governanÇa na administraÇÃo pÚblica

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O Brasil como o resto do mundo está inserido em uma nova realidade globalizada onde ainformação torna-se cada vez mais valiosa para qualquer tipo de relação que exista entre aspessoas, sejam físicas ou jurídicas. Neste ambiente onde os processos estão cada vez maiscomplexos, surgem grandes desafios para os governos de qualquer país que optou pelaDemocracia como Regime de Governo. Se por um lado a transparência pública é cobradapela sociedade que elegeu seus representantes, por outro esta mesma transparência traz atona os fatos, que geraram e geram fraudes não somente do lado do Governo, mas tambémdas empresas e da população enquanto elementos constituintes da Nação. Este trabalho foidesenvolvido com o foco voltado para a contribuição que as soluções de Tecnologia daInformação, na forma de softwares desenvolvidos ou contratados pelo Governo, aplicados napromoção da transparência pública e no combate às fraudes de modo geral estáproporcionando ao Brasil, o que já foi feito até o momento e quais as vantagens conquistadasutilizando a tecnologia da informação no apoio a esta nova realidade governamentalenfrentada pelas Instituições Públicas brasileiras.

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FACULDADE PITGORAS DE UBERLNDIA Autorizada pela Portaria no 577/2000 MEC de 03/05/2000 ESPECIALIZAO EM GESTO DE TECNOLOGIA DA INFORMAO

JAIRO BERNARDES DA SILVA JNIOR

GOVERNANA NA ADMINISTRAO PBLICA

Uberlndia Mar/2010

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JAIRO BERNARDES DA SILVA JNIOR

GOVERNANA NA ADMINISTRAO PBLICA

Artigo apresentado banca Examinadora da FACULDADE PITGORAS DE UBERLNDIA, como exigncia parcial para obteno do grau de Especialista em GESTO DA TECNOLOGIA DE INFORMAO .

Orientadora: Profa. Esp. Flvia Cristina da Cunha Alvim

rea de concentrao: Governana de TI

Uberlndia Mar/2010

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Governana na Administrao Pblica

JAIRO BERNARDES DA SILVA JNIOR FACULDADE PITGORAS DE UBERLNDIA Especializao Latu Sensu - Gesto em Tecnologia da Informao e-mail: [email protected] FLVIA CRISTINA DA CUNHA ALVIM Esp. Em Gerncia de Projetos pela Fundao Getlio Vargas e-mail: [email protected]

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Governana na Administrao PblicaResumo. O Brasil como o resto do mundo est inserido em uma nova realidade globalizada onde a informao torna-se cada vez mais valiosa para qualquer tipo de relao que exista entre as pessoas, sejam fsicas ou jurdicas. Neste ambiente onde os processos esto cada vez mais complexos, surgem grandes desafios para os governos de qualquer pas que optou pela Democracia como Regime de Governo. Se por um lado a transparncia pblica cobrada pela sociedade que elegeu seus representantes, por outro esta mesma transparncia traz a tona os fatos, que geraram e geram fraudes no somente do lado do Governo, mas tambm das empresas e da populao enquanto elementos constituintes da Nao. Este trabalho foi desenvolvido com o foco voltado para a contribuio que as solues de Tecnologia da Informao, na forma de softwares desenvolvidos ou contratados pelo Governo, aplicados na promoo da transparncia pblica e no combate s fraudes de modo geral est proporcionando ao Brasil, o que j foi feito at o momento e quais as vantagens conquistadas utilizando a tecnologia da informao no apoio a esta nova realidade governamental enfrentada pelas Instituies Pblicas brasileiras. Palavras-Chave: Governana, transparncia, fraudes.

Abstract. Brazil as the world is part of a new global reality where information becomes increasingly valuable to any relationship that exists between people, whether physical or juridical. In this environment where processes are increasingly complex, there are enormous challenges for governments of any country that has opted for democracy as a system of government. On the one hand, public transparency is charged by the society that elected representatives, on the other hand this same transparency brings out the facts, that create and generate fraud not just on government but also businesses and the population as components of the nation. This work was developed with a focus on the contribution that the solutions of information technology in the form of software developed or contracted by the government, used to promote public transparency and to combat fraud in general is giving to Brazil, which has been done so far and what the advantages won by using information technology to support this new reality faced by government public institutions in Brazil. Keywords: Governance, transparency, fraud.

1. Introduo Um dos assuntos do momento no Brasil sobre a tica das pessoas de modo geral frente s suas responsabilidades enquanto cidados membros desta Nao que h anos carrega alguns slogans bem conhecidos de todos, tais como O Brasil o pas do futuro, O Brasil a bola da vez, Este um pas que vai pra frente, dentre outros. Em se falando de tecnologia da informao o Brasil j est no futuro, pois os investimentos tecnolgicos que se tem presenciado aqui at ento, esto alinhados com o resto do mundo. Neste grande territrio h empresas grandes e robustas, como tambm pequenas e mdias que se preocupam com a gesto da informao, no reduzindo esforos para que os

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investimentos em tecnologia da informao sejam feitos da melhor forma possvel, com o foco, logicamente, no retorno destes investimentos para o negcio da organizao. No grupo de organizaes que fazem uso da tecnologia da informao no se pode deixar de fora as instituies governamentais sejam elas Federais, Estatuais ou Municipais, pois a matria prima destas organizaes basicamente a informao, devendo, portanto ter a devida ateno para que a mesma seja confivel e tenha veracidade refletindo positivamente sobre sua rea de atuao. Enquanto recurso de apoio gesto, a tecnologia da informao bem gerida traz inmeros benefcios no apenas como meio de divulgao de informaes pblicas, mas tambm como forma de fiscalizar e cobrar dos cidados suas obrigaes, perante seu municpio, estado e pas. As informaes fornecidas por entidades pblicas so de extrema importncia para a sociedade que pagam por elas atravs dos impostos. So informaes sobre idoneidade de pessoas fsicas, empresas, sobre cmbio, decises polticas, planejamento pblico, dentre outras que afetam decises e negcios na vida privada. A qualidade e rapidez com que a informao pblica pode chegar at a sociedade e como tambm for captada desta, certamente contribuir significativamente para o crescimento do Brasil, proporcionando transparncia, evitando e combatendo fraudes. Este trabalho teve como objetivo mostrar o que os Governos no Brasil esto realizando em Tecnologia da Informao na forma de aplicativos, softwares desenvolvidos ou contratados pelas instituies pblicas com o intiuito de oferecer um servio com maior qualidade e rapidez para o contribuinte, proporcionando transparncia e assegurnado a integridade e veracidade dos dados. Mostrando ainda, as estratgias e investimentos por parte do Governo Federal em software livre, quais as novas regras para aquisio e contrao de servios de Tecnologia da Informao na forma de softwares e o que levou o Governo Federal a adotar o caminho do software livre. 2. Governana Global[...] trata-se da totalidade das diversas maneiras pelas quais os indivduos e as instituies, pblicas e privadas, administram seus problemas comuns. um processo contnuo pelo qual possvel acomodar interesses conflitantes ou diferentes e realizar aes cooperativas (REINER apud NOSSA COMUNIDADE GLOBAL, 1996, p.340).

Os interesses conflitantes entre indivduos e instituies existentes nos dias de hoje devem ser resolvidos ou minimizados atravs do dilogo e entendimento entre as vrias partes envolvidas, tomando aes cooperativas e buscando a soluo com uma viso mais coletiva para os resultados. O mundo necessita de uma nova viso que estimule todas as pessoas a atingir nveis mais altos de cooperao nas reas em que compartilhem os mesmos interesses e o mesmo destino. (MEZZOMO, 2009, p.16). A colaborao entre as pessoas sempre foi essencial para o desenvolvimento de uma sociedade trazendo crescimento e estabilidade para a Nao, recursos essenciais populao e melhoria na qualidade de vida. A Globalizao experimentada nos ltimos anos vem exigindo de empresas e governos esforos que no eram necessrios at ento, pois as informaes passaram a ser praticamente instantneas em qualquer parte do mundo, facilitando sim, mas tambm exigindo maior rapidez na tomada de decises estratgicas por parte das empresas que se vm participantes da economia globalizada. Com relao s decises governamentais tambm no diferente, pois qualquer deciso tomada dentro de um pas ter repercusso e divulgao imediata atravs da internet, para o resto do mundo, estimulando a opinio pblica

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internacional. O cenrio mundial marcado por problemas financeiros e ambientais e necessidades scio-econmicas que afetam a qualidade de vida dos seres humanos traz a tona uma discusso de criao de uma nova ordem mundial conforme diz Mezzono (2009). A necessidade de uma Governana Global aumenta a cada dia, pois os problemas enfrentados pelo mundo e as necessidades de uma maior interao entre as Naes, obrigam a utilizao, pelos pases, de todos os recursos possveis e disponveis, no combate aos eventos negativos que trazem prejuzos, permanentes ou no, vida humana na Terra.[...] Precisamos de uma viso da prosperidade humana no mais pleno sentido da palavra - um despertar para as possibilidades de bem-estar espiritual e material hoje ao nosso alcance [...] O conceito de segurana global precisa ser ampliado do tradicional foco na segurana dos estados para incluir a segurana de todos os povos e a segurana do planeta [...] Chegou a hora de construir um frum global para prover lideranas inovadoras no campo econmico, social e ambiental [...] O conceito da natureza espiritual do homem introduz uma nova dimenso na questo da igualdade - a dimenso da plenitude humana. Um relacionamento de igualdade requer cooperao no lugar de competio, flexibilidade no lugar de rigidez, gentileza no lugar de grosseria, e humildade no lugar da arrogncia [...] Toda a humanidade deve preservar os valores bsicos do respeito vida, liberdade, justia e equidade, do respeito mtuo, da solidariedade e da integridade [...] Enquanto as mulheres forem impedidas de atingir as suas mais altas possibilidades ou potencialidades, os homens sero incapaz de alcanar a grandeza que poderia ser sua. A mulher em funo de ser me a primeira educadora de cada nova gerao[...] A produo de energia nuclear em maneira segura, assim como a utilizao pacfica de plutnio e urnio altamente enriquecido proveniente do desarmamento nuclear a servio da Humanidade so problemas da Governana Global [...] A avaliao de nossa atitude bsica em relao Natureza e o equilbrio que deve existir entre as realidades fsica e espiritual a qual afeta todos os aspectos da vida do Homem na Terra so interdependentes. (RCGG, 2010).

As vantagens oferecidas pela criao de uma Governana Global so inmeras com o objetivo de prover sociedade uma vida digna e plena onde o bem estar social no est resumido somente no material e sim tambm no espiritual, pois qualidade de vida inclui tambm o crescimento das qualidades humanas. A Governana Global busca proporcionar a todos os habitantes do Planeta melhores condies de vida focando na qualidade e equalizao dos recursos econmicos, social e do meio-ambiente, ajudando na concretizao dos entendimentos entre pessoas e instituies, eliminando barreiras, quebrando paradigmas e proporcionando um crescimento sustentvel na condio de vida do Planeta. 3. Governana CorporativaGovernana Corporativa o sistema pelo qual as sociedades so dirigidas e monitoradas, envolvendo os relacionamentos entre Acionistas/Cotistas, Conselho de Administrao, Diretoria, Auditoria Independente e Conselho Fiscal. As boas prticas de governana corporativa tm a finalidade de aumentar o valor da sociedade, facilitar seu acesso ao capital e contribuir para a sua perenidade. (IBGC, 2009, p.06).

Uma sociedade por aes ou por cotas atualmente deve se preocupar com inmeros atores e seu ambiente para obter sucesso na sua administrao e atingir seus objetivos. A prestao de contas desta sociedade no se restringe mais a um grupo pequeno de pessoas, sendo que atualmente os stakeholders (acionistas, clientes, empregados, governo, fornecedores, dentre outros) so bastante diversificados. A Governana Corporativa tem um importante papel na administrao de tais sociedades, j que um sistema que dirige e acompanha a organizao com o objetivo de

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zelar pela sua sade financeira e manter sua imagem positiva frente ao mercado, valorizando suas aes.Vale destacar que a definio que a Organization for Economic Cooperation and Development (OECD) elaborou outra tambm muito conhecida.Segundo ela, a GC o sistema pelo qual corporaes empresariais so dirigidas e controladas. Esta estrutura especifica a distribuio de direitos e responsabilidades entre os diferentes participantes de uma empresa, tais como: conselheiros, executivos e acionistas, entre outros. (ARAJO, 2009, p.08).

A abertura do capital de uma empresa se faz necessrio para que a mesma possa crescer ocupando posies na economia que no poderia ser conseguido com o capital fechado. O que parece ser simples e vantajoso tambm tem seu preo, j que a administrao de uma organizao de capital aberto exige um desdobramento na ateno prestao de contas para com os stakeholders da empresa. Todos os passos e resultados das estratgias adotadas pela organizao agora sero acompanhadas por todos os interessados tendo como objetivo principal o resultado financeiro. A governana corporativa tornou-se um tema dominante nos negcios por ocasio da safra de escndalos corporativos em meados de 2002 Enron, Worldcom e Tyco, para citar apenas alguns. (WEILL e ROSS, 2006, p.4). A governana corporativa j existia antes dos escndalos de 2002 que abalaram as bolsas dos Estados Unidos, existia em funo da concorrncia de mercado de empresas multinacionais inseridas em uma economia globalizada existente no mundo. Os escndalos das bolsas americanas obrigaram a um aprimoramento da governana corporativa em funo da necessidade das empresas resgatarem sua imagem frente aos stakeholders para preservar e valorizar os preos de suas aes. Novas regras financeiras foram definidas e novas responsabilidades, atravs de legislao, foram atribudas aos executivos das empresas nos Estados Unidos. Agora os CEOs (Chief Executive Officer) devem atestar a exatido das contas de suas organizaes assumindo toda a responsabilidade, tudo isso resultou no aumento do nvel de auto-regulao refletindo diretamente na rea de TI. A Governana Corporativa o conjunto de processos, costumes, polticas, leis e regulamentos que respaldam uma empresa frente aos stakeholders quanto ao seu real valor no mercado. Num mundo globalizado a transparncia passa a ser uma medida de valor e o valor de mercado passa a ser um diferencial competitivo. Quanto mais transparente uma organizao se apresentar perante as pessoas interessadas, maior confiabilidade ter no mercado melhorando o seu valor.Os dois modelos considerados mais importantes so: o modelo anglo-saxo tambm conhecido como Trinmio Propriedade-Gesto-Retorno e que prevalece nos Estados Unidos e no Reino Unido; e o modelo nipo-germnico que um modelo de Interesses Mltiplose que predomina no Japo, Alemanha e na maioria dos pases da Europa Continental. [...] Em relao ao modelo anglo-saxo, mesmo sendo claro que seu foco principal o retorno dos acionistas, no significa que este modelo desconsidera quaisquer compromissos com os demais stakeholders, uma vez que a sade financeira da empresa afeta positiva ou negativamente todos os envolvidos. [...] J o modelo nipo-germnico vai alm do conflito acionistas-gestores e GC contemplam um vasto conjunto de interesses. Nas empresas que adotam este modelo, alm das demonstraes econmico-financeiras convencionais, tambm

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8seus balanos social e ambiental so levantados e publicados, ocorre uma ampliao dos indicadores de desempenho e, com isso, a responsabilidade corporativa ampliada. (ARAJO, 2009, p.10-11).

Conforme ARAJO (2009) diz existem dois modelos de Governana Corporativa no mundo, um seguindo a tendncia anglo-saxnica, com o foco no retorno dos acionistas levando em considerao todos os stakeholders j que a sade financeira da organizao depende dos compromissos com todos os envolvidos. O outro modelo nipo-germnico mais amplo que o primeiro possuindo um conjunto maior de interesses, levando em conta seus balanos social e ambiental o que aumenta a responsabilidade corporativa, demonstrando um maior interesse na diversificao dos indicadores de desempenho. 4. Governana de TIGovernana de TI busca o compartilhamento de decises de TI com os demais dirigentes da organizao, assim como estabelece as regras, a organizao e os processos que nortearo o uso da tecnologia da informao pelos usurios, departamentos, divises, negcios da organizao, fornecedores e clientes, e tambm determinaro como a TI dever prover os servios para a empresa. (FERNANDES e ABREU, 2006, p.11-12).

O alinhamento entre a TI e o negcio de um empresa fundamental para ambos , sem ele a tecnologia da informao no ter sucesso em sua proposta de gerao de valor para a organizao, bem como tm fundamental importncia para a continuidade da empresa, para o atendimento s estratgias e aos marcos de regulao externo. Governana de TI: a especificao dos direitos decisrios e do framework de responsabilidades para estimular comportamentos desejveis na utilizao da TI. (WEILL e ROSS, 2006, p.8). A Governana de TI trata de direitos e deveres que sero atribudos aos gestores de TI para que a tecnologia da informao seja utilizada com o maior sucesso possvel no alinhamento com os requisitos do negcio para gerao de valor para a organizao, justificando o investimento em recursos de tecnologia da informao. Ter somente recursos de TI, mas no ter estratgia, processos adequados, polticas e relacionamentos interpessoais, far com que a tecnologia da informao investida em um negcio fracasse nos seus objetivos. Nesse ponto entra a atuao da governana de TI como gestora e norteadora de todos os recursos, compartilhando as decises de TI com os demais dirigentes da organizao buscando o atendimento dos requisitos e gerao de valor para o negcio, obedecendo s regras estabelecidas e utilizando-se dos processos que concretizaro as estratgias definidas pela empresa.[...] as definies de governana de TI abordam a forma de autoridade da tomada de deciso de TI na organizao (estrutura) e a forma com que os recursos de TI so gerenciados e controlados (processos), buscando sempre alinhar os investimentos realizados em TI s estratgias corporativas. (MAADA, 2009, p.03).

O objetivo principal da TI gerar valor para o negcio da organizao e para isso deve usar de recursos gerenciais que a ajude a garantir suas metas. Para conseguir cumprir o que foi planejado e acordado com a alta direo, busca alinhar os investimentos de tecnologia da informao s estratgias da empresa, com o objetivo de agregar valor aos seus servios e produtos. 5. Governana de TI nos Governos: Federal, Estadual e Municipal

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9Braslia, 16 de novembro de 2005 O Congresso Regional de Informtica Pblica, Conip, que acontece em Braslia nos dias 22 e 23 de novembro apresenta a sua grade temtica. Promovido pelo Instituto Conip, o evento est em sua segunda edio, e traz este ano o papel da tecnologia da informao na transparncia da gesto pblica como tema central. O assunto ser abordado em todo o Congresso, que contar com painis, seminrios e cursos divididos nas seguintes categorias: Governo Eletrnico (M-GOV), Governana da TI e Gesto Eletrnica de Documentos (GED). (CONIP, 2005).

Com o CONIP realizado em 2005 deu-se incio a uma nova etapa no poder pblico relativo interatividade, fornecimento e captao de informaes dos governos Federal, Municipais e Estaduais atravs da web. A Gesto Eletrnica de Documentos tambm foi discutida na busca de agilizar a disponibilidade de algum documento para o contribuinte, como tambm para reduzir os arquivamentos fsicos e ao mesmo tempo garantir durabilidade ao documento arquivado. Nesse ano de 2005, a Governana de TI ganhou nfase tambm no servio pblico sendo discutida no Congresso Regional de Informtica Pblica em Braslia. deu incio de esforos realizados na rea governamental brasileira com o intuito de reduzir os custos na gesto pblica, aumentar a agilidade e transparncia dos servios prestados ao cidado. De acordo com CONIP (2005) com o domnio de uma boa Governana de TI os governos Federal, Estadual e Municipal acreditam que possam, atravs de esforos voltados para o uso adequado da tecnologia da informao, oferecer um servio mais eficiente com maior eficcia ao cidado e s instituies de modo geral participantes da Nao Brasileira, visto que os temas tratados na segunda edio do CONIP trata da transparncia, do combate s fraudes, documentos e certificaes digitais, integrando processos, servios e programas sociais. A busca pela transparncia e eficincia vem de encontro tambm ao crescimento da consolidao da democracia, que teve incio em 1985 com a eleio de Tancredo Neves para Presidente do Brasil, como tambm da necessidade dos Governos Federal, Estadual e Municipal de arrecadarem os tributos com mais eficincia e aplic-los, gerando benefcios para a sociedade com uma menor margem de erro possvel.Integrao de Processos Esta temtica pretende mostrar as vantagens de integrar as atividades do governo em rede, fundamental para o sucesso da entrega de servios eletrnicos, tanto nas esferas federal, estadual e muncipal como entre poderes Executivo, Legislativo e Judicirio. Aqui governo e tecnologia entram no debate atingindo reas como Sade, Educao, Segurana Pblica, Judicirio, Legislativo, tcnicas e mtodos como mobile, software livre, gesto eletrnica de documentos, segurana da informao, entre outros. (CONIP, 2005).

A integrao dos processos um grande passo a ser dado pelos governos em mbito Federal, Estadual e Municipal buscando a consolidao do uso da tecnologia da informao como recurso de apoio aos servios entregues por estes governos. A utilizao de uma plataforma de rede de fundamental importncia na agilidade de atendimento ao contribuinte, tanto para fornecer informaes quanto para que o mesmo possa prestar contas e pagar seus tributos, sem falar na integrao entre os poderes Executivo, Legislativo e Judicirio, promovendo a eficincia nos servios internos e externos destes trs poderes. Nos anos seguintes a 2005 foi dado continuidade aos eventos do CONIP sendo cada ano com um tema diferente do anterior, mas sempre com o foco em aprimorar o servio pblico atravs do apoio oferecido pela tecnologia da informao. Todas estas iniciativas com base no uso da tecnologia da informao para o apoio ao

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servio pblico surgem com o amadurecimento das instituies privadas e pblicas, nacionais e internacionais, no uso das melhores prticas e recursos na busca da eficincia do provimento de servios e produtos de TI atravs da Governana de TI. 6. Transparncia GovernamentalEm geral a corrupo se aproveita da ausncia de controles, o que por conseqncia impede o aparecimento dos fatores de transparncia e justia. Em resumo, o melhor fiscal a prpria populao, pois quase impossvel aos poderes executivo, legislativo e judicirio fiscalizarem todas as aes que esto sendo realizadas no pas em termos de inteno e realizao de fraudes. (MANSUR, 2009, p.178).

Segundo Mansur (2009) a ausncia de controle das atividades dos processos relativos aos trs poderes, Executivo, Legislativo e Judicirio inibe a transparncia e a justia permitindo aos indivduos fraudulentos atuarem com certa liberdade, pois pela ausncia de controle conseguem burlar a justia tornando a fraude, que uma mentira, em uma realidade que esconde a verdade. A transparncia no governo de instituies pblicas essencial para dar base ao ato lcito como tambm para aumentar a credibilidade do pas frente aos investidores internacionais que arriscam seus investimentos quando, atravs da bolsa, compram aes do Brasil e das empresas brasileiras. Tudo isso, como um efeito domin, influenciar diretamente na economia, pois a falta ou a entrada de dinheiro estrangeiro afetar os projetos sociais, de sade, de educao, investimento em infra-estrutura, dentre outros. Conforme a Governana Corporativa orienta, uma sociedade por aes ou por cotas deve se preocupar em prestar contas a inmeros atores representados pelos stakeholders (acionistas, clientes, empregados, governo, fornecedores, dentre outros). No caso do Governo Brasileiro a relao um pouco parecida, pois a imagem do governo refletir nos investimentos estrangeiros proporcionados pelo principal stakeholder, o investidor estrangeiro disposto a colocar seus dlares nas aes do Brasil e das empresas brasileiras. Assim a transparncia governamental do Governo Brasileiro de extrema importncia para dar respaldo e estmulo ao investidor estrangeiro na compra de aes tanto do governo quanto de empresas privadas. Abaixo seguem alguns sites do governo como tambm de ONGs que proporcionam transparncia tanto para o governo quanto para o contribuinte: PORTAL GOVERNO BRASILEIRO http://www.brasil.gov.br/. O portal do Governo Brasileiro traz informaes variadas sobre aes do Governo, servios pblicos, como funciona a estrutura do governo, links para os sites dos Ministrios, dentre outras. Enfim fornece uma gama de informaes relativas a Repblica Federativa do Brasil. TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIO http://portal2.tcu.gov.br/TCU. O portal do Tribunal de Contas da Unio traz principalmente informaes sobre contas pblicas do Governo Federal, fiscalizao e controle, transparncia pblica, dentre outras, cumprindo o seu papel de divulgao e fiscalizao dos gastos pblicos proporcionando acesso rpido e transparente nas contas da Unio. PORTAL DA TRANSPARNCIA DO GOVERNO FEDERAL

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http://www.portaltransparencia.gov.br/ Fornece informaes bem detalhadas sobre Transferncia de Recursos e Gastos Diretos do Governo permitindo agrupar Despesas, Receitas e Convnios desde Estados e Municpios at o favorecido. Este portal est ligado diretamente Controladoria Geral da Unio. TRANSPARNCIA BRASIL http://www.transparencia.org.br/. PORTAL NF-e (pesquisa de nota fiscal eletrnica) https://www.nfe.fazenda.gov.br/PORTAL/FormularioDePesquisa.aspx?tipoconsulta=c ompleta43091088020102000110550000000018680000018688 A emisso de NF-e veio no s simplificar o processo de emisso de nota fiscal como tambm favorecer a segurana tanto do contribuinte, emissor da NF-e, quanto do Governo, arrecadador de impostos. PORTAL DO SENADO FEDERAL http://www.senado.gov.br/sf/. Apresenta informaes sobre o oramento da Unio, aes do Senado Federal, promove a transparncia do Senado, projetos elaborados pelo Senado, notcias, dentre outros. PORTAL DA CMARA DOS DEPUTADOS http://www2.camara.gov.br/. Tambm como o portal do Senado, este promove a transparncia dos passos dado pela Cmara dos Deputados Federais, trazendo informaes sobre: esclarecimento de dvidas sobre legislao, processo legislativo, licitaes, contratos, concursos da casa, dentre outros. CND Certido Negativa de Dbito (INSS) http://www010.dataprev.gov.br/cws/contexto/cnd/cnd.html. Permite a consulta e emisso de certido negativa de dbito junto ao INSS, agilizando o processo na aquisio deste documento. CRF Certificado de Regularidade do FGTS (Caixa Econmica Federal) https://webp.caixa.gov.br/cidadao/Crf/FgeCfSCriteriosPesquisa.asp. Permite a consulta e emisso de certificado de regularidade do FGTS junto Caixa Econmica Federal, tambm agilizando o processo na aquisio deste documento. CERTIDO POR PESSOA (PMU Prefeitura Municipal de Uberlndia)http://atendimentoweb.uberlandia.mg.gov.br/manutencaodivida/f/t/certidaopessoarel.

Gera Certido de Situao Tributria e Fiscal de pessoas fsica ou jurdica junto fazenda do Municpio de Uberlndia, agilizando o processo na aquisio deste documento. 7. Transparncia: Garantia LegalA Lei Complementar n 101, de 4 de maio de 2000, intitulada Lei de

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12Responsabilidade Fiscal - LRF, estabelece normas de finanas pblicas voltadas para a responsabilidade na gesto fiscal, mediante aes em que se previnam riscos e corrijam desvios capazes de afetar o equilbrio das contas pblicas, destacando-se o planejamento, o controle, a transparncia e a responsabilizao como premissas bsicas. (LRF, 2008).

A responsabilidade dos governantes, relativa s finanas pblicas, tornou-se lei a partir do ano de 2000, sendo designada Lei de Responsabilidade Fiscal. No sancionada at ento, esta lei tem o propsito de proteger as finanas pblicas e promover uma maior ateno dos governos para melhorar a eficincia e eficcia na aplicao dos recursos pblicos, obrigando os governantes a se preocuparem mais com o planejamento, o controle, sua responsabilidade enquanto gestores do dinheiro pblico e finalmente com a transparncia tanto cobrada pela sociedade.O presidente Luiz Incio Lula da Silva sancionou nesta quarta-feira (27) a lei que obriga a divulgao dos gastos previstos e realizados nos oramentos da Unio, estados, Distrito Federal e municpios [...] De autoria do Senado, ela prev a divulgao em tempo real dos gastos por meio da internet. A lei dever ser cumprida pela Unio, estados e municpios com mais de cem mil habitantes em um prazo de um ano. Municpios de at 50 mil habitantes tero prazo de quatro anos para se adaptar lei. (G1, 2009).

Conforme divulgado pelo G1 (2009), o meio de divulgao do oramento pblico previsto e realizado ser a internet, que o mais utilizado, de maior rapidez, de baixo custo e o mais eficiente na disponibilizao de dados para o cidado e que est previsto como meio eletrnico a ser utilizado para tal projeto. Haver uma carncia para a implantao deste projeto que ser de 4 anos para Municpio com at 50 mil habitantes e de 1 ano acima de 100 mil habitantes.[...] foi publicada em 2002, a Portaria n 109 instituindo o Sistema de Coleta de dados de Estados e Municpios. O Sistema tem por objetivo coletar dados contbeis dos entes da Federao Estados, Distrito Federal e Municpios (englobando os rgos dos Poderes Legislativo e Judicirio e, quando for o caso, dos Ministrios Pblicos Estaduais), de modo a apresentar as informaes necessrias transparncia dos recursos pblicos, especificamente aquelas relativas implementao dos controles estabelecidos pela LRF e legislao complementar. (SISTN, 2009)

Este novo desafio enfrentado pelas instituies governamentais, vem coincidir positivamente com o avano que a internet alcanou nos ltimos anos, sendo atendidas satisfatoriamente pela mesma, recebendo suporte e recursos fundamentais para a consolidao da transparncia governamental, como para o e-Gov (governo eletrnico) no Brasil. A internet passou a ser uma grande aliada das trs esferas de governo, promovendo a transparncia governamental como tambm fornecendo dados que o prprio governo pode utilizar para a sua estratgia a nvel Federal, Estadual e Municipal. 8. Identificando Fraudes e Corrupo Segundo Mansur (2009) existem 4 categorias para a corrupo e fraudes que seriam: Governamental - Desvio de verbas e superfaturamento no Executivo, Legislativo e Judicirio. Cidado Comum - Pirataria e compras sem notas e em conseqncia o no recolhimento de impostos e taxas.

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Judicirio - Processos lentos, excesso de varas e recorrncia, inexistncia de auditoria para juzes e intimidao policial sem provas. Situaes Legais aumento de salrio do legislativo, por eles prprios, acima da inflao, pode ser legal, mas no moral.Apesar de existirem quatro grandes categorias para a corrupo, a origem tem um lugar comum, que o trinmio transparncia, controle e justia. Este trinmio est relacionado com todos os casos de corrupo, ou seja, quanto maior a ausncia destes fatores maior o nvel de corrupo daquele ambiente. (MANSUR, 2009, p.176).

Mansur (2009) diz que a corrupo se aproveita da falta de controle sendo um dos motivos que impede a transparncia e a justia de atuarem em favor da sociedade. Ainda nos revela que o melhor fiscal a prpria populao, pois devido ao grande nmero de aes, em todos os nveis, que so executadas no pas, impossvel que os poderes Executivo, Legislativo e Judicirio somente, fiscalizem com sucesso, combatendo ou inibindo as fraudes. A populao, enquanto aliada do Governo, ajudando a fiscalizar as fraudes (controle) devem fazer a denncia quando necessrio ao Ministrio Pblico (justia) para que o mesmo possa tomar as devidas providncias cabveis e legais para impedir ou punir os responsveis. A transparncia tambm vai ajudar a populao fazer sua fiscalizao atravs da disponibilizao dos dados governamentais, para isso necessrio que estes dados disponibilizados pelas instituies do governo, logicamente atravs de lei, tenham confiabilidade e veracidade, para que a atuao da populao tenha como resultado uma fiscalizao de cunho verdadeiro. A Governana de TI vem dar apoio transparncia de informaes necessrias, utilizando prticas e mtodos para garantir confiabilidade e veracidade dos dados que sero fiscalizados pela populao e por todas as instituies legais que tenham esta funo. 9. Combate e Controle Anti-FraudesA fraude e a corrupo so problemas mundiais que tm exigido maior ateno dos governos e dos rgos de controles internos e externos. Em casos recentemente ocorridos no Brasil, os quais ficaram conhecidos por Mensalo, Vampiros, Sanguessugas, ficou evidente a necessidade de atuao no combate s fraudes e corrupo. Os rgos de controle precisam atuar de forma mais efetiva e gil para a minimizao de perdas. (CARDOZO, 2007).

Fraude e corrupo so problemas que afetam de forma brutal os recursos dos governos de vrios pases em todo o mundo. O Brasil como uma nao pertencente ao grupo dos pases emergentes est se destacando como um grande exportador mundial, principalmente de alimentos, e com isso o supervit de sua balana comercial se torna maior a cada ano, exigindo um controle cada vez maior principalmente sobre suas finanas, para que o dinheiro arrecadado possa ser aplicado da melhor forma possvel gerando qualidade de vida para os brasileiros. Pode-se imaginar que, quanto maior a arrecadao fiscal mais complexo deve ser o controle sobre o contribuinte, pois o valor que as fraudes podem tirar dos cofres pblicos tornam-se cifras considerveis que faro diferena se deixarem de ser revertidas para a sociedade em forma de sade, educao, gerao de empregos dentre outras. A Governana de TI vem trazer aos administradores dos recursos pblicos solues e ferramentas para que o controle contra fraudes e corrupo no Brasil possa ser feito com

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solidez e perenidade. Vrias solues e ferramentas j esto sendo viabilizadas para conter o avano das fraudes no pas, algumas mais importantes so comentadas a seguir neste trabalho.O Brasil pretende implantar a partir de 2009 uma carteira de identidade inteligente o chamado Registro de Identidade Civil (RIC). A novidade vai reunir em um s documento informaes pessoais, nmero de CPF e ttulo de eleitor. E contar com um chip para armazenar as caractersticas fsicas e biomtricas do cidado, para facilitar a identificao do portador. As informaes de identificao do cidado sero enviadas para um banco de dados do Instituto Nacional de Identificao, no qual ficaro armazenadas. (LAURANS, 2009).

Com a preocupao em combater a fraude de identidade Civil, o Governo Federal quer implantar, tendo incio em 2009, um controle mais eficaz de identificao pessoal, o Registro de Identidade Civil (RIC). Sero 3 documentos atuais que ficaro resumidos em apenas um, compondo dados da RG, CPF e Ttulo de Eleitor. Os dados pessoais de cada indivduo ficaro armazenados em um banco de dados corporativo facilitando a identificao e garantindo a veracidade dos dados. A segurana na identificao pessoal est na utilizao de um chip contendo as caractersticas fsicas e biomtricas relativas ao portador, uma forte ferramenta no apoio ao combate fraude de identificao civil.[...] merece destaque o desenvolvimento de Urnas Biomtricas, que processaro o voto a partir da identificao biomtrica do eleitor. A misso da Justia Eleitoral brasileira a de colocar nas mos dos brasileiros o futuro cada vez mais seguro para a democracia e levar o Brasil vanguarda tecnolgica dos processos eleitorais em todo o mundo. (JUSTIA-ELEITORAL, 2008)

Continuidade e fortalecimento da Democracia no Brasil so fundamentais para a Justia Eleitoral, pois esta est alicerada no Regime de Governo Democrtico. Por isso o combate s fraudes eleitorais tem grande importncia para a Justia Eleitoral que zela pela autenticidade das eleies Federais, Estaduais e Municipais. A urna eletrnica foi um grande avano para a segurana eleitoral no Brasil, tanto no ato de votao quanto no de apurao dos resultados, demonstrando transparncia e credibilidade nas eleies brasileiras. Associado ao sucesso da urna eletrnica a Justia Eleitoral, buscando aumentar a autenticidade dos votos, desenvolveu a urna biomtrica com a funo de evitar a fraude na identificao do eleitor aumentando tambm a credibilidade no processo eleitoral.O Departamento de Trnsito de Minas Gerais (DETRAN/MG) implantar, ainda neste semestre, soluo tecnolgica com base na biometria (cdigo biomtrico), a fim de imprimir maior segurana ao processo de formao de candidatos e condutores em processo de habilitao ou renovao da Carteira Nacional de Habilitao (CNH). O Sistema de Identificao de Candidatos e Condutores pelo Cdigo Biomtrico, [...] , foi desenvolvido pela Prodemge em parceria com o DETRAN/MG. (PRODEMGE, 2009).

Assim como os DETRANs de So Paulo, Rio de Janeiro, dentre vrios outros dos estados brasileiros, o DETRAN de Minas tambm adere identificao biomtrica a ser utilizada no processo de formao de condutores, na habilitao e renovao da Carteira Nacional de Habilitao. Seguindo a tendncia em identificao pessoal sem fraudes, o Estado de Minas Gerais d um grande passo para a segurana do processo de habilitao de condutores buscando reduzir o nmero de ausncias e compensao fraudulenta dos condutores nos cursos de formao, garantindo tambm uma maior segurana nas vias urbanas e rodovias j que exige a presena do candidato e condutores nos processos que envolvem a emisso da CNH.

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O chamado Simac (Sistema de Monitoramento de Auditorias do Cadastro nico) j foi acessado por 357 municpios. No perodo, 6.000 cadastros apontados como suspeitos pelo TCU (Tribunal de Contas da Unio) foram alterados para esclarecimentos de informaes. A nova ferramenta cruza informaes repassadas pelos gestores municipais do programa com dados do cadastro nico do ministrio, facilitando a identificao de inconsistncias apontadas pelo TCU em auditorias, como subdeclarao de renda e beneficirios que foram eleitos para cargos pblicos, o que impede a permanncia no programa. (FOLHAONLINE, 2009).

Conforme a FolhaOnline (2009) o Simac um sistema de monitoramento do Bolsa Famlia com a funo de auditoria para encontrar falhas na concesso de benefcios. Atualmente o programa Bolsa famlia atende cerca de 12 milhes de famlias o que mostra ser um nmero onde o monitoramento e a auditoria automatizada necessria devido ao grande nmero de inconsistncias que podem aparecer. J foram alterados 6.000 cadastros que o TCU considerou suspeitos, para que fossem fornecidos esclarecimentos de informaes. Com este sistema o Governo Federal utilizando recursos de TI, demonstra sua preocupao em minimizar as fraudes e o vazamento do dinheiro pblico, divulgando as medidas adotadas com transparncia do programa Bolsa Famlia. 10. Investimento em TI pelo Governo FederalQuanto o governo gasta com TI? Ningum sabe. Primeiro problema: o governo no um s. Alm do governo federal, h os 27 governos dos estados e do Distrito Federal e as 5.563 prefeituras. Segundo problema: nas trs esferas (federal, estadual e municipal) h vrias entidades; e cada uma dessas entidades pode comprar seus prprios recursos de TI. O que leva ao terceiro problema: governo federal, governos estaduais e prefeituras no tm um oramento de TI centralizado. (REIS, 2007, p.06).

Conforme relata Reis (2007), vice-presidente da e-Stratgia Pblica, no tem como saber o total de gastos em TI no Brasil nas 3 esferas do governo, pois existe liberdade na aquisio de servios e produtos de TI na esfera Federal, como na Estadual e na Municipal, no havendo um oramento de TI centralizado, o que dificulta mais ainda a apurao de gastos em tecnologia da informao. Este problema pode influenciar na qualidade de aplicao dos recursos pblicos para a rea de tecnologia da informao, exigindo tambm uma maior fiscalizao e transparncia nas Trs esferas do governo o que dificultado por no existir um oramento centralizado de TI no Brasil.O Serpro o principal comprador de TI. Em 2008, o oramento do Serpro de R$ 2,15 bilhes; cresceu 20% em relao ao oramento de 2007, que foi 20% maior que o oramento de 2006. Bruno deduz: os gastos de TI no governo federal crescem 20% ao ano desde 2006, acompanhando o oramento do Serpro. Contando as compras fora do Serpro, Bruno estima que o governo federal gaste R$ 2,55 bilhes com TI em 2008. (REIS, 2007, p.07).

Segundo Reis (2007) o maior oramento de TI do Governo Federal do Servio de Processamento de Dados Federal SERPRO, este oramento vem aumentando a cada ano desde 2006, o que demonstra a preocupao dos governantes federais em conjunto com os tcnicos de carreira do governo, com os investimentos e atualizao em recursos de TI na esfera federal.O projeto de cidades digitais, com investimento do Ministrio das Comunicaes em infovias para 167 cidades, deve custar R$ 180 milhes na primeira fase. Segundo Bruno, a segunda fase pode custar at R$ 1 bilho. Esse projeto pode sair em 2009,

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16se o governo se esforar; possvel. Tambm em 2009, o Registro de Identidade Civil (RIC) vai substituir os documentos de identidade estaduais. Oramento do projeto: R$ 9,1 bilhes. (REIS, 2007, p.08).

O projeto de cidades digitais outra preocupao do Governo Federal para a expanso e concretizao da Tecnologia da Informao no Brasil permitindo a incluso digital no somente da populao, mas de toda a estrutura governamental como tambm da estrutura privada, o que contribuir para a transparncia pblica e para o controle e o combate s fraudes.O SPED (Sistema Pblico de Escriturao Digital), que deve custar R$ 900 milhes, tambm deve contribuir para aumentar os gastos com TI no prximo ano. E existem outros projetos: o novo passaporte, a carteira de trabalho eletrnica (o Ministrio do Trabalho dever investir R$ 300 milhes nesse projeto). (REIS, 2007, p.08).

Esto ocorrendo investimentos em larga escala em recursos de TI aplicados em reas diversificadas dentro do Governo Federal o que est sinalizando e proporcionando um aumento nos gastos de TI em todo o Brasil refletindo nas esferas Estadual e Municipal. So investimentos principalmente na rea de servios de TI tais como no desenvolvimento do SPED que custar 900 milhes de reais como tambm de 300 milhes de reais que sero investidos na carteira de trabalho eletrnica. Todos estes projetos iro aumentar o combate s fraudes e aquecero o mercado de TI, principalmente na gerao e fornecimento de servios de tecnologia de informao no Brasil. 11. Medidas de Governana de TI no Governo FederalMais da metade dos rgos da Administrao Pblica Federal no planeja de modo adequado a alocao de recursos na rea de Tecnologia de Informao (TI). Essa concluso est em relatrio elaborado pela Secretaria de Fiscalizao de Tecnologia da Informao (Sefti) do Tribunal de Contas da Unio (TCU), no qual feito um diagnstico completo do processo de compras e planejamento na rea, englobando tambm diversos aspectos referentes ao governo eletrnico (e-GOV). (SERPRORTI, 2009).

As regras em Governana de TI so bem claras quando enfatizam que a rea de TI deve gerar valor ao negcio da instituio e que fundamental o alinhamento da TI com o negcio atendendo aos requisitos exigidos para a agregao de valor nos servios e produtos das organizaes. Dessa forma o planejamento com os gastos em projetos de TI deve ser muito criterioso, no se deve gastar nada que no venha trazer retorno para a instituio e isso serve tambm para os gastos com recursos de TI na administrao Pblica Federal como tambm Estadual e Municipal. Todos estes fatos mostram porque o Governo Federal est preocupado com os erros e descasos no gasto em tecnologia da informao no Brasil. Visando melhorar a eficincia nos gastos pblicos em recursos de TI, o Governo Federal criou em janeiro de 2009 algumas normas que contribuiro para que o governo possa fazer uma Governana de TI com maior acerto, sendo corporativa, ou seja, para todos os rgos da Administrao Pblica Federal. Conforme estabelecido na IN-4 (2008) estas normas foram definidas e includas na Instruo Normativa n 4 pelo Secretario de Logstica e Tecnologia de Informao, conforme Decreto n 6.081, de 12 de abril de 2007, revigorado pelo Decreto n 6.222, de 4 de outubro de 2007, e tendo em vista o disposto na Lei n 8.666, de 21 de junho de 1993, na Lei n 10.520, de 17 de junho de 2002, no Decreto n 1.048, de 21 de janeiro de 1994, e no Decreto n 2.271, de 7 de julho de 1997, no Decreto n 3.555, de 8 de agosto de 2000, no Decreto n 3.931, de 19 de setembro de 2001, e no Decreto n 5.450, de 31 de maio de 2005.

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17A Instruo Normativa n 04, que aprimora a contratao de servios tecnolgicos vale para todos os rgos da Administrao Pblica Federal (APF) direta, autarquias e fundaes. [...] As novas regras entraram em vigor neste ms de janeiro e valem para todos os rgos da Administrao Pblica Federal (APF) direta, autarquias e fundaes. (SERPRO-RTI, 2009).

Somente o SERPRO gasta mais de 2 bilhes de reais por ano em tecnologia da informao o que explica a preocupao em acertar e reduzir o percentual de erro no planejamento e contratao de servios de TI pelos rgos da Administrao Pblica Federal. Dessa forma a instruo normativa n4 vem contribuir para a melhoria na contratao, e logicamente no acerto, de servios de TI por todos os rgos administrativos do Governo Federal.Umas das coisas que ter mais ligao com o mundo software livre que no se pode mais licitar tecnologias antes de verificar a disponibilidade de soluo similar em outro rgo ou entidade da Administrao Pblica Federal; Repositrio do Software Pblico no Min. Plan.; Repositrio de Softwares Livres e Open Source na internet, e caso no seja encontrado nada que atenda a demanda, a licitao dever ainda observar s polticas, premissas e especificaes tcnicas definidas pelos Padres de Interoperabilidade do Governo Eletrnico (E-PING, E-MAG), ou seja mesmo que o software seja desenvolvido ele ter que ter compatibilidade com padres abertos. (BR-LINUX.ORG, 2009).

Dentro das normas expedidas pela Secretaria de Logstica e Tecnologia da Informao (SLTI) est a liberao de licitao somente aps verificao de que no existe a soluo solicitada em outros rgos do Governo Federal ou no Repositrio do Software Pblico do Ministrio de Planejamento e no Repositrio de Softwares Livres na internet. Se o software tiver de ser desenvolvido ele deve, conforme especificaes tcnicas estabelecidas pelo Governo Federal, estar alinhado com os padres abertos de Software Livre. Deve obedecer ao padro de Interoperabilidade do Governo Eletrnico e-PING e ao padro de Acessibilidade do Governo Eletrnico e-MAG.[...] define um conjunto mnimo de premissas, polticas e especificaes tcnicas que regulamentam a utilizao da Tecnologia de Informao e Comunicao (TIC) no governo federal, estabelecendo as condies de interao com os demais Poderes e esferas de governo e com a sociedade em geral. (e-PING).

A utilizao da tecnologia de informao e comunicao no Governo Federal esto regulamentadas por polticas e especificaes tcnicas visando interao com os Poderes e esferas de governo como tambm a populao representada por pessoas fsicas ou jurdicas.O Modelo de Acessibilidade de Governo Eletrnico (e-MAG), consiste em um conjunto de recomendaes a ser considerado para que o processo de acessibilidade dos stios e portais do governo brasileiro seja conduzido de forma padronizada e de fcil implementao. (e-MAG).

O e-MAG visa padronizar os sites do Governo Federal melhorando a acessibilidade ao internauta como tambm, em consequncia, tornando mais fcil a implementao dentro de um padro pr-definido.Alm disto, qualquer software que for desenvolvido para o governo federal a partir de agora ser do Governo, ficar disponvel no repositrio de Software Pblico, o governo deter os fontes e a licena, isto acaba com a dependncia tecnolgica de fornecedores. Agora os fornecedores passaro a prestar servio de desenvolvimento, deixando assim de vender solues prontas para o governo. (BR-

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18LINUX.ORG, 2009).

Uma medida importante do Governo Brasileiro, includa no IN-4, foi a do controle das fontes e da licena de todos os softwares contratados por ele, ficando disponvel no repositrio de Software Pblico o que vai acabar com a dependncia do governo com os fornecedores de software. Assim o Governo ter controle total sobre os fontes, o que facilita nas modificaes necessrias dos softwares caso haja necessidade, e que tambm poder ser feito pelos seus prprios tcnicos de TI ou por outro fornecedor licitado, melhorando as vantagens de custo e qualidade para o Governo Federal.[...] o governo ainda vem trabalhando rapidamente na formao de pessoal: Segundo o Secretrio-Adjunto da SLTI (Secretaria de Logstica e Tecnologia da Informao), Rodrigo Ortiz Assumpo, nos prximos meses e anos o governo formar grandes quadros de gesto em TI que vo assegurar boas prticas de governana e de compras no setor. (CONVERGNCIA-DIGITAL, 2008).

O investimento em pessoal tambm muito importante, pois na rea de TI o custo de pessoal est numa posio de destaque. Outra preocupao importante do Governo Federal representada pela Secretaria de Logstica e Tecnologia de Informao est na formao e qualificao de pessoas aptas a atender s necessidades da gesto em TI do governo, assegurando com isso aplicao de boas prticas de governana envolvendo aquisio e aplicao de recursos em tecnologia da informao. 12. Estratgias de Software Livre e Boas Prticas no Governo Federal A opo estratgica pelo software livre em empresas como o SERPRO, Caixa e Banco do Brasil proporcionou o investimento imediato na inteligncia de tecnologia da informao brasileira. (SOFTWARE-LIVRE, 2009). A utilizao de software livre no Governo Brasileiro j uma realidade, pois algumas das maiores instituies estatais fazem uso desta prtica com muito sucesso, o que foi objeto do debate Casos de Sucesso do Software Livre no Governo Federal. O baixo custo, facilidade de acesso ao (software Livre e a opo do SERPRO, Caixa e Banco do Brasil por seguirem o caminho do software livre, fomentou o uso desta tecnologia devido grande influencia de atuao que estas instituies tm no s na rea governamental, mas tambm na iniciativa privada, pois a contratao de servios de terceiros, por estas trs empresas do governo, tambm exigiu qualificao de seus fornecedores no seguimento do SL. Mazoni ressaltou a adoo do SL como uma questo filosfica e no s econmica. a articulao entre instituies de governo para trocar cdigos e trabalhar cooperadamente. Ns nos preocupamos em formar ecossistemas, afirmou o presidente do Serpro. (SOFTWARE-LIVRE, 2009). Atualmente as necessidades diversas dos rgos e instituies Federais como tambm Estaduais e Municipais j no permite mais uma TI que trabalhe em ilhas. Assim como Marcos Mazoni, presidente do SERPRO mencionou sobre a questo filosfica do software livre, a estratgia do Governo Federal clara na utilizao deste seguimento de software, pois o crescimento da TI na esfera Federal poder ser dimensionado com a cooperao entre as instituies do governo.A partir de 2009, todos os softwares desenvolvidos para o governo federal tero que seguir a Demoiselle, plataforma que padroniza processos e cdigos de sistemas [...]

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19Desenvolvida pelo Servio Federal de Processamento de Dados (Serpro) e pela Empresa de Tecnologia e Informaes da Previdncia Social (Dataprev), a Demoiselle passar a ser adotada em todas as novas contrataes de desenvolvimento de programas. (SERPRO-SL, 2009).

Na tentativa de padronizar as ferramentas a serem utilizadas tanto no desenvolvimento de software por parte do Governo Federal como tambm na terceirizao deste desenvolvimento, o governo a partir do SERPRO e da DATAPREV desenvolveu um framework para java com o intuito de padronizar os processos e cdigos de sistemas passando a ser uma norma a ser adotada nas contrataes de desenvolvimento de sistemas.O framework integrador Demoiselle para Java uma ferramenta de cdigo-aberto e totalmente livre, que visa garantir a interoperabilidade e facilidade de manuteno dos sistemas dos diferentes ministrios e autarquias do governo federal. Ele foi construdo sob as premissas de ser extensvel, fcil de usar, estvel, configurvel, confivel e ter sua documentao publicada. A inteno atingir padronizao, reduo da curva de aprendizagem, maior produtividade, simplificao dos processos, reutilizao de cdigos e uma manuteno mais simplificada. (DEMOISELLEFRAMEWORK, 2009).

O Demoiselle passa a pertencer ao grupo de ferramentas de software livre e est disponivel na internet para qualquer empresa ou pessoa que se interessar. Tem tambm o seu cdigo aberto o que representa que pode receber alteraes e melhorias por qualquer pessoa que quiser alterar seu cdigo, melhorando a evoluo do mesmo atravs da criao de novas funes. Conforme DemoiselleFramework (2009), o objetivo principal do Governo Federal com essa nova ferramenta a interoperabilidade e facilidade de manuteno dos sistemas entre ministrios e autarquias do governo, pois sendo padro torna-lo- uma ferramenta divulgada e dominada pelos profissionais das instituies administrativas Federais j que tem uma proposta de ser fcil de usar, sendo estvel e configurvel trazendo grande flexibilidade no seu uso. A inteno do governo de consolidar a padronizao, facilitar a aprendizagem em tempo hbil, ter maior produtividade, simplificar os processos e simplificar a manuteno.A expectativa de que haja reduo de 50% nos custos de operao e manuteno dos sistemas. Outro benefcio que pode ser apontado que o governo no precisa se preocupar em fazer todo o desenvolvimento de seus sistemas, podendo contratar a iniciativa privada, controlando a tecnologia e ajustando a sua operao depois. (SERPRO-SL, 2009).

Com o Demoiselle o Governo pretende ter o controle no desenvolvimento de seus sistemas, mesmo que tenha que terceirizar este desenvolvimento. Alm do mais a reduo de custo fundamental para uma mquina administrativa que gasta bilhes de reais por ano em TI, pois a reduo dos 50% em economia em operao e manuteno de sistemas, esperado pelo governo, vai significar mais dinheiro disponvel para ser aplicado na melhoria e abrangncia do servio de TI da esfera Federal, como tambm em outras necessidades do pas.A criao do IES uma iniciativa do Instituto Alberto Luiz Coimbra de PsGraduao e Pesquisa de Engenharia (Coppe), da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), em parceria com vrias outras empresas. O novo Instituto vai adotar um modelo de referncia denominado MPS BR-Melhoria de Processo do Software Brasileiro, que poder reduzir em at seis vezes o custo de certificao das empresas do setor e melhorar a qualidade dos sistemas. O MPS BR tem tecnologia 100% nacional e foi desenvolvido pelo Coppe e pela Associao para Promoo da Excelncia do Software Brasileiro (Softex), uma

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20entidade privada sem fins lucrativos, com o apoio do Ministrio da Cincia e Tecnologia ( MCT). (SERPRO-MPS-Br, 2005).

O MPS BR um modelo de referncia criado pela Coppe e pela Softex para o desenvolvimento de software com o objetivo de certificar empresas pblicas e privadas do setor, com a intenso de melhorar a qualidade dos sistemas desenvolvidos pelo Brasil. uma ao que tambm poder reduzir o custo de certificao, estimulando as empresas a se certificarem melhorando a imagem das mesmas no mercado de desenvolvimento de software."O que importante, antes de se alcanar o mercado internacional pensar no mercado brasileiro. E a, um importante agente o governo na medida em que ele comear a adotar esse modelo brasileiro e exigir das suas contratadas o uso do MPS BR". Assim, acrescenta, "o governo estar incentivando todas as empresas nacionais, e portanto, ajudando as empresas a atingirem patamares cada vez melhores de qualidade, para chegar ao mercado internacional", destacou a diretora do Coppe. (SERPRO-MPS-Br, 2005).

A adoo do MPS BR pelo Governo tambm contribuir para que este projeto tenha sucesso, na medida em que for exigido por ele, este modelo para as empresas que forem contratadas no fornecimento de servio. Nesta exigncia o Governo Federal estar no s estimulando o uso do modelo MPS BR, mas principalmente ajudando as empresas brasileiras de desenvolvimento de software a melhorarem a qualidade de seus produtos e servios e chegar ao mercado internacional que muito seletivo.O Tribunal de Contas da Unio (TCU) recomendou Secretaria de Logstica e Tecnologia da Informao (SLTI) a adoo do MPS.BR, o programa para melhoria de processo do software brasileiro, no trabalho de modelagem e estabelecimento de regras mnimos sobre a licitao e a contratao de servios de TI. O TCU chamou ateno para o fato de que a avaliao MPS.BR um dos modelos que j contam com investimento pblico brasileiro. (SERPRO-TCU, 2009).

O MPS BR, segundo o TCU, recebeu investimentos pblicos em sua pesquisa e desenvolvimento, desta forma ele recomenda que seja inserida nas licitaes e contratao de servios de TI, a adoo do MPS BR no desenvolvimento do trabalho, demonstrando assim o seu reconhecimento por este modelo.Para o coordenador de capacitao da Softex, Eratstenes Ramalho de Arajo, a recomendao de uma instituio da envergadura do Tribunal de Contas da Unio atesta a seriedade da proposta do MPS.BR, que hoje uma certificao de qualidade que se rivaliza com os melhores modelos adotados internacionalmente. (SERPRO-TCU, 2009).

Segundo Eratstenes a recomendao do MPS BR pelo TCU vem atestar a seriedade do modelo, ganhando fora com o apoio do Tribunal de Contas da Unio associado com as exigncias no uso desta Boa Prtica nas contrataes de servios de Tecnologia da Informao, tornando o MPS BR entre as empresas brasileiras de software, um rival dos melhores modelos adotados internacionalmente. 13. Concluso Nota-se que o Brasil, em termos de governo, est muito alinhado com os recursos de TI adotando medidas e desenvolvendo solues prprias, como o caso da urna eletrnica, que tem dado muito resultado em termos de transparncia como de segurana valorizando a Governana de TI e os profissionais da rea.

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Percebe-se uma preocupao em fomentar a Governana de TI pelo Governo Federal e suas instituies responsveis pela tecnologia da informao e outras que fazem o uso de TI de forma criteriosa e sria, como no SERPRO, Caixa Econmica Federal e Banco do Brasil, j que estas trs empresas do Governo Federal comprovaram ter muito sucesso em suas estratgias, principalmente em SL, estimulando o Governo neste seguimento. O Governo Brasileiro enquanto usurio de TI, aproveitando a qualidade de suas necessidades, tambm est gerando tecnologia da informao como o caso do framework Demoiselle, com o objetivo de melhorar a interoperabilidade e facilitar a manuteno dos sistemas entre ministrios e autarquias do Governo. Assim como o desenvolvimento do MPS BR como modelo de referncia para desenvolvimento e melhoraria da qualidade de software no desenvolvimento pelas empresas brasileiras. Tambm o projeto de cidades digitais, muito importante para a incluso digital da populao e das instituies pblicas, como do crescimento e da expanso da utilizao de TI no Brasil, principalmente da internet. A adoo de software livre foi uma medida fundamental para se ter o controle e propriedade sobre os sistemas com o desenvolvimento contratado em forma de servio como tambm para a reduo de custos, o que representa uma economia muito grande em TI e de muito impacto para a Nao, proporcionando uma maior abrangncia em tecnologia da informao num pas de dimenses continentais. A Lei de Responsabilidade Fiscal como a necessidade de maior controle para conter as fraudes e aumentar a arrecadao tem exigido uma maior criatividade e solues da Governana de TI levando os governos Federal, Estadual e Municipal a investir mais em tecnologia da informao, fazendo desta uma grande aliada governamental pblica. Inmeras fraudes de ambos os lados, Governo e Sociedade, so ventiladas constantemente pela imprensa brasileira dando a impresso que nada est sendo feito para combat-las. Observou-se com este trabalho que muito se tem feito e est sendo planejado pelos governantes e tcnicos de carreira do Governo Federal para combater e coibir a fraude no Brasil utilizando-se da tecnologia da informao, isso demonstrado pelas inmeras medidas e ferramentas robustas criadas pelo governo com este intuito. A Tecnologia da Informao, em sua essncia, vem cumprindo o seu papel obtendo sucesso onde aplicada com seriedade e responsabilidade nas 3 esferas do Governo no Brasil.

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