscussões, hegaram inda azer ntervenções esporádicas rês lementos igados hapa , e ão aulo: aulo Moura, Manoel erreira ima Valter chiavon.

Apesar e erem ssegurado ua articipação a mesa-redonda,

não uderam omparecer, or orça e ompromissos nadiáveis surgidos ltima ora, s residentes os indicatos e Metalúr- gicos e ão Bernardo Diadema, uís nácio a ilva Lula), de anto ndré, Benedito Marcílio, em omo epresentante o Sindicato os Metalúrgicos o io e aneiro érgio Murilo, nte- grante a posição indical os metalúrgicos e ampinas.

Roteiro para Debate

Cara a

Cara

propôs os ebatedores eguinte oteiro e iscussão: 1. Movimento Operário, Hoje — Como ocês êem movimento perário ecente? — De ue maneira le e istinguiria u ão o movimento perário e as utas indicais evadas lguns nos trás?

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— Que mportância ocês ão uta ela eposição alarial s paralisações ecentes? té ue onto s reves o BC P ssu- miram m aráter spontâneo? té ue onto las pontam ara a alência a tual strutura indical?

2. Questão a Organização

— Como está colocada a questão a organização o nterior o M.O.? — Como ocês ncaram elação o indicato om onjunto a classe? — Quais ão s ropostas xistentes e rabalho e ase? omo está endo ista, m articular, roposta e rganização e o- missões e ábrica? — Seriam s omissões e ábrica spinha orsal e m indi- calismo e ovo ipo? Nesse aso, omo ocês oncebem elação que eve xistir ntre indicatos omissões e ábrica?

3. uta indical uta olítica

— Que ignificado em ara lasse perária alavras e rdem o

tipo nistia, onstituinte, iberdades emocráticas tc? or utras palavras, ue ocês cham ue tualmente mobiliza e ato classe perária? — O .O. eve echar-se m i mesmo u, elo ontrário, eve procurar stabelecer elações om utros etores ociais linhados no nterior as posições rasileiras? m aso firmativo, omo concretizar ssas elações?

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MOVIMENTO

Agora se m censura

Reportagens, ensaios, cena brasileira.

Em efesa as iberdades emocráticas, a independência acional a

elevação do padrão de vida dos trabalhadores.

Todas s egundas-feiras m odas s bancas

Assinaturas: cheque em nome de Edição S A

Rua Dr. Virgílio e Carvalho Pinto, 625

CEP 5.415 - ão Paulo Capital

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Movimento Operário, Hoje

Eu cho ue apitalismo rocura e emodelar e cordo om cada onjuntura ara e anter empre ono a ituação, as também movimento perário rocura ovas ormas e uta .

Jacó: obre uestão o movimento perário, oje, ós evemos dizer ue, mbora ão enhamos rande radição e utas entro do indicalismo, emos companhado empre uta o rabalhador. Para nós ue estamos nessa estrutura indical, movimento perário recente os raz randes speranças ortalece queles irigentes que u ão hamaria e utênticos, mas onestos ue rocuravam fazer m rabalho ue ão ncontrava co m arte lguma. sse movimento os evou ncontrar ssas posições ue êm pare- cendo, ue rouxe espertar e lguns irigenteb onestos e alguns indicatos ue ealmente e ropunham azer m rabalho voltado ara s ases.

Agora, omparando s utas indicais e oje om s o assado, mesmo evando m onsideração ue ão companhávamos e erto as utas nteriores, stamos entindo ue e oje ma uta mais stratégica, mais rganizada, e m rabalhador ue stá ei- vindicando s eus ireitos onsciente o ue qui stá o ue pode nfrentar. á uta nterior ra uta e m movimento m que ós entíamos ue avia ma ossibilidade e ma entativa de ma mudança o istema. Hoje, elo menos o momento, ão é sso ue e retende. uta e oje e aráter eivindicativo e atalmente oderá nsejar ma uta ara mudança o istema que emos m ima e ós.

O ue em er om udo sso uta ela eposição alarial? N ós emos mpressão — sse m onto ue ós empre is- cutimos m osso indicato — e ue oi xatamente efasagem de 3, enunciada or m rgão nternacional dmitida elo o- verno, ue ealmente celerou rocesso esse movimento ecente. O ue ifícil e e erceber oliticamente ual oi ntenção

• O exto ue ublicamos eguir ol evisto elos ebatedores.

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do overno o dmitir e mediato manipulação os ados e 3 e ão entar svaziar enúncia o anco Mundial.

Se s reves oram spontâneas u ão, ocê abe ue oda reve ó spontânea. ós entimos ue ão á ecessidade e ma ei ara determinar se e vai u ão azer greve. reve em ue er mesmo espontânea. gora, omo odos abem ssas ltimas reves e ni- ciaram m indicatos ue elo menos inham ma inha utêntica. Quer izer, trás a spontaneidade eve er avido m rabalho de m indicato ue rocurou s ases ara sclarecimentos, ara discutir ssunto. reio irmemente ue eve er avido m ra- balho o ompanheiro ula unto om posição í urgida ue levou rabalhar onsciência e ue nica maneira ele onse- guir lgo entro esse istema ealmente través a nica rma que le em: aralisação.

Sobre s onseqüências ue sso ode razer ara strutura sindical, u inda reio ue ossível, entro e ma utenticidade, dentro e ma honestidade, rabalhar dentro essa estrutura modi- ficá-la ara uturo e cordo om s ideranças utênticas ue poderão parecer artir essas posições ue stão urgindo as bases, ue e ato stão azendo m rabalho e ase. Haja ista que lguns irigentes stão emocratizando eus indicatos entro dessa mesma estrutura. ão podemos ós, irigentes indicais, ulpar simplesmente strutura os comodarmos, izendo ue o- verno em ulpa or sso u or quilo ue overno ão permite ue irigente indical aça sso u quilo. irigente sindical, iante o ue le e ropõe azer, m lemento ue está ujeito ertos iscos eve nfrentá-los om ma erta ora- gem, videntemente cobertado. Quanto mais cobertado or ma base, uanto mais róximo e ma ase ue le oderá evar o indicalismo entro e ma strutura emocrática ue ealmente venha tender s nseios e odos s rabalhadores. ou ontra

aqueles ue cham ue ós emos ue errubar udo ue í stá. Sou ontra ssas essoas, ois cho ue ossível á randes possibilidades e e rabalhar entro essa strutura indical.

Hélio: u cho muito ério roblema o movimento perário atual. e, or m ado, m movimento ascido pós 4, ue ão tem muita xperiência e uta, or utro, em oucos ícios. É m movimento e muitos ompanheiros ombativos, m perariado ovo e ue ealmente credita as utas ue ão stá ão omprometido como essoal e ntigamente. Eu, articularmente, ejo essoal como ma ova amada ue urge o perariado entro o Brasil após 4.

A istinção ue u ejo ntre le e lguns nos trás ue desde écada e 0, uando Getúlio ndou mpondo indicahsmo vertical, s movimentos indicais, uase odos, ram eitos e úpu- las, uero izer, xistia m rabalho e ase arrado or cordos

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cupulistas. O ue ra mim istingue oje m movimento o utro é ue e oje stá omeçando e aixo ara ima. Antigamente meia úzia e irigentes indicais — u igo, ntes e 4 — om

raras

xceções ecidiam ma

reve,

evavam ssa

reve

aldo era muito ouco u uase ulo. Normalmente ão evavam m onta os nteresses eais os ompanheiros as ábricas. ógico ue á exemplos ue ogem isso, mas e ma maneira eral, esde ue nós stamos ubmetidos m statuto adrão e 3 m ermos sindicais, eforçado elo opulismo o Brasil, xistiram úpulas in- dicais ue uase ada roduziram o entido e ma etomada o fio istórico a lasse perária. uta indical ra ista a eguinte maneira: indicato az ara ós ue stamos entro a ábrica. E esse onto ue u cho ue s oisas êm mudado astante.

Dois atos mostram sso. Primeiro, s eis ue stão í á ão on- seguem arrar movimento perário, inda ue equeno. Por utro lado, erança opulista muito equena os ompanheiros ue hoje articipam as utas.

Sobre elação ntre uta ela eposição alarial s ara- lisações ecentes, u cho ue a Grande ão aulo ssa uta oi o ator mpulsionador. a erdade, movimento perário á entia todos sses roblemas stava ercebendo ue le eria ue dotar uma titude e uta. Naquele momento ra quela istória: uem sai rimeiro? o aso, ão Bernardo anto ndré oram s ue saíram rimeiro, nclusive orque iveram ma tuação astante diferente e ão aulo. Através a uta ela eposição alarial, s trabalhadores ressionaram s irigentes indicais, ue esceram s portas as ábricas, izeram baixo-assinado, onvocaram ssembléias quase ue emanalmente om ategoria. sso oi riando m lima que ossibilitou m nfrentamento, ue oi m nfrentamento e cruzar s raços, e azer reve onquistar lguma oisa. m São aulo oisa á muda m ouco. iretoria indical elega tentou recar e odas s ormas s utas as ábricas, ncaminhou

uma ção ontra nião, ue té momento ão eu m ada, e ão onvocou enhuma ssembléia a ategoria. Mas s ompa- nheiros ue stão a ábrica, artir as reves e ão Bernardo, passaram evar ecortes e ornal iscutir as ábricas, ome- çaram urgir oletins e posição aquele essoal ue e erta forma stava reocupado m uebrar, inda ue arcialmente, ei do rrocho alarial. s reves, or xemplo, ão ão ermitidas, mas las ealmente conteceram.

Com elação o aráter as reves u istingo elo menos ma questão. m ão ernardo reve oi spontânea. ão ue ão tenha avido inguém entro a ábrica iscutindo s roblemas, e im o entido e ue la ão eve ma articipação maior e uma amada e perários ue ivessem rocurado iscutir ntre algumas ábricas, evando xperiência e ma ábrica ara utra, e ue rocurassem onsolidar minimamente lguma oisa o nterior

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da empresa para uando assasse essa fase as reves. Poucas oram as omissões iradas m ão Bernardo ue ersistem oje. gora, em ão aulo sasco u cho ue oisa conteceu e ma forma iferente. qui m ão aulo s posições oram ara s portas a ábrica e rganizaram entro as ábricas om s on- dições adas. As ondições adas ão s eguintes: lasse ealmente estava im e arar, stavam odos ispostos utar or m aumento eral á xistia m rabalho nterior. Em ão aulo o- de-se izer ue ouve ma rande rticulação iscussão e ma fábrica om utra, eja o indicato eja as euniões a posição, com m assando xperiência ara utro mostrando e ue maneira xperiência uma ábrica ode er proveitada m utra.

É sso ue á ônica iferente m ão aulo. qui airam m várias ábricas omissões econhecidas ela ireção a mpresa, comissões egais om stabilidade té omissões ue s mpresas não onhecem. Então, xperiência qui ão e ncerrou uma uta econômica e m eterminado momento. la nclusive stá van- çando m utras uestões, omo uestão a erseguição entro da ábrica, uestão e estaurante, e onvênios médicos, uer dizer, uta stá rocurando nglobar udo u elo menos rande parte aquilo ue iz espeito ida o perário entro a ábrica.

Quanto

aber

e

ssas

reves

pontam

ara

alência

a

tual estrutura indical, ra mim uta a posição ustamente ara quebrar strutura indical isso inguém enha menor úvida. Eu credito ue reciso uebrá-la, mesmo econhecendo ue gente ai er ue rabalhar urante lgum empo entro e m sindicato ue stá dentro essa strutura. sso orque, em uebra da strutura indical, movimento perário ai icar odando omo peão, ão ai onseguir vançar muito, ão. Eu cho ue s ossas lutas emonstram or lguns aminhos omo ue e ai uebrar a strutura indical: or xemplo, e roibido azer reve, es- soal az reve, ue, e ma erta orma, stá uebrando stru- tura. sse rabalho, o ntanto, m rabalho mais ongo, ue requer ue lasse á ealmente ssumindo uta olítica co- nômica, para que sta não ique a cabeça de 0 u 0 ompanheiros. Eu cho ue a medida m ue lasse ai ssumindo ecessi- dade e ua rganização ndependente m elação o stado, la vai ssumindo uta entro as ábricas.

Nazaré: u refiro esponder s ois rimeiros tens e ma ó

vez. ou alar mais a ossa xperiência m sasco, obre ue nos evou azer m movimento e posição indical em er m vista imitar-se ma tuação ó entro o indicato. ente em como meta evar articipação tiva emocrática odos s om- panheiros. as ão asta alar m articipação emocrática. ós temos ue riar ondições ara ue sso e oncretize, ue xige todo m rabalho e onscientização, e iscussão om s ompa-

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nheiros, ara mostrar les ue ão ó tuação o indicato que á onta o roblema. ambém rganização entro a á- brica, ormando s omissões entro a ábrica ncaminhando s

lutas entro a ábrica. ente ê tuação o indicato o ível das utas mais erais, omo, or xemplo, o issídio oletivo, mas ambém emos ue ar onta as utas specíficas ue êm uma aracterística rópria entro e ada ábrica.

A ente asceu stá e riando entro e ma itadura militar. Nunca eve ma xperiência ora essa ituação. ntão sso mpõe um ovo ipo e isão e uta e rganização ara ente. endo em ista s loqueios a strutura orporativista riada or Getúlio Vargas, ente ercebe ue ara utar ontra sso ão asta ó

participação entro os indicatos. ão ó riga om elego, não ó mudança o irigente indical ue esolve. emos ue lutar ontra rópria strutura indical.

Que mportância ós amos uta ela eposição alarial s paralisações ecentes? á inha m rabalho e posição indical em sasco, ue ra m rabalho e azer posição onhecida dentro as ábricas, e iscutir om s ompanheiros azê-los participar a posição indical. í uando inta uta ela eposi- ção alarial ente ambém ntra essa uta eva eterminadas reivindicações entro o indicato. Mas ente mostrava ara s companheiros ue roblema ão a er esolvido través o in- dicato. ão a er irigente indical ue alaria: lha, ós amos decretar ma reve. ente em ue e rganizar utar partir das ábricas.

Quanto iscussão obre aráter spontâneo u ão as reves, não credito ue ossa aver reve otalmente spontânea. em odo um rabalho e reparo e iscussão. u cho ue e oje s sindicatos e ão Bernardo e anto ndré êm ma iretoria mais ombativa, sto ão e eve ue les ejam s aras ue entraram á ão autênticos" or sso ão evar uta. Deve-se também ressão as ases ua mobilização. udo sso az com ue oisa ão ossa er e utra orma. aso e sasco é undamentalmente iferente. ente eve ma xperiência muito ruim, e 8. oi uando rabalho e niciou entro as ábricas onde xistiam omissões rganizadas. aída os membros essas comissões ara ua ncorporação uma iretoria indical, rocu- rando riar e entro o indicato ovas omissões, oi sso ue fez om ue movimento perário m sasco enha escambado

para quela oisa ão uim omo ntervenção o indicato expulsão os ompanheiros. oi ão aber osar tuação os operários o indicato, ue ente ê omo mais eral, ra- balho e ábrica, u eja, a riação as omissões, os úcleos e discussão, oisas ue evem er onhecidas os perários mas ão necessariamente os atrões, a epressão.

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Para oncluir, u cho ue entro a tual strutura indical ão temos ossibilidade e riar m indicalismo ombativo, ue eal- mente á evar odas s andeiras a lasse perária ue ão e

limite

uta

conômica. , ara omper ssa strutura, ó mesmo através a ossa rganização ndependente as ábricas.

Bigode: movimento perário oje omeça riar ma ova i- nâmica. ós emos xemplos ecentes essa inamização, ue ão as reves ue e niciaram o BC reves corridas m ão Paulo. Foram eitas esta mesa-redonda lgumas iferenças ntre ovi- mento e oje movimento e ntes e 4. Sobre sto u ueria deixar ma oisa em lara. Para ós movimento e ntes e 4 também ra ombativo, ambém inha rganização. le ra ão rga- nizado ue onseguiu ealizar randes reves, omo ma as mais famosas a istória o movimento perário: reve os 00.000 m 1963, ue brangia ão ó ategoria metalúrgica, mas odos s trabalhadores o Estado e ão Paulo. É m onsenso ntre odos que qui alaram ue spontaneidade e ma reve ma oisa relativa. Uma reve e 00.000 ompanheiros em ue er rganiza- ção, mobilização ma ireção. uem arantiu udo sso oram os ossos ompanheiros irigentes indicais ntes e 4, ntre s quais ompanheiro emo orle. ada ez ue alo ele me into

emocionado, ois inda maior irigente indical ue ós ivemos. Portanto, ão erdadeira ssa istinção ntre ntes epois e 4. Até e ós olocássemos s oisas m ermos e rganização, ós,

no ós-64, ue emos alhas erante s ompanheiros. ara ós há m ado bjetivo, ue ma onjuntura olítica ue epois de 4 nfluiu iretamente o movimento perário. liás, ssa on- juntura eio xistir m unção e m movimento perário orte. O olpe militar e 4 eu-se, s militares oram laros uando falaram isso, orque avia ma GT, m omando eral os ra- balhadores ue e ormou, ntes e 4, ob mesma strutura sindical xistente oje. lém isso, emos m tem mportante o nível a rganização, ue são s omissões perárias. Normalmente se iz ue ma oisa riada pós 4 ós firmamos: ão oi criada pós 4. Eu onheço ompanheiros ue me ão estemunho de ue avia omissões e ábrica ntes e 4, omo a Maferson e a Bob Hilton, ue ica a v. Mofarreg. or inal, ssa venida é m os entros ndustriais astante mportantes e ão aulo. E ntes e 4 ssa venida ra echada elos rabalhadores uando havia reve. ão erdade ambém ue ão avia onsciência

nessas reves. ra, ão e evam 00.000 rabalhadores aralisar um Estado odo em er arcelas astante ignificativas esses ra- balhadores onscientes, rganizadores, mobilizadores a ategoria.

Quanto o einicio a mobilização rganização ue e xpressou através as ltimas reves, u firmo ue ão oi or caso ue elas e niciaram o BC, mas or onseqüência e rabalhos eitos

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pelas iretorias ue existem no ABC, specialmente elo ompanheiro Lula. le onseguiu azer, ntes e contecer ssas reves, oisas que á nos inguém azia, omo, or xemplo, ois ongressos

de

metalúrgicos

ongresso

as

mulheres

perárias

,

lém

o mais, onseguiu rganizar ssembléias or ábricas. le oi mais além. oi uscar entro as ábricas s uas ideranças oje ós sabemos ue tual iretoria omposta elo ompanheiro ula uma onseqüência e ideranças ue izeram reves muito ntes e agora. u cho ue untar sses ompanheiros uma iretoria que ossibilitou rganizar s rabalhadores. esde osse essa diretoria ompanheiro ula em ssumido ma osição mais gres- siva. epois e sgotadas s entativas e iálogo, le isse: os patrões ó ntendem iálogo as máquinas aradas".

Quanto o essurgimento o movimento perário, mportante lembrar ue á ma inculação ireta om onjuntura olítica. Em 2, 3, onjuntura ra iferente. artir e 6 ouve ma mudança a onjuntura olitica o aís ue eu ma portunidade aos rabalhadores ara e movimentarem. ssa ova onjuntura, aliás, ncontrou m movimento perário ue á inha e rgani- zando. isso udo ado undamental m ermos e rganização do movimento perário oi BC, ois ato as reves ue cor- reram á erem ido itoriosas oi muito mportante ara s reves

de

ão

aulo.

or

xperiência

rópria

ercebemos ue icou

mais fácil iscutir reve om s ompanheiros e ão aulo ue iam a xperiência itoriosa o BC. É ifícil onvencer s ompanheiros a entar azer lguma oisa artir e ma xperiência e errota.

Por ltimo, ostaria e efutar ue e hamou qui e opu- lismo e ntes e 4. Para mim quilo ra, ada mais ada menos, o ue hamamos e liança e lasses, ue ara s rabalhadores é ma oisa muito mportante. erdade ue ouve rros ode- mos pontá-los. as izer ue s rros correram orque ouve populismo ue or sso ouve errotas o movimento perário e

antes e 4, ão erdade. O ue avia ra olítica e liança e classes, ue muito alutar ecessário ara lasse rabalhadora.

Jacó: u ueria azer m sclarecimento. Quando alei obre x- periência nterior o movimento perário, u stava me eferindo à reve e sasco e 968. obre la u uvi ronunciamentos e dirigentes indicais aquela poca ue me onfessaram aver ome- tido lguns rros stratégicos ue oje ão stão endo ometidos. Entre les odemos itar cupação e ábricas, assando or ima do ato e ue lasse rabalhadora inda ão inha tingido grau e onsciência e nião ecessário ara anto. gora, obre antes e 4 u ão oloquei ada. as ostaria e embrar ue ainda oje xistem irigentes indicais resos, anidos u xilados e ue iveram ma tuação undamental o movimento indical e antes e 4, tuação ue ão odemos menosprezar. sso nclusive

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tem elação om m onto a auta e iscussão, ue uestão da nistia.

Paulo: u ostaria e eforçar sso izendo ue e té gora pessoal ó az movimento isando m roquinho mais ara comprar eijão, aquela poca, ntes e 4, ós ivemos portu- nidade e azer reve ontra usto e ida. nclusive orfírio da az, ue ra onsiderado onzinho — ão aulo utebol lube e Nossa enhora Aparecida ra ue le alava — , uando ós batemos os Campos Elíseos, inha metralhadora pontada m osso peito. uem inda ão eve ensação e ma metralhadora apontada contra a gente, fique abendo ue não muito om, porque

pode scapar a mão o ara. cho ue ós emos ue hegar seguinte onclusão: udo ue oi eito té gora o movimento operário rasileiro álido, im .

Jacó: crescentando mais lguma oisa, avia irigentes indicais que ntes e 4 utavam ontra strutura indical. ós ão ode- mos squecer ue m antos avia órum indical e Debates, completamente ontrário estrutura existente. ão odemos ambém esquecer, omo isse ompanheiro aulo, ue epressão ra muito rande. ós ínhamos, or xemplo, Adhemar e Barros, aqui m ão Paulo, om olícia, ue unha s rucutus as uas e nvadia s indicatos.

Bigode: u ueria embrar ambém ue ntes e 4 rganização das reves hegaram o onto e nfluírem oliticamente o aís. A istória mostra ue omada e osse e oão Goulart e eu porque s rabalhadores e mobilizaram. sso ão ode er egado. N ão ode er egado alor os ompanheiros irigentes e ntes de 4. Quanto reve e 8 m Osasco, u crescentaria o ue

companheiro acó isse: ue la oi rematura, ois oi eita o momento m ue xistia IA — Movimento ntersindical nti- arrocho — ue xpressava ma nidade e ção ntre odos s sindicatos xistentes m ão Paulo, eita nclusive om queles ue são onhecidos omo s maiores elegos, omo s iretorias mais antioperárias. Portanto, rítica ue azemos os ompanheiros a direção o indicato e Osasco m 8 oi er ompido MIA, nte- cipando reve e solando m Osasco, uando ós abíamos ue o ncaminhamento o MIA ria evar ma reve ontra rrocho salarial m ovembro, brangendo uase odas s idades e ão Paulo. Outra rítica ue recisa er eita ue s omadas e á- brica, nclusive prisionamento e uncionários iretores e fábrica, oram ara ós otalmente rradas, ando, e uebra, ma justificativa ara rópria epressão ntervir as ábricas, ue, na erdade, evou ma errota. or sso oje, alando om ma certa oragem, ifícil ara ós tilizar s reves e 968 ntre

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os ossos ompanheiros as ábricas omo xemplo e uta. m fábricas nde á rabalhei ários ompanheiros ue articiparam diretamente a reve hegaram me izer: igode, alar a reve de 8 ifícil, orque ofremos ma epressão muito orte ica- mos e mãos azias epois a reve.

Hélio: oram eitas lgumas onsiderações muito mportantes, mas eu ontinuo om meu onto e ista. cho ue maioria as direções indicais e ntes e 4 ram ealmente omprometidas com opulismo. Havia irigentes indicais onestos u om oas intenções, ó ue oa ntenção ão dianta muito orque nferno está heio e ente em ntencionada. a rática ue nteressava não oi eito. ós ivemos casiões ara uebrar strutura indical e sso ão oi eito orque ouve cordos e etores e lasse. E ma lasse empre oi squecida: s perários. m 6, epois da ueda a itadura, ra em ossível er uebrado strutura sindical, mas e izeram antas lianças ue cabou-se squecendo quem ra undamental entro isso: lasse perária. ara mim é muito laro ue roblema as ireções indicais e úpula do opulismo o Brasil xistiu. ão odemos er medo e alar nisso. Reconheço ue ouve irigentes indicais ombativos utên- ticos. or utro ado, á muito elego or í ue té oje este uma alsa apa e rotetor os perários.

Eu cho inda ue roblema e 8 m Osasco ma uestão muito ifícil. em ue e evar m onsideração ue avia m imobilismo uase otal o indicalismo rasileiro. oncordo om crítica e ue cupação as ábricas ão oi melhor aída, ois na erdade omada as ábricas ignifica uase omada o poder. M as aquele momento e mobilismo, m ue s oisas ica- vam o ível as úpulas, ue oi eito oi muito mportante porque ão oi eito or meia úzia e ompanheiros, mas, im , a artir as ábricas. O essoal a ábrica entiu ssumiu quilo. Hoje ente onsegue er ue quilo ão oi melhor. Antes e 8, no ntanto, ão e onseguiu ar ma lternativa ara quilo. próprio ompanheiro brahim, e sasco, econheceu ue ouve erros. M as ambém ra le, ue a poca ra m ara ovo rente do indicato, endo odo quele mobilismo... ontra olítica e cúpula as ireções indicais ue ó abem edir, edir, edir, hega uma ora ue ategoria, ua evelia, omeça ssumir lgumas

atitudes sso s ezes casiona rros. M as rro maior icar imobilizado, em azer ada, m ez e artir ara rática partir aí r vançando, econhecendo s rros.

Bigode: ão ai enhum esrespeito as ríticas ue azemos o companheiro brahim. Era le, em úvida, ma iderança utêntica em sasco. ós emonstramos espeito or le a medida m

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que proveitamos ua xperiência , azendo ma rítica obre ela, iramos roveito isso ara lasse perária.

Hélio: ente egou 8, specificando roblema o brahim. Ele fez ma utocrítica. Agora, odos s utros irigentes indicais nti- gos, u unca i azendo mesmo. omo e les unca ivessem errado a ida.

Bigode: Voltando iscussão obre strutura indical, u ueria dizer ue laro ue ós ão stamos avor ela. la em ue ser modificada, mas á lguns etalhes mportantes: ós chamos que ó e modifica strutura indical utando entro ela. Temos exemplos ue emonstram

omo

ocê ode ar olta a stru-

tura indical, omo aso os róprios ompanheiros e sasco em 968. Debaixo a mesma strutura indical s ompanheiros on- seguiram azer reve rganizar m indicato ombativo. ssim como s ompanheiros o BC onseguiram, entro essa strutura, lutar ontra quilo ue rma maior ue etor atronal ení contra s rabalhadores: a ei ntigreve.

N a erdade, roblema a strutura indical ambém m ro- blema olítico, ois indicato tualmente inculado o Ministério

do

rabalho.

roblema

olítico

orque

epende

e

uem

stá manejando Ministério o Trabalho. Ninguém ode egar ue ntes de 4 Ministério o rabalho inha nfluência os rabalhadores e, ortanto, oisa ra iferente. Durante overno oulart número e indicatos urais assou e 6 ara mais u menos .600, proporção remenda orque onjuntura olítica ermitia. finalos rabalhadores nfluíam e orma ndireta u té mesmo ireta no Ministério o Trabalho. Hoje, ara utar ontra strutura in- dical, ecessário, mais o ue unca, mobilizar rganizar categoria. Como ós alamos o de Maio, o Sindicato os Meta- lúrgicos e ão aulo, com 60.000 rabalhadores rganizados estrutura indical, ue ssa amisa-de-força, ai irar m rapo".

Nazaré: u ostaria e alar m ouco obre sasco. s ompa- nheiros alaram muito o brahim, mas ão e eu evida onsi- deração o ato e ue, ntes o brahim r ara indicato, á havia ma omissão e ábrica, evidamente econhecida, esde' 62 na obrasma. esse entido u ão ei e eve uestionar anto se brahim evia u ão er eito reve aquele momento.

Deve-se mais uestionar orma omo e esenvolveu rabalho que inha endo ealizado entro a ábrica. ra omissão eco- nhecida ue egociava iretamente om s atrões. E í ouve ma retirada do pessoal da fábrica, indo para o indicato. Sobre a uestão da reve cho ue e em ue evar mais m onsideração on- juntura. mais mportante iscutir ssa etirada a ábrica.

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Uma utra uestão ue ompanheiro Hilário evantou ue u não ntendi muito em obre liança e lasses. u cho ue não xiste liança e lasses ntre roletariado urguesia. ão

classes em istintas om nteresses em istintos, ue istorica- mente e põem.

Zé edro: gora u ostaria e azer ma ápida onsideração respeito os ois rimeiros tens, omo ente ê movimento operário ecente. u cho ue apitalismo rocura e emodelar de cordo om ada onjuntura ara e manter empre ono a situação, mas ambém movimento perário rocura ovas ormas de uta. o assado e avam quelas reves m orma e iquete e apitalismo, través a epressão, aía m ima os rabalha- dores orque ia vanço a lasse perária. ssim e assaram todos sses nos ara aver ma etomada o movimento perário, porque s ideranças perárias aquele empo oram resas, mortas e anidas o aís. Hoje lasse perária rocura utras ormas de rganizar uas utas. O ato e s rabalhadores ão erem eito presentes, elo menos parentemente, té á ouco ão uer izer que lasse perária stava arada. stava, im, m usca e outras ormas ma ova aída, ue ó eio parecer gora, no momento m ue lasse perária á ão güentava mais arre-

gar ozinha as ostas odo eso o rogresso a ação ão participar esse rogresso. Sobre uta ela eposição alarial, essa poca u ra ice-

presidente o indicato e Osasco u chei ue, uando Banco Mundial ez quela eclaração ue DIEESE á inha azendo á anos, mostrando ue s rabalhadores inham ido esados, ouba- dos, u chei ue, endo m rgão nternacional ue olocava coisa ficialmente, ra ecessário evantar ma andeira e uta. A ente entou azer sso entro o indicato m sasco, mas ão foi ossível orque ente ra minoria entro a iretoria. Mesmo assim evamos iscussão ras ases nde ente rabalhava. u acho ue om muita elicidade iretoria o indicato e ão er- nardo o ampo — ue á ra m indicato iferente a maioria dos indicatos o Brasil — omeçou evantar ssa andeira. la teve ma nfluência muito rande essas reves ue stão ascendo hoje.

Quanto o roblema a spontaneidade u ão as reves, o momento m ue stourou reve o BC, indo epois té ão Paulo, ós icamos sperando ue la ambém aísse m sasco. N a abrica m ue u rabalho eve ia m ue ois epórteres chegaram a orta a mpresa ara aber e ra erdade ue avia paralisação. ente icava sperando ue movimento aísse s- pontâneo. as ão aiu, ão. nquanto s rabalhadores ão e organizaram or rupos e eção omaram medidas obre e ue

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maneira arar, les ão araram. E í u ico me erguntando e

possível ue m utras ábricas s reves enham ido spontâneas. Até ue onto las pontam ara alência a strutura indi-

cal? o meu onto e ista ente em ue rocurar a tual conjuntura gir entro essa strutura indical. Portanto, u heguei a er iretor entro essa strutura. M as sso ão ignifica ue gente oncorda om la. ssas ltimas reves e erta orma á são m aminho e ompimento om ela. Eu me lembro ue, uando o sindicato e ão Bernardo entou erta vez discutir om os atrões uma egociação ireta, ão onseguiu ada. ó onseguiu azer sso no momento m ue ouve ressão as ases través a reve. Eu cho, ssim, ue artir as ases ue e ompe om

estrutura

indical. Baixinho: u ueria izer ue ossa uta ão em ue er ó uma uta conômica. lasse perária em ue e reocupar m se olitizar ai hegar momento e ma uta olítica ontra a ituação ue stá í. rópria ortaria ue xiste oje obre s eleições indicais m ó a arganta o rabalhador. Quanto s últimas reves, u cho ue las epresentam, ejo sso omo m primeiro asso ue s perários stão ando a ua orma e e

organizar. Foi muito

nteressante ver

m

muitas fábricas

s

perários cruzarem s raços icarem m eu ocal e rabalho, oisa ue antes ão contecia. ente eve e erguntar or ue lasse operária stá azendo sso. liás, s eivindicações conômicas e hoje — 5, 0% e umento — ão muito aixas m omparação com erda e alário ue ivemos esde 4.

Eu ueria crescentar inda ue oncordo om ompanheiro Hélio espeito o opulismo. Muitas ezes ma reve ra ecidida numa úpula epois ançada as ábricas ra catada. M as la

não ra

irada elo onsenso

a

lasse.

laro

ue

oda

reve

bem-vinda, esde ue eja ara onquistar oisas ara ente. Porém ós evemos er laro ue s reves stão urgindo oje de ma orma iferente, om rganizações ovas om ente ova trabalhando, com as oposições indicais muitos grupos e operários.

A Questão a Organização

É

reciso

er

em

laro

ue

ue

ai

ar

orça,

ue

ai

er determinante para alterar o itmo e qualquer investida nossa dentro do indicato a rganização e ase

dentro as ábricas .

Hélio: assando ntão ara egunda uestão, uestão a rga- nização, ma oisa ue e lgum empo ra á em indo gitar o ebate iscussão obre omissão e ábrica, sso ão me

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parece oa. e á m no u ois nos trás uestão a o- missão e ábrica omava m aráter penas ropagandístico, oje, na erdade, s omissões á xistem, inda ue m oucas ábricas e e orma mbrionária. sso, ara mim, ue entro a questão, ois á ma iferença ntre ssas omissões ue urgem hoje odas s omissões ue xistiram m utras pocas. ra- balho ue em endo esenvolvido ode er eparado m uas ases, pelo menos a posição e ão aulo, ue u onheço m ouco mais. ente ode dmitir m orte e 7 4 utro e inal de 4 té oje. Eu me embro muito em, m 2, uando omecei a articipar o movimento e posição, ue s euniões e posi- ção indical ram eitas entro o indicato ora s ncontros

que ós ínhamos á muito ouco e azia o entido e ma is- cussão mais profundada. M as partir as risões e ompanheiros da posição indical, m 3, essoal ue omeçou articipar a vida indical assou ançar, rincípio muito ebilmente, alavras de rdem elas omissões e ábrica.

O pessoal perguntava: ue ão ssas omissões e ábrica? Então eles alavam ssim: ão queles ompanheiros ue stão reocupa- dos m er ma participação a ida indical omeçar iscutir dentro as ábricas uais ão s maiores roblemas om sso começar azer nfrentamento entro as ábricas. ue ipo e enfrentamento? om, u ansei e er nfrentamento, or xemplo, por ausa o orário o afé, or anheiros ujos, or ila e es- taurante u omida. s equenas utas, s equenas aralisações, foram, a erdade, ando ma erta onsistência ara m rabalho que oje stá florando. ra ma érie e utas arciais e e- quenas oisinhas ue oram contecendo oram muito mportantes numa poca m ue onjuntura ra muito esfavorável. a Villa- res e ão aulo, or xemplo, reve or umento m 3, 4, começou or í. oram sses equenos rabalhos ue e lguma forma izeram om ue essoas a ábrica omeçassem e nte- ressar ela ida indical um eterminado momento m ue m outros íveis articipação stava muito aixa, orque ra odo um lima ue ós ivíamos oliticamente.

O ue u stou alando ale muito ara posição, mesmo ue não alha uase ada ara utros indicatos. ealmente omeçou a aver m sforço muito rande or arte as omissões, rupos de ábrica u omitês — ome ão nteressa muito. ue nte- ressa éque ão essoas ue artir e iscussões entro a á- brica ão onseguindo erceber m u utro ompanheiro isposto a ncaminhar, iscutir esolver s roblemas ue ncontram dentro a ábrica. sso o ível astante specífico, ue a fábrica. á o ível maior, uando hega, or xemplo, poca o dissídio oletivo, m 5 ós izemos m uestionário ue oi es- pondido or .000 ompanheiros ue iziam uanto les am uerer no issídio, ual eria orcentagem ela ual les stariam is-

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postos utar. sso mostra ealmente ue rabalho omeçou e baixo. á ão asta mais ndice o DIEESE, ue onesto m termos, mas ue ão orresponde ecessidade eal o rabalhador.

Se DIEESE em alar pra mim ue nflação oi e % o mês e perário, ue uem em ue irar inheiro o olso, entir que oi e 0% , le em ue onfiar aquilo ue le stá endo. Então uando oi evada ma roposta, u me embro ue la oi bem ecebida orque á inha om erto eforço as ases.

De á pra á lgumas omissões oram endo riadas, uncionando da eguinte maneira: essoal iscutia entro as ábricas, mas discutia undamentalmente ora as ábricas. s omissões êm m caráter emilegal, sto , ão echadas ara s atrões bertas para

s perários. É ecessário er m mente ue las ão êm m

caráter landestino. as ara las ão ofrerem ma epressão, terem eus membros espedidos erseguidos, em onseguirem emprego m utros ugares, s omissões ão brigadas ssumirem um aráter emilegal.

Numa rimeira ase s omissões urgiam entro e ma ábrica em ima e utas em specificas, través a tuação e ompa- nheiros ue á stavam ntrosados. Terminada eivindicação, om derrota u itória, issolvia-se omissão s mesmos lementos continuavam a ábrica, mas ão e orma rganizada, ão pro- fundando s uestões endo uais s ormas orretas e rem-se preparando ara róxima uta. empre ma terna uta: ão existe firma ue não enha problema ssim omo ão xiste perário que che ue stá udo onito u udo erto. om esenrolar de ma onjuntura ue eio os judar, eja ela ivisão a ur- guesia, eja ela rópria ressão esses movimentos arciais, ome- çaram parecer ovas omissões. ara mim ssas omissões ão um rgão ndependente a lasse. ndependente m elação uê? Em elação o indicalismo ficial. Por utro ado, epresentam m

trabalho e nificação, sto , ma nidade e ção entro a fábrica, ndependente o ue ada m enha omo isão indical. Essa ma uestão undamental: o urgir ma uta oncreta un- tam-se odos s lementos ara evá-la diante. O ue u cho ue diferencia ssas omissões e utras e ntigamente ue las on- seguem nificar rabalho e iversas endências indicais entro da ábrica. artir o róprio ompanheirismo evam-se osições diferentes m ssembléias ealizadas u a ábrica u uma greja ou a asa e lgum ompanheiro. osição encedora ntão assumida or odos s ompanheiros.

Com elação o indicato u cho ue s omissões e ábrica devem er empre ndependentes ele, mesmo ue ós, a posição, estejamos rente o indicato. u ão oncebo omissão omo uma orma trelada o indicato, mas, im, omo ma orma mais avançada. e indicato lassicamente m rgão e esistência econômica comissão tem que desempenhar, lém a uta co-

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nômica, m apel e ducação olítica a lasse vançar as questões ue izem espeito o rabalhador. e uestão conômicavamos iscutir, e uestão olítica, amos iscutir esolver. s comissões ão poiar s ireções indicais uando stas ssumirem suas utas. Quando sso ão contecer, s róprias omissões ssu- mem. Como elas não precisam er econhecidas pelo indicato ficial, como las ão ão ncampadas elo indicato, las ão ma orça viva oncreta a tuação e odos s perários a ábrica. Assim, se manhã ós stivermos entro o indicato uisermos azer um onchavo u m cordo, s omissões ão evem, e orma nenhuma, os ceitar. Elas evem evar uta a rática. É ue acontece, or xemplo, uando oaquim, epois e uma ssem-

bléia

s

perários

erem

ecidido

ue

ue

uerem

m

umento, manda ma arta ara s atrões edindo ma ntecipação. í ós, dentro a ábrica, utamos or m umento, uebrando cordo que le ez om s atrões. esse entido uestão a omissão é astante oncreta.

Eu uero eixar muito laro ue ão stou efendendo indi- calismo aralelo. cho ue indicato empre ai xistir inda por muito empo. cho nclusive ue s omissões, or maiores mais epresentativas ue las ejam, ão glutinar menos ente ue o indicato. M e arece ossível oexistirem s uas oisas , uanto mais utêntico mais ivre or um indicato, uanto mais le stiver preocupado m efender s perários, mais s omissões ão star ligadas le. ssa uestão e undo ra mim. Quanto mais houver ma dentificação eal ntre s ireções indicais ovi- mento as ábricas, mais ai aver ealmente ma proximação entre s indicatos s omissões, ó ue empre ma proximação independente as ireções indicais.

Eu cho ue a strutura indical ue ós emos í, ós staría- mos ncorrendo m rro o evar ma omissão ara entro o

sindicato ara er econhecida, orque manhã s ompanheiros estarão na rua. Isso contece freqüentemente. Então nós emos razões para esconfiar muito o ipo e indicato ue stá í, ue empre nos udibriou. E u alo mais elo ue u onheço minha xpe- riência maior partir e 4. Um ompanheiro az ma ntervenção hoje o indicato manhã le stá a ua: atrão ica abendo disso ela ia os irigentes indicais omprometidos.

Por utro ado, existem s utas erais. E ssas, ão esta menor dúvida, êm ue esembocar entro o indicato. ara ma uta de issídio oletivo, ão dianta ada ábrica irar m ndice ara levar. reciso aver ma nificação.

Nazaré: Hoje nós, a posição indical e Osasco, iscutimos ossa atuação entro ora o indicato, sto , tuação a ábrica. É om alientar ue udo ue u ou izer gora ão oisas obre as uais ão á onsenso entro a rópria posição sindical,

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mais m onto e ista meu. Trata-se e er em laro apel a luta o lano mais eral, u eja, o ível indical, apel as comissões e ábrica. u ntendo ue ma omissão e ábrica ó existe uando ente ncaminha ma uta. ão asta untar ez caras ormalizar ma omissão e ábrica e ima ara aixo, pois ntes e intar ma uta ue ocê em m rupo e discussão nde e profundam ão ó s uestões e ível conô- mico, não ó tuação o indicato, mas ambém uestão olítica. Eu enho ra mim ue ente eve er indicato mais omo um ríete. s utas mais erais, omo issídio oletivo, leições in- dicais, equerem ma tuação mais massiva ssa uta ai e ar dentro o indicato. laro ue ente ão ai azer sso ó om

as omissões. ente recisa ntão er laro ue emos ue star dentro o indicato, tuando á. M as reciso ambém er em claro ue ue ai ar orça sso ue ai er eterminante para lterar itmo e ualquer nvestida ossa entro o indicato é rganização e ase entro as ábricas.

Daí er nossa reocupação e riar rupos e iscussão entro das ábricas ue ambém ncaminhem utas specíficas, uaisquer que ejam las. Um rupo ue e orma entro e ma ábrica em

plena utonomia ara eliberar ual melhor orma e tuação dentro ela. sse rupo em ma inculação muito rande om s outros rupos entro e utras ábricas través as iscussões ue se azem ntre s ários rupos e ábricas.

Paulo: aso eguinte: u cho ue stá e azendo m avalo de atalha m ima e ma oisa ão equena, atendo empre o mesmo erro. Eu stou uvindo qui ue indicato ode er osto de ado, ue omissão e ábrica em ue er eita em indicato.

Ora,

meus

migos,

ecessário

icar

laro

ue

irigente

indi- cal — e ão stá azendo sso, aqui or iante em ue azer — tem ue sclarecer ovo, perário omissão e ábrica, ssim como elegado indical e ntigamente, ó ai uncionar igado diretoria o indicato. implesmente elegado indical em ue ser mais olitizado ara güentar arra, or xemplo, uando á uma risão e m iretor indical. movimento e 4 oi esar- ticulado or ma alha os irigentes indicais, orque stavam todos o mesmo ugar. Quando e ecreta m movimento perário, os íderes êm ue icar ndando e áxi, rocurando s oncen- trações perárias ando s alavras e rdem. O ovo gual soldado: ó nda om eneral. ão em alar ue eão ai esolver, porque eão ão esolve ada.

Zé edro: u ive ma xperiência astante oncreta a mpresa onde rabalho. ente á ão em ma omissão e ábrica. M as a ente em ompanheiros mais onscientes ue iscutem. gora,

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se ós sperássemos ireção o indicato e sasco rganizar nossa uta a irma — lha ue ossa oi rimeira irma a arar m Osasco — á ão airia reve, ão. Eu ão iria ue e fosse utro indicato eria mesma oisa. M as reve á m Osasco só aiu o momento m ue s rabalhadores, artir os ompa- nheiros mais politizados entro a empresa, se organizaram e fizeram a reve air.

Eu ostaria e iscordar e ma oisa ue oi ita elo ompa- nheiro nterior, ue eguinte: qui o rasil empre xistiu uma ilosofia o oder ominante, a urguesia, e e ôr a a- beça, não ó o perário, mas e odo ovo, ue ulano, ó orque é ormado, orque outor, em ue esolver roblema o ovo. Isso ambém e á om s indicatos. Então e lege ma iretoria

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do indicato e iz ue iretoria em ue rabalhar ara ovo e ente em ue e comodar. meu onto e ista e ue as omissões e ábrica êm o entido e ma maior articipação

de odos s rabalhadores, ara lém as ssembléias euniões que á entro o indicato. u cho ue indicato ó ai er mais orte a medida m ue s rupos e ábrica e rganizarem, levantarem s roblemas ressionarem s róprios indicatos trabalharem. econheço ue xistem ons irigentes indicais o Brasil, mas e rande maioria inda elega e inda á ire- ções indicais omo oaquim os Santos Andrade Henos Amorina, é or alta e ase entro as ábricas. enão s rabalhadores organizados á eriam eito om ue sses amaradas u ivessem saído o indicato u assado gir orretamente. u me embro que m sasco Henos Amorina ão ueria evar uta ela e- posição alarial. le ó omou ma titude uando oi ressionado pelas ases, ue, ogicamente, ão oram reparadas or le, mas, sim, elas ideranças entro as ábricas.

Por sso udo u cho ue mportante ormar s rupos e fábrica artir as oisas specíficas e ada ábrica, ncentivando a articipação e odo rabalhador té tingir onto olítico. Porque u ambém cho ue e rabalhador stá ravando oje uma uta conômica, le ão ai icar ó ela. le ambém isa

uma articipação a ida olítica ocial o aís.

Bigode: ós chamos mportante ormação as omissões e á- brica, anto ue o osso rograma s omissões e ábrica ão um onto e onra. M as ós emos lgumas bservações azer em elação o ue oi ito qui. osso er eve aver ma unificação as omissões e ábrica. emos reocupação e ue as omissões e ábrica ão assem xistir e orma esvinculada uma a utra ara ue ão omece xistir m erto indicalismo

localizado m ada ábrica. ós ueremos ue s utas as ábricas se nifiquem ejam rganizadas, irigidas entralizadas. or isso ue ós olocamos m osso rograma mportância a or- mação as omissões e ábrica a ua nificação m osso sindicato.

N ós emos ue azer ma lara iferenciação: nificação as comissões e ábrica epende a iretoria ue stá o indicato. Uma iretoria ombativa, ue ueira rganizar mobilizar ate- goria, ão ai ó eceber s omissões ue ossam xistir, mas la vai artir ara rganizar s omissões. Essas omissões e ábrica, participando o indicato, ão nfluir obre s iretorias, mesmo sobre s iores iretorias.

Há utra oisa ue reciso er onsiderada. ão asta ue exista m úcleo e ompanheiros a ábrica ue e ncontrem, discutam entem evar m rabalho nterno. sso inda ão ma comissão e ábrica. rimeiro asso ara ue la enha er

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uma omissão e ábrica ue la eja econhecida elos ompa- nheiros ealmente s epresente. egundo asso ue enha autoridade ara ue ossa nclusive er econhecida elos atrões

das ábricas. Há iferenças o etor atronal u credito ue om alguns atrões sse iálogo obre s omissões mais ácil om outros mais ifícil. om xperiência as ltimas reves, stá ciaro ue as mpresas multinacionais muito mais ifícil. Algumas comissões ue e ormaram m onseqüência as reves emons- traram orça, mesmo ssim m eterminadas ábricas s atrões ão quiseram econhecê-las nclusive xerceram lgum ipo e rbi- trariedade ontra las. M as medida ue s rabalhadores efendem suas omissões s atrões ão onseguem ontinuar gindo ssim, ^ara mim e ouver m rupo e rabalhadores ormado través dessas reves ue eja efendido elo estante os ompanheiros, pode-se izer ue omeçou xistir ma omissão e ábrica.

E reciso er uidado om ssa istória e mportação mecânica da déia e omissão e ábrica artir as xperiências as co- misiones breras" a Espanha, ue êm ido muito sadas as rgu- mentações. ao ceitamos ue e iga ue s omissões a Espanha naaa mham er om indicato. anto erdade ue, uando nouve bertura olítica a spanha, maioria os indicatos á ^ L

ldOS Pelas omissões - izer ue s omissões e ábrica so odem existir partir e xperiências a própria ábrica, ambém nao ceitamos. esmo orque s omissões riadas artir a experiência a rópria ábrica ão minoritárias. Digo ue té ntem, antes a reve, uase ão xistiam omissões. a erdade, á m dado bjetivo ontra movimento perário ue ode er ercebido principalmente o ível a xperiência e uta a rópria ábrica: L° f

aesem Pr ego. medida ue ente eva ma uta specífica aentro a abrica ente e mostra acilmente, odendo er an- aaao mbora. , o aso, roblema rincipal ão GTS, ue

aeu ma utondade mais ara s atrões. roblema rincipal e esemprego xistente o aís. ada rabalhador em 8 om- panneiros a orta uerendo eu mprego. á a spanha ra auerente. ao avia xcesso e ão-de-obra. uando avia, ra aosorvido or utros aíses a Europa. Essa ituação eu os om- panneiros spanhóis ma ondição bjetiva e rganização obi- lização artir as utas nternas as ábricas iferente a ossa aqui o Brasil.

Hélio: ealmente le evantou ma uestão muito mportante, u seja, mportação mecânica a déia e omissão e ábrica. Houve uma poca m ue alavra e rdem ra or omissões ipo apanha, em econhecer ue Espanha ma utra ealidade.

Btt ao aulo, m 975, om odo quele roblema a Villares, quando e egistrou quela ispensa massiva e ompanheiros, ssas pessoas oram para utras ábricas, mas ontinuaram e ncontrando

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pelo menos as euniões a astoral perária. oi artir aí ue surgiu iscussão ntre 6 0 ompanheiros e ábricas iferen- tes, rincipalmente ábricas o etor ul, obre omo evar ra-

balho e ábrica. ssim, través a nterfábrica, omeçou-se azer uma evisão obre ue ignificava aquele momento rabalho de ábrica. sso eu m om vanço a poca ara uem inha pouca xperiência obre rabalho indical. a ase as leições e sindicato m ão aulo, pós 5, ouve m moldamento ntre s velhos indicalistas — sto , essoal ue á stava á muito mais tempo o movimento indical — essoal, uase odo a ona Sul, nde xistia sse ipo e nterfábrica. a iscussão esse ílMíOldamento ue realmente urge oje sse trabalho que u ão

chamo

a posição, mas as posições. Bigode: osso itar lguns atos oncretos obre ormação as comissões e ábrica. ma as rimeiras xperiências ue ivemos se eu a ádio rigor o no assado, nclusive uma poca m que s omissões e mpresa ão iscutiam om s atrões ireta- mente ós ivemos ondições e azer sso. Alguns etalhes evem ser olocados. O rimeiro sboço e omissão oi, a erdade, ro- posto elo róprio epartamento e elações ndustriais. essa proposta róprio epartamento ndicaria s membros a omissão. Aí ós ropusemos otação esses ompanheiros ós stivemos entre s membros essa omissão. la xiste té oje, ndepen- dente nclusive e ualquer reve. Agora, ono essa mpresa —

este m etalhe mportante — aulo rancini. Qualquer m que eve portunidade e er uas eclarações os ornais ode er que le m os atrões mais emocráticos, sso acilitou muito as oisas ara ós. Negar sso eria mentir. á a iemens xpe- riência oi iferente. Hoje á ma omissão e ábrica ormada or 30 ompanheiros ue stá econhecida ela ireção, ue ão ueria nem iálogo onosco uando niciou reve. Essa omissão nclusive reflete nidade e ção os ompanheiros ue e punham atual iretoria, omo á avia ito ompanheiro élio. ão uas experiências iferentes: rimeira correu ntes e aver reve antes as xperiências itoriosas o BC, e eu uma ábrica s- pecial. or ue ão e eu, or xemplo, a ob Hilton, nde nível e onsciência os rabalhadores ra maior o ue os a Rádio Frigor? ue, evido o xcedente e ão-de-obra, s om- panheiros ão odiam rriscar acilmente eu mprego, endo

claro ue ireção a ob Hilton ão em osição emocrática de Paulo Francini.

Nazaré: O ompanheiro evantou uestão a ispensa o perário por articipar e m rupo e ábrica, mas ma oisa em ue er dita espeito isso. roposta e riar omissões e ábrica

atuação o perário onsciente ão e estringem os imites eo-

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gráficos e ma ase indical, ois, mesmo endo ispensado, companheiro onserva ma streita igação om essoal uando ele ai a ase indical inda e mantém a iscussão, a tuação, na roca e xperiências.

Bigode: om, ealmente s erdas e mprego ão azem om ue todo rabalhador esista da nossa luta. Os ompanheiros á om ma consciência lara ermanecem. gora, uando ocê ensa m ovi- mento perário, m omissões e mpresa epresentativa a ate- goria, ós ão odemos ensar ó esse rabalho e ormação e núcleos perários mais onscientes ue ão ar ireção tó ma luta entro e ma ábrica. í, uando ós alamos m ermos de branger onjunto a ategoria, ue olocamos mportância

de ma iretoria ombativa entro o indicato. esse aso erder o mprego ão muito mportante orque ocê ai ara ma utra fabrica través essa iretoria ombativa á ossibilidade e ni- ficação o rabalho ue xistia a ábrica nterior. o asso ue nao xistindo sso ompanheiro ode e solar rabalho a fabrica nterior eixar e xistir.

Nazaré: u ão ei e ecessariamente eria reciso ma ireção sindical ara azer sse rabalho orque ssa nificação e á a

pratica

mesmo.

O

ompanheiro,

aindo

a

ase

indical

ndo

ara outro etor, empre ncontra m eio e e proximar e utros companheiros.

Jacó — Evidentemente, u cho ue osso indicalismo ó oderá sobreviver om rabalho e ase ue ealmente sse rabalho deve er rganizado través e omissões e ábrica. O ue u cho que xiste tualmente mais m movimento o ue omissões ue estão e ormando. Quando e ala m omissão e ábrica e ala em leição e ma omissão e ábrica. ue xiste oje m movimento e rupos ue e eúnem ue e enominam omissão, grupo u oisa arecida e ábrica. Eu ão oncebo esvinculação da omissão e ábrica a utura strutura indical. u cho ue ela eve er oda ndependência ossível maginável, mas eve pertencer strutura indical. Eu erguntaria: entro e ma stru- tura essas uem ria ecretar reve, azer s egociações ole- tivas? Veja, or xemplo, roblema a Espanha. á s omisiones obreras ão oje ma entral indical, omo UGT. osição desse rupo e ue ão s omissões e ábrica ue evem ecre-

tar reves azer s egociações oletivas. isso le e põe outra entral indical, ue cha ue eve er indicato. ós os identificamos mais om s omisiones breras, mas ão ma questão e opiar , im, e proveitar xperiência.

N o osso aso u cho ue s omissões de ábrica evem er oficializadas, em úvida, om otal ndependência. Os eus membros

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devem er leitos, om eus mandatos eterminados ela rópria comissão, om eu statuto riado ambém entro ela. O ue xiste atualmente m movimento ue stá rescendo, mas inda ão pode er hamado e omissão e ábrica. o menor entido e repressão mais iolenta, ós staremos atalmente liminando odos esses rupos e ábrica.

Hélio: qui u enho ma oncepção iferente. xatamente elo que você cabou de izer — menor epressão cabam s omissões de ábrica — í ue u ejo arantia as omissões e ábrica. Na Espanha ealmente ouve m rande roblema, ue oi ato das omissões e ábrica erem ido ncampadas or ma nica

direção olítica. ara mim omissão aqui eve er brangente. Agora, izer ue omissão ó xiste artir e leição, sso ra mim ncorreto. uestão entral, ra mim, ara ue s mbriões de oje ossam voluir ara s uturas omissões, ão leição, mas, im, epresentatividade. em a Espanha e legiam ambém as omissões om ssembléia e oda ábrica. u onheço ábri- cas, elo menos qui, ue eúnem 0 perários scolhem ma comissão e u . sso epresenta ue oje ente em on- dição e vançar. e oda ábrica otasse os aras les eriam

reconhecidos eriam mandados mbora, omo conteceu, m 6, na spanha, uando s omissões evaram quela orrada uando foram ara indicato ouve quela da inda.

O rande roblema, ra mim, e ão uerer opiar xemplo da spanha orque u cho ue m ermos e uta indical comissão e fábrica em ue star acima dos artidos. Eu ou ontra o luralismo indical cho ue evemos air uma GT u oisa parecida. ão stou ntre queles ue cham ue ristão orma uma, utro orma utra, ois sso ó erve para ividir movimento

operário. Jacó: Eu iria ue u enho endência nidade indical, mas cho que sso iscutível. Eu ão firmaria ue ou ontra luralismo porque á xemplos a tália ue mostram ue lasse rabalha- dora stá muito mais mobilizada o ue m utros aíses nde não á luralismo. m ema ara e iscutir.

Hélio: s xperiências ue u onheço me ermitem firmar ue avançar ara ma GT u uma UT órmula mais orreta. Por utro ado, epresentatividade a omissão ão ualquer um ue etermina, mas, im , s utas oncretas. Ela xiste artir do momento m ue ocê eva ma andeira e uta entro a fábrica sso ssumido omo esultado e oda ma iscussão anterior. gora, amos eixar em laro ue sso udo ue xiste ainda stá uma orma astante mbrionária ai ar muita is- cussão rática ue ai nsinar ual aminho mais orreto.

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Jaco: Hélio, roblema eguinte: ós emos ue iscutir oisas para uturo, onsolidar s omissões e ábrica ão ermitir que enhum movimento u epressão s limine.

Cara ara: élio, ocê avia ito ue ão dmite ualquer s- pécie e inculação ntre s omissões e ábrica indicato, amda ue eja uebrada tual strutura indical. Apesar isso você econhece, anto uanto igode, mportância a nificação das utas as omissões. ocê iscorda, o ntanto, e ue sso deva er eito través o indicato. Diante isso, e ue orma eria encaminhada ssa nificação?

Hélio:

ma

uestão

iscutível,

orque

a

rática

sso

stá

con- tecendo muito ouco. m 5 u articipei a nterfábrica ós tínhamos 2 ábricas articipando a iscussão. sso ra mim ra a coisa mínima que organizava as omissões e fábrica. Aliás, naquela época ão e alava m omissões , im, m rupos e ábrica. Isso inda oje ontinua xistindo. Você em, s ezes, euniões a oposição nde stão resentes 0, 0 u 0 ábricas. gora, ual a orma ue sso uturamente ai omar? Eu, articularmente, cho que orma e nterfábricas ai cabar esembocando um ro- cesso e ma ireção e omissões. Eu ão stou azendo revisões, mas cho ue oisa ealmente e ncaminha ara ma oordena- ção nterfábricas.

Cara Cara: Hélio, ssa oordenação nterfábricas ão evaria m sindicalismo aralelo, ontra ual ocê á e olocou?

Bigode: ô, ocês stão oubando s minhas erguntas...

Hélio: lha, indicalismo aralelo á oi entado o Brasil unca

deu erto orque ós emos m rande roblema — econhecido por uase odos — ue o aixo ível e onsciência a lasse trabalhadora. ão orque ente ueira, mas á oda ma istória que xplica orquê isso. ue u stou efendendo ão m sindicalismo aralelo. eixei muito laro, esde rincípio, ue comissão e ábrica ai grupar empre s lementos mais omba- tivos : nquanto indicato grupa empre oda ategoria. s o- missões e ábrica ão egam indicalismo, mas eforçam, ó que e orma ndependente.

Eu ambém enho muito medo o indicalismo aralelo. Seria uma piada ocê maginar lguém om arteirinha e indicato legal qui no Brasil. Que ugar ocê eria ara azer euniões u ssembléias de issídio oletivo? Além o ue s ompanheiros a ábrica unca assumiriam sse ipo e indicato. Tanto sso verdade ue odos os lementos ue utam elas omissões e ábrica stão tuando dentro o indicato ficial, ão nquanto membros as omissões,

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mas nquanto ompanheiros e ábrica. Acrescente-se inda ue ssa proposta ai lém o indicalismo ficial: ocê ai rganizar ara que é sindicalizado e cara ue não indicalizado. ão me venham

dizer ue e errubarmos strutura indical odo mundo ai e sindicalizar, porque sso ão erdade. sso ão contece em uma Itália em uma França.

Enfim, omissão e ábrica epresenta queles ompanheiros mais ombativos entro da fábrica ue ão, partir as iscussões com odos s perários, rganizando s ormas e uta evando as utas ambém ara entro o indicato. o momento e issídio não omissão e ábrica ue ai evantar alavra e rdem de reve. la ode evá-la ara entro o indicato. e ste ão

assumir uta, omissão ssume. Baixinho: É om embrar ue s rabalhadores ão onquistam ada de raça, mas ó través a uta. ra, indicato ue o rasil nasceu om etúlio á asceu trelado, om ma strutura ue amarrava s meios e uta os perários. á stava udo ob on- trole, ão scapava nada, ambém or ausa da ontribuição indical. As omissões e ábrica ão m rganismo ovo ara lasse operária efender eus nteresses. Elas omeçam or utinhas eque-

nas

e rganizarem

utarem

or

oisas

maiores.

o

momento atual, ra mim las êm ue er ndependentes, orque maioria dos irigentes indicais ue stão í ão stão im e ssumir s verdadeiras utas a lasse. gora, alando m ermos e uturo, eu ão ei. Pensando, orém, o resente ue ente ive, uta tem ue ser levada independentemente essa estrutura sindical. Como podemos ensar, oje, m igar sse rabalho om indicato xis- tente? cho ue ão eria orreto.

E em mais: u cho ue uta a lasse perária ue ai levar

o ortalecimento o indicato. ma iretoria utêntica ão

vai urgir o ento, mas, im, o movimento a lasse. O movimento é ue ai riar s ideranças utênticas, ue ão e omprometer com s rabalhos e ase ncentivá-los. Me arece ue rabalho das omissões mbrião e m rganismo ndependente a lasse. Se manhã u epois lasse perária e movimentar riar on- dições e omper om ssa strutura indical riar ideranças sindicais e onfiança, utênticas, u cho ue í lasse ai oder passar creditar uma strutura indical.

É reciso izer ambém ue s omissões muitas ezes ão etero- gêneas. Têm ompanheiros om m ível e ensamento maior u menor. M as o undo las êm ma erta ireção entro as ábri- cas os momentos e uta las endem rescer; os momentos em ue ão á utas las e estringem os ompanheiros mais combativos e reservam. or sso ue u cho mportante colocação o élio e ue las êm e er bertas ara s mpre- gados echadas ara s atrões. ó ssim esses momentos ão

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se entam om le ntes e mais ada sgotam udo ue possível m ermos e onversação, ssa rma apacidade e mobilização rganização a ategoria. Os ue stão a mesa abem que s membros as omissões ue oram eitas artir as lti- mas reves ão ão e mediato mandados mbora. As reves eram pelo menos momentaneamente m spírito e nidade ara s ra- balhadores ue izeram atrão oje ão em erteza e ue, se le mandar mbora manhã ulano u eltrano, ábrica ão volta arar.

Agora u uero azer ma ergunta uanto ssa isão e ue as omissões e mpresa evem er ma oordenação eral ma vida independente o indicato. Eu ergunto: e ós ormarmos ma coordenação essas omissões, ue nclusive ossa aixar rdens para s ompanheiros omar onhecimento as uas ecessidades e eterminar ção ue eve er eita or ssas omissões, bjeti- vamente la ão stará evando a prática m indicalismo aralelo? N a erdade, ndependentemente e uerermos u ão evar sse sindicalismo aralelo, e ssa oordenação iver ssa utonomia essa ireção entralizada obre s rabalhadores, la erá m utro sindicato. om sso u ão stou e cordo. í ue u cho que nificação eve e ar o indicato. sse entralismo, ssa capacidade e rganização ireção, em ue e ar o indicato, inclusive onsiderando ue s ossos ompanheiros o Brasil êm toda ua xperiência oltada ara indicato. ocês odem er certeza ue, artir essas ltimas reves, m muitos asos uem saiu itorioso e mediato, té ível leitoral, oi róprio oa- quim e Andrade, a medida m ue s ompanheiros as ábricas têm onsenso e ue indicato ue em ue irigi-los.

Hélio: u ostaria e izer lguma oisa em ápida ara oder passar ara erceira uestão. É ógico ue ssa uestão ão

podia eixar e er olêmica. om ue sso conteça oje. e hoje omissão eva m rabalho le assa por ima o indicato, ótimo, orque indicato ma rande orcaria. ente em ue lembrar ue stamos ivendo um ugar m ue strutura indical ainda ão oi uebrada. meu er á rês oisas ue aracterizam bem s omissões: ») omissão eúne s lementos mais omba- tivos; ») la eúne lementos indicalizados ão-sindicalizados; 3*) la em m apel ue xcede quele ue uase xclusivo o sindicato: la eva ambém ma orma e ducação olítica ão- partidária. sso ão indicalismo aralelo. Já ue e alou anto m ermos e Espanha, u ão i inguém jogar cusação e ue s omisiones breras ram indicalismo paralelo. u cho ue, o ugar a ente cusar s omissões e sindicalismo aralelo, ós evemos os profundar o onceito: que ignificam s omissões oje? ual ignificado elas entro da tual strutura indical? ual ossível igação, oje, ntre

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uma ábrica utra? odas ssas uestões odem er iscutidas sem e egar m indicalismo utêntico. á a minha primeira nter- venção u eixei em laro ue ato e ma posição er leita para m indicato ão motivo ara ocê brir s omissões e fábrica ara indicato. obre sso cho ue osso profundar as oisas.

Para liminar ualquer úvida: u cho ue indicato rre- versível, le ão ai umir, ão ai ssumir ma ova orma e organização o ível a articipação implesmente indical. aso contrário, o tribuir m apel olítico-partidário o indicato, ocê o staria egando. Porque indicato, lassicamente, esde empo em ue le omeçou e firmar té oje, ó tuou, elo menos na maioria os asos, omo rgão e esistência conômica. e contam os edos s uestões m ue indicato onseguiu e envolver oliticamente o Brasil.

De ualquer orma ssa olêmica muito nteressante stá arejando odo mundo. O ue contece ue odo mundo em medo das omissões, medo a rganização os rabalhadores entro as fábricas. sso e raduz a firmação e ue perário em ue depender empre e lguém ue stá cima ele ara esolver eus

problemas. Jacó: Todas s roposições o élio ão álidas, mas le irmou proposta a nterfábricas sso ealmente orna ifícil esmanchar a magem o indicalismo aralelo. ão igo ue gora s omissões de ábrica ão omissões m aralelo, mas roposição a nter- fábricas. ..

Hélio: udo em, u stou isputando argo entro o indicato

oficial... Jacó: M as aí?

Luta indical u ta olítica

"Se ós icarmos alados, s indicatos s anguardas, obre questão da anistia, das iberdades democráticas constituinte, quando é ue rabalhador ai e olitizar, uando ue rabalhador vai uvir alar essas oisas?

Nazaré: Nossa xperiência mostra ue s alavras e rdem olíticas não stão ealmente mobilizando lasse perária, ado eu aixo nível e onsciência e ducação olítica, em ontar radição populista ue inda esa obre la. Na erdade, ue stá mobili- zando lasse, oje, ão palavras e rdem rincipalmente e unho

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econômico, u eja, or melhores ondições e ida, or melhores salários tc. ão uestão e ensar ue ssas oisas ão nteres- sam. ma unção a anguarda perária evar ambém ara s suas ases, ara eu meio e uta sse ipo e iscussão. O ue a ente ê oje ue ealmente s alavras e rdem mais olíticas não êm muita essonância entro as ábricas, ssim m ermos gerais. Existe iscussão olítica ue ravada mais ível e an- guarda, e essoas ue stão mais rente.

Sobre uestão a elação o movimento perário om utros setores ociais as posições rasileiras, ra mim vidente ue esse egócio o movimento perário e echar m i mesmo azer suas utas ozinho m bsurdo. O perário eve, ortanto, liar-se aos etores primidos a ociedade. ó ssim le e ibertará o arrocho conômico, olítico ocial.

Cara ara: ocê oderia specificar m anto melhor om ue setores lasse perária oderia e liar este momento isando desenvolver onjuntamente ma uta or emocracia bter es- paldo ara s uas utas e aráter mais orporativo?

Nazaré: ão s etores ealmente omprometidos om s andeiras a erem evadas ela lasse perária nquanto lemento undamental de ransformação a ociedade. ão á pra ente ntrar muito essa discussão orque ós ão profundamos muito entro a posi- ção indical e sasco. omo pinião essoal, u cho ue ó e pode stabelecer ma igação, ma liança, om odos s etores realmente omprometidos om odo esenvolvimento a uta os trabalhadores. É laro ue em ue aver í odo m rocesso e discussão ue ão e imita o ngajamento o perariado m ala- vras e rdem ue ossam urgir. ecessário ue perário entenda s oisas, ue le enha ma ducação olítica ara atividade olítica. ntão, nteressam queles etores ue stão e fato mpenhados m azer om ue perariado e esenvolva politicamente.

Hélio: movimento perário ão em ondições, mesmo uerendo, de e echar m i mesmo. u refiro, á ue ente ala anto na rática, er ual orma oncreta ela ual s oisas stão acontecendo. or xemplo, as leições indicais ente irou m

pôster. ógico ue ente ão oi endê-lo as ábricas, orque com le ós ueríamos rrecadar inheiro. ntão uem evou sso para ós oram s studantes. sso ma as ormas. ode-se té questionar e melhor orma. Outro onto uestão as is- cussões: á ma orma e rticulação om equenos etores ue e dá través e alestras, ursos, ebates, ue xige oda ma infra-estrutura ue ormalmente ós ão emos inda. este o- mento e ntelectual e ispõe azer sso, em ma igação rgâ-

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nica — eu acho ue este ponto em ue icar em laro — é possível que sso conteça. ossível ocê rrumar m essoal o airro e onvidar m ara para discutir lguma oisa á, orque perário,

que stá 0, 2 oras entro a ábrica, ão em antas ondições para azer sso. Agora, m rincípio u cho ue ssa igação em ue ir mais

ao ível e m rabalho, uer izer, ão e ode onfinar nte- lectual á m ima perário á mbaixo e ez m uando chamar ntelectual. e á lgum ntelectual u rofessor, nfim, alguma essoa nteressada m ontribuir ara uta, la abe or- malmente onde ai uscar sso. Pode er, or xemplo, través e um urso e madureza e airro, e ebates, ue me arece té mais mportante. Eu cho ue e eve rocurar stabelecer elações com utros etores, mas eixando muito lara ndependência o movimento perário. ão odemos dmitir oisas ue conteciam no assado — u ão ei té ue onto essoal o movimento estudantil oncorda om sso — uando perário e rganizava e studante ue ueria irigir uta. Hoje anto studante como ente izemos ma evisão isso udo imos ue ssa nao ra melhor orma.

Hoje movimento perário astante raco rabalhador n- trenta astantes roblemas evido s uas ondições e ida, obran- do muito ouco empo para le pensar as uestões mais erais ue aizeni espeito oda ociedade rasileira. or sso ue ão importantes ssas igações. gora, igação fetiva, igação rgânica, para sso u ao ejo oje muitas ondições. a erdade, ue me parece ossível oje proximação e lgum rupo e perários com lgum rupo e ntelectuais.

Vamos assar ara s utras uestões. obre nistia u cho m-

portante

izer

ue

ós

emos

iscutido

muito

ouco

or

ausa

o próprio olume e oisas ue êm contecido o movimento pe- rário. evemos os erguntar ue ipo e nistia ssa, uem ela ai ervir, e ai er ara odos u ó ara lguns? egando uma arte o roblema a nistia, mais o ngulo o rabalhador, importa muito ue sses ompanheiros ue articiparam s utas operárias enham ondições e oltar s uas tividades as ábricas, no eu indicato tc.

Quanto s iberdades emocráticas, em ntrar muito undo a

questão icando mais a xperiência ue u enho, cho ue la aeve er evada m ermos e uestões oncretas. u cho unda- mental berdade e xpressão rganização, sto , ocê oder se rganizar ndependentemente as ábricas, oder er ornais ró- prios os perários tc, im a ei ntigreve tc.

Constituinte, u, este momento, ou ontra. Acho ue la em o bojo e ma uta ue, a erdade, inda ão stá ada. arece-me

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necessário maior iscussão obre ssunto. Quando u igo ue sou ontra, ou ontra gora, oje. uestão ão stá endo ufi- cientemente iscutida em ntre s perários em mesmo ntre os utros etores. Que Constituinte ssa? ivre, oberana? e ue forma leita? odos s artidos oderão parecer ntes? Existiriam alguns ritérios ra ente oder e osicionar m ima essa ons- tituinte. u cho ue ma onstituinte ó erviria a medida m que movimento vançasse ue odos s artidos perários ives- sem ondições e er egalizados. e ouvesse ualquer estrição o poder essa onstituinte, á ão eria ma onstituinte omo u penso.

Nazaré: espeito a nistia, u ão ó ou avor omo ambém não ou imitá-la ão-somente os perários ue oram resos. Há muito mais ente — ão ó perários — ue e nvolveu a uta e ue ambém eve er eneficiada om nistia. á onstituinte, eu cho ue ma oisa mais ificil ara perário ntender o momento. Pra e alar m Constituinte, rimeiro ecessário alar em iberdade artidária, m iberdade e rganização, manifestação e xpressão. Essas alavras e rdem evem er evadas o perário

de

ma

orma ue

le ntenda.

xatamente

orque xistem

onsti- tuintes onstituintes. É muito mais ensato alar ara m perário em iberdade indical artidária ara ue le ntenda entido da Constituinte. final, s iberdades emocráticas ão ressuposto de ualquer Constituinte ecente.

Jacó: á ue stamos alando e uestões mais ropriamente olí- ticas, u ostaria e uestionar té ue onto s mpresários acio- nais ão stão erdendo oder olítico té oder e nfluência na

strutura dministrativa

o

overno?

té ue

onto ão ouve

um hamamento o mpresário acional lasse rabalhadora uma tentativa e bertura elo menos momentânea, ue alvez osse n- teressante ara lasse rabalhadora gora, mas ue, videntemente, no uturo eria ue er ompido? u oncordo lenamente ue trabalhador urguesia muito ificilmente ão onciliar s eus interesses. M as o momento ós emos s multinacionais nfluen- ciarem iolentamente olítica conômica o overno, ue e faz olocar m ebate té ue onto ão á ma nuência o m-

presário acional ara ssas reves ue ós emos oje? final, não imos m mínimo e epressão u e so o GTS m ermos de ispensa. Há té lguns poios o róprio mpresariado acio- nal. Antigamente ambém xistia ma eterminada onciliação ntre determinadas lasses ociais, ue, ara e egurarem o oder, man- tinham m squema e overno ue nteressava mais lasse ra- balhadora o ue tual, um squema e overno m ue ealmente o rabalhador u s úpulas indicais ntervinham. té ue onto hoje ão stá contecendo mesmo?

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Zé Pedro: Antes e mais nada u vou procurar esponder às uestões do tem . o meu onto e ista ão odo mundo a lasse

operária oje ue ê om lareza ue ejam iberdades emocrá- ticas, ue Constituinte u mesmo nistia. Muitos rabalhadores não abem ue ignificam ssas alavras. ó ma amada muito pequena e rabalhadores ue onsegue aber. Respeitando ível da ente os ompanheiros ue stão igados ente, u cho, no ntanto, ue las evem er evadas gora, esde ue ransmiti- das uma inguagem ue rabalhador ntenda.

Pessoalmente u cho ue nistia em ue er mpla rres- trita. Eu cho ue Constituinte ma onseqüência as iberdades democráticas, mas ente ala elas uma utra inguagem, ara que las ão iquem uma inguagem muito bstrata. sso e á no momento m ue ente iscute om s ompanheiros ue necessário cabar om ei o rrocho alarial, om ei .330, que ocê em ue egociar iretamente om s atrões. Essa uma forma e, unto om s rabalhadores, r onquistando s iberdades democráticas. om elação Constituinte u ão ou ontra, esde que ocê igue Constituinte iberdade os rabalhadores riarem

os eus artidos efinirem s eus rogramas. Neste momento ue mobiliza e ato lasse perária uta econômica uta ara obreviver, orque alário o rabalhador está orrível. Haja ista ue s rabalhadores stão azendo reve. Isso m inal e ue ão stão güentando ituação. Outra oisa que mobiliza rabalhador ransporte oletivo ambém INAMPS. Mas m rimeiro ugar inda stá onquista e alários.

Quanto o egundo tem, u cho ue lasse perária eve e alinhar, im, om utros etores ociais a posição rasileira. or

exemplo, uestão os ntelectuais: xistem lguns eles ue stão defendendo andeira ue isa cabar om egime e xceção, que isa articipação e odas s amadas a ociedade. É laro que ssa á ma rática ue sses ntelectuais stariam azendo para oder anhar a ente ssa liança ara rabalharmos untos e azermos lguma oisa m omum. laro ue í u ambém ou defensor e ue uta os rabalhadores entro a ábrica votação e m rograma para onquistar indicato, sso udo abe aos rabalhadores. Eles ue êm ue ecidir orma e ncami- nhar ssa uta. M as u ão cho ue e eva arar í. u cho, por xemplo, ue, e etores omo Ordem os dvogados, s grupos mais vançados a greja, movimento studantil, evantam bandeiras e uta ue evam melhores ondições e ida ara povo, ntão esses momentos lasse perária em ue e denti- ficar om les azer s lianças ara em omum.

Eu ão oncordo om osição o acó e e azer lianças com s atrões. sso ão enhum ectarismo e minha arte. Analisandoodo m assado ue ente iveu marcado or ssa

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"revolução" ue eio m 4 — or sso mesmo oje u ico muito preocupado om ssa rente e edemocratização, com Magalhães Pinto, Euler Bentes al — evando m onsideração rática ue esses'caras iveram, ão á ra onfiar eles. Magalhães Pinto, or exemplo, mandou matar perários á m Minas Gerais quando le era overnador. le oi m os rticuladores o movimento e 4 e ós abemos uanto sse movimento ustou inda stá ustando hoje ara ós, ois le ão eio razer enhum eneficio ara _a classe rabalhadora inda mpediu indicato e er m rgão livre a lasse perária, olocando érias estrições odas s lasses oprimidas o Brasil. essa revolução de 64" foi reparada or esses lementos ue stão í alando a Frente e Redemocratização.

E eja em, í ue u ntro a uestão os atrões. ue os atrões izeram o entido e vitar ue ssa revolução" iesse fazer anto mal ssim ara lasse rabalhadora? ão izeram ada. Eu me ssustei sses ias uando eguei olha e ao Paulo i um apitão e ndústria, omo r. Ermírio e Morais, riticando o istema izendo ue le em ue mudar atati-patata. Eu ui funcionário esse omem ei omo arrasco a Alummmm, m Sorocaba. Esse omem, ma ez uando 5 rabalhadores, o empo do overno Mediei, aralisaram s máquinas icaram unto elas, num movimento igual ao que está se fazendo hoje, esse mesmo

capitão de ndústria ão quis em saber o que os trabalhadores queriam. O ue le ez oi izer os rabalhadores ue les inham cinco minutos ara igar s máquinas, u les eriam emitidos em direitos Eles não ligaram e ele mandou o pessoal embora, sem direitos Agora, a ora ue le az ma alestra o Ruth Escobar, tem irigente indical ue ergunta ra le or ue le icou alado esses 4 nos ó gora olta alar. í le iz ue s perários também icaram alados ambém e covardaram...

M as or ue les e covardaram, r. rmírio e orais? e acovardaram orque r. utros olegas eus, ue ertencem

sua mesma lasse, eram oda ma obertura te inheiro ara a Operação Bandeirante omicar s rabalhadores oda orça viva a ação. Hoje, e le stá alando m emocracia riticando o egime, orque eus nteresses conômicos oram ro spaço. Ele stá endo s multinacionais ngolindo le. ntão, nalisando a ua rática o assado, ente ê ue le judou sse istema a smagar ente. Ajudou isar ota irme m ima a ente. Por ue ue gora ós amos brir mão uerer egociar om esse essoal? manhã u epois, uando sse egime air, uando

os nteresses ele orem ovamente estabelecidos, uem megarante que ele não volta a fazer mesma oisa e dar ondições a Operação Bandeirante a epressão aixar m ima os rabalhadores?

Devemos brir lho, orque ue stá avendo m escon- tentamento orque s nteresses os atrões ao stão endo mais atendidos omo ntes. les stão rigando ntre i. mportante

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que les riguem, mas ós ão odemos icar sperando ue sso vá er or oda ida. ra mostrar ue mpresário acional não mais onzinho o ue utro, eve ma mpresa acional,

a

Mecânica

Santos,

á

e

Osasco,

ue

mandou

8

rabalhadores

m- bora or ausa a reve. Hoje uando ente nalisa ituação, ente ica muito reo-

cupado orque, medida ue apitalismo vança, le ria ovas formas e ominação. té ntão les ominavam a ase a ace- tada a orrada. M as ai hegar empo m ue sso ão ai ser mais ossível entro o ontexto mundial. ntão le em ue mudar e orma ssim omo mudou a Europa. O ue corre, esse caso, ma ominação deológica a lasse rabalhadora, ue ode ser té ior o ue ominação ela epressão, orque la eixa

o

amarada

nganado,

ensando

ue

le

stá

endo

ono

a

ola, quando le ão stá endo oisa enhuma. a erdade, le ai evar muito mais empo ara oder nxergar azer s oisas.

Cara Cara: ompanheiro é Pedro e eferiu o erigo ue e- presenta ara lasse perária m eterminado ipo e movimento democrático ue urge artir a ecessidade o róprio istema se ecompor. M as Nazaré isse ue ara lasse perária, oje, palavras e rdem omo nistia Constituinte ão êm enetração ou ão mal ompreendidas ela lasse. sso ignifica ue, e á

concretamente ma meaça ara lasse perária, o entido e não onseguir hegar emocracia ue tenda os eus nteresses, também ão e stá endo ma orma e ncaminhamento rático da uta olítica a lasse. Então uestão aber ual lter- nativa oncreta ue e stá riando. alvez ue azaré enha colocado eja muito mais m roblema e orma ue e onteúdo. Deu ra ente erceber, artir o material e mprensa obre s últimas reves, ue, mbora em empre ique laro ara s pe- rários uestão a Constituinte, vidente ue uta or iberdade sindical ma uta ontra egime ue stá í, ssim omo

questão alarial assa elo stado, elo overno. perário abe muito em ue overno. ma oisa eva utra, orque governo pode ser ligado egime e egime liberdades emocráticas.

Nazaré: u ueria omplementar ue é edro alou. u ejo o egócio o eguinte modo: urguesia urguesia, roletário proletário, ão nteresses otalmente iferentes. Não ejo istinção entre apitalista nternacional urguês acional.

Baixinho: o oteiro ara ebate ocês alam e rês oisas: anistia, iberdades emocráticas onstituinte. Anistia ra mim uma oisa ue, mesmo ue muitas ezes ão eja em ntendida, todo mundo prova. obre Constituinte u cho ue, e o o- mento ue ente ive gora, osse ossível ma Constituinte ue

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abrangesse s eivindicações os perários, sto , e osse ossivel uma orrelação e orças entro a ual lasse perária udesse impor uas ropostas, í, im, u cho ue la eria entido. ente

tem ue evar m onsideração ue ossa lasse o momento ainda stá muito ébil, utando or eivindicações conômicas e- quenas. e entro o movimento á etores ue ntendem ssa palavra e rdem, maioria ão ntende. Eu enho ma reocupa- ção om s ompanheiros om ue iscuto o entido e esarmar essas rmadilhas ue êm ra ima a ente, ssas emagogias e que é Pedro cabou e alar.

Bigode: u uero azer ma ergunta ue á ma ntervenção: para rganizar mobilizar ategoria ra melhor ntes e 4 u depois e 4, om ste egime e xceção? melhor onjuntura de 2 u e 8? melhor ste overno e xceção u m overno um ouco mais berto? Qualquer bertura, or menor ue eja, melhor ara rganização mobilização os rabalhadores u ão?

Paulo: ue ompanheiro isse em astante azão e er. gente ão ode e maneira lguma ejeitar nidade om uem quer ue eja, orque oje perário rasileiro stá mais maduro e em nteligência uficiente ara istinguir ue he nteressa. Nós iversas ezes omos mbrulhados or omens omo Adhemar de Barros. M as gora, om ecorrer o empo, u cho ue ada impede nidade. odo mundo abe ue omens omo Magalhães Pinto, Adhemar e Barros Carlos Lacerda ão s esponsáveis elo que stá í. nclusive les erceberam ue stavam e nterrando e avando ova ara les mesmos, orque stavam erdendo er- reno ara s multinacionais. or sso les eram ra rás. gora, nós odemos proveitar sso ositivamente, proveitar odas s chances ue les os erem.

As ideranças êm ue star em sclarecidas ara iderar ovo, os rabalhadores, ara ue stes ão ejam mais nganados. e les nos vão usar até um determinado ponto, nós também evemos usá-los até m eterminado onto. ntão amos proveitar eixa o divórcio: e ocês ão ervem mais ra ós em ós ra ocês, não amos mais icar endo mbrulhados omo á omos muitas e muitas ezes. sso e s ideranças e omprometerem om odos os perários. Quando e rata o em-estar ocial a lasse, emos que cabar om sse egócio e izer ue m reto, utro al- meirense, utro orinthiano, utro teu, os nirmos m ene- fício a ategoria. s aixões olíticas lubístícas e ada m devem er ostas e ado. É mportante nir udo m enefício a categoria. ós emos ue irar a ogada s rambolhos ue stão por í í ós epartimos bacaxi ntre ós.

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Jaco: Gostaria e alar obre rimeira uestão: ue ignificado tem ara lasse perária alavras e rdem ipo nistia, onsti- tuinte iberdades emocráticas? Nenhum, orque ádio elevisão

não politizam, espolitizam. M as s anguardas s indicatos utên- ticos evem braçar bandeira utar ela nistia, ela onstituinte, no eu momento erto, omo isse ompanheiro élio, elas liberdades emocráticas. ue mobiliza tualmente lasse raba- lhadora ão s eivindicações conômicas. eivindicações conô- micas, entro e m istema apitalista, ignificam istribuição e renda. esde 964 ós stamos um egime apitalista rcaico comodista ue, ara esenvolvimento o aís, esolveu primir a lasse rabalhadora. andeira a istribuição e enda oi bra- çada elos mpresários acionais, orque stavam e entindo re- judicados elas multinacionais ue stavam ntrando ada ez mais no aís. Quanto mais stivesse lasse perária marginalizada elo processo e esenvolvimento, maiores eriam s acilidades ara s multinacionais.

JE u cho ue evem er proveitadas odas s berturas ue não momento e ós alarmos e urguesia/operários. Eu cho que momento e ós, rincipalmente queles ue stamos o sindicato, starmos ealmente nformados e udo proveitarmos todas s orrentes odas s amadas ociais ara erminarmos com ssa pressão a lasse rabalhadora. í oderemos er ma etapa eguinte: ma tapa e mudança e istema. ntão hegará o momento a lasse rabalhadora, uando la stiver mais oliti- zada ara oder ealmente onquistar m istema ue tenda s suas ecessidades. Poderemos, este aso, articipar o ontrole a produção. erá momento m ue perário ecidirá e e eve ou não onstruir arro, e e eve u ão abricar elevisão ores. Isso ma tapa eguinte.

M as oje u cho ue uem riou bertura ara indicato trabalhador oi fetivamente andeira ue evantou mpresário nacional. ão stou izendo ue e eve azer oligações u con- chegos, mas ntendo ue evemos proveitar odas s berturas, todas s manifestações. ão ou avorável rente mpla, ão acredito o ranco Montoro, ão credito m uler, ão credito em Magalhães into, ão articiparemos essa rente mpla, mas acho ue evemos os proximar e odas s orrentes ue os levem, entro este istema apitalista ue ma ealidade, e- lhores ondições e ida ara rabalhador. Para mim, essa tapa nós evemos star untos proveitar odas s portunidades.

Quanto os utros etores ociais, or xemplo, s studantes,

não

odemos

gnorar

movimento

studantil

e

977. O

rabalhador viu s asseatas as uas istema e epressão oi esgastado

pelo movimento studantil. oje ão odemos gnorar ue, as pequenas berturas ue stão xistindo esmo as reves, movimento studantil xerceu m apel reponderante. ue ós

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queremos, alando obre ntelectuais, ue les ivam rama o trabalhador, ivam quilo ue rabalhador ente rocurem s- quecer m ouquinho s uas osições ndividuais u e rupo ara

montar ma scola indical. quele ue uiser ar ua ontri- buição, stamos s rdens. ue ós ercebemos, nfelizmente, que uando ós ão aminhamos untos om s osições e eter- minados rupos e studantes, les os bandonam. Deixem ue s decisões ejam ossas. ue sso ique om s rabalhadores s trabalhadores ivem or i róprios. Eles ão ma lasse ocial

O mesmo u igo om elação os artidos olíticos. e ouver partidos olíticos ue manhã enham efender lasse raba- lhadora, everão er poiados. Hoje á oi poiado MDB. er- dade ue oi ma ecepção ompleta m 4, mas oi m momento.

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N ós os indicatos o etróleo stamos ropensos efender xata- mente nistia s iberdades emocráticas. erdade ue m termos e úpula, mas e ualquer orma eve er iscutido e-

vado

lasse

rabalhadora.

ão

stou

ubestimando

lasse

uando digo ue gora ão ignifica ada. oderá ignificar o uturo: e nós icarmos alados, s indicatos s anguardas, obre uestão da nistia, as iberdades emocráticas onstituinte, uando ue o rabalhador ai e olitizar, uando ue rabalhador ai uvir falar essas oisas?

Bigode: Eu ou izer ue acó á isse, ó ue e ma maneira um ouco iferente. ada ia ue assa ica ada ez mais laro que uem mais ecessita e iberdades emocráticas ão s raba- lhadores. Os egimes e xceção a erdade xistem m unção e reprimir s lasses rabalhadoras les hegam m al onto de epressão ue tingem té etores ue judaram nstalar sses regimes. ra ós laro ue uem mais recisa as iberdades democráticas rabalhador orque alta e iberdades emo- cráticas ue az om ue rabalhador enha maiores ificul- dades e mobilização.

Sobre ue mobiliza tualmente lasse perária, enho ma observação. omo em embrou acó, m 974 DB anhou a leição stourado. , firmo, maioria os rasileiros ão lasse operária, ão rabalhadores. u i a poca oisas ue á muitos anos u ão ia. Eu i massas e rabalhadores eunidas a raça de sasco, orcendo elos esultados as leições. sso emonstra um ntendimento os rabalhadores m elação o ue emocracia ou ecessidade e emocracia. Hoje as ábricas, uando iscuto com s ompanheiros, les ão abem sar s mesmas alavras de uem em m ouco e ducação olítica, mas les izem ue, além e m indicato orte, ós ambém recisamos otar ara escolher osso overnador osso refeito. nclusive s ompa- nheiros mais elhos abem muito em ue s oisas icaram iores para lasse perária epois e 4. ntão qui u ndosso ue disse ompanheiro acó: ecessário inamizar lasse través da articipação a uta olítica.

Nesse onto u nclusive aço, om muita elicadeza, ma ritica ao ompanheiro ula. iga-se e assagem ue minhas ríticas ele ão oucas, orque u prendi muito om le, ue rouxe muitas coisas ovas ara ategoria. M as u ão cho orreto politi- cismo as uas piniões adas mprensa. omo irigente indical, se le ivesse ma osição mais lara ontra ituação olítica o país, staria judando ducar s ompanheiros ue ão irigidos por le. sso ra ós mportante, mas ão uer izer ue u á ficar iscutindo deologia om lasse perária. Aliás, e or iscutir outro istema conômico, cabaria alando esteira. Agora, ue u

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sei izer lasse perária lasse perária iz ra mim ue este egime ós-64 uim.

Outra oisa ue ambém lara ra mim ue, oje, etores ue ontem poiavam sta ituação e xceção, ão poiam mais, or condições bjetivas. omo ompanheiro aco olocou, ma elas são s multinacionais, ue riam roblemas ão ó ara s raba- lhadores, mas ara s mais mplas amadas ociais ue stão o- frendo sta ituação e m egime e xceção. Quanto menos ni- migos lasse perária iver, uanto mais la e liar os iversos setores ociais, mais orça la ai er. Por sso oje u ou poio à rente mpla, u ou poio ualquer bertura olítica ue existir cho ue onjuntura e oje ão mesma e lguns anos trás. Nenhum ompanheiro ue stá qui ode egar ue

conjuntura mudou muito epois e 6 ue ós os proveitamos dela, mbora ão enhamos ido articipação ireta essa mudança. E e m 8 ouve ossibilidades e xistir reves, sso conteceu porque onjuntura istinta. Eu olto, ntão, azer quela er- gunta: ara s rabalhadores, ue melhor? ue s oisas iquem cada ez iores mais eprimidas u ue, mesmo ue ão arta dos rabalhadores, aja lgum ipo e bertura, ue os eixe ran- sitar a ua alar o indicato?

Hélio: roblema eguinte: ue u ão ompreendo or que ai uerer azer ma liança om lasse perária? É ó sso. Se lguém onseguir xplicar lgum ia sso ra mim... le ó vai azer sso ara oder xplorar melhor, omo á ez m utras épocas ai ontinuar azer oje. liança ocê az uando stá forte oje movimento perário ão stá ão orte ssim ara fazer lianças. as lianças ue le izer, ai er ngolido. ambém não ceito ue s mudanças ue êm avido ieram artir e cima. O ue contece ue stá avendo rigas etoriais sso ria

divisões

mportantes.

Mas,

or

utro

ado,

stá

avendo

m

vanço significativo o movimento perário.

Bigode: lha, ensando oncretamente m ermos e rabalho e fábrica, ue melhor? er s hefias as ábricas liadas onosco ou ê-las otalmente ontrárias ós?

Hélio: udo sso muito onito, mas u ei e mpresários acio- nais ue ncabeçam sses movimentos mandaram ente mbora quando reve stourou.

Jacó: élio, lasse rabalhadora ão eve proveitar ue les estão alando gora?

Hélio: Aproveitar ma oisa, azer liança utra. u ão ou contra proveitar. Olha, u cho ue mportante, artir o ue

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está contecendo, ós os eforçarmos. gora, utra oisa ocê pegar sso ue ocê em ente, ue nício e m movimento, e ogar á udo uma ossivel liança. í ocê ai er sado orque

você ão em orça ara mpor quilo e ue lasse perária precisa. Você ai er brigado ndar eboque, orque les stão precisando e ocê.

Jacó: Muito menos orça ocê ai er e istema ermanecer.

Hélio: ra, istema ão epende ó o movimento perário.

Jacó: uem utou ela bertura o istema oram s rabalhadores ou s mpresários acionais?

Hélio: omos ós. ós ue utamos.

Bigode: lha, u cho ue em ma oisa mportante. ós emos que er astante érios ara dmitir ue nfluímos ouco a on- juntura olítica ue stá í. e ós ivéssemos nfluído essa on- juntura olítica, ompanheiro élio ão eria enhuma estrição contra liança, porque ós staríamos uficientemente ortes, omo ele iz. É ecessário dmitir ue istema em roblemas nternos e ue riga ntre les stá lara, ra odo mundo er. nclusive eu ou m ouco lém ergunto: ão odos s etores atronais que articipam o oder om ste egime e xceção? Nazaré: Eu cho stranho ompanheiro icar olocando ssa ues- tão a lasse perária e liar em er m ista ua utonomia, a ua ndependência. meu er ompanheiro eve er or rin- cípio s istinções ue xistam. e ocê ão em orça uficiente para mpor ue ocê uer, ão á ondições ara ocê azer aliança, ois ocê ai er sado.

Walter: e ós ão emos em iberdade ara eunião...

Nazaré: M as ente ai er um ia. sso ai epender a ossa uta.

Walter: e ão ouver sse ipo e liança, uando ue ós amos ter ssa iberdade?

Baixinho: ual ecreto ue eu eunião ra ós í? Veja e não oi eito a marra sso.

Hélio: u ó ou evantar ma uestão. lasse perária stá an- sada e azer liança om eus dhemares e arros e utras po- cas, om eus ânios uadros, om eus etúlios argas ue parecem na ida acional. O ompanheiro é Pedro evantou muito em ue ninguém ontra liança or ectarismo, ão. Por ue Magalhães

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está uerendo azer ma liança om s rabalhadores oje? seguinte: les uerem ma liança om máximo e ente ossível, porque a ora ue oisa nverter lguém ai er ue xplicar.

Jacó: ão enha úvida isso. Eles stão hamando lasse perária para irar roveito o uturo.

Zé Pedro: O ompanheiro Bigode avia erguntado e melhor oje ou 2. ra, ompanheiro, em úvida lguma laro ue oje melhor. Seria urrice izer ontrário. M as contece ue egime militar ão eu ssas berturas orque uis. sso conteceu orque a ente stá utando xiste m movimento. ão oi ó riga

entre

s

atrões

ue

evou

sta

onjuntura.

Veja

em,

otação que MDB eve m 4 oi muito mportante.

Jacó: ocê ode creditar, oje, um Franco Montoro, um Orestes Quércia, ue oram leitos elos rabalhadores? ão oi ma liança com ente ue ão efende lasse perária? ós ão stamos a- bendo momento e air ora? uando ocê ita liança om Getúlio, om Adhemar e Barros, ós erguntamos ue oi ior? Quando e eu erda o oder quisitivo o rabalhador? eu-se com ste apitalismo rcaico pressor. Este roblema. Ninguém está azendo ma liança efinitiva. gora, e ão ouve m ra- balho e ase o empo m ue s indicatos inham iberdade pra isso, utro problema. ós evemos proveitar odas s rechas deste istema pressor, orque e le ermanece lasse perária não em ondições ara e evantar, muito ifícil. u cho ue há randes berturas riadas or lementos ue manhã odem os ser esfavoráveis, mas oje os ão avoráveis. Toda urguesia ue levantar andeira o perário, oje, eve er espeitada catada. Amanhã ai er utra uta.

Zé edro: spera í, acó. otação o DB m 4 ra uestão de ocê epositar m oto e rotesto ontra egime ue stá í. É iferente e ocê azer m erto ipo e oncessão o Magalhães Pinto. Vejam em, á ma rande iferença ntre, e m ado, m Magalhães Pinto e um evero Gomes , e outro, um Franco Montoro e m uércia. u cho ue á ma rande iferença ntre otar no MDB entrar essa anoa a Frente e Redemocratização — ão estou izendo ue ocê stá ropondo sso — creditar, or xem- plo, ue s atrões stão gora merecendo almas a ente. Quando se oloca ue s atrões acionais utaram or ssa bertura a qual ós odemos té azer reve oje, u iscordo. idigal, á em sasco, m esses ue nda ando ma e iberal or í. Sabe ue conteceu uando Cobrasma arou? elefonaram ra casa o ai ele elho quase esmaiou. izem ue elho

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ficou oente a ora orque oube ue mpresa inha arado. Aí icou quela riga á uizinho atia o eito izia: Não, pai, eixa ue u ou á esolver". M as uidado, meu ilho, lha 8, esses perários..." E olocou s perários um ível e icho. Eles ficaram om m medo errível.

Eles ão stão oncordando om ssas reves ue ós stamos fazendo, ão. ão oi bertura e atrão, oisa enhuma. oi ro- testo ue s rabalhadores izeram m 4 otando o MDB, oi Movimento o usto e ida, ue mostra escontentamento o povo, ão s uebra-quebras e rens, s reves-tartarugas, udo isso ue stá rovocando bertura. É laro ue s nteresses os patrões ambém stão m ogo ós emos ue proveitar sso.

Mas les ó hiaram o momento m ue s nteresses eles ome- çaram r ro rejo.

Baixinho: Há muitos mpresários í ue stão osando e iberais e ue mandaram ente mbora or ausa o movimento revista ou ela articipação a posição indical. aso o ardela, Mindlin, s mpresários a obrasma as Máquinas iratininga. Eles e izem iberais, orém uerem iberdade ó ra les. ra nós ue obra m hute a unda ra r ra ua.

Hélio: sso í. Tem muito mpresário acional ue avor a greve. esde ue ão eja a ábrica ele...

Jacó: uem ue ão abe isso?

Hélio: ra mim sso ma uestão e rincípio. atrão ra mim não em or. anto az er rasileiro, rgentino u mericano: tudo mesma oisa. egócio ele xplorar.

Jacó: Ninguém em úvida isso. uestão onjuntura ue em que er ista.

Hélio: E mais: unca ão e armonizar apital rabalho.

Jacó: laro ue ão.

Hélio: liança e perários rabalhadores om utros etores a sociedade ue ventualmente ossam star o ado os perários

tem ue er

eita

artir o momento m ue stivermos rgani- zados, enão unca eremos orça ara irigir uta ara nde s trabalhadores uerem. De utra maneira ada mais eremos o ue massa e manobra as mãos a urguesia.

Jacó: Tudo ue você isse ós á abemos. ós stamos iscutindo dentro e ma ealidade ue stá qui resente. sso udo ue ocê

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está izendo eria m ronunciamento muito acana e ocê ão estivesse idando om ipo ue stá idando qui, ô. Que atrão sempre ai xplorar mpregado, uem ue ão abe isso qui?

Quem ue ão abe ue apital rabalho unca ão e onciliar? O ue ós stamos iscutindo momento xistente ds ão podemos ugir essa ealidade. sso í té m ronunciamento que ão ai evar ada.

Bigode: ostaria e eixar meu rotesto, qui, orque u ui mal ntendido. m ompanheiro raticamente alou ue u stava traindo ategoria. ó altou alar sso. ada momento ue gente cha ue m ara stá raindo, ente squece odo m ra- balho nterior ele. sso caba o nfantilismo, ue ão ode acontecer.

Cada m e ós abe muito em ue apital rabalho ão ão se onciliar. gora, ma oisa ue u ão inha ito ntes, uando a ente alou obre opulismo, u uero izer gora: ra mim aliança e lasses mportante, mas á ma oisa undamental a aliança e lasses: ireção em ue er os rabalhadores. Nós é ue emos ue er direção a liança e lasses. e ós ivermos a ireção, ós ue amos onduzir onjunto a ociedade. sso é onto echado. Agora, mesmo aciocinio ue azemos m elação à onjuntura olitica, ós azemos obre uestão indical. ão e trata e izer ue s atrões ue ão ar ondições e iberdade para s rabalhadores; ós emos ue utar ara onsegui-la entro das ondições ue oje e presentam ra ente. Da mesma orma como strutura indical ó ai air e ós utarmos entro ela. N ão dianta icar sperando la air ara epois rganizar ate- goria. om ategoria rganizada ão em strutura indical ue agüente.

Quanto ssa uestão a ossibilidade a liança, u cho ue

o rabalhador em ue proveitar lgumas ontradições muito laras que xistem ntre s etores mpresariais. or xemplo, etor têxtil epresentado or evero omes. Esse etor em u ão em contradições a tual onjuntura? les êm, orque ecessitam o mercado nterno. Eles uerem ue rabalhador enha mais enda porque les ecessitam e mercado ão orque les ão onzinhos. O mercado ra les nterno ão e xportação. uem ompra tecido rabalhador, ue, oje, em aixos alários ão stá podendo omprar ecidos. ntão ssa ma ontradição bjetiva que ai azer om ue sses etores ceitem vanço os raba- lhadores. sso ocê ão ode egar.

Unidade e ção, a rática, ente empre ode azer té ora o oaquim e Andrade. u ei ue ocês ão char sso bsurdo, mas la ode er eita uando nteresse a ategoria ue stá era ogo. É aso a rimeira ssembléia o issídio oletivo ue

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tivemos m São Paulo, uando oaquim presentou 8 eivindica- ções ue ncluíam odas s eivindicações a posição indical ainda inha mais lgumas. Naquele momento e evia er nidade de ção? ente evia ceitar lenco e 8 eivindicações ele e evar sso a rática. laro ue le ão a mexer ma alha pra sso, mais ma ez ocê esmoralizava. or sso omos contra titude ue s ompanheiros a posição indical iveram, de uerer eduzir lenco e 8 eivindicações ara , legando ue os atrões ão s tenderiam or erem muitas. ra, rincipal motivo o ão-atendimento as eivindicações ossa alta e organização mobilização.

Repito mais ma ez: liança empre ossível ecessária. Agora, rítica ue u aço ntes e 4, e ão er avido uma egemonia a lasse perária obre liança ue oi eita.

Hélio: uestão hegou m onto ue, mesmo ue ente ão queira, caba ntrando ara erreno deológico. Concordo om le quando iz ue rande roblema o ré-64 oi ão er avido hegemonia a lasse perária. gora, roblema eguinte: ue partidos ós emos oje ara ue ealmente ocê aranta ege- monia? Pra mim ão xiste partir isso u á stou me osicio- nando deologicamente. u cho ue ão xiste artido epresen-

tativo a lasse perária or sso ão emos ondições ara azer aliança.

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São ernardo: Uma xperiência de Sindicalismo Autêntico»

O rabalhador deixou

e acreditar em muitas

oisas. Ele

creditava, por exemplo,

ue

governo podia azer muitas oisas ara a lasse trabalhadora, orque stavam muito marcadas a mente o raba- lhador s seudobenevolências e etúlio argas .

Cara ara: ue spécie e omparação oderia er stabelecida entre movimento perário ecente e lguns nos trás?

Lula: movimento perário e oje ão muito iferente o e

alguns nos trás. ue mudou m ouco ue xiste, a on- cepção e lguns irigentes indicais, ue entaram plicar sso as suas ategorias as uas ases, ue indicalismo recisava e tornar e ma ez or odas ndependente. sso ão contecia, or exemplo, ntes e 4, uando ós abíamos ue muitos movimentos eram eitos or nteresses olíticos, muitas ezes m enefício e quem stava o oder mesmo e uem ão stava mas ueria chegar á.

Alguns indicatos assaram regar os rabalhadores ecessi- dade e ós onseguirmos azer ossas róprias rigas em re- cisarmos a nterferência e uem uer ue eja. rabalhador devia prender anhar lguma oisa, prendendo medir uas próprias orças aber uanto le mportante o rocesso e desenvolvimento e m aís. me arece ue oisa conteceu. N ão ue ente á icar atendo almas u estejando s ouros da itória, orém ós ntendemos ue udo sso ue conteceu partir e 2 e maio om s reves eio emonstrar ue á ma consciência maior e lasse. Há ma onsciência e ue raba- lhador rabalhador, esacreditado e m monte e oisas ue

enganou urante muito empo. le eixou e creditar m muitas coisas. Ele creditava, por exemplo, ue overno odia fazer muitas coisas ara lasse rabalhadora, orque stavam muito marcadas na mente o rabalhador s seudobenevolências e Getúlio Vargas. O rabalhador creditava ue lasse olítica, mesmo ão endo composta e rabalhadores, mas, im, e mpresários utros mem- bros a lite, ra leita ara azer lguma oisa m eu enefício.

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Hoje le ão credita mais isso. Hoje le stá creditando m muito as uas orças. alvez ão eja ura implesmente ato de ós creditarmos as ossas orças ue enha esolver s

nossos roblemas e mediato. M as u cho ue ssa iferença básica ntre s rabalhadores té 968, ara ão oltar té 964, de oje. ue rabalhador assou er ue muita ente ue quer alar m iberdade ue sa xpressão lasse rabalhadora está muito istante ele, rabalhador. Depois e er ido massacrado durante muito empo, le assou creditar ue le mesmo ode resolver s eus roblemas.

Cara Cara: Que elação ocê ê ntre uta ela eposição alarial e s aralisações ecentes?

Lula: Pica ifícil alar a eposição alarial orque á mpressão e que ente stá alando em o indicato e ão Bernardo. Quando nós omeçamos movimento ela eposição alarial, me embro ue de nício omos esacreditados or ompanheiros irigentes indicais. Eles iziam ue ente a evantar ma ebre, icar implesmente no lá-blá-blá ue sso ão a ar esultado enhum. ente conversava om s rabalhadores as ssembléias o omalzinho e alava ue mais mportante ão ra s 4% , mas, im , cabar

com quilo ue ausou oubo e 3 4, ue oi alta e liberdade indical. Então través a uta ela eposição alarial ós tínhamos omo ombater olítica alarial strutura indical abertamente, ensibilizando rabalhador. ós odíamos sar, om letras maiúsculas, m odas s ossas matérias, alavra OUBO, dizer ue m ma eterminada poca e mentiu o ovo rasileiro a espeito e m uposto milagre. sse milagre" inha contecido exatamente or ausa a xploração aqueles ue ão s mais ou- bados esta erra, lasse rabalhadora.

Isso udo lertou espertou rabalhador. u á eclarei m alguns ornais ue nstante mais ropício ara reve oi, m princípio, essa época da reposição alarial. Elas ó não aíram porque não xistia inda ma ustentação ara s reves, ão xistia ma sustentação e ase. Então ocê oderia ecretar reve la er uma uração muito urta. M as u cho ue uta ela eposição salarial oi ausadora a reve e maio e 8. oi la ue es- pertou lasse rabalhadora ara quilo ue hamamos e rrocho salarial, ara oubo, ara alta e ompreensão os overnantes para om lasse rabalhadora.

A

ente

ambém

ão

ode

squecer

e

alar

lguma

oisa

obre o issídio. o issídio oletivo este no indicato e ispôs tomar ma osição e esmistificar issídio oletivo, assando a mostrar ara rabalhador ue udo ue inha ido té quela data ra mentira, inha ido udo eito ara nganar lasse raba- lhadora. Era reciso mostrar ue, o onvocar ma ssembléia ara

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dissídio oletivo, anto az ir 00 u 0.000 rabalhadores, ue coisa empre ica o mesmo eito orque overno ue ecreta o ndice e eajuste. u me embro e ue a poca omos té

incompreendidos or alta e onsciência e muitos rabalhadores. O indicato ão edia ndice muito rabalhador alava: Pô, ula está uerendo errar ente. Ele ão ediu ada ente ão ai ter umento".

N ds izemos ntão m oletim xplicando o rabalhador ue objetivo e ão edir ra mostrar ra les ue olução os ro- blemas eles ão stava m ir ara s ssembléias os indicatos participar o issídio oletivo. olução stava entro a ábrica, ao é a máquina. Nessa poca inha m mpresário ue ivia i-

zendo

ue

ão

ederia

ob

ressão.

sso

me

eu

ma

olher

e

há para ebater izendo ue ó averia egociação om ressão. em pressão u ão credito ue m lgum nstante lasse mpresarial viesse egociar onosco. u á inha ido xperiência orque tinha onversado om mais e 0 mpresários enhum eles edeu bulhufas. M as uando s máquinas araram, les ederam.

Depois e oda regação, o ia 2 e maio, uando s raba- lhadores eceberam rimeiro agamento om eajuste, erceberam que ele inham escontadas s ntecipações, lgumas mpresas té cortaram s oras-extras eve rabalhador té ue ecebeu nvelope zero, ero, sto , ão inha inheiro entro, ó inha mesmo es- conto. .. ntão ual ra lternativa ara sses rabalhadores enão parar? Trabalhar o mês inteiro e chegar no fim e não receber nada. Aí onclusão ue lasse rabalhadora hegou ra e ue ela inha ue orrer lgum isco.

E u osso arantir ocês ue udo omeçou om eposição salarial. eposição alarial oi rande rma ó ão tilizou quem ão uis, ó uem ão creditou ela. me arece ue la ainda ode er sada or lgum empo. Eu té izia ue om m

pouco mais e iberdade ente ão ecuperaria 4, mas 8% , porque uestão undamental alta e iberdade.' E la ení que er onquistada, ão ode ir través e ei.

Cara a Cara: ula, há quem diga que as reves assumiram um caráter espontâneo...

Lula: u á xpliquei lgumas as azões essas reves. em muita gente uerendo er ai a riança. Muita ente cha ue reve ocorreu or ausa isso u aquilo. reve ó eve ma oisa, que oi ai ela: stômago a lasse rabalhadora. Em enhum instante u me into iminuído o izer ue reve oi spontânea. Eu evantei ese a spontaneidade ou morrer efendendo-a. Foi m movimento spontâneo a lasse rabalhadora ue entiu os eus alários inda mais efasados. rabalhador hegava m

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casa ia mulher edindo inheiro ara omprar lguma oisa e ão inha. í rabalhador esolveu arar.

O ue u osso izer ue m odas s reves indicato os

Metalúrgicos e São Bernardo Diadema manteve ontrole elas. Tanto ivemos ontrole ara egociar uanto ara izer ara ra- balhador oltar rabalhar, ara izer ue le everia ceitar acordo, oisa ue ão conteceu om utros indicatos. ra mim que mpressionou muito a reve oi onfiabilidade ue s raba- lhadores iveram elo indicato. u cho ue sso ão oi roco de ada: sso esultado e m ongo rabalho e , , nos. Pela rimeira ez u omecei creditar as alavras. Eu cho ue se ocê omeça ogar muitas déias a abeça o rabalhador,

mais

ia

menos

ia

le

dere

las.

u

cho

ue

sse

oi

motivo as reves, om muita spontaneidade. indicato eve preocupação e ão oltar enhum oletim e vitar istribui- ção e oletins landestinos. izemos ns 0 omunicados ficiais que ram ublicados m odos s ornais, mostrando ara raba- lhador ue le ão evia e eixar nfluenciar or muitas oisas que entavam ogar a abeça ele. Eu cho ue movimento eve grandes méritos oi itorioso. ão oi itória ue ente spe- rava, mas quilo ue rabalhador stava recisando entir, ue era aborzinho e ma itória, le entiu. Daqui ara rente as oisas icaram em mais áceis, orque rabalhador omeçou a creditar ele

Cara a Cara: Essas reves pontam, e lguma orma, para falência da tual strutura indical?

Lula: u cho ue ssas reves á ecretaram alência a tual estrutura indical, ssim omo ambém a tual ei e reve. ós sempre issemos qui o indicato ue egalidade o movimento

quem

aria

ra

róprio

movimento.

e

le

osse

itorioso,

oisa seria egal. e le ão osse itorioso oisa ão eria egal, orque não eríamos anho ada. ó ão ercebe ue tual strutura sindical stá rcaica uem ão uer. Ela oi ma oisa eita uando não xistia nem rabalhador no Brasil... oi ma oisa feita lá pelos idos e 9 ue ão ode erdurar. Brasil e oje ão Brasil e 9: m Brasil á esenvolvido, om ma idade, or exemplo, omo ão Bernardo, ue á e ompara os randes entros industriais o mundo nteiro ue ão ode icar ubmetido ma legislação ue esperta nteresse as multinacionais medida ue a mão-de-obra arata ue indicalismo marrado o overno. A nica oisa ue ós ueremos iberdade ara rigar om capital, em iferenciar acional o multinacional, orque s m- presas acionais ão ão ada melhores o ue s multinacionais. Mas, e ão onseguirmos ireito e rigar m gualdade e on-

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dições, empre xistirão oucos anhando muito muitos anhando pouco.

O ue abe os irigentes indicais ão ssumirem ompro- misso e esolver s roblemas a lasse rabalhadora. erem coragem e dizer ue indicato está amarrado, está castrado ue quem

ai esolver rabalhador .

Cara Cara: Voltando o aso as reves e ão Bernardo, té ue ponto eforçar sso ue ocê hama e caráter spontâneo as greves" ão ificulta rabalho e rganização ermanente os ra- balhadores a mpresa? ue mportância ocê á sse ipo e organização? ão mportante ue s rabalhadores stejam ons- tantemente mobilizados artir as ábricas ara ue ossam gir coletivamente ntecipando esolução os eus roblemas?

Lula: lha, u cho ue rganização ouve. oi mais rganizado movimento e rabalhadores ue u á i. muito ifícil manter um rupo e rabalhadores rganizados. Eu cho ue ocê em ue fazer as ripas oração ara manter lasse rabalhadora rgani- zada omo m odo.

Existe ma alavra muito sada — la ai er asta — ue é omissão e ábrica, omo e ependesse e m omem, or exemplo, ula, ua riação. ão epende o ula, mas, im , a consciência o rabalhador. E ós abemos ue á ezenas eze- nas, ão e omissões e ábrica, mas e rupos e rabalhadores bem olitizados reparados, ue ualquer momento ão man- dados mbora a mpresa. ntão ue ós ntendemos ue comissão e ábrica entro a tual strutura olocar abeça do perário a orca, orque la ão ode er ficializada, em ue ser landestina. ara ão ode parecer muito enão ode er

mandado mbora. ente em ue rigar ela stabilidade o emprego orque e la xistisse ssas omissões e ábrica oderiam surgir om s maiores acilidades ossíveis. M as em arantia e emprego... landestinamente rabalho ifícil. lém o mais, eu cho ue uta indical em ue er berta.

O ue osso indicato eivindica ue everia aver m omem com stabilidade ara azer rabalho indical m ada etor a m- presa. ada eção a mpresa everia er m omem o indicato lá entro. Então eríamos ossibilidade e ontar om elo menos 600 elegados indicais u mais inda, azendo m rabalho indical.

Nessas reves, or xemplo, e ocê edisse ara dentificar o- missões ós ão eríamos omo azê-lo. Fomos rocurados or ários grupos e rabalhadores qui o indicato ara omar ma rien- tação e omo everiam gir. partir daí ós nclusive omos ontra a riação e omissões m lgumas mpresas m ue las ur- giram ós rocuramos cabar om las. E or uê? Porque ro-

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blema ra e odos ão ra e meia úzia. e iéssemos er uma omissão epresentando maioria os rabalhadores, las s- tariam om abeça a orca. Por uê? Porque, a egociação om

o atrão, e le á ma esposta egativa, omissão ai er ue falar: lha, essoal, ão ai ir umento ós amos er ue continuar parados. Quem oi esponsável pela aralisação os lhos do atrão?

Quase odas s mpresas entaram riar omissões ão oram criadas orque indicato ão uis. m ão aulo, or xemplo, na Metal eve oi eita ma omissão ssinaram m cordo. Quem garante ue Mindlin ará oda egurança sse essoal ue 80% esse essoal ão stará a ua o no ue em?

Cara Cara: e ualquer orma ocê econhece ue rabalho os operários mais onscientes a ábrica, inda ue osse esenvolvido por aixo o ano, oi mportante ara eflagração as reves?

Lula: mportante. O rabalho e odos s rabalhadores onscien- tes mportante. Eu ou ontar ma assagem. o rimeiro ia a greve a Mercedes ma omissão e erramenteiros me rocurou e emonstrou ma rande ose e onsciência. erramentaria a Mercedes arou iretoria oi onversar om s erramenteiros. Estes isseram: olha, ós ão ueremos onversa om ocês ão vamos izer ue ós ueremos. uem ai izer ue ente quer indicato uando le ier qui onversar om ente". Aí ntão indicato oi á ra azer eivindicação.

Nós, nteriormente, ínhamos eito m iclo e alestras qui o sindicato, orque u cho ue uando ocê onvoca ma ssembléia de .000 rabalhadores ocê em menos hance e olocar lguma coisa a abeça eles o ue e ocê onversar om m rupo e 25 0 rabalhadores. ossibilidade eles aptarem ue ocê quer izer muito maior um rupo equeno. ssim, em er ue dar atisfação inguém, indicato esolveu, or xemplo, a e- mana ue ntecedia e maio azer m iclo e alestras a escola o indicato, nde á mais u menos 00 rabalhadores, ue são s mais olitizados, ois essoal ue or star studando tem ma isão mais mpla a oisa. ssas alestras ram obre sindicalismo tc. avam ma rientação ara s rabalhadores.

Como esultado e udo sso m rupo e rabalhadores rocurou a ente isse: a rientação ue indicato eu oi e ue ó há egociação uando s máquinas stiverem aradas. ois em, na Mercedes las stão aradas. ós ueremos egociar gora". N ós té rincamos om s aras: ós stávamos rincando, ocês levaram muito ério quilo ue ente stava alando. or í você ercebe ue xiste entro os metalúrgicos m rupo e ra- balhadores muito onscientes.

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A rova isso ue, epois ue ós ivemos ma ssembléia om os rabalhadores a Volks, ezenas ezenas e rabalhadores ica- ram qui o aguão me sperando uando u aí ara alar om eles, ônica o essoal ra eguinte: Lula, ão ssuma ompro- missos orque ós ue emos ue anhar riga. ós abemos que egalmente indicato ão ode ssumir. Então ós ão uere- mos ue ocê á á rigar ela ente, ão. ue ocê em ue dar aulada a ente ra ente ontinuar rigando". sso ra mim é muita onsciência, abe?

Eu inclusive tenho condenado muitos dirigentes sindicais que tentam assumir ma osição aternalista om elação lasse rabalhadora. Eu cho ue o indicato ó abe mostrar lasse rabalhadora verdade. Mostrar ue indicato ssistencialista, ue indicato não ode azer orra enhuma ela lasse rabalhadora, ão er em rocessos ndividuais. M as o mbito oletivo ós odemos azer muito ouca oisa elo rabalhador. Então ue abe os irigentes sindicais ão ssumirem ompromisso e esolver s roblemas da lasse rabalhadora. erem oragem e izer ue indicato está marrado, stá astrado ue uem ai esolver raba- lhador. hega e mentir ara lasse rabalhadora. u cho ue houve ma emonstração e ue, e ocê ala erdade ara trabalhador, s feitos ão ápidos. ocê em ue mostrar ue le está endo spoliado ue le ue em ue esolver s roblemas dele, m ez e icar creditando o indicato. nfelizmente, á ou- quíssimos irigentes indicais uerendo izer ssa erdade.

Cara ara: Há uem ntenda ue e ossa ropor ormação de ma oordenação as omissões e ábrica xterna ndepen- dente o indicato. ocê cha sso iável, rincipalmente a tual conjuntura?

Lula: Eu cho ue ma oisa em ue icar lara. u rocuro er

realista, mesmo s ezes esagradando muita ente. a erdade, e você rocurar m odo Brasil, alvez ocê ão ncontre mais e três omissões e ábrica.

Cara ara: Eu ão me efiro omissões o entido e ue ó membros ejam leitos ela ábrica oda, mas, im, rupos e trabalhadores.

Lula: Grupos e rabalhadores êm. Onde iver rabalhadores xis- tirá m rupo. E li ode er om déia e judar m lguma coisa. artir aí ocê uerer econhecer sse rupo omo omis- são e ábrica ró-sindicato, u cho ue ai ma rande istância. Quando stava a mpresa m ue u rabalhava, ente inha m grupo e rabalhadores ue e eunia iscutia u unca onsi- derei omo omissão e ábrica. meu er, s omissões e ábrica

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dentro o indicalismo ivre eriam e xistir ubordinadas ma coordenação mpla o indicato. Eu cho ue indicato em ue ser isto omo epresentante o rabalhador. ão odemos m ns-

tante lgum eivindicar iberdade indical uerer ue urjam o- missões aralelas o indicato.

Cara ara: ocê avor e ma inculação as omissões e labnca om s indicatos mesmo ob tual strutura indical?

Lula: ão em em úvida e ue u ou avor. e xiste algum rabalhador ue ão credita o eu indicato, abe sse trabalhador fastar eu irigente indical.

A

orma

omo

u

ejo

oisa

eguinte:

uma

mpresa

ue por xemplo, ivesse 0 eções, la everia er 0 elegados indicais eleitos. sso, videntemente, uma strutura indical iferente. Assim você podena fazer uma onvenção ó om elegados indicais. Agora, pra mim elegado indical ó erá alor e le or leito. ão certo u me onsiderar membro e ma omissão ó orque u quero. cho ue em ue aver leição rabalhador em ue escolher ara partir e m rograma. nclusive sses elegados poderiam scolher diretoria o indicato. Eles eriam queles aras que stariam m ontato ia nteiro om s rabalhadores, iscu- tindo s eus roblemas m udo ue les alassem stariam representando s rabalhadores a seção. Você poderia azer euniões com s elegados e ma mpresa ara iscutir s roblemas spe- cíficos ela ma ez or mês ocê oderia azer ma onvenção geral os elegados ara e irar ma omada e osição nica a categoria metalúrgica. Caso ontrário ós oderemos er í s mais variados ipos e omissão, alvez té m rejuízo a lasse ra- balhadora.

Cara ara: ula, u orno nsistir a uestão nteriormente formulada. Dadas s imitações ue olhem indicalismo o Brasil, nao mportante ue aja, elo menos m ertos asos, ma oor- denação os rabalhadores e árias mpresas ora o indicato?

Lula: ão, u cho ue ssa osição nconseqüente. Ora, e xiste um indicato egalmente onstituído, ara epresentar s rabalha- dores, ue abe azer? abe evar ara entro os indicatos que xiste e melhor entro as ábricas. Eu cho ue indicato pode rientar uta a lasse rabalhadora, em er iretoria o sindicato ue á á regue movimento. maginem ocês. ocês estão rigando í elo CE-Livre. magine e ocês ormarem uus-Livre epois ada lasse ormar ma omissãozinha aralela ao DCE parar e catar rientação o DCE. Então or me oi criado DCE?

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O ue u cho ue ós emos ue mostrar o rabalhador que estrutura sindical brasileira para ele omeçar rigar ontra ela. le em ue aber ue la em ue mudar orque la ão

presta.

M as abe o

irigente indical rientar rabalhador. Cara Cara: M as í ocê nfrenta m isco muito rande. e ocê tiver ma iretoria ue ão eja ombativa u ue cabe endo cooptada elo oder, tual strutura ó dmite ue ocê ossa tirar s elegos a róxima leição. em ontar ue urante sse período ssa iretoria ontribuiria ara esorganização a lasse. Por utro ado, ocê isse ue m árias mpresas á rupos e trabalhadores onscientes. ão eria ma arantia ara lasse se odos sses rupos ivessem ma entral leita or les mesmos, que poiaria indicato a medida m ue le osse onseqüente, mas ue, o aso ontrário, ontinuaria rganizando rabalho e forma ndependente o indicato?

Lula: M as u cho ue ós stamos alando mesma inguagem. Existindo u ão ma omissão, u cho ue rabalhador ó deve poiar indicato uando le stá orreto. gora, ó raba- lhador ue em ue mudar strutura indical rasileira, ue tem ue mudar s irigentes indicais. sso e ós ntendermos ue

democracia ontade a maioria. e ós ntendermos ue emo- cracia mposição a minoria, ntão... indicato empre eve terá ondições e rientar uantos rupos e rabalhadores uiserem ser rientados. u cho ue rabalhador nclusive em ulpa e eleger mal ua iretoria, mesmo orque e mentiu muito ara classe rabalhadora la oi ouco sclarecida.

Eu ntendo ue odem xistir uantas omissões, uantos rupos de rabalhadores orem, mas udo oltado ara entro o indicato: ou ra irar iretoria o indicato u ra azer irigente in- dical rabalhar, ei á. Mas, epito, oltado ara entro o indicato, desde ue e ueira mudar indicalismo. Porque uem ecide s coisas a ssembléia o indicato ssociado. e xistem, or exemplo, .000 rabalhadores, os ais iferentes rupos, sse pessoal ecide mudar egra o ogo, sse essoal em muda a egra o ogo. O ue recisa er ado ondição ara ue sse pessoal omece articipar.

Agora, u osso arantir ocês ue elo menos qui m ão Bernardo ão xistem omissões rganizadas. ue xistiu oi consenso e ma lasse á m lgumas eções e ábrica m pessoal e iderança, ue ão orma ma omissão e ábrica. que u enho isto muita ente alar m omissões e ábrica Individualmente, m ome róprio. qui mesmo o indicato á vários xemplos isso. nclusive u igo ara s ompanheiros: lhe, você ue está lá com eus companheiros 0 oras por ia, forme uma comissão e ábrica. M as essoal uer ue iretor o indicato

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forme omissão. om s ompanheiros ue u enho onversado aqui o indicato mpressão ue ica ue muito ifícil les tomarem niciativa orque les ão êm arantia enhuma êm medo e erder mprego.

Então, ós emos ue star om s és o hão. Eu enho erteza absoluta de ue há muitos rabalhadores em ondições não e formar comissão e 0, mas e e untarem, u , rocar déias odo dia. sses rabalhadores azem s oisas ormalmente e cordo com rientação ecebida elo indicato. gora, á muita ente que ala m ome essoal, mas á ma ntonação e ue stá e- presentando mundo. E eria muito mportante ocê hegar uando o ara ate o eito iz: a omissão e ábrica " í ocê er- gunta ra le: ô, meu, adê ua omissão? ocê em?" le ai dizer ue ão em orque muito ifícil azer... ue ocê ode fazer rovocar, través a ção o indicato, lasse evá-la tomar ma osição. e or ecessário ocê em ue ar m apa na ara, orque em ente ue ó eage ssim.

O ue conteceu com rabalhador rasileiro urante muito empo é ue le oi ondicionado char ue lguém ue stá á m ima é ue em ue azer lguma oisa or le, orque le mpotente, ele raco, le obre, le miserável ue á m ima s ode- rosos ue odem azer lguma oisa or le. Os olíticos iziam

que les inham olução os roblemas,

ue

s

rabalhadores deviam onfiar eles, ue s oisas eriam esolvidas a Câmara tc. A erdade ue s olíticos alam ue ão azem ada orque existe ma ei xceção. M as ntes e 4 ão xistia ei e xceção e les ambém ão aziam ada. O ue sse essoal eu ra lasse trabalhadora? O ue oi mudado a strutura indical? O ue las- se rabalhadora anhou urante eríodo o uscelino Kubitschek, que oi onsiderado rande stadista rasileiro? ada, ão e mudou ada orque unca oi e nteresse mudar. r. oão Goulart? ambém ão ez ada ara mudar strutura indical.

Veja em ue stá contecendo gora. em muita ente atendo palma ra ssa rente mpla ue em indo í. roco o ue eu ou ater alma ra la? ue la me ferece? e oisa á nasce e ima ra aixo, á em om artas marcadas ara trabalhador ó ai estar ireito e ater almas. u uero ue me presentem um programa. Eu uero er rograma a Frente. Quem andidato residente? uler, Magalhães? u i programa o uler oje a olha e ão aulo ão chei ada muito nteressante. Vamos iscutir m rograma om m rupo e

trabalhadores, om m rupo e irigentes indicais érios. gora, fazer m rograma e lite uerer ue ente mbarque a canoa, í ão á.

Eu iz lgumas estrições uando e ançou alavra e rdem Assembléia onstituinte orque inha medo e ue e epetisse

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história a onstituinte e 6 ais ma ez s rabalhadores ficassem ubordinados ma onstituinte eita elas lites .

Cara Cara: omo lasse perária ncara uta ela nistia, ela constituinte elas iberdades emocráticas? ue ocê cha ue, hoje, mobiliza, e ato, lasse rabalhadora?

Lula: amos omeçar elas berdades emocráticas. u cho ue essa alavra e rdem nteressa ão m u utro egmento a sociedade rasileira, mas odos les. u iz lgumas estrições quando e lançou a palavra e ordem Assembléia Constituinte porque eu inha medo e ue, e la iesse urgir, mais ma ez e repetisse istória a Constituinte e 6 mais ma ez ós, ra- balhadores, icássemos ubordinados ma Constituinte eita elas elites. u cho ue la eria alidade e stivessem articipando nessa ssembléia onstituinte odos s etores a ida acional.

Com elação nistia, u credito m ã onsciência ue enhum cidadão oderia er ontra nistia. u inda ou mais onge o que nistia penas os assados olíticos. u ou nistia ue a lasse rabalhadora stá recisando er: ireito e iver om dignidade, orque lasse rabalhadora terna risioneira, eterna assada, la ão articipa e ada esta erra ão er o processo e rodução. ntão u efendo om muito mais nfase uma nistia mais mpla ue ê lasse rabalhadora ue ela. É or sso ue s ezes ente onfundido, orque ão e tem pura implesmente nistia os resos olíticos, os assados. Eu cho ue e em ireito e assar lguém, esde ue ustiça casse, esde ue um Estado e Direito leno e hegue onclusão de ue essoa rrou ue em ue agar elo rro. gora, rbi- trariamente, ão, í u ou ontra.

Concluindo, u ou avor essas alavras e rdem esde ue todas las mpliquem articipação a lasse rabalhadora ropor- cionalmente quilo ue la epresenta.

Cara Cara: e ue maneira lasse rabalhadora ode articipar da uta elas iberdades emocráticas? e ue ível e rganização e e ue rmas la ispõe ara ntrar essa uta?

Lula: ssa ergunta ode er espondida m oucas alavras. u acho ue ível e rganização oi emonstrado ela lasse raba-

lhadora as ltimas reves. u ambém cho ue la em mais força ue ualquer utro egmento a ociedade rasileira. Basta ser lertada ara omar eterminadas osições ue la ai omar.

Cara ara: movimento perário eve echar-se m i mesmo ou, elo ontrário, rocurar stabelecer elações om utros etores das posições brasileiras, omo movimento studantil, movimento

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dos médicos esidentes, os ancários tc. Em aso firmativo, omo concretizar ssas elações?

Lula: u enho efendido eguinte: articipar e m movimento que ão eja a ossa ategoria ntes e articipar o osso movi- mento uerer ar m asso maior o ue erna, uerer passar arro a rente os ois. ipo e iberdade ue ós, trabalhadores, ueremos, e or mesmo ipo e iberdade ue s estudantes uerem, ue lasse média m eral uer, nfim, ue todos s egmentos uerem, ntão credito ue erá rreversível um onto e ncontro e odas ssas spirações epois e eter- minadas utas specíficas. rande roblema o rabalhador oje é alário. O ue motiva rabalhador oje alário. onseqüente- mente ós emos ue ravar ma riga or alários. uperado m parte roblema o alário, ós emos ue artir ara utro ipo de riga. O ue ão ode contecer, or xemplo, u eixar e brigar or alários, ue nteressa lasse rabalhadora, r azer passeata á o argo e ão rancisco. í u staria ugindo a realidade. Eu ão osso eixar e rigar or alários ara ncampar a riga os esidentes.

Eu cho ue odo mundo ode ar ma ontribuição ara onse- guir ormalidade esta erra. O ue ão ode BPC uerer

dar ua ontribuição a orta a ábrica u rabalhador uerer dar ua a BPC. u cho ue ada m eve icar a ua.

Cara ara: Hoje á e ogita e ma eestruturação artidária, falando-se nclusive a rticulação e m artido os rabalhadores. O ue ocê ensa isso?

Lula: Eu cho ue articipação o rabalhador a olítica s ezes até ndepende e artido olítico. M as epende o rabalhador er gente

leita

ue

efenda

eus

nteresses

eus rincípios.

Creio

ue atingiremos sse momento a riação e m artido a lasse ra- balhadora, ue ão recisa er ecessariamente m artido ue ó tenha rabalhadores. O ue ente ão ode olocar ono e uma mpresa um artido e rabalhadores, orque le amais ai querer azer m rojeto e ei ue nteressa ós, mas ai uerer fazer m ue nteressa le. M as em muita ente ue ão ra- balhador — rofissionais iberais, ntelectuais tc. — ue e fina muito om s rincípios a lasse rabalhadora ue oderia arti- cipar e m artido os rabalhadores. ue mportante esse partido ue lasse rabalhadora enha maioria, eja oorde- nadora mola-mestra o artido.

Creio ue ão stamos muito onge e onseguir sse artido. Há uma volução radativa a lasse rabalhadora. Hoje, elo menos em ermos e ão Bernardo o ampo, á m rupo e rabalha-

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dores ovos ue ão e ubmete antas mposições omo empos atrás. sse essoal, mais o ue unca, lama or iberdade por articipação olítica. o ntanto, u cho ue mpossível

você riar lguma oisa té novembro. as róximas leições apel da lasse rabalhadora scolher m artido ara otar entro do artido scolher quele andidato ue mais epresente s eus interesses. u credito ue inda urgirão mais arde lguns iri- gentes sindicais om preocupação e rticular lguma oisa própria da lasse rabalhadora.

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Cara ara om Movimento Operário

1. Classe Operária ão stava arada

Até ntes as reves e maio, uando s perários rromperam enquanto massa, o rimeiro lano a ena olítica acional, ala- va-se reqüentemente o grande ilêncio" a lasse perária. i- lêncio ra, parentemente, anto aior uanto ais resciam ganhavam mportância s iversas rentes e uta a posição emo- crática o egime militar.

O ue té ntão ra hamado quivocadamente e esinteresse dos rabalhadores elas utas emocráticas ncontrava xplicação, m geral, em ertos rgumentos ue odemos lassificar m ois rupos. De m ado, nvocavam-se s urrados motivos sociológicos", e- lembrar aráter ócil ubmisso o perariado rasileiro. e outro, pareciam s explicações olíticas dealistas, ue ogavam odo o eso a esorganização os perários s ostas as ideranças dos artidos, enunciando ua alência.

N o momento arece ossível olocar ssa uestão m ratos im- pos, esfazendo s quívocos. m rimeiro ugar, icou onfirmado que silêncio" os perários ão ra, ão oi ma pção, as uma mposição. e lasse perária s emais rabalhadores assalariados, ssim omo s amponeses xplorados, stiveram usen- tes, té ecentemente, a oca a ena olítica, oram sses mesmos trabalhadores ue, esde mplantação o egime militar, onsti- tuíram erdadeiro ano e undo a ena olítica, lemento e contraste ue ossibilitava lareza e ormas os emais tores políticos. s rabalhadores oram fastados ara undo a ena pela ção epressiva o egime militar ue, crescentando erança recebida e overnos nteriores, specialmente a itadura o sta- do ovo, m ovo parato e eis rganizações oercivas oli- cialescas, ançou-se uriosamente arefa e rrasar s rganizações dos rabalhadores, ossem las e aráter indical u olítico.

Agradecemos Francisco . Weífort, rofessor e iência olitica a SP, ela entrevista oncedida ara ara, ue rouxe ubsídios ara laboração este editorial. s onceitos qui mitidos ão, o ntanto, e ossa nteira esponsa- bilidade.

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A uestão e epressão esar mais ortemente obre lasse trabalhadora obretudo m roblema e ualidade: iolência organizada o egime militar empre e oltou asicamente ontra os rabalhadores. ossibilidade

e ua rganização

e ua

mani- festação utônoma, articularmente a lasse perária, oi em sendo inda oje rande nimigo o egime, endo urgido m certos momentos omo m erdadeiro antasma rientar usti- ficar marcha scendente o rbítrio, té onto m ue ste atingiu ambém s anais radicionais e xpressão olítica as las- ses ominantes. oi, em úvida, obre errota este rande inimigo ue e ristalizou uma determinada orma um eterminado grau e xploração a orça e rabalho, néditos a istória o capitalismo rasileiro, ue onstituem ssência o hamado modelo

econômico e esenvolvimento, o ual eríodo o milagre" um xemplo otável. Assim, mportante empre embrar ue, inda que muitas ezes penas omo spectro, s rabalhadores oram têm ido s randes presentes" a ena olítica acional.

Em egundo ugar, etomando alavras os ossos ebatedores, "o ato e s rabalhadores ão e erem eito resentes, elo menos aparentemente, té á ouco, ão uer izer ue lasse perária estava arada. stava, im, m usca e utras ormas e ma nova aída, ue ó eio parecer gora, o momento m ue

classe perária á ão güentava mais arregar ozinha as ostas todo peso do rogresso a nação não articipar desse rogresso". Que lasse perária ão stava arada ue emonstrou

trabalho as posições indicais, ue eúnem, m eral, s lemen- tos mais ombativos a lasse. ste rabalho, pesar e er ela frente everíssimas ondições epressivas, esenvolveu-se resceu durante odos s nos 0, marcando ua resença m manifestações como s operações-tartaruga" nclusive m lgumas reves, omo a a illares, á lguns nos trás.

Da mesma orma, lgumas ideranças indicais ão-pelegas ro- curaram efinir entro e eus indicatos ormas e tuação ue denunciassem arsa a strutura indical igente, mostrando os trabalhadores ue aída stava a ua rganização a ecessi- dade e ançar mão a reve omo nstrumento e uta. o onto de ista a tuação ível indical, ampanha ela eposição salarial movida m 977 or ertos indicatos oi ue mais esta- que anhou mais larde rovocou. M as ertamente la oi rece- dida e m mplo rabalho reparatório, ue ica laro uando percorremos ebate ntrevista qui ublicados.

Se erdade ue odo sse rabalho reparatório, aciente mole- cular, não eunia por i ó orça uficiente para olocar s perários à rente a onjuntura olítica, ão menos erdade ue muitas vezes le assou espercebido evido atores ue ão lém a censura ficial obre ivulgação e reves utros ipos e ara- lisações. Nesse sentido, o "silêncio" da classe operária pode ser

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explicado ambém ela rópria urdez iberal, o escrédito e ma oposição litista ace apacidade eivindicativa a lasse perária. Oposição que expressa um caráter reacionário, à medida que não avan- ça em seu programa além da exigência de um Estado de Direito formal e o estabelecimento as iberdades ndividuais. e al modo ue defendendo, bjetivamente, estituição s lasses ominantes e instrumentos ue he ermitiriam eforçar ua rganização olítica e dquirir ma maior nfluência obre s unos a olítica co- nômica, posição iberal ão ncorporou ualquer andeira e luta ue pontasse ara rganização utônoma — partidária in- dical — os rabalhadores, ondição ndispensável ara riação de rmas ficientes ue udessem manejar m ua uta ontra capital.

Finalmente, ão e ode squecer ue ma arte a squerda — mais recisamente eus etores xtremos ireita squerda — também oi ontaminada ela urdez. Neste aso, orém, mais o que ma ncapacidade e uvir, ratava-se e ma ecusa bjetiva

qualquer ipo e rática ue ivesse or im onsulta fetiva s bases. Embora oncordando, o ível o iscurso, om ecessidade de_ reais igações om s ases, sses etores esenvolveram ma ação ue a rática evou-os e fastar o movimento perário mais onseqüente.

O etor mais ireita as orças ue e dentificam oje om as lutas os rabalhadores, prisioneiro o iscurso iberal, mostrou-se ser apaz e bsorver s emandas as rações mais olitizadas o movimento perário, erminando or ropor ma olítica e onci- liação olaboração e lasses. or ezes, ua erborragia iberal ganhava ontornos mais adicais, mas penas a orma, ato evido mais m egime ue ransforma muito apidamente ma alavra de rdem iberal m lgo retensamente evolucionário. ontudo, não uviram s eclamos perários or ma emocracia olítica

bem mais vançada o ue quela ue ropunham. Já s etores esquerdistas" ecavam or m stranho enômeno de audição xagerada", ançando onsignas olíticas rreais esta conjuntura, endo lasse perária nde la ão stava em o- deria star, ropondo m ome ela alavras ue eu ível e consciência e organização ão ermitiriam pronunciar. Objetivamente, esse rocedimento evestia-se e ma oa ose e outrinarismo' esquerdista, e ma titude ue isava ensinar lasse ue la deve azer", a retensão e evar lasse ua onsciência, os- tura ue, or i mesma, mpedia ma ítida ercepção as onse- qüências a pressão itatorial obre ida otidiana os perários.

A onclusão ue odemos irar essas uas osições resentes o campo a squerda ue las judaram riar manter mito do rande silêncio" perário, ue m ealidade penas onfigurava a ontrapartida e ua ncapacidade m e elacionar rganicamente com ealidade a lasse perária, urante odos sses nos.

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2. D mpacto do Movimento Operário

Sobre onjuntura olítica

A atuação onjunta as posições indicais as ireções ão-pelegas gerou s ondições a ova aída ara lasse perária, ue omou corpo e orma rreversível o movimento revista esencadeado partir de maio, e que, tendo e iniciado m ão Bernardo, stendeu-se para BCD, Osasco, ão Paulo utras idades. om sso credi- tamos er lasse perária omado efinitiva ua resença xplícita no uadro olítico tual. M as eferida tuação eus esdobra- mentos evem er ompreendidos entro o mbito mais mplo e aprofundamento a rise olítica o egime militar, ue oi ônica da onjuntura marcada elos nos o overno eisel.

Discute-se muito, oje m ia, espeito e uais eriam ido os lementos eterminantes a rise olítica. Mesmo o osso e- bate e ravou ssa iscussão: lguns ebatedores efendendo osi- ção e ue s ivisões esentendimentos o nterior as lasses dominantes, originadas na crise econômica, propiciaram a brecha para o vanço o movimento e posição emocrática; utros ustentando que multiplicação e ornais a orça o escontentamento popular manifestada, or xemplo, a otação ecebida elo MDB em 4, os uebra-quebras e ransportes uburbanos, as rgani- zações e resistência armadas a partir dos trabalhos e periferia etc.) foi lemento ecisivo o profundamento a rise, evando s dissidências intraburguesas ssumirem um caráter muito mais ério e erigoso ara stabilidade o egime.

N ão creditamos ue onto entral a iscussão eva er precedência e ma u utra oisa; esses ermos, la stá mal colocada. O undamental, osso er, ara ntendimento a rise política tual, ato e ue róprio egime, esde ua nstala-

ção, m egime e rise. m egime mplantado ara esolver uma rise, em onseguir er bem ucedido a ubstituição a ensão política or lguma orma minimamente stável. Por er m egime militar, poiado ssencialmente obre orça, or ão er traído para i espaldo opular, le raz nscrito m i mesmo stigma da rise olítica. Nessas ondições e ntende or ue, urante odos esses nos e itadura, orjaram-se ormas ovas e analização o descontentamento opular. ambém e ercebe ue ma rise, ue vem olocar m uta rações ntes olidárias as lasses omi- nantes, ssume m aráter xplosivo, limentando orça uali- dade os movimentos opulares meaçando rópria xistência do egime. gora, ntervenção o movimento e posição opular é ue, ndiscutivelmente, onstitui, m ltima nstância, meaça, já ue não e pode squecer ue movimento e posição o egime só oma onteúdo emocrático artir e ua ntervenção. ão resta úvida e ue ão oi enhum etor escontente as lasses

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dominantes, enhum e eus epresentantes olíticos radicionais, que evantou s andeiras undamentais e nteresse as lasses populares a ua uta ela emocracia.

Tendo sse ntendimento a rise olítica omo remissa, uere- mos embrar ue oi undamental tuação e odo m onjunto de rentes a posição emocrática, ue riou s ondições, través de eus vanços, ara ue M.O. oltasse cupar este no, om o igor ue emonstrou, m eso ecisivo o esenvolvimento a luta ue isa errubada a itadura militar. specialmente m 1977, ssas rentes ssumiram ormas e ntervenção ramáticas marcantes, ontribuindo ara nfraquecimento o egime. ste passou er tacado e ários ados: ela tuação ntransigente e uma minoria e arlamentares mais onseqüentes o DB; elo trabalho e enúncia as ondições e ida a massa rabalhadora na idade e o ampo, assim como a pressão política, pelos etores engajados a greja; ela esmistificação o milagre" pela batalha contra ensura romovidas elos etores a mprensa linhados na posição; elas ríticas o egime eitas or etores ssociações de rofissionais, ssalariados m ua maioria, igados o rabalho intelectual, omo s ornalistas s dvogados; , cima e udo, por quilo ue ara ós marcou no e 977 ransmitiu mais força s emais rentes u mesmo s recedeu: eorganização o

ascenso

o

movimento

estudantil,

ujo nfrentamento ealista om a iolência statal rganizada oi ecisivo a eterminação o ela- tivo solamento olítico o overno militar.

N o ntanto, essurgimento o movimento perário materializou uma mportante lteração a orrelação e orças ntre s posições ao egime militar. De ato, om lasse perária, nquanto massa, fora a uta ela emocracia, ossibilidade e ue ua ireção fosse ssumida ela posição iberal, om ventual poio u ão de etores e lasse urgueses escontentes om egime, ra em maior. ssa ireção fetivamente correu e xpressou oliti- camente o redomínio as ropostas iberais o nterior as posi- ções. s iberais, ontinuar s oisas omo stavam, speravam imprimir ua marca o uturo egime ue iria ubstituir tual. Essa marca e raduziria uma ossível composição or ima" entre s lites, entro a ual ificilmente e modificariam s ns- trumentos e uta a lasse perária, mantendo-se eus ireitos dentro os marcos a egislação tual, ossivelmente om lgum abrandamento a ua plicação. sso ra ue epresentavam s projetos e mudança iberais.

O movimento revista este no eus esdobramentos, assando por ima e odo m alavrório iberal stéril, modificou uadro da uta olítica, anto elas uas onquistas ráticas omo elos novos orizontes ue mpôs.

N ão odemos estringir aldo o movimento os arcos anhos salariais ue ele esultaram ue stão onge e minorar ubstan-

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cialmente erda e oder quisitivo ue s rabalhadores sti- veram ubmetidos os ltimos nos. itória olítica a reve, sua ontribuição ara uta emocrática, o onto e ista os

trabalhadores aqueles ue om les e dentificam, oi rópria realização a reve, etomada na marra" esta rma e uta, a mais mportante ara lasse perária as utas conômicas ue trava ontra apital. reve ão eio e enhum cordo, mas oi imposta ela orça té ntão cumulada ela lasse perária, o estágio tual e ua rganização. movimento revista mplicou ainda utra mposição: ma uptura a igidez a olítica e rro- cho alarial ficial, ubstituindo a prática

controle alarial over- namental ela egociação ireta li as ndústrias nde reve oi

vitoriosa.

E,

or

im,

mpliou

s

orizontes

olíticos:

s

ideranças operárias stão ientes o aráter olítico e eu movimento ito- rioso. Hoje rincipais íderes indicais ão-pelegos s ideranças das posições indicais êm lena onsciência ue uta ão er- minou em erminará om tendimento e eivindicações ala- riais e melhores ondições e rabalho. elo ontrário, la eve se stender té ue s rabalhadores onquistem s ireitos íni- mos ue hes arantam m oder e arganha utônomo nifi- cado rente o apital, ompendo om olítica e rrocho alarial: o leno ireito reve, ireito stabilidade o mprego direito e rganização indical utônoma, ndependente e ualquer interferência o stado.

Através e uas onquistas ráticas o largamento o ampo de ção olítica, movimento revista este no eus esdobra- mentos — tuação as ideranças indicais ão-pelegas o on- gresso a NTI, ua ressão onjunta obre ongresso uando do ncaminhamento e otação o ecreto-lei .632 tc. ois pontos icaram, mais o ue unca, videntes: ) emocracia ue interessa os rabalhadores ngloba, ecessariamente, ntre utras coisas, iberdade e rganização indical, leno ireito reve e stabelecimento a stabilidade o mprego; ) s rabalhadores estão ientes e ue ssa emocracia, egime olítico ujo on- teúdo hes nteressa, ão hes erá oada, mas á e er conquistada por les mesmos or eus liados, ssim omo oi onquistada, este no, eutilização a rma a reve.

Nesse entido ue e xplica firmação nterior obre modi- ficação a orrelação a orça o nterior as posições o egime militar. Pois ão á úvida e ue movimento perário ão fere- cerá poio ualquer roposta e lteração o egime ue ão eve em onta ertos nteresses ásicos os rabalhadores. m utras palavras, s elhas ropostas iberais os arecem ada ia mais velhas, nviáveis: vanço a rganização opular ôs efinitiva- mente m eque s uas retensões. Com sso ão stamos uerendo dizer ue egemonia o nterior as posições eixou e ertencer aos etores iberais, or ezes igadas etores e lasse urguesas

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dissidentes. té momento arece laro ue s lasses opulares ainda ão tingiram m ível e rganização orça ue hes er- mita ssumir iderança a uta pela errubada a ditadura. Mesmo porque s spaços bertos té oje êm-se evelado mais érteis para rticulação a issidência urguesa o ue ara quelas classes. M as ue ueremos izer ue egemonia iberal stá ameaçada al onto ue, arece, ó erá mantida medida ue as ropostas iberais assem radicalizar", entando ooptação da lasse rabalhadora elo tendimento, entro e im rograma ampliado, e lguns e eus nteresses mediatos. ssa ma en- dência ue esponta laramente ue odemos dentificar a rá- tica o xaminarmos onteúdo o rograma os etores ue e aglutinam m omo a issidência militar ncabeçada elo eneral Euler Bentes Monteiro.

3. imites raquezas o ovimento perário, oje

Se feito etonador ara etomada o movimento perário á foi ado om movimento revista eus esdobramentos, abe agora ar ontinuidade omogeneidade o movimento, arefa ara cujo umprimento inda esta muito azer. O movimento perário ressurgente ão stá ivre e ontradições mbigüidades, imita- ções raquezas.

N ão eixa e ausar reocupação ato e ue s reves con- teceram, a ua mensa maioria, os etores e onta metalúrgicos) da maior oncentração ndustrial o aís, o asso ue m utros centros perários mportantes omo io, io Grande o ul e ernambuco, xceção eita ontagem, m Minas, ão correm greves e ulto esde 964. ão eixa e er roblemático es- compasso xistente ntre mobilização m ão Paulo parente paralisia m utras idades u egiões ndustrializadas. Esse , ão há menor úvida, m ério roblema ranspor.

N ão á ada e ovo a xistência e ma rritmia o ompasso do movimento perário. Toda lasse em iferenças nternas, etores mais vançados etores mais trasados o onto e ista a uta política. sso ada mais spelha o ue s iferentes itmos stá- gios o esenvolvimento ndustrial o aís, s iferentes ormas de rticulação os istemas rodutivos egionais om ixo a acumulação apitalista , obretudo, s istintos stágios e esen- volvimento a lasse perária as iversas egiões, eus istintos níveis e onsciência, rganização radição e uta.

Entretanto, e ssa onstatação ão hega spantar, la oloca problemas érios nidade o movimento perário, roblemas ue se efletem a ua rática lobal a ficácia esta mesma rática a ível acional odo perário onsciente abe s erigos o sola

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mento e ma uta. onquista a emocracia o onto e ista dos rabalhadores legando, ortanto, ntre utras oisas, a ossi-

bilidade

ue

e

iver

e

erificar

movimento

perário

m

omo de uas utas mais erais, ue evem ranscender s streitos imites dos nteresses specíficos ocais, em erdê-las e ista. m utras palavras, ecessário movimento perário nir-se m orno e lutas ue nglobam onjunto a lasse, ível nterno .isto , unificando uas divisões) nível acional, utas ssas ue ornem possíveis nclusive atendimento as eivindicações mediatas. em- bramos 946 uando, m ome e ma olítica e lianças eral, o artido ue e presentava omo epresentante os rabalhadores condenava s reves spontâneas a lasse perária, xpressão e suas mais egitimas eivindicações. ma ova olítica esse ipo, uma eencarnação modificada a olítica o apertar s intos" e 46 ão ertamente e nteresse a lasse perária.

Uma uta eral ue nifique lasse omo m odo ão ode, todavia, icar presa o mediatismo as ntervenções ocalizadas, em ao ível a ura imples esistência conômica. la e ará partir aí, mas eve vançar muito mais onge. nificação eces- sária prioritária o movimento perário eve correr e al orma

que

ão

e

ome

mpedimento

o

eu

róprio

vanço.

erá,

ois, que epresentar s esdobramentos mais vançados as utas ue se ravam oje, esdobramentos sses ue, m muitos asos, á estão ados , m utros, evem er sboçados artir o róprio movimento perário. nidade, orém, ão e az em rítica. N ão e oderá, or sso mesmo, ubjugar rítica a rática pe- rária m ome a nidade.

Os equisitos ificuldades ara nificação a lasse perária ao ível conômico-corporativo ara esenvolvimento e eu projeto olítico róprio, ue onsolide nidade a ontade as demais lasses opulares m orno e i esse rojeto, sses ão os emas ue retendemos ratar, inda ue e orma ncompleta, nos róximos tens. rocuraremos ar nfase special iscussão das ovas ormas e rganização o movimento perário essur- gente s articularidades ue, o momento, ssume uta ela democracia o nterior o róprio movimento perário.

4.

O Significado

da

u ta

ela

Guerra da strutura Sindical

N a pinião nânime os ossos ebatedores, ue motiva, unda- mentalmente, rabalhador, oje, ão s eivindicações e rdem econômica. ão oderia er iferente, e onsiderarmos ue o ia-a-dia o rabalhador omum. ntes e mais ada, la stá entregue ma uta, ela obrevivência ísica ua os eus, ue

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consome maior arte e eu empo e uas orças a ual tira m alário nsuficiente.

M as mpossível mobilizar s rabalhadores m omo e utas democráticas, e aráter xplicitamente olítico? sta ergunta em duas espostas ue e omplementam. Em rimeiro ugar, s reves deflagradas ste no, inda ue eivindicassem melhores alários e ondições e rabalho, iveram, omo á issemos, m aráter marcadamente olítico, medida ue orçaram ma uptura om a egalidade igente, medida ue evolveram m erto rau e autoconfiança o movimento perário. Por erem emonstrado ara si mesmos ara utras lasses ue reve, mbora legal, ora legítima, estituindo i róprios, aquele momento, ireito e

barganha

ara egociação os ndices e eajuste, ue té ntão eram mpostos elo overno, or udo sso creditamos ue s ra- balhadores entiram ado olítico e ua reve, ue muito ontri- buiu para o eu vanço a onquista e nstrumentos e uta ontra o apital.

Em egundo ugar, evemos embrar ue s ondições e ida que stá ubmetida lasse perária, liadas o onteúdo epres- sivo, esmobilizador mistificador o ontrole statal xercido obre determinados parelhos deológicos escola, V, ádio, ornal, indi- cato tc.) o eu otal fastamento o otidiano a ida olítica do aís — odos sses atores esam emais a eterminação e um erto lheamento e ma rande massa e rabalhadores as questões xplicitamente olíticas. M as rática os perários mais combativos o nterior as posições indicais os indicatos

de odos s emais etores ue e edicam ausa opular, ntre os uais e estacam s ue esenvolvem rabalhos e ducação organização opular as eriferias, umpre unção e erar ma tendência ue e ontraponha nterior.

Como esultado isso emos ituação, qui onfirmada or vários os ebatedores, m ue muitos perários evelam ensibi- lidade ara uta emocrática, specialmente uando ncaminhada com onsignas ue stejam igadas ua uta mais remente: econômica. les entem ue eria mportante erem ondições e poder alar ivremente, ebater eus roblemas ivremente azer de eu indicato m spaço eu, xpulsando s elegos, ransfor- mando-o um utêntico nstrumento e uta. Percebem ignificado do econhecimento o ireito e reve mportância a stabi- lidade o mprego ara arantir eu oder e arganha. ssim

luta pela

iberdade

indical

u,

m

utros

ermos,

uta

ela

quebra da atual estrutura indical a maneira pela ual e expressa dentro do movimento perário, oje, uta por uma democracia vançada, de nteresse os rabalhadores.

Quebrar tual strutura indical ignifica, ntes e mais ada, liberdade e rganização os indicatos, ois reciso, rioritaria- mente, esatrelar strutura indical rasileira o ugo o Minis-

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tério o rabalho. sso ignifica evisão e oda LT, m especial o ue iz espeito rtigos omo e úmero 53, ue prevê unições ue ão a dvertência té assação a arta e reconhecimento os indicatos, ara delitos" ometidos elos iri- gentes indicais, delitos" ue ão aracterizados, nquadrados punidos elo róprio Ministério; ignifica ambém etirar ompe- tência as elegacias ribunais o rabalho ara egulamentar vida nterna as ntidades. ignifica, ara alar mais oncretamente, impedir bsurdos omo ortaria .437, aixada elo ministro r- naldo Prieto para egulamentar s leições indicais. ortaria .437 é, igor, m onvite raude, antos amanhos ão s oderes que tribui os residentes os indicatos. abe-lhes, or xemplo, segundo rt. 2, , esignar s mesários ue omporão s mesas coletoras. omo e iu, ntre utras, as leições o indicato os Metalúrgicos e ão Paulo, sso ão enão ma orma e cober- tar ráticas raudulentas. scolhendo s mesários ntre s essoas de confiança" a iretoria o indicato, uando ão ntre eus próprios uncionários, s elegos dquirem mpla margem e a- nobra ara orcerem esultado as leições , onseqüentemente, se eelegerem. al omo cabou contecendo om uperpelego Joaquim os antos Andrade, ue ontando om onivência a

Delegacia egional o rabalho, ontinuará o rono, einando o- berano, proveitando-se inda o ato e ue ortaria .437 ão assegura os iscais a posição ireito e companharem e perto s mas. nfim, ei o ado os elegos.

Os indicatos, lém o mais, evem er ivres utônomos ara garantirem m fetivo oder e arganha os rabalhadores rente ao apital, ara ue ossam egociar ivremente om s atrões os ontratos oletivos e rabalho, em ndesejável ntermediação do Estado. ontudo, uestão as egociações oletivas ó nteres-

sarão os rabalhadores e uderem er ealizados or m indi- cato orte; m indicato orte ão e mede penas elo úmero de ssociados ue onsegue eunir. ste m ado mportante um bjetivo er mplementado om maior mpenho. Uma indi- calização m massa uma emonstração e orça a lasse perária, mas ão maior, em mais mportante. lasse perária erá forte, o ível indical, uando onseguir, nida, mpor s uas on- dições e rabalho e alário os mpregadores. ob sse risma jamais averá orça perária nquanto revalecer egislação ue

obriga egociação e indicato ara indicato, ois sso raciona a lasse. iferença e empo ntre s atas-base ara s issídios coletivos az om ue ada ategoria rofissional e cupe om sse problema eparadamente omente o mbito e ada ategoria. Portanto, ecessário ue e untem s eivindicações or iberdade sindical or egociações iretas ntre atrões mpregados s reivindicações or egociações conjuntas ara todas s categorias

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por ma Central o rabalho pela nificação as atas-base os acordos alariais.

Alguns eóricos, studiosos o movimento perário, rgumentam que roposta e egociações onjuntas ara odas s ategorias, realizadas por uma Central Operária, não eva em onta as iferenças entre s iversos egmentos ndustriais — amanho, rodutividade, localização tc. la ignificaria air o aso e ropor ma nifi- cação rreal, esconsiderando s iferenças xistentes. o ue e refere os nteresses perários, ntretanto, sse roblema ão xiste. Ele evantado ob tica os atrões, ois, o onto e ista operário, rabalho gual eve eceber alário gual, gual o maior salário ossível, eneficiando s ompanheiros as reas mais tra- sadas. Esse roblema ó irá espeito os perários e, or caso, for o eu nteresse olítico stabelecimento e ompromissos com eterminados etores atronais. Seja omo or, esse aso erá sempre m roblema e olítica onjuntural. m ese lasse operária ada em er om s ificuldades a urguesia riundas da rópria ivisão o rabalho apitalista. ortanto, m indicato autônomo orte ressupõe nificação as egociações os acordos om onseqüente evisão a egislação ue briga — er- vindo os atrões — egociação e indicato ara indicato. Este

é m nsinamento ntigo, ue em a ltima rande reve corrida em ão Paulo ntes e 4 — reve e utubro e 3. Seu bjetivo central ra xatamente nificação as atas-base as egociações e os cordos. Hoje, etores epresentativos as posições indicais já olocam ssa eivindicação m eus rogramas, um intoma e que memória olítica a lasse perária apaz e uperar s 14 nos e bscuridade ue he oram mpostos.

M as uebra a strutura indical ai mais lém; xige m e- quisito undamental. Desde stabelecimento o GTS rabalhador

se ê reso os esígnios o atrão. erda a stabilidade o emprego erou m lima e ermanente nsegurança ara pe- rário, om elação odos s eus tos. O undo e Garantia ão veio penas ermitir mpla otatividade a mão-de-obra uper- exploração o rabalhador. a ealidade, ermitiu ambém ue e montasse a ábrica a primeira nstância a epressão o movimento operário, liás, ma as mais ficientes. rabalhador ue articipe de ualquer mobilização u eivindicação stá sempre ujeito perda do mprego, ue eralmente contece. sse oder e ato os empresários e isporem obre ida morte os rabalhadores ganhou ecentemente tatus e oder e ireito, om ndureci- mento a egislação ntigreve rovocada elo ecreto Golbery(n. .632) — esposta o overno s reves este no — ue á aos apitalistas ireito e emissão umária os revistas os chamados setores essenciais. N em é preciso relembrar que é o próprio governo uem efine s etores essenciais" em ue á erigo

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deste stender s imitações o ecreto ara utros etores lém daqueles á nquadrados a ua ublicação.

Por udo sso, lasse perária omo m odo, ara e esen- volver e orma mais ficaz, equer arantia o ado a uebra da strutura indical, a stabilidade o rabalhador artir o primeiro ia e rabalho a evogação o ecreto-lei .632 e toda egislação estritiva o ireito e reve. Numa alavra, leno direito e reve ara odas s ategorias. sto undamental, á que m rabalhador cossado elo antasma o esemprego ende, muitas ezes, e distanciar a uta ela efesa e eus erdadeiros interesses.

M as uta ão ára or í. Ela eve e oltar ambém ara

contestação

a função

esempenhada pelo

mposto

indical.

al

omo foi oncebido, le m os rincipais, enão rincipal ilar e sustentação a egislação indical mposta urante stado ovo. Embora empos trás maginação riadora overnamental, emons- trando, cima e udo, ua alta e maginação u alta o que azer, enha atizado om ome e ontribuição indical, na essência do mposto indical ontinua ntocada. Ele umpre, inda nos ias e oje, mesmo apel ue itadura Vargas he eser- vara: marrar, umbilicalmente, indicato o Estado, ubordinando-o financeira oliticamente ossibilitando ua xistência ndepen- dentemente e m rande úmero e indicalizados.

De ato, le melhor xpressão a ependência inanceira os sindicatos em elação o Ministério o Trabalho. Como e abe, abe a ste iberar u ão inheiro rrecadado om mposto indical, o ue m rincípio az esar obre s indicatos ue ão eiam pela artilha o overno onstante meaça e e erem rivados dos ecursos ecessários ara evarem diante eu rabalho. omo, em eral, maior arte a eceita os indicatos o Brasil dvém justamente a rrecadação o mposto indical, meaça overna- mental, ue m ado er empre onsiderado, unciona, elo menos m ese, omo manifestação o oder e ida u e morte que Estado em obre alinha os vos e uro o indicato.

Nesse entido mposto indical , o ado a arta e econhe- cimento ada elo Ministério o rabalho ara uncionamento dos indicatos, o ado o oliciamento dministrativo a ossi- bilidade, or mais sdrúxulos ue ejam s motivos, e ntervenção nas ntidades indicais, mais ma eça a strutura e ontrole o Estado obre lasse perária. ependência inanceira, o aso, reforça ependência

política

dos indicatos o Estado. E, omo e isso udo ão astasse, LT nscreve inda isposições igorosas visando eterminar orma omo eve er mpregado inheiro originário o mposto indical.

A LT oloca rande nfase a tilização esses ecursos a res- tação e erviços ssistenciais elo indicato. Na medida m ue s organizações indicais e ecolhem o apel e sindicato ssisten-

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ciai", mpliação a ua ede e erviços ssistenciais caba or superar

uas

unções e epresentação, esestimulando mpliação do uadro ssociativo o indicato. Ora, ada ovo indicalizado á, em eral, ma ontribuição inanceira eguramente menor o ue as espesas ue le carretará o indicato, o assar azer so dos eus erviços ssistenciais. or sso inheiro dvindo o m- posto indical tua ambém omo ator imitador a indicalização, tomando possível, omo á foi ito, existência de indicatos mesmo sem ontar om ma ase xpressiva e rabalhadores indicaliza- dos. Daí o urocratismo ão á mais ue m asso.

Feita ssa onstatação, ue ntra m iscussão, oje, ue fazer om mposto indical nte ossibilidade a uebra a

estrutura indical. tirá-lo implesmente ata o ixo a istória seria olução? M as sso ão eria ondenar morte, míngua de ecursos, maior arte os indicatos rasileiros, uja eceita é onstituída cima e udo elo inheiro rrecadado través o imposto indical? sso ão mplicaria, a rática, m uebrar quele que , or ior ue eja, m os nicos úcleos e rganização da lasse perária o Brasil? Numa alavra, úvida ponta ara uma uestão rucial: eriam, enfim, s indicatos ondições e obre- vivência, na atual conjuntura, sem ontar com ais ecursos? Ou eria

o aso e, elo menos uma ase e ransição ara rganizações sindicais ealmente epresentativas a lasse rabalhadora, manter o mposto indical té ue le udesse er liminado em rejuízo para s ntidades indicais? e rataria, ntão, e iquidar, e orma progressiva, mposto indical?

Todas ssas uestões ermanecem bertas iscussão o ovi- mento perário os eus liados. ó ão á úvida uanto o fato e ue, aindo or erra tual strutura indical, mposto sindical — e obreviver o olapso o indicalismo ficial — everá

ser ecolhido iretamente os indicatos, irando-se, ortanto, o s- tado oder iscricionário ue em e mpor egras e onduta à ida indical.

A uebra a strutura indical oloca a rdem o ia ambém a uptura om ma orma e rganização indical urocrática, ue, concentrando oder indical a úpula o indicato, ende s- vaziar s ases e ualquer ossibilidade e ressão eal. o indi- cato urocratizado, e s ases articipam, azem-no e maneira passiva, uncionando, m eral, omo massa e manobra irigida

pela cúpula indical. sto uando s ireções não assam pura e im- plesmente obre s nteresses as ases, rabalhando ua margem. O trelamento o indicato o stado eterminante, mbora

não eja nico ator eterminante a rganização urocrática os sindicatos. final, róprio mposto indical arante s ondições financeiras ara ue indicato mantenha uas tividades, pli- cação esses ecursos ão assa elo ontrole as ases. É ambém a regulamentação estatal sobre a vida sindical que etermina a

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grande oncentração e oder as mãos as úpulas, ois anciona os moldes a orma e epresentação ipicamente urguesa.

A representação e onteúdo burguês quela ue epara epresen-

tantes e epresentados, a ual s epresentantes e omam s tutores os nteresses os epresentados. Nestas ondições, s iri- gentes indicais êm eu mandato arantido or m eterminado período, ão endo sse mandato assível a evogação ualquer momento or arte as ases, mesmo ue s irigentes indicais venham rair eus nteresses. qui penas aberia essalva e que sse ipo e urocratização ão os arece tributo xclusivo de struturas indicais e orte ascista, omo ossa, mas arece ter corrido istoricamente ambém m utros aises m pocas

diversas, pesar a xistência e indicatos utônomos. De ualquer maneira, eguindo osso aciocínio, hamamos ten- ção ara rocesso e eforçamento nverso: rganização uro- crática os indicatos eforça eu trelamento o stado utros interesses ue ão s os rabalhadores. Nada mais atural ue dirigente e ma máquina indical, ependente e ecursos rove- nientes o Estado, ue etém m mandato egulamentado or sse mesmo Estado rrevogável partir a niciativa os rabalhadores, nada mais atural ue sse irigente e inta ontade, om

faca ueijo as mãos, ara olocar eu mandato erviço do overno e lantão. O ue az Movimento perário oje, ue eivindica? le e

propõe omper om trelamento os indicatos o Estado am- bém om rganização urocratizada os indicatos. ropõe ue poder

e ecisão nos indicatos e oncentre as ases, ue in- dicato eja manifestação os rabalhadores rganizados ão e um

punhado e irigentes. Neste ponto ue e ode ntever uma iferença, e e omparam

as xperiências este no s ções o movimento perário o pré-64. M.O. ntes e 4 manteve-se os marcos o indicalismo populista, sto , unca e olocou e modo ecisivo ecessidade de uptura om stado rganização e m indicalismo e participação emocrática massiva os rabalhadores. á oje ssa ruptura onto entral a uta indical nscrita os rogramas de maior arte as posições indicais as ideranças ão-pelegas dos indicatos. ão ó uptura om stado, mas ambém participação massiva emocrática os rabalhadores a ida in - dical, omo icou laro o ebate, o e riticar onteúdo uro- crático a orma e indicalismo opulista:

A uta indical ra ista a eguinte aneira: indicato az para nós ue

estamos entro a ábrica . Aqui no Brasil empre existiu uma ilosofia do poder dominante,

da urguesia, e e pôr na abeça, ão ó

do perário,

mas e odo

o ovo, ue ulano, ó orque ormado, orque outor, em que esolver o roblema do ovo. sso ambém e á com s indi-

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caíos. ntão e lege ma iretoria o indicato e iz ue diretoria em ue rabalhar ara ovo ente em ue e acomodar .

N em por sso eixamos e onstatar, oje, lgumas obrevivências, pelo menos o ível a uta deológica, os alores o elho indi- calismo opulista.

O eitor tento o ebate ode erceber m m u utro onto colocações ue eguem m udo s adrões opulistas, omo quelas que omam uestão o trelamento os indicatos o Ministério do rabalho omo ma uestão er esolvida e ma u utra forma, ependendo o maior u menor ontrole os rabalhadores sobre ministério. Ou inda, omo quelas ue eafirmam eces- sidade e ma uperliderança utelar obre s rabalhadores, á ue "povo gual oldado, ó nda om eneral" ue, final, peão não esolve ada". Para ós sse ipo e oncepção utoritária o papel a iderança eve er enunciado ombatido, e e retende encaminhar m ipo e rganização o movimento perário ue tenha olidez, ue he aranta maiores robabilidades uturas e vitória ue s xperiências rganizativas o assado.

E isando uma rganização emocrática, m indicalismo e base, ue urgem, oje, ovas ropostas o nterior o movimento

operário,

inda

ue

muitas

ezes

ejam

ncompletas, u ignifiquem

verdadeiros embriões e ma ova rganização indical, ue, omo tal, stejam ujeitas ontradições o aminho e eu perfeiçoa- mento. omo isse m os ebatedores:

O meu ponto e vista é e ue s

comissões e

ábrica vêm

no sentido e uma

maior participação e odos s rabalhadores, ara além as ssembléias euniões ue á entro o indicato. u acho ue indicato ó ai er mais orte a medida m ue s grupos e ábrica e

organizarem, evantarem s roblemas res- sionarem s róprios indicatos rabalhar .

Sem ntrar m maiores onsiderações obre ignificado o ue hoje hamado o Brasil e omissões e ábrica, u rupos e fábrica, em ntrar a ontrovérsia as elações ossíveis ntre essas ormas e rganização mergentes s indicatos, o o- mento tual — iscussão ue retendemos profundar m ouco no róximo tem — onsideramos ssa assagem o ebate xtre- mamente portuna. Ela chama tenção para um onto ue essalta de uase odas s roposições as posições indicais, ue isam à uptura a strutura indical emocratização a ida indical: a emocratização os indicatos assa ela rganização as ases a partir as ábricas. ssa orma e rganização avorece ons- trução e m ipo e strutura escentralizada. Nela ida indical passa ravitar ambém, u mesmo, rincipalmente, m omo a organização o ocal e rabalho ão penas m omo as ssem- bléias e indicato. ela igação o rabalhador om indicato se á o róprio nterior a ábrica, ropiciando ua mobilização

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também m orno e utas eivindicativas articulares e ua ni- dade e rodução. ela rabalhador em ossibilidade e iscutir com s emais ompanheiros s uestões ue izem espeito ate- goria lasse omo m odo, odendo azer aler ua ontade e e eus ompanheiros rganizados, os íveis e ecisão sin- dicato, entral o rabalho) m ue ecidem s uestões mais importantes ara ategoria ara oda lasse.

5. Q Caráter Revolucionário da u ta ela Quebra

da strutura Sindical

Todos s lementos onsiderados o tem nterior — im o nter- vencionismo statal obre s ntidades indicais, otal iberdade de ssociação, nificação a uta indical m orno e ma GT, restituição o leno ireito e reve, stabilidade o mprego, e- visão o ratamento ado o mposto indical rganização emo- crática os indicatos artir as ases — onstituem bjetivos da uta o movimento perário ela uebra a strutura indical vigente, e nspiração ascista. om sso ovimento perário brasileiro rocura onquistar lgo e ue empre steve rivado historicamente: ma rganização utônoma nificada, ivel a- cional, ue he aranta ma oderosa apacidade ara ravar ua luta conômica ontra apital.

A uta or iberdades emocráticas o Brasil ão e esume u não eve-se esumir uta ela uebra a strutura indical, em mesmo o nterior o movimento perário. M as la eve ecessaria- mente ncluí-la; mais ue sso, chamos mesmo ue uebra a estrutura indical ma arefa evolucionária a mplantação a democracia ue nteressa os rabalhadores.

São mais o ue videntes s inais e ue urguesia enhuma deste aís em nteresse quando ão, ondições) e bservar s reivindicações e iberdade indical a lasse perária té s uas últimas onseqüências. Vários xemplos oram itados o ebate e empresários ue, mbora ssumissem ose e emocratas eivin- dicassem leições iretas u etomo as arantias s iberdades individuais onsideraram s reves este no omo legais. Muitos são s asos e mpresários avoráveis reve... desde ue ão seja em ua mpresa". Os anqueiros eram ma ela emonstração de eu emocratismo o poiar epressão overnamental obre greve os ancários e São Paulo m etembro. liás, ontribuíram para la om m sforço róprio e erca e 50 emissões. eus colegas e lasse, or xemplo, s ndustriais mais hegados os discursos emocráticos, implesmente e mitiram obre ssunto, mesmo orque, anto uanto s anqueiros, ão emocratas ..ma non roppo.

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E sso udo penas ara icarmos o ível o ireito e reve e a iscussão e asos specíficos. O ue izer e ma GT? Esta foi, ropósito, ma ergunta irigida or m ornalista* o e- neral uler Bentes Monteiro, ue, final, epresenta ma as ro- postas mais sclarecidas vançadas e mudança o egime, ntre todas quelas e matiz urguês iberal. ue espondeu general? Ele ngasgou, entou ugir ergunta, té ue e rrumou com ma aída egundo ual o indicalismo stá-se ormando no Brasil", e por isso s ideranças estão preocupadas é om s bases do indicalismo os indicatos), onsiderando rtificial rovocador falar-se m GT. í stá uestão ue sta alavra roibida neste aís; sta mesma alavra ue have ara ompreensão do olpe militar e 964. As lasses ominantes ão êm ualquer nteresse m ue stru- tura indical tual e ompa, os moldes olocados elas posições sindicais, or ois motivos.

Primeiramente orque indicalismo trelado o stado ivi- dido ontribuiu ara aixo oder e arganha ue istoricamente a lasse perária em etido o rasil, e onsiderada omo m todo, m ua nidade. sse aixo oder e arganha unda- mental ara manutenção os aixos alários os etores mais

atrasados a conomia. s etores urgueses mais trasados ão teriam ondições e bsorver, conomicamente, ma rganização in- dical orte nificada, ue rocurasse mpurrar s isos alariais sempre ara ima.

M as sse ão motivo mais mportante, em esponde elo comportamento eacionário ue ambém s etores mais diantados da urguesia ssumem ace uestão indical. s lasses ominan- tes — esde ue e mpôs amisa-de-força o indicalismo ar- guista — empre mantiveram lasse perária rasileira racionada

e

ob ontrole

o stado,

mesmo o ue iz

espeito uas

rga- nizações e esistência conômica. al racionamento ontrole foram undamentais ara ue e udesse mantê-la raca ambém politicamente. nificação ndependente a lasse perária ível nacional, inda ue para uta conômica, ma arefa ue ncerra um amanho otencial e rganização mobilização a lasse ue, em i mesma, arrega m lto isco olítico. urguesia abe disso. ssim, ssa ma arefa olítica er umprida a rática a artir a niciativa rópria rganizada os rabalhadores e seus liados.

A urguesia, or ua ez, e efende omo ode. osso er, manutenção a itadura militar eça mportantíssima o ogo os interesses urgueses. Ela ssociou ua istória om esorganização da classe operária, mantendo s eranças epressivas o Estado ovo e riando ovos monstrengos omo ecreto-lei .632. aí ue

* Cf. olha e . aulo, 7-9-1978.

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luta pela derrubada a ditadura a uta por iberdade indical ão,

hoje, ma mesma oisa. uta elas iberdades emocráticas ganha, este momento, ara movimento perário orma a uta por ua rganização utônoma nitária ara nfrentar apital. M as iberdade indical d erá onquistada oliticamente om queda a itadura; or sto la eve er ncaminhada untamente com utras alavras e rdem emocráticas, untamente om uta pela iberdade e rganização xpressão ela onstituinte.

6. Encaminhamento a uta:

Novas

ormas

Velhas

ormas

Eu ive ma xperiência astante oncreta a mpresa nde ra- balho. ente á ão em ma omissão e ábrica. as ente tem companheiros

mais

conscientes ue iscutem.

Agora, e

nós s- perássemos ireção do indicato

e Osasco organizar nossa uta raa firma... á ão airia reve, ão. Eu ão iria ue e osse outro sindicato eria

mesma oisa. as reve á m sasco ó aiu no momento m ue s rabalhadores, artir os ompanheiros fnais olitizados entro a mpresa, e rganizaram izeram greve air .

Se oje

omissão eva m rabalho le assa or ima o sindicato, ótimo, porque indicato uma rande orcaria. A gente tem ue embrar ue stamos ivendo um ugar m ue stru- tura

indical ainda ão

oi uebrada . O ebate, omo eitor eve er ercebido, cirrou-se astante

quando ocou a elicada uestão as omissões e ábrica u ru- pos e ábrica, e uas elações om indicato tual. Arriscamo- nos ambém ntrar ele, entando ugir m ouco a efesa e Princípios rocurando mostrar ue mpasses bjetivos esen- volvimento o rabalho as posições indicais e árias idades buscou esponder. rocuraremos omar osição ustificando-a om base o ue ntendemos er movimento eal a lasse perária — inda ue orrendo isco e ão hegar ompreender fetiva- niente sse movimento — pontando s ificuldades ue he ão inerentes.

As uas olocações ue essaltamos ncaminham-nos ara es- posta, m rimeiro ugar, obre s ipóteses, qui evantadas, a

existência e m indicalismo aralelo or rás as ropostas e trabalho m ábrica as posições indicais e ua volução ara uma ventual oordenação nterfábricas ndependente o indicato oficial.

A osso er, ão e rata e izer ue rabalho as posições sindicais ponta ara m ossível indicato aralelo, um uturo Próximo u emoto. Na rática le emonstrou onstituir-se á num

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movimento indical aralelo, ue orre or ora os indicatos mo- bilistas. Paralelo? im , muito usto. Afinal, uma ituação m ue, além e e er, omo s lasses opulares, m eral, rivada e uas organizações olíticas e anais través os uais udesse nfluen- ciar egulamentação e oda ida acional, lasse perária também ê maior arte e uas rganizações e uta conômica reduzidas ero. Nada he esta, ntão, enão rganizar ma urda resistência. E ssa esistência ão xatamente s posições indicais.

Por ue esistência? O aso e ão Paulo e Osasco emons- tram muito em aliás, ão oi or mera oincidência ue s posi- ções indicais os metalúrgicos mais resceram recisamente essas duas idades). á, lém e odas s imitações róprias a tual estrutura indical, ue mpedem indicato e onstituir-se um verdadeiro nstrumento e uta, s irigentes elegos êm cupando as iretorias á muito empo notadamente m ão aulo, omo todos abemos). sso ó az ontribuir ara ituação e nércia

que e cha ondenada lasse perária, ois s elegos ão e ão a ualquer rabalho ue esmistifique a rática arsa a stru- tura indical, muito menos ue avoreça rganização utônoma dos perários ara uta. Nessas ondições, sperar ura imples- mente ue indicato e exa, ara ue lguma oisa conteça, significa sperar or ada. Diante isso metalúrgicos e ão aulo e Osasco — ue á ontavam om ma erta radição e utas — e organizam or ontra rópria ncaminham m eterminado ipo de movimento ora o indicato. Um ipo e movimento ue ntes de mais ada e esistência conômica, e posição indical inda que eus bjetivos branjam metas mais vançadas. eu im me- diato minimizar, e em ue entro e imites econhecidos, perda o oder quisitivo a lasse rabalhadora, eu im stra- tégico e olta ara uptura om strutura indical.

E, oncretamente, li nde s indicatos ão ominados elos ele- gos, não há alternativa possível. e rabalho as posições indicais passa or ima os indicatos, timo, orque indicato ma grande orcaria. rganização ncontrada ara evar sse rabalho é ue oma orpo través e rupos e ábrica, ormados penas pelos rabalhadores mais onscientes, mais olitizados, rupos sses que ão e onhecimento estrito queles ue eles articipam.

Há, lém isso, ma endência ara ue s iversos rupos as várias ábricas mantenham ma ermanente roca e déias xpe- riências, avorecendo-se stabelecimento e ma oordenação ntre eles — nterfábricas. s motivos e ua rganização estrita paralela ão videntes: m rimeiro ugar, ela ecessidade e efen- der-se a ção epressiva os atrões ue e manifesta as emis- sões; m egundo ugar, ela ecessidade e efender-se a tuação policial e lementos nfiltrados os ocais e rabalho , obretudo, nos indicatos muitas ezes s róprios irigentes elegos gem policialmente, enunciando os atrões s perários mais ombati-

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vos). istória as posições indicais os metalúrgicos e ão Paulo , esse entido, astante ignificativa. De nício s rabalha- dores ue ela articipam rocuravam e eunir o indicato. M as essa tuação mais berta carretou risão e ários eles s obrigou e rganizarem ora as ábricas o indicato.

O rabalho as posições, nquanto rabalho indical, á onta de utas specíficas aracterísticas e ada mpresa, ndo lém a tendência ue m eral ssumem s indicatos e ó e nteressarem pelos roblemas mais erais a ategoria. or inal, s posições sindicais niciaram eu rabalho om rganização os rabalhadores na ábrica ara nfrentamentos ue e mediato isavam esolver pequenos roblemas, u melhor, roblemas ocalizados: uestão e

horários, e estaurante, anitários tc. Quanto s uestões erais, a s posições indicais rocuram lanejar uas ntervenções o indi- cato, sto , rocuram evar osições epresentativas a ategoria Para s ssembléias os indicatos.

Os rupos e ábrica uas nterligações ão utônomos om relação o indicalismo ficial onstituem ma esposta o .O. ao mpério os elegos os indicatos. as ue eve azer movimento perário ace os indicatos nde s iretorias ão "autênticas"? O ue azer, inda, e uadros riundos as posições

sindicais ierem cupar s iretorias os indicatos u e sso vier er eito or rupos e ua onfiança? eve-se brir ra- balho os rupos e ábrica, evá-los ara entro o indicato centralizar li ua rganização? Deve-se ubordinar ua oordenação à ireção indical?

Parece-nos ue brir rabalho os rupos e ábrica, oje, en- tralizando-o o indicato, liminando eu aráter estrito, echado Paralelo, ignifica xpor odo rabalho cumulado elas posições ao ongo e ários nos hance e ma ção epressiva úbita,

expor

s

lementos

mais

ombativos

a

lasse

epressão,

mesmo Que e steja idando om iretorias ão-pelegas. e momento de descompressão olítica", ermitindo ma articipação maior os operários os indicatos ma tuação mais gressiva e ertas lideranças indicais, manhã ada mpede ue s lasses ominantes e eus epresentantes oltem eeditar ma olítica e error obre a lasse perária, emitindo s perários mais ombativos, assando as ideranças autênticas", ntervindo os indicatos, eprimindo s seus membros mais onhecidos. movimento perário ão em ainda orça uficiente, o stágio tual a uta, ara azer rente, resistir ma ova scalada epressiva. Daí ecessidade a lasse operária manter ma etaguarda.

O aso e sasco, m 8, , ob sse specto, muito lustrativo. A reve e sasco oi mencionada urante ebate omo ma comprovação e ue, mesmo ob strutura indical igente, m sindicato ode rganizar m indicalismo ombativo azer reves. Isso os arece orreto, em úvida. M as ue ão ode ambém

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ser squecido ue, uando e ecretou ntervenção o indicato e e assou ombater lasse perária, li, elo mprego a violência, odo rabalho, eito bertamente, oi estruído. ão restou ma esistência uficientemente orte rganizada ue u- desse ar ontinuidade uta os perários aquele momento. oi bem embrado urante ebate rro os perários e sasco em 8: ão er abido osar rabalho berto om quele ue ó deve er onhecido os perários. rro oi ão er onseguido manter ma etaguarda alvo e ualquer ção epressiva.

Enfim, manutenção o rabalho estrito aralelo os rupos de ábrica as posições indicais orma e esistência ncon- trada or um movimento perário ue prendeu, epois e uces- sivas errotas ofridas a

ua istória, ão onfiar a egalidade burguesa aqui mplantada. Ela, omo e abe, unca arantiu spaço para obrevivência e uas rganizações ideranças ue isassem a ma efesa utêntica e eus nteresses orporativos mplan' tação e m indicalismo utônomo nificado.

A ndependência os rupos e ábrica rente s ideranças indi- cais, oje, ai ncontrar ustificativa inda um ltimo onto. atual strutura indical ermite ue s iretorias e tilizem os

mais

ariados

xpedientes

ara

manipular ssembléias m avor e propostas ue ão ão o nteresse a ategoria, u mesmo ara encaminhar rocedimentos iferentes aqueles ecididos m ssem- bléia. sto orque, ob ssa strutura, ossibilidade e ontrole a artir as ases raticamente ão xiste; ó essa orma ode- riam er arantidos s nteresses a ategoria rente ventuais desvios as ireções indicais. Assim, ndependência as posições sindicais unciona ambém omo ontrapeso e ato, iminuindo s margens e manobra as iretorias.

Os imites

a tuação os rupos e ábrica evem, o ntanto, ser econhecidos ncarados e rente. omo les e estringem à rganização os lementos mais ombativos m ada ábrica, ois problemas e olocam ara ua ficácia nquanto rabalho e esis- tência e ma ategoria omo m odo. m rimeiro ugar, les nunca oderão onstituir-se m rgãos massivos, ue epresentem e rganizem maioria os perários e ma ábrica. penas os momentos m ue s utas specíficas tingem m uge e mobili- zação ue articipação oma-se mais massiva. os momentos

de

efluxo

rabalho

olta

irar

m

omo

a minoria

ombativa. Sem ôr m úvida, or sso, rau e epresentatividade os ru-

pos, ue onquistado a rática, a uta, m ima e alavras de rdem specifica, ssa orma e rganização ma estrição o que diz espeito o rabalho e massa. Para s perários, omo m todo, eria muito mportante articipar, massiva onscientemente, de lguma orma e rganização ermanente o nterior a ábrica, mesmo o ível a uta indical. a orma os rupos t ábrica

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restritos, a participação da massa na organização da categoria é episódica ão ermanente.

Em egundo ugar, inda evido s mesmas aracterísticas os grupos e ábrica, ode correr ue ecessidade e e scolher uma epresentação berta ntre s perários, or xemplo ara n- caminhar ma egociação alarial entro e ma mpresa, ntre em hoque om ecessidade e manter igilo obre s rupos mais ombativos. Muitas ezes, urante s reves este no, s operários e eterminadas ábricas ão presentaram epresentantes próprios ara egociar om s atrões, nviando-os os indicatos, exatamente a xpectativa e roteger s abeças mais mportantes. M as sso ode ificultar e árias maneiras ncaminhamento as negociações e cordo om s nteresses os perários.

Uma orma e ontornar sses roblemas onstituição e o- missões e oda ábrica, econhecidas elos atrões leitas elos operários, os moldes e lgumas omissões ormalizadas uma u noutra ndústria e ão Paulo pós s reves. Essas omissões er- mitem rganização ermanente massiva o onjunto os pe- rários, acilitando scolha e ma epresentação ara ncaminhar suas eivindicações o nterior a ábrica o indicato. credita- mos ue egalização econhecimento e omissões esse ipo representam ma itória ara s perários, pontando o entido

de ma strutura indical utura ue e ssente o oder as ases organizadas or ábricas. N ão oncordamos, o ntanto, om ue s rupos e ábrica e

dissolvam nessas omissões, medida que ejam riadas, e sso elas mesmas azões e egurança á mencionadas. s rupos e ábrica lutam ela onstituição e omissões egais, ara riar m anal para articipação a massa os ompanheiros e ma ábrica. Essa onquista, orém, ão ode er omo reço escuido om o ue qui hamamos e etaguarda, a rganização e ma lterna-

tiva ermanente ara m ventual ecrudescimento a epressão sobre movimento perário. entro a tual strutura indical, mesmo s comissões egalizadas e oda ábrica, uando

conquis- tadas, evem er or rás ontinuidade o rabalho estrito os grupos e ábrica.

Tendo m ista odas s imitações ue stá ujeita rganiza- ção os perários entro a tual strutura indical, oTisideramos importante manutenção a ndependência as posições indicais e os rupos e ábrica ace o indicato ficial, mesmo ue

direção este, omo izíamos, enha er cupada or membros das posições. E or ue motivo averia nteresse as posições m cupar s

direções os indicatos? sta ma uestão entral. cupar s- paço do indicalismo ficial e undamental mportância para que as posições

indicais

possam

atingir

eus bjetivos xpandir eu próprio rabalho, nquanto rabalho ndependente.

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N ão á úvida e ue indicato ficial larga mbito & atuação as posições. nicialmente orque e rata e m spaço com obertura egal. m egundo ugar orque ode gregar ma grande uantidade e lementos ombativos e ma ada ategoria (afinal, ão e ode esprezar eso a radição os indicatos). Como spaço om espaldo egal, s indicatos êm ondições, lém do mais, ara uncionar omo âmaras e co, ecebendo obertura dos anais radicionais a mprensa mplificando s enúncias que nteressam ategoria. Por ltimo, indicato inda anal existente ara s egociações oletivas e indicato. s posições sindicais evem e tilizar os indicatos ara riticar ublicamente seus imites; ara regar massa indicalizada ecessidade e

sua rganização ndependente, ando poio o esenvolvimento os grupos e ábrica ndependentes; ara ervir e eículo as ego- ciações iretas ntre ategoria e s atrões; ara enunciar, nfim,. o aráter urocrático e ua rópria rganização, mpliando a' prática oder as ases as ecisões o indicato.

A tuação as ideranças indicais ão-pelegas o movimento pe- rário, ste no, eio onfirmar alidade essas ropostas. ão e pode tribuir oda tuação os indicatos metalúrgicos e ão Bernardo e Santo André s antas iguras e eus iretores, omo se ão ouvesse m rabalho e ressão, urdo ue osse, e aixo para ima. M as erdade ue apel esempenhado, or xem- plo, ela iretoria o indicato os Metalúrgicos e ão Bernardo foi ecisivo ara esencadeamento a reve aquela idade. ão. inúmeros s xemplos e rabalhos esenvolvidos ela eferida ire- toria ue acilitaram quele rocesso: scensão a uta ela e- posição alarial; ropaganda os ursos ssembléias a ecessi- dade e s rabalhadores e rganizarem e orma utônoma; propaganda a reve omo rma e uta; entativa e ornar ada vez mais massivas s ssembléias; ealização o ongresso as metalúrgicas; poio os rupos ndependentes e rabalhadores que rocuraram indicato; avorecimento, elo lardeamento a imprensa, e m lima avorável ara ceitação a reve or outros etores ociais tc.

M as eve-se vitar air o dealismo e e maginar ue , única e xclusivamente, tuação ível o indicato ficial ue'levará à mudança o indicalismo. ssim, ão asta evar ara entro o sindicato s lementos mais ombativos e ma ategoria, mesmo porque á rabalhador ão em ondições e gir ontade ara

afastar, uando em ntender, s irigentes indicais om s uais não stá atisfeito. final, eria lusório rer ue oder ecisório, na vida indical, stá as mãos as ssembléias os ssociados, omo se osse ossível mudar egra o ogo o momento ue uiserem. Como á firmamos ntes, em s ssembléias ão oberanas em é ácil estituir ma iretoria elega, om mandato ssegurado ela legislação odo m ispositivo e ormas ue avorecem raude

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nas leições. istória o uperpelego oaquim os Santos Andrade, em ão aulo, á ma oa medida as imitações a oberania dos ssociados e m indicato. Dessa maneira, nclusive s ire- torias

autênticasdevem

e

preocupar

em

riar

uma alternativa

o sindicato, ara efesa a rópria ategoria, ontra meaça a repressão statal mesmo e esvios os róprios irigentes in- dicais. Pensemos, or xemplo, o aso os indicatos metalúrgicos de ão Bernardo anto ndré, oje. e manhã sses indicatos vierem ofrer ma ntervenção, endo s eus lementos mais combativos fastados a ida indical, ão eria ecisivo ara categoria ue ouvesse ma lternativa rganizada ue esse onti- nuidade o rabalho tual?

As elações as posições indicais om s indicatos ficiais ainda assam or ma uestão rucial, epresentando m erto perigo rente o ual lasse perária oderá e ncontrar o u- turo. s onsignas ssumidas elas posições indicais as ábricas ganham epresentatividade medida ue orrespondem os nseios da maioria e ma ategoria, nquanto s alsas oluções ncami- nhadas elo indicato elego ofrem eu epudio. M as omo e- verão e omportar s posições indicais ace ma ituação m que s ropostas o indicato ficial, mbora ivergentes u té conflitantes om s uas, ecebam poio ignificativo a ategoria,

expresso m ssembléia? qui, im, os arece ue tuação nde- pendente as posições indicais ode evar ma orma e indi- calismo aralelo rejudicial, orque ertamente epresentaria ivisor de guas no movimento perário. Esta é ma uestão-chave: eces- sidade e manter movimento perário nido eve e onstituir num bjetivo e aráter estritivo, ue, a ossa pinião, ará medida a utonomia as posições indicais rente s ireções sindicais.

Finalmente ntramos a uestão alvez mais mportante e oda a iscussão obre s rupos e ábrica.

Retomemos ma ergunta ormulada nteriormente: or ue e- cessário m rabalho estrito, echado aralelo, a lasse perária numa uta e aráter indical? or ue manter ob ssas ondições um rabalho e rganização ue isa esistência conômica a classe perária ue rocura ncaminhar uas utas conômico-cor- porativas nde s indicatos ão azem?

Seguindo oda inha e rgumentação esenvolvida, té qui, respondemos ue ssa , osso er, orma e efesa conômica encontrada ela lasse perária rente ma urguesia ue unca admitiu egalmente nfrentamento conômico berto ntre api- tal rabalho. Essa esistência ossível a lasse perária um país nde unca he oi ermitida ua rganização utônoma mi- taria; um aís m ue s lasses ominantes empre izeram e tudo ara mantê-la racionada, rocuraram trelar eus indicatos ao Estado, erseguiram u ubornaram uas ideranças eprimiram

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as reves. Enfim, esposta ossível rente s lasses ominantes que inda oje ratam uestão ocial omo aso e olícia.

M as esposta eve r lém isso, ois rabalho as posições

sindicais

ão

e

estringe,

omo

abemos,

uta

esistência econômica a lasse. mbora esistência conômica, oje, e mpo- nha omo bjetivo mediato, s posições indicais isam ambém à ducação olítica os perários ue e gregam m omo elas e ealizam a ua rática.

Se verdade ue, m rincípio, equisito ara omar arte as oposições indicais isposição ara ma ida indical ombativa, não menos erto ue s ireções as posições indicais uscam encaminhar uas tividades o entido e ue branjam oda vida política os rabalhadores ue elas articipam. sso e videncia, por xemplo, a reocupação om iscussão o ema as iber- dades emocráticas entro as posições, ue stá ssumindo cima de udo orma a uta ela uebra a tual strutura indical. As posições indicais ão iscutem penas ituação alarial, s condições e rabalho rganização e reves utras ormas de uta, mas ambém arsa ue strutura indical, ecessi- dade e iberdade ara s rabalhadores e rganizarem emocra- ticamente, elação a iberdade e rganização om s emais liberdades emocráticas om s utas mais erais omo nistia,

constituinte tc. Em íntese, s posições indicais nem

numa mesma tuação — num mesmo rograma uma mesma orma e rganização luta econômica uta política a lasse perária. Essa os arece uma articularidade o ovimento perário rasileiro ue eve necessariamente er onsiderada uando e assar ara iscussão das lternativas uturas e ua rganização, ível olítico u in- dical. Acreditamos penas ue rematura entativa e ntecipar essas lternativas, medida ue s bjetivos entrais as posições sindicais inda stão or er umpridos. s elações ossíveis ntre sindicato rupos e ábrica, apel e ada m, uma utra estrutura indical ue ão sta, eparação a uta conômica da uta olítica m íveis em istintos ristalizados, odas stas são uestões ara s uais s espostas eriam inda ão mais ue especulativas.

7. O ngajamento do Movimento Operário

nas

utas

emocráticas

De cordo om pinião nânime e ossos ebatedores, eali- zação os bjetivos istóricos a lasse perária xige ecessaria- mente ue la ltrapasse uas eivindicações orporativas, ssuma a uta olítica isando mplantar eu rojeto ocial. Embora areça

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óbvio, mportante embrar, sso ó erá iável a medida m ue a lasse perária ompreenda mportância a nificação a ção conjunta — ob ua ireção — om s eus liados, m omo os pontos e m rograma olítico dequado s uas ondições o mo- mento de onsciência rganização). A lasse perária eve e manifestar utonomamente o ampo político, mesmo orque ó o lano a olítica ossível ranscen- der s iferenças entro a rópria lasse e egião ara egiãobem omo ncontrar enominador omum e uas utas specí- ficas, ue s italize uncione omo ondição o eu xito.

Tomando por ase osso ebate, no ntanto, eparamo-nos, oje, frente ma ituação ifícil. movimento perário tual inda muito ébil ara e ngajar, mediatamente, nquanto movimento e

massas,

as

utas

olíticas

mais

erais,

ue

á

olarizaram

utros setores mais rganizados por exemplo, os studantes) o movimento de massas. em eixar e er ambém olítico m ua atureza, como á risamos, ngajamento tual a lasse perária e incula sobretudo ua imprescindível nadiável esistência conômica. Por isso e ompreende acilmente orquê a uta mais mpla or liberdades emocráticas er imediatamente traduzida, dentro do movi- mento perário, a uta ontra rrocho alarial, ontra ei .330 (antigreve), ontra strutura indical e ma orma eral.

Mas, omo ambém á firmamos, s onquistas a lasse perária no ampo a iberdade indical ão marcadamente olíticas. sso decorre ogicamente o ato e ue efesa a strutura indical de nspiração ascista pelas lasses ominantes caba e onfundindo com efesa o róprio egime itatorial militar. Para s rabalha- dores, uta ela onquista e ma strutura indical e eu nte- resse , ntão, ecessariamente arte e ma uta olítica maior, a uta ela emocracia o eu onto e ista, emocracia e nte- resse dos rabalhadores e e eus liados. Daí ue, para movimento operário, ão undamental quanto quebra a estrutura indical ão

os

demais

aspectos

as

utas

democráticas

ue

compõem

programa de

democracia as lasses populares. O movimento perário everá, ortanto, reocupar-se m omper

a egalidade tual, ão penas o onto e ista a egislação in- dical rabalhista epressiva, mas o entido mais mplo lobal possível.

Assim ncarada, anha expressão edobrada tuação as anguar- das as ireções reocupadas m politizar" uta os perários, em azer esenvolver o movimento perário s iscussões obre anistia, onstituintes, iberdades emocráticas. Desta tuação epen- derá o uturo ngajamento o movimento perário a uta ireta pela emocracia o onto e ista os rabalhadores.

A nião a lasse perária eve e ar, o aso, artir os elementos mais vançados ropostos ela rópria inâmica o movi- mento perário , paralelamente, passar ela rítica os etores mais

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atrasados, as orças e traso ue stão ele resentes. Em utros termos, unificação eve e ar por im a ão or aixo, m orno dos ontos ue ignifiquem fetivamente m vanço ara uta a classe perária.

Cabe, gora, ormular qui ma ritica eterminadas endências dentro o movimento perário ue arregam certo reconceito ontra os uadros olíticos e squerda ão-operária. essas endências muitas ezes ecorrem ropostas e m partido puramente e pe- rários , ue ão ignifica ecessariamente m artido perário. Sim, porque obreirismo

uma as ormas e

expressão a omi-

nação burguesa dentro a prática perária. N ão esta úvida e ue boa arte a esponsabilidade uanto sse reconceito abe os próprios uadros politicos, à ua atuação passada. M as rítica justa

de eus rros ão ode evar o rro maior e onsiderá-los ispen- sáveis, u teis penas ara ealização e ampanhas e rreca- dação e undos oisas ue ais. ão e pode

confundir ireção operária o rocesso om ma ireção olítica xclusivamente e operários. N ão e eve onfundir um problema ue e esolve através da rática olítica dentificada om s nteresses perários — erais e mediatos — om ma uestão e rigem ndividual e lasse. Quem ensa m ermos e ndivíduos ão s iberais. ão tentar para sso ode cabar dentificando s nteresses perários om uas

reivindicações,

conômicas

mediatas,

ue

o

nteresse

penas da ominação a lasse os apitalistas e eu stado. N ão ceitamos, ortanto, sta oncepção rrônea o apel os

quadros olíticos, ntelectuais rgânicos ecessários ue ão. ão aceitamos, ampouco, quívoco nverso: aracterização xterna dos ntelectuais omo m rupo e luminados ue ão razer de ora aber

que

orientará prática perária ormará ua consciência e lasse. ão odemos escartar, or utro ado, ue o róprio movimento perário ossui m erto rau m omponente político-revolucionário spontâneo isto , ão irigido e ora), ue deve ervir e marco ara s ireções. s xemplos e novação, no lano e rganização, urante s ltimas reves. ão, m arte, uma emonstração e ue s perários, nquanto movimento e massas, vançaram muitas ezes or eus róprios meios, m muitos casos, pesar as rientações reexistentes.

Longe e ós stá ntenção e minimizar s uadros olíticos e ua mportância ara s utas perárias. ue firmamos, om ênfase, ue, u les tuam rganicamente unto o movimento operário azendo a uta olítica m momento ecessário e rática de lasse perária, eu onto ulminante, u ão ignificarão ada. Nesse entido, onsiderando s ificuldades mpostas ela onjun- tura acional tividade e rganização olítica, anham m igni- ficativo norme s entativas eitas or rupos e ntelectuais e origem ão-operária ara incular-se, ermanente istematicamente, através e ormas s mais ariadas, o movimento perário inda

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que muitas ezes sses sforços ermaneçam obrepostos, esorga- nizados tc. o ue, e esto, oje raticamente nevitável). in- culação ermanente — ompendo om ontato sporádico, om

situação m ue ntelectual ão-operário parece omo stando acima ora o movimento perário — sta, creditamos, ma saida undamental ara uperação o breirismo.

A expressão política o movimento perário everá, ntão, prevenir- se esses quívocos. Acreditamos ue m rograma ue rticulasse as eivindicações conômico-corporativas o movimento perário om as uestões mais erais ue izem espeito emocracia olítica (como nistia, Constituinte tc.) em omo om ndispensáveis modificações e rdem conômica como statização os etores vitais ara opulação, omo aúde, ransportes, ducação tc, i- sando arantir m tendimento rioritário massa a opulação) seria apaz e nificá-la nterna acionalmente um nico orpo em usca a emocracia ue he nteressa. Deliberadamente ão re- tendemos, odavia, os profundar este onto, or onsiderarmos que ste ão ugar ropício, elo menos este momento, ara isso.

Finalmente, ão odemos squecer ue, as tuais ircunstâncias, a uta ela emocracia mobiliza té mesmo etores issidentes o sistema. Sua oncepção e emocracia, orém, ada em er om a da maior parte a população rasileira. Por ssa azão, onquista da emocracia eal — emocracia ue nteressa os rabalha- dores — ependerá a apacidade ue lasse perária iver e arrancar andeira a emocracia a nfluência os issidentes dos iberais , o mesmo empo, eunir ob ua ireção s lasses e rações e lasses ue, raças os feitos bjetivos o milagre brasileiro", ão uscetíveis e ceitar eu rojeto.

Quais eriam s liados assíveis e ormar om lasse perária um loco opular ela emocracia? sses liados ão queles ue

sofrem bjetivamente ominação a lasse apitalista eus lia- dos. Estão ora o loco opular quelas ategorias ue uncionam como correia e ransmissão" a ominação. Estas, ventualmente, poderão poiar s lasses opulares, mas penas or orça as ir- cunstâncias, ontragosto u e orma portunista. ão stão u- jeitas úria a xploração conômica articipam ainda ue a oposição) o egime ue í stá.

Descartamos ambém queles etores urgueses issidentes, ois estes, lém e erem órfãos e ai ivo" — ue poiaram urante

a poca as acas ordas — , ão êm bjetivamente motivos, em expressado ntenções e companhar s lasses opulares um ro- jeto e emocracia ue bra spaços eais ara articipação popular.

É mportante assar elo rivo a rítica, mesmo ue uperficial e apidamente, lgumas piniões xpressas o ebate sse espeito. Cremos ue ora e eafirmar, lto om om, ue urguesia

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de rigem acional, omo m odo, ão em ntagonismos om capital nternacional. e tentarmos ara eu etor mais mpor- tante o onto e ista conômico, u eja, eu etor monopolista,

verificaremos ue

le e esenvolveu mensamente os ltimos 4 anos ombra o egime ue judou riar. em mesmo queles setores hamados de "produtores para o mercado interno" por exem- plo, etor e êxteis) êm ontradições ignificativas om tual modelo. Se a enda individual o rabalhador aiu, ua renda familiar aumentou, ois á m úmero maior e rabalhadores or amília. Por sso onsumo mercado nterno eja omo or resceram mesmo para bens não-duráveis e onsumo opular. Por ltimo, odo um etor ovo o mpresariado acional do ual xemplo mais notável ma ração o etor e onstrução ivil) oi raticamente gerado elo tual egime ela tual olítica conômica.

Daí ue ompletamente alacioso essuscitar s elhos antasmas de ma urguesia acional uja missão istórica eria irigir ro- cesso e esenvolvimento e m capitalismo utônomo". ão az sentido partir a xistência e ma uposta ontradição ásica ntre empresas acionais mperialismo, al omo correu poca o nacional-populismo, ara undamentar ropostas e lianças om quem não tem menor interesse em se aliar à classe perária. Chega de ropor

lianças om m liado antasma. A ropósito, s ltimos ecuos a burguesia acional" — xpres-

sos o poio manifestado or mpresários o residente a epú- blica uando a arsa e otação as eformas olíticas o overno e a imidez o ocumento os mesmos mpresários ue aviam assinado amoso Manifesto os ito — êm onfirmar, osso ver, ese e ue ostura emocrática esses mpresários ão ou mais elativa ue o overno... ica ssim vidente ue sses setores urgueses ão eguem s mesmos estinos as lasses opu- lares. eus nteresses olidem om s aqueles uem xploram. N ão azem arte, ortanto, os liados a lasse perária.

São liados a lasse perária proletariado rbano ural, or sua osição bjetiva e xplorados través o alário, s ampo- neses utros ipos e rabalhadores utônomos urais urbanos... aqueles etores ociais nteriormente idos omo e classe média": professores, médicos, ancários tc. ue ada ez mais eixam categoria e profissionais iberais" , omo ssalariados, stão bje- tivamente róximos a lasse perária. lgumas essas ategorias, por inal, á stão eguindo s assos o perariado, omo emons- traram s reves os esidentes, os rofessores os ancários.

Além isso, á utros etores ue, ndependentemente a ua i- tuação e lasse, ssumem, oliticamente, ma osição ue s iga à efesa os nteresses a lasse perária. Basta onstatar, es- peito, s osições olíticas, muito róximas e m rograma olí- tico ue nteressa os perários, ue vem endo efendido or ertas

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parcelas e ntelectuais /ou rofessores niversitários, studantes, artistas tc.

A ireção olítica a uta onjunta e odos sses etores ela classe perária ependerá e ua apacidade e eneralizar, artir de m rograma, uas osições mais vançadas elo onjunto e seus róprios ntegrantes m scala acional, e xpandir ua uta no mbito a olítica e orma utônoma. sse rocesso unda- mentalmente olítico , ara ua fetivação, stamos penas ome- çando. inda á m ongo aminho ercorrer.

Campinas, etembro e 978

O onselho ditorial

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A uta ela egulamentação o rabalho na rimeira República

Lígia Osório ilva*

1. os rabalhos obre indicalismo lasse perária a rimeira República estaca-se om reqüência atureza ensa as elações

entre stado lasse perária.' sta ensão xplicada ela combatividade a lasse perária o eríodo elo specto onser- vador a olítica overnamental a poca. stado dota urante todo eríodo a Primeira República ma titude epressiva iante da lasse perária, ue or ua ez nfrenta ssa epressão om greves, omícios, asseatas tc.

A atureza o elacionamento ntre lasse perária stado sofre lgumas mudanças pós evolução e utubro e 930. ão é epressão ue esaparece, mas im aráter ela ue e rans-

forma. a Primeira República epressão stá inculada uestão do urgimento a ormação a lasse perária. As utas a lasse perária o eríodo re-30 manifestam-se muitas

vezes m movimentos spontâneos e reve e evolta. Entretanto, foi través os rganismos indicais ue s randes manifestações operárias o eríodo oram esenvolvidas. ção perária ão e esgota, orém, a ção indical. á esse eríodo íderes perários apontavam necessidade a riação e m artido olítico a lasse operária houve muitas entativas racassadas e riação e artidos

socialistas , m 922, ria-se rimeiro artido olítico perário de eso acional). ontudo, ssencial a resença perária, elo menos té s nos 0, esenvolveu-se os indicatos. sso os eva a xaminar s elações ntre lasse perária stado a rimeira República través as eivindicações indicais. Para tingir sse bje- tivo preciso ecer lgumas onsiderações erais espeito o movi- mento indical esse eríodo.

2. oexistiam o movimento indical a rimeira epública uas linhas e ção: anarco-sindicalista e a eformista. Essas uas inhas foram e esenvolvendo e firmando o eríodo ue ai e 890 a 920, ata or olta a ual bserva-se eclínio a nfluência anarco-sindicalista o movimento perário rasileiro.

• Professora e ociologia o FCH/UNICAMP.

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Essa ivisão aracterizava ão ó uas ropostas istintas ara

ação indical omo ambém ois etores istintos a ociedade rasi- leira a poca: e m ado, a inha e ção narco-sindicalista,

temos s perários ndustriais ujo rescimento stá videntemente ligado o urgimento as ndústrias principalmente ndústria êx- til); e utro, a inha eformista, emos etor os ransportes do io e aneiro marítimos o orto o io a mpresa e navegação Lloyd Brasileiro erroviários a Estrada de Ferro Central do Brasil), etor statal astante esenvolvido evido s aracterís- ticas a conomia o eríodo: ssencialmente ependente o mer- cado xterno, recisando e ma ede e ransportes ue scoasse a rodução ara s ortos. Características ssas ue eterminaram a nterioridade essas ategorias e rabalhadores m elação o proletariado ndustrial. Ao firmarmos xistência essas uas inhas e ção indical não stamos e orma lguma tribuindo s uas mesmo eso na luta perária ue e esenvolve o eríodo. ombatividade eco- nhecida a lasse perária essa ase , m rande arte, evido ao movimento narco-sindicalista. É m ato negável ue s narco- sindicalistas onstituíram anguarda o movimento perário a Primeira República.

Entretanto, ossa ntenção aptar ituação perária a ri-

meira epública o eu onjunto eterminar s aracterísticas básicas essa ituação. s ondições oncretas o rabalho a ri- meira República ram onseqüência a ase specífica o rocesso de esenvolvimento apitalista, ase o ascimento as ndústrias. Junto om stas urge massa rabalhadora rbana ue ai ons- tituir, a ua maior arte, roletariado abril. Essa ase specífica do rocesso e esenvolvimento apitalista etermina m erta me- dida fase na ual e ncontra movimento perário. s ideranças sindicais epresentativas rocuravam xprimir s eivindicações me- diatas as massas rabalhadoras rbanas ue inham ua rigem

nas ondições ociais bjetivas as uais las e ncontravam. Essas reivindicações parecem as ráticas as uas inhas indicais, m que ese s iferenças e bjetivos. Deixaremos e ado roposita- damente ssas iferenças, econhecendo penas ato, o ual ão se ode ugir, e ue ra os indicatos narco-sindicalistas ue estava anguarda o movimento perário, ual e eveu om- batividade o movimento.

3. o rocedermos esse modo — uscando s uestões oncretas que e olocavam o movimento indical a rimeira República — somos evados onstatar ue s utas specíficas ue aracterizam o indicalismo essa ase ão s eivindicações ue iram m orno da uração a ornada e rabalho, as ondições e rabalho as multas, igilância tc), umentos e alários, ondições e raba- lho as mulheres as rianças iberdade indical. O manifesto

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da União os Operários m ábricas e ecidos, e maio e 919, pode er onsiderado ípico esse entido:

"Reclamações ue uerem er tendidas: 1') ornada e oras; 2') gualdade e rdenados as mulheres os omens uando m igualdade e rabalho; 3Ç) 0% e umento obre s mpreitadas; 4') 0% e umento obre s rdenados iários; 5') bolição do trabalho dos menores de 14 anos do trabalho noturno as mulheres; 6') Readmissão e odos s perários ispensados m 8 e ovem- bro ltimo" Trata-se os perários ispensados or casião e ma greve mportante).'

Esses roblemas ram omuns odas s ategorias e rabalha- dores. ntensidade e ada m esses roblemas, o ntanto, variava e ma ategoria ara utra. s uestões eferentes s mu- lheres os menores, or xemplo, ram mais entidas o etor têxtil, mas ambém ram ividas as ndústrias e limentação de estuário. Os erroviários, om xceção os perários as ficinas de eparação, ão rabalhavam xatamente m egime e ábrica.

Apesar

isso,

uestão

a

ornada

e

rabalho,

egime

e

multas, assim omo s uestões eferentes arantia o mprego, posen- tadoria cidentes o rabalho odem er ssimiladas s uestões enfrentadas elos perários e ábrica. or onseguinte, pesar a existência e lgumas iferenças, s eivindicações ram imilares. A uestão a jornada e rabalho, or xemplo, ra eral ara odos os etores, marítimos erroviários nclusive.

É esse entido, ortanto, ue s utas perárias o eríodo convergem ara olocação e roblemas eferentes s ondições específicas e rabalho: rolongamento a ornada e rabalho, on- trole busivo, rabalho oturno or urnos, mprego e mulheres e rianças tc. ssas ondições mplicavam ambém m bandono quase ompleto o rabalhador as ases e esemprego, elhice doença. ssas ondições izem espeito obretudo o rabalho as fábricas, mas endem e stender os emais etores rodutivos da ociedade, inda ão rganizados e cordo om istema e fábrica.

Devido ssa ituação, movimento indical a rimeira epú- blica uta or ma egulamentação o rabalho, ue omeça m alguns aíses ela

egislação

e ábrica

u, mais specificamente,

pelos amos ndustriais nde mpera egime e ábrica o êxtil geralmente rimeiro). o Brasil, evido s articularidades o seu esenvolvimento apitalista, uando egislação o rabalho passa er ma xistência oncreta graças egulamentação, isca- lização tc), la á e efere o onjunto a conomia ão mais

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aos rabalhadores e m nico amo. té 930, nico etor nde a hamada egislação e ábrica minimamente plicada etor de ransportes marítimo erroviário e ropriedade statal, sto , um etor ão ropriamente abril.

É nteressante otar ue Brasil o chegar trasado" o apita- lismo presenta esultados parentemente vançados. nversão a importância istórica os etores conômicos az om ue egis- lação o rabalho ão pareça nicialmente omo ma egislação mais imitada ue iz espeito nicamente o rabalho abril. Ela á dá os primeiros passos fora das fábricas e aparece como ma questão que iz espeito os rabalhadores m eral.

4. ara ompreender melhor uestão a egulamentação o ra- balho preciso ensar a ociedade rasileira a Primeira República como ma ociedade ue stá e daptando o rabalho ivre indo de m assado e scravidão. Contrariamente o ue corre o is- tema scravista, nde roblema a manutenção o scravo m problema o enhor e scravos, o apitalismo, a medida m ue o apitalista aga m alário o rabalhador, assa er ncargo do róprio rabalhador eprodução manutenção e ua orça de rabalho.

N o egime scravista elação ntre scravo enhor ra

uma

elação

ixa

ersonalizada.

ociedade

urguesa

ma

ocie- dade e lasses ustamente orque la estrói odos s aços e dependência essoal. rabalhador ão em mais iante e i m senhor que ode té atá-lo e ome, mas nico ue ecide da ua orte), mas oda ma lasse e atrões ual le stá in- culado, m rincípio, penas través o mercado e rabalho. o capitalismo s uestões eferentes o rabalho o rabalhador ão questões minentemente ociais. Elas assam a parência or ues- tões ue izem espeito ois ndivíduos o atrão perário). M as apitalismo ó ompra orça e rabalho uando recisa

dela. Em onseqüência, rabalhador ão em ua xistência ndi- vidualmente ssegurada. ua xistência ó ode er ssegurada n- quanto lemento e m rupo ocial eterminado, ma lasse, classe perária.

Este m specto undamental a ituação a orça e rabalho no istema apitalista ue etermina ecessidade e ma olução social ara s roblemas ecorrentes a mplantação o hamado trabalho ivre. ivre a parência, mas ocialmente ominado, orque implica a xistência e uas ategorias e ndivíduos: queles m condições e omprar orça e rabalho s ue ão brigados

a endê-la ara ssegurar ua obrevivência. E ara endê-la elo melhor reço s rabalhadores ão brigados e eagruparem, e reunirem ara iminuir oncorrência o eu eio. ão brigados a e eunirem as rganizações indicais eivindicarem m on- junto. Daí ecessidade os indicatos. Eles ão ecessários evido

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ao aráter ue ssume rabalho o egime apitalista, sto , trabalho ssalariado.

N a orma apitalista, rabalho oma-se ma mercadoria, orça de rabalho, ue endida o ercado omo utra mercadoria qualquer. É o nteresse o apitalista, ue ompra ssa mercadoria, comprá-la elo menor reço ossível, , o perário, ue ende, de endê-la elo melhor reço. Os indicatos epresentam ma rga- nização e rabalhadores iretamente inculada ituação e ende- dores e orça e rabalho oncorrência ue e stabelece o mercado e rabalho. ompra enda a orça e rabalho ma questão ue iz espeito o úcleo entral o istema apitalista (diz espeito rodução xtração a mais-valia) untamente om a uestão a ornada e rabalho que feta axa e mais-valia). O indicalismo rganiza s perários nquanto ssalariados, sto , enquanto endedores a mercadoria orça e rabalho. o rganizar os rabalhadores nquanto ssalariados, indicalismo ma orma perfeitamente ompatível om egime apitalista. ntretanto, questão entral m omo a ual iram s rganizações indicais de odos s empos, uestão a ompra enda a mercadoria força e rabalho, em omo eterminação e m alor ocial para essa mercadoria, é a manifestação e uma posição undamental

do istema apitalista, posição ntre apital rabalho. Esse uplo specto a uta indical parece a ituação ontradi- tória ue ivem s rganizações indicais m odos s aises apita- listas. e or m ado ão xiste enhuma posição e rincipio entre istema apitalista e onstituição e rganizações perárias permanentes ue isam ntervir o rocesso e lutuação o reço da orça e rabalho, or utro ado ssa ransação mesma transação obre ual e ssenta ominio e ma lasse obre outra. or sso ue onstituição essas rganizações istorica- mente ão e á e ma orma ranqüila, endo lasse perária que utar astante ara onquistar sse ireito.

5. burguesia nquanto lasse ominante, ela ua rópria atureza, pela orma omo onquista mantém oder, briga rganização política e odas s lasses a ociedade. sto uer izer ue la organiza ociedade m lasses; ue mplica m ssegurar xis- tência a lasse perária.

Durante rimeira República s lasses ominantes iveram m relação o movimento indical ma titude epressiva. ue s- tava or rás essa titude epressiva ra ustamente nsistência em egar esponsabilidade o istema m ssegurar xistência da lasse perária través o econhecimento a amosa questão social". Dizendo e utro modo, questão ocial" a Primeira e- pública ra madurecimento e ma uestão ue ai e esenvol- vendo os oucos artir a ntrodução o rabalho ivre, sto , a uestão a ormação a lasse perária.

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A mpossibilidade a urguesia ontrolar ou irigir) lasse operária em rimeiro econhecer, ormalmente, o ível o Estado, a ua xistência, olocava ecessidade remente esse econheci-

mento.

o

ntanto

sse

econhecimento

ue

egado

a

tuação do Estado m elação s eivindicações o movimento indical. Atua- ção ssa ue e não econhecer a existência de m roblema ocial e e entar ominar ituação través a doção e eis epressivas visando ma minoria e narquistas strangeiros". ma osição que mplicava m egar xistência e ma questão perária".

A questão perária" xprimia-se nteiramente a uestão unda- mental olocada elo movimento indical a rimeira epública, que ra uestão a egulamentação o rabalho. uta a lasse operária ela egulamentação o rabalho, pesar e e manifestar socialmente uma orma ue estacava posição undamental o sistema, posição ntre apital rabalho, ão olocava eces- sariamente m eque istema apitalista, ois m ese oderia favorecer celeração a oncentração e apitais, fastando a concorrência s apitalistas ujas axas e ucro stavam igadas uma uperexploração a orça e rabalho manutenção e on- dições ubumanas e rabalho.

A ntervenção o Estado esse rocesso eterminada ela eces- sidade e roteger rabalhador a xploração esenfreada os

capitalistas ndividuais o nteresse a rópria lasse os apitalis- tas, , ortanto, o nteresse a eprodução o róprio istema capitalista.

M as mprescindível ue s medidas ue izem espeito rote- ção a orça e rabalho ejam medidas mpostas elo stado todos s apitalistas o mesmo empo. reciso ortanto ue essas medidas enham ob orma e ei mpositiva. ropósito, interessante otar osição os ndustriais o Centro ndustrial e Fiação ecelagem dissidentes o Centro ndustrial o Brasil) ue, em 919, o uge a uta ela ornada e oras, ão m omissão ao Vice-Presidente a República, Delfim Moreira, ara izer-lhe ue só oncederiam ornada e oras e stado, través e ma lei ederal, ornasse brigatória ara Brasil odo. Naturalmente eles ão esejavam onceder s oras o io e aneiro ão Paulo os issidentes) e egulamentação ão osse xtensiva todos s emais Estados. E os emais Estados gitação perária em rol a ornada e oras ão avia tingido límax ue atingira no Rio e Janeiro São Paulo, s mpresários os emais Estados ão riam onceder s oras em erem ressionados.'

Entretanto, avia érios bstáculos doção essa egulamentação geral ara edução a ornada e rabalho. doção e ma ei impositiva ue brigasse edução a ornada e rabalho ara 8 oras o rasil nteiro inha nclusive m mpecilho egal. s questões elativas o rabalho a Primeira República ram a lçada estadual. Somente m 926 ue ma Emenda Constitucional modi-

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fica edação o rtigo 4 a Constituição ermite o ongresso Nacional egislar obre uestões e rabalho. as sse mpecilho legal ra penas m eflexo a ituação ontraditória ue xistia o

seio as lasses ominantes m elação olítica er dotada quanto uestão perária.

6. Apesar e ão xistir ma ontradição e rincípio ntre egu- lamentação o rabalho ormação e rganizações indicais, e um ado, istema apitalista, e utro, ão orreto er ossas reivindicações perárias imples ecorrências esse istema. ão á contradição e rincípio ntre les, mas mportante estacar ue o róprio istema apitalista e esenvolve uma ase ontraditória

que põe apital rabalho, urguesia roletariado. Assim omo ireito e e eagrupar m indicatos ue epresen- tassem onjunto a lasse rabalhadora oi onquistado om duras lutas ue História egistra, ssim ambém egulamentação o trabalho oi ma onquista a lasse perária btida través e ma árdua uta ue e esenrola a rimeira epública, rincipalmente sob ireção os indicatos narco-sindicalistas.

Isso orque e nteresse a urguesia eside o esenvolvimento do apitalismo que mplica os enômenos pontados cima) e as uas aracterísticas istóricas mpelem rganização a ocie- dade m lasses, ua ituação e lasse ominante mpele, or outro ado, esorganização a lasse perária nquanto al ara manter ua ominação.

A atureza ontraditória o istema apitalista az om ue forma omo rganizada rodução avoreça oncentração o operariado, evando ua ssociação m rganismos e lasse. o- davia, mplica o mesmo empo ominação e ma lasse a ur- guesia) obre utra o roletariado). ssa ituação ontraditória que e eflete a olítica a urguesia m elação lasse perária, mesmo uando s roblemas olocados or sta ão mplicam m soluções ue onham m eque egime apitalista. sto orque, em e ratando e lasse perária, stá-se ratando e ominação social.

A ssa ontradição eral obrepunha-se a Primeira República ma outra ontradição specífica ecorrente a ituação o nterior as classes ominantes. Essa ituação efletia-se a titude iferenciada do Estado m elação os ois etores e rabalhadores: s perários estatais, e m ado, s perários ndustriais, e utro. e, or

um ado, sboçava-se ma entativa e ntegração m elação os operários o Estado, e utro mantinha-se ma titude implesmente repressiva m elação os perários ndustriais. titude iferen- ciada o Estado inha uas aízes a ituação specífica os etores em uestão a ociedade a Primeira República a igação esses setores om s rações a urguesia epresentadas o stado. ra- ções ssas om nteresses onvergentes, mas or ezes ontraditórios.

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A ração egemônica a urguesia ra quela igada o omplexo cafeeiro. rincipal rea e cumulação e apital endo omer- cialização o afé, ndústria asce igada sse etor, ue esul- tou uma urguesia ndustrial ependente as tividades conômicas ligadas o afé. ndústria mplanta-se om máquinas mportadas com s ivisas cumuladas a xportação e afé, ue omava dependente o stado ambém Estado ontrolado ela urguesia cafeeira). endo ssim, s ransformações ue omeçam e ro- cessar a ociedade rasileira esde urgimento as ndústrias e, de orma mais eral, esde ntrodução o rabalho ssalariado) precisam ter oluções, soluções essas que implicavam transformação do stado e orma oder tender ecessidade e ntegração política a lasse perária ob egemonia a urguesia. mplica- vam or sso mesmo m earranjo as elações e oder entro o Estado uma eformulação os parelhos statais.

A ntegração olítica a lasse perária onstituía, ortanto, m dos spectos a ransformação o stado ue corre m 930, ue deve er evado m onsideração uando e nalisa ssa ransfor- mação. esse entido ue eve er ntendida articipação a classe perária esse rocesso e ransformação.

7. s utas o movimento indical ombatividade emonstrada pela lasse perária a Primeira República ão menosprezadas omo causa a ransformação o stado m 930. ssa ransformação implicou, ntre utras oisas, econhecer ue rabalho ivre, al como e presenta a parência rabalho o egime apitalista, precisa er ocialmente egulamentado. essa egulamentação stá implícito econhecimento a xistência e ma orma ocial e exploração aseada, e m ado, o apital , e utro, a orça de rabalho. Apesar a orma ndividual e ue e eveste ompra e enda a orça e rabalho o mercado e rabalho, ase ocial dessa ominação orna-se enos bscura a edida m ue próprio stado apitalista brigado omar medidas ue egula- mentem ssa ransação. O esultado mediato a uta ela egulamentação o rabalho oi a ntervenção statal o ampo o rabalho, ue ignificou eco- nhecer ecessidade a doção e oluções ociais ainda ue ar- ciais) ara s roblemas elativos manutenção eprodução a força e rabalho. o azer sso stado econhece de ato" divisão a ociedade m lasses.

É esse entido ue ssa ase o movimento perário ma ase bem efinida: rata-se o momento a ormação a lasse perária.

O

esenvolvimento

a

orma

apitalista

e

rodução

ransforma

ma parte a opulação m rabalhadores. ominação xercida elo capital ria essa massa e rabalhadores ma ituação omum, n- teresses omuns. Ela e oma ma lasse rente o apital. M as na uta — o rasil a uta ela egulamentação do trabalho e

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pela iberdade indical irigida rincipalmente elos narco-sindica- listas — ue s rabalhadores e uto-reconhecem omo lasse. s interesses ue les efendem omam-se nteresses e lasse. nesse rocesso ue e riam s ondições ubjetivas ara ma olí- tica perária a cepção mais lobal o ermo.

Notas

1 . Por xemplo Otávio anni, Condições onstitucionais o omportamento olí- tico Operário", n evista rasiliense, . 6 ; dgard arone, epública elha {Instituições lasses ociais), P, IFEL, 9 7 2 ; dgard odrigues, ocialismo e indicalismo o rasil, J, d. aemmert, 9 6 9 ; verardo ias, istória as Lutas ociais o Brasil, P, d. lfa-ômega, 9 7 7 , » d.

2. A Razão, 0 e maio e 9 1 9 , . .

3. A azão, e aio e 9 1 9 , . .

4 . Sobre a ubordinação a ndústria ascente o apital afeeiro er érgio ilva, Expansão Cafeeira Origens a ndústria o Brasil, P, d. lfa-ômega, 9 7 6 .

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A Política e ontrole da lasse Operária

no overno Vargas

Maria ilvia Duarte Hadler*

1. Quando e nalisam s elações ue ão e stabelecendo ntre Estado lasse perária o ós-30, oloca-se e mediato eguinte problema: omo or ue hamada questão ocial" ssumida pelo Estado o mediato ós-30?

São reqüentes os extos ficiais, ogo pós nstalação o o- verno rovisório, eferências riticas o esprezo os overnos nte- riores elos roblemas ociais. indolfo ollor, or xemplo, á o seu ronunciamento e osse o argo e Ministro o rabalho, Indústria e Comércio, m ezembro e 930, firma er Ministério do rabalho

especificamente Ministério a evolução. entalidade o o- verno eposto, e ue o rasil s uestões ociais ão eros problemas e olícia, uscetíveis e olução ela ltima atio as medidas epressivas, á pusera, e á muito, onsciência iberal da Nação, mais ustificado eremptório os rotestos .'

Ainda no rimeiro no o overno rovisório ão laborados odos os nteprojetos as rincipais eis ociais rotetoras o rabalho — trabalho e oras, rabalho e mulheres menores, ei e érias, comissões e onciliação ulgamento, ontratos oletivos e ra-

balho

ambém

m

março

e

931

ue

ai

ei

e

indicalização, pelo Decreto . 9.770, ujo exto xplicita aráter a olítica e controle as lasses ubalternas er osta m rática elo Estado. N ão e rata qui, videntemente, e ssumir deologia o iscurso oficial o overno rovisório, o entido e e pontar ma titude efetiva e reocupação elos roblemas ociais. rata-se, ntes, e assinalar ma edefinição o stado ara om uestão ocial, expressa, e mediato, ela mudança e om a etórica ficial ara com ssa uestão.

Portanto, ue e oloca ara eflexão ecessidade e e

ver ue staria a ase a edefinição a olítica e Estado ara com questão ocial". E uanto sto, ntes e mais ada, emos

• Pós-graduanda e iência olítica o FCH/UNICAMP.

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de elembrar ois ontos ue não odem eixar de er onsiderados. Em rimeiro ugar, ato e m stado apitalista e ncarregar do ncaminhamento a olução ara ertos roblemas ociais ão indica ue ssa olitica á er xecutada evelia os nteresses o

conjunto as lasses ominantes. ormulação e ma olítica so- cial" or m Estado apitalista, nquanto Estado urguês, eve er vista, ois, m unção a ecessidade e e ssegurar egemonia burguesa não o entido strito e egemonia a urguesia ndus- trial), ituação ue evado uando e stabelece ma onjuntura política al m ue elação oncreta e orças ociais e erta forma mpõe o stado ecessidade /ou onveniência e al política.

Em egundo ugar, rocesso e edefinição a questão ocial" promovido elo stado os-30 ão ode er ntendido xclusiva- mente ível a onjuntura o mediato os-30. erto ue "questão ocial" dquire maior elevância iante a rise e ege- monia berta pós evolução, orém ssa elevância ão unção apenas esta crise, mas e odo um processo nterior em ue etores populares ão e irmando omo orças ociais. recisamos, ntão, levar m onta ertas acetas o rocesso e rise o Estado iberal- oligárquico, ara uja gudização ão e ode egar ontribuição da movimentação as lasses ubalternas.

Em L. Wemeck Viana encontramos ma abordagem bastante uges-

tiva

cerca

a

rise

o

hamado

Estado

iberal-oligárquico

o

Brasil. O mportante e ua nálise stá m er mostrado, o ado a rise política nterna s acções ominantes, apel as ressões xer- cidas elos etores ubalternos, ntre les lasse perária, ara

processo e issolução o iberalismo ligárquico.' Wemeck Viana assinala s ensões ntre istema olítico xcludente, undado a ortodoxia iberal, e as crescentes ressões emocratizadoras por parte de etores ociais mergentes, marginalizados o rocesso olítico para ue stado osse apaz e tender ecessidades urgidas' com róprio rocesso e iferenciação nterna o istema ocial

orientado

ara

groexportação. Nesse entido, le hama tenção ara ato e ue movimen- tação perária nterior 0 eclamava xistência e m ireito fundamental o rabalho' ressionava, ireta u ndiretamente, para ue stado nterviesse o mercado e rabalho, ompendo] assim, om s ostulados ígidos a rtodoxia iberal ue isava garantir ivre movimentação os atores o rabalho. Ê entro essa perspectiva e etificação o acto iberal, etificação romovida or pressão as eivindicações o movimento perário, ue evem er vistas s medidas, scassas, erto, dotadas o ré-30 om elação à egulamentação o rabalho — e 923, or xemplo, riação do onselho Nacional o rabalho; m 926 em-se ei e érias para erroviários, ei e cidentes e rabalho ódigo e Me- nores; m 927, s eguros ontra oenças.

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A onjuntura riada om rise o Estado iberal brigaria bje- tivamente stado aído a evolução e 0 onsiderar m s- pectro mais mplo e nteresses erem ncorporados e mesmo redefinidos) a ua olítica lobal.

Nesse entido iante a rise as elações e oder nterna s várias rações a lasse ominante, odemos izer ue atendi- mento" elo Estado e eivindicações perárias, xpresso a labora- ção da legislação trabalhista, integrando essas eivindicações política de stado, ão oderia er oncretizado om aráter ropriamente de tendimento. ntegração

desses nteresses everia er eita tra-

vés e anais ontrolados

pelo stado. essa erspectiva esse contexto ue evemos ntender laboração e ma egislação in- dical e aráter orporativista, inda ona ogo os rimeiros

momentos o ovo egime, laboração ue em uase imultânea com s nteprojetos a egislação ropriamente ocial. A olítica e stado os-30 eferente lasse perária em, or-

tanto, omo uportes undamentais, or m ado, laboração e uma egislação rabalhista indical , or utro ado, epressão ao movimento perário ue retendia e rganizar utonomamente frente o stado. ob sse specto, ncaramos egislação raba- lhista egislação indical — e ue os cuparemos este r- tigo omo s lementos efinidores a orma ssumida ela política e ontrole o Estado obre lasse perária o ós-30.

2. É erdade ue ão odemos gnorar ue egislação rabalhista, mesmo endo laborada ível o parelho e stado, em ua existência evida undamentalmente os roblemas que movimento operário olocava o stado.

A. Rocha Barros nfático o nterpretar existência a egislação trabalhista omo ruto as utas perárias or melhores ondições de rabalho, estacando essa egislação aráter e onquista os trabalhadores. egislação indical, or utro ado, ão endo ada

a er om s eivindicações o movimento perário, penas xpres- saria olítica e ontrole o Estado. O rabalho e Rocha Barros tem rande mérito e ontribuir ara esmistificação a deo- logia e utorga a egislação rabalhista elo Governo Getúlio Var- gas, pontando orretamente xistência nterior e eivindicações operárias or eis rotetoras o rabalho. Ele dverte ambém ara a nfluência xercida ela ituação nternacional o movimento pe- rário ara laboração ais istemática e ma egislação o trabalho.

Porém,

e ma erspectiva orreta ssociar egislação raba-

lhista om ressão eivindicativa o movimento perário nterior, devemos er m onta ue ignificado político

a egislação raba- lhista ão e sgota í. aso ontrário, oma-se m ouco ifícil entendermos lcance essa olítica e Estado obre movimento

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em rol a uta ela utonomia ndependência olítica a lasse operária.

Insistimos m risar ue, o ontexto a olítica e Estado, ão se pode eparar egislação rabalhista e egislação indical, portanto, legislação rabalhista a olítica e ontrole o overno. este ponto ue e oloca riginalidade om elação o eríodo nterior do ratamento a questão ocial" elo Estado ós-30. Reconhecendo a nviabilidade e ma titude xclusivamente epressiva ara om o movimento perário tentando ombatividade os etores mais organizados, overno rata e ntegrar sses nteresses o ovo Estado, crescentando epressão ossibilidade e m tendi- mento mínimo as eivindicações or melhores ondições e ida

de rabalho. , qui, ue á om a specificidade a xistência

de ma egislação rabalhista o overno ós-30 ão egislação em i, mas, omo em iz Wemeck Viana", nserção essa egis- lação uma roposta orporativista e rganização a ociedade. Dessa orma, epressão, egislação

rabalhista egislação in -

dical ompõem ma esma olítica e ontrole, elo stado, a movimentação a lasse perária.

3. M as recisamos entar profundar nálise a atureza essa política e ontrole e eu aráter mais ropriamente olítico. O já eferido iscurso e osse e indolfo ollor omo Ministro o Trabalho, por exemplo, m ezembro e 930, astante nteressante para videnciar entido a reocupação, or arte o overno provisório, om questão ocial".

Ao onstatar ontradição xistente ntre titude e esprezo pelos roblemas ociais or parte os overnos nteriores s om- promissos ssumidos nternacionalmente elo Brasil om rgani- zação nternacional o rabalho, ministro ndica uais ão s problemas e undo ue ê, aso eja mantida olítica eguida para om lasse perária elos overnos nteriores. Reconhecendo que s ondições e xistência a lasse perária ignificam, para um rande número e essoas, miséria, njustiça s rivações", coloca-as omo causa o escontentamento ue erturba az social, om rande erigo ara az armonia niversais". á que uestão ocial nada em e rave u e nquietador", epre- sentando um enômeno mundial", eria, o eu ntender, rave inquietador preocupação e gnorar ficialmente roblemas esta natureza este lcance".

Aqui ica lara, ortanto, edefinição o stado ara om s questões ociais, ovo nfoque er ado o roblema. ue parece reocupar, obretudo, ossibilidade e erturbação a ordem ocial, ersistir gnorância esses roblemas. oção e ordem ocial á parece í omo ndicativa o entido a olítica e proteção o rabalho: reciso melhorar s ondições e ida ara

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preservar rdem ocial. qui á stá ugerida igação e ma legislação rabalhista om ma olítica e ontrole.

Mais diante, iscurso oma mais xplicito entido a olítica

do

stado

e

recisa

melhor

onteúdo

mesmo

a

ecessidade de rdem ocial:

A uem em ome, ão e pode dizer ue spere elos esultados

de m nquérito ientífico. ue esocupado uer rabalho para evitar ou matar a ome. Eis por ue, apenas ixadas s grandes linhas

o uadro, ção do poder público

deverá ntervir mediata- mente o entido e riar ambiente conômico avorável

o ra- balho .

Já e igam, ortanto, ível o iscurso, tendimento os pontos uscitados ela uestão ocial, uestão a rdem ocial do esenvolvimento o rabalho. unção xplícita a egislação trabalhista arantir mbiente avorável o rabalho. E ue eria esse mbiente avorável o rabalho? indolfo ollor sclarece sso quando hama tenção ara ecessidade e ustiça ocial, ois "o specto conômico or orma lguma ode er onsiderado exclusivo a olução e ais roblemas". O xame a ituação as condições e rabalho o Brasil eva onclusão e ue o pera-

riado

rasileiro

merece

equer

ossa

ssistência

roteção m

vários ários apítulos". Parece lara, ortanto, inculação sta- belecida ntre egislação ocial esenvolvimento a rodução, a inculação ntre egislação ocial rojeto e eorganização da conomia. O im o iscurso eixa mais vidente al elação, o resumir s ritérios e dministração: incentivação o rabalho justiça ocial", ecessário, ois, azer ustiça ocial ara ue trabalho eja ncentivado.

4. eitura os iscursos e Getúlio Vargas mostra ambém om

clareza ue a preocupação o overno om uestão ocial ão ode ser ista omo ecorrente e ma olítica specífica solada efe- rente os rabalhadores. política

ocial rabalhista az arte e

uma política mais ampla e olaboração e lasses harmonia social, de nspiração orporativista, través a ual e enta onseguir "reconstrução a ação".

Definindo omo m os bjetivos o rograma a Revolução sta- belecer organização o rabalho", ue oi eixada o esamparo "pela nércia u ela gnorância os overnantes"', ustificativa dessa ecessidade e rganização parece olada ma rítica o liberalismo, nquanto istema olítico conômico, nquanto tua- ção o stado. o iscurso obre A eforma as eis Vigentes" encontramos m recho astante lucidativo uanto erspectiva o governo o rocurar egulamentar rabalho:

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Examinando etidamente ator e maior redominância a vo- lução ocial, enso ão rrar firmando ue ausa rincipal e falharem

odos s istemas

econômicos, experimentados ara stabe-

lecer

quilíbrio

as

orças

produtoras,

e

ncontra

a

ivre

tivi- dade permitida

atuação as nergias aturais, sto , a alta e organização o apital o rabalho, lementos inâmicos repon- derantes

no enômeno a produção, cuja atividade cumpre, antes e tudo, egular disciplinar .'

A ecessidade e egular os atores a rodução de ue xpres- são legislação trabalhista e indical) em subordinada à necessidade de e onseguir equilíbrio conômico"", , ara ue sto e ome possível, faz-se mister ongregar odas s lasses m ma olabora- ção fetiva nteligente".* O aminho orporativista parece xplici- tamente uando etúlio Vargas alienta ue tão levantado ro- pósito erá tingido uando ncontrarmos, eunidos uma mesma assembléia, lutocratas roletários, atrões indicalistas, odos os epresentantes as orporações e lasse, ntegrados, ssim, o organismo olítico o stado".

Em As lasses rabalhadoras overno a evolução" " le assegura ue as medidas e aráter ocial ão á

nenhum ndício e hostilidade ao apital , pois

melhor meio

de garanti-lo está, ustamente, em transformar o proletariado numa força orgânica e ooperação com o Estado, ão eixar, pelo abandono da ei, entregue ção dissolvente e elementos perturbadores...

Ao ível o iscurso e Vargas ota-se, ois, ue ecessidade de rganizar isciplinar rabalho parece ubordinada ma preocupação mais eral e acionalização ntegral a ociedade, sto é, parece ubordinada ma olítica deologia e econstrução nacional, e stilo orporativista.

Também as xposições e motivos os rojetos e árias eis sociais ncaminhados ncontramos laramente elação ntre egu- lamentação o rabalho acionalização a rodução. Na xposição de motivos o nteprojeto e ei os ontratos oletivos e raba- lho ", por exemplo, apresentada em dezembro e 931, Lindolfo Collor argumenta ue

erro rave eria e supor que imples acomodatício elegamento no

enfrentar a solução destes problemas sociais) pudesse epresentar defesa dos verdadeiros nteresses

a produção .

E, a xposição e motivos o rojeto e ei o alário mínimo, o ministro essalta:

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Não preciso, enhor

chefe ão governo provisório, ncarecer as

an- tagens deste decreto, nem a sua undamental mportância a acional organização o rabalho m osso ais. al omo ucede om s horas e rabalho, a ixação o alário mínimo ão ó uma medida de

ustiça

ocial

e amparo

os ireitos os ue rabalham, mas ainda, ntre s

empregadores, m

passo ecisivo ara

a ancelação

de njustificáveis diferenças nos custos e produção, bserváveis m centros m

que e encontram s

mesmos íveis os ustos

de ub-

sistência .

5. or sso udo, olítica e ontrole o stado obre lasse operária ão e efine exclusivamente partir a epressão xercida sobre movimentação perária, or maior ue eja eso ue la

tem

a

ção

o

stado

isando

esmantelar

s

rganizações

utô- nomas ndependentes a lasse perária ssim omo liminar uas lideranças mais ombativas. O onteúdo a olítica e ontrole stá dado, obretudo, ela inculação ue e rocurou azer ntre egis- lação indical egislação ropriamente rabalhista, inculação ue parece er ambém xpressão e ma eterminada oncepção e como eviam er eorganizadas s elações ntre s lasses. enta- tiva e incular btenção os enefícios reais u upostos) ro- porcionados ela egislação rabalhista rganização m indicatos controlados elo stado" s rganismos onsiderados ompe- tentes ara leitear s ireitos os rabalhadores — arece er ido o ue, e ato, aquele momento eterminado specífico a is- tória o movimento perário, eve onseqüências mportantes ara ele. ssim, ugar ue egislação rabalhista ropriamente ita ocupa na política ocial o Estado az om ue la enha ido, unta- mente om epressão, m os uportes inâmicos a tuação desorganizadora o stado obre movimento perário, ue ro- curava ontinuar a uta ela rganização e indicatos ndepen- dentes a utela o Estado.

Notas 1. í ornal o omércio, -12-1930, ranscrito or dgard arone, n egunda Republica, ão aulo, DIFEL.

2. Luís Wemeck Viana, iberalismo indicato o rasil. io e aneiro, az Terra, 976, sp. ap. .

3. dem, ap. , i II.

4. As ausas a egislação rabalhista e revidência ocial rasileira stão, pois, as utas os rabalhadores, m scala acional nternacional, elos eus

próprios

nteresses".

Alberto

a

ocha

Barres,

rigens

volução

a

egislação Trabalhista, io e aneiro, aemmert, 969, . 8. 5. Luís Wemeck Viana, p. it, ap. , . 4.

6. Getúlio Vargas, A Revolução, uas Origens, eu rograma", n A ova olítica do rasil, io e aneiro, ivraria osé lympio ditora, 938, ol. , . 1.

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7. dem, bidem, . 16.

8. dem, bidem, . 18.

9. dem, bidem, . 18.

10. dem. bidem, . 18.

11. dem. ol. I, . 7/8. 12. Texto ncontrado o ivro e irculares o entro os ndustriais e iação e Tecelagem e ão Paulo, om eferência e ublicação o ornal o omércio, Eio e aneiro. 1-9-1931.

13. dem, ublicado o ornal o omércio, io e aneiro, -9-1931.

14. Podemos ssinalar árias entativas, or arte o Estado, m incular s ene- fícios oncedidos ela egislação rabalhista rganização m indicatos ficiali- zados. omeçar elo róprio nteprojeto presentado m maio e 931 obre o ódigo e rabalho, nde emos xplicitada ssa inculação.

N o rtigo ' e á referência e oncessão e mprego o rabalhador ue pertencer indicato econhecido elo Ministério o rabalho, referência ue ratificada ambém elo ecreto 4.694 e 2-7-1934. O rtigo 8 arante ue enhum operário oderá er emitido elo ato e ertencer rganizações indicais e- conhecidas. o rt. 1 eclara-se ue TIC s onselhos e onciliação Julgamento ó oderão omar onhecimento os ontratos oletivos e rabalho em ue igurem omo artes s associações rofissionais rganizadas os ermos do Decreto 9.770". O rt. 9. o brigar xistência e m egulamento e ra- balho m odas s mpresas, iz m eu ": Se maioria os perários u empregados o stabelecimento u mpresa ertencerem indicatos econhecidos nos ermos o Decreto . 9.770. e 9-3-1931. erá egulamento laborado e comum cordo ntre atrões ma omissão e perários u mpregados..." Ainda e cordo om ei. s omissões e rbitramento onciliação erão instituídas as ocalidades nde xistirem ssociações rofissionais rganizadas nos ermos a egislação igente.

A rópria ei e indicalização, m eu rt. ', tribui o indicato ficializado a ossibilidade e leitear erante MTIC melhorias e ondições e ida e trabalho: a) medidas e roteção, uxílios, ubvenções ara s eus nstitutos de ssistência e ducação, á xistentes u ue enham e riar; ) riação, pelo overno a epública, u or olaboração este os Governos staduais, de erviços e ssistência ocial ue, or alta e ecursos, ão uderam er

instituídos elos indicatos; ) egularização as oras e rabalho, m eral, e, m articular, ara menores mulheres as ndústrias nsalubres; ) e- lhorias e alários ua niformização, m gualdade e ondições, ara mbos os exos; ixação e alários ínimos ara rabalhadores rbanos urais; e) egulamentação iscalização as ondições igiênicas e rabalho m ábri- cas, ficinas, asas e omércio...; ) medidas reventivas u epressivas ontra infrações e eis, ecretos egulamentos ue rescreverem arantias u ireitos às rganizações indicais".

A ei e érias, e aneiro e 934, egulando oncessão e érias os perários da ndústria, astante lara m eu rt. ', ue iz eguinte: O ireito s férias dquirido epois e oze meses e rabalho o mesmo stabelecimento ou mpresa... xclusivamente assegurado os mpregados ue orem ssociados

de indicatos e lasse econhecidos elo MTIC (grifos ossos). Todos sses xemplos ue itamos entam, e lguma orma, stabelecer vinculação ntre rganização indical enefícios roporcionados ela egislação trabalhista. É laro ue á ma istância ntre ntenção a ei ue corre de ato. M as ue ueremos centuar ue o ontexto a laboração a olí- tica e Estado entativa e inculação astante lara ela e ale Estado para esorganizar nternamente movimento perário.

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O Último Vendaval: A Greve os 00.000

Márcia e aula eite Sydney érgio . olis'

Numa as euniões a RT, eri evilácqua, omandante o I Exército, hegou ardado alando ssim: Ou ocês erminam om essa

reve u u ou nvadir indicato os Metalúrgicos e ão Paulo'. m os ompanheiros ue stava á e evantou isse: 'Nesse omento, os etiramos a RT u stou agando ra ver, eneral. a ora m ue ocê nvadir indicato ai cabar essa ua fama e er nacionalista; e deste momento em diante quem vai egociar GT. s atrões iveram ue econhecer GT e iveram ue

e entar ara egociar

com la .'

A reve os 00.000, eflagrada m 9 e utubro e 963 ue provocou ntensa gitação perária m uase odo Estado e ão Paulo, estaca-se a maior arte as reves perárias os nícios dos nos 0 ela ua entativa e stabelecer ma ova orma e relacionamento ntre s rganizações perárias atronais.

Comandada elo AC Pacto e ção onjunta), reve isava, entre utras oisas, nificação a ata-base os cordos alariais de árias ategorias rofissionais ropunha ue cordo nificado fosse ealizado ntre FIESP NTI, nglobando m m nico processo odos s ntendimentos ntre s iversas ategorias conô- micas rofissionais a ndústria.

Tal roposta ssumia rande mportância e evarmos m onsi- deração ue, entando nificar 4 ategorias rofissionais que englobavam 9 indicatos ederações epresentando 00.000 ra- balhadores o Estado) ', negava a rática egislação indical rasi- leira ue mpedia tuação as ederações onfederações ara efeito e cordos alariais.'

Emerge, ssim, o uadro o movimento perário rasileiro o período, ma eivindicação e rofundas onseqüências o ue iz respeito rganização do movimento, cuja ecuperação nálise

• Os utores ão <5s-graduandos e iência oUtica a NICAMP. ste rtigo faz arte o rojeto e esquisa ue mbos êm esenvolvendo obre utonomia e ependência a lasse perária o nício os nos 0 ; árcia e aula eite como olsista a APESP ydney érgio . olis omo olsista a APES.

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torna-se e xtrema mportância, rincipalmente e onsiderarmos as uestões rganizativas ue stão endo olocadas elo movimento operário oje.

Nesse entido, rocuraremos ecompor

reve os

00.000 reocu-

pando-nos mais om specto e eu ignificado olítico elas formas ncontradas elos rabalhadores aquela onjuntura ara n- caminhar uas utas, o ue om ma econstituição istoriográfica, o ue, liás, mbora ambém onsideremos undamental, orna-se difícil elas imitações e empo spaço ue nfrentamos.

A Conjuntura olítica a Greve

A reve panha ituação olítica m meio ma upla irada para ireita: e m ado ecrudesce onspiração olpista e i- reita, á gora omando eições e olpe rmado; e utro, re- tensa manobra efensiva e oão Goulart, proximando-se o SD e svaziando squerda. m utubro e 3 movimento perário e as esquerdas estão momentaneamente entregues sua própria sorte. A fensiva olítica ireitista muda uadro, entro o róprio trabalhismo, om ueda o íder ocaiúva unha ndicação de Doutel e Andrade ara ubstituí-lo. ssim, e ma ora ara

outra, movimento perário e ê rivado o eu anal olítico único o TB) , alvez té or alta e ostume e ma tuação independente, ua entativa olítica e esume ressão a squerda parlamentar elo reenquadramento" e eus radicionais aliados" (Jango PTB). sso esloca oco e tenção as squerdas ara os indicatos, eduto nde ua orça resce, m ontrapartida. o- davia, ssa olta s ases ora, m rande arte, ma aída ventual, posta m ena or ma onjuntura olítica esfavorável, o nvés de ma stratégia ue isasse tenuar escompasso ntre s

lideranças squerdistas lasse perária.

O esenvolvimento a rise olítica

O ue ai marcar onjuntura olítica a reve ma ituação de uta berta ntre s ários etores ociais, ituação sta ue resulta os umos eguidos ela olítica overnamental urante 1 ' emestre e 3.

A itória

o residencialismo o lebiscito e aneiro e 3 igni-

ficou esolução o mpasse nstitucional riado om arlamen- tarismo areceu ôr m onto inal a rise olítica ue e desenvolvia esde osse e ango. Os ove milhões e otos ece- bidos elo residente izeram-se companhar e ma ncontestável

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dição ue iquidaria ão penas olítica conômico-financeira e Furtado an iago Dantas, mas, ambém, overno e Goulart e róprio egime emocrático"."

Retomar niciativa

Goulart, omo ra e raxe, entava onciliar nconciliável, omo, aliás, ra o igurino e eu mestre olítico: Getúlio Vargas. Na alta de ma pção mais itidamente lassista, ua olítica conômico- financeira esgastou overno, azendo-o erder niciativa olítica e eduzindo ua ase ocial. ireita cusava-o e malbaratar s recursos ecebidos o xterior e ermitir nfiltração omunista

nos movimentos perário studantil.' squerda cusava olí- tica e San iago Dantas e ermitir oncessões naceitáveis o m- perialismo enunciava scândalo a MFORP8 omo erdadeiro crime e esa-pátria.

Jango icou om eus ministros.' om penas inco ias e ife- rença, roferiu ois iscursos tacando exaltação a xtrema esquerda". 1 0 ão altou uem nsinuasse ma ossível medida e força ontra s ideranças opulares, omo Arraes Brizola, ontra o movimento perário.

Surgiram oatos nsistentes e ue e stava ramando m olpe sob nspiração o eneral Kruel, ual, om retexto de ro- mover m esagravo Goulart or njúrias ue overnador Carlos Lacerda he izera"", romoveria, m rticulação om eneral l- bino ilva, hefe a Casa Militar, m omício o argo o Machado (Rio e aneiro) om osterior nvasão o alácio Guanabara ela massa nsuflada, ue motivaria ntervenção o xército. ntre- tanto, s orças e squerda GT, lertados elo eneral Osvino Alves, omandante o Exército, uspeitaram ue, ma ez om s tropas a ua, Kruel ão erderia portunidade e ntervir m Pernambuco os indicatos. O GT ecuou; ão ouve omício. O overno e esgastou inda mais, ois gora s orças opulares exigiam emissão e odo ministério, tacando s egociações com MFORP/ITT, lém o lano rienal.

Corria mês e unho e 3 uando ango emitiu odo minis- tério. Atacado ela ireita erdendo onfiança a squerda, ada mais estava o residente azer. rovavelmente, ercebeu embora tarde) rro ometido om s egociações e Washington. Um ro- grama e usteridade or efinição mpopular: e le omarmos denúncias obre esperdício e ecursos a ompra e entrais elétricas bsoletas ondes elhos, anto s rações o apital ena- lizadas om esvalorização o apital uperacumulado, uanto s trabalhadores, obre ujos mbros ecairiam s nus a ecessão, estariam o ireito e eclamar, eclamar lto.

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Goulart erdera niciativa olitica ada ez icava mais ifícil encaminhar eu rojeto e eformas. s ove milhões e otos haviam e sterilizado. an iago Dantas ercebeu erfeitamente

extensão o mpasse olítico ue e riara: aconselhou Goulart tomar ma ecisão ue estabelecesse espírito e niciativa, ois, a eu er, overno ó airia e rise e rovocasse m mpacto sério, om medidas rofundas ão aliativas"."

Medidas rofundas: alvez nfrentar apital escontente o mesmo empo smagar a esquerda negativa", quela ue e ecusava a mpulhar movimento perário, endendo eixe e m lano econômico ue he oubaria arte onsiderável o á minguado a- lário, ara o inal... ecuperar conomia, ale izer, ecuperar as ondições conômicas e xploração a ais-valia

De ualquer jeito, ais medidas ependiam e orça oão Goulart se nfraquecia ada asso. emissão o ministério urtado-Dan- tas ão correu em esistências. Para residente, ratava-se mais de ma errota ue e ma emonstração e orça. alvez lmino Afonso osse ispensado e om rado. Durante ua estão, i- nistro o Trabalho restigiou s ntersindicais, té ntão margem da ei. mbora ivesse oncordado om s ministros a rea co- nômica m ão limentar spiral nflacionária, ela ressão os salários 1 3, oi o eu eríodo rente aquela asta ue, m la- grante contradição om egislação indical, foi econhecido CGT." N a ealidade, Goulart avia entado e por ireita squerda. Seu elacionamento om movimento perário rocurava manter este último nquadrado s iretrizes o Estado. Contudo, sse Estado tinha or uporte ocial rincipal róprio movimento perário. Os indicatos ercebiam itidamente ue ango ependia mais eles que les e ango. lém o mais, rincipal mecanismo e oopta- ção o stado opulista — ealização e ma olítica ocial e fachada través os indicatos — stava efinitivamente omprome- tido ela rise conômica m ue aís e ebatia. Em ace isto, nada mais bvio o ue s perários eguirem eu róprio aminho, desembaraçando-se os iames ue mpediam eu vanço. s GT, PUA, AC, POS SD1 5 ram xemplos isso. , m elação eles, osição o overno Goulart ra como ão odia eixar e ser) mbígua. A iretriz e Almino Afonso o Ministério o raba- lho, o ortalecer s ireções perárias mais ndependentes omo CGT, UA tc, olidiu om s nteresses e Goulart"."' Este, ntre- tanto, ão e punha bertamente os indicatos, referindo ntes pressioná-los través e essoas e ua onfiança o ue e xpor

diretamente."

e

ualquer

maneira,

Goulart

proveitou

casião e, orçado emitir odo ministério, ez om ue ssa medida atingisse ambém squerda s indicatos, a essoa e lmino Afonso. Fora riado m azio olítico. Jango ão ceitava olpismo da ireita, mas, o mesmo empo, fastava-se as squerdas.

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Retomar iniciativa, dizia San iago Dantas. Contudo, omo omar a niciativa as mãos a posição onservadora, essas ondições, a ão er or ulpa a rópria posição?

O olpe e orte conteceu om ntrevista e acerda o os Angeles Times.

A Tentativa Frustrada o Estado e ítio"

N o azio olitico riado elos umos a olítica overnamental, o findar ' emestre e 3, penas posição e ireita inha on- dições e vançar. sso orque s mbigüidades o residente, s quais squerda ermanecia e erta orma inculada, ão ermi- tiam olução a rise conômica em a rise olítica. ssim, cada ez mais s etores urgueses iberais omeçavam esgar- rar-se e ua osição egalista, ngrossando oro os ue ediam o impeachment" u mesmo errubada, ura imples, o hefe do overno. ura ampanha movida ela eação tingia, ambém, ponderáveis arcelas os ssalariados e enda média aixa da equena urguesia ndustrial omercial. rquestração este grande oro ervia ara ncobrir e ar egitimidade) rescente articulação o olpe militar. ão esta úvida ue ara úpula

civil militar a ireita aída ara mpasse eria olpista. Nunca eixara e onspirar, em mesmo os momentos dversos. Agora, om erreno impo, multiplicavam-se s rticulações, á ntão quase ena berta.

Setembro e 3 oi m mês articularmente gitado. s orças populares mantinham-se a xpectativa e ção o ovo ministério e o ndamento o rojeto as eformas. ua tividade olítica, portanto, oltara-se ara ressão arlamentar, pesar e airar no r meaça o GT m ealizar reve eral aso ongresso

não provasse s eformas e ase om mudança a Constituição. A ireita eve eu rabalho onspiratório acilitado ela evolta dos argentos m Brasília. nimosidade ntre s argentos á e alastrava lgum empo, orém erto ue evante arecia e direção olítica efinida. Certamente, pelo s rmas eria ido aproveitado elos onspiradores °, inda ue ão e ossa eduzir o evante ma maquinação a ireita. le efletia entro as forças rmadas rau e olarização ue hegara ociedade brasileira , mais ue sso, a orma esorganizada em lterna- tivas oncretas m

ue

clodiu, mostrava om lareza mpasse

político rganizatório eral. Contudo, eu mpacto ntre s orren- tes militares iberais — moderados — oi rande. 2 1

Mesmo ntre s militares onservadores ão e rocurou denti- ficar iretamente overno om edição militar. tribuiu-se levante ituação rítica o aís, mbora, artir aí, iessem s

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velhos havões ontra s orças rogressistas. omandante o II Exército, Peri Bevilácqua, m rdem o ia ue ausou rofundo impacto os meios oliticos militares, meaçou eprimir ela orça todo movimento revista onsiderado olítico. lusão isava lara-

mente

GT,

mas

ão

xcluía

utros

etores

o

rabalhismo,

em mesmo ango. obre ssunto, ssim screveu olunista arlos Castelo Branco: O omandante o I xército xprimiu om iva- cidade e inguagem ue arece er pinião argamente omi- nante as orças Armadas om elação o ue e aracteriza li como imples rocesso e gitação ocial olítica, onfigurado pela ucessão e reves". ^

Mais ma ez, s xploradores cusavam s xplorados elas a- zelas a xploração. rise o apitalismo rasileiro ra mputada, agora, eação justa) a lasse perária o nus ue obre eus

ombros ueriam ançar — ransferência os rejuízos ela om- pressão alarial ela lta os reços. rocesso ra imples corriqueiro: dentifica-se rise om gitação, sta, or ua ez, é dentificada s reves olíticas, s uais ão legais. stá, ois, armado irco: rranja-se m retexto olítico ara oda ualquer greve stará rranjado retexto ara epressão e oda qualquer eivindicação perária. ste aminho spúrio oi eguido em udo por tudo a greve os 00.000, m ão Paulo. Um rtifício simplório, mas ficiente.

O feito entro o xército ertamente oi rande. Tanto ue, m- bora ango eu Ministro a Guerra air Dantas Ribeiro stivessem decididos unir omandante o I xército, oram brigados a ecuar o eu ntento, ertamente or alta e poio a ficiali- dade. 2 1 erteza e ue ituação voluía eu avor ez om que s onspiradores á ão ivessem uidados om eus tos ala- vras. s inais e olpes roliferavam. ntre s ias 8 8 e setembro overno ontra-atacou arejando parelhos preendendo farta uantidade e rmas munições ertencentes rupos ara- militares e onspiradores. ,

Várias risões oram eitas. Muitas elas ossuíam onexões ue levavam Lacerda. ontudo, ada e oncreto e purava ou ão se ueria purar) ontra le. alvez mbriagado ela mpunidade, Lacerda — m gitador abilissimo, mas m olítico e isão ur- ta — esolveu antar itória ntes o empo ntecipou o os Angeles Times s lanos ara pós a vitória olpista. Caiu o avalo; foi ota 'água uma érie e rovocações ue overno s militares le hegados odiam uportar. 2 5 icava ita ssinada a rova e onspiração talvez té mesmo ara esespero os ons- piradores); ango inha ase fetiva ara ntervenção a uana- bara ão aulo. ma ravata o orifeu a onspirata evolvia ao residente ão mbicionada niciativa olítica.

A ção o hefe o overno oi ortalecida ela epulsa onjunta dos ministros militares ntrevista e acerda. omeçava mês

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de utubro s erspectivas ram e ontra-ataque ara s orças populares. Tudo ependia a ção e ango. e residente e eci- disse elo nquadramento o Governador a Guanabara a ei a Segurança Nacional ela onseqüente ntervenção aquele stado,

aplicaria m olpe esado ireita, brindo ampo s orças opu- lares. avorável ssa lternativa oi ecomendação o onselho de Segurança Nacional conselhando nquadramento." nterven- ção eria, ortanto, omo ase, m elito em efinido — uto- propalada onspiração e acerda. icaria, ois, í estrita ção do stado, vitando medidas colaterais" empre insinuadas" ela direita ara ompensar o reço agar ela abeça o over- nador arioca. ssas medidas colaterais" isavam, bviamente, movimento perário. ela ua nulação agariam ualquer reço,

até acerda ainda mais gora ue ua íngua e mostrava ncon- veniente). Jango, orém, eixou assar portunidade. Atendeu, o ue ons-

ta, ugestão os ministros militares que á muito ueriam azer rolar abeças à direita e à esquerda) ncaminhou pedido e estado de ítio o ongresso. endência o egislativo ra rancamente contrária o ítio, mas s orças anguistas quilibraram ituação.

O iel a alança estaria a ependência a squerda adical, um rupo e erca e rinta eputados, m rincípio ontrários idéia". 2 ' as ue ignificaria ítio, mesmo m inhas erais? Significaria ercear s iberdades ivis m avor os oderes o s- tado — nclusive s os ministros militares, ue icariam om aca e ueijo a mão omo uardiões a xceção. Obviamente squer- da não oderia ceitar medidas ue efletissem iretamente os eus centros e oder — s indicatos perários. onforme ocumentou o itado olunista o B, os eputados acionalistas, squerdistas e omunistas ondenam .. ítio, or ntenderem ue le uprime as arantias e manifestação a lasse perária erá utomatica- mente, inda ue sso ão steja a ntenção os eus roponentes,

aplicado ontra argentos rabalhadores, or mposição e ni sistema e rdenação militar egido or eis róprias"." Enquanto e ebatia sítio", oldados o xército oliciais a

polícia ederal mpreenderam aça o overnador a uanabara, Carlos acerda, ue esapareceu.

N o egislativo, edido a xceção aminhava apidamente ara o azio. Sua errota stava raticamente erta; ango esolveu ntão retirá-lo, ensando inda oder vitar ue niciativa oltasse ara as mãos a posição.

Parece egítimo econstituir aciocínio o residente esses er- mos. Pressionado a efensiva esde ueda o ministério Dantas- Furtado, Goulart entava etomar niciativa tilizando afe olí- tica e acerda. om sso aralisou irtualmente fensiva a i- reita, mas ão liminou. la inda inha uficientes orças ara

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equilibrar s oisas o ongresso. oi xatamente o ongresso que ango ecorreu

Percebido rro, rocurou proximar-se as orças ue omaram

a niciativa o ombate o sítio" — quelas ue ão stavam ara- lisadas, as squerdas. Entregando-se às orças opulares, João Goulart talvez sperasse oder sufruir, or nércia, o eu mpuxo, an- tendo fensiva, mesmo ue usta e liados ncômodos. sta hipótese arece onfirmada or arlos astelo Branco:

"A xplicação mais lausível ara s spantosos pisódios ue ainda stão m urso e ue stamos iante e ma rustrada tentativa e olpe e stado. .. rustrada .. oliticamente ela resistência bem onduzida a Oposição a titude de uta ssumida pelos grupamentos e squerda, ue residente ão ôde on- trolar u equer rever m oda ua xtensão rofundidade. Ao er bstada xecução o lano, residente eria scolhido o dversário uem e entregar, ue he ode ar inda ondições de ecuperação, mbora um squema e adicalização ue le próprio esistiu té qui. O Presidente ntregou-se o GT s s- querdas, ue he sseguram ustentação opular militar ara s horas e rise, onge e erem ltrapassadas"."

Talvez onviesse o olunista o onservador ornal o rasil apresentar niciativa ntigolpe e ireita omo entativa com

T maiúsculo) e olpe e stado. o estante, ontudo, eu acio- cínio arece orreto. O movimento perário ão ra mais mesmo: dera rova e orça. unto le, orém, ango ão ncontrava sediciosa hostilidade o apital monopolista ndustrial-financeiro, em a mbigüidade igualmente ediosa) os etores grários. s pe- rários ada ez mais firmavam osições s adicalizavam mar- cadamente. M as ntre les Goulart não ra um stranho. ecíproca, entretanto, ão ra erdadeira: movimento perário e fastava cada ez mais aquilo ue Goulart retendia ele.

N o ia e utubro, penas 0 ias ntes a closão a reve geral m ão aulo, r. uarez ávora ncaminha âmara os Deputados edido e Comissão Parlamentar e nquérito ara nves- tigar açada o Governador Lacerda, em utorização egal." Desse momento m iante DN oda posição ireitista assariam a sar ossibilidade essa CPI ara nviabilizar residente. E

que ez ango? Utilizou ua liança ecém-formada om s squer- das? Poderia ê-lo eito, mas ão ez.

Progressivamente fastou-se as orças opulares rocurou om- por om grário-industrial SD, o entido e loquear PI

proposta

or

Távora."

sta

oi

ma

pção

ó

ua.

ntes

ogitava mudar ministério, restigiava s squerdas, ortalecia Grupo Compacto" o TB. gora ministério ontinuaria, ua proxima- ção ra om s rs. Tancredo eves uscelino Kubitschek , entro do TB, fastou íder Bocaiúva Cunha, poiado elos compactos". Jango oltava ssim efensiva, e nde ão mais airia.

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Era sta nica pção o residente? ua scolha oi eita ob pressão rresistível? arece-nos ue ão. abe-se ue ia 0 e utu- bro, 2 ias pds o pedido a CPI, portanto, ainda antes desta adquirir força política, o serviço ecreto e Jango bortou um tentado ontra

ele, nvadindo ítio o ortuguês lberto ereira a ilva, m Jacarepaguá, sítio ste vizinho o eu, nde oram preendidas rmas e munições mais modernas o ue quelas tilizadas elo xército brasileiro, poca. s ndiciados o nquérito ue e eguiu, lém do roprietário o ítio, ram odos igados acerda, ireta u indiretamente o ortuguês ra eu migo), eu ecretário e Segurança, eneral Gustavo orges.3 4 arece-nos ue, oliticamente, a entativa e ssassinato e m residente ua amília ale em mais o ue açada m overnador otória xplicitamente autodenominado onspirador. or ue ango ão xplorou aso Jacarepaguá? or ue referiu bstrução efensiva a âmara? Talvez orque oubesse ue vançar eria ada ez mais igar eu destino o o movimento perário ndependente, sso olítico burguês oão Goulart ão oderia ceitar.

Naquele mês e utubro e 3, iante a etomada e fensiva golpista, movimento perário ão ontava om inguém mais o que le róprio.

2. Greve

A roposta e Unificação

É ecessário essaltar, esde logo, ue, lém a onjuntura specífica por ue assava ociedade rasileira, levado ndice e nflação que á tingia s 0% aquele no m ator ue ão ode er desconsiderado o e evar m onta s roporções a reve. evidente ue escontentamento os rabalhadores tingia m le- vado ível, avorecendo mobilização desão os perários greve própria unificação as ategorias roposta elas ideranças.

É esse uadro ue, m irtude a roximidade o érmino os acordos alariais e árias ategorias rofissionais, s iretores e 79 indicatos ederações ue ompunham N TI romoveram uma ssembléia ntersindical, través a iderança o AC o ia 6 e utubro o ine . osé o elém, ara iscutir s eivindica- ções as árias ategorias. Nessa ssembléia ropuseram-se s indi- catos s ederações nidas rganizadas utar m ó empo

e or dênticas ondições as eguintes ases:

1 . eajuste alarial a ercentagem e 00 V o igorar artir e 1 ' e ovembro e 963, ara odas s ategorias ncluídas a e- presentação ncaminhada

ntidade atronal;

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2. evisão pós ada período e uatro meses;

3. ncidência as orcentagens obre emuneração igente, m a- neiro

e

963; 4. arantia os rabalhadores, dmitidos pós igência o cordo da gvxüdaãe e emuneração os e unções

ou profissões dênticas, a im e, mediante raude, ão icar rustrado acordo

, ambém, para e vitar oncorrência esleal ntre ma mpresa utra similar;

5. dicional e 5% , obre o qüinqüênio e serviço a mesma empresa;

6. érias m obro;

7. arantia do ivre xercício a atividade os elegados indicais nos locais e rabalho;

8. esconto o equivalente um ia o alário o primeiro mês

á reajustado, ara er ecolhido em avor dos indicatos. E onde estes não ouver, esconto

erá evertido m

avor a espectiva ede- ração, ara

assegurar

manutenção a

assistência ocial.

Visando oncretização btenção essas ondições, través e um cordo nico ue everia er eito om IESP, oi ormada uma omissão Comissão xecutiva o AC) ue e ncarregaria dos ntendimentos e orma acilitar s rabalhos e oordenação.

Ainda e cordo om eterminado a ssembléia, omissão executiva o AC ndereçou o residente a IESP, o ia e outubro, fício omunicando s ecisões os rabalhadores usti- ficando ova orma e ntendimento ue e retendia. egundo o fício, evisão os cordos or meio e ntendimentos racio- nados de categoria por categoria omava-os demasiadamente morosos, exacerbando nimos, rovocando hoques núteis esperdício e' tempo, uando odos sses nconvenientes oderiam er liminados desde ue ncarados om mais ealismo, e osse roblema alarial estudado m onjunto, nglobadamente as mesmas ases or todas s ategorias rofissionais. 3 '

É mportante otar ue esposta a IESP, 1 e utubro, denota laramente ntransigência os mpregadores. firmando' que tais roblemas ão assíveis e oluções través e preciação

dos

mesmos

elos

espectivos

indicatos

as

árias

ategorias

co- nômicas"", FIESP echa ualquer ossibilidade e ntendimento conjunto.

Diante a rredutibilidade os atrões, omissão xecutiva o PAC xpede, ois ias epois, m manifesto s utoridades onsti- tuídas, os rabalhadores o ovo, esponsabilizando FIESP elo

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futuro esenrolar os contecimentos eafirmando osição irada na ssembléia e e utubro e egociação nglobada, onforme se ode bservar o ocumento:

A resposta patronal se constitui numa entativa e nos dividir endo por objetivo jracionar s entendimentos voltar às velhas lássicas formas e egociações. eria m em-fim e umultuação, ispari- dades ara mpregados atrões. or sso, om elegação e poderes as espectivas ssembléias utaremos ela egociação on- junta, ão ceitando ivisão, esponsabilizando ederação as Indústrias elo ue ossa uceder evido ua ntransigência.

Não

aceitamos legação a ederação as ndústrias, ue em

como

bandeira

a

Paz

ocial,

ue

empre

e

pronuncia

em

nome

e seus iliados, obre odos s roblemas, , o momento m ue propomos egociações onjuntas, lega ue ão a ua lçada, preferindo ividir cirrar nimos, umultuando om ssa ua n- transigência

ida

econômica, ocial olítica o stado. Demonstrando nosso propósito e concordar ue melhor forma

para olucionar

uestão elativa s eivindicações presentadas a egociação nglobada, ão ceitamos ivisão rosseguiremos lutando

ara ncontrar olução onjunta .

Ao mesmo empo s ederações indicatos nteressados onferiam à N TI oderes speciais ara epresentá-los os ntendimentos, podendo, ara sse im, equerer onvocações a nstância dminis- trativa erante DRT té, e ecessário, azer otificações ara instauração e issídios.

Em ista isso, residente a CNTI, Clodsmith Riani, ubscreve no ia 7 e utubro m equerimento o residente a IESP para onvocar ireção a ederação as ndústrias, em omo todos s indicatos atronais, ara erem m ntendimento om

CNTI m ome as ederações indicatos or la epresentados, no ia 1, isando oncretização e m ntendimento onjunto e lobal, m ondições e ropiciar m cordo niforme m uas bases ssenciais, para odas s ategorias, om espeito s antagens secundárias á onquistadas om nclusão as ue stavam, o momento, endo leiteadas.

O equerimento riticava inda tuação a IESP, a medida em ue, lém e aver e ecusado azer cordo onjunto, eme- tendo s nteressados ara ntendimentos om s árias ategorias

profissionais, s iversos indicatos atronais aviam assado convocar pressadamente indicatos rofissionais, revelando ma orientação niforme m udo emelhante, bedecendo-se, or on- seguinte, m ó entro iretor, o entido e, uanto ntes, as- sarem iscutir s ondições e ovo cordo m ases ertas previamente á ssentadas, , o aso e ecusa, ormarem-se, om

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tais medidas apressadas, tantos dissídios coletivos de trabalho quantas sejam s ategorias nteressadas"."

Cabe otar ue mbora s eivindicações alariais e onstituíssem

no

lemento

undamental

o

onjunto

as

eivindicações

os

raba- lhadores, uestão a egociação onjunta ransforma-se o onto central o movimento. o onto e ista a iderança indical, negociação onjunta ignificava onto mais mportante o ovi- mento a medida m ue, e itoriosa, e onstituiria uma rans- formação e ato a egislação rabalhista indical, ermitindo estabelecimento e elações iretas ntre N TI ederação representativa os mpregadores. É esse entido ue reve, m- bora e aráter conômico, dquire rofundo ignificado olítico. É mportante ssinalar ambém ue nificação os cordos, lém

de ermitir m maior oder e ressão o perariado obre patronato, ignificava m enefício ara s ategorias mais racas, uma ez ue oderia ivelar elo lto umento as ategorias envolvidas.

Por utro ado, osição os ndustriais rente o roblema e não ceitar e orma enhuma egociação onjunta. legando ilegalidade o rocedimento retendido elos rabalhadores, s m- pregadores e pegarão irmemente o ireito ue hes ssiste legislação e romover cordos e indicato ara indicato. osi-

ção ssumida elos mpregadores undamentava-se ambém a ão- coincidência as atas os encimentos os cordos as eculiari- dades as ondições conômicas e rabalho as árias ategorias industriais.

Em ronunciamento a elegacia egional o rabalho, 1 e outubro e 963, residente a FIESP, Raphael oschese, ustifica o ão-atendimento a roposta e ncaminhamento os rabalha- dores, legando ue não ecebeu IESP, em ua unção, o- deres e epresentação os indicatos e ategorias conômicas ara comparecer ais euniões convocações e mesas-redondas). ara isso, e specificamente para sse im , os ermos a ei, ue oram constituídos s indicatos. tente-se inda iferenças speciais e cada ategoria conômica rofissional, articularmente rópria data a igência o cordo". 4

A 4 e utubro s mpregadores as ndústrias etalúrgicas reafirmam ua osição. Em omunicado irigido o ovo os ra- balhadores de São Paulo s Sindicatos e Empregadores o 4 ' Grupo das ndústrias Metalúrgicas, Mecânicas e Material Elétrico legam que ão oderiam ceitar rocedimento retendido elos raba-

lhadores elos eguintes motivos: 1. Este

procedimento legal. s ederações ão odem stabelecer acordos alariais ue ão, ela ei, e xclusiva ompetência os sindicatos epresentativos as iversas ategorias;

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2. s atas e vencimento os cordos ão

coincidem. Algumas en-

cem gora, utras m ezembro té m bril. aioria as categorias em, ortanto, cordo m

plena igência;

3. s ondições econômicas e

rabalho ão muito diferentes entre uma e outras ategorias ndustriais as peculiaridades e ada grupo tornam impraticável pensar nos mesmos ermos e acordo para odas elas.

Por utro ado, s ronunciamentos manifestos, anto os m- pregadores uanto e ornais ue epresentavam eus ontos e vista, rocuram emonstrar ambém ue ão avia onflito ntre

a

otalidade

o

perariado

atronato,

mas

ue

onflito

e

es- tringia penas ma equena arcela epresentada elos irigentes sindicais atronato. legava-se esses manifestos ue s iri- gentes indicais giam ra m unção e eus nteresses olítico- eleitorais, ra m unção e ua deologia ubversiva.

N o mesmo manifesto itado cima s mpregadores ssim e ro- nunciam om elação os irigentes indicais:

A ntromissão e lementos a NTI os rocessos e eajusta- mentos alariais oi eita no

entido

único e perturbar s ntendi-

mentos, mpedindo rosseguimento as onversações. cordo salarial a ategoria metalúrgica ermina e ovembro, , or mais

estranho ue areça, até presente

momento ão oi irigido nenhum pedido direto de reivindicação aos sindicatos de empregadores.

Achamos amentável atitude os enhores dirigentes o indicato

dos rabalhadores etalúrgicos, ue bandonam eu ever eu direito e defender s

egítimos

nteresses e eus ssociados, ue

para anto oram leitos, ntregá-los os enhores a

CNTI ujos interesses iretos ão ntes e udo olítico-eleitorais .

M as s cusações ecrudescem rincipalmente epois e eflagrada a reve. Em ditorial enominado Os omunistas, través o GT e o AC, ideram issídio", iz Estado e ão Paulo de 9 e outubro:

É processo comunista que entrou gir no eio dos rabalhadores para evá-los ar um problema

e

otina s

proporções e uma greve eral e

caráter ndiscutivelmente politico ... ue mostra

evidência

starmos

iante

e

ma

onspiração

omunista

xi- gência esses alsos irigentes indicais e m cordo imultâneo de odas s ategorias

er elebrado ntre FIESP

NTI... A atitude o

proletariado

paulista empre e em manifestado on- trária s escabidas xigências ue ssistimos. enhuma utra classe esse Estado e em mostrado mais compreensiva mais nte- grada no

espírito a democracia propriamente

dita... edir um u-

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mento alarial e 00 , uando erda o oder quisitivo a moeda acional oi penas 0%, ssumir ma osição evolucio- nária ue e modo enhum orresponde o omportamento xtre- mamente ponderado a classe... ão assiste São Paulo uma mani- festação

a

vontade

coletiva

de

eus omens e rabalho. ue

í está prenuncio e uma ção e muito

maior envergadura .

N o mesmo entido ai eclaração o residente a IESP, o dia eguinte, ual, pós alientar oa ontade os mpregadores no entido e esolver roblema os eajustes, onsidera ue in- teresses spúrios nfluenciaram o entido e ue lguns etores fossem evados reve, ual, odavia... ereceu epulsa a grande maioria os rabalhadores aulistas". Declara inda resi-

dente ue a titude e irmeza e ossa lasse oi, fetivamente, m ator

que contribuiu ara desarticular movimento e perturbação ngen- drado por elementos adicais ora o nosso Estado ue ara aqui se ransportaram im e riar

condições e perturbações ltera-

ção o rabalho aulista... elizmente, ão ograram esta eita atingir s bjetivos ue inham m ista. ara sso oi m ator decisivo atitude a maioria o perariado aulista, sclarecido consciente obre s ntuitos nconfessáveis e m movimento essa natureza, ual ão e armonizava om s erdadeiros nteresses dos rabalhadores aulistas .

M

O ue e ode bservar, m esumo, ue través as mais variadas ustificativas s mpresários rocuravam e scorar ara inviabilizar roposta e cordo onjunto, o mesmo empo ue este e omava onto mais mportante o movimento os ra- balhadores.

O Desenrolar os Acontecimentos

A uestão a egociação onjunta ransformou-se um mpasse o dia 21 e outubro, quando FIESP respondeu à onvocação a CNTI, para ntendimentos a DRT, ecusando-se ovamente o cordo on- junto. o fício ncaminhado RT, FIESP olta essaltar ilegalidade a roposta os rabalhadores isposição os ndus- triais ma olução onciliatória e indicato a indicato.

Diante o mpasse riado a ossibilidade e reve, uja efla- gração na Assembléia Intersindical a se realizar no dia 27 era cogitada, o elegado o rabalho, eo Munari, eterminou ua ssessoria jurídica ue pinasse cerca a egalidade o itisconsórcio ogitado pela NTI, guardando arecer a Assessoria urídica cerca a

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possibilidade e e nglobar m m nico rocesso odos s nten- dimentos ertinentes enovação os cordos alariais ntre s categorias conômicas s ategorias e rabalhadores, para esignar a ova ata ara rosseguimento a udiência a IESP nti- dades iliadas, e m ado, da CNTI ntidades iliadas, e utro.

Apesar o arecer a ssessoria urídica er ido avorável CNTI e as entativas e olução ncaminhadas elo róprio Ministro o Trabalho, ue em ão aulo as ltimas oras o ia 4 im de xaminar ituação e ntrar m ontato om irigentes as classes patronais e rabalhadores, ituação ermanece stagnada.

Diante a impossibilidade e entendimentos, s rabalhadores esol- vem, a ssembléia ntersindical o ia 7, o ine . osé o Belém, ecretar reve por empo ndeterminado, ue everia bran-

ger 00.000 rabalhadores e 4 ategorias rofissionais niciar-se a ero ora o ia 9. ecisão a ssembléia ntersindical bria ainda ossibilidade ara ma omposição migável. s ideres in- dicais stiveram a oite o ia 7 a elegacia egional o ra- balho, nde ntregaram mensagem o Ministro o rabalho o delegado aquela epartição, omunicando ecisão a ssembléia e olicitando mesa-redonda om iretoria a FIESP, uma ltima tentativa ara olucionar uestão.

Todavia, esposta a FIESP o ia 6, ncaminhando ópia o

ofício

irigido

DRT

o

ia

1,

o

ual

e

eclarava

ontrária

o acordo onjunto firmando ue versando dêntica onvocação, forma osso onto e ista" , echava ualquer ossibilidade e entendimento ntes ue reve e niciasse.

É ssim ue reve e nicia o ia 9, o mesmo empo ue o rocesso ormado ela CNTI ncaminhado ela DRT o Tribunal Regional o rabalho.

Já o rimeiro ia reve aralisa rande arte as tividades industriais de São Paulo, atingindo também várias idades do interior. Em antos otal reve o essoal os moinhos, as mpresas gráficas, as asas e bras, as inturarias, e onservação os elevadores os ráficos o ornal Diário. m Campinas reve atinge s ndústrias Matarazzo, otonifício ampinas, wift Companhia eco, lém os adeiros. m undiaí aram ompleta- mente rês etores: iação ecelagem, rodutos uímicos ráficos. N o BC reve e stende Metalúrgica ão osé m Santo André e Metalúrgica ão rancisco Mineração Geral o Brasil, m São Bernardo o ampo. Em Piracicaba reve otal a ábrica de ecidos a Companhia oyes. m ão osé os ampos ntram

em reve s ecelões essoal a Cooperativa e Lacticínios m Americana reve tinge ambém s ecelões. Foram inda fetados pela reve s municípios e Ribeirão Preto, Taubaté, Tatuí Guaru- Ihos. m ermos e ategorias, s etores mais tingidos oram: metalúrgicos, uímicos, ráficos, alçados, ouro urtumes, acti- cínios êxteis.

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Foi cionado m oderoso ispositivo olicial elas utoridades estaduais cerca e 1.200 omens a Força Pública, a Guarda ivil e nvestigadores), ue á o rimeiro ia a reve avia fetuado cerca e 00 risões issolvido iquetes olpes e assetetes,

provocando erimentos m ários perários. Em euniões a FIESP, s ndustriais ecidem a oite esse ri- meiro ia a reve ão mais ntrar m ntendimentos m onjunto com Ministro o Trabalho, mas penas e ategoria por ategoria.

Entretanto, o ia eguinte Tribunal Regional o rabalho dia as udiências marcadas ara onciliar issídios oletivos os raba- lhadores m reve, uscitados elos ndustriais, im e ue quela corte preciasse ntes rocesso ncaminhado elo DRT, ecorrente da etição a CNTI. O rocesso ora á preciado ela Procuradoria

Regional a ustiça o Trabalho, ue era arecer avorável ni- ficação as atas-base, onsiderando ue admitindo nificação colaboramos ontra narquia m avor e mais rdem a ida econômica ocial"., '' o mesmo empo, Ministro o rabalho considera egal movimento m ão Paulo, eclarando ue reve "é egítima omo á lassificou residente oão Goulart"."

É esse uadro ue movimento ecrudesce m eu egundo ia, ocorrendo nclusive ma érie e ncidentes ntre revistas o- lícia, entre s uais m onflito m rente iação ecelagem Lutfalla, a strada e ão Miguel, ue cabou om iros e e- vólver om erimento e ois perários, utro o Brás, nde foram detidas 0 essoas vários perários policiais aíram feridos.

A titude os ndustriais o overno o stado rente o e- crudescimento o movimento oi e entar ransmitir ma magem de ue reve stava malogrando e mputar s ncidentes agitadores, firmando ue s perários não stavam derindo reve, e nde la inda e mantinha ra penas or ção e iquetes de gitadores ue isavam erturbar rdem. e cordo om declarações eitas esse ia, a FIESP, elo residente a ntidade, a reve malograra nteiramente, ois com ma u utra xceção, as ábricas a apital stavam rabalhando ormalmente"." o mesmo entido ai eclaração, ransmitida or ma adeia e emissoras e elevisão, a ual overnador firma ue o malogro da reve eflagrada ransformou-se uma itória a emocracia da isciplina o ovo aulista" ue os ncidentes egistrados em ão aulo oram rovocados or m rupo á eduzido, ue não e onforma om ssa itória ue eio eafirmar restígio de ossas nstituições"."

Chegada reve eu » ia, RT ivulga ecisão e ue, por otos , e manifestava ontra retensão a CNTI e ue fossem discutidas m bloco s evisões os cordos salariais. Todavia, a reve ontinua, ontando nclusive om desão e utros e- tores, omo aso os erroviários a Santos-Jundiaí ue aviam

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decidido a oite nterior eclarar reve e dvertência m oli- dariedade os rabalhadores a ndústria.

Segundo omunicado o Comando Geral a Greve, té quele mo- mento, ra eguinte uadro eral a reve m ão Paulo:

têxteis: aralisação e 0% ;

sapateiros: aralisação tingiu 0% a ategoria;

alimentação: nglobando odos s etores a limentação, aralisa- ção e 0% ;

químicos: aralisação e 0%;

papel apelão: om aralisação as ltimas ábricas ue on- tinuavam rabalho Simão, lfefe Paulista), reve este etor é otal;

gráficos: 0% os rabalhadores;

metalúrgicos: este etor aralisação e 0%."

N o nterior, ituação, egundo stado e ão aulo, ermar necia mais u menos mesma os rimeiros ias a reve, oncen- trando-se nos municípios e Santos, Santo André, Campinas, Taubaté, S. osé os ampos, Guaratinguetá, iracicaba, ão oque, uaru- Ihos undiaí. reve ecrudescera m Santo André om desão de lguns etores a Refinaria Capuava e m Campinas om a desão dos adeiros e rabalhadores a ia. Rhodia Brasileira.

A reve ontinuava inda o ia e ovembro, egistrando n- clusive ovos ncidentes omo epressão, olpes e assetetes, jatos 'água ombas e feito moral, e ma oncentração or- mada or entenas e perários efronte o indicato os Gráficos

e ispersão de manifestantes no arque . edro. Contudo, a oite esse mesmo ia, mpregados mpregadores reúnem-se ara irmarem cordo isando essação a reve. importante essaltar ue cordo oi eito om omissão a greve, endo ido echado artir as eguintes ondições: umento de 0% om mínimo e r$ 1.000,00 5% e ntecipação alarial a artir o ' mês e igência e cordo, ara odas s ategorias, além a ibertação os revistas resos urante movimento.

A partir o ntendimento om s ndustriais, omissão e reve propôs-se evar roposta os rabalhadores m Assembléia nter- sindical ue eria ealizada o omingo, e ovembro, o indi- cato os Gráficos. É ssim ue mais e .000 revistas resos ão liberados o mesmo ia a Assembléia o ia s rabalhadores votam avor a uspensão a reve, ecidindo ambém ontinuar em ssembléia permanente até que fossem firmados odos os acordos.

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Considerações obre s Resultados a reve

Conforme á alientamos, reve os 00.000, mbora e aráter econômico, dquire aracterísticas e ma reve olítica, artir da roposta e nificação ue ignificava ma mudança a egis- lação indical igente o aís esde stado ovo. esse entido, parece-nos ue specto entral er nalisado o movimento consiste a orma omo ssa roposta ra ntendida anto ela liderança omo ela ase perária.

Em rimeiro ugar, ecessário onsiderar ue roposta e unificação arte a iderança indical evada massa perária num momento astante ropício mobilização, ão ó evido proximidade o encimento os cordos a maior arte as ate- gorias nvolvidas o movimento, omo ambém elo lto ndice e inflação ue inha orroendo s alários.

Sem úvida, sses atores evem er ido e rande mportância não ó ara desão os perários reve, omo té ara ma pressão a ase obre iderança ara ue ossem ncaminhadas propostas e uta ara olução e eus roblemas alariais. ale notar, uanto sso, ue, egundo eclaração e uiz enório e Lima, m os irigentes o AC, a oite o ia nterior reve operários e iversas ndústrias os etores e limentação mobi- liário á aviam aralisado uas tividades." abe essaltar ambém que os etores mais ombativos, omo o aso os metalúrgicos, a reve ontou om desão uase ue otal os perários, ão sendo em mesmo ecessário ecurso os iquetes a maior arte das ndústrias metalúrgicas. esse entido, arece-nos ue ue mobilizou ase perária oram muito mais uas eivindicações imediatas o ue erspectiva e nificação.

Por utro ado, roposta e nificação epresentava ara ide- rança onto entral o movimento, a medida m ue, e oncre- tizada, ignificaria m rofundo vanço o movimento indical nível e rganização. o ntanto, ecessário ssinalar ue os olhos os irigentes indicais uestão a rganização ra om- preendida empre entro os imites o indicato, ue cabava por ornar ifícil iabilização a roposta. própria rganização da reve demonstra ue s ideres indicais ão

possuíam proposta de rganização a ase, ara iabilizar entativa e nificação, que ranscendesse rganização indical.

Segundo ntrevistas fetuadas om ários perários ue artici- param a reve, movimento, astante reparado nteriormente, foi rganizado elos indicatos, través os elegados indicais ue faziam ntermediação ntre s perários s indicatos. a e- dida m ue s perários ram preparados" ara reve, ram encaminhados o indicato s iscussões ue á e ealizavam, não urgindo entativas e rganização a base nível as mpresas.

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A osso er ncontra-se ustamente í ausa a ão-viabilização da roposta e nificação, ue, ível rganizacional, e onstituía no onto mais mportante o movimento.

Ressalte-se, ntretanto, ue movimento, mbora ão ossa er considerado omo itorioso a medida m ue eu aior ganho olítico, ue eria nificação os cordos, ão e oncre- tizou — ambém ão oi ma errota.

Em rimeiro ugar, reciso embrar ue, m ermos alariais, os 0% e umento onseguidos or odas s ategorias stavam 0 ou 0% cima o uantum esejado elos atrões a maior arte das ategorias.

Por utro ado — sse onto undamental — , mbora s

negociações enham ido eitas e indicato ara indicato, reve só erminou epois e cordo fetuado ntre s atrões ma comissão a reve, ormada e 5 perários e árias ategorias" e ue ez m cordo xtensivo, os eus ontos rincipais, odas as ategorias, ue ignificou ue s ndustriais iveram ue ceitar na prática ma egociação onjunta. esse entido, e ão e onse- guiu ormalizar egociação onjunta nificação as atas-base dos cordos, ressão a reve oi uficiente ara ue atronato se isse brigado entar a mesa ara iscutir om epresentantes de árias ategorias, stabelecendo e ntemão s ondições m ue seriam eitos osteriormente s cordos e indicato ara indicato, o ue mplicou o econhecimento e ato

da rganização os raba- lhadores, o menos aquele momento.

Todavia, ssas itórias ão odem er onsideradas enão omo parciais, a medida m ue bjetivo maior o movimento ão pôde e efletir m anhos rganizacionais mais fetivos, ue coloca ecessidade e e ensar melhor uestão as ormas e organização ue arantam nidade olítica a lasse perária.

3. Unidade e Classe u ta olítica — Notas Teóricas

A uestão a nidade a lasse perária eve er ensada e orma distinta aquela ue sualmente tilizada elo iscurso iberal, a qual lasse ntendida omo onjunto e ndivíduos ossuidores de eterminadas ualidades ue ormam ua dentidade ocial.

Se stamos m resença e ndivíduos, uestão a nidade ica reduzida quela ue ode er bservada m dentidades guais. Uma concepção ue bstrai s elações ntre s ndivíduos omo eter- minantes os esmos ó ode erceber emelhanças mpíricas, aparentes. Semelhanças ue essaltam a ivisão ocial o rabalho, seus ntecedentes onseqüentes. omam-se, ortanto, s ndivíduos segundo eu fício, eu alário, ua ualificação tc. ensa-se unidade penas ntre ndivíduos e mesmo fício, mesmo ível a-

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larial, mesma ualificação, mesma scolaridade, ntre utros le- mentos. ão ecessário mostrar ue stamos erante mais uro fracionamento, racionamento ue ão ma constatação bjetiva",

mas lgo roduzido elo nteresse o apital. omo al, ssas on- cepções ada êm er om s nteresses os rabalhadores. Nós onsideramos s lasses omo roduto istórico o esen-

volvimento os modos e rodução. ada lasse e onstitui, e reproduz e ransforma egundo s aminhos eguidos elo esen- volvimento istórico os modos e rodução. vidente, artir do ue á issemos, ue stamos revenidos ontra s nterpretações economicistas mecanicistas. ara ós, inâmica o esenvolvi- mento istórico os modos e rodução assa ela uta e lasses, o ue esfaz ualquer retensão e ma eitura volucionista u positivista. Pensamos s modos e rodução omo otaliãaães ialé- ticas, constituídas, eproduzidas ransformadas, eu empo, ela luta as lasses. eu esenvolvimento assa, or sso mesmo, ela política, ue qüivale izer ue assa ela ominação e lasse e ela esistência la osta, esistência ssa ue ponta, uando ultrapassa a si mesma, para a destruição do modo de produção vigente.

N o modo e rodução apitalista, onstituição as lasses ende a eguir ógica a eprodução mpliada o apital. izemos ue tende ssa ireção orque inâmica o odo e rodução

capitalista epende ão penas a ógica a cumulação o api- tal — omo pregoam s conomicistas — mas ambém o rau e a ualidade a esistência ue s rabalhadores ossam por ela. m utras alavras, inâmica o apitalismo epende a correlação e orças ntre apital rabalho, ontradição ue rga- niza odas s nstâncias esse modo e rodução, nclusive stru- tura as lasses.

Quando revalece ógica a eprodução mpliada o apital, isto , uando revalece onto e ista o apitalista, lasse operária ão assa e orça e rabalho e ujo abor quele x- trairá mais-valia. Reproduzi-la ignifica eproduzir ator rabalho, da orma rópria ara xtração esse xcedente. ignifica, or- tanto, eproduzi-la egundo uas onveniências, isto , ão omo ma classe nitária, mas nquanto rabalhadores

divididos por fício, por níveis alariais, or raus e ualificação tc.

Para apital rata-se, nfim, e roduzir ma mercadoria ue possa er ransacionada om ucro. Para sso reciso ue s pe- rários stejam onformados m ua eição e endedores

ndividuais de ua orça e rabalho, mercadoria sta ue e aloriza a ro- porção ireta o xcedente ue ela ode xtrair apital. xa- tamente partir aí ue e profunda ierarquiza ivisão ocial do rabalho ob apitalismo.

N os momentos e rise o modo e rodução apitalista parece mais laramente quilo ue rática conômica, olítica deoló- gica o apitalista eima m bscurecer: o rocesso bjetivo ue,

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ao ocializar rescentemente rodução, ne ambém bjetivamente todos s perários, ndependentemente o eu fício, eu alário, seu rau de ualificação tc. Unidos esse rocesso omo rodutores diretos ssalariados, ubmetidos, ortanto, mesma xploração, s trabalhadores esistem o apital mpondo imites ssa xploração, estabelecendo isos alariais, xigindo melhores ondições e raba- lho, aúde ida tc. rganizam-se ara eivindicar eus ireitos enquanto roprietários e ua orça e rabalho onquistam s- paços egalidade urguesa. m ermos essa uta, ontudo, s trabalhadores ão vançam lém a ógica o apital, apaz e absorver té erto onto ssas emandas. e ato, a ua uta e resistência conômica s perários tuam xatamente omo apital

os ê, sto , omo roprietários iferenciados e orça e rabalho, lutando ela alorização e ua mercadoria, ompetindo ntre i, fracionando-se.

Por ssa azão, ssa ase a uta perária ica emasiadamente na ependência as scilações íclicas o apitalismo. s rabalha- dores, essa ase, ermanecem ivididos, ndividualizados racos. Sua esistência eve-se esse momento ais s raquezas a omi- nação o apital o ue ua rópria orça rgânica. São mpelidos à esistência mais or atores lheios ua rática menos or

uma ontade oletiva, or m mpulso ubjetivo bjetivado o to de por-se onscientemente xploração. Toma-se ecessário, ssim, ensar nidade a lasse perária

como orma e riar s ondições ubjetivas e ua ção, omo condição e ma ova rática apaz e eproduzir lasse m bases istintas aquelas ue ervem o apital. ssa ova rática aponta ara omada o oder, ara ocialismo.

A ecessidade a ecolocação a rática perária m ovas ases foi ercebida or ênin Gramsci. ênin esenvolve rogressiva- mente, artir o racasso a evolução e 905, ma evisão os conceitos mitidos o ue azer?, evisão ssa ue ai o entido da alorização o movimento e massas astreado m rganismos de ase ue, ace o ontexto usso, ranscendiam indicato rade- unionista, esaguando os oviets. ssa evisão ulmina os rin- cípios efendidos m stado evolução, o onto e ista teórico, as ráticas e utogestão ndustrial a ússia ós- revolucionária.

A iliação eninista, xplicitamente ceita or Gramsci, evou-o aprofundar eórica raticamente s rincípios a ova rganiza- ção perária. intetizando eoricamente xperiência urinense os conselhos

e ábrica que judara onstruir, Gramsci econhece s limites o indicato radicional, ssim omo ecessidade a eco- locação o movimento perário m ovas ases. rincipal imi* tação eside a orma omo indicato rganiza s rabalhadores:-

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"O indicalismo rganiza s perários ão omo rodutores, as como ssalariados, uer dizer, omo

criaturas o

egime apitalista,

da

ropriedade

rivada,

omo

endedores

a

ercadoria

hamada trabalho .

O indicato, ortanto, stá imitado ela rópria atureza a uta que eclama:

Objetivamente, indicato orma ue ercadoria rabalho adota ue omente pode adotar no

egime e produção

capitalista organizado ara ominar mercado .

Trata-se, ssim, e ma uta ara ominar ercado ue, o contrário e egar apitalismo, eforça:

O indicato e ficio u e ndústria, nindo ste perário om seus companheiros

e

ofício u e ndústria, om queles ue usam

no rabalho mesmo nstrumento ue le, u ue ransformam mesma matéria que le ransforma, contribui ara consolidar men- talidade ual os eferimos nteriormente, ontribui ara istan- ciar ada vez mais sse operário e autoconsiderar-se como produtor

e

creditar-se mercadoria' e m mercado acional nternacional que stabelece, entro o ogo a oncorrência, eu róprio reço, seu róprio alor .

O indicato, nquanto ubmetido rbita o apital, profunda em ua uta ivisão ocial o rabalho urguesa, profundando, portanto, ominação a urguesia. M as ão az sso penas ível global a ociedade, mas ambém entro e i róprio. Esse, liás, será utro e eus imites:

"Os perários ompreendem ue omplexo e suas' rganizações se onverteu um parato ão norme ue cabou or bedecer leis próprias

nerentes ua estrutura o eu omplicado uncio-

namento, porém estranhas

massa ue adquiriu onsciência e ua

missão istórica e lasse evolucionária .

A urocratização o indicato ão , ropriamente, ma efor- mação a strutura indical. reço ago or sta orma e organização arefa ue ealiza entro a egalidade apitalista.

Gramsci econhece sso: O ncremento uantitativo etermina m mpobrecimento ualita-

tivo ma comodação ácil s ormas ociais apitalistas, ssim como ambém etermina parição e ma mentalidade órdida, estreita, e pequena média

urguesia.

Contudo,

arefa elementar

do indicato ecrutar toda' assa, bsorver m eus uadros todos s rabalhadores a

ndústria a gricultura .

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As ontradições a rganização indical e xplicam elo ato e que s sindicatos e fício, s âmaras e rabalho, ederações industriais, onfederação eral o rabalho, onstituem ipo e

organização roletária specífica o eríodo a istória ominada pelo apital . or sso mesmo, movimento perário ão ode repousar obre le. A atureza ssencial o indicato ompeti- tiva. .. indicato ão ode, ois, er m nstrumento e eno- vação adical a ociedade".' 0

Pode-se erguntar artir aí: ntão, eve indicato er ban- donado m avor e utras ormas e rganização? esposta absolutamente ão indicato umpre ignificativa unção entro da igência a ominação urguesa, unção ue Gramsci esume em ois ontos:

"D indicato .. ncorpora disciplina e ua orma um número

cada ez aior e fetivos perários; ) indicato oncentra generaliza ua

orma

até

pôr as mãos e m scritório entral poder a disciplina do movimento, quer izer, e afasta as massas que arregimentou, se livra do jugo os caprichos veleidades próprias às randes assas umultuosas. ssim, indicato orna-se apaz de stabelecer actos ontrair ompromissos; ssim, briga o empresário ceitar ma egalidade m uas elações om s pe- rários; egalidade

condicionada .. ela

confiança

que o

empresário tem a apacidade

do indicato m obter a parte as

massas pe- rárias espeito os

compromissos

contraídos .

A onquista a egalidade ndustrial oi m rande asso a lasse operária, porém sta ão ltima efinitiva onquista". ara essa egalidade indicato xtremamente til; lém ela le erde sua orça. rata-se, ois, e manter indicato os eus imites

reformistas, sso nquanto urar egalidade ndustrial apitalista, reformismo sse ue ará melhor esultado o ue entar tribuir ao indicato m apel evolucionário. Gramsci dverte ue entar levar indicato para lém o ue le ode dar muda eu caráter e rovoca solamento

das ideranças:

"Os sindicalistas pseudo-revolucionários

.. e vêem obrigados amiúde a

discutir conveniência e ransformar

indicato em erreno e-

chado, ntegrado nicamente elos revolucionários' .. s uais

acabam or enegar princípio lementar o indicalismo: rga- nização e oda massa .

Pica evidente, portanto, necessidade e buscar-se ma nova forma de rganização ue e ubtraia ógica o apital roduza ma nova lasse perária, iberta bjetiva ubjetivamente a ominação de lasse urguesa. Esta roposta e aseia o onselho e Fábrica.

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A onstrução e ma lasse perária ova, nificada onsciente, pressupõe posição o apital ão penas o entido mais eral — posição olítico-ideoldgica, esistência conômica ela ia in- dical — mas, ambém rincipalmente, o ível a rodução, o nível a ábrica, nde rganização o rocesso e rabalho eflete diretamente egemonia urguesa ógica a cumulação o capital erve e ase oda ivisão ocial o rabalho apitalista. Gramsci em bsoluta lareza e ue esse erreno ue e esen- volve rocesso e ubtração a lasse perária a ominação o capital onstrução e m oder perário:

Durante redomínio conômico olítico a lasse urguesa, desenvolvimento eal o

processo evolucionário e erifica e a- neira

ubterrânea, a

obscuridade a ábrica...

Exatamente or sso, movimento perário oncebido m ovas bases eve niciar-se artir a ábrica.

O artido olítico indicato rofissional asceram o ampo da iberdade política,

no

campo a democracia urguesa, omo fir-

mação esenvolvimento a iberdade a emocracia m eral, num

erreno

m

ue

ubsistem s elações e

idadão idadão. O rocesso evolucionário e erifica o ampo a rodução, a produção, a ábrica, cujas elações ão e pressor primido, e •explorador xplorado, nde ão xiste iberdade ara perário, nem ampouco emocracia .

A onstrução a emocracia eal, o ível ocial lobal, assa or- tanto, ecessariamente, ela onstrução a emocracia o ível a produção, a ábrica, o ível os róprios rocessos e rabalho. Democracia sse ível ignifica razer ara s mãos os perários o ontrole as ecisões ue e eferem rodução, eus lanos, suas ierarquias. ressupõe esta orma ecuperação elo traba- lhador oletivo o ontrole o rocesso rodutivo erdido elo produtor ireto esde momento m ue rabalho e omou mercadoria, ubmetido o apital.

Ao ubmeter rabalhador ua ivisão o rabalho, apitalista, por m ado, ria s ondições ara ibertação o rabalho, o separar otalmente e orma bsoluta rabalho manual rabalho intelectual. O rabalhador utomatizado eixa e er ndividualmente escravo o roduto, icando stabelecida rimeira ondição ara a ibertação o rabalho: ibertação ntelectual o rabalhador ndi- vidual m elação o rocesso e rabalho. apitalista, ontudo, mantém om le, e nício a ábrica, epois ora ela, entido empresarial, rodutor e ierarquias , nquanto roprietário ri- vado, ispõe a rodução o roduto. etomada este oder decisório-empresarial pelos trabalhadores significa trazer de novo

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esse oder ara ábrica, gora ara s mãos o trabalhador coletivo ão mais ara ada rodutor ndividual. rganização do trabalhador oletivo" onselho e ábrica.

Na ua ção, o onselho ealiza nidade a lasse rabalhadora, dá s massas ma oesão ma

orma a mesma

natureza ue coesão orma ue massa adota a rganização a ociedade .Isso exatamente porque no Conselho stão epresentados odos

os ramos o rabalho, proporcionalmente contribuição ue odo ofício e odo amo o rabalho resta laboração o bjeto ue fábrica produz ara oletividade.

.. ua azão e er adica no

trabalho, a produção ndustrial, quer izer, em um ato ermanente

e ão

penas

o

alário,

a

ivisão

as

lasses,

u

eja,

um

ato transitório ue e uer precisamente uperar .

Por ssa azão Gramsci firma ue:

O onselho rgão ais dôneo e ducação ecíproca e desenvolvimento o novo espírito ocial ue proletariado conseguiu extrair a xperiência, iva ecunda, a comunidade e rabalho .

Por onseguinte, onselho ransforma lasse perária, roduz em ovas ases:

A xistência o onselho onfere os perários esponsabilidade direta a rodução, eva-os melhorar eu rabalho, nstaura ma disciplina consciente voluntária, ria sicologia o

produtor, o criador a história .

Enfim, a rganização or

ábricas strutura lasse toda lasse) numa nidade omogênea oesa ue e dapta lasticamente o

processo ndustrial e rodução omina té enetrar-se

efini- tivamente o

mesmo .

A xistência os onselhos e ábrica ão e põe o indicato, antes edefine omplementa. e rganização estinada efesa da mercadoria rabalho, indicato assa ntegrador e oda produção ível acional. orém eslocamento a tuação in- dical o mbito o alário a ivisão as lasses — ue e uer superar — ara mbito a rodução — ue ermanente — , ó pode contecer e lasse perária, omogeneizada, nificada e rga- nizada os onselhos, á iver encido atalha a rodução, xer- cendo obre mesma eu ontrole, emocratizando-a. indicato não ode azer sso: eria edir lgo ue ai lém e ua strutura, pois nquanto o indicato stá aseado o ndivíduo, onselho se aseia, m roca, obre nidade rgânica onsciente o fício, que e tualiza a rganização o rocesso ndustrial"."

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A xistência e ma rganização a ual e cha nquadrada classe rabalhadora em

ua homogeneidade e lasse rodutora, ue faz ossível m lorescimento spontâneo ivre e ierarquias de ndividualidades

ignas apazes,

erá epercussões onsideráveis e undamentais

na onstituição o spírito ue nima tividade sindical"."

Tudo isso õe uestão ntre onselhos indicatos o eu evido lugar edefine s ermos a nidade perária: las evem star voltadas ara omada o oder — nquanto nteresse istórico da lasse perária — evem esenvolver-se e cordo om itmo do róprio movimento perário uas elações e orça o nterior da ociedade apitalista. Gramsci firma, om usteza, ue s rela- ções ue evem xistir ntre indicato onselho e ábrica têm ue er onsiderados esde onto e ista o uízo ue e faz obre atureza alor a egalidade ndustrial"." egali- dade ndustrial xpressa ominação urguesa, nclusive ível da ábrica; or sso ontraditória om xistência os onse- lhos — ase o oder roletário. stes ltimos enderão or sso a egar ssa egalidade firmar oder perário; indicato, por ontrapartida, ende eforçá-la, erpetuá-la. De maneira ue

as elações ntre mbos, o onto e ista o nteresse a lasse operária, "devem riar as ondições m ue aída a legalidade — a ofensiva a lasse perária — obrevenha o momento mais por- tuno ara sta lasse, obrevenha uando lasse iver mínimo de reparação onsiderada ndispensável ara onseguir ma itória duradoura". w

Em uma, s elações ntre indicato onselhos e omplemen- tam a medida m ue m isciplina massa utro irige eu impulso riador spontâneo. ssim, elação ntre mbos eve er de m nico ipo: articipação a maioria, u e ma rande parte, os leitores o onselho o indicato, oluntária sponta- neamente, espeitando anto aráter e desão oluntária ndi- vidual — ontratual — o indicato, uanto aráter e rganização espontânea e oda lasse perária — nquanto trabalhador ole- tivo — ue em onselho e ábrica — xpressão evolucionária do movimento perário e

massas. Toda entativa e incular om relação e ependência ierárquica s uas nstituições ão onduz mais o ue o niquilamento e mbas .

É laro ue ssas bservações e eferem penas onstrução e uma inâmica ue, proveitando ue e melhor enha xistir no indicato os onselhos, ossa eproduzir rática o ovi- mento perário — nquanto movimento e assas m ases distintas aquelas revistas ela ógica o apital. Elas onstituirão a ase ara ma nter-relação mais mpla, e aráter ocial eral, cuja xpressão máxima e ocaliza a rática olítica o artido revolucionário. elevante essaltar ue Gramsci ensava artido

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como ondutor upremo a uta perária. Entretanto, inha bsoluta clareza essa ondição. le firma nfaticamente:

"Os rganismos

e

uta

o

roletariado

ão

s

agentes'

s e- presentantes esse olossal ovimento e assas; artido Socialista

, ndubitavelmente, agente máximo' esse rocesso e destruição e emodelação, porém ão , nem ode er oncebido como orma este rocesso, omo

orma aleável lasmável segundo apricho os irigentes .

E, mais diante, efine atureza a ireção artidária:

O artido e stá dentificando om onsciência istórica as massas opulares, ujo movimento spontâneo, rresistível, overna. Este overno ncorpóreo, unciona través e ilhões ilhões de vínculos

espirituais ratando-se unicamente e

uma rradiação e prestígio ue omente m momentos ulminantes ode onverter-se em overno fetivo..." "

Enfim, artido overna em squecer-se e ue epresenta m movimento ue xiste ora ele, o ivel a lasse. eu overno e define a xpressão olítica esse movimento, omo epresentante da onsciência istórica a lasse perária. Portanto, ão ode ub- meter urocraticamente mpulso riador ue asce a omunidade do rabalho, ase e oda onsciência istórica perária.

Encerramos ssas bservações om Gramsci, osição ue azemos nossa, o ue iz espeito s rticulações ntre movimento e mas- sas — indicatos onselhos — e artido olítico a lasse perária.

As elações que devem existir entre

partido político conselho de ábrica, entre indicato este mesmo onselho,

nascem mplici- tamente essa xplicação: em artido em indicato evem

ser

olocados

omo utores,

em

como

uperestruturas

á

onstituí- das essa

nova nstituição, a ual oma orma istórica ontro- lável rocesso istórico a evolução, as evem er nstalados como gentes onscientes e ua iberação elas orças e ressão que e esumem o stado urguês, evem e ropor rganizar as condições xternas erais políticas) as uais processo e evo- lução adquire ua máxima eleridade, as uais s orças produtivas encontram máxima xpansão . "

A uta ohtica e m artido perário, e m artido ue usca uma emocracia eal, ntes e uperpor lasse perária s uper- estruturas dvindas a ase m ue redomina ógica o apital, deve uscar onstruir epresentar m movimento perário nifi- cado obre s onselhos istemas e onselhos e ábrica. sto porque istema os onselhos ignifica ase e m movimento político nificado da lasse perária, isto que representa sua

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efetiva nião ao nível da produção. Neste sentido, representa o trabalhador oletivo ue rópria lasse perária.

4. nsinamentos a Greve

Acreditamos ue artir essas onsiderações ue e ode azer uma nálise a reve ue os ermita melhor ompreender eu significado olítico, eus certos eus rros.

A reve onstituiu onto e nflexão as rescentes mobilizações operárias esde 961, e m movimento ue inha rescendo m

quantidade ualidade ue inha adicalizando uas osições cada asso. Fica emonstrado elo róprio esenrolar a reve ue grande arte essa adicalização eve quele aráter spontâneo ue geralmente corre uando ntra m urto-circuito eprodução ampliada o istema, nidade e ando artir o entimento comum e xploração, o alário orroído ela nflação, a lta do usto e ida. É negável, or utra arte, ue inha rescendo o ível e onsciência a massa perária, ue e efletia o is- tanciamento rescente o movimento perário om elação os nte- resses overnamentais a ncapacidade ada ez maior o overno de ontrolar m movimento ue inha dquirindo ma inâmica própria xtrapolando s imites ue he aviam ido olocados pelo Estado.

Essa nidade spontânea o movimento edia, ortanto, ormas organizativas ue profundassem ua inâmica eu ível e ons- ciência. Tomava-se remente rganização a lasse ela ase, rga- nização apaz e ransformar união ventual m nião ermanente. N ão erificamos, ntretanto, a reve — ue oi, em úvida, ponto ulminante as manifestações perárias o eríodo — ma tentativa e rganização mais utônoma.

A sse ível roposta a reve aseava-se m ois ontos un- damentais: nificação os cordos arantia o ivre xercício da tividade os elegados indicais o ocal e rabalho. nifica- ção os cordos econhecimento a N TI omo rgão epresen- tativo ara stabelecer cordo e odas s ategorias ndustriais, conforme á olocamos, estringia-se nidade indical, ão pon- tando ara enhum ipo e rganização ue osse xpressão a unidade eal a lasse. o ue iz espeito o econhecimento os delegados indicais ecessário onsiderar ue roposta ignificava um asso mportante o entido e e orjar ma rganização a classe pela base, uma ez ue isava rganização os rabalhadores na ábrica, través o delegado sindical.

Sob sse specto, mportante essaltar ue econhecimento dos elegados indicais ra ambém iolentamente ombatido anto pelo mpresariado omo elo róprio overno, omo e ode otar

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pelos omentários e arlos astelo Branco espeito a tuação de lmino fonso:

... uas medidas, o ue e eferem o GT , ecentemente, uma ropalada riação e elegados e abrica econhecida elo ministério, stariam ontrariando r. oão oulart ngrossando o escontentamento os etores mpreguistas a ancada .

Cabe otar, ntretanto, ue ambém ssa roposta estringia-se organização indical a medida m ue inculava rganização os trabalhadores a ábrica o indicato, través a igura o elegado sindical. Dessa orma, la mantém-se ambém entro os imites o

trabalho indical inculando, nclusive, s omissões e ábrica que, aliás, á omeçavam xistir ara iscutir s roblemas specíficos das mpresas) o indicato estringindo oder a rganização da lasse ela ase — ue ue ode pontar ara fensiva da lasse perária — o rabalho indical ue, omo á imos, man- tém-se empre entro a egalidade ndustrial.

De modo eral iderança, om ma xperiência olítica imitada, atrelada s erspectivas o acional-reformismo, mantinha-se muito aquém a rópria ressão a ase, ão onseguindo ar ssa pressão ma analização ível rganizacional, o entido eal objetivo ue própria classe pontava. Presa o acional-reformismo, grande arte a iderança ra ncapaz e vançar ara ma ro- posta e nidade ue ranscendesse s imites o indicato, eu velho ampo e rabalho, mantendo-se, ortanto, uma nstância ue objetivamente raciona lasse ropondo ma nidade ue dvi- nha penas a ecessidade e nquadrar overno as eformas de ase o nfrentamento om ireita, ão omo lgo ue, surgindo o róprio movimento a ase, pontasse ara riação

de ormas rganizativas ue arantissem nidade eal a lasse. O próprio AC, o nvés e xpressão e rodutores iretos omo- geneizados o ampo a rodução, ra epresentante e endedores da orça e rabalho rganizados orporativamente. m i mesmo era ma rganização ue epresentava muito mais efensiva o movimento o ue ituação fensiva m ue movimento e achava. urgido o racasso as reves olíticas erais e 2 m São aulo, racasso sse erado, m arte, ela uptura a úpula sindical, AC oi m sforço e nião o movimento motivado

pelas ondições dversas ão ma rganização urgida a nidade que róprio movimento edia. N ão e ode egar, ntretanto, ue reve eral e utubro e

63 m ão aulo epresentou m marco as utas perárias o Brasil. Se, por um lado, as suas propostas não transcenderam indi- calismo — mesmo quele praticado m osso país — e nessa medida eram ropostas erfeitamente bsorvíveis pelo apitalismo, por utro

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lado, ignificou ma nconteste manifestação e ndependência o movimento perário rasileiro.

N ão e ode bstrair e orma enhuma onjuntura e ua realização, em entido a rise rasileira aquele momento, atos que ornavam xtremamente onflitivas roposições ue, m ese, poderiam caber dentro da lógica do capitalismo sem maiores esforços.

N ão ercamos e ista ue, uma ituação e rise conômica, a urguesia recisava ransferir s rejuízos omprimindo s a- lários, ue liás xplica eação ntransigente o mpresariado uma roposta ue arantiria o perariado maior oder e ressão na ua uta or melhores alários. Conforme e ode bservar elas declarações o atronato, a mprensa le inculada o parelho de Estado aulista, norme ombate esferido s ropostas os operários, rocurando nclusive presentar reve omo ma mano- bra nti-São Paulo inculando roposta e nificação os issí- dios entativa e ntervenção o stado.

Assim, entido olítico ato essa eivindicação ssume ropor- ções stritas, analizando ontra i oda ra os onspiradores. Nesse entido, s cordos e 0% ara odas s ategorias acima inclusive o retendido elo atronato) ato o mpresariado

se

ir brigado

entar

a

mesa

om

rganização

os

rabalha- dores ara egociar, ssumem m ignificado xtremamente mpor- tante. uas itórias icam, ortanto, essaltadas esse ontexto, o passo ue eus rros erão ecessariamente minimizados.

A reve os 00.000, ontudo, ignificou imite máximo ue poderia hegar m movimento perário poiado uma strutura e base omo indicato, um indicalismo orporativo omo brasileiro, té oje igente. té esse onto, orém, la ode igni- ficar m rofundo nsinamento obre alência esse ipo e rga-

nização, omo ase e

m

movimento ealmente utônomo nde- pendente. ode ermitir, inda, dentificar om lareza s ontos a uperar a onstrução a lternativa istórica perária.

Notas

1. Clareza o Passado, Consciência o Presente", Cadernos o Presente, . , . 8.

2. As 4 ategorias ram: etalúrgicos, êxteis, ráficos, uímicos, marceneiros,

mestres ontramestres a ndústria e iação ecelagem rabalhadores as indústrias e aticínios, rigo, massas limentícias, urtumes, alçados, ebidas, mobiliário rtefatos e ouro. s ederações epresentavam s rabalhadores têxteis, uímicos, ráficos a limentação.

3. De cordo om rtigo 57 a LT s cordos alariais ão e xclusiva competência os indicatos epresentativos as iversas ategorias, endo, or- tanto, legal stabelecimento e cordos alariais or ederações onfederações quando a xistência aqueles rgãos specíficos.

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4. Goulart onsiderou quele esultado omo utra leição, ua erdadeira leição para residência a epública, mais xpressiva e oda istória o aís, maior o ue e Quadros, té ntão ecorde, om milhões e otos. Era eu triunfo essoal, omo he New ork imes econheceu". Bandeira, Moniz, o- vemo oão oulart: s utas ociais o rasil 1961-1964), io e aneiro, ivili- zação Brasileira, » d., 978, . 8.

5. Para maiores etalhes obre ituação conômico-íinanceira o Brasil quela época, er Bandeira, p. it., . 9ss.

6. dem, bidem, . 8.

7. Sobre ssunto, onsultar Bandeira, p. it., . 0 4.

8. O aso MPORP/ITT onstitui-se uma as mais ergonhosas ransações nvol- vendo s overnos o Brasil os Estados Unidos. sse espeito, er Bandeira, op. it, . OOss.

9. ... m e bril Goulart riou ma Comissão nterministerial, omposta elos Ministros a Fazenda San iago Dantas), Guerra Amaury Kruel), Viação Obras Públicas Hélio e Almeida), ndústria omércio Antônio Balbino) Minas Energia Eliézer Batista), ara studar roceder ompra as ubsidiárias a Bond hare as mpresas a MFORP) a TT, o ugar a ONESP, ue assim e xtinguia". Bandeira, p. it, . 5.

10.

Os

iscursos itados

oram roferidos

0

e

março e

bril e

963. Cf. Bandeira, p. it, . 5.

11. dem, bidem, . 5.

12. dem, bidem, . 04-105.

13. dem, bidem, . 7.

14. dem, bidem, . 7.

15. GT — omando Geral os rabalhadores; UA — acto e Unidade ção; PAC — Pacto e ção Conjunta; POS — Conselho ermanente as Organizações Sindicais Rio, Minas, Salvador); SD — Fórum Sindical e Debates e Santos/SP.

16. Bandeira, p. it, . 9/99. obre ssunto, olunista e entro-direita Carlos Castello Branco, o ornal o Brasil, do io , screveu quela poca: Como força e ugestão e ressão entro a âmara, erdade ue r. eonel Brizola uebrou s agas e ua loqüência a ua ndignação ontra ique inabalado as nstituições egislativas. .. esultado ue, videntemente sva- ziado, esceu ara ua m usca as massas, ob igilância o r. eiva Moreira esconfiança os rupos e squerda adicais, esgostosos om eu personalismo om sua daptação às onveniências ohticas o overno o r. oão Goulart. nquanto sso r. lmino fonso reenchia rea azia a iderança de squerda, e maneira mais onsistente mais irme, ecundado elo oderoso dispositivo o GT esbaratando esistência a elha mentalidade os n- teresses ípicos o etebismo arlamentar xtraparlamentar. oroando sforço persistente, Ministro o Trabalho itua-se oje, unto o Presidente a República, como epresentante e m rabalhismo e squerda .. eforçados elas itórias consecutivas ontra eformismo omântico, e ma arte, portunismo ar- tidário e utro. mpressão ominante oje ue r. lmino fonso assou para rás rizolismo squerdismo militarista ara mpor-se omo rientador de m eivindicante ispositivo adical, espojado a radicional utela aternalista do residente o TB".

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E mais diante duz: "O r. oão Goulart veria com ntranqüilidade endência dos rupos e squerda,

notadamente indicais, e e lhearem os bjetivos residenciais, onstituindo-se

em

orça ndependente, os ermos

reconizados elo Ministro o rabalho, ara a entativa e nfluir utonomamente o esenvolvimento a ituação rasileira, inclusive om elação s titudes o róprio Governo". O olunista o B

essalta que sr. Goulart tribui .. ção o r. lmino fonso .. eu esgaste a área os rabalhadores em ixado ua irme isposição e ubstituir Ministro do Trabalho .., ó ão endo eito sso e mediato orque ão ncontrou inda condições ara azê-lo, guardando portunidade e ma mpla eforma minis- terial". portunidade urgiria om entativa e olpe o General Kruel subseqüente ueda o Ministério Dantas-Furtado. astello ranco, arlos, ntro- dução

Revolução e 964 — A Agonia o oder Civil, io e aneiro, Artenova, 1975 , » omo, . 62-164 71-172.

17. A fensiva o r. Gilberto rockett e á ontra GT bedece, pesar os desmentidos, bvia rientação o r. oão Goulart, uem r. Crockett e á serve om bsoluta idelidade á muitos nos". f. astello ranco, p. it., 1 ' omo, . 75. olunista arlos astello ranco ão ra eutro a uestão. Suas nsinuações, uase empre endenciosas, oderiam muito em isar fastar o residente e uas ases ociais, nfraquecendo-o. Este otório bjetivo e uas crônicas, ntretanto, arece ão fastar a erdade s bservações eitas cima, visto s igações essoais xistentes ntre s rs. oão Goulart Gilberto Crockett de á. Mesmo ue ango ão rdenasse fensiva ontra GT indicalismo independente, ertamente ncorajou oi onivente om la.

18. Lacerda ntecipou o os ngeles imes ue Governo e Goulart oderia cair ntes o im o no, stando s militares iscutir e eria melhor utelá-lo, patrociná-lo, olocá-lo ob ontrole té érmino o eu mandato, u estruí-lo agora mesmo". Bandeira, p. cií., . 30.

19. O movimento .. arecia .. e ualquer ireção olítica urpreendeu té as orrentes mais adicais a squerda". .. andeira, p. it., . 22. ireita, no ntanto, ão erdeu portunidade e dentificar evante os argentos om o perigo omunista".

20 . Alguns argentos, ue articiparam a ebelião, evelar-se-iam, epois a ueda de Goulart, agentes os erviços ecretos as Forças Armadas". dem, bidem, . 23.

21 . A xplosão e ndisciplina italizou s ue ramavam uptura a egalidade, a retexto e ombater esordem, gitação, s reves olíticas, m esumo, o omunismo. , o ia eguinte o motim, eneral Humberto e lencar Castello Branco mpossou-se a hefia o stado Maior o xército, ondenando os poríunisías eformistas ue, egundo le, retendiam ubstituir s orças r- madas or milicias opulares e deologia mbígua . dem, bidem, . 23.

22. Castello Branco, p. it, » omo, . 5.

23. O aso Bevilácqua ode er esumido artir essas otas aídas a oluna do r. arlos Castello Branco, ntre s ias 2 5 e etembro e 963. ia 2: "Está endo sperada os írculos ficiais emissão o General eri Bevilácqua do omando o I xército. anto residente a epública omo Ministro da Guerra stariam ecididos ste to ertos e ue oderão raticar em riscos o squema e egurança militar". ia 4: O residente em eito onda- gens espeito as eações, mas ontinuaria ecidido raticar m to ue aliviaria ua ituação o etor indical, o mesmo empo m ue ontribuiria para estabelecer, egundo ensa, isciplina militar". ia 5: O r. ancredo Neves nforma ue, elo ue onhece a ituação, Governo eixará sfriar

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caso o General Bevilácqua. .. ssa nformação o r. ancredo Neves ignifica que ouve ntem ecuo o overno a ecisão e emitir omandante o II xército". astello Branco, p. it, » omo, . 6, 8 0.

24 . Sobre ssunto, er Bandeira, p. ií., . 06, 26-127.

25 . Esta onspiração staria esmascarada o ecente iscurso o r. Adhemar de Barros, a ntrevista o r. arlos acerda m ornal e os ngeles a atitude os anqueiros e e ecusarem o iálogo om s ancários, ual denunciaria s reparativos o ock-out om bjetivo reciso e rovocar n- tervenção rmada a rise rasileira". astello ranco, p. cit., 2 » omo, . 6.

26 . Confirma-se ue r. oão oulart ecebeu, omo gradável nesperada contribuição os eus sforços ara air a rise onseqüente reve os an -

cários

titude

os

anqueiros,

ntrevista

o

overnador

a

uanabara. Quando nformaram espeito, residente orriu, ediu o r. yff ue ro- videnciasse ópia ntegral esencadeou istema e eação overnamental". Castello Branco, p. it, ? omo, . 8.

27 . Ver Castello Branco, p. ií., omo, . 1.

28 . Ver Castello Branco, p. ií., ' omo, . 2. O Congresso provaria s medidas excepcionais esde ue isassem onter ucessão e reves.

29 . dem, bidem, . 3.

30. dem, bidem, . 3-84.

31 . dem, bidem, . 7.

32. dem, bidem, . 9.

33. Sobre ssunto, er astello Branco, p. it., " omo, . 03ss.

34 . Sobre tentado e acarepaguá, er Bandeira, p. ií., . 13-114.

35. O stado e ão aulo, 9 e utubro e 963.

36. dem, 4 e utubro e 963.

37 . dem.

38 . dem, 9 e utubro e 963.

39. dem, 4 e utubro e 963.

40. dem, 2 e utubro e 963.

41. dem, 5 e utubro e 963. 42. dem.

43. dem, 9 e utubro e 963.

44. dem, 0 e utubro e 963.

45. O Estado e ão aulo, 9 e utubro e 963.

46. Parecer a rocuradoria egional a ustiça o rabalho, ublicado elo Diário a oite, 1 e utubro e 963.

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47. Diário a oite, 1 e utubro e 963.

48. O Estado e São Paulo, 1 e utubro e 963.

49. O Estado e ão Paulo, 1 de utubro e 963.

50. O Estado e São Paulo, de ovembro e 963.

51. O Estado de São Paulo, 9 e utubro e 963.

52. O etalúrgico, ovembro e 963. ssa nformação oi onfirmada m árias entrevistas fetuadas om perários metalúrgicos ue articiparam o movimento.

53. Obtivemos ssa nformação través e ntrevista ue ealizamos om m operário ue oi membro a omissão.

54. Gramsci, ntônio, onsejos e ábrica stado e a lase brera, éxico, D.R., 973, . 1.

55. dem, bidem, . 13.

56. dem, bidem, . 1-52.

57. dem, bidem, . 5.

58. dem, bidem, . 1.

59. dem, bidem, . 7, rifos ossos. ssa ontradição — ma rganização ro- letária onsentida —, ubmetida elo apital, xpressa o lano rganizacional dominância o apital obre rabalho, ominância ue, ontudo, ão bsoluta e e ê orçada eder spaços os rabalhadores. ue eva firmar ue sindicato, ntes e er ma oação funcional" os apitalistas, ma onquista do movimento e massas.

60. dem, bidem, . 7.

61. dem, bidem, . 13-114.

62. dem, bidem, . 14.

63. dem, bidem, . 4.

64. dem, bidem, . 07.

65. dem, bidem, . 07-108, rifos ossos. Eis or ue em artido em in- dicato odem er ase o movimento perário evolucionário. les e ituam a artir as elações e idadania, nde revalece gualdade ormal. o ível da ábrica, orém, ão xiste al gualdade. esigualdade ada elo róprio processo rodutivo ua ierarquização oge ontade os rabalhadores, endo a xpressão a ominação o apitalista, ual ierarquiza rodução artir das ecessidades a xtração a ais-valia.

66. dem, bidem, . 8.

67. dem, bidem, . 8, rifos os*s.

68. dem, bidem, . 9, rifos ossos.

69. dem, bidem, . 0.

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70. dem, bidem, . 9.

71. dem, bidem, . 9.

72. dem, bidem, . 9, rifos ossos.

73. dem, bidem, . 14.

74. dem, bidem, . 15.

75. dem, bidem, . 16, rifos ossos.

76. dem, bidem, . 5, rifos ossos.

77. dem, bidem, . 5-66, rifos ossos.

78. dem, bidem, . 12, rifos ossos.

79. Carlos astello Branco, p. it, ' omo, . 82.

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Sindicato X omissões e ábrica: Uma alsa Alternativa

Ricardo Maranhão

N o Brasil os ltimos empos, ifícil ma emana em ncontrar nos ornais, evistas especializadas u ão), oletins utras u- blicações lguma eferência olêmica strutura indical igente. N o rocesso e uta or iberdades emocráticas, u, uma ersão liberal-conservadora, or aberturas", uestão em úvida rucial: atrelados, uperados m ua estrutura, ntidemocráticos mais epri- midos ue ualquer utra nstituição, s indicatos e rabalhadores brasileiros ão penas ão êm epresentado lasse perária, omo não êm ervido mais em mesmo rojetos urgueses e edemo- cratização. Para ão izer ue etores mais arejados" ue azem a olítica as multinacionais ambém á uerem ifá-los).

Entretanto, les stão í, lguns eles m ntensa tividade, omo se ê m ão Bernardo, anto ndré, antos, oão Monlevade, ó para alar e lguns a ategoria metalúrgica. mais, m ários sindicatos ontrolados or pelegos", u mesmo or olíticos e direita erviço a onsolidação a rdem mpresarial, omo os metalúrgicos e ão Paulo, surgem hapas e posição s tuais ire- torias, uase empre rganizadas or etores mais omprometidos

com

lasse,

u

ue

entam

mpliar

om

lareza

sse

ompromisso. O ebate m orno a strutura indical o estino e lgo tão undamental ara lasse perária uanto s eus indicatos coloca ão penas uestões erais obre elação estes om Estado, obre ua ituação a emocracia, omo ambém obre formas rgânicas e iabilização e ma ida indical fetiva, emo- crática epresentativa os nteresses mediatos istóricos a classe perária. esse momento, ma uestão mais ntiga o ue muitos ensam em ovamente ona: a rganização os raba- lhadores os eus ocais

e rabalho, implificadamente olocada

como comissões e ábrica". Quer e omeie sse ipo e rga- nismo lementar e xpressão e emandas, omo comitê e m- presa", grupo e ábrica" u ue alha, iscussão obre le está í, erando ão oucas onfusões mistificações, o ado e um vanço alutar e m ratamento mais ientífico a uestão.

• Professor e iência olítica o FCH/UNICAMP.

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Neste rtigo, retendo omentar lguns atores apazes e onfundir e mistificar nálise a uestão, em reocupação e barcar odos os xtensos orizontes nalíticos ráticos ue la uscita.

Como dvertência nicial, embro ue ome comisiones breras" dado rganismos undamentais o movimento indical spanhol tem rovocado, ela ficácia ue ais rganismos emonstram, ma série e nalogias om mbriões e rganismos emelhantes mas não guais) ecentemente urgidos o movimento perário rasileiro. Tais nalogias, nevitáveis alvez, ouco judam nálise menos ainda a prática, se não e vitar transposição mecânica e ituações históricas astante iferentes. ais rave inda eria rro e pensar ue rganização e comissões", u uaisquer rganismos

de ase o movimento perário, eja ma erspectiva ova ara o indicalismo rasileiro, artir o xemplo spanhol, gnorando as xperiências oncretas ue á

ivemos, em ossa istória ontem-

porânea, e riação esses rganismos. O escaso om s xperiências oncretas e comissões" u ma

compreensão rrônea o apel istórico os indicatos ode evar a ois ipos ásicos e nterpretações alsas, anto os ue ensam o movimento perário, uanto os ue azem: rimeiro, déia de substituição" os indicatos omo rgãos e epresentação

luta e nteresses a lasse rabalhadora; egundo, déia e se- paração" ntre s indicatos s rganismos e ase onstituídos nos ocais e rabalho.

«Substituindo» s Sindicatos

Uma érie e iscussões ublicações orrentes m etores o movi- mento perário tual, os meios ntelectuais studantis, ende

a

azer

rer

ue

olução istórica

ara uperação a

strutura sindical rasileira staria a imples estruição ubstituição os sindicatos tuais or utros rganismos também e ipo indical). Nessa erspectiva, s comissões e ábrica" esempenhariam m Papel undamental: tividade eivindicatória nterna s ábricas, enraizada o otidiano a lasse, eria nica ecisiva novo sindicato" eria m mero oordenador essas tividades ocais, m que s comissões" emocraticamente leitas ealizariam inde- pendência e lasse" os rabalhadores. s icissitudes a ituação concreta do indicalismo brasileiro evam alguns dos efensores essa perspectiva ropugnarem or ma spécie e sindicalismo ara- lelo", mesmo uando ejeitam sse ome. s comissões" e ase substituiriam indicato tividade as ábricas ubstituiria luta entro e m rgão ontrolado, manietado eprimido.

Ao nível os que pensam teoricamente ssa proposição, ão é difícil dentificar m elho iés eórico: déia mais eral e inde-

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pendência e lasse" os rabalhadores ntendida omo ecusa a política nstitucional, as egociações om stado, o sujar s mãos" as lianças, om istas btenção e oncessões u itórias parciais. Mais inda, mal scondem onfusão ntre uta conômica e uta olítica, usência e mediações ntre ível conômico- corporativo ível olítico, islumbram as comissões" once- bidas esta orma embrião" o partido ndependente a lasse operária".

Entretanto, eria gualmente rrôneo nalisar al roposição omo mero roduto de erros" u desvios", ou eduzi-la o imbo olorido dos ate-bocas os orredores niversitários. Na erdade, essur- gimento essa velha proposição m ossos ias em laras recentes raízes istóricas ociais, , a ua ersão rática mediata, la levou ão oucos militantes perários utênticos ar nfase xces- siva os rabalhos e ábrica embora maioria ão egasse, m tese, a importância o rabalho no indicato). Em ntrevista ecente', os membros a Chapa , e posição iretoria o indicato os Metalúrgicos e ão aulo, mostraram vanço ue epresentou para s utas a posição indical, uperação a alsa icotomia trabalho e ábrica/trabalho o indicato. Essa alsa icotomia eve, porém, ua ustificação os ltimos nos: iante a neficácia as

direções pelegas", a epressão olicial o apel epressivo xer- cido elos róprios elegos, uitas ideranças ntermediárias e operários referiram edicar melhor e uas utas rticulação de militantes nterna s ábricas. lém isso, or epender muitas vezes o spaço a greja, e rganizações aroquiais u e ocie- dades e airro ara ealizar euniões, rivilegiaram a rática sse tipo e spaço olítico xtra-sindical. sso udo, mais ecusa "obreirista" e lguns, e ntrar m ontato om utros etores nte- lectuais olíticos, onduziu lguns írculos upervalorização os

"grupos e ábrica" ntão urgidos, omo lemento rioritário a luta perária. ecusa e ebates rabalhos omuns om utros setores ociais ambém ra istoricamente xplicável: os nos e 1969 973 ais ontatos acilitaram ma ose xtra e epressão, da mesma maneira ue imples ato e parecer o indicato podia ignificar ara ualquer rabalhador emissão umária o emprego.

Em 973, urante ma reve a metalúrgica Amo m ão aulo, os rabalhadores onseguiram leger á entro ma omissão e á-

brica ara ncaminhar s egociações, ue eforçou orretamente a erspectiva e utar ela ormação e ais rganismos m utras fábricas. ntretanto, avia raves roblemas e oordenação as lutas ucleares e ada mpresa om utras o mesmo etor. os poucos, s rupos mais onseqüentes o movimento perário oram percebendo ue uta o indicato, azendo posição os elegos e strutura igente, odia er m lemento glutinador oorde- nador os movimentos ocais. Entretanto, déia a comissão" e

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fábrica omo substituto" o indicato á avia anhado orpo m círculos ue nalisavam movimento perário oi ransformada por lguns rupos m alavra e rdem.

Os ue ssim ensavam u ensam e squecem e ma mpor- tante xperiência o movimento perário rasileiro, e 948 950: a as associações aralelas" gadas comissões e ábrica". movimento operário daquele período, duramente reprimido pelos acon- tecimentos ue e eguiram assação o CB m maio e 947 (intervenção m mais e 00 indicatos, risões e íderes, landes- tinidade os epresentantes olíticos indicais), endeu entrar as "comissões", maioria as uais inha ido ormada o urto nter- valo emocrático e 945-1947, ua uta. sso ermitiu ue s greves ão esaparecessem, ue s ideranças mais ficazes manti-

vessem ontato om s ases, ue uta perária ontinuasse viva. Entretanto, squerda perária, uja nica xpressão rgânica era CB, marginalizada a olítica os indicatos, esolveu in- cular s comissões" m ipo e indicato aralelo, s ssociações civis e rabalhadores. s epoimentos e ntigos militantes indi- cais mostram ue ais ssociações ão onseguiam glutinar lasse, eram uramente eprimidas, ó ongregavam ma equena minoria de militantes e anguarda esenvolviam movimentos revistas externos" s ases. Movimentos ue, or sso mesmo, pesar a

combatividade os íderes as associações aralelas", inham ouca repercussão a massa ram lvos áceis a epressão. Mais rave ainda, rovocavam esarticulação as rincipais omissões, xpos- tas olícia istas omo neficientes ela massa.

Os ue oje e ulgam muito vançados oliticamente orque ro- põem ubstituição os indicatos elas comissões", u esprezam a uta entro o indicato mesmo ue ão igam xpressamente), ignoram ue essa foi uma experiência oncreta fracassada no Brasil e, iga-se de passagem, m ondições as uais nfrentamento om o parelho e Estado ra mais ácil: mesmo ue ormalmente, xis- tiam s arantias iberal-democráticas a onstituição e 946, sempre e podia burlar em muito error lei e reve mais randa que s tuais). sso para alar m História; e ôssemos iscutir m profundidade eórica mportância os indicatos, s efensores a "substituição", onscientes u nconscientes, ouco eriam izer.

«Separando» s Comissões os Sindicatos

Bem mais espeitável, mbora ambém quivocada, osição os teóricos /ou militantes ue retendem separar" struturalmente as omissões os indicatos. ua ormulação asicamente e- guinte: s comissões" glutinariam s lementos ais ombativos, sindicalizados u ão, entro a ábrica. ão evem er ubordina- dos ireção o indicato; eus membros articipariam o rgão

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de lasse, mas ato e erem membros a omissão eria ma coisa istinta e erem ócios o indicato, mbora s ois ipos de rganismos e nfluenciem mutuamente. egundo s efensores

dessa osição, lém e eu aráter e rganismo eivindicatório e base, omissão eria m nstrumento e ducação olítica, or- tanto mais vançado a ua roposição o ue rgão indical. Apontaria ara ma uta e orizontes istóricos mais mplos, por sso everia er ndependente o indicato, em e ntegrar m sua strutura rgânica.

N ão ificil erceber s aízes istóricas eóricas essa on- cepção. m rimeiro ugar, la e ilia ma espeitável radição do ensamento olítico indical: os conselhos e ábrica", e

que xpressão rática mais laborada e eu a tália os nos 1919 920, m urim, e ue melhor ormulação eórica oi dada or ntônio Gramsci, m os irigentes o movimento os "conselhos". lém e esenvolver uta eivindicatória, s conse- lhos" inham ma lara unção olítica: e reparar s rabalha- dores ara fetiva estão o rocesso ndustrial, omo specto do rocesso e ireção da rópria ociedade utura, pós errota do apitalismo. Os conselhos" e Turim oram rópria xpressão da emocracia perária, isando o oder, reparando-se ara iri-

gir

stado

epois

a

itória

evolucionária.J

ários

os

rupos políticos ue efendem eparação ntre s omissões e ábrica

e s indicatos ensam ssas omissões omo erdadeiros mbriões de onselhos, mesmo ue ão xpressem.

E astante traente ara muitos etores erspectiva e omis- sões e ábrica ue e onstituem o mbrião o uturo rganismo de oder perário. ntretanto, ais etores e squecem e ois aspectos ssenciais.

O primeiro é o do caráter dos conselhos, que no entender de Gramsci

é laramente evolucionário, enquanto orma ue

dquire

esen- volvimento eal a evolução roletária, ue ende spontaneamente a riar novos modos e rodução rabalho, iferentes ormas isci- plinares, ue ende riar ova ociedade em lasses".' sse caráter evolucionário videntemente ão dequado o ontexto de ma uta specífica, rasileira, ela riação e ma ova stru- tura indical emocrática. em mesmo e sta uta stiver ssociada àquela ela riação e artidos perários ocialistas, ão er que ais partidos nscrevam m eus rogramas m evolucionarismo imediatista.

O egundo specto, ssociado o rimeiro, a ituação is- tórica oncreta m ue s conselhos" e urim mergiram: ram revolucionários orque a tália a poca e ivia oncretamente uma ituação istórica ré-revolucionária: perariado taliano, particularmente urinês, inha ma onga radição e rganização sindical, om m artido ocialista ue, pesar e eus ícios uro- cráticos eformistas, ra orte onstituía m ado ssencial a

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vida olítica taliana. sse roletariado ançava-se ma uta eci- siva. á m 915 917 avia e efrontado e rmas a mão om o stado urguês, m urim, a rise o ós-guerra m ue

Itália mergulhou, m 919 920, perariado islumbrou ossi- bilidade róxima e ma errota ecisiva o apitalismo. odos sabemos ue ó scensão o ascismo oi apaz e eter ssa derrota. ortanto, e s conselhos" inham aráter evolucionário, isso ão e evia os esejos e eus íderes, im ercepção de ma ituação bjetivamente ré-revolucionária.

Ainda e oderia rgumentar ue s omissões e ábrica ue estão urgindo oje o Brasil ão êm, fetivamente, m aráter revolucionário, em evem er; ue evem er reservadas a

estrutura indical ara, o uturo, esenvolverem om ndependência esse aráter evolucionário. Os ue ssim ensam squecem ue s situações evolucionárias ngendram uas ormas specíficas, istin- tas m ada momento istórico; ue s omissões e ase as íabncas o Brasil oje, em omo uta or m ovo indica-

mo, e ão undamentais a uta ela emocracia, êm ambém um aráter evolucionário: ão ela estruição mediata o stado capitalista, mas or ma oncepção evolucionária e emocracia, entendida a erspectiva os rabalhadores.

Os efensores a separação" indicato/comissão e ábrica rgu- mentam ambém, muitas ezes, om ucesso a eparação ntre as comisiones breras" a spanha s indicatos ficiais. í também xistem lgumas onfusões. m rimeiro ugar, á ato de s esmoralizados indicatos spanhóis erem bsolutamente ne- ficientes, a medida m ue ua strutura orporativa ascista incluía atrões mpregados o mesmo rgão. bvio ue s mili- tantes perários ão eriam utra lternativa e ão riar utros organismos ara evarem vante ua uta, esenvolvendo s co- misiones". Essa endência icou mais orte inda uando rópria burguesia monopolista entiu ecessidade e egociação ireta om os perários ara esenvolver s etores e onta a ndústria: Lei e Convênios Coletivos" e 958 ncontrou s indicatos ficiais

como m anal neficiente ara s egociações s comisiones" impuseram a rática ua egitimidade egalidade, pesar a e- pressão ascista. 1

E mportante erceber, ortanto, ue a spanha e ratava e destruir indicato ficial, alendo-se as comisiones" nquanto n

o Brasil e oje s etores perários mais onseqüentes pontam Para estruição a strutura e ubordinação os indicatos o Estado. essa estruição, osterior econstrução e m indica- lismo emocrático, s omissões e ábrica esempenham m apel essencial, esde ue ntegradas

os indicatos, ão eparadas estes. A ecessidade, oje, e e ensar gir m unção a xtensão dos rupos e ase a ábrica, a mpliação e eu aráter emo- crático como em contecido os momentos as ltimas reves, m

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que muitas ábricas legeram iretamente ua omissão e epresen- tantes), e e utar ela ixação econhecimento egal as omis- sões. O indicato, lemento glutinador nificador, everá star o

centro essa uta, ue mplica a estruição os aços ue ubor- dinam o Estado, om oda ua orte e elegos urocratas.

Notas

1. Amanhã, ão aulo, -5-1978.

2. Ver a respeito Gramsci, Antônio, "O Movimento Turinês dos Conselhos de Fábrica", n &ras scolhidas, stampa, isboa, 1974, . 5 2.

3. Gramsci, ntônio, Sindicatos onselhos", n roposta uplemento , ão Paulo, aio/1978, . 2.

4. Ver respeito As omissões Operárias na spanha, col. Rosa os entos, São aulo, 978.

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Documentos

Cara ara presenta s extos ue e eguem — odos néditos

em ortuguês — omo ma ontribuição ara studo as elações entre indicatos, artido onselhos e ábrica. Tanto s extos e Gramsci omo Programa os omissários

de eção e urim" oram roduzidos m lena uta olítica o proletariado urinês os nos 0. Ambos pontam ara ma rgani- zação e ovo ipo o ampo perário — rganização e ase e- presentativa, struturada os onselhos e ábrica. ivia-se, ntão, de orma guda, ase mperialista o esenvolvimento o apita- lismo, uando, o izer e Gramsci, poder ndustrial e oda fábrica ermanece ora esta e cha m mãos e m rust, e um monopólio, e m anco, a urocracia statal".

Nessas ircunstâncias ão esgastadas s nstituições lássicas a burguesia parlamento, artidos) em omo a lasse perária sin- dicatos artido ocialista). Aprofundando rise, espontava, om enorme igor, movimento e massas, ue evaria Gramsci on- siderar sse eríodo omo minentemente evolucionário. Por utras palavras, stavam riadas, o eu ntender, s ondições ara construção o stado perário artir e ma ova orma e organização olítica conômica.

Tornava-se vidente nadequação ntre movimento e massas e uas nstituições. indicato e ncontrava or emais urocra- tizado unha m rática ma olítica eformista. O Partido ocia- lista, com suas fraturas internas, não cumpria a função de dar unidade ao movimento perário. esse ontexto movimento urinês assou a aminhar, oncretamente, ara ormação e ovas rganizações, 0 u eja, s onselhos e ábrica, onstruídos artir a rodução, da ção oncreta o rabalho.

Como e abe, movimento os onselhos e ábrica e urim nos nos 919 920 cabou endo ufocado ace o eu solamento em elação odo esto a tália. Esse solamento — rovocado, em rande arte, elo omportamento ssumido elo artido ocia- lista — onduzirá Gramsci epensar, osteriormente, s elações entre indicatos, onselhos artido. eja omo or, mportância

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dos extos qui ublicados stá o ato e erem roduto e e- flexões obre ma xperiência articular e uta perária.

Fique o eitor prevenido, portanto, ontra entação e ma rans-

posição mecânica a xperiência taliana os onselhos ara utras realidades m utras ormações ociais, omo ossa. nálise criteriosa os extos ó eve nteressar a medida m ue ela possam er xtraídos nsinamentos erais odas s emais xpe- riências perárias, lém o studo as ausas e eus xitos eus fracassos.'

• radução os extos e Gramsci qui elecionados oi eita or Dirce Eleonora Nigro olis, rofessora e ilosofia a UC o io e aneiro. ara eleção desses ocumentos ontamos om olaboração e dmundo ernandes ias, professor e ociologia a NICAMP, ue inda raduziu O rograma os o- missários e eção".

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drada uma onfiguração ue e dapte ncessantemente s eis ue regem ntimo processo o esenvolvimento histórico eal a mesma classe, mais e bstinam sses íderes m ua egueira e sforçam

em egular juridicamente" s issidências s onflitos. spíritos eminentemente urocráticos, ais íderes creditam ue ma ondi- ção bjetiva, adicada a mentalidade ue e esenvolve as xpe- riências ivas a ábrica, ode er uperada om m iscurso ue comova s entimentos om ma rdem o ia otada or nani- midade uma ssembléia mbrutecida ela etumbância xtensão oratórias. a tualidade s íderes os uais ludimos e sforçam em olocar-se altura os empos", , ara emonstrar ue ão capazes e meditar rofundamente", oltam s elhas á bsole- tas deologias indicalistas, nsistindo, rabalhosamente, m stabe- lecer elações e dentidade ntre oviet indicato, nsistindo trabalhosamente m firmar ue istema tual e rganizações sindicais onstitui rmação a ociedade omunista, istema e forças o ual eve e ncarnar itadura roletária.

N a orma m ue tualmente xiste os aíses a Europa Ociden- tal o indicato) m ipo e rganização ão penas ssencialmente diferente o oviet, mas ambém, e modo onsiderável, iferente do indicato al ual em e esenvolvendo, ada ez mais, a e- pública omunista Russa.

Os indicatos e fício, s âmaras e rabalho, s ederações industriais, Confederação Geral o Trabalho onstituem ipo e organização roletária specífica o eríodo a istória ominado pelo apital. m erto entido, ode ustentar-se ue sta orma parte ntegrante a ociedade apitalista uja unção nerente ao egime e ropriedade rivada. Em al eríodo, aquele m ue os ndivíduos alem anto mais uanto maior eja uantidade e mercadorias ue ossuam maior eja ráfico ue las açam, também s perários e iram onstrangidos bedecer s érreas

leis a ecessidade eral e onverteram m omerciantes e ua única ropriedade, e ua orça e rabalho e ua nteligência profissional. Mais xpostos os iscos a ompetição, s perários acumularam ua ropriedade m razões ociais" ada ez ais vastas, riaram sse norme parelho e oncentração e arne e fadiga mpuseram reços orários rganizaram ercado. Adquiriram ora u em o eio mesmo e ua lasse m essoal de dministração, e onfiança, xperiente essa lasse e specu- lações, apaz e ominar s ondições o mercado, pto ara

estipulação

e

ontratos,

e

alcular

s

casos

omerciais,

e

niciar operações conomicamente teis. atureza ssencial o indicato é ompetitiva; ão , e maneira lguma, omunista. indicato não ode er, ois, m nstrumento e enovação adical a ocie- dade: ode ferecer o roletariado eritos a urocracia indical, experts écnicos m uestões ndustriais e ndole eral, orém o ue ão ode er ase o oder roletário. O indicato ão

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oferece enhuma ossibilidade e leição as ndividualidades ro- letárias apazes ignas e irigir ociedade; e eu eio ão podem urgir s ierarquias ue ncarnem rrojo ital, itmo

do rogresso a ociedade omunista. A itadura roletária ode e ncarnar um ipo e rganização específica da própria atividade dos produtores e ão os assalariados, dos scravos o apital. onselho e ábrica élula rimordial dessa rganização. orque o onselho stão epresentados odos os amos o rabalho, roporcionalmente ontribuição ue odo ofício odo amo o rabalho resta laboração o bjeto ue a ábrica roduz ara oletividade. al nstituição , ois, ma instituição e lasse, ma nstituição ocial. Sua azão e er adica no rabalho, a rodução ndustrial, uer izer, um ato erma- nente ão penas o alário, a ivisão as lasses, u eja, um fato ransitório ue e uer recisamente uperar.

Por sso, onselho ealiza nidade a lasse rabalhadora, á às massas ma oesão ma orma a mesma atureza ue coesão orma ue massa dota a rganização a ociedade.

O onselho e ábrica modelo o stado roletário. odos os roblemas nerentes rganização o stado ão nerentes organização o onselho. anto um omo outro, onceito e cidadão aduca ubstituído elo onceito e ompanheiro: colaboração ara oa til rodução esenvolve olidariedade, multiplica s ínculos e feto e rmandade. ada m ndis- pensável, ada m em eu osto ada m ealiza ma unção. Mesmo mais gnorante mais trasado os perários, mesmo o mais aidoso mais refinado" os ngenheiros caba or on- vencer-se essa erdade as xperiências a rganização a ábrica: todos cabam or dquirir ma onsciência omunista ara om- preender rande asso diante ue conomia omunista e- presenta rente conomia apitalista. O onselho rgão mais idôneo e ducação ecíproca e esenvolvimento o ovo spírito social ue roletariado onseguiu xtrair a xperiência, iva fecunda, a omunidade e rabalho. olidariedade perária ue no indicato e esenvolve a uta ontra apitalismo, o ofri- mento o acrifício, , o eio o onselho, ositiva, ermanente, se cha resente m odos s momentos a rodução ndustrial, está mplícita a ubilosa onsciência e er m odo rgânico, m sistema omogêneo ompacto ue, rabalhando tilmente, rodu- zindo esinteressadamente iqueza ocial, firma ua oberania, atualiza ua otencialidade ua iberdade riadora e istória.

A xistência e ma rganização a ual e cha nquadrada classe rabalhadora m ua omogeneidade e lasse rodutora, ue faz ossível m spontâneo ivre lorescimento e ierarquias individualidades ignas apazes, erá epercussões onsideráveis e undamentais a onstituição o spírito ue nima tividade dos indicatos.

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O Conselho e ábrica e aseia ambém obre fício. Em oda coletividade, s perários e grupam m rigadas, ada rigada constitui ma nidade e rabalho de fício): Conselho stá ons- tituído recisamente elos omissários ue s perários ntegrantes

de ada rigada a oletividade legem. orém, e indicato stá baseado o ndivíduo, onselho e aseia, m roca, obre ni- dade rgânica oncreta o fício ue e tualiza a rganização do rocesso ndustrial. rigada o fício) ompreende ue is- tinta o eio o orpo omogêneo a lasse, mas m empo róprio se ente ngrenada o istema e isciplina, e rganização e ordem ue orna ossível, om eu xato reciso uncionamento, o esenvolvimento a rodução. Quanto o nteresse conômico político, fício onstitui ma arte ndistinta olidária, erfeita-

mente ncaixada o orpo a lasse. De gual modo, odas s ndús- trias ão omogêneas olidárias om istas ealização e ma perfeita rodução, istribuição cumulação ocial a iqueza; e bem ue ada ndústria em nteresses iferentes nquanto orres- ponde rganização écnica e ua tividade specífica.

A xistência o onselho onfere os perários esponsabilidade direta a rodução, eva-os melhorar eu rabalho, nstaura ma disciplina onsciente oluntária, ria sicologia o rodutor, o criador e istória. Os perários razem o indicato ssa ova ons- ciência, , esde imples tividade a uta e lasse, indicato passa edicar uas nergias o rabalho undamental e mprimir à ida conômica écnica o rabalho ma ova onfiguração; dedica-se laborar orma e ida conômica e écnica rofis- sional rópria a ivilização omunista. Neste entido s indicatos, integrados elos elhores, elos ais onscientes os perários, atualizam momento upremo a uta e lasses a itadura do roletariado: riam s ondições bjetivas as uais s lasses já ão odem ontinuar xistindo em ampouco odem enascer.

E sso ue azem a Rússia s indicatos e ndústria. Estes

se

onverteram

os organismos

os

uais

odas

s

istintas

mpresas de ma eterminada ndústria e malgamam, e onectam, e rti- culam ormando ma rande nidade ndustrial. Ficam, ssim, ois, eliminadas s ompetições esagregadoras, s randes erviços administrativos, e bastecimento, e istribuição e cumulação são nificados m randes entrais. s istemas e rabalho, s segredos e abricação, s ovas plicações e azem mediatamente acessíveis oda ndústria. multiplicidade e unções urocrá- ticas isciplinares nerentes s elações a ropriedade rivada a empresa ndividual ica eduzida s meras ecessidades ndustriais.

A plicação os rincípios indicais ndústria êxtil eterminou a Rússia ma edução a urocracia e 00.000 mpregados .500. A rganização or ábricas strutura lasse toda lasse) uma

unidade omogênea oesa ue e dapta lasticamente o rocesso industrial e rodução omina té enetrar-se efinitivamente

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do mesmo. a rganização or ábrica ncarna-se, or onseguinte, a itadura roletária, stado omunista ue limina omínio de lasse as uperestruturas oliticas m uas ngrenagens erais.

Os

indicatos

e

fício

e

ndústria

onstituem

s

ólidas

érte- bras o rande rupo roletário. stes laboram s xperiências individuais ocais s ão cumulando, tualizando ivelamento nacional as ondições e rabalho e rodução, ivelamento obre o ual e aseia oncretamente gualdade omunista.

Mas ara ue eja ossível mprimir os indicatos sta ireção positivamente lassista omunista ecessário ue s perários dirijam oda ua ontade oda ua é m ireção onsolidação e ifusão os Conselhos, té nificação rgânica a lasse raba- lhadora. obre sses imentos omogêneos ólidos lorescerão

se esenvolverão odas s struturas uperiores a itadura a economia omunistas.

2. indicalismo onselhos *

Somos indicalistas? movimento, niciado m urim, os omis- sários e grupamento utra oisa ue nésima ncarnação ocal da eoria indicalista? É a erdade ste equeno orvelinho ue

prognostica s

evastações

o

iclone

indicalista

marca

ndígena, daquele onglomerado e emagogia, e nfático erbalismo seudo- revolucionário, e spírito e ndisciplina e rresponsabilidade, de renética gitação e ns oucos ndivíduos e nteligência imi- tada pouco érebro muita obiça), ue té gora ograram, lgu- mas ezes, oubar ontade s massas, ue ermanecerá os anais o movimento perário taliano marcado om tiqueta e "sindicalismo taliano"?

A eoria indicalista racassou ompletamente a xperiência on- creta as evoluções roletárias. s indicatos emonstraram ua

incapacidade rgânica ara ncarnar itadura roletária. O esen- volvimento ormal o indicato e ssinala or ma inha e eca- dência o spírito evolucionário as massas: umenta orça a- terial, molece u e esvanece o odo spírito e onquista; enfraquece mpulso ital, ntransigência eróica ucede rática do portunismo, rática do ão a manteiga". ncremento quantitativo etermina m mpobrecimento ualitativo m ácil acomodar-se às formas ociais apitalistas, assim omo ambém eter- mina parição e ma mentalidade perária órdida, streita, e pequena média urguesia. ontudo, arefa lementar o indi- cato ecrutar toda" massa, bsorver m eus uadros odos os rabalhadores a ndústria a gricultura. O meio ão esulta, portanto, dequado o im ; e omo eio ão mais ue m

• Publicado riginalmente o ornal rdine uovo, urim, -11-1919.

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momento o im ue e stá onseguindo, evemos oncluir ue sindicalismo ão m meio ara evolução, ão m momento da evolução roletária, ão evolução ue e stá ealizando, que e stá azendo: indicalismo ão evolucionário penas ela possibilidade ramatical e coplar ssas uas xpressões.

O indicalismo esultou er ma mera orma a ociedade apita- lista; orém ão ma orma e uperação otencial e al ocie- dade. indicalismo rganiza s perários ão omo rodutores, mas omo ssalariados, uer izer, omo riaturas o egime api- talista e ropriedade rivada, omo endedores a mercadoria ha- mada rabalho. indicalismo ne s perários egundo nstru- mento e rabalho u egundo matéria ransformar, u, ito em utras alavras, indicalismo ne s perários e cordo om

a orma ue hes mprime egime apitalista, egime o ndivi- dualismo conômico. ervir-se e m nstrumento e rabalho antes ue e utro, modificar eterminada matéria ntes ue utra revela ma apacidade ptidões ão emelhantes a adiga o lucro; perário oncebe ssa ua ptidão ão omo m o- mento a rodução, mas omo m uro imples eio e anhar dinheiro.

O indicato e fício u e ndústria, nindo sse perário eus companheiros e fício u e ndústria, queles ue sam o ra- balho eu mesmo nstrumento u ue ransformam mesma matéria que le ransforma, ontribui ara onsolidar mentalidade ual nos eferimos nteriormente, ontribui ara istanciar ada ez mais esse perário e utoconsiderar-se omo rodutor e rer-se mer- cadoria" e m mercado acional nternacional ue stabelece, dentro o ogo a ompetição, eu róprio reço, eu róprio alor.

O perário omente ode onceber-se i mesmo omo rodutor se e onsidera omo arte nseparável e odo istema e ra- balho ue e esume o bjeto abricado; omente e ive ni- dade o rocesso ndustrial ue equer olaboração o eão, o operário ualificado, o mpregado e dministração, o ngenheiro, do iretor écnico. perário ode onceber-se i mesmo omo produtor omente e, or aver-se nserido sicologicamente o ro- cesso rodutivo articular e ma ábrica eterminada por xem- plo, uma ábrica utomobilística e urim) or aver-se onsi- derado omo m momento ecessário mprescindível a tividade de m omplexo ocial ue roduz utomóvel, oncebe urim como ma nidade e rodução ue em aracterizada elo uto- móvel nterpreta ma rande arte a tividade eral o rabalho turinense omo xistindo esenvolvendo-se nicamente orque

existe e esenvolve ndústria o utomóvel, oncebendo, or conseguinte, os rabalhadores, essa múltipla tividade eral omo trabalhadores, o mesmo empo, a ndústria o utomóvel, , or fim, riadores as ondições ecessárias uficientes ara xis- tência essa ndústria. Partindo esta élula, ábrica, ista omo

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unidade, omo ção riadora e eterminado roduto, perário chega ompreensão e ada ez mais astas nidades, té hegar ao lano acional, m ujo eio unciona m igantesco parelho de rodução, aracterizado or uas xportações, ela oma e i- queza ue roca or utra oma quivalente e iqueza, fluindo de odas s artes o mundo, os múltiplos parelhos igantescos esparsos or odas s edondezas a Terra. Então, perário m verdadeiro rodutor, orque gora im omou onsciência e ua função o rocesso rodutivo, e odos s raus o mesmo, esde a ábrica té ação, té mundo; ntão perário em ons- ciência e lasse e onverte m omunista, orque ropriedade privada ão unção a rodutividade, e onverte m evolu- cionário orque oncebe apitalista, roprietário rivado, omo

um

onto

morto,

omo

m

bstáculo

ue

á

ue

liminar.

ntão, concebe Estado", oncebe ma rganização omplexa a ocie- dade, orque sta ão enão orma o igantesco parelho e produção ue eflete, om odas s elações, orrelações unções novas uperiores xigidas or ua norme mplitude, ida a fábrica; ue epresenta omplexo, armônico ierarquizado, as condições ecessárias ara ue ua ndústria, ua ábrica, ua erso- nalidade e rodutor iva e esenvolva.

A rática taliana o indicalismo seudo-revolucionário roibida pelo movimento urinense os omissários e rupo, ssim omo também prática o indicalismo eformista; roibida m uplo grau, osto ue indicalismo eformista epresenta uperação do indicalismo seudo-revolucionário. om feito, e indicato pode omente ar os perários pão manteiga", e indicato pode omente ssegurar, o egime urguês, m mercado e alários estável liminar lguns os iscos mais erigosos ara ntegri- dade ísica moral o perário, vidente ue rática eformista obteve, melhor ue seudo-revolucionária, sses esultados. e um nstrumento e he ede mais o ue ste ode ar, e azemos crer ue m nstrumento ode ar mais o ue ua atureza er- mite, ntão, ão e ometem mais ue bsurdos ão e ealizam mais ue ções meramente emagógicas. s indicalistas seudo- revolucionários a tália e êem miúdo brigados iscutir conveniência e azer o indicato por xemplo o indicato erro- viário) m írculo echado, ntegrado nicamente elos revolucio- nários", minoria udaz ue rrasta s rias ndiferentes massas, as uais erminam or enegar rincípio lementar o indica- lismo: rganização e oda massa. orque ntuem, ntima inconscientemente, nanídade e sua" ropaganda, ncapacidade

do

indicato

ara

ar

orma

oncretamente

evolucionária

ons- ciência o perário. Porque ão e olocaram unca om lareza

precisão roblema a evolução roletária, orque stes, s e- quazes a eoria os produtores", ão iveram unca onsciência dos produtores; ão emagogos, não evolucionários agitadores de...

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sangue m fervescência elo ogo os iscursos), ão ducadores, não ormadores e onsciências.

O movimento os omissários asceu e esenvolveu omente para ubstituir Borghi, uozzi u D'Aragona? O movimento os o- missários egação e oda orma e ndividualismo e erso- nalismo. Este nício e m rande rocesso istórico, o ual a massa rabalhadora ai dquirir onsciência e ua ndestrutível unidade aseada a rodução, a ção oncreta o rabalho, ue dá ma orma rgânica sta ua onsciência onstruindo-se ma hierarquia, xtraindo al ierarquia e eu mais rofundo eio ara que sta eja omo ontade onsciente e m im reciso lcan- çar, e m rande rocesso istórico ue, ese s rros ue s indivíduos possam cometer, e não bstante s crises ue s ondições nacionais nternacionais ossam eterminar, ulminará, nexoravel- mente, a itadura roletária, a nternacional omunista.

A eoria indicalista ão eterminou unca nálogo onceito o produtor nem o processo e esenvolvimento istórico a ociedade dos rodutores; ão ndicou unca ue rganização os raba- lhadores e he evesse mprimir al ireção al entido. Teorizou uma orma articular e rganização — indicato e fício e indústria — e onstruiu, sso im, obre ma ealidade, orém obre uma ealidade ue evava eprodução o egime apitalista, a livre ompetição, a ropriedade rivada, a orça e rabalho;

construiu, or onseguinte, omente ma topia, m rande astelo de bstrações. O onceito o istema os onselhos, undado obre oder a

massa rabalhadora rganizada omo ede o rabalho, omo ni- dade e rodução, em uas rigens as xperiências istóricas concretas o roletário usso, esultado o sforço eórico dos ompanheiros omunistas ussos, ão indicalistas, mas ocia- listas evolucionários.

3. O Conselho de Fábrica *

A evolução roletária ão m movimento rbitrário e ma organização ue e iz evolucionária, em e m istema e rga- nizações ue e hamam i mesmas evolucionárias. evolução proletária m mplo rocesso istórico ue e erifica uando surgem u e esenvolvem eterminadas orças rodutivas que resumimos a xpressão proletariado") um eterminado mbiente histórico que esumimos as xpressões: modo e ropriedade individual, modo e rodução apitalista, istema e ábrica, modo de rganização a ociedade o stado emocrático-parlamentar"). Numa eterminada ase esse rocesso, s ovas orças rodutivas

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já ão odem ontinuar esenvolvendo-se, em istematizando-se e maneira utônoma os lanos ficiais m ue e esenvolve on- vivência umana. Nesta eterminada ase e roduz, ois, ato revolucionário; ato ue onsiste um sforço ireto ara omper

violentamente stes lanos, ara estruir oda rganização o poder conômico olítico a ual ram pressivamente mantidas as orças rodutivas evolucionárias; ato ue e poia um sforço direto ara uebrar máquina o Estado urguês ara onstituir um ipo e stado, m ujo eio s orças rodutivas iberadas encontrem orma dequada ara eu esenvolvimento osterior, para ua osterior xpansão, ssim omo ara e azer om orça suficiente ara uprimir eus dversários.

O rocesso eal a evolução roletária ão ode er dentificado com esenvolvimento ção as rganizações evolucionárias de ipo oluntário ontratual ais omo artido olítico s sindicatos rofissionais; rganizações stas ascidas o ampo a democracia urguesa, a iberdade olítica, omo onsolidação desenvolvimento essa mesma iberdade. Tais rganizações, nquanto encarnação e ma outrina ue nterpreta rocesso evolucio- nário ujo esenvolvimento ntevêem dentro e ertos imites e probabilidade istórica), enquanto onsideradas elas randes massas como eflexo eu omo ua rganização mbrionária e overno, são a tualidade, ada ia mais erão, s gentes iretos

responsáveis os ucessivos movimentos e ibertação ue oda classe rabalhadora ratará e ealizar o ecorrer o rocesso evo- lucionário. Mas, odavia, ão ncarnam sse rocesso, ão uperam ainda stado urguês, ão barcam ão odem barcar odo o múltiplo ulular e orças evolucionárias ue apitalismo esen- cadeia m eu nexorável umo e máquina e xploração e opressão.

Durante redomínio conômico olítico a lasse urguesa, o esenvolvimento eal o rocesso evolucionário e erifica e maneira ubterrânea, a bscuridade a onsciência as normes multidões ue apitalismo em ubmetidas s uas eis. al ro- cesso ão ontrolável em ocumentável, orém erá o uturo quando s lementos ue onstituem os entimentos, s eleida- des, s ábitos, s ermens e niciativa e ostume) e iverem desenvolvido urificado o ompasso o esenvolvimento a itua- ção ue lasse perária em cupando o ampo a rodução. As rganizações evolucionárias o artido olítico indicato profissional) asceram o ampo a iberdade olítica, o ampo da emocracia urguesa, omo firmação esenvolvimento a iber- dade a emocracia m

eral, um erreno

m ue ubsistem s

relações e idadão idadão. O rocesso evolucionário e erifica no ampo a rodução, a rodução, a ábrica, ujas elações ão de pressor primido, e xplorador xplorado, nde ão xiste liberdade ara perário, em ampouco emocracia. rocesso

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revolucionário e erifica nde perário ão ada uer er tudo, nde oder o roprietário limitado, m oder e ida e morte obre perário, obre mulher o perário, obre s filhos o perário.

Quando izemos ue rocesso istórico a evolução perária, processo ue stá, e modo manente, a onsciência umana o regime apitalista, ue eva m i mesmo uas róprias eis e desenvolve ecessariamente través a onfluência e ma multipli- cidade e ções ncontroláveis omo riadas or ma ituação ão desejada elo perário ão revisíveis elo mesmo, uando ize- mos ue rocesso istórico a evolução florou uperfície se onverteu m ontrolável ocumentável?

Dizemos sso uando oda lasse perária e ez evolucionária;

porém ão penas o entido e ue sta e ega enericamente a olaborar om s nstituições overnamentais a lasse urguesa; não penas o entido e ue sta epresenta ma posição o campo a emocracia, mas ambém o entido e ue oda lasse operária, al omo sta parece o eio a ábrica, nicia ma ção que eve ecessariamente esembocar a undação e m stado operário, ue eve ecessariamente onduzir ociedade umana a er onfigurada uma orma bsolutamente riginal, niversal, ue abarca oda nternacional perária, , or im , oda umanidade. E izemos ue eríodo tual evolucionário recisamente orque constatamos ue lasse perária ende, m odas s ações, com odas s uas nergias, riar — ão bstante s rros, s vacilações, s bstáculos róprios e ma lasse primida, em xpe- riência istórica ue udo em ue azer omeçando esde rin- cípio — , azer urgir e eu eio nstituições e ovo ipo o campo perário, nstituições e ase epresentativa, struturadas e acordo om m lano ndustrial; undar, m uma, róprio Estado. Eis or ue izemos ue ascimento os onselhos pe- rários e ábrica nvolve m randioso vento istórico, upõe

início

e

ma

ova

ra

a

istória

o ênero

umano. N a ase iberal o rocesso istórico a lasse urguesa, élula elementar o stado ra onstituída elo roprietário, ue a á- brica ubjuga, m roveito róprio, lasse perária. a ase iberal o roprietário ra, o mesmo empo, mpresário ndustrial; poder ndustrial, onte o oder ndustrial ra ábrica, pe- rário ão onseguia ibertar ua onsciência a déia a ecessidade do roprietário, uja essoa e dentificava om quela o ndus- trial, om quela o dministrador esponsável a rodução, , or conseguinte, ambém e eu alário, e eu ão, e uas oupas,

de eu eto. N a ase mperialista o rocesso istórico a lasse urguesa, poder ndustrial e oda ábrica ermanece ora esta e cha m mãos e m rust, e m monopólio, e m anco, a urocracia estatal. O oder ndustrial e orna rresponsável or onseguinte

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mais utocrático, mais esapiedado, mais rbitrário; orém pe- rário, iberto a ubmissão o chefe", iberto o spírito ervil e hierarquia, mpelido ambém elas ovas ondições erais as uais

a ociedade e ncontra, ndependentemente a ova ase istórica, o perário, epetimos, ealiza onsideráveis onquistas e utonomia e e niciativa.

N a ábrica, lasse perária e onverte m m eterminado ins- trumento e rodução" entro e ma eterminada onstituição orgânica; odo perário assa casualmente" ormar arte este corpo onstituído: asualmente o ue feta ua ontade, orém não asualmente o ue iz espeito meta e eu rabalho, osto que le upõe ma ecessidade eterminada o rocesso e raba-

lho

e

rodução,

penas

or

sso

ontratado,

penas

or

sso pode anhar o pão: le é, ssim, uma engrenagem a máquina-divisão do rabalho a lasse perária, ssim eterminada omo nstrumento de produção. Se o operário adquire consciência clara desta sua "neces- sidade eterminada" oloca a ase e m rganismo epresen- tativo e ipo statal quer izer, ão oluntário, ontratual, orém absoluto, rgânico, nerente ma ealidade ue ecessário eco- nhecer e e uer er ssegurado ão, estuário, eto: ro- dução ndustrial), e perário, e lasse perária az sso, ode-se dizer ue az ma oisa randiosa, ue nicia uma ova istória, ue inicia ra os Estados perários. Estados ue everão esembocar na ormação a ociedade omunista, o mundo rganizado obre

base, sobre o tipo da grande fábrica mecânica, da Internacional omu- nista, a ual odo ovo, oda arte a umanidade dquire erso- nalidade igura nquanto ealiza ma eterminada roeminente produção ão nquanto stá rganizada m orma e stado possui eterminadas ronteiras.

Enquanto onstrói sse rganismo epresentativo, a ealidade classe perária ealiza xpropriação a rimeira máquina, o ns- trumento e rodução mais mportante: lasse perária mesma, que e ncontrou i mesma, ue dquiriu onsciência e ua ni- dade rgânica ue nitariamente e ontrapõe o apitalismo. classe perária onfirma, ssim, ue oder ndustrial, ue onte do oder ndustrial eve oltar ábrica, oloca ovamente á- brica — o onto e ista o perário — omo orma a ual classe perária e onstitui m orpo rgânico eterminado, omo célula e m stado ovo, stado perário, omo ase e m novo istema epresentativo: istema e Conselhos. O Estado pe-

rário,

osto

ue

asce

e

cordo

om

ma

onfiguração

rodutiva, cria já as condições de novo esenvolvimento, de sua dissolução omo tal Estado, e ua ncorporação rgânica m istema mundial: Internacional omunista.

Como oje, o onselho e ma rande ábrica mecânica, oda brigada e rabalho de fício) e málgama, o onto e ista proletário, om s emais rigadas e ma eção, ada momento

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da rodução ndustrial e unde, ob mesmo onto e ista role- tário, om s emais momentos õe m elevo rocesso rodu- tivo; ssim, o mundo, arvão nglês e unde om etróleo

russo, o

rigo

iberiano

om

nxofre

da Sicília,

arroz

do Vercellés com madeira a Stúria... m m rganismo nico, ubmetido uma dministração nternacional ue overna iqueza o mundo em ome e oda umanidade. Neste entido, onselho perário de ábrica rimeira élula e m rocesso istórico ue eve culminar a nternacional omunista, ão penas omo rganização política o roletariado evolucionário, mas omo eorganização a economia mundial omo eorganização e oda onvivência u- mana, anto acional omo nternacional. Toda ção evolucionária atual em m alor, istoricamente eal nquanto ossa derir

tal rocesso, nquanto stá oncebida ara er, , m to e libertação este rocesso as uperestruturas urguesas ue ons- trangem storvam.

As elações ue evem existir entre partido olítico Conselho de ábrica, ntre indicato ste mesmo Conselho ascem mplici- tamente esta xplicação: em artido em indicato evem er colocados omo utores em omo uperestruturas á onstituídas desta ova nstituição, a ual oma orma istórica ontrolável processo istórico a evolução; mas ue evem er nstalados omo agentes onscientes e ua ibertação elas orças e ressão ue se esumem o stado urguês, evem ropor-se rganizar s on- dições xternas erais políticas) as uais rocesso a evolução adquira ua máxima elocidade as uais s orças rodutivas iber- tadas ncontrem máxima xpansão.

4. indicatos onselhos *

O sindicato não esta nem quela efinição o indicato: indicato

toma-se ma efinição eterminada, uer izer, dota ma igura histórica eterminada nquanto s orças ontade perária ue o onstituem he mprimem ssa ireção mpõem ua ção que- les ins ue êm firmados a efinição.

Objetivamente, indicato orma ue mercadoria-trabalho adota ue omente ode dotar m egime e rodução apitalista organizado ara ominar mercado. sta orma m scritório integrado or uncionários, écnicos quando s á) a rganização, especialistas se s á) a rte e oncentrar e uiar s orças operárias o bjetivo e stabelecer, rente o oder o apital, m equilíbrio antajoso ara lasse perária.

O esenvolvimento a rganização indical em aracterizado or estes ois atos: 1) o indicato barca ma uantidade, ada ez

• ublicado riginalmente o ornal rdine uovo, urim, 2 - 6 - 1 9 2 0 .

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maior, e fetivos perários, uer izer, ncorpora isciplina e sua orma ma uantidade ada ez maior e fetivos perários; 2) indicato oncentra eneraliza ua orma té olocar m mãos

de

m

scritório

entral

oder

a

isciplina

o

movimento,

uer dizer, e epara as massas ue rregimentou, ai o ogo os a- prichos, as eleidades róprias as randes massas umultuadas. Assim, indicato orna-se apaz e stabelecer actos, e ontrair compromissos; ssim, briga mpresário ceitar ma egalidade em uas elações om perário; egalidade ondicionada ela on- fiança ue o empresário em na solvência do indicato, pela onfiança que mpresário em a apacidade o indicato ara bter a parte as massas perárias espeito as brigações ontraídas.

O dvento essa egalidade ndustrial upôs ma rande onquista da lasse perária, orém sta ão ltima efinitiva onquista: a egalidade ndustrial melhorou s ondições a ida material a classe perária, mas ssa legalidade não mais ue um ompromisso, um ompromisso ue oi ecessário ontrair, ue erá ecessário suportar nquanto s elações e orça ejam esfavoráveis classe operária. Se os funcionários a organização indical onsideram a egalidade ndustrial omo m ompromisso ecessário, orém não ermanente; e sses mesmos uncionários nfocam odos s meios e ue indicato ossa ispor ara melhorar s elações de orça m entido avorável lasse perária, e esenvolvem odo o rabalho e reparação spiritual material ecessária ara ue tal lasse ossa, m m momento eterminado, niciar ma fensiva vitoriosa ontra apital ubmetê-lo s uas eis, ntão indi- cato erdadeiramente m nstrumento evolucionário, ntão is- ciplina indical, or er dotado ecisão e azer espeitar elos operários egalidade ndustrial, isciplina evolucionária.

As elações ue evem xistir ntre indicato onselho e fábrica êm ue er onsideradas o onto e ista o uízo ue se mite obre atureza alor a egalidade ndustrial.

O Conselho egação a egalidade ndustrial, m odo nstante tende nulá-la, omo ende ncessantemente onduzir lasse operária onquista o oder ndustrial, onvertê-la m onte desse mesmo oder. O indicato m lemento a egalidade, e vê brigado azer eus rganizados espeitá-la. O indicato es- ponsável ace aos ndustriais omo nte eus deptos; le arante a ontinuidade o rabalho o alário — sto , o ão o teto — ao perário ua família. O Conselho ende, or ua spon- taneidade evolucionária, esencadear m odo momento uerra da lasse; indicato, por ua orma urocrática, ende ão eixar que uerra e lasse unca e esencadeie. s elações ntre s duas nstituições evem ender riar ma ituação a ual ão suceda ue m mpulso aprichoso o Conselho etermine m asso atrás a lasse perária, ma errota a mesma, uer izer, ma situação a ual aráter evolucionário o onselho enha ma

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influência obre indicato ue eja, m uma, ma eação ue dissolva urocracia uncionamento indical.

O Conselho ueria air odo momento a egalidade ndustrial: o onselho massa, xplorada, iranizada, orçada o rabalho servil, elo ue ende niversalizar odas s ebeldias, ar alor e esolver odos s eus tos e oder. indicato omo gência responsável, olidariamente, a egalidade, ende niversalizar perpetuar ssa egalidade. s elações ntre indicato onselho devem riar s ondições as uais aida a egalidade — fen- siva a lasse perária — obrevenha o momento mais portuno para sta lasse, obrevenha uando lasse iver mínimo e preparação onsiderada ndispensável ara onseguir ma itória

duradoura. As elações ntre indicato onselho ão odem stabelecer-se

com utro ínculo ue ão eja ste: maioria, u ma arte ons- pícua os leitores, o Conselho, stá rganizada o indicato. odo intento e incular om elações e ependência ierárquica s uas instituições ão onduz mais ue o niquilamento e mbas.

Se onceito ue az o onselho m mero nstrumento e uta se materializa m ma isciplina urocrática m ma aculdade de ontrole ireto o indicato obre onselho, ste e steriliza

como xpansão evolucionária, omo orma e esenvolvimento eal da evolução roletária ue ende spontaneamente riar ovos modos e rodução e rabalho, ovos modos e isciplina; m resumo, riar ociedade omunista. Posto ue onselho asce na ependência a osição ue lasse perária em onquistando no ampo a produção industrial, posto ue Conselho ma neces- sidade istórica a lasse perária, ntento e ubordiná-lo ierar- quicamente o indicato eterminaria, ntes epois, m hoque entre s uas nstituições. orça o onselho onsiste o ato e que ste dere onsciência a massa perária ue uer manci- par-se utonomamente, ue uer onsolidar ua Uberdade e nicia- tiva a riação a istória: oda massa articipa a ida o Conselho abe ue sta lgo recisamente evido sta ua atividade. a ida o indicato articipa m eduzidíssimo úmero de rganizados; orça eal o indicato adica este ato, orém também este ato adica ma ebilidade ue ão ode er osta à rova em orrer ravíssimos erigos.

Se, or utro ado, indicato e poiasse iretamente os onse- lhos, ão ara ominá-los, mas ara onverter-se m ua orma superior, e efletiria obre indicato endência, rópria os Conselhos, e air odo momento a egalidade ndustrial, esen- cadear m ualquer nstante ção esolutiva a uerra e lasse. O indicato erderia ua apacidade e ontrair ompromissos, er- deria eu aráter e orça isciplinadora eguladora as orças impulsivas a lasse perária.

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Se s rganizações stabelecem o indicato ma isciplina evo- lucionária, ma isciplina ue parece nte massa omo ma necessidade ara riunfo a evolução perária ão omo ma servidão o apital, al isciplina e erá ndubitavelmente ceita

pelo Conselho, e onverterá a orma atural a ção esenvolvida pelo Conselho. e scritório o indicato e ransforma um rga- nismo e preparação evolucionária, e omo al parece nte massa devido ção ue onsegue esenvolver, través os omens ue o ompõem, través a ropaganda ue eva abo, ntão eu ará- ter oncentrado bsoluto erá isto elas massas omo ma maior força evolucionária, omo ma ova ondição e as mais mpor- tantes) ara xito a uta evado undo.

N a ealidade taliana, uncionário indical oncebe egalidade

industrial omo ma erpetuidade. om emasiada reqüência defende ob m onto e ista dêntico o o roprietário. Vê o- mente aos rbítrio m udo uanto corre o eio a massa operária; ão niversaliza to a ebelião o perário ontra disciplina apitalista omo ebelião; mas omo materialidade o to que ode er m i or i rivial. ssim ucede ue istorieta da capa e huva o moço e retes" aja ido mesma ifusão e tenha ido nterpretada pela stupidez ornalística o mesmo modo que istória obre socialização as mulheres a Rússia". Nestas condições, isciplina indical ão ode er utra oisa enão m serviço restado o apital; estas ondições odo ntento e ubor- dinar Conselho o indicato ão ode er ulgado mais ue omo reacionário.

Os omunistas uando uerem ue to evolucionário eja, o possível, onsciente esponsável, uerem ue leição — entro da ossibilidade e er ealizada — o momento e esencadear a fensiva perária ecaia a arte mais onsciente esponsável desta lasse, aquela parte ue e cha rganizada o Partido ocia- lista ue mais tivamente articipa a ida a rganização. or isso s omunistas ão odem uerer ue indicato erca ua energia isciplinadora ua oncentração istemática.

Constituindo-se m rupos rganizados ermanentes os indicatos e as ábricas, s omunistas evem ransferir os indicatos s fábricas s oncepções, s eses, ática a II nternacional; evem influenciar isciplina indical determinar eus ins, evem nfluir sobre s eliberações os Conselhos e ábrica onverter m ons- ciência riação evolucionária s mpulsos ebelião ue manam da ituação ue apitalismo ria ara lasse perária. Os omu- nistas o artido êm maior nteresse, orque obre les esa maior esponsabilidade istórica, m uscitar, om ua ncessante ação, ntre s ivergentes nstituições a lasse perária, elações de ompenetração e atural nterdependência ue ivifiquem disciplina rganização om spírito evolucionário,

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O rograma os omissários e eção *

Conselho e Fábricas e Turim

O rograma os omissários e eção

O resente rograma oi otado ela rimeira ssembléia, uase geral, os omissários e ábrica e Turim. le, mais ue rograma, quer er xposição os onceitos ue nformam urgimento a nova orma e oder roletário, xposição om ins ropagandis- ticos ara ixar ma lataforma e iscussão om s rganismos proletários urgidos nteriormente.

Esta rimeira ssembléia ão e rroga, ois, ireito e ormu- lar rograma efinitivo, orque ste rograma e rabalho revolucionário eve, ortanto, star berto ontínuas ambém radicais novações. Deve, elo ontrário, ervir ara irigir a tália a xperiência rática a ealização a ociedade omunista.

Atribuir-se odos s ireitos róprio os ue hegam rimeiro. Assim azem lguns aqueles omens ue uerem ersonificar m i mesmo ida os indicatos ue ostariam ue odos ceitassem o onceito ue indicato ode om s eus ncargos reencher toda ida ocial.

N ós om ealidade e osso oder as ossas unções omos uma rimeira egação essa eoria; egação ue ão eórica, ue não construção rtificial a mente umana. O osso oder urgiu

pela espontânea ontade o roletariado a ábrica ansado e ever se ubmeter m lena uta emocrática ma isciplina ormu- lação os onceitos iretivos em oz e ever ontinuamente desconfiar o emor ue, elas endências u alências e omens, seja onduzida or ma strada iversa a evolucionária.

É or ssa eação spiritual ue s omissários urgem niversal- mente m odas s ações. O urgimento os omissários emonstra que ratar s reços o ampo a oncorrência urguesa, administrar s meios e rodução massa os omens ão uas funções istintas. rimeira em m im ue e ode izer omer- cial, onsiste o valiar ob m ado mercado urguês raba- lho e ma ategoria para endê-lo or preço maior, unção xercida pelo indicato. nquanto a egunda em ma inalidade otencial

• Publicado riginalmente o ornal rdine uovo, urim, - 11 - 1 9 1 9

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de reparar omens, rganismos onceitos om ontinuação ré- revolucionária e ontrole, ara ue stejam rontos ara ubstituir a utoridade atronal a mpresa, nquadrar m ma ova isci- plina a vida social. É ssa a função os omissários, ue elo róprio mecanismo e ormação epresentam mais emocrático os o- deres. meta recisa e ixar s recisos imites o rabalho e poder ntre ssas uas unções, ez-se receder rograma e ma declaração e rincípios undamentais.

O exemplo a funesta divergência ntre irigentes indicais poder dos onselhos a Hungria stimulou entar revenir epetição do ato a evolução taliana ixando s elações ntre s uas funções ixando oda unção quelas arefas ue ua onsti- tuição, eu rincípio nformativo o eu xercício otidiano, he atribui.

O princípio do mandato democrático deve prevalecer em todo poder. Os leitos ão evem er enão xecutores a ontade a massa, e sse rincípio , erdadeiramente, ealizado elos omissários.

O ufrágio esse istema ão inda niversal sso or azões contingentes. xiste inda ma urguesia om umerosos ervos, existem inda roletários ão onscientes, esorganizados, ue, e podem evem er ireito o oto, ara xercício e ua ontade, não evem er ireito andidatura, sto , erem nvestidos de ma utoridade ue eve ontrolar s indicatos, os uais ão têm onsciência, ida ocial ue ão ompreendem.

M as s omissários, recisamente orque leitos or odo ro- letário, ão oder ocial, orque ntre s rganizados ão leitos por odos s roletários que omo onscientes e mpõem ndubita- velmente massa) odem epresentar ontade os róprios rga- nizados as rganizações.

O programa, epetimos, ão everá unca er efinitivo. Sucessivas

assembléias egionais

acionais everão, ontinuamente,

evê-lo, desenvolvendo s onceitos ele ontidos. N o ntanto, para ua ifusão para a sua iscussão assembléia

dos omissários otou s eguintes rdens o ia:

1) s omissários e ábrica e urim a ssembléia, ealizada 31 e utubro e 919, ormularam rograma nido obre oder dos omissários os onselhos; eliberando ntão:

a) edir publicação obre odos s ornais eriódicos roletários; b) ifundi-los m odas s ábricas a tália; c) ompor omissões e ndústria ormadas as ntigas omissões internas, ara studar-lhe plicação as árias ndústrias; d) azê-lo iscutir ventualmente ceitar or odas s rganizações e ooperativas ue e mantenham o ampo a uta e lasse.

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2) ssembléia os omissários e ábrica elibera eunir uma assembléia egional penas s omissários ue inham urgido a região ara ever rograma reparar rimeiro ongresso e- gional u acional.

Declarações e rincipio

1) s omissários ão s nicos erdadeiros epresentantes conô- micos olíticos a lasse roletária orque leitos or ufrágio universal, or odos s rabalhadores o róprio ocal e rabalho. N os iversos raus, a ua onstituição s omissários epresentam a nião e odos s rabalhadores ue e ealiza os rganismos

de rodução grupo e rabalho, eção, ábrica, nião as ábricas de ma eterminada ndústria, nião os stabelecimentos e ro- dução e ma idade, nião os rganismos e rodução a ndús- tria mecânica grícola e m istrito, e ma rovíncia, e ma região e ma ação, o mundo, os uais s Conselhos s iste- mas os onselhos epresentam oder m ireção ocial.

2) Os perários nidos o istema e Conselhos econhecem tili- dade os indicatos e fício e ndústria, a istória a uta e classe, ecessidade ue ontinuem a ua unção e rganizar as imples ategorias e rabalhadores ara bter melhoramentos de alários, e orário, nquanto ermaneça oncorrência o mer- cado e rabalho, al omo onstituído elo egime apitalista. Reconhecem os indicatos ma ndispensável orma e rganização, porque les epresentam nião uperior os rabalhadores endo iguais nteresses ndividuais roduzidos elo xercício as mesmas funções a rbita a rodução apitalista ue os indicatos evem estar rganizados odos s perários.

3) s iretivas o movimento perário evem ascer iretamente dos perários rganizados os róprios ocais e rodução xpri- mir-se or meio os omissários e ábrica.

Os indicatos e fício a ndústria evem ontinuar a ua atual unção ue e ontratar ela oletividade, om s rgãos patronais, oas ondições e alário orário e egulamentos de rabalho ara ategorias nteiras, edicando oda ompetência adquirida o assado e uta reparação e oncordatas laras, perspícuas ue erdadeiramente espeitem s ecessidades tuais o trabalho a sicologia os perários e ábrica.

Os onselhos ncarnam, elo ontrário, oder a lasse raba- lhadora rganizada or ábrica, m ntítese om utoridade patronal ue e ealiza a rópria ábrica. ocialmente, ncarnam a ção e odo roletariado, olidário a uta ela onquista o poder olítico, ela upressão a ropriedade rivada.

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4) s perários rganizados o eio os onselhos ceitam, em discussão, ue isciplina rdem os movimentos conômicos, parciais u oletivos, ejam ixados elos indicatos, esde ue s diretivas os indicatos ejam adas elos omissários e ábrica, como epresentantes a massa rabalhadora. efutam, omo rtifi- cial, arlamentarista also, odo utro istema ue s indicatos queiram eguir, ara nterrogar ontade as massas rganizadas. A emocracia perária ão e aseia obre úmero, obre on- ceito urguês e idadão, aseia-se obre unções e rabalho, obre a rdem ue lasse rabalhadora ssume, aturalmente, o ro- cesso e rodução ndustrial, rofissional as ábricas.

5) s omissários e ábrica e roclamam ispostos nfrentar

qualquer

esistência

endente

mpedir

os eus

rganismos

specí- ficos ireito o ontrole a ida nterna os rganismos role- tários, rofissionais, as ábricas.

6) s omissários e mpenham m xercer oda ua tividade e propaganda, im e ue e btenha usão, m m nico indi- cato acional, e odas s rganizações e ma mesma ategoria, não onfederadas, mas ue jam ob inha a uta e lasse, ara os ins a evolução omunista.

Todos s indicatos e ficio, e ndústria o roletariado everão aderir Confederação Geral o Trabalho. Os omissários pelam todos s ompanheiros e rabalho ue otaram eles, om ons- ciência omunista, im e ue ueiram ealizar oda bra e persuasão ndividual, ara eforçar s rganizações m ue stão inscritos. e s rabalhadores tingiram erdadeiramente omo e- claram lena maturidade e onsciência lassista, evem ersua- dir-se a ecessidade e onstruir ma nica rande nião e odas as orças roletárias talianas. Devem articipar mais tivamente a vida os indicatos mpor-lhes s onceitos ue nimam istema

dos conselhos,

rabalhar

im de

ue

ejam

liminadas

odas

s

ifi- culdades ue oje e põem nidade roletária. Quando as árias organizações, oje, issidentes, s rabalhadores enham onduzido o mesmo spirito e onquista mesmo esejo e utogoverno e e oder roletário ue nima istema os onselhos usão dessas rganizações ão erá mais o ue ma imples rática e administração omum. s omissários onvidam, elo ontrário, s companheiros e rabalho eparar-se aqueles rganismos ue ão dirigidos, or rincípios, u eligiosos u acionalistas, stranhos absolutamente s unções s arefas as rganizações perárias.

7) ssembléia e odos s omissários as ábricas urinesas fir- mam om rgulho egurança ue ua leição onstituir-se do istema os Conselhos epresenta rimeira firmação oncreta da evolução omunista a tália. la e mpenha m edicar-se

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6) s votações levem fazer-se por voto ecreto as horas e rabalho. O scrutínio eve er úblico mediato om mediata roclamação. O ome o andidato eve er scrito mão a édula. Durante

votação

enhum

rabalhador

e

utra

eção

eve

ntrar

a

eção. A otação eve er enovada a resença o ecretário o onselho, se s esultados ua alidade ão uvidosos.

7) onselho e ábrica everá er eunido elo menos ois ias depois as leições. emporariamente, onselho e onvocará a sede o írculo ocialista mais róximo. Quando s onselhos e afirmarem a ábrica ssembléia everá er ealizada a rópria fábrica. s ormas ara onvocação o Conselho everão er ixa- das elo róprio onselho.

8) omissário em ma upla arefa: ) omissário os rganiza- dos e ua eção ara ontrole a rganização a ategoria m que stá nscrito; ) omissário e odos s perários e ua eção para ua efesa conômica ara ua ção ocial.

9) o onselho e ábrica s omissários epresentam, ntão, odo o roletariado a ábrica. les scolhem o eu róprio eio comitê xecutivo e ábrica; o ual ão m mandato xecutivo a

própria

ábrica

epresentativo

as ssembléias os onselhos. 10) a ssembléia eral e odos s omissários ocais, s omis- sários epresentam, elo ontrário, s nteresses a ua ategoria

da rodução ocal.

11) as ssembléias e odos s omitês xecutivos o ocal, s delegados epresentam, elo ontrário, s nteresses e odo ro- letário as ábricas, a rodução a ida ocial.

12) s omissários e odo m istrito nscritos o mesmo indi- cato e fício u e ndústria e eunirão m ssembléia e fício e e ndústria. s ssembléias omearão, o eu róprio eio, comitê xecutivo a eção ocal o indicato.

Comissários indicatos

13) s ssembléias e ategorias ão onvocadas or niciativa os

comissários, epresentando m écimo os nscritos, u o Conselho da eção. Devem er, utomaticamente, onvocadas para odo movi- mento e ategoria.

14) Os ecretários as eções indicais, administrativas propagandís- ticas evem ossuir ndubitável apacidade a ondução e onversa-

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ção om s rgãos atronais evem er onsiderados xecutores da ontade os perários rganizados ue e xprimem o indicato e o Conselho e ábrica. São esponsáveis iante os omitês xe- cutivos.

15) ompilação as oncordatas as onvenções om s rga- nismos atronais ão elegadas os róprios ecretários ssistidos pelos epresentantes os omitês xecutivos.

A alidação os actos conômicos eferentes ategoria eita pela ssembléia a ategoria.

Nenhum acto em, ntes isso, alidade.

16) ntes e ubmeter ma oncordata provação a ssembléia, a oncordata eve er istribuída a azão e ma ópia or ada fábrica nteressada.

17) s oncordatas erão, ssim, iscutidas a ssembléia os o- missários erão ireito o oto obre oncordata mesmo s comissários nscritos m rganizações iversas as ue onduziram a gitação. o eio a ssembléia e ategoria s omissários ão terão, orém, ireito e ritica os omens os istemas e m

sindicato ue

ão eu. 18) odos s omissários eunidos m ssembléia e ategoria, u contrário, êm ireito e iscutir riticar s istemas os indi- catos ue ão e mantenham o aminho a uta e lasses.

A s arefas os Comissários a Fábrica

1) arefa mais mportante mais elicada o omissário o

interior a ábrica. Deve er empre ntérprete iel os entimentos dos ompanheiros rente s epresentações a utoridade atronal e o eio os onselhos. É a eção ue le eve eceber oder o ual onsiste a olidariedade om ue eus ompanheiros usten- tam s eus tos stejam isciplinados os eus onselhos: oli- dariedade isciplina ue penas ão erdadeiras uando s eus eleitores econhecem omo epresentante enuíno os eus en- timentos.

2)

s omissários rabalham. firmação o eu oder a ábrica

deve imitar-se, esse entido, bter ue ossam penas uspender o trabalho em circunstâncias determinadas e que exijam sua presença fora a eção.

3) unção o omissário urante rabalho ode esumir-se o controle.

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Ele eve ontrolar:

a) ela plicação xata os actos e rabalho ara esolver s

controvérsias ue ossam urgir ntre s perários a eção representante a ireção; b) ara efender s nteresses s entimentos essoais os raba- lhadores m aso e buso e oder or arte os hefes, ela ua incapacidade u njustiça a valiação o rabalho m aso e transformação os rocessos e rabalho u o aso e rise e produção o mercado; c) ara manter a ordem no rabalho ontra s rovocações atronais e s más ções os issidentes a ontade a maioria; d) ara onhecer e modo reciso: Do alor o apital mpregado

na rópria eção; ) endimento a rópria eção m elação todas s espesas onhecidas; ) umento o endimento ue e pode bter; e) ara mpedir e ualquer modo lienação or arte os apita- listas o apital nvestido m móveis a ábrica.

4) O omissário eve studar e stimular s ompanheiros studar os istemas urgueses e rodução s rocessos e rabalho, nci- tando a crítica e as propostas de inovação ptas a facilitar o rabalho acelerando rodução. eve-se adicar o nimo e odos ue igualdade omunista ão e oderá bter enão través e ma intensa rodução ue em-estar ode er ado ão ela esor- dem a rodução, u ela tenuação a isciplina o rabalho, mas por ma melhor mais quânime istribuição as arefas ociais e os rutos a rópria ociedade btida om brigatoriedade o trabalho gualdade os alários.

5) m unção a upracitada azão, s omissários everão studar as novações écnicas nternas ropostas ela ireção ão ro-

nunciar-se

enão pós ê-las iscutido om s ompanheiros, onvi- dando-os ceitá-las, mesmo ue ssas ragam m emporário ano aos perários, mportando, o ntanto, acrifício or arte os industriais ssegurem ornar-se teis os rocessos e rodução, Devem, ntão, ressionar ireção ara ue plique, ntegralmente, as eis obre cidentes obre igiene, melhorando s ocais, ome- cendo-lhe ecessário onforto.

Pelas Escolas Operárias

6) o onselho abe rganizar o eio a ábrica ma scola ue reúna odos s perários om ontade e perfeiçoar-se a ua capacidade rofissional, ncontrando o eio a rópria ábrica s mestres apazes, btendo ireção, ocais meios.

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7) abe, ambém, o Conselho mpor ireção m istema rgânico de ducação os prendizes, igiando ela efesa os eus nteresses.

8) O

Conselho

everá,

o

ntanto,

nterferir

a

tribuição

e

unções superiores os perários ara esmascarar avoritismos enunciá- los omo meios a uta e lasses mpregados elos atrões.

9) Os omissários e eção ndiferentes u trasados evem er mo- bilizados om freqüentes eleições eferendum. Todos s omissários têm brigação e ealizar reqüentes eferendum as uas eções sobre uestões ociais écnicas manter reqüentes omícios ara explicar s rincípios onselhos manados os rgãos roletários.

10) Nenhum onselho em ireito e omper ma oncordata e trabalho em er btido rimeiro provação a ssembléia os o- missários a ategoria or la o omitê xecutivo a eção.

11) uando s ontrovérsias e ma eção om ireção orem colocadas elo omissário u ssumam aráter e rincípio, u ão devidas iferença e nteresses ntre eções, omissário eve expor mediatamente aso quele ue or omissário e ábrica. Durante odo eríodo a ontrovérsia le erá ispensado o

trabalho.

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Comissariado xecutivo de ábrica

Nomeação, Tarefas, Poderes

1) onselho e ábrica omeia ara xecução as eliberações tomadas, ara ratar om ireção, m úmero roporcional e comissários, ue onstituem omissariado xecutivo e ábrica. Ele substitui, o mérito, ntiga omissão nterna, m ugar a ual deve er econhecido ela ireção.

2) roporcionalidade s ormas e leições ão ixadas or ada Conselho elas ssembléias os omissários.

3) m úmero ixo e membros elegados o omissariado erá dispensado o rabalho elo eriodo o argo, , elegado erma- nentemente o scritório articular o omissariado xecutivo ara recolher s eclamações os omissários, xaminá-las, ecusá-las u favorecê-las, poiando-os omo oder ela ecolhido ela orça e toda ábrica.

4) s elegados o omissariado evem uperintender s ntrevistas dos ecretários os indicatos om s rgãos atronais e ábrica.

5) Toda oite, s membros o omissariado ão hamados valiar a ituação a fábrica, e o rabalho ealizado or eus ompanheiros.

6) s elegados o E. evem avorecer om odos s meios obra e ontrole, studo ropaganda esenvolvida elos omis- sários, ncitando orçando s trasados cusando iante o on- selho s neptos ncapazes.

7) s membros o CE. odem ermanecer o argo ontinuamente "por" oda uração o onselho: ermanece o argo urante s eleições elo eriodo ucessivo ara ntregar s oderes s práticas o omissariado ntrante.

Os membros ue erdem onfiança os omissários or oto o Conselho erdem utomaticamente eu mandato.

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8) O CE. ireção êm guais ireitos e fixar omunicações a fábrica.

9) O CE. deve assegurar-se à livre distribuição os jornais no interior da ábrica as oras e arada o rabalho.

10) CE. eve rocurar ublicar m oletim e ábrica uinzenal- mente om inalidade e ecolher statísticas ptas ara profun- dar onhecimento os perários obre ida a ábrica, xplicar o rabalho ealizado elo CE. elo onselho e ábrica, ecolher dos ornais e ategorias s otícias elativas ábrica tc.

Se ábrica muito equena e nirá om utras ábricas o mesmo amo ndustrial.

11) CE. eve ambém rocurar ormar ma aixa ocial e poupança e ábrica ara mplantar m efeitório ooperativo e fábrica, liado liança ooperativa ocal.

12) CE. everá manter tualizado m iário os róprios raba- lhos ara ubmeter emanalmente provação os onselhos.

13) CE. ividirá ntre s membros s omissários arefas e

propaganda e studo. 14) Conselho e ábrica everá er onvocado elo CE. ossivel- mente oda emana sábado, nglês) ara uvir elatório o CE., expor ituação spírito e ábrica, conselhar o CE. as ire- tivas ara oder ecidir obre mérito e nteresses xternos da ábrica u a ategoria.

Em asos xcepcionais ode er eunido iariamente.

Publicações, visos, Noticias, onvocações

1) ssembléia os omissários e urim elibera econhecer jornal Avanti " omo nico iário olítico a egião bter ele o ocal ara ublicação e visos, otícias onvocações os o- missários. dverte ontra ublicação m utros ornais iários dissipando s meios ociais.

2) Delibera, or utro ado, edir ublicação e rtigos e ro- paganda os ovos onceitos odas s ublicações eriódicas proletárias. esposta os eriódicos os edidos os omissários deverão er idos a róxima ssembléia.

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dantil". sto orque eve er icado laro os eitores ue, a minha inha e aciocínio, ão á ugar ara omplementações; u seja, ão á ugar ara ssas determinações ntrínsecas". rocurei justamente, m minha ntrevista, vitar ualquer ivisão ntre s determinantes ociais produção, amília) s eterminantes sco- lares/universitários a rática studantil. ara anto, ustentei uas idéias erais: Da ituação e lasse — efinida ela nserção a produção, u ela elação e ependência/manutenção om a- mília — os membros a ategoria studantil — efine aráter e classe o movimento studantil afirmação ue ão xclui ossi- bilidade e corrência e ituações omplexas, marcadas ela oexis- tência e bjetivos ociais iferenciados entro a ategoria stu- dantil , ortanto, ela asculagem, ndefinição u ransformação do movimento studantil, m unção a volução a uta ntre s portadores e ais bjetivos, elo ontrole o movimento); ) movimento studantil ão qüivale ntegralmente o movimento a classe u ração ue le epresenta, al omo sse movimento e concretiza ora a escola/universidade, a medida m ue le ssume uma orma specífica, m unção e: ) specificidade o uncio- namento o parelho scolar/imiversitário; ) specificidade as on- dições e ção eivindicativa u olítica a ategoria studantil.

Assim, s utas specificamente studantis em or sso eixam de er utas e ma lasse, u ração e lasse. onseqüentemente, não e ode nalisar movimento studantil o rasil tual, a França e 968 u os UA e 964 artir e m modelo eral da uta studantil as ormações ociais apitalistas. ão odemos garantir ue, m iferentes onjunturas, s mesmos bjetivos e classe e xprimem a ção a ategoria studantil. uta ela modernização a Universidade ão oincide ecessariamente om luta ela emocratização o cesso Universidade embora ossam

estar rticuladas); uta ela emocratização a elação e nsino (professor-aluno) ão mplica brigatoriamente uta ela ransfor- mação as unções a Universidade. Os bjetivos ociais ostos ela luta studantil ão ariáveis; ssim, ão á omo ustentar ará- ter ecessariamente roletário, nticapitalista evolucionário essa luta, em omo egar or rincípio ossibilidade e ue al uta assuma sse aráter. Em nício a écada e 0, ategoria niver- sitária e ão Paulo, epresentativa a lta lasse média radicional, antidemocrática ntipopular, erviu oliticamente omo ase e

apoio uta estauradora a urguesia afeeira o movimento etró- grado ntipopular e 932); nálise ão oderia esconsiderar tal movimento, penas or ão e dequar o modelo evolucionário de uta studantil, or onfigurar o ontrário m movimento claramente etrógrado embora endo, ara mpregar xpressão de ara Cara, um movimento ontra status uo": sto , ontra o overno rovisório).

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Para ara Cara, minha roposta e nálise ... sola o stu- dante', ndividualizado, eparado o eu ontexto istórico..."; on- tudo, firma ogo eguir ue ê ... .E . omo enômeno coletivo ue e ealiza om ase uma nstância articular a rá- tica ocial ue scola m odos s eus íveis uperiores, ue, portanto, ambém oletiva ão e xplica elas elações xternas que ada studante mantém om rodução u amília" p. 6). Parece-me, ortanto, ue roposta e nálise e ara ara que epara studante o eu ontexto istórico ou eja, lasse a ue ertence, s uas utas), pondo estudante" o indivíduo de lasse".

M as uais eriam ssas determinações ntrínsecas rática stu- dantil", etectadas or ara ara? onselho ditorial xplica:

... idando a Universidade, DS) om rodução e onhecimento, com aber, a medida m ue ssa rodução e poia xplicita- mente o ntrechoque e deologias nteresses ue manam a luta ntre s lasses, ica xtremamente ifícil vitar ue loresçam posições ntagônicas o status uo' entro a niversidade" p. 7). Na erdade, s mbigüidades s mprecisões ontidas essa rase (que , o ntanto, momento-chave a xplicação ada or ara a Cara rática studantil) ornam ifícil ntendimento e uais sejam s determinações ntrínsecas" rática studantil, ara

Conselho ditorial. e m ado. ara ara arece uerer izer que cesso o onhecimento, iência erdade eva s stu- dantes ara efesa e osições roletárias, ndependentemente e sua ituação e lasse. ssa nterpretação ontradiz, o ntanto, posição e ara ara obre unção a scola/Universidade a sociedade urguesa: ervir os nteresses as lasses ominantes,

... eja ela rodução e uadros, eja ela laboração e deo- logias, ecnologias, onhecimentos, nfim udo quilo ue hamaría- mos, o entido mplo, deologia urguesa" p. 6-77). ssa firma- ção nterior oloca ara ara m ontradição: omo onheci- mento urguês, ministrado a Universidade, ode erar eu on- trário, sto , endências ntiburguesas, roletárias evolucionárias? É erdade ue ara a Cara pode ão er nenhuma ontradição essa íntima elação ntre onhecimento urguês uta evolucionária; nesse aso, abe-lhe xplicar-se espeito, ue ão oi eito o artigo mencionado.

De utro ado, mesma rase ermite ma nterpretação iferente; é ossível ue ara Cara ueira izer ue, a rática ocial on- creta, s osições roletárias enetram na Universidade, loqueando a sua função de elaboração a ideologia e do onhecimento urgueses. Nesse caso. Cara a Cara deve econhecer ue ais osições roletárias vêm e ora a Universidade, stando ortanto onge e lorescer espontaneamente o rocesso niversitário urguês e ransmissão do onhecimento. e ora a Universidade: mais recisamente, as lutas ociais e ue ategoria studantil e az ortadora. liás,

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Cara a Cara admite ue s deologias nteresses, obre ujo hoque se poia rodução e onhecimentos, manam a uta ntre s classes. Como emos, Conselho Editorial esita ntre eorizar obre

as determinações ntrínsecas" rática studantil, econhecer contato estabelecido través e ma ituação e lasse) om s lutas ociais o resente, omo lemento eterminante o aráter da rática studantil.

De esto, omo ara ara ressente ificuldade e e sta- belecer ma elação ntre rocesso urguês e ransmissão e conhecimento ascimento e osições evolucionárias, tiliza-se da fórmula vaga posições ntagônicas o status uo'", para esignar o esultado ontraditório aquele rocesso. eguir. ara ara

deixa

ntrever

ue

ais

ntagonismos

ão

ariáveis,

omo

or

xem- plo: ) ontestação a orma ela ual parelho niversitário e organiza ara xercer uas unções; ) ontestação as onseqüên- cias da apropriação os onhecimentos produzidos a Universidade; c) ontestação olítica o egime, a strutura a ropriedade o próprio stado. Dentro a ua erspectiva asuística, onselho Editorial oderia té er itado utras ormas e posição: posição a m egime itatorial, posição o arlamentarismo, posição o presidencialismo, posição té mesmo emocracia tc. e ara Cara onsidera ue articipação os studantes o rocesso e transmissão/recepção o onhecimento urguês era feitos olíticos variáveis, u iferentes ipos e osição ntagônica o status uo" (exemplo: posição urguesa iberal, emocratismo adical equeno- burguês, endência roletária evolucionária), ue ugar obrou ara as determinações ntrínsecas" rática studantil? o ergiversar sobre atureza as oposições ntagônicas o status uo'", ngen- dradas o rocesso niversitário/escolar e ransmissão/recepção o conhecimento urguês, ara Cara parece fastar-se a ese egundo a ual rabalho ientífico , m i mesmo, ia e cesso er- dade evolucionária. M as e ue lternativa eórica ispõe ara ar fundamento ua firmação obre xistência e determinações intrínsecas" rática studantil? Aparentemente, enhuma. or isso ue ara Cara procura m meio e oltar s determinações extrínsecas" essa rática: O lorescimento essas osições ntagô- nicas posições studantis e posição o status uo', DS) epende do esenvolvimento a ualidade as ontradições omo m odo na ealidade rasileira" p. 7 ).

Dissemos e nício ue s mprecisões eóricas e ara ara

não stão sentas e

onseqüências

ráticas.

Embora ondenando vanguardismo provando bom enso spontâneo" a massa estudantil, Conselho Editorial basculha, á o ível eórico, caba por eintroduzir rgumentos apazes e ustificar osições anguar- distas. É erdade ue ão hega aracterizar ategoria studantil como ma vanguarda e ubstituição" o roletariado, em tiliza argumentos omo a disponibilidade ocial , ortanto, olítica"

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do studante, u a tendência a uventude, m eral, omper com deologia urguesa m rise, ndependentemente e ua ri- gem ocial" argumentos ncontrados os extos e aniel Bensaid sobre movimento studantil rancês). 1 as, espeito e odas as ncoerências a ua xposição, onselho ditorial arece e inclinar redominantemente ara ese egundo ual onheci- mento ientífico etermina, or i ó, estação e osições evo- lucionárias. ra, sse ontato evolucionário om aber ão er- mite ue ategoria studantil, etentora a erdade evolucionária, prime obre espontaneidade" as massas?

De esto, ompromisso ácito e ara Cara com anguardis- mo esponta as uas xpectativas iante o movimento studantil, no Brasil tual. Diz Conselho Editorial . 7: ... o er ues- tionada ase obre ual epousavam s unções rogramadas pelos ominantes ara niversidade, ão uestionadas o mesmo tempo essas funções próprio aráter a universidade"; ... Neste questionamento, ME. esempenha m apel undamental..."; afirma mais diante ue ME. eve uestionar ... niversidade, suas unções o mesmo empo s elações ociais olíticas ue lhe ervem e ase, esmascarando aráter eletivo litista o ensino em omo omprometimento a iência om rdem

atual..." ue ara

Cara

quer izer om sso? Que movimento estudantil rasileiro em ondições, oje, e esenvolver ma uta questionadora a unção mais eral a Universidade urguesa: arti- cipação, o ível conômico o ível deológico, a eprodução da ivisão apitalista o rabalho, a ivisão ntre rabalho nte- lectual rabalho manual? u ensa m bjetivos mais modestos, embora em or sso menos mportantes o momento tual: utas pela emocratização o cesso s Universidades, ela emocratização da elação e nsino, u ontra eso a urocracia niversitária?

Se ara

Cara

pensa o rimeiro ipo e uta, ntão cho ue ão está evando m onta s ossibilidades eais s imites ociais e olíticos o movimento studantil o Brasil tual. e ensa o segundo ipo e uta. ara Cara eve elo menos econhecer ue tal uta ão oi eflagrada té gora e nterrogar etidamente sobre s azões essa nação. erto ue movimento studantil brasileiro e cha, o eu onjunto, esde 973-74, ngajado a luta elas iberdades emocráticas; odavia, sse ngajamento ão tem mplicado, té gora, m questionamento as unções o

próprio aráter a niversidade". liás, embre-se

ue eríodo atual, ujo marco nicial 969, elineia-se omo m eríodo e reforço as aracterísticas a strutura niversitária reexistente: a artir e 969, eu-se egulamentação , eguir, mplantação dos ursos e Mestrado e Doutorado, ujos rincípios e rgani- zação m ada hocam om s ritérios eletivos litistas, egundo os uais empre perou Universidade rasileira. ra, ão me a- rece ue mplantação essa strutura, em omo eu modo e

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funcionamento, enham ido ivamente uestionados ela ategoria estudantil. videntemente, á ue e ar evida onta s ondi- ções olíticas esfavoráveis m ue e moveu movimento stu- dantil urante odos sses nos. M as ssas ondições ão xplicam inteiramente ilêncio a ategoria studantil sse espeito, á que, esses ltimos nos, movimento studantil e ançou m lutas olíticas mais erais mais uras. Na erdade, sse ilêncio é nteiramente dequado os imites equeno-burgueses a uta emo- crática as Universidades, em omo s endências deológicas a classe média rasileira tual, m articular. laro, o ntanto, que, as Universidades, ulto a meritocracia parece ob ova roupagem: empre reciso efender ualidade o nsino a pesquisa, eve-se ombater massificação" palavra ue intomati- camente ubstitui ermo emocratização) tc. omo ara ara interpreta ssa umplicidade ácita a ategoria studantil om estrutura e ós-graduação montada os ltimos nos? rata-se, seu er, e bom enso spontâneo" u e osição e lasse?

Nesta arte inal e minha ntervenção, bandono omentário detalhado as osições ssumidas or ara ara, ara restar alguns sclarecimentos omplementares obre minha rópria osi- ção. ara Cara alvez ossa ncomodar ato e u aracterizar o movimento studantil rasileiro, oje, omo xpressão a lasse

média m rocesso e uptura om egime itatorial. Em rimeiro lugar, uero eixar laro ue sso ão ignifica onsiderar ue movimento studantil, o Brasil u m ualquer utro aís apita- lista atrasado, u ão), empre epresentação olítica a lasse média. O movimento studantil as ociedades apitalistas ode e- presentar redominantemente urguesia, lasse média, am- pesinato etc, conforme eso esses etores entro a Universidade; e sse epende, e m ado, a apacidade e esistência a ur- guesia s utas opulares ela ducação, , e utro, a apacidade das emais lasses m omper s imites mpostos o rocesso du- cacional a reparação a uantidade e orça e rabalho ecessi- tada elo apital) elos nteresses urgueses. Tomemos m xemplo anedótico a França e 968: as hamadas Grandes Escolas como a Escola e Minas, Escola Nacional e Administração, u un- dação Nacional e iências olíticas), erdadeiros edutos a ur- guesia ltamente esistentes enetração a lasse média, o proletariado u o ampesinato, s oucos lunos gauchistas" o- friam m erdadeiro erco or arte e eus olegas, hegando algumas ezes ofrer gressões or arte a maioria onservadora.

Em egundo ugar, róprio movimento studantil e lasse média não , ecessariamente, emocrático-burguês, u ntiproletário, u anti-socialista. m rtigo nterior, rocurei mostrar ue lasse média ode e proximar oliticamente a lasse perária, mesmo aliar-se la, o uadro a uta nticapitalista, mbora ão ossa fazer-se ortadora a deologia roletária.' ssim, or xemplo, a

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França (3s-1968, ontingentes a lasse édia moderna" proxi- maram-se do SU, bem omo o ocialismo utogestionário m eral. Assim, movimento studantil rancês e ntão ão ó ão estoou

desse eslocamento à squerda" a lasse, omo ambém ontri- buiu ara centuar sse eslocamento. Em ltimo ugar, ostaria e izer lgo obre ma uestão ue

não bordei m minha ntrevista. Trata-se a uestão: aráter e classe o movimento studantil, uma ociedade apitalista, ai e- pender empre a osição o studante, nquanto rabalhador, o processo ocial e rodução, u a ua elação e ependência om a amilia? esposta im, nquanto studante nivel écnico, universitário tc.) ão e ransformar, ntegralmente, m rabalhador

em

ase

e

aprendizado.'

M as

ue

sse

studante-trabalhador

m fase e prendizado? efinição ue he á ara Cara, na . 2, é nsuficiente etórica: ... oa arte a massa studantil ons- tituída o écnico rabalhador de manhã) ue oje ão rabalha porque stá m reinamento, ualificando eu rabalho". ergunto: como ssa ondição utura e rabalhador ode eterminar rá- tica ocial o studante, e le, a ua ealidade resente, á e define omo rabalhador o studante ue rabalha), u mantém uma elação e ependência/manutenção om amília u om Estado bolsas e studo, as ociedades apitalistas vançadas)? Resposta: e ' estudante já é m rabalhador, ' studante inda não , ntegralmente, m studante-trabalhador m ase e pren- dizado, or ão ozar e utonomia conômica deológica iante da amília manutenção) o Estado bolsas os studantes menos favorecidos). ergunta: omo onstituir ntegralmente studante como rabalhador m ase e prendizado? esposta oi ada, a prática, ela uta o indicato os studantes a rança, artir de 964, ela nstauração o alário studantil: ó agamento e um alário odos s studantes, ndiscriminadamente ricos u o- bres), oderia utonomizar, conômica deologicamente, onjunto dos studantes, om elação amília o Estado a olução ater- nalista as olsas ara s studantes obres endo ualitativamente diferente o alário ago elo stado odos s studantes-traba- Ihadores, elo eu rabalho). ssa orma e uta artia, nclusive, da ntenção e ransformar deologicamente s studantes e amí- lia urguesa, mediante ua onversão m rabalhadores-aprendizes. Hoje, abido ue ssa uta ão oi itoriosa, alogrando m vencer esistência a urguesia, o Estado a ierarquia niver-

sitária.

odavia,

nálise

ue

rientou

ssa

uta

ermanece

orreta: a ondição futura" e rabalhador ó oderá epercutir obre prática presente" o studante, uando le anhar, o lano co- nômico deológico salário, econhecimento elo Estado essa iga- ção ntre eu resente eu uturo), ondição fetiva e ão, apenas, o ível a etórica) e rabalhador m ase e prendizado. N o aso rasileiro, ategoria studantil inda ão ogrou onquis-

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tar ssa ondição, azão ela ual ua ituação e lasse ontinua a er efinida ela atureza a ua nserção o rocesso ocial e produção, em omo ela ua elação e ependência/manutenção com amília. ra ue inha ara izer. spero ue, m ua resposta, Conselho Editorial e ara Cara esclareça ua osi- ção eórica obre s aízes ociais aráter o movimento stu- dantil, ara ue ossamos ontinuar mpliar ebate.

Saudações,

Décio aes

Notas

1. Ver, or xemplo, Daniel Bensaid . calabrino, Um alanço obre ovi- mento studantil", n rgumento, . , bril e 976, ACH, ampinas.

2. Cf. Décio aes, Classe média olítica e lasse uma ota eórica)", n on- traponto, . , Centro e studos Noel Nutels, Niterói, ov. 977.

3. Aqui, ustento onto e ista efendido, o eu specto mais eral abstraídas as uanças e utor ara utor), or Marc Kravetz, Naissance 'un yndicalisme étudiant", n es Temps Modernes, evereiro e 964; or André Gerz, o apítulo I ("Ktudiants t uvriers") e Le

Socialisme

difficile, ditions u euil, aris, 967; e or acques ancière, a eçon 'Althusser, d. Gallimard, aris, 974, apí- tulo I "Leçon e olitique").

SAIU O N0 56 DOS CADERNOS O CEAS

movimento opular

luta os perários

comunidades clesiais e ase

socialismo

Assinatura: cheque de C r$ 60,00

em

ome

do

Centro

de

Estudos

Ação

Social

Ru a Aristides Novis, 01 — Federação

40.000 Salvador, A

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No omento m que se iscute a reorganização olítico-partidária,

o ebate se amplia com lançamento e

CONTRAPONTO N

Leia:

Novos Partidos: As Opções da Oposição

• ditorial

ntrevistas epoimentos om ersonalidades as rincipais

tendências em ncaminhamento: artido Socialista, artido Tra-

balhista, Frente Popular, anutenção o DB

ox om lgumas ideranças indicais o io ão aulo

falando obre indicalismo olítica.

Tendências Recentes do Capitalismo Brasileiro

Artigo do economista Guido Mântega e da socióloga Maria

Morais.

Experiências e Mobilização opular a Grande ão aulo

Análise a istória a rganização as ociedades e migos

de Bairro, do prof. osé Álvaro oysés.

Movimento de Resistência no Rio de Janeiro

Registro de algumas experiências de luta e organização do

movimento popular.

Contraponto é uma publicação do Centro de Estudos Noel Nutels,

do R io e aneiro.

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Saiu l9 úmero e

EDUCAÇÃO OCIEDADE

Coedição da Universidade Estadual de Campinas

(Faculdade de Educação) e Ed. Cortez oraes.

O EDUCADOR PRECISA ER EDUCADO

Paulo reire: Alfabetizarão de Adultos — Ela é um que Faier

AAoacir adotti: ntrodução a uma Pedagogia do Conflito

Maurício ragtenberg: Francisco Ferrer e a Pedagogia Libertária

Demerval aviani: Educação Brasileira: Problemas

Carmen ylvia idigal Moraes: Ideologia e Intelectuais em Gramsci

Evaldo maro ieira: oder Educação

César

ugusto

amos:

ropriedade

e

Autoridade

208 . — C r$ 0,00

Revista Quadrimestral de iências a Educação

Assinatura: C r$ 210,00

Centro de Estudos e Pesquisas em Ciências da Educação Faculdade de Educação — UNICAMP — Campinas, SP

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VERSUS

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8/12/2019 Gramsci Conselhos de Fábrica, Sindicatos e Partidos

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