gosto superior guia pratico de vegetarianismo hare krishna

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TODAS AS GLORIAS A SRÏ GURU E GAURÃNGA  Gosto Superior Receitas Internacionais Guia Prático do Vegetarianismo Baseado nos ensinamentos de Sua Divina Graça A.C. Bhaktivedanta Swami Prabhupada FUNDbDOfí-ÃCÃRYA DA SOCIEDADE INTERNACIONAL DA CONSCIÊNCIA DE KRISHNA THE BHAKTIVEDANT A BOOKTRl/ST São Paulo • Bombaim • Londres • Los Angeles • Estocolmo • Hong Kong • Sidnei

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TODAS AS GLORIAS A SRÏ GURU E GAURÃNGA 

Gosto Superior Receitas Internacionais Guia Prático do Vegetarianismo

Baseado nos ensinamentos de Sua Divina Graça A.C. Bhaktivedanta

Swami PrabhupadaFUNDbDOfí-ÃCÃRYADA SOCIEDADE INTERNACIONAL DA CONSCIÊNCIA DE KRISHNA

THE BHAKTIVEDANTA BOOKTRl/STSão Paulo • Bombaim • Londres • Los Angeles • Estocolmo • Hong Kong • Sidnei

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índice

Introdução l

1 - Saúde e uma Dieta que não Contenha Carne32 - O Custo Oculto da Carne 133-"FazeaosOutros..." 214 - Karma e Reencarnação 335 - Mais do que Simples Vegetarianismo 436 - Gosto Superior 537 - Receitas 67Jantar Italiano l Peslo; Berinjela recheada; Bolinhos de ervas; Cubos fritosde mussarela; Salada de legumes e Sherhet de limão 11Jantar Italiano 2Minestrone; Espaguete com koftas ao molho de tomate;

 Abobrinhas empanadas; Vagens com tomates; Cakone; Bolo napolitano de queijo 88Jantar Indiano l

 Berinjela com tomate e panir; Arroz com castanhas de cajue ervilhas; Samosas; Raita de pepino; P uris; Burfi de coco 83Jantar Indiano 2Sabji de batata e repolho; Mung dal; Arroz basmati; Pakorasde couve-flor; Chutney de tomate; Chapatis; Kheer bengali 88Jantar Chinês l

Sopa de legumes agridoce; Manapua; Arroz frito;Vegetal agridoce de Tofú; Biscoitos de amêndoas 94Jantar Chinês 2Salada de agrião; Rolinhos primavera; Vegetal Lo Mein;

 Berinjela temperada; Sorvete de baunilha 100Jantar MexicanoGaipacho; Salada de abacate; Enchiladas;

 Emlhas e cenouras ao creme; Sobremesa de manga 104Jantar FrancêsTomates recheados; Quiche de legumes; Almondine de vagens;

 Arroz e legumes à caçarola; Gelatina de suco de frutas 109

Jantar Sírio-LibanêsSopa de lentilhas com limão; Massa folhada com espinafre;

Salada de berinjela; Abobrinha recheada; Pastel doce 113

Legumes e Vegetais Pimentões recheados; Upma; Couve-flor com vagem e castanha

de caju; Aspargos à caçarola; Legumes ao curry; Fatias fritas

de berinjela; Batatas Gouranga; Couve-flor ao parmesão;

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"Omelete" de batata; Espinafre e couve-flor ao creme 118

Acompanhamentos DiversosTostados; Pizza pila; Bharats ao molho de iogurte; Parathas

recheadas; Banana vadis; Bolinhos de balatas e ervilhas;

 Bolinhos de ricota; Sanduíches de pimentão e ricota; 126

 Bolo salgado de castanhas8 - Sobre o Movimento Hare Krishnae a Alimentação Vegetariana 135

Introdução

Influenciadas por fatores que variam desde a saúde e a economia até a ética e areligião, milhões de pessoas ao redor do mundo estão se voltando para uma dieta

vegetariana.Gosto Superior  explica claramente as várias razões pelas quais as pessoas

deixam de comer carne. Nele estão contidas mais de 60 receitas de pratosvegetarianos que superarão os prazeres, encontrados, na alimentação habitual,transportando-nos,

 ffitãc?, a nwaa v^i^cilcacïaa cfc <iclít,iít3 çrarudisíu^us. Sc YOGÚ 

^empre pensava que ser vegetariano significa comer apenas al-guns legumescozidos e saladas frias, prepare-se então, para uma grande surpresa. Com GostoSuperior, você aprenderá a prepa-rar refeições completas, nutritivas e saborosas. Asreceitas foram escolhidas por causa de sua simplicidade e preparo fácil e rápido.

Também tão importante quanto os ingredientes que você usa para cozinhar é asua consciência. Gosto Superior  mostra :omo qualquer pessoa pode transformar uma rotina diária em uma experiência bem aventurada e iluminante. O ato de preparar alimento vegetariano que não acarreta karma é uma parte integrante do mais elevadosistema de  yoga e meditação descrito nos ensinamentos intemporais da literaturavédica indiana. No Bhagavad-gïtã o Senhor Krsna afirma: "Se alguém Me oferecer,com amor e devoção, uma folha, uma flor, frutas ou água, Eu as aceitarei". A pessoaque prepara alimento vegetariano puro e natural e em seguida o oferece ao Senhor Supremo automaticamente sentirá o despertar do sublime prazer espiritual nocoração.O Senhor Supremo é descrito nos Vedas como o reservatório de todo o prazer e, para

aumentar Seu prazer, Ele Se expande -través de Sua energia de prazer em incontáveisseres vivos que têm o propósito de compartilhar de Seu desfrute. Todos nós somos partes dessa potência eterna de prazer e, pelo simples ato de prepararmos oalimento para o prazer de Deus, podemos experimentar gozo transcendental. Você

 perceberá isso tão logo saboreie a comida que você ofereceu. Como disse o ex- beatle George Harrison certa vez em uma entrevista: "Quando você sabe quealguém cozinhou algo com relutância, isso não tem um sabor tão agradávelquanto o alimento que, feito para atrair e agradar a Deus, é-Lhe oferecido

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 primeiramente. Basta isto para que o alimento fique muito mais saboroso". É issoque queremos dizer com "um gosto superior".

O Capítulo Primeiro revela como a pesquisa médica moderna mostra grandesrelações entre o consumo de carne e as doenças fatais, como o câncer e doençascardíacas. O Capítulo Segundo expõe o mito da escassez alimentar mundial e

esclarece as vantagens económicas que a dieta vegetariana propicia à sociedade eao indivíduo. No Capítulo Terceiro, demonstram-se os fundamentos éticos dovegetarianismo, focalizando os escritos de alguns dos maiores líderes religiosos,escritores e filósofos do mundo, dentre os quais Pitágoras, Platão, Leonardo daVinci, Rousseau, Franklin, Shelley, Tolstoy, Thoreau, Gandhi e outros. Tambémse examina o princípio da não-violência, conforme defendido nos ensinamentosdo judaísmo, cristianismo, budismo e hinduísmo. Uma análise de como as leis dokarma e a reencarnação se relacionam com o vegetarianismo forma a base doCapítulo Quarto. O Capítulo Quinto explica em pormenores a lógica e os

 procedimentos de se oferecer alimento vegetariano ao Senhor Supremo como partedo sistema de bhakti-yoga.  No Capítulo Sexto, trechos dos escritos de Srïla

Prabhupãda, a maior autoridade sobre a cultura védica, fornecem um resumomuito conciso e de fácil leitura da filosofia por trás da dieta vegetariana espiritualdelineada em Gosto Superior.

1

Saúde e uma Dieta que não

Contenha Carne

 A indagação central acerca do vegetarianismo consistiria em perguntar se é saudável eliminar-se acarne e outros alimentos animais. Agora, entretanto, a questão principal é se é mais saudável ser umvegetariano do que um carnívoro. A resposta a ambas as perguntas, tomando como base a evidênciadisponível hoje em dia, parece ser um sonoro sim.

Jane E.Brody New York Times News Service

Hoje em dia, com a crescente evidência do efeito crítico da dieta na saúde ena longevidade, um número cada vez maior de pessoas está levantando esta

 pergunta: Ao corpo humano é mais apropriada uma dieta vegetariana ou uma

dieta que inclua carne?  Na busca das respostas deve-se considerar duas áreas — a estruturaanatómica do corpo humano e os efeitos físicos do consumo de carne.Visto que o ato de comer principia nas mãos e na boca, o que poderá nos revelar a anatomia destas partes do corpo? Os dentes humanos, da mesma forma queaqueles dos herbívoros, são projetados para mastigar e triturar substânciasvegetais. Os seres humanos não possuem os agudos dentes frontais que sedestinam a cortar carne e que são característicos dos carnívoros. Os animais que

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comem carne geralmente deglutem seu alimento sem mastigá-lo e, portanto, nãonecessitam de molares ou de uma mandíbula capaz de mover-se lateralmente.Também a mão humana, sem unhas aguçadas e com seu polegar que pode fazer oposição aos outros dedos, é mais adequada para colher frutos e vegetais do que

 para capturar uma presa.

 Digerindo a carneUma vez no estômago, a carne necessita de sucos digestivos altamente

concentrados em ácido clorídrico. Os estômagos dos seres humanos e dosherbívoros produzem menos de um vigésimo de concentração de ácidos em relaçãoaos carnívoros.

Outra diferença crucial entre o carnívoro e o vegetariano é encontrada no tratointestinal, onde o alimento é digerido mais ainda e os nutrientes passam para osangue. Um pedaço de carne é parte de um cadáver, e sua putrefação criacatabólicos venenosos dentro do corpo. Dessa forma a carne deverá ser eliminadarapidamente. Com este objetivo os carnívoros possuem canais alimentares que sãoapenas três vezes o tamanho de seu corpo. Desde que o homem, da mesma formaque outros animais que não comem carne, possui um canal alimentar doze vezes o ta-manho de seu corpo, a carne em rápida decomposição fica retida por um tempo maislongo, produzindo uma grande quantidade de efeitos tóxicos indesejáveis.

Um órgão do corpo que é afetado desfavoravelmente por estas toxinas são os

rins. Este órgão vital, que elimina os catabólicos do sangue, é sobrecarregado peloexcesso de veneno introduzido pelo consumo de carne. Mesmo os que comem carnemoderadamente necessitam que seus rins trabalhem três vezes mais em relação aosvegetarianos. Os rins de uma pessoa jovem podem ser capazes de aceitar este desafio,mas à medida que a pessoa envelhece o risco da doença e insuficiência renal aumentagrandemente.

 Doença cardíacaA incapacidade do corpo humano de lidar com gorduras animais em excesso é

outra indicação de que o consumo de carne não é algo natural. Os animais carnívoros podem metabolizar quantidades quase ilimitadas de colesterol e de gorduras semquaisquer efeitos adversos. Em experiências com cachorros, foram adicionados até 225gramas de gordura de leite à sua dieta diária em um período de dois anos sem queocorresse absolutamente qualquer alteração em seu nível sérico de colesterol.

Por outro lado, seres vegetarianos têm uma capacidade muito limitada de lidar com qualquer nível de colesterol ou de gordura saturada que ultrapasse o limiterequerido pelo corpo. Quando há consumo excessivo no decorrer de muitos anos,depósitos gordurosos (placas) acumulam-se nas paredes internas das artérias,

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desencadeando o aparecimento de uma condição conhecida como arterosclerose, ouendurecimento das artérias. Uma vez que as placas depositadas dificultam o fluxo desangue para o coração, aumenta-se tremendamente o potencial para ataquescardíacos, derrames e coágulos sanguíneos.6 Gosto Superior 

Em 1961 o  Journal ofthe American Medicai Association (Jornal da Associação MédicaAmericana) afirmou que 90 a 97% das doenças cardíacas, causa de mais da metadedas mortes nos Estados Unidos, poderiam ser prevenidas através de uma dietavegetariana.' Estes achados são fortalecidos por um relato da Associação MédicaAmericana, que declara: "Em estudos bem documentados de populações utilizandométodos padronizados de dieta e avaliação de doença coronária... a evidência sugereque uma dieta de gorduras altamente saturadas é um fator essencial para uma altaincidência de doença cardíaca coronária".2 A Academia Nacional de Ciênciastambém relatou recentemente que o alto nível de colesterol sérico encontrado na

maioria dos americanos é um fator importante na "epidemia" de doença cardíacacoronária nos Estados Unidos.3

Câncer Uma evidência a mais da inconveniência do trato intestinal humano para a digestão de

carne é a relação, estabelecida por numerosos estudos, entre o câncer de cólon e o hábitode comer carne.4 Uma razão para a incidência de câncer é o conteúdo rico em gorduras e

 pobre em resíduos de uma dieta centralizada na carne. Isto resulta em um trânsito lentoatravés do cólon, permitindo que os detritos tóxicos executem seu dano. O Dr. SharonFleming do Departamento de Ciências Nutricionais da Universidade da Califórnia em

Berkeley afirma: "Parece que a fibra na dieta ajuda a reduzir a frequência de... câncer decólon e câncer retal".5 Além do mais sabe-se que enquanto digerida, a carne produzmetabólitos esteróides que têm propriedades carcinogcnicas (que produzem câncer).

À medida que as pesquisas continuam, a evidência correlacionando o consumo decarne com outras formas de câncer está se acumulando a uma velocidade alarmante. AAcademia Nacional de Ciências relatou em 1983 que "as pessoas serão capazes de prevenir muitos tipos de câncer ao comer menos carnes gordurosas e mais legumes e grãos". 6

E em seu Notes on the Causation of Câncer (Anotações Acerca da Causa do Câncer),Rollo Russel escreve: "Verifiquei que entre 25 países alimentando-se amplamente decarne, 19 apresentavam uma alta incidência de câncer e apenas um mostrava baixaincidência, e que entre 35 países alimentando-se de pouca ou nenhuma carne, ne-

nhum apresentou uma alta incidência".7Alguns dos resultados de maior impacto na pesquisa do câncer vieram da

exploração dos efeitos das nitrosaminas. As nitrosaminas formam-se quando asaminas secundárias, prevalecentes na cerveja, no vinho, no chá e no cigarro, reagem,

 por exemplo, com conservantes químicos na carne. A entidade chamada  Food and  Drug Administration considerou as nitrosaminas, "um dos grupos de carcinógenasmais versáteis e formidáveis jamais descobertos, e seu papel... na etiologia do câncer humano tem causado crescente apreensão entre os especialistas". O Dr. William

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Lijinsky do Laboratório Nacional de Oak Ridge conduziu experimentos nos quais osanimais testados foram alimentados com nitrosaminas. Dentro de seis meses eleencontrou tumores malignos em 100% dos animais. "Os cânceres", disse ele, "estãoespalhados por toda a parte, no cérebro, nos pulmões, no pâncreas, no estômago, nofígado, nas supra-renais e nos intestinos. As funções orgânicas dos animais viram

uma grande confusão".8

 Substâncias químicas perigosas na carne Numerosas outras substâncias químicas potencialmente perigosas, das quais osconsumidores não estão geralmente inteirados, estão presentes na carne e seusderivados industrializados. Em seu livro Poison in Your Body (Venenos em seu Corpo),Gary e Steven Null dão-nos uma visão interna dos artifícios utilizados nas fábricasinstitucionalizadas de produtos animais. Os animais são mantidos vivos e engordadosatravés da administração contínua de tranquilizantes, hormônios, antibióticos e2.700 outras drogas", escrevem eles. "O processo começa antes mesmo do nascimento

e continua muito tempo após a morte. Embora tais drogas ainda estejam presentesna carne quando você a come, a lei não exige que elas sejam enumeradas.Uma das substâncias químicas é o dietilstilbestrol (DÊS), um hormônio que

 promove o crescimento e que tem sido usado nos Estados Unidos durante os últimos20 anos a despeito dos estudos que demonstraram ser ele carcinogênico. Proibido em32 países por ser considerado um sério perigo à saúde, ele continua sendo usado pelaindústria da carne dos Estados Unidos, possivelmente porque a entidade chamada  Food and Drug Administration calcula que ele poupe mais de 500 milhões dedólares anualmente aos produtores de carne.

Outro popular estimulante do crescimento é o arsénico. Em 1972 o Departamentode Agricultura dos Estados Unidos verificou que este veneno bem conhecido excedia

o limite legal em 15% nas aves de criação da nação.9

O nitrato e o nitrito de sódio, substâncias químicas usadas como conservantes para retardar a putrefação da carne defumada e de derivados da carne, inclusive presunto, toucinho, salame, linguiça e peixe, põem, também, a saúde em risco. Estassubstâncias químicas dão à carne uma aparência vermelho-brilhante ao reagir com os

 pigmentos do sangue e do músculo. Sem estas substâncias a tonalidade marrom-acinzentada natural da carne morta afastaria muitos consumidores em perspectiva.

Infelizmente estas substâncias químicas não distinguem o sangue de um cadáver do sangue de um ser humano, e muitas pessoas acidentalmente sujeitas a quantidadesexcessivas morreram de envenenamento. Mesmo quantidades menores poderão ser 

 perigosas, especialmente para crianças ou bebés e, portanto, o Comité Abalizado das Nações Unidas sobre Aditivos no Alimento — a Organização para Alimento eAgricultura e a Organização Mundial da Saúde (OAA-OMS) em conjunto — alertou: "Em nenhuma hipótese deve-se adicionar nitrato aoalimento do bebé". A. J. Lehman da  Food and Drug Administration apontou que,"existe uma pequena margem de segurança entre a quantidade de nitrato que não é

 prejudicial e aquela que pode ser perigosa".

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Em decorrência das condições sujas e amontoadas a que os animais são forçados pela indústria da carne de corte, faz-se necessário o uso de grandes quantidades deantibióticos. Mas tal uso exacerbado de antibióticos propicia o aparecimento de bac-térias resistentes aos mesmos, as quais são transmitidas àqueles que comem a carne. A Food and Drug Administration estima que a penicilina e a tetraciclina poupam 1,9 bilhões

de dólares por ano à indústria da carne, o que lhe dá razão suficiente para fazer vistas grossas aos perigos potenciais à saúde.O trauma de ser chacinado também acrescenta "venenos da dor" (tais como

estimulantes fortíssimos) à carne. Estes juntam-se no sangue do animal aos detritosque não foram eliminados, tais como a ureia e o ácido úrico, contaminando aindamais a carne comida pêlos consumidores.

 Doenças na carneAlém das substâncias químicas perigosas, a carne frequentemente contém

doenças dos próprios animais. Apinhados em condições sujas, alimentados à força e

tratados com desumanidade, os animais destinados à matança contraem muito maisdoenças do que normalmente contrairiam. Os inspetores da carne tentam eliminar os  produtos inaceitáveis, mas devido a pressões da indústria e à falta de temposuficiente para exame, muito do que é aprovado é muito menos saudável do que oscompradores de carne imaginam.Em 1972 um relato do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos arrola ascarcaças permitidas pela inspeção depois que as partes doentes foram removidas. Osexemplos incluíam quase 100.000 vacas com câncer de olho e 3.596.302 casos defígado obscedido. O governo permite também, o comércio de galinhas com umadoença parecida com a pneumonia, que ocasiona o acúmulo de muco carregado de

 pus nos pulmões. A fim de satisfazer os requisitos federais, as cavidades toráxicas

das galinhas são aspiradas com aparelhos de sucção de ar. Mas durante este processo os sacos aéreos doentios rompem-se e o pus derrama-se pela carne.Tem-se verificado que o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos tem

se mostrado frouxo em impor seus próprios requisitos inadequados. Em função deobservar as agências ins-petoras federais a Repartição Geral de Relatos acusou oDepartamento de Agricultura por sua falha em corrigir diversas violações dosmatadouros. Carcaças contaminadas com fezes de roedores, baratas e bolor foramdescobertas em companhias que vendem carne enlatada tais como a Swift e aArmour.10 Alguns inspetores tentam explicar essas concessões alegando que, casoas regulações fossem aplicadas, nenhuma companhia de carne enlatada seria capazde continuar seu comércio.

 Nutrição sem carneMuitas vezes a menção do vegetarianismo provoca uma reação esperada: "E

a proteína?" A isto o vegetariano poderia muito bem replicar: "Que me diz vocêdo elefante? E do touro? E do rinoceronte?" Tanto as ideias de que a carne tenha omonopólio da proteína quanto as de que grandes quantidades de proteína sejamnecessárias para a obtenção de força e de energia não passam de mitos. Enquanto

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digerida, a maioria das proteínas se decompõe em seus aminoácidos constituintesque novamente se unem, sendo usados pelo corpo para seu crescimento bem como

 para a reposição tissular. Destes 22 aminoácidos apenas oito não são sintetizados pelo próprio corpo, e estes oito "aminoácidos essenciais" existem em abundânciaem alimentos não cárneos. Leite e derivados, grãos, feijões e nozes são todos

altamente providos de proteína. Queijo, amendoim e lentilhas, por exemplo,contém peso por peso, mais proteína do quehamburger, carne de porco ou rosbife. Um estudo conduzido pelo Dr. Fred Starede Harvard e pelo Dr. Mervyn Hardinge da Universidade de Loma Linda fezextensas comparações entre a ingestão proteica dos vegetarianos e doscarnívoros. Eles concluíram que "cada grupo excedia duas vezes o conteúdo decada aminoácido essencial e a maioria deles ultrapassava em grande parte estevalor".

A proteína constitui mais de 20% da dieta de muitos americanos, quase duasvezes mais que a quantidade recomendada pela Organização Mundial de Saúde.Embora quantidades inadequadas de proteínas causem fraqueza, a proteína emexcesso não pode ser utilizada pelo corpo, ao invés disso, ela é convertida emdetritos nitrogenados que sobrecarregam os rins. A fonte primária de energia doorganismo são os carboidratos. Só como um último recurso são as proteínas docorpo utilizadas para a produção de energia. Muita ingestão proteica na verdadereduz a capacidade energética do organismo. Em uma série de testescomparativos de resistência foram conduzidos pelo Dr. Irving Fisher de Yale, osvegetarianos foram duas vezes mais habilitados que os carnívoros. Ao reduzir 20% do consumo proteico dos não-vegetarianos, o Dr. Fisher observou que suaeficiência aumentou 33%. Numerosos outros estudos demonstraram que umadieta vegetariana apropriada fornece muito mais energia nutritiva que a carne.

Além do mais, um estudo conduzido pelo Dr. J. lotekyo e V. Kipani naUniversidade de Bruxelas demonstrou que os vegetarianos foram capazes derealizar testes físicos em um período duas a três vezes maior que o dos carnívorossem ficarem esgotados e se recuperaram da fadiga em uma quinta parte do temponecessário aos comedores de carne.

 Referências1. "Diet and Strcss in Vascular Disease", Journal ofthe American Medicai Association, 3 de

 junho de 1961, pág. 806.

2. "Diet and Coronary Heart Disease", um informe desenvolvido pelo Comité de Nutrição c

autorizado para liberação pelo Comité Central para Programas Médicos c Comunitários da

Associação Cardiológica Americana, 1973.3. "Diet and Coronary Heart Disease",  Journal of the American Medicai Association,

volume 222, número 13, (25 de dezembro de 1972),

 pág. 1647.4. Michael J. Hill, M.D., "Metabolic Epidemiology of Dietary Factors in Large Bowcl Câncer",

Câncer Research, vol. 35, número 11, parte 2 (novembro de 1975), págs. 3398-3402; Bandaru S.Reddy, Ph.D., e Ernest L. Wynder, M.D., "Large-Bowel Carcinogenisis: Fecal Constituents of 

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Population wilh Diverse Incidence Rates of Cólon Câncer",  Journal ofthe National Câncer  Institute, vol. 50,1973, págs. 1437-1441.

5. Dr. Sharon Fleming, correspondência pessoal, 26 de fevereiro de

1981.6. Los Angeles Herald Examiner.

1. Citado de Câncer e Outras Doenças Advindas do Consumo de Carne, Blanche Leonardo,Ph.D., 1979, pág. 12.

8. Afirmativa do Dr. William Lijinsky, na audiência da Câmara de Deputados dos EstadosUnidos sobre "Regulação dos Aditivos nos Alimentos e dos Alimentos MedicamentososAnimais", março, 1971,pág. 132.

9. "Arsenic in Chicken Liver to Be Reviewed by Agency", Wall Street 

 Journal, 13 de janeiro de 1972.10. Jean Snyder, "O que Você Deveria Saber Acerca da Carne que Você Come", Today's

 Health, vol. 19, dezembro de 1971, págs. 38-39.

O Custo Oculto da Carne O Mitoda Escassez

 Em seu best-seller de 1975, O Relato do Eco-Espasmo, o futurista Alvin Toffler,autor de Futuro Choque e de A Terceira Onda,  sugeriu uma esperança positiva para a crise alimentar mundial. Ele previu "a ascenção súbita de um movimentoreligioso no Ocidente que restringiria o consumo de carne de gado, poupando,assim, bilhões de toneladas de cereais e fornecendo uma dieta nutritiva para omundo como um todo".

 Resolvendo o problema da f orneFrancis Moore Lappé, perita em nutrição e autora do best-seller  Diet for a

 small Planei (Dieta para um Planeta Pequeno), disse em recente entrevista natelevisão que deveríamos olhar para um pedaço de bife como para um Cadillac. "Oque eu quero dizer", explicou ela, "é que nós nos Estados Unidos tornamo-nosdependentes de grandes carros que consomem muita gasolina devido à ilusão do

  petróleo barato. Da mesma forma, tornamo-nos prisioneiros de uma dieta

centralizada na carne, obtida por uma alimentação animal rica em cereais, emdecorrência da ilusão do baixo preço destes".

De acordo com a informação compilada pelo Departamento de Agricultura dosEstados Unidos, até 90% de todos os cereais produzidos nos Estados Unidos sãoutilizados para alimentar animais de corte — vacas, porcos, caprinos e galinhas — que acabam nas mesas de refeição. No entanto, o processo de se utilizar cereais paraa produção de carne é incrivelmente improdutivo.

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Por exemplo, a informação proveniente do Serviço de Pesquisa Económica doDepartamento de Agricultura dos Estados Unidos revela que conseguimos devolta apenas meio quilo de carne de gado para cada 7 quilos de cereais.

Em seu livro  Proteins: Their Chemistry and Politics, o Dr. Aaron Altshulobserva que, em unidades de calorias por hectare, uma dieta à base de cereais,

legumes e feijão mantém 20 vezes mais pessoas que uma dieta à base de carne.Conforme se verifica atualmente, cerca da metade dos campos de colheitas ameri-canos é utilizada para alimentar animais. Se usassem os campos aráveis da Terra

 principalmente para a produção de alimentos vegetarianos, o planeta poderiafacilmente manter uma população humana de mais de 20 bilhões de pessoas.

Fatos semelhantes a estes levaram os peritos em alimentação a apontar que o  problema nutricional do mundo é amplamente ilusório. O mito da"superpopulação" não deveria ser utilizado pêlos defensores do aborto para

 justificar a matança de mais de 50 milhões de crianças não-nascidas a cada ano emtodo o mundo. Mesmo agora já estamos produzindo alimento suficiente para todosno planeta, mas infelizmente o mesmo está sendo repartido de maneira ineficiente.

Em relato submetido à Conferência Mundial de Alimentos das Nações Unidas(Roma, 1974), Rene Dumont, uma economista em agricultura junto ao InstitutoAgrícola Nacional da França, emitiu a seguinte opinião: "O consumo excessivode carne pêlos ricos significa fome para os pobres. Deve-se mudar esta agriculturacontraproducente — pela supressão de lotes onde se engorda o gado com cereais emesmo através de uma redução maciça do gado de corte".

 As vacas vivas são uma vantagem económica E  por demais claro que uma vaca viva fornece à sociedade mais alimento do

que quando morta — sob a forma de fornecimento contínuo de leite, queijo,

manteiga, iogurte e outros alimentos ricos em proteína. Stewart Odend'hal, daUniversidadede Missouri, realizou em 1971 um estudo pormenorizado com vacas na Bengala eobservou que, longe de privar os seres humanos de alimento, elas comiamsomente os restos não aproveitáveis das colheitas (cascas de arroz, bagaços decana-de-açúcar, etc.) e capim. "Basicamente", disse ele, "o gado converte itens de

 pouco valor humano direto em produtos de utilidade imediata." Isto devera pôr de ladoo mito de que as pessoas estão passando fome na índia porque não matam suasvacas. É interessante observar que a índia recentemente parece ter superado seus

 problemas alimentares, que sempre estavam mais relacionados com rigorosa secaocasional ou com levantes políticos do que com as vacas sagradas. Um grupo de

 peritos junto à Agência para o Desenvolvimento Internacional, em uma declaraçãocitada no Registro do Congresso para 2 de dezembro de 1980, concluiu: "A índia

 produz o suficiente para alimentar toda a sua população".Se lhes for permitido viver, as vacas produzirão alimentos de alta qualidade e

ricos em proteína que vão além da imaginação. Nos Estados Unidos há uma tentativadeliberada de imitar a produção de derivados lácteos; não obstante, Sam Gibbons, de-

 putado da Flórida, relatou recentemente ao Cogresso que o governo dos Estados

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Unidos estava sendo forçado a armazenar "montanhas de manteiga, queijo e leiteem pó desnatado". Ele disse a seus colegas: "Temos atualmente cerca de 200milhões de quilos de manteiga, 250 milhões de quilos de queijo e cerca de 350milhões de quilos de leite em pó desnatado". O suprimento aumenta cerca de 20milhões de quilos a cada semana. Com efeito, as 10 milhões de vacas americanas

fornecem leite cm tanta quantidade que o governo libera periodicamente milhões dequilos de produtos derivados do leite para serem distribuídos entre os pobres e osfamintos. Fica visível e claro que as vacas (as vivas) constituem um dos maisvaliosos recursos alimentares da humanidade.

Florescem movimentos que visam salvar da matança as focas, os golfinhos e as baleias — por que, então, não haveria um movimento para salvar as vacas? Isso parece ser uma ideia sensata mesmo que apenas do ponto de vista económico — amenos que você faça parte da indústria da carne, a qual está cada vez mais

 preocupada com o crescimento do vegetarianismo. Em junho de 1977 o Farm Journal(Jornal Agrícola), uma importante revista comercial, imprimiu um editorialintitulado: "Quem defenderá o bom nome da carne de gado?" A revista instava que oscriadores de gado de corte da nação contribuíssem com 40 milhões de dólares paraque se financiasse a publicidade e, assim, se mantivesse bem alto tanto o consumoquanto o preço da carne de gado.

Você paga pela carne mais do que pensaA indústria da carne é uma poderosa força económica e política e, além de

despender milhões de seus próprios dólares para promover o consumo de carne, elatambém conseguiu controlar uma boa parte de nosso imposto. Falando de forma práti-ca, o processo de produção de carne é tão custoso e desgastante que a indústrianecessita de subsídios para sobreviver. A maioria das pessoas não está consciente de

como os governos nacionais apoiam intensamente a indústria da carne através deconcessões evidentes, de garantias favoráveis de empréstimo e assim por diante. Em1977, por exemplo, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos comprou 100milhões de dólares a mais de carne de gado excedente para programas de merendaescolar. Naquele mesmo ano os governos da Europa Ocidental gastaram quase meio

 bilhão de dólares, comprando dos fazendeiros o excesso de produção de carne egastaram outros milhões para estocar o mesmo.

Mais impostos são utilizados sob a forma de milhões de dólares que o governodos Estados Unidos aplica a cada ano para manter uma rede de inspetores, parainspecionar o problema pouco divulgado das doenças animais. Quando os animais doentes são destruídos ogoverno paga uma indenização aos donos. Por exemplo, em 1978 o governoamericano pagou 50 milhões do dinheiro do imposto de seus cidadãos paraindenizações ao controle da brucelose, uma doença semelhante à gripe que aflige ogado e outros animais. Em outro programa o governo dos Estados Unidos forneceempréstimos de 350 mil dólares para os produtores de carne. Outros fazendeirosrecebem abono de no máximo 20 mil dólares. Um editorial do New York Timesdenominou este título de subsídio como sendo "ultrajante", caracterizando-o como

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"um roubo escandaloso do erário". Apesar de as agências de saúde do governoevidenciarem que há associação entre o consumo de carne e o aparecimento decâncer e de doenças cardíacas, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidoscontinua gastando milhões de dólares na promoção do consumo de carne através desuas publicações e de programas de merenda escolar.

 Dano ao meio ambienteOutro preço que devemos pagar pelo consumo da carne é a deterioração do meio-ambiente. O Serviço de Pesquisa Agrícola dos Estados Unidos considera o sistemade esgoto altamente contaminado dos matadouros e dos pastos de alimentaçãocomo uma importante fonte de poluição dos rios e correntes da nação. Está setornando cada vez mais evidente que as fontes de água pura deste planeta estão nãoapenas ficando poluídas como também estão sendo esgotadas, e a indústria da carneé especialmente destrutiva. Em seu livro Population, Resourses and Environment,Paul e Anne Ehrlich observaram que, para se cultivar meio quilo de trigo era

necessário apenas 27 litros de água, ao passo que a produção de meio quilo de carnerequeria entre 1.125 e 2.700 litros de água. E em 1973 o  New York Time Post revelou este surpreendente abuso de um valioso recurso nacional — verificou-seque uma enorme instalação para matar galinhas estava utilizando 378 milhões delitros de água por dia! Este mesmo volume poderia suprir uma cidade de 25 milhabitantes.

Conflito social O processo desgastante da produção de carne, que requer maiores extensões

de terra do que a agricultura dos vegetais, tem sido uma fonte de conflitoeconómico na sociedade humana por milhares de anos. Um estudo publicado emPlant Foods for Human Nutrition revela que meio hectare de cereais produz cincovezes mais proteínas do que meio hectare de pastagem reservado à produção decarne. Meio hectare de espinafre, 28 vezes mais proteína. Fatos económicoscomo estes eram conhecidos dos antigos gregos. Na República de Platão,Sócrates, o grande filósofo grego, recomendava uma dieta vegetariana porque ela

 permitiria ao país usar de maneira mais inteligente seus recursos agrícolas. Elealertou que, se as pessoas começassem a alimentar-se de animais, haveria maior necessidade de campos de pastagens. "E a nação que era capaz de sustentar seushabitantes originais se tornará, agora, muito pequena; e isso não é bastante?",

 perguntou ele a Glauco, o qual respondeu que isto era de fato verdadeiro. "E,

consequentemente, iremos à guerra, Glauco, não iremos?" Ao que Glaucoreplicou: "Com toda a certeza".É interessante notar que o consumo de carne desempenhou um notável papel

em muitas das guerras durante a era da expansão colonial europeia. O comérciode especiarias com a índia e com outras nações do Oriente foi motivo de grandecontenção. Os europeus mantinham-se com uma dieta de carne preservada comsal. Com o objetivo de dissimular e variar o sabor monótono e desagradável desua comida, eles compravam avidamente grandes quantidades de temperos. Tão

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colossais eram as fortunas feitas com o comércio de especiarias que os governose os mercadores não hesitavam em valer-se das armas para garantir as fontes desuprimentos.

 Na era atual, ainda existe a possibilidade de conflitos de massa tendo como base o alimento. Em agosto de 1974, a Agência Central de Inteligência (CIA)

 publicou um relato avisando que em futuro próximo poderá não haver alimentosuficiente para a população do mundo, "a menos que as nações ricas diminuamrápida e drasticamente seu consumo de animais criados com cereais".

 Poupando dinheiroatravés de uma dieta vegetarianaDesviemo-nos, agora, da situação geopolítica do mundo e dirijamo-nos a

nossos próprios livros. Embora não se divulgue amplamente, os cereais, os feijõese o leite são uma fonte excelente de proteína de alta qualidade. Peso por peso,muitos alimentos vegetais são fontes mais ricas deste nutrimento do que a carne.Uma porção de 100 gramas de carne contém apenas 20 gramas de proteína. Outrofato a ser considerado é que a carne contém mais de 50% de água por peso.Comparativamente, uma porção de 100 gramas de queijo ou de lentilhas fornece 25gramas de proteína ao passo que 100 gramas de soja fornecem 34 gramas de

 proteína. Mas, embora a carne forneça menos proteína, ela custa muito mais.Uma análise local nos supermercados de Los Angeles em agosto de 1983 revelouque um quilo de lombo de vaca custava 3,89 dólares, ao passo que ingredientesessenciais para deliciosas refeições vegetarianas custavam em média, menos decinquenta centavos por quilo. Um copinho de 227 gramas de requeijão ao custo de59 centavos de dólar provê 60% da necessidade mínima diária de proteína. Ao se

tornar vegetariana, cada pessoa que faz as compras da casa poderia economizar  pelo menos centenas de dólares por ano e milhares de dólares ao longo de sua vida.Como um todo, os americanos poupariam bilhões de dólares anualmente.Considerando tudo isto, torna-se difícil compreender por que alguém não setornaria vegetariano.

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"Faze aos Outros..."

 Não tenho dúvida de que a suspensão do consumo de animais faz parte integrante do destino da

raça humana em seu aperfeiçoamento gradual.Thoreau

Sinto que o progresso espiritual requer, em uma determinada etapa, que paremos de matar nossoscompanheiros, os animais, para satisfação de nossos desejos corpóreos.

Gandhi

A cada ano matam-se 134 milhões de mamíferos e 3 bilhões de aves para alimentonos Estados Unidos. Mas poucas pessoas fazem qualquer ligação consciente entre estamatança e os produtos cárneos que aparecem em suas mesas. Nos anúncios de

televisão um palhaço chamado Ronald McDonald diz às crianças que o hamburger nascenas "formas de hamburger". A verdade não é tão agradável — os matadouroscomerciais assemelham-se a visões do inferno. Animais a berrar são golpeados por açoites e malho, por choque elétrico e por armas de concussão. Eles são, então,suspensos pêlos pés e transportados através das fábricas da morte em sistemascondutores mecanizados. Muitas vezes, ainda vivos, suas gargantas são furadas e suacarne cortada. Descrevendo suas impressões de uma visita feita a um matadouro, ocampeão de ténis Peter Burwash escreveu em seu livro  A Vegetarian Primer. "Nãocostumo me amedrontar muito facilmente. Eu jogava hóquei até quando me fizeramengolir metade dos meus dentes. E sou altamente competitivo em quadra de lênis,mas aquela experiência no matadouro aterrorizou-me.

Quando saí de lá, eu sabia que nunca mais maltrataria um animal novamente! Euconhecia todos os argumentos fisiológicos, económicos e ecológicos queapoiavam o vegetarianismo, mas foi a experiência direta da crueldade do homem

 para com os animais que estabeleceu o verdadeiro alicerce de meu compromissocom o vegetarianismo".

A Grécia e Roma antigasConsiderações éticas sempre têm impelido muitas das maiores personalidades

do mundo a adotarem uma dieta vegetariana. Pitágoras, famoso por suascontribuições à Geometria e à Matemática, disse: "Oh! queridos companheiros,

não profaneis vossos corpos com alimentos pecaminosos. Nós temos milho, temosmaçãs que curvam os galhos com seu peso e uvas crescendo nos vinhedos. Háervas de sabor doce e legumes que podem ser cozidos e abrandados no fogo, nemse nos nega o leite ou o mel perfumado com menta. A terra proporciona umsuprimento exuberante de riquezas, de alimentos inocentes e oferece-nos ban-quetes que não envolvem derramamento de sangue ou matança; somente as ferassatisfazem sua fome com carne, mas nem todas elas, pois os cavalos, o gado e asovelhas subsistem de grama". O biógrafo Diógenes conta-nos que Pitágoras

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comia pão e mel pela manhã e legumes crus à noite. Ele também pagava aos pes-cadores para que estes jogassem sua pesca de volta ao mar.

Em um ensaio intitulado "Acerca do Consumo da Carne" o autor romanoPlutarco escreveu: "Podeis realmente perguntar que motivo tinha Pitágoras parase abster de carne? De minha parte não entendo através de que acidente e em que

estado de espírito foi que a primeira pessoa sujou sua boca com sangue e levouseus lábios em direção à carne de uma criatura morta, pôs mesas de corposmortos e em decomposição e ousou chamar de alimento e nutrição as partes que

 pouco antes haviam bramido e chorado, movimentavam-se e viviam. Como poderiam os olhos suportar a matança em que as gargantas eram perfuradas, a peleesfolada e os membros arrancados? Como poderia seu nariz aguentar o fedor?Como é que a contaminação não ensombrava seu paladar, o qual fazia contatocom as misérias dos outros e sorvia os sucos e os soros de feridas mortais?Certamente não são leões e lobos que comemos para defesa pessoal; pelo con-trário, ignoramos estes e chacinamos criaturas dóceis e inofensivas, sem presas

ou dentes para nos atacar. Por um pouco de carne tiramo-lhes o sol, a luz e aduração de suas vidas a que elas têm direito por seu nascimento e por suaexistência".

Ele, então, lançou este desafio aos carnívoros: "se afirmais ser naturalmente projetados para esta dieta, então primeiramente matais vós mesmos aquilo quedesejais comer. Entretanto, fazei isto somente através de vossos própriosrecursos, sem ajuda de um cutelo, de um cacete ou de qualquer tipo de machado".

 Da Vinci, Rousseau, Franklin...Leonardo Da Vinci, o grande pintor, inventor, escultor e poeta da

Renascença, epitomou a abordagem ética ao vegetarianismo. Ele escreveu:"Aquele que não dá valor à vida não a merece". Ele considerava os corpos doscomedores de carne como sendo locais de sepultamento", sepulturas dos animaisque eles comiam. Seus livros e anotações estão cheios de passagens que mostramsua compaixão pelas criaturas vivas. Ele lamentava: "Números incontáveisdestes animais terão seus filhos arrancados deles, rasgados e barbaramentetrucidados".O filósofo francês Jean Jaques Rousseau era um defensor da ordem natural. Eleobservou que os animais carnívoros são geralmente mais cruéis do que osherbívoros. Ele concluiu, portanto, que uma dieta vegetariana produziria uma

 pessoa mais compassiva. Chegou mesmo a aconselhar que não se permitisse queos açougueiros testemunhassem no tribunal ou que se sentassem no júri. Em TheWealth ofNations (A Riqueza das Nações) o economista Adam Smith proclamou asvantagens de uma dieta vegetariana. "Pode-se, de fato pôr em dúvida se a carne dosaçougues é, de alguma maneira, necessária à vida. Grãos e outros legumes,

  juntamente com o leite, queijo e manteiga, ou óleo, caso não se tenha manteiga, propiciam a dieta mais completa, saudável, nutritiva e revigorante. Em nenhum lugar odecoro impõe que alguma pessoa deva comer carne". Considerações semelhantes

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motivaram Benjamin Franklin a se tornar um vegetariano aos dezesseis anos deidade. Franklin lucrou daí "maior progresso dessa maior clareza de pensamento emais rápida compreensão". Em seus escritos auto-biográficos ele chamava oconsumo de carne de "assassinato imotivado". O poeta Shelley era vegetarianoconvicto. Em seu ensaio "Em Defesa da Dieta Natural", ele escreveu: "Que o defensor 

da alimentação animal seja forçado a uma experiência da conveniência da mesma e,como recomenda Plutarco rasgue, um cordeiro vivo com seus dentes e, mergulhandosua cabeça nos órgãos vitais deste, mate sua sede com o sangue fumegante... então, esó então, ele teria alguma lógica". O interesse de Shelley pelo vegetarianismo começouquando ele era estudante em Oxford, e ele e Harriet, sua esposa, adotaram a dieta logoapós o seu casamento. Em uma carta datada de 14 de março de 1812, sua esposaescreveu a uma amiga: "Nós abandonamos a carne e adotamos o sistema pitagorista".Shelley, em seu poema Queen Mab, descreveu um mundo utópico onde as pessoas nãomatavam animais para se alimentar.

...agora ele não mais

Mata o cordeiro que o olha com confiança, E brutalmente devora sua macerada carcaça, Aqual, ainda implorando da natureza a vingança, Atiça todos os humores pútridos de suadevassa: Todas as paixões daninhas, todas as vãs crenças, Ódio, desespero e desprezo em suamente, Os germes da miséria, morte, crime e doenças.O escritor russo Leon Tolstoy tornou-se vegetariano em 1885. Abandonando o

esporte da caça, ele defendia o "pacifis-mo vegetariano" e era contrário a que sematassem mesmo as menores entidades vivas, tais como as formigas. Ele sentia haver uma

 progressão natural da violência que conduzia inevitavelmente a sociedade humana àguerra. Em seu ensaio "O Primeiro Passo", Tolstoy escreveu que o consumo de carne é"simplesmente imoral, visto que envolve a execução de um ato contrário a conduta

moral: matar". Tolstoy acreditava que, ao matar, "o homem suprime em si mesmo,desnecessariamente, a capacidade espiritual mais elevada — a da compaixão para com osseres vivos como ele — e, ao violar seus próprios sentimentos, torna-se cruel".

O compositor Richard Wagner acreditava que toda vida era sagrada. Ele via novegetarianismo a "dieta da natureza", a qual poderia salvar a humanidade dastendências violentas e ajudar-nos a retornar ao "Paraíso há muito perdido".

Em muitas ocasiões de sua vida, Henry David Thoreau foi um vegetariano. Emborasua prática fosse, na melhor das hipóteses, irregular, ele reconhecia suas virtudes. EmWalden ele escreveu: "Não é uma vergonha que o homem seja um animal carnívoro?É verdade que ele pode viver, e vive, em granda medida, da captura de outros animais;mas isto é uma forma miserável — como qualquer pessoa que pegar coelhos numa

armadilha ou matar cordeiros poderá aprender — e será considerado um benfeitor desua raça aquele que ensinar às pessoas a se restringir a uma dieta mais inocente esaudável. Qualquer que seja minha prática, não tenho dúvida de que a suspensão do con-sumo de animais faça parte integrante do destino da raça humana em seuaperfeiçoamento gradual, da mesma forma que as Iribos selvagens deixaram de ser antropófagas ao entrarem em contato com as mais civilizadas".

O Século XX 

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Desnecessário se faz dizer que Mohandas Gandhi, o grande apóstolo da não-violênciado Século XX, era vegetariano. Seus pais, sendo devotos hindus, nunca lhe deramcarne, peixes ou ovos. Todavia, sob a regulação britânica, houve uma grandeinvestida contra os princípios milenares da cultura indiana. Debaixo de tais pressões,muitos indianos passaram a adotar os hábitos carnívoros do Ocidente. Mesmo Gandhi

foi vítima dos conselhos de alguns de seus colegas de classe que instavam a que elecomesse carne, pois ela aumentaria sua força e coragem. Mas, depois, ele assumiunovamente uma dieta vegetariana e escreveu: "É necessário que se corrija o erro de queo vegetarianismo nos tenha tornado fracos de mente ou passivos ou inertes de ação. Nãoconsidero a alimentação carnívora necessária em qualquer etapa". Ele escreveu cincolivros sobre vegetarianismo. Sua própria dieta diária incluía germe de trigo, pasta deamêndoa, hortaliças, limões e mel. Ele fundou a Fazenda Tolstoy, uma comunidade

 baseada em princípios vegetarianos. Em seu livro A Base Moral do Vegetarianismo,Gandhi escreveu: "Eu considero a alimentação cárnea inadequada à nossa espécie. Er-ramos ao copiar o mundo animal inferior se somos superiores a ele". Ele percebia que os

 princípios éticos eram uma base mais sólida para a adesão a um regime vegetariano que

as razões de saúde. "Sinto", afirmou ele, "que o progresso espiritual requer, em umadeterminada etapa, que paremos de matar nossos companheiros, os animais, buscandosatisfazer nossos desejos corpóreos".

O dramaturgo George Bernard Shaw tentou primeiramente tornar-se vegetariano aos25 anos de idade. "Foi Shelley quem por primeiro abriu meus olhos para a selvageria deminha dieta", escreveu ele em sua auto-biografia. Os médicos de Shaw avisaram-node que a dieta iria matá-lo. Quando já estava velho, perguntaram-lhe porque ele nãomostrava a eles o bem que a dieta lhe fez. Ele replicou: "Eu gostaria, mas eles jáfaleceramanos atrás!" Certa vez, alguém lhe perguntou porque ele parecia tão jovem. "Não, eu

não pareço", retrucou ele. "Aparento a idade que tenho. São as outras pessoas que parecem ser mais velhas do que são. Que pode você esperar de pessoas que comemcadáveres?" Sobre a correlação entre o consumo de carne e a violência na sociedadehumana, Shaw escreveu:

Oramos aos domingos para que possamos ter luz Que guie nossas passadas natrilha que palmitamos; Estamos saturados de guerra, o conflito não nos seduz;Mesmo assim é dos mortos que nos fartamos.

H. G. Wells escreveu acerca do vegetarianismo em sua visão de um mundo futuro,A Modern Utopia. "Em todo o mundo da Utopia não existe carne. Costumava haver.

Mas agora não podemos tolerar a ideia dos açougues. E, em uma população educada ecom aproximadamente o mesmo nível de boa condição física, é praticamenteimpossível encontrar alguém que degole um boi ou um porco... Ainda possorecordar, em minha juventude, a alegria ao fechar o último matadouro".

O escritor Isaac Bashevis Singer, ganhador do prémio Nobel, tornou-se vegetarianoem 1962, aos 58 anos de idade. Ele disse: "Naturalmente lamento agora que tenhaesperado tanto, mas antes tarde do que nunca". Ele julga o vegetarianismo muitocompatível com seu sistema místico de judaísmo. "Todos nós somos criaturas de

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Deus — é incoerente o fato de orarmos a Deus por misericórdia e justiça, enquantocontinuamos a comer a carne dos animais que são mortos por nossa própria causa"...Embora aprecie o aspecto saudável do vegetarianismo, ele afirma muito claramenteque a consideração ética é primária. "Mesmo que demonstrassem que comer carnefaz bem para a saúde, ainda assim eu certamente não a comeria".

Singer denota pouca paciência com as justificativas intelectuais para o consumo decarne. "Vários filósofos e líderes religiosos tentaram convencer seus discípulos eseguidores de que os animais não passam de máquinas sem alma e sem senti-mentos. Contudo, qualquer pessoa que tenha alguma vez convivido com um animal

 — seja ele cachorro, um pássaro ou mesmo um rato — sabe que esta teoria é umadeslavada mentira, inventada para justificar a crueldade".

Vegetarianismo e ReligiãoEvitar a carne tem sido uma parte da prática religiosa em quase todos os credos.

Alguns sacerdotes egípcios eram vegetarianos, evitando a carne para manter votos de

celibato. Eles também evitavam ovos, os quais eles chamavam de carne "líquida".Embora o Antigo Testamento, o fundamento do judaísmo, contenha alguns  preceitos que autorizam comer carne, está claro que a situação ideal é ovegetarianismo. Em Génese (1:29), encontramos o próprio Deus dizendo: "Eis quevos tenho dado toda a vegetação que dá semente que há na superfície de toda aTerra, e toda a árvore em que há fruto e que dá semente. Sirva-vos isto dealimento". No começo da criação, conforme descreve a Bíblia, parece que nemmesmo os animais comiam carne. Em Génese (1:30), Deus diz: "E a todo animalselvático da Terra, e a toda criatura voadora do céu, e a tudo que se move sobre aTerra, em que há vida, tenho dado toda a vegetação verde por alimento; e assim sedeu". Génese (9:4) também proíbe direta-mente o consumo de carne: "Mas a carne

com sua vida — seu sangue — não deveis comer. E, além disso, exigirei de volta osangue de vossas vidas; da mão de cada criatura vivente exigirei de volta".

 Nos livros subsequentes da Bíblia, os grandes profetas também condenam oconsumo da carne. Isaías (1:5) afirma: "Diz o Senhor: Já estou farto dosholocaustos de carneiro e da gordura de animais bem cevados; e não Me agrado dosangue de novilhos, de cordeiros e de cabritos. E quando estendeis as palmas devossas mãos, desvio de vós os Meus olhos. Embora façaismuitas orações, não escuto; as vossas próprias mãos se encheram de derramamentode sangue". Segundo Isaías (66:3), a matança de vacas é particularmente repugnante:"Quem mata um boi é como o que mata um homem".

  Na Bíblia encontramos, também, a história de Daniel, o qual, enquanto prisioneiro em Babilónia, recusou-se a comer a carne oferecida por seus carcereiros, preferindo, antes, simples alimento vegetariano.

Os pontos de maior dificuldade para muitos cristãos consistem na crença de queCristo comia carne e nas muitas referências à carne no Novo Testamento. Mas oestudo atento dos manuscritos originais gregos demonstra que a grande maioria das

 palavras traduzidas como "carne" são trophe, brome e outros termos que simplesmentesignificam "alimentos" ou "comida" no sentido mais amplo. Por exemplo, no

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evangelho de São Lucas (8:55) lemos que Jesus levantou uma mulher dentre osmortos "e ordenou que se lhe desse carne". A palavra grega original traduzida comocarne, é  phago, que significa apenas "comer". Assim, o que Cristo realmente dissefoi: "Deixai-a comer". A palavra grega para carne é kreas e a mesma nunca é usadaem relação com Cristo. Em nenhuma parte do Novo Testamento existe qualquer 

referência direta a Jesus comendo carne. Isto se encaixa com a famosa profecia deIsaías acerca do aparecimento de Jesus: "Eis que a virgem conceberá e dará à luz umfilho a quem ela chamará de Emanuel. Manteiga e mel é o que ele comerá e ele saberárecusar o mal e aceitar o bem".Clemente de Alexandria, o monge dos primórdios da Igreja, recomendava uma dietasem carne, citando o exemplo do apóstolo Mateus que "compartilhava de sementes,nozes e legumes, sem a presença da carne". São Jerônimo, outro líder da igreja cristã

 primitiva e que deu a versão latina autorizada da Híblia ainda em uso hoje em dia,escreveu: "O preparo de legumes, frutas e sementes é fácil e não necessita deculinária dispendiosa". Ele entendia que esta dieta era a melhor para uma vidadevotada à busca da sabedoria. São João Crisóstomo considerava o consumo de carne

como sendo um hábito cruel e inatural para os cristãos. "Estamos apenas imitando osmodos dos lobos, os modos dos leopardos ou, na verdade, somos mesmo piores queeles. Pois a eles a natureza destinou que assim se alimentassem mas, a nós, Deus nosdistinguiu com a fala e com o senso de equidade e nós nos tornamos piores que as ferasselvagens". São Bento, o qual fundou a Ordem Beneditina em 529 A.C., estabeleceualimentos vegetais como básicos para seus monges. A ordem trapista invariavelmente

 proibia carne, ovos e outros alimentos cárneos ao ser fundada no Século XVII. As regrassofreram relaxamento pelo Concílio Vaticano dos anos 60, mas a maioria dos trapistasainda seguem os ensinamentos originais. Entretanto, muitos monastérios trapistas criamgado para a matança a fim de se manterem financeiramente.

A Igreja Adventista do Sétimo Dia recomenda vigorosamente o vegetarianismo aseus membros. Embora pouco conhecida do público em geral, a grande indústria americanade cereais para desjejum teve início com o Dr. Kellog em uma estância de saúdeadventista. O Dr. Kellog estava constantemente planejando novas variedades de alimentosde desjejum vegetarianos para os pacientes abastados de seu Sanatório Battle Creek.Uma de suas criações foram os flocos de milho, que depois ele comercializounacionalmente. Com o passar do tempo, ele gradualmente separou seu negócio da IgrejaAdventista do Sétimo Dia e formou a companhia que ainda leva seu nome.

A maior concentração de vegetarianos do mundo é encontrada na índia, o berço do  budismo e do hinduísmo. O budismo começou como uma reação à matançaindiscriminada de animais que estava sendo levada a cabo em consequência da per-

versão dos rituais religiosos. Buddha pôs um fim a estas práticas ao propor Sua doutrinade ahirhsã, ou não-violência.

 A Filosofia indiana e a não-violênciaAs escrituras védicas da índia, as quais antecedem o budismo, também enfatizam a

não-violência como fundamento ético do vegetarianismo. O Manu-saríihitã, o antigocódigo de lei indiano, afirma: "A carne jamais poderá ser conseguida sem que se causelesão a criaturas vivas, e lesar os seres sencientes é prejudicial ao alcance da bem-

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aventurança celestial; que, portanto, seja evitado o uso da carne". Em outra passagem, oManu-samhitã avisa: "Tendo muito bem considerado a origem desagradável da carnee a crueldade da prisão e matança de seres corpóreos, que haja abstenção completa doconsumo de carne".

Em anos recentes, o Movimento Hare Krsna introduziu estas considerações éticas em

todo o mundo. Srïla Prabhupãda, o Fun-dador-ãcãrya (mestre espiritual) do movimento,afirmou certa vez: No Manu-samhitã, o conceito de uma vida por uma vida ésancionado, e isto é, na verdade, observado em todo o mundo.

Da mesma forma, outras leis declaram que ninguém deve sequer matar uma formigasem que seja responsabilizado. Visto que não podemos criar, não temos direito de matar nenhuma entidade viva, e por isso as leis criadas pelo homem, que distinguem entrematar um homem e matar um animal, são imperfei-las... De acordo com as leis deDeus, matar um animal é tão punível quanto matar um homem. Aqueles que fazemdistinções entre estes dois atos estão inventando suas próprias leis. Mesmo nos DezMandamentos recomenda-se: "Não matarás!" Esta lei é perfeita, mas, ao especular e aodiscriminar, as pessoas distorcem-na. "Eu não matarei o homem mas matarei os animais".

Desta maneira as pessoas enganam-se a si mesmas e infligem sofrimento a si mesma eaos outros".Enfatizando o conceito védico da unidade de todas as vidas, Srïla Prabhupãda afirmouentão: "Todos são criaturas de Deus, embora em diferentes corpos ou roupas. Deus éconsiderado o pui supremo. Um pai pode ter muitos filhos e alguns podem ser mleligentes e outros não muito inteligentes, mas, se um filho inteligente diz a seu pai:'Meu irmão não é muito inteligente; deixe-me matá-lo', irá o pai concordar?...Analogamente, se Deus é o pai supremo, por que deveria Ele sancionar a matançados animais que também são Seus filhos?"

Karma e Reencarnação

 Na sociedade humana, se alguém mata um homem, tem que ser enforcado (ou punido). Esta é a lei doestado. Por causa da ignorância, as pessoas não percebem que existe um estado completo controlado pela Senhor Supremo. Todo ser vivo é filho do Senhor Supremo e Ele não tolera que se mate nemmesmo uma formiga. Tem-se que pagar por isto.

Srïla Prabhupãda

A pena de morte constitui-se em um ato extremo de represália do estado e nenhumsacrifício supera o oferecimento da vida de alguém pelo bem-estar dos outros. Mas,embora demos aparentemente muito valor à vida, centenas de milhões de animaisindefesos são sanguinariamente abatidos cada ano em todo o mundo. Esta matançaindiscriminada de animais não é necessária para impedir que passemos fome. Além domais, ela é economicamente um desperdício eticamente repreensível. Todavia,

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8/4/2019 GOSTO SUPERIOR Guia Pratico de Vegetarianismo Hare Krishna

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considerando algo mais sério, a matança de animais transgride a lei universal dokarma, a qual se assemelha ao moderno princípio científico da ação e reação.Os cientistas compreendem claramente como a lei física da ação e reação ("paracada ação há uma reação igual e contrária") se aplica aos objetos materiais, mas amaioria ignora as leis mais sutis no âmbito da consciência. Entretanto, temos um

tipo de percepção instintiva de que, de alguma forma, nós mesmos criamos nossa própria felicidade e aflição. Este entendimento desperta em nós quando, em respostaa um contratempo, refletimos: "Bem, quem sabe não fui eu mesmo que ocasioneiisso?"