governo desenvolvimentista de juscelino kubitschek

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Neste artigo será mostrada um pouco da história do período desenvolvimentista do governo de Juscelino Kubistschek.

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  • 1. GOVERNO DESENVOLVIMENTISTA DE JUSCELINO KUBITSCHEKvila de Casio1 Introduo No perodo compreendido entre 1955 1961, o Brasil conheceu um governo que elevou o status do pas com suas polticas desenvolvimentistas. O governo de JK lembrado por muitas pessoas como uma poca em que se registrou um grande avano, no qual incentivou o progresso econmico por meio da industrializao. Mas ser que a poltica abordada por esse clebre homem trouxe melhoria significativa para a populao? Ao assumir sua candidatura, ele se comprometeu a trazer o desenvolvimento de forma absoluta para o Brasil. No se pode negar que durante esse governo houve um grande crescimento industrial e a sua fora motriz estava alicerada nas indstrias de base e na fabricao de bens de consumo durveis e no-durveis. Uma das formas encontradas por JK, foi atrair o investimento de capital estrangeiro no pas incentivando a instalao de empresas internacionais, principalmente as automobilsticas. Em seu plano de metas conhecido como 50 anos em 5 ele promoveu a implantao de indstrias, trouxe fbricas de automveis para o Brasil, desenvolveu a indstria naval, abriu rodovias, foi o construtor das usinas hidreltricas de Furnas e de Trs Marias e tambm da capital Braslia. Mesmo que Juscelino Kubitschek usasse uma plataforma nacional desenvolvimentista, ou seja, o famoso plano de metas, o qual foi exposto por volta de 1956, propiciou a abertura da economia brasileira ao capital estrangeiro. Como vivia a populao brasileira neste perodo de grande desenvolvimento econmico? Quando se fala de desenvolvimento subentende que h uma melhoria para toda a populao, essa era uma realidade no governo de JK? Esse desenvolvimento exacerbado concentrou-se no Sudeste brasileiro, enquanto as outras regies prevaleciam as atividades econmicas tradicionais. Estudante do 4 semestre do curso de pedagogia da Universidade de Braslia UnB junho de 2009.

2. 2A educao no perodo JKE a educao, onde estava nesta fase do Brasil? de se esperar que, como o Brasil vinha crescendo industrialmente, bvio que se dava nfase s escolas tcnico-profissionais onde seriam formados empregados qualificados que se destinariam aos inmeros setores da produo econmica. A educao profissionalizante era uma forma de integrar o homem na almejada civilizao industrial. Juscelino visualizava estrategicamente um ensino secundrio com maiores possibilidades de opes, alm da tradicional via de acesso ao ensino superior. Ele via na educao uma forma de contribuir no desenvolvimento da indstria, Cunha (1991).Assim, ele reconhecia a inegvel necessidade de capacitar professores, tcnicos, administradores e inspetores daquele nvel de ensino. No muito tempo depois, a preparao de tcnicos de nvel mdio, para irem trabalhar na indstria, no comrcio, na agricultura e mesmo no magistrio primrio era apoiada pelo ento presidente da repblica. De certa forma, Kubitschek aumentou consideravelmente os recursos federais destinados aos cursos industriais de nvel mdio, os quais sofreram uma quadruplicao significativa. Percebemos, nos dias de hoje, que a educao ainda se espelha neste modelo desenvolvimentista, pois muitas pessoas estudam no para a construo do conhecimento, do saber, em fim, pelo prazer em aprender, mas sim para obter status social.Que tipo de poltica educacional existia neste perodo histrico do Brasil? Vale lembrar que mais de 40% da populao era analfabeta. Era s o ensino profissionalizante que vigorava? Como as pessoas encaravam a nova realidade do pas, uma vez que o crescimento das cidades obrigava o homem do campo migrar para os centros urbanos? Refletir sobre essas questes nos leva a questionar at que ponto o desenvolvimento positivo e de que forma ele se torna algo opressor para a maioria da sociedade.A educao estava estreitamente vinculada ao desenvolvimento (inegavelmente, ainda hoje se tem essa imagem da educao) como se fosse um instrumento a servio deste. O pensamento desenvolvimentista da poca caracterizava o sistema de ensino com promotor exuberante do crescimento econmico. Tratava-se de colocar a educao diante das necessidades concretas e no de ideais das pessoas como sujeitos, o que denuncia uma atitude descompromissada do ideal humano. Acredito que o foco principal do governo era a modernizao por meio das indstrias e no privilegiando o suficiente a educao para a vida.A educao, de certa forma, era voltada para a racionalizao do trabalho. Uma formao tcnico-profissional era imprescindvel para o aproveitamento da abundncia de recursos naturais do pas. O aumento da produtividade, objetivo principal do governo, estava 3. 3vinculado a esse processo. Nos nveis de ensino, inclusive no tocante alfabetizao de adultos, os projetos governamentais no traziam mudanas qualitativas. At no tocante ao ensino primrio e ao ensino mdio, o progresso continuava ligado educao profissionalizante nos dois nveis. O investimento de capital externo no setor educacional foi insignificante se comparado s outras reas abrangidas pelo Programa de Metas do governo, no houve uma aplicao direta na educao. O grande desenvolvimento econmico do Brasil produziu uma inverso do papel do ensino pblico e ps a escola sob os desgnios do mercado de trabalho. De certa forma as escolas brasileiras do XXI tambm herdaram um pouco desse pensamento capitalista. Enquanto a expanso caminhava fundamentalmente no sentido do crescimento do capitalismo industrial, a educao escolar continuava a estruturar-se em bases, valores e tcnicas caractersticas da mentalidade pr-capitalista. Ser que as pessoas apoiavam o modelo de educao do governo Kubitschek, ou elas se organizavam para lutar por melhorias da educao? Lembrando que nem todas as pessoas tinham o acesso educao. Munhoz (2006) afirma que a concepo desenvolvimentista de JK no consagrou a educao, a qual recebeu apenas 3% da verba para investimentos no pas. Alm disso, esse dinheiro foi direcionado educao tcnica (considerada como base para o crescimento industrial). Este mesmo autor fala que nada foi feito com relao educao bsica. Apesar do baixo investimento na educao, o Censo de 1960 indicou uma diminuio no nmero de analfabetos com mais de 15 anos, pois at ento era assustador o ndice de analfabetos nessa faixa etria. Inegavelmente, refletir sobre este perodo de nossa histria, nos leva a crer que a idia que se tem de educao hoje resultado de um processo histrico construdo ao longo dos tempos e est arraigada na sociedade. No se estuda mais para aprender algo novo, ou apenas para enriquecer o conhecimento, estudamos para passar no vestibular, para conseguir um bom emprego etc. no que isso seja ruim, mas porque a essncia do saber acaba sendo substituda pelos novos modelos de vida que surge na sociedade. A construo de Braslia Entre as 31 metas definidas por Juscelino Kubitschek, uma das mais importantes era a construo de Braslia. Quais foram os motivos que levaram JK a construir a nova capital? Que tipo de influncia ele teve para fazer uma mudana to radical? O Brasil j havia tido 4. 4duas capitais, a de salvador e, logo depois, a de Rio de Janeiro, porm essa (Braslia) era diferente, planejada, pensada antes mesmo da posse, pelo ento presidente Juscelino.Um dos homens que ajudaram na grande construo foi o arquiteto Oscar Niemeyer. Este profissional foi o responsvel pelos projetos de todos os edifcios pblicos da capital. Por outro lado, se destaca Lcio Costa, o qual projetou o plano urbanstico, conhecido como Plano Piloto, Meyer (2006). Fala-se apenas nas figuras mais importantes que ficaram para a histria, contudo nem se comenta sobre a mo-de-obra exuberante empregada ali. importante destacar que Braslia foi desenhada por uns e construdas por muitos. Inegavelmente, diversos trabalhadores morreram em acidentes nas obras. No havia sequer estradas para ligar Braslia a algum lugar. Os materiais usados eram trazidos de avio. E j no seu nascimento, Braslia mostrava o que seria o seu marco: o altssimo custo da construo da cidade foi tambm devido aos grandes desfalques de dinheiro pblico, Lobo (2007). A nova capital estava sendo erguida num processo acelerado e contnuo. O tempo era curto para a inaugurao. Nas figuras abaixo podemos ter uma idia da dimenso desta obra.A construo de Braslia demandou um investimento muito grande de capital. Para isso, o Brasil recorreu a emprstimos estrangeiros. Por um lado foi vlido, afinal um sonho estava virando realidade, por outro, aumentou sobremaneira a dvida externa do pas.O aumento da violncia outra questo a ser analisada, pois no perodo JK o desenvolvimento vivido pelo pas no atendeu a maioria da populao. Os moradores da zona rural se viram obrigados a migrar para os centros urbanos, uma vez que no se investia mais em pequenos produtores. Essa massa da populao chegava sem perspectiva de vida s 5. 5cidades e acaba ficando a margem da sociedade, o resultado de tudo isso era, efetivamente, o aumento da violncia.No h dvida de que a populao brasileira viveu um perodo de grandes transformaes econmicas, sociais e culturais nos cinco anos de governo de Juscelino Kubitschek. O pas desenvolveu como nunca e deixou marcas desse progresso que ser refletido e lembrado para sempre. Consideraes FinaisA educao, mesmo estando entre as metas do presidente Juscelino, no obteve crescimento significativo nas polticas para o desenvolvimento do pas. A educao estava associada ao processo de profissionalizao para favorecer mais e mais a expanso da indstria. O pas se modernizava e a educao tinha que seguir o ritmo, mas sendo manipulada pelo avano do capitalismo.Sem dvida nenhuma, a poltica desenvolvimentista de Juscelino Kubitschek trouxe uma gama de novas possibilidades para o nosso pas, mesmo deixando o pas com uma dvida muito grande. Contudo, alm de trazer pontos positivos tambm apresentou alguns negativos. A constante busca de capital estrangeiro para a construo de obras, principalmente a de Braslia, deixou o Brasil mais dependente dos pases capitalistas.Entretanto, Juscelino Kubitschek lembrado por milhares de pessoas em todo o mundo como um presidente que lutou incansavelmente para desenvolver o pas em apenas cinco anos. Mesmo a grande dvida deixada por ele, no o impediu de se tornar um modelo para os polticos contemporneos. 6. 6 Referncias MUNHOZ, Cezar. Como JK se tornou um mito? 27/01/2006. http://www.aprendebrasil.com.br/noticiacomentada/060227not01.asp CUNHA, M. Vincius. A Educao no Perodo Kubitschek: os Centros de Pesquisas do INEP. Braslia, maio/ ago. 1991. Faculdade de Cincias e Letras de Assis UNESP. MEYER, P. R. Maria. A construo de Braslia, 2006. http://www.universia.com.br/materia/materia.jsp?id=10089 LOBO, F. 1960: poltica morre no Brasil. La Amrica Latina, 2007. http://remixando.ig.com.br/HTML/continuacao.php? secao_id=7&narrativa_id=509&continuacao_id=179