grafite e instalaÇÃo

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GRAFITE E INSTALAÇÃO Professora: Cristiane Seibt

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GRAFITE E INSTALAÇÃOProfessora: Cristiane Seibt

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GRAFITE

• A liberdade de expressão na arte foi uma semente plantada na passagem do século XIX para o século XX, com os diversos movimentos de vanguarda que se sucediam desde as primeiras décadas deste último.

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• Esta liberdade foi conseguida pela ousadia e coragem de muitos artistas que romperam com o ranço de valores aceitos por séculos, usando como principais ferramentas a criatividade e outros olhares sobre o homem e o mundo.

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• Já em 1895 era inaugurada a primeira Bienal de Veneza, na Itália; em 1951, inaugurava-se também a primeira Bienal de São Paulo, em nosso país, ambas de caráter internacional, recebendo artistas de todas as partes do mundo.

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• Seriam esses os terrenos mais férteis para que aquela semente continuasse sua jornada.

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• Os grandes espaços das bienais foram os palcos perfeitos que abrigaram em suas gigantescas salas obras dos artistas de vários continentes, cada qual com suas ideias, garantindo a todos o direito à liberdade de expressão.

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• Diferentemente dos antigos mecenas, que patrocinavam seus artistas desde que atendessem aos seus gostos e interesses, as bienais e outros espaços criados dentro do século passado permitiam-lhes a pesquisa de novas linguagens, novos meios de expressão, o uso de novas técnicas e novos materiais.

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• Muito embora não tenha sido apenas este o único fator que propiciou a emancipação das artes em todo o mundo, sem dúvida contribuiu muito para isso.

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• No terceiro quartel do século XX, muitos outros fatos que seriam temas de páginas na história do mundo exerceriam este papel também na história da arte: Armstrong pisava na Lua, acontecia o festival de Woodstock, algumas mulheres ganhavam o direito de aborto, o tesouro de Tutancâmon fazia uma turnê pelo mundo... e aconteciam também as primeiras exposições de fotorrealismo, de arte grafite (ou, do italiano, graffiti: escrita feita com carvão) e de arte performática.

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• O mundo havia mudado e a arte também!

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• Os muros de grandes metrópoles, como Paris e Nova York, haviam sido invadidos por traços, signos e imagens, numa profusão de cores e ideias.

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• Estava nascendo um novo movimento nas artes plásticas, em que os artistas se apropriavam de espaços públicos para desenvolver sua arte, que tinha a marca da rebeldia e da contestação. Criava-se uma linguagem plástica que interferia na paisagem urbana.

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• Os grafiteiros, em vez de pincéis, usavam tintas spray, em vez de cavalete e tela, usavam muros, tapumes, paredes, estações e vagões de trens e metrôs.

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Exemplo de grafite

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Grafite que retrata a pintora mexicana Frida Kahlo.

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Grafiteiro executando seu trabalho em uma competição de grafite na cidade do México.

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Grafite mostrando a cultura afro-americana em Nova York

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• Por invadir espaços públicos, o grafite gerou controvérsias, mas ainda assim, ele é uma modalidade de arte urbana que ganha o apoio de programas governamentais, de escolas e grupos de artistas independentes e, em todo o mundo, tornou-se forte expressão cultural dos grandes centros urbanos.

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• A Universidade de São Paulo criou um programa de incentivo ao grafite, trazendo para esta arte ex-pichadores, com o objetivo de retirá-los da marginalidade e de aproveitar e desenvolver seu potencial criador, profissionalizando-os na arte, com orientação de designers e professores de artes plásticas. O programa foi um sucesso e tem sido desenvolvido por outras organizações governamentais e não governamentais, no Rio de Janeiro, na Bahia, no Distrito Federal e em vários outros estados, fazendo, assim, nascer o grafite como projeto social.

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• Em Brasília, em abril de 2002, o Ministério da Justiça, com a Unesco, lançou um concurso, através do Denatran (Departamento Nacional de Trânsito), em oito capitais do país, oferecendo prêmios em dinheiro (R$ 5 mil para os oito primeiros colocados e R$ 3 mil para os oito segundos colocados) para os melhores desenhos de grafiteiros. O projeto, intitulado “Grafitran”, tinha como objetivo reunir os melhores trabalhos de grafiteiros dessas oito capitais em torno da questão da humanização do trânsito, com o tema “Paz no trânsito”. O projeto foi um sucesso nas mãos desses artistas, que desenvolveram painéis com imagens e mensagens sobre o tema, localizados em espaços públicos próximos às grandes avenidas e rodovias do país.

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• Embora ambos tenham sido confundidos no passado, temos de deixar bem clara a diferença entre grafite e pichação! As diferenças situam-se tanto nos fins como nos meios de cada uma dessas expressões.

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• A pichação, na década de 60, na esteira do movimento hip-hop, iniciou suas manifestações como forma de expressão e protesto das classes marginalizadas, promovendo agressões ao patrimônio público e à propriedade privada, sem a devida autorização de seus proprietários e sem proposta estética.

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Exemplos de pichação sem qualquer proposta ou organização estética

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• Já o grafite, além de não utilizar espaços sem a devida autorização, apresenta uma proposta estética, com diferentes técnicas de pintura.

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• A arte do grafite criou pelo mundo uma diversidade de estilos e um conjunto de termos e gírias que identificam suas obras e seus autores:

• Writer – Artista que pinta grafite.• Tag – Assinatura (nome ou pseudônimo)

do artista.

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• Crew – Grupo de amigos writers, que habitualmente pintam juntos. A crew também tem uma identificação, normalmente feita com três ou quatro caracteres. O grupo utiliza, além da tag, a assinatura da crew em seus trabalhos.

• King – É um writer que goza de respeito e prestígio na comunidade dos grafiteiros. É um título que se adquire pela experiência e qualidade de seus trabalhos.

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• Toy – Termo utilizado para designar o iniciante na arte do grafite, exatamente o oposto ao King.

• Hall of fame – Espaço destinado apenas aos grafites dos mais respeitados e conceituados writers.

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• Spot – Local onde é feito um grafite.• Wild stile – Um dos primeiros estilos

utilizados no grafite, que fazia letras e caracteres quase ilegíveis.

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• Characters – Imagens de bonecos, retratos e caricaturas.

• 3D – Grafite que faz representações com tridimensionalidade, utilizando volume e muito brilho nas imagens e letras.

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• Roof-top – É o grafite feito em locais de difícil acesso, como telhados, outdoors, paredes de grandes edifícios e outras superfícies de altura muito elevada, associando risco e coragem à ação do grafiteiro e conferindo-lhe respeitabilidade no grupo.

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• Outro recurso do qual lançam mão os grafiteiros são as “máscaras” ou moldes. Utilizam grandes folhas de papelão ou placas de acetato, onde recortam as imagens para serem reproduzidas nos muros com tinta spray.

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• Dos incontáveis grafiteiros espalhados por vários países, alguns se destacam por suas obras e pela contribuição dada a essa nova forma de arte, como é o exemplo dos artistas norte-americanos Jean-Michel Basquiat (1960-1988), Keith Haring e Kenny Scharf. Estes dois últimos participaram da XVII Bienal Internacional de São Paulo, em 1983, e seus trabalhos exerceram grande influência sobre a comunidade do grafite no Brasil.

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Grafites de Basquiat

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• Em 1985, na XVIII Bienal, foram lançados os nomes de Alex Vallauri, Matuck e Zaidler, todos grafiteiros brasileiros.

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• Surgiram ainda, no Brasil, outros grandes artistas, que se destacaram também no cenário internacional, como é o caso da dupla Os Gêmeos, Nina Pandolfo e Nunca, que foi convidada, em 2007, a modificar a fachada de um castelo do século XIII na Escócia, com a técnica do grafite, e atingiu dois propósitos: o estético e o da manutenção das paredes que pediam impermeabilização.

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• Outros nomes como Walter Nomura (Tinho), André Monteiro (Pato) e Felipe Yung (Flip) recentemente representaram o grafite brasileiro na cidade de Brighton, na Inglaterra.

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• Os Gêmeos, através de suas criações, já levaram o nome do Brasil também para Nova York, Paris, Milão, Londres, Tóquio e Hong Kong.

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INSTALAÇÃO• Instalação é mais uma das formas de

manifestação artística da arte conceitual, a arte que prioriza a ideia e não o objeto. Na passagem dos anos sessenta para os anos setenta, um grupo denominado Artistas Conceituais anunciava publicamente que a pintura e a escultura haviam morrido.

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• Esse grupo tinha como objetivo, a exemplo de outros artistas e movimentos, contestar a arte tradicional, mas, mesmo com suas afirmativas contundentes, não conseguiu significar que a arte, naquelas formas de expressão, tivesse morrido.

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• Era mais um movimento levantando sua bandeira, apresentando tendência de ruptura com velhos conceitos, técnicas e materiais, buscando uma nova linguagem e valendo-se de “tudo” para sua expressão

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• A Arte Conceitual e, por conseguinte, as Instalações, rompeu com os meios, as técnicas e os materiais tradicionais utilizados pelo artista, para sua expressão em arte. Cavalete, tela, tintas e pincéis já não eram instrumentos indispensáveis para o artista. Ele tinha agora o “mundo” e “tudo que há nele” como ferramenta e material necessário para sua expressão.

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• A Arte Conceitual mostrou-se bastante hodierna, sintonizada em seus propósitos e em sua arrojada linguagem, com todas as tendências da moderna tecnologia que invadia todos os campos do conhecimento humano, incluindo-se aí a arte e o próprio comportamento do homem que buscava novas respostas para questionamentos de toda sorte.

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• Além da Instalação, a Arte Conceitual gerou outras novas formas de arte, como Arte processo, Interferência Urbana, Arte ambiental, Arte performática, e exerceu ainda forte influência em diversas outras formas de expressão artística.

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• A Instalação é uma forma de arte que se caracteriza pelo fato de, na maioria das vezes, ocupar uma sala inteira em galerias ou grandes salões de exposição, onde, por exemplo, dispõem-se objetos sem nexo, palavras, sons, fotos e vídeos, tudo girando em torno de um tema ou uma ideia central, como, por exemplo, o desmatamento da Amazônia. Embora o espectador tenha entrado sem nenhum conhecimento do assunto, sairá com esclarecimento sobre ele e o levará consigo, para reflexão.

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• Na 27a Bienal de São Paulo, que teve como tema “Como Viver Junto”, a obra Gravity Room, do polonês Jaroslaw, apresentou uma proposta que, além de romper com a lei da gravidade, de imediato causa no observador uma estranha sensação de perda de referências espaciais, provocando-lhe ainda a confusão mental necessária para fazê-lo questionar-se em relação a diversos aspectos do mundo real e do subjetivo.

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• O artista, ao colocar os objetos em posições inusitadas, estaria convidando o espectador a refletir sobre a convivência familiar? Ou como se processa a relação das pessoas, dentro de uma casa, nestes estranhos e invertidos planos, afastando-as umas das outras? Ou talvez tenha querido dizer-nos que o mundo está de cabeça para baixo?

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• Os questionamentos e as interpretações foram as mais diversas possíveis, mas as pessoas que adentraram este espaço tiveram algo em comum: todas foram levadas à reflexão e aí, neste particular, o artista viu o objetivo de sua proposta ser atingido.

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A instalação intitulada Golpe é inspirada nas tradições artísticas e culturais da China, onde cada família tinha pelo menos um banco, que passava de geração em geração e  servia para diversos fins domésticos. O resultado é um verdadeiro caos de bancos voando e se embaralhando no ar. Confira!

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O trabalho, trata-se de uma arquitetura impossível, uma ilusão de ótica tridimensional composta por espelhos e a fachada de uma bela casa. Sob o nome de “Dalston House”