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Page 1: GOVERNO DO ESTADO DE MATO GROSSO ... - sefaz.mt.gov.br · GOVERNO DO ESTADO DE MATO GROSSO SECRETARIA DE ESTADO DE FAZENDA ALGUMAS PRÁTICAS ADOTADAS NO ACOMPANHAMENTO DO ÍNDICE

GOVERNO DO ESTADO DE MATO GROSSO

SECRETARIA DE ESTADO DE FAZENDA

ALGUMAS PRÁTICAS ADOTADAS NO

ACOMPANHAMENTO DO ÍNDICE DE

PARTICIPAÇÃO DOS MUNICÍPIOS

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ÍNDICE DE PARTICIPAÇÃO DOS MUNICÍPIOS

GERÊNCIA DE APURAÇÃO DO ÍNDICE DE PARTICIPAÇÃO DOS MUNICÍPIOS

GIPM/SUAC/SARP/SEFAZ

[email protected]

Em virtude das frequentes solicitações que temos recebido acerca de ministrarmos cursos e

treinamentos sobre o Índice de Participação dos Municípios, e seu acompanhamento, e visando

atender, pelo menos parcialmente, esta demanda, elaboramos este roteiro com a finalidade de

contribuir com os Municípios nesse mister. Para tal, contamos com a colaboração de servidores de

alguns Municípios que já acompanham o IPM há alguns anos. Neste texto, descrevemos algumas

práticas implementadas e relatadas pelos mesmos nesta atividade, como sugestões de procedimentos

que podem ser adotadas.

1 LEGISLAÇÃO

A Constituição Federal, em seu art. 158, inc. IV, estabelece que pertence aos Municípios

25% do produto da arrecadação do imposto sobre operações relativas à circulação de mercadorias e

prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação (ICMS).

Estabelece ainda, no parágrafo único do mesmo artigo, que as parcelas de receita pertencentes aos

municípios serão creditadas conforme os seguintes critérios:

I – três quartos, no mínimo, na proporção do valor adicionado nas operações de circulação de

mercadorias e prestação de serviços, realizadas em seus territórios;

II – até um quarto, de acordo com o que dispuser lei estadual.

Ainda, a CF, no art. 161, determina que cabe à lei complementar definir valor adicionado e

dispor sobre o acompanhamento, pelos beneficiários, do cálculo das quotas e da liberação da

participação prevista no art. 158.

Neste sentido, a Lei Complementar federal nº 63/90 define que o valor adicionado

corresponderá, para cada Município:

I – ao valor das mercadorias saídas, acrescido do valor das prestações de serviços, no seu território,

deduzido o valor das mercadorias entradas, em cada ano civil;

II – para contribuintes no SIMPLES e em outras situações em que se dispensem os controles de

entrada, considerar-se-á como valor adicionado o percentual de 32% da receita bruta.

Esta LC disciplina ainda que o Estado publicará, até o dia 30 de junho do ano da apuração,

o valor adicionado em cada Município e o índice preliminar. Os prefeitos municipais e seus

representantes poderão impugnar, no prazo de 30 dias da publicação, os dados e índices

preliminares. No prazo de 60 dias da publicação, o Estado deverá julgar e publicar as impugnações,

bem como o índice definitivo de cada Município.

A Lei Complementar estadual nº 157/2004, determina que na apuração do IPM serão

observados os seguintes critérios:

I – valor adicionado: 75%;

II – receita tributária própria: 4%, fornecida pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE);

III – população: 4%, fornecida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE);

IV – área: 1%, apurada pela Secretaria de Estado de Planejamento (SEPLAN);

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V – coeficiente social: 11%, baseado no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) e apurado pela

SEPLAN;

VI – unidade de conservação/terra indígena: 5%, apurada pela Fundação Estadual do Meio

Ambiente (FEMA).

Os dados necessários à apuração do valor adicionado serão extraídos do sistema de informações

econômico-fiscais da Secretaria de Fazenda (SEFAZ).

A portaria 84/2005 prescreve que os dados necessários à apuração do valor adicionado

serão extraídos dos seguintes documentos:

I – Guia de Informação e Apuração do ICMS (GIA-ICMS) Eletrônica;

II – Documento de Arrecadação (DAR-3 e DAR-1/Aut), para serviços de transportes autônomos e

não inscritos;

III – Notificação/Auto de Infração (NAI);

IV – Nota Fiscal de Produtor e Avulsa (NFPA), para operações de contribuintes não-inscritos.

2 CÁLCULO DO VALOR ADICIONADO

Conforme a Lei Complementar Estadual 157/2004, compõem o valor adicionado:

I. Os valores das operações e prestações que constituam fato gerador do ICMS, mesmo quando o

pagamento for antecipado ou diferido ou quando o credito for reduzido ou excluído em virtude

de benefícios ou isenções;

II. Os valores das seguintes operações imunes:

a) com produtos destinados ao exterior;

b) com petróleo, lubrificantes, combustíveis líquidos e gasosos dele derivados e energia

elétrica, quando destinados a outra unidade federada;

c) com livros, jornais e periódicos, bem como com o papel destinado à sua impressão.

O valor adicionado será obtido da seguinte forma:

VA = S – E,

onde:

VA – valor adicionado;

S – total das saídas;

E – total das entradas.

Serão desconsiderados os valores adicionados negativos e não serão computados para o

cálculo do valor adicionado os valores relativos ao IPI, ICMS retido, operações com o ativo

imobilizado, materiais de consumo, remessas e respectivos retornos, exceto aquelas relacionadas à

industrialização por encomenda, ressarcimento do ICMS e operações classificadas como outras

entradas/saídas e/ou aquisições/prestações de serviços não especificadas na tabela de Códigos

Fiscais de Operações e Prestações do Regulamento do ICMS. Assim, somente serão consideradas

no cálculo do valor adicionada as operações e prestações com CFOPs previstos.

Será efetuada de forma proporcional entre os Municípios a distribuição do valor

adicionado em função das operações de saídas ou prestações de serviços originadas ou realizadas

em seus respectivos territórios, dos contribuintes que exercem as seguintes atividades:

I - prestadores de serviços de transporte interestadual e intermunicipal;

II - comunicação (serviços postais, telecomunicações, de radiodifusão, de televisão, etc.);

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III - estabelecimentos comerciais e industriais que promovam revendas a domicílio de produtos

industrializados.

O transporte multimodal, regido por um único contrato da origem até o destino, será

computado para o Município da origem da mercadoria.

Em se tratando de concessionárias ou permissionárias do serviço público de energia

elétrica será assim calculado por Município:

I – o valor adicionado das suas unidades geradoras de energia hidroelétrica será computado para o

Município onde se localizam tais unidades, podendo porém os municípios envolvidos acordarem

outro critério que atendam seus interesses públicos;

II – o resultado da diminuição entre o valor do inciso anterior e o valor adicionado total será rateado

proporcionalmente em função das prestações de serviços realizadas em seus respectivos territórios.

Os valores das operações ou prestações informados pelas empresas adquirentes do Estado,

em operações internas, de produtos primários remetidos por pessoas físicas, que não emitam nota

fiscal, informados em documento próprio, serão atribuídos aos respectivos municípios onde foram

realizadas tais operações.

Os valores informados pelas empresas detentoras de regime especial para apuração e

recolhimento do ICMS devido quando na contratação de serviços de transporte sob cláusula CIF,

informados em documento próprio, serão atribuídos aos municípios onde originaram as prestações.

O valor adicionado referente às prestações de serviços de transporte interestadual e

intermunicipal executadas por transportadores autônomos ou por transportadoras de outras unidades

federadas, não inscritos no Cadastro de Contribuintes deste Estado, será apurado mediante o

processamento do Documento de Arrecadação. Corresponderá ao resultado da divisão do valor

arrecadado pela alíquota interestadual (taxa unitária).

3 ACOMPANHAMENTO DO CÁLCULO DO IPM PELOS MUNICÍPIOS

Os representantes municipais responsáveis pelo acompanhamento do Índice de

Participação dos Municípios no produto de arrecadação do ICMS têm a finalidades de coletar,

processar e acompanhar os dados necessários à apuração do Índice de Participação do respectivo

Município, visando à melhoria da consistência das informações necessárias à apuração do Valor

Adicionado.

4 ATIVIDADES PROPOSTAS

Para auxiliar os representantes municipais a alcançarem os objetivos acima dispostos,

sugere-se a realização de procedimentos junto aos contribuintes de cada Município:

Confrontar informações contidas nos documentos fiscais NFPA, NF ou NF-e dos produtores

rurais do município, com os relatórios ou cópias de Notas Fiscais em empresas compradoras

ou no próprio produtor para confrontar com os dados constantes no banco de dados da

SEFAZ;

Processar documentos fiscais coletados em sistema informatizado;

Confrontar as informações de NFPA/NF/NF-e com o valor declarado na GIA-ICMS

Eletrônica dos produtores rurais;

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Acompanhar a entrega das GIAs-ICMS Eletrônicas do Comércio, Indústria e Prestação de

Serviços de Transportes Interurbanos;

Orientar e sugerir a substituição de declarações do movimento econômico (GIA-ICMS) a

contribuintes do ICMS, quando constatada alguma inconsistência ou irregularidade;

Orientar contadores para que efetivem a entrega das GIAs-ICMS de contribuintes omissos;

Analisar os relatórios da SEFAZ/MT, referentes aos Índices Preliminares publicados pela

SEFAZ;

Elaborar e acompanhar recursos administrativos para incremento no Índice Definitivo,

quando a apuração do Valor Adicionado estiver divergente da apurada pelos representantes

municipais.

Estes procedimentos podem ser diferenciados conforme as atividades econômicas

desempenhadas pelos contribuintes:

1. CCI - Comércio e Indústria;

2. CAP - Produtores Rurais;

3. Prestadores de Serviços.

4.1 Comércio e Indústria

Algumas das medidas sugeridas, junto aos setores do comércio e indústria, podem ser

implementadas através de atividades específicas, tais como:

a) Checar as informações contidas no cadastro – CCI;

b) Acompanhar a entrega de GIAs no sistema da SEFAZ (periodicidade, valores e CFOPs

utilizados);

c) Acompanhar as informações contidas nos relatórios emitidos periodicamente pela SEFAZ;

d) Buscar sanar as irregularidades constatadas, inicialmente, junto aos contabilistas e,

posteriormente, junto aos contribuintes.

4.2 Produtores rurais

Junto ao setor primário, podem ser estabelecidas algumas atividades, tais como:

a) Checar as informações contidas no cadastro – CAP;

b) Mapear a área cultivável;

c) Acompanhar a produção agrícola local (plantio, colheita, comercialização, etc.);

d) Confrontar as informações prestadas pelos produtores (GIAs) e as fornecidas pelos

armazéns e empresas adquirentes da produção agrícola local;

e) Confrontar preços de venda da produção com os valores praticados no mercado;

f) Acompanhar a entrega das GIAs no sistema da SEFAZ (periodicidade, valores e CFOPs

utilizados);

g) Acompanhar as informações contidas nos relatórios emitidos periodicamente pela SEFAZ;

h) Buscar sanar as irregularidades constatadas com os contabilistas e/ou contribuintes.

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4.3 Prestadores de Serviços

Algumas atividades sugeridas:

a) Checar as informações contidas no cadastro (prestadores sediados no Município);

b) Acompanhar as informações prestadas pelas transportadoras que atuam no Município

durante o ano todo;

c) Acompanhar a entrega das GIAs no sistema da SEFAZ (periodicidade, valores e CFOPs

utilizados);

d) Verificar o preenchimento dos anexos I e II da GIA, se os valores declarados são

condizentes com os serviços prestados no Município;

e) Acompanhar as informações contidas nos relatórios emitidos periodicamente pela SEFAZ;

f) Buscar sanar as irregularidades constatadas com os contabilistas e/ou contribuintes.

5 RELATÓRIOS ELABORADOS PELA SEFAZ

Para auxiliar os Municípios na tarefa de acompanhamento do IPM, a SEFAZ disponibiliza

informações existentes em seu banco de dados e tem fornecido os seguintes relatórios:

1. ACDPR535: Catálogo alfabético de contribuintes (CAP);

2. ACEPR572: Catálogo alfabético de contribuintes (CCI);

3. ACGPR812: Notas Fiscais de Produtor e Avulsa (NFPA) – eletrônicas;

4. ACGPR818: Notas Fiscais de Produtor e Avulsa (NFPA) – digitadas;

5. ACGPR821: NFPA – remetente com CPF (contido no ACGPR818);

6. ACGPR823: NFPA – remetente com CPF (contido no ACGPR812);

7. ACYPR100: Relação de DAR-3/1/Aut – transportadores não cadastrados;

8. DHRPR098: GIAs-ICMS declaradas sem movimento (entradas e saídas zeradas);

9. DHRPR264: GIA-ICMS – anexos I e II (IEs centralizadas);

10. DHRPR278: GIA-ICMS – relatório de omissos na GIA-ICMS por Municípios e

contabilistas;

11. DHRPR296: GIA-ICMS – registros por CFOPs (entradas e saídas);

12. DHRPR555: Valores adicionados por contribuinte (positivos);

13. DHRPR557: Valores adicionados por contribuinte (negativos e nulos);

14. DHRPR558: VAs de inscrições suspensas, baixadas e cassadas;

15. COP3 MENSAL: GIA-ICMS – anexo I;

16. NFE-Eletrônica: Relatório de Notas Fiscais de entrada eletrônicas.

O relatório DHRPR296 serve de base para o cálculo do valor adicionado, sendo os demais

relatórios auxiliares. Os relatórios DHRPR555, 557 e 558 são gerados e fornecidos por ocasião da

publicação dos índices preliminares e definitivos.

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este roteiro não tem o intuito de exaurir a matéria, apenas proporcionar subsídios

exemplificativos das práticas adotadas por alguns Municípios. Conforme colocamos inicialmente,

são diversas sugestões que podem ser implementadas visando auxiliar os servidores municipais que

se dedicam a esta importante tarefa de acompanhar o cálculo do IPM em suas localidades.

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Entendemos que cada ente federado tem suas peculiaridades e atividades predominantes, e

somente o efetivo acompanhamento do IPM pelos servidores levará à identificação e ao

aperfeiçoamento das melhores práticas aplicáveis a cada um.

Gostaríamos de agradecer de forma especial aos nossos colaboradores e destacar, ainda,

que críticas e sugestões a este texto são muito bem-vindas.